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O COMISSÁRIO DE VOO - CMS
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NAVEGAÇÃO AÉREA
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
a) definir navegação aérea (Cn);
b) identificar os principais métodos de navegação aérea (Cn);
c) descrever os movimentos do planeta terra (Cp);
d) identificar as unidades de medida utilizadas na aviação (Cn);
e) conceituar magnetismo terrestre e sua relação com a navegação (Cp);
f) conceituar rumo, proa, deriva e correção de deriva (Cn);
g) identificar o tempo na aviação (Cp); e
h) conceituar fuso horário (Cn).
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
CAPÍTULO I
HISTÓRICO, CONCEITOS E MÉTODOS DE NAVEGAÇÃO
Conceito de Navegação
Navegação é o ato ou efeito de transportar-se em uma nave ou a maneira
segundo a qual pode-se encontrar o caminho de um ponto ao outro,
conhecendo sua localização ao longo do percurso. Aplicando, temos:
“Ciência, arte, prática ou tecnologia que permite ao homem se deslocar
com habilidade e segurança de um lugar para outro sobre a superfície da
Terra, podendo a qualquer momento, determinar o local onde se
encontra”.
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
Direção
Um navegador que esteja em um lugar estranho, por falta de marcos
conhecidos se perderia. Há muito tempo o homem dividiu as direções em
quatro partes: Norte, Sul, Leste e Oeste; em qualquer parte ao posicionar
no sentido Norte-Sul, sabe que o Leste estará sempre à direita, o Oeste à
esquerda e o Sul às costas, tomando o Sol como referência. À noite ao
olhar de frente o Cruzeiro do Sul, temos à frente o Sul e às costas o Norte.
A direção não é propriamente um ângulo, mas é muitas vezes expressa
em termos de distância angular a partir de um marco de referência.
Distância
É a separação entre dois pontos e é medida pelo comprimento da linha
que os une. Numa superfície plana o problema é bem simples, entretanto,
numa esfera onde a separação entre dois pontos pode ser expressa numa
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Tempo
É contado a partir da observação da repetição de um evento conhecido,
como o movimento dos corpos celestes. Como exemplo a luz do dia e a
escuridão, causada pelo nascer e pôr do Sol veio a ser chamado dia. Pode
ser definido de diversas maneiras, porém as definições que interessam a
navegação aérea podem ser resumidas em duas expressões: hora do dia
e intervalo ou fração da hora.
Velocidade
Relação entre o espaço percorrido e o tempo gasto neste percurso.
Expressa em termos de distância e tempo.
Metódos de Navegação
Navegação Visual, Por Contato ou Praticagem:
Não utiliza auxílios de instrumentos;
Totalmente baseada em Referências Visuais: rios, lagos, pontes, ilhas,
rodovias e etc.;
Só pode ser executada em Condição Meteorológicas favoráveis;
Pilota-se olhando para o exterior da aeronave;
Utilizada quando não há auxílios à navegação disponíveis e nos primeiros
passos da carreira de piloto.
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
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Navegação Estimada:
A posição, localização e orientação são determinados pelo uso da
bússola, do velocímetro e do relógio.
O deslocamento é sempre calculado pelo desempenho da aeronave,
levando-se em consideração a ação do vento, que pode ser favorável ou
contrário ao deslocamento da aeronave.
Navegação Radiogoniométrica
Localização e orientação através de ondas de rádio. A aeronave deverá
ter a bordo um aparelho radio receptor, dotado de uma antena especial,
que tem a propriedade de determinar a direção das ondas de rádio
emitidas por um transmissor.
O Aparelho receptor de bordo chama-se ADF (Automatic Direction Finder)
e as antenas Transmissoras de Terra podem ser um NDB (Non-
Directional Beacon) ou mesmo uma estação de rádio comercial
(broadcasting).
Navegação Radiogoniométrica
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Navegação Eletrônica
Obtenção da localização e orientação através de informações oriundas
de equipamentos eletrônicos de bordo e em solo.
VOR/DME é um exemplo de auxílio para a navegação eletrônica.
