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Certificação em Produtos de Investimentos

Série – 20

Módulo IV

Instrumentos de Renda Variável, Renda Fixa e


Derivativos

(17% a 25% do exame)

1
4. Instrumentos de Renda Variável, Renda Fixa e Derivativos...................................................... 8

4.1 Instrumentos de Renda Variável ......................................................................................... 8

4.1.1 Definição ...................................................................................................................... 8

4.1.2 Ações Ordinárias, Preferenciais, Bônus de Subscrição e Certificados ou Recibos de


Depósito de Valores Mobiliários (ADRs e BDRs). Conceitos. ................................................ 8

4.1.3 AGO (Assembleia Geral Ordinária) e AGE (Assembleia Geral Extraordinária).


Conceitos e atribuições. ...................................................................................................... 12

4.1.4 Direitos dos Acionistas ............................................................................................... 12

4.1.4.1 Voto, Participação nos Lucros, Participação no Acervo em Caso de Liquidação,


Fiscalização, Preferência de Subscrição e Retirada. Conceitos. ...................................... 12

4.1.4.2 Remuneração do Acionista ................................................................................. 13

4.1.4.2.1 Dividendos: Origens, Obrigatoriedade, Política de Pagamento. .................. 13

4.1.4.2.2 Juros sobre Capital Próprio - Critérios para Distribuição e Aspectos


Tributários ................................................................................................................... 13

4.1.4.2.3 Bonificação ................................................................................................... 14

4.1.4.2.4 Subscrição .................................................................................................... 14

4.1.4.3 Direito de Representação. Eventos Societários: ................................................. 14

4.1.4.3.1 Acionista Controlador: conceito, implicações de acordo de acionistas ....... 14

4.1.4.3.2 Acionista Minoritário.................................................................................... 15

4.1.4.3.2.1 Tag Along (Extensão do prêmio de controle) ....................................... 15

4.1.4.3.3 Fontes de Informação .................................................................................. 15

4.1.5.3 Impactos para as empresas emissoras e seus acionistas .................................... 16

4.1.5.4 Diluição em Ofertas Primárias............................................................................. 16

4.1.6 Precificação: aspectos relevantes .............................................................................. 16

4.1.6.1 Determinação de Preço: Fluxo de Caixa, Fluxo de Caixa (Operacional, de


Investimento e de Financiamento), Múltiplos (P/L e VE/EBITDA) .................................. 16

4.1.6.2 Distinções entre Análise Técnica (ou Grafista) e Análise Fundamentalista ........ 18

4.1.7. Impactos sobre os preços e quantidades das ações do investidor: pagamento de


dividendos, desdobramento (splits), grupamentos e bonificação ...................................... 19

2
4.1.8 Conceitos Gerais de Práticas de Boa Governança Corporativa.................................. 20

4.1.8.1 Cartilha da CVM, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e


BM&FBovespa ................................................................................................................. 20

4.1.8.2 Os Segmentos de Listagem Nível I, Nível II e Novo Mercado: Reflexo sobre o


Direito dos Acionistas: ..................................................................................................... 20

4.1.9 Tributação: Imposto de Renda na negociação de ações no mercado à vista,


operações de day trade e aluguel de ações: fato gerador; alíquotas; base de cálculo;
compensação de perdas; agente responsável pelo recolhimento e limite de isenção
mensal. Imposto retido na fonte e pelo investidor............................................................. 20

4.1.9.1 Compensação de perdas ..................................................................................... 21

4.2 Instrumentos de Renda Fixa.............................................................................................. 23

4.2.1 Definição .................................................................................................................... 23

4.2.2 Principais Conceitos e Características de Instrumentos de Renda Fixa: .................... 23

4.2.2.1 Data de Emissão, Valor Nominal Atualizado e Juros “Acruados”. ...................... 23

4.2.2.2 Formas de Remuneração – Pré e Pós-Fixada – Principais Indexadores. ............. 23

4.2.2.3 Formas de Amortização e Pagamento de Juros: ................................................. 24

4.2.2.3.1 Composição de Cupom de Taxa Real e Indexadores (IGP-M; Câmbio)........ 24

4.2.2.4 Resgate Antecipado, Vencimento Antecipado (Quebra de Covenant, Ocorrência


de Cross Default) e Aquisição Facultativa e Opção de Compra (Opção de Call). Conceitos
e Diferenças..................................................................................................................... 24

4.2.3 Principais Instrumentos.............................................................................................. 25

4.2.3.1 Títulos Públicos.................................................................................................... 25

4.2.3.1.1 Características: Tesouro Selic (Antiga LFT), Tesouro Pré Fixado (Antiga LTN),
Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN-B), Tesouro IPCA (Antiga NTN-B Principal) e
Tesouro Pré Fixado + Juros (Antiga NTN-F) ................................................................. 26

4.2.3.1.2 Negociação de Títulos Públicos: Mercado Primário: Leilões; Mercado


Secundário: Balcão. ..................................................................................................... 27

4.2.3.1.3 Tesouro Direto. Conceito e características operacionais. Custos para o


investidor. Nomenclatura dos títulos negociados e adequação dos produtos em
função do nível de conhecimento do investidor e objetivos. Conceito: ..................... 28

4.2.3.2 Titulos Privados Bancários................................................................................... 29

3
4.2.3.2.1 Certificado de Depósito Bancário – CDB e Letras Financeiras – LF:
Características ............................................................................................................. 29

4.2.3.3 Títulos Corporativos ............................................................................................ 30

4.2.3.3.1 Debêntures: Conceito e Características ....................................................... 30

4.2.3.3.1.1 Escritura................................................................................................. 32

4.2.3.3.1.2. Registros ............................................................................................... 32

4.2.3.3.1.3. Características da emissão e dos títulos .............................................. 32

4.2.3.3.1.4. Cláusulas de resgate e vencimento antecipado e covenants: ............. 33

4.2.3.3.1.5. Repactuação como renegociação de qualquer das características da


dívida ....................................................................................................................... 33

4.2.3.3.1.6. Hierarquia das espécies de debêntures de acordo com garantias ...... 33

4.2.3.3.1.7. Assembleia de debenturistas .............................................................. 33

4.2.3.3.1.8. Deveres do agente fiduciário ............................................................... 33

4.2.3.3.2. Notas Promissórias ...................................................................................... 33

4.2.3.3.2.1 Características: descrição, prazo, emissores, forma de resgate, liquidez,


rentabilidade e registro. .......................................................................................... 34

4.2.3.4 Títulos do Segmento Agrícola: Cédula de produtor Rural – CPR, Letra de Crédito
do Agronegócio – LCA e Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA.
Características ................................................................................................................. 34

4.2.3.5 Títulos do segmento Imobiliário: Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI,


Letras de Crédito Imobiliário – LCI e Cédula de Crédito Imobiliário – CCI. Características
......................................................................................................................................... 36

4.2.3.6 Operações Compromissadas. Conceito e Características ................................... 38

4.2.3.7 Caderneta de Poupança: principais características em termos de liquidez,


rentabilidade, garantias e riscos ..................................................................................... 38

4.2.4 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras de renda fixa
para Pessoa Física e Jurídica, exceto em Fundos de Investimento: fato gerador; alíquotas;
prazos; base de cálculo e agente responsável pelo recolhimento. .................................... 39

4.2.5 FGC – Fundo Garantidor de Crédito: produtos e serviços que possuem garantia do
FGC, limites de cobertura e operacionalização ................................................................... 43

4.3 Derivativos......................................................................................................................... 44

4
4.3.1 Termo, Futuros, Swaps e Opções: Características Formais dos Derivativos .............. 45

4.3.2 Tipos de opções e representação gráfica: PUT (opção de venda) e CALL (opção de
compra). compra/venda de put, compra/venda de call. Titular e lançador. ...................... 49

4.3.3 Efeito no prêmio das opções: taxa de juros, tempo para o vencimento, volatilidade,
preço do ativo objeto e preço de exercício O prêmio da CALL é função das seguintes
variáveis: ............................................................................................................................. 56

4.3.4. Estratégias de proteção, alavancagem e posicionamento........................................ 57

4.3.5 Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – non deliverable forward).
Conceito .............................................................................................................................. 57

4.3.6 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre nas operações de derivativos para Pessoa
Física e Jurídica negociadas em mercado de bolsa e de balcão: fato gerador; alíquotas;
prazos; base de cálculo e agente responsável pelo recolhimento. .................................... 58

4.3.6.1 Compensação de perdas no pagamento de IR.................................................... 59

4.4 Certificado de Operações Estruturadas – COE .................................................................. 59

4.4.1 Definição e finalidade................................................................................................. 59

4.4.2 Modalidades: valor nominal protegido e valor nominal em risco. Conceito ............. 60

4.4.3 Distribuição via oferta pública: Instrução CVM 569 Cap. II; Documento de
informações Essenciais Cap. III; Material Publicitário Cap. IV ............................................ 60

4.4.4 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre as aplicações em COE para Pessoa Física e
Jurídica: fato gerador; alíquotas; prazos; base de cálculo e agente responsável pelo
recolhimento. ...................................................................................................................... 62

4.5 Negociação, Liquidação e Custódia ................................................................................... 63

4.5.1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC: conceito, funções, benefícios


para o investidor e Principais Títulos Custodiados no SELIC: Tesouro Selic (Antiga LFT),
Tesouro Pré Fixado (Antiga LTN), Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN-B), Tesouro IPCA
(Antiga NTN-B Principal) e Tesouro Pré Fixado + Juros (Antiga NTN-F) .............................. 63

4.5.2 CETIP: Conceito, funções, benefícios para o investidor e Principais Títulos


Custodiados na CETIP: Derivativos (Termo, Futuro, Swaps e Opções), Títulos de Renda Fixa
(CDB, RDB, LF e DI). Títulos Agrícolas (CPR, CRA, LCA), Títulos de crédito (CCB), Títulos
Imobiliários (CCI, CRI e LCI), Valores Mobiliários (Debêntures e Nota Promissória
Comercial) e Cotas de Fundos. ............................................................................................ 63

4.5.3 Câmaras de Liquidação e Custódia: definição de Clearing, funções e benefícios para


o investidor.......................................................................................................................... 64

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4.5.4 Sistema de Pagamento Brasileiro – SPB. Conceito e Finalidade ................................ 65

4.6 Ofertas Públicas de Valores Mobiliários ........................................................................... 66

4.6.1 Principais Instituições: Funções e Principais Características...................................... 66

4.6.1.1 Banco Coordenador ............................................................................................ 66

4.6.1.1.1 Regime de distribuição: Tipos de Colocação (Oferta com garantia Firme e


Melhores Esforços); Responsabilidades. ..................................................................... 66

4.6.1.2 Agência de Rating................................................................................................ 67

4.6.1.3 Agente Fiduciário ou Agente de Notas: Instrução CVM 28 (deveres e


responsabilidade civil). .................................................................................................... 67

4.6.1.4 Banco Escriturador e Mandatário ....................................................................... 67

4.6.1.5 Banco Liquidante ................................................................................................. 67

4.6.1.6 Depositário .......................................................................................................... 67

4.6.1.7 Custodiante ......................................................................................................... 68

4.6.1.8 Formador de mercado (market maker) e mecanismo de estabilização de preços.


......................................................................................................................................... 68

4.6.2 Aspectos legais e normativo (AE) ............................................................................... 69

4.6.3 Aspectos Operacionais ............................................................................................... 69

4.6.3.1 Procedimento de Precificação para Venda: ........................................................ 69

4.6.3.2 Risco de Rateio/Não Concretização .................................................................... 70

4.6.3.3 Instrução CVM 476 (art. 1º, art. 2º, art. 3º e art. 13º) (AE) ................................ 70

4.6.3.4 Ofertas públicas de aquisição de ações: instrução CVM 361 (art. 1º, art. 2°
incisos I ao IV, art. 3°) (AE) .............................................................................................. 71

4.7 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Ofertas Públicas de Distribuição e
Aquisição de Valores Mobiliários ............................................................................................ 72

4.7.1 Propósito e Abrangência (Cap. I) ................................................................................ 72

4.7.2 Princípios gerais (Cap. III) ........................................................................................... 72

4.7.3 Documentos da Oferta (Cap. VI) ................................................................................ 73

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7
4. Instrumentos de Renda Variável, Renda Fixa e Derivativos

4.1 Instrumentos de Renda Variável

4.1.1 Definição
A principal característica dos títulos de renda variável é a impossibilidade de predeterminar a
rentabilidade do investimento. Como o próprio nome já define os títulos de renda variável são
voláteis e podem apresentar grandes rentabilidades em pequenos prazos ou prejuízos, ou seja,
ter uma redução do seu valor. Os principais títulos de renda variável são as ações.

4.1.2 Ações Ordinárias, Preferenciais, Bônus de Subscrição e Certificados ou


Recibos de Depósito de Valores Mobiliários (ADRs e BDRs). Conceitos.

Uma ação representa uma fração de capital de uma sociedade anônima. O proprietário da
ação de uma empresa torna-se seu acionista, ou seja, é um dos proprietários, portanto tem
direito a participação nos lucros proporcionalmente à quantidade de ações que possuir.

Ações Ordinárias (ON)

São aquelas que conferem ao acionista os direitos de um sócio comum, dentre os quais se
destacam o direito de receber dividendos e o direito de voto em assembleia, na proporção de
um voto por ação. Portanto, os acionistas que detêm ações ordinárias são aqueles que podem
decidir os rumos da empresa, já que a assembleia-geral tem poderes para decidir todos os
negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à
sua defesa e desenvolvimento.

Ações Preferenciais (PN)

São aquelas que não permitem o direito de voto, porém atribuem ao seu titular algumas
vantagens:
a) Prioridade de reembolso do capital no caso de dissolução da sociedade;
b) Prioridade no recebimento de dividendos (fixos ou mínimos).

As ações preferenciais somente serão admitidas à negociação no mercado de valores


mobiliários se a elas for atribuída pelo menos uma das seguintes preferências ou vantagens:
- direito de participar do dividendo a ser distribuído, pelo menos, 25% do lucro líquido do
exercício, sendo desse montante garantido pelo menos 3% do patrimônio líquido da ação,
cumulativamente com o direito de participar dos lucros remanescentes em iguais condições
com as ações ordinárias;
- direito ao recebimento de dividendo, pelo menos 10% maior que o atribuído às ações
ordinárias;
- direito de serem incluídas na oferta pública de alienação de controle, nas condições previstas,
assegurado o dividendo pelo menos igual ao das ações ordinárias (tag along*).
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(*) Tag Along é o direito de os acionistas não controladores (extensivo às ações preferenciais)
de uma companhia receberem uma oferta pública de aquisição de ações, de modo a assegurar
o preço mínimo de 80% do valor pago pelas ações integrantes do bloco de controle (lei
10.303/2001).
Notas:
1 - As ações preferenciais adquirem o direito de voto, se a empresa deixar de pagar os
dividendos mínimos a que fizerem jus pelo prazo de 3 anos (exercícios) consecutivos. Elas
conservarão esse direito até que se restabeleça a distribuição de dividendos.
2 - O número de ações preferenciais sem direito a voto, não pode ultrapassar 50% (cinquenta
por cento) do total das ações emitidas.

Bônus de Subscrição

Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos por sociedades por ações, que conferem
aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, o direito de subscrever ações do
capital social da companhia, dentro do limite de capital autorizado no estatuto.

Os bônus de subscrição não se confundem com os direitos de subscrição. Estes são os direitos
que a Lei confere aos acionistas para subscrever ações ou títulos conversíveis em ações em
novas emissões. Portanto, em uma nova emissão de ações, debêntures conversíveis em ações
ou mesmo bônus de subscrição, os acionistas têm a preferência de subscrever a emissão por
um determinado período. Durante esse período, esse direito pode ser negociado, mas, ao fim
do prazo estipulado, o direito ou é exercido ou é extinto.

American Depositary Receipt (ADR)

Você já pode ter visto algo a respeito dos American Depositary Receipt alguma vez na sua vida.
Esse termo está presente em muitos jornais e noticiários econômicos, mas você sabe o que
significa?

Para uma empresa brasileira, por exemplo, começar a ter seus ativos negociados nas grandes
bolsas de valores americanas, ela não pode simplemente disponibilizar suas ações como faz na
Bovespa.

É exatamente para isso que o sistema de ADR foi criado. Nos anos 20, os Recibos Depositários
Americanos (tradução livre de American Depositary Receipt) foram introduzidos no mercado
com o objetivo de empresas estrangeiras conseguirem participar das grandes Bolsas dos
Estados Unidos.

Os ADRs são comprados e vendidos nos mercados norte-americanos, assim como os outros
títulos regulares emitidos/financiados nos EUA, por um banco ou corretora. A diferença é que
eles são lastreados a empresas estrangeiras!

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As emissões de ADRs são classificadas em 3 níveis ou categorias, sendo que cada nível tem as
suas exigências, observe o quadro a seguir:

BDRs – Brazilian Depositary Receipts

Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são certificados representativos de ações de empresas


estrangeiras, negociados no Brasil.

Um programa de BDR é o instrumento ideal para empresas estrangeiras estabelecerem


presença no mercado de capitais mais dinâmico da América Latina. A listagem no Brasil
aumenta a visibilidade da empresa e contribui para a pavimentação do caminho para futuras
ofertas públicas, aquisições e consolidação do crescimento empresarial.

