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Sumário Parte 2 CEA

Capítulo 5 – Produtos de Previdência Complementar


5.1 Planejamento de Aposentadoria ............................................................................762
5.2 Cálculo do Capital Necessário para a Aposentadoria .............................................783
5.3 Previdência Social ...................................................................................................795
5.4 Previdência Complementar (Aberta ou Fechada) ...................................................817
5.5 Conceitos dos Produtos ..........................................................................................848
5.6 Tributação dos Planos de Previdência PGBL e VGBL ..............................................855
5.7 Tipos de Fundos de Investimentos .........................................................................877

Capítulo 6 – Gestão de Carteiras e Riscos


6.1 Estatísticas ..............................................................................................................901
6.2 Tipos de Riscos ........................................................................................................933
6.3 Gestão de Carteiras .................................................................................................944
6.4 Gestão e Mensuração de Riscos e Retornos dos Investimentos .............................973
6.5 Alocação de Ativos e Rebalanceamento de Carteiras .............................................989
6.6 Acordo de Basileia: Conceito Internacional e suas Aplicações no Brasil .................996

Capítulo 7 – Planejamento de Investimentos


7.1 Finanças Comportamentais ....................................................................................1003
7.2 Processo de Planejamento Financeiro ....................................................................1021
7.3 Gestão Financeira Pessoa Física ..............................................................................1073
Capítulo 5:
Produtos de Previdência
Complementar
761
5.1 Princípios da Aposentadoria
Apostila 2023 762
762
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Necessidade do Planejamento da Aposentadoria


Introdução
Com o passar do tempo, o ser humano não consegue ter mais a mesma “energia” para
poder trabalhar e produzir renda. No entanto, os custos para se manter continuando
existindo, podendo até mesmo aumentar. Desta forma, fica a pergunta: da onde virá os
recursos para nos mantermos na terceira idade?
O seguro social (previdência pública) surge para minimizar os impactos da falta de
planejamento individual nos momentos em a pessoa não poderá produzir renda, sendo
um desses casos, a aposentadoria. Porém, este valor possui um teto, o que pode causar
falta de recursos se suas despesas forem maior que o valor do recebimento da
previdência pública (no qual utiliza o Sistema de Distribuição). No Brasil, em 2021, este
valor era de R$ 6.433,57.
Assim sendo, é de suma importância ter acumulado reservas financeiras próprias durante
a vida para complementar a previdência pública ou até mesmo, ser a fonte de renda para
suprir os gastos na terceira idade. Essa acumulação pode ser feita na Previdência Privada,
que utilizada o Sistema de Contribuição.

Apostila 2023 763


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As 3 fontes básicas para a aposentadoria
Conceito
As pessoas podem utilizar de três fontes básicas para arcar os custos de uma vida na
aposentadoria. São elas:
Ø Previdência Social: nesta fonte de renda, o governo estará repassando recursos
para a sobrevivência do cidadão. No entanto, há dois principais problemas. O
primeiro é a existência de um valor máximo de recebimento e o segundo é o risco de
mudanças nas regras da previdência social (as regras de hoje, podem ser diferentes
de quando a pessoa for se aposentar);
Ø Previdência Privada Complementar (aberta ou fechada): nesta estratégia, o
investidor contribui para um plano de previdência complementar e os recursos
aportados mais os seus devidos rendimentos, serão repassados através um
pagamento único ou em forma de renda;
Ø Acumulação própria de patrimônio: o investidor terá sua renda através dos
rendimentos das suas aplicações financeiras (Ativos de Mobiliários: CDBs, títulos
públicos, debêntures, ações, fundos multimercados; e Ativos Imobiliários: salas
comerciais, fundos imobiliários, renda por aluguel).

Apostila 2023 764


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Acumulação Própria de Patrimônio


Conceito
As pessoas podem, além da Previdência Pública e da acumulação através da Previdência
Privada, optar por acumular recursos próprios através de aplicações financeiros como:
Ø Ativos de Renda fixa: principalmente os que são atrelados a inflação como as
Debentures e NTN-Bs (para manter o poder de compra no longo prazo);
Ø Ativos de Renda Variável: investir empresas para longo prazo é um boa
alternativa, pois um dos principais riscos é o de mercado (volatilidade). Sendo de
longo prazo, este risco é diluído com o tempo e na aposentadoria, viver de renda
com os dividendos ou até mesmo com o benefício fiscal da isenção de IR para vendas
mensais abaixo de R$ 20 mil;
Ø Ativos Imobiliários: os imóveis tendem a proteger o investidor do risco de
inflação, podendo gerar uma renda mensal através do aluguel. São diversas as
estratégias atuais para se adquirir imóveis: comercial, residencial, fundos
imobiliários, aquisição na planta... Importante ressaltar que, através do aluguel, a
renda do investidor estará protegida pela inflação, pois os contratos são corrigidos
pela inflação. Em contrapartida, há o risco de vacância (não conseguir um locatário) e
alto risco de liquidez, caso seja necessário vende-lo.

Apostila 2023 765


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Juros Compostos e o Fator Tempo
Conceito
Quando tratamos de aplicações financeiras (como por exemplo, na previdência privada),
duas variáveis são de suma importância para facilitar a alcançar os objetivos da
aposentadoria: (1) os Juros Compostos e o (2) Fator Tempo.
Foi atribuído ao gênio da física Albert Einstein, “(1) os Juros Compostos são a oitava
maravilha do mundo, aquele o entende, ganha, quem não entende, paga”, apesar de não
saber se realmente foi dita por ele. Isto ocorre por que, no final de cada período de
aplicação, o valor é atualizado e a taxa de juros acaba sendo aplicada não somente sobre
o valor investido, mas também sobre o “lucro” gerado. Desta forma, surge a segunda
variável, o (2) Fator Tempo.
Quanto mais tempo o valor investidor ficar aplicado, maior será o benefício gerado pelos
Juros Compostos. Desta forma, quanto mais iniciarmos o projeto da aposentadoria, menor
será o “esforço” (valores a serem investidos) para atingir o objetivo da aposentadoria (ou
até mesmo, da independência financeira).

Apostila 2023 766


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Juros Compostos e o Fator Tempo


Conceito
Para ficar mais claro o “poder” dos juros compostos, uma pessoa que faça uma aplicação
inicial de mil reais e invista todos os meses R$ 100,00, por 30 anos em um investimento
que renda 1% ao mês, ao final deste período teria contribuído para a sua aposentadoria
R$ 37 mil. No entanto, teria acumulado R$ 385 mil reais. Ou seja, o seu esforço financeiro
foi de R$ 37 mil e aproximadamente R$ 350 mil foram gerados pelos Juros Compostos.
Caso a aplicação fosse em Juros Simples, o valor seria aproximadamente de R$ 100 mil.

R$ 400.000,00 Juros Compostos


R$ 385.000
R$ 300.000,00

R$ 200.000,00

R$ 100.000,00
JS = R$ 100.000
Aplicação:
R$ 0,00 R$ 37.000
1 120 239 358

Apostila 2023 767


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Impacto do Imposto e da Inflação
Conceito
Quando a pessoa decide pelas estratégias da previdência complementar ou pela
acumulação própria de recursos, é muito importante analisar o impacto da inflação e do
imposto de renda nas devidas projeções.
A escolha por produtos financeiros atrelados a inflação, faz com que este risco – que é o
principal deles – seja minimizado no longo prazo. O mais importante não é o valor
nominal que se tem de patrimônio, mas sim o quanto esse valor pode adquirir de bens e
pagar por serviços. Portanto, o importante é o “valor real” dos recursos financeiros.
O segundo ponto, e não menos importante, é o impacto dos impostos. Em períodos de
inflação alta, o ganho real líquido (o valor financeiro real após o pagamento dos impostos)
pode ser negativo, mesmo sendo aplicado em ativos cuja remuneração esteja atreladas as
inflação. Isso ocorre pois a tributação incide sobre o ganho financeiro total e não somente
sobre a rentabilidade real. Desta forma, ativos isentos de imposto de renda acabam sendo
muito interessantes nos objetivos de longo prazo.

Apostila 2023 768


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Necessidade do Fluxo de Caixa Real


Conceito
O planejamento de aposentadoria considera que o cliente deva acumular recursos
periodicamente em aplicações financeiras para que os rendimentos possam ajudar neste
trabalho de acumulação. No entanto, é importante saber que no Brasil a inflação tem
efeito relevante neste planejamento. Historicamente o Brasil possui índices de inflação na
casa de 4% ao ano, o que quer dizer que os preços sobem, diminuindo o valor do dinheiro
no tempo.
Desta forma, nos cálculos de planejamento de aposentadoria, é aconselhado que seja
utilizado a taxa de juros real, que nada mais é que a taxa de juros nominal, descontada da
inflação (lembrando que por se tratar de juros compostos, o desconto é através de divisão
e não por subtração). Assim sendo, utilização a seguinte fórmula para o cálculo:

Apostila 2023 769


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Necessidade do Fluxo de Caixa Real
Conceito
Um cliente deseja ter R$ 1 milhão de reais, a valores de hoje, em 20 anos. Qual o valor
aproximado que ele deverá depositar hoje, sabendo que a aplicação rende 10% ao ano e a
inflação projetada no Brasil para este período é de 4% ao ano?
q RESPOSTA: Primeiramente devemos descobrir a taxa de real da aplicação para depois
calcularmos na HP-12C:

q Cálculo da Taxa Real (*): q Cálculo da aplicação Necessária:

Ø FV = 110 → Motivo: “100 + 10” Ø n = 20


Ø PV = 104 [CHS] → Motivo: “100 + 4” Ø i = 5,7692
Øn=1 Ø PMT= 0
Ø i = ? = 5,7692 Ø FV = 1.000.000
Ø PV = ? = R$ 325.698,00

Aportando R$ 325.698 ele terá o valor


(*) Rever aula Matemática Financeira equivalente a R$ 1.000.000,00 de hoje.

Apostila 2023 770


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Objetivos de Estilo de Vida


Introdução
Cada indivíduo possui objetivos de vida diferentes e isso também vale para os objetivos da
aposentadoria. Algumas pessoas desejam ter uma aposentadoria que supra as suas
necessidade básicas, outros desejam manter seu alto padrão de estilo de vida.
Desta forma, não cabe ao profissional financeiro dizer o que é o certo e o que é o errado,
mas sim, mensurar e demonstrar como o cliente poderá atingir os objetivos de vida
desejado. Dentro disso, alguns pontos são de extrema importância para o devido
planejamento, tais como:
Ø Idade do cliente;
Ø Rendas disponíveis;
Ø Atividades na aposentadoria;
Ø Custos da terceira idade;
Ø Expectativa de Sobrevida;
Ø Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos.

Apostila 2023 771


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Objetivos de Estilo de Vida
Idade do Cliente
Quanto mais jovem for iniciada a acumulação de recursos destinada para a aposentadoria,
melhor será a distribuição do esforço de poupança ao longo do tempo, ou seja, quanto
mais tempo o cliente tiver para atingir o seu objetivo, mais fácil será.
Para compreensão, imagine que você necessite acumular R$ 480 mil para atingir o seu
objetivo da aposentadoria aos 60 anos. Sem considerar a remuneração das aplicações
financeiras, se você tem 20 anos (40 anos para o objetivo, ou seja, 480 meses), o valor
necessário para guardar por mês seria de R$ 1.000,00. Mas caso você tenha 50 anos, o
seu esforça deverá ser muito maior, pois necessitará poupar R$ 4.000,00 por mês.
Essa diferença fica ainda mais agravada quando incidimos uma remuneração sobre as
aplicações, pois, durante muito mais tempo, os juros compostos trabalharam para você.
Se a necessidade de poupança está muito elevada, o mais aconselhado não é tomar mais
risco em suas aplicações financeiras, mas sim, reajustar o seu objetivo (podendo ser a
postergação da aposentadoria ou até mesmo a diminuição da renda desejada).

Apostila 2023 772


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Objetivos de Estilo de Vida


Rendas Disponíveis
Para atingir os objetivos da aposentadoria, o cliente poderá dispor de diversas rendas, tais
como:
Ø Benefícios da Previdência Social (Ex: INSS);
Ø Planos de Previdência Fechada;
Ø Planos de Previdência Aberta;
Ø Ativos Imobiliários (Ex: Aluguel);
Ø Ativos Mobiliários (Ex: títulos públicos);
Ø Herança;
Ø Atividades na aposentadoria (consultorias, aulas, trabalhos eventuais);

Em relação as Atividades na Aposentadoria, o centro de estudos Institute of Economics


Affairs (IEA), publicou em 2013 que, no período da aposentadoria, o indivíduo pode
aumentar em 60% a probabilidade de aparecer um problema físico, além de elevar em
40% as chances de desenvolver depressão. Desta forma, mais da metade da população
planeja continuar com alguma atividade remunerada, auxiliando mentalmente e
financeiramente. Com isso, será necessário uma acumulação menor durante o período de
acumulação, postergando a utilização dos recursos acumulados para a aposentadoria

Apostila 2023 773


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Objetivos de Estilo de Vida
Custos na Terceira idade
Estima-se ser possível manter o padrão de consumo na fase de aposentadoria com 70%
da renda do período ativo. Isto porque, alguns custos diminuirão ou até mesmo deixarão
de existir (por exemplo, financiamento da moradia) e outros tendem a aumentar
consideravelmente (por exemplo, medicamentos). As principais variáveis que sofrerão
mudanças são:
Ø AUMENTO NO CUSTO:
o Gastos com plano saúde;
o Gastos com medicamentos;
o Gastos com viagens e passeios.
Ø DIMINUIÇÃO NO CUSTO:
o Gastos com consolidação do patrimônio (imóveis, carros);
o Gastos com transporte;
o Gastos com vestuário;
o Gastos com dependentes;
o Esforço de poupança.

Apostila 2023 774


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Objetivos de Estilo de Vida


Expectativa de Sobrevida
Para analisar o valor necessário que um indivíduo necessitará na aposentadoria, devemos
estimar por quanto tempo deverá ser utilizado os devidos recursos, ou seja, qual a
expectativa de vida da pessoa. Desta forma, três são os principais modelos para isto:
Ø IBGE: O governo monitora a evolução da expectativa de vida da população, através
de estudo pelo IBGE;
Ø Tábuas Atuariais: Este é o modelo utilizado pelas Entidades de Previdência;
Ø Histórico Familiar: Para o indivíduo, é importante observar histórico familiar e a
própria saúde, pois é uma análise mais individual do que as generalizadas acima
(IBGE e Tábuas Atuariais).
Também a possibilidade de calcular como os recursos acumulados perdurassem
eternamente, ao invés de estimar que será todo utilizado na aposentadoria. Esse conceito
chamamos de Renda Perpétua.

Apostila 2023 775


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Objetivos de Estilo de Vida
Impacto dos Cenários Políticos e Econômicos
As mudanças nos cenários políticos e econômicos podem impactar nos resultados das
aplicações financeiras no longo prazo. Se estimar e projetar essas mudanças no curto e
médio prazo já são de extrema complexidade, como fazer isso para o longo prazo?
A solução para o nosso planejamento é, ao invés de fazermos os cálculos com a taxa
nominal, utilizarmos nas nossas projeções, a taxa de juros real. Com isso, estamos
eliminando o risco inflacionário que é um dos principais fatores que causam erros nas
conquistas dos objetivos de estilo de vida.
No entanto, não podemos esquecer que, nada adianta somente planejar e implantar a
estratégia uma única vez. As estratégias devem ser acompanhadas e ajustadas com o
passar do tempo, minimizando os riscos de distorções agressivas nos cenários políticos e
econômicos da sociedade.

Apostila 2023 776


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Cálculo do Capital Necessário


Definição de Metas Acessíveis
Há uma grande diferença entre a Renda Desejada pelo cliente e a Renda Necessária para
manter o seu padrão de vida. Isto porque, a maioria dos indivíduos não conseguem
estimar qual o verdadeira valor que ele necessitará na sua aposentadoria, desejando
muitas vezes rendas que serão inatingíveis para a sua capacidade de poupança.
Desta forma, o profissional financeiro possui extrema responsabilidade nesse projeto,
devendo demonstrar ao cliente, quais são os itens relevantes, para que o Planejamento
de Aposentadoria, seja viável com prazos condizentes com o objetivo do indivíduo.
Por se tratar de um projeto de longo prazo, este planejamento deve ser monitorado e
mensurado ao longo do tempo, para que se possa fazer ajustes necessários em quanto há
tempo.

Apostila 2023 777


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Risco da Longevidade
Conceito
Quando projetamos o valor necessário a ser acumulado para poder viver na
aposentadoria, a estratégia de conversão do capital em geração de renda (esgotar o
capital), necessitamos estimar uma data de sobrevivência. Desta forma, surge o risco da
longevidade.
O risco da longevidade consiste em o indivíduo viver mais do que o estimado, pois o
mesmo acumulou menos recursos do que o necessário para o uso dos recursos na
aposentadoria. Para minimizar essa situação, partimos para a estratégia de renda
perpétua, na qual o cliente consumirá somente os juros gerados pelo capital acumulado.

Apostila 2023 778


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Renda com esgotamento de capital acumulado


Conceito
Neste tipo de renda, projetasse que o valor acumulado será todo consumido até certa
idade. Desta forma, o indivíduo possui risco de esgotamento de capital, ou seja, os
recursos podem acabar antes do seu falecimento.

Recurso Acumulado

Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria

Período de Idade de Período da


Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2023 779


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Renda com estratégia para herança
Conceito
Nesta estratégia o indivíduo deseja utilizar mais que os juros incidentes da sua aplicação
financeira, porém, mantendo ainda algum patrimônio para os herdeiros. Assim sendo,
esta é uma estratégia que mescla as duas anteriores, sendo necessário um capital
acumulado menor que a renda vitalícia, porém maior que por esgotamento de capital.

Recurso Acumulado

$
Valor que se deseja
deixar para herança $
Período de Idade de Período da
Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2023 780


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Renda Vitalícia
Conceito
A renda vitalícia consiste um utilizar somente os juros da aplicação financeira. Neste
conceito, o indivíduo não possui risco de esgotamento de capital, pois ele não utiliza o
valor acumulado, somente os juros da aplicação. Aqui, será necessário uma acumulação
de patrimônio maior, pois todo o recursos acumulado, ficará para os herdeiros.

Recurso Acumulado

Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria

JUROS

Período de Idade de Período da


Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2023 781


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Prioridades das Necessidades Financeiras
Conceito
Dentro das necessidades financeiras, é importante analisar e classificar os custos possíveis
na aposentadoria. Podemos classificar os custos em quatro tipos:
Ø Custos Fixos e Liquidáveis (hipoteca): estes são os custos fixos durante o período
de acumulação que tenderão a desaparecer na aposentadoria. Como exemplo, está o
custo da moradia, no qual o indivíduo contrai um empréstimo por 20-30 anos e
acaba liquidando aproximadamente na sua aposentadoria.
Ø Custos Fixos e Permanentes: já estes custos são aqueles que não terminarão no
período da aposentadoria, mesmo eles variando de um mês para o outro. Podemos
elencar o aluguel (caso o indivíduo não tenha adquirido um imóvel próprio),
condomínio, água, luz, alimentação.
Ø Custos Variáveis e Liquidáveis (suporte a familiares): aqui devemos analisar os
possíveis custos que familiares ainda necessitem do aposentado. Pode ser a
educação dos netos, ou até mesmo a moradia dos filhos.
Ø Custos Variáveis e Permanentes (custo de vida básico): nos custos variáveis e
permanentes deve-se analisar os gastos com viagens, novas atividades, serviços de
cuidadores, etc.

Apostila 2023 782


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.2 Cálculo do Capital Necessário


para a Aposentadoria
Apostila 2023 783
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Cálculo do Capital Necessário
Definição de Metas Acessíveis
Há uma grande diferença entre a Renda Desejada pelo cliente e a Renda Necessária para
manter o seu padrão de vida. Isto porque, a maioria dos indivíduos não conseguem
estimar qual o verdadeira valor que ele necessitará na sua aposentadoria, desejando
muitas vezes rendas que serão inatingíveis para a sua capacidade de poupança.
Desta forma, o profissional financeiro possui extrema responsabilidade nesse projeto,
devendo demonstrar ao cliente, quais são os itens relevantes, para que o Planejamento
de Aposentadoria, seja viável com prazos condizentes com o objetivo do indivíduo.
Por se tratar de um projeto de longo prazo, este planejamento deve ser monitorado e
mensurado ao longo do tempo, para que se possa fazer ajustes necessários em quanto há
tempo.

Apostila 2023 784


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Cálculo do Capital Necessário


Passo a Passo
Para calcularmos o valor necessário para atingir os objetivos de vida de cada pessoa,
devemos separar o problema em duas etapas, nesta respectiva ordem:
Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria): Nesta etapa, precisamos descobrir qual o
valor necessário a ser acumulado na aposentadoria. Como estamos analisando
somente o período da aposentadoria, o valor necessário a ser acumulado, será o
valor inicial dessa etapa, ou seja, será o VALOR PRESENTE (PV) desse período.
Ø Etapa 2 (Período de Acumulação): Este é o período no qual o indivíduo estará
contribuindo para atingir seus objetivos. Normalmente, calculamos como se o cliente
fizesse aplicações mensais. Mas, o mais importante neste processo é que, como
calculamos na ETAPA 1 o valor necessário a ser acumulado para atingir o devido
objetivo, este valor que foi o PV da ETAPA 1, agora será o VALOR FUTURO (FV) da
ETAPA 2
q PARA A PROVA: Em todos os casos, a taxa de juros utilizada poderá ser uma taxa
nominal, real ou até mesmo uma taxa real líquida. Além disso, algumas pessoas possuem
valores iniciais para atingir os seus objetivos, outras não. Assim sendo, o Valor Presente da
ETAPA 2 poderá ser zero ou ter algum valor a ser inserido.

Apostila 2023 785


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Cálculo do Capital Necessário
Tipos de Estratégias
Agora que vimos como se deve proceder os cálculos para a aposentadoria, devemos ficar
atentos na peculiaridades dos devidos cálculos. Essas peculiaridades envolvem
principalmente nas estratégias das rendas na aposentadoria. As principais são:
Ø RENDA COM ESGOTAMENTO DE CAPITAL ACUMULADO: nesta renda, o indivíduo
consumirá todo o capital acumulado. Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da
Aposentadoria), deve-se utilizar o valor zero no FV.
Ø RENDA COM ESTRATÉGIA PARA HERANÇA: Aqui o cliente deseja manter um valor
de herança para os herdeiros e este valor deverá ser inserido no [FV] da Etapa 1
(Período da Aposentadoria).
Ø RENDA VITALÍCIA: nesta estratégia, somente será utilizado os juros gerados pelo
patrimônio acumulado. Para o cálculo do PV da Etapa 1 (Período da Aposentadoria),
deve-se utilizar o conceito de PV perpétuo, seguindo os seguintes passos na HP-12C:
§ [Taxa de retorno] [ENTER]
§ [Renda Perpétua desejada]
§ [%T] → este será o PV Perpétuo

Apostila 2023 786


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Risco da Longevidade
Conceito
Quando projetamos o valor necessário a ser acumulado para poder viver na
aposentadoria, a estratégia de conversão do capital em geração de renda (esgotar o
capital), necessita ser estimado uma data na qual o indivíduo irá falecer. Desta forma,
surge o risco da longevidade.
O risco da longevidade consiste em o indivíduo viver mais do que o estimado, pois o
mesmo acumulou menos recursos do que o necessário para o uso dos recursos na
aposentadoria. Para minimizar essa situação, partimos para a estratégia de renda
perpétua, na qual o cliente consumirá somente os juros gerados pelo capital acumulado

Apostila 2023 787


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Renda com esgotamento de capital acumulado
Conceito
Neste tipo de renda, projetasse que o valor acumulado será todo consumido até certa
idade. Desta forma, o indivíduo possui risco de esgotamento de capital, ou seja, os
recursos podem acabar antes do seu falecimento.

Recurso Acumulado

Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria

Período de Idade de Período da


Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2023 788


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Renda com esgotamento de capital acumulado


Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja ter, dos 60 anos até os 80 anos, uma renda de R$ 10 mil por
mês. Estimando uma taxa de retorno de 1% ao mês por todo o período, quanto ele deve
aportar mês a mês?

q CÁLCULO: GRÁFICO COMPLETO


Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria):
§ n = 240 (20 anos x 12 meses) R$

§ i=1
FV
§ FV = 0 PV

§ PMT = + 10.000 908.194


§ PV = ?= ‒ 908.194,16
Ø Etapa 2 (Período de Acumulação):
§ n = 360 (30 anos x 12 meses) $
§ i=1 Acumulação Aposentadoria

§ FV = +908.194,16
§ PV = 0 0,00
30 60 80 idade
§ PMT= ? = ‒ R$ 259,86

Apostila 2023 789


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Renda com estratégia para herança
Conceito
Nesta estratégia o indivíduo deseja utilizar mais que os juros incidentes da sua aplicação
financeira, porém, mantendo ainda algum patrimônio para os herdeiros. Assim sendo,
esta é uma estratégia que mescla as duas anteriores, sendo necessário um capital
acumulado menor que a renda vitalícia, porém maior que por esgotamento de capital.

Recurso Acumulado

$
Valor que se deseja
deixar para herança $
Período de Idade de Período da
Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2023 790


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Renda com estratégia para herança


Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja ter dos 60 anos até os 80 anos uma renda de R$ 10 mil por
mês, deixando um valor de R$ 500 mil de herança para os netos. Estimando uma taxa de
retorno de 1% ao mês por todo o período, quanto ele deve aportar mês a mês?

q CÁLCULO: GRÁFICO COMPLETO


Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria):
§ n = 240 (20 anos x 12 meses) R$

§ i=1
FV
§ FV = + 500.000 PV

§ PMT = + 10.000 954.097


§ PV = ?= ‒ 954.097,08
Ø Etapa 2 (Período de Acumulação):
§ n = 360 (30 anos x 12 meses) $
§ i=1 500 mil
Acumulação Aposentadoria

§ FV = + 954.097,08 $
§ PV = 0 0,00
30 60 80 idade
§ PMT= ? = ‒ R$ 272,99

Apostila 2023 791


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Renda Vitalícia
Conceito
A renda vitalícia consiste um utilizar somente os juros da aplicação financeira. Neste
conceito, o indivíduo não possui risco de esgotamento de capital, pois ele não utiliza o
valor acumulado, somente os juros da aplicação. Aqui, será necessário uma acumulação
de patrimônio maior, pois todo o recursos acumulado, ficará para os herdeiros.

Recurso Acumulado

Período da
Período de
Acumulação $ Aposentadoria

JUROS

Período de Idade de Período da


Acumulação Aposentadoria Aposentadoria

Apostila 2023 792


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Renda Vitalícia
Cálculo
Rafael, com 30 anos, deseja iniciar seu planejamento de aposentadoria para que, aos 60
anos, ele tenha uma renda perpétua de R$ 10 mil reais por mês. Estimando uma taxa de
retorno de 1% ao mês por todo o período, quanto ele deve aportar mês a mês?

q CÁLCULO: Gráfico Completo


Ø Etapa 1 (Período da Aposentadoria):
§ 1 [ENTER] R$

§ 10.000
FV
§ [%T] PV

§ PV Perpétuo = R$ 1.000.000,00 1.000.000

Ø Etapa 2 (Período de Acumulação):


§ n = 360 (30 anos x 12 meses) Acumulação $ Aposentadoria
§ i=1
§ FV = +1.000.000
JUROS
§ PV = 0
0,00
§ PMT= ? = ‒ R$ 286,13 30 60 ∞ idade

Apostila 2023 793


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Prioridades das Necessidades Financeiras
Conceito
Dentro das necessidades financeiras, é importante analisar e classificar os custos possíveis
na aposentadoria. Podemos classificar os custos em quatro tipos:
Ø Custos Fixos e Liquidáveis (hipoteca): estes são os custos fixos durante o período
de acumulação que tenderão a desaparecer na aposentadoria. Como exemplo, está o
custo da moradia, no qual o indivíduo contrai um empréstimo por 20-30 anos e
acaba liquidando aproximadamente na sua aposentadoria.
Ø Custos Fixos e Permanentes: já estes custos são aqueles que não terminarão no
período da aposentadoria, mesmo eles variando de um mês para o outro. Podemos
elencar o aluguel (caso o indivíduo não tenha adquirido um imóvel próprio),
condomínio, água, luz, alimentação.
Ø Custos Variáveis e Liquidáveis (suporte a familiares): aqui devemos analisar os
possíveis custos que familiares ainda necessitem do aposentado. Pode ser a
educação dos netos, ou até mesmo a moradia dos filhos.
Ø Custos Variáveis e Permanentes (custo de vida básico): nos custos variáveis e
permanentes deve-se analisar os gastos com viagens, novas atividades, serviços de
cuidadores, etc.

Apostila 2023 794


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.3 Previdência Social


Apostila 2023 795
795
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Conceito
As contribuições dos trabalhadores ativos servem para custear os benefícios dos
trabalhadores inativos, sendo desta forma, um SEGURO SOCIAL. O valor pago por cada
pessoa através de impostos (por exemplo, CSLL e INSS), fica em uma “conta comum”
administrada pelo governo, gerando a incerteza do valor a ser recebido no futuro (Risco
de leis mudarem; População ativa não conseguir arcar os custos dos aposentados; etc).
Vale ressaltar também, que nenhum segurado poderá receber menos que um salário
mínimo através dos benefícios, e também que há um valor máximo que uma pessoa
aposentada pelo INSS pode receber (em 2021 o valor é de R$ 6.433,57).

População Ativa Aposentados

Apostila 2023 796


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Social
Regime de Repartição
A previdência social brasileira tem como financiamento o regime financeiro de repartição
simples, que tem por fundamento a solidariedade entre os indivíduos e um pacto entre as
gerações, sendo adotado pelas previdências públicas em quase todos os países do
mundo. Desta forma, os contribuintes ativos (trabalhadores da geração atual) pagam os
benefícios dos inativos (geração passada), e futuramente, quando estes ativos se
transformarem em inativos, seus benefícios dependerão dos contribuintes da geração
futura (novos trabalhadores que ingressarem no sistema previdenciário).

q OBSERVAÇÕES:
Ø Também chamado de “pacto intergeracional”, pois as contribuições da população
ativa são utilizadas para cobrir os gastos da população inativa (gerações diferentes);
Ø Não há formação individualizada de reserva financeira;
Ø Envelhecimento da população é um grande risco no longo prazo;
Ø Nível de desemprego também é um grande risco, vide que haverá menos
contribuintes;
Ø A previdência pública brasileira é dividida entre dois principais tipos (regimes). Um
deles é chamado de RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) e o outro de RGPS
(Regime Geral de Previdência Social).
Apostila 2023 797
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RPPS (Regime Próprio da Previdência Social)
Conceito
O RPPS (Regime Próprio de Previdência Social) é o sistema de previdência específico, de
filiação obrigatória, de cada ente federativo, que assegura, no mínimo, os benefícios de
aposentadoria e pensão por morte dos seus segurados (servidores públicos ou militares),
ou seja, dos servidores titulares de cargo efetivo e de seus beneficiários, mas não de
servidores que ocupam cargos comissionados, ou transitórios.
Este modelo pode ser instituído apenas por entidades públicas (União, estados, Distrito
Federal e municípios), mas não é obrigatório aos entes, ou seja, se um determinado
município desejar não ter seu RPPS, os servidores estarão vinculados ao INSS (Regime
Geral da Previdência Social – RGPS).
Vale ressaltar que é vedado expressamente por lei, a previdência do RPPS emprestar
dinheiro do fundo ao seu devido ente (um fundo de RPPS do município XYZ, emprestar
dinheiro para o próprio município). Isto vem através da Lei 9717/98, bem como a Lei
Complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal) .

Apostila 2023 798


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RPPS (Regime Próprio da Previdência Social)


Benefícios
Os servidores abrangidos pelo RPPS serão aposentados, calculados os seus proventos:
Ø Por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de
contribuição, exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou
doença grave, contagiosa ou incurável, especificadas em lei;
Ø Compulsoriamente, aos setenta anos de idade, com proventos proporcionais ao
tempo de contribuição;
Ø Voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo
exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a
aposentadoria, observadas as seguintes condições:
§ sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinqüenta
e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher;
§ sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se
mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.

Apostila 2023 799


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Conceito
O RGPS (Regime Geral de Previdência Social) é um regime público administrado pelo
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que engloba os trabalhadores da iniciativa
privada, servidores não filiados a regimes próprios e contribuintes facultativos. Toda
pessoa que contribui para o RGPS/INSS é uma pessoa segurada, podendo estar apta a
receber sua aposentadoria, outros benefícios temporários ou de risco e sua família possa
receber a pensão por morte.
q OBSERVAÇÕES:
Ø O benefício do INSS é corrigido anualmente pelo INPC (Índice Nacional de Preços
ao Consumidor) calculado pelo IBGE.
Ø Na previdência social, existe a “contagem recíproca”. Esta contagem é o direito de
“somar” o tempo contribuído entre o regime do RGPS para o RPPS, ou vice-versa.
Ø Conforme art. 201 da Constituição Federal, §5º, “É vedada a filiação ao regime
geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa
participante de regime próprio de previdência”. No entanto, é possível estar
vinculado ao RPPS e ao RGPS, se for de forma obrigatório, como por exemplo, ser
enfermeiro concursado e também trabalhar em um hospital privado.

Apostila 2023 800


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Contribuintes
No RGPS podemos ter segurados obrigatórios e os segurados facultativos, que são:
Ø Empregado: Aquele que presta serviço à empresa mediante pagamento de salário
e possui carteira assinada.
Ø Empregado Doméstico: É o trabalhador com carteira assinada que presta serviço
de natureza contínua em residência de outra pessoa ou família, mediante
pagamento, como por exemplo, cozinheira, jardineiro e motorista.
Ø Trabalhador Avulso: É a pessoa que trabalha para diversas empresas sem vínculo
empregatício, sendo contratada com a intermediação do sindicato ou órgão gestor
de mão-de-obra, como por exemplo, vigias e pedreiros.
Ø Contribuinte individual: Profissional que trabalha por conta própria (autônomo),
sem vínculo empregatício e sem intermediação de sindicatos ou órgão gestor, como
por exemplo, os dentistas.
Ø Segurado Especial: É o agricultor familiar, que exerce atividade rural para a própria
subsistência, o pescador artesanal e o indígena reconhecido pela FUNAI que exerce
suas atividades de forma individual ou em regime de economia familiar.
Ø Segurados Facultativos: Todas as pessoas com mais de 16 anos, que não possuem
renda própria, mas decidem contribuir para a Previdência Social, como por exemplo,
desempregados, estudantes e as donas de casa.
Apostila 2023 801
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Principais Benefícios
Os principais benefícios que o Seguro Social proporciona são:

Para os SEGURADOS Para os DEPENDENTES


APOSENTADORIA AUXÍLIOS PENSÃO AUXÍLIO

Ø Regra Geral Ø Doença Ø Por morte do Ø Reclusão


segurado
Ø Especial Ø Acidente

Ø Por invalidez Ø Salário-Família

Ø Salário-
Maternidade

Ø Desemprego

Apostila 2023 802


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Nova Previdência
A Nova Previdência, promulgada pelo Congresso Nacional em novembro de 2019, trouxe
diversas modificações ao sistema de aposentadoria brasileira. As principais mudanças
ocorreram na idade de aposentadoria e no novo tempo mínimo de contribuição, não
existindo mais a aposentadoria somente por tempo de contribuição. Também houveram
mudanças nos percentuais cobrados para o seguro social e no cálculo do recebimento, já
que a regra da média dos 80% maiores salários de contribuição, NÃO EXISTE MAIS.
As novas regras valem, não somente para os segurados do RGPS (Regime Geral de
Previdência Social), mas também para os segurados do RPPS (Regime Próprio de
Previdência Social da União).
Nesta mudança, há novas regras para o período de transição para quem já está no
mercado de trabalho, podendo ser possível escolher a forma mais vantajosa para o
contribuinte. No RGPS, são cinco regras de transição possíveis a serem escolhidas: quatro
por tempo de contribuição e uma por idade. Já para o RPPS, são duas opções de
transição.

