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SEMANA ACADÊMICA DE DIREITO

A CRIMINALIDADE URBANA NO BRASIL:


AS MEDIDAS DE TOLERÂNCIA ZERO E O CHAMADO DIREITO PENAL DO INIMIGO

APRESENTAÇÃO
ALEXANDRE VUCKOVIC
CONTEXTUALIZAÇÃO

Segundo o Mapa da Violência, publicado pelo Ministério da Saúde em


2013 e coordenado por Julio Jacobo Waiselfisz, morrem mais pessoas
vítimas do crime no Brasil do que em guerras ao redor do mundo.

País Motivador das Baixas Período Total de Baixas


Afeganistão Guerra do Afeganistão 2001 – presente (13 anos) 12.417
Iraque II Guerra do Iraque 2003 – 2011 (8 anos) 76.266
Sudão Guerra Civil Sudanesa 2003 – presente (11 anos) 12.719
Colômbia Guerra Contra as FARC 1964 – presente (50 anos) 11.833
TOTAL DE MORTES EM GUERRAS 113.235
BRASIL Criminalidade 1980 – 2010 (30 anos) 799.226
TOTAL DE MORTES NO BRASIL VITIMADAS PELO CRIME 799.226

Dados de 2015: 60 mil homicídios


JUSTIFICATIVA

A criminalidade atingiu níveis alarmantes de uma zona de guerra.

- Baixa escolaridade;
- Baixos investimentos em educação;
- Alto índice de desemprego;
- Desrespeito às leis e autoridades constituídas;
- Sucateamento das forças de segurança pública;
- Cultura da impunidade;
- Morosidade da justiça.

RESGATAR A LEI E A ORDEM


QUESTÕES NORTEADORAS

1. O que significa a medida de Tolerância Zero?


2. O que significa o Direito Penal do Inimigo?
3. Por que as medidas de Tolerância Zero e o Direito Penal
do Inimigo obtiveram sucesso nos EUA apesar das polêmicas
geradas em torno dos direitos e garantias individuais do
cidadão?
4. Quais as prerrogativas legais das agências de segurança
pública no Brasil?
5. Por que deveríamos aplicar estas medidas polêmicas e
controversas para combater a criminalidade no País?
OBJETIVO GERAL

Demonstrar a aplicabilidade da teorias de Tolerância Zero e


do Direito Penal do Inimigo como medidas de combate à
criminalidade urbana no Brasil.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS

1. Analisar a aplicação das medidas de Tolerância Zero e sua


eficácia no combate ao crime na cidade de Nova Iorque (EUA);
2. Relacionar as escolas e teorias da criminalidade que
justificam a aplicação das medidas de Tolerância Zero e a
Teoria o Direito Penal do inimigo;
3. Identificar as prerrogativas dos órgãos de segurança pública
no Brasil, comparando-os com seus equivalentes nos Estados
Unidos, no sentido de demonstrar que aqueles operam de forma
equivocada quando comparamos seus resultados com estes;
4. Apresentar proposta simplificada para adoção de medidas de
tolerância zero no Brasil objetivando a efetiva redução da
criminalidade no País.
SEÇÃO I:Introdução

Diferentes Pontos de Vista... Como você deverá se posicionar?

Advogado de Defesa

Promotor de Justiça Criminoso

Magistrado

Vítima

Polícia
SEÇÃO I: Tolerância Zero

Modelo de segurança pública onde os


policiais são intransigentes com delitos
menores.

Meta: incutir o hábito do respeito à


legalidade, reduzindo a micro
criminalidade a curto prazo e crimes
contra a vida. Rudolph Giuliani

Os crimes caíram 57%, redução de 65% na taxa de assassinatos. O


próprio FBI chegou a considerar a cidade, após a implantação da Política
de Tolerância Zero, a mais segura das cidades americanas (1º/01/1994 a
31/12/2001.
SEÇÃO II: Direito Penal do Inimigo (Pan-Penalismo)

Direito Penal de Urgência


Direito Penal de Emergência
Direito Penal de Exceção

Günther Jakobs

Conceito de inimigo: “é alguém que não se submete ou não


admite fazer parte do Estado, e por isso não deve usufruir do
status de cidadão, nem mesmo de pessoa”.
SEÇÃO II: Velocidades do Direito Penal

Direito Penal de 1ª Velocidade: caracteriza-se pelo respeito às garantias


constitucionais e pelas penas privativas de liberdade.

Direito Penal de 2ª Velocidade: caracteriza-se pela substituição da pena de prisão


por penas alternativas e pela relativização das garantias penais e processuais penais.

