Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE
PARAPENTE
Parte I
Metereologia
Elaboração e responsabilidade por:
MAXIMILIAN HOCHSTEINER – Piloto N III – UP PG – DAC 003 – I
Parte I – Metereologia
CURSO DE PARAGLIDING
PARTE I – METEREOLOGIA BÁSICA
METEREOLOGIA AERONÁUTICA
É o estudo dos fenômenos do tempo, que ocorrem na atmosfera, visando a economia e a
segurança do vôo. É utilizada operacionalmente na proteção ao vôo, através das seguintes frases:
- Observação: verificação visual pelo piloto das condições de um determinado local e
hora para vôo.
- Análise: estudo e interpretação dos dados coletados para avaliação e decisão do vôo.
- Divulgação e exposição: é a entrega das observações, previsões e análise para
demais pilotos.
Estratosfera
- 55 o C
35.000 pés
11.000 m
Troposfera
- 9 oC
18.000 pés
6.000 m
0 oC
10.000 pés
3.000 m
Começa o uso
do oxigênio
2
Parte I – Metereologia
METEREOLOGIA AERONÁUTICA
O que é – inodora, incolor e insípida massa de ar presa à terra pela ação da gravidade,
acompanhando em seus movimentos.
Mistura mecânica de vários gases e partículas sólidas, como: areia, poeira, sal, fuligem
de centros industriais, partículas orgânicas, pólen e bactérias.
Camadas da atmosfera – quanto à sua estrutura, a atmosfera terrestre é composta por
várias camadas superpostas. Estabeleceu-se uma divisão vertical, sendo:
Troposfera: a primeira camada em contato com a superfície da terra. Sua espessura
considerada é de 17 km no equador. É onde ocorrem na totalidade, os fenômenos metereológicos.
Estratosfera: é a camada seguinte, tendo deixado uma fina camada, a tropopausa. Entre
si e a troposfera. Sua espessura média é de 50 km.
Mesosfera: está logo acima da estratosfera e tem de 50 a 85 km de espessura.
Exosfera: é a passagem gradativa da atmosfera terrestre para o espaço interplanetário.
A partir de 500 km de altitude até 1.000 km.
Camadas da Atmosfera
Exosfera
km Space
500
Shuttle
Satélites
250.000 m
Ionosfera
Mesosfera
50 Perfil vertical de
temperaturas
25 Sonda
Estratosfera
Tropopausa
Picard Ci
1931
10
Everest Jatos
Cb Ac
Aconcágua Cu
Pico Stc Troposfera
Paraná Aviões
Gliders
o
-60 -45 -20 -15 0 +15 +20 C
3
Parte I – Metereologia
FENÔMENOS METEREOLÓGICOS
O movimento de rotação da terra no sentido anti-horário arrasta a massa de ar
imediatamente encostada a ela (troposfera), a medida que a altitude aumenta este arrasto, vai
perdendo intensidade.
Ou seja, a terra gira para leste e massa de ar a sua volta fica retardada para oeste. A
força centrífuga, que atua nos pólos força o ar para escapar para o equador, forçando para fora de
seu eixo. Esta associação de movimentos e seu desvio, recebeu o nome de Efeito Coriolis, em
homenagem ao seu descobridor (pesquisador).
Assim, teremos deslocamentos periódicos de massas de ar frio dos pólos em direção ao
equador e centrifugada pela rotação da terra.
Sempre tendendo ao equilíbrio, deslocando-se de uma região de alta pressão (frio,
pólos), para um região de baixa pressão (calor, equador).
Estes tipos de deslocamentos de massa de ar recebe o nome de ventos metereológicos ou
ventos dinâmicos.
N
e
w
tropopausa
Ventos ocidentais
Anticiclone subtropical
35o Alísios e
Zona Tropical w e
7o
equador Monções e
2o alísios
Anticiclone subtropical
35o
Ventos ocidentais
w
e
estes predominantes
o
60
60o Frente polar Ártica
oestes predominantes
30o A A A 30o Cinturão de anticiclones
20o Alíseos de nordeste
0o 0o Equador - doldruns
4
Parte I – Metereologia
O E
S
Divergência numa ALTA PRESSÃO no Hemisfério Sul.
A A
A A
Convergência numa BAIXA PRESSÃO no Hemisfério Sul.
5
Parte I – Metereologia
FRENTES METEREOLÓGICAS
Zona de transição, de descontinuidade entre duas massas de ar de características
diferentes, de circulação ciclônica.
Superfície frontal é sempre inclinada em forma de cunha e variando de 50 a 300 km,
raramente acima de 6.000 metros de altitude.
Declive
45o S
mPK
mT
Ar quente
CUMULONIMBUS
Ar frio
FRENTE FRIA
CIRRUS
Ar quente
CIRROSTRATUS
ALTOSTRATUS
NIMBOSTRATUS
Ar frio
FRENTE QUENTE
7
Parte I – Metereologia
Vento – Aerologia
Vento é simplesmente o ar em movimento. São as diferenças de pressão, ou gradientes
de pressão entre as zonas atmosféricas que o produzem. Os ventos planetários se movem das zonas
subtropicais em direção aos pólos e tomam a direção oeste.
Já os ventos que sopram ao equador se transformam em ventos alísios orientais. Os
ventos que se movem nas alturas atmosféricas são determinados pelos gradientes de pressão e pela
força de “coriolis”.
Perto do solo, esse movimento é mais complexo e influi na presença de terra, mar ou
variações do relevo. Tanto as brisas marítimas como os furacões e tornados são classificados como
ventos, embora sejam muito diferentes entre si. Podem transportar chuva e poeiras, contribuindo
para a formação do solo.
8
Parte I – Metereologia
9
Parte I – Metereologia
10
Parte I – Metereologia
Vento – Aerologia
Vento é toda movimentação de ar, deslocamentos de ar que tendem a manter o equilíbrio
de pressão. Sempre sopra de uma região de alta pressão para uma região de baixa pressão. Quando
o ar circula muito próximo ao solo (relevo), o atrito com obstáculos, a vegetação, o solo produz uma
ação freante de sua velocidade.
11
Parte I – Metereologia
Orografia
É a formação do relevo com suas formas diversas, vales, colinas, dobramentos. A
orografia também influencia e desvia as movimentações de ar de uma região.
Vento
Barlavento Sotavento
ar aquecido sobre a
terra subindo
ar frio sobre a
ar mais frio sobre a terra movendo-se
água movendo-se em para a água
direção à terra ar mais quente
sobre a água
subindo
12
Parte I – Metereologia
Ventos de encosta
Também podemos chamar de brisa de ladeira. É quando uma colina possui um de seus
lados muito exposto ao sol, favorecendo um aquecimento rápido e fácil, arrastando a massa de ar
diretamente em contato para cima, por convecção, até que e a encosta se resfrie o suficiente,
cessando a brisa.
Ventos de vale
Quando a região que se pretende voar é formada por um relevo muito acidentado, com
diferentes altitudes, o fundo dos vales faz com que o ar siga por estes caminhos recortados no
relevo. Também a encosta exposta ao sol aspira o ar, impulsionando-o para cima, mudando sua
direção.
MUITO CUIDADO COM VALES ESTREITOS OU MUITO PROFUNDOS, POIS O
VENTO TENDE A MUDAR DE DIREÇÃO E ACELERAR, DEVIDO AO ESTREITAMENTO.
13
Parte I – Metereologia
Inversão Térmica
Quando correntes de ar frio descem pelas encostas e encontram o fundo dos vales e
baixadas, massas de ar mais quente, enfiam-se por debaixo destas, obrigando-as a subir, criando um
fenômeno chamado de inversão térmica (restituição térmica).
Corrente de Föehn
É o ar quente e úmido que sobe o lado de barlavento de uma montanha ou cordilheira,
perdendo energia, resfriando-se até condensar e formar nuvens orográficas. Ao ultrapassar o cume,
quando desce o lado de sotavento e encontra o ar quente e úmido, desfaz-se imediatamente. São
nuvens formadas na serra do mar do Paraná, tipo uma cascata.
17o C
Zona de
estancamento Föehn
2.000 m
Nível de
condensação
300 m 37o C
30o C
14
Parte I – Metereologia
Turbulências - Aerologia
São flutuações casuais da densidade do ar, variações no fluxo do vento. São
instantâneas e irregulares, sem sentido de direção. Podem ser consideradas como: leve, moderadas e
fortes.
Turbulência de cisalhamento
Sempre que dois ventos mudam de direção e intensidade, em função de seus sentidos,
aparece um plano divisor, marcado pela fricção do contato dos ventos. O cisalhamento (ruptura)
pode ser horizontal em relação ao solo, quando o vento meteorológico que muda de direção e
vertical ou inclinado em relação ao solo, quando é um função de uma atividade térmica do ar
(convecção e advecção). Quanto maior for a diferença de intensidade dos ventos, maior será a
turbulência formada.
Plano de cisalhamento
Cisalhamento vertical
15
Parte I – Metereologia
Turbulência orográfica
Atrás das montanhas e formações do relevo, dependendo da força dos ventos, é possível
sentir uma enorme variação dos deslocamentos do ar, e por vezes, até uma total ausência. Muito
cuidado ao voar baixo sobre os contornos do terreno, pode-se por vezes, perder totalmente o vôo.
Turbulência de obstáculo
Obstáculos a longa distância, muito verticais, podem deixar esteiras de vazios que
chocam-se com o piloto mais tarde. Conforme a velocidade do vento, a distância pode chegar até
dez vezes a altura do objeto. Muito cuidado com árvores enfileiradas em campos escolhidos para o
pouso e com copas de árvores que se sobressaem nas encostas.
Turbulência devido à causas mecânicas
Vento forte
Vento fraco
Vento
16
Parte I – Metereologia
Aumento de velocidade
Perda de pressão
1
/3 h
Perda de velocidade
Aumento de pressão
h
Sombra
do vento
Vento
h
35o
900 1500
3xh
17
Parte I – Metereologia
0,5 m/s
1 100 m
Vento 10 m/s
1,5
3
2
25o
600 m
1500 m
Vento
Componente
vertical
Comp. horiz.
Zona de ascendência
aproveitável
18
Parte I – Metereologia
Condições de vôo
Colinas arredondadas
Quando o vento contorna uma colina arredondada, gera um envelope de sustentação
largo e baixo em relação à encosta.
Observação: cuidado com as mudanças de direção e de velocidade do vento durante a
permanência no vôo.
Encosta
Vento larga
Encosta
Ar estável
Colinas íngremes
Quando o vento contorna uma montanha ou encosta muito íngreme, às vezes até com
paredes verticais (falésias), teremos um envelope de sustentação, direto sobre as maiores
verticalidades e alto, pois o vento sofre um grande desvio.
Observação: Cuidado com as planícies (arestas) logo atrás das paredes e cuidado com a
avaliação da velocidade do vento.
Vento forte
Vento fraco
Montanhas altas
Quando avaliamos o comportamento do vento em montanhas altas, devemos levar em
conta que esta não forma região de sustentação. Devido à altitude, o relevo divide o vento antes
deste conseguir ultrapassá-lo.
Vento camada
alta Monte cônico
Vento de superfície
19
Parte I – Metereologia
Trópico de Câncer
27o 27’ N
Equador 0o Eclítica
o
Trópico de Capricórnio 27 27’ S
Círculo polar 66o 27’ S
S
SOL
Vento Advecção
Radiação Convecção
Condução
O ar mais quente é menos denso e mais leve, assim sobe. Bem próximo à superfície, o
aquecimento por condução (transferência de energia de molécula para molécula) se dá com maior
eficiência, portanto, perto do solo em níveis baixos, o ar tende a esquentar mais depressa e subir para
níveis mais altos.
O ar, a medida que sobe, perde calor, pois se distancia da fonte de calor. Perde energia
para as moléculas menos agitadas, mais frias e tende a equilibrar o meio, enquanto o ar mais quente
sobe, o ar mais frio desce, ocupando seu lugar.
20
Parte I – Metereologia
21
Parte I – Metereologia
Ângulo
22
Parte I – Metereologia
Hora de
Primeira máxima Ar
hora da insolação estável
manhã
núcleo Plano de
cisalhamento
Vento
Vento +3
+1
Descendente
- 3 m/s
Sotavento +2
NUVENS – AEROLOGIA
“Sempre, uma nuvem já foi uma ascendência térmica, mas nem sempre uma térmica
pode gerar uma nuvem”.
Gotículas de água ou cristais de gelo, as nuvens são formadas pelo processo de
condensação.
A condensação é a perda de energia armazenada no processo de evaporação. Quando o
ar esquenta próximo ao solo e sobe, arrasta junto consigo a umidade existente junto ao chão,
evaporação. Isto significa que a medida em que o ar se resfria quando sobe, a água em estado
gasoso volta a se unir em pequenas gotas. A medida em que sobe mais em virtude da potência das
correntes ascendentes, pode transformar-se em cristais de gelo.
A formação das nuvens ainda depende do grau de saturação de umidade (grau de
umidade).
Em média, há uma perda de 0,6 graus Celsius para cada 100 metros de altitude que o ar
subir. Isto em um gradiente de umidade normal (seco), e 1 grau Celsius para cada 100 m em um
gradiente úmido (logo após uma chuva, por exemplo).
Num ambiente muito seco, há pouca probabilidade de formação de nuvens. Neste caso,
acontece o que chamamos de “térmicas azuis” ou ainda, “térmicas secas”. Existem as ascendentes
térmicas, mas não existe a formação de nuvens.
Subida através da
montanha
Nível de
condensação
-3 0C
-1 0C
4 0C
Perda de calor
80C com a altitude
13 0C
180C
24
Parte I – Metereologia
Cumuliformes Estratiformes
25
Parte I – Metereologia
Cirros-stratus Cirrocumulus
Cirros Cirros
26
Parte I – Metereologia
Alto-cumulus
Alto-stratos
27
Parte I – Metereologia
Bases de até 2 km
Existem algumas nuvens que merecem atenção especial por parte do piloto, quer por
serem sinal de condição favorável de vôo ou de eminente perigo.
Stratus Stratocumulus
Nimbus-stratus Cumulus
Cumulus Cumulus-nimbus
28
Parte I – Metereologia
CAMADA ALTA
Cirrocumulus
(CC) Cirrostratos
Cirrus (CI) (CC)
6000 m
Stratus
Cumulus
(ST)
0m (CU)
29
Parte I – Metereologia
10 h 18 h
Chuva forte
ou granizo Chuva
fraca
Cumulus Cumulus congestus Maturação Dissolução
30
Parte I – Metereologia
MICROMETEREOLOGIA
Esta parte da apostila refere-se exclusivamente para pilotos que pretendam voar nas
rampas abertas no estado do Paraná.
Queremos com este capítulo, ajudar o piloto na sua avaliação e decisão de voar ou não,
descrevendo como são os locais de vôo.
