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AVANÇADA

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Investimentos

A normatização da Contabilidade no Brasil tem origem não só na Lei Nº 6.404/76, que define as
regras contábeis para as sociedades por ações, mas também na legislação fiscal, por meio do
Regulamento do Imposto de Renda, pelas Instruções, Deliberações, Ofícios Circulares e outros
documentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), pelas Normas Brasileiras de Contabilidade
emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, bem com pelo Novo Código Civil.

A geração de riqueza é a base dos motivos que levam pessoas a realizarem investimentos, buscando
um retorno lucrativo e favorável.

Para que exista a concepção de valor ou fortuna, os retornos destes investimentos deverão ser
superiores ao custo dos capitais neles empregados, fazendo com que os valores líquidos dos
resultados sejam positivos, agregando riqueza para o investidor e para o próprio investimento.

A avaliação é, pois, o centro de todas as decisões em investimentos, seja para comprar ou para
vender. A precificação de qualquer ativo financeiro, porém, tem tornado uma tarefa mais complexa no
atual mercado financeiro.

Mediante explanação acima, este trabalho busca descrever os principais métodos de avaliação de
investimentos apresentados pela Contabilidade, bem como, identificar em que tipo de organização
estes métodos são utilizados, a fim de assegurar-lhes a otimização dos resultados econômicos.

Para a realização desta pesquisa utilizar-se-á a abordagem qualitativa, uma vez que pretendemos
nos orientar em concepções amplas que abrigam a visão de investimentos, bem como, dos métodos
de avaliação de investimentos.

Nesse sentido, serão priorizados os aspectos descritivos, cujo procedimento será através de técnica
bibliográfica em livros, artigos, revistas eletrônicas e material disponível na internet.

De acordo a Lei 6.404/76, o Método de Custo deve ser adotado para os investimentos menores e o
Método de Equivalência Patrimonial para os mais significativos, ou seja, uma vez definidos os
investimentos que devem ser avaliados pelo método de equivalência patrimonial, os demais devem
ser avaliados pelo método de custo.

Tipos De Investimentos

Os investimentos podem ser Temporários e Permanentes. Os Investimentos Temporários são as


aplicações de recursos financeiros em títulos e valores mobiliários resgatáveis em determinados
períodos de tempo, com o objetivo de compensar perdas inflacionárias com as disponibilidades.
Dentre os principais tipos estão: Fundos de Aplicação Imediata; Títulos do Banco Central; Depósitos
a Prazo Fixo; Certificados de Depósito Bancário; Ações Adquiridas ou Cotadas na Bolsa de Valores e
etc. Estão classificados no Ativo Circulante, subgrupos Disponível e Realizável a Curto Prazo ou
Créditos; bem como, no Ativo Realizável a Longo Prazo, no subgrupo Créditos. Apresentam como
critérios de avaliação o Custo de aquisição e o Valor de mercado. São contabilizados como: Custo de
aquisição; Receita auferida; Imposto de Renda Retido na Fonte e Resgate da aplicação.

Os Investimentos Permanentes são as aplicações de recursos financeiros em participações


societárias permanentes e em direitos e bens não destinados à manutenção das atividades da
empresa, não classificados no Ativo Circulante e no Realizável a Longo Prazo. Tem como principais
tipos as participações permanentes em outras empresas, os incentivos fiscais, os imóveis não
destinados a uso pela empresa e as obras de arte. Estão classificados no Ativo Permanente,
subgrupo Investimentos. Apresentando como métodos de avaliação o Custo de aquisição e a
Equivalência patrimonial. São contabilizados como: Custo de aquisição do investimento; Rendimentos
auferidos; Provisão para perdas; Incentivos fiscais e Baixa do investimento.

Avaliação De Investimentos

A Lei n° 6.404/76 estabelece em seu art.179, inciso III, que são classificadas como investimentos “as
participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não

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classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou


empresa”.

Para Sá (1994, p. 271), investimentos são “aplicações de valores”. O autor amplia o conceito
complementando que “o termo é empregado, também, para significar, na Lei das Sociedades por
Ações, o capital extra operacional ou aplicado em outras empresas”.

Assim a avaliação, é o centro de todas as decisões em investimentos, seja para comprar ou vender.
A precificação de qualquer ativo financeiro, porém, tem tornado uma tarefa mais complexa no atual
mercado financeiro. A Lei 6.404/76 introduz critérios contábeis de Avaliação de Investimentos
adequados, desdobrando o entendimento e análise em Método de Custo, adotado para os
investimentos menores e o Método de Equivalência Patrimonial para os mais significativos.

Os Investimentos Permanentes tem a classificação das contas em função da natureza e dos critérios
de avaliação correspondentes, está dividido em Participações em Outras Sociedades, que engloba
todas as participações de caráter permanente, e Outros Investimentos Permanentes, que engloba os
demais investimentos.

Já os Investimentos Temporários englobam as aplicações temporárias de recursos financeiros em


títulos com prazo de vencimento superior ao exercício seguinte à data de balanço; Depósitos para
Investimentos com Incentivos Fiscais e Participações em Fundos de Investimentos.

Método De Custo

Segundo a Circular nº 179/72 do BACEN apud FIPECAFI 1978 p.171:[...] os investimentos deveriam
ser avaliados ao preço de custo (mais ações bonificadas recebidas ao valor nominal) ou valor
patrimonial, dos dois a menor, sendo, todavia, raras as empresas que faziam a redução ao valor
patrimonial quando fosse menor.

Essa definição baseia-se no fato de que a investidora registrava as transações baseadas em atos
formais. Assim, os dividendos eram registrados quando fossem declarados e distribuídos e as ações
bonificadas eram registradas como aumento dos investimentos no momento em a coligada efetuava
aumento de capital. O que era lavado em consideração nesse método eram as datas e os atos
formais que distribuíam os lucros e não sua geração efetiva.

Portanto, por este método, os investimentos decorrentes de participações societárias permanentes


em outras empresas são avaliados ao preço de custo, menos provisão para perdas consideradas de
natureza permanente. A sua adoção implica em que as operações que alteram a situação patrimonial
da investida não são reconhecidas ou registradas na investidora no momento de sua ocorrência, o
que ocorre apenas com base em atos formais.

Assim, no método de custo não importa a geração efetiva de lucros na investida, mas as datas e os
atos formais de sua distribuição, isto é, deixa-se de reconhecer na empresa investidora os lucros
gerados e não distribuídos e outras mutações no patrimônio da coligada ou controlada. No MCA,
quando a investida declara ou distribui dividendos estes são registrados neste momento como receita
na empresa.

São avaliados de um modo geral pelo Custo, os investimentos sob forma de ações ou quotas
efetuadas em empresas consideradas coligadas e controladas não relevantes. Custo de aquisição – é
o valor efetivamente despendido na transação por subscrição relativa a aumento de capital ou ainda
pela compra de ações de terceiros. De acordo com a Legislação, deverá ser constituída uma provisão
para cobrir as perdas prováveis na realização do valor do investimento quando comprovadas como
permanentes.

Neste método, as receitas de investimentos são reconhecidas pelos dividendos. Sendo considerada
como receita operacional nos termos da Legislação, mas em subgrupo à parte.

Vale lembrar ainda que, no método de custo, o ativo é reconhecido por seu custo, após a dedução da
depreciação acumulada e de qualquer perda por imparidade acumulada, onde o valor contábil líquido
não pode ser maior que o valor recuperável.

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Reavaliação De Ativos

Reavaliação de Ativos é o processo de gestão patrimonial onde se atribui um novo valor para um
ativo, atualizando o valor do mesmo. O valor de mercado de um bem ou ativo pode variar, levando
em conta depreciação, valorização e desvalorização do mercado e também caso ocorra alguma
mudança na legislação.

O principal objetivo da reavaliação é justamente este: atualizar os valores do patrimônio liquido da


empresa e torna-los mais adequados ao mercado atual. Deste modo as operações contábeis se
tornam mais precisas e os seus resultados mais próximos da realidade ( o que é o cenário ideal ).

A decisão sobre quais serão os bens reavaliados em uma Reavaliação de Ativos é livre e cabe
exclusivamente a empresa, mas em geral, a prática mais comum é de que uma vez que foi iniciada
uma Reavaliação de Ativos, todos os ativos da empresa, passem por uma reavaliação geral, fazendo
com que o valor de todo o patrimônio pertencente a empresa passe por uma atualização uniforme.

Segundo a Resolução de Reavaliação de Ativos No 1004 do Conselho Federal de Contabilidade (


CFC ) está estabelecido que no Brasil, somente ativos e bens tangíveis ( materiais ) poderão ser
reavaliados segundo uma reavaliação de ativos.

Ativos tais como patentes por exemplo, podem sim ser reavaliados, mas de acordo com outros
critérios, que não sejam a reavaliação de ativos.

Prazos Para A Realização Da Reavaliação De Ativos

Embora com já foi dito, a reavaliação de ativos seja um processo interno, cuja decisão cabe a própria
empresa, no entanto, há alguns prazos sugeridos por especialistas em contabilidade para tornar este
processo mais prático:

• Reavaliação de Ativos Imediata: Os especialistas recomendam que sempre que se for negociar
um ativo de alto valor seja realizada a sua reavaliação. Deste modo evitamos vender um bem fora do
valor de mercado, o que pode prejudicar quem vende e quem compra.

• Reavaliação de Ativos Anual: É interessante reavaliar anualmente, bens cujo valor de mercado
sofrem alterações constantes e que o mercado é instavel ( os preços estão sempre subindo e
descendo ).

• Reavaliação de Ativos a Cada 4 Anos: É interessante utilizar prazos mais longos para bens que
tem um valor estável ou então que somente sofrem alterações de preço devido a depreciação.

Reavaliação De Ativos E Depreciação

A depreciação é sem dúvida um dos fatores que mais influenciam o valor dos ativos, fazendo com
que o valor dos mesmo progressivamente diminua. Quanto maior for a taxa de depreciação de um
bem maior a necessidade de realizar a reavaliação do mesmo.

Como exemplo de bens que depreciam muito e que devem ter a reavaliação de ativos feita de
maneira regular temos: prédios, veículos, máquinas, equipamentos de informática.

Como exemplos de ativos cuja depreciação tem uma influência fraca ( não depreciam rapidamente ) e
que a reavaliação de ativos pode ser efetuada em períodos mais longos temos: terrenos e áreas
disponíveis para construção, obras de arte e patrimônios semelhantes, aeronaves e embarcações.

19.6.1. Significado E Objetivos Da Reavaliação

19.6.1.1. Esta norma estabelece critérios e procedimentos para registro contábil e divulgação da
reavaliação do ativo imobilizado.

19.6.1.2. O valor da reavaliação do ativo imobilizado é a diferença entre o valor líquido contábil do
bem e o valor de mercado, com base em laudo técnico elaborado por três peritos ou entidade
especializada.

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19.6.1.3. A reavaliação é a adoção do valor de mercado para os bens reavaliados, em substituição ao


princípio do registro pelo valor original.

19.6.2. Definições

19.6.2.1. Para efeito desta norma, entende-se por:

a) custo – valor de aquisição de construção do ativo imobilizado registrado ou o valor atribuído ou de


mercado, no caso de doações;

b) valor de mercado – valor que a entidade despenderia para repor o ativo, considerando-se uma
negociação normal entre partes independentes, sem favorecimentos, e isentas de outros interesses.
Esse valor deve considerar o preço à vista de reposição do ativo, contemplando as condições de uso
em que o bem se encontra;

c) valor líquido contábil – montante pelo qual um bem está registrado na contabilidade, numa
determinada data-base, líquido da correspondente depreciação, amortização ou exaustão
acumuladas, ou provisão para ajuste do ativo ao seu valor recuperável;

d) valor recuperável – valor de mercado menos o custo para a sua venda, ou o valor que a entidade
espera recuperar pelo uso futuro de um ativo nas suas operações, o que for maior.

19.6.3. Hipóteses De Reavaliação

19.6.3.1. Esta norma se aplica às seguintes hipóteses:

a) reavaliação voluntária de ativos próprios;

b) reavaliação de ativos por controladas e coligadas; e

c) reavaliação nas fusões, incorporações e cisões.

19.6.3.2. A reavaliação deve ser restrita a bens tangíveis do ativo imobilizado, desde que não esteja
prevista sua descontinuidade operacional.

19.6.3.3. A descontinuidade operacional de bens reavaliados implica na necessidade de alteração do


critério de avaliação para o registro pelo valor original, estornando-se a parcela da reavaliação
incluída no ativo, as respectivas reservas de reavaliação e a provisão dos tributos incidentes sobre a
reavaliação.

19.6.4. Periodicidade Da Reavaliação

19.6.4.1. Ao optar pela reavaliação, o critério para avaliação contábil do imobilizado da entidade deixa
de ser o valor de custo, e as reavaliações devem ser periódicas, com uma regularidade tal que o valor
líquido contábil não apresente diferenças significativas em relação ao valor de mercado, na data de
encerramento de cada exercício social.

19.6.4.219.6.4.2. A reavaliação do ativo imobilizado deve ser efetuada pelo menos:

a) anualmente, para as contas ou grupo de contas cujos valores de mercado variarem


significativamente em relação aos valores anteriormente registrados;

b) a cada quatro anos, para os ativos cuja oscilação do preço de mercado não seja relevante,
incluindo ainda os bens adquiridos após a última reavaliação;

c) periodicamente, observados o conceito e os prazos acima, a entidade pode optar por um sistema
rotativo, realizando reavaliações parciais, por rodízio, com cronogramas definidos, que cubram a
totalidade dos ativos a reavaliar a cada período.

19.6.4.3. Se a entidade optar pela reavaliação, este procedimento deve ser mantido por, no mínimo,
10 (dez) anos.

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19.6.4.4. Decorrido o prazo referido no item anterior e a entidade optar por não mais realizar
reavaliação, os bens anteriormente reavaliados permanecem com seus valores das reavaliações.

19.6.4.5. Ocorrido o previsto no item 19.6.4.4, a entidade pode realizar nova reavaliação, aplicando-
se, quanto à periodicidade, o item 19.6.4.

19.6.5. Reavaliação Parcial

19.6.5.1. É admitida a reavaliação parcial, desde que todos os itens da mesma natureza ou da
mesma conta ou unidade operacional sejam reavaliados, não se aplicando, neste caso, a alínea c) do
item 19.6.4.2.

19.6.6. Ajustes De Reavaliação

19.6.6.1. No caso do laudo de avaliação, objeto da reavaliação de ativo imobilizado, indicar que se,
para os bens da mesma natureza ou conta, ou unidade operacional, comparados com os registros
contábeis, resultar em diferenças positivas ou negativas, a entidade deve proceder aos acréscimos e
decréscimos correspondentes.

19.6.6.2. Na hipótese em que o valor apurado no laudo de avaliação do conjunto de itens envolvidos
for inferior ao valor líquido contábil dos bens correspondentes, devem ser observados os seguintes
procedimentos:

a) quando de uma primeira reavaliação ou quando não houver saldo na reserva, não cabe o
reconhecimento do efeito negativo. Todavia, a entidade deve verificar se o valor líquido contábil dos
ativos, considerados em conjunto, é recuperável através de suas operações futuras, conforme
estabelecido no item 19.6.14;

b) quando houver saldo na reserva de reavaliação, o efeito negativo deve ser reconhecido nos termos
do item 19.6.10.4.

19.6.7. Critérios De Avaliação

19.6.7.1. A contabilização da reavaliação deve ser efetuada com base em laudo fundamentado que
indique os critérios de avaliação e os elementos de comparação adotados.

19.6.7.2. A reavaliação deve observar o princípio da continuidade, ou seja, levar em conta o


pressuposto da entidade em marcha e considerar a efetiva possibilidade de recuperação dos ativos
em avaliação mediante seu uso.

19.6.7.3. A reavaliação deve ser baseada em valor de mercado.

19.6.7.4. A reavaliação não se destina ao cálculo do valor futuro potencial dos ativos nem ao seu
valor de saída (valor de venda ou liquidação).

19.6.7.5. Para os bens sujeitos à depreciação, exaustão ou amortização, é indispensável que no


laudo de avaliação haja a indicação da vida útil econômica remanescente, visando a definição das
futuras taxas de depreciação, exaustão ou amortização.

19.6.8. Identificação Dos Bens

19.6.8.1. Os bens objeto de reavaliação devem ser individualmente identificados quanto à sua
descrição e registro contábil, em contas ou subcontas que especifiquem o custo, depreciações,
amortizações e exaustões acumuladas.

19.6.8.2. O valor de avaliação de cada bem deve ser comparado com o valor líquido contábil
correspondente, na mesma data-base. Para tais bens, devem ser registradas as depreciações,
amortizações ou exaustões correspondentes até a data-base do laudo de avaliação.

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19.6.9. Defasagem Entre A Data-Base Do Laudo E Da Sua Aprovação

19.6.9.1. O registro contábil da reavaliação somente pode ser efetuado no mesmo exercício em que o
laudo da avaliação foi elaborado e aprovado pela assembléia dos acionistas, reunião ou assembléia
dos quotistas, ou o equivalente para as demais entidades.

19.6.9.2. Se a defasagem entre a data-base do laudo de avaliação e a de sua aprovação pela


entidade provocar distorções relevantes, a contabilização da reavaliação deve ser efetuada com base
em valores constantes do laudo de avaliação atualizados, mantendo as premissas nele utilizadas.

19.6.10. Contabilização Da Reavaliação

19.6.10.1. A diferença positiva entre o valor da reavaliação e o valor líquido contábil do bem deve ser
incorporada ao ativo reavaliado correspondente, e deve ter como contrapartida conta de reserva da
reavaliação, líquida dos tributos incidentes sobre a reavaliação, no patrimônio líquido.

19.6.10.2. A contrapartida de que trata o item anterior pode ser creditada como receita não
operacional quando a entidade tiver registrado como despesa, até o limite desta, uma perda
decorrente de reavaliação negativa, relacionada com o mesmo bem.

19.6.10.3. A entidade deve manter controle individualizado que identifique o valor da reavaliação de
cada bem e dos tributos incidentes sobre a reavaliação, para determinação de sua realização por
depreciação, amortização, exaustão ou baixa.

19.6.10.4. Na hipótese de reavaliação negativa, apurada em função de o valor dos laudos de


avaliação ser inferior ao valor líquido contábil, o registro contábil deve ser efetuado da seguinte forma:

a) o imobilizado deve ser reduzido em contrapartida à reserva de reavaliação, correspondente aos


mesmos bens e originada de reavaliações anteriores, e os tributos registrados no passivo sobre a
reavaliação devem ser reduzidos proporcionalmente à redução da reserva de reavaliação;

b) quando o saldo da reserva de reavaliação for insuficiente para o registro de redução do ativo, esta
insuficiência deve ser registrada como despesa não operacional, no resultado do exercício em que a
reavaliação ocorrer, mediante constituição de provisão para perdas. Esta provisão somente deve ser
reconhecida se a perda for considerada irrecuperável; e

c) a letra “b” deste item aplica-se, também, na primeira reavaliação, quando o valor da reavaliação for
inferior ao valor líquido contábil.

19.6.11. Tributos Sobre A Reavaliação

19.6.11.1. A reserva da reavaliação positiva deve ser registrada líquida dos tributos, em conta
destacada no patrimônio líquido.

19.6.11.2. A parcela correspondente aos tributos incidentes sobre a reavaliação deve ser registrada
no passivo exigivel a longo prazo, sendo transferida para o passivo circulante, à medida que os ativos
forem sendo realizados. As eventuais oscilações nas alíquotas dos tributos devem ser reconhecidas
em contrapartida da reserva de reavaliação.

19.6.11.3. O passivo dos tributos incidentes sobre a reserva de reavaliação não deve ser constituído
para ativos que não se realizam por depreciação, amortização ou exaustão, como é o caso de
terrenos, e para os quais não haja qualquer perspectiva de realização por alienação.

19.6.12. Depreciação, Amortização Ou Exaustão

19.6.12.1. Após a reavaliação, a depreciação, a amortização ou a exaustão dos bens reavaliados


devem ser calculadas e registradas sobre o novo valor, considerando a vida útil econômica
remanescente, indicada no laudo de avaliação.

19.6.13. Realização Da Reserva De Reavaliação

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19.6.13.1. A reserva de reavaliação é considerada realizada na proporção em que se realizarem os


bens reavaliados, devendo ser transferida para lucros ou prejuízos acumulados, sem transitar pelas
contas do resultado.

19.6.13.2. A reserva de reavaliação não pode ser utilizada para aumento de capital ou amortização
de prejuízo, enquanto não realizada.

19.6.13.3. A entidade deve considerar realizados os valores de reavaliação de seus bens e os de


suas controladas ou coligadas, cujos investimentos são avaliados por equivalência patrimonial, à
medida que ocorrer um dos seguintes fatos:

a) depreciação, amortização ou exaustão dos bens reavaliados, que tenham sido registradas como
custo ou como despesa operacional;

b) baixa dos bens reavaliados;

c) baixa de investimentos em controladas ou coligadas que tenham bens reavaliados.

19.6.14. Valor Recuperável

19.6.14.1. Os bens do imobilizado reavaliados devem ser acompanhados com o objetivo de verificar
se o valor recuperável é inferior ao valor líquido contábil.

19.6.14.2. Se o valor recuperável for inferior ao valor líquido contábil, o mesmo deve ser reduzido ao
valor recuperável, desde que a perda seja considerada permanente.

19.6.14.3. O montante da redução, de que trata o item 19.6.14.2, deve reverter a reavaliação anterior,
caso exista saldo, debitando-se a conta de reserva da reavaliação.

19.6.15. Reavaliação De Ativos Por Controladas E Coligadas

19.6.15.1. A investidora deve registrar, na conta de investimentos, a variação patrimonial oriunda de


reserva da reavaliação, registrada pela controlada ou coligada, avaliada pela equivalência patrimonial
nos termos indicados nos itens seguintes.

19.6.15.2. Quando uma entidade opta por reavaliar seus próprios ativos, ela o deve determinar às
suas controladas e recomendar que suas coligadas também assim procedam, para preservar
uniformidade de critérios contábeis.

19.6.15.3. Os acréscimos ou os decréscimos na conta de investimentos, que correspondam à


porcentagem de participação da investidora sobre a reserva de reavaliação constituída (realizada ou
revertida) pela controlada ou coligada, devem ser registrados na mesma data-base em que tiverem
sido reconhecidos na investida, em conta própria que identifique tratar-se de reavaliação de
controlada ou coligada.

19.6.15.4. O valor da reserva de reavaliação, decorrente da avaliação de bens de uma controlada ou


coligada, deve ser deduzido do saldo do ágio que houver sido pago na aquisição do investimento,
correspondente à mais-valia dos bens do ativo imobilizado que foram reavaliados e que deram
origem àquele ágio.

19.6.15.5. Na hipótese da reavaliação de que trata o item anterior ser negativa, devem-se baixar os
saldos de deságios, originados dos mesmos bens.

19.6.16. Avaliação Para Integralização De Capital Com Bens

19.6.16.1. A avaliação dos bens utilizados para integralização de capital em outras sociedades não
representa uma reavaliação nos termos desta norma.

19.6.16.2. O ganho de capital decorrente da integralização de capital com imobilizado tangível, em

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controlada ou coligada avaliada por equivalência patrimonial, quando representar resultado não
realizado, deve ser tratado como reserva de reavaliação, líquida dos tributos incidentes.

19.6.17. Reavaliação Na Fusão, Incorporação E Cisão

19.6.17.1. Ocorrendo reavaliação de ativo imobilizado em fusão, incorporação ou cisão de entidade,


aplicam-se os dispositivos desta norma.

19.6.17.2. Havendo a reavaliação de ativo imobilizado nas entidades participantes de processos de


fusão, incorporação ou cisão, a reserva da reavaliação deve ser atribuída às entidades, com base nos
respectivos ativos.

19.6.18. Divulgação

19.6.18.1. As informações sobre a reavaliação efetuada pela entidade devem ser divulgadas em
notas explicativas, destacando, no mínimo:

a) as bases da reavaliação e os avaliadores, no ano da reavaliação;

b) o histórico e a data da reavaliação;

c) o sumário das contas objeto da reavaliação e respectivos valores;

d) o efeito no resultado do exercício, oriundo das depreciações, amortizações ou exaustões sobre a


reavaliação, e baixas posteriores;

e) o tratamento quanto a dividendos e participações;

f) o tratamento e os valores envolvidos quanto aos tributos diferidos.

Transações Entre Parte Relacionadas

1. Uma das evidentes intenções do legislador, ao regulamentar as atividades das sociedades por
ações e as responsabilidades do seu acionista controlador e dos seus administradores (Lei nº
6.404/76 - artigo 117), foi a da proteção do acionista minoritário. É neste contexto que se inserem
dispositivos tais como: as penalidades ao desvio de poder dos administradores, a figura do conflito de
interesses, o direito de dissidência e, sem dúvida alguma, a divulgação (embora definida em forma
incompleta) das transações entre partes relacionadas.

2. Para permitir uma adequada interpretação das demonstrações financeiras por parte de seus
usuários e de quem com base nelas vá tomar decisões de caráter econômico-financeiro, é necessário
que as transações entre partes relacionadas sejam divulgadas de modo a fornecer ao leitor, e
principalmente aos acionistas minoritários, elementos informativos suficientes para compreender a
magnitude, as características e os efeitos deste tipo de transações sobre a situação financeira e
sobre os resultados da companhia.

3. Para poder estabelecer os critérios para identificação das transações que devem ser divulgadas e
a extensão dessa divulgação, é mister definir dois conceitos fundamentais:

· partes relacionadas;

· transações que merecem divulgação (ou, ao menos, especial atenção).

4. Partes relacionadas podem ser definidas, de um modo amplo, como aquelas entidades, físicas ou
jurídicas, com as quais uma companhia tenha possibilidade de contratar, no sentido lato deste termo,
em condições que não sejam as de comutatividade e independência que caracterizam as transações
com terceiros alheios à companhia, ao seu controle gerencial ou a qualquer outra área de influência.
Os termos “contrato” e “transações” referem-se, neste contexto, a operações tais como: comprar,
vender, emprestar, tomar emprestado, remunerar, prestar ou receber serviços, condições de
operações, dar ou receber em consignação, integralizar capital, exercer opções, distribuir lucros, etc.

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Em geral, a referida possibilidade de contratar em condições que não as de comutatividade e


independência,se dá entre entidades nas quais uma delas, ou seus acionistas controladores, detém
participação a lhes assegurar preponderância nas deliberações sociais da outra. Mas o conceito de
partes relacionadas deve estender-se, também, ao relacionamento econômico:

· entre empresas que, por via direta ou indireta, respondam ao mesmo controle societário;

· entre empresas com administradores comuns ou que possam influenciar e/ou se beneficiar de
determinadas decisões nas referidas empresas, tomadas em conjunto ou individualmente;

· de uma empresa com seus acionistas, cotistas e administradores (quaisquer que sejam as
denominações dos cargos), e com membros da família, até o terceiro grau, dos indivíduos antes
relacionados;

· de uma empresa com suas controladas diretas ou indiretas e coligadas, ou com acionistas, cotistas
ou administradores de suas controladoras e coligadas e vice-versa; e

· de uma empresa com fornecedores, clientes ou financiadores com os quais mantenham uma
relação de dependência econômica e/ou financeira, ou de outra natureza que permita essas
transações.

5. A definição e a exemplificação antes mencionadas não esgotam, necessariamente, os elementos a


serem levados em conta para identificação das partes que devem ser qualificadas como
“relacionadas”, nem restringem as informações que devem ser divulgadas pela Lei nº 6.404/76,
particularmente nos seus artigos 176, 243 e 247, e pela Instrução CVM nº 01.

Identificação Das Transações

6. Maior ou menor destaque na divulgação das transações deverá ser dada, considerando os
seguintes fatos:

· se a transação foi efetuada em condições semelhantes às que seriam aplicadas entre partes não
relacionadas (quanto a preços, prazos, encargos, qualidade, etc.) que contratassem com base em
sua livre vontade e em seu melhor interesse, e

· se as transações por si ou por seus efeitos afetam ou possam vir a afetar, de forma significativa, a
situação financeira e/ou os resultados e sua correspondente demonstração, das empresas
intervenientes na operação.

7. A seguinte é uma relação meramente exemplificativa, logo, não exaustiva, de transações entre
partes relacionadas, que devem ser divulgadas:

· Compra ou venda de produtos e/ ou serviços que constituem o objeto social da empresa.

· Alienação ou transferência de bens do ativo.

· Alienação ou transferência de direitos de propriedade industrial.

· Saldos decorrentes de operações e quaisquer outros saldos a receber ou a pagar.

· Novação, perdão ou outras formas pouco usuais de cancelamento de dívidas.

· Prestação de serviços administrativos e/ou qualquer forma de utilização da estrutura física ou de


pessoal de uma empresa pela outra ou outras, com ou sem contraprestação.

· Avais, fianças, hipotecas, depósitos, penhores ou quaisquer outras formas de garantias.

· Aquisição de direitos ou opções de compra ou qualquer outro tipo de benefício e seu respectivo
exercício.

· Quaisquer transferências não remuneradas.

· Direitos de preferência à subscrição de valores mobiliários.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

· Empréstimos e adiantamentos, com ou sem encargos financeiros, ou a taxas favorecidas.

· Recebimentos ou pagamentos pela locação ou comodato de bens imóveis ou móveis de qualquer


natureza.

· Manutenção de quaisquer benefícios para funcionários de partes relacionadas, tais como: planos
suplementares de previdência social, plano de assistência médica, refeitório, centros de recreação,
etc.

· Limitações mercadológicas e tecnológicas

Consolidação E Demonstrações Financeiras

A consolidação das demonstrações financeiras foi uma importante inovação introduzida pela Lei
6.404/76, que estabeleceu normas em relação à obrigatoriedade, aos procedimentos e aos registros
de ajuste pertinentes.

Com a criação da CMV, que conta com poderes delegados pela legislação societária para
regulamentar o assunto no que diz respeito às companhias de capital aberto, essa passa a
regulamentar as regras de consolidação através da Instrução CVM nº 247/96, e conforme a instrução
as sociedades anônimas fechadas e as demais espécies de sociedades não tem obrigatoriedade de
consolidar suas demonstrações financeiras, ou seja, comente as de capital aberto.

De acordo com o art. 249 da Lei das Sociedades por Ações, o qual estabelece as regras a serem
atentadas pelas companhias abertas em relação a consolidação das demonstrações contábeis, cujos
investimentos em controladas representem 30% ou mais do valor do seu patrimônio líquido.
Entretanto a CVM, por intermédio do art. 21 da Instrução nº 247/96, estabeleceu que a partir de 1996
toda companhia aberta que possuir investimentos em controladas deve consolidar
suas demonstrações financeiras, independente do percentual que esses investimentos representem
de seu patrimônio líquido.

Outro ponto a ser destacado é que a sociedade controlada não precisa ser sociedade anônima para
que exista a necessidade de consolidação, podendo ser qualquer tipo de sociedade, inclusive
sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

Conforme as normas emitidas pela CVM, a consolidação é exigida nos seguintes casos:

a) Companhia aberta que possuir investimentos em controladas: é o caso mais comum de


obrigatoriedade de consolidação, em que deve ser levado em conta a avaliação de investimentos
permanentes, que é o parâmetro utilizado para determinar a necessidade de consolidação.

b) Sociedades controladas em conjunto: De acordo com o § 1º art. 32 da Instrução nº 247/96,


considera-se controlada em conjunto aquela em que nenhum acionista exerce, individualmente, a
prepoderância nas deliberações social e o poder de eleger a maioria dos administradores, é uma
inovação introduzida pela CVM, em que estabelece a obrigatoriedade de consolidação proporcional
para esse tipo de sociedade.

c) Sociedade de comando de grupo de sociedades que inclua companhia aberta: o art. 265 da Lei
das Sociedades por Ações levanta as características e a natureza desse tipo de sociedade

a. A sociedade controlada, ou de comando, deve ser brasileira;

b. Deve exercer, direta ou indiretamente, e de modo permanente, o controle das sociedades filiadas,
como titular de direitos de sócio ou acionista, ou mediante acordo com outros sócios ou acionistas.

As Demonstrações que devem ser consolidadas, consoante art. 22 da Instrução nº 247/96, são: a
demonstração do resultado do exercício, a demonstração de origens e aplicações de recursos e o
balanço patrimonial. A demonstração das mutações do patrimônio liquido não é consolidada, porque
seus valores, normalmente, são idênticos às mutações do patrimônio liquido da controlada.

NBC T 8 – Das Demonstrações Contábeis Consolidadas

8.1 - Conceitos e Objetivos

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CONTABILIDADE AVANÇADA

8.1.1 - Demonstrações Contábeis Consolidadas são aquelas resultantes da agregação


das demonstrações contábeis, estabelecidas pelas Normas Brasileiras de Contabilidade, de duas ou
mais entidades, das quais uma tem o controle direto ou indireto sobre a(s) outra(s).

8.1.2 - Uma Entidade exerce o controle sobre outra quando detém, direta ou indiretamente, por
intermédio de outras Entidades, direitos de sócia que lhe assegurem, de modo permanente,
preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger ou destituir a maioria dos
administradores.

8.1.3 - Uma entidade exerce o controle conjunto sobre outra quando os poderes previstos no .

8.1.4 – A entidade que exerce o controle direto ou indireto sobre outra é denominada de controladora,
e a entidade comandada, de controlada, inclusive quando esta estiver sob controle conjunto.

8.1.5 - A entidade que possuir investimento em entidades controladas, incluindo as sob controle
conjunto, deve elaborar demonstrações contábeis consolidadas.

8.1.6 - As demonstrações contábeis consolidadas abrangem entidades independentes com


patrimônios autônomos, não surgindo, pela consolidação, nova entidade, mas tão somente uma
unidade de natureza econômico-contábil, segundo o que estabelece o parágrafo único do artigo 4º da
Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro de 1993, tendo por objetivo apresentar a posição
patrimonial e financeira, os resultados das operações e as origens e aplicações de recursos do
conjunto, sem restringir-se a limitações legais e à personalidade jurídica das entidades envolvidas.

8.1.7 - Entende-se por unidade de natureza econômico-contábil o patrimônio, sem personalidade


jurídica própria, resultante da agregação de patrimônios autônomos pertencentes a duas ou mais
entidades.

8.1.8 - As demonstrações contábeis consolidadas compreendem o balanço patrimonial consolidado, a


demonstração consolidada do resultado do exercício e a demonstração consolidada das origens e
aplicações de recursos, complementados por notas explicativas e outros quadros analíticos
necessários ao esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados consolidados.

8.2 - Procedimentos De Consolidação

8.2.1 - A consolidação é o processo de agregar saldos de contas e/ou de grupos de contas de mesma
natureza, de eliminar saldos de transações e de participações entre entidades que formam a unidade
de natureza econômico-contábil e de segregar as participações de não-controladores, quando for o
caso.

8.2.2 – A controladora deve consolidar as demonstrações contábeis de entidade controlada a partir


da data em que assume seu controle, individual ou em conjunto.

8.2.3 - Os ajustes e as eliminações decorrentes do processo de consolidação devem ser realizados


em documentos auxiliares, não originando nenhum tipo de lançamento na escrituração das entidades
que formam a unidade de natureza econômico-contábil.

8.2.4 - Quando o controle for exercido de forma conjunta, os saldos referidos no item 8.2.1 devem ser
agregados às demonstrações contábeis consolidadas de cada controladora, na proporção da
participação destas no capital social da controlada.

8.2.5 - No caso de uma das entidades controladoras passar a exercer direta ou indiretamente o
controle da entidade sob controle conjunto, a controladora final deve passar a consolidar
integralmente os elementos do patrimônio da controlada.

8.2.6 - As entidades que formam a unidade de natureza econômico-contábil devem segregar, em


contas específicas, as transações realizadas entre si.

8.2.7 - As demonstrações contábeis das entidades controladas, para fins de consolidação, devem ser
levantadas na mesma data ou até no máximo 60 (sessenta) dias antes da data das demonstrações
contábeis da controladora.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

8.2.8 - Quando demonstrações contábeis com datas diferentes são consolidadas, devem ser
efetuados ajustes que reflitam os efeitos de eventos relevantes nas entidades, que ocorrerem entre
aquelas datas e a data-base das demonstrações contábeis da unidade de natureza econômico-
contábil.

8.2.9 - Quando o percentual de participação da controladora no capital da controlada variar durante o


exercício, os resultados devem ser incluídos proporcionalmente às percentagens de participação,
período por período.

8.2.10 - Das demonstrações contábeis consolidadas são eliminados:

a) os valores dos investimentos da controladora em cada controlada e o correspondente valor no


patrimônio líquido da controlada;

b) os saldos de quaisquer contas decorrentes de transações entre as entidades incluídas na


consolidação;

c) as parcelas dos resultados do exercício, do patrimônio líquido e do custo de ativos de qualquer


natureza que corresponderem a resultados ainda não realizados de negócios entre as entidades,
exceto quando representarem perdas permanentes.

8.2.11 - Os resultados ainda não realizados, provenientes de negócios entre as entidades que
formam a unidade de natureza econômico-contábil, somente se consideram realizados quando
resultarem de negócios efetivos com terceiros.

8.2.12 - No processo de consolidação das demonstrações contábeis, não se podem compensar


quaisquer ativos ou passivos pela dedução de outros passivos ou ativos, a não ser que exista um
direito de compensação, e este represente a expectativa quanto à realização do ativo e à liquidação
do passivo.

8.2.13 - Os impostos e contribuições relacionados às transações entre as entidades que formam a


unidade de natureza econômico-contábil devem ser reconhecidos na mesma proporção dos
resultados ainda não realizados, e classificados no ativo ou passivo a curto ou a longo prazo como
tributos diferidos.

8.2.14 - Os resultados de entidade controlada devem ser incluídos nas demonstrações contábeis
consolidadas:

a) a partir da data da aquisição da participação;

b) até a data da sua baixa.

8.2.15 - As demonstrações contábeis de todas as entidades controladas, no País ou no exterior,


incluindo a filial, agência, sucursal, dependências ou escritório de representação, devem ser
consolidadas sempre que os respectivos ativos e passivos não estejam incluídos na contabilidade da
controladora por força de normatização específica.

8.2.16 - Devem ser excluídas das demonstrações contábeis consolidadas as entidades controladas
que se encontrem nas seguintes condições:

a) com efetivas e claras evidências de perda de continuidade e cujo patrimônio seja avaliado, ou não,
a valores de liquidação; ou

b) cuja venda por parte da controladora, em futuro próximo, tenha efetiva e clara evidência de
realização devidamente formalizada.

8.2.17 - No balanço patrimonial consolidado, o valor contábil do investimento na entidade controlada


excluída da consolidação deve ser avaliado pelo método da equivalência patrimonial.

8.2.18 - Sempre que houver efeito relevante em razão de exclusão de entidade controlada, as
demonstrações contábeis consolidadas devem ser ajustadas para fins de comparação.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

8.2.19 - A falta de semelhança das operações de entidade controlada com as da entidade


controladora não gera sua exclusão das demonstrações contábeis consolidadas.

8.2.20 - O montante correspondente ao ágio ou deságio proveniente da aquisição ou subscrição de


capital de entidade controlada, não excluído nos termos do item

8.2.9, quando decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do
ativo da controlada e o respectivo valor contábil, deve ser apresentado como adição ou retificação da
conta utilizada pela entidade controlada para registro do ativo especificado.

8.2.21 - O ágio ou deságio decorrente de expectativa de resultado futuro, representado pela diferença
entre o valor pago na aquisição do investimento e o valor de mercado dos ativos da controlada, deve
ser apresentado:

a) em conta destacada no ativo permanente, em caso de ágio; e

b) em conta específica de resultados de exercícios futuros, em caso de deságio.

8.2.22 - O valor correspondente à provisão para perdas constituída na entidade controladora deve ser
deduzido do saldo da conta da entidade controlada que tenha dado origem à constituição da
provisão, ou apresentado como passivo exigível, quando representar expectativa de conversão em
exigibilidade.

8.3 - Participação De Não-Controladores

8.3.1 - A participação de não-controladores é a parcela do capital, reservas e resultados pertencentes


a acionistas ou sócios minoritários.

8.3.2 – Para fim desta Norma a participação de não-controladores no patrimônio líquido das
entidades controladas deve ser destacada em grupo isolado no balanço patrimonial consolidado,
imediatamente antes do grupo patrimônio líquido.

8.3.3 - A participação de não-controladores no lucro ou prejuízo líquido, do exercício, das controladas


deve ser destacada e apresentada, respectivamente, como dedução ou adição ao lucro ou prejuízo
líquido consolidado.

8.3.4 - Na hipótese de consolidação proporcional, não há parcelas a destacar no Balanço Patrimonial


Consolidado e na Demonstração do Resultado Consolidado.

8.4 - Notas Explicativas Às Demonstrações Contábeis Consolidadas

8.4.1 - As demonstrações contábeis consolidadas devem ser complementadas por notas explicativas
que contenham, pelo menos, a seguintes informações:

a) as denominações das entidades controladas incluídas na consolidação, bem como o percentual de


participação da controladora em cada entidade controlada, englobando a participação direta e a
indireta por intermédio de outras entidades controladas;

b) as características principais das entidades controladas incluídas na consolidação;

c) os procedimentos adotados na consolidação;

d) o valor dos principais grupos do ativo, do passivo e do resultado das entidades sob controle
conjunto;

e) a razão pela qual os componentes patrimoniais de uma ou mais controladas não foram avaliados
pelos mesmos critérios utilizados pela controladora;

f) a exposição dos motivos que determinaram a inclusão ou exclusão de uma entidade controlada
durante o exercício, bem como os efeitos, nos elementos do Patrimônio Líquido e Resultado
Consolidados, decorrentes dessa inclusão ou exclusão;

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CONTABILIDADE AVANÇADA

g) a natureza e os montantes dos ajustes efetuados em decorrência da defasagem de datas de que


trata o item 8.2.6, quando couber;

h) a base e o fundamento para a amortização do ágio ou deságio não absorvido na consolidação;

i) a conciliação entre os montantes do Patrimônio Líquido e Lucro Líquido da controladora com


montantes do patrimônio líquido ou prejuízo consolidados, e os respectivos esclarecimentos, se
necessários;

j) os eventos subseqüentes à data de encerramento do exercício ou período que tenham ou possam


vir a ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeis consolidadas;

k) o efeito da variação do percentual de participação da controladora na controlada dentro de um


mesmo exercício.

8.4.2 - Esta norma pressupõe a divulgação em conjunto, pela controladora, de suas demonstrações
contábeis e das demonstrações contábeis consolidadas. No caso de ocorrer a divulgação somente
das demonstrações consolidadas, devem ser apresentados os procedimentos adotados na
consolidação e aqueles adotados pela controladora e suas controladas.

8.5 - Esta Norma se aplica às demonstrações contábeis relativas aos exercícios iniciados a partir de
1º de janeiro de 2003.

Concentração e Extinção de Sociedades

Incorporação

É a operação pela qual uma ou mais sociedades têm seu patrimônio absorvido por outra, que lhe
sucede em todos os direitos e obrigações.

Fusão

É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma sociedade nova, que lhes
sucederá em todos os direitos e obrigações.

Cisão

É a operação pela qual a companhia transfere parcelas do seu patrimônio para uma ou mais
sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se
houver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão.

Nas operações de incorporação, fusão e cisão, realizadas entre partes independentes e vinculadas à
efetiva transferência de controle, os ativos e passivos da sociedade a ser incorporada ou decorrente
de fusão ou cisão serão contabilizados pelo seu valor de mercado.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

A incorporação, fusão ou cisão podem ser operadas entre sociedades de tipos iguais ou diferentes e
deverão ser deliberadas na forma prevista para a alteração dos respectivos estatutos ou contratos
sociais.

Nas operações em que houver criação de sociedade serão observadas as normas reguladoras da
constituição das sociedades do seu tipo.

Os sócios ou acionistas das sociedades incorporadas, fundidas ou cindidas receberão, diretamente


da companhia emissora, as ações que lhes couberem.

Se a incorporação, fusão ou cisão envolverem companhia aberta, as sociedades que a sucederem


serão também abertas, devendo obter o respectivo registro e, se for o caso, promover a admissão de
negociação das novas ações no mercado secundário, no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias,
contados da data da assembléia geral que aprovou a operação, observando as normas pertinentes
baixadas pela Comissão de Valores Mobiliários.

O descumprimento do previsto no parágrafo anterior dará ao acionista direito de retirar-se da


companhia, mediante reembolso do valor das suas ações, nos 30 (trinta) dias seguintes ao término
do prazo nele referido.

Protocolo De Intenções

As condições da incorporação, fusão ou cisão com incorporação em sociedade existente constarão


de protocolo firmado pelos órgãos de administração ou sócios das sociedades interessadas, que
incluirá:

I -o número, espécie e classe das ações que serão atribuídas em substituição dos direitos de sócios
que se extinguirão e os critérios utilizados para determinar as relações de substituição;

II -os elementos ativos e passivos que formarão cada parcela do patrimônio, no caso de cisão;
CONCENTRAÇÃO E EXTINÇÃO DE SOCIEDADES

III -os critérios de avaliação do patrimônio líquido, a data a que será referida a avaliação, e o
tratamento das variações patrimoniais posteriores;

IV -a solução a ser adotada quanto às ações ou quotas do capital de uma das sociedades possuídas
por outra;

V -o valor do capital das sociedades a serem criadas ou do aumento ou redução do capital das
sociedades que forem parte na operação;

VI -o projeto ou projetos de estatuto, ou de alterações estatutárias, que deverão ser aprovados para
efetivar a operação;

VII -todas as demais condições a que estiver sujeita a operação.

Observação: Os valores sujeitos a determinação serão indicados por estimativa.

Assembleia Geral

As operações de incorporação, fusão e cisão serão submetidas à deliberação da assembléia geral


das companhias interessadas mediante justificação, na qual serão expostos:

I -os motivos ou fins da operação, e o interesse da companhia na sua realização;

II -as ações que os acionistas preferenciais receberão e as razões para a modificação dos seus
direitos, se prevista;

III -a composição, após a operação, segundo espécies e classes das ações, do capital das
companhias que deverão emitir ações em substituição às que se deverão extinguir;

IV -o valor de reembolso das ações a que terão direito os acionistas dissidentes.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

Nomeação Dos Peritos

A assembléia geral que aprovar o protocolo da operação de incorporação, fusão ou cisão deverá
nomear os peritos que avaliarão os patrimônios das sociedades envolvidas. No caso de incorporação,
o aumento de capital da sociedade incorporadora deverá ser igualmente autorizado pela assembléia.

Matriz E Filial

Os conceitos de matriz e filial geram muitas confusões, o que acaba dificultando o entendimento da
contabilidade para cada caso. Uma organização pode adotar mais de um modelo para gerir a área
contábil da empresa, de acordo com suas características.

Esse artigo mostrará as definições essenciais para a compreensão. Comece entendendo a diferença
entre matriz e filial.

Conceitos

Uma organização pode ter filiais, sucursais, agências e outros órgãos componentes. No entanto, as
mais importantes são a matriz e a filial. Veja o conceito de cada uma.

Matriz

A matriz nada mais é do que a sede principal da empresa, o núcleo da organização. Ela é a
encarregada pela direção dos negócios. Os demais desmembramentos da empresa, como filiais e
sucursais, estão todas subordinadas à matriz.

Filial

A filial é subordinada a matriz e não possui um poder deliberativo e executivo. Ela representa e age
em nome da matriz e também pratica atos que têm validade no campo jurídico e que abrange toda a
organização.

Formas De Contabilização

Existem duas formas de contabilização: centralizada e descentraliza. Veja a diferença entre elas, e as
vantagens e desvantagens de cada uma.

Formas De Contabilização

Centralizada

A centralização acontece quando a escrituração de toda a empresa, o levantamento das


demonstrações contábeis e a apuração do resultado são feitas por uma matriz.

É possível segregar as contas das filiais no plano de contas da matriz. Dessa forma pode-se checar
dados contábeis de cada filial e apurar os seus resultados como elas fossem totalmente
independentes.

Vantagens

• As decisões são feitas por quem pensa na organização como um todo.

• Quem decide é quem está mais bem preparado e treinado.

• Redução de custos operacionais e diminuição de esforços de outros tomadores de decisão.

Desvantagens

• Muitas decisões são feitas pela cúpula, que está totalmente alheia às circunstâncias das filiais.

• Pouco contato entre os tomadores de decisão da matriz e os trabalhadores da filial.

• Mais custo para a comunicação entre filial e matriz.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

• Possibilidade de distorções e erros de comunicação entre filial e matriz.

• Contratempos quando a filial precisar apresentar registros contáveis ou passar por um processo de
fiscalização dos órgãos públicos.

Descentralizada

É aberto na estruturação da matriz centros de custos para cada filial. Dessa forma, cada
uma pode realizar seus próprios lançamentos contábeis com o objetivo de ter seus números
gerenciais para, posteriormente, incorporar na contabilidade da Matriz.

Vantagens

• As decisões são tomadas rapidamente pelo executor da ação.

• A decisão é feita por quem tem mais informação naquela circunstância.

• Possibilita um grau maior de experiência para os administradores médios.

• Os administradores médios se sentem mais úteis e motivados por participar dos processos de
decisão.

Desvantagens

• Mais tempo e dinheiro despendido em treinamento para administradores médios.

• Há o risco dos trabalhadores defenderem o seu departamento em detrimento da organização como


um todo.

• Possibilidade de desalinhamento cotidiano entre os departamentos.

• Os departamentos podem aplicar políticas e operações diferentes um das outros.

Conversão de Demonstrações Contábeis em Moedas Estrangeiras

A conversão de demonstrações contábeis em moeda estrangeira torna-se necessária quando se tem


uma demonstração cuja moeda de apresentação não seja a moeda funcional da empresa.

Esse processo de tradução é requerido, por exemplo, no caso de apresentação de demonstrações de


filiais, divisões, subsidiárias e outras investidas, que são incorporadas às demonstrações financeiras
da companhia por combinação, consolidação ou método de equivalência patrimonial.

Desta forma, uma primeira dificuldade na conversão de demonstrações está na determinação da


moeda funcional da empresa, que leva em conta fatores como influência da moeda nos preços de
venda e custos dos bens e serviços, dentre outros.

Na conversão das Demonstrações em moeda estrangeira, existem basicamente 3 principais métodos:


Taxa Corrente, Temporal e Monetário e Não-monetário.

No caso de moeda funcional em economia que não seja hiperinflacionária, para conversão da Moeda
Funcional para a Moeda de Apresentação, o método utilizado pelo IAS 21 é o de Taxa Corrente.

Este Método da Taxa Corrente tem o seguinte procedimento de cálculo e contabilização:

• Os Saldos das contas de Ativo e Passivo são convertidos pela taxa cambial da data do balanço
(fechamento);

• O Saldo Inicial do Patrimônio Líquido (PL) corresponde ao saldo apurado do Balanço Anterior;

• A Movimentação do período nas contas do PL é convertida pela taxa da data da movimentação


(histórica);

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CONTABILIDADE AVANÇADA

• As Contas de Resultado são convertidas pela taxa em vigor na data da transação, sendo aceita a
taxa média do período (média ponderada pela competência da receita/despesa).

O Ganho ou Perda na conversão é calculado por diferença, a partir dos saldos encontrados do
Balanço patrimonial, e registrado em conta específica do PL.

Contabilizações de Transações em Moeda Estrangeira

No caso de existirem na empresa transações cujos termos são determinados numa outra moeda que
não a moeda funcional da entidade, é necessário seguir a regra do IAS 21 de contabilização de
transações emmoeda estrangeira.

É o caso de exportação, importação, concessão/captação de empréstimos, que devem ser integrados


à contabilidade da empresa.

O procedimento de cálculo e contabilização é o seguinte:

• Inicialmente, no momento da transação, deve-se converter os valores pela taxa de câmbio da data
da transação;

• Nos períodos posteriores, os itens monetários são convertidos pela taxa de fechamento (do
balanço) e contabilizados na DRE receita e despesa. Já os itens não monetários são contabilizados
diretamente no PL, tendo um cálculo diferenciado dependendo do registro feito: a parcela desses
itens que são registrados ao custo histórico é convertida pela taxa histórica (data da transação); e a
registrada pelo valor justo (fair value) pela taxa da data da determinação do valor justo.

Além desses aspectos, o IAS 21 trata ainda de procedimentos adicionais, tais como contabilização de
resultado de equivalência patrimonial de investimentos em subsidiária estrangeiras e reconhecimento
da variação cambial de transações intra-grupo.

Efeitos Inflacionários Sobre O Patrimônio Das Empresas

No Brasil, a correção monetária foi extinta em 1995, já no âmbito internacional, a correção monetária
é tratada pela IAS 29, porém, somente para economias altamente inflacionárias, ou seja, com inflação
acumulada de 100% em 3 anos. Uma das grandes críticas da IAS 29 está justamente neste 100%,
qual a lógica do número? Por que deveria existir um limite quantitativo?

Um dos objetivos da correção monetária é apresentar o resultado líquido de inflação, ou seja, o


“verdadeiro” resultado contábil. Basicamente, existem dois modelos de correção monetária, a inglesa
e a integral. A correção monetária integral tem a grande vantagem de apresentar os efeitos diluídos
nas rubricas que tiveram o impacto da inflação, principalmente, despesa financeira e depreciação, ou
seja, despesas relativamente fixas em relação às receitas.

O fim da correção monetária de balanços impacta com maior intensidade nas empresas com baixa
alavancagem, o que acaba fazendo estas pagarem mais tributos sobre o lucro. Para reduzir o
impacto a Receita Federal criou os juros sobre capital próprio (JSCP), uma despesa fiscal que
societariamente é considerada distribuição de lucros. Vale salientar eventuais problemas de
entendimento por parte de investidores estrangeiros. A falta de evidenciação do efeito da inflação
gera significativo impacto na análise de balanços, contudo, podemos reduzir este efeito através de
procedimentos que reduzem, mas não eliminam a falta de inflação, principalmente dos imobilizados,
intangíveis e investimentos.

Patrimônio

Patrimônio é o conjunto de bens, direitos e obrigações vinculado a uma pessoa ou a uma entidade. É
o objeto de estudo da contabilidade.

Abrange tudo aquilo que a pessoa tem (bens e direitos) e tudo aquilo que a pessoa deve
(obrigações). Do ponto de vista contábil, são considerados apenas os bens, direitos e obrigações que
podem ser avaliados em moeda.

Os bens e direitos constituem a parte positiva do Patrimônio, chamada Ativo.

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CONTABILIDADE AVANÇADA

As obrigações representam a parte negativa do Patrimônio, chamada Passivo.

Bens

São bens tudo o que possui valor econômico e que pode ser convertido em dinheiro, sendo utilizado
na realização do objetivo principal de seu proprietário. São as coisas úteis, capazes de satisfazer as
necessidades das pessoas e das empresas. Os bens classificam-se em: Bens Móveis, Bens Imóveis,
Bens Tangíveis e Bens Intangíveis. Os bens fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).

Bens Móveis

São móveis os bens passíveis de remoção sem dano, seja por força própria ou por força alheia. Ou
seja, objetos concretos, palpáveis, físicos, que não são fixos ao solo. Ex.: dinheiro, veículos, móveis,
utensílios, máquinas, estoques, animais (que possuem movimentos próprios, semoventes), etc.

Bens Imóveis

São imóveis os bens que não podem ser retirados de seu lugar natural (solo e subsolo) sem
destruição ou dano, ou seja, aqueles que, para serem deslocados, terão de ser total ou parcialmente
destruídos (pois são fixos ao solo). Ex.: árvores, edifícios, terrenos, construções, etc.

Bens Tangíveis

Também chamados de bens corpóreos e bens materiais, são tangíveis os bens que constituem uma
forma física, bens concretos, que podem ser tocados. Ex.: veículos, terrenos, dinheiro, móveis e
utensílios, estoques, etc.

Bens Intangíveis

Também chamados de bens incorpóreos e bens imateriais, são intangíveis os bens que não
constituem uma realidade física e que não podem ser tocados. Ex.: nome comercial (marca), patente
de invenção, ponto comercial, o domínio de internet, etc.

Direitos

São os recursos que a empresa tem a receber e que gerarão benefícios presentes ou futuros. É o
poder de exigir alguma coisa. Pode ser, por exemplo, o valor que uma empresa receberá decorrente
de uma venda a prazo. O comprador já levou a mercadoria, porém ainda não pagou, então a
empresa tem o direito de receber o valor correspondente. Fazem parte do ATIVO (patrimônio bruto).

Exemplos de direitos: duplicatas a receber, salários a receber, aluguéis a receber, contas a receber,
títulos a receber, etc.

Obrigações

São dívidas, valores a serem pagos a terceiros (empresa ou pessoa física). Fazem parte
do PASSIVO.

Quando se compra um bem a prazo, ele integra-se ao patrimônio a partir do momento que o
fornecedor o entrega. Como foi uma venda a prazo, a empresa passa a ter uma obrigação com o
fornecedor, representada por uma conta a pagar equivalente ao preço do bem. Assim como aumenta
de um lado o Ativo (bem) da empresa, de outro lado aumenta o Passivo (obrigação) da empresa.

Exemplos de Obrigações: salários a pagar, aluguéis a pagar, contas a pagar, Fornecedores ou


Duplicatas a pagar (referente a compra de mercadorias a prazo), impostos a pagar (ou impostos a
recolher), etc.

Patrimônio Líquido (PL)

A Situação Patrimonial Líquida também faz parte do PASSIVO (obrigações), mas contém uma
natureza especial, onde também fazem parte das obrigações os direitos dos acionistas, sócios ou
titular da empresa individual em relação ao patrimônio da pessoa jurídica.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Terminologia em Custo Industriais

CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Antes de mencionarmos algumas classificações de Custos, é necessário um bom entendimento


técnico e não empírico de Preço, Receita, Gasto, Desembolso, Investimento e Despesa:

· PREÇO – É o valor estabelecido pelo vendedor para efetuar a transferência da propriedade de um


bem. É o valor do custo somado com o lucro ou o valor custo menos o prejuízo. O valor na transação
de uma unidade de um bem é chamado preço unitário de venda ou simplesmente preço
de vendapara o vendedor e custo unitário para o comprador

· RECEITA - É o valor do preço unitário multiplicado pela quantidade vendida.

¨ GASTO - É o valor pago ou assumido para se obter a propriedade de um bem, incluindo ou não a
elaboração e comercialização, considerando as diversas quantidades adquiridas, ou elaboradas ou
comercializadas.

Desembolso à vista ou a prazo para obtenção de bens ou serviços, independentemente da sua


destinação dentro da empresa. (OSNI MOURA RIBEIRO)

¨ DESEMBOLSO - É o pagamento de parte ou do total adquirido, ou elaborado ou comercializado, ou


seja, a parcela ou o todo do gasto que foi pago.

Entrega de numerários antes, no momento ou depois da ocorrência do gasto. (OSNI MOURA


RIBEIRO)

¨ INVESTIMENTO - É o gasto com bens ou serviços que alocados no ativo geram receitas próprias.

Compreendem, geralmente, os gastos com a obtenção de bens de uso da empresa. (OSNI MOURA
RIBEIRO)

¨ DESPESA - São valores consumidos direta ou indiretamente, visando à obtenção de receita.

Compreende os gastos decorrentes do consumo de bens e da utilização de serviços das áreas


administrativa, comercial e financeira, que direta ou indiretamente visam a obtenção de receitas.
(OSNI MOURA RIBEIRO)

¨ DESPESA - É a parcela ou a totalidade do custo que integra a produção vendida.

¨ CUSTOS - São valores aplicados na produção de bens ou serviços.

Compreende os gastos com a obtenção de bens e serviços aplicados na produção. (OSNI MOURA
RIBEIRO).

Ø É a parcela do gasto aplicado na produção (o restante do gasto será despesa)

Ø É o valor aceito pelo comprador para adquirir um bem ( neste caso custo = gasto total)

Ø É a soma de todos os valores agregados ao bem desde a sua aquisição até a sua comercialização.
(a aquisição do bem também pode ser considerado como custo numa empresa comercial ).

A nomenclatura utilizada por Elizeu Martins é a seguinte, em contabilidade de custos:

Gasto: compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade
(desembolso), sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos
(normalmente dinheiro). Só existe gasto no ato da passagem para propriedade da empresa do bem
ou serviço, ou seja, no momento em que existe o reconhecimento contábil da dívida assumida ou da
redução do ativo dado em pagamento. Não se inclui, neste caso o custo de oportunidade ou os juros
sobre o capital próprio, uma vez que estes não implicam a entrega de ativos.

Desembolso: pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Investimento: gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a períodos
futuros.

Custo: gasto relativo a bem utilizado na produção de outros bens.

Despesa: bem consumido direta ou indiretamente para obtenção de receitas. São itens que reduzem
o Patrimônio Líquido e que têm essa característica de representar sacrifícios no processo de
obtenção de receitas.

Perda: bem consumido de forma anormal e involuntária. São itens que vão diretamente a conta de
resultado, mas não representam sacrifícios normais ou derivados de forma voluntária das atividades
destinadas à receita.

Embora essa terminologia tenha sido criado para a indústria, muitas empresas de serviços a tem
utilizado devido à similaridade das situações. A generalização dessa terminologia se deve à idéia de
que as prestadoras de serviço produzem utilidades e, deste modo, possuem custos. São custos que
se transformam imediatamente em despesas, sem que haja a fase de estocagem, como no caso da
indústria de bens.

A palavra custo também significa o preço original de aquisição de qualquer bem ou serviço. Porém,
em se tratando de Contabilidade de Custos, custo se refere apenas aos bens/serviços utilizados na
produção de outros bens ou serviços afim de se obter receita.

Deste modo, a partir dos conceitos explicitados anteriormente, só será utilizado o termo custo para o
gasto relativo a consumo na produção. Gastos destinados às fases de administração, esforço de
vendas e financiamento serão denominados despesas

Custo e despesa não são sinônimos. A utilização de uma terminologia homogênea simplifica o
entendimento e a comunicação. Como exposto acima, custo se refere a sacrifício na produção, salvo
quando expressamente alertada a modificação da terminologia utilizada.

Classificar os eventos a seguir em (I) Investimento, Custo (C), Despesa (D) ou Perda (P):

( ) Compra de matéria-prima.

( ) Consumo de energia.

( ) Utilização de mão-de-obra.

( ) Consumo de combustível.

( ) Gastos com pessoal do faturamento.

( ) Aquisição de máquinas.

( ) Pagamento de honorários da administração.

( ) Depreciação do prédio da empresa.

( ) Utilização de matéria-prima.

( ) Aquisição de embalagens.

( ) Deterioração do estoque de matéria-prima devido à enchente.

( ) Remuneração do tempo do pessoal em greve.

( ) Geração de sucata no processo produtivo.

( ) Gasto com desenvolvimento de novos produtos ou processos.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Respostas:

I, C/D, C, C/D, D, I, D, C/D, C, I, P, P, C, D.

A legislação fiscal por ter que ser mais abrangente define Custos como gastos ligados à
produção e Despesas como gastos não ligados a produção.

Donde conclui-se: GASTOS Custos (se ligados à produção) será despesa quando integrar produto
vendido

Despesas (se não ligados à produção).

Perdas, Sucatas, Subprodutos e Co-Produtos

As Perdas Normais são inerentes ao próprio processo de produção; são previsíveis e já fazem parte
da expectativa da empresa, constituindo-se num sacrifício que ela sabe que precisa suportar para
obter o produto.

As Perdas Anormais ocorrem de forma involuntária e não representam sacrifício premeditado, como
é o caso de danificações extraordinárias de materiais por obsoletismo, degeneração, incêndio,
desabamento etc.(MARTINS, 2006)

As Perdas Normais compõem os custos do produto elaborado. O custo do material perdido será
agregado ao custo dos produtos fabricados ou dos serviços prestados.

As Perdas Anormais são reconhecidas como Perdas do período, sendo lançadas diretamente para
Resultado, sem fazer parte dos produtos; só deixam de ser assim tratadas se forem de um valor em
reais imaterial, e, devido a essa sua irrelevância, em nada afetariam a avaliação dos estoques ou do
rédito do exercício.

Os Co-produtos são os próprios produtos principais, só que assim chamados porque nascidos de
uma mesma matéria-prima. São os que substancialmente respondem pelo faturamento da empresa.
(Produção Conjunta) (MARTINS, 2006)

Subprodutos são aqueles itens que, nascendo de forma normal durante o processo de produção,
possuem mercado de venda relativamente estável, tanto no que diz respeito à existência de
compradores como quanto ao preço.

São itens que têm comercialização tão normal quanto os produtos da empresa, mas que representam
porção ínfima do faturamento total. (MARTINS, 2006)

Nenhum custo é atribuído aos subprodutos. A receita auferida com a venda deles é considerada
redução dos custos de produção do período em surgiram. Esse estoque fica avaliado, portanto, ao
preço de venda e não pelo custo; esse método é aceito considerando a irrelevância do próprio valor

Se existirem despesas para que esse material possa ser vendido, é preciso que a empresa reduza
esse valor dos custos e apresente os estoques pelo valor líquido de realização desses subprodutos.

Sucatas são aqueles itens cuja venda é esporádica e realizada por valor não previsível na data em
que surgem na produção. Por isso, não só não recebem custos como também não têm sua eventual
receita considerada como diminuição dos custos de produção. Mesmo que existam em quantidades
razoáveis na empresa, não aparecem como estoque na Contabilidade. Quando ocorrer sua venda,
têm sua receita considerada como Outras Receitas Operacionais. (MARTINS, 2006)

1 - Quanto à APURAÇÃO – possibilidade ou não de alocação de cada custo diretamente a cada tipo
diferente de produto

q Custos DIRETOS – Compreendem os gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de
fabricação aplicados diretamente no produto, isto é, aquele que pode ser diretamente apropriado a
cada tipo de bem ou órgão, no momento da sua ocorrência.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Esses custos são assim denominados porque seus valores e quantidades em relação ao produto são
de fácil identificação. Assim, todos os gastos que recaem diretamente na fabricação do produto são
considerados Custos Diretos.

Tomemos, por exemplo, uma indústria de móveis de madeira que fabrica vários produtos. Para
fabricar uma mesa, essa indústria tem como Custos Diretos:

q Matéria prima: madeira

· Materiais Secundários: dobradiças, pregos, colas, verniz e lixa (desde que as quantidades sejam
facilmente identificadas em relação ao produto e os valores compensem os cálculos a serem
efetuados para essa classificação; caso contrário, deverão ser considerados como Custos Indiretos).

· Mão de Obra: salários e encargos do pessoal que trabalha diretamente na produção.

q Custos INDIRETOS: Compreendem os gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de
fabricação aplicados indiretamente no produto.

Esses gastos são assim denominados por ser impossível uma segura identificação de seus valores e
quantidades em relação ao produto.

A classificação dos gastos como Custos Indiretos é dada tanto àqueles que impossibilitam uma
segura e objetiva identificação com o produto como também àqueles que, mesmo integrando o
produto (como ocorre com certos materiais secundários), pelo pequeno valor que representam em
relação ao custo total, não compensam a realização dos cálculos pra considerá-los como Custo
Direto.

A dificuldade de identificação desses gastos em relação ao produto ocorre porque os referidos gastos
são utilizados na fabricação de vários produtos ao mesmo tempo.

Tecnicamente, a distribuição proporcional que se faz para atribuir a este ou àquele produto o valor
dos Custos Indiretos de Fabricação denomina-se rateio. Conforme dissemos, para se efetuar o rateio
(distribuição), há necessidade de se adotar algum critério, seja ele estimado ou arbitrado. Esse
critério é denominado base de rateio.

Os elementos que entram em maior composição no custo indireto são os gastos gerais de fabricação,
os quais, conforme dissemos, não recaem diretamente na fabricação do produto, e por isso não
permitem uma segura atribuição dos seus valores diretamente ao produto.

Os gastos com materiais, mão de obra e gastos gerais de fabricação poderão ser classificados como
custos diretos ou como custos indiretos. Serão considerados como custos diretos quando suas
quantidades e seus valores forem facilmente identificáveis em relação ao produto e como custos
indiretos quando for impossível a sua identificação com o produto.

Dessa forma, podemos afirmar que na determinação dos gastos como custo direto ou indireto de
fabricação cada caso precisa ser estudado isoladamente. Geralmente, a matéria prima, o material de
embalagem e a mão de obra do pessoal da fábrica são facilmente identificáveis em relação ao
produto, motivo pelo qual são comumente classificados como custos diretos; por outro lado,
geralmente os materiais secundários, parte da mão de obra (chefia e supervisão) e os gastos gerais
de fabricação são de difícil identificação em relação ao produto, motivo pelo qual são classificados
como custos indiretos de fabricação.

Se a empresa fabricar apenas um produto, é evidente que todos os gastos atribuídos à produção de
um determinado período serão apropriado a esse produto, sem maiores complicações. Nesse caso, a
soma dos custos totais da produção de um mês refere-se exclusivamente ao único produto fabricado
no referido mês.

Fórmula: CT = CD + CI

2 - Quanto à FORMAÇÃO

Com relação ao volume de produção do período, os custos podem ser Fixos ou Variáveis.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

q Custos Fixos são aqueles que independem do volume de produção do período, isto é, qualquer
que seja a quantidade produzida, esses custos não se alteram.

Assim, tanto faz a empresa produzir uma ou dez unidades de um ou mais produtos em um mês, por
exemplo, pois os Custos Fixos serão os mesmos nesse mês. Exemplo: aluguel da fábrica,
depreciação das máquinas, salários e encargos da supervisão da fábrica etc.

Os custos fixos estão relacionados com os custos indiretos de fabricação. Por não guardarem
proporção com as quantidades dos produtos fabricados.

q Custos Variáveis: São aqueles que variam em função das quantidades produzidas, como ocorre,
por exemplo, com a matéria prima.

Se na fabricação de uma mesa de madeira são gastos 5 metros de madeira, para se fabricarem 10
mesas serão precisos 50 metros de madeira, Quanto maior for a quantidade fabricada, maior será o
consumo de matéria prima.

Os Custos Variáveis têm relação direta com os custos Diretos de Fabricação.

O custo variável apresenta-se subdividido em progressivo, constante e regressivo.

O progressivo é o custo variável cuja variação ocorre em proporções maiores que a variação do
volume de atividade. Se cresce o volume produzido, o custo cresce proporcionalmente mais; se
diminui o volume produzido, o custo diminui proporcionalmente mais.

O constante é o custo variável cuja variação ocorre na mesma proporção da variação do volume de
atividade. Se cresce o volume produzido, o custo cresce na mesma proporção; se diminui o volume
produzido, o custo diminui na mesma proporção.

O regressivo é o custo variável cuja variação é proporcionalmente menor em relação à variação do


volume de atividade. Se cresce o volume produzido, o custo cresce em proporções menores; se
diminui o volume produzido, o custo diminui proporcionalmente menos.

Custos Semifixos: São os custos fixos que possuem uma parcela variável. Exemplo: energia
elétrica. A parcela fixa da energia elétrica é aquela que independe da produção do período, a qual é
definida geralmente me função do potencial do consumo instalado; a parte variável é aquela aplicada
diretamente na produção, variando de acordo do com o volume produzido. Isso, evidentemente, só
ocorre quando é possível medir a parte variável.

Custos Semivariável: São os custos variáveis que possuem uma parcela fixa. Como exemplo, a
mão de obra aplicada diretamente na produção é variável em função das quantidades produzidas, ao
passo que a mão de obra da supervisão da fábrica independe do volume produzido, por isso é fixa.

Ø CUSTO FIXO – independe do volume produzido ex: aluguéis, depreciações

Ø CUSTOS VARIÁVEIS – variam em função da quantidade produzida, podem ser: progressivos,


constantes e regressivos.

Ø CUSTOS MISTOS – parte fixa mais parte variável, também chamado de custos semi-fixos ou semi-
variáveis.

· Custos Semi-fixos: são os Custos Fixos que possuem uma parcela variável. Exemplo: a energia
elétrica. A parcela fixa da energia elétrica é aquela que independe da produção do período, a qual é
definida geralmente em função do potencial do consumo instalado; a parte variável é aquela aplicada
diretamente na produção, variando de acordo com o volume produzido. Isso, evidentemente, só
ocorre quando é possível medir a parte variável.

· Custos Semi-variáveis: são os Custos Variáveis que possuem uma parcela fixa. Como exemplo, a
mão-de-obra aplicada diretamente na produção é variável em função das quantidades produzidas, ao
passo que a mão-de-obra da supervisão da fábrica independe do volume produzido, por isso é fixa.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Ex: Aluguel de máquina de fotocópias e uma caldeira numa usina de energia a vapor.

Ø Fórmula: CT = CF + CV

SEPARAÇÃO DAS PARCELAS FIXA E VARIÁVEL DO CUSTO MISTO

VOLUME DE CUSTO
PERÍODO
ATIVIDADE MISTO

1º 1.000 UNIDADES 50.000

2º 1.150 UNIDADES 54.500

VARIAÇÃO 150 UNIDADES 4.500

Dividindo-se a variação do custo pela variação, obtém-se o custo variável unitário, que no exemplo é
$ 30/unidade. Este multiplicado pelo volume da atividade dá a parcela total de custo variável contido
no custo misto, que, subtraída do custo misto, indica a parcela total fixa. Segue a demonstração dos
cálculos:

$ 4.500 ÷150 unidades = $ 30 por unidade

$ 30 × 1.000 unidades = $ 30.000 (parcela variável total do custo misto)

$ 50.000 – $ 30.000 = $ 20.000 (parcela fixa total do custo misto)

Uma vez que no custo isto se falou em custo variável unitário, deve-se ressaltar que, apesar de ter-
se tratado até agora dos custos totais, os custos mais importantes são os unitários, que são sempre o
resultado da divisão dos custos totais pelo volume de atividade (quantidade). Assim, têm-se as
fórmulas:

§ Cm = CT ÷ Q, Logo CT = Cm × Q

§ Cf = CF ÷ Q, Logo CF = Cf × Q

§ Cv = CV ÷ Q, Logo CV = Cv × Q

§ Cm = Cf + Cv

O custo fixo e o custo variável têm conceito antagônicos em se tratando de custo totais e de custos
unitários. Numa situação è constante e na outra varia, e vice versa; pode ser visualizado da seguinte
forma:

COMORTAMENTO EM
ESPÉCIE DE
RELAÇÃO À VARIAÇÃO DO
CUSTO
VOLUME DA PRODUÇÃO

FIXO TOTAL NÃO VARIA

FIXO UNITÁRIO VARIA INVERSAMENTE

VARIÁVEL TOTAL VARIA PROPORCIONALMENTE

VARIÁVEL
NÃO VARIA
UNITÁRIO

3 - Quanto à OCORRÊNCIA – estágios de produção em que os custos podem ser determinados:

¨ CUSTO BÁSICO = MATÉRIA-PRIMA DIRETA

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

¨ CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO = MOD + CIF

¨ CUSTO DIRETO OU PRIMÁRIO = MD + MOD

¨ CUSTO INDIRETO = TODOS OS DEMAIS CUSTOS DE PRODUÇÃO QUE NÃO SÃO DIRETOS

¨ CUSTO FABRIL = CUSTO BÁSICO + CUSTO DE TRANSFORMAÇÃO OU MAT DIR + MOD+ CIF

¨ CUSTO DOS PRODUTOS FABRICADOS = ESTOQUE INCIAL DE PRODUTOS EM


ELABORAÇÃO+ CUSTO FABRIL – ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS EM ELABORAÇÃO

¨ CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS = ESTOQUE INICIAL DE PRODUTOS


ACABADOS +CUSTOS DOS PRODUTOS ACABADOS – ESTOQUE FINAL DE PRODUTOS
ACABADOS

Você poderá encontrar, ainda, outras nomenclaturas de custos. Veja algumas delas com seus
significados. (OSNI MOURA RIBEIRO) custo das matérias primas disponíveis = estoque inicial de
matéria prima + compras de matérias-primas.

CUSTO PRIMÁRIO = Compreende os gastos com Matéria Prima mais os gastos com Mão de
Obra Direta. O custo primário não é mesmo que custo direto, pois no custo primário não são
considerados os materiais secundários e os materiais de embalagem, ainda que diretamente
aplicados no produto.

custo de produção do período mesmo que custo fabril custo de produção = custo de produção do
período + estoque inicial de produtos em elaboração custo dos produtos disponíveis para venda =
custo da produção acabada no período + estoque inicial de produtos acabados

Dados extraídos da Contabilidade de Custos da Indústria Pacífico Ltda., em junho de 2009:

• Inventário inicial de matéria-prima R$ 7.500,00

• Compra de matéria-prima a prazo R$ 43.200,00

• Mão de obra direta apontada R$ 25.500,00

• Mão de obra indireta R$ 35.000,00

• Luz e força da Fábrica R$ 10.500,00

• Materiais diversos da Fábrica R$ 2.550,00

• Seguro da Fábrica R$ 1.850,00

• Depreciação das máquinas R$ 12.650,00

• Inventário inicial de produtos em processo R$ 8.450,00

• Inventário inicial de produtos acabados R$ 7.200,00

• Inventário final de matéria-prima R$ 8.300,00

Sabendo-se que os demais inventários tiveram saldo nulo e considerando-se apenas as informações
acima, o valor do custo da produção (custo fabril) do período foi, em reais, de

(A) 146.100,00

(B) 138.900,00

(C) 138.750,00

(D) 137.650,00

(E) 130.450,00

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Estoque inicial de matéria prima 7.500,00

+ compras líquidas 43.200,00

(-) estoque final de matéria prima 8.300,00

= consumo da matéria prima direta 42.400,00

(+) mão de obra direta 25.500,00

= custo primário 67.900,00

+ outro custo diretos zero

= custo direto 67.900,00

+ Custo indireto de fabricação 62.550,00


(35.000+10.500+2.550+1.850+12.650)

= custo da produção do período (custo fabril) 130.450,00

+estoque inicial de produtos em processo 8.450,00

(-) estoque final de produtos em processo Zero

= custo do produto acabado 138.900

+ estoque inicial de produtos acabados ‘7.200,00

(-) estoque final de produtos acabados Zero

= custo dos produtos vendidos 146.100

TERMINOLOGIA CONTÁBIL BÁSICA

Para que os profissionais da área contábil possam se comunicar é essencial que desde o inicio, ainda
como estudante, adote o hábito de utilizar os termos e terminologias corretas.

Muitas vezes o uso de termos incorretos geram desentendimento, desconforto e perda de tempo,
então pratique o uso correto das terminologias com os amigos e profissionais da área.

Terminologias em custos industriais

Custos ou Despesas ?

Despesas ou Gastos?

Gastos ou Custos?

Essas são algumas das dúvidas que surgem no momento em que estudamos ou somos avaliados por
testes em empresas.

1. Gasto – Compra de um produto ou serviço qualquer, que gera sacrifício financeiro para a entidade,
sacrifício esse representado por entrega ou promessa de entrega de ativos.

Trata-se de um conceito amplo que se aplica a todos os bens e serviços adquiridos, onde podemos
ter Gastos com a compra de matérias primas, Gastos com mão-de-obra, tanto na produção como na
distribuição.

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Só existe gasto no ato da passagem para propriedade da empresa do bem ou serviço, isso quer
dizer que no momento do reconhecimento contábil da dívida assumida ou da redução do ativo dado
em pagamento.

2. Desembolso – Pagamento resultante da aquisição do bem ou serviço.

Pode ocorrer antes, durante ou após a entrada da utilidade comprada, portanto defasada ou não no
momento do gasto.

3. Investimento – Gasto ativado em função de sua vida útil ou de benefícios atribuídos a futuros
períodos.

Todos os sacrifícios para aquisição de bens ou serviços (gastos), que são “estocados” no Ativo da
empresa para baixa ou amortização de venda, consumo, desaparecimento ou desvalorização, são
especificamente chamados de investimentos.

4. Custo – Gasto relativo ao bem ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços.

5. Despesa – Bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para obtenção de receitas.

6. Perda – Bem ou serviço consumidos de forma anormal e involuntária.

Não confunda com despesa (muito menos com o custo) , exatamente por sua característica de
anormalidade e involuntariedade; não é um sacrifício feito com a intenção de obtenção de receita.
Exemplos comuns: perdas com incêndios, obsoletismo de estoques, entre outros.

Contabilidade de Custos: O que é e como Fazer

O que é

A contabilidade de custos é a área da contabilidade que trata dos gastos ocorridos na produção de
bens ou serviços. De uma forma mais técnica, podemos defini-la como o registro contábil das
operações de produção da empresa, através das contas de custeio, que pode ser dividida em:

• Contabilidade de Custos de Serviços – gastos ocorridos na prestação de serviços

• Contabilidade de Custos Industriais – gastos ocorridos na produção de produtos

Seu principal objetivo é na apuração dos custos dos produtos e/ou serviços vendidos e deve ser uma
ferramenta de apoio à tomada de decisão, em especial na formação do preço de venda da empresa.

Contabilidade

Ela se encontra dentro de um escopo maior de estudo da Contabilidade Geral, que é a ciência que
utiliza uma série de técnicas e cálculos para manter um controle do patrimônio de uma empresa.
Independentemente se você sabe como fazer ou não, precisa apresentar detalhes da evolução
patrimonial e financeira da sua empresa ao longo dos anos. Normalmente esse cálculo e
demonstrativo é feito pelo seu contador, mas não faz mal algum entender e ficar por dentro do
assunto.

Tipos de Custos

Basicamente existem dois tipos de custos, o direto e o indireto:

• Custos Diretos – estão objetivamente ligados a produção de um produto ou prestação de um


serviço

Exemplo: Em uma fábrica de cervejas as garrafas, tampas, rótulos e líquido são custos diretos, pois a
cada cerveja produzida, se tem um gasto a mais com esses itens

• Custos Indiretos – são custos que não são identificados diretamente em produtos e serviços

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

Exemplo: Os gastos com a equipe financeira, de marketing e gestores dentro dessa mesma indústria
seriam considerados custos indiretos

No caso dos custos indiretos, em alguns casos vai ser importante realizar critérios de rateio entre os
produtos para que eles sejam devidamente alocados.

PS – os custos diretos e indiretos, por vezes também podem ser chamados de custos fixos e
variáveis.

Principais Métodos de Custeio

Digo isso, porque são justamente os métodos de custeio que vão te permitir entender como dividir os
custos do seu negócio entre os produtos:

• Custeio por Absorção – Como o próprio nome já diz, nesse método todos os custos ligados à
fabricação do produto ou prestação do serviço são absorvidos, independentemente de ser um custo
direto ou indireto. Assim, os gastos são distribuídos (rateados) para todos os produtos ou serviços.

