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Resseguro

Como facilmente se compreende, nenhuma seguradora, por muito


poderosa que seja, poderá assumir, sob sua exclusiva
responsabilidade, certos riscos de quantias avultadas. Um moderno
arranha-céus, uma grande fábrica, um avião, um grande petroleiro,
etc., não podem ou não devem depender única e exclusivamente das
disponibilidades financeiras de uma só seguradora já que se essa
seguradora assumisse sozinha tais riscos, estaria certamente
condenada à falência. Por muito avultados que fossem os montantes
recebidos por esses seguros, a título de prémios, e mesmo que
durante anos seguidos se não registassem sinistros, logo que
ocorresse um de certo montante, nem os prémios nem as provisões
constituídas seriam certamente suficientes para pagar o sinistro.
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Resseguro
• Seguro e o resseguro são, por natureza, duas actividades
interdependentes. Tal como um cidadão transfere habitualmente
para uma seguradora os seus riscos, estas repartem parte desses
riscos com os resseguradores, caso sintam que não conseguem
fazer face às responsabilidades assumidas perante os tomadores de
seguros. É a chamada repartição vertical dos riscos em oposição à
repartição horizontal dos riscos que se verifica no co-seguro.
• Da mesma forma que o tomador de seguro paga prémio de seguro
ao tentar proteger-se de um risco segurável, também as seguradoras
transferem parte desse risco aos resseguradores, a quem pagam um
prémio de resseguro.
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Resseguro
• É a este seguro do seguro que na terminologia técnica se chama
resseguro. Por este sistema, o risco poderá ficar extremamente
fraccionado através de uma série de resseguros sucessivos.
• No resseguro apenas o segurador directo responde perante o
tomador do seguro apesar de o risco estar repartido por várias
seguradoras. A sua existência não interfere nas ligações entre o
segurador e os seus tomadores de seguro, não tendo estes qualquer
intervenção no processo, podendo, inclusivamente, desconhecer a
existência do resseguro.
• O resseguro é a pedra basilar de toda actividade seguradora e a ele
se deve, na quase totalidade, o sucesso da divisão do risco.
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Resseguro
• Com a prática do resseguro o risco ultrapassa fronteiras, atravessa
oceanos, fazendo diluir, por vezes por vários continentes, os efeitos
nefasticos de um sinistro. Aliás, o caracter internacional do seguro
tornou-se praticamente uma constante através do desenvolvimento
do resseguro, hoje imprescindível na actividade seguradora.
•O resseguro é normalmente aceite por resseguradoras
especializadas mas também podem efectuá-lo sociedades que
pratiquem fundamentalmente seguro directo. Assim sendo, o
resseguro pode ser levado a efeito entre:
✓ Duas ou mais seguradoras;
✓ Uma seguradora e uma ou mais resseguradoras; e
✓ Duas ou mais resseguradoras
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Resseguro
• De referir que o processo descrito não termina nos resseguradores.
Muitas vezes estes operdaores necessitam de ceder os seus riscos a
outras resseguradoras, criando assim uma cadeia cujo principal
objectivo é a distribuição ou repartição do risco. Estamos, assim,
perante o resseguro do resseguro, denominado de retrocessão, que
é, portanto, o resseguro de um negócio já tomado em resseguro. Os
novos resseguradores, chamados retrocessionários, seguem
igualmente a metodologia da repartição do risco, originalmente
proposto pelos tomadores de seguro, que se mantêm alheios ao
processo desde o seu início.

