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TREINAMENTO PREPARATÓRIO

PARA A CERTIFICAÇÃO ANBIMA

CEA
Certificação de Especialista em
Investimentos ANBIMA

Módulo 3
3.5. Tributação para Pessoas Físicas
Residentes no Brasil
CEA – MÓDULO 3 – Tributação para Pessoas Físicas e Jurídicas Residentes no Brasil

Sumário
3. INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA, RENDA VARIÁVEL E DERIVATIVOS ..................... 3
3.5. Tributação para Pessoas Físicas Residentes no Brasil........................................ 3
3.5.1. Aspectos Gerais............................................................................................... 3
3.5.2. Imposto de Renda sobre aplicações financeiras de renda fixa, exceto em
fundos de investimento ...................................................................................................... 4
3.5.2.1. Imposto sobre Operações Financeiras nas aplicações de renda fixa; impacto
no rendimento do investidor; isenções .............................................................................. 6
3.5.3. Imposto de Renda sobre operações realizadas em Bolsas de Valores, em
Bolsas de Mercadorias e Futuros e assemelhadas .............................................................. 8
3.5.3.1. Imposto de Renda das operações de renda variável no mercado à vista de
Bolsa de Valores, day trade e swap .................................................................................... 8
3.5.3.2. Tributação das operações com Contratos a Termo de Moedas .................. 9
3.5.4. Imposto de Renda sobre as operações realizadas no exterior em títulos de
renda fixa e de renda variável ........................................................................................... 11
3.5.4.1. Rendimentos e Ganho de Capital .............................................................. 12
3.5.4.2. Origem dos recursos .................................................................................. 13
3.5.5. Tributação nos Clubes de investimento........................................................ 16
2

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3. INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA, RENDA VARIÁVEL E DERIVATI-


VOS
3.5. Tributação para Pessoas Físicas Residentes no Brasil
3.5.1. Aspectos Gerais
Nosso estudo sobre a tributação dos instrumentos de investimentos necessita do co-
nhecimento prévio de vários conceitos e da linguagem da legislação que estudaremos e que
abordaremos a seguir:
Fato Gerador
•O fato gerador é uma expressão utilizada em Direto Tributário, que representa
um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vincula o nascimento da
obrigação jurídica de pagar um tributo determinado. Diz respeito a QUANDO o
imposto é devido.
•O fato ou evento que gera a incidência do imposto é por exemplo: rendimento,
ganho de capital, resgate etc.

Base de Cálculo
•Em Direito Tributário, base de cálculo é a grandeza econômica sobre a qual se
aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar, ou seja, o valor sobre o qual
incide a alíquota do imposto.
•Diz respeito a O QUE é tributado.
•Por exemplo: o IR é calculado sobre o rendimento do CDB, portanto a base de
cálculo é o rendimento. 3

Alíquota
•Alíquota é o percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de cálculo
para chegarmos ao valor de um tributo. A alíquota será um percentual quando a
base de cálculo for um valor econômico. A Alíquota é um dos elementos mais
importantes do tributo. Assim, há a exigência de que seu valor ou percentual seja
estabelecido em Lei.
•Diz respeito a QUANTO é o imposto.

Agente responsável pelo Recolhimento do Imposto e


prazos legais
•O responsável por recolher o imposto devido à Receita Federal, diz respeito a
QUEM recolhe o imposto.
•Exemplo: no caso do CDB, o agente responsável pelo recolhimento é a instituição
pagadora dos rendimentos; já no mercado à vista de ações, o responsável pelo
recolhimento é o próprio contribuinte.
•Existem diferentes prazos de recolhimento, conforme a operação. No ganho de
capital em operações com ações, por exemplo, o recolhimento do IR será feito até
o último dia útil do mês subsequente ao da operação.

Compensação de Perdas
•A legislação tributária também prevê, que perdas auferidas em resgates de
fundos poderão ser compensadas de ganhos futuros.

Regime Tributário
•No Brasil, há basicamente 3 regimes de tributação:
•Regime Tributável onde o rendimento irá compor a base de cálculo na Declaração
do IR;
•Regime Definitivo ou Exclusivo de fonte para Pessoa Física - Pago no resgate e não
tendo mais nada a declarar ou restituir;
•Isenção: situações específicas, previstas na Lei.

