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M.A.

Escola de Formação Técnica


Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação 6570
Abordagem geral
de noções básicas de

Formador: José Faceira


M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação

Objetivos gerais:

▪ Descrever o que é o Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) e quais os seus intervenientes.
▪ Descrever como ativar o sistema de emergência médica utilizando o número europeu de socorro
"112".
▪ Identificar o conceito de cadeia de sobrevivência e identificar os seus elos.
▪ Explicar a importância da cadeia de sobrevivência e qual o princípio subjacente a cada elo.
▪ Reconhecer os riscos potenciais para o reanimador.
▪ Identificar as medidas a adotar para garantir a segurança do reanimador e da vítima.
▪ Identificar as medidas universais de proteção e reconhecer a sua importância.
▪ Explicar o conceito de Suporte Básico de Vida (SBV) de acordo com o algoritmo vigente.
M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação

Objetivos gerais:

▪ Explicar o conceito de avaliação inicial, via aérea, respiração e circulação.


▪ Aplicar a sequência de procedimentos que permitam executar o SBV de acordo com o algoritmo
vigente.
▪ Identificar os problemas associados à execução de manobras de SBV.
▪ Identificar quando e como colocar uma vítima em posição lateral de segurança.
▪ Identificar as contraindicações para a posição lateral de segurança.
▪ Identificar as situações de obstrução parcial e total da via aérea.
▪ Identificar as causas e os tipos de obstrução da via aérea.
▪ Aplicar a sequência de atuação perante uma vítima com obstrução da via aérea.
▪ Identificar situações de perigo através da execução do exame à vítima.
M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação

Objetivos específicos:

No final do módulo o formando deve:

✓ Desenvolver competências técnicas e científicas relacionadas com o socorro utilizado nas situações
de paragem cardiorrespiratória (PCR);
✓ Compreender a importância da correta atuação na aplicação do SBV;
✓ Identificar as causas, classificação e medidas preventivas atinentes à PCR;
✓ Reconhecer as boas práticas do papel do socorrista na correta execução/avaliação do exame à
vítima.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Componentes, intervenientes e forma de funcionamento

O SIEM (Sistema integrado de emergência médica) é um conjunto de


meios e ações que visa dar uma resposta atempada a qualquer
ocorrência em que exista e pressuponha risco de vida

Trata-se de um sistema composto por uma sequência de procedimentos


que permitem que os meios de socorro sejam ativados, mas também
que estes sejam os mais adequados à ocorrência em causa, permitindo
assim o posterior encaminhamento de doente à unidade de saúde mais
adequada
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Fases do SIEM
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Fases do SIEM

1 – Deteção
Corresponde ao momento em que alguém se apercebe da ocorrência da emergência médica

2 – Alerta
Fase na qual se contacta através do 112 (número nacional de emergência médica) da
ocorrência previamente detetada
3 – Pré-socorro
Conjunto de gestos simples executados e mantidos até à chegada de meios de socorro mais
especializados
4 – Socorro
Cuidados de emergência iniciais efetuados às vítimas de doença súbita ou de acidente, com o
objetivo de as estabilizar, diminuindo a morbilidade e a mortalidade
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Fases do SIEM

5 – Transporte
Transporte assistido da vítima numa ambulância com pessoal, características e carga
previamente definidos, desde o local da ocorrência do acidente até à unidade de saúde mais
adequada, garantindo a continuidade dos cuidados de urgência/emergência necessários

6 – Tratamento/Hospital
Após a entrada no estabelecimento de saúde mais próximo a vítima é avaliada e são iniciadas
as medidas de diagnóstico/tratamento adequadas. Pode ser considerado um, novo
transporte para um hospital de maior diferenciação, onde possa ocorrer o tratamento mais
adequado à situação clínica da (s) vítimas (s).

Um sistema de emergência médica depende de todos e de vários fatores, não se podendo afirmar que existe
uma única entidade e/ou profissional exclusivamente implicado na ação do socorro
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Fases do SIEM

5 – Transporte
Transporte assistido da vítima numa ambulância com pessoal, características e carga
previamente definidos, desde o local da ocorrência do acidente até à unidade de saúde mais
adequada, garantindo a continuidade dos cuidados de urgência/emergência necessários

6 – Tratamento/Hospital
Após a entrada no estabelecimento de saúde mais próximo a vítima é avaliada e são iniciadas
as medidas de diagnóstico/tratamento adequadas. Pode ser considerado um, novo
transporte para um hospital de maior diferenciação, onde possa ocorrer o tratamento mais
adequado à situação clínica da (s) vítimas (s).

Um sistema de emergência médica depende de todos e de vários fatores, não se podendo afirmar que existe
uma única entidade e/ou profissional exclusivamente implicado na ação do socorro
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Organização do SIEM – subsistemas
Esta organização é da responsabilidade do INEM (Instituto Nacional de Emergência Médica), cabendo-lhe
organizar programas específicos para cada fase. A criação de subsistemas contribui-o para o alargamento do
âmbito do INEM

CIAV (Centro de informação antivenenos) – O Centro de Informação Antivenenos (CIAV) é um centro médico de
consulta telefónica na área da toxicologia, responsável pela prestação, em tempo útil, das informações
necessárias e adequadas a profissionais de saúde ou ao público em geral, visando uma abordagem correta e
eficaz a vítimas de intoxicação.
O CIAV presta informações toxicológicas sobre todos os produtos existentes, desde medicamentos a produtos
de utilização doméstica ou industrial, produtos naturais, plantas ou animais.
Único no País, com uma cobertura nacional, o CIAV funciona ao longo das 24 horas do dia, 7 dias por semana,
sendo o serviço assegurado por pessoal médico especializado, disponível através de uma linha telefónica
exclusiva – 800 250 250 (chamada gratuita). O número anterior do CIAV (808 250 143) estará disponível até Julho 2021
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Organização do SIEM – subsistemas

CODU (Centro de Orientação de Doentes Urgentes) – Os Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)
são Centrais de Emergência Médica responsáveis pela medicalização do Número Europeu de Emergência – 112.
São transferidos para os CODU do INEM os pedidos de socorro efetuados por aquela via, referentes a situações
de urgência ou emergência na área da saúde. O funcionamento dos CODU é assegurado ao longo das 24 horas
do dia por uma equipa de profissionais qualificados – Médicos e Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar – com
formação específica para efetuar o atendimento, triagem, aconselhamento, seleção e envio de meios de
socorro.

Os CODU do INEM coordenam e gerem um conjunto de meios de socorro – Ambulâncias, Viaturas Médicas de
Emergência e Reanimação, Motos e Helicópteros de Emergência – selecionados com base na situação clínica
das vítimas, com o objetivo de prestar o socorro mais adequado no mais curto espaço de tempo
✓ Aconselhamento médico sobre a atitude a tomar perante a vítima;
✓ Acionar meios de transporte à vítima para os serviços hospitalares;
✓ Enviar uma equipa médica ao local da ocorrência, caso seja necessário
✓ Coordenar os meios de socorro de emergência da sua responsabilidade.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Organização do SIEM - subsistemas

CODU MAR (Centro de Orientação de Doentes Urgentes - Mar) – O Centro de Orientação de Doentes Urgentes
Mar (CODU-Mar) tem por missão prestar aconselhamento médico a situações de emergência que se verifiquem
a bordo de embarcações.
O CODU-Mar é constituído por uma equipa de médicos que garantem apoio 24 horas por dia, com a cooperação
das estações Radionavais, estações Costeiras, Centros Navais de Busca e Salvamento e com a Autoridade
Marítima Local (Capitanias de Portos).
Uma equipa de médicos garante os cuidados a prestar, procedimentos e terapêutica a administrar à vítima,
podendo também acionar a evacuação do doente, organizar o acolhimento em terra, e encaminhá-lo para o
serviço hospitalar adequado.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Organização do SIEM – subsistemas

TIP – Transporte inter-hospitalar pediátrico – O Transporte Inter-hospitalar Pediátrico (TIP) é um serviço que
se dedica ao transporte de recém-nascidos e doentes pediátricos em estado crítico entre Unidades de Saúde. As
ambulâncias que asseguram este serviço dispõem de uma tripulação constituída por um médico, um
enfermeiro e um Técnico de Emergência Pré-hospitalar (TEPH).

Estão equipadas com todo o material necessário à estabilização de doentes dos 0 aos 18 anos de idade,
permitindo o seu transporte para hospitais onde existam unidades diferenciadas com capacidade para o seu
tratamento. O serviço tem uma cobertura nacional e funciona 24 horas por dia, todos os dias do ano.

O TIP veio absorver o antigo Subsistema de Transporte de Recém-Nascidos de Alto Risco, que funciona no INEM
desde 1987. As ambulâncias do TIP são um meio ligeiramente diferente dos restantes, pois não realizam
transportes primários (do local da ocorrência para o hospital), mas sim transportes secundários (entre
hospitais).
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Organização do SIEM – subsistemas
SHEM – Serviço de Helicópteros de Emergência Médica – Os Helicópteros de Emergência Médica são utilizados no
transporte de doentes graves entre unidades de saúde ou entre o local da ocorrência e a unidade de saúde.
Estão equipados com material de Suporte Avançado de Vida e funcionam 24 sobre 24 horas, 365 dias por ano.
A suas missões são divididas em:
Missões Primárias
O helicóptero coloca uma equipa médica e equipamento no local da ocorrência. Em regra, os doentes são helitransportados
para a Unidade Hospitalar mas também podem ser transportados em Ambulância, acompanhados ou não pela equipa do
helicóptero.
Missões Secundárias
O helicóptero transporta doentes críticos entre unidades de saúde
Outras Missões
Transporte de órgãos
A tripulação dos helicópteros é constituída pela equipa de pilotos (o comandante e um piloto) e pela equipa médica (um
médico e um enfermeiro). Os médicos e os enfermeiros que prestam serviço nos Helicópteros do INEM têm formação
específica, compreendendo um Curso de Fisiologia de Voo e Segurança em Heliportos e um curso de Viatura Médica de
Emergência e Reanimação. Têm também experiência em Emergência Pré-hospitalar, em Cuidados Intensivos e/ou Serviço de
Urgência.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Número europeu de emergência/socorro – 112

O 112 (também conhecido por SOS 112) é o Número Único Europeu de Emergência
da União Europeia.

O Número Europeu de Emergência 112 foi criado em 1991 e desde 2008 passou a
ser o único número de emergência que pode ser usado de qualquer telefone fixo,
móvel ou telefone público para aceder gratuitamente aos serviços de emergência
em qualquer país da União Europeia.

A chamada para o 112 é atendida de imediato pelos centros de emergência que


acionam os sistemas médico, policial e de incêndio, consoante a situação verificada.

A escolha de apenas três dígitos para o número de emergência deve-se à necessidade de que o mesmo seja fácil de
memorizar.

É um número para ser usado unicamente em serviços de emergência, seja ela de que tipo for, e não deve ser usado para
qualquer outro fim.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Número europeu de emergência/socorro – 112

Pode ligar para este número por meio de telefones fixos ou móveis, a chamada é gratuita e atendida imediatamente pelos
centros de emergência, que contatam os sistemas médico, policial e de incêndio, de acordo com a situação informada, nas
seguintes situações.

✓ Acidente de viação;
✓ Acidentes no trabalho;
✓ Acidentes no desporto, tanto competitivos, como de lazer;
✓ Quedas, quando as suas consequências exigirem transporte em ambulância;
✓ Doença súbita, quando aparentemente exigir intervenção hospitalar;
✓ Agressão, que exijam tratamento hospitalar;
✓ Intoxicações (fuga de gás … );
✓ Afogamento;
✓ Alcoolismo (intoxicação alcoólica aguda);
✓ Partos súbitos;
✓ Incêndios urbanos ou florestais (em alternativa pode utilizar também o 117).

Será atendido por um operador treinado, que vai lidar com a solicitação diretamente ou transferir a chamada para o serviço de
emergência mais apropriado, com base na organização nacional dos serviços de emergência.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Número europeu de emergência/socorro –

Antes de ligar 112 tome atenção aos seguintes pormenores/informações:

ONDE – (local exato da ocorrência): rua, n.º da porta, estrada (sentido ascendente ou
descendente), pontos de referência … ;

O QUÊ – (tipo de ocorrência; tipo de acidente, incêndio florestal ou outro,


parto, doença súbita. Intoxicações, parto ….)

QUEM – vítima/doente; número de vítimas e o seu estado; outros envolvidos;


queixas …)
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Número europeu de emergência/socorro –
Ao ligar 112/CODU:

✓ Procure manter-se calmo, de modo a facultar a informação relevante;


✓ Quando possível, deverá ser a vítima a fazer a chamada – ninguém melhor do que a própria para fornecer informação
relevante;
✓ Aguarde que a chamada seja atendida porque cada nova tentativa implica que a chamada fica no final da fila de
espera;
✓ Identifique-se pelo nome;
✓ Faculte um contacto telefónico que permaneça contactável;
✓ Indique a localização exata onde se encontra a(s) vítima(s) - sempre que possível Freguesia, Código Postal, pontos de
referência – Onde?
✓ Diga o que aconteceu e quando – O quê?
✓ Quem está envolvido (número, género, idade das vítimas) – Quem?
✓ Diga quais as queixas principais, o que observa, situações que exijam outros meios – Como?
✓ Responda às questões que lhe são colocadas;
✓ Siga os conselhos do operador;
✓ Não desligue até indicação do operador;
✓ Se a situação se alterar antes da chegada dos meios de socorro, ligue novamente 112.
O Sistema Integrado de Emergência Médica
Número europeu de emergência/socorro – 112
Em caso de acidente, tente saber e comunique:

✓ Tipo de acidente (atropelamento; acidente de


viação – moto, ligeiro, pesado; queda …) Em caso de parto ou suspeita, tente saber e
✓ Quem? (n.º de vítimas; estado das vítimas comunique:
(consciente, inconsciente, hemorragias …)
✓ Complicações (queda num rio, encarcerado num ✓ Tempo de gravidez;
carro ….) ✓ Se está ou não com contrações (de quantos em
✓ Riscos associados (incêndio, derramamento de quantos minutos);
substâncias perigosas …) ✓ Se teve algum problema durante a gravidez;
✓ Quantos filhos teve ……

Em caso de doença súbita, tente saber e comunique:

✓ Queixa principal;
✓ Há quanto tempo se iniciou;
✓ Quais os sintomas/sinais associados;
✓ Doenças conhecidas ……..
Cadeia de sobrevivência
conceito e importância

A Cadeia de sobrevivência representa, simbolicamente, o conjunto de procedimentos que permitem


salvar vítimas de paragem cardiorrespiratória (PCR).

À luz do conhecimento médico atual, considera-se que há três atitudes que modificam o resultado no
socorro, à vítima em PCR.

✓ Pedir ajuda, acionando de imediato o Sistema Integrado de Emergência médica (SIEM);


✓ Iniciar de imediato manobras de Suporte Básico de Vida (SBV);
✓ Aceder à desfibrilhação tão precocemente quanto possível mas apenas quando indicado.

Estes procedimentos devem suceder-se de uma forma encadeada e constituírem uma cadeia de atitudes em que
cada elo articula o procedimento anterior com o seguinte.

Todos os elos são cruciais para o socorro e concomitante redução da mortalidade/morbilidade.


Cadeia de sobrevivência
elos e princípios subjacentes

Os 4 elos da cadeia de sobrevivência são:

1. Acesso precoce ao Sistema Integrado de Emergência Médica – 112


2. Início precoce de (SBV) Suporte Básico de Vida
3. Desfibrilhação precoce
4. Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce
Cadeia de sobrevivência
elos e princípios subjacentes
1 - Reconhecimento precoce e Pedido de Ajuda

Chamar os serviços de emergência, previamente à eventual ocorrência de uma PCR,


aumenta a probabilidade de sobrevivência da vítima.
O rápido reconhecimento de um enfarte ou de uma PCR é um fator fundamental para a ativação
dos serviços de emergência e, neste último caso, para o rápido início de manobras de Suporte Básico de Vida (SBV).

