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COMANDANTE-GERAL DO CBMMG

CORONEL BM EDGARD ESTEVO DA SILVA

CHEFE DO ESTADO-MAIOR
CORONEL BM ERLON DIAS DO NASCIMENTO BOTELHO

AUTOR
2° TEN BM SAMUEL DE SOUSA REIS

COAUTORES
CAP ELIAS JOSÉ LUCIANO
1º TEN PHILIPPE AUGUSTO DE MATOS SANTOS
1º TEN ANDRÉ MOREIRA VINTE
1º TEN WANDERSON TEODORO DE MENDONÇA
2º TEN RAFAELL IGOR FERRAZ QUEIROZ

REVISÃO TEXTUAL/GRAMATICAL
CAP BM ELISEU WASHINGTON GONÇALVES MARQUES

REVISÃO TÉCNICA
GTO DE SALVAMENTO TERRESTRE

ILUSTRAÇÕES
2º SGT GILMAR LUÍS PINTO
3º SGT BM DENNIS HENRIQUE DIAS PEÇANHA

DIAGRAMAÇÃO
CAP BM ELISEU WASHINGTON GONÇALVES MARQUES
3º SGT BM FLÁVIA SILVA CAMILO

CAPA
3º SGT BM DENNIS HENRIQUE DIAS PEÇANHA
Todos os direitos reservados ao CBMMG.
É permitida a reprodução por cópia para fins de estudo e pesquisa.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

C787 Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais.


Procedimentos em ocorrências que envolvam
eletricidade: Instrução Técnica Operacional 31 .
1.ed. Belo Horizonte: CBMMG, 2021.

55 p. il.

1. Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais. 2.


Instrução Técnica Operacional 31. 3. ITO 31.
4. Ocorrências. 5.Eletricidade. 6.Emergências. 7.
Choque elétrico. I. Título.

CDD 616.025

Ficha catalográfica elaborada por Andréia Júlio CRB6/2095

Versão digital.
Disponível em: https://drive.google.com/drive/folders/199Oatyl4wuB-
0WnUg_72FDR3fa3LqXnb?usp=sharing
LISTA DE SIGLAS

Anatel Agência Nacional de Telecomunicações

CEMIG Companhia Energética de Minas Gerais

COBOM Centro de Operações de Bombeiros

d.d.p Diferença de potencial

EPI Equipamento de proteção individual

Hz Hertz

KV Kilovolt

NR Norma Regulamentadora

PE Ponto da Distância Energizada

Psi Libra-força por polegada quadrada

Rc Raio de delimitação entre zona controlada e livre metros

Rr Raio de delimitação entre zona de risco e controlada em metros

SEP Sistema elétrico de potência

SI Superfície isolante construída com material resistente e dotada de


todos os dispositivos de segurança

ZC Zona controlada

ZL Zona livre

ZR Zona de risco
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Percurso da corrente elétrica...................................................... 15

Figura 2 - Tempo x Corrente........................................................................ 17

Figura 3 - Tensão de passo......................................................................... 21

Figura 4 - Tensão de passo......................................................................... 22

Figura 5 - Arco elétrico................................................................................. 23

Figura 6 - Delimitação das zonas de riscos, controladas e livres radial...... 26

Figura 7 - Delimitação das zonas de riscos, controladas e livres com


interposição de barreira............................................................................... 26

Figura 8 - Fio energizado embaixo ou sobre carro...................................... 29

Figura 9 - Distâncias mínimas de combate a incêndio envolvendo


eletricidade................................................................................................... 30

Figura 10 - Fio energizado sobre o veículo, risco de explosão.................... 32

Figura 11 - Modo de caminhar após sair do veículo.................................... 32

Figura 12 - Movimentação da linha de energia............................................ 33

Figura 13 - Sistema Elétrico de Potência..................................................... 34

Figura 14 – Tipos, voltagens e distâncias de linhas de transmissão........... 35

Figura 15 – Exemplo de linhas de transmissão........................................... 36

Figura 16 - Rede de Distribuição................................................................. 36

Figura 17 - Rede de Distribuição Aérea Convencional................................ 37

Figura 18 - Rede de Distribuição Aérea Compacta com Espaçador


Losangular................................................................................................... 38

Figura 19 - Espaçador Vertical.................................................................... 38

Figura 20 - Rede de Distribuição Aérea Isolada.......................................... 39

Figura 21 - Dois tipos de Rede Primária em um Mesmo Poste................... 39

Figura 22 - Rede de Distribuição Subterrânea............................................ 40

Figura 23 – Rede de Distribuição Secundária Convencional....................... 40


Figura 24 – Rede de Distribuição Secundária Protegida............................. 41

Figura 25 - Rede de Distribuição Secundária Isolada.................................. 41

Figura 26 - Rede de Telecomunicação........................................................ 42

Figura 27 – Isoladores e Cadeia de Isoladores........................................... 43

Figura 28 – Isoladores e Cadeia de Isoladores........................................... 44

Figura 29 - Bastão Isolante e sacola para o acondicionamento.................. 46

Figura 30 - Detectores de Tensão por Indução........................................... 47

Figura 31 - Luvas Isolantes para diferentes tensões e Luva de vaqueta.... 48


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Zona controlada x zona de risco................................................. 27

Tabela 2 - Limites seguros de abordagem................................................... 28

Tabela 3 - Distâncias mínimas de combate a incêndio envolvendo


eletricidade................................................................................................... 30

Tabela 4 - Tensão x Cor da Etiqueta............................................................ 48


LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Efeitos no corpo humano para choques elétricos de diferentes


intensidades................................................................................................. 16
Quadro 2 - Classificação NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços
em Eletricidade............................................................................................. 42
SUMÁRIO

1 OBJETIVO.................................................................................................. 10

2 APLICAÇÃO............................................................................................... 11

3 CONCEITO................................................................................................. 12

3.1 Eletricidade............................................................................................. 12

3.2 Corrente Elétrica.................................................................................... 12

3.3 Tensão Elétrica....................................................................................... 12

3.4 Resistência Elétrica............................................................................... 12

3.5 Efeito Joule............................................................................................. 13

3.6 Curto-Circuito......................................................................................... 13

3.7 Corrente Alternada................................................................................. 13

4 RISCO EM ELETRICIDADE....................................................................... 14

4.1 Choque Elétrico...................................................................................... 14

4.1.2 Efeitos do Choque.............................................................................. 15

4.1.3 Percurso da Corrente Elétrica pelo corpo Humano......................... 15

4.1.4 Efeitos da Corrente Elétrica no Corpo Humano............................... 16

4.1.5 Tempo de exposição.......................................................................... 17

4.1.6 Frequência da Corrente Elétrica........................................................ 18

4.1.7 Resistência Elétrica do Corpo Humano............................................ 18

4.1.8 Condições da Pele do Indivíduo........................................................ 19

4.2 Queimaduras.......................................................................................... 19

4.2.1 Queimadura por Contato.................................................................... 20


4.2.2 Queimadura por Arco Voltaico ou Elétrico....................................... 20

4.2.3 Queimadura por Radiação (em arcos produzidos por curtos-


circuitos)....................................................................................................... 20

4.3 Campos Eletromagnéticos................................................................... 20

4.3.1 Tensão de Passo................................................................................ 21

4.3.2 Arco Elétrico....................................................................................... 22

5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE........................................................... 24

5.1 Distância de Segurança......................................................................... 25

5.1.2 Limites Seguros de Abordagem........................................................ 28

5.2 Aproximação a um Veículo com Fio Energizado................................ 28

5.2.1 Combate a Incêndio em um Veículo em Chamas com Fio


Energizado.................................................................................................... 29

