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21/08/2017

Patrimônio Líquido

Prof. Anderson Daniel Email: avieira@unicarioca.edu.br

Patrimônio Líquido

Definição

A Lei nº 6.404/76, com suas alterações demonstra que o Patrimônio Líquido das
sociedades será composto pelas seguintes contas:

1) Capital Social
2) Reservas de Capital
3) + ou – Ajustes de avaliação patrimonial
4) Reservas de lucros
5) (-) Ações em tesouraria
6) (-) Prejuízos Acumulados

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Capital Social – Art. 182

O capital social deve demonstrar a parcela do capital subscrito e, por dedução, a parcela
ainda não realizada:

Capital Social
(Capital a Realizar)
Capital Realizado

As sociedades anônimas têm seu capital dividido em ações e as sociedades por quotas
de responsabilidade limitada terá seu capital dividido por quotas.

Ação é a menor fração em que se divide o capital social.

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Momentos de Aumento do Capital Social

 Por deliberação da assembleia geral ordinária que aprova o balanço, para correção
monetária do seu valor (a Lei nº 9.249/95 extinguiu essa correção monetária);
 Por deliberação da assembleia geral ou do conselho de administração, observado o
que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite
autorizado no estatuto;
 Por conversão, em ações, de debêntures ou partes beneficiárias e pelo exercício de
direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações;
 Por deliberação da assembleia geral extraordinária convocada para decidir sobre
reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a
mesma esgotada.

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Reservas de Capital – Art. 200

As reservas de capital são contas destinadas para o aumento de capital, com a


observância da assembleia de acionistas. Em alguns casos, essas reservas poderão ser
utilizadas para:

 Absorção de prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de


lucros (artigo 189, parágrafo único);
 Resgate, reembolso ou compra de ações;
 Resgate de partes beneficiárias;
 Incorporação ao capital social;
 Pagamento de dividendo a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for
assegurada (artigo 17, § 5º).

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Ágio na Emissão de Ações


É a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do
preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada
à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures
ou partes beneficiárias.
O valor que for pago acima do valor nominal das ações será registrado como reserva de
capital, representando o ágio na emissão de ações com valor nominal.
Exemplo:
Valor nominal total 10.000
Valor do ágio 1.000
Total recebido pela companhia 11.000

D – Caixa ou Banco Conta Movimento (AC) 11.000


C – Capital Social (PL) 10.000
C – Reserva de Capital – Ágio de Ações (PL) 1.000

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Produto da alienação de partes beneficiárias

Partes beneficiárias são títulos negociáveis, sem valor nominal, emitidos por sociedades
anônimas de capital fechado, e estranhos ao capital social (que é dividido em ações).
Conferem aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, que consiste
na participação nos lucros anuais.
Havendo lucro, os titulares de partes beneficiárias podem exigir participação nele. Caso
contrário, nada têm a reclamar perante a sociedade. São, portanto, credores eventuais.

As Companhias Abertas não podem emitir partes beneficiárias.

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Produto da alienação de bônus de subscrição - Art. 75


Bônus de subscrição são títulos negociáveis, emitidos dentro do limite de aumento de
capital autorizado no estatuto, que conferirão aos seus titulares, nas condições
constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será
exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de
emissão das ações.
Obs: Só haverá lançamento se a alienação dos bônus de subscrição for onerosa,
registrando-se como reserva de capital todo o valor apurado (o produto da alienação).
Se a alienação se der a título gratuito, não haverá lançamento contábil.
Exemplo:
Venda de bônus de subscrição no valor total de 10.000:

D – Bancos Conta Movimento


C – Reserva de Capital – Produto da Alienação de B.S. 10.000

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Ajuste de Avaliação Patrimonial

Com as mudanças ocorridas na contabilidade, a Lei nº 11.638/07 trouxe a novidade de


ajustar os valores e passivos a valor justo, para mais ou para menos. O resultado dessa
avaliação deverá ser registrado no patrimônio líquido da sociedade em uma conta
chamada Ajustes de Avaliação Patrimonial, sendo esse saldo devedor ou credor.
Serão classificados como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no
resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de
aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em
decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos na Lei das S/A ou em
normas expedidas pela CVM.

