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Universidade de Brasília

Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade, Gestão de Políticas


Públicas.
Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais

Aula: Patrimônio Líquido

Disciplina: Contabilidade Geral 3


Professor: Francisca A. Souza /Matheus Bastos
Patrimônio Líquido
2

 Compreende o valor contábil pertencente aos acionistas ou


sócios

≠ valor justo da companhia

• Valor de Mercado das ações da Cia.;


• Diferença obtida na venda isolada dos ativos e
passivos;
• Valor da empresa com um todo.
Patrimônio Líquido
3

Composição:

 PATRIMÔNIO LÍQUIDO

◼ Capital Social

◼ Reservas de Capital

◼ Ajuste de Avaliação Patrimonial

◼ Reservas de Lucros

◼ Dividendo Adicional Proposto

◼ Prejuízos Acumulados

◼ Adiantamento para Futuro Aumento de Capital


Capital Social
4

 Saldo do que foi efetivamente integralizado pelos sócios – investimento;


 Valores obtidos pela sociedade e que foram incorporados ao Capital
Social – reinvestimento dos sócios;
 Formas de integralização:
 Bens (ativos) - p.e. dinheiro e imobilizados;

 Incorporação de reservas (capital ou lucros) e de lucros acumulados.

Composição
 CAPITAL SOCIAL
◼ Capital Subscrito
◼ Capital Autorizado
Capital
◼ (-) Capital a Subscrever Capital Integralizado
Realizado
◼ (-) Capital a integralizar
◼ (-) Gastos com Emissão de Ações
Capital Social
5

 Capital Subscrito – valor acordado entre os sócios que será investido na


sociedade;
 Gera uma obrigação para o sócio de integralizar o valor acordado;
◼ O não cumprimento o torna inadimplente e sujeito a sanções legais: mora, juros,
correção monetária e multa estatutária, além de cobrança judicial (arts. 106 e
107, Lei 6.404/76);
 Capital a Integralizar – valor ainda não integralizado pelos sócios;

Exemplo 1 – No dia 01.03.x1 os sócios se comprometeram a investirem na sociedade até o


montante de R$ 100.000, sendo 80% em 30 dias e o restante em 1 ano.

D – Capital a Integralizar BP 01.03.x1


C – Capital Subscrito ______ 100.000 PL
Pela subscrição de capital dos sócios Capital Social
Capital Subscrito 100.000
Capital a Integralizar (100.000)
Capital Social
6

Exemplo 1 (cont.) –
Em 01.04.x1, os sócios integralizam R$ 50.000 em dinheiro por meio de depósito bancário e
R$ 30.000 em maquinário.

D – Bancos 50.000
D – Máquinas e Equipamentos 30.000
C – Capital a Integralizar 80.000
Pela integralização de capital dos sócios

BP 01.03.x1 01.04.x1
Ativo
Disponível
Bancos 0 50.000
Imobilizado
Máquinas 0 30.000
Passivo
PL
Capital Social
Capital Subscrito 100.000 100.000
Capital a Integralizar (100.000) (20.000)
Capital Social
7

 Capital Autorizado – limite em valor e número de ações que o


Conselho de Administração pode aumentar o capital social sem
Capital reforma estatutária;
Subscrito  Maior flexibilidade à Cia. - útil em caso de expansão
 (-) Capital a Subscrever – quanto do capital autorizado não foi
comprometido pelos sócios;

Exemplo 2 – Na constituição da companhia no dia 01.07.x1, os sócios definiram que o


Conselho de Administração poderia aumentar o capital social da companhia até R$
500.000.

D – Capital a Subscrever BP 01.07.x1


C – Capital Autorizado ______ 500.000 PL
Pela autorização do limite do capital social Capital Social
Capital Subscrito
Capital Autorizado 500.000
Capital a Subscrever (500.000)
Capital Social
8

Exemplo 2 (cont.) –
No dia 01.08.x1 os sócios se comprometeram a investirem na sociedade até o montante de
R$ 200.000, sendo 70% em 30 dias e o restante em 1 ano.

