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CONTABILIDADE

AVANÇADA

Conteúdo:

Aline Alves
Juros sobre o capital próprio
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
„„ Reconhecer o conceito e os objetivos da remuneração de capital
próprio.
„„ Demonstrar os cálculos dos juros sobre o capital próprio.
„„ Analisar a tributação aplicada nas empresas optantes pelo Lucro
Real e Lucro Presumido.

Introdução
Juros de Capital Próprio (JCP) representa o pagamento realizado
pela empresa a sócios, acionistas e proprietários, como retorno de
investimentos aplicados na composição do capital próprio da orga-
nização. Um exemplo disso é o retorno de investimentos aplicados na
composição do capital próprio da organização.
Neste texto, você vai estudar a apuração da base de cálculo, o re-
conhecimento das receitas e das despesas dos juros, a aplicação dos
juros sobre o capital próprio na economia e a realização da aplicação
da taxa de juros.

Aspectos tributários referentes à remuneração


do capital próprio
A legislação tributária que regulamenta os juros de capital próprio é apre-
sentada por meio de instruções normativas, decretos, leis, atos declaratórios,
deliberações da CVM, entre outros.
A base de cálculo para os juros sobre o capital próprio é o Patrimônio
Líquido da organização, que sofreu alterações com a Lei 11.638/2007. Nessas
modificações, foram excluídas as contas de Lucros Acumulados e Reservas de
Reavaliação. Além disso, foi inclusa a conta de Ajustes de Avaliação Patrimo-
nial. É fundamental que você saiba que a legislação sobre os juros de capital

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próprio começou a vigorar em 2009 e que a Lei 11.638/2007 propiciou às


empresas a estabilidade da conta de Reservas de Reavaliação. Essa situação
permaneceu até que sua eliminação fosse declarada nos termos da legislação
antecedente e que a conta de Lucros Acumulados pudesse ser apresentada nos
balanços trimestrais das organizações.

O patrimônio líquido serve como base de cálculo dos juros de capital próprio e está
demonstrado no término do período antecedente ao da remuneração. Caso uma em-
presa opte pelo lucro real anual, ela precisará reconhecer o patrimônio líquido apresen-
tado no último exercício. Porém, se estiver enquadrada no lucro real trimestral, deverá
considerar o patrimônio líquido existente no último trimestre.

A base dos juros sobre o capital próprio deve considerar o montante do patri-
mônio líquido anterior à apuração do resultado do exercício. Da base de cál-
culo, você deve considerar o valor referente ao Lucro Líquido que tenha sido
apurado em exercício findo. Para isso, deve levar em conta a base trimestral
ou anual na qual os juros estiverem sendo remunerados.
O artigo 178 da Lei 6.404/76, mediante a Medida Provisória 449/2008, que
foi alterada para a Lei 11.941/2009, determina que o patrimônio líquido tenha
sua apuração realizada por meio do seguinte:

„ (+) Capital subscrito


„ (–) Capital a realizar
„ (+) Reservas de capital
„ (+) Reservas de lucros
„ (+) ou (–) ajuste de avaliação patrimonial
„ (–) Ações em tesouraria
„ (–) Prejuízos acumulados
„ (=) Total do PL

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Mesmo que a lei permita o uso da conta de Reservas de Reavaliação por algum período,
você deve excluir o seu saldo do patrimônio líquido para fins de base de cálculo dos
juros de capital próprio. O mesmo ocorre com a conta de Ajustes de Avaliação Patrimo-
nial. Ela deve ter seu saldo eliminado para que você obtenha a base de cálculo correta.
No entanto, você deve inserir algumas contas na base de cálculo, se foram incorpo-
radas ao lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.

As contas que devem ser inclusas nessa situação são representadas por:

„„ O total das reservas de reavaliação de bens ou direitos;


„„ Conforme o artigo 460 do RIR/99, o total das reservas especiais;
„„ A reserva de reavaliação referente à fração ainda não realizada. A re-
serva de reavaliação criada em contrapartida do aumento correspon-
dente ao valor dos bens imóveis dispostos no ativo imobilizado, de
acordo com a sua capitalização nos artigos 436 e 437 do RIR/99.

