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O Átomo

 ordens de grandeza e escalas de comprimento 


O objeto de estudo da Química pode variar desde o átomo até ao universo, pelo que é conveniente
identificar a ordem de grandeza da dimensão do objeto em estudo.
A ordem de grandeza corresponde à potência de base 10 mais próxima de um número escrito em notação
científica.
As ordens de grandeza das estruturas da natureza podem ser tão variadas que, para simplificar, se usam
frequentemente múltiplos e submúltiplos.
As dimensões à escala atómica são tão reduzidas que é comum a utilização de submúltiplos como:
Nanómetro - 1nm = 1 x M
Picómetro - 1pm = 1 x m

 nanotecnologia 
A nanotecnologia é a área da Química que se dedica ao estudo da manipulação da matéria à escala atómica
e molecular e permite o desenvolvimento de aplicações alucinantes. É denominada deste modo uma vez que os seus
objetos de estudo são, normalmente, medidos em nanómetros.

 constituição do átomo 
O átomo é constituído por uma zona central, o núcleo (de dimensões reduzidas, cerca de vezes menor
do que o átomo, mas onde se encontra praticamente toda a massa do átomo), e pela nuvem eletrónica.
No núcleo localizam-se os protões, de carga positiva, e os neutrões, sem carga, com massas
aproximadamente iguais. A carga nuclear é sempre igual à soma das cargas dos protões que se localizam no núcleo.
Na nuvem eletrónica localizam-se os eletrões, de carga negativa, com uma massa cerca de 2 x vezes
inferior à dos protões e dos neutrões.

Um átomo é eletricamente neutro porque possui igual número de protões e eletrões.
Os átomos são considerados as unidades base de toda a matéria. Cada átomo tem características próprias,
correspondendo-lhe um elemento químico. O hidrogénio, o carbono, o ferro e o oxigénio são exemplos d elementos
químicos. Cada elemento químico tem um número atómico, que lhe permite a sua identificação e cada átomo de um
elemento químico pode representar-se simbolicamente por:
Número de massa A
protões e neutrões
Número atómico
protões Z
X
O número atómico (Z) define a identidade de um elemento, ou seja, o número de protões existentes no
núcleo dos seus átomos.
O número de massa (A) é um número inteiro sem unidades, igual ao número total de partículas do núcleo.

 isótopos 
Isótopos são átomos do mesmo elemento químico que apresentam o mesmo número atómico mas diferem no
número de massa, ou seja, no número de neutrões.
Os isótopos de um elemento têm as mesmas propriedades químicas mas propriedades nucleares distintas.

O átomo Página 1
 massa isotópica relativa e massa atómica relativa média 
A massa do átomo é tão pequena que é impossível determiná-la diretamente. A alternativa é calcular o valor
relativo das massas dos vários elementos, tornando a massa de um deles, ou uma sua fração, como termo de
comparação.
A massa atómica relativa ( ) é, então, definida como o número de vezes em que a massa de um átomo é
superior a um valor utilizado como padrão sendo, por isso, uma grandeza adimensional. O valor de referência é 1/12
da massa do isótopo carbono-12.
A massa isotópica relativa é a massa de um isótopo de um dado elemento. Define-se como o número de
vezes em que a massa atómica do isótopo desse elemento é superior ao valor padrão.
A massa atómica relativa média de um elemento corresponde à média ponderada das massas isotópicas de
vários isótopos de um elemento químico que se encontram na natureza. Atenta no exemplo abaixo:
Determinação da massa atómica relativa média do cloro:

(Cl) = 34,97 x 0,758 + 36,97 x 0,242 = 35,45


(Cl) = 35,45, o que significa que a massa do cloro é, em média, 35,45 vezes superior à massa de 1/12 da
massa atómica do isótopo carbono-12.
O valor obtido não é um número inteiro, pois resulta de uma média ponderada.

O átomo Página 2
 quantidade de matéria 
A dimensão do átomo é tão reduzia que é impossível contar o número de átomos de uma porção de matéria,
por mais pequena que seja.
A mole, cujo símbolo é mol, é a unidade de quantidade de matéria, n, é uma grandeza base do SI que
corresponde à porção de matéria de um sistema que contém um número de entidades igual ao número de entidades
igual ao número de átomos de carbono existentes em 0,0012 kg de carbono-12.
Atualmente, a constante de Avogadro, , é uma constante que corresponde ao número de entidades
existentes numa molde da entidade considerada e tem o valor de 6,02 x .
O número de partículas, N, existente numa pequena porção de matéria é diretamente proporcional à
quantidade de matéria, n, sendo a constante de proporcionalidade a constante de Avogadro, .
N=nx
A fórmula química de um composto indica simultaneamente quais os elementos que formam o composto e
quais as suas entidades relativas, permitindo estabelecer uma relação entre a quantidade de moléculas e a
quantidade de átomos de cada elemento que constitui a molécula.

 massa molar 
A massa molar, M, é a massa de uma mole de entidades. Exprime-se geralmente em g eé
numeriacamente igual à massa atómica relativa méia dos elementos ou à massa molecular relativa média das moléculas
quando as substâncias se identificam com um elemento ou um composto molecular, respetivamente:

A massa, m, de uma porção de matéria de uma dada substância é diretamente proporcional à quantidade de
matéria, n, presente, sendo a constante de proporcionalidade a massa molar, M, da substância em causa.
M=

 fração molar e fração mássica 


As proporções relativas dos vários elementos químicos presentes num composto (composição quantitativa)
podem ser expressos em:
Fração molar, x: é a razão entre a quantidade de matéria de um constituinte e a quantidade de matéria
total de todos os constituintes; é uma grandeza adimensional.

Fração mássica, w: é a razão entre a massa de um dos constituintes e a massa total de todos os
constituintes; é uma grandeza adimensional; multiplicando a razão das massas por 100 obtém-se a percentagem
mássica.

