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Curso
Técnico
em
ELETROTÉCNICA

Redes de distribuição
aérea de energia elétrica
e
Subestações

MÓDULO III LIVRO 12


Romildo Alves dos Prazeres
Engº Eletricista – Ênfase em Telecomunicações
T elecomunicações –
PUCPR
Licenciatura plena para prof. formação espec. de 1º e
2º graus.
Técnico em Eletrotécnica pela Escola Técnica Federal
do Paraná
Coordenador da ABNT no Grupo de Montagem
Mon tagem de
Redes de Distribuição Aérea de Energia Elétrica
Professor UTFPR
2

Orientações ao professor

Unidade 1
Nesta unidade, o professor deve salientar a importância da distribuição no
sistema elétrico de potência como sendo o último elo de ligação entre o
consumidor e o sistema elétrico. Se ela não for bem dimensionada irá colocar em
check todo o sistema elétrico de potência formada também pela geração e a
transmissão.
Essa unidade está dividida em 10 capítulos, onde se procurou dar um
conhecimento geral sobre a rede de distribuição aérea desde os equipamentos até
o dimensionamento dos circuitos, também foi visto o cálculo dos esforços
mecânicos das estruturas nos postes.
Importante é mostrar aos alunos como é a rede de distribuição aérea na
localidade onde está sendo realizado o curso técnico, levando-os a conhecer a
concessionária de energia local e procurando adquirir as normas adotadas por
essa empresa. Geralmente as normas estão no site da concessionária.

No capítulo 1, é importante mostrar ao aluno que a rede primária inicia nos


pórticos de uma subestação, e através de alimentadores elétricos alimenta
determinada região da localidade. Por falta de espaço nos postes, o número de
alimentadores que saem do pórtico da subestação está limitado em oito saídas,
sendo que hoje estão utilizando como recurso a rede compacta por ocupar menos
espaço nos postes.
Mostrar aos alunos as estruturas primárias, fazendo com que assimilem
cada tipo e a sua importância dentro da rede primária, levando sempre em conta a
sua limitação em relação aos cabos nela fixado, quanto aos esforços mecânicos e
o ângulo de montagem. Quanto a ligação de consumidores ligados em alta tensão,
é importante frisar que a descida do ramal subterrâneo só é feita nos postes que
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estão do mesmo lado da rua, já que por motivo de segurança, não pode ser feita
travessia subterrânea de alta tensão em ruas públicas.
No capítulo 2, deve-se dar uma ênfase à importância do dimensionamento
dos circuitos da rede secundária distribuição, pois é o último elo até o consumidor
de baixa tensão que é a grande maioria do sistema elétrico. Enfatizar que o
transformador é o coração desse sistema e que deve estar posicionado no centro
de carga do circuito, evitando-se com isso a queda de tensão abaixo dos valores
determinados pela ANEEL. Também frisar da importância da colocação do
aterramento na rede secundária para a segurança do sistema e dos consumidores
a ele ligados. Ao término desse capítulo o professor deverá cobrar dos alunos o
conhecimento de todos os tipos de estruturas secundárias e a sua aplicação.

No capítulo 3, é importante frisar o correto posicionamento do poste de


concreto seção duplo T na rede de distribuição aérea, usando sempre a face de
maior resistência nominal para suportar os esforços mec de postes ânicos dos
cabos na estrutura, assim como, deve enfatizar os tipos de postes mais usados
que deverão ser utilizados no projeto, que o professor deve cobrar como avaliação
no término dessa disciplina. Procurar fazer o aluno calcular mentalmente o valor
do engastamento de um poste e lembrar a sua posição na calçada, num
cruzamento, numa rua ou na avenida a distância máxima entre vãos.

No capítulo 4, voltar a mencionar que o transformador é o coração da rede


secundária e que para isso, precisa ser bem dimensionado e posicionado no
centro de carga do circuito. Mostrar a importância da proteção que os pára-raios
oferecem aos transformadores, cobrando uma pesquisa sobre esse equipamento.

No capítulo 5, abordar os problemas que podem causar a instalação do


estai de âncora numa região urbana, quanto aos acidentes que podem ocorrer
com bicicletas e pedestres no período noturno. Também mostrar que a instalação
do estai de poste na abertura de um circuito secundário, pode economizar até 160
metros de cabos num vão de 40 m.
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No capítulo 6, verificar os tipos de luminárias usadas na sua localidade,
procurando verificar qual é a norma da concessionária local, e quem é a
responsável pela instalação e manutenção da iluminação pública. Veja no livro um
exemplo de projeto de iluminação pública com alimentação subterrânea,
mencionando que a distância máxima entre caixas no pode ser superior a 30
metros (acima dessa distância dificulta a passagem do cabo guia).

No capítulo 7, contempla um histórico sobre a rede compacta, ressaltando


as vantagens da sua instalação em relação ao meio ambiente e nos lugares onde
a queda de energia tem sido constante devido a galhos de árvores e soltura de
pipas. Mencionar que para esse tipo de projeto, deve-se indicar ao lado da
simbologia do poste o tipo de estrutura que está sendo usada. Mostrar os tipos de
montagens e o exemplo de uma rede compacta.

No capítulo 8, é muito importante fazer vários exercícios de cálculo de


queda de tensão secundária, mostrando a importância de não ultrapassar os
valores máximos de queda nos finais de circuitos. Enfatizar que o consumidor
pode reclamar para a ANEEL quando a tensão recebida está abaixo dos valores
estabelecidos, e que a concessionária pode ser multada.

No capítulo 9, como foi utilizado o poste seção duplo T, ressaltar a


importância do posicionamento do poste a ser utilizado, recordando sobre a face
lisa e a cavada quanto a sua resistência nominal. Fazer várias aplicações práticas
sobre situações de montagens de redes primárias e secundárias, fazendo os
alunos trazer exemplos observados na rede local.

No capítulo 10, a aula deve ser um misto de teoria e prática demonstrativa


através de um projeto de rede de distribuição aérea, na escala 1:1000, fornecido
em sala de aula pelo professor. No livro encontramos duas sugestões de plantas a
serem fornecidas aos alunos, para a confecção na escala 1:1000 de um projeto de
rede de distribuição aérea, onde o professor deve ser indicar os consumidores
residenciais (P, M, G e GA), os comerciais com a cargas diurnas e noturnas, uma
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praça e um ou dois consumidores industriais que deverão ser ligados em alta
tensão.
Ao término desta unidade, o professor pode desenvolver um projeto de rede
de distribuição aérea urbana como avaliação final. A seguir, sugerimos três
plantas que poderão ser utilizadas várias vezes, pois as cargas dos consumidores
podem ser alteradas, mudando com isso os circuitos secundários da rede de
distribuição.
Exemplo de colocação das cargas nos consumidores:

D = demanda diurna em kVA.


N = demanda noturna em kVA.
Quanto as demandas residenciais (P, M, G, GA), consultar na tabela 2 do cap. 7
sobre dimensionamento de condutores de baixa tensão.

Unidade 2
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No capítulo 1 desta unidade, ressaltar a importância da subestação na
variação e regulação dos níveis de tensões da energia elétrica. Enfatizar que ela
tem como funções a transformação dos níveis de tensão e a sua regulação, além
do chaveamento de vários circuitos com a finalidade de manter o suprimento da
energia elétrica. Deixar bem entendido o que venha ser diagramas e o que
representa numa subestação elétrica, além de mostrar os tipos usados.

Em seguida, aborda-se o estudo dos equipamentos utilizados em


subestações, suas funções e simbologia adotada no diagrama, mas o professor
pode pedir um trabalho de pesquisa aos alunos, dividindo os equipamentos
apresentados em equipes, com a apresentação em forma de trabalho escrito e
expositivo em sala de aula.

No capítulo 2, mostrar os sistemas de comunicação, sendo que atualmente o mais


utilizado é o digital por meio de fibra óptica. Procurar frisar aos alunos que a fibra
óptica vai dentro de um cabo OPGW que substitui o cabo guarda nas torres de
transmissão. Deixar como trabalho a pesquisa sobre esse tipo de comunicação,
procurando conseguir um pedaço desse cabo para mostrar em sala de aula. No
sistema de proteção, fazer vários exercícios sobre as aplicações dos relés,
ressaltando a importância das setas nas linhas de atuação quanto ao
direcionamento da proteção. Fica como sugestão a pesquisa por parte dos alunos
de todos os relés apresentados quanto à sua função dentro de um circuito de
proteção.

No capítulo 3, é importante frisar a finalidade de cada arranjo e a sua


representação em um diagrama elétrico. Cobrar dos alunos a memorização de
cada tipo de arranjo, fazendo os exercícios de fixação.

No capítulo 4, utilizar os exercícios propostos para fazer alguns desenhos de


plantas definindo nela os cortes para a representação das vistas parciais. Procurar
na concessionária local alguns diagramas de subestação, que também possuam
7
os desenhos de plantas e vistas parciais de diversos tipos de arranjos de
barramento.

Apresentação
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As diversas áreas do conhecimento humano, principalmente as direcionadas à
tecnologia, exigem uma prova documental que permita a visualização dos resultados
de suas pesquisas, inventos, descobertas, projetos, etc. Em Eletrotécnica não se faz de
forma diferente. Um projeto da área elétrica subentende, além de outros meios, a
interpretação de uma forma clara para que possa ser executado a qualquer tempo não
deixando margem de dúvida.
O livro inicia abordando a definição de rede de distribuição aérea de energia
elétrica, desde os tipos de montagens, equipamentos utilizados, normas de projetos e
cálculos de queda de tensão e esforços mecânicos. Na seqüência, apresenta o conceito
de subestação elétrica dentro do sistema elétrico de potência, os equipamentos
utilizados, sua representação em um diagrama unifilar e a planta de barramento com
o corte e as vistas parciais. Procurei expor as normas gerais para a representação de
um projeto de redes de distribuição aérea urbana e de subestações elétricas.
Como o conhecimento científico tende a um evoluir de modo contínuo, saliento
que, mesmo calcados em normas, os conteúdos apresentados estão sujeitos a
mudanças e transformações. Deixo como sugestão que você esteja em permanente
contato com os estudos desta área.

O Autor

SUMÁRIO

Unidade 1

Capítulo 1: Rede Primária


Configuração básica da rede primária
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Posição da rede primária no poste


Chaves de operação na rede primária
Ligação de consumidores em alta tensão
Estruturas da rede primária

Capítulo 2 : Rede Secundária


Configurações da rede secundária
Simbologia, posição e especificação da rede secundária
Ligação de consumidores em baixa tensão
Estruturas da rede secundária
Aterramento da rede secundária

Capítulo 3 : Posteamento
Aplicação dos postes em função da altura mínima
Engastamento
Posição do poste na rua ou avenida
Distância entre vãos
Cruzamento aéreo
Locação dos postes
Numeração dos postes no projeto

Capítulo 4 : Transformadores e Estais de rede de distribuição


Localização dos transformadores
Simbologia e especificação do transformador 
Transformadores usados na distribuição
Dimensionamento dos postes em função do transformador
Pára-raios
Estais da rede de distribuição
Estai de contraposte de concreto
Estai de poste a poste
Estai de âncora
Estais de beira de calçada

Capítulo 5: Iluminação Pública


Unidades de iluminação
Iluminação de uma praça
Condutores utilizados na rede subterrânea da iluminação pública

Capítulo 6: Rede Compacta Protegida


Vantagens da rede compacta protegida
Representação da rede compacta no projeto
Tipos de estruturas da rede compacta

Capítulo 7: Dimensionamento de condutores de baixa tensão


Cálculo de queda de tensão

Capítulo 8: Cálculos de esforços mecânicos nos postes


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Poste de concreto seção duplo T
Esforços mecânicos nas estruturas da rede primária e secundária

Capítulo 9: Desenho de Redes de Distribuição


Simbologia adotada de redes de distribuição aérea
Simbologia invertida
Localização das especificações no projeto

Unidade 2

Capítulo 1: Subestações Elétricas


Funções, Tipos e Digramas de Subestações
Tipos de Subestações
Diagramas de subestações
Equipamentos

Capítulo 2: Sistemas de Comunicação e Proteção


Sistemas de Comunicação
Sistemas de Proteção
Aplicações de relés em subestações

Capítulo 3: Arranjos de barramentos


Classificação dos arranjos

Capítulo 4: Representação do arranjo físico de uma subestação


Planta de barramentos e equipamentos
Cortes e Vistas Parciais

Referências bibliográficas

Unidade 1

Capítulo 1: Rede Primária


A rede Primária faz parte da rede de distribuição aérea de energia elétrica
sendo um conjunto de linhas elétricas com equipamentos e materiais diretamente
associados, destinados à distribuição de energia elétrica em alta tensão.
Em sistemas complexos que abrangem áreas consideráveis, a Rede Primária
compreende todos os alimentadores e ramais primários que alimentam todos os
transformadores de distribuição, situados entre a subestação elétrica e os
consumidores de um modo geral.
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Rede de Distribuição Aérea Urbana.

Sistema de distribuição elétrico.


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A rede de distribuição aérea representa o penúltimo elo de comunicação


entre a carga e o sistema elétrico. Em certos casos, atinge um custo de 40% a
50% do sistema elétrico. Deve-se fazer, portanto, um estudo cuidadoso com bom
senso, no sentido de que a rede apresente um rendimento satisfatório e que
preveja o aumento de demanda que ocorre todos os dias, em função do aumento
de carga dos consumidores.

Saída dos alimentadores da rede primária de uma subestação.

