Você está na página 1de 9

IX ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ETNOMUSICOLOGIA

e XII ENCONTRO DE EDUCAÇÃO MUSICAL DA UNICAMP, 20019.

Etnomusicologia e Educação Musical:


da escola de samba para a universidade e de volta

Luciana Prass
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
luciana.prass@gmail.com

Resumo: Esta comunicação, no contexto deste painel, buscará pontuar os caminhos abertos e as
reverberações da experiência formativa pela via da etnografia e seu potencial reflexivo, no percurso
de etnomusicóloga e educadora musical 20 anos depois do encontro com os saberes musicais de uma
bateria de escola de samba. Quais os impactos vividos nos atuais coletivos de atuação nos âmbitos
do ensino, da pesquisa e da extensão, sobretudo no que concerne aos impactos trans-formativos do
método etnográfico em suas potencialidades pedagógicas, musicais e éticas?

Palavras-chave: Etnomusicologia. Educação Musical. Etnografia. Encontro de Saberes.

Ethnomusicology and Music Education: from a samba school to the university and back

Abstract: This paper, in the context of this panel, will seek to revisit the open paths and
reverberations of the formative experience through the ethnography and its reflective potential, in
the course of ethnomusicologist and musical educator 20 years after the encounter with the musical
knowledges of a battery of a samba school. What are the impacts of the current daily activities in
teaching, research and extension, especially regarding the trans-formative scope of the ethnographic
method on its pedagogical, musical and ethical potentialities?

Keywords: Ethnomusicology. Music Education. Ethnography. Meeting of Knowledges.

1. Introdução

Em 2018, a dissertação de Marília Stein (STEIN, 1998) e minha própria dissertação


(PRASS, 1998) completaram 20 anos. Em 2019, é a vez da tese de Margarete Arroyo
(ARROYO, 1999) fechar esse ciclo. Os três trabalhos – etnografias sobre processos de
aprendizagem musical em contextos não formais – orientados pela Profa. Maria Elizabeth
Lucas, no Programa de Pós-Graduação em Música da UFRGS, foram construídos a partir de
reuniões de orientação coletivas no contexto do Grupo de Estudos Musicais – GEM/UFRGS1.
A ideia deste painel foi revisitar estes trabalhos 20 anos depois de finalizados e
buscar suas ressonâncias nas nossas atuações subsequentes, nos âmbitos do ensino, da pesquisa
e da extensão, sobretudo no que concerne aos impactos trans-formativos do método etnográfico,
em seus aspectos metodológicos e interpretativos, em seus conceitos e procedimentos, em suas
potencialidades pedagógicas, musicais e éticas.
Em 2003, escrevemos um primeiro artigo articulando nossas três experiências
etnográficas (LUCAS et al., 2003). Nessa ocasião, reencontramos nossos três campos empíricos
– a escola de samba e as oficinas de descentralização da cultura, de Porto Alegre, RS e o
congado, de Uberlândia, MG – para articular suas semelhanças e diferenças em relação às
655
formas de ensino e aprendizagem musical encontradas em cada um deles. Para cada um desses
campos, um desenho teórico específico foi construído para responder às perguntas que a
experiência etnográfica exigia. Mas já naquele momento, nossa experiência docente prévia
anunciava que o encontro com esses “outros” saberes e fazeres musicais marcaria
indelevelmente nossas atuações futuras.
Esta comunicação, no contexto deste painel, buscará pontuar os caminhos
abertos pelos ritmistas da Escola de Samba Bambas da Orgia, de Porto Alegre, pela via da
etnografia e seu potencial reflexivo, no meu percurso de etnomusicóloga e educadora musical
e as reverberações dessa experiência formativa nos coletivos em que atuo.

