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Face a uma determinada situação de risco, a entidade deve decidir se constitui uma provisão para
perdas, se divulga esse risco ou se, simplesmente, não faz nada, a fronteira entre as diversas
situações não será clara. Quais são, então, os critérios a serem seguidos e que irão determinar o
tratamento adequado.
O princípio da prudência deve ser seguido na constituição de provisões, no entanto, não pode ser
justificação para criação de reservas ocultas.
Objectivos
Objectivo geral
Falar da Norma contabilística de relato financeiro 24- provisões, passivos contingentes e Activos
contingentes
Objectivos específicos
Norma aplicável
A norma que se aplica as provisões, passivos e activos contingentes ee a NCRF 24, que tem
como base a IAS 37.
Esta norma deve ser aplicada por todas as empresas na contabilização das provisões, passivos e
activos contingentes, excepto:
Reconhecimento de provisões
De acordo com a NCRF 24, devem ser seguidos três critérios para a constituição de provisões:
O primeiro critério é muito importante. Algumas obrigações não cumprem este critério, uma vez
que se referem a cobrir custos futuros, para os quais não existe uma obrigação na data do
balanço. Se estas condições não forem satisfeitas, não se deve reconhecer qualquer provisão.
O segundo e o terceiro requisitos poderão implicar as seguintes situações:
Num determinado período, não se reconhece uma provisão, ou porque não se considera que a
perda é provável, ou porque, sendo a perda provável, a mesma não é quantificável com
fiabilidade. Caso, em períodos futuros, a perda seja considerada provável, ou se considerar que é
quantificável com fiabilidade, estão reunidas as três condições para o reconhecimento da
provisão. A contrapartida terá de ser os gastos do período;
Em sentido contrário, se, num determinado período, se constitui uma provisão e, em períodos
subsequentes, se considera que a perda não é provável ou deixa de ser quantificável com
fiabilidade (exemplo, a evolução da jurisprudência), a provisão deve ser anulada, por
contrapartida dos resultados do período.
As provisões resultam de estimativas contabilísticas, as quais poderão ser alteradas por variadas
razões. Assim, as entidades deverão analisar, no final de cada período, todas as perdas
contingentes, classificando o seu desfecho face ao conhecimento que se tem naquela data, o que
poderá indicar o reconhecimento ou á reversão de provisões de situações relativas a anos
anteriores. Esse reconhecimento ou reversão dever – se – á a alterações no período corrente e,
por isso, ee contabilizado nos resultados do período, por se tratar de alterações em estimativas.
No entanto poder – se – a estar perante um erro, caso os factos que determinem a alteração de
estimativas estivessem já disponíveis na data de autorização para emissão das contas do ano
anterior pelo órgão de gestão.
O facto de determinada situação ter sido objecto de provisão no passado não implica a
manutenção da provisão. Em sentido inverso, uma situação contingente que não foi objecto de
provisão em anos anteriores poderá requerer o reconhecimento de uma provisão no período
corrente.
Segundo a NCRF 24, uma reestruturação inclui, entre outras, as seguintes situações:
De acordo com a NCRF 24, uma provisão para reestruturação só deve ser contabilizada quando:
Por exemplo, planos inicias para a redução de pessoal não devem dar origem á constituição de
provisões, até que exista uma lista nominativa das pessoas envolvidas devidamente aprovada e
tenha ocorrido a comunicação a essas pessoas da intenção da empresa. Nenhuma obrigação surge
pela venda de uma unidade operacional até que a entidade esteja comprometida com a venda,
isto é, haja um acordo vinculativo.
Uma provisão para reestruturação somente deve incluir os dispêndios directos provenientes da
reestruturação.
Parece pouco prudente a abordagem da IAS 37/ NCRF 24 relativamente as provisões para
reestruturação. Tal resulta de abusos verificados em várias empresas pelo mundo fora: os novos
(ou actuais) gestores constituíam provisões significativas para reestruturação e, posteriormente,
anulavam parcelas significativas dessas provisões criando lucros fictícios e, com isso, obtinham
vantagens pessoais em termos de opções sobre ações, bónus, reconhecimento. De qualquer
forma, parece ser uma área a ser objecto de estudo mais aprofundado pelo IASB.
