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Contabilidade Financeira III

Palestra III

Aumentos e Reduçoes do Capital Social

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1. Aumento do Capital Social
Capital Social
É o investimento inicial feito pelos sócios ou proprietários da empresa,
e correspondente ao património inicial.
Este só pode ser alterado quando os proprietários realizam
investimentos adiccionais (aumento de capital) ou desinvestimentos
(redução do capital).
Capital próprio
Constitui a riqueza liquida à disposição dos proprietários.
É a soma do capital social, suas variações, os lucros e as reservas.
É aquele que originou-se aquando da própria actividade económica
da entidade, como lucros, reservas de capital e de lucros.
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Dentre as varias alterações que podem ser efectuadas ao contrato da
sociedade destacam-se a que se refere aos aumentos do capital
social.
Assim, segundo o CSC, as deliberações só podem ser tomadas por
maioria de ¾ dos votos exigido pelo contrato da sociedade.
Deliberado em assembleia-geral, em primeira convocatória, sobre a
alteração do contracto da sociedade, devem se fazer presente ou estar
representado os accionistas que detenham pelo menos acções
correspondentes a 1/3 do capital social.
Em segunda convocatória, devem estar presentes qualquer que for o
numero de accionistas ou capital por eles detido.
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Cont...
Neste âmbito, a alteração do capital social para efeitos de
aumento do capital, deve ser consignada em escrituras
publicas e respeitar os demais procedimentos inerentes a
constituição da sociedade.
Assim, o aumento do capital social pode efectivar-se de
uma das seguintes formas:
1. Entrada de valores em dinheiro ou em espécie;
2. Incorporação de valores das reservas;
3. Transformação de dividas em capital.

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1.1. Entrada de valores em dinheiro ou em espécie
 Entradas de valores em dinheiro
Esta modalidade origina um aumento no activo da sociedade e
em contrapartida do aumento no capital social, normalmente
é dado o direito de preferência aos sócios da empresa.
 Entradas de valores em espécie
Diferentemente das entradas de valores em dinheiro, as
entradas em espécie são tratadas sob ponto de vista jurídico do
CSC, o qual obriga que as mesmas sejam objecto de um
relatório elaborado por um reviso oficial de contas (ROC)
externo.

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Cont...
Entradas em espécie refere-se a entrada de bens tangíveis e
intangíveis, para incorporação no capital social da empresa.
Para a entrada destes bens, devem antes ser avaliados, mensurados e
valorados por um avalista, auditor ou pessoa especializada para tal
processo contabilístico.
Assim os itens a constar no relatório são os seguintes:
 Discrição os bens;
 Identificação de seus titulares;
 Avaliação dos bens, indicando os critérios usados para tal;
 Declaração que contenha os valores nominais da quota parte ou
acções atribuídas aos sócios que efectuaram tais entradas, acrescidos
dos prémios de emissão, se for o caso, o remanescente a pagar a
6 sociedade. de prejuízo de 200X, pelos sócios conforme deliberado 29-03-2024
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Considera-se entrada de valores em espécie os itens seguintes:
 Terrenos, edifícios, equipamentos fabris, mobiliários, viaturas e outros
meios de transporte, mercadorias, matéria-prima, produtos, etc.;
 Direitos de credito, títulos e partes sociais;
 Marcas, patentes, alvarás, direito de propriedade e de arrendamento e
trespasse (Goodwill);
 Entre outros activos ou conjunto de activos e passivos.
Nota: Nas entradas em espécie para a realização do capital da sociedade é
importante verificar se os bens estão em condições de serem utilizados, ou
seja, verificar se são bens operacionais, uteis ou facilmente transacionais
para a sociedade.

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Exemplo 1
A empresa BBC com capital social de 1 200 000 00Mts decide
proceder ao aumento do mesmo por meio de entrada de valores nos
seguintes moldes:
Socia A (valor monetário) ---------------------------- 300 000 00Mts
Socio B (Uma maquina de empacotar) --------------- 600 000
00Mts
Pretende-se
1. Reconhecimento contabilístico dos factos no diário e razão da
sociedade.
2. Apresentação dos saldos pós aumento.

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1.2. Incorporação de valores das reservas
Nesta modalidade o activo, o passivo e o capital próprio
da sociedade mantem-se constante, havendo no entanto
uma variação na composição deste ultimo.
Como parte do capital próprio, as reservas são
transformadas em capital social.
A deliberação do aumento de capital indicará se serão
criadas novas quotas ou acções ou se será aumentado o
valor nominal destas e, na falta de indicação será
aumentado o valor nominal (CSC).
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Exemplo 2
A empresa ALFA, Lda., decide proceder ao aumento do capital
social. Discutida em assembleia-geral acordou-se que o capital a ser
acrescido seria de 300 000 00Mts. Supondo que a conta de reservas
apresentava um saldo credor de 750 000 00Mts dos quais (40% de
reservas legais, 55% de reservas estatutárias e 5% de reservas livres)
e a conta de capital dispunha de um saldo credor de 350 000 00Mts.
A distribuição dos valores do aumento foi de 40% das reservas legais
e o remanescente das reservas estatutárias.
Pretende-se:
Registo contabilistico das operações no diário e razão;
Apresente os saldos das contas pós aumento.
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Exemplo 2.1
Tomando como saldos iniciais das reservas e do capital os valores do
exercício anterior, suponha que a sociedade deliberou em assembleia-
geral proceder ao aumento do capital social através da incorporação de
valores das reservas nas percentagens seguintes:
25% em reservas legais, 40% em reservas estatutárias e 35% em
reservas livres.
Pretende-se:
Registo contabilistico das operações no diário e razão;
Apresente os saldos das contas após o aumento

