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INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 1
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................. 2
1. TEMA ............................................................................................................................... 3
1.1. Delimitação do tema no tempo e no espaço .................................................................. 3
1.2. Definição do Problema .................................................................................................. 3
1.3. Contexto ........................................................................................................................ 4
1.4. Justificativa ................................................................................................................... 4
2. PROBLEMATIZAÇÃO.................................................................................................... 5
3. METODOLOGIA DE TRABALHO ................................................................................ 6
3.1. Abordagem da Pesquisa ................................................................................................ 6
3.2. Tipo de Amostra e Critérios de selecção ....................................................................... 6
3.3. Técnicas de Recolha e Análise de dados ....................................................................... 7
3.4. Técnicas de análise e interpretação de dados ................................................................ 8
4. OBJECTIVOS DE ESTUDO ............................................................................................ 8
4.1. Objectivo Geral ............................................................................................................. 8
4.2. Objectivos Específicos .................................................................................................. 8
5. QUESTÕES DE PARTIDA .............................................................................................. 8
6. REFERÊNCIAL TEÓRICO ............................................................................................. 9
6.1. Conceitos ....................................................................................................................... 9
6.2. Âmbito de aplicação .................................................................................................... 10
6.3. Princípios da protecção social ..................................................................................... 11
6.4. Breve contextualização da protecção social em Moçambique .................................... 11
1.4 Previdência Social para Funcionários de Aparelho do Estado .................................... 12
6.4.1. Para os funcionários do Estado ............................................................................... 13
6.4.2. Previdência Social nas Forças Armadas de Moçambique (FADM) ........................ 14
6.4.3. Previdência Social para Deputados ......................................................................... 15
6.4.4. Segurança Social para Assalariados ........................................................................ 16
6.5. Organização Administrativa do INSS. ........................................................................ 17
6.6. Prestações concedidas pelo INSS e evolução dos beneficiários por prestação ........... 18
6.7. Evolução dos beneficiários por prestação ................................................................... 18
6.8. Algumas considerações ............................................................................................... 20
6.9. Sistemas Informais de Segurança Social ..................................................................... 21
6.10. Abordagem sobre os sistemas informais de protecção social ................................. 22
7. CRONOGRAMA ............................................................................................................ 24
8. ORÇAMENTO ............................................................................................................... 25
9. BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 26
INTRODUÇÃO
A preocupação sobre a protecção social das pessoas, em especial os incapacitados por
vários motivos, remonta aos primórdios da humanidade.1 A nossa preocupação, melhor,
o interesse, surge da necessidade de analisar o actual sistema de segurança social, em
especial no ramo de Direito do Trabalho se é adequado aos princípios da segurança
social, com destaque para o princípio da universalidade2, tendo em conta que
Moçambique, em virtude da sua localização geográfica, é um país afectado em vias de
desenvolvimento.
1
O primeiro sistema de protecção conhecido foi o assistencialismo, que já existia na Antiguidade, desde o
código de Hamurábi. Para mais detalhes vide MARTINEZ, Wladimir Novaes, Curso de Direito
Previdenciário, São Paulo, 1998, pág. 59-60
2
Este princípio será abordado com mais detalhe mais adiante.
3
Os direitos Fundamentais são classificados em gerações, sendo os da primeira geração correspondentes
aos direitos clássicos civis e políticos; os direitos sociais, económicos e culturais correspondem a segunda
geração; os de fraternidade e solidariedade em que se inclui à paz, meio ambiente, património, etc
correspondem a terceira geração e por último os da quarta geração que se referem a institucionalização do
Estado Social e compreende o direito à democracia, à informação e ao pluralismo
1
1.1 LISTA DE ABREVIATURAS
2
1. TEMA
Análise sobre a Previdência Social dos Funcionários do Aparelho do Estado
Moçambicano, em concreto na cidade de Mocuba (2015-2017)
Quanto ao aspecto delimitação do estudo a ser feito, serão tidos em conta a componente
Temática, Temporal e Espacial. Com efeito, cumpre referir que a componente Temática,
a pesquisa enquadra-se no âmbito da Previdência Social dos Funcionários do Aparelho
do Estado Moçambicano, Sob ponto de vista espacial, referencia – se a Cidade de
Mocuba, situada na Província da Zambézia. Deste modo o estudo sera feito no período
compreendido de 2015 á 2017.
