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Apostila 02
2ª parte
CONTINUAÇÃO: AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS
Saiba mais
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Aplicação da Técnica da Equivalência Patrimonial
Como a investidora deve calcular e contabilizar os efeitos da aplicação do Método da Equivalência
Patrimonial?
A aplicação da teoria ficará mais fácil com a aplicação por meio de exemplos. A peça fundamental
para o cálculo da equivalência patrimonial é a demonstração das mutações do patrimônio líquido das
investidas.
Exemplo 1
A Cia. Paraná possui uma participação na Cia. Curitiba de 80% . No início do exercício, o
patrimônio líquido da Cia. Curitiba é de R$ 3.000.000, sendo R$ 2.500.000 de capital social,
representado apenas por ações ordinárias, e o restante composto de reservas. Ao encerrar o exercício,
a Cia. Curitiba apurou um lucro de R$ 600.000 e propôs a distribuição de dividendos de R$ 150.000. O
excedente de lucros acumulados foi destinado à constituição de reservas de lucros.
Como a participação é de 80 no capital votante, trata-se de uma sociedade controlada e avaliada
pelo método de equivalência patrimonial.
Como vimos, à medida que o patrimônio líquido da investida aumenta ou diminui, a conta
investimentos da investidora deverá também aumentar ou diminuir proporcionalmente ao percentual de
participação.
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Exemplo 2
A Cia. Brasil apresenta os seguintes saldos em seu balanço patrimonial em 31/12/X0: Ativo não
circulante – investimentos
i. Cia. A = 455.000
ii. Cia. B = 360.000
iii. Cia. C = 10.000
O percentual de participação detido pela Cia. Brasil nas suas investidas são os seguintes:
iv. Cia. A: participação de 65% no capital total, sendo 60% em ações ordinárias e 30% em
ações preferenciais.
v. Cia. B: participação de 40% no capital total, sendo 30% em ações ordinárias e 50%
em ações preferenciais.
vi. Cia. C: participação de 5% no capital total, possuindo apenas ações preferenciais.
Em 06/X1, a Cia. A aumentou seu capital em R$ 300.000, sendo que a Cia. Brasil exerceu o seu poder
de subscrição, de forma a ficar com o mesmo percentual de participação.
A demonstração das mutações do patrimônio líquido apresentada pelas companhias foi a seguinte.
O excedente de lucros acumulados foi destinado à constituição de reservas de lucros.
Contabilize a equivalência patrimonial em 31/12/X1. Sabe-se que há certeza que a distribuição dos
dividendos será aprovada pela assembleia.
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Solução
1º passo: classificar as sociedades investidas:
Cia. A – controlada, pois a Cia. Brasil participa com mais de 50% de ações ordinárias. Cia. B – coligada,
pois a Cia. Brasil participa com mais de 20% no capital votante.
Cia. C – valor justo ou valor de custo, pois a Cia. Brasil não tem participação no capital votante.
2º passo: verificar quais investimentos devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial: Cia. A – por
Observação
A Cia. C, por não ser controlada ou coligada, não deve ser avaliada pelo
MEP.
Tabela
Cia. A Cia. B
PL 65% PL 40%
Saldo em 31/12/X0 700.000 455.000 900.000 360.000
Ajustes de exercícios anteriores 100.000 65.000 (60.000) (24.000)
Aumento de capital 300.000 195.000 – –
Resultado do exercício 200.000 130.000 (100.000) (40.000)
Dividendos propostos (60.000) (39.000)
Saldo em 31/12/X1 1.240.000 806.000 740.000 296.000
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4º passo: contabilizar a equivalência
patrimonial:
Após os lançamentos, o saldo da conta investimentos na Cia. A será de $ 806.000, que representa
exatamente 65% do patrimônio líquido de A, e a conta investimentos na Cia. B será de $ 296.000, que
traduz exatamente 40% do patrimônio líquido de B.
Exemplo 3
A Cia. Alvorada adquiriu uma participação no capital social da Cia. Crepúsculo de 60% em 01.01.X1. A
Cia. Crepúsculo emite apenas ações ordinárias. Na data da aquisição, o patrimônio líquido da Cia.
Crepúsculo era de R$ 340.000 e a negociação foi feita à vista. Durante o exercício de X1, a Cia. Crepúsculo
aumentou o capital e a Cia. Alvorada subscreveu o proporcional ao seu percentual de participação anterior.
Em 31.12.X1, ambas as sociedades encerraram suas demonstrações contábeis. A Cia. Crepúsculo apresenta a
seguinte demonstração das mutações do patrimônio líquido, que servirá de base para a Cia. Alvorada calcular
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e contabilizar a equivalência patrimonial.
Efeito de avaliação de
instrumentos financeiros 1.200 1.200
Saldo em 31.12.X1 248.000 6.000 158.700 41.200 453.900
A Cia. Alvorada participa com 60% das ações ordinárias da Cia. Crepúsculo; trata-se
de participações em sociedades controladas que devem ser avaliadas pelo método de
equivalência patrimonial.
Outros
Capital Reservas Reservas Lucros resultados
social de capital de lucro acumulados Total 60
abrangentes
Saldo inicial (em 31.12.X0) 148.000 36.000 116.000 40.000 340.000 204.000
Aumento de capital 100.000 (30.000) 70.000 42.000
Lucro do exercício 56.000 56.000 33.600
Reserva legal 2.800 (2.800)
Reserva estatutária 5.600 (5.600)
Retenção de lucros 34.300 (34.300)
Dividendos obrigatórios (13.300) (13.300) (7.980)
Efeito de avaliação de
instrumentos financeiros 1.200 1.200 720
Saldo em 31.12.X1 248.000 6.000 158.700 41.200 453.900 272.340
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Feito o cálculo, vamos contabilizar.
