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AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS

Método de Equivalência Patrimonial


CONCEITO - MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
A equivalência patrimonial consiste na atualização do
valor dos investimentos feitos em sociedades
controladas e coligadas, com base na variação ocorrida
no Patrimônio Líquido das respectivas sociedades
controladas e coligadas.

É um método de avaliação em que o valor do


investimento se mantenha equivalente ao percentual de
participação da investidora no valor do Patrimônio
Líquido de sua investida.
INVESTIDORA X INVESTIDA
INVESTIMENTOS SUJEITOS AO MEP
 Investimentos em Coligadas;

 Investimentos em Controladas;

 Investimento em outras sociedades que


façam parte de um mesmo grupo ou
estejam sob controle comum.
CONCEITO DE COLIGADA
São coligadas as sociedades nas quais a investidora
tenha influência significativa. (Art. 243, § 1º da Lei nº
6.404/76).

Considera-se que há influência significativa quando a


investidora detém ou exerce o poder de participar nas
decisões das políticas financeira ou operacional da
investida, sem controlá-la.

É presumida influência significativa quando a investidora


for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do capital
votante da investida, sem controlá-la.
INFLUÊNCIA SIGNIFICATIVA - COLIGADA
A figura da Influência Significativa introduzida pela nova redação do
art. 248 da Lei nº 11.638/2007, é entendida pelas normas internacionais de
contabilidade como o poder de participar nas decisões das políticas
financeira e operacional da investida, sem contundo, exercer o controle
sobre tais políticas. Em consonância com os padrões internacionais de
contabilidade, a International Reporting Standards IAS 28, emitida pelo
IASB, prevê que a existência de influência significativa de um investidor é
geralmente evidenciada por uma ou mais das seguintes formas:
 Representação no órgão de direção ou órgão de gestão equivalente
da investida;
 Participação em processos de decisão de políticas, incluíndo a
participação em decisões sobre dividendos e outras distribuições;
 Transações materiais entre o investidor e a investida;
 Intercâmbio de pessoal de gestão; ou
 Fornecimento de informações técnicas essenciais
INFLUÊNCIA NA ADMINISTRAÇÃO - COLIGADA
São considerados exemplos de evidência de influência na
administração da Coligada:

 Participação nas suas deliberações sociais, inclusive com a


existência de administradores comuns;
 Poder de eleger ou destituir um ou mais de seus
administradores;
 Volume relevante de operações, inclusive o fornecimento de
assistência técnica ou informações técnicas essenciais para as
atividades da investidora;
 Significativa dependência tecnológica e/ou econômico-
financeira;
 Recebimento permanente de informações contábeis detalhadas
bem como de planos de investimentos;
 Uso comum de recursos materiais, tecnológicos ou humanos.
CONCEITO DE CONTROLADA

Considera-se controlada a sociedade na qual a


controladora, diretamente ou através de outras
controladas, é titular de direitos de sócio que lhe
assegurem, de modo permanente, preponderância
nas deliberações sociais e o poder de eleger a
maioria dos administradores.
CONTROLE COMUM
SOCIEDADES QUE FAÇAM PARTE DE UM MESMO GRUPO OU
ESTEJAM SOB CONTROLE COMUM

CONTROLE COMUM: está diretamente relacionada à essência


econômica da entidade contábil e, como tal, deve ser
entendida. A dimensão econômica da entidade é delimitada
como o conjunto de entes, ainda que, juridicamente distintos,
que estejam em um mesmo grupo ou que seu controle seja
exercido por um mesmo ente ou conjunto de entes.
TIPOS DE INVESTIMENTO

INVESTIDORA
> 50% do
Capital Votante Influência < de 20% e/ou Pouca/
Significativa Nenhuma Influência
20% ou mais,
sem controle
OUTRAS
CONTROLADA COLIGADAS
PARTICIPAÇÕES

MEP CUSTO
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL

AC - D - Banco 100.000,00
PL - C - Capital Social 100.000,00
ANC - D - Invest. Soc. Coligada 100.000,00
AC - C- Banco 100.000,00 DR => Lucro
DR - D - DR 100.000,00
PL - C - Lucros Acumulados 100.000,00
ANC - D - Invest. Sociedade Coligada 50.000,00
DR - C - Receita Equivalência Patrimonial 50.000,00 PL - D - Lucros Acumulados 30.000,00
PC - C - Dividendos a Pagar 30.000,00

AC - D Dividendos a Receber 15.000,00


ANC - C Investimentos Soc. Coligada 15.000,00
EXEMPLO - MEP
Suponhamos que no Balanço Patrimonial da Empresa A,
levantado em 31/12/X1, conste no Ativo Não Circulante
um investimento no valor de R$ 100.000,00 no capital da
Empresa B. Vamos admitir que a participação de A em B
corresponda à 20%.

