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Títulos Pág.
1. Introdução....................................................................................................................................1
1.1.Objectivos..................................................................................................................................2
1.2. Metodologia..............................................................................................................................2
2. Referencial Teórico.....................................................................................................................3
3. Conclusão....................................................................................................................................5
4. Referências Bibliográficas...........................................................................................................5
1. Introdução
Moçambique é um país em desenvolvimento e um dos países com níveis elevados de pobreza.
Facto que contribui para um baixo nível de cuidados em saúde. Isto influencia directamente na
protecção social da população e consequentemente na assistência médica e medicamentosa
previdenciária no sector do trabalho.
1.2. Metodologia
A metodologia é uma forma de orientação do pesquisador. Foram usados assim para a
elaboração deste trabalho, alguns métodos e técnicas. Os métodos são os caminhos que são
seguidos durante a pesquisa. Já as técnicas, são instrumentos que são usados para concretizar a
pesquisa. Para efeitos deste trabalho foi usado o método histórico. O método histórico consiste
em investigar acontecimentos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência
na sociedade actual (Lakatos e Marconi (2003: 106). Este método conduziu a discussão ao
passado para perceber o processo de evolução da protecção. No que concerne a técnica o
trabalho baseia-se na revisão bibliográfica, que se fez uma análise dos livros e artigos que
versam sobre a proteção social e sobre a assistência médica e medicamentosa previdenciária no
sector do trabalho em Moçambique. Quanto ao instrumento de colecta de dados é qualitativo
com base na pesquisa documental dos conteúdos.
2. Referencial Teórico
È um direito que é atribuído ao funcionário para si e seus familiares a seu cargo, alínea r) do nº 1
do artigo 42 do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado dispõe que o funcionário
tem direito a gozar de assistência médica e medicamentosa para si e para os seus familiares a seu
cargo, prevista em legislação específica (Decreto 21/96 de 11 de Junho).
cônjuges em regime de poligamia e de união de facto, desde que tal situação se tenha
mantido por tempo não inferior a 3 anos e seja comprovada por atestado passado pela
respectiva Administração de Distrito ( Resolução do CNFP nº 12/97, de 21 de Outubro)
No regime dos trabalhadores do sector privado, são abrangidos pelo sistema de segurança social
obrigatória os trabalhadores por conta de outrem e por conta própria, nacionais e estrangeiros
residentes em território nacional, bem como os familiares a seu cargo.
Podem também ser abrangidos pelo sistema, os moçambicanos que trabalham no estrangeiro
desde que para o efeito tenham sido celebrados acordos sobre a matéria, ou adiram ao regime dos
trabalhadores por conta própria, de acordo com o nº 2 do artigo nº 18 da Lei nº 04/2007 de 7 de
Fevereiro. Nos temos do artigo 19 da Lei que temos vindo a citar, a segurança social obrigatória
compreende as prestações nas eventualidades de doença, maternidade, invalidez e morte.
A protecção social seguiu três grandes etapas nomeadamente etapa: a etapa pré-colonial, a etapa
da colonização e a etapa do pós-independência.
De acordo com Ariscado (1995) o seguro social era baseado no princípio de solidariedade e
ajuda mútua. Estas relações caracterizam-se por ser de familiaridade, de amizade e vizinhança,
em que cada um pode ajudar o outro na esperança de que amanhã também vai receber ajuda, sem
no entanto precisar de pagar monetariamente. Os moçambicanos adoptaram este princípio ao
longo da sua vida, com o propósito de enfrentar as diferentes formas de riscos sociais que
predominam até hoje nas zonas rurais e urbanas, referenciadas a um grupo de pertença e
obedecendo a regras sociais de cada grupo ou comunidade “numa economia de subsistência”
(Faleiros, 1991: 12) citado por (Quive)1.
1
FALEIROS, Vicente de Paula (1991): A Política Social do Estado Capitalista; As Funções da Previdência e da
Assistência Sociais, 6ª edição, Cortez Editora, São Paulo.
Em 1914, por Regulamento Aprovado pelo Governo Geral, foi criado o foi criado o Montepio
Ferroviário, financiado por cotizações dos associados e por receitas várias. O seu funcionamento
iniciou em Maio de 1914 e contemplava uma pensão de reforma especial por incapacidade
permanente de serviço, subsídio de funeral, subsídio durante o tempo de licença graciosa ou pela
Junta Médica, pensão às viúvas, filhos menores etc. (Capela, 1974: 149).