D – Capital a Integralizar
C – Capital a Subscrever ______ 200.000
Pela subscrição de capital dos sócios

BP 01.07.x1 01.08.x1
PL
Capital Social
Capital Subscrito
Capital Autorizado 500.000 500.000
Capital a Subscrever (500.000) (300.000)
Capital a Integralizar 0 (200.000)
Capital Social
9

Exemplo 2 (cont.) –
Em 01.09.x1, os sócios integralizam R$ 140.000 em dinheiro por meio de depósito bancário.

D – Bancos
C – Capital a Integralizar ______ 140.000
Pela integralização de capital dos sócios

BP 01.07.x1 01.08.x1 01.09.x1


Ativo
Disponível
Bancos 0 0 140.000
PL
Capital Social
Capital Subscrito
Capital Autorizado 500.000 500.000 500.000
Capital a Subscrever (500.000) (300.000) (300.000)
Capital a Integralizar 0 (200.000) (60.000)
Capital Social
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 Divisão do Capital Social – Ações (S.A.) ou Cotas (Ltda.)

 Tipos de Ações:
 Ordinárias
◼ Confere ao acionista direito a voto e dividendos;
 Preferenciais
◼ Confere direito ao recebimento primeiro dos dividendos, mas não vota;
 Fruição
◼ Geralmente possui direito a dividendos, mas não confere direito a voto e nem
representa parcela do capital social;
◼ Utilizadas no caso de amortização de ações.
Capital Social
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 Gasto Com Emissão de Ações – os gastos com captação de recursos por


emissão de ações deve ser registrado em conta retificadora do Capital Social;
 Não representa um encargo da empresa (atividade operacional), mas sim
dos sócios;
 Deve ser utilizado apenas para redução do capital social e/ou compensação
de reservas de capital;
 Em caso de não haver sucesso na captação do recurso, este gasto deve ser
baixado como perdas do exercício.
Capital Social
12

 Gasto Com Emissão de Ações

Exemplo 3 – Uma sociedade com saldo em Bancos de R$ 300.000, Capital Subscrito


de R$ 700.000 e Capital a Integralizar de R$ 400.000 faz uma emissão de 2.000
novas ações com preço de R$ 150 cada. Os gastos desta emissão foram de R$ 25.000.

D – Bancos 275.000
D – Gastos na Emissão de Ações 25.000
C – Capital subscrito 300.000
Pela subscrição e integralização de capital dos acionistas

BP M0 M1
Ativo
Disponível 300.000 575.000
PL
Capital Social
Capital Subscrito 700.000 1.000.000
Capital a Integralizar (400.000) (400.000)
(-) Gastos com Emissão de Ações - (25.000)
Reservas x Provisões
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Provisões Reservas

 Acréscimos de exigibilidades que  Valores recebidos dos sócios ou


reduzem o PL, cujos valores e de terceiros que não
prazos não são ainda totalmente representam aumento de capital
certos ou se originam de lucros não

 Origina-se de despesas distribuídos

 Não há exigibilidade
Reservas de Capital
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Constituída de valores recebidos em decorrência de reforço de capital,


sem contrapartida pela Companhia de bens ou serviços.

contrapartida do ágio decorrente da


aquisição de controle de Cia. Aberta -
Instruções CVM nº78/22 (§ 1º O
 Composição: registro da diferença do valor justo
dos ativos líquidos adquiridos e o seu
valor contábil )
 Ágio na emissão de ações;

 Reserva especial de ágio na incorporação;

 Alienação de partes beneficiárias;

 Alienação de bônus de subscrição.


Reservas de Capital
15

 Ágio na emissão de ações – representa a diferença do valor de


subscrição pago pelos acionista à Cia. e o valor fixado de emissão das
ações;
 As ações podem ter valor nominal ou não:
◼ Ações com valor nominal – o preço de emissão das ações é
previamente fixado no Estatuto Social, tanto na constituição da Cia.
quanto para aumentos capital;
◼ Ações sem valor nominal – o preço de emissão das ações é fixado
pelos fundadores quando da constituição e pela A.G. ou C.A. para
aumentos de capital, podendo destinar o excedente para formação
de reservas de capital.
Reservas de Capital
16

 Ágio na emissão de ações


Exemplo 4 : emissão de ações com valor nominal – Uma Companhia tem o capital
social divido em 500.000 ações com valor nominal de R$ 10 cada e realiza uma
emissão de 50.000 ações ao preço de R$ 13 cada.

