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Noções Básicas de
Primeiros Socorros
Noções Básicas de Primeiros Socorros

SIEM
Sistema Integrado de Emergência Médica
OBJETIVOS
• Organização do SIEM;
• Fases do SIEM;
• Intervenientes no SIEM
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Organização do SIEM
O Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), é um conjunto de ações coordenadas,
de âmbito extra-hospitalar, hospitalar e inter-hospitalar, que resultam da intervenção de vários
componentes, de modo a possibilitar uma atuação rápida, eficaz e com economia de meios,
em situações de emergência médica.

O SIEM, compreende toda a atividade de emergência, nomeadamente o socorro pré-


hospitalar, o transporte, a receção hospitalar e a adequada referenciação da vítima.
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Em Portugal, o sistema (de emergência médica) foi criado em 1965 com a implementação,
em Lisboa, do primeiro número único de socorro (115).
Funcionava com elementos da Polícia de Segurança Pública, que ativavam ambulâncias
tripuladas por elementos daquela força policial.
Em 1971 foi criado o Serviço Nacional de Ambulâncias (SNA) que coordenava os serviços de
emergência por parte de diversas entidades.

Disponível em: http://cbbraganca.blogspot.com/2012/03/do-bau-de-memorias-servico-nacional-de.html


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O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que foi criado em 1981 e substituiu o
Serviço Nacional de Ambulâncias, tem a função de apoiar e coordenar as atividades na área
da emergência médica, dando origem à medicalização do sistema através do atendimento da
chamada de socorro, bem como do envio de um médico ao local da ocorrência.
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INEM versus SIEM (coordenação)


INEM
Organismo que coordena, desenvolve e assegura o bom
funcionamento do SIEM.

A coordenação do SIEM tem por objetivo:


Garantir aos sinistrados ou vitimas de doença súbita a correta prestação de
cuidados de saúde.
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O Número Europeu de Emergência 112 foi criado em 1991 e desde 2008 passou a ser o
único número de emergência a ser utlizado por qualquer telefone fixo, móvel ou público, em
qualquer país da União Europeia.

A chamada para o 112 dá acesso a uma central de emergência onde é efetuada a


identificação do tipo de ocorrência em causa. Esta central encaminha o pedido de ajuda para
a entidade com responsabilidade na intervenção (INEM, Bombeiros, Proteção Civil, PSP,
GNR, Autoridade Marítima, etc.).
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SIEM
Sistema Integrado de Emergência Médica

FASES
Noções Básicas de Primeiros Socorros

FASES DO SIEM

Deteção
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• Deteção: corresponde ao momento em que alguém se


apercebe da existência de uma situação em que é necessário
socorro, desenvolvendo ações que têm como objetivo evitar o
agravamento da situação;
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FASES DO SIEM

Alerta
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• Alerta: é a fase em que se contactam os meios de socorro;


Ligar 112;
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FASES DO SIEM

Pré-socorro
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• Pré-socorro: é um conjunto de gestos simples que podem ser


concretizados até à chegada do socorro;
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FASES DO SIEM

Socorro
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• Socorro no local do acidente: corresponde ao início do


tratamento efetuado às vítimas, com o objetivo de melhorar o
seu estado ou evitar que este se agrave;
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FASES DO SIEM

Transporte
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• Cuidados durante o transporte: Consiste no transporte da


vítima desde o local da ocorrência até à unidade de saúde
adequada, garantindo à vítima a continuação dos cuidados de
emergência necessários;
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FASES DO SIEM

Tratamento
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• Transporte e tratamento definitivo: Corresponde à entrega


da vítima na unidade de saúde adequada e à continuação do
tratamento iniciado no local de ocorrência.
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MEIOS INEM

•Moto de emergência (SBV-DAE)


•Ambulância de SBV-DAE

•Ambulâncias de SIV

•VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação)


•Helicóptero de emergência
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MEIOS INEM

•Moto de emergência (SBV-DAE)


