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TREINAMENTO PREPARATÓRIO

PARA A CERTIFICAÇÃO ANBIMA

CEA
Certificação de Especialista em
Investimentos ANBIMA

Módulo 3
Instrumentos de Renda Fixa, Renda
Variável e Derivativos
Proporção de 15 a 25%

3.1 Instrumentos de Renda Fixa


CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

O objetivo deste módulo é verificar se o profissional tem domínio dos principais conceitos
e a estrutura dos produtos de renda fixa, renda variável e dos principais instrumentos deri-
vativos negociados no mercado local e internacional. O profissional deverá entender, expli-
car e avaliar os principais instrumentos financeiros, suas formas de negociação, bem como
das características operacionais dos produtos. Cálculos poderão ser exigidos com a utiliza-
ção de calculadoras financeiras.

Sumário
3. INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA, RENDA VARIÁVEL E DERIVATIVOS ..................... 4
3.1. Instrumentos de Renda Fixa .............................................................................. 4
3.1.1. Formação das Taxas de Juros no Brasil ........................................................... 4
3.1.1.1. A Influência das Taxas de Juros nas Empresas e no Governo ...................... 5
3.1.1.2. A Política Monetária, seus instrumentos e o Comitê de Política Monetária
(COPOM) ............................................................................................................................. 5
3.1.1.3. Investimentos e Cenários: relação entre os cenários econômicos e as taxas
de juros................................................................................................................................ 9
3.1.2. Caderneta de Poupança: principais características em termos de liquidez,
rentabilidade, garantias, riscos e tributação..................................................................... 10
3.1.3. Principais características de Títulos Públicos e Privados .............................. 13
2
3.1.3.1. Precificação de Títulos Públicos e Privados ............................................... 15
3.1.3.2. Preço de Mercado: Ágio e Deságio ............................................................ 16
3.1.3.3. Retorno do investimento ........................................................................... 22
3.1.4. Indicadores de Renda Fixa ............................................................................ 24
3.1.4.1 Índice de Mercado ANBIMA - (IMA-B, IRF-M e IMA-S) ............................... 24
3.1.4.2. IDkA – Índice de Duração Constante ANBIMA (Segmento Prefixado e
segmento IPCA) ................................................................................................................. 25
3.1.5. Estrutura Temporal das Taxas de Juros ........................................................ 26
3.1.5.1. Projeção da curva de Juros Prefixada ........................................................ 27
3.1.5.2. Projeção da curva de Cupom Cambial (dólar/euro) .................................. 27
3.1.5.3. Projeção da curva de Cupom de IGP-M e IPCA .......................................... 28
3.1.6. Estrutura de Negociação do Mercado de Títulos Públicos e Privados; Leilões
e Mercado de Balcão; Negociação no Mercado Primário e Secundário ........................... 30
3.1.7. Tesouro Direto: Títulos Negociados, Estrutura, Forma de Negociação e Custos
para o investidor. Nomenclatura dos títulos negociados e adequação dos produtos em
função do nível de conhecimento do investidor e seus objetivos .................................... 31
3.1.8. Principais Títulos Públicos negociados no Mercado Interno ........................ 33
3.1.8.1 Letras do Tesouro Nacional (LTN) ............................................................... 33
3.1.8.2. Letras Financeiras do Tesouro (LFT) .......................................................... 34
3.1.8.3. Notas do Tesouro Nacional (NTN-B; NTN-B Principal e NTN-F) ................. 35
3.1.9. Principais Títulos Privados negociados no Sistema Financeiro Nacional...... 37
3.1.9.1. Certificado de Depósito Bancário (CDB) .................................................... 37
3.1.9.2. Recibo de Deposito Bancário (RDB) ........................................................... 38
3.1.9.3. Depósito Interfinanceiro (DI) ..................................................................... 38
3.1.9.4. Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE) ....................................... 39
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3.1.9.5. Notas Promissórias (NP) ............................................................................ 40


3.1.9.6. Debêntures e Debêntures Incentivadas (Lei 12431/2011) ........................ 41
3.1.9.7. Securitização de Recebíveis ....................................................................... 48
3.1.9.8. Títulos do segmento imobiliário: Certificado de Recebíveis Imobiliários
(CRI), Letras de Crédito Imobiliárias (LCI), Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) e Letra
Imobiliária Garantida (LIG) ................................................................................................ 50
3.1.9.9. Títulos do segmento agrícola: Letras de Crédito do Agronegócio (LCA),
Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificado de Recebíveis do
Agronegócio (CRA) e Cédula de Produtor Rural (CPR) ...................................................... 54
3.1.9.10. Títulos do segmento ASG ......................................................................... 58
3.1.9.10.1 Títulos verdes (Green Bonds) ................................................................. 58
3.1.9.10.2 Títulos Sociais (Social Bonds) ................................................................. 59
3.1.9.10.3 Sustainability Linked Bonds.................................................................... 59
3.1.9.10.4 Títulos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) .................... 59
3.1.9.10.5 Títulos de Transição (Climática) ............................................................. 59
3.1.9.11. Letra Financeira (LF) ................................................................................. 60
3.1.9.12. Letra de Câmbio (LC) ................................................................................ 61
3.1.10. Operações Compromissadas: Lastros; Riscos para investidor em relação aos
demais títulos de emissão de instituições financeiras ...................................................... 62
3.1.11. Renda Fixa Internacional............................................................................. 63 3
3.1.11.1. Taxas de Câmbio: Relações de Paridade entre as Moedas...................... 63
3.1.11.2. Transferência Internacional de Recursos................................................. 65
3.1.11.3. Principais títulos emitidos pelo Tesouro Norte-Americano: Treasury Bills,
Treasury Notes, Treasury Bonds, e TIPS - Treasury Inflation-Protected Securities............ 66
3.1.11.4. Títulos Brasileiros no Mercado Internacional: Global Bonds e Eurobonds
........................................................................................................................................... 68
3.1.11.5. Outros títulos: Certificates of Deposit (CD) e Commercial Papers (CP) ... 70
3.1.11.6. Repos (Repurchase Agreements) ............................................................. 70
3.1.12. Os Riscos em aplicações de Renda Fixa ...................................................... 71
3.1.12.1. Risco de Crédito ....................................................................................... 71
3.1.12.2. Ratings e sua influência sobre preços dos ativos .................................... 73
3.1.12.3. Risco Operacional .................................................................................... 75
3.1.12.4. Risco de Mercado..................................................................................... 75
3.1.12.5. Risco de Liquidez ...................................................................................... 76
3.1.12.6. Risco País.................................................................................................. 76
3.1.12.7. Risco Cambial ........................................................................................... 77
3.1.13. Análise de Títulos de Renda Fixa................................................................. 78
3.1.13.1. Yield to Maturity, Current Yield e Coupon Rate ....................................... 79
3.1.13.2 Relação entre prazos dos títulos, taxas de juros, risco de crédito e
formação de preços........................................................................................................... 82
3.1.13.3. Duration de Macaulay e Duration Modificada ........................................ 84
3.1.14. FGC - Fundo Garantidor de Crédito: produtos e serviços que possuem
garantia do FGC, limites de cobertura e operacionalização ............................................. 92

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3. INSTRUMENTOS DE RENDA FIXA, RENDA VARIÁVEL E DERIVATI-


VOS

3.1. Instrumentos de Renda Fixa

Investidor é Títulos de RENDA FIXA Emissor é


CREDOR DEVEDOR

Públicos Privados Outros

Tesouro Instituições Instituições não Notas e


Nacional Financeiras Financeiras Securitização

Debêntures e
4 LFT, LTN, CDB,RDB, LCI, CRI, CRA, CPRs,
Notas CCI etc.
NTN-B e NTN-F LCA, LF, DPGE
Promissórias

Investidor recebe JUROS


Prefixados ou Pós-fixados

Corre Risco de Crédito, Mercado e Liquidez

3.1.1. Formação das Taxas de Juros no Brasil


Quais taxas de juros conhecidas no mercado exprimem a remuneração pela alocação de
capital? Podemos citar, como exemplo, as taxas de juros que vimos no módulo 2 (Princípios
básicos de Economia e Finanças) -Taxa Selic e Taxa DI. A taxa de juros reflete o preço pago pelo
sacrifício de poupar, isto é, a remuneração exigida por um agente econômico ao decidir pos-
tergar o consumo e o preço pago pelo benefício de consumir já.
Assim, toda operação que envolva uma remuneração de juros tem a participação de dois
agentes: poupador, que adia seu consumo e o tomador de recursos que, inversamente, decide
antecipar seu consumo para o presente.
Com base nas formulações de Keynes, a taxa de juros é uma “taxa de referência do pro-
cesso decisório: decisões financeiras são consideradas atraentes somente se houver uma ex-
pectativa de que o retorno da aplicação supere a taxa de juros do dinheiro utilizado”. NETO
ASSAF, Alexandre.

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Investimentos empresariais crescem quando a taxa de juros cai e no cenário de alta de


juros elas são inibidoras de investimentos produtivos.
A taxa de juros exprime a confiabilidade dos agentes econômicos. O nível ótimo de juros
de uma economia é a meta a ser perseguida pelas autoridades monetárias, porém muito difícil
de ser atingida na prática. Esta taxa de juros ideal seria a que promove a redução da dívida
pública pelo menor custo e incentiva o crescimento econômico e, ao mesmo tempo, remu-
nera os investidores com uma taxa real.
O comportamento dos juros na economia traz diversas consequências, desde curto
prazo atuando sobre a demanda e a inflação, até o longo prazo influenciando a geração de
poupança e taxa de investimento.

3.1.1.1. A Influência das Taxas de Juros nas Empresas e no Governo


Quanto mais baixo é o nível das taxas de juros maior é a atração dos agentes econô-
micos para novos investimentos, inclusive os de maior maturidade (maior prazo). Para uma
empresa, a taxa de juros reflete o custo de oportunidade de seu capital passivo, ou seja, o
preço a ser pago pelos recursos tomados emprestados. Um investimento de uma empresa
somente é aceito quando o retorno esperado deste investimento for superior ao custo (taxa
de juros) das fontes de capital.
O Governo tem enorme poder sobre a fixação da taxa de juros, já que controla os ins-
trumentos de política monetária visando o controle da inflação (como open market) que per- 5
mite regular temporariamente os níveis das taxas de juros. Adicionalmente, o Governo tem
controle exclusivo sobre os meios de pagamento e emissões de títulos públicos, admitidos
como livres de risco. Estes títulos financiam o déficit público, portanto, se a taxa de juros for
muito baixa, o governo terá dificuldades de obter demanda para seus próprios títulos. Há
economistas que defendem que o alto déficit público é o grande vilão da permanência das
altas taxas de juros brasileiras, já que na busca de recursos o próprio governo pressiona para
cima as taxas de juros da economia, tornando-se o principal tomador da poupança interna.

3.1.1.2. A Política Monetária, seus instrumentos e o


Comitê de Política Monetária (COPOM)
Metas de Inflação
O Decreto 3.088, de 21/06/1999, estabelece a sistemática de metas
para a inflação como diretriz para fixação do regime de política monetária.
Neste regime, adotado por diversos países no mundo, o Banco Central se compromete a atuar
de forma a garantir que a inflação se mantenha dentro de uma meta pré-estabelecida pelo
Conselho Monetário Nacional, divulgada publicamente.
As principais características deste regime são:

 Divulgação pública das metas, por parte do Conselho Monetário Nacional;


 Comprometimento institucional com a estabilidade de preços;
 Transparência na tomada de decisões de política monetária;
 Mecanismos que tornam as autoridades monetárias responsáveis pelo cumprimento
das metas para a inflação.

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A avaliação do Banco Central é feita ao final de cada ano. Considera-se que a meta foi
atingida caso a inflação observada ao final do ano se situe dentro do intervalo de tolerância
previamente estabelecido. Se a meta não for cumprida, o Presidente do Banco Central deve
escrever uma carta aberta justificando os motivos, e quais providências serão tomadas para
que a inflação volte à meta estabelecida.

DICA PRACTA

Na prova, este assunto poderá ser abordado assim.

O regime de “metas de inflação” objetiva manter:


A. A taxa de câmbio dentro do patamar estabelecido pelo Banco Central.
B. A taxa real de juros dentro do patamar estabelecido pelo Conselho Monetário
Nacional.
C. A inflação dentro do patamar estabelecido pelo Conselho Monetário Nacio-
nal.
D. O PIB dentro do patamar estabelecido pelo Ministério da Economia.

Alternativa correta: C. No regime de metas de inflação a prioridade é manter a inflação


dentro da meta estabelecida pelo CMN. Neste regime, não se estabelecem patamares
mínimos ou máximos para a taxa de câmbio, a taxa real de juros ou a taxa de cresci-
6 mento do PIB.

Instrumentos de Política Monetária


Política monetária é a atuação da autoridade monetária (normalmente o Banco Cen-
tral de cada país) sobre a quantidade de moeda na economia. Uma política monetária é ex-
pansionista quando eleva a liquidez da economia, injetando recursos no mercado. Por outro
lado, uma política monetária restritiva “enxuga” a liquidez da economia, visando o controle
da inflação.
O Banco Central administra a política monetária por meio dos seguintes instrumentos
de controle:

 Depósito compulsório (percentual sobre os depósitos que os bancos devem reter


junto ao Banco Central);
 Compra e Venda de Títulos públicos (open market);
 Redescontos (Empréstimos do Banco Central aos bancos e outras instituições finan-
ceiras);
 Regulamentação sobre taxas de juros.

Depósito Compulsório
Trata-se de um recolhimento feito pela rede bancária de determinado percentual so-
bre seus depósitos à vista e/ou a prazo, de acordo com a política estabelecida pelo Banco
Central do Brasil.
O recolhimento é feito em moeda ou em títulos federais da dívida pública.

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Quando a autoridade monetária eleva a taxa de recolhimento compulsório provoca di-


minuição da quantidade de Reais no mercado. Com menor liquidez, a taxa de juros sobe. Por
outro lado, quando o Banco Central reduz o recolhimento compulsório, a liquidez aumenta. A
maior oferta de Reais se traduz em queda na taxa de juros.
Compra e Venda de Títulos Públicos - Open Market
As operações de mercado aberto (open market) são um instrumento bastante ágil de
política monetária. Trata-se de operações de compra e venda de títulos públicos, efetuadas
pelo Banco Central atuando como agente monetário do governo. O mercado aberto possibilita
que o Banco Central controle diariamente a oferta de moeda e regule as taxas de juros de
curto prazo.
Vejamos como isso acontece:

 Quando há excesso de liquidez na economia, o Banco Central VENDE títulos no mer-


cado, retirando reais. Com menor oferta de Reais no mercado, a taxa de juros SOBE;
 Se houver falta de liquidez, o Banco Central COMPRA títulos no mercado, injetando
reais. Com maior oferta de Reais, a taxa de juros CAI.

Redesconto
É um empréstimo de assistência a liquidez concedido pelo Banco Central a instituições
financeiras, visando equilibrar suas necessidades de caixa diante de um aumento imprevisto
de demanda por recursos de seus depositantes. A taxa de juros cobrada pelo Banco Central 7
nessas operações é chamada de taxa de redesconto.
O instrumento de redesconto tem sido bastante utilizado como forma de incentivar a
atividade econômica. A título de exemplo, no começo da crise do mercado de hipotecas nos
Estados Unidos, a primeira medida do presidente do Banco Central americano (Federal Re-
serve) foi reduzir a taxa de redesconto, para que os bancos não sofressem uma crise de liqui-
dez.
Taxa de Juros
Na teoria, a taxa de juros tem efeito direto sobre a poupança, influenciando a remune-
ração do capital, e sobre os investimentos, influenciando o custo do capital. Assim, se o obje-
tivo é uma política monetária restritiva, a elevação da taxa de juros irá diminuir a quantidade
de dinheiro em circulação, ao estimular a poupança e elevar os custos dos investimentos. A
política restritiva é utilizada para controle da inflação. Ao contrário, para estimular o con-
sumo e os investimentos, as taxas de juros devem ser mais baixas.

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RADAR PRACTA

POLÍTICA MONETÁRIA RESTRITIVA

Open BACEN vende títulos públicos – retira dinheiro – reduzindo a


Market liquidez da economia.

Prazo reduzido e taxa de juros do empréstimo elevada – re- Taxa de Juros


Redesconto
dução da liquidez. SOBE

BACEN eleva a alíquota do compulsório, tirando reais do mer-


Compulsório
cado e “enxugando” liquidez.

POLÍTICA MONETÁRIA EXPANSIONISTA

Open BACEN compra títulos públicos – injeta dinheiro na economia


Market – aumento de liquidez.

Prazo ampliado e taxa de juros do empréstimo reduzida – au- Taxa de Juros


Redesconto
mento da liquidez. CAI

BACEN reduz a alíquota do compulsório, aumentando a liqui-


Compulsório
dez da economia.
8

DICA PRACTA
É importante que você entenda como o Banco Central regula a liquidez do mercado
com estes três instrumentos principais (Open Market, Redesconto e Compulsório). Na
prova, uma abordagem possível desses itens pode ser.

1. Em relação aos instrumentos de política monetária, em caso de excesso de liquidez


na economia, o Banco Central poderá:
A. Comprar títulos no open market e reduzir a taxa de redesconto.
B. Aumentar a taxa de compulsório e vender títulos no open market.
C. Vender títulos no open market e reduzir a taxa de compulsório.
D. Aumentar a taxa de compulsório e comprar títulos no open market.
Alternativa correta: B. Para reduzir a liquidez, o BACEN vende títulos (“enxuga Reais”)
e eleva a taxa de recolhimento compulsório, fazendo com que mais Reais fiquem reti-
dos no Banco Central. O impacto destas medidas, será o aumento da taxa de juros.

2. O Banco Central reduziu a taxa de recolhimento compulsório sobre depósitos à vista,


de 45% para 42%. O impacto desta medida no mercado, considerando tudo mais cons-
tante, será:
A. Maior oferta de recursos no mercado e elevação da taxa de juros.
B. Menor oferta de recursos no mercado e redução da taxa de juros.
C. Maior oferta de recursos no mercado e redução da taxa de juros.
D. Menor oferta de recursos no mercado e elevação da taxa de juros.
Alternativa correta: C. Ao reduzir a taxa de depósito compulsório, menor quantidade
de Reais fica retida no Banco Central, consequentemente haverá maior oferta de re-
cursos no mercado. Com maior oferta de recursos, a taxa de juros cai.

FICOU COM DÚVIDAS? ENVIE E-MAIL PARA TUTORIA@PRACTA.COM.BR


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COPOM - Comitê de Política Monetária


O COPOM foi instituído em 20 de junho de 1996, com o objetivo de estabelecer as dire-
trizes da política monetária e de definir a taxa de juros.
Formalmente, os objetivos do COPOM são:

 Definir a meta da Taxa SELIC;


 Divulgar o 'Relatório de Inflação'.

A taxa de juros fixada na reunião do COPOM é a meta para a Taxa SELIC, a qual vigora
por todo o período entre as reuniões ordinárias do Comitê.
As reuniões ordinárias do COPOM dividem-se em dois dias: a primeira sessão às terças-
feiras e a segunda às quartas-feiras. O calendário anual das reuniões ordinárias será divulgado
mediante Comunicado do Diretor de Política Monetária até o fim do mês de junho do ano
anterior, admitindo-se ajustes até o último dia do ano de sua divulgação.
O Copom é composto pelos Diretores do Banco Central e é presidido pelo presidente da
autoridade monetária. Também integram o grupo de discussões os chefes de alguns departa-
mentos. A primeira sessão dos trabalhos poderá contar, ainda, com a presença de outros ser-
vidores do Banco Central, quando autorizados pelo Presidente.
Fonte: Banco Central do Brasil (www.bcb.gov.br).

9
DICA PRACTA

Esse assunto poderá ser abordado de modo mais analítico, como a questão que mos-
tramos a seguir.

O COPOM resolveu, na sua última reunião, elevar a taxa de juros em meio ponto per-
centual. O embasamento provável desta decisão foi que:
A. A inflação superou a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.
B. A inflação está abaixo dos parâmetros do Conselho Monetário Nacional; a
elevação da taxa de juros é preventiva.
C. A elevação da taxa de juros vai possibilitar o aumento do consumo, impor-
tante para o crescimento do PIB.
D. O Banco Central entende que o custo do dinheiro está baixo, e executa uma
Política Monetária Expansionista.

Alternativa correta: A. O COPOM monitora a evolução do IPCA e, caso constate que a


inflação está fora dos parâmetros do CMN, eleva a taxa de juros.

3.1.1.3. Investimentos e Cenários: relação entre os cenários econô-


micos e as taxas de juros
A taxa de juros estabelecida livremente pelo mercado é a taxa referencial a ser com-
parada com os retornos oferecidos pelos investimentos com risco.
A conjuntura macroeconômica define os preços e retornos dos ativos negociados no
mercado, tanta da taxa de juros como da taxa de câmbio, inflação entre outros.
Em ambientes econômicos mais estáveis, há uma tendência de queda da taxa de juros,
tornando ativos de renda fixa menos atraentes. Em sentido oposto, esta conjuntura torna as

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

aplicações em investimentos produtivos e nas ações mais atraentes. Em ambientes mais pre-
visíveis, o investidor mostra-se mais propenso a assumir riscos, visando obter maior rentabi-
lidade em suas aplicações. Fundos de investimento multimercado que aplicam em renda fixa
e renda variável são preferenciais aos investidores que neste cenário aceitam aplicações de
longo prazo.
Um cenário mais volátil, com maior nível de incertezas com relação aos agregados
econômicos, produz um recuo dos investidores do mercado, priorizando ativos de menor
risco, menor prazo e menor retorno. É o que se costuma chamar de aumento da aversão ao
risco.
Elevações das taxas de juros produzem menores ganhos e até mesmo perdas aos in-
vestidores de renda fixa prefixados. Neste ambiente há preferência para títulos pós-fixados
que acompanham as taxas de juros.
Quando há queda das taxas de juros, a análise inverte-se, sendo mais atraente os ativos
prefixados.

Cenário incerto e de alta Cenário estável e de queda


dos juros, investidor tem dos juros, investidor tem
menor propensão ao risco. maior propensão ao risco.
Aumenta alocação em in- Aumenta alocação em
vestimentos de curto ações, investimentos de
10
prazo, pós-fixados e tem longo prazo e prefixados.
maior aversão a ações.

3.1.2. Caderneta de Poupança: principais características em termos


de liquidez, rentabilidade, garantias, riscos e tributação
Caderneta de Poupança – definição
A poupança é o investimento mais simples e popular do Brasil.
O Banco Central define a remuneração, que é igual em todas as Instituições - bancos
com carteira de crédito imobiliário, caixa econômica, sociedades de crédito imobiliário e asso-
ciações de poupança e empréstimo.
Tem sua origem em 1964, juntamente com regulamentação da correção monetária no
País, e seus recursos financiam o setor de habitação.
Os rendimentos são creditados mensal ou trimestralmente e o prazo do investimento é
indeterminado.
Características
Liquidez: tem liquidez diária, entretanto, nos saques antes da data de aniversário, men-
sal ou trimestral, perde-se o rendimento do período sobre o valor sacado.
Prazo: o prazo de contratação é indeterminado. Para crédito dos rendimentos, há as
modalidades mensal e trimestral, sendo o titular, pessoa física. No caso de pessoa jurídica não
há a opção mensal, apenas a trimestral.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Rentabilidade: o rendimento da poupança será composto por TR mais juros de:

a. 0,5% ao mês, enquanto a meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central
do Brasil, for superior a 8,5%; ou
b. 70% da meta da taxa Selic ao ano, definida pelo Banco Central do Brasil, trazida ao
mês, vigente na data de início do período de rendimento, nos demais casos.