A empresa estrangeira que decide acessar o Mercado Internacional, listando um programa de


BDR, pode se beneficiar de:

 ampliação e diversificação de sua base de acionistas


 maior visibilidade entre investidores, consumidores e clientes internacionais
 aumento da liquidez total de sua ação ao atrair novos investidores
 maior cobertura de research fora de seu país de origem
 alternativa adicional para captação de recursos
 negociação de suas ações ao lado das ações de seus pares nos mercados internacionais

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 paridade de preços com pares globais por meio da prestação de informações
reconhecidas internacionalmente
 melhor valuation internacional ao se colocar junto a seus pares
 moeda de troca opcional para possíveis fusões e aquisições

Participam do programa de BDR’s:


- Instituição custodiante: instituição do país de origem dos valores mobiliários devidamente
autorizada;

- Instituição depositária ou emissora: que emite, no Brasil, os certificados;

- Empresa patrocinadora: companhia aberta ou assemelhada, com sede no exterior, emissora


dos valores mobiliários objeto dos certificados de depósitos e que esteja sujeita à supervisão e
fiscalização da entidade ou órgão similar à CVM.
Somente serão aceitos valores mobiliários de emissão de companhias com sede em países
cujos órgãos reguladores tenham convênio com a CVM.
Dos Programas: poderão ser instituídos programas de BDR’s patrocinados ou não pela
companhia aberta, ou assemelhada, emissora dos valores mobiliários objeto dos certificados
de depósitos, os quais deverão ser previamente registrados na CVM.
O programa de BDR patrocinado caracteriza-se por ser instituído por uma única instituição
depositária ou emissora, contratada pela companhia emissora dos valores mobiliários objeto
dos certificados de depósitos, podendo ser classificado nos seguintes
níveis:

Nota: Caracteriza-se por BDR não patrocinado, o programa instituído por uma ou mais
instituições depositárias ou emissoras de certificados, sem um acordo com a companhia
emissora dos valores mobiliários objeto dos certificados de depósitos e com negociação nos
moldes do BDR Patrocinado Nível I.

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4.1.3 AGO (Assembleia Geral Ordinária) e AGE (Assembleia Geral
Extraordinária). Conceitos e atribuições.

AGO - Assembleia Geral Ordinária

Realizada uma vez por ano nos quatro primeiros meses após o encerramento do exercício
social e tem por objetivo o cumprimento das normas legais, tais como:
- Tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações
financeiras;
- Deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos;
- Eleger os administradores e os membros do Conselho Fiscal, quando for o caso.

AGE - Assembleia Geral Extraordinária

Normalmente utilizada para exceções e pode ser convocada para discutir e deliberar sobre
quaisquer outros assuntos de interesse social. Não tem prazo estipulado para sua realização,
nem objeto determinado.

4.1.4 Direitos dos Acionistas

4.1.4.1 Voto, Participação nos Lucros, Participação no Acervo em Caso de


Liquidação, Fiscalização, Preferência de Subscrição e Retirada. Conceitos.

Os acionistas têm alguns direitos essenciais os quais nem o Estatuto Social nem a Assembléia
Geral podem retirar, independentemente da espécie de ações que possuam. Resumo abaixo:

- votar, direito obtido por meio das ações ordinárias – cada ação igual a um voto;

- participar dos lucros sociais - dividendos, juros sobre capital próprio;

- participar no acervo da companhia em caso de liquidação, segundo a lei das S.A, em caso de
liquidação e depois de pagos todos os credores, deve-se fazer o rateio entre os acionistas à
proporção que se forem apurando os haveres sociais;

- fiscalizar, na forma prevista na Lei das S.A. Os acionistas dispõem de mecanismos de


fiscalização como demonstrações financeiras, assembléias gerais, administradores eleitos e o
conselho fiscal;

- ter preferência para a subscrição de ações, partes beneficiárias conversíveis em ações,


debêntures conversíveis em ações e bônus de subscrição;

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- retirar-se da sociedade nos casos previstos na Lei das S.A. Consiste no direito do acionista se
retirar da empresa mediante o reembolso do valor de suas ações, quando for dissidente de
deliberação de assembléia que aprovar determinadas matérias definidas na legislação. É
conferido a qualquer acionista e pode ser exercido desde que ele, num prazo de 30 dias da
publicação da ata de assembléia, for contra o que foi deliberado sobre: criação ou alterações
de ações preferenciais, redução de dividendo obrigatório, incorporação ou fusão da
companhia, participação em grupo de sociedades e mudança do objeto da companhia.

4.1.4.2 Remuneração do Acionista

4.1.4.2.1 Dividendos: Origens, Obrigatoriedade, Política de Pagamento.

Os dividendos e ganhos de capital compõem a remuneração de um investimento pela


valorização das ações.

Dividendos são uma parcela do lucro apurado por uma sociedade anônima, distribuída aos
acionistas por ocasião do encerramento do exercício social, de acordo, no Brasil, com o § 2º do
art. 202 da lei das sociedades anônimas.

Pode-se então optar pelo reinvestimento automático do dividendo para comprar mais ações.
O dividendo só será distribuído após efetuados os devidos descontos em favor do Estado. No
Brasil, a lei 6.404 obriga as sociedades a distribuírem pelo menos 25% dos lucros. Os
dividendos podem ter periodicidade diversa: mensal, trimestral, semestral, anual, etc., desde
que conste no estatuto da empresa o período determinado. A Assembleia Geral Ordinária
(AGO) é quem determina a parcela a ser distribuída como dividendo, de acordo com os
interesses da empresa, através da manifestação de seus acionistas. O montante a ser
distribuído deverá ser dividido pelo número de ações emitidas pela empresa, de modo que
ações de mesma natureza tenham a mesma remuneração. Se o estatuto não definir o
percentual do lucro a ser distribuído, a empresa deverá pagar a metade do lucro líquido do
exercício.

Ganho de Capital: é o resultado obtido na venda da ação, isto é, a diferença entre o preço da
aquisição e o preço da alienação (venda).

4.1.4.2.2 Juros sobre Capital Próprio - Critérios para Distribuição e Aspectos


Tributários

O pagamento da remuneração aos acionistas também pode ser feito na forma de Juros sobre o
Capital Próprio - JCP, criado pela Lei 9.249 de 26/12/95.
É uma remuneração alternativa da empresa ao acionista, calculada sobre as contas do
patrimônio líquido e limitada ao valor da TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). O efetivo

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pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros, computados antes da
dedução dos juros, ou de lucros acumulados, em montante igual ou superior ao valor de duas
vezes os juros a serem pagos ou creditados.

Os JSCP pagos aos acionistas sofrem a incidência de imposto de renda na fonte pela alíquota
de 15%, e são imputados aos acionistas na conta dos dividendos obrigatórios, pelo seu valor
líquido.

Os valores pagos a títulos de juros sobre o capital próprio representam despesa financeira que
podem ser deduzidos da base de cálculo do lucro da companhia, diminuindo o valor do IR
recolhido, daí o interesse pelo seu pagamento.

ATENÇÃO: A REMUNERAÇÃO DO ACIONISTA É = DIVIDENDOS ou JSCP + GANHOS DE


CAPITAL.

4.1.4.2.3 Bonificação

É a distribuição gratuita de novas ações aos acionistas de uma empresa. O recebimento é


proporcional ao número de ações que cada acionista possui. A bonificação é proveniente do
aumento de capital de uma empresa mediante a incorporação de reservas.

Além da bonificação em ações, há também a bonificação em dinheiro. Esta é a distribuição de


um valor monetário aos acionistas de uma empresa, algo semelhante aos dividendos. Este
valor refere-se à reservas até então não incorporadas pela empresa.

4.1.4.2.4 Subscrição
É o exercício do direito, pelo acionista, em adquirir novas ações emitidas por uma companhia.
Tal aquisição é feita ao preço fixado para subscrição que, normalmente, é inferior ao preço de
mercado. Se não quiser exercer seu direito de subscrição o acionista pode negociá-lo no
mercado.

4.1.4.3 Direito de Representação. Eventos Societários:

4.1.4.3.1 Acionista Controlador: conceito, implicações de acordo de acionistas

O conceito atual de acionista controlador não mais o associa apenas à pessoa, física ou
jurídica, que detém a maioria das ações com direito a voto. Por outro lado, busca-se identificar
em uma sociedade quem de fato exerce o poder de controle, seja uma pessoa ou grupo de
pessoas.

É a união de um grupo de acionistas com objetivos comuns em um grupo majoritário


controlador, cujas ações ficam impedidas de negociação, objetivando exercer o controle da

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companhia por meio de documento que formaliza o “acordo de voto” (deve ser de
conhecimento público e arquivado na sede da empresa).

4.1.4.3.2 Acionista Minoritário

É o acionista proprietário de ações de uma empresa com direito a voto sem, no entanto,
possuir o controle acionário, pois o total de suas ações não lhe garante o controle da
sociedade.

4.1.4.3.2.1 Tag Along (Extensão do prêmio de controle)

No jargão do mercado de capitais, a expressão tag along significa dar aos acionistas
minoritários, que detêm ações ordinárias (com direito a voto) de uma empresa, os mesmos
direitos ofertados aos acionistas controladores, no caso de venda ou transferência de controle.

O tag along é previsto na legislação brasileira na Lei das S.As. Ela obriga que o controlador
assegure aos acionistas minoritários o preço mínimo de 80% do valor pago por ação ou lote de
ações em caso de venda da empresa.

Atualmente, em função da busca por melhores práticas de governança corporativa, algumas


empresas estão estendendo o direito de tag along aos acionistas com ações preferenciais (sem
direito a voto). Além disso, asseguram aos investidores de ações ordinárias um preço superior
aos 80% estabelecidos na lei. Há companhias que chegam a oferecer tag along de 100%.

4.1.4.3.3 Fontes de Informação

Os principais instrumentos de acesso às informações sobre a empresa são:

- relatório da administração;
- demonstrações financeiras com notas explicativas; e
- pareceres dos auditores independentes.

4.1.5 Oferta Primária e Secundária

4.1.5.1 Definições

4.1.5.2 Distinção

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4.1.5.3 Impactos para as empresas emissoras e seus acionistas

4.1.5.4 Diluição em Ofertas Primárias

Oferta pública de distribuição, primária ou secundária, é o processo de colocação, junto ao


público, de um certo número de títulos e valores mobiliários para venda. Envolve desde o
levantamento das intenções do mercado em relação aos valores mobiliários ofertados até a
efetiva colocação junto ao público, incluindo a divulgação de informações, o período de
subscrição, entre outras etapas.

As ofertas podem ser primárias ou secundárias. Quando a empresa vende novos títulos e os
recursos dessa venda vão para o caixa da empresa, as ofertas são chamadas de primárias. Por
outro lado, quando não envolvem a emissão de novos títulos, caracterizando apenas a venda
de ações já existentes - em geral dos sócios que querem desinvestir ou reduzir a sua
participação no negócio - e os recursos vão para os vendedores e não para o caixa da empresa,
a oferta é conhecida como secundária (block trade).

4.1.6 Precificação: aspectos relevantes

O Preço Justo de uma ação vai determinar o potencial que aquele ativo representa para o
mercado. A importância deste processo está ligada ao fato de que ele contribui diretamente
para as decisões de compra e venda dos papéis no mercado.

4.1.6.1 Determinação de Preço: Fluxo de Caixa, Fluxo de Caixa (Operacional,


de Investimento e de Financiamento), Múltiplos (P/L e VE/EBITDA)

Abaixo os principais métodos utilizados para a determinação do preço justo de uma ação.

Certamente, em algum momento de nossas vidas já nos deparamos com situações como essa:

“A minha empresa foi vendida por 10 vezes o faturamento”.

Essa métrica de valor fixada é popularmente adotada como referência de valor para as
empresas em geral, porém, o Mercado de Capitais apresenta inúmeros indicadores variáveis
que proporcionam melhores condições de determinar o valor das empresas que diferem do
múltiplo valor/faturamento.

Mas afinal, o que são múltiplos?

Os múltiplos são instrumentos simples de avaliação de empresas amplamente usados como


benchmark em M&A (Fusões e Aquisições) e têm como objetivo principal balizar o valor de
empresas comparando com outras do mesmo setor.

16
Em outras palavras, os múltiplos são valores padronizados de ativos, de maneira que se
possam comparar empresas de alguma forma entre si, tornando assim referências de mercado
para que não haja super ou sub avaliação de ativo em relação ao mercado. Existem diversos
múltiplos de mercado, dentre os mais conhecidos, temos: P/L (P= Preço e L= Lucro) e
VE/EBITDA (VE = Valor da Empresa e EBITDA, termo em inglês para LAJIDA = Lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização).

O Índice Preço/Lucro (P/L) de uma ação (também chamado de “múltiplo de lucros”) é usado
para medir quão baratos ou caros os preços das ações estão.

O Índice P/L é calculado da seguinte forma:

O preço por ação (numerador) é o preço de mercado de uma ação. O lucro por ação
(denominador) é o lucro líquido da empresa mais recente do período de um ano, dividido pelo
número de ações.

O resultado indica o número de anos necessários para o investidor recuperar o capital


investido sob a forma de lucro. Quanto menor melhor, pois o retorno do capital será em
menor prazo.

Por exemplo:

Se uma ação tem índice PL de 5,00, significa que o prazo previsto para retorno do investimento
é de 5 anos. É importante verificar se a empresa costuma distribuir o lucro sob a forma de
dividendos. Se ela não distribuir, esse índice é apenas teórico.
A razão principal de calcular o índice P/L é tornar comparável para os investidores duas ou
mais ações de empresas de diferentes setores, sob a ótica do investimento mais atrativo.

VE/EBITDA: significa Valor da Empresa (VE) dividido pelo valor do EBITDA.

O VE/EBTIDA tem o mesmo significado do índice P/L, a diferença é que o EBTIDA considera o
lucro antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização e não o lucro líquido contábil. É
um importante indicador da lucratividade das empresas. Quanto menor for esse índice, indica
que a empresa está subavaliada (pode contribuir na decisão de compra de ações).

Fluxo de Caixa (Operacional, de Investimento e de Financiamento)

Fluxo de caixa é um dos principais conceitos em finanças, pois o valor de um ativo está na sua
capacidade de gerar fluxos de caixa. Embora todo mundo tenha uma boa noção do que é um

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fluxo de caixa, acho importante explicar o conceito para que tenhamos uma compreensão
uniforme do termo fluxo de caixa.

Operacional: Refere-se ao fluxo de caixa gerado pelas operações de uma empresa, como por
exemplo, receitas, custos, despesas administrativas, etc. O fluxo de caixa operacional está
diretamente ligado a demonstração de resultados (DRE) e variação no capital de giro. Contudo,
lucro e fluxo de caixa são conceitos distintos. É normalmente utilizado para o cálculo do fluxo
de caixa descontado nas operações de fusões e aquisições. Considera os seguintes elementos
relevantes:

Financiamento: Atividades de financiamento são as formas de obter recursos e repagá-los,


como por exemplo, um empréstimo, um aporte de capital, pagamento de uma dívida, etc. O
fluxo de caixa financeiro está diretamente ligado à como a empresa financia suas necessidades
por recursos e paga suas obrigações com investidores e bancos. Há duas fontes de
financiamento possíveis: dívida e patrimônio líquido. Fontes de financiamento serão mais bem
exploradas em um post próprio do assunto.

Investimento: Atividade de investimento são formas de a empresa alocar recursos em ativos


que trarão benefícios futuros, como por exemplo, uma nova máquina num complexo fabril,
capital de giro, pesquisa e desenvolvimento, a compra de outra empresa, etc. Os
investimentos geram o aumento de um benefício/lucro.

4.1.6.2 Distinções entre Análise Técnica (ou Grafista) e Análise


Fundamentalista
Análise Técnica

A Análise Técnica, ou Gráfica, caracteriza-se pelo conjunto de técnicas e estudos apoiados nos
movimentos históricos nos preços de mercado dos ativos financeiros. As ferramentas gráficas
e técnicas matemáticas que fazem parte desta abordagem buscam tentar prever os
movimentos futuros nas cotações de títulos e ações, pares de moedas, índices, preços de
commodities etc., negociados em mercado aberto.

Basicamente, os estudos gráficos realizados buscam sugerir padrões de comportamento nos


preços de ativos voláteis e de difícil previsão e dedução matemática.

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Entre os pais da Análise Técnica estão os americanos William Peter Hamilton (1867 – 1929) e
Charles Dow (1851 – 1902), um dos fundadores da Dow Jones e do Wall Street Journal. Charles
Dow formulou uma série de estudos que vieram a compor o âmago da Análise Técnica e que
ficaram conhecidos como a Teoria de Dow.

Análise Fundamentalista

A análise fundamentalista se configura com a mais tradicional das duas, sendo utilizada há
mais tempo e considerada de mais confiança entre os analistas de mercado. Ela se compõe
pelo conjunto de estudos e análises debruçados nos fundamentos macro e microeconômicos
das empresas que operam no mercado.

Esta abordagem parte, portanto, de dados econômicos e financeiros provenientes do entorno


econômico no qual a empresa atua e dos próprios resultados operacionais decorrentes de sua
atividade para se medir como vai seu desempenho.

Análise Técnica x Análise Fundamentalista

Para a análise fundamentalista, existe uma diferença crítica entre o valor da empresa
negociado em forma de preço de mercado, derivado das cotações de suas ações nas bolsas de
valores, e o valor verdadeiro (ou potencial) da empresa. Esse valor é referido como valor
intrínseco e reflete o verdadeiro preço da empresa a partir de suas premissas operacionais,
indicadores macroeconômicos e expectativas de crescimento.

Assim, a Análise Fundamentalista busca mapear e mensurar os fundamentos econômico-


financeiro-operacionais da empresa, como: receitas, custos, dívidas contraídas, investimentos
efetuados etc. e procura avaliar como tais fatores pesam na atividade atual da empresa.

4.1.7. Impactos sobre os preços e quantidades das ações do investidor:


pagamento de dividendos, desdobramento (splits), grupamentos e bonificação
Em 4.1.4.2 vimos as formas de remuneração do acionista e alguns benefícios que eles também
possuem.

Podem ocorrer mais dois eventos importantes neste processo, o desdobramento (conhecido
como Split) ou o grupamento (conhecido como inplit). Veremos adiante suas definições e o
impacto sobre os preços e quantidade de ações do investidor.

Desdobramento (Split): aumento da quantidade de ações de uma empresa, sem que haja
alteração na participação dos sócios. As empresas fazem este procedimento com o intuito de
melhorar a liquidez de suas ações.

