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TÉCNICAS DE
SOCORRISMO
PRINCÍPIOS BÁSICOS
2016
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ÍNDICE
1. Objetivos.................................................................................................................. 2
2. Conteúdos :.............................................................................................................. 2
3. Socorrismo, técnicas de socorrismo.........................................................................3
3.1. Objetivos Do Primeiro Socorro.............................................................................3
3.2. Cadeia de Sobrevivência....................................................................................... 8
3.3. Exame geral da vítima.........................................................................................11
3.4 Reanimação /Suporte Básico de Vida (SBV).......................................................16
4. ASFIXIA/SUFOCAÇÃO.......................................................................................22
5. CORPOS ESTRANHOS........................................................................................24
5.1. No olho................................................................................................................24
5.2. No ouvido............................................................................................................25
5.3 Nas vias respiratórias........................................................................................... 26
6. DESMAIO/PERDA SÚBITA DE CONSCIÊNCIA..............................................26
7. ELETROCUSSÃO (CHOQUE ELÉTRICO)........................................................ 28
8. ENTORSE..............................................................................................................28
9. ENVENENAMENTO............................................................................................29
10. EPISTAXIS/Hemorragia Nasal........................................................................... 32
11. FERIDAS............................................................................................................. 33
12. FRATURAS.........................................................................................................35
13. Crise de Hipoglicémia (Diabetes)........................................................................ 36
15. Convulsão.............................................................................................................38
16. Crise Asmática..................................................................................................... 40
BIBLIOGRAFIA:...................................................................................................... 42
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MANUAL DE TÉCNICAS DE SOCORRISMO
PRINCÍPIOS BÁSICOS
1. Objetivos
2. Conteúdos :
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3. Socorrismo, técnicas de socorrismo
A prestação de primeiros socorros só pode ser feita tendo a formação adequada. Os
princípios dos primeiros socorros são: preservar a vida, prevenir danos maiores e
promover a recuperação.
1ºPrevenir
2ºAlertar
3ºSocorrer
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Qualquer pessoa pode e deve ter formação em primeiros socorros. A sua
implementação não substitui nem deve atrasar a ativação dos serviços de emergência
médica, mas sim impedir ações intempestivas, alertar e ajudar, evitando o agravamento
do acidente.
Qualidades do socorrista:
- Autocontrolo e sentido de responsabilidade;
- Capacidade de organização e liderança;
- Capacidade de comunicação;
- Capacidade para tomar decisões;
- Compreensão e respeito pelo outro;
- Consciência das suas limitações.
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kit de emergência transportável
É essencial num kit de emergência ter disponível e acessível material que o auxilie na
prestação de primeiros socorros.
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O SIEM
Portugal tem, desde 1981, um Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM).
O SIEM é de um conjunto de entidades que cooperam com um objetivo: prestar
assistência às vítimas de acidente ou doença súbita. Essas entidades são a PSP, a GNR, o
INEM, os Bombeiros, a Cruz Vermelha Portuguesa e os Hospitais e Centros de Saúde.
FASES DO SIEM
Tendo como base o símbolo da ‘Estrela da Vida’, a cada uma das suas pontas
corresponde uma fase do SIEM.
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Deteção: Corresponde ao momento em que alguém se apercebe da existência de uma
ou mais vítimas de doença súbita ou acidente.
Alerta: É a fase em que se contactam os serviços de emergência, utilizando o Número
Europeu de Emergência - 112.
Pré-socorro: Conjunto de gestos simples que podem e devem ser efetuados até à
chegada do socorro.
Socorro: Corresponde aos cuidados de emergência iniciais efetuados às vítimas de
doença súbita ou de acidente, com o objetivo de as estabilizar, diminuindo assim a
morbilidade e a mortalidade.
Transporte: Consiste no transporte assistido da vítima numa ambulância com
características, tripulação e carga bem definidas, desde o local da ocorrência até à
unidade de saúde adequada, garantindo a continuidade dos cuidados de emergência
necessários.
Tratamento na Unidade de Saúde: Esta fase corresponde ao tratamento no serviço de
saúde mais adequado ao estado clínico da vítima. Em alguns casos excecionais, pode ser
necessária a intervenção inicial de um estabelecimento de saúde onde são prestados
cuidados imprescindíveis para a estabilização da vítima, com o objetivo de garantir um
transporte mais seguro para um hospital mais diferenciado e/ou mais adequado à
situação.
