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ATENDIMEN

TO PRÉ-
HOSPITALAR
Professora: Vittória Braz
Mestra em Enfermagem
Conceitos básicos
Urgência: Tudo aquilo em que o paciente está em situação de
risco ,porém pode ser resolvido a curto prazo.
Emergência: Tudo aquilo que implica uma situação de risco de vida do
paciente, tendo seu atendimento imediato.

O Protocolo de manschester é utilizado em uma rede de atendimento


hospitalar de urgência para classificação dos pacientes de acordo com a
gravidade.
✔ Emergência: necessitam de atendimento imediato;
✔ Muito urgente: necessitam de atendimento praticamente imediato;
✔ Urgente: Necessitam de atendimento rápido, mas podem aguardar;
✔ Pouco urgente: Podem aguardar atendimento, baixo risco.
✔ Não urgente: Podem aguardar atendimento sem risco imediato.
Urgências e emergências
traumáticas
O trauma é a principal causa de morte entre pessoas com idades de 1 a 45 anos;

Pode ser definido como um evento nocivo, que acontece quando há liberação de formas
específicas de energia física ou quando há barreiras para o fluxo normal de energia.
Essa energia pode ser encontrada de 5 formas físicas.

MECÂNICA QUÍMICA
ELÉTRICA

TÉRMICA RADIOATIVA
trauma
Os incidentes traumáticos se dividem em duas categorias: Intencional (lesões que
resultam de um ato realizado de propósito, com o objetivo de prejudicar, ferir ou
matar) e não intencional (lesões que ocorrem como uma consequência involuntária
ou acidental).
Avaliação primária do trauma
Avaliação secundária do
trauma
Avaliação secundária do
trauma
SAMU x BOMBEIROS

O atendimento no SAMU(192), deve ser solicitado quando verificado


ou identificado os quadro de: Dores de início súbito, intoxicação ou
envenenamento, queimaduras graves, trabalho de parto em risco de
morte, convulsões, traumas e fraturas, sangramentos e hemorragias,
quedas entre outros..

O atendimento via bombeiros(193), deve ser solicitado em casos


quando não se consegue ter acesso imediato aos pacientes, tais como:
Incêndios, desabamentos, salvamentos aquáticos, choque elétricos,
acidentes com presos em ferragens, vazamentos de produtos químicos,
pessoas perdida em matas e resgate em alturas.
Componentes da rede de atenção a
urgência e emergência

• Promoção e prevenção;
• Atenção primária: • Enfermarias e unidades
unidades básicas de saúde; intensivas;
• UPA e outros serviços • Inovações em
24hrs; atendimento aos: AVC,
• SAMU 192 IAM, Traumas;
• Portas hospitalares • Atenção domiciliar.
Política nacional de atendimento as
urgências
Implantada sobre a portaria de n° 1863/GM em 29 de setembro de 2003,
que garante o funcionamento do serviço de urgência e emergência dentro
do âmbito nacional e atendimento do SUS. Define que o serviço tem como
função – adoção de estratégias promocionais na qualidade de vida
buscando identificar os determinantes para as urgências por meio de ações
públicas, garantindo também o funcionamento do Pré-hospitalar fixo e
móvel.
Os hospitais de grande porte sendo a referência para o atendimento dos
pacientes que necessitem do serviço de atenção emergêncial.
Promoção, prevenção e vigilância à saúde
Estimular e fomentar o desenvolvimento de saúde e educação permanente voltadas para a
vigilância e prevenção das violências e acidentes, das lesões e mortes no trânsito e das doenças
crônicas não transmissíveis.

Pode-se afirmar que os atendimentos das urgências e emergências têm como


base quatro estratégias que devem estar interligadas, como engrenagens de
uma motor, que são:
• organização de redes assistenciais,
• humanização no atendimento dos pacientes,
• qualificação e educação permanente dos profissionais de saúde que
trabalham na área e
• implantação e operação de central de regulação médica de urgências.
Rede de atendimento – classificação hospitalar

Hospital tipo I: São hospitais especializados que contam com recursos tecnológicos, humanos
adequados ao atendimento de urgências e emergências de natureza clínica e cirúrgica, nas áreas de
pediatria, traumato-ortopedia e cardiologia;

Hospital tipo II: São hospitais gerais que dispõem de atendimento a urgências e emergência e de
recursos tecnológicos no atendimento das patologias clinicas e cirúrgicas.

Hospital tipo III: São hospitais gerais que dispõem para o atendimento de todas as urgências,
emergências, traumas e possuem uma capacidade para capacitação e aprimoramento dos recursos
humanos disponíveis dentro do atendimento e atividades exercidas.
Acolhimento e classificação de risco

Classificação de Risco: Triagem ou classificação de risco é uma ferramenta de manejo


clínico de risco, empregada nos serviços de urgência por todo o mundo, para efetuar a
construção dos fluxos de pacientes quando a necessidade clínica excede a oferta.

O Acolhimento com Classificação de Risco – ACCR - se mostra como um instrumento


reorganizador dos processos de trabalho na tentativa de melhorar e consolidar o Sistema
Único de Saúde. Vai estabelecer mudanças na forma e no resultado do atendimento do
usuário do SUS. Será um instrumento de humanização.
Etapas do acolhimento/classificação
Etapas do Acolhimento
• Precisa de atendimentos de rotina (vacina, farmácia) ou tem atividade agendada (consulta,
coleta de exame, curativo) -> encaminhar para o local;
• Quer marcar consulta -> avaliar necessidade de encaminhamento para escuta qualificada. Não
precisa de escuta qualificada -> agendar a atividade demandada.

Etapas da Classificação de risco


• O principal objetivo é priorizar os casos mais urgentes, diminuindo a mortalidade e sequelas
devido ao tempo de espera por socorro;
• Aplicação do protocolo de Manchester;
• Verificação dos sinais vitais e monitoramento dos mesmos;
• Avaliação física.
Etapas do atendimento no samu(192)
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência(SAMU), tem como objetivo chegar precocimente
à vítima após ter ocorrido alguma situação de urgência e emergência que possa a levar
sofrimento, a sequelas ou mesmo a morte. São consideradas urgências as situações de natureza
clinica, traumatica, obstétrica, psiquiatrica, pediatrica entre outros.
O samu realiza atendimento em qualquer lugar e conta com uma equipe composta por médico,
enfermeiro, técnico de enfermagem, condutor e socorrista.