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Resseguro
• O Esquema seguinte mostra a forma como podem ser estabelecidas as
relaçoes entre tomadores de seguros e a sua seguradora e entre esta e as
suas resseguradoras .
F
C
G
A H
B D I

E J

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Resseguro
Em que:
A – tomador de seguro
B – seguradora que assume o risco (seguradora directa)
C, D, E, F, G, ... – seguradoras que aceitam uma parcela do risco, em resseguro,
podendo, por sua vez, efectuar novo resseguro, entrando assim na retrocessão.
Quanto a contabilização, temos:
Em B:
Relação com A – seguro directo
Relações com C, D e E – resseguro cedido
Em C, D, e E
Relação com B – resseguro aceite
Relações com F, G, H, I, .... Resseguro cedido (retrocessão)
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Resseguro
• Em termos genéricos, pode-se definir o resseguro como um
acordo pelo qual uma seguradora, mediante um certo
prémio, transfere para outra entidade parte das
responsabilidades ou dos riscos previamente assumidos.
Consiste, portanto, em o segurador directo transferir para
outra sociedade, chamada resseguradora, parte dos riscos
que assumiu perante o seu tomador do seguro.
• A seguradora que cede o risco chama-se cedente ou
ressegurada e a que o aceita resseguradora ou aceitante.

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Resseguro
• Na actividade de resseguro é da máxima importância a retenção
(holding), que se define pelo montante máximo que a seguradora
está disposta a suportar, em caso de sinistro que afecta um risco ou
um conjunto de riscos.

• A retenção está directamente dependente do capital, das reservas


livres e das disponibilidades financeiras das seguradoras para pagar
rapidamente aos tomadores de seguro.

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Resseguro
Funções do Resseguro
a) Consecução de uma ampla distribuição do risco
b) Flexibilidade na aceitação do risco
c) Poder de resposta perante o público
d) Fortalecimento da proteção aos segurados
e) Protecção contra a acumulação de riscos – vários
contratos se diferentes proponentes, mas cujo risco é
cumulativo pois a realização do risco pode incidir
simultaneamente sobre todos objectos seguros (várias
mercadorias transportadas no mesmo navio)
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Resseguro
• Funções do Resseguro
F) Evitar perdas graves em sinistros de ponta – situações cada vez mais frequentes de
possibilidade de indemnização materiais muito elavadas, são atenuadas por modalidades
próprias de resseguro, como é o caso dos contratos de resseguro de excedentes de sinistro
g.)Crescimento das empresas seguradoras
Sem o resseguro, não seria possivel as seguradoras atingirem os niveis de crescimento e de
volume de negocios actuais nem os consequentes niveis de produtividade e de
espeializacao tecnica que as economias de escala e as dimensoes financeiras possibilitam.
h) Ajuda financeira – através das comissões, dos adiantamentos de indemnização por
sinistros ou da comparticipação na representação/caucionamento das provisões técnicas
para sinistros, o ressegurador possibilita à seguradora uma ajuda financeira que lhe permite
uma melhor dinâmica em relação a investimentos e ao fundo de maneio.
I)Ajuda técnica (e outras) às seguradoras – tarifação, análise de riscos, gestão de sinistros,
estatísticas, prevenção, apoio à formação, programação de novas formas de seguro, técnicas
de vendas, organização

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Resseguro
• Funções do Resseguro
J) Estabilidade dos resultados – a seguradora directa pode,
através dos mecanismos que o resseguro lhe permite,
estabilizar os resultados dentro dos parâmetros previamente
determinados, diminuindo a ampletude da sua variação.
Com efeito, ficam a cargo dos resseguradores não só os
sinistros de ponta como também as sinistralidades
exageradas, de acordo com os contratos celebrados e dentro
de limites pré-estabelecidos, o que permite à seguradora
directa uma planificação económica e financeira de relativo
desafogo
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Resseguro
Funções do Resseguro
K) Desenvolvimento de solidariedade e cooperação – tal como o
seguro se fundamenta e desenvolve na prática, também o resseguro
exerce funções semelhantes, dimensionando-as à escala
internacional.
Nas relações entre a cedente e a aceitante mantêm-se e predomina
o princípio fundamental da boa fé, em que a segunda acompanha a
sorte da primeira, traduzida na sua boa gestão ou nos seus erros.