Apostila 2023 803


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Nova Previdência
Os novos parâmetros para APOSENTADORIA PELA REGRA GERAL faz com que seja
necessário um tempo mínimo de idade E um tempo mínimo de contribuição,
diferentemente do que ocorria antigamente, no qual era um tempo mínimo de idade OU
um tempo mínimo de contribuição. Desta forma, não é mais possível se aposentar por
tempo de contribuição SEM atingir uma idade mínima.
No RGPS (Regime Geral de Previdência Social), para trabalhadores da iniciativa privada e
de municípios (área urbana) sem sistema previdenciário próprio, entre outros, a regra
geral de aposentadoria passa a exigir:
Ø Mulheres: pelo menos 62 anos de idade E 15 anos de contribuição.
Ø Homens: 65 anos de idade E 20 anos de contribuição. No entanto, os homens que
estiverem filiados ao RGPS antes de a emenda constitucional entrar em vigor, o
tempo de contribuição mínimo permanecerá em 15 anos.
Categorias como professores, policiais, agente penitenciário, agente socioeducativo,
policial legislativo, policial federal, policial rodoviário federal, policial ferroviário federal e
policial civil do Distrito Federal possuem prazos distintos.

Apostila 2023 804


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Nova Previdência
q VALOR DOS BENEFÍCIOS: Ao atingir a idade e o tempo de contribuição mínimos, os
trabalhadores do RGPS poderão se aposentar com 60% da média de TODAS as
contribuições previdenciárias efetuadas desde julho de 1994. A cada ano a mais de
contribuição, além do mínimo exigido, serão acrescidos dois pontos percentuais aos
60%. Assim, para ter direito à aposentadoria no valor de 100% da média de contribuições,
as mulheres deverão contribuir por 35 anos e os homens, por 40 anos. Em resumo:
Ø NENHUM BENEFÍCIO terá valor mensal INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO;
Ø O pagamento da aposentadoria pelo RGPS não pode superar o teto do INSS;
Ø Todos os salários de contribuição serão atualizados na forma da lei;
Ø O valor será definido levando em consideração todas as contribuições feitas pelo
segurado desde julho de 1994;
Ø O percentual do benefício recebido poderá ultrapassar 100% para mulheres que
contribuírem por mais de 35 anos e para homens que contribuírem por mais de 40
anos – sempre limitado ao teto do RGPS.
Caso o contribuinte deseje ter uma renda maior na sua aposentadoria, ele deverá buscar
alternativas como a previdência privada ou acumulando recursos em ativos financeiros.

Apostila 2023 805


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Nova Previdência
q REGRAS DE TRANSIÇÃO: A partir da sanção da reforma, o Brasil vai ficar até 2033 em
período de transição. Com isso, o contribuinte que já estava no mercado de trabalho pelo
Regime Geral (RGPS) terá cinco opções de regras de transição: quatro por tempo de
contribuição e uma por idade. Já para os contribuintes pelo Regimes Próprios (RPPS),
terão duas opções de transição. Vale ressaltar que estas opções não são obrigatórias,
somente se o contribuinte achar mais vantajoso.
Em relação ao RGPS (que é o edital da prova), as opções de transição são:
Ø Sistema de pontos;
Ø Tempo de contribuição e idade mínima;
Ø Fator previdenciário − pedágio de 50%;
Ø Idade mínima e pedágio de 100%;
Ø Aposentadoria por idade (RGPS).
A seguir, veremos cada um desses regras de transições, lembrando sempre que serão
apresentadas as regras gerais e não as exceções, como por exemplo, professores da
educação básica.

Apostila 2023 806


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Nova Previdência
q SISTEMA DE PONTOS: Esta é a regra na qual já existia de soma de pontos, no qual se
soma o tempo de contribuição com a idade do contribuinte. As mulheres poderão se
aposentar a partir de 86 pontos, respeitando o tempo mínimo de contribuição de 30 anos.
Já os homens poderão se aposentar com 96 pontos, com tempo mínimo de contribuição
de 30 anos. A cada ano a partir de 2019, será exigido um ponto a mais, totalizando 100
pontos para as mulheres em 2033 e a 105 pontos para os homens, em 2028.
q TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO E IDADE MÍNIMA: Com esta escolha, os homens poderão
se aposentar aos 61 anos, desde que tenham pelo menos 35 anos de contribuição. Já as
mulheres, a idade mínima será de 56 anos e 30 anos de contribuição. A idade mínima
exigida subirá seis meses a cada ano, até chegar aos 65 anos de idade para eles, em 2027,
e 62 anos de idade para elas, em 2031.
q APOSENTADORIA POR IDADE: Esta regra tem impacto somente para as mulheres, pois
para os homens mantém idade mínima de 65 anos. Para as elas, a idade mínima começa
em 60 anos, em 2019, e sobe seis meses a cada ano, até chegar a 62 anos em 2023. O
tempo de contribuição mínima, em ambos os casos, é de 15 anos.

Apostila 2023 807


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Nova Previdência
q FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%: Aqui os homens com mais de 33 anos de
contribuição e as mulheres com mais de 28 anos de contribuição poderão escolher pela
aposentadoria sem idade mínima, desde que paguem um pedágio de 50% sobre o tempo
mínimo que faltava para se aposentar (35 anos para eles e 30 anos para elas). Por
exemplo, um homem com 33 anos de contribuição poderá se aposentar sem idade
mínima, desde que contribua por três anos (2 anos normais para os 35 anos e mais 1 ano
adicional, correspondente ao pagamento do pedágio de 50% que faltava para a
aposentadoria). O valor da aposentadoria aqui será diferente. Será calculado pela a média
de todas as contribuições desde julho/1994, aplicando-se o fator previdenciário.
q IDADE MÍNIMA E PEDÁGIO DE 100%: Nesta regra além de um pedágio de 100% sobre
o tempo mínimo que faltava para se aposentar, também possuo uma idade mínima. Para
os homens, a idade mínima será de 60 anos e, para as mulheres, de 57 anos. Por exemplo,
uma mulher de 57 anos de idade e 28 anos de contribuição necessitará trabalhar por mais
quatro anos (dois anos normais para os 30 anos, mais dois anos de pedágio), para solicitar
o benefício. O valor da aposentadoria aqui também será diferente. Corresponderá a 100%
da média de todos os salários de contribuição desde julho de 1994.

Apostila 2023 808


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Demais Benefícios para os Segurados
q APOSENTADORIA ESPECIAL: Benefício concedido ao cidadão que trabalha exposto a
agentes nocivos à saúde, como calor ou ruído, de forma contínua e ininterrupta, em níveis
de exposição acima dos limites estabelecidos em legislação própria. Com o novo decreto,
entende-se que todos os contribuintes possuem direito a aposentadoria especial,
inclusive os contribuintes individuais e os autônomos, desde que comprovem sua
condição.
q APOSENTADORIA POR INVALIDEZ: Benefício devido ao trabalhador permanentemente
incapaz de exercer qualquer atividade laborativa e que também não possa ser reabilitado
em outra profissão, de acordo com a avaliação da perícia médica do INSS. O benefício é
pago enquanto persistir a incapacidade e pode ser reavaliado pelo INSS a cada dois anos.
q SEGURO DESEMPREGO: este é um direito do trabalhador ou do empregado doméstico
demitido SEM justa causa e também dos trabalhadores resgatados de trabalho similar à
escravidão e do pescador em períodos de defeso (período no qual a pesca é proibida
motivada pela necessidade de desova dos peixes). benefício. Estão excluídos do direito ao
benefício os segurados na condição de contribuinte individual (autônomo).

Apostila 2023 809


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Social
Demais Benefícios para os Segurados
q AUXÍLIO-ACIDENTE: benefício pago ao segurado do INSS quando desenvolver sequela
permanente que reduza sua capacidade laborativa. Este direito é analisado pela perícia
médica do INSS, no momento da avaliação pericial. O benefício é pago como uma forma
de indenização em função do acidente e, portanto, não impede o cidadão de continuar
trabalhando. Importante ressaltar que desde 1997, este benefício perdeu a sua natureza
vitalícia e atualmente não é mais possível receber juntamente com a aposentadoria, mas
com os demais benefícios sim (auxílio-doença, pensão por morte, salário maternidade,
etc). Outro ponto importante é que não se pode receber mais de um auxílio-acidente.
Este benefício não tem carência e estão excluídos do benefício os segurados na condição
de contribuinte individual. No entanto, foi aprovado em junho de 2022, o projeto de lei
1347/2015 que prevê a concessão deste benefício ao contribuinte individual, aguardando
apenas a análise das devidas comissões para atualização.
q AUXÍLIO-DOENÇA: benefício por incapacidade laboral temporário devido ao segurado
do INSS acometido por uma doença ou acidente, substituindo a renda mensal do mesmo.
Carência de 12 contribuições, porém existem diversas doenças que o INSS isenta a
carência, tais como tuberculose ativa, doença de Parkinson, esclerose múltipla, cegueira,
entre outras.

Apostila 2023 810


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Demais Benefícios para os Segurados
q SALÁRIO-FAMÍLIA: valor pago ao empregado (inclusive o doméstico) e ao trabalhador
avulso, de acordo com o número de filhos ou equiparados que possua. Isso significa que
os segurados especiais, segurados facultativos, contribuintes individuais e
Microempreendedores Individuais (MEIs) não tem direito ao Salário Família. Filhos
maiores de quatorze anos não têm direito, exceto no caso dos inválidos (para quem não
há limite de idade). Para ter direito, o cidadão precisa enquadrar-se no limite máximo de
renda estipulado pelo governo federal. Este benefício NÃO POSSUI CARÊNCIA.
q SALÁRIO-MATERNIDADE: Benefício devido a pessoa que se afasta de sua atividade, por
motivo de nascimento de filho, aborto não criminoso, adoção ou guarda judicial para fins
de adoção. Em relação a carência, ela é de: 10 meses para ara o trabalhador Contribuinte
Individual, Facultativo e Segurado Especial (rural); Isento para segurados Empregado,
Empregado Doméstico e Trabalhador Avulso. Caso haja a perda da qualidade de segurado,
o mesmo deverá cumprir metade do período da carência, ou seja, cinco meses

Apostila 2023 811


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Benefícios para os Dependentes
q PENSÃO POR MORTE: este benefício, que NÃO POSSUI CARÊNCIA, é pago aos
dependentes do segurado do INSS que vier a falecer ou, em caso de desaparecimento,
tiver sua morte presumida declarada judicialmente. A Lei considerada possíveis
beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, as seguintes pessoas:
(I) o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer
condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim
declarado judicialmente;
(II) os pais; e
(III) o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos
ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental que o torne absoluta ou
relativamente incapaz, assim declarado judicialmente.
q AUXÍLIO-RECLUSÃO: benefício devido apenas aos dependentes (até 21 anos, salvo se
for inválido ou com deficiência) do segurado do INSS preso em regime fechado ou
semiaberto, durante o período de reclusão ou detenção. O segurado não pode estar
recebendo salário de empresa nem benefício do INSS. Em 2019, este limite era de
R$ 1.364,43. Este benefício possui carência de 24 meses de contribuições.

Apostila 2023 812


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Tabela dos Diretos dos Segurados & Dependentes
Benefícios do Empregado Trabalhador Segurado Contribuinte Segurado
Empregado
RGPS (INSS) Doméstico Avulso Especial Individual Facultativo
Aposentadoria
SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Regra Geral
Aposentadoria
SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
Especial
Aposentadoria
SIM SIM SIM SIM SIM SIM
por Invalidez
Auxílio-Doença SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Auxílio-Acidente SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO
Auxílio-
SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
Desemprego
Salário-
SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Maternidade
Salário-Família SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO
Auxílio-Reclusão SIM SIM SIM SIM SIM SIM
Pensão por Morte SIM SIM SIM SIM SIM SIM

Apostila 2023 813


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
BPC – LOAS
Segundo o site do governo (INSS), o Benefício de Prestação Continuada (BPC) da Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS) é a garantia de um salário mínimo mensal à pessoa
com deficiência que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção, nem
de tê-la provida por sua família.
Tem direito ao BPC o brasileiro, nato ou naturalizado, e as pessoas de nacionalidade
portuguesa, desde que comprovem residência fixa no Brasil e renda por pessoa do grupo
familiar inferior a 1/4 de salário mínimo atual.
Por se tratar de um benefício assistencial, não é necessário ter contribuído para o INSS
para ter direito a ele. No entanto, este benefício não paga 13º salário e não deixa pensão
por morte. O atendimento deste serviço será realizado à distância, não sendo necessário
o comparecimento presencial nas unidades do INSS, a não ser quando solicitado para
eventual comprovação.

Apostila 2023 814


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

RGPS (Regime Geral da Previdência Social)


Fator Previdenciário
O Favor Previdenciário foi criado com o objetivo evitar solicitações de aposentadoria
excessivamente prematuras e atualmente, será usado somente quando contribuinte
escolher a regra de transição por FATOR PREVIDENCIÁRIO − PEDÁGIO DE 50%. Sua
aplicação pode aumentar ou diminuir o valor do “salário de benefício”. Sua fórmula é:

Ø f = fator previdenciário
Ø Tc = tempo de contribuição do trabalhador
Ø a = alíquota de contribuição 0,31 (11% + 20%)
Ø Es = expectativa de sobrevida do trabalhador na data da aposentadoria
Ø Id = idade do trabalhador na data da aposentadoria

Apostila 2023 815


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
RGPS (Regime Geral da Previdência Social)
Fator Previdenciário: Tabela

0,8503 0,8879 0,9239 0,9624

0,8762 0,9149 0,9520 0,9916

0,9022 0,9420 0,9801

0,9282 0,9692 1,0084


0,9544 0,9965

0,9806

Apostila 2023 816


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.4 Previdência Complementar


(Aberta ou Fechada)
Apostila 2023 817
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Conceito
Existem duas formas institucionalizadas de ser realizada a previdência complementar no
Brasil e, mesmo sendo muito parecidas, elas são bem diferentes. São elas:
Ø EFPC: Entidade FECHADA de Previdência Complementar, fiscalizadas pela PREVIC;
Ø EAPC: Entidade ABERTA de Previdência Complementas, fiscalizadas pela SUSEP.
A previdência fechada, também conhecida como “Fundos de Pensão”, é realizada por ou
para empresas (Plano Patrocinado por Empregador) ou para associações (Plano Instituído
por Entidade Associativa), sendo exclusiva aos funcionários da empresa ou aos associados
destes grupos (Conselhos Profissionais, Sindicatos, Cooperativas ou Associações).
Já a previdência aberta é “aberta a qualquer pessoa”, ou seja, pode ser aderida por
qualquer participante pessoa física ou jurídica, disponibilizadas por seguradoras através
de bancos e corretoras.

Apostila 2023 818


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Entidades Abertas (EAPC)


Conceito
Diferentemente das EFPCs, que não possuem fins lucrativos, as EAPCs são sociedades
anônimas acessíveis a quaisquer pessoas físicas e têm por objetivo instituir e operar
planos de previdência com benefícios concedidos em forma de renda continuada ou
pagamento único. A SUSEP define as EAPC como “Entidade Abertas de Previdência
Complementar ou Sociedades Seguradoras autorizada a instituir planos de Previdência
Complementar Aberta” (SUSEP, Glossário).
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Normatização cabe ao CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados);
Ø São sociedades anônimas autorizadas e fiscalizadas pela SUSEP;
Ø Acessível a qualquer pessoa física;
Ø Os planos podem ser individuais ou coletivos;
Ø Natureza contratual.

Apostila 2023 819


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Eventos Geradores de Benefícios
São três os tipos de eventos que podem gerar benefícios aos beneficiários dos planos de
previdência aberta (desde que o benefício esteja contemplado no plano. São eles:
Ø Sobrevivência: Permite ao participante que sobreviver ao período de acumulação
contratado, escolher o recebimento de benefício de aposentadoria (caráter vitalício
ou temporário);
Ø Morte: Garante pagamento ao(s) beneficiários(s) indicados na proposta, de um
benefício em decorrência da morte do participante no período de cobertura, desde
que cumprido o prazo de carência, se houver;
Ø Invalidez: Garante um benefício ao próprio participante, em decorrência de sua
invalidez total e permanente no período de cobertura, desde que cumprido o prazo
de carência, se houver.

Apostila 2023 820


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Complementar
Conceito
Segue abaixo, significados importantes da Previdência Complementar:
Ø Plano: Conjunto de regras estabelecidas em regulamento e Nota Técnica Atuarial,
com objetivo de atender de forma geral ou particular, às necessidades
previdenciárias dos participantes. Junto ao plano aderido, o participante poderá
contratar espontaneamente seguros como de vida, doenças graves, invalidez caso
haja a opção disponível no plano.
Ø Benefício: Pagamento em dinheiro efetuado pela entidade ao participante ou
beneficiário em contrapartida às contribuições feitas para custeio do plano.
Ø Participante: Pessoa física que contrata um plano de Previdência.
Ø Ativo: Participante que não se encontra em gozo de benefício.
Ø Assistido: Participante, ou seus beneficiários, que se encontram em gozo de
benefício de aposentadoria ou pensão previsto no plano.
Ø Período de Diferimento: Período que estarão ocorrendo as contribuições.
Ø Período de Benefício: Período que o Assistido estará recebendo a renda
contratada do plano.
Ø Período de Cobertura: Período que engloba o Período de Diferimento, mais o
Período de Benefício, ou seja, do início ao fim do plano.

Apostila 2023 821


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Tipos de Planos
Os planos de previdência complementar, tanto na previdência aberta, quanto na fechada,
podem ser constituídos em até três tipos de planos que são:
Ø Benefício Definido (BD)
Ø Contribuição Definida (CD)
Ø Contribuição Variável (CV)
Comercialmente, o que ocorre hoje em dia, é que os planos de Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD) são utilizados nos planos de Entidades Fechadas de
Previdência Complementar, os fundos de pensão. Já a Contribuição Variável (CV) é muito
utilizada dentro das Entidades Abertas (EAPCs) por ser a mescla do BD com o CD,
conforme iremos aprender a seguir.

Apostila 2023 822


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Complementar
Benefício Definido (BD)
Os planos classificados como Benefício Definido (BD) tem como principal característica
que o participante tenha o valor da sua renda pré-determinada desde a adesão do plano,
contribuindo através de um fundo mútuo entre todos os participantes, com a sua
contribuição sendo calculada em função do seu benefício. Estes planos possuem portanto
o princípio do mutualismo contributivo, onde o custo (incluindo o risco de um déficit
atuarial) sendo distribuído entre todos: o patrocinador, os participantes e os assistidos.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação SEMPRE será TABELA PROGRESSIVA (compensável), ou seja, não é
possível escolher a tabela regressiva neste tipo de plano;
Ø Contribuição é calculada em função do benefício;
Ø Valor do Benefício Definido no início do plano;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 30%;
Ø Risco de Mutualismo (todos arcam com o déficit atuarial);
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas);
Ø Neste plano, o participante poderá resgatar os seus recursos ou converter em
qualquer tipo de renda.

Apostila 2023 823


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Previdência Complementar
Contribuição Definida (CD)
Os planos classificados como Contribuição Definida (CD) tem como principal característica
serem aplicações financeiras em contas individualizadas desde a adesão do plano, ou seja,
é uma poupança individualizada em um plano previdenciário. Ao invés de se ter um
“Benefício Definido”, este plano será de um benefício Indefinido, pois dependerá dos
valores acumulados e do resultado financeiro do plano.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Valor da Contribuição Definida;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø NÃO possui risco de déficit atuarial;
Ø Sua utilização ocorre principalmente em EFPCs (Entidades Fechadas).
Ø Neste plano, o participante SOMENTE PODERÁ RESGATAR os seus recursos ou
converter em RENDA PRAZO CERTO;
Ø NÃO é possível converter em renda vitalícia.

Apostila 2023 824


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Previdência Complementar
Contribuição Variável (CV)
Os planos classificados como Contribuição Variável (CV) tem como principal característica
serem um plano misto que combina as modalidades Benefício Definido (BD) e
Contribuição Definida (CD). Durante o período de contribuição, o participante possui sua
conta individualizada (CD) e no momento da aposentadoria ele pode converter em
qualquer tipo de renda (BD – Benefícios Pré-Determinados). Os planos do tipo VGBL e
PGBL somente podem ser constituídos sob a forma de Contribuição Variável.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Sua tributação poderá ser alterada de Progressiva para Regressiva;
Ø Taxa de Carregamento de Máximo de 10%;
Ø Sua utilização ocorre em EAPCs;
Ø Neste plano o participante poderá converter em qualquer tipo de renda;.

Apostila 2023 825


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tipos
FASE DE PAGAMENTO FASE DE PAGAMENTO
DAS CONTRIBUIÇÕES DOS BENEFÍCIOS
Ø FIE: Fundos de Investimentos Ø Benefícios
Ø Contribuições
Ø Carregamento Ø Parâmetros Técnicos:
Ø Taxa de Adm. Financeira o Tábua biométrica;
Ø Taxa performance o Taxa de juros;
Ø Resgates o Excedente financeiro.
Ø Portabilidade
Ø Carências
Ø Risco do produto
Ø Incentivo Fiscal
Ø Tributação

Apostila 2023 826


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


FIE: Fundos de Investimentos
Os planos de previdência investem através dos FIE que são “Fundos de Investimento
Especialmente constituído ou o fundo de investimento em quotas de fundos de
investimento especialmente constituídos, CUJOS ÚNICOS QUOTISTAS sejam, direta ou
indiretamente, sociedades seguradoras e EAPC (Entidades Abertas de Previdência
Complementar) ou, no caso de fundo com patrimônio segregado, segurados e
participantes de planos VGBL ou PGBL” (Circular SUSEP 338/07).
Desta forma, os ativos dos fundo em previdência pertencem a seguradora, fazendo com
que o cotista tenha, além do risco dos ativos que compõem a carteira de investimentos do
FIE, o risco da seguradora. Esta é a grande diferença entre um FIE (Fundos de
Investimentos na previdência) e os FI (Fundos de Investimentos comercializados no
mercado), pois, no restante, possuem similaridades: não garantem rentabilidade;
repassam 100% do retorno para o segurado, descontados os custos; possuem políticas de
investimentos; regras para a composição da carteira; etc.
Vale ressaltar dois pontos: (1) os recursos dos participantes nos FIE, em caso de sucessão,
não entrarão em inventário; e (2) o gestor do FIE deve ser registrado na CVM e seguir as
suas mesmas obrigações.

Apostila 2023 827


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
FIE: Fundos de Investimentos
Cada Entidade de Previdência pode definir qual o valor a ser cobrado de taxa de
administração e de carregamento dos seus fundos de previdência no seu período de
diferimento (período de acumulação), além dos benefícios que o plano ter quando houver
conversão de renda (taxa de juros e excedente financeiro). Desta forma, o investidor de
deve escolher o plano que possui:
Ø Menor de taxa de administração (CUSTO);
Ø Menor taxa de carregamento (CUSTO);
Ø Maior taxa de Juros (BENEFÍCIO);
Ø Maior Excedente Financeiro (BENEFÍCIO);
Ø Tábuas Atuarias mais Antigas (BENEFÍCIO).
Além disso, o investidor também deve se importar com o tipo de risco que ele deseja
assumir através da composição da carteira de investimentos do FIE. Esta adequação
deverá ser adequada ao seu perfil de risco. Importante ressaltar que, na fase de
diferimento dos Plano PGBL ou VGBL (antes de converter em renda), não há garantia de
rentabilidade, podendo até mesmo ser negativa. Dentro das classificações dos FIE,
podemos ter a classificação pelo CMN, pela SUSEP e pela ANBIMA.

Apostila 2023 828


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Contribuição
A contribuição nada mais é que o valor que o cliente está aportando no plano de
previdência. Este valor poderá através de aportes únicos (esporádicos) ou com
periodicidade previamente estabelecidos.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Para contribuições com periodicidade (por exemplo, aportes mensais), a
seguradora deverá atualizar o valor da contribuição anualmente pela variação de
índice pactuado no contrato (IGP-M ou IPCA). Caso não seja definido no plano, a
atualização será pelo IPCA.
Ø A Entidade de Previdência poderá estabelecer um valor mínimo de contribuição;
Ø Normalmente são permitidos aportes extraordinários.
Ø Planos Individuais: As contribuições efetuadas pelo participante poderão ser
débito bancário, boleto ou cartão de crédito, conforme pactuado no contrato.
Ø Planos Coletivos: Para a contribuição do empregado, a Entidade poderá recolher
diretamente dos participantes ou delegar à empresa (instituidora ou averbadora) o
recolhimento via folha de pagamento e posterior repasse à EAPC.

Apostila 2023 829


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Taxa de Administração (TAF)
A Taxa de Administração (TAF) é uma taxa expressa ao ano (252 DU), calculada sobre o
valor do patrimônio líquido do fundo, de acordo com os saldos médios diários,
provisionada diariamente, mas cobrada mensalmente. Desta forma, o valor da cota
divulgada diariamente, já é líquida da taxa de administração. Ela serve paga pagar os
prestadores de serviço, como por exemplo, o administrador e o gestor do fundo.
Para podermos calcular a rentabilidade descontada da taxa de administração,
necessitamos dividir a taxa nominal pela TAF e não apenas fazer uma subtração simples.
Com isso, podemos calcular da mesma forma como calculamos a taxa real. Por exemplo,
se um fundo tem uma rentabilidade de 10% a.a. e uma TAF de 4% a.a, o retorno será:

q Cálculo do Retorno Líquido da TAF (*): q Método 2 para calcular:


Ø FV = 110 → Motivo: “100 + 10” Ø i = (1,10 ÷ 1,04)
Ø PV = 104 [CHS] → Motivo: “100 + 4” Ø i = 1,057692
Øn=1 Ø i = (1,057692 – 1) x 100
Ø i = ? = 5,7692% de retorno líquido da TAF Ø i = 5,7692%
(*) Rever aula de Matemática Financeira

Apostila 2023 830


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Taxa de Carregamento
Segundo a resolução CNSP 349/17, a taxa de carregamento é um valor ou percentual
incidente sobre o valor nominal das contribuições pagas destinado a atender às despesas
administrativas e de comercialização dos planos de previdência. O carregamento poderá
ser cobrado na data do pagamento da contribuição (chamado de entrada ou antecipada)
e/ou no momento do resgate ou da portabilidade (chamado de postecipado ou de saída),
exclusivamente SOBRE O VALOR DE CONTRIBUIÇÃO. Quando houver este tipo de custo, o
percentual máximo cobrado nos planos de benefício definido corresponderá será de 30%
e de 10% para planos de contribuição variável.
Importante ressaltar que, mesmo que a taxa de carregamento seja do tipo postecipada, o
valor financeiro cobrado será sobre o valor da contribuição e não sobre o valor
resgatado. É como se fosse uma “dívida” adquirida do participante do plano com a
seguradora no momento que ele fez a contribuição, e como tal, poderá ser isentada
quando ocorrer a “saída”. Além disso, quando o participante decidir converter em renda,
não poderá ser considerado “postecipado” e com isso, não haverá cobrança de
carregamento.

Apostila 2023 831


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Carregamento: Entrada x Saída

CARREGAMENTO ANTECIPADO CARREGAMENTO POSTECIPADO


(NA ENTRADA) (NA SAÍDA)
q Exemplo: q Exemplo:
Ø Contribuição Bruta = R$ 10.000,00 Ø Contribuição Bruta = R$ 10.000,00
Ø Carregamento = 5% (R$ 500,00) Ø Rentabilidade = 10%
Ø Contribuição líquida = R$ 9.500,00 Ø Valor do Resgate = R$ 11.000,00
Ø Rentabilidade = 10% Ø Base de cobrança = R$ 10.000,00
Resgate líquido = R$ 10.450,00 Ø Carregamento = 5% (R$ 500,00)
Resgate líquido = R$ 10.500,00

A rentabilidade irá ocorrer sobre o valor da A rentabilidade irá ocorrer sobre o valor da
contribuição descontado do valor do contribuição. Futuramente, no momento
carregamento (R$ 9.500,00). do resgate ou da portabilidade, é que será
descontado o valor do carregamento
devido sobre a contribuição (R$ 500,00).

Apostila 2023 832


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


TAF X Carregamento
Um cliente irá fazer um aporte único de R$ 100 mil em um plano de previdência e resgatar
em 30 anos. Estimando um retorno de 10% ao ano, o plano mais vantajoso será:

Taxa Plano A Plano B


Taxa de Carregamento na Entrada 10% 5%
Taxa de Administração Financeira (TAF) 1% a.a. 2% a.a.
PLANO A: PLANO B:
Ø PV = 90.000 [CHS] → (Contribuição de Ø PV = 95.000 [CHS] → (Contribuição de
R$ 100 mil – 10% de carregamento) R$ 100 mil – 5% de carregamento)
Ø i = (1,10 ÷ 1,01) = 1,08911 = 8,911% Ø i = (1,10 ÷ 1,02) = 1,078431 = 7,843%
Ø n = 30 (anos) Ø n = 30 (anos)
Ø PMT = 0 Ø PMT = 0
Ø FV = 1.165.150,00 (R$) Ø FV = 915.129,23 (R$)

Resposta: plano A, pois ele terá um valor final maior que no plano B!

Apostila 2023 833


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Taxa Performance
Da mesma forma que os fundos de investimentos, os planos de previdência privada
classificados com VGBL ou PGBL, por terem seus investimentos através de FIE (Fundos de
Investimentos Especialmente constituído) também podem ter taxa performance.
A taxa performance é cobrada sobre uma parcela da rentabilidade do fundo de
previdência na qual supere a variação de um índice de desempenho previamente
determinado. Esse índice de desempenho é conhecido no mercado financeiro como
“benchmark”. Ressaltamos que as regras para o gestor do FIE poder cobrar a taxa
performance, seguem as mesmas regras definidas pela CVM, que são:
Ø Conceito Linha d’Água: a cobrança não é permitida caso o valor da cota do fundo
seja inferior ao valor da cota da última cobrança.
Ø Cobrada no mínimo semestralmente e provisionada diariamente.
Ø Realizada após a dedução de todas as despesas (inclusive taxa de administração).
Ø Somente pode ser cobrada em caso de retorno positivo.

Apostila 2023 834


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Resgate
Resgate é a possibilidade dada aos participantes de planos de previdência, durante o
período de acumulação e conforme regulamentação, de retirar os recursos da provisão
matemática de benefícios a conceder, ou seja, do valor acumulado no fundo de
investimento.

PLANOS INDIVIDUAIS PLANOS COLETIVOS


Ø Resgate livre.
Ø Planos averbados: mesmas regras dos
Ø Carência inicial para resgates parciais planos individuais.
ou totais, entre 60 dias e 60 meses. Já
Ø Contribuições dos participantes em planos
os planos destinados exclusivamente a
instituídos: mesmas regras dos planos
investidores qualificados, o prazo
individuais, podendo ocorrer punição com a
mínimo será estendido para 180 dias.
perda das contribuições efetuadas pela
Ø Intervalo mínimo entre resgates será instituidora;
entre 60 dias e 6 meses (24 meses
Ø Contribuições das empresas estão sujeitas
quando for planos para exclusivamente
às regras de “vesting” criadas pela instituidora.
para Investidores Qualificados).

Apostila 2023 835


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Portabilidade
É a possibilidade dada aos participantes de planos de previdência, durante o período de
ACUMULAÇÃO e na forma regulamentada, de transferir os recursos da provisão
matemática de benefícios a conceder para outros planos, ou seja, do valor acumulado no
fundo de investimento SEM COBRANÇA de imposto de renda.
q PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS:
Ø Não é possível a portabilidade entre planos distintos (PGBL e VGBL). VGBL faz
portabilidade com VGBL e PGBL com PGBL;
Ø Não é possível a portabilidade entre pessoas;
Ø O período de carência deverá ser de 60 dias, a contar da data de protocolo da
proposta de contratação, podendo ser inferior caso seja na mesma seguradora. O
prazo de 60 dias, será estendido para 180 dias para planos destinados
exclusivamente para investidores qualificados.
Ø MUDANÇA DE REGIME TRIBUTÁRIO: Somente é possível fazer a mudança de
Regime Tributário se o plano estiver no Regime Progressivo, alterando para o
Regressivo (do regressivo para o progressivo é proibido). Desta forma, iniciará uma
nova contagem do tempo a partir do momento da transferência.
Ø Não há incidência de IR na portabilidade (portabilidade não é resgate).

Apostila 2023 836


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Tributação
A previdência complementar é a unidade modalidade que se pode escolher mais de um
tipo de tributação. Desta forma, quando aderido o plano de previdência complementar, o
participante deverá escolher entre o Regime Compensável (chamado também de
tributação progressiva, pois varia entre 0 a 27,5%), que irá compor a renda tributável do
contribuinte na declaração de ajuste anual do imposto de renda; ou entre o Regime
Definitivo ou Exclusivo na Fonte (também chamado de tabela regressiva, pois varia de
35% a 10%), sendo que esta não irá compor a renda tributável do contribuindo na
declaração de ajuste anual do imposto de renda.
Já a base de cálculo para a tributação dependerá de alguns fatores, dentre eles:
Ø Entre o plano ser PGBL (sobre o valor total) ou VGBL (sobre o lucro);
Ø Se resgate ou conversão para benefício.
Iremos tratar mais sobre a tributação no capítulo 5 – Produtos de Previdência
Complementar.

Apostila 2023 837


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Excedente Financeiro
É o resultado superior à garantia mínima prevista em contrato, obtida pelo administrador
do plano, no mercado financeiro. No caso dos planos tradicionais, a maioria dos planos de
previdência repassa aos seus participantes uma parte deste excedente financeiro (de 50 a
80%). Os percentuais de excedentes financeiros dependem do tempo de permanência do
participante no plano. No caso de resgates ou cancelamento do plano, poderão ser
aplicados redutores sobre a reserva de excedente financeiro disponível.
q Exemplo 1: quando há a conversão dos recursos do FIE por renda, o dinheiro do
participante continuará aplicado, rendendo frutos. Este fruto é o excedente financeiro, o
qual a instituição poderá passar parte dele ao participante.
q Exemplo 2: Alguns Planos de Previdência possuem garantia de rentabilidade. No
entanto, em muitos casos o rendimento do FIE é superior ao retorno garantido. Com isso,
a instituição poderá passar parte aos participantes.

Apostila 2023 838


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Tábua Biométrica
Tabela de dados utilizada na administração de planos de previdência e seguros de vida
com a finalidade de calcular as probabilidades de vida e morte de uma população, em
função da idade. Quanto maior a expectativa de vida, menor o valor de recebimento.
Por exemplo, uma pessoa aos 65 anos pela AT-49 tem expectativa de vida até os 80,01
anos. Já pela BR-EMS, ele viverá em média até os 86 anos. Desta forma, se o participante
optar por converter seus recursos em renda, se o seu plano estiver na AT-49, ele receberá
um valor mensal maior do que na AT-49.

TÁBUAS 45 ANOS 55 ANOS 65 ANOS

Expectativa de AT 49 75,57 77,20 80,01


vida de algumas
AT 83 80,57 81,78 83,64
tábua biométricas
utilizadas no Brasil: AT 2000 82,94 83,89 85,45

BR EMS 83,7 84,50 86,00

Apostila 2023 839


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Taxa de Juros
A taxa de juros é um percentual de juros pactuado para o plano de previdência que,
juntamente com a tábua biométrica, irá compor o fator de cálculo do benefício.
Por exemplo, um participante com 60 anos que converta R$ 500 mil em renda pela tábua
AT-2000 com juros de 4% receberá R$ 2.794,32. Caso os juros sejam zero, o seu valor será
de apenas R$ 1.697,23.

