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EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL
A equivalência patrimonial é o método que consiste em atualizar o valor contábil do investimento ao valor
equivalente à participação societária da sociedade investidora no patrimônio líquido da sociedade investida, e
no reconhecimento dos seus efeitos na demonstração do resultado do exercício.
Estão obrigadas a proceder à avaliação de investimentos pelo valor de patrimônio líquido as participações
societárias relevantes em:
a) sociedades controladas;
c) sociedades coligadas de que a sociedade investidora participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital
social.
De acordo com o disposto nos parágrafos 1º e 2º do artigo 243 da Lei 6.404/1976 (Lei das S/A), consideram-
se:
Para efeito de determinar a relevância do investimento, serão computados como parte do custo de aquisição os
saldos de créditos da companhia contra as coligadas e controladas.
Considera-se que há influência significativa quando a investidora detém ou exerce o poder de participar nas
decisões das políticas financeira ou operacional da investida, sem controlá-la.
É presumida influência significativa quando a investidora for titular de 20% (vinte por cento) ou mais do
capital votante da investida, sem controlá-la.
Quando da aquisição de investimento em sociedade controlada ou coligada, sujeito à avaliação pelo valor de
patrimônio líquido, o custo de aquisição deverá ser desdobrado em subcontas distintas da conta que registrar o
valor contábil do investimento.
A Resolução CMN 3.619/2008 dispõe sobre critérios aplicáveis na avaliação de investimentos em coligadas e
controladas e determina que as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
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Central do Brasil devem avaliar pelo método da equivalência patrimonial os investimentos, no País e no
exterior, em:
I - coligadas, quando participarem com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante ou detiverem
influência significativa em sua administração;
II - sociedades controladas;
As instituições que detenham investimentos que não possam mais ser avaliados pelo método da equivalência
patrimonial devem considerar o valor contábil do investimento na data-base 31 de dezembro de 2008, incluindo
o ágio ou o deságio não amortizado, como novo valor de custo para fins de mensuração futura e de
determinação do seu valor recuperável; e contabilizar, em contrapartida desses investimentos, os dividendos
recebidos por conta de lucros que já tiverem sido reconhecidos por equivalência patrimonial.
E através da Deliberação 729/2014 a CVM aprovou a Interpretação Técnica ICPC 09(R2) do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis, que trata de demonstrações contábeis individuais, demonstrações separadas,
demonstrações consolidadas e aplicação do método de equivalência patrimonial, cuja observância é obrigatória
para Companhias Abertas instaladas no Brasil.
O valor do patrimônio líquido da coligada ou da controlada será determinado com base em balanço patrimonial
ou balancete de verificação levantado, com observância das normas da Lei 6.404/1976, na mesma data, ou até
60 (sessenta) dias, no máximo, antes da data do balanço da investidora.
No valor de patrimônio líquido não serão computados os resultados não realizados decorrentes de negócios
com a companhia, ou com outras sociedades coligadas à companhia, ou por ela controladas.
O valor do investimento será determinado mediante a aplicação, sobre o valor de patrimônio líquido da
investida, da porcentagem de participação no capital da coligada ou controlada.
A diferença entre o valor do investimento apurado pelo método da equivalência, e o custo de aquisição somente
será registrada como resultado do exercício:
c) no caso de companhia aberta, com observância das normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.
Consideram-se não realizados os lucros ou os prejuízos decorrentes de negócios entre a sociedade investida e a
sociedade investidora.
Da mesma forma, consideram-se não realizados os lucros ou os prejuízos decorrentes de negócios entre a
sociedade investida e sociedade coligada ou controlada da sociedade investidora, devendo ser excluídos do
valor do patrimônio líquido, quando:
a) os lucros ou os prejuízos que estejam incluídos no resultado de uma coligada ou de uma controlada e
correspondidos por inclusão ou exclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço
patrimonial da sociedade investidora;
b) os lucros ou os prejuízos estejam incluídos no resultado de uma coligada ou de uma controlada e
correspondidos por inclusão ou exclusão no custo de aquisição de ativos de qualquer natureza no balanço
patrimonial de outras sociedades coligadas ou controladas.