31
Parte I – Metereologia
Período: durante o dia o sol esquenta a face norte. Somente quando o vento dinâmico é
mais forte, podemos voar sul, do contrário, as decolagens acontecem conforme a condição do
momento. Lift bastante técnico conforme o dia.
Recomendações:
Avaliar com extrema cautela o comportamento do vento.
Primar pelo bom senso na análise metereológica.
Tomar cuidado com ciclos térmicos de direções diferentes.
Pouso ondulado, mas muito tranqüilo, sem obstáculos.
Local não muito freqüentado.
Abusar da experiência de outros pilotos no local.
32
Parte I – Metereologia
33
CURSO
DE
PARAPENTE
Parte II
Aerodinâmica
• Geometria da aeronave
• Conceito de perfil Spoiler
• Tipos de perfil
• Princípio da sustentação
• Forças atuantes no vôo, vetores e forças aerodinâmicas
• Estabilidade pendular, lateral, longitudinal e vertical
2
Parte II – Aerodinâmica
INTRODUÇÃO À AERODINÂMICA
AERODINÂMICA: é a parte da física que estuda o comportamento dos corpos envoltos
em um fluido, neste caso tal fluido é o ar, e o corpo é o nosso parapente.
O ar, como já vimos em Metereologia, é um fluido comprimível, ou seja, a cada
aumento de pressão, corresponde a uma diminuição de volume específico e vice-versa. Também é
um meio pegajoso, ou seja, mantém-se grudado nos corpos que nele permanecem.
Na Aplicação Aerodinâmica para Aeronaves de Baixa Velocidade ou Subsônica (menor
que 340 m/s): vamos considerar o ar como um fluido não comprimível até uma velocidade de 200
m/s, dificilmente chegaremos a este limite. Vamos analisar o movimento relativo e o
comportamento do ar criado por um corpo durante o evento, e imaginar como o fluido se comporta
em relação ao sólido em seu interior, olhando a figura a seguir.
Cx = 1 Cx = 0,6 Cx = 0,3
Cx = 1,3 Cx = 0,8
Cx = 0,3
Cx = 0,05
Cx = 1 Cx = 0,5
3
Parte II – Aerodinâmica
Extradorso
Bordo Perfil
de
ataque
bordo de fuga
intradorso
estabilizador
4
Parte II – Aerodinâmica
ELEMENTOS DE UM PERFIL
Perfil: é o formato em corte de um aerofólio e suas partes, possuem as mesmas
denominações da asa, pois a asa é formada por inúmeros perfis, conforme figura abaixo:
Extradorso
Raio de curvatura
Linha de curvatura média Bordo de
do bordo de Bordo de
ataque Perfil
ataque fuga
curvatura máxima
Posição da curvatura máxima
TIPOS DE PERFIL
Perfil
simétrico
α
Ângulo de incidência
Perfil
α assimétrico
Perfil de Planadores
Rígidos
α
Irmãos Wright (1906)
Plano-
convexo Asa delta (1985)
Côncavo
Dupla curvatura
(autoestável) Parapente (1980)
Supersônico
Parapente (1991)
5
Parte II – Aerodinâmica
• Superfície: se define como a área ocupada por um objeto em duas dimensões (cm2,
m2, km2, etc.). Para o parapente, queremos especificar dois parâmetros:
Área real: é o valor encontrado se estendêssemos o tecido (vela) do parapente em uma
superfície plana e medíssemos a sua extensão total.
Área projetada: é o valo encontrado se projetarmos a sombra de um parapente sobre
uma superfície plana, para podermos descontar a curva que faz a vela.
Observe a figura:
Superfície real com estabilizadores
S=b.c
S
Superfície projetada
Envergadura projetada
Envergadura real
Envergadura: 11,2 m
Superfície: 25 m2
Alargamento: 5
6
Parte II – Aerodinâmica
Corda
Corda mínima
Corda máxima
Corda média
aerodinâmica
• Enflechamento: é a curva que descreve o bordo de ataque, pode ser positiva, nula ou
negativa.
Enflechamento positivo Enflechamento negativo
Aumenta a estabilidade Diminui a estabilidade
vento
vento
Arrasto
maior
vento
vento
Flecha: 15o
Arrasto
maior α
Eixo
transversal vento
ou lateral vento
vento
7
Parte II – Aerodinâmica
Sempre que forçamos a passagem de um fluido por um tubo, este obedece ao princípio
de escoamento. Diz a equação do escoamento “quanto mais estreito for um tubo, maior será a
velocidade do fluido e vice-versa”, desde que o volume não se altere.
Assim, através do tubo de venturi, podemos demonstrar o princípio de perda de pressão
no local de estreitamento, com aumento da velocidade do fluido, isto para um volume constante,
conforme figura:
Túnel Aerodinâmico
Modelo
motor
No estreitamento, o ar escoa
mais rapidamente
Ventilador
Pensemos agora que um lado do tubo é o perfil de um parapente, onde o ar tem uma
distância maior a percorrer por cima do perfil do que por baixo, para uma mesma velocidade.
Isto fará com que a partícula de ar que se desloca para cima, exerça menor pressão do
que a partícula que se desloca para baixo, pois acelera mais.
Ar acelerado
pressão menor parado no infinito
Depressão
Deflexão da
circulação ao
redor do perfil
ponto de aceleração
ponto de impacto
α - ângulo de Sobrepressão
incidência Vento relativo
Trajetória
8
Parte II – Aerodinâmica
Assim, sobre o extradorso da superfície do parapente, aparece uma região invisível que
exerce menos pressão que no intradorso, onde a pressão não se altera.
2
/3
1
/3
Sustentação no aerofólio
Trajetória da asa
-2/3
+1 / 3
9
Parte II – Aerodinâmica
Turbilhonamento b
induzido
Asa de grande
alongamento
Vórtices marginais
Vento
relativo
Vórtices livres
Vórtices marginais
Filetes de ar
no extradorso
Filetes de ar
Vento no intradorso
relativo
10
Parte II – Aerodinâmica
Resultante
aerodinâmica
Carga
Ângulo de
incidência Centro
Centrodede
Ângulo de pressão
pressão
disposição do
vôo
Resistência
Corda
Horizonte
Ângulo de
planeio Trajetória
Tração
Peso aparente
Peso real
“A toda ação, corresponde uma reação de igual intensidade, mas de sentido contrário”, é
o enunciado do equilíbrio de forças , dito de um gênio da física, Isaac Newton, no século XVII.
Então, à toda força vetorial, corresponde um vetor reação de igual intensidade, mas de
sentido contrário, para que haja equilíbrio no sistema.
Na figura acima, vamos começar analisando os vetores que compõem o sistema.
Reação do plano
Tração
Peso aparente
Peso real
Peso
11
Parte II – Aerodinâmica
O piloto possui um peso (carga), e terá uma reação oposta, que chamamos de RFA de
igual valor. Na trajetória do vôo, terá um vetor oposto que chamamos de resistência, já levando em
consideração todo o arrasto do conjunto formado por piloto, plano de linhas e vela.
RFA
Sustentação
Centro de
pressões (CP)
Resistência
Trajetória
do CP
Peso
I I – impulso ou sustentação
O – resistência
C – carga
E - empuxo
12
Parte II – Aerodinâmica
Quando este conjunto de forças atuantes está em equilíbrio, o parapente está em vôo
contínuo, em sua razão de planeio, podemos dizer que tem atitude de vôo.
90o
α
O O
E
C1
C
Toda vez que desequilibrarmos o conjunto de forças atuantes no CP, teremos reações e
atitudes de vôos diferentes.
Ainda, entre a trajetória executada pelo parapente e a corda do perfil, aparece uma outra
grandeza chamada Ângulo de Ataque ou Ângulo Alfa. É a variação do ângulo de ataque, através
dos comandos ou deslocamento do centro de gravidade, que percebemos as variações no conjunto
de forças vetoriais atuantes no CP.
Alta velocidade
α menor
Média velocidade
Baixa velocidade
α maior
Vento
Trajetória α – ângulo de incidência
Trajetória
relativo
L/D
l
α l - inclinação
Trajetória L/D - ângulo de planeio
Vento
relativo
13
Parte II – Aerodinâmica
Por exemplo:
Para aumentar o vetor sustentação do conjunto, basta diminuir o vetor resistência, o
piloto não pode emagrecer?
+S
-P
É claro que pode ! ! ! Ou, já que a resistência não pode ser alterada porque faz parte do
projeto do equipamento, um piloto mais leve significa maior vetor de sustentação.
Esperamos que tenha sido esclarecedor em partes, como o perfil ajuda na elevação do
conjunto, também existem outras variáveis envolvidas, com por exemplo a superfície da vela,
conceitos do parapente, etc.
Todos esses aspectos devem ser levados em consideração na hora de voar.
14
Parte II – Aerodinâmica
ESTABILIDADE PENDULAR
Existem 3 tipos definidos no conceito de equilíbrio de um objeto: equilíbrio estável,
equilíbrio instável e equilíbrio indiferente.
instável
estável
indiferente
Dizemos que algo está em equilíbrio estável, quando, com o passar do tempo, seu
centro de gravidade não se altera. Analogamente para o parapente, este equilíbrio estável diz
respeito a voltar para a sua posição de origem, já que o piloto encontra-se suspenso. A esta situação,
chama-se efeito pendular.
O parapente, por ter uma forma arqueada, precisa ser compensado na pilotagem, para
manter este equilíbrio pendular.
instável
estável
estável instável
15
Parte II – Aerodinâmica
Vertical (giro)
Eixo
central
Transversal Longitudinal
(cabeceio) (balanço)
Eixo
transversal
• Eixo transversal ao deslocamento de vôo: neste caso, o piloto atua nos comandos de
maneira equalizada, freiando e acelerando de modo a aumentar o cabeceio para
frente e para trás, até o limite chamado “ponto de virada”. Se o piloto estiver na
frente, cairá para trás, pois a velocidade foi exposta ao máximo em seu ataque, os
filetes de ar se descolam e geram turbulência e não mais sustentação; se o piloto
estiver para trás, a vela por ter velocidade, tende a completar o giro com o centro no
piloto, as linhas perdem tração pois o piloto começa a cair no mesmo sentido da vela.
Rotação no
eixo de
cabeceio ou
eixo
transversal
ponto de virada
16
Parte II – Aerodinâmica
Soltando o
Freio puxado f.c. freio, a força
centrífuga
desaparece
Rotação no
eixo
longitudinal
tendência
tendência
peso peso
17
Parte II – Aerodinâmica
• Eixo vertical: o piloto gira em torno de si mesmo, caso a vela sofra algum tipo de
colapso quando à retomada do vôo, o piloto encontra-se virado para um lado e o
bordo de ataque da vela deslocado em sentido oposto. Este giro pode ser acentuado
pela turbulência durante o vôo, o piloto pode decolar de costas e ter que girar para a
frente na direção do vôo (twist).
Rotação
no eixo
vertical
twist
18
Parte II – Aerodinâmica
PARÂMETROS DE UM PARAPENTE
Conjunto asa-piloto tem uma configuração muito especial, distinta de qualquer outro
tipo de aeronave conhecida.
Alguns fatores pesam muito nesta escolha de equipamento, o parapente, sendo o vôo
lento um dos aspectos mais críticos a serem analisados.
Piloto: Mauro – Morro do Careca – Camboriú - SC Piloto: Bira – Morro da Palha – Curitiba - PR
19
Parte II – Aerodinâmica
RAZÃO DE PLANEIO
É a diferença entre a sustentação e o arrasto. Hoje, alguns parapentes mais competitivos
apresentam razão de planeio entre 7 e 9, ou seja, são capazes de voar 7 ou 9 metros para frente e
descer somente um.
finesse = _______
d
h
d
Razão de planeio = _______
L
D
Sem vento
Vento caudal
1000 m
5 km 4 km 3 km 2 km 1 km
Vento contra
20
Parte II – Aerodinâmica
CARGA ALAR
É o quociente entre o peso total sustentado (piloto mais equipamentos), pela área total da
vela. É a carga que cada metro quadrado da vela terá que sustentar, expresso em kg / m2.
Carga alar grande: maior que 3,5 quilos por metro quadrado.
• Maior velocidade;
• Maior afundamento;
• Maior rigidez na vela.
Carga alar pequena: menor que 3,5 quilos por metro quadrado.
• Menor velocidade;
• Menor afundamento;
• Menor rigidez na vela.
OBS: A carga alar não tem influência nenhuma sobre a razão de planeio.
21
Parte II – Aerodinâmica
GAMA DE VELOCIDADES
O parapente possui dois tipos de velocidade: uma horizontal, para frente, no sentido de
seu deslocamento, que chamamos de velocidade relativa e outra vertical, para baixo, afundando.
Primeiro vamos analisar as velocidades horizontais:
• Velocidade máxima: obviamente será aquela velocidade máxima possível
determinada pelo tipo e concepção do parapente. Hoje já existem parapentes com
velocidades superiores a 60 km/h.
• Velocidade mínima: é aquela determinada pelo equipamento antes dos filetes de ar
que escorregam pelo perfil se desprenderem e gerarem sobre a vela uma turbulência.
Alguns parapentes possuem velocidade mínima de 20 km/h, é o “objeto” voador
mais lento possível já idealizado pelo homem.
Observação: atuando nos freios até 100 %, o equipamento perde toda a sua velocidade
horizontal e o filetes de ar geram uma turbulência sobre a vela e o piloto tende a cair. Esta situação
é denominada estol (stall).
α
Pré-estol
α Estol
Evolução do ângulo
Alfa até o estol α
22
Parte II – Aerodinâmica
Velocidades verticais:
São medidas por instrumentos (variômetros) e normalmente são expressas em m/s.
Afundamento: é a velocidade vertical, mostrada quando o equipamento desce, os
parapentes quando novos, possuem afundamentos bem suaves, em torno de 1,2 m/s.
Maior afundamento: o afundamento máximo que pode ser alcançado sem a utilização de
sistemas de aceleração disponíveis no equipamento.
Em geral, pode-se conseguir os afundamentos máximos, nas velocidades horizontal
mínima (pré-estol) e na horizontal máxima, com tudo acelerado, conforme o modelo e a
performance do parapente.
23
Parte II – Aerodinâmica
CURVA POLAR
É um sistema didático montado sobre dois eixos para análise de performance e evolução
de pilotagem.
• Eixo horizontal registra as velocidades horizontais em km/h.
• Eixo vertical com origem para cima, registra as velocidades verticais, ou seja,
afundamentos em m/s.
V h (k m /h)
22 23 25 27 29 32 35
Pontos na curva
0
A- Estol
0 ,5
B- Estol
C- Pré-estol
D D- Menor razão de descida: 1 m/s
1 C E com 27 km/h
F E- Melhor L/D: 29 km/h com 1,2 m/s
1 ,5 G – Maior velocidade: 35 km/h
G
B
2 Melhor L/D = Vh (29 km/h): Vv (1,2 m/s)
= (29.000 : 3600) : 1,2
= 8,05 : 1,2
2 ,5
= 6,7
A
3
3 ,5
Vv
A tangente à curva que passa pela origem, demarca o ponto onde o equipamento
desempenha a melhor performance.