Sempre que o CODU aciona um meio de emergência procura que o mesmo seja o que
está mais perto do local, independentemente da entidade a que pertence (INEM,
Bombeiros ou CVP).
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3.2. Cadeia de Sobrevivência
À luz do conhecimento médico atual, considera-se que há três atitudes que modificam o
resultado no socorro à vítima de paragem cárdio-respiratória (PCR):
1. Pedir ajuda, acionando de imediato o Sistema Integrado de Emergência Médica
(SIEM);
2. Iniciar de imediato manobras de Suporte Básico de Vida (SBV);
3. Aceder à desfibrilhação tão precocemente quanto possível mas apenas quando
indicado.
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Fig. 1 – Elos da cadeia de sobrevivência
ACESSO PRECOCE
O rápido acesso ao SIEM assegura o início da Cadeia de Sobrevivência. Cada minuto sem
se chamar o socorro reduz a possibilidade de sobrevivência da vítima. Para o
funcionamento adequado deste elo é fundamental que quem presencia uma
determinada ocorrência seja capaz de reconhecer a gravidade da situação e saiba ativar
o sistema, ligando adequadamente 112 (para poder informar o quê, onde, como e
quem).
A incapacidade de adotar estes procedimentos significa falta de formação. A consciência
de que estes procedimentos podem salvar vidas humanas deve ser incorporada o mais
cedo possível na vida de cada cidadão.
SBV PRECOCE
Para que uma vítima em perigo de vida tenha maior hipótese de sobrevivência é
fundamental que sejam iniciadas, de imediato e no local onde ocorreu a situação,
manobras de SBV. Isto só se consegue se quem presencia a situação tiver a capacidade
de iniciar o SBV.
O SBV permite ganhar tempo, mantendo alguma circulação e alguma ventilação na
vítima, até à chegada de socorro mais diferenciado para instituir os procedimentos de
SAV.
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DESFIBRILHAÇÃO PRECOCE
A maioria das PCR no adulto ocorrem devido a uma perturbação do ritmo cardíaco a que
se chama Fibrilhação Ventricular (FV). Esta perturbação do ritmo cardíaco caracteriza-se
por uma atividade elétrica caótica de todo o coração, em que não há contração do
músculo cardíaco e, como tal, não é bombeado sangue para o organismo. O único
tratamento eficaz para esta arritmia é a desfibrilhação que consiste na aplicação de um
choque elétrico, externamente a nível do tórax da vítima, para que a passagem da
corrente elétrica pelo coração pare a atividade caótica que este apresenta. A
desfibrilhação eficaz é determinante na sobrevivência de uma PCR.
Também este elo da cadeia deve ser o mais precoce possível. A probabilidade de
conseguir tratar a FV com sucesso depende do fator tempo.
A desfibrilhação logo no 1º minuto em que se instala a FV pode ter uma taxa de sucesso
próxima dos 100%, mas ao fim de 8-10 minutos a probabilidade de sucesso é quase
nula.
SAV PRECOCE
Este elo da cadeia de sobrevivência é uma “mais-valia”. Nem sempre a desfibrilhação é
eficaz, por si só, para recuperar a vítima. Outras vezes a desfibrilhação pode não ser
sequer indicada. O SAV permite conseguir uma ventilação mais eficaz (através da
entubação endotraqueal) e uma circulação também mais eficaz (através da
administração de fármacos). Idealmente, o SAV deverá ser iniciado ainda na fase
pré-hospitalar e continuado no hospital, permitindo a estabilização das vítimas
recuperadas de PCR.
Integram também este elo os cuidados pós-reanimação, que têm o objetivo de
preservar as funções do cérebro e coração.
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devem ter a mesma força. Todos os elos da cadeia são igualmente importantes: de nada
serve ter o melhor SAV se quem presencia a PCR não souber ligar 112.
Uma vez verificada a segurança do local, deve ser realizada de forma célere uma
avaliação inicial.
Avaliação Inicial
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O local da ocorrência. É seguro? Será necessário movimentar a vítima? Há mais de
uma vítima? Pode-se dar conta de todas as vítimas?
A vítima. Está consciente? Tenta falar alguma coisa ou aponta para qualquer parte
do corpo dela.
As testemunhas. Elas estão tentando dar alguma informação? O socorrista deve
ouvir o que dizem a respeito dos momentos que antecederam o acidente.
