Você está na página 1de 86

Operações e cálculos de seguros

Passamos pela Ciência Atuarial, pelo profissional da área e por alguns campos de atuação. Está na hora de
colocar em prática a teoria vista até agora, acrescentando alguns cálculos e situações do cotidiano. Neste
momento, vamos assumir o papel de atuário e resolver alguns desafios propostos neste estudo.

Exemplo 1

A empresa ABC Comércio de Sapatos Ltda. possui um seguro patrimonial no valor de R$50.000,00. Um
incêndio devastou o estoque, e a empresa ficou com R$40.000,00 de prejuízo. O vistoriador da seguradora foi até
o local e avaliou o bem em risco em R$70.000,00.

Quanto a seguradora deve pagar à empresa ABC?

Solução

Observe que há muitos aspectos novos para analisar nesta questão. Para organizar o entendimento, vamos anotar
os dados do enunciado:

Importância Segurada (IS)

R$50.000,00

Prejuízo (P)

R$40.000,00

Avaliação Pelo Vistoriador ou Valor em Risco (VR)

R$70.000,00

Neste exemplo, abordaremos um pouco a cláusula de rateio. Sempre que o valor declarado pelo segurado (IS) for
menor do que o valor real do bem (VR), aplicaremos essa cláusula.

A empresa ABC fez um seguro no valor de R$50.000,00, contudo, parece que os bens valiam mais: algo em
torno de R$70.000,00. Você pode estar se perguntando por que isso acontece. A explicação é encontrada no
momento da cotação desse seguro.
Quando uma empresa procura uma seguradora para contratar um seguro, quanto maior for o valor do bem
segurado, maior será o valor do prêmio do seguro. Como vimos, prêmio é o valor a ser pago pelo segurado para
obter a proteção. Com isso, podemos concluir que um seguro para um bem de R$50.000,00 será mais caro que
um seguro de R$30.000,00.

Para pagar valores mais baixos, o segurado, de forma errônea, fornece um valor divergente de seu bem real. Isso
pode parecer bom até o momento em que o sinistro ocorrer.

Continuamos com o caso da empresa ABC Comércio de Sapatos Ltda. Assim:

50.000,00( IS )<70.000,00( VR )

Ao aplicarmos a cláusula de rateio, temos:

ÇÃ (IS/VR) x P = INDENIZAÇÃO (50.000,00/70.000,00)×40.000,00=28.571,43

Observe: ainda que o valor do prejuízo seja inferior ao valor da cobertura, o segurado receberá uma indenização
menor do que seu prejuízo, pois está pagando um prêmio menor em relação ao valor real de risco de seu
patrimônio.

Exemplo 2

Carlos comprou um carro zero quilômetro. Pensando em seu conforto, entrou em contato com seu corretor para
adiantar toda a documentação e sair da concessionária com o carro segurado.

O valor do prêmio bruto era de R$2.800,00. Depois de registrada a apólice, Carlos resolveu incluir um item
adicional em sua proteção, aumentando a cobertura para terceiros e quebra de vidros. O valor adicional ao
prêmio é de R$200,00.

Considerando 7% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e sabendo que o custo para emissão de uma

nova apólice é de R$100,00, qual será o novo valor do prêmio bruto do veículo de Carlos?

Solução

Na situação de Carlos, há um prêmio bruto no valor de R$2.800,00, emitido na primeira apólice. Além do valor
inicial, temos de acrescentar mais R$200,00, bem como realizar a cobrança da nova apólice, uma vez que foi
solicitada a alteração depois da emissão.

Para entender melhor o exemplo, o enunciado trouxe o valor do IOF. Assim:


P=2.800/(1+7%)→2.616,82Retiramos o IOF, pois o valor de R$2.800,00 considerava este imposto.

Agora, temos o valor do prêmio parcial, que já pode ser somado à cobertura adicional solicitada por Carlos.
Logo:

P=2.616,82+200,00=2.816,82

Além disso, não podemos esquecer do custo de R$100,00 para emissão da nova apólice. Esse custo deve ser
embutido no valor total do prêmio. Portanto:

P=2.816,82+100,00=2.916,82

Por fim, é necessário recalcular o IOF para encontrarmos o novo valor do prêmio bruto do veículo de Carlos.
Então, chegamos ao seguinte valor:

P=2.916,82×(1+7%)=3.121,00

Aprofundando o cálculo do prêmio seguro

Há duas modalidades de seguro, VMR e VD. Observe o esquema a seguir:

Menu

Vídeos

Baixar conteúdo em PDF

Buscar

Atuária
Conceituando atuária
A atuária é uma ciência que lida com riscos e busca minimizá-los por meio de ferramentas, como:

A matemática
A estatística
A contabilidade
Uma das preocupações do mercado financeiro é a gestão de risco proveniente de algum fato que pode prejudicar
uma instituição ou grupo.

Um evento prejudicial pode desencadear o que chamamos de efeito dominó, pois em uma situação de
insolvência em uma companhia de seguros, por exemplo, coloca em risco todas as operações compartilhadas com
outras companhias, como operações de cosseguros e resseguros.

E como podemos reduzir riscos? Vamos ver um exemplo de um processo de plantio de soja:

Processo de plantio de soja.


Iara Marchioretto.

Entendemos que o processo de produção está sujeito a riscos naturais, como seca, chuvas excessivas, frio e/ou
geadas, pragas. Um fato isolado ou conjunto (reunindo vários fatores de risco) pode colocar tudo a perder.

E os insumos utilizados na produção, como adubos e sementes, têm seu preço que variam de acordo com a oferta
e a procura, e também com a variação cambial. Dessa forma, o processo de produção apresenta risco cambial.

Para plantar, geralmente o produtor busca empréstimos bancários em instituições financeiras a fim de obter
auxílio financeiro e reduzir os riscos, contratando o seguro agrícola e pagando os prêmios de seguro. Se ocorrer
um sinistro – como uma geada, que faça com que parte ou toda a produção seja perdida –, o produtor fará a
comunicação do sinistro e será indenizado, conforme a cobertura contratada.
Antes mesmo da colheita, ou às vezes, na etapa do plantio, a produção já está vendida. Como a parte contratante
(comprador) e a parte contratada (produtores/vendedores) podem ficar tranquilos em adiantar o dinheiro de parte
ou de toda a produção e ficar esperando pelo produto? Se estamos falando de uma commoditie, que tem seu
preço ditado internacionalmente, precisamos pensar em resguardar o valor do dinheiro no tempo.

Normalmente, os contratos de grãos são feitos em dólar. Como a moeda norte-americana sofre oscilação
diariamente, devemos pensar em resguardar ambas as partes, para que não tenham prejuízo.

Um dos benefícios do seguro agrícola é estar seguro em continuar investindo na produção, mantendo-se

competitivo no mercado do agro, mesmo sabendo dos riscos de perdas econômicas ou quebras na safra.

Veja que a atividade securitária está em todo lugar, até mesmo nos tratores, nas plantadeiras, nos veículos, além
de no seguro de vida dos trabalhadores rurais, na previdência deles e dos proprietários das terras, dos produtores
rurais ou condôminos, arrendatários – enfim, em toda transação pode existir riscos, e onde houver riscos, poderá
haver uma espécie de seguro para mitigar os riscos de ocorrência de sinistros. Veja:

Multirriscos

Com coberturas básicas e obrigatórias, tais como granizo, geada, incêndio, raios, seca, ventos, variações
excessivas de temperatura, tromba d’água e chuvas excessivas.

Riscos nomeados

Cobrem riscos específicos, como granizo e geada em culturas como o trigo, por exemplo.

Replantio

Cobertura adicional para indenizar sinistros ocorridos no processo de plantio em que, por conta de geadas,
granizo ou chuvas excessivas, o produtor tenha perdido todo o plantio, e que, de forma comprovada, com notas
fiscais, poderá ser indenizado para poder assim efetuar o replantio.

Mas o seguro não cobre tudo. Se o plantio for realizado em desacordo com as regras e normas, em áreas
precárias, a indenização não ocorrerá.

O agronegócio brasileiro tem a sua importância para o mundo. Em 2021, o Brasil foi o quarto maior produtor de
grãos do mundo, com 7,8% da produção mundial, segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa). Por essa razão, o seguro agrícola conta com subvenção do governo federal a partir do Programa de
Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR).

Para os grãos de verão (algodão, amendoim, arroz, fava, feijão, girassol, milho primeira safra e soja), no produto
custeio ou produtividade multirrisco, a subvenção é de 25% do prêmio/valor do seguro. Para os grãos de
inverno (aveia, canola, cevada, centeio, milho segunda safra, sorgo, trigo) a subvenção é de 40%.

Atenção!

A subvenção é limitada anualmente, por cadastro de pessoa física (CPF) e por grupos. O produtor que não
assinar o termo de responsabilidade ou estiver com registro no Cadastro Informativo de Créditos não Quitados do
Setor Público Federal (CADIN) não tem direito à subvenção e terá que pagar o valor do prêmio integral de
seguro.

Por falar em subvenção e seguros, voltamos ao ponto da oscilação de preços das commodities para mostrar
contratos diferenciados, os derivativos, que são essenciais para operações de hedge (que significa “seguro”, em
inglês).
Cálculo do prêmio de seguro.

Nesse esquema, considere:

VD – Valor Determinado

O valor do bem segurado fica determinado no momento da contratação do seguro, independentemente de sua
valorização ou desvalorização futura.

VMR – Valor de Mercado Referenciado

Como estamos exemplificando seguros de veículos, quando utilizamos essa modalidade de cálculo, caso haja
sinistro integral do bem, o valor da indenização será de acordo com a tabela de referência, como, por exemplo, a
tabela FIPE. Assim, cada sinistro apresenta um valor de indenização diferente.

Exemplo 3
A proprietária de uma fábrica de bolsas contratou um seguro de incêndio, informando como Importância
Segurada (IS) o valor de R$50.000,00. Infelizmente, houve um incêndio na seção de finalização, que apurou as
seguintes informações:

 Total de bolsas = 1.500

 Total de bolsas sinistradas = 850

 Preço Unitário de Custo = 50

 Preço Unitário de Venda = 130

Qual será o valor a ser indenizado à empresa em razão do sinistro ocorrido? E o valor da indenização sobre o

prejuízo?

Solução

À diferença do exemplo 1, a proteção contratada aqui é voltada apenas para incêndios. Se ocorresse um
alagamento, uma ventania ou qualquer outro evento, não haveria cobertura.

Por isso, neste exemplo, algumas regras são um pouco diferentes. Vamos encontrar alguns valores:

VR ( Valor em Risco )→1.500×50=75.000,00

Se estivéssemos tratando de proteção de imóvel, rapidamente, você já pensaria na cláusula de rateio, pois o Valor
em Risco (VR) é superior à Importância Segurada (IS). Para seguro incêndio, por sua vez, o valor do prejuízo
não pode ser maior do que a IS. Assim, temos:

Prejuízo (P) =850×50=42.500,00

Portanto, o prejuízo encontrado é menor do que a Importância Segurada: P < IS. Nessa situação, a seguradora
cobrirá completamente o prejuízo.

Agora, pense nessa mesma empresa, mas com valores diferentes. E se o prejuízo fosse maior que a Importância
Segurada? Em uma situação assim, seria necessário realizar a cláusula de rateio. Logo, teríamos:

 IS = 50.000,00

 Total de bolsas = 1.500

 Total de bolsas sinistradas = 1.300


 Preço Unitário de Custo = 50

 Preço Unitário de Venda = 130

 VR = 1.500 x 50 = 75.000,00

 Prejuízo = 1.300 x 50 = 65.000,00

Cláusula de rateio para seguro incêndio =IS< Prejuízo

INDENIZAÇÃO =( IS/VR )×P

INDENIZAÇÃO =(50.000,00/75.000,00)×65.000,00=43.333,33

Desse modo, a empresa teria uma indenização inferior ao prejuízo.

Exemplo 4

Seu Antônio realizou uma aplicação em previdência PGBL no valor de R$200.000,00 (dinheiro oriundo de uma
herança de um tio paterno) quando tinha 25 anos de idade. Hoje, aos 60 anos, ele procurou seu banco para
resgatar a previdência, mas não lembrava qual regime de tributação teria escolhido quando contratou o produto.
Seu gerente disse que a tributação a ser realizada era a regressiva, e que o valor atualizado da previdência estava
em R$420.000,00.

Qual valor líquido Antônio terá depois de pagar o Imposto de Renda (IR)?

Solução

Há algumas informações importantes para resolver essa situação. São elas:

 Plano PGBL com IR regressivo

 Valor aplicado = 200.000,00

 Valor atualizado = 420.000,00

 Tempo de aplicação = 35 anos (60 - 25 = 35)

Com essas informações, precisamos lembrar algumas regras de previdência.

O pagamento do IR será feito no momento do resgate da previdência. Para calcular esse imposto, usaremos como
base de cálculo todo o valor disponível, ou seja, o valor aplicado inicialmente mais todo o rendimento. Por fim, é
necessário verificar o tempo de aplicação junto à tabela regressiva (tabela da situação de Antônio). Portanto,
temos:

Base para IR = 420.000,00

Na tabela, para mais de 10 anos, utilizamos 10% de IR. Assim:

 420.000,00 X 10% = 42.000,00

 420.000,00 – 42.000,00 = 378.000,00

Logo, o valor líquido que Antônio terá de resgate será de R$378.000,00.

Questão 2

A empresa Império Roupas e Calçados Ltda. possui um seguro patrimonial no valor de


R$90.000,00. Infelizmente, por causas ainda a serem esclarecidas, toda a parte de produção da
empresa incendiou, causando um prejuízo de R$80.000,00, e o seguro precisou ser acionado. Ao
chegar ao prédio para fazer a vistoria, o vistoriador notou que o bem segurado valia mais do que
R$90.000,00, chegando a ser avaliado em R$140.000,00..

Nessa situação, qual é o valor aproximado de indenização para a empresa?

R$80.000,00

R$85.231,00

R$70.430,00

R$51.428,00

R$90.000,00

Parabéns! A alternativa D está correta.