5.2.2 Fio Energizado sobre um Veículo e o Motorista Consegue Dirigir


e Retirar o Veículo do Local de Risco........................................................ 29

5.2.3 Fio Energizado sobre um Veículo e o Motorista não Consegue


Deslocar o Veículo do Local de Risco....................................................... 30

5.2.4 Fio Energizado sobre o Carro e Há Vítimas Inconscientes............ 31

5.2.5 Fio Energizado sobre um Veículo com Vítimas Conscientes e


Risco de Explosão....................................................................................... 31

5.2.6 Fio Energizado sobre um Veículo com Vítimas Inconscientes ou


Feridas e Riscos de Explosão.................................................................... 33

6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)............................................. 34

6.1 Redes e Linhas de Distribuição de Energia Elétrica.......................... 35

6.1.1 Linhas de Transmissão.............................................................................. 35


6.1.2 Redes de distribuição........................................................................ 36

6.1.2.1 Rede de Distribuição Primária........................................................... 36

6.1.2.2 Rede de Distribuição Aérea Convencional........................................ 37

6.1.2.3 Rede de Distribuição Aérea Compacta.............................................. 37

6.1.2.4 Rede de Distribuição Aérea Isolada.................................................. 38

6.1.2.5 Rede de Distribuição Subterrânea..................................................... 39

6.1.2.6 Redes de Distribuição Secundária (Baixa Tensão)........................... 40

6.2 Rede de Telecomunicações.................................................................. 42

6.3 Identificação da Tensão da Rede de Transmissão de Energia


Elétrica Através da Cadeia de Isoladores.................................................. 43

6.4 Cerca Elétrica......................................................................................... 44

7 MATERIAIS ELÉTRICOS........................................................................... 45

7. 1 Bastão Isolante (Vara de Manobra)..................................................... 45

7.2 Detector de Tensão por Indução.......................................................... 46

7.3 Luvas Isolantes...................................................................................... 47

7.4 Acondicionamento de Materiais........................................................... 48

8 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM OCORRÊNCIAS COM


ELETRICIDADE............................................................................................. 49

REFERÊNCIAS............................................................................................. 51
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 10

1 OBJETIVO

Estabelecer os procedimentos operacionais necessários para garantir a segurança


dos Bombeiros Militares de Minas Gerais que atuarão em locais que estejam
energizados ou potencialmente energizados.
2 APLICAÇÃO 11

2 APLICAÇÃO

a) orientação para adoção de medidas de proteção que visam o controle dos


riscos elétricos, voltados a garantir a segurança e a saúde dos Bombeiros
Militares que estão sujeitos a essas atividades;
b) segurança no atendimento de ocorrência que envolva risco em eletricidade;
c) procedimentos operacionais a serem adotados em ocorrências com energia
elétrica;
d) identificação dos tipos de redes de distribuição de energia elétrica;
e) identificação da tensão das redes de transmissão de energia elétrica;
f) identificação das redes de telecomunicações;
g) materiais básicos utilizados em eletricidade.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 12

3 CONCEITOS

Para entendimento dos procedimentos, os militares devem observar os conceitos


abaixo elencados para entendimento das ocorrências envolvendo eletricidade.

3.1 Eletricidade
Eletricidade é o ramo da Física que abrange uma variedade de fenômenos
decorrentes da presença e do fluxo de carga elétrica, tais como relâmpagos,
eletricidade estática e correntes elétricas em fios elétricos. Também conhecida
apenas como energia elétrica, termo mais comum à população, engloba conceitos
mais específicos como campo eletromagnético e indução eletromagnética (GASPAR,
2005).

3.2 Corrente Elétrica

Fluxo ordenado dos elétrons dentro de um condutor quando se aplica uma diferença
de potencial entre as suas extremidades. A corrente é representada pela letra (I) e a
unidade com que se mede é o ampare (A) (GUSSOW, 1997).

3.3 Tensão Elétrica

É a energia necessária (força eletromotriz) para criar uma diferença de potencial


elétrico (d.d.p) entre dois pontos distintos e provocar o movimento ordenado dos
elétrons livres que estão presentes no meio condutor. A tensão elétrica é representada
pela letra V e a unidade de medida é o Volt (V) (ALEXANDER, 2008).

3.4 Resistência Elétrica

É definida como a capacidade que um corpo tem de se opor à passagem da corrente


elétrica. Ela está ligada ao choque entre elétrons livres e átomos no interior dos
condutores. A unidade de medida da resistência é o Ohm (Ω) (GUSSOW,1997).
3 CONCEITOS 13

3.5 Efeito Joule

Ao atravessar um condutor, a corrente elétrica tem sua energia se convertendo em


energia térmica, devido ao choque dos elétrons livres com os átomos do condutor.
Essa conversão de energia recebe o nome de Efeito Joule e é responsável pelo
aquecimento do condutor ao ser atravessado pela corrente elétrica (CALÇADA, 1945).

3.6 Curto-Circuito

O curto-circuito é uma conexão elétrica, que possui enquanto característica principal


uma resistência extremamente baixa à passagem da corrente elétrica entre dois
pontos de potenciais elétricos distintos (GUSSOW, 1997). Tem-se a ligação por arco
elétrico, por exemplo, sendo a condição mais severa do curto-circuito.

3.7 Corrente Alternada

A corrente alternada ou (CA) é aquela na qual a intensidade e a direção da corrente


elétrica variam ciclicamente com o passar do tempo. A corrente alternada ora está
em um sentido, ora está em outro sentido (SEGUNDO; RODRIGUES, 2015).
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 14

4 RISCOS DA ELETRICIDADE

A eletricidade é causa de diversos tipos de acidentes no mundo, por ação insegura ou


imprecisa de quem a manipula. Pois, nem sempre os profissionais são habilitados
para executarem trabalhos com equipamentos elétricos energizados.

Nas ações com eletricidade existe a dificuldade na identificação de cargas elétricas


em um condutor ou outro meio físico, pois isso ultrapassa as capacidades sensoriais
do ser humano, sendo necessário o uso de equipamentos específicos para fazê-lo.

A corrente elétrica e a eletricidade, ao entrarem em contato com o corpo humano,


podem provocar queimaduras, coagulação do sangue, lesão nos nervos, contração
muscular, fibrilação cardíaca e, secundariamente, pode provocar incêndios.

4.1 Choque Elétrico

Choque elétrico é a perturbação de natureza e efeitos diversos, que se manifesta no


organismo humano ou animal quando esse é percorrido por uma corrente elétrica.
Dependendo da intensidade e do tempo de exposição à corrente elétrica, poderão ser
maiores os efeitos nocivos à saúde do homem (CONTRIM, 2009, p. 7).

A corrente elétrica busca o caminho para a terra (potencial nulo), dentre os trajetos
aquele que possui menor resistência. Quando uma pessoa toca em um fio energizado
e ao mesmo tempo no chão, ela se torna parte integrante do circuito elétrico, podendo
sofrer sérios danos com a passagem de elétrons pelo seu corpo, podendo até mesmo
levar à morte (SILVA, 2015).
4 RISCOS DA ELETRICIDADE 15

4.1.2 Efeitos do Choque

Os efeitos do choque elétrico no corpo humano podem variar, e depende de diversos


fatores. Dentre eles, podemos citar: percurso da corrente elétrica pelo corpo humano,
intensidade da corrente elétrica, tempo de exposição, frequência da corrente elétrica,
tensão elétrica, condições da pele do indivíduo e resistência elétrica do corpo humano.