Contratos onerosos
Passivos contingentes
As contingências, por exemplo, relacionadas com um processo judicial, podem ser assim
classificadas, relativamente á probabilidade de materialização da perda:
Perdas prováveis
Perdas possíveis
Perdas remotas
Perdas remotas entende – se que a empresa não deverá ter qualquer perda.
A classificação das perdas deve resultar de uma análise técnica das situações em causa,
envolvendo especialistas nas matérias envolvidas, nomeadamente advogados, fiscalistas,
contabilistas, etc.
Tratamento contabilístico para cada tipo de perda
Perdas prováveis devem ser objecto de provisão, devendo, no entanto, ser divulgadas nas notas
às contas. Trata- se de um passivo contingente.
Perdas remotas não devem ser objecto de provisão nem precisam de ser divulgadas.
Um passivo contingente é:
a) Uma obrigação possível resultante de eventos passados e cuja existência somente será
confirmada pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros incertos, não
totalmente sob controlo da entidade; ou
b) Uma obrigação presente resultante de eventos passados mas que não é reconhecida
porque;
i. Não é provável que uma saída de recursos incorporando benefícios económicos será
exigida para liquidar a obrigação; ou
ii. A quantia da obrigação não pode ser mensurada com suficiente fiabilidade.
Ganhos contingentes
Ganhos prováveis
Ganhos possíveis
Ganhos remotos
Ganhos prováveis - não devem ser reconhecidos, mas devem ser divulgados. O reconhecimento
será efectuado uma base de caixa, isto é, quando o ganho materializar.
Ganhos possíveis - não são reconhecidos, devendo em certas situações ser objecto de
divulgação.
Mensuração de provisões
As provisões devem ser mensuradas pela melhor estimativa do dispêndio exigido para liquidar a
obrigação presente á data do balanço.
Tratando – se de estimativas, as mesmas devem ser revistas em cada período de relato, podendo
originar aumento ou diminuição no valor das provisões, cuja contrapartida serão os resultados do
período, a menos que se queira assumir que ocorreu um erro na mensuração da provisão do ano
anterior. Nesse caso, aplicam – se as disposições da NCRF 4 relativamente a erros, isto é, faz –
se a aplicação retrospectiva, reexpressando – se as contas do(s) período(s) anterior(s).
Valor presente
Se tivermos uma provisão para um litigio cujo desfecho (e desembolso financeiro) somente
esperamos que ocorra dez anos após a data do balanço, o valor da provisão deve ser apresentado
pelo justo valor, excepto se vencer juros.
Sempre que o efeito do valor temporal do dinheiro for materialmente relevante, a NCRF 24
requer que a provisão seja apresentada pelo valor temporal do dinheiro e dos riscos específicos
do passivo e não deve reflectir riscos pelos quais estimativas de fluxos de caixa futuros tenham
sido ajustadas.
Reembolsos
Quando parte ou a totalidade do dispêndio necessário para liquidar uma provisão seja
reembolsada por outra parte, de segundo a NCRF 24, o reembolso deve ser reconhecido quando,
e somente quando, seja virtualmente certo que o reembolso será recebido se a empresa liquidar a
obrigação. O reembolso deve ser tratado como um activo separado. A quantia reconhecida para o
reembolso não deve exceder a quantia da provisão. Na determinação dos resultados, o gasto
relacionado com a provisão pode ser apresentado liquido do reembolso reconhecido.
Uso de provisões
As provisões somente devem ser usadas para os dispêndios relativamente aos quais a provisão
foi originalmente reconhecida.
Exercícios práticos
Reconhecimento
Solução
Exercício 2 reconhecimento
Nota: A reversão da provisão deve ser efectuada aa luz do princípio da prudência, o que implica
que, em caso de dúvida, devera ser mantida a provisão.
Conclusão
Apois ter – se feito o trabalho, concluiu – se que os passivos contingentes para serem
consideradas devem ser consideras quando a probabilidade de materialização da perda. Caso haja
uma obrigação presente resulte de um evento que origina obrigação, e que haja uma saída
provável, tal deve ser quantificável e se provisionar.
A IAS 37 base da NCRF 24, é uma norma que, pode parecer pouco prudente, mas que tem como
objectivo definir, de forma clara, em que situações se podem constituir provisões.
Referência bibliográfica