A curva é construída baseada em dados práticos coletados por pilotos de prova, voando
equipados e registrando valores.
Velocidade Velocidade
mínima máxima
Velocidade Velocidade de
de estol máx. eficiência
m/s
Taxa mínima
de queda C B Máxima finesse
Pré-estol
D
Estol
E
Taxa de queda na A
velocidade
Vv (m/s)
24
Parte II – Aerodinâmica
Na figura, podemos ver que o peso do piloto não interfere no planeio do equipamento,
pois, se o parapente tem uma razão de planeio de 5/1, a curva polar continua tangenciando o melhor
rendimento.
Assim, o peso do piloto só interfere na velocidade vertical, ou seja, mais pesado afunda
mais rápido.
Vh
Piloto de
40 kg Piloto de
70 kg
1 m/s
Vv
25
Parte II – Aerodinâmica
Bibliografia II
AMBROSINI, Sílvio Carlos e VIVANCO, Denis, Apostila Ciclo de Palestras Técnicas
de Paraglider - Ventomania Paragliding School.
DOMINGO, Mário Arqué. Parapente Iniciación Manual Práctico – Editora Perfils, 5ª
Edição, 1995 – Espanha.
HOMA, Jorge M. Aerodinâmica e Teoria do Vôo – Asa Edições e Artes Gráficas, São
Paulo.
KARSON, Paul e colaboradores. A conquista dos ares (romance da aviação) – Editora
Globo, 1a. Edição, 1948, Rio de Janeiro.
PAGEN, Dennis. Walking on the Air ! Paragliding Flight. 14ª Edição, Estados Unidos.
Janeiro, 1990.
PINTO, Paulo Cmte. Manual do Piloto de Parapente – MAPIL . Gávea Sky Walkers, 3ª
Edição, Rio de Janeiro, 1996.
PORTA, Dante. Curso de Parapente – Editora Devecchi S.A., Barcelona, Espanha.
PRADI, Ari Carlos. Parapente, o Caminho Mais Curto Para Voar. Fun Gliders
Equipamentos Esportivos, 1994. Jaraguá do Sul – SC.
RIZZO, Ermano. Volare in Parapendio. Editora Mursia, 1990 – Milão, Itália.
ROCHA, Luiz Carlos Weigert – Teoria de vôo de baixa velocidade – Escola de
Aperfeiçoamento e Preparação da Aeronáutica Civil – Seção Gráfica – 1a Edição,
1991.
SCHWENCK, Antônio e MENEGHETTI, Adalberto J. Vôo à vela – Planadores, Escola
de Aperfeiçoamento e Preparação da Aeronáutica Civil, 1977. Rio de Janeiro.
SEMENOFF, Stefan.. Curso de Paragliding. Apostila Ar Livre.
26
CURSO
DE
PARAPENTE
Parte III
Técnicas de Pilotagem
Noções Práticas
Elaboração e responsabilidade por:
MAXIMILIAN HOCHSTEINER – Piloto N III – UP PG – DAC 003 – I
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Lift Morro do Boi – Caiobá – PR. Pilotos: Mauro (frente) e Renê (fundo)
Introdução:
Parapente ou paraglider, as duas palavras são de origem estrangeira. Parapente
(francês), é a fusão de parachute + pente, ou seja, pára-quedas de encosta. Paraglider (inglês), é a
fusão de parachute + glider, que significa pára-quedas de planar.
Paraglider é um esporte praticado em encostas e em montanhas, como vimos na
definição, planando com um “pára-quedas”.
Paraglider é um equipamento de vôo derivado inicialmente dos pára-quedas retangulares
de salto, que evoluiu, enquadrando-se hoje nos esportes de vôo planados assim como as asas delta e
os planadores, isso tudo devido à sua performance atual.
Aproveitando as mesmas condições técnicas, metereológicas e de relevo dos outros tipos
de equipamentos de vôo livre, o paraglider é o recurso de vôo planado mais lento já idealizado pelo
homem, e também, a maneira mais nova de se voar, e com certeza, uma das mais emocionantes.
O paraglider atingiu um grau de aperfeiçoamento, que hoje eles são capazes de voar
distâncias acima de 200 km e permanecer no ar por mais de 20 horas; aproveitando correntes
ascendentes, ciclos térmicos e ascendentes de relevo.
No Brasil, o paraglider chegou em 1988 trazido por um francês que veio voar nas pedras
do Rio de Janeiro.
Assim, desde então, os brasileiros envolveram-se com o esporte e criaram escolas de vôo
para discriminar as técnicas de pilotagem da nova forma de voar.
Hoje, o número de praticantes é bastante grande e crescente, pois o Brasil tem grandes
potenciais para a prática do esporte.
2
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Orifícios de
compensação
Extradorso
Extradorso
Estabilizador
Bordo de ataque
Intradorso
Células
Aberturas /
bocas
Vela
Linha de
direção
Linhas
Elevadores
batoque
sellete
Bordo de fuga
Bordo de ataque
estabilizador A B C D
Linha de freio
Designação das linhas
Linha suspensora frontal Linha suspensora
traseira
• Vista Lateral
Elevador traseiro
Elevador
Mochila
dianteiro
Detalhe do mosquetinho
3
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
A vela ou velame é assim chamado por ser um tecido reforçado (nylon + malha de
kevlar), impermeável e construído de forma a proporcionar os componentes aerodinâmicos
necessários ao vôo. Suas principais partes são:
1.1 – Bordo de Ataque e Bordo de Fuga: são, respectivamente, as partes da frente e a
parte de trás do aerofólio, sendo que o bordo de ataque é aberto para que o ar entre na hora de inflar.
Quando a pressão interna é a ideal para o vôo, o ar tenta sair e o que tenta entrar fazem com que o
perfil se complete.
1.2 – Intradorso e extradorso: são as partes do aerofólio de baixo e de cima,
respectivamente, são medidos em metros quadrados (m2), e sua área é um dado importante para
cálculo da capacidade de vôo para o piloto.
Bordo de ataque da vela
Extradorso
Intradorso
1.3 – Perfil: é a divisão entre os compartimentos. Dois perfis paralelos formam uma
boca, e esses perfis possuem cortes que fazem com que o ar se comunique com o compartimento
vizinho. Cada par de bocas forma uma célula, dependendo do plano de linhas.
Bordo de fuga
Estabilizador
Bordo de ataque Linha C / D
Linha A/B
Abertura / bocas
Linha de controle ou direção
(linha de freio)
Tira de suspensão
Tira de suspensão
dianteira
posterior
4
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Linhas
suspensores
Mosquetinhos
Tirantes
elevadores
5
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
2.2 – Linha de freio: também chamada de linha de comando e de direção. São as linhas
que passam no bordo de fuga, seguindo por trás do conjunto de elevadores e suspensores do
parapente. Permitem deformar o velame e assim dirigir o parapente, variar sua velocidade e criar
uma sustentação adicional na decolagem e no pouso.
3. A Sellete: acomoda o piloto durante o vôo, mas deve-se avaliar os três tipos
existentes, para que se escolha o tipo ideal de cada piloto.
Sellete Standart: ultra leve, algumas até derivadas de cintos de paraquedistas. Para
pilotos que desejam fazer o parapente em montanha (para-alpinismo).
Sellete Comfort: são apropriadas para uso em média e longa duração.
Proporcionam o máximo de segurança, conforto e boa pilotagem. Para muitos pilotos que
desejam voar por prazer.
Sellete de competição: são apropriadas para pilotos com experiência em
pilotagem de performance, ajudam a melhorar marcas de velocidade. Ideal para pilotos que
desejam se aperfeiçoar como desportistas.
6
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
7
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
• Fixar: a proteção na sua sede, para que não seja possível sair da sua posição de
proteção no momento do impacto;
• Reforçar: a proteção sob o assento, com uma espessura de no mínimo 20 cm.
• Projetar: a espessura de proteção de modo que vá diminuindo progressivamente do
assento até o nível dorsal (função de manutenção em baixo, e função de manutenção
do piloto em posição adequada no alto);
• Proteger: a cabeça do piloto dos violentos movimentos ântero-posteriores (golpe de
chicote) na fase de impacto, com uma proteção mole cérvico-dorsal no alto
(eventualmente inflável);
• Racionalizar: a ação das proteções laterais tornando-as solidárias (integradas ou
adaptáveis) ao assento e a parte dorsal da proteção. Tem assim a finalidade de evitar
o seu deslocamento, mas também de aumentar a função de proteção em caso de
rolamento e a repartir a onda de choque sobre um superfície comum maior;
• Estandartizar: o uso de mosquetões de abertura rápida: “uma mão, dois pontos”;
• Generalizar: um dispositivo de hidratação na sellete e de prático uso;
• Proteger: o piloto de tudo que possa causar trauma em caso de impacto (rádio,
objetos dos bolsos laterais e posteriores, etc.).
8
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Como o piloto é a “carenagem” de sua aeronave, é importante que também pense em sua
segurança e conforto. Equipar-se, neste caso, não é somente usar objetos decorativos e atrativos,
mas sim, visando principalmente preservar a integridade física do piloto.
Existem 3 itens básicos que já garantem uma boa segurança. São eles:
Capacete: Existem duas opções aceitáveis: os abertos, ou seja, ajustam-se na cabeça,
mas não protegem a face; integrais, que possuem protetores dianteiros de maxilar. Devem ser o
mais leve possível, e ter aberturas que permitem ao piloto ouvir e falar sem dificuldades, e também
possibilitar o uso de óculos (facultativo).
Os capacetes são de uso obrigatório.
Botas: as pernas do piloto são seu “trem de pouso”. Assim, não possuindo rodas, boas
botas de cano alto são fundamentais para minimizar os impactos e traumas de situações que as
exigem. Não são bloqueadores de torção, mas devem agir como amortecedores contínuos de
distribuição de impacto, e ainda, proporcionarem aquecimento e facilidade de locomoção,
melhorando a performance do piloto.
Pára-quedas de emergência (reserva): não está integrado ao piloto, mas é proporcional
à suas medidas. O pára-quedas de emergência obedece ao peso mínimo e máximo para atenuar a
queda. Este equipamento geralmente não é dirigível, ele simplesmente cai, a aproximadamente 3, 4
ou 5 metros por segundo, dependendo do modelo e do peso do piloto. Há no mercado, um modelo
de reserva dirigível, porém ainda não foi homologado.
É de uso obrigatório como item de segurança. Existem selletes que possuem um
compartimento para a instalação do reserva, ou pode-se usar um compartimento próprio acoplável a
qualquer sellete.
Dados Técnicos
9
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Rádio VHF: o rádio para comunicação em freqüência VHF é conhecido como HT (hand
transmitter), de comprimento de onda 2 metros. É uma faixa de freqüência de transmissão permitido
pelo Minicon somente para rádio-amadores devidamente regulamentados pelos órgãos competentes.
O uso do rádio não é obrigatório, mas é sempre bom ter um nas situações diversas de vôo e de
resgate. Existe no Brasil, associações que ministram cursos e habilitam interessados em operar rádio
de freqüências homologadas (Labre – 224 4996). Converse com seus colegas radioamadores.
A roupa: o que usar para voar é sempre uma dúvida cruel. São vários os pilotos que por
escolha inadequada, já passaram por situações indesejáveis. Um macacão apropriado, luvas, meias
gola ou cachecol, “Joanna D’Arc”, japonas impermeáveis; tudo é necessário ou não, conforme o dia.
O importante é estar preparado para aquele frio acima dos 2.000 metros, para aquele lift na praia de
4 horas, aquela caminhada de 50 km lá na terra de Marlboro, portanto, boa escolha !
Instrumentos: variômetro, wind meter, GPS, rádio, inclinômetro, variômetro acústico,
bússola, etc. Todas as considerações destes equipamentos são importantes para pilotos que queiram
melhorar sua avaliação e performance. Para a pilotagem básica é importante uma boa formação, um
caminho levará a outro.
10
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Estar interessado em aprender a pilotar um parapente irá exigir do futuro piloto uma boa
dose de paciência e muita prática. Vamos dividir o vôo de parapente em 3 fases: decolagem,
planeio e pouso.
Vejamos o que precisa ser analisado antes de ir para a rampa e se equipar:
1- Situar-se em relação ao vento.
2- Checar a decolagem.
11
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
3 – Decolagem
É a fase inicial do vôo, merece ser bem estudada e treinada, pois metade dos acidentes
acontecem nesta fase.
Com o passar do tempo, o piloto passa a ter uma maior experiência, freqüentando várias
rampas, adquirindo autoconfiança e conhecimento e já faz esta avaliação em segundos e escolhe a
melhor hora para voar, segundo o seu critério.
4 – Preparação da vela
Se temos optado por voar e as condições ao nosso redor já foram avaliadas, preparar
então a vela será nosso próximo passo.
Sempre estender a vela com o bordo de fuga na direção do vôo, com o extradorso para
baixo, tomando cuidado de abrir e olhar se todas as bocas estão viradas para cima.
Vento
Com o vento fraco, a vela deve estar completamente estendida e com as bocas bem
abertas.
Com vento forte, devemos estender o centro da vela mais alto do que as extremidades,
formando uma acentuada “ferradura”, para que o ar passe do meio para as pontas através das
aberturas internas do perfil.
12
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Detalhe da posição
da mão O elevador frontal é
seguro entre o polegar e o
Elevador frontal indicador
Elevador frontal
Batoque de freio
Elevador traseiro por cima do ombro até o cotovelo
Linha de freio
13
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
5 - Ajuda na decolagem
Em locais em que o terreno não ofereça condições para estender o parapente ou devido
ao vento seja difícil estendê-lo, pode-se utilizar a ajuda de uma ou duas pessoas na fase de erguer o
parapente. No caso de somente uma pessoa, ela deve ficar atrás do parapente na parte central,
erguendo o bordo de ataque até a altura do peito, com os braços bem abertos. No caso de duas
pessoas, elas ficam distribuídas na parte traseira e erguem da mesma forma o parapente, só que cerca
de ¼ dele nas extremidades, não devem ser erguidos com as mãos.
1 ajudante
2 ajudantes
Manter o bordo de
ataque esticado
⇒
Vento fraco
Abaixo de 5 km/h
14
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
6 – Equipagem do piloto
Uma vez feitas as checagens de vento, rampa e vela, o piloto inicia seu ritual de
equipagem. Colocar roupa adequada, tirar tudo o que for desnecessário, trocar de calçado, apertar os
cadarços da bota, colocar a sellete, afivelar as pernas, peitoral, cruzilhões, verificar os ajustes, checar
o rádio, instalar instrumentos necessários ao vôo, colocar o capacete, sentir-se confortável e seguro,
posicionar-se na frente da vela para finalmente se conectar, verificar os mosquetões, olhar para a
ordem dos tirantes ABC, da frente para trás, verificar se a linha de freio está por fora e por baixo, e
todas as linhas desembaraçadas e livres.
