Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
rAC
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL
OBJETIVOS DA DISCIPLINA
Compreender as origens do moderno Direito Aeronáutico (Cp);
Conceituar Direito Aeronáutico (Cp);
Explicar a finalidade e abrangência do Direito Aeronáutico (Cp);
Reconhecer o CBA como documento normativo do Direito Aeronáutico Brasileiro
(Cn); e
Identificar principais tópicos do CBA (Cn).
3
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Conceito
O Direito Aeronáutico, também referido como Direito Aéreo é a junção de normas,
preceitos e princípios do direito público e privado que regem as relações
domésticas ou internacionais, relativas ao uso de aeronaves como meio de
transporte ou lazer.
Legislação Complementar
Para além da Lei 7.565/86, determinados aspectos do direito aeronáutico terão
sua complementação baseada no seguinte arcabouço legal:
Anexo 1*/Convenção de Chicago – Licença de Pessoal;
RBAC 63 – Mecânico de Voo e Comissários de Voo;
RBAC 121 – Transporte Aéreo Regular;
RBAC 135 – Transporte Aéreo Não Regular;
CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas; e
Acordos Coletivos ou Convenções Coletivas de Trabalho.
4
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
No mundo:
Um dos primeiros registros do Direito Aeronáutico está na Primeira Conferência
Internacional de Direito Aeronáutico, ocorrida em Paris em 1889, para deliberar
justamente sobre o uso dos balões e para traçar os limites sobre o espaço aéreo.
No Brasil:
Há também, no acompanhamento do histórico do direito aeronáutico no Brasil,
três destaques: A publicação da primeira lei específica para a aviação brasileira
(Código Brasileiro do Ar), em 1938; A promulgação do novo Código Brasileiro do
Ar – A Política de estímulo à fusão e associação de Empresas e Controle sobre
valores das passagens aéreas, em 1966; e a promulgação da Lei 7.565, o Código
Brasileiro de Aeronáutica, em 1986, ainda em vigor.
5
ANDRÉ LUIZ BRAGA
O CBA
Um Código é o conjunto sistemático de normas jurídicas sobre determinado
assunto e o “sobrenome” de aeronáutica qualifica este código nas atividades
vinculadas, direta ou indiretamente, ao uso de aeronaves. Para fins de regular a
atividade aérea brasileira, foi promulgada a Lei nº 7.565, de 19 de dezembro de
1986, denominada Código Brasileiro de Aeronáutica – CBA.
Vale ainda ressaltar que o CBA trata das aeronaves civis, conforme seu artigo
107 § 5º: “Salvo disposição em contrário, os preceitos deste código não se
aplicam às aeronaves militares, reguladas por legislação especial”. Portanto faz
parte do que podemos chamar de direito aeronáutico civil.
6
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
7
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Definição de Aeronave
O Artigo 106 do CBA traz a seguinte definição: “Considera-se aeronave todo
aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular no espaço aéreo,
mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou coisas”.
8
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Nacionalidade e Matrícula
Em seu Art. 109, o CBA estabelece que “O Registro Aeronáutico Brasileiro, no ato
da inscrição, após a vistoria técnica, atribuirá as marcas de nacionalidade e
matrícula, identificadoras da aeronave”.
9
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Jurisdição do Brasil
De acordo com o Art. 2º da Lei nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993, “A
soberania do Brasil estende-se ao mar territorial, ao espaço aéreo sobrejacente,
bem como ao seu leito e subsolo”.
Extraterritorialidade
Cabe, então, uma explicação sobre o conceito de extraterritorialidade: pelo
instituto da extraterritorialidade reconhece-se a eficácia da legislação, jurisdição
e administração de um estado, além das fronteiras de seu território e águas
territoriais, ou seja, estar na extraterritorialidade significa ser considerado em
território de seu país onde quer que se encontre como no exemplo das
embaixadas oficiais.
Estão enquadradas neste caso, segundo o CBA:
10
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
11
ANDRÉ LUIZ BRAGA
IV Liberdades do Ar
As Liberdades do Ar
Para possibilitar o comércio aéreo internacional, os Estados celebram acordos
bilaterais ou multilaterais e realizam ações de cooperação entre si. Dentre estas
ações estão as chamadas liberdades do ar, que são direitos de tráfego,
negociados entre os Estados, que permitem às empresas aéreas de um país
operar no território do outro país ou além deste. As liberdades do ar surgem,
formalmente, a partir da Conferência de Chicago como aprimoramento das
parcerias comerciais, em matéria de serviços aéreos.