Neste caso, como o valor do bem é superior ao valor pago para cobertura, ainda que o prejuízo esteja
dentro do limite, aplicamos a cláusula de rateio. Entendemos que o segurado agiu de má-fé ao relatar
valor inferior do bem para garantir parcelas menores de pagamento do seguro (prêmio). Sempre que
o valor declarado pelo segurado (IS) for menor do que o valor real do bem (VR), aplicaremos essa
cláusula.

Como vimos, a empresa fez um seguro no valor de R$90.000,00, no entanto, os bens valiam mais:
R$140.000,00. Um seguro para um bem de R$90.000,00 será mais caro que um seguro de
R$140.000,00. Assim:

90.000,00 (IS) < 140.000,00 (VR)

Ao aplicarmos a cláusula de rateio, temos:

(IS/VR) x P = INDENIZAÇÃO

IMPORTÂNCIA SEGURADA (IS) = 90.000,00

PREJUÍZO (P) = 80.000,00

AVALIAÇÃO PELO VISTORIADOR OU VALOR EM RISCO (VR) = 140.000,00

(90.000 / 140.000) x 80.000 = 51.428,57

Questão 1

Marina é atuária na seguradora Seguro Já S.A. e precisa decidir qual é o melhor cálculo para a
empresa encontrar os prêmios: VD ou VMR. Ela colheu os seguintes dados:

• Carteira = 1.000 veículos

• Despesas administrativas = 10%

• Comissão de corretagem = 10%

• Margem de segurança = 5%

• Lucro = 8%

Marina verificou os relatórios dos últimos sinistros ocorridos e observou que, ao todo, foram 4
sinistros totais/integrais, e que cada bem tem valor de R$10.000,00.
Outro dado importante: a tabela de referência de valor do bem para cada sinistro apresentava que as
2 indenizações foram de R$9.000,00 e de R$8.000,00.

Assim, qual deve ser o resultado encontrado por Marina? Com que cálculo a seguradora terá um
prêmio de menor valor, baseando-se nos 4 sinistros apresentados?

VMR = 41,50 e VD = 55,30, e o VMR é o cálculo de menor valor.

VMR = 49,58 e VD = 41,30, e o VMR é o cálculo de menor valor.

VMR = 58,33 e VD = 51,10, e o VD é o cálculo de menor valor.

VMR = 55,30 e VD = 58,33, e o VMR é o cálculo de menor valor.

VMR = 49,58 e VD = 58,33, e o VMR é o cálculo de menor valor.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Vamos aos cálculos:

Cálculo VMR → TAXA DE RISCO =0,34

PRÊMIO DE RISCO = 34,00

PRÊMIO PURO = 34 X (1 + 5%) = 35,70

PRÊMIO COMERCIAL = 35,70 / (1 - 10% - 10% - 8%) = 49,58

Cálculo VD → TAXA DE RISCO =0,40

PRÊMIO DE RISCO = 40,00

PRÊMIO PURO = 40 X (1 + 5%) = 42,00

PRÊMIO COMERCIAL = 42,00 / (1 - 10% - 10% - 8%) = 58,33


Premissas da ciência atuarial e sua prática
Prof.ª Iara Marchioretto

Descrição

Noções das atividades atuariais, formas de cálculos e controle das operações com seguros e previdência na visão
do gestor nas entidades securitárias.

Propósito

O conhecimento dos processos de mitigação dos riscos nos negócios empresariais e na vida pessoal, a fim de ter
noções das operações de seguros e previdência, seus termos e funcionamento, é de suma importância para o
profissional do mercado de trabalho em entidades securitárias.

Preparação

Antes de iniciar seu estudo, pesquise e acesse o glossário e as informações disponíveis ao consumidor no Portal
da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), para entender termos específicos da área.

1 - Fundamentos das Ciências Atuariais


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos básicos e os princípios das
Ciências Atuariais.

2 - Seguros e previdência
Ao final deste módulo, você será capaz de interpretar as terminologias e os eventos relativos
aos seguros e à previdência.

Mercado de seguros
Um pouco de história

Com todo o conhecimento dos princípios atuariais, podemos avançar nosso estudo e conhecer um pouco mais
sobre dois importantes campos do atuário no mercado:

Seguros Previdências

Vamos começar pelos seguros.

De acordo com a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP, 1997):


A atividade seguradora no brasil teve início com abertura dos portos ao comércio
internacional, em 1808.

(SUSEP, 1997)

Os seguros comercializados eram apenas marítimos, sendo proibidos os terrestres. Somente na década de 1850, a
história passou a mudar, assim como o cenário brasileiro, que começou a atrair empresas estrangeiras, pois os
seguros terrestres da época – mais conhecidos atualmente como seguros de vida – também passaram a fazer parte
do leque de opções de proteção.

A história continuou: o mercado aquecido, o seguro sendo vendido e o cenário brasileiro sendo fortalecido neste
segmento. Mas poderia ser melhor. Afinal: As reservas técnicas ganhas em território nacional por empresas
estrangeiras eram aplicadas aqui no Brasil ou retornava para seus países?

Mais tarde, por volta de 1895, o Brasil percebeu a importância de manter as reservas técnicas ganhas em
território nacional e publicou, naquele mesmo ano, a Lei nº 294, que reforçava este planejamento. Com isso,
algumas empresas estrangeiras não aceitaram a novidade e decidiram encerrar suas atividades. Entretanto, o
mercado nacional de seguros “já havia alcançado desenvolvimento satisfatório” (SUSEP, 1997), o que foi
suficiente para, ainda com a saída de algumas empresas, manter-se em crescimento.

A SUSEP (1997) também registra brevemente o surgimento da previdência privada no Brasil, inaugurada no
século XIX, mais precisamente em 1835, quando foi criado o Montepio Geral de Economia dos Servidores do
Estado (MONGERAL). A Previdência Social, por sua vez, foi instituída com a promulgação da Lei Elói Chaves
– Lei nº 4.682/1923.

Tipos de seguros

Hoje em dia, há diversas opções de proteção – como seguro de vida, de carro, de casa e de aparelho celular – e
até mesmo canais de contratação. Você pode ir a um banco, a uma corretora ou contratar o seguro por um
aplicativo. É tudo muito simples. Pode até ser que você não tenha ou nunca tenha tido um seguro, mas, com
certeza, já ouviu falar pelo menos de algum.

O mercado de seguros está cada vez mais preocupado em atender a demanda da sociedade quando o assunto é
evitar frustações que possam acontecer com roubos, furtos, danos, perdas etc. Dentro desse mercado, existem
alguns grupos e condições para contratar uma proteção.

Os seguros podem ser classificados conforme a natureza dos riscos em três grupos. Souza (2002) resume de
forma prática a definição de cada um deles. Vejamos os grupos e alguns exemplos dessa classificação:
Exemplos

Exemplos adaptados de SOUZA, 2002, p. 62.

Seguro de pessoas
Tem o valor da indenização definida pelo segurado no momento da contração.

Exemplos: Vida individual; acidentes pessoais; vida em grupo.

Seguro de danos patrimoniais


Repara ao segurado a perda ocasionada pelo sinistro.

Exemplos: Carro; casa; empresa.

Seguros de serviços
Visa à proteção e ao ressarcimento de gastos referentes à prestação de serviços.

Exemplos: Assistência médica; assistência elétrica; assistência funeral.

Como podemos observar, a proteção de pessoas é definida pela pessoa que está contratando o seguro, uma vez
que não é possível definir o valor da vida de alguém. Para o seguro patrimônio, temos bens materiais que serão
reparados em caso de sinistros, como um seguro de casa ou carro. Por fim, para a prestação de serviços, há
serviços como assistência médica ou assessoria jurídica, por exemplo.

Termos do cotidiano atuarial

Você já conhece um pouco sobre o atuário e sabe que os seguros fazem parte de um importante campo de
atuação do profissional. Neste momento, identificaremos alguns termos usuais do cotidiano atuarial de seguros.

O primeiro documento de que ouvimos falar dentro de uma seguradora ou banco é a apólice. Segundo Souza
(2002), trata-se de: Instrumento
formal necessário à prova do contrato de seguro, que vigora
por um determinado período de tempo, como, por exemplo, um ano. (SOUZA, 2002, p.32)

Entretanto, para gerar um documento como este, alguns valores são negociados, como o prêmio: valor pago para
que a seguradora assuma a responsabilidade do risco daquilo que está sendo segurado.
Em algumas situações, o valor pago pelo segurado poderá ser menor, se houver no contrato o que chamamos
de franquia. De acordo com Souza (2002), este é o valor que o segurado assumirá para pagar, se houver
algum sinistro, que, por sua vez, é o acontecimento do risco que existia no momento da contratação.

Vamos entender melhor as principais terminologias atuariais:

Sinistro

É o termo utilizado para definir, em qualquer ramo de seguro, a ocorrência do evento incerto, causador de perda
econômica definida contratualmente, que obriga a seguradora a indenizar.

Prêmio de seguro

É a soma em dinheiro paga pelo segurado ao segurador para que este assuma a responsabilidade de indenizá-lo
por determinado risco de perda.

Provisões ou reservas técnicas

Conjunto de prêmios pagos pelos segurados formam as provisões ou reservas, que constituem os recursos que as
seguradoras usam para pagar as indenizações. Na reserva técnica ou reserva para sinistros, está incluída uma
provisão para sinistros não avisados.

A provisão técnica é fundamentada em estimativas com bases estatísticas de sinistros avisados ocorridos.

Provisão para sinistros avisados

É conhecida por provisão de sinistros a liquidar. Trata-se de uma estimativa baseada no valor provável dos
pagamentos.

Provisão de riscos decorridos

Serve para cobrir os sinistros ocorridos e não avisados, para os quais o prêmio é pago mensalmente, e a receita é
ganha durante a vigência da apólice.

Resseguro

De acordo o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP), nos termos da Resolução CNSP nº 168/2007, é
a “operação de transferência de riscos de uma cedente [seguradora], com vistas a sua própria proteção, para um
ou mais resseguradores, através de contratos automáticos ou facultativos”.

Risco
“Evento futuro e incerto, de natureza súbita e imprevista, independente da vontade do Segurado, cuja ocorrência
pode provocar prejuízos de natureza econômica” (BRASIL, 2021a).

O próximo bloco desse módulo será dedicado a compreensão das atividades das seguradoras.

3 - Prática atuarial
Ao final deste módulo, você será capaz de analisar as formas de operação e cálculos das
entidades seguradoras.

Premissas da ciência atuarial e sua prática


Prof.ª Iara Marchioretto

Descrição

Noções das atividades atuariais, formas de cálculos e controle das operações com seguros e previdência na visão
do gestor nas entidades securitárias.

Propósito

O conhecimento dos processos de mitigação dos riscos nos negócios empresariais e na vida pessoal, a fim de ter
noções das operações de seguros e previdência, seus termos e funcionamento, é de suma importância para o
profissional do mercado de trabalho em entidades securitárias.
Preparação

Antes de iniciar seu estudo, pesquise e acesse o glossário e as informações disponíveis ao consumidor no Portal
da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), para entender termos específicos da área.

1 - Fundamentos das Ciências Atuariais


Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer os conceitos básicos e os princípios das
Ciências Atuariais.

2 - Seguros e previdência
Ao final deste módulo, você será capaz de interpretar as terminologias e os eventos relativos
aos seguros e à previdência.

Conceitos gerais de previdência


Modelos previdenciários

Em algum momento de sua vida, você já deve ter parado para pensar sobre seu futuro. Quando falamos de
“futuro”, nesse caso, estamos nos referindo a algo um pouco mais distante, de médio a longo prazo. Mesmo que
você nunca tenha pensado no assunto, vamos fazer isso agora!

Temos muitos planos e queremos muitas coisas, mas, para muitas delas, é necessário um planejamento que
comece bem antes. Em termos financeiros:

Como você se organiza ou, pelo menos, como seria ideal se organizar para tudo correr bem no futuro?

Aqui, começamos nossa conversa sobre a previdência privada. Sobre a previdência social, falaremos um pouco
mais adiante.

No campo das ciências atuariais, são utilizados modelos para projeções demográficas e financeiras de planos
previdenciários. Esses modelos se originam de outras ferramentas e outros modelos anteriormente aplicados em
planos previdenciários ocupacionais, que tinham como objetivo abranger pequenos grupos de trabalhadores.

Tais planos previdenciários eram fundamentados em suposições e variáveis externas e independentes, as quais
incluíam:
Variáveis econômicas
Exemplos

Escala de salários iniciais por idade e sexo; Índice de aumento de salários segurados; Índices inflacionários;
Desenvolvimentos de taxas de juros em longo prazo; Tendências de longo prazo na densidade de contribuição.

Variáveis demográficas
Exemplos

Índices de aumento da população segurada; Índices de invalidez; Índices de mortalidade; Idade das crianças.

Variáveis sociais
Exemplos

Índices de matrimônio; Diferencial de idade entre maridos e esposas; Índices de


aposentadoria; Padrão etário de novas entradas no plano.

Como mencionado, as variáveis selecionadas estavam apoiadas em pequenos grupos de


trabalhadores e nem sempre funcionavam com outros grupos sociais. Para Plamondon et
al. (2011, pp. 31-32):

Na prática, isto algumas vezes leva a resultados insatisfatórios em avaliações atuariais. Por
exemplo, populações seguradas que foram projetadas para crescerem no mesmo índice que
a população em geral eventualmente excederam a força de trabalho empregada, e algumas
vezes até a força de trabalho total; as reservas rapidamente se tornaram a principal fonte
de capital de investimentos, mas o efeito resultante das taxas de juros não foi levado em
consideração, e os salários algumas vezes foram projetados para crescer em índices
completamente diferentes do crescimento econômico geral.

(PLAMONDON, 2011, pp. 31-32)

Assim, presume-se que, apesar de o tempo ter transcorrido, as variáveis externas falharam, quando tentou-se
considerar “o efeito do aumento da riqueza sobre as taxas de mortalidade e fertilidade. Análises econômicas
focaram no curto prazo e não levaram em consideração cenários econômicos ou caminhos de desenvolvimento
econômico de longo prazo” (PLAMONDON et al., 2011, p. 32).
Não foram considerados os índices de participação da força de trabalho, os índices de separação entre casais ou
mesmo os índices de aposentadoria. Tais riscos são os atuais responsáveis pela determinação do volume de
benefícios e outras transferências sociais, e de suas complexas inter-relações e interações com os ambientes
demográficos, econômicos e fiscais.