1.2.Definição do Problema
3
1.3.Contexto
1.4.Justificativa
A escolha deste tema deve – se pelo facto, da segurança social apesar ser um direito
garantido a funcionários ou trabalhadores, ela não é efectiva muito menos coerente ou
seja, alguns funcionários não chegam a ter o seu desconto canalizado a esta instituição,
dai que há necessidade da entidade competente accionar mecanismos jurídicos no
sentido que haja coercibilidade, ainda que existe uma protecção legal garantido pela
Constituição da República, nos nºs 1 e 2 do artigo 95.
Ora vejamos que este sistema visa garantir a assistência material aos funcionarios, nas
situações de falta ou diminuição da capacidade para o trabalho.
4
Vide Lei nº 4 /2007 de 7 de Fevereiro que define as bases em que assenta a protecção social e organiza
orespectivo sistema.
5
Segundo o INSS - Trabalhador independente ou por conta própria é toda a Pessoa singular que
exerça actividade profissional sem sujeição a um contrato de trabalho ou a contrato legalmente
equiparado, ou se obrigue a prestar a outrem o resultado da sua actividade, e não se encontre por essa
actividade abrangido pelo regime geral de Segurança Social dos trabalhadores por conta de outrem.
Na lei Moçambicana, Trabalhador Por Conta Própria é aquele que exerce uma actividade humana
produtiva sem sujeição a um contrato de trabalho subordinado.
4
O sistema abrange também aos familiares dos funcionarios em casos de morte segundo
elucida o artigo 2 da Lei nº 05/89 de 18 de Setembro.
Neste sentido torna – se relevante garantir que os subsídios cheguem aos respectivos
beneficiários quanto realmente necessitam.
2. PROBLEMATIZAÇÃO
É mesmo dever dos serviços (vide artigo 151 do EGFAE) providenciar no sentido da
apresentação, pelo funcionário, do seu processo de aposentação ser feita no tempo
mínimo indispensável. Com efeito, após a desligação do serviço (despacho que
reconhece o direito à aposentação ou que confirma o parecer de incapacidade da Junta
de Saúde) o funcionário passa a receber um subsídio não inferior ao vencimento que
vinha auferindo no activo, durante o prazo máximo de 6 meses prorrogável até um ano,
se a pensão não tiver sido antes fixada.
Este sistema funciona através de descontos mensais nos salários dos funcionários em
alusão.
Nesta ordem de ideias, sabe – se que Moçambique conta com milhares de funcionários
em todo pais, facto que em algum momento tem dificultado a gestão dos mesmos, mas
este facto não se torna necessariamente uma desculpa para não cumprir com s
obrigações previstas na lei, no que tange aos benefícios oriundos do desconto sobre o
salário base.
5
3. METODOLOGIA DE TRABALHO
3.1. Abordagem da Pesquisa
De acordo com MINAYO (2010: 57), A pesquisa qualitativa é traduzida por aquilo que
não pode ser mensurável, pois a realidade e o sujeito são elementos indissociáveis.
Assim sendo, quando se trata do sujeito, levam-se em consideração seus traços
subjetivos e suas particularidades. Tais pormenores não podem ser traduzidos em
números quantificáveis.
b) Amostra
A amostra prevista será de 1000 funcionários de ambos os sexos, dentre os quais 600
funcionários públicos reformados. A escolha do número maior de funcionários públicos
reformados alia – se ao facto de ser o grupo mais vulnerável a falta de benefícios
oriundos dos 7 % descontados do seu salário durante o período em que prestou serviços
ao estado.