1ª Velocidade 2ª Velocidade 3ª Velocidade 4ª Velocidade

(Ver Seção IV)

Direito Penal de 3ª Velocidade: caracteriza-se pela pena privativa de liberdade e


permite a flexibilização de garantias materiais e processuais.

Direito Penal de 4ª Velocidade: caracteriza-se pela sua aplicação no Direito


Internacional através do Tribunal Penal Internacional para os Chefes de Estado que
violam os Direitos Humanos e cometem crimes de lesa humanidade.
SEÇÃO II: Direito Penal do Inimigo

A quebra do “pacto social” de Rousseau (+ Locke, + Hobbes).

Figura 01: Representação esquemática do Direito Penal do Inimigo de Günther Jakobs.


SEÇÃO III: Direito Penal do Inimigo vs
Direito Penal do Cidadão

Exaurimento

Teoria Antecipatória
SEÇÃO III: Exemplos fictícios

The Siege, 1998. Minority Report, 2002.

“Estado de Sítio Repressivo” “Unidade Pré-Crime”


SEÇÃO III: Direito Penal do Inimigo vs
Direito Penal do Cidadão (MEZGER)
SEÇÃO IV: Aplicação no Ordenamento Jurídico Bras.

1. Lei de Execução Penal (Lei Nº 7.210/84), Art. 52:


Leis mais severas
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD)
- Regime “fechadíssimo” (CP → fechado, semi-aberto e aberto).
- Agente que apresenta “risco” → conceito subjetivo.
- “Suspeitos” de pertencerem a “organizações criminosas” → definição?
2. Lei de Crimes Hediondos e Equiparados (Lei Nº 8.072/90):
-Não se aplica:
- graça
Art. 5º, CF/88 Supressão de Garantias
- anistia
(Garantias Fundamentais)
- indulto
3. Lei do Abate (Lei Nº 9.614/98): → (atestado pelo STJ)
- Sem direito a ampla defesa e contraditório. Antecipação da Punição
- Decreta a pena de morte em tempos de paz.
- É contrário ao art. 5º da CF/88 (veda pena de morte, salvo em guerra).
SEÇÃO V: Teoria Minimalista vs Teoria Maximalista

Teoria Minimalista Teoria Maximalista


Direito Penal Mínimo Política de Tolerância Zero
Princípio da Intervenção Mínima Direito Penal do Inimigo
Princípio da Insignificância Criminologia Crítica
Teoria da Imputação Objetiva Controle Social
A quem interessa? A quem interessa?

Foras da lei Vítimas dos criminosos


Advogados Policiais
Ativistas de Direitos Humanos Poder Executivo
Ministério Público Sociedade em geral
CONCLUSÃO

1ª Fase: 2ª Fase:
Revisão do Reestruturação das
ordenamento jurídico. agências de segurança.

3ª Fase:
Aplicação da Política de
Tolerância Zero e do
Direito Penal do Inimigo

Teoria da “Destruição Criadora” (Schumpeter, 1883 – 1950)


“O processo de inovação deve substituir os velhos e antigos modelos por novos”.
REFERÊNCIAS

BECCARIA, Cesare. Dos Delitos e das Penas. Ed. Ridendo Castigat Mores. Versão para eBook, 2013.

CONDE, Francisco Muñoz. Direito Penal do Inimigo. Tradução de Karyna Batista Sposato. Curitiba: Juruá, 2012.

JAKOBS, Günther; MELLÁ, Manuel Cancio. Direito Penal do Inimigo – Noções e Críticas. Porto Alegre: Livraria do Advogado
Editora, 2005.

LIXA, Ivone Fernandes Morcillo. Criminologia. Indaial: Uniasselvi, 2012.

MOLINA, Antonio Garcia-Pablos de; CYMROT, Danilo. O que é Criminologia. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2013.

NETO, Pedro Scuro. Crime, Pós-Modernidade e o Mais Frio de Todos os Monstros. Revista EMARF (Escola de Magistratura
Regional Federal), vol. 5, 2002: 291-308.

ROLIM, Marcos. A Síndrome da Rainha Vermelha – Policiamento e Segurança Pública do Século XXI. Rio de Janeiro: Jorge Zahar
Editora, 2006.

VUCKOVIC, Alexandre. A Criminalidade no Brasil: A Relação Entre a Falta de Investimentos em Educação e o Aumento da
Criminalidade, Perspectivas e Soluções. TCC – Modalidade Artigo Científico – Nível de Especialização. Curitiba, Uniasselvi, 2014.

WIEGERINCK, João Antonio. Direito Constitucional. 1ª ed. São Paulo: Eskenazi Gráfica, 2013.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O Inimigo do Direito Penal. Tradução de Sérgio Lamarão. Rio de Janeiro: Ed. Revan, 2007.
PERGUNTAS?

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