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Ganho de Capital
•É o ganho obtido pelo investidor quando negocia seu título no mercado secundário,
diferença positiva entre o preço de venda (alienação) e compra do título.

Day Trade

•É a operação ou a conjugação de operações iniciadas e encerradas em um mesmo dia, com o


mesmo ativo, em uma mesma instituição intermediadora, em que a quantidade negociada
tenha sido liquidada, total ou parcialmente (compra e venda no mesmo dia).

Limites de Isenção
São isentos do Imposto de Renda, na fonte e na declaração de ajuste anual da Pessoa
Física, a remuneração e o ganho de capital (quando aplicável) produzidos por

Caderneta de Debênture
CRI LCI LCA
Poupança Incentivada

CPR CDCA CRA LIG

São também isentos do imposto de renda os rendimentos auferidos por condomínios


de edifícios residenciais ou comerciais em contas de depósitos de poupança e em letras hipo-
tecárias.

RADAR PRACTA

Os rendimentos e o ganho de capital das Debêntures emitidas por Sociedades de Propó-


sito Específico (SPE) criadas para fins da implementação de projetos de investimento na
área de infraestrutura ou de produção econômica intensiva em pesquisa, desenvolvi-
mento e inovação, considerados como “prioritários”, serão tributados sob alíquota:

 Zero para a Pessoa Física;


 15 % para Pessoa Jurídica.

3.5.2. Imposto de Renda sobre aplicações financeiras de renda fixa,


exceto em fundos de investimento
Fato Gerador
Todos os rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa, auferidos por
pessoa física, pessoa jurídica, inclusive as isentas, são considerados Fato Gerador de impostos.
O momento em que o imposto é devido é na alienação do investimento. Considera-se
alienação qualquer forma de transmissão da propriedade, bem como a liquidação, o resgate,
a cessão ou a repactuação do título ou aplicação.

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Os rendimentos periódicos (recebimento de cupons) produzidos por título ou aplicação,


bem como qualquer remuneração adicional aos rendimentos prefixados, serão submetidos à
incidência do imposto de renda na fonte por ocasião de seu pagamento ou crédito.

PRACTA ALERTA

Recolhimento do Imposto de Renda em Títulos Públicos Federais negociados via Te-


souro Direto:
O imposto de renda sobre os rendimentos proporcionados ao investidor será retido
na recompra, pagamento de juros ou resgate dos títulos. A alíquota incidente é a
mesma dos títulos de renda fixa e o recolhimento dos impostos devidos é responsa-
bilidade do Agente de Custódia.

Alguns investimentos são equiparados a aplicações financeiras de renda fixa para efeitos
tributários, por exemplo:
a) Ajuste positivo do Swap.
b) As operações de “box” nos mercados de opções de compra e de venda em bolsas de
valores ou de mercadorias e de futuros, onde 4 opções conjuntas “simulam” o resultado de
uma renda fixa.
c) COE- certificado de operações estruturadas. 5
Alíquota
A alíquota de IR sobre os rendimentos da Renda Fixa segue uma tabela decrescente de
acordo com o prazo de permanência:

Prazo da aplicação Alíquota de IR


Até 180 dias 22,5%
De 181 a 360 dias 20,0%
De 361 a 720 dias 17,5%
Acima de 720 dias 15,0%

Fato Gerador
Qualquer forma de transmissão da propriedade, a liquidação, o resgate, a cessão ou a
repactuação do título.
Base de cálculo
Diferença positiva entre o valor da alienação, líquido do IOF, quando aplicável, e o valor
da aplicação financeira.
Agente responsável pelo recolhimento
A pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos.
Isenções Pessoa Física
Conforme item 3.5.1.

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DICA PRACTA

1. Considerando uma debênture com vencimento de 3 anos e pagamentos de cupons


semestrais (a cada 180 dias), podemos afirmar quanto ao pagamento do primeiro cu-
pom:
A. Não haverá incidência de IR, pois este título conta com isenção fiscal.
B. Haverá incidência de 15% de IR na fonte para investidor pessoa física.
C. O imposto de renda devido de 15% será cobrado no vencimento do título.
D. Será recolhido na fonte pela fonte pagadora, o IR de 22,5%.

Alternativa correta: D. Os rendimentos periódicos (recebimento de cupons) produzi-


dos pelo título, serão submetidos à incidência do imposto de renda na fonte por oca-
sião de seu pagamento, computando o prazo da aquisição até o recebimento dos cu-
pons.

