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PDGNR M 1-06-05

dezembro 2021

MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS


RURAIS DA GNR
Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.

Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma
derrota.

Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.
(RESERVADO)

MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

GUARDA NACIONAL REPUBLICANA

PDGNR M 1-06-05

MANUAL DE COMBATE A INCÊNDIOS


RURAIS

dezembro de 2021

(RESERVADO)
FICHA TÉCNICA

Edição: Direção de Doutrina do Comando da Doutrina e Formação da Guarda Nacional


Republicana.

Rua Cruz de Santa Apolónia

1149-064 Lisboa - PORTUGAL

Telefone: 218 112 100

Telecópia: 218807025

e-mail: cdf@gnr.pt

Sítio Internet: www.gnr.pt

Título: PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1ª. Versão - 2021

Anteprojeto elaborado entre janeiro e dezembro de 2019

Grupo de Trabalho:

 TCor. n.º 1930735, António Ramos, do CDF (Coordenador);

 Maj. n.º 2000914, João Garcia, da EG;

 Cap. n.º 2041102, Pedro Pinto, da UEPS;

 Cap. n.º 2041115, Carlos Cunha, da UEPS;

 Cap. n.º 2100037, Ricardo Nogueiro, da EG.


(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

DESPACHO

1. Promulgo, para utilização na GNR, a PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios


Rurais da GNR.

2. A PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR é uma publicação


classificada devendo ser manuseada e salvaguardada de acordo com o estabelecido no ISM e
SEGNAC 1.

3. Não é permitida a transmissão, a revelação ou extração de conteúdos, desta publicação, sem


autorização da entidade promulgadora.

4. A partir da presente data, a PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da


GNR, faz parte do corpo doutrinário da GNR, a qual entra em vigor no dia seguinte à sua difusão.

(Por delegação de competências nos termos da alínea e) do n.º 1 do Despacho n.º 370/21-OG, do Exmo. GCG, de 03NOV21)

O 2.º Comandante-Geral

Assinado de forma digital em 16-12-2021 11:00

2º Comandante-geral

2º Comandante-Geral Tenente-General Nuno Pires da Silva


Tenente-general

DESPACHO
V
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

PREÂMBULO

Depois da floresta ardida não fica nada para os olhos dos mais leigos. Mas quando a paisagem não
é mais do que troncos calcinados, cinzas, carcaças de animais e a tristeza no coração das gentes
que tudo perderam, os investigadores avançam para o terreno.
Com a publicação do DL n.º 22/2006, de 22 de fevereiro, além da criação do Grupo de Intervenção,
Proteção e Socorro (GIPS), a estrutura do Corpo Nacional de Guardas Florestais (CNGF) foi
integrada na Guarda Nacional Republicana (GNR), sendo por esta assumidas todas as suas
competências. Com a publicação do DL n.º 113/2018 foi criada a Unidade de Emergência de
Proteção e Socorro (UEPS), e com ela, uma nova valência no combate aos incêndios Rurais, o
Ataque Ampliado (ATA).
O presente manual surge da necessidade imperiosa de munir, em particular, os operacionais da
UEPS e, em geral, todos os militares da GNR envolvidos na problemática dos incêndios, de
informação e documentação indispensável ao exercício das suas funções. A missão e as atribuições
da UEPS são prosseguidas em todo o território nacional, articulando -se operacionalmente no
comando único do sistema integrado de operações de proteção e socorro e no sistema de gestão
integrada de fogos rurais, sem prejuízo da dependência hierárquica e funcional no quadro da
Guarda.
O objetivo fundamental deste manual é o de sistematizar todo um modelo de combate a incêndios
Rurais na vertente de ataque Inicial (ATI) e ATA. Procura disponibilizar conhecimentos e
ferramentas que permitam, no terreno, o cumprimento em segurança da missão de combate a
incêndios rurais. Pese embora as diversas definições apresentadas na literatura especializada, a
diversa gama de definições e/ou conceitos relativos ao ATA e Ataque Estendido, tentará ser descrita
e organizada como um processo participado, por meio do qual, avaliados e avaliadores de um
serviço, identificam em conjunto objetivos coletivos e individuais, são definidas áreas vitais de
atuação, cadeia de responsabilidades e resultados a alcançar, usando medidas como orientação e
estabelecendo os contributos individuais.
Este manual passa a constituir doutrina, fornece informação e define trâmites que norteiam a
atuação e procedimentos da nova Unidade Emergência de Proteção e Socorro da GNR,
constituindo-se como uma importante ferramenta de apoio aos que, diretamente ou indiretamente,
intervêm no processo de combate a incêndios florestais/rurais.
O Comandante do Comando da Doutrina e Formação

Assinado de forma digital em 15-12-2021 16:43


Comandante
JOÃO MANUEL DE SOUSA MENESES ORMONDE MENDES
Major-general

PREÂMBULO
VI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ÍNDICE GERAL

DESPACHO ................................................................................................................................... V
PREÂMBULO ................................................................................................................................ VI
ÍNDICE GERAL ............................................................................................................................ VII
ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS ......................................................................... XV
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS ........................................................... XXVI
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ XXX
CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO .......................................................................................... 1-1
SECÇÃO I - MISSÃO DA UNIDADE DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO E SOCORRO .......... 1-2
SECÇÃO II - DEFINIÇÕES E CONCEITOS .............................................................................. 1-7
SECÇÃO III - MECANISMOS DE COMBUSTÃO, TRANSMISSÃO E PROPAGAÇÃO DE CALOR
............................................................................................................................................... 1-18
a. Fases da combustão.................................................................................................... 1-18
b. Formas de Transmissão de Calor ................................................................................ 1-20
1) Convecção ............................................................................................................... 1-20
2) Radiação .................................................................................................................. 1-20
3) Condução ................................................................................................................. 1-21
c. Desenvolvimento e Crescimento de um Incêndio ........................................................ 1-22
1) Fogo Pontual ............................................................................................................ 1-23
2) Anel .......................................................................................................................... 1-23
3) Fogo Linear .............................................................................................................. 1-23
4) Constituição do Incêndio .......................................................................................... 1-23
d. Formas de Propagação ............................................................................................... 1-24
1) Incêndios de Superfície ............................................................................................ 1-24
2) Incêndios de Copas.................................................................................................. 1-25
3) Incêndios Subterrâneos............................................................................................ 1-25
SECÇÃO IV - INFLUÊNCIA AMBIENTAL ............................................................................... 1-26
a. Combustíveis ............................................................................................................... 1-26
1) Definição .................................................................................................................. 1-27
2) Estratos .................................................................................................................... 1-27
3) Condições Edafoclimáticas ...................................................................................... 1-28
4) Classificação ............................................................................................................ 1-28
5) Características ......................................................................................................... 1-30
6) Quantidade de Combustível ..................................................................................... 1-31
7) Tamanho e Forma .................................................................................................... 1-32
8) Compactação ........................................................................................................... 1-33
ÍNDICE GERAL
VII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

9) Continuidade Horizontal ........................................................................................... 1-34


10) Continuidade Vertical ............................................................................................ 1-34
11) Densidade da Madeira .......................................................................................... 1-34
12) Substâncias Químicas .......................................................................................... 1-35
13) Humidade dos Combustíveis ................................................................................ 1-35
14) Inflamabilidade ..................................................................................................... 1-37
15) Combustibilidade .................................................................................................. 1-38
b. Topografia/Relevo ....................................................................................................... 1-39
1) Declive ..................................................................................................................... 1-42
2) Exposição ................................................................................................................ 1-46
3) Forma....................................................................................................................... 1-48
c. Meteorologia ................................................................................................................ 1-52
1) Meteorologia Sinótica, Física, Dinâmica e Climatologia ........................................... 1-53
2) Clima ........................................................................................................................ 1-54
3) Atmosfera ................................................................................................................. 1-56
4) Vento........................................................................................................................ 1-63
5) Temperatura............................................................................................................. 1-70
6) Inversão Térmica...................................................................................................... 1-72
7) Precipitação ............................................................................................................. 1-73
8) Trovoadas ................................................................................................................ 1-74
9) Humidade ................................................................................................................. 1-74
10) Temperatura vs Humidade Relativa ...................................................................... 1-74
11) Ponto de Orvalho .................................................................................................. 1-75
SECÇÃO V - TIPOLOGIA DE INCÊNDIO ............................................................................... 1-75
a. Incêndio de Vento ........................................................................................................ 1-76
1) Características ......................................................................................................... 1-78
2) Precauções e Recomendações ................................................................................ 1-78
b. Incêndio de Combustível/Convectivo ........................................................................... 1-80
1) Subtipo Esfomeado .................................................................................................. 1-80
2) Subtipo Irregular ou Heterogéneo ............................................................................ 1-81
3) Características ......................................................................................................... 1-81
4) Precauções e Recomendações ................................................................................ 1-82
c. Incêndio Topográfico ................................................................................................... 1-82
1) Características ......................................................................................................... 1-83
2) Precauções e Recomendações ................................................................................ 1-85
SECÇÃO VI - COMPORTAMENTO EXTREMO...................................................................... 1-86

ÍNDICE GERAL
VIII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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a. Definição...................................................................................................................... 1-86
1) Projeções ................................................................................................................. 1-86
2) Focos Secundários................................................................................................... 1-87
3) Conflagrações .......................................................................................................... 1-87
4) Fogos Eruptivos ....................................................................................................... 1-87
5) Fogos de Copas ....................................................................................................... 1-88
6) Fogo de Salto ........................................................................................................... 1-88
7) Vórtices de Fogo ...................................................................................................... 1-88
8) Condições Determinantes ........................................................................................ 1-89
SECÇÃO VII - PSICOLOGIA DO FOGO ................................................................................. 1-89
a. O Fogo na Perspetiva Científica .................................................................................. 1-90
1) Controlo e Autocontrolo em Situações de Limite ...................................................... 1-91
2) Patologias Associadas ao Fogo ............................................................................... 1-92
3) STRESS................................................................................................................... 1-93
4) Ansiedade ................................................................................................................ 1-93
5) Pânico ...................................................................................................................... 1-95
6) Depressão nervosa .................................................................................................. 1-96
CAPÍTULO 2 - MEIOS E EQUIPAMENTO DE COMBATE .......................................................... 2-1
SECÇÃO I - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .................................................... 2-1
a. Vestuário de Proteção Individual ................................................................................... 2-1
1) Normas de utilização do vestuário .............................................................................. 2-2
b. Equipamento de proteção individual e sobrevivência ..................................................... 2-4
1) Normas de utilização do equipamento........................................................................ 2-4
SECÇÃO II - AGENTES EXTINTORES .................................................................................... 2-5
a. Agentes Extintores ......................................................................................................... 2-5
1) Água........................................................................................................................... 2-5
2) Retardantes/Caldas.................................................................................................... 2-6
3) Espumas .................................................................................................................... 2-6
4) Terra .......................................................................................................................... 2-6
5) Agente Explosivo........................................................................................................ 2-7
SECÇÃO III - MEIOS DE COMBATE ........................................................................................ 2-9
a. Ferramentas Manuais .................................................................................................... 2-9
1) Identificação ............................................................................................................. 2-10
2) Classificação ............................................................................................................ 2-13
3) Ferramentas que atuam sobre os combustíveis ....................................................... 2-16
4) Ferramentas que atuam sobre o oxigénio ................................................................ 2-21

ÍNDICE GERAL
IX
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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b. Ferramentas Mecânicas .............................................................................................. 2-25


1) Motosserras ............................................................................................................. 2-25
2) Motorroçadoras (ou roçadeiras) ............................................................................... 2-44
3) Organização das equipas / sequência das ferramentas ........................................... 2-47
4) Motoguincho............................................................................................................. 2-50
5) Motobomba dorsal.................................................................................................... 2-53
c. Meios Terrestres .......................................................................................................... 2-79
1) Viaturas .................................................................................................................... 2-79
d. Maquinaria ................................................................................................................. 2-147
1) Máquinas de rasto .................................................................................................. 2-148
2) Tratores.................................................................................................................. 2-164
e. Meios Aéreos ............................................................................................................. 2-168
1) Classificação .......................................................................................................... 2-168
2) Funcionamento ...................................................................................................... 2-171
3) Manutenção ........................................................................................................... 2-172
4) Utilização ............................................................................................................... 2-172
5) Segurança .............................................................................................................. 2-190
CAPÍTULO 3 – SEGURANÇA ..................................................................................................... 3-1
SECÇÃO I - CAPACIDADE E ESFORÇO FÍSICO .................................................................... 3-1
a. Condição física e manutenção da saúde ....................................................................... 3-1
1) Fadiga ........................................................................................................................ 3-2
2) Trabalho e descanso .................................................................................................. 3-2
b. Stress por calor e hidratação ......................................................................................... 3-2
1) Exposição ao fumo e ao monóxido de carbono .......................................................... 3-4
2) Comida e nutrição ...................................................................................................... 3-4
3) Higiene pessoal .......................................................................................................... 3-5
4) Equipamento de Proteção Individual (EPI) ................................................................. 3-5
SECÇÃO II - PROTOCOLOS ................................................................................................. 3-12
a. Protocolo de Segurança LACES .................................................................................. 3-12
1) Vigias (Lookout) ....................................................................................................... 3-12
2) Pontos de Ancoragem (Anchor Point) ...................................................................... 3-14
3) Comunicações (Comunications) ............................................................................... 3-15
4) Caminhos de fuga (Escape Route) ........................................................................... 3-16
5) Zonas seguras (Security Zone) ................................................................................ 3-17
b. 10 Regras de Ouro ...................................................................................................... 3-18
c. 18 Situações de Perigo ................................................................................................ 3-19

ÍNDICE GERAL
X
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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CAPÍTULO 4 - ESTRATÉGIA, MÉTODOS E TÉCNICAS DE COMBATE ................................... 4-1


SECÇÃO I - ESTRATÉGIA DE COMBATE ............................................................................... 4-1
a. Fases de Combate ........................................................................................................ 4-1
1) Reconhecimento e Avaliação ..................................................................................... 4-1
2) Salvamentos .............................................................................................................. 4-1
3) Estabelecimento dos Meios de Ação .......................................................................... 4-1
4) Ataque........................................................................................................................ 4-1
5) Rescaldo .................................................................................................................... 4-1
6) Vigilância .................................................................................................................... 4-2
b. Etapas de Combate ....................................................................................................... 4-4
1) Ataque inicial .............................................................................................................. 4-5
2) Ataque ampliado ........................................................................................................ 4-5
3) Regresso do incêndio ................................................................................................. 4-5
c. Resultado das Ações do Combate ................................................................................. 4-5
1) Dominado ................................................................................................................... 4-5
2) Ativo ........................................................................................................................... 4-6
3) Sem Intervenção ........................................................................................................ 4-6
4) Falso Alarme .............................................................................................................. 4-6
5) Missão Abortada ........................................................................................................ 4-6
d. Preservação dos vestígios ............................................................................................. 4-6
e. Procedimentos do Coordenador de Operações Aéreas ................................................. 4-8
1) Definições .................................................................................................................. 4-8
2) Regulação das operações aéreas em incêndios florestais ....................................... 4-11
3) Organização de operações aéreas em incêndios rurais ........................................... 4-14
4) Coordenação de operações aéreas em incêndios rurais .......................................... 4-14
5) Substituição da aeronave de coordenação no Teatro de Operações ....................... 4-16
6) Normas de regulação do tráfego aéreo .................................................................... 4-17
7) Comunicações ar-ar e terra-ar.................................................................................. 4-19
f. Intervenções Helitransportadas em Ataque Inicial ....................................................... 4-25
1) Características ......................................................................................................... 4-25
2) Períodos de trabalho / repouso ................................................................................ 4-26
3) Durante as Intervenções .......................................................................................... 4-26
4) Comunicações ......................................................................................................... 4-30
5) Manobras Operacionais na Intervenção Helitransportada ........................................ 4-33
6) Helicordagem ........................................................................................................... 4-38
7) Áreas de Aterragem (AA) Improvisadas ................................................................... 4-68

ÍNDICE GERAL
XI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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g. Forças de Ataque Terrestre ......................................................................................... 4-70


1) Intervenção Terrestre em ATI ................................................................................... 4-71
2) Ataque Ampliado ...................................................................................................... 4-76
SECÇÃO II - MÉTODOS DE COMBATE ................................................................................ 4-91
a. De Uso do Fogo......................................................................................................... 4-101
1) Fogo Controlado .................................................................................................... 4-101
2) Fogo de Supressão ................................................................................................ 4-103
b. Propagação ............................................................................................................... 4-107
c. Técnicas de ignição ................................................................................................... 4-109
1) Técnica de ignição por linhas sucessivas ............................................................... 4-110
2) Técnica de ignição por condução ........................................................................... 4-112
3) Técnica de ignição por sucção ............................................................................... 4-113
4) Técnica de ignição por pontos ................................................................................ 4-114
5) Técnica de ignição em anel .................................................................................... 4-114
6) Faixa negra ............................................................................................................ 4-114
d. Planeamento e execução de operações de supressão .............................................. 4-115
1) Considerações especiais........................................................................................ 4-116
2) Equipamento utilizado para a ignição ..................................................................... 4-117
3) Sistemas de ignição aérea ..................................................................................... 4-119
CAPÍTULO 5 - ORGANIZAÇÃO NO TEATRO DE OPERAÇÕES............................................... 5-1
SECÇÃO I - ORGANIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE DAS FORÇAS .................................... 5-1
a. Responsabilidades das forças de combate a incêndios (GNR) ...................................... 5-1
1) Despacho de meios.................................................................................................... 5-1
b. Procedimentos no Teatro de Operações........................................................................ 5-2
1) Ataque Inicial.............................................................................................................. 5-2
2) Ataque Ampliado ........................................................................................................ 5-3
SECÇÃO II - IDENTIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TEATRO DE OPERAÇÕES ............... 5-17
a. Deslocamentos para o Teatro de Operações ............................................................... 5-17
1) Deslocamento em Trânsito....................................................................................... 5-17
2) Deslocamento Tático................................................................................................ 5-18
3) Considerações Gerais .............................................................................................. 5-19
4) Manobra de inversão de marcha .............................................................................. 5-19
5) Estacionamento ....................................................................................................... 5-19
b. Ponto de trânsito.......................................................................................................... 5-20
SECÇÃO III - FERRAMENTAS DE GESTÃO E APOIO À DECISÃO ...................................... 5-21
a. Sistema de Análise de Campbell Prediction System .................................................... 5-21

ÍNDICE GERAL
XII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1) Vegetação ................................................................................................................ 5-22


2) Topografia ................................................................................................................ 5-23
3) Exposição das encostas ........................................................................................... 5-24
4) Declive das encostas ............................................................................................... 5-25
5) Altitude ..................................................................................................................... 5-27
6) Elementos meteorológicos ....................................................................................... 5-28
b. Princípios de Análise de Campbell Prediction System ................................................. 5-28
1) Informação ............................................................................................................... 5-28
2) Comunicação ........................................................................................................... 5-28
3) Linguagem ............................................................................................................... 5-28
c. Alinhamento de forças ................................................................................................. 5-28
d. Corredores de progressão Potenciais e Pontos Críticos .............................................. 5-30
e. Reconhecimento .......................................................................................................... 5-33
f. Seleção do Ponto de Ancoragem ................................................................................ 5-35
g. Dados meteorológicos, recolha e análise..................................................................... 5-36
SECÇÃO IV - COMUNICAÇÕES E RESPONSABILIDADES .................................................. 5-36
a. Rádios ......................................................................................................................... 5-36
1) Rádios Banda Aérea ................................................................................................ 5-36
2) Rádio Banda 150 MHZ ............................................................................................. 5-38
3) SIRESP .................................................................................................................... 5-39
b. Procedimentos de Comuniçações................................................................................ 5-40
1) Grupos de Conversação a Nível Distrital com o Comando Distrital de Operações de
Socorro ........................................................................................................................... 5-41
2) Canais de Conversação em Teatro de Operações ................................................... 5-41
3) Verificação / Teste de Transmissões ........................................................................ 5-41
4) Comunicações com o Piloto ..................................................................................... 5-41
5) Verificação/Teste de Transmissões (Treino Operacional) ........................................ 5-44
6) Verificação/Teste de Transmissões em Teatro de Operações ................................. 5-44
7) Controlo da Eficácia das Descargas ......................................................................... 5-44
c. Ponto de Situação do Teatro de Operações ................................................................ 5-45
d. Passagem de Comando .............................................................................................. 5-47
e. Cooperação com a Patrulha do Dispositivo Territorial da GNR .................................... 5-48
ANEXO A – MODELOS DE COMBUSTÍVEL.............................................................................. A-1
ANEXO B – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ...................................................... B-1
ANEXO C – REGISTO DA FORÇA PARA CONTROLO EM GRANDES INCÊNDIOS FLORESTAIS
(GIF) ........................................................................................................................................... C-1

ÍNDICE GERAL
XIII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ANEXO D – GUIA DE COMANDO ............................................................................................. D-1


BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................................ XXXI

ÍNDICE GERAL
XIV
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS

FIGURAS

Figura 1.1 - Tetraedro do Fogo --------------------------------------------------------------------------------- 1-18


Figura 1.2 - Relação entre a evolução da combustão e temperatura---------------------------------- 1-19
Figura 1.3 - Transmissão por Convecção -------------------------------------------------------------------- 1-20
Figura 1.4 - Transmissão por Radiação ---------------------------------------------------------------------- 1-21
Figura 1.5 - Formas de transmissão de calor --------------------------------------------------------------- 1-22
Figura 1.6 - Fases de crescimento do fogo ------------------------------------------------------------------ 1-22
Figura 1.7 - Partes constituintes de um incêndio florestal ------------------------------------------------ 1-24
Figura 1.8 - Incêndio propagado pela superfície ----------------------------------------------------------- 1-25
Figura 1.9 - Incêndio propagado pelas copas --------------------------------------------------------------- 1-25
Figura 1.10 - Incêndio propagado pelo subsolo ------------------------------------------------------------ 1-25
Figura 1.11 - Formas de propagação do Incêndio --------------------------------------------------------- 1-26
Figura 1.12 - Piroambiente com destaque para o Combustível Florestal ----------------------------- 1-26
Figura 1.13 - Estrato de Combustíveis ------------------------------------------------------------------------ 1-28
Figura 1.14 - Organização espacial dos constituintes do complexo de combustíveis ------------- 1-31
Figura 1.15 - Piroambiente com destaque para a Topografia ------------------------------------------- 1-40
Figura 1.16 - Formas do relevo --------------------------------------------------------------------------------- 1-41
Figura 1.17 - O efeito do declive na forma da chama em comparação ao efeito do vento ------- 1-42
Figura 1.18 - Relação declive radiação solar ---------------------------------------------------------------- 1-43
Figura 1.19 - Progressão ascendente e descendente----------------------------------------------------- 1-43
Figura 1.20 - Convecção em vale encaixado ---------------------------------------------------------------- 1-44
Figura 1.21 - Transição de declive ----------------------------------------------------------------------------- 1-44
Figura 1.22 - Relação com a radiação solar ----------------------------------------------------------------- 1-45
Figura 1.23 - Influência do declive no comportamento do incêndio ------------------------------------ 1-45
Figura 1.24 - Efeito do declive na progressão do incêndio ----------------------------------------------- 1-46
Figura 1.25 - Variáveis que decorrem da exposição------------------------------------------------------- 1-47
Figura 1.26 - Exposição solar ao longo do dia -------------------------------------------------------------- 1-47
Figura 1.27 - Linhas de água ------------------------------------------------------------------------------------ 1-48
Figura 1.28 - Propagação de um incêndio numa chaminé ----------------------------------------------- 1-49
Figura 1.29 - Formação de ventos que potenciam a passagem para outra encosta -------------- 1-49
Figura 1.30 - Variação de parâmetros com a altitude ----------------------------------------------------- 1-51
Figura 1.31 - Formação de ventos em Bacias -------------------------------------------------------------- 1-52
Figura 1.32 - Piroambiente com destaque para a Meteorologia ---------------------------------------- 1-54
Figura 1.33 - Cartas Sinóticas----------------------------------------------------------------------------------- 1-55

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XV
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.34 - Anticiclones – Regiões de Altas Pressões ------------------------------------------------- 1-56


Figura 1.35 - Ciclone: Regiões de baixas pressões ------------------------------------------------------- 1-56
Figura 1.36 - Pressão (hPa) em função da altitude (Km) ------------------------------------------------- 1-58
Figura 1.37 - Atmosfera estável -------------------------------------------------------------------------------- 1-59
Figura 1.38 - Efeito da instabilidade da atmosfera sobre o vento -------------------------------------- 1-60
Figura 1.39 - Cumulonimbus ------------------------------------------------------------------------------------ 1-61
Figura 1.40 - Massas de ar -------------------------------------------------------------------------------------- 1-62
Figura 1.41 - Frente quente e frente fria ---------------------------------------------------------------------- 1-62
Figura 1.42 - Frente fria------------------------------------------------------------------------------------------- 1-63
Figura 1.43 - Frente Quente e Frente Oclusa --------------------------------------------------------------- 1-63
Figura 1.44 - Ventos gerais -------------------------------------------------------------------------------------- 1-66
Figura 1.45 - Ventos locais -------------------------------------------------------------------------------------- 1-66
Figura 1.46 - Brisa de Vale -------------------------------------------------------------------------------------- 1-67
Figura 1.47 - Brisa de montanha ------------------------------------------------------------------------------- 1-67
Figura 1.48 - Brisas ------------------------------------------------------------------------------------------------ 1-67
Figura 1.49 - Brisas ------------------------------------------------------------------------------------------------ 1-68
Figura 1.50 - Turbulência mecânica --------------------------------------------------------------------------- 1-69
Figura 1.51 - Turbilhão em encosta---------------------------------------------------------------------------- 1-69
Figura 1.52 - Vento em vales ------------------------------------------------------------------------------------ 1-70
Figura 1.53 - Variação da temperatura com a altitude ---------------------------------------------------- 1-71
Figura 1.54 - Variação da temperatura com a altitude ---------------------------------------------------- 1-71
Figura 1.55 - Inversão térmica ---------------------------------------------------------------------------------- 1-72
Figura 1.56 - Inversão noturna ou de radiação ------------------------------------------------------------- 1-72
Figura 1.57 - Inversão frontal ------------------------------------------------------------------------------------ 1-73
Figura 1.58 - Inversão marítima -------------------------------------------------------------------------------- 1-73
Figura 1.59 - Inversão por subsidência ----------------------------------------------------------------------- 1-73
Figura 1.60 - Propagação ---------------------------------------------------------------------------------------- 1-77
Figura 1.61 - Incendio conduzido pelo vento (Albergaria-a-Velha 05-09-2019) --------------------- 1-77
Figura 1.62 - Incêndio conduzido pelo vento ---------------------------------------------------------------- 1-78
Figura 1.63 - Incêndio conduzido pelo vento ---------------------------------------------------------------- 1-80
Figura 1.64 - Incêndios de Combustível/Convectivo ------------------------------------------------------ 1-81
Figura 1.65 - Efeito do declive ---------------------------------------------------------------------------------- 1-83
Figura 1.66 - Incêndios de Encosta ---------------------------------------------------------------------------- 1-84
Figura 1.67 - Fogos Eruptivos ----------------------------------------------------------------------------------- 1-87
Figura 1.68 - Vórtices de Fogo ---------------------------------------------------------------------------------- 1-88
Figura 1.69 - Fases do desenvolvimento de um incêndio florestal ------------------------------------- 1-89

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XVI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.70 - Progressão do incêndio e dispersão do fumo --------------------------------------------- 1-91


Figura 2.1 - Equipamento de Proteção individual obrigatório para combate florestal --------------- 2-1
Figura 2.2 - Vestuário de proteção individual para intervenção em incêndios florestais ------------ 2-2
Figura 2.3 - Equipamento de proteção individual para combate a incêndios rurais ------------------ 2-4
Figura 2.4 - Exemplo de linha de controle com explosivos de supressão ------------------------------ 2-8
Figura 2.5 - Triângulo do fogo (tipo de ferramenta) -------------------------------------------------------- 2-15
Figura 2.6 - Forma de limar uma ferramenta ---------------------------------------------------------------- 2-20
Figura 2.7 - Ângulo para afiar o gume do Pulaski ---------------------------------------------------------- 2-20
Figura 2.8 - Partes constituintes da motosserra ------------------------------------------------------------ 2-27
Figura 2.9 - Partes constituintes da motosserra ------------------------------------------------------------ 2-27
Figura 2.10 - Ferramentas para efetuar a manutenção e peças sobressalentes ------------------- 2-28
Figura 2.11 - Regulação do óleo de lubrificação da corrente -------------------------------------------- 2-29
Figura 2.12 - Tensão da corrente ------------------------------------------------------------------------------ 2-30
Figura 2.13 - Afiar a corrente ------------------------------------------------------------------------------------ 2-32
Figura 2.14 - Reservatório do óleo de lubrificação da corrente ----------------------------------------- 2-34
Figura 2.15 - Reservatório de gasolina ----------------------------------------------------------------------- 2-34
Figura 2.16 - Fechar o ar e bloquear o acelerador --------------------------------------------------------- 2-35
Figura 2.17 - Posição da alavanca em na posição “I” ----------------------------------------------------- 2-35
Figura 2.18 - Abate de árvores---------------------------------------------------------------------------------- 2-39
Figura 2.19 - Corte e trajetos de queda e abate ------------------------------------------------------------ 2-40
Figura 2.20 - Ramos em tensão para cima ------------------------------------------------------------------ 2-40
Figura 2.21 - Ramos em tensão para baixo ----------------------------------------------------------------- 2-41
Figura 2.22 - Equipamento proteção individual de motosserrista, dispositivos de segurança --- 2-43
Figura 2.23 - Motorroçadora ------------------------------------------------------------------------------------- 2-46
Figura 2.24 - EPI de utilização da motorroçadeira --------------------------------------------------------- 2-46
Figura 2.25 - Discos de corte da motorroçadeira ----------------------------------------------------------- 2-47
Figura 2.26 - Sequência das ferramentas -------------------------------------------------------------------- 2-48
Figura 2.27 - Utilização do motoguincho --------------------------------------------------------------------- 2-53
Figura 2.28 - Utilização da motobomba dorsal -------------------------------------------------------------- 2-55
Figura 2.29 - Bomba centrífuga --------------------------------------------------------------------------------- 2-55
Figura 2.30 - Bomba de deslocamento positivo de engrenagem rotativa ---------------------------- 2-55
Figura 2.31 - Contrapressão ------------------------------------------------------------------------------------- 2-58
Figura 2.32 - Atrito numa mangueira -------------------------------------------------------------------------- 2-58
Figura 2.33 - Bombas em paralelo ----------------------------------------------------------------------------- 2-60
Figura 2.34 - Bombas por etapas ------------------------------------------------------------------------------ 2-60
Figura 2.35 - Sistema de mangueiras Simples -------------------------------------------------------------- 2-61

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XVII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.36 - Sistema de mangueiras Progressivo--------------------------------------------------------- 2-62


Figura 2.37 - Etapas da instalação de um sistema de mangueiras progressivo -------------------- 2-63
Figura 2.38 - Triângulo da água -------------------------------------------------------------------------------- 2-64
Figura 2.39 - Aplicação de água no local correto ----------------------------------------------------------- 2-65
Figura 2.40 - Tipos de agulhetas ------------------------------------------------------------------------------- 2-65
Figura 2.41 - Aplicação de água na base da chama. ------------------------------------------------------ 2-69
Figura 2.42 - Classificação das Viaturas --------------------------------------------------------------------- 2-80
Figura 2.43 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006 ----------------- 2-83
Figura 2.44 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015 ------------------------------ 2-83
Figura 2.45 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente -------------------------- 2-84
Figura 2.46 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente ----------------------------------------------- 2-84
Figura 2.47 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006 ----------------- 2-85
Figura 2.48 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015 ------------------------------ 2-85
Figura 2.49 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente -------------------------- 2-85
Figura 2.50 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração ---------------------------------------------- 2-86
Figura 2.51 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração ----------------------------------------------- 2-86
Figura 2.52 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011 --------------------------- 2-87
Figura 2.53 - Citroen Space tourer 2.0 Blue HDI 2016-presente --------------------------------------- 2-87
Figura 2.54 - Skoda Octávia 1.9 TDI segunda geração 2004-2013 ------------------------------------ 2-88
Figura 2.55 - MAN TGM 13.290 4x4 BB ---------------------------------------------------------------------- 2-88
Figura 2.56 - MAN TGS 35.460 8x4 BB ---------------------------------------------------------------------- 2-89
Figura 2.57 - Ângulos máximos de Inclinação -------------------------------------------------------------- 2-90
Figura 2.58 - Toyota Hilux em inclinação --------------------------------------------------------------------- 2-90
Figura 2.59 - Variação do centro de gravidade do veiculo ----------------------------------------------- 2-91
Figura 2.60 - Snorkel ---------------------------------------------------------------------------------------------- 2-91
Figura 2.61 - Chassi monobloco, independente, tubular, monocoque -------------------------------- 2-92
Figura 2.62 - Ângulo de viragem das rodas diferente para cada roda--------------------------------- 2-92
Figura 2.63 - Funcionamento de um diferencial ------------------------------------------------------------ 2-93
Figura 2.64 - Sistema de caixa de transferências em veiculo de tração traseira ------------------- 2-93
Figura 2.65 - Sistema de braços com molas helicoidais e amortecedores independentes------- 2-94
Figura 2.66 - Molas de lâmina----------------------------------------------------------------------------------- 2-95
Figura 2.67 - Eixo rígido com molas em lâmina e amortecedor a cada roda ------------------------ 2-95
Figura 2.68 - Como ler num pneu ------------------------------------------------------------------------------ 2-96
Figura 2.69 - Pressão dos pneus ------------------------------------------------------------------------------- 2-96
Figura 2.70 - Cruzamento máximo e eixos------------------------------------------------------------------- 2-97
Figura 2.71 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006 ----------------- 2-97

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XVIII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.72 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015 ------------------------------ 2-98
Figura 2.73 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente -------------------------- 2-98
Figura 2.74 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente ----------------------------------------------- 2-99
Figura 2.75 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração ---------------------------------------------- 2-99
Figura 2.76 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração ---------------------------------------------- 2-100
Figura 2.77 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011 -------------------------- 2-100
Figura 2.78 - Citroen Spacetourer 2.0 Blue HDI 2016-presente --------------------------------------- 2-101
Figura 2.79 - Skoda Octávia 1.9 TDI segunda geração 2004-2013 ----------------------------------- 2-101
Figura 2.80 - MAN TGM 13.290 4x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-102
Figura 2.81 - MAN TGS 35.460 8x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-102
Figura 2.82 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006 ---------------- 2-103
Figura 2.83 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015 ----------------------------- 2-104
Figura 2.84 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente ------------------------- 2-104
Figura 2.85 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente ---------------------------------------------- 2-105
Figura 2.86 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração --------------------------------------------- 2-106
Figura 2.87 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração ---------------------------------------------- 2-106
Figura 2.88 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011 -------------------------- 2-107
Figura 2.89 - Citroen Spacetourer 2.0 Blue HDI 2016-presente --------------------------------------- 2-107
Figura 2.90 - MAN TGM 13.290 4x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-108
Figura 2.91 - MAN TGS 35.460 8x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-109
Figura 2.92 - posição de condução --------------------------------------------------------------------------- 2-111
Figura 2.93 - Viragem em curvas ------------------------------------------------------------------------------ 2-112
Figura 2.94 - Condução em areia ----------------------------------------------------------------------------- 2-113
Figura 2.95 - Condução na neve ------------------------------------------------------------------------------ 2-114
Figura 2.96 - Colocação de correntes ------------------------------------------------------------------------ 2-116
Figura 2.97 - Condução em terrenos rochosos ------------------------------------------------------------ 2-116
Figura 2.98 - Travessia de cursos de água ----------------------------------------------------------------- 2-117
Figura 2.99 - Condução em planicie -------------------------------------------------------------------------- 2-118
Figura 2.100 - Condução em zonas queimadas ----------------------------------------------------------- 2-119
Figura 2.101 - Condução em inclinações laterais --------------------------------------------------------- 2-120
Figura 2.102 - Condução com inclinação frontal----------------------------------------------------------- 2-121
Figura 2.103 - Transposição de Lombas e Valas---------------------------------------------------------- 2-123
Figura 2.104 - Desatolamentos -------------------------------------------------------------------------------- 2-124
Figura 2.105 - Operar com o guinco -------------------------------------------------------------------------- 2-125
Figura 2.106 - Utilizar o guincho em linha reta ------------------------------------------------------------- 2-126
Figura 2.107 - Desmultiplicar o guinco ----------------------------------------------------------------------- 2-127

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XIX
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.108 - Sobreviragem ----------------------------------------------------------------------------------- 2-131


Figura 2.109 - KIT 1ª geração ---------------------------------------------------------------------------------- 2-137
Figura 2.110 - Traseira da viatura ----------------------------------------------------------------------------- 2-139
Figura 2.111 - Regulador de pressão ------------------------------------------------------------------------ 2-139
Figura 2.112 - Motobomba RATO ----------------------------------------------------------------------------- 2-140
Figura 2.113 - Filtros --------------------------------------------------------------------------------------------- 2-140
Figura 2.114 - Níveis dos óleos -------------------------------------------------------------------------------- 2-140
Figura 2.115 - Retorno aberto ---------------------------------------------------------------------------------- 2-142
Figura 2.116 - Abrir o retorno----------------------------------------------------------------------------------- 2-143
Figura 2.117 - Agulheta ------------------------------------------------------------------------------------------ 2-143
Figura 2.118 - Parte traseira ------------------------------------------------------------------------------------ 2-144
Figura 2.119 - Painel de controlo elétrico da bomba hidráulica ---------------------------------------- 2-144
Figura 2.120 - Motobomba Vanguard ------------------------------------------------------------------------ 2-145
Figura 2.121 - Motobomba Vanguard ------------------------------------------------------------------------ 2-145
Figura 2.122 - Motobomba Vanguard ------------------------------------------------------------------------ 2-146
Figura 2.123 - Elementos constituintes de uma máquina de rastos ---------------------------------- 2-150
Figura 2.124 - Elementos constítuintes de uma máquina de rastos ---------------------------------- 2-150
Figura 2.125 - Declives máximos para Máquinas de Rasto--------------------------------------------- 2-152
Figura 2.126 - Utilização da máquina com apoio de fogo tático --------------------------------------- 2-157
Figura 2.127 - Utilização de máquinas com apoio aéreo ------------------------------------------------ 2-159
Figura 2.128 - Utilização de máquinas com apoio terrestre de viaturas ----------------------------- 2-159
Figura 2.129 - Trator com grade de disco ------------------------------------------------------------------- 2-165
Figura 2.130 - Esquema ilustrativo do modelo de despacho de meios em ATI -------------------- 2-175
Figura 2.131 - Diagrama temporal das fases do combate a um incêndio rural--------------------- 2-176
Figura 2.132 - Interior de um Helicóptero Bell 412 (Esquema dos assentos) ---------------------- 2-179
Figura 2.133 - Helicóptero Bell 205 com cesto fechado ------------------------------------------------- 2-179
Figura 2.134 - Helicóptero Bell 412 com cesto aberto. --------------------------------------------------- 2-180
Figura 2.135 - Bambi Buchet em Operação (DECIR 2019, IR P Serra) ----------------------------- 2-181
Figura 2.136 - Esquema de embarque no Heli Ligeiro no TO ------------------------------------------ 2-185
Figura 2.137 - Esquema de embarque no Heli Ligeiro no PIPS --------------------------------------- 2-185
Figura 2.138 - Esquema de desembarque no Heli Ligeiro no TO ------------------------------------- 2-186
Figura 2.139 - Esquema de desembarque no Heli Ligeiro no PIPS ---------------------------------- 2-186
Figura 2.140 - Esquema durante o embarque no Heli Médio no PIPS ------------------------------- 2-187
Figura 2.141 - Esquema durante o embarque no Heli Médio no TO---------------------------------- 2-187
Figura 2.142 - Esquema de desembarque no Heli Médio no PIPS ----------------------------------- 2-188
Figura 2.143 - Esquema de desembarque no Heli Médio no TO -------------------------------------- 2-188

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XX
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.144 - Posição de proteção face a descargas de meios aéreos ---------------------------- 2-192
Figura 3.1 - É visível o contorno da t-shirt de algodão e das luvas -------------------------------------- 3-6
Figura 3.2 - Estado do capacete ao absorver a queda de um ramo de árvore ------------------------ 3-6
Figura 3.3 - A utilização de luvas não previne este tipo de acidente, mas evita estas lesões. ---- 3-7
Figura 3.4 - Abrigo contra incêndios. ---------------------------------------------------------------------------- 3-8
Figura 3.5 - A abertura do abrigo pode ser feita a partir da posição de pé ou deitado. ------------- 3-8
Figura 3.6 - Escolha de um local livre de vegetação inflamável longe de combustíveis pesados.3-9
Figura 3.7 - Posição correta, de face voltada para o chão com as mãos e pernas sobre as abas
interiores. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3-9
Figura 3.8 - Exemplo de perneiras de proteção para utilização de motosserra. -------------------- 3-11
Figura 3.9 - Exemplo de proteção auditiva para forças helitransportadas e motosserrista. ------ 3-11
Figura 3.10 - Exemplo de lâmpada de cabeça. ------------------------------------------------------------- 3-12
Figura 3.11 - Exemplo de pontos de ancoragem ----------------------------------------------------------- 3-14
Figura 4.1 - Contenção de matérias rolantes ------------------------------------------------------------------ 4-3
Figura 4.2 - Separação até ao solo mineral/proteção de manta morta não ardida/descontinuidade
horizontal e vertical --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4-4
Figura 4.3 - Exemplos de descontinuidade mal efetuada -------------------------------------------------- 4-4
Figura 4.4 - Zonas de trabalho ---------------------------------------------------------------------------------- 4-21
Figura 4.5 - Montagem do bambi ------------------------------------------------------------------------------- 4-27
Figura 4.6 - Manuseamento do cesto do heli ---------------------------------------------------------------- 4-28
Figura 4.7 Fecho do “bambi” ------------------------------------------------------------------------------------ 4-29
Figura 4.8 - Ilustração do Método do Código Horário ----------------------------------------------------- 4-31
Figura 4.9 - Equipa formada para avançar para o helicóptero ------------------------------------------ 4-34
Figura 4.10 - Verificação de material dentro do heli ------------------------------------------------------- 4-35
Figura 4.11 - Saída da equipa do heli, após chegado ao TO -------------------------------------------- 4-36
Figura 4.12 - EPI para montanhismo -------------------------------------------------------------------------- 4-38
Figura 4.13 - Arnês ------------------------------------------------------------------------------------------------ 4-39
Figura 4.14 - Constituição de uma corda de montanhismo ---------------------------------------------- 4-40
Figura 4.15 - Etiqueta de corda de montanhismo ---------------------------------------------------------- 4-40
Figura 4.16 - Cordas semi-estáticas --------------------------------------------------------------------------- 4-40
Figura 4.17 - Cordas estáticas ---------------------------------------------------------------------------------- 4-41
Figura 4.18 - Cordas dinâmicas -------------------------------------------------------------------------------- 4-41
Figura 4.19 - Valores referência da carga de rutura dos diferentes tipos e diâmetro de cordas 4-41
Figura 4.20 - Métodos de enrolar cordas --------------------------------------------------------------------- 4-42
Figura 4.21 - Tipos de fitas -------------------------------------------------------------------------------------- 4-42
Figura 4.22 - Exemplos de descensores --------------------------------------------------------------------- 4-43

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XXI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 4.23 - Exemplos de bloqueadores -------------------------------------------------------------------- 4-43


Figura 4.24 - Mosquetões de montanhismo ----------------------------------------------------------------- 4-44
Figura 4.25 - Constituição de um mosquetão --------------------------------------------------------------- 4-44
Figura 4.26 - Cuidados essenciais com mosquetões------------------------------------------------------ 4-45
Figura 4.27 - Cabos de ligação e absorvedores de energia --------------------------------------------- 4-45
Figura 4.28 - Roldanas-------------------------------------------------------------------------------------------- 4-45
Figura 4.29 - Roldanas de placas fixas e de placas oscilantes ----------------------------------------- 4-46
Figura 4.30 - Tipos de ancoragens ---------------------------------------------------------------------------- 4-46
Figura 4.31 - Equipamentos complementares de montanhismo ---------------------------------------- 4-46
Figura 4.32 - Ficha de utilização de corda de montanhismo--------------------------------------------- 4-47
Figura 4.33 - Manobras abrasivas para cordas ------------------------------------------------------------- 4-49
Figura 4.34 - Cuidados a ter na execução dos nós -------------------------------------------------------- 4-51
Figura 4.35 - Elementos fundamentais de um nó ---------------------------------------------------------- 4-52
Figura 4.36 - Nó de oito------------------------------------------------------------------------------------------- 4-52
Figura 4.37 - Nó de nove ----------------------------------------------------------------------------------------- 4-52
Figura 4.38 - Nó de Lapin ---------------------------------------------------------------------------------------- 4-52
Figura 4.39 - Nó de sete ------------------------------------------------------------------------------------------ 4-53
Figura 4.40 - Nó de borboleta ----------------------------------------------------------------------------------- 4-53
Figura 4.41 - Nó lais de guia duplo ---------------------------------------------------------------------------- 4-53
Figura 4.42 - Nó lais de guia pelo seio ------------------------------------------------------------------------ 4-53
Figura 4.43 - Nó de pescador duplo --------------------------------------------------------------------------- 4-54
Figura 4.44 - Nó de fita ------------------------------------------------------------------------------------------- 4-54
Figura 4.45 - Nó direito ------------------------------------------------------------------------------------------- 4-54
Figura 4.46 - Nó machard ---------------------------------------------------------------------------------------- 4-54
Figura 4.47 - Nó Prusik ------------------------------------------------------------------------------------------- 4-55
Figura 4.48 - Nó dinâmico ---------------------------------------------------------------------------------------- 4-55
Figura 4.49 - Nó estático ----------------------------------------------------------------------------------------- 4-55
Figura 4.50 - Nó de coração ------------------------------------------------------------------------------------- 4-55
Figura 4.51 - Amarrações em linha ---------------------------------------------------------------------------- 4-57
Figura 4.52 - Amarrações com distribuição de forças ----------------------------------------------------- 4-58
Figura 4.53 - Cruzamento em X -------------------------------------------------------------------------------- 4-58
Figura 4.54 - Distribuição da carga/força --------------------------------------------------------------------- 4-58
Figura 4.55 - Gestão do roçamento com cordas------------------------------------------------------------ 4-59
Figura 4.56 - “Cadeirinhas Improvisadas” -------------------------------------------------------------------- 4-59
Figura 4.57 - Arneses improvisados --------------------------------------------------------------------------- 4-60
Figura 4.58 - “Rapel” ---------------------------------------------------------------------------------------------- 4-60

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XXII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 4.59 - Exemplo de rapel --------------------------------------------------------------------------------- 4-61


Figura 4.60 - Rapel americano ---------------------------------------------------------------------------------- 4-61
Figura 4.61 - Rapel com autossegurança -------------------------------------------------------------------- 4-62
Figura 4.62 - “Travagem em rapel” ---------------------------------------------------------------------------- 4-64
Figura 4.63 - Recuperar a corda utilizada -------------------------------------------------------------------- 4-65
Figura 4.64 - Rapel expedito ------------------------------------------------------------------------------------ 4-65
Figura 4.65 - Rapel clássico ou expedito --------------------------------------------------------------------- 4-66
Figura 4.66 - Curta subida em corda -------------------------------------------------------------------------- 4-66
Figura 4.67 - Amarrações dentro do helicóptero ----------------------------------------------------------- 4-67
Figura 4.68 - Cordas prontas a serem lançadas ------------------------------------------------------------ 4-67
Figura 4.69 - Colocação da corda no descensor em 8 ---------------------------------------------------- 4-68
Figura 4.70 - Saída do helicóptero em rapel----------------------------------------------------------------- 4-68
Figura 4.71 - Treino da saída do helicóptero ---------------------------------------------------------------- 4-68
Figura 4.72 - HeliPista Improvisada --------------------------------------------------------------------------- 4-69
Figura 4.73 - Constituição de um Subgrupo de ATI-------------------------------------------------------- 4-71
Figura 4.74 - Sistema de Supressão de Incêndios Rurais ----------------------------------------------- 4-84
Figura 4.75 - Coluna de trânsito -------------------------------------------------------------------------------- 4-87
Figura 4.76 - Mapa de responsabilidade direta das CATE ----------------------------------------------- 4-90
Figura 4.77 - Ataque direto às chamas pelos flancos ----------------------------------------------------- 4-95
Figura 4.78 - Linha de controlo através do combate direto com água e apoio das ferramentas
manuais --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4-95
Figura 4.79 - Ataque indireto e paralelo ---------------------------------------------------------------------- 4-96
Figura 4.80 - Ataque indireto com abertura da faixa de contenção ------------------------------------ 4-96
Figura 4.81 - Utilização das ferramentas de acordo com a altura das chamas --------------------- 4-99
Figura 4.82 - Ataque direto com ferramentas manuais em chamas com 1,2 m --------------------- 4-99
Figura 4.83 - Exemplos de utilização das ferramentas para situações com chama até 1,2 m - 4-100
Figura 4.84 - Ataque indireto com ferramentas manuais em chamas superiores a 1,2 m ------- 4-100
Figura 4.85 - Exemplos de Ataque indireto com ferramentas manuais em chamas superiores a 1,2
m ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4-100
Figura 4.86 - Utilização de ferramentas manuais para realizar apoio na linha de contenção -- 4-101
Figura 4.87 - Exemplo de combate direto – Construção de uma faixa e uso do contrafogo a partir
dessa faixa ---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4-105
Figura 4.88 - Exemplo de utilização de contrafogo e fogo tático. -------------------------------------- 4-106
Figura 4.89 - Cabeça do incêndio a favor do declive e contra o vento ------------------------------- 4-107
Figura 4.90 - Ignição de fogo de supressão a subir a encosta ----------------------------------------- 4-108
Figura 4.91 - Ignição de fogo de supressão a descer a encosta. -------------------------------------- 4-109

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XXIII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 4.92 - Ignição de fogo de supressão contra o vento. -------------------------------------------- 4-109


Figura 4.93 - Ignição de fogo de supressão de flanco --------------------------------------------------- 4-109
Figura 4.94 - Linhas sucessivas (vento favorável) -------------------------------------------------------- 4-111
Figura 4.95 - Linhas sucessivas (a favor do declive) ----------------------------------------------------- 4-111
Figura 4.96 - Linhas sucessivas (contra o vento)---------------------------------------------------------- 4-111
Figura 4.97 - Linhas sucessivas (contra o declive)-------------------------------------------------------- 4-111
Figura 4.98 - "Um, dois, três "(1-2-3) ------------------------------------------------------------------------- 4-112
Figura 4.99 - " três, dois, um"(3-2-1)-------------------------------------------------------------------------- 4-112
Figura 4.100 - Técnica de ignição a favor do vento e do declive. ------------------------------------- 4-112
Figura 4.101 - Blowhole Firing Backfiring Against the Wind (1-2-3 Organization) ----------------- 4-113
Figura 4.102 - Ignição por sucção (ignição realizada nos flancos) ------------------------------------ 4-113
Figura 4.103 - Ignição por pontos ----------------------------------------------------------------------------- 4-114
Figura 4.104 - Ignição em anel--------------------------------------------------------------------------------- 4-114
Figura 4.105 - Faixa negra (Área queimada em frente à cabeça do incêndio) --------------------- 4-115
Figura 4.106 - Faixa negra -------------------------------------------------------------------------------------- 4-115
Figura 4.107 - Fazer dos cantos pontos de ancoragem ------------------------------------------------- 4-116
Figura 4.108 - Ignição depois da linha de cumeada ------------------------------------------------------ 4-117
Figura 4.109 - Incêndio num vale encaixado --------------------------------------------------------------- 4-117
Figura 4.110 - Exemplo de ignição em elevações próximas -------------------------------------------- 4-117
Figura 5.1 - Organização de uma força no TO ---------------------------------------------------------------- 5-2
Figura 5.2 - Constituição de um Subgrupo de ATI --------------------------------------------------------- 5-16
Figura 5.3 - Constituição de uma CATE ---------------------------------------------------------------------- 5-17
Figura 5.4 - Exemplo de coluna militar em deslocamento de trânsito. -------------------------------- 5-18
Figura 5.5 - Exemplo de coluna militar em deslocamento de tático. ----------------------------------- 5-18
Figura 5.6 - Exemplo de coluna militar em deslocamento tático. -------------------------------------- 5-19
Figura 5.7 - Exemplo de estacionamento em paralelo ---------------------------------------------------- 5-20
Figura 5.8 - Exemplo de estacionamento em coluna ------------------------------------------------------ 5-20
Figura 5.9 - CPS (Campbell Prediction System) ------------------------------------------------------------ 5-22
Figura 5.10 - Intensidade de propagação muito elevada ------------------------------------------------- 5-22
Figura 5.11 - Intensidade de propagação baixa ------------------------------------------------------------ 5-23
Figura 5.12 - Encostas com linhas de água ----------------------------------------------------------------- 5-24
Figura 5.13 - Exposição Solar ----------------------------------------------------------------------------------- 5-24
Figura 5.14 - Exposição solar nas encostas ----------------------------------------------------------------- 5-25
Figura 5.15 - Propagação em declive ------------------------------------------------------------------------- 5-26
Figura 5.16 - Influência do declive nas brisas locais------------------------------------------------------- 5-26
Figura 5.17 - Variação de parâmetros meteorológicos em altitude ------------------------------------ 5-27

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XXIV
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 5.18 - Alinhamentos de forças no terreno ----------------------------------------------------------- 5-29


Figura 5.19 - Incêndio de Alta Intensidade ------------------------------------------------------------------- 5-31
Figura 5.20 - Incêndio de Média Intensidade ---------------------------------------------------------------- 5-32
Figura 5.21 - Incêndio de Baixa Intensidade ---------------------------------------------------------------- 5-32
Figura 5.22 - Incêndio sem qualquer alinhamento das forças ------------------------------------------- 5-33
Figura 5.23 - Pontos de ancoragem --------------------------------------------------------------------------- 5-34
Figura 5.24 - Seleção do ponto de ancoragem ------------------------------------------------------------- 5-35
Figura 5.25 - Distância da linha de defesa á linha de fogo ----------------------------------------------- 5-36

TABELAS
Tabela 1.1 - Níveis de Empenhamento Operacional--------------------------------------------------------- 1-2
Tabela 1.2 - Fases da combustão (valores válidos para o pinheiro bravo) --------------------------- 1-19
Tabela 1.3 - Organização espacial dos constituintes do complexo de combustíveis -------------- 1-30
Tabela 1.4 - Tempo de retardação dos combustíveis ----------------------------------------------------- 1-36
Tabela 1.5 - Escala de Beaufort -------------------------------------------------------------------------------- 1-65
Tabela 1.6 - Indicadores de comportamento extremo ----------------------------------------------------- 1-86
Tabela 3.1 - Índices de condição física recomendados para operacionais florestais ---------------- 3-2
Tabela 3.2 - Sintomas e tratamento apropriado a adotar para problemas com o calor ------------- 3-3
Tabela 4.1 - Percentagem de perda de resistência das cordas ----------------------------------------- 4-56
Tabela 4.2 - Períodos de trabalho no TO --------------------------------------------------------------------- 4-85
Tabela 5.1 - Frequências Aeronáuticas dos PIPS ---------------------------------------------------------- 5-42
Tabela 5.2 - Frequências Aeronáuticas CDOS -------------------------------------------------------------- 5-43
Tabela 5.3 - Frequências Aeronáuticas CNEPC/Nacionais ---------------------------------------------- 5-44
Tabela A.1 - Descrição dos Modelos de Combustível Nacional ------------------------------------------A-1
Tabela B.1 - Descrição do EPI ------------------------------------------------------------------------------------B-1

QUADROS
Quadro 2.1 - Taxa de construção de faixas de contenção por máquinas de rasto ---------------- 2-153
Quadro 4.1 - Limitações na supressão do fogo: estratégias de controlo ------------------------------- 4-4
Quadro 4.2 - Funcionamento das Companhias de ATA: Grupo em P0 ------------------------------- 4-89
Quadro 4.3 - Funcionamento das Companhias de ATA: Grupo em P1 ------------------------------- 4-89
Quadro 4.4 - Graus de Precedência de Empenhamento ------------------------------------------------- 4-90
Quadro 5.1 - Alinhamentos de forças na propagação do incêndio ------------------------------------- 5-29
Quadro 5.2 - Características da intensidade de um incêndio (Adaptada a Portugal Continental) -- 5-33

ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS


XXV
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS

AGIF Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais

ANEPC Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

ATA Ataque Ampliado

ATI Ataque Inicial

AVATA Aviões de Ataque Ampliado

AVBM Aviões Bombardeiros Médios

AVBP Aviões Bombardeiros Pesados

BREC Busca e Recuperação em Estruturas Colapsadas

CADIS Comandante Operacional de Agrupamento Distrital

CATE Companhia de Ataque Estendido

CB Corpo de Bombeiros

CBRN Chemical, Biological, Radiological and Nuclear

CDOS Comando Distrital de Operações de Socorro

CIPE Companhia de Intervenção e Proteção em Emergência

CIPS Companhias de Intervenção de Proteção e Socorro

Cmdt Comandante

CNEPC Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil

CNGF Corpo Nacional de Guardas Florestais

CNOS Comando Nacional de Operações de Socorro

CODIS Comandante Operacional Distrital

CONAC Comandante Operacional Nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil

CONEPC Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil

COPAR Coordenador de Operações Aéreas

COS Comandante das Operações de Socorro

CPS Campbell Prediction System

CRAA Companhias de Reforço para Ataque Ampliado

CRIF Companhias de Reforço a Incêndios Florestais

CRP Constituição da Republica Portuguesa

DECIF Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais


ABREVIATURAS, SIGLAS E QUADROS
XXVI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

DECIR Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais

DL Decreto-Lei

DMO Direct Mode Operation

DON Diretiva Operacional Nacional

DSR Índice de Severidade Diário

EAE Estado de Alerta Espoecial

EATI Equipa de Ataque Inicial

ECT Eletroconvulsoterapia

EHEATI Equipa Helitransportada de Ataque Inicial

EIPS Equipa de Intervenção, Proteção e Socorro

EMEIF Equipa de Manutenção e Exploração de Informação de Florestal

EMTr Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva

EPCO Equipa de Posto de Comando Operacional

EPI Equipamento de Proteção Individual

ERAS Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação

ESF Equipas de Sapadores Florestais

FEB Força Especial de Bombeiros

FFAA Forças Armadas

GIPS Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro

GNR Guarda Nacional Republicana

GREL Grupo de Reforço Ligeiro

GRIF Grupos de Reforço para Incêndios Florestais

GRUATA Grupos de Reforço em Ataque Ampliado

HAZMAT Hazardous Materials

HEATA Helicopteros de Ataque Ampliado

HEATI Helicópteros de Ataquei Inicial

HEBL Helicópteros Bombardeiros Ligeiros

HEBM Helicópteros Bombardeiros Médios

HEBP Helicópteros Bombardeiros Pesados

Hg Mercúrio

ABREVIATURAS, SIGLAS E QUADROS


XXVII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

HP Hectopascais

ICNF Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas

INEM Instituto Nacional de Emergência Médica

Inop Inoperacional

INSTROP Instrução Operacional

LACES Lookouts, Anchor Points, Communications, Escape Routes and Safety Zones

LBPC Lei de Bases da Proteção Civil

LCES Lookouts, Communications, Escape Routes And Safety Zones

LSI Lei de Segurança Interna

MR Máquinas de Rasto

NEP Norma de Execução Permanente

OMS Organização Mundial de Saúde

OPC Órgão de Policia Criminal

OPTEL Operador de Telecomunicações

PCO Posto de Comando Operacional

PCOC Posto de Comando de Operações Conjuntas

PIPS Posto de Intervenção Proteção e Socorro

PNDFCI Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios

POSIT Ponto de Situação

RFT Regulamento de Fogo Técnico

RNPV Rede Nacional de Postos de Vigia

SDFCI Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios

SEPNA Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente

SGIFR Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais


SGO Sistema de Gestão de Operações

SI Sistema Internacional

SIOPS Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro

SIPS Secção de Intervenção, Proteção e Socorro

SIRESP Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal

SMPC Serviço Municipal de Proteção Civil

ABREVIATURAS, SIGLAS E QUADROS


XXVIII
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

TETRA Terrestrial Trunked Radio

TMO Trunked Mode Operation

TO Teatro de Operaçôes

TT Todo-o-Terreno

UAS Unmammed Aircraft Systems

UEPS Unidade de Emergência de Proteção e Socorro

VCOT Viatura de Comando Tático

VLA Viatura Ligeira de Apoio

VLC Viatura Ligeira de Comando

VLCI Viatura Ligeira de Combate a Incêndios Florestais

VLI Viatura Ligeira de Intervenção

VLTP Viatura Ligeira de Transporte de Pessoal

VPA Viatura Pesada de Apoio

VPAL Viatura Pesada de Apoio Logístico

VPI Viatura Pesada de Intervenção

VTA Viatura de Transporte de Água

ZA Zona de Ação / Zona de Apoio

ZCR Zonas de Concentração e Reserva

ZI Zona de Intervenção

ABREVIATURAS, SIGLAS E QUADROS


XXIX
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

AGRADECIMENTOS

Num contexto de permanente evolução das capacidades e competências técnicas da Guarda, em


particular na área de combate aos incêndios rurais, a criação do presente Manual constitui um
importante mecanismo de sistematização e explanação do conhecimento acumulado nesta área.

A sua elaboração contou com o esmerado empenho do Grupo de Trabalho referido na ficha técnica
e, ainda, com o saber e conhecimento tácito de um conjunto de entidades que importa aqui destacar
e gratular.

Em primeiro lugar, uma palavra de agradecimento a todos os militares que contituiram o grupo de
trabalho que liderou o projeto realizado, nomeadamente aos militares que atualmente representam
a especialidade e, ainda, a todos aqueles que por ela já passaram. Importa, também deixar uma
palavra de apreço, aos militares que individualmente, contríbuiram com a elaboração de capítulos,
nomeadamente ao Capitão Francisco Calejo e aos elementos do grupo de trabalho que liderou,
com a contribuição relativa ás regras de condução das viaturas, ao Tenente Rodrigo Duarte com a
contribuição efetuada relativa ao uso do fogo de supressão e normas de deslocamentos de colunas,
ao 1º Sargento Edgar Machado, com a contribuição relativa ao uso das ferramentas mecânicas, ao
Sargento Ajudante Paulo Pereira e aos elementos do grupo de tranalho que liderou, com a formação
de COPAR, chefe de equipa e 1º COS.

Aos militares das Companhias de Ataque Estendido (CATE), em especial a 2.ª CATE, e em
particular ao militares que de forma proativa, desenvolveram métodos e técnicas de trabalho,
sustentadas na dinâmica e experência individual, que de forma coerente se agrupam
eficientemente. De forma individual, mas com um objetivo coletivo, demostram todos os dias, o
verdadeiro sentido de ser militar da Guarda Nacional Republicana, contribuindo com dinâmicas de
grupo diferenciadoras, que nos tornam capazes todos os dias de desenvolver esta nobre missão
em prol da Grei. De facto, o reconhecimento dos envolvidos na elaboração deste Manual não
resume àquelas que atualmente se dedicam a este compêndio, mas também àqueles que no
passado se dedicaram à área de combate a incêndios e contribuíram para o desenvolvimento de
metodologias de combate mais assertivas e eficazes, bem como para a sistematização e
documentação de conhecimento e “boas práticas”.

Gostaríamos ainda de deixar uma palavra de profundo apreço, reconhecimento, gratidão e saudade
a todos os militares que perderam a vida em combate e aos que sofreram lesões graves decorrentes
de acidentes em operações de combate. Por último, um sincero agradecimento aos especialistas,
que contribuíram de forma positiva e decisiva para a elaboração deste Manual, uma vez que esta
área envolve diversas áreas de conhecimento, encontrando-se em constante evolução, o que exige
um trabalho sinérgico e holístico.

AGRADECIMENTOS
XXX
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO

1.01 Para a concretização da sua missão específica na problemática da Proteção e Socorro, a


Guarda baseia a sua atuação no quadro legal nacional, designadamente:

1.02 Nos termos al. e) Art.º 9.º da Constituição da Republica Portuguesa (CRP) o Estado Português
tem como tarefas fundamentais, entre outras, “proteger e valorizar o património cultural do povo
português, defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correto
ordenamento do território.” O qual deve ser conjugado com o Art.º 272.º n.º 1, em que “a polícia tem
por funções defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna e os direitos dos
cidadãos.”;

1.03 A Lei de Segurança Interna (LSI), aprovada pela Lei n.º 53/2008 de 29 de agosto, estipula no
n.º 3 do Art.º 1º que “as medidas previstas na presente lei destinam-se, em especial, a proteger a
vida e a integridade das pessoas, (…), a prevenir e reagir a acidentes graves ou catástrofes, a
defender o ambiente e a preservar a saúde pública.” Sendo que no n.º 2 Art.º 25.º refere que
“exercem funções de segurança interna: a) a Guarda Nacional Republicana, (…)”. Ainda no n.º 2 do
Art.º 6º acrescenta que “(…) as forças e os serviços de segurança cooperam entre si,
designadamente através da comunicação de informações (…)”;

1.04 A Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC), aprovada pela Lei n.º 27/2006 de 3 de julho, no n.º
1 do Art.º 46.º define que as forças de segurança são agentes de proteção civil. O n.º 4 estipula que
“os agentes e as instituições referidos no presente artigo, e sem prejuízo das suas estruturas de
direção, comando e chefia, articulam-se operacionalmente nos termos do Sistema Integrado de
Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) ”. Nos termos da referida lei de bases, n.º 1 do Art.º 1.º
“a proteção civil é a atividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais,
pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos
coletivos inerentes a situações de acidentes graves ou catástrofes, de atenuar os seus efeitos e
proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situações ocorram.”;

1.05 A Guarda Nacional Republicana (GNR) cumpre todas as missões que legalmente lhe estão
atribuídas, em conformidade com a sua Lei Orgânica e demais normativos internos.

1.06 A GNR, na coordenação das ações de prevenção, vigilância, deteção e fiscalização,


disponibiliza informação permanente, de apoio à decisão, ao Comando Nacional de Operações de
Socorro (CNOS) e Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS), através dos seus Oficiais
de Ligação. Efetua também a coordenação das ações de prevenção operacional através dos
Oficiais de Ligação e constitui, junto de cada CDOS, uma equipa designada por Equipa de
Manutenção e Exploração de Informação de Florestal (EMEIF), no período de funcionamento da

Enquadramento
1-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Rede Nacional de Postos de Vigia (RNPV), que estabelece contacto com os vigilantes e de quem
recebe informações e ou alertas de incêndio.

1.07 No âmbito do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), o DL n.º 82/2021, de 13
de outubro, atribuiu à GNR competências específicas na área da “Coordena e desenvolve as ações
referentes à vigilância e deteção de incêndios rurais, (...).”

1.08 De acordo com a Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 2 de 2019, o combate aos fogos
passa a estar organizado entre o “permanente” e o “reforçado” dividido por quatro níveis de
prontidão.

Tabela 1.1 - Níveis de Empenhamento Operacional

NÍVEIS DE EMPENHAMENTO OPERACIONAL PERÍODO


PERMANENTE – NÍVEL I De 01 janeiro a 14 maio
REFORÇADO – NÍVEL II De 15 maio a 31 maio
REFORÇADO – NÍVEL III De 01 junho a 30 junho
REFORÇADO – NÍVEL IV De 01 julho a 30 setembro
REFORÇADO – NÍVEL III De 01 outubro a 15 de outubro
REFORÇADO – NÍVEL II De 16 outubro a 31 outubro
PERMANENTE – NÍVEL I De 01 novembro a 31 dezembro

1.09 A GNR dispões de meios em todos os níveis de empenhamento operacional.

SECÇÃO I - MISSÃO DA UNIDADE DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO E SOCORRO

1.10 As operações de proteção civil e socorro são atividades multidisciplinares, desenvolvidas pelos
organismos, serviços e entidades, de nível nacional, distrital e municipal, devidamente organizados
no Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS), através de um conjunto de
estruturas, normas e procedimentos, de natureza permanente e conjuntural, que asseguram que
todos os agentes de proteção civil atuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando
único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional.

1.11 A Guarda Nacional Republicana, como agente de proteção civil, através das suas Unidades
desempenha missões de apoio e socorro fruto da obrigatoriedade de prestação de auxílio às
pessoas em perigo, quer se encontrem isoladas, quer no caso de catástrofes naturais ou outras
situações de acidente grave ou calamidade.

1.12 Para o cumprimento da sua missão, a Guarda mantém ligações funcionais com vários
departamentos do Estado ou outras instituições, conforme previsto no n.º 1 do art.º 18.º da LOGNR
em que “(…) a Guarda pode prestar colaboração a outras entidades públicas ou privadas que a
solicitem, para garantir a segurança de pessoas e bens ou para a prestação de outros serviços,
Enquadramento
1-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

(…)” entre as quais avulta a dependência funcional das Autoridades Judiciárias, instituída pelo
Código de Processo Penal, destacando-se ainda as ligações seguintes com as seguintes entidades:
Autoridade de Proteção Civil a nível Nacional, Distrital e Municipal, Cruz Vermelha Portuguesa,
Instituto Nacional de Emergência Médica e Hospitais.

1.13 A UEPS, no que respeita às ações de Proteção Civil da GNR, congrega e substitui o Grupo de
Intervenção de Proteção e Socorro, antiga subunidade de proteção e socorro da Unidade de
Intervenção, criada em 2006 através do Decreto-Lei n.º 22/2006, de 02 de fevereiro, como resposta
à inexistência “(…) de um corpo nacional, no Estado, altamente treinado e motivado e com grande
capacidade de projeção para todo o território nacional, de intervenção em operações de proteção
civil (…)”

1.14 Subunidade que tinha como missão “específica a execução de ações de prevenção e de
intervenção de primeira linha, em todo o território nacional, em situação de emergência de proteção
e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas,
catástrofes e acidentes graves, (…) articulando-se operacionalmente no comando único do sistema
integrado de operações de proteção e socorro (SIOPS), sem prejuízo da dependência hierárquica
e funcional no quadro da GNR” (n.º 3 do art.º 4.º do DL 22/06);

1.15 Criado inicialmente, visando a prevenção e intervenção inicial em incêndios florestais, com
capacidade para ataque direto, indireto e combinado, com uso de ferramentas manuais ou apoio de
água, esta subunidade desenvolveu-se, adquirindo um vasto leque de valências e capacidades que
lhe permitem executar variadas operações de proteção e socorro, designadamente através de:

 Unidade Especial de Operações Subaquáticas;

 Busca e Resgate de Montanha;

 Busca e Resgate em Estruturas Colapsadas;

 Intervenção com Matérias perigosas;

 Primeira intervenção em busca e resgate;

 Unmanned Aircraft Systems;

 Ataque Inicial em Incêndios Rurais;

 Ataque Ampliado em Incêndios Rurais.

1.16 Em 2017, no rescaldo dos incêndios catastróficos, apura-se que “as forças profissionais de
intervenção [GIPS e Força Especial de Bombeiros (FEB)] estão preparadas, ao nível operacional,
para intervenções nas fases de ATI e de ATA. Mas o seu efetivo é limitado e, nas condições atuais
do sistema de defesa da floresta contra incêndios, dificilmente poderão cobrir, de um ponto de vista

Enquadramento
1-3
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

geográfico, as diversas emergências que se manifestam nos períodos críticos (…)” e que “(…) a
intervenção mais musculada, designada por ATA, obriga igualmente ao reforço das forças
profissionais, designadamente do GIPS e das FEB. Reconhecendo-se que estas forças deverão
estar disponíveis para todas as emergências (e não só para os incêndios florestais), deverá
encontrar-se a justa medida para conciliar reforço numérico e especialização” e que “os
investimentos a realizar em equipas profissionais, no âmbito do GIPS ou da FEB, têm objetivos bem
mais amplos que o combate a incêndios florestais. O socorro a catástrofes de todo o tipo de carácter
civil, que se admitem existirem no futuro com maior frequência, poderá constituir uma exigência
adicional que contribuirá para o reforço daquelas forças. No quadro do combate a incêndios rurais,
esse investimento deverá ser limitado, seletivo e submetido a melhor reflexão, no pressuposto que
a qualificação das intervenções e o investimento em prevenção seguirá um novo percurso” (CTI,
2017);

1.17 Nessa senda, e conforme preconizado na Resolução de Conselho de Ministros n.º 157-A/2017
de 27 de outubro, “no âmbito da melhoria da eficiência da proteção civil e das condições de
prevenção e socorro, prevê já a adoção de medidas no âmbito da prevenção (…) por via do reforço
dos meios do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana
(GNR) (…)” bem como a necessidade de “expandir e densificar a cobertura do GIPS da GNR a todo
o território nacional”, lançando “procedimentos de concursos, para a admissão de candidatos para
a GNR, de modo a reforçar o GIPS (…)”, concretizando-se em 2018 com a integração de cerca de
500 militares.

1.18 Através do Decreto-Lei n.º 113/2018 de 18 de dezembro, e considerando que “o número de


guardas afetos ao GIPS foi elevado para o dobro, contando agora com mais de um milhar de
operacionais”, foi criada uma nova unidade especializada na GNR, com competência nacional,
designada por Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), congregando os efetivos do
GIPS, tendo como “missão fundamental a de proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender e
preservar os bens que se encontrem em situações de perigo, por causas provenientes da ação
humana ou da natureza”.

1.19 De acordo com o estatuído no art.º 2.º do DL n.º 113 de 18 de dezembro de 2018, “a UEPS é
a unidade especializada da Guarda que tem como missão específica a execução de ações de
prevenção e de intervenção, em todo o território nacional, em situações de acidente grave e
catástrofe, designadamente nas ocorrências de incêndios rurais, de matérias perigosas, de cheias,
de sismos, de busca, resgate e salvamento em diferentes ambientes, bem como em outras
situações de emergência de proteção e socorro, incluindo a inspeção judiciária em meio aquático e
subaquático.”

1.20 Tem como principais atribuições as seguintes:

Enquadramento
1-4
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

a) Proteger, socorrer e auxiliar os cidadãos e defender e preservar os bens que se encontrem


em situações de perigo, por causas provenientes da ação humana ou da natureza;

b) Executar ações de prevenção e de intervenção, em todo o território nacional, em situação de


acidente grave e catástrofe, abrangendo a generalidade das operações de emergência de
proteção e socorro;

c) Realizar ações de gestão de combustível rural, incluindo queimas e queimadas, de gestão de


fogos rurais e de proteção contra incêndios rurais;

d) Realizar ações de supressão de fogo, em ATI e ampliado;

e) Participar em ações de sensibilização, de prevenção, vigilância, deteção e fiscalização de


matérias da sua responsabilidade;

f) Prosseguir as demais atribuições que lhe forem cometidas pela lei.

1.21 São ainda atribuições da UEPS aprontar e projetar forças em missões internacionais de gestão
civil de crises no âmbito da proteção civil.

1.22 Em conformidade com o Despacho n.º 48/20-OG, de 7 de fevereiro, a articulação operacional


da UEPS é a seguinte:

 Comando;

 Companhia de Intervenção e Proteção em Emergência (CIPE) – engloba as especialidades;

 8 Companhias de Intervenção de Proteção e Socorro (CIPS);

 4 Companhias de Ataque Estendido (CATE).

1.23 Concomitantemente, importa esclarecer as tarefas decorrentes da missão atribuída às suas


subunidades, não olvidando as demais áreas de proteção e socorro, que deve ter as suas
capacidades, tarefas e missões especificadas em sede própria. Destarte, com o intuito de
rentabilizar esforços, coordenar meios, manter a sua dinâmica, operacionalidade dos meios
humanos, meios materiais e equipamentos, de modo a manter e proteger a população, em geral
dos perigos provenientes das ocorrências referentes aos incêndios rurais neste particular, ou de
outras situações de catástrofe, coocorrem como tarefas específicas, as seguintes:

1º. Para a capacidade de ATI:

a) Prevenção contra incêndios;

b) Patrulhamento preventivo, de vigilância, deteção e supressão;

Enquadramento
1-5
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

c) Intervenção em Incêndios florestais nas modalidades de Ataque Inicial Helitransportado,


Ataque Inicial Terrestre, Ataque Ampliado Helitransportado, Ataque Ampliado Terrestre,
organizadas em Grupos de Reforço Ligeiro;

d) Uso do fogo técnico, nas modalidades de fogo controlado e queimadas extensivas;

e) Estudo da avaliação do risco referente à área de ocupação de cada CIPS;

f) Fiscalização ou sensibilização ano âmbito do DEC-LEI 124;

g) Através da especialidade de Busca e Resgate de Montanha: Busca a desaparecidos;

h) Resgate de Montanha;

i) Resgate Vertical Urbano;

j) Resgate das Torres RNPV;

k) Policiamento em Altitude e Busca e Resgate em modalidades ditas radicais como o


Canyoning;

l) Primeira intervenção em situações de Proteção e Socorro na sua ZA;

m) Outras Operações de Proteção e Socorro;

n) Operações policiais e prossecução da missão geral da GNR;

o) Capacidade de projeção para missões no âmbito do mecanismo de proteção civil, no


módulo de incêndios sem viaturas, com projeção de materiais e equipamentos
contentorizados e transportáveis por mar, terra e ar, diretamente até ao local do
incidente;

p) Capacidade de apoiar as outras subunidades em missões no âmbito do mecanismo de


proteção civil, com projeção de materiais e equipamentos contentorizados e
transportáveis por mar, terra e ar, diretamente até ao local do incidente;

2º. Para a Capacidade de ATA:

a) Prevenção contra incêndios;

b) Patrulhamento preventivo, de vigilância, deteção e supressão;

c) Intervenção em Incêndios florestais nas modalidades de Ataque Ampliado Terrestre


organizado em Companhias de Ataque Estendido, Ataque Inicial Terrestre, Ataque
Ampliado Helitransportado, projeção em helicóptero para ATA com descida em rapel ou
desembarque em solo, Ataque Ampliado Apeado, (sem apoio helitransportado);

d) Uso do fogo técnico, nas modalidades de fogo controlado e queimadas extensivas;

Enquadramento
1-6
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

e) Estudo da avaliação do risco referente à área de ocupação;

f) Fiscalização ou sensibilização ano âmbito do DEC-LEI 124;

g) Através da especialidade de Busca e Resgate de Montanha: Busca a desaparecidos;

h) Resgate de Montanha;

i) Resgate Vertical Urbano;

j) Resgate das Torres RNPV;

k) Policiamento em Altitude e Busca e Resgate em modalidades ditas radicais como o


Canyoning;

l) Primeira Intervenção em situações de Proteção e Socorro na sua ZA;

m) Outras Operações de Proteção e Socorro;

n) Operações policiais e prossecução da missão geral da GNR;

o) Capacidade de projeção para missões no âmbito do mecanismo de proteção civil, no


módulo de incêndios com viaturas pesadas e ligeiras de combate a incêndios, com
projeção de materiais e equipamentos contentorizados e transportáveis por mar, terra e
ar, diretamente até ao local do incidente;

p) Capacidade de apoiar as outras subunidades em missões no âmbito do mecanismo de


proteção civil, com projeção de materiais e equipamentos contentorizados e
transportáveis por mar, terra e ar, diretamente até ao local do incidente.

SECÇÃO II - DEFINIÇÕES E CONCEITOS

1.24 Existe muita confusão sobre a designação correta de alguns conceitos: ATA, ATI ou 1ª
intervenção, combate ampliado, combate indireto, combate direto, método direto, método indireto,
etc.

1.25 Para efeitos de uma linguagem comum a todos os intervenientes no combate a incêndios
Rurais, iremos utilizar as definições insertas na legislação vigente e na doutrina. Além dos
transcritos infra, serão utilizadas algumas definições/conceitos específicos, mais adequadas e
compreensíveis para os leitores, dentro de cada capítulo deste manual:

 Aglomerado populacional: o conjunto de edifícios contíguos ou próximos, distanciados entre


si no máximo 50 m e com 10 ou mais fogos, constituindo o seu perímetro a linha poligonal
fechada que, englobando todos os edifícios, delimite a menor área possível;

Enquadramento
1-7
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Aglomerado rural: a área localizada em solo rústico, com utilização predominantemente


habitacional e de apoio a atividades localizadas em solo rústico, dispondo de infraestruturas
e de serviços de proximidade, delimitadas como tal em plano territorial;

 Área edificada: o conjunto de edifícios contíguos ou próximos, distanciados entre si no


máximo 50 m e com 10 ou mais fogos, em solo rústico ou urbano, delimitados por uma linha
poligonal fechada, encerrando a menor área possível, que englobe cada conjunto de edifícios,
a qual corresponde à interface de áreas edificadas;

 Áreas edificadas consolidadas: as áreas de concentração de edificações, classificadas nos


planos municipais e intermunicipais de ordenamento do território como solo urbano ou como
aglomerado rural;

 Baldios: os terrenos com as suas partes e equipamentos integrantes, possuídos e geridos


por comunidades locais, conforme definição no Regime aplicável aos baldios e aos demais
meios de produção comunitários (Lei n.º 75/2017, de 17 de agosto);

 Confinante: terreno adjacente ou infraestrutura que possua limite comum ou que se encontre
separado por infraestrutura linear, estrada ou caminho, cabeceira, talude, vala ou linha de
água com leito, até 5 m de largura.

 Carregadouro: o local destinado à concentração temporária de material lenhoso resultante


da exploração florestal, com o objetivo de facilitar as operações de carregamento,
nomeadamente a colocação do material lenhoso em veículos de transporte que o conduzirão
às unidades de consumo e transporte para o utilizador final ou para parques de madeira;

 Deteção de incêndios: a identificação e localização precisa das ocorrências de incêndio


florestal com vista à sua comunicação rápida às entidades responsáveis pelo combate;

 Edificação: a atividade ou o resultado da construção, reconstrução, ampliação, alteração ou


conservação de um imóvel destinado a utilização humana, bem como de qualquer outra
construção que se incorpore no solo com carácter de permanência, excecionando -se as obras
de escassa relevância urbanística para efeitos de aplicação do presente decreto-lei;

 Edifício: é uma construção permanente, dotada de acesso independente, coberta, limitada


por paredes exteriores ou paredes-meeiras que vão das fundações à cobertura, destinada a
utilização humana ou a outros fins;

 Envolvente de áreas edificadas: a área exterior às áreas edificadas, com a largura de 100
m a partir da interface de áreas edificadas, podendo abranger solo rústico ou urbano;

Enquadramento
1-8
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Espaços florestais: os terrenos ocupados com floresta, matos e pastagens ou outras


formações vegetais espontâneas, segundo os critérios definidos no Inventário Florestal
Nacional;

 Espaços rurais: os espaços florestais e terrenos agrícolas;

 Floresta: o terreno, com área maior ou igual a 0,5 hectares e largura maior ou igual a 20
metros, onde se verifica a presença de árvores florestais que tenham atingido, ou com
capacidade para atingir, uma altura superior a 5 metros e grau de coberto maior ou igual a
10%;

 Fogo controlado: o uso do fogo na gestão de espaços florestais, sob condições, normas e
procedimentos conducentes à satisfação de objetivos específicos e quantificáveis e que é
executada sob responsabilidade de técnico credenciado;

 Fogo de gestão de combustível: a classificação atribuída a um incêndio rural que, em


condições meteorológicas adequadas e em territórios rurais, permite a evolução da
propagação da combustão dentro de um perímetro preestabelecido pelo comandante das
operações de socorro;

 Fogo de supressão: o uso técnico do fogo no âmbito da luta contra os incêndios rurais
compreendendo o fogo tático e o contrafogo, quando executado sob a responsabilidade do
Comandante das Operações de Socorro (COS);

 Fogo tático: o uso do fogo no âmbito da luta contra os incêndios florestais, consistindo na
ignição de um fogo ao longo de uma zona de apoio com o objetivo de reduzir a disponibilidade
de combustível, e desta forma diminuir a intensidade do incêndio, terminar ou corrigir a
extinção de uma zona de rescaldo de maneira a diminuir as probabilidades de
reacendimentos, ou criar uma zona de segurança para a proteção de pessoas e bens;

 Fogo técnico: o uso do fogo que comporta as componentes de fogo controlado e de fogo de
supressão;

 Fogo rural: todo o fogo que ocorre em território rural, exterior a edifício, independentemente
da sua intencionalidade e propósito, origem, dano ou benefício;

 Fogueira: a combustão com chama, confinada no espaço e no tempo, para aquecimento,


iluminação, confeção de alimentos, proteção e segurança, recreio ou outros afins;

 Gestão de combustível: a criação e manutenção da descontinuidade horizontal ou vertical


da carga combustível, através da modificação ou da remoção parcial ou total da biomassa
vegetal e da composição das comunidades vegetais, empregando as técnicas mais

Enquadramento
1-9
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

recomendadas com a intensidade e frequência adequadas à satisfação dos objetivos dos


espaços intervencionados;

 Incêndio agrícola: o incêndio rural em que a área ardida agrícola é superior à área ardida
florestal e a área ardida florestal é inferior a 1 hectare;

 Incêndio ativo (Em Curso): Incêndio em evolução sem qualquer limitação de área;

 Incêndio dominado (Em Resolução): Incêndio que atingiu uma fase em que as chamas já
não afetam os combustíveis vizinhos, através dos mecanismos de transmissão de calor e, a
altura das chamas é reduzida não existindo perigo de propagação do incêndio, para além do
perímetro já atingido;

 Incêndio em rescaldo (Em conclusão): Todos os focos de incêndio foram extintos,


mantendo-se somente, dentro do perímetro, pequenos focos de combustão que se eliminam
ou se isolam, garantindo-se que o incêndio, não reativa;

 Incêndio extinto (Finalizado): Os principais focos de combustão estão extintos, estando


garantida a consolidação do perímetro do incêndio. A extinção é declarada pelo COS, após a
verificação de todos os setores, linha perimetral e pontos críticos identificados;

 Incêndio florestal: o incêndio rural em que a área ardida florestal é superior à área agrícola
e a área ardida total é inferior a 1 hectare ou sempre que a área ardida florestal seja superior
a 1 hectare;

 Incêndio rural: a deflagração ou progressão do fogo, de modo não planeado ou não


controlado, em território rural, requerendo ações de supressão;

 Índice de perigosidade de incêndio rural: a probabilidade de ocorrência de incêndio rural,


num determinado intervalo de tempo e numa dada área, em função da suscetibilidade do
território e cenários considerados;

 Índice de risco de incêndio rural: a expressão numérica que, traduzindo o estado dos
combustíveis por ação da meteorologia e os parâmetros meteorológicos relevantes, auxilia à
determinação dos locais onde são mais favoráveis as condições para ignição ou propagação
do fogo;

 Instrumentos de gestão florestal: os planos de gestão florestal, os elementos estruturantes


das zonas de intervenção florestal, os projetos elaborados no âmbito dos diversos programas
públicos de apoio ao desenvolvimento e proteção dos recursos florestais e, ainda, os projetos
a submeter à apreciação de entidades públicas no âmbito da legislação florestal;

 Interface de áreas edificadas: a linha poligonal fechada que delimita as áreas edificadas,
separando-as de outros territórios;
Enquadramento
1-10
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Mosaico de parcelas de gestão de combustível: o conjunto de parcelas do território


estrategicamente localizadas, onde, através de ações de silvicultura, se procede à gestão dos
vários estratos de combustível e à diversificação da estrutura e composição das formações
vegetais, com o objetivo primordial de defesa da floresta contra incêndios;

 Ocupação compatível: a ocupação do solo de modo diverso do previsto nas normas de


gestão de combustível, desde que conciliável com o objetivo de gestão de combustível,
reduzindo a sua disponibilidade para a ignição e progressão do fogo, e geradora de valor para
os proprietários ou para as comunidades;

 Período crítico: o período durante o qual vigoram medidas e ações especiais de prevenção
contra incêndios florestais, por força de circunstâncias meteorológicas excecionais;

 Plano: o estudo integrado dos elementos que regulam as ações de intervenção no âmbito da
defesa da floresta contra incêndios num dado território, identificando os objetivos a alcançar,
as catividades a realizar, as competências e atribuições dos agentes envolvidos e os meios
necessários à concretização das ações previstas;

 Povoamento florestal: o terreno, com área maior ou igual a 0,5 hectares e largura maior ou
igual a 20 metros onde se verifica a presença de árvores florestais que tenham atingido, ou
com capacidade para atingir, uma altura superior a 5 metros e grau de coberto maior ou igual
a 10 %;

 Proprietários e outros produtores florestais: os proprietários, usufrutuários, superficiários,


arrendatários ou quem, a qualquer título, for possuidor ou detenha a administração dos
terrenos que integram os espaços florestais do continente, independentemente da sua
natureza jurídica;

 Queima de amontoados: o uso do fogo para eliminar sobrantes de exploração ou de gestão


de vegetação, florestais ou agrícolas, totalmente cortados e depois de amontoados num
espaço limitado que não ultrapasse 4 m2 e uma altura de 1,3 m.

 Queimada: o uso do fogo para renovação de pastagens, eliminação de restolho e eliminação


de sobrantes de exploração ou de gestão de vegetação, florestais ou agrícolas, cortados, mas
não amontoados.

 Reacendimento: É uma nova ocorrência que tem início no perímetro da área afetada por um
incêndio considerado extinto (após términus das ações de rescaldo e vigilância), ou seja, em
que todos os meios já abandonaram o TO. São ocorrências que têm obrigatoriamente área
ardida associada e às quais será atribuído o tipo de causa ‘REACENDIMENTO’ e a causa 711
– ‘Fonte de calor do incêndio anterior’.

Enquadramento
1-11
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Reativação (Em curso): Aumento de intensidade de uma parte ou de todo o perímetro de um


incêndio durante as operações de rescaldo e antes de este ser considerado rescaldado, pelo
COS;

 Recuperação: o conjunto de atividades que têm como objetivo a promoção de medidas e


ações de recuperação e reabilitação, como a mitigação de impactes e a recuperação de
ecossistemas;

 Rede de faixas de gestão de combustível: o conjunto de parcelas lineares de território,


estrategicamente localizadas, onde se garante a remoção total ou parcial de biomassa
florestal, através da afetação a usos não florestais e do recurso a determinadas atividades ou
a técnicas silvícolas com o objetivo principal de criar oportunidades para o combate em caso
de incêndio rural e de reduzir a suscetibilidade ao fogo;

 Rede de infraestruturas de apoio ao combate: o conjunto de infraestruturas e


equipamentos afetos às entidades responsáveis pelo combate e apoio ao combate a
incêndios florestais, relevantes para este fim, entre os quais os aquartelamentos e edifícios
das corporações de bombeiros, dos sapadores florestais, da GNR, das Forças Armadas e das
autarquias, os terrenos destinados à instalação de postos de comando operacional e as
infraestruturas de apoio ao funcionamento dos meios aéreos;

 Rede de pontos de água: o conjunto de estruturas de armazenamento de água, de planos


de água acessíveis e de pontos de tomada de água, com funções de apoio ao
reabastecimento dos equipamentos de luta contra incêndios;

 Rede de vigilância e deteção de incêndios rurais: o conjunto de infraestruturas e


equipamentos que visam permitir a execução eficiente das ações de deteção de incêndios,
vigilância, fiscalização e dissuasão, composta pela RNPV, por sistema de videovigilância, meios
de deteção móveis ou outros meios, terrestres e aéreos, conjunturais ou permanentes, que
venham a revelar-se tecnologicamente adequados;
 Rede Nacional de Postos de Vigia (RNPV): é a rede que assegura em todo o território do
continente as funções de deteção fixa de ocorrências de incêndio;
 Rede viária florestal: o conjunto de vias de comunicação integradas nos espaços que servem
de suporte à sua gestão, com funções que incluem a circulação para o aproveitamento dos
recursos naturais, para a constituição, condução e exploração dos povoamentos florestais e
das pastagens;

 Rescaldo: a operação técnica que visa a extinção do incêndio;

Enquadramento
1-12
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Risco de incêndio rural: a probabilidade de que um incêndio rural ocorra num local
específico, sob determinadas circunstâncias, e impactes nos elementos afetados, sendo
função da perigosidade e dos danos potenciais aos elementos em risco;

 Sobrantes de exploração: o material lenhoso e outro material vegetal resultante de


atividades agroflorestais;

 Solo rústico: o solo classificado como tal em plano territorial, ao abrigo da alínea b) do n.º 2
do artigo 71.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, na sua redação atual;

 Solo urbano: o solo classificado como tal em plano territorial, ao abrigo da alínea a) do n.º 2
do artigo 71.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, na sua redação atual;

 Supressão: a ação concreta e objetiva destinada a extinguir um incêndio, incluindo a garantia


de que não ocorrem reacendimentos, que apresenta três fases principais: a primeira
intervenção, o combate e o rescaldo;

 Suscetibilidade de incêndio rural: a propensão de uma dada área ou unidade territorial para
ser afetada pelo fenómeno em apreço, avaliada a partir das propriedades que lhe são
intrínsecas, sendo mais ou menos suscetível conforme melhor permita a deflagração e a
progressão de um incêndio;

 Turismo de habitação: os estabelecimentos de natureza familiar instalados em imóveis


antigos particulares que, pelo seu valor arquitetónico, histórico ou artístico, sejam
representativos de uma determinada época, nomeadamente palácios e solares, podendo
localizar -se em espaços rurais ou urbanos;

 Turismo no espaço rural: os estabelecimentos que se destinam a prestar, em espaços


rurais, serviços de alojamento a turistas, preservando, recuperando e valorizando o património
arquitetónico, histórico, natural e paisagístico dos respetivos locais e regiões onde se situam,
através da reconstrução, reabilitação ou ampliação de construções existentes, de modo a ser
assegurada a sua integração na envolvente;

 Territórios agrícolas: terrenos ocupados com agricultura e pastagens melhoradas, segundo


as especificações técnicas da carta de uso e ocupação do solo de Portugal continental;

 Territórios florestais: terrenos ocupados com florestas, matos, pastagens espontâneas,


superfícies agroflorestais e vegetação esparsa, segundo as especificações técnicas da carta
de uso e ocupação do solo de Portugal continental e compatíveis com os critérios do inventário
florestal nacional;

 Territórios rurais: os territórios florestais e os territórios agrícolas.

Enquadramento
1-13
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Vigilância Ativa (Vigilância Ativa): Depois do COS ter dado o incêndio como rescaldado,
ficam no local o pessoal e materiais indispensáveis para vigiar e atuar em caso de
necessidade.

1.26 Concomitantemente, verifica-se a existência de alguns termos utilizados para descrever, não
só os conceitos anteriores, mas também outros que poderão ajudar a melhorar a sua definição:

No Department of Forestry and Fire Protection da California (CAL FIRE) é referido que:

 Initial attack: significa o primeiro ataque ao fogo. O número de recursos enviados no


primeiro despacho para um incêndio depende da localização do incêndio, dos combustíveis
na área (vegetação, madeira, casas, etc.) e das condições climáticas atuais.

 Extended attack: significa que o fogo alastrou para além da área de origem, ultrapassando
a fase de ATI, e houve necessidade de chamar recursos adicionais. Se o incêndio não
puder ser confinado à área ou construção de origem, mesmo com reforço substancial de
recursos, e existir comprometimento de recursos e apoio logístico necessário a longo
prazo, então é considerado um grande incêndio e um ataque alargado.

No Glossário de Proteção Civil (2009):

 Ataque Inicial: é uma ação desenvolvida de imediato face a incêndios declarados, por
equipas organizadas, qualificadas e integradas num dispositivo.

 Ataque Ampliado; é definido por ações de combate subsequentes ao ATI.

 Combate: são todas as atividades ligadas à resposta de ATI, ATA, rescaldo, consolidação
da extinção e vigilância ativa pós-incêndio.

 Estendido: é uma ação de supressão que se estende para além da primeira intervenção.
Implica que o nível de complexidade da ocorrência vai aumentar para além das
capacidades do comando de primeira intervenção.

 Primeira Intervenção: É a ação desenvolvida de imediato no início de um incêndio, por


qualquer cidadão. Ação de combate a um incêndio nascente desenvolvida pelos primeiros
meios a chegar ao local de eclosão.

 Supressão: Ação concreta e objetiva destinada a extinguir um incêndio, incluindo a


garantia de que não ocorrem reacendimentos. (2) Ação concreta e objetiva destinada a
extinguir um incêndio, incluindo a garantia de que não ocorrem reacendimentos, que
apresenta três fases principais: a primeira intervenção, o combate e o rescaldo.

Guião do Formador – Combate a Incêndios Florestais:

Enquadramento
1-14
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Método Direto: ataque direto às chamas, se possível e seguro, na cabeça do incêndio


para impedir o seu desenvolvimento. Se não for seguro, o ataque direto é feito, da
retaguarda, pelos flancos em direção à cabeça para empurrar as chamas para uma zona
mais favorável à sua extinção.

 Método Indireto: ocorre quando o método direto não é possível, circunscrevendo-se o


incêndio com faixas de contenção (podem ser já existentes ou construídas através da
limpeza dos combustíveis, pode ainda tratar-se a vegetação adjacente com água, espuma
ou retardante.

 Método Combinado: consiste na aplicação simultânea dos dois métodos numa mesma
frente de chamas (Utilizam-se máquinas de rasto e posicionam-se equipas/veículos para
ataque direto).

Manual de Combate a Incêndios Florestais para Equipas de 1ª Intervenção:

 Método Direto: consiste no ataque direto às chamas recorrendo à tática ofensiva, sempre
que possível na cabeça do incêndio, de modo a cortar, de imediato, o seu desenvolvimento.

 Método Indireto: destina-se a travar a propagação das chamas quando o combate direto
não é possível, tentando circunscrever o incêndio a uma determinada área.

 Método Combinado: consiste na aplicação dos dois métodos referidos, na mesma frente
de chamas.

Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (2006)

 Utiliza as designações: Ataque Direto, Ataque Indireto, Ataque Combinado, Ataque


Ampliado, Ataque Estendido e Combate Estendido, mas sem os definir.

 Supressão, como a junção da 1ª Intervenção e o Combate aos Incêndios Florestais


(considerando o combate na sua componente de ataque, rescaldo, vigilância pós-
rescaldo).

O Mediterranean Forest Fire Fighting Training Standardization (MEFISTO project)

 Define Ataque Ampliado como um método de ataque prolongado e sustentado, que


requer recursos adicionais e que é implementado se um incêndio escapar para além do
controlo de um ATI.

 Ataque direto: como sendo qualquer método de supressão implementado perto da orla do
incêndio.

 Ataque Indireto: é qualquer método de supressão implementado longe da orla do


incêndio.
Enquadramento
1-15
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Ataque Inicial: como sendo o trabalho de supressão executado pelos primeiros meios de
combate que chegam a um incêndio. O objetivo de qualquer ATI deve ser sempre obter
rapidamente o controle de um incêndio. Se um ATI não for bem-sucedido, serão então
necessários mais recursos.

 Ataque Paralelo: é designado o método de supressão dos incêndios no qual é construída


uma linha de controlo paralelamente, e a uma certa distância, do flanco do incêndio. A faixa
intermédia de combustível por arder, pode ou não ser queimada enquanto a linha de
controlo é construída. Esta decisão será fundamentada por uma avaliação de, se o
combustível por arder, é considerado ou não uma ameaça à linha de controlo.

 Cabeça do Incêndio: a parte principal e mais ativa de um incêndio num determinado


momento. O incêndio terá normalmente aqui, um maior nível de atividade do que em
qualquer outra parte do fogo.

 Cadeia de Comando: a linha de autoridade e responsabilidade ao longo da qual as ordens


operacionais são aprovadas. Também conhecido como “linha de comando“.

1.27 Destarte, dos conceitos que geram mais discussão, por surgirem definidos de forma diferente
em documentação diferente, importa reter, para a aplicação no que concerne a atividade
desenvolvida pela UEPS, os seguintes conceitos:

 Combate: são todas as atividades ligadas à resposta de ATI, ATA, rescaldo, consolidação
da extinção e vigilância ativa pós-incêndio.

 Supressão: consiste na ação concreta e objetiva destinada a extinguir um incêndio,


incluindo a garantia de que não ocorrem reacendimentos.

 Primeira Intervenção: é a ação desenvolvida de imediato no início de um incêndio, por


qualquer cidadão, ou por qualquer meio integrado num dispositivo enquadrado num ATI.

 Ataque Inicial: consiste numa ação desenvolvida de imediato face a incêndios declarados,
por equipas organizadas, qualificadas e integradas num dispositivo.

 Ataque Ampliado: consiste num conjunto de ações de combate, prolongadas e


sustentadas no tempo e no espaço, que requerem recursos adicionais e que é
implementado se um incêndio escapar para além do controlo de um ATI.

 Ataque Direto: consiste na ação concreta de supressão junto da orla do incêndio, e sobre
a chama.

 Ataque Indireto: consiste na ação de supressão implementada longe da orla do incêndio.

Enquadramento
1-16
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Ataque Combinado: consiste na combinação das duas ações realizadas na mesma frente
ou parte do incêndio.

 Método de Combate Direto: consiste no ataque direto às chamas, se possível e seguro,


envolvendo uma ação conjunta de meios, para impedir o desenvolvimento do incêndio.

 Método de Combate Indireto: consiste no ataque indireto ao incêndio, através da


eliminação de combustível, circunscrevendo-o de modo a provocar a sua extinção ou
diminuir a intensidade possibilitando o ataque direto.

 Método de combate combinado: consiste na aplicação dos dois métodos numa mesma
frente.

Outras definições importantes:

 Estado de emergência: Estado de exceção declarado pelo Presidente da República, após


ter ouvido o Governo e de obter a autorização da Assembleia da República, quando se
verifiquem situações de menor gravidade, nomeadamente quando se verifiquem ou
ameacem verificar-se casos de calamidade pública;

 Situação de calamidade: A situação de calamidade pode ser declarada quando, face à


ocorrência ou perigo de ocorrência de algum ou alguns dos acontecimentos referidos no
artigo 3.º (Acidente Grave ou Catástrofe), e à sua previsível intensidade, é reconhecida a
necessidade de adotar medidas de caráter excecional destinadas a prevenir, reagir ou
repor a normalidade das condições de vida nas áreas atingidas pelos seus efeitos.

 Situação de contingência: pode ser declarada quando, face à ocorrência ou iminência de


ocorrência de algum ou alguns dos acontecimentos referidos ,é reconhecida a necessidade
de adotar medidas preventivas e ou medidas especiais de reação não mobilizáveis no
âmbito municipal;

 Situação de alerta: pode ser declarada pelo presidente da câmara quando, face à
ocorrência ou iminência de ocorrência de algum ou alguns dos acontecimentos referidos,
é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou medidas especiais de
reação;

 Acidente grave: é um acontecimento inusitado com efeitos relativamente limitados no


tempo e no espaço, suscetível de atingir as pessoas e outros seres vivos, os bens ou o
ambiente;

 Catástrofe: é o acidente grave ou a série de acidentes graves suscetíveis de provocarem


elevados prejuízos materiais e, eventualmente, vítimas, afetando intensamente as

Enquadramento
1-17
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

condições de vida e o tecido socioeconómico em áreas ou na totalidade do território


nacional.

SECÇÃO III - MECANISMOS DE COMBUSTÃO, TRANSMISSÃO E PROPAGAÇÃO DE


CALOR

a. Fases da combustão

1.28 A combustão pode ser definida como uma reação química, envolvendo oxigénio e
combustíveis (neste caso, florestais), em que há a libertação de água, dióxido de carbono e energia.
Irá persistir enquanto existir combustível, calor e oxigénio em proporções suficientes; na combustão
autossustentada surge um quarto elemento, associado aos três referidos: o efeito de reação em
cadeia. Este quarto elemento, associado aos outros três, é ilustrado pelo Tetraedro do Fogo.

Figura 1.1 - Tetraedro do Fogo

1.29 A combustão tem quatro fases: o pré-aquecimento (dos combustíveis), a ignição (fonte de
calor), a combustão com chama e a combustão sem chama. Os efeitos destas fases caracterizam-
se pela perda de humidade nos combustíveis, pela evaporação de ceras, óleos e resinas e
libertação de gases altamente inflamáveis. A combustão transmite-se a todos os corpos e enquanto
existirem gases mantém-se a chama.

“Pyrolysis: is a thermochemical decomposition of organic material at elevated temperatures (wood pyrolisis


starts at 200–300 °C) without the participation of oxygen. It involves the simultaneous change of chemical
composition and physical phase, and is irreversible. The word is coined from the Greek-derived elements pyro
"fire" and lysis "separating".

Enquadramento
1-18
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.2 - Relação entre a evolução da combustão e temperatura

1.30 Na tabela abaixo, como exemplo, explanamos os dados científicos que fomos buscar à ESAC,
para entender melhor o processo de ignição referente ao pinheiro bravo.

Tabela 1.2 - Fases da combustão (valores válidos para o pinheiro bravo)

Fases Temperatura ºC Visualização Reações

Pré-aquecimento Fonte de calor


Variável
ou pré-ignição externa
Endotérmica:
Pirólise
<100 (H2O)  decomposição pelo calor
processo quase
100-200 (H2O CO2) =>Libertação de gases
simultâneo c/ a
<280 (CH4,CO,H2) (decomposição
fase seguinte
da celulose)
>280
Chama (ignição)
Combustão Permite reiniciar a Exotérmica
Fumo (gases
gasosa pirólise num ponto Oxidação
poeiras, H2O)
vizinho
Exotérmica
Combustão fase Brasas (combustão
> 500 Oxidação/
sólida à superfície)
Desidratação
Resíduos não
Cinzas
combustíveis

1.31 Para entendermos melhor a combustão ficam alguns conceitos importantes que esclarecem o
processo e que iremos usar frequentemente.

 Combustível: é todo elemento suscetível a entrar em combustão, que fornece energia para
a queima. Ex. Madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais, etc;

 Comburente: é todo elemento que, associando-se quimicamente ao combustível, é capaz de


fazê-lo entrar em combustão, sendo o oxigênio o mais conhecido

 Temperatura de ignição (calor): Além do combustível e do comburente, é necessária uma


terceira condição para que a combustão possa ocorrer. Esta condição é a temperatura de

Enquadramento
1-19
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ignição, que é a temperatura acima da qual um combustível pode entrar em combustão, ou


seja, queimar;

 Reação em cadeia: Sequência de reações que ocorrem durante o fogo, produzindo sua
própria energia de ativação (calor), enquanto há comburente e combustível para queimar,
dando continuidade à combustão.

 Fogo florestal: Combustão controlada de materiais combustíveis nas florestas, destinada a


reduzir o volume do combustível;

 Incendio florestal: Combustão livre, não limitada no tempo e no espaço, dos materiais
combustíveis nas florestas.

 Piroambiente: Relação existente entre os vetores que influenciam o comportamento de um


incêndio.

b. Formas de Transmissão de Calor

1.32 O calor, num incêndio florestal, pode ser transmitido por Convecção, por Radiação ou por
Condução.

1) Convecção

1.33 É a forma de transmissão do calor que ocorre principalmente nos fluidos (líquidos e gases),
efeito do movimento ascendente ou descendente de matéria em um fluido. O ar quente tem
tendência a subir, por se tornar menos denso.

1.34 É a forma mais importante e decisiva de transmissão de calor, na medida em que o


aquecimento do ar, que se torna menos denso, tem tendência para subir. Por outro lado, o vento e
o declive, que canalizam o calor em determinada direção e na subida de uma encosta, são
responsáveis pelo aquecimento, secagem e destilação dos combustíveis pela corrente de
convecção, preparando-os para uma combustão muito mais fácil.

Exemplo de modelagem para convecção térmica no manto da Terra. Cores


próximas aos vermelhos representam áreas quentes e cores próximas ao azul
representam áreas frias. Nesse modelo, a camada inferior, quente e menos densa,
libera correntes de material ascendente. Correntes de material mais frio,
descendentes, são também identificáveis, em azul escuro.

Figura 1.3 - Transmissão por Convecção

2) Radiação
Enquadramento
1-20
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.35 É a propagação de energia de um ponto a outro, em qualquer meio material, podendo ser
classificada como energia em trânsito, e podendo ocorrer através de uma onda eletromagnética ou
partícula. Independente do tipo, elas interagem com os corpos, até mesmo com o ser humano, e
depositam neles energia. Essa interação depende do tipo da energia de radiação e do meio em que
está se propagando.

1.36 Irradiação do calor a partir da frente das chamas. Quanto maior for a exposição à radiação,
maior será o aquecimento.

1.37 A radiação consiste na transmissão do calor, a partir da frente de chamas. Ou seja, o


aquecimento depende da intensidade da radiação, sendo que quanto maior for a exposição à
radiação maior será o aquecimento e consequentemente maior será a facilidade com que se
propagará o incêndio. Assim a radiação, tal como a convecção, vai aquecendo, secando e
destilando os combustíveis, preparando-os para arder quando a frente de chamas se propagar até
aos mesmos.

Figura 1.4 - Transmissão por Radiação

3) Condução

1.38 A transmissão de calor por condução dá-se pela transmissão de ondas caloríficas em materiais
sólidos, mas acaba por ter pouca relevância para os incêndios florestais.

1.39 A energia calorífica é transmitida por meio de corpos sólidos que aquecem, seja pelo calor do
fogo, ou pelo contato com outro mais quente. Assim, quando aquecemos um corpo sólido, a energia
cinética aumenta e consequentemente, a agitação das moléculas.

1.40 Embora não se trate propriamente de uma forma de propagação de energia, a projeção e o
deslocamento de materiais inflamados é de extrema importância uma vez que provocam o
aparecimento de focos secundários distintos do incêndio principal. Podem colocar mesmo em causa
a segurança dos elementos que estiverem no terreno a combater o incêndio.

1.41 O aparecimento de focos secundários por projeção de materiais incandescentes ocorre


essencialmente por:

Enquadramento
1-21
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Materiais leves incandescentes transportados pelas correntes de convecção até locais que
ainda não arderam, que em contacto com estes transmitem calor por condução e provocam a
combustão;

 Materiais relativamente pesados (como pinhas ou troncos) que, a arder, rolam encosta abaixo,
sendo responsáveis por fazer arder locais abaixo do incêndio principal pela transmissão de
calor indicada.

 A deslocação de animais que depois de terem tido contacto com o incêndio principal, levam
o pelo a arder, e acabam por propagar o incêndio por locais onde passem.

Figura 1.5 - Formas de transmissão de calor

c. Desenvolvimento e Crescimento de um Incêndio

1.42 Quando um fogo deflagra em locais planos, é frequente adotar o formato de um círculo. Por
outro lado, existindo vento, ou se o incêndio deflagra numa encosta, o anel de chamas vai deformar-
se e adotar a forma oval ou de uma elipse.

1.43 Ao longo do crescimento do fogo, tenha este uma evolução lenta ou rápida, vai passar por
fases, até eventualmente se transformar em incêndio, ou se extinguir.

FOGO PONTUAL ANEL

Figura 1.6 - Fases de crescimento do fogo

Enquadramento
1-22
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1) Fogo Pontual

1.44 O fogo pontual consiste num foco de incêndio nascente, visto de cima, assemelha-se a um
ponto que depois, desenvolve-se, consumindo os combustíveis em seu redor, e adotando a forma
de um círculo.

2) Anel

1.45 O calor ao centro, juntando-se ao calor dos combustíveis que vai consumindo, cria a
quantidade de calor suficiente para que haja, auto propagação, observando-se a partir daí, uma
linha de chamas, em anel, sendo que no centro já não existem chamas.

3) Fogo Linear

1.46 Este anel, à medida que vai crescendo, vai alargando o círculo, Fogo Linear. A transição de
uma superfície para a forma de uma linha de chamas passa então a designar-se por Fogo Linear,
anelar ou perimetral.

1.47 O Fogo Linear já não apresenta a forma circular, mas sim um anel de chamas que,
frequentemente, pela ação do vento ou do declive adota a forma elipsoide, deformada devido à
inclinação das próprias chamas. O vento e o declive condicionam a direção de propagação. Caso
haja excesso de acumulação de calor, dá-se um alargamento da linha de chamas, que passa a
designar-se por área de chamas – tratando-se de uma fase que marca a transição de um fogo para
um incêndio.

4) Constituição do Incêndio

1.48 Um fogo, é definido como uma combustão controlada de materiais combustíveis nas florestas,
como por exemplo uma queimada rural, destinada a reduzir o volume do combustível.

1.49 O incêndio florestal, por sua vez, define-se como uma combustão livre, não limitada no tempo
e no espaço, dos materiais combustíveis nas florestas. Em suma o fogo está limitado e sob controlo,
enquanto o incêndio, é uma combustão não limitada, descontrolada no tempo e no espaço. No
entanto, muitas das vezes estes termos são usados de forma a descrever o oposto por uma questão
de semântica, que deve ser entendida consoante o contexto em que é usado.

1.50 O desenvolvimento de um incêndio apresenta características na sua extensão e forma que


obriga a que seja dividido em partes. Assim as partes constituintes de um incêndio são:

Enquadramento
1-23
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.7 - Partes constituintes de um incêndio florestal

1.51 A Cabeça, é a zona de maior intensidade de propagação, em oposição à Retaguarda, que é a


zona oposta à Cabeça, e onde se verifica menor intensidade, ainda que também seja possível a
propagação nessa direção. Dai ser a zona menos segura por vários motivos e vice-versa em relação
à cauda.