Com tamanha complexidade, as projeções atuariais se tornaram difíceis e incertas. Entretanto, mesmo
complicadas, essas projeções são fundamentais para os sistemas de proteção social, principalmente os planos de
previdência (onde o trabalho atuarial é mais acentuado). São obrigações sociais de longo prazo, muitas das quais
precisam ser pagas pelas futuras gerações.

Os modelos previdenciários precisam ajustar as competências e habilidades sociais, econômicas, demográficas e


atuariais para desenvolver uma visão de longo prazo dos sistemas de transferência econômica e social, que
podemos chamar de modelos atuariais socioeconômicos.

Previdência privada

Como o próprio nome sugere, a previdência privada não é obrigatória, ou seja, é feita apenas se a pessoa
manifestar interesse em contribuir com uma previdência complementar. Muitos podem ser os objetivos dessa
contribuição, tais como aposentadoria futura, viagem, estudo ou qualquer outro planejamento de médio a longo
prazo.

Ao optar por contratar uma previdência, é importante saber que existem alguns custos de gestão, corretagem e
administração do fundo, como taxa de administração e de carregamento. Todos esses custos são aprovados
pela SUSEP.

Outro ponto relevante é identificar o melhor plano de previdência para seu perfil. Existem dois
planos de previdência privada disponíveis para contração no mercado financeiro. Veja a seguir (adaptado de
ANBIMA,2020):

Plano Gerador de Benefícios Vida Gerador de Benefícios


Livres (PGBL) Livres (VGBL)

Indicado para quem faz formulário Indicado para quem não tem renda
completo do Imposto de Renda (IR). tributável.
Não possui garantia de Não possui garantia de
rentabilidade. rentabilidade.
O resgate pode ser feito após 60 O primeiro resgate pode ser feito em
dias, de uma única vez ou prazo que varia de 2 meses a 2 anos.
transformado em parcelas mensais. Depois, pode ser feito a cada 2
meses.

Além desses planos, a previdência privada possui um regime de tributação diferenciado, dividido em
dois grupos: regressivo e progressivo. Veja primeiro a tabela referente ao regressivo:

Período de aportes Alíquota de IR

Até 2 anos 35%


De 2 a 4 anos 30%
De 4 a 6 anos 25%
De 6 a 8 anos 20%
De 8 a 10 anos 15%
Mais de 10 anos 10%
Tabela: IR regressivo.
Adaptada de ANBIMA, 2020.

Veja a seguir a tabela referente ao IR progressivo:

Base de cálculo anual (R$) Base de cálculo mensal (R$) Alíquota (%)

Até 22.847,76 De 0,00 até 1.903,98 0,00%


Até 33.919,80 De 1.903,98 até 2.826,65 7,50%
Até 45.012,60 De 2.826,65 até 3.751,05 15,00%
Até 55.976,16 De 3.751,05 até 4.664,68 22,50%
A partir de 55.976,16 A partir de 4.664,68 27,50%
Tabela: IR progressivo.
Adaptada de ANBIMA, 2020.

Não é permitido alterar o tipo de plano depois de escolhido. Por exemplo, se você está em um plano VGBL e
deseja migrar para o PGBL, não será permitido. Nesse caso, a solução será realizar todo o resgate no plano atual
e aplicar no plano desejado, mas tal resgate acarretará cobrança de IR.

Princípios atuariais
Definição dos princípios segundo o IBA

Agora que você já conhece um pouco sobre a definição e os campos de atuação do atuário, vamos estudar quais
são os princípios fundamentais que norteiam a vida desse profissional.

Por meio das publicações de pronunciamentos atuariais, o IBA estabelece que, ao todo, há 17 princípios
atuariais. Inicialmente falaremos do mais importante dentre os princípios atuariais que é o princípio dos
parâmetros realistas que destaca a relevância da utilização de parâmetros realistas e as ferramentas que o
atuário utiliza para encontrar informações.

De acordo com o IBA (2014, p. 4):

É o uso de variáveis estatísticas, atuariais, demográficas, financeiras e econômicas que


possam influenciar no resultado do trabalho elaborado pelo atuário, tais como: tábuas
biométricas, estudos estatísticos, probabilidades, taxas de juros e de desconto, dentre
outros. Os parâmetros realistas são aqueles que não representam excesso de
conservadorismo ou de otimismo, levando-se em consideração a probabilidade da
ocorrência de oscilações destes parâmetros, cujos reflexos possam agravar os riscos
futuros e comprometer a solvência.

(IBA, 2014, p. 4)

Este princípio traz para o atuário o englobamento de outros princípios. A análise deve ser robusta, garantindo
dados fidedignos para mitigar risco e assegurar a continuidade das operações.

Esses outros princípios serão apresentados a seguir:

Princípio da Lei dos Grandes Números

Garante a confiabilidade dos dados, uma vez que a probabilidade de acerto em relação à realidade aumenta
conforme o grupo analisado também cresce. Em outros termos, quanto mais um caso X for observado, maior será
a confiabilidade dos dados de análise.

Princípio da classificação dos riscos

Classifica conjuntos de riscos a partir de sua natureza, de seu valor ou objeto a ser segurado. Nesse caso, o
atuário tarifará o risco de acordo com conjuntos que possuem similaridades entre si.

Princípio da administração e gerenciamento do risco


Quando falamos em gestão e tomada de decisão, o atuário tem o papel de acompanhar o risco de perto. É
necessário identificar, avaliar e escolher a melhor técnica para minimizar riscos e manter o equilíbrio do
segurador. Este princípio norteia o profissional sobre isso.

Princípio da prudência

É preciso ter prudência no processo de interpretação dos riscos, verificando se todos os dados são consistentes o
bastante para a tomada de decisão.

Princípio da consistência

Coerência e consistência dos dados são fatores primordiais para a análise do atuário antes da elaboração de todo
e qualquer estudo.

Princípio da materialidade e relevância

Ao elaborar seu trabalho, o atuário deve se basear na materialidade, assim como na relevância dos valores de
liquidez, solvência e provisões envolvidos.

Princípio da solvência e continuidade das operações

Assegura a continuidade das operações no futuro, prevalecendo pela liquidez e solvência.

Os demais princípios que complementam a lista dos 17 princípios atuariais serão apresentandos a seguir:

Princípio do risco

Além de ser uma das razões para o surgimento da profissão, analisar e quantificar riscos é a principal atividade
do atuário. É isso que faz surgir as oportunidades no mercado para que uma pessoa repasse a responsabilidade de
arcar com uma incerteza futura para uma seguradora, por exemplo.

Princípio da aleatoriedade

A definição deste princípio está diretamente vinculada à noção de risco, pois diz respeito à possibilidade de algo
ocorrer ou não. Em outras palavras, o risco das partes, do segurador e do segurado, por exemplo, depende de
situações futuras e incertas.

Princípio do mutualismo

De acordo com o IBA (2014, p. 3), trata-se da “associação entre membros de um grupo no qual suas
contribuições são utilizadas para propor e garantir benefícios aos seus participantes”. Logo, este princípio está
relacionado à contribuição de um grupo para a resolução de incertezas aleatórias.
Para facilitar o entendimento, pense em uma seguradora que atua com venda de seguros de veículos. Durante o
ano, ela realizou a venda de 100 seguros auto. No decorrer dos meses seguintes, 10 carros aleatórios sofreram
sinistros, e a seguradora precisou arcar com os custos, pois, quando vendeu a proteção, assumiu a
responsabilidade de eventos incertos futuros. Nessa situação, de 100 carros, alguns aleatórios precisaram de
amparo da seguradora.

Aqui, temos um caso em que identificamos o princípio do mutualismo, pois a contribuição de um grupo resolveu
situações futuras de alguns participantes aleatórios.

Princípio da equiprobabilidade

Indica que os acontecimentos têm as mesmas probabilidades quando possuem as mesmas características.

Princípio da mensuração do risco

Com o apoio de ferramentas estatísticas e matemáticas, o atuário consegue prever e mensurar os indicadores de
ocorrência de eventos, ou seja, indicar quais são as possibilidades de as ocorrências futuras ocorrerem ou não.

Princípio da pulverização do risco

De acordo com a definição do IBA (2014, p. 4): “É reflexo do gerenciamento do risco pelo atuário, ligado à
política de subscrição, onde parte deste risco é repassado a terceiros, nas modalidades de resseguro, cosseguro e
outras técnicas legalmente disponíveis”. Nessa situação, o atuário reduz o risco e age de acordo com o princípio
da prudência.

Princípio da preservação do poder aquisitivo no tempo (valor monetário)

Visa garantir a observação dos efeitos de oscilação natural do poder aquisitivo da moeda vinculada ao plano.

Princípio da competência do risco

Transações atuárias devem ser registradas nos períodos aos quais se referem, sem relação com o período de
pagamento ou recebimento.

Princípio da segregação patrimonial

De acordo com o IBA (2014, p. 5): “Pressupõe que o atuário proceda a seu trabalho com base na identificação,
na avaliação e na segregação entre o patrimônio dos planos ou carteiras, em relação ao respectivo equilíbrio
atuarial”.
Questão 1

A cada vez que uma pesquisa ou um levantamento se torna mais assertivo em relação à realidade,
aumenta o índice de probabilidade. Esta definição está vinculada ao seguinte princípio atuarial:

Universalidade.

Mutualismo.

Lei dos Grandes Números.

Segregação patrimonial.

Consistência.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Dentre os princípios atuariais, a Lei dos Grandes Números apresenta a base para uma análise
confiável e capaz de minimizar grandes impactos no momento do cálculo atuarial.
Questão 2

O atuário é um especialista em diversas áreas do conhecimento. Entre elas, estão a Matemática e a


Estatística, cujas competências permitem a esse profissional desenvolver estudos e modelagens
relacionados ao cálculo dos valores que serão cobrados dos beneficiários, de forma integral ou em
parcelas, conforme a oferta da seguradora e a escolha do segurado. Tais valores são denominados

prêmios.

provisões.

C
simulações.

apólices.

seguros.

Parabéns! A alternativa A está correta.

De acordo com o Regulamento do Decreto-Lei nº 806/1969, o Atuário é o profissional capacitado


para atuar com riscos, seguros e previdência, calculando dados como prêmios, indenizações e
reservas.

Sinistros, grandes riscos e catástrofes

Os sinistros devem ser registrados quando avisados. Para isso, constitui-se uma provisão fundamentada em
cálculos atuariais feitos a partir de estimativas com base histórica. As provisões se alteram conforme as
estimativas de perdas, criadas pelo uso da estatística.

O Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) informa às seguradoras sobre os valores a contabilizar, referentes a
retrocessões de prêmios, comissões, indenizações, provisões técnicas, outras receitas e despesas administrativas
que precisam ser apropriadas mensalmente com base nos valores informados.

Na reserva técnica, ou reserva para sinistros, está incluída uma provisão para sinistros não avisados. Nesse
contexto, devemos diferenciar os grandes riscos das catástrofes.

Os grandes riscos são de mais fácil gerenciamento e de menor risco relativamente às catástrofes, as quais são de

riscos imprevisíveis.

A maioria dos sinistros de seguros de grandes riscos são de valores elevados, mas previsíveis e independentes
entre si. Alguns ramos de seguros praticados no Brasil são:

 Aeronáutico;

 Transportes;

 Riscos de engenharia;

 Responsabilidade civil geral;


 Riscos nomeados;

 Lucros cessantes;

 Ambiental;

 Marítimo;

 Garantia;

 Riscos de petróleo;

 Riscos operacionais;

 Riscos operacionais;

 Frotas de autoveículos;

 Incêndio (empresarial).

As importâncias seguradas e os prêmios dos grandes riscos são bem maiores em média, comparados aos riscos de
pequeno porte.

Os grandes riscos também são mais diversos e com maior variedade de eventos cobertos do que os riscos
comuns. Por exemplo, há riscos que envolvem uma barragem, uma hidrelétrica, uma subestação de energia. São
riscos ambientais, de vida, patrimoniais etc.

Em grandes riscos, é menos provável que as propostas contenham toda a informação vital para seleção e
aceitação. Imagine calcular a probabilidade de ocorrência de um evento de grande risco? Isso é muito difícil.

Exemplo

Em uma barragem, deve haver acompanhamento da obra para evitar danos futuros e que envolvam fatores de
responsabilidades e ações preventivas. Nesse contexto, entra um ingrediente chave na avaliação dos grandes
riscos: a inspeção prévia ou de controle por engenheiros qualificados.

Por tudo isso, as apólices de grandes riscos são mais difíceis de padronizar. Disso resulta a necessidade de
cláusulas particulares, como boa prática e melhor maneira de contemplar as especificidades e as demandas do
contratante, bem como de delimitar melhor as responsabilidades da contratada.

As catástrofes, por sua vez, são os riscos imprevisíveis. Elas são definidas como eventos infrequentes que
causam perdas ou danos materiais severos para uma grande população, e cujos sinistros estão correlacionados.
Para as seguradoras, as catástrofes constituem riscos financeiros significativos, incluindo risco de insolvência.
Cobertura dos riscos

Na seleção dos seguros e na definição dos produtos e das apólices, os clientes corporativos são mais sofisticados
e esperam das seguradoras não apenas soluções de seguro customizadas, como também assessoria em prevenção
e gerenciamento de riscos.

A concentração de grandes companhias seguradoras é uma realidade no Brasil.

Trata-se de uma atividade regulada, ou seja, para abrir um negócio, há requisitos legais específicos da atividade,
como capital social mínimo que seja capaz de cobrir os riscos.

É uma atividade que requer autorização da SUSEP para funcionamento, sendo passível de fiscalização
regulatória. Os corretores precisam ser certificados e credenciados junto às seguradoras. Para isso, realizam
cursos de capacitação e recebem o registro para operar como corretores de seguros. Após a certificação
individual, podem buscar o credenciamento junto às entidades operadoras de seguro.

