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Elton Morais

AMAZON AIR
Considerações iniciais

 Em toda as fases da história das atividades


aéreas, ficou provado que na medida em que
o ser humano se afasta da superfície terrestre,
vão surgindo condições, progressivamente
mais adversas a sua sobrevivência.
 Para compreendê-las, deve-se efetuar um
rápido estudo sobre as características físicas
do meio ambiente do trabalho aéreo.
Características físicas do meio
ambiente no trabalho aéreo

Gozerog.com
Características físicas do meio
ambiente no trabalho aéreo
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 É o meio aéreo, composto por uma mistura de
gases envolvendo a superfície terrestre, até
uma altitude aproximada de 330.000 FT (pés).
Seus componentes básicos são os seguintes:

 Nitrogênio (azoto)= 78%


 Oxigênio = 21%
 Outros Gases = 1%

 Até uma altitude de 36.000 pés, a distribuição


percentual dos gases atmosféricos mantém-se
constante.
 A atmosfera exerce uma pressão pelo peso de
seus gases, sobre a superfície terrestre.
 A essa pressão, dá-se o nome de pressão
atmosférica que, ao nível do mar e em
condições padrão de umidade e temperatura, é
igual a pressão exercida por uma coluna de
mercúrio de 760 milímetros, com 1 centímetro
de diâmetro.
 Para medir-se a pressão atmosférica, usa-se um
aparelho denominado barômetro.
BARÔMETRO = Aparelho inventado por
Evangelista Torricelli em 1643 e funciona porque
o ar tem peso;
 A medida que se ganha altura, há uma
progressiva queda da pressão atmosférica,
devido a uma progressiva redução do peso
exercido pela atmosfera sobre a superfície
terrestre.
 Como a atmosfera é uma mistura de gases,
compreende-se que essa queda de pressão
atmosférica é consequência da queda de
pressão parcial de cada um dos gases
atmosféricos.

 Desses gases, destaca-se o oxigênio,


indispensável a sobrevivência do homem.

 Vejamos então, o que sucede com as oscilações


do valor da pressão parcial do oxigênio
atmosférico.
 < (menor) quantidade de O2, quanto >(maior) for
Altitude;
 E quando se desce o processo é inverso;

Altura em Pés Valor da Pressão Valor da Pressão do


Atmosférica Oxigênio
30.000 225 mmhg 47mmhg
19.000 360mmhg 76mmhg
8.000 cabine 564mmhg 118mmhg
4.000 656mmhg 137mmhg
1.000 732mmhg 153mmhg
Nível do mar 760mmhg 159.6mmhg
 41.000 ft

 41.000 ft

 25.000 ft

 41.000 ft
 1.000 PÉS = Aproximados 300 metros
 1.000 pés = 0,304799mm x 1000 = 304,799m

 Altitude = medida relativa ao nível do mar até o


ponto em que se encontra;

 Altura = medida entre o solo e o ponto em que se


encontra;

Obs: pés utilizado pra medir altitude


 Da mesma forma que ocorre com a pressão parcial do
oxigênio atmosférico, há uma queda progressiva da
pressão parcial do nitrogênio atmosférico, a medida que se
processa um aumento da altitude e vice-versa.

 Entretanto, graças a pressurização das cabines, utilizada


sistematicamente nas modernas aeronaves comerciais, as
consequências das oscilações da partícula do nitrogênio
atmosférico, passaram a ter importância secundária uma
vez que somente provocam perturbações orgânicas, acima
de 30.000 pés. (Falta)

 Essa altitude não é atingida no interior de uma cabine


pressurizada de aeronave comercial.
 Igualmente, há uma progressiva queda da
temperatura com o aumento da altitude e vice-
versa, na razão de 2 graus Celsius para cada 1000
pés.

 Essa queda da temperatura e causada por


diminuição do reflexo calórico da superfície
terrestre e pela queda progressiva da pressão
atmosférica com o aumento da altitude.
 Somente a partir de 15.000 metros de altitude
(45.000 pés), em plena estratosfera, surgiria uma
camada atmosférica, na qual, a temperatura iria
tornar-se constante para depois passar a
aumentar, devido a maior proximidade da fonte
de energia solar.

 Trata-se da camada de inversão térmica.


