Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Apesar de todos estarmos obrigados a prestar assistência às vítimas, a maioria das pessoas não possui
as necessárias qualificações para prestar essa assistência pelo que o mais indicado será ligar o 112 (Nº
EUROPEU de SOCORRO).
O simples facto de ligar para o 112 torna-se fundamental em todo o processo, não devendo este
procedimento ser negligenciado pois está directamente ligado à rapidez ou demora da chegada da ajuda
qualificada.
Durante muito tempo passou a mensagem de que em “ferido não se mexe”; nos dias de hoje esta
situação não corresponde à realidade pois a par da evolução tecnológica na medicina também
evoluíram a formação dos socorristas e das próprias mentalidades. Os socorros serão muito mais
eficazes se a testemunha de um acidente (socorrista ocasional) tiver sido capaz de criar condições que
possibilitem manter as funções vitais de um ferido até à chegada de pessoal especializado.
Tão importante como conhecer determinadas técnicas de primeiros socorros, é a capacidade de cada
um de nós conseguir implementar na prática os conhecimentos e procedimentos adequados ao cenário
que se nos depara.
2
SIEM – SISTEMA INTEGRADO DE EMERGÊNCIA MÉDICA
O SIEM é um sistema de criado para dar resposta às várias fases da assistência às vítimas de acidentes
ou de doença súbita, garantindo o socorro imediato em situações de emergência.
Sendo um sistema com diversos intervenientes em fases previamente determinadas, exige um
organismo coordenador das actividades de socorro a executar; como tal, cabe ao Instituto de
Emergência Médica (INEM), o papel de organismo coordenador.
ORGANIZAÇÃO DO SIEM
A capacidade de resposta adequada, eficaz e em tempo oportuno dos sistemas de emergência médica,
às situações de emergência, é um pressuposto essencial para funcionamento da cadeia de
sobrevivência.
O INEM
O INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica, é o organismo do Ministério da Saúde ao qual cabe
coordenar o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), no território de
Portugal Continental, de forma a garantir às vítimas em situação de emergência a pronta e correta
prestação de cuidados de saúde.
A prestação de socorros no local da ocorrência, o transporte assistido das vítimas para o hospital
adequado e a articulação entre os vários intervenientes no SIEM (hospitais, bombeiros, polícia, etc.), são
as principais tarefas do INEM.
O INEM, através do Número Europeu de Emergência - 112, dispõe de vários meios para responder com
eficácia, a qualquer hora, a situações de emergência médica.
3
CODU
Compete aos CODU – Centro de Orientação de Doentes Urgentes- atender e avaliar no mais curto
espaço de tempo os pedidos de socorro recebidos, com o objetivo de determinar os recursos
necessários e adequados a cada caso. O funcionamento dos CODU é assegurado em permanência por
médicos e técnicos operacionais de telecomunicações de emergência, com formação específica para
efetuar:
Em caso de acidente ou doença súbita ligue, a qualquer hora, 112. A sua colaboração é fundamental
para permitir um rápido e eficaz socorro às vítimas, pelo que é fundamental que faculte toda a
informação que lhe seja solicitada.
Siga sempre as instruções que lhe derem, elas constituem o pré-socorro e são fundamentais para ajudar
a(s) vítima(s).
Desligue apenas o telefone quando lhe for indicado e esteja preparado para ser contactado
posteriormente para algum esclarecimento adicional.
4
Os CODU têm à sua disposição diversos meios de comunicação e de atuação no terreno, como sejam as
Ambulâncias INEM, os Motociclos de Emergência, as VMER e os Helicópteros de Emergência Médica.
Através da criteriosa utilização dos meios de telecomunicações ao seu dispor, têm capacidade para
acionar os diferentes meios de socorro, apoiá-los durante a prestação de socorro no local das
ocorrências e, de acordo com as informações clínicas recebidas das equipas no terreno, selecionar e
preparar a receção hospitalar dos diferentes doentes.
Os CODU coordenam:
O INEM presta também orientação e apoio noutros campos da emergência tendo, para tal, criado vários
sub-sistemas:
CODU MAR
O Centro de Orientação de Doentes Urgentes Mar (CODU MAR) tem por missão prestar aconselhamento
médico a situações de emergência que se verifiquem em inscritos marítimos. Se necessário, o CODU
MAR pode acionar a evacuação do doente e organizar o acolhimento em terra e posterior
encaminhamento para o serviço hospitalar adequado.
