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APOSTILA CURSO SOCORRISTA

MÓDULO 1

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Índice...................................................................................................................................................2
Capítulo 1 – ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR...................................................................................... 4

DEFINIÇÕES CONFORMA A PORTARIA ...................................................................................... 5


SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS ............................................................................................. 5
CONCEITOS ................................................................................................................................ 6
COLABORADORES...................................................................................................................... 6
INSTITUIÇÕES ............................................................................................................................ 6
TRAUMA NO BRASIL E NO MUNDO .......................................................................................... 7
PRINCIPAIS CAUSA DE MORTES NO BRASIL .............................................................................. 7
ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS....................................................................................................... 8
CENTRAIS DE ATENDIMENTOS .................................................................................................. 8
Capítulo 2 - UNIDADES MÓVEIS .............................................................................................................. 10
(TIPOS DE AMBULÂNCIAS) ..................................................................................................................... 10

DEFINIÇÃO ............................................................................................................................... 10
TIPO A ...................................................................................................................................... 10
TIPO B ...................................................................................................................................... 11
TIPO C ...................................................................................................................................... 12
TIPO D ...................................................................................................................................... 14
TIPO E ...................................................................................................................................... 16
TIPO F ...................................................................................................................................... 18
TIPO VIR ................................................................................................................................... 19
CAPÍTULO 3 – BIOSSEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL .............................................................. 21

BIOSSEGURANÇA ..................................................................................................................... 21
USO DOS EPI`S ......................................................................................................................... 21
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS ..................................................................................................... 22
LIMPEZA DA AMBULÂNCIA ..................................................................................................... 22
IMUNIZAÇÕES ......................................................................................................................... 23
Capítulo 4- MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO APH ............................................................................ 25

EQUIPAMENTOS DE VIAS ÁEREAS E VENTILAÇÃO .................................................................. 25

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Capítulo 1 – ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR

Nossos doentes não nos escolhem. Nós os escolhemos. Poderíamos ter


escolhido outra profissão, mas não o fizemos. Aceitamos a responsabilidade de
cuidar de doentes e, algumas vezes nas piores condições: quando estamos
cansados ou com frio; quando está chuvoso e escuro; quando não podemos
prever que condições iremos encontrar.

Devemos aceitar essa responsabilidade ou desistir!

O destino do traumatizado está nas mãos de quem faz o


primeiro curativo.” Nicholas Senn (Cirurgião Americano).

No mundo inteiro o trauma é uma causa importante de morbidade, em


decorrência de colisões automobilísticas, violência e acidentes de trabalho, entre
outras causas.

Os socorristas devem estar bem treinados, para poderem, de maneira


rápida e eficiente, retirar o doente do local do incidente e transportá-lo para o
hospital apropriado mais próximo.

O trauma é a principal causa de morte em doentes com menos de 44 anos


de idade. Uma abordagem organizada e sistemática ao cuidado desses doentes
pode aumentar sua sobrevida. Essa abordagem organizada é iniciada por
esforços para a prevenção da ocorrência de lesões. Em caso de trauma, a
resposta organizada e sistemática de toda a equipe médica, começando no
ambiente pré-hospitalar, auxilia a redução da morbidade e da mortalidade
decorrentes de lesão traumática.

Socorrista: é um profissional dedicado ao Suporte Básico de Vida, com atuação


na área de urgência e emergência. Atuam na área, técnicos de saúde, bombeiros
civis e militares, voluntários civis, entre outros.

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Há um ditado que diz que a “única profissão realmente imprevisível
é a do socorrista”. Por mais preparado que ele esteja e por mais
informações que lhe antecipem, esse profissional nunca vai saber
realmente a situação que encontrará até chegar ao local do resgate.

DEFINIÇÕES CONFORME A PORTARIA Nº 2048/02

O serviço de urgência e emergência, está baseado nas diretrizes da


Portaria n.º 2048/GM de 5 de novembro de 2002 do Ministério da Saúde, que
define os parâmetros para o atendimento de urgência e emergência no Brasil e
as formações básicas e específicas para os profissionais que podem atuar diante
destas situações.

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS

O Sistema Único de Saúde (SUS) é a denominação do sistema público de


saúde brasileiro inspirado no National Health Service do Reino Unido e criado
pelos constituintes de 1988 no dia 17 de maio de 1988, na 267ª Sessão da
Assembleia Nacional Constituinte. O Brasil é considerado o único país com mais
de 200 milhões de habitantes que possui um sistema de saúde pública universal.

O SUS realiza desde atendimentos primários até procedimentos


complexos e oferece atendimento de emergência para pessoas que sofrem
acidentes via Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). O sistema de
saúde brasileiro também fornece vacinas e remédios gratuitamente para
pessoas com diversas doenças (como diabetes, pressão alta, asma, HIV e
Alzheimer), financia pesquisas na área de epidemiologia e fiscaliza a qualidade
dos alimentos oferecidos em estabelecimentos comerciais por meio da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

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CONCEITOS

• Emergência: situações que apresentem alteração do estado de saúde,


com risco iminente de vida, o tempo para resolução é extremamente curto,
normalmente quantificado em minutos.

• Urgência: situações que apresentem alteração do estado de saúde,


porém sem risco iminente de vida, que por sua gravidade, desconforto ou dor,
requerem atendimento médico com a maior brevidade possível. O tempo para
resolução pode variar de algumas horas até um máximo de 24 horas.

• Intra-hospitalar: UPA, Pronto Socorro e Sala de Estabilização.

• Pré-Hospitalar: é o atendimento emergencial em ambiente extra


hospitalar (fora do hospital).

COLABORADORES

• Socorristas;

• Técnicos de Enfermagem;

• Enfermeiros;

• Fisioterapeutas;

• Médicos.

INSTITUIÇÕES

• CORPO DE BOMBEIROS;

• SAMU;

• Empresas privadas ou particulares de emergência, como Resgate


Rodoviário, sendo de suporte básico ou avançado.

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TRAUMA NO BRASIL E NO MUNDO

A palavra Trauma vem do grego ‘traûma’, que significa ferida. É uma lesão
produzida por uma ação violenta, física ou química, externa ao organismo. Pode
causar lesões graves e simultâneas em diversos órgãos e, se não for tratado
adequadamente desde o início, leva a sequelas e até mesmo à morte em curto
período de tempo.
A principal causa dos traumas está diretamente ligada aos acidentes de
trânsito, envolvendo carros, motocicletas, condutores e pedestres. Primeira
causa de morte no mundo entre pessoas na faixa etária entre 15 e 29 anos, os
acidentes foram responsáveis por ceifar a vida de 1,24 milhão de pessoas em
182 países, só em 2010. No Brasil, a cada ano, são registrados mais de 1 milhão
de acidentes, matando cerca de 40 mil pessoas e deixando mais de 370 mil
feridos, segundo o Ministério da Saúde. Armas de fogo e armas brancas
também têm grande representatividade nas estatísticas, assim como, no caso
dos idosos, as quedas de própria altura.

PRINCIPAIS CAUSA DE MORTES NO BRASIL

1º Doenças Cerebrovasculares – 100mil mortes;


2º Infarto Agudo do Miocárdio – 85,9mil mortes;
3º Pneumonia – 63,3mil mortes;
4º Diabetes – 58mil mortes;
5º Homicídios por Arma de Fogo – 50mil mortes;
6º Doenças Hipertensivas – 46,8mil mortes;
7º Bronquite, enfisema e asma – 43,5mil mortes;
8º Acidentes de trânsito – 41,7mil mortes;
9º Insuficiência cardíaca – 27,3mil mortes;
10º Câncer de pulmão – 24,4mil mortes.

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ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS

Ética: Conjunto de princípios que identificam uma conduta considerada


moralmente desejável. No caso de um socorrista, a ética seria a sua conduta
ideal em relação à vítima que ele atende
Art. 135 – deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco
pessoal, a criança abandonada ou extraviada, ou a pessoa inválida ou ferida, ao
desamparo ou em grave eminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro
da autoridade pública.
Art. 132 – Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e eminente.

CENTRAIS DE ATENDIMENTOS

• PM 190 - Aspectos Policiais e de Segurança Pública.


• SAMU 192 - Regulação de Urgência da Saúde – Aspectos Médicos.
• COBOM 193 - Central de Chamadas dos Bombeiros Militares – Aspectos
de Resgate e Segurança à Vítima.
• CCO 0800 – Central de atendimento ao usuário em rodovias pedagiadas
– Aspectos de Resgate, Salvamento, Sinalização de vias e remoções de
veículos.

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ANOTAÇÕES

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Capítulo 2 - UNIDADES MÓVEIS
(TIPOS DE AMBULÂNCIAS)

DEFINIÇÃO
Define-se ambulância como um veículo (terrestre, aéreo ou aquático) que
se destine exclusivamente ao transporte de enfermos.
Classificando-se em tipos, pois cada tipo tem seus materiais,
equipamentos e equipe específicos para atendimento e transporte.

TIPO A – Ambulância de Transporte: veículo destinado ao transporte em


decúbito horizontal de pacientes que não apresentam risco de vida, para
remoções simples e de caráter eletivo.
Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico; equipamento de radiocomunicação em
contato permanente com a central reguladora; maca com rodas; suporte para
soro e oxigênio medicinal.
Equipe/Tripulação
- 2 profissionais, sendo um Motorista e um Técnico de Enfermagem.

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TIPO B - Ambulância de Suporte Básico
Veículo destinado ao transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de
vida conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida
desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção
médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino.
Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico;
- Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
- Maca articulada e com rodas;
- Suporte para soro;
- Instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local
de fácil visualização e régua com dupla saída;
- Oxigênio com régua tripla (alimentação do respirador; fluxômetro e
umidificador de oxigênio e aspirador tipo Venturi);
- Manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação;
- Cilindro de oxigênio portátil com válvula;
- Maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador
manual adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas
descartáveis, tesoura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro
adulto/infantil, ataduras de 15 cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes de
gaze estéril, protetores para queimados ou eviscerados, cateteres para
oxigenação e aspiração de vários tamanhos;
- Maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clampes umbilicais, estilete
estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor, compressas
cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação;
- Suporte para soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna;
talas para imobilização de membros e conjunto de colares cervicais;
- Colete imobilizador dorsal;
- Frascos de soro fisiológico e ringer lactato;
- Bandagens triangulares;
- Cobertores;
- Coletes refletivos para a tripulação;
- Lanterna de mão;

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Óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações a
serem definidas em protocolos, pelos serviços.
Equipe/Tripulação
- 2 profissionais, sendo um socorrista condutor de veículos de emergência
e um Técnico de Enfermagem.

TIPO C - Ambulância de Suporte Básico e Resgate


Veículo destinado para atendimento e resgate de vítimas em locais de
difícil acesso, transporte inter-hospitalar de pacientes com risco de vida
conhecido e ao atendimento pré-hospitalar de pacientes com risco de vida
desconhecido, não classificado com potencial de necessitar de intervenção
médica no local e/ou durante transporte até o serviço de destino.
Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico;
- Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
- Maca articulada e com rodas;
- Suporte para soro;
- Instalação de rede de oxigênio com cilindro, válvula, manômetro em local
de fácil visualização e régua com dupla saída;
- Oxigênio com régua tripla (alimentação do respirador; fluxômetro e
umidificador de oxigênio e aspirador tipo Venturi);

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- Manômetro e fluxômetro com máscara e chicote para oxigenação; cilindro
de oxigênio portátil com válvula;
- Maleta de urgência contendo: estetoscópio adulto e infantil, ressuscitador
manual adulto/infantil, cânulas orofaríngeas de tamanhos variados, luvas
descartáveis, tesoura reta com ponta romba, esparadrapo, esfigmomanômetro
adulto/infantil, ataduras de 15 à 25cm, compressas cirúrgicas estéreis, pacotes
de gaze estéril, protetores para queimados ou eviscerados, máscaras e
cateteres para oxigenação e sondas de aspiração de vários tamanhos;
- Maleta de parto contendo: luvas cirúrgicas, clampes umbilicais, estilete
estéril para corte do cordão, saco plástico para placenta, cobertor, compressas
cirúrgicas e gazes estéreis, braceletes de identificação;
- Suporte para soro; prancha curta e longa para imobilização de coluna;
talas para imobilização de membros e conjunto de colares cervicais;
- Colete imobilizador dorsal adulto/infantil;
- Frascos de soro fisiológico e água destilada;
- Bandagens triangulares;
- Cobertores;
- Coletes refletivos para a tripulação;
- Lanterna de mão;
- Óculos, máscaras e aventais de proteção e maletas com medicações a
serem definidas em protocolos, pelos serviços.
- Binóculo, ABQUIM e EPIs para situações envolvendo Produtos
Perigosos;
- Equipamentos para combate a princípio de incêndio (roupa de
aproximação, capacete, extintores, etc.);
- Equipamentos para Resgate Veicular (desencarcerador, calços, escoras,
protetores de estilhaço, etc.);
- Equipamentos para Resgate Vertical em Áreas Remotas (maca SKED,
cintos, cordas, ferragens, etc.);
- Equipamentos para Resgate Aquático (boias flutuantes, nadadeiras, etc.)

Equipe/Tripulação
- 3 profissionais, sendo um socorrista condutor de veículos de emergência
e dois socorristas resgatistas.

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TIPO D - Ambulância de Suporte Avançado
Veículo destinado ao atendimento e transporte de pacientes de alto risco
em emergências pré-hospitalares e/ou de transporte inter-hospitalar que
necessitam de cuidados médicos intensivos. Deve contar com os equipamentos
médicos necessários para esta função.
Materiais e Equipamentos
- Sinalizador óptico e acústico;
- Equipamento de rádio comunicação fixo e móvel;
- Maca com rodas e articulada;
- Dois suportes de soro;
- Cadeira de rodas dobrável;
- Instalação de rede portátil de oxigênio como descrito no item anterior (é
obrigatório que a quantidade de oxigênio permita ventilação mecânica por no
mínimo duas horas);
- Respirador mecânico de transporte;
- Oxímetro não invasivo portátil;
- Monitor cardioversor com bateria e instalação elétrica disponível (em caso
de frota deverá haver disponibilidade de um monitor cardioversor com marca-
passo externo não invasivo);
- Maleta de vias aéreas contendo: máscaras laríngeas e cânulas
endotraqueais de vários tamanhos;

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- Cateteres de aspiração;
- Cateteres nasais;
- Seringa de 20ml;
- Ressuscitador manual adulto/ infantil com reservatório;
- Sondas para aspiração traqueal de vários tamanhos;
- Luvas de procedimentos;
- Máscara para ressuscitador adulto/infantil;
- Lidocaína geleia e “spray”;
- Cadarços para fixação de cânula;
- Laringoscópio infantil/adulto com conjunto de lâminas;
- Estetoscópio;
- Esfigmomanômetro adulto/infantil;
- Cânulas orofaríngeas adulto/infantil;
- Fios-guia para Intubação;
- Pinça de Magyll;
- Bisturi descartável;
- Cânulas para traqueostomia;
- Material para cricotiroidostomia;
- Conjunto de drenagem torácica;
- Maleta de acesso venoso contendo: tala para fixação de braço;
- Luvas estéreis;
- Recipiente de algodão com antisséptico;
- Pacotes de gaze estéril;
- Esparadrapo;
- Material para punção de vários tamanhos incluindo agulhas metálicas,
plásticas e agulhas especiais para punção óssea; garrote;
- Equipo de macro e micro gotas;
- Cateteres específicos para dissecção de veias, tamanho adulto/infantil;
- Tesoura, pinça de Kocher;
- Seringas de vários tamanhos;
- Frascos de soro fisiológico, ringer lactato e soro glicosado;
- Caixa completa de pequena cirurgia;
- Maleta de parto como descrito nos itens anteriores;
- Sondas vesicais;

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- Protetores para eviscerados ou queimados;
- Espátulas de madeira;
- Sondas nasogástricas;
- Eletrodos descartáveis;
- Circuito de respirador estéril de reserva;
- Equipamentos de proteção à equipe de atendimento: óculos, máscaras e
aventais;
- Cobertor ou filme metálico para conservação do calor do corpo;
- Campo cirúrgico fenestrado;
- Conjunto de colares cervicais;
- Prancha longa para imobilização da coluna.

* Para o atendimento a neonatos deverá haver pelo menos uma


Incubadora de transporte de recém-nascido com bateria e ligação à tomada do
veículo (12 volts). A incubadora deve estar apoiada sobre carros com rodas
devidamente fixadas quando dentro da ambulância e conter respirador e
equipamentos adequados para recém-nascidos.
Equipe/Tripulação- 3 profissionais, sendo um socorrista condutor de
veículos de emergência, um enfermeiro e um médico.

TIPO E - Aeronave de Transporte Médico


Aeronave de asa fixa ou rotativa utilizada para transporte inter-hospitalar
de pacientes e aeronave de asa rotativa para ações de resgate, dotada de
equipamentos médicos homologados pelo Departamento de Aviação Civil –
DAC.

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Materiais e Equipamentos
- Materiais compatíveis para suporte avançado de vida
- Equipamentos de Resgate em Áreas Remotas
- Equipamentos de Resgate e Salvamento Aquático
Equipe/Tripulação
- 3 profissionais, o piloto, um enfermeiro e um médico para os casos de
atendimento pré-hospitalar móvel primário não traumático e secundário;
- 3 profissionais, o piloto, o médico e um operador de aeronave Resgatista
para o atendimento a urgências traumáticas em que sejam necessários
procedimentos de salvamento/resgate, é indispensável a presença de
profissional capacitado para tal

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TIPO F - Embarcações
Barcos, lanchas e moto aquática, utilizado para resgate ou transporte
inter-hospitalar de vítimas no ambiente aquático ou até mesmo transposição
entre ilhas e municípios.
Materiais e Equipamentos
- Materiais compatíveis para suporte avançado de vida
- Equipamentos de Resgate e Salvamento Aquático
- Equipamentos de Resgate em Áreas Remotas
Equipe/Tripulação
- A equipe deve ser composta por, 2 ou 3 profissionais, de acordo com o
tipo de atendimento a ser realizado, sendo somente o piloto náutico salva vidas,
com um salva vidas ou um técnico de enfermagem em casos de suporte básico
de vida ou resgate, e piloto náutico com um médico e um enfermeiro, em casos
de suporte avançado de vida.

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TIPO VIR – VIATURA DE INTERVENÇÃO RÁPIDA
Adaptado para qualquer modelo de carro para primeiras intervenções em
situações de emergência. Totalmente personalizado de acordo com
diferentes indicações e necessidades de cada serviço de emergência.

CONDUTOR DE AMBULÂNCIA
A portaria nº 2048/02 MG estabeleceu que para conduzir uma viatura de
emergência, o profissional deve ser habilitado conforme o tipo de ambulância
que irá operar e ter realizado o curso de condutor de veículos de emergência.
Ficando da seguinte forma:

• TIPO A – Categoria “D”


• TIPO B – Categoria “D”
• TIPO C – Categoria “D”
• TIPO D – Categoria “D”
• TIPO E – Piloto de Aeronaves conforme ANAC (Agência Nacional de

Aviação Civil)

• TIPO F – Carteira de Habilitação Náutica


• TIPO VIR – Para motolância a categoria mínima deve ser “A” e veículo
de passeio dever ser categoria “B”

• TIPO VIM – Categoria “D

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ANOTAÇÕES

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CAPÍTULO 3 – BIOSSEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL

BIOSSEGURANÇA
A biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, proteção
do trabalhador e\ou paciente, minimização de riscos inerentes às atividades de
pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e operacional e
amplia-se para a proteção ambiental e a qualidade.
A exposição aos agentes pode ser percutânea ou mucocutânea.
Percutânea: Objeto perfurocortante contaminado;
Mucocutânea: exposição a pele e/ou mucosas.

USO DOS EPI`S


Os EPI`s consistem em barreiras físicas ao sangue, aos fluidos corporais,
exposição e ao manuseio de objetos perfurocortantes.

EPI`S
- Luvas;
- Óculos;
- Máscara;
- Avental;

Lavar as mãos antes e depois dos procedimentos;


• Abrir a torneira com a mão dominante e molhar as mãos sem encostar na pia;
• Ensaboar mãos por 15 a 30 segundos não esquecendo dorso, espaços
interdigitais e punhos;

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• Enxaguar as mãos em água corrente retirando totalmente a espuma e os
resíduos de sabão;
• Enxugar as mãos com papel toalha e com esse fechar a torneira, desprezando-
o no lixo.

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS
Doença transmissível é uma doença ou distúrbio de funções orgânicas,
causada por um agente infeccioso ou as suas toxinas através da transmissão
desse agente ou seus produtos, do reservatório de uma pessoa ou animal
infectado indiretamente, por meio de hospedeiro intermediário vegetal ou animal,
por meio de um vetor, ou através do meio ambiente inanimado.
Principais Doenças Transmissíveis:
• Hepatite B e C
• HIV/AIDS
• Meningite
• Tuberculose
• Coqueluche

LIMPEZA DA AMBULÂNCIA
• Desinfecção Concorrente: Diariamente.
• Desinfecção Terminal: Sempre ao término de qualquer atendimento.

Primeiro passo!
• Calçar luvas para limpeza
• Remover as sujeiras;
• Remover ou destruir os microorganismos patogênicos utilizando-se de água
morna, detergente e ação mecânica.

Obs: Falhas no processo de limpeza acarretam problemas na esterilização,


porque a matéria orgânica (sangue, secreções pus e outros) constitui-se em
um fator de proteção para os microorganismos.

Passos a serem seguidos:

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• Com uso de luva retirar o excesso c/ papel absorvente;
• Desprezar o papel em saco de lixo;
• Aplicar solução de hipoclorito de sódio 1% e água e aguardar 10 minutos;
• Remover a solução c/ pano limpo;
• Proceder a limpeza, água, sabão, secar e passar álcool 70.

IMUNIZAÇÕES

• Tétano-difteria (a cada 10 anos) – 3 doses IM (intervalo de 2 meses), depois


de 10 anos – reforço.
• Sarampo, caxumba, rubéola – Dose única, aos 12 meses, depois reforço aos
4/6 anos de idade.
• Gripe (anualmente) – SC ou IM.
• Hepatite B – 3 doses IM. 1ª dose no primeiro dia de vida; 2ª dose aos 2 meses
a 3ª e depois de 4 meses de vida.
• Febre amarela (a cada 10 anos) – dose única.

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Capítulo 4 - MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DO APH

Com a evolução dos serviços de atendimento pré-hospitalar, vários


equipamentos e materiais foram adaptados e/ou desenvolvidos para o
atendimento básico e avançado de vida.
Todos os envolvidos no atendimento pré-hospitalar devem conhecer os
equipamentos e estar familiarizado com o seu funcionamento.

EQUIPAMENTOS DE VIAS ÁEREAS E VENTILAÇÃO

Cânulas Orofaríngeas
• Também chamadas de Guedel, são cânulas de PVC, formato curvo;
• São colocadas na boca dos pacientes inconscientes para garantir a
passagem do ar pela via área;
• Permitem a passagem de ar por um orifício central. Permeabilidade de vias
aéreas em vítimas inconscientes;
• Tamanhos para lactentes, adultos e crianças.

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BOLSA VÁLVULA-MÁSCARA / AMBÚ

É indicado para ser utilizado como auxiliar a respiração artificial e


reanimação cardiopulmonar, possibilitando sua utilização em pacientes que
estejam com apneia ou para aumentar a ventilação e/ou fornecer oxigênio a um
paciente que esteja respirando espontaneamente. Consiste em realizar pressão
positiva manualmente para que o oxigênio entre nos pulmões mecanicamente.
• Tamanhos adulto, infantil e neo.

MÁSCARA DE ALTA CONCENTRAÇÃO


A máscara hospitalar com reservatório é usada quando paciente precisa
de uma quantidade muito alta de oxigênio, podendo chegar a fornecer 95% da
capacidade de oxigênio. Sua funcionalidade pode trabalhar entre 10 a 15 litros
de oxigênio por minuto.

Tamanhos infantil e adulto.

26
CATÉTER NASAL TIPO ÓCULOS
O tipo de oxigenoterapia depende do grau do desconforto respiratório de
uma pessoa e dos sinais de hipóxia, sendo que pode ser recomendado o uso
de cateter nasal, máscara facial ou de Venturi. Este dispositivo oferta oxigênio
em menor quantidade de litros, sendo que o máximo pode ser até 5l/min.

ASPIRADOR
SISTEMA DE ASPIRAÇÃO

São aparelhos que realizam a aspiração de secreções e corpos estranhos


das vias áreas (desde a orofaringe até os brônquios).
Podem ser fixos nas ambulâncias ou portáteis, elétricos, com bateria
recarregável, ou manuais.

SONDA DE ASPIRAÇÃO PONTA RÍGIDA


A sonda de aspiração traqueal é indicada a pacientes impossibilitados
de eliminar as secreções ou pacientes intubados ou ainda traqueostomizados.
Consiste em retirar a secreção traqueobrônquica e orofaríngea através de
uma sonda ligada a um aparelho de sucção manual ou de máquina elétrica.

27
SONDA DE ASPIRAÇÃO PONTA FLEXIVEL
Sondas de sucção flexíveis (French) podem ser usadas para secreções
finas no nariz, boca e hipofaringe, bem como para a aspiração profunda através
do tubo endotraqueal. São também usadas em traqueostomias, pois não se
pode, nesse caso, usar uma sonda rígida.

IMOBILIZAÇÃO
TALAS
Tala aramadas utilizadas para imobilização provisória em procedimentos de
resgate e transporte de pacientes. Pode ser aplicada nos membros superiores e
inferiores para evitar o agravamento de lesões e fraturas.São moldáveis
conforme a necessidade da imobilização.

28
Tala de papelão: É destinada à imobilização provisória de membros inferiores e
superiores e tem um custo menor para sua aquisição quando comparada à tala
aramada. Há tamanhos diferentes: PP, P, M e G.

TRACIONADOR DE FÊMUR
Indicações: Destinada à imobilização provisória de ossos longos das
extremidades inferiores. Constituída de uma tala de alumínio tubular com 16mm
de diâmetro e 02 sistemas de trava com superfície recartilhada que possibilita a
regulagem do comprimento.
Contra indicações: Fratura exposta; Luxação; Suspeita de fratura de pelve;
Suspeita de fratura de colo de fêmur; Avulsão ou amputação do tornozelo ou pé;
Suspeita de fraturas adjacentes ao joelho etc

29
COLETE DORSAL (Kendrick Extrication Device - KED)
Imobilização de coluna cervical e dorsal para uso em vítimas conscientes.
O dispositivo de remoção KED é um material usado para remover vítimas com
suspeitas de lesão na coluna vertebral. Comumente transportado em
ambulâncias.

COLAR CERVICAL
Colar cervical é um equipamento de saúde destinado à imobilização das
articulações da região cervical, mantendo-as em posição anatômica e neutra.

Seu uso, muitas vezes, é empregado em casos de torcicolo, artroses,


artrites, dores e traumas na região do pescoço. Em casos de primeiros socorros,
o colar cervical é um importante aliado dos paramédicos para evitar traumas que
acabam agravando o estado do paciente.

30
IMOBILIZADOR LATERAL DE CABEÇA
O Imobilizador de Cabeça Adulto é utilizado no resgate e transporte de
vítimas, este produto é indicado para imobilizar a cabeça, em conjunto com o
colar cervical de resgate e uma prancha de imobilização.

TÁBUAS DE IMBOLIZAÇÃO
É utilizada para remoção de vítimas politraumatizadas. A vítima é
imobilizada sobre a superfície rígida da prancha e transportada com segurança
evitando agravos ao quadro clínico.

A Prancha de imobilização possui aberturas para utilização do cinto


aranha e imobilizador de cabeça como acessórios. Rígida, leve e confortável.
Possui pegadores amplos para facilitar o uso de luvas. Design em ângulo para
melhor acomodação do paciente. 100% transparente para o uso em Raio-X.
Possui aberturas específicas para imobilização. Possibilita o resgate na água.
Feita em polietileno com ótima resistência ao impacto.

31
CONTROLE DE HEMORRAGIAS/ FERIMENTOS

BANDAGENS TRIANGULARES
A bandagem triangular é um acessório com múltiplas funções, utilizado no
resgate de acidentados, pode ser colocada em diferentes partes do corpo para
imobilizações provisórias, é própria para enfaixamento, curativos, fixação de
talas e até mesmo usada como tipoia.

ATADURAS
A atadura de crepom serve para apoiar um dispositivo médico, proteger e
fixar curativos, restringir o movimento do curativo na ferida, também é utilizada
em terapia compressiva afim de aliviar a dor e o inchaço, aplicações ortopédicas
como imobilizações e enfaixamentos.

32
GASES
As Compressas de Gaze são confeccionadas a partir de tecido 100%
algodão e tem a finalidade de absorver sangue, líquidos e secreções, pode ser
utilizada para limpar e cobrir feridas e para antissepsia da pele ou mucosas em
procedimentos invasivos.

COMPRESSA CIRÚRGICA/ CURATIVO ALGODONADO


Compressa de Gaze Algodonada Estéril Indicado para tratamento de
feridas altamente exsudativas e para cobertura de incisões pós-operatórias,
principalmente em grandes cirurgias.

33
TORNIQUETE
Os torniquetes deverão ser utilizados como um último recurso e, somente,
para controlar os sangramentos provocados por ferimentos graves nas
extremidades, quando todos os outros métodos de controle falharem. Lembre-
se também que não se deve aplicar torniquetes sobre áreas de articulação
(cotovelos e joelhos).

EQUIPAMENTOS DE DIAGNÓSTICOS

Esfigmomanômetro é um aparelho muito utilizado por profissionais de


saúde para medir a pressão arterial, sendo considerado um dos métodos mais
confiáveis para avaliar esse valor fisiológico.

