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SUMÁRIO
2. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 5
3. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 8
4. JUSTIFICATIVAS ............................................................................................................................... 9
10.2. UNIDADES E NÚMERO DE PROFISSIONAIS REMANEJADOS PARA ATENDER DURANTE O EMV ......15
13. MONITORAMENTO.................................................................................................................... 35
1. SIGLAS E CONCEITOS
1.1. SIGLAS
AGHU - Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários
AGETRA – Agência Transfusional
AVC – Acidente Vascular Cerebral
CC – Centro Cirúrgico
CC I - Clínica Cirúrgica 1
CC II - Clínica Cirúrgica 2
CFA - Coordenador de Fluxos e Altas
CGC – Centro de Gerenciamento de Crise
CM - Clínica Médica
COBOM – Corpo de Bombeiro Militar
CR – Classificação de Risco
DGC - Divisão de Gestão do Cuidado
DADT - Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico
DPVAT - Seguro do Trânsito – Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Via
Terrestre
EMV – Evento com Múltiplas Vítimas
FAST – Focused Assesment with Sonography for Trauma
GAS - Gerência de Atenção à Saúde
HCUFU – Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia
NIR – Núcleo Interno de Regulação
OMS – Organização Mundial de Saúde
P1 - Posto 1
P2 - Posto 2
PAC TMP – Pacote Transfusão Maciça
PAM - Pronto Atendimento Médico
PCP - Plano de Capacidade Plena
PM – Polícia Militar
PSA – Pronto Socorro Adulto
1.2. CONCEITOS
Evento com Múltiplas Vítimas (EMV): evento súbito que produz um número de vítimas que pode
levar a um desequilíbrio entre os recursos disponíveis e as necessidades, de forma a sobrecarregar
os serviços de saúde locais disponíveis rotineiramente.
Desastre ou Evento com Vítimas em Massa: É o EMV em que o número de vítimas excede a
capacidade de atendimento e interrompe os serviços de saúde locais/regionais.
Catástrofe: evento natural ou provocado pelo homem que envolve um grande número de vítimas
e gera danos às pessoas, estruturas e/ou ambiente. Está associada a dificuldade de comunicação,
transporte, abastecimento, infraestrutura e logística, gerando muitas vítimas diretas e indiretas,
incontáveis danos físicos, materiais e psicológicos. Exemplos:
- Catástrofes naturais: enchentes, desabamentos decorrentes de chuvas e terremotos.
- Catástrofes “provocadas” (ocasionais): violência urbana e de via pública, incêndios,
2. INTRODUÇÃO
O Evento com Múltiplas Vítimas (EMV) é um desafio com o qual os serviços de atendimentos pré e
intra-hospitalar se deparam com uma certa frequência, em todo o mundo. Como parâmetro de magnitude,
considera-se acidente com múltiplas vítimas aquele que envolve um número maior ou igual a cinco vítimas.
Estima-se que, em uma situação de desastre, a distribuição das vítimas seja de 80% não-urgência, 15%
urgências e 5% emergências.
A carência de dados estatísticos que demonstrem a proporção real do EMV no nosso cenário
configura-se como consequência significativa para o Sistema Único de Saúde (SUS), tanto do ponto de vista
de recursos humanos, quanto físico, de materiais e de recursos financeiros. Nesse ponto, uma triagem
preliminar (triagem em foco) para determinar a condição das vítimas, é fundamental para reduzir a perda
de vidas proporcionando quanto antes uma atenção eficaz e resolutiva.
Em um EMV, o atendimento prestado tem como objetivo atender ao maior número de vítimas em
menor tempo possível. No Brasil, o atendimento ao EMV extra-hospitalar utiliza principalmente o método
Simple Triage and Rapid Treatment (START), sistema de classificação da gravidade em cores baseada na
frequência respiratória (FR), tempo de enchimento capilar (TEC) e no status mental (se obedece a
comandos).
As vítimas pediátricas serão classificadas no extra-hospitalar por uma versão adaptada do START,
chamada JumpSTART, também as separando em vermelho, amarelo, verde e cinza/preto.
