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dezembro 2021
Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma
derrota.
Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05
dezembro de 2021
(RESERVADO)
FICHA TÉCNICA
Telecópia: 218807025
e-mail: cdf@gnr.pt
Grupo de Trabalho:
DESPACHO
(Por delegação de competências nos termos da alínea e) do n.º 1 do Despacho n.º 370/21-OG, do Exmo. GCG, de 03NOV21)
O 2.º Comandante-Geral
2º Comandante-geral
DESPACHO
V
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(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
PREÂMBULO
Depois da floresta ardida não fica nada para os olhos dos mais leigos. Mas quando a paisagem não
é mais do que troncos calcinados, cinzas, carcaças de animais e a tristeza no coração das gentes
que tudo perderam, os investigadores avançam para o terreno.
Com a publicação do DL n.º 22/2006, de 22 de fevereiro, além da criação do Grupo de Intervenção,
Proteção e Socorro (GIPS), a estrutura do Corpo Nacional de Guardas Florestais (CNGF) foi
integrada na Guarda Nacional Republicana (GNR), sendo por esta assumidas todas as suas
competências. Com a publicação do DL n.º 113/2018 foi criada a Unidade de Emergência de
Proteção e Socorro (UEPS), e com ela, uma nova valência no combate aos incêndios Rurais, o
Ataque Ampliado (ATA).
O presente manual surge da necessidade imperiosa de munir, em particular, os operacionais da
UEPS e, em geral, todos os militares da GNR envolvidos na problemática dos incêndios, de
informação e documentação indispensável ao exercício das suas funções. A missão e as atribuições
da UEPS são prosseguidas em todo o território nacional, articulando -se operacionalmente no
comando único do sistema integrado de operações de proteção e socorro e no sistema de gestão
integrada de fogos rurais, sem prejuízo da dependência hierárquica e funcional no quadro da
Guarda.
O objetivo fundamental deste manual é o de sistematizar todo um modelo de combate a incêndios
Rurais na vertente de ataque Inicial (ATI) e ATA. Procura disponibilizar conhecimentos e
ferramentas que permitam, no terreno, o cumprimento em segurança da missão de combate a
incêndios rurais. Pese embora as diversas definições apresentadas na literatura especializada, a
diversa gama de definições e/ou conceitos relativos ao ATA e Ataque Estendido, tentará ser descrita
e organizada como um processo participado, por meio do qual, avaliados e avaliadores de um
serviço, identificam em conjunto objetivos coletivos e individuais, são definidas áreas vitais de
atuação, cadeia de responsabilidades e resultados a alcançar, usando medidas como orientação e
estabelecendo os contributos individuais.
Este manual passa a constituir doutrina, fornece informação e define trâmites que norteiam a
atuação e procedimentos da nova Unidade Emergência de Proteção e Socorro da GNR,
constituindo-se como uma importante ferramenta de apoio aos que, diretamente ou indiretamente,
intervêm no processo de combate a incêndios florestais/rurais.
O Comandante do Comando da Doutrina e Formação
PREÂMBULO
VI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
ÍNDICE GERAL
DESPACHO ................................................................................................................................... V
PREÂMBULO ................................................................................................................................ VI
ÍNDICE GERAL ............................................................................................................................ VII
ÍNDICE DE FIGURAS, TABELAS E QUADROS ......................................................................... XV
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS ........................................................... XXVI
AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ XXX
CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO .......................................................................................... 1-1
SECÇÃO I - MISSÃO DA UNIDADE DE EMERGÊNCIA DE PROTEÇÃO E SOCORRO .......... 1-2
SECÇÃO II - DEFINIÇÕES E CONCEITOS .............................................................................. 1-7
SECÇÃO III - MECANISMOS DE COMBUSTÃO, TRANSMISSÃO E PROPAGAÇÃO DE CALOR
............................................................................................................................................... 1-18
a. Fases da combustão.................................................................................................... 1-18
b. Formas de Transmissão de Calor ................................................................................ 1-20
1) Convecção ............................................................................................................... 1-20
2) Radiação .................................................................................................................. 1-20
3) Condução ................................................................................................................. 1-21
c. Desenvolvimento e Crescimento de um Incêndio ........................................................ 1-22
1) Fogo Pontual ............................................................................................................ 1-23
2) Anel .......................................................................................................................... 1-23
3) Fogo Linear .............................................................................................................. 1-23
4) Constituição do Incêndio .......................................................................................... 1-23
d. Formas de Propagação ............................................................................................... 1-24
1) Incêndios de Superfície ............................................................................................ 1-24
2) Incêndios de Copas.................................................................................................. 1-25
3) Incêndios Subterrâneos............................................................................................ 1-25
SECÇÃO IV - INFLUÊNCIA AMBIENTAL ............................................................................... 1-26
a. Combustíveis ............................................................................................................... 1-26
1) Definição .................................................................................................................. 1-27
2) Estratos .................................................................................................................... 1-27
3) Condições Edafoclimáticas ...................................................................................... 1-28
4) Classificação ............................................................................................................ 1-28
5) Características ......................................................................................................... 1-30
6) Quantidade de Combustível ..................................................................................... 1-31
7) Tamanho e Forma .................................................................................................... 1-32
8) Compactação ........................................................................................................... 1-33
ÍNDICE GERAL
VII
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ÍNDICE GERAL
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a. Definição...................................................................................................................... 1-86
1) Projeções ................................................................................................................. 1-86
2) Focos Secundários................................................................................................... 1-87
3) Conflagrações .......................................................................................................... 1-87
4) Fogos Eruptivos ....................................................................................................... 1-87
5) Fogos de Copas ....................................................................................................... 1-88
6) Fogo de Salto ........................................................................................................... 1-88
7) Vórtices de Fogo ...................................................................................................... 1-88
8) Condições Determinantes ........................................................................................ 1-89
SECÇÃO VII - PSICOLOGIA DO FOGO ................................................................................. 1-89
a. O Fogo na Perspetiva Científica .................................................................................. 1-90
1) Controlo e Autocontrolo em Situações de Limite ...................................................... 1-91
2) Patologias Associadas ao Fogo ............................................................................... 1-92
3) STRESS................................................................................................................... 1-93
4) Ansiedade ................................................................................................................ 1-93
5) Pânico ...................................................................................................................... 1-95
6) Depressão nervosa .................................................................................................. 1-96
CAPÍTULO 2 - MEIOS E EQUIPAMENTO DE COMBATE .......................................................... 2-1
SECÇÃO I - EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL .................................................... 2-1
a. Vestuário de Proteção Individual ................................................................................... 2-1
1) Normas de utilização do vestuário .............................................................................. 2-2
b. Equipamento de proteção individual e sobrevivência ..................................................... 2-4
1) Normas de utilização do equipamento........................................................................ 2-4
SECÇÃO II - AGENTES EXTINTORES .................................................................................... 2-5
a. Agentes Extintores ......................................................................................................... 2-5
1) Água........................................................................................................................... 2-5
2) Retardantes/Caldas.................................................................................................... 2-6
3) Espumas .................................................................................................................... 2-6
4) Terra .......................................................................................................................... 2-6
5) Agente Explosivo........................................................................................................ 2-7
SECÇÃO III - MEIOS DE COMBATE ........................................................................................ 2-9
a. Ferramentas Manuais .................................................................................................... 2-9
1) Identificação ............................................................................................................. 2-10
2) Classificação ............................................................................................................ 2-13
3) Ferramentas que atuam sobre os combustíveis ....................................................... 2-16
4) Ferramentas que atuam sobre o oxigénio ................................................................ 2-21
ÍNDICE GERAL
IX
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FIGURAS
Figura 2.72 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015 ------------------------------ 2-98
Figura 2.73 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente -------------------------- 2-98
Figura 2.74 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente ----------------------------------------------- 2-99
Figura 2.75 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração ---------------------------------------------- 2-99
Figura 2.76 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração ---------------------------------------------- 2-100
Figura 2.77 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011 -------------------------- 2-100
Figura 2.78 - Citroen Spacetourer 2.0 Blue HDI 2016-presente --------------------------------------- 2-101
Figura 2.79 - Skoda Octávia 1.9 TDI segunda geração 2004-2013 ----------------------------------- 2-101
Figura 2.80 - MAN TGM 13.290 4x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-102
Figura 2.81 - MAN TGS 35.460 8x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-102
Figura 2.82 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006 ---------------- 2-103
Figura 2.83 - Mitsubishi L200 cabine dupla quarta geração 2006-2015 ----------------------------- 2-104
Figura 2.84 - Mitsubishi L200 cabine dupla quinta geração 2015-presente ------------------------- 2-104
Figura 2.85 - Toyota Hilux quarta geração 2016-presente ---------------------------------------------- 2-105
Figura 2.86 - Mitsubishi Pajero 3.2 Diesel GLS 3ª geração --------------------------------------------- 2-106
Figura 2.87 - Mitsubishi Pajero 3.2 DI-D Invite 4ª geração ---------------------------------------------- 2-106
Figura 2.88 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011 -------------------------- 2-107
Figura 2.89 - Citroen Spacetourer 2.0 Blue HDI 2016-presente --------------------------------------- 2-107
Figura 2.90 - MAN TGM 13.290 4x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-108
Figura 2.91 - MAN TGS 35.460 8x4 BB --------------------------------------------------------------------- 2-109
Figura 2.92 - posição de condução --------------------------------------------------------------------------- 2-111
Figura 2.93 - Viragem em curvas ------------------------------------------------------------------------------ 2-112
Figura 2.94 - Condução em areia ----------------------------------------------------------------------------- 2-113
Figura 2.95 - Condução na neve ------------------------------------------------------------------------------ 2-114
Figura 2.96 - Colocação de correntes ------------------------------------------------------------------------ 2-116
Figura 2.97 - Condução em terrenos rochosos ------------------------------------------------------------ 2-116
Figura 2.98 - Travessia de cursos de água ----------------------------------------------------------------- 2-117
Figura 2.99 - Condução em planicie -------------------------------------------------------------------------- 2-118
Figura 2.100 - Condução em zonas queimadas ----------------------------------------------------------- 2-119
Figura 2.101 - Condução em inclinações laterais --------------------------------------------------------- 2-120
Figura 2.102 - Condução com inclinação frontal----------------------------------------------------------- 2-121
Figura 2.103 - Transposição de Lombas e Valas---------------------------------------------------------- 2-123
Figura 2.104 - Desatolamentos -------------------------------------------------------------------------------- 2-124
Figura 2.105 - Operar com o guinco -------------------------------------------------------------------------- 2-125
Figura 2.106 - Utilizar o guincho em linha reta ------------------------------------------------------------- 2-126
Figura 2.107 - Desmultiplicar o guinco ----------------------------------------------------------------------- 2-127
Figura 2.144 - Posição de proteção face a descargas de meios aéreos ---------------------------- 2-192
Figura 3.1 - É visível o contorno da t-shirt de algodão e das luvas -------------------------------------- 3-6
Figura 3.2 - Estado do capacete ao absorver a queda de um ramo de árvore ------------------------ 3-6
Figura 3.3 - A utilização de luvas não previne este tipo de acidente, mas evita estas lesões. ---- 3-7
Figura 3.4 - Abrigo contra incêndios. ---------------------------------------------------------------------------- 3-8
Figura 3.5 - A abertura do abrigo pode ser feita a partir da posição de pé ou deitado. ------------- 3-8
Figura 3.6 - Escolha de um local livre de vegetação inflamável longe de combustíveis pesados.3-9
Figura 3.7 - Posição correta, de face voltada para o chão com as mãos e pernas sobre as abas
interiores. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 3-9
Figura 3.8 - Exemplo de perneiras de proteção para utilização de motosserra. -------------------- 3-11
Figura 3.9 - Exemplo de proteção auditiva para forças helitransportadas e motosserrista. ------ 3-11
Figura 3.10 - Exemplo de lâmpada de cabeça. ------------------------------------------------------------- 3-12
Figura 3.11 - Exemplo de pontos de ancoragem ----------------------------------------------------------- 3-14
Figura 4.1 - Contenção de matérias rolantes ------------------------------------------------------------------ 4-3
Figura 4.2 - Separação até ao solo mineral/proteção de manta morta não ardida/descontinuidade
horizontal e vertical --------------------------------------------------------------------------------------------------- 4-4
Figura 4.3 - Exemplos de descontinuidade mal efetuada -------------------------------------------------- 4-4
Figura 4.4 - Zonas de trabalho ---------------------------------------------------------------------------------- 4-21
Figura 4.5 - Montagem do bambi ------------------------------------------------------------------------------- 4-27
Figura 4.6 - Manuseamento do cesto do heli ---------------------------------------------------------------- 4-28
Figura 4.7 Fecho do “bambi” ------------------------------------------------------------------------------------ 4-29
Figura 4.8 - Ilustração do Método do Código Horário ----------------------------------------------------- 4-31
Figura 4.9 - Equipa formada para avançar para o helicóptero ------------------------------------------ 4-34
Figura 4.10 - Verificação de material dentro do heli ------------------------------------------------------- 4-35
Figura 4.11 - Saída da equipa do heli, após chegado ao TO -------------------------------------------- 4-36
Figura 4.12 - EPI para montanhismo -------------------------------------------------------------------------- 4-38
Figura 4.13 - Arnês ------------------------------------------------------------------------------------------------ 4-39
Figura 4.14 - Constituição de uma corda de montanhismo ---------------------------------------------- 4-40
Figura 4.15 - Etiqueta de corda de montanhismo ---------------------------------------------------------- 4-40
Figura 4.16 - Cordas semi-estáticas --------------------------------------------------------------------------- 4-40
Figura 4.17 - Cordas estáticas ---------------------------------------------------------------------------------- 4-41
Figura 4.18 - Cordas dinâmicas -------------------------------------------------------------------------------- 4-41
Figura 4.19 - Valores referência da carga de rutura dos diferentes tipos e diâmetro de cordas 4-41
Figura 4.20 - Métodos de enrolar cordas --------------------------------------------------------------------- 4-42
Figura 4.21 - Tipos de fitas -------------------------------------------------------------------------------------- 4-42
Figura 4.22 - Exemplos de descensores --------------------------------------------------------------------- 4-43
TABELAS
Tabela 1.1 - Níveis de Empenhamento Operacional--------------------------------------------------------- 1-2
Tabela 1.2 - Fases da combustão (valores válidos para o pinheiro bravo) --------------------------- 1-19
Tabela 1.3 - Organização espacial dos constituintes do complexo de combustíveis -------------- 1-30
Tabela 1.4 - Tempo de retardação dos combustíveis ----------------------------------------------------- 1-36
Tabela 1.5 - Escala de Beaufort -------------------------------------------------------------------------------- 1-65
Tabela 1.6 - Indicadores de comportamento extremo ----------------------------------------------------- 1-86
Tabela 3.1 - Índices de condição física recomendados para operacionais florestais ---------------- 3-2
Tabela 3.2 - Sintomas e tratamento apropriado a adotar para problemas com o calor ------------- 3-3
Tabela 4.1 - Percentagem de perda de resistência das cordas ----------------------------------------- 4-56
Tabela 4.2 - Períodos de trabalho no TO --------------------------------------------------------------------- 4-85
Tabela 5.1 - Frequências Aeronáuticas dos PIPS ---------------------------------------------------------- 5-42
Tabela 5.2 - Frequências Aeronáuticas CDOS -------------------------------------------------------------- 5-43
Tabela 5.3 - Frequências Aeronáuticas CNEPC/Nacionais ---------------------------------------------- 5-44
Tabela A.1 - Descrição dos Modelos de Combustível Nacional ------------------------------------------A-1
Tabela B.1 - Descrição do EPI ------------------------------------------------------------------------------------B-1
QUADROS
Quadro 2.1 - Taxa de construção de faixas de contenção por máquinas de rasto ---------------- 2-153
Quadro 4.1 - Limitações na supressão do fogo: estratégias de controlo ------------------------------- 4-4
Quadro 4.2 - Funcionamento das Companhias de ATA: Grupo em P0 ------------------------------- 4-89
Quadro 4.3 - Funcionamento das Companhias de ATA: Grupo em P1 ------------------------------- 4-89
Quadro 4.4 - Graus de Precedência de Empenhamento ------------------------------------------------- 4-90
Quadro 5.1 - Alinhamentos de forças na propagação do incêndio ------------------------------------- 5-29
Quadro 5.2 - Características da intensidade de um incêndio (Adaptada a Portugal Continental) -- 5-33
CB Corpo de Bombeiros
Cmdt Comandante
DL Decreto-Lei
ECT Eletroconvulsoterapia
Hg Mercúrio
HP Hectopascais
Inop Inoperacional
LACES Lookouts, Anchor Points, Communications, Escape Routes and Safety Zones
MR Máquinas de Rasto
SI Sistema Internacional
TO Teatro de Operaçôes
TT Todo-o-Terreno
ZI Zona de Intervenção
AGRADECIMENTOS
A sua elaboração contou com o esmerado empenho do Grupo de Trabalho referido na ficha técnica
e, ainda, com o saber e conhecimento tácito de um conjunto de entidades que importa aqui destacar
e gratular.
Em primeiro lugar, uma palavra de agradecimento a todos os militares que contituiram o grupo de
trabalho que liderou o projeto realizado, nomeadamente aos militares que atualmente representam
a especialidade e, ainda, a todos aqueles que por ela já passaram. Importa, também deixar uma
palavra de apreço, aos militares que individualmente, contríbuiram com a elaboração de capítulos,
nomeadamente ao Capitão Francisco Calejo e aos elementos do grupo de trabalho que liderou,
com a contribuição relativa ás regras de condução das viaturas, ao Tenente Rodrigo Duarte com a
contribuição efetuada relativa ao uso do fogo de supressão e normas de deslocamentos de colunas,
ao 1º Sargento Edgar Machado, com a contribuição relativa ao uso das ferramentas mecânicas, ao
Sargento Ajudante Paulo Pereira e aos elementos do grupo de tranalho que liderou, com a formação
de COPAR, chefe de equipa e 1º COS.
Aos militares das Companhias de Ataque Estendido (CATE), em especial a 2.ª CATE, e em
particular ao militares que de forma proativa, desenvolveram métodos e técnicas de trabalho,
sustentadas na dinâmica e experência individual, que de forma coerente se agrupam
eficientemente. De forma individual, mas com um objetivo coletivo, demostram todos os dias, o
verdadeiro sentido de ser militar da Guarda Nacional Republicana, contribuindo com dinâmicas de
grupo diferenciadoras, que nos tornam capazes todos os dias de desenvolver esta nobre missão
em prol da Grei. De facto, o reconhecimento dos envolvidos na elaboração deste Manual não
resume àquelas que atualmente se dedicam a este compêndio, mas também àqueles que no
passado se dedicaram à área de combate a incêndios e contribuíram para o desenvolvimento de
metodologias de combate mais assertivas e eficazes, bem como para a sistematização e
documentação de conhecimento e “boas práticas”.
Gostaríamos ainda de deixar uma palavra de profundo apreço, reconhecimento, gratidão e saudade
a todos os militares que perderam a vida em combate e aos que sofreram lesões graves decorrentes
de acidentes em operações de combate. Por último, um sincero agradecimento aos especialistas,
que contribuíram de forma positiva e decisiva para a elaboração deste Manual, uma vez que esta
área envolve diversas áreas de conhecimento, encontrando-se em constante evolução, o que exige
um trabalho sinérgico e holístico.
AGRADECIMENTOS
XXX
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
CAPÍTULO 1 – ENQUADRAMENTO
1.02 Nos termos al. e) Art.º 9.º da Constituição da Republica Portuguesa (CRP) o Estado Português
tem como tarefas fundamentais, entre outras, “proteger e valorizar o património cultural do povo
português, defender a natureza e o ambiente, preservar os recursos naturais e assegurar um correto
ordenamento do território.” O qual deve ser conjugado com o Art.º 272.º n.º 1, em que “a polícia tem
por funções defender a legalidade democrática e garantir a segurança interna e os direitos dos
cidadãos.”;
1.03 A Lei de Segurança Interna (LSI), aprovada pela Lei n.º 53/2008 de 29 de agosto, estipula no
n.º 3 do Art.º 1º que “as medidas previstas na presente lei destinam-se, em especial, a proteger a
vida e a integridade das pessoas, (…), a prevenir e reagir a acidentes graves ou catástrofes, a
defender o ambiente e a preservar a saúde pública.” Sendo que no n.º 2 Art.º 25.º refere que
“exercem funções de segurança interna: a) a Guarda Nacional Republicana, (…)”. Ainda no n.º 2 do
Art.º 6º acrescenta que “(…) as forças e os serviços de segurança cooperam entre si,
designadamente através da comunicação de informações (…)”;
1.04 A Lei de Bases da Proteção Civil (LBPC), aprovada pela Lei n.º 27/2006 de 3 de julho, no n.º
1 do Art.º 46.º define que as forças de segurança são agentes de proteção civil. O n.º 4 estipula que
“os agentes e as instituições referidos no presente artigo, e sem prejuízo das suas estruturas de
direção, comando e chefia, articulam-se operacionalmente nos termos do Sistema Integrado de
Operações de Proteção e Socorro (SIOPS) ”. Nos termos da referida lei de bases, n.º 1 do Art.º 1.º
“a proteção civil é a atividade desenvolvida pelo Estado, Regiões Autónomas e autarquias locais,
pelos cidadãos e por todas as entidades públicas e privadas com a finalidade de prevenir riscos
coletivos inerentes a situações de acidentes graves ou catástrofes, de atenuar os seus efeitos e
proteger e socorrer as pessoas e bens em perigo quando aquelas situações ocorram.”;
1.05 A Guarda Nacional Republicana (GNR) cumpre todas as missões que legalmente lhe estão
atribuídas, em conformidade com a sua Lei Orgânica e demais normativos internos.
Enquadramento
1-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Rede Nacional de Postos de Vigia (RNPV), que estabelece contacto com os vigilantes e de quem
recebe informações e ou alertas de incêndio.
1.07 No âmbito do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais (SGIFR), o DL n.º 82/2021, de 13
de outubro, atribuiu à GNR competências específicas na área da “Coordena e desenvolve as ações
referentes à vigilância e deteção de incêndios rurais, (...).”
1.08 De acordo com a Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 2 de 2019, o combate aos fogos
passa a estar organizado entre o “permanente” e o “reforçado” dividido por quatro níveis de
prontidão.
1.10 As operações de proteção civil e socorro são atividades multidisciplinares, desenvolvidas pelos
organismos, serviços e entidades, de nível nacional, distrital e municipal, devidamente organizados
no Sistema Integrado de Operações de Proteção e Socorro (SIOPS), através de um conjunto de
estruturas, normas e procedimentos, de natureza permanente e conjuntural, que asseguram que
todos os agentes de proteção civil atuam, no plano operacional, articuladamente sob um comando
único, sem prejuízo da respetiva dependência hierárquica e funcional.
1.11 A Guarda Nacional Republicana, como agente de proteção civil, através das suas Unidades
desempenha missões de apoio e socorro fruto da obrigatoriedade de prestação de auxílio às
pessoas em perigo, quer se encontrem isoladas, quer no caso de catástrofes naturais ou outras
situações de acidente grave ou calamidade.
1.12 Para o cumprimento da sua missão, a Guarda mantém ligações funcionais com vários
departamentos do Estado ou outras instituições, conforme previsto no n.º 1 do art.º 18.º da LOGNR
em que “(…) a Guarda pode prestar colaboração a outras entidades públicas ou privadas que a
solicitem, para garantir a segurança de pessoas e bens ou para a prestação de outros serviços,
Enquadramento
1-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
(…)” entre as quais avulta a dependência funcional das Autoridades Judiciárias, instituída pelo
Código de Processo Penal, destacando-se ainda as ligações seguintes com as seguintes entidades:
Autoridade de Proteção Civil a nível Nacional, Distrital e Municipal, Cruz Vermelha Portuguesa,
Instituto Nacional de Emergência Médica e Hospitais.
1.13 A UEPS, no que respeita às ações de Proteção Civil da GNR, congrega e substitui o Grupo de
Intervenção de Proteção e Socorro, antiga subunidade de proteção e socorro da Unidade de
Intervenção, criada em 2006 através do Decreto-Lei n.º 22/2006, de 02 de fevereiro, como resposta
à inexistência “(…) de um corpo nacional, no Estado, altamente treinado e motivado e com grande
capacidade de projeção para todo o território nacional, de intervenção em operações de proteção
civil (…)”
1.14 Subunidade que tinha como missão “específica a execução de ações de prevenção e de
intervenção de primeira linha, em todo o território nacional, em situação de emergência de proteção
e socorro, designadamente nas ocorrências de incêndios florestais ou de matérias perigosas,
catástrofes e acidentes graves, (…) articulando-se operacionalmente no comando único do sistema
integrado de operações de proteção e socorro (SIOPS), sem prejuízo da dependência hierárquica
e funcional no quadro da GNR” (n.º 3 do art.º 4.º do DL 22/06);
1.15 Criado inicialmente, visando a prevenção e intervenção inicial em incêndios florestais, com
capacidade para ataque direto, indireto e combinado, com uso de ferramentas manuais ou apoio de
água, esta subunidade desenvolveu-se, adquirindo um vasto leque de valências e capacidades que
lhe permitem executar variadas operações de proteção e socorro, designadamente através de:
1.16 Em 2017, no rescaldo dos incêndios catastróficos, apura-se que “as forças profissionais de
intervenção [GIPS e Força Especial de Bombeiros (FEB)] estão preparadas, ao nível operacional,
para intervenções nas fases de ATI e de ATA. Mas o seu efetivo é limitado e, nas condições atuais
do sistema de defesa da floresta contra incêndios, dificilmente poderão cobrir, de um ponto de vista
Enquadramento
1-3
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
geográfico, as diversas emergências que se manifestam nos períodos críticos (…)” e que “(…) a
intervenção mais musculada, designada por ATA, obriga igualmente ao reforço das forças
profissionais, designadamente do GIPS e das FEB. Reconhecendo-se que estas forças deverão
estar disponíveis para todas as emergências (e não só para os incêndios florestais), deverá
encontrar-se a justa medida para conciliar reforço numérico e especialização” e que “os
investimentos a realizar em equipas profissionais, no âmbito do GIPS ou da FEB, têm objetivos bem
mais amplos que o combate a incêndios florestais. O socorro a catástrofes de todo o tipo de carácter
civil, que se admitem existirem no futuro com maior frequência, poderá constituir uma exigência
adicional que contribuirá para o reforço daquelas forças. No quadro do combate a incêndios rurais,
esse investimento deverá ser limitado, seletivo e submetido a melhor reflexão, no pressuposto que
a qualificação das intervenções e o investimento em prevenção seguirá um novo percurso” (CTI,
2017);
1.17 Nessa senda, e conforme preconizado na Resolução de Conselho de Ministros n.º 157-A/2017
de 27 de outubro, “no âmbito da melhoria da eficiência da proteção civil e das condições de
prevenção e socorro, prevê já a adoção de medidas no âmbito da prevenção (…) por via do reforço
dos meios do Grupo de Intervenção de Proteção e Socorro (GIPS) da Guarda Nacional Republicana
(GNR) (…)” bem como a necessidade de “expandir e densificar a cobertura do GIPS da GNR a todo
o território nacional”, lançando “procedimentos de concursos, para a admissão de candidatos para
a GNR, de modo a reforçar o GIPS (…)”, concretizando-se em 2018 com a integração de cerca de
500 militares.
1.19 De acordo com o estatuído no art.º 2.º do DL n.º 113 de 18 de dezembro de 2018, “a UEPS é
a unidade especializada da Guarda que tem como missão específica a execução de ações de
prevenção e de intervenção, em todo o território nacional, em situações de acidente grave e
catástrofe, designadamente nas ocorrências de incêndios rurais, de matérias perigosas, de cheias,
de sismos, de busca, resgate e salvamento em diferentes ambientes, bem como em outras
situações de emergência de proteção e socorro, incluindo a inspeção judiciária em meio aquático e
subaquático.”
Enquadramento
1-4
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.21 São ainda atribuições da UEPS aprontar e projetar forças em missões internacionais de gestão
civil de crises no âmbito da proteção civil.
Comando;
Enquadramento
1-5
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
h) Resgate de Montanha;
Enquadramento
1-6
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
h) Resgate de Montanha;
1.24 Existe muita confusão sobre a designação correta de alguns conceitos: ATA, ATI ou 1ª
intervenção, combate ampliado, combate indireto, combate direto, método direto, método indireto,
etc.
1.25 Para efeitos de uma linguagem comum a todos os intervenientes no combate a incêndios
Rurais, iremos utilizar as definições insertas na legislação vigente e na doutrina. Além dos
transcritos infra, serão utilizadas algumas definições/conceitos específicos, mais adequadas e
compreensíveis para os leitores, dentro de cada capítulo deste manual:
Enquadramento
1-7
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Confinante: terreno adjacente ou infraestrutura que possua limite comum ou que se encontre
separado por infraestrutura linear, estrada ou caminho, cabeceira, talude, vala ou linha de
água com leito, até 5 m de largura.
Envolvente de áreas edificadas: a área exterior às áreas edificadas, com a largura de 100
m a partir da interface de áreas edificadas, podendo abranger solo rústico ou urbano;
Enquadramento
1-8
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Floresta: o terreno, com área maior ou igual a 0,5 hectares e largura maior ou igual a 20
metros, onde se verifica a presença de árvores florestais que tenham atingido, ou com
capacidade para atingir, uma altura superior a 5 metros e grau de coberto maior ou igual a
10%;
Fogo controlado: o uso do fogo na gestão de espaços florestais, sob condições, normas e
procedimentos conducentes à satisfação de objetivos específicos e quantificáveis e que é
executada sob responsabilidade de técnico credenciado;
Fogo de supressão: o uso técnico do fogo no âmbito da luta contra os incêndios rurais
compreendendo o fogo tático e o contrafogo, quando executado sob a responsabilidade do
Comandante das Operações de Socorro (COS);
Fogo tático: o uso do fogo no âmbito da luta contra os incêndios florestais, consistindo na
ignição de um fogo ao longo de uma zona de apoio com o objetivo de reduzir a disponibilidade
de combustível, e desta forma diminuir a intensidade do incêndio, terminar ou corrigir a
extinção de uma zona de rescaldo de maneira a diminuir as probabilidades de
reacendimentos, ou criar uma zona de segurança para a proteção de pessoas e bens;
Fogo técnico: o uso do fogo que comporta as componentes de fogo controlado e de fogo de
supressão;
Fogo rural: todo o fogo que ocorre em território rural, exterior a edifício, independentemente
da sua intencionalidade e propósito, origem, dano ou benefício;
Enquadramento
1-9
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Incêndio agrícola: o incêndio rural em que a área ardida agrícola é superior à área ardida
florestal e a área ardida florestal é inferior a 1 hectare;
Incêndio ativo (Em Curso): Incêndio em evolução sem qualquer limitação de área;
Incêndio dominado (Em Resolução): Incêndio que atingiu uma fase em que as chamas já
não afetam os combustíveis vizinhos, através dos mecanismos de transmissão de calor e, a
altura das chamas é reduzida não existindo perigo de propagação do incêndio, para além do
perímetro já atingido;
Incêndio florestal: o incêndio rural em que a área ardida florestal é superior à área agrícola
e a área ardida total é inferior a 1 hectare ou sempre que a área ardida florestal seja superior
a 1 hectare;
Índice de risco de incêndio rural: a expressão numérica que, traduzindo o estado dos
combustíveis por ação da meteorologia e os parâmetros meteorológicos relevantes, auxilia à
determinação dos locais onde são mais favoráveis as condições para ignição ou propagação
do fogo;
Interface de áreas edificadas: a linha poligonal fechada que delimita as áreas edificadas,
separando-as de outros territórios;
Enquadramento
1-10
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Período crítico: o período durante o qual vigoram medidas e ações especiais de prevenção
contra incêndios florestais, por força de circunstâncias meteorológicas excecionais;
Plano: o estudo integrado dos elementos que regulam as ações de intervenção no âmbito da
defesa da floresta contra incêndios num dado território, identificando os objetivos a alcançar,
as catividades a realizar, as competências e atribuições dos agentes envolvidos e os meios
necessários à concretização das ações previstas;
Povoamento florestal: o terreno, com área maior ou igual a 0,5 hectares e largura maior ou
igual a 20 metros onde se verifica a presença de árvores florestais que tenham atingido, ou
com capacidade para atingir, uma altura superior a 5 metros e grau de coberto maior ou igual
a 10 %;
Reacendimento: É uma nova ocorrência que tem início no perímetro da área afetada por um
incêndio considerado extinto (após términus das ações de rescaldo e vigilância), ou seja, em
que todos os meios já abandonaram o TO. São ocorrências que têm obrigatoriamente área
ardida associada e às quais será atribuído o tipo de causa ‘REACENDIMENTO’ e a causa 711
– ‘Fonte de calor do incêndio anterior’.
Enquadramento
1-11
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Enquadramento
1-12
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Risco de incêndio rural: a probabilidade de que um incêndio rural ocorra num local
específico, sob determinadas circunstâncias, e impactes nos elementos afetados, sendo
função da perigosidade e dos danos potenciais aos elementos em risco;
Solo rústico: o solo classificado como tal em plano territorial, ao abrigo da alínea b) do n.º 2
do artigo 71.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, na sua redação atual;
Solo urbano: o solo classificado como tal em plano territorial, ao abrigo da alínea a) do n.º 2
do artigo 71.º do Decreto-Lei n.º 80/2015, de 14 de maio, na sua redação atual;
Suscetibilidade de incêndio rural: a propensão de uma dada área ou unidade territorial para
ser afetada pelo fenómeno em apreço, avaliada a partir das propriedades que lhe são
intrínsecas, sendo mais ou menos suscetível conforme melhor permita a deflagração e a
progressão de um incêndio;
Enquadramento
1-13
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Vigilância Ativa (Vigilância Ativa): Depois do COS ter dado o incêndio como rescaldado,
ficam no local o pessoal e materiais indispensáveis para vigiar e atuar em caso de
necessidade.
1.26 Concomitantemente, verifica-se a existência de alguns termos utilizados para descrever, não
só os conceitos anteriores, mas também outros que poderão ajudar a melhorar a sua definição:
No Department of Forestry and Fire Protection da California (CAL FIRE) é referido que:
Extended attack: significa que o fogo alastrou para além da área de origem, ultrapassando
a fase de ATI, e houve necessidade de chamar recursos adicionais. Se o incêndio não
puder ser confinado à área ou construção de origem, mesmo com reforço substancial de
recursos, e existir comprometimento de recursos e apoio logístico necessário a longo
prazo, então é considerado um grande incêndio e um ataque alargado.
Ataque Inicial: é uma ação desenvolvida de imediato face a incêndios declarados, por
equipas organizadas, qualificadas e integradas num dispositivo.
Combate: são todas as atividades ligadas à resposta de ATI, ATA, rescaldo, consolidação
da extinção e vigilância ativa pós-incêndio.
Estendido: é uma ação de supressão que se estende para além da primeira intervenção.
Implica que o nível de complexidade da ocorrência vai aumentar para além das
capacidades do comando de primeira intervenção.
Enquadramento
1-14
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Método Combinado: consiste na aplicação simultânea dos dois métodos numa mesma
frente de chamas (Utilizam-se máquinas de rasto e posicionam-se equipas/veículos para
ataque direto).
Método Direto: consiste no ataque direto às chamas recorrendo à tática ofensiva, sempre
que possível na cabeça do incêndio, de modo a cortar, de imediato, o seu desenvolvimento.
Método Indireto: destina-se a travar a propagação das chamas quando o combate direto
não é possível, tentando circunscrever o incêndio a uma determinada área.
Método Combinado: consiste na aplicação dos dois métodos referidos, na mesma frente
de chamas.
Ataque direto: como sendo qualquer método de supressão implementado perto da orla do
incêndio.
Ataque Inicial: como sendo o trabalho de supressão executado pelos primeiros meios de
combate que chegam a um incêndio. O objetivo de qualquer ATI deve ser sempre obter
rapidamente o controle de um incêndio. Se um ATI não for bem-sucedido, serão então
necessários mais recursos.
1.27 Destarte, dos conceitos que geram mais discussão, por surgirem definidos de forma diferente
em documentação diferente, importa reter, para a aplicação no que concerne a atividade
desenvolvida pela UEPS, os seguintes conceitos:
Combate: são todas as atividades ligadas à resposta de ATI, ATA, rescaldo, consolidação
da extinção e vigilância ativa pós-incêndio.
Ataque Inicial: consiste numa ação desenvolvida de imediato face a incêndios declarados,
por equipas organizadas, qualificadas e integradas num dispositivo.
Ataque Direto: consiste na ação concreta de supressão junto da orla do incêndio, e sobre
a chama.
Enquadramento
1-16
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Ataque Combinado: consiste na combinação das duas ações realizadas na mesma frente
ou parte do incêndio.
Método de combate combinado: consiste na aplicação dos dois métodos numa mesma
frente.
Situação de alerta: pode ser declarada pelo presidente da câmara quando, face à
ocorrência ou iminência de ocorrência de algum ou alguns dos acontecimentos referidos,
é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou medidas especiais de
reação;
Enquadramento
1-17
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
a. Fases da combustão
1.28 A combustão pode ser definida como uma reação química, envolvendo oxigénio e
combustíveis (neste caso, florestais), em que há a libertação de água, dióxido de carbono e energia.
Irá persistir enquanto existir combustível, calor e oxigénio em proporções suficientes; na combustão
autossustentada surge um quarto elemento, associado aos três referidos: o efeito de reação em
cadeia. Este quarto elemento, associado aos outros três, é ilustrado pelo Tetraedro do Fogo.
1.29 A combustão tem quatro fases: o pré-aquecimento (dos combustíveis), a ignição (fonte de
calor), a combustão com chama e a combustão sem chama. Os efeitos destas fases caracterizam-
se pela perda de humidade nos combustíveis, pela evaporação de ceras, óleos e resinas e
libertação de gases altamente inflamáveis. A combustão transmite-se a todos os corpos e enquanto
existirem gases mantém-se a chama.
Enquadramento
1-18
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.30 Na tabela abaixo, como exemplo, explanamos os dados científicos que fomos buscar à ESAC,
para entender melhor o processo de ignição referente ao pinheiro bravo.
1.31 Para entendermos melhor a combustão ficam alguns conceitos importantes que esclarecem o
processo e que iremos usar frequentemente.
Combustível: é todo elemento suscetível a entrar em combustão, que fornece energia para
a queima. Ex. Madeira, papel, pano, estopa, tinta, alguns metais, etc;
Enquadramento
1-19
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Reação em cadeia: Sequência de reações que ocorrem durante o fogo, produzindo sua
própria energia de ativação (calor), enquanto há comburente e combustível para queimar,
dando continuidade à combustão.
Incendio florestal: Combustão livre, não limitada no tempo e no espaço, dos materiais
combustíveis nas florestas.
1.32 O calor, num incêndio florestal, pode ser transmitido por Convecção, por Radiação ou por
Condução.
1) Convecção
1.33 É a forma de transmissão do calor que ocorre principalmente nos fluidos (líquidos e gases),
efeito do movimento ascendente ou descendente de matéria em um fluido. O ar quente tem
tendência a subir, por se tornar menos denso.
2) Radiação
Enquadramento
1-20
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.35 É a propagação de energia de um ponto a outro, em qualquer meio material, podendo ser
classificada como energia em trânsito, e podendo ocorrer através de uma onda eletromagnética ou
partícula. Independente do tipo, elas interagem com os corpos, até mesmo com o ser humano, e
depositam neles energia. Essa interação depende do tipo da energia de radiação e do meio em que
está se propagando.
1.36 Irradiação do calor a partir da frente das chamas. Quanto maior for a exposição à radiação,
maior será o aquecimento.
3) Condução
1.38 A transmissão de calor por condução dá-se pela transmissão de ondas caloríficas em materiais
sólidos, mas acaba por ter pouca relevância para os incêndios florestais.
1.39 A energia calorífica é transmitida por meio de corpos sólidos que aquecem, seja pelo calor do
fogo, ou pelo contato com outro mais quente. Assim, quando aquecemos um corpo sólido, a energia
cinética aumenta e consequentemente, a agitação das moléculas.
1.40 Embora não se trate propriamente de uma forma de propagação de energia, a projeção e o
deslocamento de materiais inflamados é de extrema importância uma vez que provocam o
aparecimento de focos secundários distintos do incêndio principal. Podem colocar mesmo em causa
a segurança dos elementos que estiverem no terreno a combater o incêndio.
Enquadramento
1-21
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Materiais leves incandescentes transportados pelas correntes de convecção até locais que
ainda não arderam, que em contacto com estes transmitem calor por condução e provocam a
combustão;
Materiais relativamente pesados (como pinhas ou troncos) que, a arder, rolam encosta abaixo,
sendo responsáveis por fazer arder locais abaixo do incêndio principal pela transmissão de
calor indicada.
A deslocação de animais que depois de terem tido contacto com o incêndio principal, levam
o pelo a arder, e acabam por propagar o incêndio por locais onde passem.
1.42 Quando um fogo deflagra em locais planos, é frequente adotar o formato de um círculo. Por
outro lado, existindo vento, ou se o incêndio deflagra numa encosta, o anel de chamas vai deformar-
se e adotar a forma oval ou de uma elipse.
1.43 Ao longo do crescimento do fogo, tenha este uma evolução lenta ou rápida, vai passar por
fases, até eventualmente se transformar em incêndio, ou se extinguir.
Enquadramento
1-22
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1) Fogo Pontual
1.44 O fogo pontual consiste num foco de incêndio nascente, visto de cima, assemelha-se a um
ponto que depois, desenvolve-se, consumindo os combustíveis em seu redor, e adotando a forma
de um círculo.
2) Anel
1.45 O calor ao centro, juntando-se ao calor dos combustíveis que vai consumindo, cria a
quantidade de calor suficiente para que haja, auto propagação, observando-se a partir daí, uma
linha de chamas, em anel, sendo que no centro já não existem chamas.
3) Fogo Linear
1.46 Este anel, à medida que vai crescendo, vai alargando o círculo, Fogo Linear. A transição de
uma superfície para a forma de uma linha de chamas passa então a designar-se por Fogo Linear,
anelar ou perimetral.
1.47 O Fogo Linear já não apresenta a forma circular, mas sim um anel de chamas que,
frequentemente, pela ação do vento ou do declive adota a forma elipsoide, deformada devido à
inclinação das próprias chamas. O vento e o declive condicionam a direção de propagação. Caso
haja excesso de acumulação de calor, dá-se um alargamento da linha de chamas, que passa a
designar-se por área de chamas – tratando-se de uma fase que marca a transição de um fogo para
um incêndio.
4) Constituição do Incêndio
1.48 Um fogo, é definido como uma combustão controlada de materiais combustíveis nas florestas,
como por exemplo uma queimada rural, destinada a reduzir o volume do combustível.
1.49 O incêndio florestal, por sua vez, define-se como uma combustão livre, não limitada no tempo
e no espaço, dos materiais combustíveis nas florestas. Em suma o fogo está limitado e sob controlo,
enquanto o incêndio, é uma combustão não limitada, descontrolada no tempo e no espaço. No
entanto, muitas das vezes estes termos são usados de forma a descrever o oposto por uma questão
de semântica, que deve ser entendida consoante o contexto em que é usado.
Enquadramento
1-23
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.52 O Flanco é a zona lateral, entre a Cabeça e a Retaguarda, sendo definido pelo, Flanco direito
no lado direito do sentido de propagação e o Flanco esquerdo, do lado esquerdo, respetivamente.
1.53 O Dedo não é mais que uma saliência num dos flancos que coincide com o local onde o
incêndio se propaga com maior velocidade. A Ilha é designada por uma zona do interior do incêndio
que não foi queimada pelo mesmo. A Bolsa é o espaço compreendido entre o flanco e um dedo. E
por fim o Foco Secundário, designa-se por um ponto de ignição de um novo foco de incêndio,
distinto do perímetro do incêndio principal.
1.54 Os Focos Secundários situados até 50 metros do incêndio principal são considerados de curta
distância; quando situados entre 50 e 500 metros, são de média distância; e a partir dos 500 metros,
são de longa distância.
1.55 As partes constituintes do incêndio podem multiplicar-se em grandes incêndios, pelo que é
natural que durante ocorrências grandes existam várias cabeças ou flancos.
d. Formas de Propagação
1) Incêndios de Superfície
2) Incêndios de Copas
1.57 Ocorre quando as chamas atingem as camadas mais altas do estrato de combustível florestal,
nomeadamente as copas das árvores, e se propagam através destas.
3) Incêndios Subterrâneos
1.58 Ocorrem quando se propagam através de raízes ou na manta morta inferior, normalmente,
uma combustão sem chama e lenta, que pode demorar vários dias.
Enquadramento
1-25
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.59 Na imagem abaixo podemos entender melhor, as três formas de propagação, tendo em conta
o arranjo espacial do estrato de combustível. Importa entender que podem ocorrer de forma
separada ou combinadas, sendo que quando estiverem as três presentes o incêndio tem um
potencial de dado muito maior.
a. Combustíveis
1.60 Durante este capitulo vamos centrar-nos nos combustíveis florestais. Para tal, considerando
as componentes do piro ambiente, é necessário recordar que esta é a única variável que pode ser
alterada pelo homem, como veremos em pormenor mais a frente.
1) Definição
1.61 Por definição, entende-se como combustível o conjunto de matéria vegetal, viva ou morta,
disponível para arder.
2) Estratos
(a) O estrato subterrâneo, constituído pela camada em decomposição (húmus), pelas raízes,
sobretudo dos cepos apodrecidos, que em combustão vão sendo consumidas lentamente
e podem ser responsáveis por reignições tardias de um incêndio aparentemente extinto.
(b) O estrato herbáceo, que é composto pelos combustíveis finos e a folhada da manta morta.
É apenas apôs o incêndio atingir uma certa intensidade que as chamas se propagam a
outros estratos e, mesmo assim, só raramente a combustão se torna independente do
estrato superficial.
(c) O estrato arbustivo que é composto pelos combustíveis médios, tais como os matos,
arbustos ou vegetação “média”, é o responsável pelo desenvolvimento da propagação
horizontal e conforme a biomassa, pode tornar um incêndio superficial num incêndio de
copas, ou seja, é também responsável pelo vetor de propagação vertical do incêndio.
Enquadramento
1-27
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
3) Condições Edafoclimáticas
1.64 O material combustível disponível para arder, depende essencialmente das condições
edafoclimáticas e ecológicas dos locais, tais como a:
Exposição;
Condições Edafoclmáticas
Altitude;
Latitude;
Clima;
Idade da Vegetação, densidade e espécie;
Atividade e manejo anterior.
1.66 Neste sentido, é o combustível o fator primordial, que determina o início de um incêndio, a
dificuldade de controlá-lo e a probabilidade de adotar o comportamento extremo ou irregular. No
entanto tudo depende do trabalho que o homem pode efetuar, no sentido de alterar as suas
características potenciadoras da combustão e propagação.
4) Classificação
Enquadramento
1-28
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.68 É manifestamente importante para compreender melhor como concorrem para a problemática
dos incêndios florestais. Como já verificamos, entende-se que os combustíveis florestais, são todos
os materiais vegetais que podem arder, no entanto a sua influência varia consoante as suas
características. A primeira classificação que podemos fazer, tem a ver com o seu estado de vida:
1.69 A classificação segundo os estratos de vegetação está mais ligada ao processo de propagação
do incêndio florestal:
O estrato arbóreo tem um papel menos preponderante. Não está relacionado com a ignição
nem com a sua evolução, é, no entanto, responsável pelos pontos quentes que se mantêm
depois do incêndio passar e/ou pelas fumarolas representativas dos pontos quentes. No
entanto é importante destacar, que é no estrato em causa que se encontram material como
a folhagem (materiais finos vivos), que dão origem aos designados incêndios de copas.
1.70 A organização dos estratos de combustível e o seu arranjo espacial, é de igual modo
fundamental para a propagação e evolução de um incêndio, ou o inverso. Entender a sua
organização espacial, ajuda a tomar as melhores decisões para o combate, a salvaguardar meios
humanos e materiais e a obter o sucesso das operações de combate.
Enquadramento
1-29
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Propagação
Estrato Consequência
Superficial Horizontal Vertical
Manta morta + + - Ignição
Herbáceas + + + Ignição
Arbustivas - + + Ignição/Evolução
5) Características
Quantidade de combustível;
Tamanho e forma;
Características dos
Compactação;
Combustíveis
Continuidade horizontal;
Continuidade vertical;
Densidade de madeira;
Substâncias químicas;
Humidade dos combustíveis.
Inflamabilidade;
Enquadramento
1-30
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Combustibilidade.
1º. Combustíveis de Solo – Matéria orgânica do horizonte superficial que pode suportar a
combustão, como por exemplo a folhada em decomposição, raízes velhas e apodrecidas ou
a manta morta superficial.
2º. Combustíveis de Superfície – Formados pela vegetação próxima do solo, (como por
exemplo os arbustos ou herbáceas) e junto ao solo (como por exemplo a folhada, ramos
tombados, etc.).
3º. Combustíveis Aéreos – Formados pela folhagem e ramos que constituem a copa das
árvores, usualmente afastados do solo.
1.75 Vejamos agora cada uma das caraterísticas principais do combustível florestal per si.
6) Quantidade de Combustível
1.76 A quantidade ou carga disponível para a combustão é mais importante que a de combustível
total, uma vez que, não se consome todo o combustível durante a combustão.
Enquadramento
1-31
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
A época do ano;
O estrato;
O tempo atmosférico;
A vegetação;
A intensidade da chama.
1.78 A quantidade de combustível mede-se pela carga ou peso seco por unidade de superfície
(Kg/m2, ton/ha). Este fator tem muita importância porque quanto mais forte for o combustível mais
forte será a combustão:
I=CxMxV
1.79 Existem inter-relações entre os parâmetros desta equação, de tal modo que a experimentação
mostra que, quando o combustível consumido se reduz a metade, a intensidade reduz-se mais de
2 vezes porque a velocidade também baixa.
1.80 A quantidade de combustível varia bastante conforme a classe de vegetação, como referência,
devemos seguir os seguintes valores de referência (combustível total):
Deserto 0 a 3 ton/ha;
Matos 20 a 100 ton/ha (em latitudes temperadas é normal haver 5 a 30 ton/ha, com um
máximo de 60 ton/ha);
Desperdícios de exploração, cortes culturais 70 ton/ha, corte raso até 250 ton/ha;
7) Tamanho e Forma
1.81 Uma expressão das dimensões dos combustíveis pode ser a relação da área superficial por
volume de material. Quanto menor for o tamanho da partícula maior é o valor daquele quociente.
Os combustíveis finos têm uma alta relação superfície/volume:
Enquadramento
1-32
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.83 Toda a água e calor passa pela área superficial da partícula. Assim os combustíveis finos têm
mais área através da qual:
1.84 Os combustíveis finos não só se inflamam mais facilmente, mas também ardem rapidamente
e queimam-se por completo. É por isso que esta categoria de combustíveis deve ser reduzida por
qualquer meio, manual ou mecânico, ou pelo uso do fogo controlado.
1.85 Para avaliar a influência que exerce o tamanho do combustível no comportamento do incêndio,
é imprescindível saber a quantidade de combustível em cada categoria e o seu respetivo tamanho.
As categorias por tamanho geralmente utilizadas são as seguintes:
Folhada
(menos de 6mm de diâmetro)
Regulares (6 a 25 mm)
Grossos ou pesados
(75 mm ou mais)
Ervas
Finos ou ligeiros
Camada de Ramos
decomposição
Talos
pequenos Troncos
(arbustivas)
Agulha de
pinheiro
8) Compactação
1.86 Consiste no espaçamento entre combustível, ou seja, dentro de uma certa quantidade deve
ter-se em conta a percentagem de partículas de combustíveis e a percentagem de ar entre as
partículas. Quanto maior for a percentagem de oxigénio maior será a reação química da combustão.
1.87 Assim, uma componente de combustível com maior compactação terá um volume menor de
ar ou espaço e, por sua vez, uma componente de combustível menos compacta terá um volume de
ar ou espaço maior..
1.88 Comparando a folhada de pinheiro com a de coníferas de agulhas curtas como o cedro:
Enquadramento
1-33
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
As agulhas de pinheiro têm mais ar disponível à sua volta de modo a sustentar a combustão
com facilidade.
A velocidade de propagação, uma vez que, com ar suficiente, a chama tem mais oxigénio
para se propagar mais rapidamente.
1.89 Finalmente, sobre este critério de compactação, as folhadas de carvalho são as mais
combustíveis, seguindo-se por ordem, as de pinheiro bravo, de pinheiro negro, depois, as folhas de
cedro e finalmente as de medronheiro que apresentam alguma resistência ao fogo.
9) Continuidade Horizontal
1.90 A continuidade horizontal diz respeito à distribuição dos combustíveis no plano horizontal.
1.91 É o fator principal na propagação do fogo, já que vai definir até onde se propagarão as chamas
e a velocidade do fogo.
1.92 Existe uma grande variedade de condições de continuidade, no entanto as duas principais são:
1.93 Os estratos de combustível mais baixos propiciam a progressão vertical, porque eles assumem
uma persistente radiação calorifica quase totalmente dirigida para cima, esta radiação contribui para
a ignição dos combustíveis lenhosos dos diversos estratos de vegetação.
1.94 A continuidade vertical, refere-se à distribuição dos combustíveis no plano vertical. Influi na
probabilidade de um fogo superficial passar a um fogo de copas. Essa probabilidade é tanto maior
quanto mais os combustíveis das diversas categorias forem regularmente distribuídos desde o solo
ao topo das árvores.
1.95 A continuidade vertical dos combustíveis é inexistente num povoamento bem podado e limpo
de resíduos de cortes.
Enquadramento
1-34
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.96 A densidade da madeira influencia a sua capacidade calorífica, ou seja, a capacidade que a
madeira tem para absorver calor por unidade de aumento de temperatura. Madeira mais densa,
como por exemplo a de carvalho, pode absorver mais calor que uma madeira menos densa, como
a de pinho, antes de se inflamar.
1.97 Os combustíveis de pouca densidade, troncos e cepos apodrecidos, têm uma capacidade
calórica muito baixa, não necessitam de muito calor para que a temperatura suba até ao ponto de
ignição, portanto, estes combustíveis inflamam-se com maior facilidade.
1.98 Alguns combustíveis contêm certas substâncias voláteis, tais como óleos, cera e resina, que
fazem com que o combustível que as contém, ofereçam melhores condições de inflamabilidade.
1.99 Os arbustos em zonas semiáridas tendem a conter altas quantidades de cera, e as espécies
resinosas, como os pinheiros, contêm resina, substâncias químicas altamente voláteis.
1.100 Estas substâncias químicas podem afetar a intensidade da linha de chamas, a velocidade de
propagação mais elevada e, portanto, aumenta o comportamento do incêndio. Quanto mais alto o
teor destas substâncias mais elevados serão estes parâmetros do comportamento, é por esta razão
que num povoamento de resinosas o incêndio se propaga em geral mais rapidamente.
1.102 Os combustíveis mortos caracterizam-se por serem combustíveis de teor de humidade mais
variável, enquanto que os combustíveis vivos se caracterizam por apresentarem um teor de
humidade mais constante. Esta relação é diretamente proporcional ao seu estado, ou seja,
enquanto que um combustível vivo perde ou ganha teor de humidade do solo através das suas
raízes, um combustível morto, equilibra esta relação diretamente da atmosfera (humidade relativa
do ar). É justo dizer que a influência dos combustíveis mortos no comportamento é maior que a dos
combustíveis vivos, isto porque a disponibilidade para a combustão é maior, ou se verifica mais
cedo. Embora que a diferença seja insignificante, quando se trata de combustíveis finos ou ligeiros,
uma vez que estes perdem rapidamente a humidade quando expostos a temperaturas muito
elevadas.
Enquadramento
1-35
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Nota: Numa mesma planta coexistem normalmente combustíveis mortos e vivos, embora os combustíveis
mortos se verifiquem mais à superfície do solo designada como manta morta.
1.105 Este conceito é aplicável a combustíveis mortos, e está estreitamente associado à relação
superfície/volume.
1.106 Os combustíveis da categoria 1 (< 6 mm), designação vulgar 1 Hr, são os materiais finos da
folhada e manta morta, os médios, 10 Hr, são em geral ramos das árvores ou troncos de arbustos,
os troncos de árvores de pequeno porte ou de arbustos grandes são classificados na categoria 100
Hr, são de 1000 Hr os troncos das árvores de grande porte caídas e formando materiais de pesadas
cargas de combustível.
1.107 Uma agulha de pinheiro, por exemplo, está na categoria de “1 hora”, o que significa que
exposta a novas condições de temperatura e humidade relativa ambiente, demorará uma hora a
alterar 2/3 da diferença entre o conteúdo inicial da sua humidade e o conteúdo de humidade de
equilíbrio com o novo ambiente. Um ramo de 15 mm de diâmetro demorará 10 horas a cumprir a
mesma alteração. Um tronco de 90 mm de diâmetro precisará de 1000 horas (40 a 50 dias).
Enquadramento
1-36
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.110 Nas plantas vivas, as partes combustíveis com mais importância no comportamento do
incêndio são a folhagem e os pequenos ramos cuja humidade é essencialmente regulada pelos
processos fisiológicos das plantas. Os défices em água da planta são controlados pela taxa relativa
de absorção pelas raízes e pela transpiração, que variam conforme a hora do dia e a época do ano.
A combustão com chama deixa de ser possível acima de um certo teor em água, esta humidade
chamada de extinção (em relação ao peso seco) tem os valores seguintes:
14) Inflamabilidade
Estrutura;
Características dos
combustíveis
Teor de água;
Estados fisiológicos.
1.113 Sobre este último ponto, as inflamabilidades são decrescentes segundo a ordem seguinte:
Enquadramento
1-37
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Frutificação;
Inflamabilidades
Floração;
Rebentação;
1.114 Durante todo o ano, as inflamabilidades médias das folhas periféricas das plantas agrupam-
se em quatro classes de risco:
Inflamabilidades médias
1.115 Estas inflamabilidades médias não devem esconder o reagrupamento das classes que se
constata em períodos estivais muito quentes e muito secos.
15) Combustibilidade
1.116 Entende-se por combustibilidade a noção de propagação do incêndio que se estuda à escala
do povoamento, fazendo intervir os diferentes estratos da vegetação constituintes do povoamento.
1.118 Os incêndios de copas eram raros, atualmente mais frequentes, no estrato arbóreo contribui
para o aumento da combustibilidade do povoamento através da queda das folhas e dos ramos
mortos. Estes resíduos ficam muitas vezes e temporariamente intercetados pelo estrato arbustivo,
formando uma “camada suspensa”, aumentando assim a combustibilidade.
Enquadramento
1-38
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.119 Fazendo uma análise da combustibilidade dos povoamentos através da sua estrutura, podem
distinguir-se 3 grandes categorias:
1.120 Neste tipo de povoamento, a combustão aumenta de potência. Trata-se do caso geral das
formações de pinheiro bravo adultas que não foram limpas, incluindo-se também os jovens
povoamentos ainda não fechados e as formações de matos.
Povoamentos que têm uma estrutura horizontal homogénea e uma estrutura vertical heterogénea
1.121 Neste tipo de formações florestais, o incêndio propaga-se ao nível dos estratos baixos com
uma fraca potência, pelo que os riscos da existência de incêndios de copas são reduzidos.
1.122 É o caso de certos tipos de povoamentos de pinheiro adulto bem desmatados e desramados,
ou povoamentos em que o solo não favorece os estratos baixos.
1.123 Encontrando uma estrutura destas o fogo perde potência podendo mesmo apagar-se. Trata-
se de povoamentos mistos de alto-fuste de resinosas e de talhadias de folhosas, e nas plantações
adultas de espécies que formam rapidamente um coberto fechado como por exemplo a
Pseudotsuga.
1.124 Como constatado, neste capítulo, a relação dos combustíveis com os incêndios é direta.
Percebemos então o que é que arde e como se comporta a combustão perante enquadramentos
diferentes dos estratos, conjugados ou isolados, compactos ou dispersos, secos ou húmidos.
Fernandes, P.M., C. Loureiro. 2014. Guia de modelos de combustível para Portugal Continental.
Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro,
Vila Real. (em preparação á data de 27/12/2019).
Fernandes, P., H. Gonçalves, C. Loureiro, M. Fernandes, T. Costa, M.G. Cruz, H. Botelho. 2009. Modelos de
combustível florestal para Portugal. Pp. 348-354 In Atas do 6º Congresso Florestal Nacional. SPCF, Lisboa.
b. Topografia/Relevo
Enquadramento
1-39
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.127 O relevo, considerando a problemática em debate, deve ser analisado essencialmente quanto
à existência de declive, à exposição do terreno e à sua forma. Como referimos nas outras
componentes do piroambiente, a topografia é o vetor mais constante, não pode ser alterado e não
tem variações como a meteorologia que necessitem de ser antecipadamente previstas. No entanto
é previsível a cada momento do incêndio, ou obtendo a sua predição, saber o seu comportamento
consoante a forma de terreno que encontrar.
1.129 As principais formas de relevo, que podemos encontrar, por todo o território nacional são,
essencialmente as seguintes, considerando a imagem abaixo:
Planícies: áreas geográficas com pouca ou nenhuma variação de altitude (vide ponto 8 da
imagem);
Enquadramento
1-40
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Planaltos: zonas planas situadas a uma altitude superior à das áreas circundantes (vide ponto
9 da imagem);
Depressões: áreas com altitude mais baixa do que a das áreas que circundam (vide ponto
10 da imagem);
1.130 Derivados das mesmas, devemos considerar o declive, as cristas topográficas, as linhas de
feste, o relevo, as linhas de água, os vales encaixados, a exposição, a altitude e latitude, entre
outras, na sua dimensão.
1.132 Estes fatores têm enorme preponderância na velocidade de propagação, que é tanto maior
quanto mais pré-aquecidos forem os combustíveis. Desta forma, pode dizer-se que a velocidade de
propagação depende de fatores como:
Declive;
Enquadramento
1-41
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.133 Da combinação destes fatores resulta uma maior ou menor intensidade da linha de chamas,
cujo conhecimento é muito útil para definir o tipo de meios e o método de combate necessários à
extinção do incêndio.
1) Declive
1.134 O efeito do declive sobre o comportamento do incêndio é direto, e análogo ao efeito do vento,
visto que tende a aproximar a coluna de convecção do solo, contribuindo para reduzir a altura de
copa dessecada e auxilia o avanço do fogo.
1.135 Outra característica merecedora de realce é a percentagem de inclinação, pois quanto mais
inclinado for, mais se dobram as chamas no sentido da propagação. Por esse motivo, o declive
possui grande preponderância no efeito das colunas de convecção, afetando assim a velocidade
de propagação. Para para além de originar uma convecção natural, exerce influência na forma da
chama e, consequentemente, no comportamento de um incêndio florestal.
1.136 Concomitantemente, existem outros efeitos importantes que devem ser referidos,
nomeadamente o acentuar do declive. Consoante se acentuam os declives (acima dos 30º de
inclinação), a tendência será para que os efeitos se agravem significativamente.
Enquadramento
1-42
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Fonte: ESAC
1.138 Efeitos provocados na área adjacente (a subir o declive até a linha de cumeada):
Possibilidade de projeções na encosta oposta e que deve ser muito bem avaliada;
Após transição na linha de cumeada, incêndio a descer com baixa / média intensidade;
Fonte: ESAC
Enquadramento
1-43
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Fonte: ESAC
A frente de chamas ao transitar para uma zona de declive diferente (ex. nulo ou suave) não
altera de imediato o seu comportamento;
Quanto menor a diferença entre os declives, mais se vão manter os fenómenos físicos no
segundo declive.
Fonte: ESAC
Enquadramento
1-44
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.141 Para além dos fatores já enunciados, que podemos considerar como fatores diretos, existe
ainda um fator que, indiretamente pela sua relação com a radiação solar, potencia o comportamento
denomidado de exposição solar da encosta. Conjugando todos os fatores motivadores em declives
muito acentuados, conclui-se que as ocorrências nestes locais favorecem a ocorrência de
comportamento eruptivo.
1.142 Como verificamos, o declive tem uma influência direta no comportamento do incêndio, uma
vez que tem como motivador, a influência provocada pela formação de Brisas Locais.
1.143 Na situação sem vento, de uma frente de um incêndio a subir uma encosta, espera-se que
sejam atingidas maiores velocidades de propagação, comprimento e intensidade de chama, que na
situação oposta, do que num incêndio a propagar na direção descendente.
1.144 Geralmente, no terço inferior das encostas, as temperaturas são mais elevadas e existe mais
carga combustível. No terço médio de uma encosta, durante o período noturno formam-se cinturões
térmicos em que o ar é mais quente. E, na parte superior da encosta, no terço superior, verificam-
se variações bruscas nos ventos, existindo muito menos carga combustível.
1.145 Em contrapartida, o declive, causa sérias limitações aos meios de combate, bem como aos
operacionais envolvidos, pelo que o seu posicionamento deve ser acautelado para evitar acidentes.
As limitações de inclinação, condicionam na seguinte ordem:
Limitações nas condições de segurança para a circulação dos veículos (50% inclinação frontal
e 30% inclinação lateral);
Inclinação > 35º e no caso de existirem afloramentos rochosos, torna-se muito difícil a
utilização de máquinas de rasto (MR);
Possibilidade de haver rolamento de pedras e troncos em resultado dos trabalhos com MR.
2) Exposição
1.147 A exposição de uma encosta em relação ao Sol influencia a sua temperatura. Por exemplo,
ao meio dia regista-se diferenças nos valores de temperatura entre as vertentes viradas a Sul, que
se apresentam mais quentes, e as viradas a Norte que se apresenta mais frias.
1.148 É necessário considerar as vertentes com exposição solar e as vertentes sem exposição
solar, ou entender o processo como a direção que as encostas apresentam relativamente aos
pontos cardeais, considerando que as vertentes expostas:
Enquadramento
1-46
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
(a) A SUL
(b) A NORTE
São mais sombrias, por estarem menos tempo expostas ao sol, menor radiação solar;
menor temperatura dos combustíveis;
1.149 Uma encosta com exposição a sul, durante a manhã é propicia à ocorrência de incêndios de
superfície, com baixa intensidade, ao final da tarde com o aquecimento provocado pela radiação
solar, a condição passa a ser favorável a ocorrência de incêndios de copas com extrema
intensidade.
Enquadramento
1-47
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.150 Estas variáveis devem estar no processo de análise e observação, uma vez que a exposição
determina, em grosso modo, a quantidade de radiação solar, ou seja, a variação da temperatura do
ar, variação da humidade relativa do ar, variação do teor de humidade dos combustíveis e a
respetiva variação da temperatura destes últimos.
3) Forma
1.151 As formas de relevo, também tem influência, pois afetam os ventos e criam microclimas
próprios. Um bom exemplo da conjugação favorável das formas de relevo com exposição das
vertentes é a localização de silhais e apiários em sítios agradáveis que, mesmo situados a altitudes
elevadas, beneficiam de condições locais amenas, apesar de, quando se passa nas proximidades,
sente-se algum desconforto, quer pelos ventos fortes, quer pelas temperaturas mais quentes ou
mais frias, em função da época do ano.
1.156 Os vales canalizam o vento dominante, podendo encontrar-se ventos turbulentos na boca,
causando um comportamento errático do incêndio. Nesses locais, designados por “chaminés”, a
vegetação costuma ser mais densa e, geralmente, o efeito de progressão ascendente do incêndio
é reforçado face às encostas adjacentes.
1.157 Trata-se, portanto, de uma configuração do terreno muito perigosa, principalmente pelas
condições extremas de propagação que provoca.
1.158 Quanto maior for o declive, maior será a velocidade de propagação do incêndio, pelo que, o
efeito chaminé agrava-se mais em vales encaixados com acentuado declive.
1.159 Se o relevo forma vales estreitos e linhas de água, o incêndio pode passar com facilidade de
uma encosta para outra, podendo atuar como verdadeiras chaminés, nas quais, os ventos de vale
que se formam, podem alcançar grande velocidade.
Enquadramento
1-49
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.160 Dentro dos vales há essencialmente calor por radiação e por convecção, o qual implica um
maior aquecimento dos combustíveis. A potencial capacidade de formação de faúlhas ao longo do
desfiladeiro é muito alto, bem como a possibilidade de se iniciar outro incêndio devido aos
combustíveis que vão descendo e rolando em chamas. Ao combater incêndios em vales
encaixados, é importante estar alerta às turbulências mecânica e térmica, aos ventos de alta
velocidade e à formação de faúlhas.
(b) Altitude
1.161 A existência de zonas com pouca ou nenhuma variação de altitude (planícies), zonas planas
situadas a uma altitude superior à das áreas circundantes (planaltos), áreas com altitude mais baixa
do que a das áreas que circundam (depressões), formas de relevo elevadas, grande variabilidade
de altitudes e declives (montanhas), são aspetos que irão influenciar a forma de como o incêndio
irá evoluir e assim, deste modo, trazer implicações decisivas.