Benefício para o saldo de


TÁBUA + JUROS
R$ 500mil aos 60 anos
Renda vitalícia sem AT 2000 + 4% R$ 2.794,32
continuidade
(AT + Juros anuais) AT 2000 + 3% R$ 2.500,65

AT 2000 + 0% R$ 1.697,23

Apostila 2023 840


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Tipos de Renda (I)
Os planos de previdências possuem o benefício de conversão do saldo acumulado em
diversos tipos de renda, sendo ela escolhida pelo participante das quais a seguradora se
propõe a disponibilizar comercialmente. Ao total, são seis tipos de rendas que as
seguradoras podem disponibilizar comercialmente, que são:
Ø Renda Mensal Vitalícia: consiste em uma renda paga vitalícia e exclusivamente ao
participante a partir da data de concessão do benefício. O benefício cessa com o
falecimento do participante.
Ø Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Beneficiário Indicado: consiste em uma
renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data de concessão do benefício
escolhida. Ocorrendo o seu falecimento, o percentual do seu valor estabelecido na
proposta de inscrição será revertido vitaliciamente ao beneficiário indicado quando
ele vier a falecer, o benefício cessará.
Ø Renda Mensal Vitalícia Reversível ao Cônjuge com Continuidade aos Menores:
Renda paga vitaliciamente ao participante a partir da data da concessão. Ocorrendo
o falecimento do participante, um percentual desta renda será revertido
vitaliciamente ao cônjuge e na falta deste, reversível temporariamente ao(s)
menor(es) até que completem a maioridade (18, 21 ou 24) estabelecida no
regulamento e conforme o percentual de reversão estabelecido.
Apostila 2023 841
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Tipos de Renda (II)
q Continuação:
Ø Renda Mensal Temporária: Renda paga temporária e exclusivamente ao
participante. O benefício cessa com o falecimento do participante ou o fim da
temporariedade contratada, o que ocorrer primeiro
Ø Renda Mensal por Prazo Certo: Renda paga por um prazo pré-estabelecido ao
participante. Se, durante o período de pagamento do benefício, ocorrer o
falecimento do participante antes da conclusão do prazo indicado, o benefício será
pago ao(s) beneficiário(s) na proporção de rateio estabelecida, pelo período restante
do prazo determinado. Neste tipo de renda, devemos ficar atentos em 3 regras:
§ Na hipótese de um dos beneficiários falecer, a parte a ele destinada será paga
aos sucessores legítimos, observada a legislação vigente;
§ Na falta de beneficiário nomeado, a renda será paga aos sucessores legítimos
do participante, observada a legislação vigente
§ Este tipo de renda, não leva em consideração a expectativa de vida do
participante, portanto, a tábua atuarial é INDIFERENTE em sua análise.

Apostila 2023 842


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Tipos de Renda (III)
q Continuação:
Ø Renda Mensal Vitalícia com prazo Mínimo Garantido: Renda paga vitaliciamente
ao participante a partir da data da concessão do benefício. Se durante o período de
percepção do benefício ocorrer o falecimento do participante, antes de ter
completado o prazo mínimo de garantia escolhido, o benefício será pago aos
beneficiários conforme os percentuais indicados na proposta de inscrição, pelo
período restante do prazo mínimo de garantia. Caso seja após o prazo mínimo
garantido, benefício ficará automaticamente cancelado. Neste tipo de renda,
devemos ficar atentos em duas regras específicas, que são:
§ No caso de um dos beneficiários falecer antes de ter completado o prazo
mínimo de garantia, o valor da renda será rateado entre os beneficiários
remanescentes até o vencimento do prazo mínimo garantido;
§ Não havendo qualquer beneficiário remanescente, a renda será paga aos
sucessores legítimos do participante, pelo prazo restante da garantia.

Apostila 2023 843


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Características Técnicas dos Planos
Morte do Participante
Nas coberturas por morte ou invalidez, empresas de previdência privada podem negar
pagamento de benefício por doença pré-existente se o participante omitir esta
informação na contratação do plano (como nos contratos de seguros). Isto não envolve o
pagamento do saldo acumulado no fundo de previdência, somente sobre o seguro
contratado.
q OBSERVAÇÕES RELEVANTES:
Ø Com o falecimento do participante, os beneficiários ou herdeiros legais recebem o
saldo sem a necessidade de inventário;
Ø Quando os beneficiários do plano da previdência não forem Herdeiros
Necessários, ter cuidado para que estes não ultrapassem 50% do patrimônio do
participante (parte da Legítima, no qual ele pode destinar a quem quiser);
Ø Valores recebidos pelos beneficiários são tributáveis conforme Regime Tributário
escolhido pelo participante, respeitando base de cálculo determinada (PGBL ou
VGBL). Caso o plano do titular estiver no Regime Tributário Regressivo e existirem
recursos com prazo inferior a 6 anos, no pagamento do saldo dos beneficiários, a
alíquota a ser aplicada será de 25% sobre esta parte do recurso.

Apostila 2023 844


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Características Técnicas dos Planos


Riscos do Produto
Como qualquer outra aplicação financeira, a previdência privada, através dos planos VGBL
e PGBL, também possui riscos. No entanto, seus riscos são divididos entre FASE DE
DIFERIMENTO e FASE DE BENEFÍCIO, já que são planos através de contribuição variável.
Na FASE DE DIFERIMENTO (contribuição), o risco da previdência privada aberta é o risco
do fundo no qual está aplicado. Assim sendo, os principais riscos possíveis são o de
mercado, crédito e o de liquidez. Nesta fase, o risco da instituição financeira é
praticamente nula, já que a Lei 11.196/05, art. 78, diz que os ativos aplicados são
segregados, ou seja, o dinheiro do cliente não faz parte do patrimônio da seguradora em
caso de falência. Caso isso ocorra, a SUSEP pode transferir esses ativos para outra
seguradora. Já na FASE DO BENEFÍCIO, o risco passa ser a Instituição Financeira
(seguradora nesse caso), já que o participante "entrega" todo o seu recurso em troca de
uma renda estabelecida, não sendo mais o risco advindo do resultado das aplicações
financeiras.
Já os demais planos (principalmente os planos de previdência fechados), necessitamos
verificar se são através de Contribuição Definida (CD) ou através de Benefício Definido
(BD), onde elucidamos no início deste capítulo, através de suas próprias características.

Apostila 2023 845


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Entidades Abertas X Entidades Fechadas
Resumo
ABERTA FECHADA
Empresas ou Pessoas Físicas Empresas, Sindicatos ou Entidades de Classe

Ø Complemento à Previdência Social. Ø Complemento à Previdência Social.

Ø Alternativa de investimento. Ø Alternativa de Investimento.

Ø Benefícios fiscais. Ø Benefícios Fiscais.

Ø Variadas modalidades de planos. Ø Uma modalidade de plano.

Ø Planos destinados às pessoas Ø Planos destinados SOMENTE às


vinculadas a empresas e indivíduos sem pessoas vinculadas aos patrocinadores.
vínculo.
Ø Risco patrocinadora / grupo de
Ø Risco Entidade de Previdência. participantes.

Apostila 2023 846


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Planos Individuais x Planos Coletivos


Resumo

INDIVIDUAIS COLETIVOS
AVERBADOS INSTITUÍDOS

Empresa propõe a
Empresa propõe a
Acessíveis a qualquer contratação, ficando
contratação, ficando
Pessoa Física investida de poderes de
investida de poderes de
representação,
representação, SEM
participando, total ou
participar do custeio do
parcialmente, do
plano.
custeio.

Apostila 2023 847


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
5.5 Conceito dos Produtos
Apostila 2023 848
848
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Conceito dos Produtos


Definição
Os dois principais produtos de previdência complementar aberta são o VGBL (Vida
Gerador de Benefício Livre) e o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e a única
diferença entre eles se dá em função do benefício fiscal (veremos a seguir). No restante,
as principais características são:
Ø Não possuem garantia de rentabilidade;
Ø O participante terá a sua rentabilidade baseada no retorno da composição da
carteira de investimentos do FIE escolhido (Fundo de Investimentos Especialmente
constituídos);
Ø No final do período de diferimento (acumulação), o investidor terá como opção
um pagamento único (resgate) ou na transformação de uma renda mensal (essa
renda poderá ser vitalícia, temporária, por prazo certo ...);
Ø Não possuem antecipação do imposto de renda (come-cotas);
Ø Produtos com característica de longo prazo;
Ø Tributação escolhida pelo segurado através da tabela progressiva ou regressiva;
Ø PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO: Com a decisão de 2021, apenas o VGBL não entra
em inventário sendo isentos da cobrança do imposto ITCMD. No entanto, é
importante estar sempre acompanhando as decisões judiciais, pois a justiça brasileira
pode ter outros entendimentos no momento da morte ou na separação.
Apostila 2023 849
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Conceito dos Produtos
PGBL x VGBL
A diferença entre os planos PGBL e VGBL são:
Ø PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre):
o Permite abatimento das contribuições da base de cálculo de IR, até o limite de
12% da renda bruta tributável anual;
o No momento do resgate ou do recebimento de renda, a tributação ocorrerá
sobre o valor total recebido;
o Necessário ser contribuinte pelo RGPS ou RPPS para poder utilizar os aportes
anuais para abatimento da base de cálculo do IR;
o Sempre constituído como Contribuição Variável.
Ø VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre):
o Os valores aportados anualmente NÃO podem ser utilizados para abatimento
da base de cálculo do IR;.
o No momento do resgate ou do recebimento de renda, a tributação ocorrerá
sobre os rendimentos do plano e não sobre o valor total;
o Sempre constituído como Contribuição Variável;
o Também utilizado para planejamento sucessório, pois não entra em inventário.

Apostila 2023 850


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Conceito dos Produtos


Rendas Tributáveis Compensáveis
Conforme dito, os 12% do PGBL deverão ser sobre as rendas tributáveis compensáveis e
nem todas as rendas, são compensáveis. Diante disso, segue os principais tipos de rendas
tributáveis:
Ø Aluguéis;
Ø Royalties;
Ø Pró-labore;
Ø Resgates de planos de previdência com a TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVA;
Ø Rendas de planos de previdência com a TRIBUTAÇÃO PROGRESSIVA;
Ø Rendimentos do trabalho com vínculo empregatício (Salário);
Ø Rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício;
Ø Dividendos do Exterior.
q OBSERVAÇÃO: O 13º salário e PLR (Participação sobre Lucros e Resultados) não são
rendimentos tributáveis, são rendimentos de tributação definitiva ou exclusiva de fonte e
não podem ser consideradas para o cálculo dos 12% do PGBL. Além disso, o recebimento
de recursos de planos de previdência com a TRIBUTAÇÃO REGRESSIVA também não
podem ser consideradas para esse tipo de cálculo, como por exemplo, o recebimento de
recursos por morte de um participante.

Apostila 2023 851


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Qual Plano de Previdência Escolher?
Declaração de IR Anual
A cada ano, o contribuinte precisa escolher entre ser tributado utilizando as Deduções
Legais pela modelo de Declaração Completa ou ser tributado pelo modelo da
Simplificado. Veja a comparação:

Declaração Completa Desconto Simplificado


Para apuração da base de cálculo do imposto de renda é
permitido deduzir da Renda Bruta Tributável os
seguintes valores:
Ø Dependentes (R$ 2.275,08); Corresponde a 20% do valor
Ø Despesas com instrução (R$ 3.561,50); da Renda Bruta Tributável
Ø Despesas médicas (sem limite); limitado a R$ 16.754,34
Ø Previdência Pública (RGPS ou RPPS);
Ø Previdência Privada (PGBL) até 12% da Renda Bruta (*) Valores de 2019

Apostila 2023 852


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Qual Plano de Previdência Escolher?


Exemplo de Declaração de IR Anual
ANUAL Sem PGBL Com PGBL
(+) Renda Bruta Anual R$ 100.000,00 R$ 100.000,00
DEDUÇÕES PERMITIDAS DEDUÇÕES PERMITIDAS DEDUÇÕES PERMITIDAS
(-) INSS (5.795,12) (5.795,12)
(-) Dependentes (1) (2.275,08) (2.275,08)
(-) Despesas com Educação (3.561,50) (3.561,50)
(-) Despesas Médicas (6.000,00) (6.000,00
(-) Previdência PGBL - (12.000,00)
TOTAL DAS DEDUÇÕES (17.631,19) (29.631,19)
(=) Base de Cálculo para IR R$ 82.368,30 R$ 70.368,30
Alíquota IR (27,5%) R$ 22.651,28 R$ 19.351,28
(-) Parcela a Deduzir (TABELA) ̶ R$ 10.432,32 ̶ R$ 10.432,32
(-) IR Anual Devido R$ 12.218,96 R$ 8.918,96
Diferença IR Anual Postergação do Imposto: R$ 3.300,00

Apostila 2023 853


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Qual Plano de Previdência Escolher?
Conclusão
Desta forma, devemos escolher o PGBL e/ou o VGBL nos seguintes casos:

Quando escolher o PGBL Quando escolher o VGBL

Ø Contribuintes pelo MODELO COMPLETO Ø Contribuintes pelo Modelo simplificado


do IR (o aporte no PGBL deve ser no do IR (Desconto fixo de 20% da renda
máximo de 12% da renda bruta). Isto por bruta, limitado a R$ 16.754,34); ou
que as Despesas dedutíveis são:
Ø Contribuintes pelo modelo completo do
ü Despesas Médicas;
IR, mas que desejam fazer aportes
ü Despesas com Educação;
SUPERIORES a 12% da renda bruta em
ü Despesas com Dependentes;
previdência (contribuição será o
ü Previdência Pública;
excedente).
ü PGBL (até 12% da renda bruta).
Ø Contribuinte isentos ou não declarante.

Apostila 2023 854


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.6 Tributação dos Planos de


Previdência PGBL e VGBL
Apostila 2023 855
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Definição
Como a previdência possui características próprias de tributação, o segurado poderá
escolher a sua alíquota entre a tabela progressiva (de 0 a 27,5%) e a tabela regressiva (de
35% a 10%). Já a base tributária da previdência são os Planos PGBL (a tributação ocorrerá
sobre o valor total recebido) e VGBL (a tributação ocorrerá sobre os rendimentos do plano
e não sobre o valor total), reforçando que a tributação de qualquer produto financeiro
parte do seguinte princípio:

!"#$%&$ () *)+(, = .,%) /0123&á01, 5 (78í:3$&,)

VGBL ou PGBL Progressiva ou Regressiva


(lucro) (total) (compensável) (definitivo)

Lembre-se que o conceito de Base Tributária é “sobre qual valor será tributado o
imposto”, e o de Alíquota é “qual o percentual que será cobrado sobre a Base Tributária”.

Apostila 2023 856


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Base Tributária
Por exemplo, Rafael aplicou R$ 10.000,00 em dois planos de previdência: um PGBL e
outro VGBL. Após certo período, ele possui R$ 12.000,00 em cada plano de previdência e
deseja saber como funcionará a base tributária se ele resgatar seus recursos. Com sua
ajuda, você poderá demonstrar que sobre o PGBL será sobre o Saldo Total e no VGBL
sobre o Rendimento!
PGBL VGBL
q RESGATE: q RESGATE:
o IR sobre o saldo total resgatado ou o IR sobre o rendimento proporcional no
renda resgate ou na renda (não há come-cotas),

o Exemplo: o Exemplo:
Depósito → R$ 10.000,00 Depósito → R$ 10.000,00
+ Rendimento → R$ 2.000,00 + Rendimento → R$ 2.000,00
= Saldo Total → R$ 12.000,00 = Saldo Total → R$ 12.000,00
Base de Cálculo Base de Cálculo

Apostila 2023 857


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Alíquota
A Alíquota dependerá de qual regime tributário foi escolhido pelo participante, podendo
ser escolhido entre o regime PROGRESSIVO e o regime REGRESSIVO. No entanto, a forma
como será tributado dependerá se está ocorrendo um RESGATE ou em recebimento de
BENEFÍCIO DE RENDA, conforme demonstrado na tabela abaixo.

REGIME TRIBUTÁRIO REGIME TRIBUTÁRIO


PROGRESSIVO REGRESSIVO
q RESGATE:
q RESGATE:
o É utiliza-se a regra PEPS: Primeiro
o 15% de IR na fonte, sem deduções
recurso que Entra, é o Primeiro recurso
para qualquer valor
que Sai.
+
o Ajuste na declaração anual (Tabela
q BENEFÍCIO:
Progressiva)
o Calcula-se o prazo médio ponderado do
período de acumulação para determinar a
q BENEFÍCIO:
alíquota inicial de IR. Haverá redução até
o Tabela Progressiva Mensal do IR.
chegar a 10%.

Apostila 2023 858


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Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Tabela Progressiva
A tabela progressiva parte do princípio que quanto mais se ganha, mais se paga. Ela é
aconselhada para segurados que terão um valor baixo para resgatar ou transformar em
renda. Ela também é chamada de compensável, pois a renda obtida desta forma deverá
ser somada com as demais rendas anuais compensáveis (salário, alugueis,...) para a
Declaração de Ajuste de IR. Assim sendo, o IR pago na fonte não é definitivo!

TABELA PROGRESSIVA DE IR: EXERCÍCIO 2019, ANO-CALENDÁRIO 2018


BASE DE CÁLCULO (R$) DEDUÇÃO (R$)
Alíquota
Mês Ano Mês Ano
Até 1.903,98 Até 22.847,76 0,00% 0,00 0,00
De 1.903,99 até 2.826,65 De 22.847,77 até 33.919,80 7,50% 142,80 1.713,58
De 2.826,66 até 3.751,05 De 33.919,81 até 45.012,60 15,0% 354,80 4.257,57
De 3.751,06 até 4.664,68 De 45.012,61 até 55.979,76 22,5% 636,13 7.633,51
Acima de 4.664,69 Acima de 55.979,76 27,5% 869,36 10.432,32

Apostila 2023 859


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Tabela Regressiva
A tabela regressiva é baseada no tempo em que os recursos estão aplicados no FIE,
partindo do princípio que quanto mais tempo ficar aplicado, menos se paga. Ela é
aconselhada para segurados que terão uma renda alta e que manterão por um longo
período. Diferentemente da Tabela Progressiva, esta tabela é definitiva e exclusiva na
fonte, ou seja, possui o mesmo princípio do recolhimento dos fundos de investimentos e
das rendas fixas (pagasse no ato do recolhimento e nada mais).

PRAZO DE ACUMULAÇÃO ALÍQUOTA EXCLUSIVA E NA MORTE DO


DOS RECURSOS DEFINITIVA NA FONTE PARTICIPANTE O IR SERÁ:
Até 2 anos 35% 25%
Acima de 2 anos até 4 anos 30% 25%
Acima de 4 anos até 6 anos 25% 25%
Acima de 6 anos até 8 anos 20% 20%
Acima de 8 anos até 10 anos 15% 15%
Acima de 10 anos 10% 10%

Apostila 2023 860


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Declaração no IR Anual
Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Imposto de Renda Anual, as
CONTRIBUIÇÕES REALIZADAS nos planos de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as
seguintes regras:

PGBL VGBL
q Contribuição: q Contribuição:
o As contribuições efetuadas no ano, devem o NÃO pode ser declarado como
ser declaradas no campo (36) Contribuições pagamento e doações efetuados,
a Entidades de Previdência Privada, na ficha desta forma, não configura despesa
“PAGAMENTOS EFETUADOS”, a reduzindo a dedutível da base de cálculo do IR.
base tributária em até 12% da renda bruta.
q Saldo do Plano:
q Saldo do Plano: o Deve ser declarado somente o
o Os valores não constituem patrimônio, principal depositado (soma das
mas sim, expectativa de direito da Reserva contribuições sem rendimentos)
Técnica Financeira, portanto, não há item na como “BENS E DIREITOS” no código
declaração de IR para sua declaração. 97-VGBL.

Apostila 2023 861


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Declaração no IR Anual
Quando o contribuinte for realizar a sua Declaração de Imposto de Renda Anual, os
VALORES RECEBIDOS dos planos de previdência PGBL e VGBL, devem seguir as seguintes
regras:
Regime Tributário Regime Tributário
Progressivo Regressivo
q Valores recebidos a título de resgates q Valores recebidos a título de resgates
ou renda: ou renda:
o Rendimentos tributáveis recebidos o Rendimentos Sujeitos à Tributação
de PJ pelo titular (fonte pagadora é a Exclusiva (Código 07 – Outros)
Entidade de Previdência)
o Considerar: o Considerar:
§ PGBL: O valor total recebido; § PGBL: O valor total recebido;
§ VGBL: Somente a parte que § VGBL: Somente a parte corresponde
corresponde ao lucro (rendimento) ao lucro (rendimento) do valor
do valor recebido. recebido.

Apostila 2023 862


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 1
q RESGATE de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø SOLUÇÃO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR;
o R$ 10.000,00 × 15% = R$ 1.500,00;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 1.500,00 = R$ 8.500,00;
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.

Apostila 2023 863


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 2
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø SOLUÇÃO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ IR = R$ 10.000,00 × 27,5% = R$ 2.750,00;
§ R$ 2.750,00 − R$ 869,36 (parcela a deduzir);
o IR a ser pago = R$ 1.880,64
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.880,64 = R$ 8.119,36
o Na declaração de ajuste o valor resgatado será somado as outras fontes de
renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do IR.

Apostila 2023 864


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 3
q RESGATE de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO, sendo
R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø CÁLCULO:
o 15% na fonte a título de antecipação do IR (por ser resgate);
o Parte tributável = R$ 1.000,00:
o IR = R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 150,00 = R$ 9.850,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.

Apostila 2023 865


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 4
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário PROGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Nenhuma.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Progressiva, por se tratar de renda;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota) – Parcela a Deduzir
§ Parte tributável = R$ 1.000,00 e este valor é isento na tabela;
o Resgate líquido = R$ 10.000,00
o Na declaração de ajuste a parte tributável do valor resgatado será somado as
outras fontes de renda sobre as quais será aplicada a tabela progressiva anual do
IR.

Apostila 2023 866


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 5
q RESGATE de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário REGRESSIVO e com as
seguintes informações extras:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 35% = R$ 350,00 de IR
§ R$ 4.000,00 × 30% = R$ 1.200,00 de IR
§ R$ 5.000,00 × 25% = R$ 1.250,00 de IR
o IR Total = R$ 2.800,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 2.800,00 = R$ 7.200,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

Apostila 2023 867


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 6
q RESGATE de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário REGRESSIVO, sendo
R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento (R) e com as seguintes informações
extras:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
o Saldo com prazo de 1 ano = R$ 1.000,00
o Saldo com prazo de 3 ano = R$ 4.000,00
o Saldo com prazo de 5 ano = R$ 5.000,00
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da Tabela Regressiva;
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 100,00 × 35% = R$ 35,00 de IR
§ R$ 400,00 × 30% = R$ 120,00 de IR
§ R$ 500,00 × 25% = R$ 125,00 de IR
o IR Total = R$ 280,00 de IR
o Resgate líquido = R$ 10.000,00 − R$ 280,00 = R$ 9.720,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

Apostila 2023 868


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Exemplo 7
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no PGBL com Regime Tributário REGRESSIVO e com
as seguintes informações extras:
Ø INFORMAÇÕES:
o Prazo Médio Ponderado das aplicações de 18 anos.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva para 18 anos = 10%
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 10.000,00 × 10% = R$ 1.000,00 de IR
o IR = R$ 1.000 ,00
o Valor da renda = R$ 10.000,00 − R$ 1.000,00 = R$ 9.000,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR

Apostila 2023 869


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Exemplo 8
q RENDA VITALÍCIA de R$ 10.000,00 no VGBL com Regime Tributário REGRESSIVO,
sendo R$ 1.000,00 a parte correspondente ao rendimento e com as seguintes
informações extras:
Ø INFORMAÇÕES EXTRAS:
oPrazo Médio Ponderado de 9 anos.
Ø CÁLCULO:
o Aplicação da tabela regressiva 9 anos = 15%.
o IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ R$ 1.000,00 × 15% = R$ 150,00 de IR
o IR TOTAL = R$ 150,00
o Renda líquida = R$ 10.000,00 − R$ 150 = R$ 9.850,00
o IR exclusivo sem possibilidade de restituição na declaração de IR
q OBS: Neste caso, o Prazo Médio Ponderado poderá chegar a 10 anos, fazendo com que
a tributação reduza à 10%, pois na fase de recebimento de renda, o tempo de acumulação
continua sendo contado.

Apostila 2023 870


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tributação dos Planos PGBL e VGBL


Escolhendo Regime de Tributação
Para escolhermos o melhor regime de tributação ao cliente, devemos analisar diversas
variáveis, mas com principal foco em:
Ø Necessidade de liquidez;
Ø Prazo para utilização dos recursos;
Ø Forma de utilização dos recursos: resgate ou renda;
Ø Composição com outras fontes de renda (tributáveis, exclusiva na fonte, isentas).
Mas podemos deixar como um padrão o seguinte raciocínio:
Ø Regime Progressivo: Deve-se escolher este regime quando a renda do segurado
for baixa ou quando o resgate ocorrer num curto espaço de tempo;
Ø Regime Regressivo: Deve-se escolher este regime quando a renda do segurado for
alta E quando o resgate ocorrer num prazo longo (mínimo de 4 anos).

Apostila 2023 871


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tributação dos Planos PGBL e VGBL
Tabela para Escolha do Regime
Regime Tributário Progressivo Base de Cálculo Anual (R$) e Alíquotas de IR
x
Renda até De 22.847,77 De 33.919,81 De 45.012,61 Acima de
Regime Tributário Regressivo
22.847,76 até 33.919,80 até 45.012,60 até 55.979,76 55.979,76
Prazo de Alíquota IR
0% 7,5% 15% 22,50% 27,50%
Acumulação na fonte
Até 2 anos 35% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo

Acima de 2
30% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo
até 4 anos

Acima de 4
25% Progressivo Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO
até 6 anos
Acima de 6
20% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 8 anos
Acima de 8
15% Progressivo Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO
até 10 anos
Acima de
10% Progressivo Progressivo REGRESSIVO REGRESSIVO REGRESSIVO
10 anos

Apostila 2023 872


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Exemplo de Cálculo
Problema 1
Um cliente fez um investimento em um aporte único em VGBL há 20 anos. O saldo atual
é de R$ 100.000,00 e deste valor, R$ 80.000,00 é referente a contribuição e R$ 20.000,00
são rendimentos. Desta forma, responda as seguintes questões:
Ø PERGUNTA 1: Dado que o cliente quer fazer um resgate parcial de R$ 50.000,00,
qual será o imposto a ser retido na fonte, considerando tratar-se de Regime
Tributário Regressivo?
Ø PERGUNTA 2: Caso fosse um PGBL e o cliente desejasse resgatar R$ 50.000,00,
qual seria o IR a ser recolhido na fonte, considerando tratar-se de Regime Tributário
Regressivo?

Apostila 2023 873


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Exemplo de Cálculo
Solução 1
q REPOSTA DA PERGUNTA 1: Como a aplicação é em VGBL, o imposto de renda será
somente sobre o rendimento e proporcional (lucro total de R$ 20.000,00). Portanto, a
parte correspondente aos R$ 50.000,00 (50% do valor total), corresponde a
R$ 10.000,00.
Ø IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ Base tributável (Lucro) = R$ 10.000,00
§ Alíquota = 10% (prazo maior que 10 anos)
Ø IR = R$ 10.000,00 × 10%
Ø IR = R$ 1.000,00

q RESPOSTA DA PERGUNTA 2: Como a aplicação é em PGBL, o imposto será sobre o valor


total retirado e não somente sobre o lucro. Desta forma:
Ø IR = (Base Tributária) x (Alíquota)
§ Base tributável (valor total) = R$ 50.000,00
§ Alíquota = 10% (prazo maior que 10 anos)
Ø IR = R$ 50.000,00 × 10%
Ø IR = R$ 5.000,00

Apostila 2023 874


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Exemplo de Cálculo
Problema 2
Um cliente de 38 anos quer investir R$ 2.000,00 por mês em um plano de previdência.
Esse valor corresponde a 15% do seu salário bruto e o cliente declara pelo modelo
completo de IR.
Ø PERGUNTA 1: Qual o valor acumulado aos 60 anos? Considerar taxa de
carregamento na entrada de 3% e que o fundo renderá 0,5% a.m.
Ø PERGUNTA 2: Qual o melhor produto a ser escolhido: PGBL ou VGBL? No caso da
resposta contemplar os dois, em que proporção?

Apostila 2023 875


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Exemplo de Cálculo
Solução 2
q REPOSTA DA PERGUNTA 1: Primeiramente devemos retirar das contribuições 3% do
valor, pois o carregamento será na entrada. Desta forma, o nosso cálculo será:
Ø PMT = -1.940,00 (HP-12C: 2.000 [ENTER] 3 [%] [‒])
Ø PV = 0
Ø n = (60 – 38) x 12 = 264 meses
Ø i = 0,5% a.m
Ø FV = ? = R$ 1.059.678,18

q RESPOSTA DA PERGUNTA 2: Como o PGBL permite abatimento das contribuições da


base de cálculo de IR, até o limite de 12% da renda bruta tributável anual, recomenda-se
que o cliente coloque até este limite em PGBL o restante (3%) em VGBL. Desta forma:
Ø Valor em PGBL: 12% de 15%, ou seja, 80% da contribuição.
§ 2000 [ENTER]
§ 80 [%]
§ R = 1.600,00
Ø Valor em VGBL: R$ 400,00, ou seja, o valor restante para os R$ 2.000,00 (20% da
contribuição).

Apostila 2023 876


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

5.7 Tipos de Fundos de


Investimentos
Apostila 2023 877
877
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Classificação SUSEP
A SUSEP classifica a composição dos fundos de previdência em três tipos. São elas:
Ø Tipo Soberano (Renda Fixa): Os fundos classificados como Soberano devem
investir somente em Títulos de emissão do Tesouro Nacional e/ou do BACEN, e
créditos securitizados do Tesouro Nacional. Portanto, podemos dizer que investem
somente em títulos públicos, possuindo somente risco soberano.
Ø Tipo Renda Fixa Crédito Privado: Nesta classificação, o fundo pode investir nos
mesmo ativos do plano soberano, porém, podendo aplicar também em
investimentos de renda fixa com risco de crédito privado (CDB, Debêntures, ...).
Ø Tipo Composto (Multimercado incluindo Renda Variável): Pela classificação
SUSEP, este é o único tipo que poderia investir em renda variável (por exemplo,
ações ou commodities), desde que não ultrapasse 49% do patrimônio do fundo
neste tipo de investimento.

Apostila 2023 878


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Resolução CMN 4.444/15
Em 2015, o Conselho Monetário Nacional, através da Resolução 4.444, definiu novas
regras para a composição dos recursos das reservas técnicas dos planos de previdência
complementar, sendo um marco para o setor. A Resolução CMN 4.993/2022, revogou a
CMN 4.444/15, trazendo ainda mais novidades. A seguir iremos ver os principais itens
para a certificação, sendo a principal a composição da carteira dos FIEs:
MODALIDADE INVESTIDOR COMUM INVESTIDOR QUALIFICADO
Renda Fixa Até 100% Até 100%
Renda Variável Até 70% Até 100%
Imóveis Até 20% Até 40%
Investimentos sujeitos a
Até 20% Até 40%
variação cambial
Outros (tais como
Até 20% Até 40%
Multimercados, COE)

NÃO ADMITEM ALAVANCAGEM

Apostila 2023 879


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Fixa (I e II)
Resumidamente, na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa, devem ser
observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal interna;
Ø Créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacional;
Ø Cotas de FIE, constituídos sob a forma de condomínio aberto e com a finalidade
específica de receber recursos de reservas técnicas e provisões, cujas carteiras
estejam representadas exclusivamente pelos títulos da Dívida Pública Mobiliária
Federal interna ou créditos securitizados pela Secretaria do Tesouro Nacional,
posições em mercados de derivativos e disponibilidades de caixa, que poderão ser
investidas em operações compromissadas, dos quais as sociedades seguradoras, as
sociedades de capitalização, as entidades abertas de previdência complementar ou
os resseguradores locais sejam os únicos cotistas;
Ø Cotas de FIE admitidas à negociação no mercado secundário por intermédio de
bolsa de valores cujas carteiras de ativos financeiros visem refletir as variações e
rentabilidade de índice de renda fixa composto exclusivamente pelos títulos da
Dívida Pública Mobiliária Federal interna ou créditos securitizados pela Secretaria do
Tesouro Nacional.
Apostila 2023 880
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Renda Fixa (III)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa, devem ser observados os seguintes
limites e ativos admitidos:
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório de valores mobiliários ou outros
ativos financeiros de renda fixa emitidos por companhia aberta cuja oferta pública
tenha sido registrada na Comissão de Valores Mobiliários, ou que tenha sido objeto de
dispensa e/ou em debêntures de infraestrutura que possuam garantia de títulos
públicos federais que representem pelo menos 30% do principal da dívida.
(III) até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Obrigações ou coobrigações de instituições financeiras autorizadas a funcionar
pelo Banco Central do Brasil;
Ø Cotas de fundos de investimento aberto, cuja carteira tenha como principal fator
de risco a variação da taxa de juros doméstica, ou de índice de preços ou ambos, ou
cotas de FIC (Fundos de Investimento em Cotas) de fundos de investimento com tais
características (Fundos Renda Fixa), conforme legislação da CVM; e
Ø Cotas de fundos de investimento fechado negociados em bolsa de valores, na
forma regulamentada pela CVM, cujas carteiras sejam compostas por ativos
financeiros que busquem refletir as variações e rentabilidade de índices de
referência de renda fixa (Fundo de Índice de Renda Fixa).
Apostila 2023 881
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Fixa (IV)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Fixa, devem ser observados os seguintes
limites e ativos admitidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Valores mobiliários ou outros ativos financeiros de renda fixa cuja oferta pública
tenha sido registrada na CVM, ou que tenha sido objeto de dispensa, emitidos por
Sociedade de Propósito Específico, constituída sob a forma de sociedades por ações,
excetuada a hipótese prevista no item II (até 75%);
Ø Certificados de recebíveis de emissão de companhias securitizadoras, conforme
legislação CVM;
Ø Obrigações de organizações financeiras internacionais das quais o Estado brasileiro
faça parte, admitidas à negociação no Brasil;
Ø Cotas de classe sênior de fundos de investimento em direitos creditórios (FIDC)
e as cotas FIC de fundos de investimento em direitos creditórios (FICFIDC); e
Ø Títulos ou valores mobiliários de renda fixa não relacionados neste artigo, desde
que com cobertura integral de seguro de crédito, observada a regulamentação
específica do CNSP (Conselho Nacional de Seguros Privados) e da SUSEP.

Apostila 2023 882


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Renda Variável (I)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações de emissão de companhias abertas, correspondentes bônus de subscrição,
recibos de subscrição e certificados de depósito, admitidas à negociação em
segmento especial, instituído por bolsa de valores no Brasil, que assegurem, por
meio de vínculo contratual entre a bolsa e o emissor, práticas diferenciadas de
governança corporativa, que contemplem, pelo menos, a obrigatoriedade de no
mínimo 25% de ações permanentemente em circulação (free float) e previsão
expressa no estatuto social da companhia de que seu capital social seja dividido
exclusivamente em ações ordinárias; e
Ø Cotas de fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto,
cuja carteira seja composta exclusivamente pelas ações admitidas no item anterior,
correspondentes bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de
tais ações, e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento
com tais características, conforme regulamentação estabelecida pela CVM.