Mecanismos da lesão. Há algum objeto caído próximo da vítima, como escada,
moto, bicicleta, andaime e etc. A vítima pode ter sido ferida pelo volante do
veículo?
Deformidades e lesões. A vítima está caída em posição estranha? Ela está queimada?
Há sinais de esmagamento de algum membro?
Sinais. Há sangue nas vestes ou ao redor da vítima? Ela vomitou? Ela está tendo
convulsões?
As informações obtidas por esse processo, que não se estende por mais do que alguns
segundos, são extremamente valiosas na sequência do exame, que é subdividido em
duas partes: a análise primária e secundária da vítima.
A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está inconsciente e é
necessária para se detetar as condições que colocam em risco iminente a vida da vítima.
Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas:
determinar inconsciência;
abrir vias aéreas;
Verificar a respiração;
Verificar a circulação; e
Verificar grandes hemorragias.
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Exame Primário
As prioridades durante a avaliação de uma vítima são as seguintes:
1) Garantir a segurança da vítima, de terceiros e da equipa durante toda a intervenção;
2) Identificar e corrigir as situações que implicam risco de vida;
3) Não agravar o estado da vítima;
4) Limitar o tempo no local ao mínimo necessário para estabilizar a vítima, iniciar a
correção das situações que carecem de intervenção e preparar o seu transporte em
segurança;
5) Recolher informações relevantes: CHAMU (Circunstâncias, História, Alergias,
Medicação e Última refeição).
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informações possível, pois em qualquer altura o estado de consciência pode alterar-se.
O que devemos perguntar?
Consegue mobilizar (mexer) os seus membros (braços e pernas)?
Tem dores? Onde? Em que zonas do seu corpo?
Tem sensibilidade no seu corpo (sente tocar no corpo)?
Onde estamos a tocar?
Apresenta outras lesões?
Exame Secundário
Em que consiste o Exame Secundário?
O Exame Secundário consiste numa observação mais detalhada da vítima, e em
interrogar a mesma, uma vez que todas as informações prestadas pela vítima são uma
mais-valia para se efetuar o diagnóstico da situação, pelo que devemos registar estas
informações não só para nós, mas para as transmitirmos aos profissionais de saúde.
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Existem 2 conjuntos de informações relevantes e que são:
SINAIS- É tudo aquilo que se Observa na vítima, como o diâmetro pupilar, a palidez, o
rubor, a existência ou não de pulso.
SINTOMAS- É tudo aquilo que a própria vítima diz Sentir, como a dor, as náuseas e
vómitos, as tonturas, a sensação de frio ou de calor.
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Fig. 2- Posição lateral de segurança
Posição do Socorrista:
Coloca-se do lado para o qual pretende virar a vítima;
Coloca um joelho em terra, os braços estendidos, as costas direitas;
Uma das mãos sobre o joelho fletido e a outra sobre o cotovelo.
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• Permeabilização das vias respiratórias;
• Ventilação com ar expirado (respiração boca a boca);
• Compressão do tórax (compressão cardíaca externa).
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Manter o polegar e o indicador livres para tapar o nariz, caso seja necessário iniciar a
ventilação boca a boca;
3. Com a ponta de dois dedos da outra mão colocados por debaixo do maxilar
inferior, levantar o queixo da vítima (Fig. 3). Esta manobra pode ajudar a reiniciar a
respiração;
4. Se tiver dificuldade em executar estas manobras na posição inicial, mobilizar a
vítima, virando-a de costas e proceder como recomendado nos pontos 1 e 2.
Fig.3
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Compressões Torácicas
Compressões / Ventilação
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30:
Ventilações
Boca-a-B Boca-Másc
Soprar, observando a expansão do tórax da vítima
Insuflações lentas (duração 1 segundos)
Deixar sair o ar mantendo posicionamento da cabeça
Repetir o procedimento
Compressões / Ventilação
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30
:
Exaustão
Em suma:
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Fig. 6 – Suporte Básico de Vida
Atenção:
Logo que a vítima respire normalmente, colocá-la em Posição Lateral de Segurança (PLS)
e mantê-la confortavelmente aquecida. Em qualquer situação, mesmo de aparente
recuperação total, a vítima deve ser enviada ao Hospital. É uma situação grave que
necessita transporte urgente para o Hospital.
