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História da infantilidade

 
 

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Instituição
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de Educação
Programa de Pós-Graduação em Educação
Doutorado em Educação

Título
História da infantilidade
a-vida-a-morte e mais-valia de uma infância sem fim

Tese apresentada como requisito parcial


para a obtenção do grau de
Doutora em Educação.

Aluna
Sandra Mara Corazza
Orientador
Prof. Dr. Tomaz Tadeu da Silva

Local e data
Porto Alegre, RS, abril de 1998.

Capa
Reprodução de Bico de Pena,
de autor desconhecido do século XIX,
publicado pelo CEDOP – ISCMPA.
Adaptação: Bico de Pena,
por Jair Alves Rodrigues.
Verão de 1998.

C 788h Corazza, Sandra Mara


História da infantilidade: a-vida-a-morte e mais-valia de uma infância sem
fim / Sandra Mara Corazza. – Porto Alegre: UFRGS / FACED, 1998.

619 p.

Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Educação.


Programa de Pós-Graduação em Educação.

1.Educação básica. 2.Educação infantil. 3.Infância – História. 4.Criança – Identidade.


5.Subjetividade. 6.Ética. 7.Sexualidade infantil. 8.Poder. 9.Saber. 10.Pós-estruturalismo.
11.Pós-modernismo. I. Título.

CDU – 373.2
__________________________________________________________________________________
_
Catalogação na publicação
Biblioteca Setorial de Educação da UFRGS
Dedico

este trabalho a
Hugo,
Paulo, André e Sérgio
– marido e filhos queridos –,
com quem aprendi
a ser mulher e mãe
no jogo amoroso da vida.

Agradeço

à Luiza e Mário Alves (in memoriam), pelos fios d’alma


ao pai José Ruy e à mãe Jair, pelo que sou, sei, sinto
a Mário e Vanda, Eduardo e Angeline, pela fraternidade
a Toninho e Neusa, pelo afeto de “famiglia”
à Angela Becker, pela re-visita ao país da infância
a Berto, Lisete, Luiz Felipe, Manuela, Mariano, Mauro, Nilton, Ruth, pela alegre parceria
à Andréia, Carla, Angela Cardoso, pelo gosto bom da amizade
à Guacira e Gelsa, pela ética do carinho
às/aos colegas, coordenações, Heloísa e Edison, do DEC, pelo apoio constante
à Marisa, Norma, Rosângela, pelas forças nos caminhos fáceis e difíceis
ao PPGEDU, pela acolhida
à Cristiane, Helenara, Luciane, pela ajuda nos arquivos
ao Alfredo, pelas lições de parrhésia
ao Tomaz, pelas objeções, benfeitorias, exemplo
– por ser um raro intelectual
que aceita correr o risco de praticar a mestria de seu pensamento e de sua orientação
nos termos desconcertantes da verdade –;
por me/nos levar a experimentar, limitar, ousar, hesitar,
e encontrar as maneiras de criar.
É difícil circunscrever sua influência não apenas sobre estas páginas
mas sobre minha produção dos últimos anos:
só posso reconhecer e ser grata.

Afirmo

que todos/as
– inclusive aquelas/es cujos nomes não pude ou não soube escrever aqui –,
durante a feitura desta Tese,
fizeram com que
descansasse temporiamente de mim,
olhando a existência de longe e de cima;
e, desta distância artística,
flutuasse,
risse e chorasse,
lamentasse e detestasse,
dançasse, brincasse,
me desprendesse
da bem-aventurada “Aurora” de nossas vidas;
obtendo, como resultado desta transmutação,
a escritura da elevada e vil
história da infantilidade.