Importante: O SAMU 192 é um serviço gratuito, que funciona 24 horas, por meio da prestação de
orientações e do envio de veículos tripulados por equipe capacitada, acessado pelo número "192" e
acionado por uma Central de Regulação das Urgências.
PCR: Parada cardiorespiratória – acontece quando a pessoa para de respirar
e o coração para de bater, fazendo com que o sangue não chegue aos outros
orgãos causando assim a sua falência;

PC: Parada cardíaca – é a inatividade do coração abruptamente, que causa na


falta de fluxo sanguineo circulante. Sabemos que a parada cardíaca pode ser
causada por 4 tipos ou ritmos que são eles:
1. FV: fibrilação ventricular – ritmo anormal e potencialmente fatal,
caracterizado pela contração superficial das câmaras inferiores do
coração;
2. TV-SP: Taquicardia ventricular – ritmo cardíaco iniciado nos
ventrículos, e produz uma alteração cardíaca;
3. AESP: Atividade elétrica sem pulso – ausência de pulso na presença de
atividade elétrica;
4. Assistolia – Ausência ou baixa frequência elétrica cardíaca, não possui
frenquência nem ritmo ventricular.
Suporte básico de vida
O Suporte Básico de Vida(SBV), é um protocolo de atendimento no qual se estabelecem o
reconhecimento e a realização das manobras de ressucitação cardiopulmonar(RCP), com o
objetivo de manter a vítima de parada cardiorespiratória(PCR), viva até a chegada de um
atendimento especializado.

As doenças cardiovasculares representam as principais causas de morte no Brasil e no mundo,


quando analisada a população de um modo geral. O objetivo principal da RCP, é prover o fluxo
de oxigênio e sangue para o coração e o cérebro. Ele deve ser realizada imediatamente assim
que identificado que o paciente apresenta um quadro de PCR.
Caso não iniciada imediatamente o nosso cérebro começa a apresenta morte tecidual e com isso
o alto risco de sequelas pós PCR podem ser irreversiveis. O cérebo consegue suportar até 4
minutos sem oxigênio após isso ele entra em um quadro de hipoxia e em torno de 10 minutos já
e considerada a morte cerebral.
Suporte básico de vida: cadeia de sobrevivência
A cadeia de sobrevivência foi criada para ressaltar a importância da adoção de atitudes
organizadas e hierarquizadas na situação de provável ou confirmada PCR no ambiente extra
hospitalar. Importante para a identificação de ritmos associados a PCR que sejam passíveis de
tratamento com o desfibrilador: a fibrilação ventricular (FV) e a taquicardia ventricular sem
pulso (TVsp).

O primeiro elo é o reconhecimento rápido da PCR e acionamento do serviço de emergência,


para que aumente as chances de um socorro imediato e eficaz, seguida de uma RCP precoce e
de qualidade, aumentando a sobrevida da vítima.
Sequência de atendimento a vítima
1) Avaliar a segurança da cena e checar a responsividade (chamar e tocar na
vítima)

•Determinar a presença da consciência (tocar o ombro e chamar a vítima);


•As vítimas de PCR podem apresentar “gasping” ou respiração agônica e mesmo convulsões que
não devem ser confundidas com respiração normal ou que o paciente tem pulso;
•Portanto, se o paciente não responder e não respirar ou apresentar respiração anormal
(“gasping”) deve se presumir que o paciente apresenta PCR.
Sequência de atendimento a vítima
2) Chamar por ajuda

•Grite por ajuda. Se estiver acompanhado, mande alguém ligar para o Suporte Médico de
Emergência (SME) e buscar um Desfibrilador Externo Automático (DEA), se disponível.
•Se estiver sozinho e for um profissional da área da saúde com experiência em realizar
RCP, faça RCP por 2 minutos antes de deixar a vítima para acionar a emergência e pegar
um DEA.
•Se no local da ocorrência não houver um DEA disponível pode se usar o celular para acionar
a emergência, sem se afastar da vítima, no caso do atendimento pré-hospitalar. Também pode-
se utilizar das mídias sociais para buscar ajuda de possíveis socorristas na proximidade.
•No ambiente hospitalar é essencial ativar o Time de Resposta Rápida (TRR) ou “equipe de
parada”, acionando o código azul.
Sequência de atendimento a vítima
3) Checar pulso carotídeo e a respiração simultaneamente por “não menos que 5 e não mais
que 10 segundos”

•Palpe o pulso carotídeo por pelo menos 5 segundos, mas não mais de 10 segundos.
•Respiração agônica (“gasping”) não é considerada ventilação.
•Crises convulsivas podem ocorrer durante o início da PCR e não significam ausência de PCR.
•Para checar o pulso carotídeo, localize a cartilagem cricóide (“pomo de Adão”) e deslize os
dedos verticalmente até a borda do esternocleidomastóideo lateralmente, procurando sentir a
pulsação.
•Na ausência de pulso ou em caso de dúvida, iniciar RCP começando sempre pelas compressões
torácicas. Se o pulso estiver presente e o paciente não respirar, iniciar ventilações de resgate (1
ventilação a cada 6 segundos ou 12 ciclos/minuto).
Sequência de atendimento a vítima
4) Iniciar e manter Ressuscitação Cardiopulmonar de boa qualidade

•Inicie a RCP sempre pelas compressões torácicas. Mantenha ciclos de 30 compressões para 2
ventilações, exceto se o paciente tem uma via aérea avançada inserida (Tubo Endotraqueal), neste
caso a ventilação não é sincronizada com a ventilação, mantendo-se 1 ventilação a cada 6
segundos (12 ventilações/min).
•As mãos devem estar apoiadas no 1/3 inferior do esterno, 2 dedos acima do apêndice xifóide,
comprimindo com os braços esticados e retos, utilizando o próprio peso para auxiliar a
compressão, diminuindo a fadiga.
Sequência de atendimento a vítima
•RCP de boa qualidade: comprima o tórax de 5 a 6 cm (no mínimo 5 cm), numa frequência de
100 a 120 compressões/minuto (no mínimo 100/minuto), permitindo o retorno do tórax à posição
original (“comprima rápido, comprima forte”). Faça 30 compressões seguidas de 2 ventilações
(30:2).

•A cada 2 minutos ou aproximadamente 5 ciclos de 30:2, faça um rodízio entre os socorristas,


para evitar a fadiga de quem faz compressão, o que pode comprometer a qualidade da RCP. Não
permita interrupções desnecessárias na compressão torácica.