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Os lucros e os prejuízos, assim como as receitas e as despesas decorrentes de negócios que tenham gerado
simultânea e integralmente efeitos opostos nas contas de resultado das sociedades coligadas ou controladas, não
serão excluídos do valor do patrimônio líquido.
O valor do investimento na data do balanço deverá ser ajustado ao valor de patrimônio líquido, mediante
lançamento da diferença a débito ou a crédito da conta de investimento (art. 388 do RIR/99), observando-se o
seguinte:
1 - Os lucros ou dividendos distribuídos pela coligada ou controlada deverão ser registrados pelo contribuinte
como diminuição do valor de patrimônio líquido do investimento, e não influenciarão as contas de resultado;
3 - No caso do procedimento 2, acima, se a avaliação subsequente for baseada em balanço ou balancete de data
anterior à da distribuição, deverá o patrimônio líquido da coligada ou controlada ser ajustado, com a exclusão
do valor distribuído.
Exemplo:
Empresa "A":
Empresa "B":
O valor contábil do investimento da empresa "A", por sua vez, em 31 de dezembro, passará a ser R$
2.700.000,00 x 30% = R$ 810.000,00, assim desdobrados:
O acréscimo ao patrimônio líquido da empresa "B" refere-se ao lucro apurado em 31 de dezembro no valor de
R$ 700.000,00. Como a empresa "A" detém 30% (trinta por cento) do capital social da empresa "B", o ajuste da
conta de investimento foi de R$ 210.000,00, ou seja, 30% (trinta por cento) de R$ 700.000,00, mediante o
seguinte lançamento:
De acordo com o artigo 389 do RIR/99, a contrapartida do ajuste do valor do patrimônio líquido, por aumento
ou redução no valor do patrimônio líquido do investimento, não será computada na determinação do lucro real.
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Quando o resultado da equivalência patrimonial for credor, será lançado na parte "A" do livro de apuração do
lucro real como item de exclusão do lucro líquido do exercício para fins de determinação do lucro real.
Quando o resultado da equivalência patrimonial for devedor, será lançado na parte "A" do livro de apuração do
lucro real como item de adição do lucro líquido do exercício para fins de determinação do lucro real.
Observe-se também que se a empresa for tributada pelo lucro presumido, eventual ajuste credor da equivalência
patrimonial não integrará a receita bruta para fins de cálculo do IRPJ e CSLL devidos pela forma presumida.
CAPITAL A INTEGRALIZAR
O artigo 182 da Lei 6.404/1976 - Lei das Sociedades por Ações - dispõe que a parcela do capital a integralizar
não compõe o patrimônio líquido das sociedades. Assim sendo, por ocasião da aplicação do método de
equivalência patrimonial, essa parcela do capital ainda não integralizada não deve ser computada, nem no
cálculo da participação percentual nem no valor do patrimônio líquido.
Por outro lado, quando a alteração do percentual no capital da sociedade investida corresponder a uma perda, o
registro dessa perda será feito em conta própria de despesa não operacional.
Exemplo:
Considerando-se as seguintes situações na empresa "A" (investidora) e na empresa "B" (investida), cujo
investimento é avaliado pelo método de equivalência patrimonial:
Capital - R$ 20.880,00
Reservas - R$ 17.400,00
Número de ações do capital - 20.880
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A empresa "B" efetuou um aumento de capital mediante subscrição de 9.120 ações, sem ágio, no valor de R$
9.120,00, totalmente subscrito pela empresa "A".
