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Resumo Oclusão- Articuladores Odontológicos- Iúska- P4

Articuladores: Instrumento mecânico que reproduz as ATM’s, mandíbula e maxila, simulando a


oclusão e os movimentos mandibulares.

Utilização:

Diagnóstico oclusal; Planejamento oclusal; Confecção de placas oclusais e de próteses;


Avaliação pós-tratamento.

Classificação:

ANA: Não-ajustáveis ASA: Semi-ajustáveis ATA: Totalmente ajustáveis

Articuladores não-ajustáveis (ANA): “charneira”

Não reproduzem todos os movimentos mandibulares, são restritos aos movimentos de


abertura e fechamento.

Articuladores semi-ajustáveis (ASA)

Proporcionam um manuseio mais simplificado nos procedimentos de montagem, sendo os de


escolha pela maioria dos clínicos atualmente. Movimentos de abertura, protrusão e
lateralidade.

Apresentam mecanismos ajustáveis: inclinação condilar; o ângulo de Bennett; Distância


intercondilar e guia anterior incisal.

Podem ser divididos em dois tipos:

*Arcon: Côndilo localiza-se no ramo inferior e guias condilares no ramo superior.

*Não-Arcon: Côndilo localizado no ramo superior e guias condilares no ramo inferior.

Articuladores totalmente ajustáveis (ATA):

Possui a distância intercondilar totalmente ajustável e proporcionam não só a reprodução


completa dos movimentos bordejantes da mandíbula, o desvio lateral e progressivo, como
também a curvatura e direção da inclinação condilar.

Vantagem: fidelidade dos registros.

Desvantagens: alto custo; tempo de montagem;

Partes componentes do articulador ASA:


a-) Arco facial:
Garfo
-Transfere do paciente para o articulador o relacionamento das arcadas e o eixo terminal de
rotação dos côndilos.

Função: Medir a distância intercondilar (DIC); Fixação do modelo superior; Transportar a


localização e inclinação do plano oclusal (PO).

OBS: A fixação do modelo superior depende do garfo, que representa a proporção


maxila/crânio.

b-) Articulador propriamente dito:

Ramos: Superior e inferior Guias: Incisal e condilar

Guia incisal
Guia condilar

*Ramo superior:

-Estojos condilares: Fossa condilar e aletas de Bennett

-Pino incisal (DVO) e parafuso fixador

-Placa de fixação do modelo superior e parafuso

-Espaçadores (DIC)

*Ramo inferior:

-Mesa inicial

-Placa de fixação do modelo inferior e parafuso

-Esfera condilar (DIC)


Vantagens do ASA em relação aos ANA:

-Permite a confecção de restaurações mais precisas;

-Diminui ajustes intra-orais;

-Uso do arco facial (diferencia do charneira);

Desvantagens do ASA em relação aos ANA:

-Maior tempo desperdiçado;

-Maior custo;

Processos:

-Montagem do modelo superior:

*Colocação da Godiva no garfo;

*Plastificação da Godiva;

*Verificação da estabilidade do modelo no registro do garfo;

*Adaptação do arco facial;

*Posicionamento do relator nasal;

*Fixação dos parafusos;

*Remoção do arco facial;

*Instalação do arco facial no articulador;

*Adaptação do modelo no garfo;

*Colocação de suporte de cera;

*Colocação do gesso;

OBS1: A relação dos modelos deve ser montada em Relação Cêntrica (RC), máxima
intercuspidação habitual (MIH) ou oclusão em relação cêntrica (ORC).

RC: relação temporomandibular estável e reproduzível;

MIH: Posição maxilomandibular onde existe maior número de contatos, entre os dentes, não
coincidentes com a RC.

ORC: Posição maxilomandibular onde RC é coincidente com a máxima intercuspidação.

OBS2: O modelo superior é sempre o primeiro a ser montado. O registro do arco facial é um
dos passos essenciais para uma montagem adequada.
Critérios para seleção de um articulador:

-Extensão e grau de complexidade do procedimento restaurador planejado;

-Conhecimento das capacidades e limitações de cada articulador;

-Habilidades do cirurgião-dentista e do técnico de laboratório em relação ao seu instrumento e


manuseio.

Ajuste de Oclusão

Procedimento que realiza desgaste ou acréscimo em determinados pontos dos dentes,


restaurações, placas ou próteses, buscando melhorar as relações funcionais
maxilomandibulares.

Indicações:

-Oclusão não-fisiológica;

-Trauma ou instabilidade de oclusão;

-Procedimentos restauradores protéticos;

-Discrepância entre MIH e RC;

-Interferências oclusais;

-Tratamento complementar da DTM;

-Após cirurgia ortognática;

-Terapia ortodôntica;

-Presença de doença periodontal;

-Mastigação unilateral;
-Restabelecimento das guias;
Reposicionadores
-Ajuste de placas
Estabilizadoras

Miorrelaxantes

Recuperação de DVO
Contra-indicações:

-Dor ou fase aguda da DTM;

-Mobilidade dental acentuada;

-Diminuição acentuada da DVO;

-Razões profiláticas;

-Falta de conhecimento e técnica sobre ajuste oclusal.