2. Um investidor pessoa jurídica aplica em uma caderneta de poupança e vai resgatar


após 360 dias. Qual é a alíquota de IR?
A. 15%.
B. 17,5%.
C. 20%.
D. 22,5%.

6 Alternativa correta: D. Pessoa jurídica que investe em Caderneta de Poupança será


tributada trimestralmente a alíquota de 22,5%. Poupança PJ é trimestral.

3.5.2.1. Imposto sobre Operações Financeiras nas aplicações de


renda fixa; impacto no rendimento do investidor; isenções
Fato gerador
Incide sobre resgate, cessão ou repactuação de operações com títulos ou valores mobi-
liários cujo prazo de permanência tenha sido inferior a 30 dias.
Alíquota
1% ao dia, sobre o valor de resgate, cessão ou repactuação, limitado ao rendimento da
operação, em função do prazo, conforme tabela regressiva.

Prazo em % limite do ren- Prazo em % limite do ren- Prazo em % limite do ren-


dias dimento dias dimento dias dimento
01 96 11 63 21 30
02 93 12 60 22 26
03 90 13 56 23 23
04 86 14 53 24 20
05 83 15 50 25 16
06 80 16 46 26 13
07 76 17 43 27 10
08 73 18 40 28 6
09 70 19 36 29 3
10 66 20 33 30 0

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Base de cálculo
O valor de resgate, cessão ou repactuação, limitado ao rendimento ou a um percentual
do rendimento.
Agente responsável pelo recolhimento
A pessoa jurídica (fonte) que credita rendimentos, resgata ou recompra o título.
Isenções do IOF nos títulos de renda fixa

 Caderneta de Poupança: alíquota 0%.


 LF: alíquota 0%.
 Debêntures e CRI (isento pela Lei 12.431).
 LH: alíquota 0%.
 LCA/CDCA: alíquota 0%.
 CRA: alíquota 0%.
 CPR de liquidação financeira: isenta.

DICA PRACTA
Em relação ao IOF sobre os instrumentos de Renda Fixa, assinale a alternativa correta:
I. A base de cálculo é o valor do resgate, cessão ou repactuação.
II. Quando devido, o IOF será de 1% ao dia sobre o valor do resgate limitado a certo per- 7
centual do rendimento da operação, em função do prazo, conforme tabela regressiva.
III. Em uma operação de renda fixa, cujo prazo seja inferior a 30 dias, serão recolhidos o IOF
e o imposto de renda, nesta ordem.
A. I.
B. II e III.
C. I e III.
D. I, II e III.

Alternativa correta: D. Todas as afirmações estão corretas.

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3.5.3. Imposto de Renda sobre operações realizadas em Bolsas de


Valores, em Bolsas de Mercadorias e Futuros e assemelhadas
3.5.3.1. Imposto de Renda das operações de renda variável no mer-
cado à vista de Bolsa de Valores, day trade e swap

Ações à Outros
Day Trade Swap
vista derivativos
Ajuste positivo
paga IR pela
Dividendos: Ganho de Capital: Ganho de Capital?
tabela regressiva
isentos alíquota de 20% 15%
(igual RF) retidos
na fonte

Juros sobre
Capital Próprio:
15%

Ganho de Capital:
alíquota de 15%
sobre o ganho de
8 capital líquido

Ações à vista Day Trade Swap

Retenção na fonte à Retenção na fonte à


alíquota de 0,005% alíquota de 1% sobre o O ajuste positivo do
sobre o valor da valor de Ganho de Swap é tributado na
alienação (venda): Capital: fonte pela tabela
regressiva da renda fixa.
Imposto compensável. Imposto compensável.

Os 15% retidos na fonte


sobre os Juros sobre
Capital Próprio são
definitivos.

SWAP
Alíquota: ajuste positivo do Swap recebe tratamento tributário similar à RF, decres-
cente de acordo com o prazo da operação (de 22,5% a 15%). Não há IOF nestas operações
(alíquota é zero). Não há compensação de perdas em SWAP.

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RADAR PRACTA

Fique atento à base de cálculo do imposto de renda destes produtos.