O número europeu de emergência nos países da União Europeia é o 112. Em Portugal, ao ligar 112, a resposta na área
da saúde é assegurada pelos Centros de Orientação de Doentes Urgentes (CODU), do INEM.
O CODU desempenha um papel importante no reconhecimento da PCR, bem como na instrução e acompanhamento
das Manobras de reanimação. Sempre que possível, este contacto deve ser realizado junto da vítima e se o telefone
tiver a função de alta voz, esta poderá ser acionada. As instruções podem ser seguidas mantendo o diálogo com o
operador preparado para instruir o contactante de modo a que este, rapidamente, identifique que a vítima está
inconsciente e não respira normalmente.
Uma respiração mais lenta, profunda e ruidosa, não deve ser confundida com uma respiração normal e deve ser
entendido como a vítima estando em PCR. O CODU deve dar indicação para iniciar manobras de reanimação.
Cadeia de sobrevivência
elos e princípios subjacentes

2 - SBV Precoce

No intervalo de tempo que decorre entre a ativação e a chegada dos serviços de emergência
ao local da ocorrência, a execução de manobras de SBV assume uma importância
fundamental. O reconhecimento da PCR refere-se a uma situação em que a vítima está
não reativa (não responde quando estimulada) e não respira normalmente, pelo que devem
ser iniciadas de imediato manobras de reanimação, logo após ter sido efetuada a chamada para os serviços de
emergência. O SBV consiste em duas ações principais: compressões torácicas e insuflações. O início imediato de
manobras de SBV pode, pelo menos, duplicar as hipóteses de sobrevivência da vítima

Quem presencia um evento de PCR deve, quando treinado, deve iniciar de imediato
manobras de SBV, enquanto aguarda a chegada dos serviços de emergência. Sem
treino em reanimação, o elemento que assiste a vítima deve realizar compressões
torácicas contínuas, instruído pelo CODU.
Na maior parte dos casos o SBV não irá recuperar a função cardíaca, mas, se bem
realizado, prevenirá lesões de órgãos vitais e aumentará a probabilidade de sucesso
dos elos seguintes.
Cadeia de sobrevivência
elos e princípios subjacentes
3 - Desfibrilhação Precoce

Na maioria dos casos de PCR o coração pára devido a uma perturbação do ritmo designada fibrilhação ventricular (FV). O
único tratamento eficaz para a FV é
a administração de um choque elétrico
(desfibrilhação).

Cada minuto de atraso na desfibrilhação


reduz a probabilidade de sobrevivência
entre 10 a 12%, sendo que nos casos
em que o SBV é realizado, o declínio
da taxa de sobrevivência é mais gradual
(3-4%). .
Cadeia de sobrevivência
elos e princípios subjacentes
4 – SAV precoce

O Suporte Avançado de Vida (SAV) com recurso à abordagem diferenciada da via aérea, utilização de fármacos e
correção das causas prováveis de PCR, são ações fundamentais após a abordagem inicial da PCR.

Este elo da cadeia de sobrevivência é uma “mais-valia”. Nem sempre a desfibrilhação é eficaz, por si só, para
recuperar a vítima. Outras vezes a desfibrilhação pode não ser sequer indicada. O SAV permite conseguir uma
ventilação mais eficaz (através da entubação endotraqueal) e uma circulação também mais eficaz (através da
administração de fármacos). Idealmente, o SAV deverá ser iniciado ainda na fase pré-hospitalar e continuado no
hospital, permitindo a estabilização das vítimas recuperadas de PCR.

Integram também este elo os cuidados pós-reanimação, que têm o objetivo de preservar as funções do cérebro e
coração.

A Cadeia de Sobrevivência representa, simbolicamente, o conjunto de procedimentos que permitem salvar vítimas
de paragem cardiorrespiratória. Para que o resultado final possa ser, efetivamente, uma vida salva, cada um dos
elos da cadeia é vital e todos devem ter a mesma força. Todos os elos da cadeia são igualmente importantes: de
nada serve ter o melhor SAV se quem presencia a PCR não souber ligar 112.
Cadeia de sobrevivência
Riscos para o reanimador
riscos para o reanimador e para a vítima
Antes de se aproximar de alguém que possa eventualmente estar em perigo de vida, o reanimador deve assegurar-se
primeiro de que não irá correr nenhum risco:

✓ Ambiental (ex. choque elétrico, derrocadas, explosão, tráfego);

✓ Toxicológico (ex. exposição a gás, fumo, tóxicos);

✓ Infecioso (ex. tuberculose, hepatite).

✓ SARS – Cov 2 (COVID 19)


Riscos para o reanimador
condições de segurança e medidas de proteção universais
Por vezes, o desejo de ajudar alguém que nos parece estar em perigo de vida pode levar a ignorar os riscos inerentes à
situação. Se não forem garantidas as condições de segurança antes de se abordar uma vítima poderá, em casos
extremos, ocorrer a morte da vítima e do reanimador.

Acidente de viação

Se parar numa estrada para socorrer alguém vítima de um acidente de viação deve:
✓ Sinalizar o local com triângulo de sinalização à distância adequada;
✓ Ligar as luzes de presença ou emergência;
✓ Usar roupa clara para que possa mais facilmente ser identificado (colete refletor);
✓ Desligar o motor para diminuir a probabilidade de incêndio.

Produtos químicos ou matérias perigosas


No caso de detetar a presença desses produtos e/ou matérias é fundamental evitar o contacto com essas substâncias
sem as devidas medidas de proteção universais (ex. luvas, máscara) e evitar a inalação de eventuais vapores libertados
pelas mesmas.
Riscos para o reanimador
condições de segurança e medidas de proteção universais
Intoxicações

Nas situações em que a vítima sofre uma intoxicação podem existir riscos acrescidos para quem socorre, nomeadamente
no caso de intoxicação por fumos ou gases tóxicos. Para o socorro da vítima de intoxicação é importante identificar o
produto em causa e a sua forma de apresentação (em pó, líquida ou gasosa) e contactar o CODU ou o CIAV (Centro de
Informação Antivenenos) para uma informação especializada, nomeadamente quanto aos procedimentos a adotar.

Em caso de intoxicação por produtos gasosos é fundamental não se expor aos vapores libertados os quais não devem ser
inalados. O local onde a vítima se encontra deverá ser arejado ou, na impossibilidade de o conseguir, a vítima deverá ser
retirada do local.

Nas situações em que o tóxico é corrosivo (ácidos ou bases fortes) ou em que possa ser absorvido pela pele, como alguns
pesticidas, é mandatório, além de arejar o local, usar luvas e roupa de proteção para evitar qualquer contacto
com o produto, bem como máscaras para evitar a inalação.

Se houver necessidade de insuflar a vítima com ar expirado deverá ser sempre usada máscara ou outro dispositivo com
válvula unidirecional, para não expor o reanimador ao ar expirado da vítima. Nunca efetuar insuflação boca-a-boca.
Riscos para o reanimador
condições de segurança e medidas de proteção universais
Transmissão de doenças

A possibilidade de transmissão de doenças durante as manobras de reanimação, apesar de diminuta, é real. Estão
descritos alguns casos de transmissão de infeções durante a realização de insuflação boca-a-boca (nomeadamente
casos de tuberculose). Apesar da frequência com que a RCP é feita, nunca foi documentado nenhum caso de
transmissão de Hepatite B ou HIV como resultado da respiração boca-a-boca.

O risco aumenta se houver contacto com sangue infetado ou com uma superfície cutânea com soluções de
continuidade (feridas). Durante a reanimação deve evitar o contacto com sangue ou outros fluidos corporais como:
secreções respiratórias, secreções nasais, suor, lágrimas, vómito e outros. O dispositivo “barreira” mais utilizado é a
máscara de bolso, devendo existir o cuidado de minimizar as pausas entre compressões ao mínimo indispensável,
aquando da sua utilização

O risco de transmissão de doenças aumenta se houver sangue infetado em contacto com feridas na pele. Tente evitar o
contacto com sangue ou qualquer fluido corporal (expetoração, secreções nasais, suor, lágrimas, vómito). O dispositivo
mais comumente usado para tal é a máscara facial. Como alternativa pode usar-se a “proteção facial”.

O uso de um lenço, de papel ou de tecido, é ineficaz e pode até promover a passagem de material infecioso.
Riscos para o reanimador
condições de segurança e medidas de proteção universais
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
conceito de acordo com o algoritmo vigente
OOsuporte
suportebásico
básicodedevida
vidaé éum
umconjunto
conjuntodedeprocedimentos
procedimentosbem
bemdefinidos
definidose ecom
commetodologias
metodologiaspadronizadas
padronizadaspara
paratodos
todosos
os países da União Europeia. países da União Europeia.

São seus objetivos: São seus objetivos:

✓ reconhecer as situações emreconhecer asde


que há risco situações em que há risco de vida iminente;
vida iminente;
✓ saber quando e como pedir ajuda; saber quando e como pedir ajuda;
✓ saber
saber iniciar,iniciar,
de imediato e sem recurso
de imediato e sem arecurso
qualquer equipamento,
a qualquer manobras manobras
equipamento, que contribuam para preservar
que contribuam paraa oxigenação
preservar ae a
oxigenação e a circulação circulação na vítima
na vítima até até àdas
à chegada chegada dasdiferenciadas.
equipas equipas diferenciadas.

Variação das hipóteses de sobrevivência em função do tempo e da qualidade do socorro


Manobras de suporte básico de vida (SBV)
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência

Avaliar as condições de segurança


Aproximar-se da vítima com cuidado, garantindo
que não existe perigo/risco para si, para a vítima ou
Para terceiros (atenção a perigos como por
exemplo: tráfego, eletricidade, gás ou outros).
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência
Avaliar o estado de consciência

Abanar os ombros com cuidado e perguntar em voz alta: “Sente-se bem?”.


Para tal, abane suavemente os ombros.
Se a vítima responde significa que está consciente. Tente perceber o que se passou e
se necessário ligue 112.
Se a vítima não responde, considere que está desmaiada.
Caso a vítima não responda, precisa saber se ela respira. Para avaliar se uma vítima
respira deve Ver se o tórax expande, Ouvir a passagem de ar e Sentir a expiração na
face.

Grite a pedir AJUDA


Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência
Avaliar o estado de
consciência

Grite a pedir AJUDA


Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência

Permeabilizar a via aérea


Em vítima inconsciente a queda da língua pode bloquear a via aérea (VA), pelo que esta deve ser
permeabilizada:
✓ Colocar a vítima em decúbito dorsal;
✓ Colocar uma mão na testa e inclinar a cabeça para trás (extensão da cabeça);
✓ Elevar o queixo usando os dois dedos da outra mão colocados debaixo do queixo.

Estas duas últimas ações permeabilizam a VA.

A permeabilização da via aérea e o restabelecimento da ventilação são objetivos essenciais em SBV, com o
propósito de evitar lesões por insuficiente oxigenação dos órgãos nobres, em particular do cérebro.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência

Para efetuar a protusão da mandíbula:


✓ Identificar o ângulo da mandíbula com o dedo
indicador;
✓ Com os outros dedos colocados atrás do ângulo da
mandíbula, aplicar uma pressão mantida para cima e
para frente de modo a levantar o maxilar inferior;
✓ Usando os polegares, abrir ligeiramente a boca
através da deslocação do mento para baixo.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência

AVALIAR RESPIRAÇÃO

Mantendo a VA permeável, verificar se a vítima


respira normalmente, realizando o VOS até 10
segundos:

✓ Ver os movimentos torácicos;

✓ Ouvir os sons respiratórios saídos da boca/nariz;

✓ Sentir o ar expirado na face do reanimador.

Se a vítima respira normalmente coloque-a em


Posição Lateral de Segurança (PLS).
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
procedimentos e sequência

LIGAR 112
AVALIAR RESPIRAÇÃO
Se a vítima não responde e não tem respiração normal ative de
imediato o serviço de emergência médica, ligando 112:

✓ Quando liga 112 deve estar preparado para responder às


questões: ONDE; O QUÊ; QUEM; COMO;

✓ Salienta-se que a presença de vários elementos no local


deve ser utilizada para que um deles contacte os serviços de
emergência, enquanto outro inicia as manobras de SBV;

✓ Se estiver sozinho, o desejável é que não abandone nem


atrase o auxílio à vítima, podendo utilizar o sistema de alta
voz de um telemóvel para interagir com os operadores do
CODU, enquanto executa o SBV.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)

Ligar 112
AVALIAR RESPIRAÇÃO
Se a vítima não responde e não tem ventilação
normal ative de imediato o sistema de emergência
médica, ligando 112.
✓ Reanimador único: Se necessário abandone a
vítima/local;
✓ Se estiver alguém junto a si, deve pedir a essa
pessoa que ligue 112;
✓ Se CRIANÇA ou vítima de afogamento (qualquer
idade) só deve ligar 112 após 1 minuto de SBV.

Após ligar 112:


✓ Se DAE DISPONÍVEL, ligue-o e siga as indicações
do DAE;
✓ Se não há DAE disponível inicie SBV.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
compressões torácicas
Os dois elementos fundamentais do SBV são as notas: compressões torácicas e as ventilações.
São as compressões torácicas que mantêm o fluxo de sangue para o coração, o cérebro e outros órgãos vitais.

Para aplicar corretamente compressões torácicas num adulto:

1) Posicionar-se ao lado da vítima;


2) Certificar-se que a vítima está deitada de costas, sobre uma superfície
firme e plana;
3) Afastar/remover as roupas que cobrem o tórax da vítima;
4) Colocar a base de uma mão no centro do tórax, entre os mamilos;
5) Colocar a outra mão sobre a primeira entrelaçando os dedos;
6) Braços e cotovelos esticados, com os ombros na direção das mãos;
7) Aplicar compressão sobre o esterno, deprimindo o esterno 5-6 cm a
cada compressão (as compressões torácicas superficiais podem não
produzir um fluxo sanguíneo adequado);
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
compressões torácicas
Para aplicar corretamente compressões torácicas num adulto:

8) No final de cada compressão garantir a reexpansão total do tórax,


aliviando toda a pressão sem remover as mãos do tórax (o retorno
completo da parede torácica permite que mais sangue encha o coração
entre as compressões torácicas);

9) Aplicar compressões de forma rítmica a uma frequência de pelo


menos 100 por minuto, mas não mais do que 120 por minuto (a
evidência científica demonstra que esta frequência produz um fluxo
sanguíneo adequado e melhora a sobrevivência; ajuda se contar as
compressões em voz alta);

10) NUNCA INTERROMPER AS COMPRESSÕES MAIS DO QUE 5


SEGUNDOS (com o coração parado, quando não se comprime o tórax, o
sangue não circula).
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
insuflações
Na impossibilidade de utilizar um adjuvante da ventilação artificial
(VA) (máscara de bolso ou insuflador manual), a ventilação
“boca-a-boca” é uma maneira rápida e eficaz de fornecer oxigénio
à vítima. O ar exalado pelo reanimador contém aproximadamente
17% de oxigénio e 4% de dióxido de carbono, o que é suficiente
para suprir as necessidades da vítima.

Para ventilar adequadamente uma vítima adulta:


1) Posicionar-se ao lado da vítima;
2) Permeabilizar a VA (a posição incorreta da cabeça pode impedir a
ventilação adequada por obstrução das VA):
✓ Colocar uma mão na testa da vítima e empurrar com a palma da
mão, inclinando a cabeça para trás (extensão da cabeça);
✓ Colocar os dedos da outra mão por baixo da parte óssea da
mandíbula, perto do queixo (pressão excessiva nos tecidos
moles por baixo do queixo podem obstruir a VA);
✓ Elevar a mandíbula, levantando o queixo da vítima (Atenção: não
feche a boca da vítima!)
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
insuflações
3) Aplicar 2 ventilações na vítima, mantendo a VA permeável:

✓ Com a mão na testa da vítima comprimir as narinas da vítima;


✓ Respirar normalmente e selar os lábios ao redor da boca da
vítima;
✓ Aplicar 1 ventilação (soprar por 1 segundo; esta duração
maximiza a quantidade de O2 que chega aos pulmões, com
menor probabilidade de distensão gástrica), observando se
existe a elevação do tórax da vítima. Cada insuflação deve ser
suficiente para provocar elevação do tórax como numa
respiração normal (se o tórax não se elevar, repetir as
manobras de permeabilização da VA);
✓ Aplicar uma segunda ventilação, observando se existe elevação
do tórax;
✓ Caso uma ou ambas as tentativas de insuflação se revelem
ineficazes, deve avançar de imediato para as compressões
torácicas.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
compressões torácicas/Insuflações

Manter SBV e Manter 30 compressões alternando com 2 ventilações. PARAR apenas se:
✓ Chegar ajuda (profissionais diferenciados);
✓ Estiver fisicamente exausto;
✓ A vítima recomeçar a ventilar normalmente.

