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CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CORONEL BM ERLON DIAS DO NASCIMENTO BOTELHO
AUTOR
2° TEN BM SAMUEL DE SOUSA REIS
COAUTORES
CAP ELIAS JOSÉ LUCIANO
1º TEN PHILIPPE AUGUSTO DE MATOS SANTOS
1º TEN ANDRÉ MOREIRA VINTE
1º TEN WANDERSON TEODORO DE MENDONÇA
2º TEN RAFAELL IGOR FERRAZ QUEIROZ
REVISÃO TEXTUAL/GRAMATICAL
CAP BM ELISEU WASHINGTON GONÇALVES MARQUES
REVISÃO TÉCNICA
GTO DE SALVAMENTO TERRESTRE
ILUSTRAÇÕES
2º SGT GILMAR LUÍS PINTO
3º SGT BM DENNIS HENRIQUE DIAS PEÇANHA
DIAGRAMAÇÃO
CAP BM ELISEU WASHINGTON GONÇALVES MARQUES
3º SGT BM FLÁVIA SILVA CAMILO
CAPA
3º SGT BM DENNIS HENRIQUE DIAS PEÇANHA
Todos os direitos reservados ao CBMMG.
É permitida a reprodução por cópia para fins de estudo e pesquisa.
55 p. il.
CDD 616.025
Versão digital.
Disponível em: https://drive.google.com/drive/folders/199Oatyl4wuB-
0WnUg_72FDR3fa3LqXnb?usp=sharing
LISTA DE SIGLAS
Hz Hertz
KV Kilovolt
NR Norma Regulamentadora
ZC Zona controlada
ZL Zona livre
ZR Zona de risco
LISTA DE FIGURAS
1 OBJETIVO.................................................................................................. 10
2 APLICAÇÃO............................................................................................... 11
3 CONCEITO................................................................................................. 12
3.1 Eletricidade............................................................................................. 12
3.6 Curto-Circuito......................................................................................... 13
4 RISCO EM ELETRICIDADE....................................................................... 14
4.2 Queimaduras.......................................................................................... 19
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE........................................................... 24
7 MATERIAIS ELÉTRICOS........................................................................... 45
REFERÊNCIAS............................................................................................. 51
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 10
1 OBJETIVO
2 APLICAÇÃO
3 CONCEITOS
3.1 Eletricidade
Eletricidade é o ramo da Física que abrange uma variedade de fenômenos
decorrentes da presença e do fluxo de carga elétrica, tais como relâmpagos,
eletricidade estática e correntes elétricas em fios elétricos. Também conhecida
apenas como energia elétrica, termo mais comum à população, engloba conceitos
mais específicos como campo eletromagnético e indução eletromagnética (GASPAR,
2005).
Fluxo ordenado dos elétrons dentro de um condutor quando se aplica uma diferença
de potencial entre as suas extremidades. A corrente é representada pela letra (I) e a
unidade com que se mede é o ampare (A) (GUSSOW, 1997).
3.6 Curto-Circuito
4 RISCOS DA ELETRICIDADE
A corrente elétrica busca o caminho para a terra (potencial nulo), dentre os trajetos
aquele que possui menor resistência. Quando uma pessoa toca em um fio energizado
e ao mesmo tempo no chão, ela se torna parte integrante do circuito elétrico, podendo
sofrer sérios danos com a passagem de elétrons pelo seu corpo, podendo até mesmo
levar à morte (SILVA, 2015).
4 RISCOS DA ELETRICIDADE 15
Sensação insuportável
21 a 100 mA com contrações violentas.
Asfixia. Perturbações
circulatórias graves com Morte aparente Respiração Restabelecimento
possibilidade de fibrilação artificial ou morte
ventricular. dependendo do
tempo
Quanto maior for o tempo de exposição à corrente elétrica, mais severos serão os
danos ao organismo, porém, alguns valores de corrente não apresentam nocividade
fisiológica observável (VINTE, 2014).
Segundo Lima (2002) a curva Tempo x Corrente da Figura 2 é uma das maneiras de
se demonstrar os efeitos no corpo humano produzidos por uma corrente elétrica em
um determinado tempo.