Abstract
Résumé
Resumen
Resumo
Riassunto

Ontology Deontologie Ascética Téléologie Escato-


Teologia
(ethical (mode (self-forming (réalisation du
substance) d’assujettis- activity) sujet moral)
sement)

Ethics figure Sofie Émile Graciliano El Niño/ La Noi, Nós,


(rapport Niña Nosotras/os,
à soi) Nous, We

La Donna Le Bon El Pequeño The-Girl-the-


Sauvage Escolar Little Boy-
and-The-
Monster

Figure de “Je m´abîme, Je-t’-aime Domnei Unione


Fragments succombe”
d’un discours
amoureux

Estrategic Sexualization Pédagogiza- Subordination Adultization


group tion d’identité

Figura del Enfantin- Childish- Infantil- Infantile-


conjunto sexué educated dependente adulto
estratégico

Predominant Fondness for Soumission à Submission to


subdveing Attachement à your l’Autre the Other
form sa identité identity

Ruptura da Surplus- The-life-the- La-vita-la-


História da Plus-value value death morte
Infantilidade
Sumário

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8

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18

Era uma vez ... Quer que conte outra vez? 18


U VXWYZ [\Y]V2^MY_(`aY]Z b'VMYdcfe&Z g4hTi9jkg6`7c 18
O outro Era-Uma-Vez 31
Espectros de Infantil 35

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38

A criança na barquinha, a verdade de Vitória


e a vida do bichinho 38

Total Quality Control dos mamíferos


existencialistas da Microsoft 45
Please save the children! 45
Top of mind: as crianças campeãs 47
Sonho dos pais: os 5S para um mundo com mais amor,
auto-disciplina, inteligência, emoção, oportunidades e ordem 59

Childware: a boa guerra e o gerenciamento participativo


do top-down pela tecnologia da proteção integral às pessoas
em desenvolvimento, sua prioridade absoluta 84
Demônios, ninjas e ratos de esgoto: a resposta das ruas está na Escola 85
Sumidas, batidas, separadas 96
Acariciadas e traficadas, beijadas e cortadas 109
Superpredadores, gabirus infectados e máquinas de guerra 123
Ativas, ocupadas e educadas 139
Bode-Escola, sorridentes Rugmark e os axônios de aprendizado 157
O Mundo Infantil 189

s
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192

Deixai vir a mim 192


Jumentinho atado: celeste privilégio 197
Doença e morte das plantazinhas do Paraíso 206
Duas horas: carne culpada e corpo caçado 216
A vontade de viver 220
Os peixinhos danados na água da salvação 225
Vidas depois da vida 236
Tecnologia do Eu pela fala do Outro 248
♣ { |I} ~}d}d€( ‚\ƒ„} 252
Luzes examinantes para
o além-mundo da Pastoral Educativa 258

PRIMEIRA PARTE – INTRODUÇÃO 258


Do caminho do criador – Antes do nascer do sol – Ao meio-dia – O homem superior – Das
alegrias e paixões – Da morte livre – O mendigo voluntário – Os mil objetivos e o único objetivo
– A picada da víbora – A velha e a nova – Do filho do matrimônio – Da guerra e dos guerreiros
– Dos pregadores da morte – Dos eruditos – Ler e escrever – A sanguessuga

OS DISCURSOS DE ZARATUSTRA 265


Das três transformações – Dos crentes em além- mundos – Nas ilhas bem-aventuradas –
Dos sábios célebres – Do país da civilização – O canto do sepulcro – O canto do baile – O
canto da noite – Dos que menosprezam o corpo – Das cátedras da virtude – Da vitória
sobre si mesmo – Da beatitude involuntária – Da virtude amofinadora – Da ciência – Dos
virtuosos – Da virtude dadivosa – Dos homens sublimes – Dos sacerdotes
– A festa do jumento – O regresso

SEGUNDA PARTE – ASSIM FALAVA ZARATUSTRA 274


A criança do espelho – Da redenção – Do grande anelo – Do amor ao próximo – Das
moscas da praça pública – Das tarântulas – Do conhecimento imaculado – Do colóquio
com os Reis – Da discrição humana – O adivinho – Dos grandes acontecimentos
– Da árvore da montanha – A hora de silêncio

TERCEIRA PARTE – ASSIM FALAVA ZARATUSTRA 283


Da visão e do enigma – Das antigas e das novas Tábuas – O convalescente
– No Monte das Oliveiras – A oferta do mel