6
Quanto ao critério de selecção optaremos por uma Amostragem Aleatória: Que segundo
HABERMAS (1987:44), também é chamada de aleatória simples, é aquela na qual
todos os elementos da população têm a mesma probabilidade de ser escolhido como
elemento da amostra; os elementos da amostra são, por isso, escolhidos por sorteio.
Para que o sorteio possa ser realizado, é necessário que os elementos da população
estejam identificados.
b) Entrevista Qualitativa
De acordo com GIL (1996:70), são entrevistas baseadas em perguntas abertas, podendo
estas dividirem-se em 3 tipos: conversação informal (mais ou menos estruturada), guia
de entrevista/ semi-estruturada (inclui um protocolo, que não tem de ser aplicado de
forma ordenada), aberta padronizada (segue um roteiro ordenado de questões abertas,
em que a formulação das questões não pode ser alterada).
c) Observação
Segundo ADAM (1994:12), Este tipo de abordagem, tem um carácter mais exploratório
e aberto, em que o investigador efectua anotações de campo.
7
Neste caso o investigador poderá assumir quatro papéis diferentes, dependendo dos
objectivos que ele pretende atingir, podendo ser num contínuo, mais ou menos
participante nesse contexto (participante completo, participante-como-observador,
observador-como-participante ou completamente observador).
4. OBJECTIVOS DE ESTUDO
4.1.Objectivo Geral
Demonstrar a importância da canalização dos Benefícios dos Subsídios para
funcionários Públicos na cidade de Mocuba
4.2.Objectivos Específicos
5. QUESTÕES DE PARTIDA
Será que os funcionários do aparelho do estado da cidade de Mocuba beneficiam –
se dos subsídios da previdência social?
Até que que ponto os funcionários públicos na cidade de Mocuba tem informação
sobre os subsídios da previdência social?
Qual é a responsabilidade do estado e do funcionário face ao cenário da do subsídio
da previdência social;
8
6. REFERÊNCIAL TEÓRICO
6.1.Conceitos
Segurança social é a protecção que a sociedade concede aos seus membros, graças a
uma série de medidas públicas contra carências sociais e económicas nas quais, os
indivíduos podiam-se mergulhar devido a interrupção ou perda dos seus rendimentos.
OIT (1966:3).
A segurança social e seus alvos é uma variedades pública e privada que providenciam
benefícios em dinheiros e em espécie ou em ambas coisas, primeiro em casos em que
um individuo cessa de obter rendimento, quer seja interrompido, quer seja incapaz de
evitar a pobreza; e em segundo, em casos de manter crianças á cargo. Sendo que os
domínios ou propriedades da segurança social neste caso são: prevenção e alivio á
pobreza, a compensação e alivio á pobreza, a compensação social e distribuição
de rendimentos, segundo White paper for social Walfere (1997). (ibid., : 4).
6
Cfr.In Glossário da Lei nº 4 /2007 de 7 de fevereiro que define as bases em que assenta a protecção
9
Com base na Lei nº 4 /2007, de 7 de Fevereiro, a Segurança Social Obrigatória é a que:
A luz do exposto o grupo define segurança social obrigatória como conjunto de políticas
ou medidas que visam prevenir os trabalhadores assalariados ou por conta própria,
assim como membros do seu agregado familiar nas situações invalidez para o trabalho,
maternidade, velhice e até mesmo morte.
No que diz respeito aos indivíduos abrangidos pela Segurança Social Obrigatória o
artigo 4 do RSSO8 descreve que são obrigatoriamente abrangidos os trabalhadores por
conta de outrem (TCO), nacionais e estrangeiros, residentes em território nacional,
independentemente do sector económico em que exercem a sua actividade, mesmo que
o trabalho seja a tempo parcial, incluindo os períodos probatórios e de estágio laboral
remunerado.
7
. Vide. Lei nº 4 /2007, de 7 de Fevereiro Lei sobre a proteção social
8
. C. f., Decreto n° 53/2007 que Aprova o Regulamento da Segurança Social Obrigatória
10
g) Os trabalhadores de partidos políticos, sindicatos, associações e organizações
sociais bem como os trabalhadores das organizações não-governamentais.