A Metrópole instituiu a Previdência Social para o Funcionalismo Público civil e militar em 1929,
com a Caixa Geral de Aposentações e criou também o Montepio para Servidores do Estado em
1933 (Santos et al, 55:1998) citado por (Quive). Em conformidade com o Diploma Legislativo
n.º 2368, de 25 de Maio de 1963 foi criado o Fundo de Acção Social para o Trabalho Rural em
Moçambique (FAST).
De salientar que a extensão da segurança social originou muitas reivindicações por parte dos
sindicatos de algumas empresas privadas (SOGER, AEROPORTOS e CFM) que defendiam o
alargamento da segurança social para todos incluindo os indígenas. Devido a estas pressões e ao
surgimento do sindicalismo em 1966, foi aprovado o Abono de Família em 1967 que
contemplava também os trabalhadores indígenas.
2
CASTEL-BRANCO, Carlos (1995): Opções Económicas de Moçambique, 1975-95: Problemas, Lições e Ideias
Alternativas; Mazula, Moçambique Eleições Democracia e Desenvolvimento.
desenvolvimento de um sistema sui generis e sem precedentes “nacionais ou internacionais”,
num período em que o debate sobre a segurança social em Moçambique era quase inexistente,
compreendendo as seguintes fases:
• A continuação da Previdência Social para funcionários do Aparelho do Estado,
regulamentada pelo Decreto 47/109 de 21 de Junho de 1966, que havia incluído a
aprovação do Estatuto do Funcionalismo Ultramarino; Este decreto viria a ser alterado
pelo Decreto 8/82 de 4 de Fevereiro, sendo de salientar a incorporação de um artigo que
conferia aos moçambicanos o direito de aposentação, contagem e aumento5 de tempo de
serviço.
• O desenvolvimento do “Seguro Público Colectivo,” com subvenção de quase todas as
Instituições, Serviços e Actividades Sociais, que satisfaziam as necessidades básicas do
cidadão;
• A criação de empresas estatais e Cooperativas para assegurar o emprego a todas as
camadas sociais. Com os interesses intervencionistas acima referidos na economia e na
sociedade, o Estado teve uma expansão que culminou com o aumento significativo dos
funcionários do Estado e crescimento rápido da despesa pública no país (Santos,
1990:197).
Com a reformulação das políticas do País, começam a vigorar os Programas de Reajustamento
Estrutural (PRE), o que obrigou o Estado a reduzir à sua intervenção na economia e à diminuir
despesa pública, como exigência do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional
(FMI). Segundo Kassotche (1998), foi no IV Congresso do Partido FRELIMO, em 1983, que
ficou decidida a adesão de Moçambique a estas instituições da Bretton Woods. Estas instituições
lideram um novo contexto socioeconômico e político demarcado por três tipos de processos de
legitimação nomeadamente: políticos, económicos e científicos, marcados pela “expansão do
capitalismo e da economia liberal à escala mundial” com a desintegração da URSS que marcou o
fim do socialismo.
Neste contexto foram criados os serviços de protecção social que coincidiram com a implantação
de uma economia do tipo capitalista, e cujo objectivo era providenciar um sistema de segurança
social capaz de dar resposta às necessidades da sociedade e dos cidadãos na nova realidade. Os
alicerces para a implantação de um Sistema de Segurança Social para cobrir também os
trabalhadores do sector público e privado, o qual deve garantir a subsistência material dos
trabalhadores em caso de invalidez, velhice e outras contingências foram criados no período das
reformas estruturais.
Surgiu ainda no mesmo contexto, o Decreto 14/87 de 20 de Maio que substitui o de 3/83, e
aprova o Estatuto Geral dos Funcionários do Estado (EGFE). Fixa, no âmbito da sua aplicação, o
consagrado princípio de rigoroso acatamento da legalidade na Administração Estatal, pelo órgãos
do poder popular e pelos funcionários, garantindo que os actos da administração, que se
desenvolvem também na esfera dos direitos do cidadão, obedeçam a Lei, com vista à eliminação
das arbitrariedades e da usurpação e/ou desvio de poderes. Este estatuto veio a ser actualizadas
em 1996, e define o direito à aposentação para os funcionários do aparelho do Estado (EGFE,
MAE, 1996).