•Não há mais necessidade de parar as compressões para checar pulso, exceto se houver sinais
evidentes de retorno da circulação espontânea, como respiração espontânea ou movimentação ativa
dos membros, exceto se a compressão produzir pulso e o paciente apresentar consequentemente
movimentação espontânea que é interrompida com a pausa na RCP.
Sequência de atendimento a vítima
5) Abrir a via aérea e ventilação

•Manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo para vítimas sem suspeita de trauma da
coluna cervical: importante para permitir uma ventilação adequada de pacientes que não
disponham de via área invasiva (TOT ou máscara laríngea).
•Duas ventilações de um segundo cada. Você também pode utilizar barreiras como a máscara de
bolso (“Poket-mask”) ou ainda uma bolsa de ventilação (“ambu”). Lembre-se que a compressão
torácica é mais importante que a ventilação na PCR de causa elétrica (não hipóxica) e, portanto,
não deve atrasar a realização da compressão torácica.
•Se a vítima estiver intubada, não há necessidade de sincronizar a ventilação com a compressão
Sequência
6) Desfibrilação
de atendimento a vítima
•Após a chegada do DEA ou desfibrilador manual, coloque os adesivos do DEA ou as pás do
monitor-desfibrilador manual para a análise do ritmo.
•O posicionamento das pás é sempre infraclavicular direito e apical do ventrículo esquerdo,
para seguir o maior eixo cardíaco (geralmente indicado nas pás).
•Somente interrompa a RCP quando as pás ou adesivos do desfibrilador estiverem prontos e
colocados no tórax da vítima para a análise do ritmo.
•Se estiver utilizando um DEA, permita que ele analise o ritmo sem tocar na vítima, se choque
indicado, deflagre o choque e imediatamente retome a RCP.
Sequência de atendimento a vítima
6) Desfibrilação

•Se estiver utilizando um desfibrilador manual, analise o ritmo, de fibrilação ventricular ou


taquicardia ventricular sem pulso (FV/TV sem pulso), deflagre o choque, selecionando carga
máxima monofásica (360 J) ou bifásica (carga recomendada pelo fabricante ou, se este não
indicar a carga, utilize a carga máxima, que pode variar de 200 J a 360 J).
•O segundo choque e os subsequentes, se necessário, devem utilizar doses equivalentes ou pode-se
utilizar doses maiores.
•Se o DEA anunciar: “choque não indicado” ou o monitor do desfibrilador manual mostrar a
presença de uma Atividade Elétrica estável e relativamente organizada (Atividade Elétrica Sem
Pulso – AESP) ou ainda uma linha reta (Assistolia), deve-se retomar a RCP imediatamente.
Cuidados pós RCP no adulto
Quando suspeitar ou critérios de inclusão: Paciente com retorno da circulação espontânea após
manobras de Ressuscitação Cardiopulmonar.
Conduta:
1. Manter os eletrodos do DEA instalados no tórax do paciente.
2. Otimizar a ventilação e oxigenação com ênfase para: • manter permeabilidade da via aérea; •
manter a SatO2 ≥ 94%; • se em Parada Respiratória, iniciar com 10 a 12 insuflações/min
com bolsa valva-máscara; e • não hiperventilar.
3. Avaliar sinais vitais.
4. Realizar ECG de segunda opinião – Telecárdio.
5. Controlar glicemia.
6. Manter atenção para a recorrência de PCR e a necessidade de reiniciar RCP.
7. Preparar para o transporte.
8. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada.
9. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a
unidade de saúde. BC7 – C
Atividade de fixação - 1
1. Descreve as fases da classificação de risco de acordo com o protocolo de
Manchester.

2. Diferencie o atendimento prestado pelo o Samu do Bombeiros.

3. Descreva os 5 elos do atendimento ao Suporte Básico de Vida – SBV.

4. Quais cuidados devemos ter após um quadro de RCP?

5. Descreva os 4 ritmos cardíacos.


Suporte avançado de vida - SAV
Ritmos chocáveis:
Continuaremos a discussão do atendimento à Parada Cardiorrespiratória (PCR) em adultos no
Suporte Avançado de Vida Cardiovascular com os ritmos chocáveis.

O Suporte Avançado de Vida Cardiovascular (SAVC) consiste na desfibrilação


manual, utilização de drogas, diagnóstico diferencial da Parada Cardiorrespiratória
(PCR), os chamados 5Hs e 5Ts, e cuidados pós-ressuscitação.

Após a chegada do desfibrilador, deve-se interromper a Ressuscitação Cardiopulmonar


(RCP) para determinação do ritmo de parada (somente interromper quando tudo estiver
pronto), sendo que cerca de 80% dos ritmos de Parada Cardiopulmonar (PCR) em adultos são
ritmo passível de desfibrilação.
Suporte avançado de vida - SAV

Acesso venoso periférico


O acesso intravenoso (IV), em relação ao acesso intraósseo (IO) é preferível. Aconselha-se aos
profissionais tentarem primeiro estabelecer o acesso IV para administração de medicamentos em
PCR. O acesso IO pode ser considerado se as tentativas para acesso IV não forem bem-
sucedidas ou não forem viáveis.
Suporte avançado de vida - SAV
Sequência do Suporte Avançado de Vida (SAV):

Após a chegada do desfibrilador, interrompe-se a Ressuscitação cardiopulmonar (RCP) para


determinação do ritmo de parada (somente interromper quando tudo estiver pronto!), 3 opções
podem ocorrer:

a. Fibrilação Ventricular (FV)/ Taquicardia Ventricular sem pulso (TVSP) (cerca de 80% dos ritmos
de PCR em adultos). Ritmo passível de desfibrilação.

b. Atividade elétrica regular e estável, porém sem pulso: Atividade elétrica sem pulso (AESP) –
(aproximadamente 10% dos ritmos de parada em adultos). Ritmo sem indicação de desfibrilação.

c. Presença de linha isoelétrica ao monitor: Assistolia (aproximadamente 10% dos mecanismos de


parada no adulto). Ritmo sem indicação de desfibrilação.

Enquanto o paciente não está intubado, é mantida a relação de 30:2.


Suporte avançado de vida - SAV

Monitoração da qualidade da RCP


•Se estiver disponível o sensor de capnografia quantitativa com formato de onda (ETCO2),
deve ser utilizado para monitorar a qualidade da RCP, procurando manter a pressão de dióxido de
carbono do expirado final (PETCO2) acima de 10 a 15 mmHg. A capnografia também pode ser
usada para diagnóstico do retorno da circulação espontânea (RCE) quando a PETCO2 subitamente
fica acima de 35 mmHg.
•Também poderemos, se disponível -geralmente presente nas unidades de terapia intensiva-
monitorar a pressão arterial diastólica invasiva. Esta deve ser mantida acima de 20 mmHg.
Suporte avançado de vida - SAV

ATENÇÃO A SITUAÇÃO
EM QUE O PACIENTE SE ENCONTRA.
Suporte avançado de vida - SAV
1. Choque elétrico

Se o ritmo for uma Fibrilação Ventricular (FV) ou Taquicardia Ventricular (TV) sem
pulso: administra-se um choque não sincronizado (desfibrilação) na carga recomendada pelo
fabricante ou de 120 a 200 J se desfibrilador bifásico ou 360 J se monofásico e imediatamente são
retomadas as manobras de ressuscitação, sem nova checagem do ritmo no monitor. Se não houver
uma recomendação específica do fabricante quanto à carga do choque, devemos usar a carga
máxima.

A RCP é mantida por 2 minutos, período no qual pode se realizar determinados procedimentos
como obtenção de acesso venoso e monitorização contínua do eletrocardiograma (ECG), se o
paciente não se encontrar monitorizado.
Suporte avançado de vida - SAV
3. Medicações
As medicações no SAVC geralmente são realizadas após o 2º choque e retorno imediato das
compressões torácicas. Além disso, a infusão da medicação deve ser seguida da infusão de 20 mL de
soro fisiológico (flush) e elevação do membro por 5 a 10 segundos. Essas ações permitem que o
fármaco consiga atingir a circulação central.

