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Capítulo 3 - Rédito

RENDIMENTOS- São os aumentos nos benefícios económicos durante o período


contabilístico na forma de influxos ou melhoria de ativos ou de diminuições de passivos
que resultem em aumentos no capital próprio, que não sejam os relacionados com as
contribuições dos participantes no capital próprio.

Englobam:
 Rédito – proveniente do curso de atividades ordinárias/ concorrentes
 Ganhos – podem, ou não, derivar da atividade ordinária

RÉDITO - é o influxo bruto, durante o período contabilístico, de benefícios


económicos obtidos no decurso das atividades ordinárias de uma
entidade, quando esses influxos resultem em aumentos de capital próprio (que não
sejam aumentos relacionados com contribuições de participantes no capital
próprio).

- menos amplo que o de rendimento, na medida em que aquele tem de ser


gerado internamente, enquanto o rendimento pode não o ser

Pode provir das seguintes transações e acontecimentos:


a) venda de bens;
b) prestação de serviços;
c) o uso por outros de ativos da empresa que produzam juros, royalties e
dividendos.

Reconhecidos quando se cumprem determinados requisitos, os quais dependem da


natureza do rédito.
O reconhecimento do rédito envolve as problemáticas (NCRF 20, §13 a 33):
 Do momento - em que deva ser reconhecido.
 Da mensuração - valor pelo qual deva ser reconhecido.

Venda de bens - momento (NCRF 20, §14 a 19)

O rédito deve ser reconhecido quando estiverem satisfeitas todas as condições


seguintes:
 a entidade tiver transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos
da propriedade dos bens;
 a entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão nem o controlo
efetivo dos bens vendidos;
 a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
 seja provável que os benefícios económicos associados com a transação
 fluam para a entidade; e
 os custos incorridos ou a incorrer referentes à transação possam ser fiavelmente
mensurados.
- Se a entidade retiver significativos riscos de propriedade, a transação não é uma
venda e o rédito não é reconhecido (ex. vendas à consignação).
- Os réditos e os gastos relacionados com a mesma transação de venda são
reconhecidos em simultâneo: balanceamento dos réditos com os gastos (ex. CMVMC,
gastos de transporte, comissões, gastos estimados com garantias a clientes, ...).

Prestação de serviços - momento (NCRF 20, §20 a 28)

O desfecho de uma transação pode ser fiavelmente estimado quando se verificarem


cumulativamente as seguintes condições:
 a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
 seja provável que os benefícios económicos associados à operação fluam para a
empresa;
 a fase de acabamento da prestação à data do balanço possa ser fiavelmente
mensurada; e
 os custos suportados com a prestação e os custos para a concluir possam ser
fiavelmente mensurados.

Iniciada e terminada no mesmo período económico:


 o rédito é reconhecido, por regra, com a entrega/execução do serviço e
respetiva faturação.

Iniciada num período económico e terminada em períodos subsequentes:


o rédito deve ser reconhecido de acordo com a fase de acabamento da
prestação de serviços à data do balanço (método da percentagem de
acabamento) quando o desfecho da transação que envolva a prestação de
serviços possa ser fiavelmente estimado (a NCRF 19 “Contratos de Construção”,
também exige o reconhecimento do rédito nesta base).

– Quando o desfecho da transação que envolva a prestação de serviços não seja


fiavelmente estimado, mas os gastos sejam recuperáveis o rédito deve ser
reconhecido até ao valor dos gastos reconhecidos recuperáveis (“método do lucro
nulo”).
– Não deve ser reconhecido qualquer rédito quando o desfecho da transação que
envolva a prestação de serviços não possa ser fiavelmente estimado e não seja
provável que os gastos incorridos sejam recuperáveis.