O saldo dos depósitos de poupança efetuados até a data de entrada em vigor da MP 567
de 3 de maio de 2012, será remunerado, em cada período de rendimento, pela TR mais juros
de 0,5% ao mês.
A instituição financeira, quando for solicitado um saque pelo investidor, deverá debitar
inicialmente do saldo dos depósitos efetuados a partir de 4 de maio de 2012 (nova regra de
remuneração) até seu esgotamento; e em seguida, do saldo de depósitos anteriores a 4 de
maio de 2012 (regra antiga de remuneração). Salvo manifestação formal em contrário pelo
titular da conta.
As Instituições dispõem de sistema informatizado que otimiza os saques e novas aplica-
ções: uma conta de poupança pode ter até 28 subcontas, uma para cada dia do mês. Observa-
ção: nos dias 29, 30 e 31 não há aniversário na poupança, em função do mês de fevereiro.
Depósitos nesses dias tem como data base o dia 1º do mês seguinte.

Tributação 11
 Imposto de renda: isenção total - na fonte e na declaração - para pessoa física e pessoa
jurídica imune. Demais pessoas jurídicas tem tributação de IR sob alíquota de 22,50 %
sobre os rendimentos, trimestralmente.
 IOF: não incide.

Tipos
 Normal: a maioria dos Instituições tem sistema "inteligente" que gerencia resgates e
investimentos, não sendo necessário abrir mais de uma conta de poupança. Há outras
em que a conta poupança, na prática, é a própria conta corrente.
 Vinculada: é a conta vinculada à obtenção de financiamento imobiliário.

Como funciona
Exemplo de cálculo do rendimento mensal: a TR do dia 4/julho foi 0,2381%, os juros são
0,50% ao mês: a taxa do rendimento a ser creditado no dia 05/agosto - o dia 4 foi domingo,
será de 0,7393%.
Sabe-se, no início do período, qual o rendimento a ser creditado na data do próximo
aniversário.
Os rendimentos são calculados sobre o menor saldo do período, por exemplo: o saldo
da conta com aniversário no dia 4, nesse dia era R$ 1.000,00, no dia 19 houve um saque de R$
300,00, no dia 29 sacou mais R$ 300,00, o rendimento a ser creditado será calculado sobre R$
400,00.

Benefícios
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 Isenção de imposto de renda para as pessoas físicas e as jurídicas imunes (condo-


mínios residenciais, por exemplo).
 Liquidez diária.
 Geralmente as contas de poupança são consideradas no pacote de tarifas cobra-
das pelas Instituições, reduzindo ou eliminando essa cobrança.
 Facilidade no depósito e no saque.
 Uniformização das taxas entre as Instituições.
 Possibilidade de investimentos de pequeno valor.

Cuidados
 Aniversário em dia não útil: evite saque no dia útil anterior, pois perderá o rendi-
mento do mês sobre o valor sacado. Faça-o no dia útil seguinte.
 Evite saques em datas diferentes das do (s) aniversário (s).
 Se o investidor tem poupança com uma única data de aniversário, procure diver-
sificar os próximos depósitos em conta com múltiplas datas.
 Prefira conta conjunta - e/ou - com dois titulares, facilita os saques em situações
imprevistas.

Riscos
 Mercado: rendimentos apresentarem juros reais negativos num cenário de alta
12 inflação.
 Crédito: este é o risco de a Instituição não honrar o resgate do investimento. Este
risco tem cobertura do FGC até o limite estabelecido.
 Operacional e Legal: riscos muito baixos. A poupança é o instrumento mais tradi-
cional dos investimentos. É amplamente regulado pelo Banco Central e plena-
mente automatizado.

DICA PRACTA

Como esse assunto poderá ser abordado?

Seu cliente diz que prefere a caderneta de poupança a outros investimentos, pois é
100% seguro e corrigida pela inflação. Você explica que:
A. O investimento é 100% seguro, porém não é atrelado à inflação.
B. A pessoa física conta com a garantia de FGC até o limite estabelecido e conta
com a garantia de juros reais positivos.
C. As pessoas físicas e jurídicas contam com a garantia de FGC até o limite esta-
belecido e com isenção do IR, mas o indexador da poupança não é atrelado à
inflação.
D. Tanto a pessoa física como a pessoa jurídica contam com a garantia do FGC
até o limite estabelecido, mas os rendimentos da poupança podem gerar ju-
ros reais negativos.

Alternativa correta: D. A Caderneta de poupança não tem rendimentos atrelados à


inflação e sim à TR e está sujeita sempre a rendimentos reais negativos (inferiores à
inflação). Somente a Pessoa física conta com isenção de IR, mas todos os investidores
têm garantia do FGC.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.3. Principais características de Títulos Públicos e Privados


Definição
Os instrumentos de renda fixa são títulos representativos de emissão de dívida pública
(títulos públicos federais) e privada (CDB, LH, nota promissória, debêntures etc.), sendo que,
em ambos os casos, permitem aos seus emissores captar recursos de investidores.
Prometem pagar aos seus investidores determinado fluxo de caixa futuro e um certo
rendimento. Portanto, o emissor de título de renda fixa ao lançar esses títulos, aumenta seu
passivo (dívida), seja ele de curto ou de longo prazo.
Os investidores são doadores de recursos e tornam-se credores do emissor. Quando
em seu vencimento, o título é resgatado e o capital retorna ao investidor acrescido dos juros
do período.
Outra característica importante dos instrumentos de renda fixa é a existência de mer-
cado secundário para sua grande maioria, ou seja, após sua emissão, é permitido (respeitando
algumas regras), que estes instrumentos troquem de mãos quantas vezes eles forem negoci-
ados. Em outras palavras, os títulos têm liquidez antes do vencimento.
Os principais riscos a que um investidor está exposto ao adquirir um título de renda fixa
são:

 Oscilações nas taxas de juros de mercado;


 Inadimplência do emissor; 13
 Liquidez de mercado;
 Oportunidade de reinvestimento dos fluxos de caixa recebidos pelo investidor.

Principais conceitos dos instrumentos de Renda Fixa

 Data de emissão: é a data de origem do título, quando se inicia a contagem do tempo


e a correção do valor nominal do título.
 Valor nominal: é o valor unitário ou de face do título.
 Juros “acruados” (ou “curva do papel”): são os juros decorridos e não pagos, corres-
pondem ao valor pro-rata da remuneração do título, compreendido entre a data de
emissão e a data atual.
 Valor de Face: o valor do principal da dívida devido no vencimento e sob o qual inci-
dem os juros e eventuais fatores de correção.
 PU (Preço Unitário): é um termo utilizado no mercado financeiro para identificar o
preço de negociação de um título de renda fixa, calculado em uma determinada data.
Representa o valor presente dos fluxos futuros de pagamento de um título de cré-
dito.
 Maturidade: é o prazo final de vencimento de um título.

As taxas no Brasil têm como convenção dias úteis e ano base 252 dias.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Principal e Juros no Vencimento

Resgate =
Valor de
ZERO CUPOM Face

Valor de Prazo
Face
“Principal”

Principal no vencimento e Juros periódicos (cupons)

Valor face ajus-


tado pelo índice
da série + Cupom
Cupom Cupom Cupom juros
Cupom
Juros Juros Juros Juros

Valor face
R$1.000
Vencimento
14

Amortização do Principal e Juros Periódicos

P+i P+ i P+ i P+i P+i restantes

Valor face
R$1.000
Vencimento

Como você percebe olhando os fluxos de caixa acima, chamamos de cupons, os recebi-
mentos de juros periódicos que alguns títulos de renda fixa propiciam. Você verá adiante que
as Notas do Tesouro Nacional são exemplos de títulos que pagam cupons semestrais aos in-
vestidores.
Zero Cupom: são títulos de renda fixa cujo valor de face (principal do título) e o valor de
resgate são idênticos, portanto, são títulos negociados com desconto, sendo a Letras do Te-
souro Nacional o seu maior exemplo.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Formas de remuneração – Pré e Pós-fixada – Principais Indexadores


Conforme o tipo de remuneração os títulos de renda fixa podem ser:

 Prefixados: o investidor sabe, no momento da compra, o montante em reais que


receberá no vencimento. Títulos com juros fixos estabelecidos no momento do seu
lançamento ao público ou no momento da compra;
 Pós-fixados: atrelados a diferentes índices (CDI, TR, IGP-M, entre outros).

Em alguns títulos de taxa pós-fixada pode existir o pagamento intermediário de juros, o


denominado cupom, caso, por exemplo, das NTN-B (corrigidas pelo IPCA).
Formas de amortização e pagamento de juros
Composição de cupom de taxa real e indexadores (IGP-M; Câmbio)
Alguns títulos são corrigidos pela variação de determinado indexador, sendo os mais
comuns, o IPCA e o IGP-M.
Sabemos também que esse título paga, além da variação do indexador, uma taxa de
juros prefixada denominada pelo mercado de “cupom”.
Títulos como as NTN-B pagam de remuneração a variação do IPCA mais uma taxa de
juros prefixada, por exemplo, IPCA + 6% a.a.
O cupom é necessário para ajustar o fluxo financeiro de um título ao custo de oportuni-
dade disponível no mercado, utilizado para balizar todas as cotações. No caso do Brasil, a taxa
de juros mais utilizada é o CDI. 15
Vamos utilizar como exemplo o índice de correção (indexador) = IGP-M

Os títulos pós-fixados caracterizam-se


por possuir um índice de correção de
seu valor do principal. Como a renta-
bilidade esperada de um título deve
ser, no mínimo, a taxa de juros livre de
risco, a questão do investidor é atri-
buir uma remuneração do CUPOM
que irá compor o rendimento do título
junto com o indexador (por exemplo:
IGP-M + 5% a.a.; IPCA + 6% a.a.).

O Objetivo deste item do programa é você saber entender, analisar e explicar todo o pro-
cesso de precificação de um título: estimativa dos fluxos futuros, determinação da taxa de
desconto e cálculo do valor presente do fluxo de caixa.

3.1.3.1. Precificação de Títulos Públicos e Privados


O valor de mercado de um título de renda fixa sempre será o valor presente do fluxo
de caixa gerado pelo título descontado à taxa de juros requerida pelo comprador.
Na emissão primária de um título – tomemos um CDB como exemplo – o emissor pode
acordar o pagamento de juros conforme a solicitação inicial do comprador, mas, se os termos

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

do título já estão definidos, mesmo no mercado primário, haverá um cálculo do preço do título
conforme a taxa de juros requerida pelo investidor.
No mercado secundário, uma vez que o título original mantém suas características e
fluxo de caixa, o preço (PU) será determinado simplesmente calculando-se o valor presente do
título.
Exemplo: uma empresa emitiu na data de hoje um título de dívida (debênture) de 5
anos, com uma taxa de juros de cupom anual de 10% e um valor de face de R$ 1.000. Conside-
rando que o retorno exigido pelos investidores é de 15% a.a., qual o valor de mercado do título,
qual o seu PU?
Precificando esta Debênture:
PU do título: trazer a Valor presente o fluxo a taxa requerida de 15%

R$1.100
(Valor de face corri-
gido a 10% a.a.)
10% 10% 10% 10%

Valor face
R$1.000
Vencimento

16
Prazos de VP (descon- Compare:
Fluxo de Caixa O Valor de Face é R$ 1.000,00
pagamentos tado a 15%)
0 O Valor de Mercado é R$ 832,39
1 100 (R$ 86,96) A taxa original do título era 10% e o
2 100 (R$ 75,61) investidor deseja um retorno maior
3 100 (R$ 65,75) de 15%.
4 100 (R$ 57,18) Quanto o retorno requerido é maior
5 1100 (R$ 546,89) que a remuneração original:
Valor de Mercado (PU) (R$ 832,39) PU < Valor de face.

3.1.3.2. Preço de Mercado: Ágio e Deságio


ÁGIO: quando um título de renda fixa é negociado no mercado por um preço maior do
que o preço estabelecido por sua taxa original (taxa de emissão ou compra), dizemos que o
título está sendo negociado com ágio.

Ágio: PU > Valor de Face

DESÁGIO: por outro lado, quando um título é negociado no mercado por um preço me-
nor do que o preço estabelecido por sua taxa original, dizemos que o título está sendo negoci-
ado com deságio. Dessa forma, um título que originalmente remunerava a variação do CDI será
negociado com deságio, caso passe a ser negociado por um preço menor que, por sua vez,
resultará em uma taxa maior daquela data até o vencimento do título (Ex.: 105% do CDI ou CDI
+ 1% ao ano).

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Deságio: PU < Valor de Face

Taxa de juros Prazo


Sobe Preço Aumenta Preço
Cai Cai

DICA PRACTA

Vejamos uma abordagem possível desse item na sua prova.

1. Um título de renda fixa apresenta como valor de face R$ 1.000,00, cupom de 10%
a.a. pagos semestralmente, considerando que a taxa requerida de mercado atual é de
13% a.a. Podemos afirmar que o atual PU deste título:
A. Terá ágio sobre o valor de face.
B. Será negociado ao par.
C. Terá deságio sobre o valor de face. 17
D. Terá desconto sobre 10% a.a.

Alternativa correta: C. Se o retorno requerido pelo mercado é de 13% e maior que o


cupom original do título, o valor de mercado será menor que o valor de face, portanto,
será negociado com deságio.

2. Os chamados títulos Zero Cupom são títulos:


A. Sempre negociados com ágio em relação ao seu valor de face.
B. Que pagam no vencimento somente o valor de face.
C. Com juros semestrais e principal no vencimento.
D. Negociados com juros zero nas parcelas anteriores com vencimento.

Alternativa correta: B. São títulos cujo valor de face e de resgate são idênticos, sendo
negociados com desconto, portanto, apresentam PU inferior ao valor de face.

3. Um título zero cupom é negociado por um PU de R$ 950,38 para cada R$ 1.000,00


de valor de face. O prazo do título é de 63 dias úteis.
Indique a rentabilidade desta operação no período e a taxa efetiva ao ano, respectiva-
mente?
A. 5,221% e 22,57%.
B. 5,425% e 23,87%.
C. 5,197% e 21,34%.
D. 4,743% e 20,95%.

Alternativa correta: A. Rentabilidade do período é obtida dividindo-se ((1000/950,38)


-1) * 100=5,221. Devemos descapitalizar esta taxa de 5,221% de 63 dias para 1 dia e
voltar a capitalizar para 252 dias.

Com dúvidas? Envie e-mail para tutoria@practa.com.br. Nossa equipe está à disposi-
ção!

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Formação de Preços dos Títulos - pós-fixados


Esses títulos caracterizam-se por possuir fator de remuneração de seu valor de face atre-
lados a um indexador de mercado. Dois grandes exemplos deste tipo de título são as LFT e
CDB-DI.
A LFT tem como fator de remuneração a taxa Selic, considerando que esta taxa repre-
senta o custo de oportunidade do investidor, a cotação da LFT está sempre muito próxima a
100% da Selic.
Como calculamos o PU de um título decorrido
Como alguns títulos são indexados, foi criado o VNA (Valor Nominal Atualizado).
VNA: o VNA facilita o acompanhamento da evolução dos indexadores. Nas suas datas-
bases os VNA tinham como valor R$1.000,00. Desde então, eles vêm sendo atualizados con-
forme a evolução dos seus indexadores. Assim, a variação dos VNA entre duas datas indica
qual a variação do indexador ao qual ele se refere.

Data-base: indica a data de início da atualização do VNA, ou seja, a data de emissão do


título.
Lembre-se:

 Preço do Título (PU): é o resultado da multiplicação da cotação vezes o VNA. Assim, o


18 preço unitário do título é: PU = (Cotação x VNA) / 100.
 Cotação: é o valor presente do fluxo do título, descontado pela taxa de juros informada
ou pelo prêmio de deságio.
 VNA: é o valor que corrige o fluxo pelo indexador ao qual o papel é atrelado. Para
títulos prefixados (LTN e NTN-F) o VNA não é corrigido por nenhum indexador, sendo
sempre R$1.000,00.

Exemplo: a taxa Selic projetada para o período compreendido entre 1/3/02 e 1/3/04 é
de 18,87%. Qual deveria ser a cotação de uma LFT para um investidor que pretende alcançar
uma rentabilidade de 19% a.a. neste período?

Passo 1. Quanto quero acima da Selic projetada que será a remuneração do governo

1 + idesejado 1,19
= = 1,0010936
1 + iprojetado 1,1887

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Passo 2. Qual a cotação da LFT considerando a taxa acima para o período de 505 dias?

100 100
Cotação % = Du = 505 = 99.7812 %
(1 + iaa ) 252
(1,0010936 ) 252

NOTA: de 01/03/02 até 01/03/04, temos 505 dias úteis.


Passo 3. Cálculo do PU da LFT. Qual o PU da LFT, sabendo-se que a data-base deste título
é 1/7/2000 e seu fator de atualização é 1,3550 hoje.

PU=VNA x Cotação
VNA=R$1.000,00*fator de atualização da Selic do dia da emissão até o dia da liquidação
VNA=R$1.000,00*1,3550 (valor dado) = R$1.355,00
PU=1.355*99,7812%
PU=1.352,035260

Exemplo 2:

 Data de precificação: 01/12/2004.


 LFT com data base em 01/07/2000 e vencimento em 20/06/2007. 19
 Em 01/12/2004, estava sendo negociada no mercado com uma taxa de 0,34924664%
a.a.
 A taxa SELIC acumulada entre 01/07/2000 e 01/12/2004 foi de 113,1199287%.
 Dias úteis de 01/12/2004 até 20/06/2007 = 639 dias úteis.

VNA = 1 . 000 *( 1 + 1 ,131199287 ) = VNA = 2.131 ,199287

2 . 131 ,199287
VP = = VP = 2.112 ,441523
(1 + 0 ,0034924664 ) 639 252

Se o Valor Nominal Atualizado deste título, corrigido a 100% da Selic é R$2.131,199287


e o mercado está negociando a R$ 2.112,441523, é porque o título está recebendo um deságio
no mercado secundário, portanto, está sendo solicitado pelos investidores uma remuneração
superior a 100% da taxa Selic.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Formação de Preços dos Títulos - pós-fixados (continuação)


Suponha uma LFT com vencimento de 1 ano. A Taxa SELIC do período projetada é de
15% a.a. Veja as diferentes rentabilidades segundo o preço pago pelo título:

1.150 = 100%
Valor de
face

Valor do resgate
Praz
PU=R$1.000,00

Se % sobre a SELIC requerido sobe para 140% da SELIC

1.150 = 140%
Valor de
face

20 Praz
PU=R$950,4

1150
100% Selic = 15% PU = = 950,41
1,21
140% Selic = 21%

Negociação Preço Rendimento


Ao Par Igual ao valor de face 100% da Selic
Deságio Abaixo do valor de face Acima de 100% da Selic
Ágio Acima do valor de face Abaixo de 100% da Selic

Formação de Preços dos Títulos – Com Pagamentos de Cupons e Indexadores


Para títulos com cupom, cada fluxo deve ser descontado a taxa de juros requerida (Taxa
Interna de Retorno desejada - TIR).
A NTN-B, por exemplo, possui como fator de correção o IPCA. É um título que paga 6,00%
a.a. de cupom, o equivalente ao semestre é 2,96%.
Qual a cotação deste título se a TIR desejada for IPCA+ 10,88% a.a. e não o cupom origi-
nal de 6% a.a.+ IPCA?
Para títulos com cupons, (i) cada fluxo deve ser descontado a taxa de juros para se obter
a cotação e (ii) posteriormente, o PU será calculado considerando: principal corrigido até a
data, multiplicado pela cotação.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

6 6
(1 + Cupom ) 12
1 (1 + Cupom ) 12
1 1
Cotação = DU1
+ DU2
+ ..... DU1
(1 + irequerido ) 252
(1 + irequerido ) 252
(1 + irequerido ) 252

Exemplo: em 31-03-2005 a NTN-B 15-08-06 estava a 346 dias úteis do seu vencimento e com
3 cupons a serem pagos em seu fluxo:

$102,9563
$2,9563 $2,9563
TIR= 10,88%
a.a.

15-08-05 15-02-06 15-08-06


31-03-05 95 DU 223 DU 346 DU

O preço unitário do título (PU) é composto por cotação e pela atualização do indexador,
o VNA. Assim, PU = (Cotação x VNA) /100.
Descobrimos que o IPCA acumulado do dia da emissão até 31-03-2005 foi de 50,8123%,
isto é um fator de 1,508123. 21

Valor Nominal Atualizado = $1000,00 * 1,508122687=$1.508,122687


PU para TIR de 10,88% será VNA*Cotação
PU para TIR de 10,88% será$1,508,122687*94,8861% =$1.430,9988
Fonte: www.tesouro.gov.br

Formação de Preços dos Títulos – Com Pagamentos de Cupons e Indexadores


Exemplo 2:

 Data de precificação: 01/12/2004.


 Uma NTN-B com emissão em 01/08/2000, data base 01/07/2000.
 Vencimento em 01/12/2005, Cupom = 6% a.a.
 É negociada em 01/12/2004 com taxa de 8,9917% a.a.
 O número índice do IPCA do mês anterior à data-base é 183,745 e
 O número índice do IPCA do mês anterior à precificação é de 328,5878.

Valor nominal atualizado:

,
,
VNA = 1.000. = VNA = 1.788,281586

6
1+6 12
Cupons = 1 = 1,029563
100

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Tabela do ano de 2012 - Cálculo da Cotação – considerando fluxo de caixa


Valor Presente
Data Dias Úteis Fluxo de Caixa
TIR = 8,9917% a.a.
01/06/05 125 2,9563 2,8327
01/12/05 252 102,9563 94.4625
Cotação 97.2952
PU= VNA * Cotação %
PU= $1.788,281586* 97,2952%
PU = $1,739,9121

Curiosidade
Quanto recebo de cupom nos pagamentos intermediários?
Valor do Cupom = Valor de face corrigido pelo indexador * [(1+cupom)0,5 – 1]
Valor do Cupom = 1.788,281586*0,029563014
Juros seriam = R$ 52,8670
Nos títulos públicos indexados a fatores de correção, o valor de pagamento semestral
do cupom é calculado sobre o valor de face corrigido pelo indexador, mas a correção total do
principal somente será paga no vencimento final do título.
22
3.1.3.3. Retorno do investimento
O Objetivo deste item do programa é você saber calcular o retorno de um investimento em
títulos de renda fixa; isto é, a TIR- Taxa Interna de Retorno.

Fundamentos de Avaliação de Títulos de Renda Fixa:

 O Valor de Mercado de qualquer ativo é simplesmente o Valor Presente dos Fluxos de


caixa esperados;
 Este fluxo deverá ser descontado à taxa de juros exigida pelo investidor;
 O retorno exigido depende da taxa esperada de inflação e do risco estimado do ativo;
 Um risco estimado mais alto ou projeções de inflação mais altas resultam em um re-
torno exigido maior e em valores de mercado mais baixos para os ativos.

O cálculo da rentabilidade dos títulos de renda fixa, será sempre realizado observando-
se o fluxo de caixa.
Para os títulos públicos, onde nos é fornecido apenas a cotação percentual, podemos
utilizar como fórmula de cálculo da Rentabilidade:

252"
100 Dias Uteis remanescentes
Rentabilidade = − $ ∗ &&
cotação

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Exemplo: qual a rentabilidade da seguinte LFT:

 Data Base: 01/07/2000;


 Data de vencimento: 07/03/2013;
 Liquidação: 12/05/2008;
 Número de dias úteis da liquidação até vencimento: 1213 dias;
 Valor nominal em 07/03/2008: 3.440,670708;
 Cotação em 12/05/2008= 100,1213%.
()("
100 *(*+
Rentabilidade = − 1$ ∗ 100 = −0,02518%
100,1213
Fonte: metodologia de cálculo Anbima.

DICA PRACTA

Vejamos uma abordagem possível desse item na sua prova.

1. Sabendo-se que uma NTN-B, cujo cupom é 6% a.a., está sendo cotada a 94,4849%
do seu valor de face, para 127 dias úteis a decorrer até o Vencimento. Qual a taxa
efetiva anual de negociação sabendo que o seu Valor nominal atualizado é de R$
1.105,00? 23
A. 8,8922% a.a.
B. 11.9147% a.a.
C. 17,7844% a.a.
D. 18,5752% a.a.

Alternativa correta: D.
Comentários do Professor:
(i) Solução: Valor Final de Resgate Principal + Um pagamento de cupom
Valor Futuro do fluxo de caixa será: $100 + $2,9563= $102,9563
Taxa efetiva anual = [(102,9563/cotação)252/du -1] =
[(102,9563/94,4849)252/127-1] = 18,5752% a.a.