1.52 O Flanco é a zona lateral, entre a Cabeça e a Retaguarda, sendo definido pelo, Flanco direito
no lado direito do sentido de propagação e o Flanco esquerdo, do lado esquerdo, respetivamente.

1.53 O Dedo não é mais que uma saliência num dos flancos que coincide com o local onde o
incêndio se propaga com maior velocidade. A Ilha é designada por uma zona do interior do incêndio
que não foi queimada pelo mesmo. A Bolsa é o espaço compreendido entre o flanco e um dedo. E
por fim o Foco Secundário, designa-se por um ponto de ignição de um novo foco de incêndio,
distinto do perímetro do incêndio principal.

1.54 Os Focos Secundários situados até 50 metros do incêndio principal são considerados de curta
distância; quando situados entre 50 e 500 metros, são de média distância; e a partir dos 500 metros,
são de longa distância.

1.55 As partes constituintes do incêndio podem multiplicar-se em grandes incêndios, pelo que é
natural que durante ocorrências grandes existam várias cabeças ou flancos.

d. Formas de Propagação

1) Incêndios de Superfície

1.56 Acontecem quando as chamas se propagam junto ao solo queimando os combustíveis


florestais à superfície, tais como os arbustos, a folhada e parte superior da manta morta.
Enquadramento
1-24
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 1.8 - Incêndio propagado pela superfície

2) Incêndios de Copas

1.57 Ocorre quando as chamas atingem as camadas mais altas do estrato de combustível florestal,
nomeadamente as copas das árvores, e se propagam através destas.

Figura 1.9 - Incêndio propagado pelas copas

3) Incêndios Subterrâneos

1.58 Ocorrem quando se propagam através de raízes ou na manta morta inferior, normalmente,
uma combustão sem chama e lenta, que pode demorar vários dias.

Figura 1.10 - Incêndio propagado pelo subsolo

Enquadramento
1-25
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.59 Na imagem abaixo podemos entender melhor, as três formas de propagação, tendo em conta
o arranjo espacial do estrato de combustível. Importa entender que podem ocorrer de forma
separada ou combinadas, sendo que quando estiverem as três presentes o incêndio tem um
potencial de dado muito maior.

Figura 1.11 - Formas de propagação do Incêndio

SECÇÃO IV - INFLUÊNCIA AMBIENTAL

a. Combustíveis

1.60 Durante este capitulo vamos centrar-nos nos combustíveis florestais. Para tal, considerando
as componentes do piro ambiente, é necessário recordar que esta é a única variável que pode ser
alterada pelo homem, como veremos em pormenor mais a frente.

Figura 1.12 - Piroambiente com destaque para o Combustível Florestal


Enquadramento
1-26
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(RESERVADO)
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1) Definição

1.61 Por definição, entende-se como combustível o conjunto de matéria vegetal, viva ou morta,
disponível para arder.

1.62 As unidades elementares de combustíveis são a partícula e a célula. A partícula descreve o


menor objeto individual num complexo de combustível. A célula é o menor volume de partículas que
contêm material suficiente para se considerar, estatisticamente, representativo do complexo.

2) Estratos

1.63 Os estratos fundamentais da propagação horizontal do fogo são:

(a) O estrato subterrâneo, constituído pela camada em decomposição (húmus), pelas raízes,
sobretudo dos cepos apodrecidos, que em combustão vão sendo consumidas lentamente
e podem ser responsáveis por reignições tardias de um incêndio aparentemente extinto.

(b) O estrato herbáceo, que é composto pelos combustíveis finos e a folhada da manta morta.
É apenas apôs o incêndio atingir uma certa intensidade que as chamas se propagam a
outros estratos e, mesmo assim, só raramente a combustão se torna independente do
estrato superficial.

(c) O estrato arbustivo que é composto pelos combustíveis médios, tais como os matos,
arbustos ou vegetação “média”, é o responsável pelo desenvolvimento da propagação
horizontal e conforme a biomassa, pode tornar um incêndio superficial num incêndio de
copas, ou seja, é também responsável pelo vetor de propagação vertical do incêndio.

(d) O estrato arbóreo, constituído essencialmente pelos combustíveis grossos ou pesados,


não são diretamente responsáveis pela propagação do incêndio, uma vez que, a sua
combustão é lenta.
No entanto, este estrato, contém combustíveis finos vivos, localizados nas copas das
árvores, que por sua vez, e não raramente, dão lugar à propagação do incêndio. Os
verdadeiros incêndios de copas, atualmente mais frequentes e perigosos, depois de uma
inflamação de curta duração, num fenómeno normalmente cíclico, projetam as faúlhas por
ação do vento provocando novas ignições nos estratos baixos..

Enquadramento
1-27
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 1.13 - Estrato de Combustíveis

3) Condições Edafoclimáticas

1.64 O material combustível disponível para arder, depende essencialmente das condições
edafoclimáticas e ecológicas dos locais, tais como a:

Exposição;
Condições Edafoclmáticas

Altitude;
Latitude;

Chuva, neve, etc.;


Solo (tipo);

Clima;
Idade da Vegetação, densidade e espécie;
Atividade e manejo anterior.

1.65 Os combustíveis, componente integrante do triângulo do fogo, são diretamente influenciados


pelo tempo atmosférico e a topografia que condicionam a sua disponibilidade de inflamação, a
capacidade para manter a combustão ou potenciam a facilidade de propagação.

1.66 Neste sentido, é o combustível o fator primordial, que determina o início de um incêndio, a
dificuldade de controlá-lo e a probabilidade de adotar o comportamento extremo ou irregular. No
entanto tudo depende do trabalho que o homem pode efetuar, no sentido de alterar as suas
características potenciadoras da combustão e propagação.

4) Classificação

Enquadramento
1-28
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.67 A classificação dos combustíveis florestais, envolve a sua caracterização, inventariação e


avaliação. A caracterização identifica os parâmetros físicos e químicos fundamentais das partículas,
camadas e complexos de combustíveis. A inventariação consiste na medição ou mostragem dessas
propriedades, e a avaliação é a estimação do risco, constituído pelos combustíveis, com base na
sua probabilidade de ignição e comportamento do incêndio. Neste, ainda só uma pequena parte,
da biomassa total, é que está disponível para arder e o vetor fundamental na propagação dos
incêndios florestais são os combustíveis finos.

1.68 É manifestamente importante para compreender melhor como concorrem para a problemática
dos incêndios florestais. Como já verificamos, entende-se que os combustíveis florestais, são todos
os materiais vegetais que podem arder, no entanto a sua influência varia consoante as suas
características. A primeira classificação que podemos fazer, tem a ver com o seu estado de vida:

Combustíveis Mortos: Combustíveis Vivos:


Ramos, troncos, caídos, etc… Ervas ou vegetação rasteira;
Folhas secas,camada humus em decomposição; Arbustos, matos, vegetação “média”;
Ervas secas, manta morta, pastos, searas, etc... Estrato arbóreo, materiais grossos, etc...

1.69 A classificação segundo os estratos de vegetação está mais ligada ao processo de propagação
do incêndio florestal:

 O estrato subterrâneo é o causador do reignições tardias, associadas à combustão lenta


por de baixo do solo.

 A manta morta e o estrato herbáceo influênciam a ignição e a sua propagação horizontal e


superficial.

 O estrato arbustivo é responsável do mesmo modo pela ignição a sua evolução ou


sustentação. É também responsável por provocar o aumento da intensidade da chama
bem como o poder calorifico libertado.

 O estrato arbóreo tem um papel menos preponderante. Não está relacionado com a ignição
nem com a sua evolução, é, no entanto, responsável pelos pontos quentes que se mantêm
depois do incêndio passar e/ou pelas fumarolas representativas dos pontos quentes. No
entanto é importante destacar, que é no estrato em causa que se encontram material como
a folhagem (materiais finos vivos), que dão origem aos designados incêndios de copas.

1.70 A organização dos estratos de combustível e o seu arranjo espacial, é de igual modo
fundamental para a propagação e evolução de um incêndio, ou o inverso. Entender a sua
organização espacial, ajuda a tomar as melhores decisões para o combate, a salvaguardar meios
humanos e materiais e a obter o sucesso das operações de combate.

Enquadramento
1-29
(RESERVADO)
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Tabela 1.3 - Organização espacial dos constituintes do complexo de combustíveis

Propagação
Estrato Consequência
Superficial Horizontal Vertical
Manta morta + + - Ignição

Herbáceas + + + Ignição

Arbustivas - + + Ignição/Evolução

Arbóreo - - - Fumarolas/Pontos quentes

Subterrâneo - + - Reignições tardias

1.71 A impossibilidade de alterar a meteorologia ou a topografia, determina que, apenas, se possa


atuar diretamente no combustível, uma das faces do “triângulo do fogo”. Importa destacar assim a
influência que o homem tem de ter nos combustíveis para resolver a problemática, uma vez que os
combustíveis são a única componente do “triângulo do fogo” que pode ser modificada a favor do
combate e é sobre estes que se deve ter uma grande intervenção ao longo dos anos. A mudança
dos combustíveis, através de uma intervenção direta, eficiente e continuada, mudará o
comportamento dos incêndios, interrompendo a sua continuidade, eliminando as espécies mais
inflamáveis, ou alternando-as na paisagem com espécies mais resistentes, bem como a eliminação
de matos e da manta morta, através do uso do fogo controlado ou da devastação, para
compartimentar a floresta e criar mosaicos de gestão são a chave para se dominar a problemática
associada aos incêndios florestais.

5) Características

1.72 As caraterísticas principais do combustível florestal que influenciam o comportamento de um


incêndio florestal são:

Quantidade de combustível;
Tamanho e forma;
Características dos

Compactação;
Combustíveis

Continuidade horizontal;
Continuidade vertical;
Densidade de madeira;
Substâncias químicas;
Humidade dos combustíveis.

1.73 Destas características deduzem-se as noções de:

 Inflamabilidade;

Enquadramento
1-30
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 Combustibilidade.

1.74 Em paridade com as principais características, a organização espacial dos constituintes do


complexo de combustível são decisivas entender o desenvolvimento e o comportamento do
incêndio. Logo podemos entender esta organização espacial em três partes:

1º. Combustíveis de Solo – Matéria orgânica do horizonte superficial que pode suportar a
combustão, como por exemplo a folhada em decomposição, raízes velhas e apodrecidas ou
a manta morta superficial.

2º. Combustíveis de Superfície – Formados pela vegetação próxima do solo, (como por
exemplo os arbustos ou herbáceas) e junto ao solo (como por exemplo a folhada, ramos
tombados, etc.).

3º. Combustíveis Aéreos – Formados pela folhagem e ramos que constituem a copa das
árvores, usualmente afastados do solo.

AÉREO ELEVADO AÉREO SUPERFICIAL


FOLHADA
(>0,5 m) (<0,5 m)

Figura 1.14 - Organização espacial dos constituintes do complexo de combustíveis

1.75 Vejamos agora cada uma das caraterísticas principais do combustível florestal per si.

6) Quantidade de Combustível

1.76 A quantidade ou carga disponível para a combustão é mais importante que a de combustível
total, uma vez que, não se consome todo o combustível durante a combustão.

1.77 A disponibilidade é difícil de quantificar e pode alterar-se durante o próprio desenvolvimento


do incêndio, segundo:

Enquadramento
1-31
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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disponibilidade do Combustível A hora;


Parâmetros que determinam a

A época do ano;

O estrato;

O tempo atmosférico;

A vegetação;

A intensidade da chama.

1.78 A quantidade de combustível mede-se pela carga ou peso seco por unidade de superfície
(Kg/m2, ton/ha). Este fator tem muita importância porque quanto mais forte for o combustível mais
forte será a combustão:
I=CxMxV

I – Intensidade da linha de fogo (Kcal/m/s);


C – Calor de combustão (constante) (Kcal/Kg);
M – Massa do combustível consumido (Kg/m 2);
V – Velocidade de propagação (m/s).

1.79 Existem inter-relações entre os parâmetros desta equação, de tal modo que a experimentação
mostra que, quando o combustível consumido se reduz a metade, a intensidade reduz-se mais de
2 vezes porque a velocidade também baixa.

1.80 A quantidade de combustível varia bastante conforme a classe de vegetação, como referência,
devemos seguir os seguintes valores de referência (combustível total):

 Deserto 0 a 3 ton/ha;

 Pastagem e arbustos 2 a 12 ton/ha;

 Matos 20 a 100 ton/ha (em latitudes temperadas é normal haver 5 a 30 ton/ha, com um
máximo de 60 ton/ha);

 Agulhas de pinheiro ou folhas de carvalho 1 a 2 ton/ha;

 Desperdícios de exploração, cortes culturais 70 ton/ha, corte raso até 250 ton/ha;

7) Tamanho e Forma

1.81 Uma expressão das dimensões dos combustíveis pode ser a relação da área superficial por
volume de material. Quanto menor for o tamanho da partícula maior é o valor daquele quociente.
Os combustíveis finos têm uma alta relação superfície/volume:

Enquadramento
1-32
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Ramos de 13 mm de diâmetro têm 408 m2/m3;

 Agulhas de pinheiro têm 5600 m2/m3;

 Pastagem tem 6600 m2/m3.

1.82 Ao contrário um tronco com 3m de comprimento e 0,1m de diâmetro apresenta um valor de


40,7m2/m3 e com 0,5m de diâmetro 8,7 m2/m3 para a sua relação superfície/volume, respetivamente.

1.83 Toda a água e calor passa pela área superficial da partícula. Assim os combustíveis finos têm
mais área através da qual:

 Absorvem ou perdem água, e assim se altera rapidamente a humidade do combustível,

 Absorvem calor dos combustíveis inflamados adjacentes. Assim alcançam mais


rapidamente a sua temperatura de ignição.

1.84 Os combustíveis finos não só se inflamam mais facilmente, mas também ardem rapidamente
e queimam-se por completo. É por isso que esta categoria de combustíveis deve ser reduzida por
qualquer meio, manual ou mecânico, ou pelo uso do fogo controlado.

1.85 Para avaliar a influência que exerce o tamanho do combustível no comportamento do incêndio,
é imprescindível saber a quantidade de combustível em cada categoria e o seu respetivo tamanho.
As categorias por tamanho geralmente utilizadas são as seguintes:

Folhada
(menos de 6mm de diâmetro)

Regulares (6 a 25 mm)

Ramos finos Ramos grossos


Médios (25 a 75 mm)

Grossos ou pesados
(75 mm ou mais)

Ervas
Finos ou ligeiros

Camada de Ramos
decomposição
Talos
pequenos Troncos
(arbustivas)
Agulha de
pinheiro

8) Compactação

1.86 Consiste no espaçamento entre combustível, ou seja, dentro de uma certa quantidade deve
ter-se em conta a percentagem de partículas de combustíveis e a percentagem de ar entre as
partículas. Quanto maior for a percentagem de oxigénio maior será a reação química da combustão.

1.87 Assim, uma componente de combustível com maior compactação terá um volume menor de
ar ou espaço e, por sua vez, uma componente de combustível menos compacta terá um volume de
ar ou espaço maior..

1.88 Comparando a folhada de pinheiro com a de coníferas de agulhas curtas como o cedro:

Enquadramento
1-33
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 A folhada de pinheiro apresenta, menor compactação, portanto o ar pode passar livremente


e as partículas secarão mais rapidamente.

 As agulhas de pinheiro têm mais ar disponível à sua volta de modo a sustentar a combustão
com facilidade.

 A chama propaga-se mais rapidamente na folhada de pinheiro. Então a compactação afeta:

 A taxa de secagem: quanto mais espaço ou ar existir, mais rapidamente os combustíveis


secam e vice-versa.

 A velocidade de propagação, uma vez que, com ar suficiente, a chama tem mais oxigénio
para se propagar mais rapidamente.

1.89 Finalmente, sobre este critério de compactação, as folhadas de carvalho são as mais
combustíveis, seguindo-se por ordem, as de pinheiro bravo, de pinheiro negro, depois, as folhas de
cedro e finalmente as de medronheiro que apresentam alguma resistência ao fogo.

9) Continuidade Horizontal

1.90 A continuidade horizontal diz respeito à distribuição dos combustíveis no plano horizontal.

1.91 É o fator principal na propagação do fogo, já que vai definir até onde se propagarão as chamas
e a velocidade do fogo.

1.92 Existe uma grande variedade de condições de continuidade, no entanto as duas principais são:

Uniforme: não há interrupção no combustível e as chamas propagar-se-ão sem obstáculos.


Não uniforme: o combustível dispõe-se de forma dispersa estando rodeado ou não de vegetação inflamável.

1.93 Os estratos de combustível mais baixos propiciam a progressão vertical, porque eles assumem
uma persistente radiação calorifica quase totalmente dirigida para cima, esta radiação contribui para
a ignição dos combustíveis lenhosos dos diversos estratos de vegetação.

10) Continuidade Vertical

1.94 A continuidade vertical, refere-se à distribuição dos combustíveis no plano vertical. Influi na
probabilidade de um fogo superficial passar a um fogo de copas. Essa probabilidade é tanto maior
quanto mais os combustíveis das diversas categorias forem regularmente distribuídos desde o solo
ao topo das árvores.

1.95 A continuidade vertical dos combustíveis é inexistente num povoamento bem podado e limpo
de resíduos de cortes.

11) Densidade da Madeira

Enquadramento
1-34
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.96 A densidade da madeira influencia a sua capacidade calorífica, ou seja, a capacidade que a
madeira tem para absorver calor por unidade de aumento de temperatura. Madeira mais densa,
como por exemplo a de carvalho, pode absorver mais calor que uma madeira menos densa, como
a de pinho, antes de se inflamar.

1.97 Os combustíveis de pouca densidade, troncos e cepos apodrecidos, têm uma capacidade
calórica muito baixa, não necessitam de muito calor para que a temperatura suba até ao ponto de
ignição, portanto, estes combustíveis inflamam-se com maior facilidade.

12) Substâncias Químicas

1.98 Alguns combustíveis contêm certas substâncias voláteis, tais como óleos, cera e resina, que
fazem com que o combustível que as contém, ofereçam melhores condições de inflamabilidade.

1.99 Os arbustos em zonas semiáridas tendem a conter altas quantidades de cera, e as espécies
resinosas, como os pinheiros, contêm resina, substâncias químicas altamente voláteis.

1.100 Estas substâncias químicas podem afetar a intensidade da linha de chamas, a velocidade de
propagação mais elevada e, portanto, aumenta o comportamento do incêndio. Quanto mais alto o
teor destas substâncias mais elevados serão estes parâmetros do comportamento, é por esta razão
que num povoamento de resinosas o incêndio se propaga em geral mais rapidamente.

13) Humidade dos Combustíveis

1.101 A humidade do combustível é a quantidade de água que contém, expressa em percentagem


relativamente ao seu peso seco. Regra geral, as folhas vivas das árvores contêm entre 80 a 250%
de humidade, com o seu máximo na Primavera. Esta característica tem uma importância central na
ignição e no desenvolvimento da combustão. Quanto maior for a humidade contida nos
combustíveis, mais difícil será a ignição e o desenvolvimento do incêndio. Esta relação tem
diferentes interpretações consoante o combustível esteja vivo ou morto, assim entenda-se a relação
entre combustível vivo e combustível morto, em relação ao seu teor de humidade.

1.102 Os combustíveis mortos caracterizam-se por serem combustíveis de teor de humidade mais
variável, enquanto que os combustíveis vivos se caracterizam por apresentarem um teor de
humidade mais constante. Esta relação é diretamente proporcional ao seu estado, ou seja,
enquanto que um combustível vivo perde ou ganha teor de humidade do solo através das suas
raízes, um combustível morto, equilibra esta relação diretamente da atmosfera (humidade relativa
do ar). É justo dizer que a influência dos combustíveis mortos no comportamento é maior que a dos
combustíveis vivos, isto porque a disponibilidade para a combustão é maior, ou se verifica mais
cedo. Embora que a diferença seja insignificante, quando se trata de combustíveis finos ou ligeiros,
uma vez que estes perdem rapidamente a humidade quando expostos a temperaturas muito
elevadas.
Enquadramento
1-35
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.103 Esta relação traduz-se nas seguintes percentagens de humidade:

Entre 1 e 60 % para combustíveis mortos.


Entre 30 e 300 % para combustíveis vivos.

Nota: Numa mesma planta coexistem normalmente combustíveis mortos e vivos, embora os combustíveis
mortos se verifiquem mais à superfície do solo designada como manta morta.

1.104 O tempo de reposta de uma partícula às alterações da humidade ambiente, de forma a


alcançar a humidade de equilíbrio, denomina-se tempo de retardação. Assim entende-se como
tempo de retardação o “tempo necessário para que o material perca 2/3 (66%) da diferença entre a
humidade inicial e a humidade de equilíbrio (estado em que o material não perde nem ganha
humidade para o ambiente).”

1.105 Este conceito é aplicável a combustíveis mortos, e está estreitamente associado à relação
superfície/volume.

Tabela 1.4 - Tempo de retardação dos combustíveis

Classificação do combustível por tamanho e tempo de retardação


Categoria de tamanho (mm) Tempo de retardação
Finos ou ligeiros <6 1 hora
Regulares 6 a 25 10 horas
Médios 25 a 75 100 horas
Grossos ou pesados 75 1000 horas

1.106 Os combustíveis da categoria 1 (< 6 mm), designação vulgar 1 Hr, são os materiais finos da
folhada e manta morta, os médios, 10 Hr, são em geral ramos das árvores ou troncos de arbustos,
os troncos de árvores de pequeno porte ou de arbustos grandes são classificados na categoria 100
Hr, são de 1000 Hr os troncos das árvores de grande porte caídas e formando materiais de pesadas
cargas de combustível.

1.107 Uma agulha de pinheiro, por exemplo, está na categoria de “1 hora”, o que significa que
exposta a novas condições de temperatura e humidade relativa ambiente, demorará uma hora a
alterar 2/3 da diferença entre o conteúdo inicial da sua humidade e o conteúdo de humidade de
equilíbrio com o novo ambiente. Um ramo de 15 mm de diâmetro demorará 10 horas a cumprir a
mesma alteração. Um tronco de 90 mm de diâmetro precisará de 1000 horas (40 a 50 dias).

1.108 A importância de um combustível fino perder rapidamente a sua humidade ao contrário de


um combustível grosso, revela-se no facto de a vegetação de uma pastagem poder arder
rapidamente, poucas horas depois de uma chuva, e de os troncos arderem com muita intensidade
de noite ainda que o estrato herbáceo se encontra molhado pelo orvalho.

Enquadramento
1-36
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.109 O teor de humidade de equilíbrio de um combustível como combinação da humidade


atmosférica e da temperatura do ar é constantemente alterado pelas variações das condições
atmosféricas. Essas alterações, depende da fragmentação, exposição do combustível e da
velocidade do vento que influencia o gradiente de humidade na vizinhança da superfície do
combustível. As ervas secas são materiais muito fragmentados e expostos pelo que reagem mais
rapidamente àquelas variações ao contrário dos grandes troncos ou materiais compactos que
podem demorar muito tempo a modificar a sua humidade.

1.110 Nas plantas vivas, as partes combustíveis com mais importância no comportamento do
incêndio são a folhagem e os pequenos ramos cuja humidade é essencialmente regulada pelos
processos fisiológicos das plantas. Os défices em água da planta são controlados pela taxa relativa
de absorção pelas raízes e pela transpiração, que variam conforme a hora do dia e a época do ano.
A combustão com chama deixa de ser possível acima de um certo teor em água, esta humidade
chamada de extinção (em relação ao peso seco) tem os valores seguintes:

 12% para certas espécies herbáceas;


Humidade de extinção

 20% par agulhas de algumas resinosas;

 25 a 40% para a manta morta;

 120 a 160% para a maior parte dos combustíveis vivos.

14) Inflamabilidade

1.111 A inflamabilidade é a propriedade que um combustível apresenta quando submetido a um


aquecimento anormal produzindo chama. A quantidade de energia necessária para produzir a
ignição ou o tempo necessário para existir inflamação durante a exposição a uma dada energia,
estão na base da avaliação da inflamabilidade. Esta noção está diretamente ligada com a noção de
perigo de ignição do incêndio.

1.112 A inflamabilidade depende das principais características do combustível que vimos


anteriormente:

 Estrutura;
Características dos
combustíveis

 Teor de água;

 Composição mineral e presencial de substâncias voláteis;

 Estados fisiológicos.

1.113 Sobre este último ponto, as inflamabilidades são decrescentes segundo a ordem seguinte:

Enquadramento
1-37
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Frutificação;
Inflamabilidades

 Floração;

 Rebentação;

 Repouso vegetativo hibernal;

 Crescimento ativo e desenvolvimento aéreo da planta.

1.114 Durante todo o ano, as inflamabilidades médias das folhas periféricas das plantas agrupam-
se em quatro classes de risco:
Inflamabilidades médias

Bastante forte Pinheiro bravo, zimbro, bruxo;


das folhas periféricas

Forte: Urzes, tojo, sobreiro, azinheira;

Moderado Giesta, esteva;

Fraco Medronheiro, cedro.

1.115 Estas inflamabilidades médias não devem esconder o reagrupamento das classes que se
constata em períodos estivais muito quentes e muito secos.

15) Combustibilidade

1.116 Entende-se por combustibilidade a noção de propagação do incêndio que se estuda à escala
do povoamento, fazendo intervir os diferentes estratos da vegetação constituintes do povoamento.

1.117 A combustibilidade caracteriza a facilidade de propagação de um incêndio num determinado


conjunto de combustíveis. Ela depende da estrutura e das espécies dominantes da formação
vegetal em combustão, estando diretamente relacionada com a disposição dos combustíveis no
terreno. É normalmente determinada através do tempo que um conjunto de combustíveis demora a
arder, podendo exprimir-se em quilocalorias por metro quadrado de terreno. A combustibilidade num
pinhal bravo, num matagal ou num eucaliptal é muito superior à combustibilidade num povoamento
de sobro ou de azinho. A combustibilidade depende da estrutura da formação vegetal, mas também
da presença de espécies muito inflamáveis.

1.118 Os incêndios de copas eram raros, atualmente mais frequentes, no estrato arbóreo contribui
para o aumento da combustibilidade do povoamento através da queda das folhas e dos ramos
mortos. Estes resíduos ficam muitas vezes e temporariamente intercetados pelo estrato arbustivo,
formando uma “camada suspensa”, aumentando assim a combustibilidade.

Enquadramento
1-38
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.119 Fazendo uma análise da combustibilidade dos povoamentos através da sua estrutura, podem
distinguir-se 3 grandes categorias:

Povoamentos que têm uma estrutura horizontal e vertical homogénea

1.120 Neste tipo de povoamento, a combustão aumenta de potência. Trata-se do caso geral das
formações de pinheiro bravo adultas que não foram limpas, incluindo-se também os jovens
povoamentos ainda não fechados e as formações de matos.

Povoamentos que têm uma estrutura horizontal homogénea e uma estrutura vertical heterogénea

1.121 Neste tipo de formações florestais, o incêndio propaga-se ao nível dos estratos baixos com
uma fraca potência, pelo que os riscos da existência de incêndios de copas são reduzidos.

1.122 É o caso de certos tipos de povoamentos de pinheiro adulto bem desmatados e desramados,
ou povoamentos em que o solo não favorece os estratos baixos.

Povoamentos que têm uma estrutura horizontal e vertical heterogénea

1.123 Encontrando uma estrutura destas o fogo perde potência podendo mesmo apagar-se. Trata-
se de povoamentos mistos de alto-fuste de resinosas e de talhadias de folhosas, e nas plantações
adultas de espécies que formam rapidamente um coberto fechado como por exemplo a
Pseudotsuga.

1.124 Como constatado, neste capítulo, a relação dos combustíveis com os incêndios é direta.
Percebemos então o que é que arde e como se comporta a combustão perante enquadramentos
diferentes dos estratos, conjugados ou isolados, compactos ou dispersos, secos ou húmidos.

1.125 No decurso de situações de fogo controlado ou operações de combate, para facilitar a


identificação dos combustíveis, nomeadamente “o que é que está a arder”, é importante recorrer
aos modelos de combustível existentes. Para os modelos de combustível existentes em Portugal
identifica-se as seguintes referências (ver anexo A):

Fernandes, P.M., C. Loureiro. 2014. Guia de modelos de combustível para Portugal Continental.
Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,
Vila Real. (em preparação á data de 27/12/2019).
Fernandes, P., H. Gonçalves, C. Loureiro, M. Fernandes, T. Costa, M.G. Cruz, H. Botelho. 2009. Modelos de
combustível florestal para Portugal. Pp. 348-354 In Atas do 6º Congresso Florestal Nacional. SPCF, Lisboa.

b. Topografia/Relevo

1.126 A topografia refere-se à superfície da terra, em particular às propriedades ou características


físicas (naturais ou artificiais) de um determinado local ou região, e inclui elementos tais como, a
formas de relevo, a altitude, a exposição e o declive das encostas. As variações na topografia podem

Enquadramento
1-39
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

causar efeitos dramáticos no comportamento do incêndio e consequentemente na sua progressão,


que deve ser conhecido para melhor ser antecipado.

1.127 O relevo, considerando a problemática em debate, deve ser analisado essencialmente quanto
à existência de declive, à exposição do terreno e à sua forma. Como referimos nas outras
componentes do piroambiente, a topografia é o vetor mais constante, não pode ser alterado e não
tem variações como a meteorologia que necessitem de ser antecipadamente previstas. No entanto
é previsível a cada momento do incêndio, ou obtendo a sua predição, saber o seu comportamento
consoante a forma de terreno que encontrar.

Figura 1.15 - Piroambiente com destaque para a Topografia

1.128 As características do terreno, traduzem diferentes comportamentos na propagação da


chama, não só pela forma atual do terreno onde progride, mas também porque contém combustíveis
com características diferentes consoante local onde crescem ou se depositam. O comportamento
está totalmente relacionado com as distâncias no espaço, e isto é elementar.

1.129 As principais formas de relevo, que podemos encontrar, por todo o território nacional são,
essencialmente as seguintes, considerando a imagem abaixo:

 Planícies: áreas geográficas com pouca ou nenhuma variação de altitude (vide ponto 8 da
imagem);

Enquadramento
1-40
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Planaltos: zonas planas situadas a uma altitude superior à das áreas circundantes (vide ponto
9 da imagem);

 Depressões: áreas com altitude mais baixa do que a das áreas que circundam (vide ponto
10 da imagem);

 Montanhas: Formas de relevo elevadas, apresentando uma grande variabilidade de altitudes


e declives (vide ponto 11 da imagem).

Figura 1.16 - Formas do relevo

1.130 Derivados das mesmas, devemos considerar o declive, as cristas topográficas, as linhas de
feste, o relevo, as linhas de água, os vales encaixados, a exposição, a altitude e latitude, entre
outras, na sua dimensão.

1.131 O comportamento do incêndio pode ser modificado dramaticamente por variações na


topografia. As condições meteorológicas locais e de combustível alteram-se no espaço/tempo sob
influência da topografia.

1.132 Estes fatores têm enorme preponderância na velocidade de propagação, que é tanto maior
quanto mais pré-aquecidos forem os combustíveis. Desta forma, pode dizer-se que a velocidade de
propagação depende de fatores como:

 Calor libertado na combustão;

 Temperatura e humidade relativa do ar;

 Rumo e velocidade do vento;

 Declive;

 Humidade dos combustíveis vivos e mortos;

 Tamanho dos combustíveis (altura);

Enquadramento
1-41
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Forma e exposição dos combustíveis;

 Forma do relevo e sua exposição solar.

1.133 Da combinação destes fatores resulta uma maior ou menor intensidade da linha de chamas,
cujo conhecimento é muito útil para definir o tipo de meios e o método de combate necessários à
extinção do incêndio.

1) Declive

1.134 O efeito do declive sobre o comportamento do incêndio é direto, e análogo ao efeito do vento,
visto que tende a aproximar a coluna de convecção do solo, contribuindo para reduzir a altura de
copa dessecada e auxilia o avanço do fogo.

1.135 Outra característica merecedora de realce é a percentagem de inclinação, pois quanto mais
inclinado for, mais se dobram as chamas no sentido da propagação. Por esse motivo, o declive
possui grande preponderância no efeito das colunas de convecção, afetando assim a velocidade
de propagação. Para para além de originar uma convecção natural, exerce influência na forma da
chama e, consequentemente, no comportamento de um incêndio florestal.

Figura 1.17 - O efeito do declive na forma da chama em comparação ao efeito do vento

1.136 Concomitantemente, existem outros efeitos importantes que devem ser referidos,
nomeadamente o acentuar do declive. Consoante se acentuam os declives (acima dos 30º de
inclinação), a tendência será para que os efeitos se agravem significativamente.

1.137 Efeitos provocados pela inclinação:

 Maior aproximação dos combustíveis às chamas;

 Aumenta o comprimento das chamas;

 Favorece a passagem de um incêndio de superfície para as copas das árvores;

 Favorecem a ocorrência de comportamento eruptivo;

 Locais característicos de formação de brisas locais.

Enquadramento
1-42
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Fonte: ESAC

Figura 1.18 - Relação declive radiação solar

1.138 Efeitos provocados na área adjacente (a subir o declive até a linha de cumeada):

 Incêndio com grande intensidade a subir encosta;

 Possibilidade de projeções na encosta oposta e que deve ser muito bem avaliada;

 Após transição na linha de cumeada, incêndio a descer com baixa / média intensidade;

Fonte: ESAC

Figura 1.19 - Progressão ascendente e descendente

1.139 Efeitos provocados na área adjacente (a descer num vale encaixado):

 Elevado pré-aquecimento dos combustíveis da encosta direita;

 Possibilidade de haver projeções de partículas;

 Pode haver ignição em poucos minutos de toda a encosta ou parte dela;

Enquadramento
1-43
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Situação de muito perigo se os meios estiverem “à espera” do incêndio na encosta da direita;

 Comportamento do incêndio será completamente distinto nas duas encostas;

Fonte: ESAC

Figura 1.20 - Convecção em vale encaixado

1.140 Efeitos provocados na área adjacente (transição de declives):

 A frente de chamas ao transitar para uma zona de declive diferente (ex. nulo ou suave) não
altera de imediato o seu comportamento;

 A intensidade e a velocidade de propagação depois da transição ainda poderá ser muito


idêntica à que se observava na zona com declive, (devido aos fenómenos convectivos
desenvolvidos ao longo da encosta, que se vão fazer sentir para além da zona de transição);

 Quanto menor a diferença entre os declives, mais se vão manter os fenómenos físicos no
segundo declive.

Figura 1.21 - Transição de declive

Fonte: ESAC

Enquadramento
1-44
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.141 Para além dos fatores já enunciados, que podemos considerar como fatores diretos, existe
ainda um fator que, indiretamente pela sua relação com a radiação solar, potencia o comportamento
denomidado de exposição solar da encosta. Conjugando todos os fatores motivadores em declives
muito acentuados, conclui-se que as ocorrências nestes locais favorecem a ocorrência de
comportamento eruptivo.

Figura 1.22 - Relação com a radiação solar1

1.142 Como verificamos, o declive tem uma influência direta no comportamento do incêndio, uma
vez que tem como motivador, a influência provocada pela formação de Brisas Locais.

Figura 1.23 - Influência do declive no comportamento do incêndio2

1.143 Na situação sem vento, de uma frente de um incêndio a subir uma encosta, espera-se que
sejam atingidas maiores velocidades de propagação, comprimento e intensidade de chama, que na
situação oposta, do que num incêndio a propagar na direção descendente.

1 Fonte: Eng.º Rui Giestas


2 Fonte: Eng.º Rui Giestas
Enquadramento
1-45
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.24 - Efeito do declive na progressão do incêndio

1.144 Geralmente, no terço inferior das encostas, as temperaturas são mais elevadas e existe mais
carga combustível. No terço médio de uma encosta, durante o período noturno formam-se cinturões
térmicos em que o ar é mais quente. E, na parte superior da encosta, no terço superior, verificam-
se variações bruscas nos ventos, existindo muito menos carga combustível.

1.145 Em contrapartida, o declive, causa sérias limitações aos meios de combate, bem como aos
operacionais envolvidos, pelo que o seu posicionamento deve ser acautelado para evitar acidentes.
As limitações de inclinação, condicionam na seguinte ordem:

 Limitações nas condições de segurança para a circulação dos veículos (50% inclinação frontal
e 30% inclinação lateral);

 Inclinação > 35º e no caso de existirem afloramentos rochosos, torna-se muito difícil a
utilização de máquinas de rasto (MR);

 Em declives acentuados e muito acentuados a projeção de partículas incandescentes pode


também ocorrer por rolamento;

 Dificuldade de progressão no terreno do pessoal apeado;

 Possibilidade de haver rolamento de pedras e troncos em resultado dos trabalhos com MR.

2) Exposição

1.146 A exposição e a irregularidade topográfica influenciam a direção e velocidade do vento. A


exposição afeta a quantidade de vento e a radiação recebida por uma encosta, por sua vez
influencia a humidade do combustível, tornando-os mais disponíveis para a combustão.

1.147 A exposição de uma encosta em relação ao Sol influencia a sua temperatura. Por exemplo,
ao meio dia regista-se diferenças nos valores de temperatura entre as vertentes viradas a Sul, que
se apresentam mais quentes, e as viradas a Norte que se apresenta mais frias.

1.148 É necessário considerar as vertentes com exposição solar e as vertentes sem exposição
solar, ou entender o processo como a direção que as encostas apresentam relativamente aos
pontos cardeais, considerando que as vertentes expostas:

Enquadramento
1-46
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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(a) A SUL

 Estão mais quentes por estarem mais tempo expostas ao sol;

 Menos carga de combustível disponível comparativamente a Norte, mas maior


quantidade de combustível fino morto;

 Tem combustíveis com mais disponibilidade para a combustão.

(b) A NORTE

 São mais sombrias, por estarem menos tempo expostas ao sol, menor radiação solar;
menor temperatura dos combustíveis;

 Tem mais combustível (mais combustível médio e grosso);

 Tem combustíveis com mais teor de humidade o que dificulta a combustão e


propagação.

Figura 1.25 - Variáveis que decorrem da exposição

1.149 Uma encosta com exposição a sul, durante a manhã é propicia à ocorrência de incêndios de
superfície, com baixa intensidade, ao final da tarde com o aquecimento provocado pela radiação
solar, a condição passa a ser favorável a ocorrência de incêndios de copas com extrema
intensidade.

Figura 1.26 - Exposição solar ao longo do dia

Enquadramento
1-47
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.150 Estas variáveis devem estar no processo de análise e observação, uma vez que a exposição
determina, em grosso modo, a quantidade de radiação solar, ou seja, a variação da temperatura do
ar, variação da humidade relativa do ar, variação do teor de humidade dos combustíveis e a
respetiva variação da temperatura destes últimos.

3) Forma

1.151 As formas de relevo, também tem influência, pois afetam os ventos e criam microclimas
próprios. Um bom exemplo da conjugação favorável das formas de relevo com exposição das
vertentes é a localização de silhais e apiários em sítios agradáveis que, mesmo situados a altitudes
elevadas, beneficiam de condições locais amenas, apesar de, quando se passa nas proximidades,
sente-se algum desconforto, quer pelos ventos fortes, quer pelas temperaturas mais quentes ou
mais frias, em função da época do ano.

(a) Linhas de Água

1.152 As linhas de água vão provocar um comportamento completamente distinto no incêndio,


comparando-o com um incêndio a arder numa encosta ou numa zona plana com o mesmo tipo de
combustível.

Figura 1.27 - Linhas de água3

1.153 Nestes locais observa-se um aumento súbito da velocidade e intensidade de propagação


conhecido vulgarmente como “efeito de chaminé”. A propagação numa linha de água, concretiza-
se em toda a sua génese, se a linha de água for o mais retilínea possível, quanto mais declive existir
maior será a intensidade e delocidade de progressão do incêndio.

1.154 A topografia manifesta-se em algumas pequenas linhas de água existentes no encontro de


duas encostas, formando vales apertados e com declive acentuado. Nestes locais a vegetação
costuma ser mais densa e em norma o efeito da progressão ascendente é reforçado, o que torna
estas zonas extremamente perigosas pelas condições extremas de propagação.

3 Fonte:Eng.º Rui Giestas


Enquadramento
1-48
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.155 Em suma, a observação do comportamento do incêndio é obrigatoriamente distinta uma vez


que:

 Por norma são locais com mais combustível;

 O incêndio tem mais condições para secar e pré aquecer os combustíveis;

 Nestes locais observa-se um aumento súbito da velocidade e intensidade de propagação;

 Este efeito de aumento de velocidade e intensidade é conhecido vulgarmente como “efeito de


chaminé”.

1.156 Os vales canalizam o vento dominante, podendo encontrar-se ventos turbulentos na boca,
causando um comportamento errático do incêndio. Nesses locais, designados por “chaminés”, a
vegetação costuma ser mais densa e, geralmente, o efeito de progressão ascendente do incêndio
é reforçado face às encostas adjacentes.

1.157 Trata-se, portanto, de uma configuração do terreno muito perigosa, principalmente pelas
condições extremas de propagação que provoca.

1.158 Quanto maior for o declive, maior será a velocidade de propagação do incêndio, pelo que, o
efeito chaminé agrava-se mais em vales encaixados com acentuado declive.

Figura 1.28 - Propagação de um incêndio numa chaminé

1.159 Se o relevo forma vales estreitos e linhas de água, o incêndio pode passar com facilidade de
uma encosta para outra, podendo atuar como verdadeiras chaminés, nas quais, os ventos de vale
que se formam, podem alcançar grande velocidade.

Figura 1.29 - Formação de ventos que potenciam a


passagem para outra encosta

Enquadramento
1-49
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1.160 Dentro dos vales há essencialmente calor por radiação e por convecção, o qual implica um
maior aquecimento dos combustíveis. A potencial capacidade de formação de faúlhas ao longo do
desfiladeiro é muito alto, bem como a possibilidade de se iniciar outro incêndio devido aos
combustíveis que vão descendo e rolando em chamas. Ao combater incêndios em vales
encaixados, é importante estar alerta às turbulências mecânica e térmica, aos ventos de alta
velocidade e à formação de faúlhas.

(b) Altitude

1.161 A existência de zonas com pouca ou nenhuma variação de altitude (planícies), zonas planas
situadas a uma altitude superior à das áreas circundantes (planaltos), áreas com altitude mais baixa
do que a das áreas que circundam (depressões), formas de relevo elevadas, grande variabilidade
de altitudes e declives (montanhas), são aspetos que irão influenciar a forma de como o incêndio
irá evoluir e assim, deste modo, trazer implicações decisivas.

1.162 Considerando também a altitude a que se encontra a superfície onde acontece a combustão,
podemos afirmar que a mesma irá condicionar indiretamente o comportamento dos incêndios, pelo
efeito que induz na disponibilidade e no tipo de combustível aí existente. Assim veja-se os seguintes
combustíveis e o local onde os podemos encontrar tendo em conta a altitude:

 Choupos, salgueiros e ulmeiros: principalmente associados a linhas de água;

 Matagais < 1700m de altitude;

 Pinheiro bravo < 1500 a 1700m de altitude;

 Azinheira e sobreiros < 1500m de altitude;

 Faias e abetos < 1700m de altitude;

 Pinheiro silvestre < 2100m de altitude;

 Carvalho alvarinho < 2500m,

 Castanheiro < 1800m de altitude.

1.163 À medida que se progride no terreno em altitude ou a subir na encosta, vão-se observando
variações da precipitação, da temperatura e humidade relativa do ar, assim como da velocidade do
vento.

Enquadramento
1-50
(RESERVADO)
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Figura 1.30 - Variação de parâmetros com a altitude4

1.164 A influencia indireta da altitude reflete-se também na humidade dos combustíveis florestais.
Veja-se o exemplo da humidade da manta morta inferior e solo:

 diferenças de precipitação em altitude;

 diferenças de infiltração da água causadas pelo declive;

 diferenças nas taxas de interceção da chuva devidas a diferenças na vegetação de origem


topográfica;

 maior taxa de evapotranspiração das encostas viradas a Sul afetam as características do


incêndio.

1.165 O efeito da altitude sobre o comportamento do incêndio decorre da influência orográfica sobre
as condições meteorológicas. A temperatura na troposfera decresce com a altitude, cerca de:
0,65ºC/100m.

1.166 Partes de uma encosta ou cadeia montanhosa podem-se situar acima de um horizonte de
inversão, enquanto que outras partes se podem localizar abaixo desse horizonte (cintura térmica).

1.167 A velocidade do vento é usualmente mais elevada em altitude e o ar é frequentemente mais


seco na atmosfera superior.

1.168 A altitude influencia, entre outras, a distribuição e a quantidade da vegetação, pode gerar
descontinuidades no combustível (afloramentos rochosos). A título de exemplo, o pinheiro bravo

4 Fonte - Eng.º Rui Giestas


Enquadramento
1-51
(RESERVADO)
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dificilmente vegeta acima dos 1000 metros de altitude, pois quando existem muitos dias sem chuva,
a água começa a escassear primeiro nos cumes e só depois nos vales, daí que esta espécie não
se desenvolva em altitudes elevadas devido ao fato de necessitar de grandes quantidades de água
para sobreviver. Além disso nestas altitudes existe sempre maior probabilidade da ocorrência de
neve e gelo.

(c) Bacias

1.169 As Bacias estreitas e fechadas são muito parecidas aos vales, normalmente são os locais
preferenciais da passagem do incêndio porque canalizam o vento e aumentam a velocidade de
progressão. Aqui também há que ter cuidado com a formação de faúlhas.

Figura 1.31 - Formação de ventos em Bacias

(d) Barreiras

1.170 As barreiras à progressão dos incêndios, apesar de não serem consideradas como formas
de relevo, são caraterísticas importantes do terreno, que poderão ser uma grande vantagem nas
operações de combate. Entre as existentes destacam-se:

 Barreiras artificiais: estradas nacionais, vias rápidas, autoestradas, albufeiras de barragens,


faixas de gestão de combustíveis, aceiros, etc.

 Barreiras naturais: afloramentos rochosos, rios, lagos, etc.

1.171 Por vezes uma pequena faixa de contenção é suficiente para parar o incêndio, no entanto em
alguns casos nem a albufeira de uma barragem ou uma autoestrada, conseguem travar a
propagação.

1.172 A preferência será antecipar as barreiras, em tempo oportuno, fora da época de combate,
criando faixas de gestão de combustível e compartimentando a floresta. Áreas com mais faixas de
descontinuidade serão um problema menor para a resolução de um grande incêndio.

c. Meteorologia

1.173 A Meteorologia é determinada por parâmetros observados diariamente. Por sua vez o Clima
é determinado pelas condições médias dos parâmetros meteorológicos observados numa dada
região.

Enquadramento
1-52
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1.174 A meteorologia, de grosso modo pode ser entendida como a:

 Ciência que estuda a atmosfera terrestre. Os seus aspetos mais tradicionais e conhecidos
são a previsão do tempo e a climatologia;

 O tempo pode ser definido como o estado da atmosfera em determinado instante e lugar;

 Ciência extremamente vasta e complexa, pois a atmosfera é muito extensa, variável e sede
de um grande número de fenómenos:

1) Meteorologia Sinótica, Física, Dinâmica e Climatologia

1.175 A Meteorologia é determinada por parâmetros observados diariamente, contudo não se


dominam os elementos que a compõem, mas antecipa-se a sua ocorrência. A Previsão e a
Vigilância meteorológica auxiliam a prevenção. No caso dos operacionais de combate a incêndios,
é necessário conhecer bem os parâmetros meteorológicos, acompanhar a sua evolução e perceber
os efeitos que produzem na criação de novas ignições, ou qual o peso de influência que as suas
componentes têm sobre o comportamento do incêndio.

1.176 A meteorologia pode ser interpretada por padrões meteorológicos cíclicos, onde se
representam ciclos de longo prazo, determinados pelas flutuações climáticas interanuais, ciclos
sazonais, resultantes do movimento de órbita da terá em torno do sol e ciclos diurnos.

1.177 Recordar que quando falamos de meteorologia, obrigatoriamente devemos associar os seus
efeitos ao comportamento e propagação dos incêndios. Deste modo importa recordar as
componentes que caracterizam o piro ambiente, e salientar que ao contrário dos combustíveis, que
podem ser moldados ou intervencionados pelo homem, e da topografia que não pode ser alterada
e que está sempre presente, a meteorologia à semelhança deste último também não pode ser
alterada, nem intervencionada, no entanto varia, é inconstante e produz efeitos inesperados. Apesar
da sua dinâmica é possível fazer a previsão dos seus parâmetros e dos seus efeitos no incêndio.
Destarte, é necessário prever os seus parâmetros, o que os compõe e entender a sua influência,
para melhor adaptar ao que deve ser feito, como e quando, de forma a evitar transtornos ou
imprevistos desnecessários durante o combate.

Enquadramento
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Figura 1.32 - Piroambiente com destaque para a Meteorologia

1.178 Os principais causadores das alterações dos parâmetros meteorológicos são a energia solar
e a rotação da Terra. A radiação solar provoca a formação e circulação de massas de ar, que por
sua vez formam diferenças de pressão dando origem ao vento.

2) Clima

1.179 O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que caracterizam o meio ambiente
atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima, para ser definido, considera um
subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal, requer a análise de uma longa série de
dados meteorológicos e ambientais. O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que
caracterizam o meio ambiente atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima,
para ser definido, considera um subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal, requer
a análise de uma longa série de dados meteorológicos e ambientais. O Clima de Portugal
Continental, com Invernos em geral chuvosos e verões quentes e secos, propícia a secura dos
combustíveis e cria condições favoráveis à ocorrência e propagação de incêndios florestais. Os
parâmetros que advêm do clima, influenciam direta ou indiretamente, o comportamento dos
incêndios, ou porque influenciam os combustíveis, ou porque influenciam a combustão.

1.01 Impera neste prefácio, identificar, avaliar os parâmetros meteorológicos que afetam o
comportamento dos incêndios, entre outros conceitos/fenómenos associados de relevo:

 Carta Sinótica;

 Atmosfera;

Enquadramento
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 Massa de ar;

 Vento;

 Temperatura;

 Precipitação;

 Trovoadas;

 Humidade relativa;

 Ponto de orvalho;

 Inversão térmica;

(a) Cartas Sinóticas

1.180 A carta sinótica é um mapa que apresenta alguns elementos que caracterizam o estado do
tempo num determinado momento e local.

Figura 1.33 - Cartas Sinóticas

1.181 Esta carta é formada por linhas que unem os locais com a mesma pressão que têm um nome
de isobáricas.

1.182 Os círculos fechados são chamados de núcleos, que são zonas de máximos ou mínimos de
pressão. Entre os núcleos existem zonas que se chamam colos.

1.183 Os núcleos que apresentam a letra A, são zonas de altas pressões, denominadas de
anticiclones, caracterizam-se por apresentar uma circulação no sentido Horário e por formar
movimentos descendentes. As letras H ou A (High ou Alta), e L ou B (Low ou Baixa), designam
regiões com máximos e mínimos de pressão. Uma alta pressão é geralmente um sistema de bom
tempo (seco e sem nuvens), quente e seco no verão e frio com céu limpo no inverno.

Enquadramento
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Figura 1.34 - Anticiclones – Regiões de Altas Pressões

1.184 Já as zonas em que aparece a letra B, são zonas de baixa pressão que têm o nome de
depressões, e caracterizam-se por apresentar uma circulação no sentido anti-horário e por formar
movimentos ascendentes. Quanto mais juntas estiverem as linhas isobáricas, mais intensa é a
velocidade do vento. Por sua vez, uma baixa pressão é geralmente um sistema de tempo com
chuvas ou tempestades.

Figura 1.35 - Ciclone: Regiões de baixas pressões

3) Atmosfera

(a) Circulação Geral da Atmosfera

1.185 A atmosfera terrestre é uma camada de gases que envolve a Terra e é retida pela força da
gravidade. A atmosfera terrestre protege a vida na Terra absorvendo a radiação ultravioleta solar,
aquecendo a superfície por meio da retenção de calor (efeito estufa), e reduzindo os extremos de
temperatura entre o dia e a noite. Visto do espaço, o planeta Terra aparece como uma esfera de
coloração azul brilhante. Esse efeito cromático é produzido pela dispersão da luz solar sobre a
atmosfera, e que existe também em outros planetas do sistema solar dotados de atmosfera.

(b) Pressão Atmosférica

1.186 A atmosfera é uma camada constituída por gases e partículas em suspensão, que estão
unidas à terra devido à força da gravidade. Como a atmosfera tem peso esta exerce pressão sobre
a superfície terrestre, que é chamada pressão atmosférica e é medida em hectopascais (hp).

1.187 A massa atmosférica decresce com a altitude. Cerca de 50% da massa atmosférica encontra-
se nos primeiros 5km da atmosfera, zona onde a densidade também é superior.
Enquadramento
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1.188 A pressão atmosférica depende da densidade do ar. Quanto maior é a densidade do ar, maior
é a pressão atmosférica e o inverso também é verdade. Quanto menor for a densidade do ar, menor
será a pressão atmosférica.

1.189 Também é importante saber que a pressão é inversa à temperatura do ar, logo quanto mais
calor estiver, menos pressão irá existir.

1.190 A pressão atmosférica é medida por barômetros. Há 2 tipos básicos de barómetros: mercúrio
e aneroide. O mais preciso é o barómetro de mercúrio, inventado por Torricelli em 1643. Consiste
de um tubo de vidro com quase 1 m de comprimento, fechado numa extremidade e aberto noutra,
e preenchido com mercúrio (Hg). A extremidade aberta do tubo é invertida num pequeno recipiente
aberto com mercúrio. A coluna de mercúrio desce para dentro do recipiente até que o peso da
coluna de mercúrio iguale o peso de uma coluna de ar de igual diâmetro, que se estende da
superfície até o topo da atmosfera. O comprimento da coluna de mercúrio, portanto, torna-se uma
medida da pressão atmosférica. A pressão atmosférica média no nível do mar mede 760 mm Hg.

1.191 O barómetro aneroide, sem líquido, é menos preciso, porém mais portátil que o barómetro de
mercúrio. Consiste em uma câmara de metal parcialmente evacuada, com uma mola no seu interior
para evitar o seu esmagamento. A câmara comprime-se quando a pressão cresce e expande-se
quando a pressão diminui. Estes movimentos são transmitidos a um ponteiro sobre um mostrador
que está calibrado em unidades de pressão. Aneroides são frequentemente usados em barógrafos,
instrumentos que gravam continuamente mudanças de pressão. Como a pressão do ar diminui com
a altitude, um barómetro aneroide pode ser calibrado para fornecer altitudes. Tal instrumento é um
altímetro.

1.192 A unidade padrão de pressão no Sistema Internacional (SI) é o Pascal (Pa) (1 Newton/1m2).
Meteorologistas tem usado tradicionalmente a unidade milibar (1 mb = 100 Pa), mas a unidade Pa
é cada vez mais adotada. Usa-se ainda a unidade milímetros de mercúrio (mmHg) (ou polegadas
de mercúrio).

1.193 A pressão média do ar ao nível do mar é 101,325 KPa ou 1013,25 mb ou 760 mmHg e o
intervalo usual de variação está entre 970 mb até 1050 mb. Contudo, já se mediu até 870 mb (no
olho do furacão Tip, em 12/10/79) e 1083,8 mb (em Ágata, na Sibéria, em 31/12/68, associada a
uma massa de ar muito fria).

1.194 A pressão atmosférica numa dada posição é usualmente definida como o peso por unidade
de área da coluna de ar acima desta posição. A pressão média do ar ao nível do mar é 101,325
KPa ou 1013,25 mb ou 760 mmHg e o intervalo usual de variação está entre 970 mb até 1050 mb,
que corresponde a um peso de 1kg de ar em cada cm2.

Enquadramento
1-57
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1.195 À medida que a altitude aumenta, a pressão diminui, pois diminui o peso da coluna de ar
acima.

1.196 É o elemento menos percetível fisicamente, porém são as diferenças de pressão de ponto
para ponto, as grandes responsáveis pelos ventos e variações do tempo em geral.

Figura 1.36 - Pressão (hPa) em função da altitude (Km)

1.197 Pelas pressões superficiais ao nível do mar, pode-se traçar mapas de superfície nos quais
pontos com mesma pressão atmosférica são ligados por linhas chamadas isóbaras.

1.198 Á medida que vamos subindo em altitude a pressão atmosférica vai diminuindo.

1.199 Insolação atmosférica é a medida da irradiação solar em uma superfície por unidade de
tempo. A unidade de medida mais comum é o watt por metro quadrado (W/m²). Quanto à insolação
atmosférica, trata-se da insolação no topo da atmosfera terrestre.

1.200 Durante o dia o sol aquece o solo, que por sua vez liberta essa energia, aquecendo o ar,
fazendo o subir.

(c) Estabilidade Atmosférica

1.201 É a resistência da atmosfera ao movimento vertical do ar, ou melhor o grau em que o


movimento vertical na atmosfera é aprimorado ou suprimido.

1.202 O ar estável tende a restringir o desenvolvimento da convecção, dificultando a dispersão de


fumo e reduzindo a visibilidade.

1.02 A estabilidade atmosférica tem enorme influência no movimento vertical do ar, suprimindo ou
fazendo resistência a este movimento, e como consequência no comportamento dos incêndios
florestais.

1.203 A estabilidade atmosférica, propícia, condições uniformes para o desenvolvimento do


incêndio, tendendo a restringir o desenvolvimento de correntes convectivas e a evacuação das
colunas de fumo até camadas mais altas da atmosfera.

Enquadramento
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Figura 1.37 - Atmosfera estável

1.204 A altitude do local onde a coluna de convecção do ar se mistura ou dilui com a velocidade do
vento é importante para a dissipação do fumo e dar oxigenação á combustão.

1.205 Se a altitude for baixa, os ventos forem fracos e em condições de estabilidade atmosférica
fazem com que o fumo se dissipe mais lentamente.

1.206 Por outro lado, a existência de inversões térmicas, limita bastante a altura e dispersão da
coluna de fumo.

Exemplo: a formação de camadas de inversão junto á superfície é mais favorecida à noite, porque a terra
arrefece mais rapidamente e com ela o ar mais próximo da superfície, mas o mesmo não acontece
imediatamente nas camadas superiores.

1.207 O grau de estabilidade atmosférica influência significativamente o comportamento do


incêndio, fazendo com que o desenvolvimento da combustão seja maior ou menor, assim como a
dispersão de fumo.

1.208 O gradiente de calor na coluna atmosférica e o nível de saturação de cada camada,


determinam a estabilidade.

1.209 Em geral, se observarmos só o calor, se existir uma diferença de temperatura inferior a 1ºC
por cada 100 metros de altitude, estamos perante uma atmosfera estável.

1.210 Esta estabilidade pode confirmar-se com sinais visuais através da visualização do estado das
nuvens, bem como recorrendo ao índice de Haines, CAPE, Lifted Index e relação entre ambos.

1.211 A atmosfera apresenta duas variáveis importantes, com características diferentes que importa
reconhecer e saber identificar.

 Atmosfera estável - Sem movimentos convectivos, diminui a probabilidade da existência de


turbulência.

Enquadramento
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 Atmosfera instável - Com movimentos convectivos, aumenta a probabilidade da existência


da turbulência, (regime do vento passa a turbulento).

Figura 1.38 - Efeito da instabilidade da atmosfera sobre o vento

1.212 São indicadores de uma atmosfera estável:

 Vento constante;

 Nuvens em camada ou estratos;

 Visibilidade reduzida por neblinas;

 Fumos que se estendem horizontalmente em cotas mais baixas.

1.213 Uma atmosfera instável facilita a dispersão do fumo em altura, já que o gradiente de
temperatura provoca a elevação dos gases quentes até um local onde arrefecem e se expandem,
até que o seu volume e temperatura sejam iguais aos da massa de ar circundante, e assim a coluna
de fumo é alimentada de uma forma vigorosa.

1.214 Regra geral, o incêndio nestas condições comporta-se de uma forma errática e intensa, uma
vez que se promove a convecção e, portanto, o afluxo de oxigénio, favorecendo a combustão e
aumentando a intensidade do fogo.

1.215 A instabilidade vai-se realimentado, porque o incêndio aumenta a sua atividade convectiva,
produzindo correntes superficiais de ar fresco, que alimentam a combustão.

1.216 Uma atmosfera instável está muitas vezes associada ao comportamento extremo dos
incêndios.

1.217 O seu efeito é de tal maneira importante que se pode estabelecer uma relação entre grandes
incêndios e condições de instabilidade atmosférica.

1.218 Em situações de instabilidade atmosférica a parcela de ar possui temperatura maior que a do


ambiente, logo a tendência do movimento é continuar a ascender, e em casos extremos a parcela
pode ascender até ao limite da troposfera.

1.219 Esta situação é favorável ao desenvolvimento de grandes nuvens do tipo Cumulonimbus que
geram fenómenos de tempestades severas.

Enquadramento
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Figura 1.39 - Cumulonimbus

1.220 Ar instável tende a promover a dispersão rápida do fumo, promover a convecção, oxigenação,
incrementando a intensidade do incêndio. São indicadores de atmosfera instável:

 Ventos fortes e de direção variável;

 Nuvens com desenvolvimento vertical;

 Boa visibilidade;

 Fumo ascendente na vertical até cotas mais altas.

1.221 Ao passarmos de uma situação de atmosfera estável para instável, as condições


meteorológicas podem mudar rápida e dramaticamente (aumento da velocidade do vento, aumento
de temperatura e diminuição da HR%), pelo que pode dar origem a um comportamento extremo do
incêndio.

1.222 Além dos problemas de segurança associados, esta alteração obriga-nos a alterações de
estratégia, e reposicionamento de forças pelo que a sua antecipação é fundamental.

(d) Massa de Ar

1.223 Uma massa de ar é uma parcela extensa e espessa da atmosfera, com milhares de
quilómetros quadrados de extensão, que apresenta características próprias de pressão,
temperatura e humidade, determinadas pela região na qual se origina.

1.224 Devido às diferenças de pressão, as massas de ar que compõem a atmosfera estão em


constante movimento. Deslocam-se, primariamente, de regiões onde a pressão atmosférica é maior
para regiões onde a pressão é menor.

1.225 Podem ter vários milhares de quilómetros de espessura. Conforme a zona em que se
desenvolvem são classificadas como equatoriais (quentes e muito húmidas), tropicais (quentes) e
polares (frias) ou massas de ar marítimas (geralmente muito húmidas) e massas de ar continentais
(geralmente secas).

Principais Tipos de Massas de Ar:

Enquadramento
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 Polar Marítimo

 Polar Continental

 Tropical Marítimo

 Tropical Continental

Outros Tipos:

 Ártico

 Equatorial

Figura 1.40 - Massas de ar

1.226 Todas as massas de ar, são identificáveis por diferentes caraterísticas de temperaturas,
humidade, ventos, entre outras. Elas dividem-se em três tipo de frentes, conhecidas por:

Superfície Frontal Fria (Frente Fria): Convecção e instabilidade (movimentos verticais


fortes).

Superfície Frontal Quente (Frente Quente): Persistência e estabilidade (movimentos


verticais fracos);

Mistura das 2 Superfícies (Frente Oclusa): Persistência de instabilidade e convecção

Figura 1.41 - Frente quente e frente fria

1.227 Quando em deslocamento, as massas de ar são consideradas de frente. No seu movimento,


massas de ar de diferentes características, tais como a temperatura, a pressão e a humidade,
encontram-se, dando origem ao chamado sistema frontal.

1.228 A aproximação de uma frente fria, sobe um incêndio, traduz-se no aumento da velocidade do
vento e mudanças súbitas de direção.

Enquadramento
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Figura 1.42 - Frente fria

Figura 1.43 - Frente Quente e Frente Oclusa

4) Vento

1.229 O parâmetro meteorológico denominado de vento, é identificada como a componente


horizontal da deslocação do ar, definida por intensidade e identificados pela direção de onde vêm
para onde vão. O ar em movimento resulta das diferenças de pressão da atmosfera entre áreas
adjacentes, tem diversas variações, como por exemplo as relacionadas com o relevo e com a
altitude, respetivamente vento anabático que sobe as encostas e catabático vento que desce as
encostas.

1.230 As variações identificadas, têm um papel importante na influência e comportamento dos


incêndios, nomeadamente as relacionadas com o relevo e com a altitude.

1.231 O comportamento do incendio é mais previsível se a velocidade e direção do vento forem


estáveis.

Enquadramento
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1.232 A variabilidade na velocidade e direção do vento, traduz-se na fricção do vento com o terreno
e a superfície que origina períodos de calmaria e rajadas mais intensas. Durante os períodos em
que ocorrem as rajadas a intensidade do fogo aumenta grandemente. A velocidade do vento numa
área florestal contígua a uma zona aberta é consideravelmente mais elevada do que no interior da
floresta.

1.233 O efeito do vento na propagação do fogo é semelhante ao da inclinação do terreno, visto que
a velocidade do fogo aumenta, as dimensões das chamas aumentam, a inclinação das chamas
provoca pré-aquecimento mais rápido e efetivo por radiação e contacto, concentra a convecção na
cabeça do fogo, existe uma maior oxigenação, provoca o transporte de pontos de ignição, acelera
a secagem dos combustíveis.

1.234 A sua denominação é feita a partir do ponto cardeal de onde sopram, um vento de norte sopra
do norte para o sul, um vento de leste sopra de leste para oeste. A direção do vento é, portanto, o
ponto cardeal de onde vem o vento: N, NE, E, SE, S, SO, O e NO. As medidas básicas do vento
referem-se à sua direção e velocidade, grau de intensidade que é expressa em km/h ou kt (nós). A
unidade de medida “nó” é uma unidade de medida de velocidade equivalente a uma milha náutica
por hora, ou seja 1852 m/h ou 1,85 km/h.

1.235 A escala de Beaufort permite ter uma referência quanto à intensidade do vento e
consequências que provoca no comportamento do incêndio. Por último o vento é medido por
anemómetros (estações meteorológicas), que avaliam a sua velocidade, direção e sentido.

1.236 Estas recolhem os dados identificados da seguinte forma:

 10 m acima do solo;

 Valores instantâneos (rajadas);

 Valores médios referentes a um intervalo de 10 minutos antes de cada hora.

1.237 Os ventos formam-se pela diferença de pressão entre as camadas de ar, têm origem nos
Anticiclones (A) e deslocam-se até às depressões ou ciclones (B), pois existe a tendência de
movimento de zonas de alta pressão para zonas de baixa pressão. Podem ser verticais ou
horizontais.

(a) Ventos Verticais

1.238 Ocorrem quando o ar que está rente ao solo e aquece, ao ficar menos denso sobe e de
seguida é substituído pela camada de cima.

(b) Ventos Horizontais

1.239 Ocorrem quando as massas de ar quente, perto do chão, sobem e são substituídas pelas
massas de ar frias que se encontram ao lado.
Enquadramento
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1.240 As rajadas de vento associadas com direção variável (facilitam propagação das novas
ignições). A Tabela seguinte mostra a velocidade do vento consoante a sua descrição e os efeitos
observados. A escala qualitativa de Beaufort permite classificar a velocidade do vento a partir da
observação dos seus efeitos na vegetação

Tabela 1.5 - Escala de Beaufort

Velocidade média
Escala Vento Descrição dos efeitos da terra
do vento em Km/h
0 Calma 1 O fumo sobe na vertical

1 Aragem 3 O funo indica a direção de onde sopra o vento


Sente-se o vento na face / As folhas das árvores
2 Brisa leve 9
movem-se
3 Brisa bonançosa 16 Fohas e galhos finos em agitação constante

4 Brisa moderada 24 Levanta poeiras e papéis soltos

5 Brisa fresca 34 Agitam-se arbustos com folhas

6 Brisa forte 44 Ramos grandes em movimento

7 Temporal 56 Agitam-se árvores inteiras

8 Vento fresco 68 Partem-se pequenos ramos de árvores

9 Vento forte 81 Pequenos estragos em edifícios

10 Temporal 95 Árvores arrancadas

11 Tempestade 110 Estragos generalizados

12 Furacão Acima de 121 Devastação

1.241 Os ventos podem dividir-se em duas componentes, ventos gerais e ventos locais. É
necessário conhece-los para se entender os efeitos que provocam nos incêndios e quais as
consequências que advêm de cada um.

(c) Ventos Gerais

1.242 Os ventos gerais, formam-se devido à diferença de pressão entre dois pontos situados a uma
determinada distância, apresentam uma direção bem definida e estão associados aos centros de
ação (anticiclones/depressões).

(d) Ventos Locais ou Brisas

1.243 Formam-se devido à ação da orografia ou ao contraste da superfície terrestre (tipo de coberto
vegetal, tipo de solo, proximidade de superfícies aquáticas, incêndios, etc…).

Enquadramento
1-65
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.44 - Ventos gerais

1.244 Os ventos locais ou brisas, são ventos que se estabelecem devido às diferenças de
temperatura da superfície da terra. O ar em contacto com a superfície terrestre aquece, torna-se
mais leve e tem tendência a subir, sendo substituído pelo ar que está em contacto com a superfície
mais fria.

1.245 Estabelece-se uma circulação, junto à superfície o ar desloca-se da superfície mais fria para
a mais quente. Na camada acima estabelece-se o movimento contrário. O vento local é influenciado
pela densidade do povoamento e altura das árvores.

Manhã

Meio dia

Noite

Figura 1.45 - Ventos locais

1.246 As Brisas dividem-se da seguinte forma:

Brisas Costeiras:

 Brisa marítima (formam-se durante o dia);

 Brisa terrestre (formam-se durante a noite);

Brisas orográficas:

 Brisa de vale;

Enquadramento
1-66
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.247 Durante o dia, com céu limpo, o ar em


contacto com as encostas aquece mais,
devido à radiação solar do que o ar, dando
origem a uma diferença de pressão (o ar
mais quente sobe). Estabelece-se uma
circulação que junto ao solo sobe do vale
para a montanha denominada de Brisa de
Vale.

Brisa de montanha: Figura 1.46 - Brisa de Vale

1.248 Na brisa de montanha estabelece-se


uma circulação contrária e junto ao solo a
circulação passa a ser da montanha para o
vale. Situação que ocorre tipicamente
durante a noite. Os ventos locais que se
geram durante o próprio incêndio, são ventos
por vezes muito intensos de diferentes
direções que nem sempre correspondem à
Figura 1.47 - Brisa de montanha
circulação geral.

1.249 Para o combate aos incêndios, é fundamental o conhecimento do comportamento do vento,


fator essencial na propagação, (devido ao grande contraste térmico existente entre a região do fogo
e a região envolvente).

Figura 1.48 - Brisas

Outros Tipos de Brisas:

1.250 As brisas são causadas por contraste terra/mar, diferente exposição à radiação solar
(encostas), diferentes revestimentos do solo, áreas ardidas. Este tipo de circulação tem dimensões
relativamente pequenas (desde centenas de metros a algumas dezenas de km).
Enquadramento
1-67
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.251 As brisas marítimas e terrestres formam-se devido à diferença de temperaturas entre a terra
e o mar.

1.252 Em Portugal Continental, durante o Verão, a extensão destes ventos no litoral oeste é de
cerca de 30 a 50 km na horizontal e cerca de 2 km na vertical.

Figura 1.49 - Brisas

(e) Flutuações

1.253 O vento forma flutuações rápidas e regulares à superfície, que provocam turbulências de
origem mecânica ou térmica.

1.254 Turbulência mecânica, traduz-se pelo atrito do ar sobre o solo rugoso, enquanto que
turbulência térmica, se traduz pelo aquecimento da superfície pela radiação solar incidente do solo
que provoca movimentos verticais convectivos.

(1) A Turbulência Mecânica

1.255 Numa superfície lisa (atrito = 0), o vento não é alterado continuando o seu regime laminar.

1.256 Numa região montanhosa o fluxo de ar torna-se turbulento. Existe a influência de um


obstáculo montanhoso e da variação do vento com a altitude.

1.257 Forma-se do lado oposto da montanha uma circulação com sentido contrário ao da corrente
geral.

1.258 A forma, a extensão e o declive do obstáculo (montanha), tem também influência no


comportamento do vento local e do fogo.

1.259 Numa montanha pequena o vento faz o fogo progredir lateralmente, pelo que passa para a
outra encosta antes de atingir o cume.

1.260 Numa montanha grande, o vento faz a chama subir até ao cume, se o vento for forte, gera-
se na contraencosta uma circulação contrária à direção do vento global e a progressão do incêndio
pode ser retardada, (aproveitar os metros a seguir à linha de cumeada para suster o incêndio).

Enquadramento
1-68
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.50 - Turbulência mecânica

(2) Turbulência Térmica

1.261 Quando a temperatura desce pouco com a altitude, não existem condições para o
estabelecimento de correntes (convectivas) ascendentes do ar, uma vez que o ar se mantém
estável.

1.262 Quando a temperatura é muito elevada à superfície, existem condições que facilitam
movimentos verticais do ar (devido à formação de células térmicas ou convectivas), logo o ar
encontra-se instável.

1.263 Para entender melhor os seus efeitos, e como os incêndios não escolhem locais, é necessário
compreender qual o comportamento do vento quando choca com superfícies com declive.

1.264 Em Declive suave a velocidade do vento é superior no cume. O comportamento do incêndio


localizado numa encosta alastra rapidamente até ao cume quando influenciado pelo vento, logo o
cume não será o local indicado para o parar, mas sim alguns metros após.

1.265 Em Declive acentuado forma-se um turbilhão junto à superfície que “afasta” o vento geral, o
vento local oposto ao vento geral pode retardar a progressão do incêndio.

1.266 Quando o turbilhão se desloca ao longo da encosta o incêndio que em primeiro lugar foi
retardado pode repentinamente ser acelerado.

Figura 1.51 - Turbilhão em encosta

1.267 Nos vales a direção do vento também é modificada, provocando diferentes comportamentos
num incêndio.

Enquadramento
1-69
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 1.52 - Vento em vales

1.268 Quando o vento geral incide nas vertentes com um ângulo inferior a 30°:

 A direção do vento passa a ter a direção do eixo do vale se o vento se dirige no sentido de
uma garganta, a massa de ar é “comprimida” ocorrendo uma “aceleração” (aumento da
intensidade do vento), por consequência se existir um incêndio a sua intensidade também vai
aumentar.

 À saída da garganta, a massa de ar é “descomprimida” e “desacelerada” (diminui a


intensidade do vento) e por consequência se existir um incêndio a sua intensidade também
diminui, surgindo uma oportunidade favorável ao combate.

1.269 Quando o vento geral é perpendicular ao eixo do vale:

 Verificam-se que os movimentos do ar dependem da configuração do vale.

 Se o vale é apertado predominam os ventos locais (brisas) e o fogo passa facilmente de uma
vertente para outra.

5) Temperatura

1.270 Obtida normalmente por termómetros, sendo as escalas mais frequentemente utilizadas: ºC
(Celsius), ºK (Kelvin), ºF (Fahrenheit).

1.271 Tem como referência o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água, 0º C (32º F),
ou 100ºC (212ºF). A escala conhecida por Fahrenheit é utilizada em Inglaterra e EUA e a escala
conhecida por Kelvin é utilizada para fins científicos.

1.272 Relacionado com a temperatura está a Inversão de Radiação que se traduz pelo
arrefecimento do ar à noite e a subsidência que se traduz na formação de anticiclones e a
compressão adiabática (não há mistura de gases).

Enquadramento
1-70
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 1.53 - Variação da temperatura com a altitude

1.273 A temperatura entre outros aspetos, varia com a altitude. Decresce normalmente com a
altitude aproximadamente a 6.5ºC / km para a atmosfera padrão, varia com a Latitude e varia ao
longo do dia, identificada por variação Diurna.

1.274 Em suma a temperatura tem efeito direto na humidade do combustível florestal, temperaturas
mais elevadas aumentam a rapidez de secagem do combustível, temperaturas mais baixas
influenciam negativamente a facilidade de ignição.

Figura 1.54 - Variação da temperatura com a altitude

Enquadramento
1-71
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

6) Inversão Térmica

1.275 Por inversão entende-se o fenómeno que ocorre quando existe uma temperatura mais alta a
uma altitude maior. Já quando a temperatura é igual em várias altitudes o fenómeno é designado
de isotermia.

1.276 As Inversões térmicas de superfície, ocorrem quando o ar quente encontra uma camada de
ar muito estável que restringe o movimento vertical, tornam-se mais frequentes durante o inverno,
formam-se em noites calmas e sem nuvens, à medida que a radiação atinge o solo a inversão vai-
se dissipando.

1.277 O ar quente é menos denso que o ar frio, no entanto na atmosfera da terra o ar frio tende a
ficar em cima nas altitudes elevadas. Essa naturalidade na atmosfera força a que o ar frio desça
pela sua maior densidade e aqueça perto da superfície, voltando a subir após aquecido, provocando
um ciclo de troca denominado de convecção. Geralmente, esse fenômeno ocorre quando o solo
arrefece muito rápido a noite, favorecendo o efeito estufa, que consequentemente, reduz o efeito
da inversão à medida que o dia vai avançando.

Figura 1.55 - Inversão térmica

1.278 É um fenômeno que ocorre quando a convecção natural é dificultada pela inversão do
gradiente de temperatura, em função da altitude necessária para a livre dispersão dos solutos do ar
que formam a poluição, confinando-os a uma estreita camada. Na inversão térmica, o gradiente da
temperatura do ar segue um perfil aproximadamente adiabático (não ganham nem perdem calor),
tipicamente de -1ºC por cada 100m, até determinada altitude onde há um aumento da temperatura
em função da altitude.

1.279 Existem quatro tipos de inversão térmica: a Inversão noturna ou de radiação, a Inversão
frontal, a Inversão Marítima e a Inversão por subsidência.

Figura 1.56 - Inversão noturna ou de radiação

Enquadramento
1-72
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 1.57 - Inversão frontal

Figura 1.58 - Inversão marítima

Figura 1.59 - Inversão por subsidência

7) Precipitação

1.280 Descreve qualquer tipo de fenómeno relacionado com a queda de água do céu. As
precipitações ocorrem geralmente associadas a sistemas nebulosos sendo os mais característicos
aqueles que acompanham a passagem de uma superfície frontal, quente ou fria, em que as nuvens
surgem organizadas geralmente de oeste.

1.281 O sistema usado na medição de chuva obtém-se pela medição da altura da área alagada
(geralmente em milímetros) em concordância com o tempo. A existência de grande quantidade de
matéria combustível é um importante fator a ter em conta na problemática dos incêndios florestais
(contributo para o aumento do risco de incêndio).

Enquadramento
1-73
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.282 A precipitação juntamente com a temperatura são os parâmetros meteorológicos que


condicionam o maior ou menor desenvolvimento da vegetação rasteira, que constitui o combustível
responsável pela propagação de grande parte dos incêndios florestais.

1.283 Além disso, a quantidade de água no solo, com a qual está também relacionada a
percentagem de água existente na vegetação, depende essencialmente da precipitação.

1.284 A precipitação tem efeito sobre a humidade do combustível tais como, os combustíveis
superficiais, a manta morta inferior e o solo. A persistência do efeito da precipitação é variável,
dependendo dos fatores que afetam a exposição à radiação solar e ao vento, como a densidade do
povoamento, a exposição do terreno e a posição topográfica.

8) Trovoadas

1.285 As trovoadas são novas fontes de novas ignições. A possibilidade de autoextinção do


incêndio durante uma trovoada é por vezes reduzida, principalmente quando ocorrem trovoadas
secas.

9) Humidade

1.286 Em termos gerais representa a quantidade de vapor de água existente na atmosfera, podendo
ser absoluta, relativa ou específica. A Humidade Absoluta é a quantidade de água numa parcela de
ar (g/m3). A Humidade Relativa traduz a razão entre a quantidade de vapor de água existente numa
massa de ar (absoluta) e a que satura essa massa de ar à mesma temperatura (HR%).

1.287 A quantidade de vapor de água na atmosfera está relacionada com a temperatura, dado que
a mudança da temperatura da água, causa a sua alteração de estado que pode variar entre o estado
sólido, gasoso e líquido.

1.288 Uma regra prática, indica que a HR% aumenta para o dobro a cada diminuição de 10ºC. A
descrição quantitativa da humidade pode ser efetuada de várias formas, tais como a pressão de
vapor, a humidade absoluta, a razão de mistura e a humidade relativa.

1.289 A forma de se expressar mais facilmente a quantidade do vapor de água na atmosfera é


através da humidade relativa que indica o quão próximo está o ar da saturação. Durante o dia a
humidade relativa do ar baixa devido ao aumento de temperatura, ao subir uma encosta a
temperatura desce e aumenta a humidade relativa do ar.

1.290 A Humidade relativa do ar tem efeito diretamente na humidade do combustível, assim


combustíveis mortos e finos equilibram rapidamente a sua humidade em função das alterações na
humidade do ar. Por sua vez, materiais suspensos e mais expostos secam mais rapidamente do
que a folhada.

10) Temperatura vs Humidade Relativa

Enquadramento
1-74
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.291 Os parâmetros da temperatura e da humidade relativa, estão diretamente relacionados à


problemática dos incêndios. Alguns fatores que decorrem da influencia de ambos, concorrem
decisivamente para influenciar os incêndios, nomeadamente na sua combustão, propagação,
comportamento, por exemplo a inflamabilidade da vegetação é particularmente condicionada pelo
grau de humidade dos seus tecidos, logo a percentagem de água na vegetação é um fator
determinante na evolução do incêndio.

1.292 Contudo as oscilações diárias da temperatura e da humidade relativa influenciam o teor de


água na matéria combustível, por isso, a percentagem de água na matéria combustível,
nomeadamente da matéria morta, depende da temperatura e da humidade relativa do ar.

11) Ponto de Orvalho

1.293 O ponto de orvalho corresponde ao valor da temperatura a que o ar húmido deve ser
arrefecido, sob pressão constante, para que se torne saturado. Designa a temperatura a qual o
vapor de água presente no ar passa ao estado líquido, ou seja, condensação.

1.294 É importante saber quando a água condensa e passa ao estado liquido, bem como se terá
influência nos combustíveis finos mortos, dependendo da altura a que se encontra. Caso exista,
absorção da humidade dos combustíveis finos mortos, esta só terá efeito uma hora após o início do
ponto de orvalho.

1.295 Quando o ponto de orvalho é muito baixo ou nulo, o incêndio tem sucessivas reativações, a
supressão com água não é eficaz, devendo dar-se privilégio ao combate com ferramentas manuais
(ou outras com o mesmo efeito), e existe enorme possibilidade de formação focos secundários.

1.296 Quando o ponto de orvalho atinge a altura do solo, a absorção da humidade nos combustíveis
finos mortos é maior, logo a combustão é mais lenta e reduzem as probabilidades de focos
secundários ou reacendimentos, tornando o combate com água mais eficaz, não devendo ser
descurada a consolidação com técnicas de separação de combustível até ao solo mineral.

SECÇÃO V - TIPOLOGIA DE INCÊNDIO

1.297 "Os analistas classificam os incêndios de acordo com o fator que domina a propagação do
fogo, o que permite adotar estratégias e táticas de controlo e supressão mais aconselháveis e
adequadas a cada tipologia. Genericamente definimos três grandes tipos: os incêndios do tipo
‘vento’, quando é o vento que conduz e domina a propagação, produzindo perímetros mais
alongados e lançando faúlhas e criando focos secundários (novas ignições) para onde sopra;
incêndios do tipo ‘topográfico’, quando a propagação é conduzida e dominada pelas características
físicas do terreno, tais como o declive, a exposição e a rugosidade do relevo (sendo estes de mais
fácil predição da propagação); e por último os incêndios do tipo ‘convectivo’ ou também
Enquadramento
1-75
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

denominados de incêndios de combustível, quando o fator dominante da propagação são os


combustíveis, pela sua carga e disponibilidade, pelo tipo/modelo de combustível (herbáceas, matos,
povoamentos e resíduos florestais), pela sua distribuição espacial e pelo seu estado fenológico (o
estado das fases de vida da planta)." 5

1.298 A tipologia de incêndio está associada ao vetor que domina a sua propagação. Entender este
fenómeno, é estar mais perto de escolher o método de combate adequado, garantir a segurança
dos operacionais e realizar as operações mais perto do sucesso.

1.299 Como vetores principais responsáveis pela propagação de um incêndio são o vento, as
correntes de convecção e a topografia, são assim considerados três tipos:

 Incêndios propagados por ação do vento;

 Incêndios propagados pela topografia;

 Incêndios propagados por ação de correntes de convectivas.

1.300 Nos incêndios propagados por ação do vento, é característica a existência de colunas de
fumo dobradas no sentido da direção do vento, pode-se determinar com facilidade a Cabeça e a
Retaguarda do incêndio. Toma a forma elíptica, sendo que a intensidade e sentido de propagação
variam consoante a direção e intensidade do vento, existindo grande probabilidade de haver focos
secundários. Nestes casos a Retaguarda e os Flancos são relativamente fáceis de controlar, sendo
possível prever o sentido de propagação do incêndio.

1.301 Em relação aos incêndios propagados pela topografia, são visíveis colunas de fumo verticais
muito semelhantes aos incêndios de convecção. Tem tendência para se agravar em vales
encaixados ou declives acentuados, tornando-se mais fácil o seu combate em zonas de terreno
sem declive ou quando a combustão acontece na fase descendente. Nestes casos é fácil de
percecionar as partes constituintes do incêndio. A oportunidade de combate é definida em locais
planos ou quando a combustão se encontra a descer uma encosta.

1.302 No caso dos incêndios propagados por ação de correntes de convecção, são visíveis colunas
de fumo verticais. Estes são mais perigosos, não sendo possível determinar as partes constituintes
do incêndio; a velocidade e sentido de propagação não são previsíveis, pode haver incursões em
encostas, mesmo sem se verificar a existência de vento, pode haver uma projeção intensa de
partículas incandescentes na zona de influência da coluna de fumo, e a dificuldade de controlo é
muito grande.

a. Incêndio de Vento

5 Fonte: https://ionline.sapo.pt/artigo/570322/emanuel-oliveira.
Enquadramento
1-76
(RESERVADO)
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1.303 Incêndios cujo vetor dominante é o vento sobrepondo-se à topografia, e auxiliado pela coluna
de convecção (que fica tombada por ação do vento). A propagação é no sentido do vento, formando
uma elipsoide que se estende por vários quilómetros e com pouca largura, adaptando-se à
morfologia do terreno.

“São aqueles incêndios em que o motor principal na propagação é o vento, dependendo da sua força
e do seu rumo. Por vezes o vento não é muito intenso, mas é o único fator a destacar (por ex.º: planície
e homogénea). Neste caso, o incêndio corre à frente do vento, mas sem alterações significativas
derivado de variações no combustível ou na topografia. Os incêndios dominados manifestam-se por
adotarem perímetros alongados na direção do vento e no caso de gerarem-se faúlhas, podem produzir
focos secundários, pelo que obrigam a uma atenção rigorosa na direção da coluna convectiva.” 6

Sem vento Vento moderado Vento forte


Figura 1.60 - Propagação

Figura 1.61 - Incendio conduzido pelo vento (Albergaria-a-Velha 05-09-2019)7

6 Fonte:E. Oliveira
7Fonte: http://sgmai.maps.arcgis.com
Enquadramento
1-77
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Figura 1.62 - Incêndio conduzido pelo vento8

1) Características

 Atmosfera estável;

 Ventos fortes;

 Geometria de fácil definição, em forma de elíptica.

 Existência de colunas de fumo dobradas no sentido da direção do vento;

 Facilidade em determinar a Cabeça e a Retaguarda do incêndio;

 Intensidade e sentido de propagação variam consoante a direção e intensidade do vento;

 Existe grande probabilidade de se formarem focos secundários provocados pela projeção


de materiais incandescentes;

 A retaguarda e os flancos são relativamente fáceis de controlar;

 É possível prever o sentido de propagação do incêndio.

2) Precauções e Recomendações

8 Fonte: Adriano Germano MAF2007


Enquadramento
1-78
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.304 Os prognósticos do vento são a chave de previsão do comportamento do fogo impulsionado


por ele. É necessário estudar no local a influência deste e entender o quanto ou pouco fiável é a
força e a direção do vento.

1.305 A manobra de supressão preferencial é ancorar a cauda e estabelecer faixas de contenção


pelos flancos num ataque direto e conter o avanço progressivo desde a cauda.

1.306 Quando o vento deixa de dominar o incêndio, pois outro fator (combustível ou topografia)
passará a dominar, obrigando à reavaliação da tática.

1.307 As melhores estratégias baseiam-se no uso do fogo tático, aproveitando o vento de sucção
do próprio incêndio, apoiando-se em vias existentes ou em ataques mais convencionais.

1.308 Efetuar manobras avançadas com vista a deteção e eliminação de focos secundários, bem
como à criação de faixas de proteção com recurso ao uso de fogo tático.

1.309 Proceder-se em simultâneo à extinção das chamas e ao controlo da linha,

1.310 Preste atenção ás projeções pelo que obriga a elementos adiantados para observação da
coluna de fumo. Atuação em declives acentuados com incêndios em desenvolvimento ascendente:

 Não efetuar o combate em terrenos com declive acentuado, com combustíveis de combustão
rápida, e onde o incêndio está a subir a encosta;

 Nunca esperar pelo incêndio a meio de uma encosta;

 Manter sempre a “ligação á vista” com a equipa;

 Se não houver outra alternativa, deve tomar-se atenção:

 Examinar a manobra com a equipa(s) antes de a iniciar o combate;

 Ouvir as sugestões e objeções colocadas pela equipa(s);

 Tomar a decisão depois do reconhecimento da área;

 Implementar o LACES para todo o pessoal envolvido;

 O Chefe de equipa deve manter contato com o vigia;

 Manter as comunicações entre todas as equipas/tripulações;

 Garantir o acesso rápido à zona de segurança a partir de qualquer posição.

 Usar o ataque direto. Se não for possível verifique os pontos de ancoragem na parte de cima
e na parte de baixo da encosta;

 O ataque é feito a partir da zona queimada;

Enquadramento
1-79
(RESERVADO)
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 O combate não pode ser feito numa linha de água ou declive que possa produzir o efeito de
chaminé;

 O combate deve ser feito, preferencialmente, de baixo para cima a partir de um ponto de
ancoragem seguro;

 A linha de fogo deve propagar-se contra o vento;

 Os meios aéreos, se no local, devem ser usados também como vigias;

 Colocar meios prontos a intervir na parte de baixo da encosta;

 Consolidar cauda;

 Iniciar trabalho nos flancos de trás para a frente para abrandar velocidade de propagação na
cabeça e reduzir dimensão da cabeça.

Figura 1.63 - Incêndio conduzido pelo vento9

b. Incêndio de Combustível/Convectivo

1.311 Segundo alguns analistas de incêndios florestais (Domingo Molina Terrén, UFF), os incêndios
conduzidos pelo combustível apresentam 2 subtipos:

1) Subtipo Esfomeado

1.312 Este subtipo depende fundamentalmente da disponibilidade e da carga dos combustíveis.


Com uma quantidade elevada de combustíveis disponíveis para arder podem libertar-se grandes
quantidades de energia calorífica que não correspondem a comportamentos característicos de
outras condicionantes, como o vento ou a topografia, mas antes cria as suas próprias condições, a
sua própria meteorologia (ventos de sucção, faúlhas, radiação elevada, remoinhos, etc.), isto é, o
ambiente de incêndio.

9 Fonte: António Salgueiro


Enquadramento
1-80
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.313 Nas Regiões Norte e Centro de Portugal, em virtude das suas características de ocupação
do solo, da evolução sociodemográfica, tipo de propriedade e forma de gestão e estrutura florestal
tem-se constatado cada vez mais a manifestação destes incêndios do subtipo esfomeado, devido
ao abandono da gestão florestal e da agricultura, ganhando proporções que fogem da capacidade
de controlo dos combatentes. Recorde-se os dias 19, 20 e 21 de agosto de 2005 no Alto Minho,
onde os grandes incêndios criaram o seu próprio ambiente, devorando naqueles dias milhares de
hectares, percorrendo de Norte a Sul, de Este a Oeste, todo o distrito.

2) Subtipo Irregular ou Heterogéneo

1.314 Este subtipo encontra-se sob a influência da distribuição espacial do combustível, com zonas
com mais ou menos carga, com mais ou menos humidade, etc.. De acordo com a distribuição do
combustível, o incêndio numa mesma frente ora ganha ora perde intensidade, avançando
irregularmente. Dá-se uma disposição irregular da frente, alternando segmentos com chama e
outros sem chama.

1.315 Incêndios em que a acumulação de combustível é a responsável pela intensidade do mesmo,


onde pode haver um chuveiro de partículas incandescentes. A propagação realiza-se de forma
pulsante, provocada pela convecção criada pelo incêndio, não sendo possível prever para onde o
incêndio se vai desenvolver. A coluna de fumo apresenta um desenvolvimento vertical muito grande,
que se assemelha a um cogumelo gigante conhecido por pirocumulus.

1.316 A velocidade e direção de propagação são atípicas e erráticas, pode haver incursões a descer
encostas e sem a ajuda do vento com grande intensidade e velocidade.

Figura 1.64 - Incêndios de Combustível/Convectivo 10

3) Características

10 Fonte - Sérgio Correia


Enquadramento
1-81
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Atmosfera instável;

 Perfis verticais de vento interditos;

 Presença de colunas de convecção;

 Projeção de partículas na vertical;

 Geometria de fácil definição.

 São visíveis colunas de fumo verticais;

 São incêndios mais perigosos, não sendo possível determinar as partes constituintes do
incêndio;

 A velocidade e sentido de propagação não são imprevisíveis;

 Podem existir incursões em encostas, mesmo sem se verificar a existência de vento;

 Podem existir projeções intensas de partículas incandescentes na zona de influência da


coluna de fumo;

 A dificuldade de controlo é muito grande.

4) Precauções e Recomendações

1.317 Privilegiar o uso do fogo tático a partir de faixas de contenção num ataque indireto sob
combustíveis ligeiros.

1.318 Caso não seja possível construir faixas de contenção largas e seguras nos flancos, então
deveremos de afastar as equipas de combate do tipo de combustível que resiste ao controlo, até
que as condições atmosféricas ou de combustível alterem o comportamento do incêndio.

1.319 O insistir constantemente numa tática, com diversas tentativas para controlar um incêndio
destas características, apoiadas muitas vezes em convencionais manobras com água, é
simplesmente ineficaz.

c. Incêndio Topográfico

1.320 Os incêndios florestais conduzidos pela topografia são aqueles incêndios que se
desenvolvem segundo o eixo de propagação definido pelo território, isto é, a maior influência no
comportamento do fogo é a variação da topografia. Por outras palavras, as variações na intensidade
do comportamento do fogo podem prever-se se entendermos o efeito da topografia sobre a
inflamabilidade do combustível, os ventos e o potencial de propagação.

1.321 Este tipo de incêndios dá-se em terrenos em que o declive, as encostas e as ravinas
influenciam claramente a propagação. Muitos incêndios em Portugal enquadram-se neste tipo,
devido à diversidade topográfica que caracteriza o território, principalmente as regiões Norte e
Enquadramento
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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Centro. Quanto maior é a diversidade topográfica de um dado território, maior será a dificuldade no
controlo do incêndio, daí constatarmos a existência de grandes incêndios em distritos que
apresentam estas características topográficas, tais como Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, entre
outros.

1.322 O efeito dos acidentes topográficos (relevo) no comportamento do fogo pode ser profundo. O
terreno pode variar acentuadamente através de uma zona, especialmente em territórios
montanhosos. O terreno variável pode ocultar as estruturas do outro lado e limitar a nossa
capacidade de visualizar as zonas mais baixas, dificultando a execução de manobras eficazes e
seguras. Daí a necessidade de todo o combatente interpretar na perfeição a cartografia e de
conhecer como se manifestará o fogo numa dada posição no terreno.

1.323 A topografia tem um impacto direto no estado dos combustíveis, tanto ao nível da sua
disponibilidade como ao nível da suscetibilidade à combustão. As características topográficas
alteram os processos normais de transferência de calor e modificam os padrões gerais do tempo
atmosférico, produzindo assim condições meteorológicas locais – microclima. As diferenças de
altitude e declive contribuem para as variações da temperatura e da humidade relativa, afetando
por sua vez: a quantidade de precipitação recebida, a data em que o gelo ou neve se derrete e a
data em que a vegetação seca.

1.324 Os incêndios conduzidos pela topografia são um dos tipos de incêndio onde os efeitos da
variação da inflamabilidade dos combustíveis são muito aparentes. Neste caso, a hora do dia, a
exposição e a localização do incêndio na topografia são ingredientes chave na previsão das
variações no comportamento do fogo.

1.325 A direção de propagação da cabeça segue a linha de máximo declive sendo esperadas mais
do que uma cabeça. O comportamento é previsível e propagação associada ao efeito de chaminé.
A convecção pela orografia potencia comportamento extremo do fogo.

Figura 1.65 - Efeito do declive

1) Características

Enquadramento
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(RESERVADO)
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1.326 O seu desenvolvimento é de acordo com a orografia do terreno, a inclinação e ventos locais
têm muita influência, e os fatores decisivos no comportamento do incêndio são: exposição solar da
encosta e a posição da chama na encosta.

1.327 Esta tipologia apresenta como características gerais:

 As colunas de fumo verticais muito semelhantes aos incêndios de convecção;

 Tem tendência para se agravar em vales encaixados ou declives acentuados;

 O combate deve ser realizado em zonas de terreno sem declive ou quando a combustão
acontece na fase descendente;

 É fácil de percecionar as partes constituintes do incêndio;

1.328 A oportunidade de combate é definida em locais planos ou quando a combustão se encontra


a descer uma encosta.

1.329 Cenários possíveis num Incêndio Topográfico:

(a) Incêndio de Encosta

 Direção de propagação da cabeça segue a linha de máximo declive;

 Comportamento previsível;

 Cabeça com intensidade que abranda ao passar a linha de Cumeada;

 Supressão deve ser realizada da cauda para a cabeça.

Figura 1.66 - Incêndios de Encosta11


(b) Incêndio de Vale

11 Fonte:Adriano Germano (MAF2009)


Enquadramento
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 Fogos mais complicados de extinguir pela sua elevada perigosidade;

 Propagação associada ao efeito de chaminé;

 Convecção pela orografia potencia comportamento extremo do fogo;

 Maioria dos acidentes fatais;

 Direção de propagação segue a linha de máximo declive sendo esperadas mais que
uma cabeça.

2) Precauções e Recomendações

1.330 A estratégia de combate adequada para um incêndio conduzido pela topografia cobrem todo
o conjunto de métodos e táticas de combate: ataque direto, indireto, ataque combinado e fogo tático.

1.331 Todas podem ser seguras ou podem converter-se em inseguras em alguma zona ou durante
um dado período. O incêndio varia constantemente de posição na topografia ao mesmo tempo que
muda a hora.

1.332 A inflamabilidade dos combustíveis não é constante durante o dia e, são quentes ou frios em
várias exposições.

1.333 Quando muda a topografia, a meteorologia, a hora do dia e a posição do incêndio, há que
reavaliar as táticas para garantir a segurança e a eficiência do combate. Daí existirem táticas para
cada cenário, de acordo com a posição na topografia.

1.334 Neste tipo de incêndios é indispensável uma boa análise Campbell Prediction System (CPS)
e a aplicação do protocolo LACES.

1.335 É fundamental o conhecimento e compreensão do modo como o fogo se comporta, para se


poder gerir adequadamente os incêndios florestais.

1.336 A janela de oportunidade definida é efetuada após o comportamento do fogo estar


desalinhado do declive.

1.337 O declive e o vento e a convecção são os três principais vetores que afetam o comportamento
do fogo e são associados aos incêndios como o vetor dominante para cada um deles.

1.338 Os incêndios florestais em vales podem constituir situações muito perigosas do ponto de vista
das ações de combate, dado que poderão originar velocidades de propagação, comprimentos de
chama e intensidades superiores às observadas para o mesmo incêndio na zona envolvente. Isto
deve-se sobretudo à orografia do terreno que condiciona o clima a nível local, tendo influencia
principalmente ao nível do campo de ventos, e humidade da vegetação.

Enquadramento
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1.339 O fenómeno de aceleração do fogo é bastante acentuado e favorecido por estas condições
de terreno. Todas as ações de combate a incêndios em vales devem ser bem ponderadas assim
como as ações de prevenção, dado que são zonas muito sensíveis e normalmente com elevado
risco de erosão do solo.

1.340 Apesar de existir um vetor dominante que caracteriza um incêndio, não implica que os outros
não estejam presentes. Como é óbvio existem incêndios em que o vetor dominante é sempre o
mesmo, apesar da presença dos restantes, e outros incêndios em que o vetor por vezes troca.
Neste último caso, é necessário ter essa análise antecipada porque a estratégia operacional
definida, muda no mesmo instante.

SECÇÃO VI - COMPORTAMENTO EXTREMO

1.341 O comportamento extremo constitui um perigo acrescido, para além de eliminar


completamente a eficácia do combate.

a. Definição

1.342 Conjunto de características e de propriedades do fogo que impedem o seu controlo e


supressão em segurança, com os recursos e conhecimentos disponíveis.

Tabela 1.6 - Indicadores de comportamento extremo

Classe de Perigo Ataque ao Incêndio Intensidade Frontal da Chama (KW/m)


Baixo Relativamente fácil 500
Moderado Moderadamente dificíl 500 2000
Elevado Muito difícil 2000 – 4000
Muito Elevado Extremamente difícil 4000 - 10000
Extremo Virtualmente impossível + 10000

1.343 Não se combatem diretamente incêndios com os meios conhecidos quando este entra em
comportamento extremo, no entanto, existem muitas outras tarefas que devem ser feitas para evitar
danos de maior, como proteger pessoas e bens, iniciar ações de combate indireto, prever
possibilidades de uso do fogo de supressão entre outras. Entende-se que existem situações que
levam ao Comportamento Extremo dos Incêndios, sendo elas:

1) Projeções

1.344 As projeções estão diretamente relacionadas com os focos secundários. Define-se quando a
propagação do incêndio provoca a projeção ou deslocamento de materiais incandescentes para a
frente de chamas. Quantas mais projeções se verificarem numa frente de incêndio mais perto está
de evoluir para o comportamento extremo.

Enquadramento
1-86
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1.345 O transporte de partículas feito pelas massas de ar provoca focos de curta (50 m), média (50-
500 m) ou longa distância (mais de 500 m). Os de longa distância tornam aceiros e barreiras
naturais, como por exemplo os rios, ineficazes. Criam-se novos incêndios, com óbvios impactos na
gestão dos meios.

2) Focos Secundários

1.346 Podem depender do transporte de partículas em combustão (projeções), que provocam a


ignição após a queda no solo, que ao se desenvolver irá interagir com a frente principal acelerando
a sua propagação.

1.347 Os focos secundários que aconteçam por outro motivo que não as projeções têm exatamente
o mesmo comportamento, e devem ser sempre acautelados, mesmo que não seja previsível durante
o combate.

1.348 Os focos secundários de curta distância aumentam a velocidade da frente e podem causar
encurralamento dos combatentes.

3) Conflagrações

1.349 Estão relacionadas com situações em que ocorrem grandes incêndios em larga escala.

1.350 Situações associadas a condições meteorológicas especiais, que são reconhecidas como
sendo de risco elevado ou extremo.

4) Fogos Eruptivos

1.351 Um incêndio pode acelerar continuamente desde o sopé até ao cume, atingindo velocidades
extremas, 5 - 6 km/h. Este processo é designado por efeito eruptivo.

1.352 Consiste numa aceleração súbita da velocidade de propagação do fogo e ocorre sobretudo
em encostas de elevado declive ou desfiladeiros;

Figura 1.67 - Fogos Eruptivos

Enquadramento
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5) Fogos de Copas

1.353 Aqueles que se propagam e consomem as copas das árvores. É considerada uma
manifestação extrema uma vez que tem associada elevadas intensidades, tornando o combate
direto ineficaz e aumentando os riscos para os combatentes. Para além disso produzem partículas
que estão na origem de focos secundários.

1.354 Depende da fase de superfície, a existência de continuidade de combustíveis entre a


superfície e as copas, ou as elevadas intensidades dos fogos de superfície, são determinantes na
ocorrência deste tipo de fogo.

6) Fogo de Salto

1.355 Ocorre quando duas frentes se encontram, o incêndio propaga-se com uma velocidade inicial
bastante grande, como se desse um salto.

7) Vórtices de Fogo

1.356 Representam turbilhões com um movimento de rotação em torno de um eixo, que


condicionam o comportamento do fogo e agravam a dificuldade em o suprimir. Possuem elevada
energia e a sua ocorrência é de difícil previsão.

Figura 1.68 - Vórtices de Fogo

1.357 Para finalizar, observe-se a figura seguinte, que reflete a evolução de um incêndio, quanto ás
formas de propagação, evolução no tempo e intensidade. Em situações de severidade
meteorológica, existe um acentuar do gráfico desde o foco inicial até ao incêndio de copas, pelo
que todos os incêndios têm mais potencial de atingir o comportamento extremo.

Enquadramento
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Figura 1.69 - Fases do desenvolvimento de um incêndio florestal

8) Condições Determinantes

1.358 Como podemos constatar, a evolução de um incêndio depende da conjugação de inúmeros


fatores. No entanto existem condições que são determinantes para que a evolução passe para
comportamento extremo, impedindo portanto o seu controle e supressão enquanto estiverem
presentes. Assim entenda-se como condições determinantes o vento, o declive, a carga de
combustível, a severidade meteorológica e as condições meteorológicas especiais.

1.359 A atual alteração climática tem vindo a influência decisivamente estes fenómenos, tanto pela
sua periocidade e intensidade. Quanto mais combinados surgirem estas condições, será natual
encontrar incêndios mais intensos e com um potencial de destruição muito maior.

SECÇÃO VII - PSICOLOGIA DO FOGO

1.360 O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos. Foi a maior conquista do
homem pré-histórico. A partir desta conquista o homem aprendeu a utilizar a força do fogo em seu
proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou moldando a natureza em seu benefício.
O fogo serviu como proteção aos primeiros hominídeos, afastando os predadores. Depois, o fogo
começou a ser empregado na caça, usando tochas rudimentares para assustar a presa,
encurralando-a. Foram inventados vários tipos de tochas, utilizando diversas madeiras e vários
óleos vegetais e animais. No inverno e em épocas gélidas, o fogo protegeu o ser humano do frio
mortal. O ser humano pré-histórico também aprendeu a cozinhar os alimentos em fogueiras,
tornando-os mais saborosos e saudáveis, pois o calor matava as muitas bactérias existentes na
carne.

Enquadramento
1-89
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1.361 O fogo também foi o maior responsável pela sobrevivência do ser humano e pelo grau de
desenvolvimento da humanidade, apesar de que, durante muitos períodos da história, o fogo foi
usado no desenvolvimento e criação de armas e como força destrutiva. Na antiguidade o fogo era
visto como uma das partes fundamentais que formariam a matéria. Na Idade Média, os alquimistas
acreditavam que o fogo tinha propriedades de transformação da matéria alterando determinadas
propriedades químicas das substâncias, como a transformação de um minério sem valor em ouro.

a. O Fogo na Perspetiva Científica

1.362 O Fogo é uma mistura de gases a altas temperaturas, formada em reação exotérmica de
oxidação, que emite radiação eletromagnética nas faixas do infravermelho e do visível. Deste modo,
o fogo pode ser entendido como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da
combustão. Chamamos de fogo o resultado de um processo muito termoquímico exotérmico de
oxidação. A Combustão é uma reação química exotérmica entre uma substância (o combustível) e
um gás (o comburente), geralmente o oxigénio, para liberar calor. Numa combustão completa, um
combustível reage com um comburente, e como resultado se obtém compostos resultantes da união
de ambos, além de energia, sendo que alguns desses compostos são os principais agentes
causadores do efeito estufa.

1.363 De uma forma geral:

CxHy + (x+y/4)O2 → xCO2 + (y/2)H2O


ou
Energia de Ativação + Combustível + Oxigênio → Dióxido de carbono + Água + Calor.

1.364 Geralmente, um composto químico orgânico como o papel, a madeira (material), os plásticos,
os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros, suscetíveis a oxidação, em contacto com uma
substância que permita a oxidação redução (oxigénio da atmosfera, por exemplo) necessitam de
uma energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição. Esta energia para
inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma chama. Iniciada a
reação de oxidação, também denominada de combustão, o calor desprendido pela reação mantém
o processo em marcha. Os produtos da combustão (principalmente vapor de água e dióxido de
carbono, em altas temperaturas pelo calor desprendido pela reação, emitem luz visível. O resultado
é uma mistura de gases incandescentes emitindo energia, denominado chama ou fogo.

Enquadramento
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Figura 1.70 - Progressão do incêndio e dispersão do fumo

1.365 A progressão de um incêndio é em grande parte determinada pela composição dos materiais
combustíveis, pelo fornecimento e concentração de oxigénio e pela temperatura de combustão
resultante.

1) Controlo e Autocontrolo em Situações de Limite

Autocontrolo e Controlo

1.366 No tempo que corre, as organizações cada vez mais estão expostas a pressões externas e
diversas, quer ao nível do temporal como do stress. Neste âmbito, surge este tema como forma de
os futuros militares da UEPS, desenvolverem imunidade a estas questões.

1.367 O grande objetivo será habilitar os militares a gerir o tempo com base na missão que é
atribuída e da função desempenhada. Definir objetivos na gestão do tempo; planear; estabelecer
prioridades; diagnosticar as suas deficiências na gestão do tempo, e encontrar métodos de
constante autoavaliação. Estruturar ações de forma a maximizar o seu desempenho e considerar o
tempo como um recurso, gerir o tempo considerando a cultura específica da organização, do serviço
e da respetiva função utilizando métodos e técnicas que permitam melhorar a capacidade de
organização pessoal funcionando como a melhor base da prevenção para as patologias associadas.

1.368 Habilitar os militares a desenvolver um maior autocontrolo e uma autoavaliação permanente


do seu estado psicofisiológico dos seus pensamentos e atitudes; otimização do desempenho
profissional; compreender o conceito de stress e ansiedade (e outras patologias) em situações
intervenientes, desenvolver estratégias de trabalho para melhor enfrentar problemas, transformar o
stress através da organização pessoal e da criatividade. Conseguir perceber o organismo como
autorregulador dos desequilíbrios (patologias associadas).

Enquadramento
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1.369 No caso mais concreto dos incêndios, são libertadas quantidades consideráveis de calor,
fumo, gases tóxicos, a pressão de populares, o ambiente destruturado e a sensação de descontrolo
dificultam drasticamente as condições de trabalho aos militares bem como a capacidade de
concentração. A progressão de um incêndio é em grande parte determinada pela composição dos
materiais combustíveis, pelo fornecimento e concentração de oxigénio e pela temperatura de
combustão resultante. É abundante a quantidade de fumo e gases tóxicos que podem ser libertados
durante uma combustão. Em condições normais o oxigénio encontra-se na atmosfera numa
percentagem de 21% e este é consumido durante o desenvolvimento de uma combustão. A
alteração desta percentagem também tem implicações sobre as pessoas e o ambiente.

1.370 O autocontrolo dos militares no exercício das suas funções na UEPS, as maiores dificuldades
surgirão pelos fatores externos nomeadamente o fumo, elevadas temperaturas, radiação, a
visibilidade reduzida e a concentração de gases tóxicos, que alem de colocarem em risco a
segurança podem colocar em risco a saúde dos militares. Para todas estas partes se equilibrarem
e não haja consequências para terceiros, é necessário que cada militar esteja consciente dos seus
limites e se sinta confiante da missão que irá cumprir na equipa.

1.371 As altas temperaturas, existência de fumos e a consequente redução da visibilidade pode


influenciar de diversas formas o movimento das pessoas, destacando-se a diminuição da velocidade
do raciocínio, o aumento da instabilidade emocional, a interrupção do movimento e eventualmente
stress poderá por em causa missões secundárias e particulares dos elementos intervenientes.
Quanto aos gases tóxicos, eles representam uma ameaça real à vida das pessoas, sendo os
responsáveis diretos por grande parte dos acidentes mortais que ocorrem durante os incêndios.

2) Patologias Associadas ao Fogo

Piromania

1.372 A piromania é definida como o comportamento repetitivo de atear fogo de forma propositada
e intencional. É um transtorno pouco conhecido e até mesmo á quem questione se de fato é um
transtorno mental. Para se realizar este diagnóstico é necessário que outros, como esquizofrenia,
mania bipolar, personalidade antissocial, devem estar excluídos. O número de atos incendiários não
é importante, basta um para se fazer o diagnóstico, desde que preencha os critérios

1.373 Assim como na cleptomania e na tricotilomania, o indivíduo com piromania experimenta um


forte entusiasmo nos momentos que antecedem o ato de incendiar um objeto, demonstra um
fascínio pelo fogo, curiosidade e atração pelas circunstâncias relacionadas ao fogo. Para realizar
esse diagnóstico deve ser descartado outros motivos de incêndio como motivações monetárias,
político-ideológicas, expressão de raiva. Ao contrário a motivação deve ser prazer e busca de
gratificação.

Enquadramento
1-92
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1.374 Esta patologia provavelmente é crônico-episódico, ou seja, o ato de incendiar não tem uma
frequência determinada como a tricotilomania ou o jogo patológico, o indivíduo pode passar longos
períodos sem atear fogo, mas predisposição estará sempre presente e eventualmente incontrolável.
As pessoas com piromania geralmente são encontradas primeiro pelos bombeiros e autoridades
oficiais, pois dificilmente procuram atendimento médico.

1.375 Não se conhece medicações eficazes para o tratamento da piromania, mesmo as terapias
tradicionais como a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental não apresentaram resultados
satisfatórios.