 < (menor) temperatura a > (maior) altitude;
 2°C para cada 1000 pés;
 < (menor) reflexo calórico da terra.
 A estratosfera se caracteriza pelos
movimentos de ar em sentido horizontal, fica
situada entre 7 e 17 até 50 km de altitude
aproximadamente, a temperatura aumenta à
medida que aumenta a altura (de -50 a 10 °C).
 Apresenta pequena concentração de vapor
d'água e temperatura constante até a região
limítrofe, denominada estratopausa.
 Muitos aviões a jato circulam na estratosfera
porque ela é muito estável.
Com o aumento da altitude há:
 Uma queda progressiva do valor do grau de
umidade atmosférica;

 Um aumento do grau de luminosidade, porque se


tornam mais intensas as radiações solares e a atuação
dos raios cósmicos.

 A terra aprisiona as partículas cósmicas em 2


cinturões de radiação ao redor do planeta chamado
de cinturões de Van Allen).
 O Cinturão de Van Allen é uma região onde ocorrem
vários fenômenos atmosféricos devido a concentrações
de partículas no campo magnético terrestre, descobertas
em 1958 por James Van Allen
 Derivam da atuação das últimas fases da matéria,
nas grandes altitudes.

 Em termos de voos atuais, subsônicos, as


radiações desencadeadas por esses raios
cósmicos, são perfeitamente toleráveis, em
relação ao ser humano.
 Raios Cósmicos
São partículas extremamente penetrantes,
dotadas de alta energia, que se deslocam a
velocidades próximas à da luz no espaço.
Portanto, raios cósmicos não são raios, mas
partículas.
 Toleráveis aos seres humanos e perigosas
para os astronautas no espaço.
 Tem sido estudada a atuação dessa
modalidade de vibrações, não havendo
provas de que surjam efeitos danosos sobre o
organismo humano que fossem causadas
pelas mesmas.

 Além da atuação das oscilações das


propriedades atmosféricas durante o voo, o
organismo humano sofre a influência de
possíveis variações na grandeza e na direção
de velocidade das aeronaves.
 O tímpano passa a vibrar com a mesma
freqüência das ondas, transmitindo ao
cérebro, por impulsos elétricos, a sensação
denominada som.
 As ondas sonoras podem se propagar com
diversas freqüências, porém o ouvido
humano é sensibilizado somente quando
elas chegam a ele com freqüência entre 20
Hz e 20 000 Hz, aproximadamente.
 As ondas infra-sônicas e ultra-sônicas não
são audíveis pelo ouvido humano.
 As ondas infra-sônicas são produzidas, por
exemplo, por um abalo sísmico.
 Os ultra-sons podem ser ouvidos por
certos animais como morcego e o cão.
 Quando surgirem de maneira intensa e
repentina, dando lugar ao desencadeamento das
acelerações e desacelerações.
 Entretanto, com a técnica de voo aplicada as
atividades de aviação comercial condiciona a
anulação das citadas acelerações e
desacelerações, seu estudo somente deve ser
desenvolvido com maiores detalhes, quando se
focalizam os problemas ligados a aviação militar
e acrobática.
 Influência das variações da
pressão atmosférica durante o
voo sobre o organismo humano
 Resultam dessa Influência, as aerobaropatias, que
compreendem:
 Resultam da atuação das oscilações da pressão
atmosférica sobre os gases cavitários do organismo
humano, ou seja, aqueles que se encontram no interior
de certas cavidades existentes no corpo humano (seios
da face, ouvido medio, intestinos e estômago).

 Então, pelas oscilações da pressão desses gases


cavitários, surgem compressões e até rupturas dos
tecidos circunvizinhos, que caracterizam o quadro
clínico dessas aerobaropatias cavitárias, entre as quais
destacam-se as:
 AEROSINUSOBAROPATIAS (aerosinusite) (seios da
face)

 AEROOTOBAROPATIAS (aerotites ou barotrauma de


ouvido médio)

 AERODONTOBAROPATIAS (cavidades dentarias)

 AEROGASTROBAROPATIAS (cavidades digestivas,


estomago)

 AEROENTEROBAROPATIAS (cavidades digestivas,


intestino)
 Dentro da cavidade do ouvido médio encontramos o ar,
este por sua vez se comunica com o exterior através da
trompa de Eustáquio ou tuba acústica, cuja parte distal
localiza-se na nasofaringe.