ADRENALINA / EPINEFRINA
É a primeira medicação a ser aplicada após o 2º choque;
É um vasopressor (Epinefrina), na dose de 1 miligrama (mg) -um mililitro (mL) da ampola na
diluição padrão de adrenalina de 1:1000, sem diluir a medicação;
A adrenalina deve ser repetida a intervalos de 3 a 5 minutos e, como a checagem de ritmo ocorre a
cada 2 minutos, podem ocorrer ciclos sem que seja administrada nenhuma droga.
Suporte avançado de vida - SAV
AMIODARONA
Após a primeira dose de adrenalina e antes da dose seguinte (após o 3º choque), pode ser
administrado:
•Antiarrítmico: Amiodarona, apresentada em ampolas de 150 mg (Ancoron®);
•Só deve ser utilizada em até duas doses, com intervalo de 3 a 5 minutos entre elas, e em casos de
FV/TV sem pulso;
•A primeira dose é de 300 mg e a segunda de 150 mg, administradas em bolus e também seguidas
de 20 mL de solução de soro fisiológico e elevação do membro.

LIDOCAÍNA
Como opção à Amiodarona (medicação antiarrítmica), segundo as diretrizes 2020 da AHA, podemos
utilizar a Lidocaína IV em bolus, sendo a primeira dose de 1 a 1,5 mg/kg e a segunda na metade
da dose, ou seja, 0,5 a 0,75 mg/Kg.
Lembrando que a cada 2 minutos é avaliado o ritmo cardíaco e, se persistir ritmo passível de
desfibrilação, ou seja, FV/TV sem pulso, é administrado um novo choque seguido novamente de
imediato por RCP.
Suporte avançado de vida - SAV
Ritmos NÃO chocáveis

Após a chegada do desfibrilador, é avaliado o ritmo. Se existir atividade elétrica organizada (sinusal,
juncional etc.), porém sem pulso, ou a presença de uma linha isoelétrica assistolia, iniciamos
ressuscitação cardiopulmonar (RCP) imediatamente.

Nestes casos, deve-se administrar o mais rapidamente possível 1 miligrama (mg) de Epinefrina,
seguida de flush de solução salina ( 20 mL soro fisiológico) e elevação do membro por 5 a 10
segundos. Essas medidas se fazem necessárias para que a medicação atinja a circulação central,
tendo em vista que a situação de parada cardiorrespiratória não há circulação sistêmica.

•A Epinefrina (vasoconstrictor) é mantida então na dose de 1 mg a cada 3 a 5 minutos.


•Mantemos a sequência de checagem de ritmo a cada 2 minutos e Adrenalina (Epinefrina) a cada 3
a 5 minutos, enquanto avaliamos a possível causa da parada cardiorrespiratória (PCR), os 5 H’s
e 5 T’s, ou até o retorno da circulação espontânea (RCE).
O exame fisíco e o
eletrocardiograma(ecg)
A pressão arterial deve ser verificada no membro superior bilateralmente, nas
posições supina e ortostática, em posição ortostática imediata e em até 3 minutos após se
levantar, com a finalidade de pesquisar pela hipotensão ortostática.
Por consenso, a hipotensão ortostática é definida como uma queda na pressão arterial sistólica de
pelo menos 20 mmHg ou uma queda na pressão arterial diastólica de, pelo menos, 10 mmHg
até 3 minutos em posição ortostática. A European Cardiology Society acrescentou ainda uma
queda na pressão arterial sistólica para menor que 90 mmHg após 3 minutos em posição ortostática
aos critérios de diagnóstico de hipotensão ortostática.
Além disso, a frequência cardíaca e o ritmo são úteis no diagnóstico de arritmias e embolia
pulmonar. Já a ausculta cardíaca pode revelar sopros (por exemplo, de estenose aórtica, mixoma
atrial e hipertensão arterial pulmonar).
Atividade de fixação - 2
1. De acordo com o Suporte Avançado de Vida – SAV, quais as medicações principais dentro
de uma RCP?

2. Quais os 5hs – sintomas, dentro de uma RCP?

3. Quais os 5Ts – sintomas, dentro de uma RCP?

4. O que pode ser utilizando dentro de uma RCP quando o paciente não apresenta os ritmos
chocáveis?
Protocolo do
trauma
O protocolo do trauma, padroniza o
atendimento ao paciente vítima de
acidente traumático.
Protocolo do trauma
XABCDE DO TRAUMA: a história por trás do nome

Em 1976, após sofrer um acidente com sua família, o cirurgião ortopédico Jim Styner pôde perceber
as fragilidades dos cuidados em primeiros socorros de vítimas de traumas.
Depois dessa experiência, o médico desenvolveu o protocolo ABCDE do trauma, que passou a ser
empregado em diversas regiões do mundo a partir de 1978. Naquele ano, inclusive, foi ministrado o
primeiro curso sobre o tema.

A importância do método desenvolvido por Jim Styner não demorou a ser reconhecida pelas
autoridades médicas. Isso porque a técnica se mostrou realmente eficaz.
Com o passar do tempo, foi provado que só com esses cuidados é possível realmente estabilizar o
paciente. Ou seja, o método deixa o paciente mais seguro em caso de transporte e para quaisquer
outras intervenções que se façam necessárias.
Protocolo do trauma - xabcde
O que é o Atendimento pré-hospitalar (APH)?
Atendimento Pré-Hospitalar ou APH, se refere ao atendimento realizado fora do ambiente
hospitalar, em geral em regime de urgência. No caso de paciente graves, este atendimento
pode ser o diferencial entre a vida e a morte.
Há um sistema fixo de triagem e controle onde é feita a análise inicial do caso e indicado o
tipo de equipe que será deslocada para o atendimento (básica ou avançada). Há unidades
móveis que se deslocam até a área de socorro e prestam a assistência, cuja complexidade
depende da triagem realizada e do material e da equipe disponíveis.

Unidade de Atendimento Básico


É aquela onde a equipe está preparada para realizar procedimentos mais simples e não
invasivos como imobilização, controle de um foco hemorrágico externo, identificar e auxiliar
na recuperação de uma perda de consciência por exemplo.
Protocolo do trauma - xabcde

Unidade de Atendimento Avançado


Unidade de atendimento avançado é aquela onde a equipe conta com a presença de um
médico e está apta para a realização de procedimentos invasivos, como intubação traqueal, e
uso de drogas e procedimentos de realização médica exclusiva.