34
Estetoscópio é um instrumento para a condução dos sons corporais do
paciente até o examinador, destinando-se ao diagnóstico clínico, sendo utilizado
para avaliação dos sons cardíacos, pulmonares, abdominais, arteriais,
articulares, dentre outros.

TERMÔMETRO
O termômetro ou termómetro é um aparelho usado para medir a
temperatura ou as variações de temperatura. É um instrumento composto por
um elemento sensor que possua uma propriedade termométrica, isto é, uma
propriedade que varia com a temperatura.

35
OXÍMETRO
O Oxímetro de dedo é um equipamento da área da saúde que mede de
modo indireto a quantidade de oxigênio que está sendo transportado no corpo
(SpO2) e os batimentos cardíacos por minuto (BPM). O monitor do aparelho
exibe a porcentagem de hemoglobina arterial.

DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO (DEA)


O Desfibrilador Automático Externo (DEA) é um aparelho eletrônico
portátil que diagnostica automaticamente as, potencialmente letais, arritmias
cardíacas de fibrilação ventricular e taquicardia ventricular em um paciente.

36
SORO FISIOLÓGICO

Soro fisiológico é uma solução que contêm 0,9% de cloreto de sódio


(NaCl) em água destilada, ou seja, cada 100mL de água contém 0,9 gramas do
sal. É utilizado para limpar ferimentos (uso tópico) ou injetar via intravenosa
associado ou não com medicamentos, sempre conforme prescrição médica.

CATÉTER SOBRE AGULHA / ABOCATH


Os Cateteres Flexíveis, também conhecido como “Abocath ou Jelco” são
catéteres que servem para administração de soluções e drogas intravenosas,
indicado também para manter a hidratação do paciente. São constituídos por
materiais cilíndricos, canulados e perfurantes, conhecidos universalmente seu
tamanho pela cor. Catéter intravenoso periférico de curta ou média permanência
(conforme estabelecido em protocolos internos).

37
SERINGA
Seringa é um equipamento de bombeamento, provido de uma agulha,
usado por profissionais da área da saúde (ou eventualmente por usuários de
drogas) para: inserir substâncias líquidas por via intravenosa, intramuscular,
intracardíaca, subcutânea, intradérmica, intra-articular; retirar sangue; ou, ainda,
realizar uma punção aspirativa em um paciente.

AGULHAS
A agulha de uso na saúde é constituída por uma haste metálica com um
orifício (lúmen) que vai de uma extremidade a outra, para passagem de fluídos
como medicamentos ou retirada de sangue para exames. A escolha da
espessura (calibre) é conforme a viscosidade do fluído e o calibre da veia ou
artéria que se quer alcançar, ou de acordo com a via de administração dos
medicamentos (subcutânea, intramuscular). Universalmente é conhecido o
calibre da agulha pela sua cor.

38
LARINGOSCÓPIO
Laringoscópio é um instrumento utilizado para o exame do laringe.
Existem diversos tamanhos e formatos que servem a propósitos diferentes.
Na intubação endotraqueal o lari- ngoscópio é utilizado para obter-se uma
exposição adequada das cordas vocais facilitando a introdução de um tubo
orotraqueal que é utilizado para ventilar o paciente.

TUBO ENDOTRAQUEAL
O Tubo Endotraqueal é confeccionado em PVC transparente (Cloreto de
Polivinilo estabilizado), possui conector parcialmente encaixado, de acordo com
a noma EN 1782, balão azul de controle, válvula para guarnições de seringas de
Luer Slip e Luer lock, extremidade atraumática levemente adelgaçada com faixa
radiopaca em todo o comprimento, anel na cor preta de marcação para controlar
a profundidade da intubação, graduada para uso oral/nasal. O tubo apresentou
boa performance, com apropriada dureza e o manguito (balão) com alta
capacidade e baixa pressão de aspecto liso e excelente biocompatibilidade. O
balão ou cuff tem a função correta de promover a vedação da traqueia do
paciente, de modo que não haja qualquer perda de ar durante o enchimento com
o oxigênio durante a ventilação mecânica. O tubo traqueal é de uso único,
devendo ser descartado após o uso. Indicação, finalidade ou uso a que se
destina o produto. Os tubos traqueais realizam a respiração para pacientes
conectados a sistemas respiratórios durante cirurgias ou podem ser usados em
pacientes que perdem a habilidade de respiração.

39
ESPARADRAPO
O esparadrapo ou adesivo é uma fita flexível, com uma de suas
superfícies coberta por uma substância colante que adere à superfície da pele,
utilizado em primeiros socorros ou cirurgia.

MICROPORE
A Fita Micropore é uma fita microporosa que não deixa resíduos ou
irritações na pele – por sua fácil remoção, ela é ótima para mudanças frequentes
dos curativos ou gazes, sendo ideal para peles sensíveis. Indicada para fixação
de curativos, gazes, cateteres, sondas e curativos de drenos.

40
ÁLCOOL EM GEL
O Álcool Gel é utilizado para fazer a assepsia das mãos como preventivo
contra vírus e bactérias, sem a necessidade de usar água e sabão ou mesmo
toalha para secagem. O produto cumpre as mesmas funções de higienização e
antissepsia quando não é possível fazer a lavagem das mãos com água corrente
e sabão.

COBERTURA PARA ÓBITO


O saco para óbito, ou cobertura para óbito, é constituído em polietileno de
baixa densidade (PEBD). Com zíper frontal por toda sua extensão, o material é
utilizado para envolver o cadáver, isolando-o do contato com o ambiente para
evitar contaminação.

41
TESOURA PONTA ROMBA
Tesoura para cortar as vestes da vítima a fim de identificar lesões ocultas
que necessitem de um pronto atendimento. Ponta romba com protetor para não
lesar a pele durante o procedimento.

MANTA TÉRMICA ALUMINIZADA


A Manta Térmica Aluminizada é um dos principais acessórios de
equipamentos para resgate, é usado para manter o aquecimento da vítima, e foi
desenvolvido em polietileno aluminizado, que serve como perfeito isolante
térmico de baixo peso, pois mantém o calor interno e reflete o calor externo.

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ANOTAÇÕES
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43
APOSTILA CURSO SOCORRISTA
MÓDULO 2

44
Índice.................................................................................................................................................43
Capítulo 5 – Cinemática do Trauma.......................................................................... 44
DEFINIÇÃO ................................................................................................................ 44
FASES DO EVENTO .............................................................................................. 45
AVALIANDO A CENA ............................................................................................. 45
Capítulo 6 – RADIOCOMUNICAÇÃO ........................................................................ 54
RÁDIO COMUNICAÇÃO ......................................................................................... 54
ALFABETO FONÉTICO .......................................................................................... 54
CÓDIGO “Q” ........................................................................................................... 54
Capítulo 7 – ABORDAGEM E AVALIAÇÕES ........................................................... 57
ABORDAGEM À CENA ........................................................................................... 57
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA .......................................................................................... 59
SEQUÊNCIA DA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA .............................................................. 59
AVALIAÇÃO SEUNDÁRIA ...................................................................................... 70
SAMPLE ................................................................................................................. 74
AVALIAÇÃO CONTINUADA ................................................................................... 75

43
Capítulo 5 – Cinemática do Trauma

DEFINIÇÃO
É a avaliação da Cena do Acidente, com intuito de se estabelecer um
diagnóstico o mais precoce possível das lesões resultantes da energia, força e
movimentos envolvidos.
Primeira Lei de Newton
Afirma que um corpo em repouso permanecerá em repouso e um corpo em
movimento permanecerá em movimento, a menos que uma força externa atue
sobre ele.

CONSERVAÇÃO DA ENERGIA
Um objeto em movimento para que ele pare completamente, deve perder
toda a sua energia convertendo-a em outra forma de energia, ou transferindo
esta energia para outro objeto.

EFEITO CAVITAÇÃO
Um objeto em movimento atinge o corpo humano, ou quando o corpo
humano em movimento atinge um objeto parado. O tecido do corpo humano é
arremessado para longe de sua posição original criando uma cavidade.

44
• Cavitação definitiva: É causada por compressão ou laceração dos tecidos.
• Cavitação temporária: É causada por estiramento dos tecidos; surge no
momento do impacto, os tecidos conservam sua elasticidade e retomam a sua
condição inicial.

FASES DO EVENTO
• Pré-Evento: inclui os eventos que precedem o incidente, como ingestão de
álcool e drogas, doenças preexistentes, estado mental do paciente.
• Evento: Inicia-se no momento do impacto. Estimar a força de impacto e
quantidade de energia transferida para a vítima. Na maioria dos traumas
ocorrem três impactos: (1) o impacto dos dois objetos, (2) o impacto dos
ocupantes com o veículo, (3) o impacto dos órgãos dentro dos ocupantes.
• Pós-Evento: Começa tão logo a energia da colisão é absorvida e o doente é
traumatizado. As informações obtidas reforçam o diagnóstico de suspeita. O
socorrista deve traduzir estas informações em previsão de lesões e tratamento
adequado.

AVALIANDO A CENA
O que observar?
“A
SUA SEGURANÇA E
• Observação das circunstâncias nas quais
DA SUA EQUIPE DE
ocorreu o evento; SOCORRO SEMPRE SE
• Tipo de colisão Automobilística; DARÃO EM PRIMEIRO
• Grau de Deformidade do Veículo. LUGAR!!!.”

A avaliação da cena e da vítima é iniciada muito antes do socorrista chegar


ao local do incidente e ao lado da vítima.
O despacho inicia o processo através da coleta de dados do informante ou a
partir de informações fornecidas por outras unidades de segurança pública ou
cuidados pré-hospitalares já presentes na cena.
Antes de entrar em contato com a vítima, o socorrista deve avaliar a cena através
de:
• Obtenção de uma impressão geral da situação para a segurança da cena;
• Avaliação da causa e resultado do incidente;
• Observação dos familiares e expectadores.

45
SEGURANÇA
Verificar de primeiro instante ao chegar na cena se a mesma encontra-se
segura, se não, realizar a segurança do local com total segurança própria,
afastando expectadores e familiares, removendo riscos potenciais como,
contenção de vazamento de combustíveis ou combatendo princípios de incêndio
dos veículos envolvidos, acionando companhias elétricas quando envolver redes
de eletricidade, acionar apoio para combate incêndio quando houver chamas,
entre outros.

SITUAÇÃO
Incluem problemas que podem afetar o que e como os socorristas
gerenciam o doente, bem como as preocupações relacionadas diretamente a
ele.
Tais como:
• Como ocorreu;
• Qual mecanismo de trauma / tipo de colisão;
• Quantas vítimas há na cena;
• Qual gravidade das mesmas;
• Triagem para decidir qual delas deve ser atendida primeiro;
• Necessidade de auxílio mútuo;
• Qual tipo de ferramentas será necessário;
• Necessidade de auxílio avançado;
• Qual melhor tipo de transporte e local para encaminhar as vítimas;

TIPOS DE COLISÕES
FRONTAL
Colisão frontal é a denominação de acidente que ocorre quando os veículos
colidem de frente um com o outro.
A intensidade do estrago no veículo indica sua velocidade aproximada no
momento do impacto.
Quanto maior a velocidade, maior a transferência de energia e probabilidade
de que os ocupantes tenham lesões graves.

46
TRASEIRA
Geralmente ocorre quando um veículo parado é atingido por trás por outro
veículo.
Nestas condições o assento carrega o tronco dos ocupantes para frente com
grande aceleração, mas a cabeça não acompanha este movimento, ocorrendo
assim a hiperextensão do pescoço. Este movimento leva à lesões pelo
mecanismo de chicote, lesão potencialmente fatal que pode ser evitada com o
uso correto do encosto de cabeça e cinto de segurança.

47
TRANSVERSAL
Se refere as colisões do lado do veículo capazes de imprimir ao ocupante
uma aceleração que o afasta do ponto de impacto. Dele podem resultar lesões
semelhantes às do impacto frontal, mas além destas, podem ocorrer lesões de
compressão do tronco e de pelve do lado da colisão. Por exemplo, impactos do
lado do motorista podem levar a fraturas de arcos costais esquerdo e lesões
esqueléticas esquerdas (ex. pelve). Na mesma situação o passageiro terá mais
lesões direitas (principalmente hepáticas).

LATERAL
Colisão onde dois veículos ou veículo e objeto, onde o atrito entre os dois
é na lateral de ambos, podendo ser de variáveis resultados em estragos aos
veículos e lesões aos ocupantes.

48
ANGULAR
Neste tipo de impacto, ocorre um misto dos padrões entre Frontal e
Lateral.

TOMBAMENTO
Nestas situações, o ocupante se choca contra uma das laterais internas
do veículo, pode ser grave quando o ocupante estiver ou for arremessado para
o lado tombado, causando deslocamentos violentos e múltiplos, o que leva a
lesões mais graves.

49
CAPOTAMENTO
Nestas situações, o ocupante se choca contra qualquer parte da cabine,
causando deslocamentos violentos e múltiplos, o que leva a lesões mais graves.

ATROPELAMENTO
Envolve pedestre com qualquer tipo de veículo, situação de alto risco para
o pedestre e também para pilotos de motocicletas e ciclistas, pois os dispositivos
de segurança são mínimos e básicos, assim expondo totalmente a vítima para a
colisão.

COLISÕES DE MOTO
Impacto Frontal
O motociclista colide com o guidão: Lesões Prováveis: Trauma Craniano,
Tórax, Abdome, ou Pelve, dependendo da parte do corpo que colidir com o
guidão.
O motociclista permanece com os pés nos pedais

50
Lesões Prováveis: Fratura Bilateral de Fêmur.

Impacto Angular
• A Motocicleta cai sobre o motociclista, ou prensa o motociclista entre o
veículo e o objeto atingido.
• Lesões Prováveis: Fratura ou lesão extensas de partes moles dos membros
superiores, ou inferiores.

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Impacto com Ejeção

A lesão ocorre no ponto de impacto, irradiando-se para o resto do corpo


a medida que a energia é absorvida.

52
ANOTAÇÕES

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Capítulo 6 – RADIOCOMUNICAÇÃO

RÁDIO COMUNICAÇÃO
Agente ou equipamento que permite e proporciona o estabelecimento
de ligações, assegurando rapidez, segurança e continuidade das trocas de
informações.

ALFABETO FONÉTICO
O Alfabeto Fonético Internacional é um código utilizado
internacionalmente para facilitar as comunicações entre operadores,
principalmente em radiocomunicação ou em transmissões onde existam
interferência de ruídos.

CÓDIGO “Q”

É utilizado nas transmissões de rádios coma finalidade de simplificar e


padronizar as comunicações dando-lhe maior rapidez nas explorações, pela
substituição de palavras, frases ou informações, por um conjunto de três letras.
Criado aproximadamente em 1909 pelo governo britânico, como uma "lista
de abreviações... preparadas para o uso dos navios britânicos e estações
costeiras licenciadas pela Agência postal geral". O código Q facilitou a
comunicação entre operadores de rádios marítimos que falam línguas diferentes,
por isso sua rápida adoção internacionalmente.
Existem um total de 52 códigos listados internacionalmente.

54
CÓDIGO SIGNIFICADO

QAP NA ESCUTA

QRV AS ORDENS

QSL ENTENDIDO

TKS OBRIGADO

QTA CANCELAR ORDEM

QTO BANHEIRO

QRF REFEIÇÃO

QRX AGUARDAR

QSA QUALIDADE DE SINAL (1 Á 5)

QRM INTERFERÊNCIA NA COMUNICAÇÃO

QSO COMUNICAÇÃO DIRECIONADA

QTR HORÁRIO

QRA NOME

QTI EM DESLOCAMENTO

QTH LOCAL

QRT FORA DO AR / ÓBITO

QSJ DINHEIRO

QRU PROBLEMA

QTC MENSSAGEM

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ANOTAÇÕES

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Capítulo 7 – ABORDAGEM E AVALIAÇÕES

ABORDAGEM À CENA
No doente traumatizado multissistêmico grave, a prioridade máxima é a
identificação o e atendimento rápido de condições com risco de vida. Mais de
90% dos doentes traumatizados têm somente ferimentos simples que envolvem
apenas um sistema (p.ex.: uma fratura isolada de membro).
Para esses doentes, há tempo para fazer tanto a avaliação primária
quanto a secundária completas. Para doentes traumatizados graves, o
socorrista nunca pode fazer mais que uma avaliação primária. A ênfase é
na avalição rápida, no início da reanimação e do transporte ao hospital. Isso não
exclui a necessidade do atendimento pré-hospitalar, isso significa: faça-o mais
depressa, faça-o mais eficientemente e faça-o a caminho do hospital.
O momento em que as pessoas se deparam com uma vítima de acidente,
geralmente é de grande angústia; ou seja;
• O que fazer?
• Levar rapidamente ao hospital?
• Acionar o socorro?
• Não se aproximar?

PROTOCOLO
• Controle da cena: Controlar a cena do acidente significa garantir a segurança
no local e analisar o mecanismo de trauma.
• Segurança do local: Antes de iniciar o atendimento à vítima, você deve
garantir sua própria condição de segurança, a(s) da(s) vitima(s) e dos demais
presentes. De forma alguma se exponha a riscos. Solicite ajuda especializada.
Pode ser necessário isolar a área, sinalizar, acionar serviços de apoio.
• Mecanismos da lesão: Ao mesmo tempo em que garante a segurança da
cena, analise o mecanismo de lesão;
• Tipos de situação: Acidente de transito, queda de nível, agressão física.

57
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA
O objetivo da avaliação primária é identificar situações de ameaça a vida
e manejar com elas de imediato. É feita sem movimentar a vítima de sua posição
inicial, salvo em condições especiais, como risco de explosão, incêndio,
afogamento, desabamento, etc.

SEQUÊNCIA DA AVALIAÇÃO PRIMÁRIA


X – Exsanguinante (Hemorragia Grave)
A – Airway (Verificação de vias aéreas e Estabilização de coluna vertebral)
B – Breathing (Respiração)
C – Circulation (Circulação)
D – Desability (Neurológico)
E – Exposure (Exposição)

X – EXSANGUINANTE (HEMORRAGIA EXTERNA GRAVE)


As Hemorragias são consideradas como a perda de sangue para fora do
sistema circulatório. As hemorragias podem ser de origem:
- Arterial: sangue vermelho vivo, esguicha, são as mais perigosas e difíceis
de controlar;
- Venosa: sangue vermelho escuro, flui continuamente, mais comum;
- Capilar: sangramento mais superficial, flui vagarosamente, facilmente
controlável.

58
Arterial:
• O sangue é vermelho vivo e esguicha.

Venoso:
• O sangue é vermelho escuro e não esguicha.

Capilar:
• O sangue escorre e é controlado facilmente.

Hemorragia interna pode não aparecer imediatamente!


Avalie:
• Mecanismos de ferimento;
• Natureza da doença.
Sinais e Sintomas de Hemorragia Interna:
• Equimose: extravasamento de sangue para a pele;
• Hematoma: sangramento sob a pele;
• Hematêmese: sangue no vômito;
• Melena: fezes negras, como piche;
• Hemoptise: expectoração sanguínea através da tosse;
• Dor e elevação abdominal;

59
APLICAÇÃO DO TORNIQUETE
Consiste na segunda opção, sendo que a primeira é a compressão local com
compressa/ curativo algodonado estéril em hemorragias massivas;
✓ Ajustar até o controle da hemorragia;

✓ Pode ser colocado um segundo torniquete acima do primeiro se necessário;


✓ Verificar desaparecimento do pulso distal;

✓ Sempre anotar a hora de colocação.

REMOÇÃO DO TORNIQUETE
Aplicar curativo compressivo;
✓ Observar se produz sangramento;

✓ Se persistir a hemorragia, ajuste novamente o torniquete;


✓ Não retirar se houver amputação.

“Após 2 horas da aplicação do torniquete, pode haver


risco para o membro lesionado, por isso verificar a
possibilidade de retirar.”

A - TRATAMENTO DE VIAS AÉREAS E RESTRIÇÃO DE COLUNA


VERTEBRAL
A via aérea do doente é rapidamente examinada para garantir que esteja
permeável (aberta e limpa) e que não haja perigo de obstrução. Se a via aérea
estiver comprometida, esta deverá ser aberta, inicialmente por métodos manuais

60
(elevação do mento ou tração de mandíbula em doentes traumatizados) e
a remoção de sangue, substâncias orgânicas e corpos estranhos deve ser
realizada.

Manobra de Elevação do Mento (CHIN LIFT):


• Colocar uma das mãos na testa da vítima e aplicar pressão para trás
inclinando a cabeça contra o chão;
• Com os dedos polegar e indicador da outra mão, segure o queixo abrindo a
mandíbula.

Tração de Mandíbula (JAW THRUST):


É a manobra de elevação da mandíbula:
• Posicione os dedos médios e indicadores no ângulo da mandíbula, projetando-
a para frente, enquanto os polegares deprimem o lábio inferior;
• Abra a boca e permitindo a pesquisa de corpos estranhos, próteses dentárias,
sangramento, etc., tudo que possa obstruir as vias aéreas superiores.
• Durante o exame e a manipulação das vias aéreas, tome muito cuidado para
evitar a movimentação excessiva da coluna cervical.

61
• A cabeça e o pescoço da vítima não podem ser hiperextendidos, hiperfletidos
ou rodados, para promover o estabelecimento de permeabilidade das vias
aéreas.

COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica,
Lombar e Sacrococcígea.
São 33 vértebras ao total, divididas da seguinte forma:
• 7 cervicais
• 12 torácica
• 5 lombares
• 5 sacrais
• 4 coccígeas

B – RESPIRAÇÃO
O processo de respiração é dividido em dois movimentos:
Inspiração: Através da contração do diafragma e dos músculos intercostais, a
inspiração, promove a entrada de ar dentro do organismo. O ar inspirado contém
cerca de 20% de oxigênio e apenas 0,04% de gás carbônico.

62
Expiração: Através do relaxamento do diafragma e dos músculos intercostais,
a expiração, promove a saída de ar dos pulmões. O ar expirado contém 16% de
oxigênio e 4,6 % de gás carbônico.

IMPORTÂNCIA

A respiração é fundamental para manter o bom funcionamento dos


pulmões e de todo corpo humano, sendo essencial para a vida!

O primeiro passo é fornecer eficazmente o oxigênio para os pulmões do


doente para ajudar a manter o processo metabólico aeróbico. A hipóxia é
resultante da ventilação inadequada dos pulmões e pode conduzir à ausência de
oxigênio tecidual do doente.

FREQUÊNCIAS

• APNEIA: Ausência ventilatória (0 Ventilações por minuto);


• BRADIPNEIA: Frequência ventilatória lenta podendo indicar isquemia
cerebral (inferior a 10 Rpm), o socorrista deve empregar o dispositivo Bolsa
Válvula Máscara incluindo oxigênio, assim assumindo completamente a
respiração do doente mantendo a sua saturação superior a 90%;
• EUPNEIA: Frequência ventilatória normal, (de 10 à 20 Rpm);
• TAQUIPNEIA: A frequência ventilatória se mantem entre 20 à 30 Rpm. O
doente deverá ser observado atentamente para verificar se está melhorando ou
piorando. O aumento da frequência se dá pelo acumulo de dióxido de carbono
ou diminuição de oxigênio no sangue;

• TAQUIPNEIA SEVERA: É quando a frequência ventilatória ultrapassa 30


Rpm, indicando hipóxia, metabolismo anaeróbico ou ambos, com acidose
resultante.

63
RESPIRAÇÃO ARTIFICIAL
Se a vítima não responde normalmente, examine as vias aéreas:
• Se obstruídas, utilize a manobra adequada para desobstruí-la;
• Examine a ventilação: se ausente – inicie a respiração artificial;
• Se presente – analise sua qualidade e passe para passo C.

C – CIRCULAÇÃO
Objetivo:
Verificar a presença de circulação de sangue (o coração bate?) e a
presença de pequenas hemorragias. A hemorragia é a principal causa de
morte nas vítimas de trauma, embora possa ser plenamente avaliada e
tratada.

VERIFICAÇÃO
Profissionais de saúde podem constatar a circulação através da
palpação de pulso, sendo mais comum e rápido o radial e o carotídeo.
Não perder mais que 10 segundos na tentativa de sentir pulso. Vítima com
pele corada e aquecida geralmente apresenta boa circulação, enquanto
palidez, cianose e pele fria podem significar o comprometimento da
circulação.
• Circulação AUSENTE – manobras de reanimação cardiopulmonar.
• Circulação PRESENTE – avance ao passo D – Estado de Consciência.

64
D – DISFUNÇÃO NEUROLÓGICA
A - Alerta Acordada: respondendo adequadamente às suas perguntas;
V - Reagindo à Voz: Olhos fechados e somente se abrem quando estimulada.
Responde a pergunta, as vezes de forma confusa, e volta a fechar os olhos;
D - Reagindo à Dor: Somente reage com gemidos ou movimentos quando
recebe estímulo doloroso (compressão na borda do músculo – antebraço ou
ombro);
I - Inconsciência: Não responde à estímulos.

Nível de consciência:
A: Alerta - Abertura ocular espontânea
V: Responde ao estímulo verbal
D: Responde a dor
I: Inconsciência - Não responde a estímulos.

AVALIAÇÃO DE PUPILAS
Pupilas Isocóricas
Pupilas isocóricas são aquelas que possuem o mesmo diâmetro e reagem
igualmente à luz.

65
Pupilas em Miose
A miose é uma condição que ocorre quando as pupilas permanecem
contraídas, não respondendo à quantidade de luz que chega aos olhos.
Isto ocorre devido à contração excessiva do músculo circular, que é responsável
pela diminuição do tamanho da pupila, ou por um déficit de atividade do músculo
dilatador pupilar.

Pupilas Anisocóricas
Anisocoria é uma condição caracterizada pelo tamanho (diâmetro)
desigual das pupilas. Esta desigualdade pode ser causada por traumas sofridos
em um dos hemisférios do cérebro.

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Pupilas em Midríase
Pupilas dilatadas, que podem ocorrer normalmente ou em resposta a um
trauma físico, doença ou drogas.

ECG – ESCALA DE COMA DE GLASGOW


É um método simples e rápido para determinar a função cerebral e da
sobrevida do doente, especialmente a melhor resposta motora. Também fornece
a função cerebral basal para avaliações neurológicas seriadas.
A escala de coma de Glasgow é dividida em três seções:
• 1 abertura ocular;
• 2 melhor resposta verbal;
• 3 melhor resposta motora.

Pontuar o doente em um escore de acordo com a


melhor resposta para cada componente da OMV.
ESCALA DE COMA DE GLASGOW “ADULTO”

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68
ESCALA DE COMA DE GLASGOW “CRIANÇA”

E – EXPOSIÇÃO
O primeiro passo no processo de avaliação e tirar as roupas do doente
porque sua exposição é fundamental para que sejam encontradas todas as
lesões. O dito que ”a parte do corpo que não está exposta será a parte mais
gravemente ferida” pode não ser sempre verdade, mas é verdadeiro o suficiente
para justificar o exame total do corpo. Também, o sangue pode acumular-se
dentro da roupa e ser absorvido por ela, e assim passar despercebido.
Observação: A quantidade de roupa que deve ser retirada de um doente
durante uma avaliação irá variar dependendo das lesões encontradas. A regra
geral é remover o tanto de roupa necessário para determinar a presença ou
ausência de uma condição ou lesão.
O socorrista não deve ter medo de remover a roupa se este for o único meio
pelo qual a avalição e o tratamento podem ser devidamente completados.

69
EXTRAÇÃO DE ROUPAS
Deve-se tomar cuidado especial ao cortar e remover as roupas de uma
vítima de um crime para que a evidencia não seja acidentalmente destruída.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA

O objetivo da avalição secundária é procurar lesões que não foram


identificadas na avaliação primária, oferecer cuidados para possíveis ferimentos
e fraturas. Confortar e aquecer a vítima enquanto aguarda a chegada do serviço
de atendimento pré-hospitalar. Prepará-la para ser removida.
Nesta avaliação verificamos vários fatores importantes para definirmos a real
situação em que a vítima/paciente se encontra.
Sendo eles:
- Ver, Ouvir e Sentir;
- Sinais Vitais;
- SAMPLE;
- Escala de Trauma;
- Avaliação continuada.

VER
• Examine toda a pele de cada região;
• Esteja atento para hemorragia externa ou sinais de hemorragia interna,
como distensão de abdome, tensão exagerada em uma extremidade ou
hematoma expansivo.

70
• Observe a presença de lesões de pele, como escoriações, queimaduras,
contusões, hematomas, lacerações e ferimentos penetrantes.
• Observe se há alguma massa, inchaço ou deformidade nos ossos.
• Observe se a pele tem entalhes anormais, bem como sua cor.
• Observe se há qualquer coisa que não “pareça certa”.

OUVIR
• Observe se há algum som incomum quando o doente inspira ou expira.
• Observe se há algum som anormal na ausculta do tórax.
• Verifique se o murmúrio vesicular é igual e normal em ambos os pulmões.
• Faça ausculta nas carótidas e em outros vasos.
• Observe qualquer som incomum (sopros) nos vasos, o que pode indicar
lesão vascular.

SENTIR
• Mova cuidadosamente cada osso na região, dor ou movimento incomum.
• Palpe com firmeza todas as partes da região. Verifique se há alguma coisa
movendo que não deveria fazê-lo, ou se sente algo “mole e úmido”, se o
doente se queixa de dor, onde são sentidos os pulsos, se há alguma
pulsação que não deveria estar lá, e se todas as pulsações estão
presentes.