Apostila 2023 883


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Variável (II)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(II) até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações de emissão de companhias abertas que permitam a existência de ações ON
e PN (com direitos adicionais), correspondentes bônus de subscrição, recibos de
subscrição e certificados de depósito, admitidas à negociação em segmento especial,
instituído por bolsa de valores no Brasil, que contemplem previsão expressa no
estatuto social da companhia de que o conselho de administração deve ser
composto por no mínimo cinco membros, dos quais pelo menos 20% devem ser
independentes com mandato unificado de até dois anos, conforme critério
estabelecido pela bolsa de valores; e
Ø Cotas de fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto,
cuja carteira seja composta exclusivamente pelas ações admitidas no item anterior,
correspondentes bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de
tais ações, e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento
com tais características, conforme regulamentação estabelecida pela CVM.

Apostila 2023 884


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Renda Variável (III)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(III) até 50% (cinquenta por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações de emissão de companhias abertas cuja composição do Conselho de
Administração possua um mínimo de três membros (conforme legislação), com
mandato unificado de até dois anos, admitidas à negociação em segmento especial,
instituído por bolsa de valores no Brasil e correspondentes bônus de subscrição,
recibos de subscrição e certificados de depósito;
Ø Cotas de fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto,
cuja carteira seja composta exclusivamente pelas ações admitidas no item anterior,
correspondentes bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de
tais ações, e as cotas de FIC com tais características;
Ø Cotas de fundos de investimento fechados negociados em bolsa de valores cujas
carteiras sejam compostas por ativos financeiros que busquem refletir as variações e
rentabilidade de índices de referência de renda variável.
Ø Cotas de fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto,
cuja carteira seja referenciada em índice composto por, no mínimo, 50 ações
divulgado por bolsa de valores no Brasil.
Apostila 2023 885
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Renda Variável (IV)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Renda Variável, devem ser observados os
seguintes limites e ativos admitidos:
(IV) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Ações sem percentual mínimo em circulação (free float), correspondentes bônus
de subscrição, recibos de subscrição e certificados de depósito, admitidas à
negociação em bolsa de valores no Brasil;
Ø Cotas de fundos de investimento, constituídos sob a forma de condomínio aberto,
cuja carteira seja composta por ações admitidas à negociação em mercados
organizados, bônus ou recibos de subscrição e de certificados de depósitos de tais
ações, e as cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento
com tais características;
Øregulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários; e
Ø Debêntures com participação nos lucros, ou conversíveis em ações ou permutáveis
em ações, cuja oferta de distribuição tenha sido previamente registrada na CVM, ou
cujo registro tenha sido, por esta, dispensado.

Apostila 2023 886


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Imóveis
Serão admitidas aplicações de até 100% (cem por cento) em cotas de fundos de
investimento imobiliário (FII) e em cotas de fundos de investimento em cotas de fundos
de investimento com tais características (FICFII), conforme regulamentação estabelecida
pela Comissão de Valores Mobiliários.

Apostila 2023 887


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Variação Cambial (I)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Títulos da Dívida Pública Mobiliária Federal cuja remuneração seja associada à
variação da cotação de moeda estrangeira;
Ø Cotas de fundos de investimento abertos classificados com Fundo Cambial
(carteira seja composta por pelo menos 80% de ativos relacionados à variação de
preços de moeda estrangeira ou à variação do cupom cambial) ou cotas de FIC de
Fundos de Investimento Cambial, conforme legislação CVM;
Ø Cotas de fundos de investimento aberto classificado como Fundo de Renda Fixa
Dívida Externa (carteira seja composta por pelo menos 80% de seu patrimônio
líquido, por títulos da dívida externa de responsabilidade da União) ou cotas de FIC
de Fundo de Renda Fixa Dívida Externa, conforme legislação CVM;
Ø Cotas de fundos de investimento aberto, das classes Renda Fixa, Ações,
Multimercado e Cambiais que incluam em sua denominação o sufixo “Investimento
no Exterior”, ou cotas de FIC de fundos de investimento com tais características,
conforme legislação CVM;

Apostila 2023 888


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Variação Cambial (I)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Cotas de fundos de investimento fechados negociados em de bolsa de valores no
Brasil, cujas carteiras sejam compostas por ativos financeiros que busquem refletir as
variações de índices de referência em renda fixa ou renda variável no exterior (Fundo
de Índice em Investimento no Exterior), desde que registrados na Comissão de
Valores Mobiliários (CVM);
Ø Cotas de fundos de investimento aberto classificados como Multimercado cuja
política de investimento permita a compra de ativos ou derivativos com risco
cambial, ou cotas de FIC de fundos de investimento com tais características (Fundos
Multimercado), conforme legislação CVM;
Ø Certificados de Operações Estruturadas (COEs) com Valor Nominal Protegido
referenciados em taxas de câmbio ou variação cambial.

Apostila 2023 889


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Variação Cambial (II e III)
Na aplicação dos recursos na Modalidade Investimentos Sujeitos à Variação Cambial,
devem ser observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(II) até 75% no somatório dos seguintes ativos:
Ø Certificados de depósito de valores mobiliários com lastro em ações de emissão de
companhia aberta ou assemelhada com sede no exterior – Brazilian Depositary
Receipts (BDR), negociados em bolsa de valores no País; e
Ø Cotas dos fundos de investimento que possuam em seu nome a designação “Ações
- BDR Nível I”, constituídos sob a forma de condomínio aberto.
(III) até 50% em títulos e valores mobiliários representativos de corporativa de
empresas brasileiras S/A aberto, emitidos e negociáveis no exterior.
(IV) até 25% no somatório dos seguintes títulos emitidos ou incondicionalmente
garantidos por instituições financeiras no exterior em moeda estrangeira:
Ø Depósitos a prazo fixo por até seis meses, renováveis;
Ø Certificados de depósitos.
Ø Títulos emitidos por governos centrais de jurisdições estrangeiras e respectivos
bancos centrais, desde que a classificação externa de risco da emissão, seja igual ou
superior a AA- ou classificação equivalente.
Apostila 2023 890
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Modalidade: Outros (I e II)
Na aplicação dos recursos na qual não se enquadre nas modalidade anteriores, devem ser
observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(I) até 100% (cem por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Cotas de fundos de investimento classificados como Multimercado, constituídos
sob a forma de condomínio aberto, ou cotas de fundos de investimento em cotas de
fundos de investimento com tais características (Fundos Multimercado), nas formas
regulamentadas pela Comissão de Valores Mobiliários; e
Ø COE com Valor Nominal Protegido.

(II) até 75% (setenta e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø Cotas de Fundos de Investimento em Participações (FIPs) qualificados como
Entidades de Investimento, nas formas regulamentadas pela Comissão de Valores
Mobiliários; e
Ø Cotas de Fundos de Investimento classificados como “Ações - Mercado de Acesso”,
observada a regulamentação estabelecida pela Comissão de Valores Mobiliários.

Apostila 2023 891


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
FIE: Fundos de Investimentos
Modalidade: Outros (III)
Na aplicação dos recursos na qual não se enquadre nas modalidade anteriores, devem ser
observados os seguintes limites e ativos admitidos:
(III) até 25% (vinte e cinco por cento) no somatório dos seguintes ativos:
Ø COE com Valor Nominal em Risco;
Ø Certificados de Reduções Certificadas de Emissão (RCE) ou de créditos de carbono
do mercado voluntário, admitidos à negociação em bolsa de valores, mercadorias e
futuros ou mercado de balcão organizado, registrados ou depositados,
respectivamente, em entidade registradora ou depositário central, autorizados pelo
Banco Central do Brasil ou pela Comissão de Valores Mobiliários nas suas respectivas
áreas de competência, para desempenhar as referidas atividades.

Apostila 2023 892


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

FIE: Fundos de Investimentos


Derivativos
A atuação do FIE em mercados de derivativos:
Ø deverá observar a avaliação prévia dos riscos envolvidos;
Ø estará condicionada à existência de sistemas de controles adequados às suas
operações;
Ø não pode gerar, a qualquer tempo, a possibilidade de perda superior ao valor do
patrimônio líquido do fundo de investimento;
Ø não pode gerar, a qualquer tempo, a possibilidade de que o cotista seja obrigado a
aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo;
Ø não pode realizar operações de venda de opção a descoberto;
Ø não pode ser realizada sem garantia da contraparte central da operação.
q OBS: A sociedade seguradora, a sociedade de capitalização, a entidade aberta de
previdência complementar e o ressegurador local devem informar à Superintendência de
Seguros Privados, quando solicitados, as características, as contrapartes, os prêmios
pagos, as margens depositadas, bem como a exposição dos contratos derivativos
celebrados

Apostila 2023 893


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Definição
Já a ANBIMA, definiu a classificação dos fundos de previdência aberta em 7 (sete) tipos,
sendo que também estão incluídos para esta classificação, os fundos exclusivos que têm
como objetivo receber recursos de reserva técnica dos planos de previdência aberta e os
FAPIs. Os fundos poderão ser enquadrados da seguinte forma:
I. Renda Fixa;
II. Balanceados (até 15% em ações) ;
III. Balanceados – de 15 a 30% (quinze a trinta por cento em ações);
IV. Balanceados – acima de 30% (acima de trinta por cento em ações);
V. Previdência Multimercados;
VI. Previdência Data-Alvo.
VII. Previdência Ações.

Apostila 2023 894


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Classificação ANBIMA
Tipos
I. Renda Fixa: Fundos que têm como objetivo buscar retorno por meio de investimentos
em ativos de renda fixa (sendo aceitos títulos sintetizados por meio do uso de
derivativos), admitindo-se estratégias que impliquem em risco de juros e de índice de
preços do mercado doméstico. Excluem-se estratégias que impliquem em risco de moeda
estrangeira ou de renda variável (ações etc.), não admitindo alavancagem.

II. Balanceados – até 15% (quinze por cento): fundos que têm como objetivo buscar
retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda
fixa, ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento
diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo, devem ser classificados os fundos que
objetivam investir, no máximo, 15% do valor de sua carteira em ativos de renda variável.
Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem
alavancagem.

Apostila 2023 895


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Tipos
III. Balanceados – de 15 a 30% (quinze a trinta por cento): fundos que têm como objetivo
buscar retorno no longo prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos
(renda fixa, ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento
diversificada e deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo devem ser classificados os Fundos que
objetivam investir entre 15% (no mínimo) e 30% (no máximo) do valor de sua carteira em
ativos de renda variável. Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de
desempenho que reflita apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes
Fundos não admitem alavancagem.

Apostila 2023 896


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Classificação ANBIMA
Tipos
IV. Balanceados – acima de 30% (trinta por cento): fundos que têm como objetivo buscar
retorno no longo prazo através de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa,
ações, câmbio etc.). Estes fundos utilizam uma estratégia de investimento diversificada e
deslocamentos táticos entre as classes de ativos ou estratégia explícita de
rebalanceamento de curto prazo. Devem ter explicitado o mix de ativos (percentual de
cada classe de ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark) ou
intervalo definido de alocação. Neste tipo devem ser classificados os fundos que
objetivam investir, no mínimo, 30% do valor de sua carteira em ativos de renda variável.
Sendo assim, não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita apenas
uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem
alavancagem.

V. Previdência Multimercados: fundos que têm como objetivo buscar retorno no longo
prazo por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda fixa, ações, câmbio
etc.). Estes fundos não têm explicitado o mix de ativos (percentual de cada classe de
ativo) com o qual devem ser comparados (asset allocation benchmark), podendo,
inclusive, ser comparados a parâmetro de desempenho que reflita apenas uma classe de
ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes fundos não admitem alavancagem.

Apostila 2023 897


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Classificação ANBIMA
Tipos
VI. Previdência Data-Alvo: fundos que têm como objetivo buscar retorno num prazo
referencial, ou data-alvo, por meio de investimento em diversas classes de ativos (renda
fixa, ações, câmbio etc.) e estratégia de rebalanceamento periódico. Estes fundos têm
compromisso de redução da exposição a risco em função do prazo a decorrer para a
respectiva data-alvo. Não podem ser comparados a indicador de desempenho que reflita
apenas uma classe de ativos (por exemplo: 100% do CDI). Estes Fundos não admitem
alavancagem.

VII. Previdência Ações: fundos que devem possuir, no mínimo, 67% da carteira em ações à
vista, bônus ou recibos de subscrição, certificados de depósito de ações, cotas de fundos
de ações, cotas dos fundos de índice de ações, Brazilian Depositary Receipts, classificados
como nível I, II e III. Neste tipo devem ser classificados os Fundos que se destinam a
somente receber aplicações de outros fundos de previdência aberta. Estes Fundos não
admitem alavancagem.

Apostila 2023 898


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Classificação ANBIMA
Resumo
Renda Fixa Balanceados Multimercados Data-alvo Ações
Ø Retorno através de
Ø Retorno no Ø Retorno num Ø Devem possuir
investimento em
longo prazo através prazo referencial no mínimo 67%
Ø Retorno por meio diversas classes de
de investimento ou data-alvo, da carteira em
ativos (renda fixa,
de ativos de renda em diversas classes através de ações à vista,
ações, câmbio, etc).
fixa com estratégias (renda fixa, ações, investimento em bônus ou recibos
câmbio, etc). diversas classes de subscrição
que impliquem em Ø Devem ter
de ativos (ações (etc). Somente
explicitado o mix de
risco de juros e de Ø Estes fundos não renda fixa, pode receber
ativos (percentuais de
índice de preços do têm explicitado o câmbio, etc) e aplicações de
cada classe de ativo:
mix de ativos (% de estratégia de outros fundos
mercado doméstico Ø Até 15%
cada classe de rebalanceament de previdência
Ø De 15% a 30%
ativo) o periódico aberta
Ø Acima de 30%

NÃO ADMITEM ALAVANCAGEM

Apostila 2023 899


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Capítulo 6:
Gestão de Carteiras e Riscos
900
6.1 Estatística Aplicada
Apostila 2023 901
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Estatística
Conceito
A Estatística é a ciência das probabilidades, que através de um conjunto de regras
matemáticas, nos permite fazer previsões sobre determinado grupo estudado, a partir de
uma amostra significativa. Ela tem por objetivo coletar, organizar, analisar e interpretar as
informações de um problema que está sendo estudado, para desta forma, auxiliar
na tomada de decisão.
Para as finanças, usamos a estatística para analisar o risco e o retorno dos investimentos,
com certo grau de confiança. Desta forma, precisaremos entender os seguintes conceitos:
Ø Diferença entre Amostra e População
Ø Medidas de Posição Central: Média, Moda e Mediana (As “Três Marias”)
Ø Medidas de Dispersão: Desvio Padrão e Variância
Ø Covariância
Ø Coeficiente de Correlação
Ø Intervalo de Confiança: Distribuição Normal

Apostila 2023 902


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Estatística
População e Amostra
Para iniciarmos os estudos de estatística, precisamos primeiramente entender a diferença
de População e Amostra. Assim sendo:
Ø População: O Conceito de População é “a totalidade dos números do grupo a ser
estudado”. Por exemplo, um fundo de investimentos possui 10 anos de criação e
vamos analisar estes 10 anos.
Ø Amostra: Já a Amostra é “uma parte da totalidade do grupo que deseja ser
estudado, ou seja, um pedaço da População”. Por exemplo, desejamos saber em
quem a população brasileira pretende votar. Como é muito difícil perguntar para
todos os brasileiros, fazemos uma pesquisa somente com uma “parte” da população,
que será considerada como se fosse o todo.

POPULAÇÃO
Amostra

Apostila 2023 903


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Média
A MÉDIA nada mais é que um valor que aponta para onde mais se concentram os dados
de uma distribuição, ou seja, “o ponto de equilíbrio” do grupo de dados analisados. É
como se todos os números desse grupo, fossem iguais neste ponto de equilíbrio. Para
fazermos o cálculo da média, primeiro precisamos compreender que a média poderá ser
de dois tipos:
Ø Média Aritmética Simples: quando todos os dados possuem a mesma relevância,
ou seja, o mesmo peso. Exemplo: aplicar em quatro ativos diferentes, mas com o
mesmo valor financeiro. Desta forma, para fazer o seu cálculo devemos somar todos
valores do grupo de dados e dividir pela quantidade total de números.
Ø Média Aritmética Ponderada: quando os dados do grupo analisada possuam
relevâncias diferentes, ou seja, pesos diferenças. Por exemplo, um cliente aplicar
valores diferentes em diversos investimentos. Desta forma, para fazer o seu cálculo
devemos levar em consideração o peso de cada um dos dados. Este cálculo será
apresentado adiante.

Apostila 2023 904


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Posição Central
Média Simples: Exemplo
Rafael é seu cliente no banco e deseja saber qual foi o retorno médio da sua aplicação
financeira no Fundo de investimentos “A”. Analisando os dados abaixo, o que você diria?

MÊS RETORNO
Janeiro +1%
+
Fevereiro +3%
+ Total = 15%
5 meses Março +3%
+
Abril +5%
+
Maio +3%

Para fazer o cálculo da média, devemos somar todos os meses e dividir pela quantidade
de meses, ou seja (1 + 3 + 3 + 5 + 3 = 15) e dividir este valor por 5. Desta forma, a média
do retorno do fundo aplicado pelo Rafael, foi de 3% ao mês. É como se cada mês tivesse
tido um retorno de 3%, ao invés de ter tido as devidas rentabilidades.

Apostila 2023 905


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Média Simples: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%) na HP 12C, devemos seguir
os seguintes passos:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Média !: [g][0]
" Média 3%

A tecla [∑+] serve para adicionar um número em um grupo estatístico, sendo avisado no
visor, quantos números esse grupo tem no momento.

Apostila 2023 906


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Posição Central
Média Ponderada: Exemplo
Rafael investiu R$ 100 mil em 4 ações, investindo valores diferentes em cada uma delas.
No último mês, ele viu que estas empresas tiveram retornos diferentes, sendo eles 1%,
2%, 3% e 4%. Desta forma, quando ele fez a média do retorno (1 + 2 + 3 + 4, totalizando
10%, divididos por 4), percebeu que o retorno calculado foi de 2,5%, mas o lucro gerado
pelas empresas foi de apenas R$ 2.000,00, ou seja, de 2%. Por quê?

Ativo Retorno Valor Investido Lucro


Banco do Brasil +4,00% R$ 10.000,00 R$ 400,00
+
Itaú +3,00% R$ 20.000,00 R$ 600,00 Lucro:
+ R$ 2.000,00
Bradesco +2,00% R$ 30.000,00 R$ 600,00
+
Santander +1,00% R$ 40.000,00 R$ 400,00

q RESPOSTA: Quando Rafael dividiu os retornos por 4, ele calculou a média simples.
Porém, os retornos possuem pesos diferentes (por exemplo, Itaú possui um peso de 20%,
pois foi investido R$ 20 mil do total de R$ 100 mil). O que deveria ser feito é multiplicar o
peso de cada ativo pelo retorno e somar todos os valores, gerando os 2% de média.

Apostila 2023 907


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Média Ponderada: HP 12C
Para calcular o conjunto anterior na HP 12C, devemos lançar “quem desejamos” clicar em
[ENTER] e depois lançar “quem é o peso”. Neste caso, “quem desejamos” é o retorno [%]
e “quem é o peso” é o valor financeiro investido.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


4 ENTER 10.000 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 ENTER 20.000 [∑+] 2º número do grupo Número 2

2 ENTER 30.000 [∑+] 3º número do grupo Número 3

1 ENTER 40.000 [∑+] 4º número do grupo Número 4

Média Ponderada !w: [g][6]


" Média Ponderada 2,00%

Apostila 2023 908


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Posição Central
Moda
A moda é o valor que ocorre com maior frequência em uma amostra (série de valores), ou
seja, o número que “mais enxergamos” no grupo. Um conjunto de resultado pode
apresentar uma moda ou mais, sendo classificado como:
Ø 1 moda = unimodal;
Ø 2 modas = bimodal;
Ø 3 ou mais = multimodal.
Como exemplo, temos dois fundos (A e B) apresentando os seguintes retornos:

Mês Retorno do Fundo A Retorno do Fundo B


Janeiro 1,00% 1,00%
Fevereiro 3,00% 5,00%
Março 3,00% 2,00%
Abril 5,00% 2,00%
Maio 3,00% 5,00%
MODA UNIMODAL: 3,00% BIMODAL: 2% e 5%,

Apostila 2023 909


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Posição Central


Mediana
A mediana de um grupo de dados é o número do meio, ou seja, o valor numérico que
divide o grupo em duas partes iguais. No entanto, antes de fazermos esta divisão,
devemos ordenar o grupo de forma crescente ou decrescente. Se a quantidade de
números do grupo for ímpar, consideramos o divisor dos dois grupos. Se for par, pegamos
os dois “mais próximos do centro” e fazemos sua média. Por exemplo:
Ø Um fundo teve os seguintes retornos de Janeiro a Maio: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%}
Se não ordenarmos o grupo, entenderíamos que a Mediana do Fundo A seria 2%
(número que está dividindo o grupo em duas partes iguais). No entanto,
primeiramente devemos ORDENAR: {1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo ordenado,
percebemos agora que o número do meio, a mediana, é o 4% e não mais o 2%.
Ø Considerando mais um mês de 1%, qual a mediana?: {1%, 4%, 2%, 5%, 5%, 1%}
Repare agora que não existe mais um único número que divide o grupo em duas
partes iguais. Desta forma, devemos fazer a média dos dois números centras, mas
primeiramente devemos ordenar o grupo: {1%, 1%, 2%, 4%, 5%, 5%}. Com o grupo
ordenado, fazemos a média dois centrais (em verde) que será a mediana: 3%.

Apostila 2023 910


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão
A Variância e o Desvio Padrão são medidas estatísticas que medem o grau de dispersão
de um conjunto de dados em relação a sua média, ou seja, o risco dos dados não darem a
média do grupo. Quanto maior a Variância ou Desvio Padrão, maior será o risco, já que a
distância entre cada ponto até a média será maior.
A Variância é calculada através da MÉDIA DO QUADRADO DA DISTÂNCIA DE CADA
PONTO ATÉ A MÉDIA DO GRUPO, e o Desvio Padrão será a raiz quadrada deste número.
Este passo-a-passo deixará um pouco mais claro:
Ø (1) Calcular a média do grupo;
Ø (2) Calcular a distância de cada ponto até a média;
Ø (3) Elevar cada uma destas distâncias ao quadrado (Motivo: deixar todos os
números positivos);
Ø (4) Calcular a média desses números que foram elevados ao quadrado.
Este número será a Variância Populacional.
Ø (5) Desvio Padrão = Raiz quadrada da Variância.
Desta forma, percebemos que a partir da Variância podemos encontrar o Desvio Padrão,
e, consequentemente, do Desvio Padrão podemos encontrar a Variância.

Apostila 2023 911


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Exemplo Gráfico
Agora calcularemos a Variância e o Desvio Padrão dos retornos do Fundo de “A” no qual
teve retornos de (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%). Mas primeiro, vamos “enxergar” o risco de
cada retorno em não dar a média do retorno, que seria o “padrão” do grupo. Perceba que
os retornos nos meses 1, 3 e 4 foram exatamente a média, portanto “não há risco”.

6
Fundo A Média

5
Risco de Volatilidade
Retorno Mensal (%)

4 (Distância entre o
ponto e a média )
3

0
1 2 3 4 5

Apostila 2023 912


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão do grupo (+3%, +1%, +3%, +3%, +5%),
iremos seguir o passo-a-posso através da construção de uma tabela:

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média = (8 ÷ 5) = 1,6
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 1,6
Média = 3% (ETAPA 5)
!" = $, & = ±1,26

Apostila 2023 913


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral
Para calcularmos a Variância e o Desvio Padrão Amostral, ao invés de calcular a média da
ETAPA 3, dividindo por “N TERMOS”, devemos dividir por “N menos 1”, neste caso por 4.

Retornos (ETAPA 2) (ETAPA 3)


Retorno – Média Elevar ao quadrado
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
1% (1 – 3) = -2 (-2)2 = 4
+
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
Média N-1 = (8 ÷ 4) = 2
3% (3 – 3) = 0 (0)2 = 0
+
+
5% (5 – 3) = +2 (+2)2 = 4
(ETAPA 4):
(ETAPA 1) Variância = 2
Média = 3% (ETAPA 5)
!" = ( = ±1,41

Apostila 2023 914


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Amostral: HP-12C
A Hp-12 calcula diretamente apenas o Desvio Padrão, sendo ele o Amostral. Mas com o
Desvio Padrão, podemos chegar na Variância elevando-o ao quadrado. Primeiro, vamos
“limpar” a HP-12C com “[F] [CLx]”.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1

3 [∑+] 2º número do grupo Número 2

3 [∑+] 3º número do grupo Número 3

5 [∑+] 4º número do grupo Número 4

3 [∑+] 5º número do grupo Número 5

Desvio Padrão !: [g][.] Desvio Padrão 1,41

2 [YX] Variância 2,00

Apostila 2023 915


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão Populacional: HP-12C
Para podermos calcular através da população, devemos “enganar” a HP-12, adicionando
um número extra que será a média do grupo.

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


1 [∑+] 1º número do grupo Número 1
3 [∑+] 2º número do grupo Número 2
3 [∑+] 3º número do grupo Número 3
5 [∑+] 4º número do grupo Número 4
3 [∑+] 5º número do grupo Número 5
3 [∑+] Média adicionado ao grupo Número 6

Desvio Padrão !: [g][.] Desvio Padrão – População 1,26

2 [YX] Variância – População 1,60

Apostila 2023 916


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Dispersão
Analisando duas Aplicações
Para as finanças, o Desvio Padrão e a Variância nos indicam o Risco de Mercado do ativo.
Este risco é conhecido também por Volatilidade, que nada mais é que a sua oscilação
perante a média de retornos. No entanto, quanto maior o risco, maior o retorno exigido
por aquele investimento e caso dois investimento possuam o mesmo retorno, devemos
escolher o que possui o menor risco. Por exemplo, dois fundos que possuam um retorno
médio de 3% e que apresentem os retornos abaixo, deve-se escolher o Fundo A, pois
possui menor oscilação e, consequentemente, menor Desvio Padrão que o Fundo B.

7 Fundo B Fundo A Média


6

0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Apostila 2023 917


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Dispersão
Variância e Desvio Padrão: Resumo
Os principais pontos a serem destacados do Desvio Padrão e da Variância são :
Ø Medem o risco de mercado (volatilidade ou oscilação) de um ativo;
Ø Quanto maior o desvio padrão/variância, maior será o risco do investimento (mais
ele estará se “desviando do seu padrão”).
Ø A Variância sempre será um número positivo;
Ø O Desvio Padrão é tanto um número positivo, quanto negativo;
Ø O Símbolo do Desvio Padrão é o Sigma (σ)
Ø A Variância é representada pelo Sigma ao quadrado (σ2)
q FÓRMULAS:

VARIÂNCIA POPULACIONAL VARIÂNCIA AMOSTRAL

Apostila 2023 918


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância
A Covariância é uma medida estatística para entendermos como uma variável (ATIVO A)
se comporta em relação a outra variável (ATIVO B). Quando a covariância é positiva, duas
variáveis tendem a variar na mesma direção. Já quando a covariância é negativa, as
devidas variáveis tendem a variar em direção oposta. Variáveis independentes (que não
possuem nenhuma correlação) têm covariância igual a zero.
Por exemplo, o aumento do preço do petróleo é benéfico para as Petrolíferas (vendem
petróleo), mas prejudicial ao lucro das empresas aéreas (custo do combustível). Desta
forma, quando o preço do petróleo aumenta, as ações da Petrobrás tendem a valorizar e
as ações da companhia aéreas tendem a desvalorizar. Caso o petróleo diminua de valor, as
ações da Petrobrás tendem a desvalorizar e as ações das companhias aéreas tendem a
valorizar. Podemos demonstrar isto pelo cálculo da Covariância:
Ø A Covariância entre Petróleo-Petrobras é POSITIVA (andam na mesma direção)
Ø A Covariância entre Petróleo-CIA Aéreas é NEGATIVA (andam em direção opostas)
A grosso modo, podemos dizer que “Variância de um Ativo com seu COmpanheiro” é a
COvariância, ou seja, o risco interligado de dois ativos.

Apostila 2023 919


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de associação entre 2 variáveis


Coeficiente de Correlação (ρ)
No entanto, a covariância possui dois problemas:
Ø (1) Seus valores não são padronizados, variando de menos infinito a mais infinito;
Ø (2) Não é possível comparar a relação linear de dois grupos com unidades
distintas.
Assim, Karl Pearson (ρ) corrigiu o problema da Covariância, conseguindo transformar
estes números em uma nova variável que SEMPRE irá variar de -1 até +1, chamada de
“Coeficiente de Correlação”. O sinal indicará se há uma relação direta ou inversa entre as
variáveis e o número a intensidade (quanto mais próximo de “1”, maior a correlação
linear). Por exemplo, duas variáveis X e Y que possuam os seguintes Coeficientes de
Correlação:
Ø X e Y possuem (ρ) = +1: Se X aumentar 10%, Y AUMENTARÁ 10%;
Ø X e Y possuem (ρ) = -1: Se X aumentar 10%, Y DIMINUIRÁ 10% (lados opostos).
Ø X e Y possuem (ρ) = 0: Se X aumentar 10%, Y não terá NENHUMA relação, irá se
movimentar independentemente uma da outra.
Ø X e Y possuem (ρ) = +0,3: Se X diminuir 10%, Y DIMINUIRÁ 3%.

Apostila 2023 920


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância e Coef (ρ)
Quando estamos tratando de gestão de risco nas carteiras de investimentos, desejamos
adquirir ativos que se comportem o mais inverso possível e estas variáveis servem para
isso. Voltando ao nosso exemplo com Petrolíferas, mesmo que as empresas sejam muito
bem administradas, gerando bons lucros, o valor das suas ações sempre estão
diretamente relacionadas a cotação do petróleo. Se o mesmo, se desvalorizar, as ações
irão se desvalorizar. Desta forma, é muito interessante para diminuir o “risco de petróleo”,
adquirir ativos que sejam beneficiados com a queda do valor desta commodities, como
por exemplo, companhias aéreas. Para isso, analisamos o Coeficiente de Corre
Por exemplo, vejamos como duas carteiras se comportariam com o petróleo caindo 10%,
estimando Coef (Petrobrás, Petróleo) = +1; e Coef (LATAM; Petróleo) = ‒1

Ativo Valor Inicial Prejuízo/ Lucro Resultado Final


CARTEIRA (A) 100% Petrobrás R$ 100.000 - R$ 10.000 (-10%) R$ 90.000
50% Petrobrás R$ 50.000 - R$ 5.000 (-10%)
CARTEIRA (B) R$ 100.000
50% LATAM R$ 50.000 +R$ 5.000 (+10%)

Apostila 2023 921


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de associação entre 2 variáveis


Fórmulas
Agora que sabemos os conceitos de Covariância e de Coeficiente de Correlação,
entraremos nas fórmulas, lembrando sempre que quando tratarmos de População deve
ser dividido por “N termos” e quando tratarmos de Amostra, deve-se dividir por “N – 1”.
q Covariância: A covariância poderá ser calculada através de duas maneiras:

. × 0! -0
,! -, . . × 0! -0
,! -, .
Ø (1) COV(X,Y) = ∑+)*+ ; OU ∑+)*+ ;
1 1-2

Ø (2) COV(X,Y) = DP(X)×DP(Y) × Coef (X,Y); quando se tem o Coeficiente.

q Coeficiente de Correlação: O coeficiente de correlação é calculado através:

345(,,0)
Coef (X,Y)=
89(:)×89(;)

Apostila 2023 922


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Covariância: Cálculo
Sabemos empiricamente que quanto mais alto estão os juros (SELIC), menos as pessoas
tendem a comprar (o crédito fica mais caro). No entanto, podemos provar essa relação
inversa com o cálculo da Covariância entre a Taxa de Juros versus Consumo. Por exemplo,
calcule a Covariância entre “Consumo & Taxa de Juros”, sabendo que nos últimos quatro
anos, foram coletados os seguintes dados:
Ø Consumo por pessoa: {R$ 800; R$ 700; R$ 600; R$ 500}
Ø Taxa SELIC: {10%; 11%; 13%; 14%}
Para calcularmos Covariância entre dois ativos (A,B), devemos seguir este Passo-a-Passo:
Ø (1) Calcular a média do “Ativo A” e do “Ativo B”;
Ø (2) Em cada ativo, calcular a distância de cada ponto até a sua média (“RISCO”);
Ø (3) Multiplicar o “RISCO” ´de cada período do “Ativo A” com o respectivo RISCO do
mesmo período do “ativo B”;
Ø (4) Para calcular a Covariância Populacional, deve-se somar o resultado destas
multiplicações e dividir por “N”, ou seja, calcular a média destas multiplicações. Caso
seja uma amostra, a divisão deverá ser por “n – 1” .

Apostila 2023 923


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo Covariância: Passo a Passo
Primeiramente, devemos notar que o exemplo nos passa a informação dos “últimos
quatro anos”, portanto, uma amostra. Para termos a população entre “Consumo & Taxa de
Juros” deveríamos ter todos os dados desde a primeira vez que alguém consumiu no
Brasil (uma coleta de dados impossível). Assim, nossa soma final será divida por 3 (n – 1).
Seguindo o passo-a-passo, chegamos na seguinte tabela:

Consumo (A) ETAPA 2: SELIC (B) ETAPA 2: ETAPA3:


Retorno – Média Retorno – Média Multiplicar Riscos
800 +150 10 ‒2 (150×-2)= ‒300
+
700 +50 11 ‒1 (50×-1)= ‒50
+ (-700 ÷ 3)
600 ‒50 13 +1 (-50×1)= ‒50
+
500 ‒150 14 +2 (-150×2)= ‒300
ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:
Média: 650 Média: 12 Cov (A,B) = ‒233

A conclusão para nossos estudos é que a COV (Consumo, Selic) é negativa, portanto,
possuem relação inversa (quando um sobe, o outro diminui).

Apostila 2023 924


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
A HP-12C não calcula diretamente a Covariância, somente o Coeficiente de Correlação. No
entanto, sabemos que ela também calcula o desvio padrão dos ativo. Desta forma,
podemos aplicar a seguinte fórmula, lembrando que nossos resultados são sempre
Amostrais:

COV (a,b) = DP(a) × DP(b) × Coeficiente de Correlação(a,b)


Risco A Risco B Risco relacionado entre A,B
q HP-12C - Passo-a-Passo:
Ø (1) Zerar a Hp-12C com [f][CLx]
Ø (2) Inserir um por um, os pares do grupo: Ativo A “ENTER” + Ativo B “[∑+]”,
Com os grupos criados, podemos solicitar o cálculo do Coef (a,b), DP(a) e DP(b).
Ø (3) Calcular Coef(A,B): [g][2] e posteriormente “inverter variáveis” [x><y]
Ø (4) Calcular DP(B): [g][.]; a Hp-12 sempre nos mostra primeiro o “segundo ativo”.
Ø (5) Calcular DP(A): [x><y]; inverter variáveis (você já pediu o DP(b), agora esta
pedindo para a HP somente inverter a variável)
Ø (6) Calcular COV(A,B): multiplicar os itens anteriores (3)×(4)×(5).