12
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
13
ANDRÉ LUIZ BRAGA
14
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Transporte Aéreo
Os Serviço de transporte aéreo de passageiros, carga ou mala postal serão
classificados como: regular ou não regular, doméstico ou internacional.
Transporte Aéreo Não regular: aquele que ocorre por fretamento. As empresas
receberão da Autoridade Aeronáutica Autorização para explorar o serviço.
Parágrafo único. O transporte não perderá esse caráter se, por motivo de força
maior, a aeronave fizer escala em território estrangeiro, estando, porém, em
território brasileiro os seus pontos de partida e destino.
15
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Segundo o Art.181: A Concessão será dada à empresa aérea que comprovar ter:
a) sede no Brasil;
b) pelo menos 4/5 (quatro quintos) do capital com direito a voto, pertencente a
brasileiros, prevalecendo essa limitação nos eventuais aumentos do capital
social; III e
c) direção confiada exclusivamente a brasileiros.
Exploração:
Art. 204. O Governo brasileiro designará as empresas para os serviços de
transporte aéreo internacional.
§ 1° Cabe à empresa ou empresas designadas providenciarem a autorização de
funcionamento, junto aos países onde pretendem operar.
Art. 205. Para operar no Brasil, a empresa estrangeira de transporte aéreo deverá:
- Ser designada pelo Governo do respectivo país;
- Obter autorização de funcionamento no Brasil.
- Obter autorização para operar os serviços aéreos.
16
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Tarifação
A utilização do espaço aéreo brasileiro, por qualquer aeronave, fica sujeita às
normas e condições estabelecidas, assim como às tarifas de uso das
comunicações e dos auxílios à navegação aérea em rota.
17
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Aerodesporto
A prática de esportes aéreos tais como balonismo, volovelismo, asas voadoras
e similares, assim como os voos de treinamento, far-se-ão em áreas
delimitadas pela autoridade aeronáutica;
Sobrevoo de Propriedades
Art. 16 Ninguém poderá opor-se, em razão de direito de propriedade na
superfície, ao sobrevoo de aeronave, sempre que este se realize de acordo com
as normas vigentes.
18
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Acrobacia e Evoluções
Art. 17. É proibido efetuar, com qualquer aeronave, voos de acrobacia ou
evolução que possam constituir perigo para os ocupantes do aparelho, para o
tráfego aéreo, para instalações ou pessoas na superfície.
Parágrafo único. Excetuam-se da proibição, os voos de prova, produção e
demonstração quando realizados pelo fabricante ou por unidades especiais,
com a observância das normas fixadas pela autoridade aeronáutica.
19
ANDRÉ LUIZ BRAGA
VII Aeródromos
Definição de Aeródromo
Segundo o Art. 27.do CBA, Aeródromo é toda área destinada a pouso, decolagem
e movimentação de aeronaves. Há pistas de variados pisos e pavimentos, desde
asfalto até água, passando por grama, areia, brita (pedras) e barro.
Nos aeródromos públicos que forem sede de Unidade Aérea Militar, também
denominados aeródromos mistos, as esferas de competência das autoridades
civis e militares, quanto à respectiva administração, serão definidas em
regulamentação especial.
20
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Aeroportos
Aeroportos são aeródromos públicos dotados de instalações e facilidades para
apoio de operações de aeronaves e de embarque e desembarque de pessoas e
cargas.
Helipontos e Heliportos
Helipontos são aeródromos destinados exclusivamente a helicópteros.
Heliportos são helipontos públicos, dotados de instalações e facilidades para
apoio de operações de helicópteros e de embarque e desembarque de pessoas
e cargas.
Públicos
Civis
Privados
Helipontos
Militares
21
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Bilhete de Passagem
Art. 227. No transporte de pessoas, o transportador é obrigado a entregar o
respectivo bilhete individual ou coletivo de passagem, que deverá indicar o lugar
e a data da emissão, os pontos de partida e destino, assim como o nome dos
transportados.
Art. 228. O bilhete de passagem terá a validade de 1 (um) ano, a partir da data de
sua emissão.
22
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Poderá o transportador verificar o conteúdo dos volumes sempre que haja valor
declarado pelo passageiro.
Protesto por avaria - será feito dentro do prazo de sete dias a contar do
recebimento.
Protesto por atraso - será feito dentro do prazo de quinze dias a contar da data
em que a carga haja sido posta à disposição do destinatário.