3) STRESS

1.376 Em situação de stress, o corpo humano reage de diferentes formas. A ativação da glândula
hipófise, que fica localizada na região frontal do cérebro, faz liberar hormonas que ativam as
glândulas suprarrenais - como o próprio nome indica, localizam-se na parte superior dos rins -
fazendo com que as suprarrenais liberem a substância cortisol, e a mesma é lançada na corrente
sanguínea. O excesso de cortisol leva a uma destruição das células de defesa, os glóbulos brancos,
causando uma baixa na defesa imunológica do organismo, possibilitando a proliferação e
desenvolvimento de doenças.

1.377 Há ainda o stress bom, que é gerado quando estamos ansiosos trabalhando por algo que nos
trará alguma saciedade ou felicidade futuras, como quando planeamos que algo de bom aconteça.

1.378 Mas o stress mau gera um abatimento ou sensação de pânico, um quadro de exaustão ou
fadiga, causa pressão alta, alterações hormonais.

1.379 A angústia causa doenças como gastrite e ao liberar as emoções negativas como a mágoa
há um melhoramento geral. Compreender os sentimentos e emoções leva a uma atitude que
constrói uma rede que atua da região glandular estendendo-se por todo o corpo.

1.380 Pensamentos positivos, exercício físico e disciplina são a melhor forma de afastar o stress.

4) Ansiedade

1.381 Ansiedade ou nervosismo é uma característica biológica do ser humano, que antecede
momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como
uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo intenso, aperto no tórax,
transpiração etc.

1.382 Esses dois aspetos, tanto a ansiedade quanto o medo, não surgem na vida da pessoa por
uma escolha. Acredita-se que vivências interpessoais e problemas na primeira infância possam ser
importantes causas desses sintomas. Além disso, existem causas biológicas como anormalidades
químicas no cérebro ou distúrbios hormonais.

Enquadramento
1-93
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1.383 Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual. A
ansiedade acaba tornando-se constante na vida de muitas pessoas. Dependendo do grau ou da
frequência, pode-se tornar patológica e acarretar muitos problemas posteriores, como o transtorno
da ansiedade. Portanto, nem sempre é patológica. Unhas roídas, característica de ansiedade.

1.384 Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua
autoestima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las.
Dessa forma, o termo ansiedade está de certa forma ligado à palavra medo, sendo assim a pessoa
passa a ter medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar.

1.385 As pessoas ansiosas têm um vasto número de sintomas. Muitos resultam de um aumento da
estimulação do sistema nervoso vegetativo ou autónomo, que controla o reflexo ataque-fuga. Outros
são somatizações, ou seja, os doentes convertem a ansiedade em problemas físicos, incluindo
dores de cabeça, distúrbios intestinais e tensão muscular. Cerca de metade das pessoas com
ansiedade sofrem principalmente de sintomas físicos, normalmente localizados nos intestinos e no
peito. Conforme a sintomatologia, a ansiedade pode ser classificada em vários transtornos, mas
sempre quando há um grau patológico, definido como aquele que causa interferência nas atividades
normais.

Sintomas:

 Fadiga;

 Insónias;

 Falta de ar ou sensação de sufoco;

 Picadas nas mãos e nos pés;

 Confusão;

 Instabilidade ou sensação de desmaio;

 Dores no peito e palpitações;

 Afrontamentos, arrepios, suores, frio;

 Mãos húmidas;

 Boca seca;

 Contrações ou tremores incontroláveis;

 Tensão muscular, dores;

 Necessidade urgente de urinar;

 Dificuldade em engolir;
Enquadramento
1-94
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 Sensação de ter um "nó" na garganta;

 Dificuldades para relaxar;

 Dificuldades para dormir;

 Leve tontura ou vertigem;

 Vómitos incontroláveis.

1.386 O tratamento é feito com psicoterapia e medicamentos, de entre os quais ansiolíticos e


antidepressivos.

5) Pânico

1.387 Um ataque de pânico, também conhecido como crise de pânico ou crise de ansiedade, é um
período de intenso medo ou desconforto, tipicamente abrupto. Os sintomas (variam de pessoa para
pessoa e são no mínimo cinco para ser considerada uma crise) incluem tremores, calafrios,
despersonalização, ondas de calor, dificuldade em respirar, palpitações do coração, náuseas e
tontura.

1.388 A desordem é tal que poderá atingir diferentes tipos de ansiedade. O ataque de pânico
acontece de forma súbita, parece não ter sido provocado e é geralmente incapacitante. O militar
mediante o obstáculo fica completamente bloqueado e sem qualquer tipo de atitude. Na maioria das
vezes, aqueles que têm um ataque de pânico provavelmente terão outros. Por vezes as pessoas
que sofrem de pânico condicionam outras ao chamado transtorno do pânico em que basicamente
se sofre por imitação e sem motivo aparente. Nesses casos, a pessoa passa também a ter fobia
(reversível) dos lugares em que aconteceram as crises.

1.389 Muitos dos que sofrem de ataques de pânico relatam medo da morte, um "estado de limite
ou loucura" ou uma perda de controlo das emoções e do comportamento. As experiências
geralmente provocam uma forte urgência de escapar ou se ver distante do local onde o ataque
começou (a reação de lutar ou fugir) e, quando associadas a dores no peito ou falta de ar,
necessitam de tratamento médico de urgência.

1.390 O ataque de pânico é distinguível de outras formas de ansiedade por sua natureza repentina.
Ataques de pânico geralmente são sofridos por pessoas que sofrem de outras desordens
relacionadas à ansiedade (são secundários a outras doenças e não uma doença à parte) e nem
sempre são indicativos de uma desordem mental. Cerca de dez por cento das pessoas saudáveis
sofrem um ataque de pânico isolado por ano.

1.391 Uma pessoa que sofre de alguma fobia tende a ter ataques de pânico quando exposta
diretamente ao objeto. Esses ataques são geralmente curtos e desaparecem rapidamente quando

Enquadramento
1-95
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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a exposição ao objeto também desaparece. Em condições de ansiedade crónica, um ataque de


pânico pode levar a outro, levando a uma exaustão nervosa por um período de dias.

1.392 Apesar de um mal terrível e uma experiência extremamente desconfortante, é preciso


salientar que a grande maioria das pessoas que recebem tratamento adequado livram-se dos
sintomas através de medicamentos específicos, e também das fobias, através de uma boa terapia
de acompanhamento; podendo retornar a uma vida normal, com muito mais comprometimento
consigo mesmas. A pessoa que sofre ou sofreu de pânico muda sua visão de mundo, direcionando
a sensibilidade que lhe é peculiar para o lado positivo da vida. É importante saber que os
“calmantes” apenas libertam a pessoa dos sintomas agudos, a curto prazo, mas o que realmente
estabiliza os neurotransmissores, levando a uma remissão total dos sintomas físicos e psíquicos,
são os antidepressivos, que não causam dependência e restabelecem os níveis normais de
serotonina no cérebro, fazendo com que este reaprenda a produzi-la.

6) Depressão nervosa

1.393 A depressão (também chamada de transtorno depressivo maior) é um problema médico


caracterizado por diversos sinais e sintomas. O estado depressivo diferencia-se do comportamento
"triste" ou melancólico que afeta a maioria das pessoas por se tratar de uma condição duradoura
de origem neurológica acompanhada de vários sintomas específicos. Ou seja, depressão não é
tristeza. É uma doença que tem tratamento. Estima-se que cerca de 15 a 20% da população mundial
já sofreu de depressão durante o seu percurso vital.

1.394 A depressão é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. Tem mais incidência
nas mulheres que nos homens. As causas da depressão são inúmeras, a genética, tipo de
alimentação descuidada, stress, estilo de vida, drogas, e outros fatores que apesar de não
relacionados diretamente proporcionam o surgimento ou agravamento da doença.

1.395 Cerca de 16% da população mundial já teve depressão nervosa pelo menos uma vez na vida.
Em alguns países como a Austrália, uma em cada quatro mulheres já sofreram de depressão e
cerca de um em cada oito homens já sofreram do mal. O início dos estudos sobre a depressão
começou na década de 20. Esta diferença desaparece completamente entre os 50 e 55 anos. A
depressão nervosa é causa comum de aposentadoria por invalidez na América do Norte e noutros
países da Europa. Segundo a OMS, em 2020, a depressão nervosa passará a ser a segunda causa
de mortes mundiais por doença, após doenças coronárias.

1.396 Os sintomas, geralmente associados ao quadro depressivo:

 Humor persistentemente rebaixado, apresentando-se como tristeza, angústia ou sensação de


vazio;

 Diminuição do interesse e satisfação durante atividades.


Enquadramento
1-96
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

1.397 Outros sintomas de depressão incluem:

 Afastamento de amigos ou pessoas

 Cansaço e perda de energia

 Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa que progressivamente se alastra ou pode
alastrar a muitas outras atividades.

 Vontade de chorar ou chora às escondidas.

 Tem maus resultados escolares, devido á incapacidade em se concentrar.

 Vontade de ficar só. Afasta-se de tudo e todos.

 Não querer ouvir barulhos ou querer música ou barulhos em altos berros (pois é uma forma
de se alhear e afastar do que se passa à sua volta).

 Sentimento de tristeza persistente

 Problemas de autoconfiança e autoestima

 Sente-se triste e abatido sem conseguir encontrar algo que a anime ou que lhe consiga
despertar interesse.

 Dificuldade de concentração e de tomar decisões

 Sentimentos de culpa, desesperança, desamparo, solidão, ansiedade ou inutilidade

 Alterações no sono; Dificuldades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o habitual,
dormir em excesso ou pesadelos

 Medo de executar determinada tarefa; ou medo do que possa acontecer se falhar.

 Vive obcecado com a sua incapacidade ou com o que possa acontecer a outrem se ela falhar.

 Isolamento: evitar outras pessoas.

 Perda de apetite com diminuição do peso ou compulsão alimentar

 Perda do desejo sexual

 Pensamentos de suicídio e morte

 Inquietação e irritabilidade

 Autoagressão

 Mudanças na perceção do tempo

 Acessos de choro

Enquadramento
1-97
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Desatenção à própria higiene

 Possíveis mudanças comportamentais como agressão ou irritabilidade

 Medo ou sensação de ser ou estar sendo abandonado

 Desleixa-se com o vestir ou com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar.

1.398 Algumas pessoas apresentam apenas alguns dos sintomas, outros apresentam inúmeros
sintomas, com intensidade variada.

1.399 Pessoas deprimidas têm frequentemente pensamentos mórbidos e a taxa de suicídio entre
depressivos é 30 vezes maior do que a média da população em geral. A depressão é considerada
em várias partes do mundo como uma das doenças com mais alta taxa de mortalidade

1.400 A maioria das pessoas que possuem um quadro clínico depressivo não conhece ou não
procura ajuda médica especializada apesar da grande possibilidade de tratamento efetivo. O
tratamento geralmente envolve uma medicação antidepressiva receitada por pelo menos 12 meses
para evitar recaídas e algumas vezes acompanhada de psicoterapia.

1.401 A eletroconvulsoterapia (ECT) é utilizada para indivíduos que não tiveram resposta
satisfatória ao tratamento medicamentoso. A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva
(EMTr) ou em inglês Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS) pode ser uma alternativa
para os pacientes resistentes aos medicamentos.

1.402 Sabe-se também que praticar exercícios regularmente e participar de atividades desportivas
e sociais pode ajudar o paciente a superar os sintomas da depressão.

1.403 São exemplos de tratamentos comuns para a depressão:

 Medicação

 Psicoterapia comportamental

 Eletroconvulsoterapia (ECT)

 Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)

 Suplementos alimentares

 Atividades físicas

1.404 Sendo a atividade da UEPS de alto risco, deve ser encontrado um equilíbrio das
características e capacidades humanas, que em conjunto constituem o potencial de um futuro militar
da UEPS.

Enquadramento
1-98
(RESERVADO)
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CAPÍTULO 2 - MEIOS E EQUIPAMENTO DE COMBATE

SECÇÃO I - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

2.01 A segurança na frente de fogo passa pela boa condição física, pela adequabilidade e qualidade
do vestuário e equipamento de proteção individual e por bons conhecimentos dos riscos, assim
como do cumprimento rigoroso dos procedimentos de segurança.

2.02 O operacional de combate a incêndios, deve utilizar o vestuário e equipamento de proteção


individual, de forma adequada, para garantir a máxima proteção e ao mesmo tempo ter perceção
do meio envolvente de modo a não menosprezar a temperatura envolvente.

2.03 O Equipamento de Proteção Individual (EPI), a seguir identificado, é de utilização obrigatória


no combate aos incêndios rurais, seja no ATI seja no ATA, para os militares que integram as forças
da UEPS.

Figura 2.1 - Equipamento de Proteção individual obrigatório para combate florestal

2.04 O EPI divide-se em dois grupos principais, o vestuário e o equipamento de apoio. Por sua vez
existe equipamento obrigatório que é uniforme para todos os militares, como é o caso do capacete,
óculos, a farda ou o apito e equipamento opcional como canivetes multifunções, gel hidratante,
corda individual, entre outros. Mais a frente iremos explicar esta divisão, e como deve ser utilizado
o EPI obrigatório.

a. Vestuário de Proteção Individual

Meios e Equipamentos de Combate


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1) Normas de utilização do vestuário

2.05 Neste capítulo iremos falar do vestiário e equipamento reconhecido para os operacionais
utilizarem, em pormenor surge a descrição no anexo B o qual pode consultar para melhor entender
a composição de cada peça.

2.06 O vestiário de proteção individual, confecionado para o combate aos incêndios florestais, é
composto pelos seguintes itens que conferem proteção ao operacional contra a radiação, o fumo,
as oscilações do terreno e a queda de objetos.

Figura 2.2 - Vestuário de proteção individual para intervenção em incêndios florestais

(a) Equipar

2.07 O capacete que confere proteção para a cabeça, pode ser utilizado com três cores diferentes.
O de cor amarela para o Comandante de Companhia, o de cor de laranja para o Comandante do
Posto de Intervenção Proteção e Socorro (CPIPS) ou Pelotão, e o de cor branca para os restantes
operacionais. As cores, são importantes para no TO identificar as funções de cada um e visualizar
a posição de cada um por parte dos vigias ou meios aéreos. O capacete é colocado depois da
cogula e deve estar sempre apertado. Com o capacete e acoplado ao mesmo estão os óculos e o
tapa nuca, que devem permanecer colocados por cima da cogula para impedir a entrada de
partículas incandescentes e limitar o acesso ao fumo. Por de baixo do capacete vem a cogula que
deve estar acondicionada de modo a tapar o nariz até à zona inferior do pescoço e por dentro do
casaco.

Meios e Equipamentos de Combate


2-2
(RESERVADO)
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2.08 Apesar de o equipamento conferir proteção contra a radiação, o operacional deve ter a noção
do calor que sente, para evitar situações de perigo como por exemplo ficar cercado, ou ser
apanhado por uma repentina aceleração da combustão, logo importa que alguém ou de forma
rotativa a todo o momento tenha parte do corpo desprotegida como o nariz ou a mão (mas sem
provocar queimaduras), para acautelar estas incidências.

2.09 O tapa nuca deve ser apertado por cima da cogula e óculos de modo a proteger a face da
radiação, no entanto e diferente da cogula deve ficar por fora do casaco para evitar a entrada de
partículas para o tronco.

2.10 O restante vestuário é vestido normalmente como se de outra roupa se tratasse, com as
seguintes particularidades:

2.11 O casaco fica sempre por fora das calças reforçando a proteção junto da zona pélvica.

2.12 As calças, na extremidade mais baixa, devem permanecer por fora do cano das botas e bem
presas a este, para evitar entrada de partículas ou que estas subam permitindo o material em
combustão encostar à pele.

2.13 A t-shirt tem de ser de algodão para evitar que entre em combustão e retenha a transpiração
para ajudar a arrefecer o corpo. O cinturão tático deve ser largo e de velcro para evitar limitar os
movimentos do operacional.

2.14 As mangas do casaco devem estar por dentro do cano das luvas e presas de modo a não
prender os movimentos, nem permitir que subam pelo antebraço.

(b) Cuidados a ter na utilização, manutenção e limpeza

2.15 As várias peças do vestuário identificado devem ser lavadas e cuidadas após cada dia de
trabalho em combate, ou ao final de algum tempo de utilização, de modo a permitir a que o corpo
possa respirar aquando da sua utilização.

2.16 Os óculos devem permanecer limpos e protegidos par permitir uma boa visibilidade e impedir
que fiquem baços aquando da sua utilização.

2.17 O capacete deve permanecer limpo e devem ser verificados regularmente os pontos de
amarração do mesmo, ou orifícios concebidos para a ventilação. Deve ser também verificada a sua
resistência após cada embate que sofra.

2.18 Para além dos cuidados essenciais de limpeza e asseio do vestiário, ou dos cuidados
identificados, importa referir que o vestiário é revestido por uma película ignífuga, que está limitada
à lavagem, pelo que deve ser limitado o seu uso fora da época de incêndios para manter o mesmo
operacional. Se verificar que o tecido começa a ceder e a ficar mais fino, já não oferece proteção
pelo que deve ser imediatamente trocado.
Meios e Equipamentos de Combate
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b. Equipamento de proteção individual e sobrevivência

2.19 O equipamento de proteção individual, que pode ser consultado em pormenor no anexo B,
confecionado para o combate aos incêndios rurais, é composto pelos seguintes itens que conferem
proteção ao operacional, contra a radiação, o desgaste, a desidratação, ou o auxiliam em outras
situações:

Figura 2.3 - Equipamento de proteção individual para combate a incêndios rurais

2.20 Pode ser utilizado outro equipamento complementar, como o caso de canivetes multifunções,
facas, corda individual, ou outros que acrescentem

1) Normas de utilização do equipamento

(a) Como utilizar

2.21 O equipamento de proteção individual, deve ser acondicionado todo nos mesmos locais de
maneira a garantir a uniformidade de operacional para operacional. Assim, garante-se que se um
militar necessitar de usar o equipamento de outro militar sabe exatamente onde se encontra e não
precisa de perder tempo a procurar.

2.22 O fireshelter e o camelbak, são acondicionados no colete nos compartimentos próprios que
se situam na zona das costas.

2.23 A lanterna deve estar acoplada no capacete, que deve permitir ser retirada para se necessário
usar à mão ou arrecadar.

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2.24 O apito é usado preso no colete do lado direito junto ao ombro, e por último os kits de primeiros
socorros e sobrevivência são usados na bolsa do colete do lado esquerdo.

(b) Cuidados a ter na utilização, manutenção e limpeza

2.25 A maior parte deste equipamento não precisa de cuidados especiais, no entanto devem ser
alvo de uma regular inspeção para verificar danos, ou necessidades de limpeza, que mantenham
os equipamentos operacionais.

SECÇÃO II - AGENTES EXTINTORES

a. Agentes Extintores

2.26 São vastos os agentes extintores existentes, no entanto os agentes mais usuais empregues
para quebrar um dos lados do tetraedro do fogo são, a água, os retardantes ou caldas misturadas
com água e a terra.

1) Água

2.27 A água atualmente é o agente extintor mais usado no combate aos incêndios em Portugal.
Como agente extintor atua através do arrefecimento dos combustíveis e suprime o oxigénio.
Quando pulverizada, aumenta a eficácia do arrefecimento e também, no abafamento. É um meio
eficaz e rápido no domínio de grandes extensões de linha de chama. Em jato permite alcançar
maiores distâncias, nomeadamente em locais de difícil acesso. Pode ser usada com combustíveis
finos para criar uma faixa para baixar a intensidade da combustão, se tivermos em conta o tempo
de retardação dos combustíveis.

2.28 Assim as técnicas de água e de utilização de ferramentas sapadores devem ser sempre
privilegiadas em todos os momentos, principalmente quando existe a possibilidade de efetuar
trabalho de supressão com viaturas.

2.29 Apesar das vantagens enumeradas, o combate com água também oferece algumas
desvantagens, desde logo, a consolidação. A água evapora, em condições extremas de seca, ou
em altas temperaturas é difícil consolidar o trabalho feito só com água uma vez que é impossível
chegar ao solo mineral.

(a) Regras na Manobra com Água

2.30 Recorde-se que, apesar de não existirem dois incêndios iguais, há algumas regras que se
aplicam geralmente, como as seguintes.

2.31 Se não for possível a aproximação, aplicar jato na base das chamas da seguinte forma:

 Manter o jato baixo;

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 Oscilar o jato, lateralmente, para cobrir maior área (a movimentação deve ser rápida e logo
que possível, utilizar água pulverizada).

 A água pulverizada serve para arrefecer o limite da área queimada e oferece maior proteção
ao combatente;

 Cobrir a maior parte possível do combustível.

2.32 Para construir uma abertura na frente de chamas, deve:

 Extinguir as chamas e arrefecer o combustível, paralelamente à frente;

 Progredir rapidamente.

 Molhar bem a frente de chamas:

 Não o fazer em demasia;

 Garantir uma extinção completa, antes de progredir.

2) Retardantes/Caldas

2.33 Os retardantes são produtos que adicionados à água aumentam a sua eficácia. Existem dois
tipos de retardantes, os espumíferos e as caldas. Os primeiros são constituídos por fosfatos que
aumentam a eficácia da água por lhe reduzir a evaporação e o escorrimento, permitindo-lhe uma
melhor fixação. Os segundos são retardantes de longa duração, sendo que também são solúveis
em água, à base de sulfato e fosfato de amónio, que se decompõem com o calor, inibindo a
emanação de gases que, como se sabe, são responsáveis pela ignição.

2.34 Estes agentes atuam basicamente pelas propriedades químicas dos seus componentes. O
seu efeito mantém-se mesmo após a evaporação da água, são aplicados a partir de aeronaves
veículos ou outros equipamentos como o extintores dorsais e permitem criar faixas de contenção
(químicas).

3) Espumas

2.35 A espuma utiliza-se no combate aos incêndios florestais, diretamente sob as chamas (método
direto), ou na proteção de faixas de contenção (método indireto), para arrefecer e suprime o
oxigénio e melhoram a eficácia da água. A sua utilização dificultam a progressão do incêndio,
reduzem a evaporação e o escorrimento, normalmente mantêm-se durante 30 minutos e pode ser
aplicada através de veículos ou de aeronaves.

2.36 Como referido a capa de espuma pode manter-se cerca de 30 min, pelo que deve ser
consolidada pelo trabalho dos operacionais.

4) Terra

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2.37 A terra apaga as chamas essencialmente por abafamento. Nos arbustos e nas árvores, quando
arremessada produz choque que é suficiente para suprimir, por instantes, o oxigénio, e suprimir a
combustão. Contribui ainda, para diminuir a temperatura no ambiente do incêndio.

2.38 A terra pode ser utilizada com ferramentas manuais, quando se verifica a inexistência de água,
ou pelas máquinas de rasto.

2.39 É um agente eficaz, mas quando utilizado pelos operacionais com ferramentas manuais torna-
se desgastante principalmente em solos duros ou rochosos.

5) Agente Explosivo

2.40 Este tipo de material não deve ser considerado como um agente extintor uma vez que a sua
composição resulta da combinação de dois agentes extintores.

2.41 O efeito que produzem estes meios, traduz-se numa explosão que formam uma onda
expansiva que espalha retardante sobe o combustível florestal e suprime o oxigénio, após a
explosão de um recipiente de 5 kg de mistura de água (80%) e retardante químico (20%). A
explosão é realizada por 40 gramas de pólvora após a ignição de uma mecha rápida de um metro
de comprimento.

2.42 Não apresenta perigo de auto explosão no entanto obriga a cuidados de manuseamento, pelo
que:

 Não é permitido Fumar perto do equipamento;

 Não manipular o equipamento com fogo;

 O armazenamento deve ser feito em local fresco e seco

(a) Utilização

2.43 Este tipo de dispositivo pode ser usado para abrir uma brecha caso os operacionais fiquem
cercados, ou para extinguir uma frente ou parte do incêndio:

1.º Colocar os depósitos em linha distanciados entre si de 2 a 4 metros;

2.º Colocar o rastilho na parte superior do combustível e na direção da frete que se pretende
extinguir. (a intenção é que a combustão dos rastilhos seja ao mesmo tempo).

3.º Após a explosão do detonador deve existir uma rápida intervenção por parte dos
operacionais para consolidar a combustão.

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Figura 2.4 - Exemplo de linha de controle com explosivos de supressão


Fonte: ENB

(1) Uso de explosivos para faixas de contenção

i. Vantagens

 Emprego de poucos operacionais para uma rápida construção de uma faixa de contenção;

 Boa eficácia em terrenos ingremes e em terrenos difíceis com carga de combustível ligeira a
moderada;

 Os sobrantes são espalhados pelas zonas envolventes à explosão e não empilhados num só
ponto;

 O impacto da explosão facilita o trabalho do solo, facilitando a construção de eixos e pontos


de acesso;

 A largura da faixa de contenção pode ser facilmente alargada, conforme a quantidade de


explosivos;

 Tem um impacto no ambiente menor do que outros meios.

ii. Desvantagens

 Limitação quanto ao pessoal com qualificação para a utilização de explosivos para este
método;

 Necessidade de se ter em conta todos os operacionais que trabalham naquela zona e,


consequentemente serem retirados do local de explosão;

 O próprio transporte dos explosivos representa um problema;

 A necessidade de conferir a segurança inerente a realização deste método;

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 A utilização deste método está a tornar-se cada vez mais dispendioso.

iii. Tabela de Comparação de trabalho

2.44 A ritmo de produção de faixas de contenção entre 7 operacionais que trabalham com
explosivos e 20 operacionais que trabalham que ferramentas manuais (turno de 10 horas).

Tabela 2.1 - Comparação de trabalho

Construção de faixas de contenção


Tipo de Combustível
Explosivos Ferramentas manuais
Erva 7242 7242
Mato 4828 3621
Sobrantes (pouco densos) 4224 1810
Sobrantes (muito densos) 2414 905

(b) Cuidados de Utilização

2.45 A constituição do material, pela perigosidade que representa aquando da sua utilização, obriga
a procedimentos específicos de modo a salvaguardar a integridade física dos operacionais. Como
tal, deve ter-se em atenção:

1.º Depois de colocador as cargas explosivas deve aguardar em local seguro e com a silhueta
reduzida até que os detonadores rebentem o dispositivo;

2.º Se o detonador não rebentar o dispositivo, verificar se não existiu contacto com a chama;

3.º Recolher a mecha e evitar que se arraste sobe a área queimada.

SECÇÃO III - MEIOS DE COMBATE

2.46 A extinção de um incêndio, pode ser realizada recorrendo a ferramentas manuais,


equipamento de vários tipos, maquinaria pesada e meios aéreos.

2.47 Da combinação de vários fatores resulta uma maior ou menor intensidade de linha de chamas,
cujo conhecimento é muito útil para definir o tipo de meios de combate e métodos de ataque a
utilizar para cada situação.

a. Ferramentas Manuais

2.48 Durante a primeira intervenção helitransportada ou terrestre, ou em missões de ATA


desempenhada pelos militares da UEPS, são utilizados diversos equipamentos classificados como
material de sapador, com destaque para as ferramentas manuais. A utilização de água durante o
combate não exclui a utilização das ferramentas. Na maior parte das vezes as ferramentas é o meio

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de combate mais eficaz e versátil, pode-se efetuar uma supressão mais rápida e eficiente do que
utilizando água. A grande vantagem da utilização das ferramentas manuais é a consolidação do
perímetro do incêndio até ao solo mineral, a grande desvantagem é o desgaste que provoca nos
operacionais.

2.49 A sua utilização durante o combate a incêndios rurais, é fundamental para garantir a supressão
eficaz da linha, evitar reativações e durante o combate e assegurar um eficiente rescaldo do
perímetro de todo o incêndio impedindo a existência de reacendimentos. Assim as ferramentas
fazendo parte integrante do equipamento indispensável do militar da UEPS, podem utilizar-se em:
nas mais diversas situações de combate a incêndios.

2.50 Na tabela infra, estão caracterizadas e classificadas as ferramentas, aspeto que mais tarde
nos vai permitir fazer a melhor escolha tendo em conta o local onde é necessário atuar.

1) Identificação

Tabela 2.2 - Ferramentas Manuais

IDENTIFICAÇÃO DESCRIÇÃO FUNÇÃO


Raspar o solo, soltar e
Peso:1,60kg; Comprimento: 1,27 m arremessar terra, cortar raízes
Pá florestal

Ferramenta com cabo de madeira e e ramos finos, remover zonas


folha curva de aço com os lados em brasa;
afiados. Proteger o rosto da radiação;
Proteção chupador.
Peso: 1,80 kg Soltar terra, cavar, raspar solo,
Enxadão (Pulaski)

Comprimento: 0,29 m escavar sonas com brasa,


Ferramenta com cabo de madeira construir valados até ao solo
com cabeça de aço bi-funcional mineral;
(machado e enxada), permitindo Cortar ramos, raízes e
cavar e cortar. arbustos.
Soltar terra, cavar, raspar solo,
Peso:2,3Kg; Comprimento: 1,24 m escavar zonas com brasas,
Ferramenta com cabo de madeira e construir valados, cortar
Maclead

folha plana retangular de aço com vegetação (matos médios e


um lado afiado a 45º e o lado oposto baixos) e raízes delgadas;
com ancinho. Arrastar vegetação ligeira e
revolver brasas.

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Peso:1,2 kg; Corte de combustíveis grossos

Machado
Comprimento:0,89 m; ou pesados e raízes.
Ferramenta com cabo de madeira e Raspar troncos e descascar
cabeça de aço bi-funcional. árvores.

Peso: 1,80 Kg; Cortar ramos altos e médios,


Comprimento: 1,06 m raízes e arbustos e raspar
Foição Ferramenta com cabo de madeira e troncos com brasas.
folha de aço com curva, a qual pode Desramar ramos pendentes
ter vários tamanhos. das árvores.

Peso:1,36Kg; Comprimento: 1,37 m


Ferramenta com cabo de madeira, Cortar vegetação ligeira, raspar
Ancinho

leve e prática, com folha plana de solo, juntar vegetação, revolver


aço com quatro dentes largos e brasas.
afiados
Peso:1,8 kg
Comprimento:1,2 m Abafar o fogo (resulta melhor
Ferramenta com cabo de madeira e na sufocação do fogo em
Batedor

tiras largas, na maioria das vezes matos atlânticos de porte


aproveitadas de mangueiras usadas médio (por exemplo o tojo (ulex
(mangueira de 50 com revestimento europaeus)).
têxtil.
Peso: 1,1 kg
Abafar o fogo, (resulta melhor
Batedor tipo Pá

Comprimento:1,5 m
para sufocar o fogo em matos
Ferramenta composta por cabo de
mediterrânicos de porte médio
alumínio e uma pá de borracha
e pequeno (por exemplo
resistente ao calor com cerca de 25
ericáceas ou cistus)).
cm e 50 cm de comprimento.
Peso: 4,2
Combina as funções de corte,
Comprimento: 1,2
Gorgui

de vegetação media e fina,


Ferramenta com cabo de madeira e
raspagem, cavar e sufocar (em
uma só folha com funções
rescaldo).
individualizadas.

Meios e Equipamentos de Combate


2-11
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Peso: 7 kg
Comprimento:0,28 m
Ferramenta composta normalmente

Motosserra
Corte de árvores, desramação,
por um motor a dois tempos a
Abertura de faixas de
gasolina e uma corrente acoplada
contenção por desmatação.
ao mesmo, o motor faz girar a
corrente que possui dentes
cortantes.
Peso: 5 kg
Comprimento:1,8 m
Moto-roçadora

Ferramenta de corte constituída por Alargar linhas de contenção;


um motor de dois tempos que Desmatação;
provoca o giro de um eixo que faz Roçar mato.
mover o disco de corte situado na
extremidade.
Peso: 20 kg
Comprimento:0,16m
Largura:0,45 m
Extintor Dorsal

Ferramenta constituída por um


depósito flexível, de 20 litros, Proteção;
segundo os modelos e tipos de Eliminação de pontos quentes.
transporte. Possui uma mangueira
com uma bomba manual e agulheta
regulável que permite a projeção de
água sobre o fogo.
Peso:7 kg
Altura:0,36 m
Diâmetro: 0,23 m
Constituído por um depósito com
Pinga-lume

cerca de 4,5 litros, resistente a altas Contrafogo


temperaturas e golpes, com asa de Fogo Tático
agarre, tudo e gotejador. O
combustível utilizado é uma mistura
de cerca de 75% de diesel e de 25%
de gasolina.

Meios e Equipamentos de Combate


2-12
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Peso : 22,2 kg
Comprimento: 0,5 m
De fabrico alemão, é a mais leve
entre as mais potentes, tem uma

Motoguincho
relação peso potência elevada; Remover, combustíveis
Cilindrada 70,7cc: lenhosos pesados, obstáculos
Potência de 5,4 cv; que impeças a circulação de
Peso 6,3 kg sem combustível e sem viaturas etc.
guia;
Depósito de óleo da lubrificação de
corrente vazio, não necessita de
óleo.
Peso: 1,4 m Esta bomba permite ser
Comprimento: 0,33 m transportada e operada em
A fyr-pak de modelo 20fp-c8 é uma situações de incêndio com um
bomba centrifuga portátil com mínimo de três elementos.
Motobomba-dorsal

suporte mochila ajustável; Operada a partir de um


É fabricada pela “hale” nos usa; pequeno curso de água ou
O seu peso ronda os 34 kg; charca.
O seu motor tem 134cc de Em terreno de difícil acesso a
cilindrada, desenvolvendo uma qualquer veículo, trabalhando
potência de 8 hp; autonomamente.
Faz parte do seu conjunto “jerrican” Por vezes nas nossas missões,
de 6 galões “um galão 3.78l” com também permite extrair água
respetivo tudo de ligação; de pequenas caves.

2) Classificação

2.51 A Tabela seguinte representa as capacidades de cada ferramenta, e em que função a mesma
é mais vantajosa ou menos útil.

Tabela 2.3 - Capacidades de cada ferramenta e versatilidade

Classificação

Componentes sob as que


Ferramenta Corte Raspar Cavar Abafar
intervém

Pá + + + + Oxigénio, calor e combustível

Enxadão / Pulaski + + + - Combustível

Enxada-ancinho / Macleod + + + - Combustível

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Ancinho raspador + + - - Combustível

Machado de 2 gume + - - - Combustível

Foição + - - - Combustível

Enxada + + + + Oxigénio, calor e combustível

Roçadora + + - - Combustível

Gorgui + + + - Combustível

Batedor - - - + Oxigénio

Motosserra + - - - Combustível

Extintor dorsal - - - + Oxigénio e calor

2.52 A correta utilização das ferramentas manuais no combate a incêndios aumenta a eficiência da
tarefa porque supõe uma poupança de tempo e dinheiro, além de ser uma medida de segurança
para os operacionais. Estas ferramentas necessitam de uma manutenção contínua, uma vez que
uma ferramenta defeituosa é um peso morto sem nenhuma utilidade. É lamentável chegar a um
teatro de operações (TO) e ver que as ferramentas têm as lâminas por afinar ou dobradas, com
mossas, ou que os cabos saem do seu lugar, enquanto que o incêndio continua a progredir.

2.53 As ferramentas manuais contra incêndios devem cumprir uma série de requisitos:

(a) Produtividade e eficiência

2.54 Devem proporcionar o máximo de eficiência com o mínimo de energia;

(b) Versatilidade

2.55 Devem selecionar ferramentas que além de serem produtivas sejam versáteis. Não se devem
limitar a ter uma única aplicação.

(c) Portáteis

2.56 Muitas vezes tem-se que transportar ferramentas grandes durante uma boa distância até
chegar ao incêndio, ou têm de ser utilizadas durante muitas horas. Por isso, as ferramentas devem
ser ligeiras, fáceis de transportar e seguras durante o transporte.

(d) Resistência

2.57 Devem ser resistentes aos golpes e não se partirem ao baterem contra pedras ou outros
objetos.

(e) Simplicidade

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2.58 As ferramentas devem ser simples tanto no uso como na reparação e manutenção. Estão
destinadas à supressão de incêndios e não a trabalhos de maior precisão ou cuidado, devem estar
aptas a serem reparadas durante as operações de combate por qualquer pessoa.

(f) Adequabilidade

2.59 É conveniente utilizar equipamento e ferramentas estabelecidos na maior parte do território


nacional, como ferramentas manuais para a supressão de incêndios. Desta forma poder-se há fazer
uma manutenção mais barata e efetiva, facilitando o transporte e o acondicionamento, bem como o
uso das mesmas no caso de intervenção em zonas distintas das normais.

(g) Qualidade

2.60 O alto custo do investimento em ferramentas com qualidade diminui, os danos que provocam
a sua inoperacionalidade e aumenta a segurança dos operacionais.

2.61 As ferramentas classificam-se segundo o componente do “triângulo do fogo”, sobre o qual


atuam: calor, oxigénio ou combustível.

2.62 Observando o “triângulo do fogo” podemos, pela figura seguinte, ver que tipo de ferramenta,
(a titulo exemplificativo), tem influencia direta num dos seus componentes.

Figura 2.5 - Triângulo do fogo (tipo de ferramenta)

2.63 De seguida expõe-se uma tabela na qual se define as técnicas e ferramentas mais adequadas
para cada um dos componentes.

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Tabela 2.4 - Técnicas e Ferramentas

Componente do “triângulo do fogo” Técnica utilizada Ferramenta

Calor Arrefecimento Extintor dorsal


Oxigénio Abafamento Batedores, pás.
Combustível Eliminação do combustível Pulaski, Enxada, Macloud, Gorgui…

2.64 No que diz respeito ao oxigênio, devemos evitar o seu acesso à base das chamas através do
abafamento com o batedor ou do lançamento de terra com a pá florestal. Uma outra opção, será
cortar o combustível, impedindo assim a progressão do incêndio pela ausência de combustível e
finalmente o arrefecimento da zona queimada limítrofe com a zona não ardida com o lançamento
de terra ou água.

2.65 Logo, percebemos que a combinação de técnicas é fundamental para rentabilizar recursos e
obter resultados eficientes.

2.66 Depois de conhecidas as capacidades das ferramentas, importa recordar os tipos de linhas
que podem ser construídas para debelar uma linha de fogo.

3) Ferramentas que atuam sobre os combustíveis

(a) Utilização geral das ferramentas

2.67 É fundamental para a segurança do operacional manter os joelhos fletidos de forma a aliviar a
tensão sobre as costas. Dependendo da mão dominante, a que fica por de baixo (na extremidade
do cabo) é a mão forte, a mão que fica em cima é a mão diretriz, que dá precisão ao golpe.

(1) Pulaski

2.68 Ferramenta que combina um machado e enxada numa só ferramenta. A cabeça está composta
por uma folha de aço com diferentes formas em cada extremo, um extremo está desenhado com a
forma de enxada e o outro com forma de machado, num plano perpendicular. O cabo é de madeira
e é introduzido num buraco existente entre as duas folhas de aço.

i. Utilização

2.69 Escavação de terra para ser lançada com a pá sobre a linha de chamas. Corte, desbaste e
desramarem do combustível a uma certa distância das chamas. Eliminação do combustível por
escavação até ao solo mineral.

2.70 Quando utlizada para a raspagem do combustível deve efetuar o movimento, levantando a
ferramenta por cima da cabeça do utilizador, e prepara-se para dar o golpe, mantendo as mãos um
pouco separadas para dar precisão e estabilidade ao movimento. No movimento descendente é
aproveitado o seu peso, juntando as mãos antes de dar o golpe no solo, para dar mais força ao

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movimento. Depois da enxada entrar em contacto com a vegetação, em ato continuo puxa-se a
ferramenta na direção do corpo raspando-a. O utilizador com as mãos ligeiramente afastadas
prepara-se para elevar a ferramenta e voltar a repetir o movimento.

(2) Pá

2.71 Ferramenta utilizada para escavar ou remover materiais de baixa densidade. É constituída por
uma folha de lâmina de aço, com forma numa oval arredondada, afiada nas laterais desde a ponta
até 5 cm antes da parte posterior. O cabo de madeira une-se à folha através de um encaixe, em
aço.

i. Utilização

2.72 Funciona por abafamento lançando terra sobre a chama ou brasas, movimentando o oxigénio
disponível.

2.73 Eliminação até ao solo mineral do combustível, a uma certa distância das chamas, por
escavação, raspagem ou golpes (cortes), preparação de pontos de água.

2.74 Para efetuar a raspagem ou corte deve levantar a cabeça da pá por cima da cabeça do
utilizador, preparando-se para o impacto. As mãos permanecem um pouco afastadas para dar
estabilidade e precisão ao movimento. Na faze descendente utiliza-se o peso da mesma, as mãos
mantêm-se separadas para maior precisão do golpe, a mão motriz agarra na extremidade do cabo
e efetua-se um movimento de charneira. Quando a pá entrar na obliqua no solo, deve-se fletir um
pouco mais as pernas do que quando se utiliza outras ferramentas de raspagem. Com a mão diretriz
empurra-se o combustível efetuando a raspagem, depois eleva-se a ferramenta e repete-se o
movimento.

(3) Macleod

2.75 É uma ferramenta composta por uma folha plana e retangular de aço, em que um dos lados
leva uma lâmina simples de 45º, e no lado oposto 6 dentes, reforçados na parte interior.

2.76 Tem um tubo de aço com forma plana o qual vai unido à placa através de um parafuso e a sua
posição é no centro da folha. O tubo é de aço e é soldado à forma plana sobre o qual se monta o
cabo de madeira.

i. Utilização

2.77 Utiliza-se para cortar e raspar na frente de chamas, os combustíveis ligeiros até ao solo
mineral.

2.78 As posições do corpo ao raspar, são parecidas ás posições definidas com a utilização do
pulaski. As diferenças mais salientes são as seguintes, o cabo é mais largo o que permite uma
posição mais erguida do corpo.
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2.79 A enxada do macleod é sensivelmente mais larga pelo que se trabalha pior que com o pulaski
ou a enxada em terreno com pedras ou mais duros. Nestes casos é melhor bater com as esquinas
da enxada do macleod para abrir o solo.

(4) Machado de dois gumes

2.80 Ferramenta com uma folha de aço com dois gumes e cabo de madeira.

i. Utilização

2.81 É utilizado para cortar material mais grosso na ausência da motosserra, ou em caso de avaria
desta.

2.82 Utiliza-se batendo o mato com uma das folhas, como se fosse um machado de um gume para
cortar ramos ou troncos mais grossos.

(5) Foição

2.83 Ferramenta composta por uma folha de aço, com forma de meia lua e tamanho variado e um
cabo de madeira.

i. Utilização

2.84 É útil para eliminar o combustível aéreo arbustivo, normalmente como primeira ferramenta de
entrada à distância das chamas, especialmente se não dispõe de ferramentas mecânicas.

2.85 Utiliza-se batendo o mato com a cabeça como se fosse um machado para cortar ramos ou
pequenos troncos.

(6) Ancinho

2.86 Ferramenta com uma lamina curta constituída por quatro dentes em forma de triângulo e um
cabo de madeira.

i. Utilização

2.87 Utiliza-se essencialmente para a raspagem de mato fino ou remoção de manta morta. També,
pode ser usado para o corte de combustível tipo herbácea e arbustiva. O seu manuseamento é
muito similar ao macleod ou gorgui. Tem boa rentabilidade na maior parte dos combustíveis
florestais em portuga, é leve e fácil de transportar. Em terreno mole e sem pedras é possível remexer
a terra.

(7) Gorgui

2.88 É uma ferramenta criada especificamente para trabalhos contra incêndios florestais e resulta
da combinação das principais ferramentas manuais, mais utilizadas para a extinção de incêndios.

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Possui uma grande versatilidade uma vez que na mesma folha tem as funções de pulaski, macleod,
machado e picareta (pico).

i. Utilização

2.89 Devido á sua grande versatilidade a todo o tipo de terrenos, pode-se utilizar em quase todas
as tarefas de ataque ao incêndio. O seu manuseamento é muito parecido ao macleod.

(8) Enxada

2.90 Não é uma ferramenta criada especificamente para incêndios, no entanto, é muito útil segundo
as características do terreno.

2.91 Está composta por uma cabeça de forma mais o menos triangular, com um buraco por onde
passa o cabo de madeira. Esta cabeça pode ter diferentes dimensões, desde as mais estreitas,
adequadas para terrenos mais rochosos, até ás mais largas, para terrenos arenosos.

i. Utilização

2.92 Quando mais larga é a enxada mais semelhanças do funcionamento tem com o Macleod,
podem realizar-se trabalhos de corte, raspagem e cavar. É uma das melhores ferramentas pela sua
capacidade de arrasto e pelo seu peso, sobretudo comparado com o Macleod. O tamanho do cabo
é parecido com o do pulaski, pelo que as posições do corpo são similares. Quanto mais estreita é
a enxada mais se assemelha com um pulaski.

2.93 Em certas ocasiões também se pode utilizar de forma semelhante à pá, atirando terra sobre a
chama, especialmente quando esta é baixa e a largura da cabeça da enxada é maior.

(b) Manutenção para as ferramentas de corte e raspagem

2.94 As ferramentas vão-se degradando com o desgaste provocado pela sua utilização durante as
operações de combate. A manutenção, é a realização de um conjunto de ações necessárias para
que a sua utilização seja eficaz, conseguir efetuar rendimentos de trabalho elevados garantindo
elevados índices de segurança durante as operações. A manutenção deve-se realizar sempre que
as ferramentas sejam usadas. Se existir uma previsão de que as ferramentas não vão ser utilizadas
durante algum tempo, deve ser planeado de uma forma regular a sua manutenção.

2.95 Para fazer a manutenção das ferramentas, de uma forma correta é necessário:

 Lavar e secar as ferramentas após cada utilização;

 Verificar os cabos, que não tenham nós, farpas ou aberturas, e que estejam bem
encabados;

 Verificar que os cabos não estejam queimados;

 Manter os cabos fixos com “cunhetes”;


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 Aplicar produtos antiferrugem ou lubrificante;

 Envernizar os cabos;

 Colocar protetores nos gumes;

 Afiar os gumes;

 Armazenar corretamente as ferramentas, sempre de pé para não partirem ou dobrarem os


cabos.

(1) Afiar a Lâmina/Gume

2.96 O gume ou lâmina de uma ferramenta é o mais importante, é a interseção de duas superfícies
de corte, as quais formam um ângulo que depende da resistência do material a cortar. Quanto maior
é, mais força é necessário fazer para afundar a ferramenta, em contra parida, quanto menor é o
ângulo mais fácil é. Portanto, cada ferramenta tem um fio adequado à sua função, o pulaski e
machado 30º, a enxada e macloud 45º.

2.97 Para se afiar as lâminas pode-se proceder de duas formas, rebarbar ou limar.

i. Limar as lâminas manualmente

2.98 Utiliza-se quando não existe amolador, uma vez que é um trabalho lento. Para limar uma
ferramenta florestal, usa-se uma lima de pica fina e aço rápido. Antes de limar deve limpar a gordura
existente na ferramenta

Figura 2.6 - Forma de limar uma ferramenta

2.99 Deve-se pressionar unicamente com os braços (sem exercer peso com o corpo), para a frente
da lâmina (no sentido da parte mais fina para a parte mais grossa da lâmina). A forma de limar deve
ser uniforme consoante pede o material.

Figura 2.7 - Ângulo para afiar o gume do Pulaski

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(2) Rebarbar

2.100 O rebarbar, realiza-se com uma pedra que gira em volta de um eixo, onde se coloca em
contacto a ferramenta, sendo desgastada na sua periferia. É o melhor sistema, apesar de que em
alguns casos tem de ser feito à mão.

2.101 Uma boa pedra caracteriza-se pela sua dureza e rugosidade, a primeira característica é dada
pelo cimento de união das partículas e a segunda pelo calibre.

2.102 Para as ferramentas florestais, cujo ferro é de boa qualidade (de resistência superior a 35 kg
/ cm2), deve utilizar-se uma pedra de oxido de carbono. Em caso de ser um material mais mole,
(resistência abaixo dos 35 kg/cm2), utilizaremos uma mola de “carborundum” (carbeto de silício).

2.103 Durante o rebarbado há duas fases: desbastado afinado. Durante a primeira usa-se uma
pedra rugosa média (45-50) e durante a segunda uma de densidade maior (n.º 80).

i. Cuidados ao rebarbar

2.104 Não pressionar muito a pedra contra o material (uma vez que pode perder o gume). Mover a
ferramenta continuamente e com a inclinação apropriada, se não podemos desgastar o gume.
Utilizar equipamento de segurança (óculos, luvas, proteção de couro, botas). Ter cuidado de que a
pedra não tem falhas.

4) Ferramentas que atuam sobre o oxigénio

(a) Extintor dorsal

2.105 Ferramenta que atua sobre o calor, através da para aplicação de água, em jato ou
pulverizada. Contém um depósito de transporte com mochila dorsal, com mangueira de ligação e
bomba manual.

2.106 Depósito flexível, transportado nas costas através de um arnês, de onde sai uma mangueira
que termina na bomba manual e que projeta a água, possui capacidade para 20 litros. Dispõe de
uma chapa na extremidade que auxilia quando pressionada a pulverizar o jato de água. As cores
devem chamar á atenção para serem facilmente identificadas em relação à vegetação.

(1) Mochila

2.107 São de nylon e as alças devem ter largura suficiente, almofadadas para não prejudicar os
movimentos dos membros superiores e permite o seu ajuste.

(2) Mangueira

2.108 A mangueira une o depósito com a bomba, com um pedaço de mangueira semirrígida, com
diâmetro aproximado de 10mm, com reforço interior para evitar furos e roturas. O seu comprimento

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varia entre os 90 e 100 cm. As mangueiras de origem têm tendência a deteriorar-se rapidamente,
quando se corta a borracha de proteção é aconselhável substituir por borracha.

(3) Bomba

2.109 O tipo de bomba mais comum é a de duplo efeito e uso manual, contém um cilindro em interior
cromado onde desliza um embolo metálico, sendo acionado por um movimento de vai e vem. O
percurso de acionamento varia entre 400 e 500 mm, sendo o diâmetro útil do pistão de 19 mm. Com
estas dimensões consegue-se projetar um caudal de 100 150 cm3 em cada movimento (1 litro a
cada 8-9 movimentos).

(4) Saída

2.110 Permite a projeção em jato ou pulverizado, a saída mais comum é a de tipo regulável e o
orifício de saída está protegido contra os impactos e tem um diâmetro de 2-3 mm.

2.111 O jato consegue um alcance até 8m com a mínima expressão da água. Em jato pulverizado
pode passar os 3 m com um ângulo de abertura de 30º.

(5) Utilização

2.112 O jato é projetado diretamente sobre a chama quando tem pouca intensidade, ou
combustíveis finos. É conveniente utilizar linhas de mangueira ou instalação de depósitos flexíveis,
para alimentar o seu uso contínuo. Nesse caso, deve providenciar-se que o ponto de abastecimento
esteja num ponto superior, para poder descer com o extintor cheio e subir com ele vazio.

(6) Manutenção e cuidados

2.113 Não se deve deixar a mangueira no chão nem bater com ela, para evitar que se deforme.
Deve-se evitar deixar cair o extintor ao chão, para prevenir que se rasgue.

2.114 Utilizar água o mais limpa possível e limpar os filtros depois de cada uso. Em caso de utilizar
retardantes, tem de limpar todos os elementos cuidadosamente depois do seu uso, devido ao seu
poder corrosivo.

(b) Batedor

2.115 O batedor é uma ferramenta que atua sobre o oxigénio destinada a apagar o incêndio por
abafamento. Resumidamente é constituída por um cabo, em que um dos extremos é composto por
tiras de tecido.

(1) Tiras do batedor

2.116 Constituídas por 3 a 4 tiras de tecido, com 7 cm de largura e sensivelmente 60 cm de


comprimento. As tiras originais por norma são frágeis e depois de utilizadas algumas vezes podem
arder. Se possível substituir por tiras cortadas das mangueiras antigas revestidas em tecido.

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2.117 A fixação ao cabo é feita com uma braçadeira, deve ser bem apertada e firme, para evitar
que as tiras se soltem.

(2) Utilização

2.118 É uma ferramenta que atua por abafamento, deve ser usada pausadamente e em conjunto
com outra igual para aumentar a capacidade. Utiliza-se batendo de uma forma seca na base da
chama, mantendo as tiras alguns segundos sobre a chama até que o segundo batedor efetue o
mesmo movimento por cima deste. O abafamento consegue-se no período de tempo em que as
tiras estão em contacto com o solo, e que desloca o oxigénio. Se este movimento é demasiado
rápido e se se reduz o tempo de permanência, o efeito é o oposto.

2.119 Muito uteis em incêndios nascentes, sobre combustível ligeiro, focos secundários e extinção
completa da chama.

2.120 É importante utilizar óculos protetores para evitar que as partículas incandescentes e
fragmentos saltem para os olhos.

2.121 O número das tiras deve tornar o batedor o suficientemente pesado para se necessário baixar
combustíveis (arbustivos) até chegar à base da chama. Outra técnica para rentabilizar a sua eficácia
é manter as tiras molhadas durante a prevenção para que quando em contacto com a chama sejam
mais eficientes. No final da intervenção devem-se molhar bem as tiras, para evitar que entrem em
combustão, eliminando todas as partículas incandescentes que permaneçam nas mesmas.

2.122 O movimento de utilização do batedor é de elevação das tiras sobre a cabeça do utilizador, e
no movimento descendente efetua-se o contacto num golpe seco com as chamas. No movimento
seguinte deve fazer-se uma rotação do batedor no sentido dos ponteiros do relógio com a mão
direita e ponto de apoio com a mão esquerda para facilitar o próximo golpe. Quando se trabalha em
parelha deve efetuar-se uma coordenação de movimentos uma vez que o segundo batedor, vai
acabar o movimento em cima das tiras do primeiro para aumentar a eficiência do abafamento
aumentando o tempo de residência das tiras na base da chama durante 1 ou 2 segundos, seguidos
os quais se volta a repetir uma e outra vez o movimento.

(3) Manutenção

2.123 Após cada utilização devem-se molhar bem as tiras para que as mesmas não entrem em
combustão mesmo que lenta para não perderem a sua dimensão. Devem ser supervisionadas
regularmente para averiguar a necessidade de substituição de alguma tira ou de todas. O cabo deve
ser supervisionado e ter os mesmos cuidados já identificados nas outras ferramentas.

2.124 Não se deve deixar o batedor em sítios onde pode ser pisado por pessoas ou veículos, já que
se pode partir o cabo e não é desejável que as tiras fiquem com quedas incorretas que dificultem o
movimento da sua utilização. Verificar que a braçadeira de aperto continua apertada de forma firme.
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(c) Segurança

2.125 A segurança durante a utilização das ferramentas manuais, seja no combate transporte ou
acondicionamento para descanso, é um fator que merece destaque uma vez que um operacional
que sofra um corte com uma das ferramentas, para além da sua gravidade, passa a ser parte ativa
de um problema e não da solução. Logo tem de ser observadas as seguintes regras:

 Transportar na mão as ferramentas, seguras pelo ponto de equilíbrio, com o gume virado para
o solo;

 Em terreno inclinado, o transporte das ferramentas é feito na mão mais próxima do solo;

 Em terreno plano, todos os operacionais imitam o chefe de equipa ou o elemento que vai à
frente;

 A distância entre os operacionais, quer em trabalhos quer em transporte, será sempre superior
à soma dos comprimentos das respetivas ferramentas, devendo ser adaptado ás condições
exigidas pela combustão quando se utilizam em combate direto.

 As ferramentas são da responsabilidade individual do operacional e entregues aos elementos


das equipas sempre pelo chefe da equipa que determina a função que vai exercer naquele
dia de trabalho;

 Quando as ferramentas não estão em trabalho devem manter-se em local bem visível,
alinhadas e com os gumes virados para o solo (nas de duplo gume o mais afiado virado para
baixo), ou ensarilhadas por grupos;

 O acondicionamento nos veículos é feito em caixas ou nos locais adequados para o efeito,
devendo fazer-se o seu acondicionamento correto e no caso o seu aperto para não se
soltarem com o vento provocado pela deslocação (em carros de caixa aberta).

 O acondicionamento fora de locais de trabalho deve ser feito na vertical e com os gumes
protegidos fora de locais de passagem.

(d) Considerações

2.126 A utilização de ferramentas manuais durante o combate a incêndios rurais, é fundamental


para garantir a supressão eficaz da linha de incêndio, evitar reativações durante o combate e
assegurar um eficiente rescaldo do perímetro de todo o incêndio. Assim as ferramentas fazendo
parte integrante do equipamento indispensável do operacional de combate da UEPS, podem utilizar-
se em: ATI, ATA no apoio na linha de contenção e rescaldo, com os métodos de combate
conhecidos.

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2.127 Destarte, a utilidade das ferramentas tem um valor acrescentado, quando falamos em
incêndios de grande escala, porque apoiam decisivamente o combate e a consolidação de forma
eficiente.

b. Ferramentas Mecânicas

2.128 A utilização de ferramentas mecânicas no apoio às operações de supressão, surge


essencialmente para atuarem sobre o corte e remoção do combustível. A sua versatilidade
enquadra-se desde o trabalho de corte na criação de uma faixa de contenção, abertura de acessos
ou alargamento de itinerários para a passagem de veículos, corte de combustível grosso caído sobe
os itinerários, entre outros. Em suma, as ferramentas fazendo parte integrante do equipamento
indispensável do operacional de combate da UEPS, podem utilizar-se em: ATI, ATA no apoio na
linha de contenção e rescaldo, com os métodos de combate conhecidos.

1) Motosserras

Identificação Classificação Ficha Técnica Função


Cilindrada 50,2 cc;
média de fabrico alemão

A motosserra é uma
Motosserra STILH MS

Motosserra de classe

Potência de 3,5 cv; ferramenta mecânica


utilizada no apoio ás
Peso de 4,8 kg;
tarefas decorrentes das
260

Motor a 2 tempos operações de combate


e atua unicamente no
Utiliza unicamente
corte para remoção do
gasolina com mistura de
combustível.
óleo a 2%.

(a) Manutenção

2.129 Uma manutenção cuidada, periódica e regular melhora o rendimento do trabalho e prolonga
o tempo de vida útil da motosserra. Além disso contribui para uma eventual diminuição dos riscos
associados à sua utilização. Cada tipo de intervenção deve obedecer a uma periodicidade
adequada. Manter a motosserra limpa e bem afinada é regra imperiosa do operacional de combate
a incêndios.

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Tabela 2.5 - Esquema Geral de Manutenção

Antes de iniciar o

Em caso de dano
Várias vezes ao

Semanalmente
abastecimento

ou desgaste
Diariamente

Anualmente
Depois do
trabalho

dia
ESQUEMA GERAL DE MANUTENÇÃO

Verificação do estado (donos, aperto das porcas, estado geral).


Máquina completa
Limpeza
Travão da corrente Verificação de funcionamento
Depósito de combustível Limpeza
Depósito de óleo Limpeza
Lubrificação
Regulação de tensão
Corrente
Afiação
Substituição
Limpeza da calha e orifícios de lubrificação
Eliminação das rabarbas
Lâmina
Viragem
Substituição
Limpeza
Pinhão de ataque
Verificação do estado
Embraiagem Limpeza
Limpeza
Arrancador
Verificação do funcionamento e tensão do cordel
Limpeza
Filtro de ar
Substituição
Limpeza e ajuste da folga dos elétrodos
Vela
Substituição
Grelhas de entrada de ar do arrancador Limpeza
Alhetas de refrigeração (cilindro e volante magnético) Limpeza

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2.130 A realização da manutenção obriga a conhecer as partes constituintes da motosserra,


descriminadas nas imagens seguintes.

Figura 2.8 - Partes constituintes da motosserra

Figura 2.9 - Partes constituintes da motosserra

2.131 O motosserrista deve estar preparado para fazer pequenas reparações e solucionar
pequenas avarias que usualmente ocorrem durante o seu trabalho com a motosserra. Ao fazer-se
acompanhar das ferramentas e peças sobressalentes mais necessárias, evitará deslocações
desnecessárias e quebras de produtividade.

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2.132 Para efetuar corretamente a manutenção da motosserra, é necessário dispor das seguintes
ferramentas:

Figura 2.10 - Ferramentas para efetuar a manutenção e peças sobressalentes

(1) Manutenção Frequente

2.133 Como manutenção frequente, entende-se o processo frequente que melhora a sua
rentabilização, tais como, afiar a corrente, limpar a motosserra regularmente durante a utilização,
lubrificar a corrente e amortecedores, estiar a corrente através do seu tensor, etc.

1. Limpeza e lubrificação do órgão de corte

2.134 Sempre que se pretenda substituir a corrente, o pinhão de ataque, o roleto de topo ou limpar
e retificar a lâmina, é necessário desmontar/montar o órgão de corte. Para tal é necessário dispor
das ferramentas indicadas, nomeadamente a chave combinada e o estilete.

i. Desmontagem

2.135 Para proceder á desmontagem correta do órgão de corte deve proceder da seguinte forma:

 Retirar a tampa de proteção do órgão de corte (tampa lateral), desapertando as porcas


sextavadas;

 Aliviar a tensão da corrente desapertando o parafuso tensor;

 Retirar a lâmina e a corrente.

ii. Limpeza

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2.136 A limpeza do órgão de corte consiste em:

 Limpar a calha, orifícios de lubrificação e o roleto de topo da lâmina com um estilete;

 A corrente, o pinhão de ataque e o espaço envolvente podem ser limpos com trapos.

iii. Lubrificação

2.137 Para que a corrente deslize eficazmente na calha da lâmina e para evitar o
sobreaquecimento, esta tem que ser continuadamente lubrificada com óleo apropriado para
correntes durante a sua rotação (de preferência óleo biodegradável). Para verificar se a lubrificação
da corrente se está a realizar, deve colocar a motosserra em plena aceleração, aproximar a ponta
da lâmina de um cepo ou outra superfície e se deixar um rasto de óleo marcado é sinal de adequada
lubrificação. Se não acontecer deve:

 Recorrer à chave combinada e regular a libertação do óleo de lubrificação através da rotação


no sentido dos ponteiros do relógio do parafuso concebido para o efeito.

Figura 2.11 - Regulação do óleo de lubrificação da corrente

iv. Montagem

2.138 Para proceder novamente à montagem do órgão de corte, é necessário:

 Colocar a lâmina nos encaixes, desapertando o parafuso tensor de modo a que o perno
coincida com o orifício correspondente existente na lâmina;

 Posicionar e montar a corrente, encaixando-a primeiro no pinhão de ataque e depois na


lâmina. Certificar-se de que a corrente está montada no sentido correto, ou seja, com os elos
de corte no sentido do movimento da corrente;

 Comprovar se a corrente está bem montada, fazendo-a deslizar na calha da lâmina;

 Colocar a tampa e ajustar as porcas (o aperto final só é feito depois de regulada a tensão da
corrente!);

 Ajustar a tensão da corrente.

2.139 Sempre que se desmonta e monta a corrente, deve inverter-se a posição da lâmina.

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Atenção ao montar a corrente: verificar se está colocada com os dentes de corte no sentido do movimento
da corrente!

2. Regulação da tensão da corrente

2.140 A regulação da tensão da corrente é um procedimento frequente. Para realizar este


procedimento necessita de ter ao dispor a chave combinada. Realizada por intermédio do ajuste do
parafuso tensor, tem que ser feita sempre que:

 A corrente não está corretamente tencionada;

 Se monta ou se substitui a corrente;

 Se inverte a posição ou se substitui a lâmina;

 Se substitui o pinhão de ataque.

2.141 Para efetuar corretamente a regulação da tensão da corrente deve efetuar os seguintes
passos sempre com a ferramenta a frio:

 Aliviar as porcas de fixação da tampa de proteção do órgão de corte.

 Levantar a ponta da lâmina.

 Mantendo-a levantada, apertar então o parafuso tensor de modo a que a corrente encoste à
parte inferior da lâmina.

 Verificar se a corrente desliza livremente puxando com a mão, e ver se está corretamente
ajustada à lâmina.

 Retificar a tensão (aperto do parafuso) se for necessário.

 Apertar as porcas de fixação da tampa, mantendo a ponta da lâmina levantada.

 Verificar novamente se a corrente desliza livremente quando puxada com a mão.

 Retificar a tensão se necessário.

2.142 A corrente está corretamente tencionada quando, levantando-a a meio da lâmina, for possível
ver a base dos elos-guia.

Figura 2.12 - Tensão da corrente

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2.143 A regulação da tensão da corrente deve ser realizada sempre a frio e, posteriormente,
verificada a quente.

2.144 Uma deficiente regulação da tensão da corrente, provoca desgaste e danos na lâmina, pinhão
de ataque e na própria corrente (desgaste excessivo ou deformação na base dos elos de corte).
Uma tensão excessiva provoca um desgaste prematuro da ponta da lâmina. Uma tensão
insuficiente desgasta rapidamente a calha da lâmina.

3. Afiação da corrente

2.145 Afiar incorretamente, a falta de lubrificação ou uma tensão incorreta são as principais causas
provocadoras de anomalias e danos que surgem na corrente de corte. Uma corrente devidamente
afiada exige menor esforço e poupa tempo e combustível. Para proceder corretamente à afiação da
corrente de corte necessita de dispor das seguintes ferramenta, lima cilíndrica porta-limas, torno de
afiação (portátil ou de bancada). Para escolher a lima adequada ao passo dos dentes de corte da
corrente, é necessário considerar:

Passo Lima

(polegadas) (mm)
0,325´´ 3/16” 4,8 mm
3/8” 7/32”12 5,5 mm
¼” 5/32” 4 mm

2.146 Deve afiar a corrente muitas vezes, e pouco de cada vez. Sendo que na utilização durante a
supressão é necessário avivar os gumes, enquanto que na oficina é necessário afiar a corrente com
precisão, deixando-a preparada para uma nova utilização.

2.147 Para proceder corretamente à afiação da corrente, tem de proceder da seguinte forma:

 Verificar se a corrente está devidamente tencionada e fixar a lâmina com o torno de afiação
ou, na falta deste fazer um pequeno entalhe num toro ou cepo alto para a fixar;

 Utilizar uma lima com cabo marcado com ângulos de afiação (durante o trabalho), ou o porta-
limas (para uma afiação de precisão em oficina);

 Posicionar a lima sobre o elo de corte a afiar;

 Afiar o gume do dente de corte, empurrando a lima para a frente e contra o gume em
movimentos retos e firmes utilizando todo o seu comprimento, segundo a direção de afiação
marcada no cabo da lima; garantir que todo o gume é abrangido pela afiação;

12 Quando metade do dente de corte estiver gasto, deve usar-se uma lima mais pequena (por exemplo 13/64” ou 4,5 mm)
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 No caso de não se utilizar porta-limas, rodar simultaneamente a lima de dentro para fora
durante o seu movimento;

 Nunca aplicar à lima um movimento de vai-e-vem;

 Evitar tocar na zona útil da lima com as mãos para que esta não oxide;

 Garantir o mesmo ângulo de afiação e a mesma dimensão (limar o mesmo número de vezes)
para todos os dentes;

 Limar todos os dentes de um lado e só depois todos o do lado oposto.

Figura 2.13 - Afiar a corrente

2.148 Durante o corte, se verificar que é necessário exercer maior pressão do que o habitual no
órgão de corte ou quando corta, se o serrim produzido for muito fino, é porque a corrente está a
cortar mal e, portanto, está a necessitar de ser afiada.

(2) Manutenção diária

2.149 A manutenção diária, deve implicar todos os cuidados enunciados na manutenção frequente,
se não foram cumpridos após a utilização da ferramenta, bem como, proceder a toda a limpeza da
máquina, de modo a remover todos os pós e sobrantes da exploração que fiquem depositados na
máquina. Este processo implica a verificação do seu funcionamento no final da limpeza e a
preparação da ferramenta para o dia seguinte, desde a lubrificação, até ao enchimento dos
respetivos depósitos de combustível e óleo de lubrificação.

2.150 Para além dos cuidados da manutenção frequente, não só se deve remover todos pós e
sobrantes da ferramenta, mas também proceder-se à:

 Viragem da lâmina;

 Verificação do funcionamento do travão da corrente;

 Verificação do aperto dos parafusos e das porcas.

(3) Manutenção semanal

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2.151 Consiste num período de uma a duas horas de manutenção que deve corrigir determinadas
irregularidades que possam surgir no equipamento. Deve-se proceder-se aos seguintes
procedimentos:

 Limpeza da embraiagem e da sua cavidade;

 Limpeza da grelha de entrada de ar e do cárter do arrancador;

 Limpeza das alhetas de refrigeração e das velas;

 Lubrificação do rolamento de agulhas da embraiagem;

 Verificação do pinhão de ataque e da lâmina.

(4) Manutenção anual

2.152 Consiste na manutenção mais profunda das componentes da motosserra, contribuindo para
uma mitigação de riscos associados à sua utilização a longo prazo:

 Limpeza dos depósitos de óleo e de gasolina;

 Substituição dos filtros de gasolina e do ar;

 Substituição da corda do arrancador;

 Substituição da lâmina e da corrente;

 Substituição do pinhão de ataque.

(b) Armazenamento

2.153 A motosserra quando está na arrecadação ou quando não esteja em uso deverá estar limpa
de óleo e gasolina. Quando se prevê o seu armazenamento, por longos períodos de tempo, tem de:

 Esvaziar totalmente o depósito de combustível;

 Colocar a motosserra a trabalhar e deixar o motor a funcionar ao ralenti até que o combustível
existente no sistema de alimentação se esgote completamente;

 Encher o depósito de óleo com óleo da corrente (óleo novo);

 Limpar a motosserra;

 Guardar a corrente em banho de óleo para que não perca a maleabilidade.

(c) Funcionamento

2.154 Para colocar a motosserra a funcionar, deve seguir uma sequencia de passos a seguir
enumerados de forma a não danificar o material e realizar a tarefa sem dificuldade.

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2.155 Em primeiro lugar através de o reservatório de óleo de lubrificação da corrente, como elucida
a imagem abaixo, é necessário verificar se está cheio ou se necessita de o encher. Para tal deve
levantar a alavanca contida na tampa do orifício representada pela metade de cor preta e rodar no
sentido inverso dos ponteiros do relógio.

Figura 2.14 - Reservatório do óleo de lubrificação da corrente

2.156 De seguida no reservatório de gasolina, que se encontra do lado oposto e apresenta a mesma
configuração do anterior, deve verificar se está cheio de gasolina com mistura de óleo a 2%, caso
não esteja deve encher o mesmo.

2.157 O funcionamento da ferramenta não depende da sua lotação, no entanto a motosserra deve
estar sempre pronta para o serviço e isso implica ter os reservatórios cheios com os respetivos
combustíveis ou óleos.

Figura 2.15 - Reservatório de gasolina

2.158 Em terceiro lugar deve bloquear a corrente exercendo pressão no protetor de mão esquerda
para baixo até ouvir um “click”. Depois, deve fechar o ar pressionando a alavanca, indicada pela
imagem, para a última posição, e em ato contínuo deve pressionar o acelerador e o seu bloqueador
(travão de fixação do acelerador para baixo dentro do punho direito), para que a alavanca vá para
a posição pretendida.

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Figura 2.16 - Fechar o ar e bloquear o acelerador

2.159 Depois deve puxar energicamente o starter de corda, quando a motosserra começar a

trabalhar, no imediato, tem de colocar a alavanca de ligar e desligar na posição “I”. Concluídos
estes passos a motosserra está pronta para ser utlizada no corte de vegetação. Antes de iniciar o
corte tem de desbloquear a corrente exercendo pressão no protetor de mão esquerda na sua
direção até ouvir um “click”.

Figura 2.17 - Posição da alavanca em na posição “I”

2.160 Para proceder aos passos anteriormente indicados, pode optar por colocar a Motosserra a
trabalhar recorrendo a três técnicas, motosserra assente no solo, entre os joelhos ou em mãos,
igualmente válidas e eficientes.

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Tabela 2.6 - Posições para colocar a motosserra a funcionar

Motosserra assente no solo


Com a motosserra assente no solo, deve colocar o pé direito ou esquerdo
(consoante seja destro ou sinestro), sobe o protetor de mão.
A mão esquerda segura na pega de suporte da motosserra exercendo
pressão contra o solo evitando que a mesma oscile quando se puxar o
starter de corda.
Com a mão direita puxar a starter de corda na diagonal através de um
movimento enérgico o número de vezes necessário até que a motosserra
comece a trabalhar.13

Deve colocar a motosserra com o protetor de mão direita entre os joelhos,


Motosserra entre joelhos

exercendo com estes últimos, pressão para que a ferramenta ganhe


estabilidade quando acionar o starter de corda.
A mão esquerda segura na pega de suporte da motosserra exercendo
pressão evitando que a mesma oscile.
Com a mão direita puxar a starter de corda na diagonal através de um
movimento enérgico o número de vezes necessário até que a motosserra
comece a trabalhar.

Com a motosserra em mãos, deve colocar a mão esquerda na pega de


suporte da motosserra e com a mão direita agarrar na pega do starter de
Motosserra em mãos

corda.
Quando acionar o starter de corda com a mão direita, ao mesmo tempo
que o puxar deve com a mão esquerda exercer o movimento contrário com
a motosserra, para que a corda estenda na sua totalidade.
O starter de corda tem de ser puxado na diagonal através de um
movimento enérgico o número de vezes necessário até que a motosserra
comece a trabalhar.14

2.161 A forma mais segura de por a motosserra a trabalhar e que os militares devem utilizar é com
a motosserra assente no solo, pelo que operacionais menos experientes devem privilegiar esta
posição durante o uso da motosserra.

(d) Causas de avarias

2.162 Quando a motosserra não funciona, deve considerar, antes de julgar que se trata de uma
avaria os seguintes itens, de forma a certificar-se:

 Se o interruptor arranque/paragem está em posição de arranque;

 Se o depósito tem combustível;

13 Nota: Esta é a posição que oferece mais segurança.


14 Nota: Esta é a posição que oferece menos segurança.
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 Se o orifício de respiração do depósito de combustível está desentupido;

 Se o filtro de combustível está limpo;

 Se o filtro de ar está limpo;

 Do estado de conservação da vela.

2.163 Se o problema permanecer é sinal que estamos na presença de uma avaria, pelo que se deve
proceder em conformidade com os procedimentos definidos internamente e recorrer a oficinas
especializadas sempre que se justifique.

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(RESERVADO)
óleo
cilindro
aceleração
aceleração

carburador

insuficiente

combustível
combustível
Motor aquece
irregularmente
Motor funciona

excessivamente
Motor não acelera
Motor não funciona

e o orifício de saída
Motor pára em plena

(ignições irregulares)
Vela não produz faísca

Óleo gasta-se antes do


Lubrificação da corrente
Excesso de consumo de
falhas de funcionamento
fumo do escape é azulado

Bomba de óleo não debita


Combustível não chega ao
Combustível não chega ao
Motor perde a potência e o

Motor perde potência e tem


Motor funciona só em plena

Corrente não para ao ralenti

acelera (embraiagem patina)


Perda de óleo entre a lâmina

Corrente não gira quando se


Depósito de combustível
vazio
Botão de arranque
desligado

Filtro e tubo de aspiração


de combustível entupido

Carburador desregulado

Válvulas da marcha lenta


(ralenti) entupidas
Carburador / Bomba de
alimentação defeituosos
Filtro de ar sujo

Orifício de respiração do
depósito de combustível
entupido
Mistura de combustível
com pouco óleo
Mistura de combustível
com muito óleo
Vela gasta ou suja

Folga dos elétrodos da

2-38
vela incorreta
Cabos elétricos

(RESERVADO)
(RESERVADO)

danificados
Unidade eletrónica
inutilizada
Tabela 2.7 - Causas de Avarias

Tampa do arrancador,
alhetas do volante
magnético e do Cilindro e
pistom com depósitos de
carvão cilindro sujas
Cilindro e pistom com
depósitos de carvão
Orifício de lubrificação da
lâmina entupidos
Chapa de encosto da
lâmina mal montada
Depósito de óleo vazio

Filtro de óleo entupido

Bomba de óleo mal


regulada
Orifício de saída de óleo
entupido e sujidade em
redor

Embraiagem suja de óleo

Embraiagem danificada

Desgaste dos
contrapesos da
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embraiagem
Marcha lenta (relenti) mal
regulada
Óleo demasiado fino
(RESERVADO)
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(e) Utilização

2.164 Para operar com a motosserra deve cumprir as regras específicas definidas para garantir a
sua segurança e a de terceiros. Assim quando efetua o corte independentemente do tipo de
combustível que pretende remover deve:

 Posição de pé com estabilidade;

 Dedo polegar à volta da pega anterior;

 Manter a motosserra perto do corpo;

 Fazer com que o seu peso seja suportado pela árvore;

 Lâmina tão curta quanto possível

 Sempre que possível cortar com a zona inferior da lâmina;

 Evitar os cortes com a ponta da lâmina.

(1) Abate de Árvores

2.165 Para iniciar o abate de uma árvore deve em primeiro lugar proceder á limpeza do solo em
volta da árvore, bem como o seu toro. Durante as operações de supressão deve ser respeitada a
limpeza mesmo que parcial, uma vez que o processo deve ser mais rápido. Durante as operações
de consolidação de supressão este processo uma vez que não é tão urgente deve ver mais cuidado.

2.166 De seguida tem de respeitar a distância de segurança, referente ao tamanho da árvore a


abater, uma vez que a sua queda, se não for acautelada a distância em relação à altura da árvore
pode cair em cima de meios humanos ou matérias.

2.167 Quando se inicia o corte deve ter-se em conta a abertura de entalhe ou bica, considerando a
zona de queda conveniente. A distância de ssegurança deve ser tida em conta observando este
processo.

Figura 2.18 - Abate de árvores

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2.168 O processo de abate implica a verificação e definição clara e objetiva do tr4ajeto de queda
da árvore e os trajetos de fuga que deve definir enquanto motosserrista, que devem estar limpos e
desimpedidos.

Figura 2.19 - Corte e trajetos de queda e abate

(2) Corte de Ramos

2.169 Quando o ramo que pretende cortar, pertencer a uma árvore e estiver em tensão, é
necessário começar sempre de ao pé da árvore para a ponta. Tem de manter sempre uma posição
segura e estável durante a realização dos trabalhos de corte.

2.170 Quando se procede ao corte de material com a motosserra, nas operações de combate a
incêndios ou nas missões de Proteção e Socorro, deve-se sempre que possível deixar o material
cortado inteiro. Caso não seja possível, deixar o meterial inteiro, porque contínua a oferecer perigo,
ou porque limita a ação, deve-se cortar em 2/3 metros na rolaria.

2.171 Quando o ramo que pretendemos cortar


apresentar uma tensão para baixo, devemos iniciar
o corte primeiro pelo lado de baixo sensivelmente
apouco antes de atingir o meio do ramo, para que
a lâmina não fique presa pela tensão exercida.
Depois na mesma direção deve-se fazer o segundo
corte, tendo em atenção que o ramo irá quebrar
pouco antes de atingir o primeiro corte.

Figura 2.20 - Ramos em tensão para cima

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2.172 Em sentido contrário, quando o ramo


apresenta tensão voltada para cima devemos
fazer o primeiro corte do lado de cima, até antes
do meio para que a lâmina não fique presa. Depois
na mesma direção deve-se fazer o segundo corte,
tendo em atenção que o ramo irá quebrar pouco
antes de atingir o primeiro corte, o que pode
provocar um recochete do ramo.

Figura 2.21 - Ramos em tensão para baixo


(3) Corte de Matos

2.173 Durante as operações de supressão, quando se realizam ações de ataque direto ou indireto,
é necessário proceder ao corte de ramos, utilizando a motosserra, por vários motivos. A utilização
da motosserra no corte de vegetação mais fina, obriga aos mesmos cuidados, no entanto deve-se
ter a percepção de que a posição do motosserrista é menos estável, por se configurar espectável
que a resistência provocada será menor.

2.174 O motosserrista, deve colocar a motosserra de modo a entrar na vertical ao combustível,


fazendo-a rodar, posicionando a lâmina na horizontal ao solo, quando se aproximar deste.

2.175 Uma vez que o corte efetuado é em combustíveis finos e perto do solo, deve ter-se o cuidado
de minimizar a projeção de materiais soltos que possam provocar outros danos. A descontínuidade
criada deve ser complementada com o trabalho dos elementos que transportam as ferramentas
manuais.

(f) Segurança

2.176 Durante a utilização da motosserra é necessário cumprir com os requisitos estabelecidos para
garantir a segurança. Durante o corte o motosserrista é o responsável por garantir o cumprimento
das normas de segurança que se seguem:

 Utilizar máquinas e equipamentos certificados e homologados;

 Verificar o estado de funcionamento da motosserra e dos seus dispositivos de segurança;

 Utilizar o modelo de máquina e os equipamentos adequados ao trabalho que se vai realizar;

 Usar o EPI indicado para o trabalho com motosserra;

 Planear e organizar os trabalhos, avaliar e referenciar as áreas a intervir e os riscos


associados;

 Adequar a realização dos trabalhos às condições atmosféricas;

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 Aplicar os métodos indicados a cada situação e executar corretamente as técnicas de abate;

 Adotar gestos e posturas corretas;

 Estar informado e receber formação para o uso da motosserra e atividades que vai realizar;

 Evitar o trabalho repetitivo e monótono (rotação de postos de trabalho);

 Descansar e beber água regularmente, evitando situações de fadiga;

 Não trabalhar isoladamente;

 Efetuar a manutenção das máquinas e equipamentos de forma regular e preventiva;

 Trazer um estojo de 1ºs socorros e transportar na viatura uma mala de 1ºs socorros por
equipa;

 Possuir um meio de comunicação que possibilite o contacto permanente com os colegas ou


empresa (telemóvel ou rádio), e número de contacto em caso de emergência;

 Não por a motosserra a trabalhar no local onde é feito o abastecimento;

 Não fazer fogo ou foguear em situação de risco de incêndio;

 Recolher todo o lixo e resíduos produzidos;

 Dispor de extintor próximo do local de trabalho.

2.177 Se ocorrer alguma situação de emergência, durante o corte ou durante as operações de


combate, o motosserrista deve cumprir com os seguintes procedimentos:

 Parar o motor da motosserra e todas as máquinas que estejam na área de trabalho

 Avaliar a gravidade da emergência

 Prestar os primeiros socorros apenas se tiver habilitações para isso

 Contactar o INEM ou o Posto de Socorro mais próximo

 No caso de incêndio, ligar o 112 ou Corporação de Bombeiros mais próxima

 Desimpedir as vias de acesso

(a) Riscos associados à utilização da motosserra:

 Ruído (traumatismos auditivos);

 Vibrações (síndrome de Raynauld);

 Postura (lombalgia, ciática, hérnias, compressão discal, deslocação de vértebras, dores e


lesões osteomusculares);

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Substâncias tóxicas (afeções no aparelho respiratório, alergias, intoxicações);

 Animais e insetos (picadas);

 Incêndio (queimaduras, intoxicações);

 Ergonómicos (máquinas e equipamentos não adequados ao trabalho);

 Quedas (golpes, fraturas, entorses, feridas);

 Contacto de objeto estranho com o operador (ferimentos, hematomas, queimaduras, lesões


corporais incluindo as oculares, esmagamento, entalamento, golpes, cortes, amputação,
fraturas, traumatismo craniano, morte).

(b) Equipamento de proteção individual de motosserrista e dispositivos de


segurança

2.178 O motosserrista deve utilizar o vestuário e equipamento de proteção individual que lhe permite
trabalhar nas melhores condições de conforto e segurança. Deverá selecionar aquele que mais se
adapta a cada situação, e neste caso, no decorrer de ações de supressão em incêndios florestais
o equipamento deve ser combinado com o EPI existente, de modo a garantir as necessidades do
motosserrista tendo em conta a utilização da motosserra ou da supressão propriamente dita.

Figura 2.22 - Equipamento de proteção individual de motosserrista e dispositivos de segurança

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2-43
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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2.179 Atualmente todas as motosserras estão equipadas com dispositivos de segurança. O seu
objetivo é reduzir os riscos de acidente, pelo que o conhecimento das suas funcionalidades é
fundamental.

2) Motorroçadoras (ou roçadeiras)

Tabela 2.8 - Motorroçadora

Identificação Classificação Ficha Técnica Função

Motorrossadora de classe média de fabrico


Motorroçadora STIHL Modelo FS450
A motorroçadora é uma
Motor a 2 tempos ferramenta mecânica
Potência: 1.6 cv utilizada no apoio ás

alemão
Gasolina: mistura de óleo tarefas decorrentes das
a 2% operações de combate e
Peso: entre cerca de 4,5 atua unicamente no corte
Kg e 12 Kg para remoção do
combustível.

(a) Manutenção

Diário ou cada 8 horas de trabalho

 Verificar a lâmina de corte observando se tem roturas;

 Verificar a afiação do corte;

 Verificar se algum parafuso se encontra desapertado;

 Limpar a máquina exteriormente;

 Limpar as entradas de ar;

 Limpar o filtro de ar.

Semanal

 Afiar disco verificar se a cabeça da bobine tem fio de nylon suficiente.

 Dispositivo de arranque – verificar se a corda tem fissuras e se a corda e mola de


retorno funciona

 Verificar o cabo do acelerador

 Verificar e se necessário substituir a vela de ignição

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 Verificar as alças e engate de suspensão.

Mensal ou cada 25 horas trabalho

 Limpeza filtro de ar com detergente e água, enxugar com ar comprimido.

 Limpeza da vela;

 Limpeza filtro de combustível;

(b) Causas de avarias

Não arranca

 Atenção à posição do botão de ignição “on, off”;

 Observar a chegada de corrente à vela;

 Verificar o isolamento da vela.

Trabalha irregular

 Problema com vela ou carburador;

 Observar possível fuga de ar ou gasolina;

 Observar obstrução do filtro de ar.

(c) Utilização

2.180 A motorroçadora é utilizada pela UEPS em missões de combate a incêndios rurais, na


abertura de faixas de contenção\ aceiros com o intuito de criar descontinuidade de combustível
disponível por forma a suprimir fogos rurais.

2.181 Esta ferramenta confere grande rendimento de trabalho. Utilizada com o apoio da motosserra,
permite abrir aceiros de forma rápida e eficaz.

2.182 Para cortar combustíveis finos como pastagem; fetos e palha utiliza-se cabeça com fio de
nylon.

2.183 Para cortar combustíveis médios e grossos como silvas arbustos e pequenas árvores utiliza-
se disco circular dentado.

2.184 A cabeça de corte possui porca com passe de rosca esquerda, o seu desapertar é feito no
sentido dos ponteiros do relógio.

(1) Colocar a Motorroçadora em Funcionamento

 Colocar a máquina numa posição segura no solo;

 Ferramenta de corte não deve tocar o chão nem em quaisquer objetos;

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 Puxar a gasolina através do bombite para o efeito;

 Quando fria, fechar o ar até que o motor dê sinal de pegar.

 Abrir o ar para que o motor não encharque com gasolina;

 Segurar contra o chão com a mão esquerda;

 Pegar no cabo de arranque, retirar a folga e puxar com vigor;

 Ter em atenção que o botão do punho tem que estar na posição start.

Figura 2.23 - Motorroçadora

(d) Segurança

2.185 O operador da motorroçadeira deve utilizar o vestuário e equipamento de proteção individual


que lhe permite trabalhar nas melhores condições de conforto e segurança. Deverá selecionar
aquele que mais se adapta a cada situação, e neste caso, no decorrer de ações de supressão em
incêndios florestais o equipamento deve ser combinado com o EPI existente, de modo a garantir as
necessidades e tendo em conta a utilização da pretendida pela ferramenta durante as operações
de supressão.

 Capacete com proteção de ouvidos e de cara;

 Óculos de proteção;

 Luvas;

 Calça de proteção ou perneiras;

 Jaqueta de proteção; Figura 2.24 - EPI de utilização da motorroçadeira

 Botas de segurança.

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2.186 Regras a observar durante os trabalhos com a motorroçadora:

 Imprescindível observar raio de 15 metros com os outros militares;

 Usar sempre óculos de proteção adicionalmente com proteção de cara;

 Observar constantemente o que se corta, evitando assim o choque com objetos (pedras).

 A extensão final de corte, quer seja o fio em nylon quer seja o disco de corte, como funcionam
em grande rotação, pode causas graves ferimentos e até amputação de membros.

Figura 2.25 - Discos de corte da motorroçadeira

3) Organização das equipas / sequência das ferramentas

2.187 A escolha das ferramentas a utilizar no combate de incêndios florestais, depende do tipo de
combustível, do tipo de solo, do comportamento do fogo, das características da brigada, etc.

(a) Faixas de Contenção

2.188 Para efetuar faixas de contenção seguras e capazes de defenderem o seu propósito, é
necessário compreender a sua utilidade e aplicabilidade, de modo correta e segura para garantir o
sucesso das operações.

2.189 Pois bem, se efetuar o combate direto com uma linha de água a um incêndio rural, trás os
seus benefícios, não deixa de ser certo que também tem as suas limitações, sendo uma delas a
dificuldade em consolidar a área ardida.

2.190 Neste défice, devemos aproveitar a vantagem das ferramentas manuais, para em todos os
momentos combater um incêndio seja para apoio na linha de água, para o combate direto sem
utilização de água ou mesmo para consolidar o rescaldo.

2.191 Assim, e no que diz respeito às faixas de contenção podemos distinguir dois tipos de linha
que podem ser efetuadas, as linhas de defesa e as linhas de controlo.

2.192 Por linha de Defesa, entenda-se a faixa de contenção primária, resultante do trabalho de
supressão da chama decorrente da ação de combate, que pode ser uma linha que delimita o
contorno de uma frente de fogo, podendo cobrir o perímetro total do incêndio ou apenas uma parte.
Em Portugal a técnica mais usual utilizada na linha de defesa é o combate com a aplicação de água,

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que como referimos há pouco necessita de defesa da linha com as técnicas de utilização das
ferramentas.

2.193 Podemos assim concluir que a construção de linhas de defesa com ferramentas manuais é
uma operação que integra o método indireto de combate ao incêndio.

2.194 Nesta perspetiva, a linha de controlo resume-se á faixa de contenção definitiva, resultante do
trabalho de rescaldo, sendo uma linha fechada formada por segmentos naturais, construídos ou
queimados que envolvem o perímetro final do incêndio.

2.195 A construção de linhas de contenção, obedece a regras de seleção de ferramentas e


organização das equipas, que são fundamentais para obter resultados operacionais de relevo.
Assim, o presente capítulo, vida esclarecer e definir qual a melhor organização da equipa, e qual a
sequência das ferramentas, bem como, abordar os métodos de construção de linhas de contenção
e quais as normas a seguir.

2.196 Como referimos anteriormente, a escolha das ferramentas a utilizar no combate de incêndios
florestais, depende do tipo de combustível, do tipo de solo, do comportamento do fogo, das
características das equipas, etc.

2.197 No entanto, em regra geral, a organização da equipa também depende do efetivo


empenhado, podendo aumentar-se o número de militares em determinadas tarefas, ou diminuir
consoante a necessidade.

2.198 Na imagem seguinte podemos então observar uma secção organizada da seguinte forma:

1 militar com um foição a marcar o trajeto da faixa de contenção;

2 militares com macloud a cortar a vegetação;

1 militar com ancinho ou macloud a remover a vegetação cortada,

2 militares com pulasky a cavar até ao solo mineral,

3 militares a lançar terra para cima dos combustíveis, limitando a sua exposição;

1 militar a raspar os combustíveis finos existentes e a garantir a ausência de continuidade de


combustíveis na linha de contenção

Figura 2.26 - Sequência das ferramentas

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2.199 Importa, novamente referir que a organização da equipa, bem como a seleção das
ferramentas é meramente indicativo e depende de uma análise concreta e objetiva no terreno.

2.200 Depois de selecionadas as ferramentas, e organizada a equipa, importa definir o método a


utilizar na construção da linha de contenção. Entre os existentes, temos o método progressivo, o
método progressivo alternado e por último o método progressivo individual.

2.201 O método progressivo consiste em cada elemento da equipa executar uma só função na
linha, sendo que á passagem do último elemento a linha fica executada.

2.202 No método progressivo alternado, os elementos alternam as suas funções na linha de modo
a permitir a recuperação da fadiga provocada por grande intensidade de trabalho ou exposição ao
calor e/ou fumo.

2.203 Por último no método progressivo individual, cada elemento executa todas as funções nas
partes da linha que lhe forem atribuídas.

2.204 Uma vez consolidada a organização da equipa e as ferramentas a utilizar, urge responder ás
seguintes questões:

2.205 Onde se abre a linha de contenção, qual a distancia à linha de fofo, largura, profundidade e
qual o sitio onde se colocam os materiais?

(b) Seleção dos pontos de ancoragem

2.206 A distância da linha de defesa á linha de fogo, deve ser colocada o mais próxima possível.

2.207 A linha de defesa deve ser construída o mais próxima possível do fogo, pressupondo assim
um ataque direto, proporcionando uma maior segurança aos combatentes, uma vez que a zona
queimada pode ser usada como uma zona segura. Sempre que for necessário construir uma linha
de defesa em povoamentos adultos e em zonas de declives acentuados, é necessário ter muita
atenção quando o fogo apenas queimou os combustíveis do sub-bosque e pré-aqueceu as copas
das árvores.

2.208 Quando se constrói uma linha de defesa mais próxima do fogo, as extremidades dos dedos
devem ser unidas com recurso a fogo tático, queimando assim os combustíveis presentes nas
bolsas do incêndio até à linha de defesa.

2.209 O perímetro marginal de uma zona queimada resultante de um incêndio extinto pode servir
como linha de defesa, pelo que esta zona deverá ser devida e previamente inspecionada, co o fim
de detetar fogo ativo ou ponto quente. O perímetro marginal da zona queimada pode encurtar a
linha de defesa que se pretende construir, porém deve ser avaliada com a máxima precaução e
rigor a sua operacionalidade.

2.210 Deve evitar-se contruir linhas com ângulos agudos.


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2.211 Linhas de defesa com ângulos são ineficazes, pois os espaços definidos por ângulos reduzem
a capacidade de retenção da propagação do fogo.

2.212 Escolher sítios aproveitando as barreiras existentes, com pouca vegetação, ou trilhos e
espaços abertos. Evitar zonas com solos duros ou com grande acumulação de combustíveis. Utilizar
o maio número possível de barreiras naturais

2.213 A localização é definida com uma inspeção geral ao terreno e mediante a interpretação
cartográfica. Aproveitar os acidentes naturais irá reduzir a sobrecarga dos combatentes.

2.214 Bloquear o contacto do fogo aos combustíveis de alto risco isolando-os no exterior da linha.

2.215 Ao remover o combustível, deve cavar-se até ao solo mineral, na profundidade suficiente para
aceder às raízes de combustíveis queimados. Colocar o material removido para o lado a proteger
para evitar aumento da intensidade e comprimento de chama, quando o fogo chegar á linha de
contenção. Salvaguardar uma distância na construção da faixa de defesa em relação a pilhas de
resíduos de cortes florestais ou de árvores a arder em risco iminente de queda.

2.216 Isolar os pontos quentes e incluir os saltos de fogo no interior da linha de contenção;

2.217 Quando os fogos secundários são tão numerosos, e o controlo de cada um é impraticável,
deve-se proceder rodeando a área onde estes ocorrem;

2.218 A linha de defesa deve ter uma largura de 1,5x a altura da vegetação adjacente;

2.219 Durante a construção de uma linha de defesa, deve-se manter a largura da linha tão estreita
quanto possível e ser construida numa cumeada / fundo de uma ravina;

2.220 Quando se constrói uma linha de defesa numa linha de cumeada, deve ser realizada no lado
posterior, quando o fogo dobra a cumeada e desce a encosta oposta, apresentando um
comportamento de fogo de cauda mais fácil de debelar

2.221 No fundo de uma ravina, a construção da linha deve localizar-se no lado oposto à direção do
sentido de deslocação da cabeça principal do incêndio e existe a necessidade de abrir uma vala
para reter o material rolante. Nesta operação pretende-se defender a encosta oposta ao incêndio.

4) Motoguincho

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Tabela 2.9 - Motoguincho

Identificação Class. Ficha Técnica Função


Guincho:
Fabrico canadiano

Classe baixa de fabrico alemão de motore STIHL MS 440


Carcaça em alumínio fundido “forte e leve”
O motoguincho é
Cabo de aço com cerca de 45 m;

Moto guincho LEWIS WINCH Mod. 400MK2


uma ferramenta
Gancho até 1000kg de resistência à tração;
mecânica
Travão para auxilio desenrolarem do cabo.
utilizada no apoio
Adaptável a qualquer motosserra;
ás tarefas
Para motosserras entre 50cc E 90cc de
cilindrada; decorrentes das

Basta retirar a corrente e aplicar o guincho; operações de

Exerce uma tração até 4000kg, dependendo da combate e atua


potência da motosserra e da resistência do seu unicamente no
cabo. auxílio para a
Motor:
remoção de
Fabrico: alemão, relação peso potência elevada;
combustíveis
Cilindrada: 70,7cc; Potência: 5,4 cv;
pesados, ou
Peso: 6,3 kg sem combustível e sem guia;
outras tarefas.
Depósito de óleo da lubrificação de corrente vazio
por não necessitra de óleo.
Gasolina: com mistura de óleo a 2%.

(a) Manutenção

2.222 De fábrica vem carregado com 5 onças de óleo 80/90 “VALVOLINE” cada onça vale 29,5 ml;

2.223 Como verificar do nível de óleo do Carter do guincho?

 Colocar o guincho na posição vertical;

 Retirar o tampão de enchimento do óleo;

 Se houver óleo nesse orifício é sinal que está de nível;

 Caso não exista óleo coloque.

 Verificação do Nível do óleo do Moto-Guincho

 Lubrificação das engrenagens

(b) Causas de Avarias

2.224 As avarias relativas à MS 440 são as mesmas da MS 260. Avarias relacionadas com o
guincho:

 Segundo o manual do fabricante elas são quase inexistentes;

 Contudo, ao operar com o guincho devemos de evitar que o seu cabo dê “nó” ou fique
“trilhado” pelo atrito em superfícies rijas no momento da tração;
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 Nunca é demais insistir no nível de lubrificante no seu Carter;

 O esforço exercido nos seus carretos sem que estejam devidamente lubrificados, o resultado
é a “inutilização” pura e simples do lewis winch.

(c) Utilização

2.225 As situações de emprego são múltiplas, mas dentro das missões que nos são atribuídas,
podemos empregar o lewis winch em:

 Apoio no resgate de pessoas em terreno de difícil acesso;

 Exercer tração em árvores tendo em conta a queda mais conveniente;

 Exercer tração em viaturas fora de estrada;

 Verificar o nível de combustível compatível com o trabalho a executar;

 O guincho opera sempre a partir de um ponto de ancoragem, compatível com o esforço de


tração que se vai exercer;

 Após ser desbloqueado na respetiva cavilha, com o auxilio do seu travão, procede-se ao
desenrolar do seu carretel;

 Seguidamente procede-se à amarração do “objeto” sobre o qual vamos exercer tração;

 Em seguida procede-se ao seu bloqueamento através da respetiva cavilha;

 Colocar a sthil ms440 em funcionamento;

 Logo que o operador dê aceleração o cabo começa a enrolar;

 Evitar que o cabo enrole de forma desordenada;

 Ponto para fazer a ancoragem com cabo de aço ou cinta em poliéster a um ponto fixo por
exemplo uma;

 Cavilha de desbloqueio (para fora) ou bloqueio (para dentro) da bobine do cabo;

 Desenrolar o cabo de aço com ajuda do travão para evitar que se solte na bobine.

(d) Segurança

 Capacete com proteção de ouvidos e de cara;

 Óculos de proteção;

 Luvas;

 Manta ou cintas de nylon sobre o Cabo em tensão.

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Figura 2.27 - Utilização do motoguincho

5) Motobomba dorsal

Tabela 2.10 - Utilização da Motobomba

Identificação Classificação Ficha Técnica Função


Motobombas dorsais Fyr-Pak Modelo 20 FP-C8

Classe baixa de fabrico alemão de motore STIHL

Bomba centrifuga portátil com


suporte mochila ajustável de
fabrico norte americano
A motobomba é um
Peso: ronda os 34 KG
equipamento usado para
Motor: 134cc de cilindrada,
transferir água ou outros
Potência: 8 HP;
produtos em estado líquido,
MS 440

Jerrican: de 6 galões,
aproximadamente22 litros com de um lugar para o outro.
respetivo tudo de ligação; Normalmente é utilizada
Gasolina: mistura de 4% de óleo na para combater diretamente
gasolina sendo que para o depósito
os incêndios ou na fase de
de (em 20 litros de gasolina mistura
se 800 mll de óleo para mistura). rescaldo.

Manuseamento: mínimo de três


elementos.

(a) Manutenção

Diário ou cada 8 horas de trabalho:

 Eliminar sujidades e observar possíveis fugas.

Mensal ou cada 25 horas trabalho:

 Limpeza filtro de ar com detergente e água, enxugar com ar comprimido.

 Limpeza da vela;

 Limpeza filtro de combustível;

(b) Causas de avarias


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Não arranca:

 Atenção à posição do botão de ignição “on, off”;

 Observar a chegada de corrente à vela;

 Verificar o isolamento da vela.

Trabalha irregular:

 Problema com vela ou carburador;

 Observar possível fuga de ar ou gasolina;

 Observar obstrução do filtro de ar.

(c) Utilização

Clocar a Motobomba em Funcionamento

 Acoplar tubo rígido na admissão de água com pinha na ponta para evitar aspiração
de areias.

 Acoplar mangueira na saída de água da motobomba

 Efetuar a ligação do tubo de gasolina no encaixe próprio (só funciona numa


posição com seta a apontar para a motobomba)

 Purgar o carburador através da bomba manual existente no tubo de gasolina até


ver a gasolina a passar no tubo que leva esta ao carburador.

 Fechar o ar na respetiva patilha;

 Alavanca do acelerado a ½ do seu curso;

 Comutador de ignição na posição “on”;

 Firmar a fyr-pak contra o solo com a mão esquerda, retirar a folga à corda de
arranque coma mão direita e puxar com vigor;

 Depois de arrancar, abrir a patilha do ar lentamente;

 Ajustar a alavanca do acelerador ao funcionamento necessário

Desligar a motobomba

 Motor ao “ralentin” na respetiva alavanca;

 Comutador de ignição na posição “off”;

 Retirar o tubo de gasolina do encaixe próprio na fyr-pak;

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 Colocar novamente a trabalhar com o objetivo de queimar a gasolina existente no


respetivo carburador.

(d) Segurança

2.226 A motobomba tem de trabalhar com o chassi assente no chão na horizontal. Não tocar no
escape pois atinge elevadas temperaturas.

2.227 Não pôr em funcionamento em espaços confinados pois produz grande quantidade de gazes,
o que pode causar intoxicação. Nunca deixar a motobomba a trabalhar sem estar ferrada com água.

Figura 2.28 - Utilização da motobomba dorsal

(e) Tipos de bombas

2.228 É importante entender as diferenças entre os dois tipos de bombas disponíveis, as suas
capacidades e limitações, e quando usar cada uma. Existem dois tipos básicos de bombas:
centrífugas e deslocamento positivo. A bomba centrífuga possui uma câmara mais ou menos aberta
que contém um impulsor para mover a água.

Figura 2.29 - Bomba centrífuga

2.229 A bomba de deslocamento positivo usa engrenagens ou pistões para fazer o mesmo trabalho.

Figura 2.30 - Bomba de deslocamento positivo de engrenagem rotativa

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2.230 Embora os resultados verificados na saída de água na agulheta, possam ser os mesmos, é
necessário entender que existem vantagens e desvantagens no uso de qualquer tipo de bomba.

Vantagens da bomba de deslocamento positivo:

 Geralmente não requer preparação.

 Irá lançar a água mais alto que uma bomba centrífuga.

 Não requer uma válvula de pé na mangueira de sucção.

Desvantagens da bomba de deslocamento positivo:

 A água deve estar livre de areia e areia.

 A bomba deve ser desligada quando a agulheta estiver desligada, a menos que haja uma
válvula de alívio de pressão na linha.

 As bombas não podem ser iniciadas quando houver pressão sobre elas, ou seja, uma
mangueira subida cheia de água.

 Quase sempre tem que ser recolhida para manutenção ou reparação.

Vantagens da bomba centrífuga:

 A água não precisa estar limpa.

 Menor custo de manutenção. Às vezes, pode ser reparada no terreno.

 A agulheta pode ser desligada por um curto período de tempo enquanto a bomba estiver
em funcionamento.

 A bomba pode ser iniciada com pressão na agulheta.

 Não é necessária uma válvula de alívio de pressão, mas é altamente recomendada.

 A pressão e o volume podem ser alterados ajustando a velocidade do motor da bomba.

Desvantagens da bomba centrífuga:

 Requer preparação.

 Não consegue drenar água tão alto quanto uma bomba rotativa.

 Deverá ter uma válvula de pé com o filtro de sucção.

2.231 Cada tipo de bomba é melhor adaptada a determinados trabalhos do que a outros. A bomba
de deslocamento positivo de alta pressão pode ser encontrada nos motores. Eles usam mangueiras
mais curtas, mas têm pressões mais altas no bico. As bombas centrífugas são melhor adaptadas
para movimentar grandes volumes de água, onde pressões mais baixas podem ser toleradas.

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2.232 Se uma bomba preparada não conseguir projetar água ou seu desempenho for fraco, há três
coisas que devem ser consideradas para melhorar seu desempenho.

1º. Localizar a bomba ao nível da água ou próximo.

2º. Diminuir o comprimento da mangueira de sucção. Isso geralmente significa colocar a bomba
perto da fonte de água.

3º. Apertar os encaixes.

Hidráulicos

2.233 É importante conhecer as forças hidráulicas que influenciam o desempenho das bombas e
dos sistemas de mangueiras. Essas forças são: sucção ou elevação, pressão da cabeça ou
contrapressão, perda de atrito e pressão na agulheta.

2.234 A primeira força encontrada é a sucção ou elevação no lado de entrada de uma bomba. A
capacidade máxima de elevação vertical de uma fonte de água para a bomba é de
aproximadamente 6 metros ao nível do mar. A elevação é reduzida em 10cm para cada 100m de
elevação em altitude acima do nível do mar. A necessidade de uma maior aspiração, tradiz-se neum
menor rendimento da bomba no lado da descarga. É por isso que uma bomba deve ser colocada o
mais próxima possível da fonte de água para reduzir a sucção ou elevação.

2.235 A segunda força hidráulica é a contrapressão (C). Essa é a pressão gerada pelo peso da
água em uma coluna vertical, como a mangueira acima ou abaixo de uma bomba. Quando
convertido em pressão, será igual a aproximadamente um quilo por polegada quadrada (psi) para
cada 60cm de elevação vertical. Uma linha de mangueira com um aumento vertical de 60m exercerá
100psi de contrapressão.

2.236 Sem considerar a perda provocada pelo atrito ou a pressão na agulheta, será necessária uma
pressão de bomba de 100 psi para elevar a água a 60m de altitude. A contrapressão é a força
principal que evita o bombeamento da água em altas distâncias verticais. O inverso também é
verdadeiro para a contrapressão.

2.237 Um psi de pressão será obtido para cada perda de 60 cm em elevação. Uma linha de
mangueira com uma queda vertical de 60m ganhará 100 psi de pressão devido à contrapressão.
Há que ter cuidado ao utilizar a bomba encosta abaixo, porque pode ser obtida maior pressão do
que uma mangueira possa suportar ou pode haver mais pressão na agulheta do que a que o
agulheta aguente a manobrar em segurança.

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Figura 2.31 - Contrapressão

2.238 A terceira força hidráulica que afeta um sistema de mangueiras é o atrito (A). O atrito, em
qualquer ponto do sistema, reduzirá a pressão. A quantidade de atrito e perda de pressão devido à
mangueira depende do diâmetro da mangueira, seu comprimento, sua textura interna e a perda
pelas agulhetas e outros acessórios.

2.239 A mangueira revestida tem uma camada interior, de borracha, dentro da camada exterior,
dobrável, de tecido. O atrito através da mangueira revestida é consideravelmente menor do que
através da mangueira sem revestimento. A imagem abaixo mostra o efeito de turbilhão da água que
flui através de uma mangueira, a água que flui nos limites externos é mais lenta (atrito) devido à
perda de energia causada ao friccionar contra o revestimento da mangueira.

Figura 2.32 - Atrito numa mangueira

2.240 Uma queda de pressão ocorrerá quando um acessório (agulheta) for adicionado a uma
mangueira. Essa mudança de pressão é afetada pelas seguintes variáveis: tamanho, dobras,
design, condição e taxa de fluxo. Esse atrito deve ser adicionado aos tubos da mangueira ao
determinar o atrito. Assim é necessário que acrescentar 5psi de perda de pressão devido ao atrito
de cada aparelho (emendas, bifurcações, etc.) usado na mangueira.

2.241 A quarta força a ser considerada é a pressão da agulheta (PA). A pressão da agulheta
depende da pressão da água na agulheta e do tamanho do orifício da mesma. Um orifício menor
reduzirá o volume, mas aumentará a pressão na saída. O comprimento de um jato direto pode ser
aumentado usando um orifício de agulheta menor. No entanto, esse ganho de pressão resulta
sempre em menos volume no fluxo de água.

2.242 A pressão efetiva da agulheta para fins de combate a incêndios depende da agulheta usada.
No entanto, as agulhetas podem ser divididas em duas categorias para determinação da hidráulica
básica e pressão da bomba para combate a incêndios florestais.

1º. Jato direto, pressão de trabalho efetiva de 50psi.

2º. Modo de nevoeiro, pressão de trabalho efetiva de 100psi.

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2.243 Cada uma das quatro forças hidráulicas afeta o fornecimento de água para a linha de fogo,
algumas positivas, outras negativas.

(f) Construção de linhas de água

2.244 Se uma motobomba for insuficiente para fornecer pressão ou volume de água necessários,
uma alternativa é usar uma instalação de bombas em série, paralelas ou por etapas. Este conceito
aplica-se a todos os tipos de bombas.

(1) Linha de água em série

2.245 Com o sistema em série, duas bombas são conectadas "em linha". A água é bombeada pela
primeira bomba diretamente para a segunda bomba, conseguindo o efeito hidráulico de aumentar
a pressão.

2.246 A colocação de motobombas em série, permitem dobram a pressão inícial, no entando o


volume será limitado ao da primeira bomba, pelo que pressupõe que ambas as bombas tenham
capacidades iguais em termos de pressão e volume.

Exemplo: uma bomba Mark 3 produzirá um fluxo de 45lpm e 275psi. Ao adicionar outra bomba Mark 3 em
série, a combinação manterá o fluxo de 45lpm. No entanto, enquanto que, em teoria, a pressão será de
550psi, em aplicações reais, na prática, no terreno, a pressão estará mais próxima de 450psi.

2.247 A utilização em série pode produzir mais pressão do que a que a mangueira aguenta,
portanto, há que ter cuidado, pelo que é necessário usar uma ou duas seções de mangueira
revestida, no início, ao instalar as motobombas em série.

2.248 Diferentes capacidades podem ser conectadas em série, geralmente, a bomba com maior
capacidade é colocada mais próxima da fonte de água, depois, a bomba de menor capacidade é
colocada "em linha". O fator limitante é a capacidade da primeira bomba de fornecer água suficiente
para a segunda bomba, as situações a seguir ilustram esse princípio.

2.249 O primeiro passo na colocação das motobombas em série é o planeamento do sistema. Deve
incluir:

1º. Necessidades de água que deve prever pressão na agulheta desejada e volume necessários
na aplicação.

2º. Localização e tipo de fontes de água. A fonte de água deve ter água suficiente para abastecer
os usuários. O tipo refere-se a riachos, lagoas, tanques portáteis, etc.

3º. Requisitos dos operacionais. Há que determinar quantos operadores serão necessários para
garantir que as bombas possam ser monitoradas e operadas adequadamente. É necessário
estabelecer comunicações entre os operadores da motobomba e os operadores da agulheta.

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4º. Requisitos da motobomba, mangueira e strosses. Há que determinar quantas bombas,


mangueiras, etc., serão necessárias para fornecer o volume e a pressão desejados no final
da configuração do sistema de mangueiras. Em muitas casos práticos, a mangueira e os
acessórios disponíveis determinam a forma de organização das motobombas. Em alguns
casos, pode não ser possível atender às necessidades de água com o equipamento
disponível.

(2) Linha de água em paralelo

2.250 No sistema em paralelo, duas motobombas são colocadas "lado a lado". A água flui de cada
bomba independente para uma única mangueira. O efeito hidráulico é quase o dobro do volume de
água. Idealmente, as bombas devem ter capacidades iguais em termos de pressão e volume.

Figura 2.33 - Bombas em paralelo

2.251 As motobombas com capacidades desiguais podem ser conectadas em paralelo. No entanto,
a pressão e o volume irão ser mais limitados pela capacidade da motobomba com menor
capacidade. Em conteixto real, o volume produzido será menor que o dobro principalmente devido
à perda de atrito.

(3) Linha de água por etapas

2.252 Com o sistema por etapas, as motobombas não são conectadas diretamente, sendo operadas
independentemente uma da outra, o efeito hidráulico é igual à capacidade de cada motobomba.

Figura 2.34 - Bombas por etapas

2.253 A colocação de motobombas por etapas, consiste num deslocamento de água para um
reservatório temporário de armazenamento, que é então deslocada por uma segunda motobomba.
A segunda motobomba pode então fornecer a água diretamente para a linha de chamas ou
abastecer outro reservatório. Este sistema permite uma vantagem em relação ao em sistema série,
que é menos provável que haja interrupção de água se uma motobomba precisar de ser desligada
para reparação ou manutenção.

