Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CIÊNCIAS ACTUARIAIS
3º Ano
TEMA:
Docente:
Moreira Santos
CIÊNCIAS ACTUARIAIS
3º Ano
Nome:
Docente:
Moreira Santos
1.1 Contextualização.................................................................................................6
1.2 Justificativa.........................................................................................................8
1.3 Relevância...........................................................................................................8
1.4 Delimitação.......................................................................................................10
1.5 Problematização................................................................................................10
1.6 Hipótese............................................................................................................10
3.5.1 Amostra.....................................................................................................21
4.2 Razões pelas quais o subsistema de segurança social obrigatório ainda não
alcançou os trabalhadores do sector informal em Moçambique..................................23
5 CONCLUSÃO.........................................................................................................24
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................25
Índice de Tabela
Tabela 1: Modelo Conceptual para economia informal..................................................15
1 CAPITULO I - INTRODUÇÃO
Ao longo do tempo se associou o sector informal a vários termos adjacentes
como sector não estruturado, paralelo, inferior, marginal, etc., ainda que se reconheça o
seu contributo e importância como regulador económico e social e, como refere Amaral
(2005), o mesmo abarca um leque muito vasto de actividades.
1.1 Contextualização
A Segurança Social é um direito garantido a todo o cidadão moçambicano pela
Constituição da República, nos nºs 1 e 2 do artigo 95 da Constituição da República de
Moçambique.
6
conta própria (RdM, 2015). Este proporciona benefícios a curto e longo prazo, incluindo
o subsídio de maternidade e de doença e a pensão de velhice e de sobrevivência. O
subsistema é financiado pelas contribuições dos trabalhadores e empregadores (ou, no
caso de trabalhadores independentes, apenas dos trabalhadores). No sector privado, é
gerido pelo Instituto Nacional de Segurança Social, e no sector público, pelo Instituto
Nacional de Previdência Social e pelo banco de Moçambique (RdM, 2017).
7
No entanto, a expansão do subsistema de segurança social obrigatório tem sido
limitada no sector informal. Isso se deve a vários factores, incluindo a natureza informal
do trabalho, a falta de informação sobre o subsistema e a falta de incentivos para os
empregadores aderirem ao subsistema.
1.2 Justificativa
Tendo em conta que muitas pessoas do sector informal não têm o conhecimento
da verdadeira importância do subsistema da segurança social obrigatória. As pessoas
devem saber a verdadeira importância da segurança social que é um instrumento
redistributiva capaz de reduzir a pobreza e a desigualdade, e promover o
desenvolvimento Socioeconómicos.
1.3 Relevância
A expansão do subsistema de segurança social obrigatório no sector informal é
relevante para a sociedade moçambicana em vários aspectos. Em primeiro lugar, é
relevante do ponto de vista social, pois pode ajudar a reduzir a pobreza e a exclusão
social. Em segundo lugar, é relevante do ponto de vista económico, pois pode ajudar a
aumentar a estabilidade financeira das famílias e, por sua vez, aumentar o consumo e o
investimento. Além disso, é relevante do ponto de vista político, pois pode ajudar a
melhorar a imagem do governo em relação à protecção social dos trabalhadores e suas
famílias.
Este estudo tem relevância académica, pois fornece informações importantes sobre a
situação dos trabalhadores do sector informal em relação à segurança social em
Moçambique. Os resultados do estudo podem ser usados para informar políticas
públicas que visam melhorar a cobertura da segurança social para os trabalhadores do
sector informal em Moçambique e outros países em desenvolvimento.,
Além disso, a protecção social dos trabalhadores informais pode gerar impactos
positivos na economia local, uma vez que esses trabalhadores terão mais estabilidade
financeira e, consequentemente, poderão consumir mais e investir em suas actividades
económicas.
9
1.4 Delimitação
1.5 Problematização
Sector informal envolve a actividade que está a margem de formalidade, sem firma
registada, sem imitir notas fiscais, sem empregados registados e sem contribuir com
imposto ao governo. Desta forma, pode definir-se sector informal como tudo que é
produzido pelo sector primário, secundário ou terciário sem conhecimento do Governo.
1.6 Hipótese
10
1.7 Objectivo Geral e Específico
O objectivo geral deste artigo é examinar o desafio da expansão actual do subsistema de
segurança social obrigatório no sector informal em Moçambique. Para atingir esse
objectivo, o artigo tem os seguintes objectivos específicos:
Mais de metade (55,7%) dos trabalhadores informais têm idade entre os 15 e 24 anos e
44,9% encontram-se no sector informal, tendo na sua maioria, níveis de escolaridade
bastante baixos e concentrando a maior porção da população com os rendimentos mais
11
baixos. Os 20% dos rendimentos mais baixos representam três quartos (3/4) dos
trabalhadores informais (Idem).
Em África, segundo ILO (2009), estima-se que nove em cada dez trabalhadores rurais e
urbanos têm um emprego informal, tendo maior significado no caso das mulheres, que
não apresentam outra opção senão o emprego no sector informal para sua sobrevivência
e de sua família, coincidindo a maior prevalência do emprego informal com países de
baixa renda.