• Custeio Direto ou Variável – Nesse caso, apenas os custos variáveis de produção do período
são considerados. Os custos fixos (relativos à produção), pelo fato de existirem mesmo sem existir o
desenvolvimento de produtos ou serviços. Resumindo, esse custeio separa os custos em variáveis e
fixos. (obs – ele não é aceito em demonstrativos externos por ferir um dos princípios contábeis aceito
no Brasil)

• Custeio baseado em Atividades (ABC – Activity Based Cost) – Esse método utiliza o critério
de atividades que foram realizadas e geraram algum tipo de custo para fazer a alocação de custos
entre produtos desenvolvidos ou serviços prestados.

No final das contas, o método de custeio que fizer mais sentido para a sua empresa deve ser utilizado
e, dependendo do seu negócio, pode nem fazer sentido usar um método de custeio específico. Agora
vamos ver um passo a passo de como aplicar a contabilidade de custos no dia a dia da sua empresa.

Como fazer contabilidade de custos

• Passo 1 – Liste todos os custos e despesas que existem na sua empresa

• Passo 2 – Separe os custos diretos relativos a cada produto

• Passo 3 – Compare o custo direto desse produto com o preço de venda aplicado

Se o custo direto for maior esse produto não tem margem de contribuição, ou seja, não vai contribuir
para pagar os custos indiretos (também chamados de fixos)

Se o preço de venda for maior que o custo direto, passe para o próximo passo

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TERMINOLOGIA EM CUSTO INDUSTRIAIS

• Passo 4 – Faça o rateio dos custos indiretos (fixos) entre os produtos

Existem algumas maneiras de se fazer esse custeio. Abordamos algumas delas mais acima, nesse
mesmo artigo. Se você não tiver dados que propiciem uma divisão “justa”, uma forma simples que já
pode te dar uma noção é fazendo a porcentagem de vendas de cada produto e fazendo uma divisão
balanceada dos custos entre eles

• Passo 5 – Encontre o ponto de equilíbrio de cada produto

Com o rateio feito e a margem de contribuição entendida, você consegue identificar quantas unidades
precisariam ser vendidas de cada produto ou serviço para empatar receitas e despesas. Se só tiver
um produto, o cálculo do ponto de equilíbrio fica mais fácil de se fazer.

• Passo 6 – Baseado nos 5 passos anteriores, trabalhe a melhor formação de preço de venda para
o seu negócio e refaça os passos se for necessário.

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

Custo para Avaliação de Estoques

Avaliação dos estoques

Não basta apenas manter um controle e planejamento dos estoques em termos de quantidade. O
estoque de qualquer empresa deve ser avaliado, também, em termos de preço.

Métodos de Avaliação dos Estoques

Os métodos mais comuns são:

• Custo médio;

• Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS);

• Último a entrar, primeiro a sair (UEPS).

Custo Médio

Este método, também chamado de método da média ponderada ou média móvel, baseia-se na
aplicação dos custos médios em lugar dos custos efetivos. O método de avaliação do estoque ao
custo médio é aceito pelo Fisco e usado amplamente.

Para ilustrar numericamente, suponha-se que uma empresa, no início do mês de outubro, possua um
estoque (inicial) de 20 unidades de certa mercadoria avaliada a R$ 20 cada uma, ou seja, um total de
R$ 400 de Estoque Inicial. A movimentação dessa empresa no período foi:

Data Operação

5 de outubro Compra de 30 unidades a 30,00 cada

11 de outubro Venda de 10 unidades

17 de outubro Venda de 20 unidades

23 de outubro Compra de 30 unidades a 35,00

29 de outubro Venda de 10 unidades

Suponha as seguintes informações:

• As 10 unidades vendidas dia 11/outubro saíram do lote comprado dia 5/outubro;

• As 20 unidades vendidas dia 17/outubro saíram do estoque inicial.

As 20 unidades vendidas dia 29/outubro saíram do lote comprado dia 23/outubro.

Primeiro a entrar, primeiro a sair (PEPS)

Com base nesse critério, dá-se saída no custo da seguinte maneira: o primeiro que entra é o primeiro
que sai (PEPS). À medida que ocorrem as vendas, vamos dando baixas no estoque a partir das
primeiras compras, o que equivaleria ao raciocínio de que vendemos/compramos primeiro as
primeiras unidades compradas/produzidas, ou seja, a primeira unidade a entrar no estoque é a
primeira a ser utilizada no processo de produção o ou a ser vendida.

Dentro desse procedimento, o estoque é representado pelos mais recentes preços pagos
apresentando, dessa forma, uma relação bastante significativa com o custo de reposição.
Obviamente, com a adoção desse método, o efeito da flutuação dos preços sobre os resultados é
significativo, as saídas são confrontadas com os custos mais antigos, sendo esta uma das principais
razões pelas quais alguns contadores mostram-se contrários a esse método.

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

As vantagens do método são:

• Os itens usados são retirados do estoque e a baixa é dada nos controles de maneira lógica e
sistemática;

• O resultado obtido espelha o custo real dos itens específicos usados nas saídas;

O movimento estabelecido para os materiais, de forma contínua e ordenada, representa uma


condição necessária para o perfeito controle dos materiais, especialmente quando estes estão
sujeitos a deterioração, decomposição, mudança de qualidade, etc.

Último a entrar, primeiro a sair (UEPS)

O UEPS (último a entrar, primeiro a sair) é um método de avaliar estoque muito discutido. O custo do
estoque é determinado como se as unidades mais recentes adicionadas ao estoque (últimas a entrar)
fossem as primeiras unidades vendidas (saídas) (primeiro a sair). Supõe-se, portanto, que o estoque
final consiste nas unidades mais antigas e é avaliado ao custo destas unidades.

Segue-se que, de acordo com o método UEPS, o custo dos itens vendidos/saídos tende a refletir o
custo dos itens mais recentemente comprados (comprados ou produzidos, e assim, os preços mais
recentes). Também permite reduzir os lucros líquidos relatados por uma importância que, se colocada
à disposição dos acionistas, poderia prejudicar as operações futuras da empresa.

O Método UEPS não é aceito pela legislação fiscal como o método de valorização dos estoques, já
que tende à apuração de um lucro inferior àquele apurado, adotando-se os critérios de preço médio e
PEPS.

Comparando o método PEPS com o UEPS, verificamos que este diminui a margem de lucro bruto da
empresa, enquanto o PEPS acarreta um aumento. A razão é que, pelo sistema PEPS, os materiais
são sucessivamente baixados pelos custos mais antigos, ficando o saldo final, do exercício,
valorizado pelos preços mais recentes.

O método UEPS deixa o estoque final valorizado pelos custos mais antigos e, consequentemente,
mais baixos, em virtude de os lançamentos de saída serem registrados com base nos preços mais
recentes. Logo, o valor de custo das mercadorias vendidas, no sistema PEPS, será menor que o
produzido pelo método UEPS, além de lucros maiores.

De acordo com o art. 292 do RIR/1999, a pessoa jurídica deverá promover o levantamento e
avaliação dos seus estoques ao final de cada período-base de apuração do imposto.

O valor dos bens existentes no encerramento do período-base poderá ser o custo médio ou dos bens
adquiridos ou produzidos mais recentemente (PEPS). Admite-se a avaliação com base no preço de
venda subtraída a margem de lucro (RIR/1999, art. 295).

AVALIAÇÃO DE ESTOQUES A VALORES DE ENTRADA E DE SAÍDA

1 - INTRODUÇÃO
A elaboração deste trabalho surgiu em virtude das diversas alternativas encontradas para avaliar os
estoques das organizações. O estoque é um item específico do ativo que envolve problemas de
avaliação, controle e administração. Dentre esses nos propusemos a analisar os que concernem à
avaliação, mais especificamente a que normalmente é feita a valores de entrada e de saída.

Nos estoques encontram-se itens de natureza material ou tangível: mercadorias destinadas à venda,
no caso das empresas comerciais; matérias-primas e demais insumos indispensáveis à elaboração
dos produtos, nas indústrias; e os materiais necessários à prestação de serviços, nas empresas
prestadoras de serviços.

Ao vender mercadorias, qualquer entidade deve baixar dos estoques o custo do item vendido,
transferindo-o para o resultado no final de cada período contábil. Geralmente, para determinar o custo
de cada item em estoque utiliza-se um dos seguintes métodos: a) custo específico; b) primeiro a

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

entrar, primeiro a sair; c) último a entrar, primeiro a sair; d) custo médio mensal; e) custo médio
ponderado móvel e f) preço de venda a varejo.

Esses métodos serão considerados para atribuir custos às unidades em estoques porém, para avaliar
estoques deveremos utilizar os valores de entrada e de saída.

As principais alternativas de avaliação a valores de entrada são custo histórico, custo histórico
corrigido, custo corrente, custo corrente corrigido, custo futuro de reposição.

No que se refere aos valores de saída, Iudícibus (1993a; 181p) apresenta três tipos principais de
avaliação a valores de saídas para estoques: recebimentos descontados de caixa, preços correntes
de venda e valores realizáveis líquidos”.

1.1 - Situação-problema
Os nossos questionamentos decorrem da ausência de clareza teórica no que se refere à avaliação de
estoques. Qual seria a metodologia utilizada para avaliar os estoques? Seria o PEPS, UEPS, a média
ponderada móvel, média ponderada fixa, preço de venda a varejo, preço específico unitário ou os
valores de entrada e os de saída.

Frequentemente encontramos afirmações de que a contabilidade deve ser avaliada a valor presente.
Para melhor dirimirmos estas dúvidas analisaremos as vária metodologias de avaliação de ativos a
fim de encontrarmos respostas mesmo no âmbito teórico para melhor esclarecimento destas
questões.

Estamos denominando por problema nesta pesquisa a avaliação dos estoques. Este problema
apresenta diversos aspectos, entre os quais podemos citar: a

mensuração dos recursos que esperamos receber pela venda dos produtos; correlacionar a receita
com as despesas no processo de determinação do resultado, o que poderia levar a preferência pela
escolha de uma alternativa de valores de entrada ou de saída; a determinação do valor de cada item
estocado.

É de se concordar com Iudícibus et alii (1993a; 142p) quando afirmam que “um dos aspectos mais
complexos em Contabilidade prende-se à apuração e determinação dos custos dos estoques, não só
por ser um ativo significativo, mas também pelo fato de que sua determinação por outro valor tem
reflexo direto na apuração do resultado do exercício e, ainda, em face da grande quantidade de itens
que normalmente compõem os estoques, cuja movimentação de entradas e saídas é constante”.

É comum uma entidade dispor de unidades de um mesmo produto, com as mesmas características
(em termos de qualidade e quantidade), adquiridos em datas distintas, com preços unitários
diferentes. Mesmo sem inflação pode haver alterações de preços em virtude da escassez de bens.
Que valor deve ser atribuído a cada unidade em estoque? A determinação do valor dos estoques tem
reflexo no ativo, na determinação do resultado do período e, por conseguinte, no patrimônio líquido.

Além dos problemas supramencionados encontramos limitações na Lei nº 6.404/76 das Sociedades
por Ações. No que tange à avaliação dos estoques, no artigo 183, Inciso II, fica determinado que “no
balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: os direitos que
tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio assim como matérias-primas, produtos em
fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produção deduzido da provisão para
ajustá-lo ao valor de mercado quando este for inferior”. Vale dizer que as determinações da referida
lei são confirmadas pelo fisco.

Esse critério de avaliação mencionado no artigo acima é uma das alternativas de avaliação a valores
de entrada. E dentre os valores de entrada a lei deixa claro, ao afirmar que os ativos serão avaliados
pelo custo de aquisição, que se deve utilizar o custo histórico.

Considerando que todas as formas de avaliação de estoques têm reflexos nas determinações do
valor do estoque final, do resultado de cada período e consequentemente do patrimônio líquido, faz-
se necessário um estudo mais profundo a respeito da avaliação de estoques.

Dentre o patrimônio empresarial, a escolha específica pela investigação da avaliação dos estoques

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

deve-se ao fato de tratar-se de um dos itens mais complexos para algumas empresas, no tocante à
administração, à contabilização e à avaliação.

1.2 - Questão da Pesquisa


Considerando ausência de esclarecimento na literatura1, com relação à separação dos métodos
usados para atribuir custos às unidades em estoques e as metodologias de avaliação a valores de
entrada e de saída, e ainda no que tange à contabilidade a valor presente surgem-nos as seguintes
questões:

1) Quais as vantagens de se avaliarem os estoques a valores de entrada e de saída e quais as


consequências dessas avaliações na determinação do resultado de cada período contábil?

2) Quais as diferenças entre os métodos de atribuir custos às unidades em estoques e os critérios de


avaliação de estoques?

3) O que é contabilidade a valor presente?


1.3 - Objetivos da Pesquisa
a) Investigar as vantagens e desvantagens da avaliação de estoques a valores de entrada e de
saída, observar as eventuais limitações das diversas alternativas encontradas para avaliação;

b) Analisar os efeitos que a avaliação dos estoques a valores de saída causa no ativo, no patrimônio
líquido e no resultado de cada período contábil;

c) Investigar a contabilidade a valor presente.


1 Foi esquematizado pela primeira vez na dissertação de mestrado da autora, inclusive com os
respectivos cálculos.

Este artigo foi estruturado da seguinte forma: item 2 apresentamos os métodos de atribuir unidades
em estoques, no item 3 foi abordado as diversas metodologias de avaliação de ativos, e no 4 foram
discutidos os estoques avaliados a valores de saída, finalmente no item 5 apresentamos um sumário
e conclusões do tema.

2 - MÉTODOS DE ATRIBUIR CUSTOS ÀS UNIDADES EM ESTOQUES


Método contábil é o conjunto de regras e procedimentos técnicos adotados para atribuir valores ao
patrimônio.

É comum encontrarmos na literatura contábil autores tratando, por exemplo, PEPS e UEPS como
critérios de avaliação de estoques; em contra-posição há outros autores que tratam como critérios de
avaliação de estoques os valores de entrada e de saída. Cremos que deveria ser estabelecida uma
diferença entre métodos de atribuir valor às unidades em estoques e os critérios de avaliação de
estoques, pois, na literatura contábil não se encontra muita clareza sobre esse assunto, como
podemos observar nas citações abaixo.

Iudícibus (1993b; 180p) se refere às bases e métodos de avaliação de estoques como valores de
entrada e de saída (ou output), não fazendo nenhuma referência ao custo específico, ao PEPS, ao
UEPS, ao custo médio mensal, à média ponderada móvel e ao preço de venda a varejo. Já em
Iudícibus et alii. (1992a, 144 a 151p), o mesmo autor refere-se ao custo específico, ao PEPS, ao
UEPS, ao custo médio mensal, à média ponderada móvel e ao preço de venda a varejo como
métodos de atribuir valor às unidades em estoque, porém, não faz referências aos estoques
avaliados a valores de entrada e de saída.

Para Osni (1992; 82 a 88p) os critérios mais conhecidos para avaliação de estoques são: o preço
específico, o PEPS, o UEPS e o preço médio.

Pelo exposto percebe-se uma ausência de consenso no que tange à avaliação de estoques. A
despeito disso, acreditamos que, se para avaliar ativos consideram-se os valores de entrada e de

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

saída, os estoques, por pertencerem ao ativo, deveriam preservar a mesma nomenclatura. O preço
específico, o PEPS, o UEPS, o custo médio mensal, a média ponderada móvel e o preço de venda a
varejo, no desenvolvimento deste trabalho, serão tratados como métodos de atribuição de custos às
unidades em estoques, bem como determinantes do custo das mercadorias vendidas.

O objetivo de identificar os custos das unidades em estoques e o custo das unidades que foram
vendidas ou consumidas tem por finalidade, no final de cada período contábil, comparar os custos
das unidades vendidas ou consumidas com as receitas que foram auferidas nesse mesmo período
contábil.

Na determinação do custo de cada unidade estocada costuma-se utilizar um dos métodos descritos a
seguir.

2.1 - Custo Específico


Esse método consiste em identificar o custo de aquisição de cada unidade em estoque. A cada
unidade são identificados os custos de aquisição, sendo tais custos comparados com os preços de
venda das unidades que são transferidas para os clientes.

O uso do preço específico é um tanto restrito, sendo mais adequado para mercadorias de pouca
rotatividade. Para tanto, é necessário fazer-se um controle individual para cada item estocado, tendo
por base de avaliação o custo de aquisição.

2.2 - Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair - PEPS ou First In First Out - FIFO
Pelo método PEPS as mercadorias vendidas ou consumidas serão valorizadas pelos preços das
primeiras compras, obtendo-se dessa forma o valor do custo das vendas. Esse método tem o
seguinte efeito: os estoques finais são avaliados pelo preço das últimas compras e o CMV (Custo das
Mercadorias Vendidas) é avaliado pelo preço das primeiras. Em caso de elevação de preço, os
estoques ficam avaliados pelo valor das compras mais recentes, enquanto o lucro poderá ser maior
em função da dedução dos custos valorizados ao preço das primeiras compras. Esse efeito tende a
ser diminuído quando as mercadorias têm alta rotatividade (pouco tempo de permanência no
estoque) e caso não haja muita diferença de preço entre as mercadorias mais antigas e as mais
novas em estoque.

2.3 - Último a Entrar, Primeiro a Sair - UEPS ou Last In First Out - LIFO
O UEPS pode ser considerado como um método oposto ao PEPS. Consiste em utilizar o custo
unitário das últimas compras para avaliar as quantidades vendidas ou consumidas. Tem o seguinte
efeito: os estoques finais são avaliados pelos preços das primeiras compras e o CMV (Custo das
Mercadorias Vendidas) é avaliado pelo preço das últimas compras.

A adoção do UEPS sugere uma comparação dos custos correntes com a receita corrente, e os
estoques no ativo ficam avaliados pelas compras mais antigas.

2.4 - Custo Médio Mensal


Este método avalia as unidades em estoque pela média mensal das compras. Consiste em somar o
valor do estoque inicial adicionado às compras do mês, sendo o total resultante dividido pelo
somatório das quantidades iniciais mais as quantidades adquiridas, encontrando-se, dessa forma, o
preço médio mensal. O CMV e o estoque ficam avaliados por este preço médio.

2.5 - Custo Médio Ponderado Móvel


Obtém-se o preço médio por meio da divisão do total das unidades disponíveis pelo valor total do
estoque. O preço médio ponderado é modificado com a aquisição de novas unidades cujos preços
unitários sejam diferentes das unidades disponíveis. Assim, o custo médio ponderado é intermediário
entre o valor determinado pelo PEPS e pelo UEPS.

2.6 - Preço de Venda a Varejo


“O método consiste na apuração do estoque a preço de venda, quer através da contagem física ou de

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

controles permanentes valorizados aos preços unitários de venda, que são então convertidos a
valores de entrada mediante a sua multiplicação por quociente médio do custo com relação aos
preços de venda a varejo para o período ” (Iudícibus, et alii 1992a; 149p).

uma vez apresentados os métodos de atribuir valores as unidades em estoques, quando os


avaliamos por preços diferentes, passaremos a analisar as várias metodologias de avaliação de
ativos a valores de entradas.

3 - AVALIAÇÃO DE ESTOQUES A VALORES DE ENTRADA


Neste item vamos analisar a avaliação dos estoques à luz da Teoria contábil, sem considerar os
aspectos legais que disciplinam as práticas contábeis.

A avaliação dos estoques envolve cálculos físicos e monetários, ou seja, requer a contagem das
unidades físicas e o cálculo monetário dessas unidades. Uma vez calculadas as quantidades físicas e
seu respectivo valor monetário, é necessário confrontar a parte vendida durante o período contábil
com a receita obtida no referido período.

Em contabilidade há uma suposição de dois mercados distintos: 1) o mercado em que a entidade


compra e que se relaciona com suas entradas; e 2) o mercado onde a empresa vende, e que se
refere aos valores de saída. Como regra geral, os valores de entrada e valores de saída são usados
para fazer essa distinção.

Em geral, a estrutura tradicional contábil adota a avaliação de ativos pelo valor nominal de aquisição.
Os estoques são avaliados pelo valor de aquisição ou pela soma dos valores dos recursos usados
para obter um determinado bem e colocá-lo em condições de venda, sendo que esse registro, feito
pelo custo de aquisição ou pelos recursos utilizados na elaboração do produto, representa a
avaliação dos estoques a valores de entrada.

As principais alternativas de avaliação baseadas em valores de entrada são custo histórico, custo
histórico corrigido, custo corrente, custo corrente corrigido, custo futuro de reposição.

3.1 - Custo Histórico


É o valor pelo qual determinado ativo é adquirido, ou o valor nominal dos insumos necessários para
fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar benefícios para a organização. A avaliação de estoque a
custo histórico não é totalmente desprezível, pois serve como parâmetro básico para se efetuarem as
correções dos custos e torná-los comparáveis com valores atuais. Tais valores são correntes hoje e
históricos amanhã. O que o mensurador deve ser capaz de reconhecer são as limitações dessa
alternativa de avaliação.

Mercadorias adquiridas em datas diferentes possivelmente podemos no deparar com preços


diferentes. E como devemos proceder a avaliação dos estoques, neste caso, necessitamos de algum
método para determinar o valor unitário, principalmente se se trabalha com um grande variedade e
quantidade de bens. Neste caso, sim, precisamos recorrer algum método para determinar o valor dos
estoques, ou seja, as mercadorias são registradas pelo valor original, mas segregadas em estoque
por meio do PEPS, UEPS, preço médio específico, etc.

3.1.1 - Vantagens do Custo Histórico

Por essa metodologia os registros são efetuados a partir dos documentos comprobatórios, tornando-
se mais fácil a sua verificação tanto por parte da auditoria como por outro mensurador qualquer.
Ainda, o lucro apurado a partir da utilização do custo histórico estará completamente realizado.

Uma das grandes razões para o uso do custo histórico é a verificação dos registros. Como base de
avaliação, além das vantagens mencionadas, o uso do custo histórico tem respaldo nas normas que
disciplinam as práticas contábeis e nos princípios de contabilidade geralmente aceitos.

3.1.2 - Desvantagens do Custo Histórico

O valor dos ativos registrados a custo histórico, com o passar do tempo, perde a sua
representatividade em decorrência da inflação e da flutuação nos preços. A avaliação a custo

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histórico também tem como desvantagem o fato de, quando os preços oscilam, não permitirem o
reconhecimento de ganhos ou perdas do período.

Uma das principais limitações do custo histórico é que ele, tecnicamente, não deveria permitir a soma
de ativos adquiridos em períodos diferentes, em virtude das mudanças de preços e dos efeitos
inflacionários.

O lucro obtido a partir da utilização do custo histórico tem origem na diferença entre as receitas e
despesas, não sendo considerada a época de sua formação. Esse fato limita a informação econômica
para o usuário tomar decisões.

3.2 - Custo Histórico Corrigido


O custo histórico corrigido tem como ponto de partida os custos históricos, ou seja, essa alternativa
de avaliação tem por finalidade restaurar ou atualizar os custos históricos pela variação de um índice
escolhido. Portanto, esse índice consiste em trazer os ativos adquiridos em datas diferentes a uma
moeda de mesma data.

Esta metodologia é descrita por Martins (1972; 2p) como sendo “o custo histórico que seja objeto de
uma correção, quer por um coeficiente derivado do Índice Geral de Preços (IGP), quer por um
derivado da variação de um outro índice mais específico. Assim tem-se sempre a possibilidade de se
colocar diversos custos de diferentes datas em termos de uma moeda de capacidade aquisitiva (geral
ou específica) de uma outra data qualquer; isso melhora indubitavelmente a possibilidade de
comparações, tão necessárias à Administração e à Economia.”

No Brasil, desenvolveu-se duas metodologias de correção monetária: uma nos moldes da legislação
societária e a chamada correção integral.

A correção dos custos históricos passou a ser exigida obrigatoriamente para as contas do ativo
permanente e patrimônio líquido quando foi sancionada a Lei das Sociedades por Ações, de 15 de
dezembro de 1976 e foi estendida aos demais tipos societários pelo Decreto-Lei 1598/77. Contudo,
essa prática é efetuada mais para fins fiscais.

A correção monetária integral procura eliminar os efeitos da variação monetária, corrigindo todas as
contas patrimoniais; as compras e vendas a prazo são atualizadas a valor presente usando uma taxa
de juros e eliminando o efeito decorrente da inflação, assim atualiza-se os valores do ativo para uma
moeda de mesma data.

“O economista Irving Fisher é conhecido por formular o conceito do valor presente, tornando-o
atrativo para os contadores como ferramenta de mensuração. Foi Canning quem realmente
demonstrou a sua relação com os conceitos contábeis. Canning demonstrou ao menos o que era na
teoria o valor de um ativo ou passivo a valor presente” (Kam, 1984; 90p).

Canning (Canning apud Kam, 1984; 92p) “chamou o procedimento do valor presente de um método
de avaliação direta, porque no cálculo do valor de um ativo ele distribui diretamente a origem do valor
associada à futura receita de caixa líquida com os futuros benefícios ou serviços de ativos”. Kam
ainda afirma que o método do valor presente deve ser empregado para itens de longo prazo, tais
como pagamentos e recebimentos de longo prazo.

A adoção do custo histórico corrigido está de acordo com o princípio do custo histórico como base de
valor. O ajuste consiste em atualizar, em termos de poder aquisitivo, o valor dos bens anteriormente
adquiridos, bem como aqueles bens que foram comprados a prazo são trazidos para a moeda do dia
em que se estão elaborando as informações contábeis.

3.2.1 - Vantagens do Custo Histórico Corrigido

Essa alternativa de avaliação permite melhor apresentação dos relatórios contábeis em relação ao
custo histórico mediante a restauração dos valores passados para uma moeda de mesma data, assim
como favorece a comparação entre bens adquiridos em datas diferentes.

Continua havendo uma vinculação entre o custo histórico e o custo histórico corrigido, pois o primeiro
é o ponto-de-partida para o cálculo do segundo. Esta

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

vantagem é importante, pois está relacionada com a manutenção do custos dos bens, para fins de
controle de estoque.

“O custo histórico corrigido favorece a comparação de ativos avaliados em datas distintas, pois
frequentemente escolhe-se uma data base comum para a restauração dos custos históricos” (Barbieri
et ali , 17p).

3.2.2 - Desvantagens do Custo Histórico Corrigido

Uma das desvantagens dessa metodologia consiste no fato de as empresas terem taxa de inflação
interna diferente dos índices de inflação publicados, fazendo com que seus bens percam,
consequentemente, um pouco da comparabilidade.

“Um problema dos custos históricos corrigidos é que não reconhece a existência de outros lucros ou
ganhos que não os estritamente „realizados‟. O conceito tem sido o preferido em muitos países que
têm adotado correções parciais, em suas legislações, do princípio do custo histórico” (Iudícibus,
1993b; 116p).

3.3 - Custo Corrente


É o preço corrente da compra que, na data de aquisição de bens e/ou serviços, equivale ao custo
histórico. O custo corrente de um ativo já em uso é o valor de mercado do mesmo ativo em estado
novo, deduzido da depreciação ou da parcela que gerou benefício para a entidade.

Para Martins (1972; 3p) “é o custo corrente de aquisição dos „inputs‟ que a firma utilizou para possuir
o elemento do ativo. O fato de ser a soma dos custos correntes dos „inputs‟ nos leva à situação de
diferenciarmos:

a) quando a empresa fabricou o ativo, o seu custo corrente é a soma dos custos correntes dos
fatores que entraram na sua produção;

b) quando a empresa comprou o ativo, é o custo corrente de adquiri-lo”.


Desse modo, o custo corrente pode ser considerado como preço de troca para obter um bem com o
mesmo potencial de serviços. Hendriksen (1982; 265p) faz o seguinte comentário a respeito do custo
corrente: “Este preço de troca corrente é o preço de custo que é obtido de cotações num mercado no
qual a firma adquiriria seus ativos ou serviços; não pode ser obtido em cotações de mercado em que
a firma realmente vende seus ativos ou serviços.”

3.3.1 - Vantagens do Custo Corrente

Uma das vantagens que o custo corrente pode oferecer é o fato de um investidor externo poder ter
uma configuração aproximada do valor que deveria desembolsar para obter um ativo igual ou
equivalente ao que está sendo avaliado.

Um dos grandes méritos do custo corrente se dá mediante a possibilidade de se adquirir mercadorias


por um preço inferior ao que é praticado no mercado - tal ganho é reconhecido. Os preços mais
baixos podem ser decorrentes de liquidação forçada ou de promoções, entre outras causas.

3.3.2 - Desvantagens do Custo Corrente

Devido às inovações tecnológicas é possível ter-se dificuldade para encontrar ativos exatamente
iguais, com as mesmas características e o mesmo potencial de serviços futuros. Essa possibilidade
de se deparar com produtos substitutos é um fato que, acontecendo, pode dificultar a comparação do
bem por outro igual no mercado.

3.4 - Custo Corrente Corrigido


Por este critério os ativos são avaliados pelos preços correntes de compra e corrigidos pela variação
de um índice que represente a flutuação de preços, podendo mesmo ser utilizado o valor presente.
Para exemplificar, suponhamos que um bem em 199x é avaliado a valor de mercado, e em 199(x+1)

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

esse mesmo bem tem um outro valor no mercado. Para comparar o valor do bem entre esses dois
anos, corrige-se o custo do bem no ano x para a moeda de (x+1) e compara-se com o novo valor de
mercado do ano (x+1). Caso o valor do bem no ano (x+1) seja a prazo, deverá ser trazido a valor
presente.

“O custo corrente corrigido é talvez o mais completo conceito de avaliação de ativos a valores de
entrada, pois combina as vantagens do custo corrente com a do custo corrigido” (Iudícibus, 1993b;
116p).

Por meio do custo corrente corrigido pode-se determinar o valor máximo pelo qual a firma pode
adquirir o ativo; por conseguinte, o valor possível para ser realizável no mercado, à vista.

3.4.1 - Vantagens do Custo Corrente Corrigido

Esse método reflete dois fatores importantes: 1) as variações do poder aquisitivo da moeda; 2) e as
flutuações de preços de mercado - mercado esse referido aos valores de entrada.

“O reconhecimento do lucro aos diversos períodos, independente da realização, provoca informações


mais adequadas tanto à administração como aos demais interessados” (Barbieri, et alii; 22p).

3.4.2 - Desvantagens do Custo Corrente Corrigido

Em virtude da velocidade das mudanças tecnológicas dos bens, as informações contábeis podem
perder sua objetividade, tornando-se, com o passar dos anos, difícil encontrar bens iguais com o
mesmo potencial de serviços.

Como desvantagens, Monobe (1983; 75 a 76p) aponta várias posições críticas em relação ao custo
corrente corrigido, entre as quais:

a) a mensuração não é suficientemente objetiva e verificável, pois o mercado não é perfeito e as


variações são grandes, além do que existem os problemas das mudanças tecnológicas, dos ativos
para fins especiais, dos não reprodutíveis e dos complexos, que dificulta m a sua apuração;

b) a distribuição de resultados entre atividades operacionais e de manutenção de ativos é artificial;


c) repousa em esquemas de alocação arbitrárias para os ativos depreciáveis;
d) não apresenta posições financeiras em termos de valores de realização e de liquidação, que são
mais relevantes;

e) não é uma medição acurada dos custos de oportunidade;


O que deve ser reposto? O ativo no estado em que se encontra ou o seu potencial de serviço.”

3.5 - Custo Futuro de Reposição

Este critério está relacionado com as mercadorias que seriam adquiridas no futuro. É também
conhecido como NIFO - Next In First Out. Segundo Barbieri, “dado a decisão da empresa em
continuar suas operações com os mesmos tipos de produtos ou serviços, o verdadeiro lucro consiste
na diferença entre a receita obtida e o custo futuro de substituição da unidade vendida. Entretanto,
esse custo futuro de substituição não se reporta à data de ocorrência da venda do bem e sim à data
que for realizada a próxima compra” (Barbieri, et alii; 23p).

Partindo-se do pressuposto de que a empresa é constituída para sobreviver por um longo período de
tempo, é desejável que se tenham em mente as compras e serviços futuros. Avaliar, porém, os
estoques com bases em preços futuros pode-se constituir em arbitragem. Por necessitarmos de um
pouco mais de realismo, será preferível avaliarmo-los por bases mais concretas. Além disso devem
ser consideradas as mudanças tecnológicas por que os produtos normalmente passam. Para eliminar
o efeito futuro utiliza-se da técnica do valor presente.

Conhecidas as metodologias de avaliação de ativos a valores de entradas faz-se necessário


fazermos uma explanação em relação aos valores de saídas inclusive apresentarmos alguns dos

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

seus partidários, assim como, analisar as metodologias mais usadas a valores de saída.

4 - AVALIAÇÃO DE ESTOQUES A VALORES DE SAÍDA

Os valores de saída estão ligados ao mercado onde a organização vende seus bens e serviços e se
baseiam na avaliação de ativos de modo que estes ativos venham refletir os benefícios futuros.

Para Kam “a contabilidade a valores de saída tem sido associada principalmente aos nomes de
Raymond Chambers e Robert Sterling, e um defensor antigo desse conceito foi Keneth MacNeal, cuja
proposta não foi levada a sério na época em que ele a apresentou. MacNeal entende que os
princípios contábeis não servem bem a um típico investidor da empresa. Os acionistas de uma
empresa com capital pulverizado não conseguem ter acesso à verdade sobre os ativos da companhia
em que investiram, ficando em posição desvantajosa em relação aos que têm informações internas.

Desse modo MacNeal propõe que a Contabilidade reporte todos os lucros, perdas e valores
determinados em mercados competitivos. Como nem todos possuem um mercado pronto, MacNeal
sugere que os ativos negociáveis em mercados sejam avaliados a preço de mercado (preço de
saída), ativos não negociáveis e produtivos pelo custo de reposição e outros ativos não negociáveis e
não produtivos pelo custo original. Os resultados deveriam incluir todos os lucros e perdas, realizados
ou não” (kam, 1984; 282p).

A validade dos valores de saída para estoques depende de estes valores

serem relevantes em permitir que mensurações de inventários sejam efetuadas como um valor
representativo da firma, principalmente se a empresa puder vender esses estoques.

Mas quando não se encontram valores de mercado para determinados ativos, como no caso de
produtos em elaboração, certamente se recorre a algumas medidas de custo que possam permitir
uma avaliação desses estoques.

A Contabilidade ortodoxa utiliza os valores de saída - somente os correntes - no ato da venda dos
produtos e serviços.

4.1 - Recebimentos Descontados de Caixa


Este critério requer uma estimativa dos valores a receber em unidades monetárias de vendas futuras;
contudo, precisar-se-ia, para tanto, estimar os valores de vendas e estabelecer taxas adequadas.

Para Hendriksen (1982; 262p) “sua utilização só poderia ser validada quando os recebimentos futuros
de dinheiro ou equivalente fossem conhecidos, ou quando pudessem ser estimados com alto grau de
certeza”.

Esse conceito de avaliação requer o conhecimento de três fatores:

1) O montante a ser recebido.


2) O fator de desconto.
3) O período de tempo envolvido.
Conhecidos os três fatores a mensuração pode ser obtida pela aplicação da seguinte fórmula:

Rn

onde:

VP = valor presente R = recebimentos

i = taxa de desconto

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

n= número de períodos

“Os valores descontados das entradas de caixa futura envolvem não apenas o estabelecimento da
taxa adequada de juros, como também uma estimativa da probabilidade de receber os valores
previstos. Na prática atual tem sido utilizado, às vezes, apenas no que se refere aos itens monetários
(disponibilidades ou valores assemelhados)” (Iudícibus, 1993b; 112p).

4.1.1 - Vantagens dos Recebimentos Descontados de Caixa

Por este critério de avaliação o bem avaliado corresponde ao valor presente dos fluxos de caixa
futuro que esse mesmo bem é capaz de gerar. Os lucros ou perdas podem ser obtidos pela diferença
entre o valor presente do bem no final do período e o valor presente do bem no início do período.

4.1.2 - Desvantagens dos Recebimentos Descontados de Caixa

A aplicação deste método requer o conhecimento das taxas de descontos e a estimativa de


benefícios que o bem é capaz de gerar. Percebe-se o grau de subjetividade envolvido, principalmente
com relação ao fluxo de caixa, que não é facilmente identificado. Se o ativo não está alugado para
terceiros é muito difícil determinar com precisão a receita que um ativo específico é capaz de gerar.
Geralmente, os benefícios gerados pela empresa são obtidos pelo conjunto de ativos disponíveis por
esta.

4.2 - Preços Correntes de Venda


Este método utiliza-se do preço corrente de venda no mercado. Essa forma de avaliação é possível
quando os preços de mercados permanecem mais ou menos constantes. Hendriksen (1982; 302)
limita a aplicação desse método da seguinte maneira: “Uma exceção das regras de realização é
permissível na avaliação das mercadorias para preço de venda quando há um mercado controlado
pelo governo para fixar preços”.

Vasconcelos e Ribeiro (1992; 68p) afirmaram que “este método também é tratado na teoria como
Valores Esperados, Valor Realizável Líquido ou Valor Líquido de Realização.”

Aqui vale ressaltar que os preços de vendas, os equivalentes correntes de caixa, valor líquido de
realização referem-se todos aos preços de venda de mercado, divergem apenas nas premissas. Por
exemplo preços de vendas refere-se ao valor de mercado de saída supondo um mercado organizado
em que não grandes variação de preços; equivalentes correntes de caixa foi a metodologia proposta
por Chambers, a qual supõe que a empresa ou os ativos devem ser avaliados pelos valores de
mercado de saída, como se estivessem liquidando de maneira ordenada. Já os valores de liquidação
ou valores realizáveis líquidos também referem aos preços de venda, porém considerando uma
liquidação forçada.

4.2.1 - Vantagens dos Preços Correntes de Venda

Possivelmente, a mais importante utilidade do preço corrente de venda seja sua indicação de uma
relevante oportunidade observada pela empresa caso fosse realizar ou dispor de seu ativo de forma
imediata. Chambers refere-se a esta metodologia como o “Equivalente de Caixa Corrente” de um
ativo e enfatiza que isso é um valor relevante para a tomada de decisão.

“O lucro poderá ser determinado a qualquer tempo pelo cálculo da diferença entre ativos líquidos no
início de cada período, ajustado pelos aumentos de capital como novos recursos e pelos dividendos
distribuídos” (Barbieri et alii, 34p).

4.2.2 - Desvantagens dos Preços Correntes de Venda

Por este critério de avaliação, preços correntes de vendas, há antecipação de lucros, o que fica em
desacordo com o princípio contábil do custo como base de valor, com a realização da receita e, por
conseguinte, com o princípio do conservadorismo.

Esse critério não pode ser aplicável para todo o ativo, visto que um produto em elaboração
possivelmente não tem mercado para venda, impossibilitando a avaliação por esta metodologia.

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

5 - SUMÁRIO E CONCLUSÕES

Neste trabalho foi proposto analisar-se a avaliação de estoques a valores de entrada e de saída,
assim como os métodos utilizados para agregar os custos das unidades em estoques.

O nosso objetivo, ao tratar a mensuração dos estoques, foi fazer a distinção entre a avaliação de
estoques a valores de entradas e de saídas e métodos de atribuir custos às unidades em estoques.
Os ativos são avaliados com base numa das seguintes alternativas: custo histórico, custo histórico
corrigido, custo corrente, custo corrente corrigido, custo futuro de reposição - valores de entradas -
recebimentos descontados de caixa, preço corrente de venda e valor realizável líquido - valores de
saída. Os estoques são ativos e, como tais, devem considerar as mesmas bases de avaliação.

Consideramos custo específico, PEPS, UEPS, custo médio mensal, média ponderada móvel e preço
de venda a varejo como métodos de atribuição de custo às unidades em estoques. A diferença entre
esses métodos consiste na maneira de agrupar os custos das unidades adquiridas em datas distintas
e a preço unitário diferente.

Cada vez que usamos um método para atribuir valor às unidades em estoques chegamos a
resultados diferentes, ainda que se tenha a mesma quantidade de mercadorias em estoque e mesmo
quando os custos estão baseados nos valores de aquisição.

Se supuséssemos que cinco empresas diferentes adotassem um método para

atribuir custos às unidades em estoques dos mesmos produtos de forma a obterem as mesmas
vendas e que os produtos tivessem sido adquiridos pelo mesmo preço, todas as empresas teriam
chegado ao final do mês com as mesmas quantidades mas com resultados diferentes.

Mas, na continuidade das operações empresariais, quando essas empresas dessem baixa nas
últimas unidades, chegariam ao mesmo resultado, independente do método utilizado.

Uma vez analisados os métodos de atribuir valores às unidades em estoque, passemos às


conclusões a que chegamos a respeito dos critérios de avaliação de estoques a valores de entrada e
de saída. Para tanto, analisaremos as diversas alternativas que foram apresentadas.

A estrutura tradicional contábil enfatiza o custo como base de registro. A Lei das S/A corrobora,
mencionando que os registros das mercadorias e dos produtos do comércio, as matérias-primas, os
produtos e bens do almoxarifado devem ser registrados pelo custo de aquisição ou de produção,
restringindo esses registros apenas quando os custos são superiores ao valor de mercado, quando a
empresa deve proceder a uma provisão para ajustar os estoques ao valor de mercado e reconhecer a
perda.

O custo histórico corrigido, para avaliação de estoques, requer uma correção por um coeficiente
derivado da variação do Índice Geral de Preços (IGP), ou por um derivado da variação de um outro
índice qualquer. Dessa forma, tem-se a possibilidade de se colocar, na data em que se esteja
elaborando as informações, os custos das unidades em estoques (formados em diferentes datas) em
uma moeda de mesmo poder aquisitivo.

Assim, a flutuação de preços decorrente da inflação pode ser eliminada utilizando-se o custo histórico
corrigido.

O custo histórico corrigido, que tem por objetivo atualizar o preço de aquisição das unidades em
estoques anteriormente compradas, continua vinculado, em qualquer tempo, ao custo histórico, visto
ser este ponto de partida daquele.

Ao contrário do custo histórico que, em período de variação de preços, é irrelevante para tomada de
decisão, o custo histórico corrigido permite uma melhoria na qualidade das informações contábeis.

Uma das maiores restrições do custo histórico corrigido é a dificuldade de se encontrar um índice de
preço que reflita perfeitamente a variação do poder aquisitivo da moeda, pois sabemos que a
empresa pode ter índice de inflação diferente do índice utilizado para atualizar as informações
contábeis.

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CUSTO PARA AVALIAÇÃO DE ESTOQUES

O custo corrente de reposição difere dos dois critérios de avaliação de ativos mencionados acima
porque abandona o custo de aquisição para avaliar os estoques e o CMV e adota o custo corrente de
mercado. Para o custo dos estoques devem ser assumidos os valores de reposição na data do
balanço. Para o CMV, os valores das datas das vendas.

Quando usamos o custo corrente de reposição para avaliar a conta estoques,

dispensamos os métodos para atribuir custos às unidades em estoques, tais como PEPS, UEPS,
custo médio mensal, custo médio ponderado móvel e preço de venda a varejo.

Já para os custos correntes corrigidos consideramos adequada uma comparação com os custos
históricos corrigidos, pois assim estaríamos comparando critérios que têm algo em comum: a
correção monetária. Mediante esse procedimento, as economias realizadas nos estoques foram
comparadas com o CMV avaliado a custo histórico corrigido, assim como os ganhos de estoque não
realizados no período. E a técnica do valor presente é usada para eliminar os efeitos dos prazos.

O custo futuro de reposição supõe que a avaliação de estoques seja baseada nos custos das futuras
compras, sem, contudo, considerar as mudanças tecnológicas do produto e ferindo o regime de
competência ao comparar os custos futuros com as receitas atuais. Para avaliar os estoques por esse
critério abandonam-se os métodos de atribuir valores aos estoques. Como consequência, os
estoques e o CMV ficam avaliados pelos valores das futuras compras.

O custo corrente, o custo corrente corrigido e o custo futuro de reposição abandonam os métodos de
atribuir valor às unidades em estoques (PEPS, UEPS, Custo Médio Mensal, Custo Médio Ponderado
Móvel e o Preço de Venda a Varejo) usando-os apenas para reconhecer economias ou
deseconomias realizadas no CMV e nos estoques finais.

Os valores de saída se baseiam naquele montante monetário que a empresa

deverá receber quando das vendas de seus ativos. Para avaliação de estoques a valores de saída
consideramos duas alternativas, ou seja, o recebimentos descontados de caixa e os preços de
vendas

Nos recebimentos descontados de caixa foi considerado um preço de venda a prazo e o atualizamos
pela taxa de aplicação. Desta forma, estávamos procurando conhecer o valor monetário que
poderíamos obter dos estoques por meio das vendas.

Esse conceito de avaliação requer um conhecimento prévio de três condições básicas: 1) a


importância a ser recebida quando da venda dos estoques; 2) a taxa de desconto e 3) o período
compreendido na análise.

Já o preço corrente de venda requer um mercado organizado, de modo que o preço pelo qual se está
avaliando os estoques, possa ser considerado uma estimativa próxima do preço real de venda.

Acreditamos na utilização desse critério desde que haja pouca variação de preços no mercado e as
despesas de venda do produto possam ser estimadas. Uma vez satisfeitas essas condições, pode-se
utilizar essa metodologia para a tomada de decisão. Os preços correntes de venda, contudo, podem
não ser aplicáveis à produção em andamento caso não haja um mercado para a venda,
impossibilitando a avaliação através dessa metodologia. Seu uso é aconselhável para curto prazo.

Contudo, o valor realizável líquido também é um valor de saída, mas pressupõe a liquidação forçada,
e os equivalentes de caixa apresentado Chambers, considera os valores de saída para avaliar a
empresa como um todo, todavia, presume que as devem ser avaliadas pelo preço de venda como se
estivesse liquidando de forma ordenada, exclui portanto a liquidação forçada.

E o valor presente não é uma metodologia de avaliação de ativos, é uma técnica da matemática
financeira que frequentemente é usada por várias metodologias de avaliação de ativos, tais como:
custo histórico corrigido, custo corrente corrigido, custo futuro de reposição, recebimentos
descontados de caixa, preço de venda quando se refere a valores a prazo.

É necessário saber que há várias metodologias para avaliação de ativos. Logo, refletir sobre essas
metodologias é refletir o principal produto da teoria de mensuração contábil.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Classificação de Custos

Simplificadamente, os custos e despesas podem ser classificados de duas formas:

• Quanto ao objeto de custo: custo direto e indireto;

• Quanto ao volume de produção ou venda: custos fixos e variáveis.


Chamamos de comportamento de custo à evolução dos custos fixos e variáveis em relação ao
volume de atividades.

• Custos Diretos
Custos diretos são aquele que estão fisicamente e diretamente vinculados a um segmento específico
em análise. Esse segmento específico pode ser um produto, um serviço ou qualquer outra entidade
de custo.

Desta forma, se o objeto de nossa análise for uma linha de produtos, logo os materiais e a mão de
obra envolvida em sua fabricação representam custos diretos. Quando relacionados com o produto
final, eles são gastos industriais que podem ser alocados direta e objetivamente aos produtos, e
podem ser fixos e variáveis.

• Custos Indiretos
São os gastos que não podem ser alocados de maneira direta ou de forma objetiva aos produtos,
serviços, departamentos ou outros objetos de custo. Sua alocação se dá de maneira indireta, através
de critérios de distribuição (rateio, alocação, apropriação etc.). Também são conhecidos como custos
comuns e podem ser fixos ou variáveis.

• Custos Diretos ou Indiretos?


Suponha que os seguintes custos de produção necessitam ser alocados a quatro diferentes produtos
fabricados pela empresa:

O profissional de custos faz algumas análises e verifica que:

• Matéria-Prima e Embalagem: é facilmente apropriada aos quatro produtos, pois foi possível saber
quanto cada um consumiu.

• Material de Consumo: alguns óleos e graxas (lubrificantes) não puderam ser associados a cada
produto de forma direta. Outros materiais de consumo, por apresentarem valor irrisório, ninguém se
preocupou em associá-los a cada um dos quatro produtos.

• Mão-de-obra: foi possível associar parte dela com cada produto uma vez que os processos não são
complexos e foi possível saber quanto cada funcionário trabalhou em cada produto e quanto custa a
empresa cada funcionário. Por outro lado, uma parte da mão-de-obra refere-se aos líderes de
equipes de produção e é difícil atribuir diretamente aos produtos. ($600.000,00 dos 1.600.000,00).

• Salários da Supervisão: ainda mais difícil de alocar que os salários dos líderes de produção, pois a
supervisão é a geral d produção, e não supervisão de um produto em particular. Portanto, é difícil sua
alocação aos produtos.

• Depreciação de Máquinas: em empresa é depreciada de maneira linear em valores iguais por


período, e não por produto. Seria possível de apropriar diretamente a cada produto caso a
depreciação fosse contabilidade de maneira diversa.

• Energia Elétrica: a máquina que consome mais energia possui um medidor próprio e a empresa
mensura quanto consome de energia para cada item produzido. Entretanto, a outra parte da energia
(a não mensurada pelos medidores, pois o medidor está instalado em apenas uma máquina, aquela
que consome mais energia) não pode ser alocada de forma direta. ($500.000,00 são alocáveis,
$300.000,00 não são alocáveis). Sabe-se que parte da energia é alocada a três dos quatro produtos.

• Aluguel do Prédio: Impossível determinar diretamente quanto deve ser apropriado a cada produto.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Classificação de custos e despesas na formação de preço de venda de um produto

Para um bom entendimento na hora de levantar os gastos que se tem para produzir um determinado
produto, precisamos entender o que são custos e despesas para que a atividade gere lucro para a
empresa. Vamos ver abaixo de uma forma simples e resumida o que são alguns dos principais custos
e despesas e como são classificados.

Custos Diretos (CD)

São os custos mensuráveis durante a fabricação do produto como, por exemplo, a quantidade de
matéria prima que será utilizada a fará parte do produto final.

Ex: Para produzir uma roda de um carro utiliza-se 20 kg de aço carbono, sabendo que o quilo do aço
é R$ 2,00 o custo direto de matéria prima neste produto será de R$ 40,00 para se produzir uma
unidade do item.

20 kg x R$ 2,00 = R$ 40,00

Devemos relacionar também a Mão de Obra Direta (MOD) que são os custos dos operários ligados
diretamente na produção da roda.

Ex: Se o custo da hora de seus operários é de R$ 8,00 e estes trabalham 100 horas para produzir
500 rodas. Pode se afirmar que o custo de Mão de Obra Direta (MOD) será de R$ 1,60 por unidade
produzida.

(R$ 8 x 100h) / 500 Un = R$ 1,60 Por Unidade

Custos Indiretos de Fabricação (CIF)

Estes custos necessitam de alguns cálculos para serem distribuídos aos diferentes produtos
fabricados pela empresa, por serem de difícil mensuração são classificados como custos indiretos.

Ex:

- Depreciação de equipamentos

- Aluguel de fabrica

- Salários dos supervisores de equipe, etc.

Custos Fixos (CF)

São os custos que não sofrem alteração de valor independente do volume de produção da empresa.
Os exemplos abaixo mantem os valores fixos independentemente se a empresa produziu 1.000 rodas
ou 10.000 rodas em um determinado período.

- Aluguel de fábrica

- IPTU da fábrica

- Seguros da fabrica, etc.

Normalmente os custos fixos são alocados aos produtos por meio de cálculos (rateios), pois a maioria
dos custos é indireta.

Custos Variáveis (CV)

São os custos onde os valores se alteram em função do volume produzido.

- Matéria prima consumida

- Horas extras de produção

- Mão de obra direta

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Estes custos sempre apresentarão variação em função das quantidades produzidas.

Custo Total (CT)

Custo total é a soma dos custos fixos e variáveis da empresa ou dos custos diretos mais os custos
indiretos de fabricação.

CT = CF + CV ou CT = CD + CIF

Se a empresa conhecer o seu Custo Variável Unitário (Cvu) e as quantidades (Q) produzidas
podemos usar a formula abaixo.

CT = CF + CV (1)

CV = Cvu x Q (2)

Substituindo-se (2) em (1), temos.

CT = CF + Cvu x Q

Custos mistos

Custos mistos são aqueles que apresentam uma variação em função do nível de produção mais que
também tem uma parcela fixa. Esta parcela fixa ocorrerá mesmo que nada seja produzido. Ex:

Energia elétrica: A distribuidora cobra uma taxa mínima mesmo que não haja consumo no período.

Combustível para caldeira: Varia de acordo com a produção, porém quando não está sendo usada
gera um custo mínimo para mantê-la aquecida, pois não pode ser desligada.

Despesas

As despesas são classificadas em fixas e variáveis como venda e distribuição dos produtos.

Podemos citar alguns exemplos de despesas fixas:

- Aluguel de um escritório de vendas

- IPTU de prédio da filial

- Aluguel de carros dos vendedores, etc.

As despesas serão consideradas variáveis quando ocorrem em função do volume de vendas.

Podemos citar alguns exemplos de despesas variáveis.

- Comissão dos vendedores

- Bonificação sobre vendas

- Frete de entrega dos produtos

- Pedágios, etc.

Custos Diretos e Indiretos

Uma questão com relação a custos é saber quando eles têm um


relacionamento direto ou indireto com determinado objeto de custeio, normalmente, o próprio
produto fabricado ou serviço prestado.

Custos Diretos

Custos diretos a um objeto de custeio são os custos diretamente relacionados a esse objeto, isto é,
que podem ser fácil e economicamente identificados ao objeto de custeio, sem qualquer rateio —

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

entende-se por rateio a distribuição arbitrária dos custos que não são diretamente identificados e
apropriados aos objetos de custeio.

São exemplos de custos diretos aqueles com matéria-prima consumida e mão-de-obra dos operários
— em algumas situações, a mão-de-obra pode ser um custo indireto. O salário do supervisor da
produção corresponde a um custo indireto, por exemplo.

Em outras palavras, pode-se dizer que, em alguns casos, as parcelas de recursos são consumidas
apenas por um tipo de produto, e esse fato é fácil e objetivamente identificado, seja devido à
observação simples ou a sistemas automatizados, como controle eletrônico de vazão, quadros de
distribuição de energia etc. Nesses casos, pode-se assumir que aquele produto é o responsável por
aquela parcela de recurso consumido.

A mensuração desse consumo se dá então de forma direta, daí à informação desse consumo de
recurso se dá o nome de “custo direto”. Dessa forma, para gerar essa informação não é necessário
nenhum tipo de aproximação ou julgamento sobre qual produto consome qual parcela de recursos, ou
seja, não são necessárias distribuições arbitrárias, ou, como se chamam, “rateios”. Esse tipo de
custo, por isso, é mais crivei por representar de forma mais objetiva e fidedigna a realidade sobre o
consumo de recursos.

Custos Indiretos

Custos indiretos a um objeto de custeio são aqueles que não podem ser identificados com o objeto de
custeio de maneira economicamente viável, pois são comuns a dois ou mais objetos de custeio
(áreas ou produtos).

Os custos indiretos são alocados ao objeto de custo por meio de um método de alocação de custo
denominado rateio. Logo, são aqueles que não oferecem condição de medida objetiva e dos quais
qualquer tentativa de alocação tem de ser feita de maneira estimada e, algumas vezes, arbitrária. São
exemplos de custos indiretos a depreciação, a manutenção, o seguro e o aluguel do parque fabril.

Custos Diretos e Indiretos

Essa tipificação de custos é a utilizada para fins contábeis, tanto os societários, quanto os fiscais.
Alguns insistem em utilizar essa tipificação para despesas, também, o que ao nosso ver seria uma
maneira de se tentar expressar o Custo Total (Full Cost) de um produto. Isso pode gerar (e gera!)
confusões principalmente nas empresas prestadoras de serviços, que acabam por não segregar seus
gastos em custo ou despesa.

Entretanto, nada impede que empresas (principalmente as comerciais, por exemplo, lojas de
departamentos e supermercados) classifiquem suas despesas em “Diretas e Indiretas” em relação “à
linha de produtos”. Por quê? Comparemos as lojas dessas empresas às linhas de produção ou até
mesmo às fábricas: se considerarmos que as lojas são o local da “produção” do serviço de
comercialização, poderemos sim entender os gastos da loja, normalmente denominados por
despesas, como direta ou indiretamente relacionados aos diversos produtos ou famílias de produtos
que ali se encontram. Dessa maneira, teríamos uma adição aos custos das mercadorias vendidas de
outros gastos que representam esforço sem o qual não se teria a respectiva venda, aqui denominada
produção do serviço de comercialização. Dependendo, pois, do nível de identificação e acumulação
que se adote, pode-se, até mesmo, ver uma possível alteração na classificação entre despesas e
custos, especialmente, em nível gerencial.

Por exemplo, no supermercado, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) da loja é uma despesa
indireta aos diversos produtos ali vendidos (laticínios, hortifrutigranjeiros, eletrodomésticos, carnes
etc.), ao passo que a depreciação da balança do açougue é uma despesa direta às carnes ali
expostas, mas indireta a cada tipo de carne. Daí a necessidade, mais uma vez, de se definir o objeto
de custeio analisado: divisão de produtos (laticínios, hortifrutigranjeiros, eletrodomésticos, carnes etc.)
ou os produtos em si (picanha, alcatra, filet mignon, chã, patinho, lagarto redondo etc.).

Assim, além dos custos, as despesas também podem ser classificadas como diretas ou indiretas.
Enquanto o custo é classificado em direto ou indireto em relação ao produto, a despesa é classificada
em relação à origem da receita (o objeto de custeio, objeto em análise!).

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Veja outro exemplo: em uma loja de departamentos, a despesa de salário do vendedor de


eletrodomésticos é diretamente apropriada ao departamento de eletrodomésticos. Da mesma forma
que a despesa de propaganda específica de móveis — do tipo compre móveis nas Casas Bahia — é
diretamente alocada ao departamento de móveis.

Por outro lado, a despesa de aluguel da loja é indiretamente alocada aos diversos departamentos,
por conseguinte, é rateada entre eles — normalmente, em função da área (m2) ocupada pelos
departamentos. Da mesma forma, a despesa de propaganda institucional — do tipo “Casas Bahia:
dedicação total a você” — e a despesa com salário do gerente geral da loja são exemplos de
despesas indiretas que acabam sendo rateadas entre os diversos departamentos, seguindo algum
critério de rateio — normalmente arbitrário e subjetivo.

Devemos ter atenção para que a tipificação seja coerente com o objeto de custeio e não com um
“custo desejado”.

Imagine uma fábrica de bolas de futebol e de vôlei… O custo do pedaço de couro utilizado para
fabricar a bola de futebol é um custo direto a este objeto de custeio, ao passo que o couro utilizado
para fabricar a bola de vôlei é um custo direto à bola de vôlei. É possível dizer isso porque a
quantidade de couro utilizada na fabricação de cada bola é facilmente identificada com a bola.

Já o custo da iluminação da fábrica onde as bolas são produzidas é um custo indireto a cada tipo de
bola. Embora a iluminação ajude na fabricação das bolas de futebol e de vôlei, não é viável tentarmos
determinar, exatamente, o quanto deste custo foi utilizado na fabricação de cada bola
especificamente. Sabemos que está lá, em cada bola, mas não exatamente quanto.

Os gestores podem preferir tomar decisões com base nos custos diretos em vez de nos custos
indiretos, posto que os custos diretos são mais “precisos”, em termos de alocação. Em resumo, a
apropriação direta de custo é o processo de transferência dos custos diretos a um objeto de custeio
determinado, ao passo que o rateio de custo é o processo de transferência dos custos indiretos ao
objeto de custeio.

Quando é necessário utilizar qualquer fator de rateio para a apropriação ou ocorrer o uso de
estimativas e não de medição direta, fica o custo classificado como indireto em relação ao objeto de
custeio.

Diversos fatores afetam a classificação de custo como direto ou indireto:

A materialidade do custo em questão – análise da relação custo-benefício

Quanto maior o custo em questão, maior a relevância de se classificá-lo adequadamente. Pensemos


em uma companhia que trabalha com pedidos de vendas. Provavelmente, seria economicamente
viável identificar as despesas com entrega do pedido diretamente a cada cliente. Ao contrário, é
provável que o custo do papel da fatura que segue juntamente com o pacote a ser enviado ao cliente
seja classificado como um custo indireto, porque não é economicamente viável identificar o custo
deste papel para cada cliente. Os benefícios de saber o valor exato do papel utilizado na fatura de
cada pedido não justificam o custo monetário e o tempo gasto em identificar este custo para cada
pedido. A materialidade, portanto, envolve a questão de custo-beneficio.

Tecnologia disponível para coleta de informação

Desenvolvimentos nesta área estão proporcionando um aumento percentual dos custos a serem
classificados como diretos. O código de barras, por exemplo, permite que muitas fábricas passem a
tratar certos materiais considerados, anteriormente, custos indiretos – isto é, material secundário de
fábrica — como custos diretos dos produtos. O código de barras pode interpretar uma série de custos
de produção da mesma maneira rápida e eficiente com que os supermercados registram hoje os
custos e os preços de muitos itens vendidos a seus clientes.

Design das operações

O design das instalações pode impactar na classificação dos custos. Por exemplo, classificar um
custo como direto se toma mais fácil quando uma instalação da organização — ou parte dela — é
utilizada, exclusivamente, para um produto ou um objeto de custeio. Imagine uma fábrica localizada

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

em um grande galpão, no qual diferentes produtos são fabricados ao mesmo tempo; neste caso, têm-
se muitos custos indiretos aos diferentes produtos. Por outro lado, imagine uma fábrica seccionada
em diversas estações de trabalho pequenas e isoladas umas das outras, sendo que cada uma fabrica
um produto diferente; neste caso, são raros os exemplos de custos indiretos aos diferentes produtos.

No mundo globalizado em que as empresas estão inseridas, faz-se necessário que se busquem
diariamente instrumentos que visem à agilidade no processo de tomada de decisões. E um dos
instrumentos que auxilia as organizações neste âmbito é a contabilidade de custos, objetivando suprir
a gestão empresarial no que tange a um controle interno, capaz de ilustrar a competência operacional
no desenvolvimento da atividade fabril e da prestação de serviços dessas organizações.

Assim, o presente artigo aborda a relevância da contabilidade de custos no processo de tomada de


decisões.

Segundo Derbeck e Nagy (2001, p. 13), “a contabilidade de custos fornece os dados detalhados
sobre custos que a gestão precisa para controlar as operações atuais e planejar para o futuro”.

A importância da apuração correta e legítima dos custos não só nas empresas de manufatura, como
no comércio e no serviço, que auxiliam nos sistemas de informações contábeis, essenciais no
desenvolvimento operacional, determinando custos e preços dos produtos e serviços.

Torna-se imprescindível adentrar nessa área de grande sustentação e controle para as empresas,
desvendando seus caminhos e alcançando seus objetivos. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa
bibliográfica por meio de livros, revistas etc para fundamentar o tema em ápice.

Segundo Andrade (2001, p. 42), “todos os documentos bibliográficos constituem-se em fontes


primárias ou secundárias”.

Fontes primárias são constituídas por obras ou textos originais, materiais ainda não trabalhados,
sobre determinado assunto. As fontes primárias, pela sua relevância, dão origem a outras obras, que
vão formar uma literatura ampla sobre aquele determinado assunto. (ANDRADE, 2001, p. 43).

E as fontes secundárias para Andrade (2001, p. 43), “refere-se a determinadas fontes primárias, isto
é, são constituídas pela literatura originada de determinadas fontes primárias e constitui-se em fontes
de pesquisas bibliográficas”.

Inicia-se o presente artigo com uma abordagem sobre os conceitos fundamentais para a
contabilidade de custos, bem como o relacionamento da contabilidade de custos com a contabilidade
financeira; seus elementos básicos; algumas nomenclaturas de custos; objetos, objetivos e
finalidades da contabilidade de custos; bem como a classificação dos custos. Em seguida, destacam-
se os métodos de custeio e seus efeitos sobre o lucro e no processo de decisão. Adiante, se faz
necessário descrever sobre o sistema de acumulação de custos; alocação de custos; perdas; e
sucatas. Na seqüência, uma análise de custo/volume/lucro. E, por último a escolha de um sistema de
custos.

2 DESENVOLVIMENTO

Para compreender o objeto de estudo, vale mencionar alguns conceitos fundamentais, tais como se
destacam a seguir.

2.1 CONTABILIDADE
Segundo Marion (2003, p. 25), “a contabilidade pode ser considerada como sistema de informação
destinado a prover seus usuários de dados para ajudá-los a tomar decisão”.

2.2 CONTABILIDADE DE CUSTOS


Derberck e Nagy (2001, p. 13), relatam que “a contabilidade de custos fornece as informações que
permitem à gerência alocar recursos para as áreas mais eficientes e rentáveis da operação”.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

2.3 GASTOS, INVESTIMENTOS, DESPESAS, PERDAS E CUSTOS.


Terminologias mais utilizadas na contabilidade de custos para direcionar os gastos da empresa.

2.3.1 GASTOS
Para Wernke (2004, p. 11 e 12), é um termo usado para:

Definir as transações financeiras nas quais a empresa utiliza recursos ou assume uma dívida, em
troca da obtenção de algum bem ou serviço. É um conceito abrangente e pode englobar os demais
itens. Por exemplo: um gasto poder ser relacionado a algum investimento (caso em que será
contabilizado no ativo da empresa) ou a alguma forma de consumo (como custo ou despesa, quando
será registrado em conta de resultado).

Neste caso, a compreensão que se define, é que os gastos generalizam um ou qualquer esforço que
a empresa adquire e que resulta num produto ou serviço.

2.3.2 INVESTIMENTOS

Wernke (2004, p. 11 e 12), define os investimentos como:

Gastos que irão beneficiar a empresa em períodos futuros. Enquadram-se nessa categoria, por
exemplo, as aquisições de ativos, como estoques e máquinas. Nesses casos, por ocasião da compra,
a empresa desembolsa recursos, visando a um retorno futuro sob a forma de produtos fabricados.

Diante do exposto, qualquer imobilizado e matéria-prima adquirida serão classificadas contabilmente


como investimentos de benefícios futuros, até mesmo os maquinários fabris, exceto o valor de seu
desgaste com o passar do tempo, que neste caso será custos.

2.3.3 DESPESAS

Wernke (2004, p. 11 e 12), descreve que as despesas:

O valor dos bens ou serviços consumidos direta ou indiretamente para obtenção de receitas, de
forma voluntária. Esse conceito é utilizado para identificar os gastos não relacionados com a
produção, ou seja, os que se referem às atividades não produtivas da empresa.

Logo, as despesas estão relacionadas com todos os gastos a partir da inserção dos produtos e/ou
serviços no mercado.

2.3.4 CUSTOS

Wernke (2004, p. 11 e 12) textualiza custos como,

Gastos efetuados no processo de fabricação de bens ou de prestação de serviços. No caso industrial,


são os fatores utilizados na produção como matérias-primas, salários e encargos sociais dos
operários da fábrica, depreciação das máquinas, dos móveis e das ferramentas utilizadas no
processo produtivo.

Assim, um gasto pode transformar-se de investimento para custo ou despesa ou diretamente custo
ou despesas.

Investimento Despesa Investimento

A figura 1 mostra os caminhos dos gastos no processo operacional da organização:

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Figura 1 – Direção Básica dos gastos

2.3.5 OBJETOS, OBJETIVOS E FINALIDADES DA CONTABILIDADE DE CUSTOS.

No minidicionário compacto inglês/português-português/inglês, a palavra objeto significa “coisa;


assunto; matéria; sedígnio; intento”.

Segundo Horngren, Foster e Datar (1997, p. 19), “para guiar suas decisões, os gestores sempre
desejam saber quanto custa determinada coisa (como por exemplo, um novo produto, uma máquina,
um serviço ou um processo)”. Tal coisa chama-se de objeto de custo, pois se necessita de
mensuração, para definir o quanto custa produzi-lo.

Esclarecido o que vem a ser objeto de custo, fica fácil saber seu objetivo. E é o que o professor
Cherman (2002) define como objetivo primordial da contabilidade de custos “é a apuração dos custos
dos produtos vendidos”.

Assim, não basta apenas saber o objeto e objetivo de custos, é preciso entender sua finalidade.

Para Cherman (2002, p. 10), a contabilidade de custos tem a finalidade de auxiliar na “avaliação dos
estoques; apuração dos resultados; controle das atividades produtivas e tomada de decisão”.

2.3.6 CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

2.3.6.1 QUANTO À ALOCAÇÃO OU APURAÇÃO DOS CUSTOS


Para determinar a relação objetos de custo, é preciso separá-los em custos diretos e indiretos. Assim,
Horngren, Foster e Datar (1997), conceituam cada qual com sua característica.

• Custos diretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado
objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo
efetivo).

• Custos indiretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um


determinado objeto de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira
economicamente viável (custo efetivo). Os custos indiretos são alocados ao objeto de custo através
de um método de alocação e custo denominado rateio.

Logo, os custos diretos têm fácil identificação ao produto no processo produtivo e os indiretos são de
difícil alocação por não estarem diretamente relacionados ao produto, necessitando de um critério de
rateio para apropriá-los ao produto.

2.3.6.2 QUANTO À FORMAÇÃO OU NATUREZA


Os dois tipos de comportamento dos custos são encontrados na maioria dos sistemas de custos – os
variáveis e os fixos.

Para Horngren, Foster e Datar (1997),

Um custo variável é um custo que se altera em montante em proporção às alterações num


direcionador de custo. Um custo fixo é um custo que não se altera em montante apesar de alterações
num direcionador de custos. Um direcionador de custos, também chamado de determinante de custo,
é qualquer fator que afeta os custos totais. Isto significa dizer que uma mudança no direcionador de
custo implicará uma alteração dos custos totais de um objeto de custo.

Os exemplos mais comuns de custos variáveis são as matérias-primas, os materiais diretos e a mão-
de-obra direta.

O custo fixo não se altera com a variação da quantidade produzida. Eis alguns dos exemplos de
custos fixos: seguro da fábrica, aluguel da fábrica, energia da fábrica etc.

2.3.7 SISTEMAS DE CUSTEIO

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Segundo Cherman (2002, p. 50), “apropriar custo significa o modo em que os custos serão atribuídos
aos produtos”.

Eis alguns métodos de custeio utilizados para alocação dos custos aos produtos e/ou serviços:
Custeio por absorção; custeio variável ou direto; ABC; RKW e Custeio padrão.

2.3.7.1 CUSTEIO POR ABSORÇÃO


Para Cherman (2002, p. 50) o custeio por absorção, “é um método de custeio em que são
apropriados aos produtos fabricados todos os custos incorridos sejam eles diretos, indiretos, fixos ou
variáveis”.

A esse respeito, Horngren, Foster e Datar (1997, p. 211), registram que o custeio por absorção “é o
método de custeio do estoque no qual todos os custos de fabricação, variáveis e fixos, são
considerados custos inventariáveis”.

É importante salientar que neste método, o custo separa-se das despesas; é aceito pela legislação
societária (Lei 6.404/76) e, obedece aos princípios fundamentais de contabilidade, dentre eles, o
princípio da realização da receita, confrontação e competência.

A figura 2 esboça claramente o esquema básico desse custeio.

Figura 2 – Esquema Básico do Custeio por Absorção para empresas de Manufatura Fonte: MARTINS
(2003, p. 37)

Na figura 3, apresenta-se o esquema básico do custeio por absorção para empresas prestadoras de
serviços.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Figura 3 – Esquema Básico do Custeio por Absorção para empresas Prestadoras de Serviços Fonte:
MARTINS (2003, p. 38)

2.3.7.2 CUSTEIO VARIÁVEL OU DIRETO


Horngren, Foster e Datar (1997), descrevem o custeio variável como o método de custeio de estoque
em que, “todos os custos de fabricação variáveis são considerados custos inventariáveis. Todos os
custos de fabricação fixos são excluídos dos custos inventariáveis. Eles são custos do período em
que ocorrem”.

Eliseu Martins em seu livro de contabilidade de custos faz um breve resumo acerca do custeio
variável:

Pela própria natureza dos custos fixos (invariabilidade), arbitrariedade sem seu rateio e variação por
unidade em função de oscilações do volume global, e por propiciar valores de lucro não muito úteis
para fins decisoriais, criou-se um critério alternativo ao custeio por absorção. Trata-se do custeio
variável (ou direto), em que só são agregados aos produtos seus custos variáveis, considerando-se
os custos fixos como se fossem despesas.

Nas demonstrações à base do custeio variável obtem-se um lucro que acompanha sempre a direção
das vendas, o que não ocorre com a absorção. Mas, por contrariar a competência e a confrontação, o
custeio variável não é válido para balanços de uso externo, deixando de ser aceito tanto pela
auditoria independente quanto pelo fisco. É fácil, entretanto, trabalhar-se com ele durante o ano e
fazer-se uma adaptação de fim de exercício para se voltar à absorção.(MARTINS, 2002, p. 204).

2.3.7.3 ACTIVITY BASED COSTING


É outra forma de alocar os custos indiretos de fabricação aos produtos. Primeiro distribui as
atividades por meio de um direcionador, posteriormente para os departamentos e finalmente para os
produtos. O ABC é o método que obtém melhor afinidade com os custos indiretos, pois proporciona
resultados mais próximos da realidade.

Horngren, Foster e Datar (1997, p. 76), descrevem o custeio baseado em atividades (ABC – activity
based costing) como,

Um enfoque para se aprimorar um sistema de custeio. Ele se concentra nas atividades como se
fossem os principais objetos de custo. Uma atividade é um evento, tarefa ou unidade de trabalho com

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

um determinado propósito. O ABC utiliza o custo dessas atividades como base para distribuir custos
para outros objetos de custo tais como produtos, serviços ou clientes.

A figura 4 da página seguinte ilustra o esquema do ABC – activity based costing:

Figura 4 – Esquema Básico do Custeio por Atividades Fonte: MARTINS (2003, capítulo 24)

2.3.7.4 REICHSKURATORIUM FUR WIRTSCHAFTLICHTKEIT


Consiste em ratear os custos e despesas (comerciais, administrativas, financeiras etc) aos produtos.
Esse método é conhecido como departamentalização, pois consiste em dividir as empresas em
partes, normalmente conhecidas por um organograma.

Para Martins (2003, p. 65), “departamento é a unidade mínima administrativa para a contabilidade de
custos, representada por pessoas e máquinas (na maioria dos casos), em que se desenvolvem
atividades homogêneas”.

Cherman (2002, p. 66) descreve que o objetivo da departamentalização para efeito de contabilidade
de custos, “é diminuir a arbitrariedade dos critérios de rateio, já que os custos, primeiro passam pelos
departamentos e depois são atribuídos aos produtos. Com isso teremos um melhor controle de
custos”.

Existem dois tipos de departamentos: os produtivos e os de serviços. Os produtivos trabalham


diretamente o produto e os de serviços tem a função de prestar serviços aos produtivos.

Na figura 5 apresenta-se o modelo básico do custeio RKW.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Figura 5 – Esquema Básico do Custeio

2.3.7.5 CUSTO PADRÃO


Segundo Cherman (2002, p. 177), o custo padrão “é uma meta que a empresa deseja atingir em um
determinado período de tempo. Todos os custos são tomados por estimativa”.

Existem três tipos de custo padrão. São eles: Ideal, estimado, Real e corrente.

2.3.7.5.1 Ideal
É aquele determinado dentro das condições ideais de qualidade e eficiência de mão-de-obra.
Expressa o objetivo da empresa a longo prazo (planejamento estratégico). Supõe a utilização máxima
de todos os recursos disponíveis com um mínimo de desperdícios e são desprezados os imprevistos,
como quebra de equipamentos, perdas etc... Na prática é muito difícil de ser alcançado. (CHERMAN,
2002)

2.3.7.5.2 Estimado
É aquele determinado através da observação da produção passada (custo histórico), sem levar em
consideração falhas da produção, ineficiências de mão-de-obra etc. é uma estimativa de custo a curto
prazo e geralmente os valores encontrados são bem próximos da realidade. (CHERMAN, 2002).

2.3.7.5.3 Corrente
Leva em consideração que certas deficiências não podem ser solucionadas, pelo menos a curto e
médio prazo. Os custos são determinados considerando um bom desempenho da empresa e
possíveis de serem alcançados. Situa-se entre o ideal e o estimado. (CHERMAN, 2002).

2.3.7.5.4 Real

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Segundo Cherman, o custo real é aquele que ocorreu efetivamente na empresa. Quando o custo real
é maior que o custo padrão, a diferença é desfavorável, já que os custos foram maiores que o
previsto. Quando o custo padrão for maior que o real, a diferença é favorável. (CHERMAN, 2002).

A figura 6 expõe melhor entendimento sobre o custo padrão e o real.

Figura 6 – Esquema Básico do Custo Padrão e o SISTEMA DE ACUMULAÇÃO E ALOCAÇÃO DE


CUSTOS, PERDAS E SUCATAS.

Para Cherman (2002), “existem dois tipos de sistemas de acumulação de custos: Produção por
ordem ou por encomenda e produção contínua ou em série ou por processo”.

2.3.8.1 PRODUÇÃO POR ORDEM OU POR ENCOMENDA


Segundo Horngren, Foster e Datar (1997, p. 67), no sistema de acumulação de custo por ordem, os
custos são:

Acumulados a uma determinada unidade ou lote de um produto ou serviço. Considera-se uma ordem
uma empreitada que consome recursos para trazer um determinado produto ou serviço ao mercado.
O produto ou serviço é frequentemente feito sob medida ou por encomenda, tal como um serviço de
auditoria.

Os exemplos conhecidos no meio contábil deste sistema de acumulação de custos são: fabricantes
de aviões, indústria naval etc.

2.3.8.2 PRODUÇÃO POR PROCESSO


Horngren, Foster e Datar (1997, p. 67) descrevem que,

O custo de um produto ou serviço é obtido pela média dos custos acumulados a uma grande
quantidade de unidades similares. Frequentemente, itens idênticos (tal como bonecas Barbie) são
produzidas em grande escala para venda em geral, e não para um cliente específico.

2.3.9 ALOCAÇÃO DE CUSTOS


Ressaltou-se nos parágrafos anteriormente descritos sobre o sistema de acumulação de custo. No
item a seguir, faz-se uma análise da apuração de custos de dois ou mais produtos, produzidos
simultaneamente, que se denomina custo conjunto.

Para os autores do livro contabilidade de custos, Horngren, Foster e Datar (1997, p. 385), o custo
conjunto “é o custo de um único processo que gera diversos produtos simultaneamente”. Mas para
entendimento, é necessário que se descreva sobre o que vem a ser produto e co- produtos. E os
autores acima citados assim os definem:

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Produto é qualquer output que tem valor de venda positivo (ou que permita a organização evitar a
ocorrência de custos). Os co-produtos têm valor de venda relativamente alto, mas não são
identificáveis isoladamente como produtos individuais até o ponto de separação. Quando um
processo gerador de dois ou mais produtos origina um único produto com valor de venda
relativamente alto, este produto é denominado produto principal. Um subproduto tem baixo valor de
venda, em comparação com o(s) produto(s) principal (ais) e o(s) co-produto(s). A sucata tem valor de
venda mínimo.

Para Cherman (2002), a produção conjunta “ocorre quando mais de um produto surge a partir da
mesma matéria-prima”. E ainda, exemplifica “o caso do frigorífico, que do boi abatido surgem os
diferentes tipos de carne que são os co-produtos (filé, alcatra, patinho etc)”. O frigorífico se classifica
a partir da matéria-prima “a carne de boi”, distribuindo-a em co- produtos e finalmente em
subprodutos (como os ossos, chifres etc).

2.3.10 PERDAS E SUCATAS


2.3.10.1 PERDAS
Horngren, Foster e Datar (1997), consideram as perdas referentes “às unidades da produção
recusadas, que são jogadas fora ou vendidas pelo valor de alienação”.

Para os autores, existem dois tipos de perdas: a perda normal e a anormal. A perda normal é a que
ocorre em condições eficientes de operação, como resultado inerente do processo particular de
produção. Para um dado processo de produção, a administração deve decidir a taxa de perda que
pretende aceitar como normal. Os custos das unidades perfeitas, quando estas não podem ser
fabricadas sem o aparecimento simultâneo de unidades defeituosas. As taxas normais de perda
devem ser determinadas com base em todas as unidades perfeitas, e não em todas as unidades
efetivamente iniciadas. Por quê? Porque o total destas também inclui a perda normal, além da perda
normal. A perda anormal é a que não se espera que ocorra dentro das condições eficientes de
operação; ela não é parte inerente do processo produtivo escolhido. (HORNGREN, FOSTER E
DATAR, 1997, p. 462).

2.3.10.2 SUCATAS
Segundo Cherman (2002) as sucatas “também chamadas de resíduo, são sobras da produção ou
produtos com defeito ou imprestáveis. Não tem mercado garantido. Seu custo já está incorporado às
unidades boas”.

2.3.11 RELAÇÃO DE CUSTO-VOLUME-LUCRO


A análise que se faz necessária está baseada nas seguintes suposições de Horngren, Foster e Datar
(1997, p. 45):

1. Os custos totais podem ser divididos em uma parte fixa e em outra parte que é variável com
relação ao nível de atividade.

2. O comportamento das receitas e dos custos totais é linear dentro de uma determinada faixa de
atividade.

3. O preço de venda unitário, os custos variáveis unitários e os custos fixos são conhecidos.

4. A análise abrange tanto um único produto quanto supõe que um dado mix de receita de produtos
permanecerá constante mesmo quando a quantidade total de unidades vendidas se alterarem.

5. Todas as receitas e custos podem ser adicionados e comparados sem levar em consideração o
valor do dinheiro no tempo.

A seguir discutir-se-á sobre o ponto de equilíbrio, que para Horngren, Foster e Datar (1997), “é o nível
de atividade em que as receitas totais e os custos totais se igualam, ou seja, onde o lucro é igual a
zero”.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

2.3.12 PONTO DE EQUILÍBRIO


É o ponto em que a receita total se iguala aos custos totais, resultando em um lucro igual a zero.

Existem três métodos de apuração do ponto de equilíbrio:pela equação matemática, pela margem de
contribuição e pelo gráfico.

2.3.12.1 MÉTODO DE APURAÇÃO PELA EQUAÇÃO


Mostra-se a seguir a fórmula do método da equação:

Receitas – custos variáveis – custos fixos = lucro (PVu x Q) – (CVu x Q) – CF = LO

Em que: PVu = Preço de Venda unitário Q = quantidade

CVu = Custo Variável unitário CF = Custo Fixo

LO = Lucro zero.

2.3.12.2 MÉTODO DE APURAÇÃO PELA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO


Ilustra-se a seguir o método da margem de contribuição:

A margem de contribuição é igual às receitas, menos os custos dos produtos ou serviços, que variam
em função do nível de atividade.

