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CONTABILIDADE AVANÇADA

2º Semestre de 2013

PROFª MONICA ENCINAS


Contabilidade Avançada – 2013/ 2º Semestre

SUMÁRIO

ASSUNTO PÁGINA

01 CPC 25 - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes 03


Exercícios - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingente 07

02 CPC 01 - Redução ao Valor Recuperável de Ativos (Impairment) 11


Exercícios - Redução ao Valor Recuperável de Ativos 17

03 CPCs 38, 39 e 40 – Instrumentos Financeiros 23


Exercícios - Instrumentos Financeiros 37

04 CPC 09 - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 41


Exercícios - Demonstração do Valor Adicionado (DVA) 46

05 CPC 04 – Ativos Intangíveis 57

Exercícios - Ativos Intangíveis 62

06 CPC 18 / ICPC 09 - Avaliação de Investimentos em Coligadas e Controladas 65


Exercícios - Efeitos das Mudanças nas Taxas de Câmbio 73

07 CPC 35 e 36 / ICPC 09 - Consolidação das Demonstrações Contábeis 82


Exercícios - Consolidação das Demonstrações Contábeis 85

08 97
CPC 15 - Combinação de Negócios, Incorporação, Fusão e Cisão

Exercícios - Combinação de Negócios, Incorporação, Fusão e Cisão 103

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1) - Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes

Regulamentação: CPC 25 aprovado pela Deliberação CVM nº 594 de 15/09/2009

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer que sejam aplicados critérios de


reconhecimento e bases de mensuração apropriados a provisões e a passivos e ativos contingentes e que seja
divulgada informação suficiente nas notas explicativas para permitir que os usuários entendam a sua natureza,
oportunidade e valor.

1.1) Definições

Para melhor compreensão desta norma, faz-se necessário esclarecimento das seguintes definições:

Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se
espera que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

Obrigação legal é uma obrigação que deriva de: (i) contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);
(ii) legislação; ou (iii) outra ação da lei.

Obrigação não formalizada é uma obrigação que decorre das ações da entidade em que: (i) por via de
padrão estabelecido de práticas passadas, de políticas publicadas ou de declaração atual suficientemente
específica, a entidade tenha indicado a outras partes que aceitará certas responsabilidades; e (ii) em
consequência, a entidade cria uma expectativa válida nessas outras partes de que cumprirá com essas
responsabilidades.

Passivo Contingente é:
(a) uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela
ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou
(b) uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque: (i) não é
provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja exigida para liquidar a
obrigação; ou (ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.

Ativo Contingente é:
um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência
ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade.

1.2) Provisão e outros passivos

As provisões podem ser distintas de outros passivos tais como contas a pagar e passivos derivados de
apropriações por competência (accruals) porque há incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro
necessário para a sua liquidação.

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Os passivos derivados de apropriação por competência (accruals) são frequentemente divulgados como parte
das contas a pagar, enquanto as provisões são divulgadas separadamente.

Relação entre Provisão e Passivo Contingente

O CPC 07 distingue entre:

Provisões – que são reconhecidas como passivo (presumindo-se que possa ser feita uma estimativa confiável)
porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos
seja necessária para liquidar a obrigação; e

Passivos contingentes – que não são reconhecidos como passivo porque são:
a) obrigações possíveis, visto que ainda há de ser confirmado se a entidade tem ou não uma obrigação presente
que possa conduzir a uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos, ou
b) obrigações presentes que não satisfazem os critérios de reconhecimento deste Pronunciamento Técnico
(porque não é provável que seja necessária uma saída de recursos que incorporem benefícios econômicos
para liquidar a obrigação, ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da
obrigação).

1.3) - Reconhecimento

Provisão

Uma provisão deve ser reconhecida quando:


a) a entidade tem uma obrigação presente (legal ou não formalizada) como resultado de evento passado;
b) seja provável que será necessária uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos para
liquidar a obrigação; e
c) possa ser feita uma estimativa confiável do valor da obrigação.

Passivo contingente
A entidade não deve reconhecer um passivo contingente. O passivo contingente é divulgado, em Notas
Explicativas, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos que incorporam benefícios
econômicos.

Ativo contingente
A entidade não deve reconhecer um ativo contingente nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se
de resultado que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa, então
o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado.
O ativo contingente é divulgado, em Notas Explicativas, quando for provável a entrada de benefícios
econômicos.

1.4) Mensuração

Melhor estimativa

O valor reconhecido como provisão deve ser a melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a
obrigação presente na data do balanço.

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A melhor estimativa do desembolso exigido para liquidar a obrigação presente é o valor que a entidade
racionalmente pagaria para liquidar a obrigação na data do balanço ou para transferi-la para terceiros nesse
momento.
As estimativas do desfecho e do efeito financeiro são determinadas pelo julgamento da administração da
entidade, complementados pela experiência de transações semelhantes e, em alguns casos, por relatórios de
peritos independentes. As evidências consideradas devem incluir qualquer evidência adicional fornecida por
eventos subsequentes à data do balanço.

Risco e incerteza
Os riscos e incertezas que inevitavelmente existem em torno de muitos eventos e circunstâncias devem ser
levados em consideração para se alcançar a melhor estimativa da provisão.

Valor presente
Quando o efeito do valor do dinheiro no tempo é material, o valor da provisão deve ser o valor presente dos
desembolsos que se espera que sejam exigidos para liquidar a obrigação.

Evento futuro
Os eventos futuros que possam afetar o valor necessário para liquidar a obrigação devem ser refletidos no valor
da provisão quando houver evidência objetiva suficiente de que eles ocorrerão.

1.5) Aplicações de regra de reconhecimento e de mensuração

Perda operacional futura


Provisões para perdas operacionais futuras não devem ser reconhecidas.

Contrato oneroso
Se a entidade tiver um contrato oneroso, a obrigação presente de acordo com o contrato deve ser reconhecida e
mensurada como provisão. Contrato oneroso é um contrato em que os custos inevitáveis de satisfazer as
obrigações do contrato excedem os benefícios econômicos que se espera sejam recebidos ao longo do mesmo
contrato.

Reestruturação
São exemplos de eventos que podem se enquadrar na definição de reestruturação são:
(a) venda ou extinção de linha de negócios;
(b) fechamento de locais de negócios de um país ou região ou a realocação das atividades de negócios de
um país ou região para outro;
(c) mudanças na estrutura da administração, por exemplo, eliminação de um nível de gerência; e
(d) reorganizações fundamentais que tenham efeito material na natureza e no foco das operações da
entidade.
Uma provisão para custos de reestruturação deve ser reconhecida somente quando são cumpridos os critérios
gerais de reconhecimento de provisões estabelecidos no CPC 07.
Uma obrigação não formalizada para reestruturação surge somente quando a entidade: (i) tiver um plano formal
detalhado para a reestruturação; e (ii) tiver criado expectativa válida naqueles que serão afetados pela
reestruturação, seja ao começar a implantação desse plano ou ao anunciar as suas principais características para
aqueles afetados pela reestruturação.

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1.6) Divulgação

Para cada classe de provisão, a entidade deve divulgar:

a) o valor contábil no início e no fim do período;


b) provisões adicionais feitas no período, incluindo aumentos nas provisões existentes;
c) valores utilizados (ou seja, incorridos e baixados contra a provisão) durante o período;
d) valores não utilizados revertidos durante o período; e
e) o aumento durante o período no valor descontado a valor presente proveniente da passagem do tempo e o
efeito de qualquer mudança na taxa de desconto.
f) uma breve descrição da natureza da obrigação e o cronograma esperado de quaisquer saídas de benefícios
econômicos resultantes;
g) uma indicação das incertezas sobre o valor ou o cronograma dessas saídas. Sempre que necessário para
fornecer informações adequadas, a entidade deve divulgar as principais premissas adotadas em relação a
eventos futuros, conforme tratado no item 48; e
h) o valor de qualquer reembolso esperado, declarando o valor de qualquer ativo que tenha sido reconhecido
por conta desse reembolso esperado.

Não é exigida informação comparativa.

Quadro Resumo – Provisão, Ativo e Passivo Contingente

Provisão e passivo contingente

Há obrigação presente que Há obrigação possível ou Há obrigação cuja


provavelmente requer uma obrigação presente que pode probabilidade de uma saída
saída de recursos. requerer. de recursos é remota.

A provisão é reconhecida. Nenhuma provisão é reconhecida. Nenhuma provisão é


reconhecida.
Divulgação é exigida para a Divulgação é exigida para o Nenhuma divulgação é exigida.
provisão. passivo contingente.

Ativo contingente

A entrada de benefícios A entrada de benefícios


econômicos é praticamente econômicos é provável, mas não A entrada não é provável.
certa. praticamente certa.

O ativo não é contingente. Nenhum ativo é reconhecido . Nenhum ativo é


reconhecido.

Divulgação é exigida. Nenhuma divulgação é


exigida.

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Exercícios de Contingências
1) Política de Reembolso

A Cia Proteção Capilar planeja lançar no exercício seguinte um produto que promete acabar com problemas de
calvície, prevenindo quedas e recuperando os fios perdidos. Para lançamento do produto a empresa planeja uma forte
campanha publicitária, onde se compromete a devolver o valor pago pelo cliente em caso de insucesso no tratamento
capilar. Estimativas elaboradas por uma firma de consultoria apontam uma receita aproximada de 10 milhões de
reais. A mesma empresa, baseada em experiências de outros clientes, aponta a possibilidade de devolução de cerca de
2,5% da venda.
Pede-se: Como a Cia Proteção Capilar deve tratar essa possibilidade de perda com o novo produto? Explique.

2) Danos ambientais

Um navio petroleiro da Cia Petróleo Sujo sofreu um vazamento, provocando a poluição de uma determinada região.
Pelo ocorrido, a empresa recebeu uma multa, alegando negligência e má conservação do navio, no valor de R$
55.000.000,00. Além deste valor a empresa, a empresa estima que deverá gastar cerca de R$ 700.000.000,00 para
reparar a região danificada. Embora não seja obrigada a pagar este valor, por pressões sociais a empresa decide que
vai fazer este último gasto. No entanto, com relação à multa recebida, a empresa decide recorrer, orientada por seus
advogados que acreditam que exista uma pequena de chance de ganharem.
Pede-se: Como a Cia Petróleo Sujo deve tratar esses gastos? Explique.

3) Reestruturação
A Cia Refazendo Tudo decide iniciar uma reestruturação de seus negócios. Sendo assim, decide em Assembléia no
mês de novembro que irá se desfazer de uma linha de produtos que há muito não apresenta bons resultados para a
empresa. No processo de reestruturação a empresa prevê gastar cerca de R$ 15.000.000,00 com indenizações dos
empregados. Além disso, estima gastar cerca de R$ 1.000.000,00 com propagandas sobre o novo produto que irá
substituir o produto extinto. A reestruturação terá início em Fevereiro do ano seguinte.
Pede-se: Como a Cia Refazendo Tudo deve tratar esses gastos? Explique.

4) Ações Judiciais
Após um casamento em 2000, dez pessoas morreram, possivelmente como resultado da ingestão de comida
envenenada por produtos vendidos pela Cia Boa Comida. Os procedimentos legais para requerer a indenização
da entidade são iniciados, e ela contesta sua responsabilidade no caso. Até a data da autorização da publicação
das demonstrações contábeis de 31/12/2000, os advogados da entidade opinam que é provável que a entidade
não seja responsabilizada. Contudo, no ano seguinte, devido ao desenvolvimento do caso, seus advogados
advertem que é provável que a entidade seja responsabilizada.
Pede-se: Como a Cia Boa Comida deve tratar esses gastos no exercício de 2000 e 2001? Explique.

5) Garantias
A Cia Eu Garanto vende mercadorias com garantia para reparos em qualquer defeito de produção detectado até
seis meses após a venda. Se defeitos pequenos fossem detectados em todos os produtos, a empresa teria um
custo de reparos de $ 1 milhão. Se defeitos grandes fossem detectados em todos os produtos, a empresa teria um
custo de reparos de $ 4 milhões. A experiência da entidade e as expectativas futuras indicam que, para o
próximo ano, 75% das mercadorias vendidas não apresentarão defeitos, 20% apresentarão defeitos pequenos e
5% apresentarão defeitos grandes. A entidade avalia a probabilidade de uma saída de recursos para cobrir as
garantias como um todo.
Pede-se: Como a Eu Garanto deve tratar essas garantias? Qual o valor esperado de desembolso?

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6) Um fabricante dá garantias no momento da venda para os compradores do seu produto. De acordo com os
termos do contrato de venda, o fabricante compromete a consertar, por reparo ou substituição, defeitos de
produtos que se tornarem aparentes dentro de três anos desde a data da venda. De acordo com a experiência
passada, é provável que haverá algumas reclamações dentro das garantias.

7) Uma entidade do setor de petróleo causa contaminação, mas efetua a limpeza apenas quando é requerida a
fazê-la nos termos da legislação de um país em particular no qual ela opera. O país no qual ela opera não possui
legislação requerendo a limpeza, e a entidade vem contaminando o terreno nesse país há diversos anos. Em 31
de dezembro de 20X0 é praticamente certo que um projeto de lei requerendo a limpeza do terreno já
contaminado será aprovado rapidamente após o final do ano.

8) Uma entidade do setor de petróleo causa contaminação e opera em um país onde não há legislação
ambiental. Entretanto, a entidade possui uma política ambiental amplamente divulgada, na qual ela assume a
limpeza de toda a contaminação que causa. A entidade tem um histórico de honrar essa política publicada.

9) Uma entidade opera em uma atividade de extração de petróleo na qual seu contrato de licença prevê a
remoção da perfuratriz petrolífera ao final da produção e a restauração do solo oceânico. Noventa por cento dos
custos eventuais são relativos à remoção da perfuratriz petrolífera e a restauração dos danos causados pela sua
construção, e dez por cento advêm da extração do petróleo. Na data do balanço, a perfuratriz foi construída, mas
o petróleo não está sendo extraído.

10) Uma loja de varejo tem a política de reembolsar compras de clientes insatisfeitos, mesmo que não haja
obrigação legal para isso. Sua política de efetuar reembolso é amplamente conhecida.

11) Em 12 de dezembro de 20X0, o conselho da entidade decidiu encerrar as atividades de uma divisão que
produz um produto específico. Em 20 de dezembro de 20X0, um plano detalhado para o fechamento da divisão
foi aprovado pelo conselho; cartas foram enviadas aos clientes alertando-os para procurar uma fonte alternativa
de fornecimento, e comunicações diversas sobre demissões foram enviadas para o pessoal da divisão.

12) O governo introduz certo número de mudanças na tributação do imposto de renda. Como resultado dessas
mudanças, a entidade do setor financeiro irá necessitar de treinamento para atualização de grande número de
seus empregados da área administrativa e de vendas para garantir a conformidade contínua com a regulação
bancária. Na data do balanço, nenhum treinamento do pessoal havia sido feito.

13) Um forno possui um revestimento que precisa ser substituído a cada cinco anos por razões técnicas. Na
data do balanço, o revestimento foi utilizado por três anos.

14) (CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Técnico de Contabilidade) Uma das principais características
da constituição de uma provisão e sua diferenciação da constituição de uma reserva de lucros é que a provisão

a) pode gerar ou não uma despesa.


b) é constituída antes da apuração do resultado.
c) implica somente o aumento do passivo.
d) diz respeito à distribuição do resultado já obtido.
e) tem como contrapartida a débito uma conta patrimonial.

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15) (CFC/ 2012 - Contador) De acordo com a NBC TG 25(CPC 25) – Provisões, Passivos Contingentes e
Ativos Contingentes, quando a provisão a ser mensurada envolve uma grande população de itens, a obrigação
pode ser estimada utilizando o método estatístico de estimativa denominado valor esperado.
Uma sociedade empresária vende bens com uma garantia segundo a qual os clientes estão cobertos pelo custo da
reparação de qualquer defeito de fabricação que se tornar evidente, dentro dos primeiros seis meses, após a
compra. Se forem detectados defeitos menores em todos os produtos vendidos, a entidade irá incorrer em custos
de reparação de R$1.000.000,00. Se forem detectados defeitos maiores em todos os produtos vendidos, a
entidade irá incorrer em custos de reparação de R$4.000.000,00. A experiência passada da entidade e as
expectativas futuras indicam que, para o próximo ano, 75% dos bens vendidos não terão defeito, 20% dos bens
vendidos terão defeitos menores e 5% dos bens vendidos terão defeitos maiores.
O valor da provisão a ser constituída utilizando o Método Estatístico de Estimativa pelo Valor Esperado é de:
a) R$400.000,00.
b) R$1.250.000,00.
c) R$1.600.000,00.
d) R$5.000.000,00.

16) – (FCC / 2012 - TCE-AP / Analista de Controle Externo) Analise a tabela abaixo.

Processo Trabalhista (horas extras) R$ 500.000,00 Probabilidade de perda de 58%


Processo Trabalhista (assédio moral) R$ 300.000,00 Probabilidade de perda de 45%
Processo Civil (danos corporais) R$ 250.000,00 Probabilidade de perda de 30%
Processo tributário (Disc.Const.da Cofins) R$ 800.000,00 Probabilidade de perda de 85%

Com base nos dados da tabela, fornecidos pelo advogado da empresa Avante S.A. e considerando as condições
estabelecidas nas normas contábeis vigentes para constituição das provisões contingenciais, a empresa deve
provisionar:
a) R$ 1.300.000,00.
b) R$ 1.850.000,00.
c) R$ 800.000,00.
d) R$ 1.050.000,00.
e) R$ 300.000,00.

17) – (MS CONCURSOS / 2010 - CIENTEC-RS / Contador) As provisões, sejam do Ativo ou do Passivo, são
determinadas com base em estimativas que envolvam incertezas de grau variável. Sabendo isso, são
consideradas provisões do Passivo:
a) Provisão para imposto de renda, provisão para créditos de liquidação duvidosa e provisão para férias.
b) Provisão para perdas prováveis na realização de investimentos, provisão para contingências e provisão
para devedores duvidosos.
c) Provisão para férias, provisão para contingências e provisão para perdas prováveis na realização de
investimentos.
d) Provisão para imposto de renda, provisão para contingências e provisão para férias.
e) Provisão para ajuste a valor de mercado, provisão para créditos de liquidação duvidosa e provisão para
imposto de renda.

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Contabilidade Avançada – 2013/ 2º Semestre

18) – (CFC / 2011 - CFC - Contador) Relacione a situação descrita na primeira coluna com o procedimento a
ser adotado na segunda coluna e, em seguida, assinale a opção CORRETA.

(1) Há obrigação presente que, provavelmente, requer uma (2 ) Nenhuma provisão é reconhecida, mas é
saída de recursos. exigida divulgação para o passivo contingente.
(2) Há obrigação possível ou obrigação presente que pode ( 3 ) Nenhuma provisão é reconhecida e nenhuma
requerer, mas provavelmente não irá requerer uma saída divulgação é exigida.
de recursos.
(3) Há obrigação possível ou obrigação presente cuja ( 1) A provisão é reconhecida e é exigida
probabilidade de uma saída de recursos é remota. divulgação para a provisão.

A sequência CORRETA é:
a) 1, 2, 3.
b) 2, 1, 3.
c) 1, 3, 2.
d) 2, 3, 1.

19) – (CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Técnico de Contabilidade ) Uma empresa produz


componentes para televisores LCD. Para conquistar o mercado, ela oferece aos seus clientes uma garantia de um
ano para o funcionamento dos componentes que vende.
Devido a esse procedimento, ela deve registrar o valor provável a ser gasto com essa garantia na conta
a) Reserva para contingências
b) Reserva para garantia
c) Reserva para eventos subsequentes
d) Provisão para contingências
e) Provisão para garantias

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2) - Redução ao Valor Recuperável de Ativos

Regulamentação: CPC 01 aprovado pela Deliberação CVM nº 639, DE 7/10/2010

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer procedimentos que a entidade deve aplicar para
assegurar que seus ativos estejam registrados contabilmente por valor que não exceda seus valores de
recuperação.

Este Pronunciamento Técnico deve ser aplicado na contabilização de ajuste para perdas por desvalorização de
todos os ativos, exceto aqueles para os quais existem pronunciamentos previstos, como: (i) Estoques - CPC 16;
(ii) Ativos advindos de Contratos de Construção - CPC 17; (iii) Ativos Fiscais Diferidos - CPC 32; (iv) Planos
de Benefícios a Empregados - CPC 33; (v) Instrumentos Financeiros; (vi) Propriedade para Investimento - CPC
28; (vii) Ativos Biológicos - CPC 29; (viii) Ativos Intangíveis – CPC 04; E (ix) Ativo Não Circulante Mantido
para Venda e Operação Descontinuada – CPC 31.

2.1) Definições

Valor Contábil - é o valor pelo qual um ativo é reconhecido no balanço depois da dedução de toda
depreciação, amortização ou exaustão acumulada e respectivas provisões para perdas.
Valor de Uso - é o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados, que devem resultar do uso de
um ativo ou de uma unidade geradora de caixa.
Valor Justo Líquido de Venda - é o valor a ser obtido pela venda de um ativo ou de uma unidade
geradora de caixa em transações em bases comutativas, entre partes conhecedoras e interessadas,
menos as despesas da baixa.

Despesas de Venda ou de Baixa - são despesas incrementais diretamente atribuíveis à baixa de um


ativo ou de uma unidade geradora de caixa, excluindo as despesas financeiras e despesa de imposto de
renda.

Valor Recuperável - é o maior valor entre o valor líquido de venda de um ativo ou unidade geradora de
caixa e seu valor em uso.

Unidade Geradora de Caixa - é o menor grupo identificável de ativos que gera as entradas de caixa
resultantes de uso contínuo, que são em grande parte independentes das entradas de caixa de outros
ativos ou de grupos de ativos.
Perda por desvalorização - é o montante pelo qual o valor contábil de um ativo ou de unidade geradora
de caixa excede seu valor recuperável.
Mercado ativo é um mercado no qual todas as seguintes condições existem: (i) os itens transacionados
no mercado são homogêneos; (ii) vendedores e compradores com disposição para negociar podem ser
encontrados a qualquer momento para efetuar a transação; e (iii) os preços estão disponíveis para o
público.

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2.2) Identificação de ativo que pode estar desvalorizado

O ativo está desvalorizado quando seu valor contábil excede seu valor recuperável. O CPC 01 estabelece que os
ativos deverão ser testados sempre que houver algum indicativo de perda para este bem. No entanto,
independente de existir ou não qualquer indicação de redução no valor recuperável, uma entidade deve:
(a) testar, no mínimo anualmente, a redução no valor recuperável de um ativo intangível com vida útil
indefinida ou ativo intangível não disponível para uso.
(b) testar, ao menos anualmente, o ágio por expectativa de rentabilidade futura em uma aquisição de
entidades.
Os indicativos de desvalorização de um ativo podem ser provenientes de Fontes Internas ou Externas.

2.2.1) Fontes Externas:


(a) Valor de Mercado do Ativo diminuiu mais do que esperado pela passagem do tempo ou uso.
(b) Mudanças significativas com efeito adverso no ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal
(que a entidade opera ou ativo é utilizado).
(c) Valor Contábil do PL é maior que o valor das ações no mercado.

2.2.2) Fontes Internas:

(a) Evidência disponível de obsolescência ou de dano físico de um ativo.


(b) Mudanças significativas com efeito adverso na medida ou maneira em que um ativos é usado ou será
usado (plano para descontinuidade, ativo se torna inativo, reestruturação da operação).
(c) Evidência disponível, proveniente de relatório interno, que indique que o desempenho econômico do
ativo é ou será pior que o esperado (existência de fluxos de caixa).

2.2.3) Dividendo de controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada

(a) para um investimento em controlada, empreendimento controlado em conjunto ou coligada, a


investidora reconhece dividendo advindo desse investimento e existe evidência disponível de que:
(i) o valor contábil do investimento nas demonstrações contábeis separadas excede os valores
contábeis dos ativos líquidos da investida reconhecidos nas demonstrações consolidadas, incluindo
eventual ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill); ou
(ii) o dividendo excede o total de lucro abrangente da controlada, empreendimento controlado em
conjunto ou coligada no período em que o dividendo é declarado.

A relação anterior não é exaustiva. A entidade pode identificar outras indicações ou fontes de informação de
que um ativo pode ter se desvalorizado, exigindo que a entidade determine o seu valor recuperável ou, no caso
do ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), proceda ao teste de recuperação.

2.3) Mensuração do Valor Recuperável

Este Pronunciamento define Valor Recuperável como o MAIOR valor entre:


a) o Valor Justo líquido de Despesas de Venda de um ativo ou de Unidade Geradora de Caixa; e
b) o seu Valor em Uso.

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Nem sempre é necessário determinar o valor justo líquido de despesas de venda de um ativo e seu valor em uso.
Se qualquer um desses montantes exceder o valor contábil do ativo, este não tem desvalorização e, portanto,
não é necessário estimar o outro valor.
Em alguns casos, estimativas, médias e cálculos sintéticos podem oferecer uma aproximação razoável dos
cálculos detalhados demonstrados neste Pronunciamento para determinar o valor justo líquido de despesas de
venda ou o valor em uso.

2.3.1) Mensuração do valor recuperável de ativo intangível com vida útil indefinida
O CPC 01 requer que um ativo intangível com vida útil indefinida seja no mínimo testado anualmente com
relação à redução ao valor recuperável, comparando o seu valor contábil com seu valor recuperável,
independentemente de haver, ou não, alguma indicação de que possa existir redução ao valor recuperável.
Entretanto, o mais recente cálculo detalhado do valor recuperável de tal ativo, efetuado em período anterior,
pode ser utilizado no teste do valor recuperável para esse ativo no período corrente, desde que todos os
seguintes critérios sejam atendidos:
(a) se o ativo intangível não gerar entradas de caixa decorrentes do uso contínuo, que são, em grande
parte, independentes daquelas decorrentes de outros ativos ou de grupo de ativos, sendo o ativo,
portanto, testado para fins de valor recuperável como parte de unidade geradora de caixa à qual
pertence, e os ativos e passivos que compõem essa unidade não tiverem sofrido alteração
significativa desde o cálculo mais recente do valor recuperável;
(b) o cálculo mais recente do valor recuperável tiver resultado em valor que excede o valor contábil do
ativo com uma margem substancial; e
(c) baseado em análise de eventos que ocorreram e em circunstâncias que mudaram desde o cálculo
mais recente do valor recuperável, for remota a probabilidade de que a determinação do valor
recuperável corrente seja menor do que o valor contábil do ativo.

2.3.2) Valor justo líquido de despesa de venda

A melhor evidência do valor justo líquido de despesas de venda de um ativo é o preço de contrato de venda
firme em transação em bases comutativas, entre partes conhecedoras e interessadas, ajustado por despesas
adicionais que seriam diretamente atribuíveis à venda do ativo.
Se não houver contrato de venda firme, mas se o ativo for negociado em mercado ativo, o valor justo líquido de
despesas de venda é o preço de mercado do ativo menos as despesas com a baixa. O preço de mercado
apropriado é normalmente a oferta de compra corrente (bid price). Quando as ofertas de compra não estiverem
disponíveis, o preço da transação mais recente pode oferecer base a partir da qual se possa estimar o valor justo
líquido de despesas de venda, contanto que não tenha havido mudança significativa nas circunstâncias
econômicas entre a data da transação e a data na qual a estimativa é feita.
Se não houver contrato de venda firme ou mercado ativo para um ativo, o valor justo líquido de despesas de
venda deve ser baseado na melhor informação disponível para refletir o valor que a entidade pode obter, ao
término do período de reporte, para a baixa do ativo em transação em bases comutativas, entre partes
conhecedoras e interessadas, após deduzir as despesas com a baixa. Ao determinar esse valor, a entidade deve
considerar o resultado de transações recentes para ativos semelhantes, dentro do mesmo setor industrial.
As despesas com a baixa, exceto as que já foram reconhecidas como passivo, devem ser deduzidas ao se
determinar o valor justo líquido de despesas de venda. Exemplos desses tipos de despesas são as despesas
legais, tributos, despesas com a remoção do ativo e gastos diretos incrementais para deixar o ativo em condição
de venda. Entretanto, as despesas com demissão de empregados e as associadas à redução ou reorganização de
um negócio em seguida à baixa de um ativo não são despesas incrementais para baixa do ativo.

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2.3.3) Valor em uso

Os seguintes elementos devem ser refletidos no cálculo do valor em uso do ativo:


a) estimativa dos fluxos de caixa futuros que a entidade espera obter com esse ativo;
b) expectativas acerca de possíveis variações no montante ou no período de ocorrência desses fluxos de
caixa futuros;
c) valor do dinheiro no tempo, representado pela atual taxa de juros livre de risco;
d) preço pela assunção da incerteza inerente ao ativo (prêmio); e
e) outros fatores, tais como falta de liquidez, que participantes do mercado iriam considerar ao precificar
os fluxos de caixa futuros esperados da entidade, advindos do ativo.

2.3.4) Composição das estimativas de fluxos de caixa futuros

As estimativas de fluxos de caixa futuros devem incluir:


a) projeções de entradas de caixa advindas do uso contínuo do ativo;
b) projeções de saídas de caixa que são necessariamente incorridas para gerar as entradas de caixa
advindas do uso contínuo do ativo (incluindo as saídas de caixa para preparar o ativo para uso) e que
podem ser diretamente atribuídas ou alocadas, em base consistente e razoável, ao ativo; e
c) se houver, fluxos de caixa líquidos a serem recebidos (ou pagos) quando da baixa do ativo ao término
de sua vida útil.

2.3.5) Fluxos de caixa futuros em moeda estrangeira

Os fluxos de caixa futuros são estimados na moeda em que eles são gerados e, em seguida, descontados,
usando-se uma taxa de desconto adequada para essa moeda. A entidade deve traduzir o valor presente usando a
taxa de câmbio à vista na data do cálculo do valor em uso.

2.3.6) Taxa de desconto

A taxa de desconto deve ser a taxa antes dos impostos, que reflita as avaliações atuais de mercado acerca:
(a) do valor do dinheiro no tempo; e
(b) dos riscos específicos do ativo para os quais as estimativas de fluxos de caixa futuros não tenham
sido ajustadas.

2.4) Reconhecimento de Perda por Desvalorização

Se, e somente se, o valor recuperável de um ativo for inferior ao seu valor contábil, o valor contábil do ativo
deve ser reduzido ao seu valor recuperável. Essa redução representa uma perda por desvalorização do ativo.
A perda por desvalorização do ativo deve ser reconhecida imediatamente na demonstração do resultado, a
menos que o ativo tenha sido reavaliado. Qualquer desvalorização de ativo reavaliado deve ser tratada como
diminuição do saldo da reavaliação.
Depois do reconhecimento da perda por desvalorização, a despesa de depreciação, amortização ou exaustão do
ativo deve ser ajustada em períodos futuros para alocar o valor contábil revisado do ativo, menos seu valor
residual (se houver), em base sistemática ao longo de sua vida útil remanescente.

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2.4.1) Unidade geradora de caixa e ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)

Se houver qualquer indicação de que um ativo possa estar desvalorizado, o valor recuperável deve ser estimado
para o ativo individual. Se não for possível estimar o valor recuperável para o ativo individual, a entidade deve
determinar o valor recuperável da unidade geradora de caixa à qual o ativo pertence.
O valor recuperável de um ativo individual não pode ser determinado se:
(a) o valor em uso do ativo não puder ser estimado como sendo próximo de seu valor justo líquido de
despesas de venda (por exemplo, quando os fluxos de caixa futuros advindos do uso contínuo do
ativo não puderem ser estimados como sendo insignificantes); e
(b) o ativo não gerar entradas de caixa que são em grande parte independentes daquelas provenientes
de outros ativos.
Nesses casos, o valor em uso e, portanto, o valor recuperável, somente pode ser determinado para a unidade
geradora de caixa do ativo.

2.4.2) Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill)

Para o propósito do teste de redução ao valor recuperável, o ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill) adquirido em combinação de negócios deve, a partir da data da operação, ser alocado a cada uma
das unidades geradoras de caixa do adquirente, a grupos de unidades geradoras de caixa, que devem se
beneficiar das sinergias da operação, independentemente de os outros ativos ou passivos da entidade adquirida
serem, ou não, atribuídos a essas unidades ou grupos de unidades.
O ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) reconhecido em uma combinação de negócios é um
ativo que representa benefícios econômicos futuros advindos de outros ativos adquiridos na combinação de
negócios que não são identificados individualmente e não são reconhecidos separadamente. O ágio por
expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não gera fluxos de caixa independentemente de outros ativos ou
grupos de ativos, e frequentemente contribui para os fluxos de caixa de múltiplas unidades geradoras de caixa.

2.4.3) Desvalorização em uma unidade geradora de caixa

Uma perda por desvalorização deve ser reconhecida para uma unidade geradora de caixa – o menor grupo da
unidade geradora de caixa ao qual o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou o ativo
corporativo tenham sido alocados – se, e somente se, o valor recuperável da unidade (grupo de unidades) for
menor do que o valor contábil da unidade (grupo de unidades). A perda por desvalorização deve ser alocada
para reduzir o valor contábil dos ativos da unidade (grupo de unidades) na seguinte ordem:
(a) primeiramente, para reduzir o valor contábil de qualquer ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill) alocado à unidade geradora de caixa (grupo de unidades); e
(b) a seguir, aos outros ativos da unidade (grupo de unidades) proporcionalmente ao valor contábil de cada
ativo da unidade (grupo de unidades).