D – Bancos 650.000
C – Capital a Subscrever 500.000
C – Ágio na Emissão de Ações 150.000
Pela emissão de ações com ágio

PL M0 M1
Capital Social
Capital Autorizado 5.000.000 5.000.000
Capital a Subscrever (5.000.000) (4.500.000)
Reservas de Capital
Ágio na Emissão de Ações - 150.000
Reservas de Capital
17

 Ágio na emissão de ações


Exemplo 5 : emissão de ações sem valor nominal – Uma Companhia realiza uma
emissão de 50.000 ações ao preço de R$ 10 e decide que apenas R$ 8 por ação
será destinado para o capital social.

D – Bancos 500.000
C – Capital social 400.000
C – Ágio na Emissão de Ações 100.000
Pela emissão de ações com ágio

Exemplo 6 : conversão de dívidas em ações com valor nominal – Os credores de


uma Companhia aceitaram a conversão de seus títulos (p.e. Debêntures Conversíveis) no
valor total de R$ 35.000 em 3.000 ações da Cia. com valor nominal de R$ 10.

D – Debêntures a Pagar 35.000


C – Capital social 30.000
C – Ágio na Emissão de Ações 5.000
Pela conversão de debêntures em ações
Reservas de Capital
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 Alienação de Partes Beneficiárias –


 Valores mobiliários sem valor nominal, mas não são títulos patrimoniais;

 Conferem ao seus titulares direito de crédito eventual contra a


companhia, principalmente a participação nos lucros;
 Não deve ultrapassar 10% do lucro;

 Quando emitidos gratuitamente não são reconhecidos contabilmente;

◼ Mencionar em NE a existência e o direito atribuído;


 Quando alienados, deve ser reconhecido como uma Reserva de Capital;
D – Bancos
C – Reserva de Capital - Alienação de Partes Beneficiárias
Pela alienação de partes beneficiárias
Reservas de Capital
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 Alienação de Bônus de Subscrição –


 Títulos negociáveis emitidos pela Companhia que conferem aos seus
titulares direito de subscrever ações do capital social;
◼ Limitado ao valor do capital autorizado no Estatuto da Cia.;

D – Bancos
C – Reserva de Capital - Alienação de Bônus de Subscrição
Pela alienação de bônus de subscrição

Quando a emissão de Partes Beneficiárias ou Bônus de Subscrição


gerarem alguma obrigação para a Cia. (p.e. resgate), devem ser
registrados no Passivo (PT CPC 39).
Reservas de Capital
20

 Destinação:

 Absorver prejuízos quando ultrapassarem a reserva de lucros;


Para retirada de ações de circulação. Ações em tesouraria.

 Resgate, reembolso ou compra de ações;


Por dissidência prevista em Lei, p.e. mudança do objeto social
e redução do dividendo mínimo obrigatório.
 Resgate de partes beneficiárias (art. 200 da Lei 6.404/76);

 Incorporação ao capital;

 Pagamento de dividendos cumulativo a ações preferenciais.


o prejuízo do exercício será obrigatoriamente absorvido pelos lucros
acumulados, pelas reservas de lucros e pela reserva legal, nessa
ordem.(Lei 6.404 artigo 189, parágrafo único).
Ajuste de Avaliação Patrimonial
21

 Constituída de aumentos e diminuições de Ativos e Passivos em decorrência


de avaliação ao valor justo;

 Saldo pode ser credor ou devedor;

 Não é uma conta de Reserva, pois não transitou por resultado;

 Não faz parte do cálculo do limite de proporção das reservas de lucros


em relação ao capital;

 São realizadas em contrapartida à DRE, quando da realização dos


itens que a originaram;
Ajuste de Avaliação Patrimonial
22

Exemplo 7: Momento 1 Uma Companhia adquiriu um instrumento financeiro para venda futura, assim
mensurado ao valor justo para outros resultados abrangentes (CPC 48), por R$1.000.
D – Instrumento Financeiro - VJRA
C – Bancos 1.000

Momento 2 Após algum tempo, o IF rendeu juros de R$ 300 e o valor de mercado ao final do
período foi R$ 1.500.
D – Instrumento Financeiro – VJRA 500
C – Receita com Juros 300
C – Ajuste de Avaliação Patrimonial 200

Momento 3 Em seguida, a Cia. Vende o IF por R$ 1.500.