6.3. Princípios da protecção social
9
VideLei nº 4 /2007 de 7 de Fevereiro que define as bases em que assenta a protecção social e organiza o
respectivo sistema.
11
1975 - até 1987 - Adaptação do sistema de protecção social colonial para à nova
realidade de Moçambique independente;
1989 – Criação da lei n°5/89, de 18 de Setembro que define as bases em que se assenta
a Protecção Social em Moçambique revogada lei nº 4/2007, de 7 de Fevereiro
1994 - Criação do Ministério para a Coordenação da Acção Social;
2005 – Criação do Ministério da Mulher e Acção Social (cf. QUIVE, pág. 9).
10
. Governos Locais em Moçambique: desafios de capacitação( 2003), Imprensa Universitária, UEM,
Maputo.
11
.Regulamento da Fazenda do Ultramar como Repartição de Fazenda do Ultramar (1901).
12
Actualmente o Departamento da Previdência Social12 (DPS) no Aparelho do Estado é
regido pelo decreto base 14/78 de 20 de Maio do Conselho de Ministros que fixa os
grupos abrangidos, as contribuições, as pensões, as modalidades, os beneficiários, as
competências e consta do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado
(EGFAE). Entretanto, tendo o Decreto sido aprovado no regime político socialista de
economia planificada, está sendo actualizado através de outros regulamentos, por forma
a adequar-se às transformações sociais, económicas e políticas em curso no nosso país.
• Aposentação voluntária
• Aposentação Obrigatória
• Aposentação extraordinária
• Pensão de Sobrevivência
• Pensão de Sangue
12
É uma instituição pública que tem como objectivo reconhecer e conceder direitos aos seus assegurados.
A renda transferida pela Previdência Social é utilizada para substituir a renda do trabalhador contribuinte,
quando ele perde a capacidade de trabalho, seja doença, invalidez, idade avançada, morte e desemprego
involuntário ou mesmo a maternidade e a reclusão (Ministério da Previdência Social do Brazil 2002).
13
• Subsídio por Morte
• Subsídio de Funeral
• Suplemento de vencimentos
• Licença de parto
• Pensão de sobrevivência;
• Pensão de sangue e
É ainda a Direcção de Quadros que estabelece a relação com o Ministério das Finanças,
através do ainda chamado Departamento de Previdência Social e Pensões para os
Funcionários do Estado. Para o efeito, este departamento dispõe, no seu organigrama,
de uma repartição específica para atender às questões dos militares.
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De um modo geral, os beneficiários são:
• Pensão de aposentação
• Subsídio de funeral
13
Veteranos da luta de libertação nacional, significa qualquer cidadão nacional que tendo tido
participação activa na luta de libertação da pátria, nas frentes da luta armada e da luta clandestina, no
trabalho organizativo de apoio aos militantes da FRELIMO, no combate diplomático e da informação e
propaganda, na batalha intransigente pelo reconhecimento dos direitos dos homens, dos povos e pelo
triunfo da Independência, Democracia e Paz, desde que para efeitos deste presente regulamento tenha
sido integrado ou venha a sê-lo, ainda que a título póstumo, nos quadros das Forças Armadas de
Moçambique.
15
• Assistência médica e medicamentosa
16
acordo com a lei 5/89 de 18 de Setembro, a possibilidade de inscrever-se no INSS de
forma voluntária.
Desde o início que a administração do INSS tem um carácter tripartido e dela fazem
parte:
Representantes do Estado;
Representantes dos empregadores e
Representantes dos trabalhadores.
Para além das contribuição dos trabalhadores e das entidades empregadoras, este regime
de segurança social poderá ser financiado pelas contribuições do Estado, doações, bem
como através dos resultados dos seus investimentos. Deste modo, os juros e as reservas
do INSS desempenham um papel importante no co-financiamento do sistema.
É certo que, até ao momento, o INSS não recebe um financiamento directo do Estado.