SINAIS VITAIS – SSVV

SISTEMA RESPIRATÓRIO:

Adultos: 12 a 20 mvpm - Eupneico


>20 mvpm -Taquipneico
< 12 mvpm - Bradipneico
Frequência Respiratória:
- BEBÊ (0 à 1 ano) – de 30 à 60
- CRIANÇA (1 à 12 anos) – de 20 à 30
- ADULTO (a partir de 12 anos) – de 12 à 20

71
SISTEMA CIRCULATÓRIO:

Pressão Arterial: 120/80


Sistólica: 100-110-120-130-140
Diastólica: 60-70-80-90-100
Pressão arterial por idade:
- 0 à 4 anos – 85/60 mmHg;
- 5 à 6 anos – 95/62 mmHg;
- 7 à 10 anos – 100/65 mmHg;
- 11 à 12 anos – 108/67 mmHg;
- 13 à 16 anos – 118/75 mmHg;
- Adultos (17 à 64 anos) – 120/80mmHg;
- Idosos (acima de 65 anos) – 140 a 160/90 a 100 mmHg.

FREQUÊNCIA CARDÍACA:

Adulto: 60 à 100 BPM


Frequência Cardíaca:
- BEBÊ (0 à 1 ano) – de 100 à 160
- CRIANÇA (1 à 12 anos) – de 80 à 120
- ADULTO (a partir de 12 anos) – de 60 à 100

TEMPERATURA CORPORAL – verificar na região axilar

72
SATURAÇÃO (SpO2):
Adequada acima de 95%

COR E UMIDADE DA PELE


Alterações na cor da pele, normalmente rosada nas pessoas de cor
branca, e a umidade nos trazem aparência e sensitividades de oleosa, suas
caraterísticas podem ser usadas para diagnosticar certos tipos de acidentes.

ALTERAÇÃO OCORRÊNCIA

CIANOSE Exposição ao frio, parada cardiorrespiratória,


(pele azulada/acinzentada) estado de choque e morte.

PALIDEZ Hemorragia, parada cardiorrespiratória, exposição


ao frio, extrema tensão emocional e estado de
choque.

HIPERTEMIA Febre, exposição a altas temperaturas, ingestão de


(pele quente e bebidas alcoólicas, queimadura de primeiro grau.
avermelhada)

SUDORESE Estado de choque


(pele fria e viscosa ou
úmida e pegajosa)

PELE AMARELADA Icterícia e hipercarotenemia

73
SAMPLE
Sintomas: de que o doente se queixa? Dor? Dificuldade respiratória?
Dormência? Formigamento?
Alergias: o doente tem alergias particularmente conhecida a medicamentos?
Medicamentos: Quais medicamentos prescritos ou não prescritos (incluindo
vitaminas, suplementos e outros medicamentos de venda livre) o doente toma
regularmente?
Passado médico: problemas clínicos importantes para os quais o doente recebe
tratamento; inclui cirurgias prévias.
Líquidos e alimentos: muitos doentes traumatizados necessitarão de cirurgia,
e alimentação recente pode aumentar o risco de vômito e aspiração durante a
indução da anestésica.
Evento: Quais eventos procederam a lesão? Imersão em água (afogamento ou
hipotermia) e exposição a materiais perigosos devem ser incluídos.

ESCALA DE TRAUMA

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AVALIAÇÃO CONTINUADA

Depois de terminar a avaliação primária e o atendimento inicial, é


necessário continuar a monitorar o doente, reavaliar os sinais vitais e repetir a
avaliação primária, várias vezes no caminho para o hospital, ou no local do
trauma se o transporte demorar a ser realizado.
A reavaliação continua dos componentes da avaliação primária ajuda a
assegurar que problemas que ainda não foram reconhecidos comprometam as
funções vitais sem uma identificação. Deve-se prestar atenção particular a
qualquer mudança significativa na condição do doente e reavaliar se as
condições dele mudarem.

Lembre-se de anotar na ficha de atendimento do


paciente todas as informações coletadas, assim
como todo e qualquer procedimento realizado com
o máximo de detalhes.

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ANOTAÇÕES

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APOSTILA CURSO SOCORRISTA
MÓDULO 3

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Índice.................................................................................................................................................80
Capítulo 8 – CONTROLE DE VIAS AÉREAS ............................................................................ 81
OBJETIVO ................................................................................................................................. 81
FISIOPATOLOGIA ..................................................................................................................... 81
AVALIAÇÃO .............................................................................................................................. 81
Capítulo 9 – OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO ..................................... 89
CONCEITO ................................................................................................................................ 89
CAUSAS E CLASSIFICAÇÃO ....................................................................................................... 89
MANOBRA DE HEIMLICH ......................................................................................................... 88
Capítulo 10 – CHOQUES ..................................................................................................... 93
CHOQUE .................................................................................................................................. 93
CHOQUE HIPOVOLÊMICO ....................................................................................................... 96
CHOQUE HEMORRAGICO ........................................................................................................ 97
CHOQUE DISTRIBUTIVO .......................................................................................................... 97
CHOQUE ANAFILÁTICO............................................................................................................ 97
CHOQUE SÉPTICO .................................................................................................................... 98
CHOQUE PSICOGÊNICO ........................................................................................................... 98
CHOQUE NEUROGÊNICO ......................................................................................................... 99
CHOQUE CARDIOGÊNICO ...................................................................................................... 100
FASES DO CHOQUE................................................................................................................ 101
Capítulo 11 – LESÕES ESPECÍFICAS .................................................................................... 102
FERIMENTOS FECHADOS .................................................................................................. 102
CONTUSÃO ............................................................................................................................ 102
HEMATOMA .......................................................................................................................... 102
FERIMENTOS ABERTOS.......................................................................................................... 103
ABRASÃO ............................................................................................................................... 103
LACERAÇÃO ........................................................................................................................... 103
FERIMENTOS POR ESMAGAMENTO ...................................................................................... 104
AVULSÃO ............................................................................................................................... 105
AMPUTAÇÃO ......................................................................................................................... 105
OBJETO ENCRAVADO ............................................................................................................ 106
FERIMENTO POR ARMA DE FOGO......................................................................................... 107
FERIMENTOS ABDOMINAIS ................................................................................................... 107

80
Capítulo 8 – CONTROLE DE VIAS AÉREAS

OBJETIVO
Garantir a permeabilidade das vias aéreas no doente traumatizado é
prioridade inicial na fase pré-hospitalar, uma vez que a ventilação prejudicada
pode levar o indivíduo rapidamente à morte, o que torna necessária uma
abordagem rápida com dispositivos ventilatórios alternativos.
FISIOPATOLOGIA
O trauma pode comprometer o sistema respiratório de fornecer oxigênio
adequado e eliminar dióxido de carbono das seguintes formas:
• Hipoventilação – Ventilação inadequada para realizar a troca de gases;
• Hipoxemia – Baixo nível de oxigênio no sangue;
• Hipóxia – Ausência de oxigênio nos tecidos;

AVALIAÇÃO
Um doente que está alerta e conversa conosco, apresenta via aérea aberta
e desobstruída. Mas quando o nível de consciência do doente é reduzido, é
essencial avaliar, forma minuciosa, a via aérea antes das demais lesões.
Qualquer doente que apresenta queda do nível de consciência deve ser
reavaliado constantemente até a chegada ao hospital.
Indivíduos com trauma de face com hemorragias ativas devem ser
cuidadosamente tratados para evitar a broncoaspiração.

A - TRATAMENTO DE VIAS AÉREAS


A via aérea do doente é rapidamente examinada para garantir que esteja
permeável (aberta e limpa) e que não haja perigo de obstrução. Se a via aérea
estiver comprometida, em vítimas inconscientes esta deverá ser aberta,
inicialmente por métodos manuais (elevação do mento ou tração de
mandíbula em doentes traumatizados) e a remoção de sangue, substâncias
orgânicas, próteses e corpos estranhos deve ser realizada.

81
TÉCNICAS DE ABERTURA
Manobra de Elevação do Mento (CHIN LIFT):
• Colocar uma das mãos na testa da vítima e aplicar pressão para trás
inclinando a cabeça contra o chão;
• Com os dedos polegar e indicador da outra mão, segurar o queixo abrindo
a mandíbula.

Tração de Mandíbula (JAW THRUST):


Durante o exame e a manipulação das vias aéreas, tome muito cuidado para
evitar a movimentação excessiva da coluna cervical.
A cabeça e o pescoço da vítima não podem ser hiperestendidos, hiperfletidos
ou rodados, para promover o estabelecimento de permeabilidade das vias
aéreas.

82
MÁSCARA DE ALTA CONCENTRAÇÃO
A máscara hospitalar com reservatório é usada quando paciente precisa
de uma quantidade alta de oxigênio, podendo chegar a fornecer 95% da
capacidade de oxigênio. Sua funcionalidade pode trabalhar entre 5 até 15 litros
de oxigênio por minuto.
Tamanhos infantil e adulto.

• Vantagens: oferta uma concentração de oxigênio maior que o catéter nasal,


fácil manuseio, o oxigênio ofertado não mistura com o ar ambiente.
• Desvantagens: só pode ser usada em doentes com respiração espontânea,
não é bem aceita em doente com dispneia grave, dificulta escutar o que o doente
está falando, deve ser ajustar-se confortavelmente na face do doente para
previnir que o ar ambiente se misture com o oxigênio.

REANIMAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO –


RESSUCITAÇÃO MANUAL
Ventilação artificial:
É realizada de forma manual com um dispositivo chamado de bolsa
válvula-máscara, popularmente conhecido como ambú. É indicado para ser
utilizado como auxiliar a respiração artificial e reanimação cardiopulmonar sendo
conectado a fonte de oxigênio (cilindro), possibilitando sua utilização em
pacientes que estejam com apneia.

83
Tamanhos adulto, infantil e neo.

• Vantagens: oferece mistura enriquecida com oxigênio, o socorrista tem uma


noção da complacência pulmonar do doente, suporte ventilatório imediato, pode
ser usado em doentes com respiração espontânea.
• Desvantagens: requer pratica para o uso efetivo, fadiga do socorrista,
distensão gástrica.

CATÉTER NASAL TIPO ÓCULOS


O tipo de oxigenoterapia depende do grau do desconforto respiratório de
uma pessoa e dos sinais de hipóxia, sendo que pode ser recomendado o uso
de catéter nasal, máscara facial ou de Venturi. É recomendado seu uso quando
o paciente não esteja precisando de uma grande quantidade de litros/minuto, a
recomendação é que acima de 5l/min, seja substituído por uma máscara de alta
concentração.
Tamanhos: adulto e infantil.

84
EQUIPAMENTO PARA MANTER AS VIAS ÁEREAS
ABERTAS

Cânulas Orofaringeas
Também chamadas de Cânula de Guedel, são cânulas de PVC, formato
curvo.
São colocadas na boca dos pacientes inconscientes para garantir a
passagem do ar pela via área.
Permitem a passagem de ar por um orifício central.
Permeabilidade de vias aéreas em vítimas inconscientes;
Tamanhos para lactentes, adultos e crianças.

SISTEMA DE ASPIRAÇÃO
São aparelhos que realizam a aspiração de secreções e corpos
estranhos das vias áreas (desde a orofaringe até os brônquios).
- Podem ser fixos nas ambulâncias ou portáteis, elétricos, com bateria
recarregável, ou manuais.
Aspiração
Fixo:
• Instalado no veículo;
• Extensão de silicone sem dobras e ponta de aspiração rígida.
Portátil:
• Fora do veículo;

85
• Extensão de silicone sem dobras e ponta de aspiração rígida.

CILINDRO DE OXIGÊNIO
Procedimento:
1. Instalar o fluxômetro e testá-lo;
2. Colocar a água destilada no copo do umidificador, fechar e conectar ao
fluxômetro;
3. Conectar a máscara ao tubo corrugado, e este ao nebulizador;
4. Colocar a máscara no rosto do paciente e ajustá-la, evitando
compressões;
5. Regular o fluxo de oxigênio, de acordo com a prescrição;

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ANOTAÇÕES

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Capítulo 9 – OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR
CORPO ESTRANHO

CONCEITO
No meio médico, engasgo ou obstrução de vias aéreas por corpo estranho
(OVACE) é o bloqueio da traqueia de uma pessoa por um objeto estranho,
vômito, sangue ou outros fluidos.
Engasgo é considerado uma emergência médica. Em casos severos, o
engasgo pode levar a pessoa à morte por asfixia ou deixá-la semiconsciente ou
inconsciente por um tempo.

Nessa situação, deve-se agir rápida e precisamente para


evitar complicações!

CAUSAS E CLASSIFICAÇÃO
• No bebê: principalmente líquidos
• Na criança: objetos sólidos (alimentos, pequenos objetos, peças de
brinquedos, etc.)
• No adulto: objetos sólidos (alimentos, prótese dentária, etc.)
• Leve (parcial): vítima ainda consegue tossir e emitir alguns sons.
• Grave (completa): vítima não consegue tossir ou emitir qualquer som.

MANOBRA DE HEIMLICH
É o melhor método pré-hospitalar de desobstrução das vias aéreas
superiores por corpo estranho. Essa manobra foi descrita pela primeira vez pelo
médico Henry Heimlich em 1974 e induz uma tosse artificial.
Também é conhecida como compressão abdominal, que consiste em se
colocar atrás da vítima engasgada e provocar a expulsão do objeto da traqueia
da vítima efetuando uma forte pressão na boca do estomago.

88
Em junho de 2016, 6 meses antes de falecer, Dr. Henry aos seus 96 anos,
salvou a vida de uma colega de 87 anos na residência de idosos em que vivia,
utilizando a sua famosa “manobra”.

TÉCNICA “ADULTO E CRIANÇA”


Consciente: Estimule a vítima a tossir. Posicione-se por detrás da vítima e inicie
manobras de compressão abdominal (Heimlich).
• Feche uma das mãos (com o punho bem fechado e o polegar por cima) e
posicione na região superior do abdômen, entre o umbigo e o a caixa
torácica (popular “boca do estômago”);
• Coloque a outra mão sobre o punho fechado, agarrando-o firmemente;
• Puxe com força ambas as mãos para dentro e para cima.
• O movimento deve ser rápido e parecido com o formato da letra "J",
entrando no diafragma e subindo.
• Repetir a manobra por até 5 vezes seguidas, observando se o objeto foi
expelido e se a vítima respira.

89
Inconsciente: Posicione o paciente deitado, abra as vias aéreas, inspecione sua
boca, remova qualquer objeto.

TÉCNICA “LACTENTE” (bebê que mama)


Consciente: Promova 05 (cinco) golpes entre as escapulas, em seguida execute
05 compressões torácicas.
Inconsciente: Posicione o paciente deitado, abra as vias aéreas, inspecione sua
boca, remova qualquer objeto.

90
TÉCNICA SOZINHO
Realizando a manobra de Heimlich em si mesmo. Leve seu punho para
dentro e para cima. Tente expelir o corpo estranho alojado ao empurrar o punho
e mão na direção do diafragma ou área do estômago. O movimento deve ser
rápido e parecido com o formato da letra "J", entrando no diafragma e subindo.

91
ANOTAÇÕES

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92
Capítulo 10 – CHOQUES
CHOQUE

“Um desarranjo grosseiro da maquinaria da vida”


Samuel Gross
“Uma pausa momentânea no ato da morte”
John Collins
Hipoperfusão tecidual

CORAÇÃO
O coração é um órgão muscular presente nos humanos e em
outros animais que bombeia o sangue através dos vasos sanguíneos do siste-
ma circulatório. O sangue fornece ao corpo oxigênio e nutrientes e ajuda a
eliminar resíduos metabólicos. Nos humanos, o coração situa-se na cavidade
torácica entre os pulmões, num espaço denominado mediastino.
O coração humano divide-se em quatro cavidades. Na parte superior
situam-se as aurículas direita e esquerda e, na parte inferior,
os ventrículos direito e esquerdo. É comum designar o conjunto da aurícula e do
ventrículo direitos por "coração direito" e o conjunto equivalente do lado
esquerdo por "coração esquerdo". Num coração saudável, as válvulas
cardíacas fazem com que o sangue dentro do coração flua em sentido único,
impedindo o seu refluxo. O coração é envolvido pelo pericárdio, uma membrana
protetora em forma de saco que contém uma pequena quantidade de líquido. A
parede do coração é constituída por três camadas: o epicárdio, o miocárdio e
o endocárdio. O coração dos restantes mamíferos e das aves apresenta
igualmente quatro cavidades. O coração dos peixes apresenta apenas duas
cavidades, uma aurícula e um ventrículo, enquanto o dos répteis apresenta três
cavidades.
O coração bombeia sangue ao ritmo determinado por um grupo de células
marca-passo situadas no nódulo sinoatrial. Estas células produzem uma
corrente elétrica que percorre o nódulo atrioventricular e o sistema de condução
elétrica do coração, provocando a sua contração a um ritmo regular. O coração

93
recebe o sangue pobre em oxigênio da circulação sistémica, que entra na
aurícula direita pelas veias cava superior e inferior e daí passa para o ventrículo
direito. Do ventrículo direito o sangue é bombeado para a circulação pulmonar,
onde liberta dióxido de carbono e recebe oxigênio. O sangue oxigenado
regressa então à aurícula esquerda e daí passa para o ventrículo esquerdo, onde
é bombeado para a artéria aorta, entrando novamente na circulação
sistêmica. Em repouso, o coração bate a um ritmo de aproximadamente 72
batimentos por minuto. O exercício físico aumenta temporariamente o ritmo
cardíaco, embora a longo prazo contribua para diminuir o ritmo em repouso e
seja benéfico para a saúde do coração

94
PRINCIPAIS VEIAS E ARTÉRIAS

VASOS SANGUÍNEOS
• Vênulas: pequenos vasos sanguíneos que fazem o sangue pobre em oxigênio
retornar dos capilares para as veias;
• Arteríolas: pequenos vasos de ramificação das artérias, regulam a pressão
sanguínea periférica;
• Artéria: tem mais elasticidade, pressão maior, reflexo dos batimentos
cardíacos;
• Veias: são menos espessas, menor pressão.

95
TOLERÂNCIA ORGÂNICA DOS ÓRGÃOS SEM OXIGÊNIO

ÓRGÃO TEMPO DE ISQUEMIA

Cérebro, Coração e Pulmões 4 a 6 minutos

Rins, Fígado, Intestinos 45 a 90 minutos

Pele, Músculos e Ossos 4 a 6 horas

REGRA DOS 3 DA SOBREVIVÊNCIA:

• 3 minutos sem O2;


• 3 horas em exposição a frio/calor extremo;
• 3 dias sem água;
• 3 semanas sem comida;
• 3 meses sem convívio com outro ser humano;
• 3 segundos para responder a um perigo imediato;

CLASSIFICAÇÃO DE CHOQUE

CHOQUE HIPOVOLÊMICO
O choque hipovolêmico é uma situação grave que acontece quando se
perde grande quantidade de líquidos e sangue, o que faz com que o coração
deixe de ser capaz de bombear o sangue necessário para todo o corpo e,
consequentemente oxigênio, levando a problemas graves em vários órgãos do
corpo e colocando a vida em risco.

Sinais e sintomas de choque hipovolêmico:


• Dor de cabeça constante, que pode ir piorando;
• Cansaço excessivo e tontura;
• Náuseas e vômitos;

96
• Pele muito pálida e fria;
• Confusão;
• Dedos e lábios azulados;
• Sensação de desmaio.

CHOQUE HEMORRÁGICO
Grave perda de volume torna impossível para o coração bombear uma
quantidade suficiente de sangue para o corpo e pode, assim, levar à falência de
órgãos e à morte. O choque hemorrágico é a principal causa de morte de
pessoas politraumatizadas, vítimas de acidentes, quedas, etc.

CHOQUE DISTRIBUTIVO
CHOQUE ANAFILÁTICO
Reação alérgica grave e possivelmente fatal.
A reação pode ocorrer segundos ou minutos depois da exposição a um
alérgeno.
Os sintomas incluem irritação na pele, náuseas, vômitos, dificuldade
respiratória e choque hemorrágico (quando uma pessoa perde mais de 20% do
sangue ou fluido corporal).

97
Se não houver um tratamento imediato, geralmente com epinefrina, pode causar
inconsciência ou morte.
Sintomas de choque anafilático
• Dificuldade em respirar com chiado;
• Coceira e vermelhidão na pele;
• Inchaço da boca, olhos e nariz;
• Sensação de bola na garganta;
• Dor abdominal, náuseas e vômitos;
• Aumento dos batimentos cardíacos;
• Tonturas e sensação de desmaio;
• Suores intensos;

CHOQUE SÉPTICO
Choque séptico é geralmente causado por infecção bacteriana. Qualquer
tipo de bactéria pode causar choque séptico. Fungos e vírus também podem
causar essa condição, embora infecções virais sejam extremamente raras.
Sintomas do Choque Séptico:
• Pressão arterial baixa;
• Braços e pernas pálidos e gelados;
• Calafrios;
• Dificuldade respiratória e diminuição da produção de urina;
• Confusão mental e desorientação também podem se desenvolver
rapidamente.

CHOQUE PSICOGÊNICO
Choque psicogênico – (perda de consciência) que é mediado pelo sistema
nervoso parassimpático, provocando bradicardia, vasodilatação periférica e
hipotensão transitória. Falha na atividade de bombeamento do coração.
Sintomas do Choque Psicogênico:
• Pulso fraco;
• Suor sem causa aparente;
• Pele pálida e extremidades frias;
• Diminuição da quantidade de urina.

98
CHOQUE NEUROGÊNICO
O que é o choque neurogênico, quais os sintomas e como tratar.
O choque neurogênico acontece quando existe uma falha de comunicação entre
o cérebro e o corpo, fazendo com que os vasos sanguíneos percam o seu tônus
e dilatem, dificultando a circulação do sangue pelo corpo e diminuindo a pressão
arterial.

Sintomas do Choque Neurogênico:


• Diminuição rápida da pressão arterial;
• Abrandamento do batimento cardíaco (diminuição do batimento cardíaco);
• Diminuição da temperatura corporal, abaixo de 35,5ºC;
• Respiração rápida e superficial;
• Pele fria e pegajosa.

CHOQUE CARDIOGÊNICO
O Choque Cardiogênico é a hipoperfusão tecidual sistêmica na presença
de adequado volume intravascular que ocorre em função da incapacidade do
músculo cardíaco em fornecer débito adequado às necessidades do organismo.
A etiologia mais comum é o infarto agudo do miocárdio (IAM) levando à falência
ventricular esquerda.

Sintomas do Choque Cardiogênico:


• Hipotensão arterial (menor que 80mmHg);
• Respiração rápida por falta de ar (mais de 18 por minuto);
• Batimento cardíaco acelerado (mais de 100 por minuto);
• Consciência diminuída;
• Pulso fraco;
• Suor;
• Pele pálida;
• Mãos ou pés frios e azulados (cianose);
• Fluxo de urina inferior a 25ml/hora;

99
SINAIS ASSOCIADOS AOS TIPOS DE CHOQUE

FASES DO CHOQUE
• Compensado: função dos órgãos vitais mantidas. Pressão arterial permanece
normal;
• Descompensado: perfusão micro-vascular torna-se marginal. Deterioração
da função orgânica e celular, surge hipotensão;
• Irreverssivel: morte.

100
ANOTAÇÕES

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Capítulo 11 – LESÕES ESPECÍFICAS
FERIMENTOS FECHADOS
CONTUSÃO
A contusão é uma lesão nos tecidos e na musculatura que, na maioria das
vezes, é causada por um trauma direto. Esportistas são muito atingidos por esse
problema.
A contusão causa dor no local onde foi realizado o contato, podendo
resultar também em inchaço.

HEMATOMA
Hematoma é o acúmulo de sangue fora dos vasos sanguíneos, que pode
acontecer em qualquer lugar do corpo e surge, geralmente, em decorrência de
algum trauma ou lesão.

102
FERIMENTOS ABERTOS
ABRASÃO OU ESCORIAÇÃO

• Abrasões: Causadas por fricção: Ex: Queda de moto.


• Uma abrasão superficial é um ferimento superficial da pele, causado
geralmente por um arranhão, uma “ralada″, uma queimadura ou pela escovação
intensa. Abrasões geralmente são pequenas lesões.

LACERAÇÃO
Uma laceração é um corte profundo de sua pele. Acidentes com facas,
ferramentas e maquinaria são causas frequentes de lacerações. No caso
de lacerações profundas, o sangramento pode ser rápido e extenso.

103
FERIMENTOS POR ESMAGAMENTO

Fechado: Ocorre quando uma grande quantidade de força é aplicada ao corpo.


O esmagamento é um tipo de acidente em que o corpo é total ou
parcialmente sujeito a uma forte pressão que quebra os ossos e esmaga os
órgãos.

Aberto: Pode envolver órgãos internos danificados ou ossos internos

fraturados.

104
AVULSÃO
É a extração de um órgão ou parte dele com violência.
• Imobilize a amputação parcial com chumaço e tala.
• Enrole a parte extraída completamente em curativo seco e estéril e coloque
em bolsa plástica.
• Transporte a parte amputada com paciente.

AMPUTAÇÃO
É a remoção de uma extremidade do corpo mediante cirurgias ou
acidentes.
Em acidentes comum em fábricas, fazendas e em acidentes de
automóveis, existem várias complicações decorrentes;
• Imobilize a amputação com chumaço e curativo bem compressivo, para conter
possíveis hemorragias.
• Enrole a amputação completamente em curativo seco e estéril e coloque em
bolsa plástica. Se houver possibilidade de colocar em um recipiente refrigerado,
mas nunca coloque a parte amputada em contato direto com gelo!
• Transporte sempre a parte amputada com paciente o mais rápido possível.

105
OBJETO ENCRAVADO
• Não tente mover ou remover o objeto;
• Controle o sangramento e estabilize o objeto.
• Enrole com atadura ou bandagem em volta do objeto para prevenir
movimentação.
• Transporte ao hospital cuidadosamente.

106
FERIMENTO POR ARMA DE FOGO
As feridas de bala podem ser devastadoras, porque a trajetória e a
fragmentação das balas podem ser imprevisíveis após a entrada. Além
disso, ferimentos por arma de fogo envolvem um grande grau de destruição do
tecido nas proximidades, devido aos efeitos físicos do projétil.

FERIMENTOS ABDOMINAIS
• Ferimento aberto no abdômen pode expor os órgãos.
• Órgão saindo pelo abdômen é denominado evisceração
• Não toque órgãos expostos.
• Cubra os órgãos com um curativo estéril e úmido.
• Transporte para nível hospitalar imediatamente.

107
ANOTAÇÕES

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APOSTILA CURSO SOCORRISTA
MÓDULO 4

109
Índice..............................................................................................................................................111
Capítulo 12 -Trauma na Cabeça ........................................................................................ 113
ANATOMIA E FISIOLOGIA ...................................................................................................... 113
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO – TCE.......................................................................... 114
AVALIAÇÃO DO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO .................................................................... 114
TIPOS ESPECÍFICOS DE TRAUMA DE CRANIANO ................................................................... 115
FRATURA DE CRÂNIO ............................................................................................................ 115
FRATURA DE BASE DE CRÂNIO “EQUIMOSE” ........................................................................ 115
LESÃO CEREBRAL DIFUSA ...................................................................................................... 117
AVALIAÇÃO DE EMERGÊNCIA ................................................................................................ 120
TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA ........................................................................................... 121
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA INSPEÇÃO .................................................................................... 121
CAPÍTULO 13 – TRAUMA DE FACE .................................................................................... 123
CONCEITO .............................................................................................................................. 123
TRAUMATISMO OCULAR ....................................................................................................... 123
TRAUMA NO OUVIDO ........................................................................................................... 124
TRAUMA NO NARIZ ............................................................................................................... 125
TRAUMA NA BOCA ................................................................................................................ 126
CAPÍTULO – 14 TRAUMA DE COLUNA VERTEBRAL ............................................................. 129
ANATOMIA E FISIOLOGIA ...................................................................................................... 129
Medula Espinhal .................................................................................................................... 130
SINAIS E SINTOMAS DO TVM ................................................................................................ 130
AVALIAÇÃO VERTEBRAL ........................................................................................................ 131
AVALIAÇÃO MEDULAR .......................................................................................................... 131
AVALIAÇÃO DO TVM ............................................................................................................. 131
TRATAMENTO........................................................................................................................ 132
IMOBILIZAÇÃO COM COLAR CERVICAL ................................................................................. 132
IMOBILIZADOR LATERAL DE CABEÇA .................................................................................... 133
COLETE DORSAL (KED - Kendrick Extrication Device)............................................................ 133
IMOBILIZAÇÃO EM TÁBUA LONGA........................................................................................ 134
CUIDADOS IMPORTANTES NA AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS COM TVM ..................................... 134
CAPÍTULO 15 – TRAUMA TORÁCICO ................................................................................. 136
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 136
CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................................... 136
TRAUMAS TORÁCICOS........................................................................................................... 137

111
CAPÍTULO 16 – TRAUMA ABDOMINAL.............................................................................. 144
ANATOMIA E FISIOLOGIA ...................................................................................................... 144
SISTEMA DIGESTÓRIO ........................................................................................................... 144
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 145
TRAUMA ABDOMINAL FECHADO .......................................................................................... 145
TRAUMA ABDOMINAL ABERTO............................................................................................. 146

112
Capítulo 12 -Trauma na Cabeça

ANATOMIA E FISIOLOGIA

MENINGES

113
Comportamento emocional e sexual e memória
Emoção
Planejamento Recepção de sensações como:
Elaboração
tato, dor, temperatura do corpo.
Pensamento
Programação de necessidades
individuais.

Visão

CEREBELO

MEDULA ESPINHAL

TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO – TCE


É considerado a principal causa de morte por traumas em jovens.

CAUSAS MAIS FREQUENTES:


• Acidentes automobilísticos;
• Quedas;
• Agressões;
• 1 LCT a cada 15 segundos;
• 1 óbito a cada 12 minutos;
• 1 sequela a cada 5 minutos.