Apostila 2023 925


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de associação entre 2 variáveis


Cálculo HP-12C: Covariância e Coef(ρ)
q Aplicando o Passo-a-Passo:

FLUXO TECLA MOTIVO Visor


800 ENTER 10 [∑+] 1º número do grupo 1
700 ENTER 11 [∑+] 2º número do grupo 2
600 ENTER 13 [∑+] 3º número do grupo 3
500 ENTER 14 [∑+] 4º número do grupo 4
2,r: [g][2]
3 Correlação (r) 1.210
COEF (A,B) [x><y] Inverter resultado ‒0,99
DESVIO PADRÃO (B) S: [g][.] A HP calcula 1º segundo ativo 1,83
DESVIO PADRÃO (A) [x><y] Inverter o Ativo 129,10
Multiplicar duas vezes, pois os
COV(A,B) [×] [×] valores do COEF, DP(a) e DP(b) -233,33
já estão na memória da HP

Apostila 2023 926


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Correlação: Gráfico
Para enxergarmos essa relação, vejamos os gráficos abaixo com suas devidas explicações:
Ø Coef (a,b) = +1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “+1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
na mesma direção e na mesma intensidade. Ou seja, quando
um cai, a outra também cai. Quando uma sobe, a outra
também sobe.
Ø Coef (a,b) = 0: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “0”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
sem nenhuma correlação, independente uma da outra (como
se elas tivessem vidas próprias). Importante ressaltar que
mesmo o coeficiente sendo zero, há diversificação da carteira
de investimentos.
Ø Coef (a,b) = - 1: Quando o coeficiente de correlação for igual
a “‒1”, percebemos que as duas variáveis estarão se movendo
em direções opostos, porém, na mesma intensidade. Ou seja,
quando um cai, a outra sobe. Quando uma sobe, a outra cai.

Apostila 2023 927


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de associação entre 2 variáveis


Covariância e Coef(ρ): Resumo
Os principais pontos da Covariância e do Coeficiente de Correlação são:
Ø São variáveis para demonstrar o risco entre ativos e não o risco de cada ativo. Por
tanto, eles diminuem o Risco Não-Sistêmico, também chamado de Risco
Diversificável;
Ø A Covariância nos dirá “somente” se os ativos se movimentam para a mesma
direção ou para direções contrárias.
Ø O Coeficiente de Correlação no dirá a direção e a intensidade de como os ativos se
relacionam.
Ø Todo ativo que possuir Coeficiente de Correlação MENOR que +1, diversificará a
carteira de investimentos.
Ø Quanto menor for o Coeficiente de Correlação, maior o benefício da
diversificação que este ativo estará gerando a carteira de investimentos.
Ø Ativos com Coeficiente igual a ZERO, diversificam a carteira. No entanto, não se
sabe o que irá ocorrer entre eles.

Apostila 2023 928


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de associação entre 2 variáveis
Coeficiente de Determinação (R2)
O Coeficiente de Determinação (R2), nada mais é que o valor do coeficiente de correlação
entre dois ativos (A,B) elevado ao quadrado, e portanto, nunca será um número negativo.
Ele serve para mostrar quanto da variação de A é explicada pela variação de B e quanto
da variação de A é devida a fatores aleatórios.
O R² irá variar entre 0 e 1, sendo indicado em porcentagem. Quanto maior o R², mais
explicativo é o modelo, ou seja, melhor ele se ajusta à amostra. Por exemplo, se o R² de
um modelo é 0,9312, isto significa que 93,12% da variável A é dependente da variável B.

q FÓRMULA:

! !
R = #(#,%)
q OBSERVAÇÃO: Conforme vimos, a partir do R2 encontramos o valor do Coeficiente de
Correlação, e, consequentemente, do Coeficiente de Correlação encontramos o R2.

Apostila 2023 929


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Distribuição Normal e Intervalo de Confiança


Conceito
A importância de se saber a média e o desvio-padrão da amostra coleta nos
investimentos, está em conhecer a probabilidade de eventos futuros de se afastarem da
média do grupo. Esta probabilidade é chamada de “Intervalo de Confiança” e pode ser
demonstrada através da “Curva da Distribuição Normal”, formada pela distribuição dos
dados coletados em uma curva. Estas probabilidades já foram calculadas pelos estatísticos
e são padronizadas da seguinte forma:
Ø Aproximadamente 68% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de UM desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 95% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de DOIS desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Ø Aproximadamente 99% dos valores de uma distribuição normal encontram-se
dentro da faixa de TRÊS desvio padrão, para mais ou para menos da média.
Importante destacar que a curva da distribuição normal simétrica tem forma de sino, e
desta forma, as suas “três Marias” – Média, Moda e a Mediana – são iguais!

Apostila 2023 930


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Intervalo de Confiança
Gráfico
A partir da média (µ), quanto mais nos afastamos dela, maior a probabilidade de um
evento ocorrer. Este afastamento é baseado pela quantidade de desvios padrões (σ).
Importante ressaltar que não importa a quantidade de desvios padrões utilizarmos, jamais
teremos 100% de certeza.
A curva de distribuição normal é apresentada desta forma:

1 DP(4) = 68,26%
2 DP(4) = 95,44%
3 DP(4) = 99,74%
1,96 DP(4) = 95%

Apostila 2023 931


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Distribuição Normal e Intervalo de Confiança


Exemplo
Um fundo de ações possui retorno médio anual de 40% e um desvio padrão de 5%. Para
um intervalo de confiança de 95%, qual a variação esperada aproximada?
q RESPOSTA: para cada desvio padrão utilizado, o fundo deverá se distanciar da sua
média 5%, tanto para mais, quanto para menos. Lembrando que:
Ø Para 68% de Intervalo de Confiança, se utiliza UM Desvio Padrão;
Ø Para 95% de Intervalo de Confiança, se utiliza DOIS Desvios Padrão;
Ø Para 99% de Intervalo de Confiança, se utiliza TRÊS Desvios Padrão;
Assim, devemos nos “desviar” 2 vezes da média, sendo que cada desvio equivale a 5%:
Ø Intervalo de Confiança = Média ± n x DP
o IC Mínimo = 40% ‒ 2 × 5% = 30%
o IC Máximo = 40% + 2 × 5% = 50%
Desta forma, podemos dizer que esperamos que o fundo de tenha uma variação entre
30% e 50%, com 95% de confiança.

Apostila 2023 932


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
6.2 Risco & Retorno Esperado
Apostila 2023 933
933
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Risco & Retorno Esperado


Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.
Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu
cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos
dos ativos. Mas não se preocupa, cálculos não caem na prova, somente o conceito!

Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada

Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo
Apostila 2023 934
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Risco & Retorno Esperado
Rentabilidade Esperada
Podemos calcular o Retorno Esperado através da média ponderada da expectativa dos
retornos de cada ativo ou de cada cenário. Por exemplo, uma empresa A tem um retorno
esperado de 11% e uma empresa B possui um retorno esperado de 12%. Se o peso de A
na carteira for 75% e de B 25%, qual o retorno esperado dessa carteira?
q RESPOSTA: Para calcularmos o retorno esperado, basta multiplicar o retorno esperado
de cada empresa pelo seu peso e somar, conforme tabela abaixo:

RETORNO RETORNO PARA


ATIVO PESO
ESPERADO A CARTEIRA
Empresa A +11,00% 75% + 8,25%
+
Empresa B +12,00% 25% + 3,00%
RETORNO ESPERADO DA CARTEIRA → + 11,25%

Apostila 2023 935


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Risco & Retorno Esperado


Desvio Padrão do Retorno Esperado
Quando estamos tratando de Retornos Esperados, os dados utilizados serão as projeções
das rentabilidades, que englobam cenários com probabilidades, ou seja, possuem pesos
diferentes. Com isso, a HP-12C não terá tamanha valia e o cálculo deverá ser feito
manualmente.
A estratégia a ser utilizada para calcularmos o Desvio Padrão dos Retornos Esperados
continuará sendo a mesma: montar o “quadro” com o mesmo passo-a-passo. Porém,
devemos ficar atento nos seguintes itens:
Ø A média a ser utilizada não será mais a simples, mas sim, a média ponderada;
Ø Continuaremos elevando o risco de cada ponto ao quadrado;
Ø No entanto, ao invés de fazermos a média dos riscos ao quadrado, deveremos
multiplicar estes resultados pela sua probabilidade e somar.
A fórmula acaba sendo:

Apostila 2023 936


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Risco & Retorno Esperado
Desvio Padrão: Exemplo
As empresas de educação financeira “Toro Cursos” e a “ART Education” possuem as
seguintes expectativas de retorno para os quatros estados da economia. Desta forma,
calcule o retorno esperado e o desvio padrão de cada uma delas.

Estado da Retorno Esperado Retorno Esperado


Probabilidade
Economia Toro Cursos ART Education

Ótimo 20% -5% 35%


Bom 30% 25% 20%
Normal 40% 30% 15%
Fraco 10% 35% 0%

Apostila 2023 937


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Risco & Retorno Esperado


Exemplo: Toro Cursos
Conforme o passo-a-passo, primeiramente devemos calcular a média ponderada do
retorno esperado, lembrando que podemos fazer na HP-12C inserindo todo os dados
através de “Retorno [Enter] probabilidade [∑+]” e por último clicando em “[g][6]”.

Probabilidade Retorno (ETAPA 2) (ETAPA 3) (ETAPA 4)


Elevar ao Multiplicar pela
dos Cenários Esperado Retorno – Média
quadrado Probabilidade
Ótimo 20% ‒5 (‒5 ‒ 22) = ‒27 (-27)2 = 729 (20%)×(729) = 145,8
+
Bom 30% 25 (25 ‒ 22) = +3 (+3)2 = 9 (30%)×(9) = 2,7
+
Normal 40% 30 (30 ‒ 22) = +8 (+8)2 = 64 (40%)×(64) = 25,6
+
Fraco 10% 35 (35 ‒ 22) = +13 (+13)2 = 169 (10%)×(169) = 16,9
(ETAPA 1) (ETAPA 5) Somar:
Média Ponderada = 22% Variância = 191
(ETAPA 6): Desvio Padrão = 676 = ±13,82

Apostila 2023 938


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Risco & Retorno Esperado
Exemplo: ART Education
Devemos seguir o mesmo passo-a-passo para calcularmos o risco do retorno esperado da
ART Education.

Probabilidade Retorno (ETAPA 2) (ETAPA 3) (ETAPA 4)


Multiplicar pela
dos Cenários Esperado Retorno – Média Elevar ao quadrado
Probabilidade
Ótimo 20% 35 (35 ‒ 19) = +16 (+16)2 = 256 (20%)×(256) = 51,2
+
Bom 30% 20 (20 ‒ 19) = +1 (+1)2 = 1 (30%)×(1) = 0,3
+
Normal 40% 15 (15 ‒ 19) = ‒4 (‒4)2 = 16 (40%)×(16) = 6,4
+
Fraco 10% 0 (0 ‒ 19) = ‒19 (‒19)2 = 361 (10%)×(361) = 36,1
(ETAPA 1) (ETAPA 5) Somar:
Média Ponderada = 19% Variância = 94
(ETAPA 6): Desvio Padrão = 78 = ±9,6964

Apostila 2023 939


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Risco & Retorno Esperado


Exemplo: Conclusão
Com os dados calculados, percebemos que a ART Education possui um risco menor, mas
também um retorno esperado menor. Já a Toro Cursos teve um retorno esperado maior,
mas um risco de mercado maior.

TORO CURSOS ART EDUCATION

Retorno Esperado 22% a.a. 19% a.a.

Risco (Desvio Padrão) 13,82% 9,6964%

Importante salientar nos cálculos que os processos são os mesmos de quando foi feito
com pesos iguais, com o único detalhe de que, ao invés de dividir por “N” ou “N ‒1”,
deverá ser multiplicado pela probabilidade e posteriormente somar os resultados.

Apostila 2023 940


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Risco & Retorno Esperado
Covariância do Retorno Esperado
Da mesma forma que podemos calcular o Desvio Padrão dos Retornos Esperados,
também podemos calcular a Covariância de duas empresas baseado nas projeções das
rentabilidades. Nosso passo-a-passo será:
Ø ETAPA 1: Calcular a média ponderada de cada uma das empresas;
Ø ETAPA 2: Calcular o “risco” do grupo X de cada retorno de não dar a média e fazer
o mesmo para o grupo Y;
Ø ETAPA 3: Multiplicar as “ETAPA 2” de cada empresa entre elas, multiplicando
também o peso de cada cenário corresponder;
Ø ETAPA 4: Somar todos os valores da ETAPA 3. Este será nossa Covariância.

A fórmula acaba sendo:

&'( #, % = ! × %# − %
## − # ! ×-# + ! × %$ − %
#$ − # ! ×-$

§ !#: Média da variável x


§ !%: Média da variável y
§ 9: probabilidade (peso)

Apostila 2023 941


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Risco & Retorno Esperado


Covariância: Exemplo
Levando em consideração dois tipos de cenários (Expansão e Recessão), conforme dados
abaixo, qual a Covariância dos retornos das empresas A e B?

ESTADO DA PROBABILIDADE RETORNO ESPERADO RETORNO ESPERADO


ECONOMIA DO CENÁRIO Empresa A Empresa B

Expansão 80% +25% +20%

Recessão 20% +5% +10%

Apostila 2023 942


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Risco & Retorno Esperado
Covariância: Resposta
q RESPOSTA: Fazendo nossa tabela, concluímos que a Covariância das Empresas A & B
será de +32%. Perceba novamente que primeiros calculamos o retorno esperado de cada
empresa (Empresa A = + 21%; e Empresa B = + 18%), para posteriormente calcularmos o
risco de “não dar esse retorno”. Com esses valores, multiplicamos os riscos pelas
probabilidades dos cenários, somando-os no final. Assim chegamos no resultado de COV
(A,B) = + 32%.

ETAPA 2: ETAPA 2:
Empresa A Empresa B ETAPA3:
RISCO RISCO Multiplicar Riscos
(Retorno – Média) (Retorno – Média)

80% 25% (25 ‒ 21) = +4 80% 20% (20 ‒ 18) = +2 (+4)×(+2)×(80%)=6,4


+
20% 5% (5 ‒ 21) = ‒16 20% 10% (10 ‒ 18) = ‒8 (‒16)×(‒8)×(20%)= 25,6

ETAPA 1: (ETAPA 1) ETAPA 4:


Média: 21% Média: 18% Cov (A,B) = +32%

Apostila 2023 943


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6.3 Teoria Moderna de Carteiras


Apostila 2023 944
944
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Teoria de Finanças Tradicional
Introdução
A Teoria de Finanças Tradicional, também conhecida como Teoria Moderna de Portfólio,
leva em consideração que os mercados financeiros são eficientes e os investidores tomam
decisões racionais (se o investidor tiver que escolher entre 2 portfólios com o mesmo
nível de retorno esperado, ele escolherá o portfólio que possui o menor risco). Desta
forma, os investidores possuem 3 características:
Ø Aversão ao risco: minimizar risco e maximizar retornos.
Ø Expectativas racionais: as avaliações e projeções do investidor refletem toda a
informação relevante disponível. Assim, o investidor sempre analisará o risco x
retorno de cada investimento.
Ø Integração dos seus investimentos: o investidor avalia os seus investimentos como
um todo (contexto da carteira) e não ativo por ativo. Desta forma, o investidor busca
pela diversificação da carteira de investimentos (reduzindo o risco não sistêmico).
Portanto, a Teoria de Finanças Tradicional de Markowitz, tem como base o postulado da
racionalidade, assumindo que os indivíduos processam corretamente as informações
quando tomam decisões, sem envolvimento emocional.

Apostila 2023 945


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Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
No gráfico abaixo, percebemos que quanto mais ativos tivermos na carteira, menor será o
risco total da mesma. Este é o chamado benefício da “Diversificação”.

Risco TOTAL
(Desvio Padrão) Risco Total =
Sistêmico + Não Sistêmico

Risco Não-Sistêmico

Risco Total
(DP = σ)

Beta Risco Sistêmico

Número de Ações na Carteira

Apostila 2023 946


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Risco Total
Risco Sistêmico e Risco Não Sistêmico
Podemos destrinchar o risco total de um investimento, dois grandes grupos, que são
chamados de:
Ø Risco sistêmico (risco NÃO DIVERSIFICÁVEL): Ele é o risco gerado pelos sistemas
econômico, político e social, no qual impacta a economia como um todo. Suas
principais características são:
§ Medido pelo Beta;
§ Não pode ser evitado pela diversificação dos ativos;
§ Exemplos: impeachment, grandes mudanças na taxa de juros ou câmbio.
Ø Risco não-sistêmico (risco DIVERSIFICÁVEL ou próprio): Este é o risco individual do
ativo ou do seu setor. Suas principais características são:
§ Pode ser diminuído com a elaboração de uma carteira com diversos ativos com
Coeficiente de Correlação menores que +1;
§ Exemplos: risco de crédito ou de liquidez de uma companhia.
Ø RISCO TOTAL (Risco Sistêmico + Risco Não Sistêmico): O risco total de uma
carteira (ou de um ativo) é medido pelo desvio-padrão. Ele pode ser considerado
também como a soma do “Risco Sistêmico” com o “Risco não-sistêmico”.

Apostila 2023 947


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Beta
Conceito
O Beta é uma medida de risco sistêmico que calcula a volatilidade de determinado ativo
em relação ao risco de mercado. Ele mede a sensibilidade deste ativo em relação aos fatos
sistêmicos que ocorrem no mercado financeiro, como por exemplo, qual será o impacto
na oscilação do preço da ação por fatos como pandemias, impeachment, guerras,...
Como os eventos sistêmicos (positivos e negativos) atingem o mercado como um todo,
dizemos que uma carteira teórica de ações (no Brasil, o Ibovespa), possui Beta igual a 1 e
com isso, podemos interpretar o resultado do Beta de uma ação da seguinte forma:
Ø Beta IGUAL a 1: oscilará com a mesma intensidade que o mercado.
Ø Beta MAIOR que 1: oscilará com mais intensidade que o mercado.
Ø Beta MENOR que 1: oscilará com menos intensidade que o mercado.
q Fórmula:

#$%(",%) DP(')
β(") = OU β(&) = ×#+,-(",%)
%&'(%) DP(()

Apostila 2023 948


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Mercado Eficiente
Conceito
Em finanças, a teoria do Mercado Eficiente se refere que todas as informações já estão
refletidas nos preços dos ativos, ou seja, não existe ativo barato ou caro. Desta forma, a
teoria diz que é impossível obter um rendimento acima do retorno esperado, nem
mesmo utilizando de análise técnica, análise fundamentalista ou de informação
privilegiada. No entanto, dentro desta hipótese, há três formas de eficiência do mercado.
São elas:
Ø Eficiência Fraca;
Ø Eficiência Semi-Forte;
Ø Eficiência Forte.
Analisando como um todo, a teoria do Mercado Eficiente entende que não há lacuna
entre os fatos e o conhecimento dos investidores para que os preços sejam reajustados.
Com isso, os adeptos a esta teoria acreditam que faz mais sentido fazer investimentos de
forma passiva (por exemplo, fundos atrelados a um benchmark), do que de forma ativa,
vide que a segunda sempre gera maiores custos.

Apostila 2023 949


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Mercado Eficiente
Premissas
Como todo princípio, devemos levar em consideração algumas premissas para estes
estudos. As premissas para o Mercado ser Eficiente são:
Ø A informação surge de forma independente e torna-se rapidamente disponível
para todos os participantes, a baixo ou nenhum custo.
Ø As informações são homogêneas e entram no mercado de maneira aleatória.
Ø O mercado funcionará em concorrência perfeita.
Ø Os custos de transação, tais como comissões, corretagens e impostos, são
considerados como inexistentes.
Ø Investidores são racionais: maximizam a utilidade de suas riquezas.
Ø Preços ajustam rapidamente a novas informações.
Ø O mercado possui plena liquidez, continuidade de preço e profundidade.

Apostila 2023 950


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Mercado Eficiente
Formas de Eficiência do Mercado
Conforme citado, as três formas de eficiência são:
Ø Forma Fraca: Os preços refletem somente as informações públicas disponíveis.
Desta forma, os retornos passados não ajudam a prever retornos futuros, fazendo
com que não seja possível ter retornos em excesso utilizando análise técnica;
somente é possível com análise fundamentalista e informação privilegiada.
Ø Forme Semi-forte: Engloba a Forma Fraca, mas sugere que as novas informações
públicas são absorvidas instantaneamente, mas as privadas não. Assim sendo, o
investidor não consegue ter retornos em excesso utilizando as estratégias de análise
fundamentalista ou técnica, apenas com informação privilegiada.
Ø Forma Forte: Engloba a Forma Semi-Forte e ainda afirma que as novas
informações privadas são absorvidas instantaneamente, ou seja, os preços refletem
automaticamente todos os tipos de informação. Com isso, o investidor não consegue
ter retornos em excesso, nem mesmo utilizando de informações privilegiadas.

Apostila 2023 951


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria da Utilidade Esperada


Aplicação no Mercado de Capitais
O conceito de Teoria da Utilidade Esperada, que diz que o consumidor deseja ter a maior
quantidade de consumo de Produtos & Serviços disponíveis para a sua renda, também
pode ser aplicada no mercado de capitais (nas combinações de risco e retorno do
investidor). No entanto, ao invés de maximizar todas as variáveis da cesta de combinações
de Produtos & Serviços, como diz a Teoria da Utilidade Esperada, nos investimentos o
investidor racional procura AUMENTAR O RETORNO e DIMINUIR O RISCO. Desta forma,
as curvas serão côncavas no plano retorno em função do risco, podendo ser sintetizados
os três perfis do API:
Ø Conservador (Avesso ao risco): conforma-se com retornos mais limitados, em
troca do conforto da segurança;
Ø Arrojado (Propenso ao risco): aceita ter mais risco em troca de melhores
resultados financeiros;
Ø Moderado (Neutro ao risco): uma mescla entre os dois anteriores.
O grau de aversão ao risco de cada investidor é representado pela sua função de utilidade,
implicando em uma relação positiva entre retorno e risco.

Apostila 2023 952


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria da Utilidade Esperada
Aplicação no Mercado de Capitais
Aplicando a teoria no mercado de capitais, temos os produtos financeiros disponíveis dos
segmentos dos bancos (U1 = private; U2 = alta renda; e U3 = varejo). Desta forma, as
curvas mais acima, possuem uma relação risco x retorno melhor que as curvas mais
abaixo. Já em relação ao perfil de risco de um investidor, esta é uma análise baseada na
inclinação das curvas do gráfico. Assim, podemos perceber que investidores que possuem
um comportamento do gráfico 1, são muito mais avessos ao risco, que investidores do
gráfico 2, pois no Gráfico 1 exige-se um retorno maior para cada nível de risco adicionado
comparado com o Gráfico 2. Assim, percebemos que o perfil do cliente é baseado na
inclinação e a utilidade está na sua devida altura (acesso a produtos de investimentos).

U1 Gráfico 1 Gráfico 2
U2
Maior Utilidade U3 Maior Utilidade U1
U2
Retorno (R)

Retorno (R)
10 10 U3

7 7
Menor Utilidade Menor Utilidade
5 5

Risco Total (%) Risco Total (%)


1 2 1 2

Apostila 2023 953


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Princípio da Dominância
Conceito
Quando analisamos investimentos, basicamente consideramos apenas RISCO e RETORNO,
e desta forma, você já deve ter escutado alguma vez que “quanto maior o risco, maior o
retorno”. No entanto, nem sempre os investimentos encontrados no dia apresentam esta
relação de maior o risco, maior o rendimento que o investidor terá. Com isso, surge o
conceito do “PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA”.
O PRINCÍPIO DA DOMINÂNCIA, em resumo, diz que quando temos a nossa disposição
DOIS investimentos com o MESMO RISCO, escolheremos aquele que tem o MAIOR
RETORNO. Já quando os investimentos disponíveis apresentam o MESMO RETORNO,
optaremos pelo que apresentam o MENOR RISCO.
O conceito de risco aqui poderá ser: liquidez do investimento (prazo nas renda fixa; por
exemplo, um CDB com carência de 12 meses, deverá render mais que um CDB com
carência de 1 mês, da mesma instituição); o risco de crédito (um devedor ruim, deve
pagar mais juros que um bom pagador de dívidas); ou até mesmo a volatilidade do
investimento (desvio padrão do ativo), já que é uma métrica de risco total.

Apostila 2023 954


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Princípio da Dominância
Gráfico
Analisando o gráfico abaixo, no qual possui três Ativos (A, B e C), temos a seguinte
situação: Ativo A e Ativo B com mesmo risco (igual a 3); e Ativo B e Ativo C com o mesmo
retorno (igual a 9). O importante de perceber aqui, é que não faz sentido investir no
Ativo A, tendo a possibilidade de investir no Ativo B, pois os dois apresentam o mesmo
risco, mas o Ativo B apresenta um retorno maior. Desta forma, dizemos que B
“preDOMINA” sobre o ativo A. Da mesma forma, o Ativo C predomina sobre o Ativo B, já
que os dois possuem o mesmo retorno, mas o Ativo C apresente um risco menor.
Mesmo retorno

3 A B Mesmo risco
RISCO

1 C

6 9 Retorno

Apostila 2023 955


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Princípio da Dominância
Retorno Excedente
O RETORNO EXCEDENTE à taxa livre de risco do país (TLR), é a parte do rendimento do
ativo que foi gerado por causa do risco do ativo, sendo esta parte a ser utilizada nas
nossas Medidas de Performance. Por exemplo, um ativo teve retorno total de 8%. No
entanto, a TLR estava em 5%. Assim, o RETORNO EXCEDENTE foi de 3%. São estes 3% que
serão analisados com o risco que a carteira teve no período (risco 2, conforme gráfico
abaixo), pois os primeiros 5% o investidor teria aplicando em um ativo sem risco (TLR).

Retorno
8 A Retorno Excedente à TLR, que
é o retorno que teve risco,
3 pois os primeiros 5% não
tiveram risco
Retorno
5
Total
TLR Retorno Mínimo de
qualquer Aplicação

2 Risco

Apostila 2023 956


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Modelos de Precificação de Ativos
Conceitos
Dentro dos modelos de precificação de ativos, estudaremos os seguintes:
Ø Fronteira Eficiente (Markowitz): Risco total sem a inclusão do ativo livre de risco.
Ø CML (Capital Market Line): Risco total com a adição do ativo livre de risco.
Ø SML (Security Market Line): Mudança do tipo de risco no qual será utilizado nas
análises. Agora, o não utilizaremos mais o risco total (desvio padrão), mas sim o risco
sistêmico do ativo (Beta). Este cálculo será realizado através do modelo CAPM.
Ø APT (Arbitrage Pricing Theory): Modelo que utiliza diversos fatores de risco,
utilizando o risco Beta de cada um destes fatores

Apostila 2023 957


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Fronteira Eficiente de Markowitz


Conceito
Para atender à exigência do investidor avesso a riscos, uma opção é diversificar a carteira
de investimentos, conforme velho ditado: “não coloque todos os ovos na mesma cesta”.
Porém, para termos uma diversificação mais eficiente, deve-se construir uma carteira de
investimos no qual os ativos tenham comportamentos inversos com as notícias
financeiras, ou seja, sejam inversamente correlacionados. Desta forma, devesse analisar o
coeficiente de correlação entre os ativos (valor que varia entre -1 e +1, e quanto menor
for o número, mais diversificada será), vide exemplo dado de petrolíferas & empresas
aéreas no capítulo de estatística.
Em meados da década de 50, Harry Markowitz provou que existe uma fronteira que é
formada por infinitas carteiras, onde se tem o maior retorno possível com o mesmo nível
de risco, ou no qual se atinge o menor risco com o mesmo nível de retorno (princípio da
Dominância). Esta fronteira é denominada de FRONTEIRA EFICIENTE de Markowitz e seu
entendimento é o mesmo da Teoria da Utilidade Esperada: pontos abaixo da fronteira
eficiente não são interessantes para o investidor e pontos acima da fronteira, ele não tem
acesso.

Apostila 2023 958


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Fronteira Eficiente de Markowitz
Carteira Ótima
A escolha da Carteira Ótima é determinada pelo ponto em que a curva de investimento
tangencia sua mais alta curva de indiferença, combinando assim, as carteiras otimizadas
possíveis com o perfil do investidor. Portanto, será a com melhor risco x retorno dentro do
perfil de risco do investidor e das suas possibilidades de escolha.

Retorno
(R) U1

FRONTEIRA
EFICIENTE

CARTEIRA ÓTIMA

Risco Total ())

Apostila 2023 959


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Fronteira Eficiente de Markowitz


Gráfico
Podemos notar que pontos abaixo da linha verde são carteiras consideradas ineficientes,
pois o investidor terá na Fronteira Eficiente, opções melhores. Já acima, são opções
inatingíveis.

Retorno (R) Carteiras Inatingíveis


Fronteira
Eficiente
Mesmo RISCO mas
Carteira de com MENOR retorno
Variância Mesmo retorno
Mínima mas com maior risco
Carteira não eficiente

Carteiras
Ineficientes

Risco Total ())

Apostila 2023 960


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Fronteira Eficiente de Markowitz
Cálculo do Risco de 2 Ativos
Conforme demonstrado no gráfico anterior, toda carteira de investimentos possui um
ponto na fronteira eficiente com o menor risco possível (menor desvio padrão com um
dado retorno, chamado de Carteira de Variância Mínima). Pontos abaixo da fronteira
eficiente, são chamados de Carteiras Ineficientes, já que não fazem sentido tendo outra
alternativa com o mesmo risco e com maior retorno.
Markowitz chegou nesse resultado, através de uma fórmula matemática (que será dada
na prova!), no qual leva em consideração peso de cada ativo (W), o risco total de cada
ativo (mensurado pelo Desvio Padrão, que possui o símbolo 4) e o risco interligado dos
dois ativos (o coeficiente de correlação – ϑ).
q FÓRMULA:

σ(*,+) = /,* ×σ,* + /,+ ×σ,+ + 1/* /+ ×σ* σ+ ϑ

Apostila 2023 961


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Fronteira Eficiente de Markowitz


Exemplo: Cálculo do Risco de 2 Ativos
Suponha que duas ações possuem um coeficiente de correlação igual a -1. A ação A tem
um desvio padrão de 10% e a ação de B de 13%. Se o peso de A na carteira for 75% e de
B 25%, o desvio-padrão da carteira será:

q RESPOSTA: Para calcularmos o desvio padrão da carteira, devemos aplicar a seguinte


fórmula (que será dada na prova):

§ DP(",$) = Wa2×σa2 + Wb2×σb2 + 2WaWb×σaσb×ϑ&'

§ DP(",$) = (0,75)2×(0,10)2+(0,25)2×(0,13)2+ 2(0,75)(0,25)×(0,10)(0,13)×(−1)

§ DP(",$) = (0,005625) +(0,001056) − (0,00488)

§ DP(",$) = (0,001806
§ CD((,)) = E, E8FG ou 4,25%

Apostila 2023 962


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
CML – Capital Market Line
Adição do Ativo Livre de Risco
A introdução de um ativo livre de risco, cujo retorno chamaremos de TLR e que não tem
correlação alguma com os outros títulos (covariância e correlação = 0), faz com que a
antiga “fronteira eficiente” (uma curva) mude para uma RETA chamada Capital Market
Line (CML), sendo desta forma, uma evolução da fronteira eficiente!
Conforme gráfico a seguir, a adição deste ativo livre de risco faz com esta reta em algum
momento tangencie a “curva da fronteira eficiente” (ponto M), sendo este ponto uma
carteira com 100% dos recursos investidos em ativos COM risco.
Carteiras a esquerda do ponto M não estão alocando todos os recursos em ativos com
risco (emprestam dinheiro, já que estão investindo em renda fixa) e pontos a direita de M,
estão tomando recursos emprestados para comprar mais ativos com risco (alavancados),
vide que o somatório sempre deve ser 100%.
q OBS: A relação risco-retorno das carteiras na reta CML dominam aquelas na antiga
fronteira eficiente.

Apostila 2023 963


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

CML – Capital Market Line


Gráfico

Retorno (R)

CML - Carteira D é preferível à A;


Z
- D está emprestando parte
Fronteira dos seus recursos (menor
Eficiente risco que a carteira do
M
mercado M);
D
TLR - Z está alavancado.

Risco Total ())

Apostila 2023 964


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML – Security Market Line
Conceito
A SML (Security Market Line) é a evolução da CML, já que compreendemos que quando
uma carteira é muito bem diversificada, o risco total da carteira de investimentos, acaba
sendo somente o risco sistêmico (o risco não-sistêmico acaba diluindo a zero). Com isso,
não faz sentido calcularmos risco através de desvio padrão (risco total), mas sim, através
do Beta (risco sistêmico). Portanto, a principal evolução do modelo CML para o SML é a
medida de risco utilizada, já que:
Ø CML: usa RISCO TOTAL como medida de risco (medido pelo desvio padrão)
Ø SML: usa RISCO SISTÊMICO ou de mercado (medido pelo Beta – β).
Desta forma, a equação do retorno requerido (exigido) do investidor neste modelo vem
através da equação do CAPM (Capital Asset Pricing Model), que pode ser expressa de
forma gráfica por meio de uma reta, onde definimos o retorno requerido por um ativo em
função do beta, denominada de Security Market Line (SML). A SML expressa o prêmio de
risco (o cálculo da taxa de retorno requerida dos ativos em um mercado em equilíbrio) e
enfatiza que o risco de um ativo é uma função do seu beta.

Apostila 2023 965


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

SML – Security Market Line


CAPM: Fórmula
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um modelo que mostra o retorno mínimo que um
investidor aceitaria por investir em uma empresa levando em consideração risco
sistemático (Beta) daquele ativo. A fórmula leva em consideração o mínimo que se deve
ganhar no mercado financeiro, ou seja, Taxa Livre de Risco (Rf), acrescentado pelo retorno
exigido pelo risco sistêmico da ação. Este modelo segue a premissa de aversão ao risco
(quanto maior o risco, maior o retorno exigido)
q FÓRMULA:
!(#$) = #3 + β4 #5 − #6
Prêmio de Risco

onde:
Ø E(Ri) = Retorno Requerido (exigido) pelo acionista
Ø Rf = taxa livre de risco;
Ø β = medida de risco sistêmico da empresa;
Ø Rm = retorno de mercado (no Brasil, retorno do Ibovespa).

Apostila 2023 966


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML – Security Market Line
Gráfico

Retorno (R)

SML

M BETA = 1
RM
Carteira Mercado
PRÊMIO POR RISCO

RETORNO QUE NÃO


TLR
POSSUI RISCO

1 Risco Sistemático (β)

Apostila 2023 967


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

SML – Security Market Line


Exemplo
O preço esperado pelos analistas para as ações da RToro Education S/A é de R$ 66,00. Esta
ação está sendo negociada hoje no mercado pelo valor de R$ 60,00. Sabendo que a taxa
livre de risco é 5%, o retorno do mercado (ibovespa) é 15% e o Beta da ação é 0,7, qual o
retorno requerido segundo a SML? Esta ação está super ou subvalorizada?
q RESPOSTA: devemos realizar dois cálculos, o do Retorno Esperado e o do Retorno
Requerido do ativo. Após isso, iremos comparar os retornos:
Ø RETORNO ESPERADO:
§ 60 [ENTER]
§ 66 [Δ%]
§ Resposta: 10% é o retorno esperado para o ativo.
Ø RETORNO REQUERIDO (CAPM)
§ RR = 5% + 0,7×(15% - 5%)
§ RR = 5% + 0,7×(10%)
§ RR = 12%
Como o retorno requerido é superior ao retorno esperado do mercado, o investidor não
deve adquirir as ações e com isso, podemos afirmar que ela está supervalorizada.

Apostila 2023 968


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
SML – Security Market Line
Exemplo: Gráfico

Retorno (R)

Retorno SML
Requerido

12%
10% Ação

5%
Retorno
Esperado

0,7 Risco Sistemático (β)

Apostila 2023 969


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

SML – Security Market Line


Escolhendo Ativos
Títulos Subvalorizados Títulos Supervalorizados
(Ativos Baratos) (Ativos Caros)

Ø Retorno esperado é MAIOR que Ø Retorno esperado é MENOR que


retorno exigido do ativo. retorno exigido do ativo.