O INSS marcou o surgimento da segurança social, o que culminou com a produção e aprovação
da Lei n.º 5/89 de 18 de Setembro e o subsequente levantamento e inscrição das empresas por ela
abrangidas. Este subsistema de segurança social enquadra-se na Convenção 102 da Organização
Internacional do Trabalho (OIT) e baseia-se no princípio contributivo e no de solidariedade.
Deve possuir um cartão de identificação a ser emitido pelo serviço a que pertence.
Os beneficiários da assistência podem optar pelo internamento em condições superiores
às fixadas no número anterior desde que se sujeitem ao pagamento da diferença entre os
valores da tabela diária em vigor na unidade sanitária, com depósito prévio
correspondente a 10 dias de internamento.
Os funcionários passam a beneficiar de um desconto nos medicamentos adquiridos nas
farmácias do Estado, em função dos grupos em que estão enquadrados.
Os que estão enquadrados no I grupo pagam 50% do preço do medicamento, os do II
grupo pagam 20% e os do III grupo pagam apenas 5%. Enquanto não estiverem
disponíveis os cartões de identificação e as cadernetas do receituário, o funcionário ou
qualquer dos beneficiários deve apresentar o cartão de trabalho e guia emitida pelo
respectivo serviço, donde deverá constar o nome completo do funcionário, a sua
categoria, grupo a que pertence nos termos dos artigos 6 e 7 do Regulamento de
Assistência Médica e Medicamentosa, e, no caso de se tratar de familiar, o seu nome
completo e grau de parentesco.
Os membros do agregado familiar com direito a assistência médica e medicamentosa são: o
cônjuge, incluindo para as situações de união de facto, desempregado ou não beneficiário da
assistência médica e medicamentosa pelo seu próprio local de trabalho; os filhos incluindo os
enteados e adoptados, menores de 18 anos ou, sendo estudantes do nível médio ou superior, até
aos 22 ou 25 anos de idade, respectivamente, e os que sofrem de incapacidade total e permanente
para o trabalho; as filhas incluindo as adoptadas e enteadas solteiras, viúvas, divorciadas ou
separadas judicialmente de pessoas e bens, quando a sua manutenção seja exclusivamente a
cargo do funcionário ou agente; os ascendentes do casal absolutamente incapacitados de angariar
o sustento, quando estejam exclusivamente a cargo do funcionário e o cônjuges em regime de
poligamia e de união de facto, desde que tal situação se tenha mantido por tempo não inferior a 3
anos e seja comprovada por atestado passado pela respectiva Administração de Distrito
(Resolução do CNFP nº 12/97, de 21 de Outubro).
O sector de recursos humanos devem trabalhar na emissão do cartão para facilitar a emissão do
cartão, o sector de recursos humanos deve: garantir que os processos individuais dos
funcionários, no activo e aposentados, sejam instruídos com os necessários documentos relativos
a parentesco (certidões de casamento, de nascimento), de frequência escolar (certidão de
matrícula no ensino médio ou superior dos familiares acima indicados do artigo 3 do
Regulamento) e de dependência exclusiva (declaração passada pela respectiva Administração e
relativa aos ascendentes e descendentes referidos nas alíneas c) e d) do citado artigo. Logo que o
funcionário é nomeado mandar preencher Declaração para a liquidação do subsídio de morte e
subsídio de funeral a fim de constar do seu PI.
Há uma necessidade de expansão dos serviços de protecção social para que os trabalhadores de
sectores informais possam ter igualmente acesso a assistência médica e medicamentosa mesmo
que ainda fraca, como os funcionários e agentes do Estado o tem.
3. Conclusão
A assistência médica e medicamentosa previdenciária no sector do trabalho em Moçambique
percorreu um caminho bastante longo, marcando todas as fases de periodização da história.
Apesar de ter evoluído bastante considerando as etapas da evolução da protecção social, ainda
está longe do desejável. Há aspectos sociais e trabalhistas que devem ser melhorados com vista a
melhor o sistema de previdência social, pois é uma relação de causa e efeito.