Suponhamos, agora, que em 31/12/X2, no Balanço


Patrimonial de B, constem as seguintes contas e valores:

Patrimônio Líquido
Capital R$ 500.000,00
Lucros R$ 300.000,00
Total R$ 800.000,00
EXEMPLO - MEP
Portanto, ao apurar os seus resultados em 31/12/X2, a
investidora deverá atualizar o valor do seu investimento
em B, em decorrência da variação ocorrida no
Patrimônio Líquido de B, para que o valor do
investimento constante do Ativo Não-Circulante de A
continue a equivaler a 20% do Patrimônio Líquido de B.
O cálculo para fins de atualização do investimento é
simples: como a participação de A em B corresponde a
20% do capital de B, faremos:
20% de R$ 800.000,00 = R$ 160.000,00

Esse resultado corresponde ao valor atualizado do


investimento de A em B e deverá figurar no BP de A.
EXEMPLO - MEP
Para apurar o valor da variação, faremos:
Valor do Investimento Atualizado (20% do PL de B)
R$ 160.000,00
(-) Valor Original do Investimento (R$ 100.000,00)
(=) Valor da Correção R$ 60.000,00.

Contabilização:
D – Investimento na Coligada B (ANC – Inv) – R$ 60.000,00
C – Receita de Participações Societárias (Res) – R$ 60.000,00

Neste caso basta o debito de R$ 60.000,00 na conta de


investimento que o saldo da conta que figurará no BP em
31/12/X2 será de R$ 160.000,00, ou seja 20% do PL de B.
MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
O procedimento normal das sociedades, ao apurar o
resultado do exercício, é efetuar os cálculos e a
contabilização do Lucro Líquido do Exercício.
Essas destinações ficam sujeitas a deliberações dos
sócios ou acionistas em Assembleia.
Somente a destinação atribuída aos sócios ou
acionistas em forma de dividendos é que no momento da
elaboração do Balanço Patrimonial, não figurará no
Patrimônio Líquido.
Portanto, ao efetuar os cálculos para o fim de aplicar
a avaliação dos Investimentos pelo MEP, é preciso verificar
se a investida efetuou a contabilização de dividendos, cujo
valor deve ser diminuído ao PL da investida para fins de
cálculo.
EXEMPLO - MEP
Suponhamos, agora, que, no exercício de X3, a Coligada B
tenha contabilizado e efetuado o pagamento de dividendos
relativos ao Lucro Líquido apurado em X2 no valor de R$
300.000,00, e a parcela recebida pela Investidora A tenha
sido igual a R$ 60.000,00.
A contabilização, então, ficará assim:

D – Banco Conta Movimento (AC) – R$ 60.000,00


C – Investimento na Coligada B (ANC – Inv) – R$ 60.000,00

Observe que, nesse momento, não há que contabilizar o


valor recebido como se fosse receita, uma vez que a receita
já havia sido contabilizada no exercício de sua competência
pelo MEP.
EXEMPLO - MEP
Observe, que com o valor de pagamento dos dividendos o PL da
Empresa B voltou ao valor original de R$ 500.000,00 e a
participação registrada no Ativo Não Circulante de A em R$
100.000,00, ou seja, 20%.
Suponhamos agora que em X4, a Empresa B registra em seu
Balanço Patrimonial um prejuízo no exercício de R$ 100.000,00,
assim o valor do PL da Empresa B, fica:
PL – R$ 500.000,00 – R$ 100.000,00 = R$ 400.000,00

Na Empresa A o registro fica da seguinte maneira:


D – Despesa com Participações Sociais (Res) – R$ 20.000,00
C – Investimento na Coligada B (ANC – Inv) – R$ 20.000,00
A participação de A fica reduzida em 20%.
AUMENTO DE CAPITAL S/ ALTERAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO
Suponhamos que a Empresa A tenha investido no capital da
Empresa B a importância de R$ 240.000,00, cuja soma
corresponde a 40% do capital de B que é de R$ 600.000,00.
Suponhamos, em seguida, que durante o exercício atual, os
sócios da Empresa B tenham decidido promover aumento de
capital em R$ 200.000,00, cabendo a Empresa A R$ 80.000,00.
A contabilização será:
D – Investimento na Coligada B (ANC – Inv) – R$ 80.000,00
C – Banco Conta Movimento (AC) – R$ 80.000,00

A participação de A em B ficou com R$ 320.000,00, ou seja


40% do PL de B, que está atualmente com PL de R$
800.000,00
AUMENTO DE CAPITAL C/ ALTERAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO
A Empresa A participa do aumento do capital de sua investida
(B), com proporção maior que os demais acionistas.
Suponhamos o seguinte PL da Empresa B seja de R$ 600.000,00.
Vamos admitir que a participação de A em B seja de R$
150.000,00, ou seja, 25%.
Consideremos que, durante o exercício de X2, tenha ocorrido um
aumento de capital no valor de R$ 200.000,00, sendo que desse
valor, 70% foi integralizado pela Empresa A.
A contabilização será:
D – Investimento na Coligada B (ANC – Inv) – R$ 140.000,00
C – Banco Conta Movimento (AC) – R$ 140.000,00