Condutas de segurança na fase pré-hospitalar


Antes de iniciar a abordagem XABCDE ao paciente vítima de trauma, é necessário atentar-se
a itens essenciais para salvaguardar a vida da equipe.
São eles: avaliação da segurança da cena, uso de EPI’s, sinalização da cena (ex: dispor de
cones de isolamento na pista).
Protocolo do trauma - xabcde
Significado das Letras XABCDE

(X) – Exsanguinação
O X lembra que a contenção de hemorragia externa grave deve ser feita antes mesmo do
manejo das vias aérea uma vez que, epidemiologicamente, apesar da obstrução de vias aéreas
ser responsável pelos óbitos em um curto período de tempo, o que mais mata no trauma são
as hemorragias graves.

(A) – Vias aéreas e proteção da coluna vertebral


No A, deve-se realizar a avaliação das vias aéreas. No atendimento pré-hospitalar, 66-85%
das mortes evitáveis ocorrem por obstrução de vias aéreas.
Para manutenção das vias aéreas utiliza-se das técnicas: “chin lift”: elevação do queixo, uso
de aspirador de ponta rígida, “jaw thrust”: anteriorização da mandíbula, cânula orofaríngea
(Guedel).
No A também, realiza-se a proteção da coluna cervical. Em vítimas conscientes, a equipe de
socorro deve se aproximar da vítima pela frente, para evitar que ela mova a cabeça para os
lados durante o olhar, podendo causar lesões medulares.
Protocolo do trauma - xabcde
(B) – Boa Ventilação e Respiração
No B, o socorrista deve analisar se a respiração está adequada e se atentar para: frequência
respiratória, inspeção dos movimentos torácicos, cianose, desvio de traqueia e observação da
musculatura acessória. Esses são parâmetros analisados nessa fase.
Para tal, é necessário expor o tórax do paciente, realizar inspeção, palpação, ausculta e
percussão. É preciso, também, verificar se a respiração é eficaz e se o paciente está bem
oxigenado.

(C) – Circulação com Controle de Hemorragias


No C, a circulação e a pesquisa por hemorragia são os principais parâmetros de análise. A
maioria das hemorragias é estancada pela compressão direta do foco. A hemorragia é a
principal causa de morte no trauma, como já vimos.
A diferença entre o “X” e o “C” é que o X se refere a hemorragias externas, grandes
hemorragias.
Já o “C” refere-se a hemorragias internas, onde deve-se investigar perdas de volume
sanguíneo não visível.
protocolo do trauma – xabcde

Quais soluções empregar na reposição volêmica?


O Soro Ringer com Lactato é a solução isotônica de escolha. Contudo, soluções cristaloides não
repõem hemácias, portanto, não recuperam a capacidade de carregar O2 ou plaquetas necessárias no
processo de coagulação e controle de hemorragias.
protocolo do trauma – xabcde
(D) – Disfunção Neurológica
No D, são feitas análises do nível de consciência, tamanho e reatividade das pupilas, da
presença de hérnia cerebral e dos sinais de lateralização, bem como do nível de lesão medular.
Nessa fase, o objetivo principal é minimizar as chances de lesão secundária pela manutenção da
perfusão adequada do tecido cerebral. Importante aplicar a escala de Glasgow atualizada.
(E) – Exposição Total do Paciente
No E, a análise da extensão das lesões e o controle do ambiente com prevenção da hipotermia
são as principais medidas realizadas. O socorrista deve analisar, entre outros pontos, sinais de
trauma, sangramento e manchas na pele.
Vale saber: a parte do corpo que não está exposta pode esconder a lesão mais grave que
acomete o paciente.
Síncope – queixas básicas
A Síncope consiste em uma perda transitória da consciência decorrente de hipoperfusão cerebral
global transitória, caracterizada por um início rápido, curta duração e recuperação espontânea
completa. Ela está associada à incapacidade de manter o tônus postural, apresenta muitas causas.

Difere-se de vertigem, convulsão, coma, pseudossíncope psicogênica, crises de queda súbita,


ataques isquêmicos transitórios e alteração do nível de consciência. Tipicamente, a síncope dura
entre 8 a 10 segundos e é seguida de plena recuperação da consciência e é, portanto, autolimitada.

A perda do tônus postural é inevitável, com a perda da consciência, levando consequentemente


ao colapso que pode causar lesão devido à queda na própria altura. Longos períodos de aparente
perda da consciência sugerem que o evento não é síncope ou não é uma síncope pura, por exemplo,
síncope levando a traumatismo cranioencefálico e concussão cerebral.
Síncope – causas
As causas possíveis de perda transitória da consciência resultando em
uma síncope verdadeira geralmente são agrupadas dentro de quatro
grandes categorias: neuromediada (neurocardiogênica), ortostática,
arritmia e doença cardíaca estrutural.

A- Síncope neuromediada ou neurocardiogênica ou por


disautonomia:
● Ausência de cardiopatia;
● Longa história de síncope recorrente;
● Geralmente súbita e após visão, cheiro, som ou dor desagradável;
● Durante ortostatismo prolongado em lugares cheios e quentes;
● Associação com náuseas e vômitos;
Síncope – causas

B- Síncope devido hipotensão ortostática:

● Após levantar-se;
● Relação temporal com mudanças nas doses de anti-hipertensivos;
● Durante ortostatismo prolongado em lugares cheios e quentes;
● Disautonomia ou Doença de Parkinson;
● Ortostatismo após exercícios.
Síncope – causas

C- Síncope cardiovascular:

● Cardiopatia estrutural associada;


● História familiar de morte súbita e canalpatia;
● Durante exercício ou posição supina;
● Eletrocardiograma (ECG) basal anormal;
Emergências hipertensivas
As urgências e emergências hipertensivas são situações frequentes nos atendimentos nas unidades
de pronto atendimento, portanto é necessário reconhecer o diagnóstico de crise hipertensiva e
diferenciar urgência da emergência para tratamento adequado.

O termo crise hipertensiva engloba todas as situações com risco de desenvolvimento de lesão de
órgão alvo, habitualmente com pressão arterial sistólica ≥ 180 mmHg e/ou pressão diastólica
≥ 120 mmHg.

Esquematicamente, pode-se dividir a crise hipertensiva em hipertensão com lesão de órgãos


alvo (emergência hipertensiva) – na qual o aumento da pressão arterial (PA) representa um risco
imediato à vida – e hipertensão sem lesão de órgãos alvo e com potencial de evoluir para
tal (urgência hipertensiva) – na qual não há risco iminente à vida, mas o controle da PA deve ser
feito ao longo das primeiras 24 horas.
Emergências hipertensivas
Lesões de órgãos-alvo: o que são?

● A lesão dos órgãos-alvo (LOA) ocorre quando as pressões sistêmicas


excedem a variação da autorregulação e ocasionam sua perda, como por
exemplo: dissecção da aorta, acidente vascular cerebral encefálico,
eclâmpsia, edema agudo de pulmão etc. Nesses casos, o paciente deverá
ser internado em uma unidade de terapia intensiva e medicado com
drogas parenterais até o controle dos sintomas.