4.1.3 Percurso da Corrente Elétrica pelo Corpo Humano

O percurso da corrente elétrica no corpo humano influencia bastante nos danos


causados em decorrência de um acidente. A Figura 1 representa os possíveis
caminhos que a corrente pode percorrer em caso de acidente por choque elétrico.

Figura 1 - Percurso da corrente elétrica no corpo humano

Fonte: adaptado de Carvalho Filho, 2011

Na imagem acima, da esquerda para a direita, é demonstrado nas primeiras


ilustrações, a corrente elétrica passando pelo tórax, e por consequência, pelos órgãos
vitais (coração, pulmões e sistema nervoso) do ser humano, sendo considerada de
grande risco para o indivíduo. Já na última ilustração (à direita), a corrente entra e sai
pela perna, sendo, portanto, menos agressiva ao ser humano, visto que não passa
pelos órgãos vitais.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 16

4.1.4 Efeitos da Corrente Elétrica no Corpo Humano

O fator determinante para as perturbações produzidas pelo choque elétrico é a


intensidade da corrente elétrica que atravessa o corpo de uma pessoa, e não a tensão
a que a pessoa foi submetida. Isso quer dizer, que quanto maior a intensidade da
corrente que passa pelo corpo, maiores serão os danos provocados por ela. O Quadro
1 abaixo, mostra os efeitos da corrente no corpo humano para diferentes intensidades
de corrente alternada.

Quadro 1 - Efeitos no corpo humano para choques elétricos de diferentes intensidades


Intensidade Perturbações Estado possível Salvamento Resultado final
da corrente possíveis após o choque provável
alternada

Nenhuma. Leve Sensação


0,5 a 1 mA de formigamento. Normal Desnecessário Normal

Sensação cada vez mais


desagradável à medida
1,1 a 9 mA que a intensidade Normal Desnecessário Normal
aumenta. Probabilidade de
contrações musculares

Sensação dolorosa. Pode


haver contrações
10 a 20 mA musculares e possível Morte aparente Respiração Restabelecimento
asfixia com perturbações artificial
na circulação sanguínea.

Sensação insuportável
21 a 100 mA com contrações violentas.
Asfixia. Perturbações
circulatórias graves com Morte aparente Respiração Restabelecimento
possibilidade de fibrilação artificial ou morte
ventricular. dependendo do
tempo

Asfixia imediata. Fibrilação


ventricular e alterações Morte aparente Proceder com Morte
Acima de 100 musculares, técnicas de APH,
mA acompanhadas de conforme
queimaduras. ITO nº 23

Asfixia imediata. Paralisia Proceder com


Próximo de dos centros nervosos com Morte aparente ou técnicas de APH, Morte
1000 mA destruição de tecidos e imediata conforme
queimaduras graves. ITO nº 23
Fonte: adaptado de SANTOS, 2012
4 RISCOS DA ELETRICIDADE 17

Em relação ao termo “morte aparente” citado no quadro anterior, trata-se de um estado


que simula a morte por precária persistência da circulação e pode durar por horas,
porém é possível a recuperação através de atendimento médico imediato e adequado
(BESSA, 2020).

4.1.5 Tempo de Exposição

Quanto maior for o tempo de exposição à corrente elétrica, mais severos serão os
danos ao organismo, porém, alguns valores de corrente não apresentam nocividade
fisiológica observável (VINTE, 2014).

A gravidade do choque elétrico depende de sua magnitude e do tempo de exposição


(UFVJM, 2016). Apesar das diversas pesquisas realizadas com o intuito de se obter
os efeitos da corrente elétrica sobre o corpo humano, ainda não se obteve resultados
incontestáveis referentes ao tema, devido às diferentes condições do próprio corpo
humano e dos choques elétricos (LIMA, 2002).

Segundo Lima (2002) a curva Tempo x Corrente da Figura 2 é uma das maneiras de
se demonstrar os efeitos no corpo humano produzidos por uma corrente elétrica em
um determinado tempo.

Figura 2 - Tempo x Corrente

Fonte: Lima, 2002


ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 18

A Zona 2 não representa nenhum efeito patofisiológico perigoso. Já a Zona 3,


representa algum perigo, pois o efeito presente nesta fase é parada dos pulmões,
levando a séria asfixia, e pode ocorrer o risco de fibrilação. Zona 4 é uma zona
perigosa com risco de fibrilação acima de 50% das pessoas. Por fim, a Zona S é
considerada uma curva de segurança onde a probabilidade de ocorrência de fibrilação
ventricular é de 0,5% (LIMA, 2002).

4.1.6 Frequência da Corrente Elétrica

As correntes elétricas de alta frequência são menos perigosas ao organismo do que


as de baixa frequência. As frequências de 50 e 60 Hz, de uso comum amplamente
utilizada no nosso dia a dia, estão dentre as mais perigosas (MAIA JÚNIOR; SILVA,
2014).

Quanto maior a frequência, maior será o limiar da sensação da corrente elétrica.


Portanto, o organismo sente menos os efeitos quando as correntes elétricas estão em
uma frequência maior (MAIA JÚNIOR; SILVA, 2014). As frequências acima de 10KHZ
são menos sentidas pelo organismo, cujos efeitos se limitam ao aquecimento, sendo
utilizadas amplamente na medicina como fonte de febre artificial, ou seja, uma
temperatura elevada ajuda a regular o metabolismo e os hormônios, além de destruir
bactérias e vírus invasores (MAIA JÚNIOR; SILVA, 2014).

4.1.7 Resistência Elétrica do Corpo Humano

A resistência elétrica que o corpo humano possui implica diretamente na intensidade


que a corrente circulará sobre ele. A pele seca oferece maior resistência, porém é uma
situação que raramente ocorre durante a execução de qualquer atividade, pois é difícil
controlar as condições de umidade do ambiente de trabalho e/ou sudorese do
indivíduo. A resistência que o corpo humano possui quando se encontra com a pele
seca e sem cortes é na faixa de 100.000 a 600.000 ohms (CPNSP, 2005).
4 RISCOS DA ELETRICIDADE 19

A resistência do corpo humano está ligada intimamente aos efeitos e consequência


que o choque elétrico pode causar ao organismo. Portando, o valor não é constante,
pode variar dentre os seres humanos, e está condicionado a diversos elementos como
estado da pele, área de contato, pressão de contato, tempo de exposição à corrente,
natureza da corrente, presença ou não de álcool no sangue, tensão elétrica de choque
aplicada, presença ou não de umidade na pele. (GOUVEIA, 2015).

4.1.8 Condições da Pele do Indivíduo

A resistência à passagem da corrente elétrica é influenciada pelo estado em que a


pele se encontra. A pele úmida tem menos resistência à passagem da corrente elétrica
em comparação à pele seca conforme discutido no item anterior. Contudo, outros
fatores também são determinantes na forma como a corrente elétrica interage com a
pele.

Quando a pele apresenta cortes, machucados ou feridas haverá uma redução de sua
resistência elétrica. A resistência oferecida pelos órgãos internos, ou seja, a parte
interna do corpo humano como: fígado, coração, sistema nervoso, músculos e demais
tecidos é muito baixa se comparada com a pele. A resistência da parte interna do
corpo humano é em média da ordem de 300 Ohm, chegando ao máximo de 500 Ohm.