•Ambulância de SBV-DAE

•Ambulâncias de SIV

•VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação)


•Helicóptero de emergência
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MEIOS INEM

•Moto de emergência (SBV-DAE)


•Ambulância de SBV-DAE

•Ambulâncias de SIV

•VMER (Viatura Médica de Emergência e Reanimação)


•Helicóptero de emergência
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MEIOS NÃO INEM

•Ambulâncias não INEM: pertencentes a corporações que não são PEM

•Helicópteros da força aérea portuguesa

•Helicópteros da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil


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SUBSISTEMAS DO INEM

• Centro de Informação Antivenenos (CIAV) - 800 250 250


• Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise (CAPIC)
• Transporte de Recém-Nascidos de Alto Risco e Pediatria
• Centro de Orientação de Doentes Urgentes – Mar (CODU-Mar)
• Serviço de Helicópteros de Emergência Médica (SHEM)
• Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU)
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SUBSISTEMAS DO INEM

Centro de Informação Antivenenos (CIAV) - 800 250 250


➢ É um centro médico de consulta telefónica na área da toxicologia, responsável pela
prestação, em tempo útil, das informações necessárias e adequadas a profissionais
de saúde ou ao público em geral, visando uma abordagem correta e eficaz a vítimas
de intoxicação.
➢ Presta informações toxicológicas sobre todos os produtos existentes, desde
medicamentos a produtos de utilização doméstica ou industrial, produtos naturais,
plantas ou animais.
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SUBSISTEMAS DO INEM

Centro de Apoio Psicológico e Intervenção em Crise


➢ Criado pelo INEM em 2004, com o intuito de atender às necessidades psicossociais
da população e dos profissionais. É formado por uma equipa de psicólogos clínicos
com formação específica em intervenção em crise psicológica, emergências
psicológicas e intervenção psicossocial em catástrofe.
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SUBSISTEMAS DO INEM: CODU


Centro de Orientação de Doentes Urgentes

Ao CODU compete prestar, em tempo útil, na área da sua responsabilidade,


orientação e apoio médico necessários ao socorro eficiente de doentes em situação de
emergência ou vítimas de acidentes.
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Um sistema de emergência médica depende de tudo e de todos, não podendo


afirmar-se que existe uma única entidade ou profissional com responsabilidades
exclusivas na prestação do socorro.

São intervenientes no SIEM:


• Operadores de centrais de emergência;
• Bombeiros e tripulantes de ambulância;
• Agentes da autoridade;
• Técnicos de emergência pré-hospitalar;
• Médicos e enfermeiros;
• Público em geral.
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Pode concluir-se que «Sistema Integrado de Emergência Médica» (SIEM) é um


conjunto de meios e ações pré-hospitalares e intra-hospitalares, com a
intervenção ativa dos vários componentes de uma comunidade, portanto
pluridisciplinar, programados de modo a possibilitar uma ação rápida, eficaz, com
economia de meios, em situações de doença súbita, acidentes e catástrofes,
nas quais a demora de medidas adequadas de socorro pode acarretar graves riscos
para a vida das vítimas.

Peça socorro somente quando realmente necessita.


A ativação indevida deste sistema pode custar a vida a alguém.
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Anatomia e fisiologia do
corpo humano
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Anatomia e fisiologia do corpo humano

OBJETIVOS
•Caracterizar os diversos sistemas que constituem o corpo humano

•Enumerar as principais funções dos diversos aparelhos que


contribuem para o normal funcionamento do organismo humano
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ANATOMIA versus FISIOLOGIA


ANATOMIA
É a ciência que se dedica ao estudo da organização estrutural e da forma do
corpo dos seres vivos. A anatomia estuda ainda a relação entre a estrutura de uma
parte do corpo e a sua função.