2.5) Reversão de perda por desvalorização

A entidade deve avaliar, ao término de cada período de reporte, se há alguma indicação de que a perda por
desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o ágio por expectativa de
rentabilidade futura (goodwill), possa não mais existir ou ter diminuído. Se existir alguma indicação, a entidade
deve estimar o valor recuperável desse ativo.
Uma perda por desvalorização reconhecida em períodos anteriores para um ativo, exceto o ágio por expectativa
de rentabilidade futura (goodwill), deve ser revertida se, e somente se, tiver havido mudança nas estimativas

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utilizadas para determinar o valor recuperável do ativo desde a última perda por desvalorização que foi
reconhecida. Se esse for o caso, o valor contábil do ativo deve ser aumentado para seu valor recuperável. Esse
aumento ocorre pela reversão da perda por desvalorização.
O aumento do valor contábil de um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill),
atribuível à reversão de perda por desvalorização não deve exceder o valor contábil que teria sido determinado
(líquido de depreciação, amortização ou exaustão), caso nenhuma perda por desvalorização tivesse sido
reconhecida para o ativo em anos anteriores.
A reversão de perda por desvalorização de um ativo, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura
(goodwill), deve ser reconhecida imediatamente no resultado do período, a menos que o ativo esteja registrado
por valor reavaliado de acordo com outro Pronunciamento. Qualquer reversão de perda por desvalorização
sobre ativo reavaliado deve ser tratada como aumento de reavaliação conforme tal Pronunciamento.
A reversão de perda por desvalorização para uma unidade geradora de caixa deve ser alocada aos ativos da
unidade, exceto o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), proporcionalmente ao valor contábil
desses ativos. Esses aumentos em valores contábeis devem ser tratados como reversão de perdas por
desvalorização de ativos individuais.
A perda por desvalorização reconhecida para o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) não deve
ser revertida em período subsequente.

2.6) Divulgação

A entidade deve divulgar as seguintes informações para cada classe de ativos:


(a) o montante das perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a linha da
demonstração do resultado na qual essas perdas por desvalorização foram incluídas;
(b) o montante das reversões de perdas por desvalorização reconhecido no resultado do período e a
linha da demonstração do resultado na qual essas reversões foram incluídas;
(c) o montante de perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em outros resultados
abrangentes durante o período; e
(d) o montante das reversões das perdas por desvalorização de ativos reavaliados reconhecido em
outros resultados abrangentes durante o período.

A entidade deve divulgar ainda:


(a) os eventos e as circunstâncias que levaram ao reconhecimento ou à reversão da perda por
desvalorização;
(b) o montante da perda por desvalorização reconhecida ou revertida;
(c) para um ativo individual: (i) a natureza do ativo; e (ii) se a entidade reporta informações por
segmento, o segmento a ser reportado ao qual o ativo pertence;
(d) para uma unidade geradora de caixa: (i) uma descrição da unidade geradora de caixa (por exemplo,
se é uma linha de produtos, uma planta industrial, uma unidade operacional do negócio, uma área
geográfica, ou um segmento a ser reportado); (ii) o montante da perda por desvalorização
reconhecida ou revertida por classe de ativos e, se a entidade reporta informações por segmento nos
termos do Pronunciamento Técnico CPC 22, a mesma informação por segmento; e (iii) se o
agregado de ativos utilizado para identificar a unidade geradora de caixa tiver mudado desde a
estimativa anterior do seu valor recuperável (se houver), uma descrição da maneira atual e anterior
de agregar os ativos envolvidos e as razões que justificam a mudança na maneira pela qual é
identificada a unidade geradora de caixa;

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(e) se o valor recuperável do ativo (unidade geradora de caixa) é seu valor justo líquido de despesa de
venda ou seu valor em uso;
(f) se o valor recuperável for o valor justo líquido de despesas de venda, a base utilizada para
determinar o valor justo líquido de despesas de venda (por exemplo, se o valor justo foi
determinado tendo como referência um mercado ativo);
(g) se o valor recuperável for o valor em uso, a taxa de desconto utilizada na estimativa corrente e na
estimativa anterior (se houver) do valor em uso.

Exercícios – Redução ao Valor Recuperável de Ativos

1) - Verificado o conjunto de imobilizados, constatou-se que em diversos itens ocorreu perda de


potencial de serviços. Os valores atribuídos a estes ativos estão descritos abaixo:

CIA A CIA B
Valor Líquido Contábil 200.000 300.000
Preço Líquido de Venda 220.000 250.000
Valor de Uso 180.000 280.000
Pede-se: Qual o valor a ser provisionado?

2) - Considerando as informações abaixo, contabilize o teste de Impairment :

Valor de Custo ………………….………… R$ 720.000,00


Depreciação Acumulada ............................ R$ 380.000,00
Valor de Mercado ......................................... R$ 330.000,00
Valor Presente dos Fluxos obtidos pelo Ativo R$ 320.000,00
Despesas de Baixa ......................................... R$ 20.000,00

Pede-se:

a) Valor Contábil ⇒ ________________________________________________________________


b) Valor de Uso ⇒ _________________________________________________________________
c) Valor Líquido de Venda ⇒ ________________________________________________________
d) Valor Recuperável ⇒ _____________________________________________________________
e) Perda por Impairment ⇒ __________________________________________________________
f) Registro Contábil da operação:

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3) - Considerando as informações abaixo, contabilize o teste de Impairment:

Valor de Custo R$ 1.800.000,00


Depreciação Acumulada R$ 400.000,00
Valor de Mercado da UGC R$ 1.300.000,00
Despesas de Baixa R$ 50.0000,00
Período de Uso 4 anos
Projeção de recebimentos R$ 900.000,00 / ao ano
Projeção de pagamentos R$ 650.000,00 / ao ano
Valor Líquido de Venda do Ativo no 4º ano R$ 500.000,00
Tx desconto: 5% aa (FAC: 1º ano= 1,05; 2º ano = 1,1025; 3º ano = 1,157625; 4º ano = 1,215506)
Reserva de Reavaliação: R$ 100.000,00

Pede-se:
a) Valor Contábil ⇒ ________________________________________________________________
b) Valor de Uso ⇒ _________________________________________________________________
c) Valor Líquido de Venda ⇒ ________________________________________________________
d) Valor Recuperável ⇒ _____________________________________________________________
e) Perda por Impairment ⇒ __________________________________________________________

4) - Em 2011 a Cia Paciência realizou o Impairment Test da seguinte Unidade Geradora de Caixa: (vale 1,5)
- Imóvel:
Valor de Custo R$ 150.000,00
(-) Depreciação (R$ 90.000,00)
- Instalações:
Valor de Custo R$ 80.000,00
(-) Depreciação (R$ 40.000,00)
- Ágio R$ 30.000,00

Durante o teste a companhia obtém as seguintes informações:

Valor de Mercado .................................................................. R$ 90.000,00


Valor Presente dos Fluxos de Caixa obtidos pelo Ativo R$ 80.000,00
Despesas de Baixa ................................................................. R$ 15.000,00

Pede-se:
a) Valor Contábil ⇒ _______________________________________________________________
b) Valor de Uso ⇒ _______________________________________________________________
c) Valor Líquido de Venda ⇒ _______________________________________________________
d) Valor Recuperável ⇒ _______________________________________________________
e) Perda por Impairment ⇒ _____________________________________________________
f) Registro contábil da operação.

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Considere a situação descrita abaixo e responda às questões de números 5 e 6.

5) (CVM/NCE-UFRJ-2008) Uma companhia detinha em 31 de dezembro de 20X0 determinado ativo fixo


registrado ao custo de aquisição de R$ 500.000, com 40% de depreciação já incorrida. Ocorre, então, um
indicativo de perda do valor de recuperação do ativo. O valor corrente de mercado do ativo caiu para R$
230.000, ao passo que seu valor justo deduzido dos custos estimados de venda significa agora R$ 210.000.
Em adição, o fluxo de caixa esperado de seu uso foi recalculado e descontado a uma taxa anual de 5%,
revelando um valor presente de R$ 215.000.
O montante da perda a ser reconhecido no período, com base na IAS 36 e CPC 1, é de:

(a) R$ 80.000
(b) R$ 85.000
(c) R$ 90.000
(d) R$ 82.660
(e) R$ 70.000

6) (CVM/NCE-UFRJ-2008) Na medida em que o ativo apresentasse uma depreciação já incorrida de 45% e


tivesse o valor presente de seu fluxo de caixa de R$ 205.000, mantendo-se inalteradas as demais variáveis, a
perda do valor de recuperação do ativo é:
(a) R$ 70.000
(b) R$ 45.000
(c) R$ 65.000
(d) R$ 75.000
(e) R$ 60.000

7) - (UFRJ/2010 - Petrobras Biocombustível/Contador) A redução ao valor recuperável de ativos visa a


assegurar que esses mesmos ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior ao de sua
possível recuperação por uso ou por venda. Sob o enfoque da redução ao valor recuperável do ativo, o valor
presente dos fluxos de caixa futuros estimados, resultantes do uso de um ativo, indica o seu valor

(a) de uso.
(b) contábil.
(c) residual.
(d) recuperável.
(e) líquido de venda.

8) – (Cesgranrio-2010 - Petrobras/Contador) Uma empresa industrial tem, na data de encerramento do seu


balanço, um imobilizado assim composto:
Custo de aquisição = R$ 120.000,00
Depreciação acumulada = R$ 40.000,00
Considerando-se que a empresa identificou, através de uma projeção de seus negócios, que o valor de
recuperação desse imobilizado até o final de sua vida útil será de R$ 50.000,00, qual o valor, em reais, da
provisão para impairment, entendida como a parcela do ativo que não será recuperada?
(a) R$ 30.000,00 (b) R$ 40.000,00
(c) R$ 50.000,00 (d) R$ 70.000,00
(e) R$ 80.000,00

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9) - (FCC-2010 - Alesp) A empresa Lâmbda S.A. realizou o teste de recuperabilidade de ativos e constatou a
perda de valor em um ativo reavaliado, em montante inferior ao saldo da reserva de reavaliação. Essa
empresa deve:
(a) manter o valor do bem, uma vez que o mesmo apresenta o valor reavaliado.
(b) lançar a perda a débito da conta de resultado, pelo valor total, realizando o valor da reserva de reavaliação.
(c) reverter a reserva de reavaliação do patrimônio líquido contra a conta de reserva de reavaliação no ativo.
(d) lançar a perda a crédito da conta de ajuste especial no patrimônio líquido.
(e) registrar contra a conta de reavaliação no patrimônio líquido, até o montante do valor da perda.

10) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC / Auditor Fiscal da Receita Estadual) Em relação ao teste no valor
recuperável de ativos (impairment test), assinale a alternativa correta.
a) O valor recuperável consiste no menor valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso.
b) O valor recuperável consiste no maior valor entre o valor líquido de venda e o valor em uso.
c) O valor Líquido de venda é aquele formalizado por uma operação compulsória, sem dedução das
despesas de venda.
d) O cálculo do valor recuperável dos ativos, sem exceções, deve ser efetuado somente quando existirem
evidências de possíveis perdas.
e) O cálculo do valor recuperável dos ativos, sem exceções, deve ser efetuado somente quando existirem
evidências de possíveis perdas. Essas perdas são lançadas diretamente no patrimônio líquido.

11) – (CESGRANRIO / 2010 - Petrobrás / Contador) A redução ao valor recuperável de ativos visa a assegurar
que esses mesmos ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior ao de sua possível
recuperação por uso ou por venda. Sob o enfoque da redução ao valor recuperável do ativo, o valor presente dos
fluxos de caixa futuros estimados, resultantes do uso de um ativo, indica o seu valor
a) de uso.
b) contábil.
c) residual.
d) recuperável.
e) líquido de venda.

12) – (FCC / 2011 - TRE-AP / Analista Judiciário) Considere as seguintes assertivas sobre a análise de
recuperabilidade de ativos (teste de impairment) estabelecida pela Lei no 6.404/76 e pelo Pronunciamento
Técnico CPC 01.
I. O valor recuperável de um ativo corresponde ao menor valor entre o seu valor líquido de venda e o seu
valor em uso.
II. Se o valor contábil do ativo excede o seu valor recuperável, a entidade deve reduzir o valor contábil do
referido ativo ao seu valor recuperável.
III. A análise de recuperabilidade também deve ser efetuada a fim de que sejam revisados e ajustados os
critérios utilizados para determinar a vida útil econômica estimada de um ativo e o cálculo da depreciação,
amortização e exaustão.
IV. A entidade deve testar, no mínimo, a cada dois anos, a redução ao valor recuperável de um ativo
intangível com vida útil indefinida.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, somente.
b) II e III, somente.
c) III e IV, somente.
d) II, III e IV, somente.
e) I, II, III e IV.

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13) – (FCC / 2012 - TCE-AP / Analista de Controle Externo) A empresa Inovação S.A. fez um novo
investimento em uma nova unidade de negócios, no nordeste brasileiro, no valor de R$ 1.000.000,00. Após um
ano de funcionamento houve alagamento na região e inundação da fábrica. O valor contábil da unidade de
negócios, neste momento era de R$ 900.000,00, já considerando as perdas e gastos com recuperação. Seu valor
de venda apurado, mediante propostas formais de interessados a comprá-la, apresentava valor médio de R$
1.500.000,00 e o valor do fluxo de caixa descontado da unidade sugeria a recuperação do valor de R$
800.000,00. Neste caso a empresa deverá
a) registrar uma perda de valor recuperável de R$ 100.000,00.
b) registrar uma complementação do valor de custo pelo valor justo de R$ 600.000,00.
c) manter o valor de custo de R$ 900.000,00.
d) restabelecer o valor de aquisição de R$ 1.000.000,00.
e) registrar pelo valor de mercado de R$ 1.500.000,00.

14) – ( FCC / 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE) / Analista Judiciário ) O ativo imobilizado da empresa Gurupi
S.A., considerado uma unidade geradora de caixa, possuía reavaliação de R$ 200.000,00, em 2008. A
administração da empresa manteve a reavaliação contabilizada em conformidade com a permissibilidade dada
pela lei. Ao executar o teste de recuperabilidade dessa unidade geradora de caixa, identificou uma perda no
valor recuperável de R$ 300.000,00. O lançamento contábil para o registro desse fato é:

a) D – Ativo Imobilizado 100.000


C – Ganho com Imobilizado 100.000
b) D – Ativo Imobilizado 100.000
D – Reserva de Reavaliação 200.000
C – Ganho com Imobilizado 300.000
c) D – Ativo Imobilizado 100.000
C – Ajuste Especial – Pat.Líquido 100.000
d) D – Reserva de Reavaliação 200.000
D – Perdas com Ativo Imobilizado 100.000
C – Conta de Imobilizado 300.000
e) D – Perdas com Ativo Imobilizado 300.000
C – Ativo Imobilizado 300.000

15) – (FUNCAB / 2011 - Prefeitura de Várzea Grande – MT / Contador) De acordo com a norma aprovada
pela Resolução CFC nº 1292/10, é correto afirmar sobre os procedimentos que devem ser realizados quando da
necessidade de analisar e ajustar os valores dos ativos ao seu valor recuperável:
a) O ativo deve ser ajustado ao valor de mercado quando seu valor contábil é superior ao valor do mercado.
b) Se houver indícios de desvalorização de um Ativo Imobilizado, é recomendável rever a vida útil restante
e o método de depreciação ou o valor residual, podendo ser revisados mesmo que nenhuma perda por
desvalorização seja reconhecida.
c) Independentemente de existir ou não, qualquer indicação de redução ao valor recuperável, a entidade
deve testar, no mínimo anualmente, a redução ao valor recuperável de seus ativos permanentes.
d) Se cálculos prévios indicam que o valor recuperável de um ativo é significativamente maior do que seu
valor contábil, a entidade deve necessariamente estimar novamente o valor recuperável do ativo.
e) Os Ativos Intangíveis não necessitam ter seus valores revistos para fins de estimativa de valores
recuperáveis.

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16) – ( FCC/ 2011 - INFRAERO / Auditor) A Cia. Cruzeiro do Sul possui um equipamento, cujo valor contábil
está demonstrado a seguir:

Valor de aquisição ......................................R$ 475.000,00


(-) Depreciação Acumulada .....................(R$ 255.000,00)
(=) Valor contábil ........................................R$ 220.000,00

Procedendo-se ao teste de recuperabilidade do valor desses equipamentos (impairment test), foram obtidas
as seguintes estimativas:

Valor em Uso..............................................R$ 218.500,00


Valor Justo..................................................R$ 216.750,00

Em consequência, a companhia deverá registrar uma perda de ativos no valor, em R$, de


a) 3.250,00.
b) 0,00.
c) 2.000,00.
d) 1.500,00.
e) 2.375,00.

17) – ( FCC / 2012 - TRE-CE / Analista Judiciário) Considere os dados abaixo.

Dados
Valor histórico da máquina R$ 1.300.000,00
Reavaliação da Máquina R$ 200.000,00
Perda de valor recuperável do ativo imobilizado R$ 130.000,00
Novo valor da perda de valor recuperável calculada R$ 230.000,00

O registro contábil complementar que deverá ser efetuado com relação a perda do valor recuperável é:
a) Débito: Ativo - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00 e Crédito: Despesa - Perda de valor
recuperável - R$ 100.000,00.
b) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 100.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor
recuperável - R$ 100.000,00.
c) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 70.000,00, Débito: Patrimônio Líquido - Reserva de
Reavaliação - Perda de Valor Recuperável - R$ 30.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor recuperável -
R$ 100.000,00.
d) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 30.000,00, Débito: Patrimônio Líquido - Reserva de
Reavaliação - Perda de Valor Recuperável - R$ 70.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor recuperável -
R$ 100.000,00.
e) Débito: Despesa - Perda de valor recuperável - R$ 230.000,00 e Crédito: Ativo - Perda de valor
recuperável - R$ 230.000,00.

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3) – Instrumentos Financeiros

Regulamentação: CPC 38 – Instrumentos Financeiros - Reconhecimento e Mensuração; CPC 39 –


Instrumentos Financeiros – Apresentação; CPC 40 - Instrumentos Financeiros – Evidenciação e
Orientação Técnica OCPC 3 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação.

Objetivo
O objetivo destes CPCs é estabelecer princípios para reconhecer e mensurar ativos financeiros, passivos
financeiros e alguns contratos de compra e venda de itens não financeiros.

Alcance
Estes Pronunciamentos Técnicos devem ser aplicado por todas as entidades a todos os tipos de instrumentos
financeiros, exceto aqueles para os quais existem outros pronunciamentos técnicos, como por exemplo:
(a) aqueles representados por participações em controladas, coligadas e empreendimentos conjuntos que
sejam contabilizados segundo os Pronunciamentos Técnicos CPC 35 – Demonstrações Separadas, CPC
36 – Demonstrações Consolidadas, CPC 18 – Investimento em Coligada e CPC 19 – Participação em
Empreendimento Controlado em Conjunto (Joint Venture).
(b) direitos e obrigações relativos a arrendamentos mercantis (leasing) às quais se aplica o Pronunciamento
Técnico CPC 06 – Operações de Arrendamento Mercantil.
(c) direitos e obrigações dos empregadores decorrentes de planos de benefícios dos empregados, aos quais
se aplica o Pronunciamento Técnico CPC 33 – Benefícios a Empregados;
(d) instrumentos financeiros emitidos pela entidade que satisfaçam à definição de instrumento patrimonial
do Pronunciamento Técnico CPC 39 – Instrumentos Financeiros: Apresentação (incluindo opções e
obrigações).
(e) direitos e obrigações decorrentes de (i) contrato de seguro definido no Pronunciamento Técnico CPC
11 – Contratos de Seguro, exceto os direitos e obrigações de emitente decorrentes de contrato de
seguro que respeita a definição de contrato de garantia financeira contida no item 9, ou (ii) contrato
abrangido pelo Pronunciamento Técnico CPC 11 – Contratos de Seguro por conter característica de
participação discricionária.
(f) [eliminado];
(g) contratos a termo entre um acionista comprador e um acionista vendedor para comprar ou vender uma
entidade que irá resultar em combinação de negócios em data futura. O prazo do contrato a termo não
deve exceder o período normalmente necessário para se obter qualquer aprovação necessária e para
completar a transação;
(h) compromissos de empréstimo que não sejam os descritos no item 4. O emitente de compromissos de
empréstimo aplica o Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos
Contingentes aos compromissos de empréstimo não abrangidos pelo alcance deste Pronunciamento. No
entanto, a totalidade dos compromissos de empréstimo está sujeita às disposições de
desreconhecimento deste Pronunciamento.
(i) instrumentos financeiros, contratos e obrigações decorrentes de transações de pagamento baseado em
ações aos quais se aplica o Pronunciamento Técnico CPC 10 - Pagamento Baseado em Ações.

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(j) direitos a pagamentos para reembolsar a entidade pelo dispêndio que tem de fazer para liquidar um
passivo que ela reconhece como provisão de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 25, ou
relativamente ao qual, em período anterior, ela tenha reconhecido uma provisão de acordo com o
Pronunciamento Técnico CPC 25.

3.1) - Definições

Instrumento financeiro:
É qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para a entidade e a um passivo financeiro ou
instrumento patrimonial para outra entidade.

Ativo financeiro é qualquer ativo que seja:


(a) caixa;
(b) instrumento patrimonial de outra entidade;
(c) direito contratual:
(i) de receber caixa ou outro ativo financeiro de outra entidade; ou
(ii) de troca de ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições
potencialmente favoráveis para a entidade;
(d) um contrato que seja ou possa vir a ser liquidado por instrumentos patrimoniais da própria entidade, e
que:
(i) não é um derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a receber um número variável de
instrumentos patrimoniais da própria entidade; ou
(ii) um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de um montante
fixo de caixa ou outro ativo financeiro, por número fixo de instrumentos patrimoniais da própria
entidade. (...)

Passivo financeiro é qualquer passivo que seja:


(a) uma obrigação contratual de:
(i) entregar caixa ou outro ativo financeiro a uma entidade; ou
(ii) trocar ativos financeiros ou passivos financeiros com outra entidade sob condições que são
potencialmente desfavoráveis para a entidade; ou
(b) contrato que será ou poderá ser liquidado por instrumentos patrimoniais da própria entidade, e seja:
(i) um não derivativo no qual a entidade é ou pode ser obrigada a entregar um número variável de
instrumentos patrimoniais da entidade; ou
(ii) um derivativo que será ou poderá ser liquidado de outra forma que não pela troca de um
montante fixo em caixa, ou outro ativo financeiro, por um número fixo de instrumentos
patrimoniais da própria entidade. (...)

Instrumento patrimonial
É qualquer contrato que evidencie uma participação nos ativos de uma entidade após a dedução de todos
os seus passivos.

Valor justo
É o montante pelo qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes com
conhecimento do negócio e interesse em realizá-lo, em uma transação em que não há favorecidos.

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Instrumento com opção de venda


É um instrumento financeiro que dá ao seu detentor o direito de retornar o instrumento ao emissor por
caixa, ou outro ativo financeiro, ou retornar automaticamente ao emissor no caso de evento futuro incerto, morte
ou aposentadoria do detentor do instrumento.

Definição de contrato de garantia financeira


Contrato de garantia financeira consiste em contrato que requer que o emitente efetue pagamentos
especificados, a fim de reembolsar o detentor por perda que incorre devido ao fato de o devedor especificado
não efetuar o pagamento na data prevista, de acordo com as condições iniciais ou alteradas de instrumento de
dívida.

Custo amortizado de ativo financeiro ou de passivo financeiro


É a quantia pelo qual o ativo financeiro ou o passivo financeiro é medido no reconhecimento inicial
menos os reembolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulativa usando o método dos juros efetivos
de qualquer diferença entre essa quantia inicial e a quantia no vencimento, e menos qualquer redução
(diretamente ou por meio do uso de conta redutora) quanto à perda do valor recuperável ou incobrabilidade.

Método de juros efetivos


É o método de calcular o custo amortizado de ativo financeiro ou de passivo financeiro (ou grupo de
ativos ou de passivos financeiros) e de alocar a receita ou a despesa de juros no período. A taxa efetiva de juros
é a taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados durante a vida
esperada do instrumento ou, quando apropriado, o período mais curto na quantia escriturada líquida do ativo
financeiro ou do passivo financeiro.
Ao calcular a taxa efetiva de juros, a entidade deve estimar os fluxos de caixa considerando todos os
termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo, pagamento antecipado, opções de compra e
semelhantes), mas não deve considerar perdas de crédito futuras. O cálculo inclui todas as comissões e parcelas
pagas ou recebidas entre as partes do contrato que são parte integrante da taxa efetiva de juros (ver o
Pronunciamento Técnico CPC 30 - Receitas), dos custos de transação e de todos os outros prêmios ou
descontos. Existe um pressuposto de que os fluxos de caixa e a vida esperada de grupo de instrumentos
financeiros semelhantes possam ser estimados confiavelmente.
Contudo, naqueles casos raros em que não seja possível estimar confiavelmente os fluxos de caixa ou a
vida esperada de instrumento financeiro (ou grupo de instrumentos financeiros), a entidade deve usar os fluxos
de caixa contratuais durante todo o prazo contratual do instrumento financeiro (ou grupo de instrumentos
financeiros).

Desreconhecimento
É a remoção de ativo financeiro ou de passivo financeiro anteriormente reconhecido do balanço
patrimonial da entidade.

Valor justo
É a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras
e dispostas a isso em transação sem favorecimento.
Compra ou venda regular é uma compra ou venda de ativo financeiro sob contrato cujos termos exigem
a entrega do ativo dentro do prazo estabelecido geralmente por regulação ou convenção no mercado em questão.
Custo de transação é o custo incremental que seja diretamente atribuível à aquisição, emissão ou
alienação de ativo financeiro ou de passivo financeiro (ver o Apêndice A, item AG13).

Custo incremental
É aquele que não teria sido incorrido se a entidade não tivesse adquirido, emitido ou alienado o
instrumento financeiro.

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3.2) - Reconhecimento e Mensuração inicial

3.2.1) - Reconhecimento inicial


A entidade deve reconhecer um ativo ou passivo financeiro em seu balanço patrimonial quando, e somente
quando, a entidade se tornar parte das disposições contratuais do instrumento. Nesse processo de
reconhecimento inicial deve predominar a essência econômica sobre a forma jurídica das transações. Assim, a
classificação do instrumento financeiro como ativo, passivo ou título patrimonial deve respeitar a essência
econômica e não a forma jurídica do respectivo instrumento. Essência econômica e forma jurídica normalmente
coincidem mas existem situações nas quais isso pode não ser verdade. Os aspectos abaixo listados devem ser
levados em consideração nesse processo de escolha (maiores detalhes são apresentados no Pronunciamento
Técnico CPC 39):
(a) instrumentos patrimoniais não incluem obrigação de entregar caixa ou outro ativo financeiro a uma
entidade bem como de trocar ativos ou passivos financeiros com outra entidade em condições
desfavoráveis;
(b) instrumentos patrimoniais que ensejam a entrega de ações da própria emitente não são instrumentos
derivativos e não incluem clásulas que obrigam à entrega de um número variável de ações da própria
empresa. No caso de instrumentos financeiros derivativos eles devem ensejar a entrega de um
montante fixo de caixa ou outro instrumento financeiro em troca de um número fixo de ações da
própria empresa.

A entidade deve, sempre que se tornar parte de um instrumento financeiro, avaliar se existe ou não um
derivativo embutido no contrato. Exemplos típicos de derivativos embutidos são as cláusulas de
conversibilidade (opções de compra) em debêntures. Se existir o derivativo embutido, a entidade deve
contabilizá-lo de forma independente (segregá-lo) do instrumento que o abriga se as condições abaixo forem
atendidas, concomitantemente – maiores detalhes podem ser vistos no Pronunciamento Técnico CPC 38:
(a) o derivativo estiver baseado em uma variável que não está intimamente relacionada com o contrato que
o abriga;
(b) o instrumento não estiver sendo mensurado ao valor justo por meio do resultado; e
(c) o derivativo atenderia à definição de instrumento financeiro derivativo se estivesse sendo negociado de
forma separada do instrumento que o abriga.
Este tratamento é válido nas situações nas quais a entidade emitir um instrumento financeiro com
características de dívida e patrimonial. Nessa situação a entidade deve segregar os dois componentes do
instrumento como se estivesse emitindo dois instrumentos independentes.

3.2.2) Mensuração inicial de ativo e de passivo financeiros


Quando um ativo financeiro ou um passivo financeiro é inicialmente reconhecido, a entidade deve
mensurá-lo pelo seu valor justo acrescido, no caso de ativo financeiro ou passivo financeiro não reconhecido ao
valor justo por meio do resultado, dos custos de transação que sejam diretamente atribuíveis à aquisição ou
emissão do ativo financeiro ou passivo financeiro.
No caso de contas a receber decorrentes de vendas a prazo de produtos, mercadorias ou serviços que
sejam classificadas dentro do grupo de empréstimos e recebíveis, pode-se reconhecer o ativo financeiro pelo seu
valor nominal, desde que a diferença para o seu valor justo não seja material. Para a mensuração inicial de
fornecedores (exclusivamente para aquisição a prazo de produtos, mercadorias ou serviços) e outras contas a

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pagar decorrentes da atividade operacional da empresa, pode-se reconhecer o passivo financeiro pelo seu valor
nominal, desde que a diferença para o seu valor justo não seja material. Nesses casos, não há aplicação da
mensuração subsequente.
Ressalta-se que as operações de crédito, empréstimos concedidos, empréstimos adquiridos,
financiamentos e outras operações de aplicação ou captação de recursos, devem ser mensuradas inicialmente
pelo seu valor justo acrescido, no caso de ativo financeiro ou passivo financeiro não reconhecido ao valor justo
por meio do resultado, dos custos de transação que sejam diretamente atribuíveis à aquisição ou emissão do
ativo financeiro ou passivo financeiro.

3.3) - Classificação dos instrumentos financeiros

3.3.1) - Ativo financeiro ou passivo financeiro mensurado pelo valor justo por meio do resultado

É um ativo financeiro ou um passivo financeiro que satisfaz qualquer das seguintes condições:
(a) É classificado como mantido para negociação. Um ativo financeiro ou um passivo financeiro é
classificado como mantido para negociação se for:
(i) adquirido ou incorrido principalmente para a finalidade de venda ou de recompra em prazo
muito curto;
(ii) no reconhecimento inicial é parte de carteira de instrumentos financeiros identificados que são
gerenciados em conjunto e para os quais existe evidência de modelo real recente de tomada de
lucros a curto prazo; ou
(iii) derivativo (exceto no caso de derivativo que seja contrato de garantia financeira ou um
instrumento de hedge designado e eficaz);
(b) No momento do reconhecimento inicial ele é designado pela entidade pelo valor justo por meio do
resultado. A entidade só pode usar essa designação quando for permitido pelo item 11A, ou quando tal
resultar em informação mais relevante, porque:
(i) elimina ou reduz significativamente uma inconsistência na mensuração ou no reconhecimento
(por vezes, denominada .”inconsistência contábil”) que de outra forma resultaria da mensuração
de ativos ou passivos ou do reconhecimento de ganhos e perdas sobre eles em diferentes bases;
ou
(ii) um grupo de ativos financeiros, passivos financeiros ou ambos é gerenciado e o seu
desempenho avaliado em base de valor justo, de acordo com uma estratégia documentada de
gestão do risco ou de investimento, e a informação sobre o grupo é fornecida internamente ao
pessoal chave da gerência da entidade nessa base (como definido no Pronunciamento Técnico
CPC 05 - Divulgação sobre Partes Relacionadas), por exemplo, a diretoria e o presidente
executivo da entidade.

No Pronunciamento Técnico CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação, os itens 9 a 11 e B4


exigem que a entidade forneça divulgação a respeito dos ativos financeiros e dos passivos financeiros por ela
designados pelo valor justo por meio do resultado, incluindo a forma como satisfez essas condições. Para
instrumentos que se qualificam de acordo com (ii) acima, essa divulgação inclui a descrição narrativa de como a
designação pelo valor justo por meio do resultado é consistente com a estratégia documentada da entidade de
gestão do risco ou de investimento.

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Os investimentos em instrumentos patrimoniais que não tenham o preço de mercado cotado em mercado
ativo, e cujo valor justo não possa ser confiavelmente medido, não devem ser designados pelo valor justo por
meio do resultado.
É de notar que os itens mencionados nos CPCs que estabelecem os requisitos para determinar uma
mensuração confiável do valor justo de ativo financeiro ou passivo financeiro, se aplicam igualmente a todos os
itens que sejam medidos pelo valor justo, quer seja por designação ou por outro método, ou cujo valor justo seja
divulgado.

3.3.2) - Investimentos mantidos até o vencimento

São ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis com vencimentos definidos
para os quais a entidade tem a intenção positiva e a capacidade de manter até o vencimento, exceto:

(a) os que a entidade designa no reconhecimento inicial pelo valor justo por meio do resultado;
(b) os que a entidade designa como disponível para venda; e
(c) os que satisfazem a definição de empréstimos e contas a receber.
A entidade não deve classificar nenhum ativo financeiro como mantido até o vencimento se a entidade tiver,
durante o exercício social corrente ou durante os dois exercícios sociais precedentes, vendido ou reclassificado
mais do que uma quantia insignificante de investimentos mantidos até o vencimento antes do vencimento (mais
do que insignificante em relação à quantia total dos investimentos mantidos até o vencimento), que não seja por
vendas ou reclassificações que:
(i) estejam tão próximos do vencimento ou da data de compra do ativo financeiro (por exemplo,
menos de três meses antes do vencimento) que as alterações na taxa de juro do mercado não
teriam efeito significativo no valor justo do ativo financeiro;
(ii) ocorram depois de a entidade ter substancialmente recebido todo o capital original do ativo
financeiro por meio de pagamentos programados ou de pagamentos antecipados; ou
(iii) sejam atribuíveis a um acontecimento isolado que esteja fora do controle da entidade, não seja
recorrente e não tenha podido ser razoavelmente previsto pela entidade.

3.3.3) - Empréstimos e recebíveis

São ativos financeiros não derivativos com pagamentos fixos ou determináveis que não estão cotados em
mercado ativo, exceto:
(a) os que a entidade tem intenção de vender imediatamente ou no curto prazo, os quais são classificados
como mantidos para negociação, e os que a entidade, no reconhecimento inicial, designa pelo valor
justo por meio do resultado;
(b) os que a entidade, após o reconhecimento inicial, designa como disponíveis para venda; ou
(c) aqueles com relação aos quais o detentor não possa recuperar substancialmente a totalidade do seu
investimento inicial, que não seja devido à deterioração do crédito, que são classificados como
disponíveis para a venda.
Um interesse adquirido num conjunto de ativos que não seja empréstimo nem conta a receber (por exemplo,
participação em fundo mútuo ou em fundo semelhante) não é empréstimo nem recebível.