4.2 Queimaduras

Quando a corrente elétrica atravessa o corpo humano, ela pode produzir queimadura
devido ao Efeito Joule. Os órgãos internos apresentam uma resistência baixa,
apresentando uma boa condução de eletricidade. Por outro lado, nos pontos de
entrada e saída da corrente a situação é mais crítica, pois a pele apresenta maior
resistência. Devido a essa alta resistência, a corrente provoca alterações estruturais
na pele (CPNSP, 2005).

As queimaduras produzidas pela eletricidade podem ser de diversas formas, dentre


elas ocorre a seguinte classificação: queimadura por contato, queimadura por arco
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 20

voltaico ou elétrico e queimadura por radiação em arcos produzidos por curtos-


circuitos. (CPNSP, 2005; ROZA FILHO, 2012).

4.2.1 Queimadura por Contato

Ocorre quando há o contato em uma superfície energizada. Tal queimadura pode ser
superficial ou profunda, atingindo até mesmo a parte óssea, ou deixando apenas uma
mancha branca na pele (ROZA FILHO, 2012).

4.2.2 Queimadura por Arco Voltaico ou Elétrico

O arco elétrico é caracterizado pelo fluxo de corrente elétrica que atravessa um meio
isolante (ruptura de um dielétrico), quer seja de um gás ou ar (ROZA FILHO, 2012).
Essa ruptura produz uma fagulha instantânea, produzindo calor que pode exceder a
barreira de tolerância da pele gerando queimadura de segundo ou terceiro grau.
(CPNSP, 2005).

4.2.3 Queimadura por Radiação em Arcos Produzidos por Curtos-Circuitos

Os arcos elétricos emitem energia sob a forma de luz, calor e mecânica, sendo
bastante quentes. A energia luminosa causa sérios danos aos olhos e se agrava
quando há presença de componentes ultravioleta na radiação eletromagnética. O
calor transmitido pela radiação ocasiona severas queimaduras (LINS, 2015).

4.3 Campos Eletromagnéticos

Quando ocorre a passagem de corrente elétrica por um condutor, é produzido um


campo eletromagnético que, por sua vez, induz uma corrente elétrica em condutores
que se encontram próximos. Dessa forma, pode acontecer o surgimento de corrente
elétrica em um circuito inicialmente desenergizado se esse estiver próximo a algum
circuito energizado (CPNSP, 2005).
4 RISCOS DA ELETRICIDADE 21

4.3.1 Tensão de Passo

É a tensão que há entre os pés de uma pessoa, ou as patas de um animal em contato


com o chão no instante de uma descarga atmosférica, um equipamento elétrico caído
ao solo, ou algum tipo de escoamento de tensão na terra, por exemplo, um
aterramento malfeito (Figura 3). A tensão de passo ocorre em altas tensões, pois
apenas a alta tensão é capaz de romper o dielétrico (isolação) do solo.

Figura 3 - Tensão de passo

Fonte: adaptado de CURSOSONLINESP, 2018

Um cabo de alta tensão da rede elétrica caído ao chão, por exemplo, produzirá
potenciais distintos que vão diminuindo sua intensidade desde o equipamento até uma
distância remota, de acordo com o nível de tensão. Estes potenciais surgem de forma
predominantemente circular, como mostrado nas linhas tracejadas da Figura 3. Caso
uma pessoa esteja com os dois pés na mesma linha equipotencial, a tensão de passo
será nula, não havendo, portanto, choque elétrico. Os valores assumidos pela tensão
de passo podem ser diversos, desde zero até máxima diferença de potencial que
existe entre duas superfícies equipotenciais separadas pela distância entre seus pés.

Quando ocorre o choque elétrico, os músculos das pernas e das coxas se contraem,
ocasionando a queda da pessoa e, consequentemente, que ela toque o solo com as
mãos. Nesse caso, ocorrerá o agravamento do choque, visto que a corrente passará
pelo coração. No caso de animais, a tensão de passo se torna tensão entre patas,
sendo, portanto, uma tensão mais elevada devido à distância maior entre as patas.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 22

A corrente elétrica, em regra, passará diretamente pelo coração do animal


(CURSOSONLINESP, 2018).

Os bombeiros em ocorrência devem atentar-se para a tensão de passo (Figura 4),


porque quanto maior a distância entre os seus pés (passo) maior será a diferença de
potencial, fazendo que a corrente entre em um dos pés circule pelo abdômen e retorne
para o outro pé, chegando por fim, à terra. Logo, quanto maior a distância entre os
pés, maiores serão a chances de ocorrer um choque elétrico (SILVA, 2015).

Figura 4 - Tensão de passo

Fonte: adaptado de Silva, 2015

4.3.2 Arco Elétrico

Arco elétrico é conceituado como sendo um fenômeno físico que ocorre


essencialmente em equipamentos e instalações elétricas, sempre que há a passagem
de corrente elétrica por um meio que não apresenta características condutoras. Isso
acontece devido à perda de suas características isolantes, normalmente compreende
partes metálicas que não estão em contato direto, mas apresentam uma considerável
diferença de potencial. O fenômeno arco elétrico tem curta duração e apresenta a
transformação da energia elétrica em energia térmica (calor), energia acústica, onda
de pressão e energia luminosa.
4 RISCOS DA ELETRICIDADE 23

Os arcos elétricos são fenômenos que liberam uma grande quantidade de energia na
forma de calor, produzindo altíssimas temperaturas. Sua temperatura pode alcançar
20.000°C.

Precauções adicionais são exigidas quando há presença de incêndio na vegetação


ao redor do equipamento elétrico, pois nesse caso, haverá fumaça e chamas
significativas. A densidade de fumaça, a intensidade do fogo e a tensão envolvida são
fatores importantes no estabelecimento da distância entre o combate e as linhas de
tensão (Figura 5). Essas condições aumentam as chances de ocorrer um arco elétrico.

Figura 5 - Arco elétrico

Fonte: adaptado de Silva, 2015


ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 24

5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE

Para este trabalho foi utilizado o manual de segurança em eletricidade para socorristas
de emergência (Electrical Safety Handbook for Emergency Responders), 2013. Esse
material é utilizado para treinamento de Bombeiros em Ontário no Canadá e contém
práticas para lidar com os riscos elétricos em situações de resgate e incêndio.

Se não forem adotadas medidas de segurança em locais energizados, o risco de


choques elétricos será muito grande. O perigo pode existir para eletricistas, pessoas
comuns ou aqueles que porventura tenham que entrar nesses locais para prestarem
algum tipo de socorro, como é o caso dos militares do Corpo de Bombeiros (MAIA
JÚNIOR; SILVA, 2014).

Nas ocorrências que envolvam eletricidade, é necessário que os combatentes


possuam o conhecimento conceitual em eletricidade e normas de segurança, quer
seja para o resgate de uma vítima de choque elétrico ou até mesmo para aquelas
ocorrências que envolvam riscos elétricos de difícil percepção (SILVA, 2015).

Durante a ocorrência, o Bombeiro Militar deve garantir a sua segurança, a segurança


de sua guarnição e das pessoas que estejam envolvidas nesse acidente. Para isso, é
necessário analisar dos riscos elétricos in loco e os riscos adicionais presentes nesse
ambiente. (SILVA, 2015).