A soma das frações molares ou das frações mássicas dos vários constituintes é sempre igual a 1.

Quantidade em química Página 1


 radiação eletromagnética 
0 físico inglês Isaac Newton foi o primeiro cientista a perceber que a luz branca se desdobra numa
sequência de cores idêntica à do arco-íris, ao atravessar um prisma de vidro. 0 conjunto formado pela sucessão
contínua das varias radiações coradas obtidas pela decomposição da luz branca constitui o espetro visível.
A luz branca, ou luz visível, e um caso particular de radiação eletromagnética que e diretamente acessível a
nossa visão. No entanto, corresponde apenas a um pequeno intervalo do espetro eletromagnético que representa o
conjunto de todas as possíveis radiações eletromagnéticas ordenadas pelas suas energias (comprimentos de onda ou
frequências).

A frequência (f) corresponde ao número de ciclos completos realizados pela onda em cada segundo.
A luz ou a radiação eletromagnética e considerada uma corrente de fotões, sendo a energia de cada fotão
diretamente proporcional a frequência dessa luz.
Os raios gama (ϒ), os raios X e a radiação ultravioleta são radiações eletromagnéticas de frequência
elevada (comprimento de onda baixo), pelo que apresentam valores elevados de energia.
As ondas de radio, as micro-ondas e a radiação infravermelha são radiações eletromagnéticas de
frequência baixa (comprimento de onda elevado), pelo que apresentam valores baixos de energia.
Das radiações eletromagnéticas visíveis, as mais energéticas situam-se na região do azul/violeta e as
menos energéticas na zona do vermelho/laranja.

 espetros de emissão e de absorção 


0 espetro visível da luz branca corresponde a um espetro de emissão contínuo - espetro cujas radiações
têm valores de energia que variam progressivamente e sem interrupção entre as radiações limite do espetro,
constituindo uma gama variada e contínua de radiações.

0 espetro da radiação emitida por uma substância pode ser contínuo ou descontínuo. Por exemplo, as
substancias incandescentes produzem espetros de emissão contínuos, ao passo que os gases nobres (como o hélio,
o néon e o árgon) originam espetros de emissão de riscas (descontínuos).

 espetro de emissão descontínuo


Espetro de fundo negro onde se sobrepõem riscas, que podem ser coradas se as radiações emitidas
pertencerem à região do visível.

 espetro de absorção descontínuo


Espetro de fundo corado onde se sobrepõem riscas escuras, que correspondem às radiações que foram
absorvidas.

Cada elemento químico possui o seu próprio padrão de riscas espetrais, que funciona como uma espécie
de impressão "digital" do elemento.
Os espetros de absorção e de emissão de um elemento químico são complementares - verifica-se que as
riscas brilhantes do primeiro surgem exatamente para os mesmos valores de energia que as riscas escuras do
segundo.

Espetros contínuos e descontínuos Página 1


. do átomo de hidrogénio .

 modelo de Bohr e quantização de energia 


A radiação emitida pelo hidrogénio atómico origina um espetro descontínuo, que apresenta, na região do
visível, quatro linhas bem definidas:

O físico dinamarquês Niels Bohr propôs, pela primeira vez, uma interpretação do espetro do átomo de
hidrogénio, usando-o para explicar a estrutura interna dos átomos:

Segundo o modelo de Bohr:


0 eletrão só pode ser encontrado em determinadas orbitas, ou seja, movimenta-se em tomo do núcleo,
descrevendo órbitas fixas.
A cada uma dessas órbitas está associado um determinado valor de energia. Diz-se, por isso, que a
energia dos eletrões e quantizada.
Por convenção, um eletrão livre é um eletrão infinitamente afastado do núcleo, com energia igual a zero.
Como consequência, a energia do eletrão no átomo é negativa, dado que o eletrão e mais estável quando esta sob
a ação das forças do núcleo.
A energia dos níveis energéticos que o eletrão pode ocupar vai aumentando a medida que o eletrão se
afasta do núcleo, sendo, no entanto, cada vez menor a diferença de energia entre dois níveis consecutivos.
0 nível eletrónico de mais baixa energia (n = 1) é designado por estado fundamental e é o mais estável. A
todos os outros dá-se o nome de estados excitados, pois têm uma energia superior à do estado fundamental.
Enquanto o eletrão permanece (em movimento) numa determinada órbita, não absorve nem emite energia.
No caso de absorver ou emitir uma quantidade discreta de energia, o eletrão pode passar de urna
órbita para outra. A energia do eletrão no átomo é quantizada e as transições de eletrões entre níveis só se dão
por absorção ou emissão de energias bem definidas, assim:

Em qualquer dos casos,


As riscas no espetro de emissão do átomo de hidrogénio correspondem, então, às radiações emitidas quando
o eletrão transita de um nível para outro de menor energia.

Interpretação do espetro do átomo de hidrogénio Página 1


 séries espetrais do átomo de hidrogénio 
Uma série espetral é um conjunto de riscas resultantes das transições do eletrão de diferentes estados
eletrónicos excitados para o mesmo estado final, excitado ou não.
Séries espetrais do átomo de hidrogénio:
série de Lyman - transições eletrónicas de n 2 para n = 1 correspondentes a emissão de radiação
ultravioleta.
série de Balmer transições eletrónicas de n 3 para n = 2 correspondentes a emissão de radiação no
ultravioleta (fraca intensidade) e no visível,
séries de Paschen, Brackett e Pfund - correspondem a emissão de radiação infravermelha e referem-se
às transições eletrónicas de níveis superiores para os níveis 3, 4 e 5, respetivamente.

Para as transições entre os mesmos níveis de energia, a energia da radiação emitida é igual à energia da
radiação absorvida. Por exemplo:

A espetroscopia de absorção atómica, EAA, é uma técnica de análise química que faz uso da absorção de
radiação por átomos livres no estado gasoso para proceder à determinação qualitativa e quantitativa de um grande
número de elementos químicos.