Também a prática da reciprocidade conduz a uma melhoria da


cooperação entre as empresas que exercem actividade seguradora.
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Resseguro
Funções do Resseguro
L)Gestão da dimensão da carteira de seguro directo -
aumentar ou reduzir o volume de prémios em certas
modalidades de seguro, pela sua menor ou maior cessão às
resseguradoras

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Resseguro
Tipos de contratos de Resseguro
• a) Facultativo – utiliza-se quando as coberturas automáticas e
obrigatórias são ultrapassadas, quando o risco está excluído
dessas coberturas, quando a seguradora directa não deseja incluir
nos contratos obrigatórios certos riscos ou ainda quando não tem
tratados em relação a certos ramos que explora raramente.
• Os riscos a ressegurar são descritos num documento que a
seguradora directa apresenta às resseguradoras e à qual estas
responderão se os aceitam ou não e, em caso afirmativo, qual a
sua aceitação. Trata-se, portanto, de um método caso a caso em
que a cedente pode escolher os riscos que prefere ceder, assim
como a resseguradora pode variar a sua aceitação.
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Resseguro Tipos de contratos de Resseguro
b) Obrigatório ou automático – as condições de resseguro, para um
certo tipo de risco, são estabelecidas por contratos escritos,
chamado tratado ou contrato de resseguro, entre o segurador
directo e o(s) ressegurador(es), traduzindo-se no aspecto
fundamental de que aquele se obriga a ceder e este(s) se obriga(m) a
aceitar cessões de negócios, dentro de condições e limites prévia e
contratualmente estabelecidos. Torna-se automático –
stantardizadoquando deixam de existir permanentes negociações
pontuais, seguro a seguro, mas apenas negociações, em geral anuais,
que incidem sobre as condições do tratado.
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Resseguro Tipos de contratos de Resseguro

c) Facultativo - obrigatório ou misto – a cedente


fica com a liberdade de ceder ou não determinado
negócio mas obriga o ressegurador a aceitá-lo, nos
termos contratuais, no caso daquela o pretender
ressegurar.

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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
a) Contratos proporcionais
As importâncias a cargo do ressegurador, em caso de sinistro,
obedecem a proporções pré-estabelecidas que se aplicam
igualmente aos capitais seguros e aos prémios cedidos. Assim
sendo, o ressegurador assume uma determinada percentagem dos
riscos e das responsabilidades do negócio subscrito, sendo
responsável pelos sinistros na exacta medida das responsabilidades
assumidas e de acordo com o prémio recebido. Nesta modalidade a
cedente tem direito a uma comissão de cedência como
reconhecimento dos seus maiores custos administrativos e de
comercialização, comissão essa que também reflecte os lucros
esperados no contrato. AULA SOBRE RESSEGURO - DOCENTE - PhD, JRIBISSE 18
Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
a) Contratos proporcionais
➢ Contratos de participação ou quota-parte (quota-share)
➢ Contratos de excedente de capitais (surplus-share) Contratos de
participação ou quota-parte (quota-share)
O Segurador directo estipula com os resseguradores a cessão de uma
percentagem fixa de todos os negócios de determinado tipo, objecto do
contrato, contra igual percentagem dos prémios. Exemplo: a seguradora
directa vai ficar com 60% dos prémios de todos os contratos de seguro
directo celebrado e ceder em resseguro, para as coberturas não
excluídas no tratado de resseguro, os restantes 40%. Assim sendo, o
ressegurador aufere esta percentagem dos prémios (simples) e ao
mesmo tempo assume igual percentagem dos riscos
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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• Contratos de excedente de capitais (surplus-share) Existe uma relação
percentual entre as contribuições recíprocas da seguradora directa e do
ressegurador mas apenas nos riscos que ultrapassam um valor pré-
estabelecido, chamado excedente.