D – Bancos 1.500
C – Instrumento Financeiro – VJRA 1.500
Pela venda

D – Ajuste de Avaliação Patrimonial 200


C – Ganho na Venda de Instrumentos Financeiros 200
Pela baixa do AAP
Reserva de Lucros
23

 Registra a apropriação dos lucros não distribuídos na forma de dividendos;


 Todo o lucro apurado por uma Companhia deve ter alguma destinação:

Dividendos Obrigatórios art. 202, Lei 6.404/76


Lucro do Período
Reservas de Lucros § 4º, art. 182, Lei 6.404/76

Dividendos § 6º, art. 202, Lei 6.404/76

 Composição do grupo:
 Reserva de Lucros
◼ Reserva Legal art. 199, Lei 6.404/76

◼ Reservas Estatutárias O somatório destas reservas


◼ Reservas para Contingências não pode ser maior que o
Capital Social
◼ Reservas de Lucros a Realizar
Excedente:
◼ Reservas de Lucros para Expansão Aumento de capital;
◼ Reservas de Incentivos Fiscais Dividendos
◼ Reserva Especial para Dividendo Obrigatório não Distribuído
Reserva de Lucros
24

 Reserva Legal art. 193, Lei 6.404/76

 Objetivo: dar proteção ao credor;

 Constituição:

◼ 5% do Lucro do período;
◼ Limite:
◼ Legal: 20% do Capital Social realizado;
◼ Opcional: (Reserva Legal + Reservas de Capital) > 30% do Capital Social
 Impacta o cálculo do dividendo obrigatório;
art. 189, Lei 6.404/76
 Utilização restrita:
◼ Compensação de prejuízos (após absorção do saldo de Lucros Acumulados e
demais Reservas de Lucros);
◼ Aumento de capital.
Reserva de Lucros
25

 Reserva Legal

Exemplo 8: A Sociedade apurou lucro líquido no exercício de R$ 10.000:

Reserva Legal: 5% x LL D – Resultado do exercício 500


5% x 10.000 = 500 C – Reserva Legal 500

Exemplo 9: A Sociedade apurou lucro líquido do exercício de R$ 10.000 e tem prejuízos acumulados de
R$ 2.000:

Destinação no período: 5% x (LL – Prejuízos Acumulados) = Art. 189: antes das destinações
do lucro, deduzir os prejuízos
= 5% x (10.000 – 2.000) = 400 acumulados

D – Resultado do Exercício 400


C – Reserva Legal 400

Almeida (2014, p. 146)


Reserva de Lucros
26

 Reserva Legal
Exemplo 10: A Sociedade apurou prejuízo líquido do exercício de R$ 6.000 e tem seu PL composto por
“capital social R$ 70.000” e “Reserva Legal R$ 11.000”:

Art. 189 – Compensação do Prejuízo do Exercício, ordem: D – Reserva Legal 6.000


1º) Lucros Acumulados; C – Resultado do Exercício 6.000
2º) Reservas de Lucros;
3º) Reserva Legal

Exemplo 11: A Sociedade apurou lucro líquido do exercício de R$ 10.000 e tem seu PL composto por
“Capital Social R$ 40.000” e “Reserva Legal R$ 7.700”:
1) Valor máximo a ser destinado no período: 5% x LL = 5% x 10.000 = 500

2) Limite legal: 20% x Capital Social = 20% x 40.000 = 8.000


Destinação no
3) Saldo Anterior da reserva legal = 7.700 período = 300

Almeida (2014, p.147)


