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Disciplina: Ciência do Ambiente

Autor: Welington Kiffer de Freitas

Aula 5 – Conservação de Recursos Naturais: Meio Atmosférico

Meta

• Apresentar o conceito de recurso natural renovável, destacando os aspectos


relacionados com o meio atmosférico.

Objetivos

Após esta aula, você será capaz de:

• Diferenciar recursos naturais renováveis dos não renováveis;

• Demonstrar a composição química da atmosfera;

• Descrever a estratificação da atmosfera;

• Apresentar os principais fenômenos que ocorrem na atmosfera;

• Demonstrar as formas de dispersão dos poluentes antrópicos emitidos por


fontes fixas
1. Introdução

Como já estudamos, a cada dia que passa as discussões sobre as


relações do homem com o meio ambiente têm mais destaque no panorama
internacional. Os problemas no ambiente vividos no meio urbano não
ocorrem de forma isolada dos problemas ocorridos no ambiente natural. O
nosso planeta está envolvido por uma camada gasosa, conhecida como
Atmosfera que possui cerca de 1.000 km de espessura e, é composta por
várias camadas, cada uma delas com características próprias. A Atmosfera
desempenha importantes funções para a regulação do planeta, tais como:
retenção da radiação solar; proteção da terra contra os efeitos
interplanetários; contribuição para manutenção térmica; dentre outras.

Nessa aula, será apresentada a importância do meio atmosférico para


a manutenção da vida na biosfera, bem como destacar os principais
aspectos que as atividades antrópicas imprimem em sua dinâmica.

Agora, vamos começar essa nova etapa do nosso estudo!

2. Recursos Naturais

Na nossa segunda aula conceituamos recurso como sendo um


elemento utilizado para manutenção das necessidades básicas da biota
(crescimento, manutenção e reprodução), tornando-os menos disponíveis
para outros organismos a medida que esse passa a ser consumido.
Portanto, para espécie humana, um recurso refere-se a tudo aquilo que
encontramos na natureza e pode ser utilizado como alimento, energia ou
matéria-prima para diferentes fins, podendo ser obtidos do solo, subsolo,
água e ar.

Diante dessa perspectiva, um recurso pode ser considerado como


renovável quando depois de utilizado, passa a estar novamente disposto na
natureza, espontaneamente ou derivado da própria atividade humana, como:
luz, calor, água, ventos, plantas e os animais. Já um recurso natural não
renovável se refere aquele que após ser utilizado, não pode ser recolocado
na natureza por geração espontânea ou atividade humana, por exemplo, os
derivados da decomposição de matéria orgânica acumulada a milhões de
anos como o petróleo, gás natural e carvão mineral.

Todavia, hoje reconhecemos a necessidade do uso racional dos


recursos naturais, preservando e conservando, o solo, a água, o ar e os
seres vivos, para a manutenção da vida na Terra. Mesmo assim, o uso
inadequado desses recursos tem se tornado, cada vez mais, uma realidade
nos diferentes ecossistemas do planeta, o que vem ocasionando
significativas alterações ambientais.

Um recurso que tem chamado muita atenção nas ultimas décadas é a


água. Até o final do século passado, os países contabilizavam suas riquezas
utilizando indicadores baseados em suas reservas de recursos naturais não
renováveis, principalmente, de petróleo. Hoje, para muitas economias, a
água vem tomando um lugar muito estratégico diante dessa discussão, pois
embora seja um recurso natural renovável, como veremos mais
especificamente na aula seguinte, sua qualidade desperta preocupação
quanto a sua capacidade de renovação. Sendo assim, a água sob a ótica da
política publica brasileira, é considerada como um recurso natural limitado,
dotado de valor econômico e, acima de tudo, um bem de domínio público.

Início do BOXE CURIOSIDADE

Mais de 20% da população mundial, principalmente dos países do


hemisfério norte, utilizam cerca de 80% dos recursos naturais e energia do
planeta, responsáveis também por mais 80% da poluição e da degradação
dos ecossistemas mundiais. Diante desse quadro, hoje, para reduzirmos as
desigualdades de acesso aos recursos naturais, entre os habitantes dos
hemisférios norte e sul, necessitaríamos de, pelo menos, mais dois planetas
Terra.