O CIAV presta um serviço nacional, cobrindo a totalidade do país. Tem disponíveis médicos
especializados, 24 horas por dia, que atendem consultas de médicos, outros profissionais de saúde e do
público em geral.
5
Transporte de Recém-Nascidos e Pediatria de Alto Risco
Em 2010 foi concluído o processo de alargamento do âmbito deste serviço ao transporte de todos os
grupos etários pediátricos. Este serviço funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.
Também desde 2004, o INEM dispõe de Psicólogos que permitem melhorar a resposta dada em diversas
situações de emergência. Para atingir este objetivo, foi criado o Centro de Apoio Psicológico e
Intervenção em Crise (CAPIC).
Os psicólogos do CAPIC garantem, 24 horas por dia, o apoio psicológico das chamadas telefónicas
recebidas nos CODU que o justifiquem e, através das UMIPE (Unidades Móveis de Intervenção
Psicológica de Emergência) podem ser acionados para o local das Ocorrências onde seja necessária a sua
presença.
O CAPIC assegura ainda a prestação de apoio psicológicos aos operacionais do SIEM, em todas as
situações em que estes são confrontados com elevados níveis de stress.
6
FASES DO SIEM
Tendo como base o símbolo da „Estrela da Vida‟, a cada uma das suas hastes corresponde
uma fase do SIEM.
Deteção
Corresponde ao momento em que alguém se apercebe da existência de uma ou mais vítimas de doença
súbita ou acidente.
Alerta
Pré-socorro
Conjunto de gestos simples que podem e devem ser efetuados até à chegada do socorro.
Socorro
Corresponde aos cuidados de emergência iniciais efetuados às vítimas de doença súbita ou de acidente,
com o objetivo de as estabilizar, diminuindo assim a morbilidade e a mortalidade.
7
Transporte
Consiste no transporte assistido da vítima numa ambulância com características, tripulação e carga bem
definidas, desde o local da ocorrência até à unidade de saúde adequada, garantindo a continuação dos
cuidados de emergência necessários.
Esta fase corresponde ao tratamento no serviço de saúde mais adequado ao estado clínico da vítima.
Em alguns casos excecionais, pode ser necessária a intervenção inicial de um estabelecimento de saúde
onde são prestados cuidados imprescindíveis para a estabilização da vítima, com o objetivo de garantir
um transporte mais seguro para um hospital mais diferenciado e/ou mais adequado à situação.
INTERVENIENTES NO SIEM
- O público;
- Operadores das Centrais de Emergência 112;
- Técnicos dos CODU;
- Agentes da autoridade;
- Bombeiros;
- Tripulantes de ambulância;
- Médicos e enfermeiros;
- Pessoal técnico hospitalar;
- Público em Geral.
8
PRINCÍPIOS GERAIS DO SOCORRISMO (PAS)
Como procedimento adequado, o socorrista deve adoptar os princípios gerais do socorrismo, cujas
iniciais formam o acrónimo P.A.S. (Prevenir, alertar e socorrer):
REVENIR
LERTAR
OCORRER
PREVENÇÃO:
PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
9
ALERTAR:
DETECÇÃO
ALERTA
O socorrista deve ter sempre presente que a sua acção, embora fundamental, é
restrita e temporária, devendo ser complementada por socorros especializados.
10
SOCORRER
Situações Prioritárias:
LTERAÇÕES CÁRDIO-RESPIRATÓRIAS
EMORRAGIAS
NVENENAMENTO
O SBV traduz-se num conjunto de procedimentos bem definidos e com metodologias padronizadas, ou
seja, um conjunto de atitudes e manobras que contribuam para a preservação da ventilação e
circulação, o tempo necessário para que se possa aplicar o SAV – sistema avançado de vida, efectuado
apenas por pessoal especializado.
11
O SBV inclui as seguintes etapas:
Avaliação inicial
Manutenção da via aérea permeável
Ventilação com ar expirado
Compressões torácicas
O primeiro passo ao avaliar uma vítima é a procura de condições de risco de vida que exijam cuidados
de emergência:
NÃO
NÃO
LIGAR 112
Começar a reanimação
- Adulto: alternar 30 compressões do peito com duas
ventilações.
