Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
j j\j Ji~8SJ_:t!..1Y J
Educação a Distância
Caderno de Estudos
BIOGEOGRAFIA
NEAD
CENTRO UNIVERSITÁRIO
LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, nJ1.1.040,Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 - INDAIAL/SC
Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090
Elaboração:
Prof." Ângela da Veiga Beltrame
Prof. Ricardo Wagner Ad- Víncula Veado
910
B546p Beltrame , Ângela da Veiga.
Biogeografia/ Ângela da Veiga Beltrame [e]
Ricardo Wagner Ad- Víncula Veado. Centro
Universitário Leonardo da Vinci -: Indaial, Grupo
UNIASSELVI, 2010.x; 304.p.: il
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-314-3
TÓPICO 3
A BIOSFERA
1 INTRODUÇÃO
Caro(a) acadêmico(a), neste tópico abordaremos temas referentes à Biosfera, como: conceito,
limites, fontes de energia, fluxos de energia e nutrientes (ciclos biogeoquímicos).
A biosfera é a camada do planeta capaz de ser habitada por organismos. Divide-se em hidrosfera,
troposfera (camada mais inferior da atmosfera) e a parte superior da litosfera, compreendendo uma
faixa ou camada do globo terrestre que não ultrapassa os 20 quilômetros de espessura.
o termo biosfera foi introduzido na ciência em 1875, pelo geólogo austríaco Eduard
Suess. O russo Vladimir Ivanovitch Vernadsky usou o termo numa conferência em 1929 e,
desta forma, o conceito de biosfera chegou ao Ocidente (Hutchinson, in Scientific American,
1972, p. 3).
É muito difícil demarcar os limites da biosfera. Formas simples de vida, como esporos
e bactérias, vivem a 8 ou 9 quilômetros de altura, camada em que o oxigênio é mínimo e a B
I
temperatura está por volta de 60° C abaixo de zero. Nos oceanos, a luz alcança cerca de 200 o
metros de profundidade, o que é o limite para as plantas que fazem a fotossíntese. Nas fossas G
E
submarinas, a mais de 10 quilômetros de profundidade, pequenos organismos vivem no limite o
G
da sobrevivência. Na superfície dos continentes, os desertos quentes e frios, as crateras de
R
vulcões, as fontes termais, onde a água atinge temperaturas de 80° C, são lugares em que A
F
a vida está no seu limite. Dentre estes lugares, estão os picos de montanhas com "neves I
A
"-
24 TÓPICO 3 -_UNIDADE 1
perpétuas" e lugares muito quentes e áridos. O limite do oxigênio é cerca de 6.000 metros de
altitude, o que obriga aos alpinistas o uso de equipamento especial. Hutchinson (in Scientific
American, 1972, p. 4) chama essas zonas de parabiosféricas.
\ \
ã"'pãnf
A Rri.ncipal-fonte "'d"e"'en'êFgi
"/" .., •.",,,,, •.~,._ .. ,,.;.>
a TêiTâ'"'é"'Ô'''Sõl:'"Saa""energia"calorífica e luminosa
espalha-se de forma desigual pela superfície, unicamente devido à forma globular do planeta. As
latitudes e as altitudes criam variações diárias de luz e calor e os distribuem de forma irregular
na superfície, e isto é uma das condições para a expansão das espécies.
Atmosfera
t
Lítosfera
1
Hídrosfera
+-+- +-+-
FONTE: Os autores
gases, as partículas de poeira, o vapor d'água, as nuvens são agentes que modificam a energia
incidente.
Eis alguns dados sobre a energia solar (TUBELlS & NASCIMENTO, 1984, p. 31;
AYOADE, 1994, p. 23):
- 56 x 1026 calorias são irradiadas pelo Sol por minuto nas formas seguintes:
- radiação ultravioleta (comprimento de onda menor que 0,4 IJm) - total de 9% recebido pela
Terra;
- radiação visível (de 0,4 a 0,7 IJm) - total de 41 %;
- radiação infravermelha (maior que 0,7 IJm) - total de 50%;
- a Terra intercepta 2,55 x 1018 cal - meio milionésimo do total, mas cerca de 30 mil vezes mais
energia do que o total anual que a humanidade produz e consome;
- constante solar: total de energia que incide numa superfície de 1 em- do topo da atmosfera
por minuto. Equivale, aproximadamente, a Zcal/cmvmin. A energia solar gasta 9,5 minutos
para percorrer os 150 milhões de quilômetros entre a Terra e o Sol.
A energia radiante que chega à superfície da Terra é formada, num dia claro, por 45%
de luz visível, 45% de infravermelho e 10% de ultravioleta. (ODUM, 1985).
,~ -,.,,...:-',..
, -_..~..•
#~""" •.."
Na fotossíntese, as plantas verdes produzem carboidratos, que, mais tarde, são usados
como fonte de energia para o metabolismo da planta. As plantas verdes são chamadas de
produtores primários. São autótrofas, porque produzem sua própria fonte de energia.
Apenas 2% da energia solar são absorvidos pela biosfera - 98% se perdem. O total
absorvido, nada mais que 0,1%, é usado na fotossíntese. Não obstante esse valor tão baixo,
as plantas produzem de 150 bilhões a 200 bilhões de toneladas de matéria orgânica seca por
ano.
Os nutrientes minerais têm outro processo. Aenergia tem um fluxo contínuo numa direção
apenas - ele não volta sobre si mesmo. Mas os minerais circulam livremente na biosfera. Esse
movimento circular permite que os nutrientes sejam usados várias vezes pelos seres vivos,
antes de se dispersarem nos sedimentos, na água ou na atmosfera.
seguida.