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3.3.4) - Ativos financeiros disponíveis para venda

São aqueles ativos financeiros não derivativos que são designados como disponíveis para venda ou que
não são classificados como (a) empréstimos e contas a receber, (b) investimentos mantidos até o vencimento ou
(c) ativos financeiros pelo valor justo por meio do resultado.

Em resumo, os instrumentos financeiros são classificados em 4 grandes grupos:


1) Empréstimos e recebíveis normais de transações comuns, como contas a receber de clientes,
fornecedores, contas e impostos a pagar etc., que continuam registrados pelos seus valores originais
conforme regras anteriores, sujeitos às provisões para perdas e ajuste a valor presente (no caso de
esse efeito ser relevante). Não estão destinados à negociação e a entidade fica com eles até seu
vencimento. A apropriação de receita ou despesa para esses instrumentos se dá pela taxa efetiva de
juros.
2) Investimentos mantidos até o vencimento, aqueles para os quais a entidade demonstre essa intenção
e mostre, objetivamente, que tem condições de manter essa condição, que continuam também como
antes: registrados pelo valor original mais os encargos ou rendimentos financeiros (ou seja, ao
“custo amortizado”. “pela curva”). A apropriação de receita ou despesa para esses instrumentos se
dá pela taxa efetiva de juros.
3) Ativo financeiro ou passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado, composto
pelos ativos e passivos financeiros destinados a serem negociados e já colocados nessa condição de
negociação, a serem avaliados ao seu valor justo (normalmente valor de mercado), com todas as
contrapartidas das variações nesse valor contabilizadas diretamente no resultado.
4) Ativos financeiros disponíveis para venda, constituído pelos ativos a serem negociados no futuro.
Devem ser registrados pelo “custo amortizado” e, após isso, ajustados ao valor justo. As
contrapartidas do ajuste pela curva (encargos e rendimentos financeiros) vão ao resultado; depois,
os ajustes ao valor justo ficam na conta de patrimônio líquido Ajustes de Avaliação Patrimonial até
que os ativos e passivos sejam reclassificados para o item anterior ou efetivamente negociados, o
que ocorrer primeiro.

3.4) - Instrumentos derivativos.

Definição de derivativo:
Derivativo é um instrumento financeiro ou outro contrato dentro do alcance deste Pronunciamento
Técnico (ver itens 2 a 7) com todas as três características seguintes:
(b) o seu valor altera-se em resposta à alteração na taxa de juros especificada, preço de instrumento
financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou de taxas, avaliação ou índice
de crédito, ou outra variável, desde que, no caso de variável não financeira, a variável não seja
específica de uma parte do contrato (às vezes denominada “subjacente”);
(c) não é necessário qualquer investimento líquido inicial ou investimento líquido inicial que seja
inferior ao que seria exigido para outros tipos de contratos que se esperaria que tivessem resposta
semelhante às alterações nos fatores de mercado; e
(d) é liquidado em data futura.

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Os derivativos apresentam as seguintes características:


1) possuem seu valor derivado de um ativo base.
2) possuem valor muito pequeno em relação ao valor do ativo de que derivam
3) devem ser liquidados em data futura.
Dessa forma, uma pequena variação no ativo base resulta em grande variação no derivativo. Podemos citar
como exemplo as Opções de compra de ações. Entretanto, como o mercado financeiro é muito dinâmico e
criativo, podem existir instrumentos derivativos que não sigam necessariamente todos os itens acima.

Derivativo embutido
É um componente de instrumento híbrido (combinado) que também inclui um contrato principal não
derivativo – em resultado disso, alguns dos fluxos de caixa do instrumento combinado variam de forma
semelhante a um derivativo isolado. O derivativo embutido faz com que alguns ou todos os fluxos de caixa que
de outra forma seriam exigidos pelo contrato sejam modificados de acordo com a taxa de juros especificada,
preço de instrumento financeiro, preço de mercadoria, taxa de câmbio, índice de preços ou de taxas, avaliação
ou índice de crédito, ou outra variável, desde que, no caso de variável não financeira a variável não seja
específica de uma das partes do contrato.
Um derivativo que esteja anexo a um instrumento financeiro, mas que seja contratualmente transferível
independentemente desse instrumento, ou que tenha uma contraparte diferente desse instrumento, não é um
derivativo embutido, mas um instrumento financeiro separado.
Derivativos embutidos são derivativos inseridos dentro de outras operações, geralmente operações de
crédito. Por exemplo, no caso de debêntures conversíveis em ações, temos um título de crédito associado a uma
opção de compra. Tal opção será exercida se o preço da ação subir acima de determinado valor.

O derivativo embutido deve ser separado do contrato principal e contabilizado como derivativo
segundo este CPC se, e apenas se:
(a) as características econômicas e os riscos do derivativo embutido não estiverem intimamente
relacionados com as características econômicas e os riscos do contrato principal;
(b) o instrumento separado com as mesmas características que o derivativo embutido satisfizer a definição
de derivativo; e
(c) o instrumento híbrido (combinado) não for medido pelo valor justo com as alterações no valor justo
reconhecidas no resultado (i.e., o derivativo que esteja embutido num ativo financeiro ou passivo
financeiro pelo valor justo por meio do resultado não é um derivativo separado).
Se o derivativo embutido for separado, o contrato principal deve ser contabilizado segundo este
Pronunciamento Técnico se ele for instrumento financeiro, e de acordo com outros Pronunciamentos
apropriados se não for instrumento financeiro. Este Pronunciamento não trata da questão de se o derivativo
embutido deve ser apresentado separadamente no balanço patrimonial.

O derivativo embutido deve ser separado do contrato principal, se as três condições citadas acima forem
cumpridas.
No caso de separação, o derivativo e o contrato principal devem ser contabilizados conforme o
pronunciamento CPC 38.

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Se uma entidade não estiver em condições de medir separadamente o derivativo embutido quer na data
de aquisição quer na data de demonstração contábil posterior, ela deve designar todo o contrato híbrido
(combinado) pelo valor justo por meio do resultado.
Da mesma forma se uma entidade não é capaz de mensurar separadamente o derivativo embutido que
deveria ser separado na reclassificação de contrato híbrido (combinado) da categoria de mensurado ao valor
justo por meio do resultado para outra categoria, essa reclassificação é proibida. Nessas circunstâncias o
contrato híbrido (combinado) permanece classificado como mensurado pelo valor justo por meio do resultado.
Se a entidade não estiver em condições de determinar confiavelmente o valor justo de derivativo
embutido com base nos seus termos e condições (por exemplo, porque o derivativo embutido se baseia em
instrumento patrimonial não cotado), o valor justo do derivativo embutido é a diferença entre o valor justo do
instrumento híbrido (combinado) e o valor justo do contrato principal, se esses valores puderem ser
determinados segundo este Pronunciamento.
Se a entidade não estiver em condições de determinar o valor justo do derivativo embutido usando esse
método, o instrumento híbrido (combinado) é designado pelo valor justo por meio do resultado.

3.5) - Mensuração subsequente.

3.5.1) - Mensuração subsequente de ativos financeiros:

Para a finalidade de medir um ativo financeiro após o reconhecimento inicial, este Pronunciamento
classifica os ativos financeiros nas quatro categorias definidas no item 3.3:
(a) ativos financeiros mensurados pelo valor justo por meio do resultado;
(b) investimentos mantidos até o vencimento;
(c) empréstimos e contas a receber; e
(d) ativos financeiros disponíveis para venda.
Essas categorias aplicam-se à mensuração e ao reconhecimento do resultado segundo este Pronunciamento.
A entidade pode usar outras descrições para essas categorias ou outras categorizações quando apresentar a
informação nas demonstrações contábeis. A entidade deve divulgar nas notas explicativas as informações
exigidas pelo pronunciamento Técnico CPC 40 – Instrumentos Financeiros – Evidenciação.
Após o reconhecimento inicial, a entidade deve mensurar os ativos financeiros, incluindo os derivativos que
sejam ativos, pelos seus valores justos sem nenhuma dedução dos custos de transação em que possa incorrer na
venda ou em outra alienação, exceto quanto aos seguintes ativos financeiros:
(a) empréstimos e contas a receber, que devem ser mensurados pelo custo amortizado usando o método
dos juros efetivos;
(b) investimentos mantidos até o vencimento, que devem ser medidos pelo custo amortizado usando o
método dos juros efetivos; e
(c) investimentos em instrumentos patrimoniais que não tenham preço de mercado cotado em mercado
ativo e cujo valor justo não possa ser confiavelmente medido e derivativos que estejam ligados a e
devam ser liquidados pela entrega desses instrumentos patrimoniais não cotados, os quais devem ser
medidos pelo custo.
Todos os ativos financeiros, exceto aqueles mensurados pelo valor justo por meio do resultado, estão
sujeitos a revisão quanto à perda do valor recuperável.
A mensuração pelo valor justo é uma das principais alterações ocorridas na contabilidade.

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3.5.2) - Mensuração subsequente de passivo financeiro


Após o reconhecimento inicial, a entidade deve mensurar todos os passivos financeiros pelo custo
amortizado usando o método de taxa efetiva de juros, exceto no caso de:
(a) passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado. Esses passivos, incluindo
derivativos, devem ser mensurados pelo valor justo, exceto no caso de derivativo passivo que
esteja ligado a um título patrimonial não cotado a e deva ser liquidado pela entrega de título
patrimonial não cotado, cujo valor justo não possa ser confiavelmente mensurado, o qual deve ser
mensurado pelo custo;
(b) passivo financeiro que surge quando a transferência de ativo financeiro não se qualifica para o
desreconhecimento ou quando se aplica a abordagem do envolvimento continuado;
(c) contrato de garantia financeira; o qual deve ser reconhecido inicialmente pelo seu valor justo e,
subsequentemente, deduzido do valor apropriado ao resultado pela receita auferida ao longo do
prazo da operação ou, quando aplicável, pelo montante da saída de caixa previsto no
Pronunciamento Técnico CPC 25 – Provisões, Passivos Contingentes e Ativos Contingentes,
sendo dos dois o maior valor;
(d) compromissos de conceder crédito com taxa inferior à de mercado; e
(e) passivos financeiros (fornecedores e outras contas a pagar decorrentes da atividade operacional da
empresa).
Os passivos financeiros classificados como itens objeto de hedge estão sujeitos aos requisitos de contabilização
de operações de hedge, de acordo com os itens 67 a 78.

3.5.3) - Herarquia/Considerações sobre a mensuração pelo valor justo.

A determinação do valor justo dos instrumentos financeiros é de responsabilidade exclusiva da


administração da entidade.
A melhor evidência de valor justo é a existência de preços cotados em mercado ativo.
Se o mercado para um instrumento financeiro não estiver ativo, a entidade estabelece o valor justo
usando uma técnica de avaliação. O objetivo de usar uma técnica de avaliação é estabelecer qual teria sido o
preço da transação na data de mensuração em uma troca entre partes não relacionadas, sem favorecidos,
motivada por considerações comerciais normais.
As técnicas de valorização incluem:
1) o uso de recentes transações de mercado com isenção de participação entre partes
conhecedoras e dispostas a isso, se estiverem disponíveis,
2) referência ao valor justo corrente de outro instrumento que seja substancialmente o mesmo,
3) análise do fluxo de caixa descontado e
4) modelos de apreçamento de opções.
Se existir uma técnica de avaliação comumente usada por participantes do mercado para determinar o
preço do instrumento e se ficou demonstrado que essa técnica proporciona estimativas confiáveis de preços
obtidas em transações de mercado reais, a entidade pode usar essa técnica.
A técnica de avaliação escolhida tira o máximo proveito dos inputs do mercado e confia o menos
possível em inputs específicos da entidade. Ela incorpora todos os fatores que os participantes de mercado

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considerariam ao determinar o preço e é consistente com metodologias econômicas aceitas para determinar o
preço de instrumentos financeiros.
Periodicamente, a entidade calibra a técnica de avaliação e testa a sua validade usando preços de
quaisquer transações de mercado correntes observáveis relativas ao mesmo instrumento ou baseadas em
quaisquer dados de mercado observáveis disponíveis.

3.5.4) - Contabilidade de operações de hedge / Documentação suporte

Para entidades que realizam operações com o objetivo de hedge em relação a um risco específico
determinado e documentado, há a possibilidade de aplicação da metodologia denominada contabilidade de
operações de hedge (hedge accounting).
Essa metodologia faz com que os impactos na variação do valor justo dos derivativos (ou outros
instrumentos financeiros não derivativos) utilizados como instrumento de hedge sejam reconhecidos no
resultado de acordo com o reconhecimento do item que é objeto de hedge.
Essa metodologia, portanto, faz com que os impactos contábeis das operações de hedge sejam os
mesmos que os impactos econômicos, em consonância com o regime de competência.
As operações com instrumentos financeiros destinadas a hedge devem ser classificadas em uma das três
categorias a seguir:

(a) Hedge de valor justo – tem por finalidade proteger um ativo ou passivo reconhecido, ou um compromisso
firme não reconhecido, ou parte identificada de ativo, passivo ou compromisso firme, atribuível a um risco
particular e que pode impactar o resultado da entidade. Nesse caso tem-se a mensuração do valor justo do item
objeto de hedge. Por exemplo, quando se tem um derivativo protegendo um estoque, ambos (derivativo e
estoque) são mensurados pelo valor justo em contrapartida em contas de resultado. Outro exemplo: quando se
tem um derivativo protegendo uma dívida pré-fixada, o derivativo e a dívida são mensurados pelo valor justo
em contrapartida em resultado.
Ou seja, as variações no valor justo do derivativo são contabilizadas no resultado, junto com as
variações do item objeto de proteção. Essa contabilização ocorre apenas para os casos de Hedge de valor justo.

(b) Hedge de fluxo de caixa – hedge da exposição à variabilidade nos fluxos de caixa que
(i) é atribuível a um risco particular associado a ativo ou passivo (tal como todo ou parte do pagamento
de juros de dívida pósfixada) ou a transação altamente provável e
(ii) que podem impactar o resultado da entidade.

A contabilização é a seguinte:
A) a parcela efetiva do ganho ou perda do instrumento de hedge que é considerado hedge efetivo
deve ser reconhecida diretamente no patrimônio líquido, especificamente na conta de ajuste de
avaliação patrimonial;
B) a parcela não efetiva do ganho ou perda com o instrumento de hedge deve ser reconhecida
diretamente na adequada conta de receita ou despesa, no resultado do período.
Entende-se por parcela efetiva aquela em que a variação no item objeto de hedge, diretamente
relacionada ao risco correspondente, é compensada pela variação no instrumento de hedge, considerando o
efeito acumulado da operação.

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(c) Hedge de investimento no exterior - como definido no Pronunciamento Técnico CPC 02 – Efeitos das
Mudanças nas Taxas de Câmbio e Conversão de Demonstrações Contábeis, que consiste no instrumento
financeiro passivo considerado como proteção (hedge) de investimento no patrimônio líquido de investida no
exterior quando houver, desde o seu início, a comprovação dessa relação de proteção entre o passivo e o ativo,
explicitando a natureza da transação protegida, do risco protegido e do instrumento utilizado como proteção,
deve ser feita mediante toda a documentação pertinente e a análise de efetividade.
A contabilização é idêntica à de Hedge de fluxo de caixa. Os ganhos e perdas efetivos são
contabilizados no patrimônio, para compensar os ganhos e perdas do investimento. Já a parte não efetiva
(ineficaz) do hedge é contabilizada no resultado do período.
Na categoria hedge de valor justo devem ser classificados os instrumentos financeiros derivativos que se
destinem a compensar riscos decorrentes da exposição à variação no valor justo do item objeto de hedge.
Na categoria hedge de fluxo de caixa devem ser classificados os instrumentos financeiros derivativos
que se destinem a compensar variação no fluxo de caixa futuro estimado da entidade.
Um item objeto de hedge pode ser um ativo ou um passivo reconhecido, um compromisso firme não
reconhecido, uma transação altamente provável ou um investimento líquido em operações no exterior. O item
objeto de hedge pode ser:
(a) individual representado por: ativo ou passivo individual, compromisso firme não reconhecido,
transação altamente provável ou investimento líquido em operações no exterior,
(b) grupo com características semelhantes de risco de: ativos ou passivos, compromissos firmes
não reconhecidos, transações altamente prováveis ou investimentos líquidos em operações no
exterior, ou
(c) somente o risco de taxa de juros de carteira, parte de carteira de ativos ou passivos financeiros
que dividam o mesmo risco objeto da operação de hedge.
Diferentemente dos empréstimos e recebíveis, os ativos financeiros classificados como mantidos até o
vencimento não podem ser itens objeto de hedge no caso de hedge de risco de taxa de juros ou hedge de risco de
pagamento antecipado. Isso decorre do fato de que itens classificados nessa categoria dependem da intenção e
capacidade da entidade em mantê-los até o vencimento, independentemente das variações nas taxas de juros.
Contudo, os ativos financeiros classificados como mantidos até o vencimento podem ser itens objeto de hedge
se o risco objeto de hedge for risco de variação cambial ou risco de crédito.
A contabilização do Hedge nos moldes acima é um direito da entidade, e não uma obrigação. Para que
possa ser utilizada, determinados critérios devem ser atendidos.
As operações com instrumentos financeiros derivativos destinadas a hedge nos termos desta Orientação
devem atender, cumulativamente, às seguintes condições:
(a) possuir identificação documental do risco objeto de hedge, com informações específicas sobre a
operação, destacados o processo de gerenciamento de risco e a metodologia utilizada na
avaliação da efetividade do hedge desde a concepção da operação;
(b) comprovar a efetividade do hedge desde a concepção e no decorrer da operação (de forma
prospectiva e retrospectiva), com indicação de que as variações no valor justo ou no fluxo de
caixa do instrumento de hedge compensam as variações no valor de mercado ou no fluxo de
caixa do item objeto de hedge no intervalo entre 80% (oitenta por cento) e 125% (cento e
vinte e cinco por cento);
(c) prever a necessidade de renovação ou de contratação de nova operação no caso daquelas em
que o instrumento financeiro derivativo apresente vencimento anterior ao do item objeto de
hedge;

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(d) demonstrar, no caso dos compromissos ou transações futuras objeto de hedge de fluxo de caixa,
elevada probabilidade de ocorrência e comprovar que tal exposição a variações no fluxo de
caixa pode afetar o resultado da instituição.

A entidade precisa identificar e documentar qual o risco a ser protegido pela operação de Hedge. Os
riscos passíveis de proteção podem ser, por exemplo:
• risco de taxa de juros
• risco de variação cambial
• risco de crédito
• risco de mudanças de preços (risco de mercado)
Para se qualificar para proteção, o item objeto do hedge deve criar um risco que pode afetar o resultado
da empresa.

Efetividade do Hedge
A efetividade do hedge deve ser comprovada, indicando que o instrumento de hedge compensa de 80%
a 125% da variação no valor justo do item protegido.
O não atendimento, a qualquer tempo, das exigências previstas no item 77 implica na proibição da
contabilização do hedge conforme descrito acima. Nesse caso, o instrumento de hedge segue a classificação e
contabilização dos instrumentos financeiros, e, no caso de hedge de fluxo de caixa, dos valores acumulados na
conta de patrimônio líquido (ajuste de avaliação patrimonial) decorrentes da operação de hedge devem ser
transferidos para o resultado do período.

3.6) - Divulgação
A principal alteração na Divulgação dos instrumentos financeiros refere-se às exigências de divulgação
dos instrumentos derivativos e da análise de sensibilidade.

3.6.1) - Divulgação de instrumentos financeiros derivativos


É obrigatória a divulgação, em notas explicativas às demonstrações contábeis, de informações
qualitativas e quantitativas relativas aos instrumentos financeiros derivativos, destacados, no mínimo, os
seguintes aspectos:
(a) política de utilização;
(b) objetivos e estratégias de gerenciamento de riscos, particularmente a política de proteção
patrimonial (hedge);
(c) riscos associados a cada estratégia de atuação no mercado, adequação dos controles internos e
parâmetros utilizados para o gerenciamento desses riscos e os resultados obtidos em relação aos
objetivos propostos;
(d) o valor justo de todos os derivativos contratados, os critérios de avaliação e mensuração,
métodos e premissas significativas aplicadas na apuração do valor justo;
(e) valores registrados em contas de ativo e passivo segregados, por categoria, risco e estratégia de
atuação no mercado, aqueles com o objetivo de proteção patrimonial (hedge) e aqueles com o
propósito de negociação;

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(f) valores agrupados por ativo, indexador de referência, contraparte, local de negociação (bolsa ou
balcão) ou de registro e faixas de vencimento, destacados os valores de referência, de custo,
justo e em risco da carteira;
(g) ganhos e perdas no período, agrupados pelas principais categorias de riscos assumidos,
segregados aqueles registrados no resultado e no patrimônio líquido;
(h) valores e efeito no resultado do período de operações que deixaram de ser qualificadas para a
contabilidade de operações de proteção patrimonial (hedge), bem como aqueles montantes
transferidos do patrimônio líquido em decorrência do reconhecimento contábil das perdas e dos
ganhos no item objeto de hedge;
(i) principais transações e compromissos futuros objeto de proteção patrimonial (hedge) de fluxo
de caixa, destacados os prazos para o impacto financeiro previsto;
(j) valor e tipo de margens dadas em garantia;
(k) razões pormenorizadas de eventuais mudanças na classificação dos instrumentos financeiros;
(l) efeitos da adoção inicial desta Orientação.

3.6.2) - Divulgação qualitativa

Para cada tipo de risco decorrente de instrumentos financeiros, a entidade deve divulgar:
(a) a exposição ao risco e como ele surge;
(b) seus objetivos, políticas e processos para gerenciar os riscos e os métodos utilizados para mensurar o
risco; e
(c) quaisquer alterações em (a) ou (b) do período anterior.

3.6.3) - Análise de sensibilidade


A menos que a entidade cumpra o item 41 do CPC 40 (abaixo), ela deve divulgar:
(a) uma análise de sensibilidade para cada tipo de risco de mercado aos quais a entidade está exposta
ao fim do período contábil, mostrando como o resultado e o patrimônio líquido seriam afetados
pelas mudanças no risco relevante variável que sejam razoavelmente possíveis naquela data;
(b) os métodos e os pressupostos utilizados na elaboração da análise de sensibilidade; e
(c) alterações do período anterior nos métodos e pressupostos utilizados, e a razão para tais
alterações.
Se a entidade elabora uma análise de sensibilidade, tal como a do valor em risco (value-at-risk), que
reflete interdependências entre riscos variáveis (p.ex., taxas de juros e taxas de câmbio) e o utiliza para
administrar riscos financeiros, ela pode utilizar essa análise de sensibilidade no lugar da análise especificada no
item 40. A entidade deve divulgar também:
(a) uma explicação do método utilizado na elaboração de tal análise de sensibilidade e dos principais
parâmetros e pressupostos subjacentes aos dados fornecidos; e
(b) uma explicação do objetivo do método utilizado e das limitações que podem resultar na incapacidade
da informação de refletir completamente o valor justo dos ativos e passivos envolvidos.

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Exercícios – Instrumentos Financeiros

1) - Uma empresa adquire um título público federal no valor de $ 2.000. Os juros apurados até a data do
fechamento do balanço correspondem a $ 160 e o valor justo do título na data de fechamento do balanço é de $
2.200. Ademais, a empresa incorreu em $ 20 para aquisição do mesmo.

O título em referência enquadra-se na definição de instrumento financeiro ativo. A seguir o tratamento a


ser dado ao mesmo de acordo com as 3 possíveis classificações previstas no CPC 38, 39 – Instrumentos
financeiros

a. Se a empresa enquadrá-lo como instrumento financeiro avaliado ao valor justo com ajuste no
resultado, também denominado pela Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07 como instrumento
financeiro disponível para negociação.

b. Se a empresa enquadrá-lo como instrumento financeiro disponível para venda, também


denominado pela Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07, com mesma terminologia.

c. Se a empresa enquadrá-lo como instrumento financeiro mantido até o vencimento, também


denominado pela Lei 6.404/76, alterada pela Lei 11.638/07 pela mesma terminologia.

2) - Idem, considerando que a instituição financeira cobrou juros e taxas no montante de $ 35.000, sendo que ela
detém o direito de regresso, em caso de inadimplência do devedor original da duplicata, o banco não arcará com
as perdas, sendo ressarcido pela empresa (que retém o risco de crédito) e que os títulos vencem todos em
set/2010.

Como a empresa deve contabilizar esta operação?

3) - Suponha que uma determinada empresa adquiriu 3 títulos do Governo, ao valor unitário de 10.000 cada um,
com custos de transação de R$ 50,00, com a seguinte finalidade:

(a) Título 1 : será mantido até o vencimento.


(b) Título 2 – classificado como “destinado à negociação imediata”
(c) Título 3 – classificado como “disponível para venda futura”.

Contabilize a operação para cada título, considerando os seguintes eventos:

5.1) Aquisição dos títulos, em cheque, em 1º de junho de 2012.

5.2) Em 30 de junho, tais títulos apresentam um rendimento de juros de 100 reais, os quais serão pagos
no vencimento do título, e o seu valor justo é de 11.000 reais.

5.3) Suponha o mesmo exemplo anterior, mas desta vez seu valor justo é de 9.500 reais.

4) - (CESPE/ 2010 - MPU – Analista) - O valor justo das aplicações em instrumentos financeiros, na ausência
de mercado ativo, é obtido por meio do cálculo do valor líquido atual dos fluxos de caixa futuros de
instrumentos financeiros de natureza, prazo e risco similares.
( ) Certo ( ) Errado

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5) - (FCC TCE -GO / 2009 - Analista de Controle Externo) Suponha a aquisição, em 30/11/X8, de um ativo
financeiro no valor de R$ 1.000,00, classificado na data de aquisição em “disponível para venda”. Este título
remunera à taxa de 2% ao mês e o valor de mercado desse título 30 dias após a sua aquisição é de R$ 1.015,00.
De acordo com estas informações, em 30/12/X8, a empresa registrará,
(a) na Demonstração de Resultados, receita financeira de R$ 15,00.
(b) no Patrimônio Líquido, ajuste de avaliação patrimonial de R$ 15,00.
(c) na Demonstração de Resultados, receita financeira de R$ 20,00 e no Patrimônio Líquido, ajuste de
avaliação patrimonial de R$ 5,00 (saldo devedor).
(d) na Demonstração de Resultados, receita financeira de R$ 15,00 e no Patrimônio Líquido, ajuste de
avaliação patrimonial de R$ 20,00 (saldo credor).
(e) na Demonstração de Resultados, receita financeira de R$ 15,00 e no Patrimônio Líquido, ajuste de
avaliação patrimonial de R$ 5,00 (saldo credor).

6) - (CESPE/2011 - FUB – Contador) Julgue os itens seguintes, de acordo com os critérios de avaliação de
ativos e passivos, conforme a redação dada à Lei n.º 6.404/1976 pelas Leis n.º 11.638/2007 e n.º 11.941/2009.
O valor justo dos instrumentos financeiros pode ser obtido pelo cálculo do valor presente líquido dos fluxos de
caixa futuros de instrumentos financeiros similares.
( ) Certo ( ) Errado

7) - (CESPE/ 2009 - CEHAP-PB – Contador) - É correto afirmar que as aplicações em instrumentos


financeiros derivativos, classificados no ativo, serão registradas pelo valor
a) justo, quando as aplicações estiverem disponíveis para a venda.
b) de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais,
ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das aplicações disponíveis
para a venda.
c) histórico, quando se tratar de investimentos não disponíveis para a venda.
d) de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de
realização, quando este for superior, no caso das aplicações não disponíveis para a venda.

8) - (FCC/ 2012 - TRE-CE - Analista Judiciário ) - A empresa Polo Norte S.A. fez uma aplicação financeira
em CDB - Certificado de Depósito Bancário por 720 dias. O CDB pode ser resgatado antecipadamente. O
diretor financeiro juntamente com o Contador ao analisar a situação econômico-financeira da empresa constatou
que haverá necessidade de resgatar antecipadamente o CDB em parcelas, para cobrir as necessidades
operacionais de caixa, dessa forma o CDB deve ser classificado como instrumento financeiro
a) disponível para venda, sendo contabilizado pelo valor de custo na contratação e atualizado pelo valor do
custo amortizado durante a vigência do papel.
b) mantido até o vencimento, sendo contabilizado pelo valor de custo amortizado e atualizado pelo valor
justo durante a vigência do papel.
c) disponível para venda, sendo contabilizado pelo valor de custo na contratação e atualizado pelo valor
justo durante a vigência do papel.
d) mantido até o vencimento, sendo contabilizado pelo valor de custo na contratação e atualizado pelo valor
de mercado durante a vigência do papel.
e) disponível para venda, sendo contabilizado pelo valor justo na contratação e atualizado pela média dos
valores de mercado dos papéis de mesma natureza do mercado interfinanceiro.

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9) - (FUNCAB/ 2010 - SEJUS-RO – Contador) - De acordo com a Lei n° 6.404 atualizada, no balanço, os
elementos do ativo serão avaliados pelo seu valor justo quando se tratar de:
a) aplicações em instrumentos financeiros, em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante
ou no realizável a longo prazo, destinados à negociação ou disponíveis para venda.
b) aplicações em instrumentos financeiros, em direitos e títulos de créditos, classificados no ativo circulante
ou no realizável a longo prazo e não destinadas à negociação.
c) direitos que tenham por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-
primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado.
d) investimentos emparticipação no capital social de outras sociedades, ressalvado os investimentos em
coligadas, controladas e as que façam parte de um mesmo grupo.
e) direitos classificados no imobilizado, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização
ou exaustão.

10) - (Simulado Prof. José Wagner-2010/Cesgranrio) De acordo com as normas relativas a instrumentos
financeiros (CPC 14, CPC 38, CPC 39 e CPC 40), para fins de mensuração subseqüente os ativos financeiros
devem ser classificados em quatro categorias. Assinale a categoria que explicitamente não está prescrita nesses
pronunciamentos:
(a) empréstimos e recebíveis.
(b) investimentos mantidos até o vencimento.
(c) ativos financeiros disponíveis para venda.
(d) investimentos em coligadas.
(e) ativos financeiros mensurados ao valor justo por meio de resultado.

11) - (BR 2011/Cesgranrio) Um instrumento financeiro decorre de um contrato entre duas ou mais partes
interessadas em determinada transação de transferência de recursos, mediante mútuo acordo, que estabeleça
claras consequências econômicas. O instrumento financeiro, de forma geral, é um contrato que origina um ativo
financeiro numa entidade e um passivo financeiro ou título patrimonial em outra.
Nesse contexto de instrumento financeiro, título patrimonial é um contrato que visa a
(a) aplicações em depósitos bancários.
(b) empréstimo concedido a outras entidades.
(c) formação de direito de receber caixa de outra entidade.
(d) comprometimento de entregar caixa para outra entidade.
(e) evidenciar um interesse residual depois de deduzidos os passivos.

12) - (Eletrobrás-2005/UFRJ-adaptada) Para os investimentos, tidos como temporários, mas não mantidos
para negociação ou disponíveis para venda, a Lei 6.404/76 prescreve o seguinte critério de avaliação:
(a) a equivalência ao valor de mercado;
(b) a equivalência ao custo de reposição;
(c) o custo de aquisição corrigido pela inflação do período;
(d) o custo de aquisição atualizado, ajustado pelo valor provável de realização;
(e) o valor de mercado, deduzida da inflação do período.

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13) - (Simulado JW-2011/Cesgranrio) Para fins de aplicação do CPC 38 – Instrumentos Financeiros, a melhor
evidência de um valor justo é
(a) valor determinado por modelos matemático-estatísticos de precificação.
(b) o preço de reposição do ativo.
(c) o valor presente de fluxos de caixa futuros estimados.
(d) o valor pelo qual um ativo está reconhecido no balanço depois da dedução de provisão para perdas.
(e) o preço de mercado do ativo.

14) - (Simulado JW-2011/Cesgranrio) Considerando a legislação societária brasileira e os pronunciamentos


técnicos do CPC, após o reconhecimento inicial, devem ser avaliados a valor justo todos os seguintes itens,
exceto:
(a) ativos financeiros mantidos para negociação.
(b) ativos financeiros disponíveis para venda.
(c) derivativos.
(d) passivos financeiros não mensurados pelo custo amortizado.
(e) duplicatas a receber.

15) - (TCE PA-2010/FCC) Uma empresa adquiriu em 31/10/X9 um ativo financeiro no valor de R$ 5.000,00,
classificado na data de aquisição em “mantido até o vencimento”. Este título remunera à taxa de 1% ao mês e o
seu valor justo, um mês após a sua aquisição, era de R$ 5.080,00. De acordo com estas informações, em
30/11/X9, a empresa deveria registrar:
(a) na Demonstração de Resultado, receita financeira de R$ 80,00.
(b) no Patrimônio Líquido, ajuste de avaliação patrimonial de R$ 30,00.
(c) na Demonstração de Resultado, receita financeira de R$ 50,00 e no Patrimônio Líquido, ajuste de
avaliação patrimonial de R$ 30,00 (saldo credor).
(d) na Demonstração de Resultado, receita financeira de R$ 80,00 e no Patrimônio Líquido, ajuste de
avaliação patrimonial de R$ 30,00 (saldo devedor).
(e) na Demonstração de Resultado, receita financeira de R$ 50,00.

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4 - Demonstração do Valor Adicionado

Regulamentação: CPC 09 aprovado pela Deliberação CVM nº 557, de 12/11/2008

O objetivo deste Pronunciamento Técnico é estabelecer critérios para elaboração e apresentação da


Demonstração do Valor Adicionado (DVA), a qual representa um dos elementos componentes do Balanço
Social e tem por finalidade evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado
período.