Pseudocrises hipertensivas

● Outra importante apresentação são as pseudocrises hipertensivas. São


situações em que o aumento da pressão arterial é desencadeado por dor,
desconforto, ansiedade, abandono do tratamento ou pela associação
desses fatores.
Emergências hipertensivas – cuidados

● • Manter o paciente em ambiente calmo e tranquilo;


● • Puncionar veia periférica;
● • Monitorizar adequadamente (PA, ECG e Débito Urinário);
● • Instalar medicação prescrita anti-hipertensiva em bombas de infusão;
● • Para pacientes com infusão intravenosa de vasodilatadores, obter parâmetros de sinais vitais
a cada cinco minutos até a redução desejada da pressão arterial.
● • Preparo e diluição da medicação conforme padronização e/ou prescrição médica
(geralmente é diluído em 250 ml de solução fisiológica ou glicose 5%);
● • Controle rigoroso de gotejamento, instalar preferencialmente em bomba de infusão e
verificar continuamente a infusão correta do medicamento;
Urgência e Emergências em queimaduras
As queimaduras, sejam de etiologia térmica, elétrica ou química, necessitam sempre, desde o
momento da sua ocorrência, uma abordagem precisa, consistente, e com o necessário conhecimento de
como manejar e conduzir. Este é um quesito importante para garantir a vida do paciente e
a diminuição de eventuais consequências do atendimento inicial.

Saber definir superfície corporal, identificar o agente, abordar de forma correta e dentro de um
protocolo, reconhecer a lesão inalatória, calcular volume das infusões, enfim, diversas ações e
diagnósticos necessários ao atendimento inicial.
O paciente grande queimado é multidisciplinar, crítico na maioria das vezes e requer uma visão
ampla de todas as situações que o envolvem.

O entendimento da fisiopatologia das queimaduras, considerando as diversas origens, o


conhecimento atualizado do diagnóstico e a conduta, seguramente resultarão numa redução da
morbidade, da eventual mortalidade e poderão oferecer uma muito provável redução da
permanência hospitalar e da complexidade do tratamento.
Urgência e Emergências em queimaduras
Etiologia das queimaduras

No nosso meio as queimaduras por calor ou chama são epidemiologicamente as predominantes.


Alguns hábitos como a utilização do álcool líquido, por exemplo, são causadores de lesões
extensas e na quase totalidade provocam queimaduras profundas. Os líquidos aquecidos, os
riscos de acidentes na cozinha, as chamadas “queimaduras no fogão” também têm ocorrência
significativa.

Na sequência, as queimaduras elétricas por alta e baixa voltagem também são causadoras de
tratamentos muitas vezes de grande complexidade desde o primeiro momento. E têm
características próprias de fisiopatologia e de abordagem.

Por fim, as queimaduras químicas com seus mecanismos de ação específicos requerem
conhecimento não só da visão da ferida, sua extensão e profundidade, mas como do tratamento
inicial e o reconhecimento dos eventuais problemas advindos da absorção destes produtos
químicos. Sem deixar de lado a lesão inalatória dos gases tóxicos eventualmente presentes no
local.
Urgência e Emergências em queimaduras
Avaliação inicial

A avaliação inicial se dá da mesma forma que os demais protocolos de suporte à vida.


É por esta sequência que devemos sempre iniciar a abordagem, devendo ser lembrada e
prosseguir até por dias, dependendo da situação inicial que se apresenta.
Lembrar que o curativo não é uma necessidade no primeiro momento. A necessidade
é evitar uma eventual hipotermia do paciente.
Urgência e Emergências em queimaduras
Queimaduras elétricas

Independente da superfície corporal que aparenta estar queimada, alguns cuidados relevantes
devem ser observados:

a perfusão dos membros deve ser acompanhada constantemente;


a reposição volêmica deve ser ajustada à necessidade do caso e acompanhada
constantemente;
deve-se dar destaque aos cuidados com a eventual mioglobinúria e seu tratamento;
a monitorização cardíaca deve ser obrigatória nos primeiros dias.

Mioglobinúria: caracteriza-se pela a necrose muscular, com urina escura, fraqueza e imobilidade dos membros
Urgência e Emergências em queimaduras
Queimaduras químicas

As queimaduras químicas tem também características próprias:


• o agente causador deve sempre que possível identificado para que seja respeitada sua
especificidade (na dúvida sobre qual é este agente, o atendimento inicial não deve ser
retardado);
• o mecanismo de ação dos diversos agentes como, por exemplo, as bases e os ácidos,
têm formas diferentes de produzir lesão tecidual.
Classificação das queimaduras

Grau 1 Grau 2 Grau 3

Atinge a camada mais Atingem todas as


Atinge a camada profunda, presença de
superficiais da pele, com camadas da pele + ossos,
bolhas, coloração apresentam pouca ou
vermelhidão, inchaço e variável,
dor local. nenhuma dor e coloração
despreendimento de pele branca ou carbonizada.
e dor moderada.
Classificação das queimaduras

O somatório de cada
região que for atingida
por uma queimadura,
deve ser somada para se
considerar a gravidade e a
porção total lesionada.
Urgência e emergência em afogamento

“Afogamento é a insuficiência respiratória causada por aspiração de líquidos, durante a


submersão ou imersão.” O afogamento ocorre em qualquer situação em que o líquido entra
em contato com as vias aéreas da pessoa em imersão (água na face) ou por
submersão (abaixo da superfície do líquido). Se a pessoa é resgatada, o processo de
afogamento é interrompido – afogamento não fatal. Se a pessoa morre como resultado de
afogamento, isto é denominado um afogamento fatal.

No afogamento, o resgate é um dos componentes vitais para salvar o paciente e a avaliação


e os primeiros cuidados são fornecidos em um ambiente altamente hostil, a água.
Urgência e emergência em afogamento
Urgência e emergência em afogamento
Quando suspeitar de afogamento?

Quando houver tosse ou dificuldade respiratória ou parada


respiratória ou cardiorrespiratória decorrente de imersão ou submersão em líquido.
Ao colocar o afogado em área seca (praia, piscina, rio ou outro local) o afogado deve ficar a
cabeça e tronco na mesma linha horizontal.

1º Passo – Cheque a resposta da vítima perguntando, “Você está me ouvindo?”