É importante entender o vínculo da remuneração de juros de capital pró-


prio com tributos e taxas. A Lei 9.365/1996 instaurou a Taxa de Juros de
Longo Prazo (TJLP), que deve ser aplicada como índice na execução da re-
muneração do capital próprio. A Lei 10.183/2001 estima que a TJLP tem sua
vigência correspondente a um trimestre. Seu cálculo é realizado pela intenção
da inflação com embasamento nas metas determinadas ao ano pelo Conselho
Monetário Nacional e pelo prêmio de risco.

A TJLP representa uma taxa calculada ao ano e pode ser calculada mensalmente, me-
diante a divisão da TJLP anual pelo montante de meses do ano.

A TJLP poderá sofre alterações na sua base de cálculo. Essa variação pode
ser resultante de aumento ou redução do capital. Ela também pode resultar

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de situações em que as atividades da empresa não tenham início ou encerra-


mento de acordo com o exercício social ou trimestre.
Em relação ao limite de dedutibilidade da remuneração do capital pró-
prio, algumas regras foram determinadas pela legislação tributária. A quantia
correspondente ao pagamento de juros não deverá ultrapassar, como despesa
financeira dedutível, os limites previstos. Isso visa a estabelecer o valor do
lucro real e a base para a contribuição social calculada sobre o lucro.
O contribuinte pode escolher o valor que representar o maior limite:

„„ 50% do lucro líquido que representar o período base em relação ao


pagamento dos juros, antecedendo a provisão do imposto de renda e a
dedução dos juros;
„„ 50% referente aos saldos dos lucros acumulados e de reserva de lucros.

Conceito e finalidade da remuneração do


capital próprio
O ônus financeiro sobre as contas do patrimônio líquido da empresa é sepa-
rado dentro do passivo e destinado ao passivo não circulante, denominado de
remuneração do capital próprio.

Quando uma empresa necessita adquirir materiais de seus fornecedores e não possui
condições de pagar à vista, os fornecedores podem oferecer a condição a prazo. Assim,
a empresa poderá parcelar e ganhará tempo. Porém, os fornecedores poderão inserir
juros nessa condição de pagamento. Os juros cobrados são considerados como ônus
financeiro da empresa nessa situação.

A empresa precisa ter um planejamento tributário que inclua as melhores


opções, buscando uma economia financeira favorável às suas condições.
A remuneração do capital próprio em conformidade com a legislação pro-
porciona uma economia tributária para a empresa, propiciando vantagens e
não oferecendo riscos. As vantagens podem ser usadas na operação da organi-
zação ou no recebimento dos dividendos. Porém, a tributação que resulta dos

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juros de capital próprio é inferior à que é calculada em relação aos dividendos


posteriores ao ajuste do lucro.
Os juros sobre o capital próprio representam uma quantia paga pela orga-
nização aos acionistas, proprietários ou sócios. Isso ocorre mediante remune-
ração do investimento aplicado por eles na constituição do capital social da
empresa. Os rendimentos recebidos pelo retorno dos investimentos aplicados
no capital social são denominados dividendos. Eles são originados da apu-
ração de lucros no encerramento de cada período. Os períodos podem ser
mensais, trimestrais, semestrais ou anuais.

Os juros sobre capital próprio são considerados facultativos. Eles correspondem a uma
remuneração extra aos titulares, sócios e acionistas, que também recebem das organi-
zações o valor correspondente à participação nos lucros. A legislação determina que os
dividendos obrigatórios podem ser substituídos pelos juros.

Capitalização dos juros de capital próprio


A Lei 9.249/1995 possibilitou que os juros sobre o capital próprio pudessem
ser integralizados no capital social da empresa, ou ainda que pertencessem à
reserva de capital. Isso assegurou a sua dedução para fins do lucro. Essa tran-
sação é permitida desde que o pagamento do imposto direto na fonte seja de
responsabilidade da pessoa jurídica. Outro critério é que ele seja direcionado
ao capital social pelo valor líquido. Aqui, você deve considerar que isso ocor-
reria no momento da integralização.
A Lei 9.430/1996 revogou esse dispositivo. Ela fez com que as despesas fi-
nanceiras destinadas ao capital social fossem consideradas indedutíveis para
fins de contribuição social e imposto de renda para as empresas optantes do
lucro real.
De acordo com Costa (2012), é preciso analisar os métodos e conceitos
definidos pelas normas internacionais. Isso ocorre porque, antes da adesão às
normas, era exigida a eliminação da reserva de reavaliação da base de cálculo,
além da existência da reserva de lucros e dos lucros acumulados.
A quantia que corresponder a juros pagos ou creditados e for referente à
remuneração de capital próprio poderá ser atribuída ao valor correspondente

