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FASE: EXECUÇÃO DE AUDITORIA

AUDITORIA: ÁREA DE VENDAS,


PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS E
DÍVIDAS A RECEBER

Mário Ndala
mndala@flpangola.net
1
Temas para esta secção ...
Aspectos de natureza contabilística Procedimentos de Auditoria

Medidas de controlo interno Mapas de Trabalho

Objectivos de Auditoria Conclusões

2
Objectivos do capitulo ...
1. Explicar com precisão como devem ser reconhecidos,
mensurados, apresentados e divulgados os elementos
das demonstrações financeiras relacionadas com esta
área;
2. Indicar os principais medidas de controlo interno
relacionados com esta área;
3. Enunciar os objectivos de auditoria a atingir nesta área;
4. Explicar em que consiste e como se faz o teste aos
controlos existentes nesta área;
5. Indicar os procedimentos de auditoria que devem ser
realizados a fim de se atingir os objectivos enunciados;
6. Demonstrar que conhece bem a forma como deve ser
documentado o trabalho de auditoria nesta área. 3
Aspectos de natureza contabilística
As contas de 1º e 2º grau que têm a ver com esta área são os seguintes:
ORDEM DE CONTAS DO 1º GRAU
61. VENDAS
62. PRESTAÇÕES DE SEREVIÇOS
63. OUTROS PROVEITOS OPERACIONAIS
31. CLIENTES
615. SUBSÍDIOS A PREÇOS
ORDEM DE CONTAS DO 2º GRAU
31.1 CLIENTES CONTA CORRENTE
31.2 CLIENTES - TITULOS A RECEBER
31.9 CLIENTES SALDO CREDORES
37.6 PROVEITOS A REPARTIR POR PERÍODOS FUTUROS
34.2 IMPOSTO DE PRODUÇÃO E CONSUMO
37.3 PROVEITOS A FACTURAR
76.3 DESCONTOS DE PRONTO PAGAMENTO CONCEDIDO
78.5 DÍVIDAS INCOBRÁVEIS
61.7 DEVOLUÇÕES DE VENDAS
61.8 DESCONTOS E ABATIMENTOS
68.5 RECUPERAÇÃO DA DÍVIDA
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VENDAS

Esta rubrica destina-se a registar o proveitos


proveniente da venda de bens.

Para tal, o termo bens inclui bens produzidos


pela entidade com a finalidade de ser vendido e
bens comprados para revenda, tais como
mercadorias compradas por um retalhista ou
terrenos e outras propriedades detidas para
revenda.

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CONCEITO DE PROVEITO
O PROVEITO: é definido na Estrutura Conceptual para a
Preparação e Apresentação das Demonstrações
Financeiras como aumentos de benefícios económicos
durante o período contabilístico na forma de influxos ou
aumentos de activos ou diminuições de passivos que
resultem em aumentos no capital próprio, que não sejam
os que se relacionem com contribuições dos
participantes do capital próprio.

QUESTÃO PRÉVIA: A questão primordial na contabilização do


proveito é a de determinar quando reconhecer o mesmo?

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CONCEITO DE PROVEITO
O PROVEITO é reconhecido quando for provável que
benefícios económicos futuros fluirão para a empresa e
esses benefícios possam ser fiavelmente mensurados.
QUESTÃO PRÉVIA2: O PROVEITO inclui somente os influxos brutos
de benefícios económicos recebidos e a receber pela empresa de
sua própria conta. As quantias cobradas por conta de terceiros tais
como impostos sobre vendas, impostos sobre bens e serviços e
impostos sobre o valor acrescentado não são benefícios
económicos que fluam para a empresa e não resultem em
aumentos de capital próprio. Por isso, são excluídos do PROVEITO.
Semelhantemente, num relacionamento de agência, os influxos
brutos de benefícios económicos não resultam em aumentos de
capital próprio para a empresa. As quantias cobradas por conta do
capital não são PROVEITO. Em vez disso, o PROVEITO é a quantia
de comissão. 7
QUANDO RECONHECER A VENDA
O proveito proveniente da venda de bens deve ser
reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as
condições seguintes:

(a) a empresa tenha transferido para o comprador os


riscos e vantagens significativos da propriedade dos
bens;