(PVu x Q) – (CVu x Q) – CF = LO (PVu – Cvu) x Q = CF+ LO

MCu x Q = CF + LO Q = CF + LO

MCu

2.3.12.3 MÉTODO GRÁFICO


Assim como os métodos de equação e da margem de contribuição para o cálculo do ponto de
equilíbrio, tem-se o método gráfico, que traça a linha dos custos totais e a das receitas totais. O ponto
de interseção das duas linhas é o ponto de equilíbrio, como ilustra a figura 7.

Figura 7 – Ponto de equilíbrio pelo método gráfico Fonte: Martins (2003, cap. 22)

2.3.13 ANÁLISE DE SENSIBILIDADE

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

Do ponto de vista de Horngren, Foster e Datar (1997, p. 47), a análise de sensibilidade “é um técnica
de simulação que examina o quanto um resultado será alterado se os dados da previsão inicial não
forem obtidos ou se alguma suposição fundamental for alterada”.

A análise de sensibilidade responde a questões tipo: qual será o lucro operacional se o nível de
atividade for 5% menor que o previsto? E: qual será o lucro operacional se os custos variáveis por
unidade aumentarem 10%? A sensibilidade para diversos possíveis resultados amplia as
perspectivas dos gerentes para o que poderia de fato ocorrer, apesar de seus planos terem sido bem
estabelecidos. (HORNGREN, FOSTER E DATAR, 1997, p. 47 e 48).

A análise de sensibilidade tem um aspecto importante – a margem de segurança, que Horngren,


Foster e Datar (1997), assim esclarecem:

É o excesso das receitas orçadas sobre o ponto de equilíbrio da receita. A margem de segurança é a
resposta para questões do tipo: Se as receitas orçadas estiverem acima do ponto de equilíbrio e
caírem, o quanto elas podem ficar abaixo do orçado antes de atingir o ponto de equilíbrio? Tal queda
poderia estar relacionada a um competidor que tenha um melhor produto, a um marketing mal feito
etc.

Cherman (2002, p. 142) afirma que, “a margem de segurança informa quão próximo ao ponto de
equilíbrio a empresa está operando, isto é, quanto as vendas podem cair sem que a empresa opere
com prejuízo”.

Para que haja respostas a questões relacionadas ao que acontecerá com o lucro da empresa com a
análise do custo/volume/lucro, Wernke (2004, p. 41) enumera alguns itens: “1. Aumento ou
diminuição do custo (variável) (ou fixo); 2. Diminuição ou aumento do volume de vendas; e, 3.
Redução ou majoração dos preços de venda”.

A análise do custo-volume-lucro, instrumento utilizado pela contabilidade de custos para a tomada de


decisões, informa aos gestores a forma existente entre a ligação das vendas com os custos, o nível
de atividade desenvolvido e o lucro desejado.

Por seu próprio caráter de controle e mensuração do patrimônio da empresa e de suas atividades, a
contabilidade é uma fonte de informações gerencias. Porém, ela não deve ficar restrita apenas ao
registro de fatos pretéritos, de forma retrospectiva. Pode e deve também ofertar informações
preditivas. Para isso, o contador pode apresentar informações financeiras além dos registros
contábeis obrigatórios. Ao analisar e combinar dados financeiros por meio de relatórios internos,
possibilitará subsídios de utilidade gerencial para o administrador.

O ponto de equilíbrio é uma ferramenta útil ao gestor na tomada de decisões, mesmo que,
apresentando algumas limitações, constitui-se em forma de informações indispensáveis para a
escorreita gestão empresarial, dadas as possibilidades de simulação de cenários que oferta.
(WERNKE, 2004).

Após verificar a análise custo/volume/lucro, os autores Horngren, Foster e Datar (1997) sugerem, no
capítulo XIX (dezenove) do livro contabilidade de custos, uma forma de gerenciamento do custo, que
é a qualidade e a teoria das restrições, objetivando conhecer conceitos, classificações, vantagens e
desvantagens dessa forma de gestão.

2.3.14 GERENCIAMENTO DO CUSTO: CUSTO DA QUALIDADE E A TEORIA DAS


RESTRIÇÕES

2.3.14.1 CUSTO DA QUALIDADE


A competitividade entre as empresas faz com que os gestores busquem melhor qualidade nos seus
produtos e serviços, tanto no processo de conversão, quanto na entrega perfeita aos clientes.

Horngren, Foster e Datar (1997) definem o termo qualidade como “uma grande variedade de fatores –
adequação e uso, grau em que um produto atende às necessidades de um cliente ou às
especificações de projeto e às imposições da engenharia2”. De acordo com os autores em questão,
há dois aspectos básicos da qualidade – a qualidade do projeto e a qualidade da adaptação.

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CLASSIFICAÇÃO DE CUSTOS

A qualidade do projeto exprime quão próxima as características dos produtos ou serviços estão das
necessidades e desejos dos clientes. Suponhamos que os clientes de fotocopiadoras desejam
copiadoras que além da cópia, fax, scanner e impressão eletrônica. As máquinas que não atendam a
essas necessidades apresentam deficiência na qualidade do seu projeto.

Qualidade de adaptação é o comportamento de um produto ou serviço em relação ao projeto e às


especificações de produção. Por exemplo: se uma fotocopiadora amarrota o papel ou quebra, ela terá
falhado em satisfazer a qualidade da adaptação.

A American Society for Quality Control define qualidade como a totalidade das propriedades e
características de um produto ou serviço realizado segundo especificações, para atender aos
clientes, no momento da aquisição e durante o uso.ANSI/ASQC A-31978, Quality Terminology
(Milwaukee, Wi.: American Society for Quality, 1978)

Os produtos em desacordo com as especificações precisam ser consertados, refeitos ou


descartados, com um custo adicional para a organização. Se os erros de não- adaptação das
especificações não forem corrigidos dentro da fábrica e o produto quebrar no estabelecimento do
cliente, o resultado pode ser custo de conserto mais altos, bem como perda da reputação com o
cliente – na maioria das vezes, o maior de todos os custos de qualidade. No setor bancário, o
depósito do cheque de um cliente na conta corrente errada é um exemplo de deficiência da qualidade
de adaptação. (HORNGREN, FOSTER E DATAR, 1997, p 485).

Os custos da qualidade estão voltados para todas as áreas da cadeia de valor, que os referidos
autores classificam em quatro categorias: 1. Custo de prevenção; 2. Custo de avaliação; 3. Custo da
falha detectada internamente; e, 4. Custo da falha detectada externamente.

2.3.14.2 TEORIA DAS RESTRIÇÕES


A teoria das restrições para Horngren, Foster e Datar (1997), “descreve métodos para maximizar o
lucro operacional, diante de algumas operações-gargalo ou não”. São definidas três medidas, na
visão desses autores, que são:

1. Margem de contribuição via thoughput costing, igual às receitas das vendas menos os custos
dos materiais diretos.

2. Investimentos (estoques), iguais à soma dos custos do estoque de materiais diretos e dos
estoques de produtos semi-acabados e produtos acabados; custos de P&D; e, custos de
equipamentos e edificações.

Custos operacionais, iguais a todos os custos operacionais (exceto materiais diretos) incorridos para
obter a margem de contribuição via throughput costing. Os custos operacionais compreendem
salários e remunerações, aluguel, serviços públicos e depreciação. (HORNGREN, FOSTER E
DATAR, 1997, p. 496).

2.3.15 ESCOLHA DE SISTEMA

As empresas estão cada vez mais se adaptando às medidas financeiras internas com medidas
baseadas em dados financeiros externos (como por exemplo, o preço das ações), em dados internos
não-financeiros (como o tempo de produção) e em dados não-financeiros externos (como a
satisfação do cliente). Além disso, elas estão fazendo benchmark das medidas financeiras e não-
financeiras de outras companhias, consideradas “as de melhor desempenho”. Para competir
eficazmente no mercado global, as empresas precisam ter desempenho igual ou próximo “ao melhor
da espécie”.

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Comportamento dos Custos

Comportamento de custos e Projeção dos lucros

Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis, conforme o grau de variação com o volume
de atividades da empresa. Assim, os custos fixos não se alteram quando a empresa produz muito ou
pouco. Já os custos variáveis sofrem alterações conforme a quantidade produzida. Estes conceitos
são básicos para o estudante da contabilidade de custos.

Existe outra categoria de custos que são importantes, mas que não tem recebido a devida atenção da
literatura. São os custos denominados de pegajosos (sticky costs). Quando uma empresa reduz o
nível de atividade, produzindo menos quantidade dos seus produtos, espera-se que alguns custos
reduzam na mesma proporção. Entretanto tem-se observado na prática que isto não ocorre com os
sticky costs.

Para o analista externo, a existência dos sticky costs representa um problema. Em geral, o analista
está interessado em fazer a previsão do resultado da empresa. Mas esta previsão depende da
estimativa do comportamento dos custos. Assim, a presença dos sticky costs interfere no trabalho do
usuário da informação contábil.

Uma pesquisa recente, de um professor da Universidade de Tel Aviv, mostrou que os custos mais
pegajosos produzem um resultado mais volátil. Além disto, os analistas não gostam de acompanhar
as empresas onde a presença destes custos é maior.

É interessante notar que a pesquisa apresenta um vínculo interessante entre a contabilidade de


custos e a financeira, pouco explorado na literatura. Mostra também a influência do comportamento
dos custos sobre o usuário, neste caso, o analista.

CONTABILIDADE DE CUSTOS

A necessidade da análise e do controle dos gastos empresariais acentua-se à medida que cresce a
competição entre as empresas.

A Contabilidade de Custos – que atende essa necessidade – destina-se à geração de informações


contábeis de interesse dos usuários internos da empresa, servindo de apoio indispensável a decisões
gerenciais das mais diversas naturezas.

Custo é uma despesa que se faz a fim de obter um rendimento. Ao estabelecer um preço, para seu
produto ou serviço, deve-se saber qual é seu custo total e o custo por unidade.

Diferentes tipos de custos são usados para diferentes propósitos, e a escolha correta poderá
assegurar o uso apropriado dos recursos do departamento.

1.1- Natureza: o custo representa um consumo de valores decorrentes de atividades industriais,


comerciais ou de prestação de serviços. Normalmente os custos antecedem as receitas (vendas). Ao
custo inicial geralmente são agregados outros gastos, como por exemplo à matéria prima são
adicionados os custos de mão-de-obra, de energia elétrica, etc. no processo de transformação em
produtos acabados.

1.2- Importância e finalidade: A determinação do preço de custo dos bens e serviços é necessária
para fixação do preço de venda desses mesmos bens e serviços.

1.3 - CONTABILIDADE DE CUSTOS E CONTABILIDADE FINANCEIRA

. Contabilidade financeira: tem por objetivos determinar de um lado o valor dos bens, direitos e
obrigações e da situação líquida da empresa através do balanço e, de outro, determinar o lucro ou
prejuízo através do demonstrativo de resultado. Vale dizer, a contabilidade de financeira se relaciona
com o mundo exterior, com o mercado, com os seus devedores (clientes, por exemplo) e, de outro
lado com os seus credores (fornecedores, governo pelos impostos, bancos pelos financiamentos
recebidos). A contabilidade financeira também é denominada de contabilidade externa.

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

. Contabilidade de custos: É a contabilidade interna econômica. Tem por objetivo determinar o custo
de fabricação e comercialização de um produto ou serviço.

1.4- Contabilidade Gerencial: É o conjunto de conhecimentos (administrativos, estatísticos,


matemáticos, jurídicos, econômicos, orçamentários) que atuando em conjunto com a contabilidade de
custo e financeira, tem por objetivo fundamental informar a alta administração para a tomada de
decisões corretas no mundo dos negócios.

1.5- Investimento: É toda aplicação de recursos monetários, próprios ou de terceiros, em bens de


produção (matérias-primas, materiais diversos), bens de consumo (material de limpeza e
conservação) e bens de uso (prédios industriais e administrativos, máquinas, equipamentos, marcas,
patentes, etc.).

1.6- Custo: É o consumo das aplicações de recursos. O custo ocorre pela requisição da matéria-
prima, do material de consumo, pela depreciação das máquinas e equipamentos. É o consumo de um
bem ativo em função do processo produtivo.

1.7- Despesa e perda: Despesa: As despesas vencem em função do tempo e não da produção.
Exemplos: o aluguel de um galpão industrial, o pagamento de salários e encargos sociais, têm que
ser pagos no final do mês, independentemente se houve produção ou não.

Perda: É o consumo improdutivo decorrente do processo bril ou pela ação da própria natureza. Ex.
Evaporação do líquido necessário ao processo produtivo; ação da luz nos filmes virgens, etc. Todo
esses conjunto de perdas representa consumo de aplicação de recursos monetários nos bens acima
descritos, improdutivamente. São por conseguinte, redução do valor patrimonial de uma empresa.

TERMINOLOGIA CONTABIL

O objetivo é uniformizar o entendimento de determinados termos que serão utilizados.

GASTO – Sacrifício que a entidade arca para obtenção de um bem ou serviço, representado por
entrega ou processo de entrega de ativos (normalmente dinheiro).

O gasto se concretiza quando os serviços ou bens adquiridos são prestados ou passam a ser de
propriedade da empresa.

DESEMBOLSO – Pagamento resultante da aquisição de um bem ou serviço. Pode ocorrer


concomitantemente ao gasto (pagamento a vista) ou depois deste (pagamento a prazo).

CUSTO POR FACILIDADE DE RASTREAMENTO

Custos Diretos

São os que podem ser diretamente (sem rateio), apropriados aos produtos, bastando existir uma
medida de consumo (quilos, horas de mão-de-obra ou de máquina, quantidade de força consumida
etc.). Em geral, identificam-se com os produtos e variam proporcionalmente à quantidade produzida.

São aqueles que podem ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma
medida objetiva de seu consumo nesta fabricação.

Exemplos:

1- Matéria-prima. Normalmente, a empresa sabe qual a quantidade exata de matéria-prima que está
sendo utilizada para a produção de uma unidade do produto. Sabendo-se o preço da matéria-prima, o
custo daí resultante está associado diretamente ao produto.

2- Mão-de-obra Direta. Trata-se dos custos com os trabalhadores utilizados diretamente na


produção. Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão-de-obra, é
possível apropriá-la diretamente ao produto.

3- Material de embalagem

4- Depreciação de equipamento, quando é utilizado para produzir apenas um tipo de produto.

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

5- Energia elétrica das máquinas, quando é possível saber quanto foi consumido na produção de
cada produto.

Custos Indiretos

São os que, para serem incorporados aos produtos, necessitam da utilização de algum critério de
rateio. Exemplos: aluguel, iluminação, depreciação, salário de supervisores etc.

Na prática, a separação de custos em diretos e indiretos, além de sua natureza, leva em conta a
relevância e o grau de dificuldade de medição. Por exemplo, o gasto de energia elétrica(força) é, por
sua natureza, um custo direto, porém, devido as dificuldades de medição do consumo por produto e
ao fato de que o valo obtido por rateio, em geral, pouco difere daquele que seria obtido com uma
medição rigorosa, quase sempre é considerado como custo indireto de fabricação.

São os custos que dependem de cálculos, rateios ou estimativas para serem apropriados em
diferentes produtos, portanto, que só são apropriados indiretamente aos produtos. O parâmetro
utilizado para as estimativas é chamado de base ou critério de rateio.

Exemplos:

1. Depreciação de equipamentos utilizados na fabricação de mais de um produto.

2. Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.

3. Aluguel da fábrica.

4. Gastos com limpeza da fábrica

5. Energia elétrica que não pode ser associada ao produto

CUSTOS POR COMPORTAMENTO

Custos fixos

Custos Fixos são aqueles cujo total não varia proporcionalmente ao volume produzido. Por exemplo:
aluguel, seguro de fábrica etc.

Um aspecto importante a ressaltar é que os custos fixos são fixos dentro de determinada faixa de
produção e, em geral, não são eternamente fixos, podendo variar em função de grandes oscilações
no volume de produção.

Observe que os custos fixos são fixos em relação ao volume de produção, mas podem variar de valor
no decorrer do tempo. O aluguel da fábrica, mesmo quando sofre reajuste em determinado mês, não
deixa de ser considerado um Custo Fixo, uma vez que terá o mesmo valor qualquer que seja a
produção do mês. Outros exemplos: impostos predial, depreciação dos equipamentos (pelo método
linear), salários de vigias e porteiros da fábrica, prêmios de seguros etc.

Custos Variáveis

São os que variam proporcionalmente ao volume produzido. Exemplos: matéria-prima, embalagem.

Se não houver quantidade produzida, o custo variável será nulo. Os custos variáveis aumentam à
medida que aumenta a produção.

Outros exemplos: materiais indiretos consumidos, depreciação dos equipamentos quando esta for
feita em função das horas/máquinas trabalhadas, gastos com horas extras na produção etc.

CUSTOS DE TRANSFORMAÇÃO

Representam o esforço empregado pela empresa no processo de fabricação de determinado item


(mão-de-obra direta e indireta, energia, horas de máquina etc.) Não inclui matéria-prima e outros
produtos adquiridos prontos para consumo.

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

CUSTOS PRIMÁRIOS

É a soma simples de matéria-prima e mão-de-obra direta. Não é o mesmo que o custo direto, que é
mais amplo, incluindo, por exemplo: materiais auxiliares, energia elétrica etc.

CUSTOS POR FUNÇÃO

Materiais Diretos

São os materiais que se incorporam (se identificam) diretamente aos produtos. Exemplos: matéria-
prima, embalagem. Materiais auxiliares tais como cola, tinta, parafuso, prego etc.

Mão-de-obra direta

Representa custos relacionados com pessoal que trabalha diretamente na elaboração dos produtos,
por exemplo, o empregado que opera um torno mecânico. A mão-de-obra direta não deve ser
confundida com a de um operário que supervisiona um grupo de torneiros mecânicos.

Como regra prática, podemos adotar o seguinte critério: sempre que for possível medir a quantidade
de mão-de-obra aplicada a determinado produto é mão-de-obra direta, caso contrário, havendo
necessidade de rateio, é mão-de-obra indireta.

Na medição da mão-de-obra direta, podem surgir dificuldades e, principalmente, certos custos, que
levam as empresas a tratar gastos de mão-de-obra, que por sua natureza são diretos, como custos
indiretos. Evidentemente, o custo dos produtos ficará distorcido, cabendo à empresa um estudo de
custo-benefício para decidir qual é o tratamento mais adequado.

Há que se lembrar, ainda, que o cálculo do custo da hora – de mão-de-obra (quer direta, quer
indireta) – deve levar em conta todos os encargos sociais, como IAPAS, FGTS, 13 salário etc., e
também deve ser feito um ajuste para considerar as horas efetivamente trabalhadas e o tempo
improdutivo decorrente de férias, fim de semana remunerado, feriados etc.

RATEIO

Representa a alocação de custos indiretos aos produtos em fabricação, segundo critérios racionais.
Exemplo: depreciação de máquinas rateada segundo o tempo de utilização (h/m) por produto etc.
Contudo, dada a dificuldade de fixação de critérios de rateio, tais alocações carregam consigo certo
grau de arbitrariedade.

A importância do critério de rateio está intimamente ligada à manutenção ou uniformidade em sua


aplicação. Devemos lembrar que a simples mudança de um critério de rateio afeta o curso de
produção e consequentemente afetará o resultado da empresa.

FORMAS DE RATEIO DOS GGF – Gastos Gerais de Fabricação

Uma vez determinado o critério ou base de rateio, a execução do rateio consiste numa regra de três
simples.

Exemplo: Suponhamos que temos que ratear gastos com material indireto que totalizaram R$
20.000,00 entre três produtos, A, B, C, e que a base de rateio seja gasto de matéria-prima incorrida
em cada produto conforme abaixo:

PRODUTO MATÉRIA PRIMA

A 50.000,00

B 125.000,00

C 75.000,00

TOTAL 250.000,00

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

O rateio do material indireto para o produto A será: R$ 20.000 estão para $ 250.000,00, assim como,
X está para R$ 50.000,00, logo:

x = 50.000 x 20.000 = R$ 4.000,00

250.000

produto B produto C

20.000 = 250.000, logo: 20.000 = 250.000, logo:

x 125.000 75.000

x = 20.000 x 125.000 = R$ 10.000,00 x = 20.000 x 75.000 = R$ 6.000,00

250.000 250.000

Outra forma de efetuar o rateio seria estabelecer a porcentagem de cada produto em relação ao
critério de rateio e multiplicar a porcentagem pelo valor a ser rateado. Veja quadro a seguir:

Produtos Critério de rateio = gasto com % Material Indireto

matéria-prima (% x 20.000)

A 50.000 20 4.000

B 125.000 50 10.000

C 75.000 30 6.000

Total 250.000 100 20.000

Há mais uma maneira de efetuar a distribuição dos custos indiretos. Toma-se o valor do mesmo e
divide-se pelo valor total do parâmetro de rateio. Multiplica-se a seguir pelo valor do parâmetro
correspondente a cada produto.

Assim:

Valor do custo indireto 20.000,00

(+) Valor total do gasto com matéria-prima 250.000,00

(=) R$ de custo indireto por R$ de matéria-prima 0,08

PRODUTO A R$ 50.000 x 0,08 = R$ 4.000,00

PRODUTO B R$ 125.000 x 0,08 = R$ 10.000,00

PRODUTO C R$ 75.000 x 0,08 = R$ 6.000,00

Como se percebe, qualquer que seja a forma de efetuar o rateio, chega-se sempre ao mesmo
resultado. Cabe decidir qual delas lhe é mais conveniente.

CENTRO DE CUSTO

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Em princípio, centros de custos são departamentos de área de produção diferenciados segundo a


função de cada um no processo produtivo. Por vezes, essa diferenciação está mais ligada ao fator
econômico, em vista da maior ou maior uniformidade de custos incorridos nas várias funções, do que
sob o ponto de vista tecnológico, pois este está mais ligado à natureza das fases de processo.

Distinguem-se fundamentalmente duas espécies de centro de custos:

Centro de custos produtivos

São centros onde os produtos da linha de comercialização da empresa são fabricados, por meio de
operações de produção parcial ou de acabamento final.

Centro de custos auxiliares

São centros de prestação de serviços aos centros de custo produtivos ou àqueles de sua espécie,
possibilitando a continuidade das condições de produção. Podem exercer controle de condições e
pessoas, manutenção de equipamentos, distribuição de insumos como água, energia elétrica, vapor,
gás, frio, etc...Eventualmente, podem gerar receitas, por prestação de serviços a terceiros.

CONTABILIDADE DE CUSTOS – CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Atualmente as organizações buscam cada vez mais ferramentas de controles de seus custos, de
processos, enfim, com objetivo de tornarem-se mais competitivas perante seus concorrentes.

Em meio a tantas mudanças tecnológicas, as empresas estão enxergando cada vez mais a
contabilidade de custos como uma ferramenta no auxílio as tomadas de decisões, de uma vez que as
empresas necessitam controlar e reduzir constantemente seus custos de fabricação/produção ou
serviços.

A contabilidade de custos visa obter informações, processá-las e apresentá-las as organizações,


identificando ao final os custos de seus produtos. Com isto, as empresas conseguem verificar a
?contribuição? de cada produto no resultado/lucro, e também conseguem identificar aquele produto
que não está sendo rentável, e que pode até ser substituído por outro, ou incrementado, se assim a
empresa considerar relevante.

Porém, dentro da contabilidade de custos, existem diversos métodos de custeios a serem adotados
pelas organizações no momento da aplicação efetiva de custos, observando sempre que nem todos
os métodos disponíveis para aplicação prática são aceitados pelo fisco. Dentre os mais conhecidos
métodos de custos, pode-se citar o método de custeio por absorção, o método ABC, o método de
custeio variável, entre outros.

Portanto, este artigo tem o objetivo de abordar alguns pontos relevantes ao conceito de custos e
também ao método de custeio por absorção.

2 CONTABILIDADE DE CUSTOS

A contabilidade, atualmente, não é mais uma mera geradora de guia de tributos a serem pagas, mas
sim, uma grande ferramenta de gestão para a tomada de decisão das empresas, que buscam
informações precisas para direcionarem o seu caminho.

Com isto, as empresas estão se tornando cada vez mais competitivas, e necessitam que além de
uma contabilidade que ?guie? seu caminho, ela também necessita apurar seus custos, e verificar o
que cada produto está gerando de custo efetivo e de resultado.

Assim, surge a contabilidade de custos para auxiliar especificamente as empresas nas questões de
custos de seus produtos, que através de dados fornecidos pelas empresas na contabilidade é
possível apurar os custos de seus produtos precisamente.

Neves e Viceconti (2003, p. 6-7), comentam um pouco da história da contabilidade de custos


propriamente dito,

Com o advento da Revolução Industrial e a consequente proliferação das empresas industriais, a


Contabilidade viu-se às voltas com o problema de adaptar os procedimentos de apuração do

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

resultado em empresas comerciais (que apenas revendiam mercadorias compradas de outrem) para
as empresas industriais, que adquiriam matérias ? primas e utilizavam fatores de produção para
transformá-las em produtos destinados a venda.

A solução natural para o problema foi usar o mesmo esquema das empresas comerciais para
apuração do resultado, substituindo o item Compras pelo pagamento dos fatores que entraram na
produção: matéria-prima consumida, salário dos trabalhadores da produção, energia elétrica e
combustíveis utilizados, enfim todos os gastos que fora efetuados na atividade industrial e que foram
denominadas de Custos de Produção. O ramo da Contabilidade que controlava estes gastos passou
a chamar-se Contabilidade de Custos.

A Contabilidade de Custos, nos seus primórdios, teve como principal função a avaliação de estoques
em empresas industriais, que é um procedimento muito mais complexo do que nas comerciais, uma
vez que envolve muito mais que a simples compra e revenda de mercadorias, são feitos pagamentos
a fatores de produção como salários, aquisições e utilização de matérias-primas, etc. Ademais, estes
gastos devem se incorporados ao valor dos estoques das empresas no processo produtivo e, por
ocasião do encerramento do balanço, haverá dois tipos de estoque: produtos que ainda não estão
acabados (produtos em elaboração) e produtos prontos para venda (produtos acabados)

Como se pode observar, a contabilidade no início das apurações dos resultados das empresas sentiu
a necessidade de apurar e controlar os custos efetivos de produção, surgindo assim a contabilidade
de custos. Porém, muito mais do que simplesmente apurar os resultados ou custos das empresas, a
contabilidade atualmente é uma forte ferramenta que auxilia nas tomadas de decisões das empresas,
buscando assim, melhores resultados e atividades mais rentáveis.

2.1 CUSTOS DIRETOS

Os custos diretos, conforme Neves e Viceconti (2003, p. 17), ?são aqueles que podem ser
apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva de seu consumo
nesta fabricação?. Pode-se citar alguns exemplos, de acordo com os autores:

• Matéria ? prima: geralmente as empresas conhecem a quantidade exata de matéria prima que
cada produto irá consumir. Assim, identificado o preço da matéria-prima, o custo daí resultante está
associado diretamente ao produto.

• Mão ? de – obra direta: são os custos relacionados aos funcionários que estão ligados diretamente
ao processo produtivo. Assim, identificando-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço
da mão ? de ? obra, é possível apropriá-lo diretamente ao poduto.

• Material de embalagem: assim como a matéria ? prima, a quantidade de embalagem também é


conhecida para cada produto.

• Depreciação de equipamentos: quando utiliza-se uma máquina apenas para um determinado


produto, consegue-se mensurar diretamente o seu custo ao produto.

2.2 CUSTOS INDIRETOS

Estes custos dependem de cálculos, ou seja, dependem de rateio para serem apropriados a
diferentes produtos. O rateio é realizado, por exemplo, quando a empresa não consegue identificar
quanto gastou de energia elétrica para a área produtiva, então, utilizará do rateio/estimativa para
alocar este custo ao produto, portanto são custos alocados indiretamente ao produto.

Neves e Viceconti (2003) também citam alguns exemplos de custos indiretos:

• Depreciação de equipamentos: quando as máquinas são utilizadas para diversos tipos de


produtos.

• Salários de supervisores, gerentes ou coordenadores de equipes produtivas.

• Aluguel da fábrica.

• Gastos com limpeza da fábrica.

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Desta forma, consegue observar que os custos diretos são mais fáceis de serem identificados ao
produto, por se tratar de objeto direto ligado a ele. Por isso que quando fala-se em custos indiretos, é
necessário ter conhecimento do processo produtivo de cada empresa, e de cada produto dela, para
após isto, levantar seus custos diretos e indiretos, obtendo assim dados confiáveis capazes de
direcionar a empresa no melhor caminho, e no melhor resultado.

2.3 CUSTEIO POR ABSORÇÃO

De acordo com Neves e Viceconti (2003, p.33), ?Custeio por Absorção é um processo de apuração
de custos, cujo objetivo é ratear todos os seus elementos (fixos e variáveis) em cada fase da
produção?. Assim, o custo será absorvido quando for atribuído a um produto ou unidade de
produção, assim cada unidade ou produto receberá sua parcela no custo até que o valor aplicado
seja totalmente absorvido pelo custo dos produtos vendidos ou pelos estoques finais.

Assim, a distinção principal no custeio por absorção é entre o custo e a despesas. A separação é
importante porque as despesas são contabilizadas imediatamente contra o resultado do período,
enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Quanto aos
custos relativos aos produtos em elaboração e os acabados que ainda não foram vendidos estarão
ativados nos estoques destes produtos.

Neves e Viceconti (2003, p. 24), no exemplo abaixo, esclarecem a importância da distinção entre
custos e despesas para o custeio de absorção:

Supondo-se que uma empresa tenha fabricado 1.000 unidades de um determinado produto,
incorrendo em custos de R$ 9.000,00 e despesas operacionais de R$ 3.000,00, foram vendidas 800
unidades a R$ 200,00, num total de vendas de R$ 16.000,00. O custo unitário de cada produto
fabricado será de R$ 9,00. A Demonstração do Resultado da empresa será:

Vendas R$ 16.000,00

(-) Custo dos produtos vendidos (800 x R$ 9,00) R$ 7.200,00

(=) Lucro Bruto R$ 8.800,00

(-) Despesas Operacionais R$ 3.000,00

(=) Lucro Líquido R$ 5.800,00

Fonte: Neves e Viceconti (2003, p. 24)

Se um custo de R$ 1.000,00 tivesse sido classificado erroneamente como despesa, o custo unitário
de fabricação diminuiria para R$ 8,00 e as despesas operacionais aumentariam para R$ 4.000,00. A
Demonstração do Resultado passaria a ser o seguinte:

Vendas R$ 16.000,00

(-) Custo dos produtos vendidos (800 x R$ 9,00) R$ 6.400,00

(=) Lucro Bruto R$ 9.600,00

(-) Despesas Operacionais R$ 4.000,00

(=) Lucro Líquido R$ 5.600,00

Fonte: Neves e Viceconti (2003, p. 24)

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Ou seja, a classificação incorreta de um custo como uma despesa reduziu o lucro líquido da empresa,
pois ele foi totalmente deduzido na apuração do resultado (R$ 1.000,00) em vez de ter sido deduzida
apenas a parcela referente a produção vendida. Este fato é que explica a diferença de R$ 200,00
mais de lucro no resultado correto.

Neves e Viceconti (2003, p. 25) descrevem que, O Custeio por absorção é o único aceito pela
Auditoria Externa, porque atende aos princípios contábeis da Realização da Receita, da Competência
e da Confrontação. Além disso, é o único aceito pelo Imposto de Renda.

Princípio da Realização da Receita? Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem


ou serviço vendido para terceiros.

Princípio da Confrontação? As despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as
receitas que ajudam a gerar (direta ou indiretamente).

Princípio da Competência? As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos a que
competirem, ou seja no período em que ocorrer o seu fato gerador.

Neves e Viceconti (2003) ainda esclarecem e reforçam que para a apuração dos custos da empresa
por meio deste método, é necessário seguir alguns parâmetros:

• É necessário a separação de custos e despesas da empresa;

• Apropriação dos custos diretos e indiretos a produção realizada no período;

• Apuração do custo dos produtos acabados;

• Apuração do custo dos produtos vendidos;

• Apuração de resultado do período.

Diante destas informações e pela sua alta complexidade, as empresas estão recorrendo cada vez
mais às contabilidades. Assim, a contabilidade está fazendo cada vez mais parte da empresa como
um todo, ou seja, atualmente ela participa efetivamente dentro da empresa, identificando problemas e
corrigindo-os, assim como apresentando informações necessárias para obter-se um melhor
resultado/lucro.

O comportamento dos custos das empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA entre 1994 e
2011 com ênfase nos sticky costs

Devido à necessidade das empresas em termos de compreensão do comportamento dos seus


custos, estudos a respeito desta temática carecem de maior atenção por parte dos pesquisadores,
principalmente no caso da economia brasileira que está em processo de expansão no cenário
mundial. De acordo com Felix e Nicacio (2009), até 2014 o Brasil pode se tornar a quinta maior
economia do planeta. E, uma das principais causas para se atingir tal patamar é o período de
estabilidade econômica apresentado desde 1994, o que proporciona o planejamento de políticas e
ações com embasamentos mais sólidos.

Com isso, as empresas brasileiras, principalmente as listadas em bolsas de valores, se tornam alvos
propícios aos investimentos estrangeiros, uma vez que disponibilizam informações e são passíveis de
análise. Ademais, as maiores empresas passam a ser objeto de estudos, em especial as listadas na
bolsa de valores, devido à sua importância no contexto do desenvolvimento económico do país e,
sobretudo, por disponibilizarem informações relevantes para análises por parte dos interessados.

Conforme destacado, torna-se fator decisivo para o melhor gerenciamento das empresas a
compreensão do comportamento dos seus custos. No entanto, alguns dos estudos já realizados
acerca desta temática, como os de Anderson, Banker e Janakiraman (2003); Balakrishnan, Labro e
Soderstrom (2011); Balakrishnan, Petersen e Soderstrom (2004); Banker, Potter e Schroeder
(1995); Calleja, Steliaros e Thomas (2006); Crispim, Borgert e Almeida (2008); Gomes, Lima e
Steppan (2007); Kim e Prather-Kinsey (2010); Medeiros, Costa e Silva (2005); Melvin (1988); Noreen
e Soderstrom (1997); Porporato e Werbin (2010); Rabelo, Borgert e Medeiros (2009); Richartz,
Nunes, Borgert e Dorow (2011); Richartz, Borgert, Ferrari e Vicente (2012); Silva, Silva, Vasconcelos

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

e Campelo (2007); Smith e Mason (1996); Subramaniam e Weidenmier (2003); e Weiss (2010),
abrangem apenas um caso em especial ou um setor de atuação. Ademais, estes estudos levam à
conclusão —cada qual em seu caso de pesquisa— de que ainda não existem posições consensuais
para explicar o comportamento dos custos das empresas.

Além disto, com o advento das pesquisas de Noreen e Soderstrom (1997) e Anderson et
al. (2003) ocorreram mudanças na forma de interpretação dos custos, os quais sugerem que a
variação dos custos não depende apenas das variações da receita, conforme entendimento da
abordagem tradicional dos custos, mas, também, da direção desta mudança, ou seja, aumento ou
diminuição da receita. Noreen e Soderstrom (1997), apesar de possuírem uma suposição diferente da
abordagem tradicional, não conseguiram apresentar evidências suficientes para validá-la
cientificamente em testes aplicados a hospitais. Posteriormente, Anderson, Banker e Janakiraman
(2003) conseguiram comprovar que os custos não variam na mesma intensidade das receitas, e que
quando as receitas aumentam os custos aumentam numa dimensão superior do que quando as
receitas diminuem. Assim, os referidos autores deram início a teoria denominada de sticky costs.

Porém, o tema ainda carece de atenção dos pesquisadores, em especial porque, o comportamento
dos custos recebe interferência dos diversos ramos de atividade, na medida em que cada setor tem
sua própria produção e ambiente operacional, bem como, tecnologia associada, mercados de
produtos e ambientes regulatórios. Portanto, cada empresa possui características específicas em
termos de inventário, imóveis, instalações e equipamentos, custos trabalhistas e índices operacionais
(Ely, 1991; Subramaniam & Weidenmier, 2003; Calleja et al., 2006).

Assim, tem-se como problema a complexidade de compreensão do comportamento dos custos, bem
como a incipiência de estudos com esta finalidade e a carência de estudos que abrangem mais de
um setor da economia, em especial no Brasil, no qual se encontra apenas o artigo de Medeiros et
al. (2005) com estas características. Além disto, o artigo mencionado foi realizado em 2005 e testou a
teoria dos sticky costs, recém-formulada por Anderson et al. (2003). Posteriormente a esta data,
diversas conclusões a respeito da temática “comportamento dos custos” foram obtidas em estudos
internacionais, mas que ainda não foram aplicadas para a realidade brasileira. Assim, faz-se
necessária a compreensão destes conceitos para evolução dos estudos em comportamento dos
custos, em função da sua importância para o gerenciamento das atividades empresariais.

Neste contexto, com o intuito de auxiliar na compreensão desta temática de estudo, que por
apresentar carência de pesquisas, em especial no Brasil, ainda tende a evoluir, surge a seguinte
pergunta de pesquisa: como se comportam os custos das empresas brasileiras listadas na
BM&FBOVESPA entre 1994 e 2011?

Com a finalidade de responder o problema anunciado, o objetivo geral deste trabalho é verificar como
se comportam os custos das empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA entre 1994 e 2011.
Para tal, definem-se alguns objetivos específicos, os quais servem como diretrizes para a finalidade
maior desta pesquisa, quais sejam:

• Traçar o perfil dos custos empresariais Gerais e por Setor, conforme definidos pela
BM&FBOVESPA;

• Identificar tendências dos índices de custos;

• Comparar o comportamento dos custos por Setor;

• Interpretar o comportamento dos custos pela ótica dos sticky costs.

A realização deste estudo se justifica pela relevância das informações a respeito dos custos
empresariais, não apenas para pesquisadores e acadêmicos, mas também para os stakeholders
ligados diretamente às atividades dos negócios, cujas bases de sustentação de muitas decisões se
encontram no conhecimento de como os custos podem variar em função do nível de atividade
(Medeiros et al., 2005). Estes estudiosos afirmam que conhecer o impacto dos custos no período é
relevante, também no processo de avaliação do desempenho econômico-financeiro da entidade.

Em termos de originalidade, este estudo se apresenta como um modelo alternativo de análise do


comportamento dos custos. Enquanto os modelos tradicionais da contabilidade focam apenas os
custos fixos e variáveis, este leva em consideração o comportamento dos custos dos recursos em

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

resposta às variações na demanda dos produtos e serviços. Tal fato tem importantes implicações
para contadores e outros profissionais que avaliam as variações nos custos em relação às alterações
na receita (Anderson et al., 2003; Medeiros et al., 2005). Assim, este estudo contribui para o melhor
entendimento dos custos frente às alterações no volume de atividades das empresas, tema recente e
com poucos estudos aplicados à realidade de países emergentes como o Brasil.

Fundamentação Teórica

Nas pesquisas científicas, o processo de revisão da literatura é essencial para a evolução do


conhecimento. Assim, nesta etapa, exploram-se as principais pesquisas realizadas com a finalidade
de encontrar respostas ou direcionamentos para o problema em estudo. Num primeiro momento,
apresenta-se uma discussão acerca da utilização de ferramentas estatísticas para a predição do
comportamento dos custos. Posteriormente, trata-se da temática sticky costs, cuja discussão teve
consolidação com o trabalho de Anderson et al. (2003).

Projeções de comportamento dos custos

Custos passados ou históricos servem de referência para projeções. No entanto, se os


administradores desejam projetar resultados econômicos, devem considerar mudanças das
condições existentes na organização, bem como mudanças no ambiente que podem afetar o futuro
dos recursos organizacionais (Melvin, 1988). A estimativa de custos, geralmente, envolve a previsão
de consumo ao longo do tempo em função de um pequeno conjunto de fatores de produção. Para
isto, modelos estatísticos têm ajudado nestas projeções (Smith & Mason, 1996).

Para demonstrar as limitações encontradas quando se pretende compreender a lógica dos


custos, Gomes et al. (2007) investigaram se as variações dos custos de energia elétrica do Setor de
Radioterapia da Liga Norte-Rio-Grandense contra o Câncer podem ser explicadas pelas mudanças
nos níveis de atividade, expressos por “pacientes atendidos”, “exames ou tratamentos”, “horas-
máquina” e “faturamento”. A análise do coeficiente de determinação e dos testes de significância
realizados (teste t e f) indicou não haver, estatisticamente, relação significativa entre o custo de
energia elétrica do Setor de Radioterapia e os níveis de atividade citados, o que contradiz as
suposições teóricas a respeito do comportamento dos custos.

Smith e Mason (1996) em um estudo comparativo examinaram o desempenho, estabilidade e


facilidade de modelagem de previsão de custos por meio de regressão, frente aos modelos de redes
neurais. Os resultados demonstraram que as redes neurais têm vantagens quando se tratam de
dados para os quais existe pouco conhecimento das variáveis envolvidas no modelo. Por sua vez,
nos casos em que as variáveis explicativas e intervenientes podem ser identificadas, os modelos de
regressão têm vantagens em termos de precisão, criação e análise do modelo.

Harris (1986) investigou a relação entre os custos e o volume de atividade de um hotel com 300
quartos durante 36 meses consecutivos. O volume de atividade foi medido em número de quartos
ocupados, refeições e bebidas vendidas. Os cálculos foram realizados com auxílio das técnicas de
correlação e regressão. Os resultados dos testes apresentaram-se de moderados a fortes. No
entanto, embora os resultados do estudo forneçam evidências de que o volume de atividade é um
fator estatisticamente significativo, na explicação do comportamento dos custos os resultados
apontam para a existência de outras variáveis que afetam o comportamento dos custos.

Scharf, Borgert e Richartz (2011) realizaram um estudo com o objetivo de determinar o valor dos
custos indiretos de produção por meio de critérios estatísticos, aplicados a um estudo de caso, em
empresa do ramo têxtil situada em Santa Catarina. Por meio da aplicação de técnicas estatísticas
para as variáveis estudadas, com destaque para as análises de correlação e regressão, os resultados
demonstraram que, para um intervalo de confiança de 95%, o custo médio por quilograma de malha
produzido no período fica em torno de R$ 2 2139 com uma variação entre R$ 2 2064 e R$ 2 2297.
Desta forma, para o intervalo citado no estudo, demonstra-se a possibilidade da aplicação de técnicas
estatísticas, na determinação dos valores dos custos indiretos de produção, em prol de um “custo
mais exato”.

Borgert et al. (2011) analisaram o comportamento dos custos das instituições administradas pela
Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, segundo as diversas categorias hospitalares. Os
dados de 2007 e 2008 foram obtidos diretamente dos sistemas de custos dos hospitais objeto da
pesquisa e tratados estatisticamente por meio da análise de correlação para quatro grupos distintos

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

de especialidades médicas: Hospitais Gerais, Hospitais Gerais com Maternidade, Maternidades, e


Hospitais com Outras Especialidades. Como resultado dessas análises, os autores afirmam que há
semelhança no comportamento dos custos para as diferentes categorias hospitalares. Contudo, é
válida a afirmação de que há variação nos custos hospitalares com o aumento ou a redução no
número de atendimentos, somente, quando todos os hospitais são analisados conjuntamente. Porém,
quando analisados individualmente, os diferentes hospitais apresentam independência dos custos em
relação ao número de atendimentos.

Richartz et al. (2011) identificaram o comportamento dos custos das empresas catarinenses que
atuam no Segmento Fios e Tecidos da BM&FBOVESPA. Para estas empresas, buscaram na base
Economática as informações constantes nas demonstrações financeiras de 1990 a 2009 ajustadas
pelos índices de inflação do IPCA. Para a análise dos dados utilizaram-se parâmetros estatísticos
como média, desvio padrão, mediana e, principalmente, o coeficiente de correlação linear de
Pearson.

Os resultados indicam que as empresas com maior faturamento apresentam melhor relação
custo/receita. Em relação às Despesas com Vendas, Administrativas e Financeiras extraíram-se as
seguintes observações: 1) as Despesas com Vendas estão com uma tendência de crescimento,
passando de pouco mais de 8% para quase 15% da RLV; 2) o comportamento das Despesas
Administrativas não apresentou uma correlação forte de um ano para outro, porém a tendência da
queda destes percentuais é evidente; 3) no que tange às Despesas Financeiras, existe uma forte
correlação (0.72) entre a DF/RLV e a estrutura de capital das empresas.

Carmo, Lima, Oliveira e Oliveira (2010) criaram uma modelagem matemática para linearizar o
comportamento dos custos em relação à quantidade de frangos produzidos para abate, no sistema
manual, no estado de Minas Gerais, e proporcionar a constituição de uma ferramenta de
planejamento de gastos associados àquela atividade econômica. Após o devido embasamento
teórico, e mediante a utilização do ferramental estatístico de regressão linear, verificou-se que a
modelagem pesquisada é satisfatória para estimativas de produção entre 20 000 e 25 000 unidades,
desde que seja admitida uma margem de erro de ± 11%. O modelo proposto atinge o seu ponto
ótimo caso as estimativas de produção fiquem em torno de 22 000 unidades, pois, nesta faixa de
produção, a margem de erro das estimativas fica entre ± 1.5% e ± 2.8%.

Assim, diante dos estudos apresentados, pode-se concluir que as ferramentas estatísticas são úteis e
viáveis para o entendimento do comportamento dos custos. Dentre as ferramentas mencionadas,
destacam-se a regressão, a correlação e a simulação. Contudo, os artigos apresentados para
justificar esta posição, em geral, utilizam informações internas das empresas (e muitas vezes de difícil
acesso) para a definição do comportamento dos custos.

Sticky costs

Estudos recentes sugerem que a variação dos custos não depende apenas das variações das
receitas, mas, também, da direção desta mudança (ascendente ou descendente) (Porporato &
Werbin, 2010). Noreen e Soderstrom (1997) foram os pioneiros nos estudos desta natureza. No
entanto, os testes aplicados a hospitais não apresentaram evidências suficientes para validação.
Posteriormente, baseados na mesma suposição, Anderson et al. (2003) criaram uma teoria para
os sticky costs, a qual afirma que os custos não variam na mesma intensidade das receitas, e que
quando as receitas aumentam os custos aumentam numa dimensão superior do que quando as
receitas diminuem.

No referido estudo, Anderson et al. (2003) afirmam que um pressuposto fundamental na contabilidade
de custos, até então, é que a relação entre custos e volume é simétrica nas mudanças de níveis de
receitas. No entanto, os autores encontraram que, para as 7 629 empresas analisadas em mais de 20
anos, os custos dos produtos vendidos, despesas com vendas, gerais e administrativas aumentam,
em média, 0.55% para 1% de aumento nas vendas, e diminuem 0.35% para uma redução de 1% nas
vendas, ou seja, as variações são assimétricas.

Ainda, nesta temática, Medeiros et al. (2005) testaram o nível de simetria dos custos das empresas
brasileiras. Para tal, realizaram um estudo para testar a hipótese de que os custos apresentam
elasticidade assimétrica em relação a variações nas receitas. Com uma amostra de 198 empresas
num período de 17 anos, os autores constataram que os sticky costs aplicam-se parcialmente às

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empresas brasileiras. Porém, ao considerar que os dados utilizados se referem a setores diversos, os
coeficientes obtidos são, na verdade, valores médios, levando-se em conta todas as empresas da
amostra.

Subramaniam e Weidenmier (2003), em um estudo empírico com mais de 9 000 empresas, e com
observações de 22 anos, também chegaram à conclusão de que o comportamento dos custos
demonstra que despesas com vendas, gerais e administrativas, bem como os custos dos produtos
vendidos são assimétricos, ou seja, aumentam mais quando ocorrem aumentos de atividade do que
diminuem quando as mesmas atividades diminuem. Especificamente, os autores constataram que os
custos apresentam comportamento assimétrico quando ocorrem variações de receita em mais de
10% de um período para o outro.

Calleja et al. (2006) corroboram a premissa dos estudos contemporâneos de comportamento dos
custos, os quais afirmam que os custos aumentam mais com o aumento de receita do que diminuem
em resposta a uma diminuição de receita equivalente. Para sustentar esta hipótese, os autores
utilizaram uma amostra de empresas dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha e
concluíram que os custos operacionais são assimétricos em relação às mudanças no nível de
atividade. Os custos aumentam, em média, 0.97% por aumento de 1% na receita, mas a queda é de
apenas 0.91% ao decréscimo de 1% na receita.

Os autores observaram, ainda, que os custos das empresas francesas e alemãs são mais
assimétricos do que os custos das empresas do Reino Unido e dos EUA, cujo resultado é atribuído às
diferenças nos sistemas de governança corporativa e supervisão gerencial. Outra constatação
importante é que a assimetria dos custos sofre influência das características específicas do ramo de
atividade das empresas.

Balakrishnan et al. (2004) analisaram a teoria dos sticky costs no setor de saúde, no qual estudaram
49 clínicas. O estudo aponta evidências para a comprovação da teoria no setor em análise. No
entanto, os autores sugerem cuidado ao generalizar as conclusões de Anderson et al. (2003), uma
vez que, para as clínicas analisadas, a capacidade de utilização dos recursos disponíveis interfere
diretamente no grau de assimetria. Para os autores, empresas que não trabalham na plena
capacidade possuem assimetria menor do que as empresas que trabalham à máxima capacidade
produtiva. Ou seja, com um nível de atividade menor, os gestores conseguem administrar, com
recursos internos, as oscilações da demanda.

Balakrishnan e Gruca (2008), ainda no setor de saúde, testaram a hipótese dos sticky costs em
hospitais de Ontário, no Canadá, com a classificação das atividades em dois níveis: fins e meio. As
atividades fins são aquelas relacionadas ao atendimento dos pacientes e as atividades meio são as
de suporte administrativo e operacional. Com esta divisão, os autores concluíram pela existência de
assimetria nos custos do hospital analisado. No entanto, o nível de assimetria é maior nas atividades
fins, uma vez que a redução de custos frente às reduções de receitas não é tarefa fácil quando se
trabalha com a saúde da população.

Balakrishnan et al. (2011) efetuaram um estudo com mais de 100 000 observações de dados de
empresas coletados no Compustat USA. A contribuição metodológica deste trabalho é a exclusão
dos outliers no cálculo da assimetria dos custos (variação de mais de 100% de um ano para outro).
Os autores concluem que as decisões dos gestores em investimentos de longo prazo influenciam
os sticky costs. Assim, as variações de curto prazo nos custos tendem a ser assimétricas em relação
às receitas em função de que o planejamento de vendas não é realizado para o curto prazo. Já, no
longo prazo a assimetria diminui. Banker, Byzalov, Ciftci & Mashruwala (2012), por sua vez, para o
cálculo dos sticky costs, além da exclusão das variações de mais de 100%, excluíram os dados cujos
custos são superiores às receitas e atualizaram os mesmos com a inflação do período para minimizar
as variações de preços.

Werbin (2011) testou a hipótese de que nos bancos argentinos, quando as receitas aumentam 1% os
custos também aumentam, porém, em menor proporção, ou seja, testou uma parte da teoria
dos sticky costs. Os resultados demonstram que a hipótese pode ser comprovada para o setor
financeiro da Argentina para o período de 2005 a 2007. A relação encontrada foi positiva, conforme
preconiza a teoria, e para cada 1% de incremento de receitas, os custos totais aumentam em
proporção de 0.59%.

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Para Chen, Lu e Sougiannis (2008) os estudos de comportamento de custos não consideram a teoria
da agência, a qual prevê que os gestores podem ser motivados à construção de “impérios” além de
seu tamanho ideal ou manter recursos não utilizados para aumentar utilidades pessoais decorrentes
de status, poder, remuneração e prestígio. Foram utilizadas as empresas do índice americano S&P
1500, no período de 1996 a 2005. Como conclusão deste estudo, os autores afirmam que a
assimetria dos custos está positivamente associada com os incentivos dados aos gestores para
atingirem metas de desempenho e que a governança corporativa pode mitigar esta associação
positiva, uma vez que um dos seus papéis é limitar a liberdade dos gerentes.

Werbin, Vinuesa, e Porporato (2012) realizaram um estudo com o intuito de comprovar a existência
dos sticky costs nas empresas espanholas do setor de fábricas de móveis e no setor de serviços de
restauração. Ao todo foram analisadas 1 407 observações para os anos de 2005 a 2007. Os
resultados comprovam a teoria para as empresas em análise e concluem que para cada 1% de
aumento das receitas os custos do setor de fábricas de móveis aumentam 0.97% e 0.91% para o
setor de serviços de restauração. Já, com a diminuição de 1% das receitas os custos diminuem
0.44% e 0.84%, respectivamente.

Richartz et al. (2012) analisaram o comportamento dos custos das empresas brasileiras do Segmento
de Fios e Tecidos listadas na BM&FBOVESPA entre 1998 e 2010. Os resultados demonstram que
para as variações na Receita Líquida de Vendas (RLV) de 0 a 15% e de 15 a 30% constata-se
assimetria no comportamento dos custos, o que corrobora a teoria dos sticky costs, uma vez que, o
custo aumenta mais quando a receita aumenta do que quando ocorre o inverso. Já, para variações
da RLV superiores a 30% a teoria não se confirma para o Segmento em análise, pois, a assimetria
apresenta sinal oposto ao preconizado pelos sticky costs.

Contudo, vale destacar que tais contribuições não representam qualquer tipo de hipótese de pesquisa
para o presente trabalho. Apenas, apontam direções que, possivelmente, podem ou não ser
verificadas na realidade brasileira, ou seja, são premissas, com base nas conclusões de estudos
passados, que podem ajudar nas análises necessárias ao problema em questão. Em função disso,
não se faz teste de hipóteses, mas sim, incorporam-se as premissas de estudos anteriores às
técnicas de análises dos dados, por meio da metodologia empregada.

Metodologia

Para a realização desta pesquisa selecionam-se as empresas listadas na BM&FBOVESPA de 1994


até 2011. As análises são longitudinais e compreendem 18 demonstrações contábeis não
consolidadas de cada empresa. Utiliza-se este espaço de tempo, pois quando se trabalha com
comportamento dos custos, as análises baseadas em séries temporais maiores podem evidenciar
melhor as tendências de custos individuais e do Setor, além de fornecer maior credibilidade aos
resultados. O ponto de corte é o ano de 1994 em virtude das altas taxas de inflação e da
“instabilidade econômica” vivenciada antes do plano real. Com isso, analisa-se um período em que
houve maior estabilidade, tendo em vista que esta situação influencia nas decisões e políticas das
empresas. Além do mais, evita-se a utilização de uma data anterior como ponto de corte em função
de moeda diferente da atual.

Destaca-se que as empresas do Setor Financeiro e do Mercado de Balcão não fazem parte da
pesquisa, tendo em vista as características e regulamentações diferenciadas das demais empresas
listadas na bolsa de valores, o que pode, em algumas circunstâncias, influenciar os resultados.
Assim, sem considerar o Setor Financeiro e o Mercado de Balcão, encontram-se 321 empresas
listadas na bolsa de valores e que apresentam as informações contábeis necessárias à realização
deste estudo. Contudo, na base de dados Economática, principal fonte de coleta desta pesquisa, tem-
se 301 empresas registradas. Isto porque as empresas listadas na BM&FBOBESPA que não
possuem negociações de ativos não constam na referida base de dados.

Uma vez selecionadas as empresas, buscam-se, na base de dados Economática, por meio de um
estudo de levantamento, as informações de Receita Líquida de Vendas; Custo dos Produtos
Vendidos; Despesas de Vendas; Despesas Administrativas; Setor, Subsetor e Segmento ao qual a
empresa se enquadra; Nível de Governança Corporativa das empresas constantes nas
demonstrações financeiras e cadastro no site da BM&FBOVESPA. Para minimizar as influências
temporais sobre os dados quantitativos coletados, eles são ajustados pelos índices de inflação do
IPCA. Destaca-se que as Despesas Financeiras, segundo Richartz et al. (2012), estão diretamente

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relacionadas com a estrutura de capital das empresas e, portanto, não fazem parte das análises pois
a eficiência operacional das empresas não deve ser confundida com as formas de financiamento
utilizadas.

Posteriormente, exportam-se estes dados para planilhas do software Microsoft Excel®.


Neste software, com o apoio de pacotes estatísticos especializados como o Instat Plus e o SPSS
calculam-se: I) as médias de custos de cada Setor e Geral ao longo do tempo; II) coeficientes de
variação dos dados observados; III) tendências de comportamento (aumento, diminuição ou
estabilidade) das médias dos Setores e de forma Geral; IV) análise de variação entre os Setores.
Com isso, atendem-se aos primeiros objetivos específicos propostos neste trabalho.

Ademais, para operacionalizar o último objetivo específico (interpretar o comportamento dos custos
pela ótica dos sticky costs) calculam-se as variações percentuais da Receita Líquida de Vendas e do
Custo dos Produtos Vendidos, com a finalidade de verificar o percentual de variações dos custos para
cada 1% de variação (positiva ou negativa) da receita. Utiliza-se, portanto, uma adaptação da
metodologia de Anderson et al. (2003). Contudo, para este cálculo das variações das receitas e
custos, levam-se em consideração algumas premissas já apresentadas na Fundamentação Teórica,
como, por exemplo:

I) A assimetria dos custos depende do ramo de atividade da empresa (Calleja et al., 2006; Ely,
1991; Subramaniam & Weidenmier, 2003). Assim, no presente estudo, separam-se as empresas
listadas na BM&FBOVESPA por Setor para análise de assimetria dos custos;

II) O nível de variação da receita interfere no comportamento dos custos (Richartz et


al. 2012; Subramaniam & Weidenmier, 2003). Assim, com base em estudos anteriores, classificam-se
as variações em até 10% e mais de 10%. No entanto, o limite de variação considerado aceitável no
estudo de Balakrishnan et al. (2011) é de até 100%. Consideram-se como outliers e excluem-se da
amostra as variações superiores a 100%, juntamente com os dados em que os custos são superiores
às receitas – conforme estudo de Banker et al. (2012);

III) Por fim, Chen et al. (2008) afirmam que a assimetria dos custos está positivamente associada
com os incentivos dados aos gestores para atingirem metas de desempenho e que a governança
corporativa pode mitigar esta associação positiva. Assim, além das análises já mencionadas, efetua-
se uma análise por nível de governança corporativa (Novo Mercado, Nível 1, Nível 2, Bovespa Mais e
Tradicional).

Contudo, conforme já destacado, estas informações apresentadas não se tratam de hipóteses de


pesquisa, mas, tão somente, premissas que podem ajudar na melhor compreensão das análises aqui
propostas. Ademais, destaca-se que este estudo utiliza lógica descritiva, cujo objetivo é identificar o
comportamento dos custos das empresas brasileiras. Posteriormente, após esta etapa de descrição
da realidade, parte-se pata pesquisas futuras de caráter exploratório.

Apresentação e análise dos dados

A seção de apresentação e análise dos dados se divide em duas partes. Na primeira parte
caracterizam-se as médias de custos ao longo do período amostral. Calculam-se estas médias para
Setores, conforme definidos pela BM&FBOVESPA, e de forma geral, no qual se incluem todas as
empresas. Ademais, apresentam-se gráficos de tendências para a caracterização das médias de
custos ao longo dos anos e análises de variância para teste de diferenças entre setores. Na segunda
parte da análise utiliza-se o conceito dos sticky costs para analisar o comportamento dos custos no
quesito assimetria. Nesta etapa da pesquisa utilizam-se como premissas as conclusões de estudos
nacionais e internacionais que formulçam as diretrizes norteadoras desta pesquisa.

Médias e tendências gerais

Inicialmente, apresentam-se as médias da relação Custo dos Produtos Vendidos/ Receita Líquida de
Vendas – CPV/RLV ao longo dos anos analisados. Cabe destacar que, anualmente, o número de
empresas que compõem a média varia. Isto porque, parte-se de 301 empresas listadas para o ano de
2011. Porém, nem todas as empresas existiam em 1994 (apenas 84 possuem capital aberto desde
então). Além disso, alguns dados estão incompletos ou são considerados outliers e, por este motivo,
excluem-se as empresas dos cálculos. Assim, o número de empresas varia de 199 para 2011 a 83
para 1994. Ou seja, todas em empresas listadas que disponibilizam os dados corretamente no

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

referido ano e, por isso, são passíveis de análise. Na tabela 1 apresentam-se as médias (sem
diferenciação entre setores) da relação CPV/RLV das empresas estudadas

Tabela 1. Média anual do Índice CPV/RLV da amostra

Ano N. empresas Média Desvio Padrão Coef. Variaç.

2011 199 0.6887 0.1961 0.2848

2010 198 0.6828 0.1868 0.2736

2009 187 0.6993 0.1807 0.2584

2008 182 0.6865 0.1722 0.2509

2007 177 0.6973 0.1702 0.2441

2006 172 0.6971 0.1535 0.2202

2005 160 0.7048 0.1477 0.2095

2004 151 0.7019 0.1228 0.1750

2003 148 0.7147 0.1254 0.1755

2002 141 0.7070 0.1262 0.1785

2001 139 0.7177 0.1269 0.1769

2000 140 0.7132 0.1468 0.2058

1999 133 0.7180 0.1267 0.1765

1998 128 0.7273 0.1581 0.2174

1997 118 0.7319 0.1306 0.1785

1996 94 0.7494 0.1496 0.1996

1995 86 0.7605 0.1391 0.1830

1994 83 0.7269 0.1549 0.2131

Geral 0.7125 0.1508 0.2123

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Conforme se observa na tabela 1, de forma geral, 71.25% da RLV destina-se a cobrir o CPV ao longo
dos 18 anos analisados. Este percentual engloba todas as empresas da amostra e, portanto,

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empresas dos diversos setores da economia. Por esta característica, o coeficiente de variação médio
entre as empresas é de 21.23%. Ainda em relação ao cálculo da média, cabe destacar que para cada
ano excluem-se do cálculo os índices considerados outliers, ou seja, os que estavam afastados da
mediana mais de 1.5 vezes a diferença entre o quartil superior e o inferior (Anderson, Sweeney &
Williams, 2002; Barbetta, 2011). Os outliers correspondem, em média, a 5% dos dados observados.

Posteriormente aplica-se o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnovaperfeiçoado pelo teste


de Lilliefor com os índices CPV/RLV do período amostral. Os resultados não apresentam nenhuma
evidência contra a normalidade dos dados ao nível de significância de 5%. A normalidade pode ser
observada, ainda, por meio da figura 2, a qual apresenta o histograma e a curva de sino dos dados.

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Figura 2. Histograma de distribuição dos dados CPV/RLV

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Diante da normalidade dos dados apresentados tornam-se possíveis as inferências estatísticas, em


especial, as análises de regressão e análise de variância - ANOVA realizadas na sequência deste
estudo para comprovação de tendências e diferenças entre grupos de médias. Cabe destacar que os
testes de Kolmogorov-Smirnov/Lilliefor com 5% de significância são aplicados também para as
DV/RLV e DA/RLV. Em todos os casos os testes não apresentam evidências contra a normalidade
dos dados.

Os dados apresentados em forma de tabela são importantes por expressarem de modo resumido
uma razoável quantidade de valores. Contudo, para melhor visualização, apresenta-se a figura 3 que
demostra a tendência das médias da relação CPV/RLV durante o período amostral.

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Figura 3. Tendência geral da relação CPV/RLV da amostra observada

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

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Percebe-se na figura 3 tendência de queda da parcela da receita destinada a cobrir o custo. Com
exceção do ano de 1994, os demais períodos se encontram consoantes com esta tendência. Estes
dados corroboram as teorias de aumento da concorrência e disputa de mercado entre as empresas,
as quais, para se manterem necessitam aprimorar os sistemas de gestão e se tornarem mais
competitivas. E, conforme a figura 3, no geral, as empresas se tornaram mais eficentes nos quesitos
receita e custo de 1994 a 2011. Ademais, esta situação se comprova com o coeficiente angular
negativo e com um r2 de 0.8255, ou seja, é forte a tendência de queda do CPV/RLV.

Ressalta-se que o ano de 1994, pertencente ao escopo deste estudo, é considerado um ano de
transição, em que a troca de moeda para o Real ocorreu no mês de julho. Além disto, anterior ao
referido mês o país registrou altas taxas de inflação, o que, em alguns casos pode interferir nas
políticas das empresas. Em virtude da situação apresentada, conforme se observa na tabela 1 e
na figura 3, o ano de 1994 foge ao padrão no quesito CPV/RLV. Contudo, não se exclui 1994 dos
cálculos, pois, para as Despesas Administrativas e Vendas não ocorre significativa interferência deste
ano, ou seja, os valores seguem o padrão.

Na sequência, analisam-se as Despesas com Vendas e Administrativas das empresas brasileiras. Os


resultados demostram que os quocientes médios anuais da divisão das Despesas com Vendas pela
Receita Líquida de Vendas apresentam-se praticamente constantes ao longo do período analisado
(coeficiente angular próximo de 0 e r2 de 0.4311). No geral, a média das empresas brasileiras listadas
na BM&FBOVESPA é de 10% da Receita destinada a cobrir as Despesas com Vendas.

Para as Despesas Administrativas percebe-se leve tendência de queda quando confrontadas com a
Receita (média de 10%). Apesar de a queda possuir pouca inclinação, apresenta boa consistência e
uma forte relação com o tempo transcorrido (r2=0.79). Com as análises realizadas até o momento,
evidenciam-se características de diminuição de custos ou de aumento de receitas, uma vez que os
coeficientes das divisões pela RLV diminuiram no período analisado.

De forma geral, pode-se perceber a evolução das empresas em termos de aumento da eficiência
operacional, seja pela redução de custos ou pelo aumento das receitas. Estas conclusões
apresentam suportes para novas empresas que pretendem se inserir no mercado e para as empresas
já existentes utilizarem como parâmetro de eficiência. Além disso, as teorias econômicas de aumento
de competitividade, no qual a concorrência está cada vez mais acirrada (Gomes et al., 2007; Silva &
Rebelo, 2003), podem ser identificadas nas análises apresentadas.

Médias e Tendências Setoriais

Nas análises anteriores apresentaram-se as médias dos itens de custo das 301 empresas, sem
qualquer distinção setorial. Para minimizar esta situação e verificar se existem diferenças entre
Setores, analisam-se na sequência, as médias por Setor das empresas. No total, analisam-se 9
Setores listados na BM&FBOVESPA, os quais se apresentam nas tabelas desta seção.

Inicialmente, selecionam-se os Setores e calculam-se, anualmente, a média ponderada das


empresas de cada Setor bem como o desvio padrão e o coeficiente de variação entre as empresas.
Excluem-se os valores considerados outliers(metodologia similar às análises gerais).

A média geral, conforme apresentada na tabela 1, é de 0.7125. Porém, por se tratar de média, sabe-
se que existem empresas com maiores e com menores valores. Assim, apresenta-se na tabela 2 as
médias para os 9 Setores com empresas listadas na BM&FBOVESPA. Cabe ressaltar que cada Setor
possui número de empresas diferentes e que mesmo em um único Setor, ao longo dos anos, o
número de empresas varia, uma vez que, nem todas apresentam as informações desde 1994.

Tabela 2. Médias setoriais CPV/RLV

Setores Média Mediana Moda Desvio Padrão Coef. Variaç

Telecomunicações 0.5992 0.5700 0.5700 0.1339 0.2234

Tecnologia da Informação 0.6578 0.7650 0.7900 0.2018 0.3068

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Setores Média Mediana Moda Desvio Padrão Coef. Variaç

Utilidade Pública 0.6622 0.6800 0.7400 0.1751 0.2645

Construção e Transporte 0.6967 0.7100 0.7100 0.1756 0.2521

Consumo Cíclico 0.7087 0.7300 0.7700 0.1493 0.2107

Consumo não Cíclico 0.7240 0.7500 0.7300 0.1652 0.2282

Materiais Básicos 0.7364 0.7400 0.7400 0.1314 0.1785

Bens Industriais 0.7401 0.7400 0.7300 0.1247 0.1685

Petróleo, Gás e Biocomb. 0.7587 0.7700 0.8200 0.1668 0.2198

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Observa-se, na tabela 2, diferenças de médias entre os Setores analisados. O Setor com menor
média de custos é o de Telecomunicações (0.5992) e a maior média de custos é do Setor de
Petróleo, Gás e Biocombustíveis (0.7587).

Para comprovar a diferença de médias entre os Setores realiza-se o cálculo de análise da variância
(ANOVA), uma vez que, as diferenças médias apresentadas na tabela 2 podem não representar
diferença real, pois são amostras com tamanhos e variâncias possivelmente distintas. Os resultados
indicam haver pelo menos um setor com média diferente dos demais. Posteriormente, com, a
informação de que as médias são diferentes, aplica-se o Teste de Scheffe de comparação de pares
de médias. Utiliza-se para tal um nível de significância de 5% e os setores com diferença significativa
comprovada, em ordem decrescente de diferença de médias, são: Bens Industriais vs Utilidade
Pública; Materiais Básicos vs Utilidade Pública; Bens Industriais vs Telecomunicações; Materiais
Básicos vs Telecomunicações; Consumo não Cíclico vs Utilidade Pública; Consumo não Cíclico vs
Telecomunicações; Consumo Cíclico vs Telecomunicações; Consumo Cíclico vs Utilidade Pública;
Petróleo, Gás e Biocombustíveis vs Telecomunicações; Construção e Transporte vs
Telecomunicações. Assim, para esta combinação de Setores mencionados consideram-se as médias
como diferentes.

Já, quando se tratam das Despesas de Vendas as diferenças entre os Setores são mais evidentes.
Isto porque, todos têm custo de produção, porém, em alguns Setores os esforços necessários à
venda são superiores aos demais. Neste quesito, o Setor de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(0.0272) é o que apresenta menor índice. Na sequência, ainda abaixo da média geral de 10%, têm-se
os Setores de Construção e Transporte, Materiais Básicos e de Utilidade Pública. Destaca-se que
estes Setores apresentam monopólio ou fornecem produtos de utilidade básica. Assim, investimentos
em marketing, por exemplo, não se fazem tão necessários quanto em Setores como o de Consumo
Cíclico (maior média), consequência da alta concorrência e das características dos produtos
vendidos. Ademais, os cálculos da ANOVA demonstram, com 5% de significância, que existe
diferença real nos índices DV/RLV em alguns Setores.

As Despesas Administrativas, por sua vez, consomem em média 10% da RLV. Contudo, a
distribuição entre os Setores é mais homogênea do que as Despesas com Vendas, porém, ainda
assim os testes afirmam que o Setor Construção e Transporte apresenta média diferente dos demais.
Estas afirmações se baseiam nas saídas do Teste de Scheffe com significância de 5%.

Análise dos sticky costs

Realizam-se as análises dos sticky costs com base em algumas conclusões de estudos já realizados
e com os parâmetros definidos na metodologia desta pesquisa. Assim, inicialmente excluem-se
os outliers, e posteriormente calcula-se a assimetria geral e por Setor para os níveis de variações da

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Receita divididas em até 10% e mais de 10% (Subramaniam & Weidenmier 2003; Balakrishnan et
al. 2004). Por fim, calcula-se a assimetria por nível de governança corporativa (Balakrishnan et
al.,2011; Banker et al., 2012; Calleja et al., 2006; Chen et al., 2008; Ely, 1991; Richartz et
al., 2012; Subramaniam & Weidenmier, 2003).

Na tabela 3 apresentam-se os resultados do teste geral realizado para identificar a existência de


assimetria nas variações de Receitas e Custos das empresas brasileiras. Exibem-se os resultados em
duas colunas, em que uma considera as variações da RLV de até 10% de um ano para outro, e a
outra coluna as variações superiores a 10% até o limite de 100%.

Tabela 3. Análise geral de assimetria

Reflexo no CPV para variações da RLV

Descrição Até 10% Superiores a 10%

Aumento de 1%* Redução de 1%* Aumento de 1%* Redução de 1%*

Variação no CPV 0.96 0.92 0.83 0.89

Variação no CPV com aumento ou redução de 1% da RLV

Conforme os resultados da tabela 3, a teoria dos sticky costs proposta por Anderson et al. (2003) é
parcialmente aplicável às empresas brasileiras. Tal situação ocorre porque, para níveis de variação
de receitas de até 10% a teoria se confirma. Para cada 1% de aumento de RLV o CPV aumenta
0.96% e quando esta mesma RLV diminui 1% o CPV reduz em 0.92%, ou seja, o aumento é maior do
que a redução de custos para variações de receitas de mesmo nível. Porém, para as variações
superiores a 10% a situação se inverte e o CPV diminui mais quando a receita diminui. Assim, mesmo
assimétricas, as variações são inversas às propostas pelos autores desta temática.

Para Balakrishnan et al. (2004) a capacidade de utilização dos recursos disponíveis interfere
diretamente no grau de assimetria dos custos, e as empresas que não trabalham em plena
capacidade possuem assimetria menor do que as empresas que trabalham à máxima capacidade
produtiva. Ou seja, em empresas com capacidade ociosa quando ocorrem variações de até 10% na
RLV, os gestores conseguem administrar, com recursos internos, as oscilações da demanda.
Porém, Subramaniam e Weidenmier (2003) afirmam que para aumentos de receita superiores a 10%,
os gestores devem ampliar a capacidade produtiva da empresa, o que afeta, portanto, a assimetria
dos custos. Isto porque, o incremento de receita pode não ser suficiente para cobrir os investimentos
necessários ou, se receitas diminuem em mais de 10%, os gestores podem não conseguirem reduzir
a capacidade instalada na empresa, o que acarreta no aparecimento dos sticky costs.

Estes resultados corroboram Medeiros et al. (2005) e Richartz et al. (2012) os quais obtiveram
conclusões semelhantes em seus estudos. Contudo, estes mesmos resultados são contraditórios a
diversos dos estudos expostos brevemente no capítulo de Fundamentação Teórica. Cabe destacar a
realização desta pesquisa em um contexto diferente ao apresentado nos estudos do referido capítulo.

Os resultados apresentados se referem a todas as empresas. Mas, conforme Calleja et al. (2006), Ely
(1991), Subramaniam e Weidenmier (2003) existem diferenças quando se analisam as empresas por
ramo de atividade. Assim, para atender a este requisito, dividem-se as empresas por Setor de
atuação.

Em relação à análise por Setor de atuação, apresentam-se na tabela 4 os resultados dos cálculos da
variação do CPV para cada 1% de variação da RLV. Estes cálculos se dividem em dois grupos. O
primeiro agrupa as variações da RLV de até 10% de um ano para outro, e o segundo as variações
superiores a 10% até o limite de 100%.

Tabela 4. Assimetria por Setor de atuação

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Reflexo no CPV para variações da RLV

Até 10% Superiores a 10%


Setor

Aumento de Redução de Aumento de Redução de


1%* 1%* 1%* 1%*

Bens Industriais 0.75 0.62 0.94 0.93

Construção e Transporte 1.35 1.61 0.75 0.84

Consumo Cíclico 0.89 0.90 0.79 0.93

Consumo não Cíclico 1.09 1.64 0.92 0.95

Materiais Básicos 0.93 0.61 0.78 0.78

Petróleo, Gás e Biocomb. 1.52 -0.15 0.92 0.93

Tecnologia da 1.15 0.91 0.89 0.83


Informação

Telecomunicações 1.42 0.58 0.27 0.60

Utilidade Pública 0.91 0.69 0.85 1.00

Variação no CPV com aumento ou redução de 1% da RLV

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Observa-se na tabela 4 que, em geral, os dados são assimétricos. Contudo, apresentam valores
diferentes por nível de variação de RLV. Para variações de até 10%, para 6 Setores (Bens Industriais;
Materiais Básicos; Petróleo, Gás e Biocombustíveis; Tecnologia da Informação; Telecomunicações;
Utilidade Pública) a teoria dos sticky costs se confirma, ou seja, os custos aumentam em maior
proporção quando a receita aumenta do que a situação inversa.

Cabe destacar, ainda, para o nível de até 10%, que o CPV de alguns Setores aumenta mais do que a
própria RLV. Esta situação não acontece para as variações superiores a 10%. De acordo
com Porporato e Werbin (2010), isto está relacionado à natureza dos custos, em que alguns Setores
possuem mais custos fixos que outros. Ainda, de acordo comBalakrishnan et al. (2004), quando as
empresas já atuam na plena capacidade, e passam a produzir mais, são necessários investimentos.
Porém, 10% de incremento na RLV não são suficientes para cobrir tais investimentos e, por isso, o
CPV aumenta mais que a RLV.

Já, quando as variações de Receita ultrapassam os 10%, este incremento apresenta margem
positiva, ou seja, as receitas aumentam mais que os custos. No entanto, teoria dos sticky
costs proposta por Anderson et al. (2003) não se aplica para estas variações. As variações são
assimétricas, porém, opostas ao previsto pelos autores citados (em 6 Setores). Nas empresas
brasileiras, quando analisadas por Setor de atuação e com variações superiores a 10% da RLV, os
custos tendem a reduzir mais quando a RLV diminui do que a aumentar quando a RLV aumenta na
mesma base.

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COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Para finalizar as análises, verifica-se a aplicabilidade às empresas brasileiras da conclusão do estudo


de Calleja et al. (2006) e Chen et al. (2008), os quais afirmam que a assimetria dos custos está
positivamente associada com os incentivos dados aos gestores para atingirem metas de desempenho
e que a governança corporativa pode mitigar esta associação positiva.

Para tanto, efetua-se uma análise por nível de governança corporativa. Os níveis são: Novo Mercado;
Nível 1; Nível 2; Bovespa Mais e Tradicional. Contudo, por possuir apenas 3 empresas listadas, não
se incorpora aos cálculos o nível Bovespa Mais.

Diferentemente das conclusões de Calleja et al. (2006) e Chen et al. (2008), os resultados
apresentados na tabela 5 não evidenciam qualquer relação entre nível de Governança Corporativa
e sticky costs. Na realidade, tanto as análises Gerais, por Setor e nível de Governança Corporativa
apresentam informações semelhantes que confirmam a teoria dos sticky costs para variações da RLV
até 10% e não confirmam tal teoria para variações superiores.

Tabela 5. Assimetria por nível de Governança Corporativa

Reflexo no CPV para variações da RLV

Nível de Governança Até 10% Superior a 10%


Corporativa
Aumento de Redução de Aumento de Redução de
1%** 1%** 1%** 1%**

Novo Mercado 0.92 1.13 0.87 0.71

Nível 1 0.79 0.64 0.83 0.86

Nível 2 1.32 1.00 0.86 0.91

Tradicional 1.01 0.91 0.81 0.94

Variação no CPV com aumento ou redução de 1% da RLV

Fonte: Dados da pesquisa (2012)

Por fim, num comparativo das empresas brasileiras listadas na BM&FBOVESPA entre 1994 e 2011
com as empresas objeto de estudos dos artigos apresentados na Fundamentação Teórica deste
trabalho, pode-se afirmar que, no quesito assimetria de custos, as empresas brasileiras possuem, em
média, situação favorável em relação às demais. Isto porque, para as empresas brasileiras, de
acordo com as informações obtidas com os cálculos de assimetria, nas variações superiores a 10%,
os custos diminuem 0.89% para cada 1% de redução de RLV e aumentam 0.83% para cada ponto
percentual de aumento da RLV. Ou seja, a diminuição é maior que o aumento quando se considera a
mesma base de variação de Receita. Já, para as empresas internacionais, cujos resultados são
apresentados na Fundamentação Teórica, o aumento de custos é maior do que a diminuição, quando
utilizada a mesma base de variação de Receita. Esta é uma situação que pode apresentar vantagens
competitivas em custos para as empresas brasileiras, desde que ocorram variações da RLV
superiores a 10% de um ano para outro.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Diferentes Tipos de Custeio

PRINCIPAIS MÉTODOS DE CUSTEIO

Cada método tem suas vantagens e desvantagens, mas, para efeitos contábeis, somente o custeio
por absorção é admissível. O custo padrão pode ser adotado na contabilidade, desde que as
variações ocorridas sejam ajustadas em períodos mínimos trimestrais.

CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Custeio por Absorção (também chamado “custeio integral”) é o método derivado da aplicação dos
Princípios Fundamentais de Contabilidade. Consiste na apropriação de todos os custos (diretos e
indiretos, fixos e variáveis) causados pelo uso de recursos da produção aos bens elaborados, e só os
de produção, isto dentro do ciclo operacional interno. Todos os gastos relativos ao esforço de
fabricação são distribuídos para todos os produtos feitos.

A aquisição de bens de consumo eventual cujo valor não exceda a 5% do custo total dos produtos
vendidos no período de apuração anterior poderá ser registrada diretamente como custo (RIR/1999,
art. 290, parágrafo único).

CUSTEIO VARIÁVEL

O Método de Custeio Direto, ou Variável, atribui para cada custo um classificação específica, na
forma de custo fixos ou custos variável. O custo final do produto (ou serviço) será a soma do custo
variável, dividido pela produção correspondente, sendo os custos fixos considerados diretamente no
resultado do exercício. Gerencialmente, é um método muito utilizado, mas, por sua restrição fiscal e
legal, sua utilização implica na exigência de 2 sistemas de custos:

1. O sistema de custo contábil (absorção ou integral) e

2. Uma sistemática de apuração paralela, segregando-se custos fixos e variáveis.

CUSTEIO PADRÃO

O custo-padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro da produção antes da
determinação do custo efetivo. Em sua concepção gerencial, o custo-padrão indica um “custo ideal”
que deverá ser perseguido, servindo de base para a administração mediar e eficiência da produção e
conhecer as variações de custo.

Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas condições de plena eficiência
e máximo rendimento. A Resolução CFC n° 750/93 fixou os Princípios Fundamentais de
Contabilidade, dentre os quais aparece o Princípio do Registro pelo Valor Original que determina a
avaliação dos componentes do patrimônio pelos valores originais das transações com o mundo
exterior a valor presente em moeda nacional, sendo mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, o que descarta a utilização do custo-padrão para fins de avaliação dos
estoques e dos custos dos produtos vendidos, posto que este pode divergir da transação efetiva.

MÉTODOS DE CUSTEIO A melhor escolha para obtenção de lucro

A determinante entre o sucesso de uma empresa e seu fracasso está basicamente na diferença entre
o custo do produto e o seu preço de venda, o lucro. Determinar qual o melhor escolha para distribuir o
custo no preço de venda e fundamental para o resultado da empresa. Basicamente existem dois tipos
de custeio de produtos, custeio por absorção e custeio variável. O que são e quais as suas
características serão apresentados a seguir.