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2.254 Para operar com este sistema, não há limite para o número de vezes que a água pode ser
retransmitida, o sistema é apenas limitado pela capacidade de qualquer uma das motobombas.

2.255 É possível ter várias combinações de sistemas de bombeamento em série, paralelo e por
etapas, tudo ao mesmo tempo para fornecer água. No entanto é necessário experiência e
conhecimento para tornar as combinações eficazes. Quanto mais complexo o sistema projetado,
mais planeamento é necessário para garantir que atende às necessidades do incêndio.

(g) Linhas de mangueiras

2.256 Quando o operacional de combate a incêndios estiver familiarizado com a instalação,


operação e manutenção de uma motobomba de água portátil, deverá levar a água até a frente de
chamas de maneira eficiente e segura. Tal é feito fluindo água através do sistema de ligação da
mangueira, Strosses e agulhetas. Existem inúmeros métodos engenhosos e acessórios para
estender lanços de mangueiras, durante estes parágrafos discutiremos os tipos de sistemas de
mangueiras, e não os métodos usados para estender a mangueira.

2.257 Os dois tipos de sistemas de mangueiras são o simples e o progressivo. Em ambos


podemos usar mangueiras de 25mm ou 12,5mm na instalação de qualquer tipo, conforme
preferência.

(1) Sistema Simples

2.258 Aquele que sai direto da bomba e vai diretamente para a agulheta sem junções no meio.

Figura 2.35 - Sistema de mangueiras Simples

2.259 Um sistema de mangueiras simples é facilmente instalado e pode variar em comprimento


conforme necessário. Esse tipo de sistema não apresenta muitas perdas de atrito devido a
acessórios adicionais, o que é uma vantagem. A principal desvantagem da configuração deste
sistema de mangueiras é que o fluxo de água deve ser interrompido antes que possa ser estendido
o comprimento da mangueira. Também não há disposições de segurança, caso o incêndio se
acenda atrás do operador da agulheta.

2.260 Uma configuração simples de mangueira é mais difícil de usar no rescaldo, pois ou há
necessidade de rever o processo de instalação ou de carregar grandes quantidades de mangueira.

(2) Sistema Progressivo

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2.261 Aquele que vem de uma fonte da bomba para o fogo, com uma série de bifurcações e junções
entre a bomba e a agulheta.

Figura 2.36 - Sistema de mangueiras Progressivo

2.262 Um sistema de mangueiras progressivo incorpora uma série de linhas laterais a partir da linha
principal. Este sistema tem várias vantagens em relação ao sistema de mangueiras simples, pois
proporciona um ataque contínuo ao fogo sem correr o risco de ter que desligar a mangueira para
estender o seu alcance. A configuração progressiva fornece uma margem de segurança para o
operador da agulheta principal, na medida em que uma linha lateral pode facilmente ser deixada
para trás ou movida, caso haja um alargamento da frente de chamas. Também pode fornecer várias
linhas de ataque em vários focos de incêndio na linha de controle. Um sistema de mangueiras
progressivo tem um atrito mais alto devido ao aumento no número de conexões (aproximadamente
5psi cada). Este sistema pode ser mais lento de instalar, mas é inerentemente mais seguro para
ataques diretos e muito mais eficiente no rescaldo.

2.263 Para instalar um sistema de mangueiras progressivo, uma equipa deve estender primeiro
uma linha de mangueira principal, com 38mm, da motobomba até ao incêndio, como um sistema
de mangueira simples. Quando atingem a frente desejada, instalam uma bifurcação e estendem
mais 30 a 45 metros, a partir da linha de mangueira principal, para instalar outra bifurcação, com
um redutor, de 38mm a 25mm, de um lado (em direção ao incêndio) e anexa 30m de mangueira de
25mm com a agulheta adequada ao combate. O operacinal pode, então, operar essa agulheta para
atacar a frente onde se encontra, enquanto que o outro estende a próxima secção da linha principal,
que é anexada na outra extremidade da bifurcação. Depois de a linha principal ser esticada e a
segunda bifurcação estar no lugar, o primeiro operador de agulheta carrega a linha principal e
retorna para mais mangueiras assim que a segunda linha de ataque lateral esteja operacional e a
funcionar. Este processo é repetido até que o incêndio seja contido ou a motobomba atinja a sua
capacidade.

2.264 O sistema de mangueiras progressivo é muito eficiente quando chega a altura do rescaldo.
O sistema assente a partir de uma motobomba Mark 3 pode fornecer com facilidade de três a cinco
agulhetas, dependendo do atrito e da contrapressão necessária. Isso pode manter eficientemente
uma equipa de 20 operacionais ocupada. Um sistema de mangueiras progressivo oferece inúmeras
oportunidades para as linhas laterais, acelerar o rescaldo.

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Figura 2.37 - Etapas da instalação de um sistema de mangueiras progressivo

(3) Segurança

2.265 Evite usar linhas rígidas (ou quaisquer outras linhas de 25mm) em linhas de mangueira
estendidas. O atrito é muito grande e pode haver um volume inadequado de água para proteger o
operador da agulheta e estender efetivamente a linha à medida que o incêndio avança.

2.266 As agulhetas progressivas, que fornecem um padrão de neblina, adicionam uma medida extra
de segurança, desde que a água adequada esteja disponível na agulheta.

2.267 Há que estabelecer comunicações entre o operador da agulheta e o operador da motobomba


e há que ter um ponto de ancoragem para a construção do sistema de mangueiras.

(4) Rescaldo

2.268 Onde e como usar o abastecimento de água disponível é sempre uma preocupação dos
supervisores da linha de inçêndio. Indicam-se algumas prioridades geralmente definidas durante o
rescaldo:

1º. Apagar os incêndios pontuais fora da linha de incêndio.

2º. Apagar todos os pontos quentes dentro da linha de incêndio, que possam ameaçar a linha.

3º. Apagar pontos quentes, localizados no interior da área queimada, mas adjacentes a ilhas,
de combustíveis perigosos, não queimadas.

4º. Eliminar todos os pontos quentes dentro da linha, por uma distância razoavelmente segura.

5º. Consolidar com ferramentas toda a área queimada até deixar de existir combustão.

6º. Em incêndios subterrâneos, usar agulhetas de maior caudal ou motobombas de irrigação


para encharcar a área, são métodos eficazes de rescaldo, que não dispençam a separação
de combustível até ao solo mineral.

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2.269 A água pode ser usada com moderação, mas com eficiência, enquanto as ferramentas
manuais são usadas para expor combustíveis a arder e misturar solo com a chama. As caldas e
espuma ajudam bastante a água a atuar sobre combustíveis e pontos quentes.

2.270 O rescaldo é normalmente um trabalho lento e tedioso. A água não reduz necessariamente a
quantidade de trabalho necessária, mas pode economizar o tempo. Alguns operacionais tentam
abafar a chama com água, mas descobrem que isso geralmente não funciona. A água não penetra
facilmente nas camadas orgânicas profundas e não pode isolar os pontos quentes subterrâneos.
Esses pontos quentes podem vir à superfície mais tarde e iniciar novamente a combustão. O
procedimento mais eficaz é separar e dispersar os combustíveis queimados e depois arrefecê-lo
com água. Cavar, raspar e espalhar constitui trabalho duro, mas necessário para garantir que o
incêndio esteja apagado e seguro para abandonar o local.

2.271 Geralmente, altos volumes de água e pressões na agulheta não são necessários durante o
rescaldo e geralmente causam risco de vapor e projeção de detritos e cinzas. Lembre-se de que
uma combinação de trabalho com água e ferramentas manuais é uma equipe vencedora para um
rescaldo rápido.

(h) Aplicação da água

(1) Uso tático

2.272 Na formação atinente ao comportamento ao fogo, estuda-se o triângulo do fogo como modelo
para o processo conhecido como combustão.

2.273 O princípio básico da supressão de incêndio é remover um, ou mais, dos três componentes
essenciais do triângulo do fogo. Isso pode ser conseguido através da remoção dos combustíveis,
da redução da temperatura dos combustíveis, em chama, abaixo do ponto de ignição, ou excluindo
o oxigênio. O equipamento usado para aplicar água desempenha uma dupla função, excluir a
quantidade de oxigênio disponível e reduzir a temperatura dos combustíveis.

2.274 O triângulo da água serve como um modelo útil para explicar como a água, quando aplicada
na quantidade certa, na forma e no lugar certo, pode aumentar o sucesso na extinção de chamas e
de combustíveis em chama.

Figura 2.38 - Triângulo da água

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2.275 Primeiro, é preciso ver como se pode aumentar a eficácia através da aplicação de água no
local correto do fogo.

Figura 2.39 - Aplicação de água no local correto

2.276 Se a água for aplicada no local correto, a temperatura do combustível em chama será
reduzida abaixo do seu ponto de inflamação. Para isso, o fluxo de água deve ser direcionado para
a base da chama, onde está a ocorrer o aquecimento do combustível e sua conversão em vapor
inflamável. A rápida redução da temperatura do combustível exclui efetivamente o componente de
calor do triângulo de fogo e a combustão em chamas é extinta. Isso é particularmente eficaz quando
a combustão em chamas envolve combustíveis a arder na superfície do solo, ou acima dela.

2.277 O mesmo princípio se aplica quando o fogo está a arder nos combustíveis orgânicos abaixo
da superfície. Deve direcionar-se a água até a fonte do calor onde a combustão está a ocorrer para
ser eficaz. A água aplicada em noutros locais é um esforço desperdiçado.

2.278 Este conceito de local correto aplica-se a incêndios em todas as circunstâncias.

2.279 Água na forma correta, é o segmento seguinte do triângulo da água.

2.280 As agulhetas permitem formar e direcionar sobre o fogo um fluxo de água sob pressão. A
agulheta e a habilidade do operador no ponto de aplicação determinam o grau de sucesso
alcançado. O uso de água pode ser altamente eficaz ou um grande desperdício, dependendo de
qual agulheta é selecionada e de como é usada.

Figura 2.40 - Tipos de agulhetas

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2.281 Embora exista uma grande variedade de agulhetas para escolher, os tipos mais
frequentemente usados para combate a incêndios rurais podem ser genericamente agrupados
como:

 Agulheta simples: regulação simples na agulheta, de jato direto ou padrão de pulverização.

 Agulheta com torneira de fecho: jato direto ou padrão de pulverização com torneira de
fecho.

 Agulheta dupla com torneira de fecho: jato direto ou padrão de nevoeiro com torneira de
fecho.

 Agulheta múltipla com seletor e torneira de fecho: Agulheta de múltiplas pontas com
aplicações distintas.

 Agulheta ajustável: com sequência ajustável de fecho para jato direto ou padrão de
pulverização.

2.282 Os vários tipos de agulhetas oferecem a capacidade de fazer sua seleção com base na taxa
de fluxo (litros por minuto), requisitos de pressão e uma variedade de padrões de água, de jatos
diretos a padrões de pulverização e de nevoeiro.

2.283 Agulhetas combinadas que fornecem padrões de jato direto e de pulverização geralmente
são necessárias na maioria das intervenções em incêndios rurais devido à necessidade de variar o
fluxo de água para as condições encontradas ao longo da linha de fogo. Para ser eficaz com a água,
o operador da agulheta deve ajustar os fluxos de água ao trabalho em questão.

2.284 Fluxos contínuos de água, fornecidos pelas agulhetas, que fluem como um único jato direto,
são usados onde a capacidade de alcance ou distancia é o aspeto principal para a projeção de água
no fogo. O fogo que arde no alto de um obstáculo pode exigir um alcance adicional, que pode ser
obtido através de um jato direto. Numa situação em que o fogo esteja a arder intensamente, para
que o operador da agulheta consiga trabalhar perto do fogo, o jato direto é usado para arrefecer o
fogo à distância, para que um trabalho mais próximo possa ser executado posteriormente. Em
algumas situações em que ventos fortes possam impedir de direcionar os padrões de pulverização
com precisão, pode ser necessário mudar para um jato direto para projetar a água no local correto.
Jatos diretos também podem ser eficazes quando é necessária a penetração na relva ou caruma
compacta.

2.285 Embora jatos diretos satisfaçam aos requisitos de alcance e distância, eles tendem a usar um
volume maior de água do que outros métodos. Isso se deve em grande parte à projeção de água
como um fluxo contínuo, que afeta apenas uma parte estreita da área de incêndio a combater.

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Esses tipos de agulhetas geralmente operam efetivamente a 50psi, embora pressões mais altas
possam ser necessárias quando a distância ou a penetração da superfície é necessária.

2.286 Os padrões de pulverização e nevoeiro oferecem ao operador da agulheta uma aplicação


mais eficaz de água devido ao pequeno tamanho de gota. Esses tipos de padrões absorvem mais
calor e tratam uma maior superfície de combustível em chama com um menor volume de água.

2.287 Por esses motivos, os padrões de pulverização e neblina são usados extensivamente para
trabalhos próximos ao longo da linha de fogo e onde a proteção contra calor intenso é necessária
para o operador do bico.

2.288 O componente final do triângulo da água, é a água na quantidade certa.

2.289 Quando se pensa na quantidade certa de água, é importante perceber que uma pequena
quantidade de água é capaz de extinguir muito combustível em chama. Uma das ideias
estabelecidas no início da formação de combate a incêndios é que um volume de água é capaz de
extinguir 300 volumes de combustível em chama, se aplicado adequadamente. Muitas agulhetas
são capazes de produzir um spray fino, que quebra o fluxo de água em muitas gotas. Através da
alta capacidade da água de absorção de calor, muitas gotículas podem arrefecer e extinguir muitas
unidades de fogo, se aplicadas no local e na forma corretas.

2.290 Em qualquer situação, a quantidade de água necessária para extinguir um incêndio


dependerá em grande parte da intensidade do fogo e do tipo de combustível em combustão.
Geralmente, pode-se dizer que uma maior intensidade de fogo necessitará de mais água e menos
intensidade de fogo necessitará de menos água.

(2) Conservação

2.291 Sempre que possível, deve-se adicionar um surfactante ao abastecimento de água. O uso de
surfactantes, têm uma vantagem sobre a água pura sempre que é necessário um humedecimento
completo. Os surfactantes irão acelerar o humedecimento dos combustíveis do solo, evitando o
desperdício de água através escoamento da superfície do combustível. Os surfactantes usados
para produzir espuma funcionam mantendo a água na superfície do combustível.

2.292 Boas comunicações devem ser estabelecidas e mantidas entre o operador da agulheta e o
operador da bomba, por sinais de rádio ou manuais. O operador da agulheta deve sempre saber
quanta água está disponível na fonte, pois isso pode fazer a diferença no tipo de ação escolhida
para combater o fogo. Por sua vez, o operador da agulheta deve comunicar se o sistema de
abastecimento de água está a corresponder às necessidades no local do incêndio ou não.

2.293 O pessoal com ferramentas manuais deve trabalhar em estreita colaboração com o pessoal
da agulheta. O solo mineral, aplicado com o uso qualificado de ferramentas manuais, pode ser
eficaz para excluir oxigênio, apagar chamas e arrefecer brasas, deixando os operadores de
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agulhetas disponíveis para aplicar água onde é possível obter o maior benefício. Há que colocar
pessoal com ferramentas manuais onde a água é aplicada para extinguir a combustão flamejante e
os combustíveis são deixados em um estado brilhante ou fumegante, para que estes acompanhem,
juntem e misturem os combustíveis tratados com o solo mineral. O Pulaski é uma excelente
ferramenta para raspar e desbastar combustíveis pesados, para que a água possa ser aplicada
diretamente na fonte de calor. Se uma bomba falhar, devem estar disponíveis ferramentas manuais
suficientes para extinguir o fogo com solo mineral.

(3) Conhecer o equipamento

2.294 Muito pode ser feito para economizar água, sabendo quais acessórios contribuem para o
esforço e garantindo que eles sejam usados. Existem quatro acessórios que são comumente
usados para economizar água: a agulheta de baixo caudal, a válvula de retenção e de purga, a
válvula de alívio de pressão e as válvulas de fecho.

2.295 Primeiro, selecionando a agulheta de baixo caudal para realizar o trabalho com segurança,
pode-se, em grande medida, controlar a quantidade de água que chega ao fogo. Não faz sentido
selecionar uma agulheta com um caudal de 113 litros por minuto, quando o mesmo trabalho pode
ser realizado, com segurança, usando uma agulheta com um caudal de 45 litros por minuto. O
conhecimento do caudal das agulhetas disponíveis fará uma grande diferença na contribuição para
a conservação da água.

2.296 A instalação da válvula de retenção e de purga contribui para o esforço de conservação de


água, permitindo que o operador da bomba circule a água de volta à sua fonte, enquanto inicia a
bomba, contrariando a contrapressão. O recurso de válvula de retenção não protege apenas a
bomba da água que flui contra ela quando é parada, mas mantém também o volume de água já
existente no sistema de mangueiras.

2.297 Isso pode ser uma quantia substancial quando você considera que cada comprimento de 30
metros de mangueira de 38mm contém aproximadamente 34 litros de água e o mesmo comprimento
de mangueira de 25mm polegada contém cerca de 15 litros de água.

2.298 A principal característica da válvula de alívio de pressão é a sua sensibilidade à pressão e a


sua capacidade de aliviar a pressão excessiva à saída da bomba, fazendo-a retornar à fonte de
água. Ao predefinir esta válvula para a pressão de trabalho desejada, a água sob pressão que não
é necessária na agulheta é retornada à fonte de água através de uma mangueira de 25mm na
válvula. A capacidade de manter pressão constante é uma característica importante para a proteção
dos operadores de agulhetas. Qualquer mudança repentina em uma linha pode causar um aumento
de pressão na outra.

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2.299 Válvulas de fecho de vários tipos representam o dispositivo final de utilização de água usado
para economizar água. Braçadeiras de mangueira, camisetas em linha, válvulas com gotejadores e
agulhetas com interruptores permitem maior controle sobre a manutenção da água no sistema de
distribuição. Ao prender ou desligar as válvulas bloqueadas, pode-se impedir que uma mangueira
danificada desperdice água em solo frio. As agulhetas com uma válvula de corte permitem a
movimentação de um ponto de aplicação para outro, sem desperdiçar água onde não é necessária.

(4) Função do operador da agulheta

2.300 A agulheta e a habilidade do operador no ponto de aplicação podem determinar o grau de


sucesso alcançado. A água pode ser altamente eficaz ou desperdiçar muito, dependendo de qual
agulheta é selecionada e de como é usada.

2.301 Para ser eficaz com um abastecimento de água limitado, o operador de agulheta deve
aprender a dominar o uso da agulheta, o fecho, a pressão e o método com o qual a água é aplicada.

2.302 As agulhetas variam em caudal (litros por minuto), requisitos de pressão e tipo de corrente
de água produzida. A seleção da agulheta deve basear-se na classificação mais baixa de caudal,
que permitirá executar o trabalho com segurança. Sempre que possível, há que selecionar uma
agulheta que ofereça a versatilidade necessária para executar várias tarefas ao longo da linha de
fogo, sem sacrificar altas taxas de entrega ou caudal. Passar alguns minutos com um bombeiro
experiente é importante para uma aprendizagem profícua.

2.303 Há que aprender a ajustar o padrão de água da agulheta para combinar a saída de água com
a intensidade do fogo. Como regra geral, pode-se dizer que mais intensidade de fogo levará mais
água e menos intensidade de fogo levará menos água. Há que aprender quais os tipos de modelos
de combustível, os níveis de intensidade de incêndio associados e quais são atingidos durante as
condições médias e piores, para ajudar a determinar o que funciona bem.

2.304 Há que aplicar sempre água na base da chama acesa.

Figura 2.41 - Aplicação de água na base da chama.

2.305 Os fluxos diretos devem ser usados apenas para:

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 Deixar arrefecer um fogo quente, para uma aproximação.

 Apagar o fogo de obstáculos ou copas de árvores, onde a distância e o alcance são


importantes.

 Atingir um ponto quente perigoso à frente.

2.306 Quando for necessário usar fluxos diretos para arrefecer um fogo quente ou atingir um ponto
quente perigoso à frente, pode-se arrefecer um volume maior de combustível em chama, apontando
seu fluxo para a base do ponto quente e dispersando sobre ele, partindo do chão em forma de
leque.

2.307 A água pode ser melhor conservada usando padrões de spray e neblina para absorver mais
calor e cobrir um volume maior de combustível em chama. Há que operar a agulheta próximo ao
fogo sempre que possível, será obtida melhor precisão e melhor penetração nos combustíveis.

2.308 Há que aprender os efeitos que a pressão exerce sobre as agulhetas. Algumas agulhetas a
altas pressões fornecem ar e água ao fogo, o que tem o efeito de ventilar as chamas, em vez de
apagá-las. Agulhetas de fluxo reto geralmente operam eficazmente a 50psi. Os padrões de
pulverização e neblina geralmente requerem mais pressão para tornar o fluxo de água num spray
ou neblina fina. Geralmente requerem 100psi, embora muitos continuem a desenvolver bons
padrões com menos pressão. As agulhetas de aspersão geralmente requerem pressões superiores
a 100psi para alcançar os resultados desejados de espuma induzida por ar. Há que praticar com
várias combinações de tipos de agulhetas e aberturas sob diferentes pressões.

2.309 Embora possa ser necessário todo o potencial do sistema durante os estágios iniciais do
incêndio, geralmente é possível reduzir as pressões operacionais após a conclusão das ações
iniciais e aumentar o tempo de uso da água com taxas de descarga mais baixas. Como regra geral,
as taxas de fluxo são reduzidas para 3/4, quando a pressão da agulheta é reduzida de 100psi a
50psi. Com boas comunicações, as pressões podem ser aumentadas ou diminuídas para atender
às necessidades.

(5) Técnica de aplicação de água

2.310 Há que desenvolver uma técnica de aplicação intermitente. Este método é usado em todas
as situações de incêndio e deve servir de base para a sua aplicação de água. Uma característica
essencial desse tipo de aplicação é um fecho de ação rápida.

2.311 Na linha de fogo, há que direcionar uma pequena quantidade do fluxo na base dos
combustíveis em chama, depois desliga-se a agulheta e há que preparar para continuar a trabalhar
paralelamente à borda do fogo. Há que observar a linha já tratada, se o combustível reacender, há
que aplicar água adicional em um pequeno jorro. Os combustíveis tratados são então misturados

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pelo pessoal com ferramentas manuais e a água é aplicada, se necessário. Ao passar de um ponto
quente para outro, desliga-se a água na agulheta. A água deve ser aplicada de forma intermitente
em áreas específicas do fogo para obter o máximo proveito do seu suprimento de água.

2.312 Essa técnica de ligar novamente, desligar novamente é continuada em todo o perímetro do
incêndio até que ele apague. Ao aplicar-se a água paralela ao longo da linha de fogo, cobrir-se-á
mais área da linha de fogo e haverá menos probabilidade de deixar fogo para trás. A água aplicada
intermitentemente oferece uma melhor oportunidade de aplicar a menor quantidade de água
necessária para fazer o trabalho.

2.313 É preciso prática e experiência para usar apenas água suficiente para fazer o trabalho e, em
seguida, desligar a agulheta, para que se possa seguir em frente. A prática economizará água e
aumentará a habilidade com esta técnica.

2.314 A utilização da água de forma adequada e com eficácia no combate direto produz bons
resultados. A água sob pressão, com mangueiras e agulhetas adequadas, consegue alcançar
grandes distâncias e suprimir, com eficácia e rapidez, extensões razoáveis de chamas, se se souber
manobrar bem a agulheta para dela se poder tirar o melhor rendimento. Como a água não é
abundante na floresta, deve ser poupada.

2.315 A aplicação da água em jato no ataque direto à distância:

 Baixa o nível das chamas;

 Permite uma melhor aproximação dos combatentes;

 Permite a extinção de consideráveis frentes;

 Mas implica bom abastecimento de água.

2.316 A aplicação da água pulverizada é recomendável quando é possível a aproximação às


chamas:

 O efeito de extinção é muito superior;

 Abrange-se maior área e absorve-se mais calor;

 Proporciona ao combatente maior proteção.

(6) Técnica para poupar água

No caso de erva a arder:

 Incidir a água para a base das chamas;

 Cobrir o combustível a arder apenas o tempo necessário à extinção das chamas;

 Evoluir rapidamente para abarcar a maior área possível.


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No caso de uma árvore ou tronco a arder:

 Incidir a água para a base do tronco;

 Depois subir ao longo do tronco.

2.317 Quando existe manta morta a arder a água deve penetrar nela na quantidade necessária à
extinção.

Nos movimentos de um foco para outro:

 Fechar a agulheta, mas sempre em coordenação com o elemento que se encontra


junto à motobomba;

 Não desperdiçar água em zonas que não estão a arder.

Aplicar de preferência água pulverizada:

 O nível de pulverização deve ser o necessário à extinção;

 Cada gota deve cair e extinguir um pedaço de combustível.

Aplicar água em jato, só o estritamente necessário, para:

 Vencer distâncias;

 Extinguir focos em pontos elevados das árvores;

 Extinguir um foco intenso e permitir a aproximação.

Durante a manobra da agulheta devemos:

 Prestar atenção ao ângulo de ataque e atuar em função do combustível, do terreno


e do vento;

 Incidir sempre para a base das chamas e regular o caudal de forma adequada.

Ter atenção à pressão de trabalho:

 Certas agulhetas, com pressão elevada, arrastam muito ar em conjunto com a água,
esse ar pode «ventilar» as chamas em vez de as extinguir – deve-se reduzir a
pressão da água na agulheta.

Em mato de um metro de altura:

 Trabalhar com a agulheta na horizontal;

 Aplicar um cone de pulverização mais aberto, para cobrir mais combustível.

Em combustível rasteiro (ervas ou folhada):

 Inclinar a agulheta para o solo, molhando o terreno, após a extinção.


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 As mangueiras mais utilizadas nos incêndios florestais são flexíveis com 25 mm de


diâmetro, se for necessário passar mangueira sobre área já queimada, deve-se
manter as mangueiras elevadas em relação ao solo para evitar que fiquem sobre
pontos quentes, queimando e danificando-as.

(7) Métodos táticos de aplicação

2.318 Quatro táticas comumente usadas na aplicação de água são: hot spotting, dilúvio, contenção
e proteção contra exposição. Ao analisar cada uma dessas táticas de aplicação, deve prestar-se
especial atenção em como a água é aplicada e quais são os objetivos.

 Hot Spotting

2.319 A tática do hot spotting é geralmente associada ao ataque direto. Muitas vezes, é o passo
inicial do ATI, com ênfase nas primeiras prioridades. A regra aqui é atacar o ponto em que é mais
provável que o fogo escape. Isso significa dar a primeira atenção ao arrefecimento da cabeça do
incêndio e a quaisquer pontos quentes ao longo da borda do incêndio que ameacem inflamar novos
combustíveis. O objetivo é diminuir a velocidade ou parar a propagação até que a ajuda adequada
chegue. A água é aplicada intermitentemente, passando de um ponto quente para outro, tornando-
os temporariamente seguros.

2.320 Pode-se dar ênfase a atingir pontos quentes antes do incêndio principal, ou impedir que o
fogo corra através de combustíveis perigosos, como árvores jovens, arbustos pesados, madeira
cortada ou combustíveis ervados que conduzem a combustíveis mais pesados. Os surtos são
interrompidos e os pontos quentes são arrefecidos para uma condição segura. A chave para o hot
spotting é o aumento contínuo do incêndio e a permanência o mais móvel possível.

 Dilúvio

2.321 Com o método do dilúvio, a água é aplicada em volume suficiente para a extinção rápida e
completa do incêndio. Toda a área de queima é tratada com água. O objetivo é extinguir rápida e
completamente o incêndio com pouca ou nenhuma outra ajuda. Este método é geralmente
associado a pequenos incêndios, uma vez que a disponibilidade de um abastecimento adequado
de água é um fator chave. A decisão de usar essa tática geralmente baseia-se no local em que uma
subunidade possa estar a enfrentar vários incêndios numa área geográfica relativamente pequena,
ou onde o risco de incêndio e a falta de recursos adicionais o exigem. A este respeito, o incêndio é
rapidamente alagado, permitindo que o equipamento esteja disponível para reatribuição a outro
incêndio. Também é usado quando uma boa avaliação indica que o incêndio pode ser impedido
incrementar a sua intensidade, para valores ameaçadores, no seu caminho.

2.322 A experiência e bom senso são a chave para o uso dessa tática. Deve saber-se quanta água
se tem e quanto fogo pode ser extinto; que pressões e taxas de fluxo são necessárias para extinguir
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o incêndio. A aplicação de espuma é compatível com a tática do dilúvio, devido à sua capacidade
de efetivamente abafar a combustão flamejante e formar um cobertor sobre o fogo que atua como
uma barreira de vapor. O potencial para usar menos água é muito forte, uma vez que os
combustíveis são revestidos e menos água é desperdiçada pelo escoamento da superfície da área
tratada.

2.323 Tal como acontece com o hot spotting, o trabalho deve sempre começar onde é mais provável
de o incêndio escapar. Acabando a água, há que continuar com as ferramentas manuais,
trabalhando o mais próximo possível do plano original.

 Contenção

2.324 O método de contenção é progressivo, interrompe a propagação da estratégia de incêndio.


Taticamente, a água pode ser aplicada com o volume necessário para abafar o fogo e impedir a
sua propagação. Este método é frequentemente usado onde não é possível realizar trabalhos na
cabeça do incêndio. Em vez disso, a aplicação é iniciada na cauda do incêndio, onde a ação de
controlo pode ser ancorada com segurança a uma estrada ou barreira natural. A partir daí, a água
é aplicada e as mangueiras progressivas são continuadas pelo flanco ou pelos dois flancos o mais
próximo possível do incêndio, até que o incêndio esteja completamente cercado. O objetivo é a
contenção do fogo, e não a completa extinção, os combustíveis dentro do perímetro do incêndio
podem arder ou o rescaldo inicia quando a contenção é alcançada.

2.325 Flanquear incêndios com esse método de supressão, especialmente aqueles que se
espalham numa direção, é uma prática comum por várias boas razões. A taxa de propagação do
incêndio e a intensidade da linha de fogo nos flancos costumam ser menores do que na frente do
incêndio, permitindo que se trabalhe mais perto da borda do incêndio e se progrida melhor do que
seria possível. Linhas de contenção mais estreitas são necessárias para conter a propagação do
incêndio. As linhas de contenção podem ser ancoradas com segurança a barreiras naturais e
geralmente é mais fácil planear e estabelecer rotas de fuga. Pode ser a única área segura para se
realizar um ataque direto.

 Proteção à exposição

2.326 A tática de proteção à exposição envolve o uso de água para arrefecer combustíveis ou
propriedades antes ou ao lado do incêndio. O objetivo é a proteção a exposições e bens ameaçados
pelo incêndio.

2.327 Este método é usado onde é dada prioridade a manter o fogo fora de áreas de combustível
de alto risco, longe de propriedades de alto valor e longe de áreas de perigo público.

2.328 A aplicação pode ser indireta ou direta, dependendo dos combustíveis serem protegidos
antes do incêndio ou humedecidos, pois o incêndio os ameaça diretamente.
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2.329 Com esse método, a água é usada para proteger combustíveis e exposições, formando uma
barreira protetora contra a ignição ou arrefecendo e humedecendo os combustíveis antes da
propagação do incêndio. Ao aumentar o teor de humidade dos combustíveis, estes tornam-se
menos suscetíveis à ignição. As atividades para o conseguir tendem a variar bastante, dependendo
da quantidade de água disponível e do tipo de combustível protegido. Estando disponível um grande
volume de água, a tática pode envolver uma mangueira incorporando cabeças de aspersão para
proteger uma linha durante as operações de retenção para queima ou saída pela retaguarda, ou os
combustíveis podem ser revestidos com espuma para fornecer uma barreira contra o calor radiante.
Noutras situações, onde a água está menos disponível, a aplicação da água pode não ocorrer até
que a ameaça seja mais imediata e direta, como durante as operações de retenção para queimadas
e contrafogos.

 Combate direto

2.330 Consiste no ataque direto às chamas recorrendo à tática ofensiva, sempre que possível e em
segurança, na cabeça do incêndio, de modo a cortar de imediato o seu desenvolvimento, se tal não
for seguro, o ataque efetua-se da retaguarda, pelos flancos em direção à cabeça para empurrar as
chamas para onde for mais favorável, com o objetivo de dominar e extinguir a frente do incêndio.

2.331 Neste método, o controlo do incêndio é alcançado extinguindo-se o fogo na frente do incêndio,
a chamada cabeça do incêndio, e em outros setores ativos. Para isso os brigadistas cobrem o fogo
com terra lançada com pás, arrefecem com agua e cortam a continuidade da vegetação combustível
no mesmo flanco do incêndio.

2.332 Este método, também conhecido como ataque direto, usa-se em vegetação de tamanho
reduzido, em incêndios iniciais, ainda pequenos, em setores menos intensos de um incêndio maior
e para extinguir pequenos focos de fogo originados por faúlhas, o seja, brasas transportadas pelo
vento mais à frente da cabeça.

2.333 Com este método reduz-se a superfície e o dano ao mínimo e o flanco do incêndio fica
imediatamente extinto. Se se dispõe de água é, sem dúvida, o método mais efetivo. Não obstante,
expõe o pessoal ao fumo e ao calor, podendo provocar acidentes em topografia abrupta quando se
tenta aproximar das chamas e, ainda, faúlhas que podem acender fogos envolvendo os
combatentes, especialmente em ladeiras.

2.334 Este método aplica-se:

 em incêndios iniciais

 em incêndios superficiais

 em combustíveis ligeiros (levianos)

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 no inicio de focos secundários

 em fogos pequenos de um incêndio maior

 para extinguir todo tipo de fogo presente no final do incêndio

Vantagens:

 Redução da superfície danificada ao mínimo.

 Deixa uma borda fria, sem pontos quentes (ponto quente: pequena porção de combustível
em brasas ou algumas chamas).

 Em alguns casos permite ao combatente utilizar a área queimada para escapar de uma
situação perigosa.

 Se se dispõe de água abundante é, sem dúvida, o método de combate mais eficaz.

Desvantagens:

 Expõe o pessoal ao fumo, ao calor e ao monóxido de carbono.

 Podem ocorrer acidentes, ao transitar por topografia abrupta para se aproximar do fogo.

 Podem rodar ou saltar faúlhas e originar focos secundários que cerquem os combatentes,
especialmente em ravinas e barrancos ou precipícios.

 Mais trabalho por ter que seguir o flanco do incêndio.

 Combate indireto

2.335 Este método destina-se a travar a propagação das chamas, quando o combate direto não é
possível, tentando circunscrever o incêndio a uma determinada área. Esta poderá ser delimitada
por faixas de contenção, isto é, por zonas previamente tratadas para retardar a propagação ou
mesmo extinguir as chamas.

2.336 O ataque indireto envolve em geral três fases: a avaliação da situação, o estabelecimento da
faixa de contenção, e a vigilância da faixa/contrafogo.

2.337 De salientar que, o despacho n.º 30/90, anexo ao despacho n.º 14031/2009, do Gabinete do
Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, introduziu e definiu o conceito de
fogo técnico, que engloba todas as atividades do uso do fogo com necessidades de formação
específica e de credenciação dos seus responsáveis, ou seja o fogo controlado e o fogo de
supressão. Em relação ao fogo de supressão, nas suas duas componentes, fogo tático e contrafogo,
é feito o enquadramento e regulamentação da sua utilização, de forma a diminuir os usos indevidos
e aumentar a sua eficiência, minimizando possíveis impactos negativos e promovendo a segurança
de todos os intervenientes nos teatros de operações.
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2.338 O controlo consegue-se rodeando o incêndio, encerrando-o dentro de uma linha de controlo,
a certa distância da cabeça do incêndio e dos lugares ativos. A essa distância já não é possível
lançar terra ou água, pelo que o combate indireto se baseia na eliminação ou corte na continuidade
da vegetação na trajetória do incêndio.

2.339 Uma linha de controlo, é o conjunto contínuo de corta-fogos naturais e artificiais já presentes
na área afetada e dos corta-fogos que se construem durante o combate. Também formam parte da
linha de controlo os flancos do incêndio extinguidos naturalmente e os flancos que se extinguem
mediante o trabalho do pessoal.

2.340 Por sua vez, um corta-fogo ou aceiro, é uma faixa de terreno que não tem combustível ou
onde, este, não está em condições de arder. De esta forma, os corta-fogos cortam a continuidade
da vegetação, impedindo assim que o fogo se propague ao carecer de combustível.

2.341 Corta-fogo é um termo amplo, de uso geral. Há vários tipos de corta-fogo, mas todos têm algo
em comum: carecem de combustível ou, em alguns casos, o combustível não está em condições
de arder.

2.342 Por exemplo, uma linha corta-fogo é uma faixa de terreno, com a longitude que seja
necessária e de vários metros de largura, onde se cortou e extraiu toda a vegetação e se raspou e
cavou o terreno até ao solo mineral.

2.343 Os corta-fogos de água e de retardante, cobrem a vegetação com água e produtos químicos
e impedem que se incendeie.

2.344 A linha de fogo é uma parte estreita de terreno onde a vegetação combustível, na trajetória
do incêndio, se elimina com fogo, aplicado a partir de uma faixa de largura não maior que um metro,
onde o solo é raspado e cavado até ao solo mineral, ou seja, até que só haja terra e pedras. O fogo
assim aplicado chama-se queima de alargamento, aquela que, por avançar contra o vento, poderá
apagar-se ao final de alguns metros, mas, ainda que isso ocorra, cumprirá o seu objetivo de alargar
a faixa carente de combustível, sem o esforço do pessoal, como no caso da linha corta-fogo.

2.345 Para construir uma linha de fogo, uma vez que o comandante de operações do Incendio
determina onde se vai iniciar e terminar e qual vai a ser a sua trajetória, a brigada trabalha disposta
numa fila, com as ferramentas de corte à frente para abrir caminho e eliminar a vegetação, depois
as ferramentas de raspar e cavar para eliminar a vegetação superficial até ao solo mineral e, depois,
as equipas de fogo controlado para a queima de alargamento.

2.346 Durante o combate ou método indireto para estabelecer a linha de controlo, aproveitam-se os
corta-fogos presentes e constroem-se os que sejam necessários (linha de fogo, linha corta-fogo,
corta-fogo de agua, corta-fogo de retardante), unindo-os para que não fiquem lugares por onde
possa seguir avançando o fogo. O flanco do incêndio já extinguido e a parte posterior do incêndio,
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chamada cauda, também são parte da linha de controlo e permitem encaixar neles outros corta-
fogos.

2.347 O método indireto usa-se quando o calor e o fumo impedem o trabalho do pessoal, se o
terreno é de topografia abrupta, se a vegetação é densa, se a propagação é rápida, se há emissão
de faúlhas, se a frente é muito ampla e em incêndios de copas. Em geral, quando não é possível o
ataque direto. O trabalho mais seguro para o pessoal e as condições de trabalho mais confortáveis,
permitem suster o trabalho por mais tempo e com melhor rendimento. Mas, como desvantagem,
sacrifica-se vegetação, que pode ser valiosa.

2.348 Dentro do método de combate indireto, uma variante da queima de alargamento, ou seja, o
conceito e ação básica de extinção usando fogo para eliminar vegetação na trajetória do incêndio,
é o contrafogo. Só varia a magnitude.

2.349 Uma vez controlado o avanço do incêndio, conseguindo detê-lo dentro da linha de controlo,
inicia-se a chamada etapa de liquidação, donde se extingue todo tipo de fogo entre o flanco do
incêndio e a linha de controlo.

2.350 Aplica-se quando:

 O calor e o fumo impedem o trabalho do pessoal junto às chamas.

 A topografia abrupta impede aproximar-se do fogo.

 A vegetação é densa e obstaculiza a passagem do pessoal ou pode entrar em combustão e


rodeá-lo.

 A rápida propagação e a emissão de faúlhas possibilitam rodear o pessoal.

 O fogo propaga-se pelas copas, tornando impossível combate-lo na superfície

Vantagens:

 O trabalho é mais seguro para os combatentes, sem o calor e o fumo do incêndio

Desvantagens:

 Devido aos trabalhos à distância, sacrifica-se vegetação que pode ser valiosa

 À distância que está do fogo, e se não houver vigias, o pessoal pode não ter em conta o
comportamento extremo do fogo podendo rodeá-los.

 Combate combinado

2.351 Este método consiste na aplicação simultânea dos dois métodos direto e indireto, na mesma
frente de chamas. Normalmente utilizam-se máquinas de rasto para a abertura de faixa de

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contenção, ao mesmo tempo que se posicionam nessa faixa de veículos de combate que procedem
ao ataque direto.

2.352 Em suma o método direto aplica-se:

 Nos incêndios de pequenas proporções;

 Nos flancos ou na cauda de incêndios de grandes proporções.

2.353 O método indireto aplica-se:

 Para deter o avanço de incêndios de grandes proporções, especialmente na frente principal.

2.354 Num mesmo incêndio podem ser utilizados os três métodos de combate (direto, indireto e
combinado) simultaneamente em pontos distintos. A sua utilização depende das condições de
progressão e da disponibilidade de recursos.

2.355 Uma forma de ataque indireto, já que não se trabalha diretamente sobre o flanco, é o chamado
método paralelo, onde se constroem corta-fogos paralelos aos flancos do incêndio, flanqueando o
incêndio, como pinças, desde a cauda até à cabeça.

2.356 É usual chamar-se método paralelo às ações de controlo do incêndio através do


flanqueamento, ou seja, trabalhos de limpeza e separação de combustível desde a cauda até à
cabeça pelos dois flancos. Mais do que um método distinto, é uma forma de aplicar o método
indireto, pois não trabalha diretamente sobre a frente ou os flancos do incêndio.

2.357 O método combinado aplica simultaneamente os outros dois (direto e indireto) na mesma
frente de chamas. Exemplo disso é a utilização de máquinas de rasto para a abertura das faixas de
contenção, onde se colocam os meios de combate direto.

c. Meios Terrestres

1) Viaturas

2.358 Na condução das viaturas de serviço da UEPS, são vários os fatores base que cada condutor
deve ter em consideração, sendo eles a variedade de viaturas ligeiras e pesadas, a sua
complexidade de equipamentos, aplicabilidade, comportamento variável e aplicabilidade
operacional em condições extremas de uso.

2.359 Mesmo para quem já tem alguma experiência na condução deste tipo de veículos, como é a
titulo de exemplo o caso dos veículos ligeiros e pesados 4x4, é certo que aqui vai encontrar
informações que não conhecia ou que já tinha esquecido, mas que para cumprir a missão e em
segurança, tem que obrigatoriamente dominar.

2.360 Grande parte das viaturas ao serviço na UEPS, para além de uma condução normal em
estrada, muitas vezes são obrigadas a que o seu uso seja feito fora de estrada asfaltada, transpondo
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obstáculos e acedendo a locais inacessíveis às viaturas conduzidas pelo comum cidadão ou mero
curioso.

2.361 Por isso a condução das viaturas desta Unidade requer um elevado grau de conhecimentos,
destreza, treino rotinado e responsabilidade, que ultrapassam os necessários, obrigatórios e
exigíveis a uma condução normal ou de lazer.

2.362 Na Unidade de Emergência de Proteção e Socorro, variadíssimas são as tipologias de


viaturas, bem como aplicabilidade, equipamento e terrenos onde serão passiveis de ser
empenhadas.

2.363 Posto isto poderemos dividir as viaturas ao serviço em Ligeiras e Pesadas, remetendo esta
classificação para a legislação em vigor que define as categorias de habilitação legal para a
condução de viaturas acima e abaixo de 3500kg.

2.364 Ainda e pelo tipo de emprego das viaturas dentro da classificação apresentada teremos
dentro de cada uma a subdivisão em viaturas de Intervenção (viaturas que diretamente trabalham
na intervenção em causa e com equipamentos especiais) e de Apoio (viaturas que não concorrem
diretamente para a intervenção, mas que apoiam esta e a fazem possível).

2.365 Por último dentro de cada subdivisão teremos a especificação de cada viatura consoante a
sua função ou especialidade seja ela de cheias, Incêndios florestais, Busca e resgate, Montanha,
HAZMAT/CBRN, BREC, Mergulho, RPAS, etc...

2.366 A nomenclatura pela qual serão referenciadas e chamadas as viaturas desta Unidade,
obedecerá também a esta classificação, estando esta preparada para receber novas viaturas e
evoluções.

Figura 2.42 - Classificação das Viaturas


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Tabela 2.11 - Diagrama de classificação de viaturas da UEPS

Identificação Classificação Ficha Técnica Função


Viatura Ligeira de Comando: é uma Apoio: Viatura destinada
viatura da marca Mitsubishi e modelo ao transporte da equipa
L200, 4x4, sem kit de intervenção, de comando da operação

Viatura Ligeira
equipada com uma caixa que permite de combate com a
o transporte, devidamente guarnição mínima de dois

VLC
acondicionado de material de apoio ao militares, condutor e
combate, material de planeamento e Comandante, até ao
de logística, necessário até dois dias máximo de três militares,
de trabalho em operações de combate condutor, Comandante e
a incêndios. apoio.

Combate: Viatura
destinada ao combate de
Viatura Ligeira de Intervenção: é incêndios, composta com
uma viatura da marca Mitsubishi e a guarnição que varia de
modelo L200, 4x4, ou viatura de um mínimo de quatro
marca Toyota e modelo Hilux, 4x4,
Viatura Ligeira

militares, com as funções


equipada para as intervenções de de condutor, chefe de
combate a incêndios florestais. equipa, agulheta e apoio
VLI

Do material que compõe a viatura ao agulheta, até um


destaca-se, kit de intervenção para máximo de cinco
combate com água, material sapador elementos com as
manual, material sapador mecânico e funções de condutor,
material de apoio. chefe de equipa,
agulheta, apoio ao
agulheta e reserva.

Combate: Viatura
destinada ao combate
Viatura Pesada de Intervenção: é com a guarnição que
uma viatura da marca MAN e modelo varia de um mínimo de
TGM 13.290, 4x4 BB, equipada para cinco militares, com as
as intervenções de combate a funções de condutor,
Viatura Pesada

incêndios florestais. chefe de equipa,


Do material que compõe a viatura agulheta, apoio ao
VPI

destaca-se, kit de intervenção para agulheta e estafeta até


combate com água, com duas um máximo de seis
motobombas (motobomba acoplada e elementos com as
motobomba auxiliar), material sapador funções de condutor,
manual, material sapador mecânico e chefe de equipa,
material de apoio. agulheta, apoio ao
agulheta, estafeta e
reserva.

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Apoio: Viatura destinada


Viatura Pesada de Apoio: é uma ao apoio e fornecimento
viatura da marca MAN e modelo TGS de água das restantes
35.450, 8x4 BB, equipada para apoio viaturas de combate, a

Viatura Pesada
a viaturas de intervenção e combate a guarnição varia de um
incêndios florestais. mínimo de dois militares,

VPA
Do material que compõe a viatura com as funções de
destaca-se, kit de transporte de água, condutor e chefe de
com duas motobombas (motobomba equipa, até um máximo
acoplada e motobomba auxiliar) e de três elementos com as
material de apoio. funções de condutor,
chefe de equipa e apoio.

Viatura Pesada de Apoio Logístico: Apoio Logístico: Viatura


é uma viatura da marca MAN e destinada ao apoio da
modelo TGS 35.450, 8x4 BB, estrutura de comando
equipada para apoio ao processo de responsável por gerir a
tomada de decisão durante o combate operação de combate.
Viatura Pesada

a incêndios florestais.
A guarnição varia de um
VPAL

Do material que compõe a viatura mínimo de dois militares,


destaca-se, material informático de com as funções de
planeamento, projeção e impressão condutor e chefe de
da área afetada, material de apoio e equipa, até um máximo
planeamento logístico, material de de três elementos com as
apoio e planeamento de necessidades funções de condutor,
de telecomunicações. chefe de equipa e apoio.

Viatura Ligeira de Apoio: é uma


viatura da marca Mitsubishi e modelo
Pajero, 4x4, composta por
Viatura Ligeira

Apoio: A viatura é
equipamento informático de apoio à
guarnecida por dois
decisão, nomeadamente,
VLA

militares, com as funções


equipamento informático de reforço do
de condutor e técnico de
sinal de telecomunicações da rede
telecomunicações.
SIRESP, equipamento de planificação
e impressão da área afetada, material
de reabastecimento de baterias.

Viatura Ligeira de Transporte de Apoio: Destina-se ao


Viatura Ligeira

Pessoal: é uma viatura da marca transporte dos militares


Citroen e modelo Space Tourer, de para fazer a rendição no
VLTP

Transporte de Pessoal, composta com TO, para o transporte nos


nove lugares, para o transporte dos serviços administrativos
militares. ou instrução.

(a) Utilização durante a Condução

(1) Ficha técnica

2.367 Ao serviço da UEPS, e distribuídas de forma estandardizada pelas CIPS, CATE e CIPE,
iremos observar, 10 tipos de viaturas:

Viaturas Ligeiras de Intervenção:

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Figura 2.43 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006

Motor: 2.5 TD, 115CV, 2477CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (altas, lentas e bloqueio as 4);
Caixa de velocidades: 5 velocidades;
Suspensões: Helicoidais frontal e molas de lâminas traseira;
Peso máximo: 1865kg (viatura), 600kg (kit + água), 2700kg (peso máximo);
Dimensões: 200mm (altura ao solo), 1655mm (largura), 4500mm (cumprimento), 1570mm (altura);
Deposito: 75L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 5 militares.

Figura 2.44 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015

Motor: 2.5 DI-D, 137CV, 2477CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (altas, lentas e bloqueio as 4);
Caixa de velocidades: 5 velocidades;
Suspensões: Helicoidais frontal e molas de lâminas traseira;
Peso máximo: 1865kg (viatura), 600kg (kit + água), 2850kg (peso máximo);
Dimensões: 200mm (altura ao solo), 1750mm (largura), 5185mm (cumprimento), 1775mm (altura);
Deposito: 75L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 5 militares.

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Figura 2.45 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente

Motor: 2.4 D, 154CV, 2442CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (altas, lentas e bloqueio as 4);
Caixa de velocidades: 6 velocidades;
Suspensões: Helicoidais frontal e molas de lâminas traseira;
Peso máximo: 1855kg (viatura), 700kg (kit + água), 2900kg (peso máximo);
Dimensões: 200mm (altura ao solo), 1785mm (largura), 5205mm (cumprimento), 1775mm (altura);
Deposito: 75L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 5 militares.

Figura 2.46 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente

Motor: 2.4 Diesel, 150CV, 2393CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (altas, lentas e bloqueio as 4);
Caixa de velocidades: 6 velocidades;
Suspensões: Triângulos frontais e molas de lâminas traseira;
Peso máximo: 2340kg (viatura), 700kg (kit + água), 3210kg (peso máximo);
Dimensões: 293mm (altura ao solo), 1855mm (largura), 5330mm (cumprimento), 1815mm (altura);
Deposito: 80L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 5 militares.

Viaturas Ligeiras de Apoio:

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2-84
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.47 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006

2.368 Viatura com ficha técnica em tudo igual á mesma viatura de intervenção, tirando o peso que
passa de 1865Kg apenas.

Figura 2.48 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015

2.369 Viatura com ficha técnica em tudo igual á mesma viatura de intervenção, tirando o peso que
passa de 1865Kg apenas.

Figura 2.49 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente

2.370 Viatura com ficha técnica em tudo igual á mesma viatura de intervenção, tirando o peso que
passa de 1855Kg apenas.

Meios e Equipamentos de Combate


2-85
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.50 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração

Motor: 3.2 Diesel GLS LWB, 162CV, 3200CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (altas, lentas e bloqueio as 4);
Caixa de velocidades: 5 velocidades;
Suspensões: Triângulos frontais e sistema multi-Link traseiro;
Peso máximo: 2140kg (viatura), 3030kg (peso máximo);
Dimensões: 225mm (altura ao solo), 1875mm (largura), 4795mm (cumprimento), 1855mm (altura);
Deposito: 90L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 7 militares.

Figura 2.51 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração

Motor: 3.2 DI-D Invite, 168CV, 3200CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (altas, lentas e bloqueio as 4);
Caixa de velocidades: 5 velocidades;
Suspensões: Triângulos frontais e sistema multi-Link traseiro;
Peso máximo: 2255kg (viatura), 3030kg (peso máximo);
Dimensões: 225mm (altura ao solo), 1870mm (largura), 4900mm (cumprimento), 1855mm (altura);
Deposito: 88L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Meios e Equipamentos de Combate
2-86
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Capacidade de transporte: 7 militares.

Figura 2.52 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011

Motor: 220 CDI, 115CV, 2148CC a 4 cilindros;


Tração: 2WD traseira;
Caixa de velocidades: 5 velocidades;
Suspensões: Triângulos independentes com molas helicoidais;
Peso máximo: 2040kg (viatura), 3000kg (peso máximo);
Dimensões: 225mm (altura ao solo), 1901mm (largura), 4748mm (cumprimento), 1875mm (altura);
Deposito: 75L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 9 militares.

Figura 2.53 - Citroen Space tourer 2.0 Blue HDI 2016-presente

Motor: 2.0 Blue HDI, 148CV, 1997CC a 4 cilindros;


Tração: FWD frontal;
Caixa de velocidades: 6 velocidades;
Suspensões: McPherson struts, com mola helicoidais;
Peso: 1740kg (viatura), 2770kg (peso máximo);
Dimensões: 2204mm (largura), 4959mm (cumprimento), 1890mm (altura);
Deposito: 69L (capacidade máxima do tanque);

Meios e Equipamentos de Combate


2-87
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);


Capacidade de transporte: 9 militares.

Figura 2.54 - Skoda Octávia 1.9 TDI segunda geração 2004-2013

Motor: 1.9 TDI, 105CV, 1896CC a 4 cilindros;


Tração: FWD frontal;
Caixa de velocidades: 6 velocidades;
Suspensões: Estabilizadores transversos;
Peso: 1320kg (viatura), 1980kg (peso máximo);
Dimensões: 1769mm (largura), 4572mm (cumprimento), 1462mm (altura);
Deposito: 55L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 140km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 5 militares.

Viaturas Pesadas de Intervenção:

Figura 2.55 - MAN TGM 13.290 4x4 BB

Motor: D0836, 290CV, 6871CC a 6 cilindros;


Tração: 2WD traseiro com possibilidade de 4WD (8 tipos de bloqueios com altas, lentas);
Caixa de velocidades: 10 velocidades, 9 para a frente e 1 para trás (manual);
Suspensões: Suspensões de molas laminares com amortecedor, sendo pneumáticas na cabine;
Peso: 9720kg (viatura), 13660kg (peso máximo);
Dimensões: 2478mm (largura), 6690mm (cumprimento), 3355mm (altura);

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2-88
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Deposito: 2 depósitos de 100l com bomba de trasfega de combustível entre depósitos (capacidade
máxima do tanque);
Velocidade: 90km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 6 militares.

Viaturas Pesadas de Apoio:

Figura 2.56 - MAN TGS 35.460 8x4 BB

Motor: D20, 453CV, 12419CC a 6 cilindros;


Tração: 4x4 traseira e 4 frontal direcionais;
Caixa de velocidades: 16 velocidades automática;
Suspensões: Suspensões hidráulicas e laminadas;
Peso: 10694kg (viatura), 32000kg (peso máximo);
Dimensões: 2500mm (largura), 8835mm (cumprimento), 3275mm (altura);
Deposito: 1 deposito de 300L (capacidade máxima do tanque);
Velocidade: 90km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 3 pessoas.

(b) Funcionamento

2.371 Para se poder operar convenientemente qualquer tipo de veiculo especial da UEPS é de
extrema importância que se perceba a forma de funcionamento base de um veiculo em todas as
suas componentes bem como a sua relação com o meio envolvente, como as forças que este gera
e as que sofre do exterior, pois só assim conseguiremos reagir e aproveitar e tirar o máximo de
partido do binómio veiculo/envolvente e entender o comportamento deste.

2.372 Apenas poderemos operar seja o que for em segurança se o percebermos e soubermos como
vai reagir.

2.373 Ainda é de extrema importância que todos os militares saibam o funcionamento interior de
cada veiculo e localização das suas funções. Assim importa saber:

(1) Ângulos máximos de inclinação e altura máxima de tolerância á água

Meios e Equipamentos de Combate


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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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2.374 Ângulo de entrada ou ataque, ângulo de saída ou fuga, raio de transposição central, rampa
máxima, inclinação lateral máxima, vão livre ou altura máxima do solo e profundidade máxima de
travessia.

Figura 2.57 - Ângulos máximos de Inclinação

2.375 Sempre que os ângulos apresentados na Figura 2.56, forem ultrapassados (que variam de
viatura para viatura) a viatura passa o ângulo de equilíbrio e irá tender para o lado com menor
ângulo ou seja irá promover o capotamento da viatura, perda de tração com o solo provocando o
despiste, ou o bloqueamento da viatura, ficando esta presa e impossibilitada de sair do local como
demonstra a imagem abaixo.

Figura 2.58 - Toyota Hilux em inclinação

2.376 Estes conceitos iniciais são essenciais visto que alteram o centro de gravidade do veiculo,
colocando este em risco de despiste e consequentemente em risco a integridade física dos seus
ocupantes.

2.377 Os limites de inclinação laterais e frontais de cada veiculo como demonstra a Figura 2.58, são
observados sempre que a inclinação do veiculo é alterada, retirando este centro de gravidade da
Meios e Equipamentos de Combate
2-90
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

sua posição espacial mais estável em relação ao solo. Aqui reside a preocupação do condutor e
restante equipa, que é manter este centro de gravidade o mais central possível, sem nunca
ultrapassar os limites.

Figura 2.59 - Variação do centro de gravidade do veiculo

2.378 Ainda todas as viaturas possuem uma profundidade máxima de travessia, ou seja, o limite
até onde estas podem tolerar água, pois assim que esta chegar ao local onde o motor respira para
alimentar a combustão interna, irá aspirar água, fazendo com que o motor pare e fique Inop. Por
forma a aumentar esta altura em muitas viaturas são colocadas extensões do sistema de respiração
do motor sendo esta colocada á altura do tejadilho do veiculo como apresenta a Figura 2.60.

Figura 2.60 - Snorkel

(2) Tipo de construção

2.379 Consoante o propósito de cada veiculo este irá ter diferentes tipos de construção,
especificidades e capacidades.

2.380 Nos dias de hoje a quando da construção de um veiculo este pode dar mais enfase á leveza,
rigidez, capacidade de torção, etc...

2.381 Posto isto a base de cada veiculo (o chassi), pode apresentar diferentes tipos de
configurações de construção consoante o seu propósito, como são exemplo os quatro mais comuns
que são os chassi em monobloco (mais frequente e visível em praticamente todos os carros ligeiros
2WD comercializados), os de carroçaria sobre chassi ou de chassi independente (característico de
carros de trabalho e que necessitam muita robustez de torção e capacidade de suportar carga),
chassi tubular (característico em carros que não são comercializados de serie mas sim de
competição ou outro propósito) e chassi monocoque (característico dos supercarros e na
competição de F1).

Meios e Equipamentos de Combate


2-91
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

2.382 No caso das viaturas 4x4 da UEPS estas possuem chassi independente da carroçaria o que
confere ao veiculo maior robustez quando comparado com a comum construção monobloco por
exemplo. Neste caso estas duas partes são separadas em todas as viaturas com a exceção da
Skoda Octávia, Mercedes Vito e Citroen Spacetourer.

Figura 2.61 - Chassi monobloco, independente, tubular, monocoque

(3) Relação do veiculo com o solo

2.383 Na ligação do veiculo ao solo temos primeiro de conhecer a engenharia por detrás da
resolução dos problemas base de funcionamento de um veiculo de rodas paralelas.

2.384 Um veiculo com rodas paralelas e em linha reta tem as 4 rodas á mesma velocidade e á
mesma rotação.

2.385 Um veiculo com rodas paralelas caso tenha de executar uma viragem á esquerda ou á direita,
irá manter a velocidade de todas as rodas (pois funciona como um todo), contudo pela distancia
entre as rodas (paralelamente) o circulo de viragem que estas rodas irão executar/percorrer irá ser
diferente, e aqui rodas á mesma velocidade irão ter de percorrer diferentes distancias, pois, os raios
que executam no solo para executar a viragem têm diferentes diâmetros/cumprimentos. Ou seja,
independentemente do lado para o qual seja a viragem, as rodas de fora irão sempre percorrer
maior distancia quando comparadas com as do interior, o que vai fazer que para todas manterem a
mesma velocidade (a do veiculo) as de fora tenham de rodar mais depressa que as interiores, o que
provoca que a velocidade destas tenha um sistema que permita a sua rotação ser independente.

2.386 Para isto, a engenharia criou os diferenciais (Figura 2.62 e 2.63), que permitem solucionar
este problema e executar a curva com todas as rodas á mesma velocidade, mas com rotações
diferentes para o conseguirem.

Figura 2.62 - Ângulo de viragem das rodas diferente


para cada roda

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 2.63 - Funcionamento de um diferencial

(4) Caixa de transferências

2.387 A caixa de transferências serve para que consigamos passar de 2WD para 4WD.

2.388 Esta permite ainda selecionar uma relação de caixa entre altas (H) e baixas (L), por forma a
que se tire maior partido do binário do motor, pois em H estamos perante um terreno fora de estrada
simples e sem obstáculos o que permite que possamos ter mais velocidade com 4WD, enquanto
que quando engrenamos L estamos perante um terreno complexo e possíveis obstáculos e que nos
exige mais lentidão no deslocamento por forma a reagir aos obstáculos, perigos e incidentes de
forma mais lenta e com tempo de reagir.

2.389 Por isso mesmo no caso das baixas (L), esta relação apenas reduz a “velocidade” do veiculo
permitindo um mais folgado tempo de reação ao condutor.

Figura 2.64 - Sistema de caixa de transferências em veiculo de tração traseira

2.390 A caixa de transferências permite também dependendo da necessidade, de bloquear as 4


rodas ou no caso dos pesados, só as rodas frontais, ou só as traseiras (tendo os pesados um leque
muito maior de opções de tração).
Meios e Equipamentos de Combate
2-93
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

2.391 O bloqueio de diferencial (ou diferenciais), permite a transferência da força do motor às rodas
de forma equivalente, ou seja, o diferencial é bloqueado e ande o veiculo em frente ou vire, as 4
rodas estão bloqueadas á mesma rotação o que faz com que numa viragem á esquerda ou á direita
as rodas de fora se arrastem visto terem de fazer uma distancia maior com a mesma velocidade e
rotação das anteriores.

2.392 Este bloqueio existe para colmatar uma falha que o diferencial naturalmente não consegue
por si resolver, pois ao permitir que as rodas se movimentem a rotações diferentes, caso uma roda
fique livre (sem tração ao solo) a força toda do motor será transferida para esta e não para a que
tem tração. Posto isto e bloqueando a funcionalidade do diferencial todas as rodas terão tração ao
mesmo tempo sem que as que não têm tração não influenciem as que têm, bastando uma das
quatro rodas ter tração para que o veiculo em principio se consiga movimentar.

2.393 Contudo o bloqueio força todo o sistema do diferencial, podendo caso seja mal utilizado
destruir este, colocando imediatamente o veiculo Inop e impossibilitado de sair do local, daí ser
proibido usar o bloqueio quando não seja necessário (quando haja muita aderência como alcatrão
ou pisos de terra batida e cascalho, quando tenha que executar viragens de direção bruscas, etc...).

2.394 Ter em atenção que a caixa de transferências é um sistema de recurso que não se encontra
em todos os veículos nem está sempre engrenado, daí dever ser aplicado apenas quando
necessário, sem nunca o deixar de usar quando o terreno e a doutrina o exigirem.

(5) Sistema de suspensão

2.395 As suspensões podem ser de vários tipos e têm diferentes aplicabilidades e funcionamentos
consoante o veiculo em que se encontram.

2.396 Neste caso teremos na sua generalidade dois mecanismos que concorrem para a suspensão
e são eles as molas e o amortecedor. As molas suportam o peso/carga e o amortecedor suaviza o
seu funcionamento trazendo á condução mais segurança e conforto de funcionamento.

2.397 Braços ou triângulos independentes permitem que cada roda tenha o seu movimento próprio
sem afetar consequentemente a carroçaria, o que permite melhor estabilizar o veiculo no seu
completo. Contudo este tipo de sistema independente é menos robusto que um eixo rígido.

Figura 2.65 - Sistema de braços com molas helicoidais e amortecedores independentes


Meios e Equipamentos de Combate
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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

2.398 Vejamos o exemplo dos veículos ligeiros de apoio para transporte de militares, que possuem
sistemas independentes para cada roda, os veículos ligeiros de proteção e socorro que pese
embora tenham suspensões independentes a cada roda com molas helicoidais á frente, possuem
molas laminares na traseira por forma a conseguir lidar convenientemente com mais carga, e o caso
dos pesados com suspensões pneumáticas, hidráulicas e molas laminares havendo aqui já bastante
gestão eletrónica das suspensões pela tonelagem que têm gerir.

Figura 2.66 - Molas de lâmina

Figura 2.67 - Eixo rígido com molas em lâmina e amortecedor a cada roda

(6) Pneumáticos

2.399 A pressão correta nos pneumáticos de cada viatura é essencial e deve ser verificada
regularmente promovendo:

 Segurança (quanto mais pressão menos aderência ao solo terá o veiculo promovendo o
despiste, quanto menos pressão mais aderência ao solo e aquecimento do composto do pneu
em rotação podendo provocar o rebentamento e consequentemente o despiste), pois caso a
pressão não seja a correta o veiculo perde percentagem do seu correto funcionamento pondo
em risco todos os seus ocupantes e outros transeuntes da via;

 Conservação dos pneus (se a pressão não for a correta existirá um desgaste prematuro e
possivelmente desequilibrado dos pneumáticos levando a que a sua substituição seja mais

Meios e Equipamentos de Combate


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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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frequente e caso não seja detetado o desequilíbrio de desgaste atempadamente este pode
proporcionar um despiste por perda de tração ou rebentamento);

Figura 2.68 - Como ler num pneu

2.400 Num mesmo veiculo como anunciado pela marca, consoante a carga e posição do pneu
(frente ou trás), a pressão varia. Ainda num mesmo veiculo diferentes pneus (devido a
especificidade do terreno a que se destinam ou até ao composto com que foram construídos) a
pressão varia, deve ser testada e difundida.

2.401 Por ultimo antes de se iniciar a marcha ou sair de um qualquer TO, devem os condutores
confirmar o estado dos pneumáticos verificando danos e rasgões.

Figura 2.69 - Pressão dos pneus

(7) Cruzamento máximo de eixos

2.402 O cruzamento máximo de eixos acontece quando a torção contrária dos dois eixos se
encontra no seu ponto máximo promovendo que uma das rodas motrizes fique no ar e sem tração.
Nesta situação o veiculo devido ao seu sistema de diferencial anteriormente explicado fica sem
tração, contudo se tiver a tração as 4 engrenada basta ter um dos eixos no solo e com tração que
o veiculo se consegue mover.

2.403 Caso estejamos perante uma situação de limite de cruzamento de eixos o avanço ou recuo
da viatura pode colocar a mesma sem tração e com duas rodas opostas no ar o que colocará o
Meios e Equipamentos de Combate
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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

veiculo sem qualquer tração e consequentemente numa situação de insegurança. Nestes casos o
acionamento do bloqueio como anteriormente referido irá colocar todas as rodas á mesma força
(eliminando o sistema de diferencial), fazendo com que o veiculo saia do local.

Figura 2.70 - Cruzamento máximo e eixos

(8) Interior das Viaturas Ligeiras de Intervenção.

Figura 2.71 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006

1 – Caixa de transferências
2 – Inclinómetro
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível

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2-97
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 2.72 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015

1 – Caixa de transferências
2 – Inclinómetro
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível

Figura 2.73 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente

1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível
9 – Desativação do start and stop

Meios e Equipamentos de Combate


2-98
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.74 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente

1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível

(9) Interior Viaturas Ligeiras de Apoio

2.404 O interior das viaturas, Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar (terceira geração 1996-2006),
Mitsubishi L200 cabine dupla (quarta geração 2006-2015) e Mitsubishi L200 cabine dupla (quinta
geração 2015-presente) é o mesmo que nos modelos da intervenção.

Figura 2.75 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração

1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível

Meios e Equipamentos de Combate


2-99
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.76 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração

1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível

Figura 2.77 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011

1 – Radio de canal direto


2 – Sinais de advertência sonora
3 – Radio Sepura
4 – Abertura de capô
5 – Abertura de combustível

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2-100
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.78 - Citroen Spacetourer 2.0 Blue HDI 2016-presente

1 – Radio de canal direto


2 – Sinais de advertência sonora
3 – Radio Sepura
4 – Abertura de capô
5 – Abertura de combustível

Figura 2.79 - Skoda Octávia 1.9 TDI segunda geração 2004-2013

1 – Radio de canal direto


2 – Sinais de advertência sonora
3 – Radio Sepura
4 – Abertura de capô
5 – Abertura de combustível

(10) Interior das Viaturas Pesadas de Intervenção

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2-101
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Figura 2.80 - MAN TGM 13.290 4x4 BB

1 – Caixa de transferências
2 – Botão de verificação de adblue
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível
10 – Levantamento da cabine

(11) Interior das Viaturas Pesadas de Apoio

Figura 2.81 - MAN TGS 35.460 8x4 BB

1 – Caixa de transferências
2 – Botão de verificação de adblue
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível

Meios e Equipamentos de Combate


2-102
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

(c) Manutenção

2.405 A manutenção das viaturas deverá ser uma preocupação diária e geral de todos os militares.

2.406 A manutenção compreende 3 níveis que de forma crescente de importância e perigosidade


na sua falha/falta são a de nível 1-segurança (diária pelo atendimento ou pelo condutor a cada
utilização), nível 2-preventiva (quinzenalmente mais aprofundada e com lavagem obrigatória para
verificação detalhada), de nível 3-substituição/reparação (sempre que seja necessária a ida a oficina
e a viatura seja colocada Inop).

2.407 A manutenção de nível 1 e 2 são manutenções autorizadas a ser executadas pelos militares,
e que cada militar tem de ter a capacidade de executar (podendo no caso de uma falha de
manutenção destes níveis a viatura circular com restrições assumidas pelo condutor). No caso das
manutenções de nível 3 é obrigatório que a viatura seja intervencionada por especialistas
certificados da área e a viatura não pode circular sendo obrigatoriamente colocada com o Inop.

(1) Viaturas Ligeiras de proteção e socorro.

Figura 2.82 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

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2-103
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Figura 2.83 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

Figura 2.84 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção

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2-104
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

5 – Óleo dos travões


6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

Figura 2.85 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

(2) Viaturas Ligeiras de apoio:

2.408 No caso das viaturas Mitsubishi L200 de Apoio estas no que a manutenção diz respeito são
exatamente iguais ás de Intervenção.

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Figura 2.86 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

Figura 2.87 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
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2-106
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

Figura 2.88 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

Figura 2.89 - Citroen Spacetourer 2.0 Blue HDI 2016-presente

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(RESERVADO)
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1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

(3) Viaturas pesadas de proteção e socorro

Figura 2.90 - MAN TGM 13.290 4x4 BB

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

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(RESERVADO)
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(4) Viaturas pesadas de apoio

Figura 2.91 - MAN TGS 35.460 8x4 BB

1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado

(d) Utilização

2.409 Chegando ao ponto em que o militar da UEPS já conhece as viaturas de Proteção e Socorro
que pode encontrar no dispositivo, percebe o seu funcionamento mecânico e de que formas as deve
manter operacionais, pode este passar a operar as mesmas como condutor.

2.410 Como condutor e depois de todas as verificações feitas poderíamos considerar que estamos
prontos a iniciar a marcha, contudo não poderíamos estar mais longe da verdade.

2.411 Antes de mais o veiculo deve ser adaptado e ajustado ao condutor que a vai operar.

(1) Posição de condução

2.412 Todos nós temos a nossa forma mais confortável de conduzir ou a que achamos que é a mais
correta, contudo a verdade é que até neste detalhe a ciência nos vem ajudar e explica qual a forma
ou quais os cuidados a ter para que a postura de condução seja a mais eficaz e eficiente possível,

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promovendo a que em caso de necessidade o condutor esteja na posição mais favorável para lidar
com a máxima eficácia com algum problema durante a condução.

2.413 E sendo esta forma tida e praticada não só na condução das viaturas da UEPS mas sim por
cada militar na sua viatura pessoal, esta irá tornar-se natural promovendo ainda menos o erro e a
rotina de hábitos errados que colocam a vida de todos os ocupantes em risco.

2.414 Assim cuidados a ter no ajuste do cockpit do veiculo ao condutor, e de forma sequencial são:

1º. Sentar e encostar ao máximo a bacia/zona lombar á zona de transição do plano vertical com
o plano horizontal do assento, por forma a que o condutor consiga ter em contacto o máximo
de área do “corpo” possível com o banco. O intuito é sentir ao máximo todas as variações,
vibrações e alterações de comportamento do veicula por forma a que melhor consigamos
“sentir” que comportamento o veiculo está a ter e qual técnica utilizar para corrigir e resolver
o sucedido;

2º. De seguida ajustar a distância do banco ao volante. Neste ponto a distância afere-se pela
colocação confortável do pulso do condutor na parte superior do volante, mantendo sempre o
braço confortavelmente esticado;

3º. Neste ponto serão feitos vários ajustes pois uns podem influenciar os outros, ou seja, neste
ponto todos os ajustes anteriores podem e devem ser mexidos se assim for necessário. Posto
isto vai-se ajustar o volante á altura do condutor por forma a que este consiga ver todo o
quadrante (nunca perdendo a capacidade de controlar os sinais de aviso e indicações do
veiculo) e consiga movimentar os pés nos pedais sem influencia negativa ou obstrução do
volante nas pernas se o piloto estiver a executar algum movimento de viragem, bem como
também se irá ajustar a altura do banco em relação ao veiculo;
De referir que quanto mais alta a posição do banco maior será o campo de visão do condutor
em relação aos obstáculos que possam aparecer e maior capacidade terá este de lidar com
os mesmos;

4º. No caso dos pedais, procurar ver se os mesmos podem ser atuados pelo condutor de forma
confortável e sem que este tenha de esticar as pernas de forma desconfortável, sendo que o
ideal é que o condutor apenas tenha de movimentar o tornozelo para que se possa acionar
os pedais, estando o calcanhar do pé direito fixo entre a localização dos pedais de aceleração
e travagem e o calcanhar do pé esquerdo entre a posição de descanso e pedal da
embraiagem. Este tipo de posição beneficia a não fadiga do condutor caso este tenha de usar
com rapidez e muita frequência os pedais;

5º. Posteriormente verificar se o condutor consegue confortavelmente e sem esticar os braços


(de forma desconfortável) aceder a todos os “botões” e opções de funcionamento do veiculo

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que o condutor pode vir a ter de utilizar, bem como verificar se utilizando a fundo todos os
pedais não necessita de esticar as pernas pois se o tiver de fazer deve reajustar os pontos
anteriormente referidos;

6º. Ajustar espelhos e retrovisores á sua posição que variará de condutor para condutor.

Figura 2.92 - posição de condução

(2) Cuidados gerais durante a condução

2.415 Durante o ato da condução e ainda antes de avançarmos para as técnicas de condução
especificas para cada terreno, deveremos ter alguns conceitos básicos de um tipo de condução
exigente.

1º. As mãos devem encontrar-se sempre no volante (as duas), de formas paralela e a meio do
volante (03h45);

2º. As mãos nunca devem agarrar o volante, mas sim abraçar levemente, sendo o “grip/agarre”
feito através da pressão da mão no volante. O agarrar pode provocar lesões graves em caso
de uma viragem brusca ou despiste, ao contrario da pressão que faz com que a mão perca a
tração no volante e este deslize;

3º. A viragem do volante não deve ser feita apenas com os braços, mas sim com o resto do corpo,
o que faz com que a fadiga não se sinta tão cedo caso estejamos perante uma situação de
exigência de condução alta e durante bastante tempo;

4º. O volante só fica com o agarre de uma mão caso seja necessário utilizar ou acionar outra
função do veiculo, caso contrario as duas devem estar sempre a pressionar o mesmo, pois
em caso de despiste estas serão a forma mais rápida de tomar qualquer decisão, ao contrario
de ao se ter apenas uma, se ter metade da força e destreza para reagir;

5º. Quando se utiliza a caixa de velocidades estas devem ser sempre engrenadas a “2 tempos”,
indo a manete ao ponto morto e só depois á mudança pretendida, sendo de evitar (tirando
casos de necessidade) o procurar fazer passagem de mudança de uma só vez;

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6º. A manete das mudanças não deve ser agarrada com a mão, mas sim
encaminhada/empurrada para a mudança que pretendemos por forma a evitar a fadiga do
antebraço.

(3) Condução em superfície asfaltada

2.416 A condução em superfície asfaltada é das mais desvalorizada e das mais negligenciada.

2.417 A condução neste tipo de superfícies considera-se a mais perigosa quer pela estatística de
acidentes com viaturas operacionais quer pelas características próprias das nossas viaturas.

2.418 Deveremos ter em conta que as nossas viaturas operacionais não estão naturalmente
vocacionadas para este tipo de piso, nem tão pouco os seus componentes como suspensões, pneus
e peso. Por isso mesmo a condução nestas situações deve ser tão cautelosa ou mais que nas
restantes condições que iremos abordar.

2.419 Contudo este é um meio de passagem obrigatória para nós, pois este é o meio que nos
permite chegar mais rapidamente ao TO ou o mais perto do TO possível.

2.420 Ter em atenção como já acima referido que a estrutura (altura ao solo e peso bruto da viatura
com equipamento e militares), tipo de suspensões (preparada para carga e/ou TT) e tipo de pneus
(maioritariamente para fora de estrada ou mistos), fazem com que este tipo de viaturas se comporte
de forma totalmente diferente do nosso veiculo ligeiro do dia a dia e que por isso não consiga de
longe as prestações deste, seja a executar uma curva, em travagem ou aderência ao solo.

2.421 Aqui tudo deve ser calculado e iniciado/precavido muito tempo antes. Uma travagem deve
contar com 4 vezes mais de distancia que a conseguida por um normal ligeiro, a velocidade máxima
em marcha de urgência nunca deve ultrapassar os 140km/h, as curvas devem ser sempre
antecipadas com reduções de caixa de velocidade e feitas com aceleração constante sem nunca
carregar na embraiagem ou travar, a mudanças de direção devem ser suaves e nunca bruscas para
não haver risco de agressivas transferências de peso na direção da curva ou sentido da travagem.

2.422 Ainda, e em curva, procurando manter a viatura com o seu centro de gravidade o mais central
possível e movimentando-se de forma suave, deve tentar-se ao máximo diminuir sempre o ângulo
de viragem aproveitando o máximo possível da via disponível como demonstra a Figura 2.93.

Figura 2.93 - Viragem em curvas

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(4) Condução em lama

2.423 A lama é um dos terrenos mais complicados para a condução fora de estrada.

Princípios gerais:

 Selecionar a caixa de transferências em 4H, mantendo sempre uma velocidade moderada


e constante;

 Devem evitar-se ao máximo acelerações repentinas e o uso compulsivo do travão e da


embraiagem, pois estes provocam o deslizamento e a perda de tração;

 Como este tipo de superfície a capacidade de conduzir a viatura é gradualmente reduzida


o impulso é mais importante que a potência;

 Se a viatura começar a patinar nunca devemos insistir, deve-se recuar um pouco para
tomar balanço e voltar a avançar do mesmo modo;

 Pode-se utilizar o bloqueio de diferencial, baixar a pressão dos pneus ou mesmo considerar
o uso de correntes para fornecer tração extra;

 Convém lembrar que uma roda começa a patinar quando a força da tração que lhe é
aplicada ultrapassa a sua capacidade de aderência ao terreno. Isto acontece precisamente
quando se acelera subitamente ou se ataca uma zona lamacenta com potencia excessiva;

 Quando no caminho existem marcas de outras viaturas, é conveniente circular pelas


mesmas (ajudam a guiar as rodas), tendo em atenção a altura da lama debaixo da viatura
e a profundidade das marcas, pois facilmente pode-se ficar preso. Neste caso é
conveniente circular, pela margem das marcas, evitando deslocamentos laterais. É natural
que em determinadas situações a viatura, comece a escorregar para um dos lados. Não
devemos contrariar bruscamente essa tendência mas sim ir controlando suavemente essa
deriva.

(5) Condução em areia

Figura 2.94 - Condução em areia

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2.424 Tirando a orla costeira, as possibilidades de encontrar extensas zonas de areia são escassas.

Princípios gerais:

 Engrenar em 4L e manter uma velocidade mais ou menos elevada e constante, numa


trajetória o mais reta possível;

 Entrar com uma mudança que lhe permita efetuar todo o percurso (evitar a passagem de
caixa), mas caso seja necessário a passagem de caixa, esta deve ser rápida por forma a
não perder a embalagem;

 Baixar a pressão dos pneus, obtém-se uma maior superfície de contato com o solo, o que
diminui o risco da viatura se enterrar;

 Evitar as manobras bruscas com o volante, travão ou acelerador, pois implicam a perda de
tração e consequentemente o atolamento;

 Ativar o bloqueio de deferencial para evitar a perda de tração;

 Quando for necessário imobilizar a viatura, deve deixar a viatura imobilizar-se por ela
mesma em terreno mais consistente ou mesmo numa posição elevada, para que o início
da marcha seja no declive evitando o atolamento.

(6) Condução em neve

Figura 2.95 - Condução na neve

2.425 A condução na neve requer cuidados acrescidos, pois além da falta de tração, esta pode
esconder obstáculos perigosos.

2.426 Podem encontrar-se superfícies escorregadias provocadas pelo gelo em pontes, nos cortes
de estrada, sob as copas das árvores, nas zonas sombreadas ou nas áreas de escoamento de
água.

Princípios gerais:

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 A circulação deve ser feita a menos da metade da velocidade do normal, mantendo


grandes distâncias entre viaturas;

 Aconselha-se a utilização de correntes recordando que mesmo com a sua utilização, a


viatura tem pouca aderência contra os impulsos horizontais;

 O uso do travão deve ser reduzido ao mínimo e com suavidade, assim como a embraiagem,
o acelerador e o volante;

 Conduzir pelos trilhos deixados pelas outras viaturas, tendo em conta a profundidade dos
mesmos;

 Para iniciar a marcha numa estrada com gelo, engrenar uma segunda em 4H e largar a
embraiagem com suavidade;

 As curvas acentuadas são das situações mais arriscadas. Se a viatura começar a


escorregar, tem tendência a fugir no sentido mais baixo da estrada ou na direção da roda
que escorregou. Para recuperar o controlo, acelerar suavemente e contra brecar a direção,
sem levantar o pé do acelerador. No entanto pode acontecer qua a tração seja recuperada
subitamente e a viatura inicia uma nova curva acentuada, esta manobra deve ser
executada com suavidade.

Particularidades:

 Quando estacionar a viatura, não utilizar o travão de parque (mão), existe o perigo deste
agarrar devido ao frio. Deve engrenar uma primeira ou a marcha atrás;

 Os, limpa para-brisas devem ser levantados de forma a não congelarem ao vidro;

 Adicionar álcool etílico no reservatório da água do limpa para-brisas, para evitar o


congelamento da água;

 O depósito de combustível deve andar tão atestado quanto possível, para reduzir a
condensação de água;

 O gasóleo começa a congelar abaixo dos 10 graus negativos;

 Após uma paragem longa, só deve arrancar depois de a viatura estar quente ou seja assim
que começar a sair ar quente de sistema de aquecimento.

Utilização de correntes:

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Figura 2.96 - Colocação de correntes

2.427 Existem correntes metálicas e correntes não-metálicas. As metálicas são mais resistentes e
mais fáceis de reparar, por isso mais adequadas a uma utilização exaustiva.

 Sempre que seja necessário o uso de correntes, estas devem equipar as quatro rodas;

 Caso tenha apenas disponível um conjunto, este devem ser aplicadas nas rodas dianteiras
de forma a melhorar tanto a direção como a tração;

 Dependendo da situação as correntes podem ser removidas e recolocadas, conforme se


consiga tirar melhor partido das mesmas;

 Com as correntes colocadas não se deve utilizar a brecagem total da viatura, de forma a
evitar danos na parte interior dos guarda-lamas;

 O uso de correntes aumenta o desgaste dos componentes mecânicos, da linha de


transmissão da viatura;

(7) Condução em terreno rochoso

Figura 2.97 - Condução em terrenos rochosos

2.428 A condução sobre pedras, é mecanicamente muito exigente para a viatura e requer um
elevado nível de concentração pra o condutor.

Princípios gerais:

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 A velocidade neste tipo de terreno deve ser muito reduzida, engrenando uma primeira em
4L;

 Poderá ser auxiliado por um guia que assinalará o caminho;

 Para minimizar as agressividades nos pneus, devemos enchê-los por forma a ficarem mais
resistentes;

 Segurar o volante com as duas mãos para evitar sair do caminho selecionado;

 Ao passar cima de pedras, ter a certeza que não têm altura suficiente para provocar danos
na parte inferior da viatura;

 Em rochas de grandes dimensões, devemos atacar o obstáculo de forma a não ficar com
a viatura demasiado inclinada lateralmente e capotar, ou assente com o chassi;

 É fundamental o uso do controlo do acelerador.

Particularidades:

 No final verificar tubos do sistema de travões (ruturas);

 No final verificar ligações da direção (danos);

 No final verificar paredes dos pneus (cortes).

(8) Travessia de cursos de água

Figura 2.98 - Travessia de cursos de água

2.429 Qualquer viatura 4x4, é capaz de cruzar cursos de água ou charcas sem demasiada
dificuldade, desde que não se exceda o limite de vau. Mas isto apenas significa que é possível, não
quer dizer que é fácil.

Princípios gerais:

 A entrada na água deve ser efetuada de forma suave mas numa velocidade e aceleração
constante;
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 Relação de caixa de transferências em 4L ou 4H, dependendo da profundidade da água;

 O ponto de saída deve ser a montante, num local com boa aderência e pouco ingreme;

 Muita água faz parar qualquer viatura, neste caso nunca tentar pô-la a funcionar dentro de
água.

Particularidades:

 Antes da travessia verificar a profundidade do local e certificar-se que a viatura está


preparada para essa altura de água;

 Antes da travessia verificar a localização de obstáculos;

 Antes da travessia verificar a força da corrente;

 Antes da travessia verificar as condições do fundo;

 Depois da travessia circular algum tempo com o pé no travão de forma a ganhar novamente
a sua eficácia;

 Depois da travessia verificar a parte inferior da viatura;

 Se forem efetuadas muitas ou longas travessias por cursos de água, os óleos das
transmissões, caixa de transferências e velocidades devem ser controlados, devido à
possibilidade da sua contaminação com água.

(9) Condução em zona de planície

Figura 2.99 - Condução em planicie

2.430 Em zonas de planície abertas, a utilização da caixa de transferências nas quatro rodas
motrizes, normalmente não é necessária. Nestas condições a tentação de conduzir a alta velocidade
é grande mas a erva, pode e esconde muitos perigos.

Princípios gerais:

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 Possibilidades de um sobreaquecimento do motor, devido à sujidade provocada pelas


ervas na “rede” do radiador da viatura;

 Lembrar que o sistema de escape da viatura pode causar um incêndio.

(10) Condução em áreas queimadas

Figura 2.100 - Condução em zonas queimadas

2.431 Alem dos perigos já mencionados, adicionamos o fumo que pode reduzir a visibilidade a
quase zero, aumentando assim a possibilidade de acidente. Aplicam-se os princípios gerais já
mencionados conforme o tipo de terreno.

Particularidades:

 As zonas quentes podem danificar os pneus ou outro componente mais sensível da viatura;

 A aspiração de cinza pela entrada de ar da viatura;

 A queda de ramos de árvores, queimadas pelo incêndio;

 Linhas de eletricidade caídas que ainda podem estar em “carga”;

 Cortes nas paredes dos pneus, devido aos galhos queimados dos arbustos;

 A existência de emaranhados de arame provocado, pelas cercas consumidas pelo


incêndio;

 O sobreaquecimento do motor.

(11) Condução em inclinações laterais

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Figura 2.101 - Condução em inclinações laterais

2.432 Sendo uma das manobras mais arriscadas na condução de uma viatura 4x4 deve-se procurar
caminhos alternativos mas não sendo possível, lembrar que a viatura pode perder tração,
escorregar e capotar, devido ao excesso de inclinação.

Princípios gerais:

 Sair do veículo e inspecionar o terreno na procura de zonas de fraca aderência que poderão
provocar a oscilação da viatura;

 A maioria das viaturas 4x4 admitem inclinações laterais na ordem dos, 40º, dependendo
das suas características;

 A velocidade de ataque deve ser média, avançando com decisão sem bruscas alterações
de velocidade.

Particularidades:

 O que mostra ser uma inclinação segura rapidamente se torna perigosa devido às
características do terreno;

 Ao circular num plano inclinado lateralmente, se sentir o veículo “escorregar”, nunca deve
virar no sentido ascendente. Essa manobra pode provocar o capotamento. Em vez disso,
deve manter as rodas direitas ou mesmo girar ligeiramente no sentido descendente, para
recuperara o controlo.

(12) Condução em inclinações frontais

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Figura 2.102 - Condução com inclinação frontal

2.433 Nos caminhos florestais, iremos encontrar declives com desníveis acentuados. A primeira
regra para subir ou descer um declive é saber se os limites dinâmicos da viatura não o impedirão,
nesse caso será necessário algum “sangue frio” e destreza para os ultrapassar.

Nas pequenas subidas com boa aderência:

 Utilizar a caixa de transferências em 4L;

 Acelerar suavemente durante a subida;

 Evitar as passagens de caixa.

Nas grandes subidas:

 É importante alcançar o topo da subida na primeira tentativa;

 Decidir a trajetória a seguir;

 Tomar algum “balanço”, mas empregando apenas a velocidade adequada ao terreno e


suficiente para o declive;

 Atacar o declive já com a engrenagem apropriada;

 Manter uma velocidade constante e nunca no limite máximo da potencia do motor;

 Utilizar a caixa de transferências em 4L.

Em caso de perda de tração:

 Se as rodas começarem a patinar devido ao piso escorregadio, desacelerar ligeiramente


até ganharem novamente tração;

 Alternativa para ganhar alguma tração extra, é girar o volante repetidamente de um lado
para o outro, de modo a utilizar as saliências dos pneus;

 No caso de não alcançar o topo do declive, o melhor é recuar, usando o motor como travão
e efetuar nova tentativa.
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Procedimento:

 Libertar o acelerador, pisando o travão firmemente, permitindo ao motor parar “engatado”,


sem usar a embraiagem;

 Puxar o travão de parque (mão) e rodar a chave para a posição “off”;

 Certificar-se que o caminho atrás da viatura está livre e selecionar a escapatória;

 Suavemente vá apertando a embraiagem, certificando-se que os travões seguram a


viatura, engrene a marcha atrás e solte a embraiagem;

 Liberte o travão de mão e suavemente vá tirando o pé do travão, permitindo à viatura ficar


segura apenas pela caixa. É normal a viatura “vacilar” um pouco;

 Controlando pelos espelhos retrovisores, rode a chave para a posição “start”, iniciando o
motor, sem usar a embraiagem;

 Permita que a viatura desça e que o motor funcione como travão natural, controle a
velocidade, aplicando o travão de “pé” conforme vai sendo necessário, até atingir o ponto
pré-definido;

 Se durante a descida começar a ficar com duvidas, pela segurança da viatura e ocupantes.
Pare a viatura como descrito, reavalie a situação e repita o procedimento;

 Tão comprometedor ou mais que uma subida é a descida de uma vertente pronunciada,
pois existe o risco da viatura se atravessar e capotar.

Princípios gerais:

 Deve utilizar-se, uma engrenagem abaixo do que a se utilizaria para subir, deixando o
motor servir como travão;

 No caso de a viatura, ganhar demasiada velocidade, a solução será ir dando toques


intermitentes e suaves no travão, para a reduzir e controlar;

 No caso de as rodas começarem a perder a aderência e a bloquear, devemos acelerar


suavemente para voltar a ganhar controlo na direção e tração.

Procedimentos em paragens controladas numa descida pronunciada:

 Rodar a chave para a posição “off”, sem desengatar a viatura;

 Pisar firmemente o travão sem tocar na embraiagem;

 Puxar o travão de parque (mão);

 Se houver a necessidade de sair da viatura, deve ainda calçar as rodas.

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Procedimentos de arranque numa descida pronunciada:

 Retire os calços das rodas;

 Liberte o travão de mão e suavemente vá tirando o pé do travão, permitindo à viatura ficar


segura apenas pela caixa. É normal a viatura “vacilar” um pouco;

 Rode a chave para a posição “start”, iniciando o motor, sem usar a embraiagem;

 Permita que a viatura desça e que o motor funcione como travão natural, controle a
velocidade, aplicando o travão de “pé” conforme vai sendo necessário, até atingir o ponto
pré-definido.

(13) Transposição de lombas e valas

Figura 2.103 - Transposição de Lombas e Valas

2.434 Na condução fora de estrada é muito natural encontrar lombas ou valas pelo caminho.

Valas no sentido da deslocação da viatura:

 Colocar as rodas de cada lado da vala, evitando que se fique com a viatura assente sobre
os diferenciais.

Lombas no sentido da deslocação da viatura:

 As rodas de um dos lados da viatura em cima da lomba, tendo sempre presente as


técnicas, mencionadas nas inclinações laterais.

Lombas transversais:

 Devem ser atravessados na diagonal a fim de evitar que se exceda os limites dinâmicos
da viatura, esta transposição deve ser feita suavemente e a uma velocidade reduzida, com
a caixa de transferências engrenada em 4H ou 4L dependendo das características do
terreno.

Princípios gerais:

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2-123
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 A aproximação ao obstáculo é feita na diagonal, para que apenas uma roda caia na vala,
ou suba a lomba de cada vez;

 Manter a tração sempre em três rodas;

 Lentamente introduzir a roda na vala ou encostar à lomba;

 Acelerar suavemente até que a roda comece a subir o bordo da vala/lomba, e desacelerar
assim que esta o ultrapassa;

 Repetir o processo em todas as rodas;

 Para reduzir a profundidade ou inclinação, podemos utilizar uma pedra ou qualquer outro
objeto, onde as rodas passam.

(14) Desatolamentos

Figura 2.104 - Desatolamentos

2.435 A condução, fora de estrada aumenta a possibilidade de que mais tarde ou mais cedo,
fiquemos imobilizados.

Razões para que isso aconteça são:

 Falta de conhecimento do terreno;

 Defeituosa avaliação do terreno;

 Condução precária e falta de cuidado com a viatura;

 Paragens em superfícies de pouca aderência;

 Avaria mecânica.

2.436 O desatolamento/recuperação é, a extração segura e bem-sucedida de uma viatura


imobilizada, nestas situações a rapidez não é considerada a não ser que se esteja numa situação
de emergência.

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2.437 Quando imobilizado será muito útil ter algumas pessoas para o ajudarem e possuir alguns
equipamentos que o apoiem.

 As ferramentas manuais;

 Outra viatura;

 Pranchas de desatascamento, na falta podem ser substituídas por pedras, ramos ou


mesmo os tapetes da viatura;

 Guincho que permite à viatura libertar-se.

2.438 O condutor é o responsável pela viatura, devendo ser ele a orientar a operação de
desatolamento/recuperação, pois o trabalho de desatolamento/recuperação é árduo, exige esforço
físico considerável, envolve algum risco, para os elementos que auxiliam e para a viatura, que pode
ser minimizado, com uma boa coordenação e trabalho de equipa.

(15) Operar o guincho

Figura 2.105 - Operar com o guinco


2.439 Existem três tipos de guincho, mecânico, manual e elétrico. O guincho elétrico além de ser o
mais usual é o que equipa as Viaturas Ligeiras da UEPS, é constituído por um motor elétrico,
alimentado pela bateria da viatura.

2.440 Tem a desvantagem de consumir muita energia quando é utilizado, e a vantagem de


possibilitar esforços de tração até varias toneladas.

Princípios para um bom funcionamento:

 Deve familiarizar-se bem com o funcionamento do guincho antes de utiliza-lo;

 O cabo do guincho nunca deve servir de cabo de reboque, mesmo que seja só por alguns
metros, pois este foi construído para tracionar por ele próprio e não para aguentar a força
de tração de outra viatura, bem como o guincho não está preparado para trabalhar sozinho,
mas sim sempre com o apoio do veiculo a trabalhar e a ajudar;

 Sempre que possível puxe em linha reta, para obter o máximo partido da força do guincho;
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 Use o comando do guincho de forma intermitente, para retirar a folga do cabo e evitar que
o choque da carga exceda momentaneamente a classificação de carga do cabo, levando
este a rebentar;

 Usar os sinais de comunicação estipulados neste manual;

 Nunca desenrole completamente, o cabo do cartel do guincho, pois a ancoragem deste no


tambor é fraca e são as duas ultimas 4 voltas ao tambor que lhe dão a sustentação, se não
o fizer o ponto de ancoragem do cabo ao tambor muito provavelmente irá partir;

 Pare de guinchar, sempre que esteja mais ou menos a um metro da ancoragem, caso
contrário poderá não conseguir retirar o cabo da ancoragem;

 Nunca utilize o guincho sem o motor da viatura a trabalhar, por forma a poder alimentar o
sistema elétrico, ou ficará sem bateria rapidamente.

Guinchar em linha reta:

 É o mais método utilizado;

 Este processo é apenas adequado, quando a carga máxima a puxar não excede a
capacidade máxima do guincho;

Figura 2.106 - Utilizar o guincho em linha reta

Desmultiplicação do guincho:

 Este método é utilizado para se ganhar uma vantagem mecânica de 2 para 1 (2:1).

 Para a utilização deste método é necessária uma roldana.

 Mais apropriado para cargas de tração muito pesadas.

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Figura 2.107 - Desmultiplicar o guinco

(16) Sinalética

2.441 A sinalética tem como especial função comunicar de uma mesma forma todos os movimentos
pretendidos por um elemento externo a viatura por forma a que este possa auxiliar da melhor forma
e com a maior segurança possível as manobras do condutor.

Avançar

Recuar

Avançar devagar

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Parar

Pé no travão

Parado virar para a direita

Parado virar para a esquerda

Em andamento virar para a esquerda

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Em andamento virar para a direita

Desligar motor

Dar rotação ás rodas

Dar cabo de guincho

Dar cabo de guincho devagar

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Puxar cabo de guincho

(e) Segurança

(1) Subviragem (understeering) e Sobreviragem (oversteering):

2.442 Como Subviragem entende-se como o aumento do ângulo de viragem sempre que com um
veiculo executamos uma curva, mais concretamente as rodas da frente do veiculo não seguem o
caminho que o condutor lhes esta a dar ou pretende dar, seguindo muitas das vezes uma direção
retilínea (caso de gelo ou neve).

2.443 Neste caso podemos ainda ter uma subviragem critica que é quando além de perdermos o
controlo da frente do veiculo este pede um pouco a traseira ao mesmo tempo dando um pequeno
ângulo á direção do carro.

2.444 No caso da Sobreviragem, entendemos esta como a situação que ao executar uma curva a
secção traseira sai fora do raio da curva, excedendo as rodas traseiras do veiculo o limite da sua
tração ante das da frente o fazerem, ou seja o ângulo das rodas traseiras excede o ângulo que
executam as da frente.

2.445 No caso da Sobreviragem critica o veiculo entra em peão rodando sobre si.

2.446 No caso destes dois fenómenos que colocam em risco os ocupantes do veiculo, alem de se
dever ter em atenção a tomada de decisão da velocidade que deve ser conducente com o tipo de
veiculo, peso, tipo de pneus, tipo de piso, etc, esta possui algumas técnicas que poderão minorar o
risco e que o condutor deve observar e conseguir executar.

2.447 No caso da Subviragem deve o condutor caso não consiga travar ou a travagem não tenha
qualquer efeito (como no caso de pisos com gelo ou neve), manter o volante virado para a direção
onde quer ir, ou de fuga, desacelerar mantendo levemente o pé no acelerador por forma a que a
tração das rodas que direcionam o carro esteja virada para onde queremos ir, pois com a travagem
podemos apenas manter o carro em despiste e sem tração todo o caminho quando já a perdeu em
primeiro lugar.

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2.448 No caso da Sobreviragem, deve-se sempre procurar contrariar a deriva da traseira, a


chamada contrabrecagem, jogando ao mesmo tempo com a aceleração ao solo por forma ajudar a
ganhar tração.

Figura 2.108 - Sobreviragem

(2) Peso do veículo

2.449 O peso do veiculo influencia a condução e consequentemente a segurança durante esta.

Travagem – O peso vai fazer com que o veiculo vá travar muito mais tarde e não estando o
deposito de água cheio, esta vai oscilar e imediatamente posterior a travagem ainda forçar mais
o veiculo para a frente.

Curva – Em curva o peso da equipa, material e água, devido a altura ao solo do veiculo vai
provocar que este oscile mais sob as forças centrifugas, bem como não estando o deposito todo
cheio vai provocar que esta transfira não só o peso em sentido contrário a curva como ainda vai
viajar e colocar-se no local menos favorável do tanque ao centro de forças, podendo muito
provavelmente provocar o despiste e capotamento.

Com pouco peso – A viatura estando preparada para todo terreno e para levar cerca de mais
1000kg, se não tiver água no KIT nem equipa no seu interior, vai ficar muito leve fazendo com
que a sua traseira fique muito solta e altamente propicia a sofrer de sobreviragem provocando o
despiste.

(3) Tipos de pneus que o veiculo possui

2.450 Os pneus que equipam as viaturas da UEPS variam naturalmente com a utilização do veiculo
e até com a marca do próprio pneu.

2.451 Não existem pneus que correspondam de forma ideal em todos os terrenos, por isso a sua
orientação define a sua utilização em detrimentos das restantes. Se um pneu é bom em terrenos
duros e com obstáculos, vai ter um pobre desempenho em estrada e vice-versa.

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2.452 Pneus cardados/todo o terreno são constituídos por um composto e rasto mais orientado para
robustez e terrenos duros com obstáculos, por isso são mais escorregadios em asfalto, os mistos
por exemplo conseguem aguentar moderadamente terrenos duros e com obstáculos e lidar
mediamente em asfalto e por aí em diante.

2.453 Os pneus não conseguem ter comportamentos aceitáveis em todos os terrenos e condições
climatéricas, e se procuramos maior rendimento numa determinada área automaticamente
perdemos nas outras, posto isto o militar deve ter a noção que quando conduz um veiculo, o tipo de
pneus que tem, vai lhe dar umas certas capacidades e retirar outras o que faz com que tenha que
adaptar também a sua condução ao tipo de pneus que o veiculo possui e por isso deve estar ciente
deste ponto de segurança.

(4) Ultrapassagem de obstáculos ou zonas de risco

2.454 A ultrapassagem de obstáculos ou áreas de risco com veículos são manobras sensíveis e
que requerem toda a atenção e apoio.

2.455 A equipa ou restantes ocupantes tirando o condutor devem sempre sair da viatura por forma
a apoiar a manobra (seja a indicar onde o condutor deve colocar os rodados, seja a apoiar o
equilíbrio do veiculo com métodos expeditos), mas também porque deveremos se possível colocar
o mínimo de efetivos possível dentro da viatura quando se executa uma manobra de risco ou que
possa colocar em risco os seus ocupantes, pois aí apenas teremos em zona de risco quem
realmente tem de la estar.

2.456 Sempre que surgir um obstáculo deve por norma sair-se do veiculo para avaliar toda a
situação e estudar as várias possibilidades procurando responder as seguintes questões, (tenho
mesmo de passar por aqui? a viatura consegue passar por aqui? tenho capacidade de conduzir a
viatura por aqui?).

2.457 Se todas as respostas forem afirmativas, com certeza haverão boas possibilidades de
transposição do obstáculo, caso contrário será necessário procurar um caminho alternativo.

(5) Cintos de segurança

2.458 São obrigatórios e devem estar sempre colocados, sendo apenas passiveis de ser retirados
durante a condução quando em marcha lenta o condutor se tenha de colocar fora da viatura para
verificar por onde vão passar os rodados.

2.459 Em todas as restantes situações é um sistema de segurança obrigatório para todos os


militares que se encontram no interior do veiculo, pois se este por algum caso entra em despiste é
a única forma de os manter em segurança.

(6) Utilização do guincho

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2.460 Precauções de segurança antes e durante o manuseamento do guincho

 Verificar todo o equipamento;

 Usar sempre luvas no manuseamento do cabo de aço;

 Verificar a ancoragem antes e depois de estar em tensão;

 Assegurar que no cartel do guincho permanecem entre 6 a 8 voltas de cabo;

 Não permanecer atrás de uma viatura que está a ser guinchada numa inclinação;

 Garantir que os sinais utilizados são compreendidos por todos os envolvidos na operação;

 Assegurar que todas as pessoas estão fora do arco de perigo do cabo (uma vez e meia o
comprimento do cabo);

 Quando auxilia com a viatura e começar a ganhar tração, com o cabo em tensão, deve fazê-
lo lentamente (não acelerar demasiado).

 Nunca passe em frente ou fique sobre o cabo do guincho, ou qualquer equipamento conectado
ao sistema que esteja em tensão.

 Nunca ultrapassar as especificações de carga do equipamento.

 Coloque um saco, manta ou outro tipo de objeto, em cima do cabo mais ou menos a meio do
comprimento, para que em caso de rutura este se enrole no objeto e reduza o efeito chicote;

 Não manusear o cabo muito perto do cartel do guincho;

 Cabos danificados devem ser substituídos;

 Tirar sempre a folga do cabo antes de aplicar a carga máxima;

 O capô das viaturas envolvidas deve estar totalmente aberto se possível por forma a proteger
os condutores em caso de quebra;

 Quem estiver a operar o guincho deve proteger-se se trás da porta do veiculo que esta a
guinchar;

 Apenas se deve encontrar perto desta operação os militares estritamente necessários.

(7) Segurança no deslocamento

2.461 Em deslocamento a caminho de uma Intervenção devem cumprir-se as seguintes regras:

 Segurança das Viatura e das Equipas.

 Recolher informação sobre os Combustíveis e topografia. Tipo de combustível? Exposição do


combustível ao sol? Terreno plano ou declivoso? Histórico dos últimos incêndios?

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 Condições Meteorológicas. Velocidade do Vento? Direção do vento? Constante ou instável?


Previsão futura mantém??

 Dimensão da coluna fumo? Altura? Cor, direção e forma?

 Rotas de acesso direto ao fogo e outras alternativas.

 Pontos de água potenciais?

 Estar atentos a movimentos suspeitos a caminho do fogo ou no local do fogo.

2.462 A atitude do condutor de uma viatura de emergência, desempenha um papel muito


importante, visto serem estes um exemplo de condução para a população em geral.

2.463 A atitude do condutor é a relação mental e emocional entre o próprio condutor, os outros, a
viatura e as condições existentes. Um condutor com má atitude geralmente tenta encontrar razões
pelas quais, as outras pessoas, a viatura ou as condições de condução estão erradas.

 Os atributos para um bom condutor são:

 Perícia que se desenvolve com a prática.

 Conhecimento que passa pela observância das normas e regulamentos para a condução das
viaturas da GNR.

2.464 As atitudes não são inatas, são aprendidas, razão pela qual podem ser corrigidas. As atitudes
que um condutor de uma viatura de emergência deve evitar são:

 Impaciência;

 Descontração;

 Imprudência;

 Agressividade;

 Excesso de confiança;

 Desatenção;

 Ignorância;

2.465 Na condução de uma viatura de emergência 4x4 fora-de-estrada, essas atitudes adquirem
uma importância acrescida, assim como a segurança, desta forma, sempre que necessário saia da
viatura para observar o obstáculo antes de o ultrapassar, avalie a situação e planeie a manobra.

2.466 A primeira tentativa para ultrapassar um obstáculo é normalmente a melhor, especialmente


em lama ou terreno escorregadio.

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2.467 Selecione a mudança adequada antes de tentar a ultrapassagem do obstáculo. A passagem


de caixa a meio de um obstáculo pode causar a derrapagem das rodas e com isso a perda de
tração. Para recuperar da patinagem das rodas por excesso de potência, desacelere gradualmente.

2.468 Em condições difíceis, permitir à viatura progredir e encontrar o seu próprio caminho,
controlando apenas com o acelerador e rotações do motor, ou seja, em marcha lenta ou um pouco
acima de marcha lenta. Sem utilizar a embraiagem ou travão.

2.469 Não acelere o motor excessivamente, utilize apenas a potência necessária, para o trabalho
que vai desenvolver.

2.470 Na utilização dos travões não deve bloquear as rodas, quando estas começarem a derrapar,
aliviar o travão até recuperar a tração.

2.471 Sempre que circular em coluna de marcha, a transposição dos obstáculos é efetuada por uma
viatura de cada vez.

Regra de ouro, PENSE ANTES DE AGIR.

2.472 Obter um melhor desempenho dos veículos terrestres de combate é algo que não se
improvisa. Os condutores devem possuir bons conhecimentos das caraterísticas e mecanismos dos
veículos, bem como formação em condução todo-o-terreno, efetuando regularmente o treino
necessário para evoluir fora dos caminhos.

2.473 Para uma progressão em segurança em terrenos acidentados é obrigatório efetuar o


reconhecimento ao local, verificando o tipo de terreno, a existência de obstáculos e se é possível
transpô-los. Se estivermos perante um declive acentuado, devemos avaliá-lo, garantindo que está
dentro da percentagem de segurança estabelecida.

2.474 A inclinação de um veículo modifica a repartição das cargas sobre os rodados. Os pneus e
suspensão da parte inferior da inclinação suportam o peso mais importante, enquanto os pneus e
suspensão do lado oposto ficam mais leves, aumentando os efeitos da inclinação. Nas inclinações
laterais, a projeção horizontal do centro de gravidade não deve sair das rodeiras do veículo.

2.475 Sempre que se desloque com inclinação lateral num declive apreciável, por segurança, nunca
progredir se o tanque não estiver completamente cheio ou vazio (o deslocamento dos líquidos, ou
seja, a sua deslocação/balanceamento pode provocar o desequilíbrio do veículo). Se o terreno se
encontrar molhado ou instável, e ainda, na presença de rochas, pedras ou covas, é necessário o
maior cuidado, pois pode, ou podem provocar o aumento da inclinação e o consequente
derrubamento do veículo.

2.476 Logo que o veículo deixe uma estrada alcatroada e se embrenha numa pista, o condutor deve
recolher os espelhos retrovisores para estes não se partirem ou para evitar fazer golpes bruscos

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com o volante para se desviar das árvores ou arbustos. Os vidros das portas deverão estar fechados
para não ser atingido na cara pela ramagem. Quando em operações de combate a incêndios, é
muito importante o fecho de todas as janelas não só para evitar o fumo, que dificulta a condução,
mas também para que não entrem no veículo partículas inflamadas.

2.477 Todos os veículos, sempre que deixem as estradas de alcatrão e entrem em


estradas/caminhos de terra batida ou de terreno rochoso, devem ligar a tração às rodas da frente
(4x4). Quando os trilhos se apresentarem mais acidentados ou fora das estradas, devem progredir
em velocidade reduzida.

2.478 Quando no TO ou a circular em zonas difíceis, durante as manobras de inversão de marcha


ou posicionamento, todo o pessoal deve desembarcar, ficando só o motorista no veículo pois os
restantes elementos da equipa não necessitam de permanecer no seu interior e estão assim
salvaguardados de qualquer possível acidente durante as referidas manobras.

2.479 É imperioso que todas as peças de equipamento estejam devidamente seguras e


acondicionadas e que todos os ocupantes permaneçam no interior do veículo durante as
deslocações e nunca no exterior, mesmo que sentados.

2.480 Por fim, é procedimento obrigatório na condução de viaturas da UEPS, a circulação da viatura
com as luzes de cruzamento/médios sempre ligadas, quer em período diurno, quer em período
noturno, devendo neste ser reforçadas com as luzes de trabalho existentes nestas viaturas, sempre
que exista um combate a incêndios florestais noturnos.

2.481 Algumas medidas essenciais:

 Atuar sempre em função do incêndio;

 Prever caminhos de fugas;

 Utilizar sempre o material individual de proteção;

 Colocar as viaturas viradas para o caminho de fuga, sempre antes do início da intervenção;

 Ter atenção aos focos secundários;

 Nunca atuar isoladamente;

 Manter contacto visual com os restantes elementos;

 Ter atenção ao transporte de ferramentas manuais;

 Segurança nos percursos pedestres, e segurança nas deslocações das viaturas;

 Evite velocidades excessivas;

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 Ter sempre em atenção, o perigo que representa circular em marcha de urgência com o
tanque de água a meio nível;

 Certificar que a marcha de urgência, está conforme as normas e regras de segurança


legalmente estabelecidas, de modo a não comprometer a segurança dos militares e dos outros
utentes.

(f) Utilização para Combate

(1) Motobombas das Viaturas Ligeiras de Combate a Incêndios 1ª Geração

Figura 2.109 - KIT 1ª geração

A – Material Sapador;
B – Motobomba;
C – 2 Mangueiras rígidas de abastecimento de 2,5 m uma com pinha ou válvula anti-retorno;
D – Material sapador;
E – Carretel 4/5 lances de mangueira 25mm com sistema de união storz;
F – Deposito de combustível;
G – Torneira de retorno;
H – Torneira de abastecimento da motobomba;
I – Torneiras de saída;
J – Entrada de água com recurso a motobomba;
K – Entrada de agua sem necessidade de motobomba;
J – Extintor de pó químico (não se encontra presente na fotografia mas está sempre nas laterais
da caixa de carga);
K – Deposito do espumífero (algumas viaturas ainda possuem um deposito plástico branco para
colocação de espumífero que se irá misturar com a agua do tanque).