2. Calcule a taxa interna de retorno anual requerida pelo mercado de uma NTN-B com
cupom semestral de 6% a.a., emissão em 01/08/2000 e vencimento em 01/12/2009,
sendo negociada em 1/12/2008 a 98% do valor de face. Considerando que os paga-
mentos de cupom e principal se darão em intervalos exatos de 126 dias úteis.
A. 9,50%.
B. 10,00%.
C. 10,50%.
D. 8,20%.

Alternativa correta: D.
Desenhe o fluxo de caixa
PV= -98,00
Cupom semestral = ((1,06) ⁰′⁵ 1) *100=2,9563
102,9563 PMT= 2,9563
2,9563 FV= 100,000
N= 2 (períodos iguais)
1 período=126 d 1 período=126 d I = 4,01695% ao semestre
252 d 8,20% a.a.
98%

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.4. Indicadores de Renda Fixa


A taxa DI, taxa SELIC, taxa de câmbio, IGP-M, IPCA. Estes são os benchmarks mais uti-
lizados para avaliação de desempenho dos investimentos de Renda Fixa. Volte ao item 2.1.1
da apostila módulo 2 para relembrar os conceitos.

3.1.4.1 Índice de Mercado ANBIMA - (IMA-B, IRF-M e IMA-S)

24
O Índice de Mercado ANBIMA, conhecido como IMA, é referência para os investimentos
em renda fixa. É uma das formas de os investidores acompanharem o desempenho das aplica-
ções e, também, avaliarem de forma comparativa, as opções de produtos disponíveis no mer-
cado.
O IMA – Índice de Mercado ANBIMA - é formado por uma carteira de títulos públicos
semelhante à que compõe a dívida pública interna brasileira. Isso significa que o indicador
apresenta os mesmos papéis, na mesma proporção, da dívida. Ele é chamado de IMA-Geral.

Para retratar essa variedade de títulos existentes, são calculados diferentes indicadores.
Eles reúnem ativos de características semelhantes e são chamados de subíndices.

Os títulos públicos têm diversos perfis que variam de acordo com a forma de remunera-
ção e o prazo. A remuneração, por exemplo, pode ser uma taxa fixa ou acompanhar a variação
da taxa de juros de curto prazo (DI e Selic) ou juros somados à variação da inflação.

Para cobrir todas essas opções, o IMA se divide em vários subíndices, conforme abaixo:

A definição pela não emissão de novos títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e a baixa
liquidez observada neste segmento justificam a configuração do IMA-Geral ex-C, carteira que
exclui tais títulos.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Os subíndices são determinados pelos indexadores a que são atrelados os títulos:

 Prefixados (IRF-M);
 Indexados ao IPCA (IMA-B);
 Indexados ao IGP-M (IMA-C);
 E pós-fixados, que respondem à taxa Selic (IMA-S).

Para atender aos diferentes perfis de maturidade das carteiras de investimentos, IRF-M
e IMA-B são ainda segmentados segundo o prazo de seus componentes:

 IRF-M 1 títulos com prazo inferior a 1 ano;


 IRF-M 1+ títulos com prazo superior a 1 ano;
 IRF-M P2 carteira com prazo médio acima de 720 dias
 IMA-B 5 títulos com prazo até 5 anos;
 IMA-B 5+ títulos com prazo igual ou superior a 5 anos.
 IMA-B 5 P2 carteira com prazo médio acima de 720 dias.

Fonte: https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/precos-e-indices/indices/indices.htm

3.1.4.2. IDkA – Índice de Duração Constante ANBIMA (Segmento


Prefixado e segmento IPCA)
25

O IDkA - Índice de Duração Constante ANBIMA - apresenta o comportamento de apli-


cações de prazos fixos (vencimentos mantidos sempre com mesmo prazo) em títulos públicos.
O índice é calculado com base em determinados pontos (chamados vértices) da curva de juros
e tem como objetivo refletir ganhos e perdas decorrentes dos movimentos do mercado.
Por ser referência para diferentes prazos e indexadores, o IDkA divide-se em 2 subíndi-
ces:

 IDkA - PRÉ: reflete a curva de juros nominais construída a partir dos títulos públicos
prefixados nos seguintes vencimentos: três meses, um ano, dois anos, três anos e cinco
anos.
 IDkA - IPCA: reflete a curva de juros reais construída a partir dos títulos públicos inde-
xados à inflação nos seguintes vencimentos: dois, três, cinco, dez, quinze, vinte e trinta
anos.

Fonte: https://www.anbima.com.br/pt_br/informar/precos-e-indices/indices/indices.htm

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

DICA PRACTA

Na prova, esses assuntos poderão ser abordados assim.

1. A Anbima calcula e divulga vários índices de referência de renda fixa, denominados


Índices de Mercado Anbima. Podemos afirmar que:

A. O Índice IMA-B utiliza apenas títulos privados em seu cálculo.


B. O índice IRF-M é o único índice que utiliza apenas títulos públicos federais em
seu cálculo.
C. O índice IMA-C utiliza apenas títulos públicos federais atrelados ao IGP-M
D. O índice IMA-S utiliza apenas títulos públicos federais atrelados ao IPCA.

Alternativa correta: C. Todos os índices de Renda Fixa Anbima utilizam apenas cartei-
ras compostas por títulos públicos federais. O IRF-M é composto por títulos prefixa-
dos (LTN e NTN-F); o IMA-C por títulos atrelados ao IGP-M (NTN-C); o IMA-B por títu-
los atrelados ao IPCA (NTN-B); e o IMA-S por títulos atrelados à Taxa Selic (LFT).

2. A carteira do Sr. Paulo é composta exclusivamente por títulos públicos prefixados,


com diferentes vencimentos, e prazo médio superior a 5 anos. O Índice de Mercado
Anbima que o Sr. Paulo poderia adotar como benchmark seria o:
26 A. IMA-B 5+.
B. IMA-S.
C. IRF-M 1+.
D. IRF-M 5+.

Alternativa correta: C.

3.1.5. Estrutura Temporal das Taxas de Juros


Definição
Basicamente, a estrutura a termo representa a expectativa do comportamento futuro
de uma determinada taxa. Ou seja, é a relação entre o tempo e a taxa, veja o gráfico a se-
guir:

Dizemos que a curva ao lado apresenta inclina-


ção positiva, pois há expectativa de alta de ju-
ros no tempo, causada por uma expectativa de
altas de inflação.

No Brasil, como na maioria dos países industrializados, o Banco Central utiliza como
instrumento de política monetária a taxa de juros de curto prazo. No entanto, são as taxas
mais longas que interessam para a determinação da demanda agregada. Isto ocorre porque o

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custo de crédito dos agentes depende das taxas de diferentes prazos, como pode ser obser-
vado no Gráfico acima. A estrutura a termo representa a relação entre as taxas de juros de
diferentes prazos para um dado instante no tempo, sendo assim essencial a compreensão de
sua dinâmica para entendermos de forma completa o mecanismo de transmissão da política
monetária.
Além disso, as taxas de longo prazo são determinadas pela expectativa futura das taxas
de curto prazo ajustadas pelo risco de reter tais títulos. Dessa forma, caso tenhamos mudan-
ças na expectativa quanto à condução da política monetária em virtude de uma modificação
nas expectativas relacionadas às diferentes variáveis macroeconômicas, as taxas mais longas
deveriam se modificar. Espera-se que a trajetória das variáveis macroeconômicas tenha poder
explicativo relevante sobre a dinâmica da curva de juros.

3.1.5.1. Projeção da curva de Juros Prefixada

Por exemplo, em maio de 2017, a


expectativa de taxa de juros de
longo prazo se alterou, e todos os
ativos foram marcados a mer-
cado com novo patamar de taxa
de juros neste momento de mer- 27
cado, incorporando uma expecta-
tiva de cortes nas taxas de juros
por conta da queda acentuada da
inflação.

A estrutura a termo da taxa de juros em reais, utilizada no apreçamento dos ativos, é


obtida a partir dos preços de ajuste dos contratos futuros de DI da B3. É o que chamamos
no mercado de curva de juros prefixada e estas taxas serão o parâmetro para precificação
de todos os demais ativos financeiros negociados no mercado direta ou indiretamente.
Para vencimentos de fluxos entre os prazos diferentes daqueles previstos nos contra-
tos futuros de DI da B3 (segmento BM&FBovespa), realiza-se a interpolação exponencial das
taxas, com base no número de dias úteis.

3.1.5.2. Projeção da curva de Cupom Cambial (dólar/euro)


Eventualmente, torna-se necessária a utilização de estruturas a termo de taxas de ju-
ros em outras moedas ou indexadores para realizar o apreçamento dos ativos. São elas:
Cupom Cambial: a curva de cupom cambial, por definição, é a estrutura de juros brasi-
leira expressa em taxa equivalente de outra moeda (USD, EUR, JPY etc.). Desse modo, a curva
é obtida por meio da diferença entre a curva de juros prefixada e a variação cambial proje-
tada pelos Forwards (valor no futuro) da moeda:

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Pré: taxa de juros em Reais para o prazo, expressa em ano base 252 dias úteis;
Du: quantidade de dias úteis para o prazo;
US$ Fut: cotação do dólar no mercado futuro para o prazo;
US$ Spot: cotação à vista da moeda (agora);
Dc: quantidade de dias corridos para o prazo;
A grande fonte de informações são as taxas referenciais da B3.

Exemplo:

 Taxa de juros = 12,50% a.a. Base 252 du.


 Cotação Dólar Spot= R$ 3,20/US$
 Cotação Dólar Futuro=R$ 3,34/US$
 Prazo 180 dias corridos, equivalentes a 124 dias úteis no nosso exemplo.

1,0597 = 1,0438 (1 + 0,534567)


0,01597 = 34567 ∗ 0,5219
0,0305 = 34567
28

3.1.5.3. Projeção da curva de Cupom de IGP-M e IPCA


No jargão do mercado financeiro da B3, cupom é uma taxa de juros negociada sobre um in-
dexador.

Seguem alguns exemplos:


 Cupom cambial de 6,00% a.a.: é uma taxa de juros de 6,00% ao ano mais a variação
cambial (variação a cotação do dólar, por exemplo).
 Cupom de IPCA de 4,50% a.a.: é uma taxa de juros de 4,50%a.a. mais a variação do
IPCA.
 Cupom de IGPM de 5,50% a.a.: é uma taxa de juros de 5,50%a.a. mais a variação do
IGPM.

Utilização: curva de desconto para ativos corrigidos pelo IGP-M.


Fontes de dados: contratos de DI Futuro, Projeções de IGP-M da Anbima e do Departa-
mento de Economia do banco e/ou Taxas de Swap da B3, segmento BM&FBovespa.
Obtenção: a Curva de Juros corrigida por IGP-M é obtida utilizando-se as taxas de refe-
rência de Swap da B3, segmento BM&FBovespa. Entretanto, para os vencimentos mais curtos
(prazo inferior a 1 ano) muitos gestores também realizam consultas aos corretores atuantes
no mercado de IGP-M. Além disso, para todo período em que seja possível obter uma expec-
tativa do mercado para o IGP-M futuro (mercado de derivativos ou informação da Comissão

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de Acompanhamento Macroeconômico da Anbima), utiliza-se o seguinte procedimento para


calcular as taxas de juros para tais prazos:

DU

Cupom IGPM =
(1 +
Tx Pré )252 1
(
1 + IGPM Projetado )

1. Contrato Futuro de Cupom de DI x IGP-M – Especificações


Preço unitário (PU): valor, em pontos, correspondente a 100.000, descontado pela taxa
de juro descrita no item 2.
Taxa de DI: Taxa Média de Depósitos Interfinanceiros de Um Dia (DI), calculada pela B3,
segmento CETIP e expressa em taxa efetiva anual, base 252 dias úteis.
IGP-M: Índice Geral de Preços do Mercado, calculado e divulgado pelo Instituto Brasi-
leiro de Economia (IBRE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Cupom: taxa de juro obtida a partir da diferença entre a acumulação das taxas de DI, no
período compreendido entre a data de operação, inclusive, e a data de vencimento, exclusive,
e a variação do índice de preços IGP-M ao longo desse mesmo período.
Preço de ajuste (PA): preço de fechamento, expresso em PU, apurado e/ou arbitrado
diariamente pela B3, a seu critério, para cada um dos vencimentos autorizados, para efeito de
atualização do valor das posições em aberto e apuração do valor de ajustes diários e de liqui- 29
dação das operações day trade.
2. Objeto de negociação
Cupom de IGP-M, definido para esse efeito pela diferença entre a acumulação das taxas
de DI, apuradas pela B3, segmento CETIP, para o período compreendido entre a data de ope-
ração, inclusive, e a data de vencimento do contrato, exclusive, e a variação do IGP-M, ao longo
do período compreendido entre a data de operação, inclusive, e a data de vencimento, exclu-
sive.
3. Cotação
Taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais.
Unidade de negociação: PU multiplicado pelo valor em reais de cada ponto, estabelecido
pela B3, segmento BM&FBovespa, multiplicado pelo valor do número-índice do IGP-M, pro
rata tempore, conforme regras definidas para o ajuste diário.
4. Meses de vencimento
Os meses que se caracterizarem como de início de trimestre.
A curva de cupom IPCA é obtida a partir das taxas de Marcação a Mercado das NTN-Bs divul-
gadas diariamente pela Anbima. Utiliza-se como fonte secundária as “Taxas Referenciais” di-
vulgadas pela B3, segmento BM&FBovespa.

DU

Cupom IPCA =
(1 + Tx Pré )252 1
(1 + IPCA Projetado )
Fonte: Tesouro Direto.

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Exemplo – Tesouro Direto – dia 09 de maio de 2017

Taxa de Rendi- Valor


Título Vencimento Preço Unitário
mento (% a.a.) Mínimo

Indexados ao IPCA
Tesouro IPCA+ 2024 (NTNB Princ) 15/08/2024 5,28 R$41,20 R$2.060,46
Tesouro IPCA+ 2035 (NTNB Princ) 15/05/2035 5,34 R$35,26 R$1.175,41
Tesouro IPCA+ 2045 (NTNB Princ) 15/05/2045 5,34 R$34,98 R$699,65
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2026 5,32 R$31,78 R$3.178,19
2026 (NTNB)
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 15/08/2050 5,27 R$33,74 R$3.374,26
2050 (NTNB)

Exemplo de projeção do Cupom de IPCA


Prazo dc du Pré IPCA Coupon
1-Jul 5 3 9,00 5,06%
3-Ago 38 26 8,97 5,06%
1-Set 67 47 8,93 5,06%
1-Out 97 68 8,88 5,06%
3-Nov 130 89 8,85 5,06%
30 1-Dez 158 109 8,83 5,06%
4-Jan 192 131 8,81 5,05%
1-Fev 220 151 8,80 5,05%
1-Mar 248 169 8,79 5,05%

3.1.6. Estrutura de Negociação do Mercado de Títulos Públicos e Pri-


vados; Leilões e Mercado de Balcão; Negociação no Mercado Primário e
Secundário
Há dois ambientes onde títulos de renda fixa podem ser negociados:
Mercado de Balcão: são todas as distribuições, compra e venda de títulos realizadas fora
da Bolsa de Valores. É onde são fechadas operações de compra e venda de títulos públicos,
CDBs, Swaps, ou seja, a negociação dá-se diretamente entre as partes ou com a intermediação
de instituições financeiras, mas tudo fora das bolsas.
Mercado de Bolsa: as negociações se darão no ambiente da Bolsa, comprador e vende-
dor não se conhecem, mas há apenas uma cotação para todos os negócios num determinado
momento.
Mercado Primário de Títulos Públicos Federais
O mercado primário é formado pela primeira venda de um título, ou seja, seu lança-
mento no mercado em leilões de taxa. O que significa que o Banco Central (BC) anuncia os
volumes e prazos de vencimento dos títulos que serão ofertados pelo Tesouro Nacional. Os
investidores, através das instituições financeiras, propõem as taxas pretendidas para aquisição
e, no caso do BC as aceitar, o título é emitido. As instituições financeiras autorizadas a partici-
par dos leilões - “dealers” - fazem as ofertas representando seus clientes, elas próprias ou
outras instituições.
Toda a negociação dos títulos públicos ocorre no mercado de Balcão.
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Mercado Secundário de Títulos Públicos Federais


Já o mercado secundário é formado através da revenda dos títulos comprados em leilões
primários entre instituições. A instituição que compra um papel em leilão primário não é obri-
gada a carregar o papel até seu vencimento. É prática comum a venda destes títulos a outras
instituições, seja de forma definitiva ou através de operações compromissadas (venda com
recompra com prazo e preço previamente definidos).
Resumindo
Mercado Primário: as empresas ou o governo emitem títulos e valores mobiliários para
captar novos recursos diretamente de investidores. A emissão de Título Público ocorre através
de leilão, a dos títulos privados através de oferta pública ou privada via Balcão ou Balcão Or-
ganizado.
Mercado Secundário: é composto por títulos e valores mobiliários previamente adquiri-
dos no mercado primário, ocorrendo apenas a troca de titularidade, isto é, a compra e venda.
Não envolve mais o emissor e nem a entrada de novos recursos de capital para quem o emitiu.
Seu objetivo é gerar negócios, isto é, dar liquidez aos títulos. Os Títulos Públicos são negociados
através do mercado de Balcão e os títulos privados através de Bolsa ou Balcão.

•Emissor do Título Público ou Privado capta


Mercado Primário recursos.
31

Mercado •Emissor não capta recursos.


•Negociação entre investidores antes do
Secundário vencimento do título.

3.1.7. Tesouro Direto: Títulos Negociados, Estrutura, Forma de Ne-


gociação e Custos para o investidor. Nomenclatura dos títulos negocia-
dos e adequação dos produtos em função do nível de conhecimento do
investidor e seus objetivos
O Tesouro Direto é um programa de venda de títulos públicos a pessoas físicas, desen-
volvido pelo Tesouro Nacional, em parceria com a B3. Direcionado a pessoas físicas que quei-
ram investir com segurança e tranquilidade, o Tesouro Direto oferece a compra de títulos da
dívida pública diretamente pela Internet.

Títulos Negociados
Nome no
Título Rentabilidade Remuneração
TESOURO DIRETO
LTN Tesouro Prefixado Pré Somente no vencimento
LFT Tesouro Selic Pós Somente no vencimento
NTN-B Tesouro IPCA + com juros semestrais Pós Semestral e vencimento
NTN-B
Tesouro IPCA+ Pós Somente no vencimento
Principal
Tesouro Prefixado com Juros Semes-
NTN-F Pré Semestral e vencimento
trais

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Estrutura, formas de negociação e Custos para o Investidor


Estão aptos a adquirir títulos públicos no Tesouro Direto os investidores que possuam
Cadastro de Pessoa Física – CPF e tenham conta corrente ou conta poupança em alguma insti-
tuição financeira. Os investidores que desejam adquirir títulos públicos no Tesouro Direto de-
vem se cadastrar em alguma instituição financeira (agente de custódia) habilitada.
Uma vez cadastrado no Programa, há três formas de operar o Tesouro Direto:

 Diretamente no site do Tesouro Direto;


 Diretamente no site da instituição financeira;
 Por meio de sua instituição financeira. Você autoriza sua instituição financeira a
negociar títulos públicos em seu nome.

São 2 as taxas existentes no Tesouro Direto:


A) Taxa cobrada pela B3
Taxa de custódia de 0,2% a.a. sobre o valor dos títulos referente aos serviços de guarda
dos títulos e às informações e movimentações dos saldos. Essa taxa é provisionada diariamente
a partir da liquidação da operação de compra (D+2). Por isso, é cobrada proporcionalmente ao
período em que o investidor mantiver o título.
A partir do dia 01/08/2020, o título Tesouro Selic passou a ser isento da taxa de custódia
até o estoque de R$ 10.000,00. A taxa será cobrada sobre os valores que excederem o estoque
32 de R$ 10.000,00, por investidor (CPF).
Caso o valor seja inferior a R$ 10,00, este será acumulado para o semestre seguinte, ou
para a data de encerramento, o que ocorrer primeiro. No caso de eventos de custódia ou venda
antecipada, o valor será cobrado independentemente do mínimo.

B) Taxa cobrada pela instituição financeira


É livremente pactuada entre a instituição financeira e o investidor. A taxa pode ser uma
cobrada anualmente, modalidade mais comum, ou por operação.
Limites de compra - A quantidade mínima de compra é a fração de 0,01 título, ou seja,
1% do valor de um título, desde que respeitado o valor mínimo de R$ 30,00. Não há limite
financeiro para venda. Já o valor máximo para aplicação é R$ 1.000.000,00 por mês, por CPF.
Horário de Funcionamento
O site do Tesouro Direto está disponível para consultas 24 horas por dia, sete dias por
semana. Nos dias úteis, das 9h30 às 18h, você poderá investir e resgatar com os preços e taxas
disponíveis no momento da transação. Das 18h às 5h e ao longo de todo o fim de semana ou
feriado, os preços e taxas exibidos no site do Tesouro Direto são apenas para referência. Você
poderá realizar investimentos e resgates, mas serão considerados os preços e taxas de aber-
tura do mercado do próximo dia útil. Nos dias úteis, das 5h às 9h30, o sistema fica em manu-
tenção.
Recompra de títulos
O Tesouro Nacional garante liquidez diária aos seus títulos públicos adquiridos no Te-
souro Direto. Isso significa que você poderá resgatar os seus investimentos todos os dias. Das
9h30 às 18h, nos dias úteis, os resgates serão processados com os preços e taxas disponíveis
no momento da transação. Das 18h às 5h e ao longo de todo o fim de semana ou feriado, os
resgates serão liquidados com os preços e taxas de abertura do dia útil seguinte.
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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Tributação
Os impostos cobrados sobre as operações realizadas no Tesouro Direto são os mesmos
que incidem sobre as operações de renda fixa, como fundos de investimento e CDBs ou seja,
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), para aplicações com prazo inferior a 30 dias, e
Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos do título, que é cobrado no momento da venda,
no seu vencimento e no pagamento de cupom de juros (O IOF não incide sobre os cupons de
juros; somente o IR), conforme a tabela regressiva aplicável aos títulos de renda fixa.

Adequação dos produtos em função do nível de conhecimento do investidor e seus


objetivos
O investidor deve escolher, entre os títulos ofertados, aqueles cujas características se-
jam compatíveis com o seu perfil e com o objetivo de seu investimento.
Existem títulos prefixados, cuja taxa de rentabilidade é determinada no momento da
compra. Existem também títulos pós-fixados, cujo valor do título é corrigido por um indexador
definido, como os títulos remunerados por índices de preços e indexados à taxa de juros básica
da economia, a Selic.
Os títulos podem ser ainda de curto, médio ou longo prazo, e realizar ou não pagamento
de cupom semestrais de juros.
Fonte: Tesouro Direto: www.tesourodireto.com.br

33

DICA PRACTA

É correto afirmar sobre aplicações no Tesouro Direto:


I. Qualquer investidor pode aplicar no tesouro direto
II. Valor mínimo do investimento é 1% do valor de face do título.
III. Valor máximo é de R$ 1.000.000,00 por mês, por CPF.
IV. Há come-cotas semestral
A. I, II, III e IV.
B. I, II e III.
C. II e III.
D. I, III e IV.

Alternativa correta: C. Somente Investidor pessoa física pode aplicar no Tesouro Di-
reto e não há o procedimento de “come-cotas” nesta modalidade de investimento,
pois não se trata de Fundo de Investimento.