Juros, royalties e dividendos - momento (NCRF 20, §29 a 33)

Deve ser reconhecido quando:


• seja provável que os benefícios económicos associados com a transação fluam para a
entidade; e
• a quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada.
Rédito de juros - deve ser reconhecido numa base de proporção temporal, tendo em
conta a taxa de juro efetiva do ativo.
Rédito de royalties - deve ser reconhecido de acordo com o regime do acréscimo,
atendendo à substância do respetivo acordo.
Rédito de dividendos - deve ser reconhecido quando for estabelecido o direito do
acionista de receber o pagamento (no momento da atribuição).

Mensuração
O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber (...)
tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e de
quantidades concedidos pela entidade (NCRF 20, § 9 e 10).

Justo valor – é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado ou um passivo
liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que
não exista relacionamento entre elas (EC, §98; NCRF 20, §7).

Regra geral: a mensuração ocorre pelo valor negociado entre o comprador e o


vendedor, isto é, a mensuração ocorre pelo justo valor da retribuição recebida ou a
receber, líquido de descontos comerciais e de quantidade concedidos (NCRF 20, § 10).
DESCONTOS COMERCIAIS VS FINANCEIROS

Exceção: pelo valor presente, quando o fluxo de caixa for diferido e a diferença entre o
justo valor da retribuição e o valor nominal do dinheiro a receber for significativa (NCRF
20, §12 e ver EC, §98)
RÉDITO DE VENDAS + RÉDITO DE JUROS

MOMENTO - REGRA GERAL


a transferência dos riscos e vantagens da propriedade coincide com a
transferência do documento legal ou da passagem da posse para o comprador.

Exceções (vendas e prestações de serviços)


– Antes da entrega dos bens ou da conclusão dos serviços
• Durante a produção (contratos de construção)
• No final da produção (vendas em que a entrega é retardada a pedido do
cliente)
– Após a entrega
• No momento da cobrança (vendas à cobrança)
• Quando todos os custos se encontrarem cobertos
• Quando se verificarem todas as condições contratualmente estabelecidas
(vendas sujeitas a condições)

Método da percentagem de acabamento:


% acabamento = Custos incorridos acumulados x 100
Custos totais estimados

Método do lucro nulo


APRESENTAÇÃO
Onde aparecem evidenciadas nas DF as:
 Vendas de mercadorias e produtos acabados e intermédios?  Prestações de
serviços?
 Se a venda dos bens/serviços for efetuada a crédito, onde aparece evidenciado
o crédito a receber?
 Contratos de Construção: onde aparecem evidenciadas as diferenças entre o
rédito do período e a faturação?
PROVISÕES

PROVISÕES = encaram-se como custos estimados (de exercício) mas relativos a


processamentos futuros de despesas (ou de não receitas), despesas de incerta
comprovação futura

Provisão = obrigação presente de acontecimento passado + exfluxo provável +


fiabilidade de mensuração.

Uma provisão deve ser reconhecida no Balanço quando:


 A entidade tem uma obrigação presente (legal ou construtiva) como resultado
de um acontecimento passado;
 É provável que venha a ser exigida uma saída de recursos que incorporam
benefícios económicos para satisfazer a obrigação; e
 É possível estimar a sua quantia de modo fiável.

As incertezas pertinentes a direitos e obrigações das entidades são classificadas como


provisões e contingências.

CONTINGÊNCIAS = é uma condição ou situação cujo o resultado final, favorável ou


desfavorável, depende de eventos futuros incertos.
Em contabilidade essa definição restringe‐se às situações existentes à data das
demonstrações e informações contabilísticas, cujo efeito financeiro será
determinado por eventos futuros que possam ocorrer ou deixar de ocorrer.
Contingências:
 Ativas.
o Correspondem a ativos possíveis cuja efetivação dependerá da
ocorrência, ou não, de determinados acontecimentos futuros, incertos,
que não são completamente controlados pela entidade detentora
desses ativos.
o Estes ativos contingentes não devem ser reconhecidos no balanço das
entidades que os detêm, mas devem incorporar notas explicativas no
anexo.
 Passivas.
o obrigação possível de acontecimento passado e/ou Exfluxo não provável
e/ou Impossibilidade de mensuração.
o Uma obrigação presente que decorra de acontecimentos passados mas
que não é reconhecida porque:
 Não é provável que venha a ser exigida uma saída de recursos
que incorporam benefícios económicos para satisfazer a
obrigação;
 ou
 A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente
fiabilidade.
o Não devem ser reconhecidos no Balanço;
o Devem ser divulgados no Anexo
Cap 6 – Ativos Fixos Tangíveis