12
Abordagem prática da vítima:
Verificação da vítima
Se a vítima responde pergunte o que se passou, se tem dores ou ferimentos e se for necessário vá pedir
ajuda. Se a vítima não responde peça ajuda em voz alta. Não abandone a vítima e prossiga a avaliação.
Há situações em que a vítima poderá ter feito traumatismo da coluna cervical e nesses casos não deverá
ser feita a extensão da cabeça.
Acidente de viação;
Quedas, acidentes de mergulho;
Depois de "abrir" a via aérea deverá então verificar se a vítima respira. Aproxime-se e procure:
13
VER se o tórax da vítima mexe;
(Durante 10 segundos)
Quando a vítima respira mas está inconsciente, deve ser colocada numa posição que mantenha a
permeabilidade da via aérea. A esta posição chama-se Posição Lateral de Segurança (PLS).
Se a vítima não respira, peça a alguém que estiver por perto para ligar 112, informando que a vítima se
encontra inconsciente e não respira, indicando também o local correcto onde se encontra a vítima.
Se está sozinho, o reanimador deverá de imediato abandonar a vítima para ligar 112.
Intoxicação, 112.
14
Posição Lateral de Segurança
Ajustar a perna que fica por cima, para que a anca e o joelho
dobrem em ângulo recto.
15
Se necessário ajustar a mão sob a face da vítima de modo a
manter a cabeça em extensão, confirmando se a vítima
respira bem, isto é, sem fazer ruído.
- Pegar no bebé ao colo, com a cabeça inclinada para baixo (evita o engasgamento
com a própria língua bem como a inalação do próprio vómito;
- Verificar os sinais vitais (consciência, pulsação e respiração).
16
Se houver resistência à entrada de ar ou o tórax da vítima não se elevar com a insuflação de ar poderá
ser por mau posicionamento da cabeça ou existência de um obstáculo à entrada do ar. Reposicionar a
cabeça e retirar objectos visíveis de dentro da boca da vítima e voltar a insuflar o ar. Podem ser feitas
até cinco tentativas para conseguir duas ventilações eficazes, isto é, em que seja observada a expansão
do tórax da vítima.
sinais de circulação
Considera-se que a vítima tem sinais de circulação se apresentar alguns dos seguintes sinais:
Compressões torácicas
17
Depois, deverá debruçar-se sobre a vítima mantendo os braços bem
esticados e exercer pressão na vertical sobre o esterno (osso que une a
grelha costal esquerda com a direita, onde tem as mãos apoiadas) de
forma a causar uma depressão de cerca de 5-6 cm.
Se, no entanto, a vítima fizer um movimento ou esboçar movimentos respiratórios, deverá procurar
sinais de circulação, não demorando mais do que dez segundos. Caso contrário não deverá interromper
as manobras de reanimação até à chegada de ajuda especializada.
Os socorros a ministrar as crianças devem estar de acordo com as respectivas características anatómicas
e fisiológicas.
Lactentes e crianças que desenvolvem PCR apresentam, frequentemente, doenças respiratórias que
reduzem o nível de O2, o que origina a PCR.
As primeiras assistências devem obedecer a um critério semelhante às indicadas para os adultos com
algumas alterações a nível do algoritmo de suporte básico de vida (SBV), sobretudo a adequação da
técnica ao tamanho menor da criança, com o tórax a dever ser deprimido pelo menos em 1/3 da sua
altura.
18
As crianças podem ser reanimadas com sucesso utilizando o algoritmo de adultos.
Técnicas de Ventilação
Compressão torácica
Devem estar de acordo com o tamanho e características do corpo (deprimir 1/3 a ½ da altura do tórax).
Compressões torácicas com apenas uma das mãos em crianças muito pequenas.
Em lactentes utilizar a técnica do abraço com dois polegares (as mãos do reanimador são posicionadas
de modo a envolver o tórax do lactente e apoiar o dorso), ou técnica com dois dedos (trace uma linha
imaginária entre os mamilos, posicionando 2 dedos sobre o esterno, imediatamente abaixo dessa
“linha”).