No mercado de ações à vista, a base de cálculo da alíquota de:


- 15% sobre o ganho de capital.
- Já a retenção na fonte de 0,005% é calculada sobre o valor da alienação, ou seja, valor
da venda.

No mercado de day trade, a base de cálculo da alíquota de:


- 20% sobre o ganho de capital.
- A retenção na fonte de 1% é calculada também sobre o ganho de capital.
No mercado de swap, a base de cálculo é o valor do ajuste positivo do swap, conforme
o prazo do contrato. Sempre com retenção na fonte.

3.5.3.2. Tributação das operações com Contratos a Termo de Moe-


das
A tributação dos Contratos a Termo de Moedas (NDF) é:

Base de cálculo IR de Fonte IR via DARF

9
15%, compensando o
Base de cálculo:
0,005% sobre o 0,005% retido na
Ajuste positivo do
valor do ajuste. fonte, recolhido pelo
contrato da NDF.
contribuinte.

RADAR PRACTA

Compensação de perdas
Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as
perdas incorridas nas operações de renda variável poderão ser compensadas com os
ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras ope-
rações realizadas em qualquer das modalidades operacionais, exceto no caso de per-
das em operações de day trade. As perdas com operações de day trade somente po-
dem ser compensadas com ganhos em outras operações de day trade.

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Tributação do Mercado de Futuros e opções na B3

Mercado de Day Trade no Mercado de


Futuros mercado Futuro opções

Retenção na Retenção na
fonte à alíquota Retenção na fonte à alíquota
de 0,005%, fonte à alíquota de 0,005%.
sobre o valor da de 1%, sobre o Imposto
alienação valor do ganho. compensável.
(venda). Imposto
Imposto compensável.
compensável. 15% sobre a
diferença
positiva
15% sobre o
apurada na
resultado 20% sobre o negociação ou
positivo dos lucro. no exercício da
ajustes no
opção.
acumulado do
mês.

Conhecendo mais sobre o cálculo do Imposto devido nas opções


10 Regra geral
O imposto incide à alíquota de 15%, sobre o resultado líquido apurado e admite-se a
dedução das despesas incorridas na realização das operações (corretagem, emolumentos
etc.).
1. Na negociação da opção
Sobre o resultado positivo apurado no encerramento de opções da mesma série.
2. Nas operações de exercício
(*) desconsiderando a corretagem e outras despesas operacionais.
2.1. Titular da opção de compra.
Pela diferença positiva entre o valor da venda à vista do ativo na data do exercício da
opção e o preço de exercício, deste valor, desconta-se o valor do prêmio pago.
2.2. Lançador da opção de compra.
Pela diferença positiva entre o preço de exercício da opção, acrescido do valor do
prêmio, e o custo de aquisição do ativo objeto do exercício.
2.3. Titular de opção de venda
Pela diferença positiva entre o preço de exercício da opção e o valor da compra à
vista do ativo, deste valor, desconta-se o valor do prêmio pago.
2.4. Lançador da opção de venda
Pela diferença positiva entre o preço da venda à vista do ativo na data do exercício
da opção, acrescido do valor do prêmio, e o preço de exercício da opção.
3. Observações

1. Não ocorrendo a venda à vista do ativo na data do exercício da opção, o ativo


terá como custo de aquisição o preço de exercício da opção, acrescido ou dedu-
zido do valor do prêmio.

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2. Não havendo encerramento ou exercício da opção, o valor do prêmio constituirá


ganho para o lançador e perda para o titular, na data do vencimento da opção.
3. O imposto é apurado em períodos mensais e pago, pelo investidor, até o último
dia útil do mês subsequente.

DICA PRACTA
1. O investidor adquiriu opção de compra de 10.000 ações “Z”, pagando o prêmio de
R$ 1,00, totalizando o prêmio de R$ 10.000,00, com vencimento para 60 dias e preço
de exercício de R$10,00 por ação K. Antes do vencimento, o investidor decidiu encer-
rar (zerar) sua posição e vendeu a call da mesma série, recebendo um prêmio total
de R$ 12.000,00. Desconsiderando custos de corretagem, podemos afirmar que a tri-
butação será de
A. 15% sobre R$ 2.000,00.
B. 20% sobre R$ 2.000,00.
C. Isenta porque o valor do ganho de capital é menor que R$20.000,00.
D. Isenta somente se investidor for pessoa física.