AFT - são recursos que uma empresa detém, com carácter de permanência ou
continuidade, não se destinando a ser vendidos ou transformados no decurso das suas
atividades normais.
Na grande maioria das empresas, sobretudo nas industriais, os ativos fixos
tangíveis representam uma parte muito significativa dos seus ativos e desempenham
um papel imprescindível no processo de obtenção dos seus rendimentos.

regista as quantias escrituradas referentes aos itens tangíveis da entidade que:


– “sejam detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para
arrendamento a outros, ou para fins administrativos; e
– se espera que sejam usados durante mais que um período”.

o custo de um item de AFT deve ser reconhecido como ativo se, e apenas se (NCRF
7:§7):
– “for provável que futuros benefícios económicos associados ao item fluirão para a
entidade; e
– o custo do item puder ser mensurado fiavelmente”.

REGRA GERAL DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS

Trabalhos para a própria entidade - ativos fixos tangíveis gerados/construídos


internamente no período pela própria entidade

Nota: Para apurar o valor a reconhecer, a entidade poderá recorrer a uma ficha interna
onde regista os valores dos gastos com a própria empresa, nomeadamente as horas
dos trabalhadores imputadas, os materiais incorporados, etc..

Na alienação de AFT (por exemplo por venda, doação, celebração de um contrato de


locação financeira) podem ocorrer três resultados:
• ganho (mais-valia) (OR),
• perda (menos-valia) (OG)ou
• resulta do nulo (OR/OG).
O resultado da operação (refletido numa subconta de OR ou OG):
 é dado pela diferença entre a quantia pela qual o bem é alienado e a quantia
pela qual está registado, em termos líquidos, na contabilidade, ou seja, pela
quantia escriturada.
Outros Gastos – Gastos em investimentos não financeiros – Alienações
Outros Rendimentos – Rendimentos em investimentos não financeiros – Alienações

Quantia escriturada: é a quantia pela qual um ativo é reconhecido no balanço, após a


dedução de qualquer depreciação acumulada e de perdas por imparidade acumuladas
inerentes.

Na alienação de AFT: desreconhecimento


1. Pelo desreconhecimento das depreciações acumuladas
Depreciações acumuladas
a Ativo fixo tangível

2. Pelo desreconhecimento de eventuais imparidades acumuladas


Perdas por imparidades acumuladas
a Ativo fixo tangível

3. Pelo desreconhecimento do ativo


OR – Rendimentos em investimentos não financeiros – Alienações ou OG – Gastos
em investimentos não financeiros – Alienações
a Ativo fixo tangível

4. Pelo Valor da venda


Outros devedores e credores ou Depósitos à ordem
a OR – Rendimentos em investimentos não financeiros – Alienações ou OG – Gastos
em investimentos não financeiros – Alienações

Nota: Apenas se deverão reconhecer as depreciações até ao período anterior à


alienação.

No abate de AFT: desreconhecimento


1. Pela desreconhecimento das depreciações acumuladas
Depreciações Acumuladas
a Ativo fixo tangível

2. Pelo desreconhecimento de eventuais imparidades acumuladas


Perdas por Imparidades acumuladas
a Ativo fixo tangível

3. Pelo desreconhecimento do ativo


OG – Gastos em investimentos não financeiros – Abates
a Ativo fixo tangível
LOCAÇÕES - é um acordo pelo qual o locador transmite ao locatário, em troca de um
pagamento ou série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um período de
tempo acordado.