Criança Lactente
19
SBV PEDIATRICO
SIM
NÃO
NÃO
5 Insuflações iniciais
NÃO
SBV (1 MINUTO)
SBV
15 : 2
20
DESOBSTRUÇÃO NA VIA AÉREA
A Obstrução da Via Aérea – OVA, é uma emergência absoluta que se não for reconhecida e resolvida
leva à morte em minutos.
Uma das formas mais frequentes de obstrução da via aérea é a resultante de uma causa “extrínseca‟ à
via aérea alimentos, sangue ou vómito.
A água não actua como corpo estranho‟ pelo que não estão indicadas manobras de desobstrução da via
aérea em vítimas de afogamento.
Podem ocorrer situações de obstrução da via aérea por edema (inchaço) dos tecidos da via aérea como
por exemplo no caso de uma reacção alérgica ou uma inflamação da epiglote (epiglotite) sendo esta
última mais frequente nas crianças - obstrução patológica.
Obstrução Ligeira
Na obstrução ligeira ainda existe a passagem de algum ar a vítima começa por tossir, ainda consegue
falar e pode fazer algum ruído ao respirar.
Enquanto a vítima respira e consegue tossir de forma eficaz o socorrista não deve interferir, devendo
apenas encorajar a tosse, vigiar se a obstrução é ou não resolvida e se a tosse continua a ser eficaz.
Obstrução Grave
Na obstrução grave já não existe passagem de ar na via aérea (geralmente obstrução total), a vítima não
consegue falar, tossir ou respirar, nem emite qualquer ruído respiratório.
Poderá demonstrar grande aflição e ansiedade e agarrar o pescoço com as duas mãos. É necessário
actuar rapidamente, se a obstrução não for resolvida a vítima poderá ficar inconsciente e morrer.
No caso de obstrução grave da via aérea causada por corpo estranho, deve começar por tentar a
desobstrução da via aérea com aplicação de pancadas inter-escapulares e, no caso de insucesso, tentar
então compressões abdominais (manobra de Heimlich)
21
Técnica para aplicação de pancadas inter-escapulares:
Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás da vítima, com uma das pernas encostadas de
modo a ter apoio;
Passe o braço por baixo da axila da vítima e suportá-la a nível do tórax com uma mão,
mantendo-a inclinada para a frente, numa posição tal que se algum objecto for deslocado com
as pancadas possa sair livremente pela boca;
Aplique pancadas com a base da outra mão, na parte superior das costas, ao meio, entre as
omoplatas, isto é, na região inter-escapular;
Cada pancada deverá ser efectuada com a força adequada tendo como objectivo resolver a
obstrução;
Após cada pancada deve verificar se a obstrução foi ou não resolvida, aplicando até 5 pancadas
no total.
X5
Se a obstrução não for resolvida com a aplicação das pancadas inter-escapulares, deve passar à
aplicação de compressões abdominais - Manobra de Heimlich.
Esta manobra causa uma elevação do diafragma e aumento da pressão nas vias aéreas, com a qual se
consegue uma espécie de “tosse artificial‟, forçando a saída do corpo estranho.
22
Técnica para Execução da Compressões Abdominais (Manobra de Heimlich):
Coloque-se por trás da vítima, com uma das pernas entre as pernas daquela;
Coloque os braços à volta da vítima ao nível da cintura;
Feche uma das mãos, em punho, e coloque a mão com o polegar encostado ao abdómen da
vítima, na linha média um pouco acima do umbigo e bem afastada do apêndice xifóide;
Com a outra mão agarre o punho da mão colocada anteriormente e puxe, com um movimento
rápido e vigoroso, para dentro e para cima na direcção do reanimador;
Cada compressão deve ser um movimento claramente separado do anterior e efectuado com a
intenção de resolver a obstrução;
Repita as compressões abdominais até 5 vezes, vigiando sempre se ocorre ou não resolução da
obstrução e o estado de consciência da vítima.
A manobra de Heimlich só deve ser aplicada a vítimas de obstrução da via aérea conscientes.