Definições

1. Os termos abaixo são utilizados neste Pronunciamento com os seguintes significados:

Valor adicionado representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o
valor das vendas e os insumos adquiridos de terceiros. Inclui também o valor adicionado recebido em
transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade.

Valor adicionado recebido em transferência representa a riqueza que não tenha sido criada pela própria
entidade, e sim por terceiros, e que a ela é transferida, como por exemplo receitas financeiras, de
equivalência patrimonial, dividendos, aluguel, royalties, etc. Precisa ficar destacado, inclusive para evitar
dupla-contagem em certas agregações.

Considerações Gerais

Embora a geração de lucro continue sendo uma característica fundamental à continuidade das empresas, as
relações intersociais existentes com a globalização de mercados exigem conhecimento adicional de como
determinada entidade agrega valor à economia do país ou da região onde está inserida, tornando o acesso a
informação um diferencial competitivo.
A Demonstração do Valor Adicionado tem a função de divulgar e identificar o valor da riqueza gerada pela
entidade, e como essa riqueza foi distribuída entre os diversos setores que contribuíram, direta ou indiretamente,
para a sua geração .
O Valor Adicionado constitui-se da receita de venda deduzida dos custos dos recursos adquiridos de terceiros.
É, portanto, o quanto a entidade contribuiu para a formação do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Márcia Martins M de Luca define Valor Adicionado como sendo: “... a remuneração dos esforços desenvolvidos
para a criação da riqueza da empresa. Tais “esforços” são, em geral, os empregados que fornecem a mão-de-
obra, os investidores que fornecem o capital, os financiadores que emprestam os recursos e o governo que
fornece a lei e a ordem, infra-estrutura sócio-econômica e os serviços de apoio”.
Algumas empresas espontaneamente têm demonstrado interesse ou desenvolvido trabalhos no sentido de levar
aos usuários uma informação de melhor qualidade, através do aperfeiçoamento dos seus relatórios ou de
informações mais completas, tais como, o BNB, FEBRABAN e outros, mas havia distorções em relação a
classificação de algumas contas nas suas estruturas, pois não existia uma padronização definida da estrutura da
DVA.

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4.1) Formação da riqueza

4.1.1) Riqueza criada pela própria entidade

A DVA, em sua primeira parte, deve apresentar de forma detalhada a riqueza criada pela entidade. Os principais
componentes da riqueza criada estão apresentados a seguir nos seguintes itens:

Receitas

Venda de mercadorias, produtos e serviços - inclui os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas
(por exemplo, ICMS, IPI, PIS e COFINS), ou seja, corresponde ao ingresso bruto ou faturamento bruto,
mesmo quando na demonstração do resultado tais tributos estejam fora do cômputo dessas receitas.

Outras receitas - da mesma forma que o item anterior, inclui os tributos incidentes sobre essas receitas.

Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Constituição/Reversão - inclui os valores relativos à


constituição e reversão dessa provisão.

Insumos adquiridos de terceiros

Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos - inclui os valores das matérias-primas
adquiridas junto a terceiros e contidas no custo do produto vendido, das mercadorias e dos serviços
vendidos adquiridos de terceiros; não inclui gastos com pessoal próprio.

Materiais, energia, serviços de terceiros e outros - inclui valores relativos às despesas originadas da
utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.

Nos valores dos custos dos produtos e mercadorias vendidos, materiais, serviços, energi,a etc.
consumidos, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (por exemplo,
ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não. Esse procedimento é diferente das práticas utilizadas
na demonstração do resultado.

Perda e recuperação de valores ativos - inclui valores relativos a ajustes por avaliação a valor de mercado
de estoques, imobilizados, investimentos, etc. Também devem ser incluídos os valores reconhecidos no
resultado do período, tanto na constituição quanto na reversão de provisão para perdas por desvalorização
de ativos, conforme aplicação do CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos (se no período o valor
líquido for positivo, deve ser somado).

Depreciação, amortização e exaustão - inclui a despesa ou o custo contabilizados no período.

4.1.2) Valor adicionado recebido em transferência

Resultado de equivalência patrimonial - o resultado da equivalência pode representar receita ou despesa; se


despesa, deve ser considerado como redução ou valor negativo.

Receitas financeiras - inclui todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas,
independentemente de sua origem.

Outras receitas - inclui os dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de
franquia, etc.

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4.2) Distribuição da riqueza

A segunda parte da DVA deve apresentar de forma detalhada como a riqueza obtida pela entidade foi
distribuída. Os principais componentes dessa distribuição estão apresentados a seguir:

Pessoal – valores apropriados ao custo e ao resultado do exercício na forma de:


• Remuneração direta – Ex: salários, 13º salário, honorários da administração, férias, comissões,
horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.
Benefícios – Ex: assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc.
FGTS – Ex: valores depositados em conta vinculada dos empregados.

Impostos, taxas e contribuições - valores relativos ao imposto de renda, contribuição social sobre o lucro,
contribuições aos INSS (incluídos aqui os valores do Seguro de Acidentes do Trabalho) que sejam ônus do
empregador, bem como os demais impostos e contribuições a que a empresa esteja sujeita. Para os
impostos compensáveis, tais como ICMS, IPI, PIS e COFINS, devem ser considerados apenas os valores
devidos ou já recolhidos, e representam a diferença entre os impostos e contribuições incidentes sobre as
receitas e os respectivos valores incidentes sobre os itens considerados como “insumos adquiridos de
terceiros”.
• Federais – inclui os tributos devidos à União, inclusive aqueles que são repassados no todo ou em
parte aos Estados, Municípios, Autarquias etc., tais como: IRPJ, CSSL, IPI, CIDE, PIS, COFINS.
Inclui também a contribuição sindical patronal.
• Estaduais – inclui os tributos devidos aos Estados, inclusive aqueles que são repassados no todo ou
em parte aos Municípios, Autarquias etc., tais como o ICMS e o IPVA.
• Municipais – inclui os tributos devidos aos Municípios, inclusive aqueles que são repassados no
todo ou em parte às Autarquias, ou quaisquer outras entidades, tais como o ISS e o IPTU.

Remuneração de capitais de terceiros - valores pagos ou creditados aos financiadores externos de capital.

• Juros - inclui as despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas, relativas a


quaisquer tipos de empréstimos e financiamentos junto a instituições financeiras, empresas do
grupo ou outras formas de obtenção de recursos. Inclui os valores que tenham sido capitalizados no
período.
• Aluguéis - inclui os aluguéis (inclusive as despesas com arrendamento operacional) pagos ou
creditados a terceiros, inclusive os acrescidos aos ativos.
• Outras - inclui outras remunerações que configurem transferência de riqueza a terceiros, mesmo
que originadas em capital intelectual, tais como royalties, franquia, direitos autorais, etc.

Remuneração de capitais próprios - valores relativos à remuneração atribuída aos sócios e acionistas.

• Juros sobre o capital próprio (JCP) e dividendos - inclui os valores pagos ou creditados aos sócios
e acionistas por conta do resultado do período, ressalvando-se os valores dos JCP transferidos para
conta de reserva de lucros. Devem ser incluídos apenas os valores distribuídos com base no
resultado do próprio exercício.
• Lucros retidos e prejuízos do exercício - inclui os valores relativos ao lucro do exercício destinados
às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor
deve ser incluído com sinal negativo.
• As quantias destinadas aos sócios e acionistas na forma de Juros sobre o Capital Próprio – JCP,
independentemente de serem registradas como passivo (JCP a pagar) ou como reserva de lucros,
devem ter o mesmo tratamento dado aos dividendos no que diz respeito ao exercício a que devem
ser imputados.

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4.3) Situações diversas

a) Depreciação de itens reavaliados ou avaliados ao valor justo (fair value).

A reavaliação de ativos e a avaliação de ativos ao seu valor justo provocam alterações na estrutura patrimonial
da empresa e, por isso, normalmente requerem o registro contábil dos seus efeitos tributários.
Os resultados da empresa são afetados sempre que houver a realização dos respectivos ativos reavaliados ou
avaliados ao valor justo. Quando a realização de determinado ativo ocorrer pelo processo normal de
depreciação, por conseqüência, a DVA também é afetada. Assim, no momento da realização da reavaliação ou
da avaliação ao valor justo, deve-se incluir esse valor como “outras receitas” na DVA, bem como se
reconhecem os respectivos tributos na linha própria de impostos, taxas e contribuições.

b) Ativos construídos pela empresa para uso próprio

A construção de ativos dentro da própria empresa para seu próprio uso é procedimento comum. Nessa
construção diversos fatores de produção são utilizados, inclusive a contratação de recursos externos (por
exemplo, materiais e mão-de-obra terceirizada) e a utilização de fatores internos como mão-de-obra, com os
conseqüentes custos que essa contratação e utilização provocam. Para elaboração da DVA, essa construção
equivale a produção vendida para a própria empresa, e por isso seu valor contábil integral precisa ser
considerado como receita. A mão-de-obra própria alocada é considerada como distribuição dessa riqueza
criada, e eventuais juros ativados e tributos também recebem esse mesmo tratamento. Os gastos com serviços
de terceiros e materiais são apropriados como insumos.
À medida que tais ativos entrem em operação, a geração de resultados desses ativos recebe tratamento idêntico
aos resultados gerados por qualquer outro ativo adquirido de terceiros; portanto, sua depreciação também deve
receber igual tratamento.
Para evitar o desmembramento das despesas de depreciação, na elaboração da DVA, entre os componentes que
serviram de base para o respectivo registro do ativo construído internamente (materiais diversos, mão-de-obra,
impostos, aluguéis e juros), os valores gastos nessa construção devem, no período da construção, ser tratados
como Receitas relativas à construção de ativos próprios. Da mesma forma, os componentes de seu custo
devem ser alocados na DVA seguindo-se suas respectivas naturezas.

b) Distribuição de lucros relativos a exercícios anteriores

A Demonstração do Valor Adicionado está estruturada para ser elaborada a partir da Demonstração do
Resultado do período. Assim, há uma estreita vinculação entre essas duas demonstrações e essa vinculação
deve servir para sustentação da consistência entre elas. Mas ela tem também uma interface com a
Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados na parte em que movimentações nesta conta dizem
respeito à distribuição do resultado do exercício apurado na demonstração própria.
A entidade é livre, dentro dos limites legais, para distribuir seus lucros acumulados, sejam eles oriundos do
próprio exercício ou de exercícios anteriores. Porém, pela vinculação referida no item anterior, os dividendos
que compõem a riqueza distribuída pela entidade devem restringir-se exclusivamente à parcela relativa aos
resultados do próprio período. Dividendos distribuídos relativos a lucros de períodos anteriores não são
considerados, pois já figuraram como lucros retidos naqueles respectivos períodos.

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Modelo I - Demonstração do Valor Adicionado – EMPRESAS EM GERAL

Em milhares Em milhares
DESCRIÇÃO de reais de reais
20X1 20X0
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Outras receitas
1.3) Receitas relativas à construção de ativos próprios
1.4) Provisão para créditos de liquidação duvidosa – Reversão / (Constituição)
2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS
2.1) Custos dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos
2.2) Materiais, energia, serviços de terceiros e outros
2.3) Perda / Recuperação de valores ativos
2.4) Outras (especificar)
3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA
6.1) Resultado de equivalência patrimonial
6.2) Receitas financeiras
6.3) Outras
7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)
8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal
8.1.1 – Remuneração direta
8.1.2 – Benefícios
8.1.3 – F.G.T.S
8.2) Impostos, taxas e contribuições
8.2.1 – Federais
8.2.2 – Estaduais
8.2.3 – Municipais
8.3) Remuneração de capitais de terceiros
8.3.1 – Juros
8.3.2 – Aluguéis
8.3.3 – Outras
8.4) Remuneração de Capitais Próprios
8.4.1 – Juros sobre o Capital Próprio
8.4.2 – Dividendos
8.4.3 – Lucros retidos / Prejuízo do exercício
8.4.4 – Participação dos não-controladores nos lucros retidos (só p/ consolidação)

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Exercícios – Demonstração do Valor Adicionado

Ex.1) – Com base nas informações a seguir, elabore a Demonstração do valor Adicionado – DVA.

Valores em RS
* Receita Operacional Bruta 690.348,00
(-) Deduções
Descontos Incondicionais 12.731,00
Devoluções 9.647,00
Abatimentos 3.259,00
ICMS 117.873,00
PIS 4.788,00
Cofins 22.101,00 (170.399,00)
(=) Receita Operacional Líquida 519.949,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (356.536,00)
(=) Lucro Operacional Bruto 163.413,00
(-) Despesas Operacionais
Vendas (13.618,00)
Administrativas (67.312,00)
Financeiras (15.614,00)
(-) Receitas Financeiras 18.712,00

Resultado de Equivalência Patrimonial 14.000,00


(=) Lucro antes da CSLL e do IRPJ 99.581,00
(-) Contribuição Social sobre o Lucro (8.61 5,00)
(-) Imposto de Renda (11.556,00)
(=) Lucro após IR 79.410,00
(-) Participações Estatutárias
Debenturistas (7.612,00)
Empregados (6.581,00)
Administradores (6.282,00) (20.475,00)
(=) Lucro Líquido do Exercício 58.935,00

DESPESAS OPERACIONAIS: IMPOSTOS SOBRE O CMV


Agua, luz, telefone 1.564,00
Aluguéis 2.500,00 Base de Cálculo 440.167,90
Comissão de Vendedores 3.687,00 ICMS 83.631,90
Depreciação, Amortização e Exaustão 6.983,00
Impostos, Taxas e Contribuições 2.456,00
Materiais de Consumo 1.235,00
Salários e Ordenados 57.877,00 Dividendos 40%
Serviços de Terceiros 4.628,00 Reservas de Lucros 60%

Total 80.930,00

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Resolução – Ex.1

DESCRIÇÃO

1 – RECEITAS

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)


4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)


8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

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Ex. 2 - Com base nas informações a seguir, elabore a Demonstração do valor Adicionado – DVA.

Valores em RS
Receita Operacional Bruta 850.000,00
(-) Deduções
Devoluções (15.000,00)
ICMS (19%) (161.500,00)
PIS (1,65%) (14.025,00)
Cofins (7,6%) (65.025,00) (255.550,00)
(=) Receita Operacional Líquida 594.450,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (315.500,00)
(=) Lucro Operacional Bruto 278.950,00
(-) Despesas Operacionais
Vendas (47.800,00 )
Administrativas (75.300,00)
Financeiras (15.780,00)
Receitas Financeiras 6.700,00
Resultado da Equivalência Patrimonial 12.000,00
Outras Receitas – Venda de Imobilizado 25.840,00
(=) Lucro antes da CSLL e do IRPJ 184.610,00
(-) Contribuição Social sobre o Lucro (16.614,90)
(-) Imposto de Renda (46.152,50)
(=) Lucro após IR 121.842,60
(-) Participações Estatutárias
Debenturistas 8.092,60
Empregados 7.580,00
Administradores 2.100,00
(=) Lucro Líquido do Exercício 104.070,00

DESPESAS OPERACIONAIS: IMPOSTOS SOBRE O CMV


Agua, luz, telefone 12.100,00 Base de Cálculo 389.506,2
Aluguéis 15.200,00 ICMS (19%) 74.006,2
Comissão de Vendedores 8.500,00
Depreciação, Amortização e Exaustão 15.000,00
Impostos, Taxas e Contribuições 6.700,00
Materiais de Consumo 10.500,00 DESTINAÇÃO DO LUCRO
Salários e Ordenados 52.320,00 Distrib. Dividendos 40% do LLE
Serviços de Terceiros 2.780,00 Reservas de Lucros 60% do LLE

Total 123.10000

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Resolução – Ex.2

DESCRIÇÃO

1 – RECEITAS

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)


4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)


8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

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Ex. 3 – Com base nas informações a seguir, elabore a Demonstração do valor Adicionado – DVA.

Valores em RS
Receita Operacional Bruta 500.000,00
(-) Deduções
Devoluções (10.000,00)
ICMS (20%) (100.000,00)
PIS (10.000,00)
Cofins (40.000,00) (160.000,00)
(=) Receita Operacional Líquida 340.000,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas (200.000,00)
(=) Lucro Operacional Bruto 140.000,00
(-) Despesas Operacionais
Vendas (60.000,00 )
Administrativas (94.000,00)
Financeiras (18.000,00)
Receitas Financeiras 12.000,00
Resultado da Equivalência Patrimonial 25.000,00
Perda no Valor Recuperável de Ativos (10.000,00)
(=) Lucro antes da CSLL e do IRPJ 35.000,00
(-) Contribuição Social sobre o Lucro (10%) (3.500,00)
(-) Imposto de Renda (25%) (8.750,00)
(=) Lucro após IR 22.750,00
(-) Participações Estatutárias
Debenturistas 2.750,00
Empregados 2.500,00
Administradores 500,00
(=) Lucro Líquido do Exercício 17.000,00

DESPESAS OPERACIONAIS: IMPOSTOS SOBRE O CMV


Agua, luz, telefone 10.000,00 Base de Cálculo 250.000
Aluguéis 13.000,00 ICMS – 20% 50.000
Comissão de Vendedores 9.000,00
Depreciação, Amortização e Exaustão 15.000,00
Impostos, Taxas e Contribuições 7.000,00
Materiais de Consumo 12.000,00 DESTINAÇÃO DO LUCRO
Salários e Ordenados 66.000,00 Distrib. Dividendos 40% do LLE
Serviços de Terceiros 2.000,00 Reservas de Lucros 60% do LLE

Total 134.000,00

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Resolução – Ex.3

DESCRIÇÃO

1 – RECEITAS

2 - INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS

3 - VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)


4 - DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
5 - VALOR ADICIONADO LÍQUIDO PRODUZIDO PELA ENTIDADE (3-4)
6 - VALOR ADICIONADO RECEBIDO EM TRANSFERÊNCIA

7 - VALOR ADICIONADO TOTAL A DISTRIBUIR (5+6)


8 - DISTRIBUIÇÃO DO VALOR ADICIONADO (*)
8.1) Pessoal

8.2) Impostos, taxas e contribuições

8.3) Remuneração de capitais de terceiros

8.4) Remuneração de Capitais Próprios

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4) - ( BNDES/NCE-UFRJ - 2005) Observe a seguinte DRE, com valores em reais:

Composição das Despesas Administrativas (em reais):

– Ordenados e Salários ....................... 26.400


– Serviços de Terceiros ......................... 7.920
– Materiais de Consumo ....................... 5.104
– Depreciação ...................................... 3.696
– Impostos e Taxas ................................ 880
- Total ................................................... 44.000

Tendo em vista o Demonstrativo do Valor Adicionado – DVA, pode-se afirmar que ficou para o Governo a
quantia, em reais, de:
(a) 26.400,00
(b) 27.456,00
(c) 46.640,00
(d) 96.800,00
(e) 108.240,00

5) - (FGV-2009 - ICMS-RJ) Considerando as operações abaixo da Cia Rubi durante o ano de 2009, seu valor
adicionado a distribuir será::

Vendas $ 100.000
Consumo de materiais adquiridos de terceiros $ 20.000
Receitas Financeiras $ 8.000
Despesas de Aluguel $ 2.000
Receitas de Aluguel $ 1.000
Pagamento de Salários $ 24.000
Despesa Financeira $ 5.000
Impostos Pagos $ 2.000
Juros sobre Capital Próprio $ 10.000
Despesa de Depreciação $ 5.000
Dividendos $ 2.000
Despesa de Seguros $ 4.000
Serviço de Terceiros $ 12.000
Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa $ 3.000

Em 31.12.2009, o valor adicionado a distribuir da Cia. Rubi será de:


a) $ 65.000.
b) $ 68.000.
c) $ 63.000.
d) $ 69.000.
e) $ 72.000.

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6) – (FCC/2009 - SEFAZ-SP/ Agente Fiscal de Rendas) O valor da receita de equivalência patrimonial


recebida pela empresa de controlada deve ser apresentada na DVA como:
a) distribuição de riqueza - remuneração do capital de terceiros.
b) receita criada pela entidade - outras receitas.
c) receitas não-operacionais - demais.
d) valor adicionado recebido em transferência.
e) distribuição de riqueza - remuneração de capital próprio.

7) - (Cesgranrio/ 2010 – Petrobras Distribuidora/ Contador) Segundo a definição legal, a Demonstração do


valor adicionado deverá refletir o valor da riqueza gerada pela companhia e a distribuição entre os elementos
que contribuíram para a geração dessa riqueza. Quais os elementos que devem constar como beneficiários da
distribuição da riqueza?
(a) - Empregados, fornecedores, autoridades, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.
(b) - Empregados, financiadores, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.
(c) - Empregados, financiadores, fornecedores, autoridades, acionistas, governo e outros.
(d) - Empregados, financiadores, fornecedores, autoridades, acionistas, governo e outros, bem como a parcela da
riqueza não distribuída.
(e) - Fornecedores, autoridades, governo e outros, bem como a parcela da riqueza não distribuída.

8) – (FGV/- 2010 - SEAD-AP/ Auditor da Receita do Estado) Com base nos dados abaixo, responda as
questões a seguir:

Receita de Vendas de Mercadoria R$ 2.500.000,00


Custo de Mercadorias Vendidas R$ 160.000,00
Materiais, Energia e Serviços de Terceiros R$ 220.000,00
Depreciação e Amortização R$ 120.000,00
Receitas Financeiras R$ 355.000,00
Resultado de Equivalência Patrimonial R$ 50.000,00
FGTS R$ 25.000,00
Aluguéis R$ 15.000,00
Dividendos Pagos R$ 10.000,00
Lucros Retidos R$ 38.000,00
Remuneração Direta R$ 45.000,00

Considerando a estrutura da DVA - Demonstração do Valor Adicionado, o Valor Adicionado Líquido


Produzido pela Entidade será de:
a) R$ 2.000.000,00. b) R$ 2.475.000,00.
c) R$ 2.513.000,00. d) R$ 2.120.000,00.
e) R$ 2.173.000,00.

9) – (FGV / 2010 - SEAD-AP / Auditor da Receita do Estado) Considerando a estrutura da DVA -


Demonstração do Valor Adicionado, o Valor Adicionado Bruto será de:
a) R$ 2.000.000,00. b) R$ 2.475.000,00.
c) R$ 2.513.000,00. d) R$ 2.120.000,00.
e) R$ 2.393.000,00.

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10) – (FCC/2010 - DNOCS/Contador) Dados da Cia. Miramar - Exercício encerrado em 31/12/2008, em R$:

Custo de Mercadorias Vendidas R$ 250.000,00


Serviços adquiridos de Terceiros R$ 70.000,00
Receita de Dividendos R$ 30.000,00
Despesas Financeiras R$ 25.000,00
Outros Materiais adquiridos de Terceiros R$ 20.000,00
Despesas de Depreciação R$ 40.000,00
Receita de Vendas R$ 540.000,00
Pagamento de mão de obra e encargos trabalhistas R$ 60.000,00

Com estas informações, o Valor Adicionado a Distribuir da companhia nesse exercício correspondeu, em R$, a:
a) 160.000,00.
b) 200.000,00.
c) 190.000,00.
d) 170.000,00.
e) 220.000,00.

11) - (Cesgranrio/2010 - BNDES/Contador) Pode-se afirmar que valor adicionado é a(o):


(a) diferença entre o valor dos bens, serviços e utilidades vendidos por uma entidade e o respectivo valor dos
insumos adquiridos de terceiros.
(b) diferença entre a receita gerada pela empresa e o resultado obtido antes de encargos financeiros,
depreciação, amortização, exaustão, imposto de renda e resultados não operacionais.
(c) riqueza gerada pela empresa, representada pelo custo de oportunidade multiplicado pelo patrimônio
líquido deduzido dos valores que transitam em resultado e não representam entrada de caixa.
(d) soma de todos os valores recebidos pela empresa, deduzidos dos impostos incidentes e dos encargos de
depreciação, amortização e exaustão.
(e) conjunto de valores obtidos pela empresa, seja através de venda de produtos, seja através de ingressos de
fontes diversas, deduzidos de impostos e encargos financeiros.

12) – ( CESPE / 2010 - DPU / Contador)

Depreciação, amortização e exaustão - 475.998


Impostos, taxas e contribuições 108.881
Insumos adquiridos de Terceiros -2.907.441
Pessoal 209.910
Receitas 4.153.360
Remuneração de Capitais de Terceiros 164.804
Remuneração de Capitais Próprios 353.315
Valor adicionado recebido em transferência 66.989

Considerando as informações da tabela acima, levantadas para a elaboração da demonstração do valor


adicionado de determinada empresa no ano de 2009, assinale a opção correta.
a) O valor adicionado líquido no período é superior ao valor adicionado a distribuir.
b) O valor adicionado bruto é maior que R$ 1.300.000,00.
c) O valor adicionado a distribuir é superior a R$ 900.000,00.
d) O valor adicionado distribuído pela empresa é inferior a R$ 550.000,00.
e) O valor adicionado líquido produzido pela empresa é superior a R$ 750.000,00.

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13) – (CESPE/ 2010 - INMETRO - Técnico de Contabilidade)

Considere que os dados da tabela acima (valores em reais) são relativos à demonstração de resultado de
determinada indústria. A venda no período refere-se a toda a mercadoria (adquirida por R$ 16.800,00). O valor
de ICMS embutido no preço e destacado nas notas fiscais de compra é de R$ 2.450,00.
De acordo com as informações apresentadas no texto, o valor adicionado a distribuir, no período, é de:
a) 23.400. b) 21.600.
c) 20.950. d) 20.400.
e) 17.950.

14) – (CESPE / 2010 – INMETRO/ Técnico de Contabilidade) Com base nos dados fornecidos no texto, o
valor adicionado distribuído (em reais) para os empregados, no período, é de
a) 8.000. b) 8.800.
c) 9.500. d) 10.300.
e) 13.300.

15) - (Petrobras/Cesgranrio - 2010) A Demonstração do Valor Adicionado evidencia o (a):

a) Quanto de riqueza uma empresa adicionaou, de que forma essa riqueza foi distribuída e o quanto ficou retido
na empresa.
b) Valor adicionado originado das operações, os recursos oriundos das atividades de financiamento e o saldo de
caixa resultante no final do período.
c) Montante de riqueza que uma empresa adicionou, o quanto dessa riqueza foi distribuída para os agentes e
acionistas e os lucros retidos pela empresa sem destinação específica.
d) Receita adicionada pela empresa deduzida das despesas operacionais, exceto a financeira, e o total de lucros
retidos em forma de reservas.
e) Riqueza adicionada pela empresa, a distribuição dos dividendos realizada e a variação do patrimônio líquido
no exercício.

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16) – (FCC / 2011 - TRT - 20ª REGIÃO (SE)/ Analista Judiciário) Na elaboração da Demonstração do Valor
Adicionado (DVA) são identificados como Valor Adicionado Recebido Em Transferência:
a) as receitas financeiras obtidas e os dividendos recebidos.
b) os resultados na venda de imobilizados, as depreciações e as amortizações.
c) os royalties recebidos e os insumos adquiridos de terceiros.
d) os serviços profissionais contratados de terceiros e os aluguéis obtidos.
e) os impostos recuperáveis e as recuperações de perdas.

17) - (CFC/2011- Exame de Suficiência) Uma sociedade empresária adquiriu mercadorias para revenda por
R$5.000,00, neste valor incluído ICMS de R$1.000,00. No mesmo período, revendeu toda a mercadoria
adquirida por R$9.000,00, neste valor incluído ICMS de R$1.800,00. A sociedade empresária registrou, no
período, despesas com representação comercial no montante de R$1.200,00 e depreciação de veículos de
R$200,00.
Na Demonstração do Valor Adicionado - DVA, elaborada a partir dos dados fornecidos, o valor adicionado a
distribuir é igual a:
a) R$1.800,00.
b) R$2.600,00.
c) R$3.200,00.
d) R$4.000,00.

18) – (FCC / 2011 - INFRAERO / Auditor) Em relação à elaboração da DVA, é correto afirmar que
a) o Resultado Positivo da Equivalência Patrimonial integra o Valor Adicionado produzido pela entidade.
b) o valor contabilizado para constituição da Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa deve ser
somado ao valor das vendas para o cálculo do Valor Adicionado Bruto.
c) o valor da alienação de ativos não circulantes não deve ser computado no cálculo do Valor Adicionado a
distribuir pela entidade.
d) na distribuição do valor adicionado, os juros sobre o capital próprio devem ser computados como
remuneração do capital de terceiros.
e) no valor dos insumos adquiridos de terceiros devem estar incluídos os impostos incidentes sobre a
aquisição, sejam recuperáveis ou não.

19) – ( CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Contador Júnior) A Demonstração do Valor Adicionado


(DVA) é formada, basicamente, por duas partes, sendo que, na primeira parte, deve apresentar a riqueza criada
pela entidade, incluindo, em seu detalhamento, a receita de vendas de mercadorias, produtos e serviços.
As vendas de produtos pelas empresas industriais devem ser demonstradas na DVA pelo valor da(s)
a) receita bruta ou do faturamento bruto
b) vendas menos o ICMS e o IPI a recuperar
c) vendas menos o ICMS a recuperar
d) vendas menos o IPI a recuperar
e) vendas líquidas

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5 – ATIVOS INTANGÍVEIS

Regulamentação: CPC 04(RI) aprovado pela Deliberação CVM nº 644, de 02/11/2010

O CPC 04 define o tratamento contábil dos ativos intangíveis que não são abrangidos especificamente em outro
Pronunciamento, e estabelece que uma entidade deve reconhecer um ativo intangível apenas se determinados
critérios especificados neste Pronunciamento forem atendidos. O Pronunciamento também especifica como
mensurar o valor contábil dos ativos intangíveis, exigindo divulgações específicas sobre esses ativos.

5.1 - Definições:

Ativo é um recurso:
a) Controlado por uma entidade; e
b) Do qual espera-se que sejam gerados benefícios econômicos futuros para a entidade.

Ativo Intangível é:
a) Um ativo não monetário;
b) Identificável; e.
c) Sem substância física.

As entidades freqüentemente despendem recursos ou contraem obrigações com a aquisição, o


desenvolvimento, a manutenção ou o aprimoramento de recursos intangíveis como conhecimento científico ou
técnico, desenho e implantação de novos processos ou sistemas, licenças, propriedade intelectual, conhecimento
mercadológico, nome, reputação, imagem e marcas registradas (incluindo nomes comerciais e títulos de
publicações). Exemplos de itens que se enquadram nessas categorias amplas são: softwares, patentes, direitos
autorais, direitos sobre filmes cinematográficos, listas de clientes, direitos sobre hipotecas, licenças de pesca,
quotas de importação, franquias, relacionamentos com clientes ou fornecedores, fidelidade de clientes,
participação no mercado e direitos de comercialização.

Nem todos os itens descritos acima se enquadram na definição de ativo intangível, ou seja, são
identificáveis, controlados e geradores de benefícios econômicos futuros. Caso um item abrangido pela IAS 38
não atenda à definição de ativo intangível, o gasto incorrido na sua aquisição ou geração interna deve ser
reconhecido como despesa quando incorrido.

Identificabilidade

Um ativo satisfaz o critério de identificação, em termos de definição de um ativo intangível, quando:

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a) for separável, ou seja, puder ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou
trocado, individualmente ou junto com um contrato, ativo ou passivo relacionado, independente da
intenção de uso pela entidade; ou
b) resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem
transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.

Controle
A entidade controla um ativo quando detém o poder de obter benefícios econômicos futuros gerados
pelo recurso subjacente e de restringir o acesso de terceiros a esses benefícios. Normalmente, a capacidade da
entidade de controlar os benefícios econômicos futuros de ativo intangível advém de direitos legais que possam
ser exercidos num tribunal. A ausência de direitos legais dificulta a comprovação do controle. No entanto, a
imposição legal de um direito não é uma condição imprescindível para o controle, visto que a entidade pode
controlar benefícios econômicos futuros de outra forma.

Benefício econômico futuro


Os benefícios econômicos futuros gerados por ativo intangível podem incluir a receita da venda de
produtos ou serviços, redução de custos ou outros benefícios resultantes do uso do ativo pela entidade. Por
exemplo, o uso da propriedade intelectual em um processo de produção pode reduzir os custos de produção
futuros em vez de aumentar as receitas futuras.

5.2 – Reconhecimento e Mensuração


O CPC 04(R1) exige que uma entidade reconheça um ativo intangível (ao custo inicialmente) se, e somente, se:

a) For provável que os benefícios econômicos futuros que são atribuíveis aos ativos ingressarão na
entidade; e
b) O custo do ativo possa ser mensurado com segurança.

5.2.1 – Ativo Intangível adquirido separadamente

O custo de ativo intangível adquirido separadamente inclui:

a) seu preço de compra, acrescido de impostos de importação e impostos não recuperáveis sobre a compra,
após deduzidos os descontos comerciais e abatimentos; e
b) qualquer custo diretamente atribuível à preparação do ativo para a finalidade proposta.

Exemplos de custos diretamente atribuíveis são (i) Custos de benefícios aos empregados incorridos
diretamente para que o ativo fique em condições operacionais (de uso ou funcionamento); (ii) honorários
profissionais diretamente relacionados para que o ativo fique em condições operacionais; e (iii) custos com
testes para verificar se o ativo está funcionando adequadamente.

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Exemplos de gastos que não fazem parte do custo de ativo intangível:

a) custos de lançamento de novo produto ou serviço, como propaganda e atividades promocionais;


b) custos da transferência das atividades para novo local ou para nova categoria de clientes (incluindo
custos de treinamento);
c) custos administrativos e outros custos indiretos;
d) custos incorridos quando o ativo já está nas condições planejadas pela entidade, mas está aguardando
pelo uso; e
e) perdas operacionais iniciais, tais como aquelas incorridas enquanto a demanda para os produtos do ativo
está aumentando gradualmente.

5.2.2 - Ativo intangível gerado internamente

Por vezes é difícil avaliar se um ativo intangível gerado internamente se qualifica para o
reconhecimento, devido às dificuldades para:

a) identificar se, e quando, existe um ativo identificável que gerará benefícios econômicos futuros
esperados; e
b) determinar com segurança o custo do ativo. Em alguns casos não é possível separar o custo incorrido
com a geração interna de ativo intangível do custo da manutenção ou melhoria do ágio derivado da
expectativa de rentabilidade futura (goodwill) gerado internamente ou com as operações regulares (do
dia-a-dia) da entidade.