(b) a empresa não retenha envolvimento continuado de


gestão com grau geralmente associado com a posse
nem o controlo efectivo dos bens vendidos;

(c) a quantia do proveito possa ser fiavelmente


mensurada;

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QUANDO RECONHECER A VENDA

d) seja provável que os benefícios económicos


associados com a transacção fluam para a empresa ; e

(e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes


à transacção possam ser fiavelmente mensurados;

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Exemplo de um caso prático

(1) No dia 29/12/X4 foram vendidas, facturadas e


contabilizadas mercadorias cujo valor de venda foi
de 58.700. A expedição para o cliente só foi feita em
03/01/X5, mas como as mercadorias não estavam
devidamente identificadas em armazém foram
incluídas no inventário final. A margem bruta
apurada nesta venda foi de 20% sobre o preço de
custo.

(2) No inventário de 31/12/X4 foram incluídas


diversas mercadorias que se encontravam em
regime de consignação, valorizadas em 7.600. Por
outro lado não foram consideradas mercadorias da
empresa em poder de terceiros no montante de 2.100
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Exemplo de um caso prático

(3) O Cliente Paulo, Lda. Reclama um desconto


comercial de $5.000,00 por ter atingido os objectivos
de compras considerando que o seu saldo está
sobreavaliado neste montante.

(4) O Cliente Dilson, Lda. As mercadorias que


totalizam o valor de $8.000,00 referentes a factura n.º
34/N, foram recebidas no dia 30/01/N+1.

(5) O Cliente Wassauca, Lda. A factura n.º 42, no


valor de $2.000,00, não esta correta, pois essas
mercadorias foram devolvidas devido a terem sido
rececionadas fora do prazo.

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Exemplo de um caso prático

Pedido: Elabore os lançamentos de


regularização que considere necessários,
sabendo que a empresa utiliza o sistema
de inventário periódico e valoriza as
existências ao custo de aquisição.

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QUANDO RECONHECER A VENDA
A avaliação de quando uma empresa transferiu os riscos
e vantagens significativos da propriedade para o
comprador exige um exame das circunstâncias da
transacção

Na maior parte dos casos, a transferência dos riscos e


vantagens da propriedade coincide com a transferência
do documento legal ou da passagem da posse para o
comprador. Este é o caso da maioria das vendas a
retalho.
Noutros casos, a transferência de riscos e vantagens de
propriedade ocorre num momento diferente da
transferência do documento legal ou da passagem da
posse.
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QUANDO RECONHECER A VENDA
Se a empresa retiver significativos riscos de propriedade,
a transacção não é uma venda e o proveito não é
reconhecido. Uma empresa pode reter um risco
significativo de propriedade de muitas maneiras. São
exemplos de situações em que a empresa pode reter os
riscos significativos e vantagens de propriedade:

a) quando a empresa retenha uma obrigação por


execução não satisfatória não coberta por cláusulas
normais de garantia.

b) quando o recebimento do proveito de uma dada


venda seja contingente da obtenção de proveito pelo
comprador pela sua venda dos bens.
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QUANDO RECONHECER A VENDA

c) quando os bens sejam expedidos sujeitos a


instalação e a instalação seja uma parte
significativa do contrato que ainda não tenha
sido concluído pela empresa; e
d) quando o comprador tenha o direito de
rescindir a compra por uma razão especificada
no contrato de
venda e a empresa não esteja segura acerca da
probabilidade de devolução.

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QUANDO RECONHECER A VENDA

Se uma empresa retiver somente um


insignificante risco de propriedade, a transacção
é uma venda e o proveito é reconhecido.

Por exemplo, um vendedor pode reter o título


legal dos bens unicamente para proteger a
cobrabilidade da quantia devida. Em tal caso, se
a empresa tiver transferido os riscos e
vantagens significativos da propriedade, a
transacção é uma venda e o proveito é
reconhecido.
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QUANDO RECONHECER A VENDA
Um outro exemplo de uma empresa que retém
somente um risco insignificante de propriedade
pode será de uma venda a retalho quando for
oferecido um reembolso se o cliente não ficar
satisfeito.