2 MÉTODOS DE CUSTEIO

Para Moura (2005), existem basicamente dois métodos de custeio, absorção e variável. Métodos de
custeio é a forma como as empresas agregam ao preço de venda seus custos de fabricação. O
principal objetivo é a separação de custos variáveis e custos fixos e definir qual seu peso dentro do
preço de venda do produto.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

3 CUSTEIO POR ABSORÇÃO

De acordo com Sá (2009), o sistema de custeio por absorção consiste na verificação de todos os
custos envolvidos da produção dos bens ou serviços prestados, sejam eles fixos ou variáveis.
Portando alem dos custos de produção como matéria prima, mão de obra e outros, os custos
indiretos como manutenção, planejamento, controle de qualidade entre outros, também são rateados
dentro do custo do produto seguindo o critério estabelecido pela empresa.

Para Moura (2005), no custeio por absorção todos os custos são divididos pelo estoque, onde cada
produto absorve aquilo que lhe caiba para sua fabricação não importando se é custo fixo ou variável,
direto ou indireto.

Para Sato (2008), o sistema de custeio por absorção atende aos Princípios Fundamentais de
Contabilidade aceitos no Brasil. Portando a empresa que não adotar esse tipo de método, deverá
obrigatoriamente no final do ano em exercício fazer ajustes para o enquadramento fiscal.

3.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CUSTEIO POR ABSORÇÃO

Moura (2005) destaca que a principal vantagem do custeio por absorção é que ele está de acordo
com os Princípios Fundamentais de Contabilidade e com as leis tributárias. Ele também pode ser
menos custoso para sua implantação, pois não existe necessidade de separação dos custos fixos e
variáveis. Outra vantagem é a obtenção de informações precisas para o planejamento em longo
prazo, e também para a demonstração de resultados para uso externo. As desvantagens são as
facilidades que o custeio variável apresenta como a rápida geração de informação para a
administração da empresa entre outras.

Para PucRS (2009) a principal desvantagem do custeio por absorção está na elaboração de preço de
venda sem a real margem de contribuição, que é a diferença do preço de venda e o custo do produto,
resultando em um preço de venda menos eficiente e competitivo.

4 CUSTEIO VARIÁVEL

De acordo com Sá (2009), somente os gastos variáveis são apurados no custo das vendas. Esses
custos variam de acordo com o faturamento da empresa como, por exemplo, comissão sobre as
vendas e os impostos (ICMS, PIS, COFINS). Uma das características do custeio variável é o maior
controle sobre os gastos fixos, pois se mantém isolados dos custos das vendas.

Para Moura (2005), no custeio variável são excluídos todos os custos fixos relacionados com o
produto, e somente são contabilizados os custos variáveis a alguma relação (volume, quantidade,
faturamento). Basicamente somente os custos variáveis são levados em conta sejam eles diretos ou
indiretos.

4.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO CUSTEIO VARIÁVEL

Moura (2005) destaca entre as vantagens do custeio variável que o custo do produto é mensurável
objetivamente e não sofre interferência. O lucro alcançado não sofre interferência com alterações de
estoque, e possibilita mais clareza no planejamento desse lucro e nas tomadas de decisões. Outra
vantagem é a apresentação imediata da margem de contribuição de cada produto, que é a diferença
do preço de venda e o custo do produto, e a fácil geração de informação para a administração
quando necessita saber quais produtos são mais rentáveis.

Moura (2005) também destaca algumas desvantagens, ele explica que a exclusão dos custos fixos
pode causar uma subavaliação e pode alterar o resultado em um período. Também pode ocorrer
problemas na avaliação dos custos, pois existe custos semivariáveis e semifixos. De maneira geral o
custeamento variável é utilizado para tomada de decisões a curto prazo,isso pode prejudicar a
continuidade da empresa num projeto a longo prazo.

Métodos de Custeio: por Absorção, Variável, ABC e UEP

No custeio por absorção (também conhecido como custeio/custo “integral”, “total” e “pleno”), todos os
custos de produção são alocados aos bens produzidos ou serviços prestados, compreendendo os
custos fixos, variáveis, diretos e indiretos.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

O Custeio por Absorção tem como características:

o Englobar custos fixos, variáveis, diretos e indiretos;

o Necessitar de critérios de rateios, no caso de apropriação dos custos indiretos (gastos gerais de
produção) quando houver mais de um produto ou serviço prestado;

o Por ser o método derivado da aplicação dos Princípios Fundamentais da Contabilidade é o critério
legal exigido no Brasil;

o Os resultados apresentados são influenciados pelo volume da produção;

o Não identificar a margem de contribuição (diferença entre o preço de venda e o custo do produto);

o Estabelecer o custo total unitário do produto/serviço;

o Indicado para decisões realizadas a longo prazo.

O Custeio por Absorção deve ser usado quando a empresa busca o uso do sistema de custos
integrado à contabilidade. É válido tanto para fins de Balanço Patrimonial e Demonstração de
Resultados como também, na maioria dos países, para Balanço e Lucro Fiscais.

Algumas outras vantagens do Custeio por Absorção:

o Atender à legislação fiscal, permitido pela legislação brasileira;

o Permitir a apuração do custo por centro de custos, visto que sua aplicação exige a organização
contábil. Assim, quando os custos forem alocados aos departamentos de forma adequada torna-se
possível acompanhar o desempenho de cada área;

o Ao absorver todos os custos de produção, permite a apuração do custo total de cada produto;

o Ser aceito pelo Imposto de Renda do Brasil, utilizado na contabilidade financeira e auditorias
externas, por atender aos princípios contábeis.

Como desvantagem tem-se a utilização dos rateios para distribuir os custos entre os departamentos
e/ou produtos, uma vez que nem sempre tais critérios são claros e objetivos, podendo distorcer os
resultados, penalizando alguns produtos e beneficiando outros e mascarando problemas, como
ineficiências e desperdícios produtivos.

Custeio Variável

No Custeio Variável somente são apropriados como custos de fabricação os custos variáveis, diretos
e indiretos. Os custos fixos, pelo fato de existirem mesmo que não haja produção, não são
considerados como custo de produção e sim como despesas, sendo encerrados diretamente contra o
resultado do período.

O Custeio Variável tem como características:

o Englobar custos variáveis diretos e indiretos;

o Não necessitar de critérios de rateios. Os custos fixos são considerados como despesa e não
como custo do produto;

o Os resultados apresentados são influenciados pelo volume de vendas;

o Identificar a margem de contribuição unitária e global;

o Estabelecer o custo parcial unitário do produto/serviço, uma vez que considera os custos
variáveis;

o Indicado para decisões realizadas a curto prazo.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

As vantagens proporcionadas pelo custeio variável são basicamente com relação à produção de
informações para as tomadas de decisão (por exemplo, quais produtos, linhas de produtos, áreas,
clientes, segmentos são mais lucrativos, etc).

Algumas outras vantagens do Custeio Variável:

o Apresentar de imediato a margem de contribuição;

o Mensurar de forma objetiva os custos dos produtos, uma vez que estes não sofrerão processos
arbitrários/subjetivos de distribuição dos custos comuns;

o Lucro líquido não ser afetado em decorrência do aumento/diminuição de inventários;

o Totalmente integrado ao custo padrão e o orçamento flexível, possibilita o correto controle de


custos.

O Custeio Variável tem como desvantagem o fato das informações não serem apropriadas para
decisões a longo prazo. Além disso, os resultados do custeio variável não são aceitos para a
preparação de demonstrações contábeis de uso externo.

Custeio ABC

Diferentemente dos custeios por absorção e variável que distribuem os custos diretamente aos
produtos, o Custeio ABC rastreia as atividades relevantes do processo produtivo, aloca os custos às
atividades para então distribuí-los aos produtos.

No Custeio ABC, os recursos de uma organização são consumidos por suas atividades e não pelos
produtos que elas fabricam. Desta forma, todas as atividades devem receber parte dos custos. Uma
atividade é uma ação que utiliza recursos humanos, financeiros, tecnológicos, de materiais, entre
outros, para que bens sejam produzidos e serviços prestados. Compreende todos os sacrifícios de
recursos necessários para desempenhá-la. Deve incluir salários com os respectivos encargos sociais,
materiais, depreciação, energia, uso de instalações, dentre outros.

Algumas vantagens do Custeio ABC:

o Atender aos Princípios Fundamentais da Contabilidade (similar ao custeio por absorção);

o Identificar os custos de cada atividade em relação aos custos totais da organização;

o Identificar os produtos e clientes mais lucrativos, além de oportunidades para eliminar


desperdícios e aperfeiçoar atividades;

o Proporcionar melhor visualização dos fluxos dos processos;

o Melhorar as decisões gerenciais através de informações mais transparentes sobre os recursos


consumidos pelas atividades;

o Permitir a apuração dos custos da não-qualidade.

Talvez uma das maiores desvantagens do Custeio ABC seja o custo elevado em decorrência do alto
nível de controles internos a serem implantados e avaliados. Estes controles demandam tempo e
trabalho, envolvendo implantação, permanência e revisão constante das informações. É um custeio
que envolve muitas informações, por vezes difíceis de serem obtidas. Muitas vezes, o envolvimento,
o comprometimento e a própria capacitação dos empregados também apresenta-se como um grande
obstáculo.

Algumas outras desvantagens do Custeio ABC:

Necessitar de reorganização, reformulação e padronização de processos antes de sua implantação;

o Apresentar dificuldade na integração das informações entre áreas/departamentos;

o Gerar informações confiáveis somente a longo prazo;

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

o Possuir um controle dificultado nas empresas que possuem grande número de atividades.

Custeio UEP

O Custeio UEP cria uma unidade – não monetária – para medir uma produção diversificada. Este
método de custeio simplifica a atividade de medição da produção, fazendo com que produtos
diferentes sejam contabilizados por um único parâmetro, permitindo que se tenha um valor global e
sintético das atividades da empresa.

Através do Custeio UEP, e de uma medida única que torna mais fácil os cálculos e controles, é
possível analisar custos, capacidade produtiva, rentabilidade, ociosidade de máquinas e
equipamentos, entre outros. Pode-se, por exemplo, comparar a capacidade produtiva diária, semanal
ou mensal de máquinas, áreas e até mesmo de toda a empresa em diferentes períodos, pois esta
medida única independe do tempo, de aspectos econômicos como inflação/deflação, entre outros.

Algumas vantagens do Custeio UEP:

o Apresentar informações mais claras e precisas sobre produtos, como custos, prejuízos, lucros, etc;

o Permitir a identificação da capacidade de produção, inclusive dos possíveis gargalos, facilitando


decisões como o lançamento de um novo produto, o investimento em máquinas/equipamentos, entre
outros;

o Propiciar um melhor planejamento do mix de produtos a fim de maximizar a produção;

o Apurar os custos de transformação da produção permitindo reduzir as distorções na alocação


destes custos;

o Proporcionar aumento das vendas em decorrência das informações sobre quanto pode ser
produzido em cada área, evitando capacidades ociosas e reduzindo custos;

O Custeio UEP tem como desvantagem sua aplicação limitada à produção. O método não efetua o
controle de perdas e/ou desperdícios. Também não considera as despesas administrativas
(estruturais), mas somente àquelas relacionadas ao processo produtivo. Em uma empresa, onde são
aplicadas melhorias contínuas e, portanto, mudanças nos processos de produção, são necessárias
revisões nos cálculos do custeio, tornando-o, muitas vezes, inviável.

Pode-se dizer que não existe exatamente um melhor método de custeio, pois cada um, a seu modo,
atende necessidades diferentes, e igualmente importantes, nas empresas. As informações geradas
pelos métodos são, portanto, complementares. Se considerarmos, por exemplo, o Custeio por
Absorção, a empresa está atendendo os Princípios Fundamentais da Contabilidade e a legislação
fiscal, podendo inclusive utilizar na elaboração dos demonstrativos contábeis externos. Já pelo
Custeio Variável, a empresa dispõe de informações importantes que auxiliam nas tomadas de
decisão, além da margem de contribuição. O Custeio ABC permite a visualização das atividades de
forma que sejam melhoradas, reestruturadas ou, dependendo do caso, eliminadas no intuito de
aumentar o desempenho competitivo da empresa. O Custeio UEP, método que se limita ao ambiente
industrial, propõe facilitar a medição da produção, fazendo com que produtos diferentes sejam
contabilizados por um único parâmetro.

Os Métodos De Custeio: Vantagens, Desvantagens E Sua Aplicabilidade Nos Diversos Tipos


De Organizações Apresentadas Pela Literatura

Diferenciando Custos de Despesas

Antes entrarmos mais a fundo nos conceitos de Custo Variável e Custo por Absorção, precisamos dar
um passo atrás e reforçar um conceito que costuma confundir bastante os marinheiros de primeira
viagem e algumas vezes prega peças até nos mais experientes: a diferença entre custos e despesas.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

De maneira bem resumida, são considerados Custos, todo e qualquer desembolso relativo à
aquisição ou produção de mercadorias. Alguns exemplos de custos são: matérias-primas, insumos
e embalagens. Também compõem Custos os chamados Gastos Gerais de Fabricação (GGF), como
depreciação de máquinas e equipamentos, energia elétrica, manutenção, materiais de conservação e
limpeza para fábrica, viagens de pessoas ligadas à fábrica, etc.

Já as Despesas são todos gastos relativos à administração da empresa que não estão
diretamente ligados à produção ou compra de mercadorias. Como exemplo podemos citar os
desembolsos com salários e demais gastos de áreas como comercial, marketing, design,
desenvolvimento de produtos e o financeiro. Ou seja, são os gastos que a empresa precisa ter para
manter a estrutura funcionando, porém não contribuem diretamente para geração de novos itens que
serão comercializados.

Mas esta é uma definição bem resumida para um assunto bem mais longo. Portanto, se você quiser
se aprofundar para entender bem as diferenças, recomendamos o artigo Custos x Despesas – Saiba
a diferença. Neste post, inclusive disponibilizamos para download gratuito uma planilha para gestão
de custos e despesas e também um infográfico sobre classificação de desembolsos.

Pois bem. Agora que já estamos conceituados sobre as diferenças de Custos e Despesas, vamos
seguir em frente com nosso artigo e entender um pouco mais sobre o Custo Variável e o Custo por
Absorção.

Método de Custeio Variável (Método de Custeio Direto)

O Método de Custeio Variável (também conhecido por Método de Custeio Direto, como o soco do
Rocky Balboa) é um dos Métodos de Custeio mais conhecidos e utilizados entre as empresas,
principalmente aquelas que trabalham no modelo industrial ou comércio. E um dos principais motivos
para isto é sua simplicidade e objetividade.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Os Custos Variáveis (ou Custos Diretos), como o próprio nome sugere, são aqueles que variam de
acordo com o volume de produção e vendas da empresa. Ou seja, seus valores dependem
diretamente do volume produzido, que por sua vez vai variar conforme volume de vendas efetivadas
em um determinado período de tempo.

Veja alguns exemplos de itens classificados custos variáveis:

• Matérias-primas;

• Insumos produtivos;

• Embalagens;

De acordo com as atividades realizadas pela empresa, podemos classificar os custos de vendas de
três formas: CPV, CMV e CSV. Neste artigo, vamos detalhar um pouco mais o CPV (por ser o mais
complexo), mas antes vamos ver um pouco sobre cada um deles:

• CPV (Custo dos Produtos Vendidos) – Este tipo de classificação do custo de vendas geralmente
está associado às indústrias, que fabricam os produtos que vendem. Neste caso, o custo dos
produtos será composto de matérias-primas e insumos utilizados na fabricação;

• CMV (Custo das Mercadorias Vendidas) – Já o CMV é utilizado no calculo dos custos de vendas
de empresas de comércio ou que apenas revendem mercadorias. Para as mercadorias vendidas, o
custo será o próprio preço de compra do item que será revendido;

• CSV (Custo dos Serviços Vendidos) – Por fim, temos o CSV, que como o próprio nome ajuda a
explicar, é o custo dos serviços prestados. Também conhecido como CSP (Custo dos Serviços
Prestados), geralmente este tipo de custeio é utilizado em empresas onde não existe a venda de um
produto ou mercadoria, e sim a prestação de um serviço, que pode ser desde horas de uma pessoa
(como o caso de uma consultoria, escritórios de advocacia, agências de marketing, etc.), como um
aluguel de uma máquina, equipamento ou até mesmo recurso computacional pago mensalmente
(exemplo de softwares online, como o Treasy). O CSV é um pouco mais complexo de ser calculado e
geralmente é feito utilizando o Método de Custeio por Absorção, que vamos ver mais a frente.

PS: vale lembrar que os custos (sejam eles CPV, CMV ou CSV) só acontecem quando ocorre a
venda dos produtos ou serviços, do contrário deverão ser considerados como Estoques. Mas este já
é assunto para um novo post.

Exemplo de Cálculo de Custo Variável (Custo Direto)

Para ficar mais fácil de entender, vamos partir para um exemplo prático utilizando uma empresa
fictícia que produz chocolates. Vamos imaginar que em um determinado mês esta empresa está
planejando vender 10.000 unidades de trufas e 10.000 unidades de bombons, a R$ 3 e R$ 2 cada
unidade respectivamente. Este volume de vendas gerará então para a empresa um faturamento de
R$ 50.000, conforme imagem abaixo:

Todavia, para produzir as trufas e bombons, a empresa precisará adquirir as matérias-primas e


insumos (chocolate, recheios, etc.) utilizados na produção dos itens vendidos. Independente do
quanto de matéria-prima a empresa comprar, o que importa para o cálculo do Custo Variável é a
quantidade realmente utilizada na produção dos itens vendidos.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Sendo assim, é de extrema importância conhecermos a quantidade de cada matéria-prima utilizada


para produzir 1 unidade de trufa e também para a produção de 1 unidade de bombom. Assim,
fazendo um calculo simples podemos chegar ao Custo Variável Unitário de cada produto
(quantidade de matéria-prima necessária multiplicada pelo preço de compra da matéria-prima). E por
fim, multiplicando o custo unitário pela quantidade total do item vendida, temos o Custo Variável
Total ou CPV (Custo dos Produtos Vendidos).

Método de Custeio por Absorção (Custeio Integral)

Até aqui foi fácil, certo? Afinal, calcular o Custo Variável é simples, não é mesmo? Se sabemos que
precisamos de 30g de chocolate para produzir uma trufa, que o chocolate custa R$ 30 o quilo e que
vamos vender 10.000 trufas, fica fácil calcular que vamos gastar R$ 9.000 em chocolate para produzir
as 10.000 trufas. Mas quando falamos do Custeio por Absorção, o buraco é um pouco mais embaixo!

O Custeio por Absorção, também chamado Custeio Integralou Custo Integral, recebe esse nome
exatamente por absorver os Custos Fixos no custo final de cada produto vendido.

Ou seja, o Custo por Absorção tem como premissa debitar ao Custo dos Produtos Vendidos todos os
custos da área de fabricação, sejam esses custos definidos como custos diretos ou indiretos, fixos ou
variáveis, de estrutura ou operacionais. O próprio nome do Método de Custeio por Absorção deixa
claro o que precisa ser feito: garantir que cada produto absorva uma parcela dos custos diretos e
indiretos, relacionados à fabricação.

E o fator fundamental para a utilização do Método de Custeio por Absorção está na correta
distinção entre Custos e Despesas. Apenas os desembolsos relativos aos produtos vendidos
(sejam eles diretos ou indiretos) deverão ser alocados no Custo dos Produtos Vendidos. Todas os
demais desembolsos (Despesas Administrativas, Despesas Financeiras, Investimentos, etc.) devem
ficar de fora da composição.

Vale aqui o mesmo tratamento em relação a “ativação dos custos”. O Custo por Absorção só
acontece no momento da venda dos produtos. Do contrários os custos relativos aos produtos em
elaboração e aos produtos acabados que ainda não tenham sido vendidos devem ser tratados como
Estoques de Produtos em Elaboração ou Estoques de Produtos Acabados.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Exemplo de Cálculo de Custo por Absorção (Custo Integral)

A exemplo do que fizemos com o Método de Custeio Variável, vamos entender na prática como
aplicar o Custo por Absorção. Para isto, vamos imaginar que nossa pequena fábrica de chocolate
tenha R$ 18.500 de Custos Fixos, conforme imagem abaixo:

Veja que estamos falando de Custos Fixos, mas todos ainda são relacionados à produção. Não há
nenhuma Despesa Administrativa listada na imagem. Estes Custos, como o próprio nome diz, são
fixos. Acontecendo ou não a venda dos produtos, eles continuarão a existir.

O que precisamos agora é achar uma forma de cada um dos produtos vendidos pagar um pedacinho
destes Custos Fixos. Para isto, precisamos de um “driver de custeio”. Este “driver”, em tradução
literal, é exatamente um direcionador dos Custos Fixos para cada produto vendido. O driver de
custeio mais comumente utilizado é o tempo de produção de cada item.

Neste sentido, vamos imaginar que cada trufa leve 5 minutos para ser produzida, enquanto cada
bombom precisa de 3 minutos. Quando multiplicamos este tempo pelo volume total de trufas e
bombons produzidos no mês, chegamos a conclusão que vamos precisar de 80.000 minutos para
confeccionar as 10.000 trufas e os 10.000 bombons.

Agora ficou fácil. Temos o tempo necessário para cada trufa e cada bombom, o tempo total de
produção dos 20.000 itens e também os Custos Fixos. Basta fazer uma regra de três e encontrar o
quanto cada unidade deve absorver dos Custos Fixos. Veja na imagem abaixo como ficaria nosso
exemplo:

Custo por Absorção NÃO é Rateio!

Aqui na Treasy somos defensores ferrenhos do não uso dos rateios. Entre uma série de motivos, os
rateios, em geral, geram muito trabalho administrativo, não impactam o resultado final da empresa e
geralmente não possuem um critério único e que atenda todas as possibilidades, gerando discussões
longas e pouco produtivas. Inclusive já falamos disto no artigo Centro de Serviços Compartilhados
(CSC) – Um manifesto pelo fim dos rateios, onde sugerimos o uso de um CSC como alternativa mais
eficaz aos rateios.

Quando estamos falando do Método de Custeio por Absorção, nos referimos a alocação dos Custos
Fixos Produtivos, nunca das Despesas Fixas Administrativas (Despesas Operacionais).

Veja que nos exemplos as Despesas que fizemos as alocações são todas relacionadas a produção.
Despesas Operacionais como salários do pessoal administrativo, despesas de marketing, etc., não
devem ser absorvidas pelo custo.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Ignorar esta premissa pode levar a calcular indicadores importantes como a Margem de Contribuição,
Ponto de Equilíbrio e EBITDA incorretamente e comprometer completamente as informações
utilizadas pela diretoria para tomada de importantes decisões. Vamos aproveitar o gancho e entender
um pouquinho dos impactos da correta apuração de custos nestes indicadores.

Os impactos dos Métodos de Custeio na Margem de Contribuição Bruta, Margem de Contribuição


Líquida, Ponto de Equilíbrio Econômico e EBITDA

Para fechar nosso exemplo, agora que temos todas as variáveis na mão, podemos calcular
facilmente a Margem de Contribuição Bruta e Margem de Contribuição Líquida de nossa fábrica
de chocolates:

OBS: Por não ser o foco deste artigo, simplificamos o cálculo dos impostos, pressupondo que a
empresa está no regime de tributação Simples Nacional.

Vale lembrar que os Custos Variáveis Unitários vão sempre acompanhar o volume de produção.
Como vimos um pouco mais acima, se precisamos de 30g de chocolate para produzir uma trufa, para
produzir 1.000 trufas vamos precisar de 30 Kg de chocolate. Para produzir 10.000 trufas vamos
precisar de 300 Kg de chocolate. E assim por diante.

Claro que com um volume de produção maior, podemos negociar melhor com fornecedores e
conseguir melhores preços de compras das matérias-primas. Mas quando falamos de Custos
Variáveis, os ganhos de escala são marginais.

Já os Custos por Absorção Unitários diminuem conforme o volume de produção. Ou seja,


como é feito um “racha” dos Custos Fixos pelo volume de itens produzidos, uma vez que o volume de
produção cresce, temos mais produtos “entrando no racha” e ficando mais barato para cada um.
Então quando falamos em Custos por Absorção, os ganhos de escala são bastante
consideráveis.

Claro que há um limite. Por exemplo, vamos imaginar que com 5 funcionários a empresa consiga
produzir as 20.000 unidades de chocolates. Talvez, com os mesmos 5 funcionários seja possível
chegar a 30.000 unidades produzidas, mas para produzir 31.000 unidades, seja necessário a
contratação de mais 1 pessoa. Sendo assim, é preciso sempre realizar Simulações de Cenários antes
de tomar qualquer decisão de aumentar o diminuir o volume de produção e venda.

Ou seja, os Custos Variáveis e Custos por Absorção influenciam diretamente a Margem de


Contribuição (Bruta e Líquida) de sua empresa.

E uma vez que chegamos a Margem de Contribuição, estamos a poucos passos de conseguir
entender dois outros indicadores importantíssimos: o Ponto de Equilíbrio Econômico e
o EBITDA (também conhecido por LAJIDA).

Custeio ABC – Custeio baseado em atividades

O sistema de custeio ABC permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades
executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os objetos de custos. Nele, os
custos tornam-se visíveis e passam a ser alvos de programas para sua redução e de
aperfeiçoamento de processos, auxiliando, assim, as organizações a tornarem-se mais lucrativas e
eficientes.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Com seu poder de assinalar as causas que levam ao surgimento dos custos, o ABC permite aos
gerentes uma atuação mais seletiva e eficaz sobre o comportamento dos custos da organização.

O ABC determina que atividades consomem os recursos da empresa, agregando-as em centros de


custos por atividades. Em seguida, e para cada um desses centros de atividades, atribui custos aos
produtos baseado em seu consumo de recursos. Com isso, é possível se determinar quais são os
produtos subcusteados e quais são os supercusteados, possibilitando uma melhoria nas decisões
gerenciais. O ABC permite ainda que se tome ações para o melhoramento contínuo das tarefas de
redução dos custos, como a melhora dos serviços, avaliação das iniciativas de qualidade, corte de
desperdícios, aprimoramento dos processos de negócio da empresa, entre outros

No sistema de custeio ABC a atribuição dos custos indiretos são feitos em dois estágios. No primeiro
estágio, denominado de “custeio das atividades”, os custos são direcionados as atividades. No
segundo estágio, denominado de “custeio dos objetos”, os custos das atividades são atribuídos aos
produtos, serviços e clientes.

Assim como os demais sistemas de custeio, ele também tem suas restrições, e entre elas a de não
ser aceito pelo fisco.

Pelas suas próprias características, o ABC tem como fortes candidatas a sua implantação as
organizações que utilizam grande quantidade de custos indiretos no seu processo produtivo e que
tenham significativa diversificação em produtos, processos de produção e clientes.

Embora suficientemente simples, o sistema de custeio ABC, tem contribuído para melhorar
sensivelmente a tradicional metodologia de análise de custos. Seu objetivo é rastrear as atividades
mais relevantes, para que se identifiquem as mais diversas rotas de consumo do recursos da
empresa. Por meio dessa análise de atividades, busca-se planejar e realizar o uso eficiente e eficaz
dos recursos da empresa. A atribuição de custos as atividades é feita de uma forma criteriosa de
acordo as seguintes prioridades:

1) alocação direta: isto se faz quando há uma identificação clara, direta e objetiva de certos itens de
custos com certas atividades;

2) rastreamento: é uma alocação com base na identificação da relação , causa, efeito, entre a
ocorrência da atividade e a geração de custos. Essa relação é expressa através de direcionadores de
custos de primeiro estágio, também conhecidos como direcionadores de custos e recursos;

3) rateio: o rateio é realizado quando não há a possibilidade de utilizar nem a alocação direta, nem o
rastreamento.

A medida que as empresas utilizam tecnologia de produção mais avançadas os custos indiretos de
fabricação aumentam e o valor da mão-de-obra direta diminui. Assim a distribuição dos custos
indiretos proporcionalmente a mão-de-obra direta conduz a um custeio incorreto dos produtos. Nesse
intenso movimento de mudanças o processo de gestão empresarial passa por novos desafios e os
gestores, necessariamente, passam a trabalhar com novos modelos de decisão e esses novos
modelos de decisão demandam novas informações. Não podemos esquecer que a informação é a
matéria-prima do processo de tomada de decisões.

Para melhor entendimento apresentamos as vantagens e desvantagens da aplicação do método de


custeio ABC.

Como vantagens podemos ressaltar:

• informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio;

• adequa-se mais facilmente as empresas de serviços, pela dificuldade de definição do que seja
custos, gastos e despesas nessas entidades;

• menor necessidade de rateios arbitrários;

• atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade;

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

• obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos;

• proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;

• identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais recursos;

• identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade;

• pode ser empregado em diversos tipos de empresas;

• pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade;

• pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição;

• possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto.

Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens:

• gastos elevados para implantação;

• alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;

• necessidade de revisão constante;

• leva em consideração muitos dados;

• informações de difícil extração;

• dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa;

• necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação;

• dificuldade na integração das informações entre departamentos;

• falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e acompanhamento;

• necessidade de formulação de procedimentos padrões;

• não é aceito pelo fisco;

• maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usa-las.

O sistema de custeio ABC apresenta diversas vantagens que devem ser cuidadosamente analisadas
pelas empresas, com o sentido de serem tirados proveitos de suas informações, colocando a
entidade em uma posição privilegiada. Contudo a necessidade imposta pelo mercado, os custos de
implantação e acompanhamento, o recurso humano necessário, os produtos envolvidos, as
necessidades dos gestores, etc, devem ser analisados para que se dimensionem as vantagens e
desvantagens para cada instituição.

Não se pretendeu ser finalista nos estudos sobre vantagens e desvantagens do ABC, visto que em
cada entidade poder-se-ão numerar outros pontos. O que deve ocorrer é manter-se sempre pronto
para as mudanças mercadológicas e estar sempre preparados para reorganizar o sistema de custeio
ABC de maneira harmônica com cada momento da economia.

Fatores como abertura de mercados e acirramento da concorrência conduzem os empresários e


gestores das organizações a procurarem métodos que auxiliem na tomada de decisões, essenciais à
sua permanência no segmento de mercado em que estão inclusas. Com isso, a Contabilidade
Gerencial passa a ganhar mais importância em razão de que pode facultar o acesso a informações
consistentes que auxiliam os administradores na condução lucrativa de seus negócios num ambiente
de alta competitividade.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Nessa direção, um dos aspectos fundamentais a serem examinados pelos administradores são os
gastos efetuados para manter as operações em andamento e fornecer seus produtos aos clientes
(normalmente considerados como despesas administrativas, comerciais ou financeiras). Nesse ponto,
surge o problema da definição da forma a ser empregada para alocar tais gastos aos produtos ou
serviços. Essas despesas, atualmente, podem representar uma fatia substancial do total de recursos
despendidos pelas empresas de diversos setores e vêm crescendo com o passar dos anos,
merecendo maior atenção dos gestores.

Para minimizar esse problema, dentre outras possibilidades existentes na literatura pertinente, tem
sido utilizado o Custeio Baseado em Atividades (ABC - Activity-Based Costing). Tal ferramenta
aprimorou a gestão financeira à medida que permitiu identificar os gastos com atividades associadas
aos processos executados na empresa, verifican-do de que forma essas atividades se relacionam
com a geração de receitas e qual o respectivo consumo de recursos de sua parte. Por outro lado,
para empresas não-industriais, em especial para organizações empresariais que atuam como
distribuidoras de mercadorias, a literatura nacional não é pródiga em textos que possam embasar
aplicações de tal metodologia de custeio na gestão dessas entidades. Em razão disso, neste artigo se
relata um estudo de caso relacionado com a utilização do Custeio Baseado em Atividades (ABC)
numa distribuidora de mercadorias. Tal método foi implementado com o objetivo de proporcionar aos
gestores informações a respeito da rentabilidade das principais linhas de comercialização, apurando
quanto cada uma delas consome de recursos mensalmente, no que tange aos processos de compra
e venda.

Para tanto, inicialmente se faz uma revisão da literatura acerca dos conceitos relacionados ao ABC e
citam-se as vantagens e limitações atribuídas a esse método de custeio. Em seguida, passa-se a
descrever o estudo de caso realizado, evidenciando as características principais do contexto
empresarial em lume, apresentam-se etapas seguidas para implementação e relatam-se os
resultados alcançados. Por último são mencionadas as conclusões do estudo realizado.

2 PRINCIPAIS ASPECTOS DO CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC)

Em relação ao surgimento do ABC, Kaplan e Cooper (1998, p. 15) asseveram que os sistemas de
custeio baseados em atividades apareceram na década de oitenta, tendo por objetivo suprir a
necessidade de informações mais precisas sobre o custo de cada atividade envolvida nos processos
produtivos e na geração de serviços.

Contudo, tal assertiva é contestada por alguns autores. Nesse sentido, Nakagawa (1995, p. 41)
comenta que há registros literários que noticiam a utilização do ABC por contadores em 1800 e no
início de 1900, bem como do seu uso na década de 60. Enfatiza que, no Brasil, os estudos e
pesquisas sobre o ABC tiveram início em 1989, no Departamento de Contabilidade e Atuária da
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP).

Já para De Rocchi (1994, p. 10), a origem do ABC pode ser atribuída a Alexander H. Church, que, já
nos primeiros anos do século XX, desenvolvia trabalhos baseados nessa concepção. Argumenta,
também, que importantes contribuições a essa teoria podem ser consideradas as obras de
Mellerowicz (publicada na década de 50 e denominada Platzkosten), Staubus (intitulada Activity
costing and input-output accounting, datada de 1971) e Miller e Vollmann (Transaction based costing,
do ano de 1985).

Mesmo com a divergência quanto ao aparecimento do custeio baseado em atividades, o mais


importante são os benefícios propiciados pela utilização do ABC na gestão dos custos das empresas.
Para isso, cabe que sejam conhecidos os seus principais aspectos, conforme enfatizado a seguir.

O custeio baseado em atividades, para Warren et al. (2003, p. 394), emprega "os custos das
atividades para determinar os custos do produto. Sob esse método, os custos indiretos de fabricação
são inicialmente contabilizados em grupos de custos de atividades". Cada um desses grupos
relaciona-se com uma atividade específica, como o uso de máquinas, inspeções, movimentações
de setup e atividades de engenharia.

Young e O'Byrne (2003, p. 100) apregoam que o custeio baseado em atividades ajuda as
companhias a examinarem, mais racionalmente, as forças que conduzem o consumo de recursos nas
operações. Aduzem que o ABC considera que a relação de causa e efeito entre as atividades
executadas na empresa e os custos indiretos "é mais bem refletida por bases de alocação não

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

relacionadas a volume, conhecidas como direcionadores de custos. Ao aplicar esse conceito, os


administradores ganham um entendimento melhor das forças que conduzem os custos indiretos em
suas divisões".

Shank e Govindarajan (1997, p. 221) defendem que o intuito principal do ABC é a atribuição de uma
parcela das despesas gerais (ou custos indiretos) aos produtos, com base na proporção de cada
atividade que causem. Essa abordagem, segundo tais autores, "rejeita a noção de que toda a
alocação de custos indiretos é arbitrária e assim não vale a pena tentar melhorá-la. A abordagem
admite que uma significativa alocação de custos fixos é possível e que vale a pena ser feita".

Nakagawa (1995, p. 39) cita que "os recursos de uma empresa são consumidos por suas atividades e
não pelos produtos que ela fabrica". O objetivo do método de custeio ABC é rastrear as atividades
mais relevantes da organização, identificando rotas de consumo dos recursos e, através dessa
análise, planejar o uso eficiente e eficaz dos recursos utilizados pela empresa, otimizando seus
resultados.

Para a compreensão escorreita acerca do Custeio Baseado em Atividades é necessário dominar os


conceitos enfocados nas próximas seções.

2.1 Conceitos Inerentes ao Custeio Baseado em Atividades

Para melhor entendimento da metodologia utilizada pelo sistema ABC, faz-se necessário o
conhecimento dos conceitos de "processos", "atividades", "tarefas" e "direcionadores de custos".

Processo, para Nakagawa (1995, p. 44), pode ser entendido como "uma cadeia de atividades
relacionadas entre si, interdependentes e ligadas pelos produtos que elas intercambiam". Como
exemplo de processo menciona o "Processo de Compras", que abrange as atividades de previsão de
vendas, planejamento de material, controle de inventário, recebimento, inspeção, sistema de
informação gerencial e contas a pagar, ou seja, o processo inicia na tomada de decisão da compra e
termina quando a fatura for paga ao fornecedor.

Boisvert (1999, p. 93) cita que processos podem ser considerados como "o conjunto de atividades
que têm um direcionador comum e um objetivo bem preciso, que possa ser identificado como cliente
externo ou interno". Como exemplos de processos, esse autor cita: responder à reclamação do
cliente, realizar análise de pedido de crédito, verificar os balanços financeiros, montar um produto etc.

Atividades, de acordo com Kaplan e Cooper (1998), são descritas por verbos e seus objetos
associados: programar produção, transferir materiais, comprar materiais, inspecionar itens, responder
aos clientes, melhorar produtos, lançar novos produtos etc. Referidos autores (p. 107) enfatizam,
também, que "as atividades são unidades básicas de acúmulo de custos nos sistemas ABC". Essas,
também, podem ser agregadas para que os gerentes possam identificar o custo total de execução de
um processo de negócios. Nesse caso, cada atividade pode ser codificada, permitindo que os custos
sejam acumulados e informados por processos de negócios.

Santos (2001, p. 178) argúi que atividades "são as tarefas necessárias à realização de um processo e
que consomem recursos da organização". Cita como exemplo, no caso do "processo de venda de
uma viagem de turismo: divulgação do serviço, recepção ao cliente, comunicação com a operadora,
emissão dos documentos de reserva, emissão dos documentos de cobrança etc".

As atividades, conforme Brimson (1996, p. 63), são "processos que consomem recursos substanciais
para gerar uma produção", descrevendo o modo como uma empresa utiliza seu tempo e recursos
para alcançar os seus objetivos. O referido au-tor considera que a função primordial de uma atividade
é converter os recursos que a entidade dispõe (como matérias-primas, mão-de-obra e tecnologia) em
produtos ou serviços.

Num nível de detalhamento maior, as atividades podem ser desdobradas em tarefas, que Brimson
(1996, p. 63) define como sendo a combinação dos elementos de trabalho ou operações que
compõem uma atividade, ou seja, tarefa é a forma de realização da atividade. Relata, ainda, que duas
empresas podem executar uma mesma atividade empregando tarefas diferentes.

Para evidenciar a diferença entre atividades e tarefas, Boisvert (1999, p. 58) diz que a atividade reúne
todas as tarefas realizadas sequencialmente. Ilustra esse raciocínio com a ida ao Banco para sacar

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

dinheiro de um caixa automático, quando é necessário efetuar tarefas como inserir o cartão
magnético e digitar a senha, ou seja, "essas tarefas fazem parte da atividade que consiste em retirar
dinheiro de um caixa automático. A tarefa é o elemento mais simples da atividade; normalmente, ela
não se decompõe em outros elementos".

Tão importante como a definição das atividades que compõem o processo produtivo é determinar
como direcionar o custo dessas atividades para os produtos e/ou serviços gerados. Na concepção do
ABC, para essa finalidade são utilizados os direcionadores de custos, que Martins (2003, p. 96)
define como "o fator que determina o custo de uma atividade. Como as atividades exigem recursos
para serem realizadas, deduz-se que o direcionador é a verdadeira causa dos seus custos", ou seja,
no caso do custeio de produtos, o direcionador é o fator que determina ou influencia a maneira como
os produtos vão "consumir" ou "utilizar" as atividades, constituindo-se na base utilizada para atribuir
os custos das atividades aos produtos.

Atkinson et al. (2000, p. 308) entendem que o custeio baseado em atividades é um método que se
apóia na idéia de que os direcionadores de custos podem vincular, diretamente, as atividades
executadas aos produtos fabricados. Para esses autores os "direcionadores de custos medem o
consumo médio ocorrido, em cada atividade, pelos vários produtos. Então, os custos das atividades
são atribuídos aos produtos, na proporção do consumo que os produtos exerceram, em média, sobre
as atividades".

Para Shank e Govindarajan (1997) o custo é causado, ou direcionado, por muitos fatores que se
inter-relacionam de formas complexas. Compreender o comportamento dos custos significa
compreender a complexa interação do conjunto de direcionadores de custo em ação em uma
determinada situação.

No entender de Sakurai (1997, p. 100), direcionador de custos é "qualquer fator que cause uma
alteração de custo de uma atividade". Tal autor assevera que o termo é empregado em duas
situações: quando se deseja apropriar os recursos às atividades (nesse caso conhecido como
"direcionador de recursos") e quando envolve o mecanismo contábil de imputação dos custos das
atividades a objetos de custo, no sistema de Contabilidade (chamado, então, de "direcionador da
atividade").

Kaplan e Cooper (1998) citam que os direcionadores utilizados no ABC podem ser classificados em
três tipos: (i) direcionadores de transação: que se referem ao número de operações repetitivas, como
o número de setups, número de pedidos, número de veículos descarregados etc.; (ii) direcionadores
de duração: que se relacionam com o tempo de execução de uma atividade e são empregados
quando há grandes variações no tempo de realização de uma atividade, em função do produto ou
serviço e (iii) direcionadores de intensidade: que consideram diretamente a quantidade de recursos
necessária para realizar a atividade, sendo utilizados principalmente quando a realização da atividade
for muito complexa ou específica.

Com relação à quantidade de direcionadores de custos, Nakagawa (1995, p. 74) destaca que variam
de acordo com os seguintes fatores:

a) objetivos (pricing, redução de custos, avaliação de desempenho, investimentos, melhoria de


qualidade, flexibilidade, lead time etc.) e acurácia da mensuração que se deseja obter através do
ABC que está sendo desenhado;

b) participação relativa (%) dos custos indiretos das atividades agregadas analisadas sobre o custo
de conversão, em termos de número de itens (contas) e de seus valores;

c) complexidade operacional da empresa, em termos de produtos (diversidade de volumes, materiais


utilizados, tamanhos, mix, número de partes/componentes, tecnologias etc.) e de clientes
(diversidade de clientes/mercados atendidos, número de itens vendidos, sistemas/canais de
distribuição etc.);

d) disponibilidade de recursos da empresa (financeiros, humanos, sistemas de coleta e


processamento de dados, tempo, cultura etc.).

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Após evidenciados os principais conceitos relacionados ao Custeio Baseado em Atividades (ABC),


cabe que sejam enfocadas as vantagens e limitações associadas a esse método de custeio,
conforme consta da próxima seção.

2.2 Vantagens e Limitações Atribuídas ao ABC

Entre as vantagens do ABC, conforme Cogan (1994), está a melhoria nas decisões gerenciais, devido
à transparência permitida por esse método. O ABC permite a definição de ações para o
melhoramento contínuo das tarefas de redução dos custos de overhead, diferentemente do sistema
tradicional de custeio que concentrava os esforços para redução de custos nos custos diretos,
ocultando os desperdícios existentes nas despesas indiretas.

Segundo Martins (2003), uma das grandes vantagens do ABC é a de não restringir a análise ao custo
do produto e sua lucratividade. A análise do ABC permite que os processos ocorridos na empresa
sejam custeados, pois são compostos por atividades que se inter-relacionam. Com isso, possibilita a
visualização das atividades que podem ser melhoradas, reestruturadas ou, até mesmo, eliminadas
dentro de um processo, de forma a melhorar o desempenho competitivo da empresa.

Contudo, como qualquer metodologia gerencial, o método ABC, também, possui algumas limitações
ou restrições. Leone (2000) observa que o critério ABC utiliza a metodologia do custeio por absorção,
carregando com esse todas as suas limitações. Para o autor, a aplicação do critério ABC na análise
dos custos e despesas indiretos atribui todos os itens indiretos para os estoques dos produtos, o que
nem sempre é interessante.

Outra desvantagem apresentada por Leone (op. cit.) diz respeito à aparente transformação de custos
fixos em custos variáveis, isto é, quando os custos e as despesas são apropriados às atividades, o
critério parece não se interessar pela dicotomia dos custos e das despesas em fixas e variáveis,
simplesmente apropriando esses custos e despesas aos produtos ou serviços através dos
direcionadores. Todos os custos e despesas serão considerados variáveis diante da unidade de
medida que define o direcionador de custos. Assim, o critério ABC apuraria custos unitários
excessivamente altos em um período de produção abaixo da capacidade normal da empresa.

Por sua vez, Catelli e Guerreiro (1994, p. 324) apontam como limitações inerentes ao ABC os
seguintes pontos:

• o sistema ABC não muda a realidade dos fatos, de que a grande parcela dos custos indiretos,
qualquer que seja o tipo de atividade, é de natureza fixa;

• todo relacionamento de custos fixos das atividades com as unidades individuais de produtos por
meio dos cost drivers está sujeito a fortes doses de subjetividade, assim como ratear esses custos
proporcionalmente à mão-de-obra direta (não existe o critério objetivo isento de discussões);

• todas as atividades apresentam diferentes níveis de volume, portanto teremos no sistema ABC
diferentes custos unitários por atividade com os diferentes níveis de volume;

• tendo em vista que o emprego de tecnologias modernas de produção têm aumentado os custos
fixos proporcionalmente aos custos variáveis, esse método de custeio conduzirá a resultados
proporcionalmente mais errados;

• o uso do ABC faz com que se transformem custos fixos em custos variáveis. Ou seja, sempre que
se apura o custo fixo unitário é modificada a verdadeira natureza comportamental do elemento de
custo, gerando informações distorcidas;

• o processo de rateio de custos fixos gera informações que impossibilitam a comparabilidade entre
os custos de empresas concorrentes;

• o sistema ABC não aborda conceitos avançados de mensuração, tais como valor econômico, custos
de oportunidade, equivalência de capitais, custos correntes de reposição, entre outros. Assim, além
da natural distorção dos custos causada pelos critérios de rateios, os objetos de custeio são medidos
de uma forma que não expressa os seus valores econômicos.

Cogan (1994, p. 7) acentua que o

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

ABC, em sua forma mais detalhada pode não ser aplicável na prática, em virtude de exigir um
número excessivo de informações gerenciais que podem inviabilizar sua aplicação. O custo da coleta
e manipulação detalhada teria que justificar seu benefício. Numa fábrica, pode-se detectar mais de
cem atividades que contribuem para o "overhead" - caso se pense numa apuração exata de todas
essas atividades, o ABC seria impraticável.

Percebe-se, então, que na literatura há posicionamentos favoráveis e contrários à utilização do ABC.


Contudo, em razão das necessidades informativas da empresa pesquisada, considerou-se que tal
método seria o mais adequado ao contexto abrangido, motivando a aplicação do ABC, conforme
descrito nos próximos tópicos de forma detalhada.

3 ESTUDO DE CASO

O estudo de caso foi realizado no primeiro semestre de 2004 na empresa "Braçonortense" (nome
fictício por solicitação dos administradores), que atua na distribuição de mercadorias como
medicamentos e perfumarias. Localizada em cidade do litoral sul de Santa Catarina, essa
organização atende, principalmente, a uma clientela composta por farmácias, hospitais (públicos e
privados), supermercados e mercearias situados na região sul do Brasil.

A aplicação do ABC ora relatada abrangeu, especificamente, o Centro Administrativo da empresa,


onde são realizadas as atividades ligadas aos processos de compra e venda da entidade. A empresa
conta, ainda, com um Centro de Distribuição, localizado em outro bairro do mesmo Município, onde
são armazenadas, fracionadas e preparadas mercadorias para remessa aos clientes, não abrangido
por este estudo.

O objetivo principal da utilização do custeio baseado em atividades (ABC) foi verificar o efetivo
consumo de recursos da área administrativa pelas três principais linhas de mercadorias
comercializadas (Medicamentos, Perfumarias e Hospitalar), com a finalidade precípua de determinar
mais adequadamente a rentabilidade de tais segmentos de mercado. A necessidade dessa
informação surgiu pela suposição de que a estrutura física necessária e os recursos operacionais
despendidos mensalmente eram muito discrepantes, em termos de valor, de uma linha de
comercialização para outra.

Para situar o leitor acerca da complexidade operacional mencionada, convém salientar que, para
cada linha de mercadorias, a empresa disponibiliza funcionários, equipamentos (computadores,
móveis etc), área física e material de consumo. Porém, a empresa realiza a venda das mercadorias
de várias formas:

a) através do setor de Telemarketing (com cerca de 90 funcionários exclusivamente utilizados nesse


setor);

b) por intermédio da Internet (em home page específica);

c) pela negociação direta com alguns gran des clientes (sem intervenção do Telemar keting);

d) atuando como "Operador Logístico" para três laboratórios (somente com produtos da linha de
medicamentos) e

e) participando de licitações para venda a órgãos públicos (principalmente na linha hospitalar).

Além disso, para apoiar as operações dos três grupos de mercadorias mencionados, são utilizados
recursos de diversos setores administrativos, como "Desenvolvimento de softwares", "Centro de
Processamento de Dados -CPD", "Microinformática", "Tesouraria", "Contabilidade", "Pessoal/RH",
"Crédito e Cobrança" e "Diretoria de Negócios".

Mesmo com as características citadas, para determinar a rentabilidade final das linhas de
mercadorias a alocação dos gastos do Centro Administrativo era efetuada com base no seu
percentual em relação às vendas totais do mês em análise, ou seja, se num determinado período as
despesas contabilizadas nos diversos setores do Centro Administrativo representassem 4,5% do
faturamento total, esse mesmo percentual era atribuído às três linhas igualitariamente. Ainda
agravava o quadro mencionado o fato de que, pelas peculiaridades do segmento de atuação, as
margens de contribuição obtidas com boa parte das mercadorias vendidas eram menores que 5%.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Com isso, a atribuição das despesas do Centro Administrativo poderia representar um fator decisivo
na rentabilidade final das linhas de mercadorias referenciadas, acarretando distorções na
mensuração do desempenho das mesmas.

Para minimizar as dificuldades relativas à determinação da efetiva rentabilidade de cada linha de


comercialização, cogitou-se a respeito da utilização do ABC. Assim, no que tange à implementação
do ABC na empresa em tela, foram transpostas as seguintes etapas:

1) divisão da organização em processos ope racionais;

2) mapeamento das atividades executadas nos processos enfocados;

3) alocação dos recursos (salários, encargos sociais, depreciação de equipamentos, aluguel do


prédio, energia elétrica) às atividades encontradas;

4) análise das informações obtidas.

As etapas mencionadas são descritas nas próximas seções.

3.1 Divisão da Empresa em Processos Operacionais

Após análise detida do funcionamento da organização em lume, dividiu-se a empresa em três


processos: (1) compra, (2) armazenagem e (3) venda. Os processos de compra e venda são
desenvolvidos no Centro Administrativo (CA) da empresa, enquanto o processo de armazenagem
acontece no Centro de Distribuição (CD).

O processo "compra" abrange todas as atividades relacionadas com a aquisição de mercadorias


como a negociação com fornecedores quanto a preços, prazos e condições de entrega, o pagamento
de duplicatas e respectiva baixa, o processamento de informações sobre pedidos pendentes e a
posição dos saldos de estoques, dentre outras.

Quanto ao processo "venda", é pertinente descrevê-lo como a parte das operações em que são
executadas atividades que contribuem para as vendas da empresa, cuja abrangência se estende
pelas negociações com clientes, elaboração de promoções, análise de crédito, recebimento de
pedidos (por telemarketing, Internet ou fax), processamento de pedidos, cobrança de contas a
receber e posterior baixa dos recebimentos e, ainda, o apoio aos clientes (pós-venda).

O processo de "armazenagem" compreende todas as atividades desenvolvidas no Centro de


Distribuição (CD), abrangendo desde a recepção física das mercadorias até o momento em que são
despachadas para os clientes.

Mesmo que o ABC, também, tenha sido implementado no processo de armazenagem, em virtude da
exiguidade de espaço, priorizou-se relatar apenas os processos de compra e venda, cujos principais
aspectos da fase de mapeamento de atividades são abordados na seção a seguir.

3.2 Mapeamento das Atividades dos Processos de Compra e Venda

Na segunda etapa da aplicação do ABC, foi necessário acompanhar o dia-a-dia dos diversos
departamentos envolvidos nos processos de compra e venda, visando identificar as atividades
relacionadas a eles.

Através das entrevistas realizadas com os funcionários dos vários setores do Centro Administrativo,
além das atividades vinculadas diretamente aos processos de compra e venda, foram encontradas
algumas atividades que eram executadas no Centro Administrativo (CA), mas que tinham ligação de
forma apenas "indireta" com tais processos. Ainda, alguns gastos foram considerados "estruturais",
ou seja, não atribuíveis aos dois processos em tela em razão de existirem independentemente ou
pela impossibilidade de encontrar um direcionador adequado.

Por isso, os encarregados do projeto de implementação decidiram segregar as atividades


identificadas no Centro Administrativo em "atividades diretas", "atividades indiretas" e "gastos
estruturais". Em termos de "gastos estruturais" foram classificados nessa categoria os dispêndios de

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

recursos provenientes dos Centros de Custos: "Diretoria", "Segurança", "Recepção", "Conservação",


"Almoxarifado" e "Telefonia".

Por outro lado, foram consideradas como "atividades indiretas" aos processos enfocados as
atividades desenvolvidas nos seguintes setores:

1) Desenvolvimento: setor da empresa em que são desenvolvidos ou aprimorados softwares de


controles internos.

2) CPD (Centro de Processamento de Dados): onde são processadas as rotinas de informática que
suportam todas as operações da empresa.

3) Microinformática: setor responsável pela manutenção de mais de uma centena de computadores e


periféricos associados que são utilizados no cotidiano gerencial da organização.

4) Tesouraria: setor da empresa responsável pelos procedimentos dos pagamentos e movimentação


bancária da empresa.

5) Contabilidade: onde são executadas as atividades ligadas à contabilização, ao levantamento das


demonstrações contábeis e demais tarefas afins.

6) Pessoal/RH: responde pelo recrutamento, seleção e treinamento dos funcionários da organização.

Quanto ao rol de atividades classificadas como "diretas", foram identificadas ao longo dos processos
de compra e venda aproximadamente 60 (sessenta) atividades, conforme enfocado a seguir.

3.2.1 Atividades Ligadas ao Processo de Compra das Três Linhas de Mercadorias

Conforme mencionado anteriormente, a empresa mantém estrutura administrativa específica para as


linhas de "Medicamentos", "Perfumarias" e "Hospitalar". Com isso, após entrevista com os
responsáveis pelos setores que atuam na aquisição de mercadorias das três linhas, foram mapeadas
as principais atividades requeridas para cada linha de comercialização, elencadas no quadro 1.

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

Em seguida foram enumeradas as atividades ligadas ao processo de venda, detalhadas no próximo


tópico.

3.2.2 Atividades Associadas ao Processo de Venda das Linhas de Mercadorias

Para concretizar suas vendas a empresa mantém um conjunto de cinco setores exclusivamente
voltados para tal finalidade: "Negócios" (que coordena os demais), "Crédito e Cobrança", "Vendas-
Medicamentos", "Vendas-Perfumarias" e "Vendas-Hospitalar".

De início, foram determinadas as atividades relacionadas a cada um dos referidos setores, como
evidenciado no quadro 2.

A próxima seção comenta acerca do direcionamento dos recursos às atividades executadas para
comprar e vender as três linhas de comercialização enfocadas.

3.3 Alocação dos Recursos às Atividades de cada Linha de Mercadorias

Depois de definida a lista de atividades que compõem os processos de compra e de venda, passou-
se à etapa de atribuição de valores para cada atividade. Para determinar o valor mensalmente
consumido em cada atividade executada, após exame da Contabilidade da empresa considerou-se
que os recursos mais significativos relacionam-se com salários e encargos sociais dos funcionários
atuantes nos dois processos, depreciação dos equipamentos utilizados, aluguel do prédio do Centro
Administrativo, energia elétrica e telefone, conforme consta da tabela 1 a seguir.

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Cabe destacar que os valores consignados, na tabela 1, dizem respeito aos gastos mensais de todos
setores ou Centros de Custos sediados no Centro Administrativo, independentemente de se-rem
relacionados (direta ou indiretamente) ou não, aos processos de compra e venda ora enfocados.
Portanto, apenas parte daquele montante foi direcionada às atividades identificadas aos referidos
processos. O valor restante foi considerado como "gasto estrutural", não sendo alocado aos
processos mercantis em tela.

Pela metodologia do Custeio Baseado em Atividades (ABC) os recursos são alocados às atividades
com uso de direcionadores específicos para cada situação. Assim, no caso do "aluguel do prédio", o
valor total pago mensalmente foi alocado às diversas atividades dos processos em questão com base
na metragem quadrada da área física ocupada pelos setores onde eram realizadas as atividades. Em
seguida, eram direcionadas às atividades com critérios específicos para cada caso. É pertinente
ressaltar, também, que, como parte da área total é ocupada pelos setores considerados como "gastos
estruturais", o valor respectivo acabou não sendo alocado às atividades para não distorcer o
resultado final, posteriormente.

Quanto aos "salários e encargos sociais", para cada atividade foi possível identificar quais
funcionários as executavam. Assim, bastou computar o valor desses fatores para os respectivos
empregados utilizados nas atividades encontradas. Entretanto, houve casos em que alguns
funcionários dividiam seu tempo em duas ou mais atividades. Para essas situações, optou-se por
estimar o percentual de tempo gasto com cada atividade e, com base nessa proporção, dividiu-se o
valor respectivo entre elas. Ainda, como no caso dos funcionários da Tesouraria, alguns funcionários
de determinados setores poderiam destinar apenas parte de seu tempo às atividades relacionadas
com os processos de compra e de venda. Com isso, parte desses recursos, também, foi
desconsiderada em termos de alocação às atividades dos dois processos em lume.

No que tange à "depreciação dos equipamentos", os valores alocados às atividades foram obtidos
junto ao controle de ativos permanentes da organização. Quando do levantamento das atividades,
listaram-se os equipamentos empregados nelas. Assim, bastou computar os valores consignados
pela Contabilidade e associá-los às diversas atividades.

Para os gastos relacionados com "energia elétrica", o seu direcionamento às atividades foi realizado
com base no consumo estimado de energia em quilowatts/hora (kWh) por mês, em cada atividade.
Assim, todos os equipamentos (como impressoras, computadores, faxes, dentre outros) movidos à
energia elétrica e utilizados nas atividades, bem como os pontos de iluminação respectivos, foram
medidos em termos de consumo por hora de funcionamento. Em seguida, multiplicou-se esse valor
pelo número de horas de uso mensal, obtendo-se uma estimativa do total consumido mensalmente
para cada atividade. Com isso, se o consumo total mensal de quilowatts estimado para uma
determinada atividade fosse de 3,5% do montante previsto, do valor da fatura mensal de energia
elétrica lhe se-ria atribuído o mesmo percentual.

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Quanto ao valor mensal da conta de "telefone", incluía, além das ligações dos diversos setores
administrativos, a parte utilizada para receber pedidos pelo setor de Telemarketing. A área
de Telemarketing presta serviços para todas as linhas de mercadorias, mas em menor grau à linha
Hospitalar, cuja fatia principal das vendas é realizada diretamente pelo setor incumbido para tal. A
alocação aos setores e posteriormente às atividades se deu com base na listagem de ramais e o
consumo mensal respectivo. Nos casos em que o mesmo funcionário executava mais de uma
atividade, para distribuir o valor alocado ao ramal desse colaborador às atividades foi estimado um
percentual com base nas entrevistas realizadas.

Adicionalmente, convém ressaltar que as "atividades indiretas", mencionadas na seção 3.2, também
consumiram parte dos recursos citados na tabela 1. Por isso, quando cabível, parte dos valores
atribuídos foram direcionados às atividades dos processos de compra e venda. Por exemplo: no caso
do setor "Tesouraria", parte do seu tempo era consumida com os pagamentos a fornecedores e
respectivas baixas. Com isso, apurou-se quanto caberia, em termos de valor, à atividade "Pagar e
baixar contas a pagar" e subdividiu-se o montante entre as três linhas de mercadorias com base
numa estimativa do número de pagamentos realizados para cada linha no período, respectivamente.
Procedimentos semelhantes foram adotados para os demais setores agrupados sob a rubrica
"Atividades indiretas" citados anteriormente, observadas as características que lhes são inerentes.

A tabela 2 expressa os valores direcionados às atividades do processo de compra.

A tabela 3 apresenta as atividades do setor "Negócios" e do setor "Crédito e Cobrança" com os


respectivos valores que lhes são direcionados.

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Os valores totais das atividades dos setores mencionados na tabela 3 foram, posteriormente,
redirecionados para o processo de venda, alocados às diversas linhas de mercadorias através de
critérios próprios. Em razão de tais procedimentos, além das atividades do processo de venda citadas
no quadro 2, outras atividades foram acrescentadas ao rol das três linhas de mercadorias.

Ou seja, no caso do valor total alocado às atividades do setor "Crédito e Cobrança", esse foi
distribuído às três linhas de mercadorias com base no percentual do número de análises e liberações
de crédito que, em média, eram realizadas para as referidas linhas. Por esse critério, do valor de R$
17.353,17, cerca de 42,80% foi direcionado à linha de Medicamentos (R$ 7.427,81), 47,90% à linha
"Perfumaria" (R$ 8.311,75) e 9,30% à linha Hospitalar (R$ 1.613,60).

No que respeita ao valor total direcionado às atividades do setor "Negócios", inicialmente as nove
atividades foram divididas em três grupos:

a) GADN-1: Atividades de Venda/Negociação: envolvendo as atividades "Assessorar clientes e


representantes", "Negociar devolução de mercadorias" e "Televendas (exceções) do setor", cujo total
representa R$ 9.652,59;

b) GADN-2: Atividades de Propaganda: englobando as atividades "Negociar campanhas e


promoções" e "Elaborar tablóides promocionais", totalizando R$ 2.708,32;

c) GADN-3: Atividades burocráticas/outras: abrangendo as atividades "Conferir relação de


faturamento de clientes", "Informes diversos à diretoria" e "Outras atividades do setor", que juntas
somaram R$ 839,58.

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Na sequência, o montante de cada grupo de atividades do setor de Negociação foi direcionado às


linhas de mercadorias. Para tanto, por entrevistas com os responsáveis pelo setor apurou-se uma
estimativa de tempo destinado para cada uma das três linhas comercializadas. Mesmo não sendo um
critério imune a contestações, para as peculiaridades da empresa em estudo foi a forma mais
consistente encontrada para tal finalidade. Com isso, os valores dos três grupos mencionados foram
subdivididos entre as três linhas de mercadorias, conforme consta da tabela 4.

Conhecido o valor gasto mensalmente para executar as atividades desenvolvidas nos dois processos
mercantis em questão, passou-se a analisar as informações oriundas do uso do ABC na empresa em
tela.

3.4 Análise das Informações Obtidas Através do ABC

A implementação do ABC, conforme evidenciado nas seções anteriores, facultou a obtenção de


diversas informações de cunho gerencial. Nas próximas seções são evidenciadas, pela limitação de
espaço, apenas as mais significativas em termos dos objetivos da empresa ao empregar o custeio
baseado em atividades.

3.4.1 Consumo de Recursos pelas Linhas de Mercadorias

Uma das informações relevantes propiciadas pelo ABC foi o efetivo consumo de recursos pelas três
linhas de mercadorias comercializadas, no que se refere aos itens costumeiramente considerados

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

como despesas. Com isso, permitiu-se a avaliação de rentabilidade das linhas de forma mais
confiável em relação ao procedimento anteriormente utilizado.

Ou seja, antes de utilizar o ABC a empresa determinava o percentual das despesas do Centro
Administrativo em relação à Receita Operacional Líquida (ROL) e o repassava às três linhas para fins
de apurar o resultado após a margem de contribuição total proporcionada por tais segmentos de
mercado.

Com a finalidade de ilustrar tal procedimento, reproduz-se a demonstração de resultado de um


determinado período das três linhas em estudo na tabela 5. No mês em destaque, o percentual das
despesas do Centro Administrativo em relação à Receita Operacional Líquida (ROL) foi de 1,68%,
sendo que tal percentual foi utilizado para distribuir o valor total dessas despesas às linhas de
mercadorias.

Após o custeamento baseado em atividades, o resultado final das linhas de mercadorias enfocadas
foi alterado. Conforme consta da tabela 6, foi possível direcionar os gastos do Centro Administrativo
(relacionados aos processos de Compra e Venda) às linhas, implicando numa melhor alocação de
tais recursos.

Como pode ser percebido na tabela 6, parcela dos gastos do Centro Administrativo (R$ 34.170) não
foi direcionada às linhas de mercadorias por ser considerada como gastos estruturais pelos motivos
aventados anteriormente (seção 3.3).

Já a alocação dos recursos às atividades que compõem os processos de Compra e Venda implicou
em resultados díspares em relação aos calculados pela metodologia anterior (tabela 5). A alteração
nos valores ocorrida pode ser visualizada no gráfico 1, que faz um comparativo entre o resultado das
linhas "antes" e "após" a implementação do custeio baseado em atividades (ABC) na distribuidora de
mercadorias em tela.

Constata-se que a mudança no procedimento de alocação dos recursos utilizados pelas três linhas de
comercialização ocasionou, pelo ABC, um aumento nos resultados atribuídos às linhas de
"Medicamentos" (+ R$ 27.971) e "Hospitalar" (+ R$ 17.267) e uma redução de R$ 11.069 no que
tange à linha "Perfumaria". Com isso, obteve-se resultados mais confiáveis, de vez que os valores
oriundos das "Despesas do Centro Administrativo" foram alocados por critérios mais consistentes a
cada uma das linhas enfocadas, enquanto que anteriormente eram atribuídos por percentual igual
(1,68%, conforme tabela 5), independentemente do consumo efetivo de recursos em cada linha.

Outra forma de evidenciar a alteração ocorrida pela adoção do ABC no desempenho das linhas
examinadas é analisar o percentual do seu resultado em relação ao valor da Receita Operacional
Líquida (ROL), como consta do gráfico 2.

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O gráfico 2 evidencia que, enquanto o resultado final da linha "Perfumaria" decresceu 0,1832 pontos
percentuais (equivalente a R$ -11.069), os resultados das linhas "Medicamentos" e "Hospitalar"
aumentaram 0,2884 e 0,5717 pontos percentuais (o que representa R$ +27.971 e R$ +17.267),
respectivamente, em comparação com a Receita Operacional Líquida (ROL).

A próxima seção evidencia a possibilidade de analisar as atividades sob a óptica de agregação de


valor.

3.4.2 Identificação de Atividades que não Agregam Valor

Pela aplicação do ABC puderam ser identificadas algumas atividades que não agregam valor e que
podem ser objeto de iniciativas no sentido de minimizar o dispêndio de recursos de forma
inadequada, como os exemplos citados a seguir.

No primeiro caso, junto com a nota fiscal de venda a distribuidora emitia um boleto para cobrança
bancária da transação comercial realizada. Entretanto, alguns clientes atrasavam o pagamento e era
permitido a quitação das duplicatas em atraso através de depósito em conta corrente. Tal permissão
implicava na existência de quatro atividades distintas (Controle dos depósitos bancários de clientes,
Controle dos cheques recebidos, Controle dos cheques devolvidos de clientes e Identificação dos
depósitos em conta corrente) executadas em dois setores ("Crédito e Cobrança" e "Tesouraria"). Com
essas atividades a empresa gastava cerca de R$ 5.447,11 por mês, ou seja, anualmente eram
alocados recursos da ordem de R$ 65.365,35 (R$ 5.447,11 × 12 meses) para algo que poderia ser
eliminado ou restringido com algumas medidas administrativas.

Numa outra situação, foram elencadas as atividades ligadas à devolução de mercadorias, como (i)
negociar devoluções de mercadorias (executada no setor "Negócios"), (ii) controle de devolução das
mercadorias aos fornecedores (efetuado pela "Tesouraria") e (iii) recepção e registro das devoluções
(atividade executada no processo de armazenagem, não descrito neste artigo). A alocação de
recursos a essas atividades, através do ABC, proporcionou constatar que a empresa gastava,
aproximadamente, R$ 5.801,97 por mês. Ao multiplicar tal valor por 12 meses, verificou-se que a
entidade despendia cerca de R$ 69.623,70 por ano somente com a parte burocrática das devoluções
(ou seja, sem considerar o valor das mercadorias devolvidas propriamente dito). Tal ponto mereceu
ser devidamente avaliado pelos gestores e iniciativas para reduzir ou eliminar essa forma de
desperdício puderam ser encetadas (como o controle da data de validade dos lotes de produtos, por
exemplo, evitando o envio de mercadorias com prazo de validade próximo do encerramento).

Um outro conjunto de atividades que não agregam valor pôde ser associado à necessidade de
atender aos fornecedores no sentido de informar-lhes a respeito da demanda mensal e o nível de
estocagem ao final de cada período, especificamente para a linha de Medicamentos. Para tanto,
eram requeridas as atividades de (i) "Informar fornecedores-demanda e nível de estoque" (executada
no setor "Compras-Medicamentos"), (ii) "Informar demanda para laboratórios" e (iii) "Suporte a VANS"
(essas últimas realizadas pelo CPD). As três atividades, mensalmente, consumiam o valor de R$

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DIFERENTES TIPOS DE CUSTEIO

4.509,77, conforme as estimativas realizadas pela metodologia ABC. Convertendo o valor mensal
para gasto anual (multiplicando-se por 12 meses), verificava-se que representava algo em torno de
R$ 54.117,21. É um valor significativo e poderia ser economizado (ou reduzido) com ações no sentido
de disponibilizar o acesso dos próprios fornecedores à base de dados da distribuidora, por exemplo.

Nos três casos citados, que implicavam em gasto anual de R$ 189.106,26 (R$ 69.623,70 + R$
65.365,35 + R$ 54.117,21), percebeu-se a relevância de visualizar as diversas atividades executadas
na empresa no sentido de minimizar os dispêndios ineficientes, que, em muitas ocasiões, não são
sequer percebidos pelos administradores.

Porém, é conveniente ressaltar, também, que as referidas atividades não agregadoras de valor não
puderam ser totalmente eliminadas de imediato, mas sua identificação permitiu que fossem
convenientemente analisadas e que fossem estudadas formas para reduzi-las gradativamente.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

Custo por Ordem e por Processo

SISTEMAS DE ACUMULAÇÃO DE CUSTOS

O sistema de acumulação de custos corresponde ao ambiente básico no qual operam os sistemas e


as modalidades de custeio.

Assim, antes de decidir quanto ao sistema ou à modalidade de custeio a ser adotada, a empresa
deverá escolher o seu sistema de acumulação de custos, orientando-se, estritamente, pelo sistema
produtivo daempresa.

Existem dois sistemas básicos de produção - o sistema de produção por encomenda e o sistema
de produção contínua.

SISTEMA DE PRODUÇÃO POR ENCOMENDA: caracteriza-se pela fabricação descontínua de


produtos não padronizados;

SISTEMA DE PRODUÇÃO CONTÍNUA: caracteriza-se pela fabricação em série de produtos


padronizados.

Consistentemente com os dois sistemas produtivos existem também dois sistemas básicos de
acumulação de custos:

1. sistema de acumulação por ordem ou encomenda;

2. sistema de acumulação por processo.

Adotará o sistema de acumulação de custos por ordem ou encomenda a empresa cujo sistema
produtivo for predominantemente descontínuo, produzindo bens ou serviços não padronizados e,
geralmente, sobencomenda específica dos seus clientes.

Por outro lado, a empresa que produz, em série, bens ou serviços padronizados deverá adotar o
sistema de acumulação de custos por processo.

1.1 Sistema de acumulação de custos por ordem de produção

Este é o sistema no qual cada elemento do custo é acumulado segundo ordens específicas de
produção referentes a um determinado produto ou lote de produtos. As ordens de produção são
emitidas para o início da execução da atividade produtiva e nenhum trabalho poderá ser iniciado sem
que seja devidamente precedido pela emissão da correspondente ordem de produção.

Os termos "ordem de fabricação", "ordem de serviço" ou "ordem de trabalho" são sinônimos de


"ordem de produção".

A condição indispensável para o adequado custeamento de uma ordem de produção é a sua


contínua identificação com uma determinada produção em particular.

O sistema de ordem de produção é o mais apropriado para o custeio de produtos por encomenda,
sendo pouco usado nas indústrias de produção em série. Nestas indústrias, a sua utilização restringe-
se, normalmente, ao controle de construções e às atividades de manutenção.

Esse sistema apresenta, como não poderia deixar de ser, algumas desvantagens. Dentre elas,
destacamos:

· custo administrativo elevado - o sistema exige considerável trabalho burocrático para o registro
das informações minuciosas requeridas no adequado preenchimento das ordens de produção;

· controles permanentes são necessários para assegurar a correção dos dados de material e de mão-
de-obra direta apropriados a cada ordem de produção;

· quando um embarque parcial é efetuado antes do encerramento da respectiva ordem de


produção, faz-se necessária a utilização de estimativas para determinação do custo de vendas dos
produtos enviados ao cliente.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

1.2 Sistema de acumulação de custos por processo

O sistema de acumulação por processo é usado, invariavelmente, na contabilização dos custos de


uma produção em massa. Normalmente, nesse sistema produtivo, todos os produtos são fabricados
para estoque;uma unidade de produção é idêntica a outra, os produtos são movimentados no
processo de produção continuamente, e todos os procedimentos de fábrica são predominantemente
padronizados.

As seguintes características desse sistema podem ser destacadas:

· os custos, diretos ou indiretos, são acumulados nas contas de custos durante um determinado
período, sendo reclassificados por departamento ou processo no fim desse período;

· nos casos em que os produtos são processados em mais de um departamento, os custos


correspondentes são transferidos para o departamento seguinte, de forma que o custo total vai sendo
acumulado até que o produto esteja terminado;

· a produção, em termos de quantidade (quilos, toneladas, unidades etc.), é registrada diária ou


semanalmente, sendo preparado, no fim do mês, um demonstrativo dos resultados finais;

· o custo total de cada processo é dividido pelo total da produção, obtendo-se um custo médio
por unidade para o período.

SISTEMAS DE CUSTEIO

Uma vez definido o sistema de acumulação de custos a ser utilizado pela empresa, passa-se à
escolha do sistema de custeio a ser adotado.

Essa escolha já não depende do sistema produtivo da empresa e sim, principalmente, do tipo de
informação e de controle que a gerência pretende obter a partir do sistema de custeio a ser
implantado.

Os sistemas de custeio diferenciam-se entre si pela natureza dos dados contábeis utilizados -
históricos ou predeterminados.

Assim, são dois os sistemas de custeio:

I - sistema de custeio baseado em dados reais, atuais ou históricos; e

II - sistema de custeio baseado em dados estimados ou predeterminados.

Sistema de custeio histórico

O sistema de custeio baseado em custos históricos ou atuais pode ser definido como um sistema
no qual os custos são registrados tais como ocorrem. Em consequência disso, nesse sistema, os
custos só sãodeterminados após o término da fabricação do produto ou da prestação do serviço da
empresa.

Sob esse sistema, o produto é debitado pelo custo atual do material usado, da mão-de-obra
aplicada e por uma estimativa dos gastos gerais de fabricação.

Dessa forma, o sistema de custo atual ou histórico contém, no que respeita aos gastos gerais de
fabricação, um elemento do custo predeterminado.

Obviamente, o sistema baseado em custos históricos pode ser usado tanto em um ambiente de
acumulação de custos por ordem de produção como em um ambiente de acumulação de custos por
processo de fabricação em série.

De um modo geral, as seguintes limitações afetam a utilização do custo histórico:

· o custo histórico pode não ser um custo típico, podendo, mesmo, em alguns casos, ser
qualificado como um custo acidental;

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

· devido ao prazo requerido para apuração dos custos históricos e para elaboração dos
demonstrativos neles baseados, a sua eficácia gerencial é muito limitada;

· sob um sistema exclusivo de custo histórico, não existe medida de comparação para
julgamento imediato do desempenho da empresa. A gerência fica sabendo, apenas, se o custo mais
recentemente apurado foi maior ou menor do que aquele verificado em período anterior, mas não
disporá de elementos de comparação para poder determinar as operações, os fatores de produção
ou as causas das variações constatadas.

Sistema de custeio predeterminado

Como o próprio nome indica, custos predeterminados são custos estabelecidos com
antecedência sobre as operações de produção. Assim, em um sistema de custeio baseado em custos
predeterminados, tanto o material como a mão-de-obra e os gastos gerais de fabricação são
contabilizados com base em preços, usos e volumes previstos.

Os custos predeterminados são usados quando a gerência está interessada, primeiramente, em


conhecer quais deveriam ser os seus custos, para depois compará-los com os custos reais.

Dentro do sistema de custos predeterminados, contas de variações são usadas para


contabilização das diferenças (a mais ou a menos), resultantes da comparação entre o custo
realmente incorrido e o respectivo custo predeterminado.

Os custos predeterminados podem ser estimados com base na "melhor informação disponível
no momento" da sua fixação, ou podem ser "padrões" resultantes de um meticuloso estudo de
engenharia.

Os custos predeterminados, sejam estimados ou padrões, apresentam as seguintes principais


vantagens e desvantagens:

· tornam possível a aplicação do chamado princípio de exceção, que significa que a gerência passa a
centralizar a sua atenção nos casos de variações significativas (para mais ou para menos) entre
custospredeterminados e custos reais;

· são importantes como incentivos ao trabalhadores, supervisores e executivos que passam a


contar com um padrão de medida do seu desempenho; (inclusive, por exemplo, para avaliação
objetiva de resultados em Plano de Participação nos Resultados da Empresa - Lei 10.101/2000).

· permitem uma melhor formulação das políticas de preço e de produção da empresa;

· são medidas unitárias estáveis, das quais a administração pode servir-se para medir a eficiência das
operações durante diferentes períodos de tempo;

· a principal desvantagem dos custos predeterminados refere-se ao trabalho e ao tempo


requeridos para sua definição, notadamente quando se tratar da fixação de padrões.

MODALIDADES DE CUSTEIO

A terceira etapa na estruturação de um sistema de custos refere-se à modalidade de custeio a ser


utilizada.

Como veremos, a diferença entre as modalidades de custeio relaciona-se com o grau de variabilidade
dos gastos apropriados aos produtos ou serviços produzidos pela empresa.

Há duas modalidades de custeio:

· a modalidade de custeio por absorção; e

· a modalidade de custeio variável ou direto.

Ambas as modalidades podem ser utilizadas tanto em um sistema de custeio histórico como em
um sistema de custeio predeterminado.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

Modalidade de custeio por absorção

Quando, ao custear-se os produtos fabricados pela empresa, são atribuídos a esses produtos,
além dos seus gastos variáveis, também os gastos fixos, diz-se que se está usando a modalidade de
custeio por absorção.

Esta atribuição de gastos fixos, entretanto, implica, naturalmente, a utilização de rateios. E


nisso reside a principal falha do custeio por absorção como instrumento de controle. Por mais
objetivos que pretendam ser os critérios de rateio, eles sempre apresentarão um forte componente
arbitrário, que distorce os resultados apurados por produto e dificulta (quando não impede) as
decisões da gerência com relação a assuntos de vital importância para a empresa, como, por
exemplo, a determinação de preços de venda ou a descontinuação da fabricação de produtos
deficitários.

Para fins fiscais (Imposto de Renda), é obrigatório a utilização do custeio por absorção.

Modalidade de custeio variável

Em oposição à modalidade de custeio por absorção, o custeio variável ou direto toma em


consideração, para custeamento dos produtos da empresa, apenas os gastos variáveis. Com isso,
elimina-se a necessidade de rateios e, consequentemente, as distorções deles decorrentes.

Assim, essa modalidade de custeio apresenta, sobre a modalidade anterior, significativas


vantagens no que respeita à apuração dos resultados financeiros gerados pelos diferentes produtos
da empresa e às decisões gerencias.

Entretanto, a grande falha deste sistema, é que não é aceito, perante a legislação do Imposto de
Renda. Portanto, a empresa que desejar adotá-lo, deverá fazê-lo mediante controles e relatórios
distintos, em complemento à informação contábil.

Sistemas De Custeio

Existem duas filosofias que norteiam os sistemas de custeio, que são:

A) Custear a produção por absorção;

B) Considerar somente os custos diretos.

O custo por absorção parte do princípio de que os custos e as despesas indiretas fixas são
adicionadas aos estoques e ao custo dos produtos vendidos.

Por sua vez, os princípios que norteiam a metodologia do custo direto não consideram os custos
indiretos como custos de produção. Estes custos são lançados nas planilhas de produção como
custos inaplicáveis ao processo produtivo, qualquer que seja o volume da atividade hospitalar.

Na verdade as duas filosofias utilizam-se de princípios diferentes para fazer os custos indiretos
chegarem ao produto. Uma agrega-os ao custo de produção, enquanto a outra debita da receita de
vendas estes custos, obviamente apresentando resultados distintos nos balancetes de receitas e
despesas.

Os sistemas de custeio podem ser classificados:

A) Quanto a natureza do processo produtivo

- Ordens específicas de produção: baseia-se na agregação dos custos

específicos de cada produto fabricado.

- Por série de produção : Tipo de produção baseada na fabricação de vários

produtos.

B) Quanto ao tipo de custo escolhido

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

- Históricos: tem como pressuposto principal a simplificação e contabilização

dos valores tais como ocorreram.

- Pré Determinados: Estes custos são estabelecidos antes de realizar a

produção, através de estudos de engenharia ou valores escolhidos como

amostra de um período.

Sistema de Custeio por Ordem de Produção

Este sistema, é característico de empresas que produzem sob encomenda, sejam estas unitárias ou
em lotes. Podemos citar como exemplos as empresas de construção civil, tipografias, setor
imobiliário, estaleiros e produtoras de filmes.

Os custos acumulados de matérias-primas, mão-de-obra e custos indiretos de fabricação, são


computados a partir da emissão de uma ordem para produção de lotes de um bem ou serviço.

Os resultados (lucro ou prejuízo) são rapidamente diagnosticados. Para isto, basta subtrair do preço
de venda os custos acumulados naquela ordem, não havendo necessidade de ser feita uma
apuração periódica dos resultados.

Os custos primários que incidem diretamente ao produto poderão ser obtidos logo que a ordem esteja
completamente concluída. Já os custos indiretos, só poderão ser incorporados ao produto quando
terminar o período contábil.

Todo esse processo de detectação e apropriação que caracteriza o sistema requer frequentemente
um grande número de pessoas dedicadas a este fim, fazendo com que os fluxos de informações
sejam inúmeros, principalmente na detectação do custo da mão-de-obra, aumentando
consideravelmente o seu custo operacional.

Neste sistema o formulário de ordem de produção é o centro nevrálgico, tendo como objetivo principal
apresentar e registrar os gastos com material direto, mão de obra direta e uma estimativa dos custos
indiretos relativos a unidade produzida. Devem estar contidas no formulário de ordem de produção:

- Modelo e características do produto a ser fabricado;

- Data de emissão e término esperado, bem como estimativa dos custos indiretos de fabricação;

- Locais distintos para registrar material direto e mão de obra direta;

- Resumo dos custos (Ver modelo no anexo 1).