Para avaliar se um ativo intangível gerado internamente atende aos critérios de reconhecimento, a
entidade deve classificar a geração do ativo:

(a) na fase de pesquisa; e/ou


(b) na fase de desenvolvimento.

Caso a entidade não consiga diferenciar a fase de pesquisa da fase de desenvolvimento de projeto
interno de criação de ativo intangível, o gasto com o projeto deve ser tratado como incorrido apenas na fase de
pesquisa.

Fase de pesquisa

Nenhum ativo intangível resultante de pesquisa (ou da fase de pesquisa de projeto interno) deve ser
reconhecido. Os gastos com pesquisa (ou da fase de pesquisa de projeto interno) devem ser reconhecidos como
despesa quando incorridos.

Fase de desenvolvimento

Um ativo intangível resultante de desenvolvimento (ou da fase de desenvolvimento de projeto interno)


deve ser reconhecido somente se a entidade puder demonstrar todos os aspectos a seguir enumerados:

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i). viabilidade técnica para concluir o ativo intangível de forma que ele seja disponibilizado para uso ou
venda;
ii). intenção de concluir o ativo intangível e de usá-lo ou vendê-lo;
iii). capacidade para usar ou vender o ativo intangível;
iv). forma como o ativo intangível deve gerar benefícios econômicos futuros. Entre outros aspectos, a
entidade deve demonstrar a existência de mercado para os produtos do ativo intangível ou para o próprio
ativo intangível ou, caso este se destine ao uso interno, a sua utilidade;
v). disponibilidade de recursos técnicos, financeiros e outros recursos adequados para concluir seu
desenvolvimento e usar ou vender o ativo intangível; e
vi). capacidade de mensurar com segurança os gastos atribuíveis ao ativo intangível durante seu
desenvolvimento.

O custo de ativo intangível gerado internamente inclui todos os gastos diretamente atribuíveis,
necessários à criação, produção e preparação do ativo para ser capaz de funcionar da forma pretendida pela
administração. Exemplos de custos diretamente atribuíveis:

a) gastos com materiais e serviços consumidos ou utilizados na geração do ativo intangível;


b) custos de benefícios a empregados relacionados à geração do ativo intangível;
c) taxas de registro de direito legal; e
d) amortização de patentes e licenças utilizadas na geração do ativo intangível.

Os seguintes itens não são componentes do custo de ativo intangível gerado internamente:

a) gastos com vendas, administrativos e outros gastos indiretos, exceto se tais gastos puderem ser atribuídos
diretamente à preparação do ativo para uso;
b) ineficiências identificadas e prejuízos operacionais iniciais incorridos antes do ativo atingir o desempenho
planejado; e
c) gastos com o treinamento de pessoal para operar o ativo.

5.2.3 – Aquisição como parte de uma Combinação de Negócios

Se um ativo intangível for adquirido em uma combinação de negócios, o seu custo é o valor justo na
data de aquisição, o qual reflete as expectativas sobre a probabilidade de que os benefícios econômicos futuros
incorporados no ativo serão gerados em favor da entidade. Em outras palavras, a entidade espera que haja
benefícios econômicos em seu favor, mesmo se houver incerteza em relação à época e ao valor desses
benefícios econômicos.

Portanto, o adquirente deve reconhecer na data da aquisição, separadamente do ágio derivado da


expectativa de rentabilidade futura (goodwill) apurado em uma combinação de negócios, um ativo intangível da
adquirida, independentemente de o ativo ter sido reconhecido pela adquirida antes da aquisição da empresa. Isso
significa que a adquirente reconhece como ativo, separadamente do ágio derivado da expectativa de
rentabilidade futura (goodwill), um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da adquirida se o
projeto atender à definição de ativo intangível.

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Se um ativo intangível for adquirido em uma combinação de negócios, o seu custo deve ser o valor justo
na data de aquisição, o qual reflete as expectativas sobre a probabilidade de que os benefícios econômicos
futuros incorporados no ativo serão gerados em favor da entidade. Em outras palavras, a entidade espera que
haja benefícios econômicos em seu favor, mesmo se houver incerteza em relação à época e ao valor desses
benefícios econômicos.

Se um ativo adquirido em uma combinação de negócios for separável ou resultar de direitos contratuais
ou outros direitos legais, considera-se que exista informação suficiente para mensurar com confiabilidade o seu
valor justo.

O adquirente deve reconhecer na data da aquisição, separadamente do ágio derivado da expectativa de


rentabilidade futura (goodwill) apurado em uma combinação de negócios, um ativo intangível da adquirida,
independentemente de o ativo ter sido reconhecido pela adquirida antes da aquisição da empresa. Isso significa
que a adquirente reconhece como ativo, separadamente do ágio derivado da expectativa de rentabilidade futura
(goodwill), um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da adquirida se o projeto atender à
definição de ativo intangível. Um projeto de pesquisa e desenvolvimento em andamento da adquirida atende à
definição de ativo intangível quando:

a). corresponder à definição de ativo; e


b). for identificável, ou seja, é separável ou resulta de direitos contratuais ou outros direitos legais.
Se um ativo intangível adquirido em uma combinação de negócios for separável ou resultar de direitos
contratuais ou outros direitos legais, considera-se que o seu valor justo pode ser mensurado com confiabilidade.
Quando, para as estimativas utilizadas na avaliação do valor justo de ativo intangível, existir uma gama de
resultados possíveis, com diferentes probabilidades, a incerteza passa a fazer parte da determinação do valor
justo.

5.3 - Goodwill

O goodwill adquirido em uma combinação de negócios e, portanto, reconhecido como tal, representa os
benefícios econômicos que surgem dos outros ativos adquiridos na combinação, que são incorporados ao
goodwill por não serem nem individualmente identificados nem separadamente reconhecidos.

O goodwill gerado internamente não é reconhecido como um ativo porque ele não é um recurso
identificável – não é separável nem surge de acordos legais – nem é controlado pela entidade. Adicionalemnte, é
pouco provável que a entidade consiga atribuir custos incorridos à geração desse goodwill.

5.4 – Amortização

A entidade deve avaliar se a vida útil de ativo intangível é definida ou indefinida e, no primeiro caso, a
duração ou o volume de produção ou unidades semelhantes que formam essa vida útil. A entidade deve atribuir
vida útil indefinida a um ativo intangível quando, com base na análise de todos os fatores relevantes, não existe
um limite previsível para o período durante o qual o ativo deverá gerar fluxos de caixa líquidos positivos para a
entidade.

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O valor amortizável de ativo intangível com vida útil definida deve ser apropriado de forma
sistemática ao longo da sua vida útil estimada. A amortização deve ser iniciada a partir do momento em que o
ativo estiver disponível para uso, ou seja, quando se encontrar no local e nas condições necessários para que
possa funcionar da maneira pretendida pela administração. A amortização deve cessar na data em que o ativo é
classificado como mantido para venda ou incluído em um grupo de ativos classificado como mantido para venda
ou, ainda, na data em que ele é baixado, o que ocorrer primeiro. O método de amortização utilizado reflete o
padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros. Se não for possível determinar esse padrão
com segurança, deve ser utilizado o método linear.

Um Ativo intangível com vida útil indefinida não deve ser amortizado. Em seu lugar, a entidade deve
testar a perda de valor dos ativos intangíveis com vida útil indefinida comparando o seu valor recuperável com o
seu valor contábil:

i). anualmente; e
ii). sempre que existam indícios de que o ativo intangível pode ter perdido valor.

Exercícios – Ativos Intangíveis

1) - (Petrobras-2008/Cesgranrio) Um dos problemas da harmonização contábil reside nos gastos


desembolsados com pesquisa e desenvolvimento que, a cada dia que passa, vão tendo relevância maior, com
destaque para as áreas de Saúde e Química.
De acordo com as normas internacionais de Contabilidade, os gastos com pesquisa devem ser
a) ativados, se há projeto claramente definido.
b) b) ativados, independente do prazo de amortização.
c) ativados, quando estiverem sujeitos a fortes investimentos.
d) tratados sempre como despesa.
e) considerados como despesa, quando incorridos.

2) - (BNDES – 2008/Cesgranrio) Um dos critérios analisados pelos órgãos internacionais de contabilidade diz
respeito aos gastos com pesquisa e desenvolvimento. Qual o tratamento contábil internacional recomendado
para esses gastos?

(a) Deverão ser capitalizados como Ativo e amortizados durante o período esperado de futuros
benefícios econômicos, não superiores a 10 anos.
(b) Deverão ser capitalizados como Ativo e amortizados durante o período esperado de benefícios
futuros, sendo o prazo dos gastos com pesquisa de 5 anos, e o de gastos com desenvolvimento, de
até 10 anos.
(c) Devem ser levados a resultado do exercício imediatamente, quando incorridos, em razão da
incerteza dos benefícios econômicos futuros.
(d) Os gastos com pesquisa deverão ser capitalizados como Ativo durante o período mínimo de 5 anos,
enquanto os gastos com desenvolvimento deverão ser levados a resultado, tão logo tenham sido
incorridos.
(e) (E) Os gastos com pesquisa deverão ser reconhecidos como Despesa do Exercício, quando
incorridos, e os gastos com desenvolvimento poderão ser capitalizados no Ativo, se atendidas
certas condições.

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Atenção: Os exercícios a seguir foram extraídos do livro Contabilidade Internacional para Graduação,
do Nelson Carvalho e SirleiLemes, Editora Atlas – 2010 (pág.208) .

3) - Estudo de Caso 2 (pág.209)

Dados:

(a) Custos pré-operacionais para abertura do negócio;


(b) Software contábil desenvolvido internamente para uso da própria empresa;
(c) Projeto de um plano piloto, já comprovado, que será produzido comercialmente;
(d) Licenças e royalties;
(e) Direitos de transmissão e operação;
(f) Compra de goodwill em uma combinação de negócios;
(g) Licença de produção de esteróides por meio de uma concessão governamental;
(h) Custo de cursos realizados pelos administradores para qualificação;
(i) Propaganda na televisão que irá estimular as vendas de uma indústria tecnológica;
Pede-se: Quais dos custos acima podem ser capitalizados de acordo com a IAS 38 e quais deles serão tratados
como despesas, quando incorridos?

4) - Estudo de Caso 4 (pág.211)

Dados:

A Cia.Cyrcus, um laboratório farmacêutico, tem uma patente registrada de determinada droga, cuja produção e
venda gerará um fluxo de caixa estimado para a entidade por 12 anos. A entidade tem um acordo com um
laboratório de um governo estrangeiro que comprará da Cia Cyrcus a referida patente ao final de seis anos por
40% do seu valor da data de aquisição.
Pede-se: Descreva como a Cia. Cyrcus deve tratar a patente, quanto ao reconhecimento, amortização e teste de
impairment, sabendo-se que ela atende aos critérios de reconhecimento de um ativo intangível.

5) - Estudo de Caso 6 (pág.212)

Dados:

A Cia.Aérea Atlântida possui autorização para operar deerminada rota aérea bastante lucrativa entre Nova
Iorque e Londres. A autorização pode ser renovada a cada quatro anos, desde que a entidade cumpra com as
normas e regulamentações envolvendo a renovação , o que a compahia pretende fazer. As renovações da
autorização são concedidas a um custo mínimo e historicamente a Cia Aérea Atlântida tem conseguido atender
às exigências e fazer a renovação. A empres espera fornecer o serviço indefinidamente entre o principal
aeroporto de cada uma das duas cidades e prevê que a infraestrutura necessária continuará sendo
disponibilizada pelos aeroportos enquanto ela detiver a auorização de operação. Essa análise da entidade é
suportada por evidências sobre a demanda e o Fluxo de Caixa.

Pede-se: Como a Cia Aérea Atlântida deverá tratar a vida útil da autorização para operar a citada rota aérea?

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6) - Estudo de Caso 7 (pág.212)

Dados:

Considernado os dados do Estudo de Caso anterior, suponha qua a autoridade que concede as licenças para
operações de rotas aéreas decide não mais renovar a autorização da Cia Aérea Atlântida e promoverá um leilão
para essa e outras rotas. Quando ocorre essa mudança, a autorização atual tem ainda três anos até sua expiração
e a companhia prevê que a rota aérea continuará a gerar fluxo de caixa por esse período de três anos.

Pede-se: Como a Cia. Aérea Atlântida deverá tratar a vida útil da autrização para operar a citada rota aérea?

7) – Um ativo intangível é identificável se: (pág213)


(a) ele pode ser separado da entidade e negociado ou surge por meio de um contrato;
(b) ele é claramente identificado no plano de contas da empresa;
(c) ele é incluído no goodwill em uma combinação de negócios;
(d) a entidade tem o poder de obter seus benefícios econômicos e de restringir o acesso de terceiros a esses
benefícios;
(e) ele somente derivar de combinações de negócios.

8) – As três condições para atendimento do conceito de ativo intangível são: (pág214)


(a) geração de benefícios econômicos, separabilidade e controle;
(b) controle, geração de benefícios futuros e identificabilidade;
(c) separabilidade, propriedade e mensuração confiável;
(d) identificabilidade, posse e separabilidade;
(e) identificabilidade, mensuração confiável e geração de benefícios futuros.

9) - Para um ativo intangível com vida útil indefinida é correto afirmar que: (pág215)
(a) A entidade não consegue prever o período de geração de benefícios econômicos desse ativo;
(b) Ele foi adquirido em uma combinação de negócios e a adquirente não tem informações detalhadas sobre
sua vida útil;
(c) Após análises, a entidade conclui que o ativo tem vida útil infinita;
(d) Uma vez classificada como indefinida, essa vida útil não poderá mais ser alterada;
(e) Ele deve ser amortizado pelo período máximo que a entidade estima que durarão seus negócios como um
todo.

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6 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS

Regulamentação: CPC 18 aprovado pela Deliberação CVM nº 605 de 26/11/2009

Um investimento ou uma participação de uma entidade em instrumentos patrimoniais (normalmente ações ou


cotas do capital social) de outra entidade deve ser contabilizado de acordo com a essência do relacionamento
entre Investidora e Investida.

Relacionamento da Invetidora Classificação da Investida Tratamento do Investimento na


com a Investida na Investidora Investidora

Pouca/Nenhuma influência Instrumento Financeiro Valor Justo (ou Custo)

Influência Significativa Coligada MEP sem Consolidação

Controle Conjunto Controlada em Conjunto MEP sem Consolidação

Controle Controlada MEP com Consolidação

6.1 – Considerações acerca do Método do Custo

Por este método, os investimentos são registrados pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para
perdas, quando necessário. As receitas deste investimento são reconhecidas pelos dividendos, considerada como
operacional mas em subgrupo a parte. Em resumo, esse método baseia-se no fato de que a investidora registra
somente as operações ou transações baseadas em atos formais, pois, de fato, os dividendos são registrados como
receita no momento em que são declarados e distribuídos, ou reconhecidos pela empresa investida.
Dessa forma, no método de custo não importa quando ou quanto foi gerado de lucro ou reserva, mas sim
as datas e atos formais na sua distribuição. Com isso, deixa-se de reconhecer, na empresa investidora, os lucros
e reservas gerados e não distribuídos pela coligada.

6.2 – Aspectos Legais do uso do Método da Equivalência Patrimonial

Art. 248 da Lei 11.38/2007

“No Balanço Patrimonial da companhia, os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha
influência significativa, ou de que participe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em
controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão
avaliados pelo método da equivalência patrimonial, de acordo com as seguintes regras: (...)”

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Art. 1 do CPC 18 / Delib. CVM nº 605/2009

Este Pronunciamento deve ser aplicado na contabilização dos investimentos em coligadas e em


controladas. Contudo, ele não se aplica aos investimentos em coligadas e em controladas mantidos por:
(a) organizações de capital de risco; e
(b) fundos mútuos, trustes, entidades fiduciárias e entidades similares, incluindo fundos de seguro
vinculados a investimentos; os quais, no reconhecimento inicial, tenham sido (i) designados
(classificados) como mensurados ao valor justo por meio do resultado; ou (ii) classificados como
instrumentos financeiros mantidos para negociação de acordo com os requisitos do Pronunciamento
Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

6.3 – Definições de Termos

6.3.1 - Coligada é uma entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma
parceria, sobre a qual o investidor tem influência significativa e que não se configura como controlada ou
participação em empreendimento sob controle conjunto (joint venture).

6.3.2 - Controlada é a entidade, incluindo aquela não constituída sob a forma de sociedade tal como uma
parceria, na qual a controladora, diretamente ou por meio de outras controladas, é titular de direitos de sócio
que lhe assegurem, de modo permanente, preponderância nas deliberações sociais e o poder de eleger a maioria
dos administradores.

6.3.3 - Controle é o poder de governar as políticas financeiras e operacionais da entidade de forma a obter
benefícios de suas atividades.

6.3.4 - Controle conjunto é o compartilhamento do controle, contratualmente estabelecido, sobre uma atividade
econômica que existe somente quando as decisões estratégicas, financeiras e operacionais relativas à atividade
exigirem o consentimento unânime das partes que compartilham o controle (os empreendedores).

6.3.5 - Influência significativa é o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais da investida, sem
controlar de forma individual ou conjunta essas políticas.
Se o investidor mantém, direta ou indiretamente (por exemplo, por meio de controladas), vinte por
cento ou mais do poder de voto da investida, presume-se que ele tenha influência significativa, a menos que
possa ser claramente demonstrado o contrário
A existência de influência significativa por investidor geralmente é evidenciada por uma ou mais das
seguintes formas:
(a) representação no conselho de administração ou na diretoria da investida;
(b) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões sobre dividendos e
outras distribuições;
(c) operações materiais entre o investidor e a investida;
(d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou
(e) fornecimento de informação técnica essencial.

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6.4 – O Método da Equivalência Patrimonial

Pelo método de equivalência patrimonial, um investimento em coligada e em controlada (neste caso, no


balanço individual) é inicialmente reconhecido pelo custo e o seu valor contábil será aumentado ou diminuído
pelo reconhecimento da participação do investidor nos lucros ou prejuízos do período, gerados pela investida
após a aquisição.

6.4.1 – Ajuste no valor do Investimento na Investidora

O CPC 18 determina o seguinte tratamento a ser aplicado aos investimentos em função das variações no
Patrimônio Líquido da Investida.
a) A parte do investidor no lucro ou prejuízo do período da investida é reconhecida no lucro ou prejuízo do
período do investidor.
b) As distribuições recebidas da investida reduzem o valor contábil do investimento.
c) Ajustes no valor contábil do investimento também são necessários pelo reconhecimento da participação
proporcional do investidor nas variações de saldo dos componentes dos outros resultados abrangentes da
investida, reconhecidos diretamente em seu patrimônio líquido.

6.5 – Reconhecimento e Mensuração do Investimento

Como se sabe, o valor da participação societária na contabilidade da investidora é ajustado sempre que
o Patrimônio Líquido (PL) da investida sofre variações. Sendo assim, se o PL da Investida, o investimento na
Investidora também aumenta; se o PL da Investida diminui, o Investimento na Investidora também diminui.
A contrapartida (devedora ou credora) desse ajuste no valor do investimento registrado na investidora
dependerá da natureza dessas variações no PL da investida.

6.5.1 – Reconhecimento Inicial

Um investimento em outra sociedade é contabilizado pelo MEP a partir da data em que ela se torna sua
coligada, controlada ou controlada em conjunto e esse investimento é inicialmente reconhecido pelo custo e
subsequentemente ajustado pelo reconhecimento da parte do investidor nos lucros ou prejuízos do período
gerados pela investida, bem como pela parte do investidor nas variações de saldo dos demais componentes do
patrimônio líquido da coligada.
No entanto, pode ocorrer de um investidor adquirir uma participação por um valor superior (ou
inferior) à sua participação porporcional no patromônio líquido da investida. Neste caso a empresa precisará
reconhecer, separadamente do Investimento, a existência de Mais Valia de ativos líquidos da Investida, do
Ágio por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill) ou do Ganho por compra vantajosa (deságio). Este
assunto será tratado no item 1.6.

6.5.2 – Lucros / Prejuízos na Investida

A variação mais comum do PL da investia ocorre quando ela incorre em lucro ou prejuízo no exercício.
Em caso de lucro, o PL da investida aumenta, ocorrendo o inverso quando há prejuízo.
Nesse caso, a contrapartida do ajuste no valor do investimento deve ser registrada em conta de
resultado operacional na investidora: resultado positivo (em caso de lucro na investida) ou negativo (prejuízo)
da equivalência patrimonial. A justificativa para esse procedimento é que ambas empresas têm suas
administrações interligadas.

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6.5.3 – Dividendos Distribuídos

Os dividendos devem ser registrados a crédito da própria conta de participação societária na investido-
ra. Esse procedimento também é justificado pelo fato de o referido pagamento reduzir o PL da investida;
conseqüentemente, o valor contábil do investimento também deve ser reduzido na contabilidade da investidora.
A contrapartida deverá ser o respectivo crédito a receber: Dividendos a Receber / Disponível.

6.5.4 – Integralização de Capital

Caso a investida aumente seu capital com incorporação de reservas (sejam de capital, de lucros ou de
reavaliação), seu patrimônio líquido (PL) permanecerá inalterado e a investidora não precisará efetuar qualquer
ajuste no valor de sua participação societária.
Entretanto, se a investida promover aumento de capital com subscrição de ações novas, a serem
integralizadas em dinheiro ou bens, o PL da investida aumentará e a investidora precisará ajustar o valor de seu
investimento em sua contabilidade.
Há que se estabelecer a diferença entre as possibilidades distintas: a subscrição da investidora pode ser
proporcional à sua participação no capital da investi da ou não.

6.5.4.1 – Subscrição Proporcional

Em caso de subscrição proporcional, o aumento do valor da participação societária na investidora terá


como contrapartida a própria saída do numerário (crédito do Disponível) ou dos outros bens de seu Ativo
utilizados para integralização. Caso a integralização seja efetuada com outros bens do Ativo da investidora, a
contrapartida credora do lançamento, em vez de ser o Disponível, seriam as contas representativas desses bens.

6.5.4.2 – Subscrição Não Proporcional – Aumento de Participação Societária


No caso de a investidora subscrever e integralizar porcentagem maior (ou menor) do aumento de
capital que o de sua participação societária, o aumento do valor do investimento será maior (ou menor) do que
o de seus bens utilizados na integralização, gerando, um ganho ou perda de capital, em função da alteração na
porcentagem de participação no capital da investida.
Neste caso, a empresa deve registrar o acréscimo na participação acionária calculada sobre as reservas
então existentes, de que a emrpesa se beneficiou em detrimento dos demais acionistas que não subscreveram o
mesmo percentual de participação. A Investidora deverá registrar esta diferença a débito da conta de
Investimentos e a crédito da conta “Outros Resultados Abrangentes – Ganho por Variação de Participação no
Capital de Coligada”, no seu Patrimônio Líquido.

6.5.4.3 – Subscrição Não Proporcional – Redução de Participação Societária


Neste caso a lógica é a mesma do item anterior, mas neste caso a investidora subcreve e integraliza
porcentagem inferior do aumento de capital que o de sua participação societária. Sendo assim, a Investidora
deverá registrar esta diferença a crédito da conta de Investimentos e a débitoo da conta “Outros Resultados
Abrangentes – Perda por Variação de Participação no Capital de Coligada”, no seu Patrimônio Líquido.

6.5.5 – Ajustes de Exercícios Anteriores


O registro de ajustes de períodos anteriores é feito diretamente no PL da entidade, sem transitar pelas contas de
resultado. O objetivo é respeitar o princípio da competência, evitando contaminar o resultado do exercício com
ajustes que nada tenham a ver com as receitas auferidas e despesas incorridas no exercício corrente.

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De acordo com o Fipecafi (p.178), este ajuste será feito de forma reflexa na Investidora, como Ajuste de
Exercícios Anteriores em Lucros Acumulados.

6.5.6 – Outros Resultados Abrangentes


A equivalência patrimonial sobre os outros resultados abrangentes da investida deve ser reconhecida,
na investidora, também diretamente contra seu patrimônio líquido, como parte dos outros resultados
abrangentes da investidora.
Dessa forma, não transitam pelo resultado da investidora como resultado de equivalência patrimonial as
mutações do patrimônio líquido da investida que não transitam ou só transitarão futuramente pelo resultado da
investida, tais como: ajustes por variação cambial de investimentos no exterior e ganhos ou perdas de
conversão; determinados ganhos e perdas atuariais; variações no valor justo de ativos financeiros disponíveis
para; variações ao valor justo de instrumentos de hedge em contabilidade de hedg; realizações de reservas de
reavaliação; etc.

6.6 – Resultados não realizados de operações intercompanhias


Ao se proceder à avaliação dos investimentos pelo método da equivalência patrimonial, deve-se,
preliminarmente, verificar a existência de resultados não realizados de negócios efetuados entre ela e a própria
investidora; outras companhias coligadas da investidora; e outras companhias controladas pela investidora.
O objetivo desse procedimento,é evitar que haja um inchamento artificial dos lucros da investida em
virtude de transações realizadas no âmbito do grupo de empresas que venha a ter como conseqüência o próprio
aumento do lucro da investidora (ou de suas coligadas e controladas) pela equivalência patrimonial.

6.6.1 - Lucros não realizados em operações com coligada

Nas operações de vendas de ativos de uma investidora para uma coligada (downstream), são
considerados lucros não realizados, na proporção da participação da investidora na coligada, aqueles obtidos
em operações de ativos que, à época das demonstrações contábeis, ainda permaneçam na coligada. Por
definição, essa coligada deve ter um controlador que não seja essa investidora a fim de que sobre a investidora
e a coligada possa existir apenas relação de significativa influência e não de controle, e para que ambas não
sejam consideradas sob controle comum. Equiparam-se a venda, para fins de lucro não realizado, os aportes de
ativos para integralização de capital na investida.
Dessa forma, na venda da investidora para a coligada é considerada realizada, na investidora, a parcela
do lucro proporcional à participação dos demais sócios na coligada que sejam partes independentes da
investidora ou dos controladores da investidora. Afinal, a operação de venda se dá entre partes independentes,
por ter a coligada um controlador diferente do controlador da investidora. Aplicam-se esses procedimentos
também para o caso de coligada sem sócio controlador.
A operação de venda deve ser registrada normalmente pela investidora e o não reconhecimento do
lucro não realizado se dá pela eliminação, no resultado individual da investidora (e se for o caso no resultado
consolidado), da parcela não realizada e pelo seu registro a crédito da conta de investimento, até sua efetiva
realização pela baixa do ativo na coligada. Não é necessário eliminar na demonstração do resultado da
investidora as parcelas de venda, custo da mercadoria ou produto vendido, tributos e outros itens aplicáveis já
que a operação como um todo se dá com genuínos terceiros, ficando como não realizada apenas a parcela
devida do lucro. Devem ser reconhecidos, quando aplicável, conforme Pronunciamento Técnico CPC 32 –
Tributos Sobre o Lucro, os tributos diferidos.
Na investidora, em suas demonstrações individuais e, se for o caso, nas consolidadas, a eliminação de
que trata o item 51 se dá na linha de resultado de equivalência patrimonial, com destaque na própria
demonstração do resultado ou em nota explicativa.

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Nas operações de venda da coligada para a investidora, os lucros não realizados por operação de ativos
ainda em poder da investidora ou de suas controladas são eliminados da seguinte forma: do valor da
equivalência patrimonial calculada sobre o lucro líquido da investida é deduzida a integralidade do lucro
considerado como não realizado pela investidora.
A existência de transações com ativos que gerem prejuízos é, normalmente, evidência de necessidade
de reconhecimento de impairment conforme Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos, o que leva à não eliminação da figura desse prejuízo. Esse conceito aplica-se também
para as operações com controlada e com joint venture.

6.6.2 - Lucros não realizados em operações com controlada

Nas operações com controladas os lucros não realizados são totalmente eliminados tanto nas operações
de venda da controladora para a controlada, quanto da controlada para a controladora ou entre as controladas.
Nas demonstrações individuais, quando de operações de vendas de ativos da controlada para a
controladora ou entre controladas, a eliminação do lucro não realizado se faz no cálculo da equivalência
patrimonial, deduzindo-se, do percentual de participação da controladora sobre o resultado da controlada, cem
por cento do lucro contido no ativo ainda em poder do grupo econômico. Nas demonstrações consolidadas, o
excedente desses cem por cento sobre o valor decorrente do percentual de participação da controladora no
resultado da controlada é reconhecido como devido à participação dos não controladores.

6.6.3 - Lucros não realizados em operações com controlada em conjunto (joint venture)

Nas operações de venda de ativos da investidora para a controlada em conjunto, o investidor considera
como lucro realizado apenas a parcela relativa à participação dos demais investidores na controlada em
conjunto, que são terceiros independentes, como no caso da operação com coligada.
Nas operações de venda de ativos da controlada em conjunto para a investidora, a investidora considera
esse lucro na joint venture como não realizado como se a joint venture fosse uma controlada comum.
Nas operações de venda de bens da controlada em conjunto para os demais investidores, partes
independentes da investidora, não há lucro não realizado sob a ótica da entidade investidora.

6.7 – Tratamento Contábil do Ágio e do Deságio

6.7.1 – Conceituação
Conforme exposto anteriormente, quando a investidora adquire uma participação societária que, em
função dos critérios expostos anteriormente, será avaliada pelo MEP, é feita uma primeira equivalência
patrimonial comparando-se o custo da aquisição do investimento com seu valor que tem como base o
patrimônio líquido da investida, que será utilizado para o registro contábil da participação societária na
investidora.
No entanto, pode ocorrer de um investidor adquirir uma participação por um valor superior (ou
inferior) à sua participação porporcional no patromônio líquido da investida. Neste caso a empresa precisará
reconhecer, separadamente do Investimento:

a) No caso de aquisição por um valor superior a seu valor contábil:


- Mais Valia de ativos líquidos
- Ágio por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill)

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b) No caso de aquisição por um valor inferior a seu valor contábil:


- Ganho por compra vantajosa (deságio)

6.7.2 – Determinação da Mais-valia, do Ágio ou Deságio


Na segregação do valor do Investimentos dos valores de Mais-valia, do Ágio ou Deságio,
primeiramente, os ativos e passivos da entidade cujos instrumentos patrimoniais (normalmente ações ou cotas
do capital social) foram adquiridos devem ser ajustados, mesmo que extracontabilmente, com relação a todas as
práticas contábeis relevantes utilizadas pela adquirente.
A seguir, para fins de determinação do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) ou do
ganho por compra vantajosa, todos os ativos e passivos da investida devem ser reconhecidos e mensurados
conforme o CPC 15 – Combinação de Negócios, cuja regra geral de mensuração é o valor justo.
Portanto, o reconhecimento e mensuração dos ativos líquidos da entidade cujo controle foi obtido (em
uma combinação de negócios) devem seguir as determinações do Pronunciamento Técnico CPC 15, que pode
fazer, então, com que:
(a) haja inclusão de ativos existentes na investida, mas não reconhecidos nas demonstrações contábeis dessa
investida (como é o caso de determinados ativos intangíveis não contabilizados na investida porque, por
exemplo, gerados por ela sem condição de ativação, mas que podem agora ser reconhecidos e avaliados
objetivamente de forma individual), bem como;
(b) que haja a inclusão de passivos contingentes também não reconhecidos na investida (como certas
contingências fiscais, cíveis etc.), mas que tenham sido objeto de atribuição de um valor por parte do investidor
para assumi-las na aquisição, ou seja, tenham influenciado o valor pago na aquisição desses instrumentos
patrimoniais.
O montante líquido correspondente à diferença entre o valor justo e o valor contábil do acervo líquido
cujo controle foi obtido deve ser considerado como um ajuste extracontábil ao patrimônio líquido da entidade
adquirida para fins do cômputo da equivalência patrimonial (nas demonstrações individuais da controladora),
mesmo não estando refletido nas demonstrações contábeis individuais da entidade cujo controle foi obtido, e
comporão também os saldos da entidade adquirida para fins de consolidação das demonstrações contábeis.
Na data da obtenção do controle, o montante do investimento decorrente de aquisição de controladas deve ser
registrado nas demonstrações contábeis individuais da adquirente de forma segregada, para fins de controle e
evidenciação, entre o valor do investimento proporcional ao percentual de participação sobre o patrimônio
líquido ajustado conforme item anterior, e o ágio por expectativa de resultado futuro (goodwill), no grupo de
Investimentos do ativo não circulante da seguinte maneira:

(a) o valor representado pela aplicação da percentagem de participação adquirida aplicada sobre o patrimônio
líquido da adquirida ajustado pelas práticas contábeis da investidora e com ativos e passivos a seus valores
justos (inclusive ativos anteriormente não reconhecidos e passivos contingentes que tenham influenciado no
preço da operação, conforme item anterior). Considerando-se que, como regra, nos registros contábeis originais
da entidade adquirida os ativos e passivos permanecem registrados pelos valores contábeis originais da
adquirida, sem que sejam refletidos os ajustes pelo valor justo apurados na combinação de negócios, a entidade
adquirente deve identificar todos os itens que resultem em diferenças entre os valores contábeis e os valores
justos dos ativos e passivos da adquirida para fins de controle de sua realização por amortização, depreciação,
exaustão, venda, liquidação, alteração no valor contabilizado, baixa, impairment ou qualquer outra mutação nos
registros contábeis desses ativos e passivos. Quando realizadas essas diferenças entre valor contábil e valor justo
de ativos e passivos da adquirida, deve a entidade adquirente realizar sua parte quando do reconhecimento do
resultado de equivalência patrimonial. Afinal, o resultado da adquirida terá sido produzido com base nos valores
históricos nela registrados, mas para a adquirente esses ativos e passivos terão sido adquiridos por valores justos
da data da obtenção do controle. Esse investimento mensurado pela parte da controladora no valor justo dos

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ativos líquidos da adquirida, por consequência, deve ser subdividido para fins de controle, na entidade
adquirente, em:
(i) parcela relativa à equivalência patrimonial sobre o patrimônio líquido contábil da adquirida; e

(ii) parcela relativa à diferença entre (i) e a parte da adquirente no valor justo dos ativos líquidos da
adquirida, mensurados de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 15, na data da obtenção do
controle. Essa parcela representa a mais valia derivada da diferença entre o valor justo e o valor contábil
dos ativos líquidos da adquirida.