A Rede primária inicia no pórtico de uma subestação elétrica e alimenta os


transformadores de distribuição e/ou pontos de entrega sob a mesma tensão
primária nominal.

Esquema simplificado da saída da rede primária de uma subestação.

As tensões nominais são de 13,8 kV e 34,5 kV, podendo ser fixada a tensão
de fornecimento primário no ponto de entrega de energia a determinado
consumidor entre +5% e -7,5%, com relação à tensão normal de operação do
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sistema, desde que atenda a portaria nº 04/89 do Departamento Nacional de
Águas e Energia Elétrica – DNAEE (hoje ANEEL), que determina em regime de
contingência (período de duração inferior a 5 dias) limites precários de +5% e -
10%.

Aplicando o Conhecimento

Configuração básica da rede primária


Fazem parte da configuração básica da rede primária os seguintes sistemas:

Radial simples

São aqueles circuitos em que o fluxo de potência tem um único trajeto, da


fonte para a carga. Apresenta baixa confiabilidade devido à falta de recurso para
manobra.

Esquema radial simples.


Radial com recurso

São aqueles circuitos em que o sentido do fluxo de potência poderá ser


orientado por diversos trajetos até as cargas, conforme as configurações de
manobra. Utilizados em áreas com grande densidade de carga ou que queiram
maior grau de confiabilidade devido às suas particularidades (hospitais, centro de
computação e outros), não devem afetar a continuidade de fornecimento.
Apresentam as seguintes características:
•  existência de interligação normalmente aberta entre os alimentadores
adjacentes de uma mesma subestação;
• limitação do número de consumidores interrompidos por defeito, e diminuição
do tempo de interrupção em relação ao sistema radial simples.
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Esquema radial com recurso.

As partes componentes de um circuito primário são o tronco de alimentador


e o ramal de alimentador.

Tronco de alimentador

Saem do pórtico de uma subestação com cabos de bitolas que absorvam


todas as cargas dos transformadores, e deve ter um encaminhamento técnico-
econômico viável para manobras e futuras expansões. Procurar sempre a
interligação entre alimentadores para que no momento da manobra emergencial
ou de manutenção, um alimentador possa absorver parte da carga de um outro.

Ramal de alimentador:

Derivam dos troncos dos alimentadores e sempre que possível em paralelo,


um em relação ao outro, para possibilitar a sua expansão. Levar em consideração
a fonte de energia visando seguir o caminho mais curto. Na saída do tronco do
alimentador, o ramal deve possuir chaves de operação para a sua manobra.
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Os troncos de alimentadores são geralmente de bitola 336,4 MCM, e os


ramais de alimentadores são de bitola 2 AWG. No desenho, estas bitolas são
representadas como 33 e 02 respectivamente. Veja a seguir o esquema
representativo de um tronco alimentador e seus ramais.

Esquema representativo de um tronco alimentador e seus ramais.

Posição da rede primária no poste


A rede primária pode estar na posição tangente em relação ao poste ou em
fim de linha (ancoragem). A rede deve ser representada no desenho paralela à
linha de propriedade, centrada em relação aos símbolos dos postes e com linha
tracejada. Observe as figuras a seguir:
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Desenho da posição tangente da rede primária no poste.

Rede primária passando na posição tangente pelo primeiro e terminando no


segundo poste.
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Desenho de fim de linha da rede primária(ancoragem).

Em relação à especificação da rede primária, deverá ser colocada paralela à


linha de propriedade, centralizada em relação ao vão e, aproximadamente, a 7
mm do traçado da rede de baixa tensão.

Representação da especificação da rede primária no desenho.

Oficina Teórica

1. Quais são as configurações básicas da Rede Primária?

Radial simples e radial com recurso.

2. Faça um Esquema Representativo de um tronco de alimentador e seus ramais.


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3. Como a Rede Primária deve ser representada no desenho, passando pelo


poste tanto em tangente como em fim de linha.

4. Como deve ser especificada a Rede Primária no desenho? Faça um desenho


representativo.

Deverá ser colocada paralela à linha de propriedade, centralizada em


relação ao vão e, aproximadamente, a 7 mm do traçado da rede de baixa tensão.

Aplicando o Conhecimento

Chaves de operação na rede primária


São chaves utilizadas para operações de manobra da rede primária.
Portanto, devem ser instaladas na rede primária em postes de 12m com abertura
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para o lado da fonte “SE” - Subestação Elétrica, e devem estar localizadas nas
derivações dos alimentadores e em posição estratégica para a sua manobra.

Chave fusível de 15 kV instaladas do lado esquerdo da cruzeta.


São instaladas na rede primária para manobras e situações emergenciais,
sendo que, atualmente, existem chaves automáticas operadas diretamente dos
centros de operações das concessionárias, por meio de cabo de fibras ópticas
instaladas nos postes.
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São instaladas em toda derivação da rede primária para ligar um consumidor


em alta tensão.

Alerta:
O valor do elo fusível depende do cálculo de coordenação de todos os elos do
circuito feito pela concessionária.

Ligação de consumidores em alta tensão

Todo consumidor com demanda superior a 76 kVA (200 A) será ligado em


AT, e deverá ter transformador(es) próprio(s) montado(s) em poste ou cabine.
Para as ligações em AT, cada ponto de entrega de energia será representado por
apenas um símbolo de transformador, mesmo no caso de dois ou mais
transformadores ou subestações, sendo indicada a capacidade total por grupo de
transformadores bifásicos ou trifásicos. Ex: P-3-250 (2 X 125 kVA); P-2-60 (2 X 30
kVA).
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Alerta:
Se a distância entre o poste da concessionária e o transformador particular for no
máximo de 40 m, não haverá a necessidade da instalação de um poste do outro
lado da rua (lado do consumidor) para o ramal de entrada aéreo.

Ligação subterrânea

Se o consumidor for ligado em alta tensão subterrânea e a cabine do


transformador estiver localizada do outro lado da rua contrário à rede primária,
será necessária a instalação de um poste em frente à sua entrada subterrânea,
para a travessia aérea da rua e, posteriormente, a ligação das muflas
subterrâneas.
Alerta:
Por motivo de segurança não poderá ser feita na rua a travessia subterrânea com
cabos de alta tensão.
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Descida subterrânea para ligação de um consumidor ligado em alta tensão.

Estruturas da rede primária


Estrutura N1
É utilizada quando a rede primária passa em tangente pelo poste num
ângulo não superior a 9º.

Estrutura N1.
Estrutura N3
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É utilizada quando a rede primária termina no poste.

Estrutura N4
É utilizada quando ocorre mudança de bitola da rede primária ou quando
está em ângulo até 30º.

Estrutura N4.

Estrutura DN3

É utilizada na derivação da Rede Primária, sendo que a estrutura é fixada a


24
50cm do topo do poste.

Estrutura DN3.

Alerta: Em derivação deve-se usar um poste de 12 m devido à luminária com


braço BR 2, cuja distância da cabeça da luminária até a AT deve ter no máximo
1m(segurança).

Estrutura DN3CF
É utilizada na derivação da Rede Primária no poste com chave de
operação.
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Estrutura DN3CF.

Estrutura N4CF
É utilizada, em abertura da rede primária com chave de operação.
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Estrutura N4CF.
Estrutura N1TTPRCF:

É utilizada na montagem do transformador trifásico(TT), pára-raios (PR) e


chave fusível (CF).
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Estrutura N1TTPRCF.

Oficina Teórica

1. Defina chave de operação e desenhe a maneira como deve ser representada


na rede primária, mostrando seu posicionamento em função da fonte de energia.

São chaves utilizadas para operações de manobra da rede primária.


Portanto, devem ser representadas na rede primária em postes de 12m com
abertura para o lado da fonte “SE” - Subestação Elétrica, e devem estar
localizadas nas derivações dos alimentadores e em posição estratégica para a sua
manobra.
São instaladas na rede primária para manobras e situações emergenciais,
sendo que atualmente existem chaves automáticas operadas diretamente dos
centros de operações das concessionárias, por meio de cabo de fibras ópticas
instaladas nos postes.
São instaladas em toda derivação da rede primária para ligar um
consumidor em alta tensão.
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2. A partir de qual demanda o consumidor é ligado em alta tensão e exemplifique


através de desenho uma ligação aérea e uma subterrânea.

Todo consumidor com demanda superior a 76 kVA (200 A) será ligado em


AT, e deverá ter transformador(es) próprio(s) montado(s) em poste ou cabine.

3. De que depende o valor do elo fusível numa chave de operação?

O valor do elo fusível depende do cálculo de coordenação de todos os elos


do circuito feito pela concessionária.

4. Que estrutura é utilizada em fim de rede primária? Exemplifique através de


desenho.

A estrutura N3.

5. Qual estrutura é utilizada em derivação de rede primária, fixada a 50cm do topo


do poste? Dê exemplo.

A estrutura DN3.
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Alerta: Como resposta vale um dos desenhos.

Aplicando o Conhecimento

Capítulo 2 : Rede Secundária


A rede secundária ou rede de baixa tensão é energizada pelo secundário dos
transformadores de distribuição. Nessa rede são ligados os consumidores em
baixa tensão e as luminárias instaladas nos postes.

Saída da rede secundária de um transformador de distribuição.


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A tensão nominal igual ou inferior a 1 kV são consideradas de baixa


tensão, enquanto que a tensão nominal maior que 1 kV e menor que 69 kV são
consideradas de média tensão. Alta tensão é tensão nominal igual ou superior a
69 kV. Como forma de expressar a rede primária de distribuição, utiliza-se o termo
alta tensão para todas as tensões.
As tensões nominais secundárias padronizadas são para 4 fios: 220/127 V,
380/220 V, e para 2 ou 3 fios: 254/127 V, 440/220 V. Os limites máximos e
mínimos fixados pela ANEEL – Agência Nacional de Energia Elétrica (órgão
regulador e fiscalizador do setor elétrico), dentro dos quais deve-se manter a
tensão secundária no ponto de entrega de energia, estão indicados na tabela
abaixo:
31

Aplicando o Conhecimento
32

Configurações, dimensionamento de condutores,


especificações de projeto, tipos de estruturas e
aterramentos da rede secundária
A rede secundária deverá ser projetada no sistema radial, evitando-se que
o mesmo consumidor seja atendido ao mesmo tempo por dois ou mais
transformadores. Não poderá haver cruzamento de secundários de
transformadores diferentes.

Algumas configurações de circuitos secundários.

O dimensionamento da bitola da rede secundária deverá atender até o quinto


ano, procurando observar o crescimento da região, os limites de capacidade
técnica dos condutores e a máxima queda de tensão fixada para o perfil adotado.
• Área com probabilidade de pequeno desenvolvimento: 5% de queda de tensão.
• Área com probabilidade de médio desenvolvimento: 4,5% de queda de tensão.
• Área com probabilidade de grande desenvolvimento: 3,5% de queda de tensão.

Alerta:
Posteriormente, quando se estudar o cálculo de queda de tensão será adotada
uma queda de máxima de 5%.
33

Condutor de alumínio Condutor de cobre


Bitola real Bitola no
(AWG/MCM) desenho Bitola real Bitola no
CA CAA (AWG) desenho
2 02 Obs. Como deve ser
(a) 02 representada no
C desenho.
A
A
4 04 04 CAA
6 06 06 CAA 2 02 CU
1/0 10 10 CAA 4 04 CU
2/0 20 20 CAA 6 06 CU
3/0 30 30 CAA 1/0 10 CU
4/0 40 40 CAA 2/0 20 CU
336,4 33 33 CAA 3/0 30 CU
477 47 47 CAA 4/0 40 CU
Legenda da tabela:
• CA: Condutor de Alumínio simples (indicar apenas a bitola). Ex: 3X02(02).
• CAA: Condutor de Alumínio com Alma de aço (após a bitola indicar CAA). Ex:
3X04 CAA.
• CU: condutor de cobre (após a bitola indicar CU). Ex: 3X02(02) CU.

Os condutores de alumínio simples (CA) são utilizados para vãos de até


40m se for rede secundária e 80m para vão de rede primária.
Os condutores de alumínio com alma de aço (CAA) são utilizados na rede
rural ou em redes primárias que exigem vãos maiores que os normais.
Os condutores de cobre (CU) são utilizados somente nas redes litorâneas.

Atualmente, são usados para a rede secundária os seguintes condutores:


• condutores de alumínio: 2 AWG; 2/0 AWG e 4/0 AWG;
• condutores de cobre: 16 mm2; 35 mm 2 e 70 mm 2.

Alerta: Na rede secundária, o condutor neutro é da mesma bitola das fases.

A rede secundária deve ser desenhada paralela à linha de propriedade,


tangente aos símbolos dos postes e do lado da pista de rolamento, exceto no caso
onde haja instalação de transformador ou posteamento duplo, quando então
passarão para o lado da calçada. Esta rede é representada no desenho por uma
linha contínua.
A rede secundária pode estar na posição tangente em relação ao poste, ou
em fim de linha (ancoragem). Observe as ilustrações abaixo quanto a posição da
rede secundária em relação ao poste.
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Posição tangente.
Posição em fim de linha (ancoragem).

Quanto à especificação, deverá ser colocada paralela à linha de propriedade,


centralizada em relação ao vão e aproximadamente a 7 mm do traçado da rede
secundária. Acompanhe o exemplo:

Especificação da rede secundária.

Ramal de ligação é o conjunto de condutores e acessórios necessários para


a ligação de um consumidor ou grupo de consumidores. Veja no desenho a seguir,
as partes componentes de um ramal de ligação em baixa tensão.
35

Partes componentes de um ramal de ligação em baixa tensão.