SMIT & MPEDI (2010) consideram que os benefícios da assistência social destinam-se
principalmente a garantir que os indivíduos não caiam abaixo de um certo nível mínimo
básico de existência e os benefícios da segurança social são em grande medida focados
à substituição do rendimento. Esta última, é responsável pela exclusão de grande parcela
de trabalhadores do sector informal dos sistemas formais de segurança social associado
ao facto destes serem incapazes ou não pretenderem contribuir com uma percentagem
relativamente alta de seus rendimentos para financiar benefícios de segurança social em
detrimento de suas necessidades prioritárias.
12
Outros desafios apresentados no estudo são os rendimentos neste sector, que se
caracterizam como baixos, irregulares e imprevisíveis. Esses rendimentos muitas
vezes são suficientes apenas para a satisfação de necessidades básicas e
associados a insegurança no trabalho, torna a contribuição contínua para a
segurança social, muito difícil e onerosa;
A relação divergente entre as complexas relações do trabalho informal e o
desenho linear dos sistemas de segurança social, pois, estes últimos, são
desenhados para trabalhadores com emprego e renda fixas e com relações
estáveis e claramente estabelecidas, como a existência de contratos escritos de
trabalho (European Commission, 2013);
A distância geográfica entre as instituições que provém os serviços e os
potenciais contribuintes, muitas vezes essas não se fazem representar em locais
mais periféricos em sua jurisdição e, por último;
A baixa confiança, por parte dos trabalhadores deste sector, nas instituições e na
sua capacidade de prover os benefícios decorrentes das contribuições feitas ao
sistema de segurança social.
Apesar do acima referido, segundo o Relatório do ILO (2011), embora haja um rápido
crescimento económico nos anos recentes, a Região da África Subsaariana continua a
enfrentar um grande défice em relação a provisão de trabalho considerado formal e
decente, permanecendo altos os níveis de trabalho não formal, com ausência de serviços
de protecção social.
13
remuneração, sendo utilizado o termo economia informal como seu sinónimo. As
principais características são as seguintes:
14
Tabela 1: Modelo Conceptual para economia informal
Unidades de Posição, não ocupação
Produção
Conta-própria Empregadores Membros Empregados Membros de
do cooperativas de
Domicili produtores
o
Empresas 1 2
formais
Empresas 3 4 5 6 7 8
informais
Domicílios 9 10
Legenda:
Ocupações que, por definição, não existem no tipo de unidade de produção em questão;
Ocupações existentes mas, não relevantes para análise ou implementação de políticas;
1e5 Sem vínculo empregatício formal ou protecção social, independente do tipo de empresa
2, 6 e 10 Empregados informais de empresas formais, informais ou domicílios
3e4 Trabalhadores por conta própria e empregadores com empreendimentos informais
(características do empreendimento)
7 Empregados em empresas formais com contratos informais (empregada informal devido ao
número de empregados)
8 Membros de cooperativas informais
9 Produtores de bens para seu próprio consumo (Ex: Agricultura de Subsistência)
15
mercado de trabalho que não corresponde a estrutura de firmas e relações trabalhistas
predominantes na economia. Assim, o sector informal destaca-se pela:
As características ora descritas, associadas aos conceitos apresentados pela OIT, sobre
sector informal, não se dissociam significativamente do conceito assumido pelo INE
(2005) segundo o qual, o sector informal compreende as actividades caracterizadas por
16
um baixo nível de organização com divisão limitada ou inexistente entre trabalho e
capital e relações de trabalho, geralmente baseadas em colaboração ocasional, de
relação familiar ou de amizade, ao invés de contratos formais.
A protecção social, por sua vez, compreende políticas e programas desenhados para
reduzir a pobreza e vulnerabilidade através da promoção de um mercado de trabalho
eficiente, reduzindo a exposição das pessoas ao risco e aumentando sua capacidade para
proteger a si próprio contra os perigos da interrupção e perda de rendimentos.
Como indica SMIT & MPEDI (2010), as actividades no campo da protecção social,
incluem a segurança social e estão previstas na Declaração de Filadélfia, de 10 de Maio
de 194421, relativa aos fins e objectivos da OIT expresso nos documentos fundamentais
da OIT (2007,pp. 26), através do reconhecimento na Conferência Geral da Organização
Mundial do Trabalho da obrigação da OIT acompanhar a execução, entre as diferentes
nações do mundo, de programas próprios à realização:
17
facilitar as transferências de trabalhadores, incluindo as migrações de mão-de-
obra e de colonos;
Da possibilidade para todos de uma participação justa nos frutos do progresso
em termos de salários e de ganhos, de duração do trabalho e outras condições de
trabalho, e um salário mínimo vital para todos os que têm um emprego e
necessitam dessa protecção;
Do reconhecimento efectivo do direito de negociação colectiva e da cooperação
entre empregadores e trabalhadores para a melhoria contínua da organização e
da produção, assim como da colaboração dos trabalhadores e dos empregadores
para a elaboração e aplicação da política social e económica;
Da extensão das medidas de segurança social com vista a assegurar um
rendimento de base a todos os que precisem de tal protecção, assim como uma
assistência médica completa;
18
2.4 Implicação da Expansão da Segurança Social para o Sector Informal
A expansão da segurança social para o sector informal pode ter implicações
significativas para os trabalhadores informais e para a economia em geral. A inclusão
dos trabalhadores informais no sistema de segurança social pode proporcionar-lhes
maior segurança e protecção social, além de reduzir a pobreza e a desigualdade.