Sistema de Custo por Processo

O sistema de custeio por processo, adapta-se a empresas que possuam um sistema de produção
contínua, com processos consecutivos para produção de produtos padronizados. Pode-se citar como
exemplos, as empresas do ramo de eletrodomésticos, produtos químicos, hospitais, etc.

Este processo difere muito do anterior no que tange a acumulação de custos. No primeiro sistema, os
custos são acumulados previamente em ordens de produção, para posteriormente serem aglutinados
em seus departamentos produtivos. No sistema de custeio por processo, a metodologia é inversa,
pois primeiramente chega-se aos custos por processo ou departamento, para posteriormente
distribuí-los aos produtos que passam por estes processos. Com isto, o cerne deste sistema passa a
ser os centros de custo e não mais o produto elaborado através de uma ordem de produção.

Características do Sistema

A seguir, apresenta-se as características mais relevantes deste sistema de custeio.

- Aplicação: São aplicados em empresas que possuam produção contínua e seriada, com lotes de
produtos padronizados.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

- Acumulação: Os custos com material de consumo, mão de obra direta e custos indiretos de
fabricação são acumulados durante o processo produtivo nos departamentos ou centros de custo.

- Custo de produção: Originam-se na acumulação dos custos dos diversos processos produtivos,
através de cinco etapas sequenciais: fluxo físico (produtivo), unidades equivalentes, fluxo monetário,
custo total dos procedimentos e custo médio unitário. O custo total de cada centro de custo ou
departamento, dividido pela sua respectiva produção, dará o custo médio unitário.

- Transferência de custos: Cada unidade produzida que passa de um processo anterior para um
seguinte ou para o estoque de unidades acabadas, leva consigo uma parcela do custo total dos
processos precedentes.

- Frequência das apurações: Estas podem ser mensais, bimestrais ou trimestrais, porém
recomenda-se serem o mais frequentes possíveis, pois proporcionam um perfil atualizado da
estrutura de custos, e permite uma tomada de decisão a nível gerencial mais rápida e segura.

- Custo operacional do sistema: É um sistema de custeio menos burocrático do o que apresentado


anteriormente, devido ao menor número de detalhamentos e registros. Com isto, ganha-se em tempo
e economia de custos.

Sistema de Custo Padrão

O termo padrão possui inúmeros significados e várias implicações. Todos os custos padrões são
oriundos de uma pré determinação, porém nem todos os custos pré orçados podem ser classificados
como tal. Os custos padrões são estabelecidos segundo estudos de engenharia e são
cuidadosamente apurados, levando-se em conta o presente e o passado. Para determinação dos
custos padrões, há necessidade de seguir alguns critérios:

- Seleção minuciosa do material utilizado na produção;

- Estudos de tempo e desempenho das operações produtivas;

- Estudos de engenharia sobre equipamentos e operações fabris.

Custos históricos obtidos através de gastos médios ou que não levem em conta uma base científica
do método de produção, não podem ser classificados como custos estimados. O custo padrão
sintetiza em seu valor o custo para se produzir um bem ou serviço. A seguir são colocadas algumas
definições que servirão para um melhor entendimento do assunto.

- Padrão: Medida de quantidade, peso, valor e qualidade, estabelecida por uma autoridade.

- Custo padrão: Valor do material, mão de obra ou gastos gerais de fabricação cuidadosamente
apurados, necessários a elaboração de um produto ou serviço.

- Método do custo padrão: No ramo contábil, compara os custos atuais com o custo padrão,
testando as justificativas possíveis para as variações ocorridas.

Dentre as vantagens deste sistema, considerou-se apenas as mais importantes:

- Controle e redução de custos;

- Promover e medir a eficiência do sistema produtivo;

- Simplificação dos processos de custo;

- Avaliação dos inventários.

Esta área científica é muito polêmica, por não se tratar, em geral de discussões e controvérsias sobre
critérios empíricos e não científicos, tendo assim uma elevada margem de contestação. Os problemas
econômicos se assemelham mais a medicina, onde paralelamente ao empirismo consciente e
experiente, são utilizadas técnicas científicas.

Sistema de Custeio Baseado em Atividades (ABC)

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

ABC é um sistema de custos que visa quantificar as atividades realizadas por uma empresa,
utilizando vetores (direcionadores), para alocar as despesas de uma forma mais realista aos produtos
e serviços. O princípio básico do ABC é que as atividades são as causas dos custos, e os produtos
incorrem nestes mesmos custos através das atividades que eles exigem. O ABC, na prática, leva a
um rastreamento de dados que habitualmente não são considerados nos sistemas de custeio
tradicionais, por extensão, ele ajuda a redimensionar a mentalidade gerencial das empresas onde é
aplicado. Este método de custeio visa basicamente detectar os custos "ocultos" existentes para
produzir bens e serviços, porém auxilia no descobrimento de custos reais dos produtos e processos,
na análise mais precisa dos custos de administração e na aferição de propostas mais competitivas
em relação aos concorrentes.

Os sistemas convencionais de gerenciamento de custeio não permitem análises mais consistentes


quanto a problemas graves das empresas como retrabalhos de produtos defeituosos ou gargalos de
produção. Medir passo a passo o processo produtivo permite a gerentes e supervisores a
quantificação econômica de atrasos e ineficiências do processo produtivo.

Outros Sistemas de Custeio

Os quatro sistemas descritos anteriormente são os mais utilizados e comentados, porém existem
outros métodos de apuração de custos que merecem ser citados.

Estes serão apresentados a seguir porém não serão analisados em profundidade, o que poderá ser
feito junto a bibliografia citada, caso haja interesse.

A) Método das percentagens: É o mais antigo que se conhece. Parte da premissa que atribui
percentagens de algumas despesas sobre outras.

Exemplos: 1-Percentual de despesas gerais de fabricação sobre mão-de-obra.

2-Percentual de despesas gerais de fabricação somente sobre

mão-de-obra direta.

B) Método da hora/máquina: Este método parte do princípio "de baixo para cima", não baseado em
elementos contábeis e escriturais a serem distribuídos entre os produtos fabricados. Calcula-se o
custo horário de cada operação produtiva em cada máquina e o tempo necessário para cada produto
fabricado. Somando-se todos os elementos básicos, a medida que os produtos passam pelas
diferentes fases de produção, chega-se ao custo total.

C) Método das equivalências: este método possui origem francesa, e está fundamentado na
quantificação da produção diversificada, porém similar, em uma única unidade homogenizadora e
equivalente que expresse toda a produção como sendo um único produto. Os cálculos levam ao
"coeficiente de equivalência", obtendo uma produção total equivalente.

D) Método da unidade padrão de esforço (UEPs): Este método identifica a empresa como
concebida, com o objetivo básico de transformar matéria-prima e em produto final. Para tanto, as
unidades produtivas realizam um esforço de produção nesta transformação. Este esforço, por sua
vez, está associado a uma série de outros esforços parciais, que são, esforço das máquinas e
equipamentos, esforço material, esforço humano e esforço utilidade.

Sistema de custo por ordem de produção

O presente trabalho, fala sobre Sistema de custo por ordem de produção, Segundo este tema,
percebemos que as encomendas realizadas por uma empresa aplicada ao custeio por ordem de
produção proporcionam grandes dificuldades na obtenção dos custos pelo facto que este sistema de
custeio apresenta uma característica peculiar de que só se sabe o custo real quando a ordem é
concluída. Adicionalmente, uma deficiência de gerenciamento contábil no que se diz respeito a uma
visão determinísticas dos dados, pode agravar também significativamente o desempenho financeiro e
global da empresa. A partir desta problemática, o presente trabalho supõe a aplicação de uma
metodologia de custeio com base na premissa da inerência de variáveis como os riscos e as
incertezas. A pesquisa se caracteriza como exploratória e explicativa acerca da contabilidade de
custos, e como uma ferramenta tecnológica de apoio a tomada de decisões mais precisas. Desta

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

forma, por ultimo, apresentam-se abordagens explicativas a respeitos dos resultados obtidos e suas
possíveis conclusões analíticas acerca da problemática e do conteúdo em estudo.

1.Metodologia da pesquisa

Para a realização da pesquisa utilizou-se como delineamento de pesquisa a tipologia do estudo


descritivo. Andrade (2002) explica que a pesquisa descritiva configura-se como um estudo
intermediário entre a pesquisa exploratória e a explicativa, ou seja, não é tão preliminar como a
primeira nem tão aprofundada como a segunda. Nesse contexto, descrever significa identificar,
relatar, comparar, entre outros aspectos.

Assim, procurou-se uma maior familiaridade com a utilização dos sistemas de custos, proporcionando
a confirmação de idéias e aprimoramentos para estudos futuros.

Como abordagem do estudo, optou-se pela pesquisa com predominância quantitativa. Quanto aos
procedimentos a pesquisa caracteriza-se como sendo do tipo levantamento, na qual a coleta de
dados se dá através de questionários. Tripodi, Fellin e Meyer (1981, p.39) explicitam que “pesquisas
que procuram descrever com exatidão algumas características de populações designadas são
tipicamente representadas por estudos.

2.Sistema de custo por ordem de produção

Segundo Berti (2006) o sistema de custeio por ordem de produção configura-se no somatório dos
gastos (recursos) envolvidos com insumos (matéria-prima, material secundário, mão-de-obra direta,
etc.), sendo apropriado diretamente na ordem de produção relacionado aos produtos que serão
produzidos.

Pode-se compreender com base em Sarquis (2003), que o sistema de custeio por ordem de produção
fundamenta-se pela aglomeração dos custos devido à presença de ordens ou lotes de produção.

Caracteriza-se também que neste método só se sabe o custo real de produção quando a ordem é
concluída, ou seja, ao término da produção soma-se a ordem e verifica-se o custo da produção da
ordem (BERTI, 2006).

Pode-se incrementar que o sistema de custeio por ordem de produção é utilizado em empresas de
produção intermitente, tanto naquelas cuja produção é realizada de maneira específica, como
também nas que têm uma linha de produção diversificada (MARQUES, 2009).

Segundo Berti (2006) percebe-se que no sistema de custeio por ordem de produção apresenta
algumas vantagens como: baixo volume de recursos necessários para capital de giro, pelo fato de
não apresentar necessidade de manter estoques de insumos e de produtos acabados, pois a
produção só é inicializada quando a venda for efetivada; um maior nível de controlo dos gastos;
presença de equipamentos que possibilita a flexibilização de produtos; facilidade no processo de
compra de insumos, gerando um estoque pequeno, tendo em vista a alta rotatividade de insumos.

Por outro lado, o sistema de custeio por ordem de produção oferece algumas desvantagens que
demanda atenção na sua aplicação, como: o real custo da produção só é reconhecido após a
conclusão do processo da ordem; há maiores custos para o controle devido a necessidade de
controles para cada ordem, tendo gastos maiores com pessoas e recursos financeiros; dependência
de uma equipe de planejamento de qualidade para elaboração de orçamentos antes ao encerramento
da venda, obtendo-se gastos maiores na formação e manutenção da equipe; necessidade de uma
equipe técnica preparada de manutenção e preparo dos equipamentos, pois para cada ordem de
produção que possui modelos de produtos diferentes carece de uma preparação de qualidade das
maquinas; difícil elaboração de custos de produção para o futuro, devido à customização dos
produtos (BERTI, 2006).

No sistema de custo por ordem de producao é característico de empresas que produzem sob
encomendas, sejam essas unitárias ou em lotes. Podemos citar como exemplos as empresas de
construção civil, tipografias, setor imobiliário, estaleiros e produtoras de filmes.

Os custos acumulados de matérias-primas, mão-de-obra e custos indiretos de fabricação, são


computados a partir da emissão de uma ordem para produção de lotes de um bem ou serviço. Os

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resultados – lucro ou prejuízo – são rapidamente diagnosticados. Para isso, basta subtrair do preço
de venda os custos acumulados naquela ordem, não havendo necessidade de ser feita uma
apuração periódica dos resultados.

Os custos primários que incidem diretamente ao produto poderão ser obtidos logo que a ordem esteja
completamente concluída. Já os custos indiretos, só poderão ser incorporados ao produto quando
terminar o período contábil. Todo esse processo de detectação e apropriação que caracteriza o
sistema requer, frequentemente, um grande número de pessoas dedicadas a esse fim, fazendo com
que os fluxos de informações sejam inúmeros, principalmente na detectação do custo da mão-de-
obra, aumentando consideravelmente seu custo operacional.

Nesse sistema, o formulário de ordem de produção é o centro nevrálgico, tendo como objetivo
principal apresentar e registrar os gastos com material direto, mão-de-obra direta e uma estimativa
dos custos indiretos relativos a unidade produzida. Devem estar contidas no formulário de ordem de
produção...

1. Modelo e características do produto a ser fabricado;

2. Data de emissão e término esperado, bem como estimativa dos custos indiretos de fabricação;

3. Locais distintos para registrar material direto e mão de obra direta;

4. Resumo dos custos.

3.Sistema de custo por processo

O sistema de custeio por processo adapta-se a empresas que possuam um sistema de produção
contínua, com processos consecutivos para produção de produtos padronizados. Pode-se citar como
exemplos, as empresas do ramo de eletrodomésticos, produtos químicos, hospitais, etc.

Esse processo difere muito do anterior no que tange a acumulação de custos. No primeiro sistema,
os custos são acumulados previamente em ordens de produção, para, posteriormente, serem
aglutinados em seus departamentos produtivos. No sistema de custeio por processo, a metodologia é
inversa, pois primeiramente chega-se aos custos por processo ou departamento, para posteriormente
distribuí-los aos produtos que passam por esses processos. Com isto, o cerne desse sistema passa a
ser os centros de custo, e não mais o produto elaborado através de uma ordem de produção.

3.1.Características do sistema

A seguir, apresenta-se as características mais relevantes deste sistema de custeio...

1. Aplicação: são aplicados em empresas que possuam produção contínua e seriada, com lotes de
produtos padronizados;

1. Acumulação: os custos com material de consumo, mão-de-obra direta e custos indiretos de


fabricação são acumulados durante o processo produtivo nos departamentos ou centros de custo;

1. Custo de produção: origina-se na acumulação dos custos dos diversos processos produtivos,
através de cinco etapas sequenciais: fluxo físico – produtivo –, unidades equivalentes, fluxo
monetário, custo total dos procedimentos e custo médio unitário. o custo total de cada centro de custo
ou departamento, dividido por sua respectiva produção, dará o custo médio unitário;

1. transferência de custos: cada unidade produzida, que passa de um processo anterior para um
seguinte ou para o estoque de unidades acabadas, leva consigo uma parcela do custo total dos
processos precedentes;

1. frequência das apurações: essas podem ser mensais, bimestrais ou trimestrais, porém
recomenda-se que sejam o mais frequentes possíveis, pois proporcionam um perfil atualizado da
estrutura de custos, e permite uma tomada de decisão a nível gerencial mais rápida e segura;

1. custo operacional do sistema: é um sistema de custeio menos burocrático do o que apresentado


anteriormente, devido ao menor número de detalhamentos e registros. Com isto, ganha-se em tempo
e economia de custos.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

3.2.Sistema de custo padrão

O termo padrão possui inúmeros significados e várias implicações. Todos os custos padrões são
oriundos de uma pré-determinação, porém nem todos os custos pré-orçados podem ser classificados
como tal. Os custos padrões são estabelecidos segundo estudos de engenharia e são
cuidadosamente apurados, levando-se em conta o presente e o passado. Para determinação dos
custos padrões, há necessidade de seguir alguns critérios.

1. Seleção minuciosa do material utilizado na produção;

2. Estudos de tempo e desempenho das operações produtivas;

3. Estudos de engenharia sobre equipamentos e operações fabris.

Custos históricos obtidos através de gastos médios ou que não levem em conta uma base científica
do método de produção, não podem ser classificados como custos estimados. O custo padrão
sintetiza, em seu valor, o custo para se produzir um bem ou serviço. A seguir, são colocadas algumas
definições que servirão para um melhor entendimento do assunto...

1. Padrão: medida de quantidade, peso, valor e qualidade, estabelecida por uma autoridade;

2. Custo padrão: valor do material, mão-de-obra ou gastos gerais de fabricação cuidadosamente


apurados, necessários a elaboração de um produto ou serviço;

3. Método do custo padrão: no ramo contábil, compara os custos atuais com o custo padrão,
testando as justificativas possíveis para as variações ocorridas.

Dentre as vantagens desse sistema, considerou-se apenas as mais importantes...

1. Controle e redução de custos;

2. Promover e medir a eficiência do sistema produtivo;

3. Simplificação dos processos de custo;

4. Avaliação dos inventários.

Essa área científica é muito polêmica, por não se tratar, em geral, de discussões e controvérsias
sobre critérios empíricos e não-científicos, tendo assim uma elevada margem de contestação. Os
problemas econômicos se assemelham mais a medicina, em que paralelamente ao empirismo
consciente e experiente, são utilizadas técnicas científicas.

3.3.Sistema de custeio baseado em actividades – ABC

ABC é um sistema de custos que visa quantificar as atividades realizadas por uma empresa,
utilizando vetores – direcionadores –, para alocar as despesas de uma forma mais realista aos
produtos e serviços. O princípio básico do ABC é que as atividades são as causas dos custos, e os
produtos incorrem nesses mesmos custos através das atividades que eles exigem. O ABC, na
prática, leva a um rastreamento de dados que, habitualmente, não são considerados nos sistemas de
custeio tradicionais, por extensão, ele ajuda a redimensionar a mentalidade gerencial das empresas
em que é aplicado. Esse método de custeio visa basicamente detectar os custos ocultos existentes
para produzir bens e serviços, porém auxilia no descobrimento de custos reais dos produtos e
processos, na análise mais precisa dos custos de administração e na aferição de propostas mais
competitivas em relação aos concorrentes.

Os sistemas convencionais de gerenciamento de custeio não permitem análises mais consistentes


quanto a problemas graves das empresas como re-trabalhos de produtos defeituosos ou gargalos de
produção. Medir passo a passo o processo produtivo permite a gerentes e supervisores a
quantificação econômica de atrasos e ineficiências do processo produtivo.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

3.4.Outros sistemas de custeio

Os quatro sistemas descritos anteriormente são os mais utilizados e comentados, porém existem
outros métodos de apuração de custos que merecem ser citados.

Esses serão apresentados a seguir, porém não serão analisados em profundidade, o que poderá ser
feito junto a bibliografia citada, caso haja interesse...

• Método das percentagens: é o mais antigo que se conhece. Parte da premissa que atribui
percentagens de algumas despesas sobre outras. Exemplos: percentual de despesas gerais de
fabricação sobre mão-de-obra, percentual de despesas gerais de fabricação somente sobre mão-de-
obra direta.

• Método da hora/máquina: esse método parte do princípio de baixo para cima, não-baseado em
elementos contábeis e escriturais a serem distribuídos entre os produtos fabricados. Calcula-se o
custo horário de cada operação produtiva em cada máquina e o tempo necessário para cada produto
fabricado. Somando-se todos os elementos básicos, a medida que os produtos passam pelas
diferentes fases de produção, chega-se ao custo total.

• Método das equivalências: esse método possui origem francesa, e está fundamentado na
quantificação da produção diversificada, porém similar, em uma única unidade homogenizadora e
equivalente que expresse toda a produção como sendo um único produto. Os cálculos levam
ao coeficiente de equivalência, obtendo uma produção total equivalente.

• Método da unidade padrão de esforço – UEP’s: esse método identifica a empresa como
concebida, com o objetivo básico de transformar matéria-prima e em produto final. Para tanto, as
unidades produtivas realizam um esforço de produção nessa transformação. Esse esforço, por sua
vez, está associado a uma série de outros esforços parciais, que são, esforço das máquinas e
equipamentos, esforço material, esforço humano e esforço utilidade.

4.Importância dos sistemas de custeio nas empresas

A Contabilidade de Custos se originou da Contabilidade Financeira, tendo como finalidade a


avaliação de estoques na indústria. Segundo Martins (2001), seus princípios derivam desse propósito
e, por este motivo, nem sempre conseguem atender com completeza suas outras duas mais recentes
atribuições: controle dos custos e suporte na tomada de decisão. Esses novos campos deram
horizontes mais amplos à Contabilidade de Custos.

Desse modo, nas empresas em que as informações de custos são usadas para desenvolver
estratégias que visam a obtenção de vantagem competitiva e um melhor gerenciamento dos custos,
exige-se um enfoque externo e interno à empresa. Esses são efeitos da globalização, que
acontecem, conforme Porter (1989, p.75):

porque mudanças na tecnologia, necessidades do comprador, políticas governamentais ou infra-


estrutura do país criam diferenças importantes na posição competitiva entre empresas de diferentes
países ou tornam mais significativas as vantagens de uma estratégia global.

Uma compreensão da estrutura de custos de uma empresa pode avançar na busca de vantagens
competitivas. Koliver (1994, p.55) explicita que:

a análise de custos oferece um bom campo para reflexões, pois ela já existe há muito tempo e
sempre teve por escopo final a redução dos custos das operações, porquanto seu nascimento está
ligado à consciência da importância do fator custo na equação do resultado da entidade e, em última
instância, a sobrevivência desta num mercado cada vez mais concorrido.

No atual contexto empresarial, são necessárias informações de custos cada vez mais detalhadas e
aprimoradas. Assim sendo, as empresas estão se dedicando à melhoria de alguns aspectos críticos,
tais como: melhor desempenho de produtos e processos, maior atenção às exigências do mercado,
melhor gestão estratégica e operacional de suas áreas de responsabilidade, entre outros.

Lopes de Sá (1992, p.20) afirma que “o custo está inserido em uma importante função patrimonial e
que é a da resultabilidade, e, como tal, precisa ser encarado, objetivando-se seu caráter amplo e

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

realístico”. Entende que o essencial é ensejar a visão holística e concretizada do que se passa com a
riqueza, quando esta tem por objetivo a obtenção de lucro compatível com as amplas necessidades
ambientais endógenas e exógenas de uma célula social.

Custo por Processo

Destina-se a acumular os custos numa empresa em que a fabricação se caracteriza por produtos
padronizados, produção contínua e demanda constante.

Determina-se o custo unitário, dividindo o total de despesas acumuladas num processo durante certo
período de tempo pelas unidades produzidas no mesmo período, nesse mesmo processo.

Tal sistema é adotado quando os produtos não podem ser identificados no processo produtivo, é
aplicado com resultados positivos em indústrias de petróleo, de lâmpadas, de produtos farmacêuticos
e outros.

A produção é realizada em diversos centros de custos separadamente e o custo unitário é


determinado por centro de custo.

Cada centro de custo é identificado como um processo específico.

São preparados relatórios periódicos de produção e de custos para cada fase de fabricação.

Os custos são acumulados contabilmente na conta geral de produtos em processo.

O custo total acumulado nas diversas fases de fabricação é dividido pelo número de unidades
produzidas nessas fases à obtenção do custo unitário.

O custo das unidades prontas num processo se destina a compor o lançamento contábil de
transferência para o processo subsequente.

A produção completada num processo vai constituir a matéria-prima do processo imediato.

Criação de uma Versão de Custeio

Como o processamento de Custos é uma rotina mensal, a cada mês deverá ser criada uma versão
de custeio CST5820, criando um número de versão e relacionando ao mês e ano que serão
processados.

Os cadastros de componentes de custo e de tipos de despesa por componente de custo também


estão relacionados a uma versão de custeio, por isso, deverão ser cadastrados ou copiados a cada
nova versão de Custos no CST5830 e CST5010 respectivamente.

Procedimento Descrição Atividade Pré-requisito

1 CST5820

2 CST5830 CST5820

3 CST5010 CST5820

Cálculo do Custo de Produção e Médio dos Itens

O cálculo do custo de produção e médio dos itens possui uma rotina que deverá ser seguida
rigorosamente. Primeiramente será efetuada uma cópia da estrutura de itens da Engenharia para o
sistema de Custos por meio do CST5030. Então deverá ser executado o CST5000 que buscará a
movimentação de estoque que ocorreu para os itens da estrutura (apontamento de produção e
consumo de materiais para a produção) e posteriormente executar o CST5090 que calcula a
quantidade padrão e rateada dos itens consumidos na produção.

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

Depois do processamento desta, deverá ser executado o CST5050 que calcula os tempos padrões
de mão-de-obra e máquina utilizados na produção do mês. Estes tempos serão utilizados na
execução do CST5060 que calculará a taxa horária dos centros de custos para absorção das
despesas pelos itens produzidos no mês. Neste momento também deverá ser executado o CST5780
que emite uma relação de inconsistências encontradas nas bases de dados que fazem integração
com Custos (Manufatura, Estoque e Contabilidade). Estas inconsistências deverão ser analisadas e
na medida do possível resolvidas para que se possa dar prosseguimento no cálculo da versão de
custeio. Com as inconsistências sanadas, deverá ser executado o CST5070 para cálculo dos custos
dos processos e então o CST5420 que calculará o custo de produção e médio dos itens.

Procedimento Descrição Atividade Pré-requisito

4 CST5030 – Executar a rotina que Não existem pré-requisitos, poderá


busca as estruturas da inclusive ser executado durante o mês
Engenharia e congela no sistema para extração das consistências.
de Custos, obtendo a imagem
daquele instante do cálculo.

5 CST5000 – Executar rotina de Todos os apontamentos de produção


Movimentação real do item para (acabados e semi-acabados), todas as
buscar as movimentações físicas matérias-primas movimentadas e todos
do estoque (matérias-primas e os ajustes nos estoques efetuados.
produtos acabados).
Inexistência de inconsistências no
CST5780.

6 CST5090 – Executar rotina de CST5000


consumo padrão/rateado utilizada
para recalcular as quantidades
padrões e rateadas dos materiais
utilizados na estrutura dos
produtos.

7 CST5050 - Executar rotina para CST5090


cálculo das horas totais
consumidas na produção,
podendo ser tanto por horas
padrões como por horas
apontadas (reais).

8 GIF – Ratear centros de custos Todas as despesas lançadas na


auxiliares para centros de custos contabilidade em seus devidos centros
produtivos. de custos.

9 CST5060 - Executar rotina de CST5050 e GIF


cálculo das taxas de absorção
horária.

Obs.: Conferir valores gerados no


CST5210, comparando-o com o
relatório CON0240 (Contabilidade
- Relatórios – Despesas por
Centro Custo RL).

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

10 CST5780 - Extrair relatório de CST5030


consistências da Engenharia com
Custos. CST5000

Obs.: Caso ocorram CST5090


alterações/inclusões na estrutura
deverá ser executado novamente CST5050
o CST5030.

11 CST5070 - Executar rotina de CST5060


custos dos processos.

12 CST5420 - Executar rotina de Saldos iniciais de estoque de produtos


custo médio dos itens para produzidos (acabados e semi-
cálculo dos custos médios e de acabados) corretos e devidamente
produção dos itens. valorizados, ou seja, representando de
forma integral os valores existentes na
contabilidade, nas contas de estoque.
Estes valores deverão estar
representados no SUP0070 (Estoques -
Atividades Diárias – Consultas -
Histórico Situação Estoque), CST5430 e
CST5970.

Custo médio dos itens comprados


calculados, ou seja, fechamento do
estoque de matérias-primas efetuado,
devidamente conferido e validado.

Análise e Validação das Informações

Com o custo de produção e médio calculado, deverão ser emitidos os relatórios para validação das
informações e posterior valorização do estoque.

O relatório CST5210 deverá estar de acordo com o relatório contábil CON0240 (Contabilidade -
Relatórios - Despesas por Centro Custo RL).

Extrair o relatório CST5260 (Sintético) que mostrará o valor total em custos por componente de custo.
Comparar valores do componente de custo no CST5260 com os valores existentes na contabilidade
para os seus respectivos tipos de despesa no CON0240.

Depois dos valores analisados e validados, deverá ser executado o CST5440 que valorizará o
estoque atualizando as movimentações de produção com o custo de produção calculado de cada
item.

Procedimento Descrição Atividade Pré-


requisito

13 Extrair o relatório CST5260 (Sintético) que exibirá o valor total em CST5420


custos por componente de custo.

Extrair o relatório CON0240 (Contabilidade - Relatórios - Despesas


por Centro Custo RL) sumariado por tipo de despesa.

Comparar valores do componente de custo no CST5260 com os


valores existentes na contabilidade para os seus respectivos tipos

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

de despesa no CON0240.

Obs.: Pode-se extrair o relatório CST5260 ou CST5100 analítico


para conferências dos custos unitários de fabricação.

Contabilização

Validar e analisar a parametrização de Custos referente à contabilização antes da execução da rotina


de geração dos lançamentos contábeis.

Deverão ser revistos os parâmetros gerais CST5920 e as parametrizações de contas CST5370,


CST5380 e CST5470. Depois de gerar os lançamentos deverão ser emitidos os relatórios de análise
antes de efetivar os lançamentos no módulo de Estoque e Contabilidade.

Procedimento Descrição Atividade Pré-requisito

14 CST5340 - Gerar lançamentos contábeis de custos. Todos os custos


incorridos no mês
Neste momento já poderão ser gerados os lançamentos devidamente
contábeis de custos e integrá-los na contabilidade. apropriados, ou seja,
procedimento 10
verificado.

15 CST5410 - Conferir lançamentos contábeis de Custos. CST5340

16 CST5390 - Gerar lote para a Contabilidade. Lançamentos de


custos conferidos.

17 CST5440 - Valorização da Produção. CST5420 e custos


conferidos.
Valorizar itens de produção no estoque.

18 SUP2070 (Estoques – Atividades Mensais - Preparação CST5440


Fechamento – Determina Situação Final Mês).

Executar SUP2070 que neste momento calculará os


custos médios e estoque final para itens comprados,
beneficiados e produzidos.

19 Extrair relatório do Inventário físico-contábil SUP3010 SUP2070 (Determina


(Inventário Físico Contábil 1) e o CST5120 com o Situação Final Mês).
campo “Tipo item” igual a “F” Fabricados, comparando
seus totais entre si e com os saldos das respectivas
contas na contabilidade. Caso não esteja fechado,
deverão ser identificadas as causas e efetuado o
reprocessamento de custos/estoque, se necessário.

Obs.: Não deverá ser considerado o mês como


encerrado enquanto existirem diferenças, caso
contrário, ficará explícito que deverão ser efetuados
ajustes contábeis.

20 Se os relatórios acima estiverem fechados e os livros

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CUSTO POR ORDEM E POR PROCESSO

fiscais foram extraídos:

Extrair relatório “Ficha Modelo 3” SUP0284 (Controle


Produção Estoque Modelo 3) ou SUP1820 (Movimento
no Mês) (todos os itens, sumariados e somente itens
com movimento no mês. Responder com “S” Sim
quando o sistema questionar se “é relatório de
fechamento”).

Executar oficialização do fechamento por meio do


SUP2090 (Prepara Mês Seguinte).

Este programa mantém um histórico da situação de


fechamento de mês (saldo em Quantidade e custo
médio do item) para a quantidade de meses conforme
parametrizado no SUP3650 (Informações para
Históricos), ou na falta deste parâmetro, dos últimos
doze meses, gravando apenas as informações para os
itens que tiveram movimentação no mês em questão.
Grava o histórico do consumo previsto e respectivo
consumo efetivo obedecendo a quantidade de meses
conforme parametrizado no SUP3650. Atualizará
também a data do próximo fechamento mensal dos
estoques.

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

Custo da Produção Conjunta

O que é custo de produção?

Custo de produção refere-se ao valor de bens e serviços consumidos na produção de outros bens ou
serviços (MATTOS, 1998).

O cálculo de custos é uma ferramenta muito empregada e objetiva para servir de base para subsidiar
uma decisão gerencial de curto prazo, medir a sustentabilidade de um empreendimento em longo
prazo, medir a capacidade de pagamento, definir a viabilidade econômica de uma tecnologia
alternativa, subsidiar propostas ou implementar políticas agrícolas, entre outras possibilidades
(CANZIANI, 1999).

Segundo Reis (1999), o estudo do custo de produção é um dos assuntos de maior importância na
microeconomia pelo fato de fornecer indicativo para escolha das linhas de produção visando melhorar
os resultados econômicos.

As diferentes finalidades de cálculo e de análise do custo de produção resultam em importantes


diferenças que podem ocorrer em função dos dados disponíveis ou de diferenças metodológicas.
Além da diferença relacionada aos dados para o cálculo, temos também aquelas devido ao fato de
serem considerados diferentes itens na composição do custo de produção e esses itens podem ser
agrupados de várias maneiras.

Quando avaliamos os artigos na área, que são escassos, podemos observar que são adotados
diferentes classificações de custos, bem como são incluídos diferentes itens também. Isso dificulta na
hora de compararmos os resultados obtidos nos experimentos.

Vamos apresentar então, algumas classificações possíveis para os custos de produção.

A priori e a posteriori

No esquema acima podemos observar que os custos podem ser determinados a priori ou a posteriori.

- a priori: o custo é estimado antes que o processo produtivo ocorra. Em casos de projetos para fazer
previsão de cenários futuros ou elaborar fluxo de caixa o custo é estimado com base no resultado
atual da propriedade e na experiência do técnico que o faz. Em uma situação a priori, as estimativas
podem ter a finalidade de auxiliar na tomada de decisão entre sistemas de produção, auxiliar na
identificação das atividades mais lucrativas ou servir de embasamento técnico para definições de
alguns itens de política agropecuária (CANZIANI, 1999).

- a posteriori: o custo é obtido após o processo produtivo. Dessa forma, aquela informação de custo
realmente foi observada na fazenda, é segura se foi bem coletada. A importância está na
identificação da rentabilidade dos sistemas de produção estudados, suas reais causas e
consequências, além de servir de apoio para o próximo planejamento.

Portanto, para nossos cálculos podemos utilizar essas duas formas de obtenção de custos, antes ou
depois do processo produtivo. É importante lembrar que a estimativa a ser feita deve ser muito bem
estudada e avaliada, pois erros nesse valor podem refletir em grandes diferenças nas análises
posteriores. Temos que dispor de meios concretos para estimar e não simplesmente seguir os
"achismos".

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

Outras classificações possíveis são apresentadas no esquema abaixo.

Fixo e Variável

Na agropecuária os custos são, mais comumente, classificados como custos fixos e variáveis
dependendo do que ocorre com o custo perante o aumento ou diminuição da produção. Basicamente,
faz-se a seguinte pergunta: esse custo varia proporcionalmente à quantidade produzida?

Diante de uma resposta afirmativa, tem-se um custo variável. Por exemplo, o custo com concentrado
para os cordeiros em confinamento varia proporcionalmente com a quantidade de cordeiros criados?
A resposta é sim, pois quanto mais animais eu tiver, maior será a quantidade de concentrado
necessária para alimentá-los, ou ao contrário, quanto menos animais, menor o gasto com
concentrado.

Já se a resposta à questão é negativa, o custo é fixo. Por exemplo, o valor pago de Imposto Territorial
Rural (ITR) varia proporcionalmente com a quantidade de cordeiros criados? Não, pois o pagamento
do ITR relaciona-se ao tamanho da área e não conforme a produção. Note que, no caso do custo fixo,
ele vai ocorrer mesmo que a produção seja zero.

O somatório do custo variável e custo fixo vai ser o custo total de produção:

CT = CV + CF

Além dessa divisão em CV e CF, podemos ter outras subdivisões para compor a estrutura de
apresentação de estimativas de custos, sendo mais comumente utilizados os seguintes custos: total
de produção, fixo, variável parcial, variável total, operacional efetivo e operacional total. Maiores
detalhes desses custos e exemplos serão apresentados no próximo artigo sobre o tema.

Direto e Indireto

Outra possibilidade de classificação é em direto e indireto. Os custos diretos são aqueles facilmente
identificados no produto final e que podemos mensurar claramente por indicadores como horas de
mão-de-obra empregada, quilos ou litros de determinado produto. Por outro lado, os custos indiretos
são aqueles que não conseguimos mensurar com facilidade e são distribuídos por produto produzido
com base em critérios de rateio.

Para a agropecuária essa classificação não é muito empregada, pois é difícil para nós mensurarmos
os custos diretamente. Por exemplo, é possível eu saber quantos quilos de alimento concentrado
foram gastos por cordeiro. Custos como alimentação e medicamentos podem ser mais fáceis de ser
determinados por animal.

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

No entanto, como impostos e depreciação de máquinas, como distribuir um valor por animal? Já fica
mais difícil. Isso exigiria tempo para pensarmos em estratégias de rateio para cada um dos custos
que não são mensurados diretamente.

Outra forma simples de pensar é que os custos diretos surgem com o produto produzido e não
existem sem sua produção. Por exemplo, só gastaremos com alimento se tivermos um animal para
produzir, entretanto se temos um trator, ele vai depreciar mesmo que não tenha animal para produzir.

Implícitos e explícitos

Com relação aos custos caixa e não caixa ou explícitos e implícitos, esses são relacionados à saída
direta de dinheiro. Os custos explícitos são aqueles que representam saída de dinheiro, como por
exemplo, o custo com medicamentos, pagamento de mão-de-obra, alimentação, entre outros.

Já os custos implícitos são aqueles que não representam saída direta de dinheiro, como é o caso da
depreciação que foi tema do artigo anterior Depreciação deve ser considerada como custo de
produção?

No próximo artigo, essa classificação será abordada com mais detalhes e exemplos.

Unitário, médio unitário e total

Com relação ao grau de detalhamento o custo pode ser:

- unitário: é o custo de produção de uma unidade ou serviço obtido por metodologia de custo por
ordem de produção.

- médio unitário: é o custo de produção de uma unidade ou serviço obtido pela divisão do custo total
de produção pela quantidade de produto produzido, como por exemplo, quilos de carne.

- total: é o custo para produzir determinada quantidade de produtos.

Custos de produção e administrativo

Os custos de produção são aqueles ligados ao processo produtivo, podendo ser divididos em custos
indiretos, material direto e mão-de-obra direta, ou seja, todos os itens que são obrigatórios no
processo produtivo.

Já os custos administrativos são aqueles não vinculados ao processo produtivo, como as despesas
com vendas, divulgação de produtos, participação em eventos da área, ou ainda despesas gerais e
administrativas.

A seguir apresenta-se um quadro com o resumo das classificações de custo aplicáveis a


agropecuária.

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

CUSTOS DE PRODUÇÃO

A apuração de custos dos produtos acabados, também chamada de Custeio ou Apropriação de


Custos de Produção pode ser feita de diversas formas, dentre elas estão o Custeio por Absorção,
Custeio Variável, ABC, RKW, etc.

O Custeio por Absorção é o obrigatório por lei para fins de contabilidade e Imposto de Renda.
Consiste em distribuir para todos os produtos acabados os custos relativos à produção. É este o
método que vamos seguir neste manual.

A tarefa de apurar os custos de produção deve considerar três grandes grupos de gastos:

• mão de obra;

• materiais (matéria-prima, embalagens e materiais secundários);

• custos gerais de fabricação (energia elétrica, manutenção, depreciação de maquinário etc)

Veja quais são os passos para fazer a apuração dos custos de produção:

1º passo – Separar os tipos de custos Diretos

• Diretos: São os custos diretamente relacionados aos produtos e que podem ser mensurados por
meio de uma medida de consumo. Exs.: quilogramas de matérias-primas consumidas, horas de mão
de obra utilizadas, número de embalagens utilizadas, frete.

• Indiretos: são os gastos que não estão diretamente relacionados aos produtos e, por isso, não é
possível obter uma medida objetiva, sendo necessário usar algum critério para ratear (distribuir)
esses custos entre os produtos fabricados. Exs.: aluguel, manutenção e supervisão da fábrica.

2º passo – Calcular o custo direto

• Cálculo do custo da matéria-prima: para encontrar o valor do custo direto da matéria-prima e


materiais, adote o procedimento Apuração do Custo de Produtos e Serviços.

• Cálculo do custo da mão-de-obra direta: é necessária a mensuração do tempo utilizado na


fabricação do produto e apuração do custo proporcional da mão de obra em relação ao tempo
aplicado para produzir aquele bem. Um exemplo de cálculo bem simples, utilizado com frequência é:

1. Descobrir a quantidade de horas gastas por cada funcionário envolvido com a produção do bem;

2. Dividir o valor total da folha de pagamento (com encargos) do funcionário pelo nº de horas que ele
trabalha por mês, encontrando o custo por hora desse funcionário. Isto deve ser feito separadamente
para cada funcionário envolvido na produção do referido bem. Veja maiores detalhes sobre esse
cálculo no tópico Dica, logo abaixo;

3. Multiplicar o valor da hora encontrada pelo nº de horas empregadas exclusivamente na produção


do bem, encontrando o valor da mão de obra por funcionário para aquele produto. Se nesta produção
foram usados vários funcionários, esta multiplicação deverá ser feita para cada um deles, somando
os totais encontrados de cada um, identificando o custo total da mão de obra direta para aquele
produto.

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

A soma dos valores da matéria-prima e materiais utilizados com a mão de obra empregada no
processo de produção do bem revelará o total do custo direto no período. Suponhamos os seguintes
valores:

3º passo: Calcular os custos indiretos

Existem vários critérios de rateio para distribuir os Custos Indiretos aos produtos, tais como: horas-
máquinas, horas de mão de obra, proporcionalmente aos custos diretos etc. Porém, a escolha do
critério de rateio deverá ser de acordo com a estrutura de custos da empresa, levando-se em conta o
seu sistema de produção, onde se encontra o gargalo, ou seja, onde está o fator limitante da
produção.

Vamos utilizar o critério de proporcionalidade aos Custos Diretos que cada produto absorve.

• Cálculo da proporcionalidade dos custos diretos

Temos pelos cálculos anteriores os custos diretos totais de matéria-prima, materiais secundários e
mão de obra, por produto,conforme tabela abaixo:

• Cálculo dos custos indiretos

O custo indireto total é encontrado somando os valores de cada custo indireto,

como:

Aplicando a proporcionalidade, temos:

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

4º passo: Calcular os custos totais de produção

Agora basta somar os custos diretos e indiretos totais para obter os custos totais de produção:

Neste método de Custeio por Absorção, temos uma dificuldade na obtenção de informações
gerenciais. O Custeio Variável aloca apenas os custos variáveis aos produtos, considerando os
custos fixos separados como despesas do período, indo diretamente para o Resultado da empresa.

Para uma boa análise gerencial, o Custeio Variável é o método mais indicado, uma vez que permite o
conhecimento da Margem de Contribuição.

É possível trabalhar com o Custeio Variável durante o ano e fazer adaptações de fim de exercício
para apresentação do Custeio por Absorção.

Veja as formas de execução dessa tarefa e em quais situações elas são recomendadas:

Dica

Para identificar o custo da mão de obra direta, o correto é utilizar o custo total que ele representa para
a empresa.

Vamos a um exemplo prático que ilustra esta situação. Imagine que Paulo receba R$ 10,00 por hora,
entenda como fazer os cálculos de seu custo por hora para a empresa:

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

• Número máximo de horas disponíveis por

ano

• Remuneração anual do empregado, com encargos

• Custo por hora (R$ 40.630,00/2.016,7 horas) = R$ 20,15 / hora

Portanto, a empresa deve atribuir o custo por hora, com encargos, de R$ 20,15 por hora e não
apenas o valor que o operador recebe que seria de R$ 10,00 por hora, sem considerar o cálculo dos
encargos sociais mínimos que, neste caso, aumentou em 101,5 % o valor da hora contratada.

Vale lembrar que este valor ainda não considera o tempo de dispensa de aviso prévio, 50% do FGTS
na despedida e faltas abonadas, muito menos outros gastos decorrentes da mão de obra, como:
vestuário, alimentação, transporte, assistência médica espontânea etc.

Exemplo

Francisco é proprietário de uma indústria de móveis para escritório. Uma de suas principais
preocupações é saber exatamente o custo de cada um dos móveis que produz.

Aproveitando que sua indústria irá lançar um novo modelo de mesa para escritório, com três gavetas,
ele decidiu acompanhar pessoalmente a linha de produção, conhecendo todos os custos envolvidos.

Ao percorrer toda a produção, Francisco voltou ao seu escritório com suas anotações e começou a
calcular os custos incorridos durante o mês de produção:

Custos diretos

Matéria-prima: chapas em MDF revestidas + ferragens.

• Materiais secundários: parafusos, dobradiças, fechaduras e trilhos.

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

Normalmente esses materiais são comprados em quantidades maiores, muitas vezes por quilo. No
caso, do parafuso, Francisco sabe que 100 parafusos são necessários para se fazer uma mesa, o
que equivale a 1 quilo de parafusos. Essa equivalência é importante para o cálculo correto do
estoque dos materiais secundários e seus custos.

• Mão de obra: custo dos empregados envolvidos com esta produção.

Salários mensais de 6 operários totais (considerando os encargos): R$ 10.000,00

• Apuração dos custos diretos totais

Custos indiretos

Considerando que esta indústria fabrica produtos muito similares – mesas para escritório – ela usa o
critério de quantidade de produção* para rateio dos custos indiretos. Assim sendo, esse valor será
conhecido de maneira clara através da divisão proporcional dos R$ 10.000,00 apurados como Custos
Indiretos Totais, de acordo com percentual produzido mensalmente de cada modelo.

* Esta não é uma regra geral. Outros critérios podem ser utilizados, conforme as várias espécies de
custos das indústrias. Exemplos: hora-máquina, hora homem,área utilizada, valor da matéria-prima
etc.

• Quantidade produzida no mês

• Rateio dos Custos Indiretos Totais para cada modelo produzido

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

Custo unitário do produto acabado

Sabendo o valor de todos os custos incorridos na fabricação deste produto (diretos e indiretos)
mensais e que a indústria produziu 10.000 unidades neste mês, agora é hora de encontrar o custo
unitário do produto acabado.

Francisco agora tem o conhecimento exato do custo de cada peça produzida deste modelo, podendo
seguir o mesmo caminho para conhecer o custo de cada um dos demais produtos que fábrica.

Produção Conjunta

No caso de uma empresa que, em suas instalações industriais, fabrica vários produtos, pode ocorrer
que apenas alguns desses produtos sejam relevantes – do ponto de vista dos respectivos preços e
custos – sendo os demais apenas “coadjuvantes”. Nessa situação, é comum a atribuição de todos os
custos apenas aos produtos principais.

Por produção conjunta entende-se aquela em que os produtos resultantes da atividade industrial são
provenientes das mesmas matérias primas e nenhum deles pode ser produzido sem o
acompanhamento da produção dos outros.

Empresas que trabalham no sistema de produção contínua deparam-se com o problema de atribuição
de custos aos vários produtos resultantes de seu processo industrial. Um exemplo típico dessa
situação é o de uma refinaria de petróleo, que em sua origem contém as cadeias de hidrocarbonetos
que consistem em óleo diesel e em gasolina. Até o momento da clara separação entre óleo diesel e
gasolina, os custos do refino são conjuntos.

Por custos conjuntos, portanto, entendem-se os custos incorridos antes do ponto em que os produtos
– do mesmo processo – são separados. A separação dos custos é sempre, de alguma maneira
arbitrária (com base em preços de venda, quantidades produzidas, etc.) porque os verdadeiros custos
conjuntos são indivisíveis.

A produção conjunta pode resultar na existência de: (1) coprodutos; (2) produto x subproduto ou,
ainda; (3) produto x sucata. A diferenciação entre essas três situações é influenciada pelos valores
relativos dos itens produzidos, assim como pela respectiva quantidade produzida.

A seguir, apresentaremos cada um desses conceitos, com a proposta de um critério de atribuição de


custos correspondente.

1.1 Coprodutos

Coprodutos (ou produtos conjuntos) são os produtos – principais – de uma empresa que, oriundos de
um mesmo processo de produção e das mesmas matérias primas, respondem (conjuntamente) pelo

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

faturamento da empresa.

Um exemplo recorrente na literatura é o de frigoríficos que, para produção de filet-mignon


necessariamente produzem picanha.

Os custos a serem atribuídos a cada um dos coprodutos devem considerar um critério arbitrário de
rateio como, por exemplo:

(1) Atribuição de custos de forma proporcional ao valor de mercado de cada produto;

(2) Atribuição de custos de forma proporcional ao número relativo de unidades produzidas;

(3) Atribuição de custos de forma que o lucro bruto unitário de cada produto seja idêntico;

(4) Atribuição de um fator correspondente à complexidade do processo de fabricação de cada


produto.

A seguir, apresentaremos cada um desses métodos de atribuição de custos a coprodutos.

1.1.1 Método do Valor de mercado

Nesse método, o valor de venda total é o peso (ponderado) de cada produto (valor unitário x
quantidade produzida). A partir desses percentuais, distribui-se o custo total incorrido.

A seguir, apresentaremos um exemplo, de atribuição de um custo de R$ 150.000,00, considerando


dois produtos (X e Y):

produto quantidade produzida valor unitário de venda

X 6.000 12,00

Y 10.000 10,00

total 16.000

A primeira providência é a de atribuição de peso a cada produto:

produto quantidade produzida valor unitário de venda Peso % do custo a atribuir

X 6.000 12,00 72.000,00 42%

Y 10.000 10,00 100.000,00 58%

total 16.000 172.000,00

Em seguida, apura-se o custo total de cada produto.

Custo a ser rateado: 150.000,00

Produto X 42% 63.000,00

Produto Y 58% 87.000,00

Finalmente, divide-se o custo total atribuído a cada produto pela respectiva quantidade fabricada,
para apurar o custo unitário do produto.

Produto custo total quantidade custo unitário

X 63.000,00 6.000,00 10,50

Y 87.000,00 10.000,00 8,70

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

1.1.2 Método da Quantidade produzida

O método da quantidade produzida é mais simples do que o método do valor de mercado, pois o
preço é ignorado e utiliza-se, como critério de distribuição do custo total, apenas a quantidade
produzida.

Seja o mesmo exemplo – apresentado no item anterior – de atribuição de um custo de R$


150.000,00, considerando dois produtos (X e Y):

produto quantidade produzida valor unitário de venda

X 6.000 12,00

Y 10.000 10,00

total 16.000

A primeira providência é a de atribuição de peso a cada produto:

quantidade produzida Peso % do custo a atribuir


produto

X 6.000 6.000,00 37,5%

Y 10.000 10.000,00 62,5%

total 16.000 16.000,00

Em seguida, apura-se o custo total de cada produto.

Custo a ser rateado: 150.000,00

Produto X 37,5% 56.250,00

Produto Y 62,5% 93.750,00

Finalmente, divide-se o custo total atribuído a cada produto pela respectiva quantidade fabricada,
para apurar o custo unitário do produto.

Produto custo total quantidade custo unitário

X 56.250,00 6.000,00 9,38

Y 93.750,00 10.000,00 9,38

Repare que, com esse critério, o custo unitário de todos os produtos será sempre idêntico.

1.1.3 Método da Igualdade no lucro

Nesse método, os custos são atribuídos aos coprodutos de tal forma que o lucro bruto unitário da
venda de cada produto seja constante.

Lembrando: o lucro bruto unitário é o valor unitário de venda, subtraído do custo ao produto atribuído.

Tomando-se, como exemplo, o mesmo caso tratado nos dois itens anteriores, de atribuição de um
custo de R$ 150.000,00, considerando dois produtos (X e Y):

produto quantidade produzida valor unitário de venda Vendas totais (-) custo (=) lucro bruto

X 6.000 12,00 72.000,00

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

Y 10.000 10,00 100.000,00

total 16.000 172.000,00 (150.000,00) 22.000,00

A primeira providência é a apuração do lucro bruto unitário: R$ 22.000,00 (/) 16.000 unidades (=) R$
1,38, que deve ser igual para todos os produtos.

produto valor unitário de venda (-) lucro bruto (=) custo unitário
atribuído

X 12,00 1,38 10,63

Y 10,00 1,38 8,63

total

Apurado o custo unitário, basta multiplicar pela quantidade produzida e calcular o custo total a ser
atribuído a cada produto:

produto quantidade produzida custo unitário Custo total atibuído

X 6.000 10,63 63.750,00

Y 10.000 8,63 86.250,00

total 16.000 150.000,00

1.1.4 Método da Utilização de fator relacionado à complexidade do processo

Muitas vezes, os fatores são atribuídos, para ponderação dos custos, com base na complexidade do
processo de fabricação de cada produto. Assim, os fatores utilizados para ponderação dos custos são
dados pelo departamento de engenharia.

Tomando-se o mesmo exemplo tratado nos itens anteriores, de atribuição de um custo de R$


150.000,00, considerando dois produtos (X e Y) com, respectivamente, complexidade proporcional a
80 e 60:

produto quantidade produzida complexidade

X 6.000 80

Y 10.000 60

total 16.000

A primeira providência é a de atribuição de peso a cada produto:

produto quantidade produzida complexidade Peso % do custo a atribuir

X 6.000 80,00 480.000,00 44%

Y 10.000 60,00 600.000,00 56%

total 16.000 1.080.000,00

Em seguida, apura-se o custo total de cada produto.

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CUSTO DA PRODUÇÃO CONJUNTA

Custo a ser rateado: 150.000,00

Produto X 44% 66.000,00

Produto Y 56% 84.000,00

Finalmente, divide-se o custo total atribuído a cada produto pela respectiva quantidade fabricada,
para apurar o custo unitário do produto.

Produto custo total quantidade custo unitário

X 66.000,00 6.000,00 11,00

Y 84.000,00 10.000,00 8,40

1.2 Subprodutos

São denominados subprodutos os produtos que apresentam pequena expressão no faturamento da


empresa, porém:

- se originam de forma normal, durante o processo de produção; e

- têm sua comercialização em mercado estável.


Um exemplo de subproduto é a glicerina, na fabricação de sabão.

Entre as várias alternativas de atribuição de custos a subprodutos, o pronunciamento técnico CPC n°


16 determina que seja a eles atribuído montante equivalente a seu valor realizável.

Saliente-se que esse valor deverá ser deduzido do valor atribuído aos produtos principais, de forma
que o conjunto de produtos e subprodutos em estoque reflita o custo de sua fabricação.

A seguir, encontra-se reproduzido o referido parágrafo:

14. Um processo de produção pode resultar em mais de um produto fabricado simultaneamente. A


maior parte dos subprodutos, em razão de sua natureza, geralmente é imaterial. Quando for esse o
caso, eles são muitas vezes mensurados pelo valor realizável líquido e este valor é deduzido do custo
do produto principal. Como resultado, o valor contábil do produto principal não deve ser
materialmente diferente do seu custo.

1.3 Sucatas

Sucatas são produtos que se originam de forma normal durante o processo produtivo, entretanto:

- sua venda é esporádica e realizada por valores não previsíveis (em virtude da inexistência de um
mercado estável para sua absorção);

- o valor de sua venda é ínfimo, comparado com o faturamento da empresa.


Um exemplo de sucata é o cavaco de ferro, em tornearias (resultante do processo de usinagem).
Normalmente, não são atribuídos custos à sucata e sua venda é registrada como Receita separada
daquela da atividade fim da entidade

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Departamentalização

Tipos de Departamentalização

O que é

A departamentalização é uma forma de sistematização da estrutura organizacional que visa agrupar


atividades que possuem uma mesma linha de ação com o objetivo de melhorar a eficiência
operacional da empresa. Dessa forma, a empresa consegue juntar recursos, unidades e pessoas que
tenham esse ponto em comum.

Se quando falamos sobre organogramas, entramos em conceitos de divisão do trabalho no sentido


vertical, ou seja, ligado aos níveis de autoridade e hierarquia existentes, quando falamos sobre
departamentalização vamos falar da especialização horizontal, que tem relação com a divisão e
variedade de tarefas.

Tipos de Departamentalização

Como estamos falando sobre divisão do trabalho por tipos de especialização, fica óbvio que cada
empresa pode ter uma forma de departamentalizar diferente de acordo com a sua realidade. Por
causa disso, vamos ver os principais tipos existentes:

Todas as imagens de estruturas funcionais desse post foram desenvolvidas por Carol Alvarenga no
site Esquemaria

Por Função

Esse é um dos tipos de abordagem mais comum que existem. Nesse caso, são criadas áreas
na empresa agrupando pessoas especialistas em determinada atividade. É aquela velha estrutura
que você já conhece (e talvez até trabalhe), onde uma empresa possui uma área de vendas, uma
área financeira e por aí vai. No final das contas, o objetivo é ter pessoas com expertises similares
trabalhando junto.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Por Clientes

Quando uma empresa conhece tão bem os seus clientes que se organiza para concentrar os
esforços nos atributos e necessidades do seu público, ela provavelmente vai utilizar a
departamentalização por clientes. Um exemplo clássico são as lojas de departamentos como você
pode ver na imagem abaixo:

Observe que diversos tipos de esforços de vendas são feitos de acordo com as preferências dos
clientes. Nesse caso, você pode ver desde seções de perfumaria, lingerie e moda até seções de
roupa masculina social e esporte, dependendo da loja.

Por Processos

Nesse caso, a maior preocupação para a organização de setores na empresa vai ser no processo de
produção. Os exemplos mais óbvios desse tipo de departamentalização são as fábricas e montadoras
de carros. Veja abaixo:

Um exemplo um pouco menos óbvio é da própria área de desenvolvimento de planilhas da LUZ, que
está estruturada como uma linha de montagem. Primeiro um consultor especializado no
conhecimento de gestão e nos feedbacks de nossos clientes estrutura os pré requisitos da planilha.
Logo em seguida, um designer com conhecimento em experiência do usuário desenha todas as telas
da planilha e, por fim, um especialista em Excel cria a planilha diretamente no software.

Por Produtos ou Serviços

Esse tipo de departamentalização é similar à abordagem por clientes, já que a empresa se organiza
agrupando seus colaboradores dentro de áreas específicas. A única diferença é que nesse caso, ao
invés do foco ser um tipo de cliente, o foco passa a ser nos tipos de produtos oferecidos pela
empresa. Um exemplo típico dessa divisão acontece nos supermercados:

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Se entrarmos na departamentalização por serviços, temos nos hospitais um excelente exemplo:

A ideia principal aqui é entender que a empresa possui produtos ou serviços que são muitos
diferentes entre si e que por isso faz sentido especializar as áreas para que o nível de qualidade
oferecida ao cliente aumente.

Matricial

Essa é uma combinação da departamentalização funcional com uma de outro tipo. Essa outra pode
ser por projetos (como mostraremos no exemplo abaixo), por produtos, serviços, clientes ou
localização geográfica.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Na realidade, nesse tipo de divisão, a empresa mantém a estrutura funcional para atividades internas
e adota a departamentalização divisional para os projetos ou produtos/serviços ofertados. É muito
comum ver esse tipo de estrutura em consultorias, agências de publicidade e empresas similares.

Geográfica ou Territorial

Como o próprio nome já diz, a abordagem territorial vai dividir a empresa de acordo com os locais
onde ela atua. Ela é muito comum em empresas que possuem filiais em áreas ou regiões diferentes.
Nesses casos, apesar de possuírem áreas unificadas, o foco é em prestar atenção nas
características de cada região.

Essa abordagem é especialmente positiva para não errar na alocação de produtos em regiões onde
ele não tem aderência e propagandas mais direcionadas ao comportamento local.

Por Projetos

Na departamentalização por projetos, os colaboradores vão receber atribuições temporárias dentro


de projetos. Isso ocorre, porque como você bem sabe um projeto tem início, meio e fim. Assim, as
funções só vão existir enquanto o projeto existir. Depois disso pode ocorrer alocação em outros
projetos e por aí vai.

Dois exemplos clássicos são os de consultorias e de agências de publicidade, como retratado abaixo:

Como Fazer Departamentalização

Primeiramente você deve entender que esse não é um processo simples que vai acontecer de uma
hora para outra. Esse tipo de organização da estrutura funcional e organograma da empresa vai
afetar todos os seus funcionários, por isso pense bem antes de sugerir ou implementar qualquer
mudança.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Depois, entenda que não existe certo ou errado, muito menos uma estrutura ou tipo de
departamentalização definido que vai funcionar no seu caso. O mais importante é entender a sua
realidade e ver quais estruturas se enquadram mais. Não esqueça que você pode criar abordagens
mistas (que normalmente são as mais frequentes).

Além disso, veja que alguns princípios são bem importantes e devem ser seguidos na hora de fazer a
departamentalização do seu negócio:

• Princípio do maior uso – o departamento que faz mais uso de uma atividade, deve ter controle
sobre ela

• Princípio do interesse – o departamento que controlar a atividade, deve criar mecanismos de


supervisão

• Princípio da separação e do controle – atividades de controle devem estar separadas de


atividades controladas

• Princípio da supressão da concorrência – elimine concorrência entre departamentos agrupando


atividades similares em um único departamento

Departamentalização é um dos conceitos básicos de organização. Consiste no agrupamento de


atividades diferentes em unidades especializadas dentro de uma organização. Este agrupamento tem
o objetivo de organizar, facilitar a supervisão e a coordenação, e otimizar a busca por resultados.
Segundo Rebouças (2009), Departamentalização pode ser definida como agrupamentos em unidades
organizacionais realizados conforme critérios específicos de atividades e recursos, tais como
humanos, financeiros, tecnológicos, materiais, etc.

Para se realizar a Departamentalização, é preciso fazer uma análise cuidadosa das tarefas.
Rebouças recomenda a utilização dos princípios de diferenciação e de integração das tarefas.
Tarefas diferentes devem ser realizadas por departamentos diferentes, ao passo que tarefas
semelhantes devem ser agrupadas em um mesmo departamento. Além desses, existem quatro
outros princípios que podem vir a calhar no processo de criação ou fusão de departamentos.

• Princípio do maior uso: o departamento que mais realiza uma determinada tarefa deve ser
responsável por ela;

• Princípio de maior interesse: a supervisão de uma tarefa deve ficar a cargo do departamento e do
gerente que tem mais interesse em ter essa tarefa realizada com sucesso;

• Princípio de separação do controle: tarefas de supervisão devem ser separadas das tarefas de
execução;

• Princípio da supressão da concorrência: as atividades de um departamento não podem ser


realizadas também por outro. Caso essa repetição seja detectada, é preciso que a função seja
restringida a apenas um departamento para se evitar o desperdício de recursos e tempo.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Existem várias formas de se departamentalizar uma organização: por função, por localização, por
produto ou serviço, por clientes, por processos, por projetos, etc. Cada uma delas segue critérios
diferentes. A seguir vamos comentar sobre cada uma delas:

• Departamentalização por função ou funcional: é uma das mais comuns. Nela, os funcionários
são agrupados conforme a função que exercem na empresa. Sua vantagem é tirar o maior proveito
das especialidades. A desvantagem é inibir uma visão holística dos processos de produtos finais.

• Departamentalização por quantidade: baseia-se em critérios numéricos. Um responsável fica a


cargo de um número determinado de funcionários. Esse tipo de departamentalização é usado, às
vezes, quando há uma divisão de turnos de trabalho na empresa. Ela só é bem sucedida quando as
tarefas exercidas pelos funcionários são semelhantes e repetidas.

• Departamentalização por local ou locacional, territorial ou por função geográfica: muito


comum nas multinacionais, consiste na distribuição de departamentos conforme sua localização
geográfica. Esse tipo de departamentalização apresenta vantagens estratégicas, já que permite a
instalação de unidades mais perto de seus clientes, matéria prima, canais de escoamento, etc.
Porém, tem como desvantagem a despesa de manter várias instalações e salários.

• Departamentalização por produto ou serviço: é aquela utilizada quando a organização quer ou


necessita focar mais nos produtos que em suas funções internas. A vantagem são funcionários com
habilidades específicas são concentrados em apenas um foco de atividade. Além disso, fica mais fácil
avaliar os resultados de cada departamento. Por outro lado, os custos administrativos são mais altos,
uma vez que cada unidade tem sua equipe de marketing, de análise financeira, etc.

• Departamentalização por cliente: também é orientada pelo mercado. Cada departamento é


direcionado a um público-alvo do produto. O ponto forte dessa divisão é facilitar o atendimento das
necessidades do consumidor.

• Departamentalização por processo: ocorre quando as tarefas passam de um departamento para


o outro, seguindo uma sequência lógica.

• Departamentalização por projetos: empresas que lidam com projetos temporários, como
agências de consultoria, dividem seus recursos humanos, financeiros e materiais de acordo com
projetos com prazos limitados. Essa departamentalização tende a ser temporária.

• Departamentalização matricial: ocorre quando há mais de um tipo de distribuição de tarefa


ocorrendo ao mesmo tempo. Por exemplo, a sobreposição da departamentalização funcional com a
de produtos.

• Departamentalização mista: se dá pela combinação de tipos diferentes de departamentalizações.


São várias as possibilidades de combinações.

Departamentalização

O presente trabalho fará uma abordagem sobre o tema de desenho departamental, que faz parte do
segundo processo administrativo chamado organização. O objetivo deste trabalho é mencionar os
principais tipos de desenho departamental, também chamado de departamentalização, no qual são
mencionadas suas respectivas características, vantagens e desvantagens.

A departamentalização surge à medida em que as empresas tornam-se maiores e envolvem


atividades mais diversificadas; forçando-as a dividir as principais atividades e tarefas organizacionais
e transformá-las em responsabilidades departamentais ou divisionais. Os diferentes tipos de
departamentalização definem os critérios usados para agrupar as pessoas em unidades
organizacionais, para que possam ser mais bem administradas.

As organizações podem ter problemas quanto à escolha de determinados tipos de


departamentalização, e para evitar isso, essas organizações devem conhecer, analisar e escolher o
melhor tipo de departamentalização, que a seguir, serão apresentados.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

CONCEITO

Para suprir às exigências internas e externas, cada organização desenvolve um tipo de desenho
departamental. O desenho departamental constitui uma característica fundamental da estrutura de
uma organização, partindo do principio da divisão do trabalho, na especialização horizontal, que
consiste em escolher modalidades para obter homogeneidade nas tarefas e atividades em cada
órgão, agrupando os componentes da organização em unidades organizacionais como
departamentos, divisões ou equipes.

Existem cinco tipos de abordagens que definem o agrupamento de departamentos e de subordinação


ao longo da hierarquia. Existem duas abordagens específicas que surgiram para atender às
necessidades das organizações em um ambiente instável e altamente competitivo, que são as
abordagens de equipes e de redes.

TIPOS DE ABORDAGENS

• Abordagem Funcional;

• Abordagem Divisional;

• Abordagem Matricial;

• Abordagem de Equipe;

• Abordagem de Redes.

Cada abordagem departamental tem uma finalidade distinta para a organização, sendo que a
diferença entre cada tipo de abordagem é a maneira como as atividades são agrupadas e a quem as
pessoas se subordinam.

ABORDAGEM FUNCIONAL

É a organização que cria departamentos formados por pessoas especialistas em uma determinada
função.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO FUNCIONAL

Na departamentalização funcional os departamentos criados são formados por pessoas que possuem
habilidades e conhecimentos similares e que participam de atividades e tarefas comuns dentro do
processo de trabalho.

Dentro de cada departamento, as pessoas são responsáveis por um processo especifico de sua
função especializada.
Como os departamentos são formados de acordo com a principal função especializada, as principais
áreas adotadas são: produção, vendas e finanças, podendo também ser acompanhado de outras
áreas como recursos humanos. Este tipo de departamentalização é o mais comum nas organizações.

A departamentalização funcional é mais indicada em casos de estabilidade e de poucas mudanças,


que requeiram desempenho continuado em que as atividades das áreas sejam bastante repetitivas e
especializadas onde permaneçam inalterados por longo tempo.

A departamentalização funcional pode também ser denominada de departamentalização pelo uso de


recursos organizacionais ou estrutura funcional.

VANTAGENS

• Melhora a coordenação intradepartamental, que é a facilidade de contatos e comunicações dentro


de um mesmo departamento, pois existe um compartilhamento de um mesmo conhecimento técnico.

• Incentiva à especialização técnica, pois estabelece carreiras para os especialistas dentro de sua
área de especialização, supervisionando-os por meio de pessoas de sua própria especialidade.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

• Orienta as pessoas para uma específica atividade, concentrando sua capacidade de maneira
eficaz, garantindo o máximo de utilização das habilidades técnicas, simplificando o treinamento do
pessoal.

• Ocorre uma redução de custos, devido ao trabalho em um mesmo tipo de tarefa em conjunto.

DESVANTAGENS

• A cooperação e comunicação interdepartamental, que é o contado e comunicação entre diferentes


departamentos, é reduzida, em decorrência do isolamento em relação aos outros departamentos,
pois cada departamento funcional possui seus próprios objetivos e prioridades. Com isso, sob
pressão, criam-se diversas barreiras e conflitos entre os outros departamentos. Também geram
limitações de autoridade e tomadas de decisões dos administradores.

• Dificulta a adaptação e flexibilidade a mudanças externas, pois a abordagem é interna e não


visualiza o que acontece no ambiente externo da organização ou de outro departamento. É
inadequada quando a tecnologia e as circunstâncias externas são mutáveis ou imprevisíveis.

• Devido à focalização interna de cada departamento e não sobre os objetivos globais da


organização, existe uma carência de estruturas próprias de coordenação do andamento do trabalho,
levando os problemas de coordenação para os níveis mais elevados da organização.

• A estrutura funcional tende a ser muito burocratizada, o que requer uma estrutura administrativa
mais elaborada, com um número maior de níveis hierárquicos.

ABORDAGEM DIVISIONAL

É a organização que cria departamentos que são formados por um agrupamento de divisões
separadas que são auto-suficientes para produzir um produto ou serviço ou parte dele, de acordo
com os resultados organizacionais.

A estrutura divisional é a mais indicada em organizações que produzem diferentes produtos ou


serviços para diferentes mercados e clientes, pois cada divisão focaliza um mercado ou cliente
independente.

Dentro de abordagem divisional existem variantes, que servem para alcançar diferentes resultados
esperados de uma organização. Essas estruturas variantes se baseiam em:

• Produtos ou serviços;

• Localização Geográfica;

• Clientes;

• Fases dos Processos;

• Projetos.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PRODUTOS OU SERVIÇOS

Este tipo de departamentalização faz uma abordagem divisional, que envolve a diferenciação e o
agrupamento das atividades e tarefas de acordo com os produtos ou serviços realizados, ou seja, os
resultados esperados da empresa.

A divisão do trabalho é feita por linhas de produtos ou de serviços, que se desempenham em todas
as funções necessárias para a realização do produto ou serviço.

Todos as principais atividades e tarefas, similares ou não, relacionadas com um produto ou serviço
são reunidos e alocados em um específico departamento no sentido de coordenar as atividades
requeridas para cada tipo de resultado.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

A estrutura divisional por produtos ou serviços é muito encontrada em empresas de larga escala. Esta
estrutura permite que a administração de topo delegue autoridade sobre funções relacionadas a um
determinado produto ou serviço, dentro de um grau de responsabilidade para cada administrador.

A departamentalização por produtos ou serviços é indicada para circunstâncias ambientais instáveis e


mutáveis, pois induz à cooperação e coordenação entre especialistas, atividades e tarefas, para um
melhor desempenho do produto ou serviço.

VANTAGENS

• A responsabilidade é totalmente imposta ao nível de cada divisão dos departamentos para cada
produto ou serviço, ou seja, o administrador no cargo de chefia de cada departamento é responsável
pelo seu produto ou serviço.

• Facilita a coordenação interdepartamental, uma vez que a preocupação básica é o produto e as


diversas atividades departamentais tornam-se secundárias.

• Melhorias na qualidade e facilidade de inovações, já que a concentração é em um único produto


ou serviço, cada departamento produz com melhor qualidade ou mais inovação comparado-se a um
departamento que produz diversos produtos.

• Permite flexibilidade, pois as unidades de produção podem ser maiores ou menores, conforme as
condições mudem, sem interferir na estrutura organizacional como um todo. O foco desse tipo de
estrutura é predominante sobre os produtos e não sobre a sua estrutura organizacional interna.

• As tomadas de decisões são mais independentes e pode-se responder melhor aos requisitos e
necessidades do cliente. A administração torna-se mais ampla, gerando assim oportunidades de
promoções dentro da organização.

DESVANTAGENS

• Trazem elevados custos operacionais em situações que existe estabilidade ambiental e em


organizações com poucos produtos diferentes ou linhas reduzidas de produtos.

• Ocorre redução nas oportunidades de carreira, pois a experiência profissional é limitada a uma
única linha de produção, causando limitação no mercado de trabalho.

• Existe uma dificuldade na busca e/ou pedido de um determinado produto ou serviço, pois a
distribuição é especializada em cada departamento.

• Demora no reconhecimento de melhorias, modificações ou eliminações de produtos ou serviços,


pois cada departamento é responsável pela defesa de seus produtos e serviços e de seus próprios
objetivos divisionais.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA

Este tipo de departamentalização faz uma abordagem divisional, que envolve a diferenciação e o
agrupamento das atividades de acordo com a localização geográfica onde o trabalho será
desempenhado, ou uma área de mercado a ser servida pela organização.

Este tipo de departamentalização é indicado para organizações de larga escala, que geralmente é
utilizada por organizações que cobrem grandes áreas geográficas e cujos mercados são extensos,
como por exemplo, as empresas transnacionais que emprega este tipo de estrutura para as suas
operações fora do país onde estão sediadas.

Esta estrutura é mais indicada nas áreas de produção e vendas e as demais áreas da organização
tornam-se secundárias, a área financeira é pouco utilizada porque nem sempre é permitida a
descentralização.

VANTAGENS

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

• Este tipo de estratégia é muito útil quando as situações externas favorecem a organização, pois
permite, sem problemas, a adaptação às condições e necessidades da região em que está situada.

• Como cada departamento opera em um território como se fosse uma organização independente, o
administrador de cada departamento pode tomar suas próprias decisões de acordo com as diferenças
territoriais.

• A organização é mais voltada para o seu ambiente territorial e para o seu mercado, do que para
seus aspectos internos, tendo em vista uma melhor avaliação e percepção dos mercados e produtos
e serviços para melhor atender cada área.

DESVANTAGENS

• O enfoque territorial tende a deixar para segundo plano a coordenação entre os departamentos,
prejudicando de certa forma o comportamento global da empresa, em relação ao nível de autonomia
e liberdade oferecido às filiais, o que pode ocorrer um desequilíbrio de poder dentro da organização,
pois as áreas da empresa que forem geograficamente mais amplas, poderão ter a seu favor um
grande potencial para discutir certas decisões importantes.

• Os sistemas internos precisam ser organizados de diferentes maneiras para servir os diferentes
segmentos territoriais de mercado, o que torna a administração complexa.

• Cada departamento possui seus próprios recursos, com isso ocorre uma duplicidade de esforços e
recursos (pessoas, instalações e equipamentos), o que provoca maiores investimentos e custos
operacionais.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR CLIENTES

É a organização que faz uma abordagem divisional, envolve a diferenciação e o agrupamento das
atividades de acordo com o tipo de cliente ou mercado para quem o produto ou serviço é realizado.

As diferentes características e necessidades dos clientes, como idade, nível sócio-econômico e


hábitos de compra, constituem a base para essa estrutura onde a ênfase é no consumidor do produto
ou serviço oferecido pela organização, para que este seja atendido da melhor forma possível. O
produto ou serviço deve ser adaptado e ajustado ao ciente e às suas necessidades.

VANTAGENS

• A focalização é exclusivamente no cliente, com isso as necessidades de cada tipo de cliente são
mais bem atendidas.

• A focalização externa na clientela torna a organização mais atenta para as mudanças das
necessidades e preferências dos clientes, característica que não ocorre na estrutura funcional.

• As decisões internas são rapidamente tomadas através do retorno proporcionado pelos clientes.
Devido a isso, uma linha deficiente de determinado produto é facilmente percebida.

DESVANTAGENS

• Ocorre duplicidade de esforços e recursos, o que provoca maiores investimentos e custos


operacionais.

• Os sistemas internos precisam ser organizados de diferentes maneiras para servir os diferentes
segmentos de cliente, o que torna a administração mais complexa.

• As demais atividades e objetivos da organização, por exemplo, produtividade e eficiência, podem


tornar-se secundários, devido à preocupação exclusiva pelo cliente.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR FASES DO PROCESSO

É a organização que faz uma abordagem divisional, envolve a diferenciação e o agrupamento das
atividades de acordo com as etapas de execução de um processo.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

O processo é um conjunto de atividades com uma ordenação específica que resulta em um produto
ou serviço especificado para satisfazer as necessidades e expectativas do cliente ou mercado. O
cliente do processo não é necessariamente o cliente externo. Ele pode estar dentro da empresa
(cliente interno).

O desenvolvimento do processo utilizado pelas organizações está relacionado com a estrutura do


produto, para que se obtenha da melhor maneira possível o aumento da eficiência e qualidade do
produto.

A departamentalização por fases do processo ou processamento ou ainda equipamento, é utilizada


quase que restritamente a aplicações nos níveis mais baixos da estrutura organizacional (nível
operacional) das empresas industriais e de serviços, principalmente nas áreas produtivas ou de
operações.

A estrutura por fases do processo representa a influência da tecnologia utilizada pela empresa em
sua estrutura organizacional. O agrupamento na departamentalização por processo é adequado
quando tanto os produtos como a tecnologia aplicada, são estáveis e duradouras.

VANTAGENS

• Extrai vantagens econômicas oferecidas pela própria natureza do equipamento ou da tecnologia.


A tecnologia passa a ser o foco e ponto de referência para o agrupamento de unidades e posições.

• Cada unidade organizacional é uma etapa no desenvolvimento do produto, a focalização e a


sequência de processos facilita o trabalho de seu início até o fim.

DESVANTAGENS

• Quando a tecnologia utilizada sofre mudanças a ponto de alterar o processo, este tipo de
departamentalização não é aconselhado, pois possui absoluta falta de flexibilidade e de adaptação.

• Por existir isolamento dos outros departamentos, podem ocorrer dificuldades de desenvolver
novas formas integradas de administrar.

• Com o mesmo problema encontrado na estrutura funcional, ocorre a redução da cooperação e


comunicação interdepartamental, devido ao isolamento em relação aos outros departamentos, pois
cada departamento tem seus próprios objetivos e prioridades, que sob pressão criam-se diversas
barreiras e conflitos. Também são criadas limitações de autoridade e tomadas de decisões dos
administradores.

• Cada administrador no departamento de processos é especialista em apenas uma parte do


processo, não sendo capaz de concluir um processo por inteiro, com isso, torna-se difícil uma
substituição de um administrador, mesmo sendo de igual função, por um outro administrador de um
processo diferente.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO POR PROJETOS

É a organização que faz uma abordagem divisional, envolvendo a diferenciação e o agrupamento das
atividades de acordo com os resultados de um ou mais projetos executados pela organização.

Neste tipo de departamentalização a estrutura organizacional deve ser flexível e mutável, com
capacidade de adaptar-se às necessidades de cada projeto a ser realizado, tendo alta coordenação
entre os departamentos.

É uma estrutura muito utilizada por organizações de grande porte que produzem produtos que
envolvam grande concentração de diferentes recursos (produtos e pessoas) por um longo período.
Os projetos produzidos exigem tecnologia sofisticada, que não dependa de outras atividades para o
seu desempenho. É o tipo de departamentalização orientado para resultados.

Essa estrutura é adotada, por exemplo, em estaleiros navais, obras de construção civil (edifícios) ou
industrial (fábricas e usinas hidroelétricas).

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

O projeto é definido pelo cliente e as pessoas encarregadas do projeto são especialistas em diversos
campos de atividades, para poder atender as necessidades do cliente.

Na departamentalização por projetos, as atividades e as pessoas recebem atribuições temporárias.


Cada projeto tem seu ciclo de vida específico. Terminada o projeto, o pessoal que temporariamente
havia sido destinado a ele é designado para outros departamentos ou outros projetos.

O administrador possui habilidade orientada para projetos e é responsável pela realização de todo
projeto ou de uma parte dele.

VANTAGENS

• Melhor cumprimento de prazos e melhor atendimento ao cliente do projeto.

• Grande concentração de diferentes recursos, em uma atividade complexa com produtos de grande
porte.

DESVANTAGENS

• Quando termina um projeto, a empresa pode ser obrigada a dispensar pessoal ou paralisar
máquinas e equipamentos se não tiver outro projeto em vista.

• Devido à descontinuidade e limitações, a departamentalização por projeto pode provocar em


muitas pessoas desanimo pela imprevisibilidade de futuro no emprego.

FORÇA-TAREFA

É uma variante do agrupamento por projetos que é formada por uma equipe de especialistas de
diferentes áreas, que são deslocados de suas funções habituais para se dedicarem a uma tarefa
específica e complexa e que exija abordagem e foco diferentes.

A força-tarefa é adotada para solucionar e controlar os problemas gerados pela alta mudança
ambiental e tecnológica atual.

Para cada membro são dados responsabilidade e poder igualmente, cada qual dentro de sua
especialidade em relação ao problema a ser resolvido.
Tem por característica ser provisória e de curta duração. Ao atingir os objetivos propostos, os
membros retornam às suas unidades e atividades de origem.

ABORDAGEM MATRICIAL

É a combinação simultânea de dois tipos de departamentalização, a funcional e a divisional, na


mesma estrutura organizacional.

ESTRUTURA MATRICIAL

A estrutura matricial é uma estrutura mista com a finalidade de obter o máximo de rendimento da
organização. A organização mantém a estrutura funcional para as funções internas e agrega a
estrutura divisional aos produtos ou serviços a serem realizados.

Por ser constituída de dois tipos de departamentalização, cria-se a duplicidade de comando onde os
funcionários passam a subordinar-se a dois chefes, indo de encontro ao princípio da unidade de
comando.

Devido à duplicidade de comando, os funcionários precisam saber resolver os conflitos que podem
ocorrer, com isso existe a necessidade de um treinamento em relações humanas, para ele saber lidar
com esses problemas.

É a forma mais utilizada, principalmente nas grandes organizações, pois em cada parte da
organização tem a estrutura que melhor se adapta ás tarefas executadas em cada departamento.

Constitui uma das maneiras mais humanas participativas e flexíveis, pois depende intensamente da
colaboração entre muitas pessoas diferentes. Enfatiza a interdependência entre os departamentos,

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

proporcionando oportunidades de delegação, maior contribuição pessoal e participação na tomada de


decisão nos níveis mais baixos da hierarquia.

Na estrutura matricial o administrador coordena os esforços do pessoal cedido pelas diversas áreas
da empresa, algumas vezes com muito pouca autoridade formal. Seu papel dentro da organização de
estrutura matricial é de integração e de coordenação das tarefas e assegurar os serviços e recursos
fornecidos pelo pessoal de suporte, sobre os quais tem pouca ou nenhuma autoridade formal.