2
30
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
ventilação com máscara de bolso
Uma máscara de bolso pode ser utilizada por leigos com treino
mínimo na realização de ventilações durante uma reanimação
cardiorrespiratória (RCP). Este dispositivo adapta-se na face da
vítima, sobre o nariz e boca e possui uma válvula unidirecional
que desvia do reanimador o ar expirado da vítima.
Um reanimador ÚNICO deve aproximar-se da vítima de lado.
Isto irá permitir uma troca fácil entre ventilações e
compressões torácicas.
1) Colocar a máscara sobre o nariz e boca da vítima (a parte mais
estreita da máscara de bolso deverá ficar sobre o dorso do nariz; a
parte mais larga da máscara deverá ficar a boca);
2) Colocar o polegar e o indicador na parte mais estreita da máscara;
3) Colocar o polegar da outra mão a meio da parte mais larga da
máscara e usar os outros dedos para elevar o queixo da vítima, criando
uma selagem hermética;
4) Soprar suavemente pela válvula unidirecional durante cerca de 1
segundo (por cada ventilação), por forma a que o tórax da vítima se
eleve;
5) Retirar a boca da válvula da máscara após insuflar.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
ventilação com máscara de bolso

MÁSCARA FACIAL
A máscara facial é uma máscara transparente usada na respiração boca-máscara.
Tem uma válvula unidirecional, de forma a que o ar exalado pela vítima é direcionado para longe do reanimador.
A máscara é transparente para que se possa ver sangue ou vómito da vítima. Algumas máscaras têm um adaptador para suplemento
de oxigénio.
Recomenda-se a técnica de duas mãos para manter uma boa selagem entre a máscara e a face da vítima.

PROTEÇÃO FACIAL
As proteções faciais têm uma camada de plástico
transparente ou de silicone que separa o reanimador da
vítima.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
SBV com 2 reanimadores

Se estiverem presentes dois elementos com treino em SBV, quando o elemento que foi efetuar o pedido de ajuda
diferenciada regressar, deve entrar para as compressões torácicas, aproveitando o tempo em que o primeiro elemento
efetua as 2 insuflações para localizar o ponto onde deverá fazer as compressões. Deste modo reduzem-se as perdas de
tempo desnecessárias.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
SBV com 2 reanimadores
Reduzir perdas de tempo em manobras de SBV
Iniciar as compressões logo que esteja feita a segunda insuflação (não é necessário aguardar que a expiração se
complete passivamente);
✓ As mãos devem ser mantidas sempre em contacto com o tórax, mesmo durante as insuflações (nesta fase não
exerça qualquer pressão, caso contrário aumenta a resistência à insuflação de ar, podendo causar ventilação
ineficaz com insuflação gástrica e consequente regurgitação);

✓ O reanimador que está a fazer as insuflações deverá preparar-se para iniciar as mesmas logo após a 30ª
compressão, com o mínimo de perda de tempo possível.

Troca de reanimadores em manobras de SBV


A necessidade de efetuar compressões “com força e rápidas” leva naturalmente à fadiga do reanimador, pelo que se
torna necessário trocar. A troca deve ser efetuada perdendo o mínimo de tempo possível a cada 2 minutos de SBV (5
ciclos de 30:2).

Logo que complete a 5ª série de 30 compressões o mesmo reanimador deve efetuar de seguida as duas insuflações.
Durante esse período o outro reanimador localiza o ponto de apoio das mãos, para que, uma vez terminada a
segunda insuflação, possa fazer de imediato compressões.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
problemas associados – ventilação

O SBV, quando executado corretamente, permite manter a vítima viável até à chegada
do suporte avançado de vida (SAV). Podem, no entanto, ocorrer alguns problemas

Problemas com a ventilação

✓ Escape de ar expirado pela socorrista por “má adaptação” da máscara ou da boca/boca;


✓ Incorreta hiperextensão da cabeça/pescoço, dificultando a passagem do ar expirado;
✓ Insuflação de ar para o estômago, que pode provocar a saída do conteúdo do mesmo para a via aérea, provocar a
elevação do diafragma que restringe os movimentos respiratórios e torna a ventilação menos eficaz. Se isto
acontecer não deve fazer insuflações com grande quantidade de ar, com grande velocidade e durante um curto
período de tempo;
✓ Existência de “corpos estranhos” na boca;
✓ No caso de vítimas desconhecidas, na presença de sangue ou vómitos na cavidade oral, nas vítimas com
traumatismo maxilo-facial ou em outros casos que inviabilizem a respiração boca-a-boca, deve efetuar apenas
compressões torácicas.
Manobras de suporte básico de vida (SBV)
problemas associados – compressões

Problemas com as compressões cardíacas

As compressões torácicas, mesmo quando corretamente executadas, conseguem gerar apenas aproximadamente 25% do débito cardíaco
normal.

Assim:

✓ Devem ser efetuadas no “local exato”;


✓ A posição do reanimador deve ser “confortável” e adequada à vítima;
✓ É importante que o tórax descomprima totalmente após cada compressão para permitir o retorno de sangue ao coração antes da
próxima compressão, otimizando desta forma o débito cardíaco;
✓ Há o risco das compressões torácicas causarem fraturas das articulações condrocostais (articulação das costelas com o esterno), lesão
ou rotura dos órgãos internos (pulmão; coração ou fígado);

A preocupação com as potenciais complicações do SBV não deve impedir o reanimador de iniciar prontamente as manobras de SBV, já que
a alternativa à não execução do SBV é a morte.
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização

Nas situações em que a vítima se encontra não reativa e com respiração eficaz, ou se tiverem sido restaurados
os sinais de vida após manobras de reanimação, a manutenção da permeabilidade da via aérea deverá ser
obrigatoriamente garantida.

A PLS garante a manutenção da permeabilidade da via aérea numa vítima inconsciente que respira
normalmente:

✓ Diminuindo o risco de aspiração de vómito;

✓ Prevenindo que a queda da língua obstrua a VA;

✓ Permitindo a drenagem de fluidos pela boca;

✓ Permitindo a visualização do tórax;

✓ Não estão demonstrados riscos associados à sua utilização.


Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização
Se ao abordar a vítima ela responde:
✓ Deixe-a como a encontrou;
✓ Procure quaisquer alterações;
✓ Solicite ajuda (ligue 112);
✓ Reavalie-a regularmente.

Se ao abordar a vítima ela estiver inconsciente e a respirar normalmente


✓ Coloque-a em PLS.
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização – a técnica
✓ Ajoelhe-se ao lado da vítima

✓ Remova objetos estranhos ao corpo da vítima, os


quais ao posicioná-la possam eventualmente
causar lesões (ex: óculos, canetas);

✓ Assegure-se que as pernas da vítima estão


estendidas;
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização – a técnica
Coloque o braço mais perto (do seu lado) em ângulo reto com
o corpo, com o cotovelo dobrado e a palma da
mão virada para cima;
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização – a técnica
Segurar o braço mais afastado

✓ Segure o outro braço (mais afastado) cruzando


o tórax e fixe o dorso da mão na face do seu lado;
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização – a técnica
Levantar a perna do lado oposto
Com a outra mão levante a perna do lado oposto
acima do joelho dobrando-a, deixando o pé
em contacto com o chão;
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização – a técnica
Rolar a vítima
✓ Enquanto uma mão apoia a cabeça a outra puxa a perna do lado oposto rolando a vítima para o seu lado;
✓ Estabilize a perna de forma a que a anca e o joelho formem ângulos retos;
✓ Incline a cabeça para trás assegurando a permeabilidade da VA;
✓ Ajuste a mão debaixo do queixo, para manter a extensão da cabeça;
✓ Reavalie regularmente a respiração (na dúvida desfazer a PLS, permeabilizar a VA e efetuar VOS até 10 segundos).
Posição lateral de segurança (PLS)
como e quando a sua utilização
Se trauma ou suspeita de trauma

Reafirma-se uma vez mais a contraindicação da PLS no trauma ou na sua suspeita;


A proteção da coluna, garantindo o mais possível do seu alinhamento, é fundamental nestas situações e deve
acontecer antes da vítima ser mobilizada.
Posição lateral de segurança (PLS)
As duas manobras fundamentais do suporte básico de vida são as compressões torácicas e as ventilações. O fluxo de sangue para
o coração, o cérebro e outros órgãos vitais só pode ser reposto pela aplicação das compressões torácicas que, de uma forma
grosseira, vão substituir os batimentos cardíacos. Estas manobras devem ser devidamente enquadradas num algoritmo mais
amplo de suporte básico de vida.

Condições de segurança

SIM
Vítima consciente? Reavaliar e pedir ajuda se necessário

NÃO

Gritar por ajuda


Ligar 112

Abrir via aérea

SIM
Vítima respira normalmente? Posição Lateral de Segurança

NÃO

Ligar 112

30 compressões torácicas 2 insuflações


Obstrução da via aérea (OVA)
situações de obstrução parcial e total
A obstrução da via aérea por corpo estranho é pouco frequente, mas constitui-se como uma causa de PCR acidental
potencialmente reversível. Normalmente associada à alimentação e comumente presenciada, as vítimas apresentam-se
inicialmente conscientes e reativas, pelo que as oportunidades de intervenção precoce podem de forma mais fácil
resolver a situação.

O reconhecimento precoce da obstrução da via aérea é fundamental para o sucesso da evolução da situação de
emergência. É importante distinguir esta situação de emergência do desmaio/síncope, do “ataque cardíaco” (enfarte
agudo do miocárdio), das convulsões, da overdose por drogas e de outras condições que possam causar dificuldade
respiratória súbita, mas que requerem um tratamento diferente. O reanimador treinado deve identificar sinais de
obstrução da VA.

O risco de OVA é mais elevado em vítimas que apresentem algumas das seguintes situações: redução do nível de
consciência, intoxicação por álcool e/ou drogas, alterações neurológicas com dificuldade de deglutição e diminuição do
reflexo da tosse, alterações mentais, demência, dentição inexistente e idosos.
Obstrução da via aérea (OVA)
situações de obstrução parcial e total

obstrução parcial ou ligeira obstrução total ou grave


✓ Vítima reativa, capaz de falar, tossir e respirar; ✓ Vítima incapaz de falar;

✓ Eventual ruído respiratório na inspiração; ✓ Tosse fraca/ineficaz ou ausente;

✓ Mantém reflexo da tosse eficaz. ✓ Respiração em “esforço” com ruído agudo alto à
inspiração ou ausência total de ruído;

✓ Incapacidade de movimentar o ar;

✓ Cianose (coloração azulada ou violácea da pele,


especialmente da face e nas extremidades, devida
a deficiente oxigenação do sangue);

✓ Agarra o pescoço com as mãos (sinal universal de


asfixia).
Obstrução da via aérea (OVA)
situações de obstrução parcial e total
ALGORITMO DE DESOBSTRUÇÃO DA VIA AÉREA
O algoritmo aplica-se tanto a adultos como a crianças com mais de 1 ano de idade.

PANCADAS INTER-ESCAPULARES
✓ Coloque-se ao lado e ligeiramente por detrás da vítima, com uma das
pernas encostadas de modo a ter apoio;
✓ Passe o braço por baixo da axila da vítima e suporte-a a nível do tórax com
uma mão, mantendo-a inclinada para a frente, numa posição tal que se
algum objeto for deslocado com as pancadas possa sair livremente pela
boca;
✓ Aplique até 5 pancadas com a base da outra mão na parte superior das
costas, ao meio, entre as omoplatas, isto é, na região interescapular;
✓ Cada pancada deverá ser efetuada com a força adequada tendo como
objetivo resolver a obstrução;
✓ Após cada pancada deve verificar se a obstrução foi ou não resolvida;
✓ Aplique até 5 pancadas no total.
Obstrução da via aérea (OVA)
situações de obstrução parcial e total
COMPRESSÕES ABDOMINAIS (Manobra de Heimlich)

As compressões abdominais devem ser aplicadas no caso de as pancadas


interescapulares não serem eficazes.

Com a vítima de pé ou sentada:


✓ Fique por detrás da vítima e circunde o abdómen da mesma com os seus
braços;
✓ Incline a vítima para a frente;
✓ Feche o punho de uma mão e posicione-o acima da cicatriz umbilical, com o
polegar voltado contra o abdómen da vítima;
✓ Sobreponha a 2.ª mão hà já aplicada;
✓ Aplique uma compressão rápida para dentro e para cima;
✓ Repita as compressões até que o objeto seja expelido da via aérea (VA);
✓ Aplique cada nova compressão (até 5) como um movimento separado e
distinto;
✓ Após cada compressão abdominal deve verificar se a obstrução foi ou não
resolvida.
Obstrução da via aérea (OVA)
situações de obstrução parcial e total
VÍTIMA INCONSCIENTE POR OVA GRAVE
No caso de a vítima ficar inconsciente as compressões torácicas devem ser iniciadas logo que possível. A realização de
compressões torácicas resulta no aumento da pressão da via aérea, tal como as compressões abdominais, traduzindo-
se numa forma eficaz de promover a desobstrução da via aérea.

Assim:
✓ Suporte/ampare a vítima colocando-a no chão em decúbito dorsal sobre uma superfície rígida;
✓ Ligue de imediato 112, ou garanta que alguém o faça;
✓ Inicie compressões torácicas e insuflações (após 30 compressões, tente 2 insuflações eficazes);
✓ Mantenha compressões e insuflações até a vítima recuperar e respirar normalmente ou até chegarem os meios de
emergência.
Alerta-se para o facto de, apesar do sucesso das manobras, o corpo estranho responsável pela obstrução poder ficar
alojado nas vias aéreas e causar complicações mais tarde. Como tal, vitimas com tosse persistente, dificuldade em
engolir ou sensação de corpo estranho ainda presente nas vias aéreas devem ser submetidas a observação médica.

As compressões abdominais e as compressões torácicas quando aplicadas, pese embora o sucesso que resulte das
mesmas, podem causar lesões internas. Assim sendo, vítimas submetidas a estas manobras devem igualmente ser
sujeitas a observação médica.
Obstrução da via aérea (OVA)
situações de obstrução parcial e total
PONTOS a RETER
Exame à vítima
estado de consciência

Antes de qualquer procedimento relacionado com o exame da vítima, torna-se fundamental e prioritário
garantir as condições de segurança ou seja é essencial garantir que pela nossa intervenção não vai resultar
perigo para a vítima e/ou para a equipa de socorro

Asseguradas as condições de segurança, só então o socorrista deve iniciar a avaliação do estado da vítima
para, desta forma, a poder socorrer por ordem de prioridade de gravidade das lesões que ela apresenta,
nunca esquecendo que não se avança na sequência de avaliação se não tivermos corrigido um problema
anteriormente identificado.

O socorrista deve efetuar um rápido e minucioso exame primário para a avaliar a existência de alterações
das funções vitais, pois estas podem colocar em rico imediato a vida da vítima.

Seguidamente deve realizar-se o exame secundário, pesquisando a existência de lesões que, não pondo
em risco imediato a vida da vítima, necessitam de cuidados de emergência e de estabilização
Exame à vítima
estado de consciência
EXAME PRIMÁRIO
O objetivo do exame primário é detetar a existência de situações que possam colocar em perigo imediato a vida
da vítima, ou seja, situações de compromisso das funções vitais.

No exame Primário o socorrista deve:

✓ Avaliar o estado de consciência;


✓ Permeabilizar a via aérea;
✓ Detetar se tem respiração normal;
✓ Detetar hemorragias externas graves;
✓ Detetar sinais evidentes de choque
Exame à vítima
estado de consciência
Avaliação do Estado de Consciência
Avaliar se a vitima se encontra consciente, isto é, se responde quando estimulada.
Para tal toque suavemente nos ombros e pergunta-se em voz alta:
“Está bem? Sente-se
bem?”

✓ Se a vítima responder, deixe-a na posição em que a encontrou (desde que isso não represente perigo acrescido),
pergunte o que se passou, se tem alguma queixa, procure ver se existem sinais de ferimentos e se necessário vá
pedir ajuda.
✓ Se a vítima não responder, peça ajuda gritando em voz alta.
✓ Não abandone a vítima e prossiga a avaliação. “Preciso de ajuda.
Tenho aqui uma
pessoa desmaiada”
Exame à vítima
estado de consciência
Avaliação do Estado de Consciência
Avaliar se a vitima se encontra consciente, isto é, se responde quando estimulada.
Para tal toque suavemente nos ombros e pergunta-se em voz alta:
“Está bem? Sente-se
bem?”

✓ Se a vítima responder, deixe-a na posição em que a encontrou (desde que isso não represente perigo acrescido),
pergunte o que se passou, se tem alguma queixa, procure ver se existem sinais de ferimentos e se necessário vá
pedir ajuda.
✓ Se a vítima não responder, peça ajuda gritando em voz alta.
✓ Não abandone a vítima e prossiga a avaliação. “Preciso de ajuda.
Tenho aqui uma
pessoa desmaiada”
Exame à vítima
estado de consciência
Pesquisa de respiração normal
Para verificar se a vítima respira deve manter a permeabilidade da via aérea, aproximar a sua face da face da vítima e,
olhando para o tórax, procurar:
✓ VER – se existem movimentos torácicos;
✓ OUVIR – se existem ruídos de saída de ar pela boca e nariz da vítima;
✓ SENTIR – na sua face se há saída pela boca e nariz da vítima.
Deverá Ver, Ouvir e Sentir (VOS) até 10 segundos.