Fim do BOXE CURIOSIDADE


Início da ATIVIDADE 1

Atende ao Objetivo 1

O petróleo é formado em depressões da crosta terrestre, após o


acúmulo de sedimentos, constituído de uma mistura de compostos naturais
de carbono e hidrogênio, chamados de hidrocarbonetos. Conceitualmente,
classificamos o petróleo como um recurso natural não renovável. Diante
disso, explique como o petróleo pode ser visto como um recurso finito se, a
cada dia que passa, ama grande quantidade de matéria orgânica continua se
acumulando e sendo oxidada em nosso planeta.

O petróleo é considerado como um recurso natural não renovável,


porque seu processo de renovação ultrapassa a expectativa da existência da
espécie humana.

Ilustração: favor inserir 03 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 1

3. Recursos Naturais: Atmosfera

A Atmosfera é o meio onde ocorrem os eventos meteorológicos. Ela é


composta por uma camada fina de gases que envolve a Terra, atraída pela
Força gravitacional. Sua composição é variável conforme a altitude, que
pode atingir até 1.000 km, mantendo-se mais espessa na direção dos polos,
devido a forma de forma Geóide do planeta.

3.1. Composição

A atmosfera é composta por uma combinação de diferentes gases,


tais como: nitrogênio, oxigênio, gases raros (argônio, neônio, criptônio e
xenônio), dióxido de carbono, ozônio, vapor d’água, hélio, metano,
hidrogênio, além de outros elementos presentes em menores concentrações
(Tabela 1).

Tabela 1 – Distribuição dos principais componentes gasosos da atmosfera


terrestre.
Componentes % (volume seco de ar) Componentes % (volume seco de ar)
Fixos Variáveis
Nitrogênio 78,08 Vapor d’água ≤4
Oxigênio 20,95 Dióxido de carbono 0,0325
Argônio 0,93 Monóxido de carbono ˂100*
Neônio 0,0018 Ozônio ≤ 2*
Helio 0,00052 Dióxido de enxofre ≤ 1*
Metano 0,00015 Dióxido de nitrogênio ≤ 0,2*
Criptônio 0,00014
Hidrogênio 0,00005 *Descritos em parte por milhão (ppm) de ar

Na Atmosfera também estão presentes partículas de pó, cinzas


vulcânicas, fumaça, matéria orgânica e resíduos industriais em suspensão,
denominados de “aerossóis”. Esses materiais particulados são importantes
na Atmosfera, pois atuam como núcleos de condensação e de cristalização,
absorvendo e espalhando a radiação e, ainda, participando de diversos
ciclos geoquímicos. Por outro lado em níveis elevados também podem se
causar problemas para biota.

A quantidade de moléculas dos elementos obedece a uma variação


altitudinal, pois devido à força gravitacional, os elementos mais densos
concentram-se mais próximos da superfície terrestre.

3.2. Estrutura

A composição da Atmosfera modifica-se drasticamente conforme as


condições físico-químicas, por isso a ocorrência de diferentes camadas
superpostas. Com relação à temperatura, a Atmosfera possui três camadas
mais quentes entremeadas por duas camadas mais frias, sendo todas elas
separadas por camadas de transição, conhecidas como “pausas”. Aqui,
destacaremos as cinco principais camadas da Atmosfera, ressaltando que
ainda existe uma falta de consenso universal sobre suas terminologias e
quantidades (Figura 1 e Tabela 2).
A Atmosfera é compressível e expansiva, sendo suas camadas
inferiores muito mais densas que as superiores, com metade do total de sua
massa concentrada abaixo de 5 km de altitude. A pressão atmosférica
diminui logaritmicamente com a altitude, sendo média ao nível do mar,
atingindo o valor de 1013,25 mb.

Figura 1 – Distribuição e espessura das principais camadas da Atmosfera.

Tabela 2 – Características das cinco camadas da atmosfera

Camada Característica Umidade Temperatura Concentração Pausa

Tropopausa
Fenômenos 75% do vapor Diminui 0,6 ºC
Troposfera Equador Temperaturas baixas, até -
meteorológicos* d’água a cada 100 m
60ºC º

Estratopausa
Forma-se a Aumenta com a 25 km de
Estratosfera - Temperatura que chega até
camada de ozônio altitude altitude
0ºC

Fenômenos Diminui 3,5 ºC / Mesopausa


Mesosfera - -
luminosos• km Temperatura cerca de -90 ºC

Carregamento
Termosfera / elétrico† e Aumenta com a Termopausa
- Rarefeita
Ionosfera transmissões de altitude Temperatura de +2.000 ºC
rádio e televisão