Na forma do exemplo proposto, a participação da empresa "A" no capital da empresa "B" passará a ser de:
Conforme podemos constatar no quadro acima, o valor contábil do investimento da empresa "A" passou a ter
um saldo de R$ 30.904,80, resultando, portanto, num acréscimo de R$ 11.764,80, que corresponde a:
O valor do ganho também poderá ser obtido mediante aplicação do acréscimo percentual sobre o valor das
reservas da empresa "B", ou seja:
Contabilização:
R$ 2.644,80
No caso de a sociedade investidora optar pela avaliação dos investimentos pelo método de equivalência
patrimonial, em balanço intermediário, deve avaliar todos os investimentos em sociedade coligada ou
controlada que estejam sujeitos à avaliação pelo valor de patrimônio líquido.
O valor contábil do investimento será obtido pela soma algébrica dos seguintes valores (art. 385 do RIR/99):
a) valor de patrimônio líquido pelo qual o investimento está registrado na escrituração contábil;
b) ágio ou deságio na aquisição do investimento, ainda que tenha sido amortizado na escrituração comercial da
sociedade investidora;
c) saldo da provisão para a cobertura de perdas que tiver sido computada na determinação do lucro real.
A baixa de investimento relevante e influente em sociedade coligada ou controlada deve ser precedida da
avaliação pelo valor de patrimônio líquido, com base em balanço patrimonial ou balancete de verificação da
coligada ou controlada, levantado na data da alienação ou liquidação ou até 30 (trinta) dias, no máximo, antes
dessa data.
A avaliação do investimento, nesse caso, é necessária para que o ganho ou a perda de capital na alienação ou
liquidação da participação societária seja corretamente apurado.
Os lucros ou dividendos distribuídos pela sociedade coligada ou controlada deverão ser registrados pela
sociedade investidora como diminuição do valor do patrimônio líquido do investimento e não influenciarão as
contas de resultado (§ 1º do art. 388 do RIR/99).
Assim, quando a sociedade investidora recebe lucros ou dividendos da sociedade coligada ou controlada, a
contrapartida do valor recebido será a própria conta de investimentos da sociedade investidora.
Exemplo:
Considerando-se que a empresa "B" (investida) credite dividendos à empresa "A" (investidora), no montante de
R$ 80.000,00.
O lançamento contábil poderá ser feito pela empresa "A" (investidora) do seguinte modo:
O valor de R$ 80.000,00 foi excluído da conta de investimentos porque esse mesmo valor foi incluído nessa
conta através de anterior débito de equivalência patrimonial.
A sociedade coligada ou controlada, por sua vez, poderá fazer o lançamento contábil do seguinte modo:
Os resultados da avaliação dos investimentos em sociedade coligada ou controlada com sede no Exterior, pelo
método da equivalência patrimonial deverão ser computados na determinação do lucro real (art. 25 da Lei nº
9.249/95)
Os prejuízos e perdas decorrentes dessas operações não poderão ser compensados com os lucros auferidos no
Brasil (§ 4º do art. 25 da Lei nº 9.249/95).
Há situações que, em face de prejuízos acumulados apurados pela coligada ou controlada, o valor de seu
Patrimônio Líquido passe a ser negativo, acarretando um “Passivo a Descoberto” (quando o Balanço
Patrimonial passa a apresentar valor total com obrigações para com terceiros superior ao dos ativos).
Para maiores detalhes sobre tal apresentação, veja o tópico “Patrimônio Líquido”.
Mas, para fins de controle, pois o investimento não deve ser baixado (a não ser que a respectiva participação
seja integralmente alienada ou liquidada), sugere-se criar uma conta redutora da conta investimento respectivo,
de forma que o valor contábil do investimento seja anulado. Por exemplo:
Exemplo:
O saldo das contas de investimentos, relativas à participação societária na empresa “XYZ”, será apresentada
como segue:
Investimentos
Empresa “XYZ” (Conta Sintética)
Participação Societária (Conta Analítica - Saldo Devedor) R$ 200.000,00
(-) Participação Societária - Equivalência (Conta Analítica - Saldo Credor) R$ 200.000,00
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