O proveito em tais casos é reconhecido no


momento da venda desde que o vendedor possa
fiavelmente estimaras devoluções futura se
reconheça um passivo por devoluções com base
em experiência anterior e noutros factores
relevantes.
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QUANDO RECONHECER A VENDA
O proveito só é reconhecido quando for provável
que os benefícios económicos associados com a
transacção fluam para a empresa. Em tais
casos, isto só está em condições de se verificar
depois da retribuição ser recebida ou de uma
incerteza ser removida.

Por exemplo, pode ser incerto que uma


autoridade governamental estrangeira conceda
permissão para remeter a retribuição de uma
venda num país estrangeiro. Quando a
permissão seja concedida, a incerteza é retirada
e o proveito é reconhecido.
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QUANDO RECONHECER A VENDA

Porém, quando surja uma incerteza acerca da


cobrabilidade de uma quantia já incluída no
proveito, a quantia incobrável ou a quantia cuja
recuperação tenha cessado de ser provável é
reconhecida como custo e não como um
ajustamento da quantia do proveito
originalmente reconhecido.

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Quando o desfecho de uma transacção que


envolva a prestação de serviços possa ser
fiavelmente estimado, o proveito associado com
a transacção deve ser reconhecido com
referência à fase de acabamento da transacção
à datado balanço.

O desfecho de uma transacção pode ser


fiavelmente estimado quando todas as
condições seguintes forem satisfeitas:

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

a) a quantia de proveito possa ser fiavelmente


mensurada;

b) seja provável que os benefícios económicos


associados à transacção fluam para a empresa;

c) a fase de acabamento da transacção à data do


balanço possa ser fiavelmente mensurada; e

d) os custos incorridos com a transacção e os custos


para concluira transacção possam ser fiavelmente
mensurados.
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

O reconhecimento do proveito com


referência à fase de acabamento de uma
transacção é muitas vezes referido como o
método da percentagem de acabamento.
Por este método, o proveito é reconhecido
nos períodos contabilísticos em que os
serviços sejam prestados.
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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

O reconhecimento do proveito nesta base proporciona


informação útil sobre a extensão da actividade de
serviço e desempenho durante um período. A IAS 11,
Contratos de Construção, também exige o
reconhecimento do proveitos nesta base. As
exigências desta Norma são geralmente aplicáveis ao
reconhecimento do proveito e aos custos associados de
uma transacção que envolva a prestação de serviços.

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PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

Uma empresa é geralmente capaz de fazer estimativas


fiáveis após ter concordado com os outros parceiros
da transacção o seguinte:

a) os direitos e deveres que cada uma das partes está


obrigada a cumprir quanto ao serviço a ser prestado e
recebido pelas partes;

b) a retribuição a ser trocada; e

c) o modo e os termos da liquidação.

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Exercício 1

A empresa “B” vai construir uma ponte ferroviária, cuja


data de início das obras será em Janeiro de 2010. A obra
foi adjudicada pelo montante de $100.000.000,00, tendo
a empresa previsto executar a obra com um custo
estimado de $90.000.000. A obra será executada num
prazo de três anos, sendo o plano de pagamento o
seguinte:

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Exercício 1

Plano de pagamento Valor de pagamento


31-julho-2010 $ 25.000.000,00
31-janeiro-2011 $ 15.000.000,00
31-julho-2011 $ 20.000.000,00
31-janeiro-2012 $ 10.000.000,00
31-julho-2012 $ 20.000.000,00
31-janeiro-2013 $ 10.000.000,00
TOTAL $ 100.000.000,00

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Exercício 1

•A empresa contabilizará os proveitos da obra em função


do seu grau de acabamento, ou seja, caso o grau de
acabamento seja superior à facturação, teremos
devedores por acréscimo de proveito, caso a facturação
seja superior ao grau de acabamento, teremos proveitos
a reconhecer. Os custos que a empresa estimou, em
cada ano, com a obra foram os seguintes:

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Exercício 1

Ano Custos estimados Grau de acabamento


2010 $ 33.750.000,00 37,50%
2011 $ 24.750.000,00 65,00%
2012 $ 29.250.000,00 97,50%
2013 $ 2.250.000,00 100,00%
TOTAL $ 90.000.000,00 TOTAL

Questão: Pede-se que determine os proveitos e os


resultados do exercício!

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OUTROS PROVEITOS OPERACIONAIS
Em outros proveitos operacionais, integram as seguintes
rubricas:
1. Serviços suplementares (Regista os proveitos inerentes ao valor
acrescentado, de actividades que não sejam próprias da actividade
da entidade).