1.162 Considerando também a altitude a que se encontra a superfície onde acontece a combustão,
podemos afirmar que a mesma irá condicionar indiretamente o comportamento dos incêndios, pelo
efeito que induz na disponibilidade e no tipo de combustível aí existente. Assim veja-se os seguintes
combustíveis e o local onde os podemos encontrar tendo em conta a altitude:
1.163 À medida que se progride no terreno em altitude ou a subir na encosta, vão-se observando
variações da precipitação, da temperatura e humidade relativa do ar, assim como da velocidade do
vento.
Enquadramento
1-50
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.164 A influencia indireta da altitude reflete-se também na humidade dos combustíveis florestais.
Veja-se o exemplo da humidade da manta morta inferior e solo:
1.165 O efeito da altitude sobre o comportamento do incêndio decorre da influência orográfica sobre
as condições meteorológicas. A temperatura na troposfera decresce com a altitude, cerca de:
0,65ºC/100m.
1.166 Partes de uma encosta ou cadeia montanhosa podem-se situar acima de um horizonte de
inversão, enquanto que outras partes se podem localizar abaixo desse horizonte (cintura térmica).
1.168 A altitude influencia, entre outras, a distribuição e a quantidade da vegetação, pode gerar
descontinuidades no combustível (afloramentos rochosos). A título de exemplo, o pinheiro bravo
dificilmente vegeta acima dos 1000 metros de altitude, pois quando existem muitos dias sem chuva,
a água começa a escassear primeiro nos cumes e só depois nos vales, daí que esta espécie não
se desenvolva em altitudes elevadas devido ao fato de necessitar de grandes quantidades de água
para sobreviver. Além disso nestas altitudes existe sempre maior probabilidade da ocorrência de
neve e gelo.
(c) Bacias
1.169 As Bacias estreitas e fechadas são muito parecidas aos vales, normalmente são os locais
preferenciais da passagem do incêndio porque canalizam o vento e aumentam a velocidade de
progressão. Aqui também há que ter cuidado com a formação de faúlhas.
(d) Barreiras
1.170 As barreiras à progressão dos incêndios, apesar de não serem consideradas como formas
de relevo, são caraterísticas importantes do terreno, que poderão ser uma grande vantagem nas
operações de combate. Entre as existentes destacam-se:
1.171 Por vezes uma pequena faixa de contenção é suficiente para parar o incêndio, no entanto em
alguns casos nem a albufeira de uma barragem ou uma autoestrada, conseguem travar a
propagação.
1.172 A preferência será antecipar as barreiras, em tempo oportuno, fora da época de combate,
criando faixas de gestão de combustível e compartimentando a floresta. Áreas com mais faixas de
descontinuidade serão um problema menor para a resolução de um grande incêndio.
c. Meteorologia
1.173 A Meteorologia é determinada por parâmetros observados diariamente. Por sua vez o Clima
é determinado pelas condições médias dos parâmetros meteorológicos observados numa dada
região.
Enquadramento
1-52
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Ciência que estuda a atmosfera terrestre. Os seus aspetos mais tradicionais e conhecidos
são a previsão do tempo e a climatologia;
O tempo pode ser definido como o estado da atmosfera em determinado instante e lugar;
Ciência extremamente vasta e complexa, pois a atmosfera é muito extensa, variável e sede
de um grande número de fenómenos:
1.176 A meteorologia pode ser interpretada por padrões meteorológicos cíclicos, onde se
representam ciclos de longo prazo, determinados pelas flutuações climáticas interanuais, ciclos
sazonais, resultantes do movimento de órbita da terá em torno do sol e ciclos diurnos.
1.177 Recordar que quando falamos de meteorologia, obrigatoriamente devemos associar os seus
efeitos ao comportamento e propagação dos incêndios. Deste modo importa recordar as
componentes que caracterizam o piro ambiente, e salientar que ao contrário dos combustíveis, que
podem ser moldados ou intervencionados pelo homem, e da topografia que não pode ser alterada
e que está sempre presente, a meteorologia à semelhança deste último também não pode ser
alterada, nem intervencionada, no entanto varia, é inconstante e produz efeitos inesperados. Apesar
da sua dinâmica é possível fazer a previsão dos seus parâmetros e dos seus efeitos no incêndio.
Destarte, é necessário prever os seus parâmetros, o que os compõe e entender a sua influência,
para melhor adaptar ao que deve ser feito, como e quando, de forma a evitar transtornos ou
imprevistos desnecessários durante o combate.
Enquadramento
1-53
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.178 Os principais causadores das alterações dos parâmetros meteorológicos são a energia solar
e a rotação da Terra. A radiação solar provoca a formação e circulação de massas de ar, que por
sua vez formam diferenças de pressão dando origem ao vento.
2) Clima
1.179 O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que caracterizam o meio ambiente
atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima, para ser definido, considera um
subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal, requer a análise de uma longa série de
dados meteorológicos e ambientais. O clima é o conjunto de estados do tempo meteorológico que
caracterizam o meio ambiente atmosférico de uma determinada região ao longo do ano. O clima,
para ser definido, considera um subconjunto dos possíveis estados atmosféricos e, para tal, requer
a análise de uma longa série de dados meteorológicos e ambientais. O Clima de Portugal
Continental, com Invernos em geral chuvosos e verões quentes e secos, propícia a secura dos
combustíveis e cria condições favoráveis à ocorrência e propagação de incêndios florestais. Os
parâmetros que advêm do clima, influenciam direta ou indiretamente, o comportamento dos
incêndios, ou porque influenciam os combustíveis, ou porque influenciam a combustão.
1.01 Impera neste prefácio, identificar, avaliar os parâmetros meteorológicos que afetam o
comportamento dos incêndios, entre outros conceitos/fenómenos associados de relevo:
Carta Sinótica;
Atmosfera;
Enquadramento
1-54
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Massa de ar;
Vento;
Temperatura;
Precipitação;
Trovoadas;
Humidade relativa;
Ponto de orvalho;
Inversão térmica;
1.180 A carta sinótica é um mapa que apresenta alguns elementos que caracterizam o estado do
tempo num determinado momento e local.
1.181 Esta carta é formada por linhas que unem os locais com a mesma pressão que têm um nome
de isobáricas.
1.182 Os círculos fechados são chamados de núcleos, que são zonas de máximos ou mínimos de
pressão. Entre os núcleos existem zonas que se chamam colos.
1.183 Os núcleos que apresentam a letra A, são zonas de altas pressões, denominadas de
anticiclones, caracterizam-se por apresentar uma circulação no sentido Horário e por formar
movimentos descendentes. As letras H ou A (High ou Alta), e L ou B (Low ou Baixa), designam
regiões com máximos e mínimos de pressão. Uma alta pressão é geralmente um sistema de bom
tempo (seco e sem nuvens), quente e seco no verão e frio com céu limpo no inverno.
Enquadramento
1-55
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.184 Já as zonas em que aparece a letra B, são zonas de baixa pressão que têm o nome de
depressões, e caracterizam-se por apresentar uma circulação no sentido anti-horário e por formar
movimentos ascendentes. Quanto mais juntas estiverem as linhas isobáricas, mais intensa é a
velocidade do vento. Por sua vez, uma baixa pressão é geralmente um sistema de tempo com
chuvas ou tempestades.
3) Atmosfera
1.185 A atmosfera terrestre é uma camada de gases que envolve a Terra e é retida pela força da
gravidade. A atmosfera terrestre protege a vida na Terra absorvendo a radiação ultravioleta solar,
aquecendo a superfície por meio da retenção de calor (efeito estufa), e reduzindo os extremos de
temperatura entre o dia e a noite. Visto do espaço, o planeta Terra aparece como uma esfera de
coloração azul brilhante. Esse efeito cromático é produzido pela dispersão da luz solar sobre a
atmosfera, e que existe também em outros planetas do sistema solar dotados de atmosfera.
1.186 A atmosfera é uma camada constituída por gases e partículas em suspensão, que estão
unidas à terra devido à força da gravidade. Como a atmosfera tem peso esta exerce pressão sobre
a superfície terrestre, que é chamada pressão atmosférica e é medida em hectopascais (hp).
1.187 A massa atmosférica decresce com a altitude. Cerca de 50% da massa atmosférica encontra-
se nos primeiros 5km da atmosfera, zona onde a densidade também é superior.
Enquadramento
1-56
(RESERVADO)
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1.188 A pressão atmosférica depende da densidade do ar. Quanto maior é a densidade do ar, maior
é a pressão atmosférica e o inverso também é verdade. Quanto menor for a densidade do ar, menor
será a pressão atmosférica.
1.189 Também é importante saber que a pressão é inversa à temperatura do ar, logo quanto mais
calor estiver, menos pressão irá existir.
1.190 A pressão atmosférica é medida por barômetros. Há 2 tipos básicos de barómetros: mercúrio
e aneroide. O mais preciso é o barómetro de mercúrio, inventado por Torricelli em 1643. Consiste
de um tubo de vidro com quase 1 m de comprimento, fechado numa extremidade e aberto noutra,
e preenchido com mercúrio (Hg). A extremidade aberta do tubo é invertida num pequeno recipiente
aberto com mercúrio. A coluna de mercúrio desce para dentro do recipiente até que o peso da
coluna de mercúrio iguale o peso de uma coluna de ar de igual diâmetro, que se estende da
superfície até o topo da atmosfera. O comprimento da coluna de mercúrio, portanto, torna-se uma
medida da pressão atmosférica. A pressão atmosférica média no nível do mar mede 760 mm Hg.
1.191 O barómetro aneroide, sem líquido, é menos preciso, porém mais portátil que o barómetro de
mercúrio. Consiste em uma câmara de metal parcialmente evacuada, com uma mola no seu interior
para evitar o seu esmagamento. A câmara comprime-se quando a pressão cresce e expande-se
quando a pressão diminui. Estes movimentos são transmitidos a um ponteiro sobre um mostrador
que está calibrado em unidades de pressão. Aneroides são frequentemente usados em barógrafos,
instrumentos que gravam continuamente mudanças de pressão. Como a pressão do ar diminui com
a altitude, um barómetro aneroide pode ser calibrado para fornecer altitudes. Tal instrumento é um
altímetro.
1.192 A unidade padrão de pressão no Sistema Internacional (SI) é o Pascal (Pa) (1 Newton/1m2).
Meteorologistas tem usado tradicionalmente a unidade milibar (1 mb = 100 Pa), mas a unidade Pa
é cada vez mais adotada. Usa-se ainda a unidade milímetros de mercúrio (mmHg) (ou polegadas
de mercúrio).
1.193 A pressão média do ar ao nível do mar é 101,325 KPa ou 1013,25 mb ou 760 mmHg e o
intervalo usual de variação está entre 970 mb até 1050 mb. Contudo, já se mediu até 870 mb (no
olho do furacão Tip, em 12/10/79) e 1083,8 mb (em Ágata, na Sibéria, em 31/12/68, associada a
uma massa de ar muito fria).
1.194 A pressão atmosférica numa dada posição é usualmente definida como o peso por unidade
de área da coluna de ar acima desta posição. A pressão média do ar ao nível do mar é 101,325
KPa ou 1013,25 mb ou 760 mmHg e o intervalo usual de variação está entre 970 mb até 1050 mb,
que corresponde a um peso de 1kg de ar em cada cm2.
Enquadramento
1-57
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.195 À medida que a altitude aumenta, a pressão diminui, pois diminui o peso da coluna de ar
acima.
1.196 É o elemento menos percetível fisicamente, porém são as diferenças de pressão de ponto
para ponto, as grandes responsáveis pelos ventos e variações do tempo em geral.
1.197 Pelas pressões superficiais ao nível do mar, pode-se traçar mapas de superfície nos quais
pontos com mesma pressão atmosférica são ligados por linhas chamadas isóbaras.
1.198 Á medida que vamos subindo em altitude a pressão atmosférica vai diminuindo.
1.199 Insolação atmosférica é a medida da irradiação solar em uma superfície por unidade de
tempo. A unidade de medida mais comum é o watt por metro quadrado (W/m²). Quanto à insolação
atmosférica, trata-se da insolação no topo da atmosfera terrestre.
1.200 Durante o dia o sol aquece o solo, que por sua vez liberta essa energia, aquecendo o ar,
fazendo o subir.
1.02 A estabilidade atmosférica tem enorme influência no movimento vertical do ar, suprimindo ou
fazendo resistência a este movimento, e como consequência no comportamento dos incêndios
florestais.
Enquadramento
1-58
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.204 A altitude do local onde a coluna de convecção do ar se mistura ou dilui com a velocidade do
vento é importante para a dissipação do fumo e dar oxigenação á combustão.
1.205 Se a altitude for baixa, os ventos forem fracos e em condições de estabilidade atmosférica
fazem com que o fumo se dissipe mais lentamente.
1.206 Por outro lado, a existência de inversões térmicas, limita bastante a altura e dispersão da
coluna de fumo.
Exemplo: a formação de camadas de inversão junto á superfície é mais favorecida à noite, porque a terra
arrefece mais rapidamente e com ela o ar mais próximo da superfície, mas o mesmo não acontece
imediatamente nas camadas superiores.
1.209 Em geral, se observarmos só o calor, se existir uma diferença de temperatura inferior a 1ºC
por cada 100 metros de altitude, estamos perante uma atmosfera estável.
1.210 Esta estabilidade pode confirmar-se com sinais visuais através da visualização do estado das
nuvens, bem como recorrendo ao índice de Haines, CAPE, Lifted Index e relação entre ambos.
1.211 A atmosfera apresenta duas variáveis importantes, com características diferentes que importa
reconhecer e saber identificar.
Enquadramento
1-59
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Vento constante;
1.213 Uma atmosfera instável facilita a dispersão do fumo em altura, já que o gradiente de
temperatura provoca a elevação dos gases quentes até um local onde arrefecem e se expandem,
até que o seu volume e temperatura sejam iguais aos da massa de ar circundante, e assim a coluna
de fumo é alimentada de uma forma vigorosa.
1.214 Regra geral, o incêndio nestas condições comporta-se de uma forma errática e intensa, uma
vez que se promove a convecção e, portanto, o afluxo de oxigénio, favorecendo a combustão e
aumentando a intensidade do fogo.
1.215 A instabilidade vai-se realimentado, porque o incêndio aumenta a sua atividade convectiva,
produzindo correntes superficiais de ar fresco, que alimentam a combustão.
1.216 Uma atmosfera instável está muitas vezes associada ao comportamento extremo dos
incêndios.
1.217 O seu efeito é de tal maneira importante que se pode estabelecer uma relação entre grandes
incêndios e condições de instabilidade atmosférica.
1.219 Esta situação é favorável ao desenvolvimento de grandes nuvens do tipo Cumulonimbus que
geram fenómenos de tempestades severas.
Enquadramento
1-60
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.220 Ar instável tende a promover a dispersão rápida do fumo, promover a convecção, oxigenação,
incrementando a intensidade do incêndio. São indicadores de atmosfera instável:
Boa visibilidade;
1.222 Além dos problemas de segurança associados, esta alteração obriga-nos a alterações de
estratégia, e reposicionamento de forças pelo que a sua antecipação é fundamental.
(d) Massa de Ar
1.223 Uma massa de ar é uma parcela extensa e espessa da atmosfera, com milhares de
quilómetros quadrados de extensão, que apresenta características próprias de pressão,
temperatura e humidade, determinadas pela região na qual se origina.
1.225 Podem ter vários milhares de quilómetros de espessura. Conforme a zona em que se
desenvolvem são classificadas como equatoriais (quentes e muito húmidas), tropicais (quentes) e
polares (frias) ou massas de ar marítimas (geralmente muito húmidas) e massas de ar continentais
(geralmente secas).
Enquadramento
1-61
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Polar Marítimo
Polar Continental
Tropical Marítimo
Tropical Continental
Outros Tipos:
Ártico
Equatorial
1.226 Todas as massas de ar, são identificáveis por diferentes caraterísticas de temperaturas,
humidade, ventos, entre outras. Elas dividem-se em três tipo de frentes, conhecidas por:
1.228 A aproximação de uma frente fria, sobe um incêndio, traduz-se no aumento da velocidade do
vento e mudanças súbitas de direção.
Enquadramento
1-62
(RESERVADO)
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4) Vento
Enquadramento
1-63
(RESERVADO)
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1.232 A variabilidade na velocidade e direção do vento, traduz-se na fricção do vento com o terreno
e a superfície que origina períodos de calmaria e rajadas mais intensas. Durante os períodos em
que ocorrem as rajadas a intensidade do fogo aumenta grandemente. A velocidade do vento numa
área florestal contígua a uma zona aberta é consideravelmente mais elevada do que no interior da
floresta.
1.233 O efeito do vento na propagação do fogo é semelhante ao da inclinação do terreno, visto que
a velocidade do fogo aumenta, as dimensões das chamas aumentam, a inclinação das chamas
provoca pré-aquecimento mais rápido e efetivo por radiação e contacto, concentra a convecção na
cabeça do fogo, existe uma maior oxigenação, provoca o transporte de pontos de ignição, acelera
a secagem dos combustíveis.
1.234 A sua denominação é feita a partir do ponto cardeal de onde sopram, um vento de norte sopra
do norte para o sul, um vento de leste sopra de leste para oeste. A direção do vento é, portanto, o
ponto cardeal de onde vem o vento: N, NE, E, SE, S, SO, O e NO. As medidas básicas do vento
referem-se à sua direção e velocidade, grau de intensidade que é expressa em km/h ou kt (nós). A
unidade de medida “nó” é uma unidade de medida de velocidade equivalente a uma milha náutica
por hora, ou seja 1852 m/h ou 1,85 km/h.
1.235 A escala de Beaufort permite ter uma referência quanto à intensidade do vento e
consequências que provoca no comportamento do incêndio. Por último o vento é medido por
anemómetros (estações meteorológicas), que avaliam a sua velocidade, direção e sentido.
10 m acima do solo;
1.237 Os ventos formam-se pela diferença de pressão entre as camadas de ar, têm origem nos
Anticiclones (A) e deslocam-se até às depressões ou ciclones (B), pois existe a tendência de
movimento de zonas de alta pressão para zonas de baixa pressão. Podem ser verticais ou
horizontais.
1.238 Ocorrem quando o ar que está rente ao solo e aquece, ao ficar menos denso sobe e de
seguida é substituído pela camada de cima.
1.239 Ocorrem quando as massas de ar quente, perto do chão, sobem e são substituídas pelas
massas de ar frias que se encontram ao lado.
Enquadramento
1-64
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.240 As rajadas de vento associadas com direção variável (facilitam propagação das novas
ignições). A Tabela seguinte mostra a velocidade do vento consoante a sua descrição e os efeitos
observados. A escala qualitativa de Beaufort permite classificar a velocidade do vento a partir da
observação dos seus efeitos na vegetação
Velocidade média
Escala Vento Descrição dos efeitos da terra
do vento em Km/h
0 Calma 1 O fumo sobe na vertical
1.241 Os ventos podem dividir-se em duas componentes, ventos gerais e ventos locais. É
necessário conhece-los para se entender os efeitos que provocam nos incêndios e quais as
consequências que advêm de cada um.
1.242 Os ventos gerais, formam-se devido à diferença de pressão entre dois pontos situados a uma
determinada distância, apresentam uma direção bem definida e estão associados aos centros de
ação (anticiclones/depressões).
1.243 Formam-se devido à ação da orografia ou ao contraste da superfície terrestre (tipo de coberto
vegetal, tipo de solo, proximidade de superfícies aquáticas, incêndios, etc…).
Enquadramento
1-65
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.244 Os ventos locais ou brisas, são ventos que se estabelecem devido às diferenças de
temperatura da superfície da terra. O ar em contacto com a superfície terrestre aquece, torna-se
mais leve e tem tendência a subir, sendo substituído pelo ar que está em contacto com a superfície
mais fria.
1.245 Estabelece-se uma circulação, junto à superfície o ar desloca-se da superfície mais fria para
a mais quente. Na camada acima estabelece-se o movimento contrário. O vento local é influenciado
pela densidade do povoamento e altura das árvores.
Manhã
Meio dia
Noite
Brisas Costeiras:
Brisas orográficas:
Brisa de vale;
Enquadramento
1-66
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.250 As brisas são causadas por contraste terra/mar, diferente exposição à radiação solar
(encostas), diferentes revestimentos do solo, áreas ardidas. Este tipo de circulação tem dimensões
relativamente pequenas (desde centenas de metros a algumas dezenas de km).
Enquadramento
1-67
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.251 As brisas marítimas e terrestres formam-se devido à diferença de temperaturas entre a terra
e o mar.
1.252 Em Portugal Continental, durante o Verão, a extensão destes ventos no litoral oeste é de
cerca de 30 a 50 km na horizontal e cerca de 2 km na vertical.
(e) Flutuações
1.253 O vento forma flutuações rápidas e regulares à superfície, que provocam turbulências de
origem mecânica ou térmica.
1.254 Turbulência mecânica, traduz-se pelo atrito do ar sobre o solo rugoso, enquanto que
turbulência térmica, se traduz pelo aquecimento da superfície pela radiação solar incidente do solo
que provoca movimentos verticais convectivos.
1.255 Numa superfície lisa (atrito = 0), o vento não é alterado continuando o seu regime laminar.
1.257 Forma-se do lado oposto da montanha uma circulação com sentido contrário ao da corrente
geral.
1.259 Numa montanha pequena o vento faz o fogo progredir lateralmente, pelo que passa para a
outra encosta antes de atingir o cume.
1.260 Numa montanha grande, o vento faz a chama subir até ao cume, se o vento for forte, gera-
se na contraencosta uma circulação contrária à direção do vento global e a progressão do incêndio
pode ser retardada, (aproveitar os metros a seguir à linha de cumeada para suster o incêndio).
Enquadramento
1-68
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.261 Quando a temperatura desce pouco com a altitude, não existem condições para o
estabelecimento de correntes (convectivas) ascendentes do ar, uma vez que o ar se mantém
estável.
1.262 Quando a temperatura é muito elevada à superfície, existem condições que facilitam
movimentos verticais do ar (devido à formação de células térmicas ou convectivas), logo o ar
encontra-se instável.
1.263 Para entender melhor os seus efeitos, e como os incêndios não escolhem locais, é necessário
compreender qual o comportamento do vento quando choca com superfícies com declive.
1.265 Em Declive acentuado forma-se um turbilhão junto à superfície que “afasta” o vento geral, o
vento local oposto ao vento geral pode retardar a progressão do incêndio.
1.266 Quando o turbilhão se desloca ao longo da encosta o incêndio que em primeiro lugar foi
retardado pode repentinamente ser acelerado.
1.267 Nos vales a direção do vento também é modificada, provocando diferentes comportamentos
num incêndio.
Enquadramento
1-69
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(RESERVADO)
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1.268 Quando o vento geral incide nas vertentes com um ângulo inferior a 30°:
A direção do vento passa a ter a direção do eixo do vale se o vento se dirige no sentido de
uma garganta, a massa de ar é “comprimida” ocorrendo uma “aceleração” (aumento da
intensidade do vento), por consequência se existir um incêndio a sua intensidade também vai
aumentar.
Se o vale é apertado predominam os ventos locais (brisas) e o fogo passa facilmente de uma
vertente para outra.
5) Temperatura
1.270 Obtida normalmente por termómetros, sendo as escalas mais frequentemente utilizadas: ºC
(Celsius), ºK (Kelvin), ºF (Fahrenheit).
1.271 Tem como referência o ponto de congelamento e o ponto de ebulição da água, 0º C (32º F),
ou 100ºC (212ºF). A escala conhecida por Fahrenheit é utilizada em Inglaterra e EUA e a escala
conhecida por Kelvin é utilizada para fins científicos.
1.272 Relacionado com a temperatura está a Inversão de Radiação que se traduz pelo
arrefecimento do ar à noite e a subsidência que se traduz na formação de anticiclones e a
compressão adiabática (não há mistura de gases).
Enquadramento
1-70
(RESERVADO)
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1.273 A temperatura entre outros aspetos, varia com a altitude. Decresce normalmente com a
altitude aproximadamente a 6.5ºC / km para a atmosfera padrão, varia com a Latitude e varia ao
longo do dia, identificada por variação Diurna.
1.274 Em suma a temperatura tem efeito direto na humidade do combustível florestal, temperaturas
mais elevadas aumentam a rapidez de secagem do combustível, temperaturas mais baixas
influenciam negativamente a facilidade de ignição.
Enquadramento
1-71
(RESERVADO)
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6) Inversão Térmica
1.275 Por inversão entende-se o fenómeno que ocorre quando existe uma temperatura mais alta a
uma altitude maior. Já quando a temperatura é igual em várias altitudes o fenómeno é designado
de isotermia.
1.276 As Inversões térmicas de superfície, ocorrem quando o ar quente encontra uma camada de
ar muito estável que restringe o movimento vertical, tornam-se mais frequentes durante o inverno,
formam-se em noites calmas e sem nuvens, à medida que a radiação atinge o solo a inversão vai-
se dissipando.
1.277 O ar quente é menos denso que o ar frio, no entanto na atmosfera da terra o ar frio tende a
ficar em cima nas altitudes elevadas. Essa naturalidade na atmosfera força a que o ar frio desça
pela sua maior densidade e aqueça perto da superfície, voltando a subir após aquecido, provocando
um ciclo de troca denominado de convecção. Geralmente, esse fenômeno ocorre quando o solo
arrefece muito rápido a noite, favorecendo o efeito estufa, que consequentemente, reduz o efeito
da inversão à medida que o dia vai avançando.
1.278 É um fenômeno que ocorre quando a convecção natural é dificultada pela inversão do
gradiente de temperatura, em função da altitude necessária para a livre dispersão dos solutos do ar
que formam a poluição, confinando-os a uma estreita camada. Na inversão térmica, o gradiente da
temperatura do ar segue um perfil aproximadamente adiabático (não ganham nem perdem calor),
tipicamente de -1ºC por cada 100m, até determinada altitude onde há um aumento da temperatura
em função da altitude.
1.279 Existem quatro tipos de inversão térmica: a Inversão noturna ou de radiação, a Inversão
frontal, a Inversão Marítima e a Inversão por subsidência.
Enquadramento
1-72
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7) Precipitação
1.280 Descreve qualquer tipo de fenómeno relacionado com a queda de água do céu. As
precipitações ocorrem geralmente associadas a sistemas nebulosos sendo os mais característicos
aqueles que acompanham a passagem de uma superfície frontal, quente ou fria, em que as nuvens
surgem organizadas geralmente de oeste.
1.281 O sistema usado na medição de chuva obtém-se pela medição da altura da área alagada
(geralmente em milímetros) em concordância com o tempo. A existência de grande quantidade de
matéria combustível é um importante fator a ter em conta na problemática dos incêndios florestais
(contributo para o aumento do risco de incêndio).
Enquadramento
1-73
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.283 Além disso, a quantidade de água no solo, com a qual está também relacionada a
percentagem de água existente na vegetação, depende essencialmente da precipitação.
1.284 A precipitação tem efeito sobre a humidade do combustível tais como, os combustíveis
superficiais, a manta morta inferior e o solo. A persistência do efeito da precipitação é variável,
dependendo dos fatores que afetam a exposição à radiação solar e ao vento, como a densidade do
povoamento, a exposição do terreno e a posição topográfica.
8) Trovoadas
9) Humidade
1.286 Em termos gerais representa a quantidade de vapor de água existente na atmosfera, podendo
ser absoluta, relativa ou específica. A Humidade Absoluta é a quantidade de água numa parcela de
ar (g/m3). A Humidade Relativa traduz a razão entre a quantidade de vapor de água existente numa
massa de ar (absoluta) e a que satura essa massa de ar à mesma temperatura (HR%).
1.287 A quantidade de vapor de água na atmosfera está relacionada com a temperatura, dado que
a mudança da temperatura da água, causa a sua alteração de estado que pode variar entre o estado
sólido, gasoso e líquido.
1.288 Uma regra prática, indica que a HR% aumenta para o dobro a cada diminuição de 10ºC. A
descrição quantitativa da humidade pode ser efetuada de várias formas, tais como a pressão de
vapor, a humidade absoluta, a razão de mistura e a humidade relativa.
Enquadramento
1-74
(RESERVADO)
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1.293 O ponto de orvalho corresponde ao valor da temperatura a que o ar húmido deve ser
arrefecido, sob pressão constante, para que se torne saturado. Designa a temperatura a qual o
vapor de água presente no ar passa ao estado líquido, ou seja, condensação.
1.294 É importante saber quando a água condensa e passa ao estado liquido, bem como se terá
influência nos combustíveis finos mortos, dependendo da altura a que se encontra. Caso exista,
absorção da humidade dos combustíveis finos mortos, esta só terá efeito uma hora após o início do
ponto de orvalho.
1.295 Quando o ponto de orvalho é muito baixo ou nulo, o incêndio tem sucessivas reativações, a
supressão com água não é eficaz, devendo dar-se privilégio ao combate com ferramentas manuais
(ou outras com o mesmo efeito), e existe enorme possibilidade de formação focos secundários.
1.296 Quando o ponto de orvalho atinge a altura do solo, a absorção da humidade nos combustíveis
finos mortos é maior, logo a combustão é mais lenta e reduzem as probabilidades de focos
secundários ou reacendimentos, tornando o combate com água mais eficaz, não devendo ser
descurada a consolidação com técnicas de separação de combustível até ao solo mineral.
1.297 "Os analistas classificam os incêndios de acordo com o fator que domina a propagação do
fogo, o que permite adotar estratégias e táticas de controlo e supressão mais aconselháveis e
adequadas a cada tipologia. Genericamente definimos três grandes tipos: os incêndios do tipo
‘vento’, quando é o vento que conduz e domina a propagação, produzindo perímetros mais
alongados e lançando faúlhas e criando focos secundários (novas ignições) para onde sopra;
incêndios do tipo ‘topográfico’, quando a propagação é conduzida e dominada pelas características
físicas do terreno, tais como o declive, a exposição e a rugosidade do relevo (sendo estes de mais
fácil predição da propagação); e por último os incêndios do tipo ‘convectivo’ ou também
Enquadramento
1-75
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.298 A tipologia de incêndio está associada ao vetor que domina a sua propagação. Entender este
fenómeno, é estar mais perto de escolher o método de combate adequado, garantir a segurança
dos operacionais e realizar as operações mais perto do sucesso.
1.299 Como vetores principais responsáveis pela propagação de um incêndio são o vento, as
correntes de convecção e a topografia, são assim considerados três tipos:
1.300 Nos incêndios propagados por ação do vento, é característica a existência de colunas de
fumo dobradas no sentido da direção do vento, pode-se determinar com facilidade a Cabeça e a
Retaguarda do incêndio. Toma a forma elíptica, sendo que a intensidade e sentido de propagação
variam consoante a direção e intensidade do vento, existindo grande probabilidade de haver focos
secundários. Nestes casos a Retaguarda e os Flancos são relativamente fáceis de controlar, sendo
possível prever o sentido de propagação do incêndio.
1.301 Em relação aos incêndios propagados pela topografia, são visíveis colunas de fumo verticais
muito semelhantes aos incêndios de convecção. Tem tendência para se agravar em vales
encaixados ou declives acentuados, tornando-se mais fácil o seu combate em zonas de terreno
sem declive ou quando a combustão acontece na fase descendente. Nestes casos é fácil de
percecionar as partes constituintes do incêndio. A oportunidade de combate é definida em locais
planos ou quando a combustão se encontra a descer uma encosta.
1.302 No caso dos incêndios propagados por ação de correntes de convecção, são visíveis colunas
de fumo verticais. Estes são mais perigosos, não sendo possível determinar as partes constituintes
do incêndio; a velocidade e sentido de propagação não são previsíveis, pode haver incursões em
encostas, mesmo sem se verificar a existência de vento, pode haver uma projeção intensa de
partículas incandescentes na zona de influência da coluna de fumo, e a dificuldade de controlo é
muito grande.
a. Incêndio de Vento
5 Fonte: https://ionline.sapo.pt/artigo/570322/emanuel-oliveira.
Enquadramento
1-76
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.303 Incêndios cujo vetor dominante é o vento sobrepondo-se à topografia, e auxiliado pela coluna
de convecção (que fica tombada por ação do vento). A propagação é no sentido do vento, formando
uma elipsoide que se estende por vários quilómetros e com pouca largura, adaptando-se à
morfologia do terreno.
“São aqueles incêndios em que o motor principal na propagação é o vento, dependendo da sua força
e do seu rumo. Por vezes o vento não é muito intenso, mas é o único fator a destacar (por ex.º: planície
e homogénea). Neste caso, o incêndio corre à frente do vento, mas sem alterações significativas
derivado de variações no combustível ou na topografia. Os incêndios dominados manifestam-se por
adotarem perímetros alongados na direção do vento e no caso de gerarem-se faúlhas, podem produzir
focos secundários, pelo que obrigam a uma atenção rigorosa na direção da coluna convectiva.” 6
6 Fonte:E. Oliveira
7Fonte: http://sgmai.maps.arcgis.com
Enquadramento
1-77
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1) Características
Atmosfera estável;
Ventos fortes;
2) Precauções e Recomendações
1.306 Quando o vento deixa de dominar o incêndio, pois outro fator (combustível ou topografia)
passará a dominar, obrigando à reavaliação da tática.
1.307 As melhores estratégias baseiam-se no uso do fogo tático, aproveitando o vento de sucção
do próprio incêndio, apoiando-se em vias existentes ou em ataques mais convencionais.
1.308 Efetuar manobras avançadas com vista a deteção e eliminação de focos secundários, bem
como à criação de faixas de proteção com recurso ao uso de fogo tático.
1.310 Preste atenção ás projeções pelo que obriga a elementos adiantados para observação da
coluna de fumo. Atuação em declives acentuados com incêndios em desenvolvimento ascendente:
Não efetuar o combate em terrenos com declive acentuado, com combustíveis de combustão
rápida, e onde o incêndio está a subir a encosta;
Usar o ataque direto. Se não for possível verifique os pontos de ancoragem na parte de cima
e na parte de baixo da encosta;
Enquadramento
1-79
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
O combate não pode ser feito numa linha de água ou declive que possa produzir o efeito de
chaminé;
O combate deve ser feito, preferencialmente, de baixo para cima a partir de um ponto de
ancoragem seguro;
Consolidar cauda;
Iniciar trabalho nos flancos de trás para a frente para abrandar velocidade de propagação na
cabeça e reduzir dimensão da cabeça.
b. Incêndio de Combustível/Convectivo
1.311 Segundo alguns analistas de incêndios florestais (Domingo Molina Terrén, UFF), os incêndios
conduzidos pelo combustível apresentam 2 subtipos:
1) Subtipo Esfomeado
1.313 Nas Regiões Norte e Centro de Portugal, em virtude das suas características de ocupação
do solo, da evolução sociodemográfica, tipo de propriedade e forma de gestão e estrutura florestal
tem-se constatado cada vez mais a manifestação destes incêndios do subtipo esfomeado, devido
ao abandono da gestão florestal e da agricultura, ganhando proporções que fogem da capacidade
de controlo dos combatentes. Recorde-se os dias 19, 20 e 21 de agosto de 2005 no Alto Minho,
onde os grandes incêndios criaram o seu próprio ambiente, devorando naqueles dias milhares de
hectares, percorrendo de Norte a Sul, de Este a Oeste, todo o distrito.
1.314 Este subtipo encontra-se sob a influência da distribuição espacial do combustível, com zonas
com mais ou menos carga, com mais ou menos humidade, etc.. De acordo com a distribuição do
combustível, o incêndio numa mesma frente ora ganha ora perde intensidade, avançando
irregularmente. Dá-se uma disposição irregular da frente, alternando segmentos com chama e
outros sem chama.
1.316 A velocidade e direção de propagação são atípicas e erráticas, pode haver incursões a descer
encostas e sem a ajuda do vento com grande intensidade e velocidade.
3) Características
Atmosfera instável;
São incêndios mais perigosos, não sendo possível determinar as partes constituintes do
incêndio;
4) Precauções e Recomendações
1.317 Privilegiar o uso do fogo tático a partir de faixas de contenção num ataque indireto sob
combustíveis ligeiros.
1.318 Caso não seja possível construir faixas de contenção largas e seguras nos flancos, então
deveremos de afastar as equipas de combate do tipo de combustível que resiste ao controlo, até
que as condições atmosféricas ou de combustível alterem o comportamento do incêndio.
1.319 O insistir constantemente numa tática, com diversas tentativas para controlar um incêndio
destas características, apoiadas muitas vezes em convencionais manobras com água, é
simplesmente ineficaz.
c. Incêndio Topográfico
1.320 Os incêndios florestais conduzidos pela topografia são aqueles incêndios que se
desenvolvem segundo o eixo de propagação definido pelo território, isto é, a maior influência no
comportamento do fogo é a variação da topografia. Por outras palavras, as variações na intensidade
do comportamento do fogo podem prever-se se entendermos o efeito da topografia sobre a
inflamabilidade do combustível, os ventos e o potencial de propagação.
1.321 Este tipo de incêndios dá-se em terrenos em que o declive, as encostas e as ravinas
influenciam claramente a propagação. Muitos incêndios em Portugal enquadram-se neste tipo,
devido à diversidade topográfica que caracteriza o território, principalmente as regiões Norte e
Enquadramento
1-82
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Centro. Quanto maior é a diversidade topográfica de um dado território, maior será a dificuldade no
controlo do incêndio, daí constatarmos a existência de grandes incêndios em distritos que
apresentam estas características topográficas, tais como Viana do Castelo, Vila Real, Viseu, entre
outros.
1.322 O efeito dos acidentes topográficos (relevo) no comportamento do fogo pode ser profundo. O
terreno pode variar acentuadamente através de uma zona, especialmente em territórios
montanhosos. O terreno variável pode ocultar as estruturas do outro lado e limitar a nossa
capacidade de visualizar as zonas mais baixas, dificultando a execução de manobras eficazes e
seguras. Daí a necessidade de todo o combatente interpretar na perfeição a cartografia e de
conhecer como se manifestará o fogo numa dada posição no terreno.
1.323 A topografia tem um impacto direto no estado dos combustíveis, tanto ao nível da sua
disponibilidade como ao nível da suscetibilidade à combustão. As características topográficas
alteram os processos normais de transferência de calor e modificam os padrões gerais do tempo
atmosférico, produzindo assim condições meteorológicas locais – microclima. As diferenças de
altitude e declive contribuem para as variações da temperatura e da humidade relativa, afetando
por sua vez: a quantidade de precipitação recebida, a data em que o gelo ou neve se derrete e a
data em que a vegetação seca.
1.324 Os incêndios conduzidos pela topografia são um dos tipos de incêndio onde os efeitos da
variação da inflamabilidade dos combustíveis são muito aparentes. Neste caso, a hora do dia, a
exposição e a localização do incêndio na topografia são ingredientes chave na previsão das
variações no comportamento do fogo.
1.325 A direção de propagação da cabeça segue a linha de máximo declive sendo esperadas mais
do que uma cabeça. O comportamento é previsível e propagação associada ao efeito de chaminé.
A convecção pela orografia potencia comportamento extremo do fogo.
1) Características
Enquadramento
1-83
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.326 O seu desenvolvimento é de acordo com a orografia do terreno, a inclinação e ventos locais
têm muita influência, e os fatores decisivos no comportamento do incêndio são: exposição solar da
encosta e a posição da chama na encosta.
O combate deve ser realizado em zonas de terreno sem declive ou quando a combustão
acontece na fase descendente;
Comportamento previsível;
Direção de propagação segue a linha de máximo declive sendo esperadas mais que
uma cabeça.
2) Precauções e Recomendações
1.330 A estratégia de combate adequada para um incêndio conduzido pela topografia cobrem todo
o conjunto de métodos e táticas de combate: ataque direto, indireto, ataque combinado e fogo tático.
1.331 Todas podem ser seguras ou podem converter-se em inseguras em alguma zona ou durante
um dado período. O incêndio varia constantemente de posição na topografia ao mesmo tempo que
muda a hora.
1.332 A inflamabilidade dos combustíveis não é constante durante o dia e, são quentes ou frios em
várias exposições.
1.333 Quando muda a topografia, a meteorologia, a hora do dia e a posição do incêndio, há que
reavaliar as táticas para garantir a segurança e a eficiência do combate. Daí existirem táticas para
cada cenário, de acordo com a posição na topografia.
1.334 Neste tipo de incêndios é indispensável uma boa análise Campbell Prediction System (CPS)
e a aplicação do protocolo LACES.
1.337 O declive e o vento e a convecção são os três principais vetores que afetam o comportamento
do fogo e são associados aos incêndios como o vetor dominante para cada um deles.
1.338 Os incêndios florestais em vales podem constituir situações muito perigosas do ponto de vista
das ações de combate, dado que poderão originar velocidades de propagação, comprimentos de
chama e intensidades superiores às observadas para o mesmo incêndio na zona envolvente. Isto
deve-se sobretudo à orografia do terreno que condiciona o clima a nível local, tendo influencia
principalmente ao nível do campo de ventos, e humidade da vegetação.
Enquadramento
1-85
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1.339 O fenómeno de aceleração do fogo é bastante acentuado e favorecido por estas condições
de terreno. Todas as ações de combate a incêndios em vales devem ser bem ponderadas assim
como as ações de prevenção, dado que são zonas muito sensíveis e normalmente com elevado
risco de erosão do solo.
1.340 Apesar de existir um vetor dominante que caracteriza um incêndio, não implica que os outros
não estejam presentes. Como é óbvio existem incêndios em que o vetor dominante é sempre o
mesmo, apesar da presença dos restantes, e outros incêndios em que o vetor por vezes troca.
Neste último caso, é necessário ter essa análise antecipada porque a estratégia operacional
definida, muda no mesmo instante.
a. Definição
1.343 Não se combatem diretamente incêndios com os meios conhecidos quando este entra em
comportamento extremo, no entanto, existem muitas outras tarefas que devem ser feitas para evitar
danos de maior, como proteger pessoas e bens, iniciar ações de combate indireto, prever
possibilidades de uso do fogo de supressão entre outras. Entende-se que existem situações que
levam ao Comportamento Extremo dos Incêndios, sendo elas:
1) Projeções
1.344 As projeções estão diretamente relacionadas com os focos secundários. Define-se quando a
propagação do incêndio provoca a projeção ou deslocamento de materiais incandescentes para a
frente de chamas. Quantas mais projeções se verificarem numa frente de incêndio mais perto está
de evoluir para o comportamento extremo.
Enquadramento
1-86
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1.345 O transporte de partículas feito pelas massas de ar provoca focos de curta (50 m), média (50-
500 m) ou longa distância (mais de 500 m). Os de longa distância tornam aceiros e barreiras
naturais, como por exemplo os rios, ineficazes. Criam-se novos incêndios, com óbvios impactos na
gestão dos meios.
2) Focos Secundários
1.347 Os focos secundários que aconteçam por outro motivo que não as projeções têm exatamente
o mesmo comportamento, e devem ser sempre acautelados, mesmo que não seja previsível durante
o combate.
1.348 Os focos secundários de curta distância aumentam a velocidade da frente e podem causar
encurralamento dos combatentes.
3) Conflagrações
1.349 Estão relacionadas com situações em que ocorrem grandes incêndios em larga escala.
1.350 Situações associadas a condições meteorológicas especiais, que são reconhecidas como
sendo de risco elevado ou extremo.
4) Fogos Eruptivos
1.351 Um incêndio pode acelerar continuamente desde o sopé até ao cume, atingindo velocidades
extremas, 5 - 6 km/h. Este processo é designado por efeito eruptivo.
1.352 Consiste numa aceleração súbita da velocidade de propagação do fogo e ocorre sobretudo
em encostas de elevado declive ou desfiladeiros;
Enquadramento
1-87
(RESERVADO)
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5) Fogos de Copas
1.353 Aqueles que se propagam e consomem as copas das árvores. É considerada uma
manifestação extrema uma vez que tem associada elevadas intensidades, tornando o combate
direto ineficaz e aumentando os riscos para os combatentes. Para além disso produzem partículas
que estão na origem de focos secundários.
6) Fogo de Salto
1.355 Ocorre quando duas frentes se encontram, o incêndio propaga-se com uma velocidade inicial
bastante grande, como se desse um salto.
7) Vórtices de Fogo
1.357 Para finalizar, observe-se a figura seguinte, que reflete a evolução de um incêndio, quanto ás
formas de propagação, evolução no tempo e intensidade. Em situações de severidade
meteorológica, existe um acentuar do gráfico desde o foco inicial até ao incêndio de copas, pelo
que todos os incêndios têm mais potencial de atingir o comportamento extremo.
Enquadramento
1-88
(RESERVADO)
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8) Condições Determinantes
1.359 A atual alteração climática tem vindo a influência decisivamente estes fenómenos, tanto pela
sua periocidade e intensidade. Quanto mais combinados surgirem estas condições, será natual
encontrar incêndios mais intensos e com um potencial de destruição muito maior.
1.360 O fogo tem fascinado a humanidade durante milhares de anos. Foi a maior conquista do
homem pré-histórico. A partir desta conquista o homem aprendeu a utilizar a força do fogo em seu
proveito, extraindo a energia dos materiais da natureza ou moldando a natureza em seu benefício.
O fogo serviu como proteção aos primeiros hominídeos, afastando os predadores. Depois, o fogo
começou a ser empregado na caça, usando tochas rudimentares para assustar a presa,
encurralando-a. Foram inventados vários tipos de tochas, utilizando diversas madeiras e vários
óleos vegetais e animais. No inverno e em épocas gélidas, o fogo protegeu o ser humano do frio
mortal. O ser humano pré-histórico também aprendeu a cozinhar os alimentos em fogueiras,
tornando-os mais saborosos e saudáveis, pois o calor matava as muitas bactérias existentes na
carne.
Enquadramento
1-89
(RESERVADO)
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.361 O fogo também foi o maior responsável pela sobrevivência do ser humano e pelo grau de
desenvolvimento da humanidade, apesar de que, durante muitos períodos da história, o fogo foi
usado no desenvolvimento e criação de armas e como força destrutiva. Na antiguidade o fogo era
visto como uma das partes fundamentais que formariam a matéria. Na Idade Média, os alquimistas
acreditavam que o fogo tinha propriedades de transformação da matéria alterando determinadas
propriedades químicas das substâncias, como a transformação de um minério sem valor em ouro.
1.362 O Fogo é uma mistura de gases a altas temperaturas, formada em reação exotérmica de
oxidação, que emite radiação eletromagnética nas faixas do infravermelho e do visível. Deste modo,
o fogo pode ser entendido como uma entidade gasosa emissora de radiação e decorrente da
combustão. Chamamos de fogo o resultado de um processo muito termoquímico exotérmico de
oxidação. A Combustão é uma reação química exotérmica entre uma substância (o combustível) e
um gás (o comburente), geralmente o oxigénio, para liberar calor. Numa combustão completa, um
combustível reage com um comburente, e como resultado se obtém compostos resultantes da união
de ambos, além de energia, sendo que alguns desses compostos são os principais agentes
causadores do efeito estufa.
1.364 Geralmente, um composto químico orgânico como o papel, a madeira (material), os plásticos,
os gases de hidrocarbonetos, gasolina e outros, suscetíveis a oxidação, em contacto com uma
substância que permita a oxidação redução (oxigénio da atmosfera, por exemplo) necessitam de
uma energia de ativação, também conhecida como temperatura de ignição. Esta energia para
inflamar o combustível pode ser fornecida através de uma faísca ou de uma chama. Iniciada a
reação de oxidação, também denominada de combustão, o calor desprendido pela reação mantém
o processo em marcha. Os produtos da combustão (principalmente vapor de água e dióxido de
carbono, em altas temperaturas pelo calor desprendido pela reação, emitem luz visível. O resultado
é uma mistura de gases incandescentes emitindo energia, denominado chama ou fogo.
Enquadramento
1-90
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.365 A progressão de um incêndio é em grande parte determinada pela composição dos materiais
combustíveis, pelo fornecimento e concentração de oxigénio e pela temperatura de combustão
resultante.
Autocontrolo e Controlo
1.366 No tempo que corre, as organizações cada vez mais estão expostas a pressões externas e
diversas, quer ao nível do temporal como do stress. Neste âmbito, surge este tema como forma de
os futuros militares da UEPS, desenvolverem imunidade a estas questões.
1.367 O grande objetivo será habilitar os militares a gerir o tempo com base na missão que é
atribuída e da função desempenhada. Definir objetivos na gestão do tempo; planear; estabelecer
prioridades; diagnosticar as suas deficiências na gestão do tempo, e encontrar métodos de
constante autoavaliação. Estruturar ações de forma a maximizar o seu desempenho e considerar o
tempo como um recurso, gerir o tempo considerando a cultura específica da organização, do serviço
e da respetiva função utilizando métodos e técnicas que permitam melhorar a capacidade de
organização pessoal funcionando como a melhor base da prevenção para as patologias associadas.
Enquadramento
1-91
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.369 No caso mais concreto dos incêndios, são libertadas quantidades consideráveis de calor,
fumo, gases tóxicos, a pressão de populares, o ambiente destruturado e a sensação de descontrolo
dificultam drasticamente as condições de trabalho aos militares bem como a capacidade de
concentração. A progressão de um incêndio é em grande parte determinada pela composição dos
materiais combustíveis, pelo fornecimento e concentração de oxigénio e pela temperatura de
combustão resultante. É abundante a quantidade de fumo e gases tóxicos que podem ser libertados
durante uma combustão. Em condições normais o oxigénio encontra-se na atmosfera numa
percentagem de 21% e este é consumido durante o desenvolvimento de uma combustão. A
alteração desta percentagem também tem implicações sobre as pessoas e o ambiente.
1.370 O autocontrolo dos militares no exercício das suas funções na UEPS, as maiores dificuldades
surgirão pelos fatores externos nomeadamente o fumo, elevadas temperaturas, radiação, a
visibilidade reduzida e a concentração de gases tóxicos, que alem de colocarem em risco a
segurança podem colocar em risco a saúde dos militares. Para todas estas partes se equilibrarem
e não haja consequências para terceiros, é necessário que cada militar esteja consciente dos seus
limites e se sinta confiante da missão que irá cumprir na equipa.
Piromania
1.372 A piromania é definida como o comportamento repetitivo de atear fogo de forma propositada
e intencional. É um transtorno pouco conhecido e até mesmo á quem questione se de fato é um
transtorno mental. Para se realizar este diagnóstico é necessário que outros, como esquizofrenia,
mania bipolar, personalidade antissocial, devem estar excluídos. O número de atos incendiários não
é importante, basta um para se fazer o diagnóstico, desde que preencha os critérios
Enquadramento
1-92
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1.374 Esta patologia provavelmente é crônico-episódico, ou seja, o ato de incendiar não tem uma
frequência determinada como a tricotilomania ou o jogo patológico, o indivíduo pode passar longos
períodos sem atear fogo, mas predisposição estará sempre presente e eventualmente incontrolável.
As pessoas com piromania geralmente são encontradas primeiro pelos bombeiros e autoridades
oficiais, pois dificilmente procuram atendimento médico.
1.375 Não se conhece medicações eficazes para o tratamento da piromania, mesmo as terapias
tradicionais como a psicanálise, a terapia cognitivo-comportamental não apresentaram resultados
satisfatórios.
3) STRESS
1.376 Em situação de stress, o corpo humano reage de diferentes formas. A ativação da glândula
hipófise, que fica localizada na região frontal do cérebro, faz liberar hormonas que ativam as
glândulas suprarrenais - como o próprio nome indica, localizam-se na parte superior dos rins -
fazendo com que as suprarrenais liberem a substância cortisol, e a mesma é lançada na corrente
sanguínea. O excesso de cortisol leva a uma destruição das células de defesa, os glóbulos brancos,
causando uma baixa na defesa imunológica do organismo, possibilitando a proliferação e
desenvolvimento de doenças.
1.377 Há ainda o stress bom, que é gerado quando estamos ansiosos trabalhando por algo que nos
trará alguma saciedade ou felicidade futuras, como quando planeamos que algo de bom aconteça.
1.378 Mas o stress mau gera um abatimento ou sensação de pânico, um quadro de exaustão ou
fadiga, causa pressão alta, alterações hormonais.
1.379 A angústia causa doenças como gastrite e ao liberar as emoções negativas como a mágoa
há um melhoramento geral. Compreender os sentimentos e emoções leva a uma atitude que
constrói uma rede que atua da região glandular estendendo-se por todo o corpo.
1.380 Pensamentos positivos, exercício físico e disciplina são a melhor forma de afastar o stress.
4) Ansiedade
1.381 Ansiedade ou nervosismo é uma característica biológica do ser humano, que antecede
momentos de perigo real ou imaginário, marcada por sensações corporais desagradáveis, tais como
uma sensação de vazio no estômago, coração batendo rápido, medo intenso, aperto no tórax,
transpiração etc.
1.382 Esses dois aspetos, tanto a ansiedade quanto o medo, não surgem na vida da pessoa por
uma escolha. Acredita-se que vivências interpessoais e problemas na primeira infância possam ser
importantes causas desses sintomas. Além disso, existem causas biológicas como anormalidades
químicas no cérebro ou distúrbios hormonais.
Enquadramento
1-93
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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1.383 Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente com a vida atribulada atual. A
ansiedade acaba tornando-se constante na vida de muitas pessoas. Dependendo do grau ou da
frequência, pode-se tornar patológica e acarretar muitos problemas posteriores, como o transtorno
da ansiedade. Portanto, nem sempre é patológica. Unhas roídas, característica de ansiedade.
1.384 Ter ansiedade ou sofrer desse mal faz com que a pessoa perca uma boa parte da sua
autoestima, ou seja, ela deixa de fazer certas coisas porque se julga ser incapaz de realizá-las.
Dessa forma, o termo ansiedade está de certa forma ligado à palavra medo, sendo assim a pessoa
passa a ter medo de errar quando da realização de diferentes tarefas, sem mesmo chegar a tentar.
1.385 As pessoas ansiosas têm um vasto número de sintomas. Muitos resultam de um aumento da
estimulação do sistema nervoso vegetativo ou autónomo, que controla o reflexo ataque-fuga. Outros
são somatizações, ou seja, os doentes convertem a ansiedade em problemas físicos, incluindo
dores de cabeça, distúrbios intestinais e tensão muscular. Cerca de metade das pessoas com
ansiedade sofrem principalmente de sintomas físicos, normalmente localizados nos intestinos e no
peito. Conforme a sintomatologia, a ansiedade pode ser classificada em vários transtornos, mas
sempre quando há um grau patológico, definido como aquele que causa interferência nas atividades
normais.
Sintomas:
Fadiga;
Insónias;
Confusão;
Mãos húmidas;
Boca seca;
Dificuldade em engolir;
Enquadramento
1-94
(RESERVADO)
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Vómitos incontroláveis.
5) Pânico
1.387 Um ataque de pânico, também conhecido como crise de pânico ou crise de ansiedade, é um
período de intenso medo ou desconforto, tipicamente abrupto. Os sintomas (variam de pessoa para
pessoa e são no mínimo cinco para ser considerada uma crise) incluem tremores, calafrios,
despersonalização, ondas de calor, dificuldade em respirar, palpitações do coração, náuseas e
tontura.
1.388 A desordem é tal que poderá atingir diferentes tipos de ansiedade. O ataque de pânico
acontece de forma súbita, parece não ter sido provocado e é geralmente incapacitante. O militar
mediante o obstáculo fica completamente bloqueado e sem qualquer tipo de atitude. Na maioria das
vezes, aqueles que têm um ataque de pânico provavelmente terão outros. Por vezes as pessoas
que sofrem de pânico condicionam outras ao chamado transtorno do pânico em que basicamente
se sofre por imitação e sem motivo aparente. Nesses casos, a pessoa passa também a ter fobia
(reversível) dos lugares em que aconteceram as crises.
1.389 Muitos dos que sofrem de ataques de pânico relatam medo da morte, um "estado de limite
ou loucura" ou uma perda de controlo das emoções e do comportamento. As experiências
geralmente provocam uma forte urgência de escapar ou se ver distante do local onde o ataque
começou (a reação de lutar ou fugir) e, quando associadas a dores no peito ou falta de ar,
necessitam de tratamento médico de urgência.
1.390 O ataque de pânico é distinguível de outras formas de ansiedade por sua natureza repentina.
Ataques de pânico geralmente são sofridos por pessoas que sofrem de outras desordens
relacionadas à ansiedade (são secundários a outras doenças e não uma doença à parte) e nem
sempre são indicativos de uma desordem mental. Cerca de dez por cento das pessoas saudáveis
sofrem um ataque de pânico isolado por ano.
1.391 Uma pessoa que sofre de alguma fobia tende a ter ataques de pânico quando exposta
diretamente ao objeto. Esses ataques são geralmente curtos e desaparecem rapidamente quando
Enquadramento
1-95
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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6) Depressão nervosa
1.394 A depressão é mais comum em pessoas com idade entre 24 e 44 anos. Tem mais incidência
nas mulheres que nos homens. As causas da depressão são inúmeras, a genética, tipo de
alimentação descuidada, stress, estilo de vida, drogas, e outros fatores que apesar de não
relacionados diretamente proporcionam o surgimento ou agravamento da doença.
1.395 Cerca de 16% da população mundial já teve depressão nervosa pelo menos uma vez na vida.
Em alguns países como a Austrália, uma em cada quatro mulheres já sofreram de depressão e
cerca de um em cada oito homens já sofreram do mal. O início dos estudos sobre a depressão
começou na década de 20. Esta diferença desaparece completamente entre os 50 e 55 anos. A
depressão nervosa é causa comum de aposentadoria por invalidez na América do Norte e noutros
países da Europa. Segundo a OMS, em 2020, a depressão nervosa passará a ser a segunda causa
de mortes mundiais por doença, após doenças coronárias.
Falta de vontade de realizar uma determinada tarefa que progressivamente se alastra ou pode
alastrar a muitas outras atividades.
Não querer ouvir barulhos ou querer música ou barulhos em altos berros (pois é uma forma
de se alhear e afastar do que se passa à sua volta).
Sente-se triste e abatido sem conseguir encontrar algo que a anime ou que lhe consiga
despertar interesse.
Alterações no sono; Dificuldades em adormecer, acordar muito mais cedo do que o habitual,
dormir em excesso ou pesadelos
Vive obcecado com a sua incapacidade ou com o que possa acontecer a outrem se ela falhar.
Inquietação e irritabilidade
Autoagressão
Acessos de choro
Enquadramento
1-97
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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Desleixa-se com o vestir ou com a sua apresentação. Isso deixou de lhe interessar.
1.398 Algumas pessoas apresentam apenas alguns dos sintomas, outros apresentam inúmeros
sintomas, com intensidade variada.
1.399 Pessoas deprimidas têm frequentemente pensamentos mórbidos e a taxa de suicídio entre
depressivos é 30 vezes maior do que a média da população em geral. A depressão é considerada
em várias partes do mundo como uma das doenças com mais alta taxa de mortalidade
1.400 A maioria das pessoas que possuem um quadro clínico depressivo não conhece ou não
procura ajuda médica especializada apesar da grande possibilidade de tratamento efetivo. O
tratamento geralmente envolve uma medicação antidepressiva receitada por pelo menos 12 meses
para evitar recaídas e algumas vezes acompanhada de psicoterapia.
1.401 A eletroconvulsoterapia (ECT) é utilizada para indivíduos que não tiveram resposta
satisfatória ao tratamento medicamentoso. A Estimulação Magnética Transcraniana repetitiva
(EMTr) ou em inglês Repetitive Transcranial Magnetic Stimulation (rTMS) pode ser uma alternativa
para os pacientes resistentes aos medicamentos.
1.402 Sabe-se também que praticar exercícios regularmente e participar de atividades desportivas
e sociais pode ajudar o paciente a superar os sintomas da depressão.
Medicação
Psicoterapia comportamental
Eletroconvulsoterapia (ECT)
Suplementos alimentares
Atividades físicas
1.404 Sendo a atividade da UEPS de alto risco, deve ser encontrado um equilíbrio das
características e capacidades humanas, que em conjunto constituem o potencial de um futuro militar
da UEPS.
Enquadramento
1-98
(RESERVADO)
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2.01 A segurança na frente de fogo passa pela boa condição física, pela adequabilidade e qualidade
do vestuário e equipamento de proteção individual e por bons conhecimentos dos riscos, assim
como do cumprimento rigoroso dos procedimentos de segurança.
2.04 O EPI divide-se em dois grupos principais, o vestuário e o equipamento de apoio. Por sua vez
existe equipamento obrigatório que é uniforme para todos os militares, como é o caso do capacete,
óculos, a farda ou o apito e equipamento opcional como canivetes multifunções, gel hidratante,
corda individual, entre outros. Mais a frente iremos explicar esta divisão, e como deve ser utilizado
o EPI obrigatório.
2.05 Neste capítulo iremos falar do vestiário e equipamento reconhecido para os operacionais
utilizarem, em pormenor surge a descrição no anexo B o qual pode consultar para melhor entender
a composição de cada peça.
2.06 O vestiário de proteção individual, confecionado para o combate aos incêndios florestais, é
composto pelos seguintes itens que conferem proteção ao operacional contra a radiação, o fumo,
as oscilações do terreno e a queda de objetos.
(a) Equipar
2.07 O capacete que confere proteção para a cabeça, pode ser utilizado com três cores diferentes.
O de cor amarela para o Comandante de Companhia, o de cor de laranja para o Comandante do
Posto de Intervenção Proteção e Socorro (CPIPS) ou Pelotão, e o de cor branca para os restantes
operacionais. As cores, são importantes para no TO identificar as funções de cada um e visualizar
a posição de cada um por parte dos vigias ou meios aéreos. O capacete é colocado depois da
cogula e deve estar sempre apertado. Com o capacete e acoplado ao mesmo estão os óculos e o
tapa nuca, que devem permanecer colocados por cima da cogula para impedir a entrada de
partículas incandescentes e limitar o acesso ao fumo. Por de baixo do capacete vem a cogula que
deve estar acondicionada de modo a tapar o nariz até à zona inferior do pescoço e por dentro do
casaco.
2.08 Apesar de o equipamento conferir proteção contra a radiação, o operacional deve ter a noção
do calor que sente, para evitar situações de perigo como por exemplo ficar cercado, ou ser
apanhado por uma repentina aceleração da combustão, logo importa que alguém ou de forma
rotativa a todo o momento tenha parte do corpo desprotegida como o nariz ou a mão (mas sem
provocar queimaduras), para acautelar estas incidências.
2.09 O tapa nuca deve ser apertado por cima da cogula e óculos de modo a proteger a face da
radiação, no entanto e diferente da cogula deve ficar por fora do casaco para evitar a entrada de
partículas para o tronco.
2.10 O restante vestuário é vestido normalmente como se de outra roupa se tratasse, com as
seguintes particularidades:
2.11 O casaco fica sempre por fora das calças reforçando a proteção junto da zona pélvica.
2.12 As calças, na extremidade mais baixa, devem permanecer por fora do cano das botas e bem
presas a este, para evitar entrada de partículas ou que estas subam permitindo o material em
combustão encostar à pele.
2.13 A t-shirt tem de ser de algodão para evitar que entre em combustão e retenha a transpiração
para ajudar a arrefecer o corpo. O cinturão tático deve ser largo e de velcro para evitar limitar os
movimentos do operacional.
2.14 As mangas do casaco devem estar por dentro do cano das luvas e presas de modo a não
prender os movimentos, nem permitir que subam pelo antebraço.
2.15 As várias peças do vestuário identificado devem ser lavadas e cuidadas após cada dia de
trabalho em combate, ou ao final de algum tempo de utilização, de modo a permitir a que o corpo
possa respirar aquando da sua utilização.
2.16 Os óculos devem permanecer limpos e protegidos par permitir uma boa visibilidade e impedir
que fiquem baços aquando da sua utilização.
2.17 O capacete deve permanecer limpo e devem ser verificados regularmente os pontos de
amarração do mesmo, ou orifícios concebidos para a ventilação. Deve ser também verificada a sua
resistência após cada embate que sofra.
2.18 Para além dos cuidados essenciais de limpeza e asseio do vestiário, ou dos cuidados
identificados, importa referir que o vestiário é revestido por uma película ignífuga, que está limitada
à lavagem, pelo que deve ser limitado o seu uso fora da época de incêndios para manter o mesmo
operacional. Se verificar que o tecido começa a ceder e a ficar mais fino, já não oferece proteção
pelo que deve ser imediatamente trocado.
Meios e Equipamentos de Combate
2-3
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
2.19 O equipamento de proteção individual, que pode ser consultado em pormenor no anexo B,
confecionado para o combate aos incêndios rurais, é composto pelos seguintes itens que conferem
proteção ao operacional, contra a radiação, o desgaste, a desidratação, ou o auxiliam em outras
situações:
2.20 Pode ser utilizado outro equipamento complementar, como o caso de canivetes multifunções,
facas, corda individual, ou outros que acrescentem
2.21 O equipamento de proteção individual, deve ser acondicionado todo nos mesmos locais de
maneira a garantir a uniformidade de operacional para operacional. Assim, garante-se que se um
militar necessitar de usar o equipamento de outro militar sabe exatamente onde se encontra e não
precisa de perder tempo a procurar.
2.22 O fireshelter e o camelbak, são acondicionados no colete nos compartimentos próprios que
se situam na zona das costas.
2.23 A lanterna deve estar acoplada no capacete, que deve permitir ser retirada para se necessário
usar à mão ou arrecadar.
2.24 O apito é usado preso no colete do lado direito junto ao ombro, e por último os kits de primeiros
socorros e sobrevivência são usados na bolsa do colete do lado esquerdo.
2.25 A maior parte deste equipamento não precisa de cuidados especiais, no entanto devem ser
alvo de uma regular inspeção para verificar danos, ou necessidades de limpeza, que mantenham
os equipamentos operacionais.
a. Agentes Extintores
2.26 São vastos os agentes extintores existentes, no entanto os agentes mais usuais empregues
para quebrar um dos lados do tetraedro do fogo são, a água, os retardantes ou caldas misturadas
com água e a terra.
1) Água
2.27 A água atualmente é o agente extintor mais usado no combate aos incêndios em Portugal.
Como agente extintor atua através do arrefecimento dos combustíveis e suprime o oxigénio.
Quando pulverizada, aumenta a eficácia do arrefecimento e também, no abafamento. É um meio
eficaz e rápido no domínio de grandes extensões de linha de chama. Em jato permite alcançar
maiores distâncias, nomeadamente em locais de difícil acesso. Pode ser usada com combustíveis
finos para criar uma faixa para baixar a intensidade da combustão, se tivermos em conta o tempo
de retardação dos combustíveis.
2.28 Assim as técnicas de água e de utilização de ferramentas sapadores devem ser sempre
privilegiadas em todos os momentos, principalmente quando existe a possibilidade de efetuar
trabalho de supressão com viaturas.
2.29 Apesar das vantagens enumeradas, o combate com água também oferece algumas
desvantagens, desde logo, a consolidação. A água evapora, em condições extremas de seca, ou
em altas temperaturas é difícil consolidar o trabalho feito só com água uma vez que é impossível
chegar ao solo mineral.
2.30 Recorde-se que, apesar de não existirem dois incêndios iguais, há algumas regras que se
aplicam geralmente, como as seguintes.
2.31 Se não for possível a aproximação, aplicar jato na base das chamas da seguinte forma:
Oscilar o jato, lateralmente, para cobrir maior área (a movimentação deve ser rápida e logo
que possível, utilizar água pulverizada).
A água pulverizada serve para arrefecer o limite da área queimada e oferece maior proteção
ao combatente;
Progredir rapidamente.
2) Retardantes/Caldas
2.33 Os retardantes são produtos que adicionados à água aumentam a sua eficácia. Existem dois
tipos de retardantes, os espumíferos e as caldas. Os primeiros são constituídos por fosfatos que
aumentam a eficácia da água por lhe reduzir a evaporação e o escorrimento, permitindo-lhe uma
melhor fixação. Os segundos são retardantes de longa duração, sendo que também são solúveis
em água, à base de sulfato e fosfato de amónio, que se decompõem com o calor, inibindo a
emanação de gases que, como se sabe, são responsáveis pela ignição.
2.34 Estes agentes atuam basicamente pelas propriedades químicas dos seus componentes. O
seu efeito mantém-se mesmo após a evaporação da água, são aplicados a partir de aeronaves
veículos ou outros equipamentos como o extintores dorsais e permitem criar faixas de contenção
(químicas).
3) Espumas
2.35 A espuma utiliza-se no combate aos incêndios florestais, diretamente sob as chamas (método
direto), ou na proteção de faixas de contenção (método indireto), para arrefecer e suprime o
oxigénio e melhoram a eficácia da água. A sua utilização dificultam a progressão do incêndio,
reduzem a evaporação e o escorrimento, normalmente mantêm-se durante 30 minutos e pode ser
aplicada através de veículos ou de aeronaves.