Existem duas classificações possíveis para este acordo tendo em conta a extensão até à
qual os riscos e vantagens inerentes à posse de um ativo locado permanecem no
locador ou no locatário (§4 e §8 da NCRF9):
 Locação financeira é uma locação que transfere substancialmente todos os
riscos e vantagens inerentes à posse de um ativo. O título de propriedade pode
ou não ser eventualmente transferido.
 Locação operacional é uma locação que não seja uma locação financeira. A
classificação de uma locação como financeira ou operacional depende da
substância da transação e não da forma do contrato.

1. Pelo reconhecimento do ativo


Ativo fixo tangível
a Financiamentos obtidos - Locações financeiras
2. Pelo pagamento das rendas
Gastos de financiamento - Juros suportados – Juros de financiamentos obtidos
Financiamentos obtidos - Locações financeiras
a Caixa/Depósitos à ordem
3. Pela depreciação
Gastos de depreciação e de amortização - AFT
a Depreciações acumuladas

Depreciação- imputação sistemática – a gastos – da quantia depreciável de um ativo ao


longo da sua vida útil.

A depreciação de um ativo reflete o valor do bem que foi “consumido” nesse período
com vista à obtenção de benefícios económicos.
 Assim, o reconhecimento periódico da depreciação de um ativo respeita o
princípio do balanceamento entre gastos e rendimentos.

Quantia depreciável = corresponde à diferença entre o custo do ativo (ou outra quantia
substituta) e o seu valor residual estimado, o qual, por sua vez, se refere à quantia que
a entidade espera obter da alienação de tal ativo, no final da sua vida útil, deduzida das
despesas com tal operação.

Vida útil - corresponde ao período durante o qual se espera que a entidade utilize tal
ativo, ou ao número de unidades de produção ou similares que se espera que a
entidade obtenha desse mesmo ativo. Ou seja, a vida útil corresponde ao período
durante o qual uma entidade espera obter benefícios económicos pela utilização de um
determinado ativo.
é sujeita a juízos de valor, pois depende de determinadas circunstâncias que
deverão ser tidas em conta na avaliação da forma como os futuros benefícios
económicos incorporados no ativo são consumidos, tais como (NCRF 7, § 56):
 uso esperado do ativo;
 desgaste normal esperado;
 obsolescência técnica ou comercial;
 limites legais ou semelhantes no uso do ativo.

DEPRECIAÇÃO DE UM ATIVO
 começa quando este esteja disponível para uso, isto é, quando estiver na
localização e condição necessárias para que seja capaz de operar na forma
pretendida.
 cessa na data que ocorrer mais cedo entre a data em que o ativo for classificado
como detido para venda (ativo não corrente detido para venda - NCRF 8:§7) e a
data em que o ativo for desreconhecido.

MÉTODOS DE RECONHECIMENTO DAS DEPRECIAÇÕES


Para efetuar a contabilização das depreciações no final de cada período, existem dois
métodos:
• método direto:
– as depreciações de cada período são registadas diretamente a crédito da
respetiva conta do ativo por contrapartida da conta correspondente de gastos.
Gastos de depreciação e de amortização – AFT
a Ativos fixos tangíveis

• método indireto:
– o reconhecimento das referidas depreciações do exercício efetua-se
creditando uma conta própria para acumulação de depreciações por
contrapartida da conta correspondente de gastos.
Gastos de depreciação e de amortização – AFT
a AFT - Depreciações acumuladas

NOTA: Anulação das depreciações por abate (venda ou inutilização):