4. ASFIXIA/SUFOCAÇÃO
Dificuldade respiratória que leva à falta de oxigénio no organismo. As causas podem ser
variadas, sendo a mais vulgar a obstrução das vias respiratórias por corpos estranhos
(objetos de pequenas dimensões, alimentos mal mastigados, etc.). Outras causas
possíveis de asfixia são: ingestão de bebidas ferventes ou cáusticas, pesos em cima do
peito ou costas, intoxicações diversas, paragem dos músculos respiratórios.
Quando algo bloqueia a passagem de ar, não há tempo suficiente para esperar pela
chegada de um socorro médico. A pessoa mais próxima precisa de agir rapidamente.
Sinais e Sintomas
Conforme a gravidade da asfixia, podem ir desde um estado de agitação, lividez,
dilatação das pupilas (olhos), respiração ruidosa e tosse, a um estado de inconsciência,
com paragem respiratória e cianose (tonalidade azulada) da face e extremidades.
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o empurrar!
Caso não esteja visível, coloque a criança de cabeça para baixo e dê-lhe algumas
pancadas a meio das costas, entre as omoplatas, com a mão aberta (figs. 7).
Fig.7
B. No jovem/adulto:
O socorrista deve atuar de imediato, aplicando 5 palmadas entre os ombros.
Se não surgir efeito deve aplicar a MANOBRA DE HEIMLICH!
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Se a respiração não se restabelecer e a vítima continuar cianosada (tonalidade azulada),
inicie o Suporte Básico de Vida. Logo que a respiração estiver restabelecida, ative o
Serviço de Emergência Médica para o transporte da vítima para o Hospital.
Fig. 8
5. CORPOS ESTRANHOS
Corpos estranhos são corpos que penetram no organismo, através de qualquer orifício,
ou após uma lesão de causa variável. Os corpos estranhos podem encontrar-se mais
frequentemente nos olhos, nariz, ouvidos ou vias respiratórias.
5.1. No olho
Os mais frequentes são: grãos de areia, insetos e limalhas.
SINAIS E SINTOMAS
• Dor ou picada local;
• Lágrimas;
• Dificuldade em manter as pálpebras abertas.
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O QUE DEVE FAZER
• Abrir as pálpebras do olho atingido com muito cuidado;
• Fazer correr água sobre o olho, do canto interno, junto ao nariz, para o externo
(fig. 9);
• Repetir a operação duas ou três vezes;
• Se não obtiver resultado, fazer um penso oclusivo, isto é, colocar uma compressa
e adesivo, e enviar ao Hospital.
Fig.9
5.2. No ouvido
Os corpos estranhos mais frequentes são os insetos.
SINAIS E SINTOMAS
Pode existir surdez, zumbidos e dor, sobretudo se o inseto estiver vivo.
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Outros corpos estranhos, enviar ao Hospital.
SINAIS E SINTOMAS
São também variáveis. Pode existir dificuldade respiratória, dor, vómitos e nos casos
mais graves asfixia, que pode conduzir à morte.
No nariz
Os mais frequentes, na criança, são os feijões ou objetos de pequenas dimensões, como
botões e peças de brinquedos.
SINAIS E SINTOMAS
• Palidez;
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• Suores frios;
• Falta de força;
• Pulso fraco.
Fig. 10
Fig. 11
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7. ELETROCUSSÃO (CHOQUE ELÉTRICO)
8. ENTORSE
A entorse é uma lesão nos tecidos moles (cápsula articular e/ou ligamentos) de uma
articulação.
SINAIS E SINTOMAS
• A dor na articulação é gradual ou imediata;
• Observa-se edema (inchaço) na articulação lesada;
• Verifica-se imediata ou gradualmente uma incapacidade para mexer a articulação.
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O QUE DEVE FAZER
• Evitar a movimentação da articulação lesionada e proceder à imobilização do
membro;
• Elevar o membro lesionado;
• Aplicar gelo ou deixar correr água fria sobre a articulação;
• Consultar posteriormente o médico.
9. ENVENENAMENTO
9.2. MEDICAMENTOS
SINAIS E SINTOMAS
Dependem do medicamento ingerido: pode-se observar vómitos, dificuldade
respiratória, perda de consciência, sonolência, confusão mental, etc.
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O QUE DEVE FAZER
• Falar com a vítima no sentido de tentar obter o maior número possível de
informações sobre o envenenamento;
• Pedir imediatamente orientações para o Centro de Informação Anti-Venenos
(CIAV) do INEM – 808 250 143;
• Indicar o produto ingerido, a quantidade provável, a hora a que foi ingerido e a
hora da última refeição;
• Manter a vítima confortavelmente aquecida.