Nem todos os riscos são aceitos pelas seguradoras. Os riscos declináveis são uma possibilidade, pela
especificidade e pelo maior valor dos riscos, bem como por sua potencial instabilidade no tempo, o que pode
levar a uma percepção de alta sinistralidade.

Quando há grandes riscos de alta sinistralidade, as companhias seguradoras podem recorrer à contratação de

resseguros para aumentar a capacidade de cobertura dos riscos.

Essa capacidade é a financeira, garantida pelo Patrimônio Líquido da companhia seguradora. Quando falta a
capacidade, a seguradora recorre a outras companhias com operações de resseguro ou cosseguro, quando a
contratada entende que compartilhar o risco com outra seguradora é benéfico para suas operações.

A cobertura de grandes riscos é feita geralmente por várias seguradoras em conjunto, que exigem alta capacidade
de corretores especializados na coordenação desse processo. Por isso, o papel dos corretores é essencial:

Eles precisam ter grande competência técnica, particularmente, em seguros complexos de riscos industriais, de

Responsabilidade Civil (RC), cascos marítimos e aeronáuticos, e transporte.

Além da colocação de seguros ao melhor custo-benefício, tais corretores também ajudam seus clientes no
gerenciamento de riscos, no controle de perdas, na administração de sinistros, na gestão de ativos financeiros etc.

Nesse nicho de mercado, os corretores têm mais conhecimento do perfil de risco dos clientes que as
seguradoras e podem reduzir o problema da assimetria informacional, ajudando as seguradoras a evitar a seleção
adversa e o risco moral.
As especificidades, a diversidade e a complexidade dos grandes riscos tornam bem desafiadoras as tarefas de
subscrever grande número de riscos independentes a um preço igual à perda esperada, mais uma margem para
despesas e lucro, e selecionar riscos que têm menores chances de sinistro. Isso tende a fazer com que os
subscritores apliquem grau considerável de subjetividade na seleção e na aceitação.

Como em todos os seguros, a subscrição se baseia em dois princípios básicos: a Lei dos Grandes Números e
a pró-seletividade.

Questão 1

Ana adora conversas sobre todos os assuntos com seus colegas de trabalho, inclusive sobre produtos
e serviços que seu gerente bancário lhe oferece. Em seu último encontro com os colegas, ela disse
que seu gerente lhe ofereceu um seguro em que o valor de indenização é escolhido por ela no
momento da contratação. Qual foi o tipo de seguro que o gerente de Ana ofereceu a ela?

A De danos patrimoniais.

B De incêndio.

C De causa aleatória.

D De pessoas.

E De responsabilidade civil.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Diferente dos demais bens, a vida não pode ser mensurável. Por isso, no momento da contratação, o
segurado define o valor a pagar e o valor da proteção correspondente.

Questão 2

Eric fez uma aplicação no plano de previdência complementar PGBL. Pouco tempo depois,
percebeu que a melhor opção seria migrar para o VGBL. O que Eric deve fazer?

Solicitar a transferência imediatamente, uma vez que isso é permitido.

Realizar um aporte de R$1.000,00 para concluir sua solicitação.

C
Aguardar 3 meses após a solicitação junto à empresa de gestão.

Resgatar todo o valor e migrar para o outro plano, com ciência do pagamento de impostos.

Aguardar 180 dias após a solicitação junto à empresa de gestão.

Parabéns! A alternativa D está correta.

Ao escolher um plano de previdência complementar, não é permitido alterar o tipo de plano


escolhido. A Lei Complementar nº 109/2001 define os critérios e padrões mínimos de segurança aos
investidores, o que difere os planos VGBL e PGBL, principalmente em relação às formas de resgate
e condicionantes, para que a previdência complementar seja dedutível ou não no Imposto de Renda.

Questão 1

Marina é atuária na seguradora Seguro Já S.A. e precisa decidir qual é o melhor cálculo para a
empresa encontrar os prêmios: VD ou VMR. Ela colheu os seguintes dados:

• Carteira = 1.000 veículos

• Despesas administrativas = 10%

• Comissão de corretagem = 10%

• Margem de segurança = 5%

• Lucro = 8%

Marina verificou os relatórios dos últimos sinistros ocorridos e observou que, ao todo, foram 4
sinistros totais/integrais, e que cada bem tem valor de R$10.000,00.

Outro dado importante: a tabela de referência de valor do bem para cada sinistro apresentava que as
2 indenizações foram de R$9.000,00 e de R$8.000,00.

Assim, qual deve ser o resultado encontrado por Marina? Com que cálculo a seguradora terá um
prêmio de menor valor, baseando-se nos 4 sinistros apresentados?

A
VMR = 41,50 e VD = 55,30, e o VMR é o cálculo de menor valor.

VMR = 49,58 e VD = 41,30, e o VMR é o cálculo de menor valor.

VMR = 58,33 e VD = 51,10, e o VD é o cálculo de menor valor.

VMR = 55,30 e VD = 58,33, e o VMR é o cálculo de menor valor.

VMR = 49,58 e VD = 58,33, e o VMR é o cálculo de menor valor.

check_circle
check_circle
Parabéns! A alternativa E está correta.

Vamos aos cálculos:

á Cálculo VMR → TAXA DE RISCO =0,34

PRÊMIO DE RISCO = 34,00

PRÊMIO PURO = 34 X (1 + 5%) = 35,70

PRÊMIO COMERCIAL = 35,70 / (1 - 10% - 10% - 8%) = 49,58

á Cálculo VD → TAXA DE RISCO =0,40

PRÊMIO DE RISCO = 40,00

PRÊMIO PURO = 40 X (1 + 5%) = 42,00

PRÊMIO COMERCIAL = 42,00 / (1 - 10% - 10% - 8%) = 58,33

Questão 2
A empresa Império Roupas e Calçados Ltda. possui um seguro patrimonial no valor de
R$90.000,00. Infelizmente, por causas ainda a serem esclarecidas, toda a parte de produção da
empresa incendiou, causando um prejuízo de R$80.000,00, e o seguro precisou ser acionado. Ao
chegar ao prédio para fazer a vistoria, o vistoriador notou que o bem segurado valia mais do que
R$90.000,00, chegando a ser avaliado em R$140.000,00..

Nessa situação, qual é o valor aproximado de indenização para a empresa?

R$80.000,00

R$85.231,00

R$70.430,00

R$51.428,00

check_circle
E

R$90.000,00

check_circle
Parabéns! A alternativa D está correta.

Neste caso, como o valor do bem é superior ao valor pago para cobertura, ainda que o prejuízo esteja
dentro do limite, aplicamos a cláusula de rateio. Entendemos que o segurado agiu de má-fé ao relatar
valor inferior do bem para garantir parcelas menores de pagamento do seguro (prêmio). Sempre que
o valor declarado pelo segurado (IS) for menor do que o valor real do bem (VR), aplicaremos essa
cláusula.

Como vimos, a empresa fez um seguro no valor de R$90.000,00, no entanto, os bens valiam mais:
R$140.000,00. Um seguro para um bem de R$90.000,00 será mais caro que um seguro de
R$140.000,00. Assim:
90.000,00 (IS) < 140.000,00 (VR)

Ao aplicarmos a cláusula de rateio, temos:

(IS/VR) x P = INDENIZAÇÃO

IMPORTÂNCIA SEGURADA (IS) = 90.000,00

PREJUÍZO (P) = 80.000,00

AVALIAÇÃO PELO VISTORIADOR OU VALOR EM RISCO (VR) = 140.000,00

(90.000 / 140.000) x 80.000 = 51.428,57

CNSP e Susep
Sistema Nacional de Seguros Privados
O Sistema Nacional de Seguros Privados é formado por órgãos e empresas que atuam no ramo de seguros,
previdência e capitalização. Seu conjunto é integrado por:

 Conselho Nacional de Seguros Privados;

 Superintendência de Seguros Privados (Susep);

 Sociedades autorizadas a operar em seguros privados e capitalização;

 Entidades abertas de previdência complementar;

 Corretores de seguros habilitados.

Vejamos a seguir o organograma do sistema Nacional de Seguros Privados:


Sistema Nacional de Seguros Privados.
Adaptador de Confederação nacional das empresas de seguros gerais, previdência privada e vida, saúde suplementar e capitalização,
2022.

Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP)


O CNSP é um órgão que reúne representantes do Ministério da Economia, da Susep, do Banco Central e
da Comissão de Valores Mobiliários para fixar as diretrizes e as normas da política de seguros privados.

Para Souza (2002), ao estabelecer essas regras, o conselho busca os seguintes objetivos:

Promover a expansão do mercado.

Condicionar o funcionamento de empresas estrangeiras às mesmas condições das nacionais.

Coordenar a política de seguros com a política de investimento do governo.

Manter a solvência e a liquidez das seguradoras.

As sete atribuições do CNSP são:

Primeira

Fixar diretrizes e normas da política de seguros privados.

Segunda

Regular a constituição, a organização, o funcionamento e a fiscalização daqueles que exercem atividades


subordinadas ao Sistema Nacional de Seguros Privados, bem como a aplicação das penalidades previstas.
Terceira

Fixar as características gerais dos contratos de seguro, previdência privada aberta, capitalização e resseguro.

Quarta

Estabelecer as diretrizes gerais das operações de resseguro.

Quinta

Conhecer os recursos de decisão da Susep e do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB).

Sexta

Prescrever os critérios de constituição de sociedades seguradoras, de capitalização, de entidades de previdência


privada aberta e de resseguradores com fixação dos limites legais e técnicos das respectivas operações.

Sétima

Disciplinar a corretagem do mercado e a profissão de corretor.

Superintendência de Seguros Privados (Susep)


A Susep é responsável por fiscalizar e controlar as seguradoras e as empresas de capitalização, previdência
privada e resseguro. Enquanto o CNSP é o órgão fixador de normas e diretrizes, a Susep é aquele que fiscaliza se
essas regras fixadas estão sendo seguidas.

Para entender melhor a diferença entre os órgãos, enumeraremos adiante uma lista de nove atribuições da
competência da Susep:

Primeira

Fiscalizar a constituição, a organização, o funcionamento e a operação de sociedades seguradoras, de


capitalização, de entidades de previdência privada aberta e de resseguradores na qualidade de executora da
política traçada pelo CNSP.

Segunda

Atuar para proteger a captação de poupança popular que se efetua por meio das operações de seguro, previdência
privada aberta, de capitalização e de resseguro.
Terceira

Zelar pela defesa dos interesses dos consumidores dos mercados supervisionados.

Quarta

Promover o aperfeiçoamento das instituições e dos instrumentos operacionais a eles vinculados para aumentar a
eficiência do Sistema Nacional de Seguros Privados e do Sistema Nacional de Capitalização;

Quinta

Promover a estabilidade dos mercados sob sua jurisdição, assegurando sua expansão e o funcionamento das
entidades que neles operem.

Sexta

Zelar pela liquidez e pela solvência das sociedades sob sua jurisdição.

Sétima

Disciplinar e acompanhar os investimentos das sociedades sob sua jurisdição, em especial os efetuados em bens
garantidores de provisões técnicas.

Oitava

Cumprir e fazer cumprir as deliberações do CNSP e exercer as atividades delegadas por esse conselho.

Nona

Prover os serviços de secretaria executiva do CNSP.

Seguros – DPVAT e DPEM


Empresas de seguros (seguradoras)
São entidades jurídicas que assumem riscos (incertezas futuras) em troca de valores definidos por prêmios. Com
isso, caso haja algum sinistro, ela é que pagará a indenização em relação ao bem negociado no momento do
“fechamento” da apólice.
O Ministério da Economia é quem autoriza as seguradoras a operar depois que uma solicitação é repassada para a
Susep e submetida ao CNSP. Quanto às seguradoras de saúde, a autorização deve ser enviada para a Agência
Nacional de Saúde (ANS).

Ao assumirem riscos, as seguradoras estabelecem limites financeiros em cada linha de negócios em que atuam.
Se por acaso algum desses limites for ultrapassado, eles, para garantir a solidez, serão divididos com parceiros de
mercado, que podem ser uma resseguradora (resseguro) ou outra seguradora (cosseguro). Nos dois casos, ganhos
e perdas serão compartilhados.

report_problem
Atenção!

Encontramos aqui uma prática do princípio do mutualismo, evitando, assim, sobrecarregar uma única seguradora
e garantindo a possibilidade de reparar perdas maiores.

A seguir, daremos ênfase a dois tipos de seguros privados, DPVAT e DPEM.

DPVAT
Trata-se do seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres ou por sua
carga a pessoas transportadas ou não (seguro DPVAT). Ele foi criado pela Lei n° 6.194/1974 com a finalidade de
amparar as vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional, não importando de quem seja a culpa
dos acidentes.

O seguro DPVAT apresenta as seguintes coberturas:

Morte
expand_more

Caso a vítima venha a falecer em virtude do acidente de trânsito, seus beneficiários terão direito ao recebimento
de uma indenização correspondente à importância segurada vigente na época da ocorrência do sinistro.

Invalidez permanente
expand_more

Caso a vítima de acidente de trânsito venha a se invalidar permanentemente em virtude do acidente, ou seja,
desde que esteja terminado o tratamento e seja definitivo o caráter da invalidez.
A quantia será apurada tomando por base o percentual da incapacidade da vítima, segundo a tabela de danos
corporais totais constante no anexo à Lei n.º 6.194/1974. A indenização máxima será a importância segurada
vigente na época da ocorrência do sinistro.

Despesas de Assistência Médica e Suplementares (DAMS)


expand_more

Caso a vítima de acidente de trânsito venha a efetuar, sob orientação médica, despesas com assistência médica e
suplementares, ela terá direito ao recebimento de uma indenização, a título de reembolso, correspondente ao
valor das respectivas despesas até o limite estabelecido em lei.

A cobertura de DAMS também abrange alguns outros aspectos que veremos de maneira detalhada a seguir.

Despesas médico-hospitalares

Por exemplo, despesas decorrentes de acidente de trânsito efetuadas em estabelecimentos da rede credenciada no
Sistema Único de Saúde, desde que realizadas em caráter privado.