2. Os Bambas da Orgia e a etnopedagogia da escola de samba


Conheci a quadra da Escola de Samba Bambas da Orgia em 1996 quando
iniciava o Mestrado em Música na UFRGS. Tocada pela acolhida afetuosa dos “bambistas” e
sensibilizada esteticamente pela música que se fazia ali, seus sambas-enredo e sua “bateria
sinfônica”, à época, coordenada por Mestre Estevão, do samba nunca mais me separei.
Durante o mestrado, meu foco de pesquisa esteve voltado aos processos de
ensino e aprendizagem de música no contexto da bateria da escola de samba (PRASS, 1998;
2004). Como professora de música, violonista e pesquisadora em formação, meu interesse era
relativizar as formas de ensino e aprendizagem musical a que eu estava acostumada através da
experiência transformadora propiciada pelo convívio prolongado com ritmistas da escola de
samba, vivência distante do meu cotidiano, através do método etnográfico. Inspirada em outros
trabalhos realizados por etnomusicólogos em várias partes do mundo, parte da metodologia da
pesquisa consistiu em submeter-me à experiência de tocar um instrumento de percussão e
ingressar na bateria2.
Foi assim que fui introduzida a uma série de questões envolvidas na
aprendizagem da música em uma escola de samba, o que inclui o aprendizado na cultura
carnavalesca como um todo: de um lado, os valores do grupo, as questões étnicas e
socioeconômicas envolvidas em suas práticas; de outro, o uso do corpo na memorização de
células rítmicas e melódicas, a prática da improvisação, a resistência física, incluindo aqui a
exposição prolongada a altíssimos decibéis e inúmeras variações de frequências (surdos e seus
sons extremamente graves, repiniques e tamborins com sons muito agudos, e uma gama de
instrumentos com sonoridades médias, como os taróis e caixas).

656
Aprendi também sobre a importância do processo de socialização na cultura
desde a mais tenra idade – para alguns ritmistas desde a gravidez de suas mães – o que explicava
que não se tratava de uma disposição genética ou étnica para que um “bamba” se formasse –
como o senso comum insiste em defender – mas, sim, de um processo árduo e de toda a vida
dedicado à aprendizagem cultural. Foi a partir dessa experiência que junto ao coletivo do grupo
de pesquisa (GEM/UFRGS) desenvolvemos a ideia de uma “etnopedagogia” musical no
contexto da escola de samba.
Esta forma particular de aprender e de ensinar, essa etnopedagogia de educação musical que fui
procurando compreender a partir de minha própria experiência como aprendiz de tamborim, esteve marcada por
alguns procedimentos básicos, geradores dos saberes musicais valorizados neste cenário, a saber: a imitação, a
improvisação e a corporalidade, frutos da socialização dentro da cultura carnavalesca, através da qual a escola de
samba mirim Bambas do Futuro pode ser pensada como um exemplo concreto (PRASS, 2004, p. 150).

Assim, a etnopedagogia musical, nessa proposta, seria um catalisador de


experiências coletivas de aprendizagem através da socialização na cultura, onde a oralidade
ocupa um espaço fundamental e é
entendida não no sentido restrito de verbalidade, mas no sentido antropológico de
“encorporamento” (“embodiment”), expressão que define as culturas e/ou situações sociais em que o texto, a
escritura não é prioritária e, sim, a comunicação via performances visuais, gestuais, auditivas (LUCAS et al.,
2003, p. 5).

A vivência da escola de samba pela via do método etnográfico foi fundamental


para que a ideia de uma etnopedagogia da escola de samba passasse a ressoar como percepção
de que as pedagogias são sempre “etno-pedagogias”, no sentido de que diferentes grupos
culturais – a escola, a universidade, um grupo de congado etc. – desenvolvem suas formas
específicas de aprender e ensinar música, não havendo, portanto, um modelo a ser seguido, mas
muitas possibilidades nesse processo. A etnopedagogia passou então a ser uma chave para
pensar os processos de ensino e aprendizagem musical sempre de maneira singular, buscando
diálogos com seus contextos de realização, com as características de cada grupo envolvido,
sejam elas etárias, sociais, étnicas, de classe, de gênero etc. Portanto, a ideia de uma
etnopedagogia não tem uma definição fechada de procedimentos, mas trata-se de um conceito
aberto que se alimenta do entorno pela via dos encontros etnográficos. A sala de aula passou
então a ser entendida também como um encontro etnográfico.