Predomínio de H Tende a cair Parte exterior da atmosfera


Exosfera - Muito rarefeita
e He (mais leves) com a altitude que se dilui no espaço

* mecânicos (ventos), acústicos (trovão), aquosos (chuva), óticos (arco- íris) ou elétricos (raios).
• pequena parte de ozônio e vapor de sódio
† ação do Raio X e pela radiação ultravioleta
Então, quando analisamos a Tabela 2 podemos destacar a
importância da troposfera para o planejamento das atividades humanas, tais
como: agropecuária, transporte, construção, pois é nessa camada onde
ocorrem os principais processos meteorológicos, que se relacionam
diretamente com as condições do tempo. Enquanto, que a estratosfera
contribui com a retenção do excesso da radiação ultravioleta, especialmente
a UVb, nociva a vida no planeta, através de reações fotoquímicas, que
originam a camada de Ozônio.

3.2. Fenômenos da Atmosfera

3.2.1 – Efeito Estufa

Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de


volta ao espaço, ao atingir o topo da atmosfera terrestre. Outra parte é
absorvida pelos oceanos e pela superfície da Terra, promovendo o seu
aquecimento. Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço
(Tabela 3).

Tabela 3 – Distribuição da energia entre a superfície terrestre e a atmosfera.


30% 6% - Espalhado pela atmosfera
Reflexão e espalhamento 20% - Refletido pelas nuvens
4% - Refletido pela superfície (continente e oceanos)
19%
Absorção na atmosfera 19% - Absorvido pela atmosfera e nuvens

51% 25% - Radiação direta


Absorção pela superfície
26% - Radiação difusa
100% 100%

A energia proveniente do Sol é emitida em comprimento de onda


curto, que consegue ultrapassar a camada de gases da Atmosfera,
principalmente, o gás carbônico (CO2), o metano (CH4) e o vapor d'água.
Todavia, a radiação terrestre é refletida em comprimento de onda longo,
sendo, então, reabsorvida por esses gases. A diferença entre os
comprimentos de onda da radiação que entra e que sai ocorre devido às
discrepâncias entre as temperaturas do Sol e da superfície da Terra.

Esse calor que se acumula na superfície terrestre é um fenômeno


natural conhecido como Efeito Estufa, que possibilita a vida das diferentes
espécies no nosso planeta. Por causa do Efeito Estufa é que a temperatura
média global na Terra oscila em torno de + 15ºC, muito diferente dos -18ºC
médios, calculados pelo equilíbrio Terra-Sol, quando se desconsidera a
presença dos gases da atmosfera.

Os principais gases de Efeito Estufa naturais presentes na


atmosfera, além do vapor d’água que variáve, podemos destacar o
dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e vapor d’água. Atualmente
também podemos considerar como gases do Efeito Estufa aqueles
produzidos pelas atividades antrópicas. A Tabela 4 apresenta uma
síntese dos principais cases associados ao Efeito Estufa.

Tabela 4 - Concentração dos gases na atmosfera, correlacionado com


suas fontes e seus poderes de aquecimento.

Poder de
Gases Concentração (ppm) Origem
aquecimento
Referência para
Queima de classificar o poder de
Dióxido de carbono
345 combustíveis fósseis e aquecimento global dos
(CO2)
remoção de florestas. demais gases de efeito
estufa
Aterros sanitários e
lixões; reservatórios de
21 vezes maior que o
Metano (CH4) 1,7 hidrelétricas*; criação
CO2
de gado e cultivo de
arroz.
Tratamento de dejetos
animais, uso de
310 vezes maior que o
Óxido nitroso (N2O) 0,30 fertilizantes, queima de
CO2
combustíveis fósseis e
processos industriais.
Geração de
Hexafluoreto de
eletricidade, na 23.900 vezes maior
enxofre (SF6)
fundição de magnésio que o CO2
Hexafluoretos - gases (variável)
e em semicondutores.
sintéticos com o átomo
Produção de
de flúor (F) associado a
Perfluorcarbonetos equipamentos
outros elementos 6.500 e 9.200 maior
(PFCs) eletrônicos; subproduto
que o CO2
(variável) da produção do
alumínio primário.
Hidrofluorcarbonos variando entre 140 e
Aerossóis e
Halocarbonos (HFCs) • 11.700 vezes maior
refrigeradores .
(variável) que o CO2
Perfluorcarbonos Refrigeração,
6.500 a 9.200 vezes
(PFCs) solventes, propulsores,
maior que o CO2
(Variável) espuma e aerossóis.
* maior ou menor grau, dependendo do uso da terra anterior à construção do reservatório, por exemplo, remoção
da vegetação.
• substitutos dos Clorofluorcarbonos (CFCs). Não agridem a camada de ozônio
‡ diferentes gases de óxido nitroso (NOx)