1. Funcionamento

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 Verificar se o veiculo tem todo o material orgânico da motobomba (Tubos chupadores,


agulheta, jerrican de gasolina simples, etc...);

 Verificar se a motobomba tem combustível;

 Verificar o nível do óleo;

 Verificar o filtro da bomba de água;

 Colocar a acionador do combustível no “on” e fechar o ar (o manipulo preto e inferior é o do


combustível encontrando-se ligado/aberta e o manipulo cinza sendo o do ar encontra-se
aberto ou seja em trabalho, que a quando do arranque deve estar fechado ou seja na posição
contraria a apresentada na);

 Ligar a motobomba pelo motor de arranque ou manualmente pelo cordel (temos 3 posições
de chave, para a esquerda desligada, ao centro ligada e para a direita acionar o motor de
arranque);

 Assim que der sinal ou começar a trabalhar colocar o acionador do ar na posição de aberto;

 Quando se termina o serviço, deve fechar-se o combustível, o ar, limpar filtro e atestar de
combustível, ficando a motobomba pronta para outro serviço.

2. Manutenção

 Verificar nível do óleo;

 Verificar filtro de água;

 Copo do carburador (a cada 25 dias);

 Verificar estado do cordel de arranque;

 Verificar filtro de ar (a cada 25 dias);

 Tirar agua da bomba (ao final de cada época).

(2) Motobombas das Viaturas Ligeiras de Combate a Incêndios 3ª Geração

1. Funcionamento

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Figura 2.110 - Traseira da viatura

A – Carretel com 4/5 lances de mangueira de 25 mm com sistema de união storz;


B – Mangueira rígida de 25mm e malote de mangueiras 25 mm;
C – Tanque de água 530 litros;
D – Motobomba Rato 18 cavalos;
E – Extintor de 2 KG em pó químico;
F – 1 torneira de abastecimento de 45 mm, com redutor para 25mm (opcional);
G – 1 torneira de abastecimento de 25 mm;
H – 2 torneiras de saída de 25 mm;
I – Material Sapador.

Figura 2.111 - Regulador de pressão

A – Nível de água no tanque;


B – Retorno e manómetro de pressão;
C – Filtro de água na motobomba;
D – Regulador da pressão;
E – Agulheta.

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Figura 2.112 - Motobomba RATO

A - 3 níveis de óleo;
B – Motor de arranque e por cordel manual;
C – Comutador da gasolina e ar;
E – Fusível da Motobomba (50a)

2. Manutenção

2.482 Para retirar o filtro, basta empurrar de uma forma suave e rodar o manipulo amarelo e de
seguida puxar (conforme a Figura 2.113) e efetuar limpeza com regularidade.

Figura 2.113 - Filtros

 Deve sempre verificar-se o nível do óleo como na fotografia esquerda e o nível da valvulina
como na fotografia direita.

Figura 2.114 - Níveis dos óleos


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2.483 No final/inicio do dia deverá o condutor verificar:

 Nível de óleo do motor (viatura e motobomba);

 Nível de combustível (viatura e motobomba);

 Níveis óleo da direcção e travões;

 Águas (radiador e limpa-vidros);

 Na lavagem da viatura, ligar sempre a motobomba, e ter o necessário cuidado para que não
se molhe,

 Na época de inverno ter sempre o tanque de água vazio e torneiras de saída abertas (devido
a acumulação de gelo);

 Para uma uniformização do efetivo na utilização da motobomba, é procedimento obrigatório


deixar sempre a motobomba “pronta para serviço”, isto é;

 Sempre que se terminar os trabalhos deve-se retirar a pressão no regulador (sentido inverso
aos ponteiros do relógio), de forma a que numa próxima utilização não se corra riscos de a
pressão estar demasiado elevada e possa causar danos nos materiais.

3. Utilização

2.484 Para iniciar a utilização da motobomba o retorno tem de estar obrigatoriamente aberto, caso
contrario alem da motobomba não arrancar, ira queimar o fusível (50 amperes) alojado no capot da
viatura. Sendo necessário a sua substituição para voltar a funcionar .

2.485 A motobomba estando desligada o comutador da gasolina está sempre na posição “OFF”.

2.486 Regular a pressão - Sempre que a motobomba não estiver em funcionamento, o retorno deve
estar aberto conforme a imagem (manipulo vermelho).

2.487 A pressão não deve ultrapassar os 16bar, pelo fato de os acoplamentos das torneiras (já com
margem de segurança) não aguentarem uma pressão superior.

2.488 Ideal será trabalhar entre os 10 e 12 bar.

2.489 O homem da agulheta, nunca pode fechar a agulheta sem antes informar o homem da
motobomba da sua intenção, para este abrir a torneira do retorno para não se estragarem os lanços
(devido a alta pressão, as uniões dos lanços cedem);

2.490 Ter em atenção há passagem/paragem de viaturas em cima das mangueiras em carga;

2.491 Agulheta e manobrador (condutor) da motobomba têm de possuir uma comunicação radio
fluída e independente.

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2.492 Agulheta deve trabalhar sempre entre os 25 LPM e os 50 LPM, é importante que o homem
da agulheta consiga fazer uma boa gestão da água;

2.493 Definir pressão estática (circuito fechado) e evitar fazer mais alterações;

2.494 Ao fim das primeiras 4 ou 5h de utilização da motobomba, deve ser verificado o nível de óleo
e repor óleos se necessário( só os óleos recomendados).

2.495 Borrachas degradam-se com o tempo (aguentam menos pressão com o tempo);

2.496 Ter atenção à pressão estática e dinâmica (quando passa de estática para dinâmica a
pressão diminui);

2.497 Aos 50bars a válvula de segurança dispara, se retorno não atuar (houver passagem de água
para o depósito) deve desligar a motobomba e reportar a situação;

2.498 Após o acionamento da válvula de segurança, deve ser pressionado um “pino dourado” por
trás da válvula segurança para normalizar o funcionamento da motobomba.

2.499 Para retirar o filtro, basta empurrar de uma forma suave e rodar o manipulo amarelo e de
seguida puxar (conforme a imagem) e efectuar limpeza com regularidade;

2.500 No abastecimento com recurso a motobomba, utilizando a mangueira de abastecimento.


Devemos ter atenção alguns aspetos relevantes, tais como:

 A mangueira rígida estar bem unida ao tubo de entrada;

 Depois da mangueira rígida estar introduzida no ponto de abastecimento, abrir a torneira de


abastecimento da motobomba se ainda existir água no tanque, de forma a encher a mangueira
rígida.

Figura 2.115 - Retorno aberto

2.501 Regulação da pressão sempre que a motobomba não estiver em funcionamento, o retorno
deve estar aberto confirme a imagem.

2.502 A pressão não deve ultrapassar os 16 bar pelo facto de os acoplamentos das torneiras (já
com margem de segurança) não aguentarem uma pressão superior, o idela será trabalhar entre os
10 e 12 bar.
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Figura 2.116 - Abrir o retorno

2.503 O homem da agulheta, nunca pode fechar a agulheta sem antes informar o homem da
motobomba da sua intenção, para este abrir a torneira do retorno para não se estragarem os lanços
(devido a alta pressão, as uniões dos lanços cedem).

2.504 Ter em atenção há passagem/paragem de viaturas em cima das mangueiras em carga;

2.505 Agulheta e manobrador (condutor) da motobomba têm de possuir uma comunicação radio
fluída e independente.

Figura 2.117 - Agulheta

2.506 Agulheta deve trabalhar sempre entre os 25 LPM e os 50 LPM, é importante que o homem
da agulheta consiga fazer uma boa gestão da água;

(3) Motobomba hidráulica da Viaturas de Primeira Intervenção

1. Funcionamento

2.507 Viatura equipada com duas bombas para debito de água. Uma Bomba Hidráulica de directo
funcionamento ao veiculo e outra, motobomba independente.

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Figura 2.118 - Parte traseira

A – Carretel de Mangueiras;
B – Painel de controlo eléctrico;
C – Bomba hidráulica;
D – Motobomba auxiliar;
E – Comando pneumático para enrolamento das mangueiras;
F – Depósito de óleo e filtro de ar do compressor do carretel de enrolamento das mangueiras;
G – Escada de acesso ao topo do KIT de intervenção;
H – Entrada de água de fonte externa;
I – Saída de água;
J – Válvula de retorno de água ao tanque;
K – Eletroválvula do tanque;
L – Manivela de carretel.

Figura 2.119 - Painel de controlo elétrico da bomba hidráulica

A – Manómetro da pressão
B – Vacuómetro;
C – Nível eletrónico de água no tanque;
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D – Conta rotações/conta horas;


E – Acelerador;
F – Ativação/Desativação da iluminação do cofre posterior;
G – Ativação/Desativação da iluminação do painel elétrico e ativação dos manómetros;
H – “Ferra” da bomba
I – Eletroválvula de abertura/fecho do tanque;
J – Manómetro da temperatura (motor da viatura);
K – Indicador de P.T.O. Engrenada;
L – Paragem de emergência;
M – Pressão de Óleo;
N – Coluna de rádio;
O – Projetor traseiro.

(4) Motobomba auxíliar da Viatura de Primeira Intervenção

1. Funcionamento

2.508 Motor a 4 tempos a gasolina com 2 cilindros em V, de 570cc de cilindrada e 18 cavalos.

Figura 2.120 - Motobomba Vanguard

Figura 2.121 - Motobomba Vanguard

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A - Chave de ignição;
B - Manípulo do acelarador;
C - Controlo da válvula do ar;
D - Torneira de combustível;
E - Filtro do óleo;
F - Depósito do óleo;
G- Filtro de ar;
H - Vareta do nível de óleo;
I - Pega com corda para arranque manual.

Figura 2.122 - Motobomba Vanguard

A - Entrada de água;
B - Válvula do tanque;
C - Válvula de “Ferra”;
D - Válvula de retorno de água ao tanque;
E - Manómetro de pressão;
F - Saída de água;
G - Bomba manual de “Ferra”.

2. Utilização

Arranque da motobomba:

 Colocar o manípulo do acelerador na posição “SLOW” e a alavanca de ar na posição


“FECHADO”;

 Abrir a torneira de combustível;

 Rodar a chave de ignição para a posição “ON”;

 Rodar a chave para a posição “START” ou puxar a pega com corda de arranque manual;

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 Deslocar a válvula do ar para a posição “RUN” e acelerar adequadamente à medida que o


motor aquece

Paragem da motobomba:

 Colocar o manípulo do acelerador na posição “SLOW”;

 Deixar o motor a trabalhar durante alguns segundos;

 Desligar o motor rodando a chave para a posição “OFF”;

 Fechar a torneira de combustível.

Utilização com origem de água a partir do tanque:

 Colocar o manípulo do acelerador na posição “SLOW” e a alavanca de ar na posição


“FECHADO”;

 Abrir a torneira de combustível;

 Rodar a chave de ignição para a posição “ON”;

 Rodar a chave para a posição “START” ou puxar a pega com corda de arranque manual;

 Deslocar a válvula do ar para a posição “RUN” e acelerar adequadamente à medida que o


motor aquece.

Utilização com origem de água a partir de fonte externa (aspiração):

 Fechar a válvula do tanque e a válvula de retorno;

 Conetar o tubo de absorvo com filtro à entrada de água da motobomba;

 Ligar a motobomba;

 Abrir a válvula de “Ferra”;

 Acionar a bomba manual de “Ferra” até ser expelida água;

 Abrir a válvula de retorno do tanque e fechar a válvula de “Ferra”;

 Abrir a saída de água definida para a operação;

 Acelerar adequadamente.

d. Maquinaria

2.509 Não existe uma máquina de rastos específica para utilizar nas operações de combate. No
entanto adaptaram-se os seus equipamentos com o objetivo de desenvolver os trabalhos de
supressão mais indicados consoante as suas características técnicas.

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1) Máquinas de rasto

(a) Classificação

Tabela 2.12 - Classificação de Máquinas de rastos quanto à lâmina

IDENTIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS FUNÇÃO


Máquina com uma lâmina curta
sem asas laterais, geralmente a Estas lâminas estão indicadas

Lâmina reta
mais utilizada em máquinas de para abrir caminho, para
rasto, permitindo uma ligeira construção de linha de defesa
inclinação do pavimento para e para a construção e
ambos os lados à medida que manutenção da rede viária
empurra a terra. Insto não ocorre florestal.
com outros tipos de lâminas.

É mais indicada para a


Lâmina em U

Máquina com uma lâmina muito


abertura de uma linha de
alta e curva, tem asas laterais
defesa, para abertura de vala e
grandes para transportar mais
para a movimentação de
material.
terras.
Lâmina de

Usada para afastar resíduos


dentes

Máquina com uma lâmina de


florestais e para trabalho de
dentes.
rescaldo.

2.510 As máquinas de rastos, normalmente são classificadas em 3 grupos de tamanhos. As


condições que limitam o uso das máquinas de rasto são: os declives acentuados, os combustíveis
pesados, os afloramentos rochosos, as zonas pantanosas e os solos frágeis. Em encostas com
solos ligeiros e frágeis pode ser perigoso e incrementa o potencial de erosão.

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Tabela 2.13 - Classificação de Máquinas de rastos quanto ao tamanho

CLASSIFICAÇÃO DAS MÁQUINAS DE RASTOS DESCRIÇÃO


São máquinas eficazes na abertura de linhas de defesa em

Máquinas de Rasto Pequenas (Tipo


combustíveis ligeiros e em solos com declives de suaves a moderados,
apresentando um melhor desempenho em solos com pouca rocha e
com alguma humidade.
São facilmente manobráveis em espaços reduzidos e causam menores
impactos no meio ambiente, sendo muito eficazes no apoio às
3) operações de rescaldo.
Em zonas com declives mais acentuados aconselha-se o uso de ripper,
ou de uma grade de dentes, com o fim de incrementar a segurança da
máquina em descidas mais acentuadas.
A maior vantagem está na facilidade do transporte e na velocidade do
trabalho (ex. Komatsu D3 E45; Catrepillar D-3 ou D-4).

São máquinas que constituem geralmente uma boa opção, uma vez
que permitem uma maior largura de trabalho, portanto linhas de defesa
Máquinas de Rasto
Médias (tipo 2)

mais largas e um bom desempenho em declives moderadamente


acentuados
Permitem um bom rendimento em solo de combustíveis médios e em
terreno montanhoso, com condições de solo húmido.
O inconveniente é que necessita de transporte específico para deslocar
a máquina, nomeadamente uma zorra. (Ex: Caterpillar D-6).

São máquinas geralmente demasiado grandes para muitas situações


Máquinas de Rasto

de construção de linhas de defesa, sendo difíceis de manobrar em


Grandes (tipo 1)

espaços reduzidos e especialmente em terrenos escarpados.


O seu uso apenas é vantajoso em solos em com combustíveis pesados
e em terrenos de declive suaves a moderados.
Se por qualquer razão ficam retidos, o trabalho para os libertar é
complexo e difícil de executar.

(b) Funcionamento

2.511 O funcionamento deste tipo de maquinaria diz respeito ao seu detentor ou operador, uma vez
que são equipamentos que podem ser usados no apoio á manobra efetuada, devem ser
acompanhados de um operador capaz de entender o seu funcionamento, para materializar a sua
funcionalidade.

2.512 No entanto para que haja uma comunicação fluida importa conhecer algumas características
do funcionamento.

2.513 Estas máquinas realizam o trabalho de supressão, consoante a lâmina que têm acoplada,
por ação da pressão e empurrão da matéria a remover.

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Legenda:

A - Pá
B - Cilindro do tilt
C - Cilindros de elevação
D - Motor
E - Cabine
F - Cilindros de ripper
G - Dente de ripper
H - Barra
I - Lança de arrasto
J - Roda de encaixe
K - Bastidor de lagartas
L - Lagartas superiores
M - Lagartas inferiores Figura 2.123 - Elementos constituintes de uma máquina de rastos

N - Roda guia
O - Braço de empurrão

2.514 A potencia da máquina determina qual o alcance que a máquina consegue efetuar tendo em
conta a resistência do próprio peso e dos materiais que tem que remover.

Legenda:

A - Pá
B - Lâmina
C - Cantoneira

Figura 2.124 - Elementos constítuintes de uma máquina de rastos

2.515 Consoante a posição e movimentos que pode realizar a pá, a máquina pode ser empenhada em
trabalhos diferentes, que têm a ssegiuinte denominação: Bulldozer, quando a pá está fixa; Angledozer,
quando a pá oscila mais para trás ou para a frente, de um dos lados, no sentido da marcha; Tiltdozer, quando
a pá oscila mais para cima ou para baixo no sentido da marcha, tendo em conta as extremindades da pá; e
por último Tipdozer, quando a pá oscila mais para tráz ou para a frente tendo em conta o ângulo de ataque
da lâmina.

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Tabela 2.14 - Indicadores do trabalho consoante a posição da pá

Posições da lâmina Tipo de trabalho


Bulldozer Entende-se por trabalho de Bulldozer, quando a pá está fixa num
ângulo perpendicular ao eixo logitudinal do trator, sendo que realiza
unicamente dois movimentos, levantar e baixar a pá. Estes
movimentos influenciam a profundidade do corte.
O Bulldozer está preparado para trabalhos que requerem grandes
potências para remoção da matéria em causa, por isso é que têm
uma pá com uma longitude mais curta, concentrando assim a
potência do trator numa zona mais pequena.

Angledozer

O trabalho de Angledozer, permite orientar o ângulo que forma o


limite lateral da lâmina com a perpendicular da direção da máquina,
até um máximo de 25 a 30º.
Assim é possível, que a terra sai da pá lateralmente e deixe de
provoca inércia sobre esta, permite também escavar a meia encosta.

Tiltdozer OTiltdozer, não é rigorosamente um tipo de dozer, é mais uma


qualidade que pode ter uma Bulldozer e um Angledozer. Este sistema
permite uma inclinação da pá em relação ao plano médio do trator,
uma vez que a lâmina fica inclinada tendo em conta a direção normal
de deslocamento.
A diferença de nivel entre um e o outro extremo da pá poder chegar
aos 30 cm.
Esta característca faz com que a máquina possa iniciar a escavar
com qualquer uma das duas esquinas da pá, o que permite igualar a
potência, maiores efeitos de penetração em solos dursos, em
abertura de valas, desnivel, arrancar pedras, etc.

Tipdozer

O Tipdozer consite numa rotação da pá em volta do eixo normal da


direção da marcha, que permite inclinar a pá par a frente e para tráz
variando o ângulo de ataque face ao terreno, para que a parte inferior
da mesma, que tem uma superfície importante na posição vertical,
esteja mais reduzida favorecendo a penetração nos casos em que o
arranque é mais difícil.

(c) Manutenção

2.516 A manutenção deste tipo de maquinaria diz respeito ao seu detentor.

(d) Utilização
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2.517 Apesar de a utilização das máquinas de rasto, acrescentarem, garantidamente uma mais
valia durante as operações de combate, também apresentam limitações diretamente relacionadas
com a topografia, o tipo de combustível ou o tipo de solo que se pode encontrar.

2.518 Em regra geral, este tipo de máquinas de rastos, não devem ser utilizadas em trajetos a meia
encosta com mais de 45% de inclinação lateral, a subir encostas com declives superiores a 55% e
a descer encostas com declives superiores a 75%, consoante ilustrado na imagem abaixo.

Figura 2.125 - Declives máximos para Máquinas de Rasto

2.519 Portanto, importa cumprir rigorosamente este aspeto, para garantir que a máquina opere em
segurança durante as manobras que pretende efetuar.

2.520 Segundo o estudo efetuado por E. Oliveira 2013, no que diz respeito à rentabilização da
atuação das máquinas de rastos, apresentamos a tabela abaixo, relativa á comparação das taxas
de abertura de linhas de defesa, apenas numa passagem (metros/hora) realizada pelas máquinas
de rasto mais utlizadas em Portugal para fins florestais, segundo os modelos de combustível de
National Forest Fire Laboratory (NFFL) e o declive.

2.521 Este estudo permite ter uma perceção da capacidade de trabalho que podemos apresentar
durante as operações de supressão de uma frente.

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Quadro 2.1 - Taxa de construção de faixas de contenção por máquinas de rasto 15

2.522 A partir deste quadro pode-se determinar previamente que o rendimento da máquina de
rastos reduz à medida que aumenta a carga de combustível e que o declive tem um acentuado
efeito no rendimento, principalmente na deslocação, sendo que alguns tipos de máquinas de rasto,
de acordo com o seu tamanho, apresentam-se mais adequadas aos diferentes trabalhos. São meios
mecanizados de combate a incêndios eficazes, que poupam recursos e minimizam o desgaste dos
combatentes.

2.523 Por outro lado, são meios caros e exigem operadores experientes, principalmente na matéria
de incêndios florestais. Exigem por norma uma manutenção mais cara e necessitam de um serviço
adequado de inspeção e de reparação.

2.524 Embora sejam equipamentos bastante eficientes, também apresentam limitações,


principalmente quando empenhadas em áreas rochosas e em povoamentos adultos, especialmente
com muitas árvores de grande porte.

2.525 A sua utilidade no combate aos incêndios rurais, prende-se por serem meios fundamentais
para abrir caminhos para as equipas de combate, cujo trabalho combinado aumenta a eficiência do
combate, bem como para a execução de uma linha de controlo durante a operação de rescaldo.

2.526 As máquinas de rastos possuem um sistema hidráulico para controlar a lâmina o que permite
exercer pressão para baixo, permitindo assim adaptar-se aos mais diversos terrenos.

15 Fonte: E.Oliveira Manual do Rescaldo


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2.527 As máquinas de rastos, de que as CATE dispõem, por norma obedecem a um contrato de
cedência que perdura durante os níveis mais altos do DECIR. Este tipo de equipamento, durante o
período definido, faz parte integrante dos meios ao dispor da companhia.

2.528 Durante o mesmo período, a sua utilização é da responsabilidade do Comandante de


Companhia à qual está adstrita, na obstante e independentemente do local onde deve ser
empenhada, deve existir uma coordenação com o COS.

2.529 As vantagens já identificadas que este equipamento oferece, atribui à força uma versatilidade
inigualável, que a permite adaptar-se melhor à estratégia definida, consoante a situação se vai
alterando em todos os momentos do combate.

2.530 Aquando da sua ativação e dependendo de um raio de 70km do local onde a máquina está
posicionada, o seu detentor tem até duas horas para iniciar o deslocamento para o local da
ocorrência. Por sua vez a força de quem depende operacionalmente, deve disponibilizar uma equipa
que acompanha o seu deslocamento. Se por ventura, a Companhia respetiva, já estiver empenhada
e a máquina for mobilizada à posteriori, o acompanhamento e desembaraço de transito, deve ser
garantido por uma patrulha do destacamento de trânsito onde a Companhia se encontra sediada.

2.531 Durante o emprego operacional é necessário proceder ao registo das horas de trabalho desde
o momento em que a máquina sai da zorra até voltar à mesma. Assim deve registar-se hora de
saída da zorra, hora de início de combate e tipo, hora de fim de combate (mesmo que que só se
proceda à mudança de local) e por último número de metros executados. A recolha destes dados é
importante não só para controlo das horas de trabalho, mas sim para perceber a rentabilidade da
mesma em vários tipos de solo.

2.532 A utilização das máquinas de rastos, obedece a procedimentos específicos devido ao tipo de
equipamento que é usado, no entanto, este particular não difere de outros equipamentos que podem
ser usados no que diz respeito ao método escolhido.

2.533 No essencial e pela sua capacidade de trabalho, este tipo de maquinaria pode ser usado no
combate direto, indireto ou na consolidação de área, tudo depende da situação da estratégia
escolhida para debelar o incêndio ou da janela de oportunidade identificada.

2.534 Importa referir que a utilização da máquina nunca deve ser um processo isolado. Como bem
sabemos a complementaridade de ferramentas, equipamentos, técnicas e métodos é sempre a
melhor opção durante o combate, cabe a quem tem o ônus da decisão optar pela melhor articulação
consoante o momento, o terreno, a progressão do incêndio e a janela de oportunidade.

2.535 O combate direto com máquina de rastos é uma opção válida, nomeadamente quando o
incêndio apresenta as seguintes características:

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 Intensidade de calor elevada de forma que não permita a aproximação dos operacionais com
linha de água;

 Para modelos de combustível, que apesar de permitirem o combate direto com outro tipo de
meios, retardam os trabalhos de supressão;

 Em declives que obriguem um trabalho excessivo das equipas de combate;

 Em frentes com um comprimento considerável, que precisem de outra forma de muitos meios
de combate ou controle.

2.536 Se realizar o combate direto com um trator de correntes, podem implementar-se os seguintes
procedimentos em função principalmente do declive e do sentido de progressão do incêndio, por
essa vertente:

 Frente a subir a encosta: eliminar o comburente;

 Frente descendente: eliminar o combustível.

(1) Método de Combate Direto

2.537 Durante a execução do Método de Combate Direto, a linha de controlo é construída na berma
do incêndio, onde podemos optar por duas preferências igualmente válidas. Pode-se optar por atuar
na eliminação do combustível ou na eliminação do comburente. Para a realização deste método de
combate, importa proteger as partes mais vulneráveis da máquina do calor, nomeadamente os
tubos hidráulicos.

i. Eliminação do Comburente

2.538 Esta técnica, consiste em enterrar as chamas da frente de incêndio, com a terra arrastada e
o combustível que a máquina vai removendo à medida que vai avançando. Podemos ter dois
sistemas para desenvolver e a técnica de eliminação do comburente, consoante os trabalhos se
desenvolvam numa linha paralela á linha de incêndio ou perpendicular.

Tabela 2.15 - Técnicas de eliminação do comburente

Ataque paralelo à linha do incêndio Ataque perpendicular à linha do incêndio

Para efetuar o ataque paralelo é necessário que a pá seja A terra é empurrada na perpendicular e na
do tipo angledozer. A pá é colocada de forma a fazer direção das chamas. Esta técnia é usada

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coincidir com o eixo da máquina com o flanco onde se principalmente pelas máquinas de pá
está a trabalhar. A pá tem de estar orientada para a parte cargadora, desenhadas para carregar e não
queimada, inicia-se o corte na zona por arder e ao para empurrar materiais.
começar a empurrar, o material cortado e raspado
A máquina carrega a pá com terra na zona
começa a ser empurrado para cima da chama, (primeiro
verde e verte-a sobre a linha de incêndio
o combustível verde, depois o combustível queimado e
cubrindo o perímetro sufucando a chama. O
por último a terra removida).
rendimento de trabalho é muito inferior ao de
Todo o material desliza pela pá e tem de ficar depositado uma máquina com angledozer.
na parte queimada. O aspeto que apresenta este trabalho
Esta técnica é usada em situações de urgência,
é o de uma faixa de separação de combústivel entre o
tasi como a proteção de casas situadas perto
queimado e o verde.
do perímetro do fogo, quando há pouco tempo
O amontoado criado tem de ser extendido, quando se para atuar. Ou para controlar focos secundários
efetuarem os trabalho finais de consolidação, para evitar que saltam a frente de incêndio, por projeção
que fiquem fumarolas ou pontos quentes. ou por radiação que surjam perto da línha de
trabalho.
A realização deste tipo de ataque depende do tipo de
combustível, da inclinação e do terreno. Este tipo de
ataque é eficiente em terrenos de pasto e matos com
inclinações menores a 30% e em terrenos descontínuos.
Com esta técnica, é possível obter o controlo do incêndio
ao construír uma uma faixa de 3,5 metros, que para além
de conseguir garantir a descontínuidade de combustível
serve de caminho de fuga ou de apoio para a máquina.

ii. Eliminação do Combustível

2.539 A técnica de eliminação de combustível pode ser usada durante o método de combate direto
em duas situações específicas.

2.540 A primeira, quando o declive não permite enterrar a frente de fogo, porque este está a descer
uma encosta, e só é possível trabalhar na parte inferior, deve-se abrir uma faixa o mais próxima
possível da frente de fogo, eliminando o combustível e deixando chegar a frente à faixa criada.
Durante este processo, tem de se assegurar de que na deslocação da terra, não se deslocam brasas
para o lado que se está a proteger.

2.541 A segunda, quando se opte por realizar a consolidação do perímetro com recurso á gestão
do combustível com fogo. Esta técnica consiste em abrir uma faixa com recurso á máquina, o mais
próxima possível ao perímetro do incêndio e em ato contínuo elimina-se o combustível através do
uso do fogo. O material escavado ou removido é depositado no lado oposto ao do incêndio devendo
ficar tapado com a terra removida por cima para proteger o combustível verde. Para a realização
desta técnica é necessário recorrer a equipas de uso do fogo e viaturas de apoio com motobombas.

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Figura 2.126 - Utilização da máquina com apoio de fogo tático

(2) Método de Combate Indireto

2.542 O Método de Combate indireto com recurso às máquinas de rastos, consiste em criar uma
faixa, a uma certa distância do limite do incêndio, que deve ser determinada pelas características
do terreno, que por sua vez determinam a funcionalidade da máquina tais como (o declive, o modelo
de combustível, os afloramentos rochosos, a orografia) e os fatores que determinam o
comportamento do fogo, tais como a velocidade e a intensidade (declives, modelos de combustível
e vento).

2.543 A faixa criada deve considerar a descontinuidade até ao solo mineral, com a menor largura
possível, mas que seja possível controlar a chagada das chamas. Para construir a faixa com
segurança e terminá-la com êxito, é necessário ter em conta vários fatores:

 A velocidade de propagação da frente de fogo que se pretende controlar;

 Comprimento da faixa a construir;

 Rendimento da máquina tendo em conta o tipo de combustível e o declive onde trabalha;

 Rendimento dos operacionais para a realização da queima de gestão de combustível ou da


realização de um contrafogo.

2.544 Com todos estes parâmetros avaliados, avalia-se a distância a que devem ser colocados os
operacionais e os meios, em relação à frente de chamas, que permita terminar o trabalho com
garantias de segurança e antes da chegada das chamas.

2.545 Em função da zona escolhida para iniciar o ataque, podemos considerar duas opções, o
ataque paralelo se efetuamos a ação pelos flancos, ou o ataque frontal, se efetuamos a ação pela
cabeça ou pela zona de maior propagação.

i. Ataque Indireto Paralelo

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2.546 Esta técnica realiza-se normalmente a uma distância de 10 a 100 metros em relação aos
flancos do incêndio. A queima de gestão deve ser realizada com esse tipo de ataque, sempre que
se tenham as condições adequadas para que seja realizada com o efeito desejado. A faixa deve
ser construída o mais direita possível, sem curvas nem sinuosidade. Se por algum motivo, não for
possível efetuar a faixa sem fazer curvas ou ângulos, nesses casos é necessário aumentar a
descontinuidade vertical, eliminando os combustíveis aéreos na zona da faixa mais afastada das
chamas, ou efetuar mais passagens com a máquina para dar maior largura à faixa.

ii. Ataque Indireto Frontal

2.547 Esta técnica, é usada como último recurso, ou seja, quando as outras ações de que dispomos,
oferecem poucas garantias de sucesso, devido ao comportamento extremo.

2.548 Este ataque utiliza-se em incêndios muito agressivos e na zona de máxima propagação. A
ação é condicionada pela distância do ponto de trabalho em relação à frente de incêndio. Devem
ser aproveitadas barreiras naturais, para realizar uma linha de controle reforçada com queimas de
gestão ou realização de contrafogos.

(3) Método de Combate Combinado

2.549 O método de combate combinado, consiste em empregar os dois métodos de combate


indireto e o direto de forma combinada. Quando nos referimos á combinação de meios é necessário
ter o cuidado de seguir as restrições e regras específicas de planeamento e coordenação.

2.550 Para obter a máxima eficiência dos meios de combate e das táticas selecionadas durante o
combate ao incêndio, é necessário prever a sua coordenação.

2.551 No caso específico da utilização das máquinas de rastos existem combinações com outros
meios que aumentam a sua rentabilidade que importa destacar, sendo eles:

 Utilização de aviões anfíbios e aviões de carga com espuma, que vão fazendo as descargas
a frente da faixa que as máquinas estão a construir. Com esta combinação, consegue-se
reduzir a velocidade e intensidade de propagação da frente ao mesmo tempo que se elimina
o fumo, conseguindo melhorar a visibilidade para as descargas.

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Figura 2.127 - Utilização de máquinas com apoio aéreo

 Utilização de descargas feitas por helicópteros (espuma ou água), para eliminar ou arrefecer
focos secundários.

 Utilização de operacionais apeados a consolidar o trabalho realizado com ferramentas


manuais.

 Utilização de veículos com motobombas que apoia o combate com a utilização de água.

Figura 2.128 - Utilização de máquinas com apoio terrestre de viaturas

(4) Faixas de Contenção

i) Critérios Gerais de Construção

2.552 A construção de faixas de contenção, obedece a regras específicas e critérios que devem ser
seguidas para melhorar o rendimento dos meios afetos á operação. Assim o planeamento deve

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prever a localização da faixa, sinalização, o tipo de construção quanto ao tamanho e largura,


profundidade, etc.

2.553 A sua localização deve ser estabelecida de acordo com a estratégia de controlo do incêndio,
o tipo e modelo de combustível e o terreno (declive e rugosidade).

2.554 Deve estar previamente definida e balizada, que é tarefa do responsável que acompanhe e
controle o trabalho da máquina, que deve ter previsto e antecipado alteração do traçado, por mais
simples que sejam.

2.555 O responsável pela localização e sinalização da faixa, deve estar constantemente em


contacto com o observador / vigia / cmdt da operação, do incêndio e com o manobrador para trocar
informação do que se encontra à frente da máquina à medida que vai definindo o itinerário da linha
que é necessário construir.

2.556 Os locais onde se preveja uma utilização ineficaz das máquinas, ou impossibilidade de efetuar
trabalho, deveram ser evitados, para limitar os tempos mortos, devendo substituir ou completado
com ferramentas manuais. Estes locais podem ser zonas de grandes blocos rochosos,
afloramentos, terrenos excessivamente declívios, zonas de exploração mineira, ou outro tipo de
limitações.

2.557 As máquinas de rastos constituem um meio muito eficaz para a execução de faixas de
contenção, principalmente em combustíveis pesados e matos densos, no entanto a faixa aberta
deverá ser seguida com trabalho de ferramentas manuais para a consolidar, para vigiar e manter a
chama dentro do perímetro, para proceder à extinção de focos secundários e para proceder à
queima (fogo tático ou contrafogo).

2.558 Por forma a aumentar a operacionalidade do combate a incêndios, dependendo obviamente


do modelo de combustíveis, torna-se vantajoso e prático a abertura de vias de acesso para a
deslocação das equipas. Porém, apesar de construir uma vantagem, esta não se deve sobrepor ao
objetivo inicial, devendo-se dar prioridade ao controlo do incêndio.

2.559 Pode-se recorrer às máquinas de rasto para a abertura de zonas seguras, as quais deverão
ser definidas previamente, sendo construídas com antecedência necessária.

2.560 Deve-se ter atenção que deverá ser destacado um operacional que cumprirá a função de
localizador e auxiliará no desimpedimento de rochas, ramos, troncos que coloquem em risco o
trabalho e segurança.

2.561 Para a construção de uma linha de defesa com maquinaria, deverá obedecer-se aos
seguintes princípios básicos:

1º. Selecionar e utilizar os pontos de ancoragem;

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2º. Estabelecer o Protocolo de Segurança LACES;

3º. Todos os combustíveis por queimar devem ser retirados para o exterior e se possível
espalhados.

4º. No caso de total impossibilidade de empurrar os combustíveis e o solo para fora, então
deverão ser empurrados e espalhados para o interior, a uma distância segura que não
comprometa a faixa.

5º. Em áreas com pouco arvoredo, para facilitar os trabalhos de máquina, é conveniente colocar
em posição avançada um grupo com motosserras. No entanto, se a máquina for
suficientemente grande para fazer o trabalho ou se o trabalho não cria grandes pilhas de lenha
ou resíduos, então não existe a necessidade de colocar equipas de motosserras.

6º. Os troncos de árvores secos são facilmente derrubados pelas máquinas, porém aconselha-
se o corte pela equipa de motosserras, por razoes de segurança.

7º. É aconselhável consultar o manobrador (sobre a competência e experiência do manobrador


como da capacidade da máquina antes de atribuir o trabalho em terrenos ingremes e de meia
encosta.

8º. Num Grande Incêndio Rural, para o qual seja solicitada a presença de duas máquinas de
rastos para trabalhar lado a lado ou seguida uma da outra, devem-se cumprir os seguintes
cuidados na construção da faixa:

 A máquina maior é a que vai à frente;

 Não devem trabalhar uma abaixo da outra em terrenos declivosos ou demasiado


próximas;

 A máquina que vai à frente abre o caminho e a segunda máquina alarga e consolida a
faixa;

9º. Na construção de uma faixa poderá ocorrer a necessidade de abrir secções mais amplas que
outras, dependendo da manobra requerida, pelo que terá de existir uma razão operacional
que exija uma largura extra, tais como: combustível alto e grosso (pinhal denso), porque há
que dividir um povoamento florestal ou por proteção das equipas em caso de manobra de
fogo de supressão.

10º. Por regra, a largura deverá ser o dobro da altura do combustível confinante e nunca menos
de metade da altura de um povoamento.

11º. Por vezes é impraticável torna-la o suficientemente larga para resistir ao incêndio, pelo que
existe a necessidade de alargar através de recurso a fogo tático, de modo a permitir conter o
incêndio em segurança.
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12º. Aconselha-se a colocar uma equipa de combatentes na retaguarda da máquina de rastos,


mantendo uma distância de segurança, efetuando a redução da carga de combustível na orla
do incêndio, cortar os ramos que pendem das árvores ou que pendem das árvores ou que
cruzam faixa, espalhar o material resultante do arrastamento. É fundamental o trabalho de
uma equipa de ferramentas manuais a seguir a máquina, de forma a garantir que se reúnem
as condições para proceder a manobra de fogo de supressão (se necessário).

13º. A equipa de combatentes encarregue de realizar o fogo tático poderá também assegurar a
consolidação da linha, operando em conjunto com a máquina. Em grandes incêndios, esta
equipa “combinada”, deverá funcionar de forma autónoma, sendo supervisionada por um
responsável designado e em constante contacto. Se efetuar recurso ás técnicas de uso do
fogo, seguindo a linha aberta pela máquina de rastos, deve-se manter uma distância de
segurança que não prejudique o trabalho do manobrador ou comprometa a construção e a
segurança da linha de defesa.

14º. É conveniente garantir medidas que visem a necessária manutenção do equipamento, pois
tratam-se de máquinas dispendiosas que ao fim de algum tempo de trabalho requerem serviço
de manutenção (nomeadamente lubrificação, limpeza de filtros, afinação de rastos, etc).

15º. As máquinas de rastos devem estar adequadamente equipadas:

 Serem blindadas por debaixo;

 Possuírem cintos de segurança;

 Estar dotadas de extintor e pá;

 Luzes traseiras e frontais;

 O escape deve estar protegido com malha anti faúlhas;

 Os manobradores devem possuir equipamento de proteção individual completo, incluindo


“fireshelter”.

(e) Segurança

2.562 Associado á utilização das máquinas de rastos em ambiente florestal, estão identificados os
riscos provenientes da sua ação, bem como as medidas preventivas que devem ser adotadas com
vista a evitar a produção de acidentes. Conhecer estes riscos, oferece a vantagem de rentabilizar o
esforço da utilização destes equipamentos nas operações de combate, minimiza a sua exposição e
por último previne a ocorrência de acidentes.

2.563 Assim como riscos associados, identificam-se os seguintes:

 Atropelamento (por má visibilidade, velocidade inadequada...);

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 Deslizamento descontrolado do trator (lamaçais, terrenos decompostos);

 Máquinas em movimento descontrolado (abandono da cabina sem desligar a máquina);

 Reviramento

 Queda por vertentes (execução de trabalhos em zonas de declive acentuado);

 Colisão com outros veículos;

 Contacto com cabos elétricos;

 Incêndio;

 Queimadura (operações de manutenção);

 Queda de trabalhadores da máquina;

 Golpes;

 Projeção de objetos;

 Ruído (inerente à máquina e/ou a outras a operar no mesmo local);

 Vibrações;

 Problemas respiratórios devido a trabalhos em ambientes com muito pó;

2.564 Fazem parte das medidas preventivas os seguintes procedimentos a adotar:

 Fazer com que o condutor da máquina conheça a sua localização

 Tentar não trabalhar abaixo do local onde a máquina opera

 Estar atento a materiais rolantes que podem ser deslocados pela ação da máquina;

 Não se colocar ou caminhar á frente ou atrás da máquina, nem colocar qualquer equipamento
na mesma área;

 Não se aproximar da máquina sem que esteja completamente parada e o seu condutor ter
feito sinal para que se aproxime.

 Durante a aproximação à maquina deve manter-se permanentemente à vista do operador.

 Nunca entrar ou sair da máquina em movimento.

 Ter em atenção que, numa situação de emergência, uma máquina com lâmina pode ser
fundamental para construir uma zona segura.

2.565 Fazem parte das medidas preventivas a seguir pelo operador da máquina, os seguintes itens,
que deve conhecer:

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 Para subir e descer de a máquina utilizar os apoios próprios para esse fim, de modo a evitar
quedas;

 Não proceder a ajustes na com a máquina em movimento ou com o motor a funcionar;

 Não permitir o acesso à máquina de pessoas não autorizadas;

 Não trabalhar com o “bulldozer” em situações de avaria;

 Para evitar lesões durante as operações de manutenção, deve-se apoiar a lâmina no solo,
parar o motor, acionar o travão de mão e bloquear a máquina. Após este procedimento realizar
a manutenção necessária;

 Não guardar combustível nem panos sujos na máquina para evitar risco de incêndio;

 Não abrir a tampa do radiador com o motor quente. Os gases libertados podem causar
queimaduras;

 No caso de ser necessário efetuar reparações a nível do sistema elétrico deve desligar-se o
motor e retirar a chave da ignição;

 Vigiar a pressão dos pneus da máquina e manter sempre nos valores recomendados pelo
fabricante;

 No caso de se tocar em cabos de alta tensão, não saltar do bulldozer sem que o contacto
tenha sido interrompido e a máquina retirada do local de contacto. Só depois se deve saltar,
sem tocar simultaneamente na máquina e no solo;

 Não improvisar caminhos de circulação interna;

 Deve proceder-se à manutenção dos caminhos internos para evitar acidentes;

 Não utilizar máquinas desprovidas de cabina para proteção do operador, em caso de


capotagem ou reviramento e contacto com outros objetos;

 Nunca abandonar a máquina em movimento;

 Nunca abandonar a máquina sem antes apoiar, sobre o solo, a lâmina frontal e “ripper”
traseiro;

 Não se deve proceder ao transporte de pessoas no “bulldozer”, afim de evitar quedas e


ferimentos.

2) Tratores

(a) Identificação

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2.566 Para além dos veículos identificados, podem ser utilizados tratores com charruas ou grades
de disco para a abertura de faixas de contenção. O principio de utilização obedece ao mesmo
principio das máquinas de rasto, no entanto este tipo de meios é usado como um recurso auxiliar e
alternativo.

Figura 2.129 - Trator com grade de disco

2.567 Estes meios, apesar de não fazerem parte integrante do dispositivo, ou em particular de uma
força de combate, muitas das vezes são úteis para auxiliar o corte da vegetação, na realização de
faixas de contenção, ou até no alargamento de uma faixa apoiada numa estrada, caminho ou aceiro.

(b) Funcionamento

2.568 O funcionamento deste tipo de maquinaria diz respeito ao seu detentor ou operador, uma vez
que são equipamentos que podem ser usados em auxílio, ou como último recurso no apoio á
manobra efetuada, devem ser acompanhados de um operador capaz de entender o seu
funcionamento, para materializar a sua utilização.

(c) Manutenção

2.569 A manutenção deste tipo de maquinaria diz respeito ao seu detentor.

(d) Utilização

2.570 São máquinas auxiliares, geralmente acionadas pela tomada de força do trator, embora
também possam ter motor próprio. Utilizam-se para eliminação de vegetação não desejada assim
como de resíduos florestais resultantes de outras atividades. Quando utilizadas com destroçadores,
os elementos de corte podem ser lâminas, correntes ou martelos

2.571 A sua utilização obedece ás regras operacionais e os seus operadores devem seguir as
regras indicadas pelo operacional nomeado para o efeito pretendido com a utilização da máquina.

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São máquinas que atuam essencialmente no corte e remoção da vegetação, no apoio ou na criação
de faixas de contenção, através do método de combate indireto.

(e) Segurança

2.572 Os riscos identificados quando este tipo de maquinaria é usado com destroçador são:

 Projeção de objetos, durante o funcionamento da máquina, que podem ser estilhaços ou


lascas (provenientes do mecanismo de corte), pedras ou mesmo pequenos fragmentos
metálicos da própria máquina

 Atropelamento (por má visibilidade, velocidade inadequada...)

 Deslizamento descontrolado do trator (lamaçais, terrenos decompostos)

 Máquinas em movimento descontrolado (abandono da cabina sem desligar a máquina)

 Reviramento

 Queda por vertentes (execução de trabalhos em zonas de declive acentuado)

 Colisão com outros veículos

 Incêndio

 Queimadura (operações de manutenção)

 Queda de trabalhadores da máquina

 Golpes

 Ruído (inerente à máquina e/ou a outras a operar no mesmo local)

 Vibrações

 Problemas respiratórios devido a trabalhos em ambientes com muito pó

2.573 Fazem parte das medidas preventivas os seguintes procedimentos a adotar:

 Fazer com que o condutor da máquina conheça a sua localização

 Tentar não trabalhar abaixo do local onde a máquina opera

 Estar atento a materiais rolantes que podem ser deslocados pela ação da máquina;

 Não se colocar ou caminhar á frente ou atrás da máquina, nem colocar qualquer equipamento
na mesma área;

 Não se aproximar da máquina sem que esteja completamente parada e o seu condutor ter
feito sinal para que se aproxime.

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 Durante a aproximação à maquina deve manter-se permanentemente à vista do operador.

 Nunca entrar ou sair da máquina em movimento.

 Ter em atenção que, numa situação de emergência, uma máquina com lâmina pode ser
fundamental para construir uma zona segura.

2.574 Fazem parte das medidas preventivas a seguir pelo operador da máquina, os seguintes itens,
que deve conhecer:

 Os operadores devem ser sempre profissionais capacitados e experientes;

 O tipo de destroçador a utilizar deve ser o mais adaptado ao tipo de solo e material vegetal a
eliminar;

 Deve utilizar-se preferencialmente destroçadores acionados pela tomada de força,


relativamente aos portáteis e os acoplados a tratores de lagartas relativamente aos de rodas;

 A cabina de proteção deve ser completa e manter-se em perfeito estado de conservação;

 Não devem existir obstáculos ou trabalhadores no local onde a máquina está a operar

 O operador deve certificar-se de que o destroçador não é acionado perto de terceiros e manter
uma distância de segurança equivalente ao espaço atingido por projeções;

 No caso do isolamento acústico da cabina não ser suficientes devem utilizar-se protetores
auditivos;

 Manter os estribos limpos de barro, água, etc.;

 Para descer da máquina não se deve saltar, mas sim utilizar os apoios específicos para o
efeito;

 As operações de manutenção devem realizar-se com o trator e o destroçador desligados, em


terreno o mais plano possível, para assegurar a estabilidade e segurança da máquina;

 Em caso de aquecimento do motor não deve retirar-se a tampa do radiador para evitar
queimaduras;

 Evitar manipular o líquido anti corrosão e, se estritamente necessário, utilizar luvas e


proteções oculares;

 Mudar o óleo do motor apenas quando este estiver frio;

 Não fumar quando se manipula a bateria ou se procede ao reabastecimento para evitar risco
de incêndio;

 Não tocar diretamente com os dedos nos elétrodos da bateria;

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 Para manipular o sistema elétrico deve desligar-se o motor e retirar a chave da ignição.

e. Meios Aéreos

1) Classificação

Tabela 2.16 - Classificação dos meios aéreos

Identificação Class. Ficha Técnica Função


N.º de Motores: um (B2) e (B3);
N.º de Rotores: Dois, um principal (3 pás) e
outro de cauda (2 pás);
Diâmetro rotor principal:10,20 m; 10,20 m
Meios Aéreos de Comando

Comprimento:9,70 m; 9,75 m Transporte de


Largura: 2,08 m; 2,30 m operacionais de
comando em
Alouette

Altura: 2,75 m; 2,75 m


missões de
Peso max. Descolagem: 1600 kg; 1650 kg
reconhecimento e
Velocidade máxima: 185Km/h; 205Km/h avaliação da
Velocidade cruzeiro: 165Km/h; 170Km/h situação
Autonomia à altitude óptima: 4h30m; 6
horas
Potência máx: 530cv; 530cv
Potência em contínuo: 360cv; 480cv
Usados para o
N.º de Motores: um (B2) e (B3); combate
combinado com
Helicópteros ligeiros

N.º de Rotores: Dois, um principal (3 pás) e


ECUREUIL B2/B3

outro de cauda (2 pás); equipa


helitransportada a
Capacidade: 5 passageiros e um tripulante
5 elementos.
Meios Aéreos de Combate

(piloto);
Transporte de
Peso máximo na descolagem: 2250 kg;
“balde” com
Velocidade Máxima: 132 Kts; 245 Km/h capacidade de
Autonomia máxima: 04:01 horas. água até aos 1000
L;

Usados no
Helicópteros Médios

N.º de Motores: Dois


BELL 212 e BELL

combate com
N.º de Rotores: Dois, um principal (com 2 brigadas
pás) e outro de cauda (2 pás); helitransportadas
412

Capacidade: nove passageiros e dois de que podem


tripulantes; variar de 8
Peso máximo na descolagem: 5080 Kg; elementos a 12 M
Transporte de

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Velocidade Máxima/Cruzeiro: 120 / 100 “balde” com


Kts; 223 / 186 Km/h; capacidade de
Autonomia máxima: 02:00 horas. BELL 412 água até aos 1000
a 2500 L;
N.º de Motores: Dois
N.º de Rotores: Dois, um principal (com 4
pás) e outro de cauda (2 pás);
Capacidade: 13 passageiros e 2 tripulantes;
Peso máximo na descolagem: 5262 Kg;
Velocidade Máxima/Cruzeiro: 140 / 120
Kts; 259 / 222 Km/h
Autonomia máxima: 02:00 horas.
Capacidade Tripulação: 16
Diámetro rotor principal: 15.90 m
Altura: 5,5 m Usados no
combate para
Peso vazio: 6 920 kg
efetuarem
Peso cargado: 11.000 kg carga útil e máx. descargas de
12.700 kg carga máxima
Helicópteros Pesados

baldadas de água.
Peso útil: de 3.700 kg / 5.000 kg Transporte de
externamente “balde” com
Peso máximo descolagem: 12.700 kg capacidade de
água até aos 2500
Potencia: 1 660 kW (
L.
Velocidad máxima operativa (Vno): 250
Capacidade de
km/h (155 MPH; 135 kt)
transporte e
Velocidad de passeio (Vc): 230 km/h (143 projeção de
MPH; 124 kt) operacionais até
Alcance: 850 kilómetros con 1.500 kg carga um máximo de 16.
útil
Teto de voo: 5 000 m (16 404 ft)
Capacidade: 820 US Gal (3,104 L) of
chemicals
Comprimento: 35 ft 11 in (10.95 m)
Aviões Ligeiros Aerotanque ligeiro

Envergadura: 59 ft 3 in (18.06 m) Usados para o


Altura: 12 ft 9 in (3.89 m) Combate.
Efetuam com
Área das asas: 401.0 ft2 (37.25 m2)
descargas de
Proporção: 8.8:1 água de 1800 L a
Peso vazio: 6,505 lb (2,951 kg) 2800L;
Peso Bruto: 16,000 lb (7,257 kg) Também é usual
Motores: 1 × Pratt & Whitney PT6A-67AG as descargas de
turboprop, 1,350 hp (1,007 kW) água misturadas
com caldas ou
Velocidad de passeio: 221 mph (356 km/h)
espumas;
Alcance: 800 miles (1,289 km)
Teto de voo: 25,000 ft (7,620 m)
Razão de subida: 850 ft/min (4.3 m/s)

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Tripulação: 2 pilotos
Carga útil: 2.900 kg
Comprimento: 19,8 m
Envergadura: 28,6 m
Altura: 8,9 m
Peso vazio: 12.880 kg
Peso máximo do combustível: 4.650 kg
Peso máximo de descolagem (a partir da
terra, carga descartável): 19.890 kg
Peso máximo de descolagem (a partir da

Aviões Médios Aerotanque médio (Canadair)


terra, carga não descartável): 18.600 kg
Peso máximo de descolagem (a partir
d'água): 17.870 kg Usados para o
combate. Efetuam
Capacidade máxima de água ou
descarga de água
retardante: 6.140 kg
de 2800 L a 4000
Peso máximo após recarga de liquido: L;
21.360 kg
Também é usual
Motores: 2 × Pratt & Whitney Canadá as descargas de
PW123AF turboprop, água misturadas
Potência de descolagem: 2.380 shp (1.775 com caldas ou
kW) cada Sonda que recolhe água, espumas
localizada na parte baixa da fuselagem do
CL-415
Desempenho:
Velocidade máxima: 359 km/h
Velocidade do cruzeiro: 333 km/h
Distância de descolagem (na terra):
840m
Distância de descolagem (na água):
815m
Distância de aterragem (na terra): 675m
Distância de aterragem (na água): 661m
Profundidade mínima da água: 1,8 m
Comprimento: 32 m (105 ft)
Envergadura: 32,8 m (108 ft)
Aviões Pesados Aerotanque pesado (Beriev)

Altura: 8,9 m (29,2 ft)


Área das asas: 117,4 m² (1 260 ft²)
Alongamento: 9.2 Usados para o
Peso vazio: 27 600 kg (60 800 lb) combate, Efetuam
descargas de
Peso máx. de decolagem: 41000 kg (90
4000 L;
400 lb)
Também é usual
Motor(es): 2x turbofans Progress D-436TP
as descargas de
Velocidade máxima: 700 km/h (378 kn) água misturadas
Alcance (MTOW): 2 100 km (1 300 mi) com caldas ou
Teto máximo: 8 000 m (26 200 ft) espumas
Razão de subida: 13 m/s
Capacidade de Água ou Retardante:
12000 kg (26 500 lb)
Dados da Wikipédia anglófona - Be-200

Meios e Equipamentos de Combate


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Classe: I
Subclasse: (2-20 kg)
Perfil de Voo: Asa fixa
Endurançe: 120 min Recolhade
imagens para
Alcance: 25 km
apoio á decisão.
Altitude min: 10 m Monitorização de

Drones
Apoio
Altitude máx: 900 m frentes de
Velocidade Min. (km/h) 10 incêndio extintas.
Medição de área
Velocidade Cruzeiro (km/h) 55
ardida.
Velocidade Máx. (km/h) 80 Identificação de
Vento máx. (Beaufort - km/h) 30 pontos quentes.
Resistência chuva (S/N) S
Zona Lançamento; Zona de Aterragem
100x25m

2) Funcionamento

2.575 Foi em 1970 que, pela primeira vez em Portugal, através de ações de reconhecimento aéreo,
se utilizaram aeronaves em apoio ao combate de incêndios florestais. Só depois de 1980 teve início
a utilização de aeronaves em ações de combate direto, através do lançamento de água, produtos
retardantes e através do transporte de equipas helitransportadas.”16

2.576 Depois na década de 80 e uma vez que houve aumento na disponibilidade e baixaram os
custos de operação, inicia-se a utilização de helicópteros em combate com água e retardantes numa
função de Heli Tanques, provando-se uma ferramenta muito versátil e eficiente no controlo de
incêndios florestais, sendo a sua principal vantagem poder aterrar praticamente em qualquer sítio.

2.577 Atualmente esta aeronave multiuso é utilizada para:

 Transporte de Brigadas;

 Combate direto através de lançamento de água, espuma e retardantes;

 Voos de reconhecimento;

 Estender mangueiras;

 Ignição de áreas para contrafogos;

 Transporte de carga.

2.578 O transporte de combatentes, equipamentos e o próprio combate com água é o uso mais
comum dos helicópteros no mundo inteiro.

16 Citado de Manual Operacional – Emprego dos Meios Aéreos em Operações de Proteção Civil, 2009
Meios e Equipamentos de Combate
2-171
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2.579 A utilização de meios aéreos no combate a incêndios florestais torna-se essencial, quer seja
através de helicópteros e/ou aviões, para o domínio de incêndios nascentes e também como apoio
à circunscrição de grandes incêndios, no entanto importa sublinhar que os meios aéreos não são
responsáveis pela extinção dos incêndios, pois estes “vencem-se” no terreno, através da ação dos
meios terrestres.

2.580 No que concerne aos meios aéreos, o seu uso com brigada em incêndios florestais faz-se
sempre no quadro da estratégia geral da proteção da floresta contra o fogo. São utilizados
helicópteros ligeiros, médios e pesados, assim como aviões, também ligeiros, médios ou pesados.

2.581 Quanto ao que se refere a objetivos estratégicos, os Meios Aéreos são utilizados para
dominar os incêndios na sua fase nascente e para limitar desenvolvimentos catastróficos que
possam colocar em perigo pessoas e/ou bens, por uma otimização da eficácia do combate ao
incêndio florestal.

2.582 No que diz respeito a objetivos táticos, os Meios Aéreos possibilitam:

 Uma vigilância aérea armada;

 Tratamento prioritário de incêndios nascentes;

 Eficácia do combate com empenho flexível e intervenção combinada ar/terra, musculada e


dinâmica;

 Garantia da segurança a pessoas e bens.

2.583 Os Meios Aéreos são vantajosos, na medida em que são mais rápidos que qualquer veículo,
possuem flexibilidade em ser reposicionados ou em aceder a qualquer local no terreno, permitem a
utilização de retardantes, e, ainda, uma visão globalizada da situação e do incêndio.

2.584 Contudo, para além das vantagens, há que saber lidar e conhecer as desvantagens: as
limitações quanto à utilização dos meios aéreos em condições de visibilidade reduzida, de noite, ou
em condições meteorológicas adversas. Há ainda outro fator a considerar que é o potencial humano
e técnico que estes meios requerem.

3) Manutenção

2.585 A manutenção deste tipo de meios diz respeito ao seu detentor.

4) Utilização

(a) Brigadas helitransportadas

2.586 Os meios aéreos de ATI são constituídos por Helicópteros de Ataquei Inicial (HEATI) que, por
norma, são empenhados imediata e prioritariamente em incêndios nascentes, com as respetivas

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equipas ou brigadas17 (secção no caso de militares) helitransportadas, para distâncias até 40 km, a
partir do PIPS onde estão sedeados, se a localização do incêndio se encontrar no seu raio de ação.

2.587 Para este feito, os HEATI disponibilizados à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção
Civil (ANEPC) têm de estar aptos a transportar, para além da tripulação, uma equipa ou secção
helitransportada. Caso o helicóptero opere com balde, o mesmo não poderá ser transportado em
carga suspensa com a equipa/brigada helitransportada a bordo, devendo para tal ser transportado
num cesto apropriado, instalado no exterior do helicóptero, juntamente com as ferramentas manuais
da equipa/brigada.

2.588 Entende-se por equipa helitransportada (EIPS) um grupo especializado constituído por cinco
operacionais, transportados num helicóptero, com a missão específica de intervenção imediata em
incêndios florestais com o auxílio de ferramentas manuais e liderada por um chefe de equipa. Caso
o número de elementos seja igual ou superior a oito operacionais designar-se-á de secção (SIPS)
helitransportada.

2.589 Nos TO, os helicópteros e as respetivas equipas/secções helitransportadas, devem funcionar


como um binómio, trabalhando conjuntamente para o mesmo objetivo através de métodos de
trabalho definidos.

(b) Missões

2.590 Os diferentes aviões e helicópteros que constituem o dispositivo aéreo da ANEPC têm
vocações e características técnicas diferenciadas, as quais deverão ser consideradas em função
dos diferentes tipos de missão e suas opções táticas, tendo em vista tirar o maior proveito das suas
potencialidades. No âmbito deste manual serão abordados apenas os helicópteros e tipos de
missão a desenvolver.

(1) ATI

2.591 O ATI tem como o objetivo a extinção dos incêndios florestais no mais curto espaço de tempo,
enquanto estes são de pequenas dimensões, sendo considerado, especialmente desde 2006, como
uma das ações operacionais fundamentais na resposta ao combate a incêndios florestais.

2.592 Durante período de funcionamento dos PIPS, e se a localização do incêndio se encontrar no


raio de atuação dos meios aéreos de ATI, o CDOS aciona, de forma imediata, um meio aéreo de
ATI, quando e onde disponível. O empenhamento de dois meios aéreos de ATI está dependente de
autorização prévia do CONAC, para as freguesias não elencadas como prioritárias em Instrução
Operacional (INSTROP) do CNOS.

17Terminologia adotada pela ANEPC - Uma brigada helitransportada é constituída por duas ou mais equipas
helitransportadas, transportadas por helicóptero ou helicópteros agrupados em task force.
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2.593 O acionamento de um meio aéreo de ATI é, geralmente, precedido de um alerta (popular,


torre de vigia, 112, bombeiros ou outros). Consequentemente, o CDOS responsável pela área de
intervenção, dá ordem de missão ao PIPS que cobre a zona de sinistro para que acione o(s) meio(s)
aéreo(s) ali sedeados, informando-o do local do incêndio, com a maior exatidão possível, através
do rumo (em graus magnéticos com três dígitos; ex: 008°; 030°; 180°), distância (em quilómetros)
e coordenadas geográficas (Datum WGS84), bem como de outros meios de combate acionados e
demais informações relevantes. Caso um CDOS despache um meio aéreo sedeado num PIPS de
outro distrito, deverá informar o respetivo CDOS desse facto.

2.594 Um PIPS pode acionar diretamente o(s) meio(s) aéreo(s) nele sedeados, sempre em
articulação com o CDOS respetivo quando:

 Do PIPS se detetar um incêndio nascente;

 O(s) Pilotos-Comandante(s), enquanto no cumprimento de uma missão, informa(m) da


existência de outros incêndios nascentes;

 Sendo a primeira entidade a saber da existência de um incêndio nascente, este deflagra numa
zona considerada de alto risco.

2.595 Os meios aéreos de ATI são constituídos, por norma, por HEATI, onde se incluem os
helicópteros bombardeiros ligeiros (HEBL) e helicópteros bombardeiros médios (HEBM). Por
norma, estes helicópteros são empenhados imediata e prioritariamente em incêndios nascentes,
com as respetivas equipas ou brigadas helitransportadas, para distâncias até 40 km, a partir do
PIPS onde estão sedeados.

2.596 Tendo em vista a minimização do dano potencial previsível, poderão ser utilizados em ATI,
outros meios aéreos de maior capacidade de carga.

2.597 O sucesso da intervenção dos HEATI está dependente de vários fatores como sejam a
distância e o tempo de viagem da aeronave até ao incêndio, as suas características, a distância aos
pontos de água, o tipo e eficácia das descargas, as condições meteorológicas, a disponibilidade de
meios terrestres, a intensidade do incêndio, o tipo de combustível, a organização operacional e as
infraestruturas de apoio à sua ação. Uma intervenção eficaz pressupõe disponibilidade, rapidez no
despacho e descolagem, tempo mínimo de viagem até à ocorrência e suporte de um sistema
logístico adequado.

2.598 A eficácia do ATI aumenta quando o incêndio está na sua fase inicial, com chamas pouco
altas e de perímetro reduzido, bem como nos casos em que predomina o combustível rasteiro, o
vento é pouco intenso, o relevo é menos acentuado e a distância aos locais de reabastecimento de
água das aeronaves é curta. Aliás, a existência de uma boa malha de pontos de água é
determinante para o sucesso da missão.
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2.599 Por outro lado, a sua eficácia pode ser afetada negativamente por vales estreitos, terrenos
montanhosos, obstáculos, efeitos meteorológicos, efeitos da altura do sol, fumo denso e por floresta
alta e densa.

2.600 Neste contexto, há que distinguir missão e intervenção aérea. Quando uma aeronave é
empenhada numa ocorrência, em que existe um despacho de PIPS, seguida de um despacho do
Piloto-Comandante e em que este tenha iniciado o arranque dos motores da aeronave considera-
se uma missão aérea. Uma missão aérea não pressupõe, necessariamente, uma intervenção.

2.601 Uma intervenção, por seu lado, é uma missão aérea que resulta numa assistência e/ou
participação de um meio aéreo numa ocorrência ou da equipa/brigada helitransportada a ele
agregado.

2.602 A ação aérea de ATI não deverá ultrapassar os 90 minutos (a autonomia de referência dos
helicópteros de ATI) contados a partir do despacho imediato, sendo dada por finalizada quando o
incêndio for considerado dominado pelo Comandante de Operações de Socorro (COS), ou seja,
quando o incêndio atingiu uma fase em que as chamas já não afetam os combustíveis vizinhos
através dos mecanismos de transmissão de calor e a altura das chamas é reduzida não existindo
perigo de propagação do incêndio para além do perímetro já atingido.

2.603 O COS pode também decidir-se pela desmobilização de meios aéreos quando, por razões
diversas, não é possível aplicar as técnicas e táticas estabelecidas, quando se colocam questões
de segurança no ar ou em terra ou quando considera que os meios no TO são suficientes.

2.604 O combate aéreo deve ser sempre acompanhado pela ação terrestre, uma vez que a extinção
dos incêndios só é conseguida no terreno com a intervenção de meios terrestres especializados e
dotados de equipamento necessário para o efeito e de forma a evitar a sua reativação.

Figura 2.130 -
Esquema ilustrativo do
modelo de despacho
de meios em ATI
Fonte: GNR/UEPS

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Figura 2.131 - Diagrama temporal das fases do combate a um incêndio rural 18

(2) ATA

2.605 O ATA é uma ação integrada e sustentada pelo despacho de meios de reforço e especiais,
projetados para incêndios não dominados em ATI. Obriga à reposição da capacidade de ATI dos
meios do dispositivo, no qual se incluem todos os meios aéreos de ATI que, após a paragem
operacional, para efeitos de reabastecimento de combustível e verificação técnica, ficam
disponíveis para fazer face a novos incêndios nascentes.

2.606 A ação ATA pode iniciar-se antes de se atingirem os primeiros 90 minutos de operação,
quando a previsão de evolução do incêndio, assim o determine e que seja superiormente validada
pelo COS.

2.607 O DECIR compreende um conjunto de meios aéreos de ATA, com grande capacidade de
carga e vocacionados para incêndios de grande dimensão e/ou complexidade, que são constituídos
por:

 Helicópteros de ATA (HEATA), onde se incluem os helicópteros bombardeiros pesados


(HEBP), os quais são empenhados, preferencialmente, para distâncias até 70 km, sem
prejuízo do seu imediato envolvimento em incêndios nascentes, à ordem do CNOS;

18 Fonte: Adaptado de OTI (novembro 2019)


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 Aviões de ATA (AVATA), onde estão incluídos, por norma, os aviões bombardeiros médios
(AVBM) anfíbios e os aviões bombardeiros pesados (AVBP), sem prejuízo do seu imediato
envolvimento em incêndios nascentes, à ordem do CNOS.

2.608 Face a um ATA, o CDOS responsável pela ocorrência, pode solicitar ao CNOS o
empenhamento de AVATA e HEATA ou, eventualmente, de HEATI. O CNOS, após avaliação da
situação operacional do país, pode autorizar o acionamento desses meios aéreos em ATA, dando,
nestes casos, ordem de missão diretamente para o(s) respetivo(s) PIPS, com conhecimento ao
CDOS responsável pela ocorrência.

2.609 Havendo necessidade de empenhamento de helicópteros de ATI em ATA, este


empenhamento deverá incluir sempre a Equipa Helitransportada de Ataque Inicial (EHEATI), por
forma a garantir a operacionalidade e eficácia do meio (ANEPC, 2019).

1. Equipamentos / Ferramentas

2.610 Neste capítulo será apenas discriminado os equipamentos e ferramentas utilizados pelas
brigadas helitransportadas, para além daqueles que são considerados como Equipamentos de
Proteção Individual.

2. Chefe de equipa

2.611 O chefe de equipa é o responsável pelas comunicações, envergando um colete/peitoral de


comando que acondiciona diversos equipamentos, nomeadamente:

 Rádios:

 2 rádios SIRESP (E/R Portátil SEPURA – STP8038 e/ou E/R Portátil MOTOROLA
MTH600);

 1 rádio em rede VHF/AM (Banda Aeronáutica) (ICOM IC-A6EE/R Portátil);

 1 rádio rede 150 MHz (ICOM IC – F34GS).

 Telemóvel

 Uma ferramenta sapadora.

3. Restantes elementos

2.612 Dependendo do tipo de brigada, tamanho, configuração do terreno e tipo de combustível as


ferramentas devem ser escolhidas da melhor forma a rentabilizar o esforço de forma eficiente. O
material escolhido deve complementar a intervenção nos componentes no triânulo do fogo, logo
deve incluir ferramentas de corte, arrefecimento e abafamento, que sejam resistentes e versáteis,
para reentabilizar o esforço de todos os elementos.

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4. Disposição do material

i) Ecureuil B2/B3

Disposição do interiror

Este helicóptero dispõe de cinco assentos de passageiros, dispostos da seguinte forma:

 Uma fila de quatro assentos situados atrás do piloto, virados para a frente;

 Dois assentos dianteiros, respetivamente para um passageiro e para o tripulante/piloto;

Transporte de Material

O materail é transportado no cesto por cima do balde, devidamente acondicionado e seguro


pela tampa do cesto que aoo fechar impede que este se desloque durante o transporte.

ii) Bell 212

Disposição Interior

Este helicóptero dispõe de onze assentos de passageiros, dispostos da seguinte forma:

 Uma fila de quatro assentos situados atrás do piloto e co-piloto, virados para trás;

 Uma segunda fila de cinco assentos situada atrás da anterior, orientada para a frente;

 Zonas laterais, situadas atrás da fila de cinco, orientados para fora, utilizadas para o
transporte de ferramentas e equipamentos.

Transporte de material

Idem.

iii) Bell 412

Disposição Interior

Este helicóptero dispõe de treze assentos de passageiros, dispostos da seguinte forma:

 Uma fila de quatro assentos situados atrás do piloto e co-piloto, virados para trás;

 Uma segunda fila de cinco assentos situada atrás da anterior, orientada para a frente;

 Duas filas laterais de dois assentos cada, situadas atrás da fila de cinco, orientados para
fora/laterais, sendo que estas filas normalmente são utilizadas para o transporte de
ferramentas e equipamentos.

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Figura 2.132 - Interior de um Helicóptero Bell 412 (Esquema dos assentos)


Fonte - Junta de Andalucia / Consejería de Medio Ambiente.

Transporte de Material com Cesto Fechado

 Situado no lado direito da aeronave;

 Permite o acesso por ambas as portas, pois possui um “degrau”;

 A parte superior permite a entrada e saída dos operacionais;

 No seu interior será transportado o “bambi bucket” e algumas ferramentas;

 Na parte da frente do cesto devem ser colocadas a ferramentas de corte, as motosserras,


e eventualmente recipientes de transporte de combustível;

 Os batedores devem ser colocados debaixo dos assentos de cinco lugares;

 Extintores dorsais colocados nos assentos laterais esquerdos, devidamente acondicionais


e presos;

Figura 2.133 - Helicóptero Bell 205 com cesto fechado

Transporte de Material com Cesto Aberto

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 Situado no lado direito da aeronave;

 Permite o acesso por ambas as portas, pois possui um “degrau”;

 A parte superior permite a entrada e saída dos operacionais;

 No seu interior será transportado apenas o “bambi bucket”, preso com cintas, e o resto do
equipamento será colocado no habitáculo dos passageiros;

Figura 2.134 - Helicóptero Bell 412 com cesto aberto.


Fonte: GNR/UEPS.

5. Bambi Bucket

2.613 O “Bambi Bucket” foi desenvolvido pelo Canadiano Don Arney e introduzido pela primeira vez
no mercado em 1982 pela SEI Industries Ltd, reinventando o combate aéreo com helicópteros com
total capacidade de dobragem e quedas de água precisas. Além disso, os baldes Bambi:

 São compactos, leves e portáteis;

 Resistem às condições de campo graças ao tecido projetado para máxima durabilidade e


resistência;

 Podem ser acoplados com muitos acessórios;

 Oferecem capacidade de preenchimento variável e sistemas de injeção de espuma;

 Oferecem capacidade de enchimento rápido e água rasa;

 Fornecem padrões de despejo controlados pelos pilotos;

 Caracterizam-se por possuir uma válvula de descarga que se abre instantaneamente.

2.614 Estão disponíveis numa variedade de capacidades desde 270 L a 9840 L, detendo mais de
90% do mercado de equipamentos de combate e a incêndios e é utilizado em mais de 115 países.

2.615 Nos meios aéreos atualmente empenhados no DECIR em Portugal, são utilizados os
seguintes tamanhos:

 HEATI Ligeiros – Bambi Bucket com capacidade para 900 L;

 HEATI Médios – Bambi Bucket com capacidade para 1200 L;


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 HEATA Pesado – Bambi Bucket com capacidade para 5000 L.

Figura 2.135 - Bambi Buchet em Operação (DECIR 2019, IR P Serra)


Fonte: Piloto Comandante Diogo Cabral

Nota: É importante, ter em conta que quando se procede á colocação do balde no cesto, tem de se colocar a
parte inferior do balde orientada para a frente da aeronave, de modo a impedir a entrada de ar no balde
durante a deslocação, para evitar criar atrito na movimentação do helicóptero.

6. Atribuições

2.616 As brigadas helitransportadas, têm a missão de efetuar o combate em ATI aos incêndios
rurais nascentes, com o apoio indissociável do meio aéreo (helicóptero ligeiro/médio).

2.617 A sua operacionalidade e prontidão dependem diretamente da operacionalidade do


helicóptero. Se o mesmo não se encontrar operacional a EIPS/SIPS encontra-se inoperacional.

2.618 A EIPS/SIPS helitransportada é uma unidade de primeiro ataque ou ATI aos incêndios, pelo
que o sucesso do seu trabalho (pessoal e aeronave) depende da prontidão e rapidez com que é
mobilizada para os incêndios na sua fase nascente.

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2.619 É transportada em helicópteros, faz o seu trabalho em terra utilizando ferramentas manuais,
recebendo apoio aéreo, através das descargas de água e/ou espuma, realizando “trabalho em
equipa” com o helicóptero, combinando o combate direto através do material sapador, com as
descargas do helicóptero.

2.620 Nos teatros de operações, os helicópteros e as respetivas SIPS/EIPS helitransportadas, são


um binómio indissociável e esta agregação nunca deve ser quebrada, no entanto em situações
extremas, e que, cumulativamente a estas, se verifique coordenação entre o comandante da
aeronave e o comandante da EIPS/SIPS (tendo em vista a segurança de ambas as partes), este
binómio pode ser momentaneamente quebrado apenas nas seguintes situações:

i. A pedido do COS, em que haja perigo iminente para civis, outras forças presentes no TO,
ou uma outra EIPS/SIPS (UEPS) presente no TO;

ii. A pedido do COS, em que haja perigo iminente para um bem maior (casas, empresas,
garagens);

iii. Por iniciativa do Cmdt da EIPS/SIPS ou do Cmdt da aeronave, no caso em que verifiquem
umas das situações descritas no ponto 1 e no ponto 2;

iv. No caso em que a aeronave sofra uma avaria ou incidente, e por questões de segurança,
retorne ao PIPS sem a brigada.

2.621 O meio aéreo só é empregue em missão por ordem do CDOS, salvo nas situações de “fogo
à vista”, em que se deve iniciar o processo de despacho do meio aéreo e SIPS/EIPS em articulação
imediata com o respetivo CDOS.

2.622 Compete ao chefe de equipa/comandante de secção, a partir do momento em que é recebido


o alerta, gerir operacionalmente a sua utilização, no entanto, tudo o que diga respeito à vertente
técnica e condições de segurança do voo, é responsabilidade do piloto.

7. Posto de Intervenção Proteção e Socorro (PIPS)

2.623 Os elementos das EIPS/SIPS comparecem no aquartelamento 15 minutos antes da sua


abertura para: assistir ao briefing matinal, colaborar nas tarefas a realizar (verificação das condições
do material sapador, encher os extintores dorsais, colocação do material sapador e coletivo no
helicóptero, colocação do EPI e restante material individual, no local para o efeito.); execução de
treino operacional de embarque e desembarque, com respetiva montagem e desmontagem do
“Bambi Bucket”.

2.624 Desde a abertura do PIPS, no horário coincidente com a prontidão ao helicóptero, todos os
elementos desta SIPS/EIPS devem permanecer inseparáveis, nas instalações do mesmo, em

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estado alerta máximo. Ou seja, deve estar em prontidão máxima, prontos a embarcar em menos de
3 minutos, caso haja missão do helitransportada.

8. Embarque em Helicópteros

2.625 No embarque em helicópteros devem ser cumpridas as seguintes regras:

 Os elementos a embarcar devem reunir-se a cerca de 10 a 15 metros do helicóptero, em local


visível para o piloto, à frente deste e na parte mais baixa do terreno.

 Após autorização do piloto, os elementos deslocam-se para o helicóptero em fila única, dentro
da área de aproximação segura, numa posição dobrada e com as ferramentas, se as
transportarem, numa posição horizontal ao lado do corpo.

 Os capacetes utilizados, devem estar bem presos à cabeça ou serem seguros com a mão, de
forma a evitar a sua queda e eventual aspiração pelo rotor.

 Deve-se entrar no helicóptero com a cabeça e ombros primeiro e dirigir-se para o seu assento
habitual, previamente selecionado.

 À medida que se vão sentando, os elementos embarcados devem ajustar e colocar os cintos
de segurança.

 O chefe da EIPS / Cmdt da SIPS, ou um tripulante disponível, deve assegurar-se que os cintos
estão corretamente colocados e ajudar aqueles que sentirem dificuldades.

 Após o embarque, as portas do helicóptero devem ser fechadas, sem bater, certificando-se
que ficaram bloqueadas.

2.626 Não se deve aproximar ou afastar de um helicóptero nas seguintes circunstâncias:

 Quando o rotor está em aceleração ou desaceleração, o batimento natural das pás do rotor
poderá originar a queda de uma das pás especialmente em condições de vento forte.

 Pelo lado da cauda ou dentro da área perigosa. O rotor de cauda a alta velocidade torna-se
quase invisível.

 Sem que o piloto comandante tenha conhecimento e dê autorização para se aproximar.

9. Desembarque em Helicópteros no TO

2.627 No desembarque em helicópteros devem ser cumpridas as seguintes regras:

 Ainda no deslocamento, todos os elementos devem verificar a existência de pontos de água,


e mais importante ainda qualquer obstáculo que possa vir a danificar o meio aéreo tanto no
deslocamento como na aterragem.

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 É expressamente proibida a abertura de qualquer porta sem autorização do comandante da


aeronave e sem conhecimento do chefe de brigada.

 Nomeadamente na aterragem no TO, é expressamente proibida a não utilização de cinto de


segurança e capacete, pelo que se deve fazer uma última verificação da sua conformidade
antes da aterragem em local não preparado.

 Principalmente em helicóptero médio, no momento da aterragem em local não preparado e


se for no limite das dimensões do helicóptero, pode o comandante da aeronave pedir para
que se abram as portas laterais deslizantes, com a finalidade de verificar possíveis obstáculos
perto do rotor de cauda.

 Imediatamente antes da saída do heli, caso este aterre em plano inclinado ou por força de
qualquer obstáculo, deve o comandante da EIPS/SIPS indicar a todos os elementos o local
(mais distante em relação ao disco do rotor principal e á vista do comandante do aeronave),
para onde se devem dirigir, tendo em conta que este local nunca pode ser para a zona proibida
(cauda).

 No momento da saída do helicóptero, devem apenas retirar o cinto de segurança após ser
dada autorização por parte do comandante da aeronave.

 Pode em algumas circunstâncias o helicóptero não fazer uma aterragem efetiva, ou seja, pode
ficar em apoio parcial ou até mesmo em voo estacionário, nestes casos devem todos os
elementos ter em conta de que a aeronave não está assente no solo, como tal a saída deve
ser feita por um militar de cada vez, dando um intervalo de tempo maior entre cada um, pois
devido ao balanceamento, poderá ser necessário fazer ajustes na estabilidade da aeronave
por parte do comandante.

 No momento do desembarque, depois de todos executarem as tarefas inerentes á sua função


na brigada, devem dirigir-se sem nunca correndo e em segurança para o local pré-
estabelecido, em momento algum se deve descurar a atenção em redor do helicóptero, pois
é neste momento que acontecem as perigosas aproximações por parte de civis curiosos junto
da aeronave.

 Na descolagem do helicóptero após largada da brigada, devem ter em atenção todos os


objetos soltos em redor do mesmo, pois com o efeito “downwash” á descolagem, esses
objetos podem vir a embater num dos rotores da aeronave. Também deve ser verificada se
alguma fuga (óleo ou combustível) acontece na descolagem, ou se o “Bambi Bucket” ficou
bem montado, nomeadamente algum cabo pode ter ficado entrelaçado, e deste modo colocar
o balde Inop.

10. Embarque e Desembarque em Helicópteros Ligeiros


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Figura 2.136 - Esquema de embarque no Heli Ligeiro no TO

Figura 2.137 - Esquema de embarque no Heli Ligeiro no PIPS

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Figura 2.138 - Esquema de desembarque no Heli Ligeiro no TO

Figura 2.139 - Esquema de desembarque no Heli Ligeiro no PIPS

Meios e Equipamentos de Combate


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11. Embarque e Desembarque em Helicópteros Médios

Figura 2.140 - Esquema durante o embarque no Heli Médio no PIPS

Figura 2.141 - Esquema durante o embarque no Heli Médio no TO

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Figura 2.142 - Esquema de desembarque no Heli Médio no PIPS

Figura 2.143 - Esquema de desembarque no Heli Médio no TO

No embarque em helicópteros devem ser cumpridas as seguintes regras:


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 Os elementos a embarcar devem reunir-se a cerca de 10 a 15 metros do helicóptero, em


local visível para o piloto, à frente deste e na parte mais baixa do terreno.

 Após autorização do piloto, os elementos deslocam-se para o helicóptero em fila única,


dentro da área de aproximação segura, numa posição dobrada e com as ferramentas, se
as transportarem, numa posição horizontal e ao lado do corpo.

 Se usarem bonés ou capacetes, estes devem estar bem presos à cabeça ou serem seguros
com a mão, de forma a evitar a sua queda e eventual aspiração pelo rotor.

 Deve-se entrar no helicóptero com a cabeça e ombros primeiro e dirigir-se para o seu
assento habitual, previamente selecionado.

 À medida que se vão sentando, os elementos embarcados devem ajustar e colocar os


cintos de segurança.

 O Cmdt da SIPS/EIPS, ou um tripulante disponível, deve assegurar-se que os cintos estão


corretamente colocados e ajudar aqueles que sentirem dificuldades.

 Após o embarque, as portas do helicóptero devem ser fechadas, sem bater, certificando-
se que ficaram bloqueadas.

No embarque não deve aproximar-se ou afastar-se de um helicóptero:

 Quando o rotor está em aceleração ou desaceleração, o batimento natural das pás do rotor
poderá originar a queda de uma das pás especialmente em condições de vento forte.

 Pelo lado da cauda ou dentro da área perigosa. O rotor de cauda a alta velocidade torna-
se quase invisível.

 Sem que o piloto comandante tenha conhecimento e dê autorização para se aproximar.

12. Procedimentos de intervenção

2.628 Todos os militares são obrigados a seguir rigorosa e escrupulosamente as instruções e


indicações que lhes são dadas pelo seu chefe.

2.629 Todos os militares têm que obrigatoriamente saber qual a sua missão, o que vão realizar,
quais os caminhos de fuga e um local de reunião, caso a fuga aconteça.

2.630 Têm de estar bem uniformizados e equipados de acordo com o estabelecido para o devido
efeito, não podendo abdicar de nenhum material que seja de uso obrigatório.

2.631 No decorrer do combate apenas se podem separar com ordem/autorização do comandante


de EIPS/SIPS, tendo sempre a preocupação em ouvir constantemente as indicações que lhe estão
a ser transmitidas.

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2.632 Não realizar nenhuma ação que coloque a sua segurança e a dos restantes elementos em
risco.

2.633 Estar atento ao meio envolvente e informar o chefe de equipa caso seja detetada alguma
situação ou desenvolvimento anómalo do comportamento do fogo (ex. focos de projeção, mudança
repentina de vento, etc.)

2.634 No TO ter sempre a preocupação constante de trabalhar com o máximo empenho, dedicação
e profissionalismo. Caso se verifiquem situações menos próprias com algumas pessoas ou
entidades presentes no local, atuar enquanto agentes de autoridade/OPC, em conformidade com a
demais legislação e regulamentos que prescrevem a nossa conduta profissional.

2.635 No TO, apesar de que a opinião de todos conta, a decisão seja do que for, cabe sempre ao
Chefe de EIPS/SIPS, sendo que qualquer assunto a ser tratado com outra entidade ou força
presente no TO, é da responsabilidade do mesmo.

13. Procedimentos Após a intervenção

2.636 Após cada intervenção é importante hidratar o corpo, se necessário comer alguma coisa leve,
ajustar e arranjar todo o material coletivo e individual para restabelecer novamente a prontidão
máxima.

2.637 Após estas tarefas reunir-se com o chefe de equipa e pilotos para caso seja necessário no
momento, assistir ao debriefing da operação.

14. Procedimentos no final do dia de trabalho

2.638 Fazer a limpeza e manutenção do material de 1ª intervenção coletivo, dos meios de


transmissões, e do equipamento individual.

5) Segurança

2.639 O militar da UEPS deve cumprir procedimentos particulares de segurança, relativamente aos
meios aéreos envolvidos no combate a incêndios florestais, em duas situações distintas:

 No TO, quando esses meios atuam;

 Na proximidade de helicópteros em terra, no embarque, deslocação e desembarque nos


mesmos.

(a) Procedimentos de meios aéreos

2.640 Quando se combate um incêndio florestal deve-se estar alerta, sempre que nesse combate
participem meios aéreos. O conhecimento de que esses meios vão atuar pode ser obtido pela
informação de um superior ou por mera visualização dos meios aéreos. Deverão avisar o seu chefe

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de equipa, para que este possa informar o comandante das operações, sempre que se aperceber
que existem condições que possam ser perigosas para aviões ou helicópteros, tais como:

 Linhas telefónicas ou de transporte de energia elétrica (alta tensão), torres ou mastros;

 Antenas;

 Troncos altos escondidos pelo fumo;

 Outras aeronaves na zona.

2.641 Não se deverá fazer sinais às aeronaves, tais como agitar os braços abertos, exceto quando
tal for indispensável para sinalizar a sua posição.

2.642 Deve ter-se em atenção que os lançamentos, em especial os dos aerotanques médios e
pesados, efetuados a baixa altitude podem ser muito perigosos para os militares que se encontram
na zona da descarga, dado que podem:

 Fazer cair uma pessoa que esteja de pé e, mesmo, lançá-la contra pedras, árvores ou outros
objetos;

 Desenraizar árvores ou quebrar os seus ramos, mesmo os de maiores dimensões;

 Afetar gravemente uma pessoa que se encontre desprotegida, podendo provocar a sua morte.

2.643 Note-se que o lançamento de 5800 L de água, a 12 m de altitude, por um aerotanque à


velocidade de 290 km/h destrói completamente um veículo ligeiro.

2.644 Outro aspeto a atender resulta da turbulência provocada pelas asas de um avião ou o rotor
de um helicóptero a baixa altitude, que provoca redemoinhos de ar junto ao solo com velocidades
iguais ou superiores a 40 km/h, podendo originar mudanças bruscas no comportamento do incêndio,
nomeadamente aumentar a intensidade e a velocidade de propagação.

2.645 A forma como se vê a aeronave pode dar a noção de que se corre risco iminente. Com efeito,
se a aeronave se apresentar de frente para o militar, o perigo é muito grande. Se ela se apresentar
de lado o perigo é menor.

2.646 Perante o risco de ser atingido por um lançamento de uma aeronave, não se deve esquecer
que a zona mais perigosa é num raio de 6 m do centro da descarga. Deve proceder-se como se
indica:

 Sair da área de descarga, se ainda for possível;

 Sair de uma área com árvores, em especial se forem grandes e velhas;

 Nunca ficar de pé, pois tal aumenta a possibilidade de se ferir com gravidade;

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 Procurar um obstáculo sólido, como um grande bloco de pedra, para se esconder, deitando-
se atrás dele;

 Deitar-se de barriga para baixo, de frente para a aeronave com:

 O capacete e os óculos colocados e bem apertados;

 Os pés afastados, cerca de meio metro, para dar maior estabilidade ao corpo;

 A face coberta, se possível;

 O equipamento que transporta, firmemente agarrado, para que se não solte e que não possa
ser projetado contra o corpo e a cabeça, conforme figura 2.144.

Figura 2.144 - Posição de proteção face a descargas de meios aéreos

2.647 No caso de ser atingido por um lançamento de retardante, se tiverem sido cumpridos os
procedimentos referidos, geralmente não existirão danos graves, ficando apenas encharcado. Ao
cumprir os procedimentos adequados, evitar-se-á ser violentamente arrastado contra o solo,
árvores ou grandes pedras, assim como ser atingido por detritos projetados pela descarga da
aeronave.

(b) Aproximação de um Helicópteros

2.648 A aproximação e o afastamento de um helicóptero no solo, apresenta perigos que têm que
ser evitados, em especial porque os seus rotores (principal e traseiro), cujo contacto é mortal,
movimentam-se a alta rotação e são, muitas vezes invisíveis.

Impõe-se o rigoroso cumprimento dos procedimentos de segurança:

 Deve aproximar ou afastar-se de um helicóptero sempre pela frente deste, na zona de


visão do piloto e só quando este der autorização;

 Nunca se aproximar ou deixar alguém aproximar-se de um helicóptero pela zona do rotor


traseiro;

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 Quando se aproxima ou afasta de um helicóptero com material de sapador deve colocar-


se o cabo da ferramenta na horizontal para evitar que toquem no rotor principal;

 Deve aproximar ou afastar-se do helicóptero numa posição curvada para evitar o rotor
principal;

 Nunca se deve aproximar ou afastar dum helicóptero pela zona em que o terreno é mais
elevado do que o local onde ele está aterrado;

 Deve usar-se o vestuário de proteção devidamente apertado, óculos e capacete colocados,


sendo este ainda firmemente seguro pela mão.

Ao trabalhar próximo de um helicóptero devem, ainda, ser cumpridos os seguintes


procedimentos:

 Permanecer sempre afastado mais de 30 m do helicóptero, exceto se tiver que efetuar


qualquer atividade específica que requeira a sua aproximação, a qual deverá ser sempre
realizada conforme se descreveu anteriormente;

 Não se aproximar de um helicóptero a aterrar ou a descolar sem se posicionar na sua


frente, bem à vista do piloto e com os óculos colocados;

 Não permanecer numa área que esteja constantemente debaixo da trajetória de um


helicóptero;

 Não fumar a menos de 15 m de um helicóptero, mesmo que este esteja totalmente parado
ou nas zonas de reabastecimento de combustível.

Durante o voo devem ser cumpridos os seguintes procedimentos:

 Não fumar;

 Usar permanentemente o cinto de segurança apertado e não o abrir até que o piloto dê
ordens para tal;

 Ter a certeza que todos os objetos estão bem fixados no helicóptero ou firmemente
agarrados nas mãos para evitar que se soltem e provoquem danos;

 Nunca bater com as portas do helicóptero e garantir que estão bem fechadas na sua
posição de segurança;

 Impedir que qualquer objeto possa implicar com os comandos do piloto;

 Nunca lançar nada do helicóptero;

 Não falar com o piloto, exceto se for indispensável, em particular durante as descolagens
e aterragens;
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 Manter-se atento aos perigos para o voo, nomeadamente linhas telefónicas ou de alta
tensão ou outras aeronaves de que o piloto possa não se ter apercebido;

 Em caso de emergência durante o voo nunca entrar em pânico e deixar o piloto à vontade
para lidar com essa situação.

Em caso de emergência em voo, o Piloto Comandante deverá tomar a ação apropriada para garantir a
segurança dos ocupantes, aeronave, pessoas e bens no solo.

(c) Emergência em Voo

Durante uma emergência em voo, siga atentamente o seguinte:

 Oiça com atenção todas as instruções dadas pelo piloto comandante. Lembre-se que este
foi devidamente treinado para executar todas as emergências.

 Não distraia o piloto.

 Confirme que todos os equipamentos transportados na cabine estão bem seguros.

 Retirar todos os objetos de vidro e remover todos os objetos pontiagudos que possa
transportar, colocá-los em local seguro.

 Verificar o ajuste e o aperto dos cintos.

 Assumir a posição de embate.

Em caso de aterragem de emergência deve assumir a seguinte posição:

Tabela 2.17 - Posição em caso de embate

OCUPANTE DO ASSENTO DA FRENTE: inclinar a cabeça


para a frente; cruzar os braços; segurar-se aos cintos de
costas; manter as costas direitas; preparar-se para o
impacto, conforme figura.

OCUPANTE DOS ASSENTOS DE TRÁS VIRADOS PARA


A FRENTE (Sem cinto de costas com bloqueio): Inclinar-se
totalmente para a frente; Encaixar a cabeça entre as pernas;
Abraçar os joelhos; Preparar-se para o impacto, conforme
figura.

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OCUPANTE DOS ASSENTOS DE TRÁS VIRADOS PARA


TRÁS: Inclinar a cabeça para a frente; Sentar-se com as
costas direitas; Manter os ombros o mais junto possível;
Mãos nos joelhos e braços esticados; Preparar-se para o
impacto, conforme figura.

OCUPANTE DOS ASSENTOS LATERAIS (Sem cinto de


costas com bloqueio): Inclinar-se totalmente para a frente;
encaixar a cabeça entre as pernas; abraçar os joelhos;
preparar-se para o impacto, conforme figura.

(d) Procedimentos se ficar cercado pelas chamas

2.649 No caso de ficar cerado pelas chamas, não se deve esquecer que o lugar mais seguro do
incêndio é a área queimada.

2.650 Avaliar a situação e ter o autocontrolo suficiente para conseguir passar a área queimada é
essencial. Deve ainda:

 Cumprir as instruções do chefe de equipa;

 Manter-se sempre junto à sua equipa;

 Antes de passar para a área queimada, certificar-se de que não há caminho de fuga seguro;

 Entrar na área queimada por onde o calor e as chamas forem menores e onde a vegetação
for menos densa;

 Manter a face e a boca protegidas (poderá recorrer a uma pá);

 Não respirar o ar quente junto às chamas;

 Proteger-se o melhor possível e passar rapidamente;

 Procurar, na área queimada, o local onde o ambiente for mais fresco e respirável.

2.651 É fundamental manter a calma e transmiti-a aos outros, sendo que caso não consiga passar
para a área queimada, deve em caso de emergência, utilizar o abrigo de incêndio florestal,
vulgarmente conhecido por “fire shelter”.

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CAPÍTULO 3 – SEGURANÇA

3.01 Não há dúvida que a segurança é o princípio do combate a incêndios mais importante e sobre
o qual todos os outros são construídos. A segurança deve estar sempre em primeiro lugar. A
segurança não deve ser delegada num Oficial de Segurança, isto porque é da responsabilidade de
cada um adotar as condutas mais seguras e seguir os procedimentos estabelecidos. Todos devem
ter uma atitude proativa que contribua para segurança. Se alguém se magoar no combate a
incêndios, torna-se uma preocupação, deixando de ser um contributo para a extinção do incêndio,
diminuindo a capacidade de trabalho da força e a moral.

3.02 O combate a incêndios é um trabalho muito físico e pesado, além de ser um trabalho muito
perigoso, vai requerer uma grande condição física e mental aliada a um grande dispêndio de
energia. Todos devem estar preparados e treinados, a fim de evitar lesões para o próprio ou para
elementos da equipa.

SECÇÃO I - CAPACIDADE E ESFORÇO FÍSICO

a. Condição física e manutenção da saúde

3.03 A forma física correlaciona-se diretamente com a produtividade e segurança. Será necessário
combater os incêndios num ambiente quente, seco e ventoso. Não conseguir manter o ritmo,
significará o atraso no combate ao incêndio, não se pode pensar que todas as ativações para
incêndios serão de curta duração. O combate a incêndios não é um trabalho “das 9h às 17h”, poderá
ser necessário estar na linha de incêndio por umas semanas, requerendo ao corpo e mente que
trabalhem de forma intensa e prolongada, o cansaço será extremo. A melhor forma de combater a
fadiga e alcançar níveis de performance elevados será através de um programa de condicionamento
físico. A condição física tem dois (2) aspetos, aeróbia e muscular:

 Condição física aeróbia: consiste na medição da quantidade máxima de oxigénio ingerida e


transportada para os músculos. A ingestão de oxigénio é o primeiro fator que regula a
capacidade de trabalho, pois o trabalho muscular requer um fornecimento contínuo de
oxigénio para se conseguir concretizar um trabalho vigoroso durante longos períodos de
tempo. Quanto mais eficiente for o sistema de distribuição de oxigénio, maior a capacidade
de execução de um trabalho duro como o combate a incêndios.

 Condição física muscular: inclui a força e resistência muscular. O melhor programa de


condicionamento físico é aquele que equilibra o condicionamento aeróbio e o treino muscular,
tendo que ter início bem antes do início da época de incêndios.

Segurança
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3.04 Os condicionamentos, aeróbio e muscular, juntos, são parte essencial da capacidade de


trabalho. Operacionais em forma são mais tolerantes ao calor, aclimatam-se mais depressa e
trabalham com pulsações e temperatura corporal mais baixas.

3.05 Os índices de condição física apresentados (Tabela 3.1) baseiam-se em estudos de campo de
operacionais no desempenho de tarefas de combate a incêndios. Os índices representam a
condição física necessária para desempenhar tarefas, em segurança, por períodos prolongados,
mantendo a capacidade de resposta. Deve ser implementado um horário de treino físico diário,
devendo ser executado em equipa, se possível.

Tabela 3.1 - Índices de condição física recomendados para operacionais florestais

Abdominais Extensões de Press de Press de Curl de


Corrida
Elevações em 60 braços em 60 Peito pernas bíceps
de 2,41km
segundos segundos (carga) (carga) (carga)

4a7
11:40
(dependendo 30 20 54,4 Kg 158,7 Kg 22,7 Kg
minutos
do peso)

1) Fadiga

3.06 A fadiga é a componente menos detetável num incêndio, no entanto sem o descanso e sono
apropriado, até o operacional melhor preparado vai ficar cansado após longos turnos no calor do
incêndio e do seu fumo. Operacionais cansados cometem erros e no combate a incêndios, os erros
significam acidentes, lesões ou mesmo a morte.

2) Trabalho e descanso

3.07 Dormir é um fator chave para o controlo da fadiga. A maioria dos operacionais treinados
conseguem combater incêndios durante 24 a 48 horas com pouco descanso ou sono. Após isso,
sem o descanso e sono apropriado, vão acabar por ficar cansados. Para ter uma boa performance
no combate a incêndios, os operacionais devem em média dormir uma hora para cada duas horas
de trabalho.

3.08 O controlo da pulsação cardíaca é um bom método para controlar a fadiga. A pulsação
cardíaca em repouso deve atingir valores inferiores a 110 batimentos por minuto se o descanso for
o suficiente. A pulsação acelerada ao acordar por ser um alerta para potenciais problemas. Se for
10% a mais do que o normal, pode significar fadiga, desidratação, ou até uma doença iminente.
Uma boa qualidade do sono é vital.

b. Stress por calor e hidratação

3.09 O calor pode ser um problema quando a humidade, temperatura do ar e o calor da radiação
se combinam com o esforço físico a fim de subir a temperatura do corpo acima dos limites seguro.
Segurança
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Existem 3 formas de stress pelo calor. O mais suave são as cãibras causadas pelo calor. O stress
pelo calor pode evoluir para exaustão pelo calor ou até insolação caso o militar não pare, se coloque
à sombra e comece a ingerir líquidos. A insolação é um caso de emergência médica, a demora no
tratamento pode causa danos cerebrais ou até mesmo a morte. Ver a tabela seguinte para identificar
os sintomas e tratamentos para cãibras causadas pelo calor, exaustão pelo calor, desidratação e
insolação.

Diagnóstico e Tratamento de problemas relacionados com o calor:

Tabela 3.2 - Sintomas e tratamento apropriado a adotar para problemas com o calor

Cãibras Exaustão Exaustão


provocadas pelo provocada pelo provocada pela Insolação
calor calor desidratação
Fraqueza, fadiga
Sintomas

extrema, suores, Calor, regularmente pele seca, febre (41


Dores musculares e Perda de peso e
pele húmida, dores graus ou mais), confusão mental,
cãibras fadiga extrema
de cabeça, náusea delírios, desmaios, convulsões.
e desmaios
Arrefecer o corpo imediatamente,
Beber água Aumentar a ingestão
Tratamento

imersão em água fria ou molhar as


ligeiramente O mesmo que para de líquidos e
roupas com água fria, afastar-se para
salgada, sumos de as cãibras e descansar até o peso
arrefecer, temperatura corporal máxima
fruta ou bebidas descanso à sombra corporal voltar ao
de 38,9 graus, tratamento para o
isotónicas normal
choque, procurar assistência médica.

3.10 Reconhecer sintomas e adotar o tratamento apropriado para problemas relacionados com o
calor é muito importante. Beber água em quantidades suficientes é o melhor método de prevenção.

Suar é a maior defesa contra o stress pelo calor. Quando o suor evaporar, o militar arrefece, a não
ser que a humidade seja alta. Se a água que se perder não for restabelecida, a temperatura corporal
vai descer. A temperatura corporal pode subir perigosamente. Se o militar parar de suar, é
necessário avaliar a sua condição física e adotar as medidas necessárias.

3.11 O restabelecimento dos líquidos é vital. Durante o trabalho pesado com calor, é comum perder
25% a 50% de suor por hora. Para combater a desidratação, o militar deve beber água antes de ir
para o incêndio e tentar continuar a beber durante o combate, bem como, continuar a restabelecer
os líquidos durante o descanso. Todos os operacionais que combatem incêndios, necessitam de
perceber que é importante beber água com frequência. Restabelecer 25% a 50% dos líquidos todos
os dias não é fácil, mas deve ser feito.

3.12 O militar deve afastar-se de bebidas gaseificadas, bebidas com cafeína e bebidas dietéticas,
isto porque vão retirar água do corpo. Beber água, sumos ou bebidas isotónicas sem cafeína.
Durante o combate, deve ser ingerida água uma vez por hora, não se deve esperar por ter sede.
Se o militar esperar para beber água até sentir sede, então o corpo já está com sinais de
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desidratação. Não se deve também hidratar demasiado, pode resultar na existência de pouco sódio
no sangue e os sintomas são similares aos da exaustão pelo calor.

3.13 O militar deve estabelecer o seu ritmo. Durante as pausas, tentar afastar-se do calor, verificar
a sua pulsação cardíaca, o stress pelo calor é pouco provável se a pulsação for inferior a 100
batimentos por minuto após um minuto de descanso.

1) Exposição ao fumo e ao monóxido de carbono

3.14 A exposição ao fumo e ao monóxido de carbono, por ser menos controlável, representa um
maior perigo para o militar que combate incêndios do que o stress pelo calor. O fumo denso e o
monóxido de carbono estão regularmente presentes. Alguma exposição é inevitável, mas o objetivo
é limitar essa exposição.

3.15 As altas concentrações de partículas de fumo podem provocar irritações nas membranas
mucosas e causar alergias e reações asmáticas e algumas pessoas. Mas um pequeno risco médico,
quando a exposição é curta, é aceitável para militares saudáveis.

3.16 O monóxido de carbono é inodoro e insípido. Não é “detetável” a sua presença, mas é sempre
encontrado em grandes concentrações de fumo. Quando o monóxido de carbono entra no corpo,
começa a fazer a substituição do oxigénio nos glóbulos vermelhos, isso reduz a capacidade do
sangue fazer a regeneração das células do corpo com oxigénio. Demasiada exposição ao monóxido
de carbono causa dores de cabeça, fadiga e sonolência.

3.17 O fumo e o monóxido de carbono podem tornar um trabalho difícil ainda mais pesado, por
reduzir a capacidade de trabalho, prejudicar a performance, a capacidade de decisão e, ainda,
acelerar a fadiga inicial. A solução para este problema, é a redução da exposição e descansar em
áreas livres do fumo sempre que possível.

2) Comida e nutrição

3.18 A Comida nutritiva não só permite elevar a moral, mas mais importante, serve de combustível
para os músculos, capacitando-os para um trabalho árduo. É importante reter que é possível
queimar 300 a 600 calorias numa hora e entre 5.000 a 6.000 calorias durante um longo turno na
linha de fogo. Estas calorias terão que ser repostas gradualmente ao longo do esforço produzido
para evitar que o corpo entre em fadiga. Para repor 6.000 calorias será necessário ingerir uma
grande quantidade de comida, boa e saudável. A melhor forma é através de um abastecimento
continuo e estável. Ir petiscando ao longo do dia.

3.19 A chave para uma boa dieta é o equilíbrio, devendo incluir alimentos e nutrientes dos principais
grupos alimentares: carboidratos (grãos, vegetais, cereais, fruta, batatas, etc.); gorduras (azeite,
frutos secos, abacate, etc.); proteínas (carne, ovos, peixe, etc.); fibra; cálcio; vitaminas; minerais; e
sódio.
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3.20 Devem evitar ingerir bebidas alcoólicas, demasiada carne vermelha, pão branco, etc., e
privilegiar o consumo de vegetais e fruta, bem como ingerir-se muita água.

3) Higiene pessoal

3.21 O combate a incêndios é uma tarefa suja, sendo da responsabilidade do combatente, a sua
higiene pessoal. Não será motivo de orgulho comparecer na linha de reabastecimento com a
aparência de quem aparentou andar a rastejar na lama. Deve lavar-se as mãos sempre que
possível, especialmente antes das refeições. Desatenções com a higiene pessoal pode originar
doenças e/ou disseminação de doenças contagiosas. Sempre que possível deve tomar-se duche e
trocar de meias.

4) Equipamento de Proteção Individual (EPI)

3.22 Se os operacionais não estiverem apropriadamente vestidos e equipados não tem como
combater um incêndio de forma eficiente. Deve-se proteger tão bem quanto consiga dos perigos de
combater incêndios, sem perder o sentido sensorial, uma vez que o mesmo matem-nos alerta e
transmite sinais de perigo essenciais para a segurança. Deve apenas vestir roupas
comprovadamente seguras ou roupas de algodão, não deve vestir roupa de materiais sintéticos,
porque derretem quando aquece e aumenta a probabilidade de lesões graves.

3.23 Para melhor se proteger, deve-se ter equipamento de proteção individual apropriado, deve
usá-lo e providenciar que a sua manutenção é corretamente executada, consoante os normativos
em vigor na UEPS, sendo apenas o utilizador, responsável pelo seu equipamento de proteção
individual.

(a) Camisas e calças resistentes à chama

3.24 Os materiais mais utilizados na produção de roupa ignífuga são o Nomex e o Kevlar. Se a GNR
providencia roupa segura, o militar é responsável por a manter limpa, sem buracos e manchas de
gás e óleo, só assim é considerada pronta a utilizar. A melhor política é não entrar no meio de
transporte sem estar corretamente equipado. Isto vai providenciar que o militar esteja
imediatamente pronto a combater o incêndio quando chegar ao TO.

(b) A importância de uma “segunda pele”

3.25 A experiência demonstrou que uma única camada de proteção de roupa não é o suficiente
caso, um militar a combater um fogo, seja exposto a calor extremo. O equipamento de combate é
desenhado para não arder ou derreter (ignífugo), mas pode transferir o calor para a pele, logo, a
melhor solução é vestir uma segunda camada de roupa de proteção. O mais prático de ser utilizado
como segunda camada, é a roupa interior, que deve ser de algodão ou lã de carneiro. A segunda
camada de roupa deve cobrir todo o corpo, ou seja, deve ser uma camisola interior e ceroulas. A
Segurança
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primeira impressão é que essa roupa interior será desconfortável, no entanto, ela vai ajudar a
absorver a humidade proveniente do corpo e ajuda a arrefecer o corpo.

Figura 3.1 - É visível o contorno da t-shirt de algodão e das luvas

(c) Botas e meias

3.26 As botas devem ser feitas de pele ou noutro material durável, devendo ser do tipo com cordões,
com cano de, pelo menos, 20 cm e solas com palmilhas anatómicas e amovíveis, resistentes e
pesadas, com biqueiras em couro duro de modo a providenciar proteção adequada. Biqueira de aço
ou placas de proteção e solas à prova de perfurações “retêm” o calor por mais tempo, e pode causar
queimaduras desnecessárias.

3.27 Recomenda-se o uso de meias de algodão, lã ou meia lã. Algumas pessoas podem preferir
usar umas meias mais leves ao caminhar longas distâncias. Aconselha-se a utilização de meias
extra.

(d) Capacete de proteção

3.28 Existem muitos tipos e estilos de capacetes não metálicos que podem ser usados no combate
a incêndios florestais. O melhor tipo é um que forneça proteção contra queda de objetos e seja leve.
Capacetes estruturais de combate a incêndios podem ser usados, mas geralmente são pesados, o
que pode ser cansativo se usado por longos períodos de tempo. Nunca se inicia o combate a
incêndios sem a proteção adequada da cabeça, sendo obrigatório o uso da alça de queixo.

Figura 3.2 - Estado do capacete ao absorver a queda de


um ramo de árvore

Segurança
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(e) Luvas

3.29 As luvas devem ser feitas de couro, encaixar bem e ter um comprimento suficiente para que
não exista um espaço entre a manga da camisa e a luva. As luvas feitas especificamente para
combate a incêndios têm uma "luva" presa à luva que protege a área do pulso. O único momento
em que os bombeiros não devem usar luvas é quando estão a identificar pontos quentes
subterrâneos durante o rescaldo e a consolidação.

Figura 3.3 - A utilização de luvas não previne este tipo de acidente, mas evita estas lesões.

(f) Proteção ocular

3.30 Proteger os olhos é muito importante, pois são muito vulneráveis. Deverá ser usado um bom
conjunto de óculos de segurança, para o efeito, de acordo com as normas europeias. Contudo, os
óculos tendem a "embaçar". Na utilização de óculos, estes devem encaixar-se bem e ser facilmente
acomodados. No final de cada intervenção, devem manter-se os óculos limpos e com a lente
protegida pela cógula.

(g) Cogula e tapa-nucas

3.31 A cogula e o tapa-nucas são construídos para manter o calor longe dos ouvidos, pescoço e
rosto. A cogula é usada sobre o rosto; o tapa-nucas está preso ao capacete. São geralmente feitos
de Nomex® ou Kevlar®. Ao usar a cogula e o tapa-nucas, o corpo pode não ser capaz de se
refrescar, pelo que devem remover-se estas proteções durante os intervalos de descanso ou na
limpeza.

(h) Abrigo individual contra incêndio – fireshelter

3.32 O abrigo individual contra incêndio é uma peça essencial do equipamento de segurança
necessário para combate a incêndios. Abrigos de incêndio salvaram centenas de vidas podem servir
como recurso para várias situações de auto proteção ou proteção de terceiros. O abrigo, protege
um operacional encurralado, sem hipótese de fuga, refletindo o calor radiante e aprisionando ar
mais fresco e respirável, de forma a proteger os pulmões e vias respiratórias.

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(RESERVADO)
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Figura 3.4 - Abrigo contra incêndios.

3.33 No entanto, não devem ser corridos mais riscos "por estar na posse de um abrigo", a sua
utilização é uma tentativa de "último recurso" para sobreviver.

3.34 A chave para o uso adequado do abrigo, é não esperar até que seja tarde demais para instala-
lo. Se o encurralamento parecer provável, há que procurar uma tentativa de fuga, mas somente se
houver certeza de que garantirá uma posição segura, na dúvida de que a escapatória é possível,
deve-se abrigar. Quando chegar a hora de instalar o abrigo, não haverá tempo para se ler as
instruções!..., há que praticar com a mesma frequência com que se pratica esticar lanços de
mangueira ou utiliza ferramentas de supressão.

3.35 Deve treinar-se, sempre, com todo o equipamento de proteção individual, praticar a remoção
do abrigo da mala de transporte durante um deslocamento, ou até, praticar a instalação a partir da
posição de deitado no chão. É impreterível conseguir instalar o abrigo contra incêndio em 25
segundos ou menos.

Figura 3.5 - A abertura do abrigo pode ser feita a partir da posição de pé ou deitado.
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(RESERVADO)
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3.36 No momento de implantar o abrigo, é importante escolher um local livre de vegetação


inflamável e longe de combustíveis pesados e equipamento inflamável.

Figura 3.6 - Escolha de um local livre de vegetação inflamável e longe de combustíveis pesados.

3.37 É absolutamente necessário que o abrigo contra incêndio seja mantido no chão antes que a
frente de incêndio chegue.

3.38 Com exposição prolongada, as temperaturas podem atingir mais de 65ºC. Mas é possível
sobreviver a essas temperaturas... saunas secas costumam chegar a 88ºC. Deve respirar-se pela
boca, mantendo a calma e permanecer no abrigo. Deve garantir-se a selagem entre o abrigo e o
chão.