Método simular ao anterior, entretanto as informações recebidas pela
aeronave provem de equipamentos eletrônicos.
Navegação Eletrônica
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
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Também pode-se utilizar o termo Navegação GNSS (Global Navegation
Satellite System) referindo-se ao caráter global da cobertura dos satélites.
Este é o método mais moderno e mais utilizado em termos de navegação.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
CAPÍTULO II
MOVIMENTOS DO PLANETA TERRA
Rotação
É o movimento que a Terra realiza em torno de seu próprio eixo e traz
como consequência a percepção dos dias e das noites. Tal movimento é
realizado no sentido anti-horário (considerado a partir da vista do polo
Norte) ou de oeste para leste. É realizado em aproximadamente 24 horas
(mais precisamente, 23h 56min 4,09seg), este tempo decorrido é
chamado Dia Sideral. Ao juntarm-se o tempo que falta a cada dia para
somar 24 horas, tem-se, ao longo de quatro anos, o período de tempo
equivalente a um dia. Este dia é acrescentado no mês de fevereiro a cada
quatro anos, resultando no ano bissexto.
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Translação ou Revolução
O movimento de Translação (ou
revolução) nos faz perceber as
estações do ano e, em função da
inclinação do eixo polar em relação ao
plano solar, dias e noites com
quantidade variável de horas. Alguns
países tiram proveito deste fenômeno
instituindo o horário de verão durante
um período do ano para economizar
energia elétrica.
Periélio: Ponto mais próximo do sol que o planeta Terra atinge em seu
movimento de translação ao redor do sol.
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CAPÍTULO III
PLANOS DA TERRA
Círculos máximos
O Círculo Máximo: é o maior círculo que pode ser traçado em uma esfera;
é a interseção de um plano com a superfície da Terra, que passe pelo seu
centro; divide a Terra em dois hemisférios.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Círculos menores
Os demais círculos na superfície de uma esfera são chamados círculos
menores; portanto, o plano de um círculo menor não passa pelo centro da
esfera e divide a Terra em duas partes diferentes..
Meridiano
são arcos de círculos máximos limitados
pelos pólos sendo e perpendiculares ao
Equador. Recebem o nome de Meridiano
de Longitude.
Meridiano de Greenwich
é o meridiano que passa pelo
Observatório Real de Greenwich, na
Inglaterra. Também chamado de
meridiano de origem, meridiano zero ou
primeiro meridiano.
Meridiano de 180º
é o meridiano que fica 180° defasado em
relação ao meridiano de Greenwich. É
também conhecido como Linha
Internacional de Mudança de Data.
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CAPÍTULO IV
SISTEMA DE COORDENADAS GEOGRÁFICAS
Latitude
Distância medida em graus, entre
um determinado ponto e a linha do
Equador.
A Latitude é um arco de meridiano.
Medida em graus
Varia entre 00 e 90º
Do Equador para Norte (N)
Do Equador para Sul (S)
Paralelo
círculo Menor, paralelo ao Equador.
Estes recebem o nome de Paralelo de
Latitude, pois todos os pontos que
estiverem sobre o Paralelo terão a
mesma Latitude.
Lembre-se: todo paralelo é círculo menor, mas nem todo círculo menor é
paralelo.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Colatitude
É a distância angular entre uma determinada latitude e o polo de seu
hemisfério. Numericamente falando é o que falta a uma latitude para
chegar aos 90º (polo). Um ponto com Latitude 30º N terá uma colatitude
de 60º N.
Exemplo:
A diferença de Latitude entre os pontos A e B é 90º
A=45ºN e B=45ºS // DLA(AB)=90º
Para se descobrir a diferença entre
latitudes de mesmo hemisfério, subtrai-
se e para hemisférios diferentes, soma-
se.
A Diferença de Latitude não tem
Indicação de Hemisfério
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Longitude
Distância medida em graus, entre
um determinado ponto e o
Meridiano de Greenwich.
A Longitude é um arco de Paralelo
ou do próprio Equador.