O Vapor d'água é considerado como o maior agente natural do efeito


estufa no planeta, embora também possa ser liberado por algumas
atividades produtivas. Todavia, essas atividades apresentam pouca
influência sobre sua quantidade emitida atmosfera, pois sofre variações com
a temperatura de cada região. Sendo assim, o aumento da temperatura do
planeta pode levar causar elevação do vapor liberado, aumentando a sua
concentração para atmosfera. No entanto, sua contribuição para o
aquecimento global é mínima, pois sua permanência na atmosfera não
passa de alguns dias.

Início da ATIVIDADE 2

Atende ao Objetivo 2

Explique porque a radiação solar penetra com maior intensidade na


Atmosfera, na presença dos gases como CO2 e vapor d’água, do que é
novamente reemitida para o espaço.

A radiação emitida pelo Sol chega à Atmosfera com comprimento de


onda curto, por isso perpassa com maior intensidade pelos gases estufa.
Todavia, quando é refletida, retorna para a Atmosfera com comprimento de
onda longo, por isso acaba sendo muito mais absorvida pelo vapor d’água e
pelo CO2.

Ilustração: favor inserir 05 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 2
3.2.2 – Mudanças Climáticas e Aquecimento Global

O mundo vem registrando eventos climáticos extremos, por um


momento, uma determinada região é assolada por fortes ondas de calor e
incêndios, em outros momentos a mesma região pode passar por um
rigoroso inverno. Como já estudamos em outra aula, ao longo de sua
história geológica, a Terra vem apresentando consideráveis variações
climáticas. Conforme a Figura 2, essas mudanças acompanham a
concentração de CO2 na atmosfera.

Figura 2 – Distribuição da temperatura na escala do tempo geológico.

No entanto, a cada dia, novas evidências científicas associam as tais


modificações nos padrões climáticas mais recentes as atividades antrópicas,
levando a discussão de um processo de aquecimento global, principalmente,
pelo consumo de combustíveis fósseis, como carvão mineral, petróleo e gás
natural e, também, associado aos desmatamentos e queimadas e a
disposição de lixo a céu aberto ou fora dos padrões recomendados para
tratamento de resíduos sólidos.
3.2.3 – Camada de Ozônio

O ozônio (O3) é um gás azul-claro, com forte odor, formado na


estratosfera, cerca de 20 e 35 km de altitude, onde se concentra
aproximadamente 90% de suas moléculas. Nessa camada, a entrada da
radiação ultravioleta fornece energia para um processo natural que leva à
contínua formação e fragmentação do ozônio, como demonstrado na Figura
3.

Figura 3 – Esquema da reação fotoquímica que origina o ozônio.

A radiação ultravioleta, de origem solar, dissocia a molécula de


oxigênio, resultando em dois átomos de oxigênio. Esse átomo de oxigênio se
une a uma molécula de oxigênio, originando assim o ozônio. Esse processo
ocorre continuadamente formando átomos de oxigênio livre e, ao mesmo
tempo fracionando a molécula do ozônio, através de reações continuas. Esse
processo natural de destruição e produção de ozônio ocorre de forma
equilibrada na estratosfera.

Porém, naturalmente, durante a primavera, pode ser observado o


“buraco na camada de ozônio” de forma sazonal, na estratosfera do polo sul,
causado por um fenômeno conhecido como “vórtice polar”, quando as
concentrações de ozônio são inferiores a 200 Unidades Dobson (UD), ou,
valores abaixo de 2/3 da concentração natural. Na antártica, durante o
inverno, condições de temperaturas muito baixas e períodos sem luz
(responsável pela formação de nuvens estratosféricas), torna a camada de
ozônio bastante estável, por não ocorrerem reações fotoquímicas. Essas
condições favorecem a concentração de substâncias reservatório, que
armazenam o cloro, como o HCl e o ClONO2. Dessa forma, no inicio da
primavera, com a penetração da luz, as reações fotoquímicas começam a
liberar átomos presentes nas substâncias reservatórios, principalmente, o
cloro, responsável por disparar reações em cadeia destruindo o ozônio. A
redução da concentração de ozônio aparece no início da primavera e
desaparece no início do verão, quando o vórtice polar se esquenta e dissipa.