Os ciclos são relativamente estáveis, mas estão sujeitos a flutuações, provocadas pela
quantidade de matéria que entra no sistema, por pragas, moléstias, queimadas, escoamento
superficial, nevascas, vendavais etc. Walter (1986, p. 9) cita, por exemplo, que o pastoreio
moderado em pradarias ''[...] também estimula o crescimento vegetativo das gramíneas, a ponto
de aumentar a produção anual total" de biomassa vegetal (fitomassa), incluindo a quantidade
consumida pelos animais.
Odum (1985, p. 27) ilustra bem a importância desta reciclagem, ao afirmar que:
Aciclagem dos nutrientes é mais conhecida como ciclos biogeoquímicos, porque deles
fazem parte tanto componentes bióticos quanto abióticos. Os ciclos biogeoquímicos são de
B
dois tipos: ciclos gasosos, cujo reservatório é a atmosfera, e ciclos sedimentares, em que a I
crosta terrestre é o reservatório. O
G
E
O
Os nutrientes variam em quantidades usadas pelos seres vivos. Por esta razão, foram G
classificados em duas categorias: os macronutrientes e os micronutrientes. R
A
F
I
A
28 TÓPICO 3 . UNIDADE 1
Esses elementos são de origem natural. Contudo, o homem tem introduzido nos ciclos
elementos artificiais ou não, que não fazem parte da matéria orgânica, que Odum denomina
elementos não essenciais (1985, p.132). Esses elementos provêm de indústrias, da mineração,
da agricultura e contêm concentrações mais ou menos elevadas de metais e compostos
orgânicos tóxicos e, sobretudo, elementos radioativos.
Por não fazerem parte da matéria orgânica, os elementos não essenciais não são
eliminados pelos mamíferos e acabam por se concentrar neles em órgãos como o fígado, rins,
pulmões, coração, no cérebro e nas gorduras e nos músculos.
O sistema equilibrado tem um dado grau de homeostase, isto é, sua estrutura ajusta-se
B
às mudanças. Neste caso, as transformações podem ser de dois tipos - uma vez instaladas, I
elas podem prosseguir até alterar totalmente o sistema, criando, então, outro sistema; por outro
o
G
ado, o mecanismo de desequilíbrio pode ser interrompido, a mudança não avança e o sistema E
o
-eadquire o estado - fisionomia - anterior. No primeiro caso, temos a retroalimentação positiva- G
e a muda por completo o sistema. No segundo caso, predominará a retroalimentação negativa, R
A
•.• e interrompe a mudança e o sistema se reequilibra e volta a ser o sistema antigo. F
A Ecologia também utiliza o termo resiliência, que expressa a capacidade do sistema I
A
30 TÓPICO 3 UNIDADE 1
o reequilíbrio dos sistemas naturais depende muito da sua complexidade. Quanto mais
complexo um sistema, maior a sua capacidade de homeostasia. A complexidade do sistema
está intimamente ligada a dois fatores - o número de elementos e o grau de resistência desses
elementos às mudanças.
I' '
RESUMO DO TÓPICO 3
• O termo biosfera foi introduzido na ciência em 1875, pelo geólogo austríaco Eduard
Suess.
• A principal fonte de energia para a Terra é o Sol. Sua energia calorífica e luminosa espalha-se
de forma desigual pela superfície, unicamente devido à forma globular do planeta. As latitudes
e as altitudes criam variações diárias de luz e calor e os distribuem de forma irregular na
superfície, e isto é uma das condições para a expansão das espécies.
• As formas da matéria na biosfera são pouco variadas - gasosa, sólida ou líquida. A matéria
transita na biosfera em círculos, ao contrário da energia, que tem apenas uma direção. O
intemperismo é uma das formas de movimento dos materiais.
B
• Apenas 2% da energia solar são absorvidos pela biosfera - 98% se perdem. O total absorvido
I
nada mais que 0,1% é usado na fotossíntese. Não obstante esse valor tão baixo, as plantas O
G
produzem de 150 bilhões a 200 bilhões de toneladas de matéria orgânica seca por ano. E
O
G
• O fluxo de gás carbônico proveniente dos processos de decomposição da serapilheira e do R
A
húmus é conhecido como respiração do solo. F
I
A
32 TÓPICO 3 UNIDADE 1
• A ciclagem dos nutrientes é mais conhecida como ciclos biogeoquímicos, porque neles
fazem parte tanto componentes bióticos quanto abióticos. Os ciclos biogeoquímicos são de
dois tipos: ciclos gasosos, cujo reservatório é a atmosfera, e ciclos sedimentares, em que a
crosta terrestre é o reservatório.
• Os nutrientes variam em quantidades usadas pelos seres vivos. Por esta razão, foram
classificados em duas categorias: os macronutrientes e os micronutrientes.
• Na crosta terrestre ocorrem 90 elementos químicos. Deste total, 30 são fundamentais para
os organismos - são os macronutrientes. Carbono - que aparece no dióxido de carbono,
CO2, e é a base da matéria orgânica -, hidrogênio, oxigênio e nitrogênio são essenciais
para a vida na Terra. Os demais macronutrientes são potássio, cálcio, magnésio, fósforo,
enxofre, ferro, cobre, manganês, zinco, molibdênio, boro e cloro, que fazem parte dos ciclos
sedimentares. O dióxido de carbono, o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio são elementos
gasosos e ocorrem na atmosfera da Terra.
o A energia flui nos ecossistemas e nos geossistemas de maneiras diferentes. Esse movimento
da energia está estreitamente vinculado às estruturas funcionais dos ecossistemas e dos
geossistemas - ou melhor, da Ecologia e da Geografia.
B
• A Ecologia também utiliza o termo resiliência, que expressa a capacidade do sistema em
I
O resistir às perturbações, retornando às suas condições originais.
G
E
O
G
R
A
F
I
A