Figura 3.7 - Posição correta, de face voltada para o chão com as mãos e pernas sobre as abas interiores.

Importa, portanto, reter:

 Transportar um abrigo contra incêndio não pode servir de desculpa para se correrem riscos
na linha de fogo. Deixar o abrigo no veículo não é uma opção. Tão pouco deve a mala de
transporte do abrigo, ser utilizada para transportar outras coisas.

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 A prioridade é evitar o encurralamento. Se o encurralamento for iminente, há que escapar,


se possível. O abrigo é uma opção de último recurso.

 Durante uma fuga ou encurralamento, há que proteger os pulmões e vias respiratórias a


qualquer custo. Os pulmões e vias respiratórias são muito delicados e não toleram muito
calor. Enquanto no abrigo, há que manter o rosto próximo ao chão, onde o ar é mais fresco.

 O equipamento deve ser abandonado assim que for percetível que a fuga pode estar
comprometida. Há, contudo, que transportar o abrigo contra incêndios e as ferramentas.
Devem ser abandonados todos os objetos inflamáveis perigosos e quaisquer itens que
possam retardar a fuga.

 Em caso de encurralamento, é importante não esperar a aproximação do fogo e implantar


o abrigo o quanto antes.

 É importante implantar o abrigo num local onde as chamas serão menos prováveis,
nomeadamente num local livre de grandes acúmulos de combustível, preferencialmente
uma estrada. É primordial prever de onde virá o calor e tentar proteger-se dele, bem como
abandonar todas as ferramentas depois de usá-las para limpar um local para o abrigo.

 Estando no interior do abrigo, é essencial a manutenção no seu interior. As condições no


exterior do abrigo serão muito piores do que aquelas dentro. A tentativa de movimentação
de um lugar protegido para outro, levará a uma exposição à fúria do calor, configurando
uma má ideia, provavelmente fatal.

 Se várias pessoas implantarem abrigos, devem comunicar entre si. Estabelecer


conversação pode auxiliar a ultrapassar a provação que enfrentam e o medo que sentem.
Há um consolo considerável na partilha de pensamentos.

 Deve treinar-se com o abrigo contra incêndio como se a sobrevivência esteja em risco. Há
que praticar sob condições tão realistas quanto possível. Será importante criar condições
artificiais de fumo e vento para praticar, simulando a implantação do abrigo em condições
extremas. Não é recomendada a prática com fogo real.

3.39 Outra questão que pode surgir no treino é: “Tento usar a cabine do veículo para proteção ou
usar apenas os abrigos?” Dependerá da situação. A chave é, na impossibilidade de escape,
procurar refúgio no melhor lugar possível. estando num ambiente com combustíveis leves e a cabine
do veículo estiver rapidamente disponível, deve usar-se a cabine para proteção.

3.40 Com combustíveis mais pesados, onde a duração do calor intenso será maior, a cabine pode
não ser o melhor lugar. Quando os plásticos e a borracha da cabine começam a aquecer, libertam
alguns gases tóxicos... que podem motivar a saída do veículo. O pior é fazer a transição de uma

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área protegida para outra através de uma área desprotegida. Com combustíveis pesados, deve
usar-se o veículo como um escudo, mas deve implantar-se o abrigo no chão, longe do local de
proveniência do incêndio.

(i) Água

3.41 Uma parte vital do seu EPI é um dispositivo de transporte de água (cantil, mochila de
hidratação, etc.).

(j) Perneiras de proteção

3.42 Para a operação com uma serra elétrica ou motosserra, será necessário usar perneiras de
proteção.

Figura 3.8 - Exemplo de perneiras de proteção para utilização de motosserra.

(k) Proteção auditiva

3.43 Na utilização de equipamentos de energia (bombas portáteis, motosserras, painéis de bombas


de motores, etc.), ou localização perto destes, deve ter-se proteção auditiva. Os protetores ou
tampões para os ouvidos são tão importantes quanto o gás e o óleo para este tipo de equipamento.
Todos os operacionais devem ser portadores de protetores de ouvido.

Figura 3.9 - Exemplo de proteção auditiva para forças helitransportadas e motosserrista.

(l) Lâmpada de cabeça

3.44 No combate a incêndios à noite, é primordial possuir uma lâmpada de cabeça adequada e um
conjunto extra de baterias. Muitas vezes o combate prolonga-se por várias horas, pelo que é normal

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efetuar o combate em ambiente noturno, sendo, por isso, necessário recorrer à luz artificial que seja
capaz de satisfazer as necessidades do operacional..

Figura 3.10 - Exemplo de lâmpada de cabeça.

SECÇÃO II - PROTOCOLOS

a. Protocolo de Segurança LACES

3.45 O Acrónimo LCES (lookouts, communications, escape routes and safety zones) foi
desenvolvido por Paul Gleason, um especialista em fogo, experiente e respeitado, que trabalhava
na USDA Forest Service. Em Portugal, ao acrónimo acresce a letra A, referente aos pontos de
ancoragem, LACES (lookouts, anchor points, communications, escape routes and safety zones).
Paul Gleason preocupava-se em tentar relembrar as 10 regras de ouro para o combate aos
incêndios e as 18 situações que obrigavam a “ter cuidado”, ou seja as 18 situações de perigo. O
objetivo dele era providenciar uma forma simples de ajudar os bombeiros sobre alguns elementos
para sobreviver. Estes 4 princípios básicos do LCES (5 LACES), são as componentes operacionais
das regras de empenhamento básicas a aplicar tendo em conta as 10 regras de ouro do combate a
incêndios. O objetivo combinado é controlar o perigo da linha de fogo, especificamente, e evitar que
ocorram situações em que os combatentes fiquem cercados.

LACES:

 Lookout (Vigia)

 Anchor Point (Ponto de Ancoragem)

 Comunications (Comunicações)

 Escape Route (Caminhos de Fuga)

 Security Zone (Zonas de Segurança)

1) Vigias (Lookout)

3.46 Os vigias são os olhos da equipa e do seu líder. Durante as operações de combate devem
colocar-se numa posição onde possam ver a linha de incêndio, a chama e a equipa que está a
trabalhar nessa linha. Devem estar capazes de reconhecer e antecipar situações perigosas para
comunicar de imediatamente qualquer alteração. O tamanho e a complexidade do incêndio podem
exigir mais do que um vigia. Os vigias devem ser experientes e capazes de reconhecer situações

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perigosas, prever alterações do comportamento do incêndio, reconhecer e interpretar os dados


meteorológicos, interpretar as variações do terreno e reconhecer os efeitos da coluna de convecção.

3.47 Tarefas respeitantes ao Vigia - É a pessoa que está capacitada para observar o incêndio e
o local onde estão as equipas na sua área de responsabilidade a trabalhar. O vigia deve estar alerta,
ter um pensamento claro, conhecimento e uma vasta experiência na análise e interpretação dos
sinais e comportamento do incêndio. Especificamente, o vigia deve também:

1º. Conhecer a localização dos caminhos de fuga e zonas de segurança, assim conseguem
adequadamente reposicionar a equipa.

2º. Ser experiente o suficiente para avaliar adequadamente o incêndio no presente e potencial
de dano/desenvolvimento. O vigia deve também antecipar o que pode acontecer e a razão,
devendo reportar qualquer alteração no comportamento do fogo.

3º. Realizar leituras das condições atmosféricas de forma periódica, anotar e relatar qualquer
alteração ou tendência.

4º. Ser avisado da estratégia e táticas que vão ser seguidas e adotadas. O vigia deve conhecer
como “o jogo vai ser jogado”, então deve estar apto a detetar qualquer conflito entre o plano
e o que realmente vai acontecer no terrento. Pode haver situações onde a estratégia ou tática
pode colidir com o comportamento do fogo, terreno e combustíveis. Se isso representar um
problema, deve ser comunicado.

5º. Assegurar que, à medida que a linha de combate ao fogo evolui a visão não é comprometida.
Se o vigia não conseguir ver a linha de fogo ativa ou a equipa, então não existe vigia. Antes
de isso acontecer, deve ter planos de se movimentar para outro local ou adicionar outro vigia
para ter uma total cobertura visual.

6º. Definir pontos referência que signifiquem a adoção de determinada ação.

7º. Lidar com outras tarefas de comunicação, como por exemplo, pode haver situações em que
o vigia pode executar algumas tarefas logísticas, tais como pedir o almoço, água, a mangueira,
etc.

8º. Olhar para o cenário no seu todo e comparar como se enquadra o seu campo de observação,
no resto do incêndio. Não se deve focar apenas no seu campo de observação, para não
desprezar algum outro fator importante.

9º. Monitorizar o rádio e perceber o que se está a passar em outros lugares, como por exemplo
a meteorologia, informação passada por outros vigias, bem como identificar a informação mais
atual sobre o comportamento do incêndio e o desempenho dos militares. O vigia é os ouvidos
dos militares a combater o incêndio.

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3.48 Deve ficar esclarecido que o vigia não tem de ser sempre uma pessoa “empoleirada” ou numa
montanha a observar o que se está a passar. O chefe/supervisor nomeado da equipa, a pessoa que
não está ativamente a combater o fogo, deve estar em condições iguais às de um vigia para poder
observar o que se está a passar e continuar móvel. A chave é essa, tão depressa quanto o
supervisor não reúna os mesmos requisitos de um vigia, deve procurar rapidamente colocar-se em
condições de satisfazer esses quesitos. O vigia deve procurar manter atualizados os seguintes
itens:

 Alterações no comportamento do incêndio;

 Mudanças na coluna de fumo, direção do vento;

 Formação de dedos, e focos secundários;

 Aproximação do incêndio a linhas de água, cumeadas ou declives;

 Possíveis barreiras, obstáculos, outros imprevistos;

 Constante atualização dos caminhos de de fuga.

2) Pontos de Ancoragem (Anchor Point)

3.49 Os pontos de ancoragem, são locais onde se deve iniciar o combate. Estes locais garantem a
segurança dos operacionais, pela ausência de combustível no local. Os pontos de ancoragem
podem ser: a área queimada, caminhos, estradas ou espaços abertos sem combustível. No entanto
é importante perceber as condições em que ocorre a combustão, para perceber se estes locais
conferem a segurança necessária para um ponto de ancoragem. Os pontos de ancoragem, muitas
das vezes coincidem com as zonas seguras. Se há duvidas de que o ponto de ancoragem garante
as condições de segurança, é melhor escolher outro ponto mais credivel.

Figura 3.11 - Exemplo de pontos de ancoragem

3.50 Os pontos de ancoragem obedecem aos seguntes requisitos:

 Estrutura natural, artificial, sem combustível, de onde se inicia o ataque em segurança;

 Essencial para a correcta supressão e segurança do pessoal sapador;

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 Imprescindível na utilização do primeiro caminho de fuga e segurança de veículo.

3) Comunicações (Comunications)

3.51 O oficial, chefe de equipa e o vigia, devem usar uma comunicação treinada, rápida e eficaz.
Quando se usa rádio, devem ter uma forma alternativa de comunicar para o caso de o rádio falhar
por alguma razão, (ex: ter um rádio alternativo, ter um telemóvel). Deve-se estabelecer períodos
para relatar o ponto de situação e manter os operacionais informados do mesmo. As comunicações
devem ser estabelecidas individualmente passando a palavra aos demais elementos da equipa. A
linha de chamas pode ser muito barulhenta, à medida que o barulho aumenta, a distância entre os
militares deve diminuir para existir uma comunicação adequada.

3.52 Relembrar que o papel do vigia é comunicar, monitorizar e registar, interpretar, antecipar e
comunicar. Se a comunicação não é feita, todo o restante trabalho é pouco significativo. O vigia
deve ter um método confiável de comunicações e utilizá-lo. Especificamente, o vigia deve:

1º. Estar pronto a comunicar rapidamente com o escalão superior e com os elementos da
equipa. Isso significa que o canal de comunicação é um que todos estejam a monitorizar,
não apenas um que se verifique regularmente.

2º. Assegurar que, se o rádio é escolhido como meio de comunicação, existe um sistema
alternativo disponível, bem como um pacote completo de baterias extra disponível. O vigia
deve também conhecer aprofundadamente o sistema de comunicações, assim se surgirem
problemas, ele consegue facilmente estabelecer um método alternativo.

3º. Providenciar regularmente a verificação rádio para garantir que as comunicações estão a
funcionar. Isto serve para garantir que os militares na frente de chamas, sabem que alguém
está a olhar por eles e que não há mudanças nas estratégias, táticas e na localização onde
devem estar. Alguns dos itens que têm de ser comunicados são:

 Preocupações detetadas e potenciais problemas;

 10 regras de ouro;

 Topografia e combustíveis;

 Comportamento do incêndio;

 Tempo atual e mudanças previstas;

 Estratégia e táticas;

 Duração da tarefa;

 Frequência rádio e outras informações de contacto;

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 Plano de contingência para potenciais eventos (evacuação médica, alterações do


tempo, etc)

 Organização do combate;

 Função e deveres de cada um;

 Receber o feedback sore a situação, a função ou os militares;

 Comunicar em forma de linguagem CPS;

 Alinhamento de factores (vento, topografia e exposição);

 Tipo de combustível, e factores de propagação do fogo?

 Possíveis pontos críticos?

 Contacto constante com o resto de equipa, bem como com o COS/CDOS

 Fundamental ter sempre a bateria disponível, para evitar perca de comunicação.

4) Caminhos de fuga (Escape Route)

3.53 Em primeiro lugar, saliente-se que está escrito no plural, logo devem existir mais planeados,
pelo menos dois caminhos de fuga. Se o primeiro caminho ficar cortado, devemos saber para onde
devemos ir. Cada um dos operacionais na frente de chamas devem conhecer quais são os planos
referentes aos caminhos de fuga, bem como o que é esperado deles. Todos, sem exceção devem
saber qual o sinal para se dirigiram para a zona de segurança. É importante relembrar que, à medida
que a equipa fica cansada ela não vai estar tão capacitada para recuar rapidamente. Deve-se
encurtar a distância entre a zona de trabalho e a zona de segurança ou providenciar uma fuga
rápida. Os caminhos de fuga não devem ser medidos em metros, mas sim em minutos e segundos.
Deve-se fazer uma estimativa do tempo que a equipa necessita para se colocar em segurança, logo
à medida que se vai progredindo e encontrando melhores alternativas e mais rápidas de executar,
deve ser atualizado o plano e comunicado a todos os elementos.

3.54 É necessário existir mais do que um caminho de fuga do incêndio. Esses caminhos devem
estar identificados e todos os operacionais, devem saber onde estão e qual o seu destino. Mas não
é assim tão simples, de seguida vão ser enumeradas considerações que deve ter em conta para
selecionar os caminhos de fuga que lhe garante o objetivo pretendido, nomeadamente:

 Se existe mais do que um caminho de fuga então basta dizer “vamos nesta direção”. Tem que
ser um caminho que previsivelmente não seja a subir ou tenha obstáculos que retardem a
retirada. Também não pode ser a quilómetros de distância. Tem de haver pontos de passagem
que permitam aos operacionais mover-se rapidamente de um ponto de potencial perigo para
um local seguro.

Segurança
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 Um incêndio normalmente dá sinais de que vai mudar: por existirem cada vez mais projeções
ou por ser um incêndio de copas, em termos práticos, a sensação geral é mais tensa. Pode
ocorrer uma mudança na intensidade e direção do vento, a humidade descer bruscamente,
ou as nuvens começarem a mudar de formato. Na observação deve-se estar atento a alguns
desses fatores.

 Devem estar definidas modalidades de ação para quando se grita “Fogo”. O essencial é o
vigia e os operacionais que estão a combater saberem o que fazer quando é realizado o sinal
para executar determinada ação.

 Deve existir uma margem de segurança na estimativa do tempo de mudança para um local
seguro. Assegurar que se tiverem de desmobilizar, tem tempo para o fazer, não deve esperar
até a chama os atingir. Estar seguro que o tempo de recuar para local seguro é o suficiente
para o elemento mais lento.

 Conhecer qual o caminho de fuga prioritário, mas devem estar planeadas mais alternativas
para caso seja necessário. O caminho selecionado deve:

 Caminho previamente definido, antes do ataque, para acesso a zona segura (deve
existir mais do que um…);

 Vigia essencial na reavaliação e atualização de caminhos de fuga;

 Se possível, deve ser o mais visível possível, com pouco combustível associado, bem
como o mais rapidamente transitável.

 Em geral, o melhor caminho seguro é dirigir-se à zona negra (queimada).

5) Zonas seguras (Security Zone)

3.55 As Zonas de seguras são locais onde se pode refugiar, locais onde é garantido que se está
seguro. A dimensão da zona de segurança é definida pelo combustível, terreno, condições
atmosféricas e na pior das situações pelo comportamento do incêndio e intensidade. O uso do Fire
Shelters não deve ser necessário para considerar que está numa zona segura. Contudo, isso não
significa que não possam ser usados. Algumas zonas de segurança comumente utilizadas incluem
a zona queimada.

3.56 Por vezes, os caminhos de fuga e zonas de segurança podem ficar comprometidas e
consideradas inúteis. Isto requer que seja mobilizado o abrigo para um local de projeção. No
entanto, é importante não confundir isso com local de segurança, mas sim uma localização de último
recurso.

3.57 O protocolo LACES tenta estabelecer um caminho seguro para o caso de alguma situação
correr mal. O seu foco é colocar os operacionais num local seguro. Os elementos do protocolo
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LACES devem ser tão usuais no vocabulário do operacional como o Fire Shelter, luvas, água e a
pá. Os elementos do protocolo estão interconectados e dependentes uns dos outros. É necessário
existirem zonas de segurança definidas onde se possa ter proteção contra incêndio. Se as chamas
do incêndio forem muito altas pode ser difícil de definir a zona de segurança. Quando se verifiquem
essas condições, o tamanho da zona de segurança deve também ser enorme e deve-se equacionar
se realmente existe necessidade de combater o incêndio nesse momento. Caso seja necessário,
há alguns requisitos que se devem procurar para as zonas de segurança, designadamente:

 Devem ser largas o suficiente para proteger os operacionais do pior comportamento


previsível. Devem ser o resultado do reconhecimento por parte de operacionais experientes
que garantam que aquela zona de segurança vai resultar para uma emergência.

 Uma das mais fiáveis zonas de seguranças é a área ardida, desde que não seja um local onde
vá existir um reacendimento. Em certas situações, a área ardida é reajustada/redefinida à
medida que se vai combatendo. Em qualquer caso, se for área ardida, deve-se estar atento a
árvores fracas e queda de pedras.

 À medida que o combate vai avançando ao longo da linha, novas zonas de segurança devem
ser identificadas e transmitidas aos operacionais que combatem o incêndio e aos vigias.
Resultado de haver novas zonas de segurança, também se deve identificar novas rotas de
fuga.

 A regra mais comum para a aprovação do tamanho da zona de segurança é ser 4 vezes maior
que o tamanho da chama mais 30cm por cada veículo existente. Então se estiver a combater
um incêndio numa área e estimar o tamanho da chama ser 15 metros, necessita-se uma zona
de segurança com 120 metros de diâmetro, para estar protegido da radiação do calor. Em
termos numéricos será:

Raio de Segurança = (4 x Tamanho da chama) + (0,3m x n.º de veículos existentes)

Nota: As unidades de comprimento devem ser todas iguais, neste caso todas em metros.

 Em suma deve considerar os seguintes intens:

 Zona, sem combustível, onde a segurança dos operacionais e as suas viatura seja o fator
prioritário.

 De rápido acesso;

 De preferência afastado de combustíveis finos mortos e médios com elevadas cargas;

 Em geral, o melhor caminho seguro é dirigir-se à zona negra (queimada).

b. 10 Regras de Ouro

Segurança
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3.58 Depois do acidente durante o combate ao incêndio de Mann Gulch 1949, em Montanha, USA,
as autoridades Norteamericanas responsáveis pelo combate aos incêndios florestais, analizaram
as causas dos acidentes e determinaram orientações que os operacionais devem seguir para evitar
os acidentes. Estas indicações tranformaram-se na redação das 10 normas de segurança na
supressão dos incêndios florestais, as quais são simples e de cumprimento obrigatório para evitar
acidentes para o próprio ou para outros.

3.59 As 10 Regras de Ouro que devem ser do conhecimento de todos os operacionais para garantir
a segurança durante o combate aos incêndios são:

1º. Basear qualquer ação de combate ao incêndio de acordo com o seu comportamento atual
e futuro;

2º. Efetuar o ataque ao incêndio mantendo o controlo do seu pessoal durante todo o momento;

3º. Dar instruções claras e certifique-se de que são corretamente entendidas

4º. Manter-se informado sobre o comportamento do incêndio;

5º. Manter-se informado sobre as condições e previsões meteorológicas que podem afetar a
propagação do incêndio;

6º. Estabelecer zonas seguras e caminhos de fuga e dê-os a conhecer aos outros elementos
da equipa;

7º. Utilizar vigias em situações potencias de perigo;

8º. Manter a comunicação pronta com o seu pessoal, com o seu chefe e com as forças de
combate contíguas;

9º. Estár atento e calmo em todo o momento, pense com clareza e atue com decisão;

10º. Preservar a segurança do pessoal em primeiro lugar e combater o fogo com


agressividade.

c. 18 Situações de Perigo

3.60 As 18 situações de perigo, são situações identificadas, como situações onde os operacionais
expostos aos perigos adejacentes já sucumbiram em combate. A estrita observancia e cumprimento
dos seus cuidados, para que o operacional não se exponha a estes risco, não só salvaguarda a
segurança indívidual como também a oletiva, reforça o sentimento de segurança e incrementa o
potencial de sucesso durante as operações.

3.61 As 18 situações de perigo, à semelhaça das regras de segurança, tem rigem nos UEA, quando
as autoridades responsáveis pela supressão dos incêndios florestais, analizaram o cenário onde
aconteceram as mortes de Gulch, em Montanha 1949, UEA e elaboraram uma lista de 13 situações

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de perigo identificadas nos teadros de operaçoes que contribuem para a ocorrencia de acidentes.
Posteriormente, depois de um novo acidente grave (incêndio de South Canyon, no Colorado e 1994,
completou-se a lista até às 18 situações de perigo atuais.

Consideram-se como situações de perigo, as seguintes:

1.ºAo construir uma linha de controlo encosta abaixo até ao incêndio;

2.ºQuando combate o incêndio numa encosta onde material rolante pode iniciar focos
secundários abaixo de si;

3.ºQuando o vento começa a soprar, aumenta de velocidade ou muda de direção;

4.ºQuando o tempo se torna mais quente e seco;

5.ºQuando se encontrar na linha de chamas com combustíveis, secos e não queimados entre
você e o incêndio;

6.ºQuando o terreno e os combustíveis tornam difícil a fuga para zonas de segurança;

7.ºQuando se encontra em terreno desconhecido que não teve oportunidade de observar


durante o dia;

8.ºQuando se encontra numa área onde não conhece os fatores locais que influenciam o
comportamento do incêndio;

9.ºAo tentar o ataque a uma frente do incêndio com veículos cisternas;

10.ºQuando sejam frequentes os focos secundários sobre a linha de fogo;

11.ºQuando não pode ver o incêndio principal e não tem comunicação com o pessoal que o
esteja a ver;

12.ºSe não compreende com clareza as instruções, a tarefa ou o cargo que lhe foi atribuído;

13.ºSe tem sono e vontade de dormir perto da linha do incêndio;

14.ºQuando não efetuou o reconhecimento do incêndio;

15.ºQuando não identificou, zonas de segurança e caminhos de fuga;

16.ºQuando desconhece as estratégias, as táticas e os perigos;

17.ºQuando constrói uma linha de controlo que não termine em área segura;

18.ºQuando as comunicações são difíceis entre as equipas de combate e o comando do


incêndio.

Segurança
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CAPÍTULO 4 - ESTRATÉGIA, MÉTODOS E TÉCNICAS DE COMBATE

SECÇÃO I - ESTRATÉGIA DE COMBATE

a. Fases de Combate

4.01 Todas as operações de combate são desenvolvidas segundo um cenário que compreende as
seguintes fases:

1) Reconhecimento e Avaliação

4.02 Fase determinante em incêndios florestais pelo carater evolutivo, tendo em conta sempre os
seguintes aspetos:

 Incêndio – avaliar situação, caraterísticas e propagação;

 Itinerários – reconhecer acessos e dificuldades que colocam;

 Terreno – identificar forma, natureza, vegetação, estado dos combustíveis e pontos


sensíveis;

 Condições meteorológicas – verificar o vento, a temperatura e a humidade;

 Pontos de Água – reconhecer o tipo, a capacidade e os acessos.

2) Salvamentos

4.03 Consiste em colocar a população e os seus bens ao abrigo dos riscos, por meio de evacuação,
salvamento ou confinamento.

3) Estabelecimento dos Meios de Ação

4.04 Depois da avaliação inicial do incêndio, opta-se por determinada estratégia de combate; são
estabelecidas prioridades e distribuídos meios e equipamentos no terreno, de acordo com um plano
de ação.

4) Ataque

4.05 A finalidade do ataque é clara e pode ser definida pelos seguintes pontos:

 Suprimir a progressão do incêndio;

 Minimizar estragos produzidos;

 Proteger vidas e bens ameaçados;

 Extinguir para depois rescaldar, evitando reacendimentos.

5) Rescaldo

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


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4.06 Constitui uma parte integrante do combate ao incêndio e é também uma das fases mais
importantes. Destina-se a assegurar que se eliminou toda a combustão na área ardida ou que, o
material ainda em combustão está devidamente isolado e circunscrito de forma a não constituir
perigo.

6) Vigilância

4.07 A vigilância após o Incêndio deve merecer alguma atenção, mantendo-se de prevenção e
vigilância sobre a zona do incêndio, no sentido de evitar um possível reacendimento.

4.08 Na fase 4 utilizam-se os chamados “pontos de situação” (POSIT), que definem a todo o
momento o estado da operação: A alteração das etapas de um incêndio florestal tem como base o
comportamento do incêndio. Consideram-se as seguintes definições das etapas de um incêndio
rural:

 Incêndio Ativo (Em Curso) – Incêndio em evolução sem qualquer limitação de área;

 Incêndio Dominado (Em Resolução) – Incêndio que atingiu uma fase em que as
chamas já não afetam os combustíveis vizinhos, através dos mecanismos de
transmissão de calor e, a altura das chamas é reduzida não existindo perigo de
propagação do incêndio, para além do perímetro já atingido;

 Incêndio em Rescaldo (Em conclusão) – Todos os focos de incêndio foram extintos,


mantendo-se somente, dentro do perímetro, pequenos focos de combustão que se
eliminam ou se isolam, garantindo-se que o incêndio não reativa;

 Reativação (Em curso) – Aumento de intensidade de uma parte ou de todo o perímetro


de um incêndio durante as operações de rescaldo e antes de este ser considerado
rescaldado, pelo COS;

 Incêndio Extinto (Finalizado) – Os principais focos de combustão estão extintos,


estando garantida a consolidação do perímetro do incêndio. A extinção é declarada pelo
COS, após a verificação de todos os setores, linha perimetral e pontos críticos
identificados;

 Vigilância Ativa (Vigilância Ativa) – Depois do COS ter dado o incêndio como
rescaldado, ficam no local o pessoal e materiais indispensáveis para vigiar e atuar em
caso de necessidade;

 Reacendimento – É uma nova ocorrência que tem início no perímetro da área afetada
por um incêndio considerado extinto (após términus das ações de rescaldo e vigilância),
ou seja, em que todos os meios já abandonaram o TO. São ocorrências que têm

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obrigatoriamente área ardida associada e às quais será atribuído o tipo de causa


‘REACENDIMENTO’ e a causa 711 – ‘Fonte de calor do incêndio anterior.19

4.09 Apesar de as operações de rescaldo não se enquadrarem nas missões atribuídas ás forças da
UEPS, importa esclarecer que não se pode abandonar o TO sem que as operações de rescaldo
estejam concluídas e consolidadas, a não ser que o COS assim o determine, ou que outra situação
o justifique.

4.10 O rescaldo é uma operação delicada e de grande responsabilidade. Para o efetuar


corretamente, deve ter-se em conta os seguintes pontos:

 Um incêndio extinto nas horas frias da noite e madrugada, pode reacender-se com o
calor do dia;

 O vento facilita o reacendimento;

 Um bom rescaldo, que ofereça garantias de segurança tem forçosamente que eliminar
qualquer possibilidade de reacendimento do incêndio;

 Um reacendimento é sempre mais perigoso do que o incêndio inicial, visto que os


combustíveis nas proximidades já se encontram secos, sem humidade e predispostos
a arder com facilidade.

 Devem ser eliminados todos os “Pontos Quentes” existente na orla da área queimada
ou mesmo dentro da mesma;

 Devem ser observadas as condições meteorológicas previstas, para melhor adaptar a


técnica a utilizar durante os trabalhos;

 Devem ser respeitadas as regras e condições de segurança consideradas para o


combate, uma vez que o rescaldo é parte integrante do combate.

4.11 Assim, como exemplo de um rescaldo efetuado com ferramentas manuais, ficam algumas
imagens de como devem e não devem ser feitas as faixas de contenção para impedir a progressão
do fogo, ou evitar reacendimentos.

Figura 4.1 - Contenção de matérias rolantes

19 Fonte: ANEPC_DON_2_DECIR_2019
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Figura 4.2 - Separação até ao solo mineral/proteção de manta morta não ardida/descontinuidade horizontal
e vertical

Figura 4.3 - Exemplos de descontinuidade mal efetuada

4.12 O quadro 4.1, refere-se a algumas formas de controlo de uma frente de chamas, de acordo
com o seu comprimento:

Limitações na supressão do fogo


Comprimento da
Estratégias de controlo
chama (m)
Pode ser atacado na cabeça ou nos flancos por equipas usando ferramentas
< 1,2 manuais. As faixas construídas à mão, com ferramentas devem conter/segurar
o incêndio.
Demasiado intenso para ataque direto na cabeça por equipas com material
sapador (ferramentas manuais). É necessário equipamento pesado
1,2 a 2,4
(veículos/máquinas) ou meios aéreos (aviões/helicópteros). O fogo é
potencialmente perigoso para os combatentes.
Pode representar sérios problemas de controlo (passagem às copas, incêndios
2,4 a 3,4 de copas ativos, focos secundários). Atacar na cabeça será provavelmente
ineficaz.
É provável a ocorrência de incêndios de copas, formação de focos secundários
>3,4 e incêndios muito rápidos. Atacar a cabeça será ineficaz e perigoso. O ataque
indireto pode ser a melhor alternativa.

Quadro 4.1 - Limitações na supressão do fogo: estratégias de controlo

b. Etapas de Combate

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4.13 O combate a um incêndio rural resume-se às seguintes etapas:

1) Ataque inicial

4.14 São os primeiros trabalhos de extinção e tem como objetivo retardar o avanço do fogo. Quando
se realiza um ATI a um incêndio, duas medidas são decisivas para conter o seu avanço:

 Impedir a progressão livre da cabeça até que se possa combater.

 Atacar os flancos para reduzir a cabeça do fogo.

2) Ataque ampliado

4.15 O ATA pressupõe uma organização e coordenação muito mais complexa que tem como
objetivo travar o avanço do fogo. É garantindo sempre após os primeiros 90 minutos de intervenção,
desde o despacho do primeiro meio de ATI, e desde que o incêndio ainda não tenha sido dado
como dominado;

4.16 A ação de ATA pode iniciar-se antes de esgotados os primeiros 90 minutos de intervenção,
quando a previsão de evolução, efetuada pelo COS, assim o determine.

4.17 Sendo uma ação integrada, sustentada pelo despacho de meios de reforço e especiais,
projetados para incêndios não dominados em ATI, esta fase carateriza-se pela expansão da
organização do TO, com evolução para um Posto de Comando de Operações Conjuntas (PCOC),
a setorização do TO e a constituição de zonas de sustentação das operações (zonas de apoio – ZA
e as zonas de concentração e reserva – ZCR).

3) Regresso do incêndio

4.18 Antes de regressar deve-se comprovar que está totalmente apagado, verificar se foram
realizados os relatórios necessários, efetuar a medição da área ardida e do incêndio, Etc. Também
é importante fazer a recontagem dos meios que atuaram e verificação do seu estado.

c. Resultado das Ações do Combate

4.19 Para cada ação de combate é atribuída um resultado que define o estado em que a ocorrência
ficou ou se encontra. O resultado da ação de combate é usado para efeitos estatísticos pela ANEPC,
e diz respeito ao resultado de ações em ATI, ora veja-se o texto transcrito da
ANEPC_DON_2_DECIR_2019: O cálculo do sucesso do ATI, das equipas helitransportadas é
determinado no final da sua intervenção e para um máximo de 90 (noventa) minutos de operação
do respetivo meio aéreo e de acordo com a situação de incêndio: dominado – sucesso, ou ativo –
insucesso. As situações referentes a missões abortadas, sem intervenção ou falso alarme, não se
consideram no cálculo do sucesso do ATI;

1) Dominado

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4.20 Sempre que o incêndio fique dominado nos primeiros 90 minutos de intervenção, não sendo
necessário aumentar os recursos no TO.

2) Ativo

4.21 Sempre que o incêndio não fique dominado nos primeiros 90 minutos de intervenção, sendo
necessário aumentar os recursos no TO passando-se, portanto, a ATA.

3) Sem Intervenção

4.22 Situação em que o Helicóptero/Patrulha terrestre foi acionado para uma ocorrência, e chegado
ao local o Comandante da SIPS/EIPS verifica que não necessita de intervir, contactando o
COS/CDOS e abandonando de seguida o local.

4) Falso Alarme

4.23 Situação em que o Helicóptero/Patrulha terrestre foi acionado para uma ocorrência, e chegado
ao local, não é detetada área ardida, fumo ou qualquer vestígio da existência de qualquer incêndio.

5) Missão Abortada

4.24 Situação em que o meio é despachado (Helicóptero/Patrulha), mas, antes da chegada ao TO,
a missão é cancelada por indicação (direta ou indireta) de quem inicialmente despachou os meios.

d. Preservação dos vestígios

4.25 No que respeita á preservação de vestígios, as equipas de primeira intervenção devem


colaborar na preservação dos meios de prova, sobretudo quando iniciam o combate ao incêndio,
no local da sua suposta ignição. Este principio é aplicado às restantes forças, mesmo que inseridas
numa outra etapa do combate que não o ATI.

4.26 Na área do incêndio, as equipas devem verificar, sempre que possível, a existência de algo
fora do normal. Caso o detetem, devem proteger os vestígios, isolar e proteger o local e avisar
imediatamente o COS, que por sua vez dará conhecimento às autoridades competentes. Nunca se
deve tocar nos vestígios detetados. Também na fase de rescaldo devem ter-se cuidados no sentido
de não destruir qualquer vestígio, uma vez que a sua preservação será fundamental para a
investigação e atribuição da respetiva causa.

4.27 No ponto de início do incêndio existem determinadas características, que determinam a sua
localização exata.

4.28 Determina o Código Penal, que “...os incêndios florestais são crime (...) de denúncia
obrigatória...”.

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4.29 Na área do incêndio20 devem ser observados os seguintes passos para assegurar a
preservação dos vestígios::

1º. Identificar início do incêndio;

2º. Localizar vestígios;

3º. Sinalizar;

4º. Proteger e vigiar o local.21;

5º. Informar entidades responsáveis pela investigação (PJ, GNR/SEPNA…).

4.30 Para identificar o início do incêndio, existem indícios claros e evidentes que conduzem ao ponto
onde se deu a ignição. Assim, no terreno deve-se observar os seguintes aspetos:

 Nos troncos, a mancha enegrecida é concordante com a direção do fogo;

 Nas cercas e aramados os postes e arames estão mais carbonizados do lado da


propagação;

 Pedras e rochas ficam mais escuras do lado da propagação;

 Nas ervas, as pontas caem para o lado do início do fogo;

 Os ramos mais finos das árvores e arbustos inclinam-se na direção de propagação;

 Se o fogo passa sobre um tronco deitado, o lado oposto ao sentido de progressão tem as
ervas e o mato menos queimado.

4.31 Uma vez determinado o ponto de início, deve-se procurar indícios que possam levar à
descoberta das causas tais como:

 Fogueiras/Queima de Sobrantes;

 Foguetes;

 Linhas de alta tensão;

 Raios;

 Artefactos incendiários (cigarros, velas, mechas, latas de gasolina, …).

4.32 Uma vez encontrado o agente ou a fonte de ignição, procurar indícios e informações que
possam levar à descoberta do seu autor.

 Testemunhos de pessoas;

20 Importante: Não tocar/contaminar os vestígios encontrados.


21 Muito importante: Não destruir os vestígios durante o rescaldo a um incêndio.
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 Vestígios; etc.

e. Procedimentos do Coordenador de Operações Aéreas

1) Definições

 Operações aéreas em incêndios rurais: operação de uma ou várias aeronaves em


incêndios rurais com missões de ATI, ATA, monitorização aérea armada,
reconhecimento, avaliação e coordenação, transporte de pessoal técnico especializado
e carga e busca e evacuação.

 Regulação das operações aéreas em incêndios rurais: conjunto de regras,


protocolos e procedimentos que regulam as operações aéreas em incêndios rurais.
Distinguem-se em coordenação a bordo de aeronave de coordenação (COPAR-A) ou
coordenação em terra (COPAR-T).

 Coordenador de Operações Aéreas (COPAR): elemento qualificado que tem a


competência de transmitir aos Pilotos-Comandante, os objetivos atribuídos aos meios
aéreos, no âmbito da estratégia definida para a operação e transmitida pelo OPAR, a
quem reporta, bem como da sua coordenação no TO, ao nível da manobra. Esta ação
pode ser desenvolvida a dois níveis:

I. elemento embarcado em aeronave de coordenação e encarregado, por delegação


do COS, pelo desempenho das funções de coordenação de meios aéreos definidas
neste protocolo (COPAR-A);

II. elemento em terra e encarregado, por delegação do COS, pela coordenação das
operações aéreas em incêndios rurais (COPAR-T).

 Oficial de Operações Aéreas (OPAR): elemento que chefia o Núcleo de Operações


Aéreas integrada na Célula de Operações do Posto de Comando Operacional.

 Núcleo de Meios Aéreos: assegura a gestão dos meios aéreos no TO, propondo as
soluções mais adequadas à gestão do dispositivo aéreo de acordo com o Plano
Estratégico de Ação (PEA).

 Tripulações de apoio às operações aéreas em incêndios rurais: tripulação de


aeronaves que colaboram na regulamentação de operações aéreas, conforme
estabelecido nos regulamentos aeronáuticos e neste protocolo.

 Pessoal de apoio em terra para a gestão de meios aéreos: pessoal localizado no


posto de comando, nos aeródromos e nos centros de operações, cuja função é apoiar
a gestão dos meios aéreos atribuídos a um incêndio rural.

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 Auxiliar de coordenação: pessoa que realiza trabalho de apoio na coordenação de


meios aéreos.

 Aeronaves de combate a incêndios rurais: aeronaves devidamente certificadas para


as missões de combate a incêndios rurais.

 Aeronaves de coordenação: helicóptero ou avião a partir do qual é realizada a


coordenação de operações aéreas em incêndios rurais Não devendo esta aeronave
acumular funções de combate.

 Área de Voo em Incêndio (AVI): espaço aéreo que contém um ou mais incêndios
rurais, definido exclusivamente para a finalidade de regular operações aéreas em
incêndios rurais e sem efeitos legais para aeronaves fora do dispositivo. Este espaço
aéreo é caracterizado da seguinte forma:

I. É delimitado por um cilindro com as características definidas nas alíneas b) e c).


Excecionalmente, esse espaço aéreo pode assumir outras formas.

II. O seu eixo corta a superfície da Terra em um ponto cujas coordenadas serão
determinadas pelo órgão competente (COS/PCO). Essas coordenadas podem ser
modificadas conforme a evolução do incêndio assim o aconselhar.

III. O seu raio será em princípio de 5 NM (1 milhas náuticas = 1,852km) e poderá ser
ampliado de acordo com a evolução do incêndio.

 Área de espera (ADE): espaço aéreo que confina internamente com a AVI e em que
aeronave que não pode entrar na AVI deve orbitar de acordo com as disposições deste
protocolo e com as condições adicionais determinadas pelo COPAR.

 Área de notificação de incorporação (ANI): espaço aéreo que faz fronteira interna
com o ADE e dentro do qual a aeronave de combate a incêndios que pretende entrar no
AVI entrará em contato com o COPAR.

 Zona de carga: área de superfície utilizada pelos meios aéreos de combate a incêndios
que permitem o carregamento seguro de agente extintor (água ou outros). São zonas
de carga, não obstante as regras específicas de uso de cada uma delas:

I. Balsas ou outras construções fixas ou portáteis.

II. Rios, reservatórios, lagos, lagoas, estuários e áreas marítimas.

III. Portos marítimos.

IV. Aeródromos e aeroportos.

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 Zona de descarga: superfície terrestre em que é efetuada a descarga do agente


extintor.

 Trajetória de carga: trajetória que descreve a aeronave durante a aproximação à área


de carga de agente extintor.

 Trajetória de descarga: trajetória que descreve a aeronave durante a aproximação à


zona de descarga.

 Carrossel de aeronaves: conjunto de aeronaves de desempenho semelhante que


circulam de forma ordenada e sem uma aeronave líder, com a possibilidade de
diferentes objetivos de extinção.

 Formação de aeronaves: conjunto de aeronaves de desempenho semelhante que


circulam de maneira ordenada e com aeronaves líderes, com o mesmo objetivo de
extinção.

 Frequência aérea atribuída ao incêndio: frequência destinada às comunicações


aéreas num incêndio rural, determinada pela ANEPC, de acordo com as disposições do
planeamento e uso do espectro radioelétrico e deste protocolo.

 Frequência aérea de emergência: frequência aérea utilizada em incêndios rurais


especificamente para comunicações de emergência. O seu uso pode ser autorizado
pelo COS em situações excecionais.

 Frequência de reserva: frequência aérea alternativa permanentemente atribuída a um


distrito ou PIPS. O seu uso pode ser autorizado pela ANEPC ou pelo COS, de acordo
com as disposições deste protocolo.

 Frequência terrestre atribuída ao incêndio: frequência ou frequências utilizadas nas


comunicações terrestres do dispositivo de extinção de incêndio, de acordo com os
regulamentos de planeamento e uso do espectro radioelétrico (VHF, SIRESP e outros).

 Silêncio rádio: ordem dada pelo COS ou COPAR em situações excecionais ou de


emergência durante operações aéreas em incêndios rurais, proibindo o uso de
frequências pelo período mínimo necessário para realizar comunicações até à resolução
da referida emergência. Os restantes meios do dispositivo de extinção pode dar ordem
de silêncio aorádio quando a urgência e a gravidade da emergência ocorrerem, tornando
a interrupção das comunicações absolutamente essencial para garantir a segurança das
pessoas.

 Operação simultânea em incêndio: entende-se que duas ou mais aeronaves estão a


operar simultaneamente em um incêndio quando coincidem dentro da AVI.
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 QNE: pressão padrão ao nível do mar, usada como referência para calibração do
altímetro em operações aéreas de combate a incêndios.

 Principais objetivos da regulamentação das operações aéreas em incêndios


rurais.

I. Aumente a segurança do pessoal e do material do dispositivo de extinção de


incêndio.

II. Aumentar a eficiência da operação dos meios aéreos.

III. Aumentar a eficácia das descargas dos meios aéreos.

 Delegação de funções:Todas as funções que este protocolo atribui ao COPAR são


entendidas como atribuídas pela delegação de funções do COS.

2) Regulação das operações aéreas em incêndios florestais

(a) Supervisão e responsabilidades.

4.33 Todos os incêndios nos quais pelo menos um meio aéreo tenha sido despachado devem ter
um COPAR-T, que será o coordenador em terra das operações aéreas. Esta função pode ser
exercida pelo Chefe de Equipa Helitransportada de Ataque Inicial (CEHATI) ou por elemento
indicado pelo COS.

4.34 Nos casos indicados no artigo 7.º do presente protocolo, a supervisão das operações aéreas
recai sobre o COPAR-A, que estará a bordo de uma aeronave de coordenação.

4.35 Nos incêndios em que não esteja presente um COPAR-A e respetiva aeronave de
coordenação, as equipas de aeronaves de combate a incêndio, sob a supervisão do COPAR-T,
coordenarão entre si para garantir a segurança das operações, conforme estabelecido no artigo 13
e nos regulamentos aeronáuticos.

4.36 As funções do COPAR são integradas no princípio de comando único previsto no Sistema de
Gestão de Operações e demais legislação.

4.37 Em nenhum caso, o COPAR desempenhará funções de controlo de tráfego aéreo, limitando
as suas funções ao aconselhamento e apoio às aeronaves intervenientes, a fim de cumprir os
objetivos e funções gerais definidos neste protocolo. O comandante da aeronave que realiza
operações aéreas em incêndios rurais tem a decisão final em tudo relacionado com a segurança da
aeronave que controla durante as referidas operações, de acordo com as disposições dos
regulamentos aeronáuticos. Em particular, é responsável por manter separação vertical e horizontal
suficiente com o resto das aeronaves e o solo.

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4.38 Da mesma forma, as tripulações de aeronaves que realizam operações aéreas em incêndios
rurais estão sujeitas ao cumprimento das normas europeias e nacionais de tráfego aéreo, sem
prejuízo das isenções que a autoridade aeronáutica competente possa conceder.

4.39 No caso de o AVI estar total ou parcialmente contido em um espaço aéreo controlado, é
responsabilidade da tripulação de cada aeronave estabelecer comunicações obrigatórias com a
unidade de controlo de tráfego aéreo correspondente.

4.40 Em situações de emergência o COPAR pode declarar silêncio rádio nas comunicações ar-ar e
ar-solo exclusivamente nas comunicações realizadas através das frequências aéreas atribuídas ao
incêndio.

(b) Despacho da aeronave de coordenação.

4.41 Uma aeronave de coordenação será despachada para coordenar as operações aéreas de um
incêndio rural quando tenham sido despachadas cinco aeronaves para um incêndio.

4.42 Não obstante o disposto nesta secção, no caso de, devido à simultaneidade de incêndios ou
outras circunstâncias devidamente justificadas pela ANEPC, não ser possível despachar a
aeronave de coordenação, a coordenação das operações aéreas será realizada de acordo com o
definido nas funções de COPAR-T para a coordenação de aeronaves e nos regulamentos
aeronáuticos aplicáveis.

4.43 A ANEPC, com base nos sistemas de gestão de incêndios rurais e regulamentos aplicáveis,
podem reduzir o número de aeronaves das quais é obrigatório despachar uma aeronave de
coordenação.

4.44 Poderá ser despachada uma aeronave de coordenação antes de atingir os limiares definidos
nos aspetos gerais, quando os índices de risco ou outras condições o aconselharem.

(c) Atribuição de meios aéreos a um incêndio rural.

4.45 Entende-se que um meio aéreo é atribuído a um incêndio rural, desde o momento em que foi
despachado para o incêndio pela entidade competente, até que a terre num aeródromo ou
aeroporto, com a ordem explícita do COS, ou da pessoa a quem este delegue, para não voltar ao
incêndio, ou tenha sido desviado durante o voo para outro incêndio (atribuída nova missão).

(d) Gestão dos meios aéreos atribuídos a um incêndio rural.

4.46 A gestão dos meios aéreos atribuídos a um incêndio rural inclui, entre outros, os seguintes
aspetos:

i) Controlo e monitorização dos mesmos, sem prejuízo do estabelecido na secção 4 deste


artigo.

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ii) Designação de zonas de carregamento de agente extintor para evitar a saturação


destas.

iii) Designação de aeródromos de reabastecimento e descanso para evitar saturação ou


indisponibilidade de combustível.

iv) Informações sobre as rotas de circulação entre os aeródromos de reabastecimento e


descanso e a AVI.

v) Apoio logístico a aeronaves de extinção.

4.47 O COPAR fará a gestão, de acordo com as disposições deste protocolo, de todos os meios
aéreos atribuídos a um incêndio rural, quando estiverem dentro da AVI ou da ADE. A coordenação
geral dos meios aéreos atribuídos aos incêndios rurais nos respetivos territórios caberá à ANEPC.

4.48 A ANEPC e COS podem designar pessoal de apoio em terra para a gestão de meios aéreos,
dentro e fora da AVI. Entende-se que o disposto neste artigo não prejudica as responsabilidades
pelo controlo operacional atribuídas aos operadores nos regulamentos aeronáuticos.

(e) Comunicações.

4.49 A regulação das operações aéreas será realizada através das frequências de banda aérea
atribuídas para uso na extinção de incêndios, pela autoridade competente na gestão e planeamento
do espectro radioelétrico.

4.50 Excecionalmente, a regulação das operações aéreas pode ser realizada através de
frequências de banda terrestre, cumprindo em todos os casos o disposto no artigo 11.º.

4.51 As frequências afetas serão distribuídas por PIPS, distrito e nacionais. Será atribuída uma
frequência a cada distrito, podendo a frequência dos PIPS ser utilizada como reserva.

4.52 Por razões de segurança, a frequência de uso comum pode não ser a mesma em dois distritos
contíguos. Em situações excecionais de simultaneidade de incêndios num distrito, podem ser
usadas frequências de outros distritos, ou nacional, após validação e atribuição pela ANEPC.

4.53 Em qualquer caso, será sempre salvaguardada a possibilidade de atribuição de uma


frequência para uso em situações de emergência.

(f) Transmissor de banda aérea.

4.54 O COPAR-T terá sempre um equipamento rádio de banda aérea e os equipamentos


necessários para as comunicações com banda terrestre.

4.55 O COPAR-A deve ter, em qualquer caso, um equipamento rádio de banda aérea, sem prejuízo
das comunicações que possa realizar através da banda terrestre, de acordo com os procedimentos
definidos pela ANEPC.

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3) Organização de operações aéreas em incêndios rurais

4.56 Coordenação entre aeronaves. Funções do COPAR-T e das tripulações de apoio às operações
aéreas.

4.57 O COPAR-T, em colaboração com as tripulações que apoiam as operações aéreas, deve:

 Comunicar os objetivos do plano de estratégico de ação e instruções de trabalho aos meios


aéreos.

 Atribuir setores de trabalho.

 Comunicar os indicativos e posições das aeronaves presentes no incêndio.

 Informar sobre obstáculos e outros riscos conhecidos para as operações aéreas.

4.58 As tripulações de apoio às operações aéreas, seguindo as instruções básicas que o COPAR-
T defina, devem:

 Propor às restantes aeronaves a organização básica dos circuitos de trabalho, especialmente


os circuitos de aproximação e saída das zonas de carregamento de água, bem como o sentido
de rotação do carrossel ou da formação. No entanto, esses circuitos podem ser modificados
por consenso prévio entre as aeronaves afetadas.

 Comunicar ou propor às aeronaves de combate a incêndios os outros aspetos relacionados


com a regulação das operações aéreas que sejam necessários para a sua segurança e
eficácia.

4) Coordenação de operações aéreas em incêndios rurais

(1) Requisitos gerais

4.59 A coordenação dos meios aéreos, de acordo com as disposições do presente protocolo, será
realizada nas seguintes áreas:

 Área de voo de incêndio (AVI)

 Área de notificação de incorporação (ANI)

 Área de espera (ADE)

4.60 A coordenação dos meios aéreos será única. No caso de incêndios que afetem vários
municípios ou distritos, deve ser assegurada a designação de um único COPAR, a menos que as
disposições da secção a seguir se apliquem.

4.61 Não obstante o disposto na secção anterior, o COPAR pode propor ao COS a designação de
uma segunda aeronave de coordenação que atue simultaneamente com a aeronave existente,
definindo dois AVI’s independentes, nos seguintes casos:
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 No caso de o número de meios aéreos envolver uma carga de trabalho excessiva


para o COPAR.

 No caso de incêndios em que, devido à sua grande dimensão, a setorização facilite


e melhore a coordenação dos meios aéreos.

4.62 Em qualquer caso, será necessário o cumprimento dos seguintes requisitos:

 A autorização expressa do COS.

 Que existe uma separação física entre AVIs que permite:

 A alocação de pontos de água exclusivos para cada uma dessas áreas.

 O estabelecimento de rotas de retirada e chegada predefinidas que não se cruzam


com o tráfego dos outros AVI.

 Que cada AVI utilize uma frequência de banda aérea diferente.

 Que no posto de comando deve haver pelo menos uma pessoa de apoio ao COPAR.

4.63 O COPAR pode contar com o apoio de um auxiliar de coordenação.

4.64 Em nenhum caso os pilotos das aeronaves de extinção e coordenação realizarão tarefas de
coordenação de meios aéreos, devendo esta ser uma função dedicada.

(2) Funções operacionais do coordenador de meios aéreos.

4.65 O COPAR gere as operações aéreas dentro do AVI e do ADE. Para fazer isso assumirá as
seguintes funções específicas:

i) Regular as operações aéreas na AVI.

ii) Priorizar a alocação e uso de meios aéreos.

iii) Identificar, transmitir e descrever aos meios aéreos as zonas de carga e descarga.

iv) Relatar dados de interesse para os meios aéreos, especialmente os perigos


identificados.

v) Aconselhar a mobilização ou desmobilização de meios aéreos.

vi) Relatar a posição das aeronaves a entrar e a sair na AVI.

vii) Informar ou, quando necessário, fazer as correções apropriadas sobre a eficácia das
descargas.

O COPAR também apoia o COS nos seguintes aspetos:

 Reconhecimento da situação do incêndio rural e observação de sua evolução, podendo


inclusivamente:
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
4-15
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Propor ao COS a realização de um REVIS, à chegada e retirada do incêndio, ou sempre


que este entenda ser útil para o processo de tomada de decisão do COS.

 Monitorização contínua da efetividade do plano estratégico de ação.

4.66 Por outro lado, o COPAR é responsável pela gestão das comunicações aéreas. Para fazer
isso, deve:

 Supervisionar se as comunicações estão em conformidade com os requisitos estabelecidos


neste protocolo.

 Assegurar a disciplina das comunicações, a fim de evitar a saturação destas.

 Ser o único interlocutor com os meios aéreos e o COS, ou a pessoa a quem ele delegue, e os
meios aéreos, sem prejuízo do disposto no artigo 20.

5) Substituição da aeronave de coordenação no Teatro de Operações

4.67 Quando uma aeronave de coordenação for substituída (por fim de autonomia, descanso da
tripulação ou desmobilização), a aeronave que a substitui permanecerá em escuta da frequência
aérea atribuída ao incêndio, orbitando na AVI e mantendo a separação apropriada entre as
aeronaves, para reconhecimento pelo COPAR-A (visualizar a situação do incêndio, as áreas em
que os meios aéreos estão a operar, os circuitos que executam, os pontos em que carregam a
água e as suas trajetórias até ao ponto de descarga). Deverá também comunicar a altitude de
aproximação (ajuste altimétrico de QNE).

4.68 Antes que a troca ocorra, a aeronave de entrada deve ter pelo menos as seguintes
informações:

 Altitude de trabalho na AVI e ajuste do altímetro.

 Obstáculos no interior da AVI e nos espaços que possam interferir no tráfego aéreo das
aeronaves de combate a incêndios.

 Aspetos relevantes sobre o incêndio rural.

 Plano de operações aéreas: em particular, áreas de trabalho, meios aéreos atribuídos


e objetivos.

 Aspetos relevantes do plano de operações terrestres.

4.69 O COPAR-A deve apresentar-se munido das informações necessárias para o desempenho da
sua missão, nomeadamente os meios aéreos atribuídos ao incêndio, frequência em utilização e
outras informações relevantes (segurança, comunicações e recursos).

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


4-16
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

4.70 Caso o COPAR-A de saída não possa ser substituído por outro COPAR-A, as disposições de
supervisão e responsabilidade definidas nos aspetos gerais e as instruções de Coordenação entre
aeronaves, designadamente as funções do COPAR-T e das tripulações de apoio às operações
aéreas previstas neste manual prevalecem.

6) Normas de regulação do tráfego aéreo

(a) Procedimento para entrada na área de voo de incêndio (AVI)

4.71 Toda aeronave de combate a incêndio deve comunicar a intenção de entrar na AVI para o
COPAR, nos seguintes casos:

 Quando entra na AVI pela primeira vez, depois de ser despachada para o TO.

 Após ter realizado os períodos de descanso de acordo com os regulamentos


aeronáuticos.

 Após o reabastecimento.

 Em qualquer circunstância, depois de deixar a AVI por qualquer outro motivo que não
os anteriores.

4.72 A primeira tentativa de comunicação com o COPAR deve ser feita pelo menos 10 minutos
antes de chegar ao incêndio, ou a uma distância de 15 NM (milhas náuticas).

4.73 Nenhuma aeronave que não estabeleceu comunicação com o COPAR pode exceder o limite
de distância de 7 NM até o centro do AVI e deve permanecer em espera até que essa comunicação
seja estabelecida.

(b) Separação entre aeronaves na AVI

4.74 Na AVI, a circulação de aeronaves será estratificada horizontal e verticalmente, de acordo com
o disposto neste artigo.

4.75 Os estratos verticais são determinados por altitudes, calculadas a partir da pressão normal do
nível do mar (pressão de referência QNE), de acordo com as seguintes condições:

 Aeronaves de diferente tipologia devem manter, em geral, uma separação vertical


mínima de 500 pés.

 Os aviões de coordenação devem manter uma separação vertical mínima de 1.000


pés da aeronave que circule a maior altitude.

 Para os helicópteros de coordenação a separação anterior será, em geral, de 500


pés.

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


4-17
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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4.76 O COPAR pode distribuir as aeronaves que realizam operações aéreas de combate a
incêndios, dentro da AVI, de maneira diferente da estabelecida na secção 1, caso o nível de
segurança das operações aéreas seja aumentado.

4.77 Com relação à alocação de zonas,o COPAR organizará as aeronaves de combate a incêndios
de acordo com as zonas de trabalho, com base nas instruções recebidas pelo COS. Sendo possível
e desde que não prejudique as operações de extinção, atribuir diferentes áreas de trabalho a
helicópteros e aviões, e fazer carrosséis de um único tipo de aeronave.

4.78 Da mesma forma, será evitada a existência de áreas de cruzamento entre duas áreas de
trabalho e / ou carga diferentes.

4.79 Nos carrosséis, serão respeitadas as seguintes regras:

 Será mantido, tanto quanto possível, o contato visual com a aeronave precedente. Se o
contato visual for perdido, será solicitada via rádio à aeronave precedente a sua posição.

 Na medida do possível, deverá manter-se uma distância mínima de segurança com outras
aeronaves de 0,5 NM ou 30 segundos.

 É proibido, a menos que expressamente indicado pelo COPAR e sob a exclusiva


responsabilidade do comandante da aeronave, alterar a ordem do movimento dentro do
carrossel de aeronaves.

 A velocidade nunca excederá 80 KIAS no caso dos helicópteros.

 Deve ser dada prioridade de entrada e operação na AVI à tipologia de aeronave com maior
peso e/ou menor mobilidade.

4.80 O disposto neste artigo será executado sem prejuízo da autoridade decisiva do comandante
da aeronave em todos os assuntos relacionados com a segurança da operação.

(c) Separação entre aeronaves em espera.

4.81 O COPAR informará a aeronave que solicita a entrada na AVI se tiver uma zona livre para
entrar e descarregar, ou se tiver que continuar em espera, orbitando num determinado setor da AVI
a uma certa altitude.

4.82 No entanto, quando a saturação do tráfego de entrada na AVI assim o aconselhe, ou em


situações de emergência, o COPAR distribuirá a aeronave dentro da ADE de acordo com setores,
sem interferir nas rotas para as zonas de carregamento de água ou com as rotas de entrada e saída
da AVI, de acordo com as seguintes condições:

 O sentido de rotação deve ser único para cada incêndio.

 A separação vertical entre aeronaves de diferentes tipos deve ser de pelo menos 500 pés.
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4-18
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 No mesmo circuito, recomenda-se que haja aeronaves de desempenho e tipologia


semelhante.

7) Comunicações ar-ar e terra-ar

(a) Requisitos gerais

4.83 Todas as comunicações incluídas nesta secção devem ser feitas obrigatoriamente em língua
portuguesa, excetuando em situações de apoio internacional, através da frequência do ar atribuída
ao incêndio ou, quando apropriado, ao AVI, exceto nos casos definidos neste protocolo. A escuta a
esta frequência será prioritária sobre outras frequências que possam ser autorizadas.

4.84 Não obstante as disposições estabelecidas, o COPAR, após validação do COS, pode autorizar
o uso de outras frequências, banda aérea ou terrestre, para as comunicações expressamente
determinadas.

4.85 O COPAR é, em geral, o único elo entre o pessoal de terra e as tripulações dos meios aéreos.

4.86 Caso a eficácia ou a segurança das operações de extinção o exijam, o pessoal de terra
expressamente autorizado pelo COPAR poderá comunicar diretamente com os meios aéreos
intervenientes. Essa comunicação deve ser feita, na medida do possível, numa frequência diferente
daquela atribuída ao incêndio.

4.87 Em situações excecionais ou de emergência durante operações aéreas em incêndios rurais, o


COS e o COPAR podem solicitar silêncio rádio. Poderá também ser solicitado silêncio rádio aos
restantes meios do dispositivo de extinção quando tal ação for essencial para garantir a segurança
das pessoas.

4.88 Todas as aeronaves utilizadas em operações aéreas em incêndios rurais devem ter pelo
menos três equipamentos de radiocomunicações. Um dos equipamentos poderá sintonizar as
frequências terrestres usadas nas operações de combate a incêndios.

4.89 Devem contar com um dispositivo de comunicação integrado que permita selecionar a
frequência em utilização com o COPAR e demais aeronaves e permitir ouvir mais duas frequências,
além do canal de comunicação interno na cabine.

4.90 O COPAR deve permanecer em escuta permanente a frequência do ar atribuída ao incêndio,


embora possa transferir temporariamente as comunicações para o auxiliar de coordenação.

4.91 Na AVI, na ADE e na ANI, as tripulações das aeronaves de combate a incêndio devem manter
escuta permanente da frequência do ar atribuída ao incêndio, exceto nos momentos em que a
segurança da operação o impedir, devendo ainda responsabilizar-se pelas comunicações que seja
necessário efetuar através da referida frequência.

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


4-19
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

4.92 Em caso de avaria de equipamento rádio sem possibilidade de reparação imediata


(impossibilidade de comunicação) a aeronave deve abandonar o TO e regressar, preferencialmente
à base de origem, ou à base mais próxima que lhe confira condições de segurança para aterragem
e reparação do equipamento.

(b) Comunicações necessárias para entrar na AVI

4.93 Qualquer aeronave de combate a incêndio que entre na AVI pela primeira vez deve solicitar
ao COPAR que designe a zona de trabalho e as instruções de operação e deve comunicar, através
da frequência aérea do incêndio, as seguintes informações:

 Código da aeronave.

 Tipo de aeronave e capacidade de extinção, se não incluída no indicativo, bem como a


presença de pessoal de extinção a bordo (brigada).

 Rumo e zona de chegada à AVI.

 Altitude do voo em pés (ajuste altimétrico QNE).

 Tempo de permanência na AVI (autonomia no TO).

 Tempo estimado de chegada à AVI.

 Indicar se está carregado com retardante.

4.94 Os procedimentos anteriores são igualmente aplicáveis quando as aeronaves retornam à AVI
nos casos em que uma aeronave entra na AVI após ter realizado os períodos de descanso de
acordo com os regulamentos aeronáuticos e ou após o reabastecimento.

4.95 Uma vez recebida a informação consignada na secção 1, o COPAR confirmará a entrada na
AVI para a aeronave solicitante. Em caso afirmativo, transmitirá as seguintes informações, se
considerar conveniente:

 Indicar o rumo ou setor de entrada (ponto cardinal) na AVI.

 Indicativos das aeronaves em operação na AVI e sua tipologia, caso o indicativo não o
especifique.

 Atribuição de zona de trabalho (setorização para meios aéreos com base em 6 quadrículas
consoante a seguinte imagem), instruções de operação e existência ou não de pessoal de
terra nessa zona.

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(RESERVADO)
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Figura 4.4 - Zonas de trabalho

 Posição da aeronave dentro do carrossel, se aplicável, e ponto de carregamento de água.

 Se necessário, possível zona de aterragem para o pessoal de extinção transportado.

 Obstáculos que possam interferir na circulação dentro da AVI, ADE e nas rotas para as áreas
de carregamento de água.

 Ajuste do altímetro.

 Características básicas do incêndio: infraestruturas e vias de comunicação ameaçadas,


comportamento do fogo e modelos de combustível na zona de trabalho designada.

 Posição das faixas de gestão de combustível existentes e ações de fogo em execução (fogo
tático e contrafogo).

 Qualquer outra informação ou instrução que considere apropriada, como: indicação de pontos
de entrada ou saída para o incêndio, pontos de água, pontos de notificação antes do
lançamento, altitude de entrada, meios que possam estar em trânsito na trajetória para a zona
de trabalho, informando os planos de voo que possam afetá-lo ou que deva respeitar.

4.96 Caso o COPAR não confirme a entrada na AVI, instruirá a aeronave a permanecer em espera,
de acordo com as condições estabelecidas pelo COPAR.

4.97 A aeronave de coordenação que foi despachada para um incêndio rural deve entrar em contato
com o COS, ou a pessoa a quem ele delegue, e comunicar as seguintes informações:

 Código da aeronave, confirmando que é uma aeronave de coordenação e que foi despachado
para assumir a coordenação das operações aéreas.

 Hora estimada de chegada à AVI.

 Altitude do voo em pés.


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4-21
(RESERVADO)
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 Tempo de permanência na AVI (autonomia no TO).

4.98 Depois de recebidas as informações da secção 4, o COS ou a pessoa a quem ele delegue,
deve notificar a aeronave de coordenação que solicita a entrada no AVI, se necessário, as seguintes
informações:

 Localização do posto de comando.

 Plano de operações: objetivos e zonas de trabalho.

 Meios aéreos em operação.

 Bases de reabastecimento e descanso, já atribuídas e as que são sugeridas para uso.

 Obstáculos conhecidos.

 Áreas de carregamento de água, já atribuídas e as que são sugeridas para uso.

4.99 Validar informação e iniciar coordenação aérea assumindo callsign FIRE XX.

(c) Comunicações operacionais.

4.100 As tripulações das aeronaves de combate a incêndios farão as seguintes comunicações


operacionais com o COPAR:

 Solicitar a entrada na AVI de cada vez que pretenderem entrar, vindo da zona de
carregamento de água, bem como a confirmação de que a zona de descarga está livre de
pessoal em terra.

 Nas proximidades da zona de carregamento de água, comunicar a entrada e saída da referida


zona.

 No caso de aviões e helicópteros trabalhando em formação, essa comunicação corresponderá


apenas às aeronaves líderes da formação.

 Nas proximidades da zona de descarga:

 No caso de helicópteros, notificar a entrada e saída da zona de descarga.

 No caso de aviões, comunicar com pelo menos 60 segundos de antecedência a chegada


à zona de descarga.

 No caso de helicópteros e aviões, comunicar a saída da zona de descarga.

4.101 De qualquer forma, a ativação da sirene e do sistema de aviso luminoso é obrigatória, pelo
menos 30 segundos antes da descarga.

4.102 A tripulação da aeronave de extinção deve comunicar antecipadamente a saída da AVI para
o COPAR, transmitindo as seguintes informações:
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 As razões para deixar a AVI.

 Setor de saída da AVI.

 O tempo esperado para regressar à AVI.

4.103 O COPAR comunicará ao COS e às aeronaves que estão em operações de combate a


incêndios na AVI as informações que considere relevantes para a execução e o planeamento das
operações aéreas e terrestres.

4.104 Caso uma aeronave de combate a incêndio realize uma manobra de aterragem no solo,
embarque ou desembarque de pessoal de extinção na AVI ou na ADE, deve notificar a sua intenção
de realizar a referida manobra por frequência aérea atribuída ao incêndio.

4.105 Uma vez realizada a manobra, deve notificar esta situação, bem como a posição, pela referida
frequência.

4.106 Antes de descolar, comunicará essa intenção às restantes aeronaves e aguardará a


confirmação e as instruções do COPAR.

(d) Fraseologia usada nas comunicações ar-ar e solo-ar

4.107 Entende-se que as disposições deste artigo não prejudicam os requisitos em termos de
fraseologia contidos nos regulamentos aeronáuticos aplicáveis, bem como nos guias de boas
práticas em matéria de comunicações definidas pela autoridade aeronáutica competente.

4.108 As comunicações através da banda aérea devem ser curtas, claras e concisas.

4.109 O alfabeto fonético deve ser utilizado para designar os meios aéreos, de acordo com os seus
indicativos, os pontos cardeais e as zonas de trabalho (flancos, setores), bem como para soletrar
palavras quando necessário.

4.110 As aeronaves de combate a incêndios devem confirmar a receção das seguintes informações
fornecidas pelo COPAR, mediante solicitação de entrada, pela primeira vez, na AVI:

 Confirmação de que podem prosseguir para entrar na AVI ou, se for esse o caso, as instruções
para fazer esperas.

 Atribuição da zona de trabalho, objetivo e ponto de carregamento de água.

 Quando apropriado, a aeronave com a qual irá partilhar o circuito de trabalho, bem como a
posição dentro desse circuito.

 Ajuste do altímetro.

 Obstáculos.

(1) Aeródromo ou aeroporto para reabastecimento ou descanso


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4.111 As informações contidas nas alíneas (1) e (2) devem ser repetidas pelas aeronaves de
combate a incêndios, para garantir uma receção correta.

4.112 As aeronaves de combate a incêndios devem confirmar com o COPAR que dispõem de uma
zona livre para descarregar, a menos que estejam a trabalhar em carrossel.

4.113 No caso de aeronaves a trabalhar em formação, a confirmação será realizada apenas pelas
aeronaves líderes. A última aeronave da formação comunicará a sua saída da zona de descarga.

4.114 Todas as aeronaves de combate a incêndios devem confirmar a escuta no caso de uma
mudança na frequência do ar atribuída ao incêndio.

(2) Jornada laboral do coordenador de meios aéreos

Jornada de trabalho do COPAR-A

Para os fins deste artigo, são estabelecidas as seguintes definições:

 Tempo de presença física: tempo durante o qual o COPAR permanece à espera no local
designado pela administração competente ou a realizar trabalho efetivo a bordo de uma
aeronave de coordenação.

A paragem intermédia, definida nesta norma, conta como tempo de presença física, mas
não como tempo de trabalho efetivo.

 Tempo efetivo de trabalho: tempo durante o qual um COPAR está em voo a bordo de
uma aeronave de coordenação exercendo as suas funções ou durante o trajeto de ida e
volta para o incêndio.

 Paragem intermédia: tempo durante o qual o COPAR se encontra num aeródromo em


reabastecimento da aeronave, base de operações ou posto de comando, interrompendo o
desempenho das funções de coordenação de meios aéreos.

 Período de descanso: tempo entre o final de um dia e o início do próximo.

O tempo máximo de presença física será:

 13 horas por dia.

 65 horas num período de 7 dias.

Em situações excecionais, o tempo máximo de presença física diária pode ser estendido para
15 horas, reduzindo o tempo máximo de presença física semanal a razão de 6,5 horas por
cada dia em que o dia de trabalho diário for estendido.

O tempo máximo de trabalho efetivo será de:

 10 horas por dia.


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 50 horas em um período de 7 dias.

Pelo menos uma paragem intermédia de 1 hora e 30 minutos deve ser feita a cada 6 horas de
trabalho efetivo, ou a parte proporcional, caso a paragem seja feita antes de 6 horas. Neste último
caso, o tempo mínimo de descanso será de 15 minutos.

Deve ser garantido, em qualquer caso:

 um período mínimo de descanso de 10 horas e 30 minutos entre o final de um dia útil e o


início do próximo, e

 uma estadia mínima de 8 horas no local de descanso, contada desde a chegada ao local
de descanso até à partida do mesmo com destino ao local designado.

f. Intervenções Helitransportadas em Ataque Inicial

4.115 O ATI consiste em efetuar primeira intervenção em incêndios nascentes, fazendo-se deslocar
de helicóptero (ligeiro ou médio) para ao TO, após o despacho do Comando Distrital de Operações
e Socorro (CDOS), o qual não deve exceder dois minutos, após conhecida a localização do
incêndio. Esta equipa helitransportada, ou secção para o caso de meio aéreo médio, é constituída
por cinco ou oito militares respetivamente, e está equipada com material sapador para efetuar
combate direto. É através do chefe desta equipa/secção que é estabelecida a ligação terra-ar, ou
seja, entre o Comandante de Operações de Socorro (COS) do incêndio e o piloto comandante do
meio aéreo. A equipa/secção e o meio aéreo são elementos indissociáveis durante todo o tempo
de operação.

1) Características

4.116 A Guarda Nacional Republicana com a consolidação do Serviço de Proteção da Natureza e


do Ambiente (SEPNA), constituiu-se como um dos principais atores que intervêm no Sistema de
Prevenção e Proteção previsto no Plano Nacional de Defesa da Floresta contra Incêndios,
responsável pela prevenção, vigilância e deteção, assim como na investigação dos Incêndios
florestais , sendo ainda participante ativo no combate com a UEPS que tem entre outras a missão
de intervir em primeira linha no combate aos incêndios em todas as zonas de maior risco através
de Equipas Helitransportadas e Terrestres.

4.117 A UEPS, integra o referido dispositivo com forças helitransportadas que guarnecem os meios
aéreos do dispositivo nacional sedeados nas BPH e PIPS dos distritos à sua responsabilidade, não
perdendo, no entanto, a sua competência territorial nacional e com a sua componente terrestre
apoiada nas viaturas de 1ª intervenção.

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


4-25
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4.118 Garante o ATI como primeira intervenção organizada e integrada, sustentada por um
despacho inicial, até 2 minutos depois de obtida a localização do incêndio, de forma musculada e
consistente e em triangulação, de meios de combate a incêndios florestais.

4.119 O ATI desenrola-se de forma intensa com rápida progressão de equipas helitransportadas,
equipas terrestres e meios aéreos, independentemente da sua titularidade e explorando todas as
suas capacidades.

2) Períodos de trabalho / repouso

4.120 A UEPS garante o ATI22 a incêndios Rurais por intermédio de uma intervenção organizada e
integrada, sustentada por um despacho inicial até 2 (dois) minutos depois de confirmada a
localização do incêndio, de meios aéreos, se disponíveis, e em triangulação, de meios terrestres de
combate a incêndios rurais.

4.121 Esta ação termina quando o incêndio for considerado dominado pelo COS no local, ou até ao
limite dos primeiros 90 minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ATI.

3) Durante as Intervenções

4.122 Todos os militares são obrigados a seguir rigorosa e escrupulosamente as instruções e


indicações que lhes são dadas pelo seu chefe.

4.123 Todos os militares têm que obrigatoriamente saber qual a sua missão, o que vão realizar,
quais os caminhos de fuga e um local de reunião, caso a fuga aconteça.

4.124 Têm de estar bem uniformizados e equipados de acordo com o estabelecido para o devido
efeito, não podendo abdicar de nenhum material que seja de uso obrigatório.

4.125 No decorrer do combate apenas se podem separar com ordem/autorização do comandante


de secção/chefe de equipa, tendo sempre a preocupação em ouvir constantemente as indicações
que lhe estão a ser transmitidas.

4.126 Não realizar nenhuma ação que coloque a sua segurança e a dos restantes elementos em
risco.

4.127 Estar atento ao meio envolvente e informar o chefe de equipa caso detete alguma situação
ou desenvolvimento anómalo do comportamento do fogo (ex. focos de projeção, mudança repentina
de vento, etc.)

4.128 No TO ter sempre a preocupação constante de trabalhar com o máximo empenho, dedicação
e profissionalismo. Caso se verifiquem situações menos próprias com algumas pessoas ou

22Designação dada pela Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 02/DECIR 2019 - Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Rurais, considerada de 1.ª Intervenção
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entidades presentes no local, atuar enquanto agentes de autoridade/ OPC e em conformidade com
a demais legislação e regulamentos que prescrevem a nossa conduta profissional.

(a) Na aterragem no local do incêndio

 Um elemento ao sair desloca-se ao cesto de transporte de material e solta o elástico;

 Um segundo elemento auxilia na abertura do cesto;

 Retirar o material coletivo se transportado no cesto (material sapador; extintores dorsais),


transportando-o para o local de reunião;

 A distribuição do material é feita posteriormente no local de reunião.

 Com três elementos iniciar a extração do “bambi” do cesto, retirando os cabos de aço, e
confirmando que ficam desensarilhados;

 Com a ajuda dos outros 2 elementos retirar o “bambi” e coloca-lo a cerca de 30º da frente do
heli, para o lado onde se encontra a SIPS/EIPS.

 Certificar-se que o “bambi” fica com as hastes de ferro corretamente estendidas e cabos de
aço bem esticados.

Figura 4.5 - Montagem do bambi

 Fechar o cesto certificando-se que este fica corretamente trancado (esta tarefa é
extremamente importante, uma vez que, um cesto mal fechado pode obrigar a uma paragem
desnecessária do heli para voltar a fechar o mesmo, e consequentemente acarreta um
desperdício de tempo de intervenção, o piloto caso detete um cesto aberto, é obrigado a fazer
uma aterragem para resolver a situação, é proibido voar de outra forma);

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Figura 4.6 - Manuseamento do cesto do heli

 Caso seja entendimento do Piloto a abertura da “arranha” do “bambi”, a mesma deve ser feita
pelos dois elementos que o retiraram do cesto, em que um auxilia na abertura deste e o outro
num movimento enérgico puxa a “arranha” para o exterior do “bambi”;

 Deslocar-se para o ponto de reunião e proceder à distribuição do material.

(b) No Teatro de Operações e durante o combate ao incêndio

4.129 Na 1ª Intervenção, as partes do fogo a serem extintas são a cabeça, os flancos e a cauda.
Em geral inicia-se o ataque no local em que o incêndio, provavelmente, irá ganhar mais intensidade
e “escapar”.

4.130 No entanto a palavra de ordem, é atacar num local com toda a segurança possível,
escolhendo para isso pontos de ancoragem, evitando assim que fique cercado pelo incêndio.

 Após terem sido transmitidas todas as indicações de voo para o heli, iniciar o deslocamento
para o incêndio. Ter sempre presente a ligação da equipa de frente para trás e vice-versa;

 Extintores dorsais, têm como missão ser o elemento mais próximo do fogo, com a
responsabilidade de baixar a intensidade energética da combustão, atuando
fundamentalmente na base das chamas;

 O conceito de racionamento de água nestes elementos é extremamente importante,


permitindo poupar o máximo de água, devendo sempre que possível, manter cerca de meio
extintor dorsal até ao final da intervenção;

 O extintor dorsal com alguma água é ainda uma proteção suplementar para a equipa, que em
caso de uma situação de emergência, possui sempre uma salvaguarda para poder criar uma
“passagem” por entre a frente do incêndio, por onde a equipa possa escapar;

 Batedores/abafadores trabalham sempre em parelha, utilizando esta ferramenta para “abafar”


as chamas (reduzindo o oxigénio disponível para a combustão), convenientemente reduzidas
pelos extintores dorsais;
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 O trabalho dos batedores tem que ser coordenado e alternado (após abafar a chama apenas
sai quando o outro “bater” no mesmo local) para que haja uma continuidade da redução do
oxigénio disponível para a combustão;

 Saída do TO pela mesma ordem de entrada, Comandante de SIPS/EIPS vai sempre a testa
do deslocamento.

(c) Na abordagem ao heli após intervenção

 Chefe de secção auxilia na aterragem do meio heli no solo através da sinalética adequada;

 Solicita autorização para abordar e entrar no meio heli;

 Permanece à frente do heli, numa posição que lhe permita controlar o rotor de cauda, estando
em permanente contato visual com o Piloto, zelando pela segurança dos restantes elementos
da SIPS/EIPS;

 Após a entrada dos todos elementos da equipa verifica que o material está acondicionado,
cesto bem fechado e encerra a porta;

 Restantes elementos da equipa colocam as ferramentas no solo, ficando apenas no ponto de


reunião o último elemento;

 Dois elementos agarram no “bambi”, enquanto um terceiro segura nos cabos de aço;

 Os dois elementos que agarram no “bambi” procedem ao seu fecho, um deles procede à sua
abertura enquanto o outro num movimento enérgico “empurra” a “arranha” para dentro do
“bambi”;

Figura 4.7 - Fecho do “bambi”

 Colocar o “bambi” no cesto;

 Restantes elementos auxiliam na colocação das ferramentas dentro do cesto;

 Certificar-se que o cesto fica efetivamente fechado;

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4-29
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(d) Após as Intervenções

4.131 Após cada intervenção ajustar e arranjar todo o material coletivo e individual e restabelecer
novamente a prontidão máxima.

Após estas tarefas reunir-se com o chefe de equipa e pilotos para assistir ao debriefing da operação.

(e) No Final do Dia

4.132 Fazer a limpeza e manutenção do material de 1ª intervenção coletivo, dos meios de


transmissões, e do equipamento individual.

4) Comunicações

(a) Comunicação com Meios Aéreos

4.133 O envolvimento de meios aéreos neste tipo de intervenções implica, não somente
comunicações eficazes entre os meios no terreno, mas também entre as aeronaves, de forma a
permitir a coordenação das ações, reduzindo assim os riscos de acidente, em particular quando
várias aeronaves de tipos diferentes são acionadas para o mesmo TO.

4.134 A linguagem rádio deve ser curta, rápida e concisa, simplificando as frases, utilizando as
palavras estritamente necessárias para se fazer compreender a mensagem.

4.135 A estrutura de comando, controlo e coordenação das operações de combate aos incêndios
florestais, envolvendo meios aéreos é suportada pelo sistema de comunicações em VHF/AM
(Banda Aeronáutica) e em alternativa pelo sistema de comunicações em VHF/FM, na Banda Alta.

4.136 Em termos de frequências VHF/AM (Banda Aeronáutica) a cada PIPS e CDOS é atribuída
uma frequência de trabalho23.

(b) Comunicações com o Piloto

4.137 O helicóptero acionado opera em estreita ligação com a respetiva SIPS/EIPS helitransportada
que lhe está agregada.

4.138 As aeronaves manterão contato permanente, desde a descolagem até à aterragem com o
respetivo PIPS, e o Chefe da SIPS/EIPS helitransportada operam na frequência da aeronave em
operação, regra geral em VHF/AM, podendo em alternativa utilizar a frequência de Banda Alta, em
canal exclusivo para operações aéreas (Manobra 04 (M04) – 152.6250 MHz), quando as
comunicações na banda aeronáutica não forem possíveis.

(c) Métodos de Referenciação para comunicação com os pilotos

23 Ver frequências no Manual Operacional – Emprego dos Meios Aéreos em Operações de Proteção Civil, 2009.
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4-30
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 Método dos pontos de referência: Pontos de referência facilmente identificáveis tanto do solo
como do ar.

Exemplo: “largar na linha de incêndio que fica a meia distância entre a ponte e o campo de
futebol”.

 Método do círculo azimutal:

Exemplo: “Largar na linha de incêndio a 260º” ou “Largar na linha de incêndio a 260º e a 3


Km”.

 Método do código horário

Figura 4.8 - Ilustração do Método do Código Horário

(d) Sinalética com o Meio Aéreo

TUDO BEM / AFIRMATIVO - Antebraço direito levantado em ângulo reto, mão direita
fechada e polegar para cima. O braço esquerdo manter-se-á na posição descaída ao
nível do joelho.

AVANÇAR - Braços estendidos para a frente á altura dos ombros, palmas das
mãos viradas para cima, efetuam movimentos repetidos, com os antebraços,
de frente para trás.

PARAR - Com os braços estendidos, cruza-los com movimentos repetidos acima da


cabeça. A rapidez dos movimentos define a urgência da imobilização.

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POSICIONE-SE Á MINHA FRENTE - De costas para o vento, braços


estendidos e levantados acima da cabeça, com as palmas das mãos
abertas e viradas para dentro.

VOO ESTACIONÁRIO - Costas viradas ao vento, braços estendidos á


altura dos ombros e abertos para os lados no plano do corpo, palmas das
mãos viradas para o solo e sem qualquer movimento.

DESCER - A partir do “voo estacionário”, efetuar movimentos de


braços para baixo.

SUBIR - A partir da posição “voo estacionário”, virar as palmas da mão para


cima e efetuar movimento de braços para o alto.

RECUAR - Com os braços estendidos ao longo do corpo e palmas das


mãos voltadas para frente, efetuar movimentos com os braços de trás
para frente.

PROBLEMA / PERIGO - Antebraço direito esticado, mão direita fechada e polegar


para baixo.

VOO LATERAL - A partir da posição” voo estacionário” manter o braço


estendido à altura do ombro e no plano do corpo para o lado, para o
lado para o qual se quer que o helicóptero se desloque, ao mesmo
tempo que, com o outro braço á altura do peito se efetuam movimentos
de vai e vem na direção pretendida. Para terminar esta ação retome a
posição de “voo estacionário.

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APROXIMAÇÃO DE PESSOAS - Estender e levantar o braço esquerdo acima da


cabeça com a palma da mão virada para a frente (para o helicóptero), indicando com o
braço direito e indicador estendido o local de onde a pessoa se aproxima.

VIRAR à ESQUERDA - Partindo da posição de estacionário, com o


braço esquerdo esticado, palma da mão aberta, virada para o
helicóptero e o braço direito fletido oscila em direção à cabeça e no
sentido inverso repetidamente para um lado e outro.

VIRAR à DIREITA- Partindo da posição de estacionário, com o braço direito


esticado, palma da mão aberta, virada para o helicóptero e o braço esquerdo
fletido oscila em direção à cabeça e no sentido inverso repetidamente para um
lado e outro.

ATERRAR - A partir da posição “voo estacionário”, efetuar movimentos lentos


com os braços de cima para baixo, cruzando-os à frente do peito quando o
helicóptero tocar o solo.

5) Manobras Operacionais na Intervenção Helitransportada

4.139 No início da atividade (antes da abertura do PIPS) verificar a operacionalidade da SIPS/EIPS


em termos de pessoal, material e transmissões, informando o Cmdt do PIPS se falta alguém e reunir
a sua SIPS/EIPS para o Briefing diário (10 minutos antes de abrir).

4.140 Coordenar com o operador do aquartelamento a transmissão via rádio, sempre que exista
uma saída da SIPS/EIPS heli para incêndio, qual o canal distrital e/ou Manobra que os Bombeiros
estão a utilizar no TO, assim como verificar na carta de situação quais os pontos de água mais
próximos.

Coordenar com o Piloto do helicóptero o seguinte:

 Posição dos militares no heli;

 Frequência rádio para comunicar com o meio aéreo.

 Aspetos fundamentais da segurança dentro do heli.

 Aproximação ao heli tanto para embarcar, como para desembarcar.

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 Quando se retira o balde.

 Como quer o balde colocado.

 Que deve informar o chefe da EIPS sempre que:

 Haja mudança de frequência

 Venha abastecer ou reabastecer

 Se desloque para largar água a um foco secundário

 Abandone a SIPS/EIPS por qualquer situação

 Qual o tempo de voo do heli.

O chefe de Equipa, coordenar (30 minutos antes da abertura do Aquartelamento) com o 2º


elemento da EIPS (o militar mais antigo a seguir ao chefe de equipa), o seguinte:

 Verificação do estado do material sapador e equipamento individual dos militares


(operacionalidade e limpeza).

 Verificação dos cintos de segurança do heli.

 Coordenar a colocação das ferramentas no heli e assistir à verificação do balde juntamente


com os elementos que desempenham essa tarefa.

Após o alarme, coordenar a entrada no heli, nomeadamente no seguinte:

 Ligar rádio SIRESP e banda aérea, fazendo verificações rádio.

 Verificar se os elementos da equipa estão todos devidamente equipados.

 Formar a equipa à sua retaguarda, com Piloto à vista e à distância de segurança.

Figura 4.9 - Equipa formada para avançar para o helicóptero

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 Dar ordem de entrada à SIPS/EIPS após autorização do Piloto, dirigindo-se a equipa à sua
retaguarda e quando chegados à porta, este abre a mesma e espera que todos os
elementos entrem. Confirma que está tudo bem (ferramentas, cintos, etc.) e fecha a porta,
indo ocupar o seu lugar no heli, conforme figura 4.10.

Figura 4.10 - Verificação de material dentro do heli

No ar, durante o deslocamento para intervenção:

 Informar o piloto se detetar alguma anomalia ao nível mecânico, material e pessoal,


procurando solucionar a situação em coordenação com o piloto.

 Ajudar o Piloto nas operações de voo, concretamente na procura de pontos de água e


possíveis obstáculos na abordagem ao mesmo, no combate ao incêndio e na aterragem
(fios alta tensão, árvores, etc).

No reconhecimento visual (Revís) ao incêndio:

 Coordenar com o Piloto se existe necessidade ou não da equipa intervir.

 Comunicar para o aquartelamento o estado do incêndio e a necessidade de meios para o


local.

 Analisar o comportamento do fogo e a sua evolução, estabelecendo diferentes caminhos


de fuga.

 Coordenar com o Piloto qual o melhor local para aterragem da EIPS.

 Informar o Piloto qual o flanco que a SIPS/EIPS vai combater, para este saber onde esta
se encontra.

Na aterragem no local do incêndio:

 Ver se existe obstáculos na aterragem.

 Mandar retirar cintos de segurança após autorização do Piloto.


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 Dar ordem de saída, após a autorização do Piloto, indicando para onde se deve reunir a
SIPS/EIPS.

Figura 4.11 - Saída da equipa do heli, após chegado ao TO

 Controlar a saída da equipa auxiliando no necessário.

 Dirigir-se para um local seguro e com o Piloto à vista.

 Verificar se os elementos da SIPS/EIPS já estão dispostos com o material individual pela


sua ordem correta de atuação no combate.

 Através da sinalética adequada, auxiliar a manobra do meio heli de levantar voo

No TO e durante o combate ao incêndio:

 Assumir o comando das operações no TO, caso sejam a 1ª força a chegar ao local,
entregando o comando ao elemento mais graduado dos Bombeiros que posteriormente
chegue ao local.

 Assim que cheguem Bombeiros, efetuar um breve briefing de modo passar o ponto de
situação, saber se existe necessidade do empenhamento da EIPS, do heli e qual a
possibilidade de atestar os extintores dorsais (caso haja necessidade).

 Coordenar com o COS, caso já existam outras forças no local, o método e o flanco a
combater.

 Informar o PIPS e CDOS do ponto de situação do incêndio.

 Avaliar o comportamento do incêndio e sua evolução.

 Indicar aos militares qual o método de combate, o flanco a combater, itinerário de fuga,
local de reunião (em caso de fuga), nível de empenhamento e outras instruções de
coordenação importantes para exercer o combate, nomeadamente com as questões
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relativas à segurança individual, relembrando que esse é o fator primordial que nunca
poderá ser descorado.

 As instruções dadas deverão ser claras e confirmadas para certificar se todos os elementos
as entenderam.

 Manter vigilância atenta tanto ao comportamento do fogo, como a todos os militares da


EIPS, repreendendo quem tiver alguma atitude que possa comprometer a sua segurança
e a dos restantes elementos da equipa.

 No combate manter sempre a equipa junta, unida e empenhada, nunca perdendo o


contacto visual com todos os elementos.

 Fazer a gestão do empenhamento dos elementos da SIPS/EIPS de modo a folgar os mais


cansados (caso haja necessidade).

 Na eventualidade de ter de revezar algum elemento da equipa por este se encontrar


demasiado exausto, deve-lhe transmitir claramente tudo o que pretende, por forma a que
o possa substituir temporariamente nas funções acima mencionadas.

No fim do combate ao incêndio:

 Verificar o estado de saúde do pessoal.

 Conferência de todo o material.

 Coordenar com o piloto o local de embarque.

 Tirar as coordenadas do local de incêndio através do GPS.

Na abordagem ao heli após intervenção:

 Verificar se os batedores/abafadores deitam fumo (molhá-los após intervenção)

 Através da sinalética para aeronaves, ajudar o piloto na aterragem do héli (se necessário
avança um elemento para segurar o balde de modo a facilitar a aterragem).

 Reunir a EIPS atrás de si, com os militares responsáveis pelo transporte das ferramentas
e da montagem do balde preparados para avançar à ordem e ficar em contacto visual com
o Piloto e à distância de segurança.

No heli após intervenção:

 Abrir e fechar a porta do heli.

 Verificar se todos têm colocado cinto de segurança.

 Dar informação ao Piloto, que EIPS está pronta.

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Desembarque no PIPS:

 Esperar autorização do Piloto para sair.

 Dar ordem de saída à EIPS.

Após desembarque no PIPS:

 Deixar extintores dorsais, atestados, no exterior, junto da porta de entrada do heli para, no
caso de fuga de água, não haver dúvidas da sua origem.

 Realizar o debriefing.

 Realizar o expediente à sua responsabilidade.

 Entregar as coordenadas do local ao operador para este colocar na carta de situação o


local do incêndio.

4.141 O chefe de Equipa, é responsável e supervisor pelo cumprimento das atribuições individuais
da equipa, nomeadamente no interior do PIPS e no decorrer das intervenções.

4.142 Se verificar que a equipa precisa de treinos para se coordenar e desempenhar melhor e mais
eficazmente a sua missão, providenciar esses mesmos treinos, colmatando as falhas da equipa.

6) Helicordagem

(a) Material

4.143 Um EPI é definido como um dispositivo de proteção pessoal que protege a pessoa de um
risco que ameaça a sua integridade física e/ou segurança.

4.144 Os EPI deverão estar devidamente certificados e homologados para o efeito. Na União
Europeia a comercialização e utilização destes equipamentos deve estar de acordo com a Diretiva
Europeia 89/686/CE.

4.145 Estes equipamentos podem incluir do mais diverso material desde a Roupa adequada
(Fardamento), Calçado adequado (Botas), Luvas de Trabalho, Óculos e protetores de ouvidos,
Capacete, Arnês, etc.

Figura 4.12 - EPI para montanhismo

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4.146 O ARNÊS é o equipamento fundamental para ligar o elemento à corda. As caraterísticas mais
importantes de um arnês são: ser Seguro, Confortável e Rápido de colocar. Quanto ao tipo, é
classificado da seguinte forma:

 Arnês Tipo A: Arnês de corpo inteiro que se adapta, no mínimo, à volta da parte superior do
corpo e das coxas.

 Arnês Tipo B: Arnês de corpo inteiro destinado a pessoas até 40 kg.

 Arnês Tipo C: Arnês com a forma de um cinturão unido a um apoio sub-pélvico apropriado
para apoiar um corpo consciente na posição de sentado.

 Arnês Tipo D: Arnês que se adapta em torno da parte superior do corpo, em torno do peito e
debaixo dos braços.

Figura 4.13 - Arnês


4.147 Um arnês de cintura utilizado de forma isolada não cumpre os normativos UIAA.

4.148 Os CAPACETES são de utilização obrigatória em todas as circunstâncias. São utilizados com
o objetivo de proteger a parte superior da cabeça do utilizador ou vítima, dos riscos de lesões
provocadas pela queda de objetos, ou pelo impacto da cabeça contra elementos sólidos. Devem
ser resistentes e robustos para serem utilizados nas mais severas condições de trabalho, mas
também, confortáveis e facilmente ajustáveis.

4.149 Devem possuir local para fixação de lanterna ou frontal, podendo ser compatíveis com a
colocação de protetores auriculares e viseiras. Outro dos elementos fundamentais deve ser a sua
certificação e homologação, devendo os mesmos ser certificados conforme normas europeias (CE)
e da UIAA.

4.150 As CORDAS utilizadas no montanhismo são fabricadas segundo a tipologia Kernmantel (Kern
e Mantle = Alma e Camisa). Atualmente são fabricadas com fibras sintéticas. A alma (filamentos

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interiores) suporta entre 80 a 85% da carga de rutura. A camisa (revestimento exterior) suporta entre
15 a 20% além de proteger a alma da abrasão e contaminação. A sua constituição assenta na figura
seguinte:

Figura 4.14 - Constituição de uma corda de montanhismo

4.151 Todas as cordas têm uma identidade própria, definida na sua etiqueta colocada pelo
fabricante e que deverá ser mantida, enquanto a mesma durar e for utilizada.

Figura 4.15 - Etiqueta de corda de montanhismo

4.152 Pela norma americana NFPA são designados 2 tipos de cordas: estáticas e dinâmicas. Já a
norma europeia prevê 3 tipos, distinguindo semi-estáticas, estáticas e as dinâmicas.

Figura 4.16 - Cordas semi-estáticas

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Figura 4.17 - Cordas estáticas

Figura 4.18 - Cordas dinâmicas

4.153 Aqui ficam alguns valores referência da carga de rutura dos diferentes tipos e diâmetro de
cordas, conforme figura seguinte:

Figura 4.19 - Valores referência da carga de rutura dos diferentes tipos e diâmetro de cordas

4.154 Existem diversas maneiras de enrolar (encartar) uma corda, quer para fins de transporte, quer
para armazenamento. Assim o enrolamento de uma corda depende principalmente do ambiente e
das circunstâncias para as quais vai ser utilizada.

4.155 As cordas sempre que utilizadas devem ser inspecionadas:

 A mesma deverá ser estendida para de lhe tirar os vícios (torções);

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 De seguida passar a totalidade da corda pela mão para verificar se não existe qualquer tipo
de alterações quer na camisa, quer na alma, ou mesmo nós;

4.156 Por fim, enrolar a corda para guardar ou facilitar o transporte, escolhendo o melhor método
que se adequa, conforme figuras seguintes, de acordo com as necessidades.

Figura 4.20 - Métodos de enrolar cordas

4.157 As FITAS ou ANÉIS DE FITA são os materiais mais utilizados. Permitem-nos assegurar a
nossa cadeia de segurança. É considerado o meio têxtil mais adequado para efetuar uma
ancoragem / amarração, pois tem elevada resistência.

4.158 Existem 2 tipos de fitas: Planas e Tubulares

4.159 As fitas tubulares oferecem maiores e melhores qualidades, sendo mais suaves e maleáveis
que as cintas planas. Permitem uma melhor adaptação às superfícies onde se utilizam.

Figura 4.21 - Tipos de fitas

4.160 Os DESCENSORES são aparelhos mecânicos através do qual uma pessoa pode, a uma
velocidade controlada descer de um ponto para outro pelos seus próprios meios, ou controlada por
outra pessoa. Podem possuir dispositivo que permite efetuar o travamento automático (Auto-
Travamento), sendo considerados Auto-Bloqueantes.

4.161 Alguns aparelhos, não só permitem descer como efetuar o retorno e começar a ascender,
bem como a capacidade para efetuar manobras e trabalhos em corda fixa. Os descensores auto-
bloqueantes mais utilizados atualmente são: o Stop da Petzl (utilização individual em espeleologia
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e outros trabalhos), o I’d da Petzl (utilização em trabalhos em altura e resgate) e o Gri-Gri da Petzl
(utilização individual em escalada); já os descensores simples mais utilizados são: o Rack da Petzl
(utilização em montanhismo, trabalhos verticais e resgate), o Oito (descensor mais utilizado em
montanhismo e canyoning, pela sua versatilidade e facilidade de utilização) e os tubos tipo
Reverso da Petzl ou placa switch (muito utilizados no alpinismo, pela sua leveza e versatilidade).

Figura 4.22 - Exemplos de descensores

4.162 Os BLOQUEADORES são aparelhos mecânicos que quando em conjunto com um Cabo ou
Cabo de Apoio com o diâmetro correto bloqueia sob carga num sentido e desliza no outro.
Determinados bloqueadores destinam-se a trabalhar em linhas de vida por forma a evitar as quedas
dos trabalhadores, outros como bloqueadores de emergência, outros permitem uma aplicação
versátil em várias técnicas. É importante perceber que os bloqueadores que bloqueiam a corda com
recurso a entalhes dentados (croll, basic, punho, tibloc, etc.) devem apenas ser de utilização
individual, pois a sua má utilização pode danificar severamente a corda. Assim deve-se dar
prevalência à utilização de bloqueadores por estrangulamento de pressão (Shunt, Microsender e
RescueSender, etc.). A maioria destes aparelhos podem ser substituídos por cordeletes com nós
Autobloqueadores (prusik, machard, etc.) extremamente eficazes, mais económicos, mais leves e
não danificam a corda.

Figura 4.23 - Exemplos de bloqueadores

4.163 Os MOSQUETÕES são elos metálicos providos de uma abertura (dedo), reta ou curva, com
ou sem seguro. Podem ser designados da seguinte forma:

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Figura 4.24 - Mosquetões de montanhismo

4.164 Os mosquetões mais usados em montanhismo são fabricados em Zicral: uma liga de zinco,
crómio e alumínio muito resistente e ligeira. Os mosquetões (ultra) ligeiros ou de tipo L (light),
geralmente com 30 g ou menos de 10 mm de secção, só devem ser usados em escalada desportiva
e cordas simples pois apresentam resistências equiparadas aos mosquetões mais polivalentes de
tipo N (normal), com cerca de 50 g e mais de 10 mm de secção. No entanto, isso só sucede em
condições ótimas de trabalho sem torções ou efeito de alavanca. A normativa exige que os
mosquetões apresentem uma carga de rotura de 20 kN. No entanto, se o dedo estiver aberto,
mesmo que apenas uns milímetros, a resistência de muitos mosquetões desce para valores
assustadoramente baixos. Saliente-se que, um mosquetão para ser homologado como N deve
apresentar uma resistência de pelo menos 9 kN.

4.165 Os mosquetões utilizados em montanhismo e escalada são geralmente em forma de D, ou


em forma de pêra, ditos “mosquetões HMS”. Os mosquetões sem seguro são usados
fundamentalmente para passar a corda pelas proteções. Os mosquetões de dedo curvo, usados na
parte inferior dos expressos, em escalada desportiva, facilitam a entrada da corda mas, infelizmente,
também a sua saída. Em reuniões, descidas em rapel ou manobras de segurança deve-se usar
mosquetões com seguro – de rosca (várias voltas) e automáticos (ou de mola) – ou, na falta destes,
dois mosquetões com as molas em posição oposta. Os Maillon Rapide poderão ser de grande
utilidade para abandonar numa montagem para rapel ou para outras operações.

4.166 Sobre a constituição de um mosquetão importa saber:

Figura 4.25 - Constituição de um mosquetão

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4.167 A carga de rutura expressa nos mosquetões é a carga mínima com que o mosquetão poderá
partir ou alterar a sua estrutura. EVITAR TRABALHAR PRÓXIMO DA CARGA DE RUPTURA!

4.168 Na utilização dos mosquetões deve-se ter vários cuidados tais como:

Figura 4.26 - Cuidados essenciais com mosquetões

4.169 Os CABOS DE LIGAÇÃO e ABSORVEDORES DE ENERGIA são equipamentos que


suportam cargas através da ligação do arnês aos pontos de ancoragem, podendo ou não absorver
a energia resultante de uma queda, dependendo do tipo. Essencialmente permitem manter a
autossegurança dos elementos.

Figura 4.27 - Cabos de ligação e absorvedores


de energia

4.170 As ROLDANAS podem ser utilizadas para ligar uma corda a um mosquetão, reduzindo a
fricção/ atrito enquanto a corda se movimenta nesta, permitindo efetuar uma desmultiplicação de
forças. Podem possuir sistema auto-bloqueador.

Figura 4.28 - Roldanas

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Figura 4.29 - Roldanas de placas fixas e de placas oscilantes

4.171 Para as ancoragens são utilizados diversos tipos de materiais que podem ser móveis ou
amovíveis, ou fixas, que ao colocar na rocha, ficam colocadas permanentemente.

Figura 4.30 - Tipos de ancoragens

4.172 Por fim existem outros equipamentos utilizados no montanhismo e que são complementos ao
material anteriormente visto. Entre estes podem-se destacar os seguintes:

Figura 4.31 - Equipamentos complementares de montanhismo

(b) Manutenção e conservação do material

4.173 O material não conserva as suas propriedades por tempo indeterminado. O material deve
estar sempre em bom estado de conservação. Para tal deve ter-se um especial cuidado com o
mesmo, tendo em conta especialmente:
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 Utilização adequada do material, seguindo as recomendações dos fabricantes;

 Efetuar atentas inspeções a todo o material;

 Cuidados permanentes de limpeza e manutenção;

 Cuidados de conservação e armazenamento do mesmo;

 Efetuar um registo da utilização de todo o material, acumulando um historial que permita


controlar devidamente o estado de conservação do mesmo, para efeitos de segurança24.

 Antes e após cada utilização, fazer a respetiva inspeção e necessária manutenção;

4.174 Cada corda deve ter uma ficha individual. Esta ficha é um diário de vida de cada corda, onde
são registadas as características e utilizações. Não existe um modelo de ficha único, o utilizador faz
uma ficha com base nos dados que a seguir se descreve:

Caraterísticas (Tipo de corda; Diâmetro; Comprimento; Cor; Data de fabrico; n.º máximo de
quedas de fator 2)

Utilização (Datas de utilização; Situações em que foi utilizada; n.º de quedas de fator 2).

Figura 4.32 - Ficha de utilização de corda de montanhismo

Regra Geral, o material deve ser retirado de uso, sempre que:

 Se apresenta rasgos evidentes, furos ou fissuras evidentes, corrosão, ou rachadelas;

 Se o material se queimar, chamuscar ou se derreter;

 Se o material possui fibras rasgadas ou fortes sinais de abrasão;

 Se as costuras (caso do arnês e anéis de fita) estão descosidas ou apresentam sinais de


desgaste;

24 http://www.petzl.com/en/ppe-checking
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 Se os materiais estão descoloridos (tipicamente por exposição solar aos raios U.V ou
elementos químicos)

 Se entrou em contacto com agentes químicos, solventes ou outros produtos nocivos e


corrosivos;

 Se já possui o tempo de vida útil recomendado pelo fabricante;

 Se o material sofreu uma queda de impacto considerável;

 REGRA ELEMENTAR: Em caso de DÚVIDA, sobre o estado de conservação e


funcionamento do equipamento, opte por nunca o utilizar, em prol da sua máxima
SEGURANÇA.

4.175 Relativamente aos cuidados com os aparelhos de metal, estes devem ser verificados
periodicamente: se não apresentam fissuras, deformações, desgaste ou traços de corrosão,
sobretudo nos orifícios destinados aos mosquetões, nas superfícies de contacto com a corda e nos
rebites; Todos os aparelhos metálicos em partes mecânicas ou móveis, onde facilmente se alojam
detritos, é conveniente uma manutenção regular e eficaz para manter o seu bom funcionamento.

4.176 Quanto aos capacetes, se sofrerem um forte impacto, mesmo que não se apresentem
aparentemente danificados, deverão ser substituídos, ou inspecionados por entidade credenciada
para o efeito, para garantir que ainda oferece a proteção inicial. Deve-se verificar o ano de fabrico.
Se não houver prazo de durabilidade estabelecido, recomenda-se a substituição dentro de três a
cinco anos (estima-se que após cinco anos um capacete terá perdido cerca de 25% da sua
resistência original) consoante maior ou menor uso e exposição à radiação solar e condições
atmosféricas em geral.

4.177 Os capacetes não devem ser expostos ao calor. A 50 ou 60ºC podem deteriorar
irremediavelmente a sua estrutura. A exposição prolongada aos raios ultra-violetas provoca um
envelhecimento precoce. A sua limpeza deve ser efetuada com água tépida e sabão neutro,
secando depois o mesmo com um pano.

4.178 Quanto aos ARNESES, verificar regularmente o estado das fitas, de todas as costuras e da
oxidação das partes metálicas. Os arneses podem ser lavados à mão (e escova) com água fria ou
tépida e sem detergentes. Devem secar à sombra e afastados de fontes de calor. Tal como todos
os outros equipamentos deve-se evitar a exposição ao sol (raios ultra-violetas)

4.179 Quanto aos MOSQUETÕES, deve-se realizar periodicamente uma inspeção visual a todos
os mosquetões e perante a dúvida, não utilizar o mosquetão e retirar fora de uso, propondo a troca
do mesmo; A sua duração tem a ver com o uso que lhe é dado e em que condições atmosféricas,
etc. Uma duração média pode ir até 10 anos, contudo o mesmo deve ser retirado sempre que:

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 Apresente desgaste (fricção cordas ou ação mecânica de outros aparelhos);

 Esteja em contacto com contaminantes químicos;

 Deformações ou fissuras evidentes;

 Quedas de altura considerável;

 Mola do gatilho estragada.

4.180 A limpeza com água limpa e temperada (máximo 40º). Limpar com pano húmido e deixar
secar ao ar, fora do contacto com fonte de calor. Deve-se lubrificar os mesmos quando verificamos
que começam a oferecer alguma resistência. Esta lubrificação é feita sobretudo no gatilho, com
lubrificante à base de silicones ou óleo mineral, depois de ter sido limpo. Quanto às Cordas deve-
se ter os especiais cuidados:

 Nunca colocar 2 cordas a passar dinamicamente por 1 mosquetão ou anel metálico, pois
o roçamento ou fricção causada pode provocar queimadura;

 Nunca utilizar a corda a correr diretamente em fitas ou cordeletes;

 Evitar descidas muito rápidas que podem provocar queimaduras na camisa e acelerar o
seu desgaste;

 Ter extrema atenção às arestas vivas, das rochas ou de outras estruturas, como por
exemplo, as plaquetas, etc.

 Não deverão estar em contacto direto com rochas, troncos de árvore e outros agentes
abrasivos (utilizar fitas para ligar as fixações ou proteger muito bem a corda em caso de
esta servir para amarração).

Figura 4.33 - Manobras abrasivas para cordas

 Não pisar as cordas;

 Evitar o contacto das cordas com terra ou areia;

 Evitar quedas de fator 2;

 Não deixar a corda sob tensão por qualquer período de tempo;

 Nunca usar cordas para rebocar carros ou qualquer uso que não especificamente para a
finalidade a que se destina;
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 As cordas lavam-se à mão com água fria ou tépida sem detergentes e com escova se
necessário, deixando-a a secar naturalmente;

 Marcar o meio da corda apenas com tinta própria “rope marker”, quanto muito com fita-cola
e pouca. Não utilizar outras tintas cuja composição química pode alterar as características
da corda;

 As cordas devem-se guardar em local seco, fresco, ao abrigo da luz solar e longe de
roedores ou outros animais danosos; sem nós, soltas e sem estarem penduradas;

 Não deixar as cordas ao sol, expostas a temperaturas elevadas ou sujeitas a humidade;

 As cordas nunca deverão estar em contacto com produtos químicos ou com os seus gases:
em especial com ácidos, solventes ou gasolinas e outros hidrocarbonetos;

 As cordas se em contacto com material patogénico (sangue e urina) deverão ser retiradas
de uso;

 Se a corda se molhar com água salgada, deve-se lavar abundantemente em água doce;

 Verificar o seu estado regularmente (camisa e alma) ao longo de todo o comprimento, quer
pela visão quer pelo tato;

 Quando se compra uma corda, ver a data de fabricação pois o processo de envelhecimento
verifica-se mesmo que as cordas não tenham sido usadas.

 Nunca usar uma cordelete ou uma fita encontrada numa via mesmo que pareça em bom
estado: os raios ultravioletas e os agentes atmosféricos degradam as fibras sintéticas com
relativa rapidez.

A duração média de vida de uma corda depende da sua utilização sendo que:

 Utilização diária intensiva: 3 a 6 meses (podendo ir até a 12 meses)

 Utilização diária moderada (Ex.: todos os fim-semanas): 2 a 3 anos

 Utilização ocasional: 4 a 5 anos

 O período de armazenagem e uso acumulados não deve exceder 10 a 15 anos.

Deve-se retirar uma corda de uso quando:

 Sofre um impacto de uma queda de fator 2;

 Na inspeção, a camisa apareça muito estragada (rasgada) ou muito descolorada;

 Na inspeção, a alma apareça danificada (partida);

 Esteve em contacto com produtos químicos nocivos;


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 Foi utilizada para outros fins que não os que a que se destinam (ex: Reboque carros);

 Atinja o seu prazo médio de duração

Nunca esquecer que o preço de uma corda não vale uma vida!

(c) Nós

4.181 Os nós são a execução de uma técnica manual que permite utilizar a corda, cordeletes e fitas
para diversos fins. No montanhismo, os nós são utilizados para fixar a corda a pontos de segurança,
unir convenientemente o técnico à corda, permitir realizar manobras de segurança e descida,
realizar reuniões, entre muitos outros tipo de manobras que se realizam com os nós. Na execução
dos nós é necessário ter alguns cuidados, os quais se pode destacar:

Figura 4.34 - Cuidados a ter na execução dos nós

4.182 Os nós acabam por ser uma linguagem que tem de ser compreendida por todos. A má
execução de um nó pode levar a um acidente fatal. É de não esquecer que os nós tiram resistência
às cordas e fitas. Por isso os nós não podem ser encarados como um dado adquirido. Saber fazer
um nó não é a mesma coisa que simplesmente fazê-lo; é preciso compreendê-lo, saber para que
serve e quando é que se deve utilizar. Se não se praticar a execução dos nós, de certeza que se
esquece, por isso deve-se praticar, repetir e insistir, para ganharmos mais tempo de vida.

4.183 As caraterísticas essenciais de um nó são as seguintes: fácil identificação, máxima solidez,


rápida execução, específico para a função que o exige, máxima segurança (mínima perda de
resistência), fácil de fazer e desfazer (mesmo sobre grandes tensões). Todos os nós devem ser
executados na perfeição, com rapidez e com segurança. Para a execução dos nós devem-se
compreender os elementos fundamentais de uma corda.