No entanto, outros mecanismos relativos às atividades antrópicas


começaram a atuar no desequilíbrio da produção e destruição do ozônio. As
emissões de substancias halogêneas, como: Clorofluorcarbonos (CFCs),
Brometo de Metila, etc, quando expostos à radiação UV, na estratosfera, são
convertidos em gases mais reativos, como, monóxido de cloro (ClO) e
monóxido de bromo (BrO). Estes gases participam de ciclos de reação
"catalisadores" que destroem o ozônio na estratosfera.

Início do BOXE CURIOSIDADE

O Brasil ratificou o Protocolo de Montreal (1987), assumindo o


compromisso de erradicar as Substâncias que Destroem a Camada de
ozônio (SDO) produzida pelas atividades antrópicas, sendo elas: CFCs,
Halons, CTC, HCFC, Brometo de Metila, entre outras.

Fim do BOXE CURIOSIDADE

3.2.4 – Inversão Térmica e SMOG

Como já vimos, normalmente, a medida que nos distanciamos da


superfície da Terra o ar vai se resfriando. Isso quer dizer que na superfície o
ar é mais quente, portanto mais leve, que tende a subir, favorecendo a
dispersão dos poluentes emitidos pelas atividades humanas.

Ao longo do dia o ar em contato com a superfície vai se aquecendo.


Depois de aquecido, sua densidade diminui e tende a subir para as camadas
mais altas da troposfera. Essa condição, atua diretamente para a renovação
do ar, pois quando sobe o ar carreia as substâncias e partículas poluentes
liberadas ao longo do dia para as altas camadas atmosféricas, dispersando a
poluição. Em ambientes com um grande número de indústrias e com elevada
circulação de veículos, como os grandes centros urbanos, pode ocorrer o
fenômeno da Inversão Térmica (Figura 4). Nessas condições observa-se a
sobreposição massa de ar frio sobre a camada de ar aquecida. Dessa forma,
o ar superficial fica aprisionado próximo a superfície do solo. Com a inversão
térmica, o ar superficial não pode se dissipar, fazendo com que os poluentes
fiquem concentrados na atmosfera. Este fenômeno meteorológico ocorre em
qualquer dia do ano. Todavia, é no inverno que ele é mais frequente. Nesta
estação do ano ocorrem poucas chuvas, dificultando ainda mais a dispersão
dos poluentes, agravando o problema da poluição atmosférica.

Figura 4 – Inversão térmica na troposfera.

3.4.5 – Chuva Ácida

Naturalmente, a chuva apresenta um padrão ácido, com valores de pH


em torno de 5,6. Todavia, em grandes centros urbanos e industriais, as
elevadas taxas de emissões atmosféricas de compostos derivados de
combustíveis fosseis, principalmente de nitrogênio e enxofre. Nesses
ambientes, quando a água da chuva possui valores de pH próximos a 5,6,
favorece a reação de gases, como sulfatos (SO4=), nitratos (NO3-) e dióxido
de carbono (CO2), formando ácidos sulfúrico (H2SO4), nítrico (HNO3) e
carbônico (H2CO3), respectivamente, que reduzem ainda mais o pH da água
da chuva.

Esse fenômeno pode provocar a acidificação de corpos hídricos, o


que compromete significativa o equilíbrio da biota. O pH ácido pode matar
algas e insetos, até mesmo peixes, prejudicando também a cadeia alimentar.
No solo, após acidificado pela chuva, pode modificar sua capacidade
produtiva e, ainda, favorecer o arreste de metais pesados do solo para lagos
e rios, contaminando os ecossistemas. Nos seres humanos, quando se inala
esses ácidos, aumenta o risco de irritação na garganta e olhos e, até, afetar
o pulmão de forma irreversível. A acidez da atmosfera não afeta somente a
biota, mas também pode corroer a superfície de monumentos e edifícios
feitos de mármore (CaCO3 ) por causa da reação com os ácidos presentes
na água da chuva.