VANTAGENS

• Maior estabilidade tanto para a empresa, como para os funcionários;

• Maior segurança na execução das tarefas e no relacionamento de pessoas;

• Especialização nas atividades desenvolvidas;

• Possibilidade de maior aprimoramento técnico de sua equipe de trabalho;

• Coordenação de equipe de forma mais adequada e coerente;

• Permite a integração e desenvolvimento entre funcionários;

• Facilidade em conhecer os fatores e os problemas locais;

• Permite maior flexibilidade;

• Propicia condições favoráveis para a inovação e a criatividade;

• Melhor atendimento ao cliente e cumprimento dos prazos;

• Uso adequado dos vários recursos;

• Facilidade na coordenação dos resultados.

DESVANTAGENS

• Insegurança das pessoas, desde que a empresa tenha grande crescimento e consequente
aumento da complexidade;

• A comunicação deficiente, isso porque as decisões são normalmente centralizadas nos níveis
mais elevados da empresa;

• Baixa adaptabilidade;

• Preocupação estritamente voltada para uma área deixando de lado outras partes;

• Pode provocar problemas humanos de temores e ansiedades;

• Pode propiciar o aumento dos custos pelas duplicidades de atividades e treinamento;

• Podem existir dificuldades na coordenação do pessoal;

• Conflitos de interesse entre chefes funcionais e os chefes divisionais, devido a dupla


subordinação.

ABORDAGEM DE EQUIPES

É a organização que cria equipes multifuncionais ou permanentes para cumprir tarefas específicas e
para coordenar grandes departamentos.

ESTRUTURA BASEADA EM EQUIPES

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

Dentro deste tipo de departamentalização existem dois tipos de equipes, as multifuncionais e as


permanentes.

As equipes multifuncionais são formadas por pessoas de vários departamentos funcionais que são
agrupados, para cumprir tarefas específicas e temporárias e para resolver problemas mútuos.

Este tipo de equipe envolve pessoas com diferentes habilidades e conhecimento. Por terem a
participação em dois grupos, tem como consequência uma duplicidade de comando.

As equipes permanentes funcionam como um departamento formal, onde os empregados trabalham


juntos em um mesmo local, para cumprir atividades e tarefas específicas. Esses empregados
subordinam-se a apenas um chefe, como designa a unidade de comando.

A estrutura de equipes torna a organização mais horizontal em torno dos processos de trabalho (com
poucos níveis hierárquicos), descentraliza a tomada de decisões, delegando autoridade e transferindo
responsabilidade para os níveis mais baixos.

Devido a uma rápida e constante mudança do ambiente externo e interno das organizações, é exigida
uma maior necessidade de flexibilidade e/ou rapidez no andamento dos processos e tarefas para
atender melhor os requisitos do cliente, desenvolver novos produtos ou implementar campanhas de
marketing, por isso as equipes não devem adaptar-se a tarefas pré-definidas.

VANTAGENS

• A focalização da organização é dirigida ao cliente.

• Economiza de tempo e dinheiro devido a pouca necessidade de passar informação para cima e
para baixo dentro da hierarquia e entre as unidades organizacionais.

• As equipes promovem o autogerenciamento pelos próprios funcionários, o que produz maior


satisfação com o trabalho devido ao maior envolvimento das pessoas.

• Cada grupo deve ter pessoas com diferentes conhecimentos e habilidades para trabalhar juntas e
dotar a equipe de auto-suficiência para realizar completamente o trabalho. Amplia as habilidades de
cada individuo. Capacitando-os a tratar sobre todos os aspectos do trabalho.

• Com a maior rapidez nas decisões os tempos de ciclos operacionais são reduzidos, o que
proporciona pronta resposta aos clientes.

• A estrutura por equipes tende a compactar a organização reduzindo o número de níveis


hierárquicos e os custos administrativos e exigindo menos mecanismos de coordenação e integração.

DESVANTAGENS

• A estrutura por equipes envolve uma grande transformação na organização, na cultura e exige a
necessidade de uma nova mentalidade das pessoas envolvidas. Essa mudança consome muito
tempo e dinheiro, exigindo novo treinamento, remuneração e avaliação de cargos até sistemas de
inventários, contabilidade e informação.

• A estrutura por equipes funciona melhor quando cada equipe possui todas as especializações
necessárias e interação de habilidades para executar o processo. Neste caso a organização deve
manter alguns especialistas funcionais para prestar assessoria adequada.

• Na estrutura horizontal cada equipe deve ter um chefe e, em muitos casos, os membros da equipe
podem vir de outros departamentos da organização, que é o caso das equipes multifuncionais, dessa
forma, esses membros passam a ter dois chefes.

ABORDAGEM DE REDES

É a organização que se torna um pequeno centro intermediário, conectado eletronicamente que


desempenham funções vitais da organização. É o mais recente tipo de departamentalização.

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

ESTRUTURA EM REDE

É a desagregação das principais funções da organização em companhias separadas que são


interligadas por uma pequena organização central. Os serviços de cada função da organização são
conectados eletronicamente.

Esse tipo de estrutura impossibilita saber onde a organização está nos termos tradicionais, pois cria
uma nova forma de organização através de contratos externos vindos de qualquer parte do mundo,
sendo coordenados eletronicamente.

Seu organograma é diferenciado em sua forma circular ou estrelado, sendo a unidade central, no
centro do organograma, interligado às demais unidades.

VANTAGENS

• A abordagem em redes proporciona competitividade em escala global. Mesmo em pequenas


organizações, ela permite utilizar recursos em qualquer lugar e a1cançar melhor qualidade e preço,
bem como distribuir e vender os produtos e serviços no mundo todo.

• Flexibilidade decorrente da capacidade de obter e contratar serviços quando necessário e mudá-


los em pouquíssimo tempo sem quaisquer restrições. Como a organização não possui bens fixos,
como por exemplo, fábricas, equipamentos ou instalações, ela pode continuamente redefinir-se e
buscar novos produtos e novas oportunidades de mercado. Para os funcionários que trabalham
permanentemente na organização, o desafio está na maior variedade do trabalho, e a satisfação, em
executar uma atividade que muda incessantemente.

• Os custos administrativos são baixos. Não requer hierarquia, nem grandes equipes de
administradores. Podem ter apenas dois ou três níveis de hierarquia, comparados aos dez ou mais
níveis nas organizações tradicionais.

DESVANTAGENS

• A administração não tem, o controle de todas as operações de imediato, pois dependem de


contratos, negociação e mensagens eletrônicas para reunir todas as partes.

• Existe a possibilidade de perder negócios se uma organização contratada falha ou deixa de


entregar o trabalho planejado.

• Existe elevada incerteza quanto aos serviços contratados de outras organizações que estão fora
do controle da empresa.

• Os empregados podem imaginar que poderiam ser substituídos por novos contratos de serviços. A
organização em redes precisa desenvolver uma cultura corporativa coerente e obter o
comprometimento das pessoas.

• Como os produtos e mercados mudam, a organização precisa se atualizar e capacitar


continuamente seus funcionários para adquirir as novas habilidades e capacidades.

ORGANIZAÇÕES HÍBRIDAS

Nas grandes organizações, a adoção de um só tipo de departamentalização nem sempre é possível


para todos os níveis hierárquicos. Por isso essas organizações adotam uma mescla de diferentes
tipos de departamentalização, como a funcional, divisional e matricial, em todos os níveis. Com esse
tipo de estrutura, a organização é chamada de organização híbrida.

Essas organizações híbridas podem ter divisões baseadas em produtos, serviços, funções, clientes,
equipes, etc., em todos os níveis hierárquicos.

Organograma no nível intermediário.

Divisões baseadas em:

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DEPARTAMENTALIZAÇÃO

• Produtos / Função / Clientes.

Organograma no nível institucional.

Divisões baseadas em:

• Produtos / Clientes.

ORGANIZAÇÕES VIRTUAIS

As organizações virtuais foram criadas devido ao impacto provocado pelo crescente desenvolvimento
tecnológico e da moderna tecnologia da informação, que é um conjunto de atividades e soluções
fornecidas pelos recursos da computação.

Nesse tipo de organização, não existe a necessidade de possuir escritórios, prédios ou instalações
convencionais com funcionários.

As pessoas trabalham em suas casas, interagindo com o sistema de informação da organização


através de computadores conectados a internet.

Possui flexibilidade e é simples e ágil. O campo de atuação pode ser facilmente alterado e com
rapidez, pois não possui uma fronteira definida.

Essas organizações podem também ser chamadas de não-territoriais ou não-físicas.

TIPOS DE ORGANOGRAMAS

• Estrutura Funcional

• Estrutura Divisional

• Estrutura Matricial

• Estrutura baseada em redes

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Margem de Contribuição

Margem de Contribuição e Limitações na Capacidade de

Produção

Ao comentarmos a grande importância do conceito de Margem de Contribuição no capítulo anterior,


verificamos algumas de suas aplicações, mas não atentamos ao problema decorrente da existência
de diversos fatores que naturalmente limitam a capacidade de produção da empresa. Vamos agora
entrar nesse tipo de problema.

6.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ANTES DA EXISTÊNCIA DE LIMITAÇÕES

Suponhamos que uma determinada empresa fabricante de barracas para camping produza quatro
modelos diferentes (A, B, C e D).

Os dados de Custos que a empresa possui são bastante minuciosos: Quadro 16.1

Matéria- Mão-de-obra Custo Direto Custo Custo


Indireto Variável

prima Direta Total Variável Total

$/un. $/un. $/un. $/un. $/un.

Modelo 28 24 52 8 60
A

Modelo 24 20 44 6 50
B

Modelo 80 28 108 8 116


C

Modelo 16 20 36 4 40
D

Os Custos Indiretos Fixos são os seguintes:

Mão-de-obra Indireta $64.000/ano

Aluguéis $16.000/ano

Depreciações $12.000/ano

Outros Indiretos Fixos $8.000/ano

Total $100.000/ano

Para efeito de avaliação de estoques, a empresa rateia os Custos Indiretos fixos à base da Mão-de-
obra Direta, visto que o maior item daqueles diz respeito à supervisão de operários. Entretanto,

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

conhecedora das vantagens da utilização do conceito de Margem de Contribuição, para efeito de


análise e decisão, ela procede como indicado no Quadro 16.1, alocando apenas os custos variáveis.
Com isso tem ela a seguinte tabela com relação à Margem de Contribuição de cada um dos modelos:

Quadro 16.2

Custo Variável Total (Quadro 16.1) Preço de Margem de


Venda Contribuição

$/un. $/un. $/un.

Modelo A 60 80 20

Modelo B 50 72 22

Modelo C 116 140 24

Modelo D 40 48 8

Esses preços são também aproximadamente os da concorrência para cada tipo de barraca.

Analisando-se a coluna da Margem de Contribuição, verificamos de imediato que o modelo com


maior capacidade de trazer recursos para a empresa é o modelo C. Entretanto, nossa firma não pode
escolher apenas esse modelo para comercialização, precisando oferecer todos eles ao mercado. Mas
é claro que ela tentará, sempre que possível, forçar a venda do modelo C, já que cada unidade dele
produz maior margem de contribuição. Isso se não existir nenhum problema de limitação quanto à
produção.

16.2 EXISTÊNCIA DAS LIMITAÇÕES NA CAPACIDADE PRODUTIVA

A nossa empresa, precisando fazer uma programação para a produção do ano 199X, procede a uma
pesquisa de mercado e verifica que existe uma demanda que poderá proporcionar nesse período que
sejam vendidas as seguintes quantidades de cada modelo:

• Modelo A- 3.300 un.

• Modelo B - 2.800 un.

• Modelo C - 3.600 un.

• Modelo D - 2.000 un.

Como já foi dito, tentaria ela, se possível, forçar a venda de C, mas o mercado mostra-se disposto a
lhe consumir essas quantidades indicadas; e ela então começa a preparar sua produção para atender
à demanda.

Esbarra todavia num problema logo de imediato: sua capacidade não é suficiente para fornecer esse
volume, já que possui ela um nível máximo de produção de 97.000 horas-máquina, enquanto aquela
demanda lhe consumiria 103.150 horas-máquina, conforme o tempo de cada modelo mostrado a
seguir:

Quadro 16.3

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Horas-máquina Necessárias Demanda Total Horas-


Prevista máquina

h/un. un. h

Modelo A 9,50 3.300 31.350

Modelo B 9,00 2.800 25.200

Modelo C 11,00 3.600 39.600

Modelo D 3,50 2.000 7.000


Total

103.150

Vê-se agora a fábrica na contingência de verificar qual dos modelos deixará de ser total ou
parcialmente atendido.

Suponhamos que a firma tenha o interesse de maximizar seu lucro nesse ano e por isso sua decisão
será baseada nesse objetivo. (Poderia estar interessada na manutenção de alguns dos tipos de
clientes e querer atender a essa meta mesmo à custa de redução do lucro.)

Onde então efetuar o corte das 6.150 horas excedentes a sua capacidade (103.150 h-97.000 h)?

Já vimos no capítulo anterior que a decisão baseada no lucro unitário (após apropriação de todos os
custos indiretos) não é correta, e sim a que considera a Margem de Contribuição. Com base nisso, é
provável que a nossa empresa venha a decidir pela redução na linha do Modelo D, já que apresenta
a menor Margem de Contribuição por unidade (veja Quadro 16.2). Teria assim que deixar de produzir
1.757 unidades desse tipo:

6.150 h = 1.757

3,50 h/un.

A partir dessa previsão de produção, poderia constituir um quadro projetado do resultado do ano
199X:

Quadro 16.4

Quantidade Margem de Contribuição Margem de Contribuição Unitária Total

un. $/un. $

Modelo A 3.300 20 66.000


Modelo B
Modelo C

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Modelo D 2.800 22 61.600

3.600 24 86.400

243 8 1.944

Total Margem de Contribuição $215.944

(-) Custos Fixos ($100.000)

Resultado

$115.944

16.3 COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO CRITÉRIO CORRETO

Para termos certeza de que a decisão tomada de corte do Modelo D é a correta, podemos fazer
alguns cálculos com o resultado que seria obtido caso se decidisse de maneira diversa. Para isso,
basta verificarmos qual seria a nova Margem de Contribuicão Total com a nova escolha, já que de
todas as hipóteses possíveis interessa a que maximizar a Margem de Contribuição Total, pois o
mesmo montante de Custos Fixos será deduzido dela para se chegar ao Resultado.

Verifiquemos primeiramente o que teria acontecido se a empresa tivesse optado pelo corte no
produto C, ao invés de no D. O número de unidades não produzidas de C seria

6.150 h = 559 unidades e o resultado seria:

ll,00h/un.

Quadro 16.5

Quantidade Margem de Margem de Contribuição Unitária Contribuição Total

un. $/un. $

Modelo A 3.300 20 66.000


Modelo B 2.800
Modelo C 3.041 22 61.600
Modelo D 2.000
24 72.984

8 16.000

Total Margem de Contribuição


216.584

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Este quadro evidencia que a Margem de Contribuição Total seria maior nessa hipótese que na
anterior! Logo, esta última produz mais lucro, e é, portanto, melhor que aquela!

Estará invalidado então nosso conceito de Margem de Contribuição?

16.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E FATOR DE LIMITAÇÃO

Analisemos a razão da discrepância acima: na primeira hipótese, deixamos de produzir 1.757


unidades de D, o que nos eliminou a possibilidade de obtenção de uma Margem de Contribuição
Total de:

1.757 un. x $8/un. = $14.056

enquanto que, na segunda hipótese, cortando da linha C, diminuímos um potencial de Margem de


Contribuição Total de:

559 un. x $24/un. = $13.416

Apesar de por unidade o modelo C produzir muito mais de Margem de Contribuição do que o D,
dentro das 6.150 horas cortadas ele produz menos. E isso é devido ao tempo de máquina que cada
unidade leva para ser elaborada.

Uma unidade de C produz $24 de Margem de Contribuição, mas leva 11 horas para ser feita. Assim,
em cada hora a Margem de Contribuição é de $2,18, enquanto o produto D produz só $8 por unidade,
mas leva apenas 3,5 horas para ser elaborado, fornecendo $2,29 por hora. Logo, cada hora usada na
linha D rende mais do que na linha C.

O resultado correto seria obtido então com o seguinte cálculo:

Quadro 16.6

Margem de Contribuição Unitária Tempo de Margem de Contribuição por


Fabricação Hora-máquina

$ hm $/hm

20 9,50 2,11
Modelo A
Modelo B 22 9,00 2,44

Modelo C 24 11,00 2,18


Modelo D
8 3,50 2,29

Vemos que o modelo que menos traz Margem de Contribuição por hora-máquina é o A, e este deverá
então ser o item a ter sua produção limitada. O modelo D, que parecia o primeiro a ser eliminado, só
seria cortado como 3a opção, depois de A e C. Ele é, na realidade, o segundo produto mais
interessante nessa situação.

Concluímos então que a Margem de Contribuição continua sendo o elemento-chave em matéria de


decisão, só que agora não por unidade, mas pelo fator limitante da capacidade produtiva.

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Seria então, em nosso exemplo, sempre mais interessante o incentivo à produção do modelo B, já
que é o que mais produz Margem de Contribuição por hora-máquina?

Suponhamos que a empresa resolvesse, à custa de uma adição de custos fixos oriundos da
aquisição de outras máquinas, aumentar sua capacidade de produção para 140.000 hm sem que
nada se alterasse nos custos variáveis de cada produto. Poderia então agora atender a toda a
demanda prevista e ainda teria uma folga de quase 37.000 hm. Caso tivesse em mente efetuar algum
tipo de esforço para tentar vender mais do que aquela previsão, por meio, por exemplo, de uma
campanha publicitária ou de uma motivação maior com relação à equipe de vendedores, como
deveria proceder se soubesse que conseguiria, no máximo, aumentar em mais 10% aquele volume
de vendas?

Estando com capacidade para 140.000 hm, mesmo com adição de mais 10% em seu volume de
trabalho, não chegará àquele limite, ficando, no máximo, ao redor de 113.500 hm. Nessa situação,
deve forçar a venda do produto B, que dá maior Margem de Contribuição por hora-máquina, ou do
modelo C, que fornece maior Margem por unidade?

Claro está que, se não há no momento problema de horas-máquina, interessa que se consiga vender
o mais possível daquele modelo que traz, por unidade, maior Margem de Contribuição. Cada unidade
de C produz $24 de Margem de Contribuição, e, mesmo que demore mais tempo que B, deverá ser
preferida, pois não há mais problema de tempo de máquina.

Portanto, se não houver limitação na capacidade produtiva, interessa o produto que produz maior
Margem de Contribuição por unidade, mas, se existir, interessa o que produz maior Margem de
Contribuição pelo fator limitante da capacidade.
6.5 OUTRO EXEMPLO DE LIMITAÇÃO NA CAPACIDADE PRODUTIVA

Suponhamos que uma determinada indústria automobilística fabrique dois modelos de veículos com
as seguintes características:

Quadro 16.7

Preço de Custo Variável Margem de


Venda Total Contribuição Unitária

Modelo 4
Portas $20.500 $5.500
Modelo 2 $26.000
Portas $25.800 $20.400 $5.400

Todas as maçanetas usadas em qualquer modelo são iguais, quer nas portas dianteiras, quer nas
traseiras, e são importadas; cada modelo leva o mesmo tempo de produção.

Não havendo problema de limitação na capacidade de produção, a empresa tentará, sempre que
possível, vender o modelo 4P, já que em cada unidade deste consegue uma Margem de Contribuição
maior do que no outro.

Digamos que em determinado mês haja um problema sério de obtenção de maçanetas, e a indústria
consiga uma quantidade insuficiente delas para sua produção total. Como procederá nesse mês?
Não há dúvida de que procurando apenas produzir e vender o modelo 2P.

Se tiver, digamos, 8.000 maçanetas para o mês todo, conseguirá elaborar 4.000 unidades do modelo
2P e obter uma Margem de Contribuição total de

4.000 un. x $5.400/un. = $21.600.000

Se produzisse o modelo 4P, conseguiria apenas $11.000.000 (2.000 un. x $5.500/un.).

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

O conceito de Margem de Contribuição pelo fator limitante da capacidade é o determinante da


decisão. O modelo 4P dá Margem de Contribuição de $1.375 por maçaneta, mas o 2P dá $ 2.700. E
a limitação no caso é o estoque disponível de maçanetas.

Poderia ocorrer de o mercado consumir apenas 3.000 unidades por mês de 2P; nessa hipótese, a
indústria faria então esse total e utilizaria as 2.000 maçanetas restantes na produção de 500 de 4P.

O fator que limita a capacidade pode ser o mesmo durante um longo período de tempo (horas-
máquina, por exemplo), ou ser temporário (maçaneta, determinada matéria-prima, hora-homem de
certa especialização, hora-máquina de certo equipamento ou de um departamento etc.).
EXERCÍCIO NQ 1

A empresa Camomila produz apenas dois produtos (A e B) cujos preços de venda -líquidos dos
tributos - são $ 120 e $ 80, respectivamente; sobre esses preços ela paga comissões de 5% aos
vendedores. Os custos e despesas fixos são de $ 4.000 por período.

Os custos variáveis são os seguintes:

A B

Matéria-prima 4 kg/un. 2 kg/un.


S4/kg $4/kg

MOD 2,5 h/un. 2 h/un.


S20/h $20/h

Segundo o Diretor de Marketing, o mercado consome, no máximo, 100 unidades de cada produto da
empresa por período.

Pede-se calcular:

a) O valor do resultado de cada produto pela óptica do Custeio Variável (Margem de Contribuição),
considerando a demanda máxima.

b) O valor do resultado operacional máximo da empresa por período.

c) O valor do resultado máximo num período em que houver apenas 360 kg de matéria-prima
disponíveis para utilização.

d) A combinação ótima (melhor mix de produção) e o resultado ótimo se a restrição for apenas de
MOD, e houver somente 400 h disponíveis.

A Teoria das Restrições e os Impactos na Contabilidade Gerencial

Segundo IUDÍCIBUS (1995), “a contabilidade gerencial é caracterizada como um enfoque especial


conferido a várias técnicas e procedimentos contábeis já conhecidos e tratados na contabilidade
financeira, na contabilidade de custos e na análise econômico-financeira”, demonstrados de uma
maneira que possibilite as organizações, devido ao seu grau de detalhamento, tomar decisões
acertadas sobre a produção e estratégias de marketing, auxiliando o processo decisório.

CORBETT (1997) diz ainda que um dos objetivos da contabilidade gerencial é então o de fazer a
conexão entre as ações locais dos gerentes e a lucratividade da empresa, para que eles possam
saber quais ações levam a empresa em direção ao atingimento de seu objetivo. IUDÍCIBUS (1995)
ainda coloca outro objetivo importante da contabilidade gerencial é o seu papel motivador dentro da
organização, na medida em que seu principal objetivo é o de fornecer informações para que os
gerentes possam tomar as corretas decisões para atingir o objetivo da organização, ou seja, a
lucratividade. Entretanto, segundo COBERTT (1997) as mudanças no ambiente empresarial causam

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

grandes impactos na contabilidade gerencial. Esses impactos ficam evidentes quando são analisadas
as severas críticas que a contabilidade gerencial vem sofrendo ao longo do tempo.

As novas tecnologias estão mudando a base da competitividade entre nações e empresas, e para
poder competir, essas empresas têm de oferecer produtos sofisticados a um baixo preço, enquanto
mantêm alta qualidade e excelente serviço ao consumidor.

A contabilidade gerencial está perdendo credibilidade, com todas essas mudanças no ambiente ela
mudou pouco, fazendo com que as informações fornecidas sejam incoerentes e incorretas, afetando
as decisões mais importantes dos gerentes e comprometendo a competitividade das organizações.
(CORBETT. 1997 p. 21)

A Teoria das Restrições é considerada uma nova abordagem da contabilidade gerencial. Seus
métodos, suas linhas de raciocínio e suas metodologias são inovadoras no campo da aplicação e na
contraposição da tradicional contabilidade de custos. Visto que os métodos e sistemas da
contabilidade de custos estão ultrapassados e muitas vezes falhos no seu objetivo de determinar o
custo da produção e a participação desse custo em cada produto a fim de levar à tomada de decisões
corretas e produtivas para a empresa. Este trabalho compõe-se de sete capítulos básicos.

O segundo capítulo trata de uma revisão da contabilidade de custos e sua função na contabilidade
gerencial como ferramenta para tomada de decisão.

O capítulo terceiro aborda o Custeio Baseado em Atividades, suas aplicações e suas prioridades
como forma de gerenciamento.

O quarto capítulo trata então da Teoria das Restrições e seus principais conceitos, enfocando seus
métodos e suas inovações a respeito do gerenciamento da capacidade produtiva. O quinto capítulo
se propõe a fazer um paralelo entre a Teoria das Restrições e o Custeio Baseado em Atividade,
enfocando a diferença entre as duas metodologias e a divergência entre a aplicação de ambas.

O capítulo sexto parte para um exemplo prático da aplicação do Custeamento Baseado em


Atividades e a Teoria das Restrições, demonstrando como ambas as metodologias podem ser
aplicadas em conjunto para a maximização dos resultados da organização, enquanto o sétimo
capítulo enfoca a aplicação do método de aprimoramento contínuo no exemplo dado anteriormente.

DA CONTABILIDADE DE CUSTOS À CONTABILIDADE GERENCIAL Segundo KAPLAN (1998), as


mudanças nos negócios ocorridas desde meados da década de 70 do século passado,
desencadeadas pelo acirramento da competição global pelas inovações tecnológicas provocam
mudanças quanto à gestão das empresas. Este novo ambiente demanda informações mais oportunas
relacionadas a custos e desempenho das atividades, processos, produtos, serviços e clientes.

Conforme CORBETT (1997), a partir da segunda metade do século passado para cá: [...] nossa
sociedade e nossas empresas mudaram muito, e o ambiente continua mudando cada vez mais. A
competição está cada vez mais acirrada, exigindo que as empresas se adaptem rapidamente. Elas
precisam tornar a mudança uma norma. Esse ponto é muito reforçado pelos movimentos de
qualidade, é o que chamam de “melhoramento contínuo.”

(CORBETT, 1997, p.19) CORBETT (1997) diz ainda que os sistemas de custeio empregados hoje em
dia, na sua maioria estão sendo utilizados para projetar produtos e serviços que correspondam às
expectativas dos clientes e possam ser produzidos e oferecidos com uma confortável margem de
lucro, sinalizando onde é necessário realizar aprimoramentos contínuos ou descontínuos em
qualidade, eficiência e rapidez; auxiliando os funcionários ligados à produção nas atividades de
aprendizado e aprimoramento; orientando o mix de produtos e decidir sobre investimentos;
escolhendo fornecedores; negociando características dos produtos, bem como qualidade, entrega e
serviço voltado para os clientes e estruturar processos eficientes e eficazes de distribuição e serviços
para os mercados visados.

A explosão em tecnologia está mudando a base de competitividade por todo o mundo. Para poder
competir, as empresas têm de oferecer produtos sofisticados a um baixo preço, enquanto mantém
alta qualidade e excelente serviço ao consumidor (pequenos lead times). [...] Um papel
particularmente importante, mas não muito bem entendido, é o do sistema de contabilidade de
custos. Hoje, a informação não está sendo providenciada de uma forma que possa ajudar a

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

administração a identificar, priorizar e resolver problemas. Administradores de produção estão sendo


orientados a tomar importantes decisões apesar das informações disponíveis da contabilidade de
custos, e não porque ela é relevante. (BERLINER & BRIMSON. 1998. p. 9)

2.1 Métodos de Custeio Tradicionais Segundo MARTINS (2000) “a necessidade de registrar as


informações das transações comerciais existe desde que as pessoas utilizam-se do sistema de
trocas.” Os registros contábeis são registrados há milhares de anos, e remontam às civilizações
antigas. As transações eram feitas no mercado e indicadores de sucesso eram facilmente
conseguidos. O empresário deveria ganhar mais dinheiro com as vendas do que com os valores que
pagava aos fornecedores. Até a Revolução Industrial (século XVIII) quase só existia a Contabilidade
Financeira (ou Geral), que, desenvolvida na Era Mercantilista, estava bem estruturada para servir as
empresas comerciais. Para a apuração do resultado de cada período, bem como para o levantamento
do seu balanço final, o controle de custos, consistia apenas, em fazer um levantamento dos estoques
do início do período, adicionar as compras efetuadas no mesmo período e deduzir deste total as
mercadorias que ainda restavam por vender. Com o advento das indústrias, surge a necessidade de
uma apuração mais detalhada do balanço e da demonstração do resultado, só que para essa
apuração detalhada, o contador não dispunha facilmente de dados para atribuir valor aos estoques,
surge assim a partir da Contabilidade Financeira a Contabilidade de Custos Industrial, onde os
contadores tentavam utilizar os mesmos critérios aplicados nas empresas industriais, agora nas
empresas comerciais e de serviços. (MARTINS. 2000. p.19).

A contabilidade de custos foi se desenvolvendo para acompanhar o desenvolvimento das indústrias


e do mercado. Para ajudar os empresários a obter e tomar decisões importantes sobre quanto e o
que produzir foi preciso a criação de metodologias que ajudavam a obter essas informações
Entretanto, o cenário em que a contabilidade de custos se desenvolveu era um cenário em que boa
parte dos custos de produção e mão de obra era variável e facilmente alocada aos produtos.
Surgiram técnicas para alocar esses custos e determinar os preços e a rentabilidade de cada produto.
Assim surgiram os diversos sistemas de custeamento, os quais serão tratados aqui. No entanto,
CORBETT (1997), diz que [...] esses sistemas de custeio tradicionais, já há algum tempo deixaram de
ter relevância por não atender adequadamente às necessidades informativas dos empresários e
gestores. Dentre as deficiências desses métodos destacam-se as distorções no custeio dos produtos,
provocadas por rateios arbitrários de custos, utilização de reduzido número de base de rateio, não
mensuração dos custos da não-qualidade, provocadas por falhas internas e externas, não
segregação dos custos das atividades que não agregam valor e a não consideração das medidas de
desempenho de natureza não financeira. (CORBETT. 1997. p. )

2.1.1 Custeio por Absorção Segundo IUDÍCIBUS (1995) quando, ao custear-se os produtos
fabricados pela empresa, são atribuídos a esses produtos, além dos seus custos variáveis, também
os custos fixos, diz-se que se está usando a modalidade de custeio por absorção. CORBETT (1997)
entretanto, diz que [...] esta atribuição de custos fixos, entretanto, implica, naturalmente, a utilização
de rateios. E nisso reside a principal falha do custeio por absorção como instrumento de controle. Por
mais objetivos que pretendam ser os critérios de rateio, eles sempre apresentarão um forte
componente arbitrário, que distorce os resultados apurados por produto e dificulta (quando não
impede) as decisões da gerência com relação a assuntos de vital importância para a empresa, como,
por exemplo, a determinação de preços de venda ou a descontinuação da fabricação de produtos
deficitários.

(CORBETT. 1997 p. 34) Para fins fiscais (Imposto de Renda), é obrigatória a utilização do custeio por
absorção. O sistema de custeio por absorção é utilizado para avaliar os estoques das organizações e
ajudar na fixação dos preços dos produtos e serviços, porém para a tomada de decisões de cunho
gerencial, é preciso informações complementares O custeio por absorção pode ser tratado de duas
maneiras no momento da alocação dos custos indiretos aos produtos, que são o custeamento integral
e o custeamento ideal. a) No custeio por absorção integral, todos os custos, diretos e indiretos, são
apropriados à produção. Os diretos são aqueles que podem ser perfeitamente identificados com cada
produto, ou custos variáveis. Os indiretos não podem ser identificados em cada unidade de produto
sendo apropriados através de critérios de rateio, ou de custos fixos. b) No custeio por absorção ideal
são excluídos do custo os desperdícios, como ociosidade, re-trabalho, refugos e ineficiências no
processo produtivo.

(SEBRAESP. 1999-2004) Segundo ainda BEBER (2004), o Custeio por absorção ideal considera
que todos os custos fixos e variáveis devem ser alocados aos produtos, exceto aqueles relacionados

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

às perdas. Neste princípio, parte-se do pressuposto que o custo do produto é independente do


volume produzido, não tendo, portanto, responsabilidade sobre as perdas ocorridas no período da
avaliação. Os custos incorridos que não são contemplados neste princípio são mensurados em forma
de perdas, sejam elas decorrentes de ociosidade, ineficiência, re-trabalho ou unidade refugada.

(BEBER. 2004. p. 02) 2.1.2 RKW (Reischskuratorium fur Wirtschaftlichtkeit) Segundo MARTINS
(2003), o sistema RKW é uma metodologia de custeio nascida na Alemanha que consiste em alocar
através do rateio os custos de produção e também todas as despesas da empresa, incluindo as
despesas financeiras, nos produtos.

Ocorre que essa metodologia pode até ser usada numa economia de decisão totalmente
centralizada, ou em situação de monopólio ou oligopólio, dificilmente consegue ter sucesso numa
economia de mercado, mesmo que parcialmente controlada pelo governo. Afinal de contas, dentro do
que se conhece numa economia de mercado (mesmo com restrições), os preços são muitos mais em
decorrência dos mecanismos e forças da oferta e da procura.

O mercado é o grande responsável pela fixação dos preços, e não os custos de obtenção dos
produtos. É muito mais provável que uma empresa analise seus custos e suas despesas para
verificar se é viável trabalhar com um produto, cujo preço o mercado influencia marcantemente ou
mesmo fixa, do que ela determinar o preço em função daqueles custos ou despesas. (MARTINS.
2003. p. 220) Com esse rateio das despesas operacionais, chega-se ao custo de produzir e vender,
que resultará no gasto completo de todo processo empresarial de obtenção de receita.

A esse “custo calculado” é adicionado o lucro desejado e se obtém o preço de venda final.

2.1.3 Sistema GPK (Grenzplankostenrechnung) Conforme KAPLAN (1998), os sistemas de custeio


tradicionais, como o GPK, utilizam critérios de rateio baseado no volume de fabricação para alocar
custos indiretos aos produtos. Os critérios geralmente empregados relacionam-se com o volume de
mão-de-obra direta; volume de matéria-prima, quantidade de horas-máquina e volume de fabricação.
Ainda segundo KAPLAN (1998), o critério é definido pela relevância, ou seja, aquele que representa a
maior participação. Como exemplo, quando a mão-de-obra direta predomina sobre os demais itens
de custo, a taxa do custo horário da MOD (Mão de Obra Direta) para fabricar o produto é utilizada
como critério para apropriar o custo indireto aos produtos. Pode-se optar também, por uma
combinação ponderada de critérios de modo a conseguir maior certeza na determinação do custo
individual. O sistema GPK de Kilger-Plaut incorpora dois princípios básicos. Primeiro, os centros de
responsabilidade são o ponto focal do planejamento e controle de custos e cálculo de custo do
produto. Esse foco permite aos gerentes monitorar e controlar a eficiência dos centros de
responsabilidades, ou centros de custos. Para conferir a maior visibilidade possível à produtividade e
ao controle de custos, as empresas alemãs definem muitos centros de custos distintos para evitar o
comportamento de custo heterogêneo médio, ou seja, equipamentos semelhantes mas com
produtividade e características operacionais diferentes, dentro de um mesmo centro de custo.
Consequentemente, as empresas alemãs normalmente possuem muito mais centros de custos do
que as empresas de outros países.(KAPLAN. 1998. p. 41) KAPLAN (1998) diz ainda que “o segundo
principio fundamental do sistema GPK é estabelecer uma nítida distinção entre custos fixos e
variáveis em cada centro de custo.”

Estabelece-se a distinção entre custos fixos e variáveis mesmo quando o percentual de custos
variáveis nos centros de custos indiretos é pequeno e tende a cair. [...] Esses dois princípios são
incorporados ao sistema de planejamento e controle de custos das empresas. Todo ano, os gerentes
financeiros planejam as despesas de cada centro de custo, em seguida, definem orçamentos
mensais para cada componente do custos em cada centro. Os custos orçados são definidos em
níveis padrão, com base nas estimativas de consumo eficiente do recurso, conforme definido pelos
engenheiros industriais.

(KAPLAN. 1998. p.41 - 42) Entretanto, na medida em que os custos indiretos aumentam, esses
critérios passam a distorcer o valor do custo do produto, principalmente nas empresas mais
complexas. Isso porque os custos indiretos não estão, necessariamente, relacionados às horas de
Mão de Obra Direta, horas máquinas, Matéria Prima e a quantidade fabricada. KAPLAN (1998)

2.1.4 Custeio Variável Segundo LEONE (1997), o método do custeio direto ou variável consiste em
imputar ao produto final ou à produção os custos variáveis e diretos (matéria prima, embalagem, mão

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

de obra direta, energia, etc.), levando os custos fixos e indiretos, como depreciação, seguros, custos
indiretos de produção e tantos outros, como despesas de administração, direto à conta de apuração
do resultado do exercício. No Brasil esse método de custeio foi muito discutido até entrar em vigor a
Lei federal n.º 6.404/76 (Lei das Sociedades por ações). Por outro lado, o imposto de renda faz
restrições à utilização desse método, por entender que reduz inicialmente a carga tributária com sua
implantação, levando diretamente ao resultado do exercício os custos indiretos de produção e
reduzindo o valor dos estoques de produtos acabados. (NASCIMENTO. 2001. p. 56) Conforme ainda
LEONE (1997), as vantagens do uso do custeio direto são muitas. Seu uso torna mais simples sua
operacionalização, pois dispensa a utilização de rateios dos custos aos produtos e identifica os
produtos com maior e menor margem de contribuição.

A margem de contribuição é um aspecto importante na determinação do produto mais lucrativo ou do


mix de produtos mais rentável para a empresa, visto que ele leva em conta apenas os custos
variáveis alocados aos produtos. O uso da margem de contribuição com a existência de limitações na
capacidade produtiva é de especial interesse para esse estudo em questão, pois considera mais
rentável o produto com maior margem de contribuição por fator limitante da capacidade. Uma
empresa que produz uma linha de três produtos (X, Y e Z), sendo o produto X de maior margem de
contribuição logicamente escolherá o produto X para dar ênfase à sua produção, obtendo assim uma
maior rentabilidade nas vendas. No entanto a linha de produção tem uma capacidade limitada de
horas em relação à demanda do mercado, com as quais não será possível a produção da quantidade
demandada do produto X. Assim, a decisão sobre qual produto deverá sofrer corte de produção (Y ou
Z) envolve o estudo da margem de contribuição por fator limitante de capacidade, ou seja, pelo fator
limitante qual produto oferece a menor margem de contribuição unitária.

Tendo em vista então o conceito de margem de contribuição por fator limitante de capacidade, a
análise do produto mais rentável exigirá o estudo do produto que obtiver a maior margem de
contribuição pelo fator de limitação de capacidade. 2.2 Críticas à contabilidade gerencial Segundo
CORBETT (1997), nos últimos anos a contabilidade gerencial vem sofrendo severas críticas. O atual
sistema de contabilidade gerencial, a contabilidade de custos, não vem sendo capaz de atender às
necessidades das empresas em determinar a real participação dos custos nos produtos. Ainda
segundo CORBETT (1997), a contabilidade gerencial tem como um de seus mais importantes
objetivos fornecer informações para os gerentes tomarem decisões.

Ela é o sistema de informação que deve ser usado pelos gerentes de uma organização para indicar
se suas decisões estão levando a organização na direção ao seu objetivo, ela deve ser capaz de
informar os gerentes e administradores para estes serem capazes de tornar a organização lucrativa.
Qualquer organização precisa de um sistema de informação que oriente os gerentes a irem na
direção da meta que possui. Eles precisam saber em que direção devem concentrar seus esforços,
para levarem a organização a se aproximar cada vez mais de sua meta. (CORBETT. 1997. p. 22)
Para CORBETT (1997), antes de poder analisar o sistema de informação gerencial, é preciso definir
qual o objetivo da organização. É preciso determinar claramente com que tipo de organização esta se
lidando, pois é certo que organizações com objetivos diferenciados não devem usar o mesmo sistema
de contabilidade gerencial. Se o objetivo da organização que está sendo analisada é ganhar dinheiro
hoje e no futuro, a contabilidade gerencial precisa informar qual o impacto de uma decisão na
rentabilidade da empresa.

A contabilidade gerencial deve fazer a ligação entre as decisões dos gerentes e a lucratividade da
empresa. Só se pode dizer que uma decisão é boa se esta irá de fato aumentar a rentabilidade da
empresa, pois qualquer outra situação não estara levando o sistema na direção do seu objetivo.
CORBETT (1997). O objetivo da organização em ganhar dinheiro é medido pelas variáveis Lucro
Líquido (LL) e Retorno Sobre o Investimento (RSI). Portanto, a contabilidade gerencial deve informar
qual o impacto de uma decisão/ação nessas variáveis. A contabilidade de custos tradicional é o
sistema de contabilidade gerencial mais usado. Esse sistema usa o custo dos produtos, as medidas
de eficiência local, análises de variância, etc. para fazer a ligação entre uma decisão e a lucratividade
da empresa. O que acontece então com a contabilidade de custos é que ela procura somar o tempo
que os produtos consomem de todos os recursos, como se todos os recursos tivessem a mesma
importância. No entanto, o tempo de alguns recursos não é muito valioso para a empresa, enquanto o
tempo da restrição é extremamente valioso. Essa é a razão da contabilidade de custos não conseguir
fazer a ligação entre as decisões gerenciais e a lucratividade da empresa. (NORREN. 1996. p. 141)
“A percepção da contabilidade de custos faz com que ela incentive a busca por altas eficiências em
todos os recursos, otmizando os recursos locais” CORBETT. (1997). Como ela pressupõe que todos

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

os recursos são igualmente importantes, ela cria as medidas de eficiência locais. É preciso se
certificar de que todos os recursos estão trabalhando na sua carga máxima. Segundo KAPLAN
(1998), a contabilidade de custos também pressupõe que podemos medir o impacto de uma decisão
local no lucro final da empresa olhando principalmente no custo que essa decisão incorre. Ele diz
que: [...] O conceito de custo está baseado no pressuposto de que 'podemos medir o impacto de uma
área local (ou decisão local) no lucro final, medindo quanto dinheiro essa área (ou decisão) absorve
ou libera.' Esse pressuposto só é válido se aceitarmos que a importância de todas as coisas numa
organização está diretamente relacionada com a despesa operacional gasta nelas. O dia a dia nos
ensina o oposto. Pegue por exemplo um caso onde ficamos sem uma matéria-prima.

O dano ao sistema pode ser completamente desproporcional ao custo desse material. Ou compare a
influência no resultado final de uma parada numa máquina gargalo com uma parada similar numa
máquina não-restritiva... O mero fato de que aceitamos intuitivamente a existência de restrições e
não-restrições numa organização indica que reconhecemos a falta de validade do pressuposto básico
do conceito de custos. (GOLDRATT. Journal. V. 1. P.19) CORBETT (1997) diz que, mesmo com o
desenvolvimento das novas tecnologias e, consequentemente, a diminuição da participação da mão
de obra direta no processo de produção, muitas organizações continuam usando o método de rateio
baseado nessas horas de mão de obra. Grande parte das decisões são então tomadas com base
nessas informações distorcidas e errôneas e muitos gerentes ainda utilizam desse método como a
principal forma de alocar os custos aos produtos.

CORBETT (1997) ainda diz que essas medidas deixaram de se tornar importantes na tomada de
decisões das empresas e podem constituir risco para os gerentes, tornando os resultados da
contabilidade gerencial muito aquém do esperado. Ao longo dos anos, o comportamento e a
constituição dos custos das empresas mudaram significativamente. Hoje em dia a participação da
mão de obra direta nos custos totais vem diminuindo; em muitos casos não passa de 10%. Mesmo
diante desse fato a grande maioria das empresas continua usando-a como única base de alocação,
isto é, continua usando a mão de obra direta como base para ratear os custos indiretos de fabricação.
(CORBETT. 1997. p. 33) 2.3 Métodos de custeio modernos Segundo IUDÍCIBUS (1995), a partir de
meados dos anos 80, com a crescente automação das empresas e com a busca de padrões
internacionais de qualidade, e, como consequência, devido à adoção de técnicas como Just in Time
(JIT) e outras que visam diminuir o nível de estoques a um mínimo, eliminar atividades que não
adicionam valor aos produtos, diversificar a produção de forma a atender ao cliente, novas
modalidades de alongar produtos e operações, bem como novas formas de trabalho em equipe, tem-
se desenvolvido novas formas de custeio que adicionam ou contrapõem as tradicionais metodologias
de custeio anteriormente utilizadas.

Ainda conforme IUDÍCIBUS (1995), novas metodologias vêm sendo estudadas e outros modos de
alocação de custos aos produtos surgiram para tentar minimizar as consequências trazidas pelas
técnicas de rateio baseadas nos custos variáveis, especificamente a mão de obra direta, para a
alocação dos custos fixos aos produtos e assim chegar-se a um preço de venda. Segundo MARTINS
(2003): A contabilidade de custos se originou da contabilidade financeira na medida em que crescia a
necessidade de se avaliar os estoques das indústrias. Seus princípios derivam dessa finalidade
(avaliação dos estoques) e, por isso, nem sempre conseguiu atender completamente as duas outras
mais recentes finalidades e provavelmente as mais importantes, que é o controle e a decisão.
(MARTINS. 2003. p. 23) No entanto MARTINS (2003) diz ainda que, com o advento dessa nova
forma de usar a contabilidade de custos (controle e decisão) teve o seu maior aproveitamento em
outros campos que não o campo industrial, tais como instituições financeiras, empresas comerciais,
prestadoras de serviços e outras, onde seu uso para efeito de balanço era quase irrelevante.

Assim passou-se a explorar seu potencial mais importante, o controle para a tomada de decisões. O
uso de certas metodologias como o Activity Based-costing (ABC) vem contribuindo para o uso da
contabilidade de custos nessas empresas não industriais. 2.3.1 Life Cycle Costing (Custeamento por
Ciclo de Vida) Segundo IUDÌCIBUS (1995), na contabilidade tradicional o ciclo de vida de um produto
ou bem ativo inclui pesquisa e desenvolvimento, planejamento, desenho e fabricação. Dessas fases,
todos os custos incorridos em planejamento, desenho, fabricação e desenvolvimento são incluídos no
custo do produto. Ainda conforme IUDÌCIBUS (1995), o Custeamento por Ciclo de Vida enxerga o
ciclo de vida de um produto de forma mais detalhista, definindo que, cerca de 95% dos custos já são
conhecidos até a etapa do desenho, ou seja, a metodologia do Life Cycle Costing encara que o
conhecimento dos custos do produto antes de sua fabricação, é mais fácil e maleável o manejamento
dos custos quando se os conhece antes do início da produção. O Life-Cycle Costing (Custeamento

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

por ciclo de vida) deriva das novas formas de encarar o ciclo de vida de um produto e do time que vai
tratar dele desde as etapas mais embrionárias de seu design. Principalmente em empresas já com
alta automação, grande parte dos custos de manufatura está comprometida bem no início do ciclo de
vida do produto. Quando o produto é lançado na produção, torna-se muito mais difícil obter reduções
de custos significativas. De fato, a maior parte dos custos se torna compromissada muito antes da
ocorrência das saídas de caixa mais vultuosas. (IUDÍCIBUS. 1995. p. 306) No sistema tradicional os
custos iniciam-se somente na fase de produção, o que dificulta e torna difícil obter reduções de
custos significativas. 2.3.2 Custo Meta (Target Costing) Segundo SAKURAI (1997), o custeamento-
alvo, ou custo meta, é um processo estratégico de gerenciamento de custos para reduzir os custos
totais nos estágios de planejamento e de desenho do produto. Atinge-se esta meta concentrando os
esforços integrados de todos os departamentos de uma empresa, tais como marketing, engenharia,
produção e contabilidade.

Conforme ainda SAKURAI (1997), é um processo de redução de custos que é aplicado nos estágios
iniciais da produção, resultando em um incentivo à inovação, pois descortina novas possibilidades de
redução dos custos desde o estágio embrionário da produção. [...] constitui-se numa forma filosófica
moderna de encarar o custo, ou seja, contrariamente à visão tradicional de se obter um produto,
quase a qualquer custo (sem muita preocupação em minimiza-lo), sobre cujo custo se colocava uma
margem de lucro, hoje e, na verdade, sempre, naquelas economias competitivas, quem determina o
preço é o mercado. Sobre esse preço de venda possível, calcula-se uma margem desejada de lucro e
o que sobrar é o custo máximo que a empresa deverá perseguir, eliminando desperdícios e
atividades que não adicionam valor. É o custeamento-alvo, aquele custo que a empresa de forma
nenhuma, poderá superar, se quiser permanecer competitiva ou, em última análise, se não quiser sair
do mercado. (IUDÍCIBUS. 1995. p. 306) CARASTAN (1999) afirma que o custo meta não tem suas
bases fixadas na contabilidade de custos, e nem é de caráter científico, pois parte de estimativas
realizadas pelo departamento de engenharia de produção e este considera as restrições do mercado,
sendo estabelecido com base no preço de mercado e na rentabilidade desejada pela empresa.

A engenharia de valor calcula um custo denominado “custo flutuante” com base nas estimativas de
valorização do produto projetado e este é objetivo de redução com base nas diversas alternativas
possíveis de fabricação ou de utilização de outros materiais, entre outros, que busquem reduzir o
“custo flutuante” até o custo meta. 2.3.3 Custo Padrão Segundo FERREIRA (2000), custo padrão é o
custo unitário do produto pré-determinado, obtido a partir de estudos pormenorizados da utilização
dos materiais, da mão de obra e equipamentos que são imputados às unidades físicas produzidas.
Ainda segundo FERREIRA (2000), para se determinar o custo padrão, é preciso ter conhecimento
profundo do produto, do processo de produção, do equipamento utilizado para a produção, da mão
de obra utilizada, da utilização das instalações, da escala, do custo de utilização de cada recurso, e
demais custos indiretos.

A mais eficaz forma de se planejar e controlar custos é a partir da institucionalização do custo padrão,
que tanto pode ser usado com o custeio por absorção como com o variável. (MARTINS. 2003. p. 315)
Segundo KOHLER, citado por LEONE (1997), Custo Padrão é uma previsão ou pré-deteminação do
que os custos reais devem ser dentro de condições projetadas, servindo como uma base para o
controle de custos e como uma medida de eficiência de produção. Assim há de se concordar em
abordar o custo padrão como uma medida de eficiência, pois quando colocado em comparação aos
custos reais, ele fornece oportunidade de controle e avaliação de desempenho no sentido de buscar
o custo esperado, através da análise das variações identificadas. Dessa forma o Custo Padrão só
fornece informações adequadas se utilizado com outro sistema de custos. MARTINS (2003) diz
então, que o “grande objetivo, portanto, do custo padrão, é o de fixar uma base de comparação entre
o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido.

E isso nos leva à conclusão de que custo-padrão não é uma forma, método ou critério de
contabilização de custos, mas sim uma técnica auxiliar. Não é uma alternativa, mas sim um
coadjuvante. A instalação do custo-padrão não significa a eliminação de custos a Valores Reais
Incorridos; pelo contrário, só se torna eficaz na medida em que exista um custo real, para se extrair,
da comparação de ambos, as divergências existentes”. 2.3.4 Custeio Baseado em Atividades (ABC)
Segundo a ASSOCIASSÃO ECR BRASIL (2006), o Custeio Baseado em Atividades consiste na
identificação, análise e alocação de custos aos processos da empresa, visando melhor gerenciar a
lucratividade. A metodologia ABC trata de definir e custear as atividades desenvolvidas pela empresa
e entender como estas são demandadas pelos produtos ou serviços. Desta maneira reduzem-se
sensivelmente as distorções do sistema tradicional de custeio. O sistema tradicional de custeio aloca

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aos produtos ou serviços os custos dos insumos diretamente utilizados neles. Os demais custos são
repartidos arbitrariamente, seguindo algum critério preestabelecido, muitas vezes gerando
significativas distorções. (ASSOCIAÇÃO ECR BRASIL. 2006)

Segundo NASCIMENTO (2001), o sistema de Custeio Baseado em Atividades, é uma nova


ferramenta empresarial que tem como objetivos principais medir e melhorar as atividades que
compõem os processos de negócios e calcular com precisão os custos dos produtos. Uma empresa,
representada por uma sucessão de processos de negócios, que utiliza o sistema de custeio baseado
em atividades, consegue identificar quais os recursos e as atividades consumidas por cada produto
da empresa, conseguindo alocar de forma coerente os custos indiretos consumidos por cada produto.

2.3.5 A Teoria das Restrições Segundo MARTINS (2003), a Teoria das Restrições vem sendo
bastante divulgada desde meados da década de 80. Ela trata da identificação de restrições dos
sistemas produtivos com o objetivo de otimizar a produção nesses pontos e, assim, maximizar o lucro
da empresa. Ainda segundo MARTINS (2003), a Teoria das Restrições se apóia em cinco
pressupostos muito importantes que identificam a metodologia de parte do processo de raciocínio da
teoria, que são: a) todo sistema possui pelo menos um fator limitante de capacidade, ou uma
restrição; b) o conhecimento da margem de contribuição por fator limitante da capacidade (como vista
anteriormente) é mais importante que o conhecimento da margem de contribuição unitária de cada
produto; c) a mão de obra direta é fixa, assim como todos os demais custos indiretos; d) a capacidade
ociosa é desejável nos recursos que não representam uma restrição e e) é desejável o
balanceamento de fluxo e não de capacidade instalada. (MARTINS. 2003. p. 193) Desse modo a
Teoria das Restrições surge como uma contraposição à antiga contabilidade de custos na medida em
que foca suas metas e objetivos no lucro total da empresa.

2.3.6 Custeio Baseado em Atividades versus Teoria das Restrições. Segundo KAPLAN (1995), o
Custeio Baseado em Atividades usa a análise das atividades e o custo do produto para verificar se a
ação a ser tomada aumenta ou não a rentabilidade da empresa. Já a contabilidade de ganhos, ou a
Teoria das Restrições usa a relação entre as suas três medidas (ganho, investimento e despesa
operacional) para responder à mesma pergunta. CORBETT (1997) diz ainda que o Custeio Baseado
em Atividades e a Teoria das Restrições diferem fundamentalmente quando o Custeio Baseado em
Atividades afirma que altas taxas de eficiências locais levam à uma alta taxa de eficiência no sistema
inteiro. A Teoria das Restrições afirma justamente o oposto, que a soma dos ótimos locais não é igual
ao ótimo global. Em outras palavras, o Custeio Baseado em Atividades está baseado no pressuposto
de que a maximização do uso de todos os recursos irá levar a um aumento da lucratividade,
consequentemente ele requer que uma empresa colete dados sobre todos os seus recursos e
atividades para se assegurar que cada um está sendo usado com a máxima eficiência. Uma grande
diferença entre a Teoria das Restrições (contabilidade de ganhos) e as metodologias de custeio é o
que cada metodologia define como produtividade. Para a TOC algo é produtivo apenas quando ajuda
o sistema a ir em direção a sua meta, e como a meta de uma empresa é ganhar dinheiro, um
aumento na produtividade só existe quando se aumenta a lucratividade da empresa. O Mundo do
custo busca eficiências localizadas, o que acaba gerando afirmações do tipo: “em uma determinada
área aumentamos a produtividade em X%”.

A TOC preocupa-se com o todo, preocupa-se em alinhar as decisões locais com a meta global do
sistema. (CORBETT. 1997. p. 125) De acordo ainda com CORBETT (1997), os direcionadores de
custos do sistema Custeio Baseado em Atividades são medidas de eficiência local que induzem os
gerentes a otimizar o uso de cada atividade, na busca pela otimização global. Usando o Custeio
Baseado em Atividades os gerentes tentam maximizar a eficiência de todas as atividades. O conceito
de custo do produto resulta dessa busca por altas eficiências locais. O que os defensores do ABC
podem afirmar é que aumentando a eficiência de uma atividade estamos criando oportunidades
futuras para: 1) Reduzir custo eliminando a capacidade em excesso criada pelo aumento da eficiência
e, 2) aumentar o ganho usando essa capacidade em excesso para vender mais produtos/serviços.

A questão é que podemos estar criando essas oportunidades, mas isso não assegura que haverá um
aprimoramento do desempenho do sistema. Além disso, algumas vezes, quando aumentamos
eficiências locais podemos estar diminuindo a lucratividade. Portanto, deveríamos apenas fazer
aprimoramentos se soubermos que iremos aumentar o desempenho global. Se isso não fosse
verdade, qualquer coisa poderia ser aprimorada localmente por causa de melhorias potencias de
longo prazo e isso também iria dispensar os esforços dos gerentes, já que podemos melhorar
eficiências locais em todo lugar. (NORREN. 1996. p. 141) Ainda segundo CORBETT (1997), as

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despesas de uma empresa não variam de acordo com os direcionadores de custos. Isso é devido ao
fenômeno de que um sistema tem muito poucas restrições e, por isso, a maioria dos recursos do
sistema tem capacidade disponível para absorver aumentos de volume e/ou mudanças de mix. Os
custos de uma atividade devem aumentar apenas quando não tiver mais capacidade em excesso,
isto é, apenas quando aquela atividade for uma restrição do sistema. (CORBETT. 1997. p. 46) Não
parece razoável dizer que todos os custos da empresa vão aumentar se aumentar-se o volume de
produção ou mudar-se o mix de produtos, mas é justamente isso que a contabilidade de custos
pressupõe. A contabilidade de custos encara a máxima de que em um sistema todas as variáveis são
igualmente importantes no sistema, ou seja, que todos os recursos são uma restrição. Esse
pressuposto vai contra a noção de sistema. A contabilidade gerencial não esta sendo capaz de prover
as informações necessárias para se tomar decisões corretas.

Há grandes discussões sobre quais as funções que um sistema de contabilidade gerencial deveria ter
e, consequentemente, sobre quais as informações necessárias para se tomar decisões. (CORBETT.
1997. p. 97) 3 CUSTEIO BASEADO EM ATIVIDADES (ABC) Segundo SILVESTRE (2002), existe um
consenso de que a contabilidade de custos tradicional está obsoleta. Mas não existe consenso
quanto ao que usar para substituí-la. Muitos advogam a utilização de metodologias de custeio mais
elaboradas. Conforme CORBETT (1997), o rateio foi inicialmente criado para facilitar a tomada de
decisão, para torná-la mais ágil e para melhorar a qualidade da informação prestada. Na época de
sua criação quase todos os custos da empresa variavam de acordo com o volume de produção,
assim ele fornecia informações relevantes, entretanto ainda não era correto, mas sua aproximação
era suficientemente boa. Porém, de acordo com CORBETT (1997), a composição dos custos mudou
significativamente, com o aumento da quantidade de máquinas e com o advento de novas
tecnologias, grande parte dos custos não varia mais de acordo com o volume de produção e/ou
mudanças de mix, não só isso, como esses custos não variam de acordo com nenhum outro
direcionador.

Por isso, o rateio deixou de ser uma ferramenta eficaz na determinação da participação dos custos
nos produtos. Segundo ainda CORBETT (1997), a causa da obsolescência da contabilidade de
custos tradicional não foi o fato de se usar apenas a mão-de-obra direta como base para o rateio,
mas sim o fato de se ratear os custos aos produtos. Sabe-se que os custos indiretos, principalmente
os custos fixos, vêm assumindo papel preponderante na composição dos custos dos produtos, em
razão principalmente da automação do setor produtivo, reduzindo drasticamente a participação da
mão de obra tanto direta quanto indireta. (SILVESTRE. 2002. p. 59) Conforme CORBETT (1997),
hoje em dia os responsáveis pela contabilidade gerencial criam procedimentos complexos que
exigem uma grande quantidade de dados, que demoram para serem transformados em informações
e que poucas pessoas conseguem dominar. Na maioria das vezes não conseguem fornecer
informações relevantes para a tomada de decisão. Desse modo, esqueceu-se qual é o objetivo da
contabilidade gerencial, esses gerentes agem como se o objetivo fosse ratear os custos aos
produtos. Ainda conforme CORBETT (1997): O erro da contabilidade de custos então é pressupor
que altas eficiências locais levam ao ótimo global, isto é, maximizar o desempenho individual de
todos os recursos de um sistema é maximizar o seu desempenho global.

Por causa desse pressuposto usa-se o rateio e os direcionadores de custos para alocar os custos aos
produtos. Se todos os recursos de um sistema estiverem com altas eficiências locais então o sistema
estará tendo um bom desempenho. (CORBETT. 1997. p.113) O Custeio Baseado em Atividades, que
é considerado pela maioria das pessoas como o melhor substituto para a contabilidade de custos
tradicional, continua baseado nesse mesmo pressuposto. "Num sistema de custeio baseado em
atividade, o custo do produto é a soma dos custos de todas as atividades requeridas para produzir e
entregar o produto." (KAPLAN. 1998) Logo, não pode resolver o problema da falta de consistência da
informação fornecida. O foco do Custeio Baseado em Atividades não é mais alocar custos, mas, em
primeiro lugar, identificar as razões que justificam o dinheiro gasto pela organização. Ao organizar um
sistema de custos de Custeio Baseado em Atividades a organização identifica inicialmente as
atividade que estão sendo executadas por seus recursos indiretos e de apoio. (KAPLAN. 1998. p. )
Ainda segundo KAPLAN (1998), os direcionadores de custos do Custeio Baseado em Atividades são
medidas de eficiências locais, eles estimulam os administradores a otimizarem cada atividade,
dizendo que isso os levará há uma otimização do sistema. Na verdade, o Custeio Baseado em
Atividades tenta maximizar a eficiência de toda atividade, o que, como visto, não pode contribuir para
o bom desempenho do sistema.

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O Custeio Baseado em Atividades exige uma nova forma de pensar. Os sistemas de custeio
tradicionais respondem à seguinte pergunta: “Como a organização pode alocar custos para a geração
de relatórios financeiros e controle de custos departamentais”, enquanto a abordagem do ABC tende
a responder às seguintes diversidades de perguntas: a) Que atividades estão sendo executadas
pelos recursos organizacionais; b) quanto custa executar atividades organizacionais e processos de
negócios? c) porque a organização precisa executar atividades e processos de negócios? d) quanto
de cada atividade é necessário para os produtos, serviços e clientes da organização? (KAPLAN.
1998. p. 93) Segundo KAPLAN (1998), no mundo do custo, assim como no mundo do Custeio
Baseado em Atividades, as empresas precisam de sistemas de custeio eficientes para realizar três
funções principais: a) Avaliar estoques e medir o custo dos bens vendidos para a geração de
relatórios financeiros; b) Estimar as despesas operacionais, produtos, serviços e clientes; e c)
Oferecer feedback econômico sobre a eficiência do processo a gerentes e operadores. Ainda
segundo KAPLAN (1998), a primeira necessidade ocorre em função das necessidades de fatores
externos à empresa: investidores, credores, reguladores e autoridades tributárias. Os procedimentos
para a geração de relatórios financeiros externos são regidos por diversas regras e regulamentações
definidas por legisladores, órgãos governamentais, órgãos privados de definição de padrões e
sociedades contábeis públicas.

A segunda e terceira funções surgem das necessidades de compreensão e aperfeiçoamento, por


parte dos gerentes internos, dos aspectos econômicos inerentes às operações. “Os gerentes
precisam de informações precisas e adequadas sobre custos para decisões estratégicas e conseguir
aprimoramentos operacionais.” (KAPLAN. 1998). O sistema do Custeio Baseado em Atividades
associa despesas relativas a recursos com a variedade e complexidade dos produtos fabricados, e
não apenas com os volumes físicos produzidos. Nos sistemas de custeio tradicionais os custos
indiretos da fábrica são alocados aos centros de custos de produção. Muitos desses sistemas de
custeio tradicionais não conseguem alocar os custos indiretos aos centros de custo usando bases
arbitrárias, como horas de mão de obra indireta ou número de funcionários, para atribuir custos
indiretos aos centros de custo de produção.

A necessidade pelo ABC Segundo SILVESTRE (2002), o sistema de custeamento pelo Custeio
Baseado em Atividade surgiu diante da necessidade crescente de uma apuração de custos dos
produtos mais transparente e que evidenciasse o consumo dos insumos diretos e indiretos com a
finalidade de ter uma formação de preço compatível com os preços vigentes num ambiente de alta
competitividade. Os custos diretos, materiais diretos e mão de obra direta oferecem aplicação e
apuração mais clara, com mensuração e adaptação às necessidades dos produtos sem maiores
problemas. (SILVESTRE. 2002. p. 59) SILVESTRE (2002) ainda diz que, há de se concordar que os
custos indiretos apresentam sérios problemas para a sua alocação aos diferentes produtos em razão
de sua complexidade quanto aos critérios adotados para seu rateio ou alocação. Esses critérios
variam de organização para organização em razão da subjetividade no que tange a alocação desses
custos, por horas de mão de obra direta, por horas-máquinas, por quilowatt hora ou matéria prima
consumida. Cada um desses critérios levará a uma composição de custos totalmente diferente uma
da outra. Em razão da crescente automação dos setores produtivos, os custos fixos vêm se tornando
muito importantes na composição dos custos dos produtos, e a alocação desses custos se torna cada
vez mais importante. (SILVESTRE. 2002. p. 59)

Conforme ainda LEONE (1997), o sistema de custeio pelo método do Custeio Baseado em Atividades
surgiu então da necessidade da aplicação de outros métodos de alocação de custos fixos aos
produtos, contrapondo a subjetividade do uso do rateio de mão de obra, matéria prima, etc. O Custeio
Baseado em Atividades procura minimizar a utilização de rateio fazendo uma distribuição direta dos
custos dos produtos. Para tal, procura evidenciar as atividades exigidas pelos produtos nos diferentes
departamentos do setor produtivo e, em função do consumo dessas atividades, alocar os custos
diretamente aos produtos. O custeio baseado em atividades é uma contabilização dos custos
baseado na premissa de que os produtos requerem uma organização para realizar atividades e que
estas atividades requerem uma organização que incorre em custos. Em um sistema de custeamento
baseado em atividades, o sistema é designado para que qualquer custo que não possa ser atribuído
diretamente ao produto considere as atividades que se tornam necessárias e que o custo de cada
atividade então flua ao produto que torna a atividade necessária baseado sobre o respectivo
consumo da mesma. (HICKS. 1942. P. 33)

Segundo SILVESTRE (2002), a fonte de dados que o Custeio Baseado em Atividades usa para a
identificação das atividades exercidas para a elaboração de determinado produto é a engenharia de

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produção, que as identificará permitindo uma alocação dos custos indiretos envolvidos na produção e
seu consumo pelo produto. 3.2 Passos para estabelecer um sistema de custos (ABC) SILVESTRE
(2002) define sete passos primeiramente exigidos para se estabelecer um sistema de Custeamento
Baseado em Atividades. Ele define esses passos como na sequência a seguir: a) Definir os centros
de custos por meio da departamentalização; b) Identificar os elementos de custos dos
departamentos; c) Identificar em cada centro de custo as atividades exigidas d) Definir o
relacionamento entre as atividades e os custos e) Estabelecer os centros de atividades como modelo
de acumulação de atividades, ou seja, mesmas atividades exercidas por diferentes departamentos; f)
Determinar os direcionadores de custos que correlacionarão as atividades com os respectivos
produtos; g) Montar o modelo de estrutura de custos da organização e se fluxo de atividades.

A Teoria Das Restrições

A Teoria das Restrições – Teory of Constraints (TOC), segundo CORBETT (1997), surgiu no início na
década de 1970, quando o físico Israelense Eliyahu M. Goldratt se envolveu com problemas da
logística de produção. Essa teoria foi inicialmente fundamentada em programas de computação com
o objetivo de desenvolver e implementar um sistema de programação de produção com capacidade
finita, para resolver problemas de chão de fábrica. Este sistema ficou conhecido como OPT
(Optimized Production Technology) e sua aplicação tornou-se, para muitos, sinônimo de Teoria das
Restrições. Ficou constatado na prática, entretanto, que o simples uso de um software não garantia à
empresa um processo auto-sustentado de melhoria contínua.

Para tal, era necessário, antes de tudo, que fossem quebrados certos paradigmas que regem as
organizações, mudando a forma de agir e pensar das pessoas. Tornou-se evidente, portanto que era
realmente preciso desenvolver um método em que se permitisse criar, comunicar e implementar uma
boa solução para a produção (SOUZA. 1999) Conforme CORBETT (1997), Goldratt elaborou assim
um método de administração da produção totalmente novo, e constatou o fato de que os métodos da
administração da produção tradicionais não faziam muito sentido lógico. O método elaborado foi
muito bem sucedido, e outras empresas se interessaram em aprender a técnica. Goldratt escreveu
então o livro, "A Meta", escrito na forma de um romance que mostra a dificuldade de um gerente de
fábrica em administrar sua empresa. No desenrolar da história o gerente vai descobrindo os
princípios da teoria e a empresa recupera sua competitividade. (CORBETT. 1997. p. 37)

Ainda segundo CORBETT (1997), muitas empresas que implementavam a logística de produção da
Teoria das Restrições melhoravam tão significativamente a produção que problemas começavam a
aparecer em outras áreas da empresa. Goldratt elaborou soluções para outras áreas das empresas,
como logística de distribuição e gerenciamento de projetos. Porém era sabido que as empresas
precisavam de algo mais fundamental que apenas soluções prontas, pois toda vez que uma empresa
aplicava as soluções que ele havia criado ela dava um salto em competitividade, mas depois
estagnava. Segunda ainda CORBETT (1997), ele então decidiu ensinar às pessoas o raciocínio
lógico que usava para resolver os problemas.

Para ele, as empresas precisavam aprender a resolver seus próprios problemas para que pudessem
garantir o seu futuro, para que pudessem melhorar continuamente. Goldratt explicitou as ferramentas
de raciocínio lógico que usava intuitivamente e passou a ensiná-las. Ele criou um processo onde se
baseia grande parte da metodologia da Teoria das Restrições. Esses passos determinavam o
processo em que o raciocínio da linha de produção era aplicado, e consiste em cinco etapas:
Identificar a restrição, explorar essa restrição, subordinar toda a produção à restrição, elevar a
restrição do sistema e voltar ao passo inicial se, em algum ponto a restrição for quebrada. Uma das
grandes contribuições da TOC é o seu processo de otimização contínua (que é a base de todos os
aplicativos da TOC).

Esse processo de otimização contínua contém cinco etapas: a) 1. IDENTIFICAR a restrição do


sistema. b) 2. EXPLORAR a restrição do sistema. c) 3. SUBORDINAR tudo o mais à decisão acima.
d) 4. ELEVAR a restrição do sistema. e) 5. Se num passo anterior a restrição for quebrada, volte ao
passo 1. MAS não deixe que a INÉRCIA se torne a restrição do sistema. (CORBETT. 1997. p. 40)
CORBETT (1997) completa ainda dizendo que usando esse processo pode-se enfocar os esforços
nos poucos pontos de um sistema que determinam seu desempenho (nas suas restrições), e assim
pode-se melhorar significativamente seu desempenho no curto prazo. Pode-se dizer que todo sistema
tem uma restrição, caso contrário seu desempenho seria infinito (a lucratividade da empresa seria
infinita). Um ponto extremamente importante é o passo 5, onde diz para tomar-se cuidado com a

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inércia. A inércia é uma restrição do sistema muito importante, considerando que o desenvolvimento
da Teoria das Restrições almeja o aprimoramento contínuo, e foi para lidar com essa inércia que
Goldratt criou os Processos de Raciocínio da TOC.

A afirmação de que todo sistema tem pelo menos uma restrição é explicada pelo fato de que,
simplesmente, se não houvesse restrições ou limitações produtivas, o desempenho do sistema seria
infinito, ou seja, se uma empresa não possuísse restrições, seu lucro seria infinito. Foi a partir desse
raciocínio que criou-se o processo de otimização contínua descrito acima e constituído as cinco
etapas capazes de resolver os problemas de otimização da produção. 4.1 Identificar a restrição do
sistema Segundo CORBETT (1997), sempre haverá em um processo produtivo um recurso que
limitará seu fluxo máximo, assim como em uma corrente há sempre o elo mais fraco. Para poder
aumentar o desempenho do sistema é necessário então, antes de qualquer outra medida, identificar
esse fator limitante, ou seja, identificar o gargalo que restringe a produção. [...] - O que determina a
força da corrente? Perguntou-lhe. - O elo mais fraco, espertalhão. - Então, se você quiser aumentar a
força da corrente, qual deve ser o primeiro passo? - Descobrir o elo mais fraco. Identificar o gargalo!
Bob bateu em suas costas. – É isso aí! Que rapaz! E bateu mais uma vez em suas costas. Ralph
parecia um pouco curvo, mas estava radiante. Na verdade, todos estávamos. Depois disso, foi fácil.
Logo, o processo foi claramente delineado no quadro: PRIMEIRO PASSO. Identificar os gargalos do
sistema. [...] (GOLDRATT. 1996. p. 283)

CORBETT (1997) diz ainda que a Teoria das Restrições parte da definição de que há poucos fatores
limitantes em um processo produtivo. Fala-se então do princípio de Pareto, a regra 20-80, onde diz
que 20% das variáveis são responsáveis por 80% dos resultados finais. Principio também
reconhecido pela contabilidade de custos. CORBETT (1997), diz ainda que encontrar a restrição é
então o primeiro passo para se administrar esses recursos restritivos.

Em uma linha de produção, por exemplo, a restrição poderia ser uma máquina com capacidade
excedida de trabalho/hora. Talvez determinar a restrição de uma linha pequena não seja realmente
um problema. Um recurso restritivo certamente estará trabalhando a 100% da capacidade enquanto
os demais recursos estarão com sobra de capacidade. Então certamente o gargalo poderia ser
aquele recurso com montanhas de estoques a serem processados por ele. 4.2 Decidir como explorar
a restrição do sistema Depois que o recurso limitante da capacidade produtiva foi encontrado, o
próximo passo é então decidir como explorar essa capacidade restrita a ponto de não desperdiçar
recursos com os quais se dispõe. [...] - Até agora expedimos pedidos em uma base de quem gritava
mais alto, eu disse. De agora em diante, os pedidos atrasados devem ter prioridade sobre os outros.
Um pedido que está duas semanas atrasado tem prioridade sobre o pedido que está a uma semana
atrasado e assim por diante. - Já tentamos isso algumas vezes no passado, disse Stacey. - Sim, mas
desta vez a chave é nos certificarmos de que os gargalos estejam processando as encomendas
atrasadas de acordo com a mesma prioridade, eu disse. - Essa é a abordagem sensata para o
problema, Alex, disse Bob. Mas como fazer isso acontecer?. - Temos que descobrir qual material do
inventário, no roteiro dos gargalos, é necessário para os pedidos atrasados e qual vai simplesmente
acabar em um armazém. Portanto isso é o que precisamos fazer, eu disse. Ralph, quero que você
faça uma lista de todos os pedidos atrasados [...] (GOLDRATT. 1996. p. 157) CORBETT (1997) diz
que qualquer minuto perdido nesse recurso é um minuto perdido no sistema inteiro, ou seja, um
minuto a menos no nível de produção de todo o sistema. O que é preciso é garantir que haja uma
continuada produção por parte do recurso limitante. 4.3 Subordinar tudo o mais à decisão acima
Segundo CORBETT (1997), os demais recursos devem trabalhar na mesma velocidade das
restrições, e não mais rápido ou mais devagar.

Em um sistema produtivo, por exemplo, não pode-se deixar faltar recursos para a restrição trabalhar,
pois assim ela pararia e o desempenho do sistema como um todo estaria ameaçado. Por outro lado
os recursos não-restrição não devem trabalhar mais rápido do que a restrição, pois não estariam
aumentando o nível de produção, mas apenas aumentando o estoque de materiais que a restrição
deveria trabalhar, aumentando, portanto, os custos desse estoque e o inventário da fábrica. [...] - As
peças não chegaram à NCX-10, o que significa que os operadores não puderam processar o lote que
deveriam estar processando, disse Bob, como se estivesse recitando. - E a causa foi que as peças do
gargalo ficaram retidas por este não gargalo, que estava processando peças que não eram gargalo,
eu afirmei. Agora temos que nos perguntar por que isso aconteceu. [...] (GOLDRATT. 1996. p. 167)
NORREN (1996), diz ainda que a subordinação define o papel das operações não restrição. O
propósito é proteger o conjunto de decisões relativas ao aproveitamento da restrição durante as
operações diárias. 4.4 Elevar a Restrição do sistema Segundo CORBETT (1997), nesse passo a

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tentativa é tirar o máximo proveito das restrições. Nessa etapa são consideradas as várias
alternativas para investir na restrição, como mais turnos, mais um recurso idêntico que aumente a
produção. [...] Jonah estava andando em torno da NCX-10, mas não estava olhando só para ela.
Estava olhando para outro equipamento da fabrica. Ele voltou até onde estávamos. - Você me disse
que esta é a única máquina do tipo na fábrica, disse Jonah. Mas esta é uma máquina relativamente
nova. Onde estão as antigas que esta aqui substituiu? Vocês ainda as têm? Bob disse vagamente; -
Bem, alguma delas. De outras, nós nos livramos. Elas eram praticamente antiguidade. - Vocês têm
pelo menos uma de cada tipo das máquinas antigas necessárias para fazer o que esta X... sei lá o
que, faz? Perguntou Jonah.

Lou entrou na conversa e disse: - Você não está sugerindo realmente que usemos aquele
equipamento antigo, está? - Se ele ainda estiver operacional, então sim, estou sugerindo, afirmou
Jonah. [...] (GOLDRATT. 1996 p. 147) NORREN (1996) diz que elevar uma restrição significa
aumenta-la. Parte do trabalho que rotineiramente passaria pelo gargalo pode ser enviado para
fábricas externas. Se o gargalo for uma máquina, outra máquina pode ser adquirida. 4.5 Se no passo
seguinte uma restrição foi quebrada, volte à primeira etapa, mas não deixe que a inércia cause uma
restrição no sistema Segundo CORBETT (1997), o que acontece em grande parte dos casos é que,
dentro das organizações, quando uma restrição é quebrada, não se preocupa em revisar as regras.
Como resultado esses sistemas, em sua maioria, estão limitados por restrições políticas. Ainda
segundo CORBETT (1997), um dos pressupostos fundamentais da Teoria das Restrições é que todo
sistema tem pelo menos uma restrição, do contrário, como dito, haveria lucros infinitos. Sendo assim,
para melhorar o desempenho de um sistema deve-se administrar suas restrições, pois serão as
restrições que irão determinar a saída (ganho) desse sistema, quer sejam conhecidas e controladas
ou não. 4.6 Restrições políticas Segundo As restrições políticas aparecem na organização de
maneira complexa e constituem-se nos maiores obstáculos da aplicação da Teoria das Restrições.
Segundo GUSMÃO (2004), as restrições políticas aparecem na forma de práticas gerenciais que
limitam de alguma forma a atuação da empresa em busca de sua meta.

São vistos como falta de compreensão dos fatores que realmente estão relacionados com a
competitividade da organização. Ainda segundo GUSMÃO (2004), as restrições políticas dentro de
uma organização podem criar situações que levam a subutilização do sistema, ou podem
potencializar o efeito de outras restrições (físicas ou políticas) existentes no sistema. [...] O que
geralmente acontece é que, dentro das nossas organizações, derivamos da existência da restrição
atual, muitas regras. Algumas vezes formalmente, muitas vezes apenas intuitivamente. Quando uma
restrição é quebrada, parece que não nos preocupamos em revisar essas regras (as cinco etapas do
processo de aprimoramento contínuo). Como resultado, nossos sistemas estão, em sua maioria,
limitados por restrições políticas. (GOLDRATT. 1990. p. 6) Segundo CORBETT (1997), as restrições
políticas podem aparecer quando a empresa, contrariando tendências e prognósticos, decide manter
determinadas práticas de preços, não oferecer descontos, ou produzir na máxima capacidade em
todas as etapas do processo, a fim de atingir níveis elevados de produtividade, mesmo que isso
possa ter como consequência a geração de estoques desnecessários, o consumo elevado de
ferramental, energia, etc. Goldratt captou este comportamento quando descreve que em geral atuam
segundo a máxima “diz-me como me medes que te direi como agirei.” (LOCKAMY E COX, 1994) Um
ponto extremamente importante é o passo 5, onde Goldratt diz para tomar cuidado com a nossa
inércia. O que ele sempre diz é que a grande maioria das empresas não têm restrições físicas (como
um gargalo na fábrica), mas sim têm restrições políticas.

O que ele quer dizer com isso é que a maior parte das vezes o que limita o desempenho de um
sistema é a nossa inércia. Nossa inércia é a restrição do sistema. Foi para lidar com essa inércia que
ele criou os Processos de Raciocínio da TOC. (LOCKAMY E COX, 1994) Assim, a resistência à
mudança e a inércia tornam-se a maior e mais duradoura restrição, impedindo o alcance da meta da
empresa. 4.7 As prioridades da TOC Segundo CORBETT (1997), a Teoria das Restrições usa a
analogia de uma corrente para exemplificar alguns de seus princípios. De acordo com CORBETT
(1997), se tracionarmos uma corrente, onde ela acabará cedendo? No seu elo mais fraco. Se o
objetivo dessa corrente é resistir à tração, onde se deve atuar para melhorar o desempenho desse
sistema? Deve-se reforçar o elo mais fraco, a restrição desse sistema. Reforçar qualquer elo antes de
reforçar o elo mais fraco seria uma perda de tempo e de recursos, pois quem está determinado o
máximo desempenho de toda a corrente é apenas o elo mais fraco (como será visto mais
profundamente mais adiante). Se o objetivo é ganhar mais dinheiro, agora e no futuro, no esquema
de classificação de Goldratt só existem três maneiras de fazer isso: aumentar o ganho, diminuir as
despesas operacionais, ou diminuir os investimentos no ativo. Goldratt afirma que a maioria das

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

organizações concentra seus esforços de aprimoramento na redução das despesas operacionais. O


ganho é visto com algo fora de controle da organização – especialmente em organizações
tradicionais onde a fabricação não é acoplada ao marketing. Assim sendo, os gerentes de produção
gostam de concentrar seus esforços de aprimoramento em outros setores.

