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Conteúdo:
Aline Alves
Juros sobre o capital próprio
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer o conceito e os objetivos da remuneração de capital
próprio.
Demonstrar os cálculos dos juros sobre o capital próprio.
Analisar a tributação aplicada nas empresas optantes pelo Lucro
Real e Lucro Presumido.
Introdução
Juros de Capital Próprio (JCP) representa o pagamento realizado
pela empresa a sócios, acionistas e proprietários, como retorno de
investimentos aplicados na composição do capital próprio da orga-
nização. Um exemplo disso é o retorno de investimentos aplicados na
composição do capital próprio da organização.
Neste texto, você vai estudar a apuração da base de cálculo, o re-
conhecimento das receitas e das despesas dos juros, a aplicação dos
juros sobre o capital próprio na economia e a realização da aplicação
da taxa de juros.
O patrimônio líquido serve como base de cálculo dos juros de capital próprio e está
demonstrado no término do período antecedente ao da remuneração. Caso uma em-
presa opte pelo lucro real anual, ela precisará reconhecer o patrimônio líquido apresen-
tado no último exercício. Porém, se estiver enquadrada no lucro real trimestral, deverá
considerar o patrimônio líquido existente no último trimestre.
A base dos juros sobre o capital próprio deve considerar o montante do patri-
mônio líquido anterior à apuração do resultado do exercício. Da base de cál-
culo, você deve considerar o valor referente ao Lucro Líquido que tenha sido
apurado em exercício findo. Para isso, deve levar em conta a base trimestral
ou anual na qual os juros estiverem sendo remunerados.
O artigo 178 da Lei 6.404/76, mediante a Medida Provisória 449/2008, que
foi alterada para a Lei 11.941/2009, determina que o patrimônio líquido tenha
sua apuração realizada por meio do seguinte:
Mesmo que a lei permita o uso da conta de Reservas de Reavaliação por algum período,
você deve excluir o seu saldo do patrimônio líquido para fins de base de cálculo dos
juros de capital próprio. O mesmo ocorre com a conta de Ajustes de Avaliação Patrimo-
nial. Ela deve ter seu saldo eliminado para que você obtenha a base de cálculo correta.
No entanto, você deve inserir algumas contas na base de cálculo, se foram incorpo-
radas ao lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido.
As contas que devem ser inclusas nessa situação são representadas por:
A TJLP representa uma taxa calculada ao ano e pode ser calculada mensalmente, me-
diante a divisão da TJLP anual pelo montante de meses do ano.
A TJLP poderá sofre alterações na sua base de cálculo. Essa variação pode
ser resultante de aumento ou redução do capital. Ela também pode resultar
Quando uma empresa necessita adquirir materiais de seus fornecedores e não possui
condições de pagar à vista, os fornecedores podem oferecer a condição a prazo. Assim,
a empresa poderá parcelar e ganhará tempo. Porém, os fornecedores poderão inserir
juros nessa condição de pagamento. Os juros cobrados são considerados como ônus
financeiro da empresa nessa situação.
Os juros sobre capital próprio são considerados facultativos. Eles correspondem a uma
remuneração extra aos titulares, sócios e acionistas, que também recebem das organi-
zações o valor correspondente à participação nos lucros. A legislação determina que os
dividendos obrigatórios podem ser substituídos pelos juros.
Os métodos de cálculo de juros pro rata podem ser exponencial e linear. A legislação
não exige que as organizações escolham ou um ou outro.
A contabilização dos juros de capital próprio nas companhias abertas deve registrar
suas movimentações contábeis na conta de lucros acumulados. Ou seja, sem influen-
ciar o resultado do exercício. A Deliberação 207 da CVM também define um tratamento
diferenciado referente aos juros auferidos.
Desta forma, a CVM determina que os juros pagos ou creditados por meio
das companhias abertas precisam ter seus registros realizados na conta de
lucros acumulados. Porém, para que as deduções dos juros não venham a ser
prejudicadas, a companhia precisa realizar o registro contábil do pagamento
como despesa financeira, devendo fazer a reversão contábil desses valores. A
reversão é apresentada na Figura 1.
EXEMPLO:
A natureza dos juros sobre o capital próprio se manterá fazendo com que
a contabilidade reconheça o valor no resultado do exercício. Ao fazer o reco-
nhecimento das despesas financeiras, você deve observar o regime de compe-
tência. O objetivo disso é evidenciar a real situação em relação às obrigações
da organização, como fornecedores a pagar, dividendos, tributos, ações traba-
lhistas e tributárias, entre outras.
Para o registro das receitas financeiras, você deve observar o mesmo
processo usado para as despesas financeiras. Porém, a divergência entre os
valores líquidos precisa ser registrada em contas identificadas como inves-
timentos e aplicações. Os tributos retidos e contabilizados, por sua vez, pre-
cisam ser evidenciados como tributos a receber.
zembro. Você deve considerar sempre o último dia do mês, mas com base no
resultado do trimestre. A apuração do resultado trimestral ocorre de acordo
com a legislação comercial e fiscal, com base na apresentação das demons-
trações contábeis da empresa, que passa pelos ajustes de exclusões, adições e
compensações que a lei exige.
A apuração do imposto de renda deve ser realizada conforme as alíquotas
determinadas:
Incentivos fiscais, desde que estejam dentro dos limites e normas de-
terminados na lei;
O imposto de renda pago ou retido na fonte sobre as receitas regis-
tradas instituídas no lucro real;
O valor referente ao saldo de imposto pago de períodos anteriores, de
forma indevida ou maior.
Empresas financeiras;
Empresas que tiveram recebimentos de lucros, rendimentos ou ganhos
de capital com origem no exterior;
Empresas com benefícios fiscais de isenção ou redução do imposto de
renda, com embasamento no lucro da exploração;
Empresas de prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadoló-
gica e de gestão de crédito;
Empresas de construção, incorporação, compra e venda de imóveis que
possuam registro orçado de custo.
O cálculo para o imposto de renda sobre o lucro presumido tem por base a receita
bruta oriunda da atividade empresarial e do resultado das receitas e dos ganhos de
capital. O imposto de renda das organizações é decorrente do lucro. Por isso, as orga-
nizações devem prever o lucro trimestralmente mediante aplicação de percentuais de
lucratividade prescrita pela lei.
A alíquota para cálculo do imposto de renda para optantes pelo lucro pre-
sumido é de 15% sobre a base de cálculo. Ela é representada pelo lucro pre-
sumido somado às receitas e aos ganhos de capital. Deve ser calculado 10%
sobre a parcela da base de cálculo. Ela é representada pelo lucro presumido
mais as receitas e ganhos de capital, que ultrapassam o limite estabelecido de
R$ 20.000,00 pelos meses do período de apuração ou de R$ 60.000,00 quando
o período de apuração se referir ao trimestre.
NEVES, S.; VICECONTI, P. E. V. Curso prático de imposto de renda: pessoa jurídica e tribu-
tos conexos, CSLL – PIS – COFINS. São Paulo: Frase, 2007.
NEVES, S. Contabilidade avançada e análise das demonstrações financeiras. 11. ed. São
Paulo: Frase Editora, 2002.
Leituras recomendadas
ALMEIDA, M. C. Contabilidade intermediária: de acordo com as novas exigências do MEC
para o curso de Ciências Contábeis. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.
PEREZ JUNIOR, J. H. Contabilidade avançada: texto e testes com as respostas. 7. Ed. São
Paulo: Atlas, 2010.