2.36 Como referido a capa de espuma pode manter-se cerca de 30 min, pelo que deve ser
consolidada pelo trabalho dos operacionais.
4) Terra
2.37 A terra apaga as chamas essencialmente por abafamento. Nos arbustos e nas árvores, quando
arremessada produz choque que é suficiente para suprimir, por instantes, o oxigénio, e suprimir a
combustão. Contribui ainda, para diminuir a temperatura no ambiente do incêndio.
2.38 A terra pode ser utilizada com ferramentas manuais, quando se verifica a inexistência de água,
ou pelas máquinas de rasto.
2.39 É um agente eficaz, mas quando utilizado pelos operacionais com ferramentas manuais torna-
se desgastante principalmente em solos duros ou rochosos.
5) Agente Explosivo
2.40 Este tipo de material não deve ser considerado como um agente extintor uma vez que a sua
composição resulta da combinação de dois agentes extintores.
2.41 O efeito que produzem estes meios, traduz-se numa explosão que formam uma onda
expansiva que espalha retardante sobe o combustível florestal e suprime o oxigénio, após a
explosão de um recipiente de 5 kg de mistura de água (80%) e retardante químico (20%). A
explosão é realizada por 40 gramas de pólvora após a ignição de uma mecha rápida de um metro
de comprimento.
2.42 Não apresenta perigo de auto explosão no entanto obriga a cuidados de manuseamento, pelo
que:
(a) Utilização
2.43 Este tipo de dispositivo pode ser usado para abrir uma brecha caso os operacionais fiquem
cercados, ou para extinguir uma frente ou parte do incêndio:
2.º Colocar o rastilho na parte superior do combustível e na direção da frete que se pretende
extinguir. (a intenção é que a combustão dos rastilhos seja ao mesmo tempo).
3.º Após a explosão do detonador deve existir uma rápida intervenção por parte dos
operacionais para consolidar a combustão.
i. Vantagens
Emprego de poucos operacionais para uma rápida construção de uma faixa de contenção;
Boa eficácia em terrenos ingremes e em terrenos difíceis com carga de combustível ligeira a
moderada;
Os sobrantes são espalhados pelas zonas envolventes à explosão e não empilhados num só
ponto;
ii. Desvantagens
Limitação quanto ao pessoal com qualificação para a utilização de explosivos para este
método;
2.44 A ritmo de produção de faixas de contenção entre 7 operacionais que trabalham com
explosivos e 20 operacionais que trabalham que ferramentas manuais (turno de 10 horas).
2.45 A constituição do material, pela perigosidade que representa aquando da sua utilização, obriga
a procedimentos específicos de modo a salvaguardar a integridade física dos operacionais. Como
tal, deve ter-se em atenção:
1.º Depois de colocador as cargas explosivas deve aguardar em local seguro e com a silhueta
reduzida até que os detonadores rebentem o dispositivo;
2.º Se o detonador não rebentar o dispositivo, verificar se não existiu contacto com a chama;
2.47 Da combinação de vários fatores resulta uma maior ou menor intensidade de linha de chamas,
cujo conhecimento é muito útil para definir o tipo de meios de combate e métodos de ataque a
utilizar para cada situação.
a. Ferramentas Manuais
de combate mais eficaz e versátil, pode-se efetuar uma supressão mais rápida e eficiente do que
utilizando água. A grande vantagem da utilização das ferramentas manuais é a consolidação do
perímetro do incêndio até ao solo mineral, a grande desvantagem é o desgaste que provoca nos
operacionais.
2.49 A sua utilização durante o combate a incêndios rurais, é fundamental para garantir a supressão
eficaz da linha, evitar reativações e durante o combate e assegurar um eficiente rescaldo do
perímetro de todo o incêndio impedindo a existência de reacendimentos. Assim as ferramentas
fazendo parte integrante do equipamento indispensável do militar da UEPS, podem utilizar-se em:
nas mais diversas situações de combate a incêndios.
2.50 Na tabela infra, estão caracterizadas e classificadas as ferramentas, aspeto que mais tarde
nos vai permitir fazer a melhor escolha tendo em conta o local onde é necessário atuar.
1) Identificação
Machado
Comprimento:0,89 m; ou pesados e raízes.
Ferramenta com cabo de madeira e Raspar troncos e descascar
cabeça de aço bi-funcional. árvores.
Comprimento:1,5 m
para sufocar o fogo em matos
Ferramenta composta por cabo de
mediterrânicos de porte médio
alumínio e uma pá de borracha
e pequeno (por exemplo
resistente ao calor com cerca de 25
ericáceas ou cistus)).
cm e 50 cm de comprimento.
Peso: 4,2
Combina as funções de corte,
Comprimento: 1,2
Gorgui
Peso: 7 kg
Comprimento:0,28 m
Ferramenta composta normalmente
Motosserra
Corte de árvores, desramação,
por um motor a dois tempos a
Abertura de faixas de
gasolina e uma corrente acoplada
contenção por desmatação.
ao mesmo, o motor faz girar a
corrente que possui dentes
cortantes.
Peso: 5 kg
Comprimento:1,8 m
Moto-roçadora
Peso : 22,2 kg
Comprimento: 0,5 m
De fabrico alemão, é a mais leve
entre as mais potentes, tem uma
Motoguincho
relação peso potência elevada; Remover, combustíveis
Cilindrada 70,7cc: lenhosos pesados, obstáculos
Potência de 5,4 cv; que impeças a circulação de
Peso 6,3 kg sem combustível e sem viaturas etc.
guia;
Depósito de óleo da lubrificação de
corrente vazio, não necessita de
óleo.
Peso: 1,4 m Esta bomba permite ser
Comprimento: 0,33 m transportada e operada em
A fyr-pak de modelo 20fp-c8 é uma situações de incêndio com um
bomba centrifuga portátil com mínimo de três elementos.
Motobomba-dorsal
2) Classificação
2.51 A Tabela seguinte representa as capacidades de cada ferramenta, e em que função a mesma
é mais vantajosa ou menos útil.
Classificação
Foição + - - - Combustível
Roçadora + + - - Combustível
Gorgui + + + - Combustível
Batedor - - - + Oxigénio
Motosserra + - - - Combustível
2.52 A correta utilização das ferramentas manuais no combate a incêndios aumenta a eficiência da
tarefa porque supõe uma poupança de tempo e dinheiro, além de ser uma medida de segurança
para os operacionais. Estas ferramentas necessitam de uma manutenção contínua, uma vez que
uma ferramenta defeituosa é um peso morto sem nenhuma utilidade. É lamentável chegar a um
teatro de operações (TO) e ver que as ferramentas têm as lâminas por afinar ou dobradas, com
mossas, ou que os cabos saem do seu lugar, enquanto que o incêndio continua a progredir.
2.53 As ferramentas manuais contra incêndios devem cumprir uma série de requisitos:
(b) Versatilidade
2.55 Devem selecionar ferramentas que além de serem produtivas sejam versáteis. Não se devem
limitar a ter uma única aplicação.
(c) Portáteis
2.56 Muitas vezes tem-se que transportar ferramentas grandes durante uma boa distância até
chegar ao incêndio, ou têm de ser utilizadas durante muitas horas. Por isso, as ferramentas devem
ser ligeiras, fáceis de transportar e seguras durante o transporte.
(d) Resistência
2.57 Devem ser resistentes aos golpes e não se partirem ao baterem contra pedras ou outros
objetos.
(e) Simplicidade
2.58 As ferramentas devem ser simples tanto no uso como na reparação e manutenção. Estão
destinadas à supressão de incêndios e não a trabalhos de maior precisão ou cuidado, devem estar
aptas a serem reparadas durante as operações de combate por qualquer pessoa.
(f) Adequabilidade
(g) Qualidade
2.60 O alto custo do investimento em ferramentas com qualidade diminui, os danos que provocam
a sua inoperacionalidade e aumenta a segurança dos operacionais.
2.62 Observando o “triângulo do fogo” podemos, pela figura seguinte, ver que tipo de ferramenta,
(a titulo exemplificativo), tem influencia direta num dos seus componentes.
2.63 De seguida expõe-se uma tabela na qual se define as técnicas e ferramentas mais adequadas
para cada um dos componentes.
2.64 No que diz respeito ao oxigênio, devemos evitar o seu acesso à base das chamas através do
abafamento com o batedor ou do lançamento de terra com a pá florestal. Uma outra opção, será
cortar o combustível, impedindo assim a progressão do incêndio pela ausência de combustível e
finalmente o arrefecimento da zona queimada limítrofe com a zona não ardida com o lançamento
de terra ou água.
2.65 Logo, percebemos que a combinação de técnicas é fundamental para rentabilizar recursos e
obter resultados eficientes.
2.66 Depois de conhecidas as capacidades das ferramentas, importa recordar os tipos de linhas
que podem ser construídas para debelar uma linha de fogo.
2.67 É fundamental para a segurança do operacional manter os joelhos fletidos de forma a aliviar a
tensão sobre as costas. Dependendo da mão dominante, a que fica por de baixo (na extremidade
do cabo) é a mão forte, a mão que fica em cima é a mão diretriz, que dá precisão ao golpe.
(1) Pulaski
2.68 Ferramenta que combina um machado e enxada numa só ferramenta. A cabeça está composta
por uma folha de aço com diferentes formas em cada extremo, um extremo está desenhado com a
forma de enxada e o outro com forma de machado, num plano perpendicular. O cabo é de madeira
e é introduzido num buraco existente entre as duas folhas de aço.
i. Utilização
2.69 Escavação de terra para ser lançada com a pá sobre a linha de chamas. Corte, desbaste e
desramarem do combustível a uma certa distância das chamas. Eliminação do combustível por
escavação até ao solo mineral.
2.70 Quando utlizada para a raspagem do combustível deve efetuar o movimento, levantando a
ferramenta por cima da cabeça do utilizador, e prepara-se para dar o golpe, mantendo as mãos um
pouco separadas para dar precisão e estabilidade ao movimento. No movimento descendente é
aproveitado o seu peso, juntando as mãos antes de dar o golpe no solo, para dar mais força ao
movimento. Depois da enxada entrar em contacto com a vegetação, em ato continuo puxa-se a
ferramenta na direção do corpo raspando-a. O utilizador com as mãos ligeiramente afastadas
prepara-se para elevar a ferramenta e voltar a repetir o movimento.
(2) Pá
2.71 Ferramenta utilizada para escavar ou remover materiais de baixa densidade. É constituída por
uma folha de lâmina de aço, com forma numa oval arredondada, afiada nas laterais desde a ponta
até 5 cm antes da parte posterior. O cabo de madeira une-se à folha através de um encaixe, em
aço.
i. Utilização
2.72 Funciona por abafamento lançando terra sobre a chama ou brasas, movimentando o oxigénio
disponível.
2.73 Eliminação até ao solo mineral do combustível, a uma certa distância das chamas, por
escavação, raspagem ou golpes (cortes), preparação de pontos de água.
2.74 Para efetuar a raspagem ou corte deve levantar a cabeça da pá por cima da cabeça do
utilizador, preparando-se para o impacto. As mãos permanecem um pouco afastadas para dar
estabilidade e precisão ao movimento. Na faze descendente utiliza-se o peso da mesma, as mãos
mantêm-se separadas para maior precisão do golpe, a mão motriz agarra na extremidade do cabo
e efetua-se um movimento de charneira. Quando a pá entrar na obliqua no solo, deve-se fletir um
pouco mais as pernas do que quando se utiliza outras ferramentas de raspagem. Com a mão diretriz
empurra-se o combustível efetuando a raspagem, depois eleva-se a ferramenta e repete-se o
movimento.
(3) Macleod
2.75 É uma ferramenta composta por uma folha plana e retangular de aço, em que um dos lados
leva uma lâmina simples de 45º, e no lado oposto 6 dentes, reforçados na parte interior.
2.76 Tem um tubo de aço com forma plana o qual vai unido à placa através de um parafuso e a sua
posição é no centro da folha. O tubo é de aço e é soldado à forma plana sobre o qual se monta o
cabo de madeira.
i. Utilização
2.77 Utiliza-se para cortar e raspar na frente de chamas, os combustíveis ligeiros até ao solo
mineral.
2.78 As posições do corpo ao raspar, são parecidas ás posições definidas com a utilização do
pulaski. As diferenças mais salientes são as seguintes, o cabo é mais largo o que permite uma
posição mais erguida do corpo.
Meios e Equipamentos de Combate
2-17
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
2.79 A enxada do macleod é sensivelmente mais larga pelo que se trabalha pior que com o pulaski
ou a enxada em terreno com pedras ou mais duros. Nestes casos é melhor bater com as esquinas
da enxada do macleod para abrir o solo.
2.80 Ferramenta com uma folha de aço com dois gumes e cabo de madeira.
i. Utilização
2.81 É utilizado para cortar material mais grosso na ausência da motosserra, ou em caso de avaria
desta.
2.82 Utiliza-se batendo o mato com uma das folhas, como se fosse um machado de um gume para
cortar ramos ou troncos mais grossos.
(5) Foição
2.83 Ferramenta composta por uma folha de aço, com forma de meia lua e tamanho variado e um
cabo de madeira.
i. Utilização
2.84 É útil para eliminar o combustível aéreo arbustivo, normalmente como primeira ferramenta de
entrada à distância das chamas, especialmente se não dispõe de ferramentas mecânicas.
2.85 Utiliza-se batendo o mato com a cabeça como se fosse um machado para cortar ramos ou
pequenos troncos.
(6) Ancinho
2.86 Ferramenta com uma lamina curta constituída por quatro dentes em forma de triângulo e um
cabo de madeira.
i. Utilização
2.87 Utiliza-se essencialmente para a raspagem de mato fino ou remoção de manta morta. També,
pode ser usado para o corte de combustível tipo herbácea e arbustiva. O seu manuseamento é
muito similar ao macleod ou gorgui. Tem boa rentabilidade na maior parte dos combustíveis
florestais em portuga, é leve e fácil de transportar. Em terreno mole e sem pedras é possível remexer
a terra.
(7) Gorgui
2.88 É uma ferramenta criada especificamente para trabalhos contra incêndios florestais e resulta
da combinação das principais ferramentas manuais, mais utilizadas para a extinção de incêndios.
Possui uma grande versatilidade uma vez que na mesma folha tem as funções de pulaski, macleod,
machado e picareta (pico).
i. Utilização
2.89 Devido á sua grande versatilidade a todo o tipo de terrenos, pode-se utilizar em quase todas
as tarefas de ataque ao incêndio. O seu manuseamento é muito parecido ao macleod.
(8) Enxada
2.90 Não é uma ferramenta criada especificamente para incêndios, no entanto, é muito útil segundo
as características do terreno.
2.91 Está composta por uma cabeça de forma mais o menos triangular, com um buraco por onde
passa o cabo de madeira. Esta cabeça pode ter diferentes dimensões, desde as mais estreitas,
adequadas para terrenos mais rochosos, até ás mais largas, para terrenos arenosos.
i. Utilização
2.92 Quando mais larga é a enxada mais semelhanças do funcionamento tem com o Macleod,
podem realizar-se trabalhos de corte, raspagem e cavar. É uma das melhores ferramentas pela sua
capacidade de arrasto e pelo seu peso, sobretudo comparado com o Macleod. O tamanho do cabo
é parecido com o do pulaski, pelo que as posições do corpo são similares. Quanto mais estreita é
a enxada mais se assemelha com um pulaski.
2.93 Em certas ocasiões também se pode utilizar de forma semelhante à pá, atirando terra sobre a
chama, especialmente quando esta é baixa e a largura da cabeça da enxada é maior.
2.94 As ferramentas vão-se degradando com o desgaste provocado pela sua utilização durante as
operações de combate. A manutenção, é a realização de um conjunto de ações necessárias para
que a sua utilização seja eficaz, conseguir efetuar rendimentos de trabalho elevados garantindo
elevados índices de segurança durante as operações. A manutenção deve-se realizar sempre que
as ferramentas sejam usadas. Se existir uma previsão de que as ferramentas não vão ser utilizadas
durante algum tempo, deve ser planeado de uma forma regular a sua manutenção.
2.95 Para fazer a manutenção das ferramentas, de uma forma correta é necessário:
Verificar os cabos, que não tenham nós, farpas ou aberturas, e que estejam bem
encabados;
Envernizar os cabos;
Afiar os gumes;
2.96 O gume ou lâmina de uma ferramenta é o mais importante, é a interseção de duas superfícies
de corte, as quais formam um ângulo que depende da resistência do material a cortar. Quanto maior
é, mais força é necessário fazer para afundar a ferramenta, em contra parida, quanto menor é o
ângulo mais fácil é. Portanto, cada ferramenta tem um fio adequado à sua função, o pulaski e
machado 30º, a enxada e macloud 45º.
2.97 Para se afiar as lâminas pode-se proceder de duas formas, rebarbar ou limar.
2.98 Utiliza-se quando não existe amolador, uma vez que é um trabalho lento. Para limar uma
ferramenta florestal, usa-se uma lima de pica fina e aço rápido. Antes de limar deve limpar a gordura
existente na ferramenta
2.99 Deve-se pressionar unicamente com os braços (sem exercer peso com o corpo), para a frente
da lâmina (no sentido da parte mais fina para a parte mais grossa da lâmina). A forma de limar deve
ser uniforme consoante pede o material.
(2) Rebarbar
2.100 O rebarbar, realiza-se com uma pedra que gira em volta de um eixo, onde se coloca em
contacto a ferramenta, sendo desgastada na sua periferia. É o melhor sistema, apesar de que em
alguns casos tem de ser feito à mão.
2.101 Uma boa pedra caracteriza-se pela sua dureza e rugosidade, a primeira característica é dada
pelo cimento de união das partículas e a segunda pelo calibre.
2.102 Para as ferramentas florestais, cujo ferro é de boa qualidade (de resistência superior a 35 kg
/ cm2), deve utilizar-se uma pedra de oxido de carbono. Em caso de ser um material mais mole,
(resistência abaixo dos 35 kg/cm2), utilizaremos uma mola de “carborundum” (carbeto de silício).
2.103 Durante o rebarbado há duas fases: desbastado afinado. Durante a primeira usa-se uma
pedra rugosa média (45-50) e durante a segunda uma de densidade maior (n.º 80).
i. Cuidados ao rebarbar
2.104 Não pressionar muito a pedra contra o material (uma vez que pode perder o gume). Mover a
ferramenta continuamente e com a inclinação apropriada, se não podemos desgastar o gume.
Utilizar equipamento de segurança (óculos, luvas, proteção de couro, botas). Ter cuidado de que a
pedra não tem falhas.
2.105 Ferramenta que atua sobre o calor, através da para aplicação de água, em jato ou
pulverizada. Contém um depósito de transporte com mochila dorsal, com mangueira de ligação e
bomba manual.
2.106 Depósito flexível, transportado nas costas através de um arnês, de onde sai uma mangueira
que termina na bomba manual e que projeta a água, possui capacidade para 20 litros. Dispõe de
uma chapa na extremidade que auxilia quando pressionada a pulverizar o jato de água. As cores
devem chamar á atenção para serem facilmente identificadas em relação à vegetação.
(1) Mochila
2.107 São de nylon e as alças devem ter largura suficiente, almofadadas para não prejudicar os
movimentos dos membros superiores e permite o seu ajuste.
(2) Mangueira
2.108 A mangueira une o depósito com a bomba, com um pedaço de mangueira semirrígida, com
diâmetro aproximado de 10mm, com reforço interior para evitar furos e roturas. O seu comprimento
varia entre os 90 e 100 cm. As mangueiras de origem têm tendência a deteriorar-se rapidamente,
quando se corta a borracha de proteção é aconselhável substituir por borracha.
(3) Bomba
2.109 O tipo de bomba mais comum é a de duplo efeito e uso manual, contém um cilindro em interior
cromado onde desliza um embolo metálico, sendo acionado por um movimento de vai e vem. O
percurso de acionamento varia entre 400 e 500 mm, sendo o diâmetro útil do pistão de 19 mm. Com
estas dimensões consegue-se projetar um caudal de 100 150 cm3 em cada movimento (1 litro a
cada 8-9 movimentos).
(4) Saída
2.110 Permite a projeção em jato ou pulverizado, a saída mais comum é a de tipo regulável e o
orifício de saída está protegido contra os impactos e tem um diâmetro de 2-3 mm.
2.111 O jato consegue um alcance até 8m com a mínima expressão da água. Em jato pulverizado
pode passar os 3 m com um ângulo de abertura de 30º.
(5) Utilização
2.112 O jato é projetado diretamente sobre a chama quando tem pouca intensidade, ou
combustíveis finos. É conveniente utilizar linhas de mangueira ou instalação de depósitos flexíveis,
para alimentar o seu uso contínuo. Nesse caso, deve providenciar-se que o ponto de abastecimento
esteja num ponto superior, para poder descer com o extintor cheio e subir com ele vazio.
2.113 Não se deve deixar a mangueira no chão nem bater com ela, para evitar que se deforme.
Deve-se evitar deixar cair o extintor ao chão, para prevenir que se rasgue.
2.114 Utilizar água o mais limpa possível e limpar os filtros depois de cada uso. Em caso de utilizar
retardantes, tem de limpar todos os elementos cuidadosamente depois do seu uso, devido ao seu
poder corrosivo.
(b) Batedor
2.115 O batedor é uma ferramenta que atua sobre o oxigénio destinada a apagar o incêndio por
abafamento. Resumidamente é constituída por um cabo, em que um dos extremos é composto por
tiras de tecido.
2.117 A fixação ao cabo é feita com uma braçadeira, deve ser bem apertada e firme, para evitar
que as tiras se soltem.
(2) Utilização
2.118 É uma ferramenta que atua por abafamento, deve ser usada pausadamente e em conjunto
com outra igual para aumentar a capacidade. Utiliza-se batendo de uma forma seca na base da
chama, mantendo as tiras alguns segundos sobre a chama até que o segundo batedor efetue o
mesmo movimento por cima deste. O abafamento consegue-se no período de tempo em que as
tiras estão em contacto com o solo, e que desloca o oxigénio. Se este movimento é demasiado
rápido e se se reduz o tempo de permanência, o efeito é o oposto.
2.119 Muito uteis em incêndios nascentes, sobre combustível ligeiro, focos secundários e extinção
completa da chama.
2.120 É importante utilizar óculos protetores para evitar que as partículas incandescentes e
fragmentos saltem para os olhos.
2.121 O número das tiras deve tornar o batedor o suficientemente pesado para se necessário baixar
combustíveis (arbustivos) até chegar à base da chama. Outra técnica para rentabilizar a sua eficácia
é manter as tiras molhadas durante a prevenção para que quando em contacto com a chama sejam
mais eficientes. No final da intervenção devem-se molhar bem as tiras, para evitar que entrem em
combustão, eliminando todas as partículas incandescentes que permaneçam nas mesmas.
2.122 O movimento de utilização do batedor é de elevação das tiras sobre a cabeça do utilizador, e
no movimento descendente efetua-se o contacto num golpe seco com as chamas. No movimento
seguinte deve fazer-se uma rotação do batedor no sentido dos ponteiros do relógio com a mão
direita e ponto de apoio com a mão esquerda para facilitar o próximo golpe. Quando se trabalha em
parelha deve efetuar-se uma coordenação de movimentos uma vez que o segundo batedor, vai
acabar o movimento em cima das tiras do primeiro para aumentar a eficiência do abafamento
aumentando o tempo de residência das tiras na base da chama durante 1 ou 2 segundos, seguidos
os quais se volta a repetir uma e outra vez o movimento.
(3) Manutenção
2.123 Após cada utilização devem-se molhar bem as tiras para que as mesmas não entrem em
combustão mesmo que lenta para não perderem a sua dimensão. Devem ser supervisionadas
regularmente para averiguar a necessidade de substituição de alguma tira ou de todas. O cabo deve
ser supervisionado e ter os mesmos cuidados já identificados nas outras ferramentas.
2.124 Não se deve deixar o batedor em sítios onde pode ser pisado por pessoas ou veículos, já que
se pode partir o cabo e não é desejável que as tiras fiquem com quedas incorretas que dificultem o
movimento da sua utilização. Verificar que a braçadeira de aperto continua apertada de forma firme.
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(c) Segurança
2.125 A segurança durante a utilização das ferramentas manuais, seja no combate transporte ou
acondicionamento para descanso, é um fator que merece destaque uma vez que um operacional
que sofra um corte com uma das ferramentas, para além da sua gravidade, passa a ser parte ativa
de um problema e não da solução. Logo tem de ser observadas as seguintes regras:
Transportar na mão as ferramentas, seguras pelo ponto de equilíbrio, com o gume virado para
o solo;
Em terreno inclinado, o transporte das ferramentas é feito na mão mais próxima do solo;
Em terreno plano, todos os operacionais imitam o chefe de equipa ou o elemento que vai à
frente;
A distância entre os operacionais, quer em trabalhos quer em transporte, será sempre superior
à soma dos comprimentos das respetivas ferramentas, devendo ser adaptado ás condições
exigidas pela combustão quando se utilizam em combate direto.
Quando as ferramentas não estão em trabalho devem manter-se em local bem visível,
alinhadas e com os gumes virados para o solo (nas de duplo gume o mais afiado virado para
baixo), ou ensarilhadas por grupos;
O acondicionamento nos veículos é feito em caixas ou nos locais adequados para o efeito,
devendo fazer-se o seu acondicionamento correto e no caso o seu aperto para não se
soltarem com o vento provocado pela deslocação (em carros de caixa aberta).
O acondicionamento fora de locais de trabalho deve ser feito na vertical e com os gumes
protegidos fora de locais de passagem.
(d) Considerações
2.127 Destarte, a utilidade das ferramentas tem um valor acrescentado, quando falamos em
incêndios de grande escala, porque apoiam decisivamente o combate e a consolidação de forma
eficiente.
b. Ferramentas Mecânicas
1) Motosserras
A motosserra é uma
Motosserra STILH MS
Motosserra de classe
(a) Manutenção
2.129 Uma manutenção cuidada, periódica e regular melhora o rendimento do trabalho e prolonga
o tempo de vida útil da motosserra. Além disso contribui para uma eventual diminuição dos riscos
associados à sua utilização. Cada tipo de intervenção deve obedecer a uma periodicidade
adequada. Manter a motosserra limpa e bem afinada é regra imperiosa do operacional de combate
a incêndios.
Antes de iniciar o
Em caso de dano
Várias vezes ao
Semanalmente
abastecimento
ou desgaste
Diariamente
Anualmente
Depois do
trabalho
dia
ESQUEMA GERAL DE MANUTENÇÃO
2.131 O motosserrista deve estar preparado para fazer pequenas reparações e solucionar
pequenas avarias que usualmente ocorrem durante o seu trabalho com a motosserra. Ao fazer-se
acompanhar das ferramentas e peças sobressalentes mais necessárias, evitará deslocações
desnecessárias e quebras de produtividade.
2.132 Para efetuar corretamente a manutenção da motosserra, é necessário dispor das seguintes
ferramentas:
2.133 Como manutenção frequente, entende-se o processo frequente que melhora a sua
rentabilização, tais como, afiar a corrente, limpar a motosserra regularmente durante a utilização,
lubrificar a corrente e amortecedores, estiar a corrente através do seu tensor, etc.
2.134 Sempre que se pretenda substituir a corrente, o pinhão de ataque, o roleto de topo ou limpar
e retificar a lâmina, é necessário desmontar/montar o órgão de corte. Para tal é necessário dispor
das ferramentas indicadas, nomeadamente a chave combinada e o estilete.
i. Desmontagem
2.135 Para proceder á desmontagem correta do órgão de corte deve proceder da seguinte forma:
ii. Limpeza
A corrente, o pinhão de ataque e o espaço envolvente podem ser limpos com trapos.
iii. Lubrificação
2.137 Para que a corrente deslize eficazmente na calha da lâmina e para evitar o
sobreaquecimento, esta tem que ser continuadamente lubrificada com óleo apropriado para
correntes durante a sua rotação (de preferência óleo biodegradável). Para verificar se a lubrificação
da corrente se está a realizar, deve colocar a motosserra em plena aceleração, aproximar a ponta
da lâmina de um cepo ou outra superfície e se deixar um rasto de óleo marcado é sinal de adequada
lubrificação. Se não acontecer deve:
iv. Montagem
Colocar a lâmina nos encaixes, desapertando o parafuso tensor de modo a que o perno
coincida com o orifício correspondente existente na lâmina;
Colocar a tampa e ajustar as porcas (o aperto final só é feito depois de regulada a tensão da
corrente!);
2.139 Sempre que se desmonta e monta a corrente, deve inverter-se a posição da lâmina.
Atenção ao montar a corrente: verificar se está colocada com os dentes de corte no sentido do movimento
da corrente!
2.141 Para efetuar corretamente a regulação da tensão da corrente deve efetuar os seguintes
passos sempre com a ferramenta a frio:
Mantendo-a levantada, apertar então o parafuso tensor de modo a que a corrente encoste à
parte inferior da lâmina.
Verificar se a corrente desliza livremente puxando com a mão, e ver se está corretamente
ajustada à lâmina.
2.142 A corrente está corretamente tencionada quando, levantando-a a meio da lâmina, for possível
ver a base dos elos-guia.
2.143 A regulação da tensão da corrente deve ser realizada sempre a frio e, posteriormente,
verificada a quente.
2.144 Uma deficiente regulação da tensão da corrente, provoca desgaste e danos na lâmina, pinhão
de ataque e na própria corrente (desgaste excessivo ou deformação na base dos elos de corte).
Uma tensão excessiva provoca um desgaste prematuro da ponta da lâmina. Uma tensão
insuficiente desgasta rapidamente a calha da lâmina.
3. Afiação da corrente
2.145 Afiar incorretamente, a falta de lubrificação ou uma tensão incorreta são as principais causas
provocadoras de anomalias e danos que surgem na corrente de corte. Uma corrente devidamente
afiada exige menor esforço e poupa tempo e combustível. Para proceder corretamente à afiação da
corrente de corte necessita de dispor das seguintes ferramenta, lima cilíndrica porta-limas, torno de
afiação (portátil ou de bancada). Para escolher a lima adequada ao passo dos dentes de corte da
corrente, é necessário considerar:
Passo Lima
(polegadas) (mm)
0,325´´ 3/16” 4,8 mm
3/8” 7/32”12 5,5 mm
¼” 5/32” 4 mm
2.146 Deve afiar a corrente muitas vezes, e pouco de cada vez. Sendo que na utilização durante a
supressão é necessário avivar os gumes, enquanto que na oficina é necessário afiar a corrente com
precisão, deixando-a preparada para uma nova utilização.
2.147 Para proceder corretamente à afiação da corrente, tem de proceder da seguinte forma:
Verificar se a corrente está devidamente tencionada e fixar a lâmina com o torno de afiação
ou, na falta deste fazer um pequeno entalhe num toro ou cepo alto para a fixar;
Utilizar uma lima com cabo marcado com ângulos de afiação (durante o trabalho), ou o porta-
limas (para uma afiação de precisão em oficina);
Afiar o gume do dente de corte, empurrando a lima para a frente e contra o gume em
movimentos retos e firmes utilizando todo o seu comprimento, segundo a direção de afiação
marcada no cabo da lima; garantir que todo o gume é abrangido pela afiação;
12 Quando metade do dente de corte estiver gasto, deve usar-se uma lima mais pequena (por exemplo 13/64” ou 4,5 mm)
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No caso de não se utilizar porta-limas, rodar simultaneamente a lima de dentro para fora
durante o seu movimento;
Evitar tocar na zona útil da lima com as mãos para que esta não oxide;
Garantir o mesmo ângulo de afiação e a mesma dimensão (limar o mesmo número de vezes)
para todos os dentes;
2.148 Durante o corte, se verificar que é necessário exercer maior pressão do que o habitual no
órgão de corte ou quando corta, se o serrim produzido for muito fino, é porque a corrente está a
cortar mal e, portanto, está a necessitar de ser afiada.
2.149 A manutenção diária, deve implicar todos os cuidados enunciados na manutenção frequente,
se não foram cumpridos após a utilização da ferramenta, bem como, proceder a toda a limpeza da
máquina, de modo a remover todos os pós e sobrantes da exploração que fiquem depositados na
máquina. Este processo implica a verificação do seu funcionamento no final da limpeza e a
preparação da ferramenta para o dia seguinte, desde a lubrificação, até ao enchimento dos
respetivos depósitos de combustível e óleo de lubrificação.
2.150 Para além dos cuidados da manutenção frequente, não só se deve remover todos pós e
sobrantes da ferramenta, mas também proceder-se à:
Viragem da lâmina;
2.151 Consiste num período de uma a duas horas de manutenção que deve corrigir determinadas
irregularidades que possam surgir no equipamento. Deve-se proceder-se aos seguintes
procedimentos:
2.152 Consiste na manutenção mais profunda das componentes da motosserra, contribuindo para
uma mitigação de riscos associados à sua utilização a longo prazo:
(b) Armazenamento
2.153 A motosserra quando está na arrecadação ou quando não esteja em uso deverá estar limpa
de óleo e gasolina. Quando se prevê o seu armazenamento, por longos períodos de tempo, tem de:
Colocar a motosserra a trabalhar e deixar o motor a funcionar ao ralenti até que o combustível
existente no sistema de alimentação se esgote completamente;
Limpar a motosserra;
(c) Funcionamento
2.154 Para colocar a motosserra a funcionar, deve seguir uma sequencia de passos a seguir
enumerados de forma a não danificar o material e realizar a tarefa sem dificuldade.
2.155 Em primeiro lugar através de o reservatório de óleo de lubrificação da corrente, como elucida
a imagem abaixo, é necessário verificar se está cheio ou se necessita de o encher. Para tal deve
levantar a alavanca contida na tampa do orifício representada pela metade de cor preta e rodar no
sentido inverso dos ponteiros do relógio.
2.156 De seguida no reservatório de gasolina, que se encontra do lado oposto e apresenta a mesma
configuração do anterior, deve verificar se está cheio de gasolina com mistura de óleo a 2%, caso
não esteja deve encher o mesmo.
2.157 O funcionamento da ferramenta não depende da sua lotação, no entanto a motosserra deve
estar sempre pronta para o serviço e isso implica ter os reservatórios cheios com os respetivos
combustíveis ou óleos.
2.158 Em terceiro lugar deve bloquear a corrente exercendo pressão no protetor de mão esquerda
para baixo até ouvir um “click”. Depois, deve fechar o ar pressionando a alavanca, indicada pela
imagem, para a última posição, e em ato contínuo deve pressionar o acelerador e o seu bloqueador
(travão de fixação do acelerador para baixo dentro do punho direito), para que a alavanca vá para
a posição pretendida.
2.159 Depois deve puxar energicamente o starter de corda, quando a motosserra começar a
trabalhar, no imediato, tem de colocar a alavanca de ligar e desligar na posição “I”. Concluídos
estes passos a motosserra está pronta para ser utlizada no corte de vegetação. Antes de iniciar o
corte tem de desbloquear a corrente exercendo pressão no protetor de mão esquerda na sua
direção até ouvir um “click”.
2.160 Para proceder aos passos anteriormente indicados, pode optar por colocar a Motosserra a
trabalhar recorrendo a três técnicas, motosserra assente no solo, entre os joelhos ou em mãos,
igualmente válidas e eficientes.
corda.
Quando acionar o starter de corda com a mão direita, ao mesmo tempo
que o puxar deve com a mão esquerda exercer o movimento contrário com
a motosserra, para que a corda estenda na sua totalidade.
O starter de corda tem de ser puxado na diagonal através de um
movimento enérgico o número de vezes necessário até que a motosserra
comece a trabalhar.14
2.161 A forma mais segura de por a motosserra a trabalhar e que os militares devem utilizar é com
a motosserra assente no solo, pelo que operacionais menos experientes devem privilegiar esta
posição durante o uso da motosserra.
2.162 Quando a motosserra não funciona, deve considerar, antes de julgar que se trata de uma
avaria os seguintes itens, de forma a certificar-se:
2.163 Se o problema permanecer é sinal que estamos na presença de uma avaria, pelo que se deve
proceder em conformidade com os procedimentos definidos internamente e recorrer a oficinas
especializadas sempre que se justifique.
carburador
insuficiente
combustível
combustível
Motor aquece
irregularmente
Motor funciona
excessivamente
Motor não acelera
Motor não funciona
e o orifício de saída
Motor pára em plena
(ignições irregulares)
Vela não produz faísca
Carburador desregulado
Orifício de respiração do
depósito de combustível
entupido
Mistura de combustível
com pouco óleo
Mistura de combustível
com muito óleo
Vela gasta ou suja
2-38
vela incorreta
Cabos elétricos
(RESERVADO)
(RESERVADO)
danificados
Unidade eletrónica
inutilizada
Tabela 2.7 - Causas de Avarias
Tampa do arrancador,
alhetas do volante
magnético e do Cilindro e
pistom com depósitos de
carvão cilindro sujas
Cilindro e pistom com
depósitos de carvão
Orifício de lubrificação da
lâmina entupidos
Chapa de encosto da
lâmina mal montada
Depósito de óleo vazio
Embraiagem danificada
Desgaste dos
contrapesos da
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embraiagem
Marcha lenta (relenti) mal
regulada
Óleo demasiado fino
(RESERVADO)
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(e) Utilização
2.164 Para operar com a motosserra deve cumprir as regras específicas definidas para garantir a
sua segurança e a de terceiros. Assim quando efetua o corte independentemente do tipo de
combustível que pretende remover deve:
2.165 Para iniciar o abate de uma árvore deve em primeiro lugar proceder á limpeza do solo em
volta da árvore, bem como o seu toro. Durante as operações de supressão deve ser respeitada a
limpeza mesmo que parcial, uma vez que o processo deve ser mais rápido. Durante as operações
de consolidação de supressão este processo uma vez que não é tão urgente deve ver mais cuidado.
2.167 Quando se inicia o corte deve ter-se em conta a abertura de entalhe ou bica, considerando a
zona de queda conveniente. A distância de ssegurança deve ser tida em conta observando este
processo.
2.168 O processo de abate implica a verificação e definição clara e objetiva do tr4ajeto de queda
da árvore e os trajetos de fuga que deve definir enquanto motosserrista, que devem estar limpos e
desimpedidos.
2.169 Quando o ramo que pretende cortar, pertencer a uma árvore e estiver em tensão, é
necessário começar sempre de ao pé da árvore para a ponta. Tem de manter sempre uma posição
segura e estável durante a realização dos trabalhos de corte.
2.170 Quando se procede ao corte de material com a motosserra, nas operações de combate a
incêndios ou nas missões de Proteção e Socorro, deve-se sempre que possível deixar o material
cortado inteiro. Caso não seja possível, deixar o meterial inteiro, porque contínua a oferecer perigo,
ou porque limita a ação, deve-se cortar em 2/3 metros na rolaria.
2.173 Durante as operações de supressão, quando se realizam ações de ataque direto ou indireto,
é necessário proceder ao corte de ramos, utilizando a motosserra, por vários motivos. A utilização
da motosserra no corte de vegetação mais fina, obriga aos mesmos cuidados, no entanto deve-se
ter a percepção de que a posição do motosserrista é menos estável, por se configurar espectável
que a resistência provocada será menor.
2.175 Uma vez que o corte efetuado é em combustíveis finos e perto do solo, deve ter-se o cuidado
de minimizar a projeção de materiais soltos que possam provocar outros danos. A descontínuidade
criada deve ser complementada com o trabalho dos elementos que transportam as ferramentas
manuais.
(f) Segurança
2.176 Durante a utilização da motosserra é necessário cumprir com os requisitos estabelecidos para
garantir a segurança. Durante o corte o motosserrista é o responsável por garantir o cumprimento
das normas de segurança que se seguem:
Estar informado e receber formação para o uso da motosserra e atividades que vai realizar;
Trazer um estojo de 1ºs socorros e transportar na viatura uma mala de 1ºs socorros por
equipa;
2.178 O motosserrista deve utilizar o vestuário e equipamento de proteção individual que lhe permite
trabalhar nas melhores condições de conforto e segurança. Deverá selecionar aquele que mais se
adapta a cada situação, e neste caso, no decorrer de ações de supressão em incêndios florestais
o equipamento deve ser combinado com o EPI existente, de modo a garantir as necessidades do
motosserrista tendo em conta a utilização da motosserra ou da supressão propriamente dita.
2.179 Atualmente todas as motosserras estão equipadas com dispositivos de segurança. O seu
objetivo é reduzir os riscos de acidente, pelo que o conhecimento das suas funcionalidades é
fundamental.
alemão
Gasolina: mistura de óleo tarefas decorrentes das
a 2% operações de combate e
Peso: entre cerca de 4,5 atua unicamente no corte
Kg e 12 Kg para remoção do
combustível.
(a) Manutenção
Semanal
Limpeza da vela;
Não arranca
Trabalha irregular
(c) Utilização
2.181 Esta ferramenta confere grande rendimento de trabalho. Utilizada com o apoio da motosserra,
permite abrir aceiros de forma rápida e eficaz.
2.182 Para cortar combustíveis finos como pastagem; fetos e palha utiliza-se cabeça com fio de
nylon.
2.183 Para cortar combustíveis médios e grossos como silvas arbustos e pequenas árvores utiliza-
se disco circular dentado.
2.184 A cabeça de corte possui porca com passe de rosca esquerda, o seu desapertar é feito no
sentido dos ponteiros do relógio.
Ter em atenção que o botão do punho tem que estar na posição start.
(d) Segurança
Óculos de proteção;
Luvas;
Botas de segurança.
Observar constantemente o que se corta, evitando assim o choque com objetos (pedras).
A extensão final de corte, quer seja o fio em nylon quer seja o disco de corte, como funcionam
em grande rotação, pode causas graves ferimentos e até amputação de membros.
2.187 A escolha das ferramentas a utilizar no combate de incêndios florestais, depende do tipo de
combustível, do tipo de solo, do comportamento do fogo, das características da brigada, etc.
2.188 Para efetuar faixas de contenção seguras e capazes de defenderem o seu propósito, é
necessário compreender a sua utilidade e aplicabilidade, de modo correta e segura para garantir o
sucesso das operações.
2.189 Pois bem, se efetuar o combate direto com uma linha de água a um incêndio rural, trás os
seus benefícios, não deixa de ser certo que também tem as suas limitações, sendo uma delas a
dificuldade em consolidar a área ardida.
2.190 Neste défice, devemos aproveitar a vantagem das ferramentas manuais, para em todos os
momentos combater um incêndio seja para apoio na linha de água, para o combate direto sem
utilização de água ou mesmo para consolidar o rescaldo.
2.191 Assim, e no que diz respeito às faixas de contenção podemos distinguir dois tipos de linha
que podem ser efetuadas, as linhas de defesa e as linhas de controlo.
2.192 Por linha de Defesa, entenda-se a faixa de contenção primária, resultante do trabalho de
supressão da chama decorrente da ação de combate, que pode ser uma linha que delimita o
contorno de uma frente de fogo, podendo cobrir o perímetro total do incêndio ou apenas uma parte.
Em Portugal a técnica mais usual utilizada na linha de defesa é o combate com a aplicação de água,
que como referimos há pouco necessita de defesa da linha com as técnicas de utilização das
ferramentas.
2.193 Podemos assim concluir que a construção de linhas de defesa com ferramentas manuais é
uma operação que integra o método indireto de combate ao incêndio.
2.194 Nesta perspetiva, a linha de controlo resume-se á faixa de contenção definitiva, resultante do
trabalho de rescaldo, sendo uma linha fechada formada por segmentos naturais, construídos ou
queimados que envolvem o perímetro final do incêndio.
2.196 Como referimos anteriormente, a escolha das ferramentas a utilizar no combate de incêndios
florestais, depende do tipo de combustível, do tipo de solo, do comportamento do fogo, das
características das equipas, etc.
2.198 Na imagem seguinte podemos então observar uma secção organizada da seguinte forma:
3 militares a lançar terra para cima dos combustíveis, limitando a sua exposição;
2.199 Importa, novamente referir que a organização da equipa, bem como a seleção das
ferramentas é meramente indicativo e depende de uma análise concreta e objetiva no terreno.
2.201 O método progressivo consiste em cada elemento da equipa executar uma só função na
linha, sendo que á passagem do último elemento a linha fica executada.
2.202 No método progressivo alternado, os elementos alternam as suas funções na linha de modo
a permitir a recuperação da fadiga provocada por grande intensidade de trabalho ou exposição ao
calor e/ou fumo.
2.203 Por último no método progressivo individual, cada elemento executa todas as funções nas
partes da linha que lhe forem atribuídas.
2.204 Uma vez consolidada a organização da equipa e as ferramentas a utilizar, urge responder ás
seguintes questões:
2.205 Onde se abre a linha de contenção, qual a distancia à linha de fofo, largura, profundidade e
qual o sitio onde se colocam os materiais?
2.206 A distância da linha de defesa á linha de fogo, deve ser colocada o mais próxima possível.
2.207 A linha de defesa deve ser construída o mais próxima possível do fogo, pressupondo assim
um ataque direto, proporcionando uma maior segurança aos combatentes, uma vez que a zona
queimada pode ser usada como uma zona segura. Sempre que for necessário construir uma linha
de defesa em povoamentos adultos e em zonas de declives acentuados, é necessário ter muita
atenção quando o fogo apenas queimou os combustíveis do sub-bosque e pré-aqueceu as copas
das árvores.
2.208 Quando se constrói uma linha de defesa mais próxima do fogo, as extremidades dos dedos
devem ser unidas com recurso a fogo tático, queimando assim os combustíveis presentes nas
bolsas do incêndio até à linha de defesa.
2.209 O perímetro marginal de uma zona queimada resultante de um incêndio extinto pode servir
como linha de defesa, pelo que esta zona deverá ser devida e previamente inspecionada, co o fim
de detetar fogo ativo ou ponto quente. O perímetro marginal da zona queimada pode encurtar a
linha de defesa que se pretende construir, porém deve ser avaliada com a máxima precaução e
rigor a sua operacionalidade.
2.211 Linhas de defesa com ângulos são ineficazes, pois os espaços definidos por ângulos reduzem
a capacidade de retenção da propagação do fogo.
2.212 Escolher sítios aproveitando as barreiras existentes, com pouca vegetação, ou trilhos e
espaços abertos. Evitar zonas com solos duros ou com grande acumulação de combustíveis. Utilizar
o maio número possível de barreiras naturais
2.213 A localização é definida com uma inspeção geral ao terreno e mediante a interpretação
cartográfica. Aproveitar os acidentes naturais irá reduzir a sobrecarga dos combatentes.
2.214 Bloquear o contacto do fogo aos combustíveis de alto risco isolando-os no exterior da linha.
2.215 Ao remover o combustível, deve cavar-se até ao solo mineral, na profundidade suficiente para
aceder às raízes de combustíveis queimados. Colocar o material removido para o lado a proteger
para evitar aumento da intensidade e comprimento de chama, quando o fogo chegar á linha de
contenção. Salvaguardar uma distância na construção da faixa de defesa em relação a pilhas de
resíduos de cortes florestais ou de árvores a arder em risco iminente de queda.
2.216 Isolar os pontos quentes e incluir os saltos de fogo no interior da linha de contenção;
2.217 Quando os fogos secundários são tão numerosos, e o controlo de cada um é impraticável,
deve-se proceder rodeando a área onde estes ocorrem;
2.218 A linha de defesa deve ter uma largura de 1,5x a altura da vegetação adjacente;
2.219 Durante a construção de uma linha de defesa, deve-se manter a largura da linha tão estreita
quanto possível e ser construida numa cumeada / fundo de uma ravina;
2.220 Quando se constrói uma linha de defesa numa linha de cumeada, deve ser realizada no lado
posterior, quando o fogo dobra a cumeada e desce a encosta oposta, apresentando um
comportamento de fogo de cauda mais fácil de debelar
2.221 No fundo de uma ravina, a construção da linha deve localizar-se no lado oposto à direção do
sentido de deslocação da cabeça principal do incêndio e existe a necessidade de abrir uma vala
para reter o material rolante. Nesta operação pretende-se defender a encosta oposta ao incêndio.
4) Motoguincho
(a) Manutenção
2.222 De fábrica vem carregado com 5 onças de óleo 80/90 “VALVOLINE” cada onça vale 29,5 ml;
2.224 As avarias relativas à MS 440 são as mesmas da MS 260. Avarias relacionadas com o
guincho:
Contudo, ao operar com o guincho devemos de evitar que o seu cabo dê “nó” ou fique
“trilhado” pelo atrito em superfícies rijas no momento da tração;
Meios e Equipamentos de Combate
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(RESERVADO)
(RESERVADO)
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O esforço exercido nos seus carretos sem que estejam devidamente lubrificados, o resultado
é a “inutilização” pura e simples do lewis winch.
(c) Utilização
2.225 As situações de emprego são múltiplas, mas dentro das missões que nos são atribuídas,
podemos empregar o lewis winch em:
Após ser desbloqueado na respetiva cavilha, com o auxilio do seu travão, procede-se ao
desenrolar do seu carretel;
Ponto para fazer a ancoragem com cabo de aço ou cinta em poliéster a um ponto fixo por
exemplo uma;
Desenrolar o cabo de aço com ajuda do travão para evitar que se solte na bobine.
(d) Segurança
Óculos de proteção;
Luvas;
5) Motobomba dorsal
Jerrican: de 6 galões,
aproximadamente22 litros com de um lugar para o outro.
respetivo tudo de ligação; Normalmente é utilizada
Gasolina: mistura de 4% de óleo na para combater diretamente
gasolina sendo que para o depósito
os incêndios ou na fase de
de (em 20 litros de gasolina mistura
se 800 mll de óleo para mistura). rescaldo.
(a) Manutenção
Limpeza da vela;
Não arranca:
Trabalha irregular:
(c) Utilização
Acoplar tubo rígido na admissão de água com pinha na ponta para evitar aspiração
de areias.
Firmar a fyr-pak contra o solo com a mão esquerda, retirar a folga à corda de
arranque coma mão direita e puxar com vigor;
Desligar a motobomba
(d) Segurança
2.226 A motobomba tem de trabalhar com o chassi assente no chão na horizontal. Não tocar no
escape pois atinge elevadas temperaturas.
2.227 Não pôr em funcionamento em espaços confinados pois produz grande quantidade de gazes,
o que pode causar intoxicação. Nunca deixar a motobomba a trabalhar sem estar ferrada com água.
2.228 É importante entender as diferenças entre os dois tipos de bombas disponíveis, as suas
capacidades e limitações, e quando usar cada uma. Existem dois tipos básicos de bombas:
centrífugas e deslocamento positivo. A bomba centrífuga possui uma câmara mais ou menos aberta
que contém um impulsor para mover a água.
2.229 A bomba de deslocamento positivo usa engrenagens ou pistões para fazer o mesmo trabalho.
2.230 Embora os resultados verificados na saída de água na agulheta, possam ser os mesmos, é
necessário entender que existem vantagens e desvantagens no uso de qualquer tipo de bomba.
A bomba deve ser desligada quando a agulheta estiver desligada, a menos que haja uma
válvula de alívio de pressão na linha.
As bombas não podem ser iniciadas quando houver pressão sobre elas, ou seja, uma
mangueira subida cheia de água.
A agulheta pode ser desligada por um curto período de tempo enquanto a bomba estiver
em funcionamento.
Requer preparação.
Não consegue drenar água tão alto quanto uma bomba rotativa.
2.231 Cada tipo de bomba é melhor adaptada a determinados trabalhos do que a outros. A bomba
de deslocamento positivo de alta pressão pode ser encontrada nos motores. Eles usam mangueiras
mais curtas, mas têm pressões mais altas no bico. As bombas centrífugas são melhor adaptadas
para movimentar grandes volumes de água, onde pressões mais baixas podem ser toleradas.
2.232 Se uma bomba preparada não conseguir projetar água ou seu desempenho for fraco, há três
coisas que devem ser consideradas para melhorar seu desempenho.
2º. Diminuir o comprimento da mangueira de sucção. Isso geralmente significa colocar a bomba
perto da fonte de água.
Hidráulicos
2.233 É importante conhecer as forças hidráulicas que influenciam o desempenho das bombas e
dos sistemas de mangueiras. Essas forças são: sucção ou elevação, pressão da cabeça ou
contrapressão, perda de atrito e pressão na agulheta.
2.234 A primeira força encontrada é a sucção ou elevação no lado de entrada de uma bomba. A
capacidade máxima de elevação vertical de uma fonte de água para a bomba é de
aproximadamente 6 metros ao nível do mar. A elevação é reduzida em 10cm para cada 100m de
elevação em altitude acima do nível do mar. A necessidade de uma maior aspiração, tradiz-se neum
menor rendimento da bomba no lado da descarga. É por isso que uma bomba deve ser colocada o
mais próxima possível da fonte de água para reduzir a sucção ou elevação.
2.235 A segunda força hidráulica é a contrapressão (C). Essa é a pressão gerada pelo peso da
água em uma coluna vertical, como a mangueira acima ou abaixo de uma bomba. Quando
convertido em pressão, será igual a aproximadamente um quilo por polegada quadrada (psi) para
cada 60cm de elevação vertical. Uma linha de mangueira com um aumento vertical de 60m exercerá
100psi de contrapressão.
2.236 Sem considerar a perda provocada pelo atrito ou a pressão na agulheta, será necessária uma
pressão de bomba de 100 psi para elevar a água a 60m de altitude. A contrapressão é a força
principal que evita o bombeamento da água em altas distâncias verticais. O inverso também é
verdadeiro para a contrapressão.
2.237 Um psi de pressão será obtido para cada perda de 60 cm em elevação. Uma linha de
mangueira com uma queda vertical de 60m ganhará 100 psi de pressão devido à contrapressão.
Há que ter cuidado ao utilizar a bomba encosta abaixo, porque pode ser obtida maior pressão do
que uma mangueira possa suportar ou pode haver mais pressão na agulheta do que a que o
agulheta aguente a manobrar em segurança.
2.238 A terceira força hidráulica que afeta um sistema de mangueiras é o atrito (A). O atrito, em
qualquer ponto do sistema, reduzirá a pressão. A quantidade de atrito e perda de pressão devido à
mangueira depende do diâmetro da mangueira, seu comprimento, sua textura interna e a perda
pelas agulhetas e outros acessórios.
2.239 A mangueira revestida tem uma camada interior, de borracha, dentro da camada exterior,
dobrável, de tecido. O atrito através da mangueira revestida é consideravelmente menor do que
através da mangueira sem revestimento. A imagem abaixo mostra o efeito de turbilhão da água que
flui através de uma mangueira, a água que flui nos limites externos é mais lenta (atrito) devido à
perda de energia causada ao friccionar contra o revestimento da mangueira.
2.240 Uma queda de pressão ocorrerá quando um acessório (agulheta) for adicionado a uma
mangueira. Essa mudança de pressão é afetada pelas seguintes variáveis: tamanho, dobras,
design, condição e taxa de fluxo. Esse atrito deve ser adicionado aos tubos da mangueira ao
determinar o atrito. Assim é necessário que acrescentar 5psi de perda de pressão devido ao atrito
de cada aparelho (emendas, bifurcações, etc.) usado na mangueira.
2.241 A quarta força a ser considerada é a pressão da agulheta (PA). A pressão da agulheta
depende da pressão da água na agulheta e do tamanho do orifício da mesma. Um orifício menor
reduzirá o volume, mas aumentará a pressão na saída. O comprimento de um jato direto pode ser
aumentado usando um orifício de agulheta menor. No entanto, esse ganho de pressão resulta
sempre em menos volume no fluxo de água.
2.242 A pressão efetiva da agulheta para fins de combate a incêndios depende da agulheta usada.
No entanto, as agulhetas podem ser divididas em duas categorias para determinação da hidráulica
básica e pressão da bomba para combate a incêndios florestais.
2.243 Cada uma das quatro forças hidráulicas afeta o fornecimento de água para a linha de fogo,
algumas positivas, outras negativas.
2.244 Se uma motobomba for insuficiente para fornecer pressão ou volume de água necessários,
uma alternativa é usar uma instalação de bombas em série, paralelas ou por etapas. Este conceito
aplica-se a todos os tipos de bombas.
2.245 Com o sistema em série, duas bombas são conectadas "em linha". A água é bombeada pela
primeira bomba diretamente para a segunda bomba, conseguindo o efeito hidráulico de aumentar
a pressão.
Exemplo: uma bomba Mark 3 produzirá um fluxo de 45lpm e 275psi. Ao adicionar outra bomba Mark 3 em
série, a combinação manterá o fluxo de 45lpm. No entanto, enquanto que, em teoria, a pressão será de
550psi, em aplicações reais, na prática, no terreno, a pressão estará mais próxima de 450psi.
2.247 A utilização em série pode produzir mais pressão do que a que a mangueira aguenta,
portanto, há que ter cuidado, pelo que é necessário usar uma ou duas seções de mangueira
revestida, no início, ao instalar as motobombas em série.
2.248 Diferentes capacidades podem ser conectadas em série, geralmente, a bomba com maior
capacidade é colocada mais próxima da fonte de água, depois, a bomba de menor capacidade é
colocada "em linha". O fator limitante é a capacidade da primeira bomba de fornecer água suficiente
para a segunda bomba, as situações a seguir ilustram esse princípio.
2.249 O primeiro passo na colocação das motobombas em série é o planeamento do sistema. Deve
incluir:
1º. Necessidades de água que deve prever pressão na agulheta desejada e volume necessários
na aplicação.
2º. Localização e tipo de fontes de água. A fonte de água deve ter água suficiente para abastecer
os usuários. O tipo refere-se a riachos, lagoas, tanques portáteis, etc.
3º. Requisitos dos operacionais. Há que determinar quantos operadores serão necessários para
garantir que as bombas possam ser monitoradas e operadas adequadamente. É necessário
estabelecer comunicações entre os operadores da motobomba e os operadores da agulheta.
2.250 No sistema em paralelo, duas motobombas são colocadas "lado a lado". A água flui de cada
bomba independente para uma única mangueira. O efeito hidráulico é quase o dobro do volume de
água. Idealmente, as bombas devem ter capacidades iguais em termos de pressão e volume.
2.251 As motobombas com capacidades desiguais podem ser conectadas em paralelo. No entanto,
a pressão e o volume irão ser mais limitados pela capacidade da motobomba com menor
capacidade. Em conteixto real, o volume produzido será menor que o dobro principalmente devido
à perda de atrito.
2.252 Com o sistema por etapas, as motobombas não são conectadas diretamente, sendo operadas
independentemente uma da outra, o efeito hidráulico é igual à capacidade de cada motobomba.
2.253 A colocação de motobombas por etapas, consiste num deslocamento de água para um
reservatório temporário de armazenamento, que é então deslocada por uma segunda motobomba.
A segunda motobomba pode então fornecer a água diretamente para a linha de chamas ou
abastecer outro reservatório. Este sistema permite uma vantagem em relação ao em sistema série,
que é menos provável que haja interrupção de água se uma motobomba precisar de ser desligada
para reparação ou manutenção.
2.254 Para operar com este sistema, não há limite para o número de vezes que a água pode ser
retransmitida, o sistema é apenas limitado pela capacidade de qualquer uma das motobombas.
2.255 É possível ter várias combinações de sistemas de bombeamento em série, paralelo e por
etapas, tudo ao mesmo tempo para fornecer água. No entanto é necessário experiência e
conhecimento para tornar as combinações eficazes. Quanto mais complexo o sistema projetado,
mais planeamento é necessário para garantir que atende às necessidades do incêndio.
2.258 Aquele que sai direto da bomba e vai diretamente para a agulheta sem junções no meio.
2.260 Uma configuração simples de mangueira é mais difícil de usar no rescaldo, pois ou há
necessidade de rever o processo de instalação ou de carregar grandes quantidades de mangueira.
2.261 Aquele que vem de uma fonte da bomba para o fogo, com uma série de bifurcações e junções
entre a bomba e a agulheta.
2.262 Um sistema de mangueiras progressivo incorpora uma série de linhas laterais a partir da linha
principal. Este sistema tem várias vantagens em relação ao sistema de mangueiras simples, pois
proporciona um ataque contínuo ao fogo sem correr o risco de ter que desligar a mangueira para
estender o seu alcance. A configuração progressiva fornece uma margem de segurança para o
operador da agulheta principal, na medida em que uma linha lateral pode facilmente ser deixada
para trás ou movida, caso haja um alargamento da frente de chamas. Também pode fornecer várias
linhas de ataque em vários focos de incêndio na linha de controle. Um sistema de mangueiras
progressivo tem um atrito mais alto devido ao aumento no número de conexões (aproximadamente
5psi cada). Este sistema pode ser mais lento de instalar, mas é inerentemente mais seguro para
ataques diretos e muito mais eficiente no rescaldo.
2.263 Para instalar um sistema de mangueiras progressivo, uma equipa deve estender primeiro
uma linha de mangueira principal, com 38mm, da motobomba até ao incêndio, como um sistema
de mangueira simples. Quando atingem a frente desejada, instalam uma bifurcação e estendem
mais 30 a 45 metros, a partir da linha de mangueira principal, para instalar outra bifurcação, com
um redutor, de 38mm a 25mm, de um lado (em direção ao incêndio) e anexa 30m de mangueira de
25mm com a agulheta adequada ao combate. O operacinal pode, então, operar essa agulheta para
atacar a frente onde se encontra, enquanto que o outro estende a próxima secção da linha principal,
que é anexada na outra extremidade da bifurcação. Depois de a linha principal ser esticada e a
segunda bifurcação estar no lugar, o primeiro operador de agulheta carrega a linha principal e
retorna para mais mangueiras assim que a segunda linha de ataque lateral esteja operacional e a
funcionar. Este processo é repetido até que o incêndio seja contido ou a motobomba atinja a sua
capacidade.
2.264 O sistema de mangueiras progressivo é muito eficiente quando chega a altura do rescaldo.
O sistema assente a partir de uma motobomba Mark 3 pode fornecer com facilidade de três a cinco
agulhetas, dependendo do atrito e da contrapressão necessária. Isso pode manter eficientemente
uma equipa de 20 operacionais ocupada. Um sistema de mangueiras progressivo oferece inúmeras
oportunidades para as linhas laterais, acelerar o rescaldo.
(3) Segurança
2.265 Evite usar linhas rígidas (ou quaisquer outras linhas de 25mm) em linhas de mangueira
estendidas. O atrito é muito grande e pode haver um volume inadequado de água para proteger o
operador da agulheta e estender efetivamente a linha à medida que o incêndio avança.
2.266 As agulhetas progressivas, que fornecem um padrão de neblina, adicionam uma medida extra
de segurança, desde que a água adequada esteja disponível na agulheta.
(4) Rescaldo
2.268 Onde e como usar o abastecimento de água disponível é sempre uma preocupação dos
supervisores da linha de inçêndio. Indicam-se algumas prioridades geralmente definidas durante o
rescaldo:
2º. Apagar todos os pontos quentes dentro da linha de incêndio, que possam ameaçar a linha.
3º. Apagar pontos quentes, localizados no interior da área queimada, mas adjacentes a ilhas,
de combustíveis perigosos, não queimadas.
4º. Eliminar todos os pontos quentes dentro da linha, por uma distância razoavelmente segura.
5º. Consolidar com ferramentas toda a área queimada até deixar de existir combustão.
2.269 A água pode ser usada com moderação, mas com eficiência, enquanto as ferramentas
manuais são usadas para expor combustíveis a arder e misturar solo com a chama. As caldas e
espuma ajudam bastante a água a atuar sobre combustíveis e pontos quentes.
2.270 O rescaldo é normalmente um trabalho lento e tedioso. A água não reduz necessariamente a
quantidade de trabalho necessária, mas pode economizar o tempo. Alguns operacionais tentam
abafar a chama com água, mas descobrem que isso geralmente não funciona. A água não penetra
facilmente nas camadas orgânicas profundas e não pode isolar os pontos quentes subterrâneos.
Esses pontos quentes podem vir à superfície mais tarde e iniciar novamente a combustão. O
procedimento mais eficaz é separar e dispersar os combustíveis queimados e depois arrefecê-lo
com água. Cavar, raspar e espalhar constitui trabalho duro, mas necessário para garantir que o
incêndio esteja apagado e seguro para abandonar o local.
2.271 Geralmente, altos volumes de água e pressões na agulheta não são necessários durante o
rescaldo e geralmente causam risco de vapor e projeção de detritos e cinzas. Lembre-se de que
uma combinação de trabalho com água e ferramentas manuais é uma equipe vencedora para um
rescaldo rápido.
2.272 Na formação atinente ao comportamento ao fogo, estuda-se o triângulo do fogo como modelo
para o processo conhecido como combustão.
2.273 O princípio básico da supressão de incêndio é remover um, ou mais, dos três componentes
essenciais do triângulo do fogo. Isso pode ser conseguido através da remoção dos combustíveis,
da redução da temperatura dos combustíveis, em chama, abaixo do ponto de ignição, ou excluindo
o oxigênio. O equipamento usado para aplicar água desempenha uma dupla função, excluir a
quantidade de oxigênio disponível e reduzir a temperatura dos combustíveis.
2.274 O triângulo da água serve como um modelo útil para explicar como a água, quando aplicada
na quantidade certa, na forma e no lugar certo, pode aumentar o sucesso na extinção de chamas e
de combustíveis em chama.
2.275 Primeiro, é preciso ver como se pode aumentar a eficácia através da aplicação de água no
local correto do fogo.
2.276 Se a água for aplicada no local correto, a temperatura do combustível em chama será
reduzida abaixo do seu ponto de inflamação. Para isso, o fluxo de água deve ser direcionado para
a base da chama, onde está a ocorrer o aquecimento do combustível e sua conversão em vapor
inflamável. A rápida redução da temperatura do combustível exclui efetivamente o componente de
calor do triângulo de fogo e a combustão em chamas é extinta. Isso é particularmente eficaz quando
a combustão em chamas envolve combustíveis a arder na superfície do solo, ou acima dela.
2.277 O mesmo princípio se aplica quando o fogo está a arder nos combustíveis orgânicos abaixo
da superfície. Deve direcionar-se a água até a fonte do calor onde a combustão está a ocorrer para
ser eficaz. A água aplicada em noutros locais é um esforço desperdiçado.
2.280 As agulhetas permitem formar e direcionar sobre o fogo um fluxo de água sob pressão. A
agulheta e a habilidade do operador no ponto de aplicação determinam o grau de sucesso
alcançado. O uso de água pode ser altamente eficaz ou um grande desperdício, dependendo de
qual agulheta é selecionada e de como é usada.
2.281 Embora exista uma grande variedade de agulhetas para escolher, os tipos mais
frequentemente usados para combate a incêndios rurais podem ser genericamente agrupados
como:
Agulheta com torneira de fecho: jato direto ou padrão de pulverização com torneira de
fecho.
Agulheta dupla com torneira de fecho: jato direto ou padrão de nevoeiro com torneira de
fecho.
Agulheta múltipla com seletor e torneira de fecho: Agulheta de múltiplas pontas com
aplicações distintas.
Agulheta ajustável: com sequência ajustável de fecho para jato direto ou padrão de
pulverização.
2.282 Os vários tipos de agulhetas oferecem a capacidade de fazer sua seleção com base na taxa
de fluxo (litros por minuto), requisitos de pressão e uma variedade de padrões de água, de jatos
diretos a padrões de pulverização e de nevoeiro.
2.283 Agulhetas combinadas que fornecem padrões de jato direto e de pulverização geralmente
são necessárias na maioria das intervenções em incêndios rurais devido à necessidade de variar o
fluxo de água para as condições encontradas ao longo da linha de fogo. Para ser eficaz com a água,
o operador da agulheta deve ajustar os fluxos de água ao trabalho em questão.
2.284 Fluxos contínuos de água, fornecidos pelas agulhetas, que fluem como um único jato direto,
são usados onde a capacidade de alcance ou distancia é o aspeto principal para a projeção de água
no fogo. O fogo que arde no alto de um obstáculo pode exigir um alcance adicional, que pode ser
obtido através de um jato direto. Numa situação em que o fogo esteja a arder intensamente, para
que o operador da agulheta consiga trabalhar perto do fogo, o jato direto é usado para arrefecer o
fogo à distância, para que um trabalho mais próximo possa ser executado posteriormente. Em
algumas situações em que ventos fortes possam impedir de direcionar os padrões de pulverização
com precisão, pode ser necessário mudar para um jato direto para projetar a água no local correto.
Jatos diretos também podem ser eficazes quando é necessária a penetração na relva ou caruma
compacta.
2.285 Embora jatos diretos satisfaçam aos requisitos de alcance e distância, eles tendem a usar um
volume maior de água do que outros métodos. Isso se deve em grande parte à projeção de água
como um fluxo contínuo, que afeta apenas uma parte estreita da área de incêndio a combater.
Esses tipos de agulhetas geralmente operam efetivamente a 50psi, embora pressões mais altas
possam ser necessárias quando a distância ou a penetração da superfície é necessária.