Grupamento: redução da quantidade de ações de uma empresa, sem que haja alteração na
participação dos sócios.

19
4.1.8 Conceitos Gerais de Práticas de Boa Governança Corporativa

4.1.8.1 Cartilha da CVM, Instituto Brasileiro de Governança Corporativa e


BM&FBovespa
Governança corporativa é o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são
dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho
de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas.

As boas práticas de governança corporativa convertem princípios básicos em recomendações


objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor econômico de
longo prazo da organização, facilitando seu acesso a recursos e contribuindo para a qualidade
da gestão da organização, sua longevidade e o bem comum. Algumas vantagens:

IBGC – Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, primeiro órgão criado no Brasil com
foco específico em Governança Corporativa - faz revisões do Código Brasileiro das melhores
Práticas de Governança Corporativa.

4.1.8.2 Os Segmentos de Listagem Nível I, Nível II e Novo Mercado: Reflexo


sobre o Direito dos Acionistas:

4.1.9 Tributação: Imposto de Renda na negociação de ações no mercado à


vista, operações de day trade e aluguel de ações: fato gerador; alíquotas; base
de cálculo; compensação de perdas; agente responsável pelo recolhimento e
limite de isenção mensal. Imposto retido na fonte e pelo investidor

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Ações à Vista

Fato Gerador

- Os ganhos auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, em operações
realizadas nas Bolsas de Valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas, exceto day trade.

- Os ganhos em operações realizadas no mercado de balcão, com intermediação, tendo por


objeto ações, ouro ativo financeiro e outros valores mobiliários negociados no mercado à
vista.

Alíquotas

O valor retido na fonte poderá ser:

I - deduzido do imposto sobre ganhos líquidos apurados no mês;


II - compensado com o imposto incidente sobre ganhos líquidos apurados nos meses
subsequentes;
III - compensado na declaração de ajuste anual se, após a dedução de que tratam os incisos I e
II, houver saldo de imposto retido;
IV - compensado com o imposto devido sobre o ganho de capital na alienação de ações.

4.1.9.1 Compensação de perdas

As perdas incorridas nas operações do mercado à vista, opções, futuros e a termo, poderão ser
compensadas com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes,
inclusive nos anos calendário seguintes, em outras operações realizadas em qualquer das

21
modalidades operacionais previstas, exceto no caso de perdas em operações de day trade,
que somente serão compensadas com ganhos auferidos em operações da mesma espécie.

Agente responsável pelo recolhimento

O próprio investidor recolhe seus impostos via DARF quando o assunto é mercado de ações.
Este recolhimento é efetuado até o último dia útil do mês posterior à venda.

Obs.: O investidor ao preencher o DARF para recolhimento do imposto deverá deduzir o


valor retido na fonte, correspondente ao valor calculado de 0,005% e poderá ainda deduzir
os valores gastos a título de corretagem.
Operações de Day Trade

Considera-se Day Trade a operação ou conjugação de operações iniciadas e encerradas em um


mesmo dia, com o mesmo ativo, em que a quantidade negociada tenha sido liquidada, total ou
parcialmente, numa mesma corretora.
Beneficiário
Pessoa física ou jurídica inclusive as isenta.
Fato gerador
Rendimentos auferidos em operações Day Trade realizadas em Bolsa de Valores, de
mercadorias, de futuros e assemelhadas.
Alíquotas

OBSERVAÇÕES:
1) Não será considerado o valor ou quantidade de estoque do ativo existente em data anterior
a da operação de day trade.
2) Na apuração do resultado da operação serão considerados, pela ordem, o primeiro negócio
de compra com o primeiro negócio de venda, ou o primeiro negócio de venda com o primeiro
negócio de compra, sucessivamente.
3) Será admitida a compensação de perdas incorridas em operações day trade realizadas no
mesmo dia.
4) O investidor, na apuração dos ganhos líquidos auferidos no mês, somente poderá
compensar as perdas incorridas em operações day trade com os resultados positivos obtidos
em operações de mesma espécie (day trade) realizadas no mês.
5) O resultado mensal da compensação de que trata o item anterior:
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a) se positivo, integrará a base de cálculo mensal do imposto sobre a renda incidente sobre os
ganhos líquidos;
b) se negativo, poderá ser compensado com os resultados positivos de operações day trade
apurados nos meses subsequentes.
6) Ao término do ano-calendário, à pessoa física ou à pessoa jurídica isenta ou optante pelo
Simples Nacional, que possua saldo de imposto sobre a renda retido na fonte sobre operações
day trade que não tenha sido compensado na forma do item anterior, fica facultado o pedido
de restituição desse saldo na forma prevista na legislação.

4.2 Instrumentos de Renda Fixa

4.2.1 Definição

Os títulos de renda fixa ao contrário dos de renda variável mensuram sua rentabilidade, por
meio de prefixação ou indexado a um determinado índice de reajuste.
Os Instrumentos de renda fixa são títulos representativos de emissão de dívida que permitem
aos seus emissores captar recursos junto ao mercado, ou seja, são papéis que representam
uma confissão de dívida com data pré-determinada para pagamento. Os principais papéis de
renda fixa são os títulos públicos federais e os privados (CDB, LH, nota promissória,
debêntures, etc.).

4.2.2 Principais Conceitos e Características de Instrumentos de Renda Fixa:

4.2.2.1 Data de Emissão, Valor Nominal Atualizado e Juros “Acruados”.

Data de emissão: é a data de origem do título;


Valor Nominal atualizado: valor de face do título;
Juros Acruados: valor pro-rata da remuneração do título compreendido entre a data de
emissão e a data atual;

4.2.2.2 Formas de Remuneração – Pré e Pós-Fixada – Principais Indexadores.


Conforme o tipo de remuneração os títulos de renda fixa podem ser:
– Prefixados: Títulos com juros fixos estabelecidos no momento do seu lançamento ao público.
O investidor sabe, no momento da compra, o valor que receberá no vencimento.
– Pós-fixados: Títulos indexados pela variação de diferentes índices (CDI-CETIP, TR, IGP-M,
entre outros), onde a rentabilidade será definida conforme a variação do índice escolhido.

23
4.2.2.3 Formas de Amortização e Pagamento de Juros:
Em alguns títulos de taxa pós-fixada pode existir o pagamento intermediário de juros, o
denominado cupom, caso, por exemplo, do Tesouro IPCA (antiga NTN-B, corrigida pelo IPCA e
do Tesouro Pré Fixado com Juros (antiga NTF-F, corrigidas por taxa pré fixada).Também são
emitidos títulos sem juros ou puros, conhecidos como “zero cupom”.

4.2.2.3.1 Composição de Cupom de Taxa Real e Indexadores (IGP-M; Câmbio).

Alguns títulos são corrigidos pela variação de um determinado indexador, por exemplo, o IGP-
M e o Câmbio, os mais comuns. Além do indexador há uma taxa de juros prefixada,
denominada de cupom.
Esse cupom existe para que o fluxo financeiro do título seja ajustado ao custo de oportunidade
do mercado, sendo utilizado para balizar todas as cotações. A taxa de juros mais utilizada
como referência é o CDI.

4.2.2.4 Resgate Antecipado, Vencimento Antecipado (Quebra de Covenant,


Ocorrência de Cross Default) e Aquisição Facultativa e Opção de Compra
(Opção de Call). Conceitos e Diferenças.

As emissões de títulos de renda fixa apresentam algumas cláusulas em suas escrituras,


vejamos as que o programa de exame indicou:

Resgate Antecipado: condição expressa em cláusulas de resgate que dá ao emissor (a empresa


que está captando recursos) o direito de resgatar antecipadamente, parcial ou totalmente os
títulos em circulação.
A principal vantagem dessa cláusula para o emissor é a possibilidade de resgatar seu título
quando as condições de remuneração estão claramente desfavoráveis, ou seja, o seu custo
financeiro estiver muito elevado. Funciona como uma opção de compra. Não há desvantagem
para o emissor, já que o resgate antecipado é facultativo.

Vencimento Antecipado: quebra de covenant e cross default

- Covenant: Covenants são itens dos contratos dos empréstimos e financiamentos, criados
para proteger o interesse do credor. Estes itens estabelecem condições que não podem ser
descumpridas; caso isto ocorra, o credor poderá exigir o vencimento antecipado da dívida.
Para quem está emprestando, os covenants reduzem o risco de não pagamento da dívida; para
quem está captando o recurso, uma dívida com covenants geralmente possui uma taxa de
juros menor. Estas cláusulas contratuais podem variar caso a caso, como por exemplo:

 limitação de distribuição de dividendos pelo prazo estipulado;


 limitação de índices de endividamento;
 limitação de venda de investimentos ou imobilizações;
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 limitação ou proibição de mudança de controle acionário, entre outros.

- Cross Default: Dentre as cláusulas presentes em contratos financeiros merecem destaque


aquelas denominadas cross default, devido à amplitude das obrigações que por meio delas se
podem constituir.

A expressão cross default é proveniente da língua inglesa e significa "falha cruzada".


Chamamos também de vencimento acelerado. No meio financeiro refere-se àquelas cláusulas
presentes em contratos que determinam que o devedor estará em situação de falha (default)
no contrato em questão toda vez que deixar de cumprir quaisquer outras obrigações em
outros contratos. Sua abrangência poderá ser ampla ou restrita, dependendo do interesse do
credor em geral, as instituições financeiras. Pode-se, inclusive, estipular um valor mínimo das
obrigações a serem consideradas.

A principal finalidade das cláusulas de cross default é a proteção do credor contra terceiros
potencialmente na sua mesma condição. Por exemplo, caso ocorra uma situação de quebra de
covenants, existirá uma situação de default, e o montante devido pela empresa emissora
poderá vir a tornar-se vencido antecipadamente.

Aquisição Facultativa: é comum que determinada emissão de papéis (normalmente


debênture) inclua cláusula que garante ao emissor o direito de saldar o débito (total ou
parcial) antes do prazo de maturidade. Estes papéis poderão ser cancelados, permanecer em
tesouraria ou ser colocados novamente no mercado. A inclusão dessa cláusula beneficia o
emissor, pois permite a substituição de um título antigo por outro de menor custo, no caso de
queda da taxa de juros de mercado.

4.2.3 Principais Instrumentos

4.2.3.1 Títulos Públicos.

Os Títulos Públicos são emitidos pelo Governo Federal com o objetivo de captar recursos para
o financiamento da dívida pública e das atividades governamentais (educação, saúde etc).

Ao comprar um título público, você empresta dinheiro para o governo brasileiro em troca do
direito de receber no futuro uma remuneração por este empréstimo, ou seja, você receberá o
que emprestou mais os juros sobre esse empréstimo.

O órgão responsável pela emissão e controle dos títulos, e pela administração da dívida
mobiliária federal, é a Secretaria do Tesouro Nacional.

Há uma grande variedade de títulos públicos, cada um com características próprias em termos
de prazos (vencimentos) e rentabilidade.

As emissões de títulos são utilizadas para:


* antecipação de receita fiscal
25
* financiamento do déficit orçamentário

Os títulos públicos são resgatados em data predeterminada por um valor específico, atualizado
ou não, por indicadores de mercado, como, por exemplo, índices de preços.

4.2.3.1.1 Características: Tesouro Selic (Antiga LFT), Tesouro Pré Fixado (Antiga
LTN), Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN-B), Tesouro IPCA (Antiga NTN-B
Principal) e Tesouro Pré Fixado + Juros (Antiga NTN-F)

Tesouro SELIC (Antiga LFT - Letra Financeira do Tesouro )

Título com rentabilidade diária vinculada à taxa de juros básica da economia (taxa média das
operações diárias com títulos públicos registrados no sistema SELIC, ou, simplesmente, taxa
SELIC).
- Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
- Modalidades: nominativa, escritural e negociável;
- Valor Nominal (de emissão): R$ 1.000,00 (mil reais);
- Rendimento: taxa média ajustada dos financiamentos diários apurados no Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia - SELIC para títulos públicos federais, divulgada pelo Banco Central
do Brasil, calculada sobre o valor nominal;
- Resgate: pelo valor nominal, acrescido do respectivo rendimento, desde a data-base do
título.
- Forma de pagamento: No vencimento

Tesouro Pré-Fixado (Antiga LTN - Letra do Tesouro Nacional)

Título com rentabilidade definida (taxa prefixada) no momento da compra.


- Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
- Modalidades: nominativa, escritural e negociável;
- Valor de face (resgate): R$ 1.000,00 (mil reais);
- Rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal;
- Resgate: pelo valor nominal, na data de vencimento;

Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN - B – Nota do Tesouro Nacional - Série B.)

Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no


momento da compra.
- Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
- Taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em
porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado;

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- Modalidade: nominativa, escritural e negociável.
- Valor nominal na data-base (emissão): múltiplo de R$ 1.000,00;
- Atualização do valor nominal: pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
desde a data-base do título;
- Pagamento de juros: semestralmente. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a
taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título.
- Resgate do principal: em parcela única, na data do seu vencimento;

Tesouro IPCA (Antiga NTN - B – Principal - Nota do Tesouro Nacional - Série B)

Título com rentabilidade vinculada à variação do IPCA, acrescida de juros definidos no


momento da compra. Investidor resgata o valor de face (valor investido somada a
rentabilidade) na data de vencimento do título.
- Forma de pagamento: juros e principal no final.
- Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão do título;
- Taxa de juros: definida pelo Ministro de Estado da Fazenda, quando da emissão, em
porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal atualizado;
- Modalidade: nominativa, escritural e negociável.
- Valor nominal na data-base (emissão): múltiplo de R$ 1.000,00;
- Atualização do valor nominal: pela variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
desde a data-base do título;
- Rentabilidade: definida pelo deságio sobre o valor nominal acrescido da variação do IPCA
- Resgate: em parcela única, na data do seu vencimento;

Tesouro Pré-Fixado + Juros (Antiga NTN - F – Nota do Tesouro Nacional - Série F)

Título com rentabilidade definida (taxa prefixada) no momento da compra.


- Forma de Pagamento: semestralmente (juros) e no vencimento (principal).
- Prazo: definido pelo Ministro de Estado da Fazenda, na emissão do título;
- Taxa de juros: definida na emissão, em porcentagem ao ano, calculada sobre o valor nominal
atualizado;
- Modalidade: nominativa, escritural e negociável.
- Valor nominal na data-base (emissão): R$ 1.000,00 (mil reais).
- Rendimento: definido pelo deságio sobre o valor nominal;
- Pagamento de juros: semestralmente. O primeiro cupom de juros a ser pago contemplará a
taxa integral definida para seis meses, independentemente da data de emissão do título;
- Resgate: valor nominal, na data do seu vencimento.

4.2.3.1.2 Negociação de Títulos Públicos: Mercado Primário: Leilões; Mercado


Secundário: Balcão.

Mercado Primário – Leilões


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A maior parte das emissões de títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal interna – DPMFi
ocorre sob a forma competitiva, por meio de leilões realizados pelo Tesouro Nacional através
de sistema eletrônico do Banco Central.

Os leilões de títulos públicos são realizados por meio de processos competitivos. Podem
participar diretamente dos leilões, apresentando propostas, as instituições regularmente
habilitadas no sistema eletrônico disponibilizado pelo Banco Central. As demais pessoas
jurídicas e as pessoas físicas podem participar das ofertas públicas apenas por intermédio das
referidas instituições.

Os leilões são operados por meio de sistema eletrônico.

Mercado secundário – também chamado de Open Market

O Tesouro Nacional emite títulos da dívida pública no mercado primário, por meio de ofertas
públicas competitivas, na modalidade de leilões. Uma vez emitidos, os títulos podem ser
livremente negociados entre as partes, formando assim o mercado secundário de títulos
públicos.

O bom funcionamento do mercado secundário promove a avaliação dos ativos financeiros de


forma mais eficiente e transparente, além de possibilitar uma melhor administração do risco,
elevar a liquidez e potencializar o mercado primário. A liquidez elevada torna o processo de
formação de preços mais eficiente, permitindo ao Tesouro Nacional emitir instrumentos
financeiros com menor custo e, consequentemente, menor risco de refinanciamento.

A liquidez de um título pode ser entendida como a capacidade de compra e venda e o


respectivo impacto nos seus preços.

4.2.3.1.3 Tesouro Direto. Conceito e características operacionais. Custos para


o investidor. Nomenclatura dos títulos negociados e adequação dos produtos
em função do nível de conhecimento do investidor e objetivos. Conceito:
O Tesouro Direto é um Programa do Tesouro Nacional desenvolvido em parceria com a BM&F
Bovespa para venda de títulos públicos federais para pessoas físicas, por meio da internet.

Concebido em 2002, esse Programa surgiu com o objetivo de democratizar o acesso aos títulos
públicos, ao permitir aplicações com apenas R$ 30,00. Antes do Tesouro Direto, o
investimento em títulos públicos por pessoas físicas era possível somente indiretamente, por
meio de fundos de renda fixa que, por cobrarem elevadas taxas de administração,
especialmente em aplicações de baixo valor, reduziam a atratividade desse tipo de
investimento.

O Tesouro Direto contribuiu para a diversificação e complementação das alternativas de


investimento disponíveis no mercado, ao oferecer títulos com diferentes tipos de rentabilidade
(prefixada, ligada à variação da inflação ou à variação da taxa de juros básica da economia -
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Selic), de prazos de vencimento e de fluxos de remuneração. Com tantas opções, fica fácil
achar um título indicado para a sua necessidade.

Além de acessível e de apresentar opções de investimento que se encaixam aos seus objetivos
financeiros, o Tesouro Direto oferece boa rentabilidade e liquidez diária, mesmo sendo a
aplicação de menor risco do mercado.

Representa, portanto, uma excelente oportunidade para você realizar seu planejamento
financeiro sem complicação.

Limite Máximo: R$ 1.000.000,00 por mês

No Tesouro Direto, o próprio investidor gerencia seus investimentos, que podem ser de curto,
médio ou longo prazo.