SINAIS E SINTOMAS
É importante recolher informação junto da vítima, ou de alguém perto desta, sobre o
contacto com o veneno ou a presença de algum recipiente que possa ter contido ou
contenha veneno.
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O QUE DEVE FAZER
• Se a vítima estiver consciente, questioná-la no sentido de tentar obter o maior
número possível de informações sobre o envenenamento;
• Pedir imediatamente orientações para o Centro de Informação Anti-Venenos(CIAV)
do INEM – 808 250 143;
• Ingestão de álcool – Apenas neste caso, dar uma bebida açucarada;
• Queimaduras nos lábios – Molhá-los suavemente com água, sem deixar engolir;
• Contacto com os olhos – Afastar as pálpebras e lavar com água corrente durante
15 minutos;
• Contaminação da pele – Retirar as roupas e lavar abundantemente com água
durante 15 minutos.
Os mais frequentes são o envenenamento pelo gás carbónico (fossas sépticas), pelo
monóxido de carbono, presente nos gases de combustão (braseiras, automóveis,
esquentadores, aquecimentos a gás, etc.) e pelo gás propano/butano (gás de uso
doméstico).
SINAIS E SINTOMAS
A vítima começa por sentir um ligeiro mal-estar, seguido de dor de cabeça, zumbidos,
tonturas, náuseas, vómitos e uma apatia profunda ou confusão que a impede de fugir
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do local onde se encontra.
Se a vítima não é rapidamente socorrida, este estado é seguido por perda gradual de
consciência e coma.
Atenção:
Se se tratar de uma fossa séptica, não tente retirar a vítima sem utilizar máscara
antigás. É uma situação grave que necessita transporte urgente para o Hospital.
SINAIS E SINTOMAS
• Saída de sangue pelo nariz, por vezes abundante e persistente.
• Se a hemorragia é grande, o sangue pode sair também pela boca.
Fig. 12
Atenção:
Antes de qualquer procedimento o socorrista deve calçar luvas descartáveis. Se a
hemorragia persistir mais do que 10 minutos, transportar a vítima para o Hospital.
11. FERIDAS
Uma ferida é uma solução de continuidade da pele, quase sempre de origem traumática,
que além da pele (ferida superficial) pode atingir o tecido celular subcutâneo e muscular
(ferida profunda).
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• Lavar, do centro para os bordos da ferida, com água e sabão, solução de
clorhexidina, por ex. Hibiscrub, ou similar, utilizando compressas;
• Secar a ferida com uma compressa através de pequenos toques, para não destruir
qualquer coágulo de sangue;
• Desinfetar com anti-séptico, por ex. Betadine em solução dérmica;
• Depois de limpa, se a ferida for superficial e de pequenas dimensões, deixá-la
preferencialmente ao ar, ou então aplicar uma compressa esterilizada;
• Se a ferida for mais extensa ou profunda, com tecidos esmagados ou infetados, ou
se contiver corpos estranhos, deverá proteger apenas com uma compressa esterilizada e
encaminhar para tratamento por profissionais de saúde. É uma situação grave que
necessita transporte urgente para o Hospital.
Atenção:
Deve-se pensar na possibilidade de existir uma ferida no olho sempre que haja uma
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ferida grave na face. É uma situação grave que necessita transporte para o Hospital.
12. FRATURAS
SINAIS E SINTOMAS
Deve-se pensar na possibilidade de fratura sempre que haja um ou mais dos seguintes
sinais e sintomas:
• Dor intensa no local;
• Edema (inchaço);
• Perda total ou parcial dos movimentos;
• Encurtamento ou deformação do membro lesionado.
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Fig. 13 Fig. 14
ATENÇÃO:
• As fraturas têm de ser tratadas no Hospital;
• As talas devem ser sempre previamente almofadadas e bastante sólidas. Quando
improvisadas, podem ser feitas com barras de metal ou varas de madeira;
• Se se utilizarem talas insufláveis, estas devem ser desinsufladas de 15 em 15
minutos para aliviar a pressão que pode dificultar a circulação do sangue.
A diabetes é uma doença crónica caracterizada pelo aumento dos níveis de açúcar no
sangue. Esta doença resulta de um deficiente funcionamento do pâncreas e da
capacidade do nosso organismo usar a glicose (açúcar). A diabetes da criança e do jovem
requer tratamento com insulina.