23
Existem duas excepções à aplicação da manobra de Heimlich na vítima adulta:
No caso de uma vítima de obstrução da via aérea ficar inconsciente durante a tentativa de desobstrução
da via aérea o reanimador deve iniciar SBV, pesquisando a cavidade oral antes de efectuar as insuflações
Se continuar o engasgamento:
Colocar dois dedos sobre a metade inferior do esterno do bebé (abaixo da linha dos mamilos);
Efectuar 5 compressões para dentro e para cima (ao ritmo de uma para casa 3 segundos);
Voltar a observar a boca do bebé.
24
Mantendo-se a situação inicial de engasgamento, repetir o processo três vezes. Se a obstrução se
mantiver, levar o bebé e ligar para o 112.
Continuar a sequencia até à chegada de ajuda, a obstrução sair ou o bebé ficar inconsciente, neste caso,
inicie SBV.
25
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
Sendo uma doença comum, a asma encontra-se cada vez mais disseminada na população jovem como
consequência da deterioração das condições ambientais. Caracteriza-se por uma afecção do aparelho
respiratório e pode ser desencadeada por vários estímulos, caso das reacções alérgicas ou infecções. A
asma constitui uma preocupante emergência médica, uma vez que há uma redução na oxigenação da
vítima.
Sintomas e Sinais:
- Dificuldade em falar e respirar;
- Expiração sibilante e ruidosa;
- As mucosas e pele apresentam cor azulada ou acinzentada;
- Veias do pescoço distendidas;
- Tosse persistente;
- Ansiedade e agitação.
Como actuar:
Hemorragias
As lesões com subsequente hemorragia requerem uma atenção especial; uma perda de sangue é
sempre uma situação de risco que pode resultar na morte da vítima. As hemorragias ocorrem quando se
dá uma ruptura de algum vaso sanguíneo e podem classificar-se de diferentes formas consoante a sua
localização e origem.
26
Hemorragia Arterial: resultante da ruptura de uma artéria, muito abundante e de
difícil controlo. O sangue é vermelho vivo e sai em jactos conforme as contracções do
coração.
Hemorragia Venosa: resultante da ruptura de uma veia, com fluxo contínuo e lento,
sendo mais fácil de controlar. O sangue é de cor vermelho-escuro.
Hemorragia Capilar: resultante da ruptura de minúsculos vasos capilares. É de fácil
controlo e pode parar por si só.
Quanto à localização:
27
Sinais de hemorragia interna:
Hemorróidas
Sangue fresco vermelho vivo
Lesão no ânus ou no intestino grosso
ANUS
Fezes negras, com cheiro desagradável Doença ou traumatismo no estômago ou no intestino
(melena) delgado.
O controlo das hemorragias pode ser obtido através da aplicação das seguintes técnicas:
Compressão manual directa;
Aplicação fria;
Elevação do membro
Compressão manual indirecta ou à distância;
Garrote.
28
Compressão manual directa
Fazer compressão directamente sobre a lesão que sangra, utilizar compressas ou um pano limpo para
auxiliar. Caso o primeiro pano ou primeiras compressas fiquem cheias de sangue, colocar outras por
cima sem nunca retirar as primeiras.
Esta técnica, apesar de eficaz, não deve ser aplicada quando se está perante as seguintes situações:
Esta técnica aplica-se quando não é possível efectuar a compressão manual directa e consiste em fazer
compressão num ponto entre o coração e a lesão que sangra.
Exemplo: para uma hemorragia no membro inferior fazer pressão na artéria femoral, na região da
virilha.
29
MUITO IMPORTANTE – a opção pela compressão femoral vem limitar a actuação do socorrista:
A possibilidade do garrote:
A utilização do garrote será a solução mais viável para a situação em que o socorrista está sozinho, e
será usada em ultimo recurso. No entanto, a adopção desta solução requer cuidados especiais, quer em
termos de aplicação quer de situação:
30
O socorrista deve:
Utilizar uma ligadura larga e sólida e nunca estrita ou elástica que possa provocar o
rasgar da carne;
Apertar até à paragem da hemorragia.
ATENÇÃO: o garrote corta completamente a circulação pelo que se não for retirado ao cabo de 4 horas,
o membro garrotado corre o risco de ser amputado. O ideal será marcar a hora do garrote num papel ou
mesmo no vestuário da vítima, nunca tapando o garrote no caso cobrir a vítima com um cobertor.