Se a vítima está consciente, ou inconsciente a ventilar, deve avaliar se


existem alterações da ventilação e da circulação.
Ventilação Circulação
✓ Rápida ou lenta Numa vítima consciente efetua a
✓ Superficial ou profunda pesquisa de um pulso periférico,
✓ Irregular habitualmente o pulso radial. Se o pulso
periférico não for palpável deve
pesquisar um pulso central.
✓ Rápido ou lento
✓ Fino
✓ Irregular;
Exame à vítima
permeabilidade da via aérea
Desaperte a roupa à volta do pescoço da vítima e exponha o tórax;
NOTA: Não se deve perder tempo a verificar se há corpos estranhos na boca, a menos
que quando executar uma insuflação, esta não faça o tórax elevar-se. Nessa situação,
deve verificar se visualiza corpos estranhos soltos dentro da boca (por exemplo:
comida, próteses dentárias soltas, secreções), se existirem deve removê-los. As
próteses dentárias bem fixas não devem ser removidas.
✓ De seguida proceda á abertura da via aérea
✓ Coloque a palma de uma mão na testa da vítima e os dedos indicador e médio da
outra mão no bordo do maxilar inferior;
✓ Efetue simultaneamente a extensão da cabeça (inclinação da cabeça para trás) e
elevação da mandíbula (queixo)

NOTA: Ao efetuar a elevação do maxilar inferior não deve comprimir as partes moles
do queixo, coloque os dedos apenas na parte óssea.
Exame à vítima
Deteção de hemorragias externas graves
Após ter verificado se a vitima tem pulso, observe-a como um todo e procure a existência de hemorragias externas
graves. As hemorragias externas graves são facilmente identificáveis.
Um a hemorragia abundante vai colocar em risco a vida da vítima, pelo que é fundamental proceder ao seu
controlo de imediato.

Deteção de sinais sugestivos de choque


O choque é uma situação de falência circulatória do organismo. Tem várias causas mas é sempre uma situação
grave que pode conduzir á morte. Além de eventuais sinais de hemorragias externas (que podem não existir),
repare para a face da vítima e procure sinais como:
✓ Palidez
✓ Sudorese

Se estiverem presentes, suspeite de choque e aplique de imediato os cuidados de emergência com vista a
controlar ou minimizar a situação.
Exame à vítima
O exame primário tem como objetivo detetar as alterações das funções vitais (aquelas que colocam em risco imediato
a vida da vitima), sendo fundamental a sua correção e a prestação dos cuidados de emergência adequados.

EXAME PRIMÁRIO
✓ Garantir as condições de segurança;
✓ Avaliar o estado de consciência da vítima;
✓ Permeabilizar a via aérea;
✓ Pesquisar a existência de respiração normal (10 segundos);
✓ Detetar hemorragias externas graves;
✓ Detetar sinais evidentes de choque;

CUIDADOS DE EMERGÊNCIA DURANTE O EXAME PRIMÁRIO


✓ Desobstruir e manter a permeabilidade da via aérea
✓ Iniciar manobras de reanimação cardiorrespiratória, se indicado
✓ Controlar hemorragias externas graves, prevenir e/ou combater o choque.
Exame à vítima
EXAME SECUNDÁRIO
Assim o objetivo do exame secundário é o de efetuar uma observação mais detalhada da vítima e caracterizar os
sinais vitais

OBSERVAÇÃO DA VÍTIMA
✓ Interrogue a vítima na pesquisa de sinais e sintomas.
✓ Pesquise, no sentido da cabeça – membros inferiores: alterações na pele ou outras situações tais como
feridas, fraturas ou outros traumatismos.
✓ Na face tenha atenção às pupilas. Avalie a sua resposta à luz (presente ou ausente), o tamanho (normais,
dilatadas ou contraídas) e a simetria (comparação dos tamanhos). Se não existir contração pupilar ou se esta
for diferente de pupila para pupila, poderá indicar sofrimento do Sistema Nervoso Central .

Pupilas contraídas Pupilas assimétricas Pupilas dilatadas


Exame à vítima
características da respiração
CARACTERIZAÇÃO DOS SINAIS VITAIS

Os indicadores das principais funções do organismo designam-se por sinais vitais e são os seguintes:
✓ Ventilação;
✓ Pulso;
✓ Temperatura.

Caracterização da ventilação

A ventilação consta de um movimento inspiratório (entrada de ar para os pulmões) e um movimento expiratório


(saída de ar dos pulmões).

Ao conjunto de uma inspiração e uma expiração, dá-se o nome de ciclo ventilatório.

Avalia-se e regista-se:
✓ Frequência
✓ Amplitude
✓ Ritmo
Exame à vítima
características da respiração
Caracterização da ventilação

Frequência A frequência indica o número de ciclos ventilatórios por minuto (a frequência ventilatória considerada normal
num adulto é de 12 a 20 ciclos por minuto).
Amplitude A amplitude revela a forma como a caixa torácica se expande em cada ciclo ventilatório e assim, consoante a
expansão do tórax, teremos três tipos de amplitude ventilatória:
- Normal;
- Superficial
- Profunda.
Ritmo O ritmo indica se os ciclos ventilatórios se processam a intervalos regulares, isto é, se o espaço de tempo que
decorre entre cada ciclo é sempre igualou não.
Assim, teremos ritmo:
- Regular;
- Irregular

Como proceder à avaliação da ventilação:


1. Conte o número de ciclos ventilatórios, observando quantas vezes a caixa torácica se expande.
Cada expansão (inspiração) é seguida de contração (expiração), correspondendo a uma ventilação completa (ciclo
ventilatório)
2. Faça a contagem durante 60 segundos, enquanto verifica a amplitude e a regularidade da ventilação.
Exame à vítima
características da pulso
Caracterização do pulso
O pulso é um dos sinais vitais e dá-nos indicações importantes sobre o funcionamento do coração e sobre a circulação sanguínea.
O pulso deve ser palpado num ponto onde uma artéria é comprimida contra um osso ou um músculo.
Avalia-se:
✓ Frequência;
✓ Amplitude;
✓ Ritmo.
Frequência A frequência cardíaca é o número de pulsações por minuto. Esta deve ser avaliada durante 60 segundos para
detetar possíveis irregularidades de ritmo cardíaco.
A frequência cardíaca considerada normal num adulto é de 60 a 90 pulsações por minuto.
Amplitude A Amplitude indica a forma como se sente a onda de sangue passar ao longo da artéria. Em simultâneo com a
determinação da frequência cardíaca, o socorrista avalia também se o pulso está:
- Cheio
- Fino.
Ritmo Na avaliação do pulso, verifica-se também se as pulsações se processam a intervalos de tempo iguais,
podendo o ritmo ser:
- Regular
- Irregular.
Exame à vítima
características do pulso
Caracterização do pulso

Como proceder para avaliar o pulso

1. Não esqueça que os dedos utilizados para palpar o pulso são sempre o indicador e o médio.
2. Evite comprimir excessivamente a artéria para não suprimir o pulso.
3. Na vítima consciente o pulso que deve palpar é o radial
4. Ao palpar o pulso carotídeo tente palpar sempre a carótida do lado mais próximo de si

Pesquisa de pulso radial Pesquisa de pulso carotídeo


Exame à vítima
características da temperatura / pele
Caracterização da temperatura

A medição da temperatura faz-se através de um termómetro, seguindo as suas indicações de utilização. De


acordo com os valores encontrados:
✓ Temperatura elevada ou hipertermia, se o valor indicado pelo termómetro é superior a 37,5ºC.
✓ Temperatura normal ou apirético, se o valor está entre os 35,0ºC e os 37,5ºC
✓ Temperatura abaixo do normal ou hipotermia, se o valor da temperatura é inferior a 35ºC)

Porque fornece um valor exato, o método de avaliação da temperatura com um termómetro é o mais indicado. No
entanto, o socorrista pode avaliar rapidamente a temperatura de alguém, de forma indireta, através da comparação
com a sua própria temperatura. Para tal, deve colocar as costas da sua mão na testa da vítima. Se sentir que a testa está
muito quente, é provável que esta esteja com hipertermia. Pelo contrário, se sentir a testa fria poderá significar que a
vítima está hipotérmica.

A avaliação da coloração e humidade da pele faz-se através da observação das zonas expostas, nomeadamente da
face e das mãos. O exame da pele pode revelar uma coloração que vai da palidez ao arroxeado, numa pele que pode
estar seca ou suada.
Utilização/ativação do DAE
A morte súbita cardíaca é causada por uma arritmia cardíaca chamada fibrilhação ventricular, que impede o coração de
bombear o sangue. O único tratamento eficaz para a fibrilhação é a desfibrilhação elétrica que consiste na
administração de choques elétricos ao coração parado, possibilitando que o ritmo cardíaco volte ao normal. Nestes
casos, a probabilidade de sobrevivência é tanto maior quanto menor for o tempo decorrido entre a fibrilhação e a
desfibrilhação.

A experiência internacional demonstra que em ambiente extra-hospitalar, a utilização de desfibrilhadores automáticos


externos (DAE) por pessoal não médico aumenta significativamente a probabilidade de sobrevivência das vítimas.

No entanto, só a existência de uma Cadeia de Sobrevivência eficiente permite tornar a Desfibrilhação Automática
Externa (DAE) um meio eficaz para a melhoria da sobrevida após paragem cardiorrespiratória (PCR) de origem cardíaca.

Por “Cadeia de Sobrevivência” entende-se o conjunto de ações sequenciais realizadas de forma integrada por diferentes
intervenientes e que consiste em 4 elos fundamentais:
✓ Acesso precoce ao Sistema Integrado de Emergência Médica – 112
✓ Início precoce de Suporte Básico de Vida (SBV)
✓ Desfibrilhação precoce
✓ Suporte Avançado de Vida (SAV) precoce
Utilização/ativação do DAE
O Programa Nacional de Desfibrilhação Automática Externa (PNDAE) foi desenvolvido após a publicação do
Decreto-Lei 188/2009 de 12 de agosto que veio estabelecer as regras a que se encontra sujeita a prática de DAE por
pessoal leigo em ambiente extra-hospitalar.

Diz o Decreto-Lei que “o sistema agora criado integra a DAE em ambiente extra-hospitalar num contexto
organizativo estruturado e com rigoroso controlo médico, com o objetivo de minimizar, tanto quanto possível, os
riscos de utilização indesejável dos equipamentos. Neste sistema, o papel central na regulação da atividade de DAE
em ambiente extra-hospitalar cabe ao Instituto Nacional de Emergência Médica, I.P. (INEM).”

O INEM desenvolveu assim o PNDAE previsto na legislação e, paralelamente, definiu os requisitos necessários quer
para o licenciamento de programas de DAE quer para a acreditação de entidades ou escolas de formação em
Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa.

Assim, e de acordo com o Decreto-Lei 188/2009 de 12 de agosto, dependem de licença, a instalação e utilização de
equipamentos de DAE em:
✓ Ambulâncias de Socorro ou Transporte tripuladas por operacionais não pertencentes ao INEM;
✓ Em Locais de Acesso ao Público.
Utilização/ativação do DAE
Em 8 de agosto de 2012, foi publicada a primeira alteração ao Decreto-Lei 188/2009 de 12 de agosto, através do
Decreto-Lei 184/2012 que veio tornar obrigatória a instalação de equipamentos de DAE em determinados locais de
acesso público, nomeadamente nos estabelecimentos comerciais de dimensão relevante.

A instalação de DAE passa assim a ser obrigatória nos seguintes locais:


✓ Estabelecimentos de comércio a retalho, isoladamente considerados ou inseridos em conjuntos comerciais, que
tenham uma área de venda igual ou superior a 2000 m2;
✓ Conjuntos comerciais que tenham uma área bruta locável igual ou superior a 8000 m2;
✓ Aeroportos e Portos Comerciais;
✓ Estações ferroviárias, de metro e de camionagem, com fluxo médio diário superior a 10 000 passageiros;
✓ Recintos desportivos, de lazer e de recreio, com lotação superior a 5000 pessoas.

As entidades responsáveis pela exploração dos locais de acesso público referidos dispõem do prazo de dois anos para o
cumprimento integral do disposto no presente diploma, contado da data da sua entrada em vigor, ou seja, dia 1 de
setembro de 2012.
Utilização/ativação do DAE
Alguns DAE ligam-se automaticamente quando se abre o aparelho.
Outros é necessário premir o botão ON.
✓ Se houver outro reanimador presente, deixe-o realizar as
compressões torácicas e a respiração boca-a-boca enquanto você
ativa o DAE.
✓ Remova a roupa do tórax da vítima.
✓ Remova as pás de qualquer invólucro.
✓ Os invólucros geralmente mostram a posição correta das pás
no tórax.
✓ Na maioria dos casos a posição também vem desenhada
nas próprias pás do DAE.
Utilização/ativação do DAE
Colocação da 1.ª pá
Uma pá do DAE deve ser colocada
abaixo da axila esquerda.

Colocação da 2.ª pá
A outra pá deve ser colocada
abaixo da clavícula direita,
junto ao esterno.
Utilização/ativação do DAE
AFASTAR

✓ Permaneça quieto durante a análise.

✓ Assegure-se de que ninguém toca na


vítima enquanto o DAE analisa o
ritmo cardíaco.
Utilização/ativação do DAE
ADMINISTRAR CHOQUE

Quando estiver indicada a desfibrilhação:

✓ Assegure-se de que toda a gente está


afastada da vítima;

✓ Pressione o botão de desfibrilhar.


Utilização/ativação do DAE
SIGA AS INSTRUÇÕES VERBAIS DO DAE
✓ Se o DAE lhe indicar que deve iniciar RCR, inicie as compressões torácicas e a respiração boca-a-boca
imediatamente.
✓ Se em qualquer momento a vítima inicia a ventilação espontânea, pare as manobras de RCR, deixando as
pás no tórax. Se a vítima permanecer inconsciente, coloque-a na posição lateral de segurança.

30 : 2
QUESTÕES IMPORTANTES NA UTILIZAÇÃO DO DAE
Tórax Molhado
Algumas vitimas podem apresentar o tórax molhado devido, por exemplo, a sudorese ou a seguir a um salvamento
dentro de água. Seque sempre o tórax antes de aplicar as pás do DAE.

Pilosidade
Só raramente os pelos do tórax causam problemas na aderência das pás do DAE.
Nestes casos pode ser necessário rapar ou cortar alguns pelos para obter um contacto adequado. Não corte os pelos
por rotina é um desperdício de tempo.

Adesivos
Remova todos os adesivos ou outro material aderente à pele da vítima de modo a assegurar um bom contacto das pás
do AED. Algumas das vítimas podem ter adesivos contendo medicação, os quais devem ser removidos de imediato, pois
podem provocar explosões e ou queimaduras.

Pacemakers
Algumas vitimas são portadoras de pacemaker. Geralmente são visíveis sob a pele na parede torácica logo abaixo da
clavícula. Assegure-se de que as pás do DAE não são colocadas em cima de pacemaker, mas sim ao lado ou abaixo.

Jóias
Remova qualquer peça de joalharia metálica que possa estar em contacto com as pás do DAE. As pás devem estar
afastadas das joias amovíveis, incluindo as que são usadas nos piercings.
QUESTÕES IMPORTANTES NA UTILIZAÇÃO DO DAE
Segurança do Reanimador
Não toque na vítima durante a análise do ritmo, a carga da energia ou durante a desfibrilhação. Tocar na
vítima durante a análise pode causar movimento que irá interferir com o reconhecimento do ritmo da
vítima, podendo causar atraso na desfibrilhação.

Segurança de Terceiros
Assegure-se de que o ambiente é seguro. Durante a análise, carga e especialmente durante a
desfibrilhação, assegure-se de que ninguém toca na vítima nem em nada do que a rodeia ( ex. a cama ).

Grite “ afastar “ e confirme visualmente que ninguém está em contacto com a vitima.

Elevadas concentrações de oxigénio podem gerar faíscas durante a administração


do choque/desfibrilhação.

Afaste as fontes de oxigénio ( ex. máscara facial com oxigénio ) da vítima, durante a desfibrilhação.
SBV/DAE
Utilização/ativação do DAE em crianças

As crianças podem ser reanimadas com sucesso usando-se a sequência de reanimação do adulto, com a
única diferença de que o tórax só deve ser comprimido cerca de um terço da sua profundidade.

Os DAE standard podem ser usados em crianças com idade superior a 8 anos. Para crianças com idade
entre 1 e 8 anos devem ser usadas pás especiais (pediátricas) ou um aparelho pediátrico, se disponível; se
não estiver, deve usar-se, na mesma, o DAE.

