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Resseguro.
O Plano de Contas da Actividade Seguradora.
Resseguro.
Conforme já tivemos oportunidade de abordar em aulas anteriores, o
resseguro é a pedra basilar de toda a actividade seguradora e a ele se
deve, na generalidade, o sucesso na divisão do risco.
O resseguro é o seguro do seguro. À partida pode parecer uma
definição algo confusa e até redundante, no entanto é completamente
correcto.
A seguradora que cede o risco chama-se cedente ou ressegurada e a que
aceita designa-se de resseguradora ou aceitante.
Com a prática do resseguro, o risco ultrapassa fronteiras e atravessa
oceanos, fazendo diluir, por vezes por vários continentes, os efeitos de um
sinistro.
Como abordamos na aula passada, o resseguro de um negócio já tomado
em resseguro assume a designação de retrocessão.
Com riscos cada vez mais elevados e mais concentrados e de enormes
capitais, nenhum grupo financeiro ou mesmo nenhum Estado estaria na
disposição de assumir sozinho a cobertura de determinados riscos.
Quando muito, limitar-se-iam aos riscos de pequena dimensão e grande
dispersão para evitar a acumulação.
Através do Resseguro é possível dividir a cobertura do risco, a nível
mundial, tornando assim possível, com o contributo da seguradora directa
que subscreveu o risco e dos seus Resseguradores, contribuir para o
desenvolvimento da economia de um país, garantindo aos investidores a
cobertura do seu património e das suas responsabilidades, indemnizando-o
em caso de sinistro, permitindo-lhe, assim, retomar a sua actividade.
Doutra forma, nem os próprios investidores se atreviam a arriscar os seus
capitais ao nível do que hoje fazem.
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As modalidades do Resseguro são três:
• Facultativo,
• Obrigatório/Automático e
• Contratual/Facultativo-obrigatório ou misto.
Facultativo.
Toma esta designação porque tanto a cedente como a aceitante têm a
faculdade de ressegurar ou não os negócios. Existe, pois, a cedência
facultativa de cada risco, sendo também facultativa a aceitação do
ressegurador. Trata-se, portanto, de um método caso a caso em que a
cedente pode escolher os riscos que prefere ceder, assim como a
resseguradora pode variar a sua aceitação.
Obrigatório/Automático.
O resseguro torna-se “automático”, de tratamento administrativo
simplificado, porque estandardizado. A existência de tratados faz com que
deixem de existir permanentes negociações pontuais, seguro a seguro, mas
apenas negociações, em regra anuais, que incidem sobre as condições do
tratado.
Contratual/Facultativo-obrigatório ou misto.
Neste, a cedente fica com a liberdade de ceder ou não determinado
negócio, mas obriga o ressegurador a aceitá-lo, nos termos contratuais, no
caso daquela o pretender ressegurar. É, pois, facultativa a cedência, mas
obrigatória a aceitação pelo ressegurador.
RESSEGURO ACEITE.
Os negócios do resseguro aceite são em tudo semelhantes ao do seguro
directo, com uma especificidade: os negócios chegam à seguradora (ou
resseguradora) por intermédio de uma outra seguradora (ou
resseguradora) e não através de um mediador.
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onde os agentes económicos se confrontam e as comparações têm
necessariamente ser feitas.Existe, pois, a necessidade de impor regras ou
normas que permitam o fornecimento de informação relevante,
compreensivel, fiável e comparável pois para que a comparabilidade exista
é necessário que a informação seja preparada a partir de princípios,
processos e regras conhecidas, aceites e iguais.
Estas comparações só são possíveis através da análise da informação
publicada, que naturalmente extraída das demonstrações financeiras, só
conduzirá a resultados credíveis se os métodos e os princípios
contabilísticos utilizados, forem os mesmos.
Estamos perante a normalização contabilística que permite um
enquadramento da actividade.
O Plano de Contas para a actividade seguradora, cujo resumo consta no
material enviado por e-mail, aprovada pelo Decreto Nº 79-A/02 de 5 De
Dezembro), também enviado por e-mail, estabelece alguns princípios que
obrigam à uniformidade do Balanço das várias Companhias, ao estabelecer
este Plano de Contas como sendo o único para toda a actividade
Seguradora e exigindo que a abertura de sub-contas, para além das já
existentes, seja de competência da ARSEG.
São também estabelecidas regras que, à semelhança do que é
internacionalmente praticado, fazem com que as contas das Companhias
reflictam a verdade em relação ao património, à situação Financeira e aos
Resultados.
Daí, a elaboração, não exaustiva, de uma lista de princípios aos quais as
contas se devem subordinar:
• Continuidade.
A empresa opera continuamente, com duração ilimitada.
• Consistência.
A empresa não altera as suas políticas contabilísticas de um exercício para
o outro. Caso contrário deverá explicitar as alterações
• Especialização.
Os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos,
independentemente do seu recebimento ou pagamento.
• Custo histórico.
Os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou de
produção, expressos em unidades monetárias.
• Prudência.
É possível integrar nas contas um grau de precaução ao fazer as
estimativas, sem permitir a criação de reservas ocultas.
• Substância sobre a forma.
As operações devem ser contabilizadas atendendo à sua substância e à
realidade financeira e não apenas à sua forma legal.
• Materialidade.
As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que
sejam relevantes e que possam afectar avaliações ou decisões.
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• Não compensação de saldos.
Não é permitida, salvos nos casos previstos, qualquer compensação entre
contas do activo e do passivo, ou entre contas de custos e de proveitos.
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