A complicação mais grave e frequente do diabético é a crise de HIPOGLICÉMIA (baixa de
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açúcar no sangue). Ocorre habitualmente por atraso ou falha de uma refeição, vómitos,
insulina em excesso, má técnica na administração de insulina ou atividade física intensa,
surgindo então alguns dos seguintes sinais e sintomas.
SINAIS E SINTOMAS
• Palidez, suores, tremores das mãos;
• Fome intensa;
• Confusão mental, raciocínio lento, bocejos repetidos, expressão apática,
“apalermada”;
• Voz entaramelada;
• Alterações de humor: irritabilidade, agressividade, “rabujice”, teimosia, apatia;
• Palpitações, pulso rápido;
• Perda da fala e dos movimentos ativos;
• Desmaio, convulsão, coma.
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Fig. 15
HIPOGLICÉMIA GRAVE
Vítima com alterações de consciência.
• Deitar a vítima em Posição Lateral de Segurança;
• Fazer uma papa de açúcar e colocá-la no interior da bochecha;
• Se a vítima não recuperar, chamar o 112.
Atenção:
Utilize o açúcar à menor suspeita, pois tomado em exagero de vez em quando não
prejudica, enquanto a falta ou o atraso ataca o cérebro e pode levar ao coma e à morte.
Se a vítima não consegue engolir, é uma situação grave que necessita transporte
urgente para o Hospital. Não perder tempo!
15. Convulsão
Uma convulsão é a resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro. É muitas vezes
conhecida por “ataque” e caracteriza-se por alguns dos seguintes sinais ou sintomas.
SINAIS E SINTOMAS
• Face arroxeada;
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• Movimentos bruscos e descontrolados da cabeça e/ou extremidades;
• Perda de consciência, com queda desamparada;
• Olhar vago, fixo e/ou “revirar dos olhos” (precede os anteriores);
• “Espumar pela boca”;
• Perda de urina e/ou fezes;
• Morder a língua e/ou lábios.
Atenção:
Na criança pequena (idade inferior a 5 anos), a convulsão pode ser provocada (ou
acompanhada) por febre.
Quando a crise terminar, deve verificar a temperatura axilar e se tiver mais de 37,5 ºC
administrar antipirético sob a forma de supositório (Paracetamol, por exemplo:
Ben-U-Ron, Tylenol ou similar).
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O QUE NÃO DEVE FAZER
• Tentar imobilizar a vítima durante a fase de movimentos bruscos;
• Tentar introduzir-lhe qualquer objeto na boca, nomeadamente dedos, lenços,
panos, espátulas, colheres, etc.;
• Tentar acordá-la ou forçá-la a levantar-se;
• Dar-lhe, seja o que for, a comer, a beber ou a cheirar.
SINAIS E SINTOMAS
• Tosse seca e repetitiva;
• Dificuldade em respirar;
• Respiração sibilante, audível, ruidosa (“pieira” e/ou “farfalheira”);
• Sensação de falta de ar;
• Comportamento agitado;
• Respiração rápida e difícil;
• Pulso rápido, palidez e suores;
• Prostração, apatia (“ar parado”).
Atenção:
Na fase de agravamento da crise, a respiração é muito difícil, lenta e há cianose das
extremidades, isto é, as unhas e os lábios estão arroxeados. É uma situação grave que
necessita transporte urgente para o Hospital.
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O QUE DEVE FAZER
• É importante ser capaz de conter a angústia e a ansiedade da criança/jovem,
falando calmamente e assegurando-lhe rápida ajuda médica;
• Deve ficar com a criança/jovem num local arejado onde não haja pó, cheiros ou
fumos;
• Colocá-la numa posição que lhe facilite a respiração;
• Contactar e informar a família;
• Identificar e ajudar a administrar o tratamento prescrito (broncodilatador) que
normalmente acompanha a pessoa (fig.16).
Fig.16
Note bem:
Se não houver melhoria, a criança deve ser transportada para o Hospital.
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BIBLIOGRAFIA:
Isabel Reis, Manual de Primeiros Socorros- Situações de Urgência nas Escolas, Jardins de
Infância e Campos de Férias, Direção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular
Capa: DO IT BETTER
Page 42
EDIÇÃO: OUTUBRO DE 2016
Page 43