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Você tem nesse arquivo várias telas com resumo sobres as principais doenças do estômago com ênfase
na morfologia. Por essa razão estude tendo um livro de clínica ao lado para fazer as correlações adequadas.
Observe bem as figuras, lendo com atenção as legendas e procurando identificar as característica básicas das lesões.
Lembre-se que decorar a figura não traz nenhuma contribuição ao seu conhecimento.
Na parte final do arquivo tem alguns exercícios para treinamento. Depois de estudar o arquivo faça o exercício 2
Que completará o seu treinamento.
GASTRITES
Gastrites agudas
Fig 1-Aspecto Localização:antral, do corpo e
pangastrite (fig 4)
endoscópico de gastrite Aspecto macroscópico:gastrite
aguda: mucosa erosiva, gastrite edematosa,
edemaciada com focos de gastrite hemorrágica
Etiologia: AINE, álcool, H.pylori
hemorragia (setas) Fig 4
Anatomia patológica
Gastrites agudas: Edema, hiperemia, focos de
hemorragia (Figs 1 ,2 e 3).
Fig 1 Aspectos microscópicos: hipermia, hemorragia e eosões
da mucosa (fig 5) e infiltrado inflamatório com PMN,
macrófagos e linfócitos. Nas gastrites agudas por
H.pylori a bactéria pode ser identificda sobre o epitélio
das fovéolas. (Fig )
Fig 3
Fig 3-Aspecto
Fig 2 endoscópico de gastrite
aguda: mucosa
edemaciada com focos de Fig 5-aspecto histológico de uma gastrite aguda hemorrágica, com
FigMucosa
Fig 3.Peça cirúrgica. 3 gástrica com hemorragia petequial erosões. Observar a hiperemia e hemorragia(setas finas) e a área de
gastrite aguda hemorrágica (setas mostram (setas) erosão (ulcera rasa, seta grossa)
focos de hemorragia)
Gastrites crônicas
Exsudato inflamatório de mononucleares na lâmina prórpia (alargamento da lãmina
própria). Fig 6a mostra uma gastrite crônica superficial. e e
Nas gastrites crônicas com hipotrofia da glândulas observa-se intenso infiltrado de
mononuclares e rarefação das glândulas (Fig 7). Pode haver metaplasia intestinal da
mucosa gástrica (figg 7 a ) ,completa ou incompleta (ver próxima tela).Quando a rarefação
de glândulas está acima de 50% fala-se em gastrite atrófica. As gastrites atróficas que
atingem exclusivamente o corpo são geralmente autoimunes e as gastrites atróficas imn imn
multifocais que atingem o antro e o corpo são de outras etiologias, especialmente por H.
pylori. Como será visto nas próximas telas a gastrite atrófica multifocal com metaplasia
pode evoluir para displasia e câncer gástrico.