Medida em graus
Varia entre 00 e 180º
De Greenwich para Oeste (W)
De Greenwich para Leste (E)
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Meridiano de Longitude
É o meridiano onde determinada longitude está localizada. Há dois
meridianos de Longitude muito importantes: o Meridiano de Greenwich e
seu antimeridiano, a Linha Internacional de Mudança de Data.
Meridiano de Greenwich
É o meridiano que passa pelo Observatório Real de Greenwich, na
Inglaterra. Também chamado de meridiano de origem, meridiano zero ou
primeiro meridiano. Passou a ser adotado pela maioria dos países depois
da convenção de Washington, de 1884, e divide a Terra em dois
Hemisférios (Leste e Oeste ou Oriental e Ocidental).
Linha Internacional de
Mudança de Data
Polo Sul
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Meridiano 180°
É o meridiano que fica 180° defasado em relação ao meridiano de
Greenwich. É também conhecido como linha internacional de mudança
de data.
Coordenadas Geográficas
Ponto de encontro das Linhas imaginárias (paralelos e meridianos) que
servem para localizarmos um ponto na superfície terrestre. Medidas em
termos de Latitude e Longitude.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
CAPÍTULO V
LOCALIZAÇÃO E ORIENTAÇÃO TERRESTRE
Orientação
É a forma como determinamos nossa posição ou uma como
determinamos a localização de um dado lugar, ou ainda como
determinamos uma direção a seguir.
Pontos Cardeais
N – Norte 000º
ou 360º
S – Sul 180º
E – Este ou L – Leste 090º
O – Oeste ou W – West 270º
Pontos Colaterais
NE – Nordeste 045º
NO ou NW – Noroeste 315º
SE – Sudeste 135º
SO ou SW – Sudoeste 225º
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
Pontos Sub-Colaterais
ENE – lés-nordeste 67,5º
ESE – lés-sudeste 112,5º
SSE – su-sudeste 157,5º
SSO ou SSW – su-sudoeste 202,5º
OSO ou WSW – oés-sudoeste 247,5º
ONO ou WNW – oés-noroeste 292,5º
NNO ou NNW – nor-noroeste 337,5º
NNE – nor-nordeste 022,5º
1º quadrante: 0° a 90°;
2º quadrante: 90° a 180°;
3º quadrante: 180° a 270°; e
4º quadrante: 270° a 360°.
Direção
É o senso de orientação, para onde alguém pretende ir ou está indo.
Utiliza-se a rosa-dos-ventos para tomarmos valores que indiquem essa
direção. Pode ser definida através dos pontos cardeais, colaterais ou
subcolaterais ou através de uma medida angular em graus.
A direção Nordeste, por exemplo, pode ser lida como 045°, a direção Sul,
como 180° e etc.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
CAPÍTULO VI
MAGNETISMO TERRESTRE
Conceito de Magnetismo:
Magnetismo é o fenômeno físico formado pelas forças de atração e
repulsão exercidas por determinados corpos, devido à presença de
cargas elétricas em movimento.
O Magnetismo Terrestre
A Terra comporta-se como um enorme
imã em função da grande quantidade
de material magnético acumulado em
seu interior, principalmente em dois
pontos (um próximo ao polo norte
geográfico e outro próximo ao polo sul
geográfico). A presença desta material
cria em torno do planeta um enorme
campo magnético.
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
Linha Isogônica é aquela que em toda sua extensão tem o mesmo valor
de declinação magnética.
Bússola
Instrumento destinado a indicar direções magnéticas.
A agulha de qualquer bússola magnética indica o Polo Norte magnético.
Esta agulha é um imã montado sobre uma superfície circular ou cônica
graduada que tende a alinhar-se com a direção Norte-sul magnética.
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Desvio da Bússola
Determinados objetos ou superfícies, como a estrutura metálica da
aeronave, próximos à bússola podem provocar erro na leitura.
Por esse motivo há um “cartão de desvio” orientando as correções a
serem feitas para corrigir as interferências magnéticas ocorridas.
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CAPÍTULO VII
ROTA, RUMO, PROA E CORREÇÃO DE DERIVA
Rota
É a projeção na superfície terrestre da trajetória prevista ou percorrida,
em nosso caso, por uma aeronave.