Interpretação do espetro do átomo de hidrogénio Página 2


A estrutura eletrónica dos átomos com mais de um eletrão é bem mais complexa que a do átomo de
hidrogénio, devido às interações que surgem entre os vários eletrões e entre estes e o núcleo.
A energia dos eletrões nos átomos inclui o efeito das atracões entre os eletrões e o núcleo (por as suas
cargas serem de sinais contrários) e das repulsões entre os eletrões (por as suas cargas serem do mesmo sinal).

0 efeito destas atracões e repulsões influencia a energia do eletrão no átomo, o que leva a que os
eletrões se distribuam por níveis de energia distintos em átomos de diferentes elementos, conferindo ao átomo de
um elemento uma estrutura eletrónica única .
Para se conhecer a energia de cada eletrão num átomo recorre-se à técnica de espetroscopia
fotoeletrónica, que permite calcular os valores das energias de remoção dos diferentes eletrões - valor mínimo de
energia necessário para provocar a ejeção de qualquer um dos eletrões do átomo e que é simétrica da energia do
eletrão no átomo.

Quanto menor é o valor da energia de remoção, maior é o valor da energia do eletrão no átomo, o que
indica que ele pertence a um nível de energia superior, isto é, mais afastado do núcleo. Ao invés, os eletrões mais
internos apresentam maiores valores de energia de remoção.

A análise dos espetros fotoeletrónicos dos diferentes elementos permite concluir que:
o primeiro nível de energia, à exceção do hidrogénio, e sempre ocupado com dois eletrões:
no segundo nível de energia podem existir, no máximo, oito eletrões, distribuídos por dois subníveis, em que
o primeiro pode comportar dois eletrões e o segundo subnível seis;
átomos de elementos químicos diferentes apresentam valores diferentes para a energia dos eletrões no
mesmo subnível de energia: a energia de um subnível é tanto menor quanto maior for a carga nuclear pois maior é a
intensidade da forca atrativa exercida pelo núcleo, sendo maior o valor da energia de remoção eletrónica dos
eletrões que ocupam esse subnível;
considerando que um nível que não se encontre desdobrado em subníveis contem um único subnível, então
o número de subníveis de energia total ou parcialmente preenchidos num átomo coincide com o número de valores
de energias de remoção eletrónica para esse átomo.

Energia de Remoção Eletrónica Página 1


 orbitais e níveis de energia 
Apesar de o modelo de Bohr explicar satisfatoriamente o espetro do átomo de hidrogénio, com base na
quantificação da energia eletrónica, não permitia interpretar os dados obtidos para os outros cerca de noventa
elementos químicos que surgem na Natureza.
0 modelo atualmente aceite para o átomo é o modelo quântico.
De acordo com o modelo quântico, a nuvem eletrónica representa a distribuição da densidade dos eletrões
à volta do núcleo atómico, correspondendo às regiões mais densas a maior probabilidade de encontrar eletrões.
Verifica-se que há uma elevada probabilidade de o eletrão se encontrar perto do núcleo.
A orbital atómica é a função de onda que representa a distribuição no espaço de um eletrão no modelo
quântico do átomo.

O tamanho das orbitais s, p e d aumenta com o aumento do nível de energia preenchido.

 spin eletrónico 
0 spin eletrónico é uma propriedade quantizada do eletrão, além da sua massa e carga, que permite dois
estados diferentes. Está relacionado com os dois movimentos de rotação eletrónicos possíveis, um no sentido dos
ponteiros do relógio e outro no sentido contrario ao dos ponteiros do relógio.

 configurações eletrónicas dos átomos 


Para se obter a configuração eletrónica do estado fundamental dos átomos deve aplicar-se:
Principio de Exclusão de Pauli, de acordo com o qual cada orbital só pode ser ocupada, no máximo, por dois
eletrões, emparelhados, isto e, com spins opostos.
Em átomos polieletrónicos todas as orbitais de um mesmo subnível np, ou nd, têm exatamente a mesma
energia e são designadas orbitais degeneradas. Por exemplo, o conjunto das três orbitais p, em cada nível de energia,
que comportam no máximo seis eletrões com um único valor de energia de remoção, têm igual energia.
Princípio da Construção ou de Aufbau, segundo o qual os eletrões se distribuem pelas orbitais por ordem
crescente de energia.

Modelo Quântico do Átomo Página 1


Regra de Hund, de acordo com a qual a distribuição mais favorável dos eletrões por orbitais degeneradas
é aquela que conduz à obtenção do número máximo de spins paralelos.

A distribuição dos eletrões pelas orbitais atómicas pode ser apresentada de diversas formas:

Modelo Quântico do Átomo Página 2


A Tabela Periódica é um esquema de organização de informação sobre os elementos químicos e as
respetivas substâncias elementares. A sua elaboração teve o contributo de vários cientistas:

Evolução Histórica da Tabela Periódica Página 1


Na Tabela Periódica atual, os elementos encontram-se dispostos por ordem crescente de numero atómico,
ao longo de 7 períodos e 18 grupos.
Os elementos da Tabela Periódica são também divididos por uma linha quebrada, de acordo com as suas
propriedades físicas, em metais, não metais e semimetais, conforme se encontram, respetivamente, à esquerda, a
direita ou junto a essa linha.

Os elementos da Tabela Periódica podem, ainda, ser agrupados em quatro blocos, s, p, d e f, de acordo com
o tipo de orbital que se encontra em preenchimento.

Os elementos dos blocos s e p, de pois de retirado o grupo dos gases nobres, são designados elementos
representativos: os elementos do bloco d são os elementos de transição e os do bloco f são os elementos de
transição interna.

 configuração eletrónica na Tabela Periódica 


A posição dos elementos na Tabela Periódica está relacionada com a sua configuração eletrónica:
•o período coincide com o número do maior nível de energia preenchido ou em preenchimento;
•o grupo, para os elementos representativos e gases nobres é igual ao número de eletrões de valência
(exceto nos grupos 13 a 18, em que se deve somar 10 para obter o grupo).