3.1.8. Principais Títulos Públicos negociados no Mercado Interno


3.1.8.1 Letras do Tesouro Nacional (LTN)
 São emitidas na modalidade escritural, nominativa e negociável.
 Prazos mínimos e máximos definidos pelo governo.
 Valor de face (resgate): múltiplos de R$ 1.000,00.
 Remuneração: taxa prefixada.
 Preço Unitário ou PU: Valor presente calculado através do desconto da taxa de juros.
 São colocadas no mercado por oferta pública, ou direta em favor do interessado.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Valor face
R$1.000

Preço
Prazo
Unitário

O PU (preço unitário) ou valor presente da LTN é calculado


da seguinte forma:
$1.000
PU = = 947,62
97 a) O investidor determina qual a taxa de juros que de-
15 252 seja receber, por exemplo, 15% ao ano;
1+
100 b) Calcula a taxa equivalente ao período do título, por
exemplo, 97 dias úteis;
c) Desconta o valor de resgate (de face) do título pela
taxa do período e encontra o valor do título em
D+0. Observe o cálculo ao lado.

34

Taxa de juros
Sobe Preço
Cai

Prazo
Aumenta Preço
Cai

3.1.8.2. Letras Financeiras do Tesouro (LFT)


 São emitidas na modalidade escritural, nominativa e negociável.
 Prazos mínimos e máximos definidos pelo governo.
 Valor nominal (de emissão): múltiplos de R$ 1.000,00.
 Remuneração: variação da Taxa SELIC.
 Colocação direta em favor do interessado ou em oferta pública.
 Vendido com ágio, deságio ou ao par.

Valor de face
R$1.000 Valor de face (ou no-
minal) corrigido por
Prazo 100% da variação
Preço
Unitário taxa SELIC
o par, ágio
ou deságio
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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Suponha uma LFT com vencimento de 1 ano. A Taxa SELIC do período foi de 15%. Veja
as diferentes rentabilidades segundo o preço pago pelo título.
Valor Valor pago Negocia- Valor no SELIC do Remuneração % da Taxa
Face R$ R$ ção vencimento período do investidor Selic
1.000 1.000 AO PAR 1.150 15% 15% 100%
1.000 950 DESÁGIO 1.150 15% 21,05% 140%
1.000 1.010 ÁGIO 1.150 15% 13.86% 92,4%

Negociação Preço Rendimento


Ao PAR Igual ao valor de face 100% da Selic
Deságio Abaixo do valor de face Acima de 100% da Selic
Ágio Acima do valor de face Abaixo de 100% da Selic

3.1.8.3. Notas do Tesouro Nacional (NTN-B; NTN-B Principal e NTN-F)


Caracterizam-se por pagar cupom de juros semestralmente e o capital, ajustado pelo
índice de correção do título, somente no vencimento.
Elas têm em comum as seguintes características:

 Prazo: definido pelo Ministro da Economia, quando da emissão do título;


 Taxa de juros (cupom): definida pelo Ministro da Economia, quando da emissão, em
35
porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado;
 São emitidas na modalidade escritural, nominativa e negociável;
 Valor nominal: múltiplos de R$1.000,00;
 O título paga cupom de juros semestralmente;
 O pagamento do principal é feito no vencimento.

Valor de face
ajustado pelo ín-
Cupom Cupom Cupom Cupom dice da série +
Juros Juros Juros Juros Cupom Juros

Valor face
R$1.000
Vencimento

O que diferencia uma série da outra, identificada por uma letra, é o índice de correção
do capital. Acompanhe a seguir:

NTN-B - Notas do Tesouro Nacional - Série B


Remuneração: variação do IPCA, acrescida de juros definidos pelo mercado no momento
da compra.

NTN-B Principal - Notas do Tesouro Nacional - Série B Principal


Remuneração: título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros
definidos no momento da compra. Não há pagamento de cupom de juros semestral. Os juros
são pagos no vencimento.

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A NTN-B Principal foi criada em agosto de 2005 para o pequeno investidor. Por isso, ela
só é negociada por meio do Programa Tesouro Direto (www.tesourodireto.com.br). Não é
ofertada nos leilões feitos pelo Tesouro Nacional aos investidores institucionais (bancos, fun-
dos de pensão, corretoras etc.).

NTN-F - Notas do Tesouro Nacional - Série F


A rentabilidade é prefixada pela taxa interna de retorno (TIR) do fluxo de pagamentos
dos cupons de juros e do deságio sobre o valor nominal do título.

RADAR PRACTA

Atualização do Pagamento de
Título Rentabilidade Cupom
valor nominal juros
Pré, definida
LTN pelo deságio do Não há Não há No vencimento
valor nominal
LFT Pós SELIC Não há No vencimento
Definido na
NTN-B Pós IPCA Semestral
36 emissão
NTN-B Definido na
Pós IPCA No vencimento
Principal emissão
Definido na
NTN-F Pré Não há Semestral
emissão

DICA PRACTA

1. Título emitido pelo Tesouro Nacional, corrigido pela variação do IPCA mais juros
pagos apenas no vencimento:
A. LFT.
B. NTN-B.
C. NTN-B Principal.
D. NTN-F.

2. Um fundo comprou LFT com remuneração de 100% SELIC, entretanto, frente a even-
tos de deterioração do mercado internacional, as taxas requeridas no mercado secun-
dário para negociação passaram a ser de 108% do CDI. Este título será marcado a mer-
cado:
A. Com deságio.
B. Com ágio.
C. Ao par.
D. Ao ímpar.

Alternativas correta: 1-C; 2-A. No mercado secundário, o título requer maior ganho,
portanto, o preço irá cair ficando abaixo do valor de face: dizemos que está com desá-
gio.

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3.1.9. Principais Títulos Privados negociados no Sistema Financeiro


Nacional

CDB RDB DI DPGE

3.1.9.1. Certificado de Depósito Bancário (CDB)


Características: descrição, prazo, forma de resgate, liquidez, remuneração pré e pós.
Títulos representativos de depósitos a prazo, emitidos por bancos múltiplos, de investi-
mento, comerciais e sociedades de crédito, financiamento e investimento (Res. CMN 4812 de
30/04/2020). São nominativos, negociáveis e transferíveis, através de endosso “em preto”,
que significa a necessidade de identificar o novo proprietário do título. Quando negociado an-
tes do vencimento, terá seu valor de mercado apurado em função da atual taxa de mercado.
Segundo a remuneração oferecida, podem ser prefixados ou pós-fixados.
Os CDBs pós-fixados são remunerados por uma taxa de juros, aplicada sobre o valor do
investimento, corrigido pelo índice de correção desse depósito, podendo ser a variação do CDI,
da Selic, da TR, da TBF, IGP-M etc.
Prazos mínimos de emissão 37

 CDB prefixado ou corrigido pela variação da taxa DI: a partir de 1 dia.


 CDB corrigido pela TR ou TLP: prazo mínimo de 1 mês.
 CDB corrigido pela TBF: prazo mínimo de 2 meses.
 CDB corrigido pelo IGP-M: prazo mínimo de 1 ano.
 Não há referências a prazos máximos de emissão.

Tributação sobre os rendimentos conforme regras aplicáveis aos títulos de renda fixa
(veremos no item 3.5).

Exemplo de negociação de CDB prefixado antes do vencimento


Suponha aquisição de um CDB de R$ 100.000 com taxa prefixada de 13% a.a. e prazo de
1 ano. Após 6 meses, o cliente deseja realizar uma revenda (chamada no dia a dia de resgate
antecipado). Verifica-se que agora, para 6 meses, a taxa de mercado é de 20% a.a. Vamos cal-
cular o valor de resgate bruto:

Curva do CDB em 6 meses = 100.000 * (1,13) 0,5 = $106.301


Preco de mercado = descontar o valor de resgate final em 12 meses à taxa atual de mercado.
Valor de resgate = $113.000
113.000
Preço de Mercado em 6 meses = = $103 .154
(1,20) 0,5

Ou seja, como a taxa de juros exigida pelo mercado subiu, o preço do CDB caiu R$
3.147,00 (R$ 106.301 – R$ 103.154).

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DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.

Qual o impacto no mercado secundário em um CDB (pré) quando observamos um au-


mento das taxas de juros de mercado num título ainda não vencido?
A. Preço cai.
B. Preço sobe.
C. Preço é constante.
D. Preço é do accrual de juros pró rata.

Alternativa correta: A. Quando a taxa de juros sobe o preço dos títulos já emitidos cai.

3.1.9.2. Recibo de Deposito Bancário (RDB)


Com prazo de vencimento predefinido, o RDB conta com rentabilidade fixada no ato de
sua emissão, pré ou pós-fixada. Assim, no final do prazo contratado, o investidor recebe o valor
aplicado (principal), acrescido da remuneração prevista.
O RDB pode ser emitido por bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento e de in-
vestimento, e por sociedades de crédito, financiamento e investimento. Por ser um título no-
38 minativo, intransferível, não é admitida negociação em mercado secundário. Mas pode ser
resgatado junto à instituição emissora antes do prazo contratado, desde que decorrido o prazo
mínimo de aplicação. Antes do prazo mínimo não são auferidos rendimentos.

3.1.9.3. Depósito Interfinanceiro (DI)


O DI, também conhecido como CDI – Certificado de Depósito Interfinanceiro é um tí-
tulo de renda fixa, emitido por instituições financeiras como forma de captação ou aplicação
de recursos excedentes.
É um título emitido por bancos quando realizam operações no interbancário com prazos
de 1 dia útil, com objetivo de melhorar a liquidez de uma determinada instituição financeira.
Essas transações são fechadas por meio eletrônico e registradas nos computadores das
instituições envolvidas e nos terminais da B3. A maioria das operações são negociadas por um
dia.
A taxa média diária do CDI de um dia é utilizada como referencial para o custo do di-
nheiro (juros). Por esse motivo, essa taxa também é utilizada como referencial para avaliar a
rentabilidade das aplicações em fundos de investimento.
As características de um CDI são semelhantes àquelas de um CDB, porém os CDIs so-
mente são negociados no mercado interbancário, transferindo recursos de uma instituição fi-
nanceira para outra.

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DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.

1. Qual das fórmulas abaixo representa o cálculo da Taxa DI anual?


A. (Valor de resgate CDB/Valor de emissão do CDB) 252
B. (Valor de resgate CDB/Valor de emissão do CDB) * 252
C. (Valor resgate do CDI - Valor de emissão do CDI) * 360
D. (Valor de resgate CDI/Valor de emissão do CDI)252

Alternativa correta: D.

DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.

2. Assinale a alternativa onde todos os títulos contam com a garantia do FGC:


A. Depósito à vista, Poupança Pessoa Jurídica e Certificado de Recebíveis Imobi-
liários.
B. Letras de Crédito Imobiliários, Letras de Crédito do Agronegócio, poupança
pessoa jurídica. 39
C. Depósito à vista, Poupança Pessoa Física e Certificado de Recebíveis Imobili-
ários.
D. CPR com liquidação física, Poupança Pessoa Jurídica e Certificado de Recebí-
veis Imobiliários.

Alternativa correta: B.

3.1.9.4. Depósito a Prazo com Garantia Especial (DPGE)


O DPGE é um título de renda fixa representativo de depósito a prazo criado para auxiliar
instituições financeiras – bancos comerciais, múltiplos, de desenvolvimento, de investimento,
além de sociedades de crédito, financiamento e investimentos e caixas econômicas – de porte
pequeno e médio a captar recursos. Assim, confere ao seu detentor um direito de crédito con-
tra o emissor.
Em 2012, o CMN, por intermédio da Resolução no. 4222, criou uma modalidade do ativo,
conhecida como DPGE II. Esta versão tem como diferencial:

 Ser elegível ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC);


 Os prazos devem se ajustar aos empréstimos que os bancos usarão como lastro.

Valor da garantia especial: o total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição
associada ao FGC, ou contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado finan-
ceiro, relativo à soma dos DPGE I e II, será garantido até o valor máximo de R$ 20.000.000,00
(vinte milhões de reais).
Os DPGEs podem remunerar a taxas pré ou pós-fixadas. O prazo de resgate é determi-
nado no momento da contratação, mas não pode ser inferior a 6 meses nem superior a 36.

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Uma característica importante é não poder resgatar antecipadamente nem parcial-


mente.
Títulos Corporativos

Notas Debêntures
Debêntures
Promissórias Incentivadas

3.1.9.5. Notas Promissórias (NP)


Conceito
As empresas brasileiras não financeiras também realizam oferta pública para captação
de recursos via instrumentos de dívida. A Nota Promissória ou Commercial Paper é um título
de crédito emitido por estas companhias.
Título corporativo usual em captações de curto prazo, porém podendo atualmente ser
utilizado também em operações de prazos mais longos. O benefício para empresa é isenção
do IOF de crédito.
Quem pode emitir: Companhias Limitadas (Ltda.) ou Sociedades Anônimas não Finan-
ceiras (S/As de Capital Fechado e Aberto).
40
Prazo de emissão:

 NP Oferta Pública Normal: prazo máximo 360 dias;


 NP Oferta Pública com Esforço Restrito1: sem prazo máximo
(IN CVM Nº 566, de 31 de julho de 2015).

Remuneração

 Prefixada, vendida com desconto;


 Pós-fixada corrigida pela taxa DI.

Forma de Emissão
Nominativa, sendo sua circulação por endosso em preto, de mera transferência de titu-
laridade, constando obrigatoriamente do endosso a cláusula "sem garantia".

Colocação/Negociação no Mercado
A colocação de notas promissórias no mercado primário, por intermédio de instituição
integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários, mediante contrato de distribuição
e, se for o caso, de garantia de colocação, será feita da seguinte forma:

 Em mercado de balcão; e
 Em mercado de balcão organizado (B3).

1
Instrução CVM nº 476/09 introduziu na legislação nacional a possibilidade de realização de ofertas públicas de
debêntures com esforços restritos, destinadas a um número limitado de investidores profissionais.
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Registro
A emissão deverá ser registrada na CVM e, por se tratar de emissão escritural, na B3,
segmento CETIP/SND (Sistema Nacional de Debêntures). No mercado secundário, podem ser
negociadas somente no mercado de balcão organizado sendo a B3 o mais usual.
Somente as Notas Promissórias registradas na B3, ou em outro sistema autorizado pelo
Banco Central, podem ser adquiridas e negociadas pelas instituições financeiras, integrar as
carteiras dos fundos de investimento e integrar as carteiras das sociedades seguradoras, soci-
edades de capitalização e entidades abertas e fechadas de previdência privada.

DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.

É correto afirmar a respeito das Notas Promissórias:


A. Podem ter garantia real.
B. São títulos de crédito de longo prazo emitidos por sociedades anônimas de
capital aberto.
C. Não existe mercado secundário para estes títulos.
D. Precisam estar registradas na B3 para que possam integrar as carteiras dos
fundos de investimento.
41
Alternativa correta: D. A Nota Promissória é um título de curto prazo que pode integrar
as carteiras dos fundos, desde que esteja registrada na B3- Segmento CETIP.

3.1.9.6. Debêntures e Debêntures Incentivadas (Lei 12431/2011)

Debênture Simples
•IR para investidor conforme tabela regressiva
e Conversível
Debêntures
•Isençao de IR para investidor pessoa física
Incentivadas

Conceito e Características
São valores mobiliários, emitidos por sociedades anônimas não financeiras, represen-
tativos de dívida de médio e longo prazos que asseguram aos seus detentores (os debenturis-
tas) direito de crédito contra a companhia emissora.
A captação de recursos no mercado de capitais pode ser feita por Sociedades anônimas
de capital aberto ou fechado. Entretanto, somente as sociedades anônimas de capital aberto,
com registro na CVM podem fazer emissões públicas de debêntures, isto é, voltadas ao pú-
blico em geral.
Bancos não podem emitir debêntures (são instituições financeiras). Companhias de Lea-
sing são as únicas entidades do sistema financeiro autorizadas a emitir debêntures.

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A regulamentação da CVM pertinente é:

 IN 202, que dispõe sobre o registro de companhia para negociação de seus valores
mobiliários em Bolsa de Valores ou no mercado de balcão;
 IN 400 e 429, que dispõem sobre as ofertas públicas de distribuição de valores mobili-
ários;
 IN 404, que trata das debêntures padronizadas.

Escritura
A escritura é o documento onde estão descritas as condições sob as quais a debênture
está sendo emitida, tais como direitos conferidos pelos títulos, deveres da emissora, montante
da emissão e quantidade de títulos, condições de amortização e remuneração, juros, prêmio
etc.
Registros
A emissão deverá ser registrada na CVM e, por se tratar de emissão escritural, na B3 –
Segmento CETIP/SND (Sistema Nacional de Debêntures), onde são realizados os controles de
transferências e efetuadas as liquidações financeiras das operações. O registro não é obriga-
tório, mas os investidores qualificados ficam impedidos de adquiri-las, caso não estejam ali
custodiadas.
Características da emissão e dos títulos
42 Debênture Simples: no vencimento, o debenturista recebe seu capital de volta em di-
nheiro. Prazo mínimo: 1 ano.
Debênture Conversível (DCA): debênture que pode ser convertida em ações, a exclusivo
critério do investidor, em épocas e condições pré-determinadas.
Prazo mínimo: 3 anos
Os dois tipos de debêntures podem ser negociados no mercado secundário antes do
vencimento.
Taxas, Formas de Remuneração e de Negociação
A empresa determina o fluxo de amortizações e as formas de remuneração, informações
que deverão constar da escritura de emissão da debênture.
São possíveis emissões com remuneração:

 Prefixada;
 Pós-fixada: TR, TBF, TLP, Índice de Preços, e taxa DI (a mais usual).

Debênture Incentivada (Lei 12.431/2011)


A Lei 12.431/11 é uma iniciativa do governo brasileiro com o objetivo de ampliar as al-
ternativas de financiamento da economia e promover o mercado de capitais como fonte de
recursos de longo prazo, especialmente para projetos de infraestrutura.
Emissor: SPE - Sociedade de Propósito Específico constituída sob a forma de uma S.A.
Os recursos captados pela SPE têm que ser investidos em projetos de: Infraestrutura,
Produção Econômica Intensiva em Pesquisa ou Desenvolvimento e Inovação. Para projetos
considerados prioritários pelo Governo. Os projetos devem ser aprovados pelo Ministério se-
torial responsável.

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Tributação:

 Isenção de IR para investidor pessoa física (sobre os rendimentos e ganho de capital);


 15% de IR para Investidor pessoa jurídica (sobre os rendimentos e ganho de capital).

Remuneração: ser remuneradas por taxa de juros prefixada, vinculada à índice de preço
ou à taxa referencial - TR, vedada a pactuação total ou parcial de taxa de juros pós-fixada.
Prazo de pagamento periódico de rendimentos, se existente, com intervalos de, no mínimo,
180 dias.
Prazo: médio ponderado superior a quatro anos.
Vedação a recompra do papel pelo emissor ou parte a ele relacionada nos dois primeiros
anos após a sua emissão, e à liquidação antecipada por meio de resgate ou pré-pagamento.
Mercado Secundário permitido.
Comprovação de que o título ou valor mobiliário esteja registrado em sistema de regis-
tro devidamente autorizado pelo BC ou CVM; e

Cláusulas da Escritura de Debêntures

Cláusulas da •Repactuação 43
Escritura que •Cláusula de vencimento Antecipado
Beneficiam o •Cross Default
Investidor •Covenants

Cláusulas da •Resgate Antecipado


Escritura que
•Aquisição Facultativa
Beneficiam o
Emissorr •Call Option ou Opção de Compra

Repactuação como renegociação de qualquer das características da dívida


Quando previsto na escritura de emissão, é um mecanismo utilizado pela emissora para
adequar a remuneração de seus títulos, periodicamente, às condições vigentes no mercado e,
com isso, torná-los mais atrativos para os investidores. Na repactuação, a emissora está obri-
gada a recomprar os títulos dos debenturistas que não aceitarem as novas condições propos-
tas.

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Por exemplo:
Debênture da empresa ABC, com vencimento final de 6 anos prevê repactuação de re-
muneração ao final do segundo ano, pagando para os 2 primeiros anos 105% da Taxa DI.

Repactuação

2°ano 6 anos
0

105% DI
Empresa vai oferecer aos investidores uma nova
remuneração para os próximos 4 anos. Se estes
não aceitarem, a empresa terá de resgatar o tí-
tulo no final do segundo ano.

Vencimento Antecipado
Esta cláusula visa garantir aos debenturistas a possibilidade de antecipar o vencimento
das debêntures quando da ocorrência de determinados eventos. Em geral, os eventos que en-
sejam o vencimento antecipado são agrupados em duas categorias distintas, a saber: (i) even-
44 tos que ensejam o vencimento automático e imediato das debêntures e (ii) eventos que podem
ocasionar o vencimento das debêntures, dependendo, porém, de uma declaração favorável
dos debenturistas.
Eventos mais comuns que causam Vencimento Antecipado:

I. Quebra de Covenant;
II. Ocorrência de Cross Default.

Covenant constitui um sistema de garantia indireta, próprio de financiamentos, repre-


sentado por um conjunto de obrigações contratuais acessórias, positivas ou negativas, objeti-
vando o pagamento da dívida. São exigências relativas à observância de certas práticas de ges-
tão, consideradas indispensáveis à eficiente administração da empresa. Exemplo: limite de en-
dividamento, exigência de hedge de passivos em moedas estrangeira etc.
O conceito de cross default está associado à ideia de que se o devedor deixar de pagar
alguém, automaticamente todos os débitos que ele tem junto a terceiros serão, de imediato,
provisionados, de sorte que ele ficará em uma situação em que todos o considerem inadim-
plente.
Em outras palavras, trata-se de uma cláusula contratual de acordo com a qual o tomador
será colocado em situação de default caso deixe de honrar qualquer obrigação contraída, pro-
tegendo o debenturista.

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Resgate Antecipado
A Escritura de Emissão pode determinar a possibilidade de resgate antecipado das de-
bêntures, a critério da Emissora, para posterior cancelamento. Trata-se de compra forçada
dos títulos pela Emissora, à qual não pode se opor o debenturista. O resgate poderá ser total
ou parcial pelo seu valor nominal atualizado e/ou acrescido da remuneração pro rata temporis.
Esta cláusula é muito importante para o tomador de recursos, pois representa uma
proteção contra um cenário desfavorável da taxa de juros vigente e, por conseguinte, tira do
investidor a possibilidade de ganhos adicionais em caso de queda na taxa de juros.
Suponha que uma empresa capte recursos a 25% ao ano e posteriormente a taxa caia
para 15% ao ano – essa cláusula permite ao tomador resgatar os títulos emitidos a 25% e emitir
novos à taxa de 15%, mais favorável. Evidentemente que essa cláusula tem uma implicação
econômica importante cujo valor se refletirá no preço de mercado do título.
Aquisição facultativa
Consiste na aquisição das debêntures pela Emissora no mercado secundário, portanto,
com a concordância do debenturista. Cumpre observar que a Lei veda a aquisição das próprias
debêntures pela Emissora por preço superior ao valor nominal acrescido da atualização e/ou
da remuneração, se houver.
Opção de compra (opção call)
A Escritura de Emissão pode estabelecer o direito de opção de compra das debêntures
pela Emissora. A opção de compra se assemelha ao resgate, diferindo deste somente no que 45
tange à possibilidade de manter as debêntures recompradas em carteira e negociá-las poste-
riormente, prerrogativa que está ausente nos casos de resgate. Ou seja, assim como ocorre
com o resgate, no caso de exercício da opção de compra pela Emissora, os debenturistas são
obrigados a vender seus títulos pelo valor estabelecido na Escritura de Emissão.
A Emissora pode ajustar o pagamento de uma contraprestação pela aquisição desse di-
reito de opção, usualmente conhecido como prêmio. É importante lembrar que o prêmio pode
ser pago antecipado ou posteriormente, podendo ainda estar embutido na taxa de remunera-
ção das debêntures.
Fonte: www.debentures.com.br

Qual a diferença entre Opção de Compra e Resgate Antecipado?

São duas cláusulas muito parecidas, a diferença é que quando a empresa emissora
exerce o direito de Opção de Compra, pode manter as debêntures em tesouraria e vendê-las
posteriormente a mercado.
No Resgate Antecipado, a empresa emissora é obrigada a cancelar as debêntures.

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Resgate Antecipado de Debêntures


•Direito do emissor de recomprar as debêntures e cancelar a emissão, previsto
na escritura, a data e termos do resgate antecipado. Investidor tem que
aceitar, preço já previsto na escritura.