Os títulos poderão ser resgatados antes do vencimento pelo seu valor de mercado, uma vez
que o Tesouro Nacional garante a recompra do título diariamente. Caso o investidor não
queira gerenciar seus investimentos, ele poderá autorizar uma das instituições financeiras
habilitadas a operar no Tesouro Direto (Agentes de Custódia) para efetuar compras e vendas
dos títulos públicos.

Prazos de liquidação

Compra: os títulos adquiridos no Tesouro Direto estarão disponíveis na conta de custódia do


investidor dois dias úteis após o pagamento.

Venda: os recursos financeiros referentes ao pagamento de resgate, recompra ou juros são


repassados pelo Tesouro Nacional, pelo valor bruto, ao Agente de Custódia um dia útil após a
ocorrência de um destes eventos. O Agente de Custódia deverá proceder as deduções de IR e
IOF, se houver, e creditar, posteriormente, o valor líquido na conta de investimento do
investidor.

Sobre essas operações, incidem taxa de administração e de custódia. O imposto de renda é


cobrado no momento de resgate, de acordo com as regras de renda fixa.

4.2.3.2 Titulos Privados Bancários

4.2.3.2.1 Certificado de Depósito Bancário – CDB e Letras Financeiras – LF:


Características
CDB – Certificado de Depósito Bancário

A sigla CDB significa Certificado de Depósito Bancário. São títulos nominativos de renda fixa e o
rendimento pode ser prefixado ou pós-fixado. Faz parte da modalidade de depósito a prazo,
ou seja, é um título de renda fixa emitido pelos bancos em que a remuneração e o prazo são
negociados no momento da aplicação. Funciona como um depósito que permite receber o seu
dinheiro mais o juro ao final do prazo predeterminado.

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- Formas de remuneração e prazos

O rendimento prefixado é aquele onde é possível saber quanto vai render o seu investimento
até o vencimento do título, pois o percentual de remuneração (taxa de juros) é definido no
momento da aplicação.
O CDB prefixado é ideal para quem deseja saber antecipadamente a remuneração, que leva
em consideração o valor que foi aplicado e o prazo de vencimento do investimento.
Já no rendimento pós-fixado, a remuneração é conhecida posteriormente à aplicação, de
acordo com a variação do indexador do produto e, ainda, o percentual contratado no
momento da aplicação.

Remuneração Prazo Mínimo


Pré Fixada ou Pós Fixada 1 dia
TR/TJLP 1 mês
TBF 2 meses
Índices de Preços 1 ano

- Formas de resgate

Tendo em vista que o CDB é um Depósito a Prazo, existe uma data marcada para que ocorra o
resgate do valor investido. Nessa data, ocorre o crédito em conta corrente do cliente do valor
aplicado acrescido da remuneração que tenha sido contratada (menos os impostos devidos).
Caso o cliente necessite dos recursos antes do vencimento do papel, pode solicitar o resgate
dentro das condições fixadas pela instituição emissora do título.

Letras Financeiras

A Letra Financeira é um título de crédito nominativo, de livre negociação, que consiste


em uma promessa de pagamento. São autorizados a emitir LF os bancos múltiplos,
comerciais e de investimento, além de sociedades de crédito, financiamento e
investimento, caixas econômicas, companhias hipotecárias ou sociedades de crédito
imobiliário.

A LF possui prazo mínimo de 2 anos, o que a torna um bom instrumento de captação


de médio e longo prazos para as instituições financeiras, auxiliando na gestão de
liquidez. É vedado o resgate total ou parcial de Letra Financeira antes do vencimento.
Todavia, o investidor pode optar por vender o título no mercado secundário, o qual
ainda possui baixa liquidez.

4.2.3.3 Títulos Corporativos

4.2.3.3.1 Debêntures: Conceito e Características

30
A debênture é um valor mobiliário emitido por sociedades anônimas, representativo de dívida,
que assegura a seus detentores o direito de crédito contra a companhia emissora.

Consiste em um instrumento de captação de recursos no mercado de capitais, que as


empresas utilizam para financiar seus projetos. É uma forma também de melhor gerenciar
suas dívidas.

Os recursos captados pela empresa por meio da distribuição de debêntures podem ter
diferentes usos: investimentos em novas instalações, alongamento do perfil das dívidas,
financiamento de capital de giro etc.

Ao disponibilizar seus recursos para serem utilizados pela empresa, o comprador (ou
debenturista, debenturista proprietário, titular de debênture, como é chamado) faz jus a uma
remuneração.

Desta forma, a debênture é um título de crédito privado em que os debenturistas são credores
da empresa e esperam receber juros periódicos e pagamento do principal - correspondente ao
valor unitário da debênture - no vencimento do título ou mediante amortizações nas quais se
paga parte do principal antes do vencimento, conforme estipulado em um contrato específico
chamado "Escritura de Emissão".

- Tipos: conversível, não conversível e permutáveis

Conversíveis: são aquelas que podem ser trocadas por ações da companhia emissora. As
condições de conversibilidade devem estar explícitas na escritura de emissão das debêntures,
a qual conterá as bases da conversão, a espécie e classe das ações em que a debênture poderá
ser convertida e o prazo ou época para o exercício do direito à conversão.

Não-conversíveis ou simples: são as debêntures que se caracterizam por representarem


unicamente um direito de crédito junto a empresa emissora.

Permutáveis: permitem ao investidor a opção de transformar suas debêntures em ações que


não são as da empresa emissora depois de determinado prazo de emissão.

- Taxas e Formas de Remuneração

Decisão conjunta do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários estabeleceu que as


debêntures de distribuição pública somente podem ter por remuneração:

I - taxa de juros prefixada;

II - uma das seguintes remunerações básicas, ajustada, para mais ou para menos, por taxa fixa:

a) Taxa Referencial - TR ou Taxa de Juros de Longo Prazo - TJLP, observado o prazo mínimo de
um mês para vencimento ou período de repactuação;

b) Taxa Básica Financeira - TBF, observado o prazo mínimo de dois meses para vencimento ou
período de repactuação;
31
c) Taxas flutuantes, observado que a taxa utilizada como referencial deve:

- ser regularmente calculada e de conhecimento público;

- basear-se em operações contratadas a taxas de mercado prefixadas, com prazo não inferior
ao período de reajuste estipulado contratualmente.

Apenas as sociedades de arrendamento mercantil e as companhias hipotecárias podem emitir


debêntures remuneradas pela TBF.

Alternativamente à forma de remuneração prevista acima, é admitida a emissão de


debêntures com cláusula de correção, com base nos coeficientes fixados para correção de
títulos da dívida pública federal, na variação da taxa cambial ou em índice de preços, ajustada,
para mais ou para menos, por taxa fixa.

Na emissão de debêntures com cláusula de correção monetária com base em índice de preços,
deve ser atendido o prazo mínimo de um ano para vencimento ou repactuação.

O prêmio das debêntures não pode ter como base a TR, a TBF, a TJLP, o índice de preços, a
variação da taxa cambial ou qualquer outro referencial baseado em taxa de juros. No entanto
se admite que o prêmio das debêntures tenha como base a variação da receita ou do lucro da
companhia emissora.

4.2.3.3.1.1 Escritura
É o documento em que estão descritas as condições sob as quais a debênture será emitida,
tais como direitos conferidos pelos títulos, deveres da emissora, montante da emissão e
quantidade de títulos, datas de emissão e vencimento, condições de amortização e
remuneração, juros, prêmio etc.

4.2.3.3.1.2. Registros
A debênture, quando da sua emissão, deverá ser registrada na CVM (Comissão de Valores
Mobiliários) e, por ser emissão escritural, também na CETIP/SND (Sistema Nacional de
Debêntures) onde são efetuados os controles de transferências e as liquidações financeiras das
operações.

4.2.3.3.1.3. Características da emissão e dos títulos

32
4.2.3.3.1.4. Cláusulas de resgate e vencimento antecipado e covenants:

Obs. Checar item 4.2.2.4 em instrumentos de Renda Fixa. Mesmo conceito.

4.2.3.3.1.5. Repactuação como renegociação de qualquer das características


da dívida
A repactuação é a condição de resgate que se estabelece para que a emitente recompre as
debêntures a um preço estipulado antes do vencimento. Geralmente o interesse do
resgate/repactuação é em função das taxas de juros de momento.

4.2.3.3.1.6. Hierarquia das espécies de debêntures de acordo com garantias


A emissão da debênture poderá ser efetuada com ou sem garantias. No caso da emissão com
garantia, temos:

Garantia Real - envolvendo o comprometimento de bens ou direitos que não poderão ser
negociados sem a aprovação dos debenturistas, para que a garantia não fique comprometida.

Garantia Flutuante - assegura privilégio geral sobre o ativo da emissora, mas não impede a
negociação dos bens que compõe esse ativo.

Existem dois tipos de emissões sem garantia: as Quirografárias (debênture sem privilégio) e as
Subordinadas. Em ambos os casos, o debenturista não terá nenhuma garantia ou preferência
no caso de liquidação da companhia.

Ressalte-se ainda que, em caso de liquidação da companhia, no pagamento de suas obrigações


com os credores, as Quirografárias precedem às Subordinadas.

4.2.3.3.1.7. Assembleia de debenturistas


Ocorre quando os debenturistas se reúnem para discutir e deliberar sobre assuntos relativos à
emissão, como por exemplo, alterações nas características da debênture.

Quem pode convocar uma Assembléia?

- A Companhia emissora;

- O agente fiduciário;

- A CVM; e

- Os debênturistas.

4.2.3.3.1.8. Deveres do agente fiduciário


O Agente Fiduciário é o representante legal dos debenturistas, protegendo seus interesses
perante a empresa emissora.

4.2.3.3.2. Notas Promissórias


33
4.2.3.3.2.1 Características: descrição, prazo, emissores, forma de resgate,
liquidez, rentabilidade e registro.
A Nota Comercial - também conhecida como Nota Promissória ou Commercial Paper - é um
título de emissão de sociedades anônimas, de capital aberto ou fechado, como forma de
captação de recursos junto a investidores que possuem o direito de crédito contra ela. A
colocação da Nota Comercial é feita por meio de oferta pública por instituição integrante do
sistema de distribuição.

A principal característica do título é o prazo de emissão: trata-se de uma captação de curto


prazo, com máximo de 180 dias para companhias de capital fechado e 360 para as de capital
aberto. Isto aproxima o instrumento do conceito de “empréstimo ponte”, amplamente
utilizado nos casos em que há um descasamento entre emissões da instituição de prazo maior.
Para mitigar o risco de necessidade de caixa, as companhias emitem as notas promissórias,
tendo como vantagem a maior rapidez de estruturação deste tipo de operação. O prazo
mínimo de emissão é de 30 dias.

Para o investidor, a remuneração da Nota Comercial pode ser um ponto atrativo. O


instrumento financeiro pode ser indexado a taxas prefixadas ou pós-fixadas, como DI, SELIC,
IPCA, TJLP, entre outros. Mas vale lembrar que incorporada à remuneração está o risco de
crédito da instituição emissora.

Obs.: a legislação não permite que instituições financeiras emitam Notas Promissórias.

Possui baixa liquidez, sendo pouco negociada no mercado.

Registro

Quando de sua emissão a Nota Promissória Comercial deverá ser registrada na CETIP, ou em
outro sistema de custódia e de liquidação autorizado pelo BACEN.

4.2.3.4 Títulos do Segmento Agrícola: Cédula de produtor Rural – CPR, Letra de


Crédito do Agronegócio – LCA e Certificado de Recebíveis do Agronegócio –
CRA. Características
CPR – Cédula de Produto Rural

É uma promessa de entrega futura de produtos rurais (CPR de Produtos). Por meio desse
instrumento, seus emitentes — produtores rurais, suas associações e cooperativas — recebem
pagamento à vista relativo à venda de mercadorias.

As CPRs têm sido utilizadas como instrumento de financiamento, proporcionando a


negociação da safra agrícola sem endividamento referenciado em taxas de juros e a redução
das pressões sazonais de preços das mercadorias.

34
Certificado de recebíveis do agronegócio – CRA

O Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA) é um título que gera um direito de crédito


ao investidor, ou seja, o mesmo terá direito a receber uma remuneração (geralmente juros) do
emissor e, periodicamente ou no vencimento do título, poderá receber de volta o valor
investido (principal).

Do ponto de vista do emissor, o CRA é um instrumento de captação de recursos destinados a


financiar transações do mercado do agronegócio e é emitido com lastro em recebíveis
originados de negócios entre produtores rurais, ou suas cooperativas e terceiros, inclusive
financiamentos ou empréstimos relacionados à produção, comercialização, beneficiamento ou
industrialização de produtos ou insumos agropecuários ou de máquinas e implementos
utilizados na produção agropecuária.

Somente instituições específicas, denominadas securitizadoras, podem emitir o CRA. As


companhias securitizadoras de créditos do agronegócio são instituições não financeiras
constituídas sob a forma de sociedade por ações, que têm por finalidade a aquisição e
securitização desses créditos e a emissão e colocação, no mercado financeiro, dos CRAs,
podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com
as suas atividades.

Garantias: CRA não está coberto pelo Fundo Garantidor de Crédito – FGC

Tributação: os rendimentos são isentos de IR, quando a CRA for emitida em favor de pessoa
física.

Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)

A LCA é um título emitido por uma instituição financeira. É utilizado para captar recursos para
participantes da cadeia do agronegócio. Criados pela Lei nº 11.076, esses papéis tem como um
de seus atrativos o fato de que os investidores pessoas físicas têm seus rendimentos isentos de
Imposto de Renda. Outro diferencial é o fato de as LCAs emitidas a partir de 23 de maio de
2013 terem cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite estabelecido pelo
Fundo para recursos numa mesma instituição. O prazo mínimo varia de acordo com o
indexador que possui.

A LCA terá os seguintes requisitos, lançados em seu contexto:

I - o nome da instituição emitente e a assinatura de seus representantes legais;

II - o número de ordem, o local e a data de emissão;

III - a denominação "Letra de Crédito do Agronegócio";

IV - o valor nominal;

V - a identificação dos direitos creditórios a ela vinculados e seus respectivos valores,

VI - taxa de juros, fixa ou flutuante, admitida a capitalização;


35
VII - data de vencimento ou, se emitido para pagamento parcelado, discriminação dos valores
e das datas de vencimento das diversas parcelas;

VIII - o nome do titular.

Aspecto tributário: a remuneração é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas e


condomínios de edifícios residenciais ou comerciais. Já para pessoas jurídicas a tributação é de
renda fixa, começando com alíquotas de 22,5% para aplicações de até 180 dias, até 15% para
prazos superiores a 720 dias.

4.2.3.5 Títulos do segmento Imobiliário: Certificado de Recebíveis Imobiliários


– CRI, Letras de Crédito Imobiliário – LCI e Cédula de Crédito Imobiliário – CCI.
Características
Certificado de Recebíveis Imobiliários – CRI

Conceito, lastro e aspectos tributários

Os Certificados de Recebíveis Imobiliários são títulos de crédito nominativos, escriturais e


transferíveis, lastreados em créditos imobiliários. Estão previstos na Lei 9514/97, que disciplina
o Sistema de Financiamento Imobiliário.

Conforme a Lei, o CRI é de emissão exclusiva de companhias securitizadoras de recebíveis


imobiliários, definidas como instituições não financeiras, constituídas sob a forma de
sociedade por ações, que tem por finalidade a aquisição e securitização desses créditos e a
emissão e colocação, no mercado financeiro, de Certificados de Recebíveis Imobiliários,
podendo emitir outros títulos de crédito, realizar negócios e prestar serviços compatíveis com
a sua atividade.

Securitizar é transformar direitos creditórios - como os provenientes das vendas a prazo nas
atividades comerciais, financeiras ou prestação de serviços - em títulos negociáveis no
mercado. O Certificado de Recebível Imobiliário, assim, é uma securitização de direitos
creditórios originados nos financiamentos imobiliários.

O CRI é emitido a partir de um Termo de Securitização, documento com valor legal, assentado
no Registro de Imóveis e na CVM, onde estão listados os créditos imobiliários que servem de
lastro para a emissão do certificado.

Podem investir em CRI pessoas físicas e jurídicas.

Quanto à remuneração dos CRIs:

a) não podem ser emitidos com cláusula de correção monetária com base na variação da taxa
cambial;

36
b) podem ser ajustados mensalmente por índices de preços setoriais ou gerais ou pelo índice
de remuneração básica dos depósitos de poupança, se emitidos com prazo de vencimento
mínimo de 36 meses.

Aspectos tributários: isenção de Imposto de renda sobre sua remuneração, para investidores
pessoa física.

Letras de Crédito Imobiliário (LCI)

LCI é um dos instrumentos de Renda Fixa mais procurados pelo investidor pessoa física e que
mais cresceram nos últimos anos, por conta de sua isenção de Imposto de Renda para esse
público. Representa uma fonte de recursos para o setor imobiliário, pois possui como lastro
créditos imobiliários.

Emitida por instituições financeiras – bancos comerciais, múltiplos e de investimento, além de


sociedades de crédito imobiliário, associações de poupança e empréstimo e companhias
hipotecárias – e regulamentada pela a Lei no 10.931/2004 e a Circular do Banco Central no.
3.614/12, pode ser remunerada por taxa pré ou pós fixada.

Ao optar pela LCI, o investidor assume o risco primário do emissor. Conta ainda com a
segurança adicional de que está vinculado à carteira da de crédito imobiliário da instituição
financeira. Outro diferencial é o fato de ser é elegível à cobertura do Fundo Garantidor de
Crédito (FGC).

A LCI será emitida sob a forma nominativa, podendo ser transferível mediante endosso em
preto, e conterá:

I - o nome da instituição emitente e as assinaturas de seus representantes;

II - o número de ordem, o local e a data de emissão;

III - a denominação "Letra de Crédito Imobiliário";

IV - o valor nominal e a data de vencimento;

V - a forma, a periodicidade e o local de pagamento do principal, dos juros e, se for o caso, da


atualização monetária;

VI - os juros, fixos ou flutuantes, que poderão ser renegociáveis, a critério das partes;

VII - a identificação dos créditos caucionados e seu valor;

VIII - o nome do titular; e

IX - cláusula à ordem, se endossável.