A Tabela Periódica constitui um instrumento de trabalho dos químicos, fonte de variada informação, onde se
incluem as propriedades dos elementos, como o raio atómico e a energia de ionização, e as propriedades das suas
substancias elementares, como o estado físico, a densidade ou o ponto de fusão e de ebulição.
As substâncias elementares associadas a elementos de um mesmo grupo têm propriedades químicas muito
semelhantes, uma vez que estas propriedades estão relacionadas com os eletrões de valência.

Organização da Tabela Periódica Página 1


. dos Elementos Representativos .

 raio atómico 
O raio atómico é a distancia média entre o centro do núcleo e os eletrões que se situam na camada mais
afastada do próprio núcleo.

Ao longo do grupo, o raio atómico aumenta devido ao aumento do número de níveis de energia preenchidos.
Apesar de haver um aumento da carga nuclear, predomina o fator afastamento devido ao aumento do numero
de níveis, pelo que os eletrões de valência se encontram cada vez mais afastados do núcleo.
Ao longo do período, de uma maneira geral, o raio atómico diminui, pois, à medida que aumenta a carga
nuclear, aumenta a forca atrativa entre o núcleo e a nuvem eletrónica, ocorrendo uma contração da nuvem
eletrónica. Apesar de haver um aumento do numero de eletrões de valência, que se repelem entre si, predomina o
fator de atracão ao núcleo.

 energia de ionização 
A energia de ionização é a energia mínima necessária para remover um eletrão de um átomo neutro isolado
(meio gasoso e baixa pressão) no estado fundamental, para uma distancia tal que deixe de existir interação
eletrostática entre o ião e o eletrão.
Os valores das energias de ionização são, muitas vezes, expressos em kJ , o que corresponde a
energia necessaria para remover uma mole de eletrões a uma mole de átomos semelhantes.

Ao longo do grupo, prevalece o efeito do aumento do número de níveis de energia preenchidos, estando os
eletrões de valência cada vez mais afastados do núcleo. Assim, ao longo do grupo, a medida que aumenta o
afastamento ao núcleo (aumenta o raio atómico) diminui a energia de ionização, pois é cada vez menor a energia
necessária à remoção dos eletrões de valência.
Ao longo do período, o número de níveis de energia é o mesmo, pelo que prevalece, geralmente, o efeito do
aumento da carga nuclear. À medida que aumenta a carga nuclear, aumenta a atracão ao núcleo (diminui o raio
atómico) e, de uma maneira geral, aumenta a energia necessária para remover os eletrões de valência, ou seja,
aumenta a energia de ionização.

Relacionando as duas propriedades, pode concluir-se que, à medida que aumenta o raio atómico, diminui a
energia de ionização.

A qualquer átomo podem ser retirados, um a um, todos os seus eletrões. As energias de ionização devem
ser cada vez maiores pois, como diminui o número de eletrões, as forcas repulsivas entre os eletrões diminuem,
prevalecendo as forças atrativas exercidas pelo núcleo, que se tornam cada vez mais significativas.

Propriedades Periódicas dos Elementos Representati Página 1


. e reatividade de elementos químicos .

 reação entre elementos metálicos e não metálicos 


Os átomos dos elementos químicos têm tendência a reagir quimicamente, de modo a adquirirem a
configuração eletrónica dos elementos do grupo 18, os gases nobres, que possuem 8 eletrões na camada de
valência (com exceção do hélio, que apenas apresenta 2):
•Os metais, que possuem baixos valores de energia de ionização, têm tendência a perder os seus eletrões
de valência, formando catiões, adquirindo a estrutura eletrónica do gás nobre do período anterior. São tanto mais
reativos quanto maior a facilidade em perder esses eletrões de valência;
•Os não metais, que possuem altos valores de energia de ionização e um número de eletrões de valência
próximo de oito, têm tendência a captar eletrões, formando aniões, de modo a ficarem com a configuração
eletrónica igual a do gás nobre que lhes segue na Tabela Periódica;
•Os gases nobres possuem os maiores valores de energia de ionização, entre os elementos do mesmo
período, devido a sua elevada estabilidade eletrónica, também responsável pela sua inércia química.

 raio iónico e raio atómico 


Na Tabela Periódica, o raio iónico aumenta ao longo de um grupo tal como o raio atómico.
Os catiões apresentam raios menores do que os respetivos átomos.

Os aniões apresentam raios maiores do que os respetivos átomos.

 partículas isoeletrónicas 
Partículas isoeletrónicas são átomos e iões com o mesmo número de eletrões e, portanto, com a mesma
configuração eletrónica. Na comparação do raio das partículas isoeletrónicas, o efeito predominante é o aumento da
carga nuclear (aumento do número atómico), aumentando a atracão entre o núcleo e os eletrões. Por isso, quando
se comparam partículas isoeletrónicas, quanto maior for a carga nuclear, menor será o raio iónico.