Além disso, a expansão do sistema de segurança social pode ter efeitos positivos sobre a
economia. Os trabalhadores informais que têm acesso à segurança social são mais
propensos a investir em sua educação e treinamento, melhorar sua produtividade e
inovar em seus negócios. Isso pode levar a um aumento na renda e no crescimento
económico. (Instituto Nacional de Segurança Social, 2021).
19
3 CAPITULO III - METODOLOGIAS
A metodologia utilizada neste artigo foi a pesquisa bibliográfica, que consiste na colecta
de informações em fontes secundárias, como livros, artigos e revistas científicas. Além
disso, foram utilizadas técnicas de análise e interpretação dos dados colectados, com o
objectivo de compreender a realidade e os desafios enfrentados na expansão do
subsistema de segurança social obrigatório no sector informal.
20
trabalham com os trabalhadores do sector informal. Também foram analisados
documentos relevantes, como relatórios governamentais e estudos anteriores sobre a
segurança social em Moçambique.
3.5.1 Amostra
A amostra deste estudo consistiu em 15 pescadores da Praia Nova e 5 representantes de
organizações da sociedade civil que trabalham com os trabalhadores do sector informal
em Moçambique. A amostra de pescadores foi seleccionada com base na diversidade de
idade, género e tempo de trabalho como pescador na Praia Nova.
21
4 CAPITULO IV - DESCRIÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
Beira Sofala é uma cidade costeira em Moçambique, onde a pesca é uma actividade
económica importante. A Praia Nova é uma das praias mais populares de Beira Sofala,
onde muitos pescadores trabalham. Os pescadores da Praia Nova são principalmente
trabalhadores informais que não têm acesso a protecção social.
A falta de documentação é outro desafio enfrentado pelos pescadores. Muitos não têm
documentos de identificação ou registo formal como trabalhadores. Isso dificulta sua
inclusão no sistema de segurança social.
Os pescadores da Praia Nova dependem do mar para sustentar suas famílias, mas
enfrentam riscos significativos ao trabalhar em condições precárias e perigosas. Além
disso, eles frequentemente não têm acesso a seguro saúde e outros benefícios de
segurança social. Como resultado, muitos pescadores são vulneráveis a doenças, lesões
e outros riscos que podem afectar sua capacidade de trabalhar e sustentar suas famílias.
Para garantir que os pescadores da Praia Nova e outros trabalhadores informais tenham
acesso ao sistema de segurança social, é necessário um esforço colaborativo que
envolva o governo, organizações internacionais, organizações não-governamentais e a
22
sociedade civil. Isso pode incluir campanhas de conscientização para informar os
trabalhadores informais sobre os benefícios do sistema de segurança social, bem como
esforços para simplificar o processo de registo e administração do sistema.
(Organização Internacional do Trabalho, 2018).
23
5 CONCLUSÃO
A expansão do subsistema de segurança social obrigatório para o sector informal em
Moçambique é um desafio que exige acções conjuntas do governo, organizações sociais
e trabalhadores informais. A falta de protecção social para esses trabalhadores
representa uma grande lacuna na legislação trabalhista do país, e isso pode levar a uma
maior vulnerabilidade desses trabalhadores em relação a acidentes de trabalho, doenças
e envelhecimento.
24
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Amaral, Ilídio (2005). Importância do sector informal da Economia Urbana em
países da ÁfricaSubsahariana. Vol. XL. Número 79, 53-72 Finisterra. Lisboa.
Disponível em:‹‹https://revistas.rcaap.pt/finisterra/article/download/1492/1187/0››
acedido a: 10 de Abril de 2018.
Barros, R., Mello, R., & Pero, V. (1993). Informal Contracts: a Solutionar a
problem. IPEA.
Canagarajah, S., & Sethuraman, S. V. (2001). Social protection and the informal
sector in developing countries: challenges and opportunities. Disponível em: 52
‹‹http://documents.worldbank.org/curated/en/464851468739448448/pdf/multi0page.p
df››. Acedido a: 12 de Outubro de 2017
25
groups/public / --- Americas /---ro-lima/documents/publication/wcms_245882.pdf››.
Acedido a: 12 de Janeiro de 2018.
Smit, N., & Mpedi, L. G. (2010). Social protection for developing countries: Can
social insurance be more relevant for the working in the informal economy. Fifteenth
International Research Seminar of the foundation for international studies on social
security on Issues in Social Security (pp. 1-33). Signuta: Universityof Johannesburg.
26