Obs.: A LCI não poderá ter prazo de vencimento superior ao prazo de quaisquer dos créditos
imobiliários que lhe servem de lastro.

Resgate: por meio de amortizações periódicas ou em parcela única no vencimento.


37
Aspecto tributário: a remuneração é isenta de Imposto de Renda para pessoas físicas e
condomínios de edifícios residenciais ou comerciais. Já para pessoas jurídicas a tributação é de
renda fixa, começando com alíquotas de 22,5% para aplicações de até 180 dias, até 15% para
prazos superiores à 720 dias.

4.2.3.6 Operações Compromissadas. Conceito e Características

No mercado de títulos de renda fixa, operações compromissadas são operações de compra (ou
venda) de títulos com compromisso de revenda (ou recompra) dos mesmos títulos em uma
data futura, anterior ou igual à data de vencimento dos títulos.

Os bancos compram e mantém títulos em suas carteiras. Eles podem propor vender esse título
a você, com o compromisso de recomprá-lo daqui a um determinado período de tempo. É
como se o banco estivesse pedindo dinheiro emprestado a você e dando como garantia um
título de sua carteira. Dessa maneira, o banco não se desfaz do título, e você não possui de
fato esse título, pois ele pertence ao banco. Se a negociação fosse definitiva, o banco venderia
o título a você sem o compromisso de recomprá-lo.

Nas operações compromissadas, pelo menos uma das partes contratantes deve ser banco
múltiplo, banco comercial, banco de investimento, banco de desenvolvimento, sociedade de
crédito, financiamento e investimento, sociedade corretora de títulos e valores mobiliários,
sociedade distribuidora de títulos e valores mobiliários ou a Caixa Econômica Federal,
habilitado para a realização dessas operações.

As negociações das operações compromissadas são negociadas em balcão, com registro no


Selic, Cetip Net ou na clearing de ativos da BM&F.

As operações compromissadas são usadas quando uma instituição financeira pode estar
precisando temporariamente de dinheiro, mas não quer se desfazer de parte dos seus títulos.
Então ela “vende” parte deles para outra entidade com o compromisso de recomprá-los numa
data futura, em troca do pagamento de juros.

4.2.3.7 Caderneta de Poupança: principais características em termos de


liquidez, rentabilidade, garantias e riscos

A caderneta de poupança é um dos investimentos mais populares do país, que conta com
simplicidade e baixo risco. Além disso, é garantida pelo governo e suas regras de
funcionamento são reguladas pelo Banco Central.

Funcionamento: uma única conta engloba até 28 subcontas, exceto para pessoa jurídica com
fins lucrativos que terá uma única data de aniversário.

Obs.: Contas abertas nos dias 29, 30 e 31, terão como data de aniversário o dia primeiro do
mês seguinte.

38
Rentabilidade: variação da TR (taxa referencial) + 0,5% ao mês quando a Selic superior a 8,5%
ao ano. Os rendimentos gerados são creditados mensalmente nas contas de pessoas físicas e
jurídicas imunes e trimestralmente para pessoas jurídicas. Quando a SELIC for igual ou inferior
a 8,5% ao ano a remuneração será de 70% da Selic + TR.

Cálculo do rendimento: a caderneta de poupança utiliza uma taxa de rendimentos específica


para cada dia e os depósitos são remunerados conforme o dia de aniversário de cada saldo,
mesmo que estejam numa mesma conta, como se fossem várias contas numa conta só
(engloba até 28 subcontas).

Resgates: podem ser efetuados a qualquer momento, mas o rendimento só incidirá sobre o
saldo que no dia do aniversário estiver na conta há pelo menos 30 dias.

Garantias: possui a garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para minimizar o risco de
crédito contra a instituição financeira que for associada ao fundo. Será garantido até o valor de
R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais) por CPF ou CNPJ.

Aspecto tributário para pessoa física: a remuneração é isenta de Imposto de Renda para
pessoas físicas e condomínios de edifícios residenciais ou comerciais.

Aspecto tributário para pessoa jurídica: devido ao pagamento dos rendimentos trimestrais a
alíquota será de 22,5% (vinte e dois e meio por cento), retido na fonte.

4.2.4 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras de


renda fixa para Pessoa Física e Jurídica, exceto em Fundos de Investimento:
fato gerador; alíquotas; prazos; base de cálculo e agente responsável pelo
recolhimento.

IOF – Imposto Sobre Operações Financeiras (Valores Mobiliários)

Fato Gerador

Aquisição, cessão, resgate, repactuação ou pagamento para liquidação de títulos e valores


mobiliários.

Alíquota (Tabela Regressiva)

O IOF será cobrado à alíquota de 1% (um por cento) ao dia sobre o valor do resgate, cessão ou
repactuação, limitado ao rendimento da operação, em função do prazo, conforme tabela
constante do anexo I, para:
I – às operações realizadas no mercado de renda fixa;
II - o resgate de cotas de fundos de investimento e de clubes de investimento (com carteira
com menos de 67% em ativos de renda variável).
39
- O IOF será cobrado à alíquota de 0,5% (zero vírgula cinco por cento) ao dia sobre o valor de
resgate de quotas de fundos de investimento, constituídos sob qualquer forma, na hipótese de
o investidor resgatar cotas antes de completado o prazo de carência para crédito dos
rendimentos.
- Ficam sujeitas à alíquota 0% (zero) as operações:
I - de titularidade das instituições financeiras e das demais instituições autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil, excluída a administradora de consórcio;
II - das carteiras dos fundos de investimento e dos clubes de investimento;
III - do mercado de renda variável, inclusive as realizadas em Bolsas de Valores, de
mercadorias, de futuros e entidades assemelhadas;
IV - de resgate de cotas dos fundos e clubes de investimento em ações, assim considerados
pela legislação do imposto de renda (carteiras com no mínimo 67% em ativos de renda
variável).
V - com Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio - CDCA, com Letra de Crédito do
Agronegócio - LCA e com Certificado de Recebíveis do Agronegócio – CRA;
VI - com Debêntures de que trata o art. 52 da Lei nº 6.404, com Certificados de Recebíveis
Imobiliários – CRI, de que trata o art. 6º da Lei nº 9.514, e com Letras Financeiras – LF.
Isenção do IOF
- negociações com Cédula de Produto Rural - CPR realizadas nos mercados de Bolsas e de
Balcão;
- de negociações com Certificado de Depósito Agropecuário - CDA e com Warrant
Agropecuário – WA.

Base de Cálculo

A base de cálculo do IOF é o valor:


I - de aquisição, resgate, cessão ou repactuação de títulos e valores mobiliários de renda fixa;
II - da operação de financiamento realizada em Bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e
assemelhadas;
III - de aquisição ou resgate de cotas de fundos de investimento e de clubes de investimento
considerados de renda fixa.

Agente responsável pelo recolhimento

Administrador do Fundo ou a instituição intermediadora da operação (na fonte).

40
Imposto de Renda sobre as aplicações financeiras de Renda Fixa para Pessoa
Física, exceto em Fundos de Investimento

Fato gerador

 Rendimentos produzidos por aplicações financeiras de renda fixa, decorrentes de


alienação, liquidação (total ou parcial), resgate, cessão ou repactuação do título ou
aplicação;
 Rendimentos periódicos produzidos por título ou aplicação, bem como qualquer
remuneração adicional aos rendimentos prefixados;
 Rendimentos auferidos em contas de depósitos de poupança

Importante: para fins de incidência do imposto sobre a renda na fonte, a alienação


compreende qualquer forma de transmissão da propriedade, bem como a liquidação, o
resgate, a cessão ou a repactuação do título ou aplicação.

Alíquotas

Prazo de
Modalidade Alíquotas Retenção
Permanência
até 180 dias 22,50%
Aplicações de Renda Imposto
de 181 a 360 dias 20,00%
Fixa de renda
de 361 a 720 dias 17,50% na fonte
acima de 720 dias 15,00%

41
Base de cálculo
 Diferença positiva entre o valor de alienação e o valor da aplicação , líquido do IOF, no
caso de títulos e operações de renda fixa;

Agente responsável pelo recolhimento


A responsabilidade pela retenção do imposto cabe:

- a pessoa jurídica que efetuar o pagamento dos rendimentos;


- instituições ou entidades que, embora não seja fonte pagadora original, façam o pagamento
ou crédito dos rendimentos ao beneficiário final.
A retenção do imposto será efetuada por ocasião:
- do pagamento ou crédito dos rendimentos, ou da alienação do título ou aplicação;
- na data da conversão, no caso de debênture conversível em ações.

Isenção e não incidência


São isentos do imposto sobre a renda:
I - os rendimentos auferidos por pessoa física e pelos condomínios de edifícios residenciais ou
comerciais em contas de depósitos de poupança;
II - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida por
Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Letras de Crédito Imobiliário (LCI);
III - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida por
Certificado de Depósito Agropecuário (CDA), Warrant Agropecuário (WA), Certificado de
Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e
Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA); e
IV - na fonte e na declaração de ajuste anual das pessoas físicas, a remuneração produzida
pela Cédula de Produto Rural (CPR), com liquidação financeira, desde que negociada no
mercado financeiro.
O disposto acima não se aplica:
I - aos rendimentos auferidos por pessoas jurídicas;
II - ao ganho de capital auferido na alienação ou cessão.

Imposto de Renda sobre as aplicações Financeiras de Renda Fixa para Pessoa


Jurídica, exceto em Fundos de Investimento

Para Pessoa Jurídica o raciocínio é o mesmo e a tabela também é a mesma, com exceção das
regras de isenção e não incidência, não aplicáveis para este público.

Prazo de
Modalidade Alíquotas Retenção
Permanência
até 180 dias 22,50%
Aplicações de Renda Imposto
de 181 a 360 dias 20,00%
Fixa de renda
de 361 a 720 dias 17,50% na fonte
acima de 720 dias 15,00%
42
4.2.5 FGC – Fundo Garantidor de Crédito: produtos e serviços que possuem
garantia do FGC, limites de cobertura e operacionalização

FGC - Fundo Garantidor de Créditos

Entidade privada, sem fins lucrativos, destinada a


Definição administrar mecanismos de proteção a titulares de créditos
contra instituições financeiras.

O FGC tem por objetivos prestar garantia de créditos contra


instituições dele associadas, nas hipóteses de: - decretação
Objetivos da intervenção, liquidação extrajudicial ou falência da
associada; reconhecimento, pelo Banco Central do Brasil, do
estado de insolvência da associada.

- Depósitos à vista ou sacáveis mediante aviso prévio

- Depósitos de poupança

- Depósitos a prazo, com ou sem emissão de certificado

- Depósitos mantidos em contas não movimentáveis por


cheques destinadas ao registro e controle do fluxo de
recursos referentes à prestação de serviços de pagamento
Objetos de Garantia de salários, vencimentos, aposentadorias, pensões e
similares.

- Letras de câmbio

- Letras imobiliárias

- Letras hipotecárias

- Letras de crédito imobiliário

43
O total de créditos de cada pessoa contra a mesma
instituição associada, ou contra todas as instituições
Limite de Garantia associadas do mesmo conglomerado financeiro, será
garantido até o valor de R$ 250.000,00 (duzentos e
cinquenta mil reais).

- titular do crédito é aquele em cujo nome o crédito estiver


registrado na escrituração da instituição associada ou
aquele designado em título por ela emitido ou aceito;

- devem ser somados os créditos de cada credor


identificado pelo respectivo Cadastro de Pessoas Físicas
(CPF) ou Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) contra
todas as instituições associadas do mesmo conglomerado
financeiro;
Principais Critérios
- os cônjuges são considerados pessoas distintas, sejam qual
for o regime de bens do casamento;

- créditos em nome de dependentes do beneficiário


identificado devem ser computados separadamente;

- nas contas conjuntas, o valor da garantia é limitado a R$


250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), ou ao saldo da
conta, quando inferior a esse limite, dividido pelo número
de titulares, sendo o crédito do valor garantido feito de
forma individual.

4.3 Derivativos
Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa
de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro, etc.) ou financeiro
(ações, taxas de juros, etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um
derivativo sobre outro derivativo). Os derivativos podem classificados em contratos a termo,
contratos futuros, opções de compra e venda, operações de swaps, entre outros, cada qual
com suas características.

Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padronizados, isto é,


previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do
ativo-objeto sobre os quais se efetuam as negociações), em mercados organizados, com o fim
de proporcionar, aos agentes econômicos, oportunidades para a realização de operações que
viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de ativos e de variáveis
macroeconômicas.

44
Os derivativos são tidos como instrumentos Financeiros que transferem riscos.

Os principais instrumentos derivativos são: termo, futuro, swap e opções.

4.3.1 Termo, Futuros, Swaps e Opções: Características Formais dos Derivativos


Contratos a Termo

Mercado à termo está relacionado com futuro. Uma operação a termo consiste em uma
compra ou venda de uma determinada quantidade de ações, a um preço pré-estabelecido,
com uma prazo determinado de liquidação. Essas condições são livremente acordadas entre os
investidores, tendo que, obrigatoriamente, ter um prazo mínimo de 16 dias e um prazo
máximo de 999 dias corridos. O preço negociado será o valor da ação mais um valor de juros,
acordado livremente entre as partes negociantes, sempre em função do prazo do contrato.

O mercado a termo funciona como uma espécie de contrato de financiamento. De um lado,


temos um investidor que quer comprar ações, mas que talvez não tenha o dinheiro no
momento, e quer garantir sua compra no futuro. Dessa forma, ele se utilizado do mercado a
termo, pagando o preço da ação mais uma taxa de juros, para a compra em uma data futura.
Do outro lado, temos outro investidor que quer vender as ações, e, para ter uma melhor
rentabilidade, cobra da outra ponta uma taxa de juros. Ele também pode comprar ações no
mercado à vista e já fazer um contrato a termo, garantindo a venda das ações em uma data
futura pelo preço que pagou acrescido de uma taxa de juros.

O contrato a termo é muito parecido com um contrato futuro, com algumas diferenças. No
contrato a termo, há um acordo bilateral, que não pode ser transferidos à terceiros. Um
contrato futuro é totalmente padronizado, podendo ser negociado livremente no mercado,
encerrando a posição. No contrato a termo, se qualquer uma das partes quiser encerrar o
contrato antecipadamente, a outra parte deverá aceitar. Além disso, não há ajustes diários de
posição para o contrato a termo, sendo o resultado financeiro apurado na data de liquidação
do contrato. A operação a termo é realizada em leilão, com uma operação muito parecida com
o mercado à vista.

O fluxograma a seguir irá ajudá-lo a fixar os conceitos da negociação a termo.

Principais características do contrato a termo:

- Não há fluxo financeiro no início da operação;

45
- São negociações realizadas fora de Bolsa, geralmente em mercado de Balcão (maioria);

- Liquidação com a entrega física do objeto de negociação ou por diferença de preços.

- Contrato adequado às partes;

- Contratos sem padronização;

- Posição mantida até o vencimento;

- Baixa liquidez;

- Risco de crédito entre as partes;

Importante: As operações no mercado a termo normalmente são de balcão, porém existe


negociações com esta modalidade na BM&FBovespa (com ações contrato de ouro). Quando
essas negociações forem realizadas em Bolsa de Valores ou de Mercadorias exigem-se
garantias das partes (comprador e vendedor).

Exemplo: Vamos analisar como é negociada uma operação de compra de ações no mercado
a termo.

Inicialmente, observe a operação no mercado à vista.

Empresa: XPTO

Quantidade: 1000 ações

Cotação por ação: R$ 20,00

Valor da Operação à Vista: R$ 20.000,00

Operação no Mercado a Termo

Taxa de financiamento (BM&FBovespa) no mercado a termo para 30 dias: 1,50%

Valor da Operação a Vista: R$ 20.000,00

Juros: R$ 300,00

Cotação a Termo: R$ 20,30

Valor da Operação a Termo: R$ 20.300,00

Importante: Neste caso, no vencimento do contrato (30 dias), supomos que, se a cotação
estiver R$ 21,00, o investidor pagará R$ 20,30, que significa o preço contratado no início da
operação a termo. O mesmo ocorre se a cotação estiver a R$ 22,00, pagará o preço contratado
de R$ 20,30. O objetivo principal da operação foi buscar a proteção de preço.

46
Contratos Futuros

Um contrato futuro é um compromisso assumido entre duas partes, compromisso de comprar


ou vender determinado ativo numa data determinada a um determinado preço. Os contratos
futuros são um importante instrumento financeiro, uma vez que permite sejam negociados
hoje, direitos futuros em condições de incerteza.

Os contratos futuros surgiram muito antes das negociações de ações, ainda no século XII,
como uma necessidade da administração de risco, principalmente no setor agrícola. Um
produtor agrícola normalmente fica exposto ao risco de variação do preço do seu produto até
a colheita, isso porque os preços de produtos agrícolas variam em função de efeitos que
podem prejudicar ou favorecer a colheita, incluindo-se aí também a própria sazonalidade dos
períodos de safra e entressafra. Tal variação pode ser significativamente grande a ponto de dar
lucros absurdos ou enormes prejuízos para o produtor.

O fluxograma abaixo irá ajudá-lo a fixar os conceitos da negociação de contratos futuros.

Principais características dos contratos futuros:

* Contrato padronizado quanto a: quantidade do ativo, tipo, qualidade, vencimento, etc.

* Liquidação: física ou financeira.

* Encerramento antecipado: por meio de operação inversa.

* Preço: Livremente acordado entre as partes, entre um intervalo de preço permitido pela
bolsa.

* Margem de garantia: depósito que deverá ser efetuado, por ambas as partes (comprador e
vendedor) e pode ser em: dinheiro, carta de fiança, títulos públicos ou privados.

* Preço de liquidação: igual ao mercado à vista.