 Esta parte da trompa de Eustáquio apresenta as paredes


colabadas ou justapostas, motivo pelo qual a equalização
nesta cavidade e mais difícil; por esse motivo verificamos
que a saída de ar torna facilitada, enquanto que a entrada
de ar para o (OM) se torna dificultada (incidência maior
de trauma no procedimento de descida da aeronave).
 Dor de ouvido (otalgia)
 Diminuição da acuidade auditiva (hipoacusia)
 Zumbido
 Náuseas
 Vômitos
 Tonturas
 Ruptura do tímpano, com presença de um
liquido sero-sanguinolento (o individuo sente
alivio dos sintomas)
 Nao voar resfriado ou gripado
 Mascar chicletes
 Bocejar ou deglutir
 Descongestionamento nasal
 Manobra de VALSAVA, que consiste em fechar as
narinas e boca, forcando a saída do ar fortemente (não
recomendado em caso de gripe ou resfriado; o muco
estará obstruindo a tuba, ao forcar, aumentara a pressão
dentro do OM podendo romper a parte mais frágil que e
o tímpano)
 Obs: subida e descida manter pax acordado
 Descongestionamento nasal
 Manobras já citadas
 Não voar gripado ou resfriado

 Obs: não adianta aplicar gotas no ouvido.

 O ouvido médio esta localizado, um de cada


lado, ossos temporais, e se limita pela membrana
do tímpano com o ouvido externo e pelas janelas
ovais e redonda com o ouvido interno.
 Por definição temos o comprometimento de um ou
mais seios da face, devido a variação de pressão
dentro das cavidades.
 Os seios frontais (mais comum) e depois seios
maxilares, isto porque ambos contem maior
quantidade de ar no seu interior, devido a sua
constituição.

Pode ser:
 -Obstrutiva (desvio de septo, carne esponjosa, etc)

 -Não obstrutiva (presença de secreções, rino ou


nasofaringe, rinite alérgica, etc)
Sintoma
 Dor no seio facial afetado

Tratamento:
 -Obstrutiva: corrigir problema antes do voo (cirúrgico)
caso ocorra em voo, subir e depois descer lentamente, isto
logicamente só poderá ser feito com aviões de pequeno
porte.
 -Não obstrutiva: analgésicos, antialérgicos,
descongestionantes nasofaringeos, antigripais (evitar os
medicamentos que causam efeito colateral sonolência.
Ex: Naldecon, descon, dimetap, etc)
 Não voar gripado ou resfriado
 Não voar com processos alérgicos
 Corrigir estados inflamatórios e infecciosos antes do
voo
 Corrigir desvio de septo e retirar carne esponjosa

 As cavidades existentes no crânio, que contem ar,


com a diminuição da pressão atmosférica esse ar se
dilata, podendo causar alguns problemas, entre os
quais dores mais fortes.
 Acontece pelo sequestro de ar;
 Obturações;
 Caries;
 Coroas;
 Próteses mal ajustadas;

Não se espera que o individuo aeronauta ou não,


apresente esta patologia, só ocorrerá se não mantiver
uma visita regular ao dentista.

Por que isso ocorre:

-degeneração da polpa dentaria (formação de gases)


-obturações mal ocluídas (permitem a entrada de ar)
-próteses dentárias
Sintomas
 Dor bastante intensa

Tratamento
 Muito pouco poderá ser feito, o alivio vem com a
abertura do dente, permitindo a saída do ar interior,
não passa com analgésicos de uso comum.
 E conhecido que outra cavidade, no organismo,
que contem ar é o aparelho digestivo, mas por
possuir uma comunicação ampla com o exterior
(boca e anus) favorece a equalização.

 Esse ar advém de processos como a deglutição


de alimentos, inalação de fumaça, a fala, da
fermentação com liberação de gás carbônico no
estomago, também poderá ocorrer nas alças do
intestino delgado e nos cólons do intestino
grosso, por processo oriundo da ação de flora
intestinal, sobre os alimentos (fermentativos e
putrefativos).
Sintomas:
 aerocolia – cólicas intensas

 aerogastria – dor na área gástrica

 opressão torácica, devido a presença de


meteorismo (maior acumulo de gases)
 falta de ar

 gera ‘’flatus”

 gera eructações (arroto)


Prevenção:
 Evitar bebidas gasosas

 Evitar fadiga, tensão emocional

 Tratar a alteração da flora intestinal

 Evitar alimentação copiosa antes e durante o


voo
 Evitar alimentos que formem gases como:
feijão, cebola, repolho, pepino, massas e
doces, melão, etc.
 Tratamento:

 ‘’O melhor remédio sempre será a prevenção’’

 Mover-se na cadeira e andar (para obter melhor


distribuição dos gases no intestino)

 Caso haja presença de gases gastriintestinais ou aerofagia


devido a fermentação (Luftal).

 Na verdade os processos provenientes das aerodilatações


cessam quando descemos para níveis de altitude onde a
pressão e tolerável e compatível com a vida orgânica.

 Naturalmente numa cabine pressurizada temos a redução


dos efeitos danosos.
FIM

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