Os únicos procedimentos permitidos na primeira fase de triagem são a desobstrução das vias aéreas e o
controle de hemorragias externas graves. Todas as vítimas devem ser reclassificadas após a triagem
primária e atendidas de acordo com o PreHospital Trauma Life Support (PHTLS) e, novamente, antes de
serem removidas para o Hospital.
Já em âmbito intra-hospitalar, utiliza-se a classificação de risco de Manchester, utilizando a
avaliação primária e secundária em catástrofe, divide-se os doentes em 3 possíveis categorias: vermelho,
amarelo e verde. Aqueles classificados como vermelho (emergência) e amarelo (urgente) devem ser
imediatamente direcionados para o atendimento nas áreas específicas. Aqueles classificados como verde
(pouco urgente) podem ser encaminhados para outros serviços ou aguardar na zona verde. Neste local,
deve ser aplicado o fluxograma de avaliação secundária a cada 15 minutos através do T-RTS (Triage Revised
Trauma Score). Em caso de mudança de cor, o doente deve ser redirecionado para o local adequado.
VERMELHO (EMERGÊNCIA)
DIRECIONAR PARA OS SETORES DE ATENDIMENTO
AMARELO (URGENTE)
3. OBJETIVOS
3.1. OBJETIVO GERAL
Descrever o protocolo de atendimento a evento de múltiplas vítimas.
4. JUSTIFICATIVAS
Um protocolo para atendimento a múltiplas vítimas precisa prever um conjunto de procedimentos
e técnicas de organização e assistência na atenção à saúde, diante da ocorrência de desastres. É
fundamental a existência de um protocolo que organize recursos humanos, suprimentos materiais e
médico-hospitalares para o atendimento ao EMV.
5. ÁREA DE APLICAÇÃO
O plano aplica-se ao Pronto Socorro Adulto (PSA) do HCUFU/EBSERH, bem como seus leitos de
retaguarda internos. Possui ainda interface com demais pontos da Rede de Atenção às Urgências e
Emergências, em especial o atendimento Pré-Hospitalar.
6. OPERACIONALIZAÇÃO DO PLANO
O plano foi criado para atender às situações em que se identifique a necessidade de esforços extras
da equipe assistencial do HCUFU/EBSERH de forma ordenada e planejada, garantindo assim a qualidade e a
continuidade da segurança no atendimento ao usuário, a fim de que seja mantida a eficácia na Gestão de
Riscos e Segurança do Paciente.
RESPOSTA NÍVEL 02: Situação em que o número de vítimas excede a capacidade de atendimento
do PSA, sendo necessário auxílio de outros setores do hospital. Nessa situação os recursos
humanos do PSA não são suficientes para atendimento às vítimas, sendo necessário bloqueio da
liberação de turno e recrutamento de outros setores disponíveis, conforme dimensionamento da
divisão de enfermagem. Nesse nível poderá receber no máximo até 15 amarelos ou até 7 de
classificação START vermelha.
Quadro 3: Níveis de Resposta do EMV de acordo com número de vítimas e classificação START.
Cada nível do PCP aciona uma gama de ações dos diversos setores do HCUFU/EBSERH, visando
otimizar fluxos de pacientes do PSA para enfermarias ou Unidade de terapia Intensiva (UTI), assim como
altas e transferências inter hospitalares. No caso de ocorrer um EMV, é esperado que se atinja níveis
laranja ou vermelho do PCP, o que deve ser gatilho para as medidas do PCP assim como daquelas descritas
neste protocolo.
01 Oncologia 02 Oncologia
01 Queimados 01 Queimados
CORREDORES -- 01 Saúde Mental 01 Alojamento Conjunto
01 Infectologia 02 CC Il
ADMINISTRATIVOS Total: até 04 01 CM
01 Infectologia
Total: 08
NEUROCIRURGIA 01 01
NEUROLOGIA 01 01
ORTOPEDIA (PS) 02 02
PEDIATRIA (PS) 01 01
UROLOGIA 01 01
TOTAL 13 11
*Somente diurno.