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aos dividendos. Assim, não há prejuízo em relação ao pagamento de imposto


de renda na fonte e à dedução dos juros oriundos na base de cálculo para IRPJ
e CSLL (NEVES; VICECONTI, 2007).
A variação do patrimônio líquido pode ocorrer em decorrência da incor-
poração do resultado do exercício anterior. Ela ainda pode corresponder à
integralização ou retirada de capital. Quando essas alterações no patrimônio
líquido da pessoa jurídica ocorrerem e esta estiver realizando o crédito em
relação aos juros de capital próprio aos seus investidores, você precisa consi-
derar a base na alteração pro rata da TJLP, ou seja, por dia.

Os métodos de cálculo de juros pro rata podem ser exponencial e linear. A legislação
não exige que as organizações escolham ou um ou outro.

Receitas e despesas decorrentes de juros


Para fins dedutivos do lucro real e na base de cálculo da contribuição so-
cial sobre o lucro líquido, os valores referentes aos juros pagos ou creditados,
mesmo que atribuídos aos dividendos, devem ser registrados como despesas
financeiras. A Deliberação 207, inciso VIII, definiu para a contabilização
que, caso a companhia contabilize um pagamento como despesa financeira,
ela precisará realizar o procedimento de reversão dos valores no registro con-
tábil. Nesse caso, o resultado do exercício estará isento desses valores.

A contabilização dos juros de capital próprio nas companhias abertas deve registrar
suas movimentações contábeis na conta de lucros acumulados. Ou seja, sem influen-
ciar o resultado do exercício. A Deliberação 207 da CVM também define um tratamento
diferenciado referente aos juros auferidos.

Desta forma, a CVM determina que os juros pagos ou creditados por meio
das companhias abertas precisam ter seus registros realizados na conta de

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lucros acumulados. Porém, para que as deduções dos juros não venham a ser
prejudicadas, a companhia precisa realizar o registro contábil do pagamento
como despesa financeira, devendo fazer a reversão contábil desses valores. A
reversão é apresentada na Figura 1.

EXEMPLO:

LUCRO BRUTO R$ 200.000,00

(-) DESPESAS OPERACIONAIS, EXCETO JUROS R$(105.000,00)

(-) JURUS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO (JCP) R$ (35.000,00)

(=) LUCRO OPERACIONAL LÍQUIDO R$ 60.000,00

(-) IRPJ + CSLL R$ (20.400,00)

(=) LUCRO LÍQUIDO ANTES DA REVERSÃO DOS JCP R$ 39.600,00

(+) REVERSÃO DOS JCP R$ 35.000,00

(+) LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO R$ 74.600,00

Figura 1. Exemplo de reversão contábil.


Fonte: Neves (2002).

A natureza dos juros sobre o capital próprio se manterá fazendo com que
a contabilidade reconheça o valor no resultado do exercício. Ao fazer o reco-
nhecimento das despesas financeiras, você deve observar o regime de compe-
tência. O objetivo disso é evidenciar a real situação em relação às obrigações
da organização, como fornecedores a pagar, dividendos, tributos, ações traba-
lhistas e tributárias, entre outras.
Para o registro das receitas financeiras, você deve observar o mesmo
processo usado para as despesas financeiras. Porém, a divergência entre os
valores líquidos precisa ser registrada em contas identificadas como inves-
timentos e aplicações. Os tributos retidos e contabilizados, por sua vez, pre-
cisam ser evidenciados como tributos a receber.

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Organizações com tributação pelo lucro real


ou presumido
O Lucro Real representa o resultado correspondente ao lucro ou prejuízo
em relação a um período determinado. Ele pode ser apurado trimestralmente
ou anualmente, conforme opção do contribuinte. A pessoa jurídica com op-
tante pelo lucro real está obrigada à sua escrituração, observando as leis co-
merciais e fiscais e obedecendo aos princípios contábeis geralmente aceitos.
A apuração do lucro real compreende de forma ampla a aplicação das práticas
contábeis e tributárias. Isso é feito para a realização dos registros e a apu-
ração do lucro real, considerado a base de cálculo para o imposto de renda e
a contribuição social sobre o lucro. A apuração do lucro real é realizada por
meio do registro mercantil das empresas. Para ela, você deve observar alguns
processos realizados, como:

„„ Rigidez na observância e cumprimento dos princípios contábeis;


„„ Elaboração das provisões devidas;
„„ Escrituração contábil e fiscal;
„„ Elaboração dos livros fiscais e contábeis, adicionando o registro de
inventário e o Livro de Apuração do Lucro Real (Lalur);
„„ Elaboração das demonstrações contábeis da organização.