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Ajuste de Avaliação Patrimonial

De acordo com o CPC 38 e 39 existem quatro tipos de instrumentos financeiros:

 Ativo ou passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado;


 Mantido até o vencimento;
 Empréstimos e recebíveis; e
 Disponível para venda.

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Reservas de Lucro
As reservas de lucros são calculadas com base no lucro líquido de cada exercício. As reservas de
lucros são diferentes das reservas de capital, visto que estas não têm origem no resultado de cada
exercício.
As reservas de lucros são as seguintes:

 Reserva legal;
 Reserva estatutárias;
 Reserva para contingências;
 Reserva de incentivos fiscais;
 Reserva de incentivos fiscais;
 Reserva de retenção de lucros;
 Reserva de lucros a realizar;
 Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos.

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Reserva Legal – Art. 193


A reserva legal tem por fim assegurar a integridade do
capital social e somente poderá ser utilizada para compensar
prejuízos ou aumentar o capital. Essa proteção ao capital
social será feita com a utilização da reserva legal quando
houver prejuízos no exercício, visto que se todo o lucro
apurado for destinado ou distribuído, um prejuízo acarretará
uma retificação de capital social.
Do lucro líquido do exercício, 5% (cinco por cento) serão
aplicados, antes de qualquer outra destinação, na constituição
da reserva legal, que não excederá de 20% (vinte por cento)
do capital social.
A companhia poderá deixar de constituir a reserva legal no
exercício em que o saldo dessa reserva, acrescido do
montante das reservas de capital, exceto a da correção
monetária do capital social (já extinta), exceder de 30%
(trinta por cento) do capital social. É o limite facultativo.

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Reserva Estatutárias – Art. 194

Reservas estatutárias são as constituídas conforme previsão no estatuto social da companhia, com base no
lucro.
O estatuto poderá criar reservas desde que, para cada uma:

 Indique, de modo preciso e completo, a sua finalidade;


 Fixe os critérios para determinar a parcela anual dos lucros líquidos que serão destinados à sua
constituição; e
 Estabeleça o limite máximo da reserva.

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Reserva para Contingência – Art. 195

A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, destinar parte do lucro líquido à
formação de reserva com a finalidade de compensar, em exercício futuro, a diminuição do lucro decorrente de
perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado.
Tais reservas envolvem incertezas em relação a perdas futuras que possam causar a diminuição do resultado
da companhia. São perdas prováveis (quase certas), e não apenas possíveis.

Atenção!
O objetivo das reservas para contingências é a equalização dos dividendos. Diante de incertezas futuras,
a companhia pode reter parte dos lucros, em períodos de normalidade, para distribuí-los em data
posterior, quando os resultados venham a ser afetados pela ocorrência dos eventos que geraram a
constituição da reserva.
A constituição desta reserva é facultativa.

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Reserva de Retenção de Lucros – Art. 196

A assembleia geral poderá, por proposta dos órgãos da administração, deliberar reter parcela do lucro líquido
do exercício prevista em orçamento de capital por ela previamente aprovado, que será registrada como reserva
de retenção de lucros. Essa reserva também pode ser chamada de reserva para plano de investimentos, reserva
para plano de expansão ou reserva orçamentária.

Atenção!
A constituição de reservas de retenção de lucros não pode prejudicar o cálculo do dividendo mínimo
obrigatório, mas afeta o dividendo complementar, pois o valor retido não é distribuído aos acionistas.
Sua finalidade é manter no patrimônio da empresa parte dos lucros para que sejam aplicados em
projetos de investimentos.
Trecho retirado de Ferreira (2015).