Quando se fala em desligamento de algum ponto na rede elétrica, não quer dizer que
naquele ponto a rede esteja desenergizada. Desligar um circuito é remover o
dispositivo de proteção dele. Já para o processo de desenergização, exige-se que
sejam realizados procedimentos conforme item 10. 5. 1 da NR-10 de acordo com as
seguintes etapas: seccionar, impedir reenergização, constatar ausência de tensão,
aterramento temporário, proteção de elementos energizados e sinalização de
impedimento de reenergização. Estas ações serão feitas pela concessionária de
energia elétrica que atende a região do local da ocorrência, geralmente, a CEMIG para
o nosso caso em Minas Gerais, ou empresas terceirizadas da concessionária.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 25

Em certas ocorrências, o ato de desligamento da energia é uma das primeiras atitudes


a serem tomadas, porém, não basta para garantir a segurança das pessoas que atuam
na ocorrência. O ato de desenergização é extremamente necessário, pois consiste
em “retirar” a carga elétrica residual do equipamento de forma que seja escoada para
a terra, por meio do aterramento. Logo, é necessário ficar atento às manobras feitas
pela concessionária, e impedir o religamento automático do circuito ou até mesmo por
pessoas que estejam no local.

5.1 Distância de Segurança

Existem distinções entre as zonas de trabalho em serviços com eletricidade. As três


zonas principais são: zona livre (ZL), zona controlada (ZC) e zona de risco (ZR). Na
zona livre, não há restrições ao tipo de pessoa que é permitido circular ou permanecer,
pois esse local não apresenta risco (LACERDA, 2017).

A zona controlada já apresenta risco ao trabalhador, havendo a necessidade de


restrições quanto ao tipo de pessoa que pode circular nesse ambiente, sendo
permitida circulação de pessoa autorizada, devidamente ciente do risco na atividade
(LACERDA, 2017).

A zona de risco oferece o maior risco ao trabalhador, onde o uso de EPI é obrigatório
para que o funcionário autorizado execute as suas atividades com segurança dentro
da área de risco (LACERDA, 2017).

Na NR-10, algumas distâncias de segurança são dadas em função da tensão nominal


da instalação elétrica. A Figura 6 e 7 mostra a distância de delimitação das zonas de
risco controladas e livre sem/com interposição de superfície.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 26

Figura 6 - Delimitação das zonas de riscos, controladas e livres radial

Fonte: CNI, 2007

Figura 7 - Delimitação das zonas de riscos, controladas e livres com interposição de barreira.

Fonte: CNI, 2007.

A tensão nominal do circuito no ponto faz surgir ao redor dele áreas consideradas de
zona risco e zona controlada, estabelecendo condições restritivas de acesso somente
às pessoas autorizadas e mediante a aplicação de procedimentos específicos. Por
fim, também há as áreas livres que circundam a zona controlada (BORBA, 2016). A
Tabela 1 abaixo mostra quais são as áreas de riscos e as áreas controladas de acordo
com a tensão nominal da instalação elétrica.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 27

Tabela 1 - Zona controlada x zona de risco

Faixa de tensão Rr - Raio de delimitação Rc - Raio de delimitação entre


Nominal da instalação entre zona de risco e zona controlada e livre metros
elétrica em KV controlada em metros

<1 0.2 0.7

≥ 1 e <3 0.22 1.22

≥ 3 e <6 0.25 1.25

≥ 6 e <10 0.35 1.35

≥ 10 e <15 0.38 1.38

≥ 15 e <20 0.40 1.40

≥ 20 e <30 0.56 1.56

≥ 30 e <36 0.58 1.58

≥ 36 e <45 0.63 1.63

≥ 45 e <60 0.83 1.83

≥ 60 e <70 0.9 1.90

≥ 79 e <110 1.00 2.00

≥ 110 e <132 1.10 3.10

≥ 132 e <150 1.20 3.20

≥ 150 e <220 1.60 3.60

≥ 220 e <275 1.80 3.80

≥ 275 e <380 2.50 4.5

≥ 380 e <480 3.20 5.2

≥ 480 e <700 5.2 7.2

Fonte: Borba, 2016


ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 28

5.1.2 Limites Seguros de Abordagem

De acordo com Silva (2015), são definidas algumas distâncias de segurança para
atuação do bombeiro em ocorrências que envolvam circuitos energizados. Essas
distâncias foram retiradas do Electrical Safety Handbook for Emergency Responders.

Tabela 2 - Limites seguros de abordagem


Faixa de tensão nominal da instalação elétrica em volts Distância mínima em metros
(V) (m)

750 a 150.000 3

150.001 a 250.000 4,5

250.001 e superior 6

Fonte: Silva, 2015

5.2 Aproximação a um Veículo com Fio Energizado.

De acordo com o manual Electrical Safety Handbook for Emergency Responders


existem alguns procedimentos a serem adotados quando há um fio energizado sobre
um carro ou embaixo dele, Figura 8. Primeiro passo: No deslocamento, ligue para a
concessionária de energia elétrica local; segundo passo: avalie a situação pelo menos
a 10 (dez) metros de distância; terceiro passo: estabeleça a zona de segurança e isole
a área; quarto passo: mantenha os pés juntos, caminhe deslizando vagarosamente e
aproximando-se do veículo; quinto passo: aproximar-se no máximo a 6 (seis) metros
de distância e jamais toque o veículo, pois uma tensão estará presente quando o fio
estiver energizado, pois isso, poderá ocasionar a eletrocussão.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 29

Figura 8 - Fio energizado embaixo ou sobre carro

Fonte: adaptado de Electrical Safety Handbook for Emergency Responders

5.2.1 Fio Energizado sobre um Veículo e o Motorista Consegue Dirigir e Retirar


o Veículo do Local de Risco

Segundo Electrical Safety Handbook for Emergency Responders, quando um


motorista consegue mover o veículo e este está sobre um fio energizado, deve-se
primeiro certificar-se que você e os demais militares não correm risco de serem feridos
no caso do fio ser liberado ou se mover abruptamente, no momento do deslocamento
do veículo. Em seguida, oriente o motorista para mover o veículo lentamente para
longe do fio e livrar-se de quaisquer poças de água que possam ser energizadas pelo
fio. Porém, se os fios energizados forem puxados pelo veículo, instrua o motorista a
parar e permanecer dentro do carro até a chegada dos responsáveis pelo
desligamento da rede elétrica.

5.2.2 Fio Energizado sobre um Veículo e o Motorista não Consegue Deslocar o


Veículo do Local de Risco

Quando o motorista não consegue mover o veículo, ou quando este não se move,
baseado no manual Electrical Safety Handbook for Emergency Responders, primeiro
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 30

deve-se instruir o motorista a permanecer no veículo até a chegada da concessionária


de energia elétrica. Em seguida, monitorar continuamente a zona de segurança,
proteger essa área e manter as pessoas afastadas.

5.2.3 Combate a Incêndio em um Veículo em Chamas com Fio Energizado

De acordo com o Electrical Safety Handbook for Emergency Responders, pode-se


usar água para combater o incêndio em um veículo em chamas com fio energizado
sobre ele, para tanto, deve-se obedecer às distâncias mínimas de segurança e deve-
se utilizar jatos neblinados com pressão de 100 psi. A Figura 9 mostra essas distâncias
de acordo com a tensão elétrica.

Figura 9 - Distâncias mínimas de combate a incêndio envolvendo eletricidade

Fonte: adaptado Silva, 2015.