2.287 Por esses motivos, os padrões de pulverização e neblina são usados extensivamente para
trabalhos próximos ao longo da linha de fogo e onde a proteção contra calor intenso é necessária
para o operador do bico.
2.289 Quando se pensa na quantidade certa de água, é importante perceber que uma pequena
quantidade de água é capaz de extinguir muito combustível em chama. Uma das ideias
estabelecidas no início da formação de combate a incêndios é que um volume de água é capaz de
extinguir 300 volumes de combustível em chama, se aplicado adequadamente. Muitas agulhetas
são capazes de produzir um spray fino, que quebra o fluxo de água em muitas gotas. Através da
alta capacidade da água de absorção de calor, muitas gotículas podem arrefecer e extinguir muitas
unidades de fogo, se aplicadas no local e na forma corretas.
(2) Conservação
2.291 Sempre que possível, deve-se adicionar um surfactante ao abastecimento de água. O uso de
surfactantes, têm uma vantagem sobre a água pura sempre que é necessário um humedecimento
completo. Os surfactantes irão acelerar o humedecimento dos combustíveis do solo, evitando o
desperdício de água através escoamento da superfície do combustível. Os surfactantes usados
para produzir espuma funcionam mantendo a água na superfície do combustível.
2.292 Boas comunicações devem ser estabelecidas e mantidas entre o operador da agulheta e o
operador da bomba, por sinais de rádio ou manuais. O operador da agulheta deve sempre saber
quanta água está disponível na fonte, pois isso pode fazer a diferença no tipo de ação escolhida
para combater o fogo. Por sua vez, o operador da agulheta deve comunicar se o sistema de
abastecimento de água está a corresponder às necessidades no local do incêndio ou não.
2.293 O pessoal com ferramentas manuais deve trabalhar em estreita colaboração com o pessoal
da agulheta. O solo mineral, aplicado com o uso qualificado de ferramentas manuais, pode ser
eficaz para excluir oxigênio, apagar chamas e arrefecer brasas, deixando os operadores de
Meios e Equipamentos de Combate
2-67
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
agulhetas disponíveis para aplicar água onde é possível obter o maior benefício. Há que colocar
pessoal com ferramentas manuais onde a água é aplicada para extinguir a combustão flamejante e
os combustíveis são deixados em um estado brilhante ou fumegante, para que estes acompanhem,
juntem e misturem os combustíveis tratados com o solo mineral. O Pulaski é uma excelente
ferramenta para raspar e desbastar combustíveis pesados, para que a água possa ser aplicada
diretamente na fonte de calor. Se uma bomba falhar, devem estar disponíveis ferramentas manuais
suficientes para extinguir o fogo com solo mineral.
2.294 Muito pode ser feito para economizar água, sabendo quais acessórios contribuem para o
esforço e garantindo que eles sejam usados. Existem quatro acessórios que são comumente
usados para economizar água: a agulheta de baixo caudal, a válvula de retenção e de purga, a
válvula de alívio de pressão e as válvulas de fecho.
2.295 Primeiro, selecionando a agulheta de baixo caudal para realizar o trabalho com segurança,
pode-se, em grande medida, controlar a quantidade de água que chega ao fogo. Não faz sentido
selecionar uma agulheta com um caudal de 113 litros por minuto, quando o mesmo trabalho pode
ser realizado, com segurança, usando uma agulheta com um caudal de 45 litros por minuto. O
conhecimento do caudal das agulhetas disponíveis fará uma grande diferença na contribuição para
a conservação da água.
2.297 Isso pode ser uma quantia substancial quando você considera que cada comprimento de 30
metros de mangueira de 38mm contém aproximadamente 34 litros de água e o mesmo comprimento
de mangueira de 25mm polegada contém cerca de 15 litros de água.
2.299 Válvulas de fecho de vários tipos representam o dispositivo final de utilização de água usado
para economizar água. Braçadeiras de mangueira, camisetas em linha, válvulas com gotejadores e
agulhetas com interruptores permitem maior controle sobre a manutenção da água no sistema de
distribuição. Ao prender ou desligar as válvulas bloqueadas, pode-se impedir que uma mangueira
danificada desperdice água em solo frio. As agulhetas com uma válvula de corte permitem a
movimentação de um ponto de aplicação para outro, sem desperdiçar água onde não é necessária.
2.301 Para ser eficaz com um abastecimento de água limitado, o operador de agulheta deve
aprender a dominar o uso da agulheta, o fecho, a pressão e o método com o qual a água é aplicada.
2.302 As agulhetas variam em caudal (litros por minuto), requisitos de pressão e tipo de corrente
de água produzida. A seleção da agulheta deve basear-se na classificação mais baixa de caudal,
que permitirá executar o trabalho com segurança. Sempre que possível, há que selecionar uma
agulheta que ofereça a versatilidade necessária para executar várias tarefas ao longo da linha de
fogo, sem sacrificar altas taxas de entrega ou caudal. Passar alguns minutos com um bombeiro
experiente é importante para uma aprendizagem profícua.
2.303 Há que aprender a ajustar o padrão de água da agulheta para combinar a saída de água com
a intensidade do fogo. Como regra geral, pode-se dizer que mais intensidade de fogo levará mais
água e menos intensidade de fogo levará menos água. Há que aprender quais os tipos de modelos
de combustível, os níveis de intensidade de incêndio associados e quais são atingidos durante as
condições médias e piores, para ajudar a determinar o que funciona bem.
2.306 Quando for necessário usar fluxos diretos para arrefecer um fogo quente ou atingir um ponto
quente perigoso à frente, pode-se arrefecer um volume maior de combustível em chama, apontando
seu fluxo para a base do ponto quente e dispersando sobre ele, partindo do chão em forma de
leque.
2.307 A água pode ser melhor conservada usando padrões de spray e neblina para absorver mais
calor e cobrir um volume maior de combustível em chama. Há que operar a agulheta próximo ao
fogo sempre que possível, será obtida melhor precisão e melhor penetração nos combustíveis.
2.308 Há que aprender os efeitos que a pressão exerce sobre as agulhetas. Algumas agulhetas a
altas pressões fornecem ar e água ao fogo, o que tem o efeito de ventilar as chamas, em vez de
apagá-las. Agulhetas de fluxo reto geralmente operam eficazmente a 50psi. Os padrões de
pulverização e neblina geralmente requerem mais pressão para tornar o fluxo de água num spray
ou neblina fina. Geralmente requerem 100psi, embora muitos continuem a desenvolver bons
padrões com menos pressão. As agulhetas de aspersão geralmente requerem pressões superiores
a 100psi para alcançar os resultados desejados de espuma induzida por ar. Há que praticar com
várias combinações de tipos de agulhetas e aberturas sob diferentes pressões.
2.309 Embora possa ser necessário todo o potencial do sistema durante os estágios iniciais do
incêndio, geralmente é possível reduzir as pressões operacionais após a conclusão das ações
iniciais e aumentar o tempo de uso da água com taxas de descarga mais baixas. Como regra geral,
as taxas de fluxo são reduzidas para 3/4, quando a pressão da agulheta é reduzida de 100psi a
50psi. Com boas comunicações, as pressões podem ser aumentadas ou diminuídas para atender
às necessidades.
2.310 Há que desenvolver uma técnica de aplicação intermitente. Este método é usado em todas
as situações de incêndio e deve servir de base para a sua aplicação de água. Uma característica
essencial desse tipo de aplicação é um fecho de ação rápida.
2.311 Na linha de fogo, há que direcionar uma pequena quantidade do fluxo na base dos
combustíveis em chama, depois desliga-se a agulheta e há que preparar para continuar a trabalhar
paralelamente à borda do fogo. Há que observar a linha já tratada, se o combustível reacender, há
que aplicar água adicional em um pequeno jorro. Os combustíveis tratados são então misturados
pelo pessoal com ferramentas manuais e a água é aplicada, se necessário. Ao passar de um ponto
quente para outro, desliga-se a água na agulheta. A água deve ser aplicada de forma intermitente
em áreas específicas do fogo para obter o máximo proveito do seu suprimento de água.
2.312 Essa técnica de ligar novamente, desligar novamente é continuada em todo o perímetro do
incêndio até que ele apague. Ao aplicar-se a água paralela ao longo da linha de fogo, cobrir-se-á
mais área da linha de fogo e haverá menos probabilidade de deixar fogo para trás. A água aplicada
intermitentemente oferece uma melhor oportunidade de aplicar a menor quantidade de água
necessária para fazer o trabalho.
2.313 É preciso prática e experiência para usar apenas água suficiente para fazer o trabalho e, em
seguida, desligar a agulheta, para que se possa seguir em frente. A prática economizará água e
aumentará a habilidade com esta técnica.
2.314 A utilização da água de forma adequada e com eficácia no combate direto produz bons
resultados. A água sob pressão, com mangueiras e agulhetas adequadas, consegue alcançar
grandes distâncias e suprimir, com eficácia e rapidez, extensões razoáveis de chamas, se se souber
manobrar bem a agulheta para dela se poder tirar o melhor rendimento. Como a água não é
abundante na floresta, deve ser poupada.
2.317 Quando existe manta morta a arder a água deve penetrar nela na quantidade necessária à
extinção.
Vencer distâncias;
Incidir sempre para a base das chamas e regular o caudal de forma adequada.
Certas agulhetas, com pressão elevada, arrastam muito ar em conjunto com a água,
esse ar pode «ventilar» as chamas em vez de as extinguir – deve-se reduzir a
pressão da água na agulheta.
2.318 Quatro táticas comumente usadas na aplicação de água são: hot spotting, dilúvio, contenção
e proteção contra exposição. Ao analisar cada uma dessas táticas de aplicação, deve prestar-se
especial atenção em como a água é aplicada e quais são os objetivos.
Hot Spotting
2.319 A tática do hot spotting é geralmente associada ao ataque direto. Muitas vezes, é o passo
inicial do ATI, com ênfase nas primeiras prioridades. A regra aqui é atacar o ponto em que é mais
provável que o fogo escape. Isso significa dar a primeira atenção ao arrefecimento da cabeça do
incêndio e a quaisquer pontos quentes ao longo da borda do incêndio que ameacem inflamar novos
combustíveis. O objetivo é diminuir a velocidade ou parar a propagação até que a ajuda adequada
chegue. A água é aplicada intermitentemente, passando de um ponto quente para outro, tornando-
os temporariamente seguros.
2.320 Pode-se dar ênfase a atingir pontos quentes antes do incêndio principal, ou impedir que o
fogo corra através de combustíveis perigosos, como árvores jovens, arbustos pesados, madeira
cortada ou combustíveis ervados que conduzem a combustíveis mais pesados. Os surtos são
interrompidos e os pontos quentes são arrefecidos para uma condição segura. A chave para o hot
spotting é o aumento contínuo do incêndio e a permanência o mais móvel possível.
Dilúvio
2.321 Com o método do dilúvio, a água é aplicada em volume suficiente para a extinção rápida e
completa do incêndio. Toda a área de queima é tratada com água. O objetivo é extinguir rápida e
completamente o incêndio com pouca ou nenhuma outra ajuda. Este método é geralmente
associado a pequenos incêndios, uma vez que a disponibilidade de um abastecimento adequado
de água é um fator chave. A decisão de usar essa tática geralmente baseia-se no local em que uma
subunidade possa estar a enfrentar vários incêndios numa área geográfica relativamente pequena,
ou onde o risco de incêndio e a falta de recursos adicionais o exigem. A este respeito, o incêndio é
rapidamente alagado, permitindo que o equipamento esteja disponível para reatribuição a outro
incêndio. Também é usado quando uma boa avaliação indica que o incêndio pode ser impedido
incrementar a sua intensidade, para valores ameaçadores, no seu caminho.
2.322 A experiência e bom senso são a chave para o uso dessa tática. Deve saber-se quanta água
se tem e quanto fogo pode ser extinto; que pressões e taxas de fluxo são necessárias para extinguir
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o incêndio. A aplicação de espuma é compatível com a tática do dilúvio, devido à sua capacidade
de efetivamente abafar a combustão flamejante e formar um cobertor sobre o fogo que atua como
uma barreira de vapor. O potencial para usar menos água é muito forte, uma vez que os
combustíveis são revestidos e menos água é desperdiçada pelo escoamento da superfície da área
tratada.
2.323 Tal como acontece com o hot spotting, o trabalho deve sempre começar onde é mais provável
de o incêndio escapar. Acabando a água, há que continuar com as ferramentas manuais,
trabalhando o mais próximo possível do plano original.
Contenção
2.325 Flanquear incêndios com esse método de supressão, especialmente aqueles que se
espalham numa direção, é uma prática comum por várias boas razões. A taxa de propagação do
incêndio e a intensidade da linha de fogo nos flancos costumam ser menores do que na frente do
incêndio, permitindo que se trabalhe mais perto da borda do incêndio e se progrida melhor do que
seria possível. Linhas de contenção mais estreitas são necessárias para conter a propagação do
incêndio. As linhas de contenção podem ser ancoradas com segurança a barreiras naturais e
geralmente é mais fácil planear e estabelecer rotas de fuga. Pode ser a única área segura para se
realizar um ataque direto.
Proteção à exposição
2.326 A tática de proteção à exposição envolve o uso de água para arrefecer combustíveis ou
propriedades antes ou ao lado do incêndio. O objetivo é a proteção a exposições e bens ameaçados
pelo incêndio.
2.327 Este método é usado onde é dada prioridade a manter o fogo fora de áreas de combustível
de alto risco, longe de propriedades de alto valor e longe de áreas de perigo público.
2.328 A aplicação pode ser indireta ou direta, dependendo dos combustíveis serem protegidos
antes do incêndio ou humedecidos, pois o incêndio os ameaça diretamente.
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2.329 Com esse método, a água é usada para proteger combustíveis e exposições, formando uma
barreira protetora contra a ignição ou arrefecendo e humedecendo os combustíveis antes da
propagação do incêndio. Ao aumentar o teor de humidade dos combustíveis, estes tornam-se
menos suscetíveis à ignição. As atividades para o conseguir tendem a variar bastante, dependendo
da quantidade de água disponível e do tipo de combustível protegido. Estando disponível um grande
volume de água, a tática pode envolver uma mangueira incorporando cabeças de aspersão para
proteger uma linha durante as operações de retenção para queima ou saída pela retaguarda, ou os
combustíveis podem ser revestidos com espuma para fornecer uma barreira contra o calor radiante.
Noutras situações, onde a água está menos disponível, a aplicação da água pode não ocorrer até
que a ameaça seja mais imediata e direta, como durante as operações de retenção para queimadas
e contrafogos.
Combate direto
2.330 Consiste no ataque direto às chamas recorrendo à tática ofensiva, sempre que possível e em
segurança, na cabeça do incêndio, de modo a cortar de imediato o seu desenvolvimento, se tal não
for seguro, o ataque efetua-se da retaguarda, pelos flancos em direção à cabeça para empurrar as
chamas para onde for mais favorável, com o objetivo de dominar e extinguir a frente do incêndio.
2.331 Neste método, o controlo do incêndio é alcançado extinguindo-se o fogo na frente do incêndio,
a chamada cabeça do incêndio, e em outros setores ativos. Para isso os brigadistas cobrem o fogo
com terra lançada com pás, arrefecem com agua e cortam a continuidade da vegetação combustível
no mesmo flanco do incêndio.
2.332 Este método, também conhecido como ataque direto, usa-se em vegetação de tamanho
reduzido, em incêndios iniciais, ainda pequenos, em setores menos intensos de um incêndio maior
e para extinguir pequenos focos de fogo originados por faúlhas, o seja, brasas transportadas pelo
vento mais à frente da cabeça.
2.333 Com este método reduz-se a superfície e o dano ao mínimo e o flanco do incêndio fica
imediatamente extinto. Se se dispõe de água é, sem dúvida, o método mais efetivo. Não obstante,
expõe o pessoal ao fumo e ao calor, podendo provocar acidentes em topografia abrupta quando se
tenta aproximar das chamas e, ainda, faúlhas que podem acender fogos envolvendo os
combatentes, especialmente em ladeiras.
em incêndios iniciais
em incêndios superficiais
Vantagens:
Deixa uma borda fria, sem pontos quentes (ponto quente: pequena porção de combustível
em brasas ou algumas chamas).
Em alguns casos permite ao combatente utilizar a área queimada para escapar de uma
situação perigosa.
Desvantagens:
Podem ocorrer acidentes, ao transitar por topografia abrupta para se aproximar do fogo.
Podem rodar ou saltar faúlhas e originar focos secundários que cerquem os combatentes,
especialmente em ravinas e barrancos ou precipícios.
Combate indireto
2.335 Este método destina-se a travar a propagação das chamas, quando o combate direto não é
possível, tentando circunscrever o incêndio a uma determinada área. Esta poderá ser delimitada
por faixas de contenção, isto é, por zonas previamente tratadas para retardar a propagação ou
mesmo extinguir as chamas.
2.336 O ataque indireto envolve em geral três fases: a avaliação da situação, o estabelecimento da
faixa de contenção, e a vigilância da faixa/contrafogo.
2.337 De salientar que, o despacho n.º 30/90, anexo ao despacho n.º 14031/2009, do Gabinete do
Secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, introduziu e definiu o conceito de
fogo técnico, que engloba todas as atividades do uso do fogo com necessidades de formação
específica e de credenciação dos seus responsáveis, ou seja o fogo controlado e o fogo de
supressão. Em relação ao fogo de supressão, nas suas duas componentes, fogo tático e contrafogo,
é feito o enquadramento e regulamentação da sua utilização, de forma a diminuir os usos indevidos
e aumentar a sua eficiência, minimizando possíveis impactos negativos e promovendo a segurança
de todos os intervenientes nos teatros de operações.
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2.338 O controlo consegue-se rodeando o incêndio, encerrando-o dentro de uma linha de controlo,
a certa distância da cabeça do incêndio e dos lugares ativos. A essa distância já não é possível
lançar terra ou água, pelo que o combate indireto se baseia na eliminação ou corte na continuidade
da vegetação na trajetória do incêndio.
2.339 Uma linha de controlo, é o conjunto contínuo de corta-fogos naturais e artificiais já presentes
na área afetada e dos corta-fogos que se construem durante o combate. Também formam parte da
linha de controlo os flancos do incêndio extinguidos naturalmente e os flancos que se extinguem
mediante o trabalho do pessoal.
2.340 Por sua vez, um corta-fogo ou aceiro, é uma faixa de terreno que não tem combustível ou
onde, este, não está em condições de arder. De esta forma, os corta-fogos cortam a continuidade
da vegetação, impedindo assim que o fogo se propague ao carecer de combustível.
2.341 Corta-fogo é um termo amplo, de uso geral. Há vários tipos de corta-fogo, mas todos têm algo
em comum: carecem de combustível ou, em alguns casos, o combustível não está em condições
de arder.
2.342 Por exemplo, uma linha corta-fogo é uma faixa de terreno, com a longitude que seja
necessária e de vários metros de largura, onde se cortou e extraiu toda a vegetação e se raspou e
cavou o terreno até ao solo mineral.
2.343 Os corta-fogos de água e de retardante, cobrem a vegetação com água e produtos químicos
e impedem que se incendeie.
2.344 A linha de fogo é uma parte estreita de terreno onde a vegetação combustível, na trajetória
do incêndio, se elimina com fogo, aplicado a partir de uma faixa de largura não maior que um metro,
onde o solo é raspado e cavado até ao solo mineral, ou seja, até que só haja terra e pedras. O fogo
assim aplicado chama-se queima de alargamento, aquela que, por avançar contra o vento, poderá
apagar-se ao final de alguns metros, mas, ainda que isso ocorra, cumprirá o seu objetivo de alargar
a faixa carente de combustível, sem o esforço do pessoal, como no caso da linha corta-fogo.
2.345 Para construir uma linha de fogo, uma vez que o comandante de operações do Incendio
determina onde se vai iniciar e terminar e qual vai a ser a sua trajetória, a brigada trabalha disposta
numa fila, com as ferramentas de corte à frente para abrir caminho e eliminar a vegetação, depois
as ferramentas de raspar e cavar para eliminar a vegetação superficial até ao solo mineral e, depois,
as equipas de fogo controlado para a queima de alargamento.
2.346 Durante o combate ou método indireto para estabelecer a linha de controlo, aproveitam-se os
corta-fogos presentes e constroem-se os que sejam necessários (linha de fogo, linha corta-fogo,
corta-fogo de agua, corta-fogo de retardante), unindo-os para que não fiquem lugares por onde
possa seguir avançando o fogo. O flanco do incêndio já extinguido e a parte posterior do incêndio,
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chamada cauda, também são parte da linha de controlo e permitem encaixar neles outros corta-
fogos.
2.347 O método indireto usa-se quando o calor e o fumo impedem o trabalho do pessoal, se o
terreno é de topografia abrupta, se a vegetação é densa, se a propagação é rápida, se há emissão
de faúlhas, se a frente é muito ampla e em incêndios de copas. Em geral, quando não é possível o
ataque direto. O trabalho mais seguro para o pessoal e as condições de trabalho mais confortáveis,
permitem suster o trabalho por mais tempo e com melhor rendimento. Mas, como desvantagem,
sacrifica-se vegetação, que pode ser valiosa.
2.348 Dentro do método de combate indireto, uma variante da queima de alargamento, ou seja, o
conceito e ação básica de extinção usando fogo para eliminar vegetação na trajetória do incêndio,
é o contrafogo. Só varia a magnitude.
2.349 Uma vez controlado o avanço do incêndio, conseguindo detê-lo dentro da linha de controlo,
inicia-se a chamada etapa de liquidação, donde se extingue todo tipo de fogo entre o flanco do
incêndio e a linha de controlo.
Vantagens:
Desvantagens:
Devido aos trabalhos à distância, sacrifica-se vegetação que pode ser valiosa
À distância que está do fogo, e se não houver vigias, o pessoal pode não ter em conta o
comportamento extremo do fogo podendo rodeá-los.
Combate combinado
2.351 Este método consiste na aplicação simultânea dos dois métodos direto e indireto, na mesma
frente de chamas. Normalmente utilizam-se máquinas de rasto para a abertura de faixa de
contenção, ao mesmo tempo que se posicionam nessa faixa de veículos de combate que procedem
ao ataque direto.
2.354 Num mesmo incêndio podem ser utilizados os três métodos de combate (direto, indireto e
combinado) simultaneamente em pontos distintos. A sua utilização depende das condições de
progressão e da disponibilidade de recursos.
2.355 Uma forma de ataque indireto, já que não se trabalha diretamente sobre o flanco, é o chamado
método paralelo, onde se constroem corta-fogos paralelos aos flancos do incêndio, flanqueando o
incêndio, como pinças, desde a cauda até à cabeça.
2.357 O método combinado aplica simultaneamente os outros dois (direto e indireto) na mesma
frente de chamas. Exemplo disso é a utilização de máquinas de rasto para a abertura das faixas de
contenção, onde se colocam os meios de combate direto.
c. Meios Terrestres
1) Viaturas
2.358 Na condução das viaturas de serviço da UEPS, são vários os fatores base que cada condutor
deve ter em consideração, sendo eles a variedade de viaturas ligeiras e pesadas, a sua
complexidade de equipamentos, aplicabilidade, comportamento variável e aplicabilidade
operacional em condições extremas de uso.
2.359 Mesmo para quem já tem alguma experiência na condução deste tipo de veículos, como é a
titulo de exemplo o caso dos veículos ligeiros e pesados 4x4, é certo que aqui vai encontrar
informações que não conhecia ou que já tinha esquecido, mas que para cumprir a missão e em
segurança, tem que obrigatoriamente dominar.
2.360 Grande parte das viaturas ao serviço na UEPS, para além de uma condução normal em
estrada, muitas vezes são obrigadas a que o seu uso seja feito fora de estrada asfaltada, transpondo
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obstáculos e acedendo a locais inacessíveis às viaturas conduzidas pelo comum cidadão ou mero
curioso.
2.361 Por isso a condução das viaturas desta Unidade requer um elevado grau de conhecimentos,
destreza, treino rotinado e responsabilidade, que ultrapassam os necessários, obrigatórios e
exigíveis a uma condução normal ou de lazer.
2.363 Posto isto poderemos dividir as viaturas ao serviço em Ligeiras e Pesadas, remetendo esta
classificação para a legislação em vigor que define as categorias de habilitação legal para a
condução de viaturas acima e abaixo de 3500kg.
2.364 Ainda e pelo tipo de emprego das viaturas dentro da classificação apresentada teremos
dentro de cada uma a subdivisão em viaturas de Intervenção (viaturas que diretamente trabalham
na intervenção em causa e com equipamentos especiais) e de Apoio (viaturas que não concorrem
diretamente para a intervenção, mas que apoiam esta e a fazem possível).
2.365 Por último dentro de cada subdivisão teremos a especificação de cada viatura consoante a
sua função ou especialidade seja ela de cheias, Incêndios florestais, Busca e resgate, Montanha,
HAZMAT/CBRN, BREC, Mergulho, RPAS, etc...
2.366 A nomenclatura pela qual serão referenciadas e chamadas as viaturas desta Unidade,
obedecerá também a esta classificação, estando esta preparada para receber novas viaturas e
evoluções.
Viatura Ligeira
equipada com uma caixa que permite de combate com a
o transporte, devidamente guarnição mínima de dois
VLC
acondicionado de material de apoio ao militares, condutor e
combate, material de planeamento e Comandante, até ao
de logística, necessário até dois dias máximo de três militares,
de trabalho em operações de combate condutor, Comandante e
a incêndios. apoio.
Combate: Viatura
destinada ao combate de
Viatura Ligeira de Intervenção: é incêndios, composta com
uma viatura da marca Mitsubishi e a guarnição que varia de
modelo L200, 4x4, ou viatura de um mínimo de quatro
marca Toyota e modelo Hilux, 4x4,
Viatura Ligeira
Combate: Viatura
destinada ao combate
Viatura Pesada de Intervenção: é com a guarnição que
uma viatura da marca MAN e modelo varia de um mínimo de
TGM 13.290, 4x4 BB, equipada para cinco militares, com as
as intervenções de combate a funções de condutor,
Viatura Pesada
Viatura Pesada
a viaturas de intervenção e combate a guarnição varia de um
incêndios florestais. mínimo de dois militares,
VPA
Do material que compõe a viatura com as funções de
destaca-se, kit de transporte de água, condutor e chefe de
com duas motobombas (motobomba equipa, até um máximo
acoplada e motobomba auxiliar) e de três elementos com as
material de apoio. funções de condutor,
chefe de equipa e apoio.
a incêndios florestais.
A guarnição varia de um
VPAL
Apoio: A viatura é
equipamento informático de apoio à
guarnecida por dois
decisão, nomeadamente,
VLA
2.367 Ao serviço da UEPS, e distribuídas de forma estandardizada pelas CIPS, CATE e CIPE,
iremos observar, 10 tipos de viaturas:
Figura 2.43 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006
Figura 2.47 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006
2.368 Viatura com ficha técnica em tudo igual á mesma viatura de intervenção, tirando o peso que
passa de 1865Kg apenas.
2.369 Viatura com ficha técnica em tudo igual á mesma viatura de intervenção, tirando o peso que
passa de 1865Kg apenas.
2.370 Viatura com ficha técnica em tudo igual á mesma viatura de intervenção, tirando o peso que
passa de 1855Kg apenas.
Figura 2.52 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011
Deposito: 2 depósitos de 100l com bomba de trasfega de combustível entre depósitos (capacidade
máxima do tanque);
Velocidade: 90km/h (máxima em marcha de urgência);
Capacidade de transporte: 6 militares.
(b) Funcionamento
2.371 Para se poder operar convenientemente qualquer tipo de veiculo especial da UEPS é de
extrema importância que se perceba a forma de funcionamento base de um veiculo em todas as
suas componentes bem como a sua relação com o meio envolvente, como as forças que este gera
e as que sofre do exterior, pois só assim conseguiremos reagir e aproveitar e tirar o máximo de
partido do binómio veiculo/envolvente e entender o comportamento deste.
2.372 Apenas poderemos operar seja o que for em segurança se o percebermos e soubermos como
vai reagir.
2.373 Ainda é de extrema importância que todos os militares saibam o funcionamento interior de
cada veiculo e localização das suas funções. Assim importa saber:
2.374 Ângulo de entrada ou ataque, ângulo de saída ou fuga, raio de transposição central, rampa
máxima, inclinação lateral máxima, vão livre ou altura máxima do solo e profundidade máxima de
travessia.
2.375 Sempre que os ângulos apresentados na Figura 2.56, forem ultrapassados (que variam de
viatura para viatura) a viatura passa o ângulo de equilíbrio e irá tender para o lado com menor
ângulo ou seja irá promover o capotamento da viatura, perda de tração com o solo provocando o
despiste, ou o bloqueamento da viatura, ficando esta presa e impossibilitada de sair do local como
demonstra a imagem abaixo.
2.376 Estes conceitos iniciais são essenciais visto que alteram o centro de gravidade do veiculo,
colocando este em risco de despiste e consequentemente em risco a integridade física dos seus
ocupantes.
2.377 Os limites de inclinação laterais e frontais de cada veiculo como demonstra a Figura 2.58, são
observados sempre que a inclinação do veiculo é alterada, retirando este centro de gravidade da
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sua posição espacial mais estável em relação ao solo. Aqui reside a preocupação do condutor e
restante equipa, que é manter este centro de gravidade o mais central possível, sem nunca
ultrapassar os limites.
2.378 Ainda todas as viaturas possuem uma profundidade máxima de travessia, ou seja, o limite
até onde estas podem tolerar água, pois assim que esta chegar ao local onde o motor respira para
alimentar a combustão interna, irá aspirar água, fazendo com que o motor pare e fique Inop. Por
forma a aumentar esta altura em muitas viaturas são colocadas extensões do sistema de respiração
do motor sendo esta colocada á altura do tejadilho do veiculo como apresenta a Figura 2.60.
2.379 Consoante o propósito de cada veiculo este irá ter diferentes tipos de construção,
especificidades e capacidades.
2.380 Nos dias de hoje a quando da construção de um veiculo este pode dar mais enfase á leveza,
rigidez, capacidade de torção, etc...
2.381 Posto isto a base de cada veiculo (o chassi), pode apresentar diferentes tipos de
configurações de construção consoante o seu propósito, como são exemplo os quatro mais comuns
que são os chassi em monobloco (mais frequente e visível em praticamente todos os carros ligeiros
2WD comercializados), os de carroçaria sobre chassi ou de chassi independente (característico de
carros de trabalho e que necessitam muita robustez de torção e capacidade de suportar carga),
chassi tubular (característico em carros que não são comercializados de serie mas sim de
competição ou outro propósito) e chassi monocoque (característico dos supercarros e na
competição de F1).
2.382 No caso das viaturas 4x4 da UEPS estas possuem chassi independente da carroçaria o que
confere ao veiculo maior robustez quando comparado com a comum construção monobloco por
exemplo. Neste caso estas duas partes são separadas em todas as viaturas com a exceção da
Skoda Octávia, Mercedes Vito e Citroen Spacetourer.
2.383 Na ligação do veiculo ao solo temos primeiro de conhecer a engenharia por detrás da
resolução dos problemas base de funcionamento de um veiculo de rodas paralelas.
2.384 Um veiculo com rodas paralelas e em linha reta tem as 4 rodas á mesma velocidade e á
mesma rotação.
2.385 Um veiculo com rodas paralelas caso tenha de executar uma viragem á esquerda ou á direita,
irá manter a velocidade de todas as rodas (pois funciona como um todo), contudo pela distancia
entre as rodas (paralelamente) o circulo de viragem que estas rodas irão executar/percorrer irá ser
diferente, e aqui rodas á mesma velocidade irão ter de percorrer diferentes distancias, pois, os raios
que executam no solo para executar a viragem têm diferentes diâmetros/cumprimentos. Ou seja,
independentemente do lado para o qual seja a viragem, as rodas de fora irão sempre percorrer
maior distancia quando comparadas com as do interior, o que vai fazer que para todas manterem a
mesma velocidade (a do veiculo) as de fora tenham de rodar mais depressa que as interiores, o que
provoca que a velocidade destas tenha um sistema que permita a sua rotação ser independente.
2.386 Para isto, a engenharia criou os diferenciais (Figura 2.62 e 2.63), que permitem solucionar
este problema e executar a curva com todas as rodas á mesma velocidade, mas com rotações
diferentes para o conseguirem.
2.387 A caixa de transferências serve para que consigamos passar de 2WD para 4WD.
2.388 Esta permite ainda selecionar uma relação de caixa entre altas (H) e baixas (L), por forma a
que se tire maior partido do binário do motor, pois em H estamos perante um terreno fora de estrada
simples e sem obstáculos o que permite que possamos ter mais velocidade com 4WD, enquanto
que quando engrenamos L estamos perante um terreno complexo e possíveis obstáculos e que nos
exige mais lentidão no deslocamento por forma a reagir aos obstáculos, perigos e incidentes de
forma mais lenta e com tempo de reagir.
2.389 Por isso mesmo no caso das baixas (L), esta relação apenas reduz a “velocidade” do veiculo
permitindo um mais folgado tempo de reação ao condutor.
2.391 O bloqueio de diferencial (ou diferenciais), permite a transferência da força do motor às rodas
de forma equivalente, ou seja, o diferencial é bloqueado e ande o veiculo em frente ou vire, as 4
rodas estão bloqueadas á mesma rotação o que faz com que numa viragem á esquerda ou á direita
as rodas de fora se arrastem visto terem de fazer uma distancia maior com a mesma velocidade e
rotação das anteriores.
2.392 Este bloqueio existe para colmatar uma falha que o diferencial naturalmente não consegue
por si resolver, pois ao permitir que as rodas se movimentem a rotações diferentes, caso uma roda
fique livre (sem tração ao solo) a força toda do motor será transferida para esta e não para a que
tem tração. Posto isto e bloqueando a funcionalidade do diferencial todas as rodas terão tração ao
mesmo tempo sem que as que não têm tração não influenciem as que têm, bastando uma das
quatro rodas ter tração para que o veiculo em principio se consiga movimentar.
2.393 Contudo o bloqueio força todo o sistema do diferencial, podendo caso seja mal utilizado
destruir este, colocando imediatamente o veiculo Inop e impossibilitado de sair do local, daí ser
proibido usar o bloqueio quando não seja necessário (quando haja muita aderência como alcatrão
ou pisos de terra batida e cascalho, quando tenha que executar viragens de direção bruscas, etc...).
2.394 Ter em atenção que a caixa de transferências é um sistema de recurso que não se encontra
em todos os veículos nem está sempre engrenado, daí dever ser aplicado apenas quando
necessário, sem nunca o deixar de usar quando o terreno e a doutrina o exigirem.
2.395 As suspensões podem ser de vários tipos e têm diferentes aplicabilidades e funcionamentos
consoante o veiculo em que se encontram.
2.396 Neste caso teremos na sua generalidade dois mecanismos que concorrem para a suspensão
e são eles as molas e o amortecedor. As molas suportam o peso/carga e o amortecedor suaviza o
seu funcionamento trazendo á condução mais segurança e conforto de funcionamento.
2.397 Braços ou triângulos independentes permitem que cada roda tenha o seu movimento próprio
sem afetar consequentemente a carroçaria, o que permite melhor estabilizar o veiculo no seu
completo. Contudo este tipo de sistema independente é menos robusto que um eixo rígido.
2.398 Vejamos o exemplo dos veículos ligeiros de apoio para transporte de militares, que possuem
sistemas independentes para cada roda, os veículos ligeiros de proteção e socorro que pese
embora tenham suspensões independentes a cada roda com molas helicoidais á frente, possuem
molas laminares na traseira por forma a conseguir lidar convenientemente com mais carga, e o caso
dos pesados com suspensões pneumáticas, hidráulicas e molas laminares havendo aqui já bastante
gestão eletrónica das suspensões pela tonelagem que têm gerir.
Figura 2.67 - Eixo rígido com molas em lâmina e amortecedor a cada roda
(6) Pneumáticos
2.399 A pressão correta nos pneumáticos de cada viatura é essencial e deve ser verificada
regularmente promovendo:
Segurança (quanto mais pressão menos aderência ao solo terá o veiculo promovendo o
despiste, quanto menos pressão mais aderência ao solo e aquecimento do composto do pneu
em rotação podendo provocar o rebentamento e consequentemente o despiste), pois caso a
pressão não seja a correta o veiculo perde percentagem do seu correto funcionamento pondo
em risco todos os seus ocupantes e outros transeuntes da via;
Conservação dos pneus (se a pressão não for a correta existirá um desgaste prematuro e
possivelmente desequilibrado dos pneumáticos levando a que a sua substituição seja mais
frequente e caso não seja detetado o desequilíbrio de desgaste atempadamente este pode
proporcionar um despiste por perda de tração ou rebentamento);
2.400 Num mesmo veiculo como anunciado pela marca, consoante a carga e posição do pneu
(frente ou trás), a pressão varia. Ainda num mesmo veiculo diferentes pneus (devido a
especificidade do terreno a que se destinam ou até ao composto com que foram construídos) a
pressão varia, deve ser testada e difundida.
2.401 Por ultimo antes de se iniciar a marcha ou sair de um qualquer TO, devem os condutores
confirmar o estado dos pneumáticos verificando danos e rasgões.
2.402 O cruzamento máximo de eixos acontece quando a torção contrária dos dois eixos se
encontra no seu ponto máximo promovendo que uma das rodas motrizes fique no ar e sem tração.
Nesta situação o veiculo devido ao seu sistema de diferencial anteriormente explicado fica sem
tração, contudo se tiver a tração as 4 engrenada basta ter um dos eixos no solo e com tração que
o veiculo se consegue mover.
2.403 Caso estejamos perante uma situação de limite de cruzamento de eixos o avanço ou recuo
da viatura pode colocar a mesma sem tração e com duas rodas opostas no ar o que colocará o
Meios e Equipamentos de Combate
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veiculo sem qualquer tração e consequentemente numa situação de insegurança. Nestes casos o
acionamento do bloqueio como anteriormente referido irá colocar todas as rodas á mesma força
(eliminando o sistema de diferencial), fazendo com que o veiculo saia do local.
Figura 2.71 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006
1 – Caixa de transferências
2 – Inclinómetro
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível
1 – Caixa de transferências
2 – Inclinómetro
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível
1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível
9 – Desativação do start and stop
1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível
2.404 O interior das viaturas, Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar (terceira geração 1996-2006),
Mitsubishi L200 cabine dupla (quarta geração 2006-2015) e Mitsubishi L200 cabine dupla (quinta
geração 2015-presente) é o mesmo que nos modelos da intervenção.
1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível
1 – Caixa de transferências
2 – Radio de canal direto
3 – Sinais de advertência sonora
4 – Comando do Guincho
5 – Radio Sepura
6 – Abertura de capô
7 – Bloqueio de diferencial
8 – Abertura de combustível
Figura 2.77 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011
1 – Caixa de transferências
2 – Botão de verificação de adblue
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível
10 – Levantamento da cabine
1 – Caixa de transferências
2 – Botão de verificação de adblue
3 – Radio de canal direto
4 – Sinais de advertência sonora
5 – Comando do Guincho
6 – Radio Sepura
7 – Abertura de capô
8 – Bloqueio de diferencial
9 – Abertura de combustível
(c) Manutenção
2.405 A manutenção das viaturas deverá ser uma preocupação diária e geral de todos os militares.
2.407 A manutenção de nível 1 e 2 são manutenções autorizadas a ser executadas pelos militares,
e que cada militar tem de ter a capacidade de executar (podendo no caso de uma falha de
manutenção destes níveis a viatura circular com restrições assumidas pelo condutor). No caso das
manutenções de nível 3 é obrigatório que a viatura seja intervencionada por especialistas
certificados da área e a viatura não pode circular sendo obrigatoriamente colocada com o Inop.
Figura 2.82 - Mitsubishi L200 cabine dupla - strakar terceira geração 1996-2006
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
2.408 No caso das viaturas Mitsubishi L200 de Apoio estas no que a manutenção diz respeito são
exatamente iguais ás de Intervenção.
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
Meios e Equipamentos de Combate
2-106
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
Figura 2.88 - Mercedes Vito 220 CDI w639 segunda geração 2003-2011
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
1 – Vareta do óleo
2 – Tampa de óleo do motor
3 – Liquido de refrigeração
4 – Óleo da direção
5 – Óleo dos travões
6 – Filtro de ar
7 – Filtro de habitáculo
8 – Bateria
9 – Fusíveis
10 – Reservatório de limpa vidros
11 – Correias da distribuição e ar condicionado
(d) Utilização
2.409 Chegando ao ponto em que o militar da UEPS já conhece as viaturas de Proteção e Socorro
que pode encontrar no dispositivo, percebe o seu funcionamento mecânico e de que formas as deve
manter operacionais, pode este passar a operar as mesmas como condutor.
2.410 Como condutor e depois de todas as verificações feitas poderíamos considerar que estamos
prontos a iniciar a marcha, contudo não poderíamos estar mais longe da verdade.
2.411 Antes de mais o veiculo deve ser adaptado e ajustado ao condutor que a vai operar.
2.412 Todos nós temos a nossa forma mais confortável de conduzir ou a que achamos que é a mais
correta, contudo a verdade é que até neste detalhe a ciência nos vem ajudar e explica qual a forma
ou quais os cuidados a ter para que a postura de condução seja a mais eficaz e eficiente possível,
promovendo a que em caso de necessidade o condutor esteja na posição mais favorável para lidar
com a máxima eficácia com algum problema durante a condução.
2.413 E sendo esta forma tida e praticada não só na condução das viaturas da UEPS mas sim por
cada militar na sua viatura pessoal, esta irá tornar-se natural promovendo ainda menos o erro e a
rotina de hábitos errados que colocam a vida de todos os ocupantes em risco.
2.414 Assim cuidados a ter no ajuste do cockpit do veiculo ao condutor, e de forma sequencial são:
1º. Sentar e encostar ao máximo a bacia/zona lombar á zona de transição do plano vertical com
o plano horizontal do assento, por forma a que o condutor consiga ter em contacto o máximo
de área do “corpo” possível com o banco. O intuito é sentir ao máximo todas as variações,
vibrações e alterações de comportamento do veicula por forma a que melhor consigamos
“sentir” que comportamento o veiculo está a ter e qual técnica utilizar para corrigir e resolver
o sucedido;
2º. De seguida ajustar a distância do banco ao volante. Neste ponto a distância afere-se pela
colocação confortável do pulso do condutor na parte superior do volante, mantendo sempre o
braço confortavelmente esticado;
3º. Neste ponto serão feitos vários ajustes pois uns podem influenciar os outros, ou seja, neste
ponto todos os ajustes anteriores podem e devem ser mexidos se assim for necessário. Posto
isto vai-se ajustar o volante á altura do condutor por forma a que este consiga ver todo o
quadrante (nunca perdendo a capacidade de controlar os sinais de aviso e indicações do
veiculo) e consiga movimentar os pés nos pedais sem influencia negativa ou obstrução do
volante nas pernas se o piloto estiver a executar algum movimento de viragem, bem como
também se irá ajustar a altura do banco em relação ao veiculo;
De referir que quanto mais alta a posição do banco maior será o campo de visão do condutor
em relação aos obstáculos que possam aparecer e maior capacidade terá este de lidar com
os mesmos;
4º. No caso dos pedais, procurar ver se os mesmos podem ser atuados pelo condutor de forma
confortável e sem que este tenha de esticar as pernas de forma desconfortável, sendo que o
ideal é que o condutor apenas tenha de movimentar o tornozelo para que se possa acionar
os pedais, estando o calcanhar do pé direito fixo entre a localização dos pedais de aceleração
e travagem e o calcanhar do pé esquerdo entre a posição de descanso e pedal da
embraiagem. Este tipo de posição beneficia a não fadiga do condutor caso este tenha de usar
com rapidez e muita frequência os pedais;
que o condutor pode vir a ter de utilizar, bem como verificar se utilizando a fundo todos os
pedais não necessita de esticar as pernas pois se o tiver de fazer deve reajustar os pontos
anteriormente referidos;
6º. Ajustar espelhos e retrovisores á sua posição que variará de condutor para condutor.
2.415 Durante o ato da condução e ainda antes de avançarmos para as técnicas de condução
especificas para cada terreno, deveremos ter alguns conceitos básicos de um tipo de condução
exigente.
1º. As mãos devem encontrar-se sempre no volante (as duas), de formas paralela e a meio do
volante (03h45);
2º. As mãos nunca devem agarrar o volante, mas sim abraçar levemente, sendo o “grip/agarre”
feito através da pressão da mão no volante. O agarrar pode provocar lesões graves em caso
de uma viragem brusca ou despiste, ao contrario da pressão que faz com que a mão perca a
tração no volante e este deslize;
3º. A viragem do volante não deve ser feita apenas com os braços, mas sim com o resto do corpo,
o que faz com que a fadiga não se sinta tão cedo caso estejamos perante uma situação de
exigência de condução alta e durante bastante tempo;
4º. O volante só fica com o agarre de uma mão caso seja necessário utilizar ou acionar outra
função do veiculo, caso contrario as duas devem estar sempre a pressionar o mesmo, pois
em caso de despiste estas serão a forma mais rápida de tomar qualquer decisão, ao contrario
de ao se ter apenas uma, se ter metade da força e destreza para reagir;
5º. Quando se utiliza a caixa de velocidades estas devem ser sempre engrenadas a “2 tempos”,
indo a manete ao ponto morto e só depois á mudança pretendida, sendo de evitar (tirando
casos de necessidade) o procurar fazer passagem de mudança de uma só vez;
6º. A manete das mudanças não deve ser agarrada com a mão, mas sim
encaminhada/empurrada para a mudança que pretendemos por forma a evitar a fadiga do
antebraço.
2.416 A condução em superfície asfaltada é das mais desvalorizada e das mais negligenciada.
2.417 A condução neste tipo de superfícies considera-se a mais perigosa quer pela estatística de
acidentes com viaturas operacionais quer pelas características próprias das nossas viaturas.
2.418 Deveremos ter em conta que as nossas viaturas operacionais não estão naturalmente
vocacionadas para este tipo de piso, nem tão pouco os seus componentes como suspensões, pneus
e peso. Por isso mesmo a condução nestas situações deve ser tão cautelosa ou mais que nas
restantes condições que iremos abordar.
2.419 Contudo este é um meio de passagem obrigatória para nós, pois este é o meio que nos
permite chegar mais rapidamente ao TO ou o mais perto do TO possível.
2.420 Ter em atenção como já acima referido que a estrutura (altura ao solo e peso bruto da viatura
com equipamento e militares), tipo de suspensões (preparada para carga e/ou TT) e tipo de pneus
(maioritariamente para fora de estrada ou mistos), fazem com que este tipo de viaturas se comporte
de forma totalmente diferente do nosso veiculo ligeiro do dia a dia e que por isso não consiga de
longe as prestações deste, seja a executar uma curva, em travagem ou aderência ao solo.
2.421 Aqui tudo deve ser calculado e iniciado/precavido muito tempo antes. Uma travagem deve
contar com 4 vezes mais de distancia que a conseguida por um normal ligeiro, a velocidade máxima
em marcha de urgência nunca deve ultrapassar os 140km/h, as curvas devem ser sempre
antecipadas com reduções de caixa de velocidade e feitas com aceleração constante sem nunca
carregar na embraiagem ou travar, a mudanças de direção devem ser suaves e nunca bruscas para
não haver risco de agressivas transferências de peso na direção da curva ou sentido da travagem.
2.422 Ainda, e em curva, procurando manter a viatura com o seu centro de gravidade o mais central
possível e movimentando-se de forma suave, deve tentar-se ao máximo diminuir sempre o ângulo
de viragem aproveitando o máximo possível da via disponível como demonstra a Figura 2.93.
2.423 A lama é um dos terrenos mais complicados para a condução fora de estrada.
Princípios gerais:
Se a viatura começar a patinar nunca devemos insistir, deve-se recuar um pouco para
tomar balanço e voltar a avançar do mesmo modo;
Pode-se utilizar o bloqueio de diferencial, baixar a pressão dos pneus ou mesmo considerar
o uso de correntes para fornecer tração extra;
Convém lembrar que uma roda começa a patinar quando a força da tração que lhe é
aplicada ultrapassa a sua capacidade de aderência ao terreno. Isto acontece precisamente
quando se acelera subitamente ou se ataca uma zona lamacenta com potencia excessiva;
2.424 Tirando a orla costeira, as possibilidades de encontrar extensas zonas de areia são escassas.
Princípios gerais:
Entrar com uma mudança que lhe permita efetuar todo o percurso (evitar a passagem de
caixa), mas caso seja necessário a passagem de caixa, esta deve ser rápida por forma a
não perder a embalagem;
Baixar a pressão dos pneus, obtém-se uma maior superfície de contato com o solo, o que
diminui o risco da viatura se enterrar;
Evitar as manobras bruscas com o volante, travão ou acelerador, pois implicam a perda de
tração e consequentemente o atolamento;
Quando for necessário imobilizar a viatura, deve deixar a viatura imobilizar-se por ela
mesma em terreno mais consistente ou mesmo numa posição elevada, para que o início
da marcha seja no declive evitando o atolamento.
2.425 A condução na neve requer cuidados acrescidos, pois além da falta de tração, esta pode
esconder obstáculos perigosos.
2.426 Podem encontrar-se superfícies escorregadias provocadas pelo gelo em pontes, nos cortes
de estrada, sob as copas das árvores, nas zonas sombreadas ou nas áreas de escoamento de
água.
Princípios gerais:
O uso do travão deve ser reduzido ao mínimo e com suavidade, assim como a embraiagem,
o acelerador e o volante;
Conduzir pelos trilhos deixados pelas outras viaturas, tendo em conta a profundidade dos
mesmos;
Para iniciar a marcha numa estrada com gelo, engrenar uma segunda em 4H e largar a
embraiagem com suavidade;
Particularidades:
Quando estacionar a viatura, não utilizar o travão de parque (mão), existe o perigo deste
agarrar devido ao frio. Deve engrenar uma primeira ou a marcha atrás;
Os, limpa para-brisas devem ser levantados de forma a não congelarem ao vidro;
O depósito de combustível deve andar tão atestado quanto possível, para reduzir a
condensação de água;
Após uma paragem longa, só deve arrancar depois de a viatura estar quente ou seja assim
que começar a sair ar quente de sistema de aquecimento.
Utilização de correntes:
2.427 Existem correntes metálicas e correntes não-metálicas. As metálicas são mais resistentes e
mais fáceis de reparar, por isso mais adequadas a uma utilização exaustiva.
Sempre que seja necessário o uso de correntes, estas devem equipar as quatro rodas;
Caso tenha apenas disponível um conjunto, este devem ser aplicadas nas rodas dianteiras
de forma a melhorar tanto a direção como a tração;
Com as correntes colocadas não se deve utilizar a brecagem total da viatura, de forma a
evitar danos na parte interior dos guarda-lamas;
2.428 A condução sobre pedras, é mecanicamente muito exigente para a viatura e requer um
elevado nível de concentração pra o condutor.
Princípios gerais:
A velocidade neste tipo de terreno deve ser muito reduzida, engrenando uma primeira em
4L;
Para minimizar as agressividades nos pneus, devemos enchê-los por forma a ficarem mais
resistentes;
Segurar o volante com as duas mãos para evitar sair do caminho selecionado;
Ao passar cima de pedras, ter a certeza que não têm altura suficiente para provocar danos
na parte inferior da viatura;
Em rochas de grandes dimensões, devemos atacar o obstáculo de forma a não ficar com
a viatura demasiado inclinada lateralmente e capotar, ou assente com o chassi;
Particularidades:
2.429 Qualquer viatura 4x4, é capaz de cruzar cursos de água ou charcas sem demasiada
dificuldade, desde que não se exceda o limite de vau. Mas isto apenas significa que é possível, não
quer dizer que é fácil.
Princípios gerais:
A entrada na água deve ser efetuada de forma suave mas numa velocidade e aceleração
constante;
Meios e Equipamentos de Combate
2-117
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
O ponto de saída deve ser a montante, num local com boa aderência e pouco ingreme;
Muita água faz parar qualquer viatura, neste caso nunca tentar pô-la a funcionar dentro de
água.
Particularidades:
Depois da travessia circular algum tempo com o pé no travão de forma a ganhar novamente
a sua eficácia;
Se forem efetuadas muitas ou longas travessias por cursos de água, os óleos das
transmissões, caixa de transferências e velocidades devem ser controlados, devido à
possibilidade da sua contaminação com água.
2.430 Em zonas de planície abertas, a utilização da caixa de transferências nas quatro rodas
motrizes, normalmente não é necessária. Nestas condições a tentação de conduzir a alta velocidade
é grande mas a erva, pode e esconde muitos perigos.
Princípios gerais:
2.431 Alem dos perigos já mencionados, adicionamos o fumo que pode reduzir a visibilidade a
quase zero, aumentando assim a possibilidade de acidente. Aplicam-se os princípios gerais já
mencionados conforme o tipo de terreno.
Particularidades:
As zonas quentes podem danificar os pneus ou outro componente mais sensível da viatura;
Cortes nas paredes dos pneus, devido aos galhos queimados dos arbustos;
O sobreaquecimento do motor.
2.432 Sendo uma das manobras mais arriscadas na condução de uma viatura 4x4 deve-se procurar
caminhos alternativos mas não sendo possível, lembrar que a viatura pode perder tração,
escorregar e capotar, devido ao excesso de inclinação.
Princípios gerais:
Sair do veículo e inspecionar o terreno na procura de zonas de fraca aderência que poderão
provocar a oscilação da viatura;
A maioria das viaturas 4x4 admitem inclinações laterais na ordem dos, 40º, dependendo
das suas características;
A velocidade de ataque deve ser média, avançando com decisão sem bruscas alterações
de velocidade.
Particularidades:
O que mostra ser uma inclinação segura rapidamente se torna perigosa devido às
características do terreno;
Ao circular num plano inclinado lateralmente, se sentir o veículo “escorregar”, nunca deve
virar no sentido ascendente. Essa manobra pode provocar o capotamento. Em vez disso,
deve manter as rodas direitas ou mesmo girar ligeiramente no sentido descendente, para
recuperara o controlo.
2.433 Nos caminhos florestais, iremos encontrar declives com desníveis acentuados. A primeira
regra para subir ou descer um declive é saber se os limites dinâmicos da viatura não o impedirão,
nesse caso será necessário algum “sangue frio” e destreza para os ultrapassar.
Alternativa para ganhar alguma tração extra, é girar o volante repetidamente de um lado
para o outro, de modo a utilizar as saliências dos pneus;
No caso de não alcançar o topo do declive, o melhor é recuar, usando o motor como travão
e efetuar nova tentativa.
Meios e Equipamentos de Combate
2-121
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Procedimento:
Controlando pelos espelhos retrovisores, rode a chave para a posição “start”, iniciando o
motor, sem usar a embraiagem;
Permita que a viatura desça e que o motor funcione como travão natural, controle a
velocidade, aplicando o travão de “pé” conforme vai sendo necessário, até atingir o ponto
pré-definido;
Se durante a descida começar a ficar com duvidas, pela segurança da viatura e ocupantes.
Pare a viatura como descrito, reavalie a situação e repita o procedimento;
Tão comprometedor ou mais que uma subida é a descida de uma vertente pronunciada,
pois existe o risco da viatura se atravessar e capotar.
Princípios gerais:
Deve utilizar-se, uma engrenagem abaixo do que a se utilizaria para subir, deixando o
motor servir como travão;
Rode a chave para a posição “start”, iniciando o motor, sem usar a embraiagem;
Permita que a viatura desça e que o motor funcione como travão natural, controle a
velocidade, aplicando o travão de “pé” conforme vai sendo necessário, até atingir o ponto
pré-definido.
2.434 Na condução fora de estrada é muito natural encontrar lombas ou valas pelo caminho.
Colocar as rodas de cada lado da vala, evitando que se fique com a viatura assente sobre
os diferenciais.
Lombas transversais:
Devem ser atravessados na diagonal a fim de evitar que se exceda os limites dinâmicos
da viatura, esta transposição deve ser feita suavemente e a uma velocidade reduzida, com
a caixa de transferências engrenada em 4H ou 4L dependendo das características do
terreno.
Princípios gerais:
A aproximação ao obstáculo é feita na diagonal, para que apenas uma roda caia na vala,
ou suba a lomba de cada vez;
Acelerar suavemente até que a roda comece a subir o bordo da vala/lomba, e desacelerar
assim que esta o ultrapassa;
Para reduzir a profundidade ou inclinação, podemos utilizar uma pedra ou qualquer outro
objeto, onde as rodas passam.
(14) Desatolamentos
2.435 A condução, fora de estrada aumenta a possibilidade de que mais tarde ou mais cedo,
fiquemos imobilizados.
Avaria mecânica.
2.437 Quando imobilizado será muito útil ter algumas pessoas para o ajudarem e possuir alguns
equipamentos que o apoiem.
As ferramentas manuais;
Outra viatura;
2.438 O condutor é o responsável pela viatura, devendo ser ele a orientar a operação de
desatolamento/recuperação, pois o trabalho de desatolamento/recuperação é árduo, exige esforço
físico considerável, envolve algum risco, para os elementos que auxiliam e para a viatura, que pode
ser minimizado, com uma boa coordenação e trabalho de equipa.
O cabo do guincho nunca deve servir de cabo de reboque, mesmo que seja só por alguns
metros, pois este foi construído para tracionar por ele próprio e não para aguentar a força
de tração de outra viatura, bem como o guincho não está preparado para trabalhar sozinho,
mas sim sempre com o apoio do veiculo a trabalhar e a ajudar;
Sempre que possível puxe em linha reta, para obter o máximo partido da força do guincho;
Meios e Equipamentos de Combate
2-125
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Use o comando do guincho de forma intermitente, para retirar a folga do cabo e evitar que
o choque da carga exceda momentaneamente a classificação de carga do cabo, levando
este a rebentar;
Pare de guinchar, sempre que esteja mais ou menos a um metro da ancoragem, caso
contrário poderá não conseguir retirar o cabo da ancoragem;
Nunca utilize o guincho sem o motor da viatura a trabalhar, por forma a poder alimentar o
sistema elétrico, ou ficará sem bateria rapidamente.
Este processo é apenas adequado, quando a carga máxima a puxar não excede a
capacidade máxima do guincho;
Desmultiplicação do guincho:
Este método é utilizado para se ganhar uma vantagem mecânica de 2 para 1 (2:1).
(16) Sinalética
2.441 A sinalética tem como especial função comunicar de uma mesma forma todos os movimentos
pretendidos por um elemento externo a viatura por forma a que este possa auxiliar da melhor forma
e com a maior segurança possível as manobras do condutor.
Avançar
Recuar
Avançar devagar
Parar
Pé no travão
Desligar motor
(e) Segurança
2.442 Como Subviragem entende-se como o aumento do ângulo de viragem sempre que com um
veiculo executamos uma curva, mais concretamente as rodas da frente do veiculo não seguem o
caminho que o condutor lhes esta a dar ou pretende dar, seguindo muitas das vezes uma direção
retilínea (caso de gelo ou neve).
2.443 Neste caso podemos ainda ter uma subviragem critica que é quando além de perdermos o
controlo da frente do veiculo este pede um pouco a traseira ao mesmo tempo dando um pequeno
ângulo á direção do carro.
2.444 No caso da Sobreviragem, entendemos esta como a situação que ao executar uma curva a
secção traseira sai fora do raio da curva, excedendo as rodas traseiras do veiculo o limite da sua
tração ante das da frente o fazerem, ou seja o ângulo das rodas traseiras excede o ângulo que
executam as da frente.
2.445 No caso da Sobreviragem critica o veiculo entra em peão rodando sobre si.
2.446 No caso destes dois fenómenos que colocam em risco os ocupantes do veiculo, alem de se
dever ter em atenção a tomada de decisão da velocidade que deve ser conducente com o tipo de
veiculo, peso, tipo de pneus, tipo de piso, etc, esta possui algumas técnicas que poderão minorar o
risco e que o condutor deve observar e conseguir executar.
2.447 No caso da Subviragem deve o condutor caso não consiga travar ou a travagem não tenha
qualquer efeito (como no caso de pisos com gelo ou neve), manter o volante virado para a direção
onde quer ir, ou de fuga, desacelerar mantendo levemente o pé no acelerador por forma a que a
tração das rodas que direcionam o carro esteja virada para onde queremos ir, pois com a travagem
podemos apenas manter o carro em despiste e sem tração todo o caminho quando já a perdeu em
primeiro lugar.
Travagem – O peso vai fazer com que o veiculo vá travar muito mais tarde e não estando o
deposito de água cheio, esta vai oscilar e imediatamente posterior a travagem ainda forçar mais
o veiculo para a frente.
Curva – Em curva o peso da equipa, material e água, devido a altura ao solo do veiculo vai
provocar que este oscile mais sob as forças centrifugas, bem como não estando o deposito todo
cheio vai provocar que esta transfira não só o peso em sentido contrário a curva como ainda vai
viajar e colocar-se no local menos favorável do tanque ao centro de forças, podendo muito
provavelmente provocar o despiste e capotamento.
Com pouco peso – A viatura estando preparada para todo terreno e para levar cerca de mais
1000kg, se não tiver água no KIT nem equipa no seu interior, vai ficar muito leve fazendo com
que a sua traseira fique muito solta e altamente propicia a sofrer de sobreviragem provocando o
despiste.
2.450 Os pneus que equipam as viaturas da UEPS variam naturalmente com a utilização do veiculo
e até com a marca do próprio pneu.
2.451 Não existem pneus que correspondam de forma ideal em todos os terrenos, por isso a sua
orientação define a sua utilização em detrimentos das restantes. Se um pneu é bom em terrenos
duros e com obstáculos, vai ter um pobre desempenho em estrada e vice-versa.
2.452 Pneus cardados/todo o terreno são constituídos por um composto e rasto mais orientado para
robustez e terrenos duros com obstáculos, por isso são mais escorregadios em asfalto, os mistos
por exemplo conseguem aguentar moderadamente terrenos duros e com obstáculos e lidar
mediamente em asfalto e por aí em diante.
2.453 Os pneus não conseguem ter comportamentos aceitáveis em todos os terrenos e condições
climatéricas, e se procuramos maior rendimento numa determinada área automaticamente
perdemos nas outras, posto isto o militar deve ter a noção que quando conduz um veiculo, o tipo de
pneus que tem, vai lhe dar umas certas capacidades e retirar outras o que faz com que tenha que
adaptar também a sua condução ao tipo de pneus que o veiculo possui e por isso deve estar ciente
deste ponto de segurança.
2.454 A ultrapassagem de obstáculos ou áreas de risco com veículos são manobras sensíveis e
que requerem toda a atenção e apoio.
2.455 A equipa ou restantes ocupantes tirando o condutor devem sempre sair da viatura por forma
a apoiar a manobra (seja a indicar onde o condutor deve colocar os rodados, seja a apoiar o
equilíbrio do veiculo com métodos expeditos), mas também porque deveremos se possível colocar
o mínimo de efetivos possível dentro da viatura quando se executa uma manobra de risco ou que
possa colocar em risco os seus ocupantes, pois aí apenas teremos em zona de risco quem
realmente tem de la estar.
2.456 Sempre que surgir um obstáculo deve por norma sair-se do veiculo para avaliar toda a
situação e estudar as várias possibilidades procurando responder as seguintes questões, (tenho
mesmo de passar por aqui? a viatura consegue passar por aqui? tenho capacidade de conduzir a
viatura por aqui?).
2.457 Se todas as respostas forem afirmativas, com certeza haverão boas possibilidades de
transposição do obstáculo, caso contrário será necessário procurar um caminho alternativo.
2.458 São obrigatórios e devem estar sempre colocados, sendo apenas passiveis de ser retirados
durante a condução quando em marcha lenta o condutor se tenha de colocar fora da viatura para
verificar por onde vão passar os rodados.
Não permanecer atrás de uma viatura que está a ser guinchada numa inclinação;
Garantir que os sinais utilizados são compreendidos por todos os envolvidos na operação;
Assegurar que todas as pessoas estão fora do arco de perigo do cabo (uma vez e meia o
comprimento do cabo);
Quando auxilia com a viatura e começar a ganhar tração, com o cabo em tensão, deve fazê-
lo lentamente (não acelerar demasiado).
Nunca passe em frente ou fique sobre o cabo do guincho, ou qualquer equipamento conectado
ao sistema que esteja em tensão.
Coloque um saco, manta ou outro tipo de objeto, em cima do cabo mais ou menos a meio do
comprimento, para que em caso de rutura este se enrole no objeto e reduza o efeito chicote;
O capô das viaturas envolvidas deve estar totalmente aberto se possível por forma a proteger
os condutores em caso de quebra;
Quem estiver a operar o guincho deve proteger-se se trás da porta do veiculo que esta a
guinchar;
2.463 A atitude do condutor é a relação mental e emocional entre o próprio condutor, os outros, a
viatura e as condições existentes. Um condutor com má atitude geralmente tenta encontrar razões
pelas quais, as outras pessoas, a viatura ou as condições de condução estão erradas.
Conhecimento que passa pela observância das normas e regulamentos para a condução das
viaturas da GNR.
2.464 As atitudes não são inatas, são aprendidas, razão pela qual podem ser corrigidas. As atitudes
que um condutor de uma viatura de emergência deve evitar são:
Impaciência;
Descontração;
Imprudência;
Agressividade;
Excesso de confiança;
Desatenção;
Ignorância;
2.465 Na condução de uma viatura de emergência 4x4 fora-de-estrada, essas atitudes adquirem
uma importância acrescida, assim como a segurança, desta forma, sempre que necessário saia da
viatura para observar o obstáculo antes de o ultrapassar, avalie a situação e planeie a manobra.
2.468 Em condições difíceis, permitir à viatura progredir e encontrar o seu próprio caminho,
controlando apenas com o acelerador e rotações do motor, ou seja, em marcha lenta ou um pouco
acima de marcha lenta. Sem utilizar a embraiagem ou travão.
2.469 Não acelere o motor excessivamente, utilize apenas a potência necessária, para o trabalho
que vai desenvolver.
2.470 Na utilização dos travões não deve bloquear as rodas, quando estas começarem a derrapar,
aliviar o travão até recuperar a tração.
2.471 Sempre que circular em coluna de marcha, a transposição dos obstáculos é efetuada por uma
viatura de cada vez.
2.472 Obter um melhor desempenho dos veículos terrestres de combate é algo que não se
improvisa. Os condutores devem possuir bons conhecimentos das caraterísticas e mecanismos dos
veículos, bem como formação em condução todo-o-terreno, efetuando regularmente o treino
necessário para evoluir fora dos caminhos.
2.474 A inclinação de um veículo modifica a repartição das cargas sobre os rodados. Os pneus e
suspensão da parte inferior da inclinação suportam o peso mais importante, enquanto os pneus e
suspensão do lado oposto ficam mais leves, aumentando os efeitos da inclinação. Nas inclinações
laterais, a projeção horizontal do centro de gravidade não deve sair das rodeiras do veículo.
2.475 Sempre que se desloque com inclinação lateral num declive apreciável, por segurança, nunca
progredir se o tanque não estiver completamente cheio ou vazio (o deslocamento dos líquidos, ou
seja, a sua deslocação/balanceamento pode provocar o desequilíbrio do veículo). Se o terreno se
encontrar molhado ou instável, e ainda, na presença de rochas, pedras ou covas, é necessário o
maior cuidado, pois pode, ou podem provocar o aumento da inclinação e o consequente
derrubamento do veículo.
2.476 Logo que o veículo deixe uma estrada alcatroada e se embrenha numa pista, o condutor deve
recolher os espelhos retrovisores para estes não se partirem ou para evitar fazer golpes bruscos
com o volante para se desviar das árvores ou arbustos. Os vidros das portas deverão estar fechados
para não ser atingido na cara pela ramagem. Quando em operações de combate a incêndios, é
muito importante o fecho de todas as janelas não só para evitar o fumo, que dificulta a condução,
mas também para que não entrem no veículo partículas inflamadas.
2.480 Por fim, é procedimento obrigatório na condução de viaturas da UEPS, a circulação da viatura
com as luzes de cruzamento/médios sempre ligadas, quer em período diurno, quer em período
noturno, devendo neste ser reforçadas com as luzes de trabalho existentes nestas viaturas, sempre
que exista um combate a incêndios florestais noturnos.
Colocar as viaturas viradas para o caminho de fuga, sempre antes do início da intervenção;
Ter sempre em atenção, o perigo que representa circular em marcha de urgência com o
tanque de água a meio nível;
A – Material Sapador;
B – Motobomba;
C – 2 Mangueiras rígidas de abastecimento de 2,5 m uma com pinha ou válvula anti-retorno;
D – Material sapador;
E – Carretel 4/5 lances de mangueira 25mm com sistema de união storz;
F – Deposito de combustível;
G – Torneira de retorno;
H – Torneira de abastecimento da motobomba;
I – Torneiras de saída;
J – Entrada de água com recurso a motobomba;
K – Entrada de agua sem necessidade de motobomba;
J – Extintor de pó químico (não se encontra presente na fotografia mas está sempre nas laterais
da caixa de carga);
K – Deposito do espumífero (algumas viaturas ainda possuem um deposito plástico branco para
colocação de espumífero que se irá misturar com a agua do tanque).