QUARTA E ÚLTIMA PARTES – ASSIM FALAVA ZARATUSTRA 287


Do pálido delinqüente – A sombra – O deserto cresce, ai daquele que oculta desertos! – O
grito de angústia – O canto da melancolia – O canto de embriaguez – O despertar
– O homem mais feio – O sinal

…
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291
A história do presente dis-positivo? 291
História da Infância 305
História da infantilidade 337
Œ \Žq‘ ’„I’„\“”7•‘–\— 337
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Na Roda: Lasciate ogni speranza voi chi entrate 339

Disparate da Herkunft 381


A identidade: começos inumeráveis 388
Infantes, soldados, lacaios, servos, peões, pequenos,
Este homem é de uma infância! 388
Secundárias, débeis, ignorantes, incapazes de conversa ou defesa,
miúdas, insignificantes, incompetentes, anjinhos felizes,
párvulos, “papel blanco” 393
Mulheres, anciãos, efeminados 401
Plebeus, camponeses, escravos negros, amas, criadas 403
A loucura é infância 404
Doente, primitivo, criança 409
O corpo: superfície de inscrição 412
Dormindo/Morto 413
Imobilizado 417
Afastado 420

Afrontamento da Entestehung 427


Cena Zero. Ponto de surgimento: Criança-Mãe 428
Cena Um. Infância Bem-Educada 429
Cena Dois. Infância em afanise no Telégrafo 431
Cena Três. Infância A-Edípica 435
Cena Final. Cai o pano 438

A natimorta no camarim-trincheira 440


› ’œ#\Ž ’9ž\’ 444

› ’œ#\Ž ’9ž\’

O processo de produzir mais-valia 450


Trabalho pedagógico 455
Temer o demônio e a si-mesma 455
Educar(-se) para libertar(-se) 457
Pedagogizar a sexualidade. Moralizar a pedagogia 465
Infantilizar(-se) 478
Trabalho diurno e noturno. O trabalho
das mulheres e das crianças 482
Controlar a urina e as fezes 482
Falar(-se) do sexo-soberano 483
Sexualizar a pedagogia. Moralizar o sexo 490
Sexualizar(-se) 501

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Nos espelhos do Grande-Outro 509

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530
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Cena 534
Fazer uma cena – 1. A cena, historicamente – 2. Mecanismo da cena – 3.
Esticômitis – 4. A cena interminável – 5. Cena insignificante
– 6. A última réplica – 7. Recusar a cena

Sujeitar(-se) 538
Ser-si: sujeito grego na dobradura – 1. O continente da ética – 2. Forças e
pregas – 3. Saber, política e direito – 4. Modos de subjetivação
– 5. Os 3 seres – 6. Sujeito moral

Compreender 545
“Quero compreender” – 1. Embaixo da lâmpada – 2. Perguntas fúteis – 3. Um
cantinho de preguiça – 4. Mas, ainda há os Demônios
– 5. Pontos fracos – 6. No caleidoscópio

Abismar-se 548
“Me abismo, sucumbo” – 1. A doçura do abismo – 2. A Mulher – 3. Bem-
nascida – 4. Problematização – 5. Ontologia – 6. Substância ética
– 7. Tutti sistemati

Eu-te-amo 552
Eu te amo – 1. Uma palavra verdadeira – 2. O Bom Selvagem – 3. Um aluno
imaginário – 4. Problematização – 5. Deontologia – 6. Modo de sujeição
– 7. Tutti sistemati

Dependência 559
Domnei – 1. A vassalagem amorosa – 2. O Pequeno Escolar – 3. A notícia-
ameaça – 4. Problematização – 5. Ascética – 6. Atitude para si mesmo
– 7. Tutti sistemati

União 565
União – 1. Paraíso – 2. A-Menina-O-Menino-e-O-Monstro – 3. Doce veneno
– 4. Problematização – 5. Teleologia – 6. Realização do sujeito moral
– 7. Tutti sistemati

Fading 577
Fading – 1. It, fades, fades and fades – 2. Nós – 3. “Este perigoso suplemento”
– 4. Problematização – 5. Situação escato-teológica – 6. O vazio benfazejo
– 7. Outra aurora de nossas vidas?
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º 589

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