23
ANDRÉ LUIZ BRAGA
IX Licenças e Certificados
Licenças e Certificados
Art. 160. A licença de tripulantes e os certificados de habilitação técnica e o
certificado médico aeronáutico serão concedidos pela autoridade de aviação
civil, na forma de regulamentação específica.
Licença
Documento emitido pela autoridade de aviação civil, que certifica o detentor,
aeronauta ou aeroviário, o cumprimento de certos requisitos de idade,
conhecimentos, experiência, instrução de voo, perícia e aptidão psicofísica, bem
como estabelece suas prerrogativas.
24
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
É vedado à empresa escalar tripulante com certificado vencido, ainda que esteja
aguardando resultado de exames de revalidação.
25
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Tripulantes
Art. 156. São tripulantes as pessoas devidamente habilitadas que exercem
função a bordo de aeronaves.
Conceito
Art. 165. Toda aeronave terá a bordo um Comandante, membro da tripulação,
designado pelo proprietário ou explorador e que será seu preposto durante a
viagem.
26
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Delegação de Atribuições
Art. 170. O Comandante poderá delegar a outro membro da tripulação as
atribuições que lhe competem, menos as que se relacionem com a segurança
do voo.
Diário de Bordo
É o livro de registro de voo, jornada e ocorrências da aeronave e de seus
tripulantes, em conformidade com estabelecido no CBA, confeccionado de
acordo com as instruções contidas na Portaria N°128-2019/SPO/SAR.
27
ANDRÉ LUIZ BRAGA
28
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
XI Infrações ao CBA
Infrações
Art. 289. Na infração aos preceitos deste Código ou da legislação complementar,
a autoridade aeronáutica poderá tomar as seguintes providências
administrativas:
a) multa;
b) suspensão de certificados, licenças, concessões ou autorizações;
c) cassação de certificados, licenças, concessões ou autorizações;
d) detenção, interdição ou apreensão de aeronave, ou do material transportado;
e) intervenção nas empresas concessionárias ou autorizadas.
Art. 295. A multa será imposta de acordo com a gravidade da infração, podendo
ser acrescida da suspensão de qualquer dos certificados ou da autorização ou
permissão.
Art. 296. A suspensão será aplicada para período não superior a 180 (cento e
oitenta) dias, podendo ser prorrogada uma vez por igual período.
Multas
Art. 299. Será aplicada multa de ate 1.000 (mil) valores de referência, ou de
suspensão ou cassação de quaisquer certificados de matrícula, habilitação,
concessão, autorização, permissão ou homologação expedidos segundo as
regras deste Código, nos seguintes casos:
a) procedimento ou prática, no exercício das funções, que revelem falta de
idoneidade profissional para o exercício das prerrogativas dos certificados de
habilitação técnica;
b) fornecimento de dados, informações ou estatísticas inexatas ou adulteradas;
c) preencher com dados inexatos documentos exigidos pela fiscalização;
d) impedir ou dificultar a ação dos agentes públicos, devidamente credenciados,
no exercício de missão oficial;
e) tripular aeronave com certificado de habilitação técnica ou de capacidade
física vencidos, ou exercer a bordo função para a qual não esteja devidamente
licenciado ou cuja licença esteja expirada;
f) participar da composição de tripulação em desacordo com o que estabelece
este Código e suas regulamentações;
g) desobedecer às determinações da autoridade do aeroporto ou prestar-lhe
falsas informações;
h) inobservar os preceitos da regulamentação sobre o exercício da profissão;
i) inobservar as normas sobre assistência e salvamento;
j) infringir regras, normas ou cláusulas de Convenções ou atos internacionais;
k) infringir as normas e regulamentos que afetem a disciplina a bordo de
aeronave ou a segurança de voo;
l) exceder, fora dos casos previstos em lei, os limites de horas de trabalho ou de
voo;
m) operar a aeronave em estado de embriaguez;
n) ministrar instruções de voo sem estar habilitado.
29
ANDRÉ LUIZ BRAGA
Referências Bibliográficas
30
REGULAMENTAÇÃO DA AVIAÇÃO CIVIL - RAC
Caro aluno, encerramos aqui mais uma disciplina do curso. Mais uma
etapa foi vencida e demos mais um passo na construção do seu
conhecimento profissional.
Espero sinceramente que este livro texto tenha auxíliado na absorção
dos assuntos das disciplinas aqui referenciadas.
Aproveitem, revisem, assistam as videoaulas e procurem-nos para
resolver suas dúvidas persistentes.
Forte abraço, bons estudos e vejo você na próxima disciplina...
Prof.André Braga
31