AFT - depreciações acumuladas
a OG – GIF/OR – RINF

MÉTODOS DE CÁLCULO DAS DEPRECIAÇÕES


 O método utilizado de depreciação deve refletir o modelo pelo qual se espera
que os futuros benefícios económicos sejam consumidos, ou seja,
o a contribuição do ativo no processo de geração do rédito, de modo a se
obter uma correlação entre os gastos e os rendimentos.
 O método selecionado é aplicado consistentemente de período para período,
salvo se ocorrer uma alteração no modelo esperado de consumo dos benefícios
económicos do ativo.
Cada um dos métodos referidos tem o seguinte impacte na conta AFT - Depreciações
acumuladas:
 método da linha reta
o resulta num débito constante durante a vida útil do ativo se o seu valor
residual não se alterar.
o Tem como principal característica a fixação da quantia depreciável do
item aquando a sua aquisição, atendendo apenas ao fator tempo.
o A quota de depreciação será dada pelas fórmulas seguintes:
(Custo de aquisição – valor residual)/vida útil
(Custo do item – valor residual) * taxa de depreciação
 método do saldo decrescente
o resulta num débito decrescente durante a vida útil.
o Caracteriza-se por imputar ao item do ativo um valor de depreciação
mais elevado no início da sua vida útil, decrescendo a depreciação ao
longo da sua vida. ----- Assim sendo, o valor de depreciação tem uma
relação inversa com o decurso da vida útil do item.
o Há vários métodos, dos quais se destacam:
 o método da soma dos dígitos dos anos (método de Cole);
 quotas variáveis em progressão geométrica (método da taxa
linear ponderada por um coeficiente).
 método das unidades de produção
o resulta num débito baseado no uso ou produção esperados.
o Resulta na imputação da depreciação com base no uso do ativo
(definição de benefícios económicos esperados, como por exemplo no
caso das viaturas os Kms percorridos) ou na sua produção esperada.
o O cálculo da depreciação é realizado tendo em conta as unidades de
produção (que pode definir-se como a vida útil do ativo) esperadas para
aquele item, como por exemplo:
[(custo do item – valor residual)/número de unidades de produção
esperadas] x número de unidades de produção verificadas no período

Método da soma dos dígitos dos anos ou método de Cole


Este método resulta num débito decrescente durante a vida útil do ativo. Por este
método, o encargo de depreciação é assim calculado:

Depreciação do período = Quantia depreciável x (n.o de períodos de vida útil


remanescente / Soma dos dígitos)

O método origina um encargo maior de depreciação nos primeiros anos e um menor


encargo nos últimos anos.

Método da taxa linear ponderada por um coeficiente


Neste método começa-se por determinar o coeficiente da progressão. A depreciação
de cada período resulta da aplicação deste coeficiente à quantia depreciável.
No último ano de vida útil, a depreciação do período apura-se por diferença entre a
quantia escriturada do ano anterior e o valor residual.
Um AFT é mensurado
❑ inicialmente pelo seu custo;
❑ subsequentemente pode ser utilizado
 o modelo do custo;
ou
 o modelo de revalorização.

Mensuração inicial
❑ Um item do AFT deve ser mensurado inicialmente pelo seu custo:
custo = a quantia de caixa ou seus equivalentes paga ou o justo valor de outra
retribuição dada para adquirir um ativo no momento da sua aquisição ou construção
ou, quando aplicável, a quantia atribuída a esse ativo aquando do reconhecimento
inicial de acordo com os requisitos específicos de outras NCRF” (NCRF 7:§6).

Justo valor = a quantia pela qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que não exista
relacionamento entre elas” (NCRF 7:§6).

Mensuração subsequente, após a mensuração inicial

No modelo do custo, o AFT deve ser:


❑ escriturado pelo seu custo menos qualquer depreciação acumulada e quaisquer
imparidades acumuladas (NCRF 7:§30).

O valor contabilístico (VC) é determinado:


VC = Custo – Depreciações acumuladas – Perdas por imparidade acumuladas

No modelo de revalorização, o AFT, cujo justo valor possa ser mensurado


fiavelmente, deve ser:
❑ Escriturado por uma quantia revalorizada, que é o seu justo valor à
data da revalorização, menos qualquer depreciação acumulada subsequentes e
imparidades acumuladas subsequentes.