Os ativos, exceto possivelmente os inventários, não vistos como aspectos negativos, sendo então
difícil atrair adeptos para os programas de redução do ativo. Goldratt argumenta portanto que, ao
embarcar em programas de aperfeiçoamento, quase todas as organizações dão ênfase direta à
redução das despesas operacionais. (NORREN. 1996. p. 28) NOREEN (1996) diz que o
aprimoramento da cadeia produtiva deve estar focada sempre no aumento do ganho, e não na
diminuição das Despesas Operacionais, haja vista que as despesas operacionais de qualquer linha
de produção tem o seu limite, ou seja, não se pode haver despesas operacionais abaixo de zero ou
mesmo muito próximo de zero, o que torna esse processo de diminuição das despesas operacionais
limitado a um certo ponto, onde não se pode mais desenvolver. Isso, portanto não ocorre nos
processos que otimizam o ganho em vez de optarem pelas despesas, pois para o ganho não há limite
aparente. Sempre se pode aprimorar o bastante para maximizar o ganho. 4.7.1 As Restrições ou
Gargalos CORBETT (1997)diz que, de acordo com a Teoria das Restrições, restrição é qualquer
coisa que limita um sistema em conseguir maior desempenho em relação a sua meta. Na analogia da
corrente, restrição seria o elo mais fraco. Pode-se afirmar que todo sistema possui pelo menos uma
restrição ou que toda corrente possui sempre um elo mais fraco. Ainda conforme CORBETT (1997),
existem diversos tipos de restrições.

Margem de Contribuição e Limitações na Capacidade de

Produção

Ao comentarmos a grande importância do conceito de Margem de Contribuição no capítulo anterior,


verificamos algumas de suas aplicações, mas não atentamos ao problema decorrente da existência
de diversos fatores que naturalmente limitam a capacidade de produção da empresa. Vamos agora
entrar nesse tipo de problema.

6.1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO ANTES DA EXISTÊNCIA DE LIMITAÇÕES

Suponhamos que uma determinada empresa fabricante de barracas para camping produza quatro
modelos diferentes (A, B, C e D).

Os dados de Custos que a empresa possui são bastante minuciosos: Quadro 16.1

Matéria- Mão-de-obra Custo Direto Custo Indireto Custo


Variável

prima Direta Total Variável Total

$/un. $/un. $/un. $/un. $/un.

Modelo A 28 24 52 8 60

Modelo B 24 20 44 6 50

Modelo C 80 28 108 8 116

Modelo D 16 20 36 4 40

Os Custos Indiretos Fixos são os seguintes:

Mão-de-obra Indireta $64.000/ano

Aluguéis $16.000/ano

Depreciações $12.000/ano

Outros Indiretos Fixos $8.000/ano

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Total $100.000/ano

Para efeito de avaliação de estoques, a empresa rateia os Custos Indiretos fixos à base da Mão-de-
obra Direta, visto que o maior item daqueles diz respeito à supervisão de operários. Entretanto,
conhecedora das vantagens da utilização do conceito de Margem de Contribuição, para efeito de
análise e decisão, ela procede como indicado no Quadro 16.1, alocando apenas os custos variáveis.
Com isso tem ela a seguinte tabela com relação à Margem de Contribuição de cada um dos modelos:

Quadro 16.2

Custo Variável Total (Quadro 16.1) Preço de Margem de


Venda Contribuição

$/un. $/un. $/un.

Modelo A 60 80 20

Modelo B 50 72 22

Modelo C 116 140 24

Modelo D 40 48 8

Esses preços são também aproximadamente os da concorrência para cada tipo de barraca.

Analisando-se a coluna da Margem de Contribuição, verificamos de imediato que o modelo com


maior capacidade de trazer recursos para a empresa é o modelo C. Entretanto, nossa firma não pode
escolher apenas esse modelo para comercialização, precisando oferecer todos eles ao mercado. Mas
é claro que ela tentará, sempre que possível, forçar a venda do modelo C, já que cada unidade dele
produz maior margem de contribuição. Isso se não existir nenhum problema de limitação quanto à
produção.

16.2 EXISTÊNCIA DAS LIMITAÇÕES NA CAPACIDADE PRODUTIVA

A nossa empresa, precisando fazer uma programação para a produção do ano 199X, procede a uma
pesquisa de mercado e verifica que existe uma demanda que poderá proporcionar nesse período que
sejam vendidas as seguintes quantidades de cada modelo:

• Modelo A- 3.300 un.

• Modelo B - 2.800 un.

• Modelo C - 3.600 un.

• Modelo D - 2.000 un.

Como já foi dito, tentaria ela, se possível, forçar a venda de C, mas o mercado mostra-se disposto a
lhe consumir essas quantidades indicadas; e ela então começa a preparar sua produção para atender
à demanda.

Esbarra todavia num problema logo de imediato: sua capacidade não é suficiente para fornecer esse
volume, já que possui ela um nível máximo de produção de 97.000 horas-máquina, enquanto aquela
demanda lhe consumiria 103.150 horas-máquina, conforme o tempo de cada modelo mostrado a
seguir:

Quadro 16.3

Horas-máquina Necessárias Demanda Total Horas-

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Prevista máquina

h/un. un. h

Modelo A 9,50 3.300 31.350

Modelo B 9,00 2.800 25.200

Modelo C 11,00 3.600 39.600

Modelo D Total 3,50 2.000 7.000

103.150

Vê-se agora a fábrica na contingência de verificar qual dos modelos deixará de ser total ou
parcialmente atendido.

Suponhamos que a firma tenha o interesse de maximizar seu lucro nesse ano e por isso sua decisão
será baseada nesse objetivo. (Poderia estar interessada na manutenção de alguns dos tipos de
clientes e querer atender a essa meta mesmo à custa de redução do lucro.)

Onde então efetuar o corte das 6.150 horas excedentes a sua capacidade (103.150 h-97.000 h)?

Já vimos no capítulo anterior que a decisão baseada no lucro unitário (após apropriação de todos os
custos indiretos) não é correta, e sim a que considera a Margem de Contribuição. Com base nisso, é
provável que a nossa empresa venha a decidir pela redução na linha do Modelo D, já que apresenta
a menor Margem de Contribuição por unidade (veja Quadro 16.2). Teria assim que deixar de produzir
1.757 unidades desse tipo:

6.150 h = 1.757

3,50 h/un.

A partir dessa previsão de produção, poderia constituir um quadro projetado do resultado do ano
199X:

Quadro 16.4

Quantidade Margem de Contribuição Margem de Contribuição Unitária


Total

un. $/un. $

Modelo A 3.300 20 66.000


Modelo B
Modelo C 2.800 22 61.600

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Modelo D 3.600 24 86.400

243 8 1.944

Total Margem de Contribuição $215.944

(-) Custos Fixos ($100.000)

Resultado $115.944

16.3 COMPROVAÇÃO DA UTILIZAÇÃO DO CRITÉRIO CORRETO

Para termos certeza de que a decisão tomada de corte do Modelo D é a correta, podemos fazer
alguns cálculos com o resultado que seria obtido caso se decidisse de maneira diversa. Para isso,
basta verificarmos qual seria a nova Margem de Contribuicão Total com a nova escolha, já que de
todas as hipóteses possíveis interessa a que maximizar a Margem de Contribuição Total, pois o
mesmo montante de Custos Fixos será deduzido dela para se chegar ao Resultado.

Verifiquemos primeiramente o que teria acontecido se a empresa tivesse optado pelo corte no
produto C, ao invés de no D. O número de unidades não produzidas de C seria

6.150 h = 559 unidades e o resultado seria:

ll,00h/un.

Quadro 16.5

Quantidade Margem de Margem de Contribuição


Unitária Contribuição Total

un. $/un. $

Modelo A 3.300 20 66.000


Modelo B 2.800
Modelo C 3.041 22 61.600
Modelo D 2.000
24 72.984

8 16.000

Total Margem de Contribuição

216.584

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

Este quadro evidencia que a Margem de Contribuição Total seria maior nessa hipótese que na
anterior! Logo, esta última produz mais lucro, e é, portanto, melhor que aquela!

Estará invalidado então nosso conceito de Margem de Contribuição?

16.4 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO E FATOR DE LIMITAÇÃO

Analisemos a razão da discrepância acima: na primeira hipótese, deixamos de produzir 1.757


unidades de D, o que nos eliminou a possibilidade de obtenção de uma Margem de Contribuição
Total de:

1.757 un. x $8/un. = $14.056

enquanto que, na segunda hipótese, cortando da linha C, diminuímos um potencial de Margem de


Contribuição Total de:

559 un. x $24/un. = $13.416

Apesar de por unidade o modelo C produzir muito mais de Margem de Contribuição do que o D,
dentro das 6.150 horas cortadas ele produz menos. E isso é devido ao tempo de máquina que cada
unidade leva para ser elaborada.

Uma unidade de C produz $24 de Margem de Contribuição, mas leva 11 horas para ser feita. Assim,
em cada hora a Margem de Contribuição é de $2,18, enquanto o produto D produz só $8 por unidade,
mas leva apenas 3,5 horas para ser elaborado, fornecendo $2,29 por hora. Logo, cada hora usada na
linha D rende mais do que na linha C.

O resultado correto seria obtido então com o seguinte cálculo:

Quadro 16.6

Margem de Contribuição Unitária Tempo de Margem de Contribuição por


Fabricação Hora-máquina

$ hm $/hm

20 9,50 2,11
Modelo A
Modelo B 22 9,00 2,44

Modelo C 24 11,00 2,18


Modelo D
8 3,50 2,29

Vemos que o modelo que menos traz Margem de Contribuição por hora-máquina é o A, e este deverá
então ser o item a ter sua produção limitada. O modelo D, que parecia o primeiro a ser eliminado, só
seria cortado como 3a opção, depois de A e C. Ele é, na realidade, o segundo produto mais
interessante nessa situação.

Concluímos então que a Margem de Contribuição continua sendo o elemento-chave em matéria de


decisão, só que agora não por unidade, mas pelo fator limitante da capacidade produtiva.

Seria então, em nosso exemplo, sempre mais interessante o incentivo à produção do modelo B, já
que é o que mais produz Margem de Contribuição por hora-máquina?

Suponhamos que a empresa resolvesse, à custa de uma adição de custos fixos oriundos da
aquisição de outras máquinas, aumentar sua capacidade de produção para 140.000 hm sem que

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

nada se alterasse nos custos variáveis de cada produto. Poderia então agora atender a toda a
demanda prevista e ainda teria uma folga de quase 37.000 hm. Caso tivesse em mente efetuar algum
tipo de esforço para tentar vender mais do que aquela previsão, por meio, por exemplo, de uma
campanha publicitária ou de uma motivação maior com relação à equipe de vendedores, como
deveria proceder se soubesse que conseguiria, no máximo, aumentar em mais 10% aquele volume
de vendas?

Estando com capacidade para 140.000 hm, mesmo com adição de mais 10% em seu volume de
trabalho, não chegará àquele limite, ficando, no máximo, ao redor de 113.500 hm. Nessa situação,
deve forçar a venda do produto B, que dá maior Margem de Contribuição por hora-máquina, ou do
modelo C, que fornece maior Margem por unidade?

Claro está que, se não há no momento problema de horas-máquina, interessa que se consiga vender
o mais possível daquele modelo que traz, por unidade, maior Margem de Contribuição. Cada unidade
de C produz $24 de Margem de Contribuição, e, mesmo que demore mais tempo que B, deverá ser
preferida, pois não há mais problema de tempo de máquina.

Portanto, se não houver limitação na capacidade produtiva, interessa o produto que produz maior
Margem de Contribuição por unidade, mas, se existir, interessa o que produz maior Margem de
Contribuição pelo fator limitante da capacidade.

6.5 OUTRO EXEMPLO DE LIMITAÇÃO NA CAPACIDADE PRODUTIVA

Suponhamos que uma determinada indústria automobilística fabrique dois modelos de veículos com
as seguintes características:

Quadro 16.7

Preço de Custo Variável Margem de


Venda Total Contribuição Unitária

$20.500 $5.500
Modelo 4 Portas $26.000
Modelo 2 Portas $25.800 $20.400 $5.400

Todas as maçanetas usadas em qualquer modelo são iguais, quer nas portas dianteiras, quer nas
traseiras, e são importadas; cada modelo leva o mesmo tempo de produção.

Não havendo problema de limitação na capacidade de produção, a empresa tentará, sempre que
possível, vender o modelo 4P, já que em cada unidade deste consegue uma Margem de Contribuição
maior do que no outro.

Digamos que em determinado mês haja um problema sério de obtenção de maçanetas, e a indústria
consiga uma quantidade insuficiente delas para sua produção total. Como procederá nesse mês?
Não há dúvida de que procurando apenas produzir e vender o modelo 2P.

Se tiver, digamos, 8.000 maçanetas para o mês todo, conseguirá elaborar 4.000 unidades do modelo
2P e obter uma Margem de Contribuição total de

4.000 un. x $5.400/un. = $21.600.000

Se produzisse o modelo 4P, conseguiria apenas $11.000.000 (2.000 un. x $5.500/un.).

O conceito de Margem de Contribuição pelo fator limitante da capacidade é o determinante da


decisão. O modelo 4P dá Margem de Contribuição de $1.375 por maçaneta, mas o 2P dá $ 2.700. E
a limitação no caso é o estoque disponível de maçanetas.

Poderia ocorrer de o mercado consumir apenas 3.000 unidades por mês de 2P; nessa hipótese, a
indústria faria então esse total e utilizaria as 2.000 maçanetas restantes na produção de 500 de 4P.

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MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO

O fator que limita a capacidade pode ser o mesmo durante um longo período de tempo (horas-
máquina, por exemplo), ou ser temporário (maçaneta, determinada matéria-prima, hora-homem de
certa especialização, hora-máquina de certo equipamento ou de um departamento etc.).

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Fixação de Preço de venda

Formação do Preço de Venda

Toda empresa, seja industrial, comercial ou de serviços, precisa determinar, com precisão, seus
preços de venda, sob pena de perder mercados (por praticar preços acima da concorrência) ou sofrer
prejuízos pela venda de seus produtos, mercadorias e serviços abaixo do custo.

Basicamente, a formação do preço de venda pode ser simplificada pela equação Custo + Lucro +
Despesas Variáveis = Preço de Venda.

A apuração dos custos se faz pelos próprios elementos da contabilidade, com auxílio de informações
extra-contábeis, como controles de estoques, rateios de custos indiretos, horas de produção, etc.

Desta forma, a contabilidade de custos pode ser definida como um conjunto de registros específicos,
baseados em escrituração regular (contábil) e apoiada por elementos de suporte (planilhas, rateios,
cálculos, controles) utilizados para identificar, mensurar e informar os custos das vendas de produtos,
mercadorias e serviços.

As despesas administrativas, apesar de não serem registradas, habitualmente, como custos


contábeis, precisam ser mensuradas e acrescentadas à planilha de custos, para a correta formação
do preço, pois se tratam de encargos necessários e que devem ser remunerados pelas vendas.

Quanto ao lucro, convém ressaltar que este pode ser fixado por produto, por hora de serviço ou
atividade, ou ainda em termos de percentual sobre as vendas.

As despesas variáveis compreendem, entre outras: fretes sobre vendas, comissões, encargos
financeiros para suporte do prazo de recebimento das faturas e tributos sobre vendas.

Planejamento do Preço de Venda

A formação do preço de venda dos produtos e serviços nas empresas constitui-se numa estratégia
competitiva de grande relevância para as organizações. A importância é ressaltada à medida que
estas convivem com as imposições do mercado dos custos, do governo, da concorrência, e da
disponibilidade financeira do consumidor. Salientando-se o fato de o atual ambiente situacional está
caracterizado pela alta competitividade e em constante mudança tecnológica, as interações das
empresas com o meio-ambiente devem ser coordenadas e integradas visando atingir sua missão, e
consequentemente, a continuidade em longo prazo, a qual por sua vez, depende de seus resultados
econômicos.

Através da otimização da relação preço/custo/volume é que a empresa pode: (1) obter um fluxo de
lucros contínuo a longo prazo, permitindo a otimização no uso da capacidade instalada; e (2) garantir
um retorno satisfatório sobre os capitais investidos no negócio.

O processo de decisão de preço envolve a coleta, ordenação e avaliação de diferentes variáveis


complexas e interligadas que podem ser melhor entendidas e equacionadas através de um modelo
de decisão empresarial, a ser utilizado como instrumento da gestão. O objeto principal de
investigação deste estudo concentra-se na formulação de um modelo conceitual de decisão de preço
de venda, reconhecendo as limitações de aplicabilidade e contribuições das abordagens existentes,
que são: a) a teoria econômica; b) os custos; e c) o marketing.

O modelo proposto é apresentado sob um novo enfoque para o target price ou "preço-alvo",
enfatizando a utilização do "Preço-Alvo de Mercado" e do "Preço-Alvo de Contribuição, e está
estruturado sistemicamente para formulação, análise, mensuração econômica e avaliação das
consequências resultantes de alternativas de preços, de forma a otimizar esta decisão e atender aos
objetivos dos decisores de preço. É o mais genérico e flexível possível, permitindo sua adaptação à
diversas estruturas organizacionais existentes, independente da existência ou não de áreas
funcionais responsáveis diretamente pelo preço, embora reconheça-se que. para uma eficaz gestão
de preços. recomenda-se a existência de responsáveis diretos. Também incorpora as vantagens da
simulação e possibilita a utilização de métodos probabilísticos no cálculo das variáveis, já que muitas
delas são caracterizadas pelo risco e pela incerteza.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Estruturação Conceitual

Este tópico demonstra a estrutura conceitual de um modelo de decisão de preço de venda, que pode
auxiliar os gestores na geração, avaliação, mensuração econômica e análise de alternativas de
preços e suas consequências propiciando a simulação do resultado econômico de cada curso de
ação antes da decisão ser tomada: desta forma, possibilita otimizar o resultado da organização.

Um eficaz modelo de decisão de preço deve ser estruturado de tal forma, que possa incorporar os
conceitos mais adequados originários da abordagem econômica, dos custos e do mercado. Desta
maneira, da abordagem econômica, o modelo utiliza-se dos conceitos de curva de demanda,
elasticidade-preço da demanda, estrutura e ambiente de mercado ao custo de oportunidade e
resultado econômico.

Da abordagem dos custos, o modelo incorpora os conceitos: de custos fixos e variáveis, de custos
diretos e indiretos, do método de custeio direto/variável, da análise da relação entre custovolume-
lucro para multiprodutos, da avaliação dos ativos pelos custos correntes de reposição, do valor de
realização liquido e pelo fluxo de caixa descontado, da mensuração dos custos dos insumos pelos
custos correntes de reposição à vista, de custos-padrão e de custo de oportunidade sobre os
investimentos realizados. Da abordagem de marketing o modelo utiliza-se dos conceitos de valor
atribuído aos produtos. do ciclo de vida dos produtos, da segmentação de mercado, da análise da
concorrência e das técnicas de mensuração e previsão de demanda.

Estruturação Sistêmica

Neste sentido, à luz da estruturação conceitual, um eficaz modelo de decisão de preço deve ser
descrito de forma sistêmica; o objetivo deste tópico é descrever os passos necessários para
operacionalização deste modelo. A Tabela 1 apresenta estas principais etapas conceituais e seu
interrelacionamento mútuo. Algumas fases não precisam ser desenvolvidas sequencialmente, mas
sim simultaneamente, de forma a agilizar a aplicação do modelo e a obtenção das consequências
advindas da simulação de cada alternativa de preço para um determinado produto. A Tabela 1
demonstra as grandes etapas do modelo proposto:

A seguir cada uma das fases é detalhada, explicitando-se os conceitos correspondentes:

As variáveis ambientais externas são todos os atores derivados do macroambiente, externos à


empresa, que influenciam direta ou indiretamente a decisão de preços. Estas variáveis são, na
verdade, s diversos estados originados do ambiente da decisão, que não estão sob controle do
decisor, mas que influenciam na escolha das alternativas de preços.

O macroambiente é formado pelas chamadas variáveis remotas, que influenciam o cenário


econômico como um todo, tais como: tecnologia, mudanças políticas, legislação, estruturas
econômicas, aspectos demográficos, aspectos culturais etc. Estes fatores, embora distantes, exercem
influência indireta na empresa como, por exemplo, certos cataclismos (como enchentes, geadas,

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

terremotos, etc.) em determinado pais produtor de alimentos, podem elevar os níveis de preço no
mercado mundial devido à fada de oferta do produto.

Esta avaliação, na verdade, corresponde a uma das fases do processo de planejamento estratégico,
que possibilita ao gestor do negócio, e ao de preços, estabelecer o caminho a ser seguido pela
organização, visando a otimizar a relação da em presa com o seu ambiente. Desta forma, o gestor de
preços deve realizar permanente diagnóstico estratégico, através do monitoramento do meio-
ambiente, buscando o aproveitamento das oportunidades de mercado, e percebendo as ameaças
que possam criar condições desfavoráveis aos níveis de preços.

Finalmente, cabe lembrar que estas variáveis são de tamanha amplitude, que influenciam, direta ou
indiretamente, todas fases do modelo de decisão de preço. Podem alterar a estrutura do ambiente de
competição de mercado, a demanda dos produtos ofertados pela empresa, a estrutura de custos da
organização e seu custo de oportunidade sobre os investimentos realizados.

Em primeiro lugar, a empresa deve identificar em qual ambiente econômico de mercado ela está
operando. A expressão ambiente de mercado é utilizada para descrever as formas que umas
empresas respondem às outras, quando elas tomam decisões de preço e de produto.

As principais estruturas de mercado, que geralmente se enquadram nos mercados atualmente


existentes na sociedade são: a) concorrência perfeita: b) monopólio: c) oligopólio; e d) concorrência
monopolística.

Nesta etapa. a empresa não deve deixar de analisar seus concorrentes diretos e potenciais.
mapeando seus pontos fortes e fracos, objetivos, estratégias e padrões de reação. Aconselha-se,
inclusive, a criacão de um sistema de inteligência sobre o concorrente, que seria um sistema formal
de coleta de dados, interpretação e divulgação dos dados dos principais competidores de mercado.

Como produto desta fase haveria duas informações de extrema relevância:

a) os preços e as ofertas dos concorrentes diretos de mercado;

b) o preço vigente de mercado.

Obtidos estes dados, a organização poderá utiliza-los como preços de referência para a
determinação de seu próprio preço através da etapa 10, e como preços de simulação do modelo de
decisão de preço. Já para uma empresa monopolista, e que portanto determina o preço de oferta no
mercado, a fase 10 do modelo servirá para obter o preço-alvo de contribuição, que será o preço
mínimo que remunera seus investimentos, e permitirá o alcance de seus objetivos.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Dependendo da estrutura de mercado em que a empresa está operando cada preço ofertado
resultará num nível diferente de quantidade demandada e, consequentemente, numa receita de
vendas. O grau de elasticidade-preço da demanda, de um produto determinará um aumento ou
diminuição na receita total gerada de sua venda pela empresa.

O principal produto desta fase será uma tabela de níveis de preços e quantidades. representando a
curva de demanda, com a qual a empresa se defronta para o produto em questão, que será utilizada
no módulo de simulação (etapa 10) do modelo de decisão de preço.

Dentro do enfoque sistêmico as vendas e o preço de um produto especifico dependem dos níveis de
vendas e preços dos demais produtos da empresa. Este inter-relacionamento é definido como sendo
o 'mix', ou o composto de produtos praticado pela empresa, que no seu conjunto deve garantir o
retorno satisfatório de seus investimentos. E necessário entender que os preços dos diversos
produtos ofertados pela empresa não podem ser analisados isoladamente, pois os mesmos
utilizamse de recursos comuns e de certa forma concorrem entre si.

O composto de produtos ou "mix" de vendas é definido na etapa de planejamento operacional do


processo de gestão, em que são estudadas diferentes alternativas de quantidades, preços, prazos de
recebimento, canais de distribuição. etc. e procedimentos operacionais que orientam as decisões de
preço. Como produto desta fase, teria-se uma tabela com os diferentes produtos ofertados pela
empresa com seus respectivos níveis de preços e quantidades previstas de vendas, que será
utilizada no módulo de simulação (etapa 10) do modelo de decisão de preço.

Um eficaz modelo de decisão de preço deve à função- objetivo do decisor de preços, bem como
garantir a continuidade da organização. A definição do objetivo de preço é condicionada pelos
objetivos da empresa como um todo. O preço é uma das variáveis decisórias, portanto controlável,
que deve servir a algum propósito.

Para uma decisão de preço ser eficaz, é necessária a definição clara e precisa de sua funçãoobjetivo,
especificando-se a situação desejada dentro do ambiente de decisão. Pode-se complementar
dizendo que, uma empresa estará no caminho certo, se para o produto em questão já tiver decidido
seu mercado-alvo e seu posicionamento de mercado, bem como sua estratégia de marketing.

Acrescente-se que os objetivos da decisão de preço podem envolver horizontes de planejamento


diferentes. Objetivos podem ser determinados para serem atingidos no curto, no médio e no longo
prazo, dependendo do problema analisado. Pode-se inclusive, estabelecer sub-objetivos de preços
para serem atingidos no curto prazo que, no seu conjunto, permitam o alcance de um ou vários
objetivos de longo prazo.

Desta forma, a empresa pode ter objetivos principais, a serem perseguidos com maior ênfase, e
objetivos colaterais, que serão uma série de metas que a organização procura atingir conjuntamente

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

com os principais. Resumindo-se os objetivos de preço a serem perseguidos. isolados ou


conjuntamente, por uma empresa, em três grandes grupos, tem-se:

a) objetivos orientados para o lucro;

b) objetivos orientados para as vendas:

c) objetivos orientados para a manutenção status quo.

Portanto, como resultado desta fase existiriam dois produtos principais:

a) declaração dos objetivos de preço do produto em questão;

b) estabelecimento do lucro necessário, desejado ou planejado para atingimento dos objetivos globais
da empresa.

Recomenda-se uma declaração formal e clara dos objetivos de preço do produto em questão, como
por exemplo: "O objetivo do preço do produto "X" é permitir uma penetração acentuada no mercado,
de forma a propiciar o crescimento das vendas, o aumento da participação no mercado, a redução
dos custos de produção e logística e a criação de uma barreira de entrada a novos concorrentes.'

O estabelecimento do lucro necessário, desejado ou planejado, para atingir os objetivos globais da


empresa corresponde ao atendimento das premissas de continuidade da organização e à existência
de processos de planejamento e controle orçamentários integrados. Aconselha-se, inclusive, que seja
expresso através de unidades monetárias, para um determinado período de tempo. Como por
exemplo: "O lucro meta, que atende os objetivos globais da empresa, no período orçamentário de
19X0, é de $ 1.200.000 unidades monetárias, correspondentes de $100.000 unidades monetárias por
mês em média".

Políticas e diretrizes de preço são regras de decisão ou conduta adotadas pela empresa, que
orientam o decisor na escolha da alternativa de preço em situações repetitivas. Estas devem ser
congruentes com as políticas globais e funcionais da empresa, para um determinado produto ou linha
de produtos e também permitir alcançar os objetivos e metas preestabelecidos. Exemplos de políticas
seriam:

a) fixar preços de produtos de acordo com os preços médios de mercado;

b) os preços deverão se ajustar rapidamente às variações de preço dos concorrentes;

c) os preços deverão ser reajustados ou reavaliados quinzenalmente;

d) os revendedores devem seguir o preço determinado pelo fabricante;

e) deve-se realizar promoções de preço sazonais, etc.

As políticas podem ser agrupadas em três grandes grupos, conforme os objetivos globais, funcionais
e de preços estabelecidos pela empresa. Estes seriam: a) políticas e diretrizes de preço visando a
seleção de mercado; b) políticas e diretrizes de preço visando a penetração de mercado; e c) políticas
e diretrizes de preço visando a discriminação de mercado.

As políticas e diretrizes funcionais, que mais influenciam a decisão de preço, geralmente, são as
relativas à linha de produtos, canais de distribuição e promoção, que juntamente com o preço,
constituem as variáveis decisórias do composto de marketing. No entanto, não se deve esquecer que
outras áreas como Finanças, Produção, Logística, etc., através de suas políticas, podem influenciar
na determinação do preço de um certo produto. Outro aspecto, também é possível especificá-las de
acordo com o ambiente econômico de mercado no qual a empresa opera, e levando-se em

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

consideração o estágio do ciclo de vida do produto. Como produto final desta fase, teria-se uma
declaração formal e clara das políticas e diretrizes de preço a serem seguidas pelo gestor de preços.
Como por exemplo: "Nossa empresa deve manter um preço abaixo dos preços médios do setor,
ajustando-os rapidamente à qualquer variação de preço da concorrência. Poderão ser praticados
descontos cumulativos por quantidades compradas, seguindo-se sempre a tabela de preços em
vigor".

Estratégias de preço representam afirmações abrangentes de como os preços serão utilizados para
atingir os objetivos globais e funcionais da empresa. São guias de orientação das decisões de preço
e coordenação das atividades relacionadas para um determinado produto, ou linha de produto, em
um certo período de tempo mais ou menos longo, sendo também flexível e adaptável às alterações
das condições ambientais. Exemplos de estratégias de preço, seriam:

a) fixar um preço mínimo, que apenas cubra os custos;

b) estabelecer um preço elevado de forma a diferenciar o produto;

c) estabelecer preços baixos, de forma a penetrar em novos segmentos de mercado;

d) oferecer preços por pacotes de produtos e serviços, etc.

Na realidade, as estratégias de preço não podem ser estabelecidas isoladamente, mas sim fazem
parte de um conjunto de estratégias que compõem a estratégia global da companhia.
Especificamente, a estratégia de preço é um componente da estratégia de marketing de uma
empresa. A estratégia de marketing define os princípios amplos pelos quais a unidade de negócio
espera realizar seus objetivos de marketing em um mercado-alvo. Portanto, como produto final desta
fase, teria-se o estabelecimento formal das estratégias de preço para o produto em questão como por
exemplo: "Nossa empresa adota para o produto X' um preço baixo em relação a: a) preço médio dos
principais concorrentes diretos da região de venda; e b) aquilo que os clientes estão acostumados a
pagar".

Esta fase é caracterizada pela identificação, acumulação e apropriação dos custos e despesas da
empresa aos produtos objetos de decisão de preço de venda, incluindo-se também os impostos fixos
ou variáveis incidentes sobre as atividades da empresa. Os dados obtidos nesta etapa serão
utilizados na etapa 11, que tem como função à simulação do resultado econômico das diferentes
alternativas de preço através da demonstração do resultado econômico. Certos custos e despesas
são do negócio, ou seja, estruturais, periódicos e decorrentes da capacidade instalada, visando a
manutenção de certo nível potencial de atividade pela entidade. E fundamental, nesta fase, serem
identificados os Custos e Despesas Fixos e os Custos e Despesas Variáveis em relação ao produto
objeto da decisão de preço de venda.

Outro ponto relevante é identificar os custos diretos e indiretos do produto. Estes, devem ser
segundo: Custos Fixos Diretos, Custos Fixos Indiretos, Custos Variáveis Diretos e Custos
VariáveisIndiretos, em relação ao produto. São acumulados através de um sistema de acumulação de
custos, que se utilize do método de custeio direto/variável, que se caracteriza por apropriar aos
produtos somente os seus respectivos custos variáveis: portanto não se admite a aplicação de rateios
de custos fixos aos produtos objetos da decisão de preços. Desta forma, para que um custo seja
apropriado ao custo do produto o mesmo deve ser variável, isto é, variar de acordo com a quantidade
produzida.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Acrescenta-se também que os custos relevantes para apuração de preço de venda são os custos
futuros de reposição à vista dos insumos produtivos sob o enfoque de custo-padrão planejados para
a data de entrega dos produtos aos clientes. Estes são apurados através de um sistema de custeio a
valores futuros pré- determinados. Como produto final desta etapa devem ser obtidos:

a) os custos e despesas variáveis operacionais unitários de cada produto fabricado pela empresa
valorizados pelos seus custos futuros de reposição à vista sob o enfoque de custos-padrão:

b) os custos e despesas fixos diretos plenamente identificáveis (sem rateio) ou considerados


específicos a determinados produtos:

c) os custos e despesas fixos estruturais decorrentes da operação do negócio e que são comuns a
tocos os produtos:

d) os percentuais das despesas com impostos e suas respectivas bases de cálculo:

e) os impostos fixos incidentes sobre determinados produtos ou comuns ao negócio.

Sob o enfoque econômico, os investimentos realizados pelos donos da empresa necessitam ser
remunerados, no mínimo, pelo custo de oportunidade das quantias investidas no negócio. Custos de
oportunidade para os proprietários, correspondem à remuneração sacrificada pela utilização dos
recursos na empresa ao invés de outra alternativa de investimento com equivalente risco e grau de
satisfação.

Deve ser apurado o custo de oportunidade do negocio como um todo, tais como investimentos
realizados em terrenos, edifícios, equipamentos, instalações, móveis, etc., que são comuns a todos
os produtos da empresa, bem como os investimentos realizados em ativos que somente beneficiam
certos produtos especificamente, como por exemplo: estoques exclusivos de materiais, maquinas e
equipamentos delicados, etc.

Conceitualmente, as taxas ideais, para serem utilizadas no calculo do custo de oportunidade dos
investimentos realizados, seriam o retorno exigido pela empresa ou o seu custo de capital. No
entanto, em uma atitude conservadora, por razões operacionais e de disponibilidade de informações,
diversos gestores de preços têm se utilizado das taxas médias de captação de recursos no mercado
financeiro, ou das taxas de captação conseguidas pela empresa no mercado financeiro. Por outro
lado, os investimentos realizados devem estar mensurados segundo critérios econômicos adequados,
de tal forma que possam refletir a respectiva capacidade potencial de geração de benefícios ou
serviços futuros.

Portanto, como produtos desta fase teria-se:

a) o custo de oportunidade de investimentos realizados especificamente para determinados produtos


da empresa:

b) o custo de oportunidade de investimentos realizados para o negócio como um todo.

Nesta etapa. o gestor de preços deve escolher qual preço de venda utilizar para simular os resultados
de cada alternativa de preço. Dependendo co ambiente econômico de mercado no qual a empresa
esta inserida, tem à sua disposição duas possibilidades.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

a) utilizar o preço-alvo de mercado ou market targeprice; ou contribuition target-price.

O preço-alvo de mercado deverá ser aplicado quando a empresa operar em ambientes de mercado
caracterizados pelo oligopólio, ou pela concorrência monopolística e por uma elevada competição. A
determinação deste preço-alvo está coerente com as abordagens contemporâneas e proativas de
gestão de marketing e de mercado, em que a empresa: capta através de pesquisas de mercado as
necessidades e desejos dos indivíduos: projeta um conceito de produto que as satisfaça: segmenta o
mercado; define um mercado-alvo especifico. com uma qualidade e preço planejados de acordo com
o valor percebido, estruturando sua estratégia de composto mercadológico: definindo assim seu
posicionamento de mercado e estimando sua participação neste, através do volume que espera
vender ao preço estabelecido.

Em produtos já existentes, o estabelecimento do preço-alvo de mercado dependerá do


posicionamento atual da empresa no mesmo, como por exemplo: se a mesma é uma "líder de
preços" ou "seguidora de preços", ou até se existe um acordo formal ou informal de preços em
setores oligopolizados de mercado. Por outro lado, em ambientes de mercado caracterizados por
uma intensa competição, o preço-alvo poderá ser o próprio preço vigente de mercado, cabendo ao
gestor de preços aceitá-lo ou não, pois se fixar preços acima do que o mercado está disposto a
pagar, poderá não obter volumes de vendas adequados ao seu nível de atividade.

O preço-alvo de contribuição deverá ser aplicado quando a empresa opera em ambientes de


mercado caracterizados pelo monopólio, pela concorrência monopolistica e em situações em que a
empresa tem alguma liberdade de fixar o preço como em ambientes de baixa competição.

Em produtos novos, o preço-alvo de contribuição é formado a partir da margem de contribuição


desejada, necessária, definida ou objetivada pela empresa para um produto específico, para uma
linha de produtos ou para a organização como um todo. Vale ressaltar que a margem de contribuição
total a ser atingida é o somatório das margens de contribuição obtidas por todos os produtos
vendidos pela entidade que, deduzida dos custos e despesas fixos totais, propiciará o resultado
econômico definido como objetivo no plano de lucros da empresa. Em produtos já comercializados
pela empresa, preço-alvo de contribuição dependerá da margem de contribuição atualmente obtida
pela empresa e em cada produto, e dependem basicamente da combinação de três fatores:

a) do volume de vendas em unidades;

b) do preço unitário de venda;

c) do "mix" de venda dos produtos.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

A cada nível de preço, haverá uma quantidade diferente demandada, segundo o modelo de
mensuração de demanda da empresa, que possibilitará ao gestor de preços testar diferentes
alternativas de preços de venda que otimizem seu resultado econômico.

O resultado econômico é conseguido através do processamento dos dados recebidos das etapas
anteriores. Esta etapa, na verdade é o módulo de simulação do modelo de decisão de preço de
venda, pois permite ao gestor de preços avaliar o impacto no resultado econômico das diversas
alternativas de preço. Quando o gestor de preços utiliza-se do preço-alvo de mercado, ele consegue,
através do módulo de simulação do resultado econômico, uma margem de contribuição gerada ou
calculada, que ao ser somada com as demais margens geradas pelos outros produtos da empresa.
deve obter um valor suficiente para cobrir os custos e despesas fixos diretamente relacionados aos
produtos, os custos e despesas estruturais da empresa, os custos de oportunidade específicos e do
negócio, o imposto de renda e ainda propiciar a lucro planejado.

Dentro de um processo iterativo, o decisor de preços pode ir testando diversas opções de volumes de
venda e preços unitários de venda, conforme a curva de demanda do produto para a empresa, de
modo obter a melhor combinação que atenda os seus objetivos principais e colaterais. A Figura 2
representa esta iteração tendo como parâmetro de decisão o resultado econômico gerado. Se o
mesmo atender os objetivos de preços, então o gestor terá um preço-referencial ou preço-base que
necessita ser adequado às condições de comercialização do produto (veja etapa 12 do modelo).
Caso o resultado econômico gerado não for satisfatório, o gestor de preços poderá simular outras
alternativas, ate encontrar aquela que he atenda, ou abandonar a venda do produto em questão.

A seguir são apresentados exemplos numéricos hipotéticos para uma empresa "Z" que fabrica e
comercializa três produtos. A, B e X, e que necessita decidir qual o preço mais Custos adequado para
a venda do produto 'X" a partir do preço-alvo de mercado para o próximo Custos período de um mês.

Neste caso, o preço-alvo de mercado de $15 é plenamente aceitável, pois o resultado econômico,
gerado nesta alternativa de preço, é superior ao lucro objetivado pela empresa para o período. Por
outro lado, quando o gestor de preços utiliza-se do preço-alvo de contribuição, precisa de
uma margem de contribuição objetivada, que representa a quantia que a empresa planejou ou tem
necessidade para satisfazer seus objetivos principais e colaterais, que ao ser somada com as demais
margens geradas pelos outros produtos da empresa, deve gerar um valor suficiente para cobrir os
custos e despesas fixos diretamente relacionados aos produtos. os custos e despesas estruturais da
empresa, os custos de oportunidade específicos e do negócio, o imposto de renda e propiciar o lucro
planejado.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Esta margem de contribuição objetivada pode ser expressa por: a) um percentual sobre o preço de
venda líquido (sem os impostos variáveis de vendas); b) um determinado valor unitário, quando a
empresa tem pleno conhecimento da quantidade a ser vendida e fabricada.

E mais prático e operacional expressar esta margem na forma de percentuais, que podem seguir as
seguintes regras de aplicação:

1) se o produto é novo, mas pertence a uma linha de produtos já existente, a empresa pode se utilizar
do percentual médio da margem de contribuição, que está atualmente obtendo na linha de produtos
ou na empresa como um todo;

2) se o produto é novo e pertence a uma linha de produtos inédita, então a empresa pode se utilizar
do percentual médio da margem de contribuição, que está atualmente obtendo na empresa como um
todo;

3) se o produto é regular e está sofrendo um processo de reavaliação de preços cara um novo canal
de distribuição, ou devido às alterações na estrutura de custos, ou de mudanças no produto, etc.
então a empresa pode se fazer uso do percentual médio que está atualmente obtendo no produto, ou
em sua linha de produtos.

Dentro de um processo iterativo, o decisor de preços pode testar diversas opções de margens de
contribuição, combinando-as com os volumes de venda estimados pela curva de demanda do produto
para a empresa, nas diferentes alternativas de preços de venda, e conseguir a melhor combinação
que atenda seus objetivos principais e colaterais. A Figura 3 representa esta iteração e tem como
parâmetro de decisão o resultado econômico gerado. Se o mesmo atender os objetivos de preços,
então o gestor terá um preço referencial ou preço-base, que necessita ser adequado às condições de
comercialização do produto, objeto de estudo da etapa 12 do modelo. Caso o resultado econômico
gerado não for satisfatório, pode-se simular outras alternativas de margens de contribuição, volumes
de venda e preços unitários de venda, até encontrar aquela que lhe atenda ou então abandonar a
venda do produto em questão.

A seguir é apresentado um exemplo numérico de aplicação prática para obtenção do preçoalvo de


contribuição, partindo-se do mesmo conjunto de dados hipotéticos para a empresa "Z", que fabrica e
comercializa três produtos. A. B e X e que necessita decidir qual o preço mais adequado para a
venda ao produto "X" para o próximo período de um mês.

1) definição do resultado econômico líquido objetiva no período: $ 4.000, e da margem de


contribuição -alvo, para o produto 'X" e para a empresa: "Todos os produtos devem gerar um índice
de margem de contribuição correspondente de no mínimo 45% das receitas liquidas de vendas':

2) projeção da estrutura de custos e despesas empresa (os mesmos dados do exemplo anterior);

3) projeção da curva de demanda do produto para a empresa,

* 12,73 = [7,00/(1-0,45)], ou seja, o preço-alvo de contribuição foi obtido através da divisão do custo
variável operacional unitário por "um", menos o índice de margem de contribuição objetivado. O preço
de vendas brutos foram obtidos a partir do percentual de dez por cento dos impostos variáveis sobre
vendas.

4) projeção das vendas dos demais produtos da Empresa (os mesmos dados do exemplo anterior);

5) simulação do resultado econômico:

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Neste caso, o preço-alvo de contribuição de $ 14,14 bruto é plenamente aceitável, pois o resultado
econômico líquido gerado, de $ 5.342. Nesta alternativa de preço é superior ao lucro objetivado. de $
4.000, pela empresa para o período, e o índice de margem de contribuição obtido pelo produto "X", de
45,0% [(5.153/11.453 -1) x 100] está de acordo com o índice de margem de contribuição alvo da
empresa.

No entanto, um gestor de preços atento aos movimentos de mercado, consciente do seu


posicionamento da empresa nesse voltado para a otimização do resultado econômico, poderia, ao
analisar a curva de demanda de mercado para o produto "X" da empresa, decidir por outro nível de
preço; como por exemplo, o preço bruto de venda de $25,00 que gera um volume de vendas
equivalente a 700 unidades e uma receita bruta de 3 17.500. Neste nível, o índice de margem de
contribuição sobre o preço de venda líquida seria de 68,9% [(7,00/22,50) -1) x 100], portanto bem
superior a 45,0%. Utilizando os dados da simulação do resultado econômico anterior, a empresa teria
um resultado econômico liquido de $ 8.760.

Como produto final desta etapa, o gestor de preços obteria, independente de usar o preçoalvo de
mercado ou o preço-alvo de contribuição, um preço-referencial ou um preço-base líquido de
impostos e à vista, que necessitaria ser avaliado e ajustado às condições de comercialização e às
políticas e diretrizes da empresa, objeto da etapa seguinte.

As empresas podem estabelecer diferentes preços para seus produtos, formando uma estrutura de
preços coerente com suas condições de comercialização e com as políticas, diretrizes e estratégias
globais e funcionais da organização e das linhas de produto. Vale ressaltar que, o preço obtido na
etapa anterior é apenas um preço-referencial, ou preço-base de venda na condição à vista, liquido
dos impostos e que portanto, precisa ser avaliado e ajustado. Para Kotler (1993: p. 576-81), os
pontos mais relevantes que influenciam na adequação do preço são: as variações de demanda
geográfica, as estratégias de descontos e concessões, os preços promocionais, os preços
diferenciados e os preços com base no composto de produto.

Por último os preços também precisam ser adequados às vendas realizadas a prazo, e considerar os
prazos de entrega, fazendo uso dos conceitos de equivalência de capitais, para o ajuste dos valores à
vista, nas diversas condições possíveis de pagamento praticadas no mercado, levandose em conta a
taxa de retorno sobre o investimento exigido pela empresa, que representa o custo de oportunidade
pelo financiamento das vendas.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Comprar ou Produzir

No número anterior de “Manufatura em Foco” foram explorados métodos para sequenciamento de


tarefas válidos tanto para processos produtivos, como para processos administrativos, mas sempre
focados na produção de bens ou serviços realizados dentro das organizações.

Neste número, serão abordados os principais aspectos relativos a uma importante e estratégica
decisão que a maiorias das empresas enfrenta atualmente: quando vale a pena fabricar bens ou
fornecer serviços utilizando recursos internos e em quais cenários ou situações deve-se optar por
fornecedores externos.

Os riscos inerentes a cada opção, fatores econômicos, qualidade, capacidade e confiabilidade


também são pontos que devem ser considerados.

A figura 1 apresenta, de forma resumida, as vantagens e desvantagens de cada opção, relacionando


a decisão com as características da demanda dos produtos ou serviços envolvidos.

Para compreender adequadamente a importância desta decisão, algumas considerações anteriores


devem ser feitas: as principais referem-se ao projeto da cadeia de suprimentos (também chamado de
projeto da rede de operações) em que cada organização se insere e ao conceito de “Reengenharia
dos Processos de Negócios”.

PROJETO DA REDE DE OPERAÇÕES


A figura 2 apresenta os principais fatores a serem considerados no projeto da rede de operações: a
localização, a capacidade produtiva e o grau de integração vertical planejado.

A importância da localização e sua influência sobre a decisão entre “fabricar internamente ou


comprar” é facilmente compreendida: quanto maior a distância entre potenciais fornecedores e
clientes, maiores os custos de transporte, o que pode inviabilizar esta opção.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

A capacidade produtiva também influencia esta decisão, uma vez que se houver ociosidade dos
recursos internos de uma organização dificilmente ela considerará a opção de comprar serviços de
um fornecedor – neste caso, deve-se considerar tanto os custos envolvidos, como o know- -how
necessário para a operação.

O grau de integração vertical é definido como “o grau de posse que uma organização planeja ter
sobre a rede de operações”, e deve ser compreendido sob três aspectos distintos (figura 3):

– Direção da expansão: a operação planeja expandir-se na direção dos clientes (da demanda) ou dos
fornecedores (dos suprimentos);

– Amplitude do processo: tenciona concentrar-se na atividade core (principal) ou expandir-se;

– Equilíbrio: a operação planeja ter fornecedores e clientes exclusivos, ou considera possível


compartilhar recursos com outras empresas.

Nota-se, portanto, que as decisões tomadas na fase de projeto da rede de operações influenciam
diretamente a opção entre fabricar internamente ou comprar de fornecedores (make or buy).

A figura 4 apresenta as vantagens e desvantagens que derivam do grau de integração planejado para
uma rede de operações: quanto maior a amplitude da rede, maior controle sobre a operação
(qualidade, fluxo produtivo, capacidade, know-how de processos estratégicos). Por outro lado, quanto
maior a concentração nas atividades core da organização, maior flexibilidade para suportar variações
de demanda e capacidade, e menor impacto das flutuações de consumo sobre o negócio.

REENGENHARIA DOS PROCESSOS DE NEGÓCIOS (BPR)

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

O livro “Reengenharia das organizações: uma revolução nos negócios”, de 1993, de Michael Hammer
e James Champy, é a referência mais utilizada quando se busca uma definição do conceito de BPR
(Business Process Reengineering).

A definição é a seguinte: BPR é a mudança radical da forma de pensar e organizar uma empresa e
seus processos de negócios, de modo a obter ganhos significativos em indicadores críticos de
performance, relacionados a custos, qualidade, nível de serviço e velocidade.

Embora nos últimos anos a BPR tenha se concentrado no redesenho dos processos e no uso
intensivo de recursos de tecnologia da informação (TI), sua origem tem foco no reexame dos
objetivos principais de um negócio, visando a otimização de seus resultados.

Nas décadas de 60 e 70, o cenário industrial era formado, sobretudo, para as grandes empresas, por
unidades produtivas com milhares de funcionários, processos completamente verticalizados e com
todas as operações (tanto produtivas, como suportes) executadas por seu pessoal interno.

Parte dos motivos residia na grande dificuldade em identificar fornecedores qualificados para suprir
algumas operações. Na época, fabricantes de máquinas- -ferramenta, por exemplo, possuíam
unidades até mesmo para a fundição de componentes estruturais para atender seus requisitos de
qualidade e capacidade.

A partir da década de 80, e com a intensificação desta tendência nas décadas posteriores, as
grandes empresas passaram a optar por unidades menores, com foco no know-how de processos
estratégicos, no projeto de novos produtos e serviços. Em alguns casos, empresas de vestuário
chegam a repassar a seus fornecedores até mesmo a fabricação de seus produtos, concentrando
suas atividades em desenvolvimento tecnológico de novos materiais e design.

Atualmente, fabricantes de automóveis e eletroeletrônicos são conhecidos por deter o know-how de


produtos e partes do processo consideradas estratégicas para o negócio, e são conhecidos como
“montadoras”, devido a este foco.

Esta transformação deve-se, em parte, à aplicação da BPR, que contribuiu para intensificar a
tendência de outsourcing, ou seja, o desenvolvimento de fornecedores qualificados para atender as
demandas da parte das operações que não é considerada o core business para uma organização.

Desse modo, a influência do projeto da rede de operações e do uso intensivo dos conceitos da BPR é
visível e impactante sobre a decisão make or buy.

No entanto, o detalhamento de alguns aspectos como: custos envolvidos, análise da capacidade


produtiva e padrão de qualidade requerido são fundamentais para balizar adequadamente as
decisões. Nos próximos itens deste artigo, estes fatores serão explorados.

FUNDAMENTOS DA ANÁLISE MAKE OR BUY

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

A tabela 1 apresenta os principais fatores qualitativos e quantitativos a serem considerados nesta


análise.

O exemplo mostrado no gráfico 1 analisa os custos de produção quando são consideradas duas
opções para o fornecimento de um dos componentes do produto: fornecimento externo ou fabricação
interna.

Considerando os seguintes custos envolvidos: Custo para fabricação interna: composto pelo custo de
introdução do novo processo e pelo custo de fabricação. Para este exemplo, considera-se:

Custo para introdução do processo (investimento necessário): US2.000

Custo de produção (interna): 1,9xQ (Q: quantidade a ser produzida)

O custo para fabricar internamente (make) resulta: (I) = 2.000 + 1,9Q

O item a ser comprado tem um custo de (F) = 2,3Q para a empresa, definido pelo fornecedor.

Assim, como ambos os custos são diretamente dependentes da quantidade a ser “fabricada ou
fornecida”, tem-se como resultado que, para quantidades menores que 5.000 unidades, a opção deve
ser a compra do item do fornecedor.

Para quantidades maiores que 5.000 unidades, deve-se optar pela fabricação interna.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Embora este cálculo seja extremamente simples, ele pressupõe que uma informação fundamental
deve estar disponível com a acuracidade requerida: o custo interno de fabricação do item. Nem
sempre, para as organizações produtivas, a composição de custo é simples e fácil de ser
estabelecida, dificultando esta análise.

Outro aspecto importante a ser avaliado diz respeito à capacidade produtiva. Quando a empresa
possui disponibilidade de recursos para executar as operações, a análise fica simplificada, conforme
o exemplo anterior. Mas caso esta capacidade seja limitada, custos relativos a horas extras ou
contratações precisam ser avaliados.

A tabela 2 apresenta os principais custos a serem avaliados, de forma geral. Neste próximo exemplo,
será considerada a análise entre 2 opções: subcontratar horas de um fornecedor ou absorver o
excedente de horas necessário na fabricação interna, usando horas extras.

Considera-se o seguinte cenário: um fabricante de tintas automotivas possui capacidade instalada


para produzir 40.000 galões por mês. A tabela 3, seguinte, apresenta a demanda trimestral para os
próximos quatro períodos.

Para avaliar as possibilidades de subcontratação e pagamento de horas extras, e a partir desta


análise definir a melhor estratégia para produzir a quantidade excedente por trimestre, são fornecidos
os seguintes dados:

Preço do fornecedor: U$ 19,50 por galão, com garantia de fornecimento de até 20.000 galões por
período;

Custo da hora extra: U$ 9,50 por hora trabalhada; Padrão de trabalho (para a empresa): 2,311
homem.hora/galão.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Com estas informações, calcula-se o custo das duas opções (fabricar internamente utilizando horas
extras ou contratar fornecedor). Os resultados estão mostrados na tabela 4. Na tabela, compara-se o
custo excedente para produzir os galões necessários (que ocorre nos períodos 2, 3 e 4) para as duas
opções. O resultado aponta a contratação do serviço de um fornecedor como a opção mais
adequada.

No exemplo mostrado, a capacidade excedente nunca excedeu a capacidade do fornecedor (até


20.000 galões por trimestre). Caso isto ocorresse, seria necessário considerar outras fontes de
fornecimento ou até mesmo compor a demanda com parte produzida internamente e parte fornecida
externamente.

Outro aspecto importante desta análise é considerar que o padrão de trabalho (2,311
homem.hora/galão) é uma informação que deriva da área de Métodos e Processos. Assim, sua
acuracidade também deve ser alta, sob risco de inviabilizar a análise .

No caso de um fornecedor de serviços, a situação é semelhante.

O exemplo seguinte apresenta um caso de análise make or buy para uma empresa de movimentação
de cargas.

Um distribuidor de cargas recebe e distribui fretes aéreos e possui 24 operadores que trabalham no
terminal. A tabela 5 apresenta a demanda dos próximos sete meses.

Deve-se determinar a melhor estratégia para a empresa: trabalhar em horas extras ou acompanhar a
demanda, contratando ou demitindo mão de obra, conforme a demanda de cada período de trabalho.

Os dados disponíveis são:

Custo de horas extras: U$ 2.600 mensais por operador

Custo de contratação: U$ 2.000 mensais por operador

Custo de demissão: U$ 3.500 mensais por operador

A análise dos custos gera os resultados mostrados na fi gura 5.

De acordo com os resultados mostrados, o custo associado à utilização de horas extras (necessárias
nos períodos 2, 3, 4 e 5) totaliza U$41.600, enquanto o custo associado à contratação (meses 2 e 3)
e demissão (meses 4 e 6) de mão de obra, totaliza U$33.000.

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FIXAÇÃO DE PREÇO DE VENDA

Desse modo, sob o prisma da análise de custos envolvidos, a opção de contratação/ demissão é
mais adequada.

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

Custos Controláveis

Custos para Controle

Os gastos ocorridos durante produção, fornecidos através de relatórios periódicos gerenciais, são a
base das tomadas de decisões da direção da empresa de modo que, tenham total possibilidade de
acertos.

Em um mercado altamente competitivo onde uma decisão errada poderá acarretar grande perda de
credibilidade, de clientes e consequentemente grande perda de numerários, o sistema de controle é
de suma importância para à administração, desde que todos os componentes da organização tenham
contribuído.

Breve Histórico

Uma empresa para entrar em operação deve determinar o ramo de atividade, os valores de
investimentos na compra de equipamentos e materiais necessários para as atividades operacionais e
administrativas, a viabilidade de atuação no mercado, etc. Após estas definições e a implantação
propriamente dita, deverá o administrador analisar se determinado serviço terá o retorno que possa
cobrir os seus gastos operacionais e administrativos e ainda gerar um lucro estimado.

Sendo assim, é de suma importância determinar metas e objetivos de modo que possa obter
parâmetros para uma futura comparação.

Poderíamos definir esta etapa como aquela que estuda os custo da implantação da empresa mais o
custo da operação da mesma e a base para a definição de valores antes da produção de bem ou
serviço que se proponha a fazer.

1.2 Disponibilizando e controlando recursos conforme cumprimento de etapas

Ao disponibilizar recursos para as diversas atividades, o administrador deverá seguir um cronograma


previamente determinado onde estará definido o quantitativo e os prazos a serem cumpridos.

É nesta etapa que o controle de atividades e custos se evidenciam, pois tem por finalidade evitar
desvios das metas e objetivos pré-determinados.

1.3 Definição de Controle

Podemos definir Controle como a verificação do andamento do que foi planejado, da utilização de
recursos disponibilizados e dos prazos determinados ou seja, conhecer a realidade , compará-la com
o planejado, obter as informações de modo rápido das anomalias observadas, que de algum modo
afetou o andamento normal do projeto e através de atitudes necessárias corrigi-las.

2. CUSTOS

Após observarmos que não é possível existir controle sem o estabelecimento de objetivos e metas a
serem cumpridos, concluímos que os custos são estabelecidos principalmente para atender às
necessidades de controle e coordenação. Estes sendo bem organizados, fornecerá ao administrador
os meios de comparação entre o que está sendo realizado e os padrões pré-determinados e
consequentemente orientar na tomada de decisões corretivas.

2.1 Custos Controláveis

Podemos afirmar que todos os custos são controláveis em algum nível da administração. Assim
poderemos definir em que departamento originou o custo e verificar se este custo está diretamente
ligado ao gerente, pois o mesmo tem autoridade para uso e aquisição de serviços.

Os custos controláveis são aqueles que se identificam a um componente. Estes custos são mais
facilmente identificáveis quando partimos num crescente hierárquico do nível inferior para os níveis
superiores. Assim poderemos definir os custos previstos, autorizados , realizados, comparando a
realidade com o previsto.

Os custos controláveis são aqueles que estejam sob completa responsabilidade de um gerente.

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

2.2 Custos não Controláveis

Como falamos anteriormente, não existe custo não controlável. Existem sim custos não controláveis
em algum nível hierárquico ou seja, são aqueles que embora identificados com o seu respectivo
departamento, não podem ser atribuídos ao gerente do mesmo. Um exemplo comum é a
determinação de salário/hora de um operário. O gerente é encarregado de informar e controlar as
horas trabalhadas de um operário mas não pelo valor arbitrado para a hora trabalhada. A definição da
remuneração das horas normais e extras trabalhadas é definida por outro componente.

Deste modo podemos definir que os custos não controláveis são aqueles que não estão diretamente
ligados ao gerente do departamento pois estes fogem a seu controle.

2.3 Custos Estimados

Ao fazermos uma previsão orçamentária para exercer uma atividade ou serviço estamos
estabelecendo um custo estimado pois não temos os valores reais que estarão vigorando na época
da efetiva execução dos mesmos. Estes custos são compostos através de um histórico ou de uma
previsão dos índices de correção estimados para o período levantado. Estas previsões são
necessárias para mostrar a viabilidade de um projeto diante dos.

Terminologias de Custos

Gasto – Gasto é representado por toda e qualquer aquisição de bem ou serviço que a empresa
faça, sendo assim, tem-se gastos com: luz, água, mão-de-obra, compra de matérias-primas, entre
outros. Esses gastos podem ocorrer não só na produção, mas também na área administrativa e de
vendas, como gastos com assinatura de jornais ou gastos com compra de imobilizado. O termo gasto
é um termo bem genérico, podendo ser atribuído a toda e qualquer aquisição realizada pela empresa.

Custo – Custo é todo gasto incorrido na produção de um bem ou na prestação de um serviço.


Sendo assim, todo bem ou serviço que for consumido para gerar um novo bem ou serviço será custo.
Como exemplo de custos tem-se o consumo de matéria-prima na produção, salários dos funcionários
da fábrica, depreciação, aluguel, energia elétrica utilizada na fábrica, consumo de água entre outros.

Exemplo: na produção de café em pó, temos como matéria prima o café em grão, que entra no
processo produtivo e depois de industrializado se torna o café em pó, assim, o café em grão (matéria-
prima) é CUSTO na produção de café em pó.

E a mão de obra que for utilizada na área de produção da farinha, também será CUSTO.

O TRIGO É CUSTO NA PRODUÇÃO DE FARINHA

Despesa – Bem ou serviço consumido para a obtenção de receitas. As despesas são gastos que
a empresa incorre, buscando obter receitas.

Exemplos: consumo de energia elétrica nos departamentos de vendas e administrativos, depreciação


dos móveis e equipamentos dos departamentos de vendas e administrativos, conta de telefone dos
departamentos de vendas e administrativos, conta de telefone da diretoria, propaganda, etc.

Desembolso – É o pagamento pela aquisição de bem ou serviço. O desembolso representa a


saída de dinheiro da empresa através do pagamento, sendo assim, essa saída pode ocorrer antes,
durante ou depois do bem já entregue ou do serviço já prestado.

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

Perda – Consumo de bem ou serviço de forma involuntária (sem que a empresa desejasse).
São gastos que a empresa incorre, porém, tem características de anormalidade ou involuntariedade,
ou seja, aconteceu sem a empresa desejar ou sem que pudesse prever.

Exemplo: destruição do estoque por incêndio ou enchente, incêndio na empresa, entre outros.

Investimento – São gastos que a empresa incorre visando por meio deles obter benefícios nos
períodos futuros. São as aquisições de bens ou serviços que são registrados no ativo da empresa.
Investimento é todo gasto pela aquisição de produtos ou serviços que trarão benefícios à empresa,
podendo ser por um longo período, como a compra de um imóvel, que beneficiará a empresa por
muito tempo ou por um curto período, como a compra de estoque.

COMPONENTES DO CUSTO

Os Custos de Produção são divididos em 3 categorias:

MATÉRIA PRIMA: São os materiais incorporados ao produto final. As matérias-primas correspondem


a qualquer tipo de material usado no produto final.

MÃO-DE-OBRA: São os gastos com os salários dos funcionários da fábrica.

Podemos classificar a mão-de-obra em direta e indireta, sendo direta aquela que está diretamente
relacionada ao processo produtivo, ou seja, a dos funcionários que atuam sobre o produto. E indireta
a mão-de-obra de funcionários supervisores, carregadores de materiais, seguranças, etc, sendo que
são funcionários que não se pode definir com exatidão o quanto contribuíram para cada produto.

CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO (CIF´s): Incluem todos os custos exceto matéria-prima


direta e mão-de-obra direta. Os custos gerais de produção abrangem itens, tais como manutenção,
reparo de equipamentos de produção, seguro, depreciação, etc.

CLASSIFICAÇÕES DE CUSTO

CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS

Após definidas as terminologias a serem utilizadas na contabilidade de custos, vamos classificar


agora os tipos de custos. A primeira classificação que se tem dos custos é em direto e indireto.

Custos Diretos – São aqueles que podem ser diretamente apropriados aos produtos, bastando
apenas que se tenha uma unidade de medida de consumo, como Kg de matéria-prima por produto,
unidades de embalagem utilizada no produto, horas de mão- de-obra gastas no produto, etc.

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

A matéria-prima é um custo direto por ser possível alocar eficientemente seus gastos em cada
produto, ou seja, pode-se avaliar o quanto de matéria-prima foi utilizada em cada unidade de produto.

Custos indiretos – Não oferecem condição de uma medida objetiva e qualquer tentativa de
alocação tem de ser feita de maneira estimada e muitas vezes arbitrária (como custos com
supervisão, chefias, aluguel da fábrica). Os salários da supervisão, assim como os de chefe de
equipe são de difícil alocação para cada produto, sendo assim, classificados como custos indiretos.

Os gastos com custos diretos são alocados diretamente ao produto produzido, por exemplo se
gastarmos matéria prima na Produção de 4 tipos de produto (A, B, C e D), saberemos de acordo com
as requisições de matéria prima o quanto foi gasto em cada produto.

Vamos supor que foram gastos em um mês 10.000kg de matéria-prima, sabendo-se que cada kg
custou para a empresa $1,00, e que as quantidades aplicadas nos produtos foram as seguintes:

PRODUTO QTD. MP $/kg TOTAL

A 2.000 kg $1,00/KG $2.000,00

B 3.000 kg $1,00/KG $3.000,00

C 4.000 kg $1,00/KG $4.000,00

D 1.000 kg $1,00/KG $1.000,00

TOTAL 10.000 kg - $10.000,00

Desta maneira, poderemos alocar a cada produto, o quanto cada um realmente gastou da matéria
prima. Isso só é possível, porque temos uma medida objetiva (quantidade de quilos gastos por
produto).

Já os gastos com supervisão da fábrica, não podem ser alocados diretamente aos produtos, pois não
se sabe exatamente quanto tempo de supervisão foi gasto em cada produto, por isso, escolhe-se um
critério de rateio para apropriar os custos indiretos aos 4 produtos.

Vamos supor que tivemos em determinado período gastos de $2.000,00 com supervisão de
produção, desta maneira, nos resta agora alocar esses $2.000,00 aos 4 produtos através de algum
critério de rateio. Para simplificar, vamos utilizar o rateio por quantidade de produtos, assim, faremos
a divisão dos $2.000,00 pelos 4 produtos, dando a cada produto valores iguais de rateio dos gastos
de supervisão. Assim, ao dividirmos $2.000,00 pelos 4 produtos teremos a alocação de $500,00 para
cada produto.

Ao final teremos o seguinte resultado:

CUSTO
PRODUTO CUSTO CUSTO
INDIRETOSUPERVISÃO
DIRETOMAT. TOTAL DE

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

PRIMA CADA
PRODUTO

A $2.000,00 $500,00 $2.500,00

B $3.000,00 $500,00 $3.500,00

C $4.000,00 $500,00 $4.500,00

D $1.000,00 $500,00 $1.500,00

TOTAL $10.000,00 $2.000,00 $12.000,00

Assim, o Produto A custou para a empresa $2.500,00, o Produto B $3.500,00, o Produto C $4.500,00
e o Produto D $1.500,00.

CLASSIFICAÇÕES DE CUSTO

CUSTOS FIXOS E VARIÁVEIS

Custos Fixos: são os custos que não variam no período independentemente da quantidade
produzida. Estes custos têm natureza fixa, ou seja, será sempre o mesmo valor se a indústria
produzir 100 ou 1.000 unidades. O aluguel é um exemplo de custo fixo, uma vez que seu valor é
fixado por mês, todo mês a empresa pagará de aluguel uma determinada quantia, independente da
quantidade de produtos que esta fabrique.

Custos Variáveis: são os custos que guardam relação direta com a quantidade produzida. Assim,
estes custos variam de acordo com a variação na produção, quando a produção aumenta os custos
variáveis aumentam, quando a produção diminui os custos variáveis também diminuem.

Vamos imaginar na seguinte situação, nossa fábrica de garrafas plásticas paga de aluguel todo mês
$10.000,00 e gasta $0,20 de matéria prima para a produção de cada garrafa.

Pensando que no 1º mês produzimos 100.000 garrafas, nossos custos serão os seguintes:

CUSTOS FIXOS (Aluguel): $10.000,00

CUSTOS VARIÁVEIS (Matéria Prima): ($0,20


$20.000,00
x 100.000 garrafas)

CUSTO TOTAL $30.000,00

Quantidade Produzida (em unid.) 100.000

Custo Unitário por garrafa $0,30

Supondo agora que no 2º mês foram produzidas 500.000 garrafas, mantendo-se os mesmos custos,
teremos os seguintes resultados:

CUSTOS FIXOS (Aluguel): $10.000,00

CUSTOS VARIÁVEIS (Matéria Prima):($0,20 x $100.000,00


100.000 garrafas)

CUSTO TOTAL $110.000,00

Quantidade Produzida (em unid.) 500.000

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

Custo Unitário por garrafa $0,22

Podemos notar que com o aumento da quantidade produzida, o custo da Matéria Prima (custo
variável) aumentou, no entanto o custo do aluguel (custo fixo) não se alterou.

Veremos aqui como Planejar o Gerenciamento de Custos, Estimar os Custos e Determinar o


Orçamento.

Conceitos Iniciais

Hoje quero falar sobre custos e começo apresentando alguns conceitos importantes. Pensando em
custos, temos de nos lembrar que os custos do projeto e os custos do produto são diferentes.
Quando falo em custos do produto, refiro-me aos custos de operação, manutenção e descontinuação
do mesmo. São custos diferentes! Temos também o custo das alternativas, que é quando abrimos
mão de uma alternativa em detrimento de outra. Outro termo importante são os custos afundados, ou
dinheiro já gasto e que não pode ser recuperado. Sempre que falo em custos afundados lembro do
poker e que quando apostamos, temos de pensar no que está no “pote” e no que vamos ter de
colocar além do que já colocamos em jogo para concorrer ao “prêmio”, por assim dizer.

Processos de Gestão dos Custos

Indo agora para os processos de gestão dos custos, temos o plano de gerenciamento dos custos, a
definição das estimativas de custos, o desenvolvimento do orçamento e o controle dos custos. Vou
começar pelo plano de gerenciamento dos custos e assim até o controle, que é o processo “final”
desta área.

Planejando o Gerenciamento de Custos

O planejamento do gerenciamento dos custos tem poucas entradas, mas é importante lembrar que
entre elas está o plano de gerenciamento do projeto e que neste plano temos todos os outros planos
de gerenciamento do projeto (auxiliares), que podem ser bem complexos. Além de termos como
entrada para o planejamento do gerenciamento dos custos o plano de gerenciamento do projeto,
temos também o termo de abertura, fatores ambientais da empresa e ativos de processos
organizacionais. Queremos, destas entradas, informações sobre o controle de custos, restrições
financeiras, medidas, procedimentos de controle financeiros, lições aprendidas, a cultura da
organização quanto à gestão de custos e assim por diante.

As Técnicas de Planejamento

As técnicas desta área não poderiam ser mais genéricas: opinião especializada, técnicas analíticas e
reuniões. Precisamos contar com o apoio de gerentes funcionais, tal qual o gerente financeiro, para
determinar escolhas como fontes de financiamento e procedimentos estabelecidos dentro da
organização quanto ao gerenciamento dos custos. A saída deste processo é o plano de
gerenciamento dos custos, que irá apresentar os níveis de exatidão, unidades de medida,
associações com procedimentos organizacionais, limotes de controle, regras para medição do
desempenho e a descrição dos processos de gerenciamento de custos e como serão aplicados e
como se relacionarão entre si.

Depois de planejar os custos, seguimos com as estimativas do projeto entrando nas estimativas dos
custos, que apresenta como principal saída uma planilha de estimativa de custos vinculadas
(dependendo de quando será feito o processo) com o cronograma do projeto. Vamos estimar aqui
diversos custos:

• Custos diretos: diretamente relacionados ao trabalho do projeto, como remuneração, prêmios,


pessoas, equipamentos e etc.

• Custos indiretos: recursos não diretamente relacionados ao projeto, como por exemplo aluguel
de um local e etc. Aqui eu entendo como complicada a diferenciação entre o custo direto e o indireto,
então a principal dica é a mesma que o Flávio da TI Exames passa no seu curso – se o custo pode
ser diretamente ligado a um pacote de trabalho, é um custo direto, caso contrário possivelmente seja
indireto.

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

• Custos variáveis: custos que mudam de acordo com a quantidade utilizada, como salários e
materiais.

• Custos fixos: aluguel, por exemplo. Se o custo variar de acordo com o andamento do projeto,
então é variável, não é mesmo? Se você tiver de alugar mais salas durante o projeto, este custo fixo
passa a ser variável.

As entradas da construção das estimativas são diversas, como o plano de gerenciamento dos custos,
recursos humanos, linha de base do escopo, cronograma do projeto, registro de riscos, fatores
ambientais e ativos de processos organizacionais. Preste atenção agora nas ferramentas e técnicas,
pois algumas já foram utilizadas em processos anteriores e irão se repetir aqui. Sabendo que foram
vistas em outros artigos, peço que você acesse os artigos sobre tempo, pois lá algumas das técnicas
são vistas com maior profundidade.

Técnicas e ferramentas de estimativa de custos:

• Opinião especializada: buscar com partes mais experientes ajuda na tomada de decisões.

• Estimativa análoga: utilizar dados e informações passadas para estimar custos presentes.

• Estimativa parmétrica: utilizar parâmetros associados aos custos construídos com informações
passadas de alta precisão.

• Estimativa bottom-up: estimar nas atividades, pacotes de trabalho e contas de controle os


custos, de baixo para cima.

• Estimativa de três pontos: mesma já vista na área de tempo, mas para os custos. Inclusive, as
fórmulas se repetem – estimativa pessimista, positiva e mais provável.

• Análise de reservas: reservas contingenciais e gerenciais, onde as contingenciais são aquelas


preparadas com base em riscos conhecidos e as gerenciais em riscos desconhecidos.

Vale a Pena a Não-Conformidade?

Ainda precisamos considerar os custos de conformidade versus os custos de não conformidade,


relativos a qualidade, pois não estar de acordo com determinada conformidade pode custar mais caro
do que uma conformidade considerada “cara”.

As Saídas do Processo de Estimar os Custos

As saídas da construção das estimativas são as próprias estimativas, apresentadas geralmente em


uma planilha que conta com as atividades, duração, recursos, custos estimados, diretos, indiretos e
ainda outros custos que possam ser interessantes para a composição final do nosso próximo
processo: o desenvolvimento do orçamento. É importante manter um registro das bases das
estimativas, pois esta também é uma saída deste processo, e por fim atualizar os documentos do
projeto relacionados as estimativas apresentadas.

Determinando o Orçamento

O último processo deste artigo é o desenvolvimento do orçamento do projeto, pois reservarei um


artigo específico sobre o controle dos custos, tendo em vista que considero este o processo mais
complicado em função dos diversos cálculos necessários para a correta assimilação do mesmo.

As principais entradas do processo de determinação do cronograma são: plano de gerenciamento


dos custos, linha de base do escopo, estimativa de custos das atividades, bases das estimativas,
cronograma do projeto, calendário dos recursos e o registro dos riscos. As técnicas e ferramentas são
relativamente tranquilas, pois o trabalho duro foi feito na construção das estimativas e será ainda
mais duro na etapa de controle.

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

Técnicas e ferramentas de determinação do orçamento:

• Agregação de custos: agregar as estimativas de custos dos pacotes de trabalho às contas de


controle e, por fim, a todo o projeto.

• Análise de reservas: podemos agregar ao orçamento final as reservas gerenciais, junto com a
linha de base do escopo – que já inclui as reservas contingenciais e as estimativas de custos
anteriores a estas análises.

• Opinião especializada: acompanhamento dos custos e do orçamento por partes que tenham
domínio a respeito de pontos específicos do orçamento.

• Relações históricas: utilizar parâmetros e opinião especializada para avaliar se o orçamento é


realista, se é factível.

• Reconciliação dos limites de recursos financeiros: nivelar os recursos da empresa com os


recursos necessários para os projetos.

Saídas do Processo de Determinação do Orçamento

Depois de termos visto as técnicas, verificaremos as saídas do processo de determinação do


orçamento. A linha de base de custos é o orçamento no término já alinhado com o cronograma do
projeto e que serve para controlar os custos reais com os custos planejados para o projeto. A linha de
base dos custos é a soma da agregação dos custos, menos as reservas gerenciais. Justamente a
próxima saída são os requisitos de recursos financeiros do projeto, que incluem a linha de base mais
as reservas gerenciais. Atualizações, como sempre, também fazem parte das saídas do processo.
Muitas vezes precisamos atualizar documentos já existentes em função de resultados e análises de
determinados processos, tal como o de determinação do orçamento.

Custos Gerais

Concluindo a nossa série de postagens sobre os custos logísticos temos o segundo e último artigo.
Neste iremos relacionar, e explicar, os custos gerais associados ao planejamento logístico.

Custos Controláveis e Não Controláveis: Inicialmente, quando se fala em tomada de decisões,


devemos analisar o que faz parte, efetivamente, da gestão de cada processo. Sobre os custos
controláveis e não controláveis, podemos dizer que os primeiros variam com o volume de esforço de
um processo/atividade e devem estar relacionados a um objeto e identificados separadamente.
Contabilmente falando, dizemos que o Custo Controlável é aquele que é influenciado pela decisão e
ação de um gestor e pode ser identificado ao objeto ou rastreado em determinado processo/atividade.
O custo não controlável não pode ser influenciado pela decisão de um gestor, por exemplo, o gestor
de logística pode controlar os custos de transporte e armazenagem, mas não pode controlar os
gastos com a segurança ou a limpeza do prédio, que também são utilizados por outras áreas da
empresa e poderão ser alocados ao processo atividade por diversos critérios questionáveis, ou seja,
não diretamente identificados.

Custo de Oportunidade: É um conceito de custo imprescindível à gestão de logística, sobretudo no


que tange aos investimentos em ativos logísticos. É um tipo de custo imputado, um custo de capital,
que não é registrado contabilmente (nos livros contábeis tradicionais) e não implica desembolsos de
caixa, pois tem natureza econômica, mas deve ser contemplados nos relatórios gerenciais. O custo
de oportunidade representa quanto a empresa sacrificou em termos de remuneração por ter aplicado
seus recursos numa alternativa ao invés de em outra. Para ilustrar este conceito, um exemplo pode
ser o de uma empresa que poderia aplicar seus recursos em operações no mercado financeiro e
ganhar 1% ao mês, ao invés de investir em estoques ou em outros ativos logísticos, portanto, a
decisão de manter ativos deveria render, no mínimo, o que a empresa poderia obter no mercado
financeiro, ou seja, 1% ao mês.

Custo Relevante: É um conceito importante à gestão logística. Custos relevantes são custos futuros,
que diferem entre as diversas alternativas. Para ser, um custo não deve ser apenas um custo futuro,
mas também precisa ser diferente de uma alternativa para outra. Na escolha entre alternativas, por
exemplo, dos modais de transporte, apenas alguns custos serão relevantes na análise, tais como os

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

custos de embalagens ou os custos de manutenção do inventário, pois irão ocorrer como resultado
da tomada de decisão de qual modal de transporte utilizar e afetam o fluxo de caixa. Custo relevante
não é necessariamente o que foi incorrido no passado, mas aquele que se esperam incorrer no futuro
para um determinado nível de serviço. Os trade-offsse enquadram na categoria de custos relevantes.

Custos Irrecuperáveis: São custos incorridos no passado e que não são relevantes para decisões
no presente, pois não se alteram em função das decisões. A depreciação de um ativo já existente,
por exemplo, não deve ser considerada como um custo relevante, pois não afeta o fluxo de caixa; em
compensação, os custos de capital sobre esse ativo devem ser considerados. Por exemplo, se você
comprou ingresso para assistir um filme no cinema e gastou R$ 25,00, e um amigo o convida para ir a
um churrasco, sem custo nenhum e você aceita, os R$ 25,00 gastos pelo ingresso não serão
recuperados.

Custo Incremental, Marginal ou Diferencial: Este conceito é importante na análise dos Custos
Logísticos e normalmente é considerado como um custo extra, associado a uma unidade adicional.
Em uma tomada de decisão, devemos analisar os aumentos (ou diminuições) nas receitas e nos
custos, que ocorrerão em cada decisão, ou seja, incluem custos que se modificam, como
consequência da escolha entre as diversas alternativas. Em uma análise incremental, devemos
observar qual o resultado econômico que será apurado, pela diferença entre a receita e o custo
incremental. Podemos citar como exemplo a questão, descrita no custo Relevante, da escolha do
modal de transporte, em que a alternativa que tiver o melhor resultado econômico, ou seja, a melhor
solução logística, deverá ser a escolhida. Novamente, isso remete para o conceito de trade-off, que
concluímos que envolve custos relevantes e incrementais, marginais ou diferenciais.

Custos Ocultos: (Hidden Costs): São os custos que não são visíveis aos gestores, mas que afetam
o resultado econômico da empresa, pois ocorrem em condições anormais de operação, associados
ao conceito de perdas, tais como falhas e desperdícios nos processos logísticos. Este é um dos
maiores problemas de identificação de custos, pois muitas falhas não são perceptíveis. No decorrer
das atividades, por exemplo, os gestores, muitas vezes, não percebem o quanto estão desperdiçando
de recursos ou tempo, em atividades que não agregam valor á empresa, ou não produzem nenhum
produto ou serviço, o que impacta, diretamente, o resultado econômico das empresas, de forma
negativa. Podemos chamar os desperdícios de ladrões de lucro, incluindo questões como
complexidade excessiva, redundâncias, treinamento inadequado, comunicação deficiente,
funcionários sem poder e imperícias, além da questão da capacidade humana, que também pode vir
a causar perdas. Entre outros exemplos de custos logísticos ocultos, podem ser citados:
superprodução, defeitos, esperas e atrasos, acúmulo e material em processo, transportes internos e
ações que podem gerar movimentações desnecessárias e processos que muitas vezes, necessitam
ser modificados para serem eficientes.

Custo Padrão: Pode ser considerado como um custo elaborado, que contempla aspectos físicos e
monetários, em que são considerados, dentro da normalidade, os materiais, mão-de-obra,
equipamentos e outros custos, aplicados ao produto/serviço ou á atividade. É o custo que se deseja
alcançar, em termos físicos e monetários, se tudo ocorrer de acordo com o normal da atividade. Por
exemplo, se fomos apurar o custo-padrão de um serviço a ser prestado, devemos avaliar quanto
tempo iremos gastar para realiza-lo e qual é o custo da mão -de-obra envolvida, bem como outros
custos associados. Após o serviço ter sido prestado, é necessário realizar o acompanhamento das
variações dos custos freais em relação aos padrões, justificando as causas dos desvios, para que
sejam tomadas as devidas ações corretivas.

Custo Meta ou Alvo (Target): É aquele em que, a partir do preço de mercado do produto/serviço e
tendo definida a margem de lucro desejada, a diferença é o custo-meta. Para ilustrar, vamos imaginar
que o serviço a ser prestado tenha um preço de R$ 200,00 e que a empresa espera ter uma margem
de lucro de 20%, ou seja R$ 40,00. Portanto, o custo a ser atingido (meta) é de R$ 160,00.

Custo no Ciclo de Vida: Atualmente, em função de, em muitos segmentos, os produtos estrem com
ciclos de vida cada vez mais curtos, o tempo é a base para a competitividade, é um elemento de
diferenciação, e a tendência é cada vez mais os tempos sejam comprimidos. Quando se fala em
compressão de tempo, estamos nos atendo às diversas etapas do ciclo de vida de um produto, sendo
que o tempo de vida de um produto varia de acordo com a atividade econômica da empresa e

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CUSTOS CONTROLÁVEIS

independente desta atividade. Desde a sua concepção até a descontinuidade de um produto, os


custos devem ser acompanhados pelo custeio do ciclo de vida.

Custo Kaizen: Está relacionado à melhoria contínua dos processos, visando à redução constante
dos custos em todas as fases do ciclo de vida de um produto/serviço. O custo Kaizen é similar ao
custo-meta em sua missão de reduzir custo, exceto que enfoca a redução dos custos durante as
outras fases do ciclo de vida, além do desenvolvimento. Por exemplo, se em um determinado mês o
custo de transporte incorrido foi de 1 milhão, de acordo com a filosofia do Kaizen, os gestores
deverão encontrar um meio de reduzi-lo.

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CUSTO PADRÃO

Custo Padrão

O custo-padrão é um custo pré-atribuído, tomado como base para o registro da produção antes da
determinação do custo efetivo.