Aquisição Facultativa de Debêntures


•Emissor terá o direito de comprar/vender suas debêntures no mercado
secundário. Investidor vende para empresa se quiser ao preço que quiser.
Call Option ou Opção de Compra
•Emissor terá o direito de recomprar suas debêntures em data previamente
acordada, mas poderá manter no balanço para futuras negociações.
Investidor tem que aceitar, preço já previsto na escritura.

Vencimento Antecipado
•Direito dos debenturistas de declarar a debênture vencida antes do prazo
final e exigir que o emissor pague aos investidores o principal e juros até esta
data.

(1) Se o emissor quebrou Covenants


•COVENANTS: constitui um sistema de garantia indireta, próprio de
46 financiamentos, representado por um conjunto de obrigações contratuais
acessórias, positivas ou negativas, objetivando o pagamento da dívida.

(2) Se o emissor apresentou Cross Default


•CROSS DEFAULT: está associado à ideia de que, se o devedor deixa de pagar
alguém, automaticamente todos os débitos que ele tem junto a terceiros
serão, de imediato, provisionados de sorte que ele ficará em uma situação
em que todos o considerem inadimplente.

DICA PRACTA

Na prova, este assunto poderá ser abordado assim.

1. Considerando as cláusulas abaixo referente a títulos de renda fixa, assinale aqueles


que beneficiam (protegem) o investidor:
I. Resgate Antecipado.
II. Vencimento Antecipado por quebra de covenant.
III. Vencimento Antecipado por ocorrência de cross default.
IV. Aquisição facultativa.
V. Opção de compra (opção call).
A. I, II.
B. II e III.
C. I, III, IV e V.
D. III, IV e V.

Alternativa correta: B. As cláusulas de vencimento antecipado por quebra de covenant


e cross default são as que protegem o investidor.

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Hierarquia das espécies de debêntures de acordo com as garantias


Em função do tipo de garantia oferecida ou da ausência de garantia, as debêntures são
assim classificadas:

1. Com garantia real: garantidas por bens integrantes


do ativo da companhia emissora, ou de terceiros, sob
a forma de hipoteca ou penhor;
2. Com Privilégio Geral ou Garantia Flutuante: assegu-
ram privilégio geral sobre o ativo da emissora, em
caso de falência. Os bens objeto da garantia flutu-
ante não ficam vinculados à emissão, o que possibi-
lita à emissora dispor dos mesmos, sem a prévia au-
torização dos debenturistas;
3. Quirografária ou Sem Preferência: não oferecem privilégio algum sobre o ativo da
emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais credores quirogra-
fários (sem preferência), em caso de falência da companhia;
4. Subordinada: na hipótese de liquidação da companhia, oferecem preferência de pa-
gamento, tão somente sobre o crédito de seus acionistas.

47
DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.

2. É correto afirmar a respeito do investidor que adquire uma debênture quirografária:


A. Tem a preferência na execução de sua garantia representada por bens do
ativo da empresa emitente grafados especificamente para esse fim.
B. Tem a preferência na execução de sua garantia representada por bens e di-
reitos do ativo líquido da empresa emitente.
C. Não terá preferência e será um credor comum como o de uma duplicata.
D. Não terá garantia alguma e se subordina ao pagamento de todos os outros
credores.

Alternativa correta: C. A Debênture quirografária não oferece privilégio algum sobre o


ativo da emissora, concorrendo em igualdade de condições com os demais credores
quirografários (sem preferência), em caso de falência da companhia.

Assembleia de debenturistas
É o fórum em que se reúnem os debenturistas para discutir e deliberar sobre assuntos
relativos à emissão, como, por exemplo, alterações propostas nas características da debên-
ture, quando a empresa quer solicitar um “perdão” por ter quebrado um “covenant” etc.
As Assembleias podem ser convocadas pela companhia emissora, pelo agente fiduciário,
pela CVM e pelos debenturistas.
Deveres do Agente Fiduciário
O Agente Fiduciário é o representante legal da comunhão de interesse dos debenturis-
tas. Sua presença é obrigatória nas emissões públicas.

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Podem atuar como agente fiduciário: corretoras e distribuidoras de títulos e valores


mobiliários, bancos de investimento e bancos múltiplos com carteira de investimento.

DICA PRACTA

Veja mais duas possíveis abordagens desse assunto.

1. Cláusula de emissão de debênture que prevê exigências relativas à observância de


certas práticas de gestão, consideradas indispensáveis à eficiente administração da
empresa e manutenção de sua qualidade de crédito é conhecida como:
A. Covenant.
B. Cross Default.
C. Repactuação.
D. Aquisição facultativa.

Alternativa correta A. Covenants são condições financeiras e de gestão que a empresa


deve cumprir, são garantias indiretas para o investidor sobre a saúde financeira da
empresa. O não cumprimento dará aos debenturistas direito de solicitar o vencimento
antecipado da debênture.

48
DICA PRACTA

2. A emissão pública de debêntures poderá ser realizada por:


I. Bancos Múltiplos.
II. Empresas de leasing.
III. Empresas de capital aberto.
IV. Sociedades de crédito Imobiliário.
A. I e II.
B. II e III.
C. I, II e III.
D. I, III e IV.

Alternativa correta B. Emissão pública de debêntures somente poderá ser realizada


por sociedades anônimas de capital aberto e Empresas de Leasing.

3.1.9.7. Securitização de Recebíveis


A Securitização é uma ferramenta financeira usada para converter uma carteira rela-
tivamente homogênea de um fluxo de ativos a receber em títulos mobiliários passíveis de
negociação. É uma forma de transformar ativos relativamente não líquidos em títulos mobi-
liários líquidos e de transferir os riscos associados a eles para os investidores que os com-
pram.
Os títulos de securitização são, portanto, caracterizados por um compromisso de paga-
mento futuro, de principal e juros, a partir de um fluxo de caixa proveniente da carteira de
ativos selecionados.
A securitização é utilizada pelo sistema financeiro para obtenção de fundos e divisão de
riscos. Portanto a Securitização é um processo através do qual uma variedade de ativos finan-
ceiros é “empacotados” na forma de Títulos (títulos financeiros negociáveis) e então vendidos
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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

a investidores. Os fluxos de caixa gerados pelos ativos originais são usados para pagar o prin-
cipal e os encargos das securities além das despesas da operação.
Tipos de Ativos Securitizados
Qualquer fluxo de caixa, atual ou futuro, que é gerado por ativos, pode ser securitizado.
Securitização é uma prática financeira que consiste em agrupar vários tipos de passivos
financeiros, convertendo-os em títulos padronizados negociáveis no mercado de capitais in-
terno e externo. Assim, a dívida é transferida, vendida, na forma de títulos, para vários inves-
tidores. Assim, securitização é a conversão de uma dívida em título lastreável e negociável
entre instituições financeiras. Estes títulos podem ser adquiridos diretamente por Bancos, Dis-
tribuidoras de Valores ou Fundos de Investimento como forma de rentabilizar o capital inves-
tido. Caberá também ao comprador do título securitizado a cobrança individual de todas as
dívidas que compõe o título, isentando a Securitizadora e qualquer intermediário, de qualquer
ônus. Esses títulos são, portanto, caracterizados por um compromisso de pagamento futuro,
de principal e juros, a partir de um fluxo de caixa proveniente da carteira de ativos seleciona-
dos. A securitização é utilizada pelo sistema financeiro para obtenção de fundos e divisão de
riscos.
Os tipos mais comuns incluem empréstimos hipotecários, financiamentos de automó-
veis, recebíveis de cartões de crédito e empréstimos educacionais; leasing de aviões e de equi-
pamentos também são passíveis de securitização.
Participantes do mercado de securitização 49
Tipicamente, cada securitização tem três tipos de participantes:

 Um originador: que gera um ativo, seja este um empréstimo, leasing, recebível, ou


outra forma de fluxo de pagamento. Tipicamente, um originador faz empréstimos aos
consumidores para a compra de um ativo como um automóvel ou uma casa; o em-
préstimo é garantido pelo ativo financiado. São empresas que vendem a prazo, bancos
e financeiras geralmente.

O originador pode então “empacotar” alguns ou todos os seus empréstimos (créditos)


aos consumidores numa securitização e emitir títulos lastreados pelos empréstimos aos con-
sumidores. Os títulos são quitados pelos pagamentos regulares que os consumidores fazem
sobre seus financiamentos de automóveis ou hipotecários e, se o consumidor entra em de-
fault, pela venda do automóvel ou da casa, caso o financiamento seja garantido.

 Intermediários: que estruturam a securitização e ajudam a viabilizar a venda dos Títu-


los já “empacotados” aos investidores – geralmente Cias. Securitizadoras.

Os intermediários têm um papel chave na estruturação de transações de securitização.


Eles têm experiência e conhecimento significativos na estruturação e colocação de complexas
transações de securitização no mercado. Em adição, os intermediários coordenam as ativida-
des dos principais participantes numa securitização incluindo o emissor, originador, advoga-
dos, agências de rating, prestadores de serviços e investidores.

 Investidores: que compram os títulos mobiliários cujo lastro são os recebíveis dos em-
préstimos realizados a consumidores finais.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.9.8. Títulos do segmento imobiliário: Certificado de Recebíveis


Imobiliários (CRI), Letras de Crédito Imobiliárias (LCI), Cédula de Crédito
Imobiliário (CCI) e Letra Imobiliária Garantida (LIG)

CRI LCI CCI LIG


Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI)
Os CRI, são títulos de renda fixa lastreados em créditos imobiliários – fluxo de pagamen-
tos de contraprestações de aquisição de bens imóveis, ou de aluguéis – emitidos por socieda-
des securitizadoras. Uma sociedade securitizadora é uma companhia de natureza não finan-
ceira, cuja finalidade é a aquisição e securitização de créditos imobiliários. Constituídas como
uma sociedade por ações (empresa S.A.) e registradas junto à CVM, podem, além do CRI, emitir
outros títulos de crédito (por exemplo, debêntures), realizar negócios e prestar serviços com-
patíveis com as suas atividades. As transações feitas com CRI são registradas na B3.
Os Certificados de Recebíveis Imobiliários podem ser emitidos na forma simples ou com
50
regime fiduciário, que implica em constituição de patrimônio separado, administrado pela se-
curitizadora e composto pela totalidade dos créditos submetidos ao regime fiduciário que las-
treiem a emissão.
É necessário realizar prospecto da emissão de CRI.
É nomeado um agente fiduciário, o qual tem como função zelar pela proteção dos di-
reitos e interesses dos beneficiários, acompanhando a atuação da companhia securitizadora
na administração do patrimônio separado, entre outras.
O CRI é um título de investimento de livre negociação, sendo assim ele se destina a pes-
soas físicas e jurídicas que tenham interesse em aplicar seus investimentos com a caracterís-
tica imobiliária e a rentabilidade de operações financeiras.
Aspectos Tributários:

 Isenção de IR e IOF para pessoa física no rendimento;


 Ganhos de capital auferidos na alienação ou cessão dos ativos são isentos de IR para
Pessoa Física (Instrução 1585);
 Investidor seja pessoa jurídica: IR conforme a tabela regressiva de IR (de 22,5% a 15%).

Remuneração e Prazos de Emissão:

I. Não podem ser emitidos com cláusula de correção monetária com base na va-
riação da taxa cambial;
II. É admitida a estipulação de cláusula de reajuste, com periodicidade mensal, por
índices de preços setoriais ou gerais ou pelo índice de remuneração básica dos
depósitos de poupança, se emitidos com prazo de vencimento mínimo de 36
meses.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Prazo de emissão conforme a remuneração:


a) Remuneração indexada à TR mensal: Prazo mínimo 36 meses;
b) Remuneração indexada à taxa ANBIMA: Prazo mínimo 30 dias;
c) Remuneração indexada à TLP: Prazo mínimo 30 dias;
d) Remuneração indexada ao CDI ou taxa prefixada: Não há limite de prazo.

RADAR PRACTA

Veja, de forma simplificada, uma estrutura típica de uma operação de securitização de


recebíveis imobiliários.

51

Letras de Crédito Imobiliário (LCI)


Conceito
Título de renda fixa, emitido com lastro em créditos imobiliários garantidos por hipo-
teca ou por alienação fiduciária de imóvel.
Emissores
Bancos comerciais, de investimento, múltiplos com carteira de crédito imobiliário, Caixa
Econômica Federal, sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo,
companhias hipotecárias e demais espécies de instituições que, sejam autorizadas pelo Banco
Central do Brasil para esse fim.
Rentabilidade
Pagam Juros fixos ou flutuantes, que poderão ser renegociáveis, a critério das partes.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Prazo de Emissão
Prazo mínimo de vencimento / resgate da Letra de Crédito Imobiliário (LCI) é de:

I. 36 meses, contados da data de sua emissão, quando atualizada mensalmente por


índice de preços;
II. 12 meses, contados da data de sua emissão, quando atualizada anualmente por ín-
dice de preços;
III. 90 dias, contados da data de sua emissão, nos demais casos.

É vedado o pagamento dos valores relativos à atualização apropriados desde a emissão,


quando ocorrer o resgate antecipado, total ou parcial, em prazo inferior a 36 meses, da LCI
emitida com previsão de atualização mensal por índice de preços.
A LCI não poderá ter prazo de vencimento superior ao prazo de quaisquer dos créditos
imobiliários que lhe servem de lastro.
O crédito imobiliário caucionado poderá ser substituído por outro crédito da mesma
natureza por iniciativa do emitente da LCI, nos casos de liquidação ou vencimento antecipados
do crédito, ou por solicitação justificada do credor da letra.
Forma de emissão
Nominativa, endossável, podendo ser mantida sob a forma escritural em sistemas de
registro e liquidação financeira de títulos privados autorizados pelo Banco Central do Brasil.
52 Garantia
Em caso de inadimplência da instituição financeira emissora, há a garantia do Fundo
Garantidor de Crédito (FGC) até o limite estabelecido por CPF/CNPJ.
Tributação
Pessoa Física: isenção de IR sobre os rendimentos e sobre o ganho de capital produzidos
pelas Letras de Crédito Imobiliário.
Pessoa Jurídica: tributados conforme regras dos títulos de renda fixa.
IOF: tributação sobre os rendimentos conforme regras aplicáveis aos títulos de renda
fixa (veremos no item 3.5).

DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.


Considerando as características abaixo referente a títulos de renda fixa, assinale aque-
les que são relativos às Letras de Crédito Imobiliário:
I. Lastro da emissão é o fluxo de caixa gerado por empréstimos hipotecários e finan-
ciamentos de bens em geral.
II. Emitidas pelas companhias securitizadoras.
III. Em caso de títulos com remuneração prefixada, o prazo mínimo é de 90 dias.
IV. É permitido negociação no mercado secundário mediante endosso em preto.
A. I, II.
B. II e III.
C. III e IV.
D. I, II, III e IV.

Alternativa correta: C. A primeira afirmação refere-se à securitização. As LCIs são emi-


tidas por instituições financeiras.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Cédula de Crédito Imobiliário (CCI)


A Cédula de Crédito Imobiliário (CCI) representa um crédito que é originado a partir da
existência de direitos de crédito imobiliário com pagamento parcelado.
Quem emite a cédula é o credor, com o objetivo de simplificar a cessão do crédito.
A CCI transforma um contrato particular em um título passível de transação. Uma de
suas vantagens é a possibilidade de emissão e negociação, independentemente da autorização
do devedor.
Esses títulos são bastante utilizados como lastro na emissão de Certificados de Recebí-
veis Imobiliários (CRIs), por oferecer mais segurança e transparência para quem investe em
CRI.
Fonte: B3
Tributação
Os rendimentos produzidos pelos CCIs serão tributados em Imposto de Renda e IOF so-
bre resgate, cessão ou repactuação de operações, conforme regras dos títulos de renda fixa.

53

Letra Imobiliária Garantida (LIG)


Conceito
É um título de renda fixa emitido por instituições financeiras semelhante aos “covered
bonds”, que são papéis com cobertura garantida muito comuns em países europeus.
Com isso, pode-se dizer que a LIG possui duas garantias: além da segurança da institui-
ção financeira que a emitiu, o título é coberto por uma carteira de ativos (que é composta por,
no mínimo, 50% de créditos imobiliários), a qual fica separada do patrimônio do banco. Ou
seja, caso o banco emissor do título quebre ou dê calote, esse conjunto de ativos vai honrar o
compromisso de pagamento aos investidores.
Emissores
Bancos múltiplos, comerciais e de investimentos, sociedades de crédito, financiamento
e investimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias, associações de poupança e em-
préstimo e cooperativas de crédito.
Rentabilidade
A remuneração pode ser baseada em taxa de juros fixa ou flutuante, combinadas ou
não, bem como em outras taxas (inclusive variação cambial), desde que de conhecimento pú-
blico e regularmente calculadas.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

A atualização por índices de preços pode ser realizada mensalmente desde que o prazo
de vencimento da LIG não seja inferior a 36 meses
É vedado o pagamento de valores relativos à atualização, apropriados desde a emissão,
quando ocorrer resgate, total ou parcial, antes do prazo de 36 meses.
Prazo de Emissão
Deve ser emitida com prazo médio ponderado de, no mínimo, 24 meses.
É vedado à instituição financeira emissora resgatar antecipadamente ou recomprar a
LIG, total ou parcialmente, antes de 12 meses, contados a partir da data da emissão.
Tributação
Pessoa Física: isenção de IR sobre os rendimentos e sobre o ganho de capital.
Pessoa Jurídica: tributados conforme regras dos títulos de renda fixa.
IOF: Tributação sobre os rendimentos conforme regras aplicáveis aos títulos de renda
fixa (veremos no item 3.5).

DICA PRACTA

Com relação aos títulos de Renda Fixa:


I. As Letras de Crédito Imobiliário são isentas de I.R. para qualquer investidor.
II. Os Certificados de Recebíveis Imobiliários são emitidos por instituições financei-
54 ras
III. As Letras Imobiliárias Garantidas são emitidas por instituições financeiras e não
contam com a garantia do FGC.
Está correto o que se afirma em:
A. I, II.
B. II e III.
C. I e III.
D. III, somente.

Alternativa correta: D. Somente a afirmação III está correta. Na afirmação I, as LCI são
isentas de I.R. somente para o investidor Pessoa Física. Na afirmação II, os CRI são
emitidos pelas Companhias Securitizadoras.

3.1.9.9. Títulos do segmento agrícola: Letras de Crédito do Agrone-


gócio (LCA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA),
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Cédula de Produtor Ru-
ral (CPR)

LCA CDCA CRA CPR

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Letra de Crédito do Agronegócio (LCA)


Definição
Título de crédito emitido por instituições financeiras ou cooperativas de produção, vin-
culado a direitos de crédito do agronegócio. Trata-se de título executivo extrajudicial, nomina-
tivo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro.
Lastro
Direitos creditórios do agronegócio: financiamentos e empréstimos concedidos a pro-
dutores rurais, cooperativas ou terceiros vinculados a produção, comercialização, beneficia-
mento ou industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e imple-
mentos utilizados na atividade agropecuária. Os direitos creditórios vinculados à LCA deverão
ser registrados em sistema de registro e de liquidação financeira de ativos autorizado pelo
Banco Central do Brasil e poderão ser mantidos em custódia.
Taxa de Juros
Fixa ou flutuante, admitida a capitalização.
Negociação
Diretamente entre as partes interessadas ou em mercados de bolsa e balcão.
Liquidação Financeira: B3.
Tributação
Os rendimentos e o ganho de capital produzidos pelas Letras de Crédito do Agronegócio
são isentos de IR para pessoa física. Os demais investidores serão tributados conforme regras 55
dos títulos de renda fixa. Quanto ao IOF, as LCA têm incidência de IOF de 0%.
O risco primário da LCA é da instituição financeira. Na inadimplência do banco, o pro-
duto tem a garantia do Fundo Garantidor de Créditos, até o limite estabelecido.

RADAR PRACTA

A LCA é um título emitido pelos bancos ou cooperativas de produção, com lastro em


direitos creditórios do agronegócio. Existe isenção de Imposto de Renda para a pessoa
física. A LCA tem a garantia do FGC até o limite estabelecido.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA)


O Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA) é um título de crédito no-
minativo, de livre negociação, representativo de promessa de pagamento em dinheiro emitido
com base em direitos creditórios originários de negócios entre produtores rurais, suas coope-
rativas ou terceiros, inclusive financiamentos ou empréstimos relacionados com a produção,
comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos, insumos agropecuários ou
de máquinas e implementos utilizados na produção agropecuária.
Emissor
São de emissão exclusiva de cooperativas agropecuárias e de outras pessoas jurídicas
que exerçam a atividade de comercialização, beneficiamento ou industrialização de produtos,
insumos, máquinas e implementos agrícolas, pecuários, florestais, aquícolas e extrativos, e seu
emitente deve ser titular de direitos creditórios do agronegócio
Lastro
A emissão do CDCA está vinculada aos lastros registrados em sistemas autorizados an-
teriormente à sua emissão. Para que isso ocorra, os bancos emissores registram os recebíveis
emitidos por produtores rurais e empresas do agronegócio no Balcão, formando os lotes para
vinculação aos CDCAs emitidos.
Para registro do CDCA, são aceitos os seguintes ativos (dentre outros) como lastros no
Balcão: CCE – Cédula de Crédito à Exportação, NCC – Nota de Crédito Comercial CPR – Cédula
56 do Produtor Rural, NCE – Nota de Crédito à Exportação.
Tributação: isenção fiscal para pessoa física quando da aquisição desse título (sobre os
rendimentos e ganho de capital); Investidor pessoa jurídica é tributado pela tabela regressiva.
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA)
O CRA é um título de crédito nominativo, de livre negociação, representativo de pro-
messa de pagamento em dinheiro emitido, com base em lastro em recebíveis, originados de
negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas.
Emissor: podem emitir CRA as companhias securitizadoras de direitos creditórios do
agronegócio, ou seja, instituições não financeiras constituídas sob a forma de sociedade por
ações com a finalidade de aquisição e securitização desses direitos e de emissão e colocação
de Certificados de Recebíveis do Agronegócio no mercado financeiro e de capitais.
Pode ser distribuído publicamente e negociado na Bolsa, bem como em mercados de
balcão organizados autorizados a funcionar pela Comissão de Valores Mobiliários.
O CRA poderá ser emitido na forma escritural.
CRA não conta com a garantia do FGC
Tributação

 IR Pessoa Física: Isenção sobre os rendimentos e sobre o ganho de capital produzidos


pelo CRA;
 IR Pessoa Jurídica: tabela regressiva, conforme regras dos títulos de renda fixa;
 IOF tem alíquota de 0% (zero por cento) para operações com CRA.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Cédula de Produto Rural (CPR)


Lei 8.929
Conceito
A CPR é um título pelo qual o emitente, produtor rural (pessoa física ou jurídica) ou
cooperativa de produção, vende antecipadamente certa quantidade de mercadoria, rece-
bendo o valor negociado (ou insumos) no ato da venda e comprometendo-se a entregá-la na
qualidade e no local acordado em data futura.
Primeiramente, o emissor deve procurar uma instituição (banco ou seguradora) que dê
garantia à CPR. Essa instituição, após análise do cadastro e das garantias do emissor, acres-
centa seu aval ou agrega um seguro. De posse da CPR avalizada ou segurada, o emissor pode
negociá-la no mercado.
Tipos de CPR

 Com liquidação física: o produtor entrega o produto na data combinada.


 Com liquidação financeira: o emissor recebe determinado volume de recursos no ato
da venda. Por ocasião do vencimento, em vez de entregar a mercadoria ao favorecido,
o emissor paga em dinheiro, ou seja, liquida a CPR pelo preço do dia da mercadoria
objeto de negociação. Os ganhos auferidos em CPR com liquidação financeira são
isentos de Imposto de Renda para o investidor pessoa física.