1. Funcionamento
Ligar a motobomba pelo motor de arranque ou manualmente pelo cordel (temos 3 posições
de chave, para a esquerda desligada, ao centro ligada e para a direita acionar o motor de
arranque);
Assim que der sinal ou começar a trabalhar colocar o acionador do ar na posição de aberto;
Quando se termina o serviço, deve fechar-se o combustível, o ar, limpar filtro e atestar de
combustível, ficando a motobomba pronta para outro serviço.
2. Manutenção
1. Funcionamento
A - 3 níveis de óleo;
B – Motor de arranque e por cordel manual;
C – Comutador da gasolina e ar;
E – Fusível da Motobomba (50a)
2. Manutenção
2.482 Para retirar o filtro, basta empurrar de uma forma suave e rodar o manipulo amarelo e de
seguida puxar (conforme a Figura 2.113) e efetuar limpeza com regularidade.
Deve sempre verificar-se o nível do óleo como na fotografia esquerda e o nível da valvulina
como na fotografia direita.
Na lavagem da viatura, ligar sempre a motobomba, e ter o necessário cuidado para que não
se molhe,
Na época de inverno ter sempre o tanque de água vazio e torneiras de saída abertas (devido
a acumulação de gelo);
Sempre que se terminar os trabalhos deve-se retirar a pressão no regulador (sentido inverso
aos ponteiros do relógio), de forma a que numa próxima utilização não se corra riscos de a
pressão estar demasiado elevada e possa causar danos nos materiais.
3. Utilização
2.484 Para iniciar a utilização da motobomba o retorno tem de estar obrigatoriamente aberto, caso
contrario alem da motobomba não arrancar, ira queimar o fusível (50 amperes) alojado no capot da
viatura. Sendo necessário a sua substituição para voltar a funcionar .
2.485 A motobomba estando desligada o comutador da gasolina está sempre na posição “OFF”.
2.486 Regular a pressão - Sempre que a motobomba não estiver em funcionamento, o retorno deve
estar aberto conforme a imagem (manipulo vermelho).
2.487 A pressão não deve ultrapassar os 16bar, pelo fato de os acoplamentos das torneiras (já com
margem de segurança) não aguentarem uma pressão superior.
2.489 O homem da agulheta, nunca pode fechar a agulheta sem antes informar o homem da
motobomba da sua intenção, para este abrir a torneira do retorno para não se estragarem os lanços
(devido a alta pressão, as uniões dos lanços cedem);
2.491 Agulheta e manobrador (condutor) da motobomba têm de possuir uma comunicação radio
fluída e independente.
2.492 Agulheta deve trabalhar sempre entre os 25 LPM e os 50 LPM, é importante que o homem
da agulheta consiga fazer uma boa gestão da água;
2.493 Definir pressão estática (circuito fechado) e evitar fazer mais alterações;
2.494 Ao fim das primeiras 4 ou 5h de utilização da motobomba, deve ser verificado o nível de óleo
e repor óleos se necessário( só os óleos recomendados).
2.495 Borrachas degradam-se com o tempo (aguentam menos pressão com o tempo);
2.496 Ter atenção à pressão estática e dinâmica (quando passa de estática para dinâmica a
pressão diminui);
2.497 Aos 50bars a válvula de segurança dispara, se retorno não atuar (houver passagem de água
para o depósito) deve desligar a motobomba e reportar a situação;
2.498 Após o acionamento da válvula de segurança, deve ser pressionado um “pino dourado” por
trás da válvula segurança para normalizar o funcionamento da motobomba.
2.499 Para retirar o filtro, basta empurrar de uma forma suave e rodar o manipulo amarelo e de
seguida puxar (conforme a imagem) e efectuar limpeza com regularidade;
2.501 Regulação da pressão sempre que a motobomba não estiver em funcionamento, o retorno
deve estar aberto confirme a imagem.
2.502 A pressão não deve ultrapassar os 16 bar pelo facto de os acoplamentos das torneiras (já
com margem de segurança) não aguentarem uma pressão superior, o idela será trabalhar entre os
10 e 12 bar.
Meios e Equipamentos de Combate
2-142
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
2.503 O homem da agulheta, nunca pode fechar a agulheta sem antes informar o homem da
motobomba da sua intenção, para este abrir a torneira do retorno para não se estragarem os lanços
(devido a alta pressão, as uniões dos lanços cedem).
2.505 Agulheta e manobrador (condutor) da motobomba têm de possuir uma comunicação radio
fluída e independente.
2.506 Agulheta deve trabalhar sempre entre os 25 LPM e os 50 LPM, é importante que o homem
da agulheta consiga fazer uma boa gestão da água;
1. Funcionamento
2.507 Viatura equipada com duas bombas para debito de água. Uma Bomba Hidráulica de directo
funcionamento ao veiculo e outra, motobomba independente.
A – Carretel de Mangueiras;
B – Painel de controlo eléctrico;
C – Bomba hidráulica;
D – Motobomba auxiliar;
E – Comando pneumático para enrolamento das mangueiras;
F – Depósito de óleo e filtro de ar do compressor do carretel de enrolamento das mangueiras;
G – Escada de acesso ao topo do KIT de intervenção;
H – Entrada de água de fonte externa;
I – Saída de água;
J – Válvula de retorno de água ao tanque;
K – Eletroválvula do tanque;
L – Manivela de carretel.
A – Manómetro da pressão
B – Vacuómetro;
C – Nível eletrónico de água no tanque;
Meios e Equipamentos de Combate
2-144
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
1. Funcionamento
A - Chave de ignição;
B - Manípulo do acelarador;
C - Controlo da válvula do ar;
D - Torneira de combustível;
E - Filtro do óleo;
F - Depósito do óleo;
G- Filtro de ar;
H - Vareta do nível de óleo;
I - Pega com corda para arranque manual.
A - Entrada de água;
B - Válvula do tanque;
C - Válvula de “Ferra”;
D - Válvula de retorno de água ao tanque;
E - Manómetro de pressão;
F - Saída de água;
G - Bomba manual de “Ferra”.
2. Utilização
Arranque da motobomba:
Rodar a chave para a posição “START” ou puxar a pega com corda de arranque manual;
Paragem da motobomba:
Rodar a chave para a posição “START” ou puxar a pega com corda de arranque manual;
Ligar a motobomba;
Acelerar adequadamente.
d. Maquinaria
2.509 Não existe uma máquina de rastos específica para utilizar nas operações de combate. No
entanto adaptaram-se os seus equipamentos com o objetivo de desenvolver os trabalhos de
supressão mais indicados consoante as suas características técnicas.
1) Máquinas de rasto
(a) Classificação
Lâmina reta
mais utilizada em máquinas de para abrir caminho, para
rasto, permitindo uma ligeira construção de linha de defesa
inclinação do pavimento para e para a construção e
ambos os lados à medida que manutenção da rede viária
empurra a terra. Insto não ocorre florestal.
com outros tipos de lâminas.
São máquinas que constituem geralmente uma boa opção, uma vez
que permitem uma maior largura de trabalho, portanto linhas de defesa
Máquinas de Rasto
Médias (tipo 2)
(b) Funcionamento
2.511 O funcionamento deste tipo de maquinaria diz respeito ao seu detentor ou operador, uma vez
que são equipamentos que podem ser usados no apoio á manobra efetuada, devem ser
acompanhados de um operador capaz de entender o seu funcionamento, para materializar a sua
funcionalidade.
2.512 No entanto para que haja uma comunicação fluida importa conhecer algumas características
do funcionamento.
2.513 Estas máquinas realizam o trabalho de supressão, consoante a lâmina que têm acoplada,
por ação da pressão e empurrão da matéria a remover.
Legenda:
A - Pá
B - Cilindro do tilt
C - Cilindros de elevação
D - Motor
E - Cabine
F - Cilindros de ripper
G - Dente de ripper
H - Barra
I - Lança de arrasto
J - Roda de encaixe
K - Bastidor de lagartas
L - Lagartas superiores
M - Lagartas inferiores Figura 2.123 - Elementos constituintes de uma máquina de rastos
N - Roda guia
O - Braço de empurrão
2.514 A potencia da máquina determina qual o alcance que a máquina consegue efetuar tendo em
conta a resistência do próprio peso e dos materiais que tem que remover.
Legenda:
A - Pá
B - Lâmina
C - Cantoneira
2.515 Consoante a posição e movimentos que pode realizar a pá, a máquina pode ser empenhada em
trabalhos diferentes, que têm a ssegiuinte denominação: Bulldozer, quando a pá está fixa; Angledozer,
quando a pá oscila mais para trás ou para a frente, de um dos lados, no sentido da marcha; Tiltdozer, quando
a pá oscila mais para cima ou para baixo no sentido da marcha, tendo em conta as extremindades da pá; e
por último Tipdozer, quando a pá oscila mais para tráz ou para a frente tendo em conta o ângulo de ataque
da lâmina.
Angledozer
Tipdozer
(c) Manutenção
(d) Utilização
Meios e Equipamentos de Combate
2-151
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
2.517 Apesar de a utilização das máquinas de rasto, acrescentarem, garantidamente uma mais
valia durante as operações de combate, também apresentam limitações diretamente relacionadas
com a topografia, o tipo de combustível ou o tipo de solo que se pode encontrar.
2.518 Em regra geral, este tipo de máquinas de rastos, não devem ser utilizadas em trajetos a meia
encosta com mais de 45% de inclinação lateral, a subir encostas com declives superiores a 55% e
a descer encostas com declives superiores a 75%, consoante ilustrado na imagem abaixo.
2.519 Portanto, importa cumprir rigorosamente este aspeto, para garantir que a máquina opere em
segurança durante as manobras que pretende efetuar.
2.520 Segundo o estudo efetuado por E. Oliveira 2013, no que diz respeito à rentabilização da
atuação das máquinas de rastos, apresentamos a tabela abaixo, relativa á comparação das taxas
de abertura de linhas de defesa, apenas numa passagem (metros/hora) realizada pelas máquinas
de rasto mais utlizadas em Portugal para fins florestais, segundo os modelos de combustível de
National Forest Fire Laboratory (NFFL) e o declive.
2.521 Este estudo permite ter uma perceção da capacidade de trabalho que podemos apresentar
durante as operações de supressão de uma frente.
2.522 A partir deste quadro pode-se determinar previamente que o rendimento da máquina de
rastos reduz à medida que aumenta a carga de combustível e que o declive tem um acentuado
efeito no rendimento, principalmente na deslocação, sendo que alguns tipos de máquinas de rasto,
de acordo com o seu tamanho, apresentam-se mais adequadas aos diferentes trabalhos. São meios
mecanizados de combate a incêndios eficazes, que poupam recursos e minimizam o desgaste dos
combatentes.
2.523 Por outro lado, são meios caros e exigem operadores experientes, principalmente na matéria
de incêndios florestais. Exigem por norma uma manutenção mais cara e necessitam de um serviço
adequado de inspeção e de reparação.
2.525 A sua utilidade no combate aos incêndios rurais, prende-se por serem meios fundamentais
para abrir caminhos para as equipas de combate, cujo trabalho combinado aumenta a eficiência do
combate, bem como para a execução de uma linha de controlo durante a operação de rescaldo.
2.526 As máquinas de rastos possuem um sistema hidráulico para controlar a lâmina o que permite
exercer pressão para baixo, permitindo assim adaptar-se aos mais diversos terrenos.
2.527 As máquinas de rastos, de que as CATE dispõem, por norma obedecem a um contrato de
cedência que perdura durante os níveis mais altos do DECIR. Este tipo de equipamento, durante o
período definido, faz parte integrante dos meios ao dispor da companhia.
2.529 As vantagens já identificadas que este equipamento oferece, atribui à força uma versatilidade
inigualável, que a permite adaptar-se melhor à estratégia definida, consoante a situação se vai
alterando em todos os momentos do combate.
2.530 Aquando da sua ativação e dependendo de um raio de 70km do local onde a máquina está
posicionada, o seu detentor tem até duas horas para iniciar o deslocamento para o local da
ocorrência. Por sua vez a força de quem depende operacionalmente, deve disponibilizar uma equipa
que acompanha o seu deslocamento. Se por ventura, a Companhia respetiva, já estiver empenhada
e a máquina for mobilizada à posteriori, o acompanhamento e desembaraço de transito, deve ser
garantido por uma patrulha do destacamento de trânsito onde a Companhia se encontra sediada.
2.531 Durante o emprego operacional é necessário proceder ao registo das horas de trabalho desde
o momento em que a máquina sai da zorra até voltar à mesma. Assim deve registar-se hora de
saída da zorra, hora de início de combate e tipo, hora de fim de combate (mesmo que que só se
proceda à mudança de local) e por último número de metros executados. A recolha destes dados é
importante não só para controlo das horas de trabalho, mas sim para perceber a rentabilidade da
mesma em vários tipos de solo.
2.532 A utilização das máquinas de rastos, obedece a procedimentos específicos devido ao tipo de
equipamento que é usado, no entanto, este particular não difere de outros equipamentos que podem
ser usados no que diz respeito ao método escolhido.
2.533 No essencial e pela sua capacidade de trabalho, este tipo de maquinaria pode ser usado no
combate direto, indireto ou na consolidação de área, tudo depende da situação da estratégia
escolhida para debelar o incêndio ou da janela de oportunidade identificada.
2.534 Importa referir que a utilização da máquina nunca deve ser um processo isolado. Como bem
sabemos a complementaridade de ferramentas, equipamentos, técnicas e métodos é sempre a
melhor opção durante o combate, cabe a quem tem o ônus da decisão optar pela melhor articulação
consoante o momento, o terreno, a progressão do incêndio e a janela de oportunidade.
2.535 O combate direto com máquina de rastos é uma opção válida, nomeadamente quando o
incêndio apresenta as seguintes características:
Intensidade de calor elevada de forma que não permita a aproximação dos operacionais com
linha de água;
Para modelos de combustível, que apesar de permitirem o combate direto com outro tipo de
meios, retardam os trabalhos de supressão;
Em frentes com um comprimento considerável, que precisem de outra forma de muitos meios
de combate ou controle.
2.536 Se realizar o combate direto com um trator de correntes, podem implementar-se os seguintes
procedimentos em função principalmente do declive e do sentido de progressão do incêndio, por
essa vertente:
2.537 Durante a execução do Método de Combate Direto, a linha de controlo é construída na berma
do incêndio, onde podemos optar por duas preferências igualmente válidas. Pode-se optar por atuar
na eliminação do combustível ou na eliminação do comburente. Para a realização deste método de
combate, importa proteger as partes mais vulneráveis da máquina do calor, nomeadamente os
tubos hidráulicos.
i. Eliminação do Comburente
2.538 Esta técnica, consiste em enterrar as chamas da frente de incêndio, com a terra arrastada e
o combustível que a máquina vai removendo à medida que vai avançando. Podemos ter dois
sistemas para desenvolver e a técnica de eliminação do comburente, consoante os trabalhos se
desenvolvam numa linha paralela á linha de incêndio ou perpendicular.
Para efetuar o ataque paralelo é necessário que a pá seja A terra é empurrada na perpendicular e na
do tipo angledozer. A pá é colocada de forma a fazer direção das chamas. Esta técnia é usada
coincidir com o eixo da máquina com o flanco onde se principalmente pelas máquinas de pá
está a trabalhar. A pá tem de estar orientada para a parte cargadora, desenhadas para carregar e não
queimada, inicia-se o corte na zona por arder e ao para empurrar materiais.
começar a empurrar, o material cortado e raspado
A máquina carrega a pá com terra na zona
começa a ser empurrado para cima da chama, (primeiro
verde e verte-a sobre a linha de incêndio
o combustível verde, depois o combustível queimado e
cubrindo o perímetro sufucando a chama. O
por último a terra removida).
rendimento de trabalho é muito inferior ao de
Todo o material desliza pela pá e tem de ficar depositado uma máquina com angledozer.
na parte queimada. O aspeto que apresenta este trabalho
Esta técnica é usada em situações de urgência,
é o de uma faixa de separação de combústivel entre o
tasi como a proteção de casas situadas perto
queimado e o verde.
do perímetro do fogo, quando há pouco tempo
O amontoado criado tem de ser extendido, quando se para atuar. Ou para controlar focos secundários
efetuarem os trabalho finais de consolidação, para evitar que saltam a frente de incêndio, por projeção
que fiquem fumarolas ou pontos quentes. ou por radiação que surjam perto da línha de
trabalho.
A realização deste tipo de ataque depende do tipo de
combustível, da inclinação e do terreno. Este tipo de
ataque é eficiente em terrenos de pasto e matos com
inclinações menores a 30% e em terrenos descontínuos.
Com esta técnica, é possível obter o controlo do incêndio
ao construír uma uma faixa de 3,5 metros, que para além
de conseguir garantir a descontínuidade de combustível
serve de caminho de fuga ou de apoio para a máquina.
2.539 A técnica de eliminação de combustível pode ser usada durante o método de combate direto
em duas situações específicas.
2.540 A primeira, quando o declive não permite enterrar a frente de fogo, porque este está a descer
uma encosta, e só é possível trabalhar na parte inferior, deve-se abrir uma faixa o mais próxima
possível da frente de fogo, eliminando o combustível e deixando chegar a frente à faixa criada.
Durante este processo, tem de se assegurar de que na deslocação da terra, não se deslocam brasas
para o lado que se está a proteger.
2.541 A segunda, quando se opte por realizar a consolidação do perímetro com recurso á gestão
do combustível com fogo. Esta técnica consiste em abrir uma faixa com recurso á máquina, o mais
próxima possível ao perímetro do incêndio e em ato contínuo elimina-se o combustível através do
uso do fogo. O material escavado ou removido é depositado no lado oposto ao do incêndio devendo
ficar tapado com a terra removida por cima para proteger o combustível verde. Para a realização
desta técnica é necessário recorrer a equipas de uso do fogo e viaturas de apoio com motobombas.
2.542 O Método de Combate indireto com recurso às máquinas de rastos, consiste em criar uma
faixa, a uma certa distância do limite do incêndio, que deve ser determinada pelas características
do terreno, que por sua vez determinam a funcionalidade da máquina tais como (o declive, o modelo
de combustível, os afloramentos rochosos, a orografia) e os fatores que determinam o
comportamento do fogo, tais como a velocidade e a intensidade (declives, modelos de combustível
e vento).
2.543 A faixa criada deve considerar a descontinuidade até ao solo mineral, com a menor largura
possível, mas que seja possível controlar a chagada das chamas. Para construir a faixa com
segurança e terminá-la com êxito, é necessário ter em conta vários fatores:
2.544 Com todos estes parâmetros avaliados, avalia-se a distância a que devem ser colocados os
operacionais e os meios, em relação à frente de chamas, que permita terminar o trabalho com
garantias de segurança e antes da chegada das chamas.
2.545 Em função da zona escolhida para iniciar o ataque, podemos considerar duas opções, o
ataque paralelo se efetuamos a ação pelos flancos, ou o ataque frontal, se efetuamos a ação pela
cabeça ou pela zona de maior propagação.
2.546 Esta técnica realiza-se normalmente a uma distância de 10 a 100 metros em relação aos
flancos do incêndio. A queima de gestão deve ser realizada com esse tipo de ataque, sempre que
se tenham as condições adequadas para que seja realizada com o efeito desejado. A faixa deve
ser construída o mais direita possível, sem curvas nem sinuosidade. Se por algum motivo, não for
possível efetuar a faixa sem fazer curvas ou ângulos, nesses casos é necessário aumentar a
descontinuidade vertical, eliminando os combustíveis aéreos na zona da faixa mais afastada das
chamas, ou efetuar mais passagens com a máquina para dar maior largura à faixa.
2.547 Esta técnica, é usada como último recurso, ou seja, quando as outras ações de que dispomos,
oferecem poucas garantias de sucesso, devido ao comportamento extremo.
2.548 Este ataque utiliza-se em incêndios muito agressivos e na zona de máxima propagação. A
ação é condicionada pela distância do ponto de trabalho em relação à frente de incêndio. Devem
ser aproveitadas barreiras naturais, para realizar uma linha de controle reforçada com queimas de
gestão ou realização de contrafogos.
2.550 Para obter a máxima eficiência dos meios de combate e das táticas selecionadas durante o
combate ao incêndio, é necessário prever a sua coordenação.
2.551 No caso específico da utilização das máquinas de rastos existem combinações com outros
meios que aumentam a sua rentabilidade que importa destacar, sendo eles:
Utilização de aviões anfíbios e aviões de carga com espuma, que vão fazendo as descargas
a frente da faixa que as máquinas estão a construir. Com esta combinação, consegue-se
reduzir a velocidade e intensidade de propagação da frente ao mesmo tempo que se elimina
o fumo, conseguindo melhorar a visibilidade para as descargas.
Utilização de descargas feitas por helicópteros (espuma ou água), para eliminar ou arrefecer
focos secundários.
Utilização de veículos com motobombas que apoia o combate com a utilização de água.
2.552 A construção de faixas de contenção, obedece a regras específicas e critérios que devem ser
seguidas para melhorar o rendimento dos meios afetos á operação. Assim o planeamento deve
2.553 A sua localização deve ser estabelecida de acordo com a estratégia de controlo do incêndio,
o tipo e modelo de combustível e o terreno (declive e rugosidade).
2.554 Deve estar previamente definida e balizada, que é tarefa do responsável que acompanhe e
controle o trabalho da máquina, que deve ter previsto e antecipado alteração do traçado, por mais
simples que sejam.
2.556 Os locais onde se preveja uma utilização ineficaz das máquinas, ou impossibilidade de efetuar
trabalho, deveram ser evitados, para limitar os tempos mortos, devendo substituir ou completado
com ferramentas manuais. Estes locais podem ser zonas de grandes blocos rochosos,
afloramentos, terrenos excessivamente declívios, zonas de exploração mineira, ou outro tipo de
limitações.
2.557 As máquinas de rastos constituem um meio muito eficaz para a execução de faixas de
contenção, principalmente em combustíveis pesados e matos densos, no entanto a faixa aberta
deverá ser seguida com trabalho de ferramentas manuais para a consolidar, para vigiar e manter a
chama dentro do perímetro, para proceder à extinção de focos secundários e para proceder à
queima (fogo tático ou contrafogo).
2.559 Pode-se recorrer às máquinas de rasto para a abertura de zonas seguras, as quais deverão
ser definidas previamente, sendo construídas com antecedência necessária.
2.560 Deve-se ter atenção que deverá ser destacado um operacional que cumprirá a função de
localizador e auxiliará no desimpedimento de rochas, ramos, troncos que coloquem em risco o
trabalho e segurança.
2.561 Para a construção de uma linha de defesa com maquinaria, deverá obedecer-se aos
seguintes princípios básicos:
3º. Todos os combustíveis por queimar devem ser retirados para o exterior e se possível
espalhados.
4º. No caso de total impossibilidade de empurrar os combustíveis e o solo para fora, então
deverão ser empurrados e espalhados para o interior, a uma distância segura que não
comprometa a faixa.
5º. Em áreas com pouco arvoredo, para facilitar os trabalhos de máquina, é conveniente colocar
em posição avançada um grupo com motosserras. No entanto, se a máquina for
suficientemente grande para fazer o trabalho ou se o trabalho não cria grandes pilhas de lenha
ou resíduos, então não existe a necessidade de colocar equipas de motosserras.
6º. Os troncos de árvores secos são facilmente derrubados pelas máquinas, porém aconselha-
se o corte pela equipa de motosserras, por razoes de segurança.
8º. Num Grande Incêndio Rural, para o qual seja solicitada a presença de duas máquinas de
rastos para trabalhar lado a lado ou seguida uma da outra, devem-se cumprir os seguintes
cuidados na construção da faixa:
A máquina que vai à frente abre o caminho e a segunda máquina alarga e consolida a
faixa;
9º. Na construção de uma faixa poderá ocorrer a necessidade de abrir secções mais amplas que
outras, dependendo da manobra requerida, pelo que terá de existir uma razão operacional
que exija uma largura extra, tais como: combustível alto e grosso (pinhal denso), porque há
que dividir um povoamento florestal ou por proteção das equipas em caso de manobra de
fogo de supressão.
10º. Por regra, a largura deverá ser o dobro da altura do combustível confinante e nunca menos
de metade da altura de um povoamento.
11º. Por vezes é impraticável torna-la o suficientemente larga para resistir ao incêndio, pelo que
existe a necessidade de alargar através de recurso a fogo tático, de modo a permitir conter o
incêndio em segurança.
Meios e Equipamentos de Combate
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PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
13º. A equipa de combatentes encarregue de realizar o fogo tático poderá também assegurar a
consolidação da linha, operando em conjunto com a máquina. Em grandes incêndios, esta
equipa “combinada”, deverá funcionar de forma autónoma, sendo supervisionada por um
responsável designado e em constante contacto. Se efetuar recurso ás técnicas de uso do
fogo, seguindo a linha aberta pela máquina de rastos, deve-se manter uma distância de
segurança que não prejudique o trabalho do manobrador ou comprometa a construção e a
segurança da linha de defesa.
14º. É conveniente garantir medidas que visem a necessária manutenção do equipamento, pois
tratam-se de máquinas dispendiosas que ao fim de algum tempo de trabalho requerem serviço
de manutenção (nomeadamente lubrificação, limpeza de filtros, afinação de rastos, etc).
(e) Segurança
2.562 Associado á utilização das máquinas de rastos em ambiente florestal, estão identificados os
riscos provenientes da sua ação, bem como as medidas preventivas que devem ser adotadas com
vista a evitar a produção de acidentes. Conhecer estes riscos, oferece a vantagem de rentabilizar o
esforço da utilização destes equipamentos nas operações de combate, minimiza a sua exposição e
por último previne a ocorrência de acidentes.
Reviramento
Incêndio;
Golpes;
Projeção de objetos;
Vibrações;
Estar atento a materiais rolantes que podem ser deslocados pela ação da máquina;
Não se colocar ou caminhar á frente ou atrás da máquina, nem colocar qualquer equipamento
na mesma área;
Não se aproximar da máquina sem que esteja completamente parada e o seu condutor ter
feito sinal para que se aproxime.
Ter em atenção que, numa situação de emergência, uma máquina com lâmina pode ser
fundamental para construir uma zona segura.
2.565 Fazem parte das medidas preventivas a seguir pelo operador da máquina, os seguintes itens,
que deve conhecer:
Para subir e descer de a máquina utilizar os apoios próprios para esse fim, de modo a evitar
quedas;
Para evitar lesões durante as operações de manutenção, deve-se apoiar a lâmina no solo,
parar o motor, acionar o travão de mão e bloquear a máquina. Após este procedimento realizar
a manutenção necessária;
Não guardar combustível nem panos sujos na máquina para evitar risco de incêndio;
Não abrir a tampa do radiador com o motor quente. Os gases libertados podem causar
queimaduras;
No caso de ser necessário efetuar reparações a nível do sistema elétrico deve desligar-se o
motor e retirar a chave da ignição;
Vigiar a pressão dos pneus da máquina e manter sempre nos valores recomendados pelo
fabricante;
No caso de se tocar em cabos de alta tensão, não saltar do bulldozer sem que o contacto
tenha sido interrompido e a máquina retirada do local de contacto. Só depois se deve saltar,
sem tocar simultaneamente na máquina e no solo;
Nunca abandonar a máquina sem antes apoiar, sobre o solo, a lâmina frontal e “ripper”
traseiro;
2) Tratores
(a) Identificação
2.566 Para além dos veículos identificados, podem ser utilizados tratores com charruas ou grades
de disco para a abertura de faixas de contenção. O principio de utilização obedece ao mesmo
principio das máquinas de rasto, no entanto este tipo de meios é usado como um recurso auxiliar e
alternativo.
2.567 Estes meios, apesar de não fazerem parte integrante do dispositivo, ou em particular de uma
força de combate, muitas das vezes são úteis para auxiliar o corte da vegetação, na realização de
faixas de contenção, ou até no alargamento de uma faixa apoiada numa estrada, caminho ou aceiro.
(b) Funcionamento
2.568 O funcionamento deste tipo de maquinaria diz respeito ao seu detentor ou operador, uma vez
que são equipamentos que podem ser usados em auxílio, ou como último recurso no apoio á
manobra efetuada, devem ser acompanhados de um operador capaz de entender o seu
funcionamento, para materializar a sua utilização.
(c) Manutenção
(d) Utilização
2.570 São máquinas auxiliares, geralmente acionadas pela tomada de força do trator, embora
também possam ter motor próprio. Utilizam-se para eliminação de vegetação não desejada assim
como de resíduos florestais resultantes de outras atividades. Quando utilizadas com destroçadores,
os elementos de corte podem ser lâminas, correntes ou martelos
2.571 A sua utilização obedece ás regras operacionais e os seus operadores devem seguir as
regras indicadas pelo operacional nomeado para o efeito pretendido com a utilização da máquina.
São máquinas que atuam essencialmente no corte e remoção da vegetação, no apoio ou na criação
de faixas de contenção, através do método de combate indireto.
(e) Segurança
2.572 Os riscos identificados quando este tipo de maquinaria é usado com destroçador são:
Reviramento
Incêndio
Golpes
Vibrações
Estar atento a materiais rolantes que podem ser deslocados pela ação da máquina;
Não se colocar ou caminhar á frente ou atrás da máquina, nem colocar qualquer equipamento
na mesma área;
Não se aproximar da máquina sem que esteja completamente parada e o seu condutor ter
feito sinal para que se aproxime.
Ter em atenção que, numa situação de emergência, uma máquina com lâmina pode ser
fundamental para construir uma zona segura.
2.574 Fazem parte das medidas preventivas a seguir pelo operador da máquina, os seguintes itens,
que deve conhecer:
O tipo de destroçador a utilizar deve ser o mais adaptado ao tipo de solo e material vegetal a
eliminar;
Não devem existir obstáculos ou trabalhadores no local onde a máquina está a operar
O operador deve certificar-se de que o destroçador não é acionado perto de terceiros e manter
uma distância de segurança equivalente ao espaço atingido por projeções;
No caso do isolamento acústico da cabina não ser suficientes devem utilizar-se protetores
auditivos;
Para descer da máquina não se deve saltar, mas sim utilizar os apoios específicos para o
efeito;
Em caso de aquecimento do motor não deve retirar-se a tampa do radiador para evitar
queimaduras;
Não fumar quando se manipula a bateria ou se procede ao reabastecimento para evitar risco
de incêndio;
Para manipular o sistema elétrico deve desligar-se o motor e retirar a chave da ignição.
e. Meios Aéreos
1) Classificação
(piloto);
Transporte de
Peso máximo na descolagem: 2250 kg;
“balde” com
Velocidade Máxima: 132 Kts; 245 Km/h capacidade de
Autonomia máxima: 04:01 horas. água até aos 1000
L;
Usados no
Helicópteros Médios
combate com
N.º de Rotores: Dois, um principal (com 2 brigadas
pás) e outro de cauda (2 pás); helitransportadas
412
baldadas de água.
Peso útil: de 3.700 kg / 5.000 kg Transporte de
externamente “balde” com
Peso máximo descolagem: 12.700 kg capacidade de
água até aos 2500
Potencia: 1 660 kW (
L.
Velocidad máxima operativa (Vno): 250
Capacidade de
km/h (155 MPH; 135 kt)
transporte e
Velocidad de passeio (Vc): 230 km/h (143 projeção de
MPH; 124 kt) operacionais até
Alcance: 850 kilómetros con 1.500 kg carga um máximo de 16.
útil
Teto de voo: 5 000 m (16 404 ft)
Capacidade: 820 US Gal (3,104 L) of
chemicals
Comprimento: 35 ft 11 in (10.95 m)
Aviões Ligeiros Aerotanque ligeiro
Tripulação: 2 pilotos
Carga útil: 2.900 kg
Comprimento: 19,8 m
Envergadura: 28,6 m
Altura: 8,9 m
Peso vazio: 12.880 kg
Peso máximo do combustível: 4.650 kg
Peso máximo de descolagem (a partir da
terra, carga descartável): 19.890 kg
Peso máximo de descolagem (a partir da
Classe: I
Subclasse: (2-20 kg)
Perfil de Voo: Asa fixa
Endurançe: 120 min Recolhade
imagens para
Alcance: 25 km
apoio á decisão.
Altitude min: 10 m Monitorização de
Drones
Apoio
Altitude máx: 900 m frentes de
Velocidade Min. (km/h) 10 incêndio extintas.
Medição de área
Velocidade Cruzeiro (km/h) 55
ardida.
Velocidade Máx. (km/h) 80 Identificação de
Vento máx. (Beaufort - km/h) 30 pontos quentes.
Resistência chuva (S/N) S
Zona Lançamento; Zona de Aterragem
100x25m
2) Funcionamento
2.575 Foi em 1970 que, pela primeira vez em Portugal, através de ações de reconhecimento aéreo,
se utilizaram aeronaves em apoio ao combate de incêndios florestais. Só depois de 1980 teve início
a utilização de aeronaves em ações de combate direto, através do lançamento de água, produtos
retardantes e através do transporte de equipas helitransportadas.”16
2.576 Depois na década de 80 e uma vez que houve aumento na disponibilidade e baixaram os
custos de operação, inicia-se a utilização de helicópteros em combate com água e retardantes numa
função de Heli Tanques, provando-se uma ferramenta muito versátil e eficiente no controlo de
incêndios florestais, sendo a sua principal vantagem poder aterrar praticamente em qualquer sítio.
Transporte de Brigadas;
Voos de reconhecimento;
Estender mangueiras;
Transporte de carga.
2.578 O transporte de combatentes, equipamentos e o próprio combate com água é o uso mais
comum dos helicópteros no mundo inteiro.
16 Citado de Manual Operacional – Emprego dos Meios Aéreos em Operações de Proteção Civil, 2009
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2.579 A utilização de meios aéreos no combate a incêndios florestais torna-se essencial, quer seja
através de helicópteros e/ou aviões, para o domínio de incêndios nascentes e também como apoio
à circunscrição de grandes incêndios, no entanto importa sublinhar que os meios aéreos não são
responsáveis pela extinção dos incêndios, pois estes “vencem-se” no terreno, através da ação dos
meios terrestres.
2.580 No que concerne aos meios aéreos, o seu uso com brigada em incêndios florestais faz-se
sempre no quadro da estratégia geral da proteção da floresta contra o fogo. São utilizados
helicópteros ligeiros, médios e pesados, assim como aviões, também ligeiros, médios ou pesados.
2.581 Quanto ao que se refere a objetivos estratégicos, os Meios Aéreos são utilizados para
dominar os incêndios na sua fase nascente e para limitar desenvolvimentos catastróficos que
possam colocar em perigo pessoas e/ou bens, por uma otimização da eficácia do combate ao
incêndio florestal.
2.583 Os Meios Aéreos são vantajosos, na medida em que são mais rápidos que qualquer veículo,
possuem flexibilidade em ser reposicionados ou em aceder a qualquer local no terreno, permitem a
utilização de retardantes, e, ainda, uma visão globalizada da situação e do incêndio.
2.584 Contudo, para além das vantagens, há que saber lidar e conhecer as desvantagens: as
limitações quanto à utilização dos meios aéreos em condições de visibilidade reduzida, de noite, ou
em condições meteorológicas adversas. Há ainda outro fator a considerar que é o potencial humano
e técnico que estes meios requerem.
3) Manutenção
4) Utilização
2.586 Os meios aéreos de ATI são constituídos por Helicópteros de Ataquei Inicial (HEATI) que, por
norma, são empenhados imediata e prioritariamente em incêndios nascentes, com as respetivas
equipas ou brigadas17 (secção no caso de militares) helitransportadas, para distâncias até 40 km, a
partir do PIPS onde estão sedeados, se a localização do incêndio se encontrar no seu raio de ação.
2.587 Para este feito, os HEATI disponibilizados à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção
Civil (ANEPC) têm de estar aptos a transportar, para além da tripulação, uma equipa ou secção
helitransportada. Caso o helicóptero opere com balde, o mesmo não poderá ser transportado em
carga suspensa com a equipa/brigada helitransportada a bordo, devendo para tal ser transportado
num cesto apropriado, instalado no exterior do helicóptero, juntamente com as ferramentas manuais
da equipa/brigada.
2.588 Entende-se por equipa helitransportada (EIPS) um grupo especializado constituído por cinco
operacionais, transportados num helicóptero, com a missão específica de intervenção imediata em
incêndios florestais com o auxílio de ferramentas manuais e liderada por um chefe de equipa. Caso
o número de elementos seja igual ou superior a oito operacionais designar-se-á de secção (SIPS)
helitransportada.
(b) Missões
2.590 Os diferentes aviões e helicópteros que constituem o dispositivo aéreo da ANEPC têm
vocações e características técnicas diferenciadas, as quais deverão ser consideradas em função
dos diferentes tipos de missão e suas opções táticas, tendo em vista tirar o maior proveito das suas
potencialidades. No âmbito deste manual serão abordados apenas os helicópteros e tipos de
missão a desenvolver.
(1) ATI
2.591 O ATI tem como o objetivo a extinção dos incêndios florestais no mais curto espaço de tempo,
enquanto estes são de pequenas dimensões, sendo considerado, especialmente desde 2006, como
uma das ações operacionais fundamentais na resposta ao combate a incêndios florestais.
17Terminologia adotada pela ANEPC - Uma brigada helitransportada é constituída por duas ou mais equipas
helitransportadas, transportadas por helicóptero ou helicópteros agrupados em task force.
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2.594 Um PIPS pode acionar diretamente o(s) meio(s) aéreo(s) nele sedeados, sempre em
articulação com o CDOS respetivo quando:
Sendo a primeira entidade a saber da existência de um incêndio nascente, este deflagra numa
zona considerada de alto risco.
2.595 Os meios aéreos de ATI são constituídos, por norma, por HEATI, onde se incluem os
helicópteros bombardeiros ligeiros (HEBL) e helicópteros bombardeiros médios (HEBM). Por
norma, estes helicópteros são empenhados imediata e prioritariamente em incêndios nascentes,
com as respetivas equipas ou brigadas helitransportadas, para distâncias até 40 km, a partir do
PIPS onde estão sedeados.
2.596 Tendo em vista a minimização do dano potencial previsível, poderão ser utilizados em ATI,
outros meios aéreos de maior capacidade de carga.
2.597 O sucesso da intervenção dos HEATI está dependente de vários fatores como sejam a
distância e o tempo de viagem da aeronave até ao incêndio, as suas características, a distância aos
pontos de água, o tipo e eficácia das descargas, as condições meteorológicas, a disponibilidade de
meios terrestres, a intensidade do incêndio, o tipo de combustível, a organização operacional e as
infraestruturas de apoio à sua ação. Uma intervenção eficaz pressupõe disponibilidade, rapidez no
despacho e descolagem, tempo mínimo de viagem até à ocorrência e suporte de um sistema
logístico adequado.
2.598 A eficácia do ATI aumenta quando o incêndio está na sua fase inicial, com chamas pouco
altas e de perímetro reduzido, bem como nos casos em que predomina o combustível rasteiro, o
vento é pouco intenso, o relevo é menos acentuado e a distância aos locais de reabastecimento de
água das aeronaves é curta. Aliás, a existência de uma boa malha de pontos de água é
determinante para o sucesso da missão.
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2.599 Por outro lado, a sua eficácia pode ser afetada negativamente por vales estreitos, terrenos
montanhosos, obstáculos, efeitos meteorológicos, efeitos da altura do sol, fumo denso e por floresta
alta e densa.
2.600 Neste contexto, há que distinguir missão e intervenção aérea. Quando uma aeronave é
empenhada numa ocorrência, em que existe um despacho de PIPS, seguida de um despacho do
Piloto-Comandante e em que este tenha iniciado o arranque dos motores da aeronave considera-
se uma missão aérea. Uma missão aérea não pressupõe, necessariamente, uma intervenção.
2.601 Uma intervenção, por seu lado, é uma missão aérea que resulta numa assistência e/ou
participação de um meio aéreo numa ocorrência ou da equipa/brigada helitransportada a ele
agregado.
2.602 A ação aérea de ATI não deverá ultrapassar os 90 minutos (a autonomia de referência dos
helicópteros de ATI) contados a partir do despacho imediato, sendo dada por finalizada quando o
incêndio for considerado dominado pelo Comandante de Operações de Socorro (COS), ou seja,
quando o incêndio atingiu uma fase em que as chamas já não afetam os combustíveis vizinhos
através dos mecanismos de transmissão de calor e a altura das chamas é reduzida não existindo
perigo de propagação do incêndio para além do perímetro já atingido.
2.603 O COS pode também decidir-se pela desmobilização de meios aéreos quando, por razões
diversas, não é possível aplicar as técnicas e táticas estabelecidas, quando se colocam questões
de segurança no ar ou em terra ou quando considera que os meios no TO são suficientes.
2.604 O combate aéreo deve ser sempre acompanhado pela ação terrestre, uma vez que a extinção
dos incêndios só é conseguida no terreno com a intervenção de meios terrestres especializados e
dotados de equipamento necessário para o efeito e de forma a evitar a sua reativação.
Figura 2.130 -
Esquema ilustrativo do
modelo de despacho
de meios em ATI
Fonte: GNR/UEPS
(2) ATA
2.605 O ATA é uma ação integrada e sustentada pelo despacho de meios de reforço e especiais,
projetados para incêndios não dominados em ATI. Obriga à reposição da capacidade de ATI dos
meios do dispositivo, no qual se incluem todos os meios aéreos de ATI que, após a paragem
operacional, para efeitos de reabastecimento de combustível e verificação técnica, ficam
disponíveis para fazer face a novos incêndios nascentes.
2.606 A ação ATA pode iniciar-se antes de se atingirem os primeiros 90 minutos de operação,
quando a previsão de evolução do incêndio, assim o determine e que seja superiormente validada
pelo COS.
2.607 O DECIR compreende um conjunto de meios aéreos de ATA, com grande capacidade de
carga e vocacionados para incêndios de grande dimensão e/ou complexidade, que são constituídos
por:
Aviões de ATA (AVATA), onde estão incluídos, por norma, os aviões bombardeiros médios
(AVBM) anfíbios e os aviões bombardeiros pesados (AVBP), sem prejuízo do seu imediato
envolvimento em incêndios nascentes, à ordem do CNOS.
2.608 Face a um ATA, o CDOS responsável pela ocorrência, pode solicitar ao CNOS o
empenhamento de AVATA e HEATA ou, eventualmente, de HEATI. O CNOS, após avaliação da
situação operacional do país, pode autorizar o acionamento desses meios aéreos em ATA, dando,
nestes casos, ordem de missão diretamente para o(s) respetivo(s) PIPS, com conhecimento ao
CDOS responsável pela ocorrência.
1. Equipamentos / Ferramentas
2.610 Neste capítulo será apenas discriminado os equipamentos e ferramentas utilizados pelas
brigadas helitransportadas, para além daqueles que são considerados como Equipamentos de
Proteção Individual.
2. Chefe de equipa
Rádios:
2 rádios SIRESP (E/R Portátil SEPURA – STP8038 e/ou E/R Portátil MOTOROLA
MTH600);
Telemóvel
3. Restantes elementos
4. Disposição do material
i) Ecureuil B2/B3
Disposição do interiror
Uma fila de quatro assentos situados atrás do piloto, virados para a frente;
Transporte de Material
Disposição Interior
Uma fila de quatro assentos situados atrás do piloto e co-piloto, virados para trás;
Uma segunda fila de cinco assentos situada atrás da anterior, orientada para a frente;
Zonas laterais, situadas atrás da fila de cinco, orientados para fora, utilizadas para o
transporte de ferramentas e equipamentos.
Transporte de material
Idem.
Disposição Interior
Uma fila de quatro assentos situados atrás do piloto e co-piloto, virados para trás;
Uma segunda fila de cinco assentos situada atrás da anterior, orientada para a frente;
Duas filas laterais de dois assentos cada, situadas atrás da fila de cinco, orientados para
fora/laterais, sendo que estas filas normalmente são utilizadas para o transporte de
ferramentas e equipamentos.
No seu interior será transportado apenas o “bambi bucket”, preso com cintas, e o resto do
equipamento será colocado no habitáculo dos passageiros;
5. Bambi Bucket
2.613 O “Bambi Bucket” foi desenvolvido pelo Canadiano Don Arney e introduzido pela primeira vez
no mercado em 1982 pela SEI Industries Ltd, reinventando o combate aéreo com helicópteros com
total capacidade de dobragem e quedas de água precisas. Além disso, os baldes Bambi:
2.614 Estão disponíveis numa variedade de capacidades desde 270 L a 9840 L, detendo mais de
90% do mercado de equipamentos de combate e a incêndios e é utilizado em mais de 115 países.
2.615 Nos meios aéreos atualmente empenhados no DECIR em Portugal, são utilizados os
seguintes tamanhos:
Nota: É importante, ter em conta que quando se procede á colocação do balde no cesto, tem de se colocar a
parte inferior do balde orientada para a frente da aeronave, de modo a impedir a entrada de ar no balde
durante a deslocação, para evitar criar atrito na movimentação do helicóptero.
6. Atribuições
2.616 As brigadas helitransportadas, têm a missão de efetuar o combate em ATI aos incêndios
rurais nascentes, com o apoio indissociável do meio aéreo (helicóptero ligeiro/médio).
2.618 A EIPS/SIPS helitransportada é uma unidade de primeiro ataque ou ATI aos incêndios, pelo
que o sucesso do seu trabalho (pessoal e aeronave) depende da prontidão e rapidez com que é
mobilizada para os incêndios na sua fase nascente.
2.619 É transportada em helicópteros, faz o seu trabalho em terra utilizando ferramentas manuais,
recebendo apoio aéreo, através das descargas de água e/ou espuma, realizando “trabalho em
equipa” com o helicóptero, combinando o combate direto através do material sapador, com as
descargas do helicóptero.
i. A pedido do COS, em que haja perigo iminente para civis, outras forças presentes no TO,
ou uma outra EIPS/SIPS (UEPS) presente no TO;
ii. A pedido do COS, em que haja perigo iminente para um bem maior (casas, empresas,
garagens);
iii. Por iniciativa do Cmdt da EIPS/SIPS ou do Cmdt da aeronave, no caso em que verifiquem
umas das situações descritas no ponto 1 e no ponto 2;
iv. No caso em que a aeronave sofra uma avaria ou incidente, e por questões de segurança,
retorne ao PIPS sem a brigada.
2.621 O meio aéreo só é empregue em missão por ordem do CDOS, salvo nas situações de “fogo
à vista”, em que se deve iniciar o processo de despacho do meio aéreo e SIPS/EIPS em articulação
imediata com o respetivo CDOS.
2.624 Desde a abertura do PIPS, no horário coincidente com a prontidão ao helicóptero, todos os
elementos desta SIPS/EIPS devem permanecer inseparáveis, nas instalações do mesmo, em
estado alerta máximo. Ou seja, deve estar em prontidão máxima, prontos a embarcar em menos de
3 minutos, caso haja missão do helitransportada.
8. Embarque em Helicópteros
Após autorização do piloto, os elementos deslocam-se para o helicóptero em fila única, dentro
da área de aproximação segura, numa posição dobrada e com as ferramentas, se as
transportarem, numa posição horizontal ao lado do corpo.
Os capacetes utilizados, devem estar bem presos à cabeça ou serem seguros com a mão, de
forma a evitar a sua queda e eventual aspiração pelo rotor.
Deve-se entrar no helicóptero com a cabeça e ombros primeiro e dirigir-se para o seu assento
habitual, previamente selecionado.
À medida que se vão sentando, os elementos embarcados devem ajustar e colocar os cintos
de segurança.
O chefe da EIPS / Cmdt da SIPS, ou um tripulante disponível, deve assegurar-se que os cintos
estão corretamente colocados e ajudar aqueles que sentirem dificuldades.
Após o embarque, as portas do helicóptero devem ser fechadas, sem bater, certificando-se
que ficaram bloqueadas.
Quando o rotor está em aceleração ou desaceleração, o batimento natural das pás do rotor
poderá originar a queda de uma das pás especialmente em condições de vento forte.
Pelo lado da cauda ou dentro da área perigosa. O rotor de cauda a alta velocidade torna-se
quase invisível.
9. Desembarque em Helicópteros no TO
Imediatamente antes da saída do heli, caso este aterre em plano inclinado ou por força de
qualquer obstáculo, deve o comandante da EIPS/SIPS indicar a todos os elementos o local
(mais distante em relação ao disco do rotor principal e á vista do comandante do aeronave),
para onde se devem dirigir, tendo em conta que este local nunca pode ser para a zona proibida
(cauda).
No momento da saída do helicóptero, devem apenas retirar o cinto de segurança após ser
dada autorização por parte do comandante da aeronave.
Pode em algumas circunstâncias o helicóptero não fazer uma aterragem efetiva, ou seja, pode
ficar em apoio parcial ou até mesmo em voo estacionário, nestes casos devem todos os
elementos ter em conta de que a aeronave não está assente no solo, como tal a saída deve
ser feita por um militar de cada vez, dando um intervalo de tempo maior entre cada um, pois
devido ao balanceamento, poderá ser necessário fazer ajustes na estabilidade da aeronave
por parte do comandante.
Se usarem bonés ou capacetes, estes devem estar bem presos à cabeça ou serem seguros
com a mão, de forma a evitar a sua queda e eventual aspiração pelo rotor.
Deve-se entrar no helicóptero com a cabeça e ombros primeiro e dirigir-se para o seu
assento habitual, previamente selecionado.
Após o embarque, as portas do helicóptero devem ser fechadas, sem bater, certificando-
se que ficaram bloqueadas.
Quando o rotor está em aceleração ou desaceleração, o batimento natural das pás do rotor
poderá originar a queda de uma das pás especialmente em condições de vento forte.
Pelo lado da cauda ou dentro da área perigosa. O rotor de cauda a alta velocidade torna-
se quase invisível.
2.629 Todos os militares têm que obrigatoriamente saber qual a sua missão, o que vão realizar,
quais os caminhos de fuga e um local de reunião, caso a fuga aconteça.
2.630 Têm de estar bem uniformizados e equipados de acordo com o estabelecido para o devido
efeito, não podendo abdicar de nenhum material que seja de uso obrigatório.
2.632 Não realizar nenhuma ação que coloque a sua segurança e a dos restantes elementos em
risco.
2.633 Estar atento ao meio envolvente e informar o chefe de equipa caso seja detetada alguma
situação ou desenvolvimento anómalo do comportamento do fogo (ex. focos de projeção, mudança
repentina de vento, etc.)
2.634 No TO ter sempre a preocupação constante de trabalhar com o máximo empenho, dedicação
e profissionalismo. Caso se verifiquem situações menos próprias com algumas pessoas ou
entidades presentes no local, atuar enquanto agentes de autoridade/OPC, em conformidade com a
demais legislação e regulamentos que prescrevem a nossa conduta profissional.
2.635 No TO, apesar de que a opinião de todos conta, a decisão seja do que for, cabe sempre ao
Chefe de EIPS/SIPS, sendo que qualquer assunto a ser tratado com outra entidade ou força
presente no TO, é da responsabilidade do mesmo.
2.636 Após cada intervenção é importante hidratar o corpo, se necessário comer alguma coisa leve,
ajustar e arranjar todo o material coletivo e individual para restabelecer novamente a prontidão
máxima.
2.637 Após estas tarefas reunir-se com o chefe de equipa e pilotos para caso seja necessário no
momento, assistir ao debriefing da operação.
5) Segurança
2.639 O militar da UEPS deve cumprir procedimentos particulares de segurança, relativamente aos
meios aéreos envolvidos no combate a incêndios florestais, em duas situações distintas:
2.640 Quando se combate um incêndio florestal deve-se estar alerta, sempre que nesse combate
participem meios aéreos. O conhecimento de que esses meios vão atuar pode ser obtido pela
informação de um superior ou por mera visualização dos meios aéreos. Deverão avisar o seu chefe
de equipa, para que este possa informar o comandante das operações, sempre que se aperceber
que existem condições que possam ser perigosas para aviões ou helicópteros, tais como:
Antenas;
2.641 Não se deverá fazer sinais às aeronaves, tais como agitar os braços abertos, exceto quando
tal for indispensável para sinalizar a sua posição.
2.642 Deve ter-se em atenção que os lançamentos, em especial os dos aerotanques médios e
pesados, efetuados a baixa altitude podem ser muito perigosos para os militares que se encontram
na zona da descarga, dado que podem:
Fazer cair uma pessoa que esteja de pé e, mesmo, lançá-la contra pedras, árvores ou outros
objetos;
Afetar gravemente uma pessoa que se encontre desprotegida, podendo provocar a sua morte.
2.644 Outro aspeto a atender resulta da turbulência provocada pelas asas de um avião ou o rotor
de um helicóptero a baixa altitude, que provoca redemoinhos de ar junto ao solo com velocidades
iguais ou superiores a 40 km/h, podendo originar mudanças bruscas no comportamento do incêndio,
nomeadamente aumentar a intensidade e a velocidade de propagação.
2.645 A forma como se vê a aeronave pode dar a noção de que se corre risco iminente. Com efeito,
se a aeronave se apresentar de frente para o militar, o perigo é muito grande. Se ela se apresentar
de lado o perigo é menor.
2.646 Perante o risco de ser atingido por um lançamento de uma aeronave, não se deve esquecer
que a zona mais perigosa é num raio de 6 m do centro da descarga. Deve proceder-se como se
indica:
Nunca ficar de pé, pois tal aumenta a possibilidade de se ferir com gravidade;
Procurar um obstáculo sólido, como um grande bloco de pedra, para se esconder, deitando-
se atrás dele;
Os pés afastados, cerca de meio metro, para dar maior estabilidade ao corpo;
O equipamento que transporta, firmemente agarrado, para que se não solte e que não possa
ser projetado contra o corpo e a cabeça, conforme figura 2.144.
2.647 No caso de ser atingido por um lançamento de retardante, se tiverem sido cumpridos os
procedimentos referidos, geralmente não existirão danos graves, ficando apenas encharcado. Ao
cumprir os procedimentos adequados, evitar-se-á ser violentamente arrastado contra o solo,
árvores ou grandes pedras, assim como ser atingido por detritos projetados pela descarga da
aeronave.
2.648 A aproximação e o afastamento de um helicóptero no solo, apresenta perigos que têm que
ser evitados, em especial porque os seus rotores (principal e traseiro), cujo contacto é mortal,
movimentam-se a alta rotação e são, muitas vezes invisíveis.
Deve aproximar ou afastar-se do helicóptero numa posição curvada para evitar o rotor
principal;
Nunca se deve aproximar ou afastar dum helicóptero pela zona em que o terreno é mais
elevado do que o local onde ele está aterrado;
Não fumar a menos de 15 m de um helicóptero, mesmo que este esteja totalmente parado
ou nas zonas de reabastecimento de combustível.
Não fumar;
Usar permanentemente o cinto de segurança apertado e não o abrir até que o piloto dê
ordens para tal;
Ter a certeza que todos os objetos estão bem fixados no helicóptero ou firmemente
agarrados nas mãos para evitar que se soltem e provoquem danos;
Nunca bater com as portas do helicóptero e garantir que estão bem fechadas na sua
posição de segurança;
Não falar com o piloto, exceto se for indispensável, em particular durante as descolagens
e aterragens;
Meios e Equipamentos de Combate
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Manter-se atento aos perigos para o voo, nomeadamente linhas telefónicas ou de alta
tensão ou outras aeronaves de que o piloto possa não se ter apercebido;
Em caso de emergência durante o voo nunca entrar em pânico e deixar o piloto à vontade
para lidar com essa situação.
Em caso de emergência em voo, o Piloto Comandante deverá tomar a ação apropriada para garantir a
segurança dos ocupantes, aeronave, pessoas e bens no solo.
Oiça com atenção todas as instruções dadas pelo piloto comandante. Lembre-se que este
foi devidamente treinado para executar todas as emergências.
Retirar todos os objetos de vidro e remover todos os objetos pontiagudos que possa
transportar, colocá-los em local seguro.
2.649 No caso de ficar cerado pelas chamas, não se deve esquecer que o lugar mais seguro do
incêndio é a área queimada.
2.650 Avaliar a situação e ter o autocontrolo suficiente para conseguir passar a área queimada é
essencial. Deve ainda:
Antes de passar para a área queimada, certificar-se de que não há caminho de fuga seguro;
Entrar na área queimada por onde o calor e as chamas forem menores e onde a vegetação
for menos densa;
Procurar, na área queimada, o local onde o ambiente for mais fresco e respirável.
2.651 É fundamental manter a calma e transmiti-a aos outros, sendo que caso não consiga passar
para a área queimada, deve em caso de emergência, utilizar o abrigo de incêndio florestal,
vulgarmente conhecido por “fire shelter”.
CAPÍTULO 3 – SEGURANÇA
3.01 Não há dúvida que a segurança é o princípio do combate a incêndios mais importante e sobre
o qual todos os outros são construídos. A segurança deve estar sempre em primeiro lugar. A
segurança não deve ser delegada num Oficial de Segurança, isto porque é da responsabilidade de
cada um adotar as condutas mais seguras e seguir os procedimentos estabelecidos. Todos devem
ter uma atitude proativa que contribua para segurança. Se alguém se magoar no combate a
incêndios, torna-se uma preocupação, deixando de ser um contributo para a extinção do incêndio,
diminuindo a capacidade de trabalho da força e a moral.
3.02 O combate a incêndios é um trabalho muito físico e pesado, além de ser um trabalho muito
perigoso, vai requerer uma grande condição física e mental aliada a um grande dispêndio de
energia. Todos devem estar preparados e treinados, a fim de evitar lesões para o próprio ou para
elementos da equipa.
3.03 A forma física correlaciona-se diretamente com a produtividade e segurança. Será necessário
combater os incêndios num ambiente quente, seco e ventoso. Não conseguir manter o ritmo,
significará o atraso no combate ao incêndio, não se pode pensar que todas as ativações para
incêndios serão de curta duração. O combate a incêndios não é um trabalho “das 9h às 17h”, poderá
ser necessário estar na linha de incêndio por umas semanas, requerendo ao corpo e mente que
trabalhem de forma intensa e prolongada, o cansaço será extremo. A melhor forma de combater a
fadiga e alcançar níveis de performance elevados será através de um programa de condicionamento
físico. A condição física tem dois (2) aspetos, aeróbia e muscular:
Segurança
3-1
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3.05 Os índices de condição física apresentados (Tabela 3.1) baseiam-se em estudos de campo de
operacionais no desempenho de tarefas de combate a incêndios. Os índices representam a
condição física necessária para desempenhar tarefas, em segurança, por períodos prolongados,
mantendo a capacidade de resposta. Deve ser implementado um horário de treino físico diário,
devendo ser executado em equipa, se possível.
4a7
11:40
(dependendo 30 20 54,4 Kg 158,7 Kg 22,7 Kg
minutos
do peso)
1) Fadiga
3.06 A fadiga é a componente menos detetável num incêndio, no entanto sem o descanso e sono
apropriado, até o operacional melhor preparado vai ficar cansado após longos turnos no calor do
incêndio e do seu fumo. Operacionais cansados cometem erros e no combate a incêndios, os erros
significam acidentes, lesões ou mesmo a morte.
2) Trabalho e descanso
3.07 Dormir é um fator chave para o controlo da fadiga. A maioria dos operacionais treinados
conseguem combater incêndios durante 24 a 48 horas com pouco descanso ou sono. Após isso,
sem o descanso e sono apropriado, vão acabar por ficar cansados. Para ter uma boa performance
no combate a incêndios, os operacionais devem em média dormir uma hora para cada duas horas
de trabalho.
3.08 O controlo da pulsação cardíaca é um bom método para controlar a fadiga. A pulsação
cardíaca em repouso deve atingir valores inferiores a 110 batimentos por minuto se o descanso for
o suficiente. A pulsação acelerada ao acordar por ser um alerta para potenciais problemas. Se for
10% a mais do que o normal, pode significar fadiga, desidratação, ou até uma doença iminente.
Uma boa qualidade do sono é vital.
3.09 O calor pode ser um problema quando a humidade, temperatura do ar e o calor da radiação
se combinam com o esforço físico a fim de subir a temperatura do corpo acima dos limites seguro.
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Existem 3 formas de stress pelo calor. O mais suave são as cãibras causadas pelo calor. O stress
pelo calor pode evoluir para exaustão pelo calor ou até insolação caso o militar não pare, se coloque
à sombra e comece a ingerir líquidos. A insolação é um caso de emergência médica, a demora no
tratamento pode causa danos cerebrais ou até mesmo a morte. Ver a tabela seguinte para identificar
os sintomas e tratamentos para cãibras causadas pelo calor, exaustão pelo calor, desidratação e
insolação.
Tabela 3.2 - Sintomas e tratamento apropriado a adotar para problemas com o calor
3.10 Reconhecer sintomas e adotar o tratamento apropriado para problemas relacionados com o
calor é muito importante. Beber água em quantidades suficientes é o melhor método de prevenção.
Suar é a maior defesa contra o stress pelo calor. Quando o suor evaporar, o militar arrefece, a não
ser que a humidade seja alta. Se a água que se perder não for restabelecida, a temperatura corporal
vai descer. A temperatura corporal pode subir perigosamente. Se o militar parar de suar, é
necessário avaliar a sua condição física e adotar as medidas necessárias.
3.11 O restabelecimento dos líquidos é vital. Durante o trabalho pesado com calor, é comum perder
25% a 50% de suor por hora. Para combater a desidratação, o militar deve beber água antes de ir
para o incêndio e tentar continuar a beber durante o combate, bem como, continuar a restabelecer
os líquidos durante o descanso. Todos os operacionais que combatem incêndios, necessitam de
perceber que é importante beber água com frequência. Restabelecer 25% a 50% dos líquidos todos
os dias não é fácil, mas deve ser feito.
3.12 O militar deve afastar-se de bebidas gaseificadas, bebidas com cafeína e bebidas dietéticas,
isto porque vão retirar água do corpo. Beber água, sumos ou bebidas isotónicas sem cafeína.
Durante o combate, deve ser ingerida água uma vez por hora, não se deve esperar por ter sede.
Se o militar esperar para beber água até sentir sede, então o corpo já está com sinais de
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desidratação. Não se deve também hidratar demasiado, pode resultar na existência de pouco sódio
no sangue e os sintomas são similares aos da exaustão pelo calor.
3.13 O militar deve estabelecer o seu ritmo. Durante as pausas, tentar afastar-se do calor, verificar
a sua pulsação cardíaca, o stress pelo calor é pouco provável se a pulsação for inferior a 100
batimentos por minuto após um minuto de descanso.
3.14 A exposição ao fumo e ao monóxido de carbono, por ser menos controlável, representa um
maior perigo para o militar que combate incêndios do que o stress pelo calor. O fumo denso e o
monóxido de carbono estão regularmente presentes. Alguma exposição é inevitável, mas o objetivo
é limitar essa exposição.
3.15 As altas concentrações de partículas de fumo podem provocar irritações nas membranas
mucosas e causar alergias e reações asmáticas e algumas pessoas. Mas um pequeno risco médico,
quando a exposição é curta, é aceitável para militares saudáveis.
3.16 O monóxido de carbono é inodoro e insípido. Não é “detetável” a sua presença, mas é sempre
encontrado em grandes concentrações de fumo. Quando o monóxido de carbono entra no corpo,
começa a fazer a substituição do oxigénio nos glóbulos vermelhos, isso reduz a capacidade do
sangue fazer a regeneração das células do corpo com oxigénio. Demasiada exposição ao monóxido
de carbono causa dores de cabeça, fadiga e sonolência.
3.17 O fumo e o monóxido de carbono podem tornar um trabalho difícil ainda mais pesado, por
reduzir a capacidade de trabalho, prejudicar a performance, a capacidade de decisão e, ainda,
acelerar a fadiga inicial. A solução para este problema, é a redução da exposição e descansar em
áreas livres do fumo sempre que possível.
2) Comida e nutrição
3.18 A Comida nutritiva não só permite elevar a moral, mas mais importante, serve de combustível
para os músculos, capacitando-os para um trabalho árduo. É importante reter que é possível
queimar 300 a 600 calorias numa hora e entre 5.000 a 6.000 calorias durante um longo turno na
linha de fogo. Estas calorias terão que ser repostas gradualmente ao longo do esforço produzido
para evitar que o corpo entre em fadiga. Para repor 6.000 calorias será necessário ingerir uma
grande quantidade de comida, boa e saudável. A melhor forma é através de um abastecimento
continuo e estável. Ir petiscando ao longo do dia.
3.19 A chave para uma boa dieta é o equilíbrio, devendo incluir alimentos e nutrientes dos principais
grupos alimentares: carboidratos (grãos, vegetais, cereais, fruta, batatas, etc.); gorduras (azeite,
frutos secos, abacate, etc.); proteínas (carne, ovos, peixe, etc.); fibra; cálcio; vitaminas; minerais; e
sódio.
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3.20 Devem evitar ingerir bebidas alcoólicas, demasiada carne vermelha, pão branco, etc., e
privilegiar o consumo de vegetais e fruta, bem como ingerir-se muita água.
3) Higiene pessoal
3.21 O combate a incêndios é uma tarefa suja, sendo da responsabilidade do combatente, a sua
higiene pessoal. Não será motivo de orgulho comparecer na linha de reabastecimento com a
aparência de quem aparentou andar a rastejar na lama. Deve lavar-se as mãos sempre que
possível, especialmente antes das refeições. Desatenções com a higiene pessoal pode originar
doenças e/ou disseminação de doenças contagiosas. Sempre que possível deve tomar-se duche e
trocar de meias.
3.22 Se os operacionais não estiverem apropriadamente vestidos e equipados não tem como
combater um incêndio de forma eficiente. Deve-se proteger tão bem quanto consiga dos perigos de
combater incêndios, sem perder o sentido sensorial, uma vez que o mesmo matem-nos alerta e
transmite sinais de perigo essenciais para a segurança. Deve apenas vestir roupas
comprovadamente seguras ou roupas de algodão, não deve vestir roupa de materiais sintéticos,
porque derretem quando aquece e aumenta a probabilidade de lesões graves.
3.23 Para melhor se proteger, deve-se ter equipamento de proteção individual apropriado, deve
usá-lo e providenciar que a sua manutenção é corretamente executada, consoante os normativos
em vigor na UEPS, sendo apenas o utilizador, responsável pelo seu equipamento de proteção
individual.
3.24 Os materiais mais utilizados na produção de roupa ignífuga são o Nomex e o Kevlar. Se a GNR
providencia roupa segura, o militar é responsável por a manter limpa, sem buracos e manchas de
gás e óleo, só assim é considerada pronta a utilizar. A melhor política é não entrar no meio de
transporte sem estar corretamente equipado. Isto vai providenciar que o militar esteja
imediatamente pronto a combater o incêndio quando chegar ao TO.
3.25 A experiência demonstrou que uma única camada de proteção de roupa não é o suficiente
caso, um militar a combater um fogo, seja exposto a calor extremo. O equipamento de combate é
desenhado para não arder ou derreter (ignífugo), mas pode transferir o calor para a pele, logo, a
melhor solução é vestir uma segunda camada de roupa de proteção. O mais prático de ser utilizado
como segunda camada, é a roupa interior, que deve ser de algodão ou lã de carneiro. A segunda
camada de roupa deve cobrir todo o corpo, ou seja, deve ser uma camisola interior e ceroulas. A
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primeira impressão é que essa roupa interior será desconfortável, no entanto, ela vai ajudar a
absorver a humidade proveniente do corpo e ajuda a arrefecer o corpo.
3.26 As botas devem ser feitas de pele ou noutro material durável, devendo ser do tipo com cordões,
com cano de, pelo menos, 20 cm e solas com palmilhas anatómicas e amovíveis, resistentes e
pesadas, com biqueiras em couro duro de modo a providenciar proteção adequada. Biqueira de aço
ou placas de proteção e solas à prova de perfurações “retêm” o calor por mais tempo, e pode causar
queimaduras desnecessárias.
3.27 Recomenda-se o uso de meias de algodão, lã ou meia lã. Algumas pessoas podem preferir
usar umas meias mais leves ao caminhar longas distâncias. Aconselha-se a utilização de meias
extra.
3.28 Existem muitos tipos e estilos de capacetes não metálicos que podem ser usados no combate
a incêndios florestais. O melhor tipo é um que forneça proteção contra queda de objetos e seja leve.
Capacetes estruturais de combate a incêndios podem ser usados, mas geralmente são pesados, o
que pode ser cansativo se usado por longos períodos de tempo. Nunca se inicia o combate a
incêndios sem a proteção adequada da cabeça, sendo obrigatório o uso da alça de queixo.