• O Ressegurador é responsável pelo valor que ultapassa um determinado


montante do capital em risco, da responsabilidade da segurança directa,
chamado de pleno de conservação ou, o segurador directo retém todo o risco
até um determinado valor e em que acima deste a responsabilidade é
transferida para o ressegurador de acordo com uma determinada
percentagem. Nesta conformidade, se o capital em risco não ultrapassar esse
valor, o pleno ou excedente, não há resseguros
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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
b) Contratos não proporcionais
Em regra não existem comissões, as responsabilidades entre a
cedente e a aceitante são repartidas com base no montante
do sinistro e não no capital seguro, pelo que os prémios e os
sinistros não são repartidos proporcionalmente.
O Prémio devido ao ressegurador resulta da aplicação de uma
taxa sobre o valor dos prémios de seguro directo de cedente,
não sendo proporcional às responsabilidades. Assim sendo, o
prémio de resseguro pode variar bastante de exercício para
exercício.
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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
b) Contratos não proporcionais
➢ Contratos de excedentes de sinistros ou de excesso de perda (Excess of
loss)
➢ Contratos de excedente de taxa de sinistros ou de excesso de
sinistralidade (stop loss)
Contratos de excesso de perda (Excess of loss)
O Segurador directo decide a máxima importância que está disposto a
suportar por cada sinistro ou por cada evento catastrófico de determinada
classe de risco, chamada franquia ou prioridade. Assim, o segurador directo
assume a totalidade das responsabilidades com a regularização de sinistro até
um certo montante e transfere para os resseguradores o pagamento dos
sinistros acima desse montante.

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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• O Tipo de cobertura por evento catastrófico protege a
cedente contra as acumulações quando numerosos sinistros
são provenientes de um mesmo evento, por exemplo, um
terramoto. Tais contratos destinam-se, pois, a garantir uma
ocorrência de natureza catastrófica, como, pode acontecer
nos seguros de acidente de trabalho e do ramo automóvel.

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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• Nos contratos de excedentes de sinistros, o segurador
directo pagará ao ressegurador um prémio expresso, regra
geral, em percentagem do total de prémios recebidos no
tipo de negócio em causa, e que variará não só com o maior
ou menor limite de cobertura mas também com a
percentagem média de sinistralidade verificada em anos
anteriores relacionando os sinistros a cargo do ressegurador.

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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• No caso de um tratado de excesso de perda prever para
determinada apolice, por exemplo, os primeiros
2.500.000,00 de despesa ficam a cargo da cedente,
chamado de prioridade ou franquia, então, no caso de
existir um sinistro nessa apólice e o respectivo processo for
encerrado com um custo de total de 2 milhões, nada há a
debitar ao ressegurador, contudo, se o mesmo processo for
encerrado com um custo total de 3 milhões, haverá lugar a
um débito ao ressegurador de 500 mil.
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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
De referir que existem várias formas de contratos de
excess of loss:
➢ Per risk excess: em que o contrato se aplica risco a
risco;
➢ Per ocurrence excess: em que o contrato abrange
um evento, circunstância ou ocorrência;
➢ Agregate excess: em que o contrato abrange todas
as perdas num determinado período de tempo.

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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• Contratos de excesso de sinistralidade (stop loss)
• Segurador directo em vez de decidir da retenção por sinistro ou por
evento decide qual o índice de sinistralidade que pretende suportar
relativamente à gestão de determinado ramo ou conjunto de risco.
Este tipo de tratado tem a ver com a sinistralidade global de um
ramo ou de um conjunto de ramos e não com um sinistro
isoladamente considerado.
• Conclui-se, assim, que a cedente estabelece uma determinada taxa
de sinistralidade para o seguro directo. Se a taxa real de
sinistralidade, no final do exercício, for superior a essa taxa o
ressegurador será debitado pelo valor correspondente à diferença,
se for igual ou inferior, nada haverá a debitar.
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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• Supondo, que uma seguradora directa, após estudos prévios,
concluiu que a sua carteira de um determinado ramo de seguro
podia aguentar uma sinistralidade até, por exemplo, 75% de
sinistralidade. Nesta situação, a seguradora poderia celebrar um
contrato de resseguro de excesso de sinistralidade que lhe
garantisse, por exemplo, 90% de sinistralidade de qualquer rácio que
excedesse aqueles 75%. Assim, caso a sinistralidade de um
determinado ano fosse de, por exemplo, 110%, o resseguro
contribuiria com 31,5% do custo dos sinistros ou seja 90% x (110% -
75%)