As revalorizações devem ser feitas com suficiente regularidade para assegurar que a
quantia escriturada não difira materialmente daquela que seria determinada pelo uso
do justo valor à data do balanço (NCRF 7:§31).
 O modelo de revalorização só pode ser aplicado a AFT para os quais o JV possa
ser fiavelmente determinado com base em evidência de mercado.
 Se um AFT for revalorizado, toda a classe à qual pertença esse ativo deve ser
revalorizada.
 No caso de Terrenos e Edifícios o JV deve ser determinado com base em
avaliações realizadas por avaliadores profissionalmente qualificados e
independentes.
 Para equipamentos o JV é, geralmente, o seu valor de mercado.
 Se a revalorização resultar no aumento da QE do ativo, esse aumento deve ser
creditado diretamente ao Capital Próprio, numa rubrica designada de
Excedente de Revalorização, a menos que:
o esse aumento consista na reversão de um decréscimo de revalorização
associado a esse ativo, anteriormente reconhecido como gasto, caso em
que deve ser tratado como rendimento.
 Se a revalorização resultar numa diminuição da QE, ou seja, num decréscimo de
revalorização, a mesma deve ser reconhecida em resultados como gasto, a
menos que:
o exista algum saldo credor no Excedente de Revalorização relativamente
a esse ativo, caso em que deve ser debitado a esse saldo.
 O excedente de revalorização incluído no Capital Próprio deve ser transferido
para Resultados Transitados:
• Quando o ativo for desreconhecido; e/ou
• À medida que o ativo vai sendo utilizado. Neste caso, a quantia do
excedente transferida será́ a diferença entre a depreciação baseada na
quantia escriturada revalorizada do ativo e a depreciação baseada no
custo original do ativo.

TRATAMENTO DA DEPRECIAÇÃO ACUMULADA À DATA DA REVALORIZAÇÃO


• Quando um item do Ativo Fixo Tangível for revalorizado, qualquer depreciação
acumulada à data da revalorização é tratada de uma das seguintes formas:
SUBSÍDIOS NÃO REEMBOLSÁVEIS* RELACIONADOS COM ATIVOS:
- São subsídios do Governo cuja condição primordial é a de que, a entidade que
a eles se candidata, deve comprar, construir ou por qualquer outra forma adquirir
ativos a longo prazo.

Outras variações no Capital Próprio - Subsídios

Os subsídios do Governo só devem ser reconhecidos após existir segurança de que:
• a entidade cumprirá as condições a eles associadas;
• os subsídios serão recebidos.

* Os subsídios reembolsáveis são tratados como Passivo.

RELACIONADOS COM AFT:

Inicialmente reconhecidos nos Capitais Próprios e, de seguida:


• se respeitarem a AFT depreciáveis, são imputados numa base sistemática como
rendimentos durante os períodos necessários para balanceá-los com os gastos
relacionados que se pretende que eles compensem (por regra, nos períodos e na
proporção em que a depreciação desses ativos é reconhecida);

• se respeitarem a AFT não depreciáveis, mantidos nos Capitais Próprios, exceto se


existir uma base razoável de imputação* ou se a respetiva quantia for necessária para
compensar qualquer perda por imparidade.
(*por exemplo, podem ser imputados a rendimentos durante os períodos que
suportam o custo de satisfazer as obrigações requeridas pela entidade que concedeu o
subsídio)

Outros Rendimentos – Imputação de subsídios p/ investimentos


 Quando a obtenção do subsídio ocorre em período posterior àquele em que
foram incorridos os gastos a que o mesmo se destina a compensar, a parte do subsídio
correspondente aos gastos já incorridos deve ser reconhecida como rendimento do
período em que o subsídio é obtido.

 Quando um subsídio se torna reembolsável dever-se-á saldar qualquer crédito


existente em capitais próprios relativo a esse subsídio. Na medida em que o reembolso
exceda esse crédito, ou quando não exista qualquer crédito, o reembolso deve ser
reconhecido imediatamente como um gasto.