Despesas suplementares

Por exemplo, fisioterapia, medicamentos, equipamentos ortopédicos, órteses, próteses e outras medidas
terapêuticas devidamente justificadas pelo médico.

As DAMS não estarão cobertas quando forem:

Cobertas por outros planos de seguro ou por planos privados de assistência à saúde, a não ser que haja uma
eventual parcela não coberta pelos planos.

Não especificadas, inclusive quanto aos seus valores, pelo prestador do serviço na nota fiscal ou no relatório que
as acompanha.

Além disso, não estão cobertos pelo DPVAT:

 Danos materiais (roubo, colisão ou incêndio de veículos);

 Acidentes ocorridos fora do território nacional;

 Multas e fianças impostas ao condutor ou proprietário do veículo e quaisquer despesas decorrentes de ações
ou processos criminais;
 Danos pessoais resultantes de radiações ionizantes ou contaminações por radioatividade de qualquer tipo de
combustível nuclear, ou de qualquer resíduo de combustão de matéria nuclear.

DPEM
Sua finalidade é dar cobertura aos danos pessoais causados por embarcações ou por sua carga às pessoas
embarcadas, sejam elas transportadas ou não, estendendo-se a proprietários, tripulantes e condutores das
embarcações, independentemente de a embarcação estar ou não em operação.

report_problem
Atenção!

No caso de acidente ocorrido fora do território nacional, somente serão cobertas pessoas embarcadas ou
transportadas em embarcações de bandeira brasileira.

O seguro DPEM foi instituído pela Lei nº 8.374, de 30/12/1991, a qual, em seu artigo 1º, alterou a alínea "l" do
artigo 20 do Decreto-lei nº 73, de 21/11/1966.

Os danos pessoais cobertos pelo referido seguro, mediante simples prova do acidente e do dano decorrente
independentemente da existência de culpa, compreendem as indenizações por:

1. Morte
2. Invalidez permanente
3. Despesas de assistência médica e suplementares

A cobertura do seguro, porém, não abrange:

1. adjust

Danos pessoais decorrentes de radiações ionizantes ou de contaminação pela radioatividade de qualquer


combustível nuclear ou de qualquer resíduo de combustão de matéria nuclear.

2. adjust

Multas e fianças impostas a condutores ou proprietários das embarcações.

Os demais tipos de seguro privado são:

 Seguro rural;

 Seguro compreensivo;
 Seguro-garantia;

 Seguro de danos;

 Seguro de pessoas;

 Seguro de transportes;

 Seguro de crédito;

 Seguro de automóveis;

 Seguro de garantia estendida;

 Previdência complementar aberta;

 Capitalização.

Nas próximas seções do módulo, os tipos de seguro citados serão abordados.

Seguro rural
O que é o seguro rural?
O seguro rural é um dos mais importantes instrumentos de política agrícola por permitir ao produtor proteger-se
contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos climáticos adversos. Contudo, ele é mais abrangente,
cobrindo não só a atividade agrícola, mas também a atividade pecuária, o patrimônio do produtor rural, os seus
produtos e o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.

O objetivo maior dele é oferecer coberturas que, ao mesmo tempo, atendam ao produtor e à sua produção, assim
como à sua família, à geração de garantias a seus financiadores, aos investidores e aos parceiros de negócios,
pois todos eles estão interessados na maior diluição possível dos riscos pela combinação dos diversos ramos de
seguro.

Tipos de seguro rural


Podemos dividir o seguro rural em oito tipos distintos, são eles:

Seguro agrícola

Cobre as explorações agrícolas contra perdas decorrentes principalmente de fenômenos meteorológicos. De


forma básica, a cobertura atém-se à vida da planta, desde sua emergência até a colheita, contra a maioria dos
riscos de origem externa.Exemplos: Incêndio e raio, tromba d'água, ventos fortes, granizo, geada, chuvas
excessivas, seca e variação excessiva de temperatura.

Seguro pecuário

Cobre os danos diretos ou indiretos ao animal destinado ao consumo e/ou produção, englobando as fases de cria,
recria e engorda, bem como aos animais de trabalho destinados à sela, ao trabalho por tração e ao transporte no
manejo da fazenda.

Seguro aquícola

Garante a indenização por morte e/ou outros riscos inerentes a animais aquáticos (peixes, crustáceos etc.) em
consequência de acidentes e doenças.

Seguro de benfeitorias e produtos agropecuários

Tem como objetivo cobrir perdas e/ou danos causados aos bens diretamente relacionados às atividades agrícola,
pecuária, aquícola ou florestal que não tenham sido oferecidos em garantia de operações de crédito rural.

Seguro de penhor rural

Pretende cobrir perdas e/ou danos causados aos bens diretamente relacionados às atividades agrícola, pecuária,
aquícola ou florestal que tenham sido oferecidos em garantia de operações de crédito rural.

Seguro de florestas

Propõe-se a garantir o pagamento de indenização pelos prejuízos causados nas florestas seguradas, identificadas
e caracterizadas na apólice, desde que eles tenham decorrido diretamente de um ou mais riscos cobertos.

Seguro de vida

Destina-se ao produtor rural devedor de crédito rural e terá sua vigência limitada ao período de financiamento,
sendo que o beneficiário será o agente financiador.

Seguro de Cédula do Produto rural (CPR)

Seu propósito é garantir ao segurado o pagamento de indenização de obrigações estabelecidas na CPR em


hipótese de comprovada falta de cumprimento por parte do tomador.

Contudo, precisamos entender a diferença entre o seguro pecuniário e o seguro de animais:

Seguro pecuário
Definido como modalidade de seguro rural, o seguro pecuário tem por objetivo cobrir os danos diretos ou
indiretos ao animal destinado ao consumo e/ou à produção, englobando as fases de cria, recria e engorda, bem
como aos animais de trabalho destinados à sela, ao trabalho por tração e ao transporte no manejo da fazenda.

Aqueles destinados à atividade reprodutiva cuja finalidade seja exclusivamente o incremento e/ou a melhoria de
plantéis dos animais mencionados no parágrafo único, art. 2º, da Circular Susep nº 640, de 23 de agosto de 2021,
também estão enquadrados na modalidade de seguro pecuário.

Seguro de animais

Voltado para os animais classificados como de elite, domésticos ou para segurança, esse seguro não está
enquadrado como seguro rural.
Entendem-se como animais de elite aqueles destinados ao lazer ou à participação em torneios/provas esportivas,
bem como os que são utilizados exclusivamente em atividade reprodutiva para fins distintos daqueles
estabelecidos para o seguro pecuário. Já os animais domésticos são entendidos como aqueles adaptados ao
convívio familiar e destinados exclusivamente à companhia de pessoas, à atividade de cão-guia ou à guarda
residencial.
Por fim, os animais para segurança são vistos como aqueles destinados aos serviços de segurança e à fiscalização
por pessoas jurídicas de direito público ou privado destinadas a tal fim.

O seguro pecuário, além disso, goza de isenção tributária irrestrita de quaisquer impostos ou tributos federais nos
termos do artigo 19 do Decreto-Lei nº 73/1966, o que não ocorre com o seguro de animais

Seguro compreensivo e seguro-garantia


Seguro compreensivo
Plano que conjuga vários ramos ou modalidades em uma mesma apólice, o seguro compreensivo tem como
características os seguintes pontos:

Taxas

Reduzidas em relação aos chamados seguros convencionais.

Cláusulas

Menos restritivas e de mais fácil compreensão pelos segurados.

Estrutura modular

Com ampla gama de coberturas e garantias acessórias, ela permite ao segurado a escolha das mais adequadas às
suas necessidades, o que resulta na montagem de um seguro “personalizado” em uma única apólice.

O seguro compreensivo compreende os seguintes grupos:


Compreensivo residencial
O seguro compreensivo residencial é destinado a residências individuais e a casas e apartamentos habituais ou de
veraneio, garantindo uma cobertura para a edificação e podendo oferecê-la, de forma facultativa, para o conteúdo
dela.

As coberturas mais comuns são aquelas contra:

Incêndio
Queda de raios

Explosão

Adicionalmente, são oferecidas coberturas que indenizam os danos causados, entre outros, por alagamento,
queimadas em zona rural, vendaval, impacto de veículos, queda de aeronave, danos elétricos e responsabilidade
civil familiar.

Compreensivo condomínio

De acordo com o Decreto-Lei nº 73/1666 e a Lei nº 10.406/2002 (Código Civil), é obrigatória a contratação de
seguro para edifícios divididos em unidades autônomas contra o risco de incêndio ou de destruição total ou
parcial, abrangendo todas as unidades autônomas e suas partes comuns.

Além de garantir cobertura para a edificação, abrangendo as unidades autônomas, o seguro compreensivo
condomínio cobre as partes comuns do condomínio. A cobertura básica dele abrange riscos de incêndio, queda
de raio e explosão, podendo ser oferecidas outras coberturas adicionais, de acordo com os riscos a que estiver
sujeito o condomínio segurado.

Exemplo

Coberturas de danos causados por vendaval e impacto de veículos, assim como por danos elétricos e quebra de
vidros.

Facultativamente, o seguro condomínio também pode prever uma cobertura para o conteúdo.

São modalidades de seguro obrigatório para condomínios:

Cobertura básica simples


Compreende coberturas para incêndio, queda de raio dentro do terreno segurado e explosão de qualquer natureza.

Cobertura básica ampla

Compreende coberturas para quaisquer eventos que possam causar danos físicos ao imóvel segurado, exceto os
expressamente excluídos.

Compreensivo empresarial
É obrigatório o seguro contra riscos de incêndio de bens móveis e imóveis pertencentes a pessoas jurídicas,
preveem tanto o Decreto-Lei nº 73/1966 quanto o Decreto nº 61.867/1967. Tal seguro será contratado por meio
de um seguro compreensivo.

Seguro-garantia
O seguro-garantia tem por objetivo garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo tomador perante o
segurado. Ele divide-se em dois ramos:

Setor público
Setor privado

Seguro-garantia: segurado - setor público


É o seguro que objetiva garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo tomador perante o segurado
em razão de participação em:

 Licitação;

 Contrato principal pertinente a obras, serviços, inclusive de publicidade, compras, concessões ou permissões
no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios;

 Obrigações assumidas em função de processos administrativos e judiciais, até de execuções fiscais;

 Parcelamentos administrativos de créditos fiscais inscritos ou não em dívida ativa e/ou regulamentos
administrativos;

 Multas e indenizações oriundas do inadimplemento das obrigações assumidas pelo tomador previstos em
legislação específica.

Seguro-garantia: segurado - setor privado


É o seguro que objetiva garantir o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo tomador perante o segurado
no contrato principal firmado. Esse tipo de seguro é regulado pela Circular nº 477, de 30 de setembro de 2013.

Seguros de pessoas
Tem por objetivo garantir o pagamento de uma indenização ao segurado ou aos seus beneficiários, desde que
sejam observadas as condições contratuais e as garantias contratadas.

São exemplos de seguros de pessoas:

 Seguro de vida;

 Seguro de acidentes pessoais;

 Seguro-viagem;

 Seguro diária por internação hospitalar;

 Seguro de diária de incapacidade temporária;

 Seguro-funeral;

 Seguro educacional;

 Seguro prestamista;

 Seguro-desemprego (perda de renda);

 Seguro de perda de certificado de habilitação de voo.

Dica

Os seguros de pessoas podem ser contratados de forma individual ou coletiva.

Existe uma regulação específica para os ramos desse tipo de seguro. Elencaremos três delas a seguir:

Seguro-viagem

Resolução CNSP nº 315/2014.

Seguro-funeral
Resolução CNSP nº 352/2017.

Seguro prestamista

Resolução CNSP nº 365/2018.

Seguros de transportes
O que é o seguro de transporte?
Ele garante ao segurado uma indenização pelos prejuízos causados aos bens segurados durante o seu transporte
em viagens aquaviárias, terrestres e aéreas realizadas em percursos nacionais e internacionais. A cobertura pode
ser estendida durante a permanência das mercadorias em armazéns.

O seguro de transportes é composto por:

Cobertura básica

De contratação automática.

Coberturas adicionais

Cobrem riscos que não são protegidos pela cobertura básica e contra os quais o segurado opcionalmente pode se
garantir mediante o pagamento de prêmio adicional.

Vejamos de maneira mais aprofundada alguns tipos de cobertura básica a seguir:

Nº 1 - cobertura básica restrita (C)

Garante ao segurado os prejuízos que ele venha a sofrer em consequência de perdas e danos materiais causados
ao objeto segurado exclusivamente por:

▪ Incêndio, raio ou explosão;

▪ Encalhe, naufrágio ou soçobramento do navio ou embarcação;

▪ Capotagem, colisão, tombamento ou descarrilamento de veículo terrestre;

▪ Colisão, queda e/ou aterrissagem forçada da aeronave, devidamente comprovada;

▪ Descarga da carga em porto de arribada;


▪ Carga lançada ao mar;

▪ Perda total de qualquer volume durante as operações de carga e descarga do navio;

▪ Perda total decorrente de fortuna do mar e/ou de arrebatamento pelo mar;

▪ Abalroamento, colisão ou contato do navio ou embarcação com qualquer objeto externo que não seja água.

Nº 2 - cobertura básica restrita (B)

Garante ao segurado os prejuízos que ele venha a sofrer em consequência de perdas e danos materiais causados
ao objeto segurado pelos riscos citados na cobertura anterior e por:

▪ Inundação, transbordamento de cursos d’água, represas, lagos ou lagoas durante a viagem terrestre;

▪ Desmoronamento ou queda de pedras, terras, obras de arte de qualquer natureza ou outros objetos durante a
viagem terrestre;

▪ Terremoto ou erupção vulcânica;

▪ Entrada de água do mar, lago ou rio em embarcação ou navio, veículo, “contêiner”, furgão (liftvan) ou local de
armazenagem.

Nº 3 - cobertura básica ampla (A)

Garante ao segurado os prejuízos que ele venha a sofrer em consequência de todos os riscos de perda ou dano
material sofridos pelo objeto segurado:

Em consequência de quaisquer causas externas, exceto aquelas previstas na cláusula de prejuízos não
indenizáveis.