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Resseguro
Formas de participação nos contratos de resseguro
• Nestes contratos, o prémio a ceder aos resseguradores é
estabelecido em percentagem do valor global dos prémios de
seguro directo.
• Com este tipo de contratos a seguradora directa não pretende
proteger-se contra os sinistros de custo muito elevado mas sim de
sinistralidades globais exageradas em relação ao encaixe de
prémios.
• Tal facto tem a ver com ramos ou modalidades de seguro em que
não existem sinistros de ponta excessivamente elevados mas nos
quais o encaixe de prémio é relativamente pequeno, seja porque
esses ramos ou modalidades não comportam grandes carteiras, seja
porque se está no início da sua exploração.
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Resseguro
Contabilização Resseguro cedido
a) Prémios
• Em resseguro referimos a prémios simples, por não existirem quaisquer
encargos.
• Os prémios de resseguros cedidos são regitados a débito da conta 71
Prémios de resseguros cedidos, por contrapartida de 43 Resseguradores.
• Far-se-á o lançamento inverso pelos prémios anulados.
• O Resseguro tanto pode ser de seguro directo ou de resseguro aceite

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Resseguro
Contabilização Resseguro cedido
• b) Comissões
• Para além da remuneração devida pelo ressegurador à
cedente, a titulo de comissão, é, no geral, complementada por
uma retribuição adicional cuja concretização dependerá do
comportamento do tratado no final de cada exercício
contabilistico, designada por Participação nos lucros. Essa
participação é tida como uma comissão adicional e como tal
contabilizada. as comissões são levadas a crédito da conta 72
Comissões e participações nos resultados de resseguro cedido,
por contrapartida de 43 Resseguradores.
• Far-se-á o lançamento inverso pela anulação.
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Resseguro
Contabilização Resseguro cedido
c) Sinistros
• A contabilização dos sinistros em resseguro cedido deve
acompanhar par e passo a do seguro directo ou do
resseguro aceite, se se tratar de uma operação de
retrocessão. Assim, pela imputação aos resseguradores,
credita-se a conta 60 Custo com sinistros – 6004 Partes dos
resseguradores nos custos com sinistros vida ou 6005 Partes
dos resseguradores nos custos de sinistros não-vida, por
contrapartida de, respectivamente 34 Provisões técnicas de
resseguro cedido Vida e 35 Provisões técnicas de resseguro
cedido não-vida.
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Resseguro
Contabilização Resseguro cedido
c) Sinistros
Do ponto de vista contabilistico, os lançamentos a fazer são os
seguintes:
i. Pelo montante da provisão para o sinistro
ii. Pelo debito aos resseguradores em contrapartida da
provisão, do custo do sinistro, regra geral, após o
pagamento do sinistro pela resseguradora
iii. Pela transferência de custos de “variações” para
“montantes pagos” , após o pagamento do sinistro pela
resseguradora.
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Resseguro
Contabilização Resseguro aceite
• a) Prémios
Os prémios de resseguro aceite, comunicados pelas resseguradoras, são
levados, consoante o caso, a crédito da conta 70 Prémios Brutos
Emitidos/7002 Prémios de resseguro aceite vida/7003 Prémios de
Resseguro aceite não-vida, por contrapartida 44 Ressegurados.

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Resseguro
Contabilização Resseguro aceite
b) Comissões
as comissões, quando previstas nos tratados, destinam-se a
compensar a resseguradora, em termos proporcionais, das
despesas que foi necessário relizar para a celebração do
contrato, em seguro directo. Debita-se a conta 68 Custos
por natureza a imputar/68009 contas a imputar/680091 A
custos de Exploração por contrapartida de 44 Ressegurados.