FISIOLOGIA
É a ciência que estuda os processos e as múltiplas funções (mecânicas, físicas e
bioquímicas) dos organismos vivos. A fisiologia estuda frequentemente os
sistemas do corpo.
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PLANOS ANATÓMICOS

Direito Esquerdo
Superior
(cefálico)
Anterior
(ventral)
Inferior Posterior
(caudal) (dorsal)

SAGITAL HORIZONTAL FRONTAL


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POSIÇÕES CORPORAIS

ERETO: de pé na vertical

DECUBITO DORSAL: deitado de face para cima

DECUBITO VENTRAL: deitado de face para baixo

DECUBITO LATERAL (direito ou esquerdo): deitado de lado


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REGIÕES DO CORPO
CAVIDADES DO CORPO
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REGIÕES DO CORPO
SUBDIVISÃO DO ABDÓMEN

Quadrante Quadrante
superior superior
direito esquerdo

Quadrante Quadrante
inferior inferior
direito esquerdo
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SISTEMA
ESQUELÉTICO
FUNÇÕES
• Proteger órgãos internos;
• Produzir células sanguíneas;
• Suporte;
• Permitir movimentos.
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O número total de ossos


SISTEMA ESQUELÉTICO do corpo humano é de
CLASSIFICAÇÃO DOS 206
facto
OSSOS
• CURTOS (ex. ossos do carpo, falange)
• COMPRIDOS (ex. fémur, tíbia, úmero, rádio, cúbito)
• PLANOS (ex. crânio, esterno)
• IRREGULARES (ex. vértebras, ossos da face)

CLASSIFICAÇÃO DAS ARTICULAÇÕES


• IMÓVEIS (ex. crânio, vértebras do cóccix)
• SEMI-MÓVEIS (ex. vértebras dorsais e lombares)
• MÓVEIS (ex. membro superior e inferior)
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CRÂNIO E FACE

Esfenóide

Malar

• Só o maxilar inferior é móvel;


• Contém o encéfalo.
facto
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COLUNA VERTEBRAL
7 cervicais
VÉRTEBRA
12 dorsais
Corpo

Buraco

5 lombares vertebral
Arco vertebral

5 sagradas Apófise

4 cóccix
A coluna vertebral é constituída por uma série de ossos independentes,
denominadas vértebras, ligados entre si permitindo obter uma coluna semi-flexível
e com curvaturas formando uma estrutura excecionalmente forte.
facto
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Protege os pulmões, o coração o tubo


TÓRAX digestivo e os grandes vasos (ex. Aorta)
Clavícula
facto

Omoplata

Fraturas dos ossos do tórax


podem provocar lesões
internas... M esmo em
manobras de reanimação!
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BACIA (Pélvis ou cintura pélvica)

Fraturas da bacia podem levar


à exsanguinação da vítima.
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MEMBROS SUPERIORES e INFERIORES


Clavícula

Omoplata Fémur

Úmero

Rótula

Rádio Tíbia 2ª Falange


Cúbito 1ª Falange
Peróneo
Metatarso
Carpo
Metacarpo
Tarso
1ª Falange
2ª Falange

Falange
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APARELHO
CIRCULATÓRIO
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APARELHO CIRCULATÓRIO: CONSTITUIÇÃO


• CORAÇÃO
• SANGUE
• Glóbulos vermelhos
• Glóbulos brancos
• Plaquetas
• Plasma Num adulto com cerca de 75 kg de peso
• ARTÉRIAS corporal o volume total de sangue corresponde a 5,5
• VEIAS a 6,0 litros.
facto
• CAPILARES
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CORAÇÃO
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CORAÇÃO: ATIVIDADE ELÉTRICA


Nódulo

Nódulo
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ARTÉRIAS, VEIAS e CAPILARES:


CIRCULAÇÃO
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APARELHO
RESPIRATÓRIO

FUNÇÃO
• Assegurar as trocas de oxigénio e dióxido de
carbono com o meio ambiente
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APARELHO RESPIRATÓRIO: CONSTITUIÇÃO


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FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO
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FISIOLOGIA DA RESPIRAÇÃO:
DIAFRAGMA, o músculo mais importante na respiração !
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APARELHO
DIGESTIVO

FUNÇÃO
• Preparação dos alimentos para serem
absorvidos e usados pelas células do
organismo.
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APARELHO DIGESTIVO
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EXAME DA VÍTIMA
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Exame da vítima
Antes de se iniciar qualquer tipo de procedimento, terá que se examinar a vítima, porque
só desta forma podem identificar-se as lesões e definir-se a prioridade no seu tratamento.

