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INVESTIMENTOS EM COMPANHIAS NO EXTERIOR

Equivalência patrimonial
Os resultados decorrentes de avaliação de investimentos no exterior, pelo método de
equivalência patrimonial, terão o mesmo tratamento dado aos investimentos locais.
Variação cambial do investimento
Se a diferença verificada, ao final de cada período, no valor do investimento avaliado
pelo método da equivalência patrimonial corresponder à variação cambial de investimento em
coligada e controlada no exterior, deverá ser apropriada na investidora na conta de ajuste
acumulado de conversão, diretamente no seu patrimônio líquido, quando corresponder a
ajuste da mesma natureza no patrimônio líquido da controlada ou coligada.
Tratamento tributário
(Decreto no 9.580/2018, art. 446; e Lei no 9.249/95, art. 25)
Os lucros auferidos no exterior por filiais, sucursais, controladas ou coligadas de
pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real.
Os lucros realizados pela coligada serão adicionados ao lucro líquido, na proporção da
participação da pessoa jurídica no capital da coligada.
Os lucros serão convertidos em reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das
demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros da filial, sucursal,
controlada ou coligada.
Os resultados da avaliação dos investimentos no exterior, pelo método da equivalência
patrimonial, continuarão a ter o mesmo tratamento previsto na legislação vigente.

ÁGIO OU DESÁGIO: PROCEDIMENTOS CONTÁBEIS E LEGAIS


Contabilização do custo de aquisição
a. Desdobramento
Segundo o art. 13 da Instrução CVM no 247/96, para efeito de contabilização, o custo
de aquisição de investimento em coligada e controlada deverá ser desdobrado e os valores
resultantes desse desdobramento contabilizados em subcontas separadas:
I.“equivalência patrimonial baseada em demonstrações contábeis” elaboradas nos
termos do item Demonstrações contábeis, deste capítulo;
II.“ágio ou deságio na aquisição ou na subscrição, representado pela diferença para
mais ou para menos, respectivamente, entre o custo de aquisição do investimento e o valor
apurado por meio da equivalência patrimonial”.
b. Fundamento econômico
O ágio ou deságio computado na ocasião da aquisição ou subscrição do investimento
deverá ser contabilizado com indicação do fundamento econômico que o determinou:
a.decorrente da diferença entre o valor de mercado de parte ou de todos os bens do
ativo da coligada e controlada e o respectivo valor contábil – denominado mais-valia – deverá
ser amortizado na proporção em que o ativo seja realizado na coligada e controlada, por
depreciação, amortização, exaustão ou baixa em decorrência de alienação ou perecimento
desses bens ou do investimento;
b.decorrente da diferença entre o valor pago na aquisição do investimento e o valor de
mercado dos ativos e passivos da coligada ou controlada – denominado goodwill –, devendo
ser amortizado da seguinte maneira:
b1.o ágio ou deságio decorrente de expectativa de resultado futuro (goodwill) deverá
ser amortizado no prazo, extensão e proporção dos resultados projetados, ou pela baixa por
alienação ou perecimento do investimento, devendo os resultados projetados ser objeto de
verificação anual, a fim de que sejam revisados os critérios utilizados para amortização ou
registrada a baixa integral do ágio. O prazo máximo para amortização do ágio não poderá
exceder a dez anos;
b2.o ágio decorrente da aquisição de direito de exploração, concessão ou permissão
delegadas pelo poder público deverá ser amortizado no prazo estimado ou contratado de
utilização, de vigência ou de perda de substância econômica, ou pela baixa por alienação ou
perecimento do investimento;
c.quando houver deságio não justificado pelos fundamentos econômicos previstos nas
letras “a” e “b”, a sua amortização somente poderá ser contabilizada em caso de baixa por
alienação ou perecimento do investimento.
d.o ágio não justificado pelos fundamentos econômicos, previstos nas letras “a” e “b”,
deve ser reconhecido imediatamente como perda, no resultado do exercício, esclarecendo-se
em nota explicativa as razões de sua existência.
c. Evidenciação no balanço patrimonial
Na elaboração do balanço patrimonial da investidora, o saldo não amortizado do ágio
ou deságio deve ser apresentado no ativo não circulante em investimentos, adicionado ou
reduzido, respectivamente, à equivalência patrimonial do investimento a que se referir.
Supondo que a Empresa X tenha adquirido a totalidade das ações da Y por $ 120 mil,
quando o patrimônio líquido da Y era de apenas $ 70 mil. O ativo não circulante –
investimentos da X, após essa participação, ficou assim:
Apresentação do saldo do ágio
ATIVO NÃO CIRCULANTE X (Controladora)
INVESTIMENTOS (total) $ 120 mil
• Controladas – equivalência patrimonial $ 70 mil
• Ágio em investimentos em controladas $ 50 mil
Se a aquisição tivesse sido feita por $ 55 mil, teria ocorrido um deságio de $ 15 mil,
que estaria assim representado no ativo permanente de X:
Apresentação do saldo do deságio
ATIVO NÃO CIRCULANTE X (Controladora)
INVESTIMENTOS (total) $ 55 mil
• Controladas – equivalência patrimonial $ 70 mil
• Deságio em investimentos em controladas $ – 15 mil

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