(b) O ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), representado pela diferença positiva entre o
valor pago (ou valores a pagar) e o montante líquido proporcional adquirido do valor justo dos ativos e passivos
da entidade adquirida. Notar que esse ágio só é classificado no subgrupo de Intangíveis no balanço consolidado,
conforme CPC 04 – Ativo Intangível, nunca no balanço individual, onde permanece no subgrupo de
Investimentos; afinal, o goodwill é da adquirida (a capacidade de geração de rentabilidade futura é da
adquirida), pago pela adquirente; para esta, individualmente, representa parte do custo de seu investimento,
mesmo que sujeito a impairment e, eventualmente, a amortização. Há situações especiais nas hipóteses de
aquisição de controle em que o Pronunciamento Técnico CPC 15 - Combinação de Negócios dispõe de forma
diferente.
No balanço consolidado, o ágio (goodwill) fica registrado no subgrupo do Ativo Intangível por se
referir à expectativa de rentabilidade da controlada adquirida, cujos ativos e passivos estão consolidados nos da
controladora. Já no balanço individual da controladora, esse ágio fica no seu subgrupo de Investimentos, do
mesmo grupo de Ativos Não Circulantes, porque, para a investidora, faz parte do seu investimento na aquisição
da controlada, não sendo ativo intangível seu (como dito atrás, a expectativa de rentabilidade futura – o genuíno
intangível – é da controlada). O processo de reconhecimento de impairment, por outro lado, se aplica
igualmente à conta de ágio (goodwill) no balanço consolidado e à subconta também de ágio (goodwill) no
balanço individual.
A conta de Investimento deve ser detalhada em notas explicativas quanto aos seus três componentes (se
existirem): valor patrimonial da participação da controladora no valor contábil do patrimônio líquido da
controlada adquirida, valor da mais valia dos ativos líquidos adquiridos atribuída à controladora e ágio por
rentabilidade futura (goodwill) atribuído à controladora.
No caso de aplicação da equivalência patrimonial em coligadas ou controladas em conjunto, o ágio por
expectativa de rentabilidade futura (goodwill), no balanço da entidade investidora, permanece registrado dentro
do subgrupo Investimento no Ativo Não Circulante, não podendo ser apresentado no subgrupo dos Ativos
Intangíveis.

6.7.2.1 - Deságio
Na eventualidade de apuração de ganho por compra vantajosa, o registro contábil deve ser feito
conforme previsto no Pronunciamento CPC 15 – Combinação de Negócios, o que redundará em
reconhecimento de ganho na entidade adquirente.

6.7.3 – Realização do Ágio

A realização da Mais-valia registrada na investidora deverá ser efetuada:


a) na proporção em que o ativo for sendo realizado na investida por depreciação, amortização ou
exaustão; ou
b) em caso de alienação, baixa ou perecimento do investimento.
A realização do Ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill), não será amortizado e sofrerá os efeitos

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do teste de recuperabilidade (impairment) conforme CPC 01, ou, ainda, por alienação ou perecimento do
investimento. Em função de o ágio fundamentado em rentabilidade futura (goodwill), integrar o valor contábil
do investimento na coligada (não é reconhecido separadamente), ele não é testado separadamente em relação ao
seu valor recuperável. Em vez disso, o valor contábil total do investimento é que é testado como um único ativo,
em conformidade com o disposto no Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de
Ativos, pela comparação de seu valor contábil com seu valor recuperável (valor de venda líquido dos custos
para vender ou valor em uso, dos dois o maior).

6.8 – Investidas com Patrimônio Líquido Negativo

Quando a investida incorre em prejuízos nas suas operações, seu patrimônio líquido diminui e a
investidora deve ajustar negativamente o valor de seu investimento, conforme já explicado anteriormente. Se
os prejuízos ocorrerem em exercícios sucessivos, poderá ocorrer a anulação do patrimônio líquido da investida,
provocando igual situação no valor contábil da participação societária de propriedade da investidora.
Pode acontecer, também, que os sucessivos prejuízos provoquem patrimônio líquido negativo na
investida, ou seja, situação de Passivo a Descoberto (obrigações para com terceiros em montante maior que os
seus bens e direitos). Nesse caso, no exercício em que se der esse fato, a investidora deve reconhecer como
resultado negativo da equivalência apenas a parcela de sua participação no prejuízo que anule o valor contábil
do seu investimento.
Após reduzir a zero o saldo contábil da participação do investidor, perdas adicionais são consideradas,
e um passivo é reconhecido somente na extensão em que o investidor tenha incorrido em obrigações legais ou
construtivas (não formalizadas) de fazer pagamentos por conta da coligada. Se a coligada subsequentemente
apurar lucros, o investidor retoma o reconhecimento de sua parte nesses lucros somente após o ponto em que a
parte que lhe cabe nesses lucros posteriores se igualar à sua parte nas perdas não reconhecidas.

Exercícios – Avaliação de Investimentos em Coligadas e Controladas

1) → Efetue os registros contábeis dos fatos discriminados abaixo, pelo:

a) MÉTODO DO CUSTO; e

b) MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.

i) - o dia 05 de março de 2007 a Cia Brasil adquire 60% da Cia Brasilia, à vista. Na operação, foram observadas
as seguintes informações:
a) Valor pago pela Cia Brasil = R$ 800.000,00
b) Valor Contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 500.000,00
c) Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 700.000,00
d) A diferença entre o valor justo e o valor contábil da Investida estava no Imobilizado.
Efetue o lançamento contábil da operação na Investidora.

ii) - o dia 31 de dezembro de 2007 a Cia Brasília apresenta as seguintes informações:


a) Ajuste Acumulado de Conversão em Investidas no Exterior = R$ 50.000,00
b) Lucro Líquido do Exercício = R$ 150.000,00
c) Na ocasião havia Lucro não realizado, em venda realizada da Investidora para a Investida (operação
downstream), no valor de R$ 30.000,00.

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iii) - No dia 30 de Janeiro a Investida revende para terceiros as mercadorias adquiridas da Investidora.

iv) - No dia 05 de março de 2008 a Assembléia Geral da Investida aprova Distribuição de Dividendos no valor
de R$ 100.000,00.

v) - No dia 20 de abril a Cia Brasília emite ações no valor total de R$ 200.000,00. A Cia Brasil integraliza
capital na Investida no valor de sua participação.

vi) - No dia 10 de maio o Imobilizado que deu origem à Mais Valia é revendido a terceiros, gerando um lucro de
R$ 200.000,00 para a Cia Roma.

2) → Efetue os registros contábeis dos fatos discriminados abaixo, pelo :


a) MÉTODO DO CUSTO; e
b) MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL.

i) - No dia 1º de Janeiro de 2010 a Cia França adquire 70% da Cia Paris, à vista. Na operação, foram observadas
as seguintes informações:
a) Valor pago pela Cia Brasil = R$ 300.000,00
b) Valor Contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 80.000,00
c) Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Brasília = R$ 170.000,00
d) A diferença entre o valor justo e o valor contábil da Investida estava no Imobilizado.
Efetue o lançamento contábil da operação na Investidora.

ii) - No dia 31 de Dezembro de 2010 a Cia Paris apresenta as seguintes informações:


a) Ajuste Acumulado de Conversão em Investidas no Exterior = R$ 12.000,00
b) Lucro Líquido do Exercício = R$ 40.000,00
c) Na ocasião havia Lucro não realizado, em venda realizada da Investidora para a Investida (operação
downstream), no valor de R$ 10.000,00.

iii) - No dia 30 de Janeiro de 2011 a Investida revende para terceiros as mercadorias adquiridas da Investidora.

iv) - No dia 05 de março de 2011 a Assembléia Geral da Investida aprova Distribuição de Dividendos no valor
de R$ 15.000,00.

v) - o dia 10 de maio a Cia Brasília emite ações no valor total de R$ 100.000,00. A Cia Brasil integraliza capital
na Investida no valor de sua participação.

vi) - No dia 10 de maio o Imobilizado que deu origem à Mais Valia é revendido a terceiros, gerando um lucro de
R$ 90.000,00 para a Cia Roma.

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3) → Observe as seguintes informações:


A Cia Rio de Janeiro possui 60% do Capital Social da Cia Campo Grande.
O Capital Social da Cia Campo Grande é formado por 50% de ONs e 50% de PNs.
Em 2010 houve venda entre as companhias com um lucro de R$ 500.000,00.
No final do exercício apenas 40% das mercadorias haviam sido revendidas para terceiros.
A Cia Campo Grande apurou um lucro líquido de R$ 800.000,00 no final de 2010.

Com base nas informações acima, efetue o registro contábil da equivalência patrimonial, considerando as
seguintes hipóteses:
3.1) A Investidora possui 100% das ONs e 20% da PNs da Investida.
A Cia Rio de Janeiro vendeu para a Cia Campo Grande.

3.2) A Investidora possui 100% das ONs e 20% da PNs da Investida.


A Cia Cia Campo Grande vendeu para a Rio de Janeiro.

3.3) A Investidora possui 20% das ONs e 100% da PNs da Investida.


A Cia Rio de Janeiro vendeu para a Cia Campo Grande.

3.4) A Investidora possui 20% das ONs e 100% da PNs da Investida.


A Cia Cia Campo Grande vendeu para a Rio de Janeiro.

4)-Observe as seguintes informações:

A Cia Investidora possui 55% do Capital Social da Cia Investida.


O Capital Social da Cia Investida é formado por 50% de ONs e 50% de PNs.
Em 2010 houve venda entre as companhias com um lucro de R$ 30.000,00.
No encerramento do exercício apenas 60% das mercadorias haviam sido revendidas para terceiros.
A Cia Investida apurou um lucro líquido de R$ 100.000,00 no final de 2010.

Com base nas informações acima, efetue o registro contábil do lucro da investida, na Investidora, considerando
as seguintes hipóteses:

4.1) A Investidora possui 10% das PNs e 100% da ONs da Investida. A operação foi ascendente.

4.2) A Investidora possui 80% das PNs e 30% da ONs da Investida. A operação foi ascendente.

4.3) A Investidora possui 10% das PNs e 100% da ONs da Investida. A operação foi Descendente.

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5) - (VUNESP/2001 – BNDES/Contador)
A Cia. Serrana tem 60% das ações de sua controlada, a Cia. Caldense. Em 31.12.X0, sabe-se que:
1 – nos estoques da controladora, existem mercadorias que lhe foram vendidas pela controlada com um lucro de
R$ 100.00,00;
2 – o Patrimônio Líquido da controlada perfazia R$ 900.000,00.
Na escrituração da investidora, a participação societária na Cia. Caldense, avaliada pelo método da equivalência
patrimonial, conforme CPC 18, será:
(a) R$ 60.000,00; (b) R$ 260.000,00;
(c) R$ 440.000,00; (d) R$ 480.000,00;
(e) R$ 540.000,00.

6) – (ESAF/ 2005 - SET-RN / Auditor Fiscal do Tesouro Estadual)


A empresa Beta S/A, pertencendo ao mesmo ramo de atividade da empresa Alfa S/A, resolveu com ela
estabelecer uma coligação acionária. Para isso adquiriu 20% das ações emitidas por Alfa S/A, pagando R$ 3,50
por unidade, com o cheque 850.013 do Banco do Brasil S/A. A empresa Alfa S/A tem capital social no valor de
R$ 320.000,00, composto de 100 mil ações, e patrimônio líquido no valor de R$ 340.000,00.
Sabendo-se que o investimento de Beta S/A deverá ser avaliado pelo método da Eqüivalência Patrimonial,
podemos dizer que sua contabilidade deverá registrar o fato acima da seguinte forma:

a) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 64.000,00


D: Ativo Permanente - Ágio na Aquisição 4.000,00
D: Resultado - Perda de Capital / Ágio 2.000,00
C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

b) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 64.000,00


D: Ativo Permanente - Ágio na Aquisição 6.000,00
C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

c) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 68.000,00


D: Ativo Permanente - Ágio na Aquisição 2.000,00
C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

d) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 68.000,00


D: Resultado: Perda de Capital – Ágio 2.000,00
C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

e) D: Ativo Permanente - Ações de Coligadas 70.000,00


C: Ativo Circulante – Bancos c/Movimento 70.000,00

7) - (UFRJ/2005 - BNDES)
A Cia. Equity possuía um único investimento societário em sociedade controlada e dispunha, em 31/12/X1, das
seguintes informações para fins de cálculo da Equivalência Patrimonial:

Patrimônio Líquido da Controlada (já incluído o Lucro Líquido do Exercício) R$ 3.000,00


% Participação no Capital Social da Controlada 80%
Lucro Líquido do Exercício auferido pela controlada R$ 500,00
Lucros não Realizados integrantes do Lucro Líquido do Exercício da controlada R$ 200,00
Valor contábil do investimento avaliado pelo método da equivalência patrimonial R$ 2.000,00

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Considerando a Instrução CVM 247/96, o valor a ser registrado pela Controladora como resultado da
Equivalência Patrimonial do exercício de 19X1 é:
(a) R$ 240,00; (b) R$ 200,00;
(c) R$ 400,00; (d) R$ 100,00;
(e) R$ 300,00.

8) – ( FCC - 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) A Cia. Santo Amaro possui
80% das ações com direito a voto de sua controlada, a Cia. Santa Maria, que representam 40% do total do
capital social da investida. No exercício de 2005, a Cia. Santa Maria vendeu um lote de mercadorias para a
investidora por R$ 400.000,00, auferindo um lucro de R$ 100.000,00 na transação. Sabendo- se que, em
31.12.2005, o Patrimônio Líquido da controlada era de R$ 750.000,00 e que a investidora mantinha
integralmente o referido lote de mercadorias em seus estoques, a participação societária, avaliada pelo método
da equivalência patrimonial na contabilidade da Cia. Santo Amaro, corresponderá a, em R$:
a) 175.000,00 b) 200.000,00
c) 260.000,00 d) 400.000,00
e) 520.000,00

9) – (FCC / 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) O recebimento de


dividendos de participações societárias avaliados pelo custo deve ser registrado, na escrituração da empresa
investidora, a crédito de conta representativa
a) de receita operacional.
b) de receita não-operacional.
c) de resultado da eqüivalência patrimonial.
d) da própria participação societária.
e) de deságio na aquisição de investimentos.

10) – (CESGRANRIO / 2009 - TermoMacaé - Técnico de Administração) A Ind Alvorada S/A possui 4.000
quotas da Empresa Monteiro & Filhos Ltda.. Como a Alvorada não tem interesse em se desfazer dessa
participação, o montante correspondente às 4.000 quotas deverá ser registrado como Ativo
a) Circulante/Valores Mobiliários.
b) Não Circulante/Ativo Realizável a Longo Prazo/Valores Mobiliários.
c) Não Circulante/Investimentos/Participações Societárias.
d) Não Circulante/Ativo Realizável a Longo Prazo/Participações Societárias temporárias.
e) Não Circulante/Ativo Realizável a Longo Prazo/Participações em controladas e coligadas.

11) – ( CESPE/ 2009 - TCE-AC - Analista de Controle Externo) Nas sociedades por ações, os investimentos
em participação no capital social de outras sociedades, que não estejam sujeitos à aplicação do método de
equivalência patrimonial, serão avaliados pelo:
a) custo de aquisição, acrescido da valorização das ações conforme valor de negociação em bolsa.
b) custo de aquisição, acrescido das bonificações recebidas e deduzido das perdas pela queda nas cotações.
c) valor patrimonial da data de aquisição, deduzido dos dividendos distribuídos desde aquela data.
d) custo de aquisição, deduzido de provisão p/ perdas prováveis na sua realização, desde que permanentes.
e) valor de mercado à data da aquisição, deduzido de provisão para perdas eventuais.

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12) - (ENADE/2009) A empresa Floresta S.A. possui 5% do capital social da empresa Araucária, cujo
investimento é avaliado pelo método de custo, e 100% do capital social da empresa Ipê. Observe as informações
das empresas investidas, a seguir: No período não ocorreram outras alterações no Patrimônio Líquido das
empresas investidas. Em relação à variação nos saldos dos investimentos na investidora Floresta S.A., o que é
CORRETO afirmar?

a) Houve aumento de R$ 250,00 e R$ 3.000,00, respectivam., nos saldos dos investimentos em Araucária e Ipê.
b) Houve um aumento de R$ 250,00 no saldo do investimento em Araucária.
c) Houve um aumento de R$ 3.000,00 no saldo do investimento em Ipê.
d) Houve aumento de R$ 450,00 e R$ 5.000,00, respectivam., nos saldos dos investimentos em Araucária e Ipê.
e) Houve uma redução de R$ 200,00 no saldo do investimento em Araucária.

13) – ( FCC - 2010 - DNOCS - Contador) A partir da vigência da MP 449/2008, convertida na Lei nº
11.941/2009, a qual convalidou os efeitos da referida medida provisória, são avaliados pela equivalência
patrimonial, de acordo com a Lei das SAs (Lei no 6.404/1976):
a) todos os investimentos relevantes em sociedades controladas e coligadas.
b) todos os investimentos em sociedades controladas e coligadas.
c) todos os investimentos em sociedades controladas e investimentos relevantes em sociedades coligadas.
d) somente os investimentos em controladas, independentemente de serem relevantes ou não.
e) somente os investimentos em controladas e os investimentos relevantes em coligadas onde a investidora
detiver pelos menos 10% do capital votante.

14) – (CESPE - 2010 - INMETRO - Analista - Ciências Contábeis) Considerando que as participações em
outras empresas são contabilizadas e avaliadas de formas diversas, assinale a opção correta.
a) As bonificações recebidas sem custo para a companhia devem ser escrituradas como receita não operacional.
b) Classificam-se como investimentos as participações permanentes em ações que se destinem à manutenção
das atividades precípuas da companhia.
c) O valor justo dos investimentos é o valor despendido na sua aquisição, acrescido de atualização monetária.
d) Para efeito de relevância do investimento, deduzem-se do custo de aquisição os saldos dos débitos da
companhia contra as coligadas.
e) A coligação é caracterizada por influência significativa, que se presume existir quando a investidora detiver
pelo menos 20% do capital votante da investida, sem controlá-la.

15) – ( FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual ) A empresa Santa Catarina é
detentora de 60% do total das ações da empresa Blumenau e 70% do total das ações da empresa Joinville. O
patrimônio líquido em 31/12/2008 da empresa Santa Catarina era de R$ 650.000,00; da Blumenau era de R$
220.000,00 e da empresa Joinville, R$ 250.000,00. No balanço de 31/12/2009, a empresa Blumenau obteve um
lucro de R$ 85.000,00 e destinou 20% desse lucro como dividendos propostos para serem pagos em 2010. Em
31/12/2009, a empresa Joinville obteve um lucro de R$ 115.000,00 e destinou 90% como dividendos propostos
para serem pagos em 2010.
Qual o valor total da receita de equivalência patrimonial que foi registrada na contabilidade da empresa Santa
Catarina, em 31/12/2009?

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a) R$ 30.115,00
b) R$ 48.850,00
c) R$ 91.800,00
d) R$ 114.500,00
e) R$ 131.500,00

16) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual ) A empresa Investidora Nordeste é
detentora de 80% do total das ações da empresa investida Ceará e 60% do total das ações da empresa investida
Bahia. O patrimônio líquido em 31/12/2008 da Nordeste era de R$ 650.000,00; da Ceará era de R$ 450.000,00 e
da empresa Bahia, R$ 630.000,00. Durante o ano de 2009, a empresa Nordeste vendeu, com uma margem de
lucro de 30%, R$ 25.500,00 em mercadorias para a empresa Ceará e R$ 11.000,00 para a empresa Bahia. Todas
as vendas da Investidora para as Investidas ficaram nos estoques das investidas. Também durante 2009, a
empresa Ceará vendeu mercadorias para a Investidora e obteve um lucro de R$ 15.000,00 com essas vendas,
sendo que 60% dessas mercadorias ficaram em estoques na Investidora. A Bahia vendeu mercadorias para a
investidora e obteve um lucro de R$ 28.000,00 com essas vendas, sendo que 30% dessas mercadorias ficaram
em estoque na Investidora. O lucro da Ceará, obtido em 31/12/2009, foi de R$ 72.000,00 e da empresa Bahia,
foi de R$ 68.000,00.
Qual o valor da conta investimentos avaliado pelo método da equivalência patrimonial registrada na
contabilidade da empresa Nordeste, em 31/12/2009?
a) Ceará R$ 9.000,00 e na Bahia R$ 8.400,00
b) Ceará R$ 57.600,00 e na Bahia R$ 40.800,00
c) Ceará R$ 360.000,00 e na Bahia R$ 378.000,00
d) Ceará R$ 408.600,00 e na Bahia R$ 410.400,00
e) Ceará R$ 417.600,00 e na Bahia R$ 418.800,00

17) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual) A empresa Investidora Paraná é
detentora de 85% do total das ações da empresa investida Londrina e 65% do total das ações da empresa
investida Maringá. O patrimônio líquido em 31/12/2008 da Paraná era de R$ 800.000,00; da Londrina era de R$
310.000,00 e da empresa Maringá, R$ 430.000,00. No balanço de 31/12/2009, a empresa Londrina obteve um
lucro de R$ 52.000,00 e destinou 30% desse lucro como dividendos propostos para serem pagos em 2010,
enquanto a empresa Maringá obteve um lucro de R$ 58.000,00 e destinou 40% desse lucro como dividendos
propostos para também serem pagos em 2010.
Durante o transcorrer do ano de 2009, a empresa Paraná vendeu, com uma margem de lucro de 30%,
R$ 45.500,00 em mercadorias para a empresa Londrina e R$ 31.000,00 para a empresa Maringá. Todas as
vendas da Investidora para as Investidas ficaram nos estoques das investidas. A investida Londrina vendeu
mercadorias para a investidora durante o ano de 2009 e obteve um lucro de R$ 18.000,00, enquanto a empresa
Maringá obteve um lucro de R$ 32.000,00 com vendas para a controladora. Essas vendas (adquiridas das
controladas) foram revendidas para terceiros durante o ano de 2009, pela controladora. Sabe-se que a empresa
Paraná avalia seus investimentos pelo MEP - Método da Equivalência Patrimonial.
Qual o valor total da conta investimentos registrado na contabilidade da empresa Paraná, em 31/12/2009?
a) R$ 543.000,00
b) R$ 586.100,00
c) R$ 596.560,00
d) R$ 624.900,00
e) R$ 653.240,00

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18) – ( FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual) No que tange a investimentos
permanentes, podem a ser avaliados pelo MEP (método da equivalência patrimonial) os investimentos:
a) em coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência significativa, ou de que participe
com 20% ou mais do capital votante; em controladas; em outras sociedades que façam parte de um mesmo
grupo ou estejam sob controle comum.
b) em coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência significativa, ou de que participe
com 10% ou mais do capital votante, desde de que os investimentos sejam relevantes; em controladas; em
outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum.
c) em coligadas e equiparadas a coligadas desde de que os investimentos sejam relevantes e a controladora
exerça influência; em controladas; em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam
sob controle comum.
d) conforme a lei 11.638, em todos os investimentos em controladas, coligadas ou equiparadas a coligadas,
desde que haja influência e que esses investimentos sejam relevantes em relação ao capital da investidora.
e) em coligadas ou equiparadas a coligadas sobre cuja administração a investidora tenha influência
significativa, ou de que participe com 25% ou mais do capital total sem controlar; em outras sociedades que
façam parte de um mesmo grupo ou independentemente e estarem sob controle comum.

19) – ( FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC / Auditor Fiscal da Rec. Estadual) A empresa Amazonas (controladora)
detém 75% do capital total da empresa Acre (controlada) e avalia esses investimentos pelo MEP - Método da
equivalência patrimonial. O patrimônio liquido da empresa Acre era de R$ 265.000,00 e o da empresa
Amazonas era de R$ 365.000,00, em 31/12/2009. A empresa Amazonas havia vendido, durante o ano de 2009,
R$ 15.000,00 em mercadorias para a empresa Acre, com uma margem de lucro de 30% sobre o preço de venda.
No final de 2009, havia ainda 50% de mercadorias adquiridas da Amazonas, no estoque na empresa Acre.
Qual o valor da participação dos acionistas não controladores no balanço consolidado em 31/12/2009?
a) R$ 64.000,00
b) R$ 66.250,00
c) R$ 86.750,00
d) R$ 87.875,00
e) R$ 91.250,00

20) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC - Auditor Fiscal da Receita Estadual ) Assinale a alternativa correta em
relação ao conceito do MEP (método da equivalência patrimonial).
a) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que apenas lucros e prejuízos devem ser reconhecidos.
b) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que os resultados e quaisquer variações patrimoniais de uma
controlada ou coligada devem ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua geração,
independentemente de serem ou não distribuídos.
c) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que apenas os resultados de uma controladora ou coligada
devem ser reconhecidos no momento de sua geração, independentemente de serem ou não distribuídos.
d) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que os lucros e outras variações patrimoniais positivas de
uma controlada ou coligada devem ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua geração,
independentemente de serem ou não distribuídos.
e) a equivalência patrimonial é baseada no fato de que apenas os lucros de uma controlada ou coligada devem
ser reconhecidos (contabilizados) no momento de sua geração, independentemente de serem ou não
distribuídos.

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21) – (CFC / 2011 - CFC - Contador) Uma determinada sociedade empresária vendeu mercadorias para sua
controladora por R$ 300.000,00, auferindo um lucro de R$ 50.000,00. No final do exercício, remanescia no
estoque da controladora 50% das mercadorias adquiridas da controlada. O valor do ajuste referente ao lucro não
realizado, para fins de cálculo da equivalência patrimonial, é de:
a) R$ 25.000,00.
b) R$ 50.000,00.
c) R$ 150.000,00.
d) R$ 300.000,00.

22) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás – Téc. Contabilidade ) No balanço encerrado em dezembro/2008,


a Comercial Belezoca S/A, depois da avaliação do investimento pelo método da equivalência patrimonial,
apresentou a seguinte informação de sua participação societária de 30% no capital da Comercial Lindeza S/A:
Ativo / Não Circulante / Investimentos
Coligadas / Comercial Lindeza R$ 150.000,00
Em 2009, a Comercial Lindeza distribuiu R$ 80.000,00 de dividendos e informou um Patrimônio Líquido de R$
600.000,00 depois da proposta da distribuição do resultado do exercício.
Dados adicionais:
• Em 2009, a Belezoca manteve a mesma participação no capital da Lindeza.
• O patrimônio líquido da Lindeza é constituído, somente, por capital e reservas de lucros.
• O capital social da Lindeza está totalmente integralizado.
• Nenhuma operação foi realizada entre as duas companhias.
Considerando-se exclusivamente as informações acima e as normas vigentes, a Comercial Belezoca, na
avaliação do investimento pelo MEP, apurou uma receita de equivalência patrimonial, em reais, de:
a) 24.000,00 b) 30.000,00
c) 54.000,00 d) 80.000,00
e) 180.000,00

23) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás - Técnico de Contabilidade) A Lei nº 6.404/76, no art. 243, § 1º ,
defende que as sociedades coligadas são aquelas “nas quais a investidora tenha influência significativa”,
afirmando ainda, no § 4º que essa influência existe quando “a investidora detém ou exerce poder de participar
nas decisões das políticas, financeiras ou operacional da investida, sem controlá-la”.
A referida Lei dispõe, ainda, que a influência é presumida quando a investidora, sem ter o controle da investida,
tiver um investimento que represente 20% ou mais do :
a) capital votante da investida.
b) capital total da investida.
c) capital social realizado da investida.
d) patrimônio líquido da investida.
e) patrimônio líquido da própria investidora.

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7 – CONSOLIDAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Regulamentação: CPC 36 aprovado pela Deliberação CVM nº 608 de 26/11/2009

A Consolidação das Demonstrações Contábeis é uma técnica contábil que consiste na unificação das
demonstrações contábeis da empresa controladora e de suas controladas, visando apresentar a situação
econômica e financeira de todo o grupo como se fosse uma única empresa. Ela tem por objetivo possibilitar a
análise precisa de todo o grupo econômico.

As Demonstrações Contábeis que devem ser consolidadas são: O Balanço Patrimonial, a Demonstração
do Resultado do Exercício, a Demonstração dos Fluxos de Caixa e a Demonstração do Valor Adicionado.

7.1 – Aspectos Legais da Consolidação das Demonstrações Contábeis

Art. 249 e 250 da Lei 6.404/76, com alterações da Lei 11.38/2007

“Art. 249. A companhia aberta que tiver mais de 30% (trinta por cento) do valor do seu patrimônio
líquido representado por investimentos em sociedades controladas deverá elaborar e divulgar, juntamente com
suas demonstrações financeiras, demonstrações consolidadas nos termos do artigo 250.
Parágrafo único. A Comissão de Valores Mobiliários poderá expedir normas sobre as sociedades cujas
demonstrações devam ser abrangidas na consolidação, e:
a) determinar a inclusão de sociedades que, embora não controladas, sejam financeira ou
administrativamente dependentes da companhia;
b) autorizar, em casos especiais, a exclusão de uma ou mais sociedades controladas.”

Art. 1 e 3 do CPC 36 / Delib. CVM nº 608/2009

“1 - Este Pronunciamento deve ser aplicado na elaboração e apresentação de demonstrações contábeis


consolidadas de grupo econômico de entidades sob o controle de controladora.
3 - Este Pronunciamento também deve ser aplicado na contabilização de investimentos em controladas,
entidades controladas em conjunto e coligadas, quando o investidor opta ou é exigido por regulamentação local,
a apresentar as demonstrações contábeis separadas.”

7.1.1 – Dispensa de Apresentação

A controladora pode deixar de apresentar as demonstrações contábeis consolidadas, somente se, além de
permitido legalmente:
(a) a controladora é ela própria uma controlada (integral ou parcial) de outra entidade, a qual, em
conjunto com os demais proprietários, incluindo aqueles sem direito a voto, foram consultados e não fizeram
objeção quanto à não apresentação das demonstrações contábeis consolidadas pela controladora;
(b) os instrumentos de dívida ou patrimoniais da controladora não são negociados em mercado aberto
(bolsas de valores no País ou no exterior ou mercado de balcão – mercado descentralizado de títulos não
listados em bolsa de valores ou cujas negociações ocorrem diretamente entre as partes, incluindo mercados
locais e regionais);
(c) a controladora não registrou e não está em processo de registro de suas demonstrações contábeis na
Comissão de Valores Mobiliários ou outro órgão regulador, visando a emissão de algum tipo ou classe de

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instrumento em mercado aberto; e


(d) a controladora final (ou intermediária) da controladora disponibiliza ao público suas demonstrações
contábeis consolidadas em conformidade com os Pronunciamentos Técnicos do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis.

7.2 – Definições de Termos

O entendimentos dos termos abaixo se faz necessário para o entendimento deste assunto, além dos
apresentados no capítulo anterior.

2.2.1 - Demonstrações consolidadas são as demonstrações contábeis de um conjunto de entidades (grupo


econômico), apresentadas como se fossem as de uma única entidade econômica.
2.2.2 - Participação de Não Controlador é a parte do patrimônio líquido da controlada não atribuível, direta ou
indiretamente, à controladora.
2.2.3 - Demonstrações separadas são aquelas apresentadas por controladora, investidor em coligada ou
empreendedor em entidade controlada em conjunto, nas quais os investimentos são contabilizados com base no
valor do interesse direto no patrimônio (direct equity interest) das investidas, em vez de nos resultados
divulgados e nos valores contábeis dos ativos líquidos das investidas. Não se confundem com as demonstrações
individuais. (Consultar Pronunciamento Técnico CPC 35 – Demonstrações Separadas.)

7.3 - Procedimentos de consolidação

Regra geral, as normas da CVM e do CFC relativas à Consolidação das demonstrações contábeis já
estavam adequadas às normas internacionais. Portanto, a convergência das normas brasileiras para as normas
internacionais de contabilidade não provocou alterações significativas.
Na elaboração de demonstrações contábeis consolidadas, a entidade controladora combina suas
demonstrações contábeis com as de suas controladas, linha a linha, ou seja, somando os saldos de itens de
mesma natureza: ativos, passivos, receitas e despesas. Para que as demonstrações contábeis consolidadas
apresentem informações sobre o grupo econômico como uma única entidade econômica, os seguintes
procedimentos devem ser adotados:
(a) o valor contábil do investimento da controladora em cada controlada e a parte dessa controladora
no patrimônio líquido das controladas devem ser eliminados;
(b) identificar a participação dos não controladores no resultado das controladas consolidadas para o
período de apresentação das demonstrações contábeis; e
(c) identificar a participação dos não controladores nos ativos líquidos das controladas consolidadas,
separadamente da parte pertencente à controladora. A participação dos não controladores nos ativos líquidos é
composta:
(i) do montante da participação dos não controladores na data da combinação inicial; e
(ii) da participação dos não controladores nas variações patrimoniais das controladas consolidadas
desde a data da combinação.
Os saldos, transações, receitas e despesas intragrupo (entre as entidades do grupo econômico), devem
ser eliminados. Os saldos de balanços e transações intragrupo, incluindo receitas, despesas e dividendos são
eliminados. A participação dos não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial consolidado
dentro do patrimônio líquido, separadamente do patrimônio líquido dos proprietários da controladora.
O resultado do período e cada componente dos outros resultados abrangentes são atribuídos aos
proprietários da controladora e à participação dos não controladores. O resultado abrangente total é atribuído
aos proprietários da controladora e à participação dos não controladores, independentemente desses resultados
tornarem negativa a participação dos não controladores.