2. Royalties (Serve para registar os proveitos derivados do uso, por


terceiros de imobilizados da entidade, como por exemplo, patentes,
marcas, copyrights e softwares de computadores).

3. Subsídios à exploração (Destina-se a registar os subsídios a fundo


perdido concedido à entidade, com a finalidade de cobrir custos que
não se relacionam com o investimento em imobilizado).

4. Subsídios a investimentos ( Serve para registar os subsídios a


fundo perdido concedidos a entidade destinando a financiar
imobilizados amortizáveis).

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OUTROS PROVEITOS OPERACIONAIS

Nota: Quanto ao Subsídio a Investimento, o


registo é feito apenas pela quota parte do ano que
se destine a compensar os custos relacionados, a
qual deverá ser determinado de acordo com as
disposições constantes da rubrica 37.6.3 Proveitos
a repartir por exercícios futuros – subsídios para
investimento.

30
Exemplo 2

A empresa recebeu um subsídio para a compra de


um equipamento industrial. Quando é que o
subsídio deve ser reconhecido como proveito?

31
A empresa Os subsídios
Reconhecimento cumprirá as serão
do subsídio condições a ele efectivamente
associadas recebidos

32
Exemplo 2 (resolução)

O subsídio deve ser reconhecido como proveito


nos mesmos períodos e de acordo com a mesma
base de determinação das amortizações do
imobilizado a que os subsídios se referem, por
forma a cumprir com o princípio de
balanceamento de custos e proveitos.

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Risco inerente a área de vendas

O principal risco relacionado com esta área centra-se na


correlação entre custos e proveitos. Dai a necessidade
do auditor ficar atento ao factos que levam ao órgão de
gestão a não respeitar este princípio (factores de riscos),
tais como:

a) Situação económica débil;

b) Pressão para determinados volumes de vendas


sejam atingidos (Sobreavaliação);

c) Pressões fiscais (Subavaliação).

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Risco inerente a área de vendas

Principais riscos inerentes:

a) Vendas fictícias;
b) Vendas registadas no exercício que respeitam ao
exercício seguinte;
c) Notas de créditos emitidas em N+1 < relacionadas
com o exercício de N;
d) Pressões para sobreavaliar as dividas a pagar;
e) Grande numero de transações;
f) Transações entre partes relacionadas;
g) Alterações no processo de vendas;
h) Concentração de vendas num reduzido numero de
clientes 35
Alguns exemplos inerentes aos riscos.
Caso 1
Na California Micro Devices Corp. não existiam politicas
relacionadas com reconhecimento de proveitos, tendo
sido detetado uma constante sobrevalorização de
vendas usando as seguintes técnicas:
a) Vendas de produtos não recomendados ou até ao
final do exercício não tinham sido expedito;
b) Devoluções de vendas não registadas;
c) Pagamento a distribuidores para aceitarem bens em
relação aos quais podiam efetuar a devolução
quando entendesse, contabilizando o envio dos bens
como vendas.
No pico da fraude, cerca de 70% das vendas da
empresa eram fictícias. 36
Alguns exemplos inerentes aos riscos.
Caso 2
Na empresa Pelegrine Systems, Inc. a administração
reunia-se no final do 4.º trimestre para decidir o
montante das vendas a reconhecer de modo que as
expectativas dos utentes da informação financeira fosse
cumpridas.
Assim eram efectuadas operações fictícias com os
retalhistas da empresa sobreavaliando as vendas e os
clientes. Quando as dividas de clientes começaram a
acumular a administração contraiu empréstimo
colaterizado por essas dividas, contabilizando-os
igualmente como vendas.
Estima-se que com este procedimento as vendas no
período entre 2000 e 2002 foram sobreavaliadas em
$507 Milhões de dólares. 37
CONTROLO INTERNO

Questão fundamental de controlo interno nesta área,


esta ligado a adequada segregação de funções em
relação à aprovação das vendas, contabilização,
cobrança e custodia das facturas de cobranças.

38
PROCEDIMENTOS SUBSTANTIVOS

Questão fundamental de controlo interno nesta área,


esta ligado a adequada segregação de funções em
relação à aprovação das vendas, contabilização,
cobrança e custodia das facturas de cobranças.