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(e) Luvas
3.29 As luvas devem ser feitas de couro, encaixar bem e ter um comprimento suficiente para que
não exista um espaço entre a manga da camisa e a luva. As luvas feitas especificamente para
combate a incêndios têm uma "luva" presa à luva que protege a área do pulso. O único momento
em que os bombeiros não devem usar luvas é quando estão a identificar pontos quentes
subterrâneos durante o rescaldo e a consolidação.
Figura 3.3 - A utilização de luvas não previne este tipo de acidente, mas evita estas lesões.
3.30 Proteger os olhos é muito importante, pois são muito vulneráveis. Deverá ser usado um bom
conjunto de óculos de segurança, para o efeito, de acordo com as normas europeias. Contudo, os
óculos tendem a "embaçar". Na utilização de óculos, estes devem encaixar-se bem e ser facilmente
acomodados. No final de cada intervenção, devem manter-se os óculos limpos e com a lente
protegida pela cógula.
3.31 A cogula e o tapa-nucas são construídos para manter o calor longe dos ouvidos, pescoço e
rosto. A cogula é usada sobre o rosto; o tapa-nucas está preso ao capacete. São geralmente feitos
de Nomex® ou Kevlar®. Ao usar a cogula e o tapa-nucas, o corpo pode não ser capaz de se
refrescar, pelo que devem remover-se estas proteções durante os intervalos de descanso ou na
limpeza.
3.32 O abrigo individual contra incêndio é uma peça essencial do equipamento de segurança
necessário para combate a incêndios. Abrigos de incêndio salvaram centenas de vidas podem servir
como recurso para várias situações de auto proteção ou proteção de terceiros. O abrigo, protege
um operacional encurralado, sem hipótese de fuga, refletindo o calor radiante e aprisionando ar
mais fresco e respirável, de forma a proteger os pulmões e vias respiratórias.
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3.33 No entanto, não devem ser corridos mais riscos "por estar na posse de um abrigo", a sua
utilização é uma tentativa de "último recurso" para sobreviver.
3.34 A chave para o uso adequado do abrigo, é não esperar até que seja tarde demais para instala-
lo. Se o encurralamento parecer provável, há que procurar uma tentativa de fuga, mas somente se
houver certeza de que garantirá uma posição segura, na dúvida de que a escapatória é possível,
deve-se abrigar. Quando chegar a hora de instalar o abrigo, não haverá tempo para se ler as
instruções!..., há que praticar com a mesma frequência com que se pratica esticar lanços de
mangueira ou utiliza ferramentas de supressão.
3.35 Deve treinar-se, sempre, com todo o equipamento de proteção individual, praticar a remoção
do abrigo da mala de transporte durante um deslocamento, ou até, praticar a instalação a partir da
posição de deitado no chão. É impreterível conseguir instalar o abrigo contra incêndio em 25
segundos ou menos.
Figura 3.5 - A abertura do abrigo pode ser feita a partir da posição de pé ou deitado.
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Figura 3.6 - Escolha de um local livre de vegetação inflamável e longe de combustíveis pesados.
3.37 É absolutamente necessário que o abrigo contra incêndio seja mantido no chão antes que a
frente de incêndio chegue.
3.38 Com exposição prolongada, as temperaturas podem atingir mais de 65ºC. Mas é possível
sobreviver a essas temperaturas... saunas secas costumam chegar a 88ºC. Deve respirar-se pela
boca, mantendo a calma e permanecer no abrigo. Deve garantir-se a selagem entre o abrigo e o
chão.
Figura 3.7 - Posição correta, de face voltada para o chão com as mãos e pernas sobre as abas interiores.
Transportar um abrigo contra incêndio não pode servir de desculpa para se correrem riscos
na linha de fogo. Deixar o abrigo no veículo não é uma opção. Tão pouco deve a mala de
transporte do abrigo, ser utilizada para transportar outras coisas.
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O equipamento deve ser abandonado assim que for percetível que a fuga pode estar
comprometida. Há, contudo, que transportar o abrigo contra incêndios e as ferramentas.
Devem ser abandonados todos os objetos inflamáveis perigosos e quaisquer itens que
possam retardar a fuga.
É importante implantar o abrigo num local onde as chamas serão menos prováveis,
nomeadamente num local livre de grandes acúmulos de combustível, preferencialmente
uma estrada. É primordial prever de onde virá o calor e tentar proteger-se dele, bem como
abandonar todas as ferramentas depois de usá-las para limpar um local para o abrigo.
Deve treinar-se com o abrigo contra incêndio como se a sobrevivência esteja em risco. Há
que praticar sob condições tão realistas quanto possível. Será importante criar condições
artificiais de fumo e vento para praticar, simulando a implantação do abrigo em condições
extremas. Não é recomendada a prática com fogo real.
3.39 Outra questão que pode surgir no treino é: “Tento usar a cabine do veículo para proteção ou
usar apenas os abrigos?” Dependerá da situação. A chave é, na impossibilidade de escape,
procurar refúgio no melhor lugar possível. estando num ambiente com combustíveis leves e a cabine
do veículo estiver rapidamente disponível, deve usar-se a cabine para proteção.
3.40 Com combustíveis mais pesados, onde a duração do calor intenso será maior, a cabine pode
não ser o melhor lugar. Quando os plásticos e a borracha da cabine começam a aquecer, libertam
alguns gases tóxicos... que podem motivar a saída do veículo. O pior é fazer a transição de uma
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área protegida para outra através de uma área desprotegida. Com combustíveis pesados, deve
usar-se o veículo como um escudo, mas deve implantar-se o abrigo no chão, longe do local de
proveniência do incêndio.
(i) Água
3.41 Uma parte vital do seu EPI é um dispositivo de transporte de água (cantil, mochila de
hidratação, etc.).
3.42 Para a operação com uma serra elétrica ou motosserra, será necessário usar perneiras de
proteção.
3.44 No combate a incêndios à noite, é primordial possuir uma lâmpada de cabeça adequada e um
conjunto extra de baterias. Muitas vezes o combate prolonga-se por várias horas, pelo que é normal
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efetuar o combate em ambiente noturno, sendo, por isso, necessário recorrer à luz artificial que seja
capaz de satisfazer as necessidades do operacional..
SECÇÃO II - PROTOCOLOS
3.45 O Acrónimo LCES (lookouts, communications, escape routes and safety zones) foi
desenvolvido por Paul Gleason, um especialista em fogo, experiente e respeitado, que trabalhava
na USDA Forest Service. Em Portugal, ao acrónimo acresce a letra A, referente aos pontos de
ancoragem, LACES (lookouts, anchor points, communications, escape routes and safety zones).
Paul Gleason preocupava-se em tentar relembrar as 10 regras de ouro para o combate aos
incêndios e as 18 situações que obrigavam a “ter cuidado”, ou seja as 18 situações de perigo. O
objetivo dele era providenciar uma forma simples de ajudar os bombeiros sobre alguns elementos
para sobreviver. Estes 4 princípios básicos do LCES (5 LACES), são as componentes operacionais
das regras de empenhamento básicas a aplicar tendo em conta as 10 regras de ouro do combate a
incêndios. O objetivo combinado é controlar o perigo da linha de fogo, especificamente, e evitar que
ocorram situações em que os combatentes fiquem cercados.
LACES:
Lookout (Vigia)
Comunications (Comunicações)
1) Vigias (Lookout)
3.46 Os vigias são os olhos da equipa e do seu líder. Durante as operações de combate devem
colocar-se numa posição onde possam ver a linha de incêndio, a chama e a equipa que está a
trabalhar nessa linha. Devem estar capazes de reconhecer e antecipar situações perigosas para
comunicar de imediatamente qualquer alteração. O tamanho e a complexidade do incêndio podem
exigir mais do que um vigia. Os vigias devem ser experientes e capazes de reconhecer situações
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3.47 Tarefas respeitantes ao Vigia - É a pessoa que está capacitada para observar o incêndio e
o local onde estão as equipas na sua área de responsabilidade a trabalhar. O vigia deve estar alerta,
ter um pensamento claro, conhecimento e uma vasta experiência na análise e interpretação dos
sinais e comportamento do incêndio. Especificamente, o vigia deve também:
1º. Conhecer a localização dos caminhos de fuga e zonas de segurança, assim conseguem
adequadamente reposicionar a equipa.
2º. Ser experiente o suficiente para avaliar adequadamente o incêndio no presente e potencial
de dano/desenvolvimento. O vigia deve também antecipar o que pode acontecer e a razão,
devendo reportar qualquer alteração no comportamento do fogo.
3º. Realizar leituras das condições atmosféricas de forma periódica, anotar e relatar qualquer
alteração ou tendência.
4º. Ser avisado da estratégia e táticas que vão ser seguidas e adotadas. O vigia deve conhecer
como “o jogo vai ser jogado”, então deve estar apto a detetar qualquer conflito entre o plano
e o que realmente vai acontecer no terrento. Pode haver situações onde a estratégia ou tática
pode colidir com o comportamento do fogo, terreno e combustíveis. Se isso representar um
problema, deve ser comunicado.
5º. Assegurar que, à medida que a linha de combate ao fogo evolui a visão não é comprometida.
Se o vigia não conseguir ver a linha de fogo ativa ou a equipa, então não existe vigia. Antes
de isso acontecer, deve ter planos de se movimentar para outro local ou adicionar outro vigia
para ter uma total cobertura visual.
7º. Lidar com outras tarefas de comunicação, como por exemplo, pode haver situações em que
o vigia pode executar algumas tarefas logísticas, tais como pedir o almoço, água, a mangueira,
etc.
8º. Olhar para o cenário no seu todo e comparar como se enquadra o seu campo de observação,
no resto do incêndio. Não se deve focar apenas no seu campo de observação, para não
desprezar algum outro fator importante.
9º. Monitorizar o rádio e perceber o que se está a passar em outros lugares, como por exemplo
a meteorologia, informação passada por outros vigias, bem como identificar a informação mais
atual sobre o comportamento do incêndio e o desempenho dos militares. O vigia é os ouvidos
dos militares a combater o incêndio.
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3.48 Deve ficar esclarecido que o vigia não tem de ser sempre uma pessoa “empoleirada” ou numa
montanha a observar o que se está a passar. O chefe/supervisor nomeado da equipa, a pessoa que
não está ativamente a combater o fogo, deve estar em condições iguais às de um vigia para poder
observar o que se está a passar e continuar móvel. A chave é essa, tão depressa quanto o
supervisor não reúna os mesmos requisitos de um vigia, deve procurar rapidamente colocar-se em
condições de satisfazer esses quesitos. O vigia deve procurar manter atualizados os seguintes
itens:
3.49 Os pontos de ancoragem, são locais onde se deve iniciar o combate. Estes locais garantem a
segurança dos operacionais, pela ausência de combustível no local. Os pontos de ancoragem
podem ser: a área queimada, caminhos, estradas ou espaços abertos sem combustível. No entanto
é importante perceber as condições em que ocorre a combustão, para perceber se estes locais
conferem a segurança necessária para um ponto de ancoragem. Os pontos de ancoragem, muitas
das vezes coincidem com as zonas seguras. Se há duvidas de que o ponto de ancoragem garante
as condições de segurança, é melhor escolher outro ponto mais credivel.
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3) Comunicações (Comunications)
3.51 O oficial, chefe de equipa e o vigia, devem usar uma comunicação treinada, rápida e eficaz.
Quando se usa rádio, devem ter uma forma alternativa de comunicar para o caso de o rádio falhar
por alguma razão, (ex: ter um rádio alternativo, ter um telemóvel). Deve-se estabelecer períodos
para relatar o ponto de situação e manter os operacionais informados do mesmo. As comunicações
devem ser estabelecidas individualmente passando a palavra aos demais elementos da equipa. A
linha de chamas pode ser muito barulhenta, à medida que o barulho aumenta, a distância entre os
militares deve diminuir para existir uma comunicação adequada.
3.52 Relembrar que o papel do vigia é comunicar, monitorizar e registar, interpretar, antecipar e
comunicar. Se a comunicação não é feita, todo o restante trabalho é pouco significativo. O vigia
deve ter um método confiável de comunicações e utilizá-lo. Especificamente, o vigia deve:
1º. Estar pronto a comunicar rapidamente com o escalão superior e com os elementos da
equipa. Isso significa que o canal de comunicação é um que todos estejam a monitorizar,
não apenas um que se verifique regularmente.
2º. Assegurar que, se o rádio é escolhido como meio de comunicação, existe um sistema
alternativo disponível, bem como um pacote completo de baterias extra disponível. O vigia
deve também conhecer aprofundadamente o sistema de comunicações, assim se surgirem
problemas, ele consegue facilmente estabelecer um método alternativo.
3º. Providenciar regularmente a verificação rádio para garantir que as comunicações estão a
funcionar. Isto serve para garantir que os militares na frente de chamas, sabem que alguém
está a olhar por eles e que não há mudanças nas estratégias, táticas e na localização onde
devem estar. Alguns dos itens que têm de ser comunicados são:
10 regras de ouro;
Topografia e combustíveis;
Comportamento do incêndio;
Estratégia e táticas;
Duração da tarefa;
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Organização do combate;
3.53 Em primeiro lugar, saliente-se que está escrito no plural, logo devem existir mais planeados,
pelo menos dois caminhos de fuga. Se o primeiro caminho ficar cortado, devemos saber para onde
devemos ir. Cada um dos operacionais na frente de chamas devem conhecer quais são os planos
referentes aos caminhos de fuga, bem como o que é esperado deles. Todos, sem exceção devem
saber qual o sinal para se dirigiram para a zona de segurança. É importante relembrar que, à medida
que a equipa fica cansada ela não vai estar tão capacitada para recuar rapidamente. Deve-se
encurtar a distância entre a zona de trabalho e a zona de segurança ou providenciar uma fuga
rápida. Os caminhos de fuga não devem ser medidos em metros, mas sim em minutos e segundos.
Deve-se fazer uma estimativa do tempo que a equipa necessita para se colocar em segurança, logo
à medida que se vai progredindo e encontrando melhores alternativas e mais rápidas de executar,
deve ser atualizado o plano e comunicado a todos os elementos.
3.54 É necessário existir mais do que um caminho de fuga do incêndio. Esses caminhos devem
estar identificados e todos os operacionais, devem saber onde estão e qual o seu destino. Mas não
é assim tão simples, de seguida vão ser enumeradas considerações que deve ter em conta para
selecionar os caminhos de fuga que lhe garante o objetivo pretendido, nomeadamente:
Se existe mais do que um caminho de fuga então basta dizer “vamos nesta direção”. Tem que
ser um caminho que previsivelmente não seja a subir ou tenha obstáculos que retardem a
retirada. Também não pode ser a quilómetros de distância. Tem de haver pontos de passagem
que permitam aos operacionais mover-se rapidamente de um ponto de potencial perigo para
um local seguro.
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Um incêndio normalmente dá sinais de que vai mudar: por existirem cada vez mais projeções
ou por ser um incêndio de copas, em termos práticos, a sensação geral é mais tensa. Pode
ocorrer uma mudança na intensidade e direção do vento, a humidade descer bruscamente,
ou as nuvens começarem a mudar de formato. Na observação deve-se estar atento a alguns
desses fatores.
Devem estar definidas modalidades de ação para quando se grita “Fogo”. O essencial é o
vigia e os operacionais que estão a combater saberem o que fazer quando é realizado o sinal
para executar determinada ação.
Deve existir uma margem de segurança na estimativa do tempo de mudança para um local
seguro. Assegurar que se tiverem de desmobilizar, tem tempo para o fazer, não deve esperar
até a chama os atingir. Estar seguro que o tempo de recuar para local seguro é o suficiente
para o elemento mais lento.
Conhecer qual o caminho de fuga prioritário, mas devem estar planeadas mais alternativas
para caso seja necessário. O caminho selecionado deve:
Caminho previamente definido, antes do ataque, para acesso a zona segura (deve
existir mais do que um…);
Se possível, deve ser o mais visível possível, com pouco combustível associado, bem
como o mais rapidamente transitável.
3.55 As Zonas de seguras são locais onde se pode refugiar, locais onde é garantido que se está
seguro. A dimensão da zona de segurança é definida pelo combustível, terreno, condições
atmosféricas e na pior das situações pelo comportamento do incêndio e intensidade. O uso do Fire
Shelters não deve ser necessário para considerar que está numa zona segura. Contudo, isso não
significa que não possam ser usados. Algumas zonas de segurança comumente utilizadas incluem
a zona queimada.
3.56 Por vezes, os caminhos de fuga e zonas de segurança podem ficar comprometidas e
consideradas inúteis. Isto requer que seja mobilizado o abrigo para um local de projeção. No
entanto, é importante não confundir isso com local de segurança, mas sim uma localização de último
recurso.
3.57 O protocolo LACES tenta estabelecer um caminho seguro para o caso de alguma situação
correr mal. O seu foco é colocar os operacionais num local seguro. Os elementos do protocolo
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LACES devem ser tão usuais no vocabulário do operacional como o Fire Shelter, luvas, água e a
pá. Os elementos do protocolo estão interconectados e dependentes uns dos outros. É necessário
existirem zonas de segurança definidas onde se possa ter proteção contra incêndio. Se as chamas
do incêndio forem muito altas pode ser difícil de definir a zona de segurança. Quando se verifiquem
essas condições, o tamanho da zona de segurança deve também ser enorme e deve-se equacionar
se realmente existe necessidade de combater o incêndio nesse momento. Caso seja necessário,
há alguns requisitos que se devem procurar para as zonas de segurança, designadamente:
Uma das mais fiáveis zonas de seguranças é a área ardida, desde que não seja um local onde
vá existir um reacendimento. Em certas situações, a área ardida é reajustada/redefinida à
medida que se vai combatendo. Em qualquer caso, se for área ardida, deve-se estar atento a
árvores fracas e queda de pedras.
À medida que o combate vai avançando ao longo da linha, novas zonas de segurança devem
ser identificadas e transmitidas aos operacionais que combatem o incêndio e aos vigias.
Resultado de haver novas zonas de segurança, também se deve identificar novas rotas de
fuga.
A regra mais comum para a aprovação do tamanho da zona de segurança é ser 4 vezes maior
que o tamanho da chama mais 30cm por cada veículo existente. Então se estiver a combater
um incêndio numa área e estimar o tamanho da chama ser 15 metros, necessita-se uma zona
de segurança com 120 metros de diâmetro, para estar protegido da radiação do calor. Em
termos numéricos será:
Nota: As unidades de comprimento devem ser todas iguais, neste caso todas em metros.
Zona, sem combustível, onde a segurança dos operacionais e as suas viatura seja o fator
prioritário.
De rápido acesso;
b. 10 Regras de Ouro
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3.58 Depois do acidente durante o combate ao incêndio de Mann Gulch 1949, em Montanha, USA,
as autoridades Norteamericanas responsáveis pelo combate aos incêndios florestais, analizaram
as causas dos acidentes e determinaram orientações que os operacionais devem seguir para evitar
os acidentes. Estas indicações tranformaram-se na redação das 10 normas de segurança na
supressão dos incêndios florestais, as quais são simples e de cumprimento obrigatório para evitar
acidentes para o próprio ou para outros.
3.59 As 10 Regras de Ouro que devem ser do conhecimento de todos os operacionais para garantir
a segurança durante o combate aos incêndios são:
1º. Basear qualquer ação de combate ao incêndio de acordo com o seu comportamento atual
e futuro;
2º. Efetuar o ataque ao incêndio mantendo o controlo do seu pessoal durante todo o momento;
5º. Manter-se informado sobre as condições e previsões meteorológicas que podem afetar a
propagação do incêndio;
6º. Estabelecer zonas seguras e caminhos de fuga e dê-os a conhecer aos outros elementos
da equipa;
8º. Manter a comunicação pronta com o seu pessoal, com o seu chefe e com as forças de
combate contíguas;
9º. Estár atento e calmo em todo o momento, pense com clareza e atue com decisão;
c. 18 Situações de Perigo
3.60 As 18 situações de perigo, são situações identificadas, como situações onde os operacionais
expostos aos perigos adejacentes já sucumbiram em combate. A estrita observancia e cumprimento
dos seus cuidados, para que o operacional não se exponha a estes risco, não só salvaguarda a
segurança indívidual como também a oletiva, reforça o sentimento de segurança e incrementa o
potencial de sucesso durante as operações.
3.61 As 18 situações de perigo, à semelhaça das regras de segurança, tem rigem nos UEA, quando
as autoridades responsáveis pela supressão dos incêndios florestais, analizaram o cenário onde
aconteceram as mortes de Gulch, em Montanha 1949, UEA e elaboraram uma lista de 13 situações
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de perigo identificadas nos teadros de operaçoes que contribuem para a ocorrencia de acidentes.
Posteriormente, depois de um novo acidente grave (incêndio de South Canyon, no Colorado e 1994,
completou-se a lista até às 18 situações de perigo atuais.
2.ºQuando combate o incêndio numa encosta onde material rolante pode iniciar focos
secundários abaixo de si;
5.ºQuando se encontrar na linha de chamas com combustíveis, secos e não queimados entre
você e o incêndio;
8.ºQuando se encontra numa área onde não conhece os fatores locais que influenciam o
comportamento do incêndio;
11.ºQuando não pode ver o incêndio principal e não tem comunicação com o pessoal que o
esteja a ver;
12.ºSe não compreende com clareza as instruções, a tarefa ou o cargo que lhe foi atribuído;
17.ºQuando constrói uma linha de controlo que não termine em área segura;
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a. Fases de Combate
4.01 Todas as operações de combate são desenvolvidas segundo um cenário que compreende as
seguintes fases:
1) Reconhecimento e Avaliação
4.02 Fase determinante em incêndios florestais pelo carater evolutivo, tendo em conta sempre os
seguintes aspetos:
2) Salvamentos
4.03 Consiste em colocar a população e os seus bens ao abrigo dos riscos, por meio de evacuação,
salvamento ou confinamento.
4.04 Depois da avaliação inicial do incêndio, opta-se por determinada estratégia de combate; são
estabelecidas prioridades e distribuídos meios e equipamentos no terreno, de acordo com um plano
de ação.
4) Ataque
4.05 A finalidade do ataque é clara e pode ser definida pelos seguintes pontos:
5) Rescaldo
4.06 Constitui uma parte integrante do combate ao incêndio e é também uma das fases mais
importantes. Destina-se a assegurar que se eliminou toda a combustão na área ardida ou que, o
material ainda em combustão está devidamente isolado e circunscrito de forma a não constituir
perigo.
6) Vigilância
4.07 A vigilância após o Incêndio deve merecer alguma atenção, mantendo-se de prevenção e
vigilância sobre a zona do incêndio, no sentido de evitar um possível reacendimento.
4.08 Na fase 4 utilizam-se os chamados “pontos de situação” (POSIT), que definem a todo o
momento o estado da operação: A alteração das etapas de um incêndio florestal tem como base o
comportamento do incêndio. Consideram-se as seguintes definições das etapas de um incêndio
rural:
Incêndio Ativo (Em Curso) – Incêndio em evolução sem qualquer limitação de área;
Incêndio Dominado (Em Resolução) – Incêndio que atingiu uma fase em que as
chamas já não afetam os combustíveis vizinhos, através dos mecanismos de
transmissão de calor e, a altura das chamas é reduzida não existindo perigo de
propagação do incêndio, para além do perímetro já atingido;
Vigilância Ativa (Vigilância Ativa) – Depois do COS ter dado o incêndio como
rescaldado, ficam no local o pessoal e materiais indispensáveis para vigiar e atuar em
caso de necessidade;
Reacendimento – É uma nova ocorrência que tem início no perímetro da área afetada
por um incêndio considerado extinto (após términus das ações de rescaldo e vigilância),
ou seja, em que todos os meios já abandonaram o TO. São ocorrências que têm
4.09 Apesar de as operações de rescaldo não se enquadrarem nas missões atribuídas ás forças da
UEPS, importa esclarecer que não se pode abandonar o TO sem que as operações de rescaldo
estejam concluídas e consolidadas, a não ser que o COS assim o determine, ou que outra situação
o justifique.
Um incêndio extinto nas horas frias da noite e madrugada, pode reacender-se com o
calor do dia;
Um bom rescaldo, que ofereça garantias de segurança tem forçosamente que eliminar
qualquer possibilidade de reacendimento do incêndio;
Devem ser eliminados todos os “Pontos Quentes” existente na orla da área queimada
ou mesmo dentro da mesma;
4.11 Assim, como exemplo de um rescaldo efetuado com ferramentas manuais, ficam algumas
imagens de como devem e não devem ser feitas as faixas de contenção para impedir a progressão
do fogo, ou evitar reacendimentos.
19 Fonte: ANEPC_DON_2_DECIR_2019
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
4-3
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Figura 4.2 - Separação até ao solo mineral/proteção de manta morta não ardida/descontinuidade horizontal
e vertical
4.12 O quadro 4.1, refere-se a algumas formas de controlo de uma frente de chamas, de acordo
com o seu comprimento:
b. Etapas de Combate
1) Ataque inicial
4.14 São os primeiros trabalhos de extinção e tem como objetivo retardar o avanço do fogo. Quando
se realiza um ATI a um incêndio, duas medidas são decisivas para conter o seu avanço:
2) Ataque ampliado
4.15 O ATA pressupõe uma organização e coordenação muito mais complexa que tem como
objetivo travar o avanço do fogo. É garantindo sempre após os primeiros 90 minutos de intervenção,
desde o despacho do primeiro meio de ATI, e desde que o incêndio ainda não tenha sido dado
como dominado;
4.16 A ação de ATA pode iniciar-se antes de esgotados os primeiros 90 minutos de intervenção,
quando a previsão de evolução, efetuada pelo COS, assim o determine.
4.17 Sendo uma ação integrada, sustentada pelo despacho de meios de reforço e especiais,
projetados para incêndios não dominados em ATI, esta fase carateriza-se pela expansão da
organização do TO, com evolução para um Posto de Comando de Operações Conjuntas (PCOC),
a setorização do TO e a constituição de zonas de sustentação das operações (zonas de apoio – ZA
e as zonas de concentração e reserva – ZCR).
3) Regresso do incêndio
4.18 Antes de regressar deve-se comprovar que está totalmente apagado, verificar se foram
realizados os relatórios necessários, efetuar a medição da área ardida e do incêndio, Etc. Também
é importante fazer a recontagem dos meios que atuaram e verificação do seu estado.
4.19 Para cada ação de combate é atribuída um resultado que define o estado em que a ocorrência
ficou ou se encontra. O resultado da ação de combate é usado para efeitos estatísticos pela ANEPC,
e diz respeito ao resultado de ações em ATI, ora veja-se o texto transcrito da
ANEPC_DON_2_DECIR_2019: O cálculo do sucesso do ATI, das equipas helitransportadas é
determinado no final da sua intervenção e para um máximo de 90 (noventa) minutos de operação
do respetivo meio aéreo e de acordo com a situação de incêndio: dominado – sucesso, ou ativo –
insucesso. As situações referentes a missões abortadas, sem intervenção ou falso alarme, não se
consideram no cálculo do sucesso do ATI;
1) Dominado
4.20 Sempre que o incêndio fique dominado nos primeiros 90 minutos de intervenção, não sendo
necessário aumentar os recursos no TO.
2) Ativo
4.21 Sempre que o incêndio não fique dominado nos primeiros 90 minutos de intervenção, sendo
necessário aumentar os recursos no TO passando-se, portanto, a ATA.
3) Sem Intervenção
4.22 Situação em que o Helicóptero/Patrulha terrestre foi acionado para uma ocorrência, e chegado
ao local o Comandante da SIPS/EIPS verifica que não necessita de intervir, contactando o
COS/CDOS e abandonando de seguida o local.
4) Falso Alarme
4.23 Situação em que o Helicóptero/Patrulha terrestre foi acionado para uma ocorrência, e chegado
ao local, não é detetada área ardida, fumo ou qualquer vestígio da existência de qualquer incêndio.
5) Missão Abortada
4.24 Situação em que o meio é despachado (Helicóptero/Patrulha), mas, antes da chegada ao TO,
a missão é cancelada por indicação (direta ou indireta) de quem inicialmente despachou os meios.
4.26 Na área do incêndio, as equipas devem verificar, sempre que possível, a existência de algo
fora do normal. Caso o detetem, devem proteger os vestígios, isolar e proteger o local e avisar
imediatamente o COS, que por sua vez dará conhecimento às autoridades competentes. Nunca se
deve tocar nos vestígios detetados. Também na fase de rescaldo devem ter-se cuidados no sentido
de não destruir qualquer vestígio, uma vez que a sua preservação será fundamental para a
investigação e atribuição da respetiva causa.
4.27 No ponto de início do incêndio existem determinadas características, que determinam a sua
localização exata.
4.28 Determina o Código Penal, que “...os incêndios florestais são crime (...) de denúncia
obrigatória...”.
4.29 Na área do incêndio20 devem ser observados os seguintes passos para assegurar a
preservação dos vestígios::
3º. Sinalizar;
4.30 Para identificar o início do incêndio, existem indícios claros e evidentes que conduzem ao ponto
onde se deu a ignição. Assim, no terreno deve-se observar os seguintes aspetos:
Se o fogo passa sobre um tronco deitado, o lado oposto ao sentido de progressão tem as
ervas e o mato menos queimado.
4.31 Uma vez determinado o ponto de início, deve-se procurar indícios que possam levar à
descoberta das causas tais como:
Fogueiras/Queima de Sobrantes;
Foguetes;
Raios;
4.32 Uma vez encontrado o agente ou a fonte de ignição, procurar indícios e informações que
possam levar à descoberta do seu autor.
Testemunhos de pessoas;
Vestígios; etc.
1) Definições
II. elemento em terra e encarregado, por delegação do COS, pela coordenação das
operações aéreas em incêndios rurais (COPAR-T).
Núcleo de Meios Aéreos: assegura a gestão dos meios aéreos no TO, propondo as
soluções mais adequadas à gestão do dispositivo aéreo de acordo com o Plano
Estratégico de Ação (PEA).
Área de Voo em Incêndio (AVI): espaço aéreo que contém um ou mais incêndios
rurais, definido exclusivamente para a finalidade de regular operações aéreas em
incêndios rurais e sem efeitos legais para aeronaves fora do dispositivo. Este espaço
aéreo é caracterizado da seguinte forma:
II. O seu eixo corta a superfície da Terra em um ponto cujas coordenadas serão
determinadas pelo órgão competente (COS/PCO). Essas coordenadas podem ser
modificadas conforme a evolução do incêndio assim o aconselhar.
III. O seu raio será em princípio de 5 NM (1 milhas náuticas = 1,852km) e poderá ser
ampliado de acordo com a evolução do incêndio.
Área de espera (ADE): espaço aéreo que confina internamente com a AVI e em que
aeronave que não pode entrar na AVI deve orbitar de acordo com as disposições deste
protocolo e com as condições adicionais determinadas pelo COPAR.
Área de notificação de incorporação (ANI): espaço aéreo que faz fronteira interna
com o ADE e dentro do qual a aeronave de combate a incêndios que pretende entrar no
AVI entrará em contato com o COPAR.
Zona de carga: área de superfície utilizada pelos meios aéreos de combate a incêndios
que permitem o carregamento seguro de agente extintor (água ou outros). São zonas
de carga, não obstante as regras específicas de uso de cada uma delas:
QNE: pressão padrão ao nível do mar, usada como referência para calibração do
altímetro em operações aéreas de combate a incêndios.
4.33 Todos os incêndios nos quais pelo menos um meio aéreo tenha sido despachado devem ter
um COPAR-T, que será o coordenador em terra das operações aéreas. Esta função pode ser
exercida pelo Chefe de Equipa Helitransportada de Ataque Inicial (CEHATI) ou por elemento
indicado pelo COS.
4.34 Nos casos indicados no artigo 7.º do presente protocolo, a supervisão das operações aéreas
recai sobre o COPAR-A, que estará a bordo de uma aeronave de coordenação.
4.35 Nos incêndios em que não esteja presente um COPAR-A e respetiva aeronave de
coordenação, as equipas de aeronaves de combate a incêndio, sob a supervisão do COPAR-T,
coordenarão entre si para garantir a segurança das operações, conforme estabelecido no artigo 13
e nos regulamentos aeronáuticos.
4.36 As funções do COPAR são integradas no princípio de comando único previsto no Sistema de
Gestão de Operações e demais legislação.
4.37 Em nenhum caso, o COPAR desempenhará funções de controlo de tráfego aéreo, limitando
as suas funções ao aconselhamento e apoio às aeronaves intervenientes, a fim de cumprir os
objetivos e funções gerais definidos neste protocolo. O comandante da aeronave que realiza
operações aéreas em incêndios rurais tem a decisão final em tudo relacionado com a segurança da
aeronave que controla durante as referidas operações, de acordo com as disposições dos
regulamentos aeronáuticos. Em particular, é responsável por manter separação vertical e horizontal
suficiente com o resto das aeronaves e o solo.
4.38 Da mesma forma, as tripulações de aeronaves que realizam operações aéreas em incêndios
rurais estão sujeitas ao cumprimento das normas europeias e nacionais de tráfego aéreo, sem
prejuízo das isenções que a autoridade aeronáutica competente possa conceder.
4.39 No caso de o AVI estar total ou parcialmente contido em um espaço aéreo controlado, é
responsabilidade da tripulação de cada aeronave estabelecer comunicações obrigatórias com a
unidade de controlo de tráfego aéreo correspondente.
4.40 Em situações de emergência o COPAR pode declarar silêncio rádio nas comunicações ar-ar e
ar-solo exclusivamente nas comunicações realizadas através das frequências aéreas atribuídas ao
incêndio.
4.41 Uma aeronave de coordenação será despachada para coordenar as operações aéreas de um
incêndio rural quando tenham sido despachadas cinco aeronaves para um incêndio.
4.42 Não obstante o disposto nesta secção, no caso de, devido à simultaneidade de incêndios ou
outras circunstâncias devidamente justificadas pela ANEPC, não ser possível despachar a
aeronave de coordenação, a coordenação das operações aéreas será realizada de acordo com o
definido nas funções de COPAR-T para a coordenação de aeronaves e nos regulamentos
aeronáuticos aplicáveis.
4.43 A ANEPC, com base nos sistemas de gestão de incêndios rurais e regulamentos aplicáveis,
podem reduzir o número de aeronaves das quais é obrigatório despachar uma aeronave de
coordenação.
4.44 Poderá ser despachada uma aeronave de coordenação antes de atingir os limiares definidos
nos aspetos gerais, quando os índices de risco ou outras condições o aconselharem.
4.45 Entende-se que um meio aéreo é atribuído a um incêndio rural, desde o momento em que foi
despachado para o incêndio pela entidade competente, até que a terre num aeródromo ou
aeroporto, com a ordem explícita do COS, ou da pessoa a quem este delegue, para não voltar ao
incêndio, ou tenha sido desviado durante o voo para outro incêndio (atribuída nova missão).
4.46 A gestão dos meios aéreos atribuídos a um incêndio rural inclui, entre outros, os seguintes
aspetos:
4.47 O COPAR fará a gestão, de acordo com as disposições deste protocolo, de todos os meios
aéreos atribuídos a um incêndio rural, quando estiverem dentro da AVI ou da ADE. A coordenação
geral dos meios aéreos atribuídos aos incêndios rurais nos respetivos territórios caberá à ANEPC.
4.48 A ANEPC e COS podem designar pessoal de apoio em terra para a gestão de meios aéreos,
dentro e fora da AVI. Entende-se que o disposto neste artigo não prejudica as responsabilidades
pelo controlo operacional atribuídas aos operadores nos regulamentos aeronáuticos.
(e) Comunicações.
4.49 A regulação das operações aéreas será realizada através das frequências de banda aérea
atribuídas para uso na extinção de incêndios, pela autoridade competente na gestão e planeamento
do espectro radioelétrico.
4.50 Excecionalmente, a regulação das operações aéreas pode ser realizada através de
frequências de banda terrestre, cumprindo em todos os casos o disposto no artigo 11.º.
4.51 As frequências afetas serão distribuídas por PIPS, distrito e nacionais. Será atribuída uma
frequência a cada distrito, podendo a frequência dos PIPS ser utilizada como reserva.
4.52 Por razões de segurança, a frequência de uso comum pode não ser a mesma em dois distritos
contíguos. Em situações excecionais de simultaneidade de incêndios num distrito, podem ser
usadas frequências de outros distritos, ou nacional, após validação e atribuição pela ANEPC.
4.55 O COPAR-A deve ter, em qualquer caso, um equipamento rádio de banda aérea, sem prejuízo
das comunicações que possa realizar através da banda terrestre, de acordo com os procedimentos
definidos pela ANEPC.
4.56 Coordenação entre aeronaves. Funções do COPAR-T e das tripulações de apoio às operações
aéreas.
4.57 O COPAR-T, em colaboração com as tripulações que apoiam as operações aéreas, deve:
4.58 As tripulações de apoio às operações aéreas, seguindo as instruções básicas que o COPAR-
T defina, devem:
4.59 A coordenação dos meios aéreos, de acordo com as disposições do presente protocolo, será
realizada nas seguintes áreas:
4.60 A coordenação dos meios aéreos será única. No caso de incêndios que afetem vários
municípios ou distritos, deve ser assegurada a designação de um único COPAR, a menos que as
disposições da secção a seguir se apliquem.
4.61 Não obstante o disposto na secção anterior, o COPAR pode propor ao COS a designação de
uma segunda aeronave de coordenação que atue simultaneamente com a aeronave existente,
definindo dois AVI’s independentes, nos seguintes casos:
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
4-14
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Que no posto de comando deve haver pelo menos uma pessoa de apoio ao COPAR.
4.64 Em nenhum caso os pilotos das aeronaves de extinção e coordenação realizarão tarefas de
coordenação de meios aéreos, devendo esta ser uma função dedicada.
4.65 O COPAR gere as operações aéreas dentro do AVI e do ADE. Para fazer isso assumirá as
seguintes funções específicas:
iii) Identificar, transmitir e descrever aos meios aéreos as zonas de carga e descarga.
vii) Informar ou, quando necessário, fazer as correções apropriadas sobre a eficácia das
descargas.
4.66 Por outro lado, o COPAR é responsável pela gestão das comunicações aéreas. Para fazer
isso, deve:
Ser o único interlocutor com os meios aéreos e o COS, ou a pessoa a quem ele delegue, e os
meios aéreos, sem prejuízo do disposto no artigo 20.
4.67 Quando uma aeronave de coordenação for substituída (por fim de autonomia, descanso da
tripulação ou desmobilização), a aeronave que a substitui permanecerá em escuta da frequência
aérea atribuída ao incêndio, orbitando na AVI e mantendo a separação apropriada entre as
aeronaves, para reconhecimento pelo COPAR-A (visualizar a situação do incêndio, as áreas em
que os meios aéreos estão a operar, os circuitos que executam, os pontos em que carregam a
água e as suas trajetórias até ao ponto de descarga). Deverá também comunicar a altitude de
aproximação (ajuste altimétrico de QNE).
4.68 Antes que a troca ocorra, a aeronave de entrada deve ter pelo menos as seguintes
informações:
Obstáculos no interior da AVI e nos espaços que possam interferir no tráfego aéreo das
aeronaves de combate a incêndios.
4.69 O COPAR-A deve apresentar-se munido das informações necessárias para o desempenho da
sua missão, nomeadamente os meios aéreos atribuídos ao incêndio, frequência em utilização e
outras informações relevantes (segurança, comunicações e recursos).
4.70 Caso o COPAR-A de saída não possa ser substituído por outro COPAR-A, as disposições de
supervisão e responsabilidade definidas nos aspetos gerais e as instruções de Coordenação entre
aeronaves, designadamente as funções do COPAR-T e das tripulações de apoio às operações
aéreas previstas neste manual prevalecem.
4.71 Toda aeronave de combate a incêndio deve comunicar a intenção de entrar na AVI para o
COPAR, nos seguintes casos:
Quando entra na AVI pela primeira vez, depois de ser despachada para o TO.
Após o reabastecimento.
Em qualquer circunstância, depois de deixar a AVI por qualquer outro motivo que não
os anteriores.
4.72 A primeira tentativa de comunicação com o COPAR deve ser feita pelo menos 10 minutos
antes de chegar ao incêndio, ou a uma distância de 15 NM (milhas náuticas).
4.73 Nenhuma aeronave que não estabeleceu comunicação com o COPAR pode exceder o limite
de distância de 7 NM até o centro do AVI e deve permanecer em espera até que essa comunicação
seja estabelecida.
4.74 Na AVI, a circulação de aeronaves será estratificada horizontal e verticalmente, de acordo com
o disposto neste artigo.
4.75 Os estratos verticais são determinados por altitudes, calculadas a partir da pressão normal do
nível do mar (pressão de referência QNE), de acordo com as seguintes condições:
4.76 O COPAR pode distribuir as aeronaves que realizam operações aéreas de combate a
incêndios, dentro da AVI, de maneira diferente da estabelecida na secção 1, caso o nível de
segurança das operações aéreas seja aumentado.
4.77 Com relação à alocação de zonas,o COPAR organizará as aeronaves de combate a incêndios
de acordo com as zonas de trabalho, com base nas instruções recebidas pelo COS. Sendo possível
e desde que não prejudique as operações de extinção, atribuir diferentes áreas de trabalho a
helicópteros e aviões, e fazer carrosséis de um único tipo de aeronave.
4.78 Da mesma forma, será evitada a existência de áreas de cruzamento entre duas áreas de
trabalho e / ou carga diferentes.
Será mantido, tanto quanto possível, o contato visual com a aeronave precedente. Se o
contato visual for perdido, será solicitada via rádio à aeronave precedente a sua posição.
Na medida do possível, deverá manter-se uma distância mínima de segurança com outras
aeronaves de 0,5 NM ou 30 segundos.
Deve ser dada prioridade de entrada e operação na AVI à tipologia de aeronave com maior
peso e/ou menor mobilidade.
4.80 O disposto neste artigo será executado sem prejuízo da autoridade decisiva do comandante
da aeronave em todos os assuntos relacionados com a segurança da operação.
4.81 O COPAR informará a aeronave que solicita a entrada na AVI se tiver uma zona livre para
entrar e descarregar, ou se tiver que continuar em espera, orbitando num determinado setor da AVI
a uma certa altitude.
A separação vertical entre aeronaves de diferentes tipos deve ser de pelo menos 500 pés.
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
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4.83 Todas as comunicações incluídas nesta secção devem ser feitas obrigatoriamente em língua
portuguesa, excetuando em situações de apoio internacional, através da frequência do ar atribuída
ao incêndio ou, quando apropriado, ao AVI, exceto nos casos definidos neste protocolo. A escuta a
esta frequência será prioritária sobre outras frequências que possam ser autorizadas.
4.84 Não obstante as disposições estabelecidas, o COPAR, após validação do COS, pode autorizar
o uso de outras frequências, banda aérea ou terrestre, para as comunicações expressamente
determinadas.
4.85 O COPAR é, em geral, o único elo entre o pessoal de terra e as tripulações dos meios aéreos.
4.86 Caso a eficácia ou a segurança das operações de extinção o exijam, o pessoal de terra
expressamente autorizado pelo COPAR poderá comunicar diretamente com os meios aéreos
intervenientes. Essa comunicação deve ser feita, na medida do possível, numa frequência diferente
daquela atribuída ao incêndio.
4.88 Todas as aeronaves utilizadas em operações aéreas em incêndios rurais devem ter pelo
menos três equipamentos de radiocomunicações. Um dos equipamentos poderá sintonizar as
frequências terrestres usadas nas operações de combate a incêndios.
4.89 Devem contar com um dispositivo de comunicação integrado que permita selecionar a
frequência em utilização com o COPAR e demais aeronaves e permitir ouvir mais duas frequências,
além do canal de comunicação interno na cabine.
4.91 Na AVI, na ADE e na ANI, as tripulações das aeronaves de combate a incêndio devem manter
escuta permanente da frequência do ar atribuída ao incêndio, exceto nos momentos em que a
segurança da operação o impedir, devendo ainda responsabilizar-se pelas comunicações que seja
necessário efetuar através da referida frequência.
4.93 Qualquer aeronave de combate a incêndio que entre na AVI pela primeira vez deve solicitar
ao COPAR que designe a zona de trabalho e as instruções de operação e deve comunicar, através
da frequência aérea do incêndio, as seguintes informações:
Código da aeronave.
4.94 Os procedimentos anteriores são igualmente aplicáveis quando as aeronaves retornam à AVI
nos casos em que uma aeronave entra na AVI após ter realizado os períodos de descanso de
acordo com os regulamentos aeronáuticos e ou após o reabastecimento.
4.95 Uma vez recebida a informação consignada na secção 1, o COPAR confirmará a entrada na
AVI para a aeronave solicitante. Em caso afirmativo, transmitirá as seguintes informações, se
considerar conveniente:
Indicativos das aeronaves em operação na AVI e sua tipologia, caso o indicativo não o
especifique.
Atribuição de zona de trabalho (setorização para meios aéreos com base em 6 quadrículas
consoante a seguinte imagem), instruções de operação e existência ou não de pessoal de
terra nessa zona.
Obstáculos que possam interferir na circulação dentro da AVI, ADE e nas rotas para as áreas
de carregamento de água.
Ajuste do altímetro.
Posição das faixas de gestão de combustível existentes e ações de fogo em execução (fogo
tático e contrafogo).
Qualquer outra informação ou instrução que considere apropriada, como: indicação de pontos
de entrada ou saída para o incêndio, pontos de água, pontos de notificação antes do
lançamento, altitude de entrada, meios que possam estar em trânsito na trajetória para a zona
de trabalho, informando os planos de voo que possam afetá-lo ou que deva respeitar.
4.96 Caso o COPAR não confirme a entrada na AVI, instruirá a aeronave a permanecer em espera,
de acordo com as condições estabelecidas pelo COPAR.
4.97 A aeronave de coordenação que foi despachada para um incêndio rural deve entrar em contato
com o COS, ou a pessoa a quem ele delegue, e comunicar as seguintes informações:
Código da aeronave, confirmando que é uma aeronave de coordenação e que foi despachado
para assumir a coordenação das operações aéreas.
4.98 Depois de recebidas as informações da secção 4, o COS ou a pessoa a quem ele delegue,
deve notificar a aeronave de coordenação que solicita a entrada no AVI, se necessário, as seguintes
informações:
Obstáculos conhecidos.
4.99 Validar informação e iniciar coordenação aérea assumindo callsign FIRE XX.
Solicitar a entrada na AVI de cada vez que pretenderem entrar, vindo da zona de
carregamento de água, bem como a confirmação de que a zona de descarga está livre de
pessoal em terra.
4.101 De qualquer forma, a ativação da sirene e do sistema de aviso luminoso é obrigatória, pelo
menos 30 segundos antes da descarga.
4.102 A tripulação da aeronave de extinção deve comunicar antecipadamente a saída da AVI para
o COPAR, transmitindo as seguintes informações:
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4.104 Caso uma aeronave de combate a incêndio realize uma manobra de aterragem no solo,
embarque ou desembarque de pessoal de extinção na AVI ou na ADE, deve notificar a sua intenção
de realizar a referida manobra por frequência aérea atribuída ao incêndio.
4.105 Uma vez realizada a manobra, deve notificar esta situação, bem como a posição, pela referida
frequência.
4.107 Entende-se que as disposições deste artigo não prejudicam os requisitos em termos de
fraseologia contidos nos regulamentos aeronáuticos aplicáveis, bem como nos guias de boas
práticas em matéria de comunicações definidas pela autoridade aeronáutica competente.
4.108 As comunicações através da banda aérea devem ser curtas, claras e concisas.
4.109 O alfabeto fonético deve ser utilizado para designar os meios aéreos, de acordo com os seus
indicativos, os pontos cardeais e as zonas de trabalho (flancos, setores), bem como para soletrar
palavras quando necessário.
4.110 As aeronaves de combate a incêndios devem confirmar a receção das seguintes informações
fornecidas pelo COPAR, mediante solicitação de entrada, pela primeira vez, na AVI:
Confirmação de que podem prosseguir para entrar na AVI ou, se for esse o caso, as instruções
para fazer esperas.
Quando apropriado, a aeronave com a qual irá partilhar o circuito de trabalho, bem como a
posição dentro desse circuito.
Ajuste do altímetro.
Obstáculos.
4.111 As informações contidas nas alíneas (1) e (2) devem ser repetidas pelas aeronaves de
combate a incêndios, para garantir uma receção correta.
4.112 As aeronaves de combate a incêndios devem confirmar com o COPAR que dispõem de uma
zona livre para descarregar, a menos que estejam a trabalhar em carrossel.
4.113 No caso de aeronaves a trabalhar em formação, a confirmação será realizada apenas pelas
aeronaves líderes. A última aeronave da formação comunicará a sua saída da zona de descarga.
4.114 Todas as aeronaves de combate a incêndios devem confirmar a escuta no caso de uma
mudança na frequência do ar atribuída ao incêndio.
Tempo de presença física: tempo durante o qual o COPAR permanece à espera no local
designado pela administração competente ou a realizar trabalho efetivo a bordo de uma
aeronave de coordenação.
A paragem intermédia, definida nesta norma, conta como tempo de presença física, mas
não como tempo de trabalho efetivo.
Tempo efetivo de trabalho: tempo durante o qual um COPAR está em voo a bordo de
uma aeronave de coordenação exercendo as suas funções ou durante o trajeto de ida e
volta para o incêndio.
Em situações excecionais, o tempo máximo de presença física diária pode ser estendido para
15 horas, reduzindo o tempo máximo de presença física semanal a razão de 6,5 horas por
cada dia em que o dia de trabalho diário for estendido.
Pelo menos uma paragem intermédia de 1 hora e 30 minutos deve ser feita a cada 6 horas de
trabalho efetivo, ou a parte proporcional, caso a paragem seja feita antes de 6 horas. Neste último
caso, o tempo mínimo de descanso será de 15 minutos.
uma estadia mínima de 8 horas no local de descanso, contada desde a chegada ao local
de descanso até à partida do mesmo com destino ao local designado.
4.115 O ATI consiste em efetuar primeira intervenção em incêndios nascentes, fazendo-se deslocar
de helicóptero (ligeiro ou médio) para ao TO, após o despacho do Comando Distrital de Operações
e Socorro (CDOS), o qual não deve exceder dois minutos, após conhecida a localização do
incêndio. Esta equipa helitransportada, ou secção para o caso de meio aéreo médio, é constituída
por cinco ou oito militares respetivamente, e está equipada com material sapador para efetuar
combate direto. É através do chefe desta equipa/secção que é estabelecida a ligação terra-ar, ou
seja, entre o Comandante de Operações de Socorro (COS) do incêndio e o piloto comandante do
meio aéreo. A equipa/secção e o meio aéreo são elementos indissociáveis durante todo o tempo
de operação.
1) Características
4.117 A UEPS, integra o referido dispositivo com forças helitransportadas que guarnecem os meios
aéreos do dispositivo nacional sedeados nas BPH e PIPS dos distritos à sua responsabilidade, não
perdendo, no entanto, a sua competência territorial nacional e com a sua componente terrestre
apoiada nas viaturas de 1ª intervenção.
4.118 Garante o ATI como primeira intervenção organizada e integrada, sustentada por um
despacho inicial, até 2 minutos depois de obtida a localização do incêndio, de forma musculada e
consistente e em triangulação, de meios de combate a incêndios florestais.
4.119 O ATI desenrola-se de forma intensa com rápida progressão de equipas helitransportadas,
equipas terrestres e meios aéreos, independentemente da sua titularidade e explorando todas as
suas capacidades.
4.120 A UEPS garante o ATI22 a incêndios Rurais por intermédio de uma intervenção organizada e
integrada, sustentada por um despacho inicial até 2 (dois) minutos depois de confirmada a
localização do incêndio, de meios aéreos, se disponíveis, e em triangulação, de meios terrestres de
combate a incêndios rurais.
4.121 Esta ação termina quando o incêndio for considerado dominado pelo COS no local, ou até ao
limite dos primeiros 90 minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ATI.
3) Durante as Intervenções
4.123 Todos os militares têm que obrigatoriamente saber qual a sua missão, o que vão realizar,
quais os caminhos de fuga e um local de reunião, caso a fuga aconteça.
4.124 Têm de estar bem uniformizados e equipados de acordo com o estabelecido para o devido
efeito, não podendo abdicar de nenhum material que seja de uso obrigatório.
4.126 Não realizar nenhuma ação que coloque a sua segurança e a dos restantes elementos em
risco.
4.127 Estar atento ao meio envolvente e informar o chefe de equipa caso detete alguma situação
ou desenvolvimento anómalo do comportamento do fogo (ex. focos de projeção, mudança repentina
de vento, etc.)
4.128 No TO ter sempre a preocupação constante de trabalhar com o máximo empenho, dedicação
e profissionalismo. Caso se verifiquem situações menos próprias com algumas pessoas ou
22Designação dada pela Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 02/DECIR 2019 - Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Rurais, considerada de 1.ª Intervenção
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entidades presentes no local, atuar enquanto agentes de autoridade/ OPC e em conformidade com
a demais legislação e regulamentos que prescrevem a nossa conduta profissional.
Com três elementos iniciar a extração do “bambi” do cesto, retirando os cabos de aço, e
confirmando que ficam desensarilhados;
Com a ajuda dos outros 2 elementos retirar o “bambi” e coloca-lo a cerca de 30º da frente do
heli, para o lado onde se encontra a SIPS/EIPS.
Certificar-se que o “bambi” fica com as hastes de ferro corretamente estendidas e cabos de
aço bem esticados.
Fechar o cesto certificando-se que este fica corretamente trancado (esta tarefa é
extremamente importante, uma vez que, um cesto mal fechado pode obrigar a uma paragem
desnecessária do heli para voltar a fechar o mesmo, e consequentemente acarreta um
desperdício de tempo de intervenção, o piloto caso detete um cesto aberto, é obrigado a fazer
uma aterragem para resolver a situação, é proibido voar de outra forma);
Caso seja entendimento do Piloto a abertura da “arranha” do “bambi”, a mesma deve ser feita
pelos dois elementos que o retiraram do cesto, em que um auxilia na abertura deste e o outro
num movimento enérgico puxa a “arranha” para o exterior do “bambi”;
4.129 Na 1ª Intervenção, as partes do fogo a serem extintas são a cabeça, os flancos e a cauda.
Em geral inicia-se o ataque no local em que o incêndio, provavelmente, irá ganhar mais intensidade
e “escapar”.
4.130 No entanto a palavra de ordem, é atacar num local com toda a segurança possível,
escolhendo para isso pontos de ancoragem, evitando assim que fique cercado pelo incêndio.
Após terem sido transmitidas todas as indicações de voo para o heli, iniciar o deslocamento
para o incêndio. Ter sempre presente a ligação da equipa de frente para trás e vice-versa;
Extintores dorsais, têm como missão ser o elemento mais próximo do fogo, com a
responsabilidade de baixar a intensidade energética da combustão, atuando
fundamentalmente na base das chamas;
O extintor dorsal com alguma água é ainda uma proteção suplementar para a equipa, que em
caso de uma situação de emergência, possui sempre uma salvaguarda para poder criar uma
“passagem” por entre a frente do incêndio, por onde a equipa possa escapar;
O trabalho dos batedores tem que ser coordenado e alternado (após abafar a chama apenas
sai quando o outro “bater” no mesmo local) para que haja uma continuidade da redução do
oxigénio disponível para a combustão;
Saída do TO pela mesma ordem de entrada, Comandante de SIPS/EIPS vai sempre a testa
do deslocamento.
Chefe de secção auxilia na aterragem do meio heli no solo através da sinalética adequada;
Permanece à frente do heli, numa posição que lhe permita controlar o rotor de cauda, estando
em permanente contato visual com o Piloto, zelando pela segurança dos restantes elementos
da SIPS/EIPS;
Após a entrada dos todos elementos da equipa verifica que o material está acondicionado,
cesto bem fechado e encerra a porta;
Dois elementos agarram no “bambi”, enquanto um terceiro segura nos cabos de aço;
Os dois elementos que agarram no “bambi” procedem ao seu fecho, um deles procede à sua
abertura enquanto o outro num movimento enérgico “empurra” a “arranha” para dentro do
“bambi”;
4.131 Após cada intervenção ajustar e arranjar todo o material coletivo e individual e restabelecer
novamente a prontidão máxima.
Após estas tarefas reunir-se com o chefe de equipa e pilotos para assistir ao debriefing da operação.
4) Comunicações
4.133 O envolvimento de meios aéreos neste tipo de intervenções implica, não somente
comunicações eficazes entre os meios no terreno, mas também entre as aeronaves, de forma a
permitir a coordenação das ações, reduzindo assim os riscos de acidente, em particular quando
várias aeronaves de tipos diferentes são acionadas para o mesmo TO.
4.134 A linguagem rádio deve ser curta, rápida e concisa, simplificando as frases, utilizando as
palavras estritamente necessárias para se fazer compreender a mensagem.
4.135 A estrutura de comando, controlo e coordenação das operações de combate aos incêndios
florestais, envolvendo meios aéreos é suportada pelo sistema de comunicações em VHF/AM
(Banda Aeronáutica) e em alternativa pelo sistema de comunicações em VHF/FM, na Banda Alta.
4.136 Em termos de frequências VHF/AM (Banda Aeronáutica) a cada PIPS e CDOS é atribuída
uma frequência de trabalho23.
4.137 O helicóptero acionado opera em estreita ligação com a respetiva SIPS/EIPS helitransportada
que lhe está agregada.
4.138 As aeronaves manterão contato permanente, desde a descolagem até à aterragem com o
respetivo PIPS, e o Chefe da SIPS/EIPS helitransportada operam na frequência da aeronave em
operação, regra geral em VHF/AM, podendo em alternativa utilizar a frequência de Banda Alta, em
canal exclusivo para operações aéreas (Manobra 04 (M04) – 152.6250 MHz), quando as
comunicações na banda aeronáutica não forem possíveis.
23 Ver frequências no Manual Operacional – Emprego dos Meios Aéreos em Operações de Proteção Civil, 2009.
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Método dos pontos de referência: Pontos de referência facilmente identificáveis tanto do solo
como do ar.
Exemplo: “largar na linha de incêndio que fica a meia distância entre a ponte e o campo de
futebol”.
TUDO BEM / AFIRMATIVO - Antebraço direito levantado em ângulo reto, mão direita
fechada e polegar para cima. O braço esquerdo manter-se-á na posição descaída ao
nível do joelho.
AVANÇAR - Braços estendidos para a frente á altura dos ombros, palmas das
mãos viradas para cima, efetuam movimentos repetidos, com os antebraços,
de frente para trás.
4.140 Coordenar com o operador do aquartelamento a transmissão via rádio, sempre que exista
uma saída da SIPS/EIPS heli para incêndio, qual o canal distrital e/ou Manobra que os Bombeiros
estão a utilizar no TO, assim como verificar na carta de situação quais os pontos de água mais
próximos.
Dar ordem de entrada à SIPS/EIPS após autorização do Piloto, dirigindo-se a equipa à sua
retaguarda e quando chegados à porta, este abre a mesma e espera que todos os
elementos entrem. Confirma que está tudo bem (ferramentas, cintos, etc.) e fecha a porta,
indo ocupar o seu lugar no heli, conforme figura 4.10.
Informar o Piloto qual o flanco que a SIPS/EIPS vai combater, para este saber onde esta
se encontra.
Dar ordem de saída, após a autorização do Piloto, indicando para onde se deve reunir a
SIPS/EIPS.
Assumir o comando das operações no TO, caso sejam a 1ª força a chegar ao local,
entregando o comando ao elemento mais graduado dos Bombeiros que posteriormente
chegue ao local.
Assim que cheguem Bombeiros, efetuar um breve briefing de modo passar o ponto de
situação, saber se existe necessidade do empenhamento da EIPS, do heli e qual a
possibilidade de atestar os extintores dorsais (caso haja necessidade).
Coordenar com o COS, caso já existam outras forças no local, o método e o flanco a
combater.
Indicar aos militares qual o método de combate, o flanco a combater, itinerário de fuga,
local de reunião (em caso de fuga), nível de empenhamento e outras instruções de
coordenação importantes para exercer o combate, nomeadamente com as questões
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relativas à segurança individual, relembrando que esse é o fator primordial que nunca
poderá ser descorado.
As instruções dadas deverão ser claras e confirmadas para certificar se todos os elementos
as entenderam.
Através da sinalética para aeronaves, ajudar o piloto na aterragem do héli (se necessário
avança um elemento para segurar o balde de modo a facilitar a aterragem).
Reunir a EIPS atrás de si, com os militares responsáveis pelo transporte das ferramentas
e da montagem do balde preparados para avançar à ordem e ficar em contacto visual com
o Piloto e à distância de segurança.
Desembarque no PIPS:
Deixar extintores dorsais, atestados, no exterior, junto da porta de entrada do heli para, no
caso de fuga de água, não haver dúvidas da sua origem.
Realizar o debriefing.
4.141 O chefe de Equipa, é responsável e supervisor pelo cumprimento das atribuições individuais
da equipa, nomeadamente no interior do PIPS e no decorrer das intervenções.
4.142 Se verificar que a equipa precisa de treinos para se coordenar e desempenhar melhor e mais
eficazmente a sua missão, providenciar esses mesmos treinos, colmatando as falhas da equipa.
6) Helicordagem
(a) Material
4.143 Um EPI é definido como um dispositivo de proteção pessoal que protege a pessoa de um
risco que ameaça a sua integridade física e/ou segurança.
4.144 Os EPI deverão estar devidamente certificados e homologados para o efeito. Na União
Europeia a comercialização e utilização destes equipamentos deve estar de acordo com a Diretiva
Europeia 89/686/CE.
4.145 Estes equipamentos podem incluir do mais diverso material desde a Roupa adequada
(Fardamento), Calçado adequado (Botas), Luvas de Trabalho, Óculos e protetores de ouvidos,
Capacete, Arnês, etc.
4.146 O ARNÊS é o equipamento fundamental para ligar o elemento à corda. As caraterísticas mais
importantes de um arnês são: ser Seguro, Confortável e Rápido de colocar. Quanto ao tipo, é
classificado da seguinte forma:
Arnês Tipo A: Arnês de corpo inteiro que se adapta, no mínimo, à volta da parte superior do
corpo e das coxas.
Arnês Tipo C: Arnês com a forma de um cinturão unido a um apoio sub-pélvico apropriado
para apoiar um corpo consciente na posição de sentado.
Arnês Tipo D: Arnês que se adapta em torno da parte superior do corpo, em torno do peito e
debaixo dos braços.
4.148 Os CAPACETES são de utilização obrigatória em todas as circunstâncias. São utilizados com
o objetivo de proteger a parte superior da cabeça do utilizador ou vítima, dos riscos de lesões
provocadas pela queda de objetos, ou pelo impacto da cabeça contra elementos sólidos. Devem
ser resistentes e robustos para serem utilizados nas mais severas condições de trabalho, mas
também, confortáveis e facilmente ajustáveis.
4.149 Devem possuir local para fixação de lanterna ou frontal, podendo ser compatíveis com a
colocação de protetores auriculares e viseiras. Outro dos elementos fundamentais deve ser a sua
certificação e homologação, devendo os mesmos ser certificados conforme normas europeias (CE)
e da UIAA.
4.150 As CORDAS utilizadas no montanhismo são fabricadas segundo a tipologia Kernmantel (Kern
e Mantle = Alma e Camisa). Atualmente são fabricadas com fibras sintéticas. A alma (filamentos
interiores) suporta entre 80 a 85% da carga de rutura. A camisa (revestimento exterior) suporta entre
15 a 20% além de proteger a alma da abrasão e contaminação. A sua constituição assenta na figura
seguinte:
4.151 Todas as cordas têm uma identidade própria, definida na sua etiqueta colocada pelo
fabricante e que deverá ser mantida, enquanto a mesma durar e for utilizada.
4.152 Pela norma americana NFPA são designados 2 tipos de cordas: estáticas e dinâmicas. Já a
norma europeia prevê 3 tipos, distinguindo semi-estáticas, estáticas e as dinâmicas.
4.153 Aqui ficam alguns valores referência da carga de rutura dos diferentes tipos e diâmetro de
cordas, conforme figura seguinte:
Figura 4.19 - Valores referência da carga de rutura dos diferentes tipos e diâmetro de cordas
4.154 Existem diversas maneiras de enrolar (encartar) uma corda, quer para fins de transporte, quer
para armazenamento. Assim o enrolamento de uma corda depende principalmente do ambiente e
das circunstâncias para as quais vai ser utilizada.
De seguida passar a totalidade da corda pela mão para verificar se não existe qualquer tipo
de alterações quer na camisa, quer na alma, ou mesmo nós;
4.156 Por fim, enrolar a corda para guardar ou facilitar o transporte, escolhendo o melhor método
que se adequa, conforme figuras seguintes, de acordo com as necessidades.
4.157 As FITAS ou ANÉIS DE FITA são os materiais mais utilizados. Permitem-nos assegurar a
nossa cadeia de segurança. É considerado o meio têxtil mais adequado para efetuar uma
ancoragem / amarração, pois tem elevada resistência.
4.159 As fitas tubulares oferecem maiores e melhores qualidades, sendo mais suaves e maleáveis
que as cintas planas. Permitem uma melhor adaptação às superfícies onde se utilizam.
4.160 Os DESCENSORES são aparelhos mecânicos através do qual uma pessoa pode, a uma
velocidade controlada descer de um ponto para outro pelos seus próprios meios, ou controlada por
outra pessoa. Podem possuir dispositivo que permite efetuar o travamento automático (Auto-
Travamento), sendo considerados Auto-Bloqueantes.
4.161 Alguns aparelhos, não só permitem descer como efetuar o retorno e começar a ascender,
bem como a capacidade para efetuar manobras e trabalhos em corda fixa. Os descensores auto-
bloqueantes mais utilizados atualmente são: o Stop da Petzl (utilização individual em espeleologia
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e outros trabalhos), o I’d da Petzl (utilização em trabalhos em altura e resgate) e o Gri-Gri da Petzl
(utilização individual em escalada); já os descensores simples mais utilizados são: o Rack da Petzl
(utilização em montanhismo, trabalhos verticais e resgate), o Oito (descensor mais utilizado em
montanhismo e canyoning, pela sua versatilidade e facilidade de utilização) e os tubos tipo
Reverso da Petzl ou placa switch (muito utilizados no alpinismo, pela sua leveza e versatilidade).
4.162 Os BLOQUEADORES são aparelhos mecânicos que quando em conjunto com um Cabo ou
Cabo de Apoio com o diâmetro correto bloqueia sob carga num sentido e desliza no outro.
Determinados bloqueadores destinam-se a trabalhar em linhas de vida por forma a evitar as quedas
dos trabalhadores, outros como bloqueadores de emergência, outros permitem uma aplicação
versátil em várias técnicas. É importante perceber que os bloqueadores que bloqueiam a corda com
recurso a entalhes dentados (croll, basic, punho, tibloc, etc.) devem apenas ser de utilização
individual, pois a sua má utilização pode danificar severamente a corda. Assim deve-se dar
prevalência à utilização de bloqueadores por estrangulamento de pressão (Shunt, Microsender e
RescueSender, etc.). A maioria destes aparelhos podem ser substituídos por cordeletes com nós
Autobloqueadores (prusik, machard, etc.) extremamente eficazes, mais económicos, mais leves e
não danificam a corda.
4.163 Os MOSQUETÕES são elos metálicos providos de uma abertura (dedo), reta ou curva, com
ou sem seguro. Podem ser designados da seguinte forma:
4.164 Os mosquetões mais usados em montanhismo são fabricados em Zicral: uma liga de zinco,
crómio e alumínio muito resistente e ligeira. Os mosquetões (ultra) ligeiros ou de tipo L (light),
geralmente com 30 g ou menos de 10 mm de secção, só devem ser usados em escalada desportiva
e cordas simples pois apresentam resistências equiparadas aos mosquetões mais polivalentes de
tipo N (normal), com cerca de 50 g e mais de 10 mm de secção. No entanto, isso só sucede em
condições ótimas de trabalho sem torções ou efeito de alavanca. A normativa exige que os
mosquetões apresentem uma carga de rotura de 20 kN. No entanto, se o dedo estiver aberto,
mesmo que apenas uns milímetros, a resistência de muitos mosquetões desce para valores
assustadoramente baixos. Saliente-se que, um mosquetão para ser homologado como N deve
apresentar uma resistência de pelo menos 9 kN.
4.167 A carga de rutura expressa nos mosquetões é a carga mínima com que o mosquetão poderá
partir ou alterar a sua estrutura. EVITAR TRABALHAR PRÓXIMO DA CARGA DE RUPTURA!
4.168 Na utilização dos mosquetões deve-se ter vários cuidados tais como:
4.170 As ROLDANAS podem ser utilizadas para ligar uma corda a um mosquetão, reduzindo a
fricção/ atrito enquanto a corda se movimenta nesta, permitindo efetuar uma desmultiplicação de
forças. Podem possuir sistema auto-bloqueador.