Um DAE só deve ser usado em crianças com idade inferior a 1 ano se tiver indicação específica do
fabricante para tal. Deve ser usado de acordo com as instruções do fabricante, o que deverá, certamente,
envolver o uso de pás especiais (pediátricas).
Abordagem do doente com suspeita ou infeção por SARS-CoV-2
Considerando que:

As medidas preventivas no âmbito de COVID-19, devem ter em conta as vias de transmissão direta:
1) gotículas respiratórias (partículas superiores a 5 mícrons);
2) contacto direto com secreções infetadas;
3) aerossóis em procedimentos terapêuticos que os produzem.

Em função do risco de contágio para os profissionais, mas tendo em conta a obrigatória racionalização de recursos
materiais em tempos de pandemia, emitem-se as seguintes recomendações na abordagem de doentes sem suspeita
ou infeção por SARS-CoV-2:

✓ O uso de Proteções Básicas de Controlo de Infeção (PBCI) em todas as ocorrências, conforme descrito na
Orientação Técnica – Equipamentos de Proteção Individual;
✓ A colocação de máscara cirúrgica em todos os doentes e acompanhantes durante o transporte. Se for uma criança
oferecer a máscara ao progenitor/acompanhante, que ajudará a criança na colocação;
✓ O uso preferencial de máscara FFP2 no contacto direto com o doente, sendo obrigatória sempre que não for
possível colocar máscara cirúrgica no doente;
✓ A realização da abordagem da vítima (sempre que possível) apenas por um operacional, que avaliará o doente e
passará dados para regulação médica, sobre a necessidade de transporte ao hospital e/ou apoio diferenciado;
✓ O 2º elemento só se equipará a pedido do responsável da equipa e se for necessário ajuda na abordagem /
transporte até à ambulância;
Abordagem do doente com suspeita ou infeção por SARS-CoV-2
A abordagem de uma situação de PCR (procedimento gerador de aerossóis) em doente com suspeita ou
infeção por SARS-CoV-2 deve ter em consideração os seguintes aspetos:
• Proteção da equipa;
• Risco/benefício;
• Disponibilidade e utilização adequada de EPI;
• Proficiência.

1) A equipa deverá utilizar o EPI adequado, de acordo com a Orientação Técnica – Equipamentos de
Proteção Individual;
2) Confirmar a paragem cardiorrespiratória avaliando a ausência de sinais de vida e a ausência de
respiração normal, evitando o contacto com o rosto e a boca da vítima. NÃO EXECUTE A MANOBRA
VER, OUVIR E SENTIR (VOS);
3) Se criança, realizar 5 insuflações;
4) Pedir apoio diferenciado (o 2º elemento);
5) Colocar máscara cirúrgica no doente (se adulto);
6) Ligar DAE de acordo com protocolo habitual SBV DAE e seguir as instruções;
7) Iniciar compressões torácicas;
Abordagem do doente com suspeita ou infeção por SARS-CoV-2

8) Garantir a oxigenação:
a) Insuflações com máscara e insuflador manual, com oxigénio a 15 L/min, da seguinte forma:
✓ Colocar um filtro HEPA (ou HDE) entre a máscara e o insuflador manual;
✓ Realizar a técnica a dois elementos para melhor selagem/maior segurança para a equipa (2º elemento
fixa a máscara e o 1º elemento insufla nas pausas das compressões);
✓ Mantém SBV de qualidade a um ritmo de 30:2, trocando elementos de 2 em 2 minutos.
b) Em alternativa, optar pela oxigenação passiva, nomeadamente em equipas com menor proficiência na
utilização do insuflador manual:
• Colocar cânula nasal / máscara facial ao doente, seguida de máscara cirúrgica. Ligar O2 a 15L/min;
• Realizar compressões torácicas ininterruptas 100 a 120 por minuto;

9) A cada interrupção para análise de ritmo do DAE, trocar o elemento nas compressões
10) Em caso de choque recomendado, desligar O2 na fonte antes de aplicar o choque;
Abordagem do doente com suspeita ou infeção por SARS-CoV-2

A abordagem de doentes com suspeita ou infeção por SARS-CoV-2 deverá ter em conta a relação benefício para o
doente versus risco para os profissionais e comunidade.

Assim:
• A prioridade é vestir o EPI antes de abordar o doente;
• A ventilação manual e as compressões torácicas são manobras geradoras de aerossóis;
• Deve-se colocar máscara cirúrgica na cara do doente antes de iniciar compressões torácicas;
• Recomenda-se a aspiração de secreções, apenas quando estritamente necessário (ex: compromisso da via aérea);
• Reforça-se para a correta colocação e remoção do EPI, conforme Orientação Técnica;
• Recomenda-se a limpeza e desinfeção de todos os equipamentos, no qual se inclui o aparelho de DAE, conforme
Orientação Técnica.

O cumprimento destas recomendações visa proteger o operacional, adaptando a necessidade de intervenção à situação
de exceção atual, sendo determinante na diminuição do risco de exposição e transmissão de doenças infetocontagiosas
aos profissionais, utentes e comunidade.
Algoritmo Suporte Básico de Vida e Desfibrilhação Automática Externa adaptado
para COVID-19 (European Resuscitation Council)

Não responde e não respira normalmente: Avaliar a respiração visualmente; não abrir a via aérea nem se aproximar do nariz e da boca da vítima

Chamar equipa de SAV e informe sobre estado COVID 19

Cobrir o nariz e aboca da vítima com uma máscara cirúrgica ou um pano

Aplicar o DAE assim que disponível, mesmo usando apenas EPI de precaução contra gotículas

Envergar EPI para transmissão por via aérea

Efetuar 30 compressões torácicas

Efetuar 2 ventilações inicias com máscaras e insuflador


(oxigénio a 100%) 2 insuflações Trocar reanimadores a cada 2 minutos
Não através de boca-a-boca ou boca-a-máscara
M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação 6570
Abordagem geral
de noções básicas de

Formador: José Faceira


M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação

Objetivos gerais:

▪ Identificar as emergências médicas mais frequentes


▪ Identificar os principais sinais e sintomas característicos das emergências médicas.
▪ Aplicar os primeiros socorros adequados a cada emergência médica.
▪ Identificar os vários tipos de hemorragias.
▪ Identificar os sinais e sintomas mais comuns das hemorragias.
▪ Listar e descrever os vários métodos de controlo de hemorragias.
▪ Controlar uma hemorragia através dos métodos de controlo.
▪ Identificar os tipos de feridas mais comuns.
▪ Tratar uma ferida utilizando pensos e ligaduras.
▪ Identificar os tipos de queimaduras mais comuns.
▪ Tratar provisoriamente uma queimadura.
M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação

Objetivos gerais:

▪ Identificar os traumatismos mais comuns dos membros.


▪ Reconhecer o que fazer e/ou não fazer nestes casos.
▪ Identificar as situações específicas que requerem a intervenção do profissional de Saúde.
▪ Explicar que as tarefas que se integram no âmbito da sua intervenção terão de ser sempre executadas
com orientação e supervisão de um profissional de saúde.
▪ Identificar as tarefas que têm de ser executadas sob supervisão direta do profissional de saúde e
aquelas que podem ser executadas sozinho.
M.A. Escola de Formação Técnica
Entidade Certificada na Área da Saúde e Educação

Objetivos específicos:

No final do módulo o formando deve:

✓ Desenvolver competências técnicas e científicas relacionadas com os vários tipos de emergências


médicas;
✓ Compreender a importância da correta atuação nas emergências médicas mais comuns;
✓ Identificar as causas, classificação e medidas preventivas atinentes às emergências médicas mais
comuns;
✓ Reconhecer as boas práticas do papel do socorrista não só na atuação, como também na evicção de
comportamentos considerados contraindicados perante os vários tipos de emergências médicas.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma dor de origem cardíaca
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma dor de origem cardíaca
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma dor de origem cardíaca
Sinais relacionados com a dor torácica que podem fazer suspeitar de um
ataque cardíaco e que por isso constituem um sinal de alerta

✓ Dor com sensação de esmagamento ou pressão;


✓ Falta de ar;
✓ Suores abundantes;
✓ Náuseas ou vómitos;
✓ Irradiação da dor para as costas, pescoço, maxilar inferior, abdómen superior ou para os
ombros e braços;
✓ Sensação de desmaio iminente ou perda de consciência (síncope);
✓ Sensação de batimento cardíaco lento, rápido ou irregular.

As pessoas que experimentem uma dor torácica associada a qualquer um dos sintomas referidos acima devem consultar
um médico de imediato, especialmente se estiverem nas seguintes situações:
✓ Recorrência da dor torácica nos dias anteriores;
✓ Aparecimento de um sinal de alerta (síncope, por exemplo);
✓ Recidiva da dor torácica em indivíduos com história de doença coronária (sintomas semelhantes aos de um “ataque
cardíaco” anterior).
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um enfarte do miocárdio
Tipicamente os sintomas do enfarte são uma dor no meio ou à esquerda do peito, tipo aperto, pressão ou peso, muitas
vezes com irradiação para o braço esquerdo, mandíbula e/ou costas. A dor pode ser desencadeada por esforço físico,
stress emocional ou após uma refeição exagerada, mas também pode surgir subitamente em repouso.

A dor do enfarte piora gradual e é normalmente acompanhada de suores, falta de ar, palidez, inquietação e, muitas
vezes, náuseas e vómitos. Ao contrário da angina estável, no enfarte a dor dura vários minutos e não há alívio com
repouso.

Uma curiosidade é o fato do paciente frequentemente relatar a sua dor no peito como um aperto, fechando o punho e
encostando a mão ao peito para tentar descrever essa dor opressiva.

Quando o enfarte se apresenta com os seus sintomas clássicos, o próprio paciente consegue suspeitar que sua dor tenha
origem em uma isquemia do coração. Nestes casos, o paciente costuma procurar atendimento médico rapidamente.

O problema reside nos enfartes que apresentam sintomas atípicos, como é relativamente comum nos pacientes idosos,
mulheres ou diabéticos. Muitas vezes não há dor no peito e os sintomas se restringem a cansaço intenso, náuseas e/ou
um desconforto inespecífico no peito ou abdômen. Há muitos casos de pacientes que enfartam e não se apercebem. Se
a área necrosada for pequena e os sintomas atípicos, o paciente só costuma descobrir que já enfartou quando vai fazer
um eletrocardiograma ou um ecocardiograma de rotina.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um enfarte do miocárdio (EAM)

Dor EAM
SINTOMAS do EAM
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma crise asmática

A maioria das pessoas com asma fica longos períodos sem sintomas, intercalados com as crises quando expostos
a algum agente. No entanto, algumas pessoas têm a deficiência respiratória quase que cronicamente, com
alguns episódios mais graves em determinados períodos.

Os ataques de asma podem durar minutos a dias e podem se tornar perigosos se o fluxo de ar estiver muito
restrito.

Os principais sintomas são:

✓ Tosse com ou sem produção de escarro (muco)


✓ Repuxar a pele entre as costelas durante a respiração (retrações intercostais)
✓ Deficiência respiratória que piora com exercício ou atividade
✓ Chiado
✓ Falta de ar
✓ Aperto no peito
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma crise asmática

Também se deve atender à qualidade da respiração. Pode ser grave se ela apresentar algumas das seguintes
características:

✓ Respiração ofegante seguida de períodos sem sintomas


✓ Respiração que piora à noite ou no início da manhã
✓ Falta de ar repentina, que melhora quando se usa medicamentos que abrem as vias respiratórias (broncodilatadores)
✓ Respiração falha ao inspirar ar frio
✓ Respiração comprometida ao fazer exercícios
✓ Piora com azia (refluxo). Situações de emergência:

✓ Lábios e rosto de cor azulada (cianosada)


✓ Nível diminuído de agilidade, como sonolência grave ou
confusão, durante um ataque de asma
✓ Extrema dificuldade em respirar
✓ Pulsação rápida (taquicardia)
✓ Ansiedade grave devido à deficiência respiratória
✓ Sudorese
✓ Chiado audível, confundindo-se com miado de gato.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um AVC

O AVC é uma emergência médica e a rapidez de ação pode determinar a extensão dos danos e o grau de sucesso do
tratamento.

Acidente vascular cerebral ou AVC designa a interrupção súbita na circulação sanguínea para o cérebro, que assim fica
impedido de receber oxigénio e nutrientes, indispensáveis à sua normal atividade, o que provoca a morte de tecido
cerebral.

Na sua origem está, em 85% dos casos, um bloqueio da irrigação sanguínea devido à obstrução de uma artéria cerebral
– AVC isquémico. Este bloqueio pode dever-se a uma trombose (quando se forma um coágulo no interior de uma
artéria cerebral) ou a uma embolia (quando um coágulo pré-existente é transportado pela circulação sanguínea).

Em cerca de 15% das situações, o AVC tem origem no rompimento de uma artéria, que dá lugar a uma hemorragia –
AVC hemorrágico.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um AVC
Os sinais/sintomas mais comuns são:

✓ Desvio da cara;
✓ Falta de força num dos lados do corpo (braço, perna);
✓ Dificuldade em falar e de entendimento, confusão.

Os sinais/sintomas menos comuns são:

✓ Alteração de visão (em um ou ambos os olhos);


✓ Dificuldade em andar, tonturas ou falta de equilíbrio;
✓ Dor de cabeça severa e sem causa aparente;
✓ Sensação súbita (em minutos ou horas) de náusea e vómito;
✓ Um breve período de ausência ou diminuição de consciência
(desmaios, confusão, convulsão ou coma).
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um quadro de hiperglicemia
A diabetes é uma doença que se caracteriza pela hiperglicemia que se deve em alguns casos, à insuficiente produção
de insulina pelo organismo, noutros casos à insuficiente ação da insulina e frequentemente, à combinação destes
dois fatores.

As pessoas sem diabetes devem ter uma glicemia entre 80 e 110 mg/dl antes das refeições e até 140 mg/dl depois
das refeições.

Quando de repente deixa de existir insulina no organismo (Diabetes Tipo 1) ou quando existe em quantidade
insuficiente, ou não consegue atuar (Diabetes Tipo 2), o açúcar acumula-se no sangue (provocando hiperglicemia)
em vez de entrar nas células do organismo, para dar a energia necessária para o dia a dia. Nesta situação de
hiperglicemia, para além da falta de forças, as pessoas perdem peso entre outros sintomas:

✓ Urinar em grande quantidade e mais vezes


✓ Ter sede constante e intensa
✓ Sensação de boca seca
✓ Fome constante e difícil de saciar
✓ Cansaço
✓ Comichão no corpo (sobretudo ao nível dos órgãos genitais)
✓ Visão turva
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um quadro de hiperglicemia
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um quadro de hipoglicémia
A hipoglicemia geralmente ocorre em pessoas com diabetes que utilizam fármacos para baixar os níveis de açúcar no
sangue, seja insulina ou comprimidos (antidiabéticos orais).

Esta situação pode acontecer essencialmente por três motivos (isolados ou em conjunto):
✓ toma excessiva/incorreta da medicação
✓ jejum prolongado ou refeições sem alimentos ricos em hidratos de carbono
✓ exercício físico exagerado ou não programado.

A hipoglicemia corresponde a valores de glicemia iguais ou inferiores a 70mg/dl.

Quanto melhor for o controlo metabólico menor será a probabilidade de ocorrer uma hipoglicemia. Saber tratar uma
hipoglicemia é extremamente importante para evitar complicações graves que podem advir, como o coma
hipoglicémico.

A glicose (açúcar) é a principal fonte de energia utilizada pelo nosso corpo, o cérebro, por exemplo, só utiliza glicose
como fonte de energia.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um quadro de hipoglicémia
O que provoca a hipoglicemia?
✓ erros na alimentação, como passar várias horas sem comer ou ingerir quantidades insuficientes de hidratos de
carbono;
✓ erros na administração de medicação oral ou excesso de medicação (oral ou insulina);
✓ exercício físico não programado e sem suporte alimentar antes e depois;
✓ consumo de álcool em excesso e/ou fora das refeições ou então a refeições sem hidratos de carbono.

sinais e sintomas de hipoglicémia sinais e sintomas de hipoglicémia grave


✓ visão turva confusão mental
✓ fraqueza amnésia
✓ tonturas desmaio
✓ náuseas convulsões
✓ sensação de fome (vontade extrema de comer tudo) coma
✓ dor de cabeça
✓ tremores
✓ suores frios
✓ palpitações cardíacas
✓ palidez
✓ ansiedade/irritabilidade.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de um quadro de hipoglicémia
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma crise convulsiva
Uma convulsão ocorre quando há uma atividade elétrica anormal
do cérebro. Essa atividade anormal pode passar despercebida ou,
em casos mais graves, pode produzir uma alteração ou perda de
consciência acompanhada de espasmos musculares involuntários
- que é definido como crise convulsiva ou convulsão. As
convulsões geralmente vêm de repente e variam em duração e
gravidade. A convulsão pode ser um evento único ou acontecer
repetidas vezes. Crises recorrentes caracterizam o diagnóstico de
epilepsia.