Quanto à representação da ligação dos consumidores em baixa tensão, os


símbolos das ligações, ou endereçamentos, serão indicados dentro das
construções dos consumidores, com o objetivo de identificar os postes onde serão
ligados os consumidores. Após, será feita a soma das demandas por postes para
ser usada no cálculo de queda de tensão. O número da casa do consumidor e a(s)
fase(s) em que será(ão) ligada(s) para efeito de equilíbrio de fases devem ser
indicados no projeto, conforme exemplo abaixo.

Indicações dos endereçamentos em um projeto elétrico.


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Saída dos ramais de baixa tensão dos postes.

Veremos a seguir, alguns tipos de estruturas utilizadas em rede secundária:

Estrutura S1:
É utilizada quando a rede secundária passa em tangente pelo poste.

Estrutura S1.
37
Estrutura S3:
É utilizada no final da rede secundária.

Estrutura S4:
É utilizada em fim de rede secundária dupla, podendo ser interligada ou não.
 Interligada: Quando as duas redes secundárias são do mesmo circuito do
transformador.

 Com abertura de circuito e interligação do neutro:

Estrutura S1- 3:
38
É utilizada em redes secundárias de mesmo circuito, sendo que uma passa em
tangente, e a outra deriva 90º.

Estrutura ST1:
É utilizada em poste com transformador.

Aterramento da rede secundária


Na rede de distribuição aérea, classe de 15 kV, a malha de terra é de 20 Ω.
O elemento terra tem a sua simbologia colocada no poste inclinada a 45º, para o
lado da rua e do lado contrário ao relé da luminária. Deve ser instalado nos postes
de fim de rede secundária, nas aberturas de circuito secundário e postes com
transformadores. Se a abertura de circuito secundário for com estai de poste a
poste, somente um poste é aterrado, já que o cabo de aço do estai é ligado ao
neutro.
Veja algumas situações onde é instalado o aterramento na rede secundária:
39
- Fim de rede secundária:

- Abertura de circuitos secundários no


mesmo poste: Somente o neutro é interligado e aterrado.

- Abertura de circuitos secundários com estai de poste a poste:


40

- Em poste com transformador:

Oficina Teórica:

1. Em relação aos níveis de tensão nominal, como são consideradas as tensões


em baixa, média e alta tensão?

A tensão nominal igual ou inferior a 1 kV são consideradas baixa tensão, já


a tensão nominal maior que 1 kV e menor que 69 kV são consideradas média
tensão. Alta tensão é tensão nominal igual ou superior a 69 kV.

2. Que tipos de condutores e bitolas são utilizados atualmente para rede


secundária?

Atualmente são usados para a rede secundária os seguintes condutores:


• Condutores de alumínio: 2 AWG; 2/0 AWG e 4/0 AWG;
• Condutores de cobre: 16 mm2; 35 mm 2 e 70 mm 2.

3. Represente em forma de desenho a especificação da rede secundária


descrevendo o que significa cada número representado.
41

4. Descreva como se faz a representação e a ligação de consumidores em baixa


tensão. Faça um desenho explicativo.
Os símbolos das ligações, ou endereçamentos, serão indicados dentro das
construções dos consumidores, com o objetivo de identificar os postes onde serão
ligados os consumidores. Após, será feita a soma das demandas por postes para
ser usada no cálculo de queda de tensão. O número da casa do consumidor e a(s)
fase(s) em que será(ão) ligada(s) para efeito de equilíbrio de fases devem ser
indicados no projeto.

5. Qual estrutura é utilizada em fim de rede secundária dupla no mesmo poste e


quais as formas de interligação dos cabos nessa estrutura? Faça um desenho
ilustrativo.
Estrutura secundária S4. Podem ser interligada onde as duas redes
secundárias são do mesmo circuito do transformador.

Também podem ser com abertura de circuito e interligação do neutro.


42

6. Represente, como é colocado o aterramento nas situações solicitadas abaixo


através de um desenho:

a) Fim de rede secundária:

b) Abertura de circuito no mesmo poste:

c) Abertura de circuito com estai de poste a poste:

d) Na montagem do transformador:

Capítulo 3 :
Posteamento
Posteamento é um conjunto de postes que sustentam os equipamentos e
cabos de uma Rede de Distribuição Aérea de energia elétrica. São usados postes
de concreto armado do tipo circular e seção duplo T, porém em algumas
concessionárias é utilizado o poste circular de madeira. Atualmente, o poste mais
utilizado entre as concessionárias é o de seção duplo T por ser o mais econômico.
43

Na seqüência do livro trabalharemos com este tipo de poste devido ao fato


de possuir duas faces (lisa e cavada), no que exige algumas técnicas quanto ao
posicionamento das estruturas e a sua resistência nominal. Já o poste seção
circular, devido ser uma figura simétrica (redonda), não possui uma técnica quanto
ao posicionamento das estruturas e a sua resistência nominal.
Na tabela a seguir apresenta-se alguns dos postes duplo T mais utilizados e
que adotaremos nos cálculos de esforços:

9 metros 10,5 ou 11 metros 12 metros


D/150 kgf D/150 kgf B/300 kgf
B/300 kgf B/300 kgf B/600 kgf
B/600 kgf B/600 kgf B - l,5/1000 kgf
B - l,5/1000 kgf
Legenda da Tabela:
Tipo D: Poste cuja resistência no topo (a 15 cm) é de até 200 kgf.
Tipo B: Poste cuja resistência no topo (a 15 cm) é de 300 a 600 kgf.
Tipo B - l,5/1000kgf : Poste cuja resistência no topo (a 15 cm) é de 1000 kgf.

O termo utilizado B -1,5 surgiu devido à maneira como o poste é fabricado na


linha de montagem, onde retira-se 1,5 m do topo da forma do poste B/600
kgf/10,5m e acrescenta-se na base (desloca-se a chapa da forma do poste)
surgindo o B -1,5/1000 kgf/10,5m. Para o poste B -1,5/1000 kgf/12m, utiliza-se a
forma do poste B/600 kgf/12m.
44

Aplicando o Conhecimento

Aplicação dos postes em função da altura mínima


Os postes básicos são de 9m, 10,5m, 11m e 12 metros de comprimento e
conforme a sua altura são usados nas seguintes situações:

São utilizados para redes secundárias sem previsão de instalação


9,0 m futura da rede primária. Atualmente, não são mais comprados pelas
concessionárias e os que existem são reutilizados quando retornam ao
almoxarifado.
10,5m São utilizados em redes primárias e secundárias ou onde só existe
ou 11m rede secundária, com possibilidade de uma futura instalação de rede
primária.
São utilizados em travessias (rodovias, linha de trem, etc.), circuitos
12,0m duplos de AT, redes compactas, postes com equipamentos
(transformadores, chaves de operação, etc.), derivações em AT,
cruzamentos em AT e/ou situações especiais em que o poste de 10,5m
se mostra ineficiente.

Postes diferentes dos apresentados na tabela são considerados especiais,


sendo confeccionados sob encomenda, e sendo também necessária a colocação
da especificação na planta. Exemplo:

Os postes de 12 metros são utilizados em:

- derivação de alta tensão com


chave de operação. Exemplo:
45

Alerta: A resistência nominal do poste da rede da concessionária é definida em


função dos esforços da rede primária aérea do consumidor (derivação de AT para
ligar um transformador particular).

- nos postes com transformador. Exemplo:

Alerta: A resistência nominal do poste é definida em função da potência do


transformador.

- nos cruzamentos aéreos de alta tensão e baixa tensão. Exemplo::


46

Cruzamento aéreo de uma rede primária e secundária.

Alerta:  Quando usam-se postes de 10,5m no cruzamento, rebaixam-se as


cruzetas de uma das redes de AT em 50 cm. Este procedimento, muitas vezes,
prejudica a passagem dos cabos de telecomunicações dos usuários dos postes.

O poste pode estar posicionado em relação ao eixo da rede de distribuição


na posição normal ou de topo.

Posição normal:

A posição normal é a mais utilizada, tendo a sua face lisa paralela ao eixo da
rede.

Posição normal.
Posição topo:

A posição de topo é quando a face cavada é paralela ao eixo da rua e a face


lisa está voltada para a situação de maior esforço no poste, devendo ser
dimensionados considerando-se a atuação do vento no poste, os equipamentos e
os condutores. No capítulo 8 estudaremos o Cálculo de Esforços Mecânicos.

Posição de topo.
47

Engastamento
É a região do poste encoberta pelo solo (dentro do solo). A implantação do
poste no solo deverá assegurar que o mesmo não sofra inclinação em qualquer
época, independente da flexão que atua no mesmo devido ao tracionamento do
cabo. Assim, a ABNT definiu através da taxa de trabalho do solo que o poste
deverá ser engastado (enterrado) num comprimento "C":

C= (L/l0) + 0,6 m

Onde: L = comprimento do poste em metros


C = engastamento do poste em metros

Engastamento de um poste.

Oficina Prática

a) Calcular o engastamento para um poste de 9,0 m.

Engastamento= 9,0 + 0,60 = 1,50 m


10
b) Calcular o engastamento para um poste de 10,5m.

Engastamento = 10,5 + 0,60 = 1,65 m


10
c) Calcular o engastamento para um poste de 12,0 m.

Engastamento = 12,0 + 0,60 = 1,80 m


10
Posição do poste na rua ou avenida
O posicionamento inicial dos postes será dado em função da largura da rua
ou da avenida.

Posteamento simples (de um só lado da rua): usado em ruas com largura


de até 20 metros.
48
A escolha do lado da rua para o posteamento será feita em função do
número de consumidores. Caso haja a mesma quantidade de consumidores dos
dois lados da rua, será escolhido o lado com a maior demanda de energia elétrica.

Posteamento central: usado em ruas ou avenidas com largura compreendida


entre 21 e 30 metros que possuam canteiro central.

O posteamento central será projetado somente se houver a construção de


canteiros protetores centrais construídos pela prefeitura. Caso contrário, será
projetado posteamento simples para vias com largura entre 21 e 24 metros, ou
posteamento duplo para vias com largura superior a 24 metros.

Posteamento duplo (dos dois lados da rua): usado em avenidas com largura
superior a 30 metros.

Distância entre vãos


A distância entre os postes deverá permanecer na faixa de 30 a 40 metros.
Nos locais de maior densidade populacional, a distância deve ficar entre 30 e 35
metros, e nos locais onde existem somente rede primária, o posteamento poderá
inicialmente ter vãos de 60 a 80 metros prevendo-se futuras intercalações de
postes. Nas zonas rurais, o vão ficará entre 40 a 80 metros. Quando o vão for
superior a 50 metros, o espaçamento entre os condutores da rede secundária
deverá ser aumentado de 20 para 40 cm.
49

Alerta: No projeto, indicar o vão dentro da quadra e, se possível, centralizado em


relação aos postes.

Cruzamento aéreo
Os dois postes mais próximos do cruzamento aéreo devem estar a uma
distância de, no mínimo, 2 metros a 7 metros da esquina, a partir da linha de
propriedade (alinhamento frontal do terreno). Geralmente, são adotados 5 metros
para ambos os postes (distância adotada pela maioria das concessionárias do
Brasil). Esta distância deve ser observada para que do poste ao cruzamento aéreo
a distância não seja superior à terça parte deste vão (devido à ação do vento).
Para um vão de 40m, a distância do centro do poste ao cruzamento aéreo não
deve ser superior a 13,0 metros.

Montagem de um cruzamento aéreo da rede secundária:


50

Montagem de um cruzamento aéreo de rede primária:

Locação dos postes


Os postes devem sempre que possível ser locados nas divisas dos lotes ou
no meio deste. Não loque postes em frente de entradas de garagens, guias
rebaixados, postos de gasolina, ao lado de praças, evitando também a locação
dos mesmos em frente a anúncios luminosos, marquises e sacadas. Para afastar
a rede destas marquises ou sacadas, utilize afastadores para rede secundária e
estrutura tipo beco para rede primária. Outra possibilidade para afastar a rede
primária, além de evitar os desligamentos oriundos de curtos-circuitos provocados
pelos galhos de árvores e fios de raias (pipas) é a utilização da rede compacta.
Evite a implantação de redes em jardins ou praças públicas, ou que a rede
coincida com a arborização. No caso de ruas arborizadas coloque o posteamento
do lado contrário às árvores, e onde elas estiverem nos dois lados utilize a rede
51
primária compacta, evitando com isso um corte maior dos galhos, sendo que a
rede secundária deve ser isolada. Evite, também, interferência com o alinhamento
de galerias de águas pluviais, redes de esgoto e redes aéreas ou subterrâneas
das concessionárias de telecomunicações.
Observe abaixo as três situações:

O comprimento máximo para a instalação do ramal de ligação do consumidor (do


poste da concessionária ao poste do consumidor) é de 30 metros, e no final da
rede secundária pode chegar a 35 metros. Podem ser ligados no máximo seis
ramais de ligação em baixa tensão por poste.
52

Os postes serão instalados na calçada a 0,50 metro do meio-fio (medida


tirada a partir do centro do poste) e em calçadas não-inferiores a 2 metros de
largura, prevendo-se para este caso estruturas tipo beco ou compacta na rede
primária.

Alerta: Quando o posteamento for dentro de um condomínio fechado, exige-se


que pelo menos um lado da rua tenha calçada de 2 metros para o posteamento.