Mas como os seus funcionários são funcionários do Estado, uma parte dos salários são
pagos através do Orçamento Geral do Estado. Assim, pode-se falar de uma contribuição
indirecta do Estado no sistema de segurança social, além de que, os referidos
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funcionários em caso de reforma ou outros benefícios sociais no âmbito da previdência
social, são pagos pelo Estado.
6.7. Prestações concedidas pelo INSS e evolução dos beneficiários por prestação
O dispositivo legal que estabelece o âmbito de aplicação material do Sistema de
Segurança Social define que podem ser criadas outras prestações para além das
derivadas dos riscos inicialmente definidos, desde que as condições sócio - económicas
assim o permitam.
c) Subsídio de funeral
d) Pensão de velhice;
e) Pensão de invalidez;
f) Pensão de sobrevivência;
g) Abono de velhice;
14
SAVANA 23 de Junho 2006 e Revista do INSS nº. 9 de Dezembro 2004.
18
privatizadas na década de 80 foram inscritos, e a maior parte já com uma idade
avançada.
10.000
8.000
6.000
Subs. Doença
4.000
Pensão Velhice
2.000 Subs. Morte
Pensão Sobrev.
0
1990 1993 1996 1999 2002 2005
Fonte: INSS
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Gráfico 2: Evolução dos custos da segurança social
120.000.000
100.000.000
20.000.000
0
1990 1993 1996 1999 2002 2005
Fonte: INSS
Por outro lado, o fraco conhecimento dos procedimentos exigidos para ter acesso a
segurança social por parte dos beneficiários faz com que um grande número destes se
veja obrigado a prescindir dos seus direitos. O mesmo acontece devido a excessiva
burocracia e a deficiente descentralização dos serviços e à localização dos postos de
pagamento da segurança social distantes dos beneficiários.
Outro problema tem haver com o facto dos beneficiários sentirem que as pensões que
recebem não cobrem as suas necessidades básicas. Entretanto, o INSS nada pode fazer
porque a base dos benefícios é proporcional aos salários.
20
Este facto contraria, em muitos casos, um dos princípios básicos da segurança social
que é o da manutenção da qualidade de vida que o beneficiário tinha quando trabalhador
activo.
A definição da segurança social da OIT trás este ponto mais claro. Por exemplo Olivier
citando Walley (1972:9) sustenta que a segurança social é como “a protecção do padrão
de vida do trabalhador, assegurando a si próprio e sua família no seu local do trabalho
(Olivier, 2004:2).
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Em Moçambique, se considerarmos que o mercado formal de emprego cobre apenas
20% da população economicamente activa, significa que a maioria encontra se no sector
informal, e a questão que se coloca é, como é que esta população é protegida perante os
diversos risco da vida.
Como ponto de partida para uma reflexão sobre sistemas informais de protecção social,
seguidamente iremos apresentar o conceito do sector informal, onde a maioria dos
excluídos se encontram a trabalhar.
De acordo com um estudo realizado por Dava et al (1998), os dados sobre as redes
tradicionais/informais de protecção social reportam várias práticas
tradicionais/informais de ajuda mútua baseadas em relações de parentesco, amizade, ou
vizinhança. Estas actividades ou práticas encontram-se em todo o país com maior
destaque para as províncias de Maputo, Gaza, Sofala, Zambézia e Nampula. Embora
tenham designações diferentes, na sua maioria possuem as mesmas características,
objectivos e mesma forma de funcionamento.
15
Santos (1993) citado por Quive e Patrício (2005:25)
22
No geral, as práticas informais de segurança social mais conhecidas são:
Xitique
Kurhimela/Xitoco/Thôthôtho,
Tsima,
Yakulanhlana,
Nssongo-nssongo,
Kuphezana,
Odjyana e
Ossókela.
No Sul do país, o destaque vai para a prática do “Xitique”, cujo crescimento reflecte
sobretudo o crescimento da insegurança social e o florescimento do comércio informal
na cidade de Maputo onde se destacam as mulheres, como as principais participantes
nesta prática. O “Xitique” é mais conhecido como uma forma de poupança, e muito
mais usado na área de micro - finanças. Porém, neste contexto é usado como parte dos
chamados fundos solidários entre os participantes, com vista a fazer face as
contingências presentes e futuras, nomeadamente doenças, falecimentos, casamentos,
maternidade e outras, dentro de um grupo social específico na comunidade, que tenha se
decidido juntar-se à volta de um determinado risco social.