⇒
⇒
Vento moderado
Até 15 km/h
⇐ vento
15
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Vento e pressão – a medida em que corremos puxando a vela, o ar no seu interior vai
adquirindo pressão, até o momento que as forças aerodinâmicas atuam no aerofólio, fazendo o vôo
acontecer.
Se o vento for fraco, a corrida deverá ser mais vigorosa. No entanto, se o vento for forte,
quase não há necessidade de se correr.
Uma vez que a vela já esteja na cabeça e feitas as devidas correções, basta soltar do
tirante “A” e deslocar-se na direção do vôo.
Controle da vela – atuando nas linhas de freio, teremos condição de transmitir para a
vela os comando necessários para seu domínio e controle. Para corrigir a vela, há a necessidade de
se realizar um movimento coordenado entre freiar o lado que está voando mais alto correndo para o
que está mais baixo, sempre com o intuito de se posicionar no centro do aerofólio: devemos nesta
fase manter o tirante “A” nas mãos, até que a vela esteja no seu eixo vertical perpendicular ao piloto.
Muito bem, não iremos decolar neste momento. Este exercício serve para
familiarizarmos com o comportamento da vela. Devemos sempre repetir estes procedimentos nas
mais variadas condições até que ele esteja decorado de forma sistemática.
A cada tentativa, devemos revisar todos os passos novamente e praticar os aspectos
retardados.
Posicionar a vela de uma forma arqueada, com o piloto no centro com as linhas
esticadas, facilita a montagem. Vamos lá, PUXE ! !
16
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Não sentar. Ainda não. Este procedimento deve ser tomado pelo piloto depois que o
equipamento entrar em vôo e se afastar da rampa e do chão, o piloto não deverá sentar-se
imediatamente após a decolagem. Todo este processo deve ser previamente pensado e calculado
pelo piloto, é o que chamamos de linha imaginária de decolagem.
Desprendimento – assim chamado por ser aquele momento em que o piloto é arrancado
do chão, isso acontece quando a coordenação dos procedimentos com atuação dos comandos faz
aparecer a sustentação (nº 2).
17
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Não
decola
Ufa!
Fim da
ladeira
Freio excessivo.
Ângulo de ataque
estolado.
Soltou o freio
Decolagem normal bruscamente
e cedo.
Voltou
para o
chão
18
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Sem
vento
19
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Curvas e correções de deriva – no solo para realizar uma curva, atuamos no freio do
lado que queremos virar e corremos para este lado. No ar, pendurados, quando atuamos no freio, o
parapente gira no eixo vertical e nossa frente vira para este lado: aliviando o freio, aumentaremos o
raio de curva, atenuando o efeito pendular. Atuando de um lado e aliviando o outro
progressivamente e com coordenação, nos dá o controle de direção de vôo.
Sempre que o vento soprar na nossa frente (proa náutica), as curvas são regulares, mas
se estivermos de lado (través náutico), a curva para o lado do contra será mais lenta e estável, e a
curva a favor do vento será rápida e com perda..
Curva 90o Curva 180o
Pouso / Aterrissagem – é a fase final do vôo. Requer do piloto sempre muita atenção e
total controle sobre o equipamento. Muitos acidentes acontecem nesta fase.
Vejamos o que é necessário para saber se pousar com segurança.
⇐
Curvas em oito
para perder altura
h (percurso mental) Vento
20
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Caso a redução de velocidade não seja total, manter as pernas em posição para
imediatamente após o toque, executar alguns passos. Ficar em pé na sellete a partir da altura que
marcamos para a reta final, ajuda a baixar o centro de gravidade e melhora a percepção da
aproximação (nº 3).
Janela para
pouso
h
Bom pouso, derrubar a vela atrás de si e preparar para o ritual de se desequipar, dobrar a
vela e guardar tudo na mochila.
21
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Importante ! !
Vôo planado não permite erros de aproximação, já que não dispomos de motor para
retornar a voar, então, quando percebemos que não há mais chance de continuar voando, pois
baixamos demasiadamente ou estamos fora de nosso plano de vôo, o jeito é colocar o parapente no
solo afinal chão é chão! Treinar ! Treinar e treinar !!!
Caso se chegue alto sobre a área escolhida para o pouso, iniciaremos então uma série de
curvas até que a reta final seja a de aterrissagem.
Vento
Existe um procedimento padrão respeitado por toda aeronave. Tal procedimento deve
ser pensado, planejado e executado pelo piloto quando da sua aproximação para o pouso. Baseado
na altura em que se encontra, o piloto fará um percurso a favor do vento (perna do vento), um
percurso com o vento de lado (perna transversal), e o pouso será sempre feito contra o vento (reta
final).
20 km/h A velocidade
que este
NÃO parapente
toca o chão é
Vento 15 km/h de 35 km/h
A velocidade
que este
SIM parapente
toca o chão é
Vento 15 km/h de 5 km/h
22
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Nuvem
Fumaça
Parte Parte
escura clara
Lago
Vento
Sombra da nuvem
Cuidado com fatores variados para a aproximação.
Caso o pouso seja muito pequeno para se executar a reta final, devemos eleger então
outro local, alternativas do plano de vôo e escape. Lembre-se de revisar a aproximação mentalmente
em vôo.
Analise o vento no pouso, sua direção e intensidade. Isto lhe dará a garantia de um
pouso perfeito. Pousar contra o vento é o único procedimento admissível, pois as velocidades
contrárias se anulam, e pousar com o vento de cauda é sempre sinônimo de correrias e até tombos.
Fluxo
instável
23
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
Técnica de queda
Procedimentos:
- Pés e joelhos pressionados juntos e o queixo sobre o peito.
- Joelhos um pouco dobrados, as solas dos pés devem estar paralelas ao solo, e os
músculos levemente tensionados.
- No impacto, deixar-se cair utilizando um pouco o efeito amortecedor das pernas (não
mantê-las rígidas).
- Rolar diagonalmente sobre um lado das costas, apoiando-se lateralmente,
primeiramente sobre as nádegas, um lado das costas e finalmente sobre um ombro.
- As mãos devem ficar na frente do corpo junto às tirar do cinto de suspensão, em
nenhum caso, apoiar-se no solo com as mãos para trás.
24
Parte III – Técnicas de Pilotagem – Noções Práticas
O piloto
Voar de parapente exige bastante da capacidade de concentração e capacidade de
aeração, porém não é um esporte que exige demasiada força física. Os movimentos mais exigentes
concentram-se na decolagem, dificuldades durante o vôo e antes do pouso. As condições físicas e
psicológicas do piloto devem ser boas de maneira a não alterar sua capacidade durante o vôo.
Seguem algumas regras que ajudam a evitar momentos desagradáveis:
- o piloto não deve decolar quando se sente exausto;
- não voar sob a influência de álcool ou medicamentos;
- o piloto deve cuidar com os aspectos frio e calor antes do vôo, sentir muito frio ou
muito calor durante o vôo, irá desviar a concentração do piloto;
- resfriados prejudicam a adaptação da pressão interna do corpo nas mudanças de
altura;
- tão importante como o aspecto físico é o aspecto psicológico, a tensão normal que
pode surgir antes do vôo deve ser controlada;
- não voar em estado de “stress” ou com problemas pessoais, bem como em estado de
medo;
- não decolar ou voar sob pressão de outras pessoas;
- nunca decolar enquanto persistir uma dúvida em relação à segurança.
25
CURSO
DE
PARAPENTE
Parte IV
Técnicas de Pilotagem
Manobras
Elaboração e responsabilidade por:
MAXIMILIAN HOCHSTEINER – Piloto N III – UP PG – DAC 003 – I
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
• INTRODUÇÃO
• MANOBRAS ELEMENTARES
• MANOBRAS AVANÇADAS
• PANES E COLAPSOS
• PARAQUEDAS DE EMERGÊNCIAS
Introdução
Esta apostila está chegando à sua mão bem na hora em que o seu conhecimento de
pilotagem está avançado e colocando você mais alto e mais longe do chão.
Todos queremos enroscar em térmicas e voar longas distâncias. No entanto, para esta
realização, é preciso compreender e enfrentar a turbulência e os colapsos com experiência e preparo.
Esta apostila tem por objetivo oferecer suporte técnico ao seu conhecimento prático.
A responsabilidade por acidentes de qualquer natureza é de inteira responsabilidade do
piloto, lembrando que sempre que o piloto se perguntar “se já verificou tudo” e a resposta for “acho
que sim”, PARE e verifique tudo de novo.
2
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
O PÊNDULO E A COMPENSAÇÃO
Antes de partirmos para a detalhes sobre o que pode acontecer com o piloto durante o
vôo em seu parapente, precisamos nos lembrar que o parapente é uma aeronave diferente das
demais, pois o piloto está deslocado para baixo e sua asa é arqueada, deixando o centro de gravidade
longe da função aerodinâmica de sustentação.
Ou seja, estamos realmente pendurados em um grande balanço voador, assim estaremos
constantemente pendulando.
CURVAS
3
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
Através das linhas e comando e direção (freio / batoque), o piloto força para baixo o lado
que quer girar, o bordo de fuga e deformado criando resistência ao avanço, causando turbulência no
extradorso. Diminui com isso, a área da vela projetada, o lado oposto voa com maior velocidade
sem deformação, o lado acionado afunda mais que o lado livre, o piloto gira no eixo vertical, isto
tira o piloto do ponto de estabilidade e o faz balançar até o retorno do equilíbrio.
0% 25 %
(velocidade máxima) (finesse máxima)
40 %
(caída mínima)
4
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
ORELHAS
Pode-se chegar a uma taxa de queda de 4 m/s, e ainda associar ao uso do acelerador, o
que aumenta ligeiramente a taxa de queda.
Alcançando as linhas externas, de cada lado do tirante “A”, uma duas ou três (cuidado
para não pegar as linhas de outro tirante) o mais em cima possível, adiante dos mosquetinhos. Às
vezes é preciso se erguer na sellete. Com um movimento rápido, puxamos para baixo e para fora até
o fim do comprimento que elevamos as mãos (quanto mais linhas puxamos, maior é o
afundamento).
Nas velas mais estáveis (standart) é necessário ficar segurando, caso contrário, a vela
reabre.
O que nos força a fazer curvas com o deslocamento do corpo na sellete, forçando o
assento para o lado da curva. O parapente reage com o pêndulo mais sensível, pois seu tamanho
sobre a cabeça diminui, fique tranqüilo, volte o corpo e ele volta a voar reto.
5
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
ACELERADOR
Acelerador
6
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
MANOBRAS AVANÇADAS
Rotação
involuntária
Vôo equilibrado
Bombear o lado Freio e gire do lado
fechado para exterior para
Autorrotação acelerar a abertura manter a trajetória
Soltar os freios. Se o
giro não parar, compense UFF ! !
com o freio oposto ao
sentido de giro
Fazer orelhas
Fazer espiral
Se não sair
girar o tirante
dianteiro
Abrir
Soltar os freios
Parachutagem
Freio muito
progressivo
UFF ! !
Aproximação
7
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
O colapso frontal simétrico pode ocorrer quando, na saída de uma térmica, uma corrente
de ar descendente empurra todo o bordo de ataque para baixo e o piloto cai, pois todas as linhas do
tirante “A” ficam frouxas. Não há muito o que temer neste tipo de colapso, pois é instantâneo, e a
reabertura é imediata, o problema está no susto.
O piloto pode provocar um colapso de “A” segurando simetricamente na altura dos
mosquetinhos e puxando rapidamente para baixo, imediatamente o tirante é arrancado da mão e a
vela reabre.
Mantendo os freios ligeiramente acionados, normalmente a vela reabre devido a perda
de altura causado pelo colapso.
B-STALL
Vôo normal
⇐
Trajetória
⇓
Ao quebrar o perfil aerodinâmico, o piloto leva o
velame a uma parachutagem pelo descolamento
Trajetória do fluxo de ar.
8
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
Vôo normal
Tirante “B” puxado
Mantemos assim, segurando os tirantes “B”, até a decisão de voltar a voar novamente.
Soltar simetricamente e contando um, dois, três, já, iremos pendular novamente para
frente e para trás até estabilizar num vôo reto (conforme o parapente, há necessidade do piloto
intervir para sair da parachutagem, acelerando ou adiantando os tirantes “A”, jamais freie).
COLAPSO ASSIMÉTRICO
O colapso assimétrico pode ocorrer quando em dias muito turbulentos. Uma corrente de
ar descendente empurra parte da vela para baixo, provocando uma fechada de um dos lados da vela.
É o tipo de colapso mais comum em dias quentes e de fortes correntes ascendentes.
O parapente fecha uma parte (de 30 a 70%) de um dos lados. Os parapentes standart e
intermediário tendem a voltar por si só ao vôo normal, entretanto, a interferência do piloto ajuda a
acelerar a abertura.
O piloto pode provocar um colapso assimétrico, puxando um dos tirantes “A” para
baixo, manobra que deve ser feita sob a supervisão de um instrutor habilitado e em condições de
segurança.
Impedir que o parapente entre em giro, faz parte do procedimento do piloto para reabrir
o parapente. Fique calmo, pois o parapente pode voar com apenas a metade inflada.
9
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
Puxe ambos os freios simetricamente até 25%, jogando o peso para o lado aberto. A
partir daí o parapente deve reabrir naturalmente.
Caso isto não ocorra, acione o freio do lado fechado longa e progressivamente, até que o
parapente reabra.
Bombadas fortes e curtas não surtem efeito. Todos os movimentos devem ser
progressivos.
É a partir de uma ação tempestuosa ou tardia que uma situação de colapso controlável,
conduz a situações irrecuperáveis.
10
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
ESPIRAL OU SPIN-POSITIVO
Consiste em efetuar uma violenta curva, até completar 360 graus, ou ainda, a partir de
uma curva, segurar o giro e acentuar o comando até o máximo de centrifugação que o piloto
agüenta.
90o 180o
270o 360o
11
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
NEGATIVA OU SPIN-NEGATIVO
Para que o parapente inicie um giro contrário à sua trajetória de vôo, só é possível se
perdermos toda a velocidade horizontal (relativa), sendo puxado para trás.
Normalmente é o piloto que produz tal situação, voando próximo de sua velocidade
mínima ou anulando esta. A conseqüência é que uma parte do parapente que esteja estável comece a
girar para trás, freada pelo lado instável e puxada pelo piloto.
Próximo da velocidade mínima, o vôo fica sensível se o piloto soltar um dos freios
rapidamente. Poderá provocar o descolamento do fluxo de ar no extradorso do lado freiado, devido
à alta taxa de afundamento (velocidade vertical) imediatamente o lado acelerado é puxado para trás e
para dentro do sentido de rotação.
O piloto despenca de costas e centrifuga, a metade da vela aberta voa para trás, o bordo
de fuga passa a ser o ataque no sentido de rotação do conjunto. Numa “negativa”, o velame tenta
voar dando socos violentos e tenta puxar os braços do piloto.