Reserva de Lucros
27

 Reserva Legal
Exemplo 12: A Sociedade apurou lucro líquido do exercício de R$ 10.000 e tem seu PL composto por
“Capital Social R$ 40.000” e “Reserva Capital R$ 13.000”
Valor máximo a ser destinado no período: 5% x LL = 5% x 10.000 = 500
Limite legal: 20% x Capital Social = 20% x 40.000 = 8.000
Limite opcional: 30% (Capital Social) vs. (Reserva Legal t-1 + Reservas de Capital) =
= 30% (40.000) vs. (0 + 13.000)
Destinação no
= 12.000 < 13.000
período é opcional

Exemplo 13: A Sociedade apurou lucro líquido do exercício de R$ 10.000 e tem seu PL composto por
“Capital Social R$ 40.000” e “Reserva Capital R$ 11.800”
Valor máximo a ser destinado no período: 5% x LL = 5% x 10.000 = 500
Limite legal: 20% x Capital Social = 20% x 40.000 = 8.000
Limite opcional: 30% (Capital Social) vs. (Reserva Legal t-1 + Reservas de Capital) =
= 30% (40.000) vs. (0 + 11.800) =
Destinação no período: 500 (limite
=12.000 > 11.800
Almeida (2014, p.148-149) legal) ou 200 (limite opcional)
Reserva de Lucros
28

 Reservas Estatutárias art. 194, Lei 6.404/76

 Constituídas por determinação do Estatuto Social da Cia.;


◼ Não se confundem com as reservas determinadas em Lei;

 Para cada reserva a empresa deverá definir:


◼ A finalidade;

◼ Os critérios de determinação sobre o lucro;

◼ O limite máximo;

 Cada reserva é uma subconta e deve ser intitulada pela natureza e


finalidade;

 Não interfere na apuração do dividendo obrigatório;


Reserva de Lucros
29

 Reservas Estatutárias
Exemplo 14: O Estatuto de uma Companhia prevê a constituição de reserva estatutária com o
objetivo de resgate de ações preferenciais, calculada com base em 15% do lucro líquido do
exercício, até que atinja o valor nominal da totalidade das ações dessa Classe.

Situação (1) A Cia. apurou lucro líquido de R$ 10.000

Cálculo da reserva: 15% x LL = 15% x $ 10.000 = $ 1.500

D – Resultado do Exercício 1.500


C – Reserva de Estatutária – resgate de ações 1.500

Situação (2) A Cia. apurou lucro líquido de R$ 10.000 e tinha prejuízos acumulados de $ 2.000

Cálculo da reserva: 15% x (LL – Prejuízos Acum.) = 15% x (10.000 – 2.000) = 1.200

D – Resultado do Exercício 1.200


C – Reserva de Estatutária – resgate de ações 1.200

Almeida (2014)
Reserva de Lucros
30

 Reservas Estatutárias
Exemplo 14 (continuação):
Situação (3) A Cia. apurou lucro líquido de $ 10.000 e tem o Capital Social composto por
◼ ações ordinárias $ 75.000; Limite da Reserva
◼ ações preferenciais classe A $ 1.200; e Destinação no período =
◼ ações preferenciais classe B $ 3.800. 1.200

Valor máximo a ser destinado no período: 15% x LL = 15% x $ 10.000 = $ 1.500

D – Resultado do Exercício 1.200


C – Reserva de Estatutária – resgate de ações 1.200

Situação (4) A Cia. apurou lucro líquido de $ 10.000 e há saldo anterior em Reserva Estatutária de
R$ 300 e as ações preferenciais classe A totalizam $ 1.200 do Capital Social

Valor máximo a ser destinado no período: 15% x (LL) = 15% x (10.000) = 1.500

Limite da reserva: Limite Total (-) Reserva Estatutária t-1 = 1.200 – 300 = 900

Destinação para reserva no período = 900


Almeida (2014)
Reserva de Lucros
31

 Reservas para Contingências art. 195, Lei 6.404/76

 Constituição opcional;
 Finalidade: compensar no futuro a diminuição do lucro decorrente de
perda julgada provável, cujo valor possa ser estimado;
◼ Visa equalizar a distribuição de dividendos ao longo do tempo;
 Exemplos:
◼ Perdas com geadas, secas ou outros fenômenos naturais;
◼ Produtos ou operações que sejam de consumo cíclico;
◼ Expectativas de paralizações temporárias grandes e extraordinárias (troca
de equipamentos, escassez de matéria prima etc.);
◼ Lucros que seriam perdidos com a transferência do local da fábrica;
◼ Iminência de uma desapropriação de imóveis da empresa;
Reserva de Lucros
32