Em termos práticos, há que identificar em primeiro lugar as lesões que põem em perigo
imediato a vida da vítima e aquelas que não carecem de tratamento imediato e que
podem aguardar.

O exame da vítima divide-se em dois tipos de avaliação:


• Exame primário;
• Exame secundário.
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Exame da vítima
O local de uma ocorrência, normalmente é muito confuso, podendo inclusivamente existir
alguns riscos. Por este motivo, é essencial avaliar e garantir as condições de segurança
no local para quem assiste e a vítima.

Quando se chega ao local de uma ocorrência devem-se seguir os seguintes


procedimentos:
• Observar;
• Ouvir;
• Pensar e decidir;
• Atuar.
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Exame Primário
O objetivo do exame primário é detetar a existência de situações que possam pôr em
perigo imediato a vida da vítima, ou seja, situações de compromisso das funções vitais.

Aquando da abordagem inicial de uma vítima, importa ter a certeza que se cumpriram todos
os itens da lista a seguir indicada:
• Sinalização do local e garantia de que não existe perigo para a vítima e para o
socorrista;

• Se a vítima se encontra ou não consciente;

• Se a via aérea se encontra livre e permeável;


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Exame Primário
...

• Se a vítima respira ou tem dificuldade em respirar;

• Caso existam hemorragias, proceder ao seu controlo;

• Se existem sinais de pré-aviso de choque hipovolémico, tais como: pele pálida,


respiração rápida e pulso rápido;

• Em caso de acidente ou de situação desconhecida, atuar como se existisse lesão


vertebro-medular.
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Exame Primário
No exame primário da vítima, os primeiros socorros vão sendo aplicados à medida que as
situações vão sendo encontradas.

As técnicas para a execução do exame primário, irão ser desenvolvidas nas sessões de
suporte básico de vida e de emergências médicas, especificamente no tema controlo de
hemorragias.

Relembre-se que a função de um socorrista é:


• Preservar a vida da vítima;
• Preservar a qualidade da vida da vítima;
• Aplicar os cuidados de emergência para o quais se encontra
habilitado.
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Exame Secundário
O exame secundário é efetuado após se ter detetado e corrigido as situações de risco
imediato para a vida da vítima. Tem como objetivo detetar alterações que não
comprometam de imediato a vida, mas que carecem de tratamento.

O exame secundário divide-se em duas fases, cada uma delas com um objetivo:
• Primeira fase – recolha de informação;
• Segunda fase – observação.
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Exame Secundário
Primeira fase – recolha de informação

A recolha de informação subdivide-se da seguinte forma:


• Fontes de informação;

• Abordagem da vítima.

Nesta fase, quando se procede à recolha da informação, é fundamental manter a calma e


tentar estabelecer uma relação de confiança com a vítima.
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Exame Secundário
Primeira fase – recolha de informação
Utilizar um tom de voz calmo, efetuar perguntas diretas com o objetivo de:
• Procurar saber o que aconteceu e identificar a principal queixa da vítima;
• Identificar os antecedentes pessoais da vítima;

• Saber se a vítima é alérgica a alguma substância; CHAMU


• Saber se toma medicação

• Última refeição.

Não esquecer que existem dados que só podem ser obtidos


no local. Há que registar toda a informação obtida.
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CHAMU

C – CIRCUNSTÂNCIAS DO ACIDENTE
H – HISTÓRIA ANTERIOR DA VÍTIMA
A – ALERGIAS
M – MEDICAÇÃO HABITUAL
U – ULTIMA REFEIÇÃO
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Exame Secundário
Primeira fase – recolha de informação
Fontes de informação:
• O local;
• Avítima;
• Outras pessoas.