A recuperação se dá mantendo os braços rígidos, e acionando os freios 60%, para anular
a rotação, e em seguida, soltando o comando em quatro tempos progressivos, de 45, 30, 15, e 0%,
voltando ao vôo normal.
20 100
40 100
0 100
100% (mínima)
20 100
40 100
0%
25%
40%
50%
100%
O vôo com excesso de freio é o sintoma, é o sinal que precede uma situação de spin
negativo; tentar girar uma térmica com raio muito pequeno e fechado de curva, tentar apertar uma
curva contra a encosta para não perder o lift; são situações que exigem um limite mínimo de
velocidade. Se o piloto soltar um dos freios e a resposta do equipamento não for previsível,
poderemos estar com um problema. A negativa é uma situação que não se tem controle, não se pode
prever os acontecimentos, os balanços e chacoalhos, então evite voar próximo da velocidade
mínima.
“Lembre-se: vento na cara significa velocidade.”
12
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
13
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
CRAVETE
Esta manobra hoje está em desuso, pois força muito a estrutura do parapente e expõe o
piloto ao risco.
É executada com o colapso das linhas internas do elevador frontal (tirante “A”),
normalmente uma linha do meio de cada lado, pode se dizer que é o contrário do procedimento para
se fazer orelha, precisa ser simétrico e executado com precisão.
O parapente perde as células do meio em função do stall das linhas centrais e voa com as
extremidades, normalmente provocando um movimento para frente e para trás, similar a um
remador. Basta soltar as linhas e o parapente retoma o vôo normal.
É uma manobra que causa um esforço muito grande em pontos críticos do equipamento.
Causa perda de altura e dirigibilidade, pois não temos comando, vai para onde bem quiser e deve ser
feita por pilotos bastante experimentados, em total condição de segurança.
PANES E COLAPSOS
14
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
2 – Twist
O Twist ou torção no eixo vertical do piloto, pode acontecer quando ao decolar de costas
(à francesa), gira para o lado contrário de sua torção, ou ainda, em uma situação turbulenta sofre um
colapso assimétrico de grandes proporções e cai na sellete antes de controlar a pane.
Para retomar o vôo normal, o piloto precisa intervir na situação, tentar distorcer o giro,
forçar a inversão da rotação.
É bem complicado tentar pilotar e pousar de costas para o deslocamento de vôo.
15
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
16
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
CONCLUSÃO:
Esta apostila descreve várias situações que não devem ser provocadas.
E, se executadas, mediante a supervisão de um instrutor qualificado, sob todas as normas
e totais condições de segurança.
Todos os equipamentos, especificamente o parapente, não foram concebidos para
acrobacias ou manobras extremas. No entanto, todos os testes são feitos sob extremo rigor técnico e
máxima condição de segurança.
Esteja atento aos limites do equipamento, as recomendações do fabricante no manual do
usuário e não se exponha ao risco sem necessidade.
17
Parte IV – Técnicas de Pilotagem – Manobras
Bibliografia IV
18
CURSO
DE
PARAPENTE
Parte V
Regras e Tráfego Aéreo
INTRODUÇÃO
2
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
TRÁFEGO AÉREO
Prioridades, como no trânsito de uma cidade, os pilotos precisam seguir regras e normas
para a sua segurança e tranqüilidade na pilotagem.
As regras de tráfego aéreo respeitam a seguinte prioridade nas aeronaves
1- Aeronave mais lenta tem prioridade sobre aeronaves mais rápidas;
2- Aeronaves sem motor tem prioridade sobre as aeronaves motorizadas;
3- Aeronaves com menor altitude tem prioridade sobre as aeronaves mais altas;
4- Aeronaves de passageiro tem prioridade sobre as aeronaves de carga.
3
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
TRÁFEGO AÉREO
Situação 1
1 – Como no trânsito, quando dois veículos se encontram em trajetória de colisão, na
mesma estrada, os seus condutores desviam ambos a direita
Em confronto, os dois pilotos devem alterar
suas trajetórias para a direita.
Situação 2
Caso os pilotos estejam voando em uma encosta e as trajetórias de vôo, desde que em
mesmo nível em direções contrárias, evidenciam o risco de colisão, ambos desviam para a direita,
sendo o piloto que está com a encosta a sua direita permanece em sua trajetória (tem a preferência),
pois não pode virar contra a encosta.
vento
Deve o piloto em sentido contrário, mostrar todo o esforço para desviar à direita do
parapente que tem a preferência, se antecipando, liberando a trajetória, mesmo que tenha que perder
a situação de lift.
4
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Situação 3
Se um piloto em trajetória de colisão, voando em mesmo nível, encontra outro piloto
voando em trajetória perpendicular a sua, o piloto à direita têm preferência. Mantém sua trajetória,
sendo que o piloto que voa em sua direção, vindo da esquerda, deve antecipar sua curva à esquerda e
voar paralelo ou fazer uma curva à direita e entrar por trás do parapente que tem a preferência.
ULTRAPASSAGEM
Situação 1
Diferente da conduta de trânsito, a ultrapassagem aérea se dá pela direita, quando é
inevitável o vôo de ultrapassagem no mesmo nível. Quando uma aeronave é mais veloz que outra,
no caso do parapente, o piloto que ultrapassa deve avisar o piloto ultrapassado a manter distância e
procedimento de segurança. O piloto ultrapassado deve tentar observar quem lhe ultrapassa e evitar
neste momento a curva a direita.
Situação 2
Em um vôo de colina, a ultrapassagem, quando for inevitável, deve ser feita entre o
parapente ultrapassado e a encosta, ou seja, por dentro, pois prevemos que o piloto ultrapassado fará
uma curva para fora da montanha, quando tiver que reverter sua direção de vôo.
5
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Situação 3
Em um vôo térmica, quem define o sentido de giro na térmica é o primeiro piloto que a
encontra, ou já esteja nela, sendo que os pilotos que chegaram depois devem obedecer este sentido.
Os pilotos que chegam na térmica onde já se encontra um piloto, devem girar mais aberto e por fora
para tentar permanecer nela.
A preferência é do piloto que esteja girando mais apertado, no centro, subindo mais
rápido, devendo os pilotos acima dele abrir suas curva.
Campo de pouso
Eixo de
entrada
Reta final
Base
6
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Situação 2
Situação 3
Situação 4
Situação 5
Margem de
segurança
Linha elétrica
Bosque
7
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Este espaço livre – braços levemente levantados acima da cabeça, na posição vertical
com as palmas das mãos voltadas para dentro.
Reduzir velocidade – braços para baixo com as palmas das mãos voltadas para o solo,
movem-se então para cima e para baixo vária vezes.
Curva
8
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
9
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
10
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Comentários:
3. Envelope de vôo:
No parapente Standard sem uso de acessórios, a variação máxima de velocidade
permitida é 10 km/h. No parapente Performance, o limite de variação é igual, mas com trimmer na
posição caçado (lento). No parapente Competição não há limite, embora a variação deva ser
registrada. No parapente Duplo, a variação deve ser de 15 km/h.
4. Utilização de acessórios
O parapente deve ser voado com trimmer caçado durante 10 segundos. Em seguida,
durante 10 segundos, à velocidade máxima com uso de trimmer solto e/ou acelerador. Em todas as
categorias, o parapente deve continuar voando uniformemente.
5. Estabilidade em arfagem
Com o trimmer solto, o parapente é levado até o estol e os freios aliviados. Para o
parapente Standard, o avanço máximo do velame é de 45o, podendo haver fechamento desde que a
proa seja mantida. Para a categoria Performance, o avanço máximo é de 90o e os fechamentos
aceitos se, na saída espontânea, a mudança máxima de proa for de 90º . Para os parapentes
Competição e Duplo o quesito não é exigido.
6. Saída de parachutagem provocada pelos freios
Os freios são totalmente aliviados lentamente. O parapente Standard deve sair
espontaneamente dento de 4 segundos ou, caso contrário, seguindo as instruções do manual, com o
avanço máximo do velame de 45o e mudança de proa até 180º . Parapente Performance e Duplo,
requisito idêntico com avanço máximo de 90º . Parapente Competição, avanço máximo de 90o com
retorno ao vôo controlado após 4 segundos da intervenção do piloto.
7. Saída em estol de B com alívio suave do freio
Caso não haja restrição ao estol de B no manual de vôo, com os acessórios em posição
lenta, o estol é aliviado suavemente. Se a parachutagem persiste, aplicam-se as instruções do
manual. Para o parapente Standard, o avanço máximo do velame é de 45o, o fechamento é aceito
desde que ele se reabra espontaneamente e não haja mudança de proa. Para o parapente
Performance o avanço máximo é de 90o e o retorno ao vôo controlável deve ocorrer no máximo após
4 segundo da intervenção do piloto. Para os parapentes Competição e Duplo, o requisito não é
válido.
8. Saída de estol de B com alívio rápido do freio
Com os acessórios em posição veloz, o freio é aliviado rapidamente. Se a parachutagem
persiste, aplicam-se as instruções no manual. Para o parapente Standard, o avanço máximo do
velame é de 45o, o fechamento é aceito desde que ele se reabra espontaneamente e não haja mudança
de proa. Para o parapente Performance, o avanço máximo é de 90o e o retorno ao vôo controlável
deve ocorrer no máximo após 4 segundos da intervenção do piloto. Para os parapentes Competição,
o avanço máximo é de 90o e o retorno ao vôo controlado no máximo 4 segundos após a intervenção
do piloto. Para o parapente Duplo, os requisitos são iguais ao parapente Performance, se a manobra
for permitida no manual
11
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
9. Aptidão de curva
Com os acessórios em posição lenta, é feito 360o de curva e o sentido invertido o mais
rápido possível até completar 360º . O parapente Standard deve completar a manobra, sem mudança
do centro de gravidade, em 18 segundos. Para o parapente Performance, o tempo máximo é de 20
segundos e é permitido mudar o centro de gravidade. Para o parapente Competição e Duplo o
critério é o mesmo e o tempo máximo é de 23 segundos.
11. Wing-Over
Para o parapente Standard e Duplo, não deve haver fechamento. Para o parapente
Performance e Competição é permitido o fechamento se houver retorno espontâneo ao vôo normal
em menos de 90o de curva.
12. Saída de fechamento assimétrico
É provocado um fechamento assimétrico de aproximadamente 55%. O parapente
Standard deve retornar ao vôo controlável espontaneamente com variação máxima de 180o de proa.
No parapente Performance, a variação máxima de proa admitida é 360o. No parapente Duplo e
Competição, se o retorno ao vôo normal não ocorre aos 360o, o piloto intervém e a situação deve se
tornar controlável dentro de 4 segundos e 360o.
13. Saída de fechamento assimétrico após 2 voltas
Após ser provocado um fechamento assimétrico idêntico ao anterior o elevador é solto
após a segunda volta. O parapente Standard deve sair espontaneamente até 360o. O parapente
Competição e Performance se não retornarem espontaneamente ao vôo normal aos 360o, o piloto
intervém de acordo com a instrução do manual, devendo a situação se tornar controlável em menos
de 4 segundos e 90o de curva. O parapente Duplo deve retornar espontaneamente ao vôo normal em
menos de 2 voltas.
14. Saída de vrille
É feita entrada em vrille com o trimmer caçado. Aos 360o, os freios são aliviados
rapidamente. O parapente Standard e Duplo devem retornar espontaneamente ao vôo normal dentro
de mais 360o de curva. O parapente Performance pode continuar em vrille por mais uma volta,
devendo retornar espontaneamente ao vôo normal em menos de 90o. Para o parapente de
Competição, este quesito não é exigido.
15. Saída de decrochage assimétrica
Após aliviar os freios, o parapente Standard deve retornar espontaneamente ao vôo
normal em menos de 90o. Os parapentes Duplo e Performance, se não reabrirem espontaneamente
devem fazê-lo até 90o de curva após a atuação do piloto, de acordo com o manual. Para o parapente
Competição o requisito não é exigido.
16. Saída de fechamento frontal assimétrico
Após provocar o fechamento frontal, os elevadores são rapidamente aliviados. Sem que
os freios sejam atuados, o parapente Standard deve reabrir em 4 segundos com avanço máximo de
45o. No parapente Performance, não havendo reabertura espontânea, a mesma deve ocorrer até 4
segundos da intervenção do piloto com variação máxima de 45o de proa e 90o de avanço. O
requisito não é exigido para parapente Duplo e Competição.
17. Saída de curva radical engajada
Após completar a segunda volta, os freios são aliviados lentamente. O parapente
Standard deve retornar ao vôo horizontal em menos de 360o. Os parapentes Duplo e Performance
em menos de 720o. Se o parapente continuar na curva, o piloto intervém e o retorno ao vôo
horizontal deve ocorrer em menos de 360o. Neste caso, o parapente é Competição.
12
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
RBHA 103
05 AGO 94
Comentários sobre:
Segundo o RBHA-103...
13
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Exame Teórico
Destinado ao candidato a piloto de todos os níveis, exigirá as seguintes habilidades,
variáveis com o nível pretendido
1. Posicionamento pré-vôo correto.
2. Cheque pré-vôo.
3. Manuseio correto do parapente na seqüência de decolagem.
4. Manobras correspondentes ao nível solicitado.
5. Aproximação e pouso corretos.
OBS: A ABVL, através de seu Regulamento para Parapente, estabelece os critérios e procedimentos
para a avaliação dos ítens acima.
14
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
NÍVEL II (NOVATO)
O piloto deverá demonstrar bom julgamento de situações e nível de maturidade
necessários para o nível solicitado. Os seguintes requisitos são exigidos para a promoção ao Nível II:
1. Deve ser Piloto Nível I no mínimo a 6 meses.
2. Deve contar com o mínimo de 50 vôos como Piloto Nível I, comprovados em
caderneta de vôo.
3. Deve ter voado em 2 lugares diferentes, no mínimo.
4. Demonstrar curva de 180o seguidas sobre um local pré-determinado, suaves, sem
aparente perda de controle ou direção em vários ângulos de inclinação.
5. Ter a prática de vôo sem freios, usando os tirantes traseiros sem estolar, uso dos
tirantes dianteiros para aceleração do parapente sem que provoque um colapso
frontal.
6. Demonstrar curvas de 360o de duas inclinações sem a perda de controle de
velocidade ao sair e sem provocar espirais.
7. Demonstrar espiral descendente sem exceder 60o de inclinação. Ao todo deve
completar 3 giros de 360o.
8. Demonstrar pêndulo frontal, pêndulo lateral e B estol, sem perda de controle.
9. Demonstrar uma fechada assimétrica de, no mínimo, 40% durante 5 segundos, sem
deixar o parapente sair de sua reta inicial.