Numeração dos postes no projeto


Para identificação do o poste e confecção da relação de material e/ou
fiscalização após a sua construção, os mesmos devem ser numerados
53
seqüencialmente, com a numeração colocada dentro da quadra próxima ao poste,
de acordo com os seguintes critérios:
- Inicie a numeração dos postes dispostos horizontalmente, da esquerda para a
direita, partindo das ruas superiores para as ruas inferiores. Após o último poste
dessa seqüência, continue a numeração passando para os postes posicionados
na vertical, numerando-os de cima para baixo, e das ruas do lado esquerdo para
as ruas do lado direito;
- Para os postes dispostos em linhas inclinadas, considera-se como horizontais
se os mesmos formarem com a horizontal um ângulo igual ou menor que 45°, e
verticais, se o ângulo for superior a 45°. Se o poste pertencer aos alinhamentos
horizontal e vertical, ao mesmo tempo, deve receber o número correspondente ao
alinhamento horizontal. Veja exemplo:

Oficina Teorica

1. Onde são utilizados os postes de 10,5 m de altura na rede de distribuição?


54

São utilizados em redes primárias e secundárias ou onde só existe rede


secundária, com possibilidade de uma futura instalação de rede primária.

2. Onde são utilizados os postes de 12 m na rede de distribuição.


Exemplifique através de desenho duas situações.

São utilizados em travessias (rodovias, linhas de trem, etc.), circuitos duplos


de AT, redes compactas, postes com equipamentos (transformadores, chaves de
operação, etc.), derivações em AT, cruzamentos em AT e/ou situações especiais
em que o poste de 10,5 m se mostra ineficiente.

3. Em quais posições em relação ao eixo da rede o poste pode ser disposto?


Descreva cada uma.

Na posição normal (a mais utilizada), onde a face lisa é paralela ao eixo da


rede.

Na posição de topo onde a face cavada é paralela ao eixo da rua e a face


lisa está voltada para a situação de maior esforço no poste, devendo ser
dimensionados considerando-se a atuação do vento no poste, os equipamentos e
os condutores.

4. O que é engastamento? Calcule o engastamento para um poste de 12m.

É a região do poste encoberta pelo solo (dentro do solo). A implantação do


poste no solo deverá assegurar que o mesmo não sofra inclinação em qualquer
época, independente da flexão que atua no mesmo devido ao tracionamento do
55
cabo. Assim, a ABNT definiu, através da taxa de trabalho do solo, que o poste
deverá ser engastado (enterrado) num comprimento "C", tal que:

C= (L/l0) + 0,6 m (L = altura do poste)

Engastamento = 12,0 + 0,60 = 1,80 m


10

5. Onde é permitido ou não locar um poste dentro de uma calçada?

Os postes deverão sempre que possível ser locados nas divisas dos lotes
ou no seu meio. Não deve-se locar postes em frente a entradas de garagens,
guias rebaixadas, postos de gasolina, ao lado de praças, evitando também a
locação dos mesmos em frente a anúncios luminosos, marquises e sacadas.

Capítulo 4 : Transformadores e Estais de Rede de


Distribuição
Os transformadores deverão ser dimensionados de forma a minimizar os
custos de investimentos, substituições e perdas, dentro do horizonte do projeto.
Serão dimensionados para atender a evolução das cargas previstas no mínimo até
o quinto ano.
O carregamento máximo do transformador deverá ser fixado em função da
impedância interna, do perfil de tensão adotado e dos limites de aquecimento, sem
prejuízo da sua vida útil. É recomendável ter-se um carregamento inicial de 90%
da capacidade nominal do transformador.
56

Paralelo

Transformador
A energia elétrica produzida nas usinas hidrelétricas é levada, mediante
condutores de eletricidade, aos lugares mais adequados para o seu
aproveitamento. Ela iluminará cidades, movimentará máquinas e motores,
proporcionando muitas comodidades. Para o transporte da energia até os
pontos de utilização, não bastam fios e postes. Toda a rede de distribuição
depende estreitamente dos transformadores, que elevam a tensão, ora a
rebaixam. Nesse sobe e desce, eles resolvem não só um problema econômico,
reduzindo os custos da transmissão a distância de energia, como melhoram a
eficiência do processo.
Antes de mais nada os geradores que produzem energia precisam
alimentar a rede de transmissão e distribuição com um valor de tensão
adequado, tendo em vista seu melhor rendimento. Esse valor depende das
características do próprio gerador, enquanto a tensão que alimenta os
aparelhos consumidores, por razões de construção e sobretudo de segurança,
tem valor baixo, nos limites de algumas centenas de volts (em geral, 110 ou
220). Isso significa que a corrente, e principalmente a tensão fornecida, variam
de acordo com as exigências.
57
Nas linhas de transmissão a perda de potência por liberação de calor é
proporcional à resistência dos condutores e ao quadrado da intensidade da
corrente que os percorre (P = R.i 2). Para diminuir a resistência dos condutores
seria necessário usar fios mais grossos, o que os tornaria mais pesados e o
transporte absurdamente caro. A solução é o uso do transformador que
aumenta a tensão, nas saídas das linhas da usina, até atingir um valor
suficientemente alto para que o valor da corrente desça a níveis razoáveis (P =
U.i). Assim, a potência transportada não se altera e a perda de energia por
aquecimento nos cabos de transmissão estará dentro dos limites aceitáveis.

Na transmissão de altas potências, tem sido necessário adotar tensões


cada vez mais elevadas, alcançando em alguns casos a cifra de 400.000 volts.
Quando a energia elétrica chega aos locais de consumo, outros transformadores
abaixam a tensão até os limites requeridos pelos usuários, de acordo com suas
necessidades.
58

Existe uma outra classe de transformadores, igualmente indispensáveis, de


potência baixa. Eles estão presentes na maioria dos aparelhos elétricos e
eletrônicos encontrados normalmente em casa, tais como, por exemplo,
computador, aparelho de som e televisor. Cabe-lhes abaixar ou aumentar a
tensão da rede doméstica, de forma a alimentar convenientemente os vários
circuitos elétricos que compõem aqueles aparelhos.

O princípio básico de funcionamento de um transformador é o fenômeno


conhecido como indução eletromagnética: quando um circuito é submetido a um
campo magnético variável, aparece nele uma corrente elétrica cuja intensidade é
proporcional às variações do fluxo magnético.
59
Os transformadores, na sua forma mais simples, consistem de dois
enrolamentos de fio (o primário e o secundário), que geralmente envolvem os
braços de um quadro metálico (o núcleo). Uma corrente alternada aplicada ao
primário produz um campo magnético proporcional à intensidade dessa corrente e
ao número de espiras do enrolamento (número de voltas do fio em torno do braço
metálico). Através do metal, o fluxo magnético quase não encontra resistência e,
assim, concentra-se no núcleo, em grande parte, e chega ao enrolamento
secundário com um mínimo de perdas. Ocorre, então, a indução eletromagnética:
no secundário surge uma corrente elétrica, que varia de acordo com a corrente do
primário e com a razão entre os números de espiras dos dois enrolamentos.

A relação entre as voltagens no primário e no secundário, bem como entre


as correntes nesses enrolamentos, pode ser facilmente obtida: se o primário tem
Np espiras e o secundário Ns, a voltagem no primário (Vp) está relacionada à
voltagem no secundário (Vs) por Vp/Vs = Np/Ns, e as correntes por Ip/Is = Ns/Np.
Desse modo, um transformador ideal (que não dissipa energia), com cem espiras
no primário e cinqüenta no secundário, percorrido por uma corrente de 1 ampère,
sob 110 volts, fornece no secundário, uma corrente de 2 ampères sob 55 volts.
Graças às técnicas com que são fabricados, os transformadores modernos
apresentam grande eficiência, permitindo transferir ao secundário cerca de 98%
da energia aplicada no primário.

As perdas - transformação de energia elétrica em calor - são devidas


principalmente à histerese, às correntes parasitas e perdas no cobre.
1. Perdas no cobre.  Resultam da resistência dos fios de cobre nas espiras
60
primárias e secundárias. As perdas pela resistência do cobre são perdas sob a
forma de calor e não podem ser evitadas.

2. Perdas por histérese.  Energia é transformada em calor na reversão da


polaridade magnética do núcleo transformador.

3. Perdas por correntes parasitas.  Quando uma massa de metal condutor se


desloca num campo magnético, ou é sujeita a um fluxo magnético móvel, circulam
nela correntes induzidas. Essas correntes produzem calor devido às perdas na
resistência do ferro.

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Aplicando o Conhecimento

Localização dos transformadores


Na localização de um transformador num circuito, para a sua instalação
serão levados em consideração os seguintes aspectos:

- O transformador deve ser instalado o mais próximo possível do centro de


carga, equilibrando os dois lados do circuito;
- O transformador deve ser colocado na frente de cargas consideráveis e
dimensionado em função das mesmas. Neste caso, se enquadram hospitais,
cinemas, indústrias, edifícios de uso coletivo ligados em baixa tensão, clínicas
com aparelho de raio X, etc., sendo a entrada de corrente limitada em 200 A e a
potência nominal em 76 kVA, pois acima desse valor o consumidor deve ser ligado
em alta tensão.

Alerta: Os transformadores de distribuição não poderão ser instalados em postes


de cruzamento aéreo, bem como naqueles que não estejam a uma distância
mínima de 10 metros da esquina, a partir da linha de propriedade.

Simbologia e especificação do transformador 


O símbolo do transformador deve ser tangente ao poste, para o lado da pista
de rolamento e perpendicular à linha de propriedade.
A especificação deverá ser colocada paralela à linha de propriedade,
centralizada em relação ao vão, do lado do transformador e aproximadamente a
7mm do traçado da rede secundária.
61

Transformadores usados na distribuição


Os transformadores de 30, 45 e 75 kVA são utilizados para reforços e
ampliações de redes secundárias. Os de 112,5 kVA são utilizados apenas para
melhoria ou reformas da rede secundária, e os de 150 kVA são usados para
edifícios de uso coletivo. E os de 15 kVA e 30 kVA são utilizados para
consumidores isolados da rede rural.

Trifásicos (kVA)
15
30
45
75
112,5
150
225

Dimensionamento dos postes em função do


transformador
De acordo com a potência do transformador será determinada a resistência
nominal do poste, porém a altura deverá ser sempre de 12 metros.

Potência do transformador Tipo de poste


(kVA)
15, 30 e 45 B/300 daN/12 m
75, 112,5 e 150 B/600 daN/12 m

Pára-raios
62

São representados no poste inclinados em relação à linha de propriedade, e


para o lado da pista de rolamento. Dependendo da concessionária os pára-raios
podem estar fixados no tanque do transformador.

Pára-raio de 15 kV.

Oficina Teórica:

1. Em quais situações podemos instalar um transformador num circuito?

O transformador deve ser instalado o mais próximo possível do centro de


carga, equilibrando os dois lados do circuito. Também deve ser colocado na frente
de cargas consideráveis e dimensionado em função das mesmas. Neste caso, se
enquadram hospitais, cinemas, indústrias, edifícios de uso coletivo ligados em
baixa tensão, clínicas com aparelho de raio X, etc.

2. Qual o limite de corrente e potência que um transformador pode atender


um comércio em baixa tensão e por quê?
63

A entrada de corrente está limitada em 200 A e a potência nominal em 76 kVA,


pois acima desse valor o consumidor deve ser ligado em alta tensão.

3. Quais os tipos de transformadores existentes na rede de distribuição e


onde são utilizados?

Existem os transformadores de 15, 30, 45, 75, 112,5 e 150 kVA, sendo que
os transformadores de 30, 45 e 75 kVA são utilizados para reforços e ampliações
de redes secundárias. Os de 112,5 kVA são utilizados apenas para melhoria ou
reformas da rede secundária, e os de 150 kVA são usados para edifícios de uso
coletivo. E os de 15 kVA e 30 kVA são utilizados para consumidores isolados da
rede rural.

4. Represente, através de um desenho, a simbologia e a especificação do


transformador num circuito e demonstre o que representa essa
especificação.

Paralelo

Pára-raios
O raio é uma descarga elétrica visível, que ocorre em áreas da atmosfera
altamente carregadas de eletricidade, associando-se em regra à nuvem de
tempestade - o cúmulo-nimbo. Este se compõe de nuvens menores ou células,
capazes de carregar o cúmulo-nimbo com até 50 milhões de volts acima do
potencial da terra. Ocorre um relâmpago ou raio quando a diferença de potencial
entre a nuvem e a superfície da Terra ou entre duas nuvens é suficiente para
ionizar o ar; os átomos do ar perdem alguns de seus elétrons e tem início uma
corrente elétrica (descarga).
64

Mais de 90% dos raios que atingem a Terra transportam carga negativa,
ramificando-se e alcançando o solo em milésimos de segundo. Quando um dos
ramos chega a uns cem metros da superfície, ocorre a descarga em sentido
contrário (da Terra para a nuvem). Disso resulta o choque de retorno, com um
pulso de corrente muito elevada. A carga negativa dispersa-se pelo solo.