Alternativa correta: A. Valor do prêmio recebido R$12.000,00 - Valor do prêmio pago


na compra de R$ 10.000,00, ganho de R$2000.00.

2. Veja as únicas operações em bolsa efetuadas por Maria de Fátima:


 Comprou 1000 ações da empresa X a R$ 30,00 por ação em 01/04/14. 11
 3 meses depois, vendeu 500 ações da empresa X a R$ 35,00 por ação.
Em relação ao IR incidente sobre a operação, podemos afirmar que:
A. Sofrerá incidência de 0,005% sobre o valor de venda na fonte e 15% sobre o
ganho de capital.
B. Haverá incidência de 15% de IR na fonte para investidor pessoa física
C. A operação é isenta de IR.
D. O IR não se aplica, pois Fátima não teve ganho de capital.

Alternativa correta: C. Lembre-se que a pessoa física é isenta de IR em operações com


ações à vista cujo valor de venda não ultrapasse R$ 20.000.

3. A empresa de laticínios LEITEBOM vendeu uma NDF a 90 dias por USD.1 milhão à
cotação de R$ 4,00. A PTAX do vencimento foi R$ 3,95. Em relação ao IR incidente
sobre a operação, podemos afirmar que:
A. Não há incidência de IR, pois o ajuste foi negativo.
B. Incide IR de fonte a 0,005% e de 15% via DARF sobre o ajuste positivo.
C. Incide IR conforme prazo do contrato, neste caso 22,5%.
D. Não há incidência de IR, pois as operações de hedge são isentas.

Alternativa correta: B.

3.5.4. Imposto de Renda sobre as operações realizadas no exterior


em títulos de renda fixa e de renda variável
Vamos agora tratar de rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior. As pessoas
físicas residentes no Brasil são tributadas pelo imposto de renda com base no princípio da uni-
versalidade, portanto, não importa onde a renda tenha sido auferida - Brasil ou exterior ou se
os rendimentos foram ou não ingressados de volta para o Brasil.

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São consideradas aqui duas modalidades de investimento:


 Investimento direto por pessoa física;
 Investimento por meio de uma sociedade localizada no exterior (“OFFSHORE”).

Base de Cálculo
 Fato Gerador: tributação a cada recebimento de rendimento, mudança de apli-
cação financeira, resgate, cessão, repactuação ou liquidação de cada investi-
mento.
 Alíquota:
a) Ganhos de Capital: alíquota de 15% a 22,5% sobre o ganho

 15,0% para ganhos de até R$ 5 milhões.


 17,5% para ganhos de R$ 5 até 10 milhões.
 20% para ganhos de 10 até 30 milhões.
 22,5% para ganhos a partir de 30 milhões.

ATENÇÃO - São considerados Ganhos de Capital no exterior: alienação de bens, liquidação ou


regates de quotas de fundos, juros recebidos de títulos de renda fixa etc.

b) Rendimentos: de 0 a 27,5% do rendimento acumulado em lucros, dividen-


dos, aluguel, royalties, remuneração de trabalho etc.
12
Quem recolhe? O contribuinte.
Quando recolhe? Até o último dia útil do mês subsequente via DARF: “Carnê-leão”.
Regime de tributação: definitivo.

3.5.4.1. Rendimentos e Ganho de Capital


RADAR PRACTA

Dividendos: NÃO HÁ ISENÇÃO. São tributados conforme tabela progressiva (como sa-
lário até 27,5%), dependendo do montante recebido no mês.
Cupom de renda fixa = ganho de capital = 15%
Demais rendimentos de investimentos e Ganho de Capital = 15%.

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Cuidado com os investimentos realizados por pessoas físicas no exterior: veja o exemplo
de um cálculo de IR de um investidor cuja origem dos recursos foi em Reais e realizou remessa
para o exterior para realizar aplicações financeiras:
Descrição Custo em Reais Taxa Ptax Custo em US$
Aplicação Financeira 1.000 1,30 US$ 769,23
Resgate 1.200 2,00 US$ 600,00
Ganho de Capital Tributável 200 (169,23)
Imposto a pagar 30 Não há

Se a origem dos recursos foi em Reais, haverá paga-


mento de IR sobre a Desvalorização Cambial.

Investimento direto por pessoa física em aplicações financeiras no exterior


Vantagens

 Tributação à alíquota de 15%, independentemente do prazo da operação.