3. A etnopedagogia na/da universidade


O retorno ao ensino acadêmico após concluída a etapa do mestrado foi tomado
do desejo de dar vazão aos conhecimentos apreendidos através da etnografia na escola de
657
samba: a oralidade, a corporeidade, a improvisação, aspectos esses que poderiam ser
potencializados através da prática do canto e da percussão e que eu passei então a perceber
como apartados do ambiente acadêmico. Sobretudo, porém, o grande legado da experiência
etnográfica a ser retornado à universidade foi a potencialidade ético-reflexiva de questionar
junto aos/às estudantes os conhecimentos instituídos, marcadamente de tradição europeia,
tomados como “superiores”.
Em artigo recente, Samuel Araújo vai ao cerne dessa questão:
Não é vão reafirmar aqui que o termo “superiores”, no contexto global a que estamos
nos referindo, veio a sinalizar na história recente da humanidade o que se possa
chamar de cultura do homem, branco, heterossexual, descendente de europeus
ocidentais e cristão, ou de sua prole e afeitos no mundo colonial, cultura essa
consagrada como artífice da prosperidade material e financeira do capital. Portanto, o
apagamento da diversidade de visões de mundo opostas ou resistentes a tal processo
de dominação se estende ao domínio da ação e reflexão sobre o sonoro e,
consequentemente, ao social, podendo afirmar-se que tal tem sido o tema de fundo de
qualquer etnomusicologia ou antropologia da música ou das artes desde sempre,
encontrando-se hoje, de modo mais que óbvio, em conexão direta e em variados graus
de violência com o legado de apagamento do debate em torno do assunto e do
apagamento de possíveis alternativas dialógicas e quiçá mais sustentáveis de
convivência em escala global (ARAÚJO, 2016, p. 9).

O convívio etnográfico e as aprendizagens decorrentes dele passaram, portanto, a


transformar e nutrir as práticas musicais na sala de aula, tanto do ponto de vista pedagógico –
formas de aprender e ensinar –, quanto das proposições estéticas e criativas, alternativas ao
modelo hegemônico europeu, que ainda prevalece em nossas escolas de música em todos os
níveis de ensino.
Das experiências de diálogo intercultural que vivi depois dos Bambas da Orgia
com alunos de graduação, em especial da licenciatura em música, os impactos foram muitos.
Nossas vivências musicais passaram a nutrir o debate, que nunca se esgota, acerca de uma
educação de tolerância interétnica e valorização das diferenças, ciente de que modos culturais
múltiplos carregam riquezas e saberes também diversos (PRASS, 2012).
Passamos a realizar atividades que remetiam às vivências entre os Bambas da
Orgia e, através de repertórios de tradição oral, discutir a implementação da Lei 10.639/03, de
obrigatoriedade do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana nas escolas, reflexo de
lutas históricas do movimento negro brasileiro, numa perspectiva antirracista, no sentido de que
o interesse em conhecer, praticar e passar a se interessar por “batidas” de cocos, de sambas de
escolas de samba, de congadas e maracatus, não poderia mais se fixar em simplesmente
executar esses ritmos como se fossem conteúdos neutros, desvinculados dos seres humanos que
os conceberam e das condições e contextos de sua criação e continuidade.
658
Assim, ao conectar essa produção cultural de grupos social e etnicamente marcados
que, historicamente, vinham sendo apartados das discussões de políticas públicas e da cena
acadêmica, buscava-se a construção de um ambiente educativo consciente das desigualdades
sociais e dos apagamentos históricos – elencados acima por Araújo (2016) – e prenhes de
transformação.