Ao inventar o pára-raio, em 1753, Benjamin Franklin julgava-o capaz de


descarregar nuvens de tempestade e proteger edifícios. Sabe-se hoje que essa
invenção apenas intercepta os raios terrestres e dissipa sua corrente na Terra.
O poder de atração do pára-raio se exerce a uma certa distância horizontal de sua
localização, cujo valor máximo é chamado de alcance de atração. Para um raio de
intensidade mediana e edifícios de até 60 m de altura, o alcance de pára-raio é de
uns 30 m. Os códigos modernos de proteção contra raios raramente recomendam
hastes verticais, mas sugerem condutores horizontais através das cumeeiras dos
telhados, ao longo das partes vulneráveis da estrutura, com espaçamento regular
sobre tetos planos. Um ou mais fios-terra são puxados dessa rede de condutores
horizontais, evitando-se as espirais que possam provocar centelhas. Dada a curta
duração da corrente do raio, o aquecimento do fio-terra não é significativo.
65
O terminal de terra geralmente consiste em uma ou mais hastes metálicas,
às vezes, enterradas com os condutores horizontais nos solos de baixa
condutividade. Mas, outras precauções são necessárias, considerando-se a
possibilidade do fio-terra desprender faíscas laterais sobre o edifício, fenômeno
particularmente perigoso quando a estrutura contém instalações metálicas
internas. Essas faíscas podem ser prevenidas mediante redução da resistência do
solo para minimizar as voltagens da descarga ou ligando-se os fios-terra a
instalações metálicas expostas.

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Aplicando o Conhecimento

Estais da rede de distribuição


São utilizados no poste para anular o esforço mecânico provocado pela
tração dos cabos da rede de distribuição em estruturas de fim de circuito de
primário e/ou secundário. Devem ser colocados no poste sempre no sentido
oposto ao da resultante dos esforços mecânicos dos cabos. Nos estais da rede de
distribuição são utilizados os cabos de aço de bitola 6 e 9 mm.

Estai de contraposte de concreto

É um tipo de estai que utiliza como contraposte um poste duplo T do tipo


B/500 kgf / 5 metros. Esse poste é instalado a 8 metros do poste a ser estaiado.
Esse tipo de estai pode segurar individualmente a rede primária ou a rede
secundária, assim como, segurar as duas redes ao mesmo tempo como vemos a
66
seguir.

Estai de contraposte de concreto de primário ou de secundário

1. Estai de contraposte de concreto de secundário.


2. Estai de contraposte de concreto de primário.

Estai de contraposte de concreto de primário e de secundário:

Estai de poste a poste

É um cabo de aço que pode ser de bitola 6 ou 9 mm e que tem a função de


transportar o esforço mecânico de um poste para o outro. Quando utilizado na
67
rede secundária em abertura de circuito ele economiza um vão de cabos, sendo
que, nesse caso, se ambos os circuitos forem de bitola 4/0 AWG (3X40(40)) o
cabo de aço do estai deve ser de bitola 9 mm.

Estai de poste a poste de primário:

Estai de poste a poste de secundário:

Detalhe do estai de poste a poste .

Detalhe do estai de contraposte.

Estai de âncora

Utilizadas somente em redes de distribuição na região rural. A sua


resistência nominal depende da bitola do cabo de aço (6 ou 9mm). Não é utilizada
na região urbana por motivos de segurança. Pode ser utilizado para segurar tanto
68

o primário como o secundário ou os dois ao mesmo tempo.

Estais de beira de calçada

É um padrão atualmente muito pouco utilizado, onde o estai ocupa somente


o espaço da calçada para a instalação.

Oficina Teórica:

1. Descreva o estai de contraposte de concreto e dê um exemplo:

É um estai que utiliza como contraposte um poste duplo T do tipo B / 600


kgf / 5m. Esse poste é instalado a 8 metros do poste a ser estaiado.
69

2. Qual a função do cabo de aço 6 mm ou 9 mm no estai de poste a poste? Dê um


exemplo.

Tem a função de transportar o esforço mecânico de um poste para o outro.

Capítulo 5: Iluminação pública


As luminárias recebem a energia elétrica da rede secundária de
distribuição para iluminação de ruas, praças, avenidas, jardins, vias, estradas e
outros logradouros de domínio público de uso comum e livre acesso, de
responsabilidade da Prefeitura Municipal devendo ser consideradas as seguintes
categorias: iluminação pública padronizada e especial.

Luminária padronizada de vapor de mercúrio de 250 W.


Iluminação pública padronizada
Na iluminação Pública padronizada, as instalações observam as normas
e padrões da concessionária local, de acordo com os níveis de iluminância e
70
padrões definidos pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas -
ABNT - NBR 5101.
O ponto de entrega será na conexão da rede de distribuição da
concessionária com as instalações elétricas de Iluminação Pública da Prefeitura
Municipal.
Iluminação Pública Especial
Já a iluminação pública especial compreende as instalações que não
estão compatíveis com os padrões da concessionária de energia elétrica local
e/ou que excedam os níveis de iluminância definidos pela mesma.
O ponto de entrega será, obrigatoriamente, na conexão da rede da
concessionária de energia com as instalações elétricas de Iluminação Pública.

Foto 022

Aplicando o Conhecimento

Unidades de iluminação
As principais unidades utilizadas em iluminação são: fluxo luminoso,
intensidade luminosa, iluminância e luminância.
Fluxo Luminoso é a quantidade de energia radiante, visível, que atravessa
determinada superfície na unidade de tempo. A unidade é o "lúmen" e o
símbolo "lm".
Intensidade Luminosa é o fluxo luminoso emitido por unidade do ângulo sólido
numa determinada direção. A unidade é "candela" e o símbolo "cd".
Iluminância é o fluxo luminoso incidente por unidade de área. A unidade é o "lux"
e o símbolo "lx".
71

Luminância é a Intensidade luminosa por m² da área aparente de uma fonte de


luz ou área iluminada (luz refletida).
A unidade é candela por metro quadrado e o símbolo é "cd/m²".

A representação da luminária no desenho é feita junto aos postes, com a


luminária e o relé para o lado da pista de rolamento, e perpendicular ao eixo da
rua.

O relé fotoelétrico comando individual é representado junto à luminária e com


inclinação aproximada de 45º em relação ao eixo da rua.

Iluminação de uma praça


A iluminação da praça poderá ser do tipo com 2, 3 ou 4 pétalas, sendo
montada em postes de 12 a 20 metros (poste de concreto ou de ferro), sendo que
cada pétala poderá ter uma ou duas lâmpadas. A ligação será com cabos de
cobre com isolação em XLPE 1000 V através de dutos e caixas de passagem
subterrâneos. A tomada de energia na rede secundária deve ser no poste mais
próximo possível do transformador.

Os tipos de caixas de derivação subterrânea são :

- Tipo CD-1 (50X50X50 cm): utilizada em travessias de ruas, três saídas ou na


descida lateral subterrânea no poste.
72

- Tipo CD-2 (40X40X40cm) : utilizada em fim de rede subterrânea ou quando


houver duas saídas de dutos.

Alerta: A distância máxima entre duas caixas subterrâneas deve ser de 30


metros (para facilitar a instalação ou retirada dos cabos). Acima de 30 m,
começa a dificultar a passagem do guia e depois dos cabos.

As caixas são fabricadas ou feitas diretamente no solo, cavando-se um


buraco e revestindo-o de tijolos e cimento. No fundo deve haver uma drenagem
com brita. A tampa deve ser de concreto armado com uma alça para sua retirada.
73
Exemplo de iluminação de uma praça:

Iluminação de uma praça.


74

Paralelo

Lâmpadas fluorescente

Em condições normais, o ar e os gases dificilmente conduzem correntes


elétricas se estiverem sob pressões muito altas (como, por exemplo, a
atmosférica). Gases e vapores rarefeitos, contudo, permitem a passagem de
eletricidade com relativa facilidade, produzindo efeitos luminosos que encontram
grande número de aplicações práticas.

Dentro do envoltório de vidro de uma lâmpada fluorescente há argônio e


vapor de mercúrio, rarefeitos. Em cada extremidade do tubo há um eletrodo sob a
forma de um filamento, revestido com um óxido. Quando se liga a lâmpada, os
filamentos se aquecem e emitem elétrons; isso inicia a ionização do gás. Um
starter (disparador) interrompe, então, o circuito, automaticamente, e desliga o
aquecimento dos filamentos. O reator, ligado à lâmpada, produz imediatamente
um impulso de alta voltagem, que inicia a descarga no argônio. Essa descarga
aquece e vaporiza o mercúrio, cuja maior quantidade está inicialmente sob estado
líquido.
75

Os elétrons provenientes do filamento chocam-se com as moléculas de gás


mercúrio contidas no tubo, o que produz não só a excitação como também a
ionização dos átomos. Ionizados, os átomos do gás são acelerados pela diferença
de voltagem entre os terminais do tubo, e ao se chocarem com outros átomos
provocam outras excitações. O retorno desses átomos ao estado fundamental
ocorre com a emissão de fótons de energia correspondente a radiações visíveis e
ultravioleta(invisíveis). A radiação ultravioleta, ao se chocar com o revestimento
fluorescente do tubo (fósforo), produz luz visível.
Empregando-se misturas de materiais fotoluminescentes diversos é
possível obter diferentes tons de luz de branca. A composição do revestimento
das lâmpadas fluorescentes é cuidadosamente estudada de modo a fornecer o
tom de branco mais adequado para lojas, escritórios ou residências.

Como nas lâmpadas fluorescente a maior parte da energia fornecida é


transformada em luz, seu rendimento pode ser até cinco vezes maior do que o das
lâmpadas incandescentes, que produzem muito mais calor.

http://br.geocities.com/saladefisica

Aplicando o Conhecimento
76

Condutores utilizados na rede subterrânea da


iluminação pública
São cabos de cobre com isolação em XLPE (de 0,6 a 1 kV), bitolas de 10 a
35 mm2 e protegidos por eletrodutos de PVC ou duto corrugado flexível.

Tipos de cabos para redes subterrâneas – alimentação das luminárias:


2 2
• 10 mm : bitola 10 mm , cabo de cobre com isolação em XLPE 1000V;
2 2
• 16 mm : bitola 16 mm , cabo de cobre com isolação em XLPE 1000V;
2 2
• 25 mm : bitola 25 mm , cabo de cobre com isolação em XLPE 1000V;
2 2
• 35 mm : bitola 35 mm , cabo de cobre com isolação em XLPE 1000V.

Legenda do desenho: - K = condutor enrugado

Alerta: Em travessias de ruas, o eletroduto deve ser de diâmetro 100 mm, e


entre caixas de passagem o diâmetro do eletroduto deve ser de 50 mm.

Oficina Teórica

1. Como é representado o conjunto de iluminação pública no poste?

São representados junto aos postes, com a luminária e o relé para o lado da
pista de rolamento, e perpendicular ao eixo da rua.

2. Descreva quais os tipos de caixa de derivação utilizadas na iluminação pública.

São utilizados dois tipos de caixas de derivação:


77

- Tipo CD-1 (50X50X50 cm): Utilizada em travessias de ruas, três saídas ou na


descida lateral subterrânea no poste.

- Tipo CD-2 (40X40X40cm) : Utilizada em fim de rede subterrânea ou quando


houver duas saídas de dutos.

3. Para facilitar a instalação ou retirada dos cabos subterrâneos de iluminação


pública, qual o procedimento a ser adotado em relação as distâncias entre as
caixas de derivação?

A distância máxima entre duas caixas subterrâneas deve ser de 30 metros


(para facilitar a instalação ou retirada dos cabos). Acima de 30m começa a
dificultar a passagem do guia e depois dos cabos.

4. Represente através de desenho a iluminação de uma praça.


78

Capítulo 6: Rede compacta protegida


Esta rede apresenta tensões de 13,8kV e 34,5kV, é composta de três
condutores cobertos com uma camada de material isolante plástico, sustentados
por um cabo de aço por meio de espaçadores, também de material plástico,
distanciados de 8 a 10 metros uns dos outros, ao longo da rede elétrica. O cabo
de aço de sustentação do conjunto de espaçadores e os condutores cobertos são,
por sua vez, fixados aos postes por meio de uma ferragem denominada Braço
Suporte L.

Estrutura tipo C1 da rede compacta.


79

Ilustração de rede compacta em ruas arborizadas

Aplicando o Conhecimento

Vantagens da rede compacta protegida


Principalmente em vias públicas arborizadas, a rede de distribuição
compacta protegida vem sendo a solução mais econômica para atender a
legislação ambiental vigente. O fato dos condutores serem cobertos por uma
camada de material isolante permite que eles possam ficar mais próximos uns dos
outros e afastados dos galhos de árvores, sem o risco de provar curto-circuito pelo
contato com os galhos ou entre condutores. A compactação da rede elétrica passa
a ocupar um espaço bastante reduzido agredindo menos as árvores durante a
poda. O pequeno "túnel de poda" necessário é cerca de vinte vezes menor que o
correspondente às redes convencionais com condutores nus, o que permite não
só evitar a prática de podas intensas como também recuperar grande parte da
folhagem das copas das árvores já podadas, além da redução drástica das
interrupções no fornecimento de energia (Figura 1 e 3). No caso da rede
convencional com condutores nus, o contato das árvores com algum condutor,
principalmente se estiverem molhadas, inevitavelmente causa um curto-circuito, e
conseqüentemente a interrupção do fornecimento de energia. Daí a razão da poda
drástica das árvores em torno da rede convencional, visando à continuidade do
fornecimento, porém não atendendo aos requisitos ambientais em vigor (Figura 2).
80

A redução das podas das árvores proporciona melhor estética visual das
vias arborizadas, além de evitar que uma poda realizada incorretamente, tire a
resistência das mesmas.
A rede compacta com cabos cobertos proporciona uma significativa
redução dos custos de manutenção e interrupção das redes de distribuição das
concessionárias de energia no Brasil. No Paraná, a concessionária de energia
elétrica Copel fez uma análise comparativa referente ao período de janeiro a
dezembro de 1993, pesquisando os custos de manutenção relativos a dois
alimentadores localizados na região central da cidade de Maringá, um operando
com cabos nus e outro com cabos cobertos. Os dois alimentadores possuíam
características semelhantes quanto à carga, número de consumidores, extensão e
densidade de arborização. Os valores levantados indicaram que o alimentador
com cabos cobertos teve custo total de manutenção de 56% do correspondente ao
alimentador com cabos nus (considerando-se apenas as manutenções corretiva e
preventiva na alta tensão, e o serviço de poda de árvores), o que representa uma
redução de custo da ordem de 44%. Mais significante ainda foi a redução no custo
de interrupção de fornecimento de energia, proporcionada pela rede compacta
81
com cabos cobertos. A mencionada pesquisa dos dois alimentadores de Maringá
apurou a quantidade de energia interrompida em ambos durante o ano de 1993,
com base nas respectivas demandas médias, DEC (Duração Equivalente por
Consumidor) médios e fatores de carga. O resultado apontou uma redução de
83%, isto é, nos alimentadores com cabos cobertos a expectativa de energia
interrompida é de apenas 17% da correspondente aos alimentadores com cabos
nus. Isso significa uma redução drástica tanto na perda de faturamento da
concessionária de energia quanto nos danos de diversas naturezas impostos aos
consumidores devido à interrupção no fornecimento de energia;
A construção de alimentadores compactos com cabos cobertos e a
transformação de alimentadores convencionais com cabos nus existentes em
compactos, em regiões arborizadas e com densidade de carga média ou alta,
tornam-se bastante atraentes num horizonte entre oito e dez anos, já que é
possível usar o mesmo posteamento, os mesmos acessórios de cabos e as
mesmas técnicas de construção, operação e manutenção utilizadas nas redes
convencionais com cabos nus.