Existem ainda coberturas básicas que visam cobrir mercadorias e/ou situações específicas, como é o caso das
seguintes coberturas:

Nº 4

Cobertura básica restrita para embarques de mercadorias/bens acondicionados em ambientes refrigerados.

Nº 5

Cobertura básica ampla para embarques de mercadorias/bens acondicionados em ambientes refrigerados.

Nº 6
Cobertura básica restrita para mercadorias/bens congelados.

Nº 7

Cobertura básica ampla para mercadorias/ bens congelados.

Nº 9

Cobertura básica ampla para animais vivos (exceto embarques aéreos de aves vivas).

Nº 10

Cobertura básica ampla para seguros de transportes aéreos de aves vivas.

Nº 20

Cobertura básica para seguros de bagagem.

Nº 21

Cobertura básica para seguros de mercadorias conduzidas por portadores.

Seguro de transportes x seguro de responsabilidade


civil do transportador
Contratado pelo dono da carga, o seguro de transportes é de contratação obrigatória para pessoas jurídicas, à
exceção dos órgãos públicos. Já o seguro de responsabilidade civil do transportador precisa ser obrigatoriamente
contratado pela empresa de transporte, embora cubra apenas prejuízos pelos quais o próprio transportador seja o
responsável.

Exemplo

Colisão, capotagem, abalroamento, incêndio ou explosão do veículo transportador.

Menu
Vídeos
Baixar conteúdo em PDF
Buscar
Derivativos
Definição e mercados
Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou
índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros etc.), negociado no
mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo).

Os derivativos podem ser classificados, entre outros, em:

view_headline

Contratos a termo
read_more

Contratos futuros
attach_money

Opções de compra e venda


swap_horiz

Operações de swaps
Uma característica do mercado de derivativos é a negociação dos principais produtos do mercado sob a forma de
contratos padronizados (ou com certa padronização) com especificação da quantidade, qualidade, prazo de
liquidação e forma de cotação do ativo objeto (ou subjacente) do contrato.

Os negócios ocorrem em mercados organizados, para garantir segurança e oportunidades para a realização das
transações que viabilizem a transferência de riscos das flutuações de preços das commodities vinculadas às
variáveis macroeconômicas.

Nos mercados futuros e a termo, os participantes se comprometem a comprar ou vender certa quantidade de um

ativo por um preço estipulado para a liquidação em data futura.

O mercado futuro é negociado em bolsa, é todo padronizado e possui ajuste diário: todos os dias são verificadas
as alterações de preços dos contratos para apuração das perdas de um lado e dos ganhos do outro, realizando-se a
liquidação das diferenças do dia.

Já no mercado de balcão, os bancos fazem os contratos customizados para os clientes e normalmente não há
ajuste diário.

No mercado de opções, o adquirente paga um prêmio pela opção, ou seja, pela possibilidade de comprar ou
vender um ativo em uma data futura por um valor previamente acordado. O comprador (chamado titular) sempre
terá o direito de exercer o contrato, mas não tem a obrigação de fazer. O vendedor do contrato futuro por opção é
chamado de lançador, que tem a obrigação no pregão de atender ao exercício caso o titular opte por negociar seu
contrato.

Entenda mais sobre os mercados:

Mercado a termo
 Os desembolsos ocorrem somente no vencimento do contrato.

 A negociação dos contratos ocorre em balcão ou mesas de negociação.

Mercado futuro
 Os compromissos são ajustados diariamente.

 Os contratos são negociados somente em bolsas.

Mercado de opções
 Negocia-se o direito de comprar ou vender um bem por um preço fixo em data futura.
 Os contratos são negociados em pregão, com ampla concorrência, ou em balcão.

Exemplos de operações de hedge em contratos


derivativos
Veja um exemplo de operação de hedge com contratos a termo.

Um frigorífico, exportador de carne bovina, resolveu planejar, em 16 de agosto de 2021, o suprimento de abate
para outubro de 2022, equivalente a 2 mil cabeças de gado, para que possa honrar seus compromissos de
exportação. Para tanto, o frigorífico precisa comprar bois na data futura.

A empresa corre dois riscos: o do preço do boi (ela terá que comprar o boi em uma data futura); e o da moeda
estrangeira (ela já irá fechar o preço em dólares dos bois vendidos na exportação).

Para mitigar esses riscos, o frigorífico pode recorrer a contratos derivativos: pode comprar boi a termo (que é
combinar de comprar o boi em uma data futura a um já predeterminado hoje) e pode vender dólar a termo
(combinar de vender os dólares que a empresa irá receber a um preço já preestabelecido).

Agora, veja um exemplo de operação de hedge com contratos de opções de venda.

Um produtor de milho, que ainda não colheu sua safra estimada em 1 mil sacas, supõe que, quando for vender
milho no mercado, os preços podem ter caído muito e pensa em se proteger contra esse risco. Ele estima colher e
vender seu milho em até sessenta dias.

Para assegurar um preço de venda competitivo, mais uma margem de lucro, decide comprar opções de venda de
milho ao preço de exercício de 20 dólares por saca (ou seja, tem o direito de vender cada saca por 20 dólares),
negociadas na Bolsa para um vencimento compatível (por volta de sessenta dias) ao prêmio de 2 dólares por
saca. Dessa forma, o produtor compra um seguro por 2 dólares que lhe dá o direito de vender cada saca por 20
dólares. Se o preço estiver abaixo desse valor, ele irá exercer a sua opção.

Suponha que no vencimento da opção o preço à vista esteja em 15 dólares. O produtor exercerá seu direito de
vender a 20 dólares por saca, obtendo um ganho de 5 dólares por saca. Estimando colher 1 mil sacas, teria um
ganho econômico de 5 mil dólares com a opção, dos quais deduzirá 2 mil dólares que pagou pelo prêmio,
auferindo um lucro de 3 mil dólares na operação.

Saca de milho.
Se não fizesse a opção e vendesse no mercado interno e competitivo a 15 dólares a saca, não teria tal vantagem.

Os estudos de natureza econômica e contábil são baseados na regulação bancária, atuarial e previdenciária,
fundamentais para evidenciar e esclarecer os procedimentos contábeis e consolidá-los.

Sabemos que o atuário é vital no mercado mundial, principalmente no ramo de proteções. Sendo assim,
falaremos sobre a contabilização atuarial de seguros por meio de explicações, cálculos e alguns exemplos
práticos.

Menu
Vídeos
Baixar conteúdo em PDF
Buscar

Reservas x Provisões atuariais


Diferenças entre reservas e provisões atuariais
Quando falamos em contabilização atuarial, precisamos falar primeiro sobre os cálculos realizados pelo atuário a
fim de garantir recurso para a seguradora honrar seus compromissos. Nesse campo de trabalho, costumamos
ouvir duas expressões que podem ser confundidas entre si:

Reservas Provisões

Na contabilidade, essas expressões carregam uma diferença entre si e não devem ser confundidas.

As reservas são registros feitos no patrimônio líquido (PL) da empresa decorrentes de lucro, retidos com
finalidade específica. Alguns exemplos são:

 Reserva legal;

 Reserva para contingência;

 Reserva estatutária.
Para as seguradoras, existe uma reserva de capital exigida para que possam operar. Tal reserva é chamada
de capital mínimo requerido (CRM). Quando esse capital não é atingido, a SUSEP determina que a seguradora
deve apresentar planos de suficiência e solvência para garantir a cobertura das obrigações. Veja:

Plano de regularização de solvência (PRS)

Plano que deverá ser enviado à SUSEP pela supervisionada, na forma estabelecida nesta resolução, visando à
recomposição da situação de solvência quando a insuficiência do patrimônio líquido ajustado (PLA) em relação
ao CMR for de até 50%.

Plano de regularização de suficiência de cobertura (PRC)

Plano que deverá ser enviado à SUSEP pela supervisionada, na forma estabelecida nesta resolução, visando à
recomposição da situação de cobertura das provisões técnicas.

Insuficiência de cobertura das provisões técnicas

Insuficiência do ativo garantidor em relação ao montante das provisões técnicas subtraído do valor dos ativos
redutores da necessidade de cobertura, desconsiderando o montante das provisões matemáticas de benefícios a
conceder e dos seus correspondentes fundos de investimentos especialmente constituídos, relativos a planos
abertos de previdência complementar e de seguro de pessoas com cobertura por sobrevivência cuja remuneração
esteja calcada na rentabilidade de carteiras de investimentos durante o prazo de diferimento.

Já as provisões são valores alocados para utilização futura, ou seja, estimados ou já conhecidos, reservados para
cumprir despesas futuras. Alguns exemplos são as provisões de férias, décimo terceiro salário, entre outros.

Apesar dos termos apresentarem diferenças entre si no campo contábil, no campo atuarial eles são similares e,
por isso, você pode encontrá-los como sinônimos em muitos materiais.

Menu
Vídeos
Baixar conteúdo em PDF
Buscar
Provisões técnicas
Reservas técnicas
Uma empresa de seguro deve ter dinheiro disponível para cumprir com as suas obrigações. Por exemplo: uma
seguradora precisa de valor “imediato” para pagar uma indenização por morte de um segurado de 30 ou 80 anos,
assim como precisa ter dinheiro para cobrir um sinistro de um carro com seguro contratado há dois ou dez meses.

Essas situações podem ou não acontecer; afinal, são riscos, e, para garantir a solvência, todos os cálculos

precisam estar corretos.

Para isso, na atuária, temos o que chamamos de provisões técnicas ou reservas técnicas.

Essas reservas são valores calculados pelos atuários a partir dos prêmios pagos pelos segurados, com a finalidade
de garantir as indenizações futuras.
Provisão técnica com base em eventos ocorridos

Conhecida como provisão de sinistros, essa reserva tem como objetivo liquidar os eventos já ocorridos, ou seja,
os sinistros. Neste grupo existem duas provisões:

 Provisão de sinistros ocorridos mas não avisados (IBNR)

 Provisão de sinistros a liquidar (PSL)

IBNR

O período em que ocorre o sinistro até o momento do aviso para a seguradora é chamado de IBNR, do
inglês Incurred but not reported. Nesse momento, o pagamento da indenização ainda é uma estimativa, baseada
em eventos anteriores, grupos similares e outras características em comum apuradas pelo atuário.

Comentário

Sem determinação de cálculo por lei, cada empresa pode estabelecer qual a melhor regra e metodologia que
atenda às suas necessidades, sendo sempre acompanhada por um profissional atuário.

PSL

Já o PSL tem relação com o período posterior, ou seja, do aviso do sinistro até o pagamento (do valor estimado
até o valor real a ser pago). Quando comunicado o sinistro à seguradora, o processo de pagamento começa a ser
realizado.

Dependendo do tipo de seguro, pode levar mais ou menos tempo para ocorrer de fato o pagamento. Sendo assim,
a provisão engloba cálculos e detalhes que permitem a avaliação correta do pagamento, sem prejudicar as partes
(seguradora x segurado).

Provisão técnica com base em eventos futuros


Conforme sugere o nome, essa provisão garante o pagamento de eventos futuros que ainda não ocorreram.
Quando reconhecido na contabilidade da empresa, o prêmio é incorporado como receita e as provisões são
realizadas em uma conta chamada de provisão de prêmios não ganhos.

Menu
Vídeos
Baixar conteúdo em PDF
Buscar
Cálculos das provisões
Como calcular as provisões
Para cada tipo de seguro, há uma análise diferente. Se partirmos dos princípios da equiprobabilidade e da
classificação dos riscos, podemos agregar vários seguros que possuem similaridades entre si e analisá-los de
forma conjunta.

Essas análises trarão para o atuário informações relevantes para encontrar quais são os valores ideais das
reservas.

Existem dois métodos de cálculos para as provisões:

Cálculo retrospectivo

Diferença entre as obrigações passadas do cliente para com a seguradora e da seguradora para com o cliente.

close
Cálculo prospectivo

São as diferenças dos compromissos futuros entre as partes (seguradora x segurado) que são trazidas ao valor
presente.

Para nosso estudo, usaremos o cálculo retrospectivo.

Por exemplo: Luís é atuário na seguradora Protege Tudo SA desde 2009. Entre 2000 a 2008, a empresa
apresentou alguns problemas financeiros, mas não conseguiu encontrar saída para eles.

Com toda essa situação, ao ser contratado, Luís analisou os documentos contábeis da empresa e pôde perceber
uma divergência de valores nas provisões técnicas realizadas em relação ao número de indenizações pagas, e isso
tudo estava gerando prejuízo para a seguradora.

Em outras palavras, ele identificou que as reservas eram menores que o valor das obrigações da seguradora para
com os segurados.

Pensando em resolver os problemas financeiros do novo local de trabalho, Luís alavancou um estudo referente ao
período anterior a sua contratação, conforme apresenta os dados abaixo.

QUANTIDADE DE VALOR MÉDIO VALOR MÉDIO


GRUPO
SEGUROS MENSAL / BEM ANUAL / BEM

A 20 200,00 200 x 12 = 2.400,00

B 30 100,00 100 x 12 = 1.200,00

Tabela 1: Dados dos grupos A e B.


Iara Marchioretto.

Ao observar os dados da tabela, podemos deduzir que os grupos A e B foram formados de acordo com as
características das proteções, assim como outras similaridades que permitem análises em conjunto (valor do
prêmio, bem segurado, indenização etc.), respeitando os princípios atuariais.

Considere que a empresa manteve a quantidade de segurados e o valor dos seguros pelo período de 2000 a 2008.
Além disso, no exemplo, cada sinistro do Grupo A equivale a uma indenização de 30 mil reais. Veja:

GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$


GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$

2000 0 20 x 2.400 = 48.000 48.000,00

2001 1 20 x 2.400 = 48.000 96.000,00

2002 1 20 x 2.400 = 48.000 144.000,00

2003 0 20 x 2.400 = 48.000 192.000,00

2004 2 20 x 2.400 = 48.000 240.000,00

2005 0 20 x 2.400 = 48.000 288.000,00

2006 3 20 x 2.400 = 48.000 336.000,00

2007 1 20 x 2.400 = 48.000 384.000,00

2008 1 20 x 2.400 = 48.000 432.000,00

Tabela 2: Análise por período Grupo A.