Tabela 3 - Distâncias mínimas de combate a incêndio envolvendo eletricidade

Volts Distâncias mínimas a 700 kPa (100 psi) na ponta da mangueira


com jato neblinado

0-750 1,5 m

751 a 15.000 4m

15.001 a 500.000 7m
Fonte: adaptado Silva, 2015
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 31

5.2.4 Fio Energizado sobre o Carro e Há Vítimas Inconscientes

Quando há presença de vítimas inconscientes e existem fios sob e sobre o veículo ou


pendurados muito perto do veículo, o manual Electrical Safety Handbook for
Emergency Responders diz que primeiro deve ser determinado a zona de segurança
e ela deve ser monitorada continuamente, protegendo a área e mantendo as pessoas
afastadas. Em seguida, monitora-se de perto qualquer mudança de situação,
exemplo: início de fogo. Para vítimas que recuperarem a consciência, instrua a
permanecer dentro do veículo até que seja desenergizada a linha. Não tome nenhuma
medida que possa colocar em risco a sua vida e a dos demais envolvidos.

5.2.5 Fio Energizado sobre um Veículo com Vítimas Conscientes e Risco de


Explosão

Quando os ocupantes não estão feridos e há um fio energizado sobre um veículo,


impossibilitando-o de ser movido, apresentando fogo em sua estrutura que não pode
ser extinto prontamente e ainda exista risco de explosão. Baseado no manual
Electrical Safety Handbook for Emergency Responders, alguns passos devem ser
adotados:

a) primeiro passo: explicar aos ocupantes que o contato com o veículo e solo ao
mesmo tempo deve ser evitado pois poderá causar choque, possivelmente
fatal;
b) segundo passo: orientar como pular do veículo e se afastar. Deverá ser
instruído da seguinte forma: “mantenha os pés juntos e pule para fora do
veículo. Não toque no carro quando seus pés entrarem em contato com o solo.
Tente cair com os pés juntos. Tome passos curtos, caminhe deslizando os pés
vagarosamente mantendo os dois pés mais próximos o possível, sem separá-
los. Mova-se desta maneira para longe do carro por aproximadamente 06 (seis)
metros.” Se possível mostre como fazer, a uma distância segura;
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 32

c) terceiro passo: orientar a pular do veículo quando estiverem prontos. A Figura


10 e 11 resumem bem esses passos.

OBS.: lembre-se sempre que entrar em contato com o carro e o solo ao mesmo tempo
pode ser fatal!

Figura 10 - Fio energizado sobre o veículo, risco de explosão

Fonte: adaptado de Electrical Safety Handbook for Emergency Responders

Figura 11 – Modo de caminhar após sair do veículo

Fonte: adapatado de Electrical Safety Handbook for Emergency Responders

● Exemplo A - Saltando e mantendo os pés juntos. (Tradução do elaborador).


● Exemplo B - Os calcanhares não passam os dedos dos pés.
5 SEGURANÇA EM ELETRICIDADE 33

5.2.6 Fio Energizado sobre um Veículo com Vítimas Inconscientes ou Feridas e


Riscos de Explosão

Esse é o pior cenário, quando os ocupantes estão feridos ou inconscientes dentro do


automóvel em chamas e apresentando risco de explosão, não sendo possível a
movimentação do veículo. O Manual Electrical Safety Handbook for Emergency
Responders norteia os procedimentos a serem adotados para retirada do fio sobre o
automóvel. Primeiro passo: verificar a tensão presente e se o solo não está úmido;
segundo passo: realizar a abordagem a 06 (seis) metros de distância do veículo;
terceiro passo: usar luvas adequadas ao isolamento da rede elétrica e um bastão
isolante de 06 (seis) metros para remoção do cabo elétrico, bem como botas com
isolamento adequado, ou seja, botas que não contenham bicos de ferro ou outros
acessórios que possam conduzir eletricidade; quarto passo: com firmeza pegue a
linha de energia e leve para longe do veículo; quinto passo: uma vez com a distância
de segurança 06 (seis) metros do veículo, abaixe o bastão com a linha de energia;
sexto passo: retire a vítima do veículo; sétimo passo: entre em contato com a
concessionária local para reestabelecer o fornecimento de energia na região. Esses
passos são utilizados conforme a Figura 12.

Figura 12 - Movimentação da linha de energia. (Tradução do elaborador)

Fonte: adaptado de Electrical Safety Handbook for Emergency Responders


ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 34

6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP)

Sistemas elétricos de potência (SEP) são o conjunto de todas as instalações e


equipamentos até a medição de energia, que englobam a geração, transmissão e
distribuição, sendo ligados eletricamente entre si. Conforme a Figura 13.

Figura 13 - Sistema Elétrico de Potência

Fonte: Adolpho eletricista

Os SEP podem ser caracterizados como sistemas com o objetivo de fornecer energia
elétrica com qualidade e no instante em que é solicitada tanto a grandes como a
pequenos consumidores. São subdivididos em 3 (três) grandes blocos:

a) geração: responsável pela produção da energia elétrica. Formado por Centrais


Elétricas que convertem alguma forma de energia (cinética, calor, entre outros.)
em energia elétrica;
b) transmissão: responsável pelo transporte da energia elétrica dos centros de
Geração aos de Consumo. Formado por Linhas de Transmissão,
Transformadores, entre outros;
c) distribuição: realiza a distribuição da energia elétrica recebida do sistema de
transmissão aos consumidores finais. (VASCONCELOS, 2017).
6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) 35

6.1 Redes e Linhas de Distribuição de Energia Elétrica

Conjunto de estruturas, condutores e equipamentos elétricos, aéreos ou subterrâneos,


utilizados para a distribuição da energia elétrica, operando em baixa, média e/ou alta
tensão de distribuição.

Geralmente, as linhas são circuitos radiais e as redes são circuitos malhados ou


interligados.

6.1.1 Linhas de Transmissão

As linhas de transmissão são basicamente constituídas por fios condutores metálicos


suspensos em torres também metálicas, por meio de isoladores cerâmicos ou de
outros materiais altamente isolantes. Como os sistemas de potência são trifásicos,
geralmente existem três conjuntos de cabos de cada lado das torres, acompanhados
por um cabo mais alto no topo, que é o cabo para-raios, ou também chamado de cabo
guarda. Conforme Figura 14 e 15.

Figura 14 – Tipos, voltagens e distâncias de linhas de transmissão

Fonte: Mundo Elétrica


ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 36

Figura 15 – Exemplo de linhas de transmissão

Fonte: Aneel

6.1.2 Redes de Distribuição

A rede de distribuição divide-se em primária e secundária. Como representado na


Figura 16.

Figura 16 - Rede de Distribuição

Fonte: Comissão 13/19

6.1.2.1 Rede de Distribuição Primária

São os circuitos que conduzem correntes em grandes tensões de distribuição. Essa


tensão, em sua maioria é 13,8KV no Estado de Minas Gerais, e fica localizada na
parte mais alta dos postes em locais urbanos.
6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) 37

6.1.2.2 Rede de Distribuição Aérea Convencional

É o tipo de rede elétrica mais comum no Brasil na qual os condutores são sem
isolamento. Ao tocar nesta rede quando energizada, ocorrerá o choque elétrico.
Também é a rede mais susceptível a defeitos (curtos-circuitos). Na Figura 17 é
possível observar uma rede de distribuição convencional.