(FOTOS DE UMA REDE COMPACTA) da Av. Getúlio Vargas mostrando as


árvores e outras.

Representação da rede compacta no projeto


82

Tipos de estruturas da rede compacta


83
Estrutura CA: Estrutura passante, sem braço anti-balanço, quando não ocorre
deflexão horizontal da rede.

Espaçador Losangular

Estrutura C1: Estrutura passante, semelhante a do tipo CA, acrescida do braço


anti-balanço, permitindo deflexão horizontal da rede de 6 graus.

Estrutura C2: Estrutura passante, semelhante a do


tipo C1 com mensageiro fixado no poste, permitindo
deflexão máxima horizontal da rede de 15 graus.
84

Estrutura C3: Estrutura de ancoragem simples, com mensageiro fixado no poste,


cabos cobertos em configuração triangular, podendo, no caso de
equipamentos, conter pára-raios.

Estrutura C4: Estrutura de ancoragem dupla, semelhante à estrutura C3,


utilizada em ângulos superiores a 15 graus ou em casos de mudança de
bitola.

Estrutura CS: Estrutura


passante, com mensageiro
fixado no poste, permitindo deflexão máxima horizontal da rede de 45 graus.
85

Estrutura D-C3: Estrutura com derivação de ancoragem, fazendo um ângulo


horizontal entre 45 e 90 graus.

CH-AP-PR – Estrutura com transformador auto-protegido e pára-raios.


86
Oficina Teórica:

1. O que você entende por rede compacta protegida?

Esta rede apresenta tensões de 13,8kV e 34,5kV, é composta de três


condutores cobertos com uma camada de material isolante plástico, sustentados
por um cabo de aço por meio de espaçadores, também de material plástico,
distanciados de 8 a 10 metros uns dos outros, ao longo da rede elétrica. O cabo
de aço de sustentação do conjunto de espaçadores e os condutores cobertos são,
por sua vez, fixados aos postes por meio de uma ferragem denominada Braço
Suporte L.

2. Cite uma vantagem da rede compacta protegida.

Em vias públicas arborizadas, a rede de distribuição compacta protegida vem


sendo a solução mais econômica para atender a legislação ambiental vigente. O
fato dos condutores serem cobertos por uma camada de material isolante permite
que eles possam ficar mais próximos uns dos outros e afastados dos galhos de
árvores, sem o risco de provar curto-circuito pelo contato com os galhos ou entre
condutores.

2. Descreva uma estrutura C3.

Estrutura de ancoragem simples, com mensageiro fixado no poste, cabos


cobertos em configuração triangular, podendo, no caso de equipamentos, conter
pára-raios.
4. Descreva uma estrutura CS?

Estrutura passante, com mensageiro fixado no poste, permitindo deflexão


máxima horizontal da rede de 45 graus.

Interatividade
Pesquise no site da Companhia Paranaense de Energia – Copel:
www.copel.com, entre no “Para a sua empresa” → Normas técnicas →
Montagem de redes de distribuição → RDC – Montagem de rede compacta.
Pesquise também no site de outras concessionárias e veja outros padrões de
montagem de rede compacta.
87

Capítulo 7: Dimensionamento de condutores de


baixa tensão
Este cálculo permite dimensionar as bitolas dos condutores da rede
secundária dos diversos circuitos da Rede de Distribuição Aérea, levando-se em
consideração as demandas diurnas e noturnas dos consumidores endereçados
em cada poste, bem como a potência nominal do transformador de cada circuito.
As demandas dos consumidores residenciais serão tomadas em função da
faixa de consumo mensal de cada tipo de consumidor (ver tabelas 1 e 2).

Tabela 1

Tipos de consumidores Faixa de consumo mensal em kWh


Baixo  (P)
De 0 a 75
Médio (M) De 76 a 150

Alto (G) De 151 a 300

Altíssimo (GA) Acima de 300

Tabela 2

Demanda noturna de consumidores


Número de consumidores residenciais por faixa de consumo
residenciais no circuito
P M G GA
01 a 05 0,35 0,70 1,38 4,62
06 a 10 0,33 0,62 1,28 4,04
11 a 15 0,31 0,54 1,17 3,47
16 a 20 0,29 0,49 1,07 2,90
21 a 25 0,28 0,45 0,97 2,50
26 a 30 0,27 0,42 0,87 2,13
31 a 40 0,26 0,39 0,78 1,75
Acima de 40 0,25 0,36 0,71 1,39

Para esta tabela considerar 100% para a demanda residencial noturna e


50% para a demanda residencial diurna. Para a demanda noturna acrescentar a
demanda da iluminação pública contida na tabela 3.
88
Tabela 3

Demanda (kVA)
1) Tipo da lâmpada
VMC – 80 (vapor de mercúrio corrigida de 80 W) 0,10
VMC – 125 (vapor de mercúrio corrigida de 125 W) 0,15
VMC – 250 (vapor de mercúrio corrigida de 250 W) 0,29
VMC – 400 (vapor de mercúrio corrigida de 400 W) 0,46
VSO – 70 (vapor de sódio ovóide de 70 W) 0,10
VSO – 150 (vapor de sódio ovóide de 150 W) 0,19
VSO – 250 (vapor de sódio ovóide de 250 W) 0,31
VSA – 400 (vapor de sódio tubular de 400 W) 0,48

Alerta: Na elaboração do projeto, os demais consumidores não-residenciais


deverão ter as suas demandas, diurna e noturna, especificadas na planta do
projeto.

Tabela de coeficiente de queda de tensão – condutor de alumínio 50o C –


220/127V:

Coeficiente de queda de tensão [%/(kVA x hm)]


Fator de potência 0,85
Bitola (AWG) Trifásico
02 CA 0,2051
2/0 CA 0,1183
4/0 CA 0,0851

Tabela de coeficiente de queda de tensão - cabo de cobre com isolação


em XLPE* - F.P.=0,85:

Coeficiente de queda de tensão [%/(kVA x


Cabo XLPE hm)]
3 x10 mm 2 0,313
3 x16 mm 2  0,200
3 x25 mm 2  0,130
3 x35 mm 2  0,096
2 x10 mm 2  0,323
2 x16 mm 2  0,210
2 x25 mm 2  0,139
2 x35 mm 2  0,105
89

Alerta: Quando for elaborar um projeto de rede de distribuição em sua região,


verifique os valores das tabelas de coeficiente de queda de tensão adotados pela
concessionária local.

Oficina Prática

1. Num circuito secundário, determinar o valor da sua demanda noturna, diurna e


total através dos valores abaixo fornecidos:
- 14 consumidores tipo M;
- 9 consumidores tipo P;
- 8 consumidores tipo G;
- 2 consumidores tipo GA;
- 19 luminárias de vapor de mercúrio de 125 W.

Consumidor Tipo M: Demanda diurna = 14 X 0,27 = 3,78 kW


Demanda noturna = 14 X 0,54 = 7,56 kW

Tipo P: Demanda diurna = 9 X 0,165 = 1,485 kW


Demanda noturna = 9 X 0,33 = 2,97 kW

Tipo G: Demanda diurna = 8 X 0,64 = 5,12 kW


Demanda noturna = 8 X 1,28 = 10,24 kW

Tipo GA = Demanda diurna = 2 X 2,31 = 4,62 kW


Demanda noturna = 9,24 kW

Iluminação pública: 19 Lum. de 125 W: Demanda noturna = 19 X 0,15 = 2,85 kW

Demanda diurna total = 15,005 kVA


Demanda noturna total = 32,86 kVA
Demanda total do circuito = 32,86 KVA (Considera-se a maior)

Alerta para o professor: Lembrar aos alunos que é através da demanda total
calculada que determinamos a potência nominal do transformador. Para
esse caso o transformador escolhido é de 45 kVA.

Alerta: A queda de tensão máxima nos finais de circuitos ou no ponto de entrega


do consumidor é determinado pela concessionária local, dentro dos valores
determinados pela ANEEL. Adota-se 3,5 % para regiões de grande densidade de
carga e de 5 a 7 % para as regiões de pouca densidade de carga. Nos exemplos e
exercícios desse livro, foi adotado 5% de queda máxima na rede secundária.
90

Interatividade
Faça um levantamento físico de um circuito próximo de onde você está
realizando o curso técnico em Eletrotécnica, e após, faça o seu cálculo de queda
de tensão considerando o transformador e os cabos existentes. As cargas dos
consumidores existentes podem ser arbitradas pelo professor.

Aplicando o Conhecimento

Cálculo de queda de tensão


Para calcular a queda de tensão, adota-se a seguinte seqüência:

1º. Definir o posicionamento dos postes na planta em função da largura da rua ou


avenida.

2º. Desenhar os postes na planta observando a distância dos cruzamentos aéreos


e dos vãos dos postes.

3º. Endereçar as cargas dos consumidores nos postes (ver item 12), observando o
limite máximo de ramais de ligação por poste, e a distância máxima permitida do
ramal de ligação do consumidor.

4º. Somar as cargas endereçadas em cada poste, noturna e diurna


separadamente (ver item 6), não esquecendo de somar a demanda noturna da
luminária de cada poste. Após, somar as cargas noturnas e diurnas de vários
postes determinando, através da maior demanda, a potência do transformador que
atenderá este circuito.

5º. Posicionar o transformador, sempre que possível, no centro das cargas do


circuito. Desenhar os cabos de BT e determinar as suas bitolas em função da
potência do transformador.

6º. Antes de fazer o cálculo de queda de tensão do circuito para confirmar ou


não as bitolas estimadas no item anterior, faz-se necessário desenhar o esquema
unifilar do circuito, representando cada poste através de um ponto, e colocando
em cada ponto as demandas noturnas (N) e diurnas (D) endereçadas neste poste.
Depois, colocar letras nos pontos principais do circuito: transformador (início do
cálculo), cruzamentos aéreos, mudança de bitolas e finais de circuitos, além de
representar os vãos dos postes e os cruzamentos aéreos.

Para concluir, procede o cálculo de queda de tensão baseado no diagrama unifilar


do circuito.
91

Planilha de cálculo de queda de tensão.

Legenda explicativa da planilha de cálculo de queda de tensão:


92

Item 1 Designação: Corresponde ao início e ao fim do trecho do qual será


calculada a queda de tensão. Ex: T-A.
Item 2 hm: Corresponde ao comprimento do trecho designado, em hectômetro
(m/100). Ex: 0,35 hm.
Item 3 Distribuída (D): Corresponde à carga existente entre os extremos do
trecho designado. Ex: 0 kVA.
Item 4 Concentrada (C): Corresponde à carga existente fora do trecho
designado, incluindo o ponto. Ex: 25 kVA.
Item 5 Total: Corresponde ao valor total da carga no trecho designado. É
determinado pela fórmula: (D/2) + C. Ex: ( 0/2)+25= 25 kVA.
Item 6 Condutores: Corresponde à bitola dos condutores que farão a
alimentação do trecho designado. Ex: 3X20(20).
Item 7 kVA x hm: Corresponde à multiplicação do valor da carga total (definido
no item 5) com o valor do hm (definido no item 2). Ex: 25x0,35=8,75.
Item 8 - Queda unitária: Coeficiente determinado em função da bitola do cabo e
do fator de potência do circuito. Os coeficientes de queda de tensão unitária
encontram-se nas tabelas de coeficiente de queda de tensão no início desse
capítulo. Ex: 0,1183 (coeficiente unitário para bitola 2/0 do trecho T-A).
Item 9 - Queda parcial: Corresponde à multiplicação do valor do kVA x hm
(definido no item 7) com o valor da queda unitária (definida no item 8). Ex:  8,75x
0,1183= 1,035%(é o valor da queda parcial no ponto A).
Item 10- Total: Corresponde à soma das quedas de tensão nos trechos
designados. No exemplo, a queda de tensão total é igual à parcial ( 1,035% para o
trecho T-A), pois este foi o primeiro trecho calculado, sendo necessário continuar
o cálculo para determinar as quedas de tensão nos outros trechos ( A-C, A-B e A-
D), e determinar as quedas de tensão do transformador até os fins de circuito. Se
fosse o trecho A – B, o valor da queda de tensão parcial no ponto B somaria com
a queda de tensão total do ponto A para se ter a queda de tensão total do ponto
B. Agora, se a queda de tensão total no final do circuito for maior que 5% ou de
um valor pré-definido, troca-se a bitola do trecho para uma imediatamente
superior, refazendo novamente o cálculo. Por exemplo, se no ponto H desse uma
queda de tensão total maior que 5%, trocaria a rede secundária de 3X20(20), para
93
3X40(40) e refazia os cálculos dos trechos E – H e E – G para verificar se deu
menor ou igual a 5%. Há casos, em que se faz necessário a troca da posição do
transformador, para um poste mais próximo do ponto onde ocorreu a queda de
tensão.
Item 11 - Carga diurna: Corresponde à soma de todas as demandas diurnas dos
consumidores (ver item 6). Ex: 32,5 kVA.