Fig7a Fig 7
FIG1
Fig 1 Fig 2a
adere ao muco e se desloca em direção ao epitélio. O deslocamento é facilitado pela forma helicoidal da
HPOS25 HPOS28
bactéria (decorrente da presença de proteínas ricas em segmentos coiled-coil) e pelos flagelos da (VirB11) (VirB10) Translocação para
extremidade. A direção do moviemnto é orientada por quimiotaxia: a bactéria tem receptores (Tlps dentro de célula
Proteínas que montam Fosforilação de PK do
(transducers like proteins) que reconhecem variações do pH e moléculas liberadas pelo epitélio. Ao se
complexos do tipo citosol (Src,Fyn)
aproximar do epitélio a bactéria se adere através de moléculas de adesão que reconhecem especialmente aparelho secretor (4SS) Inativação de
carbohidratos do glicocálix do epitélio, especialmente resíduos Leb e resíduos de carbohidratos das que transferem CagA da proteínas fosfatases
moléculas do sistema ABO. O perfil de glicosilação do epitélio é fator importante na adesão da bactéria. bactéria para a célula (SHP2)
A persistência da bactéria no meio ácido é facilitado pela produção de urease que degrada a uréia epitelial Ativação de via das
MAPK, ERK
gerando amônia que aumenta o pH. Também a sobrevivência do H pylori é facilitada pela capacidade da Proteínas ligadas a patogenicidade
Alteração de Fak
bactéria em escapar da imunidade inata e adquirida. Embora os seus produtos (PAMPs) sejam VacA,CagA Rearranjo do
reconhecidos em receptores da imunidade inata, as variantes dós PAMPs produzidos são fracos ativadores Proteínas ligadas á adesão citoesqueleto
das vias pró inflamatórias e podem ativar receptores que induzem vias anti-inflamatórias (pex o LPS do ALPAeB
H.pylori tem fração lipidio A que é mal reconhecida em TLR4; outros PAMP são reconhecidos em CLR BabA
(receptores do tipo lectina C) que induzem vias anti-inflamatórias; a bactéria produz gGT que consome OipA
glutamina do meio, gerando glutamato utilizado pela bactéria, o que torna o ambiente pouco propício aos Sab
linfócitos T. Desse modo a bactéria pode sobreviver bem no muco do estômago sem produzir alterações
inflamatórias importantes , razão pela qual a maioria dos infectados é assintomática.
As agressão produzida pelo H pylory é dependente de a cepa infectante ter qualidades que lhe possibilitam
agredir o epitélio e produzir inflamação. O H pylory tem no genoma uma área que codifica genes
importantes para a patogenicidade da bactéria: é a ilha de patogenicidade com 37.000 pb justaposta ao
gene da CagA. Os produtos de alguns genes dessa ilha codificam moléculas que formam complexos do
tipo aparelho secretor, formando verdadeiro tuneis na membrana da células sobre a qual a bactéria está
aderida, através dos quais a toxina CagA é transferida da bactéria para o citoplasma da célula epitelial ..
Outra toxina importante é a VacA que adere a membrana e é endocitada pela células epitelial.
ÚLCERA PÉPTICA CRÔNICA m
sm
As úlceras pépticas são pequenas com margens delimitadas mostrando
convergência das pregas para estas margens (Fig 1 mostra na
endoscopia,Figs 2 e 3 mostram no duodeno e no estômago respectivamente. mp
O quadro micoscópico mostra necrose fibrinoide ( seta amarela e nf nas Fig
Fig 1 5 e 6) na superfície (mistura de fibrina exsudada, leucócitos e restos
se
celulares da mucosa ) . Abaixo há um tecido de granulação (tg nas fig 5 e 6)
Fig 2 com exsudato de PMN , macrófagos , vasos neoformados e deposição de Fig 4
matriz extracelular, que representa a tentativa de cicatrização
do processo.
Figuras 4,5 e 6
Úlcera péptica comprometendo toda a parede do
duodeno. Observar o limite bem demarcado da
úlcera, que se aprofundou na mucosa (m), na
submucosa (sm) e na muscular própria (mp) tg
Fig 3 chegando a serosa (se) onde o fundo tem tecido
conjuntivo neoiformado aderido ao tecido adiposo
do peritônio. Na figura 5, mostrando detalhe da
Fig5
área indicada pelo retângulo na figura4, observar o
fundo da úlcera que é revestida de fibrinoide
formado pela fibrina exsudada, leucócitos e restos
necróticos. A fig 6 mostra detalhe da área indicada
nf
na fig 5, em maior ampliação onde se observa a
necrose fibrinoide (nf) e abaixo o tecido de
granulação responsável pela produção do tecido
conjunvo do fundo da úlcera (tentativa de tg
cicatrização)
Fig 6
NEOPLASIAS DO ESTÔMAGO ADENOCARCINOMAS GÁSTRICOS
Benignas: pólipos hiperplásicos e adenomas Os adenocarcinomas geralmente são tumores ulcerados, formando
Malignas: ulceras pequenas com aplanamento das pregas em torno da úlcera (Fig
Adenocarcinoma ( tipo intestinal e difuso) 1, aspecto endoscópico )e Fig2 pequena úlcera em peça cirúrgica (seta).