 Reservas para Contingências ≠ Provisão para Contingências


• Perda potencial; • Fato gerador da perda já ocorreu;
• Depende de lucro no período; • Não depende de lucro;
• No PL, contrapartida Lucro do período; • No Passivo, contrapartida DRE;
• Pode ser revertido caso a perda não • A princípio não há reversão;
ocorra. • Quando incorrida a perda, a
obrigação é liquidada.
Exemplo 15: MOMENTO 1 - Uma Companhia apurou lucro no período de $ 10.000, sendo que o
Conselho de Administração propôs a destinação de 20% devido a expectativa de queda de na
produção no próximo ano em decorrência da escassez de matérias-primas, por conta das
alterações climáticas desde a última safra.

D – Resultado do Exercício 2.000


C – Reserva para Contingência – quebra produção 2.000

MOMENTO 2 – A perda na produção ocorre conforme previsto, reduzindo o lucro

D – Reserva para Contingência – quebra produção 2.000


C – Lucros Acumulados 2.000
Pela realização da reserva
Reserva de Lucros
33

 Reservas de Lucros a Realizar art. 197, Lei 6.404/76

 Constituição opcional;
 Finalidade – não distribuir dividendos obrigatórios sobre a parcela
de lucros não realizados financeiramente (caixa x competência);
◼ Dividendos a Pagar > Lucro Líquido financeiro;

 Valores que são reconhecidos no Resultado do Período, mas foram “não


realizados financeiramente”:
◼ Ganhos cambiais;
◼ Receita de equivalência patrimonial;
◼ Lucros em vendas a prazo (longo);
◼ Ganho por valorização a valor de mercado (valor justo);
Reserva de Lucros
34

 Reservas de Lucros a Realizar

Exemplo 16: Uma Sociedade apurou lucro de $ 10.000, sendo o dividendo obrigatório de 25%, ou seja,
$ 2.500. Também, foi verificado que a maior parte deste lucro decorre de itens econômicos de realização
a longo prazo:
◼ Parcelas não realizadas do lucro:
◼ Resultado positivo do MEP = (6.500)
◼ Ganho com variação cambial = (500)
◼ Ajuste de ativos a valor justo = (1.300)

Parcela Realizada do Lucro = Lucro do período (-) Parcela não realizada = 10.000 (-) 8.300 = 1.700
Uma Reserva de Lucros a Realizar
Dividendo obrigatório > Lucro realizado? = 2.500 >1.700 pode ser constituída

Valor Destinado para a Reserva = 800

D – Resultado do Exercício 800 Momento 2 – Realização de parte dos itens que


C – Reserva de Lucros a Realizar 800 fundamentaram a constituição da reserva
Pela constituição da reserva D – Reserva de Lucros a Realizar 300
C – Dividendos a Pagar 300
Almeida (2014)
Reserva de Lucros
35

art. 196,
 Reservas de Lucros para Expansão (retenção de lucros, para expansão) Lei 6.404/76

 Constituição opcional;
 Finalidade – atender a projeto de investimento;
◼ Proposto pela administração, com orçamento detalhado, e aprovado pela A.G.;
 Não interfere no cálculo do dividendo obrigatório;
 Utilizada para de aumento capital ou compensação de prejuízo.

Exemplo 17: Uma Companhia apurou lucro de $ 10.000 e a administração propôs a retenção de
30% desse para cobrir aumento do imobilizado.