 Regime de caixa.

Desvantagens
13
 Necessidade de pagar IR a cada liquidação, cessão, resgate ou repactuação de
aplicação financeira.
 Não há possibilidade de compensação de perdas.

RADAR PRACTA

Independentemente de remeter de volta os ganhos para o Brasil, o Imposto é devido e


deve ser recolhido até o último dia do mês seguinte ao recebimento.
Cuidado para separar no cálculo, recursos originalmente em Reais, daqueles originalmente
em moeda estrangeira

Imposto sobre
Imposto sobre
Dividendos e rendimentos
Ganho de Capital pagos por ações

Diferença positiva entre valor é a remuneração do capital


de venda/resgate e valor de investido pela pessoa física em
compra/aplicação ações, ETFs etc. sob a forma de
recebimento de juros/cupons dividendos

Tabela progressiva do IR
15% a 22,5% Máximo 27,5% sobre os
rendimentos

3.5.4.2. Origem dos recursos


Moeda de Base de Cálculo
(i) Em Reais, se a aplicação houver sido efetuada com recursos correspondentes a ren-
dimentos auferidos originariamente em Reais (usando ptax do dia da negociação).

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(ii) Em US$, se a origem dos recursos for rendimentos auferidos originariamente em


moeda estrangeira.
Tributação a cada mudança de aplicação financeira.
Impossibilidade de compensação de perdas de um mês com ganhos de meses posterio-
res.
Poderá ser compensado do imposto já pago no país de origem – se houver acordos e/ou
tratados internacionais firmados ente o Brasil e o país de origem dos rendimentos.
No Brasil, há total liberdade de qualquer pessoa física realizar remessas para o exterior
ou ter conta corrente no exterior desde que:

 Os valores remetidos tenham origem declarada.


 Registre a operação junto ao SISBACEN realizando a remessa através de uma
instituição autorizada a operar em câmbio e pague IOF/Câmbio nas remessas
de/para o exterior de 0,38%.
Obrigação de informar:
 Ao Banco Central (“Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior”).
 À Receita Federal (Declaração de Bens da Declaração de Ajuste Anual- “Declara-
ção de Imposto de Renda Anual”).

14 RADAR PRACTA

O Brasil tributa todas as rendas obtidas no exterior por qualquer entidade ou pessoa resi-
dente
1. Tipos de renda no exterior
1.1. Ganhos de Capital: alíquota de 15% a 22,5% sobre o ganho
 15% para ganhos de até R$ 5 milhões.
 17,5% para ganhos de R$ 5 até 10 milhões.
 20% para ganhos de 10 até 30 milhões.
 22,5% para ganhos a partir de 30 milhões.
Exemplo de Ganhos de Capital: alienação de bens, liquidação ou regates de quotas de fundos,
juros recebidos de títulos de renda fixa etc.

1.2. Rendimentos: de 0 a 27,5% do rendimento acumulado em lucros, dividendos, aluguel,


royalties, remuneração de trabalho etc.

2. Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (DCBE).


Os brasileiros que possuem bens no exterior em montante superior a US$ 100 mil norte-
americanos, ou equivalente, estão sujeitos a declaração anual desses ativos ao Banco Cen-
tral Brasileiro (BACEN), através do registro eletrônico da Declaração de Capitais Brasileiros
no Exterior (DCBE).
Para o caso de bens em valor superior a US$ 100 milhões, a obrigatoriedade de apresenta-
ção dessa declaração é trimestral.

3. Declaração de Capitais Brasileiros no Exterior (DCBE).


Os brasileiros que possuem bens no exterior em montante superior a US$ 100 mil norte-
americanos, ou equivalente, estão sujeitos a declaração anual desses ativos ao Banco Cen-
tral Brasileiro (BACEN), através do registro eletrônico da Declaração de Capitais Brasileiros
no Exterior (DCBE).
Para o caso de bens em valor superior a US$ 100 milhões, a obrigatoriedade de apresenta-
ção dessa declaração é trimestral.

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RADAR PRACTA

4. Quando ocorre a tributação?

 Aplicação através da pessoa física: o rendimento deve ser tributado mensal-


mente, de acordo com a sua natureza.
 Aplicação através de pessoa jurídica: o imposto é devido pelo regime de
caixa, ou seja, somente quando houver distribuição de lucros ou resgate de
cotas do veículo offshore. Há o diferimento do IR.