RESPONSÁVEL ATRIBUIÇÕES
RESPONSÁVEL ATRIBUIÇÃO
PORTEIROS ● Orientar o fluxo de pessoas;
● Controlar rigorosamente todas as entradas do hospital;
● Isolar a área de acesso ao PS de forma a garantir a movimentação de pessoas
necessárias ao pleno funcionamento do Plano de Gerenciamento de Crises, em sua
integralidade;
● Informar ao CGC a necessidade de solicitação de guardas de trânsito e apoio
policial;
● Suspender todas as visitas em caso de EMV até estabilização da situação.
RECEPCIONISTAS ● Realizar abertura de fichas das vítimas, se necessário, como PACIENTE NÃO
IDENTIFICADO, de acordo com o sistema;
● Imprimir e instalar a pulseira de identificação do paciente;
● Orientar aos pacientes de demanda espontânea sobre a ocorrência do EMV e
que o tempo para o atendimento pode extrapolar o recomendado nos protocolos
de triagem.
OFICIAL DE
● Escolhido pela equipe médica, deve ser de preferência médico cirurgião ou
TRIAGEM
emergencista experiente;
VERMELHO: para a Sala Vermelha ou, no caso de lotação, para o Quarto do Posto 1;
AMARELO: ao salão do PAM OBS e, se necessário, ao corredor B do P1;
VERDES: Devem ser orientados a procurar atendimento em outras unidades ou
aguardar na sala de espera, sendo neste caso, reclassificados a cada 15 minutos;
ÓBITOS: encaminhar para o morgue temporário, na sala de gesso. Se mais de 3
corpos, encaminhar para o IML com a pulseira de identificação e caderno de óbito.
Os documentos serão encaminhados posteriormente pela secretaria.
● Identificar a necessidade e determinar procedimentos que deverão ser
instituídos imediatamente como contenção de hemorragias externas, intubação
Após comunicação à Unidade de Bloco Cirúrgico, feita pelo assistente administrativo do PSA, o Centro
Cirúrgico (CC) disponibilizará o máximo de salas possíveis, de acordo com a demanda solicitada. Todos os
procedimentos cirúrgicos eletivos não iniciados, deverão ser temporariamente suspensos até a GAS definir junto à
Divisão de Apoio Diagnóstico e Terapêutico (DADT) o retorno à normalidade. A sala de recuperação pós-anestésica
(RPA) deve ser convertida em área de cuidados intermediários até a liberação de leitos de UTI e/ou enfermaria
adequados para receberem os pacientes.
NUTRIÇÃO CLÍNICA ● Deslocar um colaborador para a UUE para verificar a necessidade de dieta para
os pacientes.
● Remapear a entrega de dietas conforme remanejamento dos pacientes.
CENTRAL DE ● Providenciar material necessário para uso no PSA;
MATERIAL DE ● Ajudar na entrega de materiais da CME ao PSA.
ESTERILIZAÇÃO
13. MONITORAMENTO
A avaliação da efetividade do presente protocolo será realizada após algum EMV, que
ativará a execução do mesmo, testando assim sua efetividade e as não conformidades, falhas e
Near Miss, durante o atendimento. Tal avaliação será feita pelo CGC. Além disso, na hipótese de
nenhum acontecimento que necessite de ativar o Protocolo de Atendimento a EMV, deverão ser
realizados, avaliações da efetividade deste Protocolo, anualmente, em forma de simulados
realísticos.
O CGC junto aos elaboradores do Protocolo irá avaliar:
● Organização e sistematização das condutas;
● Agilidade no acionamento do plano;
● Comportamento e ações do grupo envolvido na simulação;
● Sequência do desencadeamento das ações planejadas e de controle;
● Eficácia das ações de controle para atender e conter a emergência;
● Integração da equipe multidisciplinar assistencial e administrativa;
● Eficácia da gestão dos recursos materiais;
● Eficácia da gestão dos recursos humanos.
15. REFERÊNCIAS
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program (PHTLS) on prehospital trauma care. J Trauma. 2020;42(5):786-90.
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ed. Barueri: Manole, 2015.
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for building health sector capacity. Geneva: Word Health Organization, 2007.
Liliane Barbosa da Silva Passos Gerente de Atenção à Saúde (GAS) Data e Assinatura eletrônica no SEI
Marcos Antônio Rodrigues Chefe Substituto da Unidade de Gestão da Data e Assinatura eletrônica no SEI
Homologação
Florêncio Qualidade (UGQ)