Se houver resposta da vítima ela está viva, e indica ser um caso de resgate ou grau 1, 2, 3, ou 4
(veja abaixo na tabela).
Coloque em posição lateral de segurança e avalie então se há necessidade de chamar o socorro
avançado (ambulância) conforme o grau de afogamento e aguarde o socorro chegar.
Urgência e emergência em afogamento
2º Passo – Se não houver resposta da vítima (inconsciente) – Reforce a necessidade de socorro
avançado, e;
3º Passo – Abra as vias aéreas.
4º Passo – Cheque se existe respiração (ver, ouvir e sentir) – Se houver respiração é um caso
de resgate, ou grau 1, 2, 3, ou 4. Coloque em posição lateral de segurança e aplique o
tratamento apropriado para grau (veja na tabela).
5º Passo – Se não houver respiração – Inicie a ventilação boca-a-boca com o uso de barreira
de proteção e realize 5 ventilações iniciais observando um intervalo entre cada uma que
possibilite a elevação do tórax, e logo em seguida o seu esvaziamento.
6º – Cheque sinais de circulação (movimentos ou reação à ventilação)
Se houver sinais de circulação é uma parada respiratória isolada – grau 5, mantenha somente
a ventilação com 10 vezes por minuto até o retorno espontâneo da respiração.
Se não houver sinais de circulação inicie 30 compressões cardíacas externas – vítima em parada
cardiorrespiratória.
Urgência e emergência em afogamento
Urgência e emergência em infarto
O infarto do miocárdio, ou ataque cardíaco, é a morte das células de uma região do músculo do
coração por conta da formação de um coágulo que interrompe o fluxo sanguíneo de forma súbita
e intensa.

Um paciente que se apresenta com dor torácica na emergência deve ser avaliado precocemente,
de forma ideal, em até 10 minutos. Após a realização do eletrocardiograma, todos os pacientes
com IAM com supra de segmento ST devem ser submetidos à conduta terapêutica básica inicial,
salve contraindicações a alguma das condutas. A conduta se baseia na sigla MONA:
• Morfina,
• Oxigênio,
• Nitrato e AAS.
Urgência e emergência em infarto
Morfina
A morfina é altamente indicada no paciente com IAM devido ao seu efeito vasodilatador, reduzindo
a resistência vascular periférica, pré e pós-carga do ventrículo esquerdo. Além disso, apresenta
potente efeito analgésico sobre o SNC, reduzindo a dor e ansiedade do paciente.

oxigênio
A oxigenioterapia deve ser utilizada para aumentar a saturação de oxigênio e assim limitar a lesão
miocárdica isquêmica, visto que haverá uma maior oferta para as células
miocárdicas, consequentemente reduzindo a intensidade de elevação do segmento ST. Seu
fornecimento deverá ocorrer através de cateter nasal, com fluxo de 2 a 4 l/min.
Urgência e emergência em infarto
Os nitratos
Os nitratos devem ser administrados devido a sua importante ação vasodilatadora, que reduz a dor
isquêmica associada à isquemia coronariana e à área de infarto. Inicialmente, a dose utilizada
deve ser 5 a 10 (X) g/min, via endovenosa, em bomba de infusão contínua.

AAS
O AAS (Ácido acetilsalisílico) deve ser utilizado para impedir a agregação plaquetária, a reoclusão
coronariana e a recorrência de eventos após a terapia fibrinolítica por inibir irreversivelmente a
ciclooxigenase e, consequentemente, a produção de tromboxano A2.
Deve-se administrar AAS a todos os pacientes na admissão, podendo ser administrado antes da
realização do ECG e manter seu uso contínuo indefinidamente.
Urgência e emergência em infarto
Morfina
A morfina é altamente indicada no paciente com IAM devido ao seu efeito vasodilatador, reduzindo
a resistência vascular periférica, pré e pós-carga do ventrículo esquerdo. Além disso, apresenta
potente efeito analgésico sobre o SNC, reduzindo a dor e ansiedade do paciente.

oxigênio
A oxigenioterapia deve ser utilizada para aumentar a saturação de oxigênio e assim limitar a lesão
miocárdica isquêmica, visto que haverá uma maior oferta para as células
miocárdicas, consequentemente reduzindo a intensidade de elevação do segmento ST. Seu
fornecimento deverá ocorrer através de cateter nasal, com fluxo de 2 a 4 l/min.
Urgência e emergência em infarto
Morfina
A morfina é altamente indicada no paciente com IAM devido ao seu efeito vasodilatador, reduzindo
a resistência vascular periférica, pré e pós-carga do ventrículo esquerdo. Além disso, apresenta
potente efeito analgésico sobre o SNC, reduzindo a dor e ansiedade do paciente.

oxigênio
A oxigenioterapia deve ser utilizada para aumentar a saturação de oxigênio e assim limitar a lesão
miocárdica isquêmica, visto que haverá uma maior oferta para as células
miocárdicas, consequentemente reduzindo a intensidade de elevação do segmento ST. Seu
fornecimento deverá ocorrer através de cateter nasal, com fluxo de 2 a 4 l/min.
Urgência e emergência em infarto
Sintomas:
O principal sintoma é dor ou desconforto na região peitoral, podendo irradiar para as costas, rosto,
braço esquerdo e, raramente, o braço direito. Esse desconforto costuma ser intenso e
prolongado, acompanhado de sensação de peso ou aperto sobre tórax. Esses sinais costumam
ser acompanhados de suor frio, palidez, falta de ar, sensação de desmaio.

Fatores de risco:
Os principais inimigos do infarto são o tabagismo e o colesterol em excesso, pois podem se
acumular e levar à formação de placas de gordura, hipertensão, obesidade, estresse, depressão
e diabetes. Os diabéticos têm duas a quatro vezes mais chances de sofrer um infarto.

Tratamento:
Infarto é uma emergência que exige cuidados médicos o mais rápido possível. Identificar os
sintomas pode ser decisivo para salvar a vida de uma pessoa infartada.
Crise de pânico na urgência

Atendimentos de pacientes no contexto de uma emergência geral, em que a demanda no


momento é decorrente de sintomas psiquiátricos, representam 5% das
consultas. Os sintomas ansiosos estão entre os mais prevalentes na população e a
busca para alívio das chamadas “crises de pânico” são frequentes nos prontos-socorros.
O conhecimento sobre a ansiedade e sua perspectiva biológica aumentou após a segunda
metade do século XX, com a introdução da psicofarmacologia, neuroimagem, genética
molecular e análise experimental do comportamento, nos mostrando que ansiedade, medo e
pânico têm suas raízes nas reações de defesa dos animais diante de situações de perigo no
ambiente.
Crise de pânico na urgência
A ansiedade é um estado emocional onde a sensação de medo e
a preocupação excessiva estão presentes, e a hiperativação do circuito controlado pela
amígdala cerebral é responsável pela maioria dos sintomas que encontramos nas crises de
pânico:
• Palpitações, “coração acelerado”, taquicardia;
• Sudorese;
• Tremores ou abalos;
• Sensações de falta de ar ou sufocamento (sensação de asfixia)
• Dor ou desconforto torácico;
• Náusea ou desconforto abdominal;
• Sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio;
• Calafrios ou ondas de calor;
• Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento);
• Desrealização (sensações de irrealidade, como por exemplo o ambiente caindo ou fechando
sobre si) ou despersonalização (sensação de estar distanciado de si mesmo);
• Medo de perder o controle ou “enlouquecer”;
• Medo de morrer.
Crise de pânico na urgência

E como devemos proceder com o paciente que busca ajuda por um ataque de pânico?