Patrimônio Líquido

Reserva de Lucros a Realizar – Art. 197


As reservas de lucros a Realizar, de natureza facultativa, têm o objetivo de evitar que a empresa seja obrigada a distribuir
dividendos sem ter, em caixa, os recursos financeiros suficientes, em virtude de lucros apurados pelo regime de competência,
mas cujas receitas ainda não foram financeiramente realizadas.
Para a constituição da reserva a Lei das S/A considera como lucros não realizados financeiramente os seguintes itens:

 Resultado líquido positivo da equivalência patrimonial; e


 O lucro, rendimento ou ganho líquidos em operações ou contabilização de ativo e passivo pelo valor de mercado (valor
justo), cujo prazo de realização financeira ocorra após o término do exercício social seguinte.

LLE – Lucro não Realizado = Lucros Realizados

A partir do advento da Lei 10.303/2001, a Reserva de Lucros a Realizar passou a ser calculada da seguinte forma:

Dividendos Mínimos Obrigatório – Lucros Realizados = Reserva de Lucros a Realizar

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Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos

No período em que a sociedade apurar lucro, porém verificar que a distribuição de dividendo é
incompatível com a situação financeira da companhia, ele não será mais obrigatório para a
sociedade e esse valor que seria destinado a distribuição de dividendos será contabilizado em uma
conta de reserva de lucros.

Atenção!
Se a companhia apurar lucro em período no qual esteja em regime de recuperação judicial. Os lucros
que deixarem de se distribuídos nesse caso, se não forem usados na compensação de prejuízos, deverão
ser pagos como dividendos, assim que o permitir a situação financeira da companhia.
Trecho retirado de Ferreira (2015).

Patrimônio Líquido

Limite das reservas de lucros em relação ao capital social (Art. 198)

Os saldos das reservas de lucros não podem ultrapassar o valor do capital social da entidade. Essa
regra não vale para as reservas de contingências, de incentivos fiscais e lucros a realizar, e quando
esse limite for atingido, a assembleia irá decidir a repeito do excesso na integralização ou no
aumento do capital social ou, ainda, na distribuição de dividendos.

(Reserva Legal + Reservas Estatutárias + Reserva de Retenção de Lucros) ≤ Capital Social

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Ações em Tesouraria

Os títulos que foram emitidos pelas sociedades podem ser comprados pela própria sociedade,
fazendo com que a sociedade se torne acionista dela mesma. Este ato se materializa através da
aquisição das ações ou quotas que ficarão guardadas (tecnicamente, diz-se em tesouraria), na
espera de uma nova negociação.

Atenção!
Em regra, a companhia não pode negociar com as próprias ações. Todavia, a Lei das Sociedades por Ações admite a
aquisição de suas ações pela companhia para permanência em tesouraria, desde que até o valor do saldo de lucros ou
reservas, exceto a legal. Mas determina que essas ações, enquanto mantidas em tesouraria, não darão direito a
dividendo nem a voto.
O limite para aquisição das próprias ações é de até 10% dos títulos em circulação.
Trecho retirado de Ferreira (2015).

Ativo

Ativo
“ativo é um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos
passados e do qual se espera que fluam futuros benefícios econômicos
para a entidade” (CPC 00, 2011, p. 24)
Itens a serem apresentados no Ativo (CPC 26, 2011, p. 17)

Caixa e equivalente de caixa;


Clientes e outros recebíveis;
Estoques;
Ativos Financeiros;
Ativos classificados como disponíveis para venda;
Ativos biológicos;
Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
Propriedades para Investimentos;
Imobilizado;
Intangível;

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Ativo

Ativo Circulante x Ativo Não Circulante

O ativo deve ser classificado como circulante quando satisfizer qualquer dos seguintes
critérios:
(a) espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no
decurso normal do ciclo operacional da entidade;
(b) está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
(c) espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
(d) é caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento Técnico
CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso para
liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses após a data do
balanço.

Todos os demais ativos devem ser classificados como não circulantes.

Bibliografia
BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações.
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COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. Pronunciamento Técnico CPC 29 Ativo Biológicos e Produto Agrícolas Disponível em:
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