AVALIAÇÃO DO TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO


• CINEMÁTICA DO TRAUMA.
• AVALIAÇÃO INICIAL.
• AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS.
• AVDI e AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA (ECG).
• AVALIAÇÃO de REAÇÃO PUPILAR.
• AVALIAÇÃO de FORÇA MUSCULAR.

114
TIPOS ESPECÍFICOS DE TRAUMA DE CRANIANO
• FRATURAS DE CRÂNIO.
• LESÃO CEREBRAL DIFUSA.
• LESÃO FOCAL.
• FERIMENTO DE COURO CABELUDO.

FRATURAS DE CRÂNIO

FRATURA DE BASE DE CRÂNIO - EQUIMOSE

O Sinal do Guaxinim ou bléfaro-hematoma consiste em equimose


periorbital bilateral. É um forte indicativo de lesão de base de crânio, e surge
algumas horas após o trauma e indica trauma direto. As fraturas de base de
crânio geralmente não são visualizadas em radiografias comuns, como raios-X.

115
EQUIMOSE RETRO AURICULAR – SINAL DE BATTLE
Sinal em que o aparecimento de um hematoma junto da apófise mastoide
é indicativo de fratura da base do crânio.

SINAL DO HALO – DUPLO ANEL - LIQUORRAGIA


É a presença do líquor saindo pela cavidade auricular (otorreia) ou pelo
nariz (rinorreia). Quando testado com uma gaze, forma um anel duplo – o
sangue e o líquido medular ficam separados.

LESÃO CEREBRAL DIFUSA


- CONCUSSÃO – Consiste em um a lesão leve na cabeça; Causa breve perda
de consciência;
- LESÃO AXONAL DIFUSA –Trata-se uma lesão de alta velocidade com
estiramento ou chacoalhamento do tecido cerebral. A vítima fica inconsciente.
- LESÃO FOCAL – Consistem em contusões e hemorragias e hematomas,
normalmente exigindo tratamento cirúrgico e cuidados intensivos.

116
LESÃO CEREBRAL DIFUSA – GOLPE E CONTRAGOLPE – “EFEITO
CHICOTE”

É causada por torção (entorse) ou estiramento dos tecidos moles do


pescoço. Os acidentes de trânsito são a principal causa do quadro (ex.
colisão traseira).
No processo de aceleramento, o cérebro colide com os ossos do crânio e
causa lesão do golpe, sendo a lesão no mesmo lado do impacto.
No processo de desaceleramento, o cérebro vai de encontro com os
ossos do crânio do lado oposto do impacto e causa a lesão de
contragolpe.

117
- CONTUSÃO – s contusões cerebrais são lesões traumáticas do cérebro,
habitualmente causadas por um impacto direto e violento na cabeça.
Caracterizada por um longo período de coma e confusão mental.
- HEMORRAGIA INTRACRANIANA – Classifica-se em meníngea e cerebral.
Devido a uma grande variação de local e tamanho e rapidez de sangramento.
- HEMORRAGIA MENÍNGEA – Se subdivide conforme sua localização.
- HEMATOMA EPIDURAL AGUDO – O sangramento epidural ocorre
geralmente por lesão de uma artéria dural, principalmente pela artéria meníngea
média. Lesões associadas a fraturas lineares temporais e parietais.

HEMORRAGIA MENÍNGEA

Meninges são o sistema das membranas que revestem e protegem


o encéfalo, incluindo o tronco encefálico, e a medula espinhal. As meninges
consistem de três camadas: a dura-máter, a aracnoide, e a pia-máter. A função
primária das menínges e do líquido cefalorraquidiano é proteger o sistema
nervoso inferior.

118
HEMATOMA SUBDURAL AGUDO

Muito mais comum que os hematomas epidurais, ocorre geralmente por


rotura de veias entre córtex e dura; a fratura de crânio está ou não presente, e o
prognóstico melhora quanto mais precoce a intervenção cirúrgica.
A compressão cerebral lenta pela expansão do hematoma causará
sintomas dentro de poucas horas ou dias, como cefaleia, irritabilidade, vômitos,
alteração do nível de consciência, anisocoria e alterações sensitivas e motoras.

HEMATOMA EPIDURAL AGUDO

O sangramento epidural ocorre geralmente por lesão de uma artéria dural,


principalmente da artéria meníngea média. Sua evolução é rapidamente fatal e,
em geral, essa lesão está associada a fraturas lineares temporais ou parietais.
Ocasiona geralmente perda de consciência seguida de períodos de
lucidez, de depressão no nível de consciência e hemiparesia do lado oposto.
Pode-se encontrar uma pupila fixa e dilatada no mesmo lado da lesão ou, às
vezes, alteração pupilar contralateral ao hematoma.

HEMATOMAS INTRACEREBRAIS

As hemorragias intraparenquimatosas podem ter qualquer localização; o


déficit neurológico depende da área afetada e do tamanho da hemorragia. As
hemorragias intraventricular e cerebral estão associadas a altas taxas de
mortalidade.

119
FERIMENTO DO COURO CABELUDO
Só os traumas mais comuns em um impacto direto com corpo ou objeto
contundente, devido a irrigação sanguínea, costuma sangrar bastante. Pode ser
superficial, resolvido com sutura (costurar o local com fio cirúrgico) ou, associado
ao comprometimento dos ossos cranianos do local, necessitando de uma
avaliação e exames de imagem.

AVALIAÇÃO DE EMERGÊNCIA

No atendimento a vítimas de TCE, permanecem válidas todas as


recomendações da abordagem primária, com ênfase especial para a proteção
da coluna cervical, pela possibilidade de lesão cervical associada, e para a
vigilância da respiração, que pode ficar irregular e deficitária, pela compressão
de centros vitais.
Se houver parada respiratória, iniciar imediatamente manobras de
RCP.
Realizar avaliações neurológicas sucessivas, pois podem demonstrar
tendência à estabilidade do quadro ou ao agravamento (TCE em evolução).

120
É prioridade determinar o nível de consciência baseado na escala de
coma de Glasgow. Se estiver igual ou menor que 8, determinar imediatamente
se as pupilas são simétricas ou não e se há déficit motor localizado.

TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA

As vítimas de TCE devem ser transportadas recebendo oxigênio (a


hipóxia agrava o edema cerebral) e com a cabeça elevada em 30 graus, o que
facilita o retorno venoso, atenuando o edema. Havendo ferimento, enfaixe a
cabeça, porém sem exercer pressão no curativo, pois em caso de fratura de
crânio, a compressão poderia lesar o cérebro com fragmentos ósseos,
agravando o quadro.
À vítima desorientada e agitada, garanta-lhe proteção. Seja gentil, porém
firme.

AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA: “INSPEÇÃO E PALPAÇÃO”


• Lacerações;
• Saída de líquido cefalorraquidiano (LCR) pelo nariz ou ouvido;
Palpação:
• Fraturas;
• Lacerações com fraturas;
Inspeção das lacerações do couro cabeludo
• Presença de tecido cerebral;
• Afundamento craniano;
• Perda de substância;
• Perda de líquor;
Determinação da escala de coma de Glasgow
• Resposta ocular
• Resposta verbal
• Resposta motora

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ANOTAÇÕES
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122
CAPÍTULO 13 – TRAUMA DE FACE

CONCEITO
O trauma facial pode ser considerado uma das agressões mais
devastadoras encontradas em centros de trauma devido às consequências
emocionais e à possibilidade de deformidade e também ao impacto econômico
que tais traumas causam em um sistema de saúde.

TRAUMATISMO OCULAR
Os traumas oculares acontecem no ambiente familiar, na atividade
profissional e no lazer.
No ambiente doméstico, são mais comuns os traumas em crianças e
provocados por objetos pontiagudos (faca, tesoura, flecha, prego, etc.),
substâncias químicas, brinquedos, etc. Nos adultos temos traumas perfurantes
bilaterais que ocorrem, principalmente, nos acidentes automobilísticos.

DIAGNÓSTICO
Exame externo – observar as condições da órbita, pálpebras e do globo
ocular. Palpar o rebordo orbitário à procura de fraturas e verificar a presença de
corpos estranhos e objetos empalados, perfurações, hiperemia, perda de
líquidos oculares etc.
Mobilidade ocular – avaliar os movimentos oculares, à procura de
paralisia dos músculos locais. A visão dupla é uma queixa característica nesse
caso.

123
Reação pupilar – a pesquisa dos reflexos foto motores das pupilas é
importantíssima nos traumatismos cranianos.

OS TRAUMATISMOS SÃO DIVIDIDOS EM:

Mecânicos: perfurantes e não perfurantes.


Não mecânicos: como as queimaduras térmicas, elétricas, químicas, radiação
e ultrassom. Das queimaduras, as mais frequentes são as químicas, produzidas
pelos ácidos e pelas bases que provocam lesões de intensidade variável,
inclusive podendo causar a necrose ocular. Além dos problemas imediatos, são
frequentes sequelas como: úlcera de córnea, cicatrizes e retrações com graves
aspectos estéticos, glaucomas, cataratas, etc. O melhor tratamento é a lavagem
imediata e abundante do globo ocular.

TIPOS DE TRAUMA
Trauma Fechado
Trauma fechado muito frequentemente ocorre como resultado de um objeto
sólido ou semissólido arremessado contra o indivíduo. Ex: Trauma fechado de
crânio: a fratura mais comum do osso temporal que ocorre em trauma fechado,
é a fratura longitudinal do osso temporal.

Trauma Penetrante
Trauma penetrante do ouvido médio e osso temporal podem ser
relativamente menor, tal como uma laceração do conduto auditivo devido ao uso
de cotonetes, ou severo, incluindo FAF e osso temporal.

TRAUMA NO OUVIDO
O ouvido externo consiste da orelha e um canal de aproximadamente 2 cm.
A orelha serve para proteger o ouvido médio e prevenir danos ao tímpano.
O ouvido médio é uma cavidade cheia de ar, consistindo na bigorna e 3
pequenos ossos interconectados - o martelo, a bigorna e o estribo.

124
O ouvido interno consiste de uma cóclea, canais semicirculares, e do nervo
auditivo. A cóclea e os canais semicirculares são cheios de um líquido. O líquido
e as células nervosas dos canais semicirculares não têm função na audição; eles
simplesmente servem como acelerômetros para detectar movimentos
acelerados e na manutenção do equilíbrio do corpo.

LESÕES DO OUVIDO EXTERNO


As lacerações e abrasões do ouvido externo podem ser tratadas com
curativos compressivos de gaze estéril, destinados a controlar o sangramento e
a prevenir infecção. Em orelha seriamente mutilada, aplicar curativo espesso,
sem compressão, entre a orelha e o crânio e sobre a própria orelha, e transportar
a vítima para nível hospitalar.

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA
As lesões do ouvido interno causadas por explosões ou rajadas são em geral
muito dolorosas e sangram bastante.
Não fazer qualquer tentativa de limpar o conduto auditivo, retirar coágulos ou
ocluir o conduto. Colocar o curativo bem-frouxo, apenas para absorver os fluidos,
mas não para controlá-los.

TRAUMA NO NARIZ
A parte superior do nariz é constituída por osso e a inferior por cartilagem.
Em seu interior, existe uma cavidade oca (cavidade nasal) dividida em duas
passagens pelo septo nasal. Os ossos da face contêm seios, os quais são

125
cavidades ocas que se abrem na cavidade nasal. Devido a sua posição
proeminente, o nariz é particularmente vulnerável a traumatismos.

ATENDIMENTO DE EMERGÊNCIA
Nos cuidados com o sangramento resultante de trauma, examinar
cuidadosamente o líquido eliminado para ter certeza de que não haja líquor
(fluido cérebro-espinhal) misturado ao sangue.
Caso haja líquor, suspeitar de fratura da base do crânio e colocar a vítima
em decúbito lateral para permitir a drenagem. Não fazer qualquer tentativa de
parar o sangramento.
Não havendo líquor misturado ao sangue, tentar conter o sangramento.
Havendo fratura, realizar curativos para conter o sangramento e prevenir
infecções e encaminhar ou transportar a vítima ao hospital.

TRAUMA NA BOCA
FRATURAS DO ALVÉOLO DENTÁRIO COAVULSÃO
Conduta
• Recuperar o dente o mais rápido possível e limpá-lo com soro fisiológico;
• Limpar o alvéolo dentário com soro fisiológico;
• Levar o paciente ao hospital e repassar as informações da avulsão do dente,
a fim de ser feito atendimento especializado com tentativa de imobilização
do dente;

126
Fratura do Alvéolo Dentário com Instrução (penetração)
do Dente na Arcada Óssea:
Limpeza, curativo e encaminhamento ou transporte para atendimento
odontológico.
Fratura da coroa do dente:
Encaminhar com a coroa para atendimento odontológico.

Fratura do Maxilar
A fratura do maxilar causa dor e, geralmente, altera a forma com que os
dentes se encaixam entre si. Frequentemente, a boca não pode ser totalmente
aberta ou ela apresenta um desvio lateral durante a abertura ou o fechamento.
A maioria das fraturas do maxilar se produz no maxilar inferior (mandíbula). As
fraturas do maxilar superior podem causar visão dupla (porque os músculos do
olho inserem-se nas proximidades), dormência abaixo do olho (devido a lesões
nervosas) ou uma irregularidade no osso da bochecha (malar), que pode ser
sentida ao se passar o dedo sobre a bochecha.

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ANOTAÇÕES
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CAPÍTULO – 14 TRAUMA DE COLUNA VERTEBRAL
ANATOMIA E FISIOLOGIA
Superiormente, se articula com o osso occipital (crânio) inferiormente,
articula-se com o osso do quadril (Ilíaco).
A coluna vertebral é dividida em quatro regiões: Cervical, Torácica, Lombar
e Sacrococcígea.
São 33 vértebras ao total, divididas da seguinte forma: 7 cervicais, 12
torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e cerca de 4 coccígeas.

129
MEDULA ESPINHAL
É a porção alongada do sistema nervoso central, é a continuação do
bulbo, que se aloja no interior da coluna vertebral em seu canal vertebral, ao
longo do seu eixo craniocaudal.
Ela se inicia na junção do crânio com a primeira vértebra cervical e termina
na altura entre a primeira e segunda vértebra lombar no adulto, atingindo entre
44 e 46 cm de comprimento.
Na medula espinhal residem todos os neurônios motores que inervam os
músculos.
Recebe também toda a sensibilidade do corpo e alguma da cabeça e atua
no processamento inicial da informação.

SINAIS E SINTOMAS DO TVM


Dependem do nível da lesão, com comprometimento neurológico abaixo
desse nível, geralmente com alterações motoras (paralisias ou apenas
diminuição de força muscular - paresia) e sensitivas (anestesia, diminuição da
sensibilidade e parestesias - formigamento, amortecimento etc.).

130
AVALIAÇÃO VERTEBRAL – inspeção e palpação
Examinar toda a coluna vertebral à procura de:
• Dor localizada;
• Deformidades ósseas;
• Dor à palpação;
• Edemas e equimoses;
• Espasmo muscular;
• Posição da cabeça e dificuldade ou dor ao tentar colocá-la na posição neutra.

AVALIAÇÃO MEDULAR
Pesquisar alterações neurológicas:
• Déficit de força muscular, ou seja, diminuição de força ou paralisia uni ou
bilateral abaixo da lesão medular;
• Déficit de sensibilidade, ou seja, alteração sensitiva abaixo do nível da lesão;
• Diminuição ou ausência de reflexos tendiosos;
• Disfunção autonômica em que o paciente perde a capacidade de controlar
esfíncteres.

AVALIAÇÃO DO TRAUMA VÉRTEBRO MEDULAR - TVM

VÍTIMAS CONSCIENTES
• Solicitar que a vítima movimente suas extremidades e testar sua força
muscular sempre comparando um lado com o outro.
• Evitar movimento de membros fraturados.
• Testar a sensibilidade sempre em sentido ascendente e comparando um lado
com o outro. Para o teste pode-se usar objeto pontiagudo ou mesmo gaze,
perguntando se a vítima está sentindo o objeto; caso contrário, subir pelo corpo
até o momento em que ela comece a perceber o toque; dessa forma se localiza
o nível da lesão.

131
VÍTIMAS INCONSCIENTES
• Suspeitar sempre de traumatismo de coluna cervical se a vítima estiver
inconsciente devido a TCE por acidente automobilístico, sendo essencial a
imobilização cervical.

TRATAMENTO
O principal objetivo no atendimento à vítima com traumatismo
vértebromedular é prevenir agravamento de lesões preexistentes, por manuseio
inadequado, na imobilização de toda a coluna vertebral.
• Imobilização com colar cervical;
• Imobilizador lateral de cabeça;
• Colete dorsal (se necessário);
• Imobilização em tábua longa;
• Encaminhamento ao hospital de referência.

IMOBILIZAÇÃO COM COLAR CERVICAL

132
IMOBILIZADOR LATERAL DE CABEÇA

COLETE DORSAL (KED - Kendrick Extrication Device)

133
IMOBILIZAÇÃO EM TÁBUA LONGA

CUIDADOS IMPORTANTES NA AVALIAÇÃO DE VÍTIMAS COM TVM


Hipoventilação – Lesões de coluna cervical de C5 a T1 podem levar à
paralisia de musculatura intercostal, causando dificuldade respiratória e
hipoventilação.
Lesões Mascaradas – Lesões medulares costumam mascarar outras
lesões, pois a ausência de sensibilidade deixaria passar um abdômen agudo por
inabilidade de sentir dor.
Luxações cervicais altas podem ocasionar desvio cervical com
torcicolo.

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ANOTAÇÕES
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CAPÍTULO 15 – TRAUMA TORÁCICO

INTRODUÇÃO
A principal complicação pulmonar pós-trauma consiste em lesões
decorrente do trauma torácico, que estão entre as principais causas de morte em
vítima traumatizadas, sendo a segunda causa de mortalidade por trauma na
população adulta e pediátrica.

CLASSIFICAÇÃO
Quanto ao Tipo de Lesão:
Aberto: São, grosso modo, os ferimentos. Os mais comuns são os causados por
arma branca (FAB) e os por arma de fogo (FAF).

Fechado: São as contusões. O tipo mais comum dessa categoria de trauma é


representado pelos acidentes automobilísticos.

136
AVALIAÇÃO INICIAL DAS LESÕES TRAUMÁTICAS
TORÁCICAS

O atendimento do paciente deve ser orientado inicialmente segundo os


critérios de prioridade, comuns aos vários tipos de traumas (XABCDE do trauma,
que tem por objetivo manter a ventilação e perfusão adequados, evitando assim
as deficiências respiratórias e circulatórias, respectivamente, pelo mecanismo de
parada cardíaca anóxica).
• Vias aéreas
• Respiração
• Circulação

TRAUMAS TORÁCICOS
• Lesão penetrante;
• Lesão contusa;
• Fratura de costelas ;
• Tórax instável;
• Contusão pulmonar;
• Pneumotórax;
• Pneumotórax simples;
• Pneumotórax aberto;
• Pneumotórax hipertensivo;
• Hemotórax;

137
• Contusão cardíaca;
• Tamponamento cardíaco;
• Ruptura traumática de aorta;
• Ruptura traqueobrônquica;

FRATURAS
As etiologias mais comuns das fraturas são o trauma direto e a
compressão do tórax. Geralmente as lesões por trauma direto formam espículas
que se direcionam para o interior do tórax, logo com maior potencialidade de
lesar a cavidade pleural.

DIAGNÓSTICO
• Dor e possível crepitação à palpação de ponto localizado fraturado.
• Lembramos que a porção anterior e cartilaginosa pode apresentar lesão
não visível na radiografia.

FRATURAS DO ESTERNO
São lesões raras, mas de alta mortalidade, devido à ocorrência de lesões
associadas (contusão cardíaca, ruptura traqueobrônquica, ferimentos
musculares) que devem ser pesquisadas concomitantemente.

138
PNEUMOTÓRAX
É a presença de ar na cavidade pleural, podendo levar à compressão do
parênquima pulmonar e insuficiência respiratória. Nas contusões, dois
mecanismos podem ser responsáveis pela lesão pulmonar com extravasamento
de ar para a pleura, uma laceração do pulmão pela compressão aguda do tórax,
ou uma espícula óssea, de uma costela fraturada, perfurando o pulmão. Se
houver fístula de parênquima pulmonar.

Pode-se seguir duas classificações para pneumotórax:


Aberto x Fechado;
Simples x Hipertensivo;

CURATIVO DE TRÊS PONTAS:

Trata-se de um curativo quadrangular que cobre todas as bordas da lesão,


mas é fixado apenas três dos seus lados com esparadrapo ou fita de boa fixação.
O principal objetivo desse curativo é produzir um efeito válvula, ou seja, quando
o paciente inspirar, a sucção da ferida fará o curativo colabar e não haverá a
entrada de ar pelo orifício. Quando o paciente expirar, o lado que não está com
fita irá permitir o escape de ar.

139
HEMOTÓRAX
É a presença de sangue na cavidade pleural resultante de lesões do
parênquima pulmonar, de vasos da parede torácica ou de grandes vasos como
aorta, artéria subclávia, artéria pulmonar ou mesmo do coração.

Diagnóstico
• Choque hipovolêmico na dependência do volume retido ou da intensidade da
lesão;
• Dispneia decorrente da compressão do pulmão pela massa líquida nos casos
volumosos;

TAMPONAMENTO CARDÍACO
Presença de líquido na cavidade pericárdica, comprimindo as câmaras
cardíacas, promovendo restrição diastólica e colapso circulatório, nas contusões
a sua origem pode ser a ruptura cardíaca ou a lesão de vasos sanguíneos
cardíacos ou pericárdicos.

140
CONTUSÃO PULMONAR (COM OU SEM TÓRAX
INSTÁVEL)
A força aplicada na parede torácica é transferida aos órgãos torácicos
principalmente no tecido pulmonar o que pode causar hemorragia no interior dos
alvéolos. Nesse caso, a lesão é chamada de contusão pulmonar.

TÓRAX INSTÁVEL
A instabilidade do tórax ocorre quando duas ou mais costelas
adjacentes são fraturadas em pelo menos dois lugares. Isso causa um
movimento paradoxal. Se a estabilidade da parede torácica tiver sido perdida por
costela fraturadas em dois ou mais locais, quando a pressão intratorácica diminui
durante a inspiração, a pressão externa do ar força a parede torácica para
dentro. Quando a pressão intratorácica aumenta durante a expiração, a parede
torácica é forçada para fora.

RUPTURA TRAUMÁTICA DA ARTÉRIA AORTA


Em geral resulta no mecanismo de desaceleração e aceleração de
uma forma significativa como por exemplo colisão frontal e quedas de grandes
alturas no qual a vítima cai em pé.
Quando há uma desaceleração súbita do corpo, como ocorre em um
impacto frontal em alta velocidade, o coração e o arco aórtico continuam a se
mover para frente em relação à aorta descendente fixa.

141
RUPTURA TRAQUEOBRÔNQUICA
A ruptura traqueobrônquica é uma patologia incomum, mas com alto
potencial letal, a pressão aumenta rapidamente, causando um pneumotórax
hipertensivo ou mesmo pneumomediastino hipertensivo. (Presença de Ar na
região do mediastino região do tórax entre o coração e o esterno).

ASFIXIA TRAUMÁTICA
Asfixia traumática é assim denominada porque os doentes parecem
vítimas de estrangulamento. O doente apresenta uma coloração azulada na face
e pescoço como vítimas de estrangulamento.

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ANOTAÇÕES
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CAPÍTULO 16 – TRAUMA ABDOMINAL
ANATOMIA E FISIOLOGIA
ABDÔMEN

• O Abdômen é a segunda maior cavidade do corpo humano.


• Contêm os principais órgãos do sistema digestivo (viscerais).

• Divisão em 4 quadrantes ou 9 regiões Abdominais.

SISTEMA DIGESTÓRIO
• Boca;
• Glândulas Salivares;
• Orofaringe;
• Esôfago;
• Estômago;
• Pâncreas;
• Fígado;
• Vesícula Biliar;
• Intestino Delgado;
• Intestino Grosso;
• Apêndice;
• Reto.

144
INTRODUÇÃO
A gravidade dos traumatismos abdominais baseia-se especialmente
na possível existência de uma lesão visceral, capaz de produzir alterações gerais
graves como são as peritonites ou as hemorragias.

O trauma abdominal pode ser fechado ou aberto

TRAUMA ABDOMINAL FECHADO


Diretos: Por exemplo, às lesões por impacto contra o cinto de segurança nos
acidentes.
Indiretos: São de especial consequência às lesões por mecanismo de
aceleração/ desaceleração também nos acidentes de trânsito. Este tipo de
trauma, também conhecido como contusão do abdômen, ocorre quando há
transferência de energia cinética, através da parede do abdômen, para os órgãos
internos, lesando-os.

TRAUMA ABDOMINAL FECHADO


Não há rompimento da integridade da pele ou contato dos órgãos e
tecidos com o meio externo.

145
TRAUMA ABDOMINAL ABERTO
Penetrantes: Afetam o peritônio, comunicando a cavidade abdominal com o
exterior, ou seja, a penetração da parede abdominal por objetos, projéteis, armas
brancas, ou a ruptura da parede abdominal provocada por esmagamentos.

Perfurantes: Quando há envolvimento visceral. É quando o objeto que penetrar


na cavidade abdominal atingir alguma víscera, lesando órgãos e estruturas.
Lembrar sempre que o projétil de arma de fogo ou a arma branca podem lesar
estruturas do tórax associadas ao abdômen.

E em caso de evisceração, o que fazer?


Limpar as vísceras com soro fisiológico e cobrir com compressas úmidas
a fim de isolá-las do meio ambiente.
Em hipótese alguma, tentar reintroduzir as vísceras no abdome!!!

SINAIS E SINTOMAS DO TRAUMA ABDOMINAL


• Nem todo trauma do abdômen, seja ele aberto ou fechado, leva a lesões
internas.
• Mas se estas ocorrem, põem em risco a vida do paciente, pela perda de
sangue em quantidade e velocidade variáveis ou por infecção em consequência
do extravasamento de conteúdo das vísceras ocas. Tanto a presença de sangue
como de outras secreções (fezes, suco gástrico, bile ou urina) provocam
sintomas abdominais mais ou menos intensos.

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ANOTAÇÕES
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APOSTILA CURSO SOCORRISTA
MÓDULO 5
Índice....................................................................................................................149
Capítulo 17 - TRAUMA MUSCULOESQUÉTICO ................................................................... 149
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 150
ANATOMIA E FISIOLOGIA ...................................................................................................... 150
MÚSCULOS ............................................................................................................................ 151
LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ESPECÍFICAS .................................................................... 153
CONTROLE DA HEMORRAGIA................................................................................................ 154
TIPOS DE FRATURAS .............................................................................................................. 156
LUXAÇÃO ............................................................................................................................... 158
ENTORSE................................................................................................................................ 159
AMPUTAÇÃO ......................................................................................................................... 159
SÍNDROME COMPARTIMENTAL ............................................................................................ 160
SÍNDROME DE ESMAGAMENTO ............................................................................................ 161
DISTENSÕES ........................................................................................................................... 161
IMOBILIZAÇÃO....................................................................................................................... 162
CAPÍTULO 19 – LESÕES POR QUEIMADURAS ..................................................................... 166
QUEIMADURAS ..................................................................................................................... 166
CAUSAS .................................................................................................................................. 166
CLASSIFICAÇÃO – 1° GRAU .................................................................................................... 167
CLASSIFICAÇÃO – 2° GRAU .................................................................................................... 168
CLASSIFICAÇÃO – 3° GRAU .................................................................................................... 168
CLASSIFICAÇÃO – 4° GRAU .................................................................................................... 169
EXTENSÃO e LOCALIZAÇÃO ................................................................................................... 169
Capítulo - 20 CHOQUE ELÉTRICO ...................................................................................... 173
DEFINIÇÃO ............................................................................................................................. 173
Capítulo 21 – TRAUMA PEDIÁTRICO ................................................................................. 176
OBJETIVO ............................................................................................................................... 176
VIAS AÉREAS .......................................................................................................................... 176
Capítulo 22 - TRAUMA GERIÁTRICO .................................................................................. 189
OBJETIVO ............................................................................................................................... 189
Capítulo 23 - EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS ....................................................................... 192
OBJETIVOS ............................................................................................................................. 192
EMERGÊNCIA OBSTÉTRICA .................................................................................................... 193
TRAUMA NA GESTANTE ........................................................................................................ 203
CONDUTA .............................................................................................................................. 203
CESARIANA NO PRÉ-HOSPITALAR ......................................................................................... 204

149
Capítulo 17 - TRAUMA MUSCULOESQUÉTICO

INTRODUÇÃO
Lesão musculoesquelético não apresenta risco imediato de vida, no
entanto pode ser fatal se produzir perca de sangue (hemorragia grave).

TRÊS CONSIDERAÇÕES PRIMÁRIAS


1- Manter as prioridades de avaliação;
2- Reconhecer lesões musculoesqueléticos potencialmente fatais;
3- Reconhecer a cinemática que produziu as lesões e a possibilidade de
existência de outras lesões com risco causadas por essa transferência de
energia.

ANATOMIA E FISIOLOGIA
Corpo humano aproximadamente 206 ossos, classificados conforme o
formato:
– Ossos longos: fêmur, o úmero, a ulna, o rádio, a tíbia e a fíbula.
– Ossos curtos: os metacarpos, os metatarsos e as falanges.
– Ossos chatos: compactos – esterno, as costelas e a escápula.
– Ossos suturais: crânio;
– Ossos sesamoides: ossos localizados no interior de tendões: a patela é o maior
osso.

150
MÚSCULOS
– Corpo humano possui mais de 700 músculos;
– Músculos voluntários ou esqueléticos, chamam-se pois uma vez que movem
o sistema esquelético.

TENDÃO
– É uma banda de tecido fibroso rígido e inelástico, que conecta um músculo ao
osso.
– É a parte branca na extremidade de um músculo, que conecta diretamente o
músculo ao osso que é movimentado.