Nota aprofundar leitura e analise em Carlos Baptista


(2011) – Auditoria Financeira – Casos Práticos

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PROCEDIMENTOS SUBSTANTIVOS
Procedimentos substantivos Objectivos de auditoria
Existência, direitos, rigor, e
Procedimentos analítico
valorização
Existência, ocorrência,
Vouching e tracing obrigações, valorização, rigor e
corte
Corte e operações Corte
Existência, ocorrência, direitos,
Circularização de dívidas a
rigor, valorização, corte e
receber
plenitude
Análise de saldos poucos usuais Existência, imputação e
e procedimentos básicos ocorrência
Avaliação da adequabilidade de
Valorização
provisões de clientes
Avaliar a apresentação e a
Apresentação e divulgação
divulgação
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CASO PRÁTICO 1 NO ÂMBITO DA AUDITORIA
A Empresa Formação, S. A. presta serviços de formação a empresas e a
particulares. Tem como fornecedores os monitores que são contratados de
acordo com o plano de formação previsto.
Dado o facto de grande parte dos monitores ser constituída por profissionais
em regime livre e devido a outros factores, o auditor identificou um risco de
não serem registados todos os fornecimentos por falta de recepção do recibo.
Assim, planeou efectuar procedimentos substantivos extensos que
permitissem confirmar que todos os valores a pagar a fornecedores se
encontram reconhecidos à data do balanço ou, eventualmente, apurar o
montante não registado. Planeou, assim, pedir a confirmação dos saldos a
90% dos fornecedores, considerando que os 10% remanescentes apresentam
um total correspondente a cerca de 5% da materialidade planeada (pelo que
entendeu não ser relevante a sua análise).
Concorda com a decisão do auditor?
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CASO PRÁTICO (RESOLUÇÃO)

Procedimento não está correcto relativamente à(s) asserção(ões) que se


pretende(m) verificar. A asserção principal que se pretende verificar é a
integralidade dos fornecimentos e serviços externos e dos saldos a
pagar.

Existem assim 2 erros:

o procedimento de confirmação serve essencialmente para recolher


prova da existência / ocorrência e não da integralidade;

o procedimento não abrange os fornecimentos e serviços externos ao


longo do ano.

Consequentemente, o risco identificado pelo auditor não baixou com o


procedimento descrito.

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CASO PRÁTICO 2 NO ÂMBITO DA AUDITORIA
Numa empresa que vende máquinas industriais (cujos montantes envolvidos são
altos) foi detectado um saldo anormal alto relativo a despesas com a sociedade de
advogados que já trabalha há muitos anos com a empresa. O auditor pediu
explicações à gerência sobre o mesmo e foi informado que se tratava de despesas
legais relativas a um processo movido por um único cliente que alegava que a
máquina industrial que adquiriu não funcionava correctamente e pretendia a
devolução da máquina e do montante pago. O auditor resolveu circularizar a
sociedade de advogados pedindo confirmação relativamente ao provável desfecho
do litígio com este cliente. Após receber a informação da sociedade de advogados
sobre o litígio em causa e as suas possíveis consequências o auditor não
desenvolveu procedimentos adicionais e considerou ter obtido prova de auditoria
suficiente e apropriada para o saldo da conta de despesas com advogados.
Concorda com o procedimento descrito?
43
CASO PRÁTICO 2 (RESOLUÇÃO)

Trata-se da elaboração de um pedido de confirmação de


informação insuficiente e de errada interpretação da resposta:

A) Pediu somente informação sobre um único litígio. Deve ser


efectuada uma indagação específica que inclua:

– Obtenção de uma lista de todos os litígios e reclamações

– Avaliação da Gestão quanto ao desfecho do litígio ou da reclamação e a sua


estimativa das implicações financeiras, incluindo custos envolvidos

– Pedido para que o consultor jurídico confirme a razoabilidade das avaliações


da Gestão e forneça ao auditor informações adicionais se a lista for
considerada incompleta ou incorrecta
44
CASO PRÁTICO 2 (RESOLUÇÃO)

B) As situações devem ser consideradas à data do


relatório (possibilidade de existirem mais máquinas
industriais vendidas nas mesmas “más” condições –
Procedimentos adicionais).