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1.3 Transformação de dividas em capital social.
Antes de falar desta modalidade, convém definir o capital de terceiros ou
capital alheio. Assim,
Define-se capital alheio o valor corresponde ao passivo real ou passivo
exigível (obrigações) da empresa, e que representa os investimentos feitos
com recursos de terceiros.
Ex.: Compra de um imóvel financiado pelo banco (credor) ou compra de
mercadorias com pagamento a prazo (fornecedor).
Neste caso os activos mantem-se constantes e, verifica-se porém um aumento
no capital próprio em contrapartida do passivo (capital alheio) alcançando-se
dois objectivos através de um único processo:
1. Aumento no valor do capital social;
2. Redução no montante das dividas.
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Cont...
Este processo transforma os credores da sociedade em
novos sócios, isto é, de credores da empresa em
proprietários da mesma, o que tem sido frequente nas
sociedade com situação financeira deficitária, ou sem
condições de cumprir com os compromissos perante seus
credores.
Em caso de sociedades por acções, emitem-se acções que
serão distribuídas aos credores de acordo com o valor de
seus créditos.
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Exemplo 3
A empresa BETA, Lda., possuía dividas com o fornecedor A e com a credor B. Enfrentando
uma situação de falta de liquidez em pagar suas dividas, solicitou ao fornecer e credor para
transformar o valor da divida em capital como solução, uma vez que os prazos do pagamento
encontravam-se vencidos acima do normal.
Após solicitação, acordou-se a transformação das dividas em capital e deliberada em AG
procedeu-se conforme acordo.
Supondo que os valores das dividas eram de 250 000 00Mts com o fornecedor, 200 000
00Mts com o credor e o saldo da conta capital era de 500 000 00Mts.
 Proceda ao registo contabilistico das operações no diário e razão;
 Apresente os saldos das contas após o aumento.
Nota
Para a realização dos lançamentos usamos a conta 4.5.2 Outros Devedores como transitória, sendo que esta não deve fechar com saldos.

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2. Redução do Capital Social
A redução do capital origina uma diminuição nas garantias oferecidas pela
sociedade aos seus credores desde que seja devidamente aprovada pelos
sócios em assembleia-geral ou pelo condicionalismo imposto pelo Estado,
através do decreto próprio legalmente previsto.
Em termos gerais após deliberação em assembleia-geral pelos sócios e tomada
a resolução de reduzir o capital social, há que obter de seguida a autorização
judicial.
Com efeito, a sociedade comercial que pretende reduzir o capital social
apresentara ao Tribunal um projecto de redução registado provisoriamente,
documento que prevê o acordo de todos credores ou inventario e balanço
pelos quais se mostre que o capital efectivo restante excede em 2/3 a
importância do passivo da sociedade.
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Somente no caso da não oposição dos interessados, ou não
julgamento improcedente de qualquer acção de oposição,
será lavrada a escritura de redução do capital e, depois disso,
convertido em definitivo o registo provisório
antecipadamente.
Feito isso os casos que podem originar a redução do capital
social de uma sociedade resumem-se nos que se seguem:
1. Saída de um sócio;
2. Excesso de capital;
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3. Cobertura de prejuízos. 29-03-2024
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No caso de saída de um sócio e excesso de
capital há redução com o reembolso, isto é,
implica a restituição da parte do capital próprio
que cabe ao accionista ou proprietario.
No caso de cobertura de prejuízos, a restituição
é sem reembolso, isto é, os sócios não são
reembolsados pela parte do capital social,
reduzido.
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Exemplo 1
O socio A e a socia B decidem sair da sociedade C. Até a data da saída a
estrutura do capital era a seguinte:
Capital ---------------- 1 000 000 00Mts
Reservas -------------- 650 000 00Mts
Resultados ------------ 350 000 00Mts
Supondo que a socia A detinha uma quota de 15% e o socio B 35%.
Pretende-se:
1. Calcule os montantes globais de cada socio.
2. Proceda ao reconhecimento contabilístico dos factos no diário e razão.
3. Apresente os saldos pós redução.
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Referencias Bibliográficas
Araújo, A. M. P. & Assaf, A. (2004). Introdução a
Contabilidade. São Paulo: Atlas.
Borges, A., Rodrigues A. & Rodrigues R. (2014).
Elementos de Contabilidade Geral. (26ª ed.). Lisboa: Áreas
Editora, S. A.
Costa, C. B. & Alves G. C. (2008). Contabilidade
Financeira. (7ª ed.). Lisboa: Editora Rei dos Livros.
CSC em vigor no território Nacional.

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Grata pela atenção!
Por: Agira Alucento, MBA.

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