As crises epiléticas podem afetar um ou os dois lados do cérebro. Os sintomas podem durar de alguns segundos a
muitos minutos por episódio. Algumas sensações ocorrem como sinais de alerta para uma convulsão que vai
acontecer. Essas incluem:

✓ Sentimentos súbitos de medo ou ansiedade


✓ Sentir-se mal do estômago
✓ Tontura
✓ Alterações na visão.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma crise convulsiva
Esses sintomas podem ser seguidos de uma crise, em que a pessoa pode:

✓ Perder a consciência, seguida por confusão


✓ Ter espasmos musculares incontroláveis
✓ Babar ou espumar pela boca
✓ Cair
✓ Ficar com um gosto estranho na boca
✓ Cerrar os dentes
✓ Morder a língua, que pode sangrar
✓ Ter movimentos oculares rápidos e súbitos
✓ Fazer ruídos estranhos, como grunhidos
✓ Perder o controle da função da bexiga ou intestino
✓ Mudar de humor repentinamente.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma intoxicação
Uma intoxicação corresponde a uma exposição indevida ou em quantidade suficiente, por ingestão, inalação,
injeção, contacto da pele ou ocular, a uma substância ou produto que pode provocar alterações no
organismo ou mesmo levar à morte.

A intoxicação pode ser causada por:

✓ medicamentos, se tomados em doses mais elevadas do que as indicadas pelo médico

✓ cosméticos e produtos de higiene, geralmente de baixa toxicidade (tenha em atenção produtos como é o
caso de tintas para o cabelo)

✓ produtos de limpeza, especialmente lixívias, tira-gorduras e desentupidores de canos, sendo que alguns
destes produtos podem causar queimaduras graves

✓ pesticidas (cumpra as regras de segurança, por exemplo use vestuário de proteção, uma vez que alguns
destes produtos são absorvidos através da pele)

✓ alimentos deteriorados, mal conservados, mal preparados ou fora da prazo de utilização


As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma intoxicação alimentar
Muitos dos casos de diarreia, vómitos e mal-estar de que sofremos são intoxicações alimentares, causadas
pela presença de bactérias nos alimentos que consumimos.

A gravidade das intoxicações alimentares é variável, podendo os


sintomas desaparecer rapidamente ou então progredir para situações
graves e, em algumas circunstâncias, até fatais.

As crianças, as grávidas, os idosos e os doentes contraem intoxicações


mais facilmente e os efeitos são, por vezes, muito sérios. No caso dos
idosos, este risco maior resulta do enfraquecimento dos sistemas
naturais de defesa do nosso organismo.

Os sintomas mais comuns de uma intoxicação alimentar incluem diarreia (algumas vezes com sangue ou pús nas
fezes), dores abdominais fortes, febre, dores de cabeça, vómitos e, geralmente, um enorme cansaço. Se
apresentar algum destes sintomas deve procurar cuidados médicos.
As emergências médicas mais frequentes
principais sinais e sintomas de uma intoxicação alimentar
Alimentos potencialmente mais “contaminadores”
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar na dor torácica de origem cardíaca
A dor torácica de origem cardíaca surge em consequência de um deficiente fornecimento de oxigénio ao músculo
cardíaco. Este fator leva a que este entre em sofrimento (isquémia) tendo como principal sintoma a dor.

A arteriosclerose é a principal responsável por este fornecimento deficitário de oxigénio, uma vez que ao diminuir o
diâmetro das artérias coronárias, reduzindo a elasticidade das mesmas, provoca uma situação que facilita a sua
obstrução e consequentemente a interrupção do fluxo sanguíneo

Perante sinais e sintomas de dor torácica deve:

✓ Não deixar o doente efetuar qualquer esforço;


✓ Colocar o doente numa posição confortável;
✓ Identificar se é o primeiro episódio, se existem doenças anteriores e se faz medicação;
✓ Ligar 112 e responder com calma às perguntas que lhe são feitas, fornecenso as informações recolhidas
previamente;
✓ Aguardar pelo socorro
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar no enfarte agudo do miocárdio

O enfarte agudo do miocárdio é uma verdadeira emergência médica em que todo o tempo conta para salvar uma
vida.

Ligar 112 é extremamente importante pois:

✓ O tempo de atuação é fundamental para a sobrevivências das vítimas;


✓ O tratamento mais eficaz e com maior sucesso é a angioplastia primária, que deve ser efetuada o mais cedo
possível;
✓ O Instituto de Emergência Médica (INEM) tem a possibilidade de identificar os sintomas e enviar os meios
adequados;
✓ Os meios do INEM têm equipamento que permite diagnosticar o enfarte ainda antes da chegada ao hospital;
✓ O doente é encaminhado para o hospital mais indicado, que nem sempre é o hospital mais perto.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de dificuldade respiratória
A dificuldade respiratória, normalmente definida como “falta de ar” pela população em geral e por dispneia
(terminologia médica), pode ter várias causas.

Contudo, esta pode ser considerada normal, sem gravidade, quando resulta (por exemplo), de um esforço físico
extenuante e ser grave quando resulta do agravamento de uma doença pulmonar, cardíaca, intoxicação ou outras
causas.

A queixa de “falta de ar” pode variar de pessoa para pessoa uma vez que este sintoma depende da capacidade
neurológica em identificar este sintoma/sinal.

A maioria dos situações de dispneia no adulto têm as seguintes causas:

✓ Asma (por ”aperto” dos brônquios);


✓ Agravamento da bronquite crónica (por acumulação de secreções);
✓ Edema pulmonar (por problemas cardíacos);
✓ Angina do peito ou enfarte agudo do miocárdio;
✓ Intoxicações (por inalação de fumos os gases);
✓ Outras causas.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de dificuldade respiratória
Verificando-se que podem existir diversas causas na origem de uma crise de “falta de ar”, os procedimentos a adotar
podem ser diversos, no entanto, desse ser adotado um conjunto de medidas que tentem evitar o agravamento da
situação, tais como:

✓ Manter um ambiente calmo em redor da vítima;


✓ Tentar acalmar a vítima;
✓ Manter a vítima sentada sem que faça qualquer esforço;
✓ Ajudar a vítima a respirar, pedindo que expire devagar e pela boca e inspire pelo nariz (cheirar uma rosa e apagar
uma vela);
✓ Se possível, administrar oxigénio em baixa percentagem;
✓ Ligar 112 e informar:
✓ Local exato;
✓ Número de telefone de contacto;
✓ Descrever a situação;
✓ Seguir as instruções dadas pelo operador da central
✓ Aguardar por socorro
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de crise asmática
A asma é uma doença respiratória que pode ser desencadeada por fatores como uma reação alérgica ou uma
infeção, surgindo de um modo súbito.

Perante alguém que esteja a ter um ataque asmático deve:

✓ Manter uma atitude calma;

✓ Retirar a vítima do ambiente que poderá estar na origem da crise;

✓ Colocar a vítima numa posição confortável (sentado ou semi-sentado) que lhe facilite a respiração;

✓ Verifique se a vítima tem um inalador apropriado e procure ajudá-la a utilizá-lo adequadamente;

✓ Ligue de imediato ao 112.


As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de AVC
Reconhecer e agir
Perante queixas de um familiar ou amigo, existem alguns procedimentos que podem facilitar o reconhecimento dos
sinais de AVC:

Peça-lhe que se ria e observe


Um dos lados da face está descaído? A boca está "ao lado"?

Peça-lhe que levante os dois braços e observe


Um dos braços cai, sem força?

Diga uma frase simples e peça-lhe que a repita


Tem dificuldade em falar? As respostas são incoerentes?

Se a resposta a uma destas perguntas for afirmativa, chame o 112 o mais rapidamente possível.
Registe a hora, para saber indicar quando o AVC teve início, e mantenha a calma, para responder às perguntas que
forem colocadas.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de hiperglicémia
A primeira coisa que se deve fazer é verificar a glicémia da pessoa, com um aparelho adequado para medir a
quantidade de açúcar no sangue. Geralmente, valores abaixo de 70 mg/dl indicam uma hipoglicemia e valores muito
acima de 180 mg/dl podem indicar hiperglicemia, especialmente se a pessoa não tiver acabado de comer.

Quando o açúcar está alto no sangue, também chamado de hiperglicemia, o valor do aparelho vai apresentar valores
acima de 180 mg/dl, em jejum, ou acima de 250 mg/dl, a qualquer hora do dia.

Além disso, a pessoa pode apresentar confusão, sede excessiva, boca seca, cansaço, dor de cabeça e hálito alterado.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de hiperglicémia
Nestes casos, deve-se:
Procurar uma seringa de insulina SOS, que a pessoa possa ter
para situações de emergência;
Injetar a seringa na região ao redor do umbigo ou na parte
superior do braço, fazendo uma prega com os dedos, mantendo-a
até ao final da injeção;
Se, passado 15 minutos, o valor do açúcar continuar igual, deve-se chamar
ajuda médica, ligando imediatamente para o número 112 ou levar a
pessoa para o hospital;
Caso a vítima esteja inconsciente, mas a respirar normalmente deve-se
colocar em PLS, enquanto se aguarda a chegada da ajuda médica.
No caso em que não existe uma seringa de insulina de emergência, o
recomendado é chamar imediatamente a ajuda médica ou levar a pessoa
para o hospital, para que seja administrada a dose adequada de insulina.

Além disso, caso se administre a insulina, é importante ficar atento ao valor


de açúcar no sangue durante a hora seguinte, pois existe risco de o valor descer muito se a dose de insulina tiver sido
mais elevada que o necessário. Se o valor ficar abaixo de 70 mg/dl é importante colocar açúcar diretamente no
interior das bochechas e por baixo da língua, para que o valor aumente e estabilize.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de hipoglicémia
Quando os níveis de açúcar estão baixos no sangue, chamado de hipoglicemia, o aparelho mostra glicemia inferior a
70 mg/dl e é comum que a pessoa apresente sinais como tremores, pele fria, suores, palidez ou desmaio.

Nestes casos, é importante:


✓ Colocar 1 colher de sopa de açúcar ou 2 pacotes de açúcar no interior da boca e debaixo da língua;
✓ Caso o valor de açúcar no sangue não aumente ou os sintomas não melhorem em 10 minutos, deve-se voltar a
dar açúcar à pessoa;
✓ Se passado mais 10 minutos o nível de açúcar ou os sintomas continuarem iguais, deve-se chamar a ajuda
médica, ligando imediatamente para o número 112 ou levar a pessoa para o hospital;
✓ Se a pessoa ficar inconsciente, mas a respirar normalmente, deve-se colocar na posição lateral de segurança
enquanto espera pela ajuda médica.

✓ Quando o valor de açúcar no sangue fica baixo por muito tempo, é possível que a pessoa entre em paragem
cardiorrespiratória.. Por isso, caso se observe que a pessoa não respira deve-se proceder ao algoritmo das
técnicas de SBV
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de convulsão (epilepsia)
Se testemunhar uma convulsão, tente manter a calma e antes e chame um serviço de emergência. Preste
muita atenção para o que acontece durante e após a crise.

Durante uma convulsão:

✓ Proteja a pessoa de uma lesão

✓ Tentar repousar a pessoa suavemente no chão, caso ela dê sinais de que irá cair

✓ Tente afastar os móveis ou outros objetos que possam ferir a pessoa durante a convulsão

✓ Se a pessoa que está tendo uma convulsão já está no chão quando você chegar, coloque algo macio sob
sua cabeça

✓ Não force nada, incluindo os dedos, na boca da pessoa. Colocar algo na boca da pessoa pode causa-lhe
lesões graves

✓ “Ajude” até a crise passar


As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em casos de convulsão (epilepsia)
Após uma convulsão:

✓ Verifique se a pessoa sofreu lesões


✓ Se a pessoa está tendo dificuldade para respirar, use o dedo para limpar suavemente a boca de qualquer
vômito ou saliva
✓ Desaperte as roupas apertadas em volta do pescoço e da cintura da pessoa
✓ Forneça uma área segura, onde a pessoa possa descansar
✓ Não dê nada para ela comer ou beber até que a pessoa esteja totalmente acordada e alerta
✓ Fique com a pessoa até que ela esteja acordada e familiarizada com o ambiente. A maioria das pessoas vai
ficar sonolenta ou confusa após uma convulsão, devendo-a colocar em PLS até chegada do 112

Tente registar:
✓ Que tipo de movimento do corpo ocorreu?
✓ Quanto tempo durou a convulsão?
✓ Como a pessoa agiu imediatamente após o ataque?
✓ Existem lesões?
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação
Em caso de um acidente por intoxicação, mantenha a calma. Não se precipite, mas não perca tempo. Contacte a
Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250.

Após o contacto telefónico, responda às perguntas, indicando:

✓ quem – idade, sexo

✓ o quê – nome do medicamento ou produto (se possível tenha a embalagem consigo), animal, planta

✓ quanto – quantidade ingerida (aproximadamente) ou tempo de exposição ao produto

✓ quando – há quanto tempo

✓ onde – em casa, na rua, no local de trabalho

✓ como – em jejum, com alimentos, com bebidas alcoólicas


As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação
Se um produto tóxico entra em contacto com os olhos:

✓ lave com água corrente durante 15 minutos, mantendo as pálpebras abertas


✓ não aplique quaisquer produtos
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250

Quando um produto entra em contacto com a pele:

✓ retire as roupas contaminadas


✓ lave abundantemente com água corrente durante 15 minutos
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250

Em caso de inalação de um produto:

✓ retire a pessoa fora do ambiente contaminado, de preferência para o ar livre


✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação
Em caso de ingestão de um produto tóxico:

✓ não provoque o vómito


✓ dê a beber alguns golos de água ou leite
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250

Em caso de uma picada de insetos (abelha, vespa, lacrau ou cobra):

✓ imobilize a zona atingida


✓ aplique frio/gelo
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250

Em caso de uma picada de peixe-aranha:

✓ imobilize a zona atingida


✓ aplique calor
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250
✓ Para evitar picadas de peixe-aranha use calçado apropriado, sobretudo nas praias em que souber da sua existência.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação

O que devo fazer em caso de contacto com alforrecas?


Poderá desenvolver uma reação alérgica no local de contacto, cuja gravidade depende da intensidade da exposição
e da sensibilidade individual.
Em caso de contacto com uma alforreca:

✓ lave com água do mar sem esfregar (nunca use água doce, vinagre ou álcool)
✓ aplique frio/gelo
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250

Pode tentar remover os tentáculos com a ajuda de um cartão de plástico (por exemplo, cartão multibanco ou carta
de condução). Não utilize pinças. Não coloque ligaduras.

Nunca toque nos tentáculos. Mesmo quando mortas, as células urticantes mantêm-se ativas. Evite tomar banho
em locais com alforrecas.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação

Como devo agir se o conteúdo de uma cápsula de detergente atinge as mãos ou a boca de uma criança?

Quando uma cápsula de detergente rebenta nas mãos ou na boca de uma criança, pode atingir os olhos, a
cavidade oral e a pele, provocando lesões nestes órgãos.

As lesões resultam, consoante o órgão atingido, do contacto direto com o produto:


✓ na pele: eritema (pele vermelha, irritada)
✓ nos olhos: ardor, olho vermelho, edema (inchaço) nas pálpebras ou mesmo uma queimadura química
✓ na boca: vómitos, alterações na orofaringe (garganta), ou alterações respiratórias por aspiração do produto

Em caso de acidente com este tipo de produto:

✓ lave abundantemente com água corrente


✓ no caso de contacto por via ocular (olhos) a lavagem deve ser feita, também com água corrente, durante 10
a 15 minutos, afastando as pálpebras
✓ contacte a Linha do Centro de Informação Antivenenos (CIAV) – 800 250 250
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação

Causas de Intoxicações por medicamentos

✓ Idade avançada (deficits motores)

✓ Polifarmacologia;

✓ Deficits cognitivos (demência; confusão; perdas de memória);

✓ Analfabetismo;

✓ Eventos de vida (luto; depressão; isolamento)


As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação
Prevenção de Intoxicações por medicamentos

✓ Deve evitar-se o consumo de fármacos não prescritos pelo médico.

✓ Antes de tomar algum medicamento, consultar a data de validade.

✓ Cada medicamento deve ser guardado na sua embalagem original com as etiquetas.

✓ Os medicamentos devem ser guardados nas condições aconselhadas pelo fabricante (lugar fresco e seco e por
vezes no frigorífico).

✓ Conservar também o folheto para se saber, a todo o momento, o nome e indicação do fármaco.