5. As cotas e a ampliação do ingresso de afrodescendentes nas universidades


A repercussão da lei 10.639/03 e de todos os movimentos pós-Constituição de
1988 levaram ao adensamento da luta por políticas públicas para a população afrodescendente,
dentre elas, a de cotas nas universidades 3 . No início dos anos 2000, o Departamento de
Educação e Desenvolvimento Social (DEDS/UFRGS) iniciou um programa chamado
“Educação Antirracista no Cotidiano Escolar” e dentre outros parceiros, chamou o GEM para
colaborar. A parceria que levou a vários cursos de extensão e de formação continuada de
professores, também foi inspiração para retomar as pesquisas na forma de um doutorado em
música cujo foco recaiu sobre as tradições performáticas de comunidades quilombolas do Rio
Grande do Sul e suas relações com as lutas pela salvaguarda de suas memórias e territórios
(PRASS, 2009; 2013).
O período de estudos de doutorado coincidiu com o acirramento da discussão
sobre cotas no ensino superior em todo o país. Na UFRGS, as cotas foram implantadas em 2008
e o perfil de estudantes no curso de música começou a ser alterado. O trabalho de campo em
comunidades quilombolas do estado, realizado por mim e pela colega Janaína Lobo (2010) e as
demandas e negociações com as associações quilombolas dessas comunidades levaram ao
delineamento de dois projetos de extensão ligando novamente etnomusicologia e educação
musical através do GEM (PRASS; LUCAS; BRAGA, 2008; LUCAS et al., 2009).
Tais projetos estavam inseridos na perspectiva de uma etnomusicologia
colaborativa, no sentido do compromisso do retorno aos grupos que subsidiaram nossas
pesquisas. Também vislumbravam que os jovens envolvidos nesses projetos pudessem ser
futuros estudantes cotistas do ensino superior ou do ensino técnico e tecnológico, o que de fato
ocorreu com alguns deles. Consistiram em um conjunto de oficinas e atividades acadêmicas
pensadas como espaço de troca de saberes musicais, tecnológicos e culturais entre jovens
quilombolas e estudantes de graduação e pós-graduação da UFRGS, aproximando os jovens
quilombolas do convívio universitário, proporcionando-lhes uma aprendizagem intercultural
inspirada nos métodos participativos e éticos da Etnomusicologia/Antropologia da Música –
659
capazes de aliar às suas práticas estéticas a reflexão socioantropológica de suas múltiplas
vivências (LUCAS et al., 2009).

6. O curso de música popular e o ingresso de “outros”


A chegada de estudantes cotistas à UFRGS alterou muito a expectativa dos cursos
de música. As políticas federais dos Governos Lula e Dilma, em especial, a proposta do REUNI
com a ampliação do número de vagas nas universidades, impulsionaram a decisão da criação
do Bacharelado em Música Popular na UFRGS. Os objetivos de implementação desse curso
passavam pela ampliação das experiências com repertórios para além da tradição erudita
prioritariamente europeia o que permitiria a ampliação do ingresso de pessoas com diferentes
vivências musicais, valorizando assim o perfil dos cotistas. Dessa forma, a abertura para a
música popular proporcionou um crescimento expressivo do número de estudantes cotistas no
curso de música, chegando hoje a abarcar cerca de 50% do total de estudantes matriculados4.
O professor e sociólogo José Carlos Gomes dos Anjos, em palestras públicas
realizadas em 2007 no calor dos debates pré-cotas, chamava a atenção para o fato de que o
ingresso de alunos cotistas significava a presença de subjetividades até então, em sua vasta
maioria, excluídas das discussões acadêmicas e que isso traria avanços científicos, culturais e
humanos que refletiriam em novas formas de fazer pesquisa na universidade, e em diferentes
maneiras de experiências em sala de aula. Nesse sentido vai a reflexão de Djamila Ribeiro, a
partir da pensadora e feminista negra Lélia Gonzalez: “Quem possui o privilégio social, possui
o privilégio epistêmico” (RIBEIRO, 2017, p. 24). Continuando com Djamila Ribeiro, ela aponta
que:
[...] não poder acessar certos espaços, acarreta em não se ter produções e
epistemologias desses grupos nesses espaços; não poder estar de forma justa nas
universidades, meios de comunicação, política institucional, por exemplo,
impossibilita que as vozes dos indivíduos desses grupos sejam catalogadas, ouvidas,
inclusive, até de quem tem mais acesso à internet. O falar não se restringe ao ato de
emitir palavras, mas de poder existir. Pensamos lugar de fala como refutar a
historiografia tradicional e a hierarquização de saberes consequente da hierarquia
social (RIBEIRO, 2017, p. 64).