Especificamente, nas zonas rurais de Gaza e Inhambane existe uma prática tradicional
denominada Tsima baseada no trabalho colectivo "não remunerado" ou na troca de
mãode-obra, que também é uma forma de ajuda mutua e solidariedade entre os grupos
sociais. Na zona centro destaca-se as práticas “Nssongo-nssongo” / ”Kuphezana” e
Odjyana Ossókela que são formas de ajuda mútua baseadas nas contribuições
organizadas por um grupo de indivíduos que vivem no mesmo bairro ou trabalham no
mesmo local, para a criação de um fundo de solidariedade que é disponibilizado aos
membros para eventos sociais na sua maioria para funerais, casamentos e outras
contingências da vida.
Os sistemas informais de protecção social acima referenciadas que são levados a cabo
pelos actores sociais, tem como fim último a precaução dos participantes perante as
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adversidades da vida, como a doença, falecimento, velhice, ou com a intenção
meramente económica de expansão/investimento da suas actividades, ou em outros
casos, por mera solidariedade individual ou colectiva.
Os sistemas informais são, sem sobras de dúvida, uma alternativa de apoio social aos
seus membros, mas são ainda muito incipientes, tendo em conta que não são
sustentáveis e transmissíveis de uma pessoas para outra, isto significa que se alguém na
família estiver integrado num destes sistemas informais em caso de morte a sua
biografia de contribuição não pode ser transferida para outra pessoa da família e os
sobreviventes não poderão se beneficiar de nenhuma pensão de sangue como se pudesse
esperar.
A afluência das pessoas nestes sistemas pode ser considerada também como um
indicador de que as mesmas gostariam de estar filiados a um seguro social. Isto sugere a
necessidade de criação de fundos de seguros, onde as pessoas de forma voluntária se
possam enquadrar. A criação de fundos de seguros não iria substituir os sistemas
formais actualmente existentes, mas, pelo contrário, iria melhorar a qualidade da
segurança social a ser prestada aos cidadãos.
7. CRONOGRAMA
24
8. ORÇAMENTO
25
9. BIBLIOGRAFIA
ALBER, Jens (1982): Vom Armenhaus Zum Wohlfalurtstaat: Analyse zur Entwicklung
der Sozialversicherung in Westeuropa. Frankfuhrt Main, New york
ARISCADO, João Nunes (1995): Com Mal ou Com Bem, aos Teus te Detém: As
Solidariedades Primárias e os Limites das Sociedade-Previdência, Revista Critica de
Ciências Sociais nº 42
BEVERIDGE, Sir William (1942): Social Insurance and Allied Services. (Tradução
Alemã: Der Beveridgeplan: Sozialversicherung und verwandte Leistungen. Zurich)
26
DECRETO 14/87 de 20 de Maio
GIDDENS, Anthony 91994): Capitalismo e Moderna Teoria Social: Uma Análise das
Obras de Marx, Durkheim e Weber, Edtorial Presença. Lisboa
GILLIAN, Colin & outros (2000): Social Security Pensions Development and Reform.
OIT, Genebra.
27
MINISTÉRIO DO TRABALHO (1988): Código de Segurança Social, Maputo
OLIVIER, MP & others (2001): The Extension Of Social Security Protection In South
Africa; A Legal Inquiry, Siber Ink Cape Town
REIS , A. MATOS, A. COSTA, MS. (1996): Estatuto Geral dos Funcionário do Estado.
MAE
REIS, A. MATOS e outros (2001): Estatuto Geral dos Funcionários do Estado. MAE,
2ª Ed. Actualizada Relatório ao Governo da República Popular de Moçambique sobre a
Segurança Social (1987); OIT/TAP Repartição Internacional do Trabalho, Genebra
28