Iara Marchioretto.

Para entender melhor a Tabela 2, o valor de 48.000,00 /ano, que constam nas linhas da coluna Arrecadação
Anual, é resultado da soma de todos os pagamentos dos prêmios dos segurados, uma vez que cada segurado
contribui com 200,00 mensais por 12 meses/ano, totalizando 2.400,00/prêmio total. Se temos 20 seguros no
Grupo A, logo chegamos ao valor de 48.000,00/ano.

Nas notas explicativas dos relatórios contábeis, Luís encontrou que a seguradora deixava para a provisão técnica
cerca de 35% do valor total da arrecadação. Sendo assim:

48.000,00 x 35% = 16.800,00

Esse é o valor que a empresa separava anualmente referente às reservas. Temos nove anos de análise, portanto:

9 x 16.800,00 = 151.200,00
De acordo com o levantamento do atuário, a Protege Tudo SA obteve sinistros em 2001, 2002, 2004, 2006, 2007
e 2008, totalizando nove indenizações a ser pagas:

30.000,00 para cada indenização x 9 = 270.000,00


Total provisionado no período = 151.200,00
Saldo do grupo provisão x indenização = - 118.800,00

Já o Grupo B paga 15.000,00 para cada sinistro ocorrido. Além disso, nas notas explicativas, esse grupo
mantinha como provisão 50% das arrecadações.

GRUPO B SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$

2000 2 30 x 1.200 = 36.000 36.000,00

2001 1 30 x 1.200 = 36.000 72.000,00

2002 1 30 x 1.200 = 36.000 108.000,00

2003 0 30 x 1.200 = 36.000 144.000,00

2004 2 30 x 1.200 = 36.000 180.000,00

2005 0 30 x 1.200 = 36.000 216.000,00

2006 1 30 x 1.200 = 36.000 252.000,00

2007 0 30 x 1.200 = 36.000 288.000,00

2008 1 30 x 1.200 = 36.000 324.000,00

Tabela 3: Análise por período Grupo B.


Iara Marchioretto.

Os sinistros para o Grupo B aconteceram em 2000, 2001, 2002, 2004, 2006 e 2008, totalizando oito
indenizações. Conforme apresentado, a empresa determinava reserva de 50%, veja:

324.000 x 50% = 162.000,00


O cálculo também pode ser feito pela arrecadação anual, assim como feito na análise do Grupo A:

36.000 x 50% = 18.000


18.000 x 9 (quantidade de anos analisados no período) = 162.000,00

Para cada sinistro, deve-se pagar 15.000,00.

Logo, 8 x 15.000,00 = 120.000,00


Total provisionado no período = 162.000,00
Saldo do grupo provisão x indenização = 42.000,00

Com esses estudos, Luís pôde descobrir por que a empresa vinha apresentando valores negativos, mesmo
mantendo todos os segurados durante longo período.

A fim de resolver o problema de imediato, ele propôs um aumento de reserva do Grupo A para 50%, além de um
reajuste do prêmio pago pelos segurados em 25%, buscando manter os benefícios para eles. Com isso, o prêmio
passaria de 2.400/ano para 3.000/ano.

GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$

2000 0 20 x 3.000 = 60.000 60.000,00

2001 1 20 x 3.000 = 60.000 120.000,00

2002 1 20 x 3.000 = 60.000 180.000,00

2003 0 20 x 3.000 = 60.000 240.000,00

2004 2 20 x 3.000 = 60.000 300.000,00

2005 0 20 x 3.000 = 60.000 360.000,00

2006 3 20 x 3.000 = 60.000 420.000,00

2007 1 20 x 3.000 = 60.000 480.000,00


GRUPO A SINISTROS / ANO ARRECADAÇÃO ANUAL TOTAL EM R$

2008 1 20 x 3.000 = 60.000 540.000,00

Tabela 4: Proposta de reajuste Grupo A.


Iara Marchioretto.

Repetindo a mesma análise, porém com novos dados, temos que, de acordo com o levantamento do atuário, a
Protege Tudo SA obteve sinistros em 2001, 2002, 2004, 2006, 2007 e 2008, totalizando nove indenizações.

9 x 30.000,00 = 270.000,00 (total de indenizações a pagar)


Valor total previsto para reserva = 540.000,00 x 50% = 270.000,00
Saldo do grupo provisão x indenização = 270.000,00 – 270.000,00 = 0,00

Você pode estar pensando que o problema da empresa está todo resolvido zerando o “prejuízo” do Grupo A.
Entretanto, na atuária, um excesso acidental de constituição de provisões técnicas, como no Grupo B, pode
distorcer a fidedignidade e a transparência de demonstrações financeiras.

Atenção

A seguradora deve manter as provisões equilibradas com as indenizações de seus segurados, sem exceder
valores, pois essa situação pode causar insegurança em relação aos números e dados apresentados, além de poder
prejudicar o lucro dos acionistas.

Para evitar questionamentos e manter a transparência, a seguradora, junto ao profissional atuário, produz uma
série de cálculos e estudos matemáticos/estatísticos por meio de relatórios contábeis/financeiros de um longo
período ou, ao menos, do maior período possível.

Sendo assim, seguem as alterações para o Grupo B.

Luís propôs a seguinte alteração: reduzir as provisões de 50% para aproximadamente 37%. Com essas alterações
a empresa passa a ter um fôlego financeiro e será possível honrar todas as obrigações com os segurados, de
acordo com as perspectivas apuradas, além de garantir a transparência e confiança em suas operações.

Um dos princípios mais importantes no campo atuarial é o da Lei dos Grandes Números: quanto mais um caso

for analisado (com mais dados e com um período maior), maior a sua confiabilidade.
Vale ressaltar que o caso analisado aqui é hipotético, ou seja, trata-se de um exemplo para entender alguns
cálculos atuariais. Em uma situação real, é de extrema importância analisar mais dados, períodos maiores e
qualquer outra situação relevante que possa implicar a obtenção dos valores atuários.

Além disso, é importante estar atento a todas as regras e obrigações com o órgão supervisor, garantindo a
solvência e credibilidade da empresa e do trabalho do profissional.

O mercado atuarial
Veja a seguir em quais mercados o atuário é essencial e a relevância da contabilização em alguns aspectos.

Menu

Vídeos

Baixar conteúdo em PDF

Buscar
emoji_events

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

Antônio tem um seguro de veículos na empresa Carro Protegido S/A. Ao sair para o trabalho, bateu com o
veículo. Era preciso, então, acionar a seguradora. Entretanto, ele ainda não fez isso, pois está juntando a
documentação que acredita ser necessária.

Essa situação em que já ocorreu o sinistro, mas ainda não foi comunicado à seguradora, é definida como:

A PSL

BIBNR

C Indenização

D Tempo de espera

E Tempo médio de atendimento

Parabéns! A alternativa B está correta.

O período em que ocorre o sinistro até o momento do aviso para a seguradora é chamado de IBNR. Nesse
momento, o pagamento da indenização ainda é uma estimativa, com base em eventos anteriores, grupos similares
e outras características em comum apuradas pelo atuário.
Questão 2

Bruna é especialista em atuária e contadora experiente. A seguradora a contratou para realizar os cálculos
atuariais relativos às provisões. Em sua proposta de honorários de consultoria, Bruna estabeleceu valores de
honorários correspondentes aos dois métodos de cálculos para as provisões e aguardará para que a seguradora
analise a proposta e responda qual é, entre as duas opções de cálculo de provisões, sua política. Marque a
alternativa relativa aos métodos de cálculos de provisões.

A Cálculo explicativo e indutivo.

B Cálculo retrospectivo e explicativo.

C Cálculo retrospectivo e prospectivo.

D Cálculo explicativo e prospectivo.

E Cálculo retroativo e retrospectivo.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Cálculo retrospectivo: Diferença entre as obrigações passadas do cliente para com a seguradora e da seguradora
para com o cliente.
Cálculo prospectivo: Diferença dos compromissos futuros entre as partes (seguradora × segurado) trazida ao
valor presente.

Contabilização atuarial
A contabilização atuarial na prática
Na contabilização, a partir dos cálculos atuariais, efetuaremos registros contábeis referente aos acontecimentos
das operações de seguros.

Para os registros de receita e despesa nas seguradoras, devemos respeitar o princípio da competência, ou seja,
devem ser registrados na data em que ocorrem, independentemente de pagamento ou recebimento.

O fato gerador da receita dos produtos de risco, para fins de reconhecimento inicial, é a
emissão do prêmio/contribuição ou o início da vigência do risco, o que ocorrer primeiro.

(Superintendência de Seguros Privados (SUSEP))

Assim, o lançamento contábil para o reconhecimento de receita em uma seguradora deve ser realizado no
seguinte formato:

 D – Prêmios a receber (conta do ativo)

 R – Prêmios ganhos (conta de resultado – receita)

No registro devem ser desconsiderados impostos, como o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), além de
adicionais de fracionamentos ou demais encargos, com a finalidade de manter o lançamento aberto para qualquer
situação de reconhecimento de receita.

Para contabilizar o valor recebido referente ao prêmio pelo segurado, usamos este modelo de lançamento:

 D – Caixa/Bancos

 C – Prêmios a receber (conta do ativo)

Já para contabilizar as provisões mensais, usaremos a conta de provisão do passivo:

 D – Provisões técnicas (conta de resultado – despesa)

 C – Provisões técnicas (conta do passivo)


Quando ocorre o sinistro e o pagamento da indenização é efetuado:

 D – Provisões técnicas (conta do passivo)

 C – Caixa/Bancos

Por exemplo: Luciane trabalha na seguradora ABC S/A e precisa realizar os registros contábeis conforme as
seguintes informações:

 A empresa registrou a venda de dois seguros com prêmio bruto total no valor de 1000,00 cada.

 Após quinze dias, os segurados efetuaram o pagamento total dos prêmios à seguradora.

 Luciane precisa registrar as provisões de 50% em cima dos valores dos prêmios conforme orientação do
atuarial.

Luciane efetuou os seguintes registros:

Dois lançamentos relativos a Venda de seguro no valor de 1000,00

 D – Prêmios a receber

 C – Prêmios ganhos

 H: Venda de seguro no valor de 1000,00

Nesses dois primeiros lançamentos, registramos a venda dos seguros realizados, considerando o pagamento dos
prêmios em cota única.

Após alguns dias, o valor é recebido de fato no caixa da empresa. Aqui é importante lembrar que foi respeitado o
princípio da competência e, com isso, independentemente desse recebimento, a receita foi reconhecida
anteriormente no momento da venda.

Dois lançamentos relativos ao Recebimento de 1000,00 da venda de seguro efetuada há quinze dias

 D – Caixa/Bancos

 C – Prêmios a receber

 H: Recebimento de 1000,00 da venda de seguro efetuada há quinze dias

Dois lançamentos relativos à Provisão técnica de 50%: 500,00

 D – Provisões técnicas
 C – Provisões técnicas (passivo)

 H: Provisão técnica de 50% no valor de 500,00

Repare que os lançamentos de provisão para a seguradora são diferentes dos lançamentos de seguros mais
comuns que fazemos na contabilidade.

No dia a dia, lançamos o seguro dentro de uma conta redutora do ativo e fazemos mês a mês o lançamento da
despesa até zerar a apropriação, garantindo o direito ao seguro durante todo o período e respeitando o
reconhecimento da despesa.

Para uma seguradora, o seguro não se trata de um direito, mas sim de uma obrigação para com os segurados.

Por isso, as provisões feitas vão diretamente para uma conta de passivo, sendo a principal obrigação do ramo.

As movimentações e o saldo das contas estão dispostos na tabela a seguir:

Conta Débito Crédito Saldo

Caixa/Bancos (ativo) 1.000,00 - -

1.000,00 - 2.000,00

Prêmios a receber (ativo) 1.000,00 - -

1.000,00 - -

- 1.000,00

- 1.000,00 0,00

Prêmios ganhos (receita) - 1.000,00 -

1.000,00 2.000,00

Provisão de sinistros a liquidar (passivo) - 500,00 -


Conta Débito Crédito Saldo

500,00 1.000,00

Provisões técnicas (Despesa) 500,00 - -

500,00 - 1.000,00

- - - -

SALDO ATIVO PASSIVO RESULTADO

2.000,00 1.000,00 1.000,00

Veja agora como deve ser a contabilização das principais operações pelas seguradoras. Vamos lá!

Sinistros

Pelo registro da indenização de sinistros avisados:

Débito

Indenizações avisadas / Resultado.

Crédito

Provisão de sinistros a liquidar / Passivo.

Ajuste da provisão de indenização:

Débito

Ajuste de indenização de sinistros / Resultado.

Crédito

Provisão de sinistros a liquidar / Passivo.

Pagamento de indenização:
Débito

Provisão de sinistros a liquidar / Passivo circulante.*

* Geralmente são pagos com trinta dias.

Crédito

Disponibilidades / Ativo circulante.

Despesas com regularização de sinistros:

Débito

Despesas com sinistros / Resultado.

Crédito

Contas a pagar / Passivo circulante.

Pagamentos de despesas com sinistros:

Débito

Contas a pagar / Passivo circulante.

Crédito

Disponibilidades / Ativo circulante.

Pela provisão de prêmios não ganhos

Variação positiva:

Débito

Variação das provisões de prêmios não ganhos / Resultado.

Crédito

Provisão de prêmios não ganhos / Passivo circulante e/ou Passivo não circulante.*

* Depende do contrato.
Pela provisão de riscos decorridos
Variação positiva:

Débito

Variação de riscos decorridos / Resultado.

Crédito

Provisão de riscos decorridos / Passivo.

Variação negativa:

Débito

Variação de riscos decorridos / Resultado.

Crédito

Provisão de riscos decorridos / Passivo.

Pela emissão da apólice


Débito

Prêmios emitidos – seguros / Ativo Circulante.

Crédito

Prêmio emitido – seguros / Resultado.

Pela cobrança do prêmio


Débito

Disponibilidades / Ativo circulante.

Crédito

Prêmios emitidos – seguros / Ativo circulante.


Comissão sobre prêmio de seguro emitido
Débito

Comissão sobre prêmio emitido / Resultado.

