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Baixa de ativo imobilizado: conceito e principais

características
De Laura_Alvarenga em 17 fev 2021 13:30

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Logo que se fala em baixa de ativo imobilizado, especialmente se tratando de bem


depreciado, surge a dúvida quanto à possibilidade de realizar a baixa contábil sobre
esta circunstância.

Neste sentido, nota-se que o simples fato de o bem estar contabilmente


integralmente depreciado, não existe uma autorização legal que disponha sobre a
respectiva baixa contábil, mesmo que o bem em questão não tenha mais nenhuma
utilidade. 

Normalmente isso acontece porque a baixa contábil pode ser feita apenas quando o
respectivo bem for baixado fisicamente, ou seja, ser definitivamente retirado do
patrimônio da empresa. 

Desta forma, enquanto não houver a baixa física do bem, o mesmo deve
permanecer registrado no setor contábil. 

Documentos para a baixa do ativo


imobilizado
O processo de dar baixa em um bem ativo imobilizado requer o envolvimento de
uma documentação hábil e idônea, em outras palavras, mesmo que não haja uma
formalidade imposta perante a lei no que se refere à eliminação do ativo, em
qualquer cenário o contribuinte deve comprovar o ato ou fato econômico que
baseou os lançamentos contábeis mediante as leis comerciais e fiscais. 

Por isso, é importante reforçar que toda baixa deve ser registrada em documento
competente, como um Boletim de Ocorrência, Nota Fiscal de Venda, Nota Fiscal de
Doação, Sucata, Dação em Pagamento, entre outros. 

Em caso de obsolescência, o sucateamento deve ser regido por laudo interno capaz
de aprovar pessoas competentes, além da possibilidade de utilizar fotos como prova
posterior junto ao Fisco, se assim se mostrar necessário.
Ressaltando que se por alguma razão a empresa não comprovar a saída física do
bem, o valor contábil da baixa será caracterizado como um prejuízo operacional não
dedutível na determinação do Lucro Real e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido. 

Ganho ou perda de capital na baixa do


ativo imobilizado
No que se refere aos ganhos e perdas provenientes da baixa de um item do ativo
imobilizado, é preciso reconhecer o resultado da competência, ou seja, no período
em que o item é baixado. 

É por esse motivo que os ganhos ou perdas devem ser estabelecidos perante a
distinção entre o valor líquido da alienação, se houver, junto ao valor contábil do
bem.

Modelos de baixas mais comuns


Os tipos de baixas de bens do ativo imobilizado mais comuns são as seguintes:

 Venda;
 Obsolescência ou sucateamento;
 Inexistência física;
 Sinistros;
 Doação;
 Dação em pagamento.

A seguir, conheça um pouco sobre cada um desses modelos de baixa de ativo


imobilizado.

Venda
A alienação por meio da venda é o modelo mais comum de baixa de um ativo
imobilizado, procedimento que deve ser feito com a utilização de todos os
documentos capazes de comprovar e apurar o resultado real, seja relativo ao ganho
ou perda na operação. 

Obsolescência ou sucateamento
Conforme mencionado anteriormente, os bens que foram totalmente depreciados
poderão ser baixados apenas quando houver a baixa física do bem.

Sendo assim, para baixar um bem obsoleto ou sucateado, é essencial que a empresa
possua um laudo técnico capaz de indicar as razões e os dados que justifiquem a
baixa do bem. 

O registro contábil da baixa dos bens obsoletos ou sucateados atua como um débito
em conta proveniente da depreciação acumulada, bem como um crédito na conta do
custo do bem, cujas contrapartidas deverão ser lançadas em uma conta distinta com
o resultado do período que irá registrar o valor líquido do bem baixado. 

Inexistência física
Ao finalizar os inventários físicos de bens do ativo imobilizado, é comum haver
confrontos com as sobras contábeis, ou seja, aqueles bens que existem
contabilmente, mas que ainda não passaram por um inventário físico. 

Por isso, o primeiro passo a ser dado é se certificar da existência ou não do bem em
questão, para então deflagrar uma investigação sobre o fato. 

É importante mencionar que existe uma variedade de probabilidades para este


cenário, tais como bens extraviados ou problemas com procedimentos de
desmobilização, por exemplo, os bens sucateados que foram vítimas de descarte
indevido mediante a falta de comunicação ao responsável pelo patrimônio, e em
consequência, a não realização da baixa contábil.

Além do que, em eventuais imobilizados extraviados de valores superiores a R$


1.200,00, é possível dar baixa perante a aprovação da diretoria. 

Porém, é preciso saber que neste caso, ficará sujeito à contestação por parte do
fisco, com a possibilidade de ser penalizado de acordo com as previsões em lei,
como a venda sem nota fiscal, benefícios indiretos, simulação ou dissimulação dos
fatos, entre outros fatores.

Em resumo, recomenda-se que o empresário siga estes três passos: 

a) Relatório de Investigação

b) Parecer da Seção de Imobilizado


c) Aprovação da diretoria

Sinistros 
A partir do momento que existe um seguro direcionado a um respectivo bem, o
valor equivalente à indenização devido ao sinistro de bens do ativo imobilizado,
deve-se saber que este será tratado contabilmente como uma receita operacional. 

É possível observar este fator no exemplo mais comum de todos, que são os
veículos, uma vez que o bem sinistrado será baixado do patrimônio, além de ser
registrado no resultado do exercício. 

Em contrapartida, a indenização recebida pela seguradora será considerada a preço


de venda do bem sinistrado, o qual deverá ser debitado em uma conta direcionada
ao recebimento do ativo circulante, além de haver o crédito em outra conta de
receita operacional relativa ao resultado do exercício. 

Portanto, após realizar os registros contábeis, ocorrerá a apuração do ganho ou


perda de capital de operação, sendo que na existência de ganho de capital, a quantia
será tributada perante o Imposto de Renda e a Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido. 

Enquanto isso, se a perda for apurada, a mesma será deduzida pelas empresas
optantes pelo Lucro Real. 

Por outro lado, se a empresa adquiriu créditos provenientes do Imposto sobre


Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Programa de Integração Social (PIS) e
Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), é importante estar ciente de que
os saldos remanescentes dos respectivos créditos deverão integrar o custo de
aquisição do bem com a finalidade de promover a apuração do ganho ou perda de
capital. 

Doação
As doações estão dispostas no Artigo 13 da Lei nº 9.249, de 1995, bem como no
Artigo 365 do RIR/99, sendo dedutíveis apenas se forem doações de caráter
filantrópico. 

Por exemplo:

Imobilizado 25.000,00
Depreciação Acumulada 20.000,00

Valor Contábil 5.000,00

D – Doação Dedutível (ou indedutível) 5.000,00

D – Depreciação Acumulada 20.000,00

C- Imobilizado 25.000,00

Dação em pagamento
A dação em pagamento consiste na entrega de um objeto em substituição ao
dinheiro, como uma forma de pagamento, desde que o credor esteja de acordo. 

Além do mais, o tratamento contábil será o mesmo de uma venda e compra de


imobilizado, devendo fazer a apuração do ganho ou perda de capital usualmente.

Também é preciso corrigir o valor do bem desde a data da aquisição até a data da
venda, tendo em vista que o mesmo acontece com o valor da depreciação
acumulada relativa ao mesmo período para se apurar o valor residual contábil, que
será o custo da venda de imobilizado. 

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Por Laura Alvarenga 

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