Com o currículo do Bacharelado em Música Popular, ainda que cientes que “a


tradição conservatorial ainda possui papel referencial e autorreprodutor dos mitos de dominação
aqui referidos [...] quer no que tange aos bacharelados (incluídos os de música popular) quer às
licenciaturas [...]”, conforme a crítica de Araújo (2016, p. 14; grifo nosso), foi possível ampliar
a oferta de disciplinas que potencializam os conhecimentos acumulados na área da
Música/Etnomusicologia e trazer para o diálogo epistemológico as tradições indígenas e afro-
660
brasileiras, mesmo com os tensionamentos decorrentes dessa fricção com as outras tradições
historicamente institucionalizadas.

7. O Encontro de Saberes no espelho das cotas (à guisa de reflexões finais)

Na esteira da proposta do professor e etnomusicólogo José Jorge de Carvalho, da


criação da disciplina Encontro de Saberes na UnB (CARVALHO, 2010), numa articulação
entre o NEAB e vários grupos de pesquisa da UFRGS, dentre eles o GEM, implantamos a
Encontro de Saberes na UFRGS a partir de 2016/2.
A continuidade do movimento de diversidade desencadeado pela presença de
cotistas, o montante de pesquisas com grupos, mestres e mestras de saberes tradicionais de um
coletivo interdisciplinar de professores que já apontavam para o protagonismo dos próprios
atores sociais acerca de seus conhecimentos e da necessidade de reconhecimento de seus
lugares de fala (RIBEIRO, 2017), bem como do caminho aberto pela UnB e seguido por outras
universidades brasileiras e do exterior5, levou-nos à implementação da proposta do Encontro
de Saberes, trazendo mestres indígenas e afro-brasileiros em presença para as aulas na UFRGS6.
16 mestres e mestras, 13 professores e professoras e mais de 300 estudantes de
graduação e de pós-graduação, abrangendo inúmeros cursos da UFRGS, já passaram ou estão
passando pela experiência da disciplina.
No momento político extremamente complexo que estamos vivendo no Brasil,
de retrocessos nas políticas públicas em relação às lutas históricas dos movimentos indígenas,
quilombolas e negros (e também LGBTTTIQ, das mulheres, do MST, entre outros grupos
minoritários), nossa atuação como etnomusicólogos precisará se intensificar em seu viés
colaborativo junto a esses grupos. O Encontro de Saberes será, talvez, um dos espaços
privilegiados para nutrir a resistência articulada entre os movimentos sociais e a universidade,
desde as escolas de samba, ONGs, Pontos de Cultura e comunidades quilombolas para a
universidade e de volta.

8. Referências bibliográficas

ARAÚJO, S. Prefácio – O campo da Etnomusicologia brasileira: formação, diálogos e


comprometimento político. In: LÜHNING, A.; TUGNY, R. P. (Orgs.). Etnomusicologia no
Brasil. Salvador: EDUFBA, 2016. p. 7-18.

ARROYO, M. Representações sociais sobre práticas de ensino e aprendizagem musical: um


estudo etnográfico entre congadeiros, professores e estudantes de música. Tese (Doutorado em

661
Música). Programa de Pós-Graduação em Música, Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
Porto Alegre, 1999.

BRASIL. Lei 10.639/2003. Disponível em:


<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm>. Acesso: set. 2014.

BRASIL. Lei 11.645/2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-


2010/2008/lei/l11645.htm>. Acesso: set. 2014.

CARVALHO, J. J. Los estudios culturales en América Latina: interculturalidad, acciones


afirmativas y encuentro de saberes. Tabula Rasa, n. 12, p. 229-251, enero-junio 2010.

CHERNOFF, J. M. African Rhythm and African Sensibility. Chicago: The University of


Chicago Press, 1979.

ENCONTRO DE SABERES: conhecendo a UFRGS. Gustavo Corte Real. Produção Daniel


Baptista, Eduardo Teixeira, Émerson Santos e Mariane Venditi. Vídeo, 19m20s. Porto Alegre:
TV UFRGS, 2018. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=FUpgsKbANpo>.
Acesso: 27/1/2019.

HOOD, M. The Challenge of “Bi-Musicality”. Ethnomusicology, v. 4, n. 2, p. 55-59, May 1960.

LUCAS, M. E.; ARROYO, M.; STEIN, M. R. A.; PRASS, L. Entre congadeiros e sambistas:
etnopedagogias musicais em contextos populares de tradição afro-brasileira. Revista da
Fundarte, Montenegro, v. 3, n. 5, p. 4-20, 2003.