Item 12  - Iluminação pública: Corresponde à soma de todas as demandas das


lâmpadas de cada poste (ver tabela 3 no item demandas dos circuitos de baixa
tensão). Ex: 0,10x8= 0,8 kVA.
Item 13  - Carga noturna: Corresponde à soma de todas as demandas noturnas
dos consumidores (ver item 6). Ex:  40 kVA.
Item 14  - Aproveitamento diurno: É o quanto do transformador está sendo
solicitado no período diurno. Ex: 72,2%.
Item 15  - Aproveitamento noturno: É o quanto do transformador está sendo
solicitado no período noturno (somatório das cargas noturnas com a iluminação
pública). Ex: 90,66%.
Item 16 Desenho do esquema unifilar do circuito.

45 kVA

Legenda do esquema unifilar: (D) = Demanda diurna em kVA.


(N) = Demanda nNoturna em kVA.
94

Oficina Prática
1. Resolva junto com o professor, a queda de tensão do circuito secundário
representado abaixo, onde foi considerado como demandas residenciais os
valores:
G=1,38 kVA e M=0,62 kVA (ver tabela 2). Demandas das lâmpadas VMC-125W=
0,15 kVA (ver tabela 3). A queda de tensão máxima considerada é de 5%.
95
Representação do circuito secundário de um transformador com a indicação das
demandas dos consumidores.

Planilha resolvida do cálculo de queda de tensão do circuito secundário.

Alerta: Quando colocamos o asterístico ao final de uma queda de tensão total,


queremos dizer que se trata de um final de rede secundária, onde é mostrado,
se ela ficou ou não abaixo de 5% máximo admitido.
96

Oficina Teórica:

01. Faça o cálculo de queda de tensão do circuito abaixo, determinando antes a


potência do transformador e as bitolas da rede secundária.

Aplicando o Conhecimento
97

Capítulo 8: Cálculos de esforços


esforços mecânicos
mecânicos nos
postes
Para dimensionamento correto de um poste é necessário conhecer a sua
resistência nominal, sua altura e determinar os esforços externos que atuam no
mesmo, como o esforço de flexão que é devido ao tracionamento dos cabos. Este
esforço atua nos suportes (isoladores) e nas amarrações fixadas no poste,
podendo incliná-lo ou flambá-lo.
Um poste mal dimensionado poderá sofrer inclinação (fora do prumo) por
ultrapassar o limite de resistência do engastamento, mas se o engastamento
suportar esse esforço, o poste poderá flambar (entortar) por ter excedido o seu
limite de resistência nominal.
Quando o poste possui flexão e inclinação (poste flambado e fora do prumo)
tem ambos os limites excedidos, ou seja, o do poste e do seu engastamento. Para
se evitar esses inconvenientes é necessário calcular os esforços mecânicos que
atuam no poste para poder determiná-lo corretamente. Para esse cálculo será
necessário conhecer a altura do poste a ser aplicado em função da rede de
distribuição aérea (RDA), o tipo, a bitola e o número de condutores usados nessa
rede, além da profundidade do engastamento. O poste seção circular como é
simétrico tem a sua resistência nominal igual em toda sua periferia. Portanto
trabalharemos com o poste seção duplo T por ter duas faces (lisa e cavada) que
requer algumas técnicas quanto ao seu posicionamento.
Aplicando o Conhecimento

Poste de concreto seção duplo T


Para este tipo de poste, o fabricante garante 15 cm do topo (início da
furação para fixação das estruturas primárias) conforme a posição da sua
montagem (face lisa ou cavada), o quanto da sua resistência nominal ele suporta,
conforme descrito abaixo:
- Face cavada: Na face cavada, o poste suporta um esforço mecânico não
superior à metade da sua resistência nominal. Ex: O poste B/300 kgf/ 10,5m
suporta a 15 cm do topo na face cavada 150 kgf;

- Face lisa: Na face lisa, o poste suporta um esforço mecânico até 40% maior que
a sua resistência nominal. Ex: O poste B/300 kgf/ l0,5m suporta a 15 cm do topo
na face lisa 420 kgf.

Rn = Resistência Nominal
98
Para iniciar o cálculo de esforços mecânicos nos postes, precisaremos antes
conhecer o que sejam e como atuam numa estrutura instalada no poste. Para
isso, lembrar do que foi mencionado no início desse livro sobre o posteamento e
as estruturas da rede primária e secundária, pois ficará mais fácil a compreensão
sobre a atuação dos cabos na estrutura fixada ao poste.
Duas situações que devemos entender quanto aos esforços mecânicos na
estrutura do poste:

1. Momento no poste: É a força de tração (tensionamento) que os cabos


exercem no poste multiplicado pela distância do braço (primário ou secundário).
Foi tirado da Física que diz que momento é a força aplicada pela sua distância do
ponto de fixação. Fórmula: M = F x d

2. Tração dos cabos: O tensionamento dado em cada cabo depende da sua


bitola conforme as tabelas 1 e 2 desse item. No momento da instalação dos cabos
na rede de distribuição aérea, exige-se que a empreiteira possua um equipamento
chamado dinamômetro, para que o valor unitário de tensionamento de cada cabo
possa ser respeitado.
Tabela 1: Tensionamento unitário dos cabos de alumínio

Cabo
Tensionamento (kgf)
(AWG)
2 88
2/0 176
4/0 280
336,4 447

Tabela 2: Tensionamento unitário dos cabos de aço

Cabo de aço Resistência


(mm) (kgf)
6,4 (6mm) 715
9,5 (9mm) 1430

Alerta:
Consultar a concessionária local para bitolas diferentes das que se
encontram nestas tabelas.

Para iniciar os cálculos devemos lembrar de que momento é a força


aplicada no poste pelo tracionamento dos cabos, multiplicada pela sua distância
ao ponto de fixação. O ponto de fixação do poste depende do seu engastamento
como já vimos anteriormente, sendo que a partir dessa diferença é que
determinamos o braço primário já que o braço secundário é fixado em 7,0 metros.
No desenho abaixo, vemos que o braço do primário é de 8,70 metros
descontados o engastamento (1,65m) e os 15 centímetros do topo (onde se
encontra o primeiro furo de fixação de uma estrutura). O valor do braço do
99
secundário é fixado em 7,00 metros e dos cabos de telecomunicações em 5,00
metros. Veja o esquema representativo abaixo do poste de 10,50 metros.

Rede primária e rede secundária


Na rede primária, o esforço já se encontra fixado a 15 cm do topo, portanto,
para saber o tensionamento da rede primária basta multiplicar a quantidade de
cabos primários pelo seu tensionamento unitário (tabela 1) como vemos a seguir:
Ep = 3 x tcp
Ep = Esforço dos cabos da rede primária (kgf)
tcp = Tensionamento dos cabos da rede primária (kgf)
O fator de multiplicação “ 3” representa a quantidade de cabos primários (circuito
trifásico).
100
Para o cálculo na rede secundária, multiplicamos a quantidade de cabos
secundários pelo seu tensionamento unitário e esse pela distância do braço
secundário, dividindo tudo pela distância do braço primário, conforme a fórmula a
seguir:

Es = 4 x tcs x ds
dp

Es = Esforço dos cabos da rede secundária (kgf)


tcs = Tensionamento dos cabos da rede secundária (kgf)
ds = distância do braço da rede secundária (m)
dp = distância do braço da rede primária (m)
O fator de multiplicação “ 4” representa a quantidade de cabos secundários
(circuito trifásico).

O esforço total resultante dos cabos das redes primária e secundária no


poste é o somatório de seus esforços, sendo que a resistência nominal da face
usada do poste escolhido deve ser superior ao esforço total resultante:

Et = Ep + Es

Et = Esforço total dos cabos no poste (kgf)

Na abertura de circuito secundário com cabos de mesma bitola, não há


necessidade de efetuar o cálculo já que a resultante é nula. Veja o exemplo
abaixo.

Se a abertura dos circuitos secundários for com cabos 3X02(02) ou


3X2/0(2/0), o cabo de aço do estai de poste a poste deve ser de bitola 6 mm. A
bitola 9 mm somente é utilizada quando a abertura de circuito for de cabos
3X4/0(4/0), devido ao esforço resultante desses cabos (901 kgf) ser superior à
resistência do cabo de aço 6 mm (715 kgf), conforme as tabelas 1 e 2 deste
capítulo.

Para abertura de circuito com bitolas diferentes, deve-se deixar de topo o


poste do lado do esforço maior e que a resistência desse poste anule a diferença
dos esforços mecânicos.
101

Es = 4 x 280x 7,0 = 901 kgf Es = 4 x 176 x 7,0 = 566 kgf


8,7 8,7

A diferença entre os circuitos é ( 901 – 566 ) 335 kgf, onde colocamos do


lado de maior esforço um poste cuja resistência nominal seja superior a essa
diferença, ou seja, um B/300 kgf/10,5 m de topo que suporta 420 kgf (40% a mais
na resistência nominal).

Para a abertura de circuito secundário no mesmo poste, o critério a ser


seguido é o do desenho abaixo.

Alerta: Os postes que adotaremos para a resolução dos cálculos de esforços


mecânicos estão contidos no capítulo 3, na tabela dos tipos de postes mais
utilizados em rede de distribuição.

Cálculo de esforços mecânicos em postes com


estruturas em ângulo
Para que possamos iniciar um cálculo de esforços mecânicos dos cabos
numa estrutura em ângulo num poste, devemos lembrar algumas regras básicas.

1. Adição de vetores de mesma direção:


102
2. Adição de vetores de direções diferentes:

3. Decomposição de forças em componentes ortogonais (90º):

sen α = Fy → Fy = R . sen α tang α = Fy


Fx R

2 2
cos α = Fx → Fx = R . cos α R=  Fx +  Fy
R

4. Para ângulos diferentes de 90º:

R=  F 12 22
+  F  + 2. F 1. F 2. COS  α 

Oficina Prática:

Veja um cálculo do dimensionamento de estruturas em ângulo num poste de


10,50m, onde devemos sempre deixar a face lisa que é a de maior resistência do
poste, voltada para a resultante dos esforços mecânicos:
103

Lado esquerdo: Lado direito:

Ep = 3 x 88 = 264 kgf Ep = 3 x 447 = 1341 kgf

Es = 4 x 280 x 7,0 = 901 kgf Es = 4 x 176 x 7,0 = 566 kgf


8,7 8,7

Et = Ep + Es = 1165 kgf Et = Ep + Es = 1907 kgf

Composição de forças:

F = 1651 – 1165 = 486 kgf


F2 = 1907 . cos 30º F2 = 1907 . sen 30º
F2 = 1651 kgf F2 = 953,5 kgf

R = 953,52 + 4862 R = 1070 kgf


Solução:  Projetar um poste seção duplo T do tipo B-1,5/ 1000 kgf/ 10,5 m para
suportar a resultante de 1070 kgf.
104
Oficina teórica:

1) Calcular o esforço mecânico dos cabos das redes primária e secundária que
terminam num poste de 10,5m de altura. As redes são trifásicas de bitola 2 AWG
para o primário e 4/0 AWG para o secundário. Determinar o tipo de poste a ser
usado para suportar o esforço total (Et) das redes e em que posição (normal ou
topo) deve ficar em relação a elas.