* Ajuste diário: ajuste de ganhos e perdas entre o preço de fechamento do dia e o


fechamento do dia anterior, isso ocorre em função da oscilação dos preços futuros.

O resultado do ajuste é repassado diariamente para o cliente (débito ou crédito)


47
* Possui alta liquidez.

Abaixo está um quadro comparativo entre mercado a termo e futuro:

Contrato de SWAP

Podemos definir swap como um contrato de derivativo por meio do qual as partes pactuam
uma troca de fluxos de caixa relativos a uma operação em um determinado período futuro
sem que haja troca do principal.

Os swaps podem ser realizados sobre taxas de juros, indexadores, moedas, commodities, ou
outros ativos e derivativos.

Finalidade do "swap": é permitir que as partes ajustem o rendimento, ou o custo de suas


operações financeiras às suas necessidades. O "swap”, portanto, pode ser utilizado pelos
investidores como instrumento de "hedge", para converter operações prefixadas em pós-
fixadas, como, por exemplo, no caso de um CDB pré-fixado que rende 0,8º% ao mês ser
transformado em um CDB pós fixado que rende 95% do CDI. O "swap", portanto, permite a
troca de rendimentos. Desta maneira o cliente vai se beneficiar com o aumento da taxa de
juros e não ficará mais travado na taxa pré-fixada.

As operações com "swap", no entanto, não se restringem a troca de juros. São também usuais
"swaps" de:

- Troca de Moedas - exemplo: R$ por US$

- Troca de Taxas de Juros - exemplo: prefixados por pós-fixado

- Troca Indexadores - exemplo: IGP-M por CDI.

O principal motivo para a realização de um Swap está associado à gestão de risco. Por meio do
swap é possível minimizar o grau de exposição a riscos de mercado, compatibilizando os
prazos, as moedas e os indexadores dos ativos e passivos.

O "swap", portanto, serve como um instrumento de proteção contra riscos de mercados,


podendo ser utilizado para:

- Eliminação do risco da alta da taxa de juros;

- Melhor casamento entre ativos e passivos;

48
- Alterar a moeda de um fluxo de rendimento de um ativo;

- Administração de risco e exposição cambial.

4.3.2 Tipos de opções e representação gráfica: PUT (opção de venda) e CALL


(opção de compra). compra/venda de put, compra/venda de call. Titular e
lançador.
No mercado de opções, negocia-se o direito de comprar ou de vender um bem por um preço
fixo numa data futura. Quem adquirir o direito deve pagar um prêmio ao vendedor. Este
prêmio não é o preço do bem, mas apenas um valor pago para ter a opção (possibilidade) de
comprar ou vender o referido bem em uma data futura por um preço previamente acordado.

O objeto de negociação pode ser um ativo financeiro ou uma mercadoria, negociados em


pregão, com ampla transparência. O comprador da opção, também chamado titular, sempre
terá o direito do exercício, mas não obrigação de exercê-lo. O vendedor da opção, também
chamado lançador, terá a obrigação de atender ao exercício caso o titular opte por exercer seu
direito.

Em resumo Opções são contratos nos quais uma das partes tem só o DIREITO (comprador ou
titular) e a outra parte tem só a OBRIGAÇÃO (vendedor ou lançador).

O Comprador ou Titular adquire o DIREITO de comprar ou vender determinado ativo a um


preço prefixado (preço de exercício), numa certa data, ou antes, da data de vencimento. Por
este direito, os titulares das opções pagam um prêmio ou preço da opção, que é negociado
entre o titular e o lançador por meio de seus representantes no pregão da Bolsa.

O Vendedor ou Lançador possui a OBRIGAÇÃO de comprar ou vender determinado ativo a


um preço prefixado (preço de exercício), se for exercido, numa certa data. Por esta obrigação
os lançadores das opções recebem um prêmio ou preço da opção, que é pago pelo titular da
opção.

Abaixo estão alguns conceitos básicos do mercado de opções:

- Titular: é o proprietário ou comprador da opção, aquele que detém o direito de comprar ou


vender. O titular paga um prêmio por esse direito;

- Lançador: é o vendedor da opção, ou seja, aquele que cede o direito ao titular, devendo
comprar ou vender o ativo ao titular, se este o desejar;

- Tipos de opções: Opção de Compra (CALL): compreende o direito de comprar o ativo por um
determinado preço, se assim desejar o investidor. Opção de Venda (PUT): é o direito de vender
o ativo por um determinado preço, se assim desejar o investidor.

- Ativo-objeto: É o produto que referencia a opção, é a mercadoria ou ativo financeiro objeto


do contrato;

49
- Prêmio: corresponde ao preço de negociação da opção definido pelo mercado, ou seja, é o
preço que o titular paga pela opção ao lançador. O prêmio é pago no ato da negociação sem
direito a devolução, caso não haja exercício;

- Preço de Exercício (strike price): refere-se ao valor futuro pelo qual o ativo será negociado,
ou o preço pelo qual o titular pode exercer o seu direito;

- Data de Vencimento: corresponde ao dia em que a posição pode ser exercida ou que cessam
os direitos do titular de exercer sua opção;

- Valor Intrínseco: é a diferença entre o valor atual do ativo-objeto que está sendo negociado
no mercado a vista e o preço de exercício da opção, sendo uma medida intuitiva do seu valor;

- Séries de uma Opção: quando há lançamento de opções, as Bolsas o fazem por séries que
compreendem a fixação do preço de exercício para uma mesma data, sendo cada série
identificada por um código que identifica se a opção é de venda ou de compra e o mês de
vencimento;

- Opção Coberta: quando o lançador vincula o ativo-objeto como garantia da operação;

- Opção Descoberta: quando o lançador não efetua o depósito da totalidade do ativo-objeto,


ou seja, ele vende uma opção sem depositar o ativo-objeto que terá que entregar, caso seja
exercida a opção pelo comprador. No caso do ativo-objeto ser ações, o lançador deverá
aportar margem por meio de depósito de ativos aceitos em garantia pela CBLC.

Quanto ao dia de exercício, as opções podem ser do tipo:

- Opção Americana: quando permite o exercício do direito em qualquer dia, até o dia do
vencimento.

- Opção Européia: o exercício somente pode ser exercido no dia do vencimento.

Alguns cenários possíveis e representações gráficas deste mercado e que poderão ser
cobrados em sua prova

1. Titular (comprador) de Opção de compra (CALL)

O titular de opção de compra tem o direito de comprar um ativo específico a um


determinado preço e data. O titular de uma Call tem por expectativa a tendência de alta no
preço do ativo.

Exemplo 1: Um investidor pagou R$ 5,00 de prêmio por uma opção de compra a R$ 50,00. No
dia do exercício, o valor da mesma ação no mercado a vista era de R$ 60,00. A opção deve ser
exercida?

Resposta: Sim, pois ele pode comprar a R$ 50,00, abaixo do preço no mercado a vista.
50
E qual o ganho com a operação, dado que ele vendeu as ações?

Resposta:

Preço de Venda R$ 60,00

(-) Preço de Exercício R$ 50,00

(-) Prêmio pago R$ 5,00

Resultado da Operação= R$ 5,00

Exemplo 2: Um investidor pagou R$ 5,00 de prêmio por uma opção de compra a R$ 50,00. No
dia do exercício, o valor da mesma ação no mercado a vista era de R$ 40,00. A opção deve ser
exercida?

Resposta: Não, pois o investidor pode comprar o ativo por R$ 40,00, mais barato do que os R$
50,00. Não exercendo seu direito, o investidor estará assumindo um prejuízo em R$ 5,00
(prêmio). Portanto, o titular só vai exercer uma opção no ponto em que a operação passe a dar
retorno.

Abaixo um resumo para você gravar os conceitos de opções de compra e venda.

Atenção: Esse assunto é um dos assuntos mais trabalhosos desta prova.


Se você não entendeu reveja o assunto e refaça o exemplo acima em
cenários diferentes para que possa entender. Perceba que podemos ser
titulares de uma Opção de Compra ou titulares de uma Opção de Venda.
O primeiro quer que o preço do ativo suba para que exerça a opção,
lucrando assim com o exercício. Se isso não acontecer ele não exerce e
perde o prêmio. Para o titular de uma Opção de Venda o raciocínio é o
oposto e ele quer que o preço do ativo caia, pois assim a outra parte não
exercerá a opção e ele ganhará o prêmio. Veja o exemplo gráfico abaixo.

Representação gráfica - Ganhos/perdas do Titular da Opção de compra (Call)

Suponha que o comprador da opção paga um prêmio de R$ 2,00 e, com isso, adquire o direito
de comprar uma ação por R$ 100,00.

51
O gráfico mostra que:

- Se o preço da ação na data do exercício for menor que R$ 100,00, o titular não exercerá e
perderá R$ 2,00 correspondentes ao valor do prêmio.

- Se o preço da ação estiver entre R$ 100,00 e R$ 102,00, o titular exercerá recuperando


parcialmente o capital investido. Pois R$ 102,00 é o preço de equilíbrio (preço de exercício +
prêmio).

- Se o preço da ação estiver acima de R$ 102,00, o titular exercerá e terá ganhado líquido.

2. Lançador (vendedor) de Opção de compra (CALL)


O lançador tem a obrigação de vender o ativo, se exercido. É o lado oposto ao titular de uma
opção de compra. O lançador tem por expectativa a tendência de queda no preço do ativo.

Portanto, o ganho do vendedor está limitado ao prêmio que recebeu pela venda da opção de
compra, sendo que esse ganho vai diminuindo à medida que há o exercício da opção pelo
titular. O prejuízo do vendedor vai aumentando à medida que o preço do ativo aumenta.

Representação gráfica: ganhos/perdas do Lançador da Opção de compra (Call).

Suponha que o lançador da opção receba um prêmio de R$ 2,00 e, com isso, assume a
obrigação (se exercido) de vender a ação por R$ 100,00 ao comprador da opção.

52
O gráfico mostra que:

- Se o preço da ação na data do exercício for menor que R$ 100,00, o lançador ganhará R$ 2,00
correspondentes ao valor do prêmio. Lucro limitado ao prêmio.

- Se o preço da ação estiver entre R$ 100,00 e R$ 102,00, o ganho irá diminuir a medida que
cresce o preço de mercado e se anulará quando atingir os R$ 102,00.

- Se o preço da ação estiver acima dos R$ 102,00, o lançador terá perdas crescentes.

Se você entendeu a dinâmica da opção de compra, sob a ótica do titular e lançador,


acompanhe agora o processo com a opção de venda.

4. Titular (comprador) de Opção de venda (PUT)


O titular da opção de venda tem o direito de vender determinado ativo a um preço definido,
em certa data, se assim o desejar. Seu retorno vai diminuindo à medida que o preço do ativo-
objeto (preço no mercado à vista) vai aumentando. O titular ao adquirir uma opção de venda
tem por expectativa a queda no preço do ativo.

O titular de uma opção de venda somente exercerá seu direito enquanto o preço de
exercício for maior que o preço do ativo-objeto. Comprar uma opção de venda permite
garantir um preço mínimo para vender o ativo caso este se desvalorize. Pode ser considerada
uma estratégia de hedge eficaz.

Representação gráfica: ganhos/perdas do Titular da Opção de venda (Put)

Suponha que o titular da opção paga um prêmio de R$ 2,00 e, com isso, tem o direito de
vender uma ação por R$ 100,00.

53
O gráfico mostra que:

- Se o preço da ação, na data de exercício, for superior a R$ 100,00, o titular não exercerá e
perderá R$ 2,00 correspondentes ao valor do prêmio pago.

- Se o preço da ação estiver entre R$ 98,00 e R$ 100,00, o titular exercerá e reduzirá o prejuízo.

- Se o preço da ação for inferior a R$ 98,00, o titular exercerá e seu ganho será crescente a
medida que o preço cai.

4. Lançador (vendedor) de Opção de venda (PUT)


O lançador de opção de venda tem a obrigação de comprar se for exercido. Busca retorno,
limitando ao mesmo tempo o seu ganho. Esta estratégia é adequada para investidores que
estejam correndo risco por carregarem posição vendida.

Se o preço do ativo subir, o investidor perderá. Nesse caso o lançador de uma opção de venda
ficará com o prêmio se a opção for exercida.

Portanto, conclui-se que após o exercício da opção por parte do titular da opção de venda, o
ganho do lançador fica limitado. Nos pontos em que o preço de mercado seja superior ao
preço de exercício, o investidor estará sempre elevando seu retorno.

Representação gráfica: ganhos/perdas do Lançador da Opção de venda (Put)

Suponha que o lançador da opção receba um prêmio de R$ 2,00 e, com isso, assume a
obrigação de comprar (se exercido) a ação por R$ 100,00 do titular da opção.

54
O gráfico mostra que:

- Se o preço da ação, na data do exercício, for menor que R$ 98,00, o lançador terá perdas,
pois será exercido.

- Se o preço da ação estiver entre R$ 98,00 e R$ 100,00, o ganho irá diminuir a medida que cai
o preço da ação e se anulará quando atingir os R$ 98,00.

- Se o preço da ação estiver acima de R$ 100,00, o lançador da opção de venda ganhará R$


2,00, correspondentes ao valor do prêmio, pois não será exercido.

Classificação das Opções

No quadro abaixo, podemos observar a relação que existe entre o preço de exercício da opção
e o preço do ativo-objeto.

Atenção: Este assunto poderá vir com as nomenclaturas em inglês, a saber:

Dentro do dinheiro = In the Money

55
No dinheiro = At the Money

Fora do dinheiro = Out of the Money

4.3.3 Efeito no prêmio das opções: taxa de juros, tempo para o vencimento,
volatilidade, preço do ativo objeto e preço de exercício O prêmio da CALL é
função das seguintes variáveis:
- Preço à vista: quanto maior, maior o prêmio;

- Preço de exercício: quanto maior, menor o prêmio;

- Taxa de juros: quanto maior, maior o prêmio;

- Prazo de vencimento: quanto maior, maior o prêmio;

- Volatilidade: quanto maior, maior o prêmio.

Abaixo um quadro resumido para você tirar suas dúvidas finais:

56
4.3.4. Estratégias de proteção, alavancagem e posicionamento

Proteção ou Hedge: A busca de hedge, ou proteção contra oscilações inesperadas nos preços,
é uma prática antiga. Ela começou em meados do século XIX no mercado de commodities
agrícolas de Chicago. Agricultores e pecuaristas que traziam seus produtos à cidade para
vender queriam reduzir o risco de quedas súbitas nas cotações. Se muita gente levasse sua
produção ao mercado no mesmo dia, a oferta seria muito superior à demanda e os preços
desabariam. Para evitar esse risco, compradores e vendedores passaram a negociar os preços
antes da entrega. Essa foi a origem das operações a termo. Posteriormente, essas operações
foram aperfeiçoadas e deram origem aos modernos derivativos, hoje comuns no mercado
financeiro. Funciona como um ”seguro de preço”.

Posicionamento ou Especulação: Se por um lado o produtor ou investidor se livrou do risco de


preço da mercadoria ou do ativo financeiro realizando uma operação de hedge, pelo outro
lado alguém assumiu esse risco - esse alguém é o chamado especulador. Ele assume o risco da
variação de preços da mercadoria ou ativo financeiro visando realizar lucro, mas arriscando-se,
em contrapartida, a apurar prejuízo.

O especulador pode manter posições em aberto de um dia para o outro, por períodos mais ou
menos longos, como pode, também, fazer uma aposta direcional de preços ao longo de um
mesmo dia, realizando uma compra e uma venda não simultâneas para o mesmo vencimento,
na mesma sessão de negociação, executando o chamado day-trade. Ao final daquele dia, seu
resultado será a diferença apurada entre preço de venda e preço de compra.

Alavancagem: estratégia que resulta normalmente em assumir riscos de valor superior ao


patrimônio da carteira, ampliando assim os resultados de ganho e de perdas.

4.3.5 Contratos futuros de balcão sem entrega física (NDF – non deliverable
forward). Conceito

O Contrato a Termo de Moeda sem entrega física é uma operação de compra ou venda
de moeda estrangeira, em data futura, por paridade predeterminada.
A liquidação financeira se dá pela diferença entre esta paridade e a cotação de
referência na data do vencimento. A operação permite proteção contra oscilações de
moeda, sendo adequada principalmente para empresas exportadoras, importadoras e
companhias com ativos e/ou passivos em moeda estrangeira.

Entre suas vantagens, destacam-se:

Flexibilidade – o tamanho do contrato, o prazo e a taxa de câmbio utilizada na


liquidação são livremente negociados entre as partes.

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Principais características:

- Liquidação no vencimento.

- Módulo de registro específico.

- Uso de garantias.

- Sem desembolso de caixa no início da operação;

- Não há ajustes diários;

- Contrato é registrado na CETIP;

- As negociações são feitas em mercado de balcão.

4.3.6 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre nas operações de derivativos


para Pessoa Física e Jurídica negociadas em mercado de bolsa e de balcão:
fato gerador; alíquotas; prazos; base de cálculo e agente responsável pelo
recolhimento.
Operações de SWAP

Fato Gerador: rendimentos auferidos em operações de swap, inclusive nas operações de


cobertura (hedge), realizadas por meio de swap.

Alíquotas

Prazo de
Modalidade Alíquotas Retenção
Permanência
até 180 dias 22,50%
Aplicações de Renda Imposto
de 181 a 360 dias 20,00%
Fixa de renda
de 361 a 720 dias 17,50% na fonte
acima de 720 dias 15,00%

Base de cálculo: resultado positivo auferido na liquidação ou cessão do contrato.

OBSERVAÇÕES:

1) As perdas incorridas nas operações swap somente serão dedutíveis na determinação do


lucro real, se a operação swap for registrada e contratada de acordo com as normas emitidas
pelo CMN e pelo BACEN.