Negociação 57
A CPR pode ser negociada no mercado primário, quando o emitente deseja adiantar
recursos para utilizar na produção de determinada mercadoria agropecuária, e no mercado
secundário, quando o adquirente da CPR deseja negociá-la por meio de sua venda a outro
agente interessado.
Registro
A B3 criou o Sistema de Registro de Custódia de Títulos do Agronegócio (SRCA), que
proporciona o registro das negociações e informa todos os dados da CPR. O registro assegura
os compradores da existência e da veracidade das características do título.
Tributação
Os rendimentos e o ganho de capital auferidos em CPR com liquidação financeira são
isentos de Imposto de Renda para o investidor pessoa física.
São isentas de IOF as negociações com Cédula de Produto Rural realizadas nos mercados
de bolsa e balcão.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

DICA PRACTA

Seu cliente acaba de receber de um banco concorrente um investimento chamado Cer-


tificado de Direitos Creditórios do Agronegócio, e gostaria de checar com você, quais
das características abaixo estão corretas quanto a definição deste título.
I. O emissor são Instituições Financeiras com carteira de empréstimos ao setor de
agronegócios.
II. O título tem isenção de I.R. sobre os rendimentos auferidos por Pessoa Física.
III. São de emissão exclusiva de cooperativas agropecuárias e de outras pessoas jurí-
dicas que exerçam a atividade de comercialização, beneficiamento ou industriali-
zação de produtos, insumos, máquinas e implementos agrícolas, pecuários, flo-
restais, aquícolas e extrativos e seu emitente deve ser titular de direitos creditó-
rios do agronegócio.
IV. O investidor Pessoa Jurídica é tributado normalmente pelo I.R. sobre os rendi-
mentos.
V. O investidor corre o risco da instituição financeira que está ofertando a Nota.
São verdadeiras as afirmações:
A. I, II e II.
B. II, III e IV.
C. III, IV e V.
D. I, II, IV e V.

58 Alternativa correta: B. Como o emissor da CDCA não são instituições financeiras, o in-
vestidor corre o risco de quem as emite: cooperativas agropecuárias e outras pessoas
jurídicas do setor do agronegócio.

3.1.9.10. Títulos do segmento ASG


3.1.9.10.1 Títulos verdes (Green Bonds)
O que são?
Títulos cujos recursos são utilizados para financiar ou refinanciar projetos com contri-
buições ambientais.
A destinação dos recursos é “carimbada”, ou seja, só pode ser utilizado para o projeto
específico.
No Brasil, estes recursos são utilizados principalmente nos setores de floresta, energia
renovável e transporte, mas operações em outros setores como o de resíduos, saneamento e
edificações começam a aparecer de forma mais frequente. Vários instrumentos de dívida po-
dem receber o selo verde: debêntures, debêntures de infraestrutura, certificados de recebí-
veis do agronegócio (CRA), certificados de recebíveis imobiliários (CRI), cotas de fundos de in-
vestimentos em direitos creditórios (FDIC), dentre outros.
Exemplo:
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) emitiu Letras Finan-
ceiras para financiar projetos de geração eólica e solar.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.9.10.2 Títulos Sociais (Social Bonds)


O que são?
Títulos em que a destinação dos recursos é voltada a minimizar problemas sociais como
a desigualdade de renda e educação, ajuda a comunidades afetadas ou garantia de direitos
humanos.
Exemplo:
A empresa VIVENDA emitiu debêntures sociais cujos recursos foram destinados a fazer
reformas de baixo custo e condições facilitadas de financiamento para 8 mil habitações popu-
lares.

3.1.9.10.3 Sustainability Linked Bonds


O que são?
Títulos cujos recursos não são utilizados para financiar projetos específicos, mas a taxa
de juros está atrelada a metas relacionadas ao desempenho em questões ASG predefinidas
pelo emissor. Ou seja, possuem mecanismos contratuais que visam premiar a organização pelo
atingimento dos compromissos ASG, ou puni-la pelo seu não atingimento (como, por exemplo,
aumento ou diminuição na taxa de juros)
Exemplo:
A empresa NATURA emitiu Sustainability linked bonds com os seguintes compromissos:
reduzir a emissão de gases de efeito estufa em 13% até 2026 e aumentar a reciclagem de em- 59
balagem pós-consumo até 2026.

3.1.9.10.4 Títulos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável)


O que são?
Títulos cujos recursos são utilizados para financiar ou refinanciar projetos que contri-
buam para o Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Nações Unidas (ONU).
Ação para acabar com a pobreza, proteger o planeta e assegurar que todas as pessoas
tenham paz e prosperidade.

3.1.9.10.5 Títulos de Transição (Climática)


O que são?
Título ou valor mobiliário de renda fixa que levanta capital destinado a projetos novos
relacionados à transição climática. São realizadas normalmente por indústrias com alta emis-
são de gases de efeito estufa (GEE), permitindo a elas assegurar financiamento com destino a
uma transição para atividades comerciais de menor emissão de carbono.
Exemplo:
A empresa ENEVA emitiu debêntures de transição para financiar projetos relacionados
à geração de energia térmica a gás natural, com potencial de redução de emissões a partir de
aumento na eficiência energética e substituição de fontes poluentes nos Estados do Maranhão
e de Roraima.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

DICA PRACTA

Das situações de emissão de títulos de dívida abaixo, qual poderia ser considerada
ASG?
A. Emissão de Nota Promissória para financiamento de capital de giro de mi-
croempreendedores individuais.
B. Emissão de Debênture para a aquisição de maquinário destinado a geração
de energia elétrica.
C. Emissão de Debêntures para a construção de casas de alvenaria para comuni-
dades carentes.
D. Emissão de CRA para o financiamento de produtores rurais.

Alternativa correta C. Emissão de Debêntures para a construção de casas de alvenaria


para comunidades carentes.

3.1.9.11. Letra Financeira (LF)


Resolução 4733
Conceito
Títulos emitido por instituições financeiras, que consiste em promessa de pagamento.
Emissores
Bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de investimento, bancos de desenvolvi-
60
mento, sociedades de crédito, financiamento e investimento, caixas econômicas, companhias
hipotecárias ou sociedades de crédito imobiliário, cooperativas de crédito e pelo Banco Naci-
onal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES);
Remuneração
Taxa de juros fixa ou flutuante, combinadas ou não, bem como em outras taxas, desde
que de conhecimento público e regularmente calculadas, índice de preços; vedada a emissão
com cláusula de variação cambial (exceto quando a LF for emitida com cláusula de subordina-
ção).
Prazo mínimo
24 meses, vedado o resgate total ou parcial antes do vencimento.
É admitido o pagamento periódico de rendimentos em intervalos de, no mínimo, 180
dias.
A Letra Financeira com vencimento igual ou superior a 36 meses pode ser emitida com
cláusula de opção de recompra pela instituição emissora ou de revenda para a instituição emis-
sora, combinada ou não com cláusula de modificação de sua remuneração caso não exercida
a opção, observado o prazo mínimo para exercício de 24 meses e implicará na extinção da LF
a partir do respectivo exercício.
A LF pode ser recomprada pela instituição emissora, a qualquer tempo, desde que por
meio de bolsas ou de mercado de balcão organizado, para efeito de permanência em
tesouraria e venda posterior, até o limite de:

 5% (cinco por cento) do valor contábil das LF por ela emitidas sem cláusula de subor-
dinação; e
 3% (três por cento) do valor contábil das LF por ela emitidas com cláusula de subordi-
nação.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Valor mínimo unitário


 R$ 300.000,00 se contiver cláusula de subordinação;
 R$ 50.000,00 se não contiver cláusula de subordinação.

Letras financeiras originadas de ofertas públicas, inclusive aquelas realizadas com esfor-
ços restritos de distribuição, podem ser admitidas à negociação no ambiente da B3 mediante
processo de listagem.
Não contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos.
Tributação
Os rendimentos produzidos pelas Letras Financeiras serão tributados em Imposto de
Renda sobre resgate, cessão ou repactuação de operações, conforme regras dos títulos de
renda fixa. Não há cobrança de IOF em LF, alíquota de 0% (zero por cento).

3.1.9.12. Letra de Câmbio (LC)


Conceito
Título de crédito pelo qual o emitente (sacador) dá ao aceitante (sacado), ordem de pa-
gar, ao beneficiário investidor (tomador), determinada quantia, no tempo e nos lugares fixados
na cambial (letra de câmbio). Traduzindo, trata-se de um de título de crédito negociável no
mercado. Consiste em uma ordem de pagamento em que uma pessoa ordena que uma se-
gunda pessoa pague determinado valor para uma terceira. Deve trazer, de forma explícita, o
61
valor do pagamento, a data e o local para efetuá-lo.
Na letra de câmbio o emitente é o devedor, a instituição financeira é a aceitante e o
beneficiário é a pessoa física ou jurídica investidora, que nesse caso é a adquirente da cambial
(letra de câmbio). A letra de câmbio é utilizada pela instituição financeira aceitante como ins-
trumento de captação de recursos financeiros para fazer funding (fundo) para empréstimos a
pessoas físicas ou jurídicas.
Por ser um título nominativo, somente é transmissível por endosso em preto.
As LC s podem ser pré ou pós-fixadas, possuem garantia do FGC até o limite estabelecido
e sua tributação é a mesma válida para o CDB, ou seja, há incidência de IOF para aplicações
abaixo de 30 dias e o IR incide conforme o prazo da aplicação de maneira decrescente (de
22,5% a 15%).
As letras de câmbio devem estar registradas junto a B3.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.10. Operações Compromissadas: Lastros; Riscos para investidor


em relação aos demais títulos de emissão de instituições financeiras
RESOLUÇÃO Nº 4.527, DE 29 DE SETEMBRO DE 2016.

São operações de compra (ou venda) de títulos com compromisso


de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em uma data futura,
anterior ou igual à data de vencimento dos títulos.

Exemplo:

62

Lastros das Compromissadas (dentre outros): Títulos Públicos Federais, CDB de outros
bancos, LH, LCI, CCI, Debêntures, Notas Promissórias, CRI, CPR, LCA, CRA.
É vedada a realização, a prorrogação ou a renovação de operações compromissadas com
títulos de emissão ou aceite de instituições ligadas ao banco que realiza a operação compro-
missada com o investidor.
Nas operações compromissadas, pelo menos uma das partes contratantes deve ser
banco múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, socie-
dade de crédito, financiamento e investimento, sociedade corretora de títulos e valores mobi-
liários, sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou a Caixa Econômica Federal,
habilitado para a realização dessas operações.
Tributação:

 Imposto de renda: IR idêntico a todos os títulos de renda fixa.


 IOF idêntico aos demais títulos de renda fixa, haverá a incidência de IOF sobre o valor
de resgate, cessão ou repactuação para as operações compromissadas (conforme ta-
bela regressiva do item 3.5 desta apostila).

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.11. Renda Fixa Internacional


3.1.11.1. Taxas de Câmbio: Relações de Paridade entre as Moedas
Uma taxa de câmbio é um preço. Trata-se do preço de uma moeda expresso em unida-
des de outra moeda. Assim como as mercadorias em geral, o preço da taxa de câmbio é decor-
rente da oferta e da procura.
A taxa de câmbio é, portanto, uma relação de valor entre duas moedas. Como se esta-
belece esta relação? Quem a determina? Como é que ela evolui?
Existem duas teorias para responder a essas perguntas: A Lei do Preço Único e a Pari-
dade do Poder de Compra
A Lei do Preço Único
De acordo com a Lei do Preço Único, na ausência de custos de transporte, mercadorias
exatamente iguais deveriam ter o mesmo preço em qualquer parte do mundo.
Como o preço de muitas mercadorias e de serviços não comercializáveis (non tradebles)
tendem a ser mais baixos em economias pobres, um dólar compra muito mais coisas, por
exemplo, na China, do que nos Estados Unidos.
Assim, a conversão do PIB de um país pobre em dólares a taxas de câmbio de mercado
subestima a verdadeira dimensão de sua economia em termos de produto real (quantidade de
mercadorias produzidas x preço).
Paridade do Poder de Compra (PPC ou PPP)
63
Com o objetivo de corrigir essa distorção foi desenvolvido o conceito de “Paridade de
Poder de Compra”.
Por meio desse conceito, procura-se medir o tamanho real de cada economia elimi-
nando-se as distorções produzidas pelas diferenças de preços.
Numa escala PPP, portanto, o Banco Mundial classifica a China como a segunda maior
economia do mundo, com um PIB de US$ 10 trilhões.
Segundo a teoria da paridade do poder de compra, a relação de valor entre as diferentes
moedas tem origem na capacidade aquisitiva de cada moeda relativamente a um mesmo pro-
duto econômico. Vejamos um exemplo:
No país A, um operário trabalhando durante um dia fabrica uma peça que vale
€1.000,00. Esse é o valor da peça, e é também o valor de um dia de trabalho desse operário.
No país B, um operário com qualificação semelhante, trabalhando durante um dia, fabrica uma
peça equivalente, cujo preço é R$3.000. Como as peças são semelhantes, e tiveram o mesmo
custo de produção, elas terão o mesmo valor quando trocadas a nível internacional, o que faz
com que a relação entre as duas moedas se estabeleça de acordo com a igualdade:
1000 Euros = 3000 Reais
Sendo assim, a taxa de câmbio entre estas duas moedas será:
$1,00 Euro = 3,00 Reais
Paridade é sinônimo de igualdade. O que essa teoria nos diz é que deve existir igualdade
de poder aquisitivo de quantidades equivalentes (através da respectiva taxa de câmbio) de
duas moedas.
Segundo a mesma teoria, no caso de não verificar esta paridade, ocorrerá uma tendên-
cia para alterar a situação, em direção à paridade.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Há vários modos de se calcular a Paridade de Poder de compra entre duas moedas; um


deles é o Índice Big Mac, compilado pela revista The Economist, é uma medida aproximada do
PPP.
Curiosidade
Com base na teoria das paridades de poder de
compra, a revista "The Economist" lançou, em
1986, o índice "Big Mac" que apresenta o po-
der de aquisição de cada moeda relativamente
ao conhecido hambúrguer de origem ameri-
cana. O raciocínio é que 1 dólar deveria com-
prar a mesma quantidade de bens em qual-
quer país, se a paridade das moedas estiver
correta. Assim, a longo prazo há a tendência
das taxas de câmbio se equalizarem para que
os preços da moeda de cada país representem
a mesma cesta de bens.
Bic Mac

Our "basket" is a McDonald's Big Mac, which is produced in about 120 countries. The Big
Mac PPP is the exchange rate that would mean hamburgers cost the same in America as
64
abroad. Comparing actual exchange rates with PPPs indicates whether a currency is under- or
overvalued.
A teoria da Paridade do Poder de Compra (PPC), usada muitas vezes para calcular a “taxa
de câmbio de equilíbrio”, possui uma versão “absoluta” e outra “relativa”. Na versão absoluta,
ela é baseada na “lei do preço único”, segundo a qual, em condições de livre mobilidade entre
fatores, a arbitragem faz com que os preços de um mesmo bem devam ser iguais em dois
países. (Ex.: índice Big Mac). Na versão relativa, a taxa de câmbio entre a moeda doméstica e
a moeda estrangeira se iguala ao quociente entre o poder de compra (nível de preços) da mo-
eda doméstica no próprio país e da moeda estrangeira em seu país de origem. Assim, temos:

1 + Tx de inflação Domestica
Taxa de Cambio Esperada = Taxa Cambio Spot *
1 + Tx de inflação Internacional

Real Dólar
D0
Preço de uma cesta
R$ 1,00 US$ 1,00
=

Inflação = 3% a.a.
D12
Preço de uma cesta R$ 1,15 US$ 1,03
=
de mercadorias

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Nova taxa de câmbio entre os dois países seria


R$ 1,15/US$ 1,03= 1,1165 reais por dólar ou seja:
Taxa Câmbio esperada= 1,00 (1,15/1,03) =1,1165

Nota do Professor: A PPC absoluta é válida se algumas condições prevalecerem. Os mercados


devem ser competitivos, não há custos de transporte ou barreiras ao comércio e os índices de
preços nacionais e estrangeiros considerados devem ser idênticos em termos da composição e
ponderações da cesta de bens de cada país. Ainda, há outra condição necessária para a vali-
dade da PPC absoluta. A hipótese de Fisher deve se verificar, ou seja, as taxas de juros reais
devem ser equalizadas entre os países em consideração. (Holland & Pereira, 1999).
Na prática, os preços das cestas de bens idênticas, quando convertidos a uma moeda única,
diferem substancialmente entre os países. Às vezes, a PPC relativa é uma aproximação razoá-
vel dos dados, mas no geral ela também apresenta fraco desempenho.

DICA PRACTA

Vejamos uma abordagem possível desse item na sua prova.

A taxa de câmbio atual está sendo cotada a R$ 2,00 / US$. Sabendo que a inflação
esperada doméstica para o próximo ano é de 5,5% a.a. e a Inflação internacional es- 65
perada no mesmo período é de 2% a.a., qual seria a projeção da taxa de câmbio?
A. 2,0686.
B. 2,0700.
C. 2,1100.
D. 2,0400.

Alternativa correta: A, pois ao aplicar a formula anterior, corrigindo a taxa de câmbio


atual pela inflação doméstica descontada da inflação internacional 2,00 * 1,055/1,02=
2,0686.

3.1.11.2. Transferência Internacional de Recursos


As pessoas físicas ou jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil, podem
transferir recursos para o exterior em moeda local e em moeda estrangeira.
Alguns cuidados:

 Transferências devem ser realizadas sempre através dos bancos autorizados a operar
no mercado de câmbio e registradas no SISBACEN;
 Os investidores locais devem manter os documentos que amparem as remessas efe-
tuadas, à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 (cinco) anos, devida-
mente revestidos das formalidades legais e com perfeita identificação de todos os sig-
natários;
 As pessoas físicas e jurídicas residentes, domiciliadas ou com sede no Brasil, que pos-
suam valores (ativos em moeda, bens e direitos) fora do território nacional, devem
declará-los ao Banco Central do Brasil, na forma, periodicidade e condições por ele
estabelecidas;

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 Essas operações devem ser realizadas com base em documentos que comprovem a
legalidade e a fundamentação econômica da operação, bem como a observância dos
aspectos tributários aplicáveis, cabendo ao banco interveniente verificar o fiel cumpri-
mento dessas condições, mantendo a respectiva documentação em arquivo no dossiê
da operação, na forma da regulamentação em vigor.

Há transferências com regras especificas, como por exemplo, as transferências financei-


ras relativas às aplicações no exterior por instituições financeiras e demais instituições autori-
zadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil ou realizadas por entidades de previdência com-
plementar.

3.1.11.3. Principais títulos emitidos pelo Tesouro Norte-Americano:


Treasury Bills, Treasury Notes, Treasury Bonds, e TIPS - Treasury Infla-
tion-Protected Securities
Principais características dos títulos, as diferenças entre eles e adequação em função
dos objetivos de investimento do investidor no exterior
U.S. Treasury Bills (ou T-bills)

 Vencimento até 1 ano (52 semanas).


66  Estrutura: Zero Cupom Bond, negociado apenas via desconto sobre o valor de face.
 Valor de Face = US$ 1.000.

Este é o título com menor risco disponível para o investidor americano, utilizado para
aplicações de curtíssimo prazo.
Exemplo: calcule o preço de mercado de um U.S. T-Bill com vencimento em 100 dias
sendo negociada com um desconto de 3% a.a.

1º passo, calcule o desconto de 3% a.a. para 100 dias.

100
3 % a.a. = 0 ,8333 %
360

2º passo, calcule o preço descontando a taxa de desconto correspondente ao período.

preço = 100 − 0,8333% = 99,1667% Yield to maturity (isto é a Taxa Interna de re-
preço = US$ 991.67 torno) será de 3,0251%

U.S. Treasury Notes (T-Notes)


U.S Treasury Notes, ou simplesmente T-NOTES, são os títulos com prazo de vencimento
(maturity date) de 2, 3, 5, 7, e 10 anos, e pagamento de juros semestrais.

 No vencimento, o investidor recebe de volta o valor de face+ os juros remanescentes


devidos.

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O U.S. Treasury de 10 anos é o grande benchmark do mercado dado seu volume alto de
negociação no mercado secundário.

 Treasury Notes são títulos chamados interest-bearing securities, pois pagam juros se-
mestrais sobre o valor de face;
 No vencimento, o investidor recebe de volta o valor de face.

Preço versus Yield to Maturity


O preço de uma nota depende da relação entre o retorno requerido (yield to maturity -
YTM) e a taxa de juros paga semestralmente (Cupom) portanto os títulos são negociados:

 Ao par: se o yield to maturity (YTM) igual ao cupom.


 Deságio: preço inferior ao valor de face - quando o retorno requerido é maior que o
cupom.
 Ágio: preço superior ao valor de face – quando o retorno requerido é menor que o
cupom.

Nota: a negociação e colocação em leilões é similar aos títulos públicos federais brasileiros.

U.S. Treasury Bonds (T-Bonds)

 Treasury bonds são títulos com vencimento acima de 10 anos; 67


 Pagam juros semestralmente;
 No vencimento, (maturity date) o investidor recebe o valor de face;
 Algumas séries de T- Bonds são emitidas com cláusulas de recompra de 5 ou 10 anos
antes do vencimento; isto é, a chamada cláusula de call option, onde o governo pode
recomprar os títulos e o investidor terá obrigação de aceitar, caso a taxa de juros venha
a cair.

TIPS - Treasury Inflation-Protected Securities


Tipo especial de Títulos Emitidos pelo Tesouro Americano (Notes ou Bonds) que são cor-
rigidos pela inflação medida pelo Consumer Price Index (CPI).
Assim como outros títulos de longo prazo do governo, os TIPS pagam juros semestral-
mente e no vencimento (maturity date) e o investidor recebe o valor de face corrigido pela
inflação acumulada.
Sua grande função é proteger o poder de compra do investidor no longo prazo, lem-
brando que os cupons são calculados sobre o valor de face corrigido até a data de pagamento.
Também chamados de "Treasury inflation-indexed securities".
Fonte: http://www.treasurydirect.gov

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RADAR PRACTA

Título Vencimento
US Treasury Bills Até 52 semanas
US Treasury Notes De 2, 3, 5, 7, e 10 anos
US Treasury Bonds Acima de 10 anos
TIPS-Treasury Inflation-Protected Corrigidos pela inflação medida pelo
Securities. Consumer Price Index (CPI).

DICA PRACTA

1. Prazo de emissão dos T-Bonds:


A. Até 52 semanas.
B. Até 5 anos.
C. Entre 1 e 10 anos.
D. Acima de 10 anos

68 Alternativa Correta: D.

2. Visando a estratégia de proteção de longo prazo do poder de compra, o investidor


deve adquirir:
A. T-Bills.
B. T- Notes.
C. T-Bonds.
D. TIPS.

Alternativa correta: D. TIPS- Treasury Inflation-Protected Securities. Tipo especial de


Títulos Emitidos pelo Tesouro Americano (Notes ou Bonds) que são corrigidos pela in-
flação medida pelo Consumer Price Index (CPI).

3.1.11.4. Títulos Brasileiros no Mercado Internacional: Global Bonds


e Eurobonds
Global Bonds
Títulos que podem ser ofertados simultaneamente em vários mercados – europeu, asi-
ático e americano, por exemplo.
Diferentemente dos Eurobonds, os Global Bonds podem ser emitidos na mesma moeda
do país onde será ofertado. Por exemplo: posso emitir global bond denominado em dólares e
ofertado no mercado americano. Pagamento de juros sobre o valor de face, semestralmente.
Estas emissões, por serem globais, exigem volumes altos e, portanto, no caso brasileiro,
são realizadas somente pela República. Os emissores devem ter Risk Rating internacional de
agência especializada.

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Eurobonds
O termo Eurobond é livremente aplicado às obrigações que são oferecidas fora do país
do emissor, e fora do país em cuja moeda os títulos foram indexados. Assim um título emitido
por uma corporação americana, que é valorizado em ienes e oferecido na Alemanha, poderá
ser referido como um Eurobond.
Fonte: Cálculo Financeiro das Tesourarias
Características:

 Títulos de renda fixa que são emitidos no Euromercado, com prazo mínimo de um ano;
 Emissores no mercado de Eurobonds incluem corporações não financeiras, bancos, go-
vernos soberanos, estados e municípios e entidades supranacionais como o Banco
Mundial;
 São emitidos fora da jurisdição de qualquer país específico, apesar de serem listados
em bolsa – geralmente Luxemburgo, Londres ou Zurique, para atender a exigências
legais de investidores;
 As operações de lançamento são realizadas por um sindicato de bancos tendo um
banco coordenador da emissão pública;
 Pagamento de juros sobre o valor de face, semestralmente.