Início da ATIVIDADE 3

Atende ao Objetivo 3

Explique a diferença entre Efeito Estufa e o Aquecimento Global


antropogênico.

O Efeito Estufa é uma proteção natural formada por uma camada de


gases que cobre a superfície da Terra. Essa camada é composta,
principalmente, por gás carbônico (CO2), metano (CH4), vapor d água, etc. O
efeito estufa é um fenômeno fundamental para manutenção da vida na Terra,
pois sem ele o planeta seria muito mais frio. Já o Aquecimento Global
antropogênico refere-se a elevação da temperatura média da Terra, estando
associada para um grupo de cientistas, ao aumento das emissões de gases
causam o efeito estufa, principalmente o dióxido de carbono (CO2), em
função das atividades antrópicas.

Ilustração: favor inserir 10 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 3
4 – Poluentes Atmosféricos

Poluentes atmosféricos são gases e partículas sólidas produzidos de


forma natural (degradação da matéria orgânica, vulcanismos, dentre outras),
por atividades antrópicas (emissões veiculares e indústrias), ou aqueles
formados pela reação de certos poluentes com a radiação solar.

Os poluentes atmosféricos podem ser classificados em primários ou


secundários. Os poluentes primários são aqueles emitidos direto de suas
fontes para o ambiente, como: monóxido de carbono, fuligem, óxidos de
nitrogênio, óxidos de enxofre, hidrocarbonetos, aldeídos e outros. Enquanto
os poluentes secundários são resultantes das reações dos poluentes
primários com substâncias presentes na troposfera, com energia gerada pela
radiação solar, como o ozônio e nitratos.

Embora a maior parte do ozônio da atmosfera seja formada na


estratosfera, ele também pode ser produzido na Atmosfera inferior
(troposfera) por reações químicas entre poluentes, como os óxidos de
nitrogênio, os hidrocarbonetos e a radiação UV. O ozônio troposférico é um
componente significativo da poluição fotoquímica encontrada em muitas
zonas poluídas, com efeitos adversos sobre a saúde humana e o meio
ambiente.

Os poluentes podem ser emitidos por fontes móveis e fixas. Uma fonte
móvel pode ser, por exemplo, a frota de veículos automotivos. Já as fontes
fixas têm suas emissões por um ponto específico, como: chaminés,
resultante dos processos industriais e de geração de energia (termelétricas).
A Tabela 5 apresenta as principais características dos poluentes
atmosféricos.

Tabela 5 – Síntese dos principais poluentes atmosféricos, com suas causas,


efeitos e fontes.

Poluente Causas Fontes Efeitos

Aldeído oxidação parcial do queima de processo alérgico,


CHO álcool ou por combustível além de precursor de

reações automotivo compostos

fotoquímicas. (principalmente carcinogênicos.

etanol).

Dióxido de Enxofre gás, tóxico e naturais (vulcões) asma e problemas

SO2 incolor, formando respiratórios.


antrópicas: energia,
material particulado
transporte e forma chuva ácida.
fino.
aquecimento

(carvão mineral).

Dióxido de Nitrogênio gás altamente naturais (vulcão, saúde (problemas

oxidante, formador atividade respiratório,


NO2
do ozônio. bacteriana, pulmonar e

descarga elétrica) alérgicos).

antrópicas ambiente (smog,

(combustão) chuva ácida,

Importante Gás do

Efeito Estufa).

Hidrocarbonetos HC gases, partículas processos precursor para a

finas ou gotas industriais (queima formação do ozônio


totais (THC)
formados de e evaporação de troposférico

simples (CH4) carbono e combustíveis),


importante Gás do
hidrogênio. transporte (queima
não metano (HC) Efeito Estufa
de combustíveis

fosseis)

Material Particulado sólidos com queima de câncer,

diâmetro reduzido combustível fóssil e arteriosclerose,


MP
da biomassa, inflamação de

partículas finas (MP < emissão de amônia pulmão, asma,

2,5 µm) na agricultura; aumento de


partículas grossas (MP construção civil. internações.