✓ É aconselhável saber para que serve cada um dos medicamentos que se tomam e saber quantas doses devem
ser tomadas ao longo do dia. Para isso, é aconselhável assentar estas informações nas embalagens. São muito
úteis as caixinhas de comprimidos mensais ou semanais, os quadros ou suportes tipo “notas” na cozinha.

✓ Suspender a medicação quando terminar o prazo indicado pelo médico.


As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação
Prevenção de Intoxicações por medicamentos

✓ Seguir as instruções adequadamente: doses, horário, condições especiais de administração.

✓ Comunicar qualquer possível alteração atribuível ao fármaco.

✓ Perguntar ao médico qualquer dúvida que tenha e insistir se houver algo que não entenda.

✓ Não abandonar o tratamento sem antes consultar o médico.

✓ Tentar memorizar os medicamentos que toma. Se tal não é possível, elaborar uma pequena folha com a
medicação que toma: para o que é tomada, as doses, …..

✓ Informar o médico se alguma vez teve algum problema alérgico com um fármaco.

✓ Se o tratamento é crónico, é importante que os pacientes não esperem pelo último dia para que lhe forneçam a
medicação.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação por gás
A maioria destas intoxicações ocorre por esquecimento, maus hábitos, e alguns “problemas” habitacionais. Por
isso, há que aconselhar os idosos sobre a importância de adquirirem certos hábitos que ajudarão a evitar este
tipo de acidentes.

✓ Evitar a utilização de braseiros de carvão, lareiras e aquecedores de butano.

✓ Rever periodicamente as instalações do gás. Pedir a assistência técnica de um especialista.

✓ Nunca adormecer sobre as mesas que tenham por baixo braseiras ou aquecedores.

✓ Ao deitar-se verificar se as torneiras do gás estão fechadas


As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação por
monóxido de carbono (CO)
O monóxido de carbono (CO) é um gás muito tóxico, mas inodoro, incolor e insípido, que se mistura facilmente no
ar ambiente de uma habitação, sem que as possíveis vítimas tenham consciência de estar expostas a uma
atmosfera suscetível de provocar intoxicações e mesmo a morte. O risco aumenta com o tempo de exposição;

Muitos aparelhos que usamos no dia-a-dia funcionam com base em combustíveis – sólidos (lenhas, carvão),
líquidos (petróleo, gasóleo) ou gasosos (gás natural, propano, butano ou GPL), - cuja queima pode ser fonte de
CO.

Os grupos mais suscetíveis aos efeitos do CO são as crianças, os idosos e as pessoas com doenças cardíacas,
respiratórias ou anemia. Os automóveis libertam para a atmosfera elevadas quantidades de monóxido de
carbono.

A análise dos acidentes resultantes de intoxicações como CO, a maioria dos acidentes/intoxicações por gás CO
ocorrem no Outono/Inverno e têm a sua origem em equipamentos para aquecimento (salamandras e caldeiras)
que, normalmente por esquecimento, são deixadas acesas durante a noite.

A taxa de letalidade (relação entre o numero de óbitos e o número de vítimas) é elevada: 5%.
As emergências médicas mais frequentes
principais cuidados a prestar em situações de intoxicação por
monóxido de carbono (CO)
Cuidados a prestar:

✓ Afastar a vítima da exposição e arejar o local;

✓ Iniciar a avaliação num sitio que considere seguro (sem fontes de produção de CO e bem arejado);

✓ Permeabilizar a via aérea, se vitima inconsciente ou com diminuição do estado de consciência;

✓ Administrar Oxigénio a 15l /min por máscara (mesmo a vitima sem dispneia e com SpO2 normal)

✓ Avaliação de sinais vitais e glicémia;

✓ Combater hipotensão, se presente, com elevação dos membros inferiores;

✓ Manter temperatura corporal e promover arrefecimento se hipertermia grave;


Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Classificação quanto ao agente causal:

✓ Incisas ou cortantes (provocadas por agentes perfurantes e/ou cortantes; Bordos regulares, nítidos e retilíneos;
predomínio do comprimento sobre a profundidade)

✓ Corto-contusas (o traumatismo causa a penetração do agente traumatizantes. Ex. machado)

✓ Lácero-contusas ( rasgo ou perda tecidular, compressão ou esmagamento da pele. Bordos irregulares e


multiangulares. Ex. mordida de cão)

✓ Perfurantes (provocada por agentes cortantes e/ou perfurantes. Ex. punhal. Externamente com pequena lesão
mas profundamente com comprometimento das estruturas internas)

✓ Escoriação (tangencial à superfície da pele; muito dolorosas; provocadas por fricção ou arrastão)

✓ Hematoma ou equimose (provocada por rotura dos capilares sem perda da continuidade da pele)
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas

Classificação quanto ao grau de contaminação:

✓ Limpas - são as produzidas em ambiente cirúrgico, sendo que não foram abertos sistemas como o digestivo,
respiratório e génito-urinário. A probabilidade da infeção da ferida é baixa, em torno de 1 a 5%.

✓ Limpas-contaminadas – também são conhecidas como potencialmente contaminadas. Contaminação grosseira


(faca de cozinha ou nas situações cirúrgicas em que houve abertura dos sistemas contaminados descritos
anteriormente). O risco de infeção é de 3 a 11%.

✓ Contaminadas - há reação inflamatória; são as que tiveram contacto com material como terra ou fezes. Também
são consideradas contaminadas aquelas em que já se passou seis horas após o acto que resultou na ferida. O risco
de infeção da ferida já atinge 10 a 17%.
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Fases de cicatrização das feridas

1. Fase inflamatória – logo após traumatismo. Vasodilatação e criação de trombos e coagulação


2. Fase de epitelização – 24 a 48 horas. Recobertura com células epiteliais e queratinização
3. Fase celular – do 3.º ao 10.º dia. Secreção de colagénio que responsável pela força e integridade dos tecidos
4. Fase de fibroplastia
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Fatores que influenciam a cicatrização das feridas

✓ Idade – a idade torna os tecidos menos flexíveis existindo também uma diminuição progressiva do colagénio.

✓ Nutrição - um balanço nutricional adequado melhora a cicatrização.

✓ Estado imunológico - a ausência de leucócitos retarda a fagocitose e a lise de restos celulares, prolongando a fase
inflamatória e a infeção. Na ausência de monócitos a formação de fibroblastos é deficitária.

✓ Oxigenação - a anoxia altera a síntese de colagénio com à menor força mecânica na formação de fibras.

✓ Diabetes - A síntese do colagénio está diminuída na deficiência de insulina. A microangiopatia cutânea piora a
oxigenação.
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Fatores que influenciam a cicatrização das feridas

✓ Drogas - Os esteroides, pois pelo efeito anti-inflamatório retardam e alteram a cicatrização.

✓ Quimioterapia – Favorece a neutropenia predispondo à infeção. Inibe a fase inflamatória inicial da cicatrização e
interfere nas mitoses celulares e na síntese proteica.

✓ Tabagismo - A nicotina é um vaso constritor, levando à isquemia tecidular, sendo também responsável por uma
diminuição de fibroblastos e macrófagos. O monóxido de carbono diminui o transporte e o metabolismo do
oxigênio. Clinicamente observa-se cicatrização mais lenta em fumadores.

✓ Tensão na ferida - Vómitos, tosse, atividade física em demasia, produzem tensão e interferem com a boa
cicatrização das feridas
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Cuidados a ter no tratamento de feridas

✓ Proteção individual (lavagem correta das mãos e luvas);

✓ Evite tocar com os dedos nas feridas;

✓ Lavar e limpar bem a ferida com água corrente. Aplicação de antisséptico. Não utilize álcool nem água oxigenada.

✓ Retire a roupa que a obstrua. Se estiver a sangrar muito, pressione suavemente a zona afetada com uma
compressa ou um pano limpo.

✓ Lave a pele à volta da ferida com água corrente ou soro fisiológico, para eliminar a sujidade e evitar que passe
para o interior. O álcool é contraindicado para feridas abertas. Estudos científicos mostram também que a água
oxigenada não é totalmente eficaz a eliminar microrganismos.
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Cuidados a ter no tratamento de feridas

✓ Clorexidina e Iodopovidona são as substâncias mais indicadas contra todo o tipo de microrganismos. Existem mais
produtos antissépticos à venda nas farmácias e não estão sujeitos a receita médica. Não utilize dois antissépticos
ao mesmo tempo, pois muitos interagem entre si.

✓ Prefira unidades individuais destes produtos. São mais práticas, fáceis de usar e evitam a contaminação. Assegure-
se de que as embalagens e aberturas dos recipientes não entram em contacto com a ferida para evitar um futuro
contágio.
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas
Deve levar ao hospital:

✓ Se a ferida for larga e profunda, mesmo que sangre pouco. Pode precisar de suturação;

✓ Se houver um tecido branco ou uma camada de gordura expostos;

✓ Se a ferida mostrar sinais de infeção, como muito calor, inchaço e vermelhidão, ou provocar um aumento de dor
ou febre;

✓ Se tiver um objeto ou resíduos e não conseguir retirá-los;

✓ Se apresentar perda significativa de sangue;

✓ Se o doente não tiver a certeza da sua vacina contra o tétano em dia.


Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas (tétano)

O tétano é uma doença aguda provocada pelo Clostridium tetani, uma bactéria produtora de esporos que podem
persistir no solo durante meses ou anos.

A doença é adquirida por inoculação dos esporos nos tecidos, através de lesões (picadas, queimaduras, feridas),
drogas injetáveis, ou mesmo após realização de procedimentos cirúrgicos sem condições de higiene adequadas.

Os esporos germinam e produzem uma toxina que se fixa aos neurónios motores periféricos e que é responsável
pelas manifestações clínicas do tétano.

O diagnóstico é principalmente clínico e o tratamento deve ser realizado em meio hospitalar em unidades de
cuidados intensivos. A mortalidade é mais acentuada em crianças e idosos.

A vacinação antitetânica é a medida preventiva mais eficiente contra o tétano.


Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas (tétano)
Vacinação anti-tetânica

Em Portugal, os bebés e crianças são imunizados contra o tétano através de uma série de 4 vacinas (2; 4; 6 e 18
meses).

Depois da série primária estar completa (primovacinação), a criança recebe mais 2 reforços: aos 5 e 10 anos.

A partir dos 10 anos de idade, é recomendado reforços aos 25, 45, 65 anos de idade, e posteriormente, de 10 em
10 anos.

A taxa de cobertura vacinal em crianças e jovens em Portugal é superior a 95%. No resto do mundo, estima-se
uma taxa de cobertura de 85%.

A vacina contra o tétano tem de ser dada durante toda a vida uma vez que nem a vacina nem a doença dão
proteção a longo prazo.

Por outro lado, esta é uma vacina que não dá a chamada imunidade de grupo – só está mesmo protegido quem
fez a vacina
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – feridas (tétano)
O tétano caracteriza-se pelos espasmos musculares.
Eles podem ser provocados pelos mais pequenos
impulsos nervosos, como barulhos, luzes e tocar
no doente ou podem surgir espontaneamente.
Duram de dois a cinco dias.

Os sintomas de tétano são:


✓ Trismus (dificuldade de abrir a boca);
✓ Rigidez do pescoço e costas;
✓ Riso sardónico(riso causado pelo espasmo dos músculos em volta da boca);
✓ Dificuldade de deglutição;
✓ Rigidez muscular do abdômen;
✓ Contração de músculos dos braços e pernas;
✓ Opistótono, (espasmo tetânico em que se recurvam
✓ para trás a cabeça e os calcanhares, arqueando-se
✓ para diante o resto do corpo);
✓ Insuficiência respiratória
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (definição)

✓ Saída de sangue do circuito dos vasos


condutores

✓ Insere-se na sigla do socorro essencial – ACHE

✓ A pior complicação é o choque hipovolémico

✓ Geralmente associada a traumatismos diretos


Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (classificação)

Visíveis ou exteriorizadas
(drenam por orifícios naturais)

INTERNAS

Invisíveis

EXTERNAS – (Visíveis; drenam para o exterior)


Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (classificação)
Arteriais
EXTERNAS Venosas
Mistas
(Visíveis; drenam para o exterior)

Capilares
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (quadro clínico)
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (atuação)

CMD (compressão manual direta).


Aplicar penso compressivo sobre o foco hemorrágico fazendo compressão. Deve-se manter alguns minutos e
nunca se deve retirar o 1.º penso aplicado. Está contraindicado em situações de:
✓ Presença de corpos estranhos (vidros …);
✓ Presença de fraturas;
✓ Grande hemorragia não controlável pela compressão
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (atuação)

CMI (compressão manual indireta)


2.º recurso em hemóstase.

Aplica-se quando o 1.º não resultou ou está


contraindicado.

Consiste na compressão à distância, comprimindo


o vaso contra o osso com a ajuda do músculo.
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias (atuação)

GARROTAGEM

É o último recurso em hemostase mas pode ser o 1.º.


É necessário estar atento à zona garrotada para evitar isquémia ou necrose.
Utilizar material não traumatizante.
Só se aplica nos membros inferiores ou superiores.
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias internas

✓ Frequentes em acidentes de viação

✓ Aparecem geralmente por lesão de órgãos internos frágeis (baço; fígado; rins ….)

✓ Às vezes resultam de fraturas (fémur; bacia …)

✓ Percetível por quadro clínico e/ou história passada


Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias internas (quadro clínico)

✓ Palidez;
✓ Vítima sente frio;
✓ Taquicardia com pulso fraco;
✓ Perda gradual da consciência;
✓ Vista turva;
✓ Zumbidos;
✓ Sede intensa
ESTADO DE CHOQUE
MORTE
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – hemorragias internas (atuação)

✓ Prevenir o seu aparecimento


✓ Posição antichoque
✓ Desapertar a roupa mantendo a pessoa agasalhada
✓ Vigiar sinais vitais
✓ Não dar nada a beber porque pode necessitar de tratamento cirúrgico
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – epistaxes
O revestimento interno do nariz é constituído por uma mucosa delicada, húmida, que apresenta uma
vasta rede de vasos sanguíneos. Quando este revestimento é lesado, mesmo por um pequeno corte
ou arranhão, os vasos sanguíneos tendem a sangrar abundantemente. É por esta razão que as
hemorragias nasais são tão frequentes, especialmente as que envolvem a porção anterior (a mais
inferior) do septo nasal, ou seja, a parede que separa as duas narinas. Na grande maioria dos casos,
este tipo de epistaxes não é preocupante podendo ser facilmente interrompido com uma simples
pressão local.

Só em situações muito raras é que as hemorragias nasais se tornam ameaçadoras para a vida. Estes
casos raros ocorrem, geralmente, quando a hemorragia é posterior, isto é, quando o foco
hemorrágico tem uma localização mais alta e mais profunda nas fossas nasais, sendo que o sangue
flui em primeiro lugar para trás, ou seja, para a garganta. É preciso, também, salientar que estes
casos de epistaxes potencialmente fatais ocorrem, a maior parte das vezes, em pessoas que têm
algum problema de saúde subjacente afetando o processo de coagulação (hipertensão, distúrbios da
coagulação, uso de medicamentos anticoagulantes).
Principais tipos de traumatismos
traumatismos de tecidos moles – epistaxes
✓ Sente-se direito, de modo a que a cabeça esteja acima do nível do coração, respire através da boca;
✓ Aperte toda a porção anterior do nariz durante algum tempo;
✓ Aplique um saco com gelo picado no nariz (ou apenas compressas frias), para a diminuir o fluxo sanguíneo;
✓ Decorrido algum tempo veja se a hemorragia persiste;
✓ Se a hemorragia persistir aperte, novamente por mais algum tempo e avalie a hemorragia;

TAMPONAMENTO ????????

Caso ainda persista a hemorragia deve procurar imediatamente cuidados médicos.


Após a paragem da hemorragia há que ter alguns cuidados como repousar por cerca +/- uma hora e, evitar
fazer esforços ou assoar-se violentamente.

Nota: existe a crença muito implantada de que para parar uma hemorragia nasal, se deve inclinar a cabeça para trás e levantar um braço. Não
há qualquer fundamento para isso, além de que pode ser prejudicial
Principais tipos de traumatismos
Queimaduras – definição

✓ São lesões na pele provocadas pelo calor


da chama, de vapores e líquidos ferventes,
de corpos aquecidos....