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7.3.1 – Lucros Não Realizados

Os resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, tais como
estoque ou ativo imobilizado, devem ser eliminados. As perdas intragrupo podem indicar redução no valor
recuperável dos ativos correspondentes que precisa ser reconhecida nas demonstrações contábeis consolidadas.
Os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de resultados não
realizados nas transações intragrupo devem ser reconhecidos no ativo ou passivo como tributos diferidos.

7.3.2 – Data das Demonstrações Contábeis

. As demonstrações contábeis da controladora e de suas controladas utilizadas na elaboração das


demonstrações contábeis consolidadas devem ser de mesma data. Quando a data de encerramento da
controladora for diferente da data da controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação,
demonstração contábil adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja
impraticável.
Quando as demonstrações contábeis da controlada, utilizadas para fins de consolidação, forem de data
diferente da data de encerramento das demonstrações da controladora, devem ser feitos os ajustes necessários
em razão dos efeitos de eventos ou transações relevantes que ocorrerem entre aquela data e a data das
demonstrações contábeis da controladora. Independentemente disso, a defasagem máxima entre as datas de
encerramento das demonstrações da controlada e da controladora é de até dois meses.

7.4 – Perda de Controle

Se a controladora perde o controle da controlada, ela deve:


(a) Desreconhecer os ativos (incluindo o ágio por rentabilidade futura – goodwill) e os passivos da controlada
pelos seus valores contábeis na data em que o controle for perdido;
(b) Desreconhecer o valor contábil de qualquer participação de não controladores na ex-controlada na data em
que o controle for perdido (incluindo quaisquer componentes de outros resultados abrangentes reconhecidos
diretamente no patrimônio líquido e atribuíveis aos não controladores);
(c) Reconhecer:
(i) o valor justo da compensação recebida em troca, se houver, proveniente da transação, evento ou
circunstância que resultou na perda do controle; e
(ii) se a transação que resultou na perda do controle envolver a distribuição de ações da controlada aos
sócios, na qualidade de proprietários, essa distribuição; quando houver aumento de capital na controlada
e a controladora não exercer o seu direito na compra de ações adicionais, pode haver a diluição da
participação relativa da controladora. Se essa mudança é suficiente para ela perder o controle, essa perda
pela diluição de sua participação deve ser considerada nesse item;
(d) Reconhecer o investimento remanescente na ex-controlada, se houver, ao seu valor justo na data em que o
controle foi perdido;
(e) Reclassificar para o resultado do período ou transferir diretamente para lucros acumulados, quando couber,
os valores identificados no item 35; e
(f) Reconhecer a diferença resultante como ganho ou perda no resultado do período atribuível à controladora.

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Exercícios – Consolidação de Demonstrações Contábeis

1) – Com base nos dados abaixo, elabore a Consolidação das Demonstrações contábeis a seguir.
(i) - A Cia. Nova Zelândia adquire 40% das ações da Cia Auckland (80% das ONs) nas seguintes condições:
- Valor Pago = R$ 650,00
- Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Auckland = R$ 1.200,00
- Valor contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Auckland = R$ 1.000,00
- Diferença entre Valor Justo e Valor Contábil fundamentado nos Estoques da Cia Auckland.
(ii) -No final do período, a Cia Nova Zelândia devia R$ 50,00 referente a Mútuo com a Cia Auckland.
(iii) – A Participação dos Não Controladores é avaliada pelo seu percentual nos ativos líquidos da
controlada.

I - BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20X0


ATIVO Cia. Nova Cia. Auckland Débito Crédito Consolidado
Zelândia
Disponível 170 100
Clientes 1.200 850
Estoques 400
Mútuo 50
Investimento
Participação 40% 480
MaisValia 80
Goodwill 170
Imobilizado 2.500 2.000

Intangível
Total do Ativo 5.000 3.000

PASSIVO
Fornecedores 1.200
Mútuo 50
Emp. Longo Prazo 750 1.800
Capital + Reservas 3.000 1.200

PÑC
Total do Passivo 5.000 3.000

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II - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - 31-12-20X0


ITENS Cia. Cia. Débito Crédito Consolidado
Nova Zelândia Auckland
Vendas 8.000 2.000
(-) Custo das Vendas (6.000) (1.500)
(=) Lucro Bruto 2.000 500
(-) Desp. Operacionais (900) (300)
(+) Rec. da Equivalência 80
Lucro Líquido 1.020 200

2) – Com base nos dados abaixo, elabore a Consolidação das Demonstrações contábeis a seguir.

I - A Cia. Itália adquire 80% da Cia Roma nas seguintes condições:


- Valor Pago = R$ 400.000,00
- Valor Justo dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Roma = R$ 350.000,00
- Valor contábil dos Ativos Líquidos Identificáveis da Cia Roma = R$ 250.000,00
- Diferença entre Valor Justo e Valor Contábil fundamentado em um Terreno da Cia Roma.

II - A controlada vendeu para a controladora, a prazo, mercadorias que lhe custaram R$ 200.000,00,
obtendo um lucro na transação de 40% sobre o preço de venda.

III -No final do período, remanesciam no estoque da Controladora – a Cia Itália, R$ 50.000,00 em
mercadorias referentes ao lote adquirido da controlada, a Cia Roma.

IV -No final do período, a Cia Itália ainda devia R$ 60.000,00, referente às compras da Cia Roma.

V – A Participação dos Não Controladores é avaliada pelo seu percentual nos ativos líquidos da controlada.

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I - BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20X0

ATIVO Cia. Itália Cia. Roma Débito Crédito Consolidado

Disponível 106.000,00 30.000,00


Clientes 100.000,00 60.000,00
Estoques 50.000,00
Investimento Cia. B
Participação 80% 244.000,00
MaisValia 80.000,00
Goodwill 120.000,00 -
Imobilizado 800.000,00 260.000

Intangível
Total do Ativo 1.500.000,00 350.000
PASSIVO
Fornecedores 100.000,00
Emp. Longo Prazo 900.000,00 20.000,00
Capital + Reservas 500.000,00 330.000

PÑC
Total do Passivo 350.000
1.500.000,00

II - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - 31-12-20X0

ITENS Cia. A Cia. B Débito Crédito Consolidado

Vendas 1.200.000 280.000


(-) Custo das Vendas (900.000) (200.000)
(=) Lucro Bruto 300.000 80.000
(-) Desp. Operacionais (104.000) -o-
(+) Rec. da Equivalência 44.000 -o-
Lucro Líquido 240.000 80.000

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3) No exercício de 2012 houve venda da Controlada para a Controladora nas seguintes condições:

Valor da Venda da Madri para a Espanha: R$ 150.000,00


Custo da Mercadoria para a Madri: R$ 90.000,00
A Cia Espanha possui 100% do Capital Social da Cia Madri.

Hipótese 1: 100% da Mercadoria foi revendida para Terceiros.

Espanha Madri Débito Crédito Consolidado


Receita de Vendas 350.000 150.000
(-) CMV (150.000) (90.000)
= Lucro Bruto 200.000 60.000
(-) Despesas Operacionais (50.000)
+/- REP 60.000
Lucro Líquido do Exercício 210.000 60.000

Hipótese 2: Nenhuma Mercadoria foi revendida para Terceiros.

Espanha Madri Débito Crédito Consolidado


Receita de Vendas 150.000
(-) CMV (90.000)
= Lucro Bruto 60.000
(-) Despesas Operacionais (50.000)
+/- REP
Lucro Líquido do Exercício (50.000) 60.000

Hipótese 3: 70% da Mercadoria foi revendida para Terceiros.

Espanha Madri Débito Crédito Consolidado


Receita de Vendas 245.000 150.000
(-) CMV (105.000) (90.000)
= Lucro Bruto 140.000 60.000
(-) Despesas Operacionais (50.000)
+/- REP 42.000
Lucro Líquido do Exercício (148.000) 60.000

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4) – Com base nos dados abaixo, elabore a Consolidação das Demonstrações contábeis a seguir.

I - A Cia. A é controladora da Cia. B, possuindo 70% (setenta por cento) do capital social desta última .
II - A controladora vendeu para a controlada, a prazo, mercadorias no valor de R$ 100.000,00, obtendo um
lucro na transação de 40% sobre o preço de venda.
III -No final do período, remanesciam no estoque da controlada R$ 20.000,00 em mercadorias referentes ao
lote adquirido da controladora.
IV -No final do período, a controlada ainda devia R$ 70.000,00, referente às compras, à sua controladora.

I - BALANÇO PATRIMONIAL - 31-12-20X0


ATIVO Cia. A Cia. B Débito Crédito Consolidado
Disponível 240.000 100.000
Clientes 420.000 200.000
Estoques 180.000 350.000
Investimento Cia. B 210.000 -
Imobilizado 450.000 150.000

Total do Ativo 1.500.000 800.000


PASSIVO Cia. A Cia. B Cia. B Cia. B Cia. B

Fornecedores 370.000 180.000


Contas a Pagar 130.000 70.000
Emp. Longo Prazo 300.000 250.000

Capital 400.000 100.000


Reservas 200.000 80.000
Lucros Acumulados 100.000 120.000

Total do Passivo 1.500.000 800.000

II - DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO - 31-12-20X0

ITENS Cia. A Cia. B Débito Crédito Consolidado

Vendas 500.000 270.000


(-) Custo das Vendas -268.000 -120.000
(=) Lucro Bruto 232.000 150.000
(-) Desp. Operacionais -106.000 -30.000
(+) Rec. da Equivalência 84.000 -
Lucro Líquido 210.000 120.000

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5) - (Cesgranrio/2008 - BNDES) Em 31/12/06, a Cia. Via, com participação de 60% no capital social da Cia.
Ápia, e a Cia. Ápia apresentaram os seguintes balanços:

ATIVO Cia. Via Cia. Ápia


Ativo Circulante 136.000,00 70.000,00
Disponível 26.000,00 12.000,00
Duplicatas a Receber 70.000,00 38.000,00
Estoques 40.000,00 20.000,00
Ativo Permanente 84.000,00 15.000,00
Investimentos
Coligadas e Controladas 34.000,00 0,00
Imobilizado 50.000,00 15.000,00
Total 220.000,00 85.000,00
PASSIVO
Passivo Circulante 110.000,00 45.000,00
Duplicatas a Pagar 76.000,00 15.000,00
Empréstimos 34.000,00 30.000,00
Patrimônio Líquido 110.000,00 40.000,00
Total 220.000,00 85.000,00

Sabendo-se que as companhias não têm transações comerciais entre si, pode-se afirmar que, no balanço
consolidado, o montante do Ativo, em reais, é

(a) 206.000,00
(b) 271.000,00
(c) 281.000,00
(d) 295.000,00
(e) 305.000,00

6) - (Cesgranrio / 2008 - Contador Junior / Petrobras) Quando da consolidação das demonstrações


contábeis, em que a controladora não tenha participação de 100% no capital social da controlada, a participação
dos acionistas não controladores, no Balanço Social consolidado, deve ser:

(a) classificada como Passivo Exigível a Longo Prazo.


(b) destacada no Patrimônio Líquido, na última linha do mesmo.
(c) eliminada, por não fazer parte efetivamente do grupo controlador.
(d) evidenciada em linha própria, no Patrimônio Líquido, logo após o capital social.
(e) segregada em conta própria, antes do Patrimônio Líquido.

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7) - Tomando como base unicamente as informações a seguir, responda às questões abaixo:

I – Balanço Patrimonial:

A B Débito Crédito Vr Consolidado


Ativo
Disponível 95.000 125.000
Contas a receber terceiros 120.000

Contas a receber intercompanhias


140.000
Estoques 70.000 20.000
Investimentos na controlada B 125.000
Imobilizado 350.000 35.000
Total do Ativo 760.000 320.000
Passivo + Patrimônio Líquido

Passivo
Fornecedores terceiros 50.000 120.000
Fornecedores intercompanhias 140.000
Outras contas a pagar 40.000 55.000

Patrimônio Líquido
Capital 500.000 125.000
Lucros Acumulados 30.000 20.000

Total Passivo e Patrimônio


Líquido 760.000 320.000

II – Demonstrações do Resultado do Exercício

Demonstração de
Controladora - A Controlada - B
Resultado Débito Crédito Consolidado
Vendas 80.000 140.000
Custo das Vendas (70.000) (100.000)
Lucro Bruto 10.000 40.000
Resultado da
equivalência 20.000

Luicro Líquido 30.000 40.000

III – Outras informações adicionais:

• A controladora A constituiu a controlada B da qual tem 100% do capital.


• A controlada B vendeu para a controladora A, por R$ 140.000,00, mercadorias que lhe custaram R$
100.000,00.
• A controladora A vendeu metade dos estoques comprados da controlada B pelo preço de R$ 80.000,00.
• No período foram distribuídos dividendos, pela controlada B, na ordem de R$ 20.000,00.

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a) Lucro Bruto Consolidado: (a) 30.000 (b) 20.000 (c) 10.000 (d) 40.000 (e) 50.000
b) Custo das Vendas Consolidadas: (a) 30.000 (b) 170.000 (c) 70.000 (d) 100.000 (e) 50.000
c) Receitas de Vendas Consolidadas: (a) 220.000 (b) 80.000 (c) 120.000 (d) 140.000 (e) 50.000

d) Lucro não-realizado do Consolidado: (a) 50.000 b) 20.000 c) 30.000 d) 40.000 e) 10.000


e) Ativo Consolidado: (a) 795.000 (b) 815.000 (c) 1.080.000 (d) 720.000 (e) 700.000
f) Lucros Acumulados no Consolidado: (a) 80.000 (b) 40.000 (c) 50.000 (d) 30.000 (e) 140.000

g) Exigibilidades no Consolidado: (a) 95.000 (b) 265.000 (c) 255.000 (d) 170.000 (e) 295.000
h) Contas a Receber no Consolidado: (a) 120.000 b) 140.000 c) 260.000 d) 80.000 e) 20.000

8) – (FCC/ 2007 - Prefeitura de São Paulo - SP - Auditor Fiscal do Município) A Cia. Vértice vendeu
mercadorias à sua controlada no valor de R$ 250.000,00, obtendo um lucro de 25% sobre o preço de custo. No
final do exercício, a investidora mantinha em estoque 20% do referido lote, tendo vendido o restante a terceiros
obtendo um lucro de R$ 150.000,00. A controladora possui 60% das ações da investida. Na apuração do
Balanço Patrimonial consolidado, o montante do lucro não-realizado nessas transações, a ser deduzido do valor
dos estoques da controlada, correspondeu a, em R$:

a) 6.000,00
b) 7.500,00
c) 8.000,00
d) 10.000,00
e) 12.500,00

9) – (CESPE / 2010 - INMETRO - Técnico de Contabilidade) Considere que, em dezembro de 2009, uma
companhia investidora, cujo ativo total e o patrimônio líquido somavam, respectivamente, R$ 5.000.000,00 e R$
1.200.000,00, tenha adquirido um investimento no valor de R$ 600.000,00, relativo a 60% do capital da
companhia investida. Nesse mesmo período, a companhia investida apresentava ativo total de R$ 2.500.000,00 e
patrimônio líquido de R$ 1.000.000,00, dos quais R$ 750.000,00 e R$ 250.000,00 consistiam, respectivamente,
em capital social e reservas. Sabendo-se que não existem transações efetuadas entre as duas companhias, é
correto afirmar que o valor do ativo total (em reais), no balanço patrimonial consolidado, é de

a) 6.200.000.
b) 6.900.000.
c) 7.500.000
d) 8.100.000.
e) 9.700.000.

10) – (CESGRANRIO / 2011 - TRANSPETRO / Contador Júnior)


Para a elaboração de Demonstrações Consolidadas, as empresas devem atentar para diversos dispositivos legais
e normativos. Um desses dispositivos determina que, caso a controlada encerre seu exercício social em data
diferente da controladora, os eventos com efeitos relevantes nas Demonstrações Consolidadas devem ser
a) apresentados de forma detalhada em notas explicativas, apenas.
b) considerados na consolidação e esclarecidos em notas explicativas.
c) conciliados nas contas intersociedades, visando a eliminar transações cruzadas.
d) reconhecidos apenas na Demonstração de Mutações do Patrimônio Líquido Consolidada.
e) reconhecidos apenas no exercício seguinte, mas informado em notas explicativas do exercício original.

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11) – (FCC - 2011 - TRE-AP - Analista Judiciário) Considere as seguintes assertivas sobre a consolidação
das demonstrações contábeis:
I. Os resultados decorrentes de transações entre controladora e controladas que estiverem reconhecidos nos
ativos, como por exemplo no estoque, devem ser eliminados.
II. As receitas e as despesas da controlada devem estar baseadas nos valores dos ativos e passivos reconhecidos
na posição consolidada da controladora na data da aquisição.
III. As mudanças na participação relativa da controladora na controlada que não resultem em perda de controle
devem ser contabilizadas no resultado.
IV. Uma controlada deve ser excluída da consolidação se suas atividades forem diferentes daquelas das demais
entidades do grupo econômico.

Está correto o que se afirma SOMENTE em


a) I e II. b) I e III.
c) III e IV. d) II e III.
e) II e IV.

12) – (CESPE / 2011 - TJ-ES / Analista Judiciário) Nos procedimentos de consolidação, resultados
decorrentes das transações intragrupo devem ser eliminados. Desse modo, se a controlada vender por R$
60.000,00 mercadorias destinadas ao imobilizado da controladora, que tenham sido adquiridas por R$
50.000,00, deve-se eliminar simultaneamente — nas demonstrações da controlada e da controladora — o valor
de R$ 60.000,00.
( ) Certo ( ) Errado

13) – (FCC / 2011 - TRE-RN / Analista Judiciário) Atenção: Considere os dados abaixo para responder às
questões de números 38 e 39. A Cia. A e sua controlada, Cia. B, apresentaram os seguintes balanços
patrimoniais em 31/12/2009:

Cia "A" Cia "B"


ATIVO
Disponível...................................... 200.000,00 120.000,00
Duplicatas a Receber.................... 600.000,00 330.000,00
Estoques........................................ 450.000,00 180.000,00
Empréstimo para B ....................... 150.000,00 -
Imobilizado Líquido ..................... 800.000,00 440.000,00
Participação Societária em B....... 180.000,00 -
Total: 2.380.000,00 1.070.000,00

PASSIVO + PL
Fornecedores................................. 490.000,00 320.000,00
Obrigações a Pagar....................... 220.000,00 130.000,00
Empréstimo de A........................... - 150.000,00
Outras Obrigações........................ 530.000,00 170.000,00

Capital............................................. 680.000,00 200.000,00


Reservas......................................... 460.000,00 100.000,00
Total: 2.380.000,00 1.070.000,00

No exercício, a Cia. A efetuou um mútuo para a Cia. B no valor de R$ 150.000,00. Efetuada a consolidação do
Balanço Patrimonial das duas companhias, o valor do total do Ativo Consolidado corresponderá a, em R$,
a) 3.450.000,00.
b) 3.120.000,00.
c) 3.300.000,00.
d) 3.270.000,00.
e) 3.430.000,00.

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14) – (FCC/ 2011 - TRE-RN / Analista Judiciário) Se supusermos adicionalmente que a Cia. A efetuou uma
venda de mercadorias em estoque no valor de R$ 100.000,00 para a Cia. B, auferindo um lucro de 30% sobre o
preço de venda e que no estoque final da Cia. B constassem ainda 20% dessas mercadorias que não foram
vendidas para terceiros, o valor do estoque consolidado corresponderia a, em R$,
a) 624.000,00.
b) 610.000,00.
c) 604.000,00.
d) 636.000,00.
e) 630.000,00.

15) – (CESGRANRIO / 2011 - Petrobrás / Auditor Júnior) A consolidação das demonstrações contábeis visa
a demonstrar às partes interessadas os resultados das operações e a posição financeira da controladora e de suas
controladas. No caso das Companhias abertas, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) obriga a consolidação
para as sociedades que tiverem:
a) investimento em sociedades controladas, incluindo as sociedades controladas em conjunto.
b) investimentos em outras sociedades de capital aberto, em um montante superior a 10% do seu capital
social.
c) menos de 20% de seu capital social investido em em- presas do mesmo grupo financeiro.
d) seu patrimônio líquido composto por capital de outras Companhias abertas, que também são obrigadas a
divulgar a consolidação.
e) mais de 40% do valor do seu patrimônio líquido representado por investimentos em sociedades
controladas.

16) – (CESPE / 2010 - ABIN – Agente Técnico de Inteligência/ Área de Contabilidade) Julgue o item
seguinte, a respeito das práticas contábeis brasileiras e do balanço patrimonial. A consolidação do balanço
patrimonial permite apresentar aos usuários as informações patrimoniais e financeiras de um grupo empresarial
como se fosse de uma única entidade contábil.
( ) Certo ( ) Errado

17) - (CESGRANRIO / 2009 - BNDES) A Lei das Sociedades Anônimas, com as alterações introduzidas pelas
Leis nº 11.638/07 e nº 11.941/09, classifica uma empresa como coligada quando a
a) empresa participa com 10% ou mais do capital da outra, sem controlá-la.
b) empresa participa com pelo menos 15% no capital de outra.
c) controladora da sociedade, diretamente ou através de outras coligadas, possui mais de 10% de
participação no capital de outra.
d) sociedade investidora tem influência significativa na sociedade investida.
e) soma de todas as participações societárias que a empresa possui pode ser classificada como relevante.

18) – (FEPESE / 2010 - SEFAZ-SC / Auditor Fiscal da Receita Estadual) Quanto às relações comerciais
entre a controladora e a controlada, pode-se afirmar:
a) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controlada para a controladora são excluídos apenas
na consolidação.
b) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controladora para a controlada são excluídos apenas
na consolidação.
c) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controladora para a controlada e da controlada para a
controladora são excluídos quando da aplicação do método da equivalência patrimonial.
d) Os lucros não realizados decorrentes das vendas da controladora para a controlada são excluídos apenas
quando da aplicação do método da equivalência patrimonial.
e) De acordo com a lei 11.638, os lucros não realizados, tanto decorrentes das vendas da controladora para a
controlada, quanto da controlada para a controladora, não são mais excluídos.

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19) – (CESPE / 2010 - BASA - Técnico Científico) Com relação à contabilidade de companhias abertas,
julgue: “As demonstrações contábeis consolidadas apresentam informações relativas ao grupo econômico como
uma única entidade econômica”.
( ) Certo ( ) Errado

22) – (CESPE / 2010 - BASA - Técnico Científico) Quando a data de encerramento da controladora for
diferente da data da controlada, esta última deve elaborar, para fins de consolidação, demonstração contábil
adicional na mesma data das demonstrações da controladora, a menos que isso seja impraticável.
( ) Certo ( ) Errado

23) – (CESPE / 2010 - BASA - Técnico Científico) As parcelas dos resultados do exercício decorrentes de
negócios entre as sociedades, realizados ou não, devem ser excluídas nas demonstrações financeiras
consolidadas.
( ) Certo ( ) Errado

24) – (CESGRANRIO / 2010 - Petrobrás / Contador - Biocombustível) Nos termos da legislação societária
vigente, estão obrigadas a elaborar e a divulgar demonstrações consolidadas as companhias abertas que tiverem
investimentos, em controladas, em mais de 30% do
a) capital das controladas.
b) capital votante das controladas.
c) capital votante da controladora.
d) patrimônio líquido da controlada.
e) patrimônio líquido da controladora.

25) – (CESGRANRIO - 2008 - Petrobrás - Contador / Contabilidade Geral) Quando da consolidação das
demonstrações contábeis, em que a controladora não tenha participação de 100% no capital social da controlada,
a participação dos acionistas não controladores, no Balanço consolidado, deve ser
a) classificada como Passivo Exigível a Longo Prazo.
b) destacada no Patrimônio Líquido, na última linha do mesmo.
c) eliminada, por não fazer parte efetivamente do grupo controlador.
d) evidenciada em linha própria, no Patrimônio Líquido, logo após o capital social.
e) segregada em conta própria, antes do Patrimônio Líquido.

26) – (FCC / 2009 - SEFAZ-SP / Agente Fiscal de Rendas) A Cia. Solar detém 80% das ações da Cia.
Crepúsculo. Em dezembro de 2007, foram levantadas as seguintes informações sobre a empresa investida:

Cia Crepúsculo
Venda de Estoques para a Controladora em 2007 10.000.000,00
Custo da Mercadoria Vendida (CMV) reconhecido neste tipo de operação 6.000.000,00
Patrimônio Líquido final de 2006 100.000.000,00
Patrimônio Líquido final de 2007 100.600.000,00

Se ao final de 2007 a investidora tivesse repassado a terceiros 90% dos estoques pelo valor de R$
11.000.000,00, na Demonstração de Resultado consolidada deve ser feito um lançamento de
a) débito em Receita de Vendas de R$ 10.000.000,00 e crédito em CMV de R$ 9.600.000,00.
b) crédito em Receita de Vendas de R$ 10.000.000,00 e débito em CMV de R$ 9.600.000,00.
c) crédito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 em contrapartida da conta de CMV.
d) débito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 em contrapartida da conta de CMV.
e) débito em Receita de Vendas de R$ 11.000.000,00 e crédito em CMV de R$ 5.600.000,00.

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27) – (CESPE / 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário / Contabilidade) A Cia. DF (capital aberto) participa
em 100% do capital da Cia. MG. A situação do patrimônio líquido de ambas no encerramento do exercício
social de 19X4 está demonstrada na tabela abaixo (valores em RZ).

Patrimônio Líquido Cia "DF" Cia "MG"

Capital Social 10.000,00 7.000,00


Reservas de Capital 8.000,00 -
Total 18.000,00 7.000,00

Considerando que ambas estão sujeitas ao processo de consolidação das demonstrações financeiras previsto na
Lei n.º 6.404/1976, é correto afirmar que o valor do patrimônio líquido consolidado será de

a) RZ 7.000,00.
b) RZ 10.000,00.
c) RZ 17.000,00.
d) RZ 18.000,00.
e) RZ 25.000,00.

28) – (CESPE / 2010 - TRE-MT - Analista Judiciário / Contabilidade) Em dezembro de 20X8, a


companhia controladora W (capital aberto) constituiu a controlada Z com 100% de participação no seu capital.
Na ocasião, W integralizou, em espécie, todo o capital de RZ 100.000 da controlada Z. A controladora W
também vendeu, ao preço de custo, RZ 70.000 de mercadorias para a controlada Z. A controlada Z, por sua vez,
manteve na data do balanço de consolidação todo o estoque de RZ 70.000, pois não vendeu nada a terceiros nem
efetuou o pagamento dos RZ 70.000 devidos à controladora W. No final do mês de dezembro de 20X8, o valor
do patrimônio líquido da controladora W era de RZ 250.000. Acerca dessa situação e considerando as regras
para a consolidação das demonst. financeiras estabelecidas pela Lei n.º 6.404/76, assinale a opção correta.
a) A consolidação das demonstrações financeiras da controladora W e sua controlada não é obrigatória.
b) Na consolidação de ambos os balanços, deverão ser excluídos os valores dos bens e direitos que o grupo
possui junto a terceiros.
c) O valor da participação da controladora na controlada deverá ser excluído das demonstrações financeiras
consolidadas.
d) Os saldos das transações intercompanhias não serão excluídos das demonstrações financeiras
consolidadas.
e) A consolidação das demonstrações financeiras é um princípio contábil.

25) – (FCC / 2010 - TRE-AM / Analista Judiciário) Sobre a consolidação das demonstrações contábeis é
correto afirmar:
a) A participação dos acionistas não controladores deve ser apresentada no balanço patrimonial consolidado
dentro do patrimônio líquido, juntamente com a participação dos proprietários da controladora.
b) As mudanças na participação relativa da controladora sobre a controlada que não resultem em perda de
controle devem ser contabilizadas no resultado ou no resultado abrangente.
c) Os resultados decorrentes das transações intragrupo que estiverem reconhecidos nos ativos, como no
ativo imobilizado, por exemplo, não devem ser eliminados.
d) Os impostos e contribuições decorrentes das diferenças temporárias pela eliminação de resultados não
realizados nas transações intragrupo devem ser reconhecidos no ativo e no passivo como tributos diferidos.
e) Uma controlada deve ser excluída da consolidação se suas atividades forem diferentes daquelas das
demais entidades do grupo econômico.

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8 – COMBINAÇÃO DE NEGÓCIOS, FUSÃO, INCORPORAÇÃO e CISÃO

Regulamentação: CPC 15 aprovado pela Deliberação CVM nº 580 de 31/07/2009

As reestruturações societárias, dependendo do instrumento obrigacional, podem alterar ou não a


personalidade jurídica das empresas envolvidas na operação. As concentrações nas quais a personalidade
jurídica se mantém são aquelas em que é estabelecido um vínculo de dependência econômica entre as
empresas, em função da aquisição do controle acionário ou através de contratos de associação. Já as
concentrações nas quais a personalidade jurídica é afetada são as que visam ao desmembramento (cisão
parcial), à extinção de uma das empresas (incorporação) ou à extinção de ambas as empresas (cisão plena
e fusão).
A Fusão e a Incorporação representam negócios jurídicos de natureza associativa, ou seja, tanto a
fusão quanto a incorporação têm por objetivo a integração de patrimônios, tratando-se, então, de espécies
do mesmo gênero, que extinguem e criam novas sociedades.
O principal efeito da fusão, da incorporação e da cisão total é a sucessão universal de todos os
direitos e obrigações anteriormente assumidos pelas sociedades que estão sendo extintas. Já no caso da
cisão parcial, a sucessão poderá ser subsidiariamente convencionada, nos limites do parágrafo único do
art. 233 da Lei das Sociedades por Ações.

8.1 – Aspectos Legais dos Processos de Reestruturação Societária

Art.182 da Lei 6.404/76, com alterações da Lei 11.38/2007

§ 3º Serão classificadas como Ajustes de Avaliação Patrimonial, enquanto não computadas no resultado em
obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a
elementos do ativo (§ 5º do art.177, inciso I do caput do art.183 e § 3º do art.226 desta Lei) e do passivo, em
decorrência da sua avaliação a preço de mercado.”

Art. 220 da Lei 6.404/76, com alterações da Lei 11.38/2007

“Art. 220. A transformação é a operação pela qual a sociedade passa, independentemente de dissolução
e liquidação, de um tipo para outro.
Parágrafo único. A transformação obedecerá aos preceitos que regulam a constituição e o registro do tipo a
ser adotado pela sociedade.”

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CPC 15, aprovado pela Deliberação CVM nº 580/2009


Este Pronunciamento se aplica às operações ou a outros eventos que atendam à definição de combinação de
negócios. Este Pronunciamento não se aplica:
(a) na formação de empreendimentos controlados em conjunto (joint ventures);
(b) na aquisição de ativo ou grupo de ativos que não constitua negócio nos termos deste Pronunciamento.
Nesse caso, o adquirente deve identificar e reconhecer os ativos identificáveis adquiridos
individualmente (incluindo aqueles que atendam à definição de ativo intangível e o critério para seu
reconhecimento de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 04 – Ativo Intangível) e os passivos
assumidos. O custo do grupo deve ser alocado aos ativos e passivos que o compõem com base em
seus respectivos valores justos na data da compra. Operações e eventos desse tipo não geram ágio por
rentabilidade futura (goodwill).
(c) em combinação de entidades ou negócios sob controle comum.

8.1 – INCORPORAÇÃO

É a operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os
direitos e obrigações (Lei nº 6.404, art. 227), devendo sua realização obedecer às formalidades gerais já
expostas (arts. 223 a 226) e às específicas do instituto, que adiante serão discutidas.
Na incorporação as sociedades incorporadas deixam de existir, mas a empresa incorporadora será a
sucessora de suas personalidades jurídicas, assim como de seus direitos e obrigações.
A assembléia geral da companhia incorporadora, se aprovar o protocolo da operação, deverá autorizar o
aumento de capital a ser subscrito e realizado pela incorporada mediante versão do seu patrimônio líquido e
nomear os peritos que o avaliarão.
A assembléia geral da sociedade a ser incorporada, se aprovar o protocolo da operação, autorizará seus
administradores a praticarem os atos necessários à incorporação, inclusive a subscrição do aumento de capital
da incorporadora.
Aprovados pela assembléia geral da incorporadora o laudo de avaliação e a incorporação, extingue-se a
incorporada, competindo à primeira promover o arquivamento e a publicação dos atos da incorporação.

8.2 - FUSÃO
É a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá
em todos os direitos e obrigações (Lei nº 6.404/76, art. 228).
A assembléia geral de cada companhia, se aprovar o protocolo de fusão, deverá nomear os peritos que
avaliarão os patrimônios líquidos das demais sociedades.
Apresentados os laudos, os administradores convocarão os sócios ou acionistas das sociedades para
uma assembléia geral, que deles tomará conhecimento e resolverá sobre a constituição definitiva da nova
sociedade, sendo vedado aos sócios ou acionistas votar o laudo de avaliação do patrimônio líquido da sociedade
de que fazem parte.
Constituída a nova companhia, incumbirá aos primeiros administradores promover o arquivamento e a
publicação dos atos da fusão.

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8.3 - CISÃO
De acordo com o art. 229 da Lei nº 6.404/76, é a operação pela qual a sociedade transfere parcelas do
patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a
companhia cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio (cisão total), ou dividindo-se seu capital, no caso
de cisão parcial.
Admitem-se, pois, duas formas de cisão: total e parcial, ou seja, com a versão de todo o patrimônio da
sociedade cindida ou apenas com sua divisão. No primeiro caso, a sociedade extingue-se e, no outro, subsiste,
com redução do capital, importando, pois, em reforma estatutária.
A sociedade que absorver parcela do patrimônio da companhia cindida parcialmente sucede a esta nos
direitos e obrigações relacionados no ato da cisão. Em caso de cisão total, as sociedades que absorverem
parcelas do patrimônio da companhia cindida sucederão a esta, na proporção dos patrimônios líquidos
transferidos, nos direitos e obrigações não relacionados.
Na cisão com versão de parcela do patrimônio em sociedade nova, a operação será deliberada pela
assembléia geral da companhia à vista de justificação. Caso aprove a operação, a assembléia nomeará os peritos
que avaliarão a parcela do patrimônio a ser transferida e funcionará como assembléia de constituição da nova
companhia.
A cisão com versão de parcela de patrimônio em sociedade já existente obedecerá às disposições legais
sobre incorporação.
Efetivada a cisão com extinção da companhia cindida, caberá aos administradores das sociedades que
tiverem absorvido parcelas do seu patrimônio promover o arquivamento e a publicação dos atos da operação.
Na cisão com versão parcial do patrimônio, esse dever caberá aos administradores da companhia cindida e da
que absorver parcela do seu patrimônio.
As ações integralizadas com parcelas de patrimônio da companhia cindida serão atribuídas a seus
titulares, em substituição às extintas, na proporção das que possuíam; a atribuição em proporção diferente
requer aprovação de todos os titulares, inclusive das ações sem direito a voto.