58
2) Para efeito de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as
perdas incorridas em operações de swap poderão ser compensadas somente com operações
de swap.
3) Poderão ser considerados como custo da operação os valores pagos a título de cobertura
(prêmio) contra eventuais perdas incorridas em operações de swap.
4) Quando a operação de swap tiver por objeto taxa baseada na remuneração dos depósitos
de poupança, esta remuneração será adicionada à base de cálculo do imposto, ficando o valor
do mesmo limitado ao rendimento auferido na liquidação da operação de swap.

Agente Responsável pelo Recolhimento: O imposto será retido pela pessoa jurídica que
efetuar o pagamento do rendimento, na data da liquidação ou cessão do respectivo contrato.

4.3.6.1 Compensação de perdas no pagamento de IR


As perdas incorridas nas operações em opções, futuros e a termo, poderão ser compensadas
com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, inclusive nos
anos calendário seguintes, em outras operações realizadas em qualquer das modalidades
operacionais previstas.

4.4 Certificado de Operações Estruturadas – COE

4.4.1 Definição e finalidade


O Certificado de Operações Estruturadas - COE é um novo investimento que passa a ser
disponibilizado ao mercado brasileiro. É instrumento inovador e flexível, que mescla
elementos de Renda Fixa e Renda Variável. Traz ainda o diferencial de ser estruturado com
base em cenários de ganhos e perdas selecionadas de acordo com o perfil de cada investidor. É
a versão brasileira das Notas Estruturadas, muito populares na Europa e nos Estados Unidos.

Este instrumento foi criado pela Lei 12.249/10, mesma que instituiu as Letras Financeiras, mas
foi regulamentado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central no segundo
semestre de 2013. Representa uma alternativa de captação de recursos para os bancos.

O COE é um título parecido com as Notas Estruturadas, muito populares nos Estados Unidos e
na Europa. Em uma só aplicação, o COE proporciona diversificação e acesso a novos mercados.
Para você, fica mais fácil acompanhar o desempenho, pois o COE já vem montado como um
único instrumento, o que significa também uma única tributação. Os custos possivelmente
seriam maiores caso você direcionasse seus recursos a vários ativos separadamente.

Quem emite os COEs são bancos, mas eles são registrados na Cetip, que está autorizada e
preparada para fazer também o depósito e a liquidação do COE. Caso seu banco seja
credenciado no Cetip | Certifica, melhor para você, que pode contar com a segurança adicional
deste selo.

59
O COE tem vencimento, valor mínimo de aporte, indexador e cenário de ganhos e perdas
(figura) definidos pelos bancos para diferentes perfis de investidor.

4.4.2 Modalidades: valor nominal protegido e valor nominal em risco.


Conceito
Segundo a norma, a emissão desse instrumento poderá ser feita em duas modalidades: valor
nominal protegido, com garantia do valor principal investido, ou valor nominal em risco, em
que há possibilidade de perda até o limite do capital investido. Nos dois casos deve ser
observada a regra de suitability, ou seja, o investimento deve ser adequado ao perfil do
investidor.

4.4.3 Distribuição via oferta pública: Instrução CVM 569 Cap. II; Documento de
informações Essenciais Cap. III; Material Publicitário Cap. IV
CAPÍTULO II – OFERTA PÚBLICA DE DISTRIBUIÇÃO DE COE

Art. 2º A oferta pública de distribuição de COE realizada nos termos desta Instrução fica
dispensada de registro na CVM e será realizada por instituições intermediárias habilitadas a
atuar como integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Parágrafo único. Os bancos comerciais, as caixas econômicas e os bancos múltiplos


sem carteira de investimento ficam dispensados da exigência da contratação de
intermediários integrantes do sistema de distribuição de valores mobiliários na distribuição
pública de COE de sua emissão, desde que atendido o disposto nesta Instrução.

CAPÍTULO III – DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS DO CERTIFICADO DE OPERAÇÕES


ESTRUTURADAS - DIE

Art. 5º O emissor deve elaborar um Documento de Informações Essenciais – DIE, de


forma a permitir ao investidor a ampla compreensão sobre o funcionamento do COE, seus
fluxos de pagamentos e os riscos incorridos.

Art. 6º O DIE deve:

I – conter informações verdadeiras, completas, consistentes e que não induzam o


investidor a erro;

II – ser escrito em linguagem simples, clara, objetiva, concisa e adequada a sua


natureza e complexidade; e

III – ser útil à avaliação de investir no COE.

60
Parágrafo único. Na hipótese em que tenha sido utilizada dispensa com base no inciso
II, § 2º do art. 3º, o emissor deve manter versão eletrônica do DIE em endereço na rede
mundial de computadores, em língua portuguesa, sendo que o acesso ao documento não
poderá ser restrito por senhas ou qualquer empecilho ao acesso do público em geral.

CAPÍTULO IV – MATERIAL PUBLICITÁRIO

Art. 8º A utilização de qualquer texto publicitário para oferta, anúncio ou


promoção nas ofertas públicas de distribuição de COE dispensadas de registro nos
termos desta Instrução, por qualquer forma ou meio veiculados, inclusive
audiovisual, deve:

I – seguir as regras gerais de divulgação de informações previstas nos incisos do


art. 6º desta Instrução;

II – ser consistente e não conter informações diversas em relação ao conteúdo


do DIE;

III – usar linguagem serena e moderada, advertindo para os riscos do


investimento, inclusive que o recebimento dos montantes devidos ao investidor está
sujeito ao risco de crédito do emissor do certificado;

IV – mencionar que se trata de material publicitário;

V – alertar para a existência do DIE e os meios para a obtenção de um


exemplar, além da advertência em destaque com a seguinte redação: “LEIA O
DOCUMENTO DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS ANTES DE APLICAR NESTE CERTIFICADO
DE OPERAÇÕES ESTRUTURADAS”;

VI – destacar que o certificado é da modalidade de “Investimento com Valor


Nominal em Risco”, quando for o caso; e

VII – incluir advertência em destaque com a seguinte redação “A presente


oferta foi dispensada de registro pela Comissão de Valores Mobiliários - CVM. A
distribuição do Certificado de Operações Estruturadas - COE não implica, por parte
dos órgãos reguladores, garantia de veracidade das informações prestadas ou de
adequação do certificado à legislação vigente ou julgamento sobre a qualidade do
emissor ou da instituição intermediária”.

Art. 9º Caso o material publicitário do COE contenha cenários, não poderá ser
dado destaque ao melhor cenário em detrimento dos outros cenários.
61
Art. 10 Caso as informações divulgadas em materiais publicitários apresentem
incorreções ou impropriedades que possam induzir o investidor a erros de avaliação,
a CVM pode exigir:

I – a cessação da divulgação da informação; e

II – a veiculação, com igual destaque e por meio do veículo usado para divulgar
a informação original, de retificações e esclarecimentos, devendo constar, de forma
expressa, que a informação está sendo republicada por determinação da CVM.

Art. 11. As menções a rentabilidades, inclusive no DIE, devem sempre incluir as


correspondentes taxas efetivas expressas em percentual ao ano, com igual destaque.

Art. 12. Toda informação divulgada por qualquer meio, inclusive o DIE, na qual
seja incluída referência à rentabilidade passada de um COE, deve:

I – apresentar gráfico com a evolução do desempenho auferido no momento do


vencimento, apurado diariamente, de certificados idênticos ao COE sendo ofertado
que tenham vencido em um intervalo no mínimo idêntico ao da duração do COE e
cuja data final seja, no máximo, 30 (trinta) dias anterior à data de emissão;

II – quando a referência for à evolução de preço dos ativos subjacentes do COE,


incluir advertência, em destaque, com a seguinte redação: “Estes valores são
meramente ilustrativos e não representam o desempenho passado do COE”;

III – incluir advertência em destaque com a seguinte redação: “A menção a


rentabilidades passadas não é garantia de rentabilidade futura”;

IV – incluir a identificação clara do período de referência da rentabilidade


passada, nomeadamente as datas inicial e final; e

V – mencionar que a rentabilidade líquida depende da tributação aplicável.

4.4.4 Tributação: IOF e Imposto de Renda sobre as aplicações em COE para


Pessoa Física e Jurídica: fato gerador; alíquotas; prazos; base de cálculo e
agente responsável pelo recolhimento.

Existe cobrança de imposto de renda sobre os rendimentos que você conseguir investindo
em COE. Na data de vencimento do COE, que é quando você recebe o dinheiro que você
investiu e sua rentabilidade, o banco faz a retenção do imposto sobre o rendimento. Você

62
não precisa fazer nada. A tabela é a mesma aplicada em outros investimentos de renda
fixa como CDB, Tesouro Direto, Fundos de Investimento, etc.

Observação: IOF cobrado normalmente conforme tabela regressiva até 29 dias e NÃO
CONTA COM GARANTIA DO FGC.

4.5 Negociação, Liquidação e Custódia

4.5.1 Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC: conceito, funções,


benefícios para o investidor e Principais Títulos Custodiados no SELIC: Tesouro
Selic (Antiga LFT), Tesouro Pré Fixado (Antiga LTN), Tesouro IPCA + Juros
(Antiga NTN-B), Tesouro IPCA (Antiga NTN-B Principal) e Tesouro Pré Fixado +
Juros (Antiga NTN-F)

Os sistemas de liquidação e custódia tem como objetivo organizar a liquidação e transferência


dos títulos públicos e privados negociados no mercado financeiro. Os principais sistemas são:

SELIC - Sistema Especial de Liquidação e de Custódia

É um sistema gerido e operado pelo Banco Central do Brasil em parceria com a ANDIMA -
Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro. O SELIC é o depositário central
dos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e pelo Banco Central do Brasil processando a
emissão, resgate, pagamento de juros e custódia desses títulos. Todos os títulos são
escriturais, isto é, emitidos exclusivamente na forma eletrônica.

4.5.2 CETIP: Conceito, funções, benefícios para o investidor e Principais Títulos


Custodiados na CETIP: Derivativos (Termo, Futuro, Swaps e Opções), Títulos de
Renda Fixa (CDB, RDB, LF e DI). Títulos Agrícolas (CPR, CRA, LCA), Títulos de
crédito (CCB), Títulos Imobiliários (CCI, CRI e LCI), Valores Mobiliários
(Debêntures e Nota Promissória Comercial) e Cotas de Fundos.
A Cetip é a integradora do mercado financeiro. É uma companhia de capital aberto que
oferece serviços de registro, central depositária, negociação e liquidação de ativos e títulos.
Por meio de soluções de tecnologia e infraestrutura, proporciona liquidez, segurança e
transparência para as operações financeiras, contribuindo para o desenvolvimento sustentável
do mercado e da sociedade brasileira.

Atenção: A empresa é, também, a maior depositária de títulos privados de renda fixa da


América Latina e a maior câmara de ativos privados do país.

Resumo: Onde os títulos e afins são custodiados?


63
SELIC: Títulos Públicos Federais Tesouro Selic (Antiga LFT), Tesouro Pré Fixado (Antiga LTN),
Tesouro IPCA + Juros (Antiga NTN-B), Tesouro IPCA (Antiga NTN-B Principal) e Tesouro Pré
Fixado + Juros (Antiga NTN-F)
CETIP: Títulos Privados (CDB, Debentures, CDI, e SWAP)
Câmara de Ações (Antiga CBLC): Ações e Derivativos (Opções, Futuro e Termo)

Benefícios para investidor


Entre as vantagens para o investidor estão a segurança e a agilidade às operações do mercado
financeiro brasileiro e o sigilo absoluto das operações realizadas, tanto para o Selic como
Cetip.

4.5.3 Câmaras de Liquidação e Custódia: definição de Clearing, funções e


benefícios para o investidor.
Uma Clearing é uma câmara ou prestadora de serviços de compensação e liquidação de ordens
eletrônicas, de transferências de fundos e de outros ativos financeiros, e principalmente de
compensação e de liquidação de operações realizadas em bolsas de mercadorias e de futuros e
de compensação envolvendo operações com derivativos.

Também conhecida como Clearing House - ou câmara de compensação também pode ser
definida como o sistema pelo qual as bolsas garantem o cumprimento dos compromissos de
compra e venda assumidos em pregão. Pode ser uma estrutura interna ou externa, adjunta à
bolsa. A clearing é responsável pelo registro de todas as operações realizadas,
acompanhamento das posições mantidas, compensação financeira dos fluxos e liquidação dos
contratos.

Uma das condições necessárias ao perfeito funcionamento dos mercados financeiro e de


capitais é a certeza de seus participantes que seus ganhos serão recebidos e que suas
operações de compra e venda serão liquidadas nas condições e no prazo estabelecido.

Isso é proporcionado, pelas câmaras de registro, compensação e liquidação, mediante um


sistema de compensação que chama para si a responsabilidade pela liquidação dos negócios
mediante a existência de estruturas adequadas ao gerenciamento de risco de todos os
participantes.

As câmaras possuem agilidade e flexibilidade necessária e suficiente para gerir as garantias


exigidas aos participantes, de forma a assegurar a liquidação das operações, mesmo na
ocorrência da inadimplência de uma contraparte.

64
4.5.4 Sistema de Pagamento Brasileiro – SPB. Conceito e Finalidade

Sistema de Pagamentos Brasileiro - SPB

A função básica de um sistema de pagamentos é transferir recursos, bem como processar e


liquidar pagamentos para pessoas, empresas, governo, Banco Central e instituições
financeiras.

O Sistema de Pagamentos Brasileiro foi reestruturado no ano de 2002, com a função de reduzir
o risco sistêmico. A seguir as principais medidas adotadas com a reestruturação:

- monitoramento, em tempo real, do saldo da conta Reservas Bancárias;

-oferta de empréstimo ponte diário (redesconto intradia), mediante operações de compra pelo
BACEN de títulos públicos federais em poder dos bancos, que deverão recomprar os títulos do
BACEN no próprio dia, registrando em tempo real o resultado financeiro na conta Reservas
Bancárias;

-implantação de sistema que processa ordens de transferência eletrônica de fundos entre


bancos, inclusive dos clientes, existindo dessa forma alternativa segura aos cheques e DOC
para a realização de pagamentos de grande valor.

O principal objetivo da reestruturação do SPB, foi melhorar os controles de risco no Sistema


Financeiro, permitindo a redução do risco sistêmico.

Principais benefícios trazidos pelo Novo SPB

-Agilidade: os recursos ficam disponíveis no dia da transferência.

-Segurança e confiabilidade: redução do risco de crédito nos pagamentos, que são irreversíveis
(não podem ser sustados ou devolvidos por falta de fundos, como pode ocorrer com cheques),
além de proporcionar melhora na imagem do país internacionalmente, reduzindo assim, o
risco Brasil.

65
4.6 Ofertas Públicas de Valores Mobiliários

4.6.1 Principais Instituições: Funções e Principais Características

4.6.1.1 Banco Coordenador


O Coordenador é a instituição responsável pela estruturação, coordenação e distribuição das
Cotas do Fundo.

Podem ser: Corretoras ou Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários e Banco de


Investimento.

Nota: pode ter mais de um Banco coordenador, porém um será denominado coordenador
líder.

4.6.1.1.1 Regime de distribuição: Tipos de Colocação (Oferta com garantia


Firme e Melhores Esforços); Responsabilidades.
O que são os regimes de garantia firme de colocação e de melhores esforços? Pelo regime de
garantia firme de colocação, o banco se compromete a adquirir todo o valor ofertado de
determinado ativo. Ele só é utilizado para a oferta de títulos como debêntures — muito
raramente ocorre numa oferta pública de ações. É que nem sempre a oferta deslancha, devido
às condições de mercado, e o risco de o banco ter que comprar toda a oferta é grande. Nos
IPOs, é mais utilizado o regime de melhores esforços, pelo qual o banco fará tudo o que estiver
ao seu alcance para colocar as ações no mercado.

66
4.6.1.2 Agência de Rating
É uma empresa especializada na avaliação e classificação de riscos de crédito.

Suas classificações de riscos orientam investidores quanto à qualidade dos títulos emitidos por
empresa, ou por um país, por exemplo.

4.6.1.3 Agente Fiduciário ou Agente de Notas: Instrução CVM 28 (deveres e


responsabilidade civil).
Na escritura de emissão pública de debêntures constará, obrigatoriamente, a nomeação de um
agente fiduciário para representar a comunhão dos debenturistas, devendo, também, dela
constar a sua aceitação para o exercício das funções.

4.6.1.4 Banco Escriturador e Mandatário


Outro agente envolvido no processo operacional das debêntures é a de escriturador, que tem
por objetivo manter atualizada a escrituração das debêntures em nome dos respectivos
titulares, os debenturistas.

A atividade de escriturador é exercida, normalmente, pela companhia emissora ou por uma


instituição financeira por ela contratada para prestar esses serviços.

A função de Banco Mandatário pode ser desempenhada por banco comercial ou múltiplo que
tenha carteira comercial com conta “Reservas Bancárias” junto no Banco Central do Brasil.
Indicado pela companhia emissora, é responsável pela confirmação financeira de todos os
pagamentos e movimentações realizados pelo emissor. Cabem ainda ao banco mandatário
atribuições como:

• Transferir fiduciariamente para o nome da Câmara de Custódia e Liquidação (Cetip) as


debêntures a serem depositadas pelos participantes;

• Transferir para o nome dos participantes as debêntures a serem retiradas do Sistema


Nacional de Debêntures (SND);

• Operacionalizar o exercício dos direitos relativos às debêntures;

• Confirmar os diversos lançamentos, entre outros.

4.6.1.5 Banco Liquidante


O Banco Liquidante é a instituição financeira responsável, como o próprio nome diz, por
prestar serviços de liquidação financeira das operações registradas no SDT (Sistema de
Distribuição de Títulos) e no SND (Sistema Nacional de Debêntures), bem como pelo
pagamento das taxas relativas ao uso do SND.

4.6.1.6 Depositário
A Instituição depositária é a instituição ou entidade que presta os serviços de:

67
• Registro de debêntures escriturais;
• Custódia de valores mobiliários;
• Agente emissor de certificados.

Essas atividades são obrigatórias em um processo de emissão de debêntures e dependem de


autorização da CVM.