Carcinoide Microscopicamente são adenocarcinomas de tipo intestinal ( prolifera
Linfoma MALT glândulas tubulares; fig3) ou difusos, mucosecretores, nos quais
Tumor do estroma gastrointestinal (GIST) proliferam células isoladas ou em cordões que secretam muco (células
em anel de sinete indicadas pelo retângulo branco na fig 4) além de
Fig 1 atipias celulares (retângulo vermelho)..
Pólipos gástricos: são achados endoscópicos Os adenocarcinomas do tipo intestinal ocorrem após a 5ª década,
frequentes. Além das neoplasias malignas que podem ter com predominio no sexo masculino. Estão associados a fatores de risco
aspecto polipoide, pólipos benignos são achados acidentais bem conhecidos como gastrite crônica por H.pylori, gastrite crônica
frequentes nas endoscopias de rotina. Os mais comuns autoimune. Outros fatores: nitratos e nitritos na dieta, excesso de sal,
são: (a) pólipos de glândulas fúndicas (os mais alcoolismo crônico são ainda questionados. Forma familiar é suspeitada:
frequente, associados com uso de inibidores de bomba); (b) cancer em parente de primeiro grau dobra o risco do câncer gástrico.
pólipos hiperplásicos, séssesi ou pedunculados, Os adenocacinomas difusos (ou mucíparos ) podem crescer
associadaos com frequência à gastrite crônica, são infiltrarndo a parede do estômago sem formar ulcerações, enrigecendo
formadois por proliferação de células foveolares e (c ) todo o órgão (linite plástica). Incide em pessoas mais jovens (média 45
adenomas, sésseis (mais frequentes) ou pedunculados, a), em homens e mulheres na mesma proporção. Não há fatores de risco
podendo ser tubulares, vilosos ou tubulovilosos, como no conhecidos, mas forma familiar muito rara, tem sido descrita
Fig 2
intestino grosso.
Os estudos de biologia molecular tem mostrados alterações genéticas
importantes que podem ser mais facilmente detectáveis e que mostram
alterações que podem ser alvo de terapêutica específica. Carcinomas
gástricos com morfologia semelhante podem ter alterações moleculares
diferentes, podendo ter respostas diversas aos métodos de tratamento.
Algumas alterações podem ser detectada com IH: detecção de MLH1,
MSH2 e PMS2 mutadas. Ac monoclonais anti-PDL1 podem indicar
subtipos que produzem essa proteína.. A instabilidade cromossômica
(aneuploidia) pode ser avaliada pela análise quantitativa do genoma
(somatic copy number analysis SCNA).
Na próxima tela é mostrada em resumo uma classificação molecular do
Fig 3 câncer gástrico.
Fig 4
Classificação molecular do câncer gástrico separando
subtipos conforme análise genômica, da expressão dos
genes e de proteômica, com métodos que permitem
avaliar de uma só vez várias alterações. Os principais
métodos utilizados são: CLASSIFICAÇÃO MOLECULAR DO CÂNCER GÁSTRICO
❖Sequenciamento completo dos exons (WWS Whole the Cancer Genome Atlas (TCGA)
Exomes Sequencing)
❖Perfil completo de metilação do DNA
❖Sequenciamento dos RNAm
❖Análise dos miRNAs
❖Proteômica
Algumas alterações podem ser evidenciadas, entre as CG com instabilidade
quais: cromosômica
A-Instabilidade cromosômica evidenciada pela alta
frequência de quebras e deleções (perda de 49% ♂=♀ CG associado ao EBV ♂>♀
heterozigosidade)
B-Instabilidade de microssatélites decorrentes de 8% ♂>♀
mutações nos genes MLH1, MSH 2 e 6 e PMS2 que intestinal
correspondem aos genes reparadores de pareamento
errado (MMR Mismatch Repair genes). Com isso os
microsatélites ficam instaveis e se as mutações
ocorrem em mais de 2 satélites recomendados para intestinal
avaliação ela é considerada alta.