Figura 17 - Rede de Distribuição Aérea Convencional

Fonte: Comissão 13/19 adaptado de Electric Material Distributor

6.1.2.3 Rede de Distribuição Aérea Compacta

São mais protegidas que as redes convencionais, não somente porque os condutores
têm uma camada de isolação, mas porque a rede em si ocupa menos espaço,
resultando em menor número de perturbações. Essa rede não possui isolamento
suficiente para garantir um contato seguro, apenas evita curto-circuito caso galhos ou
outros objetos encostem nos cabos. Geralmente possuem espaçadores entres os
condutores. Na Figura 18, observa-se uma rede aérea compacta com espaçador
losangular e na Figura 19 um espaçador vertical, muitas das vezes utilizado nesses
tipos de rede.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 38

Figura 18 - Rede de Distribuição Aérea Compacta com Espaçador Losangular

Fonte: adaptado Ancora Industrial

Figura 19 - Espaçador Vertical

Fonte: Electric Material Distributor

6.1.2.4 Rede de Distribuição Aérea Isolada

Esse tipo de rede tem um custo elevado e geralmente é utilizado em locais especiais.
Ela é bastante protegida, pois os condutores são encapados com isolação suficiente
para serem trançados, conforme demonstrado na Figura 20. Já na Figura 21 é
possível observar dois tipos de rede primária empregada em um mesmo poste.
6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) 39

Figura 20 - Rede de Distribuição Aérea Isolada

Fonte: adaptado DBS Engenharia e Consultoria

Figura 21 - Dois tipos de Rede Primária em um mesmo poste

Fonte: Comissão 13/19

6.1.2.5 Rede de Distribuição Subterrânea

Esta rede é a que proporciona maior nível de confiabilidade ao sistema elétrico. Além
de possuir uma estética melhor, visto que os condutores estão enterrados. Dentre as
redes de distribuição é a mais cara, sendo instalada em regiões muito densas ou que
possuem restrições de instalação de redes aéreas. O atendimento em galerias é feito
por equipes especializadas, pois nesses locais, na maioria das vezes, há presença de
gases, por isso, não pode ocorrer curto-circuito, o qual poderá gerar explosão.
Conforme a Figura 22.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 40

Figura 22 - Rede de Distribuição Subterrânea

Fonte: adaptado da Revista O Setor Elétrico, 2012.

6.1.2.6 Redes de Distribuição Secundária (Baixa Tensão)

São os circuitos que já passaram pelo transformador e tiveram suas tensões


reduzidas, na grande maioria para as seguintes tensões: 127/220V ou 220/380V ou
254/440V, dependendo apenas do tipo de transformador (rebaixador). A rede
secundária fica na parte mais baixa dos postes em locais urbanos e acima do conjunto
de iluminação pública. De acordo com as Figuras 23, 24 e 25.

Figura 23 - Rede de Distribuição Secundária Convencional

Fonte: Comissão 13/19


6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) 41

Figura 24 - Rede de Distribuição Secundária Protegida

Fonte: Comissão 13/19

Figura 25 - Rede de Distribuição Secundária Isolada

Fonte: Comissão 13/19

Em resumo, diz-se que a rede primária é aquela que está antes do transformador,
enquanto que a secundária é aquela que sai dele já transformada. Observar-se na
Figura 16 as redes de distribuição primária e secundária, além do transformador
rebaixador.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 42

Quadro 2 - Classificação NR 10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade


Classificação - NR 10 (Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade)
Extra baixa tensão Baixa tensão Alta tensão
Até 50 volts De 50 a 1.000 volts corrente Acima de 1.000 volts
corrente alternada alternada corrente alternada
Até 120 volts De 120 a 1.500 volts corrente Acima de 1.500 volts
corrente contínua contínua corrente contínua
Fonte: elaboração própria

6.2 Rede de Telecomunicações

A rede de telecomunicações como telefonia, internet, dados, entres outros, ficam


localizadas na parte inferior da rede de distribuição de energia elétrica, mais
especificamente abaixo do ponto das luminárias, compartilhando a infraestrutura dos
postes.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a rede de


telecomunicação aérea de telefonia, TV a cabo e internet, passa nos postes próximos
aos cabos de energia elétrica rede; contudo, não possui carga elétrica, (Figura 23).
Porém, quando ocorre o contato dos cabos de energia elétrica com os cabos de
telecomunicação, pode haver o perigo de choque elétrico. Caso contrário, inexiste o
problema, uma vez que o fio de telefone não é energizado. A Anatel recomenda que
não tocar num fio de telecomunicação quando, por avaria, esteja em contato com o
solo, visto que, não se sabe se está ocorrendo contato com a rede elétrica.
Figura 26 – Rede de Telecomunicações

Fonte: adaptado Technofix


6 SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA (SEP) 43

6.3 Identificação da Tensão da Rede de Transmissão de Energia Elétrica através


da Cadeia de Isoladores

Os isoladores têm a função de impedir a passagem da corrente elétrica dos


condutores aos apoios ou suporte e sustentar mecanicamente os cabos, barramentos,
entre outros.

Uma cadeia de isoladores é formada por uma série de isoladores campânula de


porcelana ou de vidro. Para tensões de 120KV usa-se de 06 a 08 isoladores, já para
linhas de transmissão de 500KV geralmente são usados de 26 a 32. A formação de
uma cadeia de isoladores depende da tensão envolvida. Quando se quer saber qual
a tensão da rede, pois não se tem nenhuma informação referente a ela, considera-se
que cada isolador da cadeia isola em média 10KV. Por exemplo, se tivermos 14
isoladores na cadeia, será isolado uma tensão de 140 KV.

Quando a tensão presente é conhecida, é possível estabelecer a zona de risco e a


zona controlada, além da distância mínima para o ataque a um foco de incêndio com
segurança. Também é possível evitar que ocorra a tensão de passo, entre outras
situações. Na Figura 27 é observa-se os isoladores de porcelana e de vidro além da
cadeia de isoladores.

Figura 27 - Isoladores e Cadeia de Isoladores

Fonte: Electric Material Distributor


ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 44

6.4 Cerca Elétrica

Esse sistema de segurança é composto basicamente por uma central de choque que
gera pulsos de alta tensão em um pequeno intervalo de tempo. Dependendo da
central, esse intervalo de tempo é de aproximadamente 01 segundo com choques que
podem alcançar até 12.000V.

É importante destacar que os choques da cerca elétrica não oferecem riscos à saúde,
pois a corrente deste choque elétrico é extremamente baixa, de corrente contínua e
ocorre por um período curto, impedindo a pessoa de ficar presa nos fios da cerca.

Deve-se tomar cuidado com instalações clandestinas, pois estas não obedecem às
normas ou possuem produtos sem a certificação do Inmetro, podendo ocasionar
vários prejuízos, inclusive a morte.

Em caso de ocorrências onde há a cerca elétrica o primeiro procedimento é determinar


o desligamento da cerca. Não sendo possível, deve-se respeitar a distância mínima
de segurança para evitar o choque elétrico. Na Figura 28 é possível notar os
isoladores e as cadeias de isoladores.

Figura 28 - Isoladores e Cadeia de Isoladores

Fonte: AVATEC
7 MATERIAIS ELÉTRICOS 45

7 MATERIAIS ELÉTRICOS

Em serviços que envolvam eletricidade, alguns materiais são essenciais como: Bastão
Isolante (Vara de Manobra), Detector de Tensão por Indução, e Luvas Isolantes.

7. 1 Bastão Isolante (Vara de Manobra)

O Bastão isolante ou vara de manobra é considerado um equipamento de segurança.


Essa ferramenta tem o objetivo de garantir a distância de trabalho ou isolamento de
segurança nas intervenções com as instalações elétricas energizadas ou
desenergizadas.

O bastão isolante apresenta em uma das extremidades um adaptador universal o qual


servirá de encaixe para diversos tipos de equipamentos, dentre eles, destaca-se o
detector de tensão por indução que se encaixa na extremidade do bastão.

