Você está na página 1de 4

Roteiro - Federal - 2011/4872 http://www.fiscosoft.com.br/index.php?

PID=253283

Imprimir Enviar por E-mail Meu Arquivo Curtir 0 Compartilhe:

Publicado em nosso site 27/07/2011

• Roteiro em atualização devido à publicação da Lei nº 12.715/2012.

Informativo FISCOSoft - Federal

Perdas no recebimento de créditos - Aspectos contábeis e tributários - Roteiro de Procedimentos


Este Roteiro explica e sugere a forma usual da contabilização das perdas no recebimento de
créditos, também denominados créditos incobráveis, Provisão para Devedores Duvidosos (PDD) e,
mais recentemente, Perdas Estimadas para Créditos de Liquidação Duvidosa (PECLD), englobando,
inclusive, os aspectos fiscais da baixa de créditos não liquidados.

Perdas no recebimento de créditos - Aspectos contábeis e tributários - Roteiro de


Procedimentos
Roteiro - Federal - 2011/4872

Sumário
Introdução

I - Perdas dedutíveis

II - Reajustes e encargos moratórios contratados

III - Contabilização da baixa de créditos não liquidados

IV - Tratamento fiscal da recuperação dos créditos deduzidos como perda

V - Tratamento contábil da recuperação dos créditos deduzidos como perda

VI - Decisões administrativas

Introdução
Trataremos neste Roteiro, os aspectos contábeis e tributários pertinentes à baixa dos créditos não liquidados.

Ressalte-se que, desde o ano calendário de 1997 a constituição da provisão para créditos de liquidação duvidosa,
deixou de ser dedutível pela legislação do Imposto de Renda.

Em substituição à provisão para créditos de liquidação duvidosa, a empresa tributada com base no lucro real pode
considerar dedutíveis, como despesa operacional, os valores contabilizados como perdas de créditos não liquidados,
desde que observadas as regras estabelecidas pela legislação vigente.

Do ponto de vista contábil, a pessoa jurídica poderá constituir tal provisão, embora não seja mais dedutível
fiscalmente.

Cabe destacar que, segundo o Manual de Contabilidade Societária, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis,
Atuariais e Financeiras (FIPECAFI), p. 332:

O termo "provisão" para as contas retificadoras do ativo não tem utilização adequada considerando o tratamento na
atual Deliberação da CVM nº 594/09 e nos conceitos que a suportam. No Brasil o temo provisão para as contas
retificadoras do ativo foi sempre bastante utilizado, mas consideramos essa utilização inadequada e neste Manual
faremos a adaptação do termo "perdas estimadas". Assim, passaremos a utilizar, por exemplo, "perdas estimadas
para créditos de liquidação duvidosa" (PECLD) e não mais "provisão para créditos de liquidação duvidosa". Essa
alteração visa reduzir o emprego inadequado do termo provisão só para as obrigações e estar em consonância com o
IASB e com o conceito de "redução ao valor recuperável".

I - Perdas dedutíveis

1 de 4 17/12/2012 19:14
Roteiro - Federal - 2011/4872 http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=253283

As perdas no recebimento de créditos decorrentes da atividade da pessoa jurídica, serão consideradas como
despesas dedutíveis (conta de resultado), para determinação do lucro real, tendo como contrapartida:

a) a conta que registrou o crédito, no caso de créditos, sem garantia, de valor até R$ 5.000,00 por operação, vencidos
há mais de seis meses;

b) a conta redutora do crédito, nas seguintes hipóteses:

b.1) créditos sem garantia, de valor acima de R$ 5.000,00 até R$ 30.000,00, por operação, vencidos há mais de um
ano, que estejam em cobrança administrativa;

b.2) créditos sem garantia, de valor superior a R$ 30.000,00, vencidos há mais de um ano, desde que iniciados e
mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelas implique o
vencimento automático de todas as demais parcelas vincendas, os limites de que tratam as
letras b.1 e b.2, serão considerados em relação ao total dos créditos, por operação, com o
mesmo devedor.

b.3) créditos com garantia vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os procedimentos judiciais
para seu recebimento ou arresto das garantias;

Considera-se crédito garantido, o proveniente de vendas com reserva de domínio, alienação


fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias reais.

b.4) créditos contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária, relativamente à parcela que
exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar, observando-se o seguinte:

b.4.1) a dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da concordata,
desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para o recebimento do crédito;

b.4.2) a parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela empresa concordatária poderá
também ser deduzida como perda.

Para fins do disposto nas letras "a" e "b.2":

a) considera-se operação a venda de bens, a prestação de serviços, a cessão de direitos, a aplicação de recursos
financeiros em operações com títulos e valores mobiliários, constantes de um único contrato, no qual esteja prevista a
forma de pagamento do preço pactuado, ainda que a transação seja realizada para pagamento em mais de uma
parcela;

b) no caso de empresas mercantis, a operação será caracterizada pela emissão da fatura, mesmo que englobe mais
de uma nota fiscal;

c) no caso de contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelas implique o vencimento
automático de todas as demais parcelas vincendas, esses limites serão considerados em relação ao total dos
créditos, por operação, com o mesmo devedor.

Fundamentação: art. 340 do Decreto nº 3.000/1999 - RIR/99 .