8.4 - COMBINAÇÕES DE NEGÓCIOS

8.4.1 – Definição e Objetivos

O CPC 15 define Business Combination como sendo a união de entidades ou negócios separados em uma
única entidade econômica, e pode ser através de uma das formas seguintes.
Criação de uma nova entidade, que exercerá o controle sobre as entidades que se unem;
Transferência do patrimônio líquido de uma ou mais entidades que se unem para outra entidade; e
Dissolução de uma ou mais das sociedades que se combinam.

Não serão reconhecidas como Business Combination:

Transações entre entidades sob controle comum; e


Participações em Joint Ventures.

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8.4.2 – Métodos de Contabilização

Purchase Method (Método de Aquisição) → Neste método sempre existe uma adquirente definida, ou seja,
uma das entidades assume o controle sobre as demais. Esse método tem como principal característica o
pagamento pela aquisição de uma empresa em moeda corrente, podendo também ser efetuado com a emissão
de ações ou títulos de dívida. O parâmetro básico para o reconhecimento dos ativos líquidos da sociedade
investida é o fair value (valor de mercado) dos ativos e passivos, pois representa o preço efetivo pago (medido
individualmente) pelo ativo adquirido ou passivo assumido.

A aplicação do método de aquisição exige:


a) identificação do adquirente;
b) determinação da data de aquisição;
c) reconhecimento e mensuração dos ativos identificáveis adquiridos, dos passivos assumidos e das
participações societárias de não controladores na adquirida; e
d) reconhecimento e mensuração do ágio por rentabilidade futura (goodwill) ou do ganho proveniente de
compra vantajosa.

8.4.3 – Identificação da Adquirente

Para cada combinação de negócios, uma das entidades envolvidas na combinação deve ser identificada como o
adquirente.
As indicações para identificação de uma entidade adquirente são:
Valor justo significativamente mais alto;
Entidade que efetua pagamento em dinheiro; e
Administração é capaz de dominar a escolha da equipe de gestão da entidade combinada.

8.4.4 – Data da Aquisição

De acordo com o CPC 15, o custo de uma Combinação de Negócios é mensurado na data da aquisição,
ou seja, quando o comprador obtém o controle da adquirida. No caso de múltiplas transações para efetuar a
Combinação de Entidades, será considerada a data de troca de cada transação.

8.4.5 – Custo de uma Combinação de Negócios

De acordo com esta norma, para realização de uma operação de Combinação de Negócios são
necessários alguns gastos além do custo dos ativos líquidos. São exemplos:

Custos de reestruturação gerados pela Business Combination. → São gastos despendidos pelas empresas
para realização da operação de Combinação de entidades, como por exemplo, custo do pessoal envolvido no
processo burocrático. Devem ser tratados como Despesas do Período e lançados na Demonstração do resultado
do exercício. Ressalta-se que os valores gastos com planos de reestruturação não devem ser considerados como
custo da aquisição, por não haver uma forma confiável de se atribuir tais gastos a nova entidade.

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Obrigações contingentes condicionadas a Business Combination. → São obrigações decorrentes do desta


transação e previamente combinadas quando da realização da operação. Como exemplo pode-se citar uma
obrigação assumida com os funcionários da adquirida decorrente da decisão da compradora de reestruturar os
departamentos, demitindo parte do pessoal.
Ativos Intangíveis → O custo dos ativos intangíveis de uma Business Combination devem ser
reconhecidos separadamente do Goodwill quando estes satisfazem os seguintes critérios de reconhecimento:
são prováveis os benefícios econômicos futuros provenientes do ativo para que a entidade e o valor do ativo
possam ser mensurados confiavelmente.
O uso de especialistas, embora se refira a um custo de reestruturação originado de uma Business
Combination, não recebe tratamento específico na norma.

8.4.6 – Participações Minoritárias

As participações minoritárias devem ser apresentadas com base na proporção minoritária, no valor justo
dos ativos e passivos identificáveis reconhecidos. Portanto não é relevante se a entidade adquirente tenha
comprado o total ou uma parte do capital da outra entidade ou tenha adquirido os ativos diretamente.

8.4.7 – Ágio por Expectativa de Rentabilidade Futura


O adquirente deve reconhecer o ágio por rentabilidade futura (goodwill), na data da aquisição,
mensurado como o valor em que (a) exceder (b) abaixo:

(a) a soma:
(i) da contraprestação transferida em troca do controle da adquirida, mensurada de acordo com
este Pronunciamento, para a qual geralmente se exige o valor justo na data da aquisição;
(ii) do valor das participações de não controladores na adquirida, mensuradas de acordo com este
Pronunciamento; e
(iii) no caso de combinação de negócios realizada em estágios, o valor justo, na data da aquisição,
da participação do adquirente na adquirida imediatamente antes da combinação;

(b) o valor líquido, na data da aquisição, dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos,
mensurados de acordo com este Pronunciamento.

Em uma Combinação de Negócios em que a adquirente e a adquirida (ou seus ex-proprietários) trocam
somente participações societárias, o valor justo, na data da aquisição, da participação na adquirida pode ser
mensurado com maior confiabilidade que o valor justo da participação societária no adquirente. Se for esse o
caso, o adquirente deve determinar o valor do ágio por rentabilidade futura (goodwill) utilizando o valor justo,
na data da aquisição, da participação de capital obtida na adquirida em vez do valor justo da participação de
capital transferida. Para determinar o valor do ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill) em
combinação de negócios onde nenhuma contraprestação é efetuada para obter o controle da adquirida, no lugar
da contraprestação o adquirente deve utilizar o valor justo, na data da aquisição, da participação do adquirente
na adquirida, empregando para tanto técnica de avaliação.

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8.4.8 – Ganho por Compra Vantajosa


Ocasionalmente, um adquirente pode realizar uma compra vantajosa, assim entendida uma combinação
de negócios cujo valor determinado pelo item 32(b) é maior que a soma dos valores especificados no item
32(a). Caso esse excesso de valor permaneça após a aplicação das exigências contidas no item 36, o adquirente
deve reconhecer o ganho resultante no resultado do período, na data da aquisição. O ganho deve ser atribuído
ao adquirente.
Antes de reconhecer o ganho decorrente de compra vantajosa, o adquirente deve promover uma revisão
para se certificar de que todos os ativos adquiridos e todos os passivos assumidos foram corretamente
identificados e, portanto, reconhecer quaisquer ativos ou passivos adicionais identificados na revisão. O
adquirente também deve rever os procedimentos utilizados para mensurar os valores a serem reconhecidos na
data da aquisição, como exigido por este Pronunciamento, para todos os itens abaixo:

(a) ativos identificáveis adquiridos e passivos assumidos;


(b) participação de não controladores na adquirida, se houver;
(c) no caso de combinação realizada em estágios, qualquer participação societária anterior do
adquirente na adquirida; e
(d) a contraprestação transferida para obtenção do controle da adquirida.

O objetivo da revisão é garantir que as mensurações reflitam adequadamente todas as informações


disponíveis na data da aquisição.

8.4.8 - Contraprestação transferida em troca do controle da adquirida

A contraprestação transferida em troca do controle da adquirida em combinação de negócios deve ser


mensurada pelo seu valor justo na data da operação, o qual deve ser calculado pela soma dos valores justos: a)
dos ativos transferidos pelo adquirente; b) dos passivos incorridos pelo adquirente junto aos ex-proprietários da
adquirida; e c) das participações societárias emitidas pelo adquirente. Exemplos de formas potenciais de
contraprestação transferida incluem dinheiro, outros ativos, um negócio ou uma controlada do adquirente, uma
contraprestação contingente, ações ordinárias, ações preferenciais, quotas de capital, opções, warrants, bônus
de subscrição e participações em entidades de mútuo (fundos mútuos, cooperativas, etc.).
A contraprestação pode incluir itens de ativo ou passivo do adquirente cujos valores contábeis são
diferentes de seus valores justos na data da aquisição (por exemplo, ativo não-monetário ou um negócio do
adquirente). Nesse caso, o adquirente deve remensurar, na data da aquisição, os ativos ou os passivos
transferidos pelos respectivos valores justos e reconhecer o ganho ou a perda resultante, se houver, no resultado
do período. Contudo, quando os ativos e os passivos transferidos permanecem dentro da entidade combinada
após a combinação de negócios (por exemplo, porque ativos ou passivos são transferidos para a adquirida e,
não, para seus ex-proprietários), o adquirente permanece no controle dos mesmos. Nessa situação, o adquirente
deve mensurar tais ativos e passivos pelos seus respectivos valores contábeis imediatamente antes da data da
aquisição. Não se deve reconhecer ganho ou perda sobre ativos ou passivos que o adquirente já controlava antes
e continua a controlar após a combinação de negócios

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Exercícios – Combinação de Negócios, Incorporação, Fusão e Cisão

EXERCÍCIOS

1) A Cia França incorpora a Cia Paris. Não há participação entre as sociedades.


Os seguintes ajustes serão feitos nas adquirida:
Acréscimo de R$ 150,00 nos Estoques;
Acréscimo de R$ 250,00 no Imobilizado;
Reconhecimento de Marcas e Patentes – R$ 600,00.
Custo da Aquisição: R$ 3.200,00.

França após a
ATIVO França Paris Ajustes Eliminações
Incorporação
Circulante 1.500, 700,
Não Circulante 8.500, 2.300,

Total do ativo 10.000, 3.000,

PASSIVO
Circulante 1.400, 500,
Não Circulante 2.600, 1.000,
Patrimônio Líquido
Capital + Reservas 6.000, 1.500,

Total do passivo 10.000, 3.000,

Pede-se:
1) Calcule o valor do Goodwill gerado na operação.

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2) Com base nas informações abaixo, informe o valor do Goodwill gerado na operação de Business
Combination.
- Valor dos Ativos registrados na adquirida = R$ 300.000,00
– Valor do Passivo Exigível da adquirida = R$ 250.000,00
- Valor de Mercado dos Ativos da adquirida = R$ 450.000,00
- Valor de Marcas e Patentes reconhecida na operação = R$ 80.000,00
(Considere que os critérios de reconhecimento foram atendidos)
- Valor pago na aquisição = R$ 280.000,00

3) Aplique o método de aquisição:

A empresa XYZ adquire 80% do capital da empresa ABC por MR$ 850.000 e, na data da aquisição, o
valor do PL de ABC é de MR$ 500.000. Nesta mesma data, o valor justo dos ativos identificado de ABC é de
MR$ 1.000.000, o valor justo das exigibilidades de ABC é de MR$ 300.000 e o valor justo dos não
controladores é de MR$ 150.000.
Na data de aquisição a adquirente reconhece o investimento e apura o seguinte goodwill:

MR$
a) Valor pago para aquisição das ações 850.000
b) Valor justo dos não controladores 150.000
c) Valor justo dos ativos líquidos 700.000
Goodwill (a+b-c) 300.000

4) → Os acionistas da Holding S.A decidiram em 31.12.X1 proceder a cisão parcial de seu patrimônio para
criação de duas novas sociedades, denominadas Empresa A e Empresa B. Segue abaixo o Balanço Patrimonial
da Holding S.A antes da cisão parcial e os valores transferidos para as novas empresas:

ATIVO Cia Holding Parc.Transf. Parc.Transf.


para a Cia A para a Cia B
Disponível 250 40
Estoques 350 350 55
Móveis e Utensílios 320 320
Instalações 400
Total do ativo 1.320 390 375
PASSIVO
Fornecedores 180 35 65
Contas a Pagar 50 115
Empréstimos 290
Patrimônio líquido 240 310
Capital Social 600
Reservas de Lucros 200
Total do passivo 1.320 390 375

Pede-se:
a) Contabilize a operação nas companhias.

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5) → A Cia França é proprietária de 70% das ações do capital social da Cia Paris, e o deságio na compra do
investimento está fundamentado no valor de mercado dos terrenos na sociedade investida. Os acionistas de
ambas as sociedades decidiram fazer uma fusão, em 30/09/X1, criando uma nova sociedade denominada Cia
Inglaterra, sendo os acervos líquidos avaliados pelos valores contábeis.

Cia Cia
ATIVO Paris
França

ATIVO
Investimento na Paris 420

Deságio (40)

Terrenos 290
Outros Ativos 1.216 610
Total do ativo 1.596 900
PASSIVO
Fornecedores 340 300
Patrimônio líquido
Capital Social 660 400
Reservas de Lucros 596 340
Prejuízos Acumulados (140)
Total do passivo 1.596 900

Pede-se:

a) Contabilize a operação nas companhias.


b) Elabore Balanços Patrimoniais após a Cisão da Cia Holding, Alfa e Beta.
c) Prepare papel de trabalho gerencial da Fusão.

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6) → Os Acionistas da Holding S.A e da Subsidiária S.A decidiram que a primeira incorporaria a segunda, em
30/09/X1, com base no acervo avaliado pelo valor contábil. Considere, para esta operação, as seguintes
informações:

A Holding S.A. detém 70% das ações do capital social da Subsidiária.


A operação será realizada pelo valor de mercado.
A operação será realizada mediante troca de ações.
O ágio está fundamentado no valor de mercado de um terreno da investida.
O valor de Mercado dos Estoques da Cia Subsidiária e de R$ 550.000,00.
A Cia Holding tem em seu Imobilizado um Imóvel subavaliado, cujo valor de Mercado é de R$
700.00,00 e valor contábil é de R$ 350.000,00.
As ações das duas empresas têm valor nominal de R$ 1,00 cada.
Os Balanços das empresas estão apresentados a seguir.

Cia Cia Holding


ATIVO Cia Holding (após a Inc)
Subsidiária
Disponível 50.000 30.000
Estoques 600.000 370.000
Investimento na
350.000
Subsidiária – 70%
Ágio – Inv.na
70.000
Subsidiária
Imobilizado 1.200.000 300.000
Total do ativo 2.270.000 700.000
PASSIVO
Fornecedores 400.000 50.000
Financiamentos 700.000 150.000
Patrimônio líquido
• Capital 1.170.000 500.000
Total do passivo 2.270.000 700.000

Pede-se:

a) Contabilize a operação na Cia Holding e na Cia Subsidiária.


b) Calcule o valor do patrimônio das empresas a valor de Mercado.
c) Calcule o valor da participação dos acionistas na Cia Holding após a Incorporação.
d) Apresente o Quadro Elucidativo, conforme determinação da CVM.

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7) → Admitindo que a Cia Café venha a realizar uma FUSÃO com a Cia Chocolate, dando origem a uma
terceira companhia Capuccino, conforme configuração apresentada a seguir, quais seriam os desdobramentos
societários da operação? Considere as seguintes Informações:

A Cia Café detém 60% das ações do capital social da Chocolate.


A operação será realizada pelo valor de mercado.
A operação será realizada mediante troca de ações.
O ágio está fundamentado na Expectativa de Ganhos Futuros.
Um teste de Impairment aponta uma desvalorização de R$ 150,00 nos estoques da Cia Chocolate.
A Cia Café tem em seu Imobilizado um Imóvel subavaliado, cujo valor de Mercado é de R$
500.00,00 e valor contábil é de R$ 250.000,00.
As ações das duas empresas têm valor nominal de R$ 1,00 cada.
Os Balanços das empresas estão apresentados a seguir.

Cia Cia
ATIVO Cia Café Capuccino
Chocolate
Disponível 10.000 20.000
Estoques 400.000 400.000
Investimento na
300.000
Subsidiária – 60%
Ágio – Investimento na
40.000
Cia Chocolate
Imobilizado 800.000 280.000
Total do ativo 1.550.000 700.000
PASSIVO
Fornecedores 300.000 50.000
Financiamentos 550.000 150.000
Patrimônio líquido
• Capital 1.000.000 500.000
Total do passivo 1.550.000 700.000

Pede-se:

a) Contabilize a operação nas Cias Café, Chocolate e Capuccino.


b) Calcule o valor do patrimônio das empresas a valor de Mercado.
c) Calcule o valor da participação dos acionistas na Cia Holding após a Incorporação.
d) Apresente o Quadro Elucidativo, conforme determinação da CVM

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8). Fusão é uma operação


a) pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e
obrigações
b) que envolve a partilha do ativo e o pagamento do passivo exigível das sociedades envolvidas
c) pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os
direitos e obrigações
d) pela qual uma sociedade passa, independentemente de liquidação ou extinção, de um tipo para o outro
e) pela qual a sociedade transfere parte de seus ativos e passivos para uma sociedade nova, criada
especialmente para esse fim.

9). Conta de Incorporação 400.000,00


a Diversos
a Ativo Circulante 250.000,00
a Ativo Permanente 150.000,00
O lançamento acima:
a) implica que a sociedade incorporadora aumentou seu patrimônio líquido em R$ 400.000,00
b) implica que a sociedade incorporada receberá ações da incorporadora no valor de R$ 150.000,00
c) foi realizado na contabilidade da companhia incorporadora
d) implica que a sociedade incorporada não possuía bens e direitos realizáveis a longo prazo
e) está incorreto, uma vez que as contas estão invertidas

10). Na cisão total:


a) as sociedades resultantes da operação devem obrigatoriamente ter sido constituídas para esse fim
b) há a extinção da sociedade que transferiu seu patrimônio
c) os acionistas da sociedade cindida não recebem ações das sociedades resultantes da operação
d) não há necessidade de protocolo de intenções entre as sociedades envolvidas
e) os bens vertidos devem ser, necessariamente, avaliados pelo seu valor contábil

11). Na incorporação da investida por sua investidora pelos valores contábeis:

a) se a incorporada é subsidiária integral de sua investidora, não haverá aumento de capital dessa última
b) o valor do investimento permanecerá no ativo da incorporadora, sendo, todavia, exigida a baixa de
eventual ágio pago na aquisição do mesmo
c) caso a incorporadora não detenha a totalidade das ações da incorporada, haverá aumento de seu capital
em montante igual ao volume dos bens e direitos recebidos da sociedade extinta
d) é irrelevante ter havido o pagamento de ágio por ocasião da aquisição da participação societária que
será extinta no processo
e) em caso de pagamento de ágio na aquisição do investimento, o valor do mesmo será baixado contra
conta de resultado da incorporadora, mesmo que subsista o fundamento econômico de seu pagamento

12). (AFTN/98). Nas operações de cisão, podem ocorrer as seguintes situações, exceto:

a) cisão total com a criação de duas ou mais empresas novas;


b) cisão total com versão de parte do PL para empresa nova e parte para empresa já existente;
c) cisão parcial com versão de parte do patrimônio para empresas já existentes;
d) cisão parcial com versão de todo o patrimônio para a mesma sociedade;
e) cisão total com versão do patrimônio para empresas já existentes.

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13) - (FINEP/Cesgranrio-2011) A reorganização societária conhecida por fusão é aquela decorrente da


operação pela qual:

(a) uma sociedade adquire outra sociedade.


(b) uma sociedade transfere parcelas do patrimônio para uma ou mais sociedades novas.
(c) uma ou mais sociedades são absorvidas por outras já existentes.
(d) duas ou mais sociedades se unem a uma sociedade já existente.
(e) duas ou mais sociedades se unem para formar uma sociedade nova.

14) - (FINEP/Cesgranrio-2011) A Lei das Sociedades Anônimas, devidamente atualizada até dezembro de
2010, estabelece de forma clara e objetiva que fusão é a operação em que:
(a) a sociedade verte parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades constituídas para tal fim, ou, para
as sociedades já existentes, que assumiram os direitos e obrigações das parcelas vertidas.
(b) duas sociedades se unem em uma nova sociedade ou em outra já existente, que a elas sucederá em todos os
direitos e obrigações.
(c) duas ou mais sociedades são absorvidas por outra, que a elas sucede em todos os direitos e brigações.
(d) duas ou mais sociedades se unem para formar sociedade nova, que a elas sucederá em todos os direitos e
obrigações.
(e) nomeados determinam, necessariamente, que o patrimônio a ser vertido das empresas envolvidas seja, pelo
menos, igual ao seu capital a realizar.

15) - (Petrobras/Cesgranrio-2009) - A Cia. Redentor S.A. realizou uma operação de cisão parcial para
constituição de uma nova sociedade denominada Corcovado S.A. Observe os dados dos ativos e passivos
cindidos da Cia. Redentor S.A., com valores em reais.
• Depreciação Acumulada 112.000,00
• Disponível 123.000,00
• Fornecedores a Pagar 135.650,00
• Imobilizado 556.700,00
• Salários e Encargos a Pagar 104.890,00
Com base apenas nas informações acima, o valor da redução do patrimônio líquido na Cia. Redentor S.A., após
a cisão a valores contábeis, em reais, é
(a) 327.160,00
(b) 439.160,00
(c) 444.700,00
(d) 450.160,00
(e) 567.700,00

16) - (Petrobras/Cesgranrio-2009) - A nova redação da Lei no 6.404/76, com as alterações das Leis nºs
11.638/07 e 11.941/09, estabelece que as operações de incorporação, fusão e cisão somente poderão ser
efetivadas nas condições aprovadas, se os peritos nomeados determinarem que o valor do patrimônio ou dos
patrimônios líquidos a serem vertidos para a formação de capital social é
(a) igual, pelo menos, ao montante do capital a realizar.
(b) obtido, no mínimo, pela soma dos capitais de cada empresa envolvida na operação.
(c) calculado pelo valor de mercado das ações negociadas.
(d) limitado à soma das ações ordinárias das empresas envolvidas na operação.
(e) apurado pela adição do Patrimônio Líquido das empresas envolvidas na operação.

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17) - (Petrobras/Cesgranrio-2009) - Os acionistas da Cia. Miramar S.A. e da Cia. Pacífica S.A. decidiram que
a primeira incorporaria a segunda em 31/12/2008, considerando ativos e passivos avaliados pelo valor contábil.
A Miramar S.A. detém 65% do total de ações do capital social da Cia Pacífica S.A. e o investimento é avaliado
pelo método de equivalência patrimonial. Observe o Balanço Patrimonial da Cia. Pacífica S.A. em 31/12/2008.

Informação adicional: os acionistas minoritários da Cia.Pacífica S.A. também concordaram com a incorporação
e a participação no capital da incorporadora. Considerando exclusivamente as informações acima, o valor do
aumento do patrimônio líquido da Cia. Miramar S.A. em 31/12/2008, em reais, é
(a) 87.500,00
(b) 104.000,00
(c) 160.000,00
(d) 162.500,00
(e) 250.000,00

18) - (BNDES/ UFRJ-1997) As empresas A e B apresentavam os seguintes Balanços Patrimoniais:

Por decisão do controlador das duas empresas, a empresa A incorporou a empresa B com base nos valores
contábeis. O valor do Patrimônio Líquido da Cia. A após a incorporação de B é de:
(A) 2.000
(B) 3.000
(C) 4.000
(D) 6.000
(E) 7.000

19) - (BNDES/ UFRJ-1997) As empresas A e B apresentavam os seguintes Balanços Patrimoniais:

As empresas tinham o mesmo controle acionário. As empresas A e B são fundidas, com base nos valores
contábeis, sendo constituída a Cia. C. O valor do Patrimônio Líquido da Cia. C após a fusão é de:

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(a) 1.000
(b) 2.000
(c) 3.000
(d) 4.000
(e) 5.000

20) - (BNDES / Cesgranrio - 2004) A Sociedade X possui 60% das ações do capital social da Sociedade Y,
com o investimento avaliado pelo método de equivalência patrimonial. Os acionistas das duas sociedades
aprovaram a incorporação da Sociedade Y pela Sociedade X. Com base no acervo líquido avaliado pelo valor
contábil, apresentado a seguir, em reais, a situação das duas sociedades, na data da operação, era a seguinte:

(*) Ágio decorrente do valor de bens registrados no Ativo, da Sociedade X, por valor inferior ao de
mercado.
Pelo registro da transferência do Patrimônio Líquido da Sociedade Y para a Sociedade X, o lançamento a
ser efetuado em X, em reais, será:

(a) Patrimônio Líquido


A Conta de Incorporação 40.000

(b) Capital Social


A Conta de Incorporação 35.000

(c) Conta de Incorporação


A Capital Social 40.000

(d) Conta de Incorporação


A Reserva de Incorporação 35.000

(e) Conta de Incorporação


A Capital Social 14.000

21) - (AFTN/ESAF) As empresas A, B e C encerram suas atividades através de uma fusão, transferindo
seu patrimônio líquido para a formação de uma nova empresa denominada “D”. Cada uma das empresas
possui dois sócios com igual participação no capital. O patrimônio líquido de cada empresa antes da fusão
era:

Patrimônio Líquido A B C
Capital 760 720 2.880
Lucros Acumulados 200 - -
Reserva de Lucro - 240 -

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As empresas A e B aumentaram seu capital antes da fusão, utilizando os saldos de lucros acumulados e
reserva de lucro.
A participação, individual, dos sócios da empresa B após a fusão é equivalente a:
(a) 10% do total
(b) R$ 380,00 para um e R$ 1.360,00 para outro
(c) 30% do total
(d) 50% do total
(e) R$ 1.440,00 para cada um

22)- (AFTN/Esaf) Incorporação é a operação pela qual uma (um):


(a) Empresa adquire mais de 50% do controle acionário de outra do mesmo grupo.
(b) Edifício é construído por uma empresa em um terreno previamente ceido pela outra.
(c) Empresa transfere a totalidade do patrimonio para outra que a sucede em direitos e obrigações.
(d) Empresa transfere a totalidade do patrimonio a outra formando uma terceira.
(e) Empresa passa a ter acionistas comuns a uma outra pessoa.

23)- (AFTN/Esaf) Nas operações de Cisão, podem ocorrer as seguintes situações, exceto:
(a) Cisão total com criação de duas ou mais empresas novas.
(b) Cisão total com versão de parte do patrimônio líquido para empresa nova e parte para empresa já
existente.
(c) Cisão parcial com versão de parte do patrimônio para empresas já existentes.
(d) Cisão parcial com versão de todo o patrimônio para a mesma sociedade.
(e) Cisão total com versão do patrimônio para empresas já existentes.

24)- Conta de Incorporação 400.000,00


a Diversos
a Ativo Circulante 250.000,00
a Ativo Permanente 150.000,00
O lançamento acima:
a) implica que a sociedade incorporadora aumentou seu patrimônio líquido em R$ 400.000,00
b) implica que a sociedade incorporada receberá ações da incorporadora no valor de R$ 150.000,00
c) foi realizado na contabilidade da companhia incorporadora
d) implica que a sociedade incorporada não possuía bens e direitos realizáveis a longo prazo
e) está incorreto, uma vez que as contas estão invertidas

25)- O ágio pago na aquisição de sociedade controlada que for incorporada pela sua controladora:

a) deverá ser contabilizado em conta de ativo diferido, quando o fundamento tiver sido a aquisição do
direito de exploração, concessão ou permissão delegado pelo poder público
b) deverá ser baixado contra a conta de investimentos da sociedade incorporadora
c) deverá ser reclassificado para conta de ativo realizável a longo prazo, quando o fundamento tiver sido
valor de mercado dos ativos da investida superior ao seu valor contábil
d) quando o fundamento econômico tiver sido rentabilidade futura, deverá ser reclassificado para a conta
de Resultado de Exercícios Futuros
e) caso não tenha fundamento econômico ou este ter deixado de existir, deverá ser baixado contra
despesa do período em que se realizou a operação

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26)--(BNDES/Cesgranrio–2009) Na empresa adquirente, em uma operação de combinação de negócios, os


ativos identificáveis adquiridos e os passivos assumidos, pelo método da aquisição, como regra geral, devem ser
mensurados e reconhecidos, na data da aquisição, pelo valor:
(a) justo.
(b) de entrada.
(c) de saída.
(d) de saída para ativos e de entrada para passivos.
(e) realmente despendido na operação.

27)—(BNDES/Cesgranrio–2009) Nos estritos termos do Apêndice A do Pronunciamento Técnico CPC 15 do


Comitê de Pronunciamentos Contábeis que trata de combinação de negócios, aprovado pela Deliberação CVM
no 580 de 31 de julho de 2009, entende-se por combinação de negócios a(o):
(a) operação ou outro evento por meio do qual um adquirente obtém o controle de um ou mais negócios,
independente da forma jurídica da operação.
(b) negócio ou conjunto de negócios que são efetivamente controlados por uma entidade, independente da forma
jurídica utilizada para tal.
(c) conjunto integrado de atividades e ativos capaz de ser conduzido e gerenciado para gerar retorno, na forma
de dividendos, redução de custos ou outros benefícios econômicos, diretamente a seus investidores ou outros
proprietários, membros ou participantes.
(d) poder para governar a política financeira e operacional de outra entidade de forma a obter benefícios de suas
atividades.
(e) valor pelo qual um ativo pode ser negociado entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e
independentes entre si, com ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que
caracterizem uma transação compulsória.

28) - (Livro N.Carvalho/Pág. 229) O excesso do valor justo dos ativos líquidos da empresa adquirida sobre o
valor pago pela adquirente numa combinação de negócios, após a mensuração dos valores, deverá ser:
(a) Deduzido do saldo da conta de Investimentos;
(b) Reconhecido como passivo e mantido até a baixa do investimento;
(c) Reconhecido no grupo de investimentos e amortizado de acordo com a expectativa de prejuízos da
adquirente;
(d) Baixado imediatamente como resultado;
(e) Reconhecido no grupo de investimentos e testado anualmente por impairment.

29) - (Livro N.Carvalho/Pág. 230) A aquisição do controle em uma combinação de negócios pode ser
evidenciada, além da maioria do capital votante, por todas as situações abaixo, exceto:
(a) Por estatuto ou acordo dando o direito de adquirente de controlar as políticas operacionais e financeiras
da adquirida;
(b) Por acordo com outros investidores concedendo à adquirente o direito da maioria do direito a voto;
(c) Pelo poder de apontar ou remover a maioria dos membros da diretoria, órgão este que exerce o controle;
(d) Pelo poder de apontar ou remover a maioria dos membros de um órgão equivalente à diretoria, que
exerce o controle;
(e) Pelo poder de influenciar as políticas operacionais e financeiras por acordo legal.

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30) - (Livro N.Carvalho/Pág. 229) De acordo com a IFRS 3 (CPC 15), o método a ser adotado em toda
Combinação de Negócios é:
(a) Método de combinação proporcional;
(b) Método de união de interesses;
(c) Método de equivalência patrimonial;
(d) Método de Compra;
(e) Método de Aquisição.

31) - (Livro N.Carvalho/Pág. 231) A Cia Catanduvas adquiriu 100% das ações da Cia Caracas no início de
janeiro de 2008. O valor justo da aquisição correspondeu à emissão de 20 milhões de ações a R$ 1,00 cada da
Cia. Catanduvas e o valor justo dos ativos líquidos adquiridos era de R$ 14 milhões. Em novembro de 2008,
data em que a adquirente assume o controle da adquirida, os valores das ações e dos ativos líquidos foram
finalmente determinados, respectivamente, em R$ 22 milhões e R$ 15 milhões. Contudo, o valor da Cia.
Catanduvas reduziu-se fortemente no ano de 2008 e os diretores da Cia Catanduvas desejam reduzir o valor da
compra para R$ 18 milhões. Quais valores deverão ser apresentados, respectivamente, no final de 2008
referentes ao valor pago, aos ativos líquidos e ao goodwill?
(a) R$ 20 milhões, R$ 14 milhões e R$ 6 milhões.
(b) R$ 22 milhões, R$ 15 milhões e R$ 7 milhões.
(c) R$ 18 milhões, R$ 14 milhões e R$ 4 milhões.
(d) R$ 18 milhões, R$ 15 milhões e R$ 3 milhões.
(e) R$ 22 milhões, R$ 15 milhões e R$ 7 milhões e um ganho de R$ 4 milhões.

32) - (Livro N.Carvalho/Pág. 230) O goodwill originário de uma combinação de negócios deverá ser:
(a) Reconhecido como um intangível e testado por impairment anualmente ou em períodos menores, se
houver evidências de perda;
(b) Reconhecido como receita na data de aquisição;
(c) Reconhecido com despesa na data de aquisição;
(d) Reconhecido como um ativo intangível e amortizado de acordo com o período de expectativa de lucros
da adquirente;
(e) Nenhuma das alternativas anteriores.

33) - (Livro N.Carvalho/Pág. 230) A Cia Zêta adquire 80% das ações com direito a voto da Cia.Petra pagando
R$ 100.000 em dinheiro e emitindo R$ 100.000 em ações a favor dos acionsitas da adquirida. A Cia. Petra só
emite ações ordinárias. Os ativos da Cia. Petra, a valor justo, totalizam R$ 200.000, os passivos assumidos, a
valor justo, somam R$ 70.000 e os ativos intangíveis mensurados a valor justo são de R$ 30.000. A participação
dos não controladores teve por base os ativos líquidos da adquirida. O valor do goodwill reconhecido pela Cia
Zêta na data aquisição será de:
(a) R$ 40.000,00
(b) R$ 102.000,00
(c) R$ 72.000,00
(d) Não gera goodwill, mas um ganho de R$ 60.000
(e) Nenhuma das alternativas anteriores.

34) - (Livro N.Carvalho/Pág. 231) Os seguintes ativos intangíveis podem ser reconhecidos separadamente do
goodwill numa combinação de negócios, exceto:
(a) Marcas e domínios de internet;
(b) Contratos e relacionamento com clientes;
(c) Marcas;
(d) Patentes e base de dados;
(e) Lista de cleintes com cláusula de confidencialidade.

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