151
LIGAMENTO
– É uma banda de tecido fibroso rígido, conectando osso a osso.
– Sua função é manter as articulações em posição.

MECANISMOS DO TRAUMA

A força pode ser aplicada de várias maneiras:


• Golpe direto e força indireta;
• Força de torção;
• Ferimento de alta energia;

152
LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ESPECÍFICAS

Lesões de extremidades resultam em dois problemas primários que


requerem tratamento no ambiente pré-hospitalar: a hemorragia e a instabilidade
(fraturas e luxações).

HEMORRAGIA EXTERNA
É o tipo de sangramento exterior ao corpo, ou seja, que é facilmente
visível. Pode ocorrer em camadas superficiais da pele por corte ou perfurações,
ou mesmo atingindo áreas mais profundas através de aberturas ou orifícios
gerados por traumas.

HEMORRAGIA INTERNA
A hemorragia interna se dá nas camadas mais profundas do organismo
com músculos ou mesmo órgão internos. Ela pode ser oculta ou exteriorizar-se
através de algum hematoma na região da hemorragia. A hemorragia interna
costuma ser mais grave pelo fato de na maioria dos casos ser “invisível”, o que
dificulta sabermos a dimensão e a extensão das lesões.

153
ESTIMATIVA DA PERDA DE SANGUE INTERNA ASSOCIADA A FRATURAS

FRATURAS X HEMORRAGIA INTERNA


• Mais comumente associadas à hemorragia grave são as de fêmur e pelve.
• Perde de 1.000 a 2.000ml de sangue por coxa.

CONTROLE DA HEMORRAGIA COM O USO DO TORNIQUETE:


Se após a compressão direta das hemorragias massivas ainda apresentar
grande perca sanguínea, se faz necessário pensar no uso do torniquete para o
controle do sangramento até a chegada ao hospital.
✓ Ajustar até o controle da hemorragia;
✓ Pode ser colocado um segundo torniquete acima do primeiro se necessário;
✓ Verificar desaparecimento do pulso distal;

✓ Anotar a hora de colocação.

154
FRATURAS
Imobilização reduzirá a possibilidade de ocorrência de outras lesões e de
dor.
O movimento provoca rompimento de vasos, músculo e os nervos.
Existe dois tipos: fratura exposta ou fechadas.

FRATURA EXPOSTA
Integridade da pele é interrompida.
Um osso com protrusão em geral não deve ser posicionado de modo
intencional, porém quando realinhados pelos espasmos musculares que tendem
a ser observados em casos de fraturas.
Fraturas expostas podem ser fáceis de localizar em doentes vítimas de
trauma.

FRATURA FECHADA
Pedir ao doente que mova o membro fraturado, pode resultar em uma fratura
exposta.

ATENÇÃO:
Nem sempre é verdade que um membro não está fraturado porque o doente
pode voluntariamente movê-lo; a adrenalina liberada em um evento traumático
pode motivar os indivíduos a fazerem coisas que normalmente não seriam
toleradas.

155
SINAIS E SINTOMAS

• Sensibilidade;
• Deformidade;
• Hematomas;
• Aumento do volume;
• Crepitação.

TIPOS DE FRATURAS

FRATURA PÉLVICA

Múltiplas pequenas artérias e veias repousam adjacentemente à pelve e


podem ser rompidas pelas extremidades ósseas ou pela fratura e pela abertura
das articulações sacro ilíacas.

156
AVALIAÇÃO:
Realizar pressão manual delicada:
– De um lado para o outro e anterior a posterior.
– Identificará crepitação ou instabilidade.
– Acomoda uma grande quantidade de sangue.
Atenção: Fraturas expostas podem levar à óbito!

FRATURA FÊMUR

Fratura na região medial do fêmur, os músculos se contraem provocando


laceração do tecido muscular gerando mais hemorragia interna, e predispondo
o doente a fratura exposta.

CLÁVICULA E ESCÁPULA
• A clavícula é um dos ossos do corpo mais fraturado;
• A escápula está bem protegida;
• Imobilize com tipoia e faixa.

157
OMBRO
• Desarticulação mais comum em grandes articulações;
• Normalmente desarticula anteriormente;
• É difícil de imobilizar devido a dor do paciente
• Um paciente com desarticulação no ombro irá proteger o ombro, deixando o
braço em uma posição fixa longe da parede torácica.
• Aplique uma tipoia e uma faixa.

LUXAÇÃO
É o deslocamento repentino e duradouro, parcial ou completo de um ou mais
ossos de uma articulação.
Sucede quando uma força atua diretamente ou indiretamente numa
articulação, empurrando o osso para uma posição anormal.

SINAIS E SINTOMAS DE LUXAÇÃO


• Deformidade;
• Inchaço;
• Dor;
• Hipersensibilidade a palpação;
• Aparente perda total da função articular;
• Circulação para os membros debilitada.

158
TRATAMENTO PARA LUXAÇÃO
• Imobilização na posição encontrada;
• Pulso ausente ou fraco manipulação cuidadosa.

ENTORSE
A entorse é uma lesão traumática da articulação, que pode ocasionar um
estiramento ou ruptura dos ligamentos desta articulação.
O mecanismo de lesão mais comum é a inversão associada à flexão plantar,
forçando a articulação para fora.

AMPUTAÇÃO
É a remoção de uma extremidade do corpo mediante cirurgia ou acidente.
Neste tipo de acidente, comum em fábricas, fazendas e em acidentes de
automóveis, existem várias complicações decorrentes;

159
Quando um membro é amputado parcialmente, podem ainda existir partes de
tecido mole para uma eventual reparação.
AMPUTAÇÃO NO LOCAL
De modo geral muitos membros podem ficar presos em um local, se não
possível a retirada do objeto por alguém especialização a amputação no local
deve ser realizada por um médico cirurgião.

No local do atendimento onde houve amputação:


• As partes amputadas devem ser enxaguadas com solução salina (SF 0,9%) ou
água limpa;
• Enrolar em curativo seco e estéril;
• Colocar em um saco plástico;
• Manter frias durante o transporte para o hospital.
• Não devem ser colocadas em contato direto com gelo!

SÍNDROME COMPARTIMENTAL
É o aumento de pressão num espaço anatômico restrito com queda da
perfusão sanguínea dos músculos e órgãos nele contido, também ocorre devido
a uma má imobilização.

160
SÍNDROME DE ESMAGAMENTO
Caracterizada pela insuficiência renal, em decorrência de uma lesão do tipo
esmagamento em uma grande massa muscular na qual ocorre a destruição do
músculo liberando uma molécula denominada MIOGLOBINA (proteína).
MIOGLOBINA – responsável por dar a carne sua característica vermelha.
Sua função é o armazenamento de oxigênio intracelular.

DISTENSÕES
Ou estiramento muscular, caracteriza-se por um rompimento parcial ou
completo de fibras ou feixes musculares, resultante de um esforço extremo
realizado pelo músculo.
Junto com os feixes, são rompidos também capilares sanguíneos,
resultando numa infiltração de sangue no local da lesão, formando
posteriormente um coágulo.

EXISTEM TRÊS NÍVEIS DE GRAVIDADE:


• Grau I – leve (distensão) – ligeiro estiramento com pequenas lesões nos
ligamentos.
• Grau II – moderado – ruptura parcial dos ligamentos.
• Grau III – grave – ruptura total dos ligamentos.

SINTOMAS
• Dor;
• Edema e hematoma na região;
• Diminuição da amplitude de movimento e dificuldade para caminhar ou
descarregar peso.
161
Atenção: Quanto mais grave a lesão, mais evidentes os sintomas.

TRATAMENTO DE FRATURAS
• Controle da hemorragia;
• Ferimentos abertos ou extremidades ósseas devem ser cobertos com curativo
estéril umedecido com Soro Fisiológico à 0,9%;
• Imobilização – alívio da dor;
• Fratura exposta se retrair e entrar novamente deve ser informado na ficha e no
Pronto Socorro;
• Fratura exposta deve ser gentilmente higienizar com Soro Fisiológico à 0,9%
para eliminar contaminação evidente.

INFORMAÇÕES IMPORTANTES
Do retorno à posição normal são a presença de dor significativa e a
resistência ao movimento durante a tentativa de realização desse procedimento.
O retorno ao alinhamento anatômico facilita a imobilização com talas, alivia a
compressão de artérias e melhora a perfusão.

IMOBILIZAÇÃO
TALA ARAMADA E TALA DE PAPELÃO
Pontos importantes:
– Moldar a tala impedindo a movimentação do membro;
– Retirar objetos (joias – relógios e anéis);
– Avaliar pulso e perfusão antes e depois da imobilização;

162
PERIGOS NAS IMOBILIZAÇÕES IMPRÓPRIAS
• Compressão de nervos, tecidos e vasos sanguíneos;
• Negligência no transporte de paciente com risco de morte;
• Agravamento da lesão;
• Ferimento em tecido, nervos, vasos sanguíneos ou músculos.

PRINCÍPIOS GERAIS DE IMOBILIZAÇÕES


• Imobilize toda suspeita de ferimento de coluna em uma posição linear, neutra
e ou anatômica;
• Se o paciente tem sinais de choque, alinhe os membros na posição anatômica
normal e transporte rapidamente;
• Mantenha estabilização manual.
• Imobilize as articulações ao redor do ferimento;
• Se há dificuldade no alinhamento dos membros, imobilize-o como está.

163
IMOBILIZAÇÃO
TALA DE TRAÇÃO (TRACIONADOR DE FÊMUR)
• Elaborada para manter a tração mecânica, ajudando a realinhar fraturas e
evitar o atrito entre os ossos com a musculatura e vasos importantes, assim
realinhando o membro, diminuindo sangramentos e a dor.

UTILIZAÇÃO DO TRACIONADOR
CONTRA INDICAÇÕES:
• Suspeita de fratura pélvica;
• Suspeita de fratura de colo de fêmur;
• Suspeita de fraturas adjacentes ao joelho (pode utilizar a tala, porém sem
tração)
• Hemorragia severas (interna ou externa em membro);
• Avulsão ou amputação de perna ou pé.

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ANOTAÇÕES
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CAPÍTULO 19 – LESÕES POR QUEIMADURAS

QUEIMADURAS
As queimaduras são lesões frequentes e a quarta causa de morte por
trauma. Mesmo quando não levam a óbito, as queimaduras severas produzem
grande sofrimento físico que requerem tratamento que duram meses e alguns
casos, anos. Sequelas físicas e psicológicas são comuns em vítimas, pessoas
de todas as faixas etárias estão sujeitas a esse tipo de lesão, porém as crianças
são as de mais frequência, por muitas vezes o descuido dos pais ou
responsáveis auxiliam para este acidente.

CAUSAS

• TÉRMICAS: causadas por gases, líquidos ou sólidos quentes, revelam-se as


queimaduras mais comuns.
• QUÍMICAS: causadas por ácidos ou álcalis, podem ser graves necessitando
de um correto atendimento pré-hospitalar, pois o manejo inadequado pode
agravar as lesões.
• ELETRICIDADE: geralmente as lesões internas, no trajeto tomado através
do organismo, são extensas, enquanto as lesões das áreas externas (entrada e
saída na superfície cutânea). Essa causa pode levar a erros na avaliação, porque
costumam ser graves.
• RADIAÇÃO: causadas por raios ultravioletas (UV), raio-X ou radiações
ionizantes. Lesões por UV são as mais comuns e de pouca gravidade.
Queimaduras por radiação ionizantes, como os raios gama, são raras, porem
pode colocar a equipe em risco se houver exposição a substância radioativa
presente no ambiente ou na vítima. É essencial atender ocorrências com
substâncias radioativas sempre sob orientação adequada e com as devidas
proteções, jamais hesitar em solicitar informações e apoio.

166
PROFUNDIDADE
As queimaduras, principalmente as térmicas, classificam-se de acordo
com a profundidade da lesão: primeiro, segundo, terceiro e quarto grau. Essa
classificação é importante porque direciona desde o atendimento pré-hospitalar
até o definitivo no centro de queimados. Trata-se de conhecimento importante
para a atividade do socorrista. A avalição da profundidade se faz apenas por
estimativa, pois muitas ocasiões a real profundidade se revela após alguns dias.

CLASSIFICAÇÃO – 1° GRAU
PRIMEIRO GRAU (superficial): atingem apenas a epiderme. Pele avermelhada
com pouca dor e sensação de ressecamento.

167
CLASSIFICAÇÃO – 2° GRAU
SEGUNDO GRAU (parcial): atingem apenas a epiderme e a derme. Pele
avermelhada com bolhas produzindo dor severa, as lesões que atingem a derme
mais profunda revelam-se úmidas.

CLASSIFICAÇÃO – 3° GRAU
TERCEIRO GRAU (total): atingem todas as camadas da pele chegando ao
tecido subcutâneo. Secas de cor esbranquiçada com aspecto de couro, ou ainda,
pretas de aspecto carbonizado. Geralmente não dolorosas devido destruírem
terminações nervosas, porém apresentam também queimaduras de segundo
grau nas bordas, estas portanto bastante dolorosas.

168
CLASSIFICAÇÃO – 4° GRAU
QUARTO GRAU (carbonização): atingem todas as camadas da pele, músculos,
ossos ou ainda órgãos internos.

EXTENSÃO e LOCALIZAÇÃO
Extensão ou porcentagem da área da superfície corporal lesionada, é um
dado importante para determinar a gravidade da lesão e o tratamento adequado,
tanto no local do acidente quanto no hospital.
• Utiliza-se para este cálculo a “regra dos nove”. O resultado obtido é
aproximado, mais suficiente para uso prático.
• As gravidades variam de acordo com a localização, certas áreas, como
mãos, face, pés e genitais, são consideras críticas. Vias aéreas bastante graves.

169
GRAVIDADE
Existem fatores a serem utilizados para determinar a gravidade da queimadura:
• Profundidade e extensão;
• Áreas consideradas críticas;
• Idade da vítima (crianças e idosos tem mais risco);
• Presença de lesão pulmonar por inalação;
• Presença de lesões associadas (outros tipos de traumas);
• Doenças preexistentes (diabetes mellitus, insuficiência renal, etc.).

CRÍTICAS:
• Primeiro grau maiores de 75% da superfície corporal;
• Segundo grau maiores de 25% da superfície corporal;
• Terceiro grau maiores de 10% da superfície corporal;
• Terceiro grau envolvendo face, mãos, pés ou genitálias;
• Queimaduras associadas a fraturas ou lesões de partes moles;
• Queimaduras de vias aéreas ou lesão respiratória por inalação;
• Queimaduras elétricas;
• Vitimas idosas ou com doença preexistentes graves.

170
MODERADAS:
• Primeiro grau de 50 a 75% da superfície corporal;
• Segundo grau de 15 a 25% da superfície corporal;
• Terceiro grau de 2 a10% da superfície corporal;

LEVES:
• Primeiro grau menores que 50% da superfície corporal;
• Segundo grau menores que 15% da superfície corporal;
• Terceiro grau menor que 2% da superfície corporal;

ATENDIMENTO
O atendimento inicial segue a mesma sequência do atendimento de
vítimas traumatizadas. Considera-se o queimado como vítima politraumatizado
por existir lesões associada.
A segunda preocupação é a interrupção do processo de queimaduras:
• Extinguir as chamas sobre a vítima;
• Remover para local seguro;
• Remover roupas que não estejam aderidas ao seu corpo;
• Promover o resfriamento da lesão e de fragmentos de roupas ou
substancias, como asfalto, aderidos ao corpo da vítima;
• Iniciar a avaliação primária.

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ANOTAÇÕES
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Capítulo - 20 CHOQUE ELÉTRICO

DEFINIÇÃO
É a perturbação que se manifesta no organismo humano, quando
este é percorrido pela corrente elétrica. A gravidade do acidente está ligada às
características físicas da corrente e condições do acidente, tais como: natureza
da corrente (contínua ou alternada); frequência; voltagem; resistência do corpo
humano à passagem da corrente elétrica, que varia segundo as condições
ambientais; percurso da corrente pelo corpo e tempo de duração da passagem.

FORMAS DE OCORRÊNCIA
• O choque estático: acontece com o contato com equipamentos que
possuem eletricidade estática, como por exemplo, um capacitor carregado.
• O choque dinâmico: é através do contato ou excessiva aproximação do fio
fase de uma rede ou circuito de alimentação elétrico descoberto.
• Através do raio: acontece o choque atmosférico que é o recebimento de
descarga atmosféricas.

LESÕES PROVOCADAS
Um choque elétrico pode causar poderosas contraturas musculares ou
quedas (p. ex., de escada ou telhado), resultando em deslocamentos (choque
elétrico é uma das poucas causas de deslocamento posterior do ombro), fraturas
vertebrais ou outras, danos a órgãos internos e outras lesões abruptas.

MANIFESTAÇÕES
• Contrações musculares;
• Parada Respiratória;
• Fibrilação Ventricular;
• Parada Cardíaca;
• Queimaduras de Grau;

173
ATENDIMENTO
• Sua segurança – fique calmo – desligar fonte de energia;
• Reconhecer a cena e acionar, se necessário, socorro especializado;
• Realizar a avaliação inicial e iniciar manobras de ressuscitação, se
necessário;
• Identificar o local das queimaduras, (um ponto de entrada e um de saída da
fonte de energia);
• Prevenir o choque e conduzir com monitoramento constante e apoio
emocional;

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ANOTAÇÕES
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Capítulo 21 – TRAUMA PEDIÁTRICO

OBJETIVO
• Conhecer as diferenças anatômicas entre o adulto e a crianças.
• Diferenciar os grupos pediátricos por idade.
• Conhecer os padrões de ferimentos em crianças.
• Conhecer as principais emergências pediátricas.
• Reconhecer os sinais de abuso infantil.
• Saber lidar com a morte infantil.

VIAS AÉREAS
• Língua maior em comparação à boca;
• Epiglote maior;
• Menos anéis traqueais bem desenvolvidos;
• Vias aéreas mais estreitas e menores.

FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA
• Recém-nato 40 movimentos respiratórios p/m.
• Pré-escolar 30 movimentos respiratórios p/m.
• Adolescente 20 movimentos respiratórios p/m.

176
CIRCULAÇÃO
• Pulso fraco e enchimento capilar lento;
• Taquicardia;
• Palidez, cianose;
• Hipotermia;
• Hipoatividade;

ESQUELETO
• Os ossos são mais fracos e mais flexíveis;
• Eles são propensos a fraturas se submetidos a stress.
• Bebês têm duas pequenas aberturas no crânio chamadas moleiras;
• Moleiras se fecham aos 18 meses.

ALTURA E PESO – PEDIÁTRICO

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FREQUÊNCIA VENTILATÓRIA – PEDIÁTRICO

FREQUÊNCIA DO PULSO – PEDIÁTRICO

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PRESSÃO ARTERIAL (PA) - PEDIÁTRICO

CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
Pensamentos e comportamentos da criança são geralmente agrupados em
cinco estágios:
1. Bebês;
2. Idade de aprender a andar;
3. Idade Pré-Escolar;
4. Idade Escolar;
5. Adolescência.

BEBÊS
Primeiro ano de vida:
Eles respondem principalmente a estímulos físicos;
O choro é uma forma de expressão;
Eles podem preferir serem carregados;
Se possível, tenha a mãe ou o pai segurando o bebê quando realiza o exame.

APRENDENDO A ANDAR
De 1 a 3 anos de idade:

179
Elas começam a andar e exploram o ambiente;
Podem resistir à ausência dos pais;
Faça tantas observações quanto puder antes de tocar uma criança nessa faixa
de idade;
Elas são curiosas e aventureiras.

PRÉ-ESCOLAR
De 3 a 6 anos de idade:
Elas conseguem usar a linguagem simples efetivamente;
Elas conseguem entender direções;
Elas conseguem identificar áreas doloridas quando questionados;
Elas conseguem entender quando você explica o que você vai fazer usando
descrições simples;
Elas se distraem usando brinquedos.

IDADE ESCOLAR
De 6 a 12 anos de idade:
Elas começam a pensar como adultos;
Elas podem ser incluídos com os pais e relatar histórico médico;
Elas podem lidar bem com exames físicos;
Elas são capazes de fazer escolhas.

ADOLESCENTE
De 12 a 18 anos de idade:
Eles são muito preocupados com a imagem corporal;
Eles têm fortes inquietações quando estão sendo observados;
Respeite a privacidade de um adolescente;
Eles entendem a dor;
Explique cada procedimento que você está adotando.

180
PROBLEMAS FAMILIARES
Quando uma criança está debilitada ou ferida, você tem muitos pacientes,
não apenas a própria criança;
Os pais frequentemente precisam de apoio quando as emergências médicas são
desenvolvidas;
As crianças frequentemente imitam o comportamento de seus pais;
Seja calmo, profissional e sensível.

EMERGÊNCIAS PEDIÁTRICAS
Desidratação:
Vômitos e diarreia;
Maiores riscos comparados a adultos.
Febre:
Raramente compõem ameaça à vida;
Cuidados devem ser tomados se ocorrem com erupções cutâneas.
Meningite é uma inflamação do tecido que cobre a medula espinhal e cérebro;
Causada por uma infecção;
Se deixada sem tratamento pode levar a danos cerebrais ou até morte.
Ataques febris:
Comum em crianças entre 6 meses a 6 anos;
Dura menos de 15 minutos.
Envenenamento:
Sinais e sintomas variam muito;
Determine quais substâncias estão envolvidas.

DIFERENÇAS FÍSICAS
Crianças e adultos sofrem diferentes ferimentos num mesmo tipo de
incidente;
Os ossos das crianças são menos desenvolvidos que os dos adultos;
A cabeça de uma criança é proporcionalmente maior que a de um adulto,
o que aumenta bastante tensões e ferimentos no pescoço.

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DIFERENÇAS PSICOLÓGICAS
Crianças não são maduras psicologicamente;
Elas podem se ferir devido à falta de senso crítico ou falta de experiência
em situações de perigo.

PADRÕES DE FERIMENTOS: ATROPELAMENTO


A área exata do impacto dependerá da altura da criança;
O impacto de uma batida num carro diminui quando há uma parada
repentina, provocando um impacto menor;
Muitas vezes as crianças recebem impactos de alta energia.

PADRÕES DE FERIMENTOS
Ferimentos na cabeça e pescoço podem ocorrer em virtude de colisões
em alta velocidade durante esportes de contato;
Imobilize a coluna cervical;
Siga práticas locais para remoção do capacete de imobilização.

LESÕES NA CABEÇA
Lesões comuns entre as crianças;
A cabeça é proporcionalmente maior que em adultos;
Náusea e vômitos são sinais de ferimentos na cabeça de crianças.

LESÕES NO PEITO
A maioria das lesões no peito em crianças resultam de trauma brusco;
182
Crianças têm costelas leves e flexíveis;
A ausência de trauma externo evidente não exclui a possibilidade de
lesões internas sérias.

LESÕES ABDOMINAIS
Lesões abdominais são muito comuns em crianças;
Crianças compensam a perda de sangue melhor que adultos, mas podem entrar
em estado de choque mais rapidamente;
Atente para:
• Pulso fraco ou forte;
• Pele fria e úmida;
• Capilares fracos.

LESÕES NAS EXTREMINADADES


Os ossos das crianças se dobram mais facilmente que os dos adultos;
Podem acontecer fraturas incompletas;

Não use aparelhos de imobilização destinados a


adultos, a não ser que a criança seja grande o
suficiente.

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FERIMENTOS DE SUBMERSÃO
Afogamento ou quase afogamento;
É a segunda causa mais comum de morte entre crianças no Brasil (25%);
Avalie ABC;
Considere a necessidade de proteção da coluna cervical.

QUEIMADURAS
A maioria das queimaduras mais comuns envolve exposição a
substâncias em alta temperatura;
Suspeite de lesões internas provenientes de ingestão de produtos
químicos quando há queimaduras presentes em volta dos lábios e boca;
Infecção é um problema comum quando há queimaduras;
Considere a possibilidade de abuso da criança.

CRISE CONVULSIVA DE ORIGEM FEBRIL


• Ataques febris são mais comuns em crianças de 6 meses a 6 anos;
• Ataques febris são causados por febre;
• Geralmente duram menos de 15 minutos;
• Acesse sinais vitais e comece a tomar medidas de controle da temperatura;
• Providencie transporte imediato.

CUIDADOS EMERGÊNCIAIS EM CRISES CONVULSIVAS


Realize a avaliação inicial, focando no ABC;
Assegurar e proteger as vias aéreas é prioridade;
Coloque a vítima em posição de recuperação;
Oxigene via máscara ou cânula nasal;

ABUSO INFANTIL
Abuso infantil se refere a qualquer ação imprópria ou excessiva que leva
a ferimentos ou prejudica uma criança ou bebê;
Isso inclui abuso físico, abuso sexual, negligência, e abuso emocional;
Mais de 1 milhão de casos são relatados anualmente;

184
Esteja atento aos sinais de abuso infantil e relate os suspeitos às
autoridades.

QUESTÕES CONSIDERANDO SINAIS DE ABUSO


• O ferimento é típico da fase de desenvolvimento da criança?
• O modo como o ferimento foi relatado é realmente condizente com os
ferimentos?
• A pessoa que cuida da criança se comporta de maneira adequada?
• Há evidências claras de alcoolismo ou abuso de drogas?
• Há um atraso na procura por cuidados para a criança?
• Há um bom relacionamento entre a criança e quem cuida dela?
• A criança tem ferimentos múltiplos ou vários estágios de cura de ferimentos
anteriores?
• A criança tem algumas marcas ou escoriações pouco usuais?
• A criança tem muitos tipos de ferimentos?
• A criança tem queimaduras nas mãos ou pés?
• Existe um nível decrescente inexplicável de consciência?
• A criança está limpa e no peso ideal?
• Há algum sangramento anal ou vaginal?
• Como está a casa da criança?
• Limpa ou suja?
• Aquecida ou fria?
• Há comida?

TRATAMENTO MÉDICO DE EMERGÊNCIA


Socorristas devem reportar todos os casos suspeitos de abuso;
A maioria dos estados têm formas especiais de fazer a reportagem;
Você não tem que provar que o abuso ocorreu.

ABUSO SEXUAL
Crianças de todas as faixas etárias e gêneros podem ser vítimas;
• Limite o exame;

185
• Não permita que a criança se lave, urine ou defeque;
• Mantenha a compostura profissional;
• Transporte.

SÍNDROME DA MORTE SÚBITA INFANTIL


Morte súbita é defina como a morte de uma criança menor de 1 ano de
idade que permanece inexplicada após minuciosa investigação, incluindo-se
revisão da história clínica e circunstâncias da morte, além de autópsia completa
e testes auxiliares.
Alguns fatores de risco são conhecidos:
• Mãe mais jovem que 20 anos;
• Mãe fumou durante a gravidez;
• Baixo peso no nascimento.

COMUNICAÇÃO DE ÓBITO E APOIO


• A morte de uma criança é muito estressante para uma família;
• Use o nome da criança;
• A família pode insistir em pedir procedimentos de ressuscitação;
• Se possível, permita que a família tenha um tempo com a criança.
• Deixe a notícia do óbito para o médico fazer para a família, pois é ele que
preencherá a Declaração de Óbito (D.O).

AVALIAÇÃO DA CENA
Investigue o ambiente cuidadosamente, seguindo protocolos locais;
Concentre-se em:
• Sinais de doenças;
• Condições gerais da casa;
• Interação familiar;
• Local onde a criança foi descoberta.

186
EVENTO DE AMEAÇA A VIDA
A criança é encontrada sem respirar, cianótica, e sem respostas a
estímulos respirando somente com estimulação externa;
Complete uma avaliação cuidadosa;
Transporte imediatamente;
Preste bastante atenção ao controle das vias aéreas.

CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS


Crianças nascidas prematuramente que têm problemas pulmonares
associados;
Pequenas crianças ou bebês que têm doença cardíaca congênita;
Crianças com problemas neurológicos;
Crianças com doenças crônicas ou funções que se alteraram desde o
nascimento.

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ANOTAÇÕES
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Capítulo 22 - TRAUMA GERIÁTRICO

OBJETIVO
- Avaliar a incidência do trauma no paciente idoso;
- Estabelecer quais mecanismos de lesão são mais frequentes;
- Descrever as mudanças fisiológicas do paciente geriátrico;
- Mudanças na anatomia do paciente idoso;
- O atendimento inicial - princípios de reanimação;
- A prevenção.

FATORES QUE PREDISPÕEM AS LESÕES


• Convulsões;
• Alterações sensoriais;
• Distúrbios neuromusculares;
• Demência;
• Fraqueza extremidades inferiores;
• Enfermidade aguda;

AVALIAÇÃO DE TRAUMA
• Mecanismos comuns de ferimentos:
• Quedas;
• Traumas envolvendo veículo motor;
• Acidentes com pedestres;
• Queimaduras;

As prioridades em trauma repentino são as


mesmas!

189
FATORES DE CONFUSÃO
• Condições médicas ou ferimentos anteriores;
• Dentaduras ou outros implantes dentários;
• Habilidade decrescente de perceber o que acontece;
• Mudanças associadas à idade.

EMERGÊNCIAS MÉDICAS
• Determinar a reclamação prioritária é desafiador;
• Condições múltiplas e várias reclamações;
• Pergunte qual os irrita mais naquele momento;
• A sensação de dor pode ser diminuída;
• Medo de hospitalização;
• As condições podem se apresentar de modos diferentes.

ABUSO DE IDOSOS
• Esse problema é bastante escondido da sociedade;
• Definições de abuso e negligência contra idosos podem variar;
• As vítimas são frequentemente hesitantes em relatar o incidente;
• Os sinais de abuso são geralmente negligenciados.