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Resseguro
Contabilização Resseguro aceite
c) Sinistros
A contabilização dos sinistros é feita de acordo com as comunicações
recebidas das resseguradoras, sendo movimentadas a débito, consoante o
caso, a conta 60 Custo com os sinistros/6002 Custos com sinistros de resseguro
aceite vida ou 6003 Custos com sinistros de resseguro aceite não-vida, em
contrapartida de respectivamente, 32 Provisões técnicas de resseguro aceite
vida/ 3201 Provisões para sinistros e 33 Provisões técnicas de resseguro aceite
não-vida/ 3301 Provisões para sinistros

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Resseguro
Contabilização Resseguro cedido
• c) Sinistros
• Do ponto de vista contabilistico, os lançamentos a fazer são os seguintes:
i. Pela constituição ou reforço da provisão para o sinistro;
ii. Pelo crédito à ressegurada do sinistro a cargo do ressegurador, em
contrapartida da provisão, regra geral, como reflexo do pagamento do sinistro pela
cedente;
iii. Pela transferencia de custos de “variações” para “montantes pagos” , após o
pagamento do sinistro pela resseguradora.

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Resseguro
Saldo de resseguro cedido
• O resseguro, como oportunamente já foi referido, permite
uma flexibilidade na gestão dos riscos que o torna
actualmente imprescindível na actividade seguradora.
• Através do resseguro, e em consequência da transferência
de parte dos riscos assumidos, a ressegurada cede aos seus
resseguradores prémios e, em contrapartida, recebe deles
comissões e participações nos resultados (quando existentes)
e ainda comparticipação nos sinistros pagos e nas provisões
técnicas constituídas.
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Resseguro
Saldo de resseguro cedido
• Assim sendo, importa verificar quais os resultados obtidos
pela ressegurada, ramo a ramo ou por grupos de ramos, com
o negocio do resseguro cedido, isto é, saber, através do
respectivo saldo, se o mesmo lhe foi favorável ou
desfavorável, o que se consegue através da analise dos
valores contabilizados nalgumas rubricas da Classe 6 (custos,
gastos e perdas) e da Classe 7 (rendimentos e ganhos)

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Resseguro
Saldo de resseguro cedido
• Ramo Vida
600400 - Custos com Sinistros/Parte dos Resseguradores nos custos com sinistros
Vida/De seguro directo/Nos Montantes pagos;

600401 - Custos com Sinistros/Parte dos Resseguradores nos custos com sinistros
Vida/De seguro directo/Na variação das provisões para sinistros;

61040 - Variação das outras provisões técnicas/De resseguro cedido Vida/De


seguro directo;

7100 - Prémio de resseguro cedido/De seguro directo Vida;

7200 - Comissões e participação nos resultados de resseguro cedido/De seguro


directo Vida AULA SOBRE RESSEGURO - DOCENTE - PhD, JRIBISSE 40
Resseguro
Saldo de resseguro cedido
•Saldo de resseguro cedido = 600400 +
600401 + 61040 + 7200 - 7100
•Sendo esta diferença positiva, o resseguro
cedido foi favorável à ressegurada; E sendo
que a negativa foi desfavorável ao
ressegurador.
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Resseguro
Saldo de resseguro cedido
• Ramos Não Vida
• 600500 - Custos com Sinistros/Parte dos Resseguradores nos custos
com sinistros Não Vida/De seguro directo/Nos Montantes pagos;
• 600501 - Custos com Sinistros/Parte dos Resseguradores nos custos
com sinistros Não Vida/De seguro directo/Na variação das provisões
para sinistros; 61050 - Variação das outras provisões técnicas/De
resseguro cedido Não Vida/De seguro directo;
• 7101- Prémio de resseguro cedido/De seguro directo Não Vida;
• 7201 - Comissões e participação nos resultados de resseguro
cedido/De seguro directo Não Vida.
AULA SOBRE RESSEGURO - DOCENTE - PhD, JRIBISSE 42
Resseguro
Saldo de resseguro cedido

• Saldo de resseguro cedido = 600500 + 600501 + 61050


+ 7201 – 7101
• Sendo esta diferença positiva, o resseguro cedido foi
favorável à ressegurada; sendo negativa foi
desfavorável ao ressegurador.

FIM

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