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Exercício 2
A quando do inventario foi anotado que a última guia
de remessa de 20X0 tinha número 5167, à qual
correspondia a Factura n.º 12185, de 31/12/X0. Nos
testes efectuados ao corte de operações de vendas e
expedição foi incluído nos papeis de trabalho o
seguinte resumo:

GUIA DE REMESSA FACTURAS CPV


N.º DATA N.º DATA VALOR

5167 31/12/X4 12185 31/12/X4 1.600,00 1.280,00

5168 31/12/X4 12186 31/12/X4 1.400,00 1.120,00

5169 31/12/X4 12187 31/12/X4 3.800,00 3.040,00

5170 31/12/X4 12188 31/12/X4 900,00 720,00

5171 02/01/X5 12189 02/01/X5 3.000,00 2.400,00 46


Exercício 2

Os produtos que se referem as guias 5168 a 5170,


embora inventariados, foram posteriormente excluídos
da lista final de “stocks”.

Pedido:
A apresentação dos elementos de reclassificação e de
ajustamentos considerados apropriados face às
situações descritas. Admitindo que a auditoria é feita
com referencia a 31/12/0X

47
Exercício 3

Foi preparado pelos Auditores um balancete por idade de


saldos da conta Clientes C/C, cujo resumo se apresenta
como a seguir:
ANTIGUIDADE (EM MESES) QUANTIAS
0-4 -
4 -6 4.800
6 -9 1.100
9 -12 300
12 -18 800
18 - 24 2.600
24 - 36 3.300
> 36 9.200
22.100
48
Exercício 3

Nas reuniões efectuadas com o Director Financeiro


foi salientada a enorme dificuldade em cobrar dívidas
com mais de um ano de antiguidade, ainda que com
o apoio do Advogado da Empresa.

Pedido:
A apresentação dos elementos de reclassificação e de
ajustamentos considerados apropriados face às
situações descritas. Admitindo que a auditoria é feita
com referencia a 31/12/X0

49
Exercício 4
Os contratos de assistência técnica facturadas e
contabilizados em 20X0, com termos em 20X1,
resume-se como segue:

DATA DOS VALOR DOS VALIDADE DOS


CONTRATOS CONTRATOS CONTRATOS
01/08/X0 6.000,00 6 meses
01/09/X0 12.600,00 6 meses
01/10/X0 15.000,00 6 meses
01/11/X0 12.000,00 6 meses
01/12/X0 18.000,00 6 meses

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Exercício 5
No que respeita aos encargos com garantia, as
informações obtidas dos Serviços Técnicos e a análise
dos elementos disponíveis permitiram constatar que a
percentagem de 1% referida pelo Director Financeiro é
aceitável. Por outro lado, em 31/12/20X0, as vendas
ainda abrangidas pela garantia ascendem a
390.000,00, estimando-se em cerca de 1.200 os custos
já incorridos relativamente a tais vendas.

Pedido:
A apresentação dos elementos de reclassificação e de
ajustamentos considerados apropriados face às
situações descritas. Admitindo que a auditoria é feita
com referencia a 31/12/X0
51
CASO PRÁTICO 3
A Empresa Trocatintas, S. A. tem mercadorias nas instalações dos clientes, entregues à
consignação. O auditor entendeu que dada a relevância dos montantes envolvidos deveria
obter confirmação desses inventários para suportar a asserção da sua existência. A
avaliação de risco efectuada e evidenciada na pasta de trabalho é suficiente para permitir
uma amostra de 80 clientes, para além da análise de itens específicos que foram
devidamente identificados. Assim, seleccionou 80 clientes aleatoriamente. A amostra
seleccionada incluía três clientes cujos saldos de produtos entregues à consignação se
encontravam em conferência. Dado todos os outros saldos seleccionados se encontrarem
já conferidos e para evitar a ocorrência de alguma situação menos conveniente entre a
empresa e esses clientes, o auditor pediu aos serviços que indicassem três clientes cujos
saldos estivessem conferidos para poder substituir os clientes seleccionados. O auditor
preparou uma minuta de pedido de confirmação e solicitou que preparasse os pedidos
para todos os clientes seleccionados. Conferiu as minutas preparadas quanto ao texto,
nome do cliente e saldo e solicitou à empresa que as colocasse no correio tão breve
quanto possível.
Concorda com os procedimentos efectuados?
52

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