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ANOTAÇÕES
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Capítulo 23 - EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

OBJETIVOS
1 - Prestar assistência a um parto fora do ambiente hospitalar
2 - Atuar dentro das possibilidades locais reconhecendo os sinais de trabalho de
parto;
3 – Avisar a central do SAMU/192;
4 – Demonstrar tranquilidade e segurança a GESTANTE que está precisando de
ajuda;
5 – Acalmar a paciente;
6 - Avaliação sistemática primaria com o objetivo de detectar e prever os
possíveis riscos da vítima;

INFORMAÇÕES IMPORTANTES
• A vida inicia a partir da fecundação.
• Uma gestação normal tem a duração de 9 meses ou 42 semanas ou 292 dias;
• Gestação a termo: 37 semanas;
• Gestação Pré termo ou trabalho de parto prematuro: Inferior a 37 semanas;
• Gestação Pós termo: após a 42º semana.
• DUM: data da última menstruação;
• Primigesta: Primeira gestação;
• Multípara: acima de 3 gestações;
• Bolsa Rota: Perda de líquido amniótico;
• Trabalho de parto tem a duração de 8 a 12 horas;
• A gestação é dívida em três trimestres:
- 1º Trimestre: da fecundação a 12 semanas;
- 2º Trimestre: de 12 semanas até 28 semanas;
- 3º Trimestre: de 28 semanas até o parto.

192
EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS

No decurso da gravidez algumas intercorrências podem ameaçar a vida


da mãe e/ou da criança, configurando situações de emergência que exijam a
intervenção do socorrista.

DEFINIÇÕES
Obstetrícia – é a especialidade médica que cuida da gestante desde a
fecundação até o puerpério (pós parto). Envolve três fases:
Gravidez: da concepção ao trabalho de parto
Parto: período durante o qual a criança e a placenta são expelidos do corpo da
mãe para o mundo exterior
Pós-parto (puerpério): período no qual os órgãos de reprodução
restauram suas condições e tamanhos primitivos, durante aproximadamente seis
semanas.

ESTRUTURAS PRÓPRIAS DA GRAVIDEZ


AMNIO (Bolsa D’àgua)
Saco fino e transparente que mantem o feto suspenso no líquido
amniótico. Este saco é limitado por uma membrana macia, escorregadia e
brilhante. O espaço preenchido pelo líquido amniótico (bolsa amniótica) é

193
frequentemente chamado de bolsa d’agua. Nela é que a criança fica movendo-
se e flutuando.

FUNÇÕES DO LÍQUIDO AMNIÓTICO


• Proteger o feto contra impacto prevenindo trauma;
• Permitir liberdade de movimento ao feto;
• Manter a temperatura fetal (isolante térmico);
• Faz a limpeza do canal vaginal quando as membranas se rompem, lavando-
o e lubrificando-o.

PLACENTA
• Formada no 3° mês de gestação;
• Final da gravidez mede cerca de 20 cm de diâmetro e 2,5 cm de espessura;
• Pesa cerca de meio quilo;
• De superfície macia e brilhante, deixa ver grande número de vasos
sanguíneos;
• Através da placenta o feto “respira” (ocorre a hematose);
• Alimenta-se (recebendo diretamente os nutrientes por difusão do sangue
materno);

CORDÃO UMBILICAL
Ligação entre a criança e a placenta;
Tem mais ou menos 50 Cm de comprimento e 2 Cm de diâmetro;

194
Contém duas artérias e uma veia de grosso calibre, enroladas uma sobre
a outra e protegidas contra a pressão por uma substancia transparente, azul-
esbranquiçada, gelatinosa, denominada geleia de wartton.

PARTO NORMAL
É o processo pelo qual o feto é expelida do útero, compreendendo quatro
períodos:

• Contração: Primeiro Período do trabalho de parto – a musculatura uterina faz


pressão de cima para baixo para empurrar o bebê e promover a descida dele.
• Dilatação: abertura do canal do colo uterino para ocorrer o nascimento.
• Expulsão: Momento do período expulsivo da criança do ventre materno.
• Dequitação: do momento que a criança nasce até a eliminação da placenta.

DILATAÇÃO
Começa com os primeiros sintomas e termina com a completa dilatação
do canal vaginal.
O sinal mais importante neste período de dilatação são as contrações do
útero, que fazem com que o colo se dilate de 0 (zero) até 10 (dez) centímetros.

PERÍODO DE EXPULSÃO
Paciente começa a fazer força espontaneamente;
A paciente tem a sensação de necessidade de evacuar, sintoma
decorrente da pressão exercida pela cabeça do feto no períneo e,
consequentemente, contra o reto;

195
Episódios de vômito a essa altura são frequentes. Caso haja vomito, cuide
para não ocorrer aspiração e obstrução da via aérea;
Coroamento: a abertura vaginal ficara abaulada e o polo cefálico da
criança poderá ser visto.

DEQUITAÇÃO PLACENTÁRIA
Período que a criança nasce até a eliminação total da placenta (30 Min);
Junto a ela vem sangue (Normal);

PASSOS FINAIS NO PARTO DE EMERGÊNCIA


• Leve a mãe a um hospital pelas seguintes razões;
• A criança deve passar por exame médico geral;
• Mãe deve ser avaliada pelo médico (pode haver lacerações no canal do parto;
• Os olhos do RN devem ser bem cuidados para prevenir infecção;
• Cordão umbilical deve ser avaliado por especialista.

PERÍODO PÓS PARTO CUIDADOS COM O RN


• Deixe o RN sobre abdômen da mãe em decúbito lateral;
• Limpeza das vias aéreas;
• Estimule a criança, friccionando-a com a mão;
• Quando o RN começar a respirar voltar atenção para a Mãe;
• Se não respirar iniciar manobra de RCP;

196
• Depois que a criança estiver respirando, concentre sua atenção no cordão
umbilical;
• Clampeie o cordão.
PÓS PARTO
• Não puxar a Placenta, aguardar a expulsão natural;
• Retirada, guardar a placenta numa cuba ou envolva em compressa, e levá-la
ao hospital, juntamente com a mãe e a criança, para ser examinada quanto a
possibilidade de algum pedaço ter ficado na cavidade uterina;
• Uma compressa estéril pode ser colocada na abertura vaginal após a saída
da placenta.

CRIANÇA INVERTIDA
A criança apresenta-se invertida, surgindo as nádegas antes da cabeça. Em
parto normal a criança começa a respirar tão logo o tórax nasça ou dentro de
breve espaço de tempo. No parto das nádegas, o tórax sai primeiro que a
cabeça, sendo impossível a inspiração, pois as vias aéreas estão bloqueadas
dentro do canal vaginal.
O QUE FAZER ?

CUIDADOS DE EMERGÊNCIA
Preparar se para segurar a criança, deixando descansar sobre sua mão e
antebraço, de barriga para baixo.
Em determinado momento, pernas, quadril, abdômen, e tórax estarão fora da
vagina, faltando apenas a exteriorização da cabeça, o que pode ser, às vezes
demorado, caso isso ocorra não puxar a cabeça da criança.
Para evitar asfixia no canal do parto, crie passagens de ar.

197
Essa é a única ocasião em que o socorrista deverá
tocar a área vaginal, naturalmente calçando luvas
estéreis.

APRESENTAÇÃO DE PÉ, MÃO OU CORDÃO UMBILICAL


Transportar rapidamente a mãe para um serviço hospitalar, tomando cuidado
para não machucar a parte em prolapso, não colocar a mesma para dentro
novamente;
Se houver alguma parte para fora, cubra com material estéril;
No caso do cordão umbilical seja ágil: a criança pode estar em perigo,
causado pela compressão do cordão entre a cabeça e o canal do parto.
Enquanto o cordão estiver comprimido a criança não receberá quantidades
adequadas de sangue e oxigênio.

PARTOS MÚLTIPLOS
Não é considerada uma complicação;
Nascimentos múltiplos acontecem frequentemente antes de a gestação ir a
termo. Por isso gêmeos devem ser considerados prematuros; lembre se de
mantê-los aquecidos;
Considerar a criança prematura se nascer antes de 7 meses de gestação ou
com peso inferior a 2,5 Kg;
Cuidados com os prematuros: Temperatura corporal (37°), Vias aéreas,
Hemorragias (cordão), Oxigenação, Contaminação.

ABORTAMENTO
O Abortamento é a expulsão das membranas e do feto antes que ele tenha
condições de sobrevivências por si só;

198
Geralmente isso ocorre antes de 28 semanas de gestação. A gestação
normal (ou a Termo) dura 38 a 40 semanas.

SINAIS E SINTOMAS
• Pulso rápido (taquicardia);
• Transpiração (sudorese);
• Palidez;
• Fraqueza;
• Cólicas abdominais;
• Sangramento vaginal moderado ou abundante;
• Saída de partículas de pequeno ou grande tamanho pelo canal vaginal;

Em outras palavras poderão estar presentes todos os sintomas de


choque somados ao sangramento vaginal ou, o que é mais comum,
somados a cólicas abdominais com sangramento vaginal.

CUIDADOS DE EMERGÊNCIA
Coloque a paciente em posição de choque;
Mantenha o corpo aquecido;
Molhe seus lábios se ela estiver com sede; não permita que beba água, pois
poderá necessitar de anestesia no hospital;
Não toque no conduto vaginal do paciente, para não propiciar infecção;
Coloque compressas ou toalhas esterilizadas na abertura vaginal;
Remova a parturiente para um hospital.

199
CASO CLÍNICO
“Você estava de plantão em uma rua da periferia da cidade. Você é abordado
por uma senhora pedindo ajuda: ”tem uma mulher passando mal e acho que está
nascendo um bebê”. Você fica sem atitude e pede para chamar SAMU, porém
como autoridade, uniformizado e fardado deve tomar uma atitude. Avisa a
COPOM e desce junto ao local. Ao checar observa a cena e vê uma mulher
deitada, agitada e com dor e está para ter o bebê”
• Questões:
• 1 – O que você faria nesta situação?
• 2- Quais são as informações pertinentes para repassar ao regulador do
SAMU?
• 3 - Você faria o parto?
• 4 – Como você faria o parto e os cuidados do RN?

TRAUMA NA GESTANTE
A Gestação apresenta modificações fisiológicas e anatômicas, que podem
interferir na avaliação do paciente acidentada, necessitando os socorristas desse
conhecimento para que realizem avaliação e diagnósticos corretos;
As prioridades do tratamento da gestante traumatizada são as mesmas que
a da não gestante. Entretanto, a ressuscitação e estabilização com algumas
modificações são adaptadas as características anatômicas e funcionais das
pacientes gravídicas;
Os socorristas devem lembrar que estão diante de duas vítimas, devendo
dispensar o melhor tratamento a mãe.

CONDUTA
Posição: Como no final da gestação o peso que o útero exerce sobre a veia
cava inferior promove redução de 30 a 40 % do debito cardíaco, a gravida deverá
ser transportada em decúbito lateral esquerdo sempre que possível, a menos
que tenha alguma contraindicação, como por exemplo, suspeita de fratura de
coluna ou bacia;
• Transportá-la em decúbito dorsal, mais empurrar manualmente o útero
para o lado esquerdo;

200
• Avaliação: Sempre oferecer oxigênio suplementar com máscara a 12
litros/min.
• Cuidar com choque fetal.

CESARIANA NO PRÉ-HOSPITALAR
Realizá-la nos casos de a mãe estar em óbito ou lesões incompatíveis com
a vida. O feto deve ser viável (após a 26° semana), estando o útero entre a
metade da distância da cicatriz umbilical e o rebordo costal;
Com a mãe mantida em RCP, realizar a incisão mediana, retirar o feto o mais
rápido possível, reanima-lo e transporta-lo a hospital que tenha UTI neonatal;
O fator mais importante de sobrevida fetal é o tempo entre o óbito materno e
a cesariana;
• De 0 a 5 minutos – excelente;
• De 5 a 10 minutos – razoável;
• De 10 a 15 minutos – ruim;
• Acima de 15 minutos- péssimo.

201
ANOTAÇÕES
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202
APOSTILA CURSO SOCORRISTA
MÓDULO 6
Índice................................................................................................................................207
CAPÍTULO 24 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS ........................................................................... 208
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 208
CAPÍTULO 25 - EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS .................................................................. 219
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 219
CAPÍTULO 26 – INTOXICAÇÕES EXÓGENAS, ENVENENAMENTOS E ACIDENTES COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS. ............................................................................................................... 222
INTOXICAÇÕES EXÓGENAS .................................................................................................... 222
TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA ........................................................................................... 227
CAPÍTULO 27 – REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR (RCP) .................................................. 229
CONCEITO .............................................................................................................................. 229
RCP – REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR ............................................................................. 230
RECONHECIMENTO ............................................................................................................... 230
VENTILAÇÃO E COMPRESSÃO ............................................................................................... 230
RCP: APLICADO POR PROFISSIONAIS .................................................................................... 231
POSICIONAMENTO ................................................................................................................ 231
CICLOS ADULTO ..................................................................................................................... 231
CICLOS PEDIÁTRICO ............................................................................................................... 232
VENTILAÇÃO COM VIA AÉREA AVANÇADA ........................................................................... 233
DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO-DEA ..................................................................... 233

207
CAPÍTULO 24 – EMERGÊNCIAS CLÍNICAS

INTRODUÇÃO
As emergências clínicas são uma condição graves de saúde que não
foram causados por nenhum fator externo e são, normalmente, consequências
de doenças pré-existentes.

CAUSAS DE ÓBITOS
• Infarto agudo do miocárdio;
• DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica);
• Diabetes Mellitus;
• Doença isquêmica crônica do coração;
• Pneumonia;
• Acidente vascular cerebral;

DOENÇAS CARDIOVASCULARES
• Primeira causa geral de mortalidade no Brasil, principalmente em decorrência
do infarto agudo do miocárdio;
• 50% das vítimas morrem nas duas primeiras horas após o início dos sintomas;

ANGINA PECTORIS
Quando as artérias coronárias se estreitam pela aterosclerose, não são
capazes de suprir um aumento de demanda de sangue pelo músculo cardíaco.
O músculo cardíaco privado de oxigênio provoca dor, chamada de angina
pectoris ou dor no peito.
As situações que causam aumento da demanda de oxigênio ao miocárdio
são estresse emocional ou esforço físico.

208
Sinais e sintomas:
• Dor torácica ou desconforto retroesternal ou precordial, desencadeado por
esforço físico, estresse, refeição volumosa ou exposição a temperaturas
extremas;
• A dor pode irradiar-se para membros superiores, ombros, mandíbula e porção
superior do abdômen;
• Raramente ultrapassa 2 a 5 minutos;
• Desaparece com o repouso;

ATENDIMENTO:
• Confortar e acalmar o paciente;
• Mantê-lo em repouso, em posição confortável;
• Verificar dados vitais e anotar;
• Perguntar se o paciente faz uso de vasodilatador;
• Monitorização cardíaca;
• Administrar oxigênio sob máscara 3 l/min;

INFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO – IAM


Morte de parte do músculo cardíaco como resultado da falta de oxigênio;
Ocorre por estreitamento ou oclusão da artéria coronária que supre de
sangue a região;
Causa principal é a aterosclerose afetando as artérias coronárias
(responsável pela chegada de oxigênio e nutrientes ao musculo cardíaco.)
Desencadeado por esforço físico, situações de estresse, fadiga, mas
também no repouso quando há uma importante oclusão da artéria (sangue
coagula na artéria);
A principal complicação do IAM é a alteração do ritmo cardíaco;
Drogas como a cocaína podem provocar IAM por espasmo do vaso;

Sinais e sintomas:

209
• Dor torácica de forte intensidade, prolongada (30 minutos a várias horas), que
se localiza atrás do esterno e pode irradiar-se para o membro superior, ombro,
pescoço e mandíbula.
• Geralmente o repouso não alivia a dor;
• Falta de ar;
• Náuseas e vômitos;
• Sudorese fria;
• Palidez;
• Vítima ansiosa, inquieta, com sensação de morte iminente;
• Alteração do ritmo cardíaco – bradicardia, taquicardia, assistolia, fibrilação
ventricular;
• Pode evoluir para choque cardiogênico;

Atendimento:
• Início e característica da dor;
• Assegurar vias aéreas;
• Tranquilizar o paciente para diminuir o trabalho do coração – abordagem
calma e segura;
• Manter o paciente confortável e em repouso absoluto;
• Mínima movimentação do paciente;
• Administrar oxigênio;
• Controle de sinais vitais com frequência;
• Monitorização cardíaca;
• Oxímetro;
• Aquecer o paciente;
• Se em parada cardiopulmonar, iniciar manobras de RCP;

DISPNEIA
Dispneia = dificuldade respiratória/respiração difícil;
Não é uma doença primária e sim um sintoma de alguma doença a ser
investigada;
Surge sempre como consequência de condições ambientais, trauma e
doenças clínicas;
210
Causas clínicas - obstrução de vias aéreas por corpo estranho, doenças
pulmonares (bronquite crônica e enfisema), condições cardíacas, reações
alérgicas, pneumotórax, asma brônquica, edema pulmonar, coronavírus, entre
outras.
Em qualquer das situações em que algo impeça o fluxo de ar pelas vias
aéreas, o paciente aumenta a frequência e a profundidade da respiração.
A dificuldade em suprir de oxigênio a circulação pulmonar desencadeia
hipóxia (diminuição da oxigenação), logo o paciente pode estar cianótico,
forçando os músculos do pescoço, tórax e abdômen.
Conforme ocorra agravamento do quadro, o paciente desenvolve parada
respiratória ou apnéia, inconsciência e parada cardíaca.

Atendimento:
• Informar-se sobre histórico do paciente, início da dispneia, uso de
medicamentos;
• Assegurar vias aéreas;
• Administrar oxigênio conforme orientação médica – oxigênio em altas
concentrações é prejudicial em doenças pulmonares crônicas;
• Manter paciente em repouso, com cabeceira elevada;
• Controle de sinais vitais com frequência;
• Oximetria;

SÍNCOPE OU DESMAIO
É definido como qualquer tipo de perda de consciência de curta duração,
que não necessite manobras específicas para a recuperação;
O termo lipotímia é usado para designar episódios de perda incompleta
da consciência;

Causa – diminuição da atividade cerebral, podendo ser classificada em:


• Síncope vaso-vagal – é a mais frequente, ocorre por queda súbita da
pressão arterial por causa emocional, dor súbita, esforço físico, ambiente lotado,
cena com sangue, calor excessivo, etc. Inicia com palidez, sudorese, respiração

211
suspirosa, frio, seguida por tontura, visão embaçada e súbita perda de
consciência;
Síncope metabólica – causada por alteração metabólica, como na diabetes ou
hipoglicemia.
Síncope neurogênica – agressão direta ao cérebro, como em trauma,
intoxicações exógenas, hipertensão intracraniana, etc.

Atendimento:
• Liberar vestimentas apertadas;
• Não oferecer nada para o paciente comer ou beber;
• Informar-se sobre o histórico do paciente, como doenças, gestação,
medicamentos utilizados, etc;
• Oxigênio sob orientação médica;
• Após recuperação do paciente, mantê-lo deitado por mais alguns minutos;

COMA
As alterações do nível de consciência variam de uma confusão mental até
coma profundo. Na prática, é útil classificar em subcategorias o paciente com
alteração do nível de consciência, de acordo com o estágio em que ele se
encontra e sua resposta aos estímulos realizados.

As subcategorias são:
Confusão – incapacidade de manter uma linha de pensamento ou ação
coerente, com desorientação no tempo e no espaço;
Sonolência – dificuldade de se manter em alerta;
Estupor – dificuldade de despertar, resposta incompleta aos estímulos
dolorosos e verbais;
Coma superficial – resposta motora desorganizada aos estímulos dolorosos,
não apresenta resposta de despertar;
Coma profundo – completa falta de resposta a quaisquer estímulos.

As principais causas de alteração de consciência são divididas em:

212
Primárias do cérebro – trauma, doenças cerebrovasculares (AVE), infecções
como a meningite e encefalite, tumores e convulsões;
Sistêmicas ou secundárias – metabólicas (hipoglicemia, distúrbio de cálcio,
etc), hipóxia cerebral por doenças cardíacas ou pulmonares, intoxicações
(drogas, álcool, monóxido de carbono), causa físicas (insolação, hipotermia);

Atendimento:
• No atendimento a um paciente inconsciente, o profissional de enfermagem
deve proceder de forma ordenada e sistemática, monitorando os sinais vitais no
sentido de impedir a progressão da lesão neurológica.
• Colher uma história rápida - doenças prévias, medicações, alcoolismo,
drogas e trauma;
• Realizar exame físico com atenção especial aos seguintes aspectos – sinais
vitais, pele (sinais de trauma, picadas de agulha, insuficiência vascular), cabeça
(sinais de trauma craniano, rigidez de nuca), hálito (alcoólico, diabético).
• Manter vias aéreas pérvias;
• Exame neurológico – avaliar nível de consciência, pupilas, escala de coma
de Glasgow;
• Manter paciente confortável e em repouso absoluto;
• Administrar oxigênio;
• Monitorar sinais vitais;
• Manter paciente aquecido;

ACIDENTES VASCULARES ENCEFÁLICO – AVE


É uma desordem do sistema cardiovascular, causada por oclusão ou
ruptura de um dos vasos que suprem o cérebro de sangue;
AVE Isquêmico – o vaso pode ser obstruído por trombo ou êmbolo, ou
sua luz comprimida por tumor ou trauma. Como resultado, a função de parte do
cérebro que depende do sangue oxigenado será afetada. A causa mais
frequente é aterosclerose cerebral;
AVE Hemorrágico – ruptura da parede de um vaso sanguíneo,
provocando hemorragia cerebral. Parte do cérebro ficará comprometida pela
falta de oxigênio, e poderá haver aumento da pressão intracraniana. Essa

213
situação é de maior gravidade pelo risco de compressão de áreas cerebrais
responsáveis pelas funções vitais.
Sinais e sintomas – dependem do vaso lesado e da importância funcional da
área cerebral afetada. Podem surgir:
• Cefaleia, tontura, confusão mental;
• Perda de função ou paralisia de extremidades, geralmente de um lado do corpo;
• Paralisia facial – perda de expressão, geralmente de um lado da face, com
dificuldade na fala.
• Anisocoria, pulso rápido, respiração difícil, convulsão e coma;
• Pode ser súbita e fugaz, com recuperação espontânea, ou mais grave,
confirmando a extensão do comprometimento cerebral.

Atendimento:
• Assegurar abertura e manutenção de vias aéreas;
• Tranquilizar o paciente e mantê-lo em repouso;
• Monitorar sinais vitais;
• Reavaliar nível de consciência e escala de Glasgow com frequência;
• Não administrar nada via oral;
• Manter o paciente aquecido;
• Administrar oxigênio;

CRISE CONVULSIVA
Desordem cerebral, onde durante breve período de tempo o cérebro deixa
de funcionar normalmente e passa a enviar estímulos desordenados ao resto do
corpo, iniciando a crise convulsiva, também conhecida por ataques.
É mais comum na infância, quando é maior a vulnerabilidade a infecções
do sistema nervoso central – meningite, traumatismo de crânio, doenças como
o sarampo, varicela e caxumba, cujas complicações podem causar meningite.

Causas mais comuns em adultos:


• Lesão Cerebral Traumática;
• Infecções;
• Malformações e tumores cerebrais;

214
• Abuso de drogas e álcool;

Quando o paciente apresenta crises convulsivas repetidas ao longo de sua


vida, caracteriza-se como epilepsia (transtorno neurológico), que não é
contagiosa e é perfeitamente tratável.
A pessoa com epilepsia perde a consciência, mas pode apresentar apenas
pequenos movimentos corporais ou sentimentos estranhos;
Se as alterações epilépticas ficam restritas a uma parte do cérebro, a crise
chama-se parcial. E se o cérebro inteiro está envolvido, chama-se generalizada.
Existem várias formas de manifestações clínicas das crises convulsivas, e a
mais importante no atendimento de emergência são as crises generalizadas
tônico-clônicas.
Tônico: contração dos músculos, mais comuns a noite durante o sono;
Clônicas: movimentos involuntários em ambos os lados do corpo;
A convulsão pode ou não ser precedida de algum sintoma que avisa que está
sendo iniciada. Logo a crise se inicia com um grito que precede a perda súbita
da consciência e enrijecimento (fase tônica) do corpo, seguido de movimentos
tipo abalos (fase clônica) das extremidades, face e cabeça.
Durante a crise, o paciente pode apresentar queda e se ferir, morder a língua
ou até perda de urina.
A convulsão demora em média de 3 a 5 minutos e é seguida por um período
de inconsciência (período pós-ictal);
A consciência é recobrada aos poucos, e o paciente pode apresentar cefaleia,
vômitos e confusão mental;
Se a crise dura muito tempo (crises prolongadas ou crises seguidas sem
recuperação de consciência), com duração igual ou superior a 30 minutos,
caracteriza-se uma emergência clínica, podendo nesse caso haver risco de
morte ao paciente. São as chamadas crises subentrantes ou estado de mal
epiléptico.

Atendimento:
• Manter-se calmo e procurar acalmar os demais;
• Colocar algo macio sob a cabeça da vítima, protegendo-a;
• Remover da área objetos que possam causar-lhe ferimento;
215
• Girar a cabeça do paciente para o lado para que a saliva não dificulte sua
respiração, desde que não haja qualquer suspeita de TVM;
• Não introduzir nada pela boca, não prender a língua com qualquer objeto –
não há perigo do paciente engolir a língua.
• Não tentar fazê-lo voltar a si, lançando-lhe água ou obrigando-o a tomá-la.
• Não o segurar na tentativa de mantê-lo quieto – não se oponha aos seus
movimentos, apenas o proteja de traumatismos.
• Atentar para gestantes, diabéticos ou traumatizados.
• Administrar oxigênio;

DIABETES MELLITUS
É uma doença crônica, onde o organismo é incapaz de utilizar a glicose para
produção de energia por diminuição ou ausência de insulina. Sem a insulina, a
glicose não entra na célula. Se acumulada na circulação e como consequência,
há um aumento de volume urinário, na tentativa de eliminar o excesso de açúcar
da corrente sanguínea.

Sintomas:
• Polidipsia – aumento da sede;
• Poliúria – aumento de volume urinário;
• Polifagia – aumento da fome;
• Fadiga fácil, com diminuição da capacidade de trabalho;

Complicações que requerem tratamento imediato:


Coma diabético – vômito, dor abdominal, respiração rápida e profunda, pulso
rápido e fraco, alteração de consciência
Hipoglicemia – início rápido, com tontura, cefaleia, confusão mental, evoluindo
para convulsão e coma se não tratada.

Atendimento:
• Obter informações clínicas do paciente, uso de medicamentos e insulina,
condições alimentares, uso de álcool, infecções recentes, etc;
• Administrar oxigênio em altas concentrações;

216
• Em caso de vômitos, manter o paciente em decúbito lateral;

ABDOME AGUDO
Elevada incidência, pode acarretar problemas e dificuldades sérios com
relação ao diagnóstico ou tratamento, pondo em risco a vida do doente;
Causas múltiplas, muitas são graves;

Causas:
• Apendicite;
• Obstrução intestinal;
• Hérnia estrangulada (presa na virilha ou escroto e não podem ser
massageada de volta ao abdômen);
• Úlcera perfurada (lesão no revestimento do esôfago, estomago ou intestino
delgado);
• Gravidez ectópica (embrião fora da cavidade uterina);
• Inflamação da membrana da cavidade abdominal- peritonite;

Sintomas:
• Dor abdominal intensa acompanhada ou não por:
• Náuseas;
• Vômitos;
• Diarreia;
• Pulso rápido;
• Febre;
• Distensão abdominal;
• Rigidez à palpação do abdome;

Atendimento:
• Colher informações sobre a característica da dor – tipo, intensidade,
localização, tempo de início - e dos sintomas associados;
• Manter a abertura de vias aéreas;
• Estar alerta para vômitos;
• Administrar oxigênio;
• Não administrar nada via oral;

217
ANOTAÇÕES
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218
CAPÍTULO 25 - EMERGÊNCIAS PSIQUIÁTRICAS

INTRODUÇÃO
Considera-se emergência psiquiátrica quaisquer distúrbios que sinalizam
alterações nos pensamentos, nos sentimentos, nas ações ou nos
comportamentos de alguém. Sinteticamente, são condições clínicas que exigem
a necessidade de atendimento rápido mediante o risco significativo para a
pessoa em questão ou para aqueles do seu convívio familiar ou social.
Há várias situações que caracterizam uma emergência psiquiátrica: o
indivíduo pode estar em crise resultante de alguma doença, como a hemorragia
cerebral — essa condição patológica surge secundariamente ao uso excessivo
de substâncias tóxicas como o álcool e a cocaína.
Muitas são as emergências relacionadas a episódios decorrentes de
distúrbios mentais, principalmente a esquizofrenia, os ataques de pânico e a
mania depressiva.
A abordagem profissional se faz necessária para minimizar os impactos
negativos das desordens mentais sobre a vida do paciente. Entre os resultados
negativos mais evidentes, o sofrimento psíquico, a perda da autonomia e o
comprometimento da função social adquirem mais relevância.
Para a família, há também uma carga que pode ser potencializada pelo risco
iminente de afetar a integridade física, não só do paciente, mas de outras
pessoas.

Sinais de Alto Risco de Suicídio


• História de tentativa anterior;
• Controle deficiente de impulsos;
• Uso de drogas e ou álcool;
• Ausência de sistemas de apoio social;
• Recente perturbação familiar;

Realizar uma abordagem calma, aberta, de aceitação e de não-julgamento é


fundamental para facilitar a comunicação. Ouça com cordialidade. Trate com
respeito. Empatia com as emoções.