5. Eu tenho que pagar impostos sobre variação cambial? Depende.


 Investimento no exterior adquirido com recursos originados no exterior: cal-
cula-se o IR excluindo impactos da variação cambial.
 Investimento no exterior adquirido com recursos originados em Reais e reme-
tidos para o exterior: calcula-se o IR incluindo os impactos da variação cam-
bial.

RADAR PRACTA (continuação)

De 0% a 27,5% De 15% a 22,5% 15


1. Dividendos de investimentos em ações Ok
2. Lucros de investimentos em socieda-
Ok
des offshore
3. Remunerações (trabalho ou prestação
Ok
de serviços)
4. Aluguel Ok
5. Royalties Ok
6. Variação cambial - origem em moeda
Ok
nacional
7. Juros Ok
8. Venda de bens ou direitos Ok
9. Liquidação ou resgate de investimen-
Ok
tos
10. Remuneração de Conta Remunerada Ok
11. Redução (devolução) de capital Ok
12. Recebimento de empréstimo no exte-
Ok
rior
13. Resgate de Fundo offshore Ok
14. Fundo Nacional CVM 456/409 (ativos
Ok
no exterior)
15. Pensão ou aposentadoria Ok
16. Variação cambial - origem em moeda
Isento
estrangeira isento
17. Variação cambial - depósito em cc.
Isento
não remunerado

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CEA – MÓDULO 3 – Tributação para Pessoas Físicas e Jurídicas Residentes no Brasil

3.5.5. Tributação nos Clubes de investimento


De acordo com a B3, os rendimentos obtidos no resgate de cotas de clubes de investi-
mento, são tributados à alíquota de 15%, tributação esta que ocorrerá exclusivamente no res-
gate de cotas. A responsabilidade pelo recolhimento do imposto é do administrador do clube.
É permitida a compensação de perdas, desde que com ganhos auferidos em clubes do mesmo
administrador.

DICA PRACTA

Vejamos a seguir um exemplo de como este tema poderá ser explorado na sua prova.

1. Assinale a alternativa correta sobre a tributação das pessoas físicas:


A. Os rendimentos auferidos no exterior só serão tributados se eles forem re-
metidos ao País.
B. Os rendimentos recebidos de outra pessoa física sofrem retenção do IR pela
fonte pagadora.
C. Os rendimentos recebidos de outra pessoa física ou do exterior são submeti-
dos ao “carnê-leão” (recolhimento via DARF).
D. O Imposto sobre rendimentos de um CDB pode ser compensado na Declara-
ção de Ajuste Anual.
16
2. Sr. José acaba de receber juros referentes a uma aplicação em títulos da dívida do
tesouro americano no exterior. É correto afirmar sobre esta aplicação?
A. Os Rendimentos advindos de aplicações em títulos livres de risco, referentes
a aplicações financeiras no Brasil ou no exterior, são isentos de IR.
B. Neste caso, por se tratar de rendimento de aplicações no exterior relativo a
aplicações em renda fixa, a alíquota obedece à tabela regressiva.
C. Assim como os dividendos, os juros recebidos de aplicações no exterior são
tributados conforme tabela progressiva.
D. Os rendimentos de cupom recebidos por pessoa física residente, relativos a
aplicações no exterior são tributados à alíquota de 15%.

3. Como regra geral, um IR eventualmente pago no exterior pode ser compensado no


Brasil se:
A. Houver a prova do efetivo recolhimento do imposto.
B. O imposto for pago em países signatários do MERCOSUL.
C. O País ou domicílio não estiver na lista de paraísos fiscais do Fisco.
D. Houver acordo para evitar a dupla tributação.

Gabarito:
Alternativas corretas: 1-C, 2-D e 3-D.
Os países com os quais o Brasil assinou a convenção internacional são: MERCOSUL,
Alemanha, Áustria, Bélgica, Canadá, China, Coréia, Dinamarca, Espanha, Filipinas, Fin-
lândia, França, Holanda, Hungria, Índia, Israel, Itália, Japão Luxemburgo, México, No-
ruega, Portugal, Eslovaca, Rep. Tcheca, Suécia e Ucrânia. Assim como temos reciproci-
dade e compensação com USA e Reino Unido.