Em sua concepção gerencial, o custo-padrão indica um “custo ideal” que deverá ser perseguido,
servindo de base para a administração mediar e eficiência da produção e conhecer as variações de
custo.

Esse custo ideal seria aquele que deveria ser obtido pela indústria nas condições de plena eficiência
e máximo rendimento.

Algumas características essenciais do método de custeio padrão são:

1. Pré-fixação de seu valor, com base no histórico ou em metas a serem perseguidas pela empresa;

2. Pode ser utilizado pela contabilidade, desde que se ajuste, periodicamente, suas variações para
acompanhar seu valor efetivo real (pelo método do custo por absorção).

3. Permite maior facilidade de apuração de balancetes, sendo muito utilizado nas empresas que
precisam grande agilidade de dados contábeis.

A Resolução 750/93 do CFC (Conselho Federal de Contabilidade) fixou os Princípios Fundamentais


de Contabilidade. Dentre esses aparece o Princípio do Registro pelo Valor Original que determina a
avaliação dos componentes do patrimônio pelos valores originais das transações com o mundo
exterior a valor presente em moeda nacional, sendo mantidos na avaliação das variações
patrimoniais posteriores, o que descarta a utilização do custo-padrão para fins de avaliação dos
estoques e dos custos dos produtos vendidos, posto que este pode divergir da transação efetiva.

Entretanto, o item 37 da NPC 2 – Pronunciamento do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil


- IBRACON nº 2 de 30/04/1999, admite o custo-padrão, desde que ajustado periodicamente, nos
seguintes termos:

“Custos-padrão são também aceitáveis se revisados e reajustados periodicamente, sempre que


ocorrerem alterações significativas nos custos dos materiais, dos salários, ou no próprio processo de
fabricação, de forma a refletir as condições correntes. Na data do balanço, o custo-padrão deve ser
ajustado ao real.”

O Parecer Normativo CST 7/1979, exige que se faça o ajuste periódico na contabilidade entre o
método de custeio padrão e custeio integral.

Portanto, observa-se a exigência de ajuste, no mínimo a cada três meses, para as empresas que
adotarem o custo padrão.

Em resumo: o método de custeio-padrão pode ser utilizado, contabilmente e gerencialmente, porém,


é imprescindível que seu ajuste com os custos reais se faça regularmente, exigindo-se tal
procedimento quando por ocasião do levantamento do balanço patrimonial.

A Solução do Custo é o Custo-Padrão

O principal objetivo de qualquer Entidade, independente de sua forma de constituição, é de diminuir


seus custos internos para só assim aumentar o lucro ou ingressos.

Daí surge a necessidade da aplicação do custo-padrão, que nada mais é do que uma previsão ou
predeterminação dos custos reais devem ser dentro de condições projetadas, servindo como uma
base para o controle de custos e como uma medida da eficiência de produção.

Sendo assim, o custo-padrão é uma das técnicas para avaliar e substituir a utilização do custo real.
Independentemente de a empresa utilizar o método do custeio direto ou custeio por absorção, ela
pode utilizar o conceito de custo-padrão, o qual se diferencia do custo real no sentido que ele é
normativo, objetivo, proposto ou um custo que deseja alcançar.

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CUSTO PADRÃO

O custo-padrão quando colocado em comparação com os custos reais, ele fornece oportunidade de
controle e avaliação de desempenho no sentido de buscar o custo esperado, através de análises,
além do que, o custo-padrão pode incorporar metas para realização de custos, pois é uma das
técnicas para avaliar e substituir o custo real.

Desta forma, é importante fazer algumas perguntas tais do tipo:


1º Conheço a origem de cada receita e o destino de cada despesa minha?
2º Estão elas dentro dos valores e limites que deveriam estar?
3º Quando algumas delas se desviam do comportamento que deveriam ter, tenho o conhecimento
rápido?
4º Sou capaz de identificar também rapidamente a razão do desvio?
5º Tomo alguma atitude para corrigir esses desvios quando tenho condições de fazê-lo?

Caso estas perguntas sejam respondidas, pode-se dizer que existe controle dentro da entidade, cujo
significa conhecer a realidade, compará-la, conhecimento rápido e solução rápida para eventuais
problemas.

2 – CONCEITO

O custo-padrão é custo ideal de fabricação ou prestação com o uso das melhores mátrias-primas,
mão-de-obra e de 100% da capacidade da empresa.

O sucesso do custo-padrão irá depender do grau de seriedade que a empresa der a localização e
saneamento das diferenças encontradas entre o padrão e o real, por ocasião de suas comparações.

3 - FINALIDADE DO CUSTO PADRÃO

O custo-padrão é uma ferramenta indispensável para o controle dos custos das operações e
atividade empresariais.

4 – OBJETIVO

Atualmente para se obter o lucro deve-se planejar uma meta e para planejar esta meta tem que ter
um objetivo e com relação ao custo-padrão os seus objetivos são:
1º Determinar o custo desejado;
2º Avaliar as variações dos custos, seja ele o real ou padrão;
3º Definir as responsabilidades e o comprometimento motivacional por toda empresa;
4º Avaliar o desempenho e a eficácia operacional;
5º Substituir o custo real
6º Formar o preço de venda

Através destes objetivos supracitados acima consequentemente a empresa atingirá sua meta, ou
seja, a empresa pode incorporar metas a serem atingidas pelos diversos setores fabris e
operacionais, no sentido de que tais avaliações de custos sejam alcançadas .

5 – CARACTERÍSTICAS

O custo-padrão tem as seguintes características:


1º Compõem-se de elementos físicos e monetários;
2º Utiliza-se de dados e informações que devem acontecer no futuro;
3º Aplicável em operações repetitivas;
4º Deve servir como de comparação ou meta.

Além dessas características, pode-se indentificar outros aspectos importantes, como por exemplo, a
substituição do custo real, a formação de preço de venda e o acompanhamento da inflação interna na
empresa.

6 – TIPOS DE CUSTO-PADRAO

A grande finalidade do custo padrão é o controle dos custos, tendo como objetivo o de fixar uma base
de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido.

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CUSTO PADRÃO

Mas, para se saber o que ocorreu ou que deveria ter sido ocorrido depende de qual tipo de custo-
padrão que a entidade estar utilizando.

Então, desta forma os tipos de custos-padroes para serem executados são:


a) Custo-padrão ideal – Tem o propósito de obter a máxima eficiência da mão-de-obra e 100% da
capacidade produtiva sem desperdício que é praticamente impossível;
b) Custo-padrão corrente – Objetiva-se em obter um custo ideal como meta, onde busca eficiência,
qualidade, produtividade e motivação que estão ao alcance da empresa;
c)Custo-padrão estimado ou orçado – É o custo que deverá ser aquele que procura identificar os
custos que deverão alcançar no futuro através das atividades e equipamentos utilizados no presente.

7 – IMPLANTAÇÃO E UTILIZAÇÃO DO CUSTO- PADRÃO

O princípio relevante do custo-padrão é de fornece informações preciosas para diminuir seu custo.

E estas informações são retiradas através da mão-de-obra, dos materiais diretos, dos materiais
indiretos, dos custos diretos, dos custos indiretos, dos custos fixos, e do volume de produção e
atividade.

Como base nestas informações podemos citar um exemplo:


Digamos que no setor de limpeza da empresa tem-se para cada andar um funcionário para fazer a
limpeza.

Então, deve-se saber o seguinte:

Funcionário Onozífuro
Cargo ASG
Salário R$350,00
Salário por hora R$ 1,59
Função Limpeza
Tempo de execução da função 2 horas
Custo padrão real R$ 3,18

Através destes dados deve-se questionar e aplicar alternativas para otimizar o tempo e diminuir o
custo-padrão real onde :
a) Qual o horário que está sendo feito a limpeza?
b) O material que está sendo utilizado é de fácil acesso e locomoção do funcionário?
c) O funcionário é capacitado para exercer a função?

Diante destes questionamentos e considerando que o funcionário tem experiência para exercer a
função, como também que o tipo de custo-padrão aplicado na empresa é o corrente deve-se fazer o
seguinte para diminuir o custos:
1º O horário para fazer a limpeza para obter maior eficiência e qualidade no serviço deve ser ao
término do expediente, devido o menor fluxo de pessoas no corredor;
2º O material do qual funcionário necessita para executar seu ato laboral deve ser transportado num
carrinho adequado.

Imagine para cada sala depois de varrido ele ir pegar na sala anterior pá, o rodo, o detergente e etc .

Ou seja, através destas ações o funcionário irá fazer em menos tempo limpeza deste andar e
consequentemente irá limpar no mesmo tempo o próximo andar, além disso ele e o setor de limpeza
poderá dispensar outro funcionário para só assim diminuir o custo da empresa.

Vale ressaltar, que um dos pontos chaves para elaboração do custo-padrão que contém metas a
serem atingidas, é sua verificação junto ao custo real, através da análise das variações entre o custo-
padrão, que é o que deveria ser atingido e o custo real, que é o que aconteceu. Diante das análises,
verificam-se os problemas e se tomam medidas corretivas para que os padrões possam ser
alcançados.

Como por exemplo de análises de varianças tem-se o seguinte:

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CUSTO PADRÃO

Custos e despesas Custo-Padrão Custo Real Variação


Material Direto 1.700 1.850 150
Mão-de-obra 950 1.050 100
CIF 750 950 200

Esta planilha supra acima facilita a interpretação se a variação dos custos está sendo favorável ou
não, para daí tomar–se uma decisão eficaz para tomada de decisão, até porque as variações se
verificam normalmente em qualquer organização, dado a dinamicidade da economia e das inúmeras
variáveis que circundam a vida de qualquer empresa, além do que as principais causas da variações
são os preços, quantidades e tecnologia.

CUSTO PADRÃO

Sistema de custeio real

Sistema de custeio real implica a utilização apenas de valores históricos dos insumos já aplicados no
processo de produção. Portanto, os custos do produto ou do período são calculados somente após a
realização da produção e o lançamento de todos os custos do período, o que, na maioria das
empresas, ocorre com frequência mensal.

Com a utilização deste sistema [custo real], um produto fabricado no início do mês terá seus custos
conhecidos no mínimo em cerca de trinta dias.

Sistema de custeio predeterminado

No sistema de custeio predeterminado [custo padrão] utilizam-se valores previstos com base nas
especificações do produto, nos elementos de custo e nas quantidades de produção. Os custos são
apurados antes de realizada a produção.

O custeio predeterminado, em função de suas características, pode ser classificado como:

• Estimado – é estabelecido com base em custos de períodos anteriores ajustados em função de


expectativas de ocorrências futuras, porém sem muito questionamento sobre as quantidades
(materiais/mão-deobra) aplicadas nos períodos anteriores e os respectivos custos.

O conceito de custo estimado é, em geral, utilizado para cálculo das taxas de aplicação dos custos
indiretos de fabricação, podendo, entretanto, ser estendido aos custos diretos.

• Padrão – é estabelecido com mais critério do que o estimado, conforme detalhado nos itens a
seguir. O padrão representa o custo que um produto deveria custar, em condições normais de
eficiência da mão-de-obra e dos equipamentos, de abastecimento do mercado fornecedor, da
demanda do mercado consumidor etc.

2. TIPOS DE PADRÕES

Diversas são as denominações e os conceitos utilizados para a concepção dos padrões, entretanto
os mais comuns são: padrão ideal ou teórico e padrão corrente ou normal.

O custo padrão ideal é obtido com base em estudos científicos, não considera ineficiências e,
consequentemente, tem pouquíssimas chances de ser atingido. O custo padrão corrente considera as
características normais do processo e do produto (ineficiências, paradas, qualidade de materiais etc.),
devendo, portanto, ser entendido como a meta a ser atingida em determinado período.

A fixação de metas inatingíveis não gera nenhum comprometimento do pessoal com a busca de
melhor desempenho ou aumento de eficiência e impossibilita a responsabilização pela não
consecução. Mas, a simples consideração de dados de períodos anteriores, sem os ajustes dos
desvios ocorridos, pode significar a repetição de erros e perda da eficiência. Portanto, o custo padrão
corrente é o que melhor atende às necessidades de planejamento, controle e tomada de decisões.

3. OBJETIVOS DA APLICAÇÃO DE PADRÕES

O objetivo principal da utilização do sistema de custeio padrão é o controle dos custos, ou seja, com
base nas metas fixadas para condições normais de trabalho é possível:

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CUSTO PADRÃO

• Apurar os desvios do realizado em relação ao previsto


• Identificar as causas dos desvios.
• Adotar as medidas corretivas para não-reincidência de erros ou para melhoria do desempenho.

Assim, a existência de padrões não elimina a necessidade de apuração dos custos reais; pelo
contrário, o objetivo do sistema de custeio padrão só é atingido quando, da comparação do real com
o padrão, se extraem as divergências entre ambos.

O controle dos custos real versus padrão gera informações que contribuem:

• No processo de avaliação de desempenho das áreas e dos responsáveis pelos custos


• Para a implantação de programas de redução de custos, mediante a identificação dos itens ou áreas
que estão fora da normalidade.

A utilização do sistema de custeio padrão tem os objetivos, ainda, muito mais de ordem prática
operacional do que conceitual, de permitir:

• A apuração dos custos imediatamente após a fabricação dos produtos, ou seja, desvinculada do
fechamento contábil do mês. Esta situação é bastante comum em empresas que dispõem de
sistemas automatizados e integrados de controle de estoques, de planejamento e controle da
produção, de compras etc., onde, à medida das ocorrências físicas (produção/venda), os arquivos
são atualizados também monetariamente, com base em padrões.
• Reduzir a quantidade de apontamentos de consumo, tanto de materiais quanto de mão-de-obra,
para apuração dos custos de cada produto. Esta necessidade é maior em empresas cujos produtos
têm uma grande diversidade de componentes, de grande ou pequeno valores, e os processos de
produção são complexos e ocorrem em diversas etapas.

4. FIXAÇÃO DOS PADRÓES

Responsáveis pela fixação dos padrões

Vários órgãos devem envolver-se na fixação dos padrões, de acordo com a natureza de cada item de
custo e com a estrutura organizacional da empresa.

Em linhas gerais:

• Os padrões físicos (quantidades de materiais, horas de mão-de-obra, consumo de energia etc.) são
de responsabilidade de áreas industriais (desenvolvimento de produtos e processos, produção,
planejamento e controle).
• Os padrões monetários são atribuições de áreas administrativas e financeiras (controladoria,
compras, departamento de pessoal etc.).

A área de controladoria, além de ser responsável pelo cálculo de alguns padrões, tem a atribuição de
coordenar todo o processo e compilar os dados para a apuração dos custos padrões dos produtos.

Uma distribuição de responsabilidade comumente encontrada pode ser expressa graficamente da


seguinte forma:

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CUSTO PADRÃO

Fim da transcrição

APONTAMENTOS PARA A MATERIA A SER DADA EM SALA DE AULA

Custo Padrão é um sistema usado pelas empresas, integrado ou não à contabilidade. Neste último
caso ele é um sistema extra-contábil. Seu principal objetivo é oferecer agilidade à empresa, na
tomada de decisão junto a fornecedores e clientes. Além disso, facilitam a realização de
levantamento de dados para formação de orçamentos, propostas de concorrências e levantamentos
para controle dos custos.

Há várias situações diferentes que exigem soluções também diferentes, para a formação de custo
padrão. Nas empresas com mais de um ano de existência, toma-se como base os custos reais
acontecidos nos exercícios anteriores. Nas empresas novas busca-se os valores reais de custos
existentes no mercado. Em alguns casos desprezam-se os centavos e se faz um arredondamento
geral, em outros computa-se todos os centavos. Dessa forma podemos dizer que o sistema de custo
padrão deve se amoldar à empresa e não a empresa se adaptar os sistema, pois não há um único
sistema de custo padrão, há vários. Note-se que este é um conjunto de controles recomendado
somente para as empresas que têm produção contínua e em grande volume. Entretanto, alguns
setores, por exemplo restaurante, podem optar pela sua utilização, mesmo sendo de porte médio.

Implantação

A implantação do sistema de custo predeterminado deve envolver todos os setores da empresa,


direta ou indiretamente ligados à produção, finanças, vendas etc. Vejamos algumas situações
específicas:

1. Diretoria – A implantação do sistema de custo padrão representa facilidade para produzir


mercadorias e concorrer no mercado. Por outro lado há a possibilidade de trazer prejuízos se os
cálculos não forem bem feitos. Por causa disso, a implantação do sistema deve ser uma decisão do
colegiado de diretores.

2. Gerências – O levantamento de dados para o pré-projeto e suas revisões posteriores deverá ser de
responsabilidade de todas as gerências envolvidas nos processos de compra, produção,
comercialização, estocagem, financiamento, etc., aí incluído o departamento de pessoal.

3. Produção – A execução do custo padrão, como sistema, deve ser de responsabilidade do setor de
Controladoria. Entretanto é o setor de produção o departamento usuário das informações, fato que
lhe dá condições de alterar os valores do projeto.

4. Outros setores – O departamento de Compras e a Diretoria Financeira têm obrigação de fornecer


informações atualizadas à Controladoria sobre o valor dos insumos, quantidade dos estoques,
disponibilidade dos recursos etc.

Análise de variações de custo-padrão: existe afinal variação mista?

A teoria clássica de custos caracterizada em algumas obras de autores conceituados, no que diz
respeito ao capitulo de custos-padrão. tem contemplado a denominada variação mista. Horngren
admite o cálculo e utilização da variação mista. Esse autor caracteriza a variação de preço pura (pure
príce varíance) e a variação combinada de preço e quantidade (combined or joint price-quantity
variance). A soma dessas duas variações resulta a variação de preço total (totalprice
variance). Horngren(1) argumenta que:

(...) the importance of this refinement depends on the significance and usefulness of ísolating the joint
variance. Where executive bonuses depend on variances. this refinement may be necessary". Na
sequência esse autor afirma que "The key questions in deciding how variances should be collected
and analyzed are: Why do we wish to identify this particular variance? What will we do with it? lf we
cannot make practical use of the variance. then we should not bother to compute it.

Martins(2) menciona que a variação mista corresponde ao produto da diferença de quantidades )


padrão menos real) pela diferença de preços (padrão menos real), observando que. essa Variação
Mista é de difícil entendimento, causando. às vezes. algumas dificuldades para efeito de analise".
Corcoran (3) . advoga a não existência da variação mista. mencionando:

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CUSTO PADRÃO

(...)you ask me whose responsibility the mixed variance is - the foreman's or tne purchasing agent's? I
cannot (tell you. It as if a giass falls to the floor and dreaks. What is responsibbe - the fragility of the
glass or the hardness of tne floor? Dearden(4). Backer & Jacobsen(5). bem como Dopuch, Birnberg &
Demski(6), nas obras referenciadas. não abordam a variação mista.

A hipótese orientativa do desenvolvimento deste trabalho e que se o evento econômico é identificado,


mensurado, registrado e informado pelo sistema de informação de contabilidade, no tempo de sua
ocorrência. então, a variação mista não existe.

Premissas e Definições

1. para efeito de desenvolvimento do trabalho. focalizaremos o custo-padrão de matéria-prima (cp) de


um produto x. sendo (qf)a quantidade de produto x fabricada no período:

2.. o produto é elaborado com a utilização de uma única matériaprima:

3.. o custo-padrão de matéria-prima do produto e formado pela quantidade padrão da matéria-


prima (qp) e o preço padrão da matéria-prima (pp), ou seja:

4. o custo real de matéria-prima (cr) do produto é formado pela quantidade efetivamente


consumida (qr) multiplicada pelo preço incorrido (pr). ou seja:

5. as variações de custo são identificadas, mensuradas. registradas e informadas no momento da


ocorrência dos eventos econômicos que lhes dão origem. Assim. a variação de preço é apurada no
momento da compra da matéria-prima e a variação de quantidade ou rendimento e apurada apos o
momento da produção da quantidade (qf) do produto x:

6. em termos unitários, a variação de preço (vp) da matéria-prima. objeto deste estudo, corresponde
ao preço padrão (pp) menos o preço real (pr) Assim:

7. considerando a premissa anterior, a variação de preço total (pt) de matéria-prima. corresponde a


variação unitária de preço multiplicada pela quantidade comprada (qc) de matéria-prima no
período n. Assim:

8. em termos unitários, a variação de quantidade (vq) da matériaprima. corresponde a diferença entre


a quantidade padrão (qp) e a quantidade real usada (qr) multiplicada pelo preço padrão (pp). Assim:

9. considerando a premissa anterior, a variação de quantidade total (qt) de matéria-prima no


período n, corresponde a variação unitária de quantidade multiplicada pela quantidade fabricada ao
produto (qf). Assim:

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CUSTO PADRÃO

10. todo evento econômico. provocado ou não provocado. é de responsabilidade de um gestor


específico;

Análise e Resultados

A fim de facilitar o encadeamento lógico do processo de analise, repetimos a seguir, algumas


definições básicas explicitadas no tópico anterior:

a) Considerando as premissas estabelecidas. em termo unitário. a variação de preço (vp) da matéria-


prima. corresponde ao preço padrão (pp) menos o preço real (pr). Assim. vp = pp -pr.

b) A variação de preço total (pt) de matéria-prima, corresponde avariação unitária de preço


multiplicada pela quantidadecomprada (qc) de matéria-prima no período n.

Assim, pt=vp.qc ou pt=(pp-pr).qc.

C) Em termos unitários, a variação de quantidade (vq) da matéria-prima. corresponde a quantidade


padrão (qp) menos a quantidade usada (qr) multiplicada pelo preço padrão (pp). Assim, vq = (qp -
qr). pp.

d) A variação de quantidade total (qt) de matéria-prima noperíodo n. corresponde a variação unitária


de quantidade multiplicada pela quantidade fabricada do produto x (qf). Assim. qt = vq qf.

Então, dessa forma, definidas matematicamente as variações de matérias-primas. neste momento


formulamos a seguinte questão: Como surge a variação mista?

A variação mista surge. quando no calculo da variação total de preço., efetuamos a multiplicação na
variação unitária de preço (vp) por uma quantidade padrão (qz). Essa quantidade
padrão (qz) corresponde a quantidade padrão (qp) de matéria-prima y que deveria ser consumida
considerando a quantidade fabricada do produto x (qf) no período n. Ou seja: qz = qp. qf.

Assim as fórmulas originalmente estabelecidas se alteram:

E se estabelece uma nova variação. a variação mista (vm), na qual:

Consideramos como premissa, que as variações de custo são identificadas, mensuradas. registradas
e informadas. no momento da ocorrência dos eventos que lhes dão origem. Assim, a variação de
preço e apurada e efetivamente contabilizada no sistema contábil. no momento da compra da
matéria-prima e a variação de quantidade ou rendimento e apurada apos a fabricação dos produtos.
Neste sentido Horngrent (7) afirma que:

(...) príce variance for purposes of control are computed at the time of purchase by taking the
difference between actual and standard unit price times the actual quantity acquired. To delay the
computation of the príce variance until the time the quantity is issued usually defeats the usefulness of
the information for control. because corrective action is then seldom possible.

Refletindo sobre esse assunto. observamos que do ponto de vista físico - operacional. no momento
da comera não existe a quantidade padrão (qz). existe a quantidade efetivamente comprada de

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CUSTO PADRÃO

matéria-prima (qc). Nesse momento da compra podem eventualmente existir outros tipos de padrões.
tal como o lote econômico de compra ou a quantidade de compra orçada para o mês, mas a
quantidade padrão (qz) não existe porque essa quantidade esta associada ao volume de produção,.
evento que ira ocorrer em momento futuro. Não ha como contabilizar outra quantidade de matéria-
prima. a não ser a quantidade efetivamente comprada.

Consideramos como premissa que todo evento econômico. provocado ou não provocado, é de
responsabilidade de um gestor especifico. Neste contexto. do ponto de vista da responsabilidade pelo
evento compra,. o gestor ce compras é responsável pelo preço praticado em relação ao preço padrão
em nível de todas as quantidades efetivamente compradas.

Tendo em vista nossa argumentação. que no momento do evento da compra. não existe a
quantidade padrão (qz). não é possível apurar a variação total de preço através da fórmula
modificada pt = vp qz, ou pt = (pp -pr) qz. Reiteramos que só épossível apurar e contabilizar a
variação total de preço através da formula pt = vp qc, ou pt = (pp -pr) qc, ou seja. utilizando a
quantidade efetivamente comprada (qc). Morse(8) advoga essa mesma idéia afirmando que

(...) these organizations frequentlv purchase materiais well in advance of their use on the basis of
inventory models such as those presented in chapter 16. To obtain useful performance information
more rapidly, material price variances should be computed at fhe time materiais are purchased.

A luz dessas considerações, fica constatada a não existência da quantidade qz, sendo a variação de
preço obtida através da quantidade qc. Dessa forma. como consequência. a variação mista não
existe.

Exemplo

Vamos considerar o penado de tempo (n) como um mês. O exemplo contempla eventos ocorridos no
mês de março relacionados com o custo de matéria-prima.

Eventos Realizados:

Evento: Revisão do Custo-Padrão de Matéria-Prima ao Produto x

cp = qp. pp

qp = 2 unidades de matéria-prima y

pqp = R$ 4,80/unidade de matéria-prima y

cp = R$ 9,60

Evento: Compra de matéria-prima y

qc (quantidade comprada) = 1000 unidades

pr (preço real) = RS 5,00/unidade

Evento: Consumo de matéria-prima y na produção domês - qr = 420 unidades

Evento: Elaboração do produto x no mês

qf = 200 unidades

Contabilização dos eventos de acordo com as premissas assumidas.

Evento: Compra de matéria-prima y - reconhecimento da compra

D : Variação de Prece de matéria-prima y

C. Fornecedores.................PS 5.000.00

Evento: Compra de matéria-prima y - internalizarão do material

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D: Estoque de Mataria-Prima y

C: Variação de Preço de matéria-prima y.. R$ 4.800.00

Evento: Consumo de matéria-prima y na produção do mês

D: Estoque de Produtos em Processo

C. Estoque de matéria-prima y.................RS 2.016,00

Evento: Elaboração do produto x no mês -custo da produção acabada

D: Estoque de Produtos Acabados

C: Estoque de Produtos em Processo ............R$ 1.920.00

Evento: Elaboração do produto x no mês - variação de rendimento

D: Estoque de Produtos Acabados

C: Estoque de Produtos em Processo R$ 96,00

Análise das Informações Geradas

No momento da compra apuramos a variação de preço total de matéria-prima (pt), através da formula
apresentada: pt = (pp -pr) qc. ou seja:

De acerco com a exposição efetuada ao longo deste trabalho. para o calculo da variação mista, seria
necessário apurar a variação de preço através da seguinte formula:

Lembrando que qz correspondente a quantidade padrão é queestamos neste momento tratando da


ocorrência do evento compra de responsabilidade do gestor de compras, efetuamos as seguintes
questões: Qual o significado de qz? como obter qz?

A luz de nossos argumentos demonstramos que qz. no momento da ocorrência do evento compra,.
não pode ser obtido. e portando tem pouco significado. No momento da compra não há como se falar
em quantidade padrão. que depende das quantidades deprodutos fabricados, o que existe realmente
e somente a quantidade real comprada qc. Se qz não existe, então a variação mista também não
existe.

Conclusões

Como demonstrado através deste trabalho. considerando as premissas fixadas, constatamos a não
existência da variação mista. O seu calculo é possível matematicamente. quando todas as variações
são calculadas apos o momento da fabricação dos produtos. No exemplo apresentado a variação
mista seria calculada considerando-se os dados relativos a quantidade gerada do produto x.

A variação de preço seria obtida da seguinte forma:

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CUSTO PADRÃO

A variação de quantidade seria obtida:

A variação mista seria obtida:

De um ponto de vista analítico gostaríamos de observar um problema entre a lógica matemática e o


sentido econômico contido no conceito da variação mista. Observando os sinais algébricos dos
números que compõem a variação mista. podemos notar que a diferença de preços e negativa (0,20)
e a diferença de quantidades também negativa (20), portanto a variação mista. como produto de dois
números negativos deveria ser algebricamente positiva, porem economicamente ela é negativa.
Morse, na obra referenciada.

Vale a pena esclarecer que se utilizássemos outra notação algébrica para calculo das variações de
custos, ou seja. obtendo a variação de custo como a diferença entre o custo real e o custo-padrão.
esse fato não ocorreria Voltando ao exemplo anterior, e adotando novas definições. teríamos:

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CUSTO PADRÃO

Com base nessas definições. o sinal algébrico e o sentido econômico seriam inversos, e todas as três
variações numericamente positivas, estariam expressando corretamente o significado econômico
negativo e o problema levantado por Morse deixaria de ocorrer. Esse fato nos remete a uma questão
pouco explorada, a qual não pretendemos discutir no âmbito deste trabalho, que diz respeito acorreta
expressão algébrica das variações de custos.

De um ponto de vista mais amplo, a metodologia de cálculo de variações de custos que contempla a
variação mista, gera uma informação inadequada para o gestor de compras por duas razões básicas:

1. Não espelha a realidade física e o modelo de decisão do gestor.

O valor de (80.0W. na variação de preço, não corresponde a realidade, uma vez que foi calculado em
função da quantidade padrão. Essa quantidade padrão é obtida pela multiplicação das quantidades
fabricadas de produto x(200 unidades) pelo índice técnico de consumo de matéria-prima y j2
unidades de matéria-prima por unidade de produto acabado). O verdadeiro valor da variação de
preço e de 200,00) proporcional a quantidade de matéria-prima efetivamente comprada. O gestor de
compras deve gerenciar os impactos econômicos-financeiros decorrentes nas quantidades referentes
a sua decisão. no caso, 5000 unidades de matéria-prima y compradas no mês de março.
Observamos que. mesmo nas empresas que utilizam o sistema just-ín-time. necessariamente a
quantidade comprada do material não é utilizada na fabricação de produto no mesmo período de
tempo. Esse fato ocorre porque mesmo quando se utiliza o sistema just-in-time de forma bastante
eficiente, e muito natural nas empresas o emprego dos denominados buffers, ou seja, estoques de
segurança contra eventos inesperados da produção. Mas em caso atípico. quando toda a quantidade
comprada fosse utilizada no processo de fabricação no mesmo período. essa coincidência
simplesmente demonstraria a uma situação onde o evento compra estaria ocorrendo no mesmo
período de tempo do evento produção, e assim. a quantidade comprada (qc), guardaria uma
correspondência com a quantidade padrão (qz). mas continuariam a ser quantidades derivadas de
eventos conceitualmente diferentes.

2. Regime de competência inadequado e falta de oportunidade da informação.

Para ser possível o cálculo da variação mista. a variação de preço e calculada somente apos o
evento da fabricação dos produtos. e não no momento na compra dos materiais. Nos casos normais
em que materiais comprados num determinado mês são utilizados somente no mês seguinte, a
informação da variação de preço. por estar totalmente fora do regime de competência da ocorrência
do evento, além de numericamente incorreta. é ineficaz para o processo decisório do gestor.

Custo Padrão

O método do custo padrão tem como função principal fornecer suporte para o controle de custos da
empresa, proporcionando um padrão de comportamento para os custos. "O custo padrão é a
determinação antecipada dos componentes do produto, em quantidade e valor, apoiada na utilização
de dados de várias fontes, com validade para determinado espaço de tempo" (Dutra, 1992, p. 166).

Veremos que existem alguns critérios a serem adotados na determinação do custo padrão. Como
selecionar minuciosamente o material utilizado na produção, realizar estudos de tempo e
desempenho das operações produtivas. E, proceder a estudos de engenharia dos equipamentos e
das operações fabris.

Existem três tipos de Custo-Padrão: Custo-padrão ideal, corrente e estimado, que analisaremos cada
modelo e suas características para sabermos qual o mais apropriado para utilizarmos.

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CUSTO PADRÃO

O custeio padrão é estabelecido para os materiais, a mão-de-obra e os custos indiretos. Onde


veremos que os materiais, consideram-se todos os fatores passíveis de modificação, destacando-se
a especificação, a quantidade, o preço, a taxa de aproveitamento, as perdas naturais etc. Para a
mão-de-obra, considera-se o tempo de execução de cada etapa, o período médio de tempo
improdutivo, a taxa horária de cada componente da equipe, as alterações salariais, etc. Para os
custos indiretos, há dificuldade para estabelecer um padrão.

E especificaremos as análises de custo padrão, devido às variações dos parâmetros pré-


estabelecidos e devido às essas variações será necessário haver uma base quantitativa para se
mensurar o evento (custo-padrão), a fim de permitir uma análise qualitativa dos desvios a partir da
variação, requerendo assim a utilização de modelos matemáticos e estatísticos para o estudo do
significado das variações e seus efeitos no resultado desejado.

• Conceito de custo-padrão

Segundo PADOVEZE (1996,263), Custo-Padrão é uma técnica para avaliar e substituir a utilização
do custo real.

Diante dos conceitos, há unanimidade em reconhecer o Custo-Padrão como uma medida de


eficiência, pois quando colocado em comparação com os custos reais, ele fornece oportunidade de
controle e avaliação de desempenho no sentido de buscar o curso esperado, através das análises
das variações identificadas. Tal discrepância do objetivo do custeio são os desvios resultantes dessa
comparação, que após sua identificação devem ser investigados e a medidas corretivas acionadas,
bem como acompanhadas até que os seus efeitos sejam plenamente alcançados.

• Finalidade do custo-padrão

A grande finalidade do Custo-Padrão é o controle dos custos, tendo como objetivo o de fixar uma
base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. O custo padrão não
elimina o Real, nem diminui sua tarefa, aliás, a implantação do padrão só pode ser bem sucedida
onde já exista um bom Sistema de Custo Real. Uma outra grande finalidade do Custo-Padrão,
decorrente da adoção de qualquer base de comparação fixada para efeito de controle, é o efeito
psicológico sobre o pessoal. Este efeito pode ser positivo ou negativo.

Em resumo, conforme LEONE (1997), " o objetivo principal do custo-padrão é estabelecer uma
medida planejada que será usada para compará-los com os custos reais ou históricos(aqueles que
aconteceram e foram registrados pela Contabilidade) com a finalidade de revelar desvios que serão
analisados e corrigidos, mantendo, assim, o desempenho operacional dentro dos rumos previamente
estabelecidos".

As vantagens mais importantes do custo padrão são: remover e medir a eficiência do sistema
produtivo; Controlar e reduzir os custos; Simplificar os processos de custo; Avaliar inventários e
desempenho; e Fixar preços de venda. Os responsáveis pela implementação de padrões na empresa
são os próprios donos, mas para funcionar e usa-los são todos funcionários e seu sucesso irá
depender do grau de seriedade que a empresa der à localização e saneamento das diferenças
encontradas entre o padrão e o real, por ocasião de suas comparações.

Os pontos positivos, se o padrão for fixado considerando-se metas difíceis, mas não impossíveis de
serem alcançados, acabará por funcionar como alvos e desafio realmente de todo pessoal, com mais
ênfase ainda, se tiver sido firmado com a participação dos responsáveis pela produção. Haverá uma
preocupação por parte dos altos administradores em analisar as comparações e eliminação das
divergências

Quanto aos pontos negativos, se o padrão for fixado com base num conceito ideal, cada funcionário
já saberá de antemão que o valor é inatingível, que todo e qualquer esforço jamais culminará na
satisfação máxima de objetivo alcançado, e poderá haver a criação de um espírito psicológico
individual e coletivo amplamente desfavorável. Há tendência dos administradores se acostumarem
aos relatórios (considerará utópico para a realidade) e não se preocuparem com as informações nele
contidas.

• Tipos de padrões

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CUSTO PADRÃO

4.1 Custo-Padrão ideal

Em desuso, nasceu da tentativa de se fabricar um custo em laboratório.

Características

• Os cálculos relativos a tempo de fabricação (de homem ou máquinas) seriam com base em estudo
minucioso de tempos e movimentos, com experiências, usando o operário mais habilitado, sem se
considerar sua produtividade oscilante durante o dia, mas aquela medida num intervalo de tempo
observado no teste feito;

• As perdas de material seriam apenas as mínimas admitidas como impossíveis de serem


eliminadas pela Engenharia de Produção;

• No final, Custo-Padrão Ideal seria um objetivo da empresa a longo prazo, e não uma meta fixada
para o próximo ano ou para um determinado período;

• Só é possível comparação deste custo de período a período, para se ter uma idéia de quanto se
evoluiu com relação aos anos anteriores.

Diante dessas características apresentadas, é sabido que as empresas não trabalham em condições
ideais. Sempre acontecerão imperfeições, embora possam ser controladas. Portanto, o padrão
deveria ser estabelecido dentro de condições normais de eficiência em relação ao uso dos recursos,
pois, as perdas, os desvios, os tempos desperdiçados, o uso ineficiente de máquinas e ferramentas e
não utilização da capacidade produtiva normal pode ser controlados, ou seja, os fenômenos comuns
devem permanecer dentro de limites considerados normais, em um nível de significância, que possa
garantir a continuidade da empresa.

4.2 Custo-Padrão Corrente

Mais válido e prático, diz respeito ao valor que a empresa fixa com custo de produção para o próximo
período para um determinado produto ou serviço. Buscam-se padrões de custos e produção que,
mesmo calculados cientificamente, consideram as eventuais condições de imperfeições ambientais,
empresariais e de mercado.

Características

• Para os seus cálculos, leva-se em conta as deficiências sabidamente existentes em termos de


qualidade de materiais, mão-de-obra, equipamentos, fornecimentos de energia, água, etc.;

• Consiste de um valor que a empresa considera difícil de ser alcançado, porém não impossível:

• È tomado como meta para todos os setores da empresa, mas em patamares que, ao mesmo
tempo que ideais e com certa dificuldade de obtenção, permitem, porém, seu atendimento. È um
custo ideal, adaptado, permitindo-se seu alcance:

• O custo-padrão, além de experiências passadas, utiliza-se de experiências simuladas dentro de


condições normais de produção:

• Os dados físicos e monetários são determinados com bases racionais:

• Considera as perdas e as sobras normais de materiais, a ineficiência ou ganho de produtividade


da mão-de-obra:

• São comparados com os custos históricos, e as causas dos desvios entre ambos são investigadas
e as medidas corretivas devem ser acionadas.

4.3 Custo – Padrão estimado ou orçado

É o custo que deverá ser, ou seja, é aquele que procura identificar os custos que deverão alcançar no
futuro.

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CUSTO PADRÃO

Características

Consiste no custo em que normalmente a empresa deverá obter e parte da hipótese de que a média
do passado é um número válido, e apenas introduz algumas modificações esperadas, tais como:
Volume de atividades, mudanças de equipamentos, etc.

4.4 Custo Real

O Custo Real representa o custo acontecido.

Características

• Como instrumento de planejamento estratégico, o custo real tem pouco significado;

• O custo real para avaliação de inventário serve apenas para atender às necessidades legais e
fiscais;

O custo real tem validade no sentido em que, após a análise de suas variações, em cima de um
custo-padrão, se identificam as causas do porquê das variações, e através dela, se permitem corrigir
os rumos atuais.

• Fixação do padrão

O padrão a estabelecer, deve, sempre que possível, ser fixado em quantidades físicas e valores
monetários, quer de mão-de-obra, kWh, horas-máquinas, etc. A fixação final do Custo-Padrão de
cada bem ou serviço produzidos depende de um trabalho conjunto entre a Engenharia de
Produção(cabe fazer as fixações físicas) e a Contabilidade de Custos (cabe transformar as fixações
físicas em valores monetários). Segundo MARTINS (1995;336), recomenda que sua implantação não
seja imposto à empresa totalmente e sim a certos produtos ou departamentos ou para certos tipos de
custos, pois deve ser instalado onde se julgue necessário. Recomenda ainda, que seja observado o
aspecto dinâmico quanto a sua implantação, ou seja, para melhor sucesso do próprio sistema, a
implantação (na maioria dos casos) deve ser gradual e ampliada.

5.1 Problema da fixação do padrão

Por ocasião da comparação entre o Custo-Padrão e o custo real, fica evidente que quando existem
grandes variações, acende-se uma luz vermelha alertando os responsáveis pelo controle desses
objetos de custeio. Logo os contadores de custos, em conjunto com o pessoal de operações e da
administração, definem o que são variações grandes e pequenas. Mas, cada caso é um caso, não
existindo medidas padronizadas que possam ser adaptadas a qualquer situação, agora definiremos
algumas variações do custo padrão.

• Variação e custo - padrão

Compreende-se como variação, qualquer afastamento de uma variável em relação a um parâmetro


pré-estabelecido, e dessa maneira já se fica implícito de que será necessário haver uma base
quantitativa para se mensurar o evento(custo-padrão), a fim de permitir uma análise qualitativa dos
desvios a partir da variação, requerendo assim a utilização de modelos matemáticos e estatísticos
para o estudo do significado das variações e seus efeitos no resultado desejado.

As variações se verificam normalmente em qualquer organização, dado a dinamicidade da economia


e das inúmeras variáveis que circundam a vida de qualquer empresa.

A capacidade administrativa de um gerente pode ser medida através das variações que seu
departamento incorre num determinado período. Este se defronta com problemas de todos os níveis
e setores do organismo empresarial.

6.1 Tipos de variações

Fixado o padrão e posto em prática, sua composição final abrangerá matéria prima, mão-de-obra
direta e custos indiretos de fabricação, e cuja realização trará desvios em quatro significativos
aspectos:

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CUSTO PADRÃO

• Variações de preços: Assim compreendido qualquer desvio entre o preço estabelecido e o preço
realizado. O mercado é o responsável por tais variações e o critério de reduzi-las ao mínimo é através
de estudo econômico baseado no conceito de preço de mercado na forma em que se encontra a
indústria em questão(monopólio, oligopólio, concorrência). Deve-se eliminar o efeito da inflação
embutido no preço;

• Variações de quantidades: É a relação entre a quantidade de insumo estabelecida para a


produção sob análise e aquela efetivamente incorrida. São variações de natureza técnica, e a melhor
forma de controle é aquela realizada concomitante ao processo de fabricação, e sua eliminação se
torna relativamente fácil, salvo casos de matérias-primas deficientes qualitativamente ou mão-de-obra
despreparada;

• Variação mista: Neste caso ocorre o efeito das variações de preço na variação de quantidades e
seu isolamento deve ser realizado, dado sua importância nas análises. Sua eliminação depende das
medidas tomadas quanto às variações de preço e eficiência e

• Variação por mudança técnica: Só deve existir quando a ocorrência for transitória, pois em caso
contrário far-se-ia necessário a fixação de novos padrões. É um instrumento que permite se verificar
os resultados de algumas experiências geradas no processo produtivo por técnicas inovadoras ou em
casos de escassez de um determinado insumo sem alteração básica no produto. É tipicamente o
caso de substituição de uma qualidade de matéria prima por outra substituta.

• Custos controláveis e custos não - controláveis

Segundo IUDÍCIBUS(1986,250) são os passíveis de serem influenciados diretamente por um


supervisor ou gerente durante um lapso de tempo.

Sabe-se que o maior ou menor grau de controle de um responsável sobre um item de custo está
diretamente associado ao nível de especificação de sua autoridade. Desta forma um custo pode
recair em determinado centro de custo, entretanto seu controle pode escapar de seu responsável.

Diante desse problema é que existe uma contradição entre a acumulação tradicional de custos em
centros de custos e suas consequentes variações entre previsões (padrões) e realizações, e a
necessidade de se atribuírem responsabilidades a nível de pessoa, pelo desempenho.

Observa-se então que os custos ou parte dos custos de um departamento podem ser influenciados
por decisões eficientes e ineficientes originadas em outros departamentos, Tabela 1.

Observa-se que a depreciação pelo método da linha reta é incontrolável por qualquer setor ou função
da empresa, pois independe seu volume da decisão de qualquer pessoa, estando associada ao uso
de uma mera fórmula. Também, apesar da matéria prima ser controlada pelo departamento de
produtividade e do diretor de produção, o departamento de vendas não exerce decisão sobre ela.

Sob o ponto de vista de contabilidade por responsabilidade pura, somente deveriam ser reportados
como responsabilidade de um setor os custos controláveis pelo responsável do setor, EXCLUINDO-
SE os não controláveis, que seriam alocados como responsabilidade de mais alguém, dentro da
entidade.

CONTROLADO CONTROLADO PELO CONTROLADO


FIXO(F) OU
ITENS DE CUSTO PELO DIRETOR DE DPTO PRODUTIVO- PELO DIRETOR DE
VARIÁVEL(V)
VENDAS ACABAMENTO PRODUÇÃO

Custo de matéria
V Não Sim Sim
prima

Mão-de-obra V Não Não Sim

Depreciação pelo
método da linha F Não Não Não
reta no depto de

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CUSTO PADRÃO

Comissão a
V Sim Não Não
vendedores

Honorário do
V Não Não Não
presidente

Tabela 1 - Exemplo da controlabilidade de custos padrões relacionada às funções

• Análise da relação custo/benefício

Uma vez que uma variação foi determinada, a resposta de peso do questionamento é se a causa da
variação deveria ser investigada, de forma que as ações corretivas pudessem ser ativadas em
decorrência de investigar ou não a variação.

A análise custo/benefício compara o custo de investigar uma variação e corrigir o processo (se uma
variação em relação ao padrão ocorreu) com a perda que aconteceria se houvesse a divergência e
nenhuma ação corretiva fosse realizada

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MENSURAÇÃO EVA E ROI

Mensuração EVA e ROI

A globalização tem aproximado mercados e a oferta do mercado consumidor, com isso a


concorrência passou a ser muito mais presente nos mercados regionais. A concorrência diminui
margens de lucro e a cada dia cria novos atrativos para o consumidor, o que exige constante
aprimoramento.

Esse mercado concorrencial não permite que um produtor simplesmente aumente preços, esta
precisa agregar atrativo ao produto sem aumentar seu custo. A partir dessa demanda o foco da
gestão voltou-se para o orçamento e o desempenho. Como os recursos são escassos busca-se
melhorar o desempenho em maior grau do que os recursos empregados.

Além dos preços, com a ampla concorrência existente, o consumidor passou a ser mais crítico. Se no
início do século fosse criado um novo produto, o consumidor possuidor de recursos financeiros iria
comprar, independente da cor, do tamanho, do consumo de energia, tempo de entrega, entre outros
transtornos aos quais o consumidor se submetia. Nos tempos atuais, se o fornecedor não presta o
serviço que o cliente considera adequado, certamente numa próxima aquisição haverá outro
fornecedor disposto a satisfazer as necessidades desse cliente.

A exigência por produtos e serviços com qualidade, a custos menores, torna-se prática rotineira em
economias abertas. A postura do consumidor nessas economias migra de uma atitude passiva para
uma ativa. Constata-se forte demanda por produtos e serviços que de maneira geral agreguem mais
vantagens aos consumidores. (ARAÚJO; ASSAF NETO, 2003)

Em prol de aumentar a eficácia organizacional e consequentemente o rendimento do acionista –


objetivo geral da empresa segundo Solomon (1977) - desenvolveram-se modelos que aferissem o
desempenho da organização considerando como base um indicador. Segundo Santos e Watanabe
(2005) “tão importante quanto estabelecer os planos estratégicos é desdobra-los em objetivos e
acompanhar a sua implantação”.
Um indicador além de ser utilizado para aferir o resultado final do projeto, ele pode ser aplicado a
qualquer momento para verificar se as metas pré-estabelecidas estão alcançando seus resultados
esperados.

Reiteram esse entendimento ao afirmar que se o desempenho não está sendo medido, ele não está
sendo gerenciado; acrescentando ainda que se a empresa quiser sobreviver e prosperar na era da
informação deve utilizar-se de um sistema de gestão e medição de desempenho derivado de suas
estratégias (KAPLAN; NORTON, 1997 apud SANTOS; WATANABE, 2005)

Para se gerenciar e avaliar o desempenho de um projeto, são fundamentais um sistema de


informação e uma metodologia eficiente para o indicador que se deseja medir. A referência do
sistema de informação necessário é o próprio suporte de informações de acordo com o ramo de
atividade ou complexidade do gerenciamento que se almeja executar; da mesma forma é a
metodologia empregada pois existem algumas diferentes metodologias que em determinado tipo de
entidade não pode ser aplicada, enquanto outra metodologia pode oferecer um real análise do
negócio.

2. EVA – VALOR ECONÔMICO AGREGADO

Como o próprio termo designa seu objetivo é evidenciar o valor agregado ao capital da entidade, ou
segundo Araújo e Assaf Neto (2003) “a comparação do retorno sobre o investimento (ROI) com o
CMPC permite identificar se a empresa está agregando ou destruindo valor econômico”. Segundo o
autor, este modelo teria sido desenvolvido há mais de duzentos anos por economistas com o objetivo
inicial de medida de desempenho e de gestão.

Mais especificamente a sigla traduz ‘economic value added’ que se tornou definitiva após vários
estudos de Stern Stewart nos anos oitenta. Basicamente a forma demonstra o valor agregado ou
adicionado a entidade que exceda a remuneração mínima exigida. Atualmente o modelo suporta um
sistema completo de gerência financeira e remuneração variável a fim de auxiliar o processo de
tomada de decisão dos gestores (ARAUJO; ASSAF NETO, 2003)

O cálculo do valor agregado é definido por diferentes autores, entre eles Grant, Rappaport, Muller e
Telo, Martins, Araújo e Neto, Wernke e Lembeck. Para Grant o EVA é a diferença entre o lucro líquido

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MENSURAÇÃO EVA E ROI

operacional (antes do imposto de renda) e o custo total do capital expresso em termos monetários. O
EVA serve como modelo de mensuração das finanças corporativas, porque está estritamente
alinhado com a maximização da riqueza desejada pelos acionistas. Nada impede de ser calculado
após o imposto de renda, como é muito usual. (GRANT, 1997 apud ARAUJO; ASSAF NETO, 2003)
O EVA ajusta o valor contábil ao chamado “valor contábil de livro” adicionando equivalentes de capital
próprio com o objetivo de uma aproximação do caixa total investido na empresa (RAPPAPORT, 2001
apud ARAUJO; ASSAF NETO, 2003). Já para Muller e Teló, o EVA é utilizado para calcular a riqueza
criada em determinado espaço de tempo, buscando exatamente o cálculo da rentabilidade real de um
capital aplicado. (MULLER; TELÓ, 2003)

Segundo Martins o EVA representa o ganho que sobra depois de considerar o Custo do Capital
Próprio como se fosse despesa (1996); enquanto para Araújo e Neto o EVA é o lucro operacional
após tributação, menos o custo percentual do capital sobre o investimento total.

Quadro 3: fórmula do EVA

Para Wernke e Lembeck: “[...] o EVA é um indicador do valor econômico agregado que permite a
executivos, acionistas e investidores avaliar com clareza se o capital empregado num determinado
negócio está sendo bem aplicado”. (WERNECK; LEMBECK, 2000, apud MULLER; TELÓ, 2003)

2.1 VANTAGENS E DESVANTAGENS

Entre as vantagens do EVA está a de ser um sistema completo de gerência financeira e remuneração
variável que pode orientar o processo de tomada de decisão, da sala do conselho até o chão da
fábrica; pode transformar a cultura corporativa; pode melhorar as vidas dos profissionais, fazendo que
sejam bem-sucedidos; e pode ajudá-los a produzir maior valor para os acionistas, clientes e para eles
próprios. “[ . . . ] a maneira mais óbvia pela qual o EVA auxilia gerentes a tomarem melhores decisões
é cobrando suas operações pelo custo de todo o capital”. Devido a sua facilidade de compreensão e
capacidade de orientar gestores sobre perspectivas futuras, o EVA tem sido muito atrativo para a
orientação dos gestores. (EHRBAR, 1999, apud ARAUJO; NETO, 2003).

A desvantagem do EVA é evidenciada quando calculado de maneira geral, levando em consideração


os dados contábeis tradicionais, ou seja, tais informações tendem a ocultar fatos que se tratados
isoladamente, interfeririam com relevância no resultado apurado. Na tentativa de uma síntese dos
conceitos anteriormente abordados, pode-se dizer que o EVA mostra o lucro residual, ou seja, o
excesso. Quando trazido a valor presente, o EVA representa a riqueza gerada na empresa, dentro de
um período determinado. (ARAUJO; NETO, 2003).

Este método é considerado um modelo bastante complexo com certas limitações de aplicação. A
maior crítica é a do uso de ajustes contábeis arbitrários e regras de contabilização utilizadas para o
ajuste das demonstrações utilizadas no cálculo. (MULLER; TELÓ)

2.2 Exemplo da utilização do EVA (por José Divanil Spósito Berbel)

Demonstração do Resultado
Vendas 10.000.000
Deduções e Impostos sobre vendas (2.000.000)
Receita Líquida 8.000.000
Custo dos Produtos Vendidos (3.000.000)
Lucro Bruto 5.000.000
Despesas Operacionais (2.000.000)
Lucro Operacional 3.000.000

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
MENSURAÇÃO EVA E ROI

Receitas/Despesas não Operacionais 300.000


Lucro Antes do I.R e C.S.L.L. 3.300.000
Imposto de Renda e Contribuição Social (1.500.000)
Lucro Líquido 1.800.000

Cálculo do EVA
Lucro Líquido 1.800.000
+ Depreciações e Amortizações 700.000
- Resultado não operacional (300.000)
- Remuneração do capital investido(*) (800.000)
= EVA – Economic Value Added 1.400.000
(*) Remuneração obtida na aplicação do capital dos investidores no mercado financeiro, considerando
uma taxa de 16%. (5.000.000 x 16% = 800.000)
Fonte: Berbel (2004) , publicado na Revista Brasileira de contabilidade, nº 145 – Janeiro/fevereiro.

3. MVA – MARKET VALUE ADDED

O MVA é um indicador de mensuração de valor que surgiu para atender a necessidade por condutas
gerenciais. Nesta abordagem de gerenciamento, as aspirações, técnicas de análises e processos
gerenciais são totalmente voltados para a maximização do lucro e do capital da empresa, no caso,
seus proprietários. (ARAUJO; NETO, 2003).
Para Ehbar, o MVA é a medida definitiva de criação de riqueza, evidenciado como a diferença entre
entrada e saída de caixa, ou seja, o que investidores colocam na empresa como capital e o que
poderiam receber na venda das ações no mercado ativo e líquido. O MVA é equivalente à estimativa
do mercado de capitais do valor presente líquido ou VPL (método do fluxo de caixa descontado).
Basicamente é a diferença entre o valor de mercado de uma empresa e o valor dos fundos nela
investidos. (EHBAR, 1999 apud ARAUJO; ASSAF NETO, 2003).
Nessa busca Grant definiu que

[ . . . ]o MVA® é automaticamente ajustado para o risco, já que os valores de mercado de empresas


incorporam julgamentos de investidores quanto a risco além de desempenho (...) é uma medida que
pode ser utilizada para comparar diretamente os desempenhos de empresas em setores diferentes
ou até mesmo em países diferentes (...) o objetivo financeiro maior de toda empresa deveria ser criar
tanta riqueza para acionistas – tanto MVA - quanto possível”. (EHRBAR, 1999 apud ARAUJO; ASSAF
NETO, 2003).

Segundo Araújo e Assaf Neto (2003) o MVA possui contextualizado nas suas premissas o EVA como
um dos seus indicadores. Ou seja, o EVA é um direcionador de valor, indicando o comportamento do
MVA, ou seja, dando base para o seu cálculo. Não obstante, para se calcular o MVA é necessário a
aplicação de ajustes para converter o valor contábil em valor econômico. Algebricamente ‘MVA = EVA
/ CMPC’.

Para Berbel, o essencial para o cálculo é a projeção do EVA de períodos futuros “Dessa forma, ao
somarmos os valores presentes de todos os EVA’s futuros, descontados pelo custo de capital do
acionista, temos como resultado o valor do MVA” (RBC, 2004). Segundo Lustosa, é o MVA que avalia
o valor econômico da empresa como um todo, em relação ao potencial de resultados futuros. O MVA
é o valor presente das riquezas futuras, e pode ser interpretado como a diferença entre o valor de
mercado da empresa e o valor de seus investimentos, também conhecido comumene por goodwill.
Enquanto o EVA representa o passado, o MVA está voltado para o futuro, com diferenças entre os
dois, refletindo modificações na estratégia da empresa. (LUSTOSA; MENDES, 2004)
Frezzati (1998) considera que o MVA corresponde à diferença entre o valor de mercado da empresa
menos o capital investido pelo acionista.

Corresponde, no entender de Stewart, ao fluxo de RER’s projetados para o futuro, trazidos a valor
presente e ajustados pelos valores não operacionais e mesmo capital de giro financeiro. Esse
indicador tem serventia ao identificar as empresas que o mercado considera como criadoras de
riqueza (valor) para a organização, separando-as daquelas que o mercado não considera como
criadoras de riqueza. (1991 apud FREZZATI, 1998)

Os MVA e o EVA são conceitos muito correlacionados; enquanto o EVA é um indicador que mede a
criação de valor da empresa em relação aos recursos investidos, em termos de mercado, o MVA

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MENSURAÇÃO EVA E ROI

mede a geração de valor de uma empresa em relação aos investimentos realizados. (MULLER;
TELÓ, 2003)

3.1 Exemplo da Utilização do MVA (por José Divanil Spósito Berbel)

Considerando os dados a) investimento inicial: 100.000; b) data do investimento inicial: ano 0; c) vida
útil: 5 anos (o projeto é finito); d) valor residual: 0; e) o investimento produzirá uma receita de 80.000
por ano; f) o custo operacional anual será de 40% da receita; g) a depreciação anual será: 20.000
(100.000/5); h) todo o projeto será totalmente financiado com capital do acionista; i) para simplificar,
não será considerado Imposto de Renda; j) custo de capital do acionista (CCA) de 23% a.a.

1º Passo: demonstração contábil do Resultado desse Investimento:


ano 1 ano 2 ano 3 ano 4 ano 5 Total
Receita 80.000 80.000 80.000 80.000 80.000 400.000
(-) Custo Operacional 32.000 32.000 32.000 32.000 32.000 160.000
(-) Depreciação 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000 100.000
(=) Lucro (prejuízo) 28.000 28.000 28.000 28.000 28.000 140.000
(-) CCA 23.000 18.400 13.800 9.200 4.600 69.000
(=) EVA 5.000 9.600 14.200 18.800 23.400 71.000

2º Passo: demonstração do valor do MVA:

EVA 5.000
----------------- 4.065
1
(1,23)

EVA2 9.600
------------------- 6.345
2
(1,23)

EVA3 14.200
------------------- 7.631
3
(1,23)

EVA4 18.800
------------------- 8.214
4
(1,23)

EVA5 23.400
------------------- 8.312 34.567 = MVA
5
(1,23)

6 O Cálculo do MVA sob o Ponto de Vista da Administração Financeira

Cálculo do custo do CCA capital do Acionista

Ex. 0 Ex. 1 Ex. 2 Ex. 3 Ex. 4 Ex. 5

Capital Investido 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000

(-) Depr. 0 20.000 40.000 60.000 80.000 100.000


Acumulada

(=) Cap. Líq. 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0


Investido

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23.000 18.400 13.800 9.200 4.600


CCA – (23%) -
(100.000.x23%) (80.000x23%) (60.000x23%) (40.000x23%) (20.000x23%)

Demonstração do Fluxo de Caixa

Ex. 0 Ex. 1 Ex. 2 Ex. 3 Ex. 4 Ex. 5

(=) Lucro 0 28.000 28.000 28.000 28.000 28.000

(+) Depreciação 0 20.000 20.000 20.000 20.000 20.000

(=) Fluxo de Caixa 0 48.000 48.000 48.000 48.000 48.000

(-) Investimento 100.000 0 0 0 0 0

(=) Fluxo de Cx. Final (100.000) 48.000 48.000 48.000 48.000 48.000

4. BSC – BALANCED SCORECARD

Basicamente o BSC é um método de medição de desempenho utilizado como ferramenta de


implementação estratégica que objetiva o equilíbrio entre os indicadores de desempenho. Com foco
nos objetivos estratégicos o BSC auxilia a administração a alcançar seus resultados.

O BSC é um sistema de mensuração para esclarecer, comunicar e implementar a estratégia


empresarial, e focar todos os processos empresariais para os novos objetivos estabelecidos. Com a
difusão da informação, as empresas exigem novas habilidades para competir com sucesso, tanto
para as empresas industriais como para as de serviços. (MULLER E TELÓ, 2003)
Para Norton e Kaplan (1997 apud MULLER; TELÓ, 2003), o Scorecard deve contar a história da
estratégia, começando pelos objetivos financeiros de longo prazo e relacionando-os depois à
sequência de ações que precisam ser tomadas em relação aos processos financeiros, dos clientes,
dos processos internos e, por fim, dos funcionários e sistemas, a fim de que, em longo prazo, seja
produzido o desempenho econômico desejado.

Segundo Maxwell as discussões realizadas em grupo resultaram no BSC; um sistema que


complementa as medições financeiras com avaliações sobre o cliente, identifica os processos
internos a serem aprimorados, analisa as possibilidades de aprendizado e crescimento, e recursos
humanos. Esta metodologia reflete a missão e estratégia da organização em objetivos, metas e
atividades organizadas nas quatro perspectivas: financeira, cliente, interna e de inovação e
aprendizado. (MAXWELL, 2003)

Para que a entidade alcance o resultado esperado pela alta administração, é necessário que as
ações compreendam as quatro perspectivas - financeira, clientes, processos internos de negócios, e
aprendizado e crescimento.

Sobre as perspectivas, Nivem (2000 apud SIQUEIRA, 2004) afirmou que a organização que realizar o
desdobramento em unidades de negócios nesses níveis irá maximizar o valor do BSC (Balanced
Scorecard), levando cada colaborador ao desdobramento dos objetivos e medidas alinhados com
todos os objetivos da organização. Com esta premissa, os administradores mensuram as suas
unidades através da criação de valor para os clientes e com eles, estabelecem a construção da
capacidade de produção e como o investimento nas pessoas e sistemas necessários para melhorar o
futuro desempenho. (SIQUEIRA, 2004)

Para avaliarmos o desempenho e a utilização do BSC são necessários a comparação de resultados


passados, de resultados esperados, e das metas. Para compararmos o desempenho de períodos ou
entidades distintas faz-se necessário a utilização de indicadores para que a gestão possa obter um
diagnóstico da situação real e assim agir no ambiente para tentar corrigir as ações.

Nesses indicadores é que incorre-se muitas vezes em erros, pois para cada finalidade, atividade, ou
entidade pode dispender a necessidade de um indicador próprio, que leve em consideração as
especificidades de cada unidade de negócio. Nesse contexto apresentamos, no item seguinte,

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exemplos de indicadores que podem ser úteis em determinadas unidades de negócios, mas que em
outras sejam inúteis; focando as perspectivas do BSC.

4.1 PROPOSTA DE INDICADORES PARA AVALIAÇÃO (por José Divanil Spósito Berbel)

4.1.1 Perspectiva Financeira

Para sermos bem sucedidos financeiramente, como devemos aparecer perante nossos clientes e
realizarmos nossa Missão?

INDICADORES MEDIDAS

* Inadimplência Nº Inadimplentes
Nº de Alunos

1. * Ativo Permanente
* Investimento nas Instalações
2. Ativo Total

* Custos Fixos e Variáveis * Custo Total


Nº alunos

* Receitas
* Receitas Nº de alunos

* Remuneração do corpo docente * Valor hora aula Instituição X h/aula


concorrentes

4.1.2 Perspectiva dos Clientes

Para atingirmos nossa Missão, como devemos aparecer perante nossos clientes? Nossos Clientes
estão plenamente satisfeitos?

INDICADORES MEDIDAS

* Evasão de alunos * Percentual de alunos, por curso, que trancam a


matrícula

* Percentual de matrículas X desistências

* Prática Pedagógica * Percentual de alunos para exame e dependência,


por curso e por disciplina.

* Insuficiência de recursos materiais * nº de equipamentos / alunos;


* nº de micros / alunos;
* nº de ventiladores / alunos;
* nº de sanitários / alunos;
* nº de laboratórios / Alunos

4.1.3 Perspectiva dos Processos Internos

Em que devemos nos superar para satisfazer nossos Clientes? O que devemos inovar para
atingirmos nossa Missão?

INDICADORES MEDIDAS

* Percentual de usuários do site / mês


* Comunicação
* Propaganda/Publicidade

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Receita

* aquisições por ano;


* Obras bibliográficas * “idade” dos livros

* Reprodução de textos * nº de cópias por mês/alunos;


* nº de cópias por mês/ Corpo Docente

* Atendimento aos alunos * nº de atendimentos por mês;


* tempo de espera;
* tempo de solução dos pedidos.

4.1.4 Perspectiva do Aprendizado

Somos capazes de melhorar e criar valores de forma contínua para atingirmos nossa Missão?

INDICADORES MEDIDAS

* Motivação dos funcionários * Plano de carreira;

* Enquadramento Salarial;

* Índice de satisfação no trabalho (pesquisa)

* Corpo Docente * Percentual de Especialistas, Mestres e Doutores.

* Desempenho: Corpo Docente/Alunos * Percentual de novas matrículas semestrais;

* Percentual de aprovação no Exame Nacional de


Cursos (provão);

* Percentual de aprovação no exame de suficiência


do CFC. (Conselho Federal de Contabilidade).

4.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS

A vantagem do BSC é que ele desenvolve um bom relacionamento com os clientes para mantê-los
leais e possibilitar a empresa a buscar clientes em novos segmentos; introduz produtos e serviços
inovadores; produze produtos e serviços, sob encomenda, a baixos custos, alta quantidade e com
curtos prazos de atendimento; mobiliza a motivação e habilidades dos funcionários para as melhorias
contínuas nas capacidades dos processos, na qualidade e nos prazos de atendimento; e desenvolve
tecnologia de informação, banco de dados e sistema. (SIQUEIRA, 2004)

Entre suas desvantagens, está a de que as mudanças financeiras no curto prazo e não serem
corretamente medidas quando as empresas melhoram suas habilidades e processos. Para minimizar
este defeito, o Balanced Scorecard desenvolvendo sistemas de mensuração e de controle financeiro.
(SIQUEIRA, 2004)

Avaliação de Desempenho

O que é Avaliação de Desempenho?

• Avaliação de Desempenho é o processo que mede o desempenho do funcionário (inclusive os


comissionados e os de confiança) para avaliar a contribuição que esses deram para o alcance dos
objetivos da Instituição;

• Avaliação de Desempenho é uma apreciação sistemática do desempenho de cada pessoa, em


função das atividades que ela desempenha, das metas e resultados a serem alcançados e das
competências que eles oferecem;

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MENSURAÇÃO EVA E ROI

• A Avaliação de Desempenho é um processo dinâmico que envolve o avaliador, o avaliado,


os pares e os clientes. No caso das Instituições Públicas, seria:

Avaliador→ Chefia imediata

Avaliado→ Gestores e Funcionários

Pares→ Colegas de trabalho

Clientes→ Setores internos a quem entregamos nossos trabalhos.

2. O que medir?

Geralmente, as Instituições hoje tem a preocupação de medir, de avaliar e de monitorar os


resultados, o Desempenho dos funcionários (incluindo ocupantes de cargos comissionados e
funções de confiança), as competências individuais e os outros aspectos fundamentais para que
a Instituição seja bem sucedida ao realizar sua missão.

Resultados→ hoje as Instituições consideradas de ponta do serviço público possuem indicadores


que medem o Desempenho Institucional;

Desempenho dos Funcionários→ a grande maioria que tem Avaliação de Desempenho adota o
modelo de 90º, que é o básico. Mas a tendência é evoluir para o modelo 360º, bem mais completo;

Competências individuais→ o modelo adotado pelas Instituições públicas é o de Gestão por


Competência; então as competências individuais devem ser avaliadas;

Outros aspectos→ a Governança em Gestão de Pessoas tem sido utilizada para avaliar diversos
aspectos da Instituição, como as lideranças, a transparência e a equidade etc.

Atenção: Em gestão, devemos dominar com muita propriedade os conceitos. Teoria é uma coisa,
conceito é outra. Em relação a Desempenho, a primeira coisa que devemos ter em mente é
a diferença entre:

Conduta

Desempenho

Potencial

Muitas Instituições fazem Avaliação de Desempenho e não avaliam desempenho, avaliam conduta,
potencial. Nos formulários, vemos muito Pontualidade, Assiduidadee isso não é desempenho, é
CONDUTA. Outro erro bem comum que as Instituições cometem é utilizar a avaliação de
competência para PROMOÇÃO ou produtividade do funcionário.

∗∗A Avaliação de competência deve servir única e exclusivamente para identificar as


necessidades de treinamento.∗∗

3. Como mensurar o Desempenho?

Os Gestores devem receber do RH os formulários de Avaliação de Desempenho (Avaliação de


Produtividade, Avaliação de Mérito, Avaliação de Progresso) de seus funcionários. Neste modelo,
cada gestor deve avaliar o desempenho passado referente aos últimos seis meses. A seguir, deve
apresentar a avaliação feita a cada funcionário individualmente. É a hora do feedback. Deste
momento, também deve sair o PDI -Plano de Desenvolvimento Individual.

Por fim, o gestor envia para o RH a Avaliação de Desempenho e o PDI dos funcionários, que
deverão ser lançados no Sistema de RH e arquivados nas pastas individuais de cada funcionário. Só
quem tem acesso aos resultados dessa avaliação é o RH e o funcionário avaliado, que pode
consultar seus registros no Sistema de RH através de senha cadastrada.

4. Quem deve avaliar?

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As Instituições utilizam diferentes alternativas a respeito de quem deve avaliar o desempenho.

A Avaliação de Desempenho busca o alinhamento na medida em que proporciona a troca de ideias


entre o gestor e os funcionários da equipe.

Na verdade, a avaliação de desempenho deve mostrar para o servidor o que as pessoas pensam em
relação a seu trabalho. O ideal seria que cada servidor avaliasse seu próprio desempenho com base
em critérios estabelecidos a fim de evitar a subjetividade.

A tendência é a adoção do modelo circular de 360º. É um modelo mais rico, mais completo, pois
produz diferentes informações de todos os lados e ajusta o comportamento, seja do servidor seja do
gestor, às demandas do trabalho.

Outra tendência forte é a a chamada Avaliação para cima que, ao contrário da avaliação do
subordinado pelo superior, permite que a equipe avalie o seu chefe imediato.

5 Vantagens da Avaliação de Desempenho para a Gestão da sua Empresa

A Avaliação de Desempenho é um instrumento aplicado pela gestão de recursos humanos, muito


utilizado pelas organizações, que visa identificar na atuação dos funcionários, problemas de
integração, supervisão, motivação, etc. Ela parte do pressuposto de que cada indivíduo tem
um potencial que pode ser desenvolvido, o que reflete em seu desempenho.

Caso o desempenho desejado não seja alcançado, o que se pode fazer para aumentar o potencial
do colaborador? Um treinamento de liderança? Um curso para aprender um novo idioma? Mudar a
sua função?

Nesse contexto, a Avaliação de Desempenho da empresa é um instrumento não apenas de


mensuração, ou realizado para apontar falhas, mas sim uma ferramenta para aproveitar o melhor
do potencial de cada funcionário, detectando como ele pode melhorar, traçando metas e objetivos
para isso.

Como implantar uma Avaliação de Desempenho?

Segundo Wagner Siqueira, autor do livro “Avaliação de Desempenho – Como romper amarras e
superar modelos ultrapassados”, o processo de avaliação de desempenho deve ser dividido em
etapas:

▪ Acompanhamento diário do comportamento do funcionário em suas atividades, dificuldades,


satisfação, integração sempre com feedback instantâneo do gestor;

▪ Identificação e resolução imediata dos problemas emergentes, procurando manter a de


motivação do funcionário;

▪ Entrevistas de avaliação de desempenho, onde o avaliador e avaliado analisam em conjunto os


resultados obtidos no período considerado e redefinem novas atividades e orientações ou se for o
caso, corrigem ações do avaliado.

Neste processo de avaliação, o gestor precisa avaliar os pontos fortes e pontos fracos dos
funcionários, a fim de identificar formas de melhoria, necessidade de treinamento e aperfeiçoamento
ou até mesmo remanejamento do funcionário para outras áreas em que poderia render mais. Essa
avaliação sempre busca o equilíbrio das metas das empresas com o bem-estar e satisfação do
funcionário.

Métodos de avaliação de desempenho

Existem diversos métodos da avaliação de desempenho para se realizar no quadro de funcionários


de uma empresa. O uso de cada um dos métodos varia de acordo com o gestor e suas ideias,
objetivos e método de trabalho. Assim, vamos listar alguns dos métodos de avaliação mais utilizados:

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1. Autoavaliação

Como o próprio nome diz, é a avaliação feita pelo próprio avaliado sobre a sua performance em
relação as atividades e funções desempenhadas. Como em alguns casos há falta de sinceridade, o
ideal é que após a autoavaliação, o gestor discuta os resultados com o avaliado. Por isso, o método
da autoavaliação deve ser realizado em conjunto com outros métodos.

2. Avaliação 360 graus

Dentre todos os métodos de avaliação de desempenho, a avaliação 360 graus é a mais completa,
pois é realizada com todo o círculo de interação do avaliado. Assim participam da avaliação tanto o
avaliado quanto gestores, colegas, colaboradores, fornecedores e até clientes.

3. Avaliação de potencial

Esse método é focado na carreira do funcionário na empresa. Ele tem como objetivoidentificar quais
os pontos fortes do avaliado que facilitarão o desenvolvimento das atividades que lhe serão
atribuídas no futuro. Dessa forma, a empresa consegue identificar quais são os seus principais
talentos e quais estão trabalhando abaixo de suas capacidades.

4. Balanced Scorecard (BSC)

Balanced Scorecard é a metodologia de avaliação de desempenho criada pelos professores da


Harvard Business School (HBS) Robert Kaplan e David Norton. O método deles avalia o desempenho
sob quatro principais perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e do aprendizado
e crescimento. Assim, são definidos objetivos para cada um desses itens e posteriormente, tarefas
para alcançá-los.

Quando realizar a Avaliação de Desempenho?

A Avaliação de Desempenho pode ser feita em qualquer momento que o gestor achar necessário.
Mas o ideal seria que fosse realizada mensalmente a partir da contratação do funcionário, a fim de
conseguir uma melhor análise da evolução da empresa com o funcionário em questão. Em muitas
empresas, a avaliação de desempenho ainda não é realizada, pois seus gestores alegam que esse
processo requer muita operação e poucos resultados. No entanto, um processo de avaliação de
desempenho conciso e efetivo, pode se tornar uma ação muito positiva e motivacional para todo o
quadro de funcionários e, consequentemente, para a empresa.

Por que fazer a Avaliação de Desempenho?

Por meio da Avaliação de Desempenho, é possível identificar diversos pontos que necessitam de
melhoria dentro de uma empresa. Sua aplicação pode ajudar os funcionários a entender suas
funções, objetivos, expectativas, e o sucesso de seu desempenho. Além disso, fornece informações
à gestão de Recursos Humanos para tomadas de decisões acerca de salários, bonificações,
promoções e planejamento de carreira, proporcionando o crescimento e o desenvolvimento de cada
indivíduo.

Entretanto, ela também pode gerar um certo desconforto entre os colaboradores, já que a
necessidade de avaliar é uma fonte contínua de tensão. Para alguns, o processo explícito de
julgamento pode ser desmoralizante e causar ansiedade e angústia nos funcionários. No entanto, em
seu nível mais básico, a Avaliação de Desempenho é o processo de examinar e avaliar o
desempenho de um indivíduo, podendo haver um meio termo aceitável entre a necessidade de
avaliar os funcionários objetivamente, e a necessidade de incentivar e desenvolvê-los.

O intuito de sua aplicação é possibilitar o desenvolvimento profissional, o que não implica, de


modo algum, em coagir os funcionários ou manipular seu comportamento. Muito pelo contrário, a
Avaliação de Desempenho exige um relacionamento no qual cada um possa assumir a
responsabilidade pelo seu próprio desenvolvimento, e de forma planejada, colocá-lo em ação.

Assim, pode-se pensar na Avaliação de Desempenho como um importante meio para identificar
os talentos dos colaboradores, otimizando o desempenho da equipe, e estimulando os esforços
para alcançar resultados positivos para os funcionários, e consequentemente, para a empresa.

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Melhoria da produtividade

A Avaliação de Desempenho pode ter um efeito profundo sobre os níveis de motivação e


satisfação dos colaboradores. Ela oferece aos funcionários o reconhecimento por seus esforços de
trabalho, aumentando o estímulo e a motivação para o trabalho, pois a sua objetividade, clareza e
transparência contribuem na obtenção dos objetivos e resultados individuais, e
por isso, também nos resultados da organização.

Sendo um meio para desenvolver a gestão de recursos humanos da organização, a Avaliação de


Desempenho viabiliza a identificação do grau de comprometimento de cada funcionário, bem
como, quem possui qualificação superior ao cargo que executa.

Ela também define em que medida os programas de treinamento contribuem para a melhoria do
desempenho dos funcionários, e colabora com a promoção do autodesenvolvimento de cada
colaborador, decidindo se deve haver maior remuneração e promoção àqueles com desempenho
satisfatório. Isso contribui para a melhoria da produtividade, gerando ganhos para todos:
funcionários e organização.

2. Identificação de novos talentos

Muitos empresários já sabem da importância de reter talentos, e essa é a maior prioridade em


organizações de todos os portes. Afinal, são esses funcionários que ajudam na organização e no
objetivo estratégico do negócio, dando sustentação às vantagens competitivas da empresa. Mas
como identificar esses talentos?

Com a Avaliação de desempenho, é possível identificar e valorizar o potencial dos seus


funcionários, tornando-os mais motivados, melhorando o ambiente profissional e proporcionando
o desenvolvimento da empresa. A receita da competitividade permanente está nas estratégias de
motivação e comprometimento dos funcionários.

É essencial que os talentos da empresa tenham a sua performance reconhecida. Este


reconhecimento não é somente monetário, mas também se dá através de um feedback positivo, ou
seja, o funcionário deve saber que seu papel é imprescindível para o sucesso do negócio.

3. Feedback

Quando criamos expectativa nas pessoas, elas esperam que os resultados sejam apresentados,
que os planos de desenvolvimento sejam traçados, e mais do que isso, elas querem ter o feedback
do seu trabalho. A Avaliação de Desempenho possibilita esse retorno aos funcionários analisados,
para que possam investir em seu desenvolvimento, melhorando seu desempenho e trazendo
vantagens para a empresa.

O processo de avaliação não consiste em punir ou demitir um funcionário que apresente um


resultado insatisfatório, mas avaliar o seu potencial e, se for o caso, orientá-lo a mudar de atitude,
procurando focar no que pode ser melhorado. Dessa forma, será gasto muito menos com troca de
pessoal e os funcionários responderão positivamente à avaliação.

4. Eliminação de “achismos”

A Avaliação de Desempenho evita os “palpites” a respeito do trabalho do funcionário. Ela possibilita


que o gestor obtenha informações reais para avaliar de perto as implicações de uma possível
mudança na gestão de recursos humanos da empresa. Os colaboradores também passam a
entender os objetivos da gerência imediata. Após a avaliação, é estipulada uma nova meta e uma
diretriz mais focada para os objetivos da empresa.

Para muitos funcionários, uma entrevista oficial de avaliação pode ser a única alternativa para
ter acesso exclusivo e ininterrupto com o seu supervisor. O valor dessa interação entre
supervisores e subordinados não deve ser subestimado. Ambos podem reconhecer e chegar a um
acordo sobre as necessidades de formação e desenvolvimento individuais.

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5. Viabilização da transformação

Manter a Avaliação de Desempenho pode trazer muitos benefícios e mudanças positivas na gestão
de pessoas da sua empresa, independentemente do seu porte. Por um lado, seus funcionários são
incentivados a melhorar seu desempenho, seja através da realização de um curso que vai auxiliá-lo
em alguma função específica, ou através de uma dica que pode mudar um
comportamento recorrente.

A Avaliação de Desempenho também ajuda a reforçar as habilidades e motivar o funcionário a


melhorar e buscar conhecimento nas áreas que precisam de mais atenção. A discussão de
deficiências passadas pode levar a correções e melhorar o desempenho dos colaboradores.

A Avaliação de Desempenho provê dados úteis para a tomada de decisões, podendo ser usada
como base para aumento de dividendos ou salários, bônus e outros incentivos financeiros. Sendo
assim, sua aplicação não é apenas importante no sentido de promover o desenvolvimento do
colaborador que está sendo avaliado, mas também gera a transformação necessária para a
empresa manter-se competitiva e em constante evolução.

MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO

Depois de decidir o que será avaliado e quem será o avaliador, o próximo passo para se implementar
a avaliação de desempenho é escolher a maneira que ela realizada. Abaixo estão os principais
métodos que podem ser utilizados:

▪ Relatórios Escritos – Consiste em um relato feito pelo avaliador descrevendo os pontos fortes e
fracos, seu desempenho anterior, seu potencial e sugestões de aperfeiçoamento. É uma método
simples de ser feito, mas dependendo da habilidade de escrita do avaliador a outra parte pode ficar
em vantagem ou desvantagem;

▪ Incidentes Críticos – A atenção do avaliador fica voltada para os comportamentos considerados


como os mais importantes para a realização eficaz ou não de um trabalho. Nesse método são usados
os comportamentos específicos que devem ser apresentados, excluindo os traços de personalidade
vagamente definidos. Fazer uma lista de incidentes críticos é um rico conjunto de exemplos para ser
apresentado aos funcionários com o objetivo de caracterizar os comportamentos desejáveis e os que
precisam ser melhorados;

▪ Escalas Gráficas de Mensuração – é um dos métodos mais antigos e populares utilizados em


avaliação de desempenho. É feita uma lista de fatores de desempenho, tal como qualidade e
quantidade do trabalho, profundidade do conhecimento, cooperação, lealdade, comparecimento,
honestidade e iniciativa. A partir disso, o avaliador classifica cada fator de acordo com uma escala
incremental. As escalas normalmente funcionam de 1 (“pouco informado sobre suas atribuições”) à 5
(“total conhecimento em relação a todas as fases da tarefa”). É um método popular pois permite
elaboração e administração rápidas e análise e comparação quantitativas;

▪ Escalas de Mensuração com Âncora Comportamental – Trabalha em conjunto com os elementos


dos incidentes críticos e as escalas gráficas de mensuração. Ou seja, nesse método o avaliador irá
atribuir nota ao funcionário de acordo com os comportamentos específicos, observáveis e
mensuráveis relativos ao trabalho desenvolvido;

▪ Comparações Multipessoais – Avaliam o desempenho de um indivíduo por meio de uma


comparação entre uma ou mais pessoas. Esse instrumento pode ser considerado como mais relativo
do que absoluto.

▪ Eva (Economic Value Added) versus ROI (Return on Investment)

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