Para se obter resultados mais rápidos podem associar-se às técnicas referidas anteriormente os
seguintes procedimentos:
Aplicação de frio – A aplicação de frio vai fazer com que os vasos se contraiam reduzindo a
hemorragia. No entanto, a sua aplicação requer cuidados. Por isso deve proceder-se da
seguinte forma:
Quando se utilizar gelo, envolvê-lo num pano limpo ou em compressas e depois
colocá-lo sobre a lesão;
Fazer aplicações por períodos de tempo não superiores a 10 minutos.
Elevação do membro – Este método consiste em utilizar a força da gravidade para reduzir a
pressão de sangue na zona da lesão.
31
Intoxicações:
Em caso de potencial intoxicação, o socorrista deve dar toda a atenção aos pormenores que possam
indiciar o tipo de tóxico, o tipo de vítima e das condições de intoxicação. A recolha de dados deve ser
efectuada tendo em conta as seguintes questões:
Quem?
Quando?
O quê?
Onde?
Quanto?
Como?
A identificação da substância tóxica é fundamental para que o socorro possa ser efectuado de forma
adequada e também para que, ao ligar o 112, os profissionais de emergência possam indicar qual a
melhor forma de agir até à chegada do pessoal médico.
Para um socorro imediato a uma intoxicação, convém ter um conhecimento da provável quantidade de
tóxico envolvido, do tipo de tóxico e da provável hora em que aconteceu a intoxicação.
Como actuar:
Via Respiratória:
- Remover o intoxicado do ambiente contaminado;
- Retirar as roupas contaminadas;
- Manter a vítima aquecida;
- Até chegada de pessoal especializado, seguir as indicações da central de
emergência (112).
32
Via Digestiva:
- Colocar a vítima em posição confortável;
- Nunca provocar o vómito;
- Manter a vítima aquecida;
- Até chegada de pessoal especializado, seguir as indicações da central de
emergência (112) ou do CIAV.
Via Ocular:
- Colocar a vítima em posição confortável;
- Manter a vítima aquecida;
- Lavar o olho (olhos) com água corrente, mantendo as pálpebras afastadas
durante 10 a 20 minutos,
- Até chegada de pessoal especializado, seguir as indicações da central de
emergência (112) ou do CIAV.
Via Parentérica:
- Neste caso, a actuação baseia-se essencialmente na recolha de informação
acerca do tóxico e da evolução do estado da vítima.
Via Cutânea:
- Retirar eventuais roupas contaminadas;
- Lavar a zona do corpo atingida, com água corrente, durante 15 a 20 minutos;
- No caso de pesticidas, óleos, petróleos ou derivados, lavar abundantemente
a zona atingida com água e sabão.
- Colocar a vítima em posição confortável;
- Até chegada de pessoal especializado, seguir as indicações da central de
emergência (112) ou do CIAV.
33
QUEIMADURAS
As queimaduras são lesões da pele resultantes do contacto com o calor, agentes químicos ou radiações.
Podem, em alguns casos, ser profundas, atingindo músculos ou mesmo estruturas ósseas.
Devido à sua particularidade, será apenas abordada a queimadura provocada pelo calor.
• Extensão – dimensão da área atingida (quanto maior for a área atingida maior será a gravidade);
• Profundidade – grau de destruição dos tecidos.
1.º Grau – Trata-se de uma queimadura sem gravidade em que apenas foi atingida a primeira camada
da pele. Trata-se de uma queimadura em que a pele apresenta-se vermelha, sensível e dolorosa.
2.º Grau – Trata-se de uma queimadura em que já é atingida a primeira (epiderme) e segunda (derme)
camada da pele. Caracteriza-se por ser dolorosa e apresenta flictenas (bolhas).
34
3.º Grau – Trata-se de uma queimadura em que existe a destruição da pele e de outros tecidos
subjacentes. Caracteriza-se por se apresentar com uma cor castanha ou preta (tipo carvão). O doente,
na maioria dos casos, não refere dor devido ao facto de existir destruição dos terminais nervosos
existentes na pele , responsáveis pela transmissão de informação de dor ao cérebro.
Actuação
Os perigos de uma queimadura são a infecção e a dor. Por este motivo, a actuação é condicionada a este
dois factores. Quando na presença de uma queimadura provocada pelo calor, actuar da seguinte forma:
• Acalmar o doente;
• Ter em atenção a via aérea;
• Limpar a zona queimada, retirando a roupa existente. A roupa que se encontrar agarrada deve ficar;
• Lavar a zona queimada com soro fisiológico ou água;
• Tapar a zona com um penso humedecido e esterilizado;
• Nas zonas articulares (mãos, pés, etc.) proteger as zonas de contacto.
ATENÇÃO
• Aquando do tratamento das queimaduras utilizar somente material esterilizado;
• Quando na presença de uma queimadura provocada por um agente químico, lavar abundantemente a
zona atingida e nunca tapar.
• Não utilizar qualquer tipo de gorduras. Estas contribuem para o aumento da temperatura e da
infecção.
35
Traumatismos:
Principais lesões:
a) Lesões da cabeça;
b) Lesões dos dedos;
c) Lesões dos tecidos moles;
d) Lesões do nariz;
e) Cortes e arranhões;
f) Lesões com Hemorragia
A) Lesões na cabeça:
Normalmente as lesões da cabeça são bastante frequentes, sendo que as pancadas fortes carecem
de atenção especial, pois os sintomas de uma lesão deste tipo podem manifestar-se apenas
algumas horas mais tarde.
36
Como actuar:
As lesões dos tecidos moles referem-se à pele e camadas musculares adjacentes. As lesões podem ser
de dois tipos:
1 - Lesões Abertas:
- Escoriações: lesões superficiais (arranhões e esfoladelas) que sangram pouco mas são
dolorosas e costumam conter sujidade;
- Feridas incisivas: lesões geralmente provocadas por objectos cortantes (golpes e
feridas);
- Feridas perfurantes: lesões geralmente provocadas por instrumentos que actuam em
profundidade (balas, agulhas, paus, etc.).
Este tipo de lesão (aberta) costuma estar associado a uma hemorragia, a qual deve ser previamente
controlada.
Como actuar:
37
2 - Lesões Fechadas:
- Equimoses: vulgarmente conhecidas por nódoas negras;
- Hematomas: ocorrem quando existe uma lesão em vasos sanguíneos de maior
calibre.
Este tipo de lesão é muito dolorosa, causam edema (inchaço) e hemorragias internas.
Como actuar:
Nas equimoses deve aplicar-se frio (gelo) para diminuir o inchaço, a hemorragia e a dor;
Nos hematomas, além da aplicação do frio, é fundamental a imobilização da zona afectada.
38
Fracturas:
Uma fractura é uma ruptura na continuidade de um osso, resultante de uma força exterior. As fracturas
podem ser:
Sintomas e Sinais:
- Dor muito forte no local da lesão;
- Inchaço e pele arroxeada;
- Grande dificuldade de movimentos;
- Falta de força;
- Deformação ou encurtamento do membro lesionado.
Como actuar:
39
Para além do referido anteriormente, existem procedimentos que o socorrista nunca deve efectuar em
presença de fracturas:
Entorses e Luxações:
Entorse: ruptura ou distensão que ocorre nos ligamentos das extremidades ósseas das articulações.
Sintomas e sinais:
- Dor gradual com perda de força;
- Incapacidade de movimento;
- Inchaço da zona afectada;
- Equimose na zona do traumatismo (cor azulada);
- Possível deformação da articulação.
Como actuar:
40
Dor Torácica
A convulsão deve-se a uma alteração neurológica que pode ter várias causas. As mais frequentes estão
associadas a epilepsia ou a febre, no caso das crianças.
A epilepsia é uma doença neurológica crónica que provoca, ao nível do cérebro, descargas eléctricas
desorganizadas. Estas provocam, em alguns casos, movimentos musculares involuntários e exuberantes,
normalmente descritos como um «estrebuchar», ou seja, uma convulsão. As crises convulsivas
normalmente são de curta duração (1 ou 2 minutos) e, devido ao facto de serem em alguns casos
violentas, podem provocar ferimentos no doente já que este pode embater descontroladamente em
objectos existentes em seu redor.
Os sinais e sintomas que podem ajudar a identificar uma convulsão podem ser organizados em três
fases:
41
1.º Antes da convulsão o doente pode ficar parado, como ausente, começando a ranger os dentes.
Muitos doentes referem sentir um cheiro ou ver luzes coloridas;
2.º Normalmente o doente grita e cai subitamente, começando a cerrar com força os dentes e
mexendo-se descontroladamente. Neste caso, o doente poderá ficar cianosado (cor azulada/cinzenta da
pele) devido ao facto de ocorrerem períodos curtos em que ocorre a suspensão da respiração e poderá
salivar abundantemente, o que pode ser identificado
pelo «espumar pela boca»;
42
ASPECTOS PRÁTICOS
Regra geral, e de acordo com os princípios gerais de primeiros socorros, existem apenas 4 situações de
emergência em que a vítima deve ser rapidamente afastada do perigo:
Nos casos em que se afigura necessário deslocar algumas das vítimas, em segurança, o socorrista terá
sempre de ponderar três aspectos práticos fundamentais:
Casos Práticos:
43
Se da capota do veículo estiver a sair fumo branco, não se deve ficar alarmado pois é tão-
somente o resultado de uma fuga no circuito de refrigeração, o que não representa risco
algum;
Um cheiro a queimado, o acender desordenado dos indicadores do tablier, fumo negro no
habitáculo ou chamas provenientes do motor, indiciam um começo de incêndio;
Se não possuir extintor, então verifica-se a situação em que é permitido a remoção da vítima
pois de facto decorre uma situação iminente de risco de vida.
- Desligar o veículo, soltar o cinto de segurança e os pés da vítima, frequentemente presos nos
pedais.
Se sentir resistência ao
puxar a vítima verifique se
os pés estão presos.
44
Posição Correcta:
Pegar pelos calcanhares da vítima e depois arrastá-la mantendo-lhe as pernas, o mais perto possível do
chão, sempre com atenção ao eixo cabeça/tronco.
Como tem sido referenciado, apenas em casos excepcionais se deve remover uma vítima de acidente.
Existem, porém, situações em que a vítima se encontra demasiado abalada e tenha de ser ajudada a
deslocar-se, ou situações de auxílio e apoio solicitado pelo pessoal de emergência médica. Nestes casos,
o socorrista deve colaborar tornando-se fundamental o conhecimento de algumas técnicas de
transporte. Uma vítima deve ser deslocada preferencialmente em maca; em caso de situações menos
gravosas, pode ser utilizada outra técnica, com um ou dois socorristas:
45
- À bombeiro: - Encosto e prisão: - Por rastejamento:
46
RISCOS PARA O SOCORRISTA:
A tomada de decisão de prestar auxílio é caracterizada, por norma, pela inobservância da tomada de
precauções decorrentes da solicitude do próprio acto; o ajudar pressupõe rapidez mas também a
consciencialização do risco.
RISCOS
Riscos Ambientais:
O contacto com cabos de alta tensão é, geralmente, fatal: para além de queimaduras
graves, o espasmo muscular subsequente projecta a vítima, causando lesões e fracturas
adicionais.
A electricidade de alta
voltagem pode saltar
em arco até uma
distância de 18 metros
18 m 18 m
A vítima ficará inconsciente pelo, logo que seja seguro, deve-se abrir as vias aéreas e verificar a
respiração.
47
Corrente De Baixa Voltagem
No caso de baixa voltagem, o importante é quebrar o contacto entre a vítima e a fonte de electricidade,
tendo sempre em atenção:
Não mexer na vítima se ainda estiver em contacto com a corrente eléctrica, pois existe o risco
de ficar electrocutado;
Não usar nenhum objecto metálico para afastar a fonte de corrente; use um objecto de
madeira e apoie-se num material isolante e seco;
No caso da vítima não respirar, estar a postos para efectuar reanimação.
Riscos Tóxicos:
Estes riscos têm predominantemente a ver com a presença de produtos químicos ou matérias perigosas.
Algumas medidas de precaução devem ser tomadas, nomeadamente:
Identificação de Símbolos:
48
Riscos Infecciosos:
Estes riscos têm predominantemente a ver com a presença de produtos químicos ou matérias perigosas.
Algumas medidas de precaução devem ser tomadas, nomeadamente:
LIGUE
49