• Aabordagem da vítima:

• Cumprimentar a vítima;

• Tentar saber a idade da vítima;


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Exame Secundário
Primeira fase – recolha de informação


• Colocar-se junto da vítima;
• Tocar na vítima;
• Interrogar a vítima com recursos a perguntas diretas e objetivas.

Se não se perguntar, não se consegue


obter as informações necessárias.
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Exame Secundário
Segunda fase – observação

A observação subdivide-se da seguinte forma:


• Observação geral;

• Avaliação dos parâmetros vitais;

• Exame sistematizado ou também denominado exame físico.


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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Observação geral

Na observação geral, deve examinar a vítima e considerar as seguintes situações:

• Apurar em que posição a vítima se encontra;

• Pesquisar a resposta da vítima a estímulos;

• Olhar para a face da vítima e verificar as suas expressões;

• Pesquisar a existência de feridas ou deformidades;

• Verificar as características da pele.


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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais

Os sinais vitais são os principais indicadores do funcionamento do organismo humano.


As funções vitais a avaliar e caraterizar são:
• Ventilação;
• Pulso;
• Pressão arterial;
• Temperatura.

Aquando do seu registo deve ser mencionada a hora em que foram avaliadas.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais - Ventilação

A ventilação é uma das funções mais importantes do nosso organismo. Trata-se de uma
função mecânica que permite que o ar entre nos pulmões fornecendo assim o oxigénio de
que necessitamos para viver.
Os movimentos efetuados pela caixa torácica dão origem ao ciclo ventilatório, composto por
uma inspiração e uma expiração. Ao efetuar a avaliação da ventilação, observe o tórax sem
influenciar o comportamento da vítima.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais - Ventilação

Aventilação vai ser avaliada e caracterizada em 60 segundos, em relação à:


• Frequência (número de ciclos por minuto);
• Amplitude (superficial, normal ou profunda);
• Ritmo (regular ou irregular).

Os valores considerados normais para uma adulto são: de 12


a 20 ciclos por minuto.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais - Pulso

O pulso é uma onda de sangue que passa ao longo das artérias, resultante da contração do
coração. Desta forma, obtêm-se informações sobre o funcionamento do coração e da
circulação.
O pulso pode ser palpado em qualquer ponto onde se possa comprimir uma artéria.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais - Pulso

O pulso vai ser avaliado e caraterizado em 60 segundos, em relação à:


• Frequência (número de batimentos por minuto);
• Amplitude (cheio ou fino);
• Ritmo (regular ou irregular).

Os valores considerados normais para uma adulto são: de 60


a 100 batimentos por minuto.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Pressão arterial

A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias, sendo um
dos principais indicadores da função cardíaca e do débito de sangue.

Os equipamentos apropriados para efetuar a avaliação da pressão arterial são:


• Esfigmomanómetro e estetoscópio;
• Medidor de pressão arterial automático;
• Outros específicos.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Pressão arterial

Os valores obtidos são dois:

• Sistólica (pressão arterial alta);

• Diastólica (pressão arterial baixa).

Os valores considerados normais para uma adulto são:


• Sistólica: de 140 a 100 mmHg;
• Diastólica: de 90 a 60 mmHg.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Pressão arterial

A técnica de aplicação do esfigmomanómetro e estetoscópio para efetuar a avaliação


manual da pressão arterial é a seguinte:
• Coloque a vítima numa posição confortável e com o membro superior onde vai realizar
a avaliação apoiado;
• Aplique a braçadeira do esfigmomanómetro a meio do braço da vítima, com os tubos
sobre a artéria umeral.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Pressão arterial

A técnica de aplicação do esfigmomanómetro e estetoscópio para efetuar a avaliação


manual da pressão arterial é a seguinte:
• Garanta que a braçadeira fique posicionada a cerca de 2,5 cm acima da prega do
cotovelo
• Após ter colocado o manómetro na braçadeira, localize a artéria na região da
articulação.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Pressão arterial