4.6.1.7 Custodiante
Pessoa jurídica credenciada na CVM para o exercício da atividade de prestador de serviço de
custódia, que compreende a liquidação, o controle e a guarda dos ativos junto aos
depositários.

Seus serviços são basicamente:

a) liquidação física e financeira da operação;

b) guarda e movimentação dos títulos;

c) administração dos direitos dos ativos, juros, dividendos, subscrição etc.;

d) envio de informações para os órgãos reguladores quando necessário.

4.6.1.8 Formador de mercado (market maker) e mecanismo de estabilização


de preços.
Market Maker

Formador de Mercado ou Market Maker é agente de liquidez, facilitador de liquidez, promotor


de negócios, especialista, market maker e liquidity provider são algumas designações
atribuídas àqueles que se propõem a garantir liquidez mínima e referência de preço para
ativos previamente credenciados, fatores de destaque na análise da eficiência no mercado de
capitais.

O papel de Formador de Mercado pode ser desempenhado por corretoras, distribuidoras de


valores, bancos de investimento ou bancos múltiplos com carteira de investimentos, que, ao
se credenciarem para exercer essa função, assumem a obrigação de colocar no mercado,
diariamente, ofertas firmes de compra e de venda para uma quantidade de ativos
predeterminada e conhecida por todos.

Ao registrar ofertas, o Formador de Mercado proporciona um preço de referência para a


negociação do ativo. E essa é uma tarefa importante porque envolve prévio conhecimento da
empresa, atualização constante sobre suas condições econômico-financeiras,
acompanhamento do valor de seus ativos e também de perspectivas no longo prazo, fatores
essenciais para o estabelecimento de um preço justo, resultado de um extenso trabalho de
relacionamento e análise.

68
Mecanismo de Estabilização de Preços:

Normalmente utilizado em ofertas públicas para que evitar ao máximo oscilações fora do
comum na cotação das ações alvo da oferta, o que seria prejudicial para todos os lados.

4.6.1.9 Companhia Securitizadora

Securitização, em geral, o termo transmite a ideia de utilizar ou criar valores mobiliários.


De fato, o significado da palavra tem evoluído ao longo do tempo, concomitantemente com o
desenvolvimento do mercado de capitais.
Na década de 1970, profissionais do mercado financeiro definiram a expressão securitização
como "a prática de estruturar e vender investimentos negociáveis de forma que seja distribuído
entre diversos investidores um risco que normalmente seria absorvido por um só credor."
Dessa forma, securitização foi o termo utilizado para descrever o processo pelo qual empresas,
que normalmente tomavam empréstimos junto ao sistema bancário tradicional, passaram a
levantar recursos no mercado de capitais por meio de emissões de valores mobiliários. Essas
empresas "securitizaram" suas dívidas, ou seja, seus passivos passaram a consistir de títulos
("securities") emitidos e oferecidos no mercado e não mais de empréstimos.

4.6.2 Aspectos legais e normativo (AE)


Checar em :

http://www.cvm.gov.br/export/sites/cvm/legislacao/inst/anexos/400/inst400.pdf.

4.6.3 Aspectos Operacionais

4.6.3.1 Procedimento de Precificação para Venda:

Preço Fixo; Bookbuilding e Leilão em Bolsa.

O sistema de precificação das operações tem como finalidade definir o preço dos títulos que
serão negociados. Vejamos como isso ocorre:

Preço Fixo: Preço definido em AGE (Assembleia Geral Extraordinária) ou RCA (Reunião do
Conselho de Administração) da empresa Emissora.

Bookbuilding: É um mecanismo para formação do preço ou taxa de remuneração de uma


emissão de valores mobiliários, sendo que os procedimentos são previamente definidos pelos
coordenadores e levam em consideração aspectos como qualidade e interesse demonstrado
pelos investidores durante a operação.

Leilão em Bolsa: Método de precificação regulado pela BM&FBovespa, no qual os investidores,


representados por uma corretora de valores, fazem as suas ofertas de preços e quantidades
para determinado ativo. Nesse caso, as ordens podem ser alteradas durante a realização do
leilão. Este sistema é semelhante ao bookbuilding.

69
4.6.3.2 Risco de Rateio/Não Concretização

Numa distribuição, com garantia de acesso a todos os investidores, os critérios de rateio são
previamente conhecidos. A não concretização de uma operação de oferta pública poderá
ocorrer por alguns dos itens abaixo:

 Não haver o registro da emissora na CVM;

 Suspensão do registro pela CVM se a venda estiver em condições divergentes das


constantes do registro de emissão; e

 Devido a condições adversas no mercado de capitais, pode-se tornar a colocação dos


títulos inadequadas no momento, podendo a operação ser adiada.

4.6.3.3 Instrução CVM 476 (art. 1º, art. 2º, art. 3º e art. 13º) (AE)

Dispõe sobre as ofertas públicas de valores mobiliários distribuídas com esforços restritos e a
negociação desses valores mobiliários nos mercados regulamentados.

Art. 1º Serão regidas pela presente Instrução, as ofertas públicas de valores mobiliários
distribuídas com esforços restritos.

§1º Esta Instrução se aplica exclusivamente às ofertas públicas de:

I – notas comerciais;
II – cédulas de crédito bancário que não sejam de responsabilidade de instituição financeira;
III – debêntures não-conversíveis ou não-permutáveis por ações;
V - certificados de recebíveis imobiliários ou do agronegócio;
VI - letras financeiras, desde que não relacionadas a operações ativas vinculadas;
VII - certificados de direitos creditórios do agronegócio;
VIII – cédulas de produto rural - financeiras que não sejam de responsabilidade de instituição
financeira;
X – certificados de operações estruturadas;
XI – os seguintes valores mobiliários, desde que emitidos por emissor registrado na categoria
A:

a) ações;

b) debêntures conversíveis por ações; e


c) bônus de subscrição, mesmo que atribuídos como vantagem adicional aos subscritores
de debêntures;

XII – debêntures permutáveis por ações, desde que tais ações sejam emitidas por emissor
registrado na categoria A;
70
XIII – certificados de depósito de valores mobiliários mencionados neste parágrafo; e
XIV – certificados de depósito de valores mobiliários no âmbito de programa de BDR
Patrocinado Nível I, Nível II e Nível III.

§2º Esta Instrução não se aplica às ofertas privadas de valores mobiliários.

Art. 2º As ofertas públicas distribuídas com esforços restritos deverão ser destinadas
exclusivamente a investidores profissionais, conforme definido em regulamentação
específica, e intermediadas por integrantes do sistema de distribuição de valores
mobiliários.

Parágrafo único. Não será permitida a busca de investidores através de lojas, escritórios ou
estabelecimentos abertos ao público, ou com a utilização de serviços públicos de
comunicação, como a imprensa, o rádio, a televisão e páginas abertas ao público na rede
mundial de computadores

Art. 3º Nas ofertas públicas distribuídas com esforços restritos:


I – será permitida a procura de, no máximo, 75 (setenta e cinco) investidores profissionais,
conforme definido em regulamentação específica; e

II – os valores mobiliários ofertados deverão ser subscritos ou adquiridos por, no máximo, 50


(cinquenta) investidores profissionais.

§ 1º Fundos de investimento e carteiras administradas de valores mobiliários cujas decisões


de investimento sejam tomadas pelo mesmo gestor serão considerados como um único
investidor para os fins dos limites previstos neste artigo.

§ 2º Os investidores que exercerem direito de prioridade ou preferência não serão


considerados para os fins dos limites previstos neste artigo.

4.6.3.4 Ofertas públicas de aquisição de ações: instrução CVM 361 (art. 1º, art. 2° incisos I ao
IV, art. 3°) (AE)
Dispõe sobre o procedimento aplicável às ofertas públicas de aquisição de ações de companhia
aberta, o registro das ofertas públicas de aquisição de ações para cancelamento de registro de
companhia aberta, por aumento de participação de acionista controlador, por alienação de
controle de companhia aberta, para aquisição de controle de companhia aberta quando
envolver permuta por valores mobiliários, e de permuta por valores mobiliários.

71
Art. 1º Esta Instrução regula o procedimento aplicável a quaisquer ofertas públicas de
aquisição de ações de companhias abertas, e ainda o processo de registro das ofertas públicas
para cancelamento de registro para negociação de ações nos mercados regulamentados de
valores mobiliários, por aumento de participação do acionista controlador, por alienação de
controle de companhia aberta e para aquisição de controle de companhia aberta quando
envolver permuta por valores mobiliários e de permuta por valores mobiliários.

Art. 2o A Oferta Pública de Aquisição de ações de companhia aberta (OPA) pode ser de uma
das seguintes modalidades:

I – OPA para cancelamento de registro: é a OPA obrigatória, realizada como condição do


cancelamento do registro para negociação de ações nos mercados regulamentados de valores
mobiliários, por força do § 4o do art. 4o da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e do § 6o do
art. 21 da Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976;

II – OPA por aumento de participação: é a OPA obrigatória, realizada em conseqüência de


aumento da participação do acionista controlador no capital social de companhia aberta, por
força do § 6o do art. 4o da Lei 6.404/76;

III – OPA por alienação de controle: é a OPA obrigatória, realizada como condição de eficácia
de negócio jurídico de alienação de controle de companhia aberta, por força do art. 254-A da
Lei 6.404/76;

IV – OPA voluntária: é a OPA que visa à aquisição de ações de emissão de companhia aberta,
que não deva realizar-se segundo os procedimentos específicos estabelecidos nesta Instrução
para qualquer OPA obrigatória referida nos incisos anteriores;

4.7 Código Anbima de Regulação e Melhores Práticas para Ofertas Públicas de


Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários

4.7.1 Propósito e Abrangência (Cap. I)


Art. 1º - O objetivo do presente Código de Regulação e Melhores Práticas para as Ofertas
Públicas de Distribuição e Aquisição de Valores Mobiliários (Código) é estabelecer princípios e
regras que devem ser observados pelas instituições participantes (abaixo definidas) nas ofertas
públicas de valores mobiliários, incluindo os programas de distribuição, regulamentados pela
Lei nº 6.385, de 07 de dezembro de 1976 (Lei 6.385), e pela Comissão de Valores Mobiliários –
CVM (Ofertas Públicas), com a finalidade de propiciar a transparência e o adequado
funcionamento do mercado.

4.7.2 Princípios gerais (Cap. III)


Art. 6º - As instituições participantes devem observar os seguintes princípios e regras em suas
atividades relacionadas às operações de Oferta Pública de que participem:

I. Nortear a prestação das Atividades pelos princípios da liberdade de iniciativa e da livre


concorrência;

72
II. Evitar quaisquer práticas que infrinjam ou estejam em conflito com as regras e
princípios contidos neste Código, na legislação pertinente e/ou nas demais normas
estabelecidas pela ANBIMA;

III. Evitar a adoção de práticas caracterizadoras de concorrência desleal e/ou de condições


não equitativas, bem como de quaisquer outras práticas que contrariem os princípios contidos
no presente Código, respeitando os princípios de livre negociação;

IV. Cumprir todas as suas obrigações, devendo empregar, no exercício de sua Atividade, o
cuidado que toda pessoa prudente e diligente costuma dispensar à administração de seus
próprios negócios, respondendo por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser
cometidas durante o período em que prestarem as atividades reguladas por este Código; e

V. Buscar desenvolver suas Atividades com vistas a incentivar o mercado secundário de


valores mobiliários, respeitadas as características de cada Oferta Pública.

4.7.3 Documentos da Oferta (Cap. VI)

Art. 10 - Nas Ofertas Públicas em que atuem na qualidade de coordenadores, as instituições


participantes devem, na forma deste Código, zelar pela elaboração do prospecto e do
formulário de referência, a fim de que apresentem informações suficientes, claras e precisas,
para que o investidor tome a decisão de investimento com as informações necessárias
disponíveis, observadas, ainda, as disposições constantes do Capítulo I do Anexo I e do
Capítulo I do Anexo II. Devem, ainda:

I. Incluir, no formulário de referência, a descrição de práticas de governança corporativa


diferenciadas, eventualmente adotadas pela emissora, como, por exemplo, do Código de
Melhores Práticas de Governança Corporativa publicado pelo IBGC – Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa;

II. Incluir, no formulário de referência, a análise e os comentários da administração sobre


as demonstrações financeiras da emissora, que deverão explicitar:

a) Razões que fundamentam as variações das contas do balanço patrimonial e das


demonstrações de resultados da emissora, tomando por referência, pelo menos, os últimos 3
(três) exercícios sociais; e

b) Razões que fundamentam as variações das contas do balanço patrimonial e das


demonstrações de resultados da emissora, tomando por referência as últimas Informações
Trimestrais (ITR) acumuladas, comparadas com igual período do exercício social anterior, se for
o caso;

III. Incluir, no formulário de referência, informações, se houver, acerca da adesão da emissora,


por qualquer meio, a padrões internacionais relativos à proteção ambiental, incluindo
referência específica ao ato ou documento de adesão;

73
IV. Incluir, no formulário de referência, informações, se houver das políticas de
responsabilidade social, patrocínio e incentivo cultural adotadas pela emissora, assim como
dos principais projetos desenvolvidos nessas áreas ou dos quais participe;

V. Incluir, no formulário de referência, informações sobre pendências judiciais e


administrativas relevantes da emissora e/ou ofertantes, descrição dos processos judiciais e
administrativos relevantes em curso, com indicação dos valores envolvidos, perspectivas de
êxito e informação sobre provisionamento;

VI. Incluir, no prospecto, as informações abaixo especificadas, no que diz respeito ao


relacionamento relevante entre o coordenador e a emissora e/ou ofertantes, bem como a
destinação de recursos, sem prejuízo da observância das regras e exceções específicas contidas
nos anexos deste Código:

a) Relacionamento: apresentar de forma consolidada, as relações da emissora e/ou ofertantes


com o coordenador líder e demais coordenadores da Oferta Pública, incluindo as empresas
dos respectivos grupos econômicos destes, tais como empréstimos, investimentos, valor,
prazo, taxa, garantia e outras relações eventualmente existentes, inclusive com instituições
financeiras que tenham relações societárias com os coordenadores;

b) Destinação de recursos: descrever genericamente a destinação dos recursos e destacar se


uma parte ou a totalidade será destinada para liquidar ou amortizar quaisquer operações,
inclusive se contratadas junto aos acionistas controladores e sociedades controladas da
emissora e/ou ofertante. Quando houver destinação de recursos da oferta para liquidar ou
amortizar dívidas devidamente descritas e individualizadas na seção “Destinação de Recursos”
do prospecto, dentro do curso de pagamentos ordinário ou extraordinário junto aos
coordenadores e seus respectivos controladores ou controladas que sejam instituições
financeiras, deverá constar, nesta seção, referência para as seções de relacionamento e
operações vinculadas, nas quais as dívidas em questão deverão estar descritas conforme pará-
grafo 3º abaixo;

c) Conflitos de interesses: Informações sobre a existência ou não de eventuais conflitos de


interesses na participação dos coordenadores nas Ofertas Públicas decorrentes do seu rela
cionamento com a emissora e/ou ofertantes, assim como sobre os mecanismos adotados para
eliminá-los ou mitigá-los.

VII. Incluir, no formulário de referência, em seção específica, eventual descrição de políticas de


gerenciamento de risco adotadas pela emissora, na forma da regulamentação aplicável.

§1º. No que diz respeito às alíneas “a” e “c” do inciso VI acima, cada coordenador é
responsável pela prestação de suas informações, estando individualmente sujeito às
penalidades previstas no presente Código no caso de descumprimento.

§2º. As Ofertas Públicas de CRI devem observar exclusivamente as informações exigidas pelo
inciso VI do caput e o capítulo III do Anexo I deste Código.

74
§3º. As instituições participantes que atuem na qualidade de coordenadores devem zelar para
que, quando a emissora informar, na seção “Destinação de Recursos” do prospecto, a sua
intenção de destinar recursos da oferta para liquidar ou amortizar dívidas devidamente
individualizadas, dentro do curso de pagamentos ordinário ou extraordinário, com os
coordenadores e seus respectivos controladores ou controladas que sejam instituições
financeiras, sejam explicitadas na seção “Operações Vinculadas à Oferta”, de forma clara e
compreensível, as informações abaixo listadas no que diz respeito às operações
individualizadas descritas na seção “Destinação de Recursos” do prospecto e que serão,
conforme informações da emissora, liquidadas e/ou amortizadas com recursos captados na
oferta.

I. A quantia total das operações mencionadas acima;

II. O prazo das operações em questão;

III. A taxa de juros estipulada e o indexador adotado nas operações em questão;

IV. A individualização de tais operações por coordenador;

V. A existência ou não, no entendimento dos coordenadores, de potencial conflito de


interesse decorrente da sua participação na oferta e da utilização de recursos da oferta para
liquidação ou amortização das operações em questão.

§4º. O disposto neste artigo não se aplica às Ofertas públicas de ações com esforços restritos.

Art. 11 - Nas Ofertas públicas de ações com esforços restritos em que atuem na qualidade de
coordenadores, as instituições participantes deverão, na forma deste Código, zelar pela
elaboração do memorando, a fim de que apresentem informações suficientes, claras e
precisas, para que o investidor tome a decisão de investimento com as informações
necessárias disponíveis, observadas, ainda, as disposições constantes no artigo 2º do Capítulo I
do Anexo II.

Art. 12 - É facultado às instituições participantes elaborar documento contendo resumo das


informações acerca da Oferta Pública, a fim de utilizá-lo na divulgação da mesma, desde que
tal documento traga aviso, de forma destacada, recomendando ao investidor que leia o
prospecto, o formulário de referência ou o memorando, conforme aplicável, especialmente a
seção relativa aos fatores de risco, antes de tomar a decisão de investimento (Material de
Suporte a Venda - road show).

Art. 13 - A instituição participante deve fazer constar do boletim de subscrição, ou de


documento equivalente, informação sobre o local e a forma de disponibilização do prospecto e
do formulário de referência ou declaração de que o investidor obteve acesso a estes
documentos.

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