Crédito

Comissões sobre prêmios emitidos / Passivo circulante e/ou Passivo não circulante.*

* Depende do prazo do contrato/apólice

Despesa de comercialização diferida


Débito

Comissões sobre prêmios emitidos / Passivo circulante e/ou Passivo não circulante.*

* Se o prazo for de 12 meses ou mais, registrar como longo prazo.

Crédito

Disponibilidades / Ativo circulante.

Menu
Vídeos
Baixar conteúdo em PDF
Buscar
Demonstrações contábeis
Demonstrações contábeis individuais e consolidadas
As demonstrações contábeis podem ser classificadas em:

Individuais

No caso de entidades individualizadas.

close
Consolidadas

Com base nos grupos econômicos.

Podem ser anuais e abrangem os fatos contábeis do exercício social, ou intermediárias, apresentadas em
períodos-base de levantamentos, inferiores a um ano, com periodicidade mensal, trimestral ou semestral.

Veja as diferentes demonstrações:


Demonstrações individuais

Consideram a companhia de forma individualizada, específica, apresentando ativos, passivos, patrimônio líquido,
receitas, despesas e fluxos de caixa. Nesse caso, os investimentos em companhias controladas, coligadas,
associadas ou joint ventures são apresentados no subgrupo de investimentos por meio do método da
equivalência patrimonial (MEP).

close
Demonstrações consolidadas

Apresentam a situação econômico-financeira de um grupo econômico em que os bens, direitos e obrigações


representados pelos ativos, passivos, patrimônio líquido, receitas, despesas e fluxos de caixa da controladora e de
suas controladas são apresentados como se fosse uma única entidade econômica, uma só companhia.

Para isso são realizados procedimentos de consolidação das demonstrações contábeis individuais em consonância
com o estabelecido no Pronunciamento Técnico CPC nº 36 (R3). A entidade que deve apresentar as
demonstrações consolidadas é a que controla uma ou mais controladas (a controladora).

De acordo com o CPC nº 21 (R1), a demonstração contábil intermediária é uma demonstração que contém um
conjunto completo de demonstrações contábeis ou um conjunto de demonstrações contábeis condensadas, de
período intermediário, podendo ser apresentada em período inferior àquele do exercício social completo.

A SUSEP, por meio da Circular nº 517/15, obriga as supervisionadas a elaborar demonstrações contábeis
individuais, com periodicidade anual ou intermediária, e consolidadas contendo:

 relatório da administração;

 balanço patrimonial;

 demonstração do resultado do período;

 demonstração de resultado abrangente;

 demonstração das mutações do patrimônio líquido;

 demonstração dos fluxos de caixa;

 notas explicativas; e

 relatório do auditor independentemente sobre as demonstrações contábeis.

Pela Circular SUSEP nº 517/15, as supervisionadas ficam obrigadas a se enquadrarem no conceito de


controladora, conforme estabelecido no CPC nº 36 (R3), e assim se sujeitam a apresentar as demonstrações
contábeis consolidadas anuais elaboradas com base em pronunciamentos em conformidade e aderentes às normas
internacionais; tais pronunciamentos são emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e
recepcionados pela SUSEP.

Todas as demonstrações contábeis são enviadas à SUSEP e divulgadas no seu site com o objetivo de ampliar a

transparência das empresas que atuam no mercado de seguros.

Com a finalidade de atender aos critérios de comparabilidade, previstos no Pronunciamento Conceitual Básico
CPC nº 00 (R1), com os valores relativos ao final do exercício social anterior, as demonstrações contábeis
individuais e consolidadas das companhias do mercado segurador devem conter duas colunas de valores
comparáveis – uma relativa ao exercício social corrente e outra relativa ao anterior.

Menu
Vídeos
Baixar conteúdo em PDF
Buscar
As demonstrações contábeis e a regulação pela SUSEP
Composição das demonstrações contábeis
A SUSEP estabeleceu modelos de publicação específicos para o balanço patrimonial, a demonstração do
resultado do exercício, a demonstração das mutações do patrimônio líquido e a demonstração de fluxo de caixa.
O Normativo Circular nº 517/2015 define, ainda, o nível de aglutinação máxima das contas para os modelos de
publicação referentes ao balanço patrimonial e à demonstração do resultado do exercício, evitando que a
informação seja agregada em um grupo de contas mais abrangente do que o estabelecido.

A SUSEP definiu os itens que devem compor das demonstrações contábeis de elaboração obrigatória pelas
entidades supervisionadas.

Relatório de administração (RA)

Relatório de elaboração e divulgação obrigatória, por ser parte integrante do rol de relatórios contidos na
publicação das demonstrações individuais intermediárias e anuais. O RA deve evidenciar os negócios sociais e os
principais fatos administrativos ocorridos no período considerado, os investimentos em outras empresas, a
política de distribuição de dividendos e de reinvestimentos de lucros, entre outros assuntos.

Balanço patrimonial (BP)

Demonstração contábil obrigatória, destinada a evidenciar qualitativa e quantitativamente a posição patrimonial e


financeira da entidade em uma data determinada.

Apresenta as contas classificadas, segundo os elementos do patrimônio, agrupadas de modo a facilitar o


conhecimento e a análise da situação financeira da empresa.

report_problem
Atenção!

As contas devem ser classificadas no balanço patrimonial de forma ordenada e uniforme, de acordo com o elenco
de contas proposto no plano de contas padrão, a fim de permitir aos usuários uma adequada análise e
interpretação da situação patrimonial e financeira, o que, no caso do mercado segurador brasileiro, é facilitado
pelo modelo de publicação.

A estrutura dessa demonstração contábil é apresentada a partir da aglutinação máxima de contas, contida no
modelo de publicação.

Demonstração do resultado do exercício (DRE)

A DRE é de caráter obrigatório para as empresas em geral, e apresentada de forma estruturada a fim de
evidenciar as receitas auferidas e as despesas incorridas dentro de um período (exercício social), de modo a
explicar como o resultado líquido foi gerado.

Os resultados podem representar:

Lucros

Se positivos.
close

Prejuízos

Se negativos.

Os resultados ainda consideram os itens normais da operação, custos, despesas, comissões, tributos, as
participações nos lucros, EBITDA, resultados financeiros, entre outros.

Se resultar em lucro, pode ser chamado de lucro dos acionistas e será destinado conforme regras societárias. Em
caso de prejuízo, poderá ser absorvido por reserva própria ou transferido para conta de prejuízos acumulados no
patrimônio líquido da empresa.

No que se refere aos modelos de publicação das DREs que apresentam as operações de seguros e previdência, a
principal diferença entre elas é o posicionamento dos blocos de grupos de contas específicos relativos à
previdência e seguros.

Saiba mais

Quando houver a predominância de operações de previdência, o bloco relativo a essas operações é apresentado
na parte superior da DRE, denominado previdência e seguros. Quando houver a predominância de operações de
seguros, o bloco relativo a essa operação é apresentado na parte superior da DRE, denominado seguros e
previdência.

Os modelos de publicação de DRE relativos à previdência e seguros têm como objetivo possibilitar a melhor
visualização e compreensão do desempenho do período reportado nas demonstrações contábeis divulgadas pelas
supervisionadas, tendo em vista que a base de formação dos dois modelos deriva do Quadro 23 do Formulário de
Informações Periódicas (FIP/SUSEP), o qual tem um tipo único de apresentação.

O bloco de grupos de contas específico das operações de previdência registra todos os produtos que têm por
essência previdência complementar, ou seja, abrange planos tradicionais – PGBL, PRGP, PAGP, PRI, VGBL,
VAGP, VRGP, VRSA e VR (mesmo que VGBL, VAGP, VRGP, VRSA e VRI, sejam legalmente classificados
como “seguros”).

Demonstração do resultado abrangente (DRA)

A DRA evidencia itens de receita e despesa, incluindo ajustes de reclassificação, que não são reconhecidos na
DRE por exigência ou permissão de pronunciamentos contábeis específicos.

A SUSEP não estabeleceu um modelo de publicação para a DRA, recomendando que as seguradoras e entidades
abertas de previdência complementar (EAPCs) sigam as regras estabelecidas no CPC nº 26 (R1) – Apresentação
das Demonstrações Contábeis, incluindo as alterações promovidas pela Revisão de Pronunciamentos Técnicos nº
8/2015, cuja revisão passou a exigir a seguinte segregação:

Outros resultados abrangentes, exceto os citados no item a seguir, classificados por natureza e agrupados em
contas que: não serão reclassificados subsequentemente para o resultado do período; e serão reclassificados
subsequentemente para o resultado do período, quando condições específicas forem atendidas.

Participação em outros resultados abrangentes de coligadas e empreendimentos controlados em conjunto


contabilizados pelo método da equivalência patrimonial, separadas pela participação nas contas que: não serão
reclassificadas subsequentemente para o resultado do período; e serão reclassificadas subsequentemente para o
resultado do período, quando condições específicas forem atendidas.

Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)

A DMPL tem por objeto informar a movimentação ocorrida durante o exercício nas diversas contas que
compõem o patrimônio líquido (PL), permitindo visualizar as transações ocorridas no fluxo de uma conta para
outra e indicar a origem e o valor de cada acréscimo ou diminuição no PL durante o exercício.

Trata-se, portanto, de informação complementar aos demais dados constantes do balanço patrimonial e da
demonstração do resultado do exercício. A SUSEP, por meio do anexo XI da Circular SUSEP nº 517/15,
estabeleceu o modelo de publicação da DMPL para as entidades seguradoras.

Demonstração dos fluxos de caixa (DFC)

A DFC tem por objetivo informar sobre os pagamentos e recebimentos de uma empresa ocorridos dentro de um
período determinado. Auxilia, portanto, os usuários das demonstrações contábeis na análise da capacidade de
geração de caixa, equivalente de caixa e da necessidade de utilização desses fluxos.
Segundo os itens 9 a 10 do CPC nº 3 (R2), os equivalentes de caixa são mantidos com a finalidade de atender a
compromissos de caixa, de modo que os investimentos precisam ter conversibilidade imediata em montante
conhecido de caixa e estar sujeito a um insignificante risco de mudança de valor. Ademais, a SUSEP requer que
os investimentos tenham prazo de vencimento igual ou inferior a noventa dias na data de aquisição.

Os recebimentos e pagamentos de caixa são classificados nesta demonstração em três atividades:

Operacionais De investimentos De financiamento

A classificação dos recebimentos e pagamentos de caixa relaciona-se com natureza da transação que lhe dá
origem. A natureza da transação deve levar em consideração a intenção subjacente para fins de classificação.

O anexo XI da Circular SUSEP nº 517/15 definiu os modelos de publicação de DFC elaborados pelo método
direto e indireto a ser utilizados pelas entidades supervisionadas.

Notas explicativas (NE)

As NEs têm como objetivo principal fornecer as informações adicionais necessárias ao entendimento da situação
patrimonial e do desempenho obtido pela companhia que divulga as demonstrações contábeis ou, ainda, para
menção de fatos que podem alterar futuramente essa situação patrimonial.

Fazem parte do conjunto completo das demonstrações contábeis e devem compreender um resumo das políticas

contábeis significativas e outras informações elucidativas.

As NEs podem ser apresentadas nas formas descritiva ou de quadros analíticos. Além das exigidas pelos
pronunciamentos técnicos emitidos pelo CPC e recepcionados pela SUSEP, o art. 156 da Circular SUSEP nº
517/15 estabeleceu um rol de notas explicativas de divulgação obrigatória.

Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis

Relatório elaborado pelo auditor contábil independente, no qual emite opinião sobre a adequação das
demonstrações contábeis individuais da supervisionada auditada às práticas contábeis adotadas no Brasil
aplicáveis às instituições autorizadas a funcionar pela SUSEP, ou seja, as normas básicas e as normas
recepcionadas contidas na Circular SUSEP nº 517/15.
A opinião do auditor sobre as demonstrações consolidadas deve considerar a adequação aos pronunciamentos
plenamente convergentes com as normas internacionais (IFRS - International Financial Reporting Standards),
emitidos pelo CPC e recepcionados pela SUSEP.

A opinião do auditor poderá ser:

1. Sem ressalvas

2. Com ressalvas

3. Com abstenção de opinião


4. Adverso

Os arquivos enviados a SUSEP deverão conter, obrigatoriamente:

1. Relatório da administração e notas explicativas.

2. Balanço patrimonial, demonstração do resultado do período, demonstração do resultado abrangente,


demonstração das mutações do patrimônio líquido, demonstração dos fluxos de caixa.

3. Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis.

4. Nome dos diretores, nome do contador e nome do atuário.

Falta pouco para atingir seus objetivos.


Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1

A SUSEP determina como são as demonstrações a ser elaboradas pelas seguradoras. Nessas demonstrações
devem conter:

1. A Balanço patrimonial e notas explicativas.


2. B Balancetes e DRE.
3. C DRE e balancetes.
4. D Balanço patrimonial e livro contábil.
5. E Lançamentos contábeis e notas explicativas.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A SUSEP, por meio da Circular nº 517/15, obriga as supervisionadas a elaborar demonstrações contábeis
individuais, anualmente ou de forma intermediária, e consolidadas contendo: relatório da administração;
balanço patrimonial; demonstração do resultado do período; demonstração de resultado abrangente;
demonstração das mutações do patrimônio líquido; demonstração dos fluxos de caixa; notas explicativas; e
relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis.

Questão 2

Para contabilizar o valor recebido referente ao prêmio pelo segurado, usamos o modelo de lançamento:

1. A D – Caixa/Bancos C – Prêmios a receber (conta do ativo)

2. B D – Prêmios a receber (conta do ativo) C – Caixa/Bancos


3. C D – Caixa/ Bancos C – Receita com prêmios
4. D D – Caixa/Bancos C – Despesa de prêmios
5. E D – Despesa de prêmios C – Caixa/Bancos

Parabéns! A alternativa A está correta.

Ao receber o valor pelo segurado, registra-se a entrada por meio da conta caixa/banco e, em seguida,
registra-se a baixa do direito a receber pelo segurado através da conta prêmios a receber (estava com saldo
positivo – débito – direito a receber).

Você também pode gostar