Para utilização dos bastões é necessário que eles estejam acondicionados de forma
adequada, ou seja, dentro de sua sacola (capa protetora), não ficar expostos a
materiais que porventura venham provocar avarias como: cortes, fissuras, arranhões,
dentre outros. Deve-se evitar que os bastões estejam em contato com umidade, óleo
ou outros tipos de líquidos. Caso contrário, sua utilização torna-se ineficiente e
ineficaz para o uso ao qual foi projetado, não garantindo assim, a segurança dos
militares ao utilizarem esse equipamento. Lembrando que ele deve ser utilizado em
conjunto com as luvas isolantes. Na Figura 29, observa-se a vara de manobra ou
bastão isolado e a bolsa para o devido acondicionamento.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 46

Figura 29 - Bastão Isolante e sacola para o acondicionamento

Fonte: D’ASSIS

Ressalta-se que materiais improvisados, como rodos ou pedaços de madeira, são


desaconselhados para afastar fios ou condutores de energia elétrica, uma vez que, se
estiverem com umidade ou com outros líquidos que conduzam eletricidade, poderá
ocasionar o choque elétrico.

7.2 Detector de Tensão por Indução

É um equipamento que verifica a presença de tensão por aproximação. Este


equipamento constata a presença ou ausência de tensões, quando há dúvida se o
circuito está energizado ou não, garantindo maior segurança para os militares que
entrem em circuitos elétricos para realizarem qualquer tipo de salvamento. Tal
equipamento deve ser conectado na ponta (extremidade com adaptador universal) do
bastão isolante (vara de manobra), em seguida o militar deve estender o bastão e
aproximá-lo do circuito. Caso esteja energizado, o detector emitirá um alarme sonoro
e uma luz. Este alerta impedirá que o militar entre em locais energizados e sofra um
choque elétrico. Na Figura 30 observamos diferentes modelos de detectores de
tensão.
7 MATERIAIS ELÉTRICOS 47

Figura 30 - Detectores de Tensão por Indução

Fonte: D’ASSIS

7.3 Luvas Isolantes

As luvas isolantes são consideradas equipamentos de proteção individual, e são


essenciais às atividades que envolvam eletricidade. Ao utilizar este EPI, deve-se
atentar para o nível de isolamento que ela possui, uma vez que, níveis de tensão
elevados exigem nível de isolamento alto. As luvas com alto poder de isolamento
reduzem os movimentos das mãos, sendo inadequado trabalhar com luvas com
isolamentos altos em tensões baixas.

Antes de utilizar as luvas isolantes, deve-se fazer uma inspeção visual, para garantir
que ela não apresente avaria e esteja em condição de uso. Ressalta-se que como a
pele transpira e não pode haver umidade, é recomendável utilizar talco nas mãos
antes de colocá-las, para que a pele não fique molhada durante o manuseio,
possibilitando a condução da eletricidade. Deve-se utilizar uma luva de vaqueta por
cima da luva de borracha para evitar que objetos venham a perfurá-la e comprometam
a isolação do EPI. Qualquer avaria na luva, prejudicará a eficiência e eficácia em
relação ao isolamento projetado para o equipamento. Na Figura 28 alguns exemplos
de luvas isolantes e luva de vaqueta e na Figura 29 um exemplo de classificação da
cor da etiqueta das luvas relacionadas à tensão de isolamento do produto.
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 48

Figura 31 - Luvas isolantes para diferentes tensões e luva de vaqueta

Fonte: Orion

Tabela 4 - Tensão x Cor da Etiqueta

Fonte: Orion

7.4 Acondicionamento de Materiais

Quaisquer tipos de materiais elétricos devem ser acondicionados de forma adequada,


ou seja, deve-se evitar que tais materiais fiquem expostos a objetos que provoquem
danos por perfurações ou deixá-los expostos à umidade, a óleo, entre outros. Essas
avarias comprometerão a sua funcionalidade e não garantirão a segurança para as
quais estes materiais foram projetados.

Para continuar a garantir a eficiência e a eficácia dos bastões, das luvas e do detector
de tensão é necessária a realização das manutenções recomendadas pelos
fabricantes.
8 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM OCORRÊNCIAS COM ELETRICIDADE 49

8 PROCEDIMENTOS A SEREM ADOTADOS EM OCORRÊNCIAS COM


ELETRICIDADE

Quando o militar do CBMMG for acionado para o atendimento de ocorrência que


envolva eletricidade, alguns passos devem ser seguidos:

a) no deslocamento, deve-se solicitar ao COBOM o contato com a concessionária


de energia elétrica (CEMIG);
b) chegando ao local, se a concessionária estiver presente, deve-se realizar
algumas perguntas para constatar que o ambiente está seguro e sem energia
para executar as atividades de bombeiro;
c) perguntar se a rede de energia elétrica está desligada, desenergizada, aterrada
e seccionada no trecho onde serão realizadas as atividades de salvamento.
Obs.: o aterramento segundo a NR-10 deve ser feito antes do ponto e depois
do ponto de onde serão executadas as atividades;
d) caso a concessionária confirme que o ambiente está seguro para realizar as
atividades, o militar, possuindo o detector de tensão e seguindo os passos do
item 7.2, deve checar se o local não possui tensão. Caso não tenha este
equipamento, ele terá que confiar na concessionária;
e) chegando ao local da ocorrência, caso a concessionária de energia elétrica não
estiver presente, deve-se fazer uma avaliação do cenário a 10 metros de
distância e isolar a área, estabelecendo assim, a zona de segurança;
f) verifique se há vítimas;
g) verifique qual rede de energia elétrica está presente, distribuição (primária ou
secundária) ou transmissão;
h) se a rede de energia elétrica for a de transmissão, verifique a sua tensão de
acordo com o item 6.3;
i) se for rede de distribuição de energia elétrica, verifique qual o tipo de rede de
acordo com itens 6.1.2.2; 6.1.2.3; 6.1.2.4; 6.1.2.5; 6.1.2.6 e a sua tensão;
j) de acordo com a tensão, estabeleça o limite de abordagem com segurança de
acordo com o item 5.1.2;
k) estabeleça a zona de risco e zona controlada de acordo com a tabela 1,
evitando, assim, a tensão de passo;
ITO 31 - PROCEDIMENTOS EM OCORRÊNCIAS QUE ENVOLVAM ELETRICIDADE 50

l) se a ocorrência for um incêndio em veículo com fio energizado sobre ele, o


combate ao incêndio pode ser realizado, desde que siga as condições
estabelecidas no item 5.2.3;
m) caso o motorista consiga mover o carro quando um fio energizado estiver sobre
o veículo, deve-se seguir os passos do item 5.2.1;
n) caso tenha um fio energizado embaixo ou sobre veículo, deve-se aproximar
dele de acordo com item 5.2;
o) caso o motorista não consiga mover o carro quando um fio energizado estiver
sobre o veículo, deve-se seguir os passos do item 5.2.2;
p) caso tenha um fio energizado sobre carro e houver vítimas inconscientes, deve-
se seguir os passos do item 5.2.4;
q) caso tenha um fio energizado sobre o carro e houver presença de vítimas
conscientes, com risco de explosão do veículo, deve-se então, seguir os
passos descritos no item 5.2.5;
r) caso tenha um fio energizado sobre o carro com vítimas inconscientes ou
feridas e o veículo com risco de explosão, deve-se seguir os passos do item
5.2.6;

IMPORTANTE: para utilizar o bastão isolante é necessário que esteja acondicionado


de acordo com os itens 7.1 e 7.4, assim como para utilizar as luvas isolantes, elas
devem estar acondicionadas adequadamente, conforme descrito nos itens 7.3 e 7.4.
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