219
Princípios Gerais do Manejo de Crises:
• Coletar dados;
• Acalmar a vítima;
• Separar a vítima de outras pessoas;
• Permitir a vítima que fale, ouvindo-a com cuidado;
• Identificar o grau de emergência do paciente;
• A importância da estabilização do quadro;
• Estabelecer um diagnóstico de imediato;
• Identificar a doença psiquiátrica;

220
ANOTAÇÕES

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221
CAPÍTULO 26 – INTOXICAÇÕES EXÓGENAS,
ENVENENAMENTOS E ACIDENTES COM ANIMAIS
PEÇONHENTOS

INTOXICAÇÕES EXÓGENAS
Intoxicações Exógenas: Como exemplo dessas substâncias intoxicantes
ambientais, podemos citar ar, água, alimentos, plantas, animais peçonhentos
ou venenosos. Por sua vez, os principais representantes de substâncias
isoladas são os pesticidas, os medicamentos, produtos químicos industriais ou
de uso domiciliar.
Ocorrem na sua maioria, acidentais, mas resultam também de tentativas de
suicídio e, mais raramente, de homicídio.

A interação com o organismo pode ocorrer de várias formas:


• Ingerido;
• Inalado;
• Absorvido;
• Injetado;

Principais sintomas
• Batimentos cardíacos acelerados ou não identificados;
• Aumento ou queda da pressão arterial;
• Aumento ou diminuição do diâmetro das pupilas;
• Suor intenso;
• Vermelhidão ou ferimentos na pele;
• Alterações visuais, como borramento, turvação ou escurecimento;
• Falta de ar;
• Vômitos;

CENTRO DE INFORMAÇÕES TOXICOLÓGICAS - CIT

222
Abordagem e primeiro atendimento à vítima de envenenamento:
• Cena segura;
• Inspeção da vítima;
• Avaliação primária;
• Avaliação secundária;
• Transporte;

ACIDENTE COM ANIMAIS PEÇONHENTOS


Animais venenosos: são aqueles que produzem veneno, mas não possuem
um aparelho inoculador (dentes, ferrões), provocando envenenamento por
contato (lagartas), por compressão (sapo) ou por ingestão (peixe-baiacu).
Animais peçonhentos: são aqueles que possuem glândula de veneno que
se comunica com dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa
ativamente. Ex.: serpentes, aranhas, escorpiões e arraias.

Sinais e Sintomas
Os principais sinais e sintomas iniciais pós-acidente são a dor (podendo ou
não ter a marca da picada), vermelhidão, inchaço, hematoma (pele fica de cor
roxa) e formação de bolhas no local. Esses achados podem evoluir para formas
mais graves e a dor pode passar a ser muito forte.
• Dor imediata;
• Inchaço, calor e vermelhidão no local picado;
• Dificuldade em abrir os olhos;
• “Visão dupla“ ou "visão turva“;
• Dor muscular;
• Urina avermelhada;

ESPÉCIES
ESCORPIÃO PRETO
Os escorpiões pretos causam acidentes frequentes nas áreas rurais. Não
são animais tão agressivos se comparados a outras espécies. De início o animal

223
foge, porém se o incômodo de um humano persistir, podem picar. Seu veneno é
menos perigoso do que o do escorpião amarelo.

ESCORPIÃO AMARELO
A gravidade do envenenamento depende não só da dose como a espécie
de escorpião, sendo que o veneno do escorpião amarelo (Tityus serrulatus) é o
mais potente na América do Sul e no Brasil.

ARANHA MARROM
A Aranha Marrom é extremamente perigosa, e em alguns casos, levou
pessoas a morte. O cuidado deve ser redobrado no meio dos lençóis,
travesseiros e afins, já que na maior parte das vezes a Aranha Marrom pica
quando se sente ameaçada ou pressionada, e isso pode acontecer até mesmo
durante o sono.

224
OFÍDIOS (SERPENTES)
Para sabermos se uma serpente é peçonhenta, observam-se três
características fundamentais:
• Presença de fosseta loreal;
• Presença de guizo ou chocalho no final da cauda;
• Presença de anéis coloridos (vermelho, preto, branco ou Amarelo).

JARARACA
No Brasil, as mordidas de jararaca (Bothrops jararaca) respondem por
cerca de 90% do total de acidentes com humanos envolvendo serpentes. O
veneno da jararaca pode provocar lesões no local da mordida, tais como
hemorragia e necrose que podem levar, em casos mais graves, a amputações
dos membros afetados.

225
SURUCUCU
Alguns sintomas característicos do veneno das surucucus são dor,
formação de edema, bolhas, necrose, distúrbios da coagulação e síndrome
vagal. O tratamento para o envenenamento laquético é baseado na gravidade
do acidente que pode ser de moderado a grave.

CORAL
O veneno das corais possui ação neurotóxica e os principais efeitos são
a visão dupla e borrada, a face se apresenta alterada (pálpebras caídas, aspecto
sonolento), dores musculares e aumento da salivação. A insuficiência
respiratória pode ocorrer como complicação do acidente levando ao óbito.

226
CASCAVEL
Ele destrói as células do sangue das vítimas, causa lesões musculares,
afeta os sistemas nervoso e renal. Na peçonha dessa serpente, há uma proteína
que causa rápida coagulação, fazendo o sangue da vítima alterar sua
composição e provocar até a morte.

TRATAMENTO DE EMERGÊNCIA
• Lavar o local da picada apenas com água ou com água e sabão.
• Transportar (em maca) a vítima ao médico mais próximo,
para tratamento (aplicação do soro).
• SE POSSÍVEL, levar junto a cobra (viva ou morta), para identificação.
• Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam prender a circulação
sanguínea, em caso de inchaço do membro afetado;
• Transportar rapidamente.

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ANOTAÇÕES
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228
CAPÍTULO 27 – REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR
(RCP)

CONCEITO
Parada cardíaca:
A parada cardiopulmonar ou parada cardiorrespiratória (PCR) é definida
como a ausência de atividade mecânica cardíaca, que é confirmada por ausência
de pulso detectável, ausência de responsividade e apneia ou respiração agônica,
ofegante.

CADEIA DA SOBREVIVÊNCIA – ATUALIZADA AHA 2020

229
RCP – REANIMAÇÃO CARDIOPULMONAR

A ressuscitação cardiopulmonar (RCP) consiste em uma série de


manobras realizadas por profissionais de saúde, ou por leigos, para reverter a
parada cardiorrespiratória (PCR) e manter a oxigenação e perfusão tecidual
adequadas.

RECONHECIMENTO
Na PCR o tempo é variável, estima-se que a cada minuto que o indivíduo
fique em PCR, 10% de probabilidade de sobrevida sejam perdidos.
A causa de PCR é variável, de acordo com o fator de risco que a
vítima/paciente se encontra.
A avaliação para chegar no diagnóstico compreende a avaliação de três
parâmetros:
– Responsividade – investigada pelo estimulo verbal e tátil
– Respiração – avaliar se a há expansão de tórax, eliminação de ar
pelas vias aéreas;
– Pulso Adulto – carotídeo;
– Pulso Pediátrico – braquial ou femoral

Ausência dos 3 = PCR

VENTILAÇÃO E COMPRESSÃO
Ventilação: dispositivos como bolsa-valva-máscara (ambu) e máscara facial
(poket ou filtro); 30:2 em 5 ciclos ou 1 ventilação a cada 5seg enquanto é
realizado 2 CTs por segundo. (1 ciclo de 120:12).
Compressão cardíaca: compressões torácicas, realizadas sobre a porção
central do esterno, tais compressões empurram o esterno para o interior do tórax,
comprimindo o coração contra a coluna e favorecendo o seu esvaziamento.
Após o término do ciclos, checar pulso em não menos de 5s não mais que
10s.

230
RCP: APLICADO POR PROFISSIONAIS
• IDENTIFICAR A PCR;
• ACIONAR SAV – SUPORTE AVANÇADO DE VIDA;
• INICIAR COMPRESSÕES TORÁCICAS;
• DEA;
• VENTILAÇÃO;
• SAV.
POSICIONAMENTO

Adulto Criança Bebê

CICLOS ADULTO
Reconhecimento imediato e acionamento do serviço médico de
emergência:
– Pacientes inconsciente solicitar auxílio médico;
– Continuar checando pulso e respiração simultaneamente.
Choque primeiro versus RCP primeiro:
– Em PCR presenciada com DEA = imediatamente desfibrilar;
– Sem DEA = RCP até a chegada do DEA.
Velocidade das compressões torácicas:
– 100 a 120/min.
Profundidade das compressões torácicas:
– Não menos que 5 cm e não mais que 6 cm.

231
Retorno do tórax:
– O retorno da parede cria uma pressão intratorácica negativa que
promove retorno venoso.
Minimização de interrupções:
– Para que as compressões sejam suspensas o mínimo possível.

CICLOS PEDIÁTRICO

Classificação:
– 1 à 6 meses: 100 à 150;
– 7 meses à 1 ano: 80 à 120;
– 1 à 6 anos: 60 à 110;
– 7 à 12 anos: 60 à 100.
Velocidade das compressões torácicas:
– Realizar compressões torácicas a uma frequência mínima do
parâmetro maior conforme classificação.
Profundidade das compressões torácicas:
– Não menos que 2 cm e não mais que 4 cm;
Ciclos:
– 30:2 quando em 1 socorrista;
– 15:2 quando em dois ou mais socorristas.

RCP Pediátrico deve ser realizado quando a


frequência cardíaca estiver inferior à 60 Bpm.

232
VENTILAÇÃO COM VIA AÉREA AVANÇADA
01 ventilação a cada 5 segundos (12 respirações por minuto), enquanto
se realiza as compressões torácicas continuas.

TOT – Tubo Orotraqueal TET – Tubo Esôfago- ML – Máscara Laríngea


Traqueal (combitube)

DESFIBRILADOR EXTERNO AUTOMÁTICO-DEA

HISTÓRIA
A desfibrilação é constituída pela aplicação de corrente elétrica contínua, no
tórax, através do coração e deve ser utilizada somente em VITIMAS sem pulso.
O conceito de desfibrilação precoce, como único tratamento disponível para
a fibrilação ventricular, levou a elaboração do desfibrilador automático em 1947
por, DR. CLAUDE SCHAEFFER BECK, primeiro professor de cirurgia cardíaca
nos EUA. E em 1956 o DR. PAUL MAURICE ZOLL, especializado e
eletrofisiológia e cardiologia, contribuiu para a invenção do marca-passo e
desfibrilador automático externo (DEA), assim levando o recurso ao ambiente
pré-hospitalar onde a PCR é mais frequente.
O desfibrilador automático externo (DEA), utilizado em parada
cardiorrespiratória, tem como função identificar o ritmo cardíaco ou (FV/TV)
Fibrilação ou Taquicardia ventricular, presente em 90% das paradas cardíacas.
Efetua a leitura automática do ritmo cardíaco através de pás adesivas no tórax.
Tem o propósito de ser utilizado por público leigo, com recomendação que o
operador faça curso de Suporte Básico em parada cardíaca. Descarga: 200 J (

233
bifásico ) e 360 J ( monofásico ) em adulto e em crianças - 100 J (redutor). Sua
regulagem é automática.

UTILIZAÇÃO
• Remover as roupas sobre o tórax da vítima.
• Abrir / ligar o aparelho.
• Destacar as pás e colocá-las sobre o tórax da vítima nas posições corretas.
Aplicar as pás firmemente sobre a pele.
• O aparelho então pede para que não se toque no paciente e anuncia que
está analisando o seu ritmo cardíaco.
• Uma vez identificado o ritmo, o aparelho anuncia se o choque é ou não
apropriado.
• Se o choque for apropriado, o aparelho automaticamente carrega a energia
necessária para o choque e solicita ao usuário que aperte um botão para que o
choque seja efetuado.

ATENÇÃO:

Lembre-se que todas as pessoas em volta devem se afastar, não encostar


no paciente, porque do contrário também receberão a descarga elétrica que se
conduz pela pele.
• Após o choque, o aparelho avisa que o mesmo foi efetuado, que é seguro
tocar no paciente e orienta as manobras de reanimação (compressão cardíaca
e ventilação).
• Depois de um pouco, o aparelho volta a analisar o ritmo cardíaco para
verificar se é ou não apropriado um novo choque.

234
ANOTAÇÕES
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235
APOSTILA CURSO SOCORRISTA
MÓDULO 7

236
Índice...............................................................................................................................................237
Capítulo 28 – AMUVI ....................................................................................................... 239
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 239
ATENDIMENTO ...................................................................................................................... 240
CMA – COMANDO MÉDICO AVANÇADO............................................................................... 240
TRIAGEM ............................................................................................................................... 241
TÉCNICA START...................................................................................................................... 244
Capítulo 29 - PRODUTOS PERIGOSOS................................................................................ 247
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 247
PORTARIA Nº 204/97 DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES .................................................. 247
CONTROLE DA CENA ............................................................................................................. 247
CLASSIFICAÇÃO...................................................................................................................... 247
CLASSES DE RISCOS ............................................................................................................... 247
CLASSE 1 EXPLOSIVOS ........................................................................................................... 248
CLASSE 2 GASES ..................................................................................................................... 249
CLASSE 3 LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS ........................................................................................ 249
CLASSE 4 SÓLIDOS INFLAMÁVEIS .......................................................................................... 250
CLASSE 5 OXIDANTES ............................................................................................................ 250
CLASSE 6 TÓXICO ................................................................................................................... 251
CLASSE 7 RADIOATIVO .......................................................................................................... 251
CLASSE 8 CORROSIVO ............................................................................................................ 252
CLASSE 9 SUBSTÂNCIAS DIVERSAS ........................................................................................ 252
Capítulo 30 – COMBATE À INCÊNDIO ................................................................................ 258
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 258
DEFINIÇÃO DO FOGO. ........................................................................................................... 258
COMBUSTÍVEL ....................................................................................................................... 258
COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS ....................................................................................................... 258
COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS ..................................................................................................... 259
COMBUSTÍVEIS GASOSOS ..................................................................................................... 259
COMBURENTE ....................................................................................................................... 260
PROPAGAÇÃO DO FOGO ....................................................................................................... 261
CONDUÇÃO: .......................................................................................................................... 261
CONVECÇÃO: ......................................................................................................................... 262
IRRADIAÇÃO: ......................................................................................................................... 262

237
CLASSES DE INCÊNDIO........................................................................................................... 265
MÉTODOS DE EXTINÇÃO ....................................................................................................... 267
AGENTES EXTINTORES ........................................................................................................... 270
EXTINTOR ÀGUA .................................................................................................................... 270
EXTINTOR CO2 ....................................................................................................................... 271
EXTINTOR PQS ....................................................................................................................... 271
EXTINTOR DE ESPUMA .......................................................................................................... 272
Capítulo 31 - RESGATE VERTICAL.................................................................................... 275
SEGURANÇA .......................................................................................................................... 275
ANÁLISE DE RISCOS ............................................................................................................... 275
SISTEMA CONTRA QUEDAS ................................................................................................... 275
EQUIPAMENTOS .................................................................................................................... 277
Capítulo 32 - RESGATE VEÍCULAR ..................................................................................... 289
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 289
CONCEITO .............................................................................................................................. 289
DESENCARCERAMENTO ........................................................................................................ 289
EXTRAÇÃO ............................................................................................................................. 289
CLASSIFICAÇÃO DOS GRAUS DO ENCARCERAMENTO .......................................................... 290
ACESSO A VÍTIMA .................................................................................................................. 290
Capítulo 33 – SALVAMENTO AQUÁTICO ........................................................................... 291
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 292
DEFINIÇÃO DE AFOGAMENTO............................................................................................... 292
CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO....................................................................................... 292
Capítulo 34 RESGATE EM LOCAIS REMOTOS .................................................................. 300
DEFINIÇÃO ............................................................................................................................. 302
DEVE-SE CONSIDERAR ........................................................................................................... 300
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 306

238
Capítulo 28 – AMUVI

INTRODUÇÃO

No atendimento pré-hospitalar, catástrofe é aquela situação em que as


necessidades de atendimento, excedem os recursos materiais e humanos
imediatamente disponíveis, havendo necessidade de medidas extraordinárias e
coordenadas para se manter a qualidade básica ou mínima de atendimento.
É um desequilíbrio entre os recursos disponíveis e os prescindíveis para
o atendimento, de modo que quanto maior for esse desequilíbrio, mais sérias
serão as consequências às vítimas do evento. Normalmente as catástrofes
exigem ajuda externa.

239
No nosso país, onde temos como principais catástrofes naturais as
enchentes, normalmente não se faz necessário o atendimento pré-hospitalar
devido aos danos serem basicamente materiais, os serviços de atendimento pré-
hospitalares atuam, na grande maioria das vezes, em catástrofes provocadas
pelo homem e acidentes com múltiplas vítimas.
Como parâmetro de magnitude, consideramos acidente com múltiplas
vítimas aqueles eventos súbitos com mais de 5 (cinco) vítimas graves.

ATENDIMENTO
O atendimento a acidentes com múltiplas vítimas é um desafio no qual
os serviços de atendimentos pré-hospitalares e os hospitais se deparam com
frequência. Diariamente temos em nosso país acidentes dos mais variados tipos
com número de vítimas superior a cinco.
É preciso que haja um comandante da área no local, junto a um Posto
de Comando, identificável por todos e que todos obedeçam a suas ordens e
orientações; um coordenador médico para chefiar as atividades médicas locais
e um coordenador operacional para as atividades de salvamento, todos
trabalhando conjuntamente.
É necessário que haja comunicação entre as equipes de atendimento,
bem como comunicação com a central de operações. Tal comunicação não deve
interferir na rede de comunicações da unidade, para evitar congestionamento.

CMA – COMANDO MÉDICO AVANÇADO


A função de comando tem por objetivo evitar três grandes transtornos:
• Ocorrência de novos acidentes;
• Tratamento e transporte inadequado das vítimas aos hospitais;
• Que o caos local seja transferido ao hospital mais próximo.
Ex.: Acidente com ônibus na BR-116, próximo à Curitiba: 100 ocupantes; 36
mortos no local, 50 feridos e 14 ilesos. Um só hospital recebeu 30 vítimas de
uma só vez, enquanto outros dois receberam 12 e 8 vítimas respectivamente.

240
TRIAGEM
A doutrina do atendimento a acidentes com múltiplas vítimas (AMUVI),
diante do desequilíbrio momentâneo dos recursos disponíveis em relação ao
grande número de vítimas, preconiza: empregar todos os esforços para o maior
número de vítimas.
Assim sendo, no atendimento a múltiplas vítimas, triagem significa
atendê-las, classificando-as em graus de prioridades para que resulte no
salvamento do maior número de vítimas, empregando o critério do melhor
atendimento para o maior número de vítimas.
A triagem consiste numa avaliação rápida das condições clinicas das
vítimas para estabelecer prioridades de tratamento médico.
A triagem consiste de ações simples e rápidas, gastando no máximo de
60 a 90 segundos por vítima.
A tática de triagem adotada por vários órgãos de urgência e emergência,
obedece a técnica denominado START (Simples Triagem e Rápido Tratamento)
por ser um método simples, que se baseia na avaliação da respiração, circulação
e nível de consciência, dividindo as vítimas em quatro prioridades e utiliza
cartões coloridos para definir cada uma das prioridades.

241
242
CARTÃO VERMELHO
• Choque;
• Amputações.
• Lesões arteriais;
• Hemorragia Severa;
• Lesões por inalação;
• Queimaduras em face;
• Lesão de face e olhos;
• Lesões intra-abdominais;
• Insuficiência Respiratória;
• Pneumotórax Hipertensivo
• Lesões extensas de partes moles;
• Queimaduras de 2º grau maior que 20% a 40%, ou de 3º grau maior que 10
a 30%;
São as vítimas que necessitam de algum atendimento médico de forma
imediata, pois correm risco de vida.

CARTÃO AMARELO
• Fraturas;
• TCE leve, moderado;
• Queimaduras menores;
• Traumatismos abdominais e torácicos;
• Ferimentos com sangramento que necessitam suturas.
São as vítimas que necessitam de algum atendimento médico no local e
posterior transporte hospitalar, porém que não possuem risco de vida imediato.

CARTÃO VERDE
• Contusões;
• Hematomas;
• Escoriações;
• Pequenos ferimentos.

243
São as vítimas que apresentam pequenas lesões, geralmente estão sentadas
ou andando, sem risco de vida e que podem ser avaliadas ambulatoriamente.
Os pacientes classificados com a cor verde, são os pacientes que
causam mais problemas na cena do acidente, geralmente estão com dor e, em
estado de choque e tendem a ser pouco cooperativos.

CARTÃO PRETO
• Em óbito;
• Múltiplos traumas graves;
• Ferimentos incompatíveis a vida.
São as vítimas em óbito. Naquelas situações em que há um desequilíbrio
entre os recursos médicos e o número de vítimas, todos os pacientes com
traumatismos severos, com poucas chances de sobrevida, também vão
para essa área de prioridade.

TÉCNICA START
Cabe à primeira guarnição que chega no local do acidente, procurar
congelar a área e iniciar a triagem preliminar, enquanto solicita apoio, visando
salvar o maior número de vítimas de óbito iminente.
Os socorristas deverão realizar a triagem observando a RESPIRAÇÃO,
PERFUSÃO e NÍVEL DE CONSCIÊNCIA.

244
TÉCNICA START

PALCO

ARMADILHAS DA TRIAGEM
• Equipe inadequada;
• Foco somente em um paciente;
• Ausência de plano;
• Liderança indecisa;
• Mais tratamento que triagem.

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ANOTAÇÕES
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246
Capítulo 29 - PRODUTOS PERIGOSOS

INTRODUÇÃO
Considera-se produto perigoso aquele que representa risco para a
saúde de pessoas, para a segurança pública ou para o meio ambiente.

PORTARIA Nº 204/97 DO MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES


• CARGA PERIGOSA?
• CARGA DE PRODUTOS PERIGOSOS?

CONTROLE DA CENA
• 1º Passo
• Garantir condições de segurança;
• Identificar o risco do produto;
• Verificar a direção do vento;
• Evitar contato com o mesmo;
• Análise da cena – mecanismo;

CLASSIFICAÇÃO
O sistema de classificação dos produtos perigosos é estabelecido pela
Organização das Nações Unidas (ONU) e são divididos em classes e
subclasses.

CLASSES DE RISCOS
• 1. Explosivos
• 2. Gases Comprimidos
• 3. Líquidos Inflamáveis
• 4. Sólidos Inflamáveis
• 5. Substâncias Oxidantes
• 6. Substâncias Tóxicas e Infectantes
• 7. Substâncias Radioativas
• 8. Corrosivos
• 9. Diversos

247
PAINEL DE SEGURANÇA

Os painéis de segurança devem ser laranjas com bordas pretas e terem


o número da ONU e o número de risco do produto transportado em caracteres
negros.
Deverão ser confeccionados em material impermeável, resistentes a
intempéries, que permaneça intacto durante o trajeto.

CLASSE 1 - EXPLOSIVOS

248
EX.: Pólvora, dinamite.

CLASSE 2 - GASES
Classe 2 - GASES, com as seguintes subclasses:
• Subclasse 2.1 - Gases inflamáveis; EX.: GLP.
• Subclasse 2.2 - Gases não-inflamáveis, não-tóxicos; EX.: Nitrogênio.
• Subclasse 2.3 - Gases tóxicos; EX.: Cloreto de arsênico.

CLASSE 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS

249
Classe 3 - LÍQUIDOS INFLAMÁVEIS
EX.: Qualquer liquido que tenha seu ponto de ignição menor que 60 graus.

CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS


Classe 4 - Esta classe se subdivide em:
• Subclasse 4.1 - Sólidos inflamáveis; EX.: Magnésio.
• Subclasse 4.2 - Substâncias sujeitas a combustão espontânea; EX.:
Material piro fórmicos.
• Subclasse 4.3 - Substâncias que, em contato com a água, emitem gases
inflamáveis. EX.: Carbonato de Cálcio.

CLASSE 5 - OXIDANTES

250
Classe 5 - Esta classe se subdivide em:
• Subclasse 5.1 - Substâncias oxidantes; EX.: Nitrato de Amônia.
• Subclasse 5.2 - Peróxidos orgânicos.
EX.: Etilmetilcetona.

CLASSE 6 - TÓXICO
Classe 6 - Esta classe se subdivide em:
• Subclasse 6.1 - Substâncias tóxicas (venenosas); EX.: Gás lacrimogênio.
• Subclasse 6.2 - Substâncias infectantes;
EX.: Tétano e vírus da poliomielite.

CLASSE 7 RADIOATIVO
Classe 7 - MATERIAIS RADIOATIVOS

251
EX.: Urânio.

CLASSE 8 CORROSIVO
Classe 8 – CORROSIVOS
EX.: Ácido sulfúrico.

CLASSE 9 SUBSTÂNCIAS DIVERSAS


Classe 9 - SUBSTÂNCIAS PERIGOSAS DIVERSAS.

252
EX.: Qualquer material que durante o transporte seja perigoso, mas que por suas
características não está enquadrado nas outras classes.

LOCALIZAÇÃO DAS PLACAS

253
ISOLAMENTO E PROTEÇÃO
Identificado o produto o primeiro passo é realizar o isolamento do local,
definindo as zonas quentes, morna e fria.

MANUAL PARA ATENDIMENTOS

254
EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL E
COLETIVO
Nível A: proteção máxima para vias aéreas, olhos e peles, ou seja nenhum
contato com a substância, e o que se chama de vestimenta encapsulada.

NÍVEL B: PROTEÇÃO MÁXIMA PARA VIAS AÉREAS E OLHOS,


MAS MENOR PROTEÇÃO PARA A PELE
NÍVEL B: de proteção requer o mesmo nível de proteção respiratória que
o Nível A, porém um menor nível para proteção da pele. O NÍVEL B é uma
proteção contra derramamento e contato com agentes químicos na forma
líquida.

NÍVEL C: PROTEÇÃO PARA PELE E OLHOS COM MENOR


EXIGÊNCIA PARA PROTEÇÃO DE VIAS AÉREAS
Nível C: para a pele é idêntico ao nível B, mas o grau
de proteção respiratória é inferior. Pode ser utilizada com equipamento
255
autônomo de proteção ou com máscaras com filtros químicos, dependendo da
situação.

DESCONTAMINAÇÃO
A descontaminação é uma das etapas mais importantes do atendimento
com produtos perigosos, pois evita que o produto saia da área da ocorrência
para outros locais.
A descontaminação é um procedimento que não deve ser rápido, mas
minucioso.

O TIPO DE DESCONTAMINAÇÃO DEPENDE MUITO DO


PRODUTO PERIGOSO
Emulsificação: detergentes, sabões que têm a capacidade de produzir o efeito
tensoativo.
Degradação ou neutralização: uso de outro produto químico que combinado
neutraliza o produto perigoso. Não deve ser usado em tecidos vivos.
Desinfecção: eliminação dos microrganismos, toxinas por processos de
limpeza.
Diluição: diminuição da concentração do produto em substância solúvel,
normalmente água. Tomar cuidado com o escoamento da solução.
Absorção ou penetração: realizado com o auxílio de absorventes.
Remoção: com aspiração, jato d'água, escovas, etc.
Eliminação: jogando fora os materiais em contato com o produto em local
apropriado.

256
ANOTAÇÕES
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257
Capítulo 30 – COMBATE À INCÊNDIO

INTRODUÇÃO
DEFINIÇÃO DO FOGO:
FOGO ou COMBUSTÃO: é uma reação química de oxidação controlada, capaz
de desprender luz, calor, fumaça e gases
Para que haja fogo é fundamental e necessário, que haja mais de um
elemento (Tetraedro do Fogo) para compor essa reação.
INCÊNDIO: é forma incontrolada do fogo.

COMBUSTÍVEL
É toda a substância capaz de queimar e alimentar a combustão. É o
elemento que serve de campo de propagação ao fogo, podem ser:

SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

COMBUSTÍVEIS SÓLIDOS
258
Tem a propriedade de queimar em sua superfície e profundidade,
deixando resíduos (cinza/brasas).
Ex: Madeira, papel, plástico, tecidos, algodão etc...

COMBUSTÍVEIS LÍQUIDOS
Tem a propriedade de queimar em sua superfície, não deixando resíduos.
Podem ser:
VOLÁTEIS: líquidos que desprendem gases a temperatura ambiente.
Ex.: Álcool, éter, gasolina, nafta, benzina etc..
NÃO VOLÁTEIS: líquidos que para desprender gases necessitam de
temperatura maior que a do ambiente.
Ex.: Óleo, graxa etc...

COMBUSTÍVEIS GASOSOS
Tem a propriedade de queima rápida (explosão) de qualquer quantidade
que estiver solto no ambiente, podem ser inodoro e incolor.

259
COMBURENTE
É o elemento ativador do fogo, ele da vida à chama, o oxigênio está
contido no ar atmosférico em 21%, portanto está em todos os ambientes.
Em ambiente abaixo de 16% de oxigênio não há fogo.

O AR

1% 21%

78%

OXIGENIO NITROGENIO OUTROS GASES

CALOR
Forma de energia que eleva a temperatura, gerada da transformação de
outra energia, através de processo químico ou físico.
• Energia Química
• Energia Elétrica
• Energia Mecânica

260
• Energia Nuclear

REAÇÃO EM CADEIA
Os combustíveis após o contato com o comburente e o calor iniciam
a combustão (queima), gerando mais calor que provocará o desprendimento de
mais gases combustíveis e assim sucessivamente gerando uma reação em
cadeia de queima, gerando mais calor, desprendendo ainda mais vapores
combustíveis ....

PROPAGAÇÃO DO FOGO
O fogo pode se propagar pelo contato das chamas com outros
combustíveis, através do deslocamento de partículas incandescentes ou pela
ação do calor.
O calor se propaga através de três processos de transmissão:

CONDUÇÃO, CONVECÇÃO OU IRRADIAÇÃO


CONDUÇÃO:

261
É a transmissão através do calor do próprio material que queima,
propagando-se de molécula a molécula.