Ø No gráfico, a ação está acima da SML. Ø No gráfico, a ação está abaixo da SML.

Ø Deve ser comprado. Ø Deve ser vendido.

Não confunda RETORNO ESPERADO com RETORNO REQUERIDO (RETORNO EXIGIDO)


de um ativo. O primeiro é a expectativa de retorno do mercado financeiro para aquela
ação (podendo ser calculado por média pondera), já o Retorno Requerido é quanto um
investidor está exigindo de retorno mínimo baseado no risco sistêmico do ativo.

Apostila 2023 970


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
APT – Arbritrage Pricing Theory
Conceito
O APT, ou teoria de precificação por arbitragem, é um modelo que considera a existência
de várias fontes causadoras de risco de mercado. Como paralelo, podemos notar que o
modelo CAPM utiliza somente uma variável como medida de risco: o Beta (risco
sistêmico).
O modelo APT considera a taxa de juros, a taxa de câmbio, a inflação, o PIB, o
desemprego, entre outros, também são fontes geradoras de risco sistêmico. Assim,
segundo o APT, podemos prever o comportamento de uma ação utilizando a relação entre
aquele ativo e diversos fatores (F) de risco relacionados. São utilizados os beta específicos
de cada fator utilizado na equação.
q FÓRMULA:
HI(*) = JKH + β+ ×F+ + β, ×F, +... + β- ×F-

Apostila 2023 971


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

CAPM x APT
Resumo

CAPM APT
MEDIDA DE Risco Sistêmico Múltiplos riscos
RISCO (Beta de mercado da Ação) (Beta de cada fator utilizado)

Modelo simples, facilita o Modelo amplo, não possui


VANTAGEM
cálculo de retorno do ativo premissas restritivas

É restrito ao considerar apenas Aberto demais, não determina


DESVANTAGEM
uma medida de risco quais fatores devem ser utilizados

OS DOIS SÃO MODELOS DE AVERSÃO AO RISCO!


EM COMUM QUANTO MAIOR O RISCO DE UM ATIVO,
MAIOR SERÁ O RETORNO EXIGIDO!

Apostila 2023 972


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
6.4 Gestão e Mensuração de Riscos e
Retornos dos Investimentos
Apostila 2023 973
973
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Conceito
As Medidas de Performance são métodos para calcular a eficiência de uma aplicação
financeira em relação ao risco assumido e surgem do conceito do PRINCÍPIO DA
DOMINÂNCIA. Esta medidas fazem com que seja possível comparar carteiras de
investimentos que apresentam riscos diferentes, fazendo com que quanto maior for a
relação retorno x risco, mais eficiente foi o investimento perante o risco assumido.
Como conceito, todo investimento é composto por uma Taxa Livre de Risco (no Brasil,
utilizamos a Taxa de Juros Selic como TLR) mais a sua parcela de risco. Desta forma, não
faz sentido analisar o resultado total do investimento pelo risco do ativo, mas sim analisar
somente esse retorno excedente pelo risco. A seguir, demonstraremos melhor este
conceito de Retorno Excedente a Taxa Livre de Risco (TLR).
Dentre estas analises, estudaremos os seguintes tipos:
Ø Índice de Sharpe (utilizará como risco, o Risco Total – Desvio Padrão);
Ø Índice de Sharpe Modificado (utilizará um benchmark, ao invés da TLR);
Ø Índice de Treynor (utilizará como risco, o Risco Sistêmico – Beta);
Ø Índice de Modigliani (utilizará como risco, o Risco Total – Desvio Padrão);
Ø Alfa de Jensen (Retorno excedente ao cálculo do CAPM).

Apostila 2023 974


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Índice de Sharpe
O economista William Sharpe (Nobel de Economia em 1990), foi o criador do Índice de
Sharpe, que mensura o retorno de uma carteira de investimentos (ou fundos de
investimentos) por sua volatilidade (sendo a volatilidade calculada pelo Desvio Padrão, ou
seja, o Risco Total). Desta forma, o seu indicador mede o retorno excedente ao ativo livre
de risco pelo risco TOTAL, independentemente das proporções dos riscos sistêmicos e não
sistêmicos.
Com a sua criação, podemos comparar duas carteiras de investimentos e analisar qual
delas é mais eficiente em relação a volatilidade gerada. Em outras palavras, se as duas
carteiras tivessem o mesmo risco total, qual delas teria maior retorno. A conclusão através
desta análise é que, entre duas opções, devemos escolher aquela que possui o maior
valor para o Índice de Sharpe (desde que o mesmo seja positivo).
q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Sharpe A =
BCDEFG HIJKãG (M)

Apostila 2023 975


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Índice de Sharpe Modificado
A partir do Índice de Sharpe, surgiu o segundo indicador: o Índice de Sharpe Modificado.
A única mudança no seu conceito foi que, ao invés de ser descontado o retorno da TLR,
será descontado o retorno do benchmark do fundo de investimentos.

Por exemplo, ao analisarmos o Índice de Sharpe de um fundo de ações, teoricamente,


deveríamos descontar do seu devido retorno, a Taxa Livre de Risco e comparar pelo seu
Desvio Padrão. No entanto, os fundos de ações no Brasil possuem como benchmark o
retorno do IBOVESPA, ou seja, é o retorno passivo para quem investe em ações. Desta
forma, faz mais sentido analisar o retorno excedente ao retorno do Ibovespa, do que em
relação ao Ativo Livre de Risco (Selic). Desta forma, o Índice de Sharpe Modificado
utilizará o retorno do Benchmark ao invés da TLR.

q FÓRMULA:
Retorno A − Retorno do Benchmark
Índice de Sharpe A =
BCDEFG HIJKãG (M)

Apostila 2023 976


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Índice de Treynor
O índice de Treynor, de Jack L. Treynor (1965), é uma excelente ferramenta para analisar
fundos de investimentos. Os princípios desta ferramenta são as mesmas do Índice de
Sharpe: analisar o retorno excedente pelo risco. No entanto, como Treynor tinha como
premissa que uma carteira diversificada faria com que os riscos específicos de cada ativo
fossem anulados pelo conceito de diversificação (coeficientes de correlação negativos),
faria mais sentido analisar o risco de uma carteira pelo RISCO SISTÊMICO (BETA) e não
pelo RISCO TOTAL (Desvio Padrão).
Desta forma, o seu modelo leva em consideração o retorno excedente a TLR pelo risco
sistêmico da carteira, mensurado pelo Beta da carteira. Da mesma forma que o Índice de
Sharpe, quanto maior for o seu indicador, melhor será o desempenho da carteira, pois o
gestor terá gerador mais retomo para o risco incorrido.
q FÓRMULA:
Retorno (A) − TLR
Índice de Treynor A =
RSTM (M)

Apostila 2023 977


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Medidas de Performance
Índice de Modigliani (M2)
O índice Modigliani (M²) é utilizado para saber qual o retorno que a carteira de
investimentos analisada teria, se ela tivesse o mesmo risco do benchmark utilizado. Ou
seja, se o Índice de Modigliani (M²) da carteira for maior que o retorno do benchmark,
indica que ela teve uma performance melhor (ficando acima da CML), caso contrário, a
carteira teve um resultado pior (ficando abaixo da CML), em relação a esta base de risco.

Por exemplo, em um cenário no qual a Taxa Livre de Risco está 5%, uma Carteira A teve
um retorno de 10%, com Desvio Padrão de 2% no período; e o seu benchmark (Ibovespa)
teve um retorno 7% e um Desvio Padrão de 1%. Aplicando a fórmula do M2, chegaremos
ao resultado de 7,5%. Desta forma, concluímos que se a Carteira A tivesse o mesmo risco
(desvio padrão) que o Ibovespa, a mesma teria tido um retorno de 7,5%, ou seja, para
uma mesma base risco, a Carteira A foi mais eficiente que o seu Benchmark.

q FÓRMULA:
67(=>?)
/((<) = 012 + 2(<) − 012 ×
67(<)

Apostila 2023 978


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Medidas de Performance
Alfa de Jensen
O Alfa de Jensen é um indicador para determinar o rendimento real da carteira
comparado ao retorno exigido do investidor em relação ao risco sistêmico. Ou seja, o
quanto a mais o investidor teve de retorno extra ao cálculo do CAPM. Desta forma, O Alfa
de Jensen é uma medida direta de performance, já que:
Ø Se positivo, o gestor está performando acima do retorno exigido;
Ø Se negativo, o gestor está tendo um desempenho pior que o risco incorrido.

q FÓRMULA:
789:;(-) = <(-) − >?< + β(-) × <(.) − >?<

Retorno Real Retorno Exigido (CAPM)

Apostila 2023 979


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Value-at-Risk (VaR)
Conceito
O VALUE-AT-RISK, ou simplesmente o VaR, é um indicador de risco para mensurar a perda
financeira máxima possível de uma carteira de investimentos em um período, com um
certo grau de confiança. Este é um cálculo estatístico, que diz qual o risco financeiro dos
ativos (ou do ativo) em um dia, uma semana, uma mês ou até mesmo em um ano.
Por exemplo, um fundo informa que possui um VaR de R$ 1 milhão para um (1) dia, com
grau de confiança em 95%. Desta forma, compreendemos que este fundo poderá ter uma
perda máxima de um dia para o outro, de no máximo R$ 1 milhão com 95% de confiança.
Porém, como sua confiança é de 95%, isso também quer dizer que há uma possibilidade
de 5% de perder mais que este valor de um dia para o outro.
Há três principais formas de calcular o VaR, que são:
Ø VaR Histórico;
Ø VaR de Monte Carlo; e
Ø VaR Analítico ou Paramétrico.
Como o foco do edital é o VaR Histórico, estaremos descrevemos apenas ele.

Apostila 2023 980


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Value-at-Risk (VaR)
Fórmula
O Cálculo do VaR nada mais é que a multiplicação de quatro variáveis, que são:
Ø Valor Financeiro da carteira (V0 )
Ø Intervalo de confiança (a)
Ø Desvio padrão da Carteira (DP = σ)
Ø Horizonte de Retorno (t)
Desta forma, quanto maior forem estas variáveis, maior será o VaR!
q FÓRMULA:

Var = V8 ×a×DP× t

Apostila 2023 981


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Value-at-Risk (VaR)
Exemplo
Determine o VaR de uma carteira de investimentos de R$ 100.000,00, para um Intervalo
de Confiança de 95% (Alfa = 1,65), horizonte de 1 mês e desvio padrão dos retornos para
este período da carteira sendo de 5%.
q RESPOSTA: VaR = (R$ 100.000,00)x(1,65)x(0,05)x√1= R$ 8.250,00,
Desta forma, a carteira terá um prejuízo máximo em um mês de R$ 8.250,00, com 95% de
confiança. Ou seja, possui 5% de possibilidade de perder mais de R$ 8.250,00.

Prejuízos
maiores que
R$ 8.250,00

95%
5%

Apostila 2023 982


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Value-at-Risk (VaR)
Resumo
Em resumo, a medida de VaR é:
Ø O VaR é diretamente proporcional as suas 4 variáveis: (I) valor da carteira,
(II) horizonte de tempo, (III) intervalo de confiança e (IV) risco, mensurada pelo
desvio padrão. Com isso, quanto maior um dessas variáveis, maior o VaR.
Ø O VaR é um teste UNICAUDAL, portanto, os intervalos de confiança são diferentes
da distribuição normal (será fornecido o alfa na questão).
Ø O resultado do VaR NÃO consegue capturar os prejuízos em períodos de stress do
mercado, como por exemplo, o prejuízo máxima em um evento como o de uma
pandemia (risco sistêmico). Desta formam, o verdadeiro prejuízo de uma carteira
pode ser muito maior do que o apontado pelo VaR.
Ø Medida de risco muita validade em períodos normais (cotidianos), pois é um
modelo probabilístico, baseado em dados históricas através do risco total.

Apostila 2023 983


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Stress Test
Conceito
O STRESS TEST recalcula o valor da carteira para alguns cenários, ou combinação deles,
representativos de SITUAÇÕES DE CRISES ou choques nos mercados que afetam a
carteira, ou seja, ele é utilizado para compensar a deficiência do VaR e outras medidas de
dispersão (desvio-padrão e variância). Com isso, o VaR e o Stress Test são ferramentas
complementares para a avaliação de risco de mercado.
O VaR utiliza a distribuição normal como parâmetro descritivo da distribuição de
probabilidades no mercado financeiro (deficiente na previsão de movimentos bruscos ou
distribuições não normais). O Stress Test testa a “cauda” da curva de sino (Distribuição
Normal), ou seja, os prejuízos possíveis em caso seja atingido as suas extremidades.
q RESUMO:
Ø VaR (Value at Risk): Calcula o prejuízo em dias normais, o “risco cotidiano”;
Ø Stress Test: Calcula o prejuízo “em uma situação de crise”.
Ø Stress Test NÃO SUBSTITUI O VaR, mas sim, o complementa.

Apostila 2023 984


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Back Testing
Conceito
O Back Test consiste em utilizar uma série histórica de cotações, que cobre determinado
período, para verificar a rentabilidade que seria produzida por determinada estratégia se
fosse usada naquele período. Se a base de dados históricos for de boa qualidade e o teste
for conduzido com rigor, a realização de back tests representa um poderoso meio de
avaliar estratégias e selecionar as melhores. Simplificadamente, um exemplo do que se faz
é testar diferentes valores para os parâmetros de uma estratégia entre um período (Ex.
2000 a 2010), até encontrar o conjunto de parâmetros que produz resultados atraentes,
para após isso, aplicar no mercado financeiro.
Portanto, ele VERIFICA A PRECISÃO DE UM MODELO DE MENSURAÇÃO DE RISCOS.

Apostila 2023 985


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Stop Loss
Conceito
Stop Loss é um tipo de estratégia utilizada para evitar (ou diminuir) prejuízos. Ela é muito
utiliza para quando for ultrapassado o valor do VaR, pois quando ultrapassado, o
investidor não saberá mais o máximo da sua perda. Operacionalmente, o investidor pode
deixar programado a venda automática de suas ações (ou outro tipo de ativo negociado
na B3), quando elas caírem a um determinado valor definido por ele. Caso o investidor
possua uma operação vendida, o Stop Loss será acionado quando o preço do seu ativo
suba, acionando uma compra.
Desta forma, o STOP LOSS limita as perdas do investidor.

Apostila 2023 986


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Tracking Error e EQM
Conceitos
Os indicadores TE (Trackig Error) e EQM (Erro Quadrático Médio) servem para mensurar
o risco de ativo em não entregar o seu devido benchmark. São indicadores utilizados
principalmente para fundos de investimentos com estratégia passiva, já que o intuito é
“seguir” o benchmark. Estes indicadores não servem para mensurar o risco de mercado
(oscilação) do fundo, mas, podemos dizer, que serve para analisar a qualidade do gestor
em seguir uma estratégia.

Quanto maior for o seu valor, maiores são as oscilações perante o benchmark,
consequentemente, menor a correlação entre a “estratégia passiva” & “benchmark” e
quanto menor o índice, maior aderência do fundo em relação ao seu parâmetro de
performance.

q FÓRMULAS:

∑1./0 T 23456 − T )78 9


UV = W (X &'()* − X +,- ) PQR =
U

Apostila 2023 987


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Tracking Error e EQM


Análise
Comparando os gráficos (1) e (2), percebemos que o FUNDO PASSIVO (1) descola muito
mais da linha vermelha (que é o seu benchmark) que o FUNDO PASSIVO (2), mas com o
tamanho das oscilações sendo menores. Desta forma, concluímos que o (1) possui um
desvio padrão menor (risco de mercado), mas um EQM maior (qualidade do gestor) que o
FUNDO PASSIVO (2).

GRÁFICO (1) GRÁFICO (2)


Referência Curva DI Referência IBOVESPA
Retorno Fundo Passivo (1)
Retorno Fundo Passivo (2)

Apostila 2023 988


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
6.5 Alocação de Ativos e
Rebalanceamento de Carteiras
Apostila 2023 989
989
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Alocação de Ativos (Asset Allocation)


Asset Allocation
O objetivo de construir um modelo eficiente de alocação é determinar quais serão as
classes de ativos com os seus devidos percentuais. Essa construção chamamos de
ALOCAÇÃO DE ATIVOS, ou em inglês de Asset Allocation. Esta parte, chamamos também
de MACRO-ALOCAÇÃO, pois ela define o percentual que deverá ser alocado nas
categorias de investimentos, como, 80% em renda fixa e 20% renda variável.
Após a Alocação de Ativos, temos o que chamamos de Seleção de Ativos, que é a
atividade de seleção específica dos produtos financeiros (10% em Petrobrás e 10% em
Vale do Rio Doce, totalizando os 20% que foram definidos no Asset Allocation). Esta etapa
também é conhecida com MICRO-ALOCAÇÃO.
A ALOCAÇÃO DE ATIVOS pode ser dividida em Estratégica x Tática e Dinâmica x Estática,
que veremos a seguir as suas diferenças de forma, pois o investidor definirá se deseja
buscar oportunidades de curto prazo ou apenas de longo prazo e também se ele deseja
que a carteira de investimentos possua muita movimentação financeira ou não.

Apostila 2023 990


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Alocação de Ativos (Asset Allocation)
Estratégica x Tática
Quando se trata de Classe de Ativos, o ASSET ALLOCATION pode ser dividido entre:
Ø ALOCAÇÃO ESTRATÉGICA (Fixa): Conceitualmente, os objetivos de rentabilidade,
tolerância ao risco e restrições do investidor são integradas aos cenários econômicos
de longo prazo, para que seja definido quais serão as classes de ativos aceitas no IPS
(Política de Investimentos). Desta forma, entende-se que os retornos futuros serão
semelhantes ao retornos passados e a volatilidade tende a ser baixa. Desta forma, se
um investidor necessita de 15% ao ano de retorno para seus objetivos, e sabendo
que o retorno da Renda Fixa foi de 10% ao ano e o do Ibovespa foi de 20% ao ano, a
alocação do estratégica diria que deveríamos investir 50% em cada classe.
Ø ALOCAÇÃO TÁTICA (Flexível): Aqui já falamos de uma questão de “momentum”,
de “timming”, ou seja, é uma alocação que utiliza os princípios da ESTRATÉGICA, mas
que permite ajustes de curto prazo aos pesos das classes de ativos baseados nas
expectativas de curto prazo relativas às performances destas classes de ativos. Desta
forma, se o gestor acredita que o cenário para os próximos meses não seja favorável
para o Ibovespa (Carteira de Ações), ele pode diminuir a exposição a ações e
aumentando em renda fixa, ficando por exemplo, em 80% em renda fixa e 20% em
ações, ao invés de 50% de renda fixa e 50% de Ibovespa.

Apostila 2023 991


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Alocação de Ativos (Asset Allocation)


Dinâmica x Estática
Também podemos dividir o ASSET ALLOCATION em:
Ø ALOCAÇÃO DINÂMICA (ATIVA): Este tipo de Alocação tem por objetivo ajustar
dinamicamente (ativamente) a seleção de ativos da carteira cliente, baseado na
expectativa de alta ou baixa de determinados setores da economia, vendendo e
comprando ativos. Por exemplo, se o gestor acredita que algum setor se desvalorizou
rapidamente na bolsa de valores, ele pode comprar essas ações para quando se
recuperar, já vender com lucro suas posições.
Ø ALOCAÇÃO ESTÁTICA (PASSIVA): A Alocação Estática se caracteriza pela
manutenção das posições ao longo do tempo, mesmo que possa haver um
desequilíbrio em percentuais da carteira. Poderíamos resumir como um “não fazer
nada”, que também é uma tomada de decisão.

Apostila 2023 992


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Alocação de Ativos x Seleção de Ativos
Macro e Micro-Alocação
Como vimos, a ALOCAÇÃO DE ATIVOS (Macro-alocação) é a parte que se escolhe as
classes e as porcentagens que farão parte da carteira de investimentos, ou seja, é a
estratégia que define como o dinheiro deverá ser distribuído na carteira de investimentos.
Essas classes podem ser classificadas, de forma resumida, como:
Ø Renda Fixa;
Ø Renda Variável;
Ø Ativos Imobiliários;
Ø Investimentos Internacionais;
Ø Investimentos alternativos.
Já a SELEÇÃO DE ATIVOS (Micro-alocação) é a escolha dos produtos de investimentos,
ocorrendo a diversificação da carteira. Ela está associada com a alocação do dinheiro do
cliente dentro das diferentes classes dos ativos, como por exemplo:
Ø Escolher entra LFT ou LTN;
Ø Investir no setor elétrico;
Ø Comprar o imóvel A ou o B.

Apostila 2023 993


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Rebalanceamento de Carteiras
Regular e Percentual
Estas são duas maneiras de modificar os ativos nas carteiras de investimentos. Conforme
o próprio nome diz, o REBALANCEAMENTO REGULAR ocorre periodicamente
(mensalmente, trimestralmente, ...). Ela é muito comum de ser vista em carteira de ações
de corretoras (exemplo: Carteira Recomendada Mensal de Ações).
Já o tipo PERCENTUAL DA CARTEIRA é uma forma de equilíbrio de risco, por não estar
mais exposto ao previsto inicialmente no IPS em algum tipo de mercado (ações, renda
fixa, imobiliário,...) ou em algum ativo específico. Por exemplo, a carteira de
investimentos de um cliente está posicionada em 5% na ação XYZ. Após alguns dias, a
empresa valoriza 100%. Com isso, este ativo passa a ter uma posição muito mais
expressiva do que o inicial (aproximadamente de 10% agora), fazendo com que a carteira
seja rebalanceada por motivo percentual.
A estratégia de rebalanceamento cobrado no exame será o de MANTER O MESMO
PERCENTUAL EM CADA CLASSE DE ATIVOS INICAL (conhecido por Constant Mix).

Apostila 2023 994


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Rebalanceamento de Carteiras
Exemplo
Rafael adota a estratégia Constant Mix e possui um patrimônio de R$ 500 mil. Sua
intenção é investir 40% do patrimônio em BOVA11 e o restante em um fundo de renda
fixa indexado ao CDI. Após 12 meses, o Ibovespa teve valorização de 30% e o fundo DI
de 10%. Passados os 12 meses, quanto deverá estar alocado entre os ativos de renda
variável e de renda fixa?
q RESPOSTA: Como o cliente agora adota uma estratégia Constant Mix, após calcular o
valor da carteira depois de 12 meses, deve-se ajustar a carteira para os mesmos
percentuais iniciais:
Ø Carteira = R$ 200.00,00 (40% em BOVA11) + R$ 300.00,00 (60% em Fundo DI)
Valorização e posição final da Carteira:
Ø BOVA11 (valorização de 30%) = R$ 200.00,00 × 30% = R$ 60.000,00
Ø Fundo DI (valorização de 10%) = R$ 300.00,00 × 10% = R$ 30.000,00
Ø Lucro = R$ 90.000,00 (TOTAL R$ 590.00,00)
Neste momento, devemos ajustar a carteira para os mesmo percentuais do início:
Ø BOVA11 (40%) = R$ 590.000,00 x 40% = R$ 236.000,00 (vendeu ações)
Ø Fundo DI (60%) = R$ 590.000,00 x 60% = R$ 354.000,00 (investiu mais no fundo DI)

Apostila 2023 995


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

6.6 Acordo de Basileia: Conceito


Internacional e suas aplicações no Brasil
Apostila 2023 996
996
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Acordo de Basileia
Conceito
O Acordo da Basileia instituiu em 1930 o BIS (Bank for International Setlements) com o
objetivo de buscar a estabilidade monetária e financeira internacional por intermédio da
cooperação entre bancos centrais dos países. Este acordo tem como principal função
minimizar os riscos de falência das instituições financeiras em relação aos seus
empréstimos, estipulando um capital mínimo no qual os bancos devem possuir para o
seu nível de alavancagem (empréstimos que possuem).
O Acordo de Basileia possui uma metodologia de avaliação de risco de crédito (no qual
houve atualizações – Basileia I, II e III) na qual busca mesclar estabilidade financeira e
liquidez. Importante reforçar que ele é um acordo internacional e não uma lei. No
entanto, cada país pode estipular se deseja incluir suas regras nas suas leis, exatamente
como ocorreu com o Brasil em 2016.
q EM RESUMO:
Ø É uma autorregulação internacional.
Ø Possui também objetivo de evitar a Lavagem de dinheiro.
Ø Controlar a alavancagem bancária com intuito de proteger às economias mundiais
e, consequentemente, à proteção de capital da população.

Apostila 2023 997


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Acordo de Basileia
Basileia I
Criado em 1988, o primeiro acordo teve como prioridade fortalecer a solidez e a
estabilidade do sistema bancário. A principal característica foi criar exigências mínimas de
capital, que devem ser respeitadas por bancos comerciais como precaução contra o risco
de crédito. Desta forma, os bancos foram obrigados a ter em caixa 8% do valor do capital
que emprestam.
Com o passar do tempo, percebeu-se que este modelo de acordo possuía uma deficiência
significativa: não separar uma carteira de crédito boa de uma ruim.

Apostila 2023 998


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Acordo de Basileia
Basileia II
Este acordo, criado em 2004, tenta resolver o problema do acordo anterior, medindo os
contratos de crédito e a qualidade de suas carteiras. Ele é direcionado aos grandes bancos
tendo como base, além dos Princípios Essenciais para uma Supervisão Bancária Eficaz
(Princípios da Basileia), três pilares mutuamente complementares:
Ø Pilar 1: Requerimentos de Capital Mínimo - a partir de medidores de risco de
mercado , risco de crédito e risco operacional;
Ø Pilar 2: Revisão pela Supervisão do Processo de Avaliação da Adequação de
capital dos bancos - significa adoção de práticas no processo de avaliação de capital
dos bancos; e
Ø Pilar 3: disciplina de mercado - divulgação de informações sobre o riscos e gestão
por parte das instituições ao mercado.

Apostila 2023 999


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Acordo de Basileia
Basileia III
A crise financeira mundial iniciada em 2007 assinalou que Basileia I e II mostraram-se
insuficientes para impedir a alavancagem excessiva dos bancos, a qual aliada à baixa
qualidade do capital e à baixa margem de liquidez compunham o cenário de fragilidade
do sistema bancário. Assim, como parte de um movimento contínuo de aprimoramento
da estrutura prudencial aplicável às instituições financeiras, o Comitê de Basileia divulgou
em dezembro de 2010, o terceiro acordo de Basileia.
Nesse sentido, Basileia III visa ao aperfeiçoamento da capacidade de as instituições
financeiras absorverem choques provenientes do próprio sistema financeiro ou dos
demais setores da economia, reduzindo o risco de transferência de crises financeiras para
a economia real.
Assim, no Brasil, quanto maior o índice de Basileia, mais sólida é a instituição financeira.

Apostila 2023 1000


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Acordo de Basileia
Basileia III: Objetivos
Os principais objetivos do Acordo de Basileia Nível III são:
Ø Capital exigido passa a ser mais rigoroso: só podem ser contabilizados como
recursos próprios ativos conversíveis imediatamente em dinheiro.
Ø Constituir Reservas denominadas de “Capital de Conservação” ou de “Contra
Cíclico”: destinados para absorver riscos de perdas em momento de estresse.
Ø Instituir índices de curto e longo prazos: o objetivo é que o banco possa contar
com recursos de alta liquidez.
Ø Criação de um índice de alavancagem: pela nova regra, os bancos não devem
emprestar mais de 33 vezes o seu capital. Portanto, o banco só pode emprestar, no
máximo, uma determinada quantidade de vezes o dinheiro aplicado pelos sócios.

Apostila 2023 1001


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Capítulo 7:
Planejamento de Investimentos
1002
7.1 Finanças Comportamentais
Apostila 2023 1003
1003
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Teoria de Finanças Comportamentais


Conceito
As Finanças Comportamentais tem como princípios que os investidores são irracionais e
cometem erros sistemáticos, se valendo de Heurísticas de Julgamento para facilitar a
tomada de decisão, gerando Vieses Comportamentais. Ou seja, é a aplicabilidade da
psicologia no campo das finanças. Assim, as Finanças Comportamentais partem de três
pilares fundamentais, que são:
Ø Vieses Comportamentais
Ø Aversão à perda
Ø Segregação de ativos
Esta Teoria não nega que a maioria das decisões econômicas são tomadas de forma
racional e deliberada, mas consideram que, se não forem levadas em conta também as
decisões emocionais e automáticas, os modelos econômicos serão falhos para explicar o
funcionamento dos mercados. Assim sendo, Kahneman e Tversky (1979) criaram a
chamada Teoria da Perspectiva como alternativa à Teoria da Utilidade Esperada (Finanças
Tradicional, em que todos os investidores são racionais e avessos ao risco em todas suas
decisões), comprovando que as pessoas dão muito mais relevância a perdas do que aos
ganhos.

Apostila 2023 1004


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Teoria de Finanças Comportamentais
Segregação de Ativos
A Segregação de Ativos significa que, ao invés de avaliar o risco x retorno global da
carteira de forma geral, o investidor avalia os investimentos de forma individualizada,
podendo adicionar riscos indevidos por vender um dos seus investimentos.
Por exemplo, um investidor que possui ações de uma petrolífera e de uma empresa aérea,
tende a ter minimizado o risco de petróleo. Isto ocorre porque as petrolífera possuem sua
receita atrelada diretamente ao petróleo, ou seja, se houver uma valorização nesta
commodity a empresa lucrará mais. No entanto, quanto mais alto estiver o petróleo,
menor será o lucro das companhias aéreas, pois o seu custo está atrelado ao combustível
(que vem do petróleo). Desta forma, quando o investidor possui essa composição na sua
carteira de investimentos, há uma redução no risco da variação do petróleo nesta carteira
(pois se houver valorização da commodity é bom para um lado e ruim para o outro, da
mesma forma que ocorrerá com uma desvalorização).
Se o investidor analisar individualmente o resultado de cada ativo e acabar se desfazendo
somente de um dos dois investimentos, ele estará adicionando o risco da variação do
petróleo, que pode ser causado por guerras no oriente médio.

Apostila 2023 1005


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Teoria de Finanças Comportamentais


Heurísticas de Julgamento
Kahneman definiu as Heurísticas de Julgamento como “procedimento simples que ajuda
a encontrar respostas adequadas, ainda que geralmente imperfeitas, para perguntas
difíceis. A palavra vem da mesma raiz que heureca" (Kahneman, 2012), ou seja, são
“regras de bolso” para simplificar processos decisórios, frente a dificuldade de se analisar
todas as informações possíveis e suas probabilidades.
A utilização destas heurísticas pode levar a uma tomada de decisão equivocada e mesmo,
irracional, ao invés da tomada de decisão racional, na qual se calcula o risco x retorno dos
investimentos. O uso indiscriminado de heurísticas leva a comportamentos viesados, ou
seja, uma tendência sistemática de violar alguma forma a tomada de decisão racional.
As Heurísticas de Julgamento cobrados na prova são:
Ø Heurística da Representatividade
Ø Heurística da Disponibilidade
Ø Heurística da Ancoragem

Apostila 2023 1006


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Teoria de Finanças Comportamentais
Heurística da Representatividade
A HEURÍSTICA DA REPRESENTATIVIDADE nada mais é que a tendência em utilizar
estereótipos para realizar julgamentos, desprezando informações relevantes para a
tomada de decisão. Em resumo, seria uma pessoa pegar uma característica isolada e
representar para um todo, ou seja, é a generalização dos fatos.
q EXEMPLOS:
Ø Acreditar que as ações da empresa XYZ terão um ótimo desempenho no futuro,
pois ela teve um excelente retorno no passado;
Ø Escolher um fundo somente porque rendeu bem no passado.
Ø Imaginar a possível profissão de uma pessoa, utilizando o estereótipo de diversas
profissões;
Ø Não investir mais em imóveis, pois a 10 anos atrás, houve crise imobiliária nos
Estados Unidos;
Ø Antônio começou a investir na bolsa de valores, como todos os meus amigos que
investem na bolsa de valores são ricos, Antônio é Rico!

Apostila 2023 1007


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Teoria de Finanças Comportamentais


Heurística da Disponibilidade
A HEURÍSTICA DA DISPONIBILIDADE foi definida por Kahneman como sendo “um
processo decisório baseado na facilidade com que as ocorrências vêm à mente”. Desta
forma, as pessoas tomam decisões influenciadas por ocorrências e eventos RECENTES NA
MEMÓRIA do investidor, mas também pode ser causado por eventos de grandes
emoções ou de maior frequência.
q EXEMPLOS:
Ø Rafael não deseja investir em imóveis no Brasil, pois recentemente houve uma
crise imobiliária nos Estados Unidos;
Ø Guilherme estava propenso a investir nas ações da Petrobrás, mas mudou de
decisão, pois lembrou que leu no jornal que o Presidente da companhia se demitiu;
Ø Monique calculou a probabilidade de um jovem ter problemas cardíacos, apenas
recordando quantos casos iguais já aconteceram com seus amigos.
Nos três casos, a tomada de decisão se baseou em informações que estão de fácil acesso
ao cérebro, ou seja, que estão disponíveis a eles, mesmo que possam estar equivocados.

Apostila 2023 1008


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Teoria de Finanças Comportamentais
Heurística da Ancoragem
A HEURÍSTICA DA ANCORAGEM ocorre quando a decisão é baseada em conhecimentos
prévios ou pré-concebidos, GERALMENTE UM NÚMERO, sendo este número a “âncora”
para o processo decisório. Estes indivíduos fazem estimativas a partir de um valor inicial,
que é ajustado para produzir a resposta final, gerando uma incapacidade para incorporar
novas informações ao risco e em previsões de retorno. Também podemos ver a
Ancoragem como sendo a tendência de uma pessoa em aceitar e confiar na primeira
parte de uma informação recebida antes de tomar sua decisão.
q EXEMPLOS:
Ø Guilherme irá vender suas ações somente se o preço ultrapassar o valor do preço-
alvo informado por um analista;
Ø Rafael diz: “quando a bolsa vier a 50.000 pontos, eu irei comprar”;
Ø Antônio acredita que empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, porque as ações
de uma outra empresa do mesmo setor, estão sendo negociadas por R$ 20,00;
Ø Um Analista estrangeiro acredita que o valor justo do dólar no Brasil é de R$ 4,00.
Porém, antes de dar a sua opinião, ele lê o Relatório Focus no qual o consenso diz em
R$ 3,50. Com isso, ele ajusta sua opinião para R$ 3,50.