Uma triagem com avaliação de saturação de oxigênio, frequência cardíaca, medidas de pressão arterial e
eletrocardiograma podem ser feitas. Um histórico sobre uso de fármacos e drogas que possam ter efeitos
adversos compatíveis com os sintomas é importante.
O tratamento farmacológico visa atuar nos sistemas de neurotransmissão que controlam os disparos
excessivos da amígdala cerebral.

Na crise de pânico, os benzodiazepínicos atuam ao intensificar as ações do GABA na amígdala e no córtex


pré-frontal, para aliviar a ansiedade e são indicados como o Alprazolam 1 a 2 mg, Clonazepam 1 a 2
mg e o Diazepam 5 a 10 mg, lembrando que este último apresenta-se com administração
oral, intramuscular e intravenosa.
Crise de pânico na urgência
O manejo comportamental pode ser feito com orientação de uma respiração abdominal ou diafragmática
que visam a diminuir a ativação autonômica provocada pela hiperventilação.

“ACALME-SE”, uma técnica da Psicoterapia Cognitivo-Comportamental, que nos dá dicas práticas sobre
como agir em caso de uma crise de ansiedade
Urgências em eventos digestivos e
metabólicos
A apendicite consiste na inflamação e infecção do apêndice.
• Geralmente, o bloqueio dentro do apêndice faz com que o órgão se inflame e
fique infectado.
• Dor abdominal, náusea e febre são comuns.
• É realizada uma cirurgia exploratória ou um exame de imagem como, por
exemplo, uma tomografia computadorizada ou ultrassonografia.
• O tratamento envolve cirurgia para remover o apêndice e antibióticos para
tratar a infecção

A apendicite é a causa mais frequente de dor abdominal grave e súbita e de


cirurgia abdominal nos Estados Unidos. Mais de 5% da população desenvolve
apendicite em algum momento. A apendicite ocorre mais comumente
durante a adolescência e na faixa dos 20 anos, mas pode ocorrer com
qualquer idade.
Urgências em eventos digestivos e
metabólicos
A causa da apendicite não é compreendida totalmente. Porém, na maioria dos
casos, um bloqueio dentro do apêndice provavelmente inicia o processo.
O bloqueio pode ser causado por um pedaço pequeno e duro de
fezes(fecaloma), um corpo estranho ou, em casos raros, vermes.
Como resultado do bloqueio, o apêndice se inflama e fica infectado.
Se a inflamação permanecer sem tratamento, o apêndice pode sofrer uma
ruptura. A ruptura do apêndice também pode causar a formação de uma
bolsa de pus infectada (abscesso).
Como resultado, uma peritonite (inflamação e geralmente infecção da cavidade
abdominal, que pode resultar em uma infecção possivelmente de risco à vida)
pode se desenvolver.
Urgências em eventos digestivos e
metabólicos
A obstrução do intestino é um bloqueio que interrompe completamente ou
compromete gravemente a passagem de alimentos, líquido, secreções
digestivas e gás pelo intestino.
• As causas mais comuns em adultos são a formação de tecido cicatricial
resultante de cirurgia abdominal prévia, hérnias e tumores.
• Dor, inchaço e perda de apetite são comuns.
• O diagnóstico baseia-se nos resultados de um exame físico e de radiografias.
• Geralmente, é necessária uma cirurgia para remover a obstrução.

Uma obstrução pode ocorrer em qualquer segmento do intestino delgado ou


grosso e pode ser parcial ou completa. A parte do intestino acima da obstrução
continua a funcionar. Esta parte dilata-se à medida que vai se enchendo de
alimentos, líquido, secreções digestivas e gases. O revestimento mucoso torna-se
inchado e inflamado. Se esse distúrbio não for tratado, o intestino pode sofrer
ruptura, vazando o seu conteúdo na cavidade abdominal, causando inflamação e
infecção (peritonite).
Urgências em eventos digestivos e
metabólicos
Em adultos, as causas mais comuns no geral são faixas de tecido cicatricial
internas resultantes de cirurgia abdominal prévia (aderências), partes do
intestino se projetando por uma abertura anormal (hérnias) e tumores. A
probabilidade de uma causa particular varia dependendo da parte afetada do
intestino.

Uma obstrução do intestino grosso é comumente causada por câncer,


diverticulite ou um bolo de fezes rígido (compactação fecal). Aderências e
vólvulos são causas menos comuns da obstrução do intestino grosso.
Sintomas da obstrução intestinal
Os sintomas de obstrução intestinal geralmente incluem cólicas no abdômen,
acompanhadas por distensão e perda de apetite. A dor tende a vir em ondas
e por fim se torna contínua. Os vômitos são habituais na obstrução do
intestino delgado, mas são menos comuns e começam mais tarde na
obstrução do intestino grosso.
Urgências em eventos digestivos e
metabólicos
Tratamento:
a obstrução intestinal
• Sucção via sonda nasogástrica
• Líquidos administrados por via
intravenosa
• Cirurgia para estrangulamento
• Algumas vezes, uma colostomia
Urgências em eventos digestivos e
metabólicos
A perfuração (formação de um orifício) pode ocorrer em qualquer órgão
digestivo oco, o que causa a liberação do conteúdo gastrointestinal e
pode dar origem a sepse (uma infecção potencialmente fatal da corrente
sanguínea) e morte, caso uma cirurgia não seja realizada
imediatamente.
• Os sintomas incluem dor grave e súbita no tórax ou no abdômen e
sensibilidade quando o abdômen é tocado.
• É usada uma radiografia ou tomografia computadorizada para fazer o
diagnóstico.
• É necessário cirurgia imediata

A presença de perfuração permite que alimentos, sucos digestivos ou outro


conteúdo intestinal vazem para dentro do abdômen (ou, às vezes, para dentro
do tórax, se o esôfago estiver perfurado). Esses materiais são muito irritantes
e contêm bactérias, que causam inflamação e infecção graves que
normalmente são fatais se não forem tratadas.
Eletrocardiograma
O Eletrocardiograma é um exame básico e inicial para avaliação da saúde cardiovascular e
apontar para algumas anormalidades cardíacas.
A partir disso, pode-se diagnosticar a existência de vários problemas cardíacos. Como por
exemplo:
• Irregularidades no ritmo cardíaco (arritmia), seja por um coração acelerado (taquicardia),
devagar (bradicardia) ou fora do ritmo;
• Aumento de cavidades cardíacas;
• Patologias coronarianas;
• Infarto do miocárdio;
• Distúrbios na condução elétrica do órgão;
• Problemas nas válvulas do coração;
• Pericardite - Inflamação da membrana que envolve o coração;
• Hipertrofia das câmaras cardíacas - átrios e ventrículos;
• Doenças que isolam o coração - derrame pericárdico ou pneumotórax;
• Infarto em situações emergenciais;
• Doenças genéticas;
• Doenças transmissíveis (Doença de Chagas).
Obrigado!
Até o próximo módulo!

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