PERDAS POR IMPARIDADE ACUMULADAS


❑ As perdas por imparidade anuais serão registadas nas subcontas da conta
Perdas por imparidade – AFT, e as suas reversões (quando deixarem de existir as
situações que originaram as perdas) são registadas nas subcontas da conta Reversões –
De perdas de imparidade – AFT.
❑ Quando se verificar o desreconhecimento dos ativos a que respeitem as
imparidades, as contas serão debitadas por contrapartida das correspondentes contas
AFT.

APRESENTAÇÃO
Os AFT são apresentados na face do balanço na área reservada aos ativos não
correntes em linha separada dos demais, pela sua quantia líquida:
❑ custo deduzido de depreciações acumuladas e imparidades acumuladas; ou
❑ justo valor deduzido de depreciações acumuladas subsequente e de imparidades
acumuladas.

Nota: Nenhum ativo deve ser apresentado no balanço por uma quantia superior à sua
quantia recuperável.

As operações com AFT têm implicações no capital próprio?


❑ No caso de AFT revalorizados, o incremento patrimonial é apresentado
no capital próprio da entidade.
❑ AFT obtidos numa operação de doação e subsídios relacionados com
ativos têm reflexo na rubrica de “outras variações no capital próprio”.

Quanto ao passivo, as dívidas pela aquisição de AFT são apresentadas na rubrica:


✓ «outras contas a pagar» ou ✓ «financiamentos obtidos».

Na demonstração dos resultados são apresentadas:


 as depreciações do período;
 as perdas por imparidade do período (e reversões);
 assim como os juros.

DIVULGAR - dar a saber outras informações importantes que sejam relevantes para
os utentes/utilizadores das demonstrações financeiras para que estes possam ter
acesso ao conhecimento da situação real das entidades.

As divulgações devem constar:


– nas notas do anexo às demonstrações financeiras e podem consistir em texto
explicativo;
ou
– nos quadros suplementares para que melhor se compreendam o balanço e a
demonstração de resultados.

Uma entidade deve divulgar no anexo:


 os critérios de mensuração usados para determinar a quantia bruta;
 os métodos de depreciação usados;
 as vidas úteis ou as taxas de depreciação usadas;
 a quantia bruta e a depreciação acumulada (agregada com perdas por
imparidade acumuladas) no início e no fim do período;
 uma reconciliação da quantia escriturada no começo e fim do período que
mostre as adições, as revalorizações, as alienações, os ativos classificados como
detidos para venda, as amortizações, as perdas de imparidade e suas reversões e
outras alterações;
 a existência e as quantias de restrições de titularidade e AFT que sejam dados
como garantia de passivos;
 a quantia de dispêndios reconhecida na quantia escriturada de um item do AFT
no decurso da sua construção;
 a quantia de compromissos contratuais para aquisição de AFT;
 se não for divulgada separadamente na face da demonstração dos resultados, a
quantia de compensação de terceiros por itens do AFT que estiverem com
imparidade, perdidos ou cedidos que seja incluída nos resultados;
 a depreciação, quer reconhecida nos resultados ou como parte de um custo de
outros ativos, durante um período; e
 a depreciação acumulada no final do período.

No caso de itens do AFT revalorizados, deve ser divulgado o seguinte:


❑ a data de eficácia da revalorização;
❑ se esteve ou não envolvido um avaliador independente;
❑ a medida em que o justo valor dos itens foi determinado diretamente por referência
a preços observáveis num mercado ativo ou em transações de mercado recentes numa
base de não relacionamento entre as partes; e
❑ o excedente de revalorização, indicando a alteração do período e quaisquer
restrições na distribuição do saldo aos acionistas.

Mercado ativo é um mercado no qual se verifiquem todas as condições seguintes:


o os itens negociados no mercado são homogéneos;
o podem ser encontrados em qualquer momento compradores e vendedores dispostos
a comprar e vender;
o e os preços estão disponíveis ao público (NCRF6:§8).

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