D – Resultado do Exercício 3.000


C – Reserva de Lucros para Expansão 3.000
Pela constituição da reserva
Reserva de Lucros
36

 Reservas de Incentivos Fiscais art. 195-A, Lei 6.404/76


 Constituição optativa;

 Recebe a parcela do lucro decorrente de doações e subvenções


governamentais para investimentos;
◼ Poderá ser excluída da base de calculo do dividendo obrigatório;
 Exemplos:
◼ Subvenção condicional ou incondicional; redução ou isenção tributária;
tributos financiados pelo Estado; etc.;
 Na constituição, o valor desta reserva é limitada pelo valor do lucro
líquido do período;
◼ Nos casos de prejuízo ou lucro inferior a receita de doação/subvenção –
constituir nos exercícios subsequentes;
 Utilizada somente para: absorção de prejuízo (após as demais
reservas de lucro, exceto reserva legal); ou aumento de capital;
Reserva de Lucros
37

 Reservas de Incentivos Fiscais


Exemplo 18: Uma Companhia apurou lucro de $ 10.000, sendo que no período foram
registrados $ 2.000 de receita de subvenção decorrente do recebimento de um terreno.

D – Resultado do Exercício 2.000


C – Reserva de Incentivos Fiscais 2.000
Pela constituição da reserva

Exemplo 19: Uma Cia. apurou LAIR de $ 4.000, o IR de 1.000 e incentivos de redução de IR de
200.

Imposto de Renda Total = 1.000 D – Despesa com IR 800


(-) Incentivo de redução = (200) C – Imposto de Renda a pagar 800
Imposto de Renda a Pagar = 800 Pelo reconhecimento do IR do período

LAIR 4.000 D – Resultado do Exercício 200


(-) IR/CSLL (800) C – Reserva de Incentivos Fiscais 200
= Lucro Líquido 3.200 Pela constituição da reserva
Reserva de Lucros
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§ 4º e 5º, art. 202,


 Reserva Especial para Dividendo Obrigatório não Distribuído Lei 6.404/76
 Deverá ser constituída quando a companhia tiver dividendos obrigatórios
a distribuir, mas sem condições financeiras para seu pagamento;
◼ Estes dividendos serão pagos no momento que a situação financeira permitir,
desde que o saldo desta reserva não tiver sido adsorvida por prejuízos
posteriores;

Exemplo 20: Uma Companhia apurou lucro de $ 10.000. O dividendo obrigatório ocorre
conforme dispositivo societário, ou seja, 50%. Contudo, a Cia. verificou recursos em caixa
suficientes para pagamento de apenas 30%.

Dividendos obrigatórios = 50% x LL = 50% x 10.000 = 5.000


Dividendos obrig. que serão pagos = 5.000 x 30% = 1.500
Dividendos obrig. que NÃO serão pagos = 5.000 x 70% = 3.500

D – Resultado do Exercício 5.000


C – Dividendos a Pagar 1.500
C – Reserva para Dividendos Não Distribuídos 3.500
Pela reconhecimento dos dividendos do período e constituição da reserva
Dividendo Adicional Proposto
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 Refere-se ao dividendo proposto pela administração excedente ao


dividendo mínimo obrigatório;
 O dividendo obrigatório é registrado no Passivo por se tratar de uma
obrigação legal; art. 202, Lei 6.404/76
◼ O dividendo obrigatório deve constar no Estatuto da sociedade (valor
mínimo de 25%), ou em caso de omissão será de 50% do lucro do exercício
ajustado;
◼ Lucro ajustado = Lucro Líquido (-) Reservas Legal e +/(-) Reserva para
Contingência (-) Reserva de Incentivos Fiscais;

 O remanescente da distribuição e destinação do lucro do exercício deve


ser distribuído como dividendo aos acionista;
Dividendo Adicional Proposto
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Exemplo 21: Uma Companhia apurou lucro de $ 10.000, sendo integralmente realizado. A
destinação deste resultado ocorre como segue: dividendos obrigatórios de $ 3.500, reserva legal
de $ 500, reserva para contingências $ 1.000, reserva de Incentivos Fiscais $ 1.500, reserva
estatutária $ 1.100, reserva de lucros para expansão $ 900.