10. Demonstrar aproximação perfeita em curvas de 180o em forma de S.
11. Demonstrar pouso num alvo de 30 metros de diâmetro.
12. Demonstrar conhecimentos de procedimento de decolagem com ventos acima de 20
km/h, deixando claro a análise das conseqüências do aumento repentino da
velocidade do vento (rajadas) e as medidas de segurança a serem tomadas
(decolagem de costas, caso necessário).
13. Indicação de 3 pilotos de nível superior, por escrito.
15
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
NÍVEL IV (AVANÇADO)
O piloto deve voar com maturidade condizente com o nível solicitado. Os seguintes
requisitos são necessários para se atingir o nível IV:
1. Deve ser piloto nível III no mínimo a 1 ano.
2. Deve ter, no mínimo, 150 vôos, como piloto nível III, comprovados em caderneta de
vôo.
3. Deve ter voado, no mínimo, em 12 locais diferentes de vôo.
4. Deve ter, no mínimo, 3 anos de vôo ativo.
5. Deve ter tido um vôo com ganho real de altura de 1500 metros acima da decolagem.
6. Deve ter, no mínimo, 150 horas de vôos totais, sendo, no mínimo, 100 horas de
térmica e/ou colina.
7. Deve somar 350 km de cross-country, com vôos acima de 20 km, comprovados por
fotos ou testemunhas.
8. Deve ter 2 vôos de, no mínimo, 50 km, percorridos em cross-country, comprovados
por fotos e/ou testemunhas.
9. Deve ter participado em, no mínimo, 5 etapas de campeonatos brasileiros com
colocação entre os primeiros 30.
16
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
17
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
18
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
TOTAL
COMENTÁRIOS: _______________________________________________________________
_______________________________________________________________________________
NOME: _________________________________________________________________________
ENDEREÇO: ____________________________________________________________________
C.P.D. No: _______________________________________________________________________
VALIDADE DO C.P.D. DO INSTRUTOR: ____________________________________________
DATA: ____/_____/_____ ASSINATURA: ______________________________
OBS: Cada vôo de instrução deverá receber avaliação de graus. “S” (satisfatório), “L”
(nos limites mínimos) ou “D” (deficiente).
Os vôos com graus “L” e “D” deverão ser comentados.
19
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
“ATESTADO MÉDICO”
Atesto para os devidos fins, que o Sr. (nome) , portador do R.G. no ______________
e do C.P.F. ______________, desfruta de bom estado de saúde física e mental, bem como perfeita
condição auditiva e visual para a prática do vôo livre.
Local e data
Assinatura do médico
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Declaro para os devidos fins junto ao Departamento de Aviação Civil (D.A.C.) que o
veículo descrito abaixo nesta declaração é de minha propriedade, estando portanto sua operação sob
minha total responsabilidade.
Declaro também que estou ciente do disposto no Regulamento Brasileiro de
Homologação Aeronáutica – RBHA 103, e que comunicarei ao D.A.C., em caso de transferência da
propriedade desse equipamento, o nome e o endereço do novo proprietário, bem como o informarei
da necessidade de assinar nova Declaração de Responsabilidade junto ao D.A.C., sem a qual não
estará permitida a operação desse veículo.
Declaro ainda que estou ciente da necessidade da contratação de seguro de
responsabilidade civil conforme disposto no parágrafo (e) da seção 103.45 do RBHA-103, sem o
qual não estará permitida a operação desse veículo.
___________________________________
(local e data)
___________________________________
(Nome)
20
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
___________________________________
(local e data)
___________________________________
(Chefe da Divisão de Aerodesporto)
Declaro para os devidos fins junto ao D.A.C. que transferi a propriedade do veículo
descrito no verso a ________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________,
residente a ______________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________.
___________________________________
(local e data)
___________________________________
(Chefe da Divisão de Aerodesporto)
21
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
COMENTÁRIOS:
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
22
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
MINISTÉRIO DA AERONÁTICA
DEPARTAMENTO DE AVIAÇÃO CIVIL
QUINTO SERVIÇO REGIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL – (DRAC – CT)
FICHA DE AVALIAÇÃO DE PILOTO DESPORTIVO
PARAPENTE / PARAGLIDER / PARAMOTOR
Pré-vôo Conclusão
1. Conhecimento da região: local de pouso e descrição do plano de vôo.
2. Análise das condições de vôo: aerologia / vento / intensidade/ direção
3. Inspeção do equipamento / preparo para decolagem
4. Posicionamento para decolagem
Vôo Conclusão
1. Inflada e controle no solo
2. Procedimento de decolagem com vento fraco ou sem vento – alpina
3. Procedimento de decolagem invertida / com vento
4. Controle da trajetória de vôo e deriva
5. Curvas de pequena e média inclinação
6. Descida rápida com orelhas / simulação de emergência
Aproximação e pouso Conclusão
1. Aproximação básica em oito
2. Freada e estol para pouso
3. Procedimento com o equipamento após o pouso
Geral Conclusão
1. Observação do espaço aéreo
2. Suavidade nos comandos
Teoria básica Conclusão
1. Normas da ABVL para piloto N-I
2. Regulamentação D.A.C. para UL primário RBH-103
3. Normas de tráfego
4. Noções básicas de metereologia: clima / circulação / form. dos ventos / frentes
5. Reconhecimento de nuvens perigosas para prática do vôo.
6. Noções básicas de aerodinâmica – Princípios de vôo.
7. Conhecimento de manobras, colapsos e sua recuperação
Para piloto N-II, N-III e VD (vôo duplo) Conclusão
1. Normas da ABVL para piloto N-II e ou N-III e VD
2. Pilotagem no lift (ascendente de encosta) e em térmicas
3. Aproximação em “C”. Perna do vento, curva base e final
4. Descida rápida com orelhões
5. Fechamento assimétrico e recuperação
Para pilotos de VD (vôo duplo)
Conclusão
Instrutor responsável pelo treinamento em VD:
Procedimento geral
23
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
OBS: Esta declaração deverá ser preenchida “obrigatoriamente” pelo proprietário do equipamento.
_________________________________________
24
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
SEGURANÇA DE VÔO
1. Tudo que diz respeito a segurança já foi pensado, quando o homem começou sua
trajetória pelos ares, contudo, cada incidente não fatal, aprendemos novas situações ou cobramos
negligências e imprudências de fatos já vividos.
2. O tráfego aéreo existe para ser respeitado e é a sua adoção por parte do piloto que
garante a continuidade da prática do esporte.
3. Cuidados com o parapente, assim como a saúde física do corpo, o parapente requer
cuidados em seus detalhes de fabricação, pois um detalhe construtivo não vai avisar quando vai
romper ou estourar.
25
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
26
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
(2) Consigo realizar Wing-Over rítmicos sem fechamentos laterais. (hoje esta manobra
vem sendo condenada pelo grande número de acidentes fatais – queda dentro da vela – NT).
(2) Sei como efetuar curvas muito fechadas sem inclinar muito a vela.
(3) Tenho condições de inclinar a vela velozmente fazendo um curva fechada, sem
provocar o stall da asa.
(3) Sou capaz de realizar as curvas cardioides numa térmica (curva chata e lenta na
saída da montanha e acelerada e estreita na entrada com a montanha).
(1) Sei como parar uma eventual rotação em caso de fechada assimétrica, estabilizando
a rota de vôo, e sei como acelerar a reabertura usando o peso e os comandos.
(1) Sei como sair com minha vela de uma rotação negativa.
(2) Sei como avaliar se uma altura restante é suficiente para a reabertura da vela e se
uma fechada é irrecuperável.
(1) Sei como realizar e sair de uma fechada frontal (front stall).
(2) Sei voar com orelhas e conheço os esforços estruturais que este tipo de configuração
produz na vela (aumento da carga alar).
(4) Conheço a taxa de queda mínima que posso obter com os meus métodos de descida
acelerada.
(4) Sei fazer o B stall e sei como reagir no caso de saída a vela continuar em stall
parachutado.
(3) Sei voar fazendo parafuso fechado.
(4) Sei o que é pós-stall, conheço o seu risco, e sei em teoria como proceder neste caso.
(3) Conheço o aumento de velocidade usando o sistema de aceleração da minha vela.
(4) Conheço a reação da minha vela se levo uma fechada durante o vôo acelerado e sei
como agir.
(5) Conheço a polar da minha vela.
(3) Sei como fazer um stall parachutado e como sair dele.
(6) Entendi o sistema de deslocamento da polar e a teoria speed to fly.
(2) Sei definir se chego de um ponto a outro usando a técnica do ponto fixo por trás do
obstáculo.
(2) Sei programar um percurso com mapa, bússola ou GPS.
(2) A baixa altura, me coloco em pé na sellete caso perceba qualquer coisa estranha.
(2) Sei quando estou voando com vento de cauda.
(2) Tenho suficiente experiência para poder definir se o ângulo de planeio da minha vela
é suficiente para chegar ao ponto de aterragem.
(2) Sei como fazer se o vento me empurra a sotavento.
(3) Voando na base das nuvens, vôo sempre com o vário e coloco sempre uma margem
se segurança, que se a ultrapasso, deixo a térmica por motivo de segurança.
(1) Conheço as regras de tráfego aéreo.
(3) Mantenho sempre uma distância de segurança dos pilotos principiantes.
(5) Sei imaginar e visualizar mentalmente a passagem dos ventos e das térmicas nas
zonas de vôo e encontro assim freqüentemente as ascendências aonde tenha previsto.
Aterrissagem
(1) Conheço o procedimento em “C” de pouso, e consigo voar na reta final sem precisar
fazer curva para corrigir baixa altura.
(1) Em procedimento final me coloco em pé na selete.
(2) Sei encurtar a reta final usando os comandos.
(3) Sei como corrigir eventuais ganhos de altura causado por térmicas na fase de
aterragem, usando a técnica de desvio lateral e retorno ao eixo da rota de pouso.
(3) Sei fechar a vela apenas aterrado, usando o tirante “B”.
(4) Sei aterrar na montanha inclusive com vento forte e com intensa atividade térmica.
27
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
(4) Sou capaz de aterrar num círculo de 5 metros, sem efetuar manobras perigosas.
(5) Sei reduzir a velocidade de vôo com vento laminar para reduzir a reta final em
aterragem, sem correr risco de estolar a asa.
(4) Conheco os riscos do stall de repetição (bombeando os comandos) e o realizo só em
caso de absoluta necessidade.
(1) Sei como dobrar minha vela sem submeter as linhas a dobramentos perto dos
mosquetões.
(1) Não deixo cozinhando minha vela no sol.
(3) Conheço os riscos da aterragem no local da decolagem e só os realizo quando não
ponho em risco a mim ou a outras pessoas.
Metereologia
(1) Sei definir quais condições metereológicas que demonstram as minhas capacidades
adquiridas.
(1) Reconheço a diferença de uma frente entrando e um CB.
(2) Sei ler uma carta metereológica
(2) Sei como distingüir uma ascendente térmica e/ou dinâmica de uma ascendente de
rotor ou de térmica de sotavento.
(3) Sei interpretar os ciclos entre o desprendimento das bolhas térmicas.
(5) Decolo imediatamente após a passagem de uma forte térmica, sem esperar uma fase
de calma prolongada, porque assim fazendo sei que arrisco encontrar a próxima bolha térmica ainda
perto do chão.
(4) Sei prever suficientemente bem as térmicas avaliando o terreno, vento e o
aquecimento solar.
(2) Conheço o fenômeno Föhn e os seus riscos.
(5) Conheço a teorida da onda, do cúmulo de do Föhn.
Medicina de vôo
(1) Conheço os riscos de voar quando se tem dormido pouco ou tendo bebido álcool, e
quando se toma drogas ou remédios.
(2) Conheço os sintomas da hipoxia.
(1) Se o quanto corro risco quando vou voar com febre, gripe ou outro mal estar.
(2) Sei que durante o vôo, devo respirar normalmente e tranqüilamente.
(1) Sei como reage o meu corpinho e a minha mente durante o ciclo menstrual
Aerodinâmica e Materiais
(1) Sei porque o parapente voa.
(1) Conheço os limites da minha vela.
(4) Conheço a polar da minha vela.
(2) Conheço os riscos possíveis que posso passar durante as manobras.
(1) Conheço a durabilidade dos materiais.
(5) Tenho condições de controlar o comprimento das linhas do meu parapente.
Psicologia e filosofia do vôo
(1) Sou eu quem decide quando decolar
(1) Me concentro antes da decolagem, repassando mentalmente a decolagem, o trajeto
de vôo que quero fazer, a aterragem e antecipo qualquer ocorrência que acredito ser possível de
acontecer.
28
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Bibliografia V
29
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Valorizando a Vida
30
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
31
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Hemorragia
É a perda de sangue devido ao rompimento de um vaso sangüíneo, veia ou artéria. Toda
hemorragia deve ser contida imediatamente.
A hemorragia intensa e não controlada pode causar morte no período de 3 a 5 minutos.
Não perca tempo, pare a hemorragia.
Use compressa limpa e seca:
- gaze
- pano
- lenço limpo
Coloque a compressa sobre o ferimento, pressione com firmeza. Use atadura, tira de
pano, gravata ou outro recurso que tenha à mão para amarrar a compressa e mantê-la bem firme no
lugar.
Caso não disponha de compressa, feche a ferida com o dedo ou com a mão, evitando um
hemorragia intensa.
Aperte fortemente com o dedo ou com a mão de encontro ao osso nos pontos onde a
veia ou artéria é mais fácil de se encontrada. Observe a ilustração abaixo:
Quando o ferimento for nos braços ou nas pernas e sem fratura, a hemorragia será
controlada mais facilmente se a parte ferida for elevada.
Hemorragia nos pulmões (Hemoptise)
Após um acesso de tosse, o sangue sai pela boca em golfadas e é vermelho rutilante.
• Coloque o doente em repouso no leito com a cabeça mais baixa que o corpo;
• Não o deixe falar, mantendo-o calmo;
• Procure o médico imediatamente.
Em caso de hemorragia intensa em braços e pernas, aplique um torniquete. Os
torniquetes são usados para controlar a hemorragia, quando o acidentado teve braço ou perna
mutilados, esmagados ou dilacerados.
32
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Atenção:
Desaperte gradualmente o torniquete a cada 10 ou 15 minutos. Se a hemorragia não
voltar, deixe o torniquete frouxo no lugar, de modo que ele possa ser reapertado em caso de
necessidade.
Hemorragia nasal
• Ponha o paciente com a cabeça voltada para a frente. Aperte-lhe narina durante 10
minutos;
• Caso a hemorragia não ceda, coloque um tampão de gaze dentro da narina e um
pano ou tolha fria sobre o nariz. Se possível, use um saco de gelo;
• Se a hemorragia continuar, o socorro médico é necessário.
33
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Insolação – Intermação
Insolação: ocorre devido à ação direta dos raios solares sobre o indivíduo.
A pessoa apresenta:
• Intensa falta de ar;
• Dor de cabeça, náuseas e tontura;
• Temperatura do corpo elevada;
• Pele quente, avermelhada e seca;
• Extremidades arroxeadas;
• Inconsciência.
