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GASTRITES E GASTROPATIAS
Gastropatias: afecções gástricas de evolução aguda ou crônica sem componente inflamatório evidente,
representadas por fenômenos degenerativos e regenerativos do epitélio, com hiperplasia da mucosa gástrica,
secundários a agressões químicas (bebidas alcoólicas, medicamentos, refluxo de sais biliares).
OBS.: em processo inflamatório crônico sempre há células mononucleares – com infiltrado composto por linfócito,
principalmente, plasmócito e macrófago. Em processo inflamatório agudo, há neutrófilo / infiltrado neutrofílico.
Geralmente não se faz biópsia de gastrite aguda (ex: gastroenterite – intoxicação alimentar).
GASTRITE CRÔNICA
Reação inflamatória na mucosa com infiltrado de leucócitos mono e/ou polimorfonucleares, em proporção e
intensidade variáveis.
Classificação segundo a topografia: antro e/ou corpo/fundo gástricos.
o Gastrite antral: infiltrado inflamatório crônico apenas no antro.
o Pangastrite: inflamatório crônico no antro, corpo e fundo.
Causas:
o H. pylori
o Autoimune
Morfologia:
Formas de apresentação:
o Com a atrofia do antro, perdem-se as glândulas mucosas produtoras de muco (além da atrofia
implicar em mucosa mais fina/delgada), desenvolvendo úlcera péptica gástrica.
o Pacientes infectados pelo H. Pylori, principalmente em pangastrite, possuem maior risco de
desenvolver carcinoma gástrico – adenocarcinoma gástrico.
MICROSCOPIA:
Células mononucleares: células com núcleos mais escuros que caracterizam gastrite crônica (imagem 1).
Folículos linfoides: infiltrado de linfócitos é tão grande que formam agregados, chamados de folículos
linfoides com centro germinativo (imagem 2).
Exocitose de neutrófilos no epitélio – atividade inflamatória (imagem 3).
o Células com núcleo menor e multilobulado.
o Criptite: neutrófilos entrando na fovéola.
Agregado linfoide + hiperplasia foveolar (imagem 4).
o Linfócitos em toda a lâmina própria, com alguns agregados.
o Compartimento foveolar hiperplásico.
Atrofia antral:
o Antro – visualiza-se glândulas mucosas (imagem 1).
Número diminuído de glândulas, com espaços sem glândulas.
Atrofia das glândulas mucosas, devido à agressão por processo inflamatório.
Substituição por fibrose.
Metaplasia intestinal: células caliciformes (imagem 2).
o Metaplasia intestinal completa: reproduz o epitélio do intestino delgado – área no estômago que
foi substituída por um epitélio intestinal.
Células absortivas maduras: células com borda em escova.
Células caliciformes: citoplasma branco/claro e arredondado.
Células de Paneth: citoplasma avermelhado por grânulos contendo lisozima, geralmente
encontradas na base das criptas do intestino, possuem atividade bactericida no intestino.
Thais Alves Fagundes
Mucosa do corpo atrófica: desaparecimento de pregas ou pregas menos proeminentes em corpo e fundo.
MICROSCOPIA: autoanticorpo agride a mucosa oxíntica (célula parietal e principal do corpo e fundo).
MACROSCOPIA:
Maioria é única.
Lesão arredondada ou ovalada (0,5 a 2,0 cm).
Bordas regulares, pouco elevadas.
Fundo limpo ou com material necrótico brancacento, tecido de granulação avermelhado ou tecido fibroso.
Classificação (profundidade e intensidade da reação conjuntiva):
o Superficial: até submucosa
o Profunda: até muscular própria
o Perfurante: abre-se na cavidade peritoneal
o Penetrante: tamponada por órgãos vizinhos
o Calosa: proliferação exuberante de tecido conjuntivo fibroso nas bordas e no fundo.
TGI: mucosa, submucosa, muscular própria, serosa/peritônio.
OBS.: diagnóstico diferencial com adenocarcinoma gástrico, lesão irregular, com bordas irregulares, elevadas e
endurecidas.
MICROSCOPIA:
Úlcera inativa:
o Camada superficial de necrose é escassa.
o Exsudato de neutrófilos é discreto.
o Processo de cura: pode haver cicatrização completa e regeneração do epitélio.
Estômago: aspecto estrelado (cicatriz retraída com convergência de pregas da mucosa para
o centro da úlcera).
Duodeno: depressão de poucos milímetros.
Thais Alves Fagundes
FISIOPATOLOGIA:
Ulcera gástrica:
Duodenal:
AULA PRÁTICA
CASO 1
Homem de 40 anos referindo dor torácica em queimação e sabor azedo na boca nos últimos meses. Os sintomas
eram intermitentes desde os 20 anos de idade, com piora nos últimos 10 anos. Também refere que os sintomas
pioram 30 minutos após a alimentação e também à noite. Os sintomas melhoram com uso de antiácidos e com
elevação da cabeceira da cama, mas a melhora é temporária. Sem disfagia ou perda de peso.
HPP: ganho de peso nos últimos 4 anos (IMC=32,3kg/m2), sem problemas de saúde, sem cirurgias prévias, sem
história familiar de câncer.
Não tabagista. Etilista (1 a 2 latinhas de cerveja por dia). Dieta: frituras, chocolate, álcool, refrigerante, café e suco de
laranja várias vezes ao dia.
Thais Alves Fagundes
MUCOSA NA GASTRITE:
Metaplasia intestinal: células caliciformes (coloração Alcian Blue/PAS), células absortivas e de Panneth.
H. Pylori (coloração Giemsa).
Lesão única arredondada ou ovalada, bem delimitada, com bordas pouco elevadas.
Tecido necrótico; Infiltrado de neutrófilos; Tecido de granulação; Tecido fibrótico.