Rumo Verdadeiro
É a direção da rota com referência ao Norte Verdadeiro. É o ângulo
formado, no sentido NESO, do Norte Verdadeiro até a linha de rota.
Rumo Magnético
É a direção da rota com referência ao Norte Magnético. É o ângulo
formado, no sentido NESO, do Norte Magnético até a linha de rota.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Proa Verdadeira
É a direção do eixo longitudinal (o nariz) de uma aeronave. É o ângulo
formado, no sentido NESO, entre o Norte Verdadeiro e o eixo longitudinal
da aeronave
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
CAPÍTULO VIII
UNIDADES DE MEDIDA
Unidades de distância:
Na Navegação Aérea, para mensurarmos o espaço compreendido entre
dois pontos considerados, tomaremos uma linha reta entre estes dois
pontos fazendo uso das unidades mais utilizadas na navegação:
quilômetro, milha terrestre, milha náutica, pé.
Metro (m)
Unidade de medida do sistema métrico internacional. Tem 100
centímetros.
Quilômetro (Km)
Unidade de medida do sistema métrico internacional. Tem 1000 metros.
Pé (Ft)
Unidade de medida normalmente associada a distâncias verticais.
Equivale a 30,48 centímetros. Normalmente se usa a relação aproximada
de 3ft = 1m ou 3,3 ft = 1m.
Esta unidade é constantemente usada na navegação aérea para fazer
referência a altitude ou nível de voo.
Relações importantes:
1 NM 1,852km
1ST 1,609km
1ft 30,48cm
3,3 ft 1m (aprox.)
1 kt (nó) 1NM/h
300 m 1000’ (mil pés)
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CAPÍTULO IX
ESTUDO DO TEMPO
Estudo do Tempo
A Terra executa um movimento de rotação em torno do seu eixo polar
fazendo com que “aparentemente” o sol esteja dando voltas em torno da
Terra.
Espécies de Tempo
Tempo Sideral
É quando o referencial para a medida de tempo é uma estrela ou um outro
astro qualquer. O “dia sideral” será o intervalo de tempo entre duas
passagens de um astro qualquer (exceto o sol) pelo mesmo observador.
Verifica-se que os 360 graus que o sol executa em torno da Terra são
executados em 24 horas (aproximadamente). Através de uma regra de
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
Dividindo-se 360 por 24, percebemos que em cada hora o Sol percorre um
arco de longitude de 15º;
Assim, dividimos a Terra em 24 faixas ou “gomos” de 15º de longitude, os
Fusos Horários.
Fuso Horário:
É uma uma faixa de 15° de longitude, tendo no
centro desta faixa, um meridiano múltiplo de 15. É
uma área limitada por longitudes distantes 7º 30’
de uma longitude situada em um Meridiano
Central, múltiplo de 15.
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
CAPÍTULO X
LINHA INTERNACIONAL DE MUDANÇA DE DATA, HORA
LOCAL, HORA LEGAL E GMT
Os Fusos M e Y têm 7º 30’ cada um. A zona que engloba esses dois Fusos
(a que tem o meridiano 180° como meridiano central) tem um Fuso em
cada dia. No Fuso M será um dia a mais que no Fuso Y.
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Adotar a hora local geraria muitos transtornos para nossa vida cotidiana.
Para o cálculo da Hora Local de uma determinada localidade, devemos
descobrir qual a diferença de longitude entre tal localidade e uma
localidade de referência e converter essa diferença em tempo, de acordo
com a seguinte tabela:
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
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NAVEGAÇÃO AÉREA – NAV
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANDRÉ LUIZ BRAGA
Caro aluno, encerramos aqui mais uma disciplina do curso. Mais uma etapa
foi vencida e demos mais um passo na construção do seu conhecimento
profissional.
Espero sinceramente que este livro texto tenha auxíliado na absorção dos
assuntos das disciplinas aqui referenciadas.
Aproveitem, revisem, assistam as videoaulas e procurem-nos para resolver
suas dúvidas persistentes.
Forte abraço, bons estudos e vejo você na próxima disciplina...
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