Formação de iões e reatividade de elementos químic Página 1


 regra do octeto e notação de Lewis 
Gilbert Lewis e Walter Kossel propuseram, de forma independente, uma explicação lógica para entender a
formação dos compostos, com base na configuração eletrónica dos gases nobres.
•Regra do octeto de Lewis - refere que um átomo alcançará uma estabilidade equivalente a de um gás
nobre quando o seu ultimo nível de energia possuir oito eletrões (ou dois caso se trate do nível um). Os átomos com
configuração eletrónica distinta da dos gases nobres unem-se uns aos outros de forma a ceder, captar ou
partilhar eletrões e adquirir a configuração desses gases. Apenas os eletrões de valência participam nas ligações
químicas.
•Notação de Lewis - nome pelo qual e conhecida a estrutura ponto/eletrão de Lewis para um elemento; é
constituída pelo símbolo do elemento rodeado por um ponto por cada eletrão de valência desse elemento, sendo os
quatro primeiros colocados em cada um dos quatro lados do símbolo, enquanto os restantes são também distribuídos
pelos quatro lados na condição de cada um dos lados acomodar ate dois pontos.

 tipos e ligações 

Uma ligação química resulta da união de átomos, por interações que decorrem da cedência, captação ou
partilha de eletrões e que lhes permite adquirir maior estabilidade em consequência, muitas das vezes, de um octeto
de eletrões completo. Essa estabilidade resulta da menor energia adquirida pelo conjunto de átomos ligados
comparativamente com a energia desses átomos separados.
•Ligação iónica - ligação química que decorre da atracão eletrostática entre catiões e aniões resultantes
da cedência e captação de eletrões entre átomos de metais e não metais, respetivamente;
•Ligação covalente - ligação que decorre da partilha de eletrões entre átomos de elementos de não
metais e/ou semimetais:
•Ligação metálica - ligação química que resulta de uma rede de iões metálicos positivos imersos num "mar" de
eletrões de valência deslocalizados partilhados por todos os átomos.

Tipos de ligações químicas Página 1


Os mapas de densidade eletrónica das moléculas mostram uma maior probabilidade de encontrar os
eletrões na zona internuclear, o que comprova a partilha localizada de eletrões pelos átomos unidos.
A ligação covalente resulta de um equilíbrio entre as interações eletrostáticas atrativas existentes entre
os núcleos e os eletrões e as interações eletrostáticas repulsivas existentes entre núcleos e entre eletrões.

Da analise do diagrama de energia potencial para o hidrogénio, verifica-se que:


•Na posição 1, os átomos estão muito distantes um do outro, ainda não há interação entre eles,
considerando-se que a energia total do sistema é zero;
•Na posição 2, com a aproximação dos átomos, as interações tornam-se significativas, predominando as
atracões entre os eletrões e as cargas positivas de ambos os núcleos. As nuvens eletrónicas começam a sobrepor -
-se levando a uma diminuição da energia da molécula. Como as atracões predominam, a sobreposição das nuvens
eletrónicas
aumenta e a energia continua a diminuir;
•O ponto mínimo da curva, posição 3, é a distancia internuclear para a qual a molécula é mais estável,
havendo um equilíbrio entre as interações atrativas e repulsivas. Considera-se que está estabelecida a ligação
covalente, sendo mínima a energia da molécula nesse ponto;
•Para distancias ainda menores, posição 4, os núcleos aproximam-se o suficiente para que a repulsão entre
as suas cargas positivas se torne significativa levando ao aumento da energia da molécula. A curtas distancias há,
assim, um predomínio das interações repulsivas que leva ao afastamento dos átomos novamente para a posição de
equilíbrio.

 estrutura de Lewis 
A estrutura de Lewis de uma molécula representa uma disposição dos eletrões ligantes e não ligantes em
torno do símbolo de cada átomo dessa mesma molécula. Os eletrões ligantes são os eletrões partilhados e são
representados por pontos ou traços entre os símbolos dos átomos ligados. Os eletrões não ligantes são os eletrões
isolados ou não compartilhados e são representados por pontos junto ao símbolo do átomo a que estão associados.

Uma ligação covalente pode ser simples, dupla ou tripla, dependendo se resulta da partilha de um, dois ou
três pares de eletrões de valência entre os átomos unidos pela ligação, respetivamente.
O número de traços entre os símbolos dos átomos ligados é igual a multiplicidade da ligação cova lente e à
ordem de ligação.

Ligação covalente Página 1


 comprimento e energia de ligação 
0 comprimento de ligação é a distância média entre os núcleos de dois átomos ligados numa molécula. Numa
molécula diatómica, a essa distancia internuclear corresponde o mínimo de energia e máxima estabilidade da molécula.
O comprimento de ligação entre dois átomos diminui à medida que aumenta a ordem de ligação.

De uma maneira geral, o comprimento da ligação aumenta a medida que aumenta o raio dos átomos
envolvidos.

A energia de dissociação de ligação, ou energia de ligação, é definida como a energia necessária para
quebrar uma dada ligação numa mole de moléculas no estado gasoso.
•A energia de ligação varia inversamente com o comprimento de ligação pois, quanto mais afastados
estiverem os átomos, menor será a energia requerida para romper a ligação.
•Em moléculas diatómicas com ligações entre átomos de dimensões semelhantes, quanto maior a ordem de
ligação, mais forte é a ligação e, consequentemente, maior a energia de ligação e menor o comprimento de ligação.

Ligação covalente Página 2


Geometria e Polaridade
. das moléculas .

 geometria molecular 
Além dos dois parâmetros referidos (comprimento de ligação e energia de ligação), que ajudam a
caracterizar as ligações entre os átomos, as propriedades físicas e químicas de uma molécula dependem fortemente
do arranjo tridimensional dos seus átomos, ou seja, da sua geometria molecular.
Segundo o Modelo de Repulsão dos Pares Eletrónicos da Camada de Valencia (VSEPR), os pares de
eletrões de valência existentes ao redor do átomo central, quer se tratem de eletrões ligantes ou não ligantes,
organizam-se de forma a estabilizar a molécula minimizando as repulsões eletrostáticas entre esses pares de
eletrões.
Para aplicar o modelo VSEPR devem aplicar-se algumas regras:
1ª Representar a estrutura de Lewis da molécula.
2ª Contar o numero de pares eletrónicos em torno do átomo central (nesta contagem deve atender-se
aos pares de eletrões ligantes e não ligantes, sendo as ligações múltiplas tratadas como ligações simples; por
conseguinte, o número de átomos ligados é igual ao número de pares de eletrões ligantes).
3ª Selecionar o arranjo espacial dos pares eletrónicos que garante o máximo afastamento entre eles.
4ª Identificar a geometria molecular considerando apenas o número de átomos unidos ao átomo central.