Apostila 2023 1009


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Teoria de Finanças Comportamentais


Vieses Comportamentais
Conforme mencionado anteriormente, os Vieses Comportamentais são tomadas de
decisões sistemáticas, que acabam violando de alguma forma, a tomada de decisão
racional, causadas pela utilização das heurísticas. Sternberg, em seu livro Psicologia
Cognitiva (2008), diz que os vieses acabam distorcendo a capacidade de tomada de
decisões racionais, ou no mínimo, nos limitando, já que não nos permite tomar uma
decisão ótima.
Há diversas controvérsias sobre como devemos classificar ou explicar os Vieses
Comportamentais. Isto ocorre pois, alguns deles são consequências da utilização do
processamento de informações utilizado por nosso cérebro para a tomada de decisão, no
qual chamamos de “atalhos mentais” ou “heurísticas de julgamento”.
Para a prova, os Vieses Comportamentais cobrados serão:
Ø Efeito Framing Ø Otimismo
Ø Aversão a perdas Ø Armadilha da Confirmação
Ø Excesso de Confiança Ø Ilusão de Controle

Apostila 2023 1010


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Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Efeito Framing
O EFEITO FRAMING, também chamado por Efeito de Estruturação, é a possibilidade de
influenciar a decisão de um indivíduo sem distorcer a informação ou suprimi-la por meio
de mudanças sutis na estruturação do problema. Ou seja, será que se apresentarmos o
mesmo problema de formas diferentes, na forma (1) focando somente nos pontos
positivos e na forma (2) focando somente nos pontos negativos, teremos a mesma
resposta? A conclusão aparenta ser óbvia e foi comprovada com o seguinte experimento:
“Sua cidade foi contaminada por uma doença, infectando 600 pessoas. Assim, deve ser
escolhido um dos programas abaixo”:
§ Programa A: 200 pessoas são salvas;
§ Programa B: Existe a possibilidade de um terço de salvar 600 pessoas e a chance de
dois terços de todas morrerem.
Na maioria dos casos, a escolha seria pelo programa A, mesmo eles tendo as mesmas
consequências. No mercado financeiro, ocorre da mesma forma: quando apresentado
somente a parte positiva, muitos investidores aceitam o investimento, já que lhe foi
omitido (suprimida) a parte do risco. Se lhe fossem apresentado todo o risco, talvez não
tivessem realizado tal investimento.

Apostila 2023 1011


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Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Aversão à Perda
A AVERSÃO À PERDA significa que os indivíduos dão muito mais relevância a perda do que
ao ganho, sendo que ela está muito mais relacionada ao medo de assumir de ter que
assumir que errou, do que necessariamente ao medo da perda em si. Com isso, os
investidores tendem a vender rapidamente as ações que estão no lucro e manter as
ações que se desvalorizaram em suas carteiras (não utilizam o Stop Loss).
Kahneman e Tversky propuseram um experimento: um jogo de cara e coroa no qual o
ganho seria maior que o prejuízo. Por exemplo: vamos lançar uma moeda, se der cara,
você perderá R$ 100, caso dê coroa, você ganhará R$ 150. Mesmo sendo as mesmas
probabilidades de ganhar e de perder e o retorno sendo o dobro na vitória, muitas
pessoas não aceitarão a proposta. Isto ocorre, pois elas dão muito mais relevância a perda
do que ao resultado positivo, provando assim a existência da Aversão a Perda.
Em diversos experimentos sobre o tema, foi observado que os indivíduos são impactados
duas vezes mais pelas perdas do que pelos ganhos. Como foi feito isso? Aumentando o
valor do recebimento dos R$ 150 para R$ 200; R$ 250; R$ 300 e assim sucessivamente.

Apostila 2023 1012


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Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Aversão a Perda - Gráfico
A Teoria da Perspectiva provou que os investidores dão muito mais relevância às perdas
do que aos ganhos, gerando a Aversão a Perda. O gráfico abaixo nos mostra que, mesmo o
percentual de lucro e de prejuízo sendo idênticos, a insatisfação é muito maior (-5) do que
a satisfação (+2), ou seja, mais de 2x a relação (5 para 2).

Satisfação (Utilidade)

+2

Ganhos
-3% +3%

-5
Perdas

Apostila 2023 1013


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Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Armadilha da Confirmação
O VIÉS DA ARMADILHA DA CONFIRMAÇÃO ocorre quando o investidor o da valor
somente a opiniões e notícias que confirmem as suas ideias prévias, desprezando
informações que sejam contrárias ao seu posicionamento inicial.
Por exemplo, Rafael investe nas ações da empresa “Rafael Toro, Academia de Finanças” e
recebe duas notícias: a primeira que o setor de educação está em franca expansão e as
empresas tendem a dobrar seus lucros nos próximos dois anos; a segunda notícia, que a
empresa na qual ele investe está envolvida em um caso de corrupção. Se Rafael agir
conforme este viés, ele ignorará a notícia da corrupção, focando sua atenção apenas na
que lhe convém (a da franca expansão), já que ele acredita que este investimento é um
ótimo negócio.
Um outro exemplo seria um analista, que acredita que o setor imobiliário é um ótimo
investimento, coletar dados apenas de imóveis que tiveram excelentes resultados,
ajudando-lhe a embasar o seu julgamento inicial. Desta forma, ele ignora aqueles que
tiveram resultados ruins, caindo em uma armadilha que ele mesmo criou: a armadilha da
confirmação.

Apostila 2023 1014


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Teoria de Finanças Comportamentais
Viés: Excesso de Confiança
O VIÉS DO EXCESSO DE CONFIANÇA acontece quando as pessoas colocam muita
confiança em suas habilidade, acreditando que suas escolhas são melhores que da grande
maioria, ou seja, elas são acima da média. Mesmo que o indivíduo seja acima da média, o
problema de agir desta forma, é que estes pessoas acabam assumindo riscos
desnecessários, já que acreditam em demasia em suas habilidades. Por exemplo, um
motorista por acreditar em sua habilidade, pode acabar fazendo ultrapassagens perigosas
ou até mesmo, dirigir falando no celular.
No mercado financeiro, o exemplo típico deste comportamento enviesado, refere-se a um
investidor que gira excessivamente sua carteira de investimentos, procurando antecipar
constantemente aos movimentos do mercado. O resultado é que esse investidor nem
sempre consegue superar o benchmark apropriado e, quando o faz, muitas vezes incorre
em elevados custos de transação (pelo giro excessivo da carteira), fazendo com que o
ganho líquido fica aquém da variação do benchmark.

Apostila 2023 1015


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Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Otimismo
O Viés do Otimismo ocorre quando o investidor acredita que a chance de acontecer
situações positivas é muito maior do que de acontecer eventos negativos. Com isso, ele
subestima os riscos que podem ocorrer nas operações. É claro que todos queremos que
ocorram somente situações boas em nossas vidas. No entanto, estar enviesado com
Excesso de Otimismo, faz com que se acredite que “coisas ruins” só acontecem com os
outros, que “sou melhor” que a média, causando assim, uma menor precaução com
eventos negativos (não contratar seguro do carro “pois nunca serei assaltado”).
O Otimismo exacerbado pode nos trazer diversos problemas, tais como:
ØBaixa diversificação, já que os poucos ativos investidos “virão dar certo”;
ØPoupar menos que o necessário para a aposentadoria, pois “não terei tantos gastos
com saúde como as demais pessoas”;
ØNão ter constituída a reserva de emergência, já que “jamais serei demitido”.
Podemos notar com estes exemplos, que o Otimismo trata da subestimação de eventos
futuros com variáveis não controláveis.

Apostila 2023 1016


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Teoria de Finanças Comportamentais
Otimismo x Excesso de Confiança
Os vieses Otimismo e Excesso de Confiança são tratados muitas vezes como sendo iguais,
no entanto, mesmo possuindo algumas semelhanças, eles são vieses diferentes. Este
equívoco ocorre, pois quando os investidores tomam decisões extremamente confiantes,
os mesmos possuem um otimismo exagerado em relação ao que ocorrerá no futuro.
A grande diferença entre os dois vieses é que o Excesso de Confiança trata da
superestimação das próprias habilidade, baseadas nos resultados do passado (por
exemplo, ganhos em operações na bolsa de valores) e o Viés do Otimismo fala de uma
superestimação a eventos futuros (variáveis não controláveis), tais como crescimento do
PIB, desemprego, inflação, taxa de juros, entre outros.
Retrospectivamente, eles manterão o otimismo, mesmo quando os resultados
desapontadores de seus investimentos estiverem facilmente disponíveis. O excesso de
confiança ocorre antes do eventos estudado e o otimismo permanece mesmo depois de
resultados negativos.

Apostila 2023 1017


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Viés: Ilusão de Controle
O viés da Ilusão do Controle ocorre quando as pessoas acreditam, equivocadamente, que
seus atos podem interferir em eventos futuros incontroláveis. Este viés faz com os
investidores superestimem o grau até onde suas decisões possam garantir o sucesso dos
seus resultados, fazendo com que tomem menos precauções (seguros) do que se deveria,
além de se arriscar demasiadamente com alavancagens. Este viés está relacionado
diretamente com outros três: Otimismo, Excesso de Confiança e Armadilha da
Confirmação.
Alguns exemplos são muito claros a presença desse viés, tais como:
Ø Pessoas que jogam na loteria seus “números da sorte”, mesmo que a
probabilidade seja a mesma para todos o números;
Ø Assoprar os dados em jogos de tabuleiro para sair os números desejados;
Ø Rafael, por ser um analista, especialista em mineração, acredita que por
“planilhar” as informações, consegue ter mais controle sobre os eventos futuros do
que os demais colegas. No entanto, desabamento de uma barragem no futuro ou
algum risco sistêmico, são um eventos incontroláveis a ele, podendo ser amenizados
somente por diversificação ou hedge.

Apostila 2023 1018


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Teoria de Finanças Comportamentais
Heurísticas: Resumo
HEURÍSTICAS DE
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
JULGAMENTO
Acreditar que eventos passados ou estereótipos, terão sempre o
REPRESENTATIVIDADE mesmo padrão para o futuro. Exemplos: não investir hoje em
imóveis, por causa de crises imobiliárias do passado.
A tomada de decisão se baseia em informações recentes e que
DISPONIBILIDADE estão de fácil acesso a nossa mente, como por exemplo,
recentes crises financeiras ou informações de grande impacto.
Ficar preso e ancorado em um número específico. Exemplo: A
ANCORAGEM empresa XYZ deve valer R$ 20,00 por ação, pois as ações de uma
outra empresa do mesmo setor, são negociadas por R$ 20,00.

Apostila 2023 1019


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Teoria de Finanças Comportamentais


Vieses Comportamentais: Resumo
VIESES
RESUMO E PONTOS IMPORTANTES PARA A PROVA
COMPORTAMENTAIS
O Investidor não aceita perder e com isso, vende as ações que
AVERSÃO A PERDAS
estão com lucro e mantém em carteira as que estão no prejuízo.
Conforme seja estruturada uma pergunta (pelo lado positivo ou
EFEITO FRAMING
negativo), o entrevistado muda a sua opinião
EXCESSO DE O investidor acredita em demasia nas suas habilidades, com
CONFIANÇA isso, acaba comprando e vendendo ações em excesso.
Acredita que os eventos futuros tenderão a ser muito mais
OTIMISMO
positivos que negativos com seus investimentos.
ARMADILHA DA Toma como verdade somente as notícias positivas, ignorando as
CONFIRMAÇÃO informações negativas para seus investimentos.
O investidor toma de decisões acreditando que isto poderá
ILUSÃO DE CONTROLE
modificar o futuro, por exemplo, escolhendo números da loteria.

Apostila 2023 1020


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
7.2 Processo de Planejamento
Financeiro
Apostila 2023 1021
1021
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Propósito e Benefícios do Planejamento


Conceito
O Planejamento Financeiro ajuda a alcançar os objetivos de curto, médio ou longo prazo,
abordando os seguintes temas:
Construção do orçamento;
Racionalização dos gastos;
Otimização dos investimentos.
Segundo a FPSB, o Processo de Planejamento Financeiro é uma abordagem colaborativa e
interativa que os profissionais de planejamento financeiro utilizam para considerar todos
os aspectos da situação financeira de um cliente ao formular estratégias de planejamento
financeiro e fazer as devidas recomendações. Essa abordagem fornece um guia para
estruturar os investimentos do cliente dentro dos parâmetros estabelecidos, gerando
segurança para que ele possa agir. Já o cliente se beneficia ao ter um plano individual, no
qual ele pode visualizar como atingir seus sonhos, gerando a disciplina que muitas vezes
falta aos clientes. Além disso, o Planejamento Financeiro também faz com que a pessoa
enxergue todas as suas obrigações, como, por exemplo, o que aconteceria com sua família
caso o cliente venha a falecer.

Apostila 2023 1022


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Etapas do Processo de Planejamento Financeiro
Ordem Cronológica
As seis etapas do Planejamento Financeiro são:
(1) Definir e estabelecer o relacionamento com o cliente.
(2) Identificar necessidades ou Coletar informações necessárias para elaborar um
plano financeiro e que permitam uma visão completa do cliente: gestão financeira,
ativos e investimentos, seguros, aposentadoria, fiscal e sucessória.
(3) Analisar e avaliar a situação financeira do cliente.
(4) Sintetizar ou Desenvolver as recomendações de planejamento financeiro e
apresentá-las ao cliente.
(5) Implementar as recomendações de planejamento financeiro.
(6) Monitorar a situação do cliente.
Desta forma, podemos decorar as 6 etapas como DIA-SIM, o dia perfeito em que o cliente
diz SIM, mas também memorizado como DCADIM.

Apostila 2023 1023


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Conceito
Esta é a etapa inicial de todo o planejamento financeiro, no qual o profissional irá
informar e explicar como funciona o seu serviço, mas também alinhando expectativas do
que o cliente espera. Desta forma, o profissional deverá:
Informar adequadamente ao cliente como irá funcionar a relação profissional;
Delimitar o seu escopo de atuação em razão de suas competências;
Explicar claramente e documentar os serviços que irá fornecer ao cliente;
Explicar como será remunerado pelo serviço, deixando claro eventuais acordos de
compensação com terceiros, já que o profissional poderá ser remunerado
exclusivamente pelo cliente ou receber uma remuneração híbrida, advinda parte por
comissionamento de próprios financeiros, por exemplo.
O documento de Escopo de Relacionamento deverá ser assinado por ambas as partes e
será a base do contrato a ser elaborado. Neste escopo já deverá constar:
O prazo estimado de duração da prestação de serviço pelo planejador;
A responsabilidades do cliente e do planejador;
Possíveis conflitos de interesses.

Apostila 2023 1024


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente
Remuneração do Planejador
O planejador financeiro pode ter diversos tipos de remunerações, podendo ela ser de um
único tipo ou uma combinação delas. Alguns desses exemplos são:
Tarifas ou Mensalidades: valor fixo pago ao planejador financeiro;
Taxa de administração: cobrada de cada cliente pelo serviço de gestão e
administração da carteira, ou seja, do valor total administrado;
Taxa de performance: cobrada quando a rentabilidade supera um número
previamente definido (recai apenas sobre o rendimento excedente);
Comissões ou Rebates: são os custos gerados pela intermediação da venda de
algum produto, como por exemplo, Prêmios de Seguros ou Taxa de Administração
em Planos de Previdência.
Importante reforçar que o Agente Autônomo de Investimento é proibido pela CVM de
receber valores financeiros motivados por outra forma que não seja o comissionamento
(corretagem ou rebate de fundos).

Apostila 2023 1025


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ETAPA 1: Definir relacionamento com o cliente


Responsabilidades
A responsabilidade profissional surge para ambos os lados: tanto para o profissional,
quanto para o cliente, devendo ser descritas no contrato de prestação de serviços.
Resumidamente, podemos elencar essas responsabilidades da seguinte forma:
Responsabilidades do Planejador:
▪ Assessorar seus clientes apenas naquelas áreas de sua competência;
▪ Colocar os interesses do cliente em primeiro lugar;
▪ Comunicar todos os fatos relevantes, sempre que necessário, para evitar que
clientes ou partes relacionadas sejam induzidos a erros ou enganos
▪ Fazer recomendações adequadas ao seu cliente conforme seu Suitability (API);
▪ Fornecer serviços profissionais de forma prudente, objetiva e com integridade;
▪ Informar possíveis conflitos de interesses;
▪ Tratar as informações do cliente como confidenciais e protegê-las.
Responsabilidades do Cliente:
▪ Não omitir informações;
▪ Realizar as tarefas acordadas no plano financeiro;
▪ Cumprir com todas as obrigações financeiras e tributárias;
▪ Descrever todas as informações que possam gerar informações privilegiadas.

Apostila 2023 1026


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ETAPA 2: Coleta de informações
Conceito
Esta etapa visa COLETAR as informações necessárias para elaborar um plano financeiro e
que permitam uma visão completa do cliente: gestão financeira, gestão de investimentos,
gestão de risco e seguros, planejamento da aposentadoria, planejamento fiscal e
sucessório. Nesta PRIMEIRA ENTREVISTA com o cliente, o profissional deverá ser capaz:
Coletar as informações QUANTITATIVAS e QUALITATIVAS necessárias para elaborar
um plano financeiro pessoal.
Ø Identificar os objetivos, necessidades e valores do cliente que tenham implicações
financeiras;
Ø Identificar as informações necessárias para a elaboração o plano financeiro
pessoal;
Ø Identificar os problemas legais do cliente que afetem o plano financeiro pessoal;
Ø Identificar mudanças relevantes na situação pessoal e financeira do cliente;
Ø Determinar as atitudes e o nível de sofisticação financeira do cliente;
Ø Preparar as informações para possibilitar a análise.

Apostila 2023 1027


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ETAPA 2: Coleta de informações


Coletando Informações
A coleta de informações ocorre normalmente através do preenchimento de um
QUESTIONÁRIO, podendo ser através de perguntas mais fechadas (nome, quantidade de
filhos, valor de cobertura das apólices) e/ou de perguntas mais abertas (como ele reagiria
se a bolsa de valores desvalorizasse 20%; quais são os sonhos que o cliente gostaria de
alcançar).
Em relação aos tipos de informações, elas podem ser do tipo quantitativa ou do tipo
psicológica. As informações quantitativas são aquelas que apresentam números, tais
como: Declaração de Ajuste de Imposto de Renda; Orçamento doméstico; Contracheques;
Apólices de seguros; Planos de Previdência; entre outros documentos que podem
também ser solicitados ao cliente. Já as informações psicológicas são coletadas
principalmente através do API e servem para entender a disposição do cliente em de
assumir risco.

Apostila 2023 1028


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ETAPA 2: Coleta de informações
Identificação de Aspectos Relevantes
Quando o profissional estiver coletando e identificando as necessidades do cliente, ele
deve se ater não somente nas Informações Genéricas, mas também nas Necessidades
Especiais. Podemos destrinchar estes dados da seguinte forma:
INFORMAÇÕES GENÉRICAS:
▪ Situação financeira atual;
▪ Capacidade de poupança;
▪ Atitude e expectativas;
▪ Tolerância ao risco;
▪ Gestão e Exposição ao risco.
NECESSIDADES ESPECIAIS:
▪ Divórcio, segundo casamento ou relacionamento extraconjugal;
▪ Planejamento de caridade;
▪ Necessidade de dependentes adultos;
▪ Crianças com deficiências;
▪ Planejamento para casos de doenças terminais;
▪ Planejamento para empresas familiares (sucessão).

Apostila 2023 1029


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ETAPA 2: Coleta de informações


Informações Extras do cliente
Alguns pontos também são interessantes a serem realizados na coleta, tais como:
ORIGEM DE RECURSOS: Significa como e quando os recursos foram obtidos.
Normalmente, recursos advindos de atos únicos (heranças, doações, bilhetes
premiados) podem indicar pessoas menos propensas a riscos do que advindo de
empreendedorismo.
PATRIMÔNIO (REAL VS. PERCEPÇÃO): Cada indivíduo tem sua percepção sobre
riqueza e isso interfere no nível de tolerância de risco. No entanto, uma carteira de
investimentos que gera mais rendimentos que o estilo de vida do dono, é uma
carteira passível a aumentar o risco.
CICLO DE VIDA: Em geral, há uma relação inversa entre idade e tolerância de risco,
ou seja, quanto mais próximo da aposentadoria, menor o risco que o investidor
deseja correr. A seguir iremos explicar as etapas desse ciclo de vida.

Apostila 2023 1030


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ETAPA 2: Coleta de informações
Definições das Fases da Vida
O ciclo de vida de um indivíduo tende a ser dividido em quatro fases, que serão citados
abaixo. No entanto, não se apegue em “decorar” o nome com a idade, mas sim
compreender cada uma das fases.
Fundação da Riqueza (entre 18 e 28 anos): Aqui o investidor está iniciando a sua
jornada financeira, com patrimônio e renda baixa, comparado com o seu próprio
potencial. Além disso, ele tende a não ter obrigações com terceiros e com isso, pode
assumir riscos acima da média.
Acumulação de Capital (entre 28 e 40 anos): O cliente está iniciando a sua família e
está ascendendo profissionalmente. Seu patrimônio líquido ainda é baixo, mas seus
ativos já são relevantes, pois muitos deles foram adquiridos através de dívidas. Desta
forma, seguros de vida e previdência privada são boas alternativas nesse momento.
Conservação ou Proteção de Capital (entre 40 a 60 anos): Nesta fase da vida, o
investidor tende a não ter mais aumento na sua renda e as estratégias para
planejamento tributário e blindagem patrimonial passam a ser relevantes, como a
construção de holdings, trusts, seguros de vida resgatáveis, entre outros.
Distribuição ou Transferência de Capital (acima de 60 anos): O cliente se
aposentou e diminuiu seus custos com terceiros. Aqui passa a ser muito interessante
o seguro acidentes pessoais (custo/benefício) e o planejamento sucessório.
Apostila 2023 1031
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


Gráfico

CICLO DE VIDA

Geração
de Renda

Acúmulo Manutenção
Fundação Distribuição

Idade
18 – 28 28 – 40 40 – 60 +60

Apostila 2023 1032


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 2: Coleta de informações
Análise do Perfil do Investidor (API)
Segundo o documento oficial da Planejar, é nessa etapa que se determina a tolerância ao
risco de investimento do cliente para posteriormente o profissional utilizar nas devidas
análises. Este profissional, se trabalhar de forma autônoma, poderá criar seu próprio
questionário e determinar a tolerância do cliente ao risco de investimento.
No entanto, as instituições financeiras devem obedecer a Resolução CVM 30/2021, que
trata do dever de verificação da adequação dos produtos, serviços e operações ao perfil
do cliente, devendo as mesmas terem uma metodologia que orienta o investidor a
identificar seu perfil e a verificar a adequação dos produtos de investimentos,
desenvolvida a partir de um questionário, Este questionário deve ser realizado antes da
decisão sobre quais produtos ele irá aplicar seus recursos, auxiliando o cliente na tomada
de decisão e proporcionando maior transparência no momento do investimento. Este
questionário é chamado de API (Análise do Perfil do Investidor).
As regras da Resolução 30/2021 são aplicáveis às recomendações de produtos ou
serviços, direcionadas a clientes específicos, realizadas mediante contato pessoal ou
com o uso de qualquer meio de comunicação (forma oral, escrita, eletrônica ou pela
rede mundial de computadores) e devem ser adotadas para o cliente titular da aplicação.

Apostila 2023 1033


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


API: Os 3 Pilares
Os pilares obrigatórios para a construção do API do cliente são:

OBJETIVOS DO
SITUAÇÃO FINANCEIRA CONHECIMENTO
INVESTIMENTO

Período em que o Valor das receitas Tipos de produtos, serviços


cliente deseja manter regulares declaradas e operações com os quais o
os investimentos pelo cliente cliente tem familiaridade.

A natureza, o volume e a
Preferências
Valor e ativos que frequência das operações já
declaradas do cliente
compõem o patrimônio realizadas pelo cliente, bem como o
quanto à assunção de
do cliente. período em que tais operações
riscos
foram realizadas.
Necessidade futura de
Finalidades dos Formação acadêmica e experiência
recursos declarada pelo
investimento. profissional.
cliente

Apostila 2023 1034


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 2: Coleta de informações
API: Objetivos do Investidor
O processo de análise do perfil do investidor envolve também compreender os objetivos
do cliente. Em linhas gerais, um investimento pode ter como objetivo custear:
Educação;
Aquisição de bens móveis e imóveis;
Aposentadoria.
É possível também que o investidor tenha como objetivo fazer aplicações para formação
de uma poupança como reserva para despesas inesperadas. É o que se costuma chamar
de Colchão de Segurança ou Reserva de Emergência.
Os objetivos sempre são acompanhados por uma expectativa de prazo para que eles
sejam atingidos. Por exemplo, um investidor pode querer se aposentar em 30 anos, mas
gostaria de adquirir um novo imóvel em, no máximo, cinco anos. Tão importante quanto o
objetivo é o horizonte desse investimento.

Apostila 2023 1035


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


API: Horizonte de Tempo
Os horizontes de tempo são períodos nos quais uma carteira de investimentos é dividida
para que possa ter liquidez (ou geração de recursos) para atender os objetivos traçados
com o cliente. Esses períodos podem ser divididos da seguinte forma:
Curtíssimo Prazo: até 12 meses (reserva de emergência).
Curto prazo: menos de 3 anos.
Médio prazo: entre 3 e 10 anos.
Longo prazo: mais de 10 anos.
Vale ressaltar que, a definição destes prazos variam de instituição para instituição,
portanto, não é preciso decorá-los, mas sim, ter a compreensão básica desses prazos.
Outro ponto importante é ter a consciência que os objetivos do cliente alteraram com o
passar dos anos, por vontade própria, mas também por percalços da vida. Assim, sempre
é importante ter o API atualizado com o seu cliente.

Apostila 2023 1036


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 2: Coleta de informações
API: Situação Financeira
A Resolução CVM 30/2021 destaca, no inciso II do Artigo 3º, os profissionais devem
analisar no mínimo os seguintes fatores para o pilar SITUAÇÃO FINANCEIRA:
Ø VALOR DAS RECEITAS REGULARES DECLARADAS PELO CLIENTE: Isso se refere à
renda regular do investidor, que fornece informações sobre sua capacidade de
investir e suportar determinados níveis de risco. A renda é um fator crucial para
determinar o valor que o investidor pode alocar em investimentos e o tipo de
investimentos que podem ser adequados para ele.
Ø VALOR E OS ATIVOS QUE COMPÕEM O PATRIMÔNIO DO CLIENTE: Envolve a
análise dos ativos financeiros e não financeiros que compõem o patrimônio do
investidor. Isso pode incluir ações, títulos, imóveis, investimentos em fundos, entre
outros. A composição do patrimônio fornece insights sobre a diversificação, o nível
de exposição a diferentes ativos e a capacidade do investidor de assumir riscos.
Ø NECESSIDADE FUTURA DE RECURSOS DECLARADA PELO CLIENTE: Esse fator se
refere às necessidades financeiras futuras que o investidor declara, como
aposentadoria, educação de filhos, compra de imóveis, entre outros. Compreender
essas necessidades auxilia na determinação dos objetivos financeiros do investidor e
no alinhamento das estratégias de investimento.

Apostila 2023 1037


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


API: Grau de Conhecimento Financeiro
A Resolução CVM 30/2021 destaca, no inciso III do Artigo 2º, que um dos pontos a ser
avaliado no API do cliente é se ele possui conhecimento necessário para compreender
os riscos relacionados a aquilo que está sendo oferecido, ou seja, o seu nível de
conhecimento.
Uma forma de se assegurar que o cliente possui tal conhecimento seria verificar qual a
experiência desse cliente com investimentos. Clientes que investem há mais tempo, ou
ainda que investem em produtos mais sofisticados, tendem a apresentar mais
conhecimento do mercado financeiro. Por sua vez, clientes que investem há pouco tempo
(ou mesmo que nunca investiram anteriormente), ou aqueles que concentram suas
aplicações em produtos mais simplificados e de baixo risco tendem a apresentar um
conhecimento menos profundo do mercado financeiro.
Ao identificar o grau de conhecimento do mercado financeiro de seu cliente, o
profissional de investimentos saberá como se comunicar melhor com ele e também quais
produtos (mais ou menos arriscados) lhe oferecer.

Apostila 2023 1038


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 2: Coleta de informações
API: Tolerância aos Riscos
A tolerância ao risco é determinada pela:
Disposição de assumir risco (fatores psicológicos):
▪ Sensação em relação à possibilidade de perder dinheiro;
▪ Tomar decisões de investimento baseado em medo ou euforia.
Capacidade de assumir riscos (fatores econômicos):
▪ Valor das receitas regulares declaradas;
▪ Valor e os ativos que compõem o patrimônio;
▪ Prazo (curto / longo) e importância (necessidade / desejos) de objetivos;
▪ Necessidade futura de recursos declarada pelo cliente.
Vale ressaltar que a Disposição e a Capacidade de assumir riscos são independentes,
devendo ser colocado como prioritário aquele que for o menor, ou seja, se o cliente tem
baixa DISPOSIÇÃO a risco, mas alta capacidade, devemos respeitar a disposição do
cliente; se a CAPACIDADE a risco for menor que a disposição, devemos respeitar a
capacidade.

Apostila 2023 1039


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


API: Tolerância aos Riscos (Exemplos)

BAIXA TOLERÂNCIA A RISCO ALTA TOLERÂNCIA A RISCO

Objetivos de curto prazo Objetivos de longo prazo

Estar próximo da aposentadoria Ter uma longa jornada para se aposentar

Patrimônio está altamente comprometido Patrimônio não comprometido


para gerar renda para as despesas para gerar renda para as despesas

Tem baixa capacidade de poupança Tem alta capacidade de poupança

Mudanças bruscas no mercado financeiro Mudanças bruscas no mercado financeiro


causam ansiedade não causam ansiedade

Apostila 2023 1040


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 2: Coleta de informações
API: Tipos de Perfis
Após a realização do API, poderemos ter 3 tipos de Perfis:
Perfil Conservador (RISCO BAIXO): Objetivo principal é a segurança, com a
preservação do capital e baixa tolerância a riscos. Desta forma, suas aplicações
tendem a ter uma rentabilidade menor e, normalmente, ter posições a longo prazo.
Exemplos: Renda Fixa de bancos AAA, fundo de investimentos Referenciados ou
Curto Prazo e Títulos Público.
Perfil Moderado (RISCO MÉDIO): Objetivo principal é ter retornos acima das
aplicações normais de renda fixa, podendo se expor levemente em riscos de renda
variável ou de crédito. Exemplos: fundos de renda fixa de médio e longo prazo;
multimercados; podendo aplicar uma pequena parte em fundos de ações.
Perfil Arrojado (RISCO ALTO): Tem como objetivo correr maior risco buscando
máxima rentabilidade para os seus investimentos Desta forma, o investidor possui
parcela mínima do seu patrimônio para as aplicações mais seguras, investindo em
aplicações mais arriscadas, se valendo também de investimentos especulativos de
curto prazo. Exemplos: day-trades; fundos de ações; exposição em derivativos.

Apostila 2023 1041


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


API: Fatores Determinantes
Como o PERFIL PODE MUDAR COM O TEMPO, a CVM colocou um prazo máximo de 24
meses para que seja atualizado o API (veremos a seguir todas as regras). No entanto, as
instituições podem colocar como regra interna, prazos menores para a sua atualização,
mas nunca maiores que 24 meses.
No entanto, é interessante o profissional deixar claro ao cliente que há diversos fatores
que podem alterar o perfil e que, quando ocorrer qualquer um deles, seja refeito o devido
documento para que o profissional sempre possa recomendar os produtos e/ou serviços
adequados ao perfil do cliente.
Os fatores determinantes para essa mudança são itens que englobam os 3 pilares do API:
Conhecimento sobre o mercado financeiro e experiência profissional;
Horizonte ou prazo de investimento;
Nível de risco que o cliente aceita em suas aplicações;
Nível e horizonte de renda desejado;
Nível de despesa familiar;
Nível de segurança a garantir;
Mudança no valor patrimonial.

Apostila 2023 1042


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 2: Coleta de informações
API: Prazos de Atualização & Dispensa
A Resolução CVM 30/2021, diz que o API deverá ser ATUALIZADO NO MÁXIMO 24 MESES
após a sua realização ou atualização. Além disso, os profissionais devem manter, pelo
PRAZO MÍNIMO DE 5 (CINCO) anos contados da última recomendação prestada ao
cliente, ou da última operação realizada pelo cliente, conforme o caso, ou por prazo
superior por determinação expressa da CVM, em caso de processo administrativo, todos
os documentos e declarações exigidos por esta Resolução.
Ficarão DISPENSADOS da obrigatoriedade quando:
for investidor qualificado, EXCETO quando forem pessoas naturais classificadas
como investidor qualificado ou profissional, em qualquer situação;
for pessoa jurídica de direito público;
o cliente tiver sua carteira de valores mobiliários administrada discricionariamente
por administrador de carteira de valores mobiliários autorizado pela CVM.
o cliente já tiver o seu perfil definido por um consultor de valores mobiliários
autorizado pela CVM e esteja implementando a recomendação por ele fornecida.

Apostila 2023 1043


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 2: Coleta de informações


API: Vedações & Obrigações
É vedado aos profissionais recomendar produtos ou serviços ao cliente quando:
Ø (I) o produto ou serviço não seja adequado ao perfil do cliente;
Ø (II) as informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas;
Ø (III) não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do
cliente.
Quando o cliente ordenar a realização de operações nas situações previstas nos itens (I) e
(II) acima, os profissionais devem, antes da primeira operação com a categoria de valor
mobiliário:
Ø Alertar o cliente acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua
inadequação, com a indicação das causas da divergência; e
Ø Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência,
desatualização ou inadequação de perfil.
q OBSERVAÇÃO: As providências exigidas na lei são dispensadas quando o cliente estiver,
comprovadamente, implementando recomendações fornecidas por consultor de valores
mobiliários autorizado pela CVM.

Apostila 2023 1044


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Conceito
Esta etapa visa ANALISAR os objetivos, necessidades, valores e informações do cliente
através dos dados coletados na etapa 2. Desta forma, deve-se:
Ø Analisar os objetivos, necessidades, valores e informações do cliente para priorizar
os componentes do planejamento financeiro pessoal;
Ø Considerar as inter-relações entre componentes de planejamento financeiro
pessoal;
Ø Considerar oportunidades e restrições e avaliar as informações coletadas em
todos os componentes de planejamento financeiro;
Ø Considerar o impacto do ambiente econômico, político e regulatório no plano
financeiro pessoal do cliente;
Ø Medir o progresso em direção à conquista dos objetivos do cliente;
Ø Considerar as oportunidades e restrições potenciais;
Ø Avaliar as informações para formular estratégias.

Apostila 2023 1045


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Tipos de Rentabilidade
Existem diversos tipos de rentabilidades, que são formas de apresentar os retornos dos
investimentos. É importante ter a concepção desses conceitos para não se misturar “alhos
com bagulhos”, ou seja, devemos sempre comparar com os mesmos tipos de
rentabilidade, que são:
Rentabilidade Observada;
Rentabilidade Esperada;
Rentabilidade Absoluta;
Rentabilidade Relativa;
Rentabilidade Bruta;
Rentabilidade Líquida;
Rentabilidade Real;
Rentabilidade Nominal.

Importante ressaltar que os tipos de rentabilidades poderão aparecer muitas vezes juntas,
como por exemplo uma rentabilidade observada com retorno relativo (um fundo rendeu
100% do CDI nos últimos 3 anos). Veremos a seguir, as devidas diferenças para cada um
desses tipos.

Apostila 2023 1046


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Rentabilidade Observada x Esperada
A RENTABILIDADE OBSERVADA de um investimento está relacionada com o conceito de
passado, com o seu devido histórico. Ela é muito comum aparecer quando se quer
demonstrar o retorno de investimento até o exato momento. Por exemplo, “o fundo de
investimentos XYZ rendeu 2% ao mês, nos últimos 36 meses”. Quando ela é apresentada a
um investidor através do retorno passado de um vendo, a lei exige que junto seja incluído
a frase “retornos passados, não são garantias de retornos futuros”.
Já a RENTABILIDADE ESPERADA condiz com a expectativa futura de um retorno. Seu
cálculo leva em consideração as possibilidades de cenários futuros ocorreram e os pesos
dos ativos.