CONVECÇÃO:
Quando o calor e transmitido através de uma massa de ar aquecido
ascendente, levando calor suficiente para que, ao contato com os materiais ali
existentes atinjam seu ponto de combustão gerando um novo foco de incêndio.

IRRADIAÇÃO:
É quando o calor se transmite através do espaço por ondas
caloríficas, sem a utilização de qualquer meio material.

262
PONTOS DE TEMPERATURA
FULGOR:
Temperatura em que um combustível comece a desprender vapores ou
gases inflamáveis, que combinados com ar e uma chama iniciam a queima e
esta não se mantém, pois, os gases não são suficientes para manter a queima
e a reação em cadeia.

COMBUSTÃO:
Temperatura em que um combustível comece a desprender vapores ou
gases inflamáveis, que combinados com ar e chama iniciam a queima, contudo
mesmo que se retire a chama, os vapores e gases desprendidos já são
suficientes para manter a queima e a reação em cadeia.

263
IGNIÇÃO:
Temperatura em que os gases desprendidos dos combustíveis, entram
em combustão apenas pelo contato com o oxigênio, sem necessidade de uma
chama.

264
PRINCIPAIS PONTOS DE TEMPERATURA DE
ALGUNS COMBUSTÍVEIS INFLAMÁVEIS
Combustíveis Temperatura
Ponto de Fulgor
Inflamáveis de Ignição

Álcool etílico 12,6°C 371,0°C


Gasolina -42,0°C 257,0°C
Querosene 38,0°C a 73,5°C 254,0°C
Parafina 199,0°C 245,0°C

CLASSES DE INCÊNDIO
Os incêndios são classificados de acordo com as características de seus
combustíveis.
Apenas conhecendo a natureza do material que está queimando podemos
descobrir um método eficaz para uma extinção rápida e segura.

SÓLIDOS COMBUSTÍVEIS
Caracteriza-se por fogo em materiais sólidos, queimam em superfície ou
em profundidade, sua queima deixa resíduos após o término.
Esse tipo de incêndio é extinto principalmente pelo método do
resfriamento e ou abafamento através de jato pulverizado.

LÍQUIDOS E GASES COMBUSTÍVEIS


265
Caracteriza-se por fogo em combustíveis líquidos, queimam em
superfície, e não deixam resíduos quando do término da queima.
Esse tipo de incêndio é extinto por abafamento.

EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS ENERGIZADOS


Caracteriza-se por fogo em materiais ou equipamento elétricos
energizados, sua queima deixa resíduos sólidos.
A extinção deve ser executada através de materiais não condutores de
energia, ou se for possível desligar a energia, poderá ser extinto como incêndio
classe B.
Quando desenergizados transformam-se em: CLASSE A

METAIS INFLAMÁVEIS
Caracteriza-se por fogo em metais pirofóricos (alumínio, antimônio,
magnésio et...), difíceis de serem extintos.
Sua extinção deve ser feita pelo método de abafamento, sem utilização
de água, já que esse tipo de material quando em chamas reage com a água
provocando pequenas explosões.

266
D

ÓLEO E GORDURAS
Caracteriza-se por fogo óleo e gorduras vegetais usados em cozinhas
Sua extinção deve ser feita pelo método de abafamento, sem utilização
de água.

K
MÉTODOS DE EXTINÇÃO
Os métodos de extinção do fogo baseiam-se na eliminação de um ou
mais dos elementos essenciais que provocam o fogo.

RETIRADA DO CALOR
Este método consiste na diminuição do calor até que o combustível não
gere mais vapores ou gases inflamáveis apagando assim a chama.

267
RETIRADA DO COMBUSTÍVEL
Para esse método podemos aplicar duas técnicas:
• Retirada do material que está queimando.
• Retirada do material que está próximo ao fogo.

RETIRADA DO OXIGÊNIO
Este método consiste na diminuição ou impedimento do contato entre o
oxigênio (comburente) e o combustível (material que queima).

QUEBRA DA REAÇÃO EM CADEIA


Este método consiste no seguinte: o combustível, sob ação do calor,
gera gases ou vapores que, ao se combinarem com o comburente, formam uma
mistura inflamável. Quando lançamos determinados agentes extintores ao fogo,
suas moléculas se dissociam pela ação do calor e se combinam com a mistura
inflamável (gás ou vapor mais comburente), formando outra mistura não
inflamável.

268
MÉTODOS DE ATAQUE
ATAQUE DIRETO

ATAQUE COMBINADO

269
ATAQUE INDIRETO

AGENTES EXTINTORES
É todo material que aplicado ao fogo, interfere em sua reação química,
provocando uma descontinuidade de um ou mais lados do TETRAEDRO DO
FOGO, alterando as condições para que haja a combustão.
Equipamentos carregados com agentes extintores que se destinam ao
combate rápido e imediato de um princípio, foco ou pequeno incêndio, e não
devem ser considerados como substitutos dos sistemas de extinção e combate
a incêndio mais complexos, mas como equipamentos adicionais.

CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES

EXTINTOR ÀGUA
Age por resfriamento e/ou abafamento;
Pode ser aplicado na forma de jato sólido, chuveiro e neblina;
Para os dois primeiros casos, a ação é por resfriamento;
Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento.
ATENÇÃO:
Nunca use água em fogo das classes C e D.
Nunca use jato direto na classe B.

270
EXTINTOR
DE ÁGUA

EXTINTOR CO2
Agente extintor indicado para incêndios classe C, por não ser condutor de
energia elétrica;
Age por abafamento;
Pode ser utilizado também em incêndios de classe A se no princípio e,
classe B se em ambientes fechados.

EXTINTOR
DE CO2
(GÁS CARBONICO)

EXTINTOR PQS
Agente extintor indicado para combates em incêndio classe B;
Age por abafamento, podendo ser utilizado em classe A e C;
Pode danificar equipamentos eletrônicos, por ser corrosivo;
Usa como base o bicarbonato de sódio.

EXTINTOR
PQS
(PÓ QUIMICO SECO) 271
EXTINTOR DE ESPUMA
Agente extintor indicado para incêndios de classe A e B;
Age por abafamento e posteriormente por resfriamento;
Por ter água em sua composição não dever ser utilizado em incêndios de
classe C, pois conduz energia elétrica.

EXTINTOR
DE ESPUMA

CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES


Utiliza como agente extintor o fosfato monoamônico no lugar do antigo pó
químico seco à base de bicarbonato de sódio;
O extintor dos veículos tem validade de 5 anos uma vez utilizado o
motorista deve descartá-lo e adquirir um novo;
Os extintores acima de 2kg, seguem as manutenções convencionais.

EXTINTOR
ABC

272
CARACTERÍSTICAS DOS EXTINTORES

Incêndio Água PQS CO2 Halon


Classe “ A “ Eficiente Pouco Pouco Pouco
Eficiente Eficiente Eficiente
Classe “ B “ Não eficiente Eficiente Eficiente
Classe “ C “ Não Eficiente* Eficiente Eficiente
Classe “ D “ Não PQS** Não Não
especial
Unidade
Extintora 10 Litros 4 Kg 6 Kg 2 Kg***
Alcance
Médio do jato 10 m 5m 2,5 m 3,5 m
Tempo de
Descarga 60 Seg. 15 Seg. 25 Seg. 15 Seg.
Método de Resfriamento Quebra da Abafamento Químico
Extinção reação em (resfriamento) (abafamento)
cadeia
(abafamento)

CUIDADOS COM EXTINTORES


Observar a validade de cada extintor descrito em seu corpo;
Verificar lacre;
Verificar estado geral do extintor, como corpo, gatilho, mangueiras e
difusores;
Verificar se está em local adequado e sem obstruções que dificulte seu
acesso;
Verificar a carga dos extintores pelo manômetro ou pelo peso, conforme
característica de cada extintor.

CUIDADOS AO COMBATER INCÊNDIOS


Posicionar-se sempre a favor do vento;
Quando no motor, abrir vagarosamente o capô, evitando o avanço das
chamas;
Localizar o foco do incêndio e combatê-lo;
Utilizar o extintor com jatos curtos, abaixando as chamas para localizar o
foco;
Não dar as costas depois de extinto, pois pode haver reignição.

273
ANOTAÇÕES
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274
Capítulo 31 - RESGATE VERTICAL

SEGURANÇA
Atendimento pré-hospitalar e operações de resgate prioriza-se a
SEGURANÇA!
Quando se trata de altura um erro pode ser fatal para o socorrista e para
a vítima.
Portanto dizemos que: “ em primeiro temos a segurança do socorrista,
em segundo e terceiro a segurança também do socorrista e posteriormente a
vítima ”

INÍCIO DO RESGATE
Todo resgate em área remota deve ser realizado sob supervisão.
Análise de Risco.
Para atividades rotineiras em ribanceira a análise de risco poderá estar
contemplada no respectivo procedimento operacional.

ANÁLISE DE RISCOS
• O isolamento e a sinalização;
• Os pontos de ancoragem;
• As condições meteorológicas adversas;
• EPC E EPI a ser utilizado;
• O risco de queda de materiais e ferramentas;
• As condições impeditivas (rede de energia, bloqueio de máquinas);
• As situações de emergência e o planejamento do resgate e primeiros
socorros;
• A forma de supervisão.

SISTEMA CONTRA QUEDAS

275
Cadeirinha Um elo entre o cinturão e um Ponto de Ancoragem
ponto de ancoragem

FORÇA DE IMPACTO
É a forca gerada por um corpo em movimento ao encontrar um obstáculo.
Vai ser representada por um “f” no fim da unidade de massa.
Quanto maior o fator de queda;
Maior a força de impacto;
E maior e o risco para o Socorrista!!!

TRANSFORMÇÕES DE MEDIDAS
1 N = 0,1 kgf
1 kN = 1000 N = 100 kgf
1 kgf = 1 kg
N = NEWTONS
Kgf = quilograma força
Kn = quilo Newtons

FORÇA GERADA POR UMA QUEDA


FORÇA NA QUEDA = M x A x H , onde
M – massa da pessoa
A – aceleração da gravidade 9,8 m/s2 (aprox 10)
H – altura da queda
12 KN ou 1.200 kgf de impacto pode vir a ter danos irreversíveis
(hemorragia interna).

276
SÍNDROME DE SUSPENSÃO DE INERTE
São sintomas relacionados a suspensão inerte em cintos de segurança,
podem começar já após alguns minutos de suspensão:
Sintomas:
•Formigamento, Amortecimento;
•Tonturas, Náuseas, Hipertermia, Inconsciência;
Problemas e Complicações:
Represamento de volume circulatório nos membros inferiores, resultando em
várias complicações como: choque circulatório, reações fisiológicas, entre
outras.
Complicações na liberação deste represamento:
•Choque ortostático
•Traumas irreversíveis e óbito.

EQUIPAMENTOS
É de extrema importância sempre realizar a inspeção dos equipamentos;
O equipamento que apresentar qualquer tipo de defeito, dano ou desgaste
natural que o torne impróprio para utilização ou que tenha ultrapassado o seu
limite de vida útil, deve ser descartado.

MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Cordas:
• Bitola: 11,5 a 12,5 mm
• Carga: até 4.000 kg
• Material: Nylon
• Normas: NFPA
• Cuidados: cantos vivos, linhas de pipa, fragmentos de areia, materiais
combustíveis.
• Limpeza: água e sabão neutro.

277
Cordins
• Bitola: 6 e 8 mm
• Carga: 700 e 1.400 kg
• Material: Nylon
• Normas: UIAA, UE
• Cuidados: cantos vivos, linhas de pipa, fragmentos de areia, materiais
combustíveis.
• Limpeza: água e sabão neutro.

Fitas Tubulares
• Bitola: é dada em pol
• Carga: 1 pol +/- 1800kg
• Material: Nylon
• Normas: UIAA, UE
• Cuidados: cantos vivos, linhas de pipa, fragmentos de areia, materiais
combustíveis.

278
• Limpeza: água e sabão neutro.

Mosquetões
• Vários tamanhos e formas.
• Basicamente dois tipos de travas: Auto lock e Twist lock.
• Carga: 4.500 kg e 2.300 kg.
• Material: Aço e Alumínio.
• Normas: UIAA, UE, NFPA.
• Cuidados: não sofrer quedas ou fortes impactos, nem podem ser
alavancados.
• Limpeza: podem ser lubrificados e depois lavados com água e sabão.

Freio Oito de Resgate


• Possuem orelhas e orifício central.
• Carga: 4.000 a 4.500 kg.
• Material: Aço ou Duro Alumínio
• Normas: NFPA.
279
• Cuidados: não sofrer quedas ou fortes impactos, nem podem ser
alavancados.
• Limpeza: lavados com água.

Blocantes Mecânicos
• Travam a corda para determinadas operações.
• Deve-se respeitar as bitolas de cordas máximas e mínimas impressas no
corpo do blocante.
• Material: Aço ou alumínio.
• Normas: UIAA, UE, NFPA
• Cuidados: não sofrer quedas ou fortes impactos.
• Limpeza: lavados com água.

Polias
• Possuem vários modelos para os diversos tipos de serviços.
• Servem para deslizar a corda com maior facilidade (menos atrito).
• Material: Aço ou alumínio.
• Normas: UIAA, UE, NFPA.
• Cuidados: não sofrer quedas ou fortes impactos.
• Limpeza: podem ser lubrificadas e lavadas com água e sabão neutro.

280
Cinto Cadeira
• Divididas em classes;
• Proporcionam conforto nas operações;
• Também são normatizadas;

Capacete
• Características específicas para trabalhos em altura;
• Pequeno Peso;
• Também são regidos por normas.

281
Luvas
• Protegem as mãos contra o atrito provocado pelas cordas.
• Devem ser usadas em alguns momentos da operação.

Óculos de proteção
• Protegem os olhos contra fagulhas que se soltam das cordas.
• Mantendo o resgatista integro para efetuar o resgate.

SKED
• Confeccionado em Kevlar (fibra sintética de para-aramida, muito conhecida
pela sua resistência e leveza);
• Tirantes para fixação;
• Fitas para trabalhos com aeronaves e tirolesas;

282
OSS 2
• KED adaptado para o SKED
• Tirantes coloridos e que cruzam no tórax.
• Tala para não forçar o tórax.

ANCORAGENS
◼ Deverá ser avaliado pelo socorrista
◼ Tendo como características principais:
- SEGURANÇA
- CONFIÁVEL
- PRÓXIMO AO LOCAL DA OCORRÊNCIA
Em caso de árvores avaliar o tronco e profundidade da raiz;
◼ Existem vários tipos de ancoragens;
◼ Porém devemos ser simples e seguros;

PONTO BOMBA
 Ponto extremamente confiável;

283
 Realiza-se uma única amarração;
 PA 8 vezes maior que a bitola da corda;
 No mínimo 4 voltas;

ANCORAGEM SIMPLES
 Utiliza-se de dois pontos em linha;
 Faz duas amarrações com a mesma corda por medidas de segurança (Back
up);

Em Série
 Utiliza-se de dois pontos em linha;
 Faz duas amarrações com a mesma
corda por medidas de segurança (Back up);

284
EQUALIZADA OU AUTO EQUALIZÁVEL
◼ Utiliza-se de dois ou mais pontos;
◼ Divide a carga em dois ou mais pontos;
◼ Deve-se respeitar angulação máxima de 90º.

SISTEMA DE REDUÇÃO DE FORÇA SIMPLES


Podem ser pares ou impares; simples, combinadas ou complexas;
A de maior aplicabilidade é o sistema em “Z” ou 3x1;

SISTEMA DE REDUÇÃO DE FORÇA SIMPLES COM


CAPTURA DE PROGRESSO
Utiliza-se de uma única corda para ancoragem da maca e sistema de
redução.

285
SISTEMA DE REDUÇÃO DE FORÇA SIMPLES
INDEPENDENTE COM CAPTURA DE PROGRESSO

Utiliza-se de uma corda para ancoragem da maca e captura de progresso e


outra para o sistema de redução;

SISTEMA CATERPILLAR
Técnica para retirada de vítimas de trilhas em grande desnível
(ribanceira);
Caracterizada por avanços gradativos e contínuos;
EQUIPE:
◼ 2-Montadores – verificam pontos de ancoragens alinhados com a maca e
montam o sistema de polia;

286
◼ 4-Transporte da maca – elevam a maca do solo para diminuir o atrito enquanto
são puxados, revezam - se entre si e em X;
◼ 1-Monitoramento – verifica os sinais vitais da vítima a todo momento (5min),
transporta a mochila de primeiros socorros;
◼ Contra Peso – Puxam a corda para subida da maca, podem revezar com a
equipe da maca;

287
ANOTAÇÕES
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Capítulo 32 - RESGATE VEÍCULAR

INTRODUÇÃO
Regate veicular é o procedimento utilizado para localizar, acessar,
estabilizar e transportar vítimas que estejam presas nas ferragens de um veículo
acidentado. O resgate veicular envolve principalmente o desencarceramento e
extração de vítimas.

CONCEITO
• Localizar: Chegar até o local, identificar a presença de vítimas dentro dos
veículos acidentados ou próximas;
• Acessar: É a utilização das técnicas de desencarceramento, é chegar até a
vítima deixando-a livre das ferragens;
• Estabilizar: É o emprego de técnicas de atendimento pré-hospitalar, e a
extração da vítima do interior do veículo;
• Transportar: É a condução rápida de uma vítima até o hospital que tenha
condições de atendê-la, de acordo com os traumas presentes.

DESENCARCERAMENTO
Movimentação e retirada das ferragens que estão prendendo a vítima e/ou
impedindo o acesso dos socorristas e a obtenção de uma via de retirada da
vítima.
Dizemos que desencarcerar é retirar as ferragens da vítima.

EXTRAÇÃO
Extração é a retirada da vítima desencarcerada do interior do veículo.
Dizemos que extrair é retirar das ferragens.
Extração em Ângulo Zero é a forma de manipulação para extração de
vítima sem que haja flexão anterior, posterior, lateral e rotação de alguma região
da coluna vertebral, minimizando o agravamento de lesão raquimedulares. O
paciente será movimentado no sentido anti gravitacional, movimento esse que
diminui a pressão intradiscal da coluna vertebral.

289
CLASSIFICAÇÃO DOS GRAUS DO ENCARCERAMENTO

Encarceramento Mecânico: A vítima, embora possa não apresentar lesões,


devido à deformação do veículo acidentado está impossibilitada de sair pelos
meios próprios.

Encarceramento Físico Tipo I: Situação em que a vítima apresenta lesões que


requerem a criação adicional para se poder, em condições de segurança, prestar
os cuidados pré-hospitalares necessários à sua estabilização e para que a
extração seja o mais controlada possível.

Encarceramento Físico Tipo II: Situação em que a vítima apresenta lesões


devido ao contato físico ou penetração de estruturas componentes do veículo.
Considerando as lesões da vítima ou as condições de segurança, a extração
poderá ser controlada ou imediata/rápida.

ACESSO A VÍTIMA
• De modo geral a retirada da vítima pode ser bem simples;
• Verifique primeiro se as portas estão abertas;
• Não sendo possível execute ações mais agressivas, arrombando portas e
vidros, alargando ou cortando.

ANOTAÇÕES

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Capítulo 33 – SALVAMENTO AQUÁTICO

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INTRODUÇÃO
Embora as praias sejam um grande atrativo para turistas, e o local onde
ocorre o maior número de salvamentos, não é na orla e sim em águas doces
onde ocorre o maior número de afogamentos com morte. É importante
conhecermos o perfil das vítimas e as razões que facilitam o afogamento, pois
nestes dados serão baseados o planejamento mais adequado e as medidas de
prevenção necessárias para cada área em particular.

DEFINIÇÃO DE AFOGAMENTO
É a aspiração de líquido causada por submersão ou imersão. O termo
aspiração refere-se à entrada de líquido nas vias aéreas (traqueia, brônquios ou
pulmões), e não deve ser confundido com “engolir água”.

CLASSIFICAÇÃO DO AFOGAMENTO

Quanto ao Tipo de água (importante para campanhas de


prevenção):
1. Afogamento em água doce: piscinas, rios, lagos ou tanques.
2. Afogamento em água salgada: mar.
3. Afogamento em água salobra: encontro de água doce com o mar.

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4. Afogamento em outros líquidos não corporais: tanque de óleo ou outro material
e outros.

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O PASSO-A-PASSO NO AFOGAMENTO (CADEIA DE
SOBREVIVÊNCIA)

MEDIDAS DE PREVENÇÃO EM AFOGAMENTO


• Aprenda a nadar a partir dos 2 anos.
• Mantenha atenção constante nas crianças.
• Nunca nade sozinho.
• Mergulhe somente em águas fundas.
• Prefira sempre nadar em águas rasas.

• Não superestime sua capacidade de nadar, tenha cuidados.

PRAIAS
As correntes de retorno, também chamadas de vala do mar ou repuxo,
são fluxos intensos que se deslocam da beira da praia em direção ao oceano
aberto, arrastando os banhistas mais distraídos e, muitas vezes, causando
afogamentos.

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RESGATE E BLS NA ÁGUA - O SOCORRO

SE VOCÊ FOR A VÍTIMA


• Mantenha a calma – a maioria das pessoas morre por conta do desgaste
muscular desnecessário na luta contra a correnteza.
• Mantenha-se apenas flutuando e acene por socorro.
• Só grite se realmente alguém puder lhe ouvir, caso contrário você estará se
cansando e acelerando o afogamento.
• Acenar por socorro geralmente é menos desgastante e produz maior efeito.
• No mar, uma boa forma de se salvar é nadar ou deixar se levar para o alto
mar, fora do alcance da arrebentação e a favor da correnteza, acenar por socorro
e aguardar. Ou se você avistar um banco de areia tentar alcançá-lo.

SE VOCÊ FOR O SOCORRISTA


• Decida o local por onde irá atingir ou ficar mais próximo da vítima;
• Tente realizar o socorro sem entrar na água;
• Se a vítima se encontra a menos de 4 m (piscina, lagos, rios), estenda um
cabo, galho, cabo de vassoura para a vítima. Se estiver a uma curta distância,
ofereça sempre o pé ao invés da mão para ajudá-la – é mais seguro;
• Se a vítima se encontra entre 4 e 10 m (rios, encostas, canais), atire uma boia
(garrafa de 2 litros fechada, tampa de isopor, bola), ou amare-a a uma corda e
atire a vítima segurando na extremidade oposta;
• Deixe primeiro que a vítima se agarre ao objeto e fique segura. Só então a
puxe para a área seca.
• Se for em rio ou enchentes, a corda poderá ser utilizada de duas formas:
Cruzada de uma margem a outra obliquamente, de forma que a vítima ao atingí-
la será arrastada pela corrente à margem mais distante; ou fixando um ponto a
margem e deixando que a correnteza arraste-a para mais além da mesma
margem.

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SE VOCÊ DECIDIU ENTRAR NA ÁGUA PARA
SOCORRER

• Avise a alguém que você tentará salvar a vítima e que chame socorro
profissional;
• Leve consigo sempre que possível algum material de flutuação (prancha,
boia, ou outros);
• Retire roupas e sapatos que possam pesar na água e dificultar seu
deslocamento. É válida a tentativa de se fazer das calças um flutuador, porém
isto costuma não funcionar se for sua primeira vez;
• Pare a 2 metros antes da vítima e lhe entregue o material de flutuação.
Sempre mantenha o material de flutuação entre você e a vítima.
• Nunca permita que a vítima chegue muito perto, de forma que possa lhe
agarrar. Entretanto, caso isto ocorra, afunde com a vítima que ela lhe soltará.
• Deixe que a vítima se acalme, antes de chegar muito perto.
• Se você não estiver confiante em sua natação, peça a vítima que flutue e
acene pedindo ajuda. Não tente rebocá-la até a borda da piscina ou areia, pois
isto poderá gastar suas últimas energias.
• Durante o socorro, mantenha-se calmo, e acima de tudo não se exponha ou
ao paciente a riscos desnecessários.

O SUPORTE BÁSICO DE VIDA DENTRO DA ÁGUA


Sem equipamento – só é recomendável com dois guarda-vidas ou com um
guarda-vidas em água rasa.
Com equipamento – Pode ser realizado com apenas um guarda-vidas. O tipo
de material deve ser escolhido conforme o local do resgate. O material de
flutuação deve ser utilizado no tórax superior, promovendo uma espontânea
hiperextensão do pescoço e a abertura das vias aéreas.
Nota: Casos de ventilação dentro da água não são possíveis de serem
realizados com barreira de proteção (máscara), por impossibilidade técnica,
sendo aconselhável a realização do boca-a-boca. O risco de adquirir doenças,
como a AIDS nesta situação é uma realidade, embora não exista nenhum caso

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descrito na literatura em todo mundo até hoje. É recomendável que todos os
profissionais de saúde sejam vacinados para hepatite B.

TRAUMATISMO VÉRTEBRO MEDULAR (TVM) EM


ACIDENTES AQUÁTICOS
• Traumatismos em embarcações.
• Queda em pé (desembarque de barco em água escura).
• Esportes radicais na água.
• Sintomas e sinais sugestivos de TVM.
• Dor em qualquer região da coluna vertebral.
• Traumatismo facial ou de crânio.
• “Formigamento” (anestesia) ou paralisia de qualquer parte do corpo abaixo
do pescoço.

TÉCNICA PARA RESGATE E IMOBILIZAÇÃO DA


COLUNA CERVICAL SEM EQUIPAMENTO - TÉCNICA
GMAR

• Com a vítima voltada com a face para água – emborcada


• Coloque suas mãos por baixo das axilas e prossiga até que elas alcancem a
face na altura das orelhas.

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• Fixe bem suas mãos na cabeça da vítima e levante a vítima de encontro ao
seu tórax procurando manter a cabeça e o pescoço alinhados.
• Procure posicionar a vítima de forma que sua face fique fora da água e
mantenha a vítima contrária as ondas que possam, vir virando se necessário a
cada onda.
• Transporte a vítima arrastando as pernas e o quadril dentro da água até a
areia.
• Ao chegar na areia, posicione a vítima paralela a água com o seu lado direito
voltado para o mar.
• Mantendo a coluna cervical e torácica reta coloque a vítima sentada. O
guarda-vidas deve estar por trás da vítima mantendo a coluna cervical e torácica
alinhadas.
• O guarda-vidas deve retirar a mão esquerda da face da vítima e apoiar por
trás da cabeça/pescoço(nuca) de forma que o cotovelo se apoie no dorso.
Desloque-se lateralmente de forma que suas costas se voltem para o mar.
• Retire então a mão direita e apoie no queixo e tórax alinhando os dois.
• Desta forma deite então a vítima como um só bloco na areia.

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ANOTAÇÕES
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Capítulo 34 - RESGATE EM LOCAIS REMOTOS

DEFINIÇÃO
• Uma área ou região não cultivada ou não habitada por seres humanos;
• Uma área essencialmente não perturbada pela atividade humana junto com
a sua vida comunitária desenvolvida naturalmente;
• Uma área ou região vazia ou sem caminhos;

DEVE-SE CONSIDERAR
• Acesso a cena;
• Condições meteorológicas;
• Luz do dia;
• Tipo de terreno;
• Necessidade especiais de transporte e manipulação;
• Tempo de acesso e transporte;
• Disponibilidade de pessoal;
• Comunicação.

LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO


• Em locais de difícil acesso, mais que nas ruas a segurança é fundamental;
• Socorrista ferido ou morto não ajuda em nada;
• Diferente da rodovia, nesses locais os riscos não são tão evidentes;
• Exposição a interpéres do tempo;
• Estar atento aos riscos específicos da região;
• Balancear riscos e benefícios particulares para cada paciente.

ATENDIMENTO À VÍTIMA
❑ Necessidade de Alimento e Água;
❑ Proteção solar;
❑ Uso de prancha longa;
❑ Imobilizações sem acolchoamento causam dor cruciante em cerca de 45 min
em pessoas não traumatizadas e necrose de pele em 90 min.

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❑ Imobilização em prancha longa para vítimas em locais remotos que excedam
1h30min de resgate:
❑ Acolchoar a prancha para imobilização;
❑ Colocar mais apoio para coluna lombar, joelhos e pescoço;
❑ Imobilizar de modo que se possa mover as pernas;
❑ Não amarrar apertado.

OPERAÇÕES EM RIBANCEIRA
Chegada à Cena do Acidente
 Localizar a vítima;
 Posicionar-se em local adequado ao resgate;
 Acessa - lá de maneira rápida e segura;
 Levar todo equipamento para sua estabilização;

Cuidados com a Vítima


 Estabilizar e dar todo suporte necessário no local;
 Fixa-la bem ao SKED e prende-la com segurança ao sistema;
 Prevenir hipotermia;
 Monitorar a vítima a todo instante;

Montagem do Sistema
 Decidir pela melhor e mais rápida técnica para retirada da vítima;
 Conferir depois de montado;
 Iniciar a retirada da vítima com segurança;

Término da Ocorrência
 Recolher todo material e conferir;
 Averiguar possíveis avarias;
 Limpeza do material;

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ANOTAÇÕES
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REFERÊNCIAS

https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_suporte_basico_vida.pdf
https://curem.com.br/curso/phtls
https://www.sanarmed.com/suporte-basico-de-vida-sbv
https://www.acls.net/?gclid=Cj0KCQiA6t6ABhDMARIsAONIYyzkBj8PtvFA1Au3
oyEvMwbW8VP1CZHM3-kKtaaHXPYyFBsxW7Bd0BIaAmlTEALw_wcB
https://www.heart.org/
https://www.gov.br/saude/pt-br
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/prt2048_05_11_2002.html
https://www.sobrasa.org/recomendacoes/
https://cb.es.gov.br/Media/CBMES/PDF's/CEIB/Cursos%20e%20treinamentos/
apostila_resgate_veicular.pdf
https://www.cbm.sc.gov.br/
https://www.sbait.org.br/

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