Segundo Oliveira (2011), a Lei 6.404/76 realizou a integração jurídica com


as normas e os princípios contábeis, com os métodos de avaliação de bens,
direitos e obrigações e com o conceito do lucro líquido do exercício.
O lucro líquido do exercício é compreendido pela soma de lucro opera-
cional, resultados não operacionais e participações. Ele obedece às regras
da legislação comercial e fiscal. Você deve entender que a disponibilidade
econômica, também considerada real, é definida por meio do aumento do
patrimônio empresarial registrado nas demonstrações financeiras, conforme
a Lei 6.404/76.
O lucro real, na base real, corresponde ao lucro líquido do período. Ele
também é chamado de lucro contábil antes do cálculo da provisão para im-
posto de renda. Considera os ajustes de adições, exclusões e compensações
em concordância com a legislação do imposto de renda. Os ajustes precisam
ser registrados no Lalur.
Apuração trimestral: na escolha pelo lucro real trimestral, a organização
precisa realizar a apuração nos períodos de março, junho, setembro e de-

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zembro. Você deve considerar sempre o último dia do mês, mas com base no
resultado do trimestre. A apuração do resultado trimestral ocorre de acordo
com a legislação comercial e fiscal, com base na apresentação das demons-
trações contábeis da empresa, que passa pelos ajustes de exclusões, adições e
compensações que a lei exige.
A apuração do imposto de renda deve ser realizada conforme as alíquotas
determinadas:

„„ 15% sobre o montante da base de cálculo;


„„ 10% de adicional sobre a parcela representante da base de cálculo que
ultrapassar o limite trimestral determinado de R$ 60.000,00. Você deve
considerar que, no início das atividades da empresa, o limite trimestral
equivalente corresponde ao número de meses. Assim, R$ 20.000,00
representará cada mês que a empresa executou suas atividades.

Para o imposto de renda trimestral, podem ser deduzidos:

„„ Incentivos fiscais, desde que estejam dentro dos limites e normas de-
terminados na lei;
„„ O imposto de renda pago ou retido na fonte sobre as receitas regis-
tradas instituídas no lucro real;
„„ O valor referente ao saldo de imposto pago de períodos anteriores, de
forma indevida ou maior.

Você deve fazer o pagamento do imposto de renda e da contribuição so-


cial a recolher com apuração trimestral em valor único no mês seguinte, sem
acréscimo de juros. O contribuinte pode realizar o pagamento em três quotas
mensais com adição de juros calculados pela taxa Selic, até o mês antecedente
ao pagamento e de 1% ao mês.
Apuração anual: as empresas tributadas pelo lucro real podem realizar
a apuração anual, mas devem fazer os pagamentos ao mês com base nas es-
timativas. Não é possível alterar a base de tributação da empresa durante o
exercício.
Imposto mensal por estimativa: as empresas com tributação pelo lucro
real possuem a alternativa de pagar o imposto com base em estimativas men-
sais. Assim, o lucro real é apurado anualmente, com a oportunidade de sus-
pensão ou redução do imposto embasado em balanços ou balancetes.
O Lucro Presumido representa uma possibilidade de tributação para al-
gumas organizações, com a finalidade de simplificar as atividades adminis-

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trativas das empresas. Ou seja, o objetivo é facilitar o cálculo do devido tri-


buto. As empresas optantes pelo lucro presumido não possuem a exigibilidade
de escrituração contábil específica referente às suas receitas e despesas que
venha a evidenciar o seu lucro real. Nesse caso, basta que a organização evi-
dencie, por meio do livro-caixa, suas receitas recebidas, que devem obedecer
aos princípios contábeis e à legislação fiscal.
Na opção da tributação, o contribuinte não poderá realizar alterações du-
rante o ano-calendário, devendo permanecer com o mesmo método de tribu-
tação. A escolha é determinada por meio do pagamento da primeira parcela
do imposto ou quota única, que decorrerá ao final do mês de abril para as
empresas optantes por essa tributação. A escolha pelo lucro presumido só é
permitida por empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços
que tenha recebido receita bruta inferior à quantia de R$ 48.000.000,00 refe-
rente ao exercício social anterior. No caso de a empresa iniciar suas atividades
no decorrer do exercício anterior, o valor do limite será de R$ 4.000.000,00,
que deve ser multiplicado pelo número de meses de suas atividades.
Conheça os tipos de empresas que não podem optar pelo lucro presumido:

„„ Empresas financeiras;
„„ Empresas que tiveram recebimentos de lucros, rendimentos ou ganhos
de capital com origem no exterior;
„„ Empresas com benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto de
renda, com embasamento no lucro da exploração;
„„ Empresas de prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadoló-
gica e de gestão de crédito;
„„ Empresas de construção, incorporação, compra e venda de imóveis que
possuam registro orçado de custo.

A apuração e o pagamento do IRPJ e da CSLL para as empresas optantes


pelo lucro presumido são característicos do lançamento por homologação.
Nele, a principal particularidade corresponde em atribuir ao sujeito passivo
a obrigação de antecipar o pagamento sem antecipar a investigação adminis-
trativa. Você deve realizar a apuração do lucro presumido ao trimestre, nos
meses de: março, junho, setembro e dezembro, sempre considerando o último
dia do mês, ou ainda na ocorrência da extinção da organização.
A empresa que escolhe essa apuração, definida com base na receita bruta
e nos acréscimos recebidos ao mês, não fica impossibilitada de que a pessoa
jurídica adotante do lucro presumido realize pagamentos mensais. Isso é feito

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por meio do código específico do lucro presumido no Documento de Arreca-


dação de Receitas Federais (Darf), código 2089.
Se a pessoa jurídica optante pelo lucro presumido tiver parte do seu pa-
trimônio integrado decorrente de incorporação, fusão ou cisão, ela precisará
levantar um balanço detalhado do período da ocorrência do fato. Esse balanço
pode ser de bens e direitos avaliados pelo valor contábil ou de mercado. No
caso de a avaliação ocorrer por valor de mercado, deverá corresponder ao
ganho de capital e ser adicionada à base de cálculo do imposto de renda. Isso
ocorre mesmo se não tiver sido realizado o registro dessa diferença e sua re-
dução dos encargos de depreciação, amortização ou exaustão.

O cálculo para o imposto de renda sobre o lucro presumido tem por base a receita
bruta oriunda da atividade empresarial e do resultado das receitas e dos ganhos de
capital. O imposto de renda das organizações é decorrente do lucro. Por isso, as orga-
nizações devem prever o lucro trimestralmente mediante aplicação de percentuais de
lucratividade prescrita pela lei.

A alíquota para cálculo do imposto de renda para optantes pelo lucro pre-
sumido é de 15% sobre a base de cálculo. Ela é representada pelo lucro pre-
sumido somado às receitas e aos ganhos de capital. Deve ser calculado 10%
sobre a parcela da base de cálculo. Ela é representada pelo lucro presumido
mais as receitas e ganhos de capital, que ultrapassam o limite estabelecido de
R$ 20.000,00 pelos meses do período de apuração ou de R$ 60.000,00 quando
o período de apuração se referir ao trimestre.

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84 Contabilidade avançada

COSTA, R. N. Contabilidade avançada: uma abordagem direta e atualizada. Curitiba: In-


tersaberes, 2012.

NEVES, S.; VICECONTI, P. E. V. Curso prático de imposto de renda: pessoa jurídica e tribu-
tos conexos, CSLL – PIS – COFINS. São Paulo: Frase, 2007.

NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 11. ed. São
Paulo: Frase Editora, 2002.

OLIVEIRA, L. M. et al. Manual de contabilidade tributária: textos e testes com as respos-


tas.10. ed. São Paulo: Atlas, 2011.

Leituras recomendadas
ALMEIDA, M. C. Contabilidade intermediária: de acordo com as novas exigências do MEC
para o curso de Ciências Contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

FABRETTI, L. C. Contabilidade tributária e societária para advogados. 2. ed. São Paulo:


Atlas, 2008.

PEREZ JUNIOR, J. H. Contabilidade avançada: texto e testes com as respostas. 7. Ed. São
Paulo: Atlas, 2010.

RIBEIRO, O. M. Contabilidade avançada. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2009.

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