4.171 Para as ancoragens são utilizados diversos tipos de materiais que podem ser móveis ou
amovíveis, ou fixas, que ao colocar na rocha, ficam colocadas permanentemente.
4.172 Por fim existem outros equipamentos utilizados no montanhismo e que são complementos ao
material anteriormente visto. Entre estes podem-se destacar os seguintes:
4.173 O material não conserva as suas propriedades por tempo indeterminado. O material deve
estar sempre em bom estado de conservação. Para tal deve ter-se um especial cuidado com o
mesmo, tendo em conta especialmente:
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4.174 Cada corda deve ter uma ficha individual. Esta ficha é um diário de vida de cada corda, onde
são registadas as características e utilizações. Não existe um modelo de ficha único, o utilizador faz
uma ficha com base nos dados que a seguir se descreve:
Caraterísticas (Tipo de corda; Diâmetro; Comprimento; Cor; Data de fabrico; n.º máximo de
quedas de fator 2)
Utilização (Datas de utilização; Situações em que foi utilizada; n.º de quedas de fator 2).
24 http://www.petzl.com/en/ppe-checking
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Se os materiais estão descoloridos (tipicamente por exposição solar aos raios U.V ou
elementos químicos)
4.175 Relativamente aos cuidados com os aparelhos de metal, estes devem ser verificados
periodicamente: se não apresentam fissuras, deformações, desgaste ou traços de corrosão,
sobretudo nos orifícios destinados aos mosquetões, nas superfícies de contacto com a corda e nos
rebites; Todos os aparelhos metálicos em partes mecânicas ou móveis, onde facilmente se alojam
detritos, é conveniente uma manutenção regular e eficaz para manter o seu bom funcionamento.
4.176 Quanto aos capacetes, se sofrerem um forte impacto, mesmo que não se apresentem
aparentemente danificados, deverão ser substituídos, ou inspecionados por entidade credenciada
para o efeito, para garantir que ainda oferece a proteção inicial. Deve-se verificar o ano de fabrico.
Se não houver prazo de durabilidade estabelecido, recomenda-se a substituição dentro de três a
cinco anos (estima-se que após cinco anos um capacete terá perdido cerca de 25% da sua
resistência original) consoante maior ou menor uso e exposição à radiação solar e condições
atmosféricas em geral.
4.177 Os capacetes não devem ser expostos ao calor. A 50 ou 60ºC podem deteriorar
irremediavelmente a sua estrutura. A exposição prolongada aos raios ultra-violetas provoca um
envelhecimento precoce. A sua limpeza deve ser efetuada com água tépida e sabão neutro,
secando depois o mesmo com um pano.
4.178 Quanto aos ARNESES, verificar regularmente o estado das fitas, de todas as costuras e da
oxidação das partes metálicas. Os arneses podem ser lavados à mão (e escova) com água fria ou
tépida e sem detergentes. Devem secar à sombra e afastados de fontes de calor. Tal como todos
os outros equipamentos deve-se evitar a exposição ao sol (raios ultra-violetas)
4.179 Quanto aos MOSQUETÕES, deve-se realizar periodicamente uma inspeção visual a todos
os mosquetões e perante a dúvida, não utilizar o mosquetão e retirar fora de uso, propondo a troca
do mesmo; A sua duração tem a ver com o uso que lhe é dado e em que condições atmosféricas,
etc. Uma duração média pode ir até 10 anos, contudo o mesmo deve ser retirado sempre que:
4.180 A limpeza com água limpa e temperada (máximo 40º). Limpar com pano húmido e deixar
secar ao ar, fora do contacto com fonte de calor. Deve-se lubrificar os mesmos quando verificamos
que começam a oferecer alguma resistência. Esta lubrificação é feita sobretudo no gatilho, com
lubrificante à base de silicones ou óleo mineral, depois de ter sido limpo. Quanto às Cordas deve-
se ter os especiais cuidados:
Nunca colocar 2 cordas a passar dinamicamente por 1 mosquetão ou anel metálico, pois
o roçamento ou fricção causada pode provocar queimadura;
Evitar descidas muito rápidas que podem provocar queimaduras na camisa e acelerar o
seu desgaste;
Ter extrema atenção às arestas vivas, das rochas ou de outras estruturas, como por
exemplo, as plaquetas, etc.
Não deverão estar em contacto direto com rochas, troncos de árvore e outros agentes
abrasivos (utilizar fitas para ligar as fixações ou proteger muito bem a corda em caso de
esta servir para amarração).
Nunca usar cordas para rebocar carros ou qualquer uso que não especificamente para a
finalidade a que se destina;
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As cordas lavam-se à mão com água fria ou tépida sem detergentes e com escova se
necessário, deixando-a a secar naturalmente;
Marcar o meio da corda apenas com tinta própria “rope marker”, quanto muito com fita-cola
e pouca. Não utilizar outras tintas cuja composição química pode alterar as características
da corda;
As cordas devem-se guardar em local seco, fresco, ao abrigo da luz solar e longe de
roedores ou outros animais danosos; sem nós, soltas e sem estarem penduradas;
As cordas nunca deverão estar em contacto com produtos químicos ou com os seus gases:
em especial com ácidos, solventes ou gasolinas e outros hidrocarbonetos;
As cordas se em contacto com material patogénico (sangue e urina) deverão ser retiradas
de uso;
Se a corda se molhar com água salgada, deve-se lavar abundantemente em água doce;
Verificar o seu estado regularmente (camisa e alma) ao longo de todo o comprimento, quer
pela visão quer pelo tato;
Quando se compra uma corda, ver a data de fabricação pois o processo de envelhecimento
verifica-se mesmo que as cordas não tenham sido usadas.
Nunca usar uma cordelete ou uma fita encontrada numa via mesmo que pareça em bom
estado: os raios ultravioletas e os agentes atmosféricos degradam as fibras sintéticas com
relativa rapidez.
A duração média de vida de uma corda depende da sua utilização sendo que:
Foi utilizada para outros fins que não os que a que se destinam (ex: Reboque carros);
Nunca esquecer que o preço de uma corda não vale uma vida!
(c) Nós
4.181 Os nós são a execução de uma técnica manual que permite utilizar a corda, cordeletes e fitas
para diversos fins. No montanhismo, os nós são utilizados para fixar a corda a pontos de segurança,
unir convenientemente o técnico à corda, permitir realizar manobras de segurança e descida,
realizar reuniões, entre muitos outros tipo de manobras que se realizam com os nós. Na execução
dos nós é necessário ter alguns cuidados, os quais se pode destacar:
4.182 Os nós acabam por ser uma linguagem que tem de ser compreendida por todos. A má
execução de um nó pode levar a um acidente fatal. É de não esquecer que os nós tiram resistência
às cordas e fitas. Por isso os nós não podem ser encarados como um dado adquirido. Saber fazer
um nó não é a mesma coisa que simplesmente fazê-lo; é preciso compreendê-lo, saber para que
serve e quando é que se deve utilizar. Se não se praticar a execução dos nós, de certeza que se
esquece, por isso deve-se praticar, repetir e insistir, para ganharmos mais tempo de vida.
4.184 Os nós dividem-se em 3 grandes tipos: Nós de Amarração, Nós de União e Nós Auto-
bloqueadores, Nós Bloqueadores.
Nós de Amarração:
Nós de União:
Nós Auto-bloqueadores:
Nós bloqueadores:
Deve-se assumir sempre, uma perda de resistência da corda na ordem de 50% (para todos os nós).
PROCURAR ESTAR SEMPRE DO LADO SEGURO.
NÓS RESISTÊNCIA
4.187 Amarrações são usadas para assegurar todas as cordas e os elementos ou vítimas a um
objeto/ aparelho ou elemento natural suficientemente sólido – a Ancoragem. Por esta razão são
consideradas o 1º escalão da cadeia de segurança, ou por outras palavras, o pilar base de qualquer
sistema de montanhismo ou resgate.
4.188 A seleção de Ancoragens e a escolha do sistema de amarração é por vezes a tarefa mais
difícil. Uma das causas mais comuns em acidentes em manobras de cordas é a falha do sistema
de ancoragem e amarração, na sua maioria derivada diretamente de erro humano. As ancoragens
e amarrações são portanto os pontos mais importantes de toda a ação.
4.189 Devemos ser redundantes sempre que possível no duplicar da segurança e confirmação. O
técnico deve ser flexível e deve conhecer suficientes técnicas e procedimentos para se adaptar a
qualquer que seja a circunstância e tipo de terreno;
4.190 A ancoragem é o meio sólido ao qual se liga a corda, enquanto a amarração é todo o sistema
que liga a corda à ancoragem.
4.192 Deve ser efetuada uma avaliação correta da integridade da estrutura, procurando pontos
débeis, ruturas, fissuras, oxidações, corrosões, torções, etc. Tudo que possa pôr em causa a
capacidade de esta sustentar a carga à qual vai ser submetida. A resistência estrutural de um ponto
de ancoragem resulta sobretudo da resistência do material que é utilizado na ancoragem; da
resistência da superfície de suporte ou apoio; e da resistência da união entre a ancoragem e o seu
suporte.
2.º Roçamentos
4.193 Procurar nas bordas se existem arestas cortantes ou elementos salientes que podem
submeter a corda ao roçamento excessivo, que poderá levar ao desgaste, rompimento e possível
corte da corda.
4.194 Quando se efetua a amarração sobre a ancoragem é importante orientar o ponto de saída da
carga, para que o esforço de trabalho se efetue de forma unidirecional à carga, evitando que esta
gire e efetue roçamentos ou efetue excessiva força sobre todo o sistema.
4.197 Utilização de 2 pontos de amarração com o menor ângulo possível. A força da carga sai do
ponto principal, sendo o ponto secundário o “backup” de segurança, caso rebente o sistema no
primeiro ponto de amarração;
4.198 Utilização de 2 ou mais pontos de amarração com a distribuição da carga/força por ambos os
pontos de forma equilibrada, podendo ser o sistema estático ou multidirecional.
4.199 Deve-se ter várias preocupações ao efetuar as amarrações, dando especial ênfase às figuras
seguintes:
4.200 A gestão dos roçamentos é outro assunto que deve merecer especial atenção.
4.201 Quando se depara com a necessidade de ultrapassar obstáculos com a utilização de cordas
e em que a utilização do arnês se torna imprescindível para garantir a segurança do elemento, e
não se possui nenhum, pode-se efetuar arneses de forma improvisada com recurso a cordas
dinâmicas individuais, ou fitas e anéis de fita. Com anéis de fita podem-se efetuar a designada
cadeirinha espanhola (figuras esquerda). Com corda pode-se efetuar a cadeirinha americana (figura
direita). A fita deve ser o material a utilizar, em virtude de ser mais cómoda, aquando da sua
utilização (quando estamos "pendurados", o peso do nosso corpo vai originar grande tensão na
coxa e região lombar por parte da Fita). A corda é mais agressiva em termos de conforto. Porém
ambos não garantem o conforto de um arnês normal, mas permite a sua utilização em segurança,
se o material utilizado estiver em boas condições. Utilizando só 4 a 5 metros de fita, é uma boa
alternativa para quem tem poucos recursos financeiros, no entanto, deve ser só utilizada numa
urgência ou se for estritamente necessário.
1 2
4.202 As duas primeiras possuem a vantagem de serem mais fáceis e rápidas de efetuar, podendo
ser efetuadas de imediato num parceiro que necessite de um arnês. A terceira é de elaboração mais
complexa, mas as várias voltas que a fita dá que vai dar mais resistência e segurança à montagem.
4.203 A utilização destes arneses improvisados deve ser sempre complementada com a utilização
de arneses improvisados de peito, quer através de anéis de fita ou corda individual que permite
efetuar a atadura de peito, conforme demonstram as figuras seguintes.
4.205 O rapel, que se revela uma manobra espetacular, é, se bem executado, perfeitamente simples
e seguro, no entanto, verifica-se que ocorrem diversos acidentes durante esta manobra. De facto,
muitos montanheiros e escaladores experientes e de renome mundial perderam a vida por erros
cometidos em rapel. Será, pois, de grande importância que se empreendam corretamente os
diversos procedimentos durante um rapel: montagem, descida, auto-segurança e recuperação da
corda.
4.206 Para fazer rapel usa-se «corda semi-estática», com um diâmetro de cerca de 10-11 mm. A
«corda dinâmica» é usada para servir de segurança, uma vez que a sua elasticidade permite
absorver um pouco a força de uma queda acidental.
4.207 Existem diversos tipos de rapel, classificados de acordo com a técnica utilizada e com o tipo
de terreno/ obstáculo. Embora todos eles utilizem técnicas diferentes, que exigem maior ou menor
prática por parte do rapelador, todos eles tem o mesmo objetivo: descer de um ponto para o outro
de forma segura. De acordo com a técnica é classificado do seguinte modo:
4.208 Na maioria das vezes opta-se por falar apenas no rapel americano por ser o mais simples e
menos arriscado de fazer.
4.210 Deve-se sempre levar todos os materiais necessários para a execução do rapel, devendo
fazer inicialmente uma análise criteriosa da situação, avaliação dos riscos possíveis e daqueles já
existentes. Esta prática exige boa disponibilidade física, bem como, um bom poder de controlo
emocional e capacidade de decisão perante o medo, já que em muitas situações o praticante
depende destes requisitos para superar os obstáculos, não desistindo do objetivo.
4.211 A Segurança no rapel é fundamental. Ela é classificada de três formas diferentes de acordo
como se realiza: Segurança de Cima, Segurança de Baixo e Auto-Segurança.
4.212 A Segurança de cima é efetuada por outro elemento que acompanha a descida do rapelador
com outra corda. Implica mais material e amarrações e ancoragens. Porém no caso de não haver
há vontade da parte do rapelador e não haver ninguém no solo, esta técnica terá que ser utilizada.
A segurança de baixo é efetuada por outro elemento que agarra a mesma corda do rapelador, que
em caso de emergência vai tracionar a corda e bloqueia o rapel daquele que desce. É mais eficiente
e requer menos material.
4.213 A solução mais utilizada é a auto-segurança: efetuada por meio de nós auto-bloqueadores
ou aparelhos indicados para esse fim que liga o arnês às cordas de rapel. O rapelador arrasta o
bloqueador atrás de si durante a descida e caso o largue este bloqueará em torno das cordas
evitando a queda. Durante o rapel, a descida do bloqueador é controlada pela mão que equilibra o
corpo evitando que este caia para trás.
4.215 No que diz respeito à montagem é importante dominar a execução de amarrações e nós
fundamentais, bem como a seleção criteriosa das ancoragens, já descrito anteriormente. Recorda-
se porém o mais importante:
4.216 As amarrações em suporte natural são, muitas vezes, a melhor opção. No entanto, deve ter-
se em consideração as dimensões, forma e, sobretudo, a resistência inquestionável do suporte.
Escolham-se árvores de tronco grosso, vivas e bem enraizadas, assim como, blocos, saliências
rochosas, pontes de rocha ou blocos entalados de resistência insuspeitável.
4.217 A amarração é feita com um anel de fita ou cordelete formando geralmente um triângulo de
força com um ângulo nunca superior a 60º. Para unir os dois extremos de uma fita usa-se o nó de
fita e para unir as duas extremidades de um cordelete o nó de pescador duplo. Nunca se deve
utilizar o lais-de-guia duplo singelo para unir duas cordeletes pois, este, quando é sujeito a cargas
anelares e alternadas (ou seja tensões seguidas de períodos de repouso) tem tendência para se
desfazer. Pode-se colocar a(s) corda(s) de rapel num mosquetão de rosca (os Maillon Rapide são
a solução mais económica e, diga-se, segura) mas o mais usual é passar a corda diretamente no
cordelete ou na fita da amarração. Os cordeletes deverão ter um diâmetro igual ou superior a 5 mm
e as mais indicadas serão de Kevlar ou Spectra. As fitas deverão ter 15 a 20 mm de largura.
4.220 Os nós devem ser os adequados (nó de pescador duplo em cordeletes e nó de fita para fitas)
e estarem bem feitos.
4.222 Em montagens diretamente sobre a rocha, cuidado com eventuais arestas cortantes.
4.223 O processo de montagem termina com o lançamento da corda. Deve-se amarrar sempre a
corda à montagem antes de a lançar. Se for para utilizar em duplo com recuperação da corda,
equaliza-se as cordas e coloca-se o meio destas no mosquetão, de modo que ao lança-las não se
as perca. Só então, se lança as cordas, devidamente enroladas, para longe da parede. Afastando
as cordas da parede estas desenrolar-se-ão totalmente ao cair evitando que se enlacem na rocha
e/ou na vegetação. As cordas são lançadas na direção do local para onde se pretende descer tendo
em atenção a possível influência do vento na trajetória de queda.
4.224 Antes de lançar a corda, deve-se também dar um nó volumoso na extremidade das cordas
de rapel como medida de segurança: evitar os casos em que o elemento cai porque se acaba a
corda. Deve-se avisar do lançamento da corda e gritar: CORDA!
4.225 Como medidas de segurança, antes de se iniciar a descida deve-se fazer uma verificação de
todo o sistema, a qual inclui: verificar a solidez da amarração, se os mosquetões estão com os
seguros fechados, se a(s) corda(s) chega(m) ao local que se pretende atingir, se há atrito da(s)
corda(s) com aresta(s) da rocha e evita-lo, e se é necessário ou recomendável usar auto-segurança.
Outra das medidas de segurança é a Comunicação.
4.226 A comunicação deve ser efetuada entre o rapelador (R) e o segurança (S) e de forma clara e
concisa. As vozes utilizadas são as seguintes:
S: Linha X em segurança;
R: Linha X livre;
R, se em queda: Queda
4.227 Na execução da descida, recomenda-se uma descida regular, sem saltos, de forma a evitar
solicitações excessivas da amarração e da(s) corda(s). A descida também não deverá ser muito
rápida para evitar sobreaquecimento do material ou eventuais queimaduras na(s) mão(s). O uso de
luva na mão que controla a velocidade de descida, por vezes, poderá ser bastante útil.
4.228 No final de uma descida em rapel deve retirar-se imediatamente o descensor das cordas de
modo a que este, por estar muito quente, não as danifique. Cuidado com as queimaduras.
4.229 Quando se coloca ou retira o descensor oito das cordas pode dar-se o caso de este
inadvertidamente cair. Para evitar a queda do descensor, inconveniente, deve-se colocar o oito
segundo o seguinte procedimento: ter o oito preso ao mosquetão pela argola maior; colocar a corda
no oito convenientemente e, só então, retirá-lo do mosquetão e prendê-lo a este novamente mas
pela argola pequena.
4.230 O descensor mais utilizado em rapel é o oito. Porém também é possível efetuar rapel sem
descensor utilizando alguns métodos expeditos de fazer o rapel (sem descensor), utilizando para o
efeito o mosquetão. O método mais utilizado é com o nó dinâmico. É feito no mosquetão um nó
dinâmico, o qual permite fazer uma travagem eficaz. Para fazer a travagem, basta levantar a mão
direita, ou puxá-la para trás do corpo.
4.231 Quando se faz o rapel e se pretende continuar o deslocamento, torna-se vital recuperar a
corda utilizada. Existem alguns cuidados a ter neste aspeto, nomeadamente, quando se faz o rapel
com duas cordas unidas pelo nó de oito pelo chicote ou pelo nó de pescador duplo é necessário
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recordar de que lado ficou o nó a fim de, ao recuperar a corda, se puxe pela extremidade correta.
O nó que une as cordas deverá ficar sempre na extremidade inferior (junto à rocha) a fim de evitar
roçamentos desnecessários ou que a corda fique presa pela bandeirola durante a manobra de
recuperação.
4.232 O Rapel Clássico ou Expedito atualmente não se utiliza devido ao uso generalizado de
descensores, no entanto, deve-se conhecer esta técnica pois, ao permitir a descida de cordas sem
o recurso a material, poderá ser vital em situações de emergência. Se o rapel clássico é um método
penoso quando mal executado, torna-se bastante prático e seguro se dominar a sua técnica. Para
diminuir o efeito nocivo no corpo, bem como para aumentar o efeito de fricção (travagem), usam-se
duas cordas ao mesmo tempo.
4.233 A técnica de descida deve efetuar-se com o corpo ligeiramente inclinado para o lado da mão
que controla a descida. O pescoço deve estar protegido com a gola do casaco a fim de evitar
queimaduras devido ao roçamento das cordas bem como a virilha sujeita a fricção. Para a travagem,
basta levar a mão direita (nas figuras) junto do peito, pois este pequeno procedimento aumenta a
área de corda em contacto com o corpo e, consequentemente, a fricção.
4.234 Ao contrário dos métodos atualmente empregues em que se progride gradualmente ao longo
da corda, em clássico rapela-se dando pequenos saltos para evitar o atrito das cordas com o corpo.
De uma posição fixa, em que o braço que controla a descida se encontra junto ao corpo (posição
de bloqueio), desce-se por intermédio de um salto afastando do corpo o braço que controla a
descida e deixando correr as cordas livremente por entre a mão sem nunca a largar. O uso de luva
na mão que controla a descida é recomendado. O contacto dos pés com a rocha, no final de cada
salto, coincide com o bloqueio da corda (braço junto ao corpo).
4.235 Atenção, o rapel clássico exige uma aprendizagem progressiva antes de ser aplicado em
situações reais, condição sem a qual se poderá tornar uma experiência bastante desagradável ou
mesmo perigosa.
4.236 Circunstâncias existem que é necessário subir para o ponto onde se encontrava antes de
efetuar o rapel. Terá que ser utilizada neste caso a Técnica de Subida.
4.237 A técnica de subida por corda com recurso a bloqueadores é utilizada para aceder a
determinados locais em patamares superiores que já possuam cordas previamente montadas. Para
a realização de uma ascensão com eficácia, o elemento deve ser conhecedor das técnicas
específicas, além de conhecer muito bem os equipamentos a serem utilizados, como bloqueadores
de punho e de peito, estribos e longes de segurança.
4.238 A técnica assenta sempre no mesmo princípio, variando a sua execução de acordo com o
material utilizado. Pode ser efetuado com equipamento específico, ou com métodos expeditos,
através da utilização de mosquetões, cordeletes e utilizando por exemplo, o nó de coração.
(g) Helicordagem
4.239 A Helicordagem é a técnica que se utiliza para descer de um helicóptero em voo estacionário
e ser infiltrado no terreno. Esta descida é efetuada em rapel. Está associado à 1ª intervenção no
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combate aos incêndios florestais, uma vez que quando esta missão foi pensada, surgiu a
possibilidade de haver locais onde o helicóptero não conseguiria aterrar e ao ser necessário largar
a equipa de intervenção no local do incêndio, esta é uma das técnicas mais seguras que poderá ser
aplicada, à semelhança da corda rápida, mas que não permite efetuar distâncias tão grandes e é
menos segura. Por curiosidade, nos EUA, onde a floresta possui centenas de milhares de hectares
e onde nem sequer acessos existem, há elementos de intervenção terrestre que são largados de
paraquedas nos locais do incêndio e ficam no mesmo por mais que 24 horas em autonomia.
4.240 A grande diferença nesta prática é que se executa a técnica do rapel de um helicóptero em
voo estacionário, o que emocionalmente pode contrariar a facilidade de execução do mesmo. A
maior preocupação é a passagem para o patim, de resto é em tudo igual aos procedimentos do
rapel suspenso. As figuras seguintes demonstram a realização do mesmo.
4.241 A helicordagem deve ser precedida de prática na Torre de Montanhismo, por forma a efetuar
a simulação da saída do helicóptero e adaptar-se à passagem para o patim.
Ex: Brigadas Helitransportadas em incêndios, refugiados, cheias, temporais, acidentes aéreos, etc.
Finalidade;
Urgência;
Tempo disponível;
Mão-de-obra à disposição;
Ferramentas disponíveis;
Relevo;
Condições meteorológicas;
Hora do dia.
Dimensões
25mx25m
(d) Marcações
Sticks luminosos;
IMPORTANTE
Nunca utilizar nas marcações:
Fita de sinalização;
Fita de barragem;
Plásticos;
Panos;
Ou outros obejtos que se desloquem com o ar provocado pela rotação das pás.
4.244 O ataque terrestre, consiste no combate a incêndios florestais por uma Equipa de Intervenção
de Proteção e Socorro (quatro militares), que se faz deslocar com uma viatura ligeira de combate a
incêndios florestais (VLCI). Esta equipa, além da viatura que possui cerca de 500 litros de água,
dispõe ainda de material sapador para combate direto e combate indireto. Em regra, estas equipas
de intervenção terrestre são empenhadas em ações de primeira intervenção em incêndios
nascentes, em apoio à equipa helitransportada. Porém, quando solicitado, podem ser empenhadas
em ATA em incêndios de maiores dimensões.
4.247 As Secções/Equipas de Intervenção UEPS de serviço - horário dos PIPS’s / Patrulha, são um
reforço da força de empenhamento permanente da UEPS que, durante as fases de perigo Bravo,
Charlie e Delta, garantem o efetivo necessário para guarnecer o dispositivo de helicópteros de ATI,
dos PIPS’s da responsabilidade da UEPS. Representam, também, o apoio terrestre no âmbito dos
incêndios florestais e o reforço policial no âmbito dos Comandos Territoriais. No que diz respeito ao
modo de funcionamento, estão de serviço 7h, sendo 6h de patrulha e 30 minutos para preparação
da saída da equipa e 30 minutos após a chegada, para tratar do material e expediente. O horário
base das Equipas de patrulha é o constante nas NEPs atualmente em vigor.
4.249 Em termos operacionais, o raio de ação dos helicópteros de primeira intervenção é de 40 km.
Os quais têm, no mínimo, uma autonomia de 90 minutos, que é utilizado para definir o tempo
máximo de uma primeira intervenção, no âmbito dos incêndios florestais. Durante a noite os
helicópteros não voam e as intervenções da UEPS são apenas terrestres.
Guarnição: 4 a 5 elementos;
Chassis: 4x4;
Motobomba;
01 depósito de espumífero;
4.250 As EIPS operam no terreno com quatro militares por viatura, equipada com Kit de 1ª
intervenção em fogos florestais.
4.251 Embora esta força esteja dirigida para a atuação na área da Proteção e Socorro, não deve
descurar da missão geral da GNR, atuando se necessário for enquanto OPC e Agente de
Autoridade, no caso de situações com que se deparem e não seja possível, ou seja tardio, o apoio
das patrulhas de ocorrências dos PTer.
4.254 As EIPS que executam esta missão devem passar pelos Postos Territoriais informando-os
que se encontram a patrulhar na ZA dos mesmos, mantendo assim o contacto com a vertente
territorial da GNR, fundamental para o cabal cumprimento da missão.
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4.255 As Patrulhas que detetem incêndios florestais nascentes dão, de imediato, conhecimento dos
mesmos ao Comando do PIPS, dirigindo-se em simultâneo ao mesmo.
4.256 A Patrulha, ao entrar e ao sair do TO, dá conhecimento dos factos ao COS, registando nome
e posto daquela entidade, transmitindo o mesmo ao PIPS, de forma a coordenar a entrada e saída
da UEPS do TO.
4.257 O PIPS dá conhecimento imediato do incêndio ao CDOS, informando o mesmo dos meios da
UEPS que se deslocam/estão no TO. Após a saída dos meios do local, volta a informar o CDOS do
facto, informando situação do incêndio e nome do COS contactado (na saída).
Executam ações de vigilância e deteção, realizando pequenos altos em zonas altas de grande
visibilidade para a mancha florestal, constituindo os mesmos como Pontos de Observação.
Deve dar primazia à observação de zonas mortas (não batidas pelo ângulo de visão das torres
de vigia).
situação suspeita, deverão contactar o 112. Aproveitar e deixar com as mesmas o contacto
do PIPS, explicando o quão é vantajoso que contactem também o mesmo, referindo a
especificidade da nossa missão.
Efetuam controlo de acessos a áreas florestais sempre que detete situações suspeitas, ou
que o acesso a esses mesmos locais seja condicionado.
4.259 Assumir o comando das operações no TO, caso seja a 1ª força a chegar ao local, entregando
o comando das Operações de Socorro ao elemento mais graduado da primeira força de Bombeiros
a chegar ao TO.
4.260 Se já estiverem forças presentes no local, deve dirigir-se ao COS a fim de coordenar o
trabalho a desenvolver, o método e o flanco a combater. Deve, ainda:
Escolher a posição estratégica onde colocar as viaturas, para combater o incêndio nascente.
Avaliar método de combate, o flanco a combater, itinerário de fuga, local de reunião (em caso
de fuga), nível de empenhamento e outras instruções de coordenação importantes para
exercer o combate, nomeadamente com as questões relativas à segurança individual,
relembrando que esse é o fator primordial que nunca poderá ser descurado.
4.261 As instruções dadas pelo Chefe de Equipa deverão ser claras e confirmadas para certificar
se todos os elementos as entenderem.
4.262 No combate manter sempre a equipa junta, unida e empenhada, nunca se perdendo o
contacto visual com todos os elementos.
4.263 Ter atenção e particular cuidado com os contactos com as entidades externas que se
encontrem no TO e não permitir que a missão da equipa seja posta em causa por alguma ocorrência
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
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4.264 Quando a equipa de primeira intervenção se dirige para o local onde é necessário combater
o incêndio, precisa de se deslocar em veículos apropriados. Por seu lado, é raro encontrar água
nas proximidades do incêndio, pelo que também se torna necessário transporta-la em veículos,
assim como todo o equipamento essencial para o combate.
4.265 No caso da UEPS, as viaturas que estão distribuídas são as Mitsubishi L-200.
Ao chegar ao local, desloca-se rapidamente com a agulheta na mão para o sítio definido
pelo chefe de equipa em que seja necessário efetuar o combate direto.
Tem como principal missão baixar a intensidade das chamas, executando as técnicas e
táticas que foram transmitidas (jacto, leque, cortina de proteção, maior e menor intensidade
de água, tendo sempre atenção ao controlo da água, não permitindo que a mesma se
esgote imediatamente).
4.266 O primordial objetivo das equipas terrestres enquanto força de 1.º intervenção em incêndios
florestais, é o apoio às SIPS/EIPS helitransportadas.
4.267 Desta forma e tendo em conta a localização das mesmas, e o local para onde foi acionado o
helicóptero, a necessidade de apoio e o tempo útil de intervenção será (ão) diligenciada (s) para as
equipas terrestres no TO.
4.268 Chegada (s) ao TO, estas procedem ao contato com o COS e chefe de SIPS/EIPS,
coordenando a melhor forma de abordar o incêndio, dando sempre primazia ao apoio direto à nossa
SIPS/EIPS heli.
4.269 Após retirada do TO da SIPS/EIPS heli, a (s) equipa (s) terrestre (s) coordenam com o COS
a sua retirada, mesmo que o incêndio permaneça ativo, restabelecendo-se e reposicionando-se
para nova 1.ª intervenção.
2) Ataque Ampliado
(a) Enquadramento
4.270 A partir de 2013, foi desenvolvido o conceito de ATA a incêndios florestais, com a criação do
Grupo de Reforço de Ataque Ampliado (GRUATA);
4.271 Este conceito assenta no reforço estruturado de meios humanos e materiais, para os Teatros
de Operações (TO) em incêndios florestais que ultrapassem as capacidades das forças disponíveis
no local (Município e/ou Distrito). Para a constituição destes Grupos, a ANEPC contratualiza os
meios humanos e materiais com as entidades detentoras dos Corpos de Bombeiros.
4.272 Podemos identificar o ATA como uma ação integrada e sustentada pelo despacho de meios
de reforço e especiais projetados para incêndios não dominados em ATI. É uma ação sustentada
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pelo despacho de meios de reforço e especiais, projetados para incêndios não resolvidos em ATI e
que se caracteriza pela expansão da organização no TO, com a constituição de um Posto de
Comando Operacional (PCO) fixo no TO e Zonas Concentração e Reserva (ZCR).
4.273 Normalmente, durante o ATA, empregam-se métodos de combate combinado e/ou indireto,
através da utilização de ferramentas manuais, tratores agrícolas ou Máquinas de Rasto (MR) e da
utilização coordenada de fogo de supressão, sob a responsabilidade de técnico credenciado ou
especializado para o efeito ou, após autorização expressa da estrutura de comando da ANEPC.
(b) Definição
4.274 Assim, entende-se por ATA, a atividade de combate desenvolvida após atingidos os primeiros
90 (noventa) minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ATI, e cujo incêndio
ainda não tenha sido dado como dominado (em resolução) pelo COS. Esta atividade pode iniciar-
se antes de se atingirem os primeiros 90 minutos de operação, quando a previsão de evolução do
incêndio, efetuada pelo COS, assim o determine.25
4.275 Julga-se, portanto, que a falha das ações de 1.ª intervenção assume consequências muito
graves, tendo em conta que a progressão não controlada de um incêndio florestal potencia danos
significativos, implicando o desenvolvimento de operações de ATA com dificuldades muito
relevantes, das quais se destacavam:
Recurso a meios humanos não familiarizados com o terreno onde decorrem as operações;
25Designação dada pela Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 02/DECIR 2019 - Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Rurais, considerada de 1.ª Intervenção
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Efeito psicológico negativo, potenciado pela cobertura dos meios de comunicação social,
nomeadamente no que se refere:
Às populações afetadas;
4.276 Por definição, um grande incêndio florestal, é aquele cuja área ardida é igual ou superior a
100 ha. Este tipo de Ataque (ampliado), pressupõe o emprego de métodos de combate combinado
e/ou indireto, através da utilização de ferramentas manuais, tratores agrícolas ou MR e da utilização
coordenada de fogo de supressão, sob a responsabilidade de técnico credenciado ou especializado
para o efeito ou, após autorização expressa da estrutura de comando da ANEPC registada na fita
de tempo da ocorrência, sob a responsabilidade do COS e de acordo com esta DON e a legislação
aplicável.
4.278 Empenha ainda a Equipa de Posto de Comando Operacional (EPCO) para garantir o
estabelecimento da organização do TO, nomeadamente na sustentação do PCO, e veículos de
apoio logístico e de comando tático.
4.279 Na passagem ao ATA, devem ser acionados, atempadamente, os meios aéreos de ATA, ser
implementadas medidas de coordenação dos meios de reforço, nomeando elementos que
conheçam o TO e funcionem como elementos de ligação e guias, e ainda, medidas que garantam
a segurança do pessoal operacional, nomeando observadores junto dos setores ou das
equipas/brigadas.
4.280 Sempre que uma operação passa a ATA, obriga à reposição da capacidade de ATI dos meios
do dispositivo, especialmente das equipas helitransportadas, Equipas de Sapadores Florestais
(ESF), meios terrestres da UEPS, meios terrestres da FEB e todos os meios de ATI, ou seja, o ATA,
obriga à reposição da capacidade de ATI, dos meios do dispositivo, especialmente os aéreos e os
das ESF da Força.
4.281 Não obstante a complexidade do comando e controlo do ATA, deve ser assegurada
informação permanente ao CDOS sobre o Ponto de Situação (POSIT).
4.282 As alterações das ordens de missão são da responsabilidade do CDOS, quando se tratem
de meios aéreos de ATI, e do CNOS, quando se tratem de meios aéreos de ATA.
4.283 Sempre que haja, ou estejam envolvidos na ocorrência meios aéreos de ATA, o CDOS deve
informar o CNOS do empenhamento desse(s) meio(s) aéreo(s).
4.285 Nos termos da DON n.º 02/DECIR 2019, sempre que seja solicitado à GNR o pré-
posicionamento das Companhias de Reforço para Ataque Ampliado (CRAA), em locais fora das
suas bases o correspondente apoio logístico associado, será assegurado pela ANEPC.
4.286 Ou seja, em termos de ATA, o dispositivo da GNR deverá garantir uma intervenção reforçada
por solicitação da ANEPC.
4.288 Considera-se ainda que a estrutura combatente é vulnerável do ponto de vista operacional,
nomeadamente, na cadeia de comando e na intervenção face às diferentes doutrinas, estruturas
organizativas e capacidades de resposta em presença. Estes constrangimentos tornam-se mais
evidentes devido à perda de coesão e, consequentemente, capacidade para planear e para
concretizar as estratégias de combate mais eficazes;
4.289 O combate a um incêndio rural de grandes dimensões deve ter por base a escolha da melhor
estratégia a adotar consoante a tipologia de incêndio e os recursos disponíveis para fazer face ao
26
Diretiva Operacional Nacional (DON) n.º 02/DECIR 2019 - Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais.
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mesmo. Assim são indicados os passos, aos vários níveis, que uma CATE, deve adotar antes,
durante e depois do Combate, observando assim os seguintes pressupostos:
4.292 Considera-se que um incêndio florestal passa a ATA, quando falha a primeira intervenção e
o incêndio evolui desfavoravelmente, implicando o reforço dos meios no terreno e conduzindo à
montagem de um PCO.
Previsão atempada das condições, de forma a permitir uma intervenção mais eficaz. A
utilização operacional do Índice de Severidade Diário (DSR) para a operacionalização de
ações de vigilância, prontidão de ataque e pré-posicionamento para ATA;
Não obstante, esta melhoria deve ser encarada como um processo contínuo e interativo.
Utilização mais eficiente dos meios aéreos e da sua mobilização. A avaliação feita pelos
comandantes de agrupamento (que, depois, encaminham, ou não, a solicitação de meios
aéreos ao comando nacional), não deve traduzir-se num processo burocrático mas
constituir matéria prioritária de forma a garantir que, quando existem vários incêndios em
simultâneo, o empenhamento dos meios aéreos pesados seja realizado efetivamente onde
são mais necessários ou tenham uma maior eficácia potencial.
4.294 A Unidade de Emergência Proteção e Socorro da GNR, integra quatro Bases de ATA
equipadas com veículos ligeiros, médios e pesados de combate a incêndios. Estas bases ficarão
instaladas nas companhias de Aveiro, Vila Real e Viseu, e localizadas especificamente em Aveiro,
Loulé, Mirandela e Viseu.
4.295 Por vezes o ATA consiste na atuação desgarrada de várias equipas de intervenção, sem a
sua integração num plano de ação consequência de objetivos estabelecidos, sendo essencial que
o COS avalie a adequação de utilização de meios aéreos e garanta as condições (pré-requisitos)
que visando a sua eficácia, aliás como sucede relativamente a qualquer outro meio a utilizar.
4.296 A utilização de meios aéreos no combate a incêndios florestais torna-se essencial, quer seja
através de helicópteros, seja com aviões, para o domínio de incêndios nascentes e também como
apoio à circunscrição de grandes incêndios, no entanto importa sublinhar que os meios aéreos não
são responsáveis pela extinção dos incêndios, pois estes “vencem-se” no terreno, através da ação
dos meios terrestres.
4.297 Os principais fatores críticos de sucesso intrínsecos ao ATA são a capacidade de comando
das operações e de coordenação das várias entidades envolvidas, bem como de mobilização
tempestiva dos meios necessários e a adoção da tática adequada.
4.299 No ATA recorre-se por vezes ao contrafogo, método de ataque indireto que, pelos riscos que
acarreta, implica competência e deve ser executado quando, onde e como for mais adequado.
4.300 As estratégias de ATA devem contemplar, sempre que existam, as oportunidades de combate
direto nas faixas de rede primária a frentes de incêndios de média/elevada intensidade ou aos seus
flancos, no entanto, a ausência de equipas especializadas de pessoal apeado com material de
sapador, constitui uma limitação tática no ATA e, no caso do rescaldo, contribui também para o
aumento de reacendimentos.
4.302 A GNR, responsável pelo 3º Pilar do Sistema de Defesa da Floresta Contra Incêndios (SDFCI)
e agente de Proteção Civil, detém um vasto conjunto de competências e responsabilidades na
Defesa da Floresta;
4.303 Através da UEPS, a GNR integra de forma permanente o Dispositivo Especial de Combate a
Incêndios Florestais (DECIF) conforme a DON n.º 2, em missões de ATI e ATA.
4.304 A constituição do grupo de ATA no seio da UEPS veio acarretar novas responsabilidades na,
já por si alargada, área de atuação da UEPS.
4.305 Os meios aéreos de ATA reabastecem, quando em operação, nos PIPS de origem ou, quando
aprovado pelo CNOS, nos locais e nas condições previstas, devendo estes reabastecimentos serem
antecipadamente articulados com os CDOS e com as Forças Armadas (FFAA), quando estes
ocorrem em bases aéreas.
4.306 O emprego de operacionais das Equipa de Ataque Inicial (EATI), fora da Zona de Intervenção
(ZI) atribuída, e em missões de ATA, apenas poderá ocorrer com autorização do CONAC.
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
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4.307 Nos termos da DON n.º 2 de 2018, o emprego de militares da UEPS/GNR, em missões de
ATA, carece de pedido prévio formulado pelo CODIS ao CONAC, através do CADIS, que articula a
decisão deste empenhamento, com o Comando Operacional da GNR, através do oficial de ligação
da GNR ao CNOS;
4.308 O apoio logístico indispensável à sustentação das operações de combate dos Grupos de
Reforço para Incêndios Florestais (GRIF), Grupos de Reforço em ATA (GRUATA), Companhias de
Reforço a Incêndios Florestais (CRIF) e Companhias de Ataque Estendido (CATE), deverá ser
garantido pelo Corpo de Bombeiros (CB) da área onde decorre o incêndio com o apoio do Serviço
Municipal de Proteção Civil (SMPC);
(f) Viaturas
4.310 As viaturas do Grupo são designadas por VLCI, VPCI, VPTA, VLC e VPA, que corresponde
Viaturas Ligeiras de Combate a Incêndios (Pick-ups), Viaturas Pesadas de Combate a Incêndios,
Viatura Pesada de Transporte de Água, Viatura de Comando (Pick-up sem kit) e Viaturas
Ligeiras/Pesadas de Apoio (Pajero / Pick-up sem kit / MAN).
4.311 As viaturas do ATA devem ser numeradas usando a seguinte regra. A VC é a número 00, as
VLCI são as seguintes, depois as VPCI e VPTA, e por fim as VLA/VPA. Conforme o seguinte
exemplo.
4.312 O Grupo em P1 é responsável por garantir a manutenção de primeira linha para intervenção,
onde devem constar a verificação de todos os parâmetros a operacionalidade, prontidão e
disposição de material. Esta manutenção/vistoria é realizada escrupulosamente todos os dias, e é
da responsabilidade do mais antigo desse grupo.
4.313 O Grupo em P1 que estiver de serviço todas as quintas-feiras de cada semana, é responsável
por fazer a manutenção/vistoria de segundo escalão de todas as viaturas. Durante esta vistoria
devem ser verificados escrupulosamente todos os aspetos constantes em check-list para o efeito e
o mais graduado do grupo preenche e assina o documento.
4.314 Salvo por motivos de avaria, as viaturas devem estar sempre prontas para sair do quartel,
com a respetiva carga orgânica e devem ser estacionadas tendo em consideração este aspeto.
4.315 O combate a um incêndio rural de grandes dimensões deve ter por base a escolha da melhor
estratégia a adotar consoante a tipologia de incêndio e os recursos disponíveis para fazer face ao
mesmo. Veja-se pelo seguinte organograma que representa o sistema de supressão engloba a
atuação com ferramentas manuais e mecânicas. No entanto fazer esta distinção e separação como
técnicas a adotar de forma isolada é um erro, pois em cada momento do incêndio deve existir a
flexibilidade da força adequar a técnica mais eficaz e conjugar as várias técnicas existentes de
forma a rentabilizar recursos e conseguir melhores resultados.
4.317 A necessidade de gestão dos meios cabe exclusivamente ao comandante da UEPS sobe
proposta do Comandante do 3º CIPS mediante a informação dada pelo Comandante de Companhia
que esteve empenhado na operação. Contudo este processo obedece a princípios fundamentais
que podem ser excluídos em caso acontecimentos de ocorrências graves, em que seja decretado
o estado de calamidade, ou se verifique o estado de necessidade de intervenção imediata. Perante
27 Adaptado de E.Oliveira
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situações mais complexas que envolvam mais efetivo, pelo perigo existente para a população a
regra passa a exceção, sem que para tal se exponham os efetivos a riscos desnecessários.
4.319 A partir do último item, começa a contar as horas de descanso dos militares que estiveram
empenhados, devendo ser contabilizada os seguintes períodos de descanso:
4.320 Sempre que o período de inicio de descanso coincidir com as folgas dos militares envolvidos
devem ser respeitados esses períodos de descanso.
4.321 Deve ser evitado o emprego dos mesmos militares em dois sinistros consecutivos que obrigue
a um trabalho de 6 dias seguidos em cada um deles, dando-se preferência ao envolvimento de
militares que estejam de folga mas não foram empenhados, em observância ao efetivo existente de
cada Companhia.
4.322 Assim são indicados os passos, aos vários níveis, que uma CATE, deve adotar antes, durante
e depois do Combate, observando assim os seguintes pressupostos:
4.324 Podemos traduzir as instruções através de um relatório ou instruções feitas antes ou depois
de uma missão militar. O briefing é um pacote estratégico que articula uma operação tática.
4.325 Diariamente, todos os dias são realizados briefings operacionais em todos os quarteis da
UEPS. Estes ocorrem, sempre no início de trabalhos a todos os militares que se encontram de
serviço. O Briefing Operacional é apresentado pelo militar de atendimento e estão presentes os
seguintes elementos:
4.326 Diariamente, 15 minutos antes da abertura dos PIPS`s levar-se-á a efeito um Briefing no qual
participarão: Piloto(s); Operador de Telecomunicações (OPTEL) da ANPEC ou UEPS no caso do
Distrito de Coimbra; Comandante do PIPS; EIPS/SIPS Helitransportada (Heli) e Chefe de
EIPS/SIPS Heli do dia anterior e Comandantes de Patrulha Terrestre;
4.327 Neste Briefing é informado o estado de alerta especial em vigor, as condições meteorológicas
previstas, aspetos logísticos pertinentes, o estado operacional dos meios do PIPS e os
constrangimentos daí resultantes, bem como outros elementos de informação que se considerem
úteis;
4.329 São ainda verificados os alertas nacionais em vigor, definido plano de embarque, explanação
de previsões meteorológicas e avisos meteorológicos. É elencado o risco de incêndio nacional e
por raio de ação. Relativamente ao risco de incêndio é analisado o FWI, FFMC, DMC, DC, BUI, ISI,
analisado meteogramas por regiões, e consultado se existem desastres mundiais a ocorrer.
4.330 Serão tecidas outras considerações tidas por pertinentes, tais como:
Lições aprendidas
Alerta
4.331 O alerta para a ocorrência de incêndio florestal, é o primeiro passo que desencadeia o
processo de análise, escolha do efetivo e concomitantemente, define a organização do efetivo e o
método de combate a utilizar.
4.332 Depois de recebido o alerta, o Comandante da CATE deve acionar a força e de seguida fazer
a recolha dos dados meteorológicos do local da ocorrência, que lhe permitam fazer uma análise
concreta da tipologia de incêndio, qual o comportamento do fogo que vai encontrar e quais as
alterações que se preveem durante o combate. A análise e interpretação dos dados meteorológicos,
deve ser apoiada pela sala de situação da Unidade.
4.333 Posto isto, enquanto o adjunto prepara a força para iniciar deslocamento, deve deslocar-se
para o Posto de Comando, para receber a missão diretamente do COS, onde deve recolher toda a
informação do estado do incêndio, quais as janelas de oportunidade, identificar constrangimentos,
informar do efetivo da força, entre outras tarefas. Ao mesmo tempo e durante o deslocamento deve
enviar uma SMS para o seu comandante de Grupo e para a Sala de Situação da Unidade com a
seguinte configuração:
4.334 Esta informação, para além da importância do controlo do efetivo, mais tarde e se for o caso,
servirá para o responsável pelas Operações da UEPS, controlar todo o efetivo existente no TO, em
trânsito ou em descanso.
Deslocamento
Atribuição da missão
4.336 A missão a desenvolver no TO, tem de ser atribuída pelo COS. Se no PCO já se encontrar o
Comandante da Operação da UEPS, é com este que deve efetuar a recolha da informação
pertinente à missão que irá realizar. Se não estiver presente nenhum oficial superior da UEPS
assume o Comando o Comandante de Companhia mais antigo, que ao receber a missão deve
considerando sempre o efetivo da força e meios bem como as capacidades disponíveis no
momento.
4.337 Depois de atribuída a missão, deve iniciar o reconhecimento ao incêndio, para ter dados
precisos referentes aos pontos de ancoragem, local de estacionamento e método a utilizar para a
força que se encontra em deslocamento. Todo este processo evita perdas de tempo com
deslocamentos, escolha dos melhores itinerários, seleção dos caminhos penetrantes, caminhos de
fuga, engarrafamento de forças no PCO ou em zonas de combate, permite rentabilizar recursos e
melhora a eficiência dos meios de combate.
4.338 Se durante este processo identificar o local de início de trabalhos, ou estacionamento para a
coluna, deve orientar logo o deslocamento da força para esse local.
4.340 Para o serviço das companhias ATA, é estabelecido em regime de igualdade com as
companhias de ATI, ou seja, um regime de 6 dias de trabalho e 3 de folga. Para tal, procedem à
divisão em três grupos do número total de militares à sua responsabilidade, nomeadamente em
secções ou pelotões dependendo da orgânica definida para cada companhia.
4.341 Dois grupos estão de prontidão no quartel pelo período estabelecido pelo grau de alerta,
conforme o seguinte quadro. O outro grupo encontra-se na situação de folga.
4.342 Estes dois grupos devem durante as 24h cobrir o máximo de horas de disponibilidade dos
militares no quartel, considerando as regras específicas de escala dos militares da Guarda.
4.343 Um dos grupos de serviço, designado de P0, está permanentemente disponível para o serviço
e pronto a sair do quartel a 0 minutos. Apenas pode ser empenhada em serviços administrativos e
de instrução que não impliquem a demora na sua saída do quartel.
4.344 O outro grupo, designado por grupo de prontidão a uma hora ou P1, deve realizar as
atividades inerentes à manutenção da condição física dos seus militares, entre outras. O tempo de
resposta para um acionamento não deve superar uma hora, exceto por motivos inerentes ao serviço
(ex.: reforço ao ATI). O grau de prontidão e serviço de ambos os grupos pode ser alterado de acordo
com o grau de alerta em que se encontra a companhia, conforme consta nos quadros anteriores.
4.345 De acordo com o número de militares disponíveis em cada grupo, o grupo em P0 deve ser
capaz de projetar duas VLCI com a respetiva guarnição de mínimo 6 militares, para o efetivo de um
pelotão e de quatro VLCI com a respetiva guarnição de mínimo de 12 militares, para o efetivo de
uma companhia, até um máximo de 10 e 20 militares respetivamente.
4.349 Havendo EAE diferentes, o grau de prontidão é definido pelo pior EAE nos distritos á sua
responsabilidade.
4.350 Para a extinção dos fogos florestais/rurais, aplicam-se ações dirigidas em ordem a: atuar
sobre o oxigénio (supressão), atuar sobre o calor (esfriamento) e atuar sobre o combustível
(segregação), entre outras, mas basicamente são estas formas que se desenvolve o ataque.
4.351 Pode ser realizado recorrendo a ferramentas manuais, equipamento de vários tipos,
maquinaria pesada e meios aéreos.
4.353 A luta contra o fogo apresenta duas modalidades tradicionais e simples como são a “método
direto” e o “método indireto”, ambos os métodos são complementares e nunca excluentes, pode-se
combater diretamente o fogo nuns setores, enquanto em outros, pelas condições que existentes,
seja necessário um ataque indireto, isto dependerá sempre da análise que seja realizada por parte
do comandante no local e do reforço de outras unidades e meios, somado às informações das
condições meteorológicas, entre outros.
4.354 Entrando em matéria de facto propriamente dita, o ataque direto é a forma de combate ao
fogo na qual as ações básicas de extinção incidem sobre o calor, oxigénio, combustível, devem
realizar-se nas laterais do incêndio, principalmente na cabeça e flancos ativos. Baseia-se no
abafamento, cobrindo o combustível que está em chama, seja com terra, sufocando com os
batedores ou utilizando água. Pode-se gerar um corte na continuidade do combustível, próximo das
chamas cavando ou humedecendo o material disponível que está a arder e aumentando a sua
humidade. Este método aplica-se principalmente, quando o fogo foi detetado a tempo e o seu
avanço e voracidade é baixa, quando a superfície, o combustível e a temperatura o permite, ou seja,
basicamente, quando é de intensidade calórica baixa e progressão lenta. Deve ter-se sempre em
linha de conta a segurança dos combatentes. Que vantagens apresenta:
Consegue um lado frio em volta das zonas sinistradas, o que ajuda a circunscrever o incêndio
sem possibilidade de regredir.
4.355 No caso da interface, e quando o recurso hídrico ser abundante, o método direto é a melhor
forma de atacar o fogo. Mas, como tudo na vida, apresenta algumas desvantagens, as mais
importantes, ou que normalmente se observam, são:
4.356 Por outra parte o método indireto, é aquela modalidade de combate que, por meio de ações
a distancia, procura o seu controlo. Neste tipo de trabalho realiza-se uma projeção da progressão
do fogo e trabalha-se a uma distância prudente que permita num tempo mínimo, entre outras ações,
realizar corta-fogos, humedecer zonas, aplicar produtos químicos, etc.
4.357 Podemos dizer que o método indireto trabalha e atua claramente sobre o combustível. A sua
aplicação produz controlar o incêndio, detendo a sua propagação. O seu principal objetivo, é cortar
o combustível, a sua continuidade superficial e muitas vezes vertical. Dentro dos critérios de
utilização está o fator calor e o fumo, que não permitem o ataque direto devido à exposição dos
combatentes.
4.358 A topografia é outro fator a considerar, alguns obstáculos podem não permitir o trabalho
coordenado e fácil. Assim, é importante definir rotas de fuga sempre que as condições do vento e
o movimento de faúlhas seja muito agressivo, e/ou quando se geram focos secundários,
nomeadamente quando o fogo passa a ser aéreo ou de copas.
4.360 Independentemente do método que se utilize, é importante realizar uma boa tomada de
decisão, isso permitirá um bom desenvolvimento das operações e um favorável desfecho. Uma vez
cientes das condições de tempo, geografia e combustível, as comunicações entre as forças e as
suas capacidades, são necessárias em conjunto.
4.361 O chefe da primeira equipa a chegar ao local assume desde logo o comando das operações.
Num foco nascente, deve-se desde logo procurar quebrar a progressão do mesmo, atuando
diretamente sobre a sua frente, se não for possível, deve-se progredir pelos flancos, procurando a
diminuição da cabeça, até à extinção da frente.
4.362 Procurando debelar as eclosões no seu estado inicial, torna-se muito mais fácil o combate
aos incêndios florestais. Uma vigilância dissuasiva e o tratamento prioritário de incêndios nascentes
constituem uma estratégia muito eficaz de combate aos incêndios, assim como uma estratégia
agressiva e móvel, combinando forças terra/ar.
4.363 Geralmente as principais formas de extinção do incêndio florestal são pela redução do calor,
pela diminuição de oxigénio, ou pela eliminação de combustíveis – suprimindo um dos elementos
do tetraedro do fogo.
4.364 Para conter o incêndio, para deter o seu avanço, de forma a poder extingui-lo mais tarde,
identificam-se dois métodos: o direto e o indireto, dependendo, respetivamente, se o incêndio é
controlado com o trabalho da brigada junto ao fogo ou se o pessoal trabalha a uma certa distância
dele, intervindo na vegetação que está na trajetória do fogo para deixar o incêndio sem combustível.
4.365 Estes métodos são complementares. Pode-se começar o combate de uma forma e segui-lo
de outra, ou trabalhar no combate indireto num lugar do incêndio e em combate direto noutro.
4.367 Num combate inicial a um incêndio florestal, duas ações são decisivas para impedir ou conter
o avanço do incêndio:
4.368 O conceito básico é o de quanto mais pequeno é o foco de incêndio mais hipóteses há em o
circunscrever e extinguir. Como regras gerais para o sucesso no combate consideramos:
4.369 Num incêndio nascente ou num de pequenas proporções, deve-se tentar quebrar o ritmo de
progressão, atuando diretamente sobre a sua frente. Quando tal não é possível, deve progredir-se
pelos flancos, diminuindo a cabeça à extinção completa da frente de chamas. Como já analisámos
no capítulo II, e em forma de resumo, são três os métodos de combate a incêndios rurais: DIRETO,
INDIRETO e COMBINADO.
4.370 Na Intervenção, as partes do fogo a serem extintas são a cabeça, os flancos e a cauda, assim
impera a seguinte questão, “Onde começar o ataque?”
4.371 Em geral inicia-se o ataque no local em que o fogo, provavelmente, irá ganhar mais
intensidade e escapar, tendo em conta a análise meteorológica observada e a prevista.
4.372 No entanto a palavra de ordem, é atacar num local com toda a segurança possível,
escolhendo para isso o Pontos de Ancoragem, evitando assim que o fogo nos flanqueie.
4.375 O Comandante da CATE/Adjuto deve transmitir, aos seus militares, o método de combate
selecionado e as técnicas a efetuar e a alteração das mesmas se assim ocorrer, considerando a
adaptação do método, dos meios e das técnicas a todo o momento, consoante o tereno o tipo de
combustível.
4.376 A primeira prioridade, deve ser proteger pessoas e bens, depois, evitar o acesso do fogo a
alguns combustíveis florestais, como “erva fina”, povoamentos jovens, e matagais de elevada
densidade.
4.377 Ao localizar as faixas de contenção do fogo, evitar, após a sua construção, o deslize de
materiais rolantes.
4.378 Evitar deixar manchas não ardidas no perímetro de contenção de fogo, utilizando zonas
naturais do terreno para o efeito e por fim, circunscrever o fogo o mais rápido possível, nunca
esquecendo a segurança do pessoal e da viatura
4.380 O método direto consiste no ataque direto às chamas, recorrendo à tácita ofensiva, sempre
que possível, na cabeça do incêndio, de modo a cortar, de imediato, o seu desenvolvimento.
4.381 Se tal não for seguro e possível, o ataque inicia-se pelos flancos, na direção da frente
principal, de modo a empurrar as chamas para onde for mais favorável, visando dominar e extinguir
a frente do incêndio.
4.382 O inicio do ataque deve ser privilegiado a utilização do combate com água, para supressão
da chama e arrefecimento dos combustíveis. Depois e à medida que o militar da agulheta vai
avançando e debelando as chamas é necessário que tenha ao seu dispor lanços suficientes para ir
avançando no terreno. Deve também ter uma noção precisa da técnica de By-Pass na retaguarda,
para que nunca seja surpreendido pela falta de água.
4.383 No imediato ao seu avanço, deve estar garantido a utilização das técnicas de ferramentas
manuais, que devem consolidar e separar os combustíveis até ao solo mineral. Assim garantem
não só a segurança do militar da agulheta e de todos os militares que o apoiam, como melhoram a
eficiência dos recursos empenhados, evitando a existência de reativações que podem ser
prejudiciais para o material ou para a segurança das forças.
4.384 De seguida, podemos observar a execução de uma linha através do combate direto com água
e apoio das ferramentas manuais.
Figura 4.78 - Linha de controlo através do combate direto com água e apoio das ferramentas manuais
Esta poderá ser delimitada por faixas de contenção, isto é, por zonas previamente tratadas, ou
criadas no momento para o efeito, para retardar a propagação ou mesmo extinguir as chamas.
Construídas na altura do incêndio, limpando o terreno dos combustíveis até ao solo mineral,
utilizando ferramentas manuais e/ou máquinas.
4.387 O método combinado com ataque paralelo á linha de incêndio, consiste na aplicação
simultânea dos dois métodos referidos (direto e indireto), na mesma frente de chamas.
4.388 Normalmente utilizam-se máquinas de rasto para a abertura da faixa de contenção (indireto),
ao mesmo tempo que se posicionam nessa faixa veículos de combate que procedem ao ataque
direto.
4.389 A seleção do método de combate mais adequado ao tipo de incêndio, depende de uma
análise rigorosa do comportamento do fogo, dos combustíveis, terreno e da previsão meteorológica,
bem como, dos recursos existentes.
4.391 As ferramentas, tendo em conta a sua função, são classificadas como ferramentas de corte,
raspagem, cavar e uso múltiplo. Por se tratarem de utensílios produtivos e eficientes dos quais se
podem retirar o máximo de rendimentos com o mínimo de consumo de energia para o seu utilizador,
aliada ainda á sua versatilidade, por, em regra geral, todas as ferramentas cumprirem mais do que
uma função, são também leves, fáceis de transportar e de forma segura, aliando ainda o facto de
serem duráveis com alta resistência a golpes e impactos.
4.392 Todos estes fatores determinam a utilidade das ferramentas manuais, no apoio à supressão
de um incêndio rural, no entanto surge a questão de como as utilizar. Importa então recordar o
triângulo do fogo.
4.393 Durante o combate a um incêndio rural, em cada momento e dependendo da técnica utlizada,
o combatente exerce influência em um, dois ou mesmos nos três fatores constituintes do triângulo
do fogo. Importa, garantir que essa mesma influência seja eficaz e permanente, para o sucesso das
operações.
4.394 Destarte, a utilidade das ferramentas tem um valor acrescentado, quando falamos em
incêndios de grande escala, porque apoiam decisivamente o combate e a consolidação de forma
eficiente.
4.395 Observando novamente o triângulo do fogo, podemos pela figura seguinte, ver que tipo de
ferramenta, (a titulo exemplificativo), tem influencia direta num dos componentes do triângulo do
fogo.
4.396 No que diz respeito ao oxigênio, devemos evitar o seu acesso à base das chamas através do
abafamento com o batedor ou do lançamento de terra com a pá florestal. Uma outra opção, será
cortar o combustível, impedindo assim a progressão do fogo pela ausência de combustível e
finalmente o arrefecimento da zona queimada limítrofe com a zona não ardida com o lançamento
de terra ou água.
4.397 Logo, percebemos que a combinação de técnicas é fundamental para rentabilizar recursos e
obter resultados eficientes.
4.398 Depois de conhecidas as capacidades das ferramentas, importa recordar os tipos de linhas
que podem ser construídas para debelar uma linha de fogo.
4.400 O primeiro fator a ter em conta, é a segurança do pessoal. E aqui importa destacar as
qualificações dos operacionais para execução da linha selecionada, bem como, o tipo de equipa
disponíveis e a sua preparação.
4.403 Em quarto e último lugar, avaliar o tempo disponível para executar a linha pretendida. Importa
fazer uma análise concreta pois a má avaliação do tempo disponível pode por em causa o sucesso
da operação e a segurança dos operacionais.
4.404 A figura seguinte, ajuda a entender quando é possível utilizar as ferramentas manuais e em
que método de combate.
Figura 4.81 - Utilização das ferramentas de acordo com a altura das chamas
4.405 Pelo exposto, é intuitivo compreender que o ataque direto com ferramentas manuais é
possível sempre que as chamas tenham um comprimento de chama até 1,2 metros.
Figura 4.82 - Ataque direto com ferramentas manuais em chamas com 1,2 m
Figura 4.83 - Exemplos de utilização das ferramentas para situações com chama até 1,2 m
4.406 Relativamente ao ataque indireto com ferramentas manuais é possível sempre que as
chamas tenham um comprimento de chama superior a 1,2 metros, sobre a cauda e os flancos do
incêndio.
Figura 4.84 - Ataque indireto com ferramentas manuais em chamas superiores a 1,2 m
Figura 4.85 - Exemplos de Ataque indireto com ferramentas manuais em chamas superiores a 1,2 m
4.407 Quando o comprimento de chamas é superior a 2,4 metros, efetivamente é impossível efetuar
o combate direto e indireto, optando-se por se realizar o apoio na linha de contenção com as
ferramentas manuais.
Figura 4.86 - Utilização de ferramentas manuais para realizar apoio na linha de contenção
a. De Uso do Fogo
Fogo Técnico
Contrafogo
Fogo Tático
1) Fogo Controlado
4.408 O fogo controlado ou prescrito define-se como a aplicação deliberada e exata do fogo sob
condições ambientais definidas e conducentes à satisfação de objetivos de gestão específicos e
bem formulados. Tal envolve:
4.409 O uso do fogo controlado tem como objetivo a minimização da área percorrida anualmente
por incêndios passa essencialmente pela manutenção de cargas de combustível florestal abaixo de
níveis críticos.
4.410 Este objetivo é possível pelo uso do fogo controlado, substituindo gradualmente o regime de
incêndios destrutivos de Verão por um de queimas pouco intensas de Inverno.
4.411 Proteger a floresta e os recursos a ela associados dos efeitos devastadores dos incêndios
constitui a primeira motivação para o fogo controlado, através da sua aplicação em áreas
estratégicas. A queima para redução do perigo assenta em dois princípios básicos e evidentes:
4.413 Em termos de enquadramento legal, o uso do fogo controlado está previsto numa vasta
legislação específica para os incêndios florestais, dirigida tanto à prevenção como ao combate dos
incêndios, essencialmente, numa perspetiva de exclusão do fogo.
4.416 As ações de fogo técnico, nomeadamente fogo controlado e fogo de supressão, só podem
ser realizadas de acordo com as normas técnicas e funcionais a definir em regulamento do Instituto
de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), homologado pelo membro do Governo
responsável pela área das florestas, ouvidas a Autoridade Nacional de Proteção Civil e a Guarda
Nacional Republicana (n.º 1 do art.º 26.º do DL 124/06).
4.417 As ações de fogo técnico são executadas sob orientação e responsabilidade de técnico
credenciado para o efeito pelo ICNF (n.º 2 do art.º 26.º do DL 124/06).
4.418 A realização de fogo controlado pode decorrer durante o período crítico, desde que o índice
de risco temporal de incêndio florestal seja inferior ao nível elevado e desde que a ação seja
autorizada pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (n.º 3 do art.º 26.º do DL 124/06).
4.420 O fogo controlado é executado segundo planeamento previamente aprovado nos termos do
RFT, por técnico credenciado pelo ICNF ou, sob a responsabilidade e orientação deste (art.º 3.º do
RFT).
4.421 A infração ao disposto nos números 1, 2 e 3 do art.º 26.º do DL 124/06 de 28 junho, constituem
contraordenações puníveis com coima, de € 140 a € 5000, no caso de pessoa singular, e de € 800
a € 60 000, no caso de pessoas coletivas (art.º 38.º do DL 124/06)
4.424 É ancestral a relação do Homem com o fogo, usando-o à medida das suas necessidades
vitais. O Homem desenvolveu-se com o fogo ganhando espaço à floresta, conquistando terra e dela
se alimentando. O fogo é um fator cuja periodicidade tem sido de vital importância para o Homem
e para a Natureza ao longo dos séculos.
2) Fogo de Supressão
4.425 O uso do fogo como uma ferramenta de gestão é sem dúvida uma das ferramentas mais
eficazes para controlar os incêndios, desde que utilizada convenientemente e com os cuidados
necessários para não provocar danos maiores. Quando se usa este tipo de ferramenta de gestão,
é necessário à semelhança de todas as outras, aplicar o protocolo LACES durante o período que
se estabelece para proceder ao combate.
4.426 Para entender este capítulo é necessário recordar à semelhança das definições anteriores a
diferença entre incêndio e fogo:
Incêndio é a combustão livre e descontrolada no tempo e no espaço, enquanto que fogo é a combustão
controlada no tempo e no espaço.
4.427 Ora, entenda-se incêndio como a chama em combustão de forma descontrolada que tem de
ser intervencionada para obter o seu controlo e extinção.
4.428 Enquanto que fogo será usado como uma ferramenta para controlar e extinguir o incêndio.
Os dois apresentam caracteristicas similares como a chama, combustão e intensidade, etc, no
entanto diferem no controlo. Se um fogo não estiver durante todo o momento sob controlo, os
objetivos pretendidos com o mesmo deixam de fazer sentido, e o que tinha como lógica ser uma
ajuda e passa a ser um problema acrescido.
4.429 Existem duas formas gerais de usar o fogo para combater os incêndios, o contra-fogo e fogo
tático.
Contr
afogo
Supressão
Fogo
Tático
(a) Contrafogo
4.430 Recordemos a definição de Contrafogo: O uso do fogo no âmbito da luta contra os incêndios
florestais, consistindo na ignição ao longo de uma zona de apoio, na dianteira de uma frente de
incêndio de forma a provocar a interação das duas frentes de incêndio e alterar a sua direção de
propagação ou a provocar a sua extinção.
4.431 O contrafogo é usado durante o ataque direto e combinado. No ataque direto, é construída
uma faixa perto do limite da frente de chamas de um incêndio. Este contrafogo consiste em atear
fogo dentro da linha do incêndio para consumir combustível entre a faixa criada e a àrea do incêndio.
4.432 O combate combinado é geralmente definido como um método de supressão em que a faixa
é construída aproximadamente paralela e apenas longe o suficiente, do limite do incêndio para
permitir que os operacionais e equipamentos operem com segurança.