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CEA – MÓDULO 3 – Tributação para Pessoas Físicas e Jurídicas Residentes no Brasil

RADAR PRACTA

Imposto de Renda das Operações em Ações (exceto day trade)

Responsável pelo
Evento Alíquota Base de cálculo
Recolhimento
Dividendos Isento N.A. N.A.
Juros sobre Capital
15% Rendimento. A fonte pagadora.
Próprio
Diferença posi-
tiva entre o va- O próprio contribu-
lor de venda e inte, até o último
de aquisição do dia útil do mês se-
15%
ativo vendido, guinte àquele em
líquido de des- que foi realizada a
pesas e perdas operação.
anteriores.
A corretora que in-
Valor da aliena-
0,005% termediou a tran-
ção (venda).
sação.
Ganho de Capital (Di-
ferença positiva en- O valor do IR retido na fonte poderá
ser: 17
tre valor da venda e
compra) a) deduzido do imposto sobre ganhos
líquidos apurados no mês;
b) compensado com o imposto inci-
dente sobre ganhos líquidos dos me-
Compensação
ses subsequentes;
do IR retido na
c) compensado na declaração de
fonte
ajuste anual se após as deduções pre-
vistas acima ainda houver saldo de
imposto retido;
d) compensado com o imposto devido
sobre o ganho de capital na alienação
de ações.
Observações:
As perdas decorrentes de operações realizadas no mer-
Compensação de
cado de ações podem ser compensadas da base de cál-
perdas
culo de ganhos de períodos posteriores.
Não está sujeito ao imposto de renda o ganho líquido au-
ferido por Pessoa Física em operações no mercado à
Isenção para Pessoa
vista de ações nas bolsas de valores, cujas alienações,
Física
em cada mês, sejam iguais ou inferiores a R$ 20.000,00
para o conjunto de ações.
Pessoa Jurídica lu-
Pessoa Física, Pessoa Jurídica op-
Regime de cro real ou presu-
tante pelo Simples ou isenta.
Tributação mido.
Exclusivo de fonte ou definitivo. Tributável.

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CEA – MÓDULO 3 – Tributação para Pessoas Físicas e Jurídicas Residentes no Brasil

RADAR PRACTA

Investimentos de Residentes Brasileiros no Exterior

Imposto de renda pago no exterior

 Compensável no Brasil se país onde foi pago tiver tratado para evitar a dupla tri-
butação ou reciprocidade.

LUCROS E DIVIDENDOS RECEBIDOS DO EXTERIOR

A Pessoa física que aufere dividendos de empresa do exterior está isenta do IR?
Não. Os lucros e dividendos recebidos de empresa domiciliada no exterior estão su-
jeitos ao recolhimento mensal obrigatório, carnê-leão e ao ajuste na declaração
anual. Regime Tributável e tabela progressiva (processo igual da retenção de IR sobre
salários). Na tributação devem ser observados os tratados e acordos de reciproci-
dade entre o Brasil e o país de origem dos rendimentos.
(Art. 16 da Instrução Normativa SRF nº 208/2002, art. 8º da Lei 7.713/1988 e art. 106
do RIR/1999).

18

Tributação das aplicações dos Residentes do Brasil no EXTERIOR

Tributação no momento da disponibilidade do rendimento, indepen-


Quando tributa?
dente de ingresso dos recursos no Brasil.
15%: ganhos até R$ 5.000.000,00 ano
17,5%: ganhos de R$ 5.000.000,00 a R$ 10.000.000,00
20%: ganhos de R$ 10.000.000,00 a R$ 30.000.000,00 e
22,5%: ganhos acima de R$ 30.000.000,00
Alíquota
Independentemente do ingresso dos recursos no País.
Não há rendimentos isentos.
Dividendos são tributados conforme Regime Tributável e tabela pro-
gressiva (processo igual da retenção de IR sobre salários).
Rendimento, cupom, cessão, repactuação, Ganho de Capital, dividen-
dos etc.
Em REAIS - quando a origem dos recursos da aplicação for em moeda
Base de Cálculo local.
Em USD- se origem dos recursos for rendimentos auferidos no exterior.
Tributação a cada mudança de aplicação financeira.
Responsável pelo Recolhi-
O Contribuinte.
mento
Prazo de Recolhimento Até o último dia útil subsequente ao mês de recebimento.

Regime de Tributação Definitivo.

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