A participação de A em B ficou com R$ 290.000,00, ou seja 36%


do PL de B, que está atualmente com PL de R$ 800.000,00
OBRIGATORIEDADE DO MEP - RIR
Estão obrigadas a proceder à avaliação de investimentos pelo valor
de patrimônio líquido as sociedades anônimas ou não que tenham
participações societárias relevantes em (art. 384 do RIR/99):
a) sociedades controladas;
b) sociedades coligadas sobre cuja administração a
sociedade investidora tenha influência; ou
c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora
participe com 20% ou mais do capital social.
É considerado relevante quando (§ 3º do art. 384 do RIR/99):
a) o valor contábil do investimento em cada sociedade
coligada ou controlada for igual ou superior a 10% do PL da
sociedade investidora;
b) o valor contábil no conjunto do investimento em
sociedades coligadas ou controladas for igual ou superior a
15% do PL da sociedade investidora ou controladora.
CONTROLE DIRETO E INDIRETO
• DIRETO: Quando uma sociedade controla diretamente outra
sociedade.
• INDIRETO: Quando o controle é feito através de outra sociedade
controlada.

80% das Ações

70% das Ações


PARTICIPAÇÃO DIRETA E INDIRETA
A Participação de uma empresa no capital de outra pode ser
direta ou indireta.
A participação é direta quando a investidora é proprietária
do total ou de parte das quotas/ações representativas do capital de
outra empresa.

EXEMPLO:

A Empresa B possui 70% do capital votante da Empresa C.


A Empresa A possui 99% do capital votante da Empresa B.

Desta forma, a Empresa A é controladora direta da Empresa B (99%)


e controladora indireta da Empresa C (69%).

Empresa B é controladora direta da Empresa C.


EXEMPLO – CONTROLE COMUM
A Companhia XYZ controla as companhias A, B e C. A companhia A é uma
companhia aberta e participa com 10% do capital votante das companhias
B e C. Assim, a companhia A avaliará os investimentos em B e C pelo
método da equivalência patrimonial, já que todas estão sob o controle
comum de XYZ.

51% 51% Se XYZ controla A, B e C,


Se A tem participação em B e
51% C

Logo, A aplica o método de


equivalência patrimonial em
10% B e C, estão sob o controle de
XYZ
10%
ESPÉCIE DE AÇÕES

Ações Ordinárias : as ações ordinárias conferem direito


de voto a seu titular nas deliberações das assembleias de
acionistas

Ações Preferenciais: possuem vantagens e preferências


em relação às ações ordinárias, protegendo seus titulares
contra decisões tomadas nas assembleias de acionistas.
CONTROLE X PROPRIEDADE
CONTROLE: Decisão pela soma de votos
PROPRIEDADE: Percentual de participação no capital
Nas assembleias o que predomina é a decisão pela soma dos votos,
ou seja, o importante é o conceito de CONTROLE e não de
PROPRIEDADE.

51% das Ações


33,15%

65% das Ações


CONTROLE X PROPRIEDADE
Suponha que a Empresa A tenha 90% das ações de uma Empresa B,
Assim, a Empresa A é controladora da Empresa B diretamente:

A B

90%
A Empresa B, por sua vez, tem um investimento numa Empresa C
que representa 80% de seu capital votante, desta forma, a Empresa C
é uma controlada da Empresa B e a empresa A tem indiretamente
72% de C (90% de 80%). Contudo, a empresa A também tem os 20%
restantes do capital votante da empresa C. Desta forma, a empresa
A tem então: (72% + 20%) = 92% de C.
CONTROLE X PROPRIEDADE

A B C

90% 80%

20%

Então:
A tem o controle direto de B
A tem o controle indireto de C
B tem o controle direto de C
CONTROLE X PROPRIEDADE

60%
70%

51% 40%
50%
CLASSIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS
A Investidora Cia. X detém participações nas seguintes
investidas: Classificar os investimentos:
A B C D E
CAPITAL SOCIAL
N° Ações Pref 40.000 200.000 400.000 300.000 50.000
Ord 80.000 400.000 800.000 600.000 100.000
Total 120.000 600.000 1.200.000 900.000 150.000

PARTICIPAÇÃO-Cia. X
N° Ações Pref 4.000 - 6.000 - -
Ord 20.000 400.000 160.000 312.000 7.000
Total 24.000 400.000 166.000 312.000 7.000

% PARTICIPAÇÃO-Cia. X Pref
Ord
Total

CLASSIFICAÇÃO
CLASSIFICAÇÃO DOS INVESTIMENTOS
A Investidora Cia Y detém participações nas seguintes
investidas: Classificar os investimentos:
A B C D E
CAPITAL SOCIAL
N° Ações Pref 10.000 15.000 20.000 25.000 20.000
Ord 20.000 30.000 40.000 50.000 30.000
Total 30.000 45.000 60.000 75.000 50.000

PARTICIPAÇÃO-Cia.Y
N° Ações Pref - 2.550 1.000 500 1.000
Ord 12.000 9.600 8.800 36.500 2.000
Total 12.000 12.150 9.800 37.000 3.000

% PARTICIPAÇÃO-Cia.Y Pref
Ord
Total

CLASSIFICAÇÃO

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