 Lucro do Exercício = 10.000


(-) Distribuição e destinações:
Dividendos obrigatórios = 3.500
Reserva legal = 500
Reserva para contingências = 1.000
Reserva de Incentivos Fiscais = 1.500
Reserva estatutária = 1.100
Reserva de lucros para expansão = 900
= Excedente não distribuído/destinado = 1.500

Dividendo Adicional
Dividendos Obrigatórios
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Exemplo 21: Uma Companhia apurou lucro de $ 10.000, sendo integralmente realizado. A
destinação deste resultado ocorre como segue: dividendos obrigatórios de $ 3.500, reserva legal
de $ 500, reserva para contingências $ 1.000, reserva de Incentivos Fiscais $ 1.500, reserva
estatutária $ 1.100, reserva de lucros para expansão $ 900.

 Lucro do Exercício = 10.000


(-) Reserva legal = (500)
(-) Reserva para contingências = (1.000)
(-) Reserva de Incentivos Fiscais = (1.500) O percentual de dividendos não
(=) Base de cálculo = 7.000 está definido no estatuto
Dividendos – 50% 3.500
Dividendos obrigatórios

Lucro do Exercício = 10.000


(-) Reserva legal = (500)
(-) Reserva para contingências = (1.000) O percentual de dividendos
(-) Reserva de Incentivos Fiscais = (1.500) está definido no estatuto
(=) Base de cálculo = 7.000
Dividendos – 25% 1.750
Dividendos obrigatórios
Prejuízos Acumulados
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 Representam resultados negativos gerados pela entidade à espera de


absorção futura:
1º) Lucros Acumulados
2º) Reservas de Lucros
Ordem de Absorção - arts.
3º) Reserva Legal 189 e 200, Lei 6.404/76
4º) Reservas de Capital

 A conta “Lucros e Prejuízos Acumulados” foi extinta desde de 2007 para


as S.A.s; Lei 11.638/2007
 Mas poderá constar no Plano de Contas como conta transitória entre o BP e a
DRE;
◼ Se positivo – deve ser integralmente distribuído/destinado;
◼ Se negativo – saldo remanescente após absorção - registrar como Prejuízos
Acumulados.
Ações em Tesouraria
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 As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço patrimonial, como


dedução da conta de patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos
aplicados na sua aquisição.” (Art 182 “§ 5º lei 6.404/76);
 As companhias abertas e fechadas somente podem comprar suas próprias
ações para:
- Operações de resgate, reembolso ou amortização de ações;
- Aquisição para permanência em tesouraria ou cancelamento
- Diminuição de capital (não permitido pela CVM)
 As companhias abertas podem manter ações em tesouraria até o limite de 10% de
cada classe de ação
 As ações em tesouraria não terão direitos patrimoniais ou políticos
 O saldo de Ações em Tesouraria não poderá exceder o saldo de lucros ou
reservas disponíveis (exceto a reserva legal, de lucros a realizar e a especial de
dividendos obrigatórios não distribuídos).
 Caso exceda devem ser vendidas no prazo de três meses ou
canceladas.
Ações em Tesouraria
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 Exemplo: A empresa Arco Iris apresenta em seu balanço os seguintes saldos:
Bancos R$ 18.000; Capital Subscrito R$ 15.000; Capital a Integralizar R$
5.000; Reserva de Capital R$ 8.000. O capital social é formado por
1.000 ações de R$ 10 cada.
 No dia 05/01 a empresa adquiriu 50 ações de sua emissão por R$ 750,
para manter em tesouraria e depois alienar.
D – Ações em tesouraria
C – Banco 750
◼ Situação 1 – 01/07 – Venda das ações em tesouraria por R$700;
D – Banco 700
D – Deságio na venda de ações 50
C – Ações em tesouraria 750
◼ Situação 2 – 01/07 – Venda das ações em tesouraria por R$ 830;
D – Banco 830
C – Ágio na venda de ações 80
C – Ações em tesouraria 750
Adiantamento para Futuro Aumento de Capital
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 São recursos recebidos pela empresa de seus sócios destinados para aumento
de capital;
 Se for garantido que estes recursos não poderão ser devolvidos e comporão
obrigatoriamente o capital social – registrado no PL;

 Se Se estes recursos puderem ser reclamados de volta pelos sócios – Passivo;

D – Disponível / Imobilizado etc.


C – AFAC
Pelo injeção de recurso do sócio para futuro aumento de capital

D – AFAC
C – Capital social
Pelo aumento de capital

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