DICA PRACTA 69

Vejamos uma abordagem possível desse item na sua prova.

A “VENTO E PUPA” fechou hoje uma captação externa com a emissão de bônus no
valor de US$ 750 milhões. Os papeis, que tem prazo de dez anos, foram vendidos ao
preço de $ 99,209 e serão listadas no mercado alternativo de Bolsa de Luxemburgo
(Euro MTF). Os bonds terão cupom de 9,5% ao ano, pagos semestralmente. Participa-
ram da operação como bancos coordenadores o Citi, Itaú, Santander, Banco do Brasil
e Bradesco BBI. O spread over U.S. Treasury foi de 678.4 basis points. Maturity date:
April 23, 2029”.
Analisando esta notícia é correto afirmar que:
A. Trata-se de uma emissão de Global Bonds cuja rentabilidade para o emissor
será de 9,625% a.a.
B. É uma emissão denominada Eurobond com rendimentos maiores que 9,5%
a.a.
C. É uma emissão denominada Eurobond com rendimentos menores que 9,5%
a.a.
D. É uma emissão de Global Bonds cuja rentabilidade será de 9,5%.

Alternativa correta: B, pois se o título foi vendido com desconto sobre o valor de face
de 100%, é porque o yield to maturity (taxa de retorno) para o investidor será maior
que o cupom.

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3.1.11.5. Outros títulos: Certificates of Deposit (CD) e Commercial


Papers (CP)
Certificates of Deposit (CD)
Instrumento de dívida de curto prazo emitido por Bancos:
Estes títulos pagam juros, prefixados ou pós-fixados. Podem ter pagamentos de juros
periódicos ou no vencimento. O mais comum é observarmos emissões de curto prazo. Seus
juros são calculados pro rata pelo número de dias da aplicação. Ao adquirir estes títulos, aten-
tar se a base de cálculo dos juros, de 360 dias ou 365 dias.
Vários bancos brasileiros têm programas de emissão pública de CD no exterior.
No caso de bancos americanos, este depósito conta com a garantia do FDIC - Federal
Deposit Insurance Corporation – que garante depósitos de até US$ 250.000,00 por instituição
financeira membro do fundo. Prazos geralmente de 1 ano até 5 anos são os mais comuns.
Podem ser negociados no mercado secundário, pois “solicitações de Resgate Anteci-
pado” estão sujeitas a pênaltis e condições de mercado.
EURO CD
Os Euro Certificates of Deposit são títulos de curto prazo emitidos no Euromercado. São
emissões realizadas por entidades financeiras, principalmente bancos de grande porte. Na
maioria das vezes, são denominados em dólares, mas podem também ser emitidos em outras
moedas importantes no contexto internacional, como Euro, iene etc.
70
Commercial Papers (CP)
Comumente instrumentos de dívida de curto prazo, emitidos por empresas não finan-
ceiras. São títulos Zero Cupom, assim, seu preço de aquisição se dá através do desconto do
valor de resgate pela taxa de juros desejada.
Várias empresas americanas utilizam este instrumento para obtenção de funding de
curto prazo, pois um dos benefícios deste instrumento é que não há necessidade de registro
junto a Securities and Exchange Commission (SEC) para títulos com vencimento de até 270 dias.

3.1.11.6. Repos (Repurchase Agreements)


O contrato conhecido como Repurchase Agreeements (REPO) é o que no Brasil chama-
mos de Operações Compromissadas conforme visto no item 3.1.10 desta apostila.
Economicamente, esta operação é similar a um empréstimo, no qual o comprador do
título com compromisso de revendê-lo no futuro está realizando uma operação de emprés-
timo para o vendedor do título com uma garantia: o título que lastreia a operação de REPO.
No mercado internacional, a grande maioria dos REPOS é realizada tendo como lastro
Treasury ou Government Bills, Corporate e Treasury/Government bonds, e stocks/shares
(ações) com o cuidado de que as operações que têm como lastro ações não têm a mesma
característica de risco com garantias como no caso de títulos de primeira linha como lastro.
“Repos are transactions used for short-term funding, and typically involve the sale of U.S.
government debt for cash and the subsequent repurchase of the same or a similar security. In
a tri-party arrangement, a third-party function as the agent for the transaction and holds the
security as collateral.”

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

DICA PRACTA

Como esse assunto poderá ser explorado na sua prova.

Analisando os instrumentos de dívida privada denominados CD - Certificates of Depo-


sit e CP - Commecial Papers é correto afirmar que:
A. São emitidos por bancos sendo Certificate of Deposit de curto prazo e Com-
mercial Papers de longo prazo.
B. São emitidos por empresas não financeiras sendo Certificate of Deposit de
curto prazo e Commercial Papers de longo prazo.
C. Certificates of Deposit são emitidos por bancos e Commercial Papers por em-
presas não financeiras.
D. Certificates of Deposit são emitidos por empresas não financeiras e Commer-
cial Papers por bancos.

Alternativa correta: C.

3.1.12. Os Riscos em aplicações de Renda Fixa

Risco de Risco Risco de Risco de


Crédito Operacional Mercado Liquidez 71

Risco País Risco Cambial

3.1.12.1. Risco de Crédito


O Risco de crédito está presente em todo instrumento de renda fixa, pois estes títulos
representam para o emissor uma dívida, e para o investidor um crédito a receber.
Risco de Crédito: é a possibilidade de um investidor não receber os valores (principal e
juros) prometidos pelos emissores dos títulos da carteira.

3.1.12.1.1 Definição de solvência e inadimplência


Solvência: é a capacidade de um devedor para cumprir os compromissos financeiros
assumidos.
Inadimplência ou Default: é o não pagamento até a data de vencimento de um com-
promisso financeiro.

3.1.12.1.2 Mensuração do risco de crédito


Basicamente, podemos identificar três modelos de mensuração e gerenciamento do
risco de crédito:

1. Modelos de classificação de risco


Buscam avaliar o risco de um tomador ou operação, atribuindo uma medida que repre-
senta a expectativa de risco de default, expressa na forma de uma classificação (rating) ou

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

pontuação (score). Estes modelos são utilizados pelos bancos em seus processos de concessão
de crédito.
Credit scoring
Pondera diversas variáveis e classifica as pessoas físicas em duas categorias principais: as
que, potencialmente, têm condições para honrar o empréstimo concedido e as que, potenci-
almente, não têm tal condição.
Behavior Scoring
É uma ferramenta estatística que permite prever o desempenho da operação de crédito, ba-
seada no comportamento passado do cliente e a possibilidade de modificação do relaciona-
mento no futuro.

2. Modelos estocásticos
Têm por objetivo avaliar o comportamento estocástico (ou seja, baseado em probabili-
dades) do risco de crédito ou das variáveis que o determinam. Esses modelos são utilizados
pelos bancos principalmente para precificar títulos e derivativos de crédito.

3. Modelos de risco de portfólio


Permitem que o risco de crédito seja mensurado na carteira como um todo, conside-
rando os efeitos da diversificação produzidos pelas correlações entre os ativos da carteira. Es-
ses modelos são também utilizados para cálculo do capital a ser alocado pela instituição finan-
72 ceira.

3.1.12.1.3 Spread de crédito e probabilidade de inadimplência (impactos sobre a for-


mação de preços)
Spread de crédito é o rendimento adicional que um investidor pode obter de um título
com maior risco de crédito, em relação a um título considerado sem risco de crédito, o risk
free.
A quantificação do spread de crédito leva em conta a probabilidade do default, ou seja,
do emissor não honrar sua dívida na data combinada. Quanto maior a probabilidade, maior o
spread de crédito. Isto significa que o investidor que comprar uma debênture classificada como
de risco médio de crédito, irá exigir uma remuneração maior do que o investimento em de-
bênture de baixo risco.

3.1.12.1.4 Capacidade de pagamento (alavancagem, endividamento, estrutura de ca-


pital e geração de caixa)
A alavancagem financeira é o nível de endividamento utilizado para a maximização do
retorno do capital investido. Diz-se que uma empresa tem muita alavancagem financeira
quando recorre a muito endividamento externo para financiar os seus ativos. O índice de en-
dividamento é o principal indicador de alavancagem financeira.
O Endividamento, ou Grau de Endividamento, é um indicador de saúde financeira se-
melhante ao índice Capital de Terceiros/Ativo. Ele mede o quanto uma empresa tem em dívida
sobre seu patrimônio e ativo circulante.
Estrutura de capital é a junção entre o capital próprio e o total de recursos de terceiros
que está sendo utilizado em um determinado momento histórico para financiar os ativos de
uma organização.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Geração de caixa é a geração de caixa de uma empresa em determinado exercício, pode


ter várias origens, a começar pela mais natural e esperada, que se dá através da sua atividade
principal, vendendo produtos e gerando receitas operacionais. Além disso, é possível gerar
caixa via operações não recorrentes, como venda de ativos obsoletos, aumento de capital via
subscrição de novas ações, recebimento de dividendos de empresas nas quais possui partici-
pações, dentre outras possibilidades. O que o EBITDA2 nos possibilita identificar é justamente
a capacidade que a empresa tem de gerar caixa através da sua atividade principal, excetuando-
se fatores não recorrentes, fiscais e financeiros.

3.1.12.2. Ratings e sua influência sobre preços dos ativos


O Risk Rating é uma metodologia de avaliação de crédito, que utiliza informações ca-
dastrais, econômico-financeiras, comportamentais, macroeconômicas e setoriais referentes
aos clientes em modelos estatísticos por meio dos quais os clientes são agrupados em classes
homogêneas de risco.
Para cada uma dessas classes é indicada uma probabilidade de perda, o que permite
cobrar spreads de acordo com as diferentes classes de risco. O Risk Rating pode utilizar ainda
modelo julgamental, em que a determinação do risco-cliente leva em conta tanto análises
quantitativas como qualitativas, apoiadas em visitas às empresas, análises do grupo econô-
mico e das perspectivas setoriais macroeconômicas.
Este método surgiu entre os bancos americanos por volta da década de 50. Existem 73
muitas empresas e sistemas espalhados pelo mundo que fazem a classificação de riscos de
empresas e países.
As três agências de classificação de risco de maior visibilidade são a Standard & Poor's,
a Moody's e a Fitch Ratings.

ESCALA GLOBAL DE CLASSIFCAÇÃO DE RISCO DE CRÉDITO


Fitch Standard &
Moody´s Significado
Ratings Poor´s
Aaa AAA AAA Mais Alta qualidade
INVESTMENT

Aa AA AA Alta qualidade
GRADE

A A A Qualidade média alta

Baa BBB BBB Qualidade média

Predominantemente espe-
Ba BB BB
culativo
NON INVESTMENT

B B B Especulativo
Caa CCC CCC Inadimplemento próximo
GRADE

Mais baixa qualidade, sem


C C C
interesse
DDD DDD Inadimplente, em atraso
DD DD Inadimplente, em atraso
D D Inadimplente, em atraso

2
EBITDA: Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization, ou em bom português, Lucro An-
tes dos Juros, Imposto de Renda, Depreciação e Amortização.
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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Grau de investimento (a partir da nota BBB/Baa)


O chamado "rating" global internacional, de um país ou empresas é a avaliação de de-
terminada agência do risco deste emissor não pagar os títulos de longo prazo emitidos no mer-
cado internacional.
Esses países também são encaixados em categorias. Se a agência considera um país
como "bom pagador", ele é classificado na categoria "grau de investimento". Se é visto ape-
nas como um pagador de risco razoável, fica na categoria "grau especulativo", que também
inclui nações que declararam moratória de suas dívidas.
As agências monitoram constantemente os países ou empresas. Dessa forma, quando
lançam um "rating", também avisam quais as chances dessa nota ser revisada no curto prazo.
Se o panorama é positivo, significa que a nota tem maiores chances de ser melhorada.
Se é negativo, as maiores chances são de que haja um "downgrade" (seja revisada para
baixo, uma nota pior).

Spread de Crédito e Probabilidade de inadimplência (impacto sobre formação de preços)

A variação do rating de crédito impacta preços: As agências classificam os diferentes


ativos em duas classes de risco (“grau de investimento” e “grau de especulação”), ambas
com variações (escalas de “A” a “D” ou de “A” a “C”, nas quais a nota “A” é sempre a melhor
74 classificação). A classificação atribuída pelas agências é um dos elementos que afetam o prê-
mio de risco e, consequentemente, o preço dos ativos.

Retorno
ELEVAÇÃO da classificação PREÇO
Requerido
de risco CAI SOBE

Retorno PREÇO
QUEDA da classificação de
Requerido CAI
risco
SOBE

Elevação do rating significa valorização de preços do título no mercado secundário.


Queda do rating implica na desvalorização de preços do título no mercado secundário.
Spread de Crédito: A lógica da formação de preço de ativos com risco de crédito pelo inves-
tidor:

Spread pelo
Retorno do Retorno
Retorno do risco de
ativo livre total
risco país crédito do
de risco requerido
emissor

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

DICA PRACTA

Considere um investidor que adquiriu Eurobonds da Companhia “A”, com classificação


de baixo risco de crédito. Diante de bruscas alterações na taxa de câmbio, a empresa
apresentou grandes prejuízos, consequentemente, sua capacidade de pagamento de
dívidas se deteriorou e sofreu um rebaixamento na classificação do rating. Podemos
afirmar que:
A. O investidor sofrerá impacto negativo na marcação a mercado deste título.
B. A empresa terá que aumentar a remuneração das emissões já realizadas.
C. Não há impacto para o investidor, uma vez que não houve alteração nas taxas
de juros.
D. Não há impacto para o investidor, pois a empresa não está em default ainda.
Alternativa correta: A. Diante de um rebaixamento do risk rating, o mercado secundá-
rio irá requerer aumento de remuneração, portanto, o preço dos títulos já emitidos irá
cair, com impacto na Marcação a Mercado.

3.1.12.3. Risco Operacional


Refere-se às perdas potenciais resultantes de sistemas inadequados, falha da gerência,
controles defeituosos, fraude e erro humano. Relacionados ao risco operacional, existem vá-
rios casos de falhas operacionais com relação ao uso de derivativos, caracterizadas por transa-
ções alavancadas, ao contrário das transações à vista. Um negociante pode fazer comprome- 75
timentos muito grandes em nome da instituição financeira, gerando exposições futuras enor-
mes, utilizando pequeno volume de dinheiro. Outro risco operacional que os investidores cor-
rem é com a documentação de seus investimentos e controles de registros.

3.1.12.4. Risco de Mercado


É o risco de que mudanças nos preços e nas taxas no mercado financeiro reduzam o
valor das posições de um título ou de uma carteira. O risco de mercado de um título de renda
fixa será aumentado com o prazo do título.
Como já aprendemos no passado, há uma relação inversa entre os movimentos das ta-
xas de juros e dos preços (PU) dos títulos de renda fixa. Esta relação é amplificada quanto mais
longo for o título.
Risco de mercado pode ser medido das seguintes formas:
a) Risco de Mercado Relativo é uma medida do “descolamento” dos rendimentos de
uma carteira de investimentos em relação a um índice utilizado como benchmark. Por exem-
plo, comparar a rentabilidade de um fundo multimercado com a rentabilidade da Taxa DI do
mesmo período;
b) Risco de Mercado Absoluto mede as perdas nominais (medidas em valor monetário
ou porcentagem de variação) de uma carteira de investimentos sem qualquer relação a índices
de mercado. Por exemplo, rentabilidade negativa de 2% ou perda de R$ 1.000,00.
Você verá em Gestão de Carteiras que o Desvio Padrão mede o risco absoluto de uma
carteira de investimentos e o VaR dará o limite de perda esperada de um investimento.

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3.1.12.5. Risco de Liquidez


“Um mercado líquido permite aos seus participantes realizarem um grande volume de
negócios com pequeno impacto sobre seus preços.”
O conceito de liquidez está associado à capacidade de comprar/vender um título sem
afetar substancialmente o preço. O risco de liquidez surge quando não for possível ao investi-
dor concretizar uma negociação pelos preços vigentes de mercado, em razão da operação ex-
ceder ao volume geralmente aceito naquele período.

O risco de liquidez tem como consequências:


 Prejuízos inesperados, uma vez que não se obtém o preço justo de mercado para um
ativo;
 Prejuízos inesperados no procedimento de marcação a mercado, já que não existe
uma referência precisa do preço do ativo.

Fatores que contribuem para um mercado ser líquido:


 Mercado secundário ativo e com grandes volumes diários de negociação daquele
ativo;
 Ambiente financeiro moderno, seguro e fiscalizado, com sistemas de liquidação e cus-
tódia organizados;
76  Existência de um mercado de derivativos ativo, que contribua para transferência do
risco;
 Ambiente macroeconômico estável e que gera confiança dos investidores.

A formação de preços no mercado secundário é definida pela liquidez apresentada pelos


ativos. O reflexo da dificuldade em negociar o volume desejado é verificado de imediato na
queda dos preços destes ativos.

3.1.12.6. Risco País


Risco Soberano – Conceito
Ao adquirir ativos de emissores de outros países, ou ativos emitidos em outros países, o
investidor se expõe também ao denominado risco soberano, determinado principalmente por
restrições que um país pode impor aos fluxos de pagamentos externos. Estas restrições po-
dem ocorrer em termos de volume máximo de pagamentos, tipo de moeda que o investidor
poderá ou não receber seus rendimentos e principal, ou até mesmo decretação de moratória
de todas as dívidas quer sejam privadas ou públicas.
O risco soberano pode ser entendido como um tipo de risco de crédito. A decisão do
governo em declarar unilateralmente a suspensão de qualquer pagamento de dívida em mo-
eda estrangeira a credores externos é uma explicação clara de risco soberano. Desta forma,
nas operações com emissores de países estrangeiros, deve ser avaliado, além do risco de cré-
dito do emissor do título, o risco soberano do país no qual se situa o devedor. A qualidade dos
dois deve ser boa para que a operação seja aprovada.

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DICA PRACTA

Na prova, esse assunto poderá ser abordado assim.

Assinale quais dos eventos abaixo representam Risco Soberano


I. Queda abrupta das ações na bolsa de valores pelo temor de quebra do setor fi-
nanceiro americano.
II. A Bolívia decidiu nacionalizar a exploração dos negócios de petróleo e gás no país
e Petrobrás tem seus bens confiscados.
III. O País A, diante da queda das exportações, suspende qualquer remessa de recur-
sos ao exterior.
IV. Empresa B deixa de honrar suas dívidas externas diante de perdas de seus volu-
mes de exportação para China.
A. I e II.
B. II e III.
C. III e IV.
D. I, II e III.

Alternativa correta: B. Evento descrito no item (I) refere-se ao risco de mercado siste-
mático; a afirmação (IV) refere-se a risco de crédito de empresa e não soberano.

3.1.12.7. Risco Cambial 77


Os investidores locais que realizarem investimentos no exterior estão correndo o risco
de valorização da moeda local versus a moeda estrangeira, por outro lado, num cenário de
desvalorização da moeda local, terão seus investimentos corrigidos pela variação da moeda
em que seus ativos estão aplicados.
Aqui vale ressaltar que, diante de um ambiente econômico de normalidade e otimismo,
o investidor brasileiro que realizar investimentos no exterior, indexados em outras moedas,
poderá incorrer em perdas, caso ocorra uma valorização do Real.

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Vejamos um exemplo:

Câmbio R$/US = 2,00

D0 - Investidor brasileiro D0 - Cotação da ação da


remete recursos para o R$1000 US$ 500 Microsoft = U$12,50 Ad-
exterior e compra ações quiriu 40 ações
da Microsoft 1

15,2% de alta em 44% de alta


REAIS 2 em DÓLARES

R$1152 US$ 720

D180 - Investidor brasi- 3 D180- Cotação da ação da


leiro realizou o lucro e Microsoft = U$18,00. In-
remeteu recursos para o vestidor vende as ações e
Brasil, agora com taxa recebe dólares equivalen-
78 de câmbio de tes.
R$1,60/US$ Câmbio R$/US = 1,60

Conclusão: uma parte do ganho da valorização das ações foi “reduzido” pela valorização do
real.

3.1.13. Análise de Títulos de Renda Fixa


Introdução
As variáveis principais que definem um bônus são: preço, prazo de maturação, cupom,
frequência do cupom, forma de pagamento do principal, além da moeda.
O Preço de um título é normalmente cotado em porcentagem do par (100%) ou em
dólares por US$ 100.00 ou por US$ 1.000.00 (ou na moeda de denominação) e, idealmente,
deve representar o valor presente dos fluxos de caixa que compõem aquele instrumento.
O Prazo de maturação é o tempo de vida remanescente do título até o seu vencimento,
normalmente medido em anos.
O Cupom é a taxa nominal de juros que incide sobre o principal devido do título a cada
ano, podendo ser fixo, flutuante (LIBOR mais spread, por exemplo), variável (a taxa assume
valores predeterminados ao longo da vida do título) ou mesmo zero (os chamados bônus de
desconto puro ou zero-coupon bonds).
A Frequência do cupom determina se os juros são pagos mensalmente, semestralmente
ou anualmente.
A Forma de pagamento do principal define o processo de amortização do papel.
A forma mais comum é a amortização do título BULLET, ou seja, o valor de face (principal
da dívida) é pago em uma única parcela na data de maturação do título. Existem outras formas,
como a amortização em parcelas iguais depois de um período de carência, parcelas pequenas

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ao longo da vida do título seguidas de uma parcela mais significativa na data de vencimento
do título, e inúmeras outras modalidades de amortização.
A moeda define a denominação do principal e dos juros, em que moeda estes devem
ser pagos.
Um Título de Renda Fixa é, portanto, um empréstimo comum, uma promessa de paga-
mento futuro do emissor, com uma taxa de juros, um prazo e um vencimento.
A diferença é que os títulos de Renda Fixa são padronizados e tem um mercado secun-
dário organizado, podendo ser inclusive listado em bolsa, e geralmente gozam de senioridade
frente às demais dívidas do emissor. Já um empréstimo tem um mercado secundário mais es-
casso e pode apresentar diferentes características de subordinação diante dos demais débitos
do emissor, além de atingir menos investidores em potencial.
O objetivo deste item do programa é entender e explicar os conceitos de Yield to Ma-
turity, Current Yield e Coupon Rate, bem como calcular e interpretar tais valores.
O rendimento de um título de renda fixa se dá de duas maneiras:

(i) Os juros nominais pagos a cada período (cupom); e


(ii) O Ganho de Capital oriundo da variação entre o preço de compra e o seu valor
do papel no vencimento, que é 100% ou ao par.

3.1.13.1. Yield to Maturity, Current Yield e Coupon Rate


79
Yield to Maturity (YTM)
A combinação dessas duas fontes de ganho nos fornece a primeira e mais importante
das ferramentas analíticas no mercado de títulos, a yield to maturity (YTM), ou rendimento até
o vencimento.
YTM é a taxa interna de retorno do investimento em um título, ou seja, é aquela taxa
que iguala o preço do título hoje à soma do valor presente de todos os fluxos futuros.
O cálculo do Yield to Maturity (YTM) é idêntico ao cálculo da TIR - Taxa Interna de
Retorno de um fluxo de caixa, onde é fundamental sabermos: o preço de negociação, o valor
e as datas dos pagamentos dos cupons (se houver) e o valor e data do resgate.
Exemplo: considere um Bond com valor nominal de $1000 e 3 anos de maturity date,
com cupom anual de 6% pagos semestralmente, cujo preço de mercado é 103,75% do valor
de Face.