 ângulo de ligação 
0 ângulo de ligação é o menor ângulo formado pelos dois segmentos de reta que passam pelo centro do
núcleo do átomo central e pelos centros dos núcleos de dois átomos a ele ligados. Para cada geometria molecular
verifica-se que:
Na geometria linear o ângulo de ligação é 180°;
Na geometria triangular plana o ângulo de ligação é 1200º;
Nas geometrias que resultam de um arranjo espacial tetraédrico, como a tetraédrica, a piramidal trigonal
ou a angular, o ângulo de ligação tem um valor igual ou próximo de 109,5°;
- o ângulo de ligação na geometria piramidal trigonal (molécula de : 107,3°) é menor do que na geometria
tetraédrica (molecula de metano: 109,5°), porque o par de eletrões não ligantes repele os três pares de eletrões
ligantes, aproximando as ligacoes N-H.
- o ângulo da ligação é ainda menor na geometria angular (molécula de agua: 104,5°) porque, em vez de um, há dois
pares de eletrões não ligantes que, por efeito da sua mutua repulsão, vão exercer uma maior repulsão sobre os
pares de eletrões ligantes, aproximando ainda mais as ligações 0H.

Geometria e Polaridade das Moléculas Página 1


 polaridade das ligações e das moléculas 
Ligação covalente apolar - ligação covalente em que os eletrões ligantes são igualmente partilhados pelos
átomos unidos.
A ligação covalente numa molécula diatómica homonuclear, isto é, formada por dois átomos do mesmo
elemento, é apolar.
Ligação covalente polar - ligação covalente em que um dos átomos atrai mais para si os eletrões ligantes.
A ligação covalente numa molécula diatómica heteronuclear, isto é, formada por dois átomos de elementos
diferentes, é polar. Essa polaridade deve-se a diferente atracão dos eletrões ligantes ao núcleo dos dois átomos
envolvidos na ligação, o que conduz a uma densidade eletrónica diferente em torno dos átomos envolvidos na ligação.

Geometria e Polaridade das Moléculas Página 2


. orgânicas e hidrocarbonetos .

 hidrocarbonetos 
Hidrocarbonetos são compostos formados exclusivamente por carbono e hidrogénio e podem ser
classificados:
•quanto a forma da cadeia: se for uma cadeia carbonada aberta será um hidrocarboneto acíclico, se for
uma cadeia carbonada fechada será um hidrocarboneto cíclico:

•quanto a disposição dos átomos: se existe uma única cadeia de carbonos será um hidrocarboneto linear ou
normal, mas se, para além da cadeia principal de carbonos, se identificam outras cadeias secundarias será um
hidrocarboneto ramificado;

•quanto ao tipo de ligações: se possui apenas ligações simples entre os átomos de carbono será um
hidrocarboneto saturado, mas se possui uma ou mais ligações múltiplas entre os átomos de carbono será um
hidrocarboneto insaturado.

Como na molécula de etino existem três pares de eletrões ligantes entre os átomos de carbono, as forças
atrativas são mais intensas, aproximando mais os núcleos dos átomos unidos. Assim, a ligação C-C na molécula de etino
tem um comprimento menor e, por conseguinte, uma energia de ligação maior do que nas moléculas de eteno e de
etano.

 nomenclatura de alcanos 
A IUPAC estabeleceu uma série de regras para nomear os compostos orgânicos, entre os quais os
alcanos, hidrocarbonetos acídicos saturados, e os haloalcanos, derivados dos alcanos em que um ou mais átomos de
hidrogénio foram substituídos por átomos de halogéneos.
O nome de um alcano é constituído por um sufixo -ano, que identifica o hidrocarboneto como sendo um
alcano, e um prefixo que identifica o número de átomos de carbono da cadeia acíclica.

Nos alcanos de cadeia ramificada, os substituintes mais simples são os grupos alquilo - cadeias laterais
derivadas dos alcanos com menos um hidrogénio no local da ligação à cadeia principal.
Os nomes dos grupos alquilo obtêm-se substituindo o sufixo -ano por -ilo, embora o final seja sempre
suprimido no nome de um alcano ramificado.

Estruras de moléculas orgânicas e hidrocarbonetos Página 1


 grupos funcionais 
Os hidrocarbonetos são as moléculas orgânicas mais simples, por serem formadas apenas por carbono e
hidrogénio. São também fundamentais pois são a base de todos os grupos de compostos orgânicos. Os grupos de
compostos orgânicos dividem-se de acordo com os grupos funcionais que contêm.
Um grupo funcional é um grupo de átomos ligados na molécula, de forma especifica, que confere reatividade
e propriedades químicas próprias a molécula orgânica.
Grupo funcional Exemplos
Álcoois: grupo hidroxilo

-- OH

Aldeídos: grupo carbonilo ligado a um átomo de carbono

Cetonas: grupo carbonilo ligado a dois átomos de carbono

Ácidos carboxílicos: grupo carboxílico

Aminas: grupo funcional derivado do amoníaco

Estruras de moléculas orgânicas e hidrocarbonetos Página 3


As ligações intermoleculares resultam das interações eletrostáticas atrativas que existem entre as
moléculas, obrigando-as a permanecer pó6ximas umas das outras, principalmente no estado sólido e líquido.
A ligação de hidrogénio é a mais intensa das interações intermoleculares; resulta de uma partilha pouco
significativa de eletrões de um par não ligante de um átomo (como o fluor, oxigénio ou nitrogénio) de uma molécula
com um átomo de hidrogénio, de outra molécula, ligado covalentemente a um elemento com muita tendência para
atrair eletrões (como F, O ou N). Estabelece-se nas moléculas de agua, de amoníaco, ou de fluoreto de hidrogénio,
por exemplo.