C- Outra alteração é a metilação de ilhas CpG em
CG com MSI ♀>♂
promotores, com silenciamento do gene. Essa 21% ♀>♂
hipermetilação pode silenciar genes importantes como
os MSH e MLH. CG genoma estável
D- Detecção de mutações ativadoras de oncogenes, (MSS)
especialmente RTK (receptores com atividade de 19% intestinal
tirosina cinase) e PI3K
A figura ao lado mostra os diferentes tipos moleculares >idosos (me=71 a)
do carcinoma gástrico com suas localizções e grupos
etários mais atingidos.
difuso
>jovens (me=51 a)
Estadiamento do câncer gástrico pelo T,N,M
T0: sem evidencia do tumor primário
Tis tumor in situ (intraepitelial) Estadio T,N,M
T1 lamina própria, muscular da mucosa e submucosa
T1a Lãmina ou muscular da mucosa 0 Tis,N0,M0
T1b:submucosa IA T1,N0,M0
T2 : muscular própria IB T2,N0,M0 ou T1,N1,M0
T3: atinge o tecido subseroso IIA T3,N0,M0 ou T2,N1,M0 ou T1,N2,M0
T4: atinge o peritônio e estruturas adjacentes IIB T4a,N0,M0 ou T3,N1,M0 ou T2,N2,M0 ou T1,N3,M0
T4a: atinge peritonio visceral IIIA T4b, N1,M0 ou T3,N2,M0 ou T2N3,M0
T4b: invade estuturaa adjacentes IIIB T4b,N0,M0 ou T4b,N1,M0 ouT4a, N2,M0 ou T3,N3,M0
IIIC T4b,N2,M0 ou T4b,N3,M0
IV qqerT,qqer N,M1
Metástases em linfonodos
N0 sem linfonodos comprometidos
N1: 1-2 linfonodos
N2: 3-6 linfonodos
N3: 7 ou >7 linfonodos
N3a:7-15 linfonodos
N3b: 16 ou >16 linfonodos
CARCINOIDES
Fig1
Fig 5
Fig 2
Anatomia patológica
Macroscopia: na endoscopia (fig 3, A-F) aspecto variável: úlcera pequena,
(A), tumoração submucosa (B), múltiplas úlceras (C), aspecto de pedra de
calçamento (D), espessamento de pregas (E) ou descoloração da mucosa
(F).
Histologia: linfoma difuso de pequenos linfócitos. (Fig 3 G e H)
IHQ: CD20+,CD21+,CD35+, IgM+, IgD-).
Alterações cromossômicas: translocações t(11;18) e (q21;q21). Outras
translocações podem estar presentes t(1;14), t(14;18). Essas translocações
geram proteínas de fusão que ativam a via NFkB ativando linfótos.
Fig 1 Fig 2
Fig 3
Peça de gastrectomia. Faça uma
hipótese diagnóstica
Campo microscópico de lesão ulcerada Endoscopia.
mostrando os aspectos
do estômago. Faça uma hipótese diagnóstica
morfológicos que a
Faça um diagnóstico mostrando os mostrando os aspectos morfológicos
sustentam.
aspectos morfológicos que a sustentam. que a sustentam.
Endoscopia.
Faça uma hipótese diagnóstica
mostrando os aspectos
morfológicos que a
sustentam.
Endoscopia: polipo séssil da mucosa gástrica. Biópsia mostrou aspecto visto na figura ao
lado.
Qual o diagnóstico histológico? Que aspectos morfológicos da microscopia levaram ao
diagnóstico?O que pode ser feito para confirmação inequívoca do diagnóstico (use as
setas)?
Endoscopia mucosa gástrica mostra lesão elevada em prega. Ao lado campo microscópico da
biópsia. Qual hipótese diagnóstica? Qual um possível etiologia dessa lesão?
Endoscopia. Lesão de mucosa gástrica.
Hipótese diagnóstica? Que bases
morfológicas sustentam a sua hipótese?