Primeiro passo: construir o fluxo de caixa


Preço D0 = $1037,50
Vencimento+ $1000,00 + juros semestrais
Cupom semestral =1000*6%/2= $30,00

30 30 30 30 30 1,030
1,037.5 =
1+
2
+
( ) ( ) ( ) ( ) ( )
i 1+ i
2
2 +
1 + i
2
3 +
1 + i
2
4 +
1 + i
2
5 +
1 + i
2
6

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Segundo Passo: Achar a TIR


(HP12C): Resolvendo esta equação obtemos que YTM
PV= ($1037,50) deste bond é 2,32% no semestre e 4,65% ao
N= 6 semestres ano.
PMT= $30 Juros simples para o cálculo do cupom semes-
FV=1000,00 tral, e na sequência continue fazendo os cál-
I =? Resposta 2,32% ao semestre culos na HP.
Ou seja 4,65% a.a.

O que contribui para que YIELD TO MATURITY (YTM) seja diferente da remuneração anual
do cupom de um título internacional?

O preço do Bond no Mercado secundário, está oscilando em relação ao valor


de face de 100%

YTM > Coupon Interest Rate Preço< Valor de Face Negociação com
=
Desconto ou deságio
80

YTM < Coupon Interest Rate Preço> Valor de Face = Negociação com Ágio

Ganho anual do fluxo de caixa (cupom) dividido pelo preço atual de


negociação dos títulos (interest or dividends).

Current Yield =
Annual Cash Inflows Ou Cupom anual
Current Yield = seja preço de mercado
Market Price

Veja que interessante, o Current Yield calcula o retorno considerando o fluxo de caixa
de um ano versus o preço (desembolso atual) e não o valor de face, representa o retorno para
o investidor se permanecer com o título durante um ano.
Esta medida não é uma aferição precisa do retorno do título, pois o preço de mercado
está mudando constantemente diante de fatores macroeconômicos, mas dá uma dimensão
do custo de carregar o título.
Voltando ao nosso exemplo: Considere um Bond com valor nominal de $1000 e 3 anos
de maturity date, com cupom anual de 6% pagos semestralmente, cujo preço de mercado é
103,75% do valor de face.

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6% a.a.
Current Yield = *100 = 5,78% ou
103,75%
$60
Current Yield = *100 = 5,78%
$1037,5

Issue Maturity Interest Price


Security Type Yield %
Date Date Rate % Per $100
5-YEAR NOTE 06-30-2009 06-30-2014 2.625 2.700 99.651.404
7-YEAR NOTE 06-30-2009 06-30-2016 3.250 3.329 99.510.316
3-YEAR NOTE 06-15-2009 06-15-2012 1.875 1.960 99.753.523
30-YEAR BOND 05-15-2009 05-15-2039 4.250 4.288 99.361.980

YIELD TO MATURITY
5-YEAR NOTE Vamos calcular o YTM e ver se está batendo com a tabela acima?
PV = (99,651404)
N = 10
PMT = 1,3125 (cupom dividido por 2 = 2,625/2)
FV = 100
i=? Resposta: 1,35 ao semestre, portanto, multiplicando por 2(dois) = 2,70%

Cupom anual
81

Current Yield =
preço de mercado
Current Yield = (2,625/99,651404) * 100 = 2,6342% ao ano

YIELD TO MATURITY
30-YEAR NOTE Vamos calcular o YTM e ver se está batendo com a tabela acima?
PV = (99.361980)
N= 60
PMT= 2,1250 (cupom dividido por 2 = 4,250/2)
FV=100
i=? Resposta: 2,1440% ao semestre; 4,2880% ao ano

Cupom anual
Current Yield =
preço de mercado

Current Yield = (4,250/ 99.361980) * 100 = 4,2773% ao ano.

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DICA PRACTA

1. Considere uma Treasury Note com valor de face de $100.000, 10 anos de prazo até
o vencimento e cupom de juros de 6% ao ano pago semestralmente. A rentabilidade
exigida pelo mercado para esse título é de 4,50% ao ano. Calcule o valor de mercado
deste título.
A. 111.972,80.
B. 111.866,90.
C. 82.795,10.
D. 112.020,20.

Alternativa correta: A.
N=20
PMT= 3
FV= 100
i= 2,25% ao semestre
PV= 111,9728, considerando um Valor de face de 100.000,00 preço será $111.972,78

2. Considere uma Treasury Note de 5 anos com valor de face de $100.000,00 pagando
taxa de juros semestrais de 4,5% a.a., sendo negociada a 98,50% do seu valor de face.
O seu Yield to Maturity e Current Yield são respectivamente:
A. 4,50% a.a. e 5,00% a.a.
82 B. 4,84% a.a. e 4,57% a.a.
C. 3,55% a.a. e 4,80% a.a.
D. 5,25% a.a. e 2,28% a.a.

Alternativa correta: B.
(a) YTM: FV= 100; n= 10; PMT = 2,25; PV=(98,50) i= semestral?
I sem= 2,4207 proporcional a 4,8414% a.a.,
(b) Current Yield = (4,5/98,50)*100= 4,5685

3.1.13.2 Relação entre prazos dos títulos, taxas de juros, risco de


crédito e formação de preços
Impactos de taxas de juros e prazo médio no PU dos títulos
Como em qualquer operação de desconto, quanto maior a taxa, menor será o valor pre-
sente.
Há uma relação inversa entre a oscilação da taxa de juros e o novo preço de mercado de
um título.

Taxa de juros Preço


Sobe Preço Taxa Sobe
Cai Cai

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Valor futuro
Valor de Mercado =
Outro componente importante do valor
de mercado é o prazo médio (*Dtx de mercado)F

Taxa de emissão original do CDB: 12% a.a.

Prazo = 12 meses Prazo = 6 meses


Descontar o VF Descontar o VF
pela taxa de pela taxa de 20%
20% Valor de resgate
Valor de resgate R$ 1.058,30
R$ 1.120,00

Vencimento 12 Vencimento
Preço mercado meses 6 meses
R$933,3333 Preço mercado
R$966,09

Descontar o VF Descontar o VF
pela taxa de 10% pela taxa de
Valor de resgate
10% Valor de resgate
R$ 1.120,00
R$ 1.058,30

83

Vencimento Vencimento
Preço mercado 12 meses Preço mercado 6 meses
R$ 1.018,18 R$ 1.009,05

Conclusão: quando a taxa de juros SOBE, todos os títulos já emitidos apresentarão


QUEDA no preço de mercado, mas os títulos mais longos PERDEM MAIS.
Quando a taxa de juros CAI, todos os títulos já emitidos apresentarão AUMENTO no
preço de mercado, mas os títulos mais longos GANHAM MAIS.

RADAR PRACTA

Os preços e respectivos retornos dos ativos de renda fixa, dependem de vários com-
ponentes. Os mais relevantes são:
 Risco de crédito;
 Oscilação das taxas de juros; e
 Prazo médio do título.

Melhora do Risk Rating significa valorização de preços do título no mercado secundário.


Queda do Risk Rating implica na desvalorização de preços do título no mercado secun-
dário.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Impacto da oscilação das taxas de juros nos preços do mercado secundário de títulos e prazo

TAXA DE JUROS, PRAZO, DETERMINA A


DETERMINA A DIREÇÃO INTENSIDADE

TAXA
JUROS PREÇO TÍTULOS MAIS LONGOS terão
CAI SOBE MAIOR GANHO (valorização do
preço)

TAXA PREÇO
JUROS TÍTULOS MAIS LONGOS terão
CAI
SOBE MAIOR PERDA (desvalorização
do preço)

Entender, explicar, calcular e interpretar os conceitos de Duration de Macaulay


e Duration Modificada, relacionando-os com outras variáveis de mercado, com
o intuito de fazer uma recomendação de investimento.

84
3.1.13.3. Duration de Macaulay e Duration Modificada
Existem dois conceitos de Duration, quais sejam:
1) A Duration de Macaulay como medida de tempo;
2) A Duration modificada que mede o risco de um título de renda fixa.

Duration: é definida como o prazo médio das operações ponderado pelo valor presente
dos fluxos de caixa de um título ou carteira de investimento, descontados à taxa de juros de
mercado. Enquanto a maturidade considera apenas o prazo para o vencimento do principal, a
Duration leva em conta, além do principal, os pagamentos intermediários de juros e amortiza-
ções, e os pondera pelo prazo de cada fluxo. Representando, portanto, uma melhor ferra-
menta de avaliação de descasamentos de prazos.
Veja a fórmula da Duration:
Fj= Fluxo de caixa conhecido nos respectivos
n prazos (d1, d2, d3...)
Fj
ij= taxa de juros de mercado, usada para des-
∑ dj × dj
j=1 (1 + i j ) contar cada fluxo futuro e trazer a valor pre-
Duration= sente.
PV
dj= cada prazo de recebimento
PV= Preço de mercado (valor presente)

Fonte: Cálculo Financeiro das Tesourarias – José Securato

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

n
Pt * T t
 (1 + i ) t Sendo Pt é o valor do pagamento, Tt o prazo do
D = t =1
n pagamento,
Pt
 t =1 (1 + i ) t e i é o Yield to Maturity (ou a taxa de desconto
vigente no mercado).

Não se assuste! Vamos entender o cálculo, pois pode ser solicitado a você realizá-lo.
Provavelmente a fórmula referente a Duration de Macaulay estará disponível em sua folha de
fórmulas.
Exemplo 1 de cálculo da duration
Vamos calcular a duration de um título que paga cupom anual de 6% a.a., com valor de
face de R$ 1.000,00 e vencimento final de 5 anos. Taxa de mercado 5% a.a.

A B A*B
Prazo
Fluxo PV PV * Prazo
(anos)
1 60 (R$ 57,14) 57,14286
2 60 (R$ 54,42) 108,84354
3 60 (R$ 51,83) 155,49077
4 60 (R$ 49,36) 197,44859 DURATION 85
5 1060 (R$ 830,54) 4.152,68868 É 4.48 ANOS
(R$ 1.043,29) 4.671,61444
Duration = 4.671,6144/ 1.043,2948 = 4,48

Fazendo pela Fórmula do desconto dos fluxos ponderados pelo tempo:

Propriedades fundamentais da Duration


A Duration leva em conta tanto o prazo de vencimento do título como os diversos paga-
mentos intermediários (o fluxo de caixa).

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

O quadro a seguir mostra o cálculo das Durations do título para diferentes prazos e di-
ferentes taxas de juros de mercado, de um título com valor de face de $1000, que paga cupons
semestrais.

Juros 2 anos 4 anos 8 anos


8% a.a. D = 1,89 D = 3,50 D = 6,06
9% a.a. D = 1,88 D = 3,45 D = 5,87
10% a.a. D = 1,86 D = 3,40 D = 5,69
11% a.a. D = 1,85 D = 3,36 D = 5,52
12% a.a. D = 1,84 D = 3,29 D = 5,26
Fonte: Alexandre Assaf Neto

Exemplo 2 de cálculo da duration


Vamos considerar uma carteira com 3 títulos de renda fixa

 Título 1: LTN com fluxo de caixa no vencimento em 40 dias = $1.580


 Título 2: CDB com fluxo de caixa no vencimento em 60 dias de $1.300
 Título 3: Debênture de empresa com Fluxo de caixa em 180 dias de $2.700

F1=1580 F2=1300 F3=2700


86 Fluxo de caixa

D0 d1=40 dias d2=60 dias d3=180 dias

A B A*B
Prazo (dias) Fluxo PV (0,04% ao dia) PV * Prazo Duration = 590.592,22 / 5.336,57
40 1580 R$ 1.554,93 R$ 62.197,05 Duration = 110,67
60 1300 R$ 1.269,18 R$ 76.150,65
180 2700 R$ 2.512,47 R$ 452.244,53
R$ 5.336,57 R$ 590.592,22
Duration = 111 dias.

Observe que neste caso utilizamos para descontar a taxa de juros ao dia porque o
tempo está sendo medido nesta unidade.
A principal restrição que envolve a duration é o pressuposto de que as taxas de juros
do mercado são constantes para qualquer prazo e, ao observarmos o comportamento dos
contratos futuros de juros, podemos perceber que isso não é verdade.
Muitos administradores trazem cada fluxo de caixa estimando a respectiva taxa de ju-
ros prefixada para cada período, considerando o mercado futuro da B3. Nós vamos simplifi-
car os cálculos e considerar sempre uma taxa única para todos os prazos.

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

RADAR PRACTA

Dentre as propriedades da duration, destacamos:


Conforme se eleva o prazo de vencimento do título, a Duration também cresce, mas
a uma velocidade menor:

 A Duration de um título mantém uma relação inversa com as taxas de juros


de mercado. Conforme se elevam os juros, a Duration diminui, em razão da
perda de importância relativa dos fluxos de caixa mais distantes quando des-
contados a taxas maiores de mercado;
 Quanto maior o valor dos cupons, maior o valor presente dos fluxos de caixa
e consequentemente, menor a Duration;
 A Duration de um título com pagamento de cupons sempre será menor do
que seu prazo de vencimento, devido à ponderação desses fluxos de caixa
intermediários.

DICA PRACTA

1. Calcule a Duration de um título com maturidade de 4 anos e valor de face de $ 1.000, 87


sendo seu cupom anual de 6% a.a., considerando que atualmente as taxas de juros de
mercado estão em 4% a.a.
A. 3,29.
B. 3,39.
C. 3,69.
D. 3,89.

Alternativa correta: C.

Solução via tabela

A B A*B
Prazo (anos) Fluxo PV PV * Prazo
1 60 R$ 57,69 R$ 57,69
2 60 R$ 55,47 R$ 110,95
3 60 R$ 53,34 R$ 160,02
4 1060 R$ 906,09 R$ 3.624,37
R$ 1.072,60 R$ 3.953,03

Duration = 3.953,03 / 1.072,60


Duration = 3,69

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

DICA PRACTA

2. Em relação à Duration, assinale a alternativa correta:


I. Um título zero cupom terá sempre seu duration igual ao seu vencimento final.
II. Há uma relação inversa entre duration e cupom de um título de renda fixa.
III. Há uma relação inversa entre taxa de juros de mercado e duration.
IV. Quanto maior a duration de uma carteira maior o seu risco de mercado.
A. I, II e III.
B. I, III e IV.
C. II, III e IV.
D. I, II, III e IV.

Alternativa correta: D. Todas as afirmações estão corretas.

A Duration Modificada é um cálculo comum de renda fixa que repre-


senta a taxa de variação percentual do preço atual do título em função
de variações na taxa de juros. Pode-se interpretar de maneira simplifi-
cada a duration modificada como “quanto o preço do título vai cair (su-
bir) se os juros subirem (caírem) 1%”.
88
Por exemplo, se a duration modificada apresentar o valor de 5 significa que o título irá
perder 5% do valor se a taxa de juros subir 1%. O cálculo foi feito usando a seguinte aproxima-
ção:

Duration modificada segue o conceito de


que os preços dos títulos de renda fixa se mo-
vem em direções opostas à taxa de juros.

Esta fórmula é usada para determinar qual a


variação percentual (para cima ou para
Duration baixo) do preço de um título diante de 1% de
Ou Duration Modificada= oscilação das taxas de juros de mercado.
1 + taxa de juros

Quantos % o
Taxa de juros O valor da
preço irá cair?
Sobe Preço Duration Modificada
Cai

Preço
Sobe Quantos % o
Taxa de juros O valor da
preço irá
Cai Duration Modificada
subir?

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Concluindo, a Duration Modificada mede a sensibilidade de preço de um título a varia-


ções nas taxas de juros. Entretanto, ela só é eficaz em condições específicas:

 Pequenas variações nas taxas de juros;


 Títulos que não tenham opções (calls e puts) embutidas;
 Títulos cujo valor não esteja ligado a outros fatores, que não seja a taxa de juros, tais
como títulos imobiliários;
 Títulos que não tenham o valor de seu fluxo de caixa vinculado à variação da taxa de
juros, como títulos pós-fixados.

Taxa de juros atu-


Duration Duration Modificada
ais
4 anos 13,75% 4 / 1,1375 = 3,52%
3 anos 13,75% 3 / 1,1375 = 2,64%
2 anos 13,75% 2 / 1,1375 = 1,76%
4 anos 10,00% 4 / 1,10 = 3,64%
3 anos 10,00% 3 / 1,10 = 2,73%
2 anos 10,00% 2 / 1,10 = 1,82%

Se a taxa de juros se alterar 1%, o preço do título se altera em 3,52%. 89


Cenário 1: Juros sobe de 13,75% para 14,75%, preço do título cairá 3,52%.
Cenário 2: Juros cai de 13,75% para 12,75%, preço do título sobe 3,52%.

Se a taxa de juros se alterar 1%, o preço do título se altera em 2,73%.


Cenário 1: Juros sobe de 10,00% para 11,00%, preço do título cairá 2,73%.
Cenário 2: Juros cai de 10,00% para 9,00%, preço do título sobe 2,73%.

DICA PRACTA

Veja mais uma abordagem possível desses conceitos.

Sabendo-se que um título possui valor de face de $1.000,00, prazo de vencimento de


3 anos e duration modificada de 2,1% e que a atual taxa de juros de mercado é 13%
a.a., é correto afirmar que:
A. Se a taxa de juros de mercado passar a ser 12% haverá uma valorização do
preço do título de 2,1%
B. Se a taxa de juros de mercado passar a ser 14% haverá uma valorização do
preço do título de 2,1%
C. Se a taxa de juros de mercado passar a ser de 12% haverá uma desvalorização
do preço do título de 3%
D. Se a taxa de juros de mercado passar a ser de 14% haverá uma valorização do
preço do título de 3%
Alternativa correta: A. A duration modificada mede a oscilação de preços mediante
1% de alteração na taxa de juros de mercado. Se a taxa de mercado cai 1% (passa de
13% para 12%) o título irá se valorizar. Quanto o preço irá subir? O preço vai subir na
porcentagem da duration modificada (2,1%).

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

Exemplo de cálculo da duration e duration modificada


Voltando ao nosso exemplo quando calculamos a Duration de Macaulay de um título
que pagava cupom anual de 6% a.a., com valor de face de R$ 1000,00 e vencimento final de 5
anos. Taxa de mercado atual de 5% a.a.

A B A*B
Prazo Valor Pagamento *
Fluxo PV
anos Prazo
1 60 (R$ 57,14) 57,14286
2 60 (R$ 54,42) 108,84354
3 60 (R$ 51,83) 155,49077
4 60 (R$ 49,36) 197,44859
5 1060 (R$ 830,54) 4.152,68868 DURATION
(R$ 1.043,29) 4.671,61444 É 4.48 ANOS

Duration = 4.671,6144/ 1.043,2948 = 4,48


4 ,48
Duration Modificada = = 4 ,27 %
1,05
Se Juros Subir de 5% para 6%, preço do título cai 4,27% = duration modificada
90 Se Juros Cair de 5% para 4%, preço do título sobe 4,27%= duration modificada
Vamos testar a hipótese:
Se Juros cair de 5,00% para 4,50%, preço do título sobe 2,14% = (4,27/2)

A tempo Fluxo 4,5%


1 60 (R$ 57,42)
2 60 (R$ 54,94)
Taxa de 5,0% = Preço de $ 1.043,29
3 60 (R$ 52,58) Taxa de 4,5% = Preço de $ 1,065,85
4 60 (R$ 50,31) Juro cai = preço sobe 2,16%
5 1060 (R$ 850,60)
PV (R$ 1.065,85)

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

RADAR PRACTA

INSTRUMENTO CONCEITO APLICAÇÃO


Representa a taxa de juros
que será paga periodica-
mente ao detentor de um tí- Cuidado, é sempre expresso ao ano,
Coupon Rate: tulo. Expresso como uma mas para cálculos internacionais
porcentagem do valor de você deve dividir por 2, pois os paga-
face, a periodicidade nos mentos são semestrais
EUA e na Zona do Euro é se-
mestral.
O termo Current Yield pode
ser traduzido como rendi-
mento corrente de um título Coupon Rate * FaceValue
Current Yield (Yc) CY =
de RF, ou seja, o rendimento Current Price
não levando em considera-
ção o prazo do título em
questão.
É a Taxa Interna de retorno
O cálculo do YTM leva em conta o va-
(IRR) de um título, conside-
lor de negociação do título no mer-
Yield to Maturity (YTM) rando o seu preço inicial,
cado (preço de compra), seu valor de
seus pagamentos periódicos
resgate, o prazo e os rendimentos 91
de cupom e seu pagamento
(juros) dos cupons.
no final.
Prazo final de vencimento de Não considera se há ou não paga-
Maturity
um título mentos intermediários
Avaliar o risco de marcação a mer-
cado de instrumentos de Renda Fixa

Quanto menor, menor o Risco


É o prazo médio das opera-
ções ponderado pelo valor
presente dos fluxos de caixa n
Pt * T t
Duration
de um título ou carteira de  (1 + i ) t
investimento, descontados à D = t =1
n
taxa de juros de mercado. Pt
t =1 (1 + i ) t

Quanto o preço do título vai subir ou


cair se os juros subir ou cair 1%.
Avaliar o risco de marcação a mer-
cado de instrumentos de Renda Fixa
A duration modificada repre-
Quanto menor, menor o Risco
senta a variação percentual
Duration Modificada do preço atual do título em
função de variações de 1% Duration
Duration =
Modificada
na taxa de juros. 1 + taxade juros

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CEA – MÓDULO 3.1 – Instrumentos de RENDA FIXA

3.1.14. FGC - Fundo Garantidor de Crédito: produtos e serviços que


possuem garantia do FGC, limites de cobertura e operacionalização
O FGC é uma associação civil sem fins lucrativos e tem por objeto prestar garantia de
créditos contra instituições dele participantes, nas hipóteses de:

 Decretação da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da associada;


 Reconhecimento pelo Banco Central do Brasil, do estado de insolvência da associada.

FGC - Fundo Garantidor de Créditos


Garantias Ordinárias
Associação civil, sem fins lucrativos, administrada por um Conselho de Adminis-
O que é
tração, designado pela Confederação Nacional das Instituições Financeiras.
 Proteger o pequeno poupador;
Objetivos
 Promover a estabilidade do sistema financeiro;
 Evitar crise bancária sistêmica.
O total de créditos de cada pessoa contra a mesma instituição associada, ou con-
tra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro. O valor
Limite de de garantia é de R$ 250.000,00.
Cobertura Devem ser somados os créditos de cada credor, identificado pelo respectivo Ca-
dastro de Pessoas Físicas (CPF) / Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ),
contra todas as instituições associadas do mesmo conglomerado financeiro.
92
 Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio;
 Depósitos de poupança;
 Depósitos A prazo, com ou sem emissão de certificado (CDB e RDB);
Depósitos  Letras de câmbio;
 Letras hipotecárias;
Cobertos
 Depósitos em contas-correntes de depósito para investimento;
 Depósitos mantidos em contas não movimentáveis, por cheques refe-
Fonte: rentes à prestação de serviços de pagamento de salários, vencimentos,
www.fgc.org.br aposentadorias, pensões e similares;
 Letras de crédito imobiliário.
 Letras de crédito do agronegócio.
 Operações compromissadas que tem como objeto títulos emitidos após
8 de março de 2012 por empresa ligada.
O FGC também presta garantia especial aos depositantes e investidores que detêm
o depósito a Prazo com Garantia Especial – DPGE, sendo uma modalidade de de-
Garantia pósito especial criada pelo CMN. As aplicações em DPGE somente podem ser cele-
Especial bradas com um único titular, a ser identificado pelo respectivo número do
CPF/CNPJ, ou seja, não pode ser vinculado a conta conjunta.
Valor da garantia: até R$ 20.000.000,00.

OBS.: conforme alteração no regulamento do FGC, realizado pelo CMN, em 21/12/2017, os inves-
timentos realizados a partir de 22/12/2017 passaram a ter o teto de R$ 1 milhão, a cada período
de 4 anos, para garantias pagas pelo FGC para cada CPF ou CNPJ. A contagem do período de 4 anos
inicia na data da liquidação ou intervenção em instituição financeira no qual o investidor detenha
valor garantido pelo FGC, ou seja, se uma instituição sofrer intervenção ou liquidação, e o investidor
receber o valor de R$ 250 mil, ele poderá receber no máximo mais R$ 750 mil caso outras institui-
ções sofram intervenção ou liquidação no período de 4 anos. A alteração incluiu também a garantia
para Investidores não residentes nos investimentos elegíveis.

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