Objetivos:

-Distribuição simétrica máxima dos contatos cêntricos;

-Cargas axiais ou próximas ao eixo dos dentes;

-Plano oclusal aceitável;

-Contatos guias;

-DVO e DVR aceitáveis;

-Relações estruturais e funcionais da dentição;

-Forças oclusais x periodonto;

-Estabilidade oclusal e das ATMs;

-Sistema neuromuscular;

-Atividades parafuncionais;

-Estética.

Princípios:

-Remover o mínimo de estrutura dental;

-Contatos de superfície/superfície substituídos por ponto/superfície e ponto/ponto.

-Pontos de contato em áreas estáveis;


-Máxima distribuição de cargas oclusais em RC;

-Eliminar os contatos que defletem a mandíbula da posição RC para MIH;

-Direcionar os vetores de força no sentido do longo eixo dos dentes;

-Evitar desgaste nas cúspides de contenção cêntrica;

-Reduzir o perímetro oclusal;

-Recontornar as cúspides de suporte em uma forma anatômica;

-Citar fossas que correspondam à ponta das cúspides de suporte;

Princípios do ajuste em Placas Miorrelaxantes:

-Remoção dos excessos internos (cristas V e L) e outros pontos de interferência.

-Adaptação no arco dental;

-Ajuste em RC;

-Ajuste nos movimentos excursivos;

-Guia anterior.

Princípios do ajuste em placas para recuperação de DVO:

-Princípios iguais aos da placa miorrelaxante;

-Estética;

-Harmonia com dentes presentes;

-Anatomia oclusal durante o desgaste;

-Estabilidade da peça;

-Ausência de áreas traumáticas.

Reconhecimento do contato dental traumático:

-Posição de intercuspidação;

-Guia lateral, protrusiva e retrusiva.

Contato oclusal clinicamente aceitável:

-Área puntiforme e central;

-Localização axial;

-Distribuição uniforme entre os dentes (intensidade);


-Ser estável;

-Não ser ‘percebido’ pelo paciente;

Ajuste oclusal: Desgaste seletivo + acréscimo seletivo + cirurgia + prótese + ortodontia +


dentística + prótese.

Orientação ao paciente
Modelos de diagnóstico montados em ASA em RC
Registro em ficha clínica específica

Instrumental para o desgaste seletivo:

-Pinça de Muller;

-Tiras de papel celofone;

-Marcadores oclusais;

-Pontas diamantadas;

Sequência dos procedimentos de ajuste oclusal:

-Ajuste do recontorno e da MIH;

-Deslize assimétrico entre MIH e RC;

-Interferências no lado de não-trabalho;

-Interferências protrusivas;

-Exame de frêmito;

-Polimento;

-Cuidados/orientações: Análise final dos pontos de contato obtidos; Polimento com pasta
profilática.

Acréscimo seletivo:

-Procedimento reversível;

-Conduta controlável;

-Recupera a DVO;

-Recupera o plano oclusal e anatomia dental;


Dispositivos ou Placas Interoclusais

Dispositivos ortopédicos utilizados como tratamento complementar da oclusão; de


parafunções; e de disfunções musculares e articulares.

Classificação:

-Placas de relaxamento: promovem modificação no comportamento funcional do músculo;

-Placas de estabilização: promovem estabilidade mandibular e articular, gerando equilíbrio.

-Placas reposicionadoras: função mecânica e reposicionadora com ação ortopédica.

Mecanismos de ação:

-Modificação da condição oclusal;

-Modificação da posição condilar;

-Aumento da dimensão vertical;

-Diminuição da hiperatividade muscular;

-Efeito placebo;

-Percepção cognitiva: reconhecer comportamento prejudicial;

-Diminuição da pressão intra-articular;

Vantagens Desvantagens

Terapia reversível Cáries

Não invasivo Inflamação gengival

Redução de 70 a 90% dos sintomas Fonação

Baixo custo Alterações oclusais

Fácil confecção Estética

Diagnóstico diferencial Dependências psicológicas

Redução da carga compressiva das ATMs Depende da cooperação do paciente

Funções:

-Estabilizam as articulações;

-Protegem os dentes;
-Redistribuem forças oclusais;

-Relaxam os músculos elevadores;

-Diminuem os efeitos do bruxismo;

-Mudam a postura mandibular e atividade motora;

Tipos:

Placa estabilizadora ou miorrelaxante


Jig de Lucia
Parciais Placa para recuperação de DVO (overlay)
Front Plateau
Totais Placa reposicionadora
NTI-TSS
Placa interoclusal hidrostática

Placa resiliente

Dispositivo Oral para controle da Apneia e Ronco

Dispositivo oral para controle da Apneia e Ronco


1-) Placas parciais ou anteriores:

-Jig de Lucia:

Placa anterior, usualmente superior com toque inferior, confeccionado em resina acrílica auto-
polimerizável, que tem como principal função desocluir os dentes posteriores, eliminando
interferências.

