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DESCOMPLICANDO O ICE – INCENTIVO À CAPITALIZAÇÃO DAS EMPRESAS
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jeito passivo que se qualifique como micro, pequena AUMENTOS LÍQUIDOS DOS CAPITAIS PRÓ-
ou média empresa ou empresa de pequena-média ca-
PRIOS ELEGÍVEIS
pitalização (Small Mid Cap), de acordo com os critérios
previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6
de novembro. Uma Small Mid Cap é a empresa que, O montante dos aumentos líquidos dos capitais pró-
não reunindo as condições materiais para ser uma mi- prios elegíveis é apurado por referência ao somatório
cro, uma pequena ou uma média empresa (ou seja, dos valores apurados no próprio exercício e em cada
não é uma PME, tal como definida no âmbito da Certi- um dos nove períodos de tributação anteriores (1),
ficação PME), emprega, enquanto empresa autónoma, considerando-se que o montante dos aumentos líqui-
menos de 500 trabalhadores. dos dos capitais próprios elegíveis corresponde a zero
Nos restantes sujeitos passivos, aplica-se a taxa de 4,5 nas situações em que desse somatório resulte uma
%. diferença negativa.
A dedução assim calculada não pode exceder, em cada Tendo em conta a entrada em vigor do ICE, apenas se
período de tributação, o maior dos seguintes limites: consideram os aumentos líquidos dos capitais próprios
a) 2 000 000 €; ou elegíveis verificados nos períodos de tributação que se
iniciem em ou após 1 de janeiro de 2023.
b) 30 % do resultado antes de depreciações, amortiza-
ções, gastos de financiamento líquidos e impostos, nos Para o efeito, considera-se:
termos do artigo 67.º do Código do IRC.
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sociedade beneficiária, que sejam financiadas por au- de tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro
mentos de capitais próprios elegíveis na esfera de ou- de 2023, onde consideraremos que o montante dos
tra entidade; aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis cor-
b) Entradas realizadas em dinheiro, no âmbito da cons- responde a zero nas situações em que desse somatório
tituição de sociedades ou do aumento do capital da resulte uma diferença negativa.
sociedade beneficiária por entidade com a qual o sujei-
to passivo esteja em situação de relações especiais que
sejam financiadas através de mútuos concedidos pelo Esta conta-corrente será fundamental, e não se conse-
próprio sujeito passivo ou por outra entidade com a guirá fazer na contabilidade em qualquer conta da
qual essa entidade e o sujeito passivo estejam em situ- classe 5, pois os valores a somar e a subtrair para efei-
ação de relações especiais; tos de aumentos líquidos dos capitais próprios elegí-
c) Entradas realizadas em dinheiro, no âmbito da cons- veis andarão dispersos por diferentes contas como a
tituição de sociedades ou do aumento do capital da 51 – Capital subscrito, a 54 – Prémios de emissão, a 55
sociedade beneficiária, por uma entidade que não seja – Reservas, e a 56 – Resultados transitados. Como tam-
residente para efeitos fiscais noutro Estado-Membro bém haverá alguns movimentos nestas contas que não
da União Europeia ou no Espaço Económico Europeu serão considerados para efeitos do ICE.
ou noutro Estado ou jurisdição com o qual esteja em
vigor convenção para evitar a dupla tributação interna- 2. DISTRIBUIÇÃO DO RESULTADO LÍQUIDO DO
cional, acordo bilateral ou multilateral que preveja a
PERÍODO
troca de informações para fins fiscais.
A eventual distribuição de resultado líquido do período
(RLP), deliberada na assembleia geral de aprovação de
REGIME TRANSITÓRIO contas realizada no início do ano seguinte, é neutra
para efeitos dos aumentos líquidos dos capitais pró-
prios elegíveis, na medida em que, sendo distribuído
Considera-se como primeiro lucro contabilístico abran- parte do RLP em aprovação, este valor a distribuir não
gido o lucro do período de 2022, cuja deliberação e releva para efeito dos aumentos de capitais próprios
correspondente aplicação, em resultados transitados elegíveis, nem está previsto nas “saídas” a subtrair.
ou, diretamente, em reservas ou no aumento do capi-
tal, ocorra no período de tributação que se inicie em
ou após 1 de janeiro de 2023.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
1. CONTA-CORRENTE
O cálculo do benefício deve ser efetuado com recurso
a uma conta-corrente em que vamos considerar o so-
matório dos valores dos aumentos líquidos dos capitais
próprios elegíveis apurados no próprio período e em
cada um dos nove períodos de tributação anteriores,
relevando apenas os que se verifiquem nos períodos
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3. LUCROS CONTABILÍSTICOS PASSÍVEIS DE DIS- A título de exemplo, não se pode distribuir (logo não
TRIBUIÇÃO são lucros contabilísticos “passíveis de distribuição”, a
Os “lucros contabilísticos” correspondem ao “resultado parte do RLP que seja necessária para cobrir prejuízos
líquido do período” inscrito no campo 701 da declara- de períodos anteriores, ou para formar ou reconstituir
ção modelo 22 de cada período em causa, sem qual- reservas legais (2) ou previstas no pacto social, ou a
quer ajustamento para efeitos fiscais, por a norma as- parte do RLP com origem na aplicação do justo valor
sim não o prever, não relevando, nestes termos, o lu- ou do método da equivalência patrimonial, que ainda
cro tributável, mas sim o RLP do período de tributação não esteja realizada.
em causa.
Reforça-se a importância da correta interpretação e
De notar que o RLP só estará correto se tiver sido con- aplicação dos artigos 32.º e 33.º do Código das Socie-
tabilizado o gasto com imposto do período (a débito da dades Comerciais, para evitar problemas futuros moti-
conta 8121). Não contabilizar o gasto com imposto do vados pelo uso indevido do ICE.
período, como ainda muito se vai vendo, significa ter
um RLP superior ao correto (afinal não será um RLP,
4. A APLICAÇÃO DOS LUCROS CONTABILÍSTICOS
mas o resultado antes de impostos), e um aproveita-
mento indevido do benefício ICE, sobre a parte dos PARA EFEITOS DE ICE
lucros que não foi diminuída com o gasto com imposto A “aplicação” dos lucros prevista no ICE reporta-se ao
do período. período em que a aplicação é efetivamente efetuada/
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