O que fazer:
• Remova o paciente para lugar fresco e arejado;
• Coloque-o deitado com a cabeça elevada;
• Coloque compressas frias sobre sua cabeça e envolva o corpo com toalhas
molhadas;
• Encaminhe-o ao médico.
O socorro à vítima de insolação tem como objetivo baixar a temperatura do corpo, de
modo progressivo.
Intermação: ocorre devido à ação do calor lugares fechados e não arejados (fundições,
padarias, caldeiras, etc.).
A pessoa apresenta:
• Palidez;
• Dor de cabeça e náuseas;
• Tontura e inconsciência.
34
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
O que fazer:
• Remova o paciente para lugar fresco e arejado;
• Deite-o com a cabeça elevada;
• Coloque compressas frias sobre a cabeça e envolva o corpo com tolhas molhadas;
• Encaminhe-o ao médico.
Qualquer socorro à vítima de intermação tem a finalidade de baixar a temperatura do
corpo, de modo progressivo.
35
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
O paciente apresenta:
• Ausência de movimentos respiratórios (está completamente imóvel);
• Unhas e lábios roxos;
• Ausência de pulso e batimentos cardíacos;
• Pupilas dilatadas.
Atenção:
Quando você fizer uma massagem cardíaca externa, use exatamente a parte da mão
pontilhada na ilustração. É com ela que você deverá pressionar a metade inferior do osso que fica
na frente e no centro do tórax (o esterno).
O que fazer:
• Deite a vítima de cabeça para cima, sobre uma superfície plana.
• Levante o queixo do paciente e posicione sua cabeça de forma a esticar o pescoço,
forçando-o para cima;
• Retire objetos que possam impedir a entrada de ar pela boca (dentadura e pontes);
• Se não houver resposta (respiração espontânea), inicie a respiração boca a boca.
Feche as narinas da vítima com o polegar e o indicador para não deixar saída de ar.
Sopre até encher o peito do paciente;
• Faca massagem cardíaca.
36
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Massagem cardíaca
• Coloque as mãos espalmadas uma sobre a outra, em cima do peito do indivíduo;
• Pressione energicamente o tórax da vítima. Para isso, coloque o peso do seu próprio
corpo sobre suas mãos;
• Faça esses movimentos 70 a 80 vezes por minuto. Veja a ilustração. Podem ser
feitas ao mesmo tempo, por dois indivíduos, massagem cardíaca e respiração;
• A força a ser aplicada dependerá da estrutura física da vítima.
Uma só pessoa para dar socorro:
Aplique a massagem intercalada à respiração boca a boca. Para cada 10 massagens
cardíacas, soprar duas vezes na boca do paciente, enchendo-lhes os pulmões de ar.
Duas pessoas a prestarem o socorro:
Uma fará a massagem cardíaca e a outra, a respiração artificial boca a boca. Nesse
caso, o ritmo será de 5 massagens cardíacas e uma insuflação de ar.
37
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Sinais e sintomas:
• Dor intensa;
• Impossibilidade de movimentar a região afetada.
O que fazer:
• Imobilize o local da fratura e também as articulações
próximas, acima e abaixo do local;
• Para imobilizar, recorra a talas de papelão, cabos de vassouras, bengala, galho de
árvore;
• As talas deverão ter o comprimento suficiente para ultrapassar as articulações acima
e abaixo da fratura. Deverão ser amarradas com ataduras, no mínimo em 4 pontos:
- Abaixo da articulação e abaixo da fratura;
- acima da articulação e acima da fratura.
B – Contusões e distensões
Contusões e distensões são lesões provocadas por pancada ou torção sem ferimento
externo.
Quando o local da contusão fica arroxeado, é sinal de que houve hemorragia ou derrame
por baixo da pele. O acidentado sente dor, e o local fica inchado.
O que fazer:
• Imobilize e deixe a parte afetada em repouso;
• A partir do segundo dia, use compressas de água quente para apressar a cura.
Se a contusão for grave, consulte um médico.
Entorse é a torção de uma junta ou articulação com ruptura parcial ou total dos
ligamentos.
O que fazer:
• Trate como se houvesse fratura;
• Imobilize a parte afetada;
• Aplique gelo e compressas frias.
38
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
C – Luxação
Luxação é o deslocamento de um ou mais ossos da posição normal que ocupa na
articulação.
A pessoa apresenta dor, deformação e inchação no local. Toda vez que os ossos de uma
articulação ou junta sairem do seu lugar, proceda como no caso de fraturas fechadas.
O que fazer:
• Imobilize como nos casos de fratura;
• Não faça massagens no local lesado;
• Procure auxílio médico.
Lesões na coluna
A vítima com lesões na coluna, geralmente insensibilidade e dificuldades em
movimentar os membros.
O que fazer:
• Não toque e não deixe ninguém tocar na vítima;
• Não vire a pessoa com suspeita de fratura de coluna;
• Observe atentamente a respiração e o pulso. Esteja pronto para iniciar as manobras
de ressucitação;
Ao transportar a vítima, tome os seguintes cuidados:
• Use sempre maca. Na sua falta, use uma tábua, bagagito ou o próprio assento do
banco traseiro de algum veículo ou qualquer outro objeto plano rígido.
• Remova a vítima para a maca, adotando-se o método de três pessoas conforme
ilustrado. Carregue-a mantendo o seu corpo reto. A cabeça, o ombro, a bacia e as
pernas deverão ficar apoiadas nos braços dos socorristas.
• Evite balanços e freadas bruscas;
• Use lençóis ou travesseiros no apoio do pescoço e das costas.
39
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Transporte de Acidentados
A remoção da vítima deve ser feita com o máximo de cuidado para evitar que as lesões
se agravem.
Antes da remoção, se necessário:
• Controle de hemorragias; • Inicie respiração boca a boca;
• Previna o estado de choque; • Execute massagem cardíaca externa.
Como levantar a vítima com segurança:
• Antes de levantar o ferido, verifique as lesões, principalmente com relação a
possíveis danos à coluna vertebral. Cada parte do corpo deve ser apoiada;
• A movimentação e o transporte devem ser feitos com cuidado para não agravar as
lesões;
• A maca é o melhor meio de transporte.
Como improvisar uma maca:
1. Pegar 2 cabos de vassoura, galhos de árvores, guarda-chuvas ou qualquer material
semelhante e resistente. Pegar 2 paletós (guarda-pós, camisas, etc). Enfiar as
mangas para dentro, abotoá-los inteiramente e enfiar os cabos pelas mangas.
2. Enrolar uma toalha grande ou cobertor em torno dos dois cabos.
3. Também pode ser utilizadas tábuas, portas ou poltronas leves.
40
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Transporte de cadeirinha: quando a vítima está consciente, mas não pode andar.
Transporte em cadeiras
Transporte em braços
41
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Tratamento
Cobra Soro
Desconhecida Antiofídico (polivalente)
Jararaca Antibotrópico ou antiofídico (polivalente)
Cascavel Anticrobático ou antiofídico (polivalente)
Surucucu Antilaquético ou antiofídico (polivalente)
Coral verdadeira Antielapídico ou antiofídico (polivalente)
42
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Venenosa Não-venenosa
Cabeça Triangular Arredondada
Pupila Vertical Circular
Fosseta lacrimal Tem Não tem
Escamas Desenhos irregulares Desenhos simétricos
Cauda Curta, afinada abruptamente Longa e afinando gradativamente
Dentes Duas presas no maxilar superior Dentes pequenos e mais ou menos
bem maiores que os demais iguais
dentes
Picada Com uma ou duas marcas mais Orifícios pequenos e mais ou
profundas menos iguais.
Aspectos físicos Venenosa Não-venenosa
43
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
Mordedura de animais
Qualquer tipo de mordedura ou arranhão causado por animais pode transmitir raiva.
Raiva
É transmitida por cão, gato, morcego e animais silvestres (raposa, macaco, etc.)
Tratamento
Não há tratamento para raiva ou hidrofobia. Portanto, é fundamental o tratamento
preventivo, após a mordedura.
O que fazer:
• Lave o ferimento com água e sabão;
• Procure um médico para que ele avalie o tipo de lesão e oriente sobre o tratamento a
ser instituído.
Medidas a serem tomadas em relação ao animal agressor:
• Todo animal agressor é suspeito de raiva;
• Todo animal silvestre é considerado raivoso;
• Não sacrifique o animal agressor. Mantenha-o preso.
• O animal agressor (cão ou gato) deverá ser observado por um período de 10 dias,
mesmo que já tenha sido vacinado contra raiva.
• O período de observação de 10 dias somente se aplica a cães e gatos domésticos.
Nos outros casos, deve ser iniciada a vacinação anti-rábica no ferido.
Instrumentos:
Termômetro, tesoura, pinças e alfinetes.
Medicamentos:
Analgésicos em gotas e em comprimidos, antiespasmódicos em gotas e em
comprimidos, colírio neutro; antídotos para substâncias químicas e soro fisiológicos.
Material de curativos:
Algodão higrófilo, gaze esterilizada, esparadrapo, atadura de crepe e curativo adesivo.
Antissépticos:
Solução de mercúrio cromo, mertiolate, água oxigenada 10 volumes, álcool e água
boricada.
Outros:
Conta-gotas, copos de papel e cotonetes.
44
Parte V – Regras e Tráfego Aéreo
45
PREFÁCIO
Não leva muito tempo p/ percebermos que o vôo não é tão simples como
parece para os pássaros.
Livros inteiros podem ser escritos (e realmente têm sido escritos) tanto
sobre técnicas de vôo como sobre princípios de meteorologia. Este texto
não tenta de forma alguma proporcionar uma discussão completa sobre
qualquer um destes temas . Seu objetivo, sim, é fornecer sugestões
práticas de “como fazer” para pilotos de vôo-livre que esperam melhorar
seus métodos de encontrar e voar em vários tipos de “ascendentes”.
Força Causadora
A coluna de ar, forçada para cima pelo obstáculo, gera uma área de
elevação contínua, pelo tempo que o vento continuar soprando. A região
de lift atingirá de 2 a 3 vezes a altura do obstáculo. A área de melhor lift
depende da inclinação e da altura. Em regiões muito baixas, está mais
próxima do terreno. No topo, o melhor lift estará mais afastado.
Descendente
Morros
Escarpas
Como locais para vôo, as escarpas dividem muitas características com os
morros, com uma grande diferença. Desde que uma escarpa não tenha
declive em sua parte oposta, a localização do ponto de descida do ar é
mais difícil de se predizer.
Escarpas que têm suas faces voltadas para predominância dos ventos
apresentam alguns dos melhores lugares do mundo para lift.
----------------------------------------------------------------------------------------
Waimanalo.
Hawai (1981). James Will usou o lift gerado por uma brisa marítima constante,
permanecendo no ar 24 horas, 36 min e 21 segundos, aterrissou; não devido à
ausência da ascendente mas porque já havia atingido o seu objetivo e porque as
rajadas de ventos que haviam soprado por toda noite não apresentaram qualquer sinal
que iriam parar.
----------------------------------------------------------------------------------------
Montanhas Cônicas
----------------------------------------------------------------------------------------
Nags Head, North Carolina (1982)- Dan Skadal saltou de uma duna de 7 m em uma
forte brisa que vinha do Atlântico. Em frente ao hotel, ele pegou o lift do hotel o que
o elevou o suficiente para fazer um vôo de 2 horas.
Ezolimar (Ninja) em 1999, ficou 6 horas em frente aos prédios (30 m) na Praia da
Costa.
----------------------------------------------------------------------------------------
Liso x Rugoso
Uma encosta nunca chega a ser uniforme em sua face; fendas, ângulos,
pedras e ranhuras marcam tipicamente a superfície. Quando o vento
encontra qualquer destas características um fenômeno conhecido como
“efeito venturi” ocorre.
Inclinação
Morros com pouca inclinação não produzem lift, uma vez que o ar pode
simplesmente fluir ao longo da superfície.
Estabilidade do Ar
Ar Instável
Separação e turbulência não tem grande efeito no lift, mas podem ser um
problema.
Vento
Quanto mais forte for o vento soprando contra o morro, mais forte será o lift.
Contudo não atinge altitude muito maior do que um fraco. No entanto, uma
vez que atinge o topo do morro, o ar é empurrado mais horizontalmente pelo
vento forte. Assim, qualquer térmica que se origina, pode ser soprada muito
longe além do morro.
O ângulo que o vento incide, afeta a altura tal como a força do lift. O melhor –
o mais forte, o mais alto e mais suave – é produzido quando o vento é
perpendicular ao morro.
Terreno de Elevação
Considere outro caso : duas montanhas uma à frente da outra com o vento
incidindo perpendicularmente. Se estiverem na distância certa (ou errada do
ponto de vista de um piloto de vôo livre procurando lift), a descendente atrás
da primeira pode causar uma descendente na segunda encosta.
Do mesmo modo pode haver um reforço. Para tal, as montanhas devem estar
um pouco mais afastadas (em média 15km p/ ventos de 20km/h).
Tire vantagem das térmicas que estiverem por perto a serem localizadas em
frente ao morro. Observe no movimento da vegetação a aproximação de uma
térmica. Quando enxergar uma “onda” subindo a montanha, esteja pronto para
decolagem. Se o fizer no início de uma térmica, terá uma elevação adicional
que pode fazer a diferença entre um belo vôo ou uma merreca.
Maximizando o Lift
Analise a rampa, determine onde estará a ascendente mais forte, mais alta e
mais constante. Confie em seus próprios sentidos. Lembre que o melhor lift
muitas vezes está próximo ao solo, mas não tão próximo e observe as
características de manuseio do seu equipamento. Uma turbulência ou algo
inesperado pode acontecer e sobrar o morro.
• Muitas das térmicas que você vai encontrar, não serão fortes o bastante
o
para garantir um círculo completo de 360 , mas um “8” ou “S” numa
térmica pode muitas vezes dar um bom apoio.
• Voar sobre mínima velocidade de descida (sink rate daqui por diante). Nos
parapentes modernos, não faz muita diferença a velocidade, desta forma,
melhor não estar freiado, pois se precisar dos freios (p/ fazer uma curva
rápida por exemplo) é melhor estar rápido.
Etiquetas Convencionais
Raramente terá uma rampa somente para você. Algumas “regras de tráfego”
são necessárias para prevenir o caos e acidentes:
Cada local tem a sua particularidade. Sempre pergunte aos pilotos locais sobre
qualquer regra específica antes de voar em uma nova rampa.
¾ as térmicas oferecem vôos com mais opções, uma vez que podem ocorrer
em uma extensa gama de localidades;
¾ implicam em mais desafios uma vez que as térmicas são menos previsíveis
do que o lift e requerem maior habilidade para localizá-las;
Se localizar uma boa térmica, tente subir o mais alto possível, considerando
um vôo longo (“cross-country”).
Força Causadora
A força que está por trás do fenômeno das térmicas é a energia solar.