Indicações: Modificação da posição mandibular; Determinação da DVO de trabalho ou


terapêutica; Desprogramação do SNM.

Uso: momentaneamente ou por algumas horas.

-Front Plateau:

Placa anterior, superior (canino a canino), sem contatos posteriores. Confeccionada em resina
acrílica auto-polimerizável.

Indicações: Urgência e diagnóstico; Romper o ciclo dor-contração; Permitir o restabelecimento


do metabolismo fisiológico; Colaborar no estabelecimento do diagnóstico diferencial.

Uso: no máximo uma semana, removendo-a durante a alimentação.

Desvantagem: extrusão de dentes posteriores, promovendo mordida aberta anterior.


2-) Placas de cobertura total:

-Placa estabilizadora ou miorrelaxante: Geralmente superior, transparente, recobrindo todos


os dentes e áreas edêntulas; Retenção e estabilidade; Superfície oclusal lisa (liberdade de
movimento); Contatos bilaterais, puntiformes, simultâneos e uniformes no arco de
fechamento; Guias anterior e laterais nos movimentos excursivos; Aproximadamente 2mm de
espessura posterior.

Principal função: equilíbrio mecânico para a mandíbula, estabilizando a oclusão pela


eliminação de contatos prematuros ou de interferências oclusais.

Indicações: Dores faciais de origem músculo-esquelética, onde existem hábitos parafuncionais;


Ajudar no diagnóstico de fatores etiológicos das DTMs; Estabilizar a posição mandibular e das
articulações; Proteção de estruturas dentárias de protéticas no paciente com bruxismo;
Estabilizar dentes com mobilidade; Diminuir dor intra-articular gerada por artrite ou
deslocamento do disco sem redução; Promover relaxamento muscular; Pós-cirurgias.

Uso: Controle semanal, quinzenal, mensal (retirar aos poucos). Em casos de bruxismo e
proteção de reabilitações: uso noturno por tempo indeterminado controlado.

-Placa para recuperação de DVO-Diagnóstica (Overlay): Próteses parciais removíveis


provisórias, geralmente superiores e inferiores, que tem como principal função o
restabelecimento estético (harmonização do terço inferior) e da DVO do paciente.

Características: Apresenta superfície oclusal endentada ou eventualmente lisa e substituição


de dentes ausentes; Restaura as guias anterior e laterais; Maior número de contatos oclusais;
Não provocar fadiga muscular; Restabelece a relação maxilo-mandibular; Confeccionada na cor
dos dentes remanescentes em RAAT.

Indicações: Na recuperação ou estabelecimento de DVO terapêutica antes da reabilitação;


Pacientes bruxômanos que perderam estrutura dentária; Restabelecer a relação maxilo-
mandibular.

Contra-indicações: Pacientes com DVO inalterada.

Uso: Uso permanente; Mínimo de tempo: 2 a 3 meses.

-Placa de reposicionamento anterior:

Características: Geralmente inferior ou superior e endentada; Apresenta rampa anterior;


Posição mandibular- Posição ortopédica;

Indicações: Distúrbios intra-articulares por deslocamento do disco com redução.

Contra-indicação: Distúrbios extra-articulares.

Regime de utilização: Depende da evolução clínica. Deve ser alternada com a placa
estabilizadora.
-Placas hidrostáticas resilientes e termoplacas:

Indicações: Casos de urgência e proteção para pacientes sujeitos a traumas;

Vantagens: Alívio rápido da dor; Fácil uso; Auto-ajuste instantâneo da oclusão.

-Dispositivo oral para controle da Apneia e Ronco:

Os dispositivos permitem uma terapia confortável e podem ser adaptados para incluir
oxigênio durante a sua utilização.

-Cuidados prévios durante a instalação das placas:

-Presença de pérolas de resina;

-Cristais de resina entre as ameias;

-Testar a instalação preliminar;

-Áreas de retenção excessiva;

-Áreas de contorno vestibular que impedem a inserção;

-Áreas retentivas por lingual;

-Preenchimento dos espaços internos da placa pelos dentes.

Recomendações e regime de uso: Peculiares ao tipo de placa e ao tratamento ao qual se


propõe.

Controle pós-instalação:

Avaliar contatos nos primeiros dois dias, 7 dias, 30 dias e a cada seis meses.

Recomendações pós-instalações:

Adaptar a placa no arco com as mãos;

Desconforto inicial: pressão nos dentes; aumento de salivação.

Desconforto pós-remoção: Dentes doloridos, sensação de oclusão incorreta, sensibilidade nos


tecidos moles.

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