4.433 Este método pode encurtar a linha de incêndio cortando os dedos não queimados. A faixa de
combustível que não ardeu é normalmente queimada à medida que a linha de fogo prossegue, para
garantir que não ficam zonas que possam arder novamente e provocar um reacendimento.
Figura 4.87 - Exemplo de combate direto – Construção de uma faixa e uso do contrafogo a partir dessa
faixa
Objetivos
1º. Provocar a interação de uma frente de incêndio com um fogo, de forma a atingir a extinção da
frente, parte do incêndio ou a sua totalidade.
4º. Incorporar os dedos não queimados e as projeções na área de controle durante a construção
de linha de fogo.
5º. Acelerar a construção de uma linha de fogo segura e eficaz. É criado uma faixa de segurança,
onde os operacionais podem estar numa zona queimada (caminho de fuga para o local onde
os combustíveis foram consumidos/queimados).
4.435 Recordemos agora a definição de Fogo Tático: O uso do fogo na luta contra os incêndios
florestais, consistindo na ignição de um fogo ao longo de uma zona de apoio com o objetivo de
reduzir a disponibilidade de combustível, e desta forma diminuir a intensidade do incêndio, terminar
ou corrigir a extinção de uma zona de rescaldo de maneira a diminuir as probabilidades de
reacendimentos, ou criar uma zona de segurança para a proteção de pessoas e bens.
4.436 Fogo tático é uma ferramenta que pode ser usada no método indireto de combate, que
consiste no ato de queimar ao longo da área interna de uma linha de proteção de um incêndio para:
Estratégia, Métodos e Técnicas de Combate
4-105
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
4.437 O contrafogo, pode em situações particulares, ser usado em conjunto com o fogo técnico.
4.438 Podem ser colocados entre o incêndio e a queima de retaguarda, para acelerar a propagação
desta, quando existem grandes áreas de combustível não queimado próximas da zona de apoio ou
do local onde se queira ancorar a progressão do incêndio até conseguir a sua extinção. Na prática
este tipo de ações requer muita pericia e coordenação uma vez que envolve duas ações, entre as
quais existem operacionais que podem ficar cercados.
Objetivos
4.440 O fogo tático é uma ferramenta eficaz durante o combate contra os incêndios rurais, porém,
face à sua complexidade, requer mais planeamento e coordenação do que o contrafogo que exige
mais cuidados de segurança para evitar cercar-se operacionais, ou populares entre duas frentes.
4.441 Os seguintes itens deverão ser considerados para a realização eficiente do fogo de
supressão:
Tempo;
Pontos de ancoragem;
Organização;
Coordenação;
Comunicações;
4.442 Lembre-se, a distância da linha de apoio onde deve iniciar o fogo, para o incêndio principal,
não é o fator determinante para utilizar um contrafogo ou um fogo tático, a diferença assenta na
intenção e na complexidade da operações. Nas operações de contrafogo, o processo de
planeamento é bastante rápido com implementação imediata sob pena de a janela de oportunidade
passar. Por sua vez as operações de fogo tático, em alguns dos seus objetivos, são operações de
maior complexidade, que requerem um planeamento e implementação mais completos, que muitas
vezes são adiadas até que as condições o justifiquem.
b. Propagação
4.443 Uma frente de incêndio que se desenvolve a favor do declive e contra o vento também tem
um comportamento intenso, se o ângulo das chamas, no que diz respeito aos combustíveis não
queimados, for inferior a 90 graus.
4.445 Em sentido contrário uma frente de fogo que se desenvolve em sentido descendente com o
vento pode ser menos intensa se o ângulo das chamas, no que diz respeito aos combustíveis não
queimados, for mais do que 90 graus. Ter em atenção que a sua combustão por norma é lenta e
similar ao comportamento na cauda do incêndio, no entanto depende muito da intensidade do vento
e qual o fator que domina a sua propagação.
4.446 Um incêndio que se propaga em terreno ascendente, palno ou a descendente sem o vento é
um incêndio com menos intensidade do que se influêncidado pelo vento. Logo para cada local onde
se pretende usar o fogo de supressão, deve-se escolher o melhor sitio para que seja eficaz.
4.448 A ignição de fogo é iniciada ao longo de uma barreira natural ou construída, como uma
estrada ou um faixa criada para o efeito e a ignição é realizada contra o vento ou a descer uma
encosta.
4.449 Usando esta técnica, o fogo conduz a uma chama de baixa intensidade e à altura mínima da
chama, deste modo fornece a segurança máxima para os operacionais. Uma desvantagem é que a
combustão é demorada uma vez que a progressão do fogo está desalinhada ao declive.
4.450 Outra forma será usar uma técnica de ignição de supressão que se aplica perpindicular à
cabeça e paralela ao sentido do vento e aos flancos, geralmente associado a uma operação de
contrafogo. A ignição é efetuada ao longo de uma linha de controle (faixa) paralela ao vento, que
permite o fogo se espalhar em ângulores retos, em direção à frente do incêndio. Uma das regras
principais é fixar os flancos do incêndio ou de os conduzir enquanto progridem. Utilizar este tipo de
técnica é restringida à pouca variação na direção do vento e requer coordenação e tempo para obter
intensidade suficiente no fogo para extinguir a frente principal.
c. Técnicas de ignição
4.451 Um elemento-chave que se deve considerar antes de realizar uma operação de contrafogo é
a tipologia de incêndio que estamos a combater, a forma como se propaga, a forma do relevo, o
local onde vai ser posta em prática a técnica de supressão e a constituinte do incêndio onde vamos
trabalhar, ou seja, se a ação de supressão vai se realizada de frente para a cabeça, a cauda, o
flanco ou a extensão do perímetro do incêndio. Isto porque a colocação do fogo para extinguir o
incêndio provoca comportamentos distintos na sua propagação, que têm de ser bem entendidas
antes de se efetuar qualquer ação deste género, para realizar com segurança o objetivo a que se
propõe.
4.452 Como já vimos anteriormente existem três partes principais constituintes do incêndio, que têm
comportamentos diferentes, intensidades diferentes e como tal devem ser tratados de modo
diferente, das quais podemos entender a cabeça, a cauda e os flancos. O uso do fogo de supressão
numa destas partes influência diretamente a outra, logo devemos garantir que esse efeito é o
pretendido e que concorra para a extinção em segurança e não provoque um aceleramento
desnecessário que impeça o controle do incêndio. Estes termos descrevem o comportamento e a
propagação do incêndio, assim como, a forma de propagação do fogo que é necessária para
executar um contrafogo e/ou um fogo tático.
4.453 Existem várias técnicas de ignição e muitas variações, comumente usadas que devem ser
escolhidas tendo em conta a progressão do incêndio e o local onde se propaga. As técnicas de
ignição são usadas em contrafogo e fogo tático, mas é importante recordar que é o método de
combate (direto, indireto e combinado) e a complexidade da operação que determina se a operação
de supressão mais conveniente a realizar é um contrafogo ou fogo tático.
4.454 A técnica de ignição e o tipo de propagação que vai ter esse fogo, controlam principalmente
a taxa de ignição, intensidade e disseminação da direção de uma operação de supressão. Na
maioria das técnicas de ignição, o fogo torna-se a rota de fuga para os operacionais. Em todas as
operações de supressão, os pontos de ancoragem adequados, as rotas de fuga e as zonas de
segurança devem ser estabelecidas e identificadas antes do início da realização da operação.
4.455 Esta técnica de ignição é a mais comumente trata-se de incendiar uma ou mais faixas de
combustível e permitir que as faixas queimem juntas. A ignição de várias linhas permite o consumo
mais rápido do combustível numa determinada área. Variando a largura das faixas e sua posição
com relação à inclinação e/ou sentido do vento pode ser obtido um meio de regular a intensidade
do fogo (veja figuras 4.94 e 4.95).
4.456 Conceito referido como o "Um, Dois, Três - Três, Dois, Um" (1-2-3/3-2-1) é frequentemente
usado por equipas de queima durante as operações de uso do fogo (ver Figura 4.98).
4.457 Quando uma operação de fogo de supressão requer dois ou mais operacionais de queima,
cada pinga-lume é atribuído um número, ou seja, pinga-lume 1, pinga-lume 2, pinga-lume 3, etc. A
posição pinga-lume 1 é sempre a mais próxima da linha de controle. Dependendo das condições
de vento e/ou declive, o pinga-lume 1 nem sempre pode ser o operacional de queima principal.
4.458 Envolve atear fogo permitindo que o vento ou inclinação encaminhe o fogo decorrente da
ignição até à cabeça do incêndio (ver Figura 4-100). A ignição principal conduz a um fogo de alta
intensidade, mas o consumo dos combustíveis pode ser manchado por causa da taxa rápida de
propagação.
4.459 O objetivo da ignição por sucção é provocar ignições por seções mais curtas de cada vez que
facilitam o controle do incêndio na linha de controle. Esta técnica de ignição pode ser muito perigosa,
deve ser usado apenas por operacionais experientes com observação rigorosa e constante dos
pinga-lume em todos os momentos.
4.460 A técnica de ignição por sucção, quando realizada à frente de um incêndio, é normalmente
conduzido como um ataque indireto. A ignição começa da linha de controle com um ângulo de 45
graus para a frente principal, a um ponto próximo da frente de chamas, que é ditado pelo
comportamento atual do incêndio e por outras circunstâncias, depois os operacionais de queima
fazem rodar as faixas criadas até á linha de controle, formando um triângulo. A profundidade das
faixas é determinada pela segurança dos operacionais, pelo vento, pela inclinação e pelo efeito
desejado. Esta técnica, só deve ser treinada onde a área a queimar possa ser atravessada com
facilidade a pé.
Figura 4.101 - Blowhole Firing Backfiring Against the Wind (1-2-3 Organization)
4.461 É mais comum utilizar esta técnica nos flancos do incêndio (ataque direto ou combinado),
para queimar a faixa não ardida até à linha de controle. Quando usada nos flancos, as faixas de
fogo são realizadas num ângulo de 45 graus para baixo ou no sentido do vento. Uma ou mais faixas
são iniciadas (seja por dispositivo aéreo ou manual) num ângulo de 45 graus da linha de controle
em direção ao incêndio a um ponto (determinado pelas condições atuais) e depois volta para a linha
de controlo..
4.462 Esta técnica, que consiste numa série de pequenos incêndios, permite a ignição rápida e
eliminação de áreas de combustível pesado quando as humidades de combustível fino são
elevados.
4.464 Esta técnica é geralmente utilizada como um “ataque indireto” e ou um fogo tático como
objetivo de criar uma zona segura. Consiste em construir um perímetro circular de uma área com
uma linha de controle e em seguida, queimar no exterior de todo o perímetro (ver Figura 4.104). A
ignição em anel é frequentemente usado para queimar de volta de estruturas, preservar sítios
históricos ou arqueológicos ou proteger espécies ameaçadas de extinção. No entanto, os
operacionais podem não ter um bom ponto de ancoragem para começar a queimar. Durante a
utilização desta técnica devem ser estabelecidas as rotas de fuga e definidas as zonas de
segurança.
6) Faixa negra
4.465 Esta técnica geralmente é usada mais como uma forma de construção ou alargamento da
linha de controles. Consiste na criação de duas linhas de controle paralelas, ou seja, são
construídos aceiros apoiados na estrada ou caminhos existentes, depois são molhados os
combustíveis finos do lado exterior dos aceiros (faixas molhas), por último, o combustível interno
deitado é queimado. Este conceito é normalmente usado ao longo das estradas existentes como
um meio de redução de riscos e esforço de pré-supressão.
4.466 Esta técnica exige que se comece a queimar primeiro nos pontos de ancoragem.
(Área queimada entre duas linhas de controlo paralelas, como forma de construção de uma linha de
controlo maior ou redução de risco de passagem do incêndio ao longo das estradas)
4.468 Exemplos de pontos de ancoragem são: pontos altos, barreiras (naturais e artificias), áreas
recentemente queimadas, outros vazios de combustível ou linhas de fogo em divisões adjacentes.
4.469 É essencial uma coordenação adequada para realizar uma operação de supressão bem
sucedida. Há vários pontos a serem considerados, as condições devem ser boas o suficiente para
4.470 Ao organizar uma operação de uso do fogo de supressão, lembre-se dos seguintes princípios
básicos:
2º. Designar as equipas de queima, o mais pequenas possível e só com pessoal bem treinado.
3º. É importante que apenas um indivíduo seja responsável por toda a operação.
4º. Conheça a cadeia de comando e use-a. Lembre-se, o pessoal deve ser dividido em equipas
de queima, de segurança e vigia.
4.471 As comunicações são uma dificuldade, mas são extremamente importantes para se gerir.
Aqui estão cinco considerações essenciais ao lidar com a comunicação:
4.472 Lembre-se, o fator mais importante durante qualquer operação de uso do fogo de supressão
é a segurança dos operacionais. Fornecer as comunicações necessárias para executar com
segurança a missão e manter as forças avisadas das condições.
1) Considerações especiais
4.474 Comece a queimar a partir de maior elevação e a trabalhar a descer, isso evitará subidas
intensas do fogo. Uma exceção é quando ventos descendentes fortes e constantes estão presentes
e se tornam o fator dominante no comportamento do fogo.
4.475 Para manter uma linha com uma força de menor efetivo, tem de iniciar a ignição junto da linha
de controlo. Ao queimar numa linha de cumeada, comece do lado de trás do cume, não no topo.
4.476 Se o incêndio está a descer uma encosta em um vale encaixado, tem de começar a queimar
a uma curta distância do fundo da encosta em que o incêndio está a deflagrar (ver Figura 4.109).
No entanto, um fogo deste tipo pode formar um cabeça muito intensa e poderá ser necessário
formar primeiro uma faixa negra.
4.477 Se necessário queimar duas elevações próximas, implica fazê-lo ao mesmo tempo nos dois
sentidos. Na Figura 4.110, a queima começaria nos pontos A e C ao mesmo tempo. O fogo inicia-
se nos pontos A e C e aproxima-se de B aproximadamente ao mesmo tempo.
4.478 O equipamento que pode ser usado numa operação de queima inclui dispositivos primários
e dispositivos secundários. Os dispositivos primários são: fusíveis, pinga-lume, fósforos e fogo
natural. Dispositivos secundários são: lança chamas, tochas de propano, pistolas, lança fusíveis,
lançadores de chamas de pressão, piga-lume heli, máquina de lança bolas, entre outros.
Pinga-lume: Dispositivo de mão, com tocha gotejante incorpora diesel misturado com
gasolina (normalmente 3 de diesel para 1 parte de gasolina), que é pingado da vasista
passado um pavio flamejante para ser inflamado. Este dispositivo funciona bem em quase
todos os tipos de combustível e é usado para trabalhos de queima longos. Um tanque cheio
usado criteriosamente pode durar aproximadamente uma hora. O combustível diesel é
classificado como um "líquido combustível", e a gasolina é classificada como um "líquido
inflamável". Diesel/gasolina é classificado como "inflamável".
Fusível: Este é o dispositivo de disparo mais utilizado. Projeta a chama muito quente, pode
ser quebrada em seções, inflamada, extinguida, e re-inflamada; queima aproximadamente 20
minutos dependendo do tamanho; e vem em caixas de 72 cada. O fusível é mais eficaz em
combustíveis secos, leves e contínuos e é classificado como um "Sólido Inflamável"
Fogo natural: Durante a construção da linha direta, o fogo natural está normalmente
disponível e pode ser movido com ferramentas de mão. Exemplos são: brasas, talos de yucca
ou ramos de pinho, casca de cedro, barra ou folhas de palmeira.
Lança chamas: Este dispositivo incorpora um tanque de mochila com combustível diesel sob
pressão que é expelida através de um bico passado um pavio em chamas. Os lança chamas
podem projetar o combustível ardente de 8 a 20 pés, dependendo do modelo, e podem ser
usadas para aplicar o combustível diesel aos combustíveis pesados quando a ignição é lenta,
difícil, ou escassa. Tochas podem ser usadas para complementar fusíveis e pinga-lumes
quando eles são inadequados.
Tocha de propano: Um vaso de gás propano liquefeito (GLP) com mangueira, bico e luz
piloto produz uma chama muito quente, mas com pouco efeito duradouro se os combustíveis
estiverem húmidos. Este é geralmente um dispositivo portátil, mas pode igualmente ser
montado na parte traseira de um reboque ou de um coletor. Este tipo de tocha projeta chamas
de até 4 pés. O GLP é classificado como um "gás inflamável".
Pistola: Esta é uma pistola de mão variando em diâmetro de calibre 12 a 25 mm. Mais eficaz
em combustíveis terrestres secos, leves e contínuos, a pistola Very, permite a ignição remota.
O tempo de queima é de aproximadamente 8 segundos. A escala eficaz varia de 50 a 200
pés, dependendo do tamanho do material bélico e se ateado fogo para cima ou para baixo. A
pistola requer treino específico e não é aconselhado para a aplicação aérea de helicópteros,
devido a tiros que estão sendo disparados no arco do rotor, sistema de derrapagem e / ou
dentro do helicóptero em si. A munição é classificada como um "Explosivo classe C".
4.480 Dos muitos métodos disponíveis para iniciar a ignição, a criação de incêndios do ar oferece
muitos benefícios sobre aqueles que necessitam de ignição do solo. Entre os benefícios estão (1)
menos chance de o pessoal de terra ser preso num incêndio, (2) áreas maiores podem ser
queimadas quando as condições são melhores (3) menos pessoal e menos tempo necessário para
realizar as tarefas, e (4) em muitas situações, os custos são reduzidos.
4.481 Há muitos fatores que devem ser considerados na realização de uma seleção de um sistema
de ignição aérea, incluindo o tamanho da área a ser queimada, fase do incêndio, valores em risco,
estratégia, topografia, combustível e condições do local, disponibilidade de diferentes condições
aéreas sistemas de ignição, pessoal treinado e qualificado, aeronaves, pilotos e preocupações
económicas. Nenhum sistema satisfará completamente todos esses fatores em todos os casos.
Pinga-lume heli - este dispositivo é montado externamente num helicóptero. O piloto controla
a colocação do combustível em chamas. Este dispositivo usa a gasolina jelled, produz
grandes quantidades de fogo em um curto período de tempo. Inflama combustíveis com
humidades mais elevadas que expandem a janela da prescrição. O uso deste dispositivo é
limitado às horas de luz do dia e requer uma organização complexa e treinamento especial
(siga a política da agência). A gasolina gelatinada/diesel é classificada como um "líquido
inflamável".
5.01 As atividades operacionais desempenhadas pelos militares da UEPS dividem-se em dois tipos
distintos: policiais e de proteção e socorro. As atividades policiais são maioritariamente de reforço
às Unidades Territoriais da sua área de intervenção. As missões de proteção e socorro, ainda que
num limitado período de tempo (Fase Bravo, Charlie e Delta), são maioritariamente de primeira
intervenção e, quando ativados, em ATA a incêndios rurais. Não obstante, durante o resto do ano,
serem realizadas diariamente intervenções de proteção e socorro, por iniciativa própria ou
solicitadas pela ANEPC no quadro do SIOPS.
5.02 Para o desempenho das atividades operacionais, o serviço é organizado através da escala de
“Equipa de Intervenção UEPS de serviço”, e assegurada pelo escalão Posto/Pelotão e integra todos
os militares do respetivo Posto/Pelotão, tendo a duração de 24 horas e de nomeação diária
continua, independentemente dos dias serem de atividade normal ou reduzida.
5.03 A escala das Equipas de Intervenção UEPS, desde a sua criação efetua-se com uma duração
de 24h, em que cada militar executa num período de 6 dias pelo menos 2 serviços de 24h e 4 de
12h, seguidos de 3 dias de folga. Após 6 dias de serviço, uma equipa dispõe de 3 dias de folga.
1) Despacho de meios
5.04 Os despachos de meios do ATA são requisitados pela ANEPC e o seu despacho autorizado
pelo Comando da GNR, no entanto e uma vez que cada uma das viaturas representadas acima,
deve fazer patrulhamento de fiscalização e/ou vigilância, deve sempre que necessário intervir
mesmo que em ATI, dentro da sua zulu alfa.
5.06 O Comandante de CIPS contacta o Comandante de CATE, e este, por defeito, deve “preparar”
a companhia para fazer face a esta ocorrência, dando conhecimento superior disso mesmo.
5.07 Na eventualidade de ser necessária a intervenção de mais que uma CATE a solicitação deve
ser feita ao Comandante de Grupo.
5.08 O objetivo do presente subcapítulo é criar linhas orientadores, por forma a que as forças do
ATI e do ATA estejam perfeitamente articuladas, respeitando assim a organização do TO.
5.09 O Comando da Operação, nomeadamente no que diz respeito ao controlo da atividade das
forças da UEPS é sempre do militar mais antigo no terreno.
5.10 Os militares pertencentes à CIPS com jurisdição sobre o ponto de inicio do incêndio, devem
estar sempre sobre o comando direto de um graduado dessa companhia, sempre que nomeados
para atuar num incêndio em ATA, enquadrados num Grupo de Reforço Ligeiro (GREL), ou mesmo
durante uma intervenção helitransportada em ATA.
5.11 Os militares do ATI que estiverem nomeados para reforço (de outras companhias) para a
operação, são colocados sobre o comando direto de um graduado a designar pelo comandante da
operação.
5.12 Os militares do ATA que forem em reforço, são colocados sobre o comando direto do graduado
mais antigo do ATA.
5.13 Ao assumir o posto de comando, deve pelo menos, de imediato garantir a nomeação de um
responsável logístico e outro operacional para coadjuvar o comandante da operação, no entanto o
responsável operacional, pode ser em acumulação, o Comandante da Operação.
Comandante da
Operação
Célula de
análise
Responsável Logístico
Responsável Operacional
GREL CATI Local CATE1 CATE 2.. GREL CATI 1 GREL CATI 2...
1) Ataque Inicial
2) Ataque Ampliado
5.18 É o responsável máximo das forças empenhadas no incêndio e por isso toda a informação
inicia e deve terminar no comandante. Como comandante, deve efetuar toda a coordenação com o
COS no local desde o inicio da operação até ao final.
5.19 Acumula as tarefas de oficial de ligação, em coordenação com o oficial de ligação da estrutura
SEPNA. É responsável por receber e informar os meios de comunicação, autoridades e
responsáveis de outras entidades que sejam nomeadas para trabalhar em coordenação direta com
as forças que comanda, sempre que a situação o exigir:
Situação de meios.
Evolução do incêndio.
Superfície estimada.
Elaborar plano de supressão, onde deve definir o método a tática e a hora de acordo com a
melhor janela de oportunidade.
5.20 A Célula de Análise é fundamental para estudar o incêndio rural em todas as suas dinâmicas.
Esta célula deve ser criada em cada incêndio por elementos multidisciplinares, com formação de
Uso do Fogo (Técnico credenciado em Fogo de Supressão e Operacional de Queima), com militares
conhecedores da área de atuação e responde diretamente ao Comandante da Operação.
1º. Canal Rádio UEPS – Canal Operacional atribuído pela sala de situação da Unidade. Este
canal deve ser sempre utilizado exclusivamente para as comunicações entre o Comandante
de Operações e os diferentes Comandantes dos subgrupos que foram estabelecidos e não
devem ser utilizados para realizar comunicações entre equipas por exemplo.
2º. Canal Rádio do Comando da ANEPC (ex. Com 1). Este canal serve para receber todas as
coordenações entre a UEPS, a ANEPC e os chefes de Setor. Essencialmente serve para
recolher informação relativa à estratégia de combate e sobre a setorização.
3º. Canal (ais) Rádio do Setor (es) da ANEPC (ex TAT 2). Este canal serve para estabelecer
contacto com o Comandante de setor designado onde as nossas equipas vão trabalhar e
cooperar. Podem ser mais que um, pelo que o Comandante de Operações deve estar à escuta
de ambos.
5.24 Canais Rádios UEPS (Ex operacional 5, 7 e 9) tem de ser solicitados e atribuídos pela sala de
situação da Unidade. Estes canais servem essencialmente para a coordenação entre o
Comandante de subgrupo e as diversas equipas que comanda.
5.25 COPAR (eventual). Frequência nacional ou a definida para o TO respetivo, para coordenar e
informar as forças no terreno da existência e atividade de descargas dos meios aéreos.
5.26 O responsável operacional constitui-se também como o elo de ligação à ANEPC e deve estar
presente em todos os briefings em que isso for possível, e sempre que ordenado pelo comandante
da operação.
Recolher toda a informação que seja pertinente para o Comando da Operação, mas também
que sirva para apresentar um briefing a todas as equipas que forem chegando em apoio ao
TO.
Atualizar a posição e trefas das forças. Verificar se as forças estão distribuídas por setores e
grupos de trabalho, caso seja negativo, deve estabelecer a ligação ao setor e onde vão
trabalhar e definir o grupo de trabalho.
Reorganizar comunicações junto ao Chefe do Setor, cumprindo com os canais atribuídos pelo
COS para cada setor.
Transmitir aos meios aéreos as instruções necessárias para efetuar o plano operacional,
resolve imprevistos, coordena, controla e verifica a sua eficácia junto do COPAR.
Desenvolver estas diretivas nas tarefas concretas a desenvolver pelas forças, com a
supervisão do comandante da operação.
Obter informação sobre evolução da frente de incêndio e eficácia do trabalho dos meios
aéreos.
Obter do Comandante da Operação informação atualizada sobre meios, o local onde estão a
trabalhar, a sua distribuição em setores e grupos de trabalho.
Obter as diretivas de planeamento da operação para a sua zona, respeitante aos objetivos,
trabalhos a realizar e meios designados. As orientações devem ser transmitidas sempre que
possível pelo Comandante da Operação em briefing diário.
Colocar-se na zona designada e registar os meios, a sua posição e ação desenvolvida. Criar
grupos de trabalho e orientar as suas tarefas.
Transmitir aos grupos de trabalho as instruções precisas para aplicar o plano operacional,
coordenando-os e resolvendo os imprevistos.
Receber informação do Comandante da CATE sobre: Objetivo geral, Plano de ação, objetivo
tático;
Efetuar o POSIT;
Implementar o LACES;
Fazer com os chefes de equipa um ponto de situação das ações executadas e a executar;
Verificar a eficácia das descargas dos meios aéreos e fazer um ponto de situação sobre as
futuras ações a executar;
Referir o que correu menos bem e indicar o que se deve melhorar (respeitando o anonimato);
5.29 A VLCI tem uma orgânica de 5 elementos, distribuídas por tarefas individuais e
complementares de equipa, que integradas devem concorrer para o funcionamento da mesma e da
Companhia. A Orgânica de 5 elementos é o número máximo de militares para se trabalhar com uma
VLCI, que pode ir até um mínimo de 4 militares, e articula-se da seguinte forma:
Chefe de Equipa
Condutor
Agulheta
Apoio ao Agulheta
5.30 A VPCI tem uma orgânica de 6 elementos distribuídas por tarefas individuais e
complementares de equipa, que integradas devem concorrer para o funcionamento da mesma e da
Companhia. A Orgânica de 5 elementos é o número mínimo de militares para se trabalhar com uma
VPCI, e articula-se da seguinte forma:
Chefe de Equipa
Condutor
Militar da Agulheta
Efetuar o reconhecimento;
Quando existir dúvidas no acesso a determinados locais, chefe viatura faz reconhecimento
apeado e certifica-se das condições de acesso;
Ter sempre em atenção o nível de combustível quando a viatura estiver a operar com a
motobomba hidráulica;
Efetuar os reabastecimentos de água o mais rápido possível e nunca aceitar nova missão
com a equipa a operar na linha;
No fim das operações garantir sempre que todo o material utilizado regressa a viatura;
Iniciar a intervenção;
Manter vigilância ativa na linha e informam chefe equipa possíveis reacendimentos na linha;
5.31 A Viatura de Transporte de Água (VTA) tem uma orgânica de 3 elementos distribuídos por
tarefas individuais e complementares de equipa, que integradas, devem concorrer para o
funcionamento da mesma e da Companhia. A Orgânica de 3 elementos é o número máximo de
militares para se trabalhar com uma VTA, podendo ir até um mínimo de 2 militares, e articula-se da
seguinte forma:
Chefe de Equipa
Condutor
Apoio/Reserva
Efetuar reconhecimento adequado tendo em vista a que se trata de uma viatura pesada;
Organização no Teatro de Operações
5-13
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
Quando existir duvidas no acesso a determinados locais, chefe viatura faz reconhecimento
apeado e certifica-se das condições de acesso;
Através das indicações e da missão a executar no local, decidir onde operar com a viatura;
5.32 Nas situações em que a viatura operar com o contentor de carga, chefe de equipa avalia local
da operação com o condutor e monta segurança na parte traseira do veiculo durante a
carga/descarga do contentor;
(7) Condutor
Garantir o abastecimento de água, tendo sempre todo o material pronto para um rápido
abastecimento;
Se necessário montar linha de autossegurança à viatura e ter esta sempre pronta a operar;
Ter sempre em atenção o nível de combustível quando a viatura estiver a operar com a
motobomba hidráulica;
No fim das operações garantir sempre que todo o material utilizado regressa a viatura;
No caso de estar a operar sozinho e for necessário abandonar o local, informar de imediato
estrutura de comando, bem como informar a nova localização;
5.33 Nas situações em que a viatura operar com o contentor de carga, condutor avalia com chefe
de equipa local da operação, não devendo efetuar carga/descarga sem um elemento a montar
segurança na parte de traz do veiculo;
(8) Apoio/Reserva
5.34 À semelhança do que é feito no Sistema de Gestão de Operações (SGO), o elemento mais
graduado da UEPS no TO assume o comando das operações, até de outros elementos mais
graduados no TO.
5.35 Á medida que foram sendo canalizados mais meios para o local, devem preencher o
documento referente á constituição da força (ver anexo C), onde consta o nome do militar mais
antigo da equipa, o contacto telefónico, o número de elementos sob o seu comando, a matricula e
tipologia da viatura, e demais elementos tidos por importantes, para ser entregue ao responsável
pela logística.
5.36 Deve ser sempre preenchido um documento destes por equipa dependendo da sua
proveniência, sempre que vão em reforço para uma companhia já definida.
5.37 O Comandante do reforço ao chegar ao TO, deve-se dirigir ao Posto de Comando ou Ponto
de Trânsito para receber o primeiro briefing e dar entrada “formal” no TO.
5.38 Caso não existam indicações em contrário o Primeiro Posto de Comando do TO a considerar
para as equipas de reforço deverá ser sempre no PIPS mais próximo, devendo esse posto tentar
proporcionar as condições possíveis para isso.
5.39 Sempre que existam militares suficientes para o efeito, o Comandante da Operação deve
proceder à criação de um subgrupo de comando de Oficial ou Sargento, dando lhe canal rádio e
indicativo rádio próprio, para facilitar as comunicações.
5.40 Este subgrupo atua sempre, como um todo, e cumpre uma determinada missão que lhe é
atribuída pelo Comandante da Operação. Por norma, o subgrupo deve ser constituído entre 4 a 8
equipas/viaturas e não deve ser subdividido e empregue em missões distantes e diferentes da
missão inicial.
meios. Se existir apenas um subgrupo o descanso e rotação dos militares é feita entre os militares
desse subgrupo.
5.42 Existindo dois subgrupos o descanso e rotação dos militares deve ser entre subgrupos.
Enquanto um se encontra em descanso o outro está em contexto operacional.
5.43 Existindo três ou mais subgrupos, o Comandante deve ter em consideração o período do dia
em que é necessário um maior empenhamento de meios e garantir que pelo menos dois subgrupos
estão a trabalhar nesse período.
5.44 Os períodos de descanso dos militares são de 8 horas nos primeiros 3 dias de operação e de
12 horas nos restantes.
5.45 O Comandante de Operação deve ter em consideração o tempo que demoram as rotações
pelo que após serem rendidos no TO devem existir pelo menos 6 horas que possibilitem um
descanso efetivo do pessoal.
5.47 Todos os militares que forem acionados para estes TO, devem ter em consideração que podem
ter de permanecer vários dias e que devem levar material de higiene e roupa de substituição em
consonância com essa possibilidade.
VCOT
5.48 A colocação de forças nos diversos teatros de operação tem de obedecer a critérios de
organização de modo a disciplinar a sua intervenção, evitar transtornos pela falta de organização,
reduzir o dispêndio de tempo em manobras ou mesmo evitar acidentes.
5.49 A uniformidade de procedimentos, acaba por traduzir uma linguagem que facilita a
comunicação entre operacionais e agiliza a capacidade de resposta da força. Deste modo e quando
a força se desloca, existem regras que devem ser observadas durante os deslocamentos para a
zona de sinistro, manobras a serem efetuadas bem como o estacionamento da coluna seja para
descanso ou para combate.
1) Deslocamento em Trânsito
5.51 Esta modalidade de deslocamento utiliza-se para o deslocamento até ao TO, tem como
objetivo principal a fluidez de movimento da coluna, sobe o controle do comandante da força.
Deve considerar-se:
A viatura mais lenta e menos manobrável circula no início da coluna de marcha imediatamente
atrás da de Comando.
2) Deslocamento Tático
5.53 O deslocamento tático tem como principal objetivo, preparar a coluna militar para as operações
de combate.
Deve considerar-se:
A viatura do Comandante da força posiciona-se à frente deve deslocar-se com uma maior
distância uma vez que é a viatura que é utilizada para fazer reconhecimentos.
3) Considerações Gerais
5.55 A adoção das formações é avaliada e definida pelo Comandante da força que as adapta ao
tipo de deslocamento, atendendo às condições de segurança exigíveis (velocidade, visibilidade,
distâncias, etc.)
5.56 A transição entre as formações é confirmada pelos diversos chefes de viatura. Os condutores
das viaturas, abrandam e, se necessário, suspendem a marcha para que sejam ultrapassados pelas
viaturas ligeiras.
5.59 Como exemplo, desenvolvemos uma manobra do sentido de marcha de uma coluna em
marcha de deslocamento tático.
O último veículo faz marcha atrás e dá meia volta no local assinalado pela viatura de
Comando;
5) Estacionamento
5.60 Já no que diz respeito ao estacionamento, são conhecidas duas modalidades que devem ser
adotadas consoante o espaço disponível para o fazer. Se for necessário efetuar um estacionamento
curto, como por exemplo receber a missão, o melhor será optar pelo estacionamento em coluna.
Organização no Teatro de Operações
5-19
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
5.61 Esta modalidade de estacionamento é usada em paragens de maior duração, quando a área
de paragem o permite. Permite ter a força mais compacta uma vez que ocupa menos espaço e
oferece maior visibilidade aos condutores, se for necessário sair com urgência.
(c) Considerações
5.63 Quando o estacionamento em coluna ocupe uma via de trânsito, a distância entre viaturas
deve prever a possibilidade de paragem de outras para que seja facilitada a fluidez do tráfego.
5.64 As regras enunciadas são utilizadas pela maioria dos operacionais que combatem incêndios
em Portugal. O seu conhecimento e cumprimento dos conhecimentos facilita a coordenação,
impede embaraços de trânsito e reduz a probabilidade da ocorrência de acidentes. No entanto não
devem deixar de ser observadas as normas internas que a instituição estabelece para a circulação
e estacionamento das viaturas militares.
b. Ponto de trânsito
5.65 Tarefas relacionadas com o ponto de trânsito, que cabem ao responsável operacional:
Receber os meios de reforço que chegam ou que saem de uma zona para outra.
5.66 Se necessário procurar outra zona próxima alternativa para receber mais meios.
5.67 Desenvolvido por Doug Campbell, o CPS (Campbell Prediction System) é um simples sistema
de previsão das alterações no comportamento do incêndio, baseado nas observações do ambiente
do incêndio, isolando os elementos causadores de alterações na intensidade da propagação.
5.69 Evidentemente, são muitos e dos mais diversos os fatores que afetam o comportamento do
incêndio, no entanto no decorrer do presente capítulo vamos analisar os principais, sendo
eles o:
Declive: Fator que aumenta a velocidade de propagação, uma vez que a chama na totalidade
do seu comprimento, se mantém encostada ao solo, provocando o aumento do pré-
aquecimento dos combustíveis.
Exposição: Fator que define a posição do combustível no declive no que respeita à orientação
do sol. A exposição solar dita que as Zonas expostas ao sol são mais secas.
5.70 A seguinte imagem é essencial para entender de forma simplificada a conjugação dos fatores
que concorrem para as alterações do comportamento do fogo.
1) Vegetação
5.71 Como ponto de partida optamos por analisar em primeiro lugar a vegetação. Para tal é
necessário recordar os modelos de combustível e associal o comportamento do fogo aos modelos
existentes e analisar o tipo, o teor de humidade e a carga. Como exemplo recordamos o
comportamento e o método de combate mais eficiente para os seguintes modelos:
2) Topografia
5.72 No que se refere à topografia, fator sempre presente durante o combate e que não pode ser
alterado pelo homem (diferente da vegetação), é necessário avaliar a todo o momento as formas
de relevo, o declive, a altitude e a exposição das encostas, onde o incêndio evolui ou para onde
este poderá progredir. Assim, deve-se ter em conta, constantemente, variações destes elementos
que poderão representar alterações significativas no comportamento do fogo e trazer problemas
acrescidos para os operacionais. Dos aspetos a ter em conta, destacam-se:
As formas de relevo:
5.73 A alternância de diferentes formas de relevo no espaço onde o incêndio evolui, tem de ser alvo
de avaliação constante.
A altitude:
5.74 A existência de zonas com pouca ou nenhuma variação de altitude (planícies), zonas planas
situadas a uma altitude superior à das áreas circundantes (planaltos), áreas com altitude mais baixa
do que a das áreas que circundam (depressões), formas de relevo elevadas, grande variabilidade
de altitudes e declives (montanhas), são aspetos que irão influenciar a forma de como o incêndio
irá evoluir e assim, deste modo, trazer implicações decisivas para o combate.
Linhas de Água:
5.76 Referente à exposição das encostas, é necessário considerar as vertentes com exposição
solar e as vertentes sem exposição solar, ou entender o processo como a direção que as encostas
apresentam relativamente aos pontos cardeais, considerando que as vertentes expostas:
A sul:
A norte:
Tem combustíveis com mais teor de humidade o que dificulta a combustão e propagação.
5.77 A exposição solar influencia a temperatura e inflamabilidade dos combustíveis ao longo do dia.
5.78 Concomitantemente, estas variáveis devem estar no processo de análise e observação uma
vez que a exposição determina, em grosso modo a quantidade de radiação solar que a encosta vai
receber e a exposição ao vento.
EXPOSIÇÂO A NORTE: menor radiação solar; menor temperatura dos combustíveis; maior teor
de humidade; maior carga.
EXPOSIÇÂO A SUL: Maior radiação solar, Maior temperatura dos combustíveis, Menor Carga,
Menor teor de Humidade.
5.79 Por sua vez, quando nos referimos às encostas, observa-se que existe uma maior
aproximação das chamas aos combustíveis, proporcional ao declive, que provoca um maior pré-
aquecimento aumentando a disponibilidade dos mesmos para a combustão.
5.80 Concomitantemente, considerando o ponto anterior, existindo uma aproximação maior aos
combustíveis, naturalmente, nestes locais é possível observar que aumenta o comprimento das
chamas, estes fatores por sua vez favorecem a passagem de um incêndio de superfície para
as copas das árvores.
5.81 Para além dos fatores já enunciados, que podemos considerar como fatores diretos, existe
ainda um fator que indiretamente pela sua relação com a radiação solar, potencia o comportamento
do fogo. Conjugando todos os fatores motivadores em declives muito acentuados, conclui-se que
as ocorrências nestes locais favorecem a ocorrência de comportamento eruptivo.
5.82 O declive tem uma influência direta no comportamento do fogo, uma vez que influência a
formação de Brisas Locais.
Em declives > 35º e no caso de existirem afloramentos rochosos, torna-se muito difícil a
utilização de máquinas de rasto (MR);
5) Altitude
5.84 Considerando também a altitude a que se encontra a superfície onde acontece a combustão,
podemos afirmar que a mesma irá condicionar indiretamente o comportamento dos incêndios, pelo
efeito que induz na disponibilidade e no tipo de combustível aí existente. Assim veja-se os seguintes
combustíveis e o local onde os podemos encontrar tendo em conta a altitude:
5.85 À medida que se progride no terreno em altitude ou a subir na encosta, vão-se observando
variações da precipitação, da temperatura e humidade relativa do ar, assim como da velocidade do
vento. Veja-se no seguinte exemplo como variam os parâmetros identificados na imagem abaixo:
6) Elementos meteorológicos
5.86 Considerando o local onde o incêndio florestal está a evoluir, se o declive e os combustíveis
forem mais ou menos constantes ao longo da encosta, os fatores que poderão induzir alterações
no comportamento do fogo serão os elementos meteorológicos com especial destaque para o
vento.
5.87 Uma vez explicado em que se traduz o CPS, quais os fatores principais ou mais importantes
que que concorrem, para a propagação do incêndio, importa identificar quais os princípios para uma
boa análise CPS.
5.88 Então, temos como princípios a Informação sobre alinhamento de fatores, efetuar uma boa
comunicação da informação observada, utilizar uma Linguagem correta para descrever o
comportamento observado e a informação retirada da análise, conjugar corretamente os fatores
para efetuar uma Previsão de alteração do comportamento do incêndio e por último selecionar a
Tática a utilizar, que nos permita ser eficientes.
1) Informação
5.90 Consiste em saber selecionar a informação que necessita de recolher em cada situação,
avaliar a situação e informar de qual o tipo de fogo observado;
2) Comunicação
3) Linguagem
c. Alinhamento de forças
5.93 Avaliados os fatores e depois de devidamente identificados, importa nesta fase identificar o
alinhamento de forças, que consiste em relacionar quando os fatores anteriormente falador,
concorrem de forma isolada ou em conjunto para alterar o comportamento do incêndio. Esta lógica
baseia-se no sistema de alinhamento de forças, entendendo como tal o grau de coincidência
5.94 Quanto maior o alinhamento de forças no caminho do incêndio, maior será a intensidade de
propagação, logo por consequência mais difícil será efetuar o combate, ou obter o controlo do
incêndio.
Vento
Declive
5.96 Na imagem abaixo, é possível observar os possíveis alinhamentos de forças, que ocorrem nos
incêndios:
5.98 Quanto menor o alinhamento de forças, menor a intensidade e potencial, logo maior será a
capacidade que os operacionais terão no controlo do fogo, aumentando também a segurança. Em
suma sempre que se verifica uma diminuição do alinhamento a situação melhora do ponto de vista
do combatente.
5.99 Em contrapartida, sempre que se verifica um aumento do alinhamento, isso traduz-se numa
situação que piora do ponto de vista dos operacionais, o que quer dizer que o incêndio ganha
condições favoráveis para a sua propagação dificultando o combate e piora as condições de
segurança.
5.100 Fazendo este balanço, e assumindo este balanço proporcional entre o alinhamento e as
condições de propagação, facilmente podemos concluir que o combate mais eficaz e seguro, tanto
pela intensidade da chama, velocidade de propagação e facilidade de controlo ou supressão, faz-
se onde não há alinhamento ou onde este é menor.
5.101 Concluindo, é fundamental entender que o combatente tem de ser célere a identificar e
descrever os fatores que observa e que concorrem para o comportamento do fogo na frente de
chamas. Concomitantemente, o operacional competente pela observação tem de comunicar com
clareza para que as táticas selecionadas sejam eficientes e percetíveis para todos os operacionais.
Para definir o procedimento, devem ser seguidos os seguintes passos:29
1º. Primeiro devemos de isolar uma determinada frente, por exemplo um flanco ou a cabeça,
para a sua análise específica.
2º. Seguidamente, analisamos quais os fatores que estão a favor, ou seja alinhados para esse
comportamento.
4º. Quando analisamos um incêndio devemos de avaliar as zonas que vão estar em
alinhamento na passagem da frente em estudo. Com a ajuda de uma carta topográfica
representaremos essas zonas.
29Fonte: E. Oliveira
Organização no Teatro de Operações
5-30
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
5.102 O caminho de um incêndio é a superfície e a distância percorrida por uma frente em pleno
alinhamento, os caminhos potenciais são aqueles que resultam da análise prévia, e devemos ter
identificados para prever a janela de oportunidade.
5.104 Se durante a análise se identificar ou concluir que o incêndio irá conjugar fatores quando
atingir determinado ponto, zona ou área, podemos dizer que esses locais são locais geradores de
corredores e, portanto, devem ser identificados como pontos críticos.
5.105 Nas imagens seguintes, apresentamos exemplos elucidativos de incêndios com os alguns
alinhamentos possíveis.
5.106 No quadro infra, tendo em conta que os períodos definidos servem como mera referência e
devem ser adaptadas ao dia, ao clima e à época em que decorre o incêndio, verifica-se que as
características de intensidade de um incêndio, alteram normalmente de acordo com a hora do dia.
Essas previsões gerais afetam o planeamento do seu combate.
e. Reconhecimento
5.108 Numa primeira fase, centra-se na seleção do Ponto de Ancoragem, que define o local seguro
para inicio dos trabalhos de supressão. Este pode ser coincidente com o local de estacionamento
das viaturas da CATE, se permitir efetuar o combate com água. Depois de selecionado o ponto de
ancoragem, deve ser transmitido via rádio ou telemóvel, por georreferenciação de coordenadas (ou
outro método adequado às circunstâncias do local), às forças que estão em trânsito, para que
efetuem o deslocamento para o local. Este será o local de início de trabalhos, o qual não dispensa
a necessidade de efetuar novo reconhecimento pelo adjunto, na impossibilidade de
acompanhamento por parte do comandante da CATE, visto que a evolução do incêndio é continua
e obriga a um acompanhamento constante.
5.109 Nas seguintes imagens, são apresentados alguns exemplos de locais que podem ser
definidos como pontos de ancoragem, que devem ser considerados para manter os operacionais
seguros.
5.111 O reconhecimento é uma tarefa contínua durante as operações de combate, para garantir a
segurança das operações de combate, avaliar alternativas, coordenar ações com outras entidades
e transmitir o POSIT ao Comandante de Operação ou ao COS.
5.113 Assim, as técnicas de água e de utilização de ferramentas sapadores devem ser privilegiadas
em todos os momentos, principalmente quando existe a possibilidade de efetuar trabalho de
supressão com viaturas.
5.114 Destarte, como referência optamos por descrever um exemplo elucidativo de combate a um
incêndio, onde é possível perceber a mecânica, bem como a importância da combinação de
técnicas.
5.116 Apesar das barreiras poderem reduzir a propagação do fogo de superfície de modo eficaz,
nem sempre diminuem o potencial de ignição de focos secundários.
5.117 Do mesmo modo, deve-se proceder à queima dos combustíveis existentes entre a linha de
defesa e o perímetro ativo do incêndio, iniciando no ponto de ancoragem e continuando à medida
que se vai construindo a linha. Com este processo, visa-se aumentar a linha de defesa e reduzir os
riscos para os combatentes.
5.118 Se o fogo se propagar com maior intensidade e velocidade, que impeça a realização do
ataque direto, deve optar-se por se construir a linha de defesa afastadas do perímetro ativo do
incêndio para permitir o tempo necessário para a construção da linha ou para efetuar o fogo tático
de forma segura.
Organização no Teatro de Operações
5-35
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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5.119 Não construir linhas de defesa a descer a encosta com o fogo abaixo, em qualquer posição
da encosta. A sua construção em direção a um fogo que está abaixo da posição da equipa de
combate pode ser muito perigosa e constitui uma das 18 situações de perigo.
5.120 O fogo propaga-se mais rapidamente encosta acima, sendo a propagação mais rápida à
medida que o declive aumenta, incrementando-se com a exposição da encosta, pelo que os
combatentes se podem ver facilmente encurralados ou mesmo não terem tempo para escaparem
da encosta, uma vez que o fogo se propaga rapidamente.
5.121 Uma estação meteorológica é um equipamento que recolhe dados para análise do tempo
meteorológico. Encontram-se equipadas com instrumentos (ou sensores eletrónicos) de medição e
registo das variáveis meteorológicas/climáticas. Os seus dados são utilizados para a previsão do
tempo e para a caracterização do clima, pelo que também podem ser designadas por estações
climatológicas.
a. Rádios
5.122 Na atividade operacional, os militares da UEPS chegam a operar com três redes-rádio
distintas: rede banda aérea, rede 150Mhz e rede SIRESP (equipamento SEPURA) que iremos
abordar de seguida.
5.123 Os rádios de banda aérea são utilizados na atividade operacional da UEPS. Têm como
principal função realizar comunicações entre as forças dispostas no terreno e os meios aéreos que
dão apoio a todas as forças a operar no TO. A coordenação entre os vários meios é fulcral, pois no
caso de um incêndio, por exemplo, as forças dispostas no terreno dependem do meio aéreo para a
sua segurança.
Legenda:
1. Encaixe de antena
2. Comutador PTT.
3. SQL (Filtros). Para selecionar os diversos filtros, prime-se a tecla SQL e
seleciona-se o filtro através da rotação do comutador (teclas 3).
4. Botão de seleção de frequência, canais de memória, modo de definições e
outras.
5. Voltar ao menu inicial, ou apagar o canal selecionado.
6. Chave de memória/ Gravação de memória. Pressionar para gravar canal.
7. Conector da lapela.
8. Bloquear o canal selecionado.
9. Comutador de Volume.
Legenda:
1. Botão de volume
2. Comutador de frequências e níveis.
3. Antena
4. SQL (Filtros). Para selecionar os diversos filtros, prime-se a tecla SQL e
seleciona-se o filtro através da rotação do comutador (tecla 2).
5. Botão ON/OFF. Para ligar premir até ouvir dois toques consecutivos. Para
desligar o mesmo procedimento.
6. Tecla de função. Esta tecla permite aceder às funções descritas em cada tecla
a verde. Por exemplo para bloquear o equipamento, prime-se a tecla (F) e de
seguida a tecla 7 (tem o símbolo chave).
7. Tecla de emergência. Para selecionar a frequência de emergência pressionar
a tecla (121.5) durante dois segundos.
8. Seletor de frequência memorizadas.
9. Iluminação do visor. Para acender a iluminação do visor basta pressionar a
patilha lateral, situada abaixo do PTT.
10. Comutador PTT.
5.124 Para selecionar umas das frequências memorizadas é necessário pressionar uma das teclas
de seleção. Para introduzir uma nova frequência basta marcar os números da frequência com
recurso ao teclado numérico.
5.125 Se aparecer no canto inferior direito um número, é necessário pressionar a tecla (DEL/CLR)
para sair deste modo. De seguida basta marcar a frequência pretendida.
5.126 A designada rede 150Mhz é neste momento utilizada para a realização de exercícios e
atividades operacionais. Umas das funções que os militares da UEPS atribuem a este tipo de rede
é a coordenação de todos os elementos dentro de cada equipa. Ao ser utilizada, evita que a rede
SIRESP fique sobcarregada, obtendo-se assim um maior rendimento de todos os equipamentos
disponíveis.
Legenda:
1. Antena
2. Seletor de canais
3. Botão On / Off e volume
4. Botão de emergência
5. Teclas sem função
6. Botão de seleção de distritos
7. PTT
8. Seleção de Distritos.
5.127 Para desligar ou ligar o equipamento basta rodar o botão n.º 3. Depois de ligado o
equipamento, o mesmo botão aumenta ou diminui o volume.
5.128 Para selecionar um distrito é necessário visualizar no display a indicação “direto”. Depois
prime-se a tecla n.º 6 e seleciona-se o distrito pretendido premindo o botão n.º 8. O botão n.º 8,
assim designado, apenas faz correr a lista pré-programada.
5.129 Depois de encontrado o Distrito pretendido, deve-se rodar o botão n.º 2 para selecionar o
PIPS-Repetidor.
5.130 Para transmitir com este equipamento basta pressionar o PTT, tecla n.º 7, aguardar um
segundo e depois falar.
5.131 O botão de emergência, tal como o próprio nome indica, apenas deve ser utilizada em casos
estritamente necessários. Para tal o botão n.º 4 deve ser pressionado durante 2 segundos. Neste
Organização no Teatro de Operações
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modo, o sinal do equipamento fica aberto não sendo necessário pressionar o PTT para falar. Para
fechar o sinal, desligar o equipamento e retirar a bateria.
3) SIRESP
5.132 O Sistema Integrado das Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), é, como
resulta da Resolução do Conselho de Ministros n.º 26/2002, de 5 de fevereiro, e da Resolução do
Conselho de Ministros n.º 56/2003, de 8 de abril, um sistema único de comunicações, baseado
numa só infraestrutura de telecomunicações nacional, partilhado, que deve assegurar a satisfação
das necessidades de comunicações das forças de segurança e emergência, satisfazendo a
intercomunicação e a interoperabilidade entre as diversas forças e serviços e, em caso de
emergência, permitir a centralização do comando e da coordenação, DL n.º 167/2006 de 16 de
agosto.
5.133 Suportado numa rede TETRA trunking digital, o “SIRESP permite, através da definição de
grupos de conversação, que cada entidade o utilize como a sua rede privativa, independente das
restantes, mas também, em caso de necessidade de coordenação, que todos os grupos que
concorram para a resolução de uma determinada situação de emergência sejam facilmente
colocados em conversação, de acordo com regras pré-definidas ou a serem estabelecidas em
cenários não previstos”.
5.134 “O sistema TETRA (Terrestrial Trunked Radio) é um sistema de rádio móvel profissional
bidirecional (como os Walkie-talkies), especialmente concebidos para serviços oficiais como de
socorro, forças de segurança, ambulâncias e bombeiros, serviços de transporte públicos e exército”.
5.135 TETRA é um sistema 100% digital, com fortes níveis de segurança, incluindo encriptação de
voz e dados, sinalização e autenticação a partir das entidades dos utilizadores.
5.136 A tecnologia TETRA permite uma excelente qualidade de voz, chamadas rápidas, chamadas
individuais, chamadas de grupo, chamadas de emergência, comunicações criptadas seguras,
mensagens, geolocalização, interoperabilidade organizacional, técnica (entre equipamentos).
5.137 A tecnologia TETRA opera em dois modo de comunicação, Trunked Mode Operation (TMO)
e Direct Mode Operation (DMO).
5.138 TMO caracteriza-se pelo modo base da rede TETRA e fornece serviços de voz e dados. O
DMO é o modo de operação direto. É utilizado para permitir que os terminais TETRA possam
comunicar entre eles (tipo Walkie-Talkie) independentemente da área de cobertura da rede TMO.
DMO é um modo comunicação direta entre dois terminais TETRA ou vários terminais TETRA ou
estações móveis sem recorrer ao uso da infraestrutura da rede. No modo DMO o militar consegue
comunicar de forma simplex, com outros equipamentos num raio compreendido entre os 400 e os
2000 metros.
Organização no Teatro de Operações
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5.139 Para selecionar o modo DMO, tem de se pressionar a tecla cardinal durante dois segundos.
Para voltar ao modo TMO pressionar novamente a tecla cardinal.
Legenda:
1. Variação de volume
2. Botão de emergência. Para sua ativação deve ser pressionado botão
laranja pelo menos durante 3 seg.
3. Conetor de antena. Produz 1,8 Watts de Potência RF, nos modos DMO e
TMO.
4. LED- Quando a sua cor é verde, indica receção ou bateria carregada. O
amarelo indica em carga ou se for intermitente que o equipamento está a
receber uma transmissão. O vermelho indica que o PTT foi pressionado,
quer isto dizer que está em transmissão. Se o vermelho for intermitente
indica bateria fraca.
5. LED azul. Indica que a chamada não foi atendida ou que uma mensagem
não foi lida.
6. Ativação de funcionalidade. Acesso a funcionalidades através de um
único toque, o que permite navegação através menu do utilizador.
7. Teclas dupla função. Tecla 5 inversão do teclado; Tecla asterisco bloqueio
do teclado; Tecla 0 bloqueio do altifalante e tecla cardinal modo DMO.
8. Teclas navegação. Alternância entre submenus como o grupo
conversação e canal; definições ou registo entradas; Alternância
entre:abc,123,i@.
9. On / Off. Alternância entre Submenus: Grupo Conversação e Canal;
Mensagens de Status. Destaca o canal e grupo de conversação em que
se está a operar.
10. ID – Rádio. Identifica também a instituição a que o equipamento
pertence.
11. Grupo de conversação.
5.140 Para selecionar um novo canal, basta pressionar a tecla On/Off e com recurso às teclas de
navegação escolher o canal pretendido. De seguida, através da rotação do botão do volume
seleciona-se o canal de conversão pretendido. Para fixar o grupo de conversação, é necessário
pressionar a patilha PTT.
5.141 Para realizar uma comunicação deve-se segurar o rádio numa posição vertical à frente do
rosto com o rádio a uma distância mínima de 2,5 a 5 centímetros dos lábios.
b. Procedimentos de Comuniçações
5.144 Disponível em todos os terminais dos APC de cada distrito e terminais da ANEPC (comandos
Distritais), UEPS/GNR, FFAA, INEM, AFOCELCA, ESF e outros usuários da rede SIRESP.
5.145 Sempre que as equipas da UEPS/GNR integrantes do DECIR, sejam acionadas para um TO,
farão uso de rádio SIRESP, no canal 3 (pasta P Civil) do distrito da ocorrência (Ex: LR3), permitindo
um contacto permanente com o CDOS do respetivo distrito na rede SIRESP;
5.146 O canal 3 permanecerá durante toda a operação para as comunicações com o CDOS, salvo
indicação em contrário do CDOS;
5.151 Este canal é atribuído com o despacho da missão e serve para comunicar com o COS no TO,
sem prejuízo de poder ser atribuído um canal de Comando Tático nos TO de maior dimensão
(geralmente nas missões em ATA).
5.154 As comunicações com o piloto da aeronave são estabelecidas em situação normal através
do rádio E/R Portátil ICOM IC-A6E, na frequência VHF (banda aeronáutica) ou através da E/R
Portátil ICOM IC – F34GS em canal de manobra 4 (M04) VHF/FM (Banda Alta) sempre que as
comunicações na banda aeronáutica não forem possíveis ou se afigurem difíceis, ou ainda numa
ocorrência onde esteja a ser usada uma das frequências nacionais com vários meios aéreos
envolvidos na operação, caso em que a comunicação entre o Chefe de EIPS ou SIPS deve ser
estabelecida através da E/R Portátil ICOM IC – F34GS em canal de manobra 4 (M04) VHF/FM
(Banda Alta) por forma a descongestionar as comunicações na frequência aeronáutica.
5.155 Para comunicação através da frequência VHF (banda aeronáutica) devem ser respeitadas as
seguintes regras:
5.156 A cada PIPS é atribuída uma frequência de banda aeronáutica a qual é utilizada sempre que
é despachado um único Helicóptero de Ataque Inicial (HEATI) para uma ocorrência.
5.157 A cada CDOS é atribuída uma frequência de banda aeronáutica, a qual é utilizada sempre
que forem despachados dois HEATI para a mesma ocorrência (não incluindo helicópteros da
AFOCELCA) ou aeronaves provenientes de Espanha em ATI ou solicitadas pelo CDOS, no âmbito
do Protocolo Bilateral Portugal/Espanha. A frequência atribuída ao PIPS alternativos será a
frequência dos restantes PIPS do mesmo distrito.
5.158 Ao CNEPC são atribuídas três frequências de banda aeronáutica e que estão sob sua gestão
direta, as quais são utilizadas sempre que forem despachados, para a mesma ocorrência, três ou
mais HEATI e/ou helicópteros da AFOCELCA e/ou helicópteros bombardeiros pesados (HEBP) e/ou
aviões bombardeiros independentemente da sua tipologia ou origem. De referir que, por defeito, os
helicópteros da AFOCELCA descolam na frequência 129.950 MHz, podendo esta ser alterada por
conveniência operacional.
5.160 Após o desembarque em TO e quando o meio aéreo já está em voo para abastecimento de
água, o chefe de EIPS ou comandante de SIPS faz uma verificação das comunicações com o piloto
do meio aéreo, através do rádio E/R Portátil ICOM IC-A6E, na frequência VHF (banda aeronáutica).
5.161 O chefe de EIPS ou comandante de SIPS deve avaliar cada descarga e informar o piloto dos
resultados. Um maior grau de precisão será obtido em subsequentes lançamentos quando uma
correta avaliação é dada, permitindo ao piloto a introdução das necessárias correções.
Precisão
Concentração
Avaliação da quantidade de água que cai sobre a extensão da chama por cada descarga
lançada (depende da velocidade da aeronave).
Penetração no terreno
Altura
Avaliação da altura das descargas, quanto mais alto for o lançamento menor será a
penetração no terreno.
Efeito produzido
5.163 Deve ter-se em consideração que o emprego dos meios aéreos num TO de incêndio rural, é
reduzir a intensidade e a razão de propagação das chamas para um nível que permita o seu perfeito
controlo pelas forças no terreno, não sendo necessária a continuação dos meios aéreos até à
completa extinção, devendo o chefe de EIPS ou comandante de SIPS dar a informação ao COS,
quando o incêndio estiver dominado.
5.164 “Conhecer o meio no qual se vão desenrolar as ações de combate, sendo capaz de
evidenciar, não apenas os problemas que possam surgir, mas também os recursos existentes no
TO, é vital para o sucesso da operação.”
5.165 O elemento mais graduado dos bombeiros ou o Chefe da EIPS/UEPS, caso seja o COS, deve
efetuar a comunicação do ponto de situação do TO, assim que tiver o reconhecimento efetuado.
Eu sou…
Eu estou…
Eu vejo…
Eu faço…
Eu solicito...
Eu assumo COS….
EU SOU…Identificação do bombeiro ou chefe da EIPS/UEPS que está a efetuar a
comunicação.
Velocidade de propagação;
Tipo de relevo;
Exemplos:
- Combate direto na cabeça do incêndio com VLCI/UEPS ou com recurso ao material sapador da EIPS
helitransportada
- Defesa perimétrica a habitação no flanco esquerdo
- Combate indireto no flanco direito
5.167 Ao solicitar mais meios para o TO devemos ter o cuidado de os tipificar e quantificar.
5.168 Este pedido deverá ser adequado às necessidades que foram constatadas perante a análise
da Zona de Ação naquele TO, podendo o mesmo contemplar:
Meios aéreos;
Meios técnicos;
Elementos de Comando;
Posto;
Nome;
Número;
Instituição;
NOTA: O Comando das Operações de Socorro deverá sempre ser assumido pelo elemento mais graduado
dos bombeiros ou do chefe da 1º EIPS a chegar ao TO, sem prejuízo de se encontrarem no local do incêndio
outras equipas de combatentes (Sapadores Florestais, FEB, UEPS).
5.169 Aos Pontos de Situação aplicam-se as seguintes instruções no que diz respeito às etapas de
um incêndio florestal:
Incêndio Ativo
Incêndio Dominado
Incêndio em Rescaldo
Reativação
Incêndio Extinto
Reacendimento
d. Passagem de Comando
5.170 A passagem do Comando das Operações de Socorro, deverá ser efetuada sempre que
chegue ao local do incêndio um elemento da estrutura dos bombeiros com um posto mais elevado
que o anterior, ou caso de o COS ser o chefe da EIPS/UEPS essa passagem de comando deverá
ser efetuada à chegada ao TO do chefe da primeira equipa de bombeiros (preferencialmente cara-
a-cara) e deverá ter em conta a seguinte informação:
Necessidade de reforços.
5.171 A passagem de comando termina quando o novo COS se identifica e informa todo o escalão
inferior que passou a assumir aquela função, transmitindo também essa informação ao CDOS local.
5.173 Durante o combate a um foco de incêndio, seja durante o ATI, seja durante o ATA, estão
sempre presentes vários agentes de proteção civil naquela Zona de Ação, nomeadamente militares
da UEPS, militares do dispositivo territorial da GNR, bombeiros, elementos da FEB, elementos das
equipas de sapadores florestais, AFOCELCA, AGRIS, etc…, em que todos esses agentes têm um
comando próprio ou elemento responsável pelo qual devem obedecer.
5.174 Mas como foi abordado no ponto anterior em cada TO e em cada momento só há um
elemento a comandar/coordenar, e esta premissa deverá ser tida em conta independentemente do
elemento da instituição que assume essa função, para se atingir o sucesso da missão, que será a
extinção do foco de incêndio.
5.175 No que concerne à colaboração dos militares da UEPS com os militares do dispositivo
territorial da GNR, será essencialmente na transmissão de informações, noticias, testemunhos ou
mesmo identificação de suspeitos relativos à ocorrência, nomeadamente identificar as causas do
incêndio, o ponto inicial da eclosão e por fim se forem detetados vestígios, deverão estes ser
preservados.
5.177 O uso do fogo pelo ser humano é entre outras razões para, queimar sobrantes da exploração
agrícola ou florestal, para fumar, para queimar lixo, lançar foguetes, etc…, em Portugal estão
identificadas como principais causas dos incêndios florestais:
4) Causas Estruturais - conflitos de caça; danos provocados pela vida selvagem; alterações do
uso do solo; pressão para venda de material lenhoso; limitações ao uso e gestão do solo;
contradições no uso e fruição dos baldios; instabilidade laboral ligada aos incêndios florestais
Diminuídos mentais;
Crianças.
Uma área devastada por um incêndio florestal, quando sujeita a chuvas intensas, pode
originar mais facilmente, outro tipo de riscos tais como deslizamentos e cheias;
5.178 Reprodução e disseminação de pragas e doenças, quando o material ardido não é tratado
convenientemente.
214
212
213
Folhada de eucalipto.
211
Eucaliptal.
Carga de combustível fino: 4-6 (t/ha)
222
227
223
arbustivo. Eucaliptal.
Carga de combustível fino: 9-18 (t/ha)
Folhada descontínua de eucalipto com ou sem
M-EUCd
224
226
225
Modelos de Combustível
A-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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233 morto e/ou fino. da espécie, com estrato arbustivo constituído por
Carga de combustível fino: 12-27 (t/ha) aquelas espécies. Regeneração natural densa de
pinhal.
Matos de giesta, piorno. Matos de esteva, carrasco,
Mato baixo (<1 m), com pouco combustível
zambujeiro, medronheiro, lentiscos e outras espécies
V-MMb
236
235
Modelos de Combustível
A-2
(RESERVADO)
(RESERVADO)
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● Protege as mãos do
Luvas de 5 dedos com tela Nomex® Delta TA desgaste provocado pelo uso
ou similar, nas costas e uma Palma de couro das ferramentas.
Florestal
Fireshelter
retarda a passagem do calor para o interior do
indivíduo em caso de
equipamento. A camada de folha exterior
emergência, consoante as
reflete aproximadamente 95% do calor. A
regras pré-estabelecidas.
camada interior é feita de (fibra de vidro) folha
laminada que impede que o calor seja irradiado
para a pessoa que está dentro do equipamento.
Composta por manguitos para permitir uma
rápida implantação.
Mochila de Hidratação
Destina-se ao transporte de
Mochila Mais de 24 h
material mais de 24 horas para
incêndios florestais ou missões
de proteção e socorro. Todos
Sem especificações.
os operacionais devem ter a
mochila preparada para serem
projetados no tempo de uma
hora.
12ATEX2004
Peso: 125gr (bateria incluída)
Medidas: 15 x 3,8 x 4,4 cm
Material que tem de estar
LED branco de alta intensidade 135 Lumens
acoplado ao capacete a todo o
Anel fotoluminescente para alta visibilidade
momento.
Força máxima do corpo de resina
Autonomia: 4h (intensidade máxima), 30h
(baixa intensidade)
Fonte de alimentação: bateria de lítio de 3,7 V
ou 4 pilhas alcalinas R03 AAA
ATI
PIPS de:
Chefe de equipa
Contacto Telefónico :
Observações
DATA: TO:
ATA
COMPANHIA de:
N.º Nome Número total de
elementos
Comandante
Contacto Telefónico :
VC 00 VC 00 – AA - 00 X
VLCI 01 VL
.. X
.. X
Observações
DATA: TO:
Guia de Comando
D-1
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
BIBLIOGRAFIA
ASSEMBLEIA DA REPUBLICA, (2007). Lei n.º 63/2007, de 6 de novembro. Aprova a Lei Orgânica
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Brigadistas Forestales. Corporación Nacional Forestal, Dirección Regional del Biobío. Chile
EUROPEAN DG ECHO (Directorate General European Civil Protection And Humanitarian Aid
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VERSION. Mediterranean Forest Fire Fighting Training Standardization (MEFISTO project).
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Combate a Incêndios Florestais para Equipas de Primeira Intervenção. 3.º Ed. Escola
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XXXI
(RESERVADO)
(RESERVADO)
PDGNR M 1-06-05 Manual de Combate a Incêndios Rurais da GNR
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Suppression Tactics Reference Guide. United States of America. Abril
PARKS AND WILDLIF SERVICE, (2017). “Fireline Construction with Machines”. Learning Manual,
Department of Biodiversity, Conservation and Attractions. Australia.
BIBLIOGRAFIA
XXXII
(RESERVADO)