Rentabilidade Rentabilidade
Observada Esperada

Linha do
Passado Hoje Futuro Tempo

Apostila 2023 1047


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Rentabilidade Absoluta x Relativa
A RENTABILIDADE ABSOLUTA de um investimento é o retorno total em percentuais que
um investidor irá receber. Por exemplo, um CDB rendeu 18% no período de 2 anos e uma
LTN foi contratada com retorno de 12% ao ano. Nos dois casos, o retorno está sendo
apresentada em retornos absolutos, ou seja, em taxas na qual o investidor sabe quanto
ganhou ou quanto irá ganhar.
Já a RENTABILIDADE RELATIVA de uma aplicação financeira, é quando a demonstração é
baseada com referência em outro retorno, sendo o caso mais comum, quando
demonstrada ou contratada através do CDI. Por exemplo, um CDB foi contrato com taxa
de 100% do CDI. Ou seja, o retorno do investidor dependerá do retorno que o CDI terá no
período. Esta é uma forma muito boa de se analisar se o retorno de um investimento foi
melhor ou pior que a sua referência (CDI, Selic, IPCA, Ibovespa, ...).
Como regra geral, títulos pós-fixados possuem rentabilidades relativas e títulos prefixados
possuem rentabilidades absolutas.

Apostila 2023 1048


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Rentabilidade Bruta x Líquida
Imagine que um cliente investiu R$ 100 mil em um CDB que está rendendo 10% em dois
anos. Assim sendo, o valor atual aplicado no banco é de R$ 110.000,00, um rentabilidade
10% no período. No entanto, se ele decidir resgatar o valor do CDB, o que ele terá na sua
conta corrente não serão os R$ 110.000,00, mas sim o valor descontado do Imposto de
Renda (no caso 15%), que será de R$ 108.500,00, ou seja, 8,5%.
Assim, a RENTABILIDADE BRUTA são os 10% de retorno, já que o seu significado é “o
retorno antes de descontar o imposto de renda”. Já a o conceito de RENTABILIDADE
LÍQUIDA é “o retorno descontado do imposto de renda”, o que no nosso exemplo são os
8,5%. Esses retornos podem ser expressos em valores financeiros ou em taxas.
Salientamos que diversos investimentos não possuem imposto de renda para pessoas
físicas, tais como poupança, LCI e LCA. Assim, quando tratarmos produtos isentos de IR
com ativos não isentos, devemos fazer a comparação entre os mesmos TIPOS de
rentabilidade. Além disso, quando for feito um resgate de CDB ou Fundos de
Investimentos, o valor que entrar na conta já será o retorno líquido, e não bruto! Já que o
Imposto de Renda é retido na fonte pela instituição.

Apostila 2023 1049


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Rentabilidade Real x Nominal
Conforme descrito no capítulo 4.3 Fundamentos de Finanças, a TAXA NOMINAL é a
rentabilidade a taxa contratada ou declarada em uma operação financeira, como por
exemplo, a “rentabilidade do fundo de investimentos nos últimos 12 meses foi de 12%”.
Estes 12%, é a taxa nominal da aplicação. Já a TAXA REAL é dada pela diferença entre a
TAXA NOMINAL e a INFLAÇÃO. Ela será a taxa que realmente gerou riqueza para o
investidor. Como o dinheiro somente é um meio troca (uma forma de pagamento), o que
importa de verdade é o quanto ele está comprando de bens e de serviços a mais, e não o
quanto ele, simplesmente, “cresceu”.
Por exemplo, imagine que você tenha R$ 100,00 e que uma maçã custe R$ 1,00. Desta
forma, hoje você poderia comprar 100 maçãs. No entanto, você tem como opção realizar
uma aplicação financeira que renda 15% por 1 ano. Caso você realize o investimento, no
próximo ano terá R$ 115,00. Mas não é somente o dinheiro que valoriza, os bens e
serviços também. Caso esta fruta valorize 10%, sendo o seu custo após 1 ano de R$ 1,10,
você comprará 104,5 maçãs, ou seja, o seu ganho REAL por ter investido no banco, será de
4,5 maçãs (4,5%). Perceba que não foi feito uma subtração da inflação pela da taxa
nominal (15% menos 10%), mas sim, uma divisão, pois dividimos R$ 115,00 por R$ 1,10
(o cálculo de taxas é ensinado no capítulo 4.3 Fundamentos de Finanças).

Apostila 2023 1050


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Objetivos de Retorno da Carteira
As carteiras de investimentos devem ser criadas a partir das necessidades reais dos
clientes. Dessa forma, os tipos mais comuns de carteiras são:
PRESERVAÇÃO DE CAPITAL: Estratégia utilizada para quando o investidor necessita
que os seus investimentos consigam remunerar a inflação ou que se tenha grande
necessidade de liquidez. Este investidor tem um perfil e deve aplicar em ativo com
alta liquidez, baixo risco de crédito e caso sejam de longo prazo, ativos atrelados a
inflação, como por exemplo, NTN-B.
GERAÇÃO DE RENDA: É uma carteira formada para arcar os gastos do investidor.
Desta forma, terão ativos com remuneração constante, como por exemplo, títulos de
dívida que pagam cupons periódicos; ações com dividendos constantes; imóveis para
locação.
CRESCIMENTO: São investidores que necessitam que seu capital remunere bem
acima da inflação, em um período longo. Com isso, é recomendado dentre suas
aplicações, a carteira de investimentos tenha uma boa parcela em ativos com maior
volatilidade, como por exemplo ações.
ESPECULAÇÃO: Objetivo de crescimento acelerado com altíssimo risco. Raramente
é recomendada ao investidor.

Apostila 2023 1051


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Cálculo do Objetivo de Retorno
❑ PERGUNTA: Rafael, possui atualmente R$ 100.000,00 e deseja ter em conta corrente
daqui 10 anos o valor de R$ 1 milhão a valores atuais. Se a inflação esperada é de 4% ao
ano e ele consegue investir anualmente R$ 70.000,00, qual deverá ser a rentabilidade
anual bruta que ele deverá buscar para seus investimentos?
Para resolvermos este problema, precisamos encontrar a rentabilidade anual bruta, ou
seja, o Retorno Nominal (Retorno Real + Inflação) da aplicação. Como o problema já nos
forneceu a inflação, nos falta somente calcular o devido Retorno Real e após isso, somar
com a inflação, lembrando que em juros compostos, “Soma” significa multiplicação.

Retorno Real: Rentabilidade Nominal:


▪ PV = 100.000 [CHS] o 100 [ENTER]
▪ PMT = 70.000 [CHS] o 4,22 [%] [+]
▪ FV = 1.000.000 o 4,00 [%] [+]
▪ n = 10 anos o 100 [-]
▪ i = ? = 4,22% a.a. R: 8,39% ao ano

Apostila 2023 1052


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Exemplo (Mini-Case)
❑ EXEMPLO DE MINI-CASE: Rafael era proprietário da empresa ABC e a vendeu por R$ 25
milhões, sendo que agora, este é todo o seu capital. Após a venda, ele investiu 80% deste
valor em um projeto com projeção de 5 anos, no qual acreditava que, após este período, o
investimento renderia R$ 300 mil por mês a sua família. Com isso, ele deixou os 20%
restantes em um CDB com liquidez diária sem se preocupar com a rentabilidade. Logo em
sequência as suas aplicações, o mercado brasileiro entrou em crise e ele foi comunicado
que a expectativa de retorno do capital, foi modificado de 5 para 10 anos.
Com este mini-case, as duas problemáticas abaixo serão respondidas a seguir:
QUESTÃO 1: Caso o custo de vida da família seja de R$ 200.000,00, por quanto
tempo eles terão renda garantida, sendo o custo do capital do CDB é de 1% a.m?
QUESTÃO 2: Caso Rafael não tivesse feito nenhum saque nos investimentos
durante os 10 anos, considerando que em ambos o retorno bruto foi de 1% ao mês,
qual seria a taxa de retorno líquido ao final deste período caso houvesse resgate nos
investimentos? Considere a alíquota do Imposto de Renda em 15%.

Apostila 2023 1053


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 3: Analisar Informações


Exemplo (Mini-Case)
❑ QUESTÃO 1: Caso o custo de vida da família seja de R$ 200.000,00, por quanto tempo
eles terão renda garantida, sendo o custo do capital do CDB é de 1% a.m?
❑ RESPOSTA: Para resolvermos este problema, devemos simplesmente calcular o prazo
no qual os 20% dos R$ 25 milhões (R$ 5 milhões), que estão investidos no CDB com
liquidez diária, durará. Assim sendo:
PV = - 5.000.000 (20% de R$ 25MM)
FV = 0
PMT = +200.000 / mês
i = 1% a.m.
n = ? = 29 meses

Apostila 2023 1054


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 3: Analisar Informações
Exemplo (Mini-Case)
❑ QUESTÃO 2: Caso Rafael não tivesse feito nenhum saque nos investimentos durante
os 10 anos, considerando que em ambos o retorno bruto foi de 1% ao mês, qual seria a
taxa de retorno líquido ao final deste período caso houvesse resgate nos investimentos?
Considere a alíquota do Imposto de Renda em 15%.

1º: Cálculo do Resultado Financeiro Líquido: Cálculo da Taxa Líquida:


▪ PV = - 25.000.000 ▪ PV = - R$ 25.000.000
▪ PMT = 0 ▪ FV = R$ 73.883.221,51
▪ I = 1% am. ▪ PMT = 0
▪ n = 120 ▪ n = 10
▪ FV = ? = R$ 82.509.672,36 ▪ i = ? = 11,44% aa.

o Imposto (15%) =(FV – PV) × 15%


o Imposto (15%) = R$ 8.626.450,85
o Resultado Líquido = FV – IR
o Resultado Líquido = R$ 73.883.221,51

Apostila 2023 1055


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Definição
Esta etapa visa DESENVOLVER as recomendações de planejamento financeiro e
APRESENTÁ-LAS AO CLIENTE. Estas recomendações devem estar sempre baseadas nos
objetivos, necessidades e prioridades estabelecidas pelo cliente. Desta forma, o
profissional deverá:
Determinar e propor uma política de investimentos (Investment Portfolio
Statement-IPS) em função de sua situação financeira, estágio de vida, perfil
psicológico (suitability), objetivos e restrições;
Determinar o ciclo adequado de revisão do plano financeiro;
Identificar e avaliar as estratégias de planejamento financeiro;
Identificar qualquer objetivo financeiro que não seja viável ou qualquer meta
pessoal declarada de curto, médio ou longo prazo que não pareça ser realista e
discute com o cliente como a(s) meta(s) pessoal(is) declarada(s) pode(m) ser
modificados ou abandonados.
Apresentar as recomendações de planejamento financeiro ao cliente e as
justificativas, de forma a permitir que o cliente tome uma decisão informada sobre
se as estratégias ajudarão a atingir os objetivos financeiros do cliente e as metas
pessoais declaradas.

Apostila 2023 1056


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Política de Investimentos
O IPS (Investment Portfolio Statement) é o documento elaborado entre o profissional e o
cliente que define todas as regras gerais que norteiam a alocação de ativos. Este
documento deverá demonstrar de forma clara os seguintes itens:
OBJETIVOS DE RETORNO do cliente de curto, médio e longo prazo;
RESTRIÇÕES DO INVESTIDOR que devem ser cuidadas;
TOLERÂNCIA AO RISCO do investidor;
RESTRIÇÕES aplicáveis, como necessidade de liquidez, considerações sobre
impostos, requisitos regulatórios e circunstâncias únicas;
Periodicidade de revisão do plano financeiro (quando ocorrerá a Etapa 6).
Metas de investimento geral;
Estratégias que o profissional deverá empregar para atingir os objetivos;
Limites de alocação em cada classe de ativo, podendo ter mínimo e máximo em
cada classe de ativo (renda fixa, ações, imóveis);
Critérios de Seleção dos Ativos.

Apostila 2023 1057


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


IPS: Restrições
Montar o IPS do cliente envolve muito cuidado e alguns itens são extremamente
relevantes, pois podem gerar restrições na carteira de investimentos. São eles:
Horizonte de Tempo (T): quanto mais longo o tempo, maior a disponibilidade e a
capacidade de se tomar risco. São divididas em Pré-Aposentadoria (aquisição de
bens), Aposentadoria e Pós-Morte (Herança). Uma mudança de horizonte de tempo
acontece quando as circunstâncias e padrões de gasto ou receitas do investidor
mudam significativamente (prêmio de loteria).
Impostos (I): Afetam o retorno dos investimentos finais quando o imposto é pago
no final (Sucessão) ou durante a o percurso da carteira (renda/alienação).
Liquidez (L): São associadas as necessidade de liquidez contínuas (gastos mensais
ou periódicos), as imediatas (inesperadas) do investidor e aquelas chamadas de
ocasionais (compra de uma casa na praia).
Requisitos Regulatórios ou Legais (L): São associados a questões de legislação,
como por exemplo, regras que podem surgir em uma transferência patrimonial
através de um trust ou na discussão legal do VGBL & PGBL;
Circunstâncias Únicas (U): São todas as demais circunstâncias que não foram
mapeadas nos itens anteriores, como por exemplo, investimentos que o cliente não
deseja, por ser contra a sua ideologia.
Apostila 2023 1058
CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Planejamento de Liquidez
O Planejamento de Liquidez é fundamental em uma carteira de investimentos, para que
não ocorra a necessidade de ter que transforma um investimento de longo prazo em
dinheiro em um curto espaço de tempo, causando um prejuízo não previsto por causa da
falta de liquidez ou causado pelo risco de resgate antecipado.
Este planejamento se baseia nos objetivos do cliente e nas necessidades de gastos
financeiros. Esta necessidade poderão ser:
Imediatas: são despesas que precisam ser atendidas em um espaço de tempo
muito curto (emergências médicas, etc.). Estes recursos devem vir de investimentos
com alta liquidez, como por exemplo: Fundo de Renda Fixa Curto Prazo; CDB de
liquidez diária de bancos de primeira linha (AAA ou AA); Tesouro SELIC (LFT);
Contínuas: são despesas recorrentes que devem ser honradas regularmente pelos
rendimentos da carteira de investimentos;
Ocasionais: São gastos em eventos planejados, normalmente são valores altos
comparado a carteira de investimentos (reformas na casa, viagens, troca de carro).

Apostila 2023 1059


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


IPS: Reserva de Emergência
Recomendasse que o saldo equivalente seja de 3 a 12 vezes os gastos mensais da família,
devendo ser considerado as coberturas já contratadas contra riscos (seguros) no cálculo
da Reserva. Esse valor pode variar em função, por exemplo, das características das
entradas e saídas de recursos da família:
Maior previsibilidade quanto às rendas: Funcionários públicos, aposentados e
pensionistas (assalariados da iniciativa privada, autônomos e empresários precisarão
de maiores reservas de emergência).
Maior previsibilidade quanto aos gastos: Análise da estrutura de custos fixos e
variáveis da família pode levar a variações significativas no saldo recomendado para
a reserva de emergência.
É aconselhado que as aplicações da Reserva de Emergência sejam em investimentos com
baixíssimo risco (tanto de crédito, quanto de volatilidade) e possuam altíssima liquidez. As
aplicações mais recomendadas são: LFT; CDB de bancos com rating AAA; Fundo de
Investimentos Renda Fixa (Simples ou Curto Prazo).

Apostila 2023 1060


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
IPS: Alterações
Conforme já mencionado, o profissional deverá deixar acordado qual será o período de
revisão dos dados do IPS (Política de Investimentos) do seu cliente. Mas isso não
necessita ser algo rígido, pois o próprio cliente não só pode, mas também deve comunicar
as mudanças relevantes (caso ocorra antes dos prazos acordados das revisões) para que o
profissional possa reajustar o seu IPS. Para que isso possa ocorrer, o cliente necessita
saber quais informações são relevantes e a troca de conhecimento é muito importante.
Os principais exemplos de mudanças na Política de Investimentos são:
OBJETIVOS: Antecipação ou a postergação da compra da casa própria ou da
aposentadoria; nascimento de filhos; doenças terminais; casamento;
SITUAÇÃO FINANCEIRA: Mudanças de emprego, herança, prêmio de loteria...
CONHECIMENTO: Formação acadêmica em finanças e experiência profissional;
MUDANÇAS ECONÔMICAS: Aqui vale uma ressalva, pois quando tratamos de
mudanças econômicas, nos referimos a parte de longo prazo e não de curto prazo.
Por exemplo, uma redução na taxa de juros pelo COPOM não modifica o IPS do
cliente, mas mudanças nos ciclos econômicos do Brasil, podem sim.

Apostila 2023 1061


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Asset Allocation
O objetivo do ASSET ALLOCATION, traduzido como ALOCAÇÃO DE ATIVOS, tem como
objetivo equilibrar a carteira de investimentos, mitigando os riscos de quem deseja
investir. Seu foco está na construção da parte da MACRO-ALOCAÇÃO da uma carteira de
investimentos, definindo o percentual que deverá ser alocado nas categorias de
investimentos, como, 80% em renda fixa e 20% renda variável.
Após a Alocação de Ativos, temos o que chamamos de Seleção de Ativos, que é a
atividade de seleção específica dos produtos financeiros (10% em Petrobrás e 10% em
Vale do Rio Doce, totalizando os 20% que foram definidos no Asset Allocation). Esta etapa
também é conhecida com MICRO-ALOCAÇÃO e ocorre na ETAPA 5 – Implementar as
Recomendações.
A ALOCAÇÃO DE ATIVOS é dividida também em Estratégica x Tática e Dinâmica x Estática,
que é aprofundado no Módulo II – Gestão de Ativos & Investimentos (Capítulo 7.3
Alocação de Ativos e Rebalanceamento de Carteiras).

Apostila 2023 1062


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
Desenvolvendo Recomendações
Vimos até aqui como são importante as etapas iniciais (Etapa 2 – Coleta & Identificação de
Necessidades; Etapa 3 – Analisar e Avaliar a Situação do Cliente), pois se coletarmos os
dados equivocamente, não será possível Avaliar corretamente a Situação do Cliente. E se
tivermos uma avaliação equivocada, o documento que guiará todo o trabalho profissional,
que é o IPS (POLÍTICA DE INVESTIMENTOS), também estará equivocado.
Nos últimos exames foi exigido os seguintes pontos como padrão:
Nível de Risco da Carteira (concentração da carteira em ativos de risco);
Necessidade de liquidez (manter entre 5% a 10% em ativos de liquidez imediata);
Calcular o retorno exigido pelo cliente, sempre assumindo o menor risco possível;
Prestar muita atenção se os retornos das carteiras serão ou não sujeitos a
impostos, além de ficar atento se a questão está solicitando retorno real ou nominal.

Apostila 2023 1063


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente


Desenvolvendo Recomendações: Exemplo
Um investidor, 30 anos de idade, solteiro, herdou R$ 2.000.000,00 recentemente. Ele
não trabalha e suas despesas pessoais são de R$ 30.000 por mês. Ele não pretende
trabalhar e deseja viver com o rendimento real e ganho de capital gerados pela herança,
sem tocar no principal. A inflação é de 3,5% a.a., a taxa do ativo livre de risco real de
4% a.a. Qual é a carteira mais recomendada?

CARTEIRAS
ATIVOS
I II III IV
Fundos de Curto Prazo 5% 5% 0% 20%
Títulos do Governo LFT 5% 10% 0% 30%
Fundos de Renda Fixa de Longo Prazo 10% 25% 40% 40%
Fundos Private Equity 25% 15% 25% 0%
Ações 55% 45% 30% 10%
Retorno Esperado Total das Carteiras,
30% 24% 23% 18%
após os impostos

Apostila 2023 1064


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 4: Desenvolver & Apresentar ao Cliente
Desenvolvendo Recomendações: Exemplo
Primeiramente, devemos calcular o retorno necessário que o investidor necessita ter:
Suas despesas anuais são R$ 30.000 × 12 = R$ 360.000.
O retorno mínimo REAL que ele precisa ter é 360.000 ÷ 2.000.000 = 18% ao ano.
Considerando a inflação, o retorno nominal líquido será: 22,13%
▪ HP-12C:
o 100 enter
o 18 [%] [+]
o 3,5 [%] [+]
o 100 [-]
Devemos escolher a carteira que entrega o retorno necessário e que possua liquidez.
Importante notar que o retorno em vermelho é o retorno líquido e não o retorno real.
Carteira I: possui um retorno muito acima do necessário, gerando um risco
desnecessário ao investidor (80% está alocado em empresas: Ações + Private Equity)
CARTEIRA II: É a carteira que deve ser escolhida e apresentada ao cliente, pois
fornece o retorno necessário e possui liquidez (15% em LFT e fundos Curto Prazo).
Carteira III: mesmo tendo uma remuneração aceitável, não possui liquidez.
Carteira IV: não gera o retorno necessário para o investidor.

Apostila 2023 1065


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

ETAPA 5: Implementar as Recomendações


ETAPA 5
Nesta etapa, deve-se IMPLEMENTAR as recomendações de planejamento financeiro. Esta
implementação poderá ser feita tanto pelo profissional, quanto pelo próprio cliente, sem
a parÑcipação do profissional. Vale ressaltar que o profissional somente poderá executar a
implementação das recomendações naquelas áreas na qual ele esteja habilitado
legalmente e caso o ele e o cliente tenham acordado isto no início do relacionamento
(que ocorreu na Etapa 1 – Definindo o Escopo de Trabalho). Portanto, um profissional
CFP® pode cobrar para fazer um inventário extrajudicial? SIM, desde que ele seja
advogado.
Se o profissional for o responsável pela implementação, ele deverá:
Obter aprovação sobre as responsabilidades na implementação do plano financeiro
pessoal.
IdenÇficar e apresentar os produtos e serviços adequados para implementação
do plano financeiro aprovado pelo cliente.
❑ OBSERVAÇÃO: Caso haja a possibilidade de um conflito de interesse nas indicações dos
produtos, os mesmos deverão ser informados ao cliente.

Apostila 2023 1066


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 5: Implementar as Recomendações
Categorias de Produtos
Profissionais devem analisar e classificar as categorias de produtos com que atuem,
identificando as características que possam afetar sua adequação ao perfil do cliente,
devendo ser considerados, no mínimo:
Os riscos associados ao produto e seus ativos subjacentes;
O Perfil dos emissores e prestadores de serviços associados ao produto;
A existência de garantias;
Os prazos de carências.

Apos;la 2023 1067


CEA – Cer;ficação de Especialista em Inves;mento

ETAPA 5: Implementar as Recomendações


Vedações e Deveres
❑ É vedada a recomendação de produtos ou serviços ao cliente quando:
O perfil do cliente não for adequado ao produto ou serviço;
Não sejam obtidas as informações que permitam a identificação do perfil do
cliente;
As informações relativas ao perfil do cliente não estiverem atualizadas.
❑ Dever de quando o cliente ordenar a realização de operações, antes da primeira
operação:
Alertar o cliente acerca da ausência ou desatualização de perfil ou da sua
inadequação, com a indicação das causas da divergência; e
Obter declaração expressa do cliente de que está ciente da ausência,
desatualização ou inadequação de perfil.

Apostila 2023 1068


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
ETAPA 6: Monitorar a Situação com o Cliente
Definição
Esta é a última etapa do planejamento financeiro, no qual deve-se MONITORAR a
situação do cliente, baseada na periodicidade acordada na Etapa 4 – Desenvolvimento de
Recomendações e Apresentação ao Cliente, no documento IPS (Investment Portfolio
Statement). Com isso, esta Etapa 6 – Monitoramento da Situação do Cliente, inclui:
Revisar e reavaliar periodicamente o plano financeiro propondo e implementando,
se for o caso, os ajustes necessários;
Obter aprovação sobre estratégias necessárias para implementar os ajustes
propostos.
Desta forma, nesta etapa ocorre o Feedback do cliente, criando-se um vínculo de longo
prazo entre o planejador financeiro e o cliente. Recomenda-se que seja feito pelo menos
uma vez por ano todo o processo do planejamento financeiro.

Apostila 2023 1069


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Componentes do Planejamento Financeiro


Gestão Financeira (Resumo)
Ø Coletar informações do cliente relativas: aos ativos e passivos; fluxo de caixa,
renda e/ou obrigações; e as necessárias para preparar um orçamento.
COLETA

Ø Preparar demonstrativos do patrimônio, fluxo de caixa e orçamento do cliente.


Ø Determinar: a propensão do cliente em poupar recursos; como ele toma
decisões sobre gastos; e as suas atitudes em relação a dívidas.

Ø Verificar se o cliente vive de acordo com suas posses;


Ø Avaliar o impacto de mudanças potenciais em receitas/despesas; as alternativas
ANÁLISE

de financiamento; e se o fundo de emergência é adequado e provisioná-lo;


Ø Determinar os problemas pertinentes aos ativos e passivos.
Ø Considerar possíveis estratégias de gestão de caixa.
Ø Identificar demandas conflitantes do fluxo de caixa.
Ø Formular estratégias de gestão financeira.
SÍNTESE

Ø Avaliar as vantagens e desvantagens de cada estratégia de gestão financeira.


Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de gestão financeira.
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de gestão financeira.

Apostila 2023 1070


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Componentes do Planejamento Financeiro
Gestão de Ativos e Investimentos (Resumo)
Ø Coletar informações necessárias para preparar um demonstrativo detalhado de
Investimentos Atuais.
Ø Determinar a atual alocação dos ativos; a experiência do cliente, suas atitudes e
COLETA

tendências em relação a investimentos; seus objetivos de investimento; e a


tolerância do cliente ao risco de investimento.
Ø Identificar: as premissas do cliente e suas expectativas de retorno; o horizonte
temporal do cliente; e os fluxos de caixa disponíveis para investimento.

Ø Calcular a taxa de retorno requerida para aÑngir os objeÑvos do cliente.


ANÁLISE

Ø Determinar as caracterísÑcas dos invesÑmentos deÑdos; as implicações da


aquisição/alienação de aÑvos e considerar possíveis estratégias de invesÑmento.
Ø Avaliar se as expectaÑvas de retorno e a composição dos invesÑmentos são
compaÜveis com a tolerância ao risco e a taxa de retorno requerida.
Ø Formular estratégias e otimizar as estratégias para fazer recomendações e gestão
SÍNTESE

de ativos; e avaliar as suas vantagens e desvantagens;


Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de gestão de ativos.

Apostila 2023 1071


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Componentes do Planejamento Financeiro


Planejamento de Aposentadoria (Resumo)
Ø Coletar dados sobre possíveis fontes de renda de aposentadoria;
COLETA

Ø Coletar dados sobre as despesas estimadas na aposentadoria;


Ø Determinar os objetivos de aposentadoria do cliente, as atitudes com relação a
este tema e o seu conforto com premissas de planejamento de aposentadoria.

Ø Fazer projeções financeiras com base na posição atual. Concluir se os objetivos


de aposentadoria do cliente são realistas.
ANÁLISE

Ø Considerar possíveis estratégias de planejamento de aposentadoria.


Ø Avaliar os requisitos financeiros na data da aposentadoria.
Ø Avaliar o impacto de mudanças das premissas nas projeções financeiras.
Ø Avaliar trade-offs necessários para atingir os objetivos de aposentadoria
Ø Formular estratégias de planejamento de aposentadoria e avaliar as vantagens e
desvantagens de cada uma destas estratégia;
SÍNTESE

Ø Otimizar as estratégias para fazer recomendações de planejamento de


aposentadoria.
Ø Priorizar os passos de ação para auxiliar o cliente a implementar as
recomendações de planejamento de aposentadoria.

Apostila 2023 1072


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
7.3 Gestão Financeira Pessoa Física
Apostila 2023 1073
1073
CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Demonstrações Financeiras Pessoais


Orçamento Doméstico (Fluxo de Caixa )
O Orçamente DomésÇco, também chamado como Orçamento Familiar, é a junção da
construção e da análise de todas as fontes de renda da família, juntamente com os seus
devidos gastos. Com isso, passamos a enxergar que as pessoas ásicas também devem ter
controles e análises como se fossem pessoas jurídicas (empresas). Somente após montar
o Fluxo de Caixa da Família, com entradas (rendas) e saídas (custos), que poderá ser
traçado planos para aÑngir os objeÑvos no futuro, como por exemplo, uma nova moradia,
uma viagem ou a antecipação da aposentadoria.

q FÓRMULA:

ORÇAMENTO DOMÉSTICO = RENDAS – DESPESAS

q OBSERVAÇÃO: Para a análise financeira, valores que acumulam aÑvos não devem ser
considerados como despesas (saídas), tais como aplicações mensais em CDB, VGBL e
PGBL.

Apostila 2023 1074


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Demonstrações Financeiras Pessoais
Construindo um Plano Orçamentário
Na construção de um orçamento familiar, devemos idenÑficar:
Ø Custos fixos, Custos variáveis e Custos sensíveis à inflação;
Ø Projetar o orçamento para os próximos 12 meses;
Ø Comparar as despesas reais com as projetadas (quando já foi feito a primeira).
Vale salientar que é muito importa analisar a o impacto da inflação no custo de vida do
cliente. Muitas pessoa possuem salário fixo e não conseguem reajustar a sua renda com o
devido aumento dos gastos gerados pelo aumento dos preços (inflação), gerando uma
perda na qualidade de vida.

RECEITAS DESPESAS
Ø Salários;
Ø Custos fixos (aluguel, financiamentos, prêmios de
Ø Receitas de juros;
seguros, pensão alimentícia,...);
Ø Receitas de dividendos;
Ø Custos variáveis (transporte, alimentação, telefone,
Ø Receitas de aluguéis;
internet, lazer, férias, ...);
Ø Reembolso de impostos;
Ø Demais tipos de custos.
Ø Outras receitas.

Apostila 2023 1075


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Demonstrações Financeiras Pessoais


Capacidade de Poupança
A capacidade de poupança é um dos principais itens a ser analisado no orçamento
familiar. Ele é o resultado do quanto uma família ganha e o quanto ela consegue guardar a
sua renda. Se as receitas são MAIORES que as despesas, a família possui “Capacidade de
Poupança”, e poderá continuar aumentando o patrimônio e a conquistar seus objetivos
financeiros. Porém, se as receitas são MENORES que as despesas, a família está com
problemas financeiros, necessitando tomar empréstimos para custear seu padrão de vida
ou vendendo ativos para se manter. Segue a fórmula para este indicador:

Resultado do Orçamento Doméstico


Índice de Poupança =
Receitas

q EXEMPLO: Rafael tem sua renda líquida de R$ 9.000,00 e consegue investir todos os
meses R$ 300,00. Seu índice de Poupança é:
300
Í89:;< 9< =>?@A8çA = = 3,33%
9000

Apostila 2023 1076


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Demonstrações Financeiras Pessoais
Fundo de Emergência
O Fundo de Emergência, também chamado de Reserva de Emergência, é um valor
financeiro que deve estar aplicado em investimentos com muita liquidez, ou seja, que
possa ser convertido em dinheiro o mais rápido possível e sem variações bruscas, como
por exemplo LFT – Tesouro Selic, CDB liquidez diária, poupança, fundos Renda Fixa Curto
Prazo.
O objetivo desse recurso é para suprir imprevistos em nossas vidas (batida do carro,
problemas de saúde, e até mesmo desemprego) sem que seja necessário a tomada de
empréstimos com taxas extremamente altas ou a venda de patrimônio (ativos de longo
prazo). O aconselhável é que este valor seja de 3 a 12 meses das despesas correntes, ou
seja, se uma família tem renda de R$ 10 mil por mês e um custo de vida de R$ 5 mil,
iremos analisar de 3 a 12 meses sobre os R$ 5 mil (entre R$ 15 mil e R$ 60 mil para o
fundo de emergência).
Em 2019, o Banco Mundial constatou que mais de 70 milhões de brasileiros consideravam
impossível levantar cerca de R$ 2.500,00 numa necessidade extrema. No mundo, somente
outros sete países estão mais despreparados que o Brasil para surgimento de infortúnios.

Apostila 2023 1077


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Orçamento DomésNco
Exemplo
(1) ENTRADAS
• Salário de João (líquido) R$ 15.000,00
• Salário de Maria (líquido) R$ 15.000,00
Total de Entradas R$ 30.000,00
(2) Saídas
• Casa (água, luz, telefone, ...) R$ 8.000,00
• Automóveis (combustível, impostos, ...) R$ 3.000,00
• Despesas Pessoais R$ 3.000,00
• Prêmios de seguros R$ 2.000,00
• Pagamento Prestação financiamento dos automóveis R$ 2.000,00
• Pagamento Prestação financiamento imobiliário R$ 3.000,00
Total de Saídas R$ 21.000,00
Saldo Final ( 1 - 2) R$ 9.000,00
CAPACIDADE DE POUPANÇA (Saldo ÷ Entradas))) 30%

Apostila 2023 1078


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Demonstrações Financeiras Pessoais
Balanço Patrimonial
É um relatório que demonstra qual a situação financeira de uma pessoa (física ou
jurídica), relacionada aos seus bens, direitos e suas obrigações, ou seja, é tudo que ela
poderia vender e tudo que ela precisa pagar em uma certa data específica. Existem
algumas regras que deverão ser respeitas para que se haja um padrão nestes relatórios,
mesmo sendo para as pessoas físicas, que são:
Ø O Patrimônio será composto por dois grandes grupos: Ativos e Passivos;
Ø ATIVOS: tudo o que foi adquirido e que poderá ser vendido (transformado em
dinheiro ou que já é dinheiro. Apólice de seguro de vida não é ativo);
Ø PASSIVO ou EXIGÍVEL: são as dívidas da pessoa.
Ø PATRIMÔNIO LÍQUIDO: ATIVOS menos os PASSIVOS, ou seja, se vender tudo e
pagar tudo o que deve, quanto irá sobra? Este será o Patrimônio Líquido
Ø São agrupados em contas dispostas em ordem decrescente de liquidez, ou seja,
primeiro aparecerão aqueles mais fáceis de vender ou que serão cobradas primeiro;
Ø Os ATIVOS das pessoas físicas são classificados com:
§ Bens de uso: Imóvel de moradia, veículos da família, casa de veraneio;
§ Bens de não uso: Aplicações financeiras, participações societárias, imóveis e
veículos que geram renda ou que o objetivo é uma venda futura.

Apostila 2023 1079


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

Balanço Patrimonial
Exemplo
ATIVO (A) EXIGÍVEL TOTAL (ET)
Ø Bens de Uso Ø Dívidas:
o Veículos da família R$ 100 mil o Cartão de Crédito R$ 5 mil
o Residência familiar R$ 500 mil o Financiamento do Carro R$ 55 mil
o Casa de Veraneio R$ 200 mil o Financiamento Imobiliário R$ 240 mil
Ø Bens de Não Uso
o CDB Liquidez Diária R$ 100 mil PATRIMÔNIO LÍQUIDO (PL)
o Previdência VGBL R$ 200 mil
Ø PL = ATIVOS – PASSIVOS = R$ 1,1 MM
o Imóveis para locação R$ 300 mil

ATIVOS = R$ 1,4 MM PL + ET = 1,4 MM

Apostila 2023 1080


CEA – Certificação de Especialista em Investimento
Principais Indicadores
Índice de Endividamento
Como vimos, os ATIVOS são compostos por Capital Próprio (PATRIMÔNIO LÍQUIDO) e por
Capital de Terceiros (PASSIVOS), também chamado de Passivo Exigível, que são as dívidas.
Assim, é normal as pessoas terem dívidas para aquisição de bens. No entanto, no
momento em que se começa a adquirir dívidas, é importante que a família passe a
acompanhar a evolução do seu índice de endividamento para garantir que suas contas
estejam sob controle no curto, médio e longo prazo. Sua fórmula é:

ÍNDICE DE
ENDIVIDAMENTO = PASSIVOS (Passivo Exigível)
ATIVOS (Ativo Total)

q EXEMPLO: Marina tem ativos no valor de R$ 2.000.000,00. Suas dívidas, incluindo


pagamentos mensais de um Financiamento Imobiliário e do seu veículo, somam
R$ 900.000,00. O Índice de endividamento é:

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Índice de Endividamento = = 45%
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Apostila 2023 1081


CEA – Certificação de Especialista em Investimento

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