As moléculas que não reúnem condições para estabelecer ligações de hidrogénio interatuam por ligações de
van der Waals:
•ligação dipolo-dipolo: estabelece-se por atração eletrostática entre as cargas opostas dos dipolos
permanentes de duas moléculas polares vizinhas.

•ligação
dipolo-dipolo induzido: estabelece-se por atracão eletrostática entre o dipolo permanente de uma
molécula polar e o dipolo induzido, resultante da distorção da nuvem eletrónica da molécula apolar vizinha.

•força de dispersão de London: também designada ligação dipolo instantâneo-dipolo induzido, explica as
interações entre moléculas apolares e gases nobres. Consiste na atracão eletrostática entre dipolos instantâneos,
formados por deformação da nuvem eletrónica, e dipolos induzidos, resultantes da polarização induzida em moléculas
vizinhas.

As foças de dispersão de London:


•são tanto mais intensas quanto maior for a nuvem eletrónica, pois mais polarizável é a molécula;
•existem também em moléculas polares, somando-se as atracões entre as distribuições assimétricas de
carga.
A intensidade das forças intermoleculares aumenta da forma seguinte:

 mobilidade de líquidos 
De uma maneira geral, para que duas substâncias moleculares sejam miscíveis é necessário que as
intensidades das ligações intermoleculares na mistura sejam próximas das intensidades das ligações intermoleculares
em cada uma das substancias isoladamente:

Ligações Intermoleculares Página 1


•A agua e o álcool comum (etanol) são moléculas polares que se misturam em qualquer proporção. A
explicação esta no facto das interações entre as moléculas de água e álcool serem, predominantemente, ligações
de hidrogénio e terem uma intensidade comparável às ligações de hidrogénio em cada uma das substâncias
isoladamente;
•A gasolina e o óleo vegetal são essencialmente misturas de hidrocarbonetos cujas moléculas são
apolares e que se misturam em qualquer proporção. A explicação é semelhante. As forcas de dispersão de London,
responsáveis pelas atracões intermoleculares nas moléculas que constituem a gasolina e nas moléculas que
constituem o óleo vegetal, são também responsáveis pela atracão entre as moléculas da mistura;
•A água (polar) e o óleo vegetal (apolar) não se misturam. Neste caso, as atracões intermoleculares
entre as moléculas de agua, principalmente ligações de hidrogénio, são mais fortes que as ligações de van der Waals
que se podem estabelecer entre as moléculas de água e as moléculas que constituem o óleo vegetal.

Ligações Intermoleculares Página 2


 fotodissociação e fotoionização 
A radiação eletromagnética, ou simplesmente a luz, é capaz de interagir com a matéria,
desencadeando transformações químicas. As reações químicas que se iniciam por ação da luz são
designadas por reações fotoquímicas e correspondem a processos endenergéticos, isto é, a processos
que necessitam de absorver energia para ocorrer e que apresentam uma variação de entalpia positiva.
Dependendo da substancia em causa e da energia dos fotões incidentes, podem
desencadear-se dois fenómenos:
Fotoionização - reação química desencadeada pela absorção de um fotão capaz de
provocar ejeção de um eletrão, ou seja, de ionizar a substância - forma-se um ião.

Fotodissociação - reação química desencadeada pela absorção de um fotão capaz de


provocar a quebra da ligação entre os átomos que constituem a sustância - formam-se radicais.

Um radical é um átomo, uma molécula ou um ião que apresenta, pelo menos, um eletrão desemparelhado, ou
seja, tem pelo menos um eletrão isolado numa orbital. A existência desse eletrão desemparelhado faz com que, no
geral, os radicais sejam espécies químicas extremamente reativas, tendo o eletrão grande tendência a ligar-se a
outro eletrão de spin oposto, mesmo que esteja localizado numa outra espécie química.

 ozono estratosférico 
Grande parte das radiações mais energéticas do espetro eletromagnético são absorvidas durante as
reações fotoquímicas que ocorrem na termosfera. No entanto, há radiação ultravioleta biologicamente nociva que
atinge a estratosfera.
A camada de ozono - zona da estratosfera, onde se encontra cerca de 90% do ozono que existe na
atmosfera - absorve grande pane das radiações UV (funciona como um filtro solar de radiações UVB, bem como das
radiações UVC que não foram absorvidas pelas moléculas de oxigénio na mesosfera), impossibilitando a sua passagem
para a superfície terrestre.
Sydney Chapman propôs, em 1930, um mecanismo de formação e decomposição do ozono que explica a
existência da camada de ozono.

 efeito dos clorofluorcarbonetos 


Num estudo de 1985, Joseph Farman e a sua equipa reportaram a existência de uma expressiva rarefação
de ozono sobre a Antártida, que denominaram de "buraco na camada de ozono", cuja origem foi, mais tarde,
atribuída ao uso dos clorofluorcarbonetos (CFC).
Por serem gases muito estáveis, os clorofluorcarbonetos (CFC) podem atingir a estratosfera sem se
modificarem. Nessa camada sofrem fotodissociação pela radiação UVC, formando radicais cloro que alteram o ciclo
do ozono.

De acordo com esse mecanismo, o radical cloro reagiria com uma molécula de ozono para formar um radical
monóxido de cloro e dioxigénio.

Num último passo, o monóxido de cloro reagiria com um radical oxigénio para se estabilizar, formando-se de
novo o dioxigénio e o radical cloro, que fica livre novamente para atacar outra molécula de ozono.

Trata-se de um ciclo em que o radical cloro viabiliza a decomposição do ozono, contribuindo para a sua
drástica diminuição, sem ser consumido. Dessa forma, os gases destruidores do ozono permanecem ativos durante
décadas na atmosfera.

Reações Fotoquímicas na Atmosfera Página 1


O químico italiano Amedeo Avogadro, em 1811, no seu estudo sobre o comportamento dos gases, propôs uma
explicação para a relação existente entre o número de moléculas dos gases e o volume por eles ocupado.
Segundo a Lei de Avogado, volumes iguais de gases diferentes, medidos nas mesmas condições de pressão e
temperatura, contem o mesmo número de moléculas ou de átomos, se se tratar de um gás atómico.