Pela aquisição
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1.5. Patrimônio Líquido das Coligadas e Controladas (Efeitos da
movimentação do patrimônio líquido das coligadas e
controladas nos investimentos da investidora):
Por exemplo, digamos que uma empresa apresente a seguinte situação patrimonial:
Ativos = R$ 500.000
Passivos = R$ 400.000
Os investimentos em sociedades que não atendam a esses requisitos serão avaliados pelo método do
valor justo ou pelo método de custo, conforme o caso.
Observação
“O investimento em coligada, em controlada e em empreendimento controlado
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em conjunto deve ser contabilizado pelo método da equivalência patrimonial, a partir da
data em que o investimento se tornar sua coligada, controlada ou empreendimento
controlado em conjunto” (CPC, 2013c, item 32, p. 11).
Vamos acompanhar, por meio do exemplo a seguir, a determinação de quais investimentos devem ser
avaliados pelo método da equivalência patrimonial.
Exemplo
Tabela
de participação
Cia. Ações ordinárias Ações preferenciais Total
Terra 22 30 17
Júpiter 20 5 8
Vênus 60 20 40
Saturno 58 10 50
Netuno 5 7 4
Quais sociedades devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial? 1º passo:
Tabela
Terra Coligada (22% no capital votante)
Júpiter Coligada (20% no capital votante)
Vênus Controlada (60% no capital votante)
Saturno Controlada (58% no capital votante)
Netuno Valor justo ou custo (5%no capital
votante)
2º passo: verificar quais investimentos devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial:
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Não será avaliada pelo método da equivalência patrimonial a sociedade Netuno, por não ser
controlada nem coligada, deverá ser avaliada pelo método do valor justo ou de custo considerando se
tem valor de mercado ou não.
OK ????????
Uma vez definidos os investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial, aplicamos a
seguinte técnica: à medida que o patrimônio líquido das investidas aumenta ou diminui, a conta
investimentos da investidora deverá também aumentar ou diminuir proporcionalmente ao percentual
de participação. Determinar a contrapartida desse débito ou crédito vai depender da origem da
movimentação do patrimônio líquido das investidas. Essa movimentação pode originar-se de vários
motivos, tais como:
D = investimentos
C = resultado de equivalência patrimonial (no caso de lucro) ou
Dividendos Propostos
No Método da Equivalência Patrimonial, os lucros são reconhecidos no momento em que são
apurados pela investida. Assim, quando da distribuição dos dividendos, não existe o reconhecimento de
nova receita. Se assim fosse, haveria o reconhecimento em dobro do resultado, pois os lucros já
foram reconhecidos via resultado de equivalência patrimonial. Contabiliza-se como um direito (caso
tenha ocorrido a apropriação dos dividendos a pagar pela investida) ou como caixa e equivalentes de
caixa (caso tenha havido a efetiva distribuição).
Integralização do capital
A integralização do capital feita pela investidora provoca um acréscimo do patrimônio líquido da
investida e, na mesma proporção, um acréscimo em sua conta de investimentos.
D = investimentos
C = caixa e equivalentes de caixa
• retificação de erro imputável a determinado exercício anterior e que não possa ser atribuído a
fatos subsequentes.
Voltamos ao CPC 18 (R2). O item 10 dispõe que apenas a parte da investidora no lucro ou prejuízo
apurado pela investida deverá ser contabilizada como resultado do período da investidora.
D = investimentos
C = lucros acumulados
D = lucros acumulados
C = investimentos
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Outros Resultados Abrangentes
D = investimentos
C = outros resultados abrangentes – Cia. X (patrimônio líquido)
Ocorre que, na data do reconhecimento inicial, a negociação pode ser feita por um valor pago
diferente do valor patrimonial da coligada ou controlada.
Quando o valor pago for maior que o valor patrimonial da investida, essa diferença pode ser
atribuída a dois fatores, dependendo do fator que deu origem a essa diferença. Esses fatores podem
ser identificados por:
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mais-valia de ativos líquidos;
Quando o valor pago for menor que o valor justo dos ativos líquidos, essa diferença representa um
ganho, identificado por:
Lembrete
Os ativos líquidos correspondem ao valor dos ativos menos o valor dos
passivos, portanto, expressam o patrimônio líquido.
• Mais-valia de ativos líquidos: é a diferença entre o valor justo dos ativos líquidos e o valor
contábil dos ativos líquidos da investida na data da aquisição.
• Ágio por rentabilidade futura (goodwill): é a diferença positiva entre o valor pago na
aquisição da participação e o valor justo dos ativos líquidos da investida. A existência do ágio por
rentabilidade futura está fundamentada na expectativa da investidora gerar lucros futuros com a
aquisição desse negócio, ou seja, acreditar na capacidade desse negócio gerar riquezas futuras.
Embora a mais-valia e o ágio por rentabilidade futura integrem o valor contábil do investimento,
para efeito de controle, é recomendável que sua contabilização seja segregada em contas distintas.
• Ganho por compra vantajosa: é a diferença negativa entre o valor pago na aquisição da
participação e o valor justo dos ativos líquidos da empresa. Esse ganho deve ser contabilizado como
uma receita no resultado do período da investidora em contrapartida do investimento.
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