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Figura 4.35 - Elementos fundamentais de um nó

4.184 Os nós dividem-se em 3 grandes tipos: Nós de Amarração, Nós de União e Nós Auto-
bloqueadores, Nós Bloqueadores.

 Nós de Amarração:

Figura 4.36 - Nó de oito

Figura 4.37 - Nó de nove

Figura 4.38 - Nó de Lapin


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Figura 4.39 - Nó de sete

Figura 4.40 - Nó de borboleta

Figura 4.41 - Nó lais de guia duplo

Figura 4.42 - Nó lais de guia pelo seio

 Nós de União:

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Figura 4.43 - Nó de pescador duplo

Figura 4.44 - Nó de fita

Figura 4.45 - Nó direito

 Nós Auto-bloqueadores:

Figura 4.46 - Nó machard


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Figura 4.47 - Nó Prusik

 Nós bloqueadores:

Figura 4.48 - Nó dinâmico

Figura 4.49 - Nó estático

Figura 4.50 - Nó de coração

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4.185 A resistência do nó depende do diâmetro, do número de fibras, na forma do trancamento (da


corda) e claro, do tipo de nó utilizado. Lembrar porém que todo nó enfraquece a corda no local onde
apresenta a curvatura.

4.186 Dependendo do tipo de nó e da corda, a percentagem de perda de resistência da corda pode


chegar em casos extremos a 60%. Existem nós, que por possuírem curvas menos acentuadas não
sacrificam tanto a estrutura da corda.

Deve-se assumir sempre, uma perda de resistência da corda na ordem de 50% (para todos os nós).
PROCURAR ESTAR SEMPRE DO LADO SEGURO.

Tabela 4.1 - Percentagem de perda de resistência das cordas

NÓS RESISTÊNCIA

Corda ou fita tencionada diretamente (Nenhum Nó) 100%


Nó de Oito 65 - 75%
Nó de Oito de Orelhas 60 - 75%
Lais de Guia Duplo 70 - 75%
Pescador Duplo (Cabeça de Cotovia) 70 - 75%
Nó de Borboleta 60 - 70%
Nó Estático (Barqueiro) 60 - 65%
Nó de Fita 55 - 65%

(d) Amarrações e Ancoragens

4.187 Amarrações são usadas para assegurar todas as cordas e os elementos ou vítimas a um
objeto/ aparelho ou elemento natural suficientemente sólido – a Ancoragem. Por esta razão são
consideradas o 1º escalão da cadeia de segurança, ou por outras palavras, o pilar base de qualquer
sistema de montanhismo ou resgate.

4.188 A seleção de Ancoragens e a escolha do sistema de amarração é por vezes a tarefa mais
difícil. Uma das causas mais comuns em acidentes em manobras de cordas é a falha do sistema
de ancoragem e amarração, na sua maioria derivada diretamente de erro humano. As ancoragens
e amarrações são portanto os pontos mais importantes de toda a ação.

4.189 Devemos ser redundantes sempre que possível no duplicar da segurança e confirmação. O
técnico deve ser flexível e deve conhecer suficientes técnicas e procedimentos para se adaptar a
qualquer que seja a circunstância e tipo de terreno;

4.190 A ancoragem é o meio sólido ao qual se liga a corda, enquanto a amarração é todo o sistema
que liga a corda à ancoragem.

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4.191 A escolha e aplicação das ancoragens, deve respeitar fundamentalmente 5 fatores


importantes:

1.º Força/ Resistência Estrutural

4.192 Deve ser efetuada uma avaliação correta da integridade da estrutura, procurando pontos
débeis, ruturas, fissuras, oxidações, corrosões, torções, etc. Tudo que possa pôr em causa a
capacidade de esta sustentar a carga à qual vai ser submetida. A resistência estrutural de um ponto
de ancoragem resulta sobretudo da resistência do material que é utilizado na ancoragem; da
resistência da superfície de suporte ou apoio; e da resistência da união entre a ancoragem e o seu
suporte.

2.º Roçamentos

4.193 Procurar nas bordas se existem arestas cortantes ou elementos salientes que podem
submeter a corda ao roçamento excessivo, que poderá levar ao desgaste, rompimento e possível
corte da corda.

3.º Ângulo de trabalho e Orientação do sistema

4.194 Quando se efetua a amarração sobre a ancoragem é importante orientar o ponto de saída da
carga, para que o esforço de trabalho se efetue de forma unidirecional à carga, evitando que esta
gire e efetue roçamentos ou efetue excessiva força sobre todo o sistema.

4.º Localização das ancoragens

4.195 Verificar se são funcionais face à manobra que é necessário desenvolver.

5.º Material e equipamento disponível

4.196 As amarrações podem ser classificadas em 2 tipos:

(1) Amarrações em linha

4.197 Utilização de 2 pontos de amarração com o menor ângulo possível. A força da carga sai do
ponto principal, sendo o ponto secundário o “backup” de segurança, caso rebente o sistema no
primeiro ponto de amarração;

Figura 4.51 - Amarrações em linha


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(2) Amarrações com distribuição de forças

4.198 Utilização de 2 ou mais pontos de amarração com a distribuição da carga/força por ambos os
pontos de forma equilibrada, podendo ser o sistema estático ou multidirecional.

Figura 4.52 - Amarrações com distribuição de forças

4.199 Deve-se ter várias preocupações ao efetuar as amarrações, dando especial ênfase às figuras
seguintes:

Figura 4.53 - Cruzamento em X

Figura 4.54 - Distribuição da carga/força

4.200 A gestão dos roçamentos é outro assunto que deve merecer especial atenção.

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Figura 4.55 - Gestão do roçamento com cordas

(e) Arneses improvisados

4.201 Quando se depara com a necessidade de ultrapassar obstáculos com a utilização de cordas
e em que a utilização do arnês se torna imprescindível para garantir a segurança do elemento, e
não se possui nenhum, pode-se efetuar arneses de forma improvisada com recurso a cordas
dinâmicas individuais, ou fitas e anéis de fita. Com anéis de fita podem-se efetuar a designada
cadeirinha espanhola (figuras esquerda). Com corda pode-se efetuar a cadeirinha americana (figura
direita). A fita deve ser o material a utilizar, em virtude de ser mais cómoda, aquando da sua
utilização (quando estamos "pendurados", o peso do nosso corpo vai originar grande tensão na
coxa e região lombar por parte da Fita). A corda é mais agressiva em termos de conforto. Porém
ambos não garantem o conforto de um arnês normal, mas permite a sua utilização em segurança,
se o material utilizado estiver em boas condições. Utilizando só 4 a 5 metros de fita, é uma boa
alternativa para quem tem poucos recursos financeiros, no entanto, deve ser só utilizada numa
urgência ou se for estritamente necessário.

1 2

Figura 4.56 - “Cadeirinhas Improvisadas”

4.202 As duas primeiras possuem a vantagem de serem mais fáceis e rápidas de efetuar, podendo
ser efetuadas de imediato num parceiro que necessite de um arnês. A terceira é de elaboração mais
complexa, mas as várias voltas que a fita dá que vai dar mais resistência e segurança à montagem.

4.203 A utilização destes arneses improvisados deve ser sempre complementada com a utilização
de arneses improvisados de peito, quer através de anéis de fita ou corda individual que permite
efetuar a atadura de peito, conforme demonstram as figuras seguintes.

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Figura 4.57 - Arneses improvisados

(f) Técnicas de acesso e progressão vertical: o rapel e a subida em corda

Figura 4.58 - “Rapel”

4.204 O Rapel é a técnica de descida e transposição de obstáculos, na qual se desce de forma


controlada, utilizando cordas de montanhismo. Os obstáculos a serem vencidos nesta modalidade
podem ser naturais ou artificiais, sendo os mais variados, como: cascatas (canyoning), prédios,
paredões, abismos, penhascos, pontes, declives, etc.

4.205 O rapel, que se revela uma manobra espetacular, é, se bem executado, perfeitamente simples
e seguro, no entanto, verifica-se que ocorrem diversos acidentes durante esta manobra. De facto,
muitos montanheiros e escaladores experientes e de renome mundial perderam a vida por erros
cometidos em rapel. Será, pois, de grande importância que se empreendam corretamente os
diversos procedimentos durante um rapel: montagem, descida, auto-segurança e recuperação da
corda.

4.206 Para fazer rapel usa-se «corda semi-estática», com um diâmetro de cerca de 10-11 mm. A
«corda dinâmica» é usada para servir de segurança, uma vez que a sua elasticidade permite
absorver um pouco a força de uma queda acidental.

4.207 Existem diversos tipos de rapel, classificados de acordo com a técnica utilizada e com o tipo
de terreno/ obstáculo. Embora todos eles utilizem técnicas diferentes, que exigem maior ou menor
prática por parte do rapelador, todos eles tem o mesmo objetivo: descer de um ponto para o outro
de forma segura. De acordo com a técnica é classificado do seguinte modo:

 Rapel americano (descida de costas para o solo);

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 Rapel australiano (descida de frente para o solo);

 Rapel tático (de cabeça para baixo); e

 Rapel clássico ou expedito (só com a corda).

Figura 4.59 - Exemplo de rapel

4.208 Na maioria das vezes opta-se por falar apenas no rapel americano por ser o mais simples e
menos arriscado de fazer.

4.209 Quanto ao tipo de terreno / obstáculo a ultrapassar:

 Com apoio (desce com os pés apoiados no terreno/ obstáculo);

 Suspenso (desce em suspensão sem apoio dos pés).

Figura 4.60 - Rapel americano

4.210 Deve-se sempre levar todos os materiais necessários para a execução do rapel, devendo
fazer inicialmente uma análise criteriosa da situação, avaliação dos riscos possíveis e daqueles já
existentes. Esta prática exige boa disponibilidade física, bem como, um bom poder de controlo
emocional e capacidade de decisão perante o medo, já que em muitas situações o praticante
depende destes requisitos para superar os obstáculos, não desistindo do objetivo.

4.211 A Segurança no rapel é fundamental. Ela é classificada de três formas diferentes de acordo
como se realiza: Segurança de Cima, Segurança de Baixo e Auto-Segurança.

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4.212 A Segurança de cima é efetuada por outro elemento que acompanha a descida do rapelador
com outra corda. Implica mais material e amarrações e ancoragens. Porém no caso de não haver
há vontade da parte do rapelador e não haver ninguém no solo, esta técnica terá que ser utilizada.
A segurança de baixo é efetuada por outro elemento que agarra a mesma corda do rapelador, que
em caso de emergência vai tracionar a corda e bloqueia o rapel daquele que desce. É mais eficiente
e requer menos material.

4.213 A solução mais utilizada é a auto-segurança: efetuada por meio de nós auto-bloqueadores
ou aparelhos indicados para esse fim que liga o arnês às cordas de rapel. O rapelador arrasta o
bloqueador atrás de si durante a descida e caso o largue este bloqueará em torno das cordas
evitando a queda. Durante o rapel, a descida do bloqueador é controlada pela mão que equilibra o
corpo evitando que este caia para trás.

4.214 Quando se efetua um rapel com autossegurança é preferível colocar o auto-bloqueador


abaixo do descensor porque desbloqueia melhor exige menos dispêndio de força ao agarrar a corda
em rapéis muito verticais e diminui o risco de um rapelador inexperiente, em caso queda, arrastar o
bloqueador atrás de si.

Figura 4.61 - Rapel com autossegurança

4.215 No que diz respeito à montagem é importante dominar a execução de amarrações e nós
fundamentais, bem como a seleção criteriosa das ancoragens, já descrito anteriormente. Recorda-
se porém o mais importante:

4.216 As amarrações em suporte natural são, muitas vezes, a melhor opção. No entanto, deve ter-
se em consideração as dimensões, forma e, sobretudo, a resistência inquestionável do suporte.
Escolham-se árvores de tronco grosso, vivas e bem enraizadas, assim como, blocos, saliências
rochosas, pontes de rocha ou blocos entalados de resistência insuspeitável.

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4.217 A amarração é feita com um anel de fita ou cordelete formando geralmente um triângulo de
força com um ângulo nunca superior a 60º. Para unir os dois extremos de uma fita usa-se o nó de
fita e para unir as duas extremidades de um cordelete o nó de pescador duplo. Nunca se deve
utilizar o lais-de-guia duplo singelo para unir duas cordeletes pois, este, quando é sujeito a cargas
anelares e alternadas (ou seja tensões seguidas de períodos de repouso) tem tendência para se
desfazer. Pode-se colocar a(s) corda(s) de rapel num mosquetão de rosca (os Maillon Rapide são
a solução mais económica e, diga-se, segura) mas o mais usual é passar a corda diretamente no
cordelete ou na fita da amarração. Os cordeletes deverão ter um diâmetro igual ou superior a 5 mm
e as mais indicadas serão de Kevlar ou Spectra. As fitas deverão ter 15 a 20 mm de largura.

4.218 A solidez da amarração deverá ser inquestionável: em circunstâncias normais uma


amarração para rapel suportará até o dobro do peso do indivíduo que desce, ou seja, para uma
pessoa que pese 80 kg será cerca de 1.6 kN (160 kg). No entanto, se se rapelar aos saltos podem-
se atingir valores triplos (2.4 kN).

4.219 Os cordeletes e/ou fitas devem estar em bom estado.

4.220 Os nós devem ser os adequados (nó de pescador duplo em cordeletes e nó de fita para fitas)
e estarem bem feitos.

4.221 Utilizar mosquetões com fecho de segurança.

4.222 Em montagens diretamente sobre a rocha, cuidado com eventuais arestas cortantes.

4.223 O processo de montagem termina com o lançamento da corda. Deve-se amarrar sempre a
corda à montagem antes de a lançar. Se for para utilizar em duplo com recuperação da corda,
equaliza-se as cordas e coloca-se o meio destas no mosquetão, de modo que ao lança-las não se
as perca. Só então, se lança as cordas, devidamente enroladas, para longe da parede. Afastando
as cordas da parede estas desenrolar-se-ão totalmente ao cair evitando que se enlacem na rocha
e/ou na vegetação. As cordas são lançadas na direção do local para onde se pretende descer tendo
em atenção a possível influência do vento na trajetória de queda.

4.224 Antes de lançar a corda, deve-se também dar um nó volumoso na extremidade das cordas
de rapel como medida de segurança: evitar os casos em que o elemento cai porque se acaba a
corda. Deve-se avisar do lançamento da corda e gritar: CORDA!

4.225 Como medidas de segurança, antes de se iniciar a descida deve-se fazer uma verificação de
todo o sistema, a qual inclui: verificar a solidez da amarração, se os mosquetões estão com os
seguros fechados, se a(s) corda(s) chega(m) ao local que se pretende atingir, se há atrito da(s)
corda(s) com aresta(s) da rocha e evita-lo, e se é necessário ou recomendável usar auto-segurança.
Outra das medidas de segurança é a Comunicação.

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4.226 A comunicação deve ser efetuada entre o rapelador (R) e o segurança (S) e de forma clara e
concisa. As vozes utilizadas são as seguintes:

R: Linha X* em rapel; *(O X representa o n.º da linha)

S: Linha X em segurança;

R: Linha X livre;

S: Linha X fora de segurança;

R, se em queda: Queda

4.227 Na execução da descida, recomenda-se uma descida regular, sem saltos, de forma a evitar
solicitações excessivas da amarração e da(s) corda(s). A descida também não deverá ser muito
rápida para evitar sobreaquecimento do material ou eventuais queimaduras na(s) mão(s). O uso de
luva na mão que controla a velocidade de descida, por vezes, poderá ser bastante útil.

4.228 No final de uma descida em rapel deve retirar-se imediatamente o descensor das cordas de
modo a que este, por estar muito quente, não as danifique. Cuidado com as queimaduras.

4.229 Quando se coloca ou retira o descensor oito das cordas pode dar-se o caso de este
inadvertidamente cair. Para evitar a queda do descensor, inconveniente, deve-se colocar o oito
segundo o seguinte procedimento: ter o oito preso ao mosquetão pela argola maior; colocar a corda
no oito convenientemente e, só então, retirá-lo do mosquetão e prendê-lo a este novamente mas
pela argola pequena.

4.230 O descensor mais utilizado em rapel é o oito. Porém também é possível efetuar rapel sem
descensor utilizando alguns métodos expeditos de fazer o rapel (sem descensor), utilizando para o
efeito o mosquetão. O método mais utilizado é com o nó dinâmico. É feito no mosquetão um nó
dinâmico, o qual permite fazer uma travagem eficaz. Para fazer a travagem, basta levantar a mão
direita, ou puxá-la para trás do corpo.

Figura 4.62 - “Travagem em rapel”

4.231 Quando se faz o rapel e se pretende continuar o deslocamento, torna-se vital recuperar a
corda utilizada. Existem alguns cuidados a ter neste aspeto, nomeadamente, quando se faz o rapel
com duas cordas unidas pelo nó de oito pelo chicote ou pelo nó de pescador duplo é necessário
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recordar de que lado ficou o nó a fim de, ao recuperar a corda, se puxe pela extremidade correta.
O nó que une as cordas deverá ficar sempre na extremidade inferior (junto à rocha) a fim de evitar
roçamentos desnecessários ou que a corda fique presa pela bandeirola durante a manobra de
recuperação.

Figura 4.63 - Recuperar a corda utilizada

4.232 O Rapel Clássico ou Expedito atualmente não se utiliza devido ao uso generalizado de
descensores, no entanto, deve-se conhecer esta técnica pois, ao permitir a descida de cordas sem
o recurso a material, poderá ser vital em situações de emergência. Se o rapel clássico é um método
penoso quando mal executado, torna-se bastante prático e seguro se dominar a sua técnica. Para
diminuir o efeito nocivo no corpo, bem como para aumentar o efeito de fricção (travagem), usam-se
duas cordas ao mesmo tempo.

4.233 A técnica de descida deve efetuar-se com o corpo ligeiramente inclinado para o lado da mão
que controla a descida. O pescoço deve estar protegido com a gola do casaco a fim de evitar
queimaduras devido ao roçamento das cordas bem como a virilha sujeita a fricção. Para a travagem,
basta levar a mão direita (nas figuras) junto do peito, pois este pequeno procedimento aumenta a
área de corda em contacto com o corpo e, consequentemente, a fricção.

Figura 4.64 - Rapel expedito

4.234 Ao contrário dos métodos atualmente empregues em que se progride gradualmente ao longo
da corda, em clássico rapela-se dando pequenos saltos para evitar o atrito das cordas com o corpo.
De uma posição fixa, em que o braço que controla a descida se encontra junto ao corpo (posição
de bloqueio), desce-se por intermédio de um salto afastando do corpo o braço que controla a
descida e deixando correr as cordas livremente por entre a mão sem nunca a largar. O uso de luva

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na mão que controla a descida é recomendado. O contacto dos pés com a rocha, no final de cada
salto, coincide com o bloqueio da corda (braço junto ao corpo).

Figura 4.65 - Rapel clássico ou expedito

4.235 Atenção, o rapel clássico exige uma aprendizagem progressiva antes de ser aplicado em
situações reais, condição sem a qual se poderá tornar uma experiência bastante desagradável ou
mesmo perigosa.

4.236 Circunstâncias existem que é necessário subir para o ponto onde se encontrava antes de
efetuar o rapel. Terá que ser utilizada neste caso a Técnica de Subida.

4.237 A técnica de subida por corda com recurso a bloqueadores é utilizada para aceder a
determinados locais em patamares superiores que já possuam cordas previamente montadas. Para
a realização de uma ascensão com eficácia, o elemento deve ser conhecedor das técnicas
específicas, além de conhecer muito bem os equipamentos a serem utilizados, como bloqueadores
de punho e de peito, estribos e longes de segurança.

4.238 A técnica assenta sempre no mesmo princípio, variando a sua execução de acordo com o
material utilizado. Pode ser efetuado com equipamento específico, ou com métodos expeditos,
através da utilização de mosquetões, cordeletes e utilizando por exemplo, o nó de coração.

Figura 4.66 - Curta subida em corda

(g) Helicordagem

4.239 A Helicordagem é a técnica que se utiliza para descer de um helicóptero em voo estacionário
e ser infiltrado no terreno. Esta descida é efetuada em rapel. Está associado à 1ª intervenção no
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combate aos incêndios florestais, uma vez que quando esta missão foi pensada, surgiu a
possibilidade de haver locais onde o helicóptero não conseguiria aterrar e ao ser necessário largar
a equipa de intervenção no local do incêndio, esta é uma das técnicas mais seguras que poderá ser
aplicada, à semelhança da corda rápida, mas que não permite efetuar distâncias tão grandes e é
menos segura. Por curiosidade, nos EUA, onde a floresta possui centenas de milhares de hectares
e onde nem sequer acessos existem, há elementos de intervenção terrestre que são largados de
paraquedas nos locais do incêndio e ficam no mesmo por mais que 24 horas em autonomia.

4.240 A grande diferença nesta prática é que se executa a técnica do rapel de um helicóptero em
voo estacionário, o que emocionalmente pode contrariar a facilidade de execução do mesmo. A
maior preocupação é a passagem para o patim, de resto é em tudo igual aos procedimentos do
rapel suspenso. As figuras seguintes demonstram a realização do mesmo.

 Amarrações dentro do helicóptero:

Figura 4.67 - Amarrações dentro do


helicóptero

 Colocação das cordas prontas a serem lançadas

Figura 4.68 - Cordas prontas a


serem lançadas

 Colocação da corda no descensor em 8

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Figura 4.69 - Colocação da corda no descensor em 8

 Saída do helicóptero em rapel

Figura 4.70 - Saída do helicóptero em rapel

4.241 A helicordagem deve ser precedida de prática na Torre de Montanhismo, por forma a efetuar
a simulação da saída do helicóptero e adaptar-se à passagem para o patim.

Figura 4.71 - Treino da saída do helicóptero

7) Áreas de Aterragem (AA) Improvisadas

(a) Finalidade e Objetivo


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4.242 Evacuação de pessoas feridas ou doentes com risco eminente de vida;

4.243 Resgate/transladação/ transporte/deslocação/reposição estratégica de pessoas;

Ex: Brigadas Helitransportadas em incêndios, refugiados, cheias, temporais, acidentes aéreos, etc.

(b) Critérios de Seleção

 Finalidade;

 Urgência;

 Tempo disponível;

 Mão-de-obra à disposição;

 Ferramentas disponíveis;

 Relevo;

 Vegetação/edifícios/obstáculos (linhas elétricas, telefónicas, gruas), etc.;

 Condições meteorológicas;

 Hora do dia.

(c) Fatores a ter em conta na Construção

 Terreno o mais plano e firme possível.

 Dimensões

 25mx25m

Figura 4.72 - HeliPista Improvisada

(d) Marcações

Se a marcação for realizada durante o período diurno:

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 Manga de vento improvisada (ex.: saco plástico e um pau);

 Granadas de fumo coloridas (Localização e direção do vento);

 Marcação da Zona de Aterragem desenhando “H”, no sentido do vento dominante (ex:


recorrendo a pedras).

Se a marcação foor necessária para o período noturno ou diurno com má visibilidade:

 Sticks luminosos;

 Utilização de luzes de sinalização de marcha de emergência (Strobs);

 Utilização de 2 viaturas com a luz de estrada ou de cruzamento a apontar para a AA.

IMPORTANTE
Nunca utilizar nas marcações:

 Fita de sinalização;

 Fita de barragem;

 Plásticos;

 Panos;

 Ou outros obejtos que se desloquem com o ar provocado pela rotação das pás.

g. Forças de Ataque Terrestre

4.244 O ataque terrestre, consiste no combate a incêndios florestais por uma Equipa de Intervenção
de Proteção e Socorro (quatro militares), que se faz deslocar com uma viatura ligeira de combate a
incêndios florestais (VLCI). Esta equipa, além da viatura que possui cerca de 500 litros de água,
dispõe ainda de material sapador para combate direto e combate indireto. Em regra, estas equipas
de intervenção terrestre são empenhadas em ações de primeira intervenção em incêndios
nascentes, em apoio à equipa helitransportada. Porém, quando solicitado, podem ser empenhadas
em ATA em incêndios de maiores dimensões.

4.245 As Secções/Equipas de Intervenção da UEPS de serviço ao helicoptero - 24h, são as forças


de 1.ª linha da UEPS, que garantem a força de empenhamento permanente, no âmbito do
Dispositivo Integrado das Operações de Proteção e Socorro (DIOPS), executando a 1.ª intervenção
helitransportada, em ocorrências de proteção e socorro, normalmente despachadas pelo CDOS
respetivo. Até ao encerramento do PIPS, a equipa/secção, não se afasta da aeronave, aguardando
por um potencial alerta para sair. Ao pôr-do-sol, hora de encerramento do PIPS, permanece, no
mínimo, um Posto de Intervenção de Proteção e Socorro (PIPS) por Distrito, uma Equipa de
Intervenção UEPS de serviço - 24h, que se mantém de serviço até às 9 horas do dia seguinte. Isto

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


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é, fora do horário do PIPS ou na ausência de helicóptero de serviço, a equipa de intervenção UEPS


de serviço - 24h, garante a força de empenhamento permanente, através da componente terrestre.

1) Intervenção Terrestre em ATI

4.246 O êxito de uma intervenção terrestre depende do perfeito conhecimento do funcionamento


da viatura, do rigor no cumprimento das atribuições, bem como do empenho e destreza dos
militares.

4.247 As Secções/Equipas de Intervenção UEPS de serviço - horário dos PIPS’s / Patrulha, são um
reforço da força de empenhamento permanente da UEPS que, durante as fases de perigo Bravo,
Charlie e Delta, garantem o efetivo necessário para guarnecer o dispositivo de helicópteros de ATI,
dos PIPS’s da responsabilidade da UEPS. Representam, também, o apoio terrestre no âmbito dos
incêndios florestais e o reforço policial no âmbito dos Comandos Territoriais. No que diz respeito ao
modo de funcionamento, estão de serviço 7h, sendo 6h de patrulha e 30 minutos para preparação
da saída da equipa e 30 minutos após a chegada, para tratar do material e expediente. O horário
base das Equipas de patrulha é o constante nas NEPs atualmente em vigor.

4.248 A abertura do PIPS depende da altura do ano e da DON/ANEPC, respetiva, mas a


Secção/Equipa de serviço ao helicóptero começa a preparar-se, no mínimo uma hora antes da
abertura do PIPS. Aproximadamente 30 minutos antes da abertura é realizado um briefing com a
presença do piloto, do operador da ANEPC (de serviço ao PIPS), o Comandante do PIPS e as
Secções de Intervenção, Proteção e Socorro (SIPS)/Equipas de Intervenção, Proteção e Socorro
(EIPS) de serviço, é verificado todo o material, a aeronave, as condições atmosféricas, as previsões,
o horário e a área de patrulhamento da Equipa de Intervenção UEPS de serviço - Patrulha, caso
exista, ou seja, todo o planeamento para esse dia.

4.249 Em termos operacionais, o raio de ação dos helicópteros de primeira intervenção é de 40 km.
Os quais têm, no mínimo, uma autonomia de 90 minutos, que é utilizado para definir o tempo
máximo de uma primeira intervenção, no âmbito dos incêndios florestais. Durante a noite os
helicópteros não voam e as intervenções da UEPS são apenas terrestres.

(a) Constituição de um Subgrupo de Ataque Inicial

Comandante do SubGrp ATI


VC/VLCI 00

VLCI 01 VLCI 02 VLCI 03 Viautra 5


Viatura
VLCI 076
(eventual)

Figura 4.73 - Constituição de um Subgrupo de ATI


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(b) Guarnição e Equipamento coletivo das equipas terrestres

 Guarnição: 4 a 5 elementos;

 Chassis: 4x4;

 Tanque de água com capacidade para 500 L;

 Motobomba;

 Carreto com 5 lances de mangueira (25 metros cada).

 02 mangueiras rígidas de abastecimento com 2,5 metros cada;

 01 bóia para abastecimento;

 02 jerrican com reserva de combustível;

 01 depósito de espumífero;

 02 holofotes (01 frente, 01 trás);

 Ferramentas: Macleod, Ancinho, Pá, Foição, Pulaski, Motoserra, Motorroçadora);

 01 guincho (situa-se na parte frontal e tem capacidade de reboque do dobro do peso


do veículo)

(c) Patrulhamento Preventivo

4.250 As EIPS operam no terreno com quatro militares por viatura, equipada com Kit de 1ª
intervenção em fogos florestais.

4.251 Embora esta força esteja dirigida para a atuação na área da Proteção e Socorro, não deve
descurar da missão geral da GNR, atuando se necessário for enquanto OPC e Agente de
Autoridade, no caso de situações com que se deparem e não seja possível, ou seja tardio, o apoio
das patrulhas de ocorrências dos PTer.

4.252 Executam ações de prevenção e dissuasão no terreno, nomeadamente através da


fiscalização, vigilância e deteção no âmbito específico da proteção e defesa da floresta contra
incêndios e no âmbito geral do policiamento da GNR.

4.253 Executam igualmente o combate em 1ª intervenção a fogos nascentes, quer diretamente,


quer auxiliando a EIPS Helitransportada quando chamada para um incêndio.

(d) Dissuasão, Deteção e Alerta

4.254 As EIPS que executam esta missão devem passar pelos Postos Territoriais informando-os
que se encontram a patrulhar na ZA dos mesmos, mantendo assim o contacto com a vertente
territorial da GNR, fundamental para o cabal cumprimento da missão.
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4.255 As Patrulhas que detetem incêndios florestais nascentes dão, de imediato, conhecimento dos
mesmos ao Comando do PIPS, dirigindo-se em simultâneo ao mesmo.

4.256 A Patrulha, ao entrar e ao sair do TO, dá conhecimento dos factos ao COS, registando nome
e posto daquela entidade, transmitindo o mesmo ao PIPS, de forma a coordenar a entrada e saída
da UEPS do TO.

4.257 O PIPS dá conhecimento imediato do incêndio ao CDOS, informando o mesmo dos meios da
UEPS que se deslocam/estão no TO. Após a saída dos meios do local, volta a informar o CDOS do
facto, informando situação do incêndio e nome do COS contactado (na saída).

4.258 As EIPS realizam as seguintes ações:

 Efetuam reconhecimento de pontos de água, verificando o tipo, a capacidade e os seus


acessos, em particular o acesso aéreo. Retira as coordenadas, marcando-as numa ficha para
o efeito e no GPS, tirando fotografias dos referidos pontos para atualização da base de dados.

 Fazem o reconhecimento dos postos de vigia, de aldeias mais isoladas, retirando as


coordenadas UTM e geográficas, e que, em caso de grande incêndio, seja necessário
evacuar, protegendo os residentes assim como os seus bens.

 Verificam se os postos de vigia estão a funcionar e se o pessoal que os está a guarnecer


estão a desempenhar corretamente as suas funções. Deixam o contacto do PIPS para que
estes comuniquem caso detetem incêndio,

 Executam ações de vigilância e deteção, realizando pequenos altos em zonas altas de grande
visibilidade para a mancha florestal, constituindo os mesmos como Pontos de Observação.
Deve dar primazia à observação de zonas mortas (não batidas pelo ângulo de visão das torres
de vigia).

 Fazem o reconhecimento de helipistas, registando as coordenadas UTM e geográficas e


verificando as suas condições.

 Fazem o reconhecimento de itinerários, acessos, obstáculos e dificuldades que possam


colocar.

 Executam o reconhecimento do terreno, analisando a sua forma, natureza, vegetação, o


estado do combustível, eventuais pontos sensíveis.

 Analisam as condições meteorológicas, nomeadamente a temperatura, o vento e a humidade


do ar.

 Efetuam ações de prevenção e sensibilização, passando nas aldeias e aglomerados


populacionais, explicando às pessoas que em caso de incêndio ou que detetem alguma

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situação suspeita, deverão contactar o 112. Aproveitar e deixar com as mesmas o contacto
do PIPS, explicando o quão é vantajoso que contactem também o mesmo, referindo a
especificidade da nossa missão.

 Efetuam controlo de acessos a áreas florestais sempre que detete situações suspeitas, ou
que o acesso a esses mesmos locais seja condicionado.

 Executam ações de fiscalização incidindo particular atenção ao disposto no DL nº 82/2021,


de 13 de outubro, Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), não descurando a
missão geral da GNR. As infrações de âmbito geral presenciadas pela patrulha não devem
ficar impunes, pelo que se atua mediante os condicionalismos temporais e operacionais em
coordenação com a vertente territorial da GNR.

 Caso seja alertada para incêndio florestal, providenciam o deslocamento imediato e em


marcha de urgência para o local.

(e) Intervenção Isolada em 1ª Intervenção

4.259 Assumir o comando das operações no TO, caso seja a 1ª força a chegar ao local, entregando
o comando das Operações de Socorro ao elemento mais graduado da primeira força de Bombeiros
a chegar ao TO.

4.260 Se já estiverem forças presentes no local, deve dirigir-se ao COS a fim de coordenar o
trabalho a desenvolver, o método e o flanco a combater. Deve, ainda:

 Informar o PIPS e Cmdt do PIPS, transmitindo os pontos de situação do incêndio.

 Avaliar o comportamento do incêndio e sua evolução/ progressão.

 Escolher a posição estratégica onde colocar as viaturas, para combater o incêndio nascente.

 Avaliar método de combate, o flanco a combater, itinerário de fuga, local de reunião (em caso
de fuga), nível de empenhamento e outras instruções de coordenação importantes para
exercer o combate, nomeadamente com as questões relativas à segurança individual,
relembrando que esse é o fator primordial que nunca poderá ser descurado.

 Manter vigilância atenta ao comportamento do fogo.

4.261 As instruções dadas pelo Chefe de Equipa deverão ser claras e confirmadas para certificar
se todos os elementos as entenderem.

4.262 No combate manter sempre a equipa junta, unida e empenhada, nunca se perdendo o
contacto visual com todos os elementos.

4.263 Ter atenção e particular cuidado com os contactos com as entidades externas que se
encontrem no TO e não permitir que a missão da equipa seja posta em causa por alguma ocorrência
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extraordinária, informando imediatamente o Cmdt do PIPS sobre a situação, solicitando


procedimentos a efetuar.

(f) Intervenção em Apoio força Helitransportada

(1) Tarefas de cada elemento

4.264 Quando a equipa de primeira intervenção se dirige para o local onde é necessário combater
o incêndio, precisa de se deslocar em veículos apropriados. Por seu lado, é raro encontrar água
nas proximidades do incêndio, pelo que também se torna necessário transporta-la em veículos,
assim como todo o equipamento essencial para o combate.

4.265 No caso da UEPS, as viaturas que estão distribuídas são as Mitsubishi L-200.

1.º Elemento (mais antigo) – Chefe de Equipa

2.º Elemento – condutor:

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

 Efetuar a condução segura do veículo;

 Indicar ao chefe de equipa se existem condições de segurança na deslocação e


estacionamento do veículo;

 Manter à escuta as comunicações;

 Operar a motobomba, garantindo o abastecimento de água, controlando os lances de


mangueira;

 Deixar sempre um lanço de mangueira de reserva na viatura para em situação de


emergência, proteger a viatura.

 Nunca abandona a viatura.

3.º Elemento – agulheta:

 Ao chegar ao local, desloca-se rapidamente com a agulheta na mão para o sítio definido
pelo chefe de equipa em que seja necessário efetuar o combate direto.

 Indicar ao chefe de equipa se existem condições de segurança para intervir.

 Tem como principal missão baixar a intensidade das chamas, executando as técnicas e
táticas que foram transmitidas (jacto, leque, cortina de proteção, maior e menor intensidade
de água, tendo sempre atenção ao controlo da água, não permitindo que a mesma se
esgote imediatamente).

 Sem água assumir uma posição de segurança face ao incêndio.

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


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4.º Elemento – apoio ao agulheta:

 Coloca-se à retaguarda do homem da agulheta, dando o apoio necessário ao mesmo e


mantendo a ligação com o resto dos elementos.

 Seguir as indicações do Agulheta, no caso da necessidade de mais mangueira ;

 Zelar permanentemente pela segurança;

 Manter à escuta as comunicações,

 Informar permanentemente o Agulheta do nível da água;

 Sem água assumir sempre uma posição de segurança fase ao incêndio;

 Nunca abandona o Agulheta.

(2) Atuação Combinada

4.266 O primordial objetivo das equipas terrestres enquanto força de 1.º intervenção em incêndios
florestais, é o apoio às SIPS/EIPS helitransportadas.

4.267 Desta forma e tendo em conta a localização das mesmas, e o local para onde foi acionado o
helicóptero, a necessidade de apoio e o tempo útil de intervenção será (ão) diligenciada (s) para as
equipas terrestres no TO.

4.268 Chegada (s) ao TO, estas procedem ao contato com o COS e chefe de SIPS/EIPS,
coordenando a melhor forma de abordar o incêndio, dando sempre primazia ao apoio direto à nossa
SIPS/EIPS heli.

4.269 Após retirada do TO da SIPS/EIPS heli, a (s) equipa (s) terrestre (s) coordenam com o COS
a sua retirada, mesmo que o incêndio permaneça ativo, restabelecendo-se e reposicionando-se
para nova 1.ª intervenção.

2) Ataque Ampliado

(a) Enquadramento

4.270 A partir de 2013, foi desenvolvido o conceito de ATA a incêndios florestais, com a criação do
Grupo de Reforço de Ataque Ampliado (GRUATA);

4.271 Este conceito assenta no reforço estruturado de meios humanos e materiais, para os Teatros
de Operações (TO) em incêndios florestais que ultrapassem as capacidades das forças disponíveis
no local (Município e/ou Distrito). Para a constituição destes Grupos, a ANEPC contratualiza os
meios humanos e materiais com as entidades detentoras dos Corpos de Bombeiros.

4.272 Podemos identificar o ATA como uma ação integrada e sustentada pelo despacho de meios
de reforço e especiais projetados para incêndios não dominados em ATI. É uma ação sustentada
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
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pelo despacho de meios de reforço e especiais, projetados para incêndios não resolvidos em ATI e
que se caracteriza pela expansão da organização no TO, com a constituição de um Posto de
Comando Operacional (PCO) fixo no TO e Zonas Concentração e Reserva (ZCR).

4.273 Normalmente, durante o ATA, empregam-se métodos de combate combinado e/ou indireto,
através da utilização de ferramentas manuais, tratores agrícolas ou Máquinas de Rasto (MR) e da
utilização coordenada de fogo de supressão, sob a responsabilidade de técnico credenciado ou
especializado para o efeito ou, após autorização expressa da estrutura de comando da ANEPC.

(b) Definição

4.274 Assim, entende-se por ATA, a atividade de combate desenvolvida após atingidos os primeiros
90 (noventa) minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ATI, e cujo incêndio
ainda não tenha sido dado como dominado (em resolução) pelo COS. Esta atividade pode iniciar-
se antes de se atingirem os primeiros 90 minutos de operação, quando a previsão de evolução do
incêndio, efetuada pelo COS, assim o determine.25

4.275 Julga-se, portanto, que a falha das ações de 1.ª intervenção assume consequências muito
graves, tendo em conta que a progressão não controlada de um incêndio florestal potencia danos
significativos, implicando o desenvolvimento de operações de ATA com dificuldades muito
relevantes, das quais se destacavam:

 Mobilização de meios de combate em quantidade e qualidade adequadas à situação, que


poderá implicar:

 Desguarnecimento de outras áreas;

 Tentação de se cometer o erro de afetar ao combate ampliado meios de 1.ª intervenção,


em nítida contradição com o objetivo estratégico de prioridade à 1.ª intervenção;

 Constrangimentos de tempo de resposta dos reforços necessários;

 Recurso a meios humanos não familiarizados com o terreno onde decorrem as operações;

 Aumento da área envolvida e da complexidade das operações, com a inerente necessidade


de recursos humanos com a formação adequada para o comando (planeamento, direção e
controlo) de operações de combate a incêndios complexos;

 Criação de condições atmosféricas locais adversas, originando dificuldades acrescidas no


combate ao incêndio, incluindo o aumento do número de focos secundários para além do
perímetro do incêndio principal;

25Designação dada pela Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 02/DECIR 2019 - Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Rurais, considerada de 1.ª Intervenção
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 Aumento do tempo de intervenção, sujeitando a desgaste excessivo quer o material quer o


pessoal, agravando as condições de segurança deste;

 Aumento das necessidades logísticas;

 Mobilização de meios de apoio ao combate, controlo de tráfego, apoio sanitário, evacuação


de populações, etc. e aumento da complexidade na sua coordenação;

 Aumento dos custos de intervenção;

 Efeito psicológico negativo, potenciado pela cobertura dos meios de comunicação social,
nomeadamente no que se refere:

 Aos intervenientes no combate;

 Às populações afetadas;

 Às autoridades e à sociedade em geral.

4.276 Por definição, um grande incêndio florestal, é aquele cuja área ardida é igual ou superior a
100 ha. Este tipo de Ataque (ampliado), pressupõe o emprego de métodos de combate combinado
e/ou indireto, através da utilização de ferramentas manuais, tratores agrícolas ou MR e da utilização
coordenada de fogo de supressão, sob a responsabilidade de técnico credenciado ou especializado
para o efeito ou, após autorização expressa da estrutura de comando da ANEPC registada na fita
de tempo da ocorrência, sob a responsabilidade do COS e de acordo com esta DON e a legislação
aplicável.

4.277 Permite o emprego, a pedido do Comandante Operacional Nacional da Autoridade Nacional


de Proteção Civil (CONAC), de peritos disponibilizados pela Agência para a Gestão Integrada de
Fogos Rurais (AGIF), para apoio ao PCO, em incêndios de maior complexidade ou gravidade; pode
empregar Equipas de Reconhecimento e Avaliação da Situação (ERAS) na avaliação da situação
operacional dos TO, sempre que a situação o justifique.

4.278 Empenha ainda a Equipa de Posto de Comando Operacional (EPCO) para garantir o
estabelecimento da organização do TO, nomeadamente na sustentação do PCO, e veículos de
apoio logístico e de comando tático.

4.279 Na passagem ao ATA, devem ser acionados, atempadamente, os meios aéreos de ATA, ser
implementadas medidas de coordenação dos meios de reforço, nomeando elementos que
conheçam o TO e funcionem como elementos de ligação e guias, e ainda, medidas que garantam
a segurança do pessoal operacional, nomeando observadores junto dos setores ou das
equipas/brigadas.

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4.280 Sempre que uma operação passa a ATA, obriga à reposição da capacidade de ATI dos meios
do dispositivo, especialmente das equipas helitransportadas, Equipas de Sapadores Florestais
(ESF), meios terrestres da UEPS, meios terrestres da FEB e todos os meios de ATI, ou seja, o ATA,
obriga à reposição da capacidade de ATI, dos meios do dispositivo, especialmente os aéreos e os
das ESF da Força.

4.281 Não obstante a complexidade do comando e controlo do ATA, deve ser assegurada
informação permanente ao CDOS sobre o Ponto de Situação (POSIT).

4.282 As alterações das ordens de missão são da responsabilidade do CDOS, quando se tratem
de meios aéreos de ATI, e do CNOS, quando se tratem de meios aéreos de ATA.

4.283 Sempre que haja, ou estejam envolvidos na ocorrência meios aéreos de ATA, o CDOS deve
informar o CNOS do empenhamento desse(s) meio(s) aéreo(s).

4.284 O emprego de militares da UEPS/GNR, em missões de ATA, carece de pedido prévio


formulado pelo CODIS ao Comandante Nacional de Emergência e Proteção Civil (CONEPC),
através do Comandante Operacional de Agrupamento Distrital (CADIS), que articula a decisão deste
empenhamento, com o Comando Operacional da GNR, através do oficial de ligação da GNR ao
CNEPC26.

4.285 Nos termos da DON n.º 02/DECIR 2019, sempre que seja solicitado à GNR o pré-
posicionamento das Companhias de Reforço para Ataque Ampliado (CRAA), em locais fora das
suas bases o correspondente apoio logístico associado, será assegurado pela ANEPC.

4.286 Ou seja, em termos de ATA, o dispositivo da GNR deverá garantir uma intervenção reforçada
por solicitação da ANEPC.

(c) Características do Ataque Ampliado

4.287 Em Portugal, o sistema/recursos de combate a Incêndios Florestais assentam numa rede de


voluntariado, que não se encontra totalmente disponível para esta atividade, não sendo, portanto,
completamente estável pois conflitua frequentemente com o modelo profissional;

4.288 Considera-se ainda que a estrutura combatente é vulnerável do ponto de vista operacional,
nomeadamente, na cadeia de comando e na intervenção face às diferentes doutrinas, estruturas
organizativas e capacidades de resposta em presença. Estes constrangimentos tornam-se mais
evidentes devido à perda de coesão e, consequentemente, capacidade para planear e para
concretizar as estratégias de combate mais eficazes;

4.289 O combate a um incêndio rural de grandes dimensões deve ter por base a escolha da melhor
estratégia a adotar consoante a tipologia de incêndio e os recursos disponíveis para fazer face ao

26
Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 02/DECIR 2019 - Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais.
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
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mesmo. Assim são indicados os passos, aos vários níveis, que uma CATE, deve adotar antes,
durante e depois do Combate, observando assim os seguintes pressupostos:

4.290 A doutrina desta capacidade deve centrar-se no incremento da aptidão e competência de


comando das operações, da coordenação das várias entidades envolvidas e da mobilização dos
meios, quando as ocorrências exigem combate terrestre e aéreo ao nível Municipal, Distrital e
Nacional;

4.291 Devido às diferentes formas de atuação, às estruturas organizativas e às capacidades de


resposta, em situações de ATA, os constrangimentos supra tornam-se mais evidentes devido à
perda coesão da estrutura de comando e, consequentemente, uma diminuição da capacidade para
planear e para concretizar as estratégias de combate mais eficazes.

4.292 Considera-se que um incêndio florestal passa a ATA, quando falha a primeira intervenção e
o incêndio evolui desfavoravelmente, implicando o reforço dos meios no terreno e conduzindo à
montagem de um PCO.

4.293 Conclui-se que a existência de dificuldades no exercício do comando e controlo em situação


de combate ampliado é o principal constrangimento na fase de ATA. Com efeito, e embora se
considere que a estrutura operacional ao nível do combate tenha chegado a um patamar em que a
margem de evolução é limitada em temos de dimensão e capacidade de intervenção, é no ATA que
existe, ainda, margem para melhorar. Esta melhoria pode decorrer de quatro vertentes,
desejavelmente, em simultâneo:

 Refinamento dos instrumentos de planeamento. Definição mais cuidada dos dispositivos


terrestres e aéreos nos três níveis de intervenção: municipal, distrital e nacional.

 Previsão atempada das condições, de forma a permitir uma intervenção mais eficaz. A
utilização operacional do Índice de Severidade Diário (DSR) para a operacionalização de
ações de vigilância, prontidão de ataque e pré-posicionamento para ATA;

 Não obstante, esta melhoria deve ser encarada como um processo contínuo e interativo.

 Consolidação da cadeia de comando no TO. A estrutura combatente é relativamente


vulnerável do ponto de vista operacional, face á presença de diferentes doutrinas,
estruturas organizativas e capacidades de resposta das várias equipas intervenientes no
TO.

 Em situações de ATA, estes constrangimentos tornam-se evidentes porque a estrutura de


comando tende a diminuir os índices de coesão e, consequentemente, a capacidade para
planear e para concretizar as estratégias de combate mais eficazes.

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


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 Formação profissional da força combatente. Os recursos assentam numa rede de


voluntariado que não se encontra totalmente disponível para esta atividade, o que coloca
problemas de estabilidade. Acresce que esta rede, assente num modelo de voluntariado,
por vezes, conflitua com o modelo profissional.

 Grande parte dos interlocutores auscultados sinaliza a falta de formação profissional


específica que os bombeiros possuem para fazer face aos incêndios florestais. Com os
requisitos cada vez mais exigentes (estratégias, tecnologias, trabalho de equipa, …), torna-
se fundamental a especialização/aperfeiçoamento técnico dos bombeiros e, no período de
implementação do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PNDFCI), não
se avançou muito nesta matéria.

 Utilização mais eficiente dos meios aéreos e da sua mobilização. A avaliação feita pelos
comandantes de agrupamento (que, depois, encaminham, ou não, a solicitação de meios
aéreos ao comando nacional), não deve traduzir-se num processo burocrático mas
constituir matéria prioritária de forma a garantir que, quando existem vários incêndios em
simultâneo, o empenhamento dos meios aéreos pesados seja realizado efetivamente onde
são mais necessários ou tenham uma maior eficácia potencial.

 O trabalho de campo apontou para a tardia definição da necessidade de meios aéreos e


para uma menor eficiência da sua gestão. As aeronaves de combate a incêndios
incorporaram uma dimensão muito técnica ao combate e alterações na gestão estratégica
do dispositivo, sendo atualmente o meio mais rápido e poderoso de ATI e de ATA aos
incêndios florestais, mas também o mais dispendioso.

4.294 A Unidade de Emergência Proteção e Socorro da GNR, integra quatro Bases de ATA
equipadas com veículos ligeiros, médios e pesados de combate a incêndios. Estas bases ficarão
instaladas nas companhias de Aveiro, Vila Real e Viseu, e localizadas especificamente em Aveiro,
Loulé, Mirandela e Viseu.

4.295 Por vezes o ATA consiste na atuação desgarrada de várias equipas de intervenção, sem a
sua integração num plano de ação consequência de objetivos estabelecidos, sendo essencial que
o COS avalie a adequação de utilização de meios aéreos e garanta as condições (pré-requisitos)
que visando a sua eficácia, aliás como sucede relativamente a qualquer outro meio a utilizar.

4.296 A utilização de meios aéreos no combate a incêndios florestais torna-se essencial, quer seja
através de helicópteros, seja com aviões, para o domínio de incêndios nascentes e também como
apoio à circunscrição de grandes incêndios, no entanto importa sublinhar que os meios aéreos não
são responsáveis pela extinção dos incêndios, pois estes “vencem-se” no terreno, através da ação
dos meios terrestres.

Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate


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(d) Organização da Força

4.297 Os principais fatores críticos de sucesso intrínsecos ao ATA são a capacidade de comando
das operações e de coordenação das várias entidades envolvidas, bem como de mobilização
tempestiva dos meios necessários e a adoção da tática adequada.

4.298 As condicionantes mais importantes do ATA são a disponibilidade de informação de apoio à


decisão e de meios de comunicação entre os diversos intervenientes, bem como o número
insuficiente de meios humanos de combate na maioria das áreas de maior risco de incêndio florestal
e a existência de estruturas ou de infraestruturas não protegidas que possam ser afetadas pelo
incêndio.

4.299 No ATA recorre-se por vezes ao contrafogo, método de ataque indireto que, pelos riscos que
acarreta, implica competência e deve ser executado quando, onde e como for mais adequado.

4.300 As estratégias de ATA devem contemplar, sempre que existam, as oportunidades de combate
direto nas faixas de rede primária a frentes de incêndios de média/elevada intensidade ou aos seus
flancos, no entanto, a ausência de equipas especializadas de pessoal apeado com material de
sapador, constitui uma limitação tática no ATA e, no caso do rescaldo, contribui também para o
aumento de reacendimentos.

4.301 O sucesso do ATA depende da capacidade de comando das operações e de coordenação


das várias entidades envolvidas, bem como de mobilização dos meios necessários e a adoção das
táticas adequadas à situação.

4.302 A GNR, responsável pelo 3º Pilar do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios (SDFCI)
e agente de Proteção Civil, detém um vasto conjunto de competências e responsabilidades na
Defesa da Floresta;

4.303 Através da UEPS, a GNR integra de forma permanente o Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Florestais (DECIF) conforme a DON n.º 2, em missões de ATI e ATA.

4.304 A constituição do grupo de ATA no seio da UEPS veio acarretar novas responsabilidades na,
já por si alargada, área de atuação da UEPS.

(e) Meios e Equipamentos do Ataque Ampliado

4.305 Os meios aéreos de ATA reabastecem, quando em operação, nos PIPS de origem ou, quando
aprovado pelo CNOS, nos locais e nas condições previstas, devendo estes reabastecimentos serem
antecipadamente articulados com os CDOS e com as Forças Armadas (FFAA), quando estes
ocorrem em bases aéreas.

4.306 O emprego de operacionais das Equipa de Ataque Inicial (EATI), fora da Zona de Intervenção
(ZI) atribuída, e em missões de ATA, apenas poderá ocorrer com autorização do CONAC.
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
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4.307 Nos termos da DON n.º 2 de 2018, o emprego de militares da UEPS/GNR, em missões de
ATA, carece de pedido prévio formulado pelo CODIS ao CONAC, através do CADIS, que articula a
decisão deste empenhamento, com o Comando Operacional da GNR, através do oficial de ligação
da GNR ao CNOS;

4.308 O apoio logístico indispensável à sustentação das operações de combate dos Grupos de
Reforço para Incêndios Florestais (GRIF), Grupos de Reforço em ATA (GRUATA), Companhias de
Reforço a Incêndios Florestais (CRIF) e Companhias de Ataque Estendido (CATE), deverá ser
garantido pelo Corpo de Bombeiros (CB) da área onde decorre o incêndio com o apoio do Serviço
Municipal de Proteção Civil (SMPC);

4.309 Durante o combate, deve-se poder aumentar a operacionalidade do PCO, nomeadamente,


na passagem a ATA, recebendo informação sobre a localização dos meios no terreno e evolução
das várias frentes. Esta análise deve ser fundamentada mediante o comportamento do fogo e
potencial de dano, pelo Oficial mais antigo pertencente a força UEPS presente no PCO e deve
apresentar proposta de reforço do efetivo UEPS via hierárquica.

(f) Viaturas

4.310 As viaturas do Grupo são designadas por VLCI, VPCI, VPTA, VLC e VPA, que corresponde
Viaturas Ligeiras de Combate a Incêndios (Pick-ups), Viaturas Pesadas de Combate a Incêndios,
Viatura Pesada de Transporte de Água, Viatura de Comando (Pick-up sem kit) e Viaturas
Ligeiras/Pesadas de Apoio (Pajero / Pick-up sem kit / MAN).

4.311 As viaturas do ATA devem ser numeradas usando a seguinte regra. A VC é a número 00, as
VLCI são as seguintes, depois as VPCI e VPTA, e por fim as VLA/VPA. Conforme o seguinte
exemplo.

4.312 O Grupo em P1 é responsável por garantir a manutenção de primeira linha para intervenção,
onde devem constar a verificação de todos os parâmetros a operacionalidade, prontidão e
disposição de material. Esta manutenção/vistoria é realizada escrupulosamente todos os dias, e é
da responsabilidade do mais antigo desse grupo.

4.313 O Grupo em P1 que estiver de serviço todas as quintas-feiras de cada semana, é responsável
por fazer a manutenção/vistoria de segundo escalão de todas as viaturas. Durante esta vistoria
devem ser verificados escrupulosamente todos os aspetos constantes em check-list para o efeito e
o mais graduado do grupo preenche e assina o documento.

4.314 Salvo por motivos de avaria, as viaturas devem estar sempre prontas para sair do quartel,
com a respetiva carga orgânica e devem ser estacionadas tendo em consideração este aspeto.

Nota: Descrição da VLCI e VPCI consta no Capítulo 2, Secção III alínea 3)

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(g) Atuação das Forças de Ataque Ampliado

4.315 O combate a um incêndio rural de grandes dimensões deve ter por base a escolha da melhor
estratégia a adotar consoante a tipologia de incêndio e os recursos disponíveis para fazer face ao
mesmo. Veja-se pelo seguinte organograma que representa o sistema de supressão engloba a
atuação com ferramentas manuais e mecânicas. No entanto fazer esta distinção e separação como
técnicas a adotar de forma isolada é um erro, pois em cada momento do incêndio deve existir a
flexibilidade da força adequar a técnica mais eficaz e conjugar as várias técnicas existentes de
forma a rentabilizar recursos e conseguir melhores resultados.

Figura 4.74 - Sistema de Supressão de Incêndios Rurais 27

4.316 As regras de emprego das CATE do 3º Grupo, obedece a critérios estabelecidos,


considerando o esforço produzido durante o combate, as horas de trabalho, a capacidade de
rotação da força e as horas necessárias de descanso após a intervenção.

4.317 A necessidade de gestão dos meios cabe exclusivamente ao comandante da UEPS sobe
proposta do Comandante do 3º CIPS mediante a informação dada pelo Comandante de Companhia
que esteve empenhado na operação. Contudo este processo obedece a princípios fundamentais
que podem ser excluídos em caso acontecimentos de ocorrências graves, em que seja decretado
o estado de calamidade, ou se verifique o estado de necessidade de intervenção imediata. Perante

27 Adaptado de E.Oliveira
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situações mais complexas que envolvam mais efetivo, pelo perigo existente para a população a
regra passa a exceção, sem que para tal se exponham os efetivos a riscos desnecessários.

4.318 Após a ativação da Companhia, devem ser contabilizados os seguintes tempos:

 Tempo de entre o alerta e inicio do deslocamento;

 Hora estimada de chegada ao local do sinistro, ponto de trânsito, PCO ou TO;

 Tempo de empenhamento desde a entrada do TO até à saída para descanso no quartel


de origem;

 Tempo de viagem entre o TO e Quartel;

 Tempo necessário para limpeza arrumação e preparação operacional de equipamento e


viaturas;

 Registo da hora de início de descanso;

4.319 A partir do último item, começa a contar as horas de descanso dos militares que estiveram
empenhados, devendo ser contabilizada os seguintes períodos de descanso:

Tabela 4.2 - Períodos de trabalho no TO

Período de emprego em TO Horas de descanso


Inferiores a 3 dias Entre 06h00 a 08h00
Superiores a 3 dias Entre 08h00 a 12h00
Superiores a 6 dias Entre 12h00 a 24h00

4.320 Sempre que o período de inicio de descanso coincidir com as folgas dos militares envolvidos
devem ser respeitados esses períodos de descanso.

4.321 Deve ser evitado o emprego dos mesmos militares em dois sinistros consecutivos que obrigue
a um trabalho de 6 dias seguidos em cada um deles, dando-se preferência ao envolvimento de
militares que estejam de folga mas não foram empenhados, em observância ao efetivo existente de
cada Companhia.

4.322 Assim são indicados os passos, aos vários níveis, que uma CATE, deve adotar antes, durante
e depois do Combate, observando assim os seguintes pressupostos:

(1) Preparação, alerta, deslocamento e atribuição de missão

Briefing Diário Operacional

4.323 O briefing é um anglicismo usado em vários setores, como instruções militares.

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4.324 Podemos traduzir as instruções através de um relatório ou instruções feitas antes ou depois
de uma missão militar. O briefing é um pacote estratégico que articula uma operação tática.

4.325 Diariamente, todos os dias são realizados briefings operacionais em todos os quarteis da
UEPS. Estes ocorrem, sempre no início de trabalhos a todos os militares que se encontram de
serviço. O Briefing Operacional é apresentado pelo militar de atendimento e estão presentes os
seguintes elementos:

4.326 Diariamente, 15 minutos antes da abertura dos PIPS`s levar-se-á a efeito um Briefing no qual
participarão: Piloto(s); Operador de Telecomunicações (OPTEL) da ANPEC ou UEPS no caso do
Distrito de Coimbra; Comandante do PIPS; EIPS/SIPS Helitransportada (Heli) e Chefe de
EIPS/SIPS Heli do dia anterior e Comandantes de Patrulha Terrestre;

4.327 Neste Briefing é informado o estado de alerta especial em vigor, as condições meteorológicas
previstas, aspetos logísticos pertinentes, o estado operacional dos meios do PIPS e os
constrangimentos daí resultantes, bem como outros elementos de informação que se considerem
úteis;

4.328 É verificado todo o material, a aeronave, as comunicações, o horário e a área de


patrulhamento da Equipa de Intervenção UEPS de serviço - Patrulha, caso exista, ou seja, todo o
planeamento para esse dia;

4.329 São ainda verificados os alertas nacionais em vigor, definido plano de embarque, explanação
de previsões meteorológicas e avisos meteorológicos. É elencado o risco de incêndio nacional e
por raio de ação. Relativamente ao risco de incêndio é analisado o FWI, FFMC, DMC, DC, BUI, ISI,
analisado meteogramas por regiões, e consultado se existem desastres mundiais a ocorrer.

4.330 Serão tecidas outras considerações tidas por pertinentes, tais como:

 Ocorrências ativas com empenhamentos das nossas Forças;

 Ocorrências relevantes na zona de ação;

 Resultados obtidos nas ocorrências do dia anterior;

 Eventuais erros cometidos;

 Lições aprendidas

Alerta

4.331 O alerta para a ocorrência de incêndio florestal, é o primeiro passo que desencadeia o
processo de análise, escolha do efetivo e concomitantemente, define a organização do efetivo e o
método de combate a utilizar.

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4.332 Depois de recebido o alerta, o Comandante da CATE deve acionar a força e de seguida fazer
a recolha dos dados meteorológicos do local da ocorrência, que lhe permitam fazer uma análise
concreta da tipologia de incêndio, qual o comportamento do fogo que vai encontrar e quais as
alterações que se preveem durante o combate. A análise e interpretação dos dados meteorológicos,
deve ser apoiada pela sala de situação da Unidade.

4.333 Posto isto, enquanto o adjunto prepara a força para iniciar deslocamento, deve deslocar-se
para o Posto de Comando, para receber a missão diretamente do COS, onde deve recolher toda a
informação do estado do incêndio, quais as janelas de oportunidade, identificar constrangimentos,
informar do efetivo da força, entre outras tarefas. Ao mesmo tempo e durante o deslocamento deve
enviar uma SMS para o seu comandante de Grupo e para a Sala de Situação da Unidade com a
seguinte configuração:

Saída da 3ª CATE para Incêndio de Vila de Rei em 101600JUN19;


Hora de Chegada Prevista: 101800JUN19;
Meios: VLCI – 36-VB-75 – 1 Oficial e 1 Guarda;
VLCI 36-VB-84 – 1 Sargento e 3 Guardas;
VLCI 36-VB-85 – 4 Guardas;
VLCI 03-XT-64 – 4 Guardas;
VLCI 03-XT-65 – 1 Sargento e 1 Guarda, Apoio Máquina de Rastos;
VPCI 25-VC-48 – 6 Guardas;
VPCI 25-VC-49 – 6 Guardas;
VTA 32-VA-11 – 6 Guardas;
MR - 2 Civis
Total Efetivo e Meios: 1/2/33 e 3 civis, 5 VLCI/ 2 VPCI/ 1 VTA /1MR.

4.334 Esta informação, para além da importância do controlo do efetivo, mais tarde e se for o caso,
servirá para o responsável pelas Operações da UEPS, controlar todo o efetivo existente no TO, em
trânsito ou em descanso.

Deslocamento

4.335 O descolamento da força para o TO deve obedecer ás regras especificas de deslocamento


estabelecidas na Guarda para a marcha de urgência. No entanto a coluna de marcha usada para o
deslocamento em estrada até ao local do sinistro é o deslocamento de trânsito. Esta configuração
permite uma maior fluidez da coluna, evita embaraços de trânsito e permite que a velocidade de
deslocamento seja a da viatura mais lenta. O deslocamento da coluna em trânsito é o seguinte:

Figura 4.75 - Coluna de trânsito

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Atribuição da missão

4.336 A missão a desenvolver no TO, tem de ser atribuída pelo COS. Se no PCO já se encontrar o
Comandante da Operação da UEPS, é com este que deve efetuar a recolha da informação
pertinente à missão que irá realizar. Se não estiver presente nenhum oficial superior da UEPS
assume o Comando o Comandante de Companhia mais antigo, que ao receber a missão deve
considerando sempre o efetivo da força e meios bem como as capacidades disponíveis no
momento.

4.337 Depois de atribuída a missão, deve iniciar o reconhecimento ao incêndio, para ter dados
precisos referentes aos pontos de ancoragem, local de estacionamento e método a utilizar para a
força que se encontra em deslocamento. Todo este processo evita perdas de tempo com
deslocamentos, escolha dos melhores itinerários, seleção dos caminhos penetrantes, caminhos de
fuga, engarrafamento de forças no PCO ou em zonas de combate, permite rentabilizar recursos e
melhora a eficiência dos meios de combate.

4.338 Se durante este processo identificar o local de início de trabalhos, ou estacionamento para a
coluna, deve orientar logo o deslocamento da força para esse local.

4.339 O reconhecimento, tem obrigatoriamente de assentar nos princípios já elencados no


protocolo LACES, como tal, o Cmdt da CATE empenhada deve acumular as funções de vigia, ou
se não for possível deve nomear um militar experiente para desenrolar a tarefa.

(2) Períodos de trabalho / repouso28

4.340 Para o serviço das companhias ATA, é estabelecido em regime de igualdade com as
companhias de ATI, ou seja, um regime de 6 dias de trabalho e 3 de folga. Para tal, procedem à
divisão em três grupos do número total de militares à sua responsabilidade, nomeadamente em
secções ou pelotões dependendo da orgânica definida para cada companhia.

4.341 Dois grupos estão de prontidão no quartel pelo período estabelecido pelo grau de alerta,
conforme o seguinte quadro. O outro grupo encontra-se na situação de folga.

4.342 Estes dois grupos devem durante as 24h cobrir o máximo de horas de disponibilidade dos
militares no quartel, considerando as regras específicas de escala dos militares da Guarda.

Horário de Prontidão da Duração da Treino Físico da Disponibilidade para o


Grau de alerta
Funcionamento Equipa P0 patrulha Equipa em P0 serviço

Estado de Todos os militares


Emergência inclusivamente os que se
08h00 – 20h00 0h do quartel 12 horas Não
decretado pelo encontram de férias se
Governo necessário

28 Ajustar consoante a NEP emanada pelo CO e NEP interna da Unidade


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Todos os militares exceto os de


Alerta Vermelho 08h00 – 20h00 0h do quartel 12 horas Não
Férias

01 horas do 8 horas para Todos os militares exceto os de


Alerta Laranja 09h00 – 20h00 Não
quartel cada grupo Férias e Folga

02 horas do Todos os militares exceto os de


Alerta Amarelo 9h00 – 17h 4 horas Sim
quartel Férias, Folga e Dispensas

16 horas do Todos os militares exceto os de


Alerta Azul 9h00 – 17h 4horas Sim
quartel Férias, Folga e Dispensas

16 horas do Todos os militares exceto os de


Alerta Verde 9h00 – 17h 4 horas Sim
quartel Férias, Folga e Dispensas

Quadro 4.2 - Funcionamento das Companhias de ATA: Grupo em P0

Horário de Prontidão da Duração da Treino Físico da Disponibilidade para o


Grau de alerta
Funcionamento Equipa P1 patrulha Equipa em P1 serviço
Estado de Todos os militares
Emergência inclusivamente os que se
08h00 – 20h00 01h do quartel 12 horas Não
decretado pelo encontram de férias se
Governo necessário

Todos os militares exceto os


Alerta Vermelho 09h00 – 19h00 02h do quartel 12 horas Não
de Férias

04 horas do 8 horas para Todos os militares exceto os


Alerta Laranja 09h00 – 19h00 Não
quartel cada grupo de Férias e Folga

08 horas do Todos os militares exceto os


Alerta Amarelo 9h00 – 17h 4 horas Sim
quartel de Férias, Folga e Dispensas

16 horas do Todos os militares exceto os


Alerta Azul 9h00 – 17h 4 horas Sim
quartel de Férias, Folga e Dispensas

16 horas do Todos os militares exceto os


Alerta Verde 9h00 – 17h 4 horas Sim
quartel de Férias, Folga e Dispensas

Quadro 4.3 - Funcionamento das Companhias de ATA: Grupo em P1

4.343 Um dos grupos de serviço, designado de P0, está permanentemente disponível para o serviço
e pronto a sair do quartel a 0 minutos. Apenas pode ser empenhada em serviços administrativos e
de instrução que não impliquem a demora na sua saída do quartel.

4.344 O outro grupo, designado por grupo de prontidão a uma hora ou P1, deve realizar as
atividades inerentes à manutenção da condição física dos seus militares, entre outras. O tempo de
resposta para um acionamento não deve superar uma hora, exceto por motivos inerentes ao serviço
(ex.: reforço ao ATI). O grau de prontidão e serviço de ambos os grupos pode ser alterado de acordo
com o grau de alerta em que se encontra a companhia, conforme consta nos quadros anteriores.

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4.345 De acordo com o número de militares disponíveis em cada grupo, o grupo em P0 deve ser
capaz de projetar duas VLCI com a respetiva guarnição de mínimo 6 militares, para o efetivo de um
pelotão e de quatro VLCI com a respetiva guarnição de mínimo de 12 militares, para o efetivo de
uma companhia, até um máximo de 10 e 20 militares respetivamente.

4.346 O Grau de precedência a ser respeitado, relativamente ao empenhamento dos militares me


incêndios rurais é o seguinte.

Graus de Precedência de Empenhamento


1.º Militares nomeados de Patrulha P0
2.º Militares nomeados de Patrulha P1
3.º Dispensas
4º Folga
5º Férias

Quadro 4.4 - Graus de Precedência de Empenhamento

4.347 Após o horário de serviço, os militares que se


encontram no grupo de P0, devem estar contactáveis,
e disponíveis para comparecer no quartel nos tempos
CATE MIRANDELA
estabelecidos.

4.348 O Grau de prontidão de cada companhia está


indexado ao Estado de Alerta Especial (EAE) definido
CATE VISEU
pela ANEPC para os distritos á responsabilidade de
cada CATE, explanado no mapa seguinte.
CATE AVEIRO

Figura 4.76 - Mapa de responsabilidade direta das CATE


CATE LOULÉ

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4.349 Havendo EAE diferentes, o grau de prontidão é definido pelo pior EAE nos distritos á sua
responsabilidade.

SECÇÃO II - MÉTODOS DE COMBATE

4.350 Para a extinção dos fogos florestais/rurais, aplicam-se ações dirigidas em ordem a: atuar
sobre o oxigénio (supressão), atuar sobre o calor (esfriamento) e atuar sobre o combustível
(segregação), entre outras, mas basicamente são estas formas que se desenvolve o ataque.

4.351 Pode ser realizado recorrendo a ferramentas manuais, equipamento de vários tipos,
maquinaria pesada e meios aéreos.

4.352 Dependendo da estratégia, determinam-se as ações a seguir e quais as melhores táticas a


aplicar em primeira instância, considerando o modelo de combustível, força de trabalho, os bens
afetados, a direção da propagação, tempo e recursos disponíveis.

4.353 A luta contra o fogo apresenta duas modalidades tradicionais e simples como são a “método
direto” e o “método indireto”, ambos os métodos são complementares e nunca excluentes, pode-se
combater diretamente o fogo nuns setores, enquanto em outros, pelas condições que existentes,
seja necessário um ataque indireto, isto dependerá sempre da análise que seja realizada por parte
do comandante no local e do reforço de outras unidades e meios, somado às informações das
condições meteorológicas, entre outros.

4.354 Entrando em matéria de facto propriamente dita, o ataque direto é a forma de combate ao
fogo na qual as ações básicas de extinção incidem sobre o calor, oxigénio, combustível, devem
realizar-se nas laterais do incêndio, principalmente na cabeça e flancos ativos. Baseia-se no
abafamento, cobrindo o combustível que está em chama, seja com terra, sufocando com os
batedores ou utilizando água. Pode-se gerar um corte na continuidade do combustível, próximo das
chamas cavando ou humedecendo o material disponível que está a arder e aumentando a sua
humidade. Este método aplica-se principalmente, quando o fogo foi detetado a tempo e o seu
avanço e voracidade é baixa, quando a superfície, o combustível e a temperatura o permite, ou seja,
basicamente, quando é de intensidade calórica baixa e progressão lenta. Deve ter-se sempre em
linha de conta a segurança dos combatentes. Que vantagens apresenta:

 Permite reduzir a superfície danificada;

 Consegue um lado frio em volta das zonas sinistradas, o que ajuda a circunscrever o incêndio
sem possibilidade de regredir.

 Ao estar com as zonas queimadas praticamente ao lado, em caso de emergência pode-se


aceder a estas de forma quase imediata.

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4.355 No caso da interface, e quando o recurso hídrico ser abundante, o método direto é a melhor
forma de atacar o fogo. Mas, como tudo na vida, apresenta algumas desvantagens, as mais
importantes, ou que normalmente se observam, são:

 A possibilidade de acidentes devido às condições do terreno;

 Estar numa área de pedregulhos (faúlhas ou material em chamas rolantes);

 Ficar entre duas áreas em chamas;

 Stress térmico devido ao combate;

 Inalação de gases da combustão.

4.356 Por outra parte o método indireto, é aquela modalidade de combate que, por meio de ações
a distancia, procura o seu controlo. Neste tipo de trabalho realiza-se uma projeção da progressão
do fogo e trabalha-se a uma distância prudente que permita num tempo mínimo, entre outras ações,
realizar corta-fogos, humedecer zonas, aplicar produtos químicos, etc.

4.357 Podemos dizer que o método indireto trabalha e atua claramente sobre o combustível. A sua
aplicação produz controlar o incêndio, detendo a sua propagação. O seu principal objetivo, é cortar
o combustível, a sua continuidade superficial e muitas vezes vertical. Dentro dos critérios de
utilização está o fator calor e o fumo, que não permitem o ataque direto devido à exposição dos
combatentes.

4.358 A topografia é outro fator a considerar, alguns obstáculos podem não permitir o trabalho
coordenado e fácil. Assim, é importante definir rotas de fuga sempre que as condições do vento e
o movimento de faúlhas seja muito agressivo, e/ou quando se geram focos secundários,
nomeadamente quando o fogo passa a ser aéreo ou de copas.

4.359 É importante a monitorização das condições do incêndio, a velocidade de propagação, os


focos secundários, situações de encurralamento, combate em colinas ou cheminés, queda de
faúlhas, etc.

4.360 Independentemente do método que se utilize, é importante realizar uma boa tomada de
decisão, isso permitirá um bom desenvolvimento das operações e um favorável desfecho. Uma vez
cientes das condições de tempo, geografia e combustível, as comunicações entre as forças e as
suas capacidades, são necessárias em conjunto.

4.361 O chefe da primeira equipa a chegar ao local assume desde logo o comando das operações.
Num foco nascente, deve-se desde logo procurar quebrar a progressão do mesmo, atuando
diretamente sobre a sua frente, se não for possível, deve-se progredir pelos flancos, procurando a
diminuição da cabeça, até à extinção da frente.

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4.362 Procurando debelar as eclosões no seu estado inicial, torna-se muito mais fácil o combate
aos incêndios florestais. Uma vigilância dissuasiva e o tratamento prioritário de incêndios nascentes
constituem uma estratégia muito eficaz de combate aos incêndios, assim como uma estratégia
agressiva e móvel, combinando forças terra/ar.

4.363 Geralmente as principais formas de extinção do incêndio florestal são pela redução do calor,
pela diminuição de oxigénio, ou pela eliminação de combustíveis – suprimindo um dos elementos
do tetraedro do fogo.

4.364 Para conter o incêndio, para deter o seu avanço, de forma a poder extingui-lo mais tarde,
identificam-se dois métodos: o direto e o indireto, dependendo, respetivamente, se o incêndio é
controlado com o trabalho da brigada junto ao fogo ou se o pessoal trabalha a uma certa distância
dele, intervindo na vegetação que está na trajetória do fogo para deixar o incêndio sem combustível.

4.365 Estes métodos são complementares. Pode-se começar o combate de uma forma e segui-lo
de outra, ou trabalhar no combate indireto num lugar do incêndio e em combate direto noutro.

4.366 Independentemente da responsabilidade no combate e da tomada de decisões, a primeira


EIPS a chegar ao TO enfrenta bastantes problemas. O Chefe da SIPS/EIPS terá que decidir qual é
o trabalho mais importante em cada momento, não perdendo de vista o objetivo principal, dominar
o incêndio ou pelo menos aguentá-lo até à chegada de reforços.

4.367 Num combate inicial a um incêndio florestal, duas ações são decisivas para impedir ou conter
o avanço do incêndio:

 Impedir a progressão livre da frente do incêndio;

 Atacar os flancos para reduzir a cabeça do incêndio.

4.368 O conceito básico é o de quanto mais pequeno é o foco de incêndio mais hipóteses há em o
circunscrever e extinguir. Como regras gerais para o sucesso no combate consideramos:

 Atuação rápida e firme - sempre com segurança

 Evitar que o incêndio se parta em várias frentes

 Compreender o comportamento do incêndio para o poder dominar.

4.369 Num incêndio nascente ou num de pequenas proporções, deve-se tentar quebrar o ritmo de
progressão, atuando diretamente sobre a sua frente. Quando tal não é possível, deve progredir-se
pelos flancos, diminuindo a cabeça à extinção completa da frente de chamas. Como já analisámos
no capítulo II, e em forma de resumo, são três os métodos de combate a incêndios rurais: DIRETO,
INDIRETO e COMBINADO.

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4.370 Na Intervenção, as partes do fogo a serem extintas são a cabeça, os flancos e a cauda, assim
impera a seguinte questão, “Onde começar o ataque?”

4.371 Em geral inicia-se o ataque no local em que o fogo, provavelmente, irá ganhar mais
intensidade e escapar, tendo em conta a análise meteorológica observada e a prevista.

4.372 No entanto a palavra de ordem, é atacar num local com toda a segurança possível,
escolhendo para isso o Pontos de Ancoragem, evitando assim que o fogo nos flanqueie.

4.373 Este processo implica em todos os momentos o cumprimento rigoroso do PROTOCOLO


LACES, em especial nesta fase, onde deve ser feita a análise do comportamento do fogo,
observando e analisando o seguinte:

 Análise do combustível, topografia e condições meteorológicas do local;

 Antecipar o comportamento de fogo (velocidade de propagação, alturas de chamas, tipo de


fogo);

 Selecionar o melhor lugar a trabalhar primeiro;

 Selecionar onde, tendo em conta a situação, se consegue ter maior/melhor eficácia;

4.374 Após a análise do fogo, deve selecionar um PONTO DE ANCORAGEM e efetuar a


intervenção.

4.375 O Comandante da CATE/Adjuto deve transmitir, aos seus militares, o método de combate
selecionado e as técnicas a efetuar e a alteração das mesmas se assim ocorrer, considerando a
adaptação do método, dos meios e das técnicas a todo o momento, consoante o tereno o tipo de
combustível.

4.376 A primeira prioridade, deve ser proteger pessoas e bens, depois, evitar o acesso do fogo a
alguns combustíveis florestais, como “erva fina”, povoamentos jovens, e matagais de elevada
densidade.

4.377 Ao localizar as faixas de contenção do fogo, evitar, após a sua construção, o deslize de
materiais rolantes.

4.378 Evitar deixar manchas não ardidas no perímetro de contenção de fogo, utilizando zonas
naturais do terreno para o efeito e por fim, circunscrever o fogo o mais rápido possível, nunca
esquecendo a segurança do pessoal e da viatura

4.379 Preferencialmente e sempre que as condições o permitirem deve privilegiar-se o Ataque


direto, uma vez que, resulta melhor em combustíveis finos ou em combustíveis cheios de humidade
ardendo em condições de ventos leves. Resulta em situações cujas dimensões de chama não
ultrapassam os 1,5 m e/ou fogos de baixa intensidade que proporciona o acesso direto às chamas.

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4.380 O método direto consiste no ataque direto às chamas, recorrendo à tácita ofensiva, sempre
que possível, na cabeça do incêndio, de modo a cortar, de imediato, o seu desenvolvimento.

4.381 Se tal não for seguro e possível, o ataque inicia-se pelos flancos, na direção da frente
principal, de modo a empurrar as chamas para onde for mais favorável, visando dominar e extinguir
a frente do incêndio.

Figura 4.77 - Ataque direto às chamas pelos


flancos

4.382 O inicio do ataque deve ser privilegiado a utilização do combate com água, para supressão
da chama e arrefecimento dos combustíveis. Depois e à medida que o militar da agulheta vai
avançando e debelando as chamas é necessário que tenha ao seu dispor lanços suficientes para ir
avançando no terreno. Deve também ter uma noção precisa da técnica de By-Pass na retaguarda,
para que nunca seja surpreendido pela falta de água.

4.383 No imediato ao seu avanço, deve estar garantido a utilização das técnicas de ferramentas
manuais, que devem consolidar e separar os combustíveis até ao solo mineral. Assim garantem
não só a segurança do militar da agulheta e de todos os militares que o apoiam, como melhoram a
eficiência dos recursos empenhados, evitando a existência de reativações que podem ser
prejudiciais para o material ou para a segurança das forças.

4.384 De seguida, podemos observar a execução de uma linha através do combate direto com água
e apoio das ferramentas manuais.

Figura 4.78 - Linha de controlo através do combate direto com água e apoio das ferramentas manuais

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4.385 O método indireto e o combinado/paralelo destinam-se a travar a propagação das chamas,


quando o ataque direto não é possível, tentando circunscrever o incêndio a uma determinada área.

Esta poderá ser delimitada por faixas de contenção, isto é, por zonas previamente tratadas, ou
criadas no momento para o efeito, para retardar a propagação ou mesmo extinguir as chamas.

4.386 Essas faixas de contenção poderão ser:

 Previamente existentes: estradas, caminhos florestais, áreas tampão, faixas gestão


combustível;

 Construídas na altura do incêndio, limpando o terreno dos combustíveis até ao solo mineral,
utilizando ferramentas manuais e/ou máquinas.

Figura 4.79 - Ataque indireto e paralelo

4.387 O método combinado com ataque paralelo á linha de incêndio, consiste na aplicação
simultânea dos dois métodos referidos (direto e indireto), na mesma frente de chamas.

Figura 4.80 - Ataque indireto com abertura da faixa de contenção


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4.388 Normalmente utilizam-se máquinas de rasto para a abertura da faixa de contenção (indireto),
ao mesmo tempo que se posicionam nessa faixa veículos de combate que procedem ao ataque
direto.

4.389 A seleção do método de combate mais adequado ao tipo de incêndio, depende de uma
análise rigorosa do comportamento do fogo, dos combustíveis, terreno e da previsão meteorológica,
bem como, dos recursos existentes.

4.390 A utilização de ferramentas manuais durante o combate a incêndios rurais, é fundamental


para garantir a supressão eficaz da linha do incêndio, evitar reativações durante o combate e
assegurar um eficiente rescaldo do perímetro de todo o incêndio. Assim as ferramentas fazendo
parte integrante do equipamento indispensável do militar da UEPS, podem utilizar-se em: ATI, apoio
na linha de contenção e Rescaldo.

4.391 As ferramentas, tendo em conta a sua função, são classificadas como ferramentas de corte,
raspagem, cavar e uso múltiplo. Por se tratarem de utensílios produtivos e eficientes dos quais se
podem retirar o máximo de rendimentos com o mínimo de consumo de energia para o seu utilizador,
aliada ainda á sua versatilidade, por, em regra geral, todas as ferramentas cumprirem mais do que
uma função, são também leves, fáceis de transportar e de forma segura, aliando ainda o facto de
serem duráveis com alta resistência a golpes e impactos.

4.392 Todos estes fatores determinam a utilidade das ferramentas manuais, no apoio à supressão
de um incêndio rural, no entanto surge a questão de como as utilizar. Importa então recordar o
triângulo do fogo.

4.393 Durante o combate a um incêndio rural, em cada momento e dependendo da técnica utlizada,
o combatente exerce influência em um, dois ou mesmos nos três fatores constituintes do triângulo
do fogo. Importa, garantir que essa mesma influência seja eficaz e permanente, para o sucesso das
operações.

4.394 Destarte, a utilidade das ferramentas tem um valor acrescentado, quando falamos em
incêndios de grande escala, porque apoiam decisivamente o combate e a consolidação de forma
eficiente.

4.395 Observando novamente o triângulo do fogo, podemos pela figura seguinte, ver que tipo de
ferramenta, (a titulo exemplificativo), tem influencia direta num dos componentes do triângulo do
fogo.

4.396 No que diz respeito ao oxigênio, devemos evitar o seu acesso à base das chamas através do
abafamento com o batedor ou do lançamento de terra com a pá florestal. Uma outra opção, será
cortar o combustível, impedindo assim a progressão do fogo pela ausência de combustível e

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finalmente o arrefecimento da zona queimada limítrofe com a zona não ardida com o lançamento
de terra ou água.

4.397 Logo, percebemos que a combinação de técnicas é fundamental para rentabilizar recursos e
obter resultados eficientes.

4.398 Depois de conhecidas as capacidades das ferramentas, importa recordar os tipos de linhas
que podem ser construídas para debelar uma linha de fogo.

4.399 As linhas manuais, mecanizadas, linhas de água, retardantes/espumas e linhas de


explosivos, são alguns dos exemplos de linhas que devem ser utlizadas no combate aos incêndios
rurais, no entanto a seleção do tipo de linha mais adequadas, obedece ao cumprimento de regras.
Por outro lado, o sucesso das operações de supressão de incêndios depende da combinação,
coerente, entre os diferentes tipos de linha.

4.400 O primeiro fator a ter em conta, é a segurança do pessoal. E aqui importa destacar as
qualificações dos operacionais para execução da linha selecionada, bem como, o tipo de equipa
disponíveis e a sua preparação.

4.401 O segundo fator a ter em conta é a configuração do terreno e os acessos. Se o declive é


muito acentuado para efetuar uma linha com a maquinaria pesada, se o terreno é demasiado
inclinado ou estreito para as viaturas de combate, ou mesmo se a vegetação é muito densa/fechada
para criar uma linha de retardantes/espumas.

4.402 Em terceiro lugar avaliar os combustíveis disponíveis e comportamento do fogo. Se existem


muitos combustíveis pesados, ou se a maioria são combustíveis finos, se a área de intervenção é
maioritariamente aberta ou fechada, qual a humidade dos combustíveis e o índice de seca para a
época e por último qual a previsão do comportamento do fogo.

4.403 Em quarto e último lugar, avaliar o tempo disponível para executar a linha pretendida. Importa
fazer uma análise concreta pois a má avaliação do tempo disponível pode por em causa o sucesso
da operação e a segurança dos operacionais.

4.404 A figura seguinte, ajuda a entender quando é possível utilizar as ferramentas manuais e em
que método de combate.

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Figura 4.81 - Utilização das ferramentas de acordo com a altura das chamas

Nota: Vide Guia dos Modelos de Combustível

4.405 Pelo exposto, é intuitivo compreender que o ataque direto com ferramentas manuais é
possível sempre que as chamas tenham um comprimento de chama até 1,2 metros.

Figura 4.82 - Ataque direto com ferramentas manuais em chamas com 1,2 m

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Figura 4.83 - Exemplos de utilização das ferramentas para situações com chama até 1,2 m

4.406 Relativamente ao ataque indireto com ferramentas manuais é possível sempre que as
chamas tenham um comprimento de chama superior a 1,2 metros, sobre a cauda e os flancos do
incêndio.

Figura 4.84 - Ataque indireto com ferramentas manuais em chamas superiores a 1,2 m

Figura 4.85 - Exemplos de Ataque indireto com ferramentas manuais em chamas superiores a 1,2 m

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4.407 Quando o comprimento de chamas é superior a 2,4 metros, efetivamente é impossível efetuar
o combate direto e indireto, optando-se por se realizar o apoio na linha de contenção com as
ferramentas manuais.

Figura 4.86 - Utilização de ferramentas manuais para realizar apoio na linha de contenção

a. De Uso do Fogo

Fogo Técnico

Fogo de Supressão Fogo Controlado

Contrafogo

Fogo Tático

1) Fogo Controlado

4.408 O fogo controlado ou prescrito define-se como a aplicação deliberada e exata do fogo sob
condições ambientais definidas e conducentes à satisfação de objetivos de gestão específicos e
bem formulados. Tal envolve:

 A especificação de uma prescrição, ou seja a definição do ambiente de queima desejado;

 O estabelecimento de um plano de queima (a descrição dos procedimentos a adotar) para


uma determinada operação em função dos seus objetivos;

 E um processo de avaliação, que distingue o fogo controlado das queimadas tradicionais, e o


equipara a uma experiência científica cujos resultados permitem melhorar a prática futura.

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4.409 O uso do fogo controlado tem como objetivo a minimização da área percorrida anualmente
por incêndios passa essencialmente pela manutenção de cargas de combustível florestal abaixo de
níveis críticos.

4.410 Este objetivo é possível pelo uso do fogo controlado, substituindo gradualmente o regime de
incêndios destrutivos de Verão por um de queimas pouco intensas de Inverno.

4.411 Proteger a floresta e os recursos a ela associados dos efeitos devastadores dos incêndios
constitui a primeira motivação para o fogo controlado, através da sua aplicação em áreas
estratégicas. A queima para redução do perigo assenta em dois princípios básicos e evidentes:

 Dos fatores que determinam o comportamento do fogo, apenas o combustível florestal é


modificável por ação humana;

 A eficácia da tecnologia de combate a incêndios é limitada pela intensidade do fogo e pelo


número simultâneo de focos de incêndio.

4.412 A intensidade de um incêndio é proporcional à quantidade de biomassa disponível para arder


e à sua velocidade de propagação. O fogo controlado atua sobre o primeiro fator, limitando
consideravelmente o potencial energético, mas também sobre o segundo, interrompendo a
continuidade horizontal e vertical do combustível e aumentando a dimensão do combustível residual
e a sua compactação. É então legítimo esperar que o fogo prescrito aumente a probabilidade de
controlar um incêndio, não só porque reduz a magnitude do comportamento do fogo, mas também
porque melhora a acessibilidade e permite o estabelecimento de pontos de apoio às ações de
combate.

4.413 Em termos de enquadramento legal, o uso do fogo controlado está previsto numa vasta
legislação específica para os incêndios florestais, dirigida tanto à prevenção como ao combate dos
incêndios, essencialmente, numa perspetiva de exclusão do fogo.

4.414 Apesar de contempladas e sancionadas as situações de prática indiscriminada e negligente


de queimadas sem apoio técnico, estas continuam a estar na origem de graves situações de
descontrolo e deflagração de incêndios.

4.415 O DL 124/06 de 28 de junho, republicado pelo DL 17/09 de 14 de janeiro define - Fogo


controlado como o uso do fogo na gestão de espaços florestais, sob condições, normas e
procedimentos conducentes à satisfação de objetivos específicos e quantificáveis e que é
executada sob responsabilidade de técnico credenciado.

4.416 As ações de fogo técnico, nomeadamente fogo controlado e fogo de supressão, só podem
ser realizadas de acordo com as normas técnicas e funcionais a definir em regulamento do Instituto
de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), homologado pelo membro do Governo

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responsável pela área das florestas, ouvidas a Autoridade Nacional de Proteção Civil e a Guarda
Nacional Republicana (n.º 1 do art.º 26.º do DL 124/06).

4.417 As ações de fogo técnico são executadas sob orientação e responsabilidade de técnico
credenciado para o efeito pelo ICNF (n.º 2 do art.º 26.º do DL 124/06).

4.418 A realização de fogo controlado pode decorrer durante o período crítico, desde que o índice
de risco temporal de incêndio florestal seja inferior ao nível elevado e desde que a ação seja
autorizada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (n.º 3 do art.º 26.º do DL 124/06).

4.419 O despacho n.º 14031/09, de 18 de maio, homológa e publica o Regulamento de Fogo


Técnico (RFT). O RFT define as normas técnicas e funcionais aplicáveis à utilização de fogo técnico
e das suas componentes, o fogo controlado e o fogo de supressão, e os processos para a
capacitação e credenciação das pessoas habilitadas para o seu planeamento, execução e
acompanhamento (art.º 1.º do RFT).

4.420 O fogo controlado é executado segundo planeamento previamente aprovado nos termos do
RFT, por técnico credenciado pelo ICNF ou, sob a responsabilidade e orientação deste (art.º 3.º do
RFT).

4.421 A infração ao disposto nos números 1, 2 e 3 do art.º 26.º do DL 124/06 de 28 junho, constituem
contraordenações puníveis com coima, de € 140 a € 5000, no caso de pessoa singular, e de € 800
a € 60 000, no caso de pessoas coletivas (art.º 38.º do DL 124/06)

4.422 A instrução do processo de contraordenação compete ao ICNF (art.º 40.º do DL 124/06).

4.423 A utilização das ferramentas manuais ou material sapador é essencialmente utilizado na


preparação das condições para o uso do fogo controlado, quer na abertura de faixas de contenção
quer na limpeza de combustível.

4.424 É ancestral a relação do Homem com o fogo, usando-o à medida das suas necessidades
vitais. O Homem desenvolveu-se com o fogo ganhando espaço à floresta, conquistando terra e dela
se alimentando. O fogo é um fator cuja periodicidade tem sido de vital importância para o Homem
e para a Natureza ao longo dos séculos.

2) Fogo de Supressão

4.425 O uso do fogo como uma ferramenta de gestão é sem dúvida uma das ferramentas mais
eficazes para controlar os incêndios, desde que utilizada convenientemente e com os cuidados
necessários para não provocar danos maiores. Quando se usa este tipo de ferramenta de gestão,
é necessário à semelhança de todas as outras, aplicar o protocolo LACES durante o período que
se estabelece para proceder ao combate.

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4.426 Para entender este capítulo é necessário recordar à semelhança das definições anteriores a
diferença entre incêndio e fogo:

Incêndio é a combustão livre e descontrolada no tempo e no espaço, enquanto que fogo é a combustão
controlada no tempo e no espaço.

4.427 Ora, entenda-se incêndio como a chama em combustão de forma descontrolada que tem de
ser intervencionada para obter o seu controlo e extinção.

4.428 Enquanto que fogo será usado como uma ferramenta para controlar e extinguir o incêndio.
Os dois apresentam caracteristicas similares como a chama, combustão e intensidade, etc, no
entanto diferem no controlo. Se um fogo não estiver durante todo o momento sob controlo, os
objetivos pretendidos com o mesmo deixam de fazer sentido, e o que tinha como lógica ser uma
ajuda e passa a ser um problema acrescido.

4.429 Existem duas formas gerais de usar o fogo para combater os incêndios, o contra-fogo e fogo
tático.
Contr
afogo

Supressão

Fogo
Tático
(a) Contrafogo

4.430 Recordemos a definição de Contrafogo: O uso do fogo no âmbito da luta contra os incêndios
florestais, consistindo na ignição ao longo de uma zona de apoio, na dianteira de uma frente de
incêndio de forma a provocar a interação das duas frentes de incêndio e alterar a sua direção de
propagação ou a provocar a sua extinção.

4.431 O contrafogo é usado durante o ataque direto e combinado. No ataque direto, é construída
uma faixa perto do limite da frente de chamas de um incêndio. Este contrafogo consiste em atear
fogo dentro da linha do incêndio para consumir combustível entre a faixa criada e a àrea do incêndio.

4.432 O combate combinado é geralmente definido como um método de supressão em que a faixa
é construída aproximadamente paralela e apenas longe o suficiente, do limite do incêndio para
permitir que os operacionais e equipamentos operem com segurança.

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4.433 Este método pode encurtar a linha de incêndio cortando os dedos não queimados. A faixa de
combustível que não ardeu é normalmente queimada à medida que a linha de fogo prossegue, para
garantir que não ficam zonas que possam arder novamente e provocar um reacendimento.

Figura 4.87 - Exemplo de combate direto – Construção de uma faixa e uso do contrafogo a partir dessa
faixa

Objetivos

4.434 Os principais objetivos do contrafogo são:

1º. Provocar a interação de uma frente de incêndio com um fogo, de forma a atingir a extinção da
frente, parte do incêndio ou a sua totalidade.

2º. Remoção de combustíveis não queimados junto à linha de fogo.

3º. Reduzir o tempo de combustão de uma zona ou área.

4º. Incorporar os dedos não queimados e as projeções na área de controle durante a construção
de linha de fogo.

5º. Acelerar a construção de uma linha de fogo segura e eficaz. É criado uma faixa de segurança,
onde os operacionais podem estar numa zona queimada (caminho de fuga para o local onde
os combustíveis foram consumidos/queimados).

(b) Fogo Tático

4.435 Recordemos agora a definição de Fogo Tático: O uso do fogo na luta contra os incêndios
florestais, consistindo na ignição de um fogo ao longo de uma zona de apoio com o objetivo de
reduzir a disponibilidade de combustível, e desta forma diminuir a intensidade do incêndio, terminar
ou corrigir a extinção de uma zona de rescaldo de maneira a diminuir as probabilidades de
reacendimentos, ou criar uma zona de segurança para a proteção de pessoas e bens.

4.436 Fogo tático é uma ferramenta que pode ser usada no método indireto de combate, que
consiste no ato de queimar ao longo da área interna de uma linha de proteção de um incêndio para:
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 Consumir o combustível no caminho de um incêndio rural.

 Mudar a direção ou a força da coluna de convecção do fogo.

 Diminuir ou alterar a propagação do fogo.

 Corrigir ou terminar a extinção de uma zona de rescaldo.

 Criar uma zona de segurança para proteção.

4.437 O contrafogo, pode em situações particulares, ser usado em conjunto com o fogo técnico.

4.438 Podem ser colocados entre o incêndio e a queima de retaguarda, para acelerar a propagação
desta, quando existem grandes áreas de combustível não queimado próximas da zona de apoio ou
do local onde se queira ancorar a progressão do incêndio até conseguir a sua extinção. Na prática
este tipo de ações requer muita pericia e coordenação uma vez que envolve duas ações, entre as
quais existem operacionais que podem ficar cercados.

Figura 4.88 - Exemplo de utilização de contrafogo e fogo tático.

Objetivos

4.439 Os principais objetivos do fogo tático são:

 Eliminar o combustível antes do incêndio, aumentar a frente de chamas.

 Mudar a direção de propagação do incêndio.

 Retardar o progresso do incêndio, permitindo mais tempo para ações de supressão.

 Parar ou reduzir a intensidade do incêndio e permitir o ataque direto à cabeça.

4.440 O fogo tático é uma ferramenta eficaz durante o combate contra os incêndios rurais, porém,
face à sua complexidade, requer mais planeamento e coordenação do que o contrafogo que exige
mais cuidados de segurança para evitar cercar-se operacionais, ou populares entre duas frentes.

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4.441 Os seguintes itens deverão ser considerados para a realização eficiente do fogo de
supressão:

 Comportamento de incêndio atual e esperado;

 Tempo;

 Localização das linhas de controle;

 Pontos de ancoragem;

 Zonas de segurança ou caminhos de fuga;

 Preparação da linha de controle;

 Equipamento para queimar e controlar;

 Métodos e técnicas de ignição;

 Organização;

 Coordenação;

 Comunicações;

4.442 Lembre-se, a distância da linha de apoio onde deve iniciar o fogo, para o incêndio principal,
não é o fator determinante para utilizar um contrafogo ou um fogo tático, a diferença assenta na
intenção e na complexidade da operações. Nas operações de contrafogo, o processo de
planeamento é bastante rápido com implementação imediata sob pena de a janela de oportunidade
passar. Por sua vez as operações de fogo tático, em alguns dos seus objetivos, são operações de
maior complexidade, que requerem um planeamento e implementação mais completos, que muitas
vezes são adiadas até que as condições o justifiquem.

b. Propagação

4.443 Uma frente de incêndio que se desenvolve a favor do declive e contra o vento também tem
um comportamento intenso, se o ângulo das chamas, no que diz respeito aos combustíveis não
queimados, for inferior a 90 graus.

Figura 4.89 - Cabeça do incêndio a favor do declive e contra


o vento

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4.444 A propagação do incêndio a favor do declive pode desenvolver funcionamentos rápidos e


intensos, colunas fortes da convecção, e consome grandes quantidades de combustível em um
curto período de tempo.

4.445 Em sentido contrário uma frente de fogo que se desenvolve em sentido descendente com o
vento pode ser menos intensa se o ângulo das chamas, no que diz respeito aos combustíveis não
queimados, for mais do que 90 graus. Ter em atenção que a sua combustão por norma é lenta e
similar ao comportamento na cauda do incêndio, no entanto depende muito da intensidade do vento
e qual o fator que domina a sua propagação.

Figura 4.90 - Ignição de fogo de supressão a subir a encosta

4.446 Um incêndio que se propaga em terreno ascendente, palno ou a descendente sem o vento é
um incêndio com menos intensidade do que se influêncidado pelo vento. Logo para cada local onde
se pretende usar o fogo de supressão, deve-se escolher o melhor sitio para que seja eficaz.

4.447 Quando o tipo de propagação da chama acontece de forma ascendeste, o procedimento


correto de atuação envolve colocar o fogo para baixo ou contra o vento, no caso do local de
progressão do incêndio ser num sítio plano.

4.448 A ignição de fogo é iniciada ao longo de uma barreira natural ou construída, como uma
estrada ou um faixa criada para o efeito e a ignição é realizada contra o vento ou a descer uma
encosta.

4.449 Usando esta técnica, o fogo conduz a uma chama de baixa intensidade e à altura mínima da
chama, deste modo fornece a segurança máxima para os operacionais. Uma desvantagem é que a
combustão é demorada uma vez que a progressão do fogo está desalinhada ao declive.

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Figura 4.91 - Ignição de fogo de supressão a descer a encosta.

Figura 4.92 - Ignição de fogo de supressão contra o vento.

4.450 Outra forma será usar uma técnica de ignição de supressão que se aplica perpindicular à
cabeça e paralela ao sentido do vento e aos flancos, geralmente associado a uma operação de
contrafogo. A ignição é efetuada ao longo de uma linha de controle (faixa) paralela ao vento, que
permite o fogo se espalhar em ângulores retos, em direção à frente do incêndio. Uma das regras
principais é fixar os flancos do incêndio ou de os conduzir enquanto progridem. Utilizar este tipo de
técnica é restringida à pouca variação na direção do vento e requer coordenação e tempo para obter
intensidade suficiente no fogo para extinguir a frente principal.

Figura 4.93 - Ignição de fogo de supressão de flanco

c. Técnicas de ignição

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4.451 Um elemento-chave que se deve considerar antes de realizar uma operação de contrafogo é
a tipologia de incêndio que estamos a combater, a forma como se propaga, a forma do relevo, o
local onde vai ser posta em prática a técnica de supressão e a constituinte do incêndio onde vamos
trabalhar, ou seja, se a ação de supressão vai se realizada de frente para a cabeça, a cauda, o
flanco ou a extensão do perímetro do incêndio. Isto porque a colocação do fogo para extinguir o
incêndio provoca comportamentos distintos na sua propagação, que têm de ser bem entendidas
antes de se efetuar qualquer ação deste género, para realizar com segurança o objetivo a que se
propõe.

4.452 Como já vimos anteriormente existem três partes principais constituintes do incêndio, que têm
comportamentos diferentes, intensidades diferentes e como tal devem ser tratados de modo
diferente, das quais podemos entender a cabeça, a cauda e os flancos. O uso do fogo de supressão
numa destas partes influência diretamente a outra, logo devemos garantir que esse efeito é o
pretendido e que concorra para a extinção em segurança e não provoque um aceleramento
desnecessário que impeça o controle do incêndio. Estes termos descrevem o comportamento e a
propagação do incêndio, assim como, a forma de propagação do fogo que é necessária para
executar um contrafogo e/ou um fogo tático.

4.453 Existem várias técnicas de ignição e muitas variações, comumente usadas que devem ser
escolhidas tendo em conta a progressão do incêndio e o local onde se propaga. As técnicas de
ignição são usadas em contrafogo e fogo tático, mas é importante recordar que é o método de
combate (direto, indireto e combinado) e a complexidade da operação que determina se a operação
de supressão mais conveniente a realizar é um contrafogo ou fogo tático.

4.454 A técnica de ignição e o tipo de propagação que vai ter esse fogo, controlam principalmente
a taxa de ignição, intensidade e disseminação da direção de uma operação de supressão. Na
maioria das técnicas de ignição, o fogo torna-se a rota de fuga para os operacionais. Em todas as
operações de supressão, os pontos de ancoragem adequados, as rotas de fuga e as zonas de
segurança devem ser estabelecidas e identificadas antes do início da realização da operação.

1) Técnica de ignição por linhas sucessivas

4.455 Esta técnica de ignição é a mais comumente trata-se de incendiar uma ou mais faixas de
combustível e permitir que as faixas queimem juntas. A ignição de várias linhas permite o consumo
mais rápido do combustível numa determinada área. Variando a largura das faixas e sua posição
com relação à inclinação e/ou sentido do vento pode ser obtido um meio de regular a intensidade
do fogo (veja figuras 4.94 e 4.95).

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Figura 4.94 - Linhas sucessivas (vento favorável)

Figura 4.95 - Linhas sucessivas (a favor do declive)

Figura 4.96 - Linhas sucessivas (contra o vento)

Figura 4.97 - Linhas sucessivas (contra o declive)

4.456 Conceito referido como o "Um, Dois, Três - Três, Dois, Um" (1-2-3/3-2-1) é frequentemente
usado por equipas de queima durante as operações de uso do fogo (ver Figura 4.98).

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Figura 4.98 - "Um, dois, três "(1-2-3)

Exemplo 1 - "1-2-3" Conceito: O Pinga-lume 1 está sempre perto da linha de controlo


Exemplo 2 - "3-2-1" Conceito: O Pinga-lume 1 está sempre perto da linha de controlo

Figura 4.99 - " três, dois, um"(3-2-1)

4.457 Quando uma operação de fogo de supressão requer dois ou mais operacionais de queima,
cada pinga-lume é atribuído um número, ou seja, pinga-lume 1, pinga-lume 2, pinga-lume 3, etc. A
posição pinga-lume 1 é sempre a mais próxima da linha de controle. Dependendo das condições
de vento e/ou declive, o pinga-lume 1 nem sempre pode ser o operacional de queima principal.

2) Técnica de ignição por condução

4.458 Envolve atear fogo permitindo que o vento ou inclinação encaminhe o fogo decorrente da
ignição até à cabeça do incêndio (ver Figura 4-100). A ignição principal conduz a um fogo de alta
intensidade, mas o consumo dos combustíveis pode ser manchado por causa da taxa rápida de
propagação.

Figura 4.100 - Técnica de ignição a favor do vento e do declive.


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3) Técnica de ignição por sucção

4.459 O objetivo da ignição por sucção é provocar ignições por seções mais curtas de cada vez que
facilitam o controle do incêndio na linha de controle. Esta técnica de ignição pode ser muito perigosa,
deve ser usado apenas por operacionais experientes com observação rigorosa e constante dos
pinga-lume em todos os momentos.

4.460 A técnica de ignição por sucção, quando realizada à frente de um incêndio, é normalmente
conduzido como um ataque indireto. A ignição começa da linha de controle com um ângulo de 45
graus para a frente principal, a um ponto próximo da frente de chamas, que é ditado pelo
comportamento atual do incêndio e por outras circunstâncias, depois os operacionais de queima
fazem rodar as faixas criadas até á linha de controle, formando um triângulo. A profundidade das
faixas é determinada pela segurança dos operacionais, pelo vento, pela inclinação e pelo efeito
desejado. Esta técnica, só deve ser treinada onde a área a queimar possa ser atravessada com
facilidade a pé.

Figura 4.101 - Blowhole Firing Backfiring Against the Wind (1-2-3 Organization)

4.461 É mais comum utilizar esta técnica nos flancos do incêndio (ataque direto ou combinado),
para queimar a faixa não ardida até à linha de controle. Quando usada nos flancos, as faixas de
fogo são realizadas num ângulo de 45 graus para baixo ou no sentido do vento. Uma ou mais faixas
são iniciadas (seja por dispositivo aéreo ou manual) num ângulo de 45 graus da linha de controle
em direção ao incêndio a um ponto (determinado pelas condições atuais) e depois volta para a linha
de controlo..

Figura 4.102 - Ignição por sucção (ignição realizada nos flancos)

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4) Técnica de ignição por pontos

4.462 Esta técnica, que consiste numa série de pequenos incêndios, permite a ignição rápida e
eliminação de áreas de combustível pesado quando as humidades de combustível fino são
elevados.

4.463 Estes pontos queimam em todas as direções, juntam-se minimizando a possibilidade de


alguém ficar cercado no local, dando tempo para uma eventual fuga. A coordenação e o
afastamento das ignições por ponto, são a chave à aplicação bem sucedida desta técnica (veja a
figura 4.103). Os dispositivos de ignição aéreos produzem este tipo de fogo. A ignição no local é
frequentemente usado em conjunto com a queima de faixas. `e importante não confundir esta
técnica com o fogo de ponto.

Figura 4.103 - Ignição por pontos

5) Técnica de ignição em anel

4.464 Esta técnica é geralmente utilizada como um “ataque indireto” e ou um fogo tático como
objetivo de criar uma zona segura. Consiste em construir um perímetro circular de uma área com
uma linha de controle e em seguida, queimar no exterior de todo o perímetro (ver Figura 4.104). A
ignição em anel é frequentemente usado para queimar de volta de estruturas, preservar sítios
históricos ou arqueológicos ou proteger espécies ameaçadas de extinção. No entanto, os
operacionais podem não ter um bom ponto de ancoragem para começar a queimar. Durante a
utilização desta técnica devem ser estabelecidas as rotas de fuga e definidas as zonas de
segurança.

Figura 4.104 - Ignição em anel

6) Faixa negra

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4.465 Esta técnica geralmente é usada mais como uma forma de construção ou alargamento da
linha de controles. Consiste na criação de duas linhas de controle paralelas, ou seja, são
construídos aceiros apoiados na estrada ou caminhos existentes, depois são molhados os
combustíveis finos do lado exterior dos aceiros (faixas molhas), por último, o combustível interno
deitado é queimado. Este conceito é normalmente usado ao longo das estradas existentes como
um meio de redução de riscos e esforço de pré-supressão.

Figura 4.105 - Faixa negra (Área queimada em frente à cabeça do incêndio)

4.466 Esta técnica exige que se comece a queimar primeiro nos pontos de ancoragem.

Figura 4.106 - Faixa negra

(Área queimada entre duas linhas de controlo paralelas, como forma de construção de uma linha de
controlo maior ou redução de risco de passagem do incêndio ao longo das estradas)

d. Planeamento e execução de operações de supressão

4.467 Antes de iniciar um operações de supressão, é necessário em primeiro lugar localizar ou


contruir as linhas de controle, para atingir com segurança os objetivos. As linhas controle, onde vão
ser iniciadas as técnicas de ignição, devem ser ancoradas a pontos de controle seguros, ou seja,
áreas sem combustível que permitam iniciar e terminar a ignição sem que haja riscos para os
operacionais nem possibilidades de o incêndio continuar a progredir.

4.468 Exemplos de pontos de ancoragem são: pontos altos, barreiras (naturais e artificias), áreas
recentemente queimadas, outros vazios de combustível ou linhas de fogo em divisões adjacentes.

4.469 É essencial uma coordenação adequada para realizar uma operação de supressão bem
sucedida. Há vários pontos a serem considerados, as condições devem ser boas o suficiente para

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permitir uma operação eficiente. Se as condições de comportamento do incêndio são muito


extremas, ou não há tempo suficiente, a operação de supressão deve ser suspensa até que existam
condições mais favoráveis. Finalmente, e talvez o mais importante, o incêndio pode-se aproximar e
ameaçar a linha de controle em diferentes locais e horários; assim, a operação deve ser feita numa
sequência planeada, com as áreas que representam mais perigo a serem executadas primeiro.

4.470 Ao organizar uma operação de uso do fogo de supressão, lembre-se dos seguintes princípios
básicos:

1º. Não colocar em risco os operacionais nem equipamentos

2º. Designar as equipas de queima, o mais pequenas possível e só com pessoal bem treinado.

3º. É importante que apenas um indivíduo seja responsável por toda a operação.

4º. Conheça a cadeia de comando e use-a. Lembre-se, o pessoal deve ser dividido em equipas
de queima, de segurança e vigia.

4.471 As comunicações são uma dificuldade, mas são extremamente importantes para se gerir.
Aqui estão cinco considerações essenciais ao lidar com a comunicação:

1º. Informe o seu superior sobre os preparativos, horários, logística e necessidades de


abastecimento antes de iniciar.

2º. Efetue verificação rádio.

3º. Informar todos os envolvidos sobre o plano estabelecido.

4º. Verificar as condições meteorológicas atuais e previsões.

5º. Informe da evolução e os resultados da operação ao seu superior.

4.472 Lembre-se, o fator mais importante durante qualquer operação de uso do fogo de supressão
é a segurança dos operacionais. Fornecer as comunicações necessárias para executar com
segurança a missão e manter as forças avisadas das condições.

1) Considerações especiais

4.473 Durante as operações de combate com


recurso ao uso do fogo de supressão, por vezes é
necessário “fixar” os cantos e a linha de controle
como pontos da ancoragem, antes de iniciar a
operação de supressão. A figura 4.107 é um
exemplo de como fixar os cantos como pontos de
ancoragem.

Figura 4.107 - Fazer dos cantos pontos de ancoragem


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4.474 Comece a queimar a partir de maior elevação e a trabalhar a descer, isso evitará subidas
intensas do fogo. Uma exceção é quando ventos descendentes fortes e constantes estão presentes
e se tornam o fator dominante no comportamento do fogo.

4.475 Para manter uma linha com uma força de menor efetivo, tem de iniciar a ignição junto da linha
de controlo. Ao queimar numa linha de cumeada, comece do lado de trás do cume, não no topo.

Figura 4.108 - Ignição depois da linha de cumeada

4.476 Se o incêndio está a descer uma encosta em um vale encaixado, tem de começar a queimar
a uma curta distância do fundo da encosta em que o incêndio está a deflagrar (ver Figura 4.109).
No entanto, um fogo deste tipo pode formar um cabeça muito intensa e poderá ser necessário
formar primeiro uma faixa negra.

Figura 4.109 - Incêndio num vale encaixado

4.477 Se necessário queimar duas elevações próximas, implica fazê-lo ao mesmo tempo nos dois
sentidos. Na Figura 4.110, a queima começaria nos pontos A e C ao mesmo tempo. O fogo inicia-
se nos pontos A e C e aproxima-se de B aproximadamente ao mesmo tempo.