A regra, então é esta: se uma massa de ar estiver mais quente e/ou úmida do
que o ar envolta, essa massa é mais leve do que a circundante.
Convecção
Uma vez que o ar que sobe tem que ser reposto. O ar mais denso que está em
volta da térmica desce. Este fluxo circular forma uma pequena escala de um
sistema convectivo.
Como norma muito severa, basta a incidência da luz solar em um solo seco
por 20 minutos que será o suficiente para formar uma térmica potencial – uma
massa de ar que é mais leve do que a em volta.
Um morro com sua face para o leste por exemplo, está apto a gerar térmicas
potenciais pela manhã, tem eficiência parecida ao meio-dia e provavelmente
não será boa à tarde.
Características do Terreno
Áreas urbanas contém superfícies lisas e escuras tal como ruas e áreas de
estacionamento, atividades que geram calor (fornos, etc..), cidades e centros
urbanos frequentemente geram térmicas. Naturalmente, são requeridas
altitudes suficientes e extrema cautela quando voando sobre áreas habitadas.
Qualquer coisa que iniba os raios de sol tocarem uma superfície, inibirá seu
aquecimento.
Ventos
Uma massa acumulada de ar leve não é uma térmica em si. Ela necessita de
um gatilho para ser transformada em uma térmica.
Locais de Gatilho
Quando estiver procurando por térmicas em dias de ventos fracos, preste mais
atenção em pontos de gatilho do que em locais de aquecimento.
A maioria das térmicas são iniciadas por algum auxílio do vento ou outra
forma de ar em movimento (descendentes fortes são ótimas p/ isto).
O vento pode agir como um gatilho por si próprio, simplesmente dando uma
“cotovelada” numa térmica em potencial. Qualquer coisa que faça o ar se
mover – um carro viajando numa estrada, um avião decolando, um trem em
movimento, outra térmica desgarrada que esteja por perto – pode ter o mesmo
efeito.
Gatilhos Independentes
Um local de gatilho algumas vezes pode iniciar uma térmica que se solta,
mesmo sem o auxílio do movimento do ar. Por exemplo, um local envolvendo
AVLES – Associação de Vôo Livre do Espirito Santo Pag- 23 - -
23 -
grandes contrastes de temperatura – a borda de um lago, de um rio, de matas,
... – às vezes resultam em uma massa de ar que é significativamente mais
leve do que o ar em volta. Massas de ar como estas podem por si próprias
serem o gatilho, ou então, necessitar de um impulso mais fraco do que em
outras condições.
Outro exemplo: uma massa de ar quente aquecida num vale entre montanhas e
depois fluindo para o topo destas, pode se libertar do solo como uma térmica
tão logo atinja a crista do morro.
Fogo
Embora não recomende que se voe sobre o fogo. Tenho que relatar que alguns
pilotos têm feito isto, apesar do perigo apresentado pelas turbulências e pela
possibilidade de serem tragadas para o fogo e pelas labaredas.
----------------------------------------------------------------------------------------
Térmicas de Fábricas
Se decidir voar em uma térmica gerada por uma indústria, fique ciente que
além da fuligem, fumaça, sujeira e odores desagradáveis, algumas indústrias
emitem gases tóxicos. Além disso, são frequentemente muito turbulentas.
Tamanho
As térmicas podem ser de 1 até centenas de metros de diâmetro. Para ser útil
ao vôo livre, uma térmica deve ter em torno de 30 m (voando a 10m/s = 36
km/h, percorre-se esta distância em 3 segundos) no mínimo.
Colunas
Frequência de Gatilho
Deriva
A ação do vento pode gerar térmicas com múltiplos centros. O vento pode
soprar térmicas suaves para um ponto de forte gatilho, onde coalescem
(aglomeram, similar a aproximação de uma gota de água com outra).
Se o vento estiver mais forte do que a térmica ele pode dissolver a térmica
literalmente soprando-a em pedaços. Ventos acima de 40 km/h (números
sempre aproximados) são fortes o bastante para dissolver a maioria (não
todas)das térmicas.
Áreas boas para a produção de térmicas podem gerar uma fila de térmicas
chamada “Cloud Street”.
Um “Cloud Street” permite um vôo sem giros por toda a sua extensão com
apenas alguns círculos ocasionais. As colunas de ar ascendentes são separadas
por uma distância de aproximadamente duas vezes e meia a altura das
térmicas. O ar descendente, variando de moderado para forte em proporção `a
força da térmica ocorre entre as colunas.
Para formar tais vias o vento deve soprar na mesma direção através da
camada convectiva (a camada no qual a térmica se forma e sobe)
preferencialmente incrementando a velocidade com a altitude.
Cisalhamento
Quando o ar superior está bem mais frio e mais pesado do que o ar da altitude
corrente, ele efetivamente “atrai” as térmicas para cima mais rápido.
Quando pilotos falam sobre razão de subida, querem dizer sobre a razão a
qual ganham altitude em uma ascendente, ao invés de falar sobre a razão a
qual o ar está subindo. Assim quando pilotos falam sobre “térmicas de 2 m/s”
(1 m/s = 200fpm ; fpm significa: pés por minuto), querem dizer que sobem a
uma razão de 2 m/s ; a térmica por si só está provavelmente subindo à uma
taxa em torno de 3 m/s, pois a taxa de queda comum num equip. de vôo é de
1m/s.
Inversões Térmicas
Dissipação de Térmicas
O destino de algumas térmicas pode ser observado do chão, uma vez que
muitas térmicas assumem a forma de nuvens antes de finalmente se
dissiparem e desaparecerem. Outras térmicas – conhecidas como “blue
thermals” (térmicas azuis)– desaparecem antes de se tornarem visíveis.
Rompimento
Uma inversão pode interromper uma térmica se for mais forte do que a
térmica. Turbulências encontradas devido ao cisalhamento na base da camada
de inversão, tendem a freiar térmicas e dissipar o seu calor por esta camada.
Com o passar do tempo, a camada de inversão vai se tornando
progressivamente mais espessa e a altura máxima da térmica vai diminuindo.
Se não forem dissipadas pelo vento ou interrompida por uma forte camada de
inversão, uma térmica úmida normalmente acaba em forma de uma nuvem, a
qual eventualmente se dissipa.
Cumulus
Estas são as nuvens mais comuns formadas pelas térmicas. Vários passos
estão envolvidos no seu desenvolvimento.
À medida que uma térmica sobe, ela se resfria. Quando o vapor d’água
contido na térmica é resfriado ao seu “ponto de orvalho” ele se condensa,
formando gotículas que ao refletir a luz são visualizadas na cor branca.
Stratocumulus
Cumulonimbus
Cb’s são nuvens que podem acarretar muitos problemas a qualquer tipo de
aeronave. Sua influência pode ser sentida a mais de 60 km de distância.
Um dos graves problemas que ocorrem neste tipo de nuvem é o fato de que o
piloto por estar longe imagina estar em distância segura de sua ação vertical,
contudo o risco não existe apenas em ser “chupado”. Quando a chuva começa,
a água que cai num volume incrível, empurra o ar que está embaixo e este
chega a atingir velocidades superiores a 100 km/h em locais que a princípio
pareciam protegidos de seus efeitos.
Não confie no fato da nuvem estar branca pois se você estiver do lado que o
sol incide, você a verá branca. Mesmo nuvens muito pequenas parecem
escuras quando há sombra nelas.
Geralmente quando o dia está propício p/ formar um Cb, está p/ formar outros
e uma nuvem bem maior pode estar escondida por um Cb que sua experiência
diz ser seguro.
Evite os Cb’s:
“Cb no ar, voador(a) no bar!”
Primeiro, você tem que escolher a hora apropriada para decolar. Depois, deve
localizar a térmica. E finalmente, tirar o melhor proveito dela.
Localizando Térmicas
Dedução
¾ Se está se movendo ?
¾ Qual a velocidade ?
AVLES – Associação de Vôo Livre do Espirito Santo Pag- 36 - -
36 -
¾ Em qual direção ?
Sempre que você estiver numa térmica, tente identificar de onde ela deve
estar saindo. Se for capaz de localizar a fonte, observe a sua posição em
relação a ela, verificando como está a sua deriva. Observe que ela
normalmente muda com a altitude. Use estas informações p/ condições
semelhantes.
Sinais Visíveis
Algumas vezes você verá sinais que tanto confirmarão ou contradirão suas
conclusões.
Alguns sinais são evidência concreta de onde a térmica está, não apenas onde
poderia estar. Térmicas fortes carregam, folhas, insetos, poeira, sacos
plásticos, etc.
Dust Devils
Pássaros podem usar térmicas que são muito pequenas. Quando usado em
combinação com outros métodos para estimar o tamanho das térmicas, os
pássaros fazem excelentes dimensionamentos de térmicas, contudo, pássaros
às vezes estão apenas brincando (pelo menos parece isto). Importante que
certifique que estão realmente subindo.
Suponha que você localize uma térmica, mas não tenha qualquer idéia de sua
largura ou sua força.
Se não souber p/ qual lado, faça a curva contra o vento, pois se for a direção
errada, ainda poderá apegar a térmica. Se virar a favor e estiver errado, cairá
na descendente e depois contra o vento será mais difícil retornar. À partir daí,
vá fazendo elipses, de forma a mapear melhor a térmica.
Centrando
Se Perdê-la ...
Cair de uma térmica é uma experiência bastante comum. Se você não puder
achar a térmica após ter caído dela, pode ser que ela tenha se separado e
subido para cima de sua altitude. Ou, pode ter sido arrastada pelo vento ; às
vezes, é possível encontrá-la virando à favor do vento, mas tenha certeza
antes de que ela não está na direção contrária ao vento.
Subir Rápido
Para subir mais rápido é preciso estar na região que sobe mais. A ascendente
mais forte está no centro de uma térmica, logo seria lógico voar no menor raio
possível para estar o mais perto do centro.
Cada térmica tem a sua característica. Tente observar pássaros e/ou outros
pilotos como referência. Faça testes e use o vario p/ tirar suas próprias
conclusões. Ter um retrato mental do que acontece é fundamental.
Uma vez que você esteja no ar, esteja certo que uma área de pouso de algum
tipo esteja dentro dos seus planos.
Considere que para alcançar essa área de pouso deve contar com a
performance do seu equipamento, com a direção do vento para ajudar ou
atrapalhar a alcançar esse pouso e com eventuais descendentes que possa
encontrar no caminho.
Antes de deixar uma térmica tenha um plano para o seu próximo passo, não
espere chegar até a base de uma nuvem para traçar um novo plano de onde ir
em seguida. Analise as nuvens vizinhas enquanto você sobe, usando o tempo
gasto nos giros para determinar qual delas está se desenvolvendo e qual está
dissipando.
Qualquer que seja a técnica, esteja preparado para aumentar sua velocidade
quando for atravessar o ar descendente que existe no lado de fora da térmica,
atravessando o mais rápido possível.
¾ Ajuste os seus giros de forma que eles sejam concêntricos com os demais
pilotos.
¾ Se outro piloto está subindo mais rápido do que você e está abaixo, dê
preferência, pois a visão deste piloto é mais limitada do que a sua.
Pré- Frontal
O fenômeno inteiro se move e você deve se mover junto com ele de forma a
evitar que seja “engolido” pelos ventos que vem atrás de você, independente
do caminho que ele esteja tomando, quer você queira ou não.
Convergência
Frentes criadas pela brisa do mar são um tipo especial de frente com
características diferentes daquelas ocorridas em terra.
Estas frentes ocorrem quando o ar frio sobre o mar (mais frio do que a terra
durante o dia) flui para a terra por baixo do ar quente, forçando o ar quente
para cima, que sobe e se move em direção ao mar para completar o fluxo
convectivo.
A brisa do mar pode penetrar para o interior por mais de 100 km quando o
terreno é plano (na região de Alfredo Chaves, não chega a avançar 5 km sobre
a terra) e atingir velocidades acima de 40 km/h. Brisa do mar forte pode
inibir atividades térmicas na área litorânea, ainda que térmicas sejam
Diferenças de Temperatura
Formação de Nuvens
Diferenças Visíveis
Quando uma encosta começa a esfriar após um dia de sol quente, o ar frio
tende a descer pelas encostas. Estes ventos são chamados de “catabáticos”.
Ventos catabáticos de uma única encosta age como uma pequena frente fria,
empurrando o ar quente para cima. Se descem pela montanha em ambos os
lados de um vale, ocorre uma convergência no vale.
Na maior parte dos casos, é necessário subir em térmicas para atingir as áreas
de convergência. Normalmente, atividades térmicas são intensificadas ao
longo de uma linha de convergência. Uma vez nela, é só relaxar e voar por
uma boa distância como se estivesse num lift .
É similar a lift de morro, exceto pelo fato de que o “morro” em questão é uma
massa de ar e não uma característica topográfica.
Uma forte térmica cria uma barreira no ar, um obstáculo ao seu movimento.
Desta forma, resiste a ser soprado pelo vento, especialmente pelo fato de que
as térmicas tendem a se “ancorar” n o solo. Tal como um morro baseado na
terra, parte do ar em movimento é forçado para cima para transpor a barreira.
Tal “lift de térmica” existe apenas pelo tempo em que a térmica se mantém
coesa.
Como Identificar
Para localizar este tipo de ascendente, procure por nuvens cumulus grandes
porém ainda crescendo, com ventos superiores fortes. Quando falta no ar
umidade suficiente para a formação de nuvens, há somente uma forma de
localização : sorte.
Este tipo de ascendente é muito útil quando o seu objetivo está contra o vento.
⇒ Lift é criado quando o vento sopra contra uma barreira e é forçado para
cima, formando uma faixa de ar ascendente. Após passar o obstáculo o ar
desce ao seu nível original, criando uma possível turbulência no lado
oposto;
¾ sua inclinação ;
¾ velocidade do vento;
⇒ Use o seu conhecimento sobre lift e o bom senso para localizar a área de
melhor ascensão;
⇒ Uma térmica ocorre quando o ar que está mais leve (quente e/ou úmido)
do que o ar em volta, sobe em resposta a um impulso de um gatilho. O ar
pesado em volta da térmica desce para repor o ar ascendente;
⇒ Use o vôo do golfinho para voar ao longo das estradas de térmicas (cloud
street). Prepare-se para as descendentes entre as colunas de térmicas.
Atravesse-as acelerado. Enrosque nas ascendentes, e assim por diante.
Lembre-se que com uso do acelerador o parapente está mais sujeito a
fechadas frontais;
⇒ Lift de térmicas ocorre quando uma térmica forte cria uma barreira ao
vento e força parte para cima. A força de convecção e o perfil de
velocidades do vento influencia este tipo de ascendente. Procure por esta
ascendente contra o vento à frente de nuvens Cumulus grandes ainda em
formação.
Mesmo quando você não estiver voando, observe o tempo. Tente adquirir o
hábito de estar ciente das condições climáticas a qualquer hora em qualquer
lugar.