> 2,5 µm)

Dióxido de Carbono produto de todas as natural ou importante Gás do

combustões antrópica Efeito Estufa


CO2

Monóxido de Carbono Combustão natural ou gás com alta

incolpleta antrópica afinidade com a


CO
hemoglobina no

sangue, substituindo

o oxigênio e

reduzindo-o, durante

o processo de

respiração.

importante Gás do

Efeito Estufa

Ozônio Poluente reações químicas asma, enfisemas,

secundário e complexas que bronquites, etc.,


O3
altamente oxidante acontecem entre o cardiovasculares,

na troposfera NO2 e compostos redução na

orgânicos voláteis capacidade

(COV), na pulmonar.

presença de

radiação solar.

Início da ATIVIDADE 3

Atende ao Objetivo 3

Explique como o ozônio pode se tornar um poluente com


consequências graves para a saúde humana e, até, o ambiente construído.
O ozônio é um gás formado por três moléculas de oxigênio, sendo
considerado muito instável, ou seja, modifica-se constantemente também
entre as formas de oxigênio atômico e oxigênio gasoso. Algumas
substâncias presentes na atmosfera são emitidas pelas atividades
antrópicas, tais como: compostos orgânicos voláteis – COVs (exceto o
metano), o monóxido de carbono (CO) e óxidos de nitrogênio (NO e NO2), na
presença da radiação ultravioleta, origina um poluente secundário - o ozônio,
que causam graves problemas a saúde humana e a biota, como problemas
respiratórios e corrosão de construção de mármore.

Ilustração: favor inserir 10 linhas para resposta.

Fim da ATIVIDADE 3

4.1 Plumas de Dispersão

A poluição atmosférica se configura como qualquer modificação


significativa na composição e nas características desse meio que possa, de
alguma forma, causar prejuízos ao homem e a biota.

Os padrões primários de Qualidade do Ar representam os limites das


concentrações de poluentes que, quando ultrapassados, poderão afetar a
saúde da população. Por isso, precisam de estratégias com metas, de curto
e médio prazo, para sua mitigação. Já os padrões secundários de Qualidade
do Ar se referem às concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das
quais se prevê o mínimo efeito adverso ao ambiente. Dessa forma, são
tratados com metas de longo prazo.

A concentração dos poluentes na atmosfera depende


fundamentalmente da fonte, bem como das condições meteorológicas e das
características do relevo. A dispersão de uma pluma lançada na Atmosfera
ocorre de forma que a concentração dos poluentes da pluma em função da
posição relativa a fonte exibe comportamentos diferenciados, dentre eles:
a) Looping

E uma pluma típica de uma atmosfera com céu claro ou parcialmente


nublado, sujeita a intenso aquecimento solar, associada a ventos fracos e
intensa turbulência térmica. Tem como característica uma rápida dispersão,
podendo produzir esporadicamente altas concentrações ao nível do solo,
quanto mais próximo da fonte estiver.

b) Coning

Pluma com formato de cone, típica de atmosfera neutra, com céu


claro, ventos moderados a fortes. A dispersão é mais lenta do que no caso
de "Looping" com grande probabilidade de contato da pluma com o solo a
longa distância da fonte.

c) Funning

Com aparência estreita, esse tipo de pluma apresenta pouca ou


nenhuma difusão na vertical, estando associada a uma atmosfera estável
associada, podendo ocorrer à noite e nas primeiras horas da manhã
associada a uma inversão, favorecida por ventos fracos e céu claro. Sua
propagação é lenta, apresentando valores altos de concentração no interior
da pluma; baixa probabilidade de contato com o solo, exceto em casos de
fontes baixas ou de terreno irregular.

d) Fumigation

Essa pluma possui aparência achatada na parte superior e em forma


de "looping" na parte inferior. Ocorre nas primeiras horas da manhã, com
ventos fracos à moderados, devido a dissipação da camada de inversão
formada durante a noite, favorecendo a concentração dos poluentes ao nível
do solo

Referências Bibliográficas

BAIRD, C.; CANN, M. Química ambiental. 4. ed. Porto Alegre: Bookman,


2011. 844p.

BRAGA, B.; HESPANHOL, I.; CONEJO, J. G. L.; BARROS, M. T. L.; VERAS


JR., M. S.; PORTO, M. F. A.; NUCCI, N. L. R.; JULIANO, N. M. A; EIGER, S.
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Signus Editora. 2ª ed. 2000. 22.4p

MANAHAN, S. Química ambiental. 9. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.


944p.

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RICKLEFS, R. E. A economia da natureza. 6 ed. - Rio de Janeiro:


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