Figura 4.110 - Exemplo de ignição em elevações


próximas

2) Equipamento utilizado para a ignição

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4.478 O equipamento que pode ser usado numa operação de queima inclui dispositivos primários
e dispositivos secundários. Os dispositivos primários são: fusíveis, pinga-lume, fósforos e fogo
natural. Dispositivos secundários são: lança chamas, tochas de propano, pistolas, lança fusíveis,
lançadores de chamas de pressão, piga-lume heli, máquina de lança bolas, entre outros.

4.479 Para as operações de combate realizadas em Portugal importa retratar o pinga-lume,


equipamento no qual nos devemos centrar, no entanto, para conhecimento, interessa descrever
mais alguns:

 Pinga-lume: Dispositivo de mão, com tocha gotejante incorpora diesel misturado com
gasolina (normalmente 3 de diesel para 1 parte de gasolina), que é pingado da vasista
passado um pavio flamejante para ser inflamado. Este dispositivo funciona bem em quase
todos os tipos de combustível e é usado para trabalhos de queima longos. Um tanque cheio
usado criteriosamente pode durar aproximadamente uma hora. O combustível diesel é
classificado como um "líquido combustível", e a gasolina é classificada como um "líquido
inflamável". Diesel/gasolina é classificado como "inflamável".

 Fusível: Este é o dispositivo de disparo mais utilizado. Projeta a chama muito quente, pode
ser quebrada em seções, inflamada, extinguida, e re-inflamada; queima aproximadamente 20
minutos dependendo do tamanho; e vem em caixas de 72 cada. O fusível é mais eficaz em
combustíveis secos, leves e contínuos e é classificado como um "Sólido Inflamável"

 Fósforos: Os fósforos de papel igualmente são eficazes quando a ignição é facilmente


atingível. Melhor em combustíveis secos leves, usados em conjunto com outros dispositivos
de ignição.

 Fogo natural: Durante a construção da linha direta, o fogo natural está normalmente
disponível e pode ser movido com ferramentas de mão. Exemplos são: brasas, talos de yucca
ou ramos de pinho, casca de cedro, barra ou folhas de palmeira.

 Lança chamas: Este dispositivo incorpora um tanque de mochila com combustível diesel sob
pressão que é expelida através de um bico passado um pavio em chamas. Os lança chamas
podem projetar o combustível ardente de 8 a 20 pés, dependendo do modelo, e podem ser
usadas para aplicar o combustível diesel aos combustíveis pesados quando a ignição é lenta,
difícil, ou escassa. Tochas podem ser usadas para complementar fusíveis e pinga-lumes
quando eles são inadequados.

 Tocha de propano: Um vaso de gás propano liquefeito (GLP) com mangueira, bico e luz
piloto produz uma chama muito quente, mas com pouco efeito duradouro se os combustíveis
estiverem húmidos. Este é geralmente um dispositivo portátil, mas pode igualmente ser

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montado na parte traseira de um reboque ou de um coletor. Este tipo de tocha projeta chamas
de até 4 pés. O GLP é classificado como um "gás inflamável".

 Pistola: Esta é uma pistola de mão variando em diâmetro de calibre 12 a 25 mm. Mais eficaz
em combustíveis terrestres secos, leves e contínuos, a pistola Very, permite a ignição remota.
O tempo de queima é de aproximadamente 8 segundos. A escala eficaz varia de 50 a 200
pés, dependendo do tamanho do material bélico e se ateado fogo para cima ou para baixo. A
pistola requer treino específico e não é aconselhado para a aplicação aérea de helicópteros,
devido a tiros que estão sendo disparados no arco do rotor, sistema de derrapagem e / ou
dentro do helicóptero em si. A munição é classificada como um "Explosivo classe C".

 Lançadores de chamas de energia: Semelhante a um militar lança-chamas, o dispositivo


tem um tanque de mistura e armazenamento, bomba de deslocamento positivo, e uma varinha
de disparo. O gás gelatinoso é enviado através da bomba e inflamado por um isqueiro de
propano (GLP). Projeta o combustível jelled flamejante quente, de alto volume
aproximadamente 20 a 150 pés, dependendo do terreno e da pressão da bomba. Os
combustíveis são revestidos, produzindo um efeito duradouro. Este dispositivo requer treino
especial. A gasolina gelatinada/diesel é classificada como um "líquido inflamável".

3) Sistemas de ignição aérea

4.480 Dos muitos métodos disponíveis para iniciar a ignição, a criação de incêndios do ar oferece
muitos benefícios sobre aqueles que necessitam de ignição do solo. Entre os benefícios estão (1)
menos chance de o pessoal de terra ser preso num incêndio, (2) áreas maiores podem ser
queimadas quando as condições são melhores (3) menos pessoal e menos tempo necessário para
realizar as tarefas, e (4) em muitas situações, os custos são reduzidos.

4.481 Há muitos fatores que devem ser considerados na realização de uma seleção de um sistema
de ignição aérea, incluindo o tamanho da área a ser queimada, fase do incêndio, valores em risco,
estratégia, topografia, combustível e condições do local, disponibilidade de diferentes condições
aéreas sistemas de ignição, pessoal treinado e qualificado, aeronaves, pilotos e preocupações
económicas. Nenhum sistema satisfará completamente todos esses fatores em todos os casos.

 Pinga-lume heli - este dispositivo é montado externamente num helicóptero. O piloto controla
a colocação do combustível em chamas. Este dispositivo usa a gasolina jelled, produz
grandes quantidades de fogo em um curto período de tempo. Inflama combustíveis com
humidades mais elevadas que expandem a janela da prescrição. O uso deste dispositivo é
limitado às horas de luz do dia e requer uma organização complexa e treinamento especial
(siga a política da agência). A gasolina gelatinada/diesel é classificada como um "líquido
inflamável".

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CAPÍTULO 5 - ORGANIZAÇÃO NO TEATRO DE OPERAÇÕES

SECÇÃO I - ORGANIZAÇÃO E RESPONSABILIDADE DAS FORÇAS

a. Responsabilidades das forças de combate a incêndios (GNR)

5.01 As atividades operacionais desempenhadas pelos militares da UEPS dividem-se em dois tipos
distintos: policiais e de proteção e socorro. As atividades policiais são maioritariamente de reforço
às Unidades Territoriais da sua área de intervenção. As missões de proteção e socorro, ainda que
num limitado período de tempo (Fase Bravo, Charlie e Delta), são maioritariamente de primeira
intervenção e, quando ativados, em ATA a incêndios rurais. Não obstante, durante o resto do ano,
serem realizadas diariamente intervenções de proteção e socorro, por iniciativa própria ou
solicitadas pela ANEPC no quadro do SIOPS.

5.02 Para o desempenho das atividades operacionais, o serviço é organizado através da escala de
“Equipa de Intervenção UEPS de serviço”, e assegurada pelo escalão Posto/Pelotão e integra todos
os militares do respetivo Posto/Pelotão, tendo a duração de 24 horas e de nomeação diária
continua, independentemente dos dias serem de atividade normal ou reduzida.

5.03 A escala das Equipas de Intervenção UEPS, desde a sua criação efetua-se com uma duração
de 24h, em que cada militar executa num período de 6 dias pelo menos 2 serviços de 24h e 4 de
12h, seguidos de 3 dias de folga. Após 6 dias de serviço, uma equipa dispõe de 3 dias de folga.

Fora do período de funcionamento dos PIPS´s: de outubro a maio as equipas helitransportadas


(Equipa de Intervenção UEPS de serviço - 24h), continuam a executar um serviço de 24h,
garantindo o despacho de meios por parte da ANEPC, no âmbito do SIOPS.

1) Despacho de meios

5.04 Os despachos de meios do ATA são requisitados pela ANEPC e o seu despacho autorizado
pelo Comando da GNR, no entanto e uma vez que cada uma das viaturas representadas acima,
deve fazer patrulhamento de fiscalização e/ou vigilância, deve sempre que necessário intervir
mesmo que em ATI, dentro da sua zulu alfa.

5.05 Caso se verifiquem condições de probabilidade de ocorrência de comportamento extremo do


fogo, em que o Chefe de equipa do ATI identifique automaticamente a probabilidade de se tornar
num grande incêndio rural, deve entrar em contacto com a respetiva companhia de ATI e solicitar
através do seu comandante o acionamento de meios de ATA da UEPS para a ocorrência.

5.06 O Comandante de CIPS contacta o Comandante de CATE, e este, por defeito, deve “preparar”
a companhia para fazer face a esta ocorrência, dando conhecimento superior disso mesmo.

Organização no Teatro de Operações


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(RESERVADO)
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5.07 Na eventualidade de ser necessária a intervenção de mais que uma CATE a solicitação deve
ser feita ao Comandante de Grupo.

b. Procedimentos no Teatro de Operações

5.08 O objetivo do presente subcapítulo é criar linhas orientadores, por forma a que as forças do
ATI e do ATA estejam perfeitamente articuladas, respeitando assim a organização do TO.

5.09 O Comando da Operação, nomeadamente no que diz respeito ao controlo da atividade das
forças da UEPS é sempre do militar mais antigo no terreno.

5.10 Os militares pertencentes à CIPS com jurisdição sobre o ponto de inicio do incêndio, devem
estar sempre sobre o comando direto de um graduado dessa companhia, sempre que nomeados
para atuar num incêndio em ATA, enquadrados num Grupo de Reforço Ligeiro (GREL), ou mesmo
durante uma intervenção helitransportada em ATA.

5.11 Os militares do ATI que estiverem nomeados para reforço (de outras companhias) para a
operação, são colocados sobre o comando direto de um graduado a designar pelo comandante da
operação.

5.12 Os militares do ATA que forem em reforço, são colocados sobre o comando direto do graduado
mais antigo do ATA.

5.13 Ao assumir o posto de comando, deve pelo menos, de imediato garantir a nomeação de um
responsável logístico e outro operacional para coadjuvar o comandante da operação, no entanto o
responsável operacional, pode ser em acumulação, o Comandante da Operação.

5.14 Assim as forças devem assumir em todos os momentos a seguinte configuração:

Comandante da
Operação

Célula de
análise
Responsável Logístico

Responsável Operacional

GREL CATI Local CATE1 CATE 2.. GREL CATI 1 GREL CATI 2...

Figura 5.1 - Organização de uma força no TO

1) Ataque Inicial

(a) Comandante de Companhia de Intervenção, Proteção e Socorro

Organização no Teatro de Operações


5-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

5.15 Idem, Cmdt CATE

(b) Chefes de Secção/Equipa

5.16 Idem, consoante o número de elementos.

(c) Elementos da Secção/Equipa

5.17 Idem, consoante o númeto de elementos.

2) Ataque Ampliado

(a) Comandante da Operação

5.18 É o responsável máximo das forças empenhadas no incêndio e por isso toda a informação
inicia e deve terminar no comandante. Como comandante, deve efetuar toda a coordenação com o
COS no local desde o inicio da operação até ao final.

5.19 Acumula as tarefas de oficial de ligação, em coordenação com o oficial de ligação da estrutura
SEPNA. É responsável por receber e informar os meios de comunicação, autoridades e
responsáveis de outras entidades que sejam nomeadas para trabalhar em coordenação direta com
as forças que comanda, sempre que a situação o exigir:

 Contactar o CDOS/CO, estabelecer um plano de ação e um ponto de transito ou área de


espera para as forças.

 Reconhecer e avaliar o estado do incêndio.

 Elaborar mapas ou croquis com:

 Situação na frente de chamas e intensidade.

 Previsão de corredores do fogo.

 Obstáculos de progressão do fogo e janelas de oportunidade para o combate.

 Situação de meios.

 Deve informar o COS, do seguinte:

 Evolução do incêndio.

 Superfície estimada.

 Comprimento da chama e velocidade de propagação.

 Capacidade de reforço e distância do incêndio.

 Meios presentes e necessários.

 Medidas de proteção à população se necessárias.


Organização no Teatro de Operações
5-3
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Elaborar plano de supressão, onde deve definir o método a tática e a hora de acordo com a
melhor janela de oportunidade.

 Definir estrutura organizativa das forças, setores e formar grupos de trabalho.

 Coordenar meios, distribuir tarefas, controlar horários e supervisionar a segurança.

 Estabelecer comunicações, e definir canais para cada grupo de combate.

 Prever as necessidades logísticas.

 Recolher informação pertinente e essencial junto do COS, sobre o plano de operações.

 Solicitar informações sobre a estratégia de comunicações a seguir.

 Receber as autoridades e meios de comunicação sempre que a situação o exigir, e decretado


pelo comando da Guarda.

 Informá-los e autorizar a captura de imagens.

 Evitar que interfiram no trabalho e que acedam a zonas perigosas.

 Transmitir informação sobre o plano de combate e de operações ao COS.

 Receber, responsáveis de outras entidades que venham integrar a força e facilitar-lhes um


interlocutor.

 Manter o registo de entidades envolvidas.

 Deve realizar um briefing diário com todos os comandantes presentes na operação.


Preferencialmente, deve ser feito após os briefings com a ANEPC, por forma a transmitir
informação atualizada.

(b) Célula de Análise

5.20 A Célula de Análise é fundamental para estudar o incêndio rural em todas as suas dinâmicas.
Esta célula deve ser criada em cada incêndio por elementos multidisciplinares, com formação de
Uso do Fogo (Técnico credenciado em Fogo de Supressão e Operacional de Queima), com militares
conhecedores da área de atuação e responde diretamente ao Comandante da Operação.

5.21 Tem como atribuições:

 Atualizar permanentemente a informação sobre a evolução do incêndio, realizar estudos de


previsão do comportamento do fogo a médio e longo prazo, em coordenação com outras
entidades. Local e comportamento das diferentes frentes.

 Propor alterações ao planeamento, modalidades de ação a adotar e definir janelas de


oportunidade.

Organização no Teatro de Operações


5-4
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Realizar o reconhecimento visual.

 Atualizar e analisar a previsão meteorológica.

 Preparar e analisar a informação geográfica.

 Realizar croquis da situação atual a cada duas horas.

 Avaliar possíveis ameaças e pessoas ou bens, propondo ao comandante da operação as


medidas de proteção necessárias.

 Propor alternativas ao plano que prevejam oportunidades e ameaças detetadas.

 Manter permanentemente a comunicação com os vigias colocados nos diferentes pontos á


volta do incêndio.

 Executar ações de fogo de supressão.

(c) Responsável Operacional

5.22 É a entidade responsável por transmitir as informações necessárias para se efetuar o


planeamento operacional, resolver incidente, coordenar e controlar a sua execução, e valorizar a
sua eficácia em cada zona do incêndio. É também responsável por fazer a coordenação com o
COPAR, bem como efetuar as tarefas de planeamento e previsão de evolução do incêndio.

5.23 O responsável operacional deve procurar permanentemente acompanhar as comunicações


existentes no TO, pela seguinte ordem de prioridades.

1º. Canal Rádio UEPS – Canal Operacional atribuído pela sala de situação da Unidade. Este
canal deve ser sempre utilizado exclusivamente para as comunicações entre o Comandante
de Operações e os diferentes Comandantes dos subgrupos que foram estabelecidos e não
devem ser utilizados para realizar comunicações entre equipas por exemplo.

2º. Canal Rádio do Comando da ANEPC (ex. Com 1). Este canal serve para receber todas as
coordenações entre a UEPS, a ANEPC e os chefes de Setor. Essencialmente serve para
recolher informação relativa à estratégia de combate e sobre a setorização.

3º. Canal (ais) Rádio do Setor (es) da ANEPC (ex TAT 2). Este canal serve para estabelecer
contacto com o Comandante de setor designado onde as nossas equipas vão trabalhar e
cooperar. Podem ser mais que um, pelo que o Comandante de Operações deve estar à escuta
de ambos.

5.24 Canais Rádios UEPS (Ex operacional 5, 7 e 9) tem de ser solicitados e atribuídos pela sala de
situação da Unidade. Estes canais servem essencialmente para a coordenação entre o
Comandante de subgrupo e as diversas equipas que comanda.

Organização no Teatro de Operações


5-5
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

5.25 COPAR (eventual). Frequência nacional ou a definida para o TO respetivo, para coordenar e
informar as forças no terreno da existência e atividade de descargas dos meios aéreos.

5.26 O responsável operacional constitui-se também como o elo de ligação à ANEPC e deve estar
presente em todos os briefings em que isso for possível, e sempre que ordenado pelo comandante
da operação.

5.27 É responsável por reunir a cartografia do incêndio, recolher a meteorologia (nomeadamente a


carta AROME), previsão de comportamento do incêndio, pontos sensíveis, pontos de água, pontos
de abastecimento, pontos em que é possível ou não virar as viaturas, comportamento previsível do
incêndio, itinerários de fuga, etc. Em sumula, deve:

 Recolher toda a informação que seja pertinente para o Comando da Operação, mas também
que sirva para apresentar um briefing a todas as equipas que forem chegando em apoio ao
TO.

 Manter o planeamento operacional definido para a força atualizado e recolher informação do


plano operacional definido pelo COS, no que diz respeito aos objetivos e trabalhos a realizar.

 Atualizar a posição e trefas das forças. Verificar se as forças estão distribuídas por setores e
grupos de trabalho, caso seja negativo, deve estabelecer a ligação ao setor e onde vão
trabalhar e definir o grupo de trabalho.

 Transmitir instruções para as forças e grupos de trabalho, coordená-los e resolver imprevistos.

 Desenvolver um planeamento de operações, definindo o objetivo para cada parte o incêndio


onde tenha forças envolvidas.

 Reorganizar comunicações junto ao Chefe do Setor, cumprindo com os canais atribuídos pelo
COS para cada setor.

 Elaborar croquis, setores, canais de comunicação, grupos de trabalho, e meios envolvidos.

 Determinar necessidades, redistribuir meios e solicitar recursos ao comandante da operação.

 Realizar verificações periódicas de informação às forças empenhadas para verificar a


evolução dos trabalhos.

 Se ainda não estiver definido, estabelecer ponto de trânsito e transmitir ao comandante da


operação.

 Analisar a segurança dos trabalhos, propondo as medidas cautelares de segurança


necessárias.

(1) As tarefas relacionadas com a coordenação dos meios aéreos

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5-6
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Transmitir aos meios aéreos as instruções necessárias para efetuar o plano operacional,
resolve imprevistos, coordena, controla e verifica a sua eficácia junto do COPAR.

 Obter junto do COPAR as diretivas de planeamento, respeitantes aos objetivos e trabalhos a


realizar em cada parte do incêndio.

 Desenvolver estas diretivas nas tarefas concretas a desenvolver pelas forças, com a
supervisão do comandante da operação.

 Transmitir ao helicóptero de coordenação, ou se este não existir a cada meio aéreo as


instruções precisas, coordenar e controlar o seu trabalho e resolver os imprevistos, sempre
em coordenação com o COPAR.

 Transmitir às forças em cada setor as instruções necessárias de segurança, onde o meio


aéreo vai efetuar trabalhos.

 Manter um registo dos meios aéreos com tempo de chegada e autonomia.

 Controlar a cobertura e distribuição horária adequada ao plano de operações, e ter atenção


aos tempos de descanso regulamentares, retirada e regressos.

 Informar-se do abastecimento e descanso dos meios aéreos com o COPAR.

 Obter informação sobre evolução da frente de incêndio e eficácia do trabalho dos meios
aéreos.

(2) Tarefas de planeamento

 Atualizar permanentemente a informação sobre a evolução do incêndio, realizar estudos de


previsão do comportamento do fogo a médio e longo prazo, em coordenação com outras
entidades. Local e comportamento das diferentes frentes.

 Controlar e planear a chegada e saída de meios do TO.

 Propor alterações ao planeamento.

 Realizar o reconhecimento visual.

 Atualizar e analisar a previsão meteorológica.

 Preparar e analisar a informação geográfica.

 Realizar croquis da situação atual a cada duas horas.

 Avaliar possíveis ameaças e pessoas ou bens, propondo ao comandante da operação as


medidas de proteção necessárias.

 Propor alternativas ao plano que prevejam oportunidades e ameaças detetadas.

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5-7
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Manter permanentemente a comunicação com os vigias colocados nos diferentes pontos á


volta do incêndio.

 Controlar e coordenar os horários dos meios de outras entidades com o comandante da


operação.

 Prever os meios necessários (períodos de 12h).

 Informar a logística e o Comandante da Operação de alojamentos e deslocamentos de


pessoal necessários para descanso.

(d) Responsável Logístico

5.28 É responsável por:

 Realizar uma previsão permanente de necessidades logísticas e outras necessidades,


responsável pelo seu pedido e distribuição em coordenação com o Comandante da operação.

 Obter do Comandante da Operação informação atualizada sobre meios, o local onde estão a
trabalhar, a sua distribuição em setores e grupos de trabalho.

 Avaliar as necessidades logísticas, gerir a distribuição em colaboração com o comandante da


operação.

 Gerir e distribuir as necessidades de acordo cm o plano, setores e grupos de trabalho,


distribuir combustível ferramentas e equipamentos, sempre que se justificar.

 Resolver as necessidades de transporte de pessoal e maquinarias.

 Facilitar informação sobre abastecimento de combustível, água, oficinas (ou mecânicos da


unidade).

 No caso de mobilização do posto de comando móvel estabelecer o ponto de carga de baterias


de equipamentos rádio e telemóveis.

 Marcar os acessos no plano e diferentes partes do incêndio, em colaboração com o ponto de


trânsito.

 Gerir a recolha de lixo e resíduos.

 Manter o controlo permanente sobre o número de militares da UEPS no TO, a sua


proveniência, a quantidade de viaturas e material que dispõem para o combate.

 Providenciar para que as refeições cheguem em número e tempestivamente aos militares


presente no TO, devendo para tal manter uma relação de proximidade com o responsável
logístico da ANEPC.

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5-8
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Garantir o necessário apoio logístico, de alojamentos (na medida do possível) e de sanitários


para que os militares possam descansar e fazer a necessária higiene.

 Acionar o posto de comando da UEPS e as necessidades de equipamento, por exemplo


carregamento de baterias rádios, telemóveis, etc.

(e) Responsabilidade do Comandante de Companhia de Ataque Estendido/Grupo de


Reforço Ligeiro e de Companhia de Ataque Inicial

 Transmitir as informações necessárias para efetuar o plano de operações na zona e com os


meios designados, resolver imprevistos, coordenar e controlar a sua execução, avaliar o grau
de eficácia dos meios, em coordenação com o Comandante de Setor.

 Obter as diretivas de planeamento da operação para a sua zona, respeitante aos objetivos,
trabalhos a realizar e meios designados. As orientações devem ser transmitidas sempre que
possível pelo Comandante da Operação em briefing diário.

 Colocar-se na zona designada e registar os meios, a sua posição e ação desenvolvida. Criar
grupos de trabalho e orientar as suas tarefas.

 Reorganizar as comunicações no setor e manter-se á escuta dos vários canais atribuídos.

 Adaptar e finalizar o plano operacional as particularidades da zona e dos meios ao dispor.

 Transmitir aos grupos de trabalho as instruções precisas para aplicar o plano operacional,
coordenando-os e resolvendo os imprevistos.

 Informar o responsável operacional sobre alterações observadas e soluções adotadas.


Solicitar novos meios ou informar de meios dispensáveis.

 Coordenar o trabalho com os setores confinantes.

 Manter a comunicação com o vigia.

 Analisar a segurança dos trabalhos, e indicar as medidas cautelares necessárias.

 Valorizar e comunicar ao Comandante Operacional a eficácia dos trabalhos.

 Realizar uma previsão do relevo na zona de trabalho.

(f) Responsabilidade do Ajunto do Comandante Companhia de Ataque


Estendido/Grupo de Reforço Ligeiro e de Companhia de Ataque Inicial

 Assegurar o cumprimento das normas e procedimentos durante todo o tempo da mobilização;

 Estabelecer contacto com o Cmdt CATE;

 Receber e executar as missões atribuídas, garantindo a segurança;

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5-9
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Receber informação do Comandante da CATE sobre: Objetivo geral, Plano de ação, objetivo
tático;

 Transmitir a missão aos elementos da CATE;

 Transmitir informação de chegada ao local;

 Executar o reconhecimento (parte de reconhecimento);

 Efetuar o POSIT;

 Completar a análise da área de intervenção;

 Implementar o LACES;

 Colocar a CATE a trabalho;

 Prosseguir com o reconhecimento na área de atuação da força;

 Transmitir ponto de situação (atualizado).

 Rececionar os meios de apoio;

 Confirmar as frequências rádio (plano de comunicações);

 Dar a conhecer o plano de segurança do local (LACES).

 Contactar, se possível fisicamente, cada chefe de equipa;

 Fazer com os chefes de equipa um ponto de situação das ações executadas e a executar;

 Verificar a eficácia das descargas dos meios aéreos e fazer um ponto de situação sobre as
futuras ações a executar;

 Verificar a aplicação do LACES.

 Informar dos resultados das ações já executadas e seu desenvolvimento e dificuldades


encontradas.

 Garantir a extinção e a execução das operações de rescaldo;

 Verificar o posicionamento de meios de vigilância;

 Traçar a cronologia da intervenção;

 Salientar o que correu bem;

 Referir o que correu menos bem e indicar o que se deve melhorar (respeitando o anonimato);

 Preparar a CATE para a próxima intervenção.

(g) Responsabilidades na organização das viaturas


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5-10
(RESERVADO)
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5.29 A VLCI tem uma orgânica de 5 elementos, distribuídas por tarefas individuais e
complementares de equipa, que integradas devem concorrer para o funcionamento da mesma e da
Companhia. A Orgânica de 5 elementos é o número máximo de militares para se trabalhar com uma
VLCI, que pode ir até um mínimo de 4 militares, e articula-se da seguinte forma:

 Chefe de Equipa

 Condutor

 Agulheta

 Apoio ao Agulheta

 Malotes e Ferramenta (estafetas e apoio) / Reserva

5.30 A VPCI tem uma orgânica de 6 elementos distribuídas por tarefas individuais e
complementares de equipa, que integradas devem concorrer para o funcionamento da mesma e da
Companhia. A Orgânica de 5 elementos é o número mínimo de militares para se trabalhar com uma
VPCI, e articula-se da seguinte forma:

 Chefe de Equipa

 Condutor

 Militar da Agulheta

 Militar de Apoio ao Agulheta

 Militares dos Malotes e Ferramentas

(1) Chefe de Equipa VPI

 Dirigir e supervisionar a atuação da equipa em todas as circunstâncias;

 Zelar permanentemente pela segurança;

 Efetuar o reconhecimento;

 Quando existir dúvidas no acesso a determinados locais, chefe viatura faz reconhecimento
apeado e certifica-se das condições de acesso;

 Determinar o local onde se inicia o combate;

 Manter à escuta as comunicações;

 Decidir sobre o método a adotar e as manobras a efetuar face às circunstâncias do incêndio;

 Cumprir as instruções da estrutura de comando;

 Efetuar a coordenação com outras equipas;

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5-11
(RESERVADO)
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 Determinar o melhor posicionamento da viatura.

(2) Condutor da VPI

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

 Efetuar a condução segura do veículo;

 Indicar ao chefe de equipa se existem condições de segurança na deslocação e


estacionamento do veículo (risco de deslizamento de terra e possível capotamento);

 Manter à escuta as comunicações;

 Garantir o abastecimento de água, bem como controlar os lances de mangueira e os níveis


de agua em que nos vamos encontrando;

 Montar linha de autossegurança a viatura e ter esta sempre pronta a operar;

 Ter sempre em atenção o nível de combustível quando a viatura estiver a operar com a
motobomba hidráulica;

 Efetuar os reabastecimentos de água o mais rápido possível e nunca aceitar nova missão
com a equipa a operar na linha;

 Nunca abandona a viatura;

 No fim das operações garantir sempre que todo o material utilizado regressa a viatura;

(3) Militar da Agulheta VPI

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

 Iniciar a intervenção;

 Indicar ao chefe de equipa se existem condições de segurança através do apoio ao Agulheta;

 Zelar permanentemente pela segurança;

 Manter à escuta as comunicações;

 Efetuar um uso racionado da água;

 Solicitar através do apoio ao Agulheta, a necessidade de mais mangueira;

 Sem água assumir sempre uma posição de segurança face ao incêndio;

 É responsável pela agulheta, nunca a deve abandonar.

(4) Militar de Apoio ao Agulheta VPI

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

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5-12
(RESERVADO)
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 Apoiar o Agulheta em todas as circunstâncias (prevenir quedas, comunicações);

 Seguir as indicações do Agulheta, no caso da necessidade de mais mangueira;

 Zelar permanentemente pela segurança;

 Manter à escuta as comunicações;

 Informar permanentemente o Agulheta do nível da água;

 Sem água assumir sempre uma posição de segurança face ao incêndio;

 Nunca abandona o Agulheta.

(5) Militares dos Malotes e Ferramentas (estafetas e apoio), VPI

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

 Manter vigilância ativa na linha e informam chefe equipa possíveis reacendimentos na linha;

 Mantêm contacto com todos os elementos da equipa ou se existirem meios de comunicação


radio, manter à escuta as comunicações;

 Auxiliam apoio a agulheta com os lances de mangueira;

 Auxiliam condutor nas manobras que forem necessárias;

 Consolidar linha com material sapador;

 No fim da intervenção, auxiliam na recolha de material e certificam-se de que nada fica no


TO.

 Sem água, assumir sempre uma posição de segurança face ao incêndio.

5.31 A Viatura de Transporte de Água (VTA) tem uma orgânica de 3 elementos distribuídos por
tarefas individuais e complementares de equipa, que integradas, devem concorrer para o
funcionamento da mesma e da Companhia. A Orgânica de 3 elementos é o número máximo de
militares para se trabalhar com uma VTA, podendo ir até um mínimo de 2 militares, e articula-se da
seguinte forma:

 Chefe de Equipa

 Condutor

 Apoio/Reserva

(6) Chefe de Equipa VTA

 Cumprir as instruções da estrutura de comando;

 Efetuar reconhecimento adequado tendo em vista a que se trata de uma viatura pesada;
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5-13
(RESERVADO)
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 Quando existir duvidas no acesso a determinados locais, chefe viatura faz reconhecimento
apeado e certifica-se das condições de acesso;

 Através das indicações e da missão a executar no local, decidir onde operar com a viatura;

 Zelar permanentemente pela segurança;

 Manter à escuta as comunicações;

 Efetuar a coordenação com as demais equipas, fornecendo localização precisa do local da


viatura;

 No caso de ser necessário abandonar o local, informar de imediato estrutura de comando,


bem como informar a nova localização;

5.32 Nas situações em que a viatura operar com o contentor de carga, chefe de equipa avalia local
da operação com o condutor e monta segurança na parte traseira do veiculo durante a
carga/descarga do contentor;

(7) Condutor

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

 Efetuar a condução segura do veículo;

 Indicar ao chefe de equipa se existem condições de segurança na deslocação e


estacionamento do veículo (risco de deslizamento de terra e possível capotamento);

 Manter à escuta as comunicações;

 Controlar a quantidade de agua existente na viatura;

 Garantir o abastecimento de água, tendo sempre todo o material pronto para um rápido
abastecimento;

 Se necessário montar linha de autossegurança à viatura e ter esta sempre pronta a operar;

 Ter sempre em atenção o nível de combustível quando a viatura estiver a operar com a
motobomba hidráulica;

 No fim das operações garantir sempre que todo o material utilizado regressa a viatura;

 No caso de estar a operar sozinho e for necessário abandonar o local, informar de imediato
estrutura de comando, bem como informar a nova localização;

 Nunca abandona a viatura.

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5-14
(RESERVADO)
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5.33 Nas situações em que a viatura operar com o contentor de carga, condutor avalia com chefe
de equipa local da operação, não devendo efetuar carga/descarga sem um elemento a montar
segurança na parte de traz do veiculo;

(8) Apoio/Reserva

 Cumprir rigorosamente as instruções do chefe de equipa;

 Apoia todas as manobras necessárias;

 Responde a todas as incidências necessárias dentro da orgânica da responsabilidade da


equipa.

5.34 À semelhança do que é feito no Sistema de Gestão de Operações (SGO), o elemento mais
graduado da UEPS no TO assume o comando das operações, até de outros elementos mais
graduados no TO.

5.35 Á medida que foram sendo canalizados mais meios para o local, devem preencher o
documento referente á constituição da força (ver anexo C), onde consta o nome do militar mais
antigo da equipa, o contacto telefónico, o número de elementos sob o seu comando, a matricula e
tipologia da viatura, e demais elementos tidos por importantes, para ser entregue ao responsável
pela logística.

5.36 Deve ser sempre preenchido um documento destes por equipa dependendo da sua
proveniência, sempre que vão em reforço para uma companhia já definida.

5.37 O Comandante do reforço ao chegar ao TO, deve-se dirigir ao Posto de Comando ou Ponto
de Trânsito para receber o primeiro briefing e dar entrada “formal” no TO.

5.38 Caso não existam indicações em contrário o Primeiro Posto de Comando do TO a considerar
para as equipas de reforço deverá ser sempre no PIPS mais próximo, devendo esse posto tentar
proporcionar as condições possíveis para isso.

5.39 Sempre que existam militares suficientes para o efeito, o Comandante da Operação deve
proceder à criação de um subgrupo de comando de Oficial ou Sargento, dando lhe canal rádio e
indicativo rádio próprio, para facilitar as comunicações.

5.40 Este subgrupo atua sempre, como um todo, e cumpre uma determinada missão que lhe é
atribuída pelo Comandante da Operação. Por norma, o subgrupo deve ser constituído entre 4 a 8
equipas/viaturas e não deve ser subdividido e empregue em missões distantes e diferentes da
missão inicial.

5.41 O funcionamento do subgrupo é da inteira responsabilidade do respetivo Comandante que


responde diretamente ao Comandante da Operação. Existindo mais que um subgrupo, devem ser
atribuídas missões e setores de trabalho diferenciados por forma a garantir uma rentabilização de
Organização no Teatro de Operações
5-15
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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meios. Se existir apenas um subgrupo o descanso e rotação dos militares é feita entre os militares
desse subgrupo.

5.42 Existindo dois subgrupos o descanso e rotação dos militares deve ser entre subgrupos.
Enquanto um se encontra em descanso o outro está em contexto operacional.

5.43 Existindo três ou mais subgrupos, o Comandante deve ter em consideração o período do dia
em que é necessário um maior empenhamento de meios e garantir que pelo menos dois subgrupos
estão a trabalhar nesse período.

5.44 Os períodos de descanso dos militares são de 8 horas nos primeiros 3 dias de operação e de
12 horas nos restantes.

5.45 O Comandante de Operação deve ter em consideração o tempo que demoram as rotações
pelo que após serem rendidos no TO devem existir pelo menos 6 horas que possibilitem um
descanso efetivo do pessoal.

5.46 As rotações fora do TO são da responsabilidade dos respetivos Comandantes de Companhia


de ATA e de ATI, mas para rentabilizar os meios e a distância, devem garantir, pelo menos 3 dias
de presença no TO antes de serem rendidos. O período de referência nos TO para os militares do
ATA é de 6 dias.

5.47 Todos os militares que forem acionados para estes TO, devem ter em consideração que podem
ter de permanecer vários dias e que devem levar material de higiene e roupa de substituição em
consonância com essa possibilidade.

Comandante do GREL - VC/VLCI 00

VLCI 01 VLCI 02 VLCI 03


VLCI 04 a 07 (eventual)

Figura 5.2 - Constituição de um Subgrupo de ATI

1 VC – Cmdt do GREL/CATI, Condutor, Agulheta, apoio ao Agulheta.


3/7 x 1VLCI – Chefe de equipa, Condutor, Agulheta, apoio ao Agulheta.

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5-16
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VCOT

Figura 5.3 - Constituição de uma CATE

1 VC – Cmdt da CATE, Condutor.


3 x 1VLCI – Chefe de equipa, Condutor, Agulheta, Apoio ao Agulheta.
3 x 1 VPCI – Chefe de Equipa, Condutor, Agulheta, Apoio ao Agulheta, Malote/Ferramentas, Malote/Ferramentas.
1 VPTA – Chefe de Equipa, Condutor, Apoio (eventual).
1/2 VA – Chefe de Equipa, Condutor.
1 VCOT – Adjunto do Comando, Operador, Condutor

SECÇÃO II - IDENTIFICAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO TEATRO DE OPERAÇÕES

a. Deslocamentos para o Teatro de Operações

5.48 A colocação de forças nos diversos teatros de operação tem de obedecer a critérios de
organização de modo a disciplinar a sua intervenção, evitar transtornos pela falta de organização,
reduzir o dispêndio de tempo em manobras ou mesmo evitar acidentes.

5.49 A uniformidade de procedimentos, acaba por traduzir uma linguagem que facilita a
comunicação entre operacionais e agiliza a capacidade de resposta da força. Deste modo e quando
a força se desloca, existem regras que devem ser observadas durante os deslocamentos para a
zona de sinistro, manobras a serem efetuadas bem como o estacionamento da coluna seja para
descanso ou para combate.

5.50 Relativamente aos deslocamentos, independentemente do escalão da força que se desloca,


devem ser postos em prática os seguintes procedimentos a considerar duas modalidades:

1) Deslocamento em Trânsito

5.51 Esta modalidade de deslocamento utiliza-se para o deslocamento até ao TO, tem como
objetivo principal a fluidez de movimento da coluna, sobe o controle do comandante da força.

5.52 É utilizada em pavimentos de asfalto, betuminosos ou estradões, para deslocamentos que


estejam fora dos procedimentos de combate propriamente ditos.

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Deve considerar-se:

 A formação de uma coluna de marcha militar.

 A viatura do Comandante da força posiciona-se à frente.

 A viatura mais lenta e menos manobrável circula no início da coluna de marcha imediatamente
atrás da de Comando.

 Distância entre veículos de aproximadamente 50 metros;

 Ligação permanente entre a coluna de marcha.

 São observados os procedimentos da Norma de Execução Permanente (NEP) da GNR no


que diz respeito à condução em marcha de urgência.

Figura 5.4 - Exemplo de coluna militar em deslocamento de trânsito.

2) Deslocamento Tático

5.53 O deslocamento tático tem como principal objetivo, preparar a coluna militar para as operações
de combate.

5.54 Esta modalidade de deslocamento associa-se à preparação para o combate, caracterizando-


se por uma organização diferente da coluna e pela adoção de medidas de condução em todo-o-
terreno.

Deve considerar-se:

 A viatura do Comandante da força posiciona-se à frente deve deslocar-se com uma maior
distância uma vez que é a viatura que é utilizada para fazer reconhecimentos.

 A distância entre veículos deve ter em consideração as condições de visibilidade e do terreno


até 20 metros.

 A viaturas mais manobráveis colocam-se no início da coluna de marcha.

 Ligação permanente entre a coluna de marcha de trás para a frente.

 São observados os procedimentos da NEP da GNR no que diz respeito à condução em


marcha de urgência.

Figura 5.5 - Exemplo de coluna militar em deslocamento de tático.


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5-18
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

3) Considerações Gerais

5.55 A adoção das formações é avaliada e definida pelo Comandante da força que as adapta ao
tipo de deslocamento, atendendo às condições de segurança exigíveis (velocidade, visibilidade,
distâncias, etc.)

5.56 A transição entre as formações é confirmada pelos diversos chefes de viatura. Os condutores
das viaturas, abrandam e, se necessário, suspendem a marcha para que sejam ultrapassados pelas
viaturas ligeiras.

5.57 O Comandante da força quando necessário ou em caso de emergência determina a utilização


dos sinais sonoros e/ou iluminação, em observância ao determinado na NEP.

4) Manobra de inversão de marcha

5.58 Á semelhança do capítulo anterior, as manobras de inversão do sentido de marcha, obedecem


a procedimentos próprios. O cabal cumprimento destes procedimentos em coluna militar que se
encontra em deslocamento tático ou em trânsito, evita embates ou colisões com viaturas, permite
maior celeridade na manobra a realizar e acrescenta segurança em situações de emergência.

5.59 Como exemplo, desenvolvemos uma manobra do sentido de marcha de uma coluna em
marcha de deslocamento tático.

Figura 5.6 - Exemplo de coluna militar em deslocamento tático.

 O chefe do grupo marca o lugar com a viatura de Comando;

 Os restantes veículos passam este local e param;

 A viatura de Comando faz a manobra;

 Os chefes de equipa desembarcam e guiam a manobra do seu veículo;

 O último veículo faz marcha atrás e dá meia volta no local assinalado pela viatura de
Comando;

 Os restantes veículos efetuam a mesma manobra;

 Adotar a formação inicial assim que possível.

5) Estacionamento

5.60 Já no que diz respeito ao estacionamento, são conhecidas duas modalidades que devem ser
adotadas consoante o espaço disponível para o fazer. Se for necessário efetuar um estacionamento
curto, como por exemplo receber a missão, o melhor será optar pelo estacionamento em coluna.
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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Se o estacionamento a efetuar for para proceder à alimentação ou ao descanso dos operacionais,


deve-se optar por um estacionamento em paralelo.

(a) Estacionamento em paralelo

5.61 Esta modalidade de estacionamento é usada em paragens de maior duração, quando a área
de paragem o permite. Permite ter a força mais compacta uma vez que ocupa menos espaço e
oferece maior visibilidade aos condutores, se for necessário sair com urgência.

Figura 5.7 - Exemplo de estacionamento em paralelo

(b) Estacionamento em coluna

5.62 Esta modalidade de estacionamento utiliza-se em paragens de menor duração, ou quando o


local de estacionamento não permite a outra modalidade. Quando utlizada em curtas paragens,
permite fluidez nas manobras de inicio da marcha. Quando utlizada entre outras viaturas as
manobras de estacionamento são mais demoradas o que atrasa a rapidez da ação seguinte.

Figura 5.8 - Exemplo de estacionamento em coluna

(c) Considerações

5.63 Quando o estacionamento em coluna ocupe uma via de trânsito, a distância entre viaturas
deve prever a possibilidade de paragem de outras para que seja facilitada a fluidez do tráfego.

5.64 As regras enunciadas são utilizadas pela maioria dos operacionais que combatem incêndios
em Portugal. O seu conhecimento e cumprimento dos conhecimentos facilita a coordenação,
impede embaraços de trânsito e reduz a probabilidade da ocorrência de acidentes. No entanto não
devem deixar de ser observadas as normas internas que a instituição estabelece para a circulação
e estacionamento das viaturas militares.

b. Ponto de trânsito

5.65 Tarefas relacionadas com o ponto de trânsito, que cabem ao responsável operacional:

 Receber os meios de reforço que chegam ou que saem de uma zona para outra.

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Transmitir instruções necessárias referentes à zona de trabalho, acessos, responsáveis,


comunicações, locais de descanso.

 Informar as forças do local do incêndio, zonas de atuação e responsabilidades dos setores e


grupos de trabalho.

 Identificar e adequar a zona designada como área de espera.

 Verificar a cobertura de rede rádio e telefone, definir os caminhos de acesso, determinar


instruções claras de acesso e informar o comandante da operação.

 Comunicar a cada força as instruções recebidas do comandante da operação, zonas de


trabalho, acessos, responsáveis, canis de comunicações e pontos de abastecimentos.

 Registar entrada e saída de meios no ponto de trânsito e mante-los informados do


planeamento da operação.

 Registar os acessos ao posto de comando e outras partes do TO em colaboração com o


responsável da logística.

5.66 Se necessário procurar outra zona próxima alternativa para receber mais meios.

SECÇÃO III - FERRAMENTAS DE GESTÃO E APOIO À DECISÃO

a. Sistema de Análise de Campbell Prediction System

5.67 Desenvolvido por Doug Campbell, o CPS (Campbell Prediction System) é um simples sistema
de previsão das alterações no comportamento do incêndio, baseado nas observações do ambiente
do incêndio, isolando os elementos causadores de alterações na intensidade da propagação.

5.68 Os fatores básicos de propagação do incêndio são: a orientação/exposição, o declive e o


vento, pelo que o combatente no TO, através de uma atenta e breve análise poderá planificar
estratégias e táticas baseadas no comportamento previsto do incêndio e delimitar a sua validade
no tempo e no espaço – janela de atuação, espaço temporal, denominada por “Etiqueta
Horária”.

5.69 Evidentemente, são muitos e dos mais diversos os fatores que afetam o comportamento do
incêndio, no entanto no decorrer do presente capítulo vamos analisar os principais, sendo
eles o:

 Declive: Fator que aumenta a velocidade de propagação, uma vez que a chama na totalidade
do seu comprimento, se mantém encostada ao solo, provocando o aumento do pré-
aquecimento dos combustíveis.

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 Vento: Fator semelhante ao declive. Favorece a oxigenação da combustão e a rápida perda


da humidade existente nos combustíveis florestais.

 Exposição: Fator que define a posição do combustível no declive no que respeita à orientação
do sol. A exposição solar dita que as Zonas expostas ao sol são mais secas.

5.70 A seguinte imagem é essencial para entender de forma simplificada a conjugação dos fatores
que concorrem para as alterações do comportamento do fogo.

Figura 5.9 - CPS (Campbell Prediction System)

1) Vegetação

5.71 Como ponto de partida optamos por analisar em primeiro lugar a vegetação. Para tal é
necessário recordar os modelos de combustível e associal o comportamento do fogo aos modelos
existentes e analisar o tipo, o teor de humidade e a carga. Como exemplo recordamos o
comportamento e o método de combate mais eficiente para os seguintes modelos:

 PPIN1: Intensidade de propagação Muito Elevada,


grande dificuldade de supressão. Método de
combate indireto.

Figura 5.10 - Intensidade de propagação muito elevada


Fonte: Eng.º Rui Giestas

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 PPIN5: Intensidade de propagação baixa, com


possibilidade de ataque direto com ferramenta
manual.

Figura 5.11 - Intensidade de propagação baixa


Fonte: Eng.º Rui Giestas

2) Topografia

5.72 No que se refere à topografia, fator sempre presente durante o combate e que não pode ser
alterado pelo homem (diferente da vegetação), é necessário avaliar a todo o momento as formas
de relevo, o declive, a altitude e a exposição das encostas, onde o incêndio evolui ou para onde
este poderá progredir. Assim, deve-se ter em conta, constantemente, variações destes elementos
que poderão representar alterações significativas no comportamento do fogo e trazer problemas
acrescidos para os operacionais. Dos aspetos a ter em conta, destacam-se:

 As formas de relevo:

5.73 A alternância de diferentes formas de relevo no espaço onde o incêndio evolui, tem de ser alvo
de avaliação constante.

 A altitude:

5.74 A existência de zonas com pouca ou nenhuma variação de altitude (planícies), zonas planas
situadas a uma altitude superior à das áreas circundantes (planaltos), áreas com altitude mais baixa
do que a das áreas que circundam (depressões), formas de relevo elevadas, grande variabilidade
de altitudes e declives (montanhas), são aspetos que irão influenciar a forma de como o incêndio
irá evoluir e assim, deste modo, trazer implicações decisivas para o combate.

 Linhas de Água:

5.75 As linhas de água vão provocar um comportamento completamente distinto no incêndio,


comparando-o com um incêndio a arder numa encosta ou numa zona plana com o mesmo tipo de
combustível. Assim, a observação do comportamento do incêndio é obrigatoriamente distinta, uma
vez que:

 Por norma são locais com mais combustível;

 O incêndio tem mais condições para secar e pré aquecer os combustíveis;

 Nestes locais observa-se um aumento súbito da velocidade e intensidade de propagação;

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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 Este efeito de aumento de velocidade e intensidade é conhecido vulgarmente como “efeito


de chaminé”.

Figura 5.12 - Encostas com linhas de água


Fonte: Eng.º Rui Giestas

3) Exposição das encostas

5.76 Referente à exposição das encostas, é necessário considerar as vertentes com exposição
solar e as vertentes sem exposição solar, ou entender o processo como a direção que as encostas
apresentam relativamente aos pontos cardeais, considerando que as vertentes expostas:

 A sul:

 Estão mais quentes por estarem mais tempo expostas ao sol;

 Tem menos combustível (mais combustível fino morto);

 Tem combustíveis com mais disponibilidade para a combustão.

 A norte:

 São mais sombrias, por estarem menos tempo expostas ao sol;

 Tem mais combustível (mais combustível médio e grosso);

 Tem combustíveis com mais teor de humidade o que dificulta a combustão e propagação.

5.77 A exposição solar influencia a temperatura e inflamabilidade dos combustíveis ao longo do dia.

Figura 5.13 - Exposição Solar

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(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

5.78 Concomitantemente, estas variáveis devem estar no processo de análise e observação uma
vez que a exposição determina, em grosso modo a quantidade de radiação solar que a encosta vai
receber e a exposição ao vento.

Figura 5.14 - Exposição solar nas encostas


Fonte: Eng.º Rui Giestas

EXPOSIÇÂO A NORTE: menor radiação solar; menor temperatura dos combustíveis; maior teor
de humidade; maior carga.

EXPOSIÇÂO A SUL: Maior radiação solar, Maior temperatura dos combustíveis, Menor Carga,
Menor teor de Humidade.

4) Declive das encostas

5.79 Por sua vez, quando nos referimos às encostas, observa-se que existe uma maior
aproximação das chamas aos combustíveis, proporcional ao declive, que provoca um maior pré-
aquecimento aumentando a disponibilidade dos mesmos para a combustão.

5.80 Concomitantemente, considerando o ponto anterior, existindo uma aproximação maior aos
combustíveis, naturalmente, nestes locais é possível observar que aumenta o comprimento das
chamas, estes fatores por sua vez favorecem a passagem de um incêndio de superfície para
as copas das árvores.

5.81 Para além dos fatores já enunciados, que podemos considerar como fatores diretos, existe
ainda um fator que indiretamente pela sua relação com a radiação solar, potencia o comportamento
do fogo. Conjugando todos os fatores motivadores em declives muito acentuados, conclui-se que
as ocorrências nestes locais favorecem a ocorrência de comportamento eruptivo.

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Figura 5.15 - Propagação em declive


Fonte: Eng.º Rui Giestas

5.82 O declive tem uma influência direta no comportamento do fogo, uma vez que influência a
formação de Brisas Locais.

Figura 5.16 - Influência do declive nas brisas


locais;
Fonte: Eng.º Rui Giestas

5.83 O fogo que se propaga em encostas de declive acentuado, provoca limitações no


posicionamento dos veículos pelas limitações de inclinação lateral (30%) e frontal (50%), que os
veículos oferecem, como podemos observar no exemplo a baixo:

 Em declives > 35º e no caso de existirem afloramentos rochosos, torna-se muito difícil a
utilização de máquinas de rasto (MR);

 Em declives acentuados e muito acentuados a projeção de partículas incandescentes pode


também ocorrer por rolamento.

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5) Altitude

5.84 Considerando também a altitude a que se encontra a superfície onde acontece a combustão,
podemos afirmar que a mesma irá condicionar indiretamente o comportamento dos incêndios, pelo
efeito que induz na disponibilidade e no tipo de combustível aí existente. Assim veja-se os seguintes
combustíveis e o local onde os podemos encontrar tendo em conta a altitude:

 Choupos, salgueiros e ulmeiros: principalmente associados a linhas de água;

 Matagais < 1700m de altitude;

 Pinheiro bravo < 1500 a 1700m de altitude;

 Azinheira e sobreiros < 1500m de altitude;

 Faias e abetos < 1700m de altitude;

 Pinheiro silvestre < 2100m de altitude;

 Carvalho alvarinho < 2500m,

 Castanheiro < 1800m de altitude.

5.85 À medida que se progride no terreno em altitude ou a subir na encosta, vão-se observando
variações da precipitação, da temperatura e humidade relativa do ar, assim como da velocidade do
vento. Veja-se no seguinte exemplo como variam os parâmetros identificados na imagem abaixo:

Figura 5.17 - Variação de parâmetros meteorológicos em altitude


Fonte: Eng.º Rui Giestas
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6) Elementos meteorológicos

5.86 Considerando o local onde o incêndio florestal está a evoluir, se o declive e os combustíveis
forem mais ou menos constantes ao longo da encosta, os fatores que poderão induzir alterações
no comportamento do fogo serão os elementos meteorológicos com especial destaque para o
vento.

b. Princípios de Análise de Campbell Prediction System

5.87 Uma vez explicado em que se traduz o CPS, quais os fatores principais ou mais importantes
que que concorrem, para a propagação do incêndio, importa identificar quais os princípios para uma
boa análise CPS.

5.88 Então, temos como princípios a Informação sobre alinhamento de fatores, efetuar uma boa
comunicação da informação observada, utilizar uma Linguagem correta para descrever o
comportamento observado e a informação retirada da análise, conjugar corretamente os fatores
para efetuar uma Previsão de alteração do comportamento do incêndio e por último selecionar a
Tática a utilizar, que nos permita ser eficientes.

5.89 Em separado podemos sistematizar cada um dos princípios em separado:

1) Informação

5.90 Consiste em saber selecionar a informação que necessita de recolher em cada situação,
avaliar a situação e informar de qual o tipo de fogo observado;

2) Comunicação

5.91 Consiste em explicar a situação referente ao comportamento do incêndio, qual o alinhamento


de forças observado em cada momento, quais as táticas a empregar antes de atacar e usar uma
clara precisa e concisa.

3) Linguagem

5.92 É importante expressar, os elementos constituintes do incêndio, quais as táticas selecionadas


e explicar quais as vantagens identificadas, que concorrem para o sucesso da operação, bem como
os recursos a empenhar.

c. Alinhamento de forças

5.93 Avaliados os fatores e depois de devidamente identificados, importa nesta fase identificar o
alinhamento de forças, que consiste em relacionar quando os fatores anteriormente falador,
concorrem de forma isolada ou em conjunto para alterar o comportamento do incêndio. Esta lógica
baseia-se no sistema de alinhamento de forças, entendendo como tal o grau de coincidência

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favorável ou desfavorável, relativamente ao avanço da frente de incêndio de acordo com aqueles


fatores básicos.

5.94 Quanto maior o alinhamento de forças no caminho do incêndio, maior será a intensidade de
propagação, logo por consequência mais difícil será efetuar o combate, ou obter o controlo do
incêndio.

5.95 Identificação das Forças, que concorrem para provocarem o alinhamento:

 Vento

 Declive

 Exposição solar (inflamabilidade)

5.96 Na imagem abaixo, é possível observar os possíveis alinhamentos de forças, que ocorrem nos
incêndios:

Fator A favor da propagação Desfavorável à propagação


Vento + + + - + - - -
Declive + + - + - + - -
Exposição + - + + - - + -
3/3 2/3 2/3 2/3 1/3 1/3 1/3 0/3
Pleno Médio Médio Médio Baixo Baixo Baixo Fora de
Alinhamento
alinhamento alinhamento alinhamento alinhamento alinhamento alinhamento alinhamento alinhamento
Combate mais dificil Combate mais fácil

Quadro 5.1 - Alinhamentos de forças na propagação do incêndio

5.97 Em complemento ao quadro, a seguinte imagem traduz os alinhamentos de forças no terreno:

Figura 5.18 - Alinhamentos


de forças no terreno
Fonte: Unit of Forest Fires
University of Lleida, Spain

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5.98 Quanto menor o alinhamento de forças, menor a intensidade e potencial, logo maior será a
capacidade que os operacionais terão no controlo do fogo, aumentando também a segurança. Em
suma sempre que se verifica uma diminuição do alinhamento a situação melhora do ponto de vista
do combatente.

5.99 Em contrapartida, sempre que se verifica um aumento do alinhamento, isso traduz-se numa
situação que piora do ponto de vista dos operacionais, o que quer dizer que o incêndio ganha
condições favoráveis para a sua propagação dificultando o combate e piora as condições de
segurança.

5.100 Fazendo este balanço, e assumindo este balanço proporcional entre o alinhamento e as
condições de propagação, facilmente podemos concluir que o combate mais eficaz e seguro, tanto
pela intensidade da chama, velocidade de propagação e facilidade de controlo ou supressão, faz-
se onde não há alinhamento ou onde este é menor.

5.101 Concluindo, é fundamental entender que o combatente tem de ser célere a identificar e
descrever os fatores que observa e que concorrem para o comportamento do fogo na frente de
chamas. Concomitantemente, o operacional competente pela observação tem de comunicar com
clareza para que as táticas selecionadas sejam eficientes e percetíveis para todos os operacionais.
Para definir o procedimento, devem ser seguidos os seguintes passos:29

1º. Primeiro devemos de isolar uma determinada frente, por exemplo um flanco ou a cabeça,
para a sua análise específica.

2º. Seguidamente, analisamos quais os fatores que estão a favor, ou seja alinhados para esse
comportamento.

3º. As previsões de alteração do comportamento podem fazer-se observando a força e o


alinhamento que esses fatores tomarão na passagem da frente. Por ex.º se deixam de
estar alinhados, perdem intensidade.

4º. Quando analisamos um incêndio devemos de avaliar as zonas que vão estar em
alinhamento na passagem da frente em estudo. Com a ajuda de uma carta topográfica
representaremos essas zonas.

5º. Identificar possíveis corridas e pontos críticos.

d. Corredores de progressão Potenciais e Pontos Críticos

29Fonte: E. Oliveira
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5.102 O caminho de um incêndio é a superfície e a distância percorrida por uma frente em pleno
alinhamento, os caminhos potenciais são aqueles que resultam da análise prévia, e devemos ter
identificados para prever a janela de oportunidade.

5.103 As mudanças de alinhamento correspondem a pontos de inflexão, ou seja, o incêndio ao


atingir determinadas zonas (podem ser identificadas como pontos críticos), muda de
comportamento porque perde ou ganha um dos fatores.

5.104 Se durante a análise se identificar ou concluir que o incêndio irá conjugar fatores quando
atingir determinado ponto, zona ou área, podemos dizer que esses locais são locais geradores de
corredores e, portanto, devem ser identificados como pontos críticos.

5.105 Nas imagens seguintes, apresentamos exemplos elucidativos de incêndios com os alguns
alinhamentos possíveis.

Pleno alinhamento - 3/3: declive, combustível quente (exposto) e vento

Figura 5.19 - Incêndio de Alta Intensidade


Fonte: Eng.º Rui Giestas

Médio alinhamento - 2/3: declive e combustível quente (exposto)

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Figura 5.20 - Incêndio de Média Intensidade


Fonte: Manuel Rainha

Baixo alinhamento - 1/3: apenas declive

Figura 5.21 - Incêndio de Baixa Intensidade


Fonte: GRAF

Fora de alinhamento - 0/3: comportamento de cauda

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Figura 5.22 - Incêndio sem qualquer alinhamento das forças


Fonte: Manuel Rainha

5.106 No quadro infra, tendo em conta que os períodos definidos servem como mera referência e
devem ser adaptadas ao dia, ao clima e à época em que decorre o incêndio, verifica-se que as
características de intensidade de um incêndio, alteram normalmente de acordo com a hora do dia.
Essas previsões gerais afetam o planeamento do seu combate.

Características da intensidade de acordo com a hora do dia


HORA DO DIA PREVISÃO GERAL
Todos os fatores de intensidade do incêndio estão no seu nível mais alto: o ar
11:00 a 19:00 Horas está seco; os combustíveis estão secos; a temperatura está alta; e os ventos
podem ser fortes.
Fatores favoráveis ao controle de fogo: ventos geralmente moderados; ar é
19:00 a 05:00 Horas mais frio; a humidade relativa geralmente aumenta; e a humidade do
combustível pode aumentar.
Hora do dia em que o incêndio pode mais facilmente ser controlado. A
05:00 a 08:00 Horas
combustão geralmente permanece lento até ao amanhecer.
A intensidade do fogo começa a aumentar, tornando-se o controle de incêndio
08:00 a 11:00 Horas
mais difícil.

Quadro 5.2 - Características da intensidade de um incêndio (Adaptada a Portugal Continental)


Fonte: Firefighter´s Handbook on wildland firefighting, Strategy, Tactics and Safety

e. Reconhecimento

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5.107 O reconhecimento é da inteira responsabilidade do comandante da CATE, seja ele efetuado


no setor/área atribuído, onde a força vai efetuar o combate, ou um reconhecimento abrangente ao
incêndio todo.

5.108 Numa primeira fase, centra-se na seleção do Ponto de Ancoragem, que define o local seguro
para inicio dos trabalhos de supressão. Este pode ser coincidente com o local de estacionamento
das viaturas da CATE, se permitir efetuar o combate com água. Depois de selecionado o ponto de
ancoragem, deve ser transmitido via rádio ou telemóvel, por georreferenciação de coordenadas (ou
outro método adequado às circunstâncias do local), às forças que estão em trânsito, para que
efetuem o deslocamento para o local. Este será o local de início de trabalhos, o qual não dispensa
a necessidade de efetuar novo reconhecimento pelo adjunto, na impossibilidade de
acompanhamento por parte do comandante da CATE, visto que a evolução do incêndio é continua
e obriga a um acompanhamento constante.

5.109 Nas seguintes imagens, são apresentados alguns exemplos de locais que podem ser
definidos como pontos de ancoragem, que devem ser considerados para manter os operacionais
seguros.

Figura 5.23 - Pontos de ancoragem

5.110 Depois devem reconhecer-se os caminhos de acesso, caminhos de fuga, estado de


conservação e circulação, locais de inversão de marcha, locais de colocação de viaturas para
combate e locais para cruzamento de viaturas, entre outros aspetos.

5.111 O reconhecimento é uma tarefa contínua durante as operações de combate, para garantir a
segurança das operações de combate, avaliar alternativas, coordenar ações com outras entidades
e transmitir o POSIT ao Comandante de Operação ou ao COS.

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5.112 Depois de iniciarem os trabalhos de supressão e dependendo do efetivo empenhado deve


garantir-se, independentemente do método utilizado, a separação do combustível verde da zona
queimada até ao solo mineral para garantir a segurança na retaguarda da força e ao mesmo tempo
reduzir a probabilidade da existência de reativações.

5.113 Assim, as técnicas de água e de utilização de ferramentas sapadores devem ser privilegiadas
em todos os momentos, principalmente quando existe a possibilidade de efetuar trabalho de
supressão com viaturas.

5.114 Destarte, como referência optamos por descrever um exemplo elucidativo de combate a um
incêndio, onde é possível perceber a mecânica, bem como a importância da combinação de
técnicas.

f. Seleção do Ponto de Ancoragem

5.115 O primeiro passo é a seleção do ponto de ancoragem de inicio da linha de contenção e de


fim. Importa escolher locais, que para além de conferirem segurança ao nosso pessoal, que não
permitam o fogo escapar, tais como, áreas queimadas, caminhos, rochedos, areias, rios, etc.

5.116 Apesar das barreiras poderem reduzir a propagação do fogo de superfície de modo eficaz,
nem sempre diminuem o potencial de ignição de focos secundários.

5.117 Do mesmo modo, deve-se proceder à queima dos combustíveis existentes entre a linha de
defesa e o perímetro ativo do incêndio, iniciando no ponto de ancoragem e continuando à medida
que se vai construindo a linha. Com este processo, visa-se aumentar a linha de defesa e reduzir os
riscos para os combatentes.

Figura 5.24 - Seleção do ponto de ancoragem

5.118 Se o fogo se propagar com maior intensidade e velocidade, que impeça a realização do
ataque direto, deve optar-se por se construir a linha de defesa afastadas do perímetro ativo do
incêndio para permitir o tempo necessário para a construção da linha ou para efetuar o fogo tático
de forma segura.
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5.119 Não construir linhas de defesa a descer a encosta com o fogo abaixo, em qualquer posição
da encosta. A sua construção em direção a um fogo que está abaixo da posição da equipa de
combate pode ser muito perigosa e constitui uma das 18 situações de perigo.

5.120 O fogo propaga-se mais rapidamente encosta acima, sendo a propagação mais rápida à
medida que o declive aumenta, incrementando-se com a exposição da encosta, pelo que os
combatentes se podem ver facilmente encurralados ou mesmo não terem tempo para escaparem
da encosta, uma vez que o fogo se propaga rapidamente.

Figura 5.25 - Distância da linha de defesa á linha de fogo

g. Dados meteorológicos, recolha e análise

5.121 Uma estação meteorológica é um equipamento que recolhe dados para análise do tempo
meteorológico. Encontram-se equipadas com instrumentos (ou sensores eletrónicos) de medição e
registo das variáveis meteorológicas/climáticas. Os seus dados são utilizados para a previsão do
tempo e para a caracterização do clima, pelo que também podem ser designadas por estações
climatológicas.

SECÇÃO IV - COMUNICAÇÕES E RESPONSABILIDADES

a. Rádios

5.122 Na atividade operacional, os militares da UEPS chegam a operar com três redes-rádio
distintas: rede banda aérea, rede 150Mhz e rede SIRESP (equipamento SEPURA) que iremos
abordar de seguida.

1) Rádios Banda Aérea

5.123 Os rádios de banda aérea são utilizados na atividade operacional da UEPS. Têm como
principal função realizar comunicações entre as forças dispostas no terreno e os meios aéreos que

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dão apoio a todas as forças a operar no TO. A coordenação entre os vários meios é fulcral, pois no
caso de um incêndio, por exemplo, as forças dispostas no terreno dependem do meio aéreo para a
sua segurança.

(a) VHF Air Band Transceiver IC-A16

Legenda:
1. Encaixe de antena
2. Comutador PTT.
3. SQL (Filtros). Para selecionar os diversos filtros, prime-se a tecla SQL e
seleciona-se o filtro através da rotação do comutador (teclas 3).
4. Botão de seleção de frequência, canais de memória, modo de definições e
outras.
5. Voltar ao menu inicial, ou apagar o canal selecionado.
6. Chave de memória/ Gravação de memória. Pressionar para gravar canal.
7. Conector da lapela.
8. Bloquear o canal selecionado.
9. Comutador de Volume.

(b) VHF Air Band Transceiver IC-A24E

Legenda:
1. Botão de volume
2. Comutador de frequências e níveis.
3. Antena
4. SQL (Filtros). Para selecionar os diversos filtros, prime-se a tecla SQL e
seleciona-se o filtro através da rotação do comutador (tecla 2).
5. Botão ON/OFF. Para ligar premir até ouvir dois toques consecutivos. Para
desligar o mesmo procedimento.
6. Tecla de função. Esta tecla permite aceder às funções descritas em cada tecla
a verde. Por exemplo para bloquear o equipamento, prime-se a tecla (F) e de
seguida a tecla 7 (tem o símbolo chave).
7. Tecla de emergência. Para selecionar a frequência de emergência pressionar
a tecla (121.5) durante dois segundos.
8. Seletor de frequência memorizadas.
9. Iluminação do visor. Para acender a iluminação do visor basta pressionar a
patilha lateral, situada abaixo do PTT.
10. Comutador PTT.

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5.124 Para selecionar umas das frequências memorizadas é necessário pressionar uma das teclas
de seleção. Para introduzir uma nova frequência basta marcar os números da frequência com
recurso ao teclado numérico.

5.125 Se aparecer no canto inferior direito um número, é necessário pressionar a tecla (DEL/CLR)
para sair deste modo. De seguida basta marcar a frequência pretendida.

2) Rádio Banda 150 MHZ

5.126 A designada rede 150Mhz é neste momento utilizada para a realização de exercícios e
atividades operacionais. Umas das funções que os militares da UEPS atribuem a este tipo de rede
é a coordenação de todos os elementos dentro de cada equipa. Ao ser utilizada, evita que a rede
SIRESP fique sobcarregada, obtendo-se assim um maior rendimento de todos os equipamentos
disponíveis.

(a) Transceicer VHF IC-F34GT/GS

Legenda:
1. Antena
2. Seletor de canais
3. Botão On / Off e volume
4. Botão de emergência
5. Teclas sem função
6. Botão de seleção de distritos
7. PTT
8. Seleção de Distritos.

5.127 Para desligar ou ligar o equipamento basta rodar o botão n.º 3. Depois de ligado o
equipamento, o mesmo botão aumenta ou diminui o volume.

5.128 Para selecionar um distrito é necessário visualizar no display a indicação “direto”. Depois
prime-se a tecla n.º 6 e seleciona-se o distrito pretendido premindo o botão n.º 8. O botão n.º 8,
assim designado, apenas faz correr a lista pré-programada.

5.129 Depois de encontrado o Distrito pretendido, deve-se rodar o botão n.º 2 para selecionar o
PIPS-Repetidor.

5.130 Para transmitir com este equipamento basta pressionar o PTT, tecla n.º 7, aguardar um
segundo e depois falar.

5.131 O botão de emergência, tal como o próprio nome indica, apenas deve ser utilizada em casos
estritamente necessários. Para tal o botão n.º 4 deve ser pressionado durante 2 segundos. Neste
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modo, o sinal do equipamento fica aberto não sendo necessário pressionar o PTT para falar. Para
fechar o sinal, desligar o equipamento e retirar a bateria.

3) SIRESP

5.132 O Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), é, como
resulta da Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2002, de 5 de fevereiro, e da Resolução do
Conselho de Ministros n.º 56/2003, de 8 de abril, um sistema único de comunicações, baseado
numa só infraestrutura de telecomunicações nacional, partilhado, que deve assegurar a satisfação
das necessidades de comunicações das forças de segurança e emergência, satisfazendo a
intercomunicação e a interoperabilidade entre as diversas forças e serviços e, em caso de
emergência, permitir a centralização do comando e da coordenação, DL n.º 167/2006 de 16 de
agosto.

5.133 Suportado numa rede TETRA trunking digital, o “SIRESP permite, através da definição de
grupos de conversação, que cada entidade o utilize como a sua rede privativa, independente das
restantes, mas também, em caso de necessidade de coordenação, que todos os grupos que
concorram para a resolução de uma determinada situação de emergência sejam facilmente
colocados em conversação, de acordo com regras pré-definidas ou a serem estabelecidas em
cenários não previstos”.

5.134 “O sistema TETRA (Terrestrial Trunked Radio) é um sistema de rádio móvel profissional
bidirecional (como os Walkie-talkies), especialmente concebidos para serviços oficiais como de
socorro, forças de segurança, ambulâncias e bombeiros, serviços de transporte públicos e exército”.

5.135 TETRA é um sistema 100% digital, com fortes níveis de segurança, incluindo encriptação de
voz e dados, sinalização e autenticação a partir das entidades dos utilizadores.

5.136 A tecnologia TETRA permite uma excelente qualidade de voz, chamadas rápidas, chamadas
individuais, chamadas de grupo, chamadas de emergência, comunicações criptadas seguras,
mensagens, geolocalização, interoperabilidade organizacional, técnica (entre equipamentos).

5.137 A tecnologia TETRA opera em dois modo de comunicação, Trunked Mode Operation (TMO)
e Direct Mode Operation (DMO).

5.138 TMO caracteriza-se pelo modo base da rede TETRA e fornece serviços de voz e dados. O
DMO é o modo de operação direto. É utilizado para permitir que os terminais TETRA possam
comunicar entre eles (tipo Walkie-Talkie) independentemente da área de cobertura da rede TMO.
DMO é um modo comunicação direta entre dois terminais TETRA ou vários terminais TETRA ou
estações móveis sem recorrer ao uso da infraestrutura da rede. No modo DMO o militar consegue
comunicar de forma simplex, com outros equipamentos num raio compreendido entre os 400 e os
2000 metros.
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5.139 Para selecionar o modo DMO, tem de se pressionar a tecla cardinal durante dois segundos.
Para voltar ao modo TMO pressionar novamente a tecla cardinal.

(a) SEPURA STP8000

Legenda:
1. Variação de volume
2. Botão de emergência. Para sua ativação deve ser pressionado botão
laranja pelo menos durante 3 seg.
3. Conetor de antena. Produz 1,8 Watts de Potência RF, nos modos DMO e
TMO.
4. LED- Quando a sua cor é verde, indica receção ou bateria carregada. O
amarelo indica em carga ou se for intermitente que o equipamento está a
receber uma transmissão. O vermelho indica que o PTT foi pressionado,
quer isto dizer que está em transmissão. Se o vermelho for intermitente
indica bateria fraca.
5. LED azul. Indica que a chamada não foi atendida ou que uma mensagem
não foi lida.
6. Ativação de funcionalidade. Acesso a funcionalidades através de um
único toque, o que permite navegação através menu do utilizador.
7. Teclas dupla função. Tecla 5 inversão do teclado; Tecla asterisco bloqueio
do teclado; Tecla 0 bloqueio do altifalante e tecla cardinal modo DMO.
8. Teclas navegação. Alternância entre submenus como o grupo
conversação e canal; definições ou registo entradas; Alternância
entre:abc,123,i@.
9. On / Off. Alternância entre Submenus: Grupo Conversação e Canal;
Mensagens de Status. Destaca o canal e grupo de conversação em que
se está a operar.
10. ID – Rádio. Identifica também a instituição a que o equipamento
pertence.
11. Grupo de conversação.

5.140 Para selecionar um novo canal, basta pressionar a tecla On/Off e com recurso às teclas de
navegação escolher o canal pretendido. De seguida, através da rotação do botão do volume
seleciona-se o canal de conversão pretendido. Para fixar o grupo de conversação, é necessário
pressionar a patilha PTT.

5.141 Para realizar uma comunicação deve-se segurar o rádio numa posição vertical à frente do
rosto com o rádio a uma distância mínima de 2,5 a 5 centímetros dos lábios.

b. Procedimentos de Comuniçações

5.142 O militar que desempenha a função de chefe de EIPS ou de comandante de SIPS


helitransportadas, tem de estabelecer comunicação com várias entidades e intervenientes na
operação no decurso da intervenção, tendo de fazer uso obrigatório de quatro aparelhos de
transmissão, para estabelecer comunicação com CDOS da ZA do TO, com o COS, com o meio

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aéreo e com os elementos que compõem a EIPS/SIPS, respetivamente, devendo utilizar os


aparelhos indicados em b. Procedimentos de comunicações.

1) Grupos de Conversação a Nível Distrital com o Comando Distrital de Operações de


Socorro

5.143 Canal 1, 2 e 3 (Pasta PCivil) - Grupo de conversação destinado à comunicação entre os


agentes de proteção civil (APC) e os utilizadores do SIRESP.

5.144 Disponível em todos os terminais dos APC de cada distrito e terminais da ANEPC (comandos
Distritais), UEPS/GNR, FFAA, INEM, AFOCELCA, ESF e outros usuários da rede SIRESP.

5.145 Sempre que as equipas da UEPS/GNR integrantes do DECIR, sejam acionadas para um TO,
farão uso de rádio SIRESP, no canal 3 (pasta P Civil) do distrito da ocorrência (Ex: LR3), permitindo
um contacto permanente com o CDOS do respetivo distrito na rede SIRESP;

5.146 O canal 3 permanecerá durante toda a operação para as comunicações com o CDOS, salvo
indicação em contrário do CDOS;

5.147 Os grupos de reforço e equipas helitransportadas, quando em deslocação para os TO em


distritos diferentes dos da sua origem, adotam o canal Interentidades, pasta P Civil (3-x) (AV- VS),
do distrito de destino.

2) Canais de Conversação em Teatro de Operações

5.148 Canais de 1 a 30 Pasta do Distrito- [Ex: PC MAN/1-30 LR (Pasta LEIRIA OP)].

5.149 Grupo de conversação de âmbito distrital destinado a assegurar, no TO, as comunicações de


nível manobra constantes no plano de comunicações, de acordo com o estabelecido no SGO.

5.150 Disponível em todos os terminais da ANEPC, CB, UEPS/GNR e SF.

5.151 Este canal é atribuído com o despacho da missão e serve para comunicar com o COS no TO,
sem prejuízo de poder ser atribuído um canal de Comando Tático nos TO de maior dimensão
(geralmente nas missões em ATA).

3) Verificação / Teste de Transmissões

5.152 Diariamente, após briefing e o treino operacional de embarque e desembarque, o chefe de


EIPS ou comandante de SIPS faz uma verificação das comunicações com o CDOS do distrito do
PIPS, através do canal 3.

Exemplo: “CDOS Coimbra, aqui chefe de Equipa do H25, verificação rádio”

4) Comunicações com o Piloto

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5.153 Normas para Utilização das Frequências da VHF–AM (banda aeronáutica)


(PIPS/Distrito/Nacional).

5.154 As comunicações com o piloto da aeronave são estabelecidas em situação normal através
do rádio E/R Portátil ICOM IC-A6E, na frequência VHF (banda aeronáutica) ou através da E/R
Portátil ICOM IC – F34GS em canal de manobra 4 (M04) VHF/FM (Banda Alta) sempre que as
comunicações na banda aeronáutica não forem possíveis ou se afigurem difíceis, ou ainda numa
ocorrência onde esteja a ser usada uma das frequências nacionais com vários meios aéreos
envolvidos na operação, caso em que a comunicação entre o Chefe de EIPS ou SIPS deve ser
estabelecida através da E/R Portátil ICOM IC – F34GS em canal de manobra 4 (M04) VHF/FM
(Banda Alta) por forma a descongestionar as comunicações na frequência aeronáutica.

5.155 Para comunicação através da frequência VHF (banda aeronáutica) devem ser respeitadas as
seguintes regras:

(a) Frequências dos Posto de Intervenção Proteção e Socorro

5.156 A cada PIPS é atribuída uma frequência de banda aeronáutica a qual é utilizada sempre que
é despachado um único Helicóptero de Ataque Inicial (HEATI) para uma ocorrência.

Tabela 5.1 - Frequências Aeronáuticas dos PIPS


Fonte: ANEPC

PIPS no Distrito de Frequência Aeronáutica


Aveiro 126.155 mhz
Beja 124.705 mhz
Braga 123.655 mhz
Bragança 126.155 mhz
Castelo branco 123.655 mhz
Coimbra 125.355 mhz
Évora 125.355 mhz
Faro 125.805 mhz
Guarda 125.805 mhz
Leiria 124.705 mhz
Lisboa 125.805 mhz
Portalegre 126.155 mhz
Porto 123.155 mhz
Santarém 123.155
Setúbal 123.655 mhz
Viana do Castelo 125.805 mhz
Vila Real 125.355 mhz
Viseu 124.705 mhz
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(b) Frequências Comando Distrital de Operações de Socorro

5.157 A cada CDOS é atribuída uma frequência de banda aeronáutica, a qual é utilizada sempre
que forem despachados dois HEATI para a mesma ocorrência (não incluindo helicópteros da
AFOCELCA) ou aeronaves provenientes de Espanha em ATI ou solicitadas pelo CDOS, no âmbito
do Protocolo Bilateral Portugal/Espanha. A frequência atribuída ao PIPS alternativos será a
frequência dos restantes PIPS do mesmo distrito.

Tabela 5.2 - Frequências Aeronáuticas CDOS


Fonte: ANEPC

CDOS Frequência Aeronáutica


Aveiro 122.830 mhz
Beja 123.930 mhz
Braga 124.955 mhz
Bragança 122.830 mhz
Castelo branco 129.705 mhz
Coimbra 129.805 mhz
Évora 124.955 mhz
Faro 129.805 mhz
Guarda 124.955 mhz
Leiria 124.955 mhz
Lisboa 129.805 mhz
Portalegre 122.830 mhz
Porto 129.705 mhz
Santarém 123.930 mhz
Setúbal 129.705 mhz
Viana do Castelo 123.930 mhz
Vila Real 129.805 mhz
Viseu 123.930 mhz

(c) Frequências Comando Nacional de Emergência e Proteção Civil

5.158 Ao CNEPC são atribuídas três frequências de banda aeronáutica e que estão sob sua gestão
direta, as quais são utilizadas sempre que forem despachados, para a mesma ocorrência, três ou
mais HEATI e/ou helicópteros da AFOCELCA e/ou helicópteros bombardeiros pesados (HEBP) e/ou
aviões bombardeiros independentemente da sua tipologia ou origem. De referir que, por defeito, os
helicópteros da AFOCELCA descolam na frequência 129.950 MHz, podendo esta ser alterada por
conveniência operacional.

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Tabela 5.3 - Frequências Aeronáuticas CNEPC/Nacionais


Fonte: ANEPC.

Frequência Frequência Aeronáutica


Primária 129.950 Mhz
CNOS
Secundária 129.625 Mhz
Terciária 123.050 Mhz

5) Verificação/Teste de Transmissões (Treino Operacional)

5.159 Diariamente, após briefing e o treino operacional de embarque e desembarque, o chefe de


EIPS ou comandante de SIPS faz uma verificação das comunicações com o piloto do meio aéreo,
através do rádio E/R Portátil ICOM IC-A6E, na frequência VHF (banda aeronáutica) e através da
E/R Portátil ICOM IC – F34GS em canal de manobra 4 (M04) VHF/FM (Banda Alta).

6) Verificação/Teste de Transmissões em Teatro de Operações

5.160 Após o desembarque em TO e quando o meio aéreo já está em voo para abastecimento de
água, o chefe de EIPS ou comandante de SIPS faz uma verificação das comunicações com o piloto
do meio aéreo, através do rádio E/R Portátil ICOM IC-A6E, na frequência VHF (banda aeronáutica).

7) Controlo da Eficácia das Descargas

5.161 O chefe de EIPS ou comandante de SIPS deve avaliar cada descarga e informar o piloto dos
resultados. Um maior grau de precisão será obtido em subsequentes lançamentos quando uma
correta avaliação é dada, permitindo ao piloto a introdução das necessárias correções.

5.162 As descargas são avaliadas nos seguintes parâmetros:

 Precisão

Avaliação do local da descarga

 100% de precisão = em cima das chamas;

 Descarga falhada = descarga fora da chama (zona verde);

 Concentração

Avaliação da quantidade de água lançada por distância percorrida (depende da velocidade e


altura da aeronave).

 Efetividade do produto descarregado

Avaliação da quantidade de água que cai sobre a extensão da chama por cada descarga
lançada (depende da velocidade da aeronave).

 Penetração no terreno

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Avaliação do efeito da descarga sobre a vegetação (depende da altura de voo)

 Altura

Avaliação da altura das descargas, quanto mais alto for o lançamento menor será a
penetração no terreno.

 Efeito produzido

Avaliação da eficácia da descarga em função das instruções transmitidas e dos objetivos


definidos, tendo em conta todos os parâmetros anteriores. Considera-se uma descarga 100%
eficaz, se cumpre todos os parâmetros.

5.163 Deve ter-se em consideração que o emprego dos meios aéreos num TO de incêndio rural, é
reduzir a intensidade e a razão de propagação das chamas para um nível que permita o seu perfeito
controlo pelas forças no terreno, não sendo necessária a continuação dos meios aéreos até à
completa extinção, devendo o chefe de EIPS ou comandante de SIPS dar a informação ao COS,
quando o incêndio estiver dominado.

c. Ponto de Situação do Teatro de Operações

5.164 “Conhecer o meio no qual se vão desenrolar as ações de combate, sendo capaz de
evidenciar, não apenas os problemas que possam surgir, mas também os recursos existentes no
TO, é vital para o sucesso da operação.”

5.165 O elemento mais graduado dos bombeiros ou o Chefe da EIPS/UEPS, caso seja o COS, deve
efetuar a comunicação do ponto de situação do TO, assim que tiver o reconhecimento efetuado.

5.166 Este ponto de situação tem como base os seguintes pressupostos:

Eu sou…
Eu estou…
Eu vejo…
Eu faço…
Eu solicito...
Eu assumo COS….
 EU SOU…Identificação do bombeiro ou chefe da EIPS/UEPS que está a efetuar a
comunicação.

 EU ESTOU…Identificar o local do incêndio (tendo como referência a Freguesia/Lugar mais


próximo).

 EU VEJO…Descrever a situação atual do incêndio, tendo como base os seguintes fatores:


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 Tipo e dimensão do incêndio;

 Velocidade de propagação;

 Tipo de combustível a arder e ameaçado;

 Continuidade horizontal e vertical do combustível;

 Tipo de relevo;

 Condições meteorológicas do TO;

 Pontos sensíveis (casas isoladas, povoações, parques de campismo, explorações


agrícolas ou pecuárias, linhas férreas, zonas com valor ecológico especial, etc…).

 EU FAÇO…Nesta comunicação devem ser referidas as reações imediatas que foram


tomadas com os meios que estão ao dispor no momento, assim como a sua localização e tipo
de manobra que as mesmas estão a efetuar.

Exemplos:
- Combate direto na cabeça do incêndio com VLCI/UEPS ou com recurso ao material sapador da EIPS
helitransportada
- Defesa perimétrica a habitação no flanco esquerdo
- Combate indireto no flanco direito

 EU SOLICITO…Para efetuarmos esta comunicação de forma a responder às necessidades


reais do TO, devemos estar informados dos meios que eventualmente já foram mobilizados e
se encontram a caminho do TO.

5.167 Ao solicitar mais meios para o TO devemos ter o cuidado de os tipificar e quantificar.

5.168 Este pedido deverá ser adequado às necessidades que foram constatadas perante a análise
da Zona de Ação naquele TO, podendo o mesmo contemplar:

 Meios terrestres de combate e apoio;

 Meios aéreos;

 Meios técnicos;

 Elementos de Comando;

 Outros considerados necessários.

 EU ASSUMO O COS…Para concluir a comunicação referente ao ponto de situação, o


elemento responsável pela mesma deverá assumir o Comando das Operações de Socorro
(COS), identificando-se a partir daquele momento e até à sua eventual substituição como:

COS da ocorrência em (nome da freguesia/lugar), é:


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 Posto;

 Nome;

 Número;

 Instituição;

Exemplo: COS da ocorrência em Arcozelo é 2º Sargento Joaquim Machado, NM 1996780 da UEPS.

NOTA: O Comando das Operações de Socorro deverá sempre ser assumido pelo elemento mais graduado
dos bombeiros ou do chefe da 1º EIPS a chegar ao TO, sem prejuízo de se encontrarem no local do incêndio
outras equipas de combatentes (Sapadores Florestais, FEB, UEPS).

5.169 Aos Pontos de Situação aplicam-se as seguintes instruções no que diz respeito às etapas de
um incêndio florestal:

 Incêndio Ativo

 Incêndio Dominado

 Incêndio em Rescaldo

 Reativação

 Incêndio Extinto

 Vigilância Ativa Pós-Rescaldo

 Reacendimento

d. Passagem de Comando

5.170 A passagem do Comando das Operações de Socorro, deverá ser efetuada sempre que
chegue ao local do incêndio um elemento da estrutura dos bombeiros com um posto mais elevado
que o anterior, ou caso de o COS ser o chefe da EIPS/UEPS essa passagem de comando deverá
ser efetuada à chegada ao TO do chefe da primeira equipa de bombeiros (preferencialmente cara-
a-cara) e deverá ter em conta a seguinte informação:

 Localização e extensão do incêndio;

 Meios no local e a caminho;

 Plano estratégico de ação;

 Progressos obtidos na execução dos objetivos táticos;

 Considerações sobre a segurança do pessoal;

 Localização dos meios e tarefas distribuídas;

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 Necessidade de reforços.

5.171 A passagem de comando termina quando o novo COS se identifica e informa todo o escalão
inferior que passou a assumir aquela função, transmitindo também essa informação ao CDOS local.

5.172 Em cada momento há só um elemento a comandar, dotado da respetiva competência e


autoridade que está, deste modo, no topo da pirâmide.

e. Cooperação com a Patrulha do Dispositivo Territorial da GNR

5.173 Durante o combate a um foco de incêndio, seja durante o ATI, seja durante o ATA, estão
sempre presentes vários agentes de proteção civil naquela Zona de Ação, nomeadamente militares
da UEPS, militares do dispositivo territorial da GNR, bombeiros, elementos da FEB, elementos das
equipas de sapadores florestais, AFOCELCA, AGRIS, etc…, em que todos esses agentes têm um
comando próprio ou elemento responsável pelo qual devem obedecer.

5.174 Mas como foi abordado no ponto anterior em cada TO e em cada momento só há um
elemento a comandar/coordenar, e esta premissa deverá ser tida em conta independentemente do
elemento da instituição que assume essa função, para se atingir o sucesso da missão, que será a
extinção do foco de incêndio.

5.175 No que concerne à colaboração dos militares da UEPS com os militares do dispositivo
territorial da GNR, será essencialmente na transmissão de informações, noticias, testemunhos ou
mesmo identificação de suspeitos relativos à ocorrência, nomeadamente identificar as causas do
incêndio, o ponto inicial da eclosão e por fim se forem detetados vestígios, deverão estes ser
preservados.

5.176 Vamos agora abordar as principais causas de incêndios florestais, e os procedimentos de


identificação e preservação de vestígios de um incêndio florestal.

5.177 O uso do fogo pelo ser humano é entre outras razões para, queimar sobrantes da exploração
agrícola ou florestal, para fumar, para queimar lixo, lançar foguetes, etc…, em Portugal estão
identificadas como principais causas dos incêndios florestais:

 Origem humana, descuido, acidente e por Intenção: Queimadas, Queima de lixos,


Lançamento de foguetes, Cigarros mal apagados, Linhas elétricas.

 Os incêndios de causas naturais pertencem a uma pequena percentagem do número


total de ocorrências.

1) Causas desconhecidas - Incêndios que, apesar de investigados, não se determinou a causa


por falta de provas

2) Causas Naturais - os raios (faíscas) normalmente em trovoadas secas

Organização no Teatro de Operações


5-48
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

3) Causas Acidentais - transportes e comunicações (linhas elétricas e caminhos de ferro);


maquinaria e equipamento (tubos de escape, maquinaria agrícola e florestal); explosivos;
disparos de caçadeira; exercícios militares; etc...

4) Causas Estruturais - conflitos de caça; danos provocados pela vida selvagem; alterações do
uso do solo; pressão para venda de material lenhoso; limitações ao uso e gestão do solo;
contradições no uso e fruição dos baldios; instabilidade laboral ligada aos incêndios florestais

5) Incendiarismo - manobras de diversão; brincadeiras de crianças; irresponsabilidade de


menores; provocações aos meios de combate; conflitos entre vizinhos; vinganças; piromania;
vandalismo.

Quais serão os motivos que levam algumas pessoas a provocar um incêndio?

 Interesse económico pessoal:

 Queima-se a propriedade do vizinho para proteger a própria propriedade.

 Queima-se porque alguém pagou para isso.

 Queima-se para melhorar as pastagens e coutadas.

 Interesse económico indireto:

 Para obrigar a população a vender madeira;

 Para destruir pragas;

 Para obter trabalho no local;

 Para desvalorização de um terreno.

 Objetivo ou satisfação pessoal:

 Por desrespeito ou inveja em relação a outros proprietários;

 Por conflitos com os vizinhos;

 Pela convicção de que é bom que as matas ardam;

 Impulsos pessoais e embriaguez.

 Perturbações mentais e imaturidade:

 Piromaníacos (ou incendiários);

 Diminuídos mentais;

 Crianças.

Consequências da Ocorrência de Incêndios Florestais:


Organização no Teatro de Operações
5-49
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

 As emissões de gases e partículas libertadas durante um incêndio, responsáveis por


alguns impactos ambientais;

 Uma área devastada por um incêndio florestal, quando sujeita a chuvas intensas, pode
originar mais facilmente, outro tipo de riscos tais como deslizamentos e cheias;

 Com a destruição da camada superficial vegetativa os solos ficam mais vulneráveis a


fenómenos de erosão;

 Morte e ferimentos nas populações e animais (queimaduras, inalação de partículas e


gases);

 Destruição de bens (casas, armazéns, postes de eletricidade e comunicações, etc.);

 Corte de vias de comunicação;

 Alterações, por vezes de forma irreversível, do equilíbrio do meio natural;

5.178 Reprodução e disseminação de pragas e doenças, quando o material ardido não é tratado
convenientemente.

5.179 Neste contexto, pretende-se dar a conhecer os pressupostos da transmissão de um correto


Ponto de Situação, através do rádio,recorrendo ao Guia de Comando (SGO), conforme anexo D,
de forma que o escalão superior tenha pleno conhecimento do estado da ocorrência. Conhecer o
meio no qual se vão desenrolar as ações de combate, sendo capaz de evidenciar não apenas os
problemas que possam surgir, mas também os recursos existentes nos teatros de operações, é vital
para o sucesso da operação.

Organização no Teatro de Operações


5-50
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ANEXO A – MODELOS DE COMBUSTÍVEL

Nº Farsite Tabela A.1 - Descrição dos Modelos de Combustível Nacional


Modelo
Grupo

Descrição do complexo combustível Aplicação

Folhada muito compacta de coníferas com Povoamentos de Pseudotsuga, Cedrus, Cupressus,


F-RAC

214

agulha curta. Chamaecyparis, Pinus sylvestris, P. nigra. Formações


Carga de combustível fino: 4-6 (t/ha) maduras de Acacia dealbata.
Folhada compacta de folhosas com folha Povoamentos de carvalho, castanheiro, vidoeiro e faia.
F-FOL
Folhada (F)

212

caduca ou perene. Sobreiral e azinhal densos, medronhal e acacial


Carga de combustível fino: 2-5 (t/há) (exceto A. dealbata).
Folhada de pinhais de agulha média a longa. Pinhais de P. pinaster, P. pinea, P. halepensis, P.
F-PIN

213

Carga de combustível fino: 4-7 (t/ha) radiata.


F-EUC

Folhada de eucalipto.
211

Eucaliptal.
Carga de combustível fino: 4-6 (t/ha)

Folhada de folhosas caducifólias com sub-


M-CAD

bosque arbustivo, usualmente com bastante


221

Povoamentos de carvalho, castanheiro, vidoeiro e faia.


combustível vivo.
Carga de combustível fino: 8-17 (t/ha)
Folhada de folhosas esclerofilas com sub-
M-ESC

222

bosque arbustivo. Sobreiral e azinhal.


Carga de combustível fino: 7-17 (t/ha)
Folhada e vegetação (M)

Folhada de pinheiro de agulha média a longa


Pinhais de P. pinaster, P. pinea, P. halepensis, P.
M-PIN

227

com sub-bosque arbustivo.


radiata.
Carga de combustível fino: 8-18 (t/ha)
Folhada de eucalipto com sub-bosque
M-EUC

223

arbustivo. Eucaliptal.
Carga de combustível fino: 9-18 (t/ha)
Folhada descontínua de eucalipto com ou sem
M-EUCd

224

sub-bosque arbustivo nas linhas de plantação. Eucaliptal jovem ou recentemente gradado.


Carga de combustível fino: 1-4 (t/ha)
Folhada com sub-bosque herbáceo. Povoamentos florestais, independentemente da
M-H

226

Carga de combustível fino: 2-5 (t/ha) espécie.


Folhada com sub-bosque de fetos. Povoamentos florestais, independentemente da
M-F

225

Carga de combustível fino: 6-9 (t/ha) espécie.


Matos e charnecas de urze, tojo, carqueja, zimbro.
Vegetação

Mato baixo (<1 m) com bastante combustível


V-MAb

Povoamentos abertos ou jovens, independentemente


234
(V)

morto e/ou fino.


da espécie, com estrato arbustivo constituído por
Carga de combustível fino: 7-14 (t/ha)
aquelas espécies.

Modelos de Combustível
A-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Matos de urze, tojo ou carqueja, ou giestal velho.


V-MAa Mato alto (>1 m) com bastante combustível Povoamentos abertos ou jovens, independentemente

233 morto e/ou fino. da espécie, com estrato arbustivo constituído por
Carga de combustível fino: 12-27 (t/ha) aquelas espécies. Regeneração natural densa de
pinhal.
Matos de giesta, piorno. Matos de esteva, carrasco,
Mato baixo (<1 m), com pouco combustível
zambujeiro, medronheiro, lentiscos e outras espécies
V-MMb

morto e/ou com folhagem relativamente


237

mediterrânicas. Silvados. Povoamentos abertos ou


grosseira.
jovens, independentemente da espécie, com estrato
Carga de combustível fino: 4-8 (t/ha)
arbustivo constituído por aquelas espécies.
Matos de giesta, piorno. Matos de esteva, carrasco,
Mato alto (>1 m) com pouco combustível morto zambujeiro, medronheiro, lentiscos e outras espécies
V-MMa

236

e/ou com folhagem relativamente grosseira. mediterrânicas. Silvados. Povoamentos abertos ou


Carga de combustível fino: 10-19 (t/ha) jovens, independentemente da espécie, com estrato
arbustivo constituído por aquelas espécies.

Mato baixo (<1 m) e verde, frequentemente


V-MH

235

Matos jovens, até 3 anos de idade desde o último fogo.


descontínuo e com herbáceas.

Erva baixa (<0,5 m). Arrelvados, prados, pastagens, pousios recentes.


232
Hb
V-

Carga de combustível fino: 1-1 (t/ha) Restolhos. Montados.


Erva alta (>0,5 m). Arrelvados, prados, pastagens, pousios recentes.
231
Ha
V-

Carga de combustível fino: 2-4 (t/ha) Cereais. Juncais. Montados.

Modelos de Combustível
A-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ANEXO B – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Tabela B.1 - Descrição do EPI

EPI CARACTERÍSTICAS FUNÇÃO

Fabricado em material termoplástico de cor


branca, equipado com um sistema de
ventilação especial protegido que pode ser
fechado por um slider na parte superior.
Elementos externos:
O capacete é feito de uma única peça de PC /
ABS, possui um sistema de ventilação, âncora
para óculos, braçadeiras para sistema de luz
frontal, âncora para lanterna, sistema de
● Proteção da cabeça, contra
Capacete de proteção individual

peneira dobrável e grade de compensação. Da


golpes, calor e queda de
mesma forma, protetores auditivos, protetores
partículas.
de pescoço, sistemas de rádio e vídeo podem
● Permitir acoplar os seguintes
ser incorporados.
acessórios opcionais: Viseira
Elementos internos:
Externa em policarbonato
O arnês interior do design multi-tamanho XS
e/ou óculos, lanterna,
para XL. Possui um sistema de ajuste de roleta,
sistema de comunicação,
juntamente com tecidos acolchoados
tapa nuca removível ignífugo,
respiráveis que compõem um arnês
fitas refletoras.
completamente ergonômico e confortável.
Na frente do capacete ostenta o brasão de
armas da GNR, dístico de 2 dragões em redor
de uma espada antiga. na traseira por cima da
aba ostenta a sigla GNR em letras refletora.
Capacete de cor laranja que identifica a patente
de oficial, amarelo a patente de sargento e
branco a patente de guarda;

Equipamento de Proteção Individual


B-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Armação fabricada “URETHANE” ou


equivalente a material de alta resistência à
temperatura. Armação ventilada e sistema de
filtragem que permite a fácil eliminação da

Óculos de Intervenção Florestal


humidade provocada pela transpiração em
simultâneo não permite a entrada de poeiras,
● Proteção de olhos contra a
fumos e partículas. Armação acolchoada que
radiação, fumos, projeção de
permite a selagem uniforme à face e excelente
partículas e partículas
conforto. Lente em policarbonato anti-
incandescentes.
embaciante, anti risco, proteção a 100% contra
● Proteção de parte do rosto
os raios solares (UVA e UVV), a excelente
contra a radiação.
qualidade ótica da lente permite uma visão
clara (sem distorção). Lente de alta resistência
ao impacto, excedendo o impacto balístico de
calibre 22 (teste MIL-V-435 II C). Existe ainda a
possibilidade de colocar lentes graduadas no
interior. Compatível com o capacete florestal.
Tapa nucas de intervenção

● Proteção contra a radiação.


● Proteção contra a queda de
Composto por Tecido, 75%Meta-Aramida, 23%
florestal

partículas para dentro do


P-Aramida 2% Antistatico, 195 Gr/m2.
casaco.
Compatível com o capacete floresta;
● Proteção contra inalação de
fumo.

● Protege a cabeça, a região


Cógula de intervenção florestal

cervical e a parte superior


dos ombros.
● Permite também o uso de
A sua camada dupla na totalidade é de meta- óculos, do capacete de
aramida/FR base de viscose e o tecido é proteção, de equipamentos
ignífugo 200g/m2. de comunicação e máscara
de proteção.
● Proteção das vias aéreas
contra inalação da radiação
ou fumos.

Equipamento de Proteção Individual


B-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Máscara de Proteção Facial de intervenção florestal


Adaptável ao pescoço ou à cabeça, suporte
ajustável ao nariz. Pode ser complementado
com uma máscara de filtro para partículas ● Proteção de Cara contra
sólidas ou gases tóxicos. Deverá ser radiação.
compatível com o casaco florestal e com ● Proteção das vias aéreas
Riscas refletoras. Tecido do século XXI: contra inalação da radiação
NOMEX três camadas 265 gr / cm3, para um ou fumos.
isolamento térmico perfeito e proteção contra ● Proteção do pescoço contra
radiação do seu usuário, pontos de Nomex e a radiação.
especialmente resistentes a fricção e desgaste
provocados pelo ambiente florestal;

De cor bege composto por 60% modacrílico,


40% algodão penteado em malha interlock de
Camisa de Intervenção Florestal

200g/m2 (+5%; -5%). As mangas são curtas e


terminam em bainha com 2 cm, a gola
apresenta-se em forma de mala canelada com
2cm de largura. Na frente, do lado direito, Proteção de tronco, parte
apresenta o logótipo “Açor” em bordado direto dos membros superiores
a 3 cores e, abaixo deste, a sigla UEPS. Na contra radiação;
frente, lado esquerdo, apresenta velcro, para
colocação do distintivo de posto. Nas costas,
centrado a 7 cm da costura da gola, é colocada
a sigla GNR e a 2 cm abaixo desta, é colocada
a sigla UEPS.

Equipamento de Proteção Individual


B-3
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

O tecido é em construção rip stop e oil and


water repelente (OWR) confecionado em 69%
meta-aramida (+1%;-1%) com o corte mínimo
de 80 mm de comprimento na fibra, 30% (+1%;-
1%) para-aramida e 1% anti estático (+0.5%; -
0,5%), com uma gramagem de 220 g/m2
(+5%;-5%) de cor Sahara; Confecionado com
fio ignífugo e costuras sobrepostas. Todos os
botões são ocultos por carcela dupla com 7 cm
de largura; Tem gola redonda subida, com
Casaco de Proteção e Intervenção Florestal

cerca de 6 cm de altura, a terminar em bico,


aperta à frente através de velcro. Possui três
bolsos à frente. Apresenta um reforço, do ● Proteção de tronco,
mesmo tecido, nos cotovelos e ombros. As membros superiores contra
mangas terminam com punhos em malha rib radiação;
tubular, ignífuga, com 10 cm, justos ao pulso. ● Proteção de parte do
Apresenta fita refletora tripla e ignífuga em Pescoço contra radiação.
redor do peito e costas. Em cada manga, ● Proteção de parte das mãos
abaixo do distintivo e brasão “UEPS”, leva contra radiação.
centrada na parte posterior da manga, fita ● Proteção de parte da bacia.
refletora tripla e ignífuga. No bolso colocado no
lado direito do peito tem um velcro, para
colocação do distintivo de posto. No peito, do
lado direito, tem um velcro para colocação do
nome. Acima deste, centrado, tem a sigla
“GNR”.
Costas: Na parte superior, apresenta uma pega
para resgate, do mesmo tecido do dólman e
com precinta no interior. Abaixo desta,
apresenta a sigla “GNR”. Na manga esquerda
apresenta o distintivo “UEPS”. Na manga
direita apresenta Brasão “UEPS”.
Luvas de Proteção e Intervenção

● Protege as mãos do
Luvas de 5 dedos com tela Nomex® Delta TA desgaste provocado pelo uso
ou similar, nas costas e uma Palma de couro das ferramentas.
Florestal

tratado PYROHIDE®, ou equivalente. Com um ● Protege as mãos da


fecho de velcro no punho alongado malha sem radiação.
costuras de Kevlar. ● Protege parte do antebraço
da radiação.

Equipamento de Proteção Individual


B-4
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

O tecido é em construção rip stop e oil and


water repelent (OWR) confecionado em 69%

Calças de Proteção e Intervenção Florestal


meta-aramida (+1%;-1%) com o corte mínimo
de 80 mm de comprimento na fibra, 30% (+1%;-
1%) para-aramida e 1% anti estático (+0.5%; -
● Protege as pernas da
0,5%), com uma gramagem de 220 g/m2
radiação.
(+5%;-5%) de cor Sahara. Confecionado com
● Protege as pernas do
fio ignífugo e costuras sobrepostas, com dois
contacto com a vegetação.
bolsos de faca na frente. Sete passadores c/35
● Protege a zona pélvica da
mm de largura, reforços em tecido, entre
radiação.
pernas, na parte traseira e nos joelhos. Carcela
● Protege a zona da bacia da
com botões. Dois bolsos laterais de 21 x 18,5
radiação.
cm nas pernas, com fole e pala, a ajustar com
velcro. Bainha com elástico. Possui reforço à
radiação calorífera na parte superior das calças
desde a linha da cintura até à linha inferior do
reforço do joelho.

Cinturão em cor preta e fivela ultrarresistente


para forças superiores a 2000 kg. Extremidade
reforçada em diagonal para facilitar a sua
Cinturão Tático

utilização. Possui 4,5 cm de largura, é


Sem especificações de
composto por 2 camadas de nylon, com uma
proteção
camada interna em Permastiff™ ou similar e
com triplas costuras entre si. Deve proporcionar
uma base sólida e estável para o coldre e todo
o restante equipamento.

Equipamento de Proteção Individual


B-5
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Com certificação: EN 15090:2012, Classe I,


Tipo 1, HI3, CI, R e SRC. Requisitos técnicos:
Pele da gáspea, lateral, vira e traseiro: Couro
bovino “flor” hidrofóbico de 2,4 a 2,8 mm de
espessura. Pele do cano e da zona de flexão:
Couro bovino suave, hidrofóbico de 1,0 a 1,4
mm de espessura. Zona de flexão para facilitar
o movimento longitudinal de caminhada e
condução de veículos, sem comprometer o
suporte lateral da articulação tibiotársica.
Passadores de atacadores metálicos,
antiferrugem, rebitados: Fechados (4 pares);
Abertos, fechando com a tensão dos
Botas de proteção e combate em incêndios florestais

atacadores (4 pares); Sola de borracha


ignífuga, resistente ao deslizamento, a óleos e
gasolina, anti estática, não marcante e com
auto limpeza (com sulcos arredondados).
Interior injetado com espuma de Poliuretano
expansível para melhor absorção de impactos ● Protegem os pés da
e isolamento térmico. Altura do cano, a medir radiação.
no interior na zona do calcanhar até ao ponto ● Protegem os pés da
mais alto do cano, excluindo a língua: entre 21 condução.
a 23 cm. Forro laminado, de 4 camadas, onde ● Protegem a parte inferior das
uma é bi-componente baseada em e PTFE, pernas da radiação.
com: Peso de 350 ± 30 g/m² e espessura de 1.9
± 0.3 mm. Resistência ao abrasão: a Seco ≥
500,000 ciclos e Húmido ≥ 200,000 ciclos, de
acordo a EN ISO 20344, ponto 6.12. Palmilha
de proteção metálica, afastada o mais possível
da palmilha de montagem, estando as duas
isoladas entre si pela espuma de poliuretano,
evitando assim o potencial sobreaquecimento
provocado pelo calor exterior proveniente do
combate a incêndios. Palmilha amovível,
anatomicamente moldada, absorvente de
humidade e lavável. Palmilha de montagem,
não tecida, em feltro absorvente de humidade,
com 2,3 a 2,7 mm de espessura, com cunha
metálica. Contraforte, moldado
anatomicamente para acompanhar e fixar a
anatomia do calcanhar, fabricado em
aglomerado de fibras de pele.

Equipamento de Proteção Individual


B-6
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

O Abrigo de emergência proporciona proteção


adicional à chama direta, reflete a radiação de
calor e inclui ar respirável. A camada exterior é
composta por uma folha de alumínio que reflete
a radiação de calor (tecido de sílica) em que
Confere proteção para o

Fireshelter
retarda a passagem do calor para o interior do
indivíduo em caso de
equipamento. A camada de folha exterior
emergência, consoante as
reflete aproximadamente 95% do calor. A
regras pré-estabelecidas.
camada interior é feita de (fibra de vidro) folha
laminada que impede que o calor seja irradiado
para a pessoa que está dentro do equipamento.
Composta por manguitos para permitir uma
rápida implantação.
Mochila de Hidratação

Mochila de hidratação com mais de 1.5 lts de


água e nunca mais que 3 lts. A mochila de Sem especificações de
transporte ´r composta de material ignífugo e proteção.
com alças ajustáveis.

Colete que permite transportar em simultâneo:


Reservatório de água de 2 Lt mais 2 Abrigos
anti fogo mais 2 rádios. Possui ainda presilhas
que permitem acrescentar bolsas ou outro tipo
de objetos presos ao colete, como bolsas porta
Colete Tático de Intervenção IF

rádios até 4 unidades. O colete dispõe de alças


que permitem um ajuste de tamanho para cada Colete multifuncional para
utilizador, bem como um regulador de cintura. todas as funções, ao qual
O colete dispõe de 2 bolsos interiores para o deve ser distribuído e
transporte de documentos ou objetos pessoais. acoplado o material
Características: cordura 1000 DNE; nylon correspondente a função
ripstop; rede malha dupla, respirável; espuma exercida pelo utilizador.
ml EVA 6 mm / m ht1; fitas 25 mm -100%
Polyester - nas costas e na frente do colete
deverá ostentar a sigla GNR em letra arial black
refletora visível a 10 metros. Componentes das
Bolsas de Transporte de Rádio: cordura 1000
DNE; acrílico PETG cristal 099.

Equipamento de Proteção Individual


B-7
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

Destina-se ao transporte de

Mochila Mais de 24 h
material mais de 24 horas para
incêndios florestais ou missões
de proteção e socorro. Todos
Sem especificações.
os operacionais devem ter a
mochila preparada para serem
projetados no tempo de uma
hora.

Regulamentos europeus ATEX: II 1 GD Ex ia


IIC T4 Ga / Ex ia IIIC T 85ªC Da LOM
Lanterna (de mão e capacete )

12ATEX2004
Peso: 125gr (bateria incluída)
Medidas: 15 x 3,8 x 4,4 cm
Material que tem de estar
LED branco de alta intensidade 135 Lumens
acoplado ao capacete a todo o
Anel fotoluminescente para alta visibilidade
momento.
Força máxima do corpo de resina
Autonomia: 4h (intensidade máxima), 30h
(baixa intensidade)
Fonte de alimentação: bateria de lítio de 3,7 V
ou 4 pilhas alcalinas R03 AAA

Tecnologia patenteada Air Flow ControlTM para


atenuação ideal;
Almofadas que se encaixam sob pressão e são
substituíveis;
Compatível com uma grande variedade de
Supressores de ruido

Material de proteção auditiva a


capacetes;
ser usado pelos elementos que
Os fones de ouvido são colocados no lugar
compõem a equipa
certo durante o trabalho e recolocados quando
helitransportada e
não
motosserrista (em combate
usar
helitransportado ou terrestre).
-Material de cintagem: Aço
-Material da almofada: PVC e poliuretano
-Resiste até 23 dB
Com a norma EN 352- 3-3: 2002, ISO 4869-1:
1990, ISO 4869-2: 1992 / UE

Equipamento de Proteção Individual


B-8
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ANEXO C – REGISTO DA FORÇA PARA CONTROLO EM GRANDES INCÊNDIOS


FLORESTAIS (GIF)

ATI
PIPS de:

N.º Nome Número total de elementos

Chefe de equipa

Contacto Telefónico :

Viaturas Tipologia Matricula

Observações

DATA: TO:

Registo da Força para Controlo em Grandes Incêndios Florestais (GIF)


C-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ATA

COMPANHIA de:
N.º Nome Número total de
elementos
Comandante

Contacto Telefónico :

Viaturas* Tipologia Matricula

VC 00 VC 00 – AA - 00 X

VLCI 01 VL

.. X

.. X

Observações

DATA: TO:

Registo da Força para Controlo em Grandes Incêndios Florestais (GIF)


C-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

ANEXO D – GUIA DE COMANDO

Guia de Comando
D-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR

BIBLIOGRAFIA

ASSEMBLEIA DA REPUBLICA, (2007). Lei n.º 63/2007, de 6 de novembro. Aprova a Lei Orgânica
da GNR.

AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL, (2009). Manual Operacional Emprego dos


Meios Aéreos em Operações de Protecção Civil, 1.ª Edição – abril de 2009.

COMANDO NACIONAL DE OPERAÇÕES DE SOCORRO (2019). Diretiva Operacional Nacional


n.º 2, Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais. Autoridade Nacional de
Emergência e Proteção Civil. Lisboa

DELGADO, Ibarra D.; Palma Luis V. (2010). Manual para el Entrenamiento y Adiestramiento de
Brigadistas Forestales. Corporación Nacional Forestal, Dirección Regional del Biobío. Chile

ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS, (2006). XIII Combate a Incêndios Florestais: Guião do


Formador. Manual de Formação Inicial do Bombeiro. Sintra

ESCOLA NACIONAL DE BOMBEIROS, (2011). Comportamento do incêndio florestal em vales


encaixados, Lousã.

EUROPEAN DG ECHO (Directorate General European Civil Protection And Humanitarian Aid
Operations), (2017). FOREST FIRE MULTILINGUAL GLOSSARY PORTUGUESE
VERSION. Mediterranean Forest Fire Fighting Training Standardization (MEFISTO project).

FLORES, B. C.; ORNELAS, E.A.; DIAS, L.E.; (2016). Manual de Bombeiros: Fundamentos de
Combate a Incêndio. 1ª Edição, Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. Brasil.

GOVERNO DE PORTUGAL, (2018). Decreto-Lei n.º 113/2018, de 18 de dezembro. Cria a Unidade


de Emergência, Proteção e Socorro (UEPS) na GNR.

GOVERNO DE PORTUGAL, (2021). Decreto-Lei n.º 82/2021, de 13 de outubro. Estabelece o


Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais no território continental e define as regras de
funcionamento.

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