✓ Há porém outra lesões com características


muito semelhantes provocadas por outros
agentes (radiações, fricção, produtos
químicos...) designados por queimaduras
Principais tipos de traumatismos
classificação das queimaduras

✓ 1.º Grau (lesão superficial; eritema;


muito dolorosa

✓ 2.º Grau (epiderme e derme;


flictenas)

✓ 3.º Grau (pele com tecido negro;


escaras; pouco dolorosas)
Principais tipos de traumatismos
queimaduras
Principais tipos de traumatismos
consequências das queimaduras

✓ Choque neurogénico

✓ Choque séptico

✓ Choque hipovolémico

✓ A gravidade é diretamente proporcional à extensão e localização


Principais tipos de traumatismos
tratamento das queimaduras
1.º GRAU
✓ Facilitar saída de calor (evitar agravamento da lesão)
✓ Gel anestesiante
2.º GRAU
✓ Hidratação abundante
✓ Evitar ruptura das flictenas
✓ Evitar aplicação de gorduras
✓ Hidratação abundante
✓ Cobertura adequada
✓ Poderá necessitar de tratamento hospitalar

3.º GRAU
✓ Necessita sempre de tratamento hospitalar
✓ Poderá necessitar de tratamento cirúrgico
QUEIMADURAS
1.º GRAU
Facilitar saída de calor (evitar
agravamento da lesão)
2.º GRAU
Gel anestesiante Evitar ruptura das flictenas

Hidratação abundante Hidratação abundante

Evitar aplicação de gorduras


Cobertura adequada

Poderá necessitar de tratamento


hospitalar

3.º GRAU
Necessita sempre de tratamento hospitalar
Poderá necessitar de tratamento cirúrgico
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – definição de fraturas
São lesões ósseas frequentemente relacionadas com
traumatismos diretos, caracterizadas pela interrupção da
continuidade do tecido ósseo
Sempre que um osso é sujeito a uma força que excede a
sua capacidade de adaptação, o osso parte, ou seja,
sofremos uma fratura.
Dependendo do mecanismo e intensidade da lesão a
fratura pode ser completa ou incompleta, orientada em
diferentes direções, ou resultar em múltiplos fragmentos
(fratura cominutiva). Em alguns casos ocorre uma lesão
concomitante da pele, ficando o osso em contacto direto
com o exterior (fratura exposta), com risco acrescido de
complicações, nomeadamente infeção.
Na maior parte das vezes a fratura resulta de um
traumatismo considerável, mas em caso de osteoporose
ou tumores (fratura patológica) podem ocorrer com
traumatismos de baixa intensidade.
Pequenos traumatismos repetitivos podem também
levar ao desenvolvimento de um tipo particular de
fratura, a fratura de stress.
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – quadro clínico de fraturas

✓ Dor local fortíssima

✓ Impotência funcional

✓ Deformação

✓ Mobilidade anormal

✓ Crepitação óssea

✓ Edema (inchaço)
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – complicações de fraturas

✓ Estado de choque associado à dor

✓ Processo infecioso do osso (osteíte)

✓ Lesões internas (músculos, tendões...)

✓ Hemorragias

✓ Limitações futuras
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – atuação de fraturas

✓ Minorar sofrimento

✓ Impedir agravamento do estado mórbido


▪ Respeitar as deformações existentes
▪ Proceder ao bloqueio das articulações
▪ Imobilizar com talas

✓ Conduzir e/ou encaminhar convenientemente ao hospital


Principais tipos de traumatismos
Traumatismos vertebro-medulares
Principais tipos de traumatismos
Traumatismos vertebro-medulares
Principais tipos de traumatismos
Traumatismos vertebro-medulares

✓ Situações graves que influenciam dramaticamente a qualidade de vida de uma


vítima
✓ Podem ser fatais quando acontecem na zona alta da coluna cervical
✓ Simulam uma amputação ao cortarem a comunicação entre cérebro e periferia
✓ Exigem, portanto, o máximo cuidado e perícia na sua manipulação
✓ A atuação passa pela prevenção do aparecimento ou agravamento de lesões já
existentes
✓ O diagnóstico é inicialmente um diagnóstico de suspeita
Principais tipos de traumatismos
Traumatismos vertebro-medulares

✓ Dor local permanente ou à palpação;


✓ Parestesias;
✓ Alteração da sensibilidade dos membros;
✓ Alteração da força muscular dos membros;
✓ Paralisia;
✓ Incontinência de esfíncteres;
✓ Alteração dos sinais vitais
Principais tipos de traumatismos
Traumatismos vertebro-medulares

Todas as vítimas de traumatologia


devem ser consideradas como tendo
um traumatismo vertebro-medular
até prova em contrário
Principais tipos de traumatismos
Traumatismos vertebro-medulares (atuação)

✓ Garantir desde o primeiro momento a tração,


alinhamento e imobilização da coluna;
✓ Manter uma atitude calma e segura;
✓ Cumprir rigorosamente a sequência do Exame da
Vítima;

✓ Nunca mobilizar desnecessariamente;


✓ Optar sempre por manobras que garantam a estabilização da coluna;
✓ Imobilizar a vítima e manter a imobilização;
✓ Manter aquecimento corporal;
✓ Transporte calmo e suave
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas da Cintura Escapular
Estas resultam geralmente de um traumatismo direto, estando presentes os sinais habituais das fraturas.

São fraturas que não carecem no pré-hospitalar de grandes cuidados, bastando imobilizá-las colocando o
braço ao peito passando depois uma ligadura sobre o tórax para que não exista rotações do membro durante
o transporte.

Um socorrista ajustará comodamente o membro superior lateralmente, com o antebraço fletido para a
frente do corpo. Outro socorrista aplica as ligaduras, imobilizando o braço contra o tórax e
apoiando o antebraço
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Úmero

Um socorrista ajusta sob tração mas comodamente o braço a uma tala de madeira almofadada, lateralmente, com o
antebraço fletido para a frente do corpo. O outro socorrista aplicará as ligaduras, imobilizando o braço contra a tala e
depois contra o tórax, apoiando o antebraço.

São fraturas que carecem de atenção e muito cuidado na manipulação pré-hospitalar, uma vez que frequentemente há
lesões vasculares e nervosas, pela proximidade de vasos e nervos junto ao osso

Perante uma fratura do úmero o socorrista deve pesquisar o estado circulatório do membro, palpando o pulso radial e a
sensibilidade e mobilidade do membro. A pesquisa de mobilidade é passiva, ou seja, a vítima é que mexe ou não. O
socorrista não deve mobilizar o membro ativamente sob risco de agravar as lesões existentes.

Na ausência de pulso radial, deve-se fazer imediatamente tração e alinhamento, seguida de imobilização.

O nervo que mais frequentemente encontramos lesionados é o nervo radial. Esta situação, apresenta
caracteristicamente uma “mão pendente”, sendo a vítima incapaz de fazer a extensão da mão.

As fraturas do úmero muito altas, devem ser imobilizadas com o braço ao longo do tronco
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Úmero

Imobilização do Úmero
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Lesões a Nível do Cotovelo

Resultam habitualmente de traumatismo direto sobre o cotovelo.

Para além dos sinais e sintomas habituais das fraturas, devemos pesquisar igualmente o estado circulatório do
mesmo, pois as lesões a este nível podem também dar compromissos vasculares (palpar pulso radial).

A imobilização deve ser feita com o mínimo de tração sem forçar, (se a mesma não provocar dor local muito intensa e
não houver resistência) já que a flexão associada ao edema que habitualmente se instala podem comprimir os vasos
que passam a nível do cotovelo impedindo o fluxo normal de sangue.
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Antebraço
Ter em atenção que os sinais e sintomas normais das fraturas, podem estar mais ou menos
mascarados quando apenas um dos ossos (rádio ou cúbito) é fraturado.
As regras gerais de tratamento das fraturas, aplicam-se aqui sem exceções

Fraturas do Punho e Mão


Enquanto a nível do punho o mecanismo mais frequente de fratura é o traumatismo indireto
– fase pós-impacto, a nível dos dedos é o traumatismo direto sobre estes.
A fratura do punho mais frequente, é a fratura de Coles no indivíduo idoso, em que
habitualmente verificamos a existência de uma deformidade do punho “em garfo”.
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Fémur
As fraturas mais frequentes a este nível, são as fraturas do colo do fémur do idoso, resultantes de pequenas quedas e
as fraturas provocadas por acidentes.
O sinal típico deste tipo de fraturas é a rotação externa do pé

A atitude a ter perante a suspeita de fratura do colo do fémur,


segue as regras básicas de imobilização das fraturas: tração,
alinhamento, e imobilização que deve ser feita com talas longas
até à cintura e ultrapassando o pé, de forma a manter a tração
e alinhamento do membro;
NUNCA tentar sentar ou colocar de pé a vítima.
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Fémur
As fraturas do fémur propriamente dito, são habitualmente resultantes de acidente de viação e portanto de
traumatismos violentos. A sua suspeita é fácil dado que habitualmente os sinais e sintomas são exuberantes e o
tratamento segue as regras básicas das fraturas, devendo as talas de madeira ser colocadas até à cintura. Nunca
esquecer que a fratura do fémur pode implicar a perda de 1 a 2 litros de sangue sendo importante a vigilância dos
sinais vitais
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Fémur
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Lesões a Nível do Joelho

Resultam habitualmente de quedas sobre o joelho, acidentes desportivos e acidentes de viação.


Neste último caso, NUNCA nos devemos esquecer de pesquisar outras fraturas associadas: fémur, colo de fémur e
bacia.
A imobilização deve ser feita na posição em que o membro é encontrado se não for possível fazer a sua extensão.
As infeções em fraturas articulares são graves e altamente incapacitantes para o doente, pelo que, em caso de fratura
exposta a nível do joelho, devemos ser ainda mais minuciosos do que o habitual, na lavagem e desinfeção da ferida.

Fraturas dos Ossos da Perna


Resultam habitualmente de traumatismos diretos (acidentes de viação) podendo estar fraturados os dois ou só um
dos ossos (tíbia ou perónio).
São as fraturas que com maior frequência encontramos expostas, dado que a tíbia (canela) se encontra
imediatamente por debaixo da pele.
Quando ocorre fratura de um só dos ossos, os sinais e sintomas habituais das fraturas podem estar mascarados, já
que o outro osso serve de tala.
A imobilização segue as regras básicas já referidas anteriormente.
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do Tornozelo
A maior dificuldade nas fraturas do tornozelo consiste em fazer a sua distinção de um vulgar entorse uma vez que em
ambas temos edema, dor e incapacidade funcional. No entanto, enquanto que na fratura a dor é intensa à palpação, das
saliências ósseas, na entorse (distensão dos ligamentos por torção da articulação) a dor é mais intensa à palpação dos
tecidos moles adjacentes.
Por vezes, estas fraturas complicam-se devido a luxação da articulação com compromisso da circulação (o pé começa a ficar
roxo), sendo neste caso permitido tentar alinhar o pé com o restante membro, de modo a facilitar a circulação do mesmo.
Se tal não for possível, deve-se imobilizar como está e transportar rapidamente para o hospital
Principais tipos de traumatismos
Traumatismo dos membros – imobilizações
Fraturas do pé
Resultam habitualmente da queda de um objeto sobre o pé, ou da queda da vítima de um local alto. Neste caso, a situação
mais frequente é a fratura a nível do calcanhar. Perante a queda de altura sobre os pés presumir a existência de fratura da
coluna vertebral até prova em contrário. Assim, imobilizar em conformidade com a suspeita ainda que a vítima não
apresente sinais sugestivos.
Dado que habitualmente o edema neste tipo de fraturas é grande e de instalação rápida, deve-se retirar o sapato com
manobras suaves de modo a não agravar as lesões existentes. O pé deve ser mantido elevado durante o transporte e
imobilizado com talas.
Principais tipos de traumatismos
limites de intervenção na perspetiva de cidadão e de profissional de saúde
É de vital importância a prestação de primeiros socorros, sendo um ato moralmente corroborativo. Conhecimentos simples
mas adequados, tornam-se eficazes e podem salvar vidas, diminuir o sofrimento e a morbilidade e mortalidade.

A calma nestas situações é amiga da razão. Socorrer deve pressupor sempre a ajuda e nunca o agravamento da situação.

A função do socorrista é primordial, limitada e temporária.

Eis algumas atitudes corretas a aplicar:

✓ A calma, o bom senso e o discernimento são elementos primordiais;


✓ Agir rapidamente, com base no conhecimento dos seus limites e dos limites dos outros;
✓ Transmitir à(s) vítima(s) confiança, segurança, tranquilidade e alívio são fundamentais para o sucesso de um adequado
socorro;
✓ Aprenda alguns conhecimentos básicos que deve utilizar como prioritários em situações de emergência;
✓ Assuma que não tem conhecimento em algumas situações de necessidade de socorro, embora o seu comportamento
pode ser aplicado noutro sentido na ajuda à(s) vítima(s)
Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito da sua intervenção
tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta

O enfermeiro é um dos intervenientes do sistema de emergência, e o seu papel é de vital importância junto da (s)
vítima(s) pois possui competências técnicas, científicas e relacionais que lhe permitem atuar de forma autónoma
e interdependente numa situação de necessidade de socorro.

A Ordem dos Enfermeiros, tendo em consideração a relevância que decorre do enquadramento aqui enunciado -
independentemente do contexto e estatuto jurídico da organização prestadora dos cuidados de saúde - e, no
cumprimento do seu desígnio fundamental que a obriga a assumir a responsabilidade pela promoção da
qualidade dos cuidados de Enfermagem prestados à população o controlo e regulação do exercício profissional
dos enfermeiros, assegurando a observância das regras de ética e deontologia profissional, afirma:

“Só o enfermeiro pode assegurar os cuidados de enfermagem ao indivíduo, família e comunidade, em situação
de acidente e/ou doença súbita, da qual poderá resultar a falência de uma ou mais funções vitais, pelo que deve
integrar obrigatoriamente a equipa de socorro pré-hospitalar”.
Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito da sua intervenção
tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta

A Ordem dos Enfermeiros decidiu emitir as seguintes orientações para as intervenções do enfermeiro no pré-
hospitalar:

✓ atuar sempre de acordo com o seu enquadramento legal, procurando assegurar, no exercício das suas
competências, a estabilização do indivíduo vítima de acidente e/ou doença súbita, no local da ocorrência,
garantindo a manutenção das funções vitais por todos os meios à sua disposição;

✓ garantir o acompanhamento e a vigilância durante o transporte primário e/ou secundário do indivíduo vítima de
acidente e/ou doença súbita, desde o local da ocorrência até à unidade hospitalar de referência, assegurando a
prestação de cuidados de enfermagem necessários à manutenção/recuperação das funções vitais, durante o
transporte;

✓ assegurar a continuidade dos cuidados de enfermagem e a transmissão da informação pertinente, sustentada em


registos adequados, no momento da receção do indivíduo vítima de acidente e/ou doença súbita, na unidade
hospitalar de referência;

✓ garantir adequada informação e acompanhamento à família do individuo vítima de acidente e/ou doença súbita,
de forma a minimizar o seu sofrimento;
Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito da sua intervenção
tarefas que, sob orientação de um profissional de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta

Neste contexto o enfermeiro é responsável pela supervisão direta dos técnicos/as auxiliares de emergência médica, no
desempenho das seguintes atividades:

✓ Prestação de socorro pré-hospitalar na vertente não medicalizada;


✓ Transporte de doentes urgentes/emergentes;
✓ Condução de ambulâncias de emergência;
✓ Colaboração ativa com o socorro pré-hospitalar na vertente medicalizada;
✓ Registo da atividade exercida conforme normas em vigor;
✓ Operação dos sistemas de informação e telecomunicações que equipam as ambulâncias de emergência;
✓ Colaboração na formação em emergência médica sempre que solicitado;
✓ Cumprimento das normas de procedimento em vigor para as tripulações de ambulância de emergência e para a
emergência médica pré-hospitalar em geral;
✓ Tripulação de outras viaturas de emergência médica pré-hospitalar.
Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito da sua intervenção
tarefas que, sob orientação e supervisão de um profissional de saúde, pode executar sozinho

As competências do técnico/a auxiliar de saúde, previstas no respetivo perfil profissional, não lhe garantem a
autonomia necessária para o desempenho das funções de 1.ºs socorros em meio hospitalar, sem a devida supervisão
direta.
A sua ação inscreve-se no sentido de conhecimento das situações de emergência e respetivos procedimentos de
alerta dos profissionais que lhe são hierarquicamente superiores, no correto trabalho em equipa. É fundamental o
conhecimento profundo do SIEM e respetiva articulação coma dinâmica hospitalar.

Eis outras funções:

Auxiliar na prestação dos cuidados às vítimas, de acordo com as orientações do


Atividades enfermeiro e executar tarefas que exijam uma intervenção imediata e simultânea ao
alerta do profissional de saúde.
Competências/saberes
saber/saber Deter conhecimentos do SIEM e dos primeiros socorros
saber/fazer Aplicar normas e procedimentos corretos perante a situações de emergêcia
saber/ser e saber/estar Respeitar os princípios ético/morais na sua atuação

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