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O patrimônio líquido (português brasileiro) ou capital próprio (português europeu)

representa os valores que os sócios ou acionistas têm na empresa em um determinado


momento. No balanço patrimonial, a diferença entre o valor dos ativos e dos
passivos representa o patrimônio líquido, que é o valor contábil devido pela pessoa
jurídica aos sócios ou acionistas, baseado no Princípio da Entidade.

No Brasil, conforme disposto pela Lei 6404/76, o patrimônio líquido é dividido em:
[1]

Capital social
Reservas de capital
Ajustes de avaliação patrimonial
Reservas de lucros
Ações em tesouraria
Prejuízos acumulados
Capital social
Ver artigo principal: Capital social (contabilidade)
Em contabilidade, capital social representa o investimento efetuado na sociedade
pelos seus proprietários, cotistas ou acionistas, que adquiriram os títulos
denominados de cotas ou ações respectivamente. Pelas leis brasileiras, o valor do
capital social é imutável e só sofrerá alterações quando houver a aprovação de
aumentos ou diminuições do mesmo. Até 1994, o capital social podia ser corrigido
monetariamente, mas esse acréscimo era contabilizado em uma conta de reserva de
capital, só passando para a conta do capital social quando aprovado o aumento do
capital por esse quantum.

Para constituir o Capital Social de uma empresa, exitem duas fases distintas:
capital a realizar ou a integralizar e capital integralizado, sendo a primeira uma
conta retificadora.

Reservas de capital
Essas reservas em geral constituem-se de saldos em dinheiro que não podem ser
distribuídos aos investidores na forma de lucros ou dividendos, devendo ser
incorporados ao Capital Social ou compensados com lucros acumulados, quando não
houver mais saldo de Reserva de Lucros disponível para esse fim. Não representam
receitas ou ganhos e não transitam pelo Resultado como Receitas. Algumas subvenções
e benefícios fiscais governamentais entregues às empresas para fins de aquisição de
bens de capital eram contabilizadas como reservas de capital, mas passaram a ser
consideradas reservas de lucros com a Lei 11.638/2007.

Ajustes de avaliação patrimonial


Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas
no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas
de aumentos ou diminuições de valores atribuídos a elementos do ativo e do passivo,
em decorrência da sua avaliação a valor justo. Nos casos previstos nesta Lei ou, em
normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência
conferida pelo § 3o do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de
2009).

Ou seja, são expressos os valores que registram a diferença entre o valor de compra
de ativos e o seu valor de mercado, em decorrência da sua avaliação a valor justo.

Reservas de lucros
São contas de reserva constituídas pela apropriação de lucros da companhia.
Representam lucros reservados e constituem garantia e segurança adicional para a
saúde financeira da companhia, porque são lucros contabilmente realizados, que
ainda não foram distribuídos aos sócios ou acionistas.
Conforme a Lei das Sociedades por Ações, podemos ter as seguintes reservas de
lucros:

Reserva Legal — estabelecida para dar proteção ao credor. Pode ser utilizada apenas
para compensar prejuízos e incrementar o capital social. É a única OBRIGATÓRIA. A
reserva legal visa dar proteção ao credor, sendo constituída pela alíquota de 5% do
lucro líquido do exercício até atingir 20% do capital realizado.
Reserva Estatutária — instituída por determinação do estatuto da companhia. Sua
finalidade e seus critérios devem ser plenamente definidos.
Reserva para Contingências — é constituída por uma parcela de lucros, com o intuito
de amenizar prováveis perdas que venham prejudicar o resultados de exercícios
futuros.
Reserva de Retenção de Lucros — a empresa poderá reter parte do lucro líquido do
exercício para constituí-la com o objetivo de expandir os negócios, criando filiais
ou investir em novas empresas.
Reserva de Incentivos Fiscais — a empresa poderá constituir RIF quando recebe
doações e subvenções governamentais para investimentos.
Reserva de Lucros a Realizar — constitui-se RLR quando o dividendo obrigatório
ultrapassar o valor do LLE (Lucro Líquido do Exercício) realizado financeiramente.
Ações em tesouraria
Representam valores de ações da própria empresa, adquiridas por ela mesma e deverão
ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar
a origem dos recursos aplicados na sua aquisição.

Prejuízos acumulados
Representa o saldo remanescente dos prejuízos líquidos das apropriações de lucros e
dos dividendos ainda não distribuídos, não capitalizados porém já apropriados para
constar no patrimônio líquido na data do balanço. Essa conta representa a
interligação entre o Balanço e a demonstração do resultado do exercício.

Lucros acumulados não são mais permitidos devido a lei 11.638 de 28/12/2007. Os
lucros acumulados poderão ser alocados na conta Reservas de Lucros, como também,
distribuídos como dividendos aos credores ou redistribuídos dentro da empresa
conforme decisão em assembleia de acionistas.

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