II - Reajustes e encargos moratórios contratados


Na contabilização do registro da perda, os créditos relacionados no tópico I deste roteiro serão considerados pelo seu
valor original, acrescido de reajustes em virtude de contrato, inclusive juros e outros encargos pelo financiamento da
operação, e de eventuais acréscimos moratórios em razão da sua não liquidação, considerados até a data da baixa.

Esses acréscimos devem ser apropriados como receita financeira, observando-se o regime de competência.

Fundamentação: Resolução do CFC nº 750/1993; art. 24 , § 4º da Instrução Normativa SRF nº 93/1997.

III - Contabilização da baixa de créditos não liquidados


a) Na hipótese da pessoa jurídica possuir um crédito sem garantia, e a duplicata estiver vencida, sugerimos o

2 de 4 17/12/2012 19:14
Roteiro - Federal - 2011/4872 http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=253283

seguinte lançamento contábil:

D Perda no recebimento de créditos - Conta de Resultado R$ 3.000,00

C Duplicatas a receber de "X" - Ativo Circulante R$ 3.000,00

b) opcionalmente poderá ser registrada a perda em contrapartida à conta retificadora do crédito, assim,
exemplificamos a situação da duplicata vencida há mais de um ano, e que está sendo cobrada administrativamente:

D Perda no recebimento de créditos - Conta de Resultado R$ 6.000,00

C Duplicatas vencidas a receber de "X" - Ativo Circulante R$ 6.000,00

Fundamentação: Resolução do CFC nº 750/1993.

IV - Tratamento fiscal da recuperação dos créditos deduzidos como perda


Na hipótese do crédito ter sido considerado incobrável, e posteriormente, tal título venha a ser recebido, deverá ser
computado na determinação do lucro real o montante dos créditos deduzidos como perda que tenham sido
recuperados, inclusive nos casos de novação da dívida ou do arresto dos bens recebidos em garantia real,
considerando que:

a) os bens recebidos a título de quitação do débito serão escriturados pelo valor do crédito ou avaliados pelo valor
definido na decisão judicial que tenha determinado sua incorporação ao patrimônio do credor;

b) quando houver juros vincendos, poderão ser computados na determinação do lucro real à medida que forem
incorridos.

Ressalte-se que, nas operações de crédito realizadas por instituições financeiras autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil, nos casos de renegociação de dívida, o reconhecimento da receita para fins de incidência de
imposto sobre a renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido ocorrerá no momento do efetivo recebimento
do crédito.

Fundamentação: art. 12 da Lei nº 9.430/1996, com as alterações do art. 48 da Lei 12.715/2012; art. 9º da Lei nº
12.431/2011.

V - Tratamento contábil da recuperação dos créditos deduzidos como perda


O valor de crédito deduzido como perda, que vier a ser recuperado em qualquer época e a qualquer título, inclusive
nos casos de novação da dívida ou do arresto dos bens recebidos em garantia real, deverá ser revertido a crédito de
conta de resultado.

a) Assim, por exemplo se um determinado crédito foi baixado na conta de "Duplicatas a receber" e posteriormente for
recebido, o lançamento contábil sugerido, seria:

D Bancos - Ativo Circulante R$ 3.000,00

C Recuperação de Créditos - Conta de Resultado R$ 3.000,00

b) Se o crédito foi registrado em conta retificadora da conta de "Duplicatas a receber" e eventualmente for
recuperado, sugerimos o seguinte lançamento:

D Bancos - Ativo Circulante R$ 6.000,00

C Duplicatas a receber de "X" - Ativo Circulante R$ 6.000,00

b.1) pela baixa do valor registrado em conta retificadora

3 de 4 17/12/2012 19:14
Roteiro - Federal - 2011/4872 http://www.fiscosoft.com.br/index.php?PID=253283

D Duplicatas vencidas a receber de "X" - Ativo Circulante R$ 6.000,00

C Recuperação de Créditos - Conta de Resultado R$ 6.000,00

O crédito poderá vir a ser recebido com acréscimos financeiros ou outros encargos moratórios,
o que demandará o reconhecimento da correspondente receita.

Fundamentação: Resolução do CFC nº 750/1993.

VI - Decisões administrativas
A seguir, são transcritas algumas decisões em processo de consulta emanadas pela Secretaria da Receita Federal
sobre o assunto:

a) SOLUÇÃO DE CONSULTA nº 42 de 30 de março de 2010 - 7ª Região Fiscal


ASSUNTO: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
EMENTA: DESPESAS. PERDAS NO RECEBIMENTO DE CRÉDITOS. REGIME DE COMPETÊNCIA. As regras
relativas à dedução de perdas presumidas ou efetivas, previstas nos arts. 9º e 10 da Lei nº 9.430, de 1996, no
recebimento de créditos decorrentes da atividade da empresa, são inaplicáveis, em 2009, a créditos vencidos em
1986, 1990, 1991, 1994 e 1996.

b) SOLUÇÃO DE CONSULTA nº 51 de 29 de outubro de 2009 - 5ª Região Fiscal


ASSUNTO: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
EMENTA: O valor recuperado com perdas no recebimento de créditos deverá ser computado como receita na
determinação da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL.
ASSUNTO: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
EMENTA: O valor recuperado com perdas no recebimento de créditos deverá ser computado como receita na
determinação do lucro real, ou adicionado ao lucro presumido ou arbitrado.

4 de 4 17/12/2012 19:14

Você também pode gostar