0 volume ocupado por uma amostra gasosa é diretamente proporcional à quantidade de matéria presente,
sendo a constante de proporcionalidade o volume molar, para as condições de pressão e temperatura em causa.
Designa-se volume molar ( ) de uma substancia o volume ocupado por uma mole dessa substancia, em
determinadas condições de pressão e de temperatura.
O volume molar de qualquer substância no estado gasoso, em condições PTN (T= 273,15K e P=101,325 kPa), e:

Para as mesmas condições de pressão e de temperatura, em que o volume molar é constante, verifica-se:

•quanto maior a massa de uma substância, maior a quantidade de matéria presente e maior o volume
ocupado;
•para
a mesma massa de substâncias diferentes, quanto maior a massa molar da substancia, menor e o
volume ocupado pela mesma.
A massa volúmica (ρ) define-se como o quociente entre a massa e o volume de uma substancia a uma dada
temperatura. No caso dos gases tem-se:
ρ

A uma dada pressão e temperatura, a massa volúmica de um gás é diretamente proporcional à sua massa
molar, sendo a constante de proporcionalidade o inverso do volume molar:
ρ ρ

Lei de Avogadro, Volume Molar e Massa Volúmica Página 1


Uma solução é uma mistura homogénea em que as substancias dissolvidas se designam por solutos e a
substância na qual estão dissolvidos os solutos se designa por solvente.
O solvente é o componente que apresenta o mesmo estado físico da solução. Se houver mais do que um
componente nesse estado físico, o solvente é o que existe em maior quantidade ou, se as quantidades forem iguais,
é o componente mais volátil.
Para caracterizar completamente uma solução não é suficiente indicar quais são os seus constituintes
(composição qualitativa), é preciso conhecer, também, as quantidades relativas em que esses constituintes estão
presentes (composição quantitativa), ou seja, a sua concentração.
Existem várias formas de exprimir a concentração dos solutos numa solução:
Concentração mássica ( ) Concentração ou concentração molar (c)

Exprime-se em Exprime-se em
Fração molar (x) Relação entre concentração e concentração mássica

É uma grandeza adimensional que se compreende


entre 0 (sem substância na solução) e 1 (substância
pura).
Percentagem em volume (% V/V) Percentagem em massa (% m/m)

Partes por milhão em volume ( ) Partes por milhão em massa ( )

 diluição de soluções 
Numa solução diluída, o soluto é pouco abundante e a concentração é baixa, enquanto numa solução
concentrada o soluto é muito abundante e a concentração é elevada.
Quando uma determinada solução é diluída, o seu volume aumenta e a sua concentração diminui, mas a
quantidade de matéria do soluto permanece constante.

Ao quociente entre o volume de solução diluída obtida ( ) e o volume de solução concentrada utilizada ( )
chama-se fator de diluicao, que indica o número de vezes que a concentração final é menor que a concentração
inicial, ou seja:

Composição quantitativa de Soluções Página 1


Uma reação química é uma transformação química que leva a formação de novas substancias.
Durante uma reação química existe rutura de ligações químicas nos reagentes e formação de novas ligações
químicas nos produtos.

A rotura das ligações químicas nos reagentes envolve absorção de energia - processo endoenergético -,
enquanto a formação das ligações químicas dos produtos provoca libertação de energia - processo exoenergético.

 variação de entalpia 
Como a energia potencial que resulta do rearranjo molecular numa reação química e, de uma forma geral,
totalmente convertida em energia térmica do sistema reacional, a variação de energia que acompanha uma reação
química repercute-se numa variação de energia térmica.
Como tal, utilizam-se os termos endotérmico e exotérmico para mencionar os processes de transformação
química que ocorrem, respetivamente, com absorção e libertação de energia térmica. Esta variação de energia
pode ser quantificada através da troca de calor que se estabelece entre o sistema reacional e a vizinhança, em
condições de pressão constante. A energia medida nestas condições tem a designação de variação de entalpia (H)
de uma reação química.
Numa reação endotérmica:
A energia dos reagentes é inferior à energia dos produtos;
A energia envolvida na rotura das ligações químicas dos reagentes é superior, em valor absoluto, à energia
libertada na formação das ligações químicas dos produtos da reação;
O sistema racional exige um consumo de energia para que a reação ocorra, apresentando uma variação
de entalpia positiva, H>0.

Em sistemas isolados e para uma reação endotérmica, parte da energia associada à agitação das
partículas converte-se em energia que é absorvida pela reação química sob a forma de energia potencial,
provocando a diminuição da temperatura do sistema racional.

Processos Endoenergéticos e Exoenergéticos Página 1


Numa reação exotérmica:
A energia dos reagentes é superior à energia dos produtos;
A energia envolvida na rotura das ligações químicas dos reagentes é menor, em valor absoluto, que a
energia libertada na formação das ligações químicas dos produtos da reação;
Como resultado, há libertação de energia para que a reação ocorra, apresentando uma variação de
entalpia negativa, H<0.

Em sistemas isolados e para uma reação exotérmica, a energia libertada pela reação leva ao aumento da
energia térmica do sistema racional e, consequentemente, provoca uma maior agitação das partículas, o que se
traduz num aumento da sua temperatura.

Em sistemas abertos e fechados, como há trocas de energia com o exterior, a energia libertada ou
absorvida pelo sistema tende, respetivamente, a dissipar-se na vizinhança ou a ser recuperada da vizinhança
conduzindo, em ambos os casos, a uma temperatura equivalente a temperatura exterior, por isso, quer na reação
exotérmica quer na reação endotérmica, a temperatura do sistema mantém-se.

Processos Endoenergéticos e Exoenergéticos Página 2

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