Quando a pele apresenta cortes, machucados ou feridas haverá uma redução de sua
resistência elétrica. A resistência oferecida pelos órgãos internos, ou seja, a parte
interna do corpo humano como: fígado, coração, sistema nervoso, músculos e demais
tecidos é muito baixa se comparada com a pele. A resistência da parte interna do
corpo humano é em média da ordem de 300 Ohm, chegando ao máximo de 500 Ohm.
4.2 Queimaduras
Quando a corrente elétrica atravessa o corpo humano, ela pode produzir queimadura
devido ao Efeito Joule. Os órgãos internos apresentam uma resistência baixa,
apresentando uma boa condução de eletricidade. Por outro lado, nos pontos de
entrada e saída da corrente a situação é mais crítica, pois a pele apresenta maior
resistência. Devido a essa alta resistência, a corrente provoca alterações estruturais
na pele (CPNSP, 2005).
Ocorre quando há o contato em uma superfície energizada. Tal queimadura pode ser
superficial ou profunda, atingindo até mesmo a parte óssea, ou deixando apenas uma
mancha branca na pele (ROZA FILHO, 2012).
O arco elétrico é caracterizado pelo fluxo de corrente elétrica que atravessa um meio
isolante (ruptura de um dielétrico), quer seja de um gás ou ar (ROZA FILHO, 2012).
Essa ruptura produz uma fagulha instantânea, produzindo calor que pode exceder a
barreira de tolerância da pele gerando queimadura de segundo ou terceiro grau.
(CPNSP, 2005).
Os arcos elétricos emitem energia sob a forma de luz, calor e mecânica, sendo
bastante quentes. A energia luminosa causa sérios danos aos olhos e se agrava
quando há presença de componentes ultravioleta na radiação eletromagnética. O
calor transmitido pela radiação ocasiona severas queimaduras (LINS, 2015).
Um cabo de alta tensão da rede elétrica caído ao chão, por exemplo, produzirá
potenciais distintos que vão diminuindo sua intensidade desde o equipamento até uma
distância remota, de acordo com o nível de tensão. Estes potenciais surgem de forma
predominantemente circular, como mostrado nas linhas tracejadas da Figura 3. Caso
uma pessoa esteja com os dois pés na mesma linha equipotencial, a tensão de passo
será nula, não havendo, portanto, choque elétrico. Os valores assumidos pela tensão
de passo podem ser diversos, desde zero até máxima diferença de potencial que
existe entre duas superfícies equipotenciais separadas pela distância entre seus pés.
Quando ocorre o choque elétrico, os músculos das pernas e das coxas se contraem,
ocasionando a queda da pessoa e, consequentemente, que ela toque o solo com as
mãos. Nesse caso, ocorrerá o agravamento do choque, visto que a corrente passará
pelo coração. No caso de animais, a tensão de passo se torna tensão entre patas,
sendo, portanto, uma tensão mais elevada devido à distância maior entre as patas.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 22
Os arcos elétricos são fenômenos que liberam uma grande quantidade de energia na
forma de calor, produzindo altíssimas temperaturas. Sua temperatura pode alcançar
20.000°C.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE
Para este trabalho foi utilizado o manual de segurança em eletricidade para socorristas
de emergência (Electrical Safety Handbook for Emergency Responders), 2013. Esse
material é utilizado para treinamento de Bombeiros em Ontário no Canadá e contém
práticas para lidar com os riscos elétricos em situações de resgate e incêndio.
Quando se fala em desligamento de algum ponto na rede elétrica, não quer dizer que
naquele ponto a rede esteja desenergizada. Desligar um circuito é remover o
dispositivo de proteção dele. Já para o processo de desenergização, exige-se que
sejam realizados procedimentos conforme item 10. 5. 1 da NR-10 de acordo com as
seguintes etapas: seccionar, impedir reenergização, constatar ausência de tensão,
aterramento temporário, proteção de elementos energizados e sinalização de
impedimento de reenergização. Estas ações serão feitas pela concessionária de
energia elétrica que atende a região do local da ocorrência, geralmente, a CEMIG para
o nosso caso em Minas Gerais, ou empresas terceirizadas da concessionária.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 25
A zona de risco oferece o maior risco ao trabalhador, onde o uso de EPI é obrigatório
para que o funcionário autorizado execute as suas atividades com segurança dentro
da área de risco (LACERDA, 2017).