LUCAS, M. E. et al. Saberes musicais compartilhados: intervivências universitárias com jovens


rurais do Rio Grande do Sul no uso de tecnologias multimídia. Projeto de extensão. Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; Ministério de Desenvolvimento
Agrário; UFRGS, Porto Alegre, 2009. [Digi.]

PRASS, L. Saberes musicais em uma bateria de escola de samba: uma etnografia entre os
Bambas da Orgia. Dissertação (Mestrado em Música). Programa de Pós-Graduação em Música,
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998.

PRASS, L. Saberes musicais em uma bateria de escola de samba: uma etnografia entre os
Bambas da Orgia. Porto Alegre: Editora da Universidade, 2004.

PRASS, L. Ensino e aprendizagem musical em um contexto quilombola: de uma etnografia no


Grupo Maçambique de Osório, RS, para uma reflexão antirracista na escola. In: ICLE, G.
(Org.). Pedagogia da Arte: entre-lugares da escola – V. 2. Porto Alegre: Editora da UFRGS,
2012. p. 167-186.

PRASS, L. Maçambiques, Quicumbis e Ensaios de Promessa: musicalidades quilombolas do


sul do Brasil. Porto Alegre: Editora Sulina, 2013.

PRASS, L.; LUCAS, M. E.; BRAGA, R. Diálogos entre quilombolas e universitários: trocas
interculturais através da música. Projeto de extensão. PROEXT/CULTURA; UFRGS, Porto
Alegre, 2008. [Digi.]
662
RICE, T. May It Fill Your Soul: Experiencing Bulgarian Music. Chicago: The University of
Chicago Press, 1994.

TETTAMANZY, A. L. L.; PRASS, L.; STEIN, M. R.; KUBO, R. R. Projeto para a criação da
disciplina Encontro de Saberes na UFRGS. Porto Alegre: DEMUS/IA/UFRGS, 2016. [Digi.]

TETTAMANZY, A. L. L. et al. Encontro de Saberes na UFRGS: em busca da comunidade


perdida. Jornal da Universidade (UFRGS), Porto Alegre, p. 2, 1 nov. 2016.

Notas
1
O Grupo de Estudos Musicais – GEM/UFRGS é um coletivo interdisciplinar de formação acadêmica e atuação
profissional na área de Etnomusicologia / Antropologia da Música, formado por professores e estudantes do
PPGMUS/UFRGS e do PPGAS/UFRGS, coordenado pela Profa. Maria Elizabeth Lucas desde 1993.

2
O conceito de bimusicalidade foi cunhado por Mantle Hood (1960). A partir de sua proposta, muitos autores se
colocaram como aprendizes em seus cenários de pesquisa, entre os quais Chernoff (1979), Rice (1994), entre
outros. Em meu trabalho na Escola de Samba Bambas da Orgia, de Porto Alegre, a partir dessa perspectiva,
também eu me envolvi em aprender tamborim e participar da bateria da escola (PRASS, 2004).
3
Da mesma maneira, a Lei 11.645/08, com foco na educação das questões indígenas e demais políticas voltadas a
eles também estavam na pauta pós-1988. Nessa comunicação, porém, enfoco os aspectos da comunidade
afrodescendente.
4
Apesar da Lei Federal de 2010, que passou a garantir 50% das vagas em universidades federais para estudantes
cotistas, no curso de música, em função da Prova de Habilitação Específica e suas exigências prévias ao ingresso
no curso, na prática, esse percentual não era atingido. Especialmente a partir da flexibilização de repertórios do
Bacharelado em Música Popular, o ingresso de cotistas foi significativamente ampliado.
5
Dentre elas, UnB, UFMG, UFJF, UECE, UFPA e UFSB, no Brasil, além da Universidad Javeriana, na Colômbia
(TETTAMANZY et al., 2016).
6
Para maiores detalhes sobre a proposta na UFRGS, ver Tettamanzy; Prass; Stein; Kubo, 2016. Sobre a
repercussão da disciplina, ver também documentário produzido pela TV UFRGS em 2018. Disponível em:
<https://www.youtube.com/watch?v=FUpgsKbANpo>.

663

Você também pode gostar