A técnica de aplicação do esfigmomanómetro e estetoscópio para efetuar a avaliação


manual da pressão arterial é a seguinte:
• Aplique a membrana do estetoscópio sobre a zona onde palpou o pulso e coloque os
auriculares nos ouvidos;
• Apartir daqui pode realizar a técnica de avaliação manual da pressão arterial.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Temperatura

A avaliação da temperatura vai ser efetuada inicialmente por palpação da pele, tentando
perceber se a pele está muito quente (hipertermia) ou se está fria (hipotermia). Se estiver
igual à do socorrista então diz-se que está normal (apirética).

No entanto, esta avaliação é muito subjetiva. Por este motivo, devem utilizar-se
termómetros, de preferência digitais.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Avaliação de parâmetros vitais – Temperatura

Os valores de referência são:


• Normal (apirético): 35º a 37,5º;
• Temperatura reduzida (hipotermia): < 35º;
• Temperatura elevada (hipertermia): > 37,5º.
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Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

O exame sistematizado, também denominado exame físico, consiste em avaliar o corpo da


vítima de uma forma organizada, com a finalidade de detetar lesões ou alterações que
possam ter passado despercebidas e que careçam de tratamento.

Este exame pode variar na sua execução dependendo do tipo de vítima em causa (trauma
ou doença).
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Regras a considerar na execução do exame sistematizado:


• Explicar à vítima o que vai ser feito;
• Executar o exame na posição em que a vítima se encontra;
• Executar o exame sem deixar de observar a face da vítima;
• Iniciar o exame a partir da cabeça;
• Não movimentar a vítima mais do que o necessário;
• Se for detetada alguma lesão, tratá-la primeiro e depois prosseguir o exame.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação

Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Cabeça: Com os dedos, palpar o couro cabeludo partindo da zona occipital, verificando
de seguida a face. Sem movimentar a cabeça, verificar se existe saída de líquido céfalo-
raquidiano ou sangue pelos ouvidos ou nariz;
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Cabeça / pupilas: Avaliar a reação à luz de cada pupila, incidindo diretamente uma luz
(reatividade). Verificar se a reação é idêntica em ambas (simetria). Ver e analisar a
dimensão da pupila (tamanho). Se não existir contração pupilar aquando da incidência
da luz e/ou se a dimensão for diferente de pupila para pupila, poderá estar perante uma
lesão grave do sistema nervoso central.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Cabeça / pupilas: Procurar o tamanho, simetria e reatividade.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Pescoço: Verificar o pescoço, palpando-o suavemente, desde a base do crânio até à
traqueia;
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Ombro: Examinar os ombros palpando-os a partir das omoplatas até às clavículas.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Tórax: Examinar o tórax a partir do esterno e, de seguida, a grelha costal. Verificar se os
movimentos respiratórios são iguais em ambos os lados.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Abdómen: Palpar o abdómen e comparar a metade direita com a esquerda. Procurar
rigidez, dor à palpação ou sinais de traumatismo.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação

Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Região dorso lombar: Introduzir as mãos suavemente, sem movimentar a vítima, e,
com movimentos curtos, palpar a coluna dorso lombar.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Cintura pélvica: Palpar a região pélvica suavemente, sem provocar movimentos.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Membros inferiores: Examinar os membros inferiores partindo da coxa para o pé e
verificar se existem sinais de trauma, alteração da cor da pele e alterações da
sensibilidade e da mobilidade, quando possível.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

Exame Secundário
Segunda fase - observação
Exame sistematizado ou físico

Execução do exame sistematizado:


• Membros superiores: Examinar primeiro o membro do lado do socorrista, partindo do
ombro para a mão e verificar se existem sinais de traumatismo, alteração da cor da pele
e alterações da sensibilidade e da mobilidade.
Noções Básicas de Primeiros Socorros

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