Ep = 3 x 88 = 264 kgf

Es = 4 x 280 x 7,0 = 901 kgf


8,7

Et = Ep + Es = 1165 kgf 

2) Determinar quais os postes de 10,5 m e 12,0 m a serem utilizados para suportar


os esforços mecânicos representados no desenho, numa abertura de circuito
secundário trifásico no mesmo poste. Desenhe a posição que deve ficar o poste

Para poste de 10,5 metros de altura


Es = 4 x 176 x 7,0 = 566 kgf Es = 4 x 88 x 7,0 = 283 kgf
8,7 8,7
Et = 566 - 283 = 283 kgf (usa-se um poste B / 300 kgf / 10,5 m)

Para poste de 12,0 metros de altura:


Es = 4 x 176 x 7,0 = 490 kgf Es = 4 x 88 x 7,0 = 245 kgf
10,05 10,05
Et = 490 – 245 = 245 kgf (usa-se um poste B / 300 kgf / 12 m)
3) Uma rede primária trifásica de cabos 336,4 MCM termina num poste de 12,0 m
que está na posição de topo. Qual a resistência nominal deste poste para que
suporte este esforço mecânico?
Ep = 3 X 447 = 1341 kgf (colocar um poste B-1,5 / 1000 kgf / 12,0 m)
105
04) Observando os desenhos da rede de distribuição aérea, calcule os esforços
mecânicos dos cabos e determine quais postes que devem ser usados:
a)

Es = 4 X 176 X 7,0 = 566 kgf (poste B / 600 kgf / 12,0 m)


8,7

Alerta do professor:  Foi utilizado o poste de 12 m por causa do


equipamento(chave fusível) nele instalado (ver no capítulo 3, onde se utiliza o
poste de 12 m).
b)

Lado A Lado B

Es = 4 x 280 x 7,0 = 780 kgf Es = 4 x 176 x 7,0 = 490 kgf


10,05 10,05

Lado A – Lado B = 780 – 490 = 290 kgf (tracionando para o Lado A que é o de
maior bitola)

Lado C
Ep = 3 x 88 = 264 kgf

Es = 4 x 280 x 7,0 = 780 kgf Et = Ep + Es = 1044 kgf


10,05
106

Foi escolhido o poste B-1,5 / 1000 kgf / 12,0 m, pelos seguintes motivos:
1. Sendo um poste de 12,0 m de altura, da espaço para a colocação do braço de
uma luminária igual ou superior a 250 W, mantendo a distância de 1,0 m da
cabeça da luminária até os cabos da rede primária no sentido do lado C.
2. O poste é de 1000 kgf, pois suporta na sua face lisa 1400 kgf o que será
suficiente para agüentar 1044 kgf no sentido do Lado C, e a sua face cavada
suportando 500 kgf, anularia a diferença de 290 kgf no sentido do Lado A.
c)

Lado A
Ep = 3 x 88 = 264 kgf Ep = 3 x 88 = 264 kgf

Es = 4 x 176 x 7,0 = 566 kgf Es = 4 x 280 x 7,0 = 901 kgf


8,7 8,7

Et = Ep + Es = 830 kgf Et = Ep + Es = 1165 kgf 

F1 – F2 = 830 – 1038 = 208 kgf 

R = 208 2 + 528 2  = 567 kgf (o poste escolhido é o B / 600 kgf / 10,5 m)


107
d)

Es = 4 x 280 x 7,0 = 901 kgf Es = 4 x 88 x 7,0 = 283 kgf


8,7 8,7

Et = Ep + Es = 618 kgf 

Para esse caso o poste indicado é o B / 600 kgf / 10,5 m.


108

Capítulo 9: Desenho de Redes de Distribuição


Neste capítulo, abordaremos a maneira como deve ser representado o
desenho do projeto de rede de distribuição aérea, sua simbologia e a localização
das especificações do mesmo. Também faremos alguns exercícios direcionados
de projetos de redes de distribuição aérea urbana e de iluminação pública, que
podem ser usados como parâmetro para o desenvolvimento do aprendizado do
aluno.

Exemplo de um projeto de redes de distribuição urbana.


109

Exemplo de um projeto de iluminação pública.


110
Segue abaixo, a simbologia de redes de distribuição adotada neste livro.
111
112

No projeto, os equipamentos e as bitolas das redes podem ser


representados de três maneiras: existente, projetado e a ser retirado.

Aplicando o Conhecimento
113

Representação da simbologia
Quando a rede de distribuição e os equipamentos forem existentes no local,
a sua simbologia é representada normalmente do jeito que é desenhada. Veja
alguns exemplos:

Quando a rede de distribuição e os equipamentos não existem no local, ou


seja, estão sendo projetados na planta para serem futuramente instalados, são
representados como vemos a seguir. Veja os exemplos.

Alerta: Se o poste for projetado, coloca-se o círculo somente nele, dispensando-se o


círculo nos demais elementos a instalar no mesmo.
114

Todos os demais elementos projetados são colocados dentro de um


retângulo como vemos a seguir:

Nas redes de distribuição e nos equipamentos a serem retirados, colocar um


“x” em cima dos mesmos. Veja alguns exemplos:

Quando a rede de distribuição e os equipamentos forem substituídos por


outros, adotar os procedimentos a seguir:
115

Simbologia invertida
É adotada quando a quantidade de postes projetados for superior à
quantidade de postes existentes. A regra é representar no projeto tudo o que for
projetado como sendo existente e vice-versa. Se for adotada esta forma de
representação deve-se indicar no desenho, sobre a legenda, SIMBOLOGIA
INVERTIDA.

Localização das especificações no projeto


- Nomes das ruas ou avenidas:
116

Estas especificações devem ser colocadas dentro da quadra, afastadas das


representações dos consumidores e de acordo com o esquema representado
abaixo.

- Bitolas dos condutores:

Devem ser colocadas conforme o esquema abaixo, porém próximas aos


traços que representam os condutores. Observar a inclinação da rua para
posicionar a escrita conforme quadro abaixo.

- Equipamentos e/ou postes especiais (não possuem simbologia própria):

As especificações devem ser colocadas junto ao equipamento ou poste


especial e paralelas à rede primária. Ex:
117

Descrição da simbologia do gabarito sujerido:


Aplicação Us Aplicação
o

1 Poste concreto duplo T, luminária e 31 Pára-raios


comando foto-elétrico face B
2 Poste concreto duplo T, luminária e 32 Base de chave fusível
comando foto-elétrico face A
3 Poste de madeira quadrado, luminária e 33 Isolador de disco - vista lateral
comando foto-elétrico em ângulo
4 Poste de concreto circular, luminária e 34 Isolador de disco - vista lateral
comando foto-elétrico em ângulo (inscrito)
5 Luminária tipo pétala, com 4 pétalas 35 Isolador de pino - 34,5 kV
6 Caixa de derivação para iluminação 36 Isolador de pino - 13,8 kV
pública
7 Transformador para escalas pequenas 37 Campânula de isolador de disco
8e Retângulos para elementos para instalar 37A Corpo do isolador de disco vista
9 (AT e BT) lateral
10 Poste de trilho 38 Porca-olhal vista lateral
11 Chave fusível 38A Porca-olhal vista lateral
12 Aterramento 39 Sapatilha - vista lateral
13 Caixa de derivação 40 Gancho - vista lateral
14 Seta indicativa de ancoragem 41 Bucha para o transformador
5A Luminária tipo pétala, com 3 pétalas 42 Isolador de roldana
16 Pára-raios 43 Armação secundária
7A Transformador para escala 1:1000 44 Conector derivação para linha
viva
20A Para circundar elementos a instalar 44A Conector derivação para linha
20B viva
Oficina Teórica:
118

1. Através do memorial descritivo abaixo, completar a rede de distribuição urbana


na planta fornecida, colocando os tipos de postes e sua posição conforme a sua
numeração. A numeração de poste que não constar a sua posição, considerar
normal.
Memorial descritivo:

a) Posteamento seção duplo T

• B/ 300 daN/ 12 m Postes nº 1, 14, 19, 20, 22 e 23.


• B/ 300 daN/ l0,5 m Postes nº 11 (topo).
• B/ 600 daN/ 10,5 m Poste nº 10.
• B/ 600 daN/ l2 m Poste nº 21.
• B/ 300 daN/ 12 m Poste nº 13 (topo).
• D/ l50 daN/ l0,5 m Demais postes

b) Poste especial para iluminação

No ponto B há um poste especial de ferro galvanizado circular de 20


metros, com 4 luminárias tipo pétala, com 2 lâmpadas de vapor de mercúrio de
400W por pétala.

c) Iluminação

É toda com lâmpadas de vapor de mercúrio:


• LM-3 - VMC de 400 W: Toda a Av. Moraes Sales terá iluminação dupla devido
ao posteamento central.
• LM-2 - VMC de 250 W: Na Rua Cel. Quirino e Av. Princesa D'Oeste.
• LM-1 - VMC de 125 W: Nas demais ruas que possuem rede secundária.

Os postes nº 10 e 13 não possuem iluminação.

d) Rede primária

É trifásica, de cabos de alumínio, tensão 13,8 kV:


• Na Av. Pr. Joel Alves dos Prazeres é toda de bitola nº 336,4 MCM, passa
tangente por todos os postes desta rua e continua após os postes nº 19 e 23.
• Na Rua Nilza Fernandes dos Prazeres é toda de bitola nº 2 AWG, passa
tangente por todos os postes desta rua e continua após os postes nº 4 e 7.
• Na Av. Jorge Alves dos Prazeres é toda de bitola nº 2 AWG, passa tangente
por todos os postes desta rua e continua após os postes nº 15 e 18.
• Na Rua PIB Curitiba é toda de bitola nº 2 AWG, inicia no poste nº 14 e
termina no poste nº 13.
119

e) Rede secundária

É trifásica, de cabos de alumínio:


• Na Av. Pr. Joel Alves dos Prazeres é toda de bitola nº 4/0 AWG, passa tangente
em todos os postes pelo lado esquerdo da avenida e continua após os postes
nº 19 e 23.
• Na Rua Nilza F. dos Prazeres e Av. Jorge A Prazeres é toda de bitola nº 2/0
AWG, passa tangente em todos os postes e continua após os postes nº 4 e 7;
15 e 18, respectivamente.
• Na Rua PIB Curitiba é toda de bitola nº 2/0 AWG, inicia no poste nº 10, passa
tangente pelos postes nº 9 e 8 e continua após esse último.
• Na Rua Renato Adur é toda de bitola nº 2 AWG, inicia no poste nº 11, passa
tangente no poste nº 12 e continua após este poste.
• Na Rua Laura G. da Cruz é toda de bitola nº 2 AWG, inicia no poste nº 1, passa
tangente pelos postes nº 2 e 3 e continua após o último poste.

f) Interligações

Em todos os cruzamentos entre redes de BT e entre redes de AT,


respectivamente.

g) Transformadores

São todos trifásicos:


• No poste nº 21 existe um transformador cujo número do circuito é 201358 e sua
potência é de 75kVA. Ele está localizado do lado direito do poste.
• No ponto A tem um transformador particular instalado em cabine, cuja potência
é 150kVA. Esse transformador é ligado em alta tensão subterrânea através de
uma chave de operação instalada no poste nº 13.

h) Chave de operação

De 300 A e fusível de 50 A no poste nº 13, liga o ramal subterrâneo de alta


tensão que alimenta o transformador particular instalado na cabine (ponto A).

i) Rede secundária subterrânea

Ela atende a iluminação tipo pétala do ponto B. É bifásica de cabos de


cobre com isolação em XLPE 1000V, bitola 16 mm 2, inicia numa caixa de
passagem tipo CD-1 junto ao poste nº 5, e termina na caixa de passagem tipo CD-
2 junto ao poste de ferro galvanizado do ponto B. O eletroduto que interliga essas
caixas é de bitola 100 mm de PVC.
120
 j) Aterramentos
Em todos os finais de BT e no transformador.

Planta.
2. Através do memorial descritivo abaixo, completar a rede de distribuição urbana
na planta fornecida, colocando os tipos de postes e sua posição conforme a sua
numeração. A numeração de poste que não constar a sua posição, considerar
normal.
Memorial descritivo:
121
a) Posteamento: Seção duplo T:

• B/ 300 daN/ 12 m Poste nº 14.


• B/ 600 daN/ 10,5 m Poste nº 11, 17, 18 e 23A (todos de topo).
• Poste de madeira de 10,5m Postes nº 19, 20, 21, 22 e 23.
• D/ l50 daN/ l0,5 m Para os demais postes.

Obs: Os postes no 19, 20, 21, 22 e 23 serão retirados e nos seus lugares serão
projetados os postes no 19A, 20A, 21A, 22A e 23A, respectivamente.

b) Rede primária:

A rede é trifásica, 13,8 kV, de cabos de alumínio de bitola nº 2 AWG:


• Na Rua Pr Pascoal Piragine Jr a rede passa tangente por todos os postes desta
rua e continua após os postes nº 1 e 5.

• Na Rua Pr. Adelmo O Struecker a rede inicia no poste nº 15, passa tangente
pelos demais postes e termina no poste nº 12.

• Na Rua Alita Georg a rede inicia no poste nº 19, passa tangente pelos demais
postes e termina no poste nº 23.

c) Rede secundária:

A rede é trifásica, de cabos de alumínio:


• Na Rua Pr Pascoal Piragine Jr a rede é toda de bitola nº 2/0 AWG, passa
tangente por todos os postes desta rua e continua após os postes nº 1 e 5.

• Na Rua Teolina Georg a rede é toda de bitola nº 2/0 AWG, passa tangente por
todos os postes desta rua e continua após os postes nº 6 e 10.

• Na Rua Pr. Adelmo O Struecker a rede é toda de bitola nº 2/0 AWG, inicia no
poste nº 11, passa tangente pelos demais postes e termina no poste nº 17. No
poste nº 14 a rede passa pelo lado da quadra devido ao transformador.

• Na Rua Alita Georg a rede inicia no poste nº 18, passa tangente pelo poste nº
19 e termina no poste nº 20. Esta rede reinicia no poste nº 21, passa tangente
pelo poste nº 22 e termina no poste nº 23. Estas redes são de bitola nº 2 AWG,
mas serão substituídas por cabos de bitola nº 2/0 AWG.
d) Interligações:

Em todos os cruzamentos entre redes de BT e entre redes de AT,


respectivamente.

e) Transformadores:
122

No poste nº 14 existe um transformador trifásico de 45kVA, número do


circuito 101020, provido de pára-raios e chaves fusíveis.

f) Aterramentos:

Em todos os finais de BT, no poste n o 23A e no transformador.

g) Luminárias:

Em todos os postes existentes as luminárias são do tipo LM-1, com


lâmpadas VMC-125W e com relés individuais. As luminárias dos postes a retirar
serão reaproveitadas nos postes projetados.

h) Estais:

De poste a poste, bitola 6 mm, entre os postes n o 18 e 19; 20 e 21.

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