Figura 7 - Delimitação das zonas de riscos, controladas e livres com interposição de barreira.
A tensão nominal do circuito no ponto faz surgir ao redor dele áreas consideradas de
zona risco e zona controlada, estabelecendo condições restritivas de acesso somente
às pessoas autorizadas e mediante a aplicação de procedimentos específicos. Por
fim, também há as áreas livres que circundam a zona controlada (BORBA, 2016). A
Tabela 1 abaixo mostra quais são as áreas de riscos e as áreas controladas de acordo
com a tensão nominal da instalação elétrica.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 27
De acordo com Silva (2015), são definidas algumas distâncias de segurança para
atuação do bombeiro em ocorrências que envolvam circuitos energizados. Essas
distâncias foram retiradas do Electrical Safety Handbook for Emergency Responders.
750 a 150.000 3
250.001 e superior 6
Quando o motorista não consegue mover o veículo, ou quando este não se move,
baseado no manual Electrical Safety Handbook for Emergency Responders, primeiro
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 30
0-750 1,5 m
751 a 15.000 4m
15.001 a 500.000 7m
Fonte: adaptado Silva, 2015
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 31
a) primeiro passo: explicar aos ocupantes que o contato com o veículo e solo ao
mesmo tempo deve ser evitado pois poderá causar choque, possivelmente
fatal;
b) segundo passo: orientar como pular do veículo e se afastar. Deverá ser
instruído da seguinte forma: “mantenha os pés juntos e pule para fora do
veículo. Não toque no carro quando seus pés entrarem em contato com o solo.
Tente cair com os pés juntos. Tome passos curtos, caminhe deslizando os pés
vagarosamente mantendo os dois pés mais próximos o possível, sem separá-
los. Mova-se desta maneira para longe do carro por aproximadamente 06 (seis)
metros.” Se possível mostre como fazer, a uma distância segura;
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 32
OBS.: lembre-se sempre que entrar em contato com o carro e o solo ao mesmo tempo
pode ser fatal!
Os SEP podem ser caracterizados como sistemas com o objetivo de fornecer energia
elétrica com qualidade e no instante em que é solicitada tanto a grandes como a
pequenos consumidores. São subdivididos em 3 (três) grandes blocos:
Fonte: Aneel
É o tipo de rede elétrica mais comum no Brasil na qual os condutores são sem
isolamento. Ao tocar nesta rede quando energizada, ocorrerá o choque elétrico.
Também é a rede mais susceptível a defeitos (curtos-circuitos). Na Figura 17 é
possível observar uma rede de distribuição convencional.
São mais protegidas que as redes convencionais, não somente porque os condutores
têm uma camada de isolação, mas porque a rede em si ocupa menos espaço,
resultando em menor número de perturbações. Essa rede não possui isolamento
suficiente para garantir um contato seguro, apenas evita curto-circuito caso galhos ou
outros objetos encostem nos cabos. Geralmente possuem espaçadores entres os
condutores. Na Figura 18, observa-se uma rede aérea compacta com espaçador
losangular e na Figura 19 um espaçador vertical, muitas das vezes utilizado nesses
tipos de rede.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 38
Esse tipo de rede tem um custo elevado e geralmente é utilizado em locais especiais.
Ela é bastante protegida, pois os condutores são encapados com isolação suficiente
para serem trançados, conforme demonstrado na Figura 20. Já na Figura 21 é
possível observar dois tipos de rede primária empregada em um mesmo poste.
6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) 39
Esta rede é a que proporciona maior nível de confiabilidade ao sistema elétrico. Além
de possuir uma estética melhor, visto que os condutores estão enterrados. Dentre as
redes de distribuição é a mais cara, sendo instalada em regiões muito densas ou que
possuem restrições de instalação de redes aéreas. O atendimento em galerias é feito
por equipes especializadas, pois nesses locais, na maioria das vezes, há presença de
gases, por isso, não pode ocorrer curto-circuito, o qual poderá gerar explosão.
Conforme a Figura 22.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 40
Em resumo, diz-se que a rede primária é aquela que está antes do transformador,
enquanto que a secundária é aquela que sai dele já transformada. Observar-se na
Figura 16 as redes de distribuição primária e secundária, além do transformador
rebaixador.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 42
Esse sistema de segurança é composto basicamente por uma central de choque que
gera pulsos de alta tensão em um pequeno intervalo de tempo. Dependendo da
central, esse intervalo de tempo é de aproximadamente 01 segundo com choques que
podem alcançar até 12.000V.
É importante destacar que os choques da cerca elétrica não oferecem riscos à saúde,
pois a corrente deste choque elétrico é extremamente baixa, de corrente contínua e
ocorre por um período curto, impedindo a pessoa de ficar presa nos fios da cerca.
Deve-se tomar cuidado com instalações clandestinas, pois estas não obedecem às
normas ou possuem produtos sem a certificação do Inmetro, podendo ocasionar
vários prejuízos, inclusive a morte.
Fonte: AVATEC
7 MATERIAIS ELÉTRICOS 45
7 MATERIAIS ELÉTRICOS
Em serviços que envolvam eletricidade, alguns materiais são essenciais como: Bastão
Isolante (Vara de Manobra), Detector de Tensão por Indução, e Luvas Isolantes.
Para utilização dos bastões é necessário que eles estejam acondicionados de forma
adequada, ou seja, dentro de sua sacola (capa protetora), não ficar expostos a
materiais que porventura venham provocar avarias como: cortes, fissuras, arranhões,
dentre outros. Deve-se evitar que os bastões estejam em contato com umidade, óleo
ou outros tipos de líquidos. Caso contrário, sua utilização torna-se ineficiente e
ineficaz para o uso ao qual foi projetado, não garantindo assim, a segurança dos
militares ao utilizarem esse equipamento. Lembrando que ele deve ser utilizado em
conjunto com as luvas isolantes. Na Figura 29, observa-se a vara de manobra ou
bastão isolado e a bolsa para o devido acondicionamento.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 46
Fonte: D’ASSIS
Fonte: D’ASSIS
Antes de utilizar as luvas isolantes, deve-se fazer uma inspeção visual, para garantir
que ela não apresente avaria e esteja em condição de uso. Ressalta-se que como a
pele transpira e não pode haver umidade, é recomendável utilizar talco nas mãos
antes de colocá-las, para que a pele não fique molhada durante o manuseio,
possibilitando a condução da eletricidade. Deve-se utilizar uma luva de vaqueta por
cima da luva de borracha para evitar que objetos venham a perfurá-la e comprometam
a isolação do EPI. Qualquer avaria na luva, prejudicará a eficiência e eficácia em
relação ao isolamento projetado para o equipamento. Na Figura 28 alguns exemplos
de luvas isolantes e luva de vaqueta e na Figura 29 um exemplo de classificação da
cor da etiqueta das luvas relacionadas à tensão de isolamento do produto.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 48
Fonte: Orion
Fonte: Orion
Para continuar a garantir a eficiência e a eficácia dos bastões, das luvas e do detector
de tensão é necessária a realização das manutenções recomendadas pelos
fabricantes.
8 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM OCORRÊNCIAS COM ELETRICIDADE 49
REFERÊNCIAS
ABNT. NBR: 16295: Luvas de Material Isolante (IEC 60903:2002, MOD). Rio de
Janeiro, 2014. 76p.
CALÇADA, Caio Sérgio; SAMPAIO, José Luiz. Eletricidade. São Paulo: Atual, 1998.
505 p.
GUSSOW. Milton. Eletricidade básica. São Paulo. Pearson Makron Books, 1997.
MAIA JÚNIOR, Carlos Alberto Freire; SILVA, Noemi Souza Alves da. Minimização
de Riscos de Choque Elétrico e Danos a